Miscelânea, Assis, V. 29, P. 263-86, Jan.-Jun
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123 - Marechal Floriano Vieira Peixoto
123 - Marechal Floriano Vieira Peixoto Dados Biográficos Nascimento - 30 de abril de 1839, no engenho do Riacho Grande, em Ipioca - AL. Filiação - Manuel Vieira de Araújo Peixoto e Ana Joaquina de Albuquerque Peixoto. Formação e atividades principais - Fez o curso primário em Maceió. Aos 16 anos, dirigiu-se para o Rio de Janeiro, onde se matriculou no Colégio São Pedro de Alcântara. Assentou praça em 1857, como voluntário, no 1º Batalhão de Artilharia a Pé. Em 1861 ingressou na Escola Militar, tirou o curso de Artilharia e bacharelou-se em matemática e ciências físicas; em 2 de dezembro de 1861, foi promovido a Segundo-Tenente, e a 30 de dezembro de 1863 a Primeiro-Tenente. A carreira militar de Floriano Peixoto foi brilhante. Estava adido ao 2º Batalhão de Infantaria em Bagé-RS, quando irrompeu a Guerra da Tríplice Aliança. Ao ser a província invadida pelos paraguaios, assumiu o comando de uma flotilha armada de improviso - composta pelo vapor Uruguai, o "capitânia", e mais dois lanchões - cuja resistência às tropas inimigas, que marchavam pelas duas margens do rio Uruguai, muito contribuiu para a retomada de Uruguaiana. Comissionado a 29 de setembro de 1865, foi efetivado no posto de Capitão a 22 de janeiro de 1866. Comissionado como Major, participou de todos os grandes feitos das armas patrícias em dezembro de 1868, sobressaindo em especial em Avaí e sendo confirmado, por bravura, naquele posto a 20 de fevereiro de 1869. Destacou-se, a seguir, sob as ordens de Osório, no Passo da Pátria e, mais, em Estero Bellaco, Tuiuti, Tuiu-Cuê, Avaí, Lomas Valentinas, Angustura, Peribebuí, Campo Grande, Passo da Taquara - quase todas as batalhas mais importantes da guerra, até o desfecho, em Cerro Corá (de onde trouxe como lembrança a manta do cavalo de Solano López). -
REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo De José Do Patrocínio E Sua Vivência Na República
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA RITA DE CÁSSIA AZEVEDO FERREIRA DE VASCONCELOS REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República Niterói 2011 2 RITA DE CÁSSIA AZEVEDO FERREIRA DE VASCONCELOS REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense. Mestrado em História Contemporânea I na Universidade Federal Fluminense. Orientador: Prof. Dr. Humberto Fernandes Machado 3 Niterói 2011 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá V331 Vasconcelos, Rita de Cássia Azevedo Ferreira de. República sim, escravidão não: o republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República / Rita de Cássia Azevedo Ferreira de Vasconcelos. – 2011. 214 f. Orientador: Humberto Fernandes Machado. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2011. Bibliografia: f. 208-214. 1. Abolição da escravatura, 1888. 2. Proclamação da República, 1889. 3. Patrocínio, José do, 1854-1905. I. Machado, Humberto Fernandes. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 981.04 4 REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República Rita de Cássia Azevedo Ferreira de Vasconcelos Dissertação de Mestrado -
Raul Pompéia
I Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca C 'eçãoBiblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Bibliorec ,:'arioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioreca Carioca Coleção Bibliofeca Carioca Coleq (7 Bjbliotecq Carioca Coleção Biblioteca CariocaColeçãoBiblioteca CariocaColeçüo Biblioteca ('L fl f~caColeção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca ColeqW (9ibliotecaCa Bibliotem I<1i "oca coleçã rioca Co1i.q 1 Biblioteca C o Bihliotecc~i arioca Cole ão Bibliorec Cariocu C 'o/ cão Bibliote a Carioca ('c eção Bibl~ol ca Cilrioca < ~)leçãoBibliot oleção Biblil '?ca ~arioca eca Carioc í'oleçüo Bibli Coleção Bih, iotecu Carioc otecu Cario jii Coleção Bib a Coleção Hi, (ioreca Cario liofeca Curr, .a Coleção Bi cu.Coleção (l ~lio~ecaCari hliofeca C'ot )L'CI Coleção oca Cole(,üi '3ihlioreca Ca Bihliotecu í ; 'ioca Coleçã Raul Pompéia rioca Co1q.t I i Biblioteca C o Bibliotecrr í 1 rriocu Coleç arioca Cola io Biblioteca ão Bibliotcc~ , .'urioca Cole Carioca Cole ' .ão Bihliotec ção Bibliotec r Carioca Col a Carioca ('o 2 ycio Bibliote eção Bibliolt .a Carioca C ca Cariocu í J jleçüo Bibliot oleção Biblro raCarioca C ecaCariocu ': rjlecão Bibliot oleção Biblio xuCariocaC J olqão Bibliot oleçãoecaCariow Biblio JcaCariocaC ecaCariocu oleção Biblio, ecaCariocu í oleção Biblio, oleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Bibliofeca Carioc; teca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleção Biblioteca Carioca Coleçüo Biblic; -
Entre a Pena E a Espada. Literatura E Política No Governo De Floriano Peixoto: Uma Análise Do Jornal O Combate (1892) ENTRE a PENA E a ESPADA
Entre a pena e a espada. Literatura e política no governo de Floriano Peixoto: uma análise do jornal O Combate (1892) ENTRE A PENA E A ESPADA. LITERATURA E POLÍTICA NO GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO: UMA ANÁLISE DO JORNAL O COMBATE (1892) RESUMO Este artigo trata da atuação de um grupo de escritores no Rio de Janeiro durante os primeiros anos da República. Devido à oposição política que fizeram ao então presidente Floriano Peixoto, Olavo Bilac, Pardal Mallet, Luís Murat e José do Patrocínio sofreram intensa represália entre 1892-1893: foram presos e desterrados. A análise do jornal O Combate, publicado durante o primeiro semestre de 1892, foi a estratégia escolhida para a compreensão do conflito entre este grupo de literatos e o governo federal, apresentando o teor e a origem das críticas direcionadas a Floriano Peixoto através da imprensa. PALAVRAS-CHAVE Literatos; Governo Floriano Peixoto; Imprensa 1 Ana Carolina Feracin da Silva ENTRE A PENA E A ESPADA. LITERATURA E POLÍTICA NO GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO: UMA ANÁLISE DO JORNAL O COMBATE (1892)2 O incidente havido entre os Srs. Drs. Raul Pompéia e Olavo Bilac foi ontem honrosamente liquidado para ambos. Embora estivesse na primeira página de O Combate, essa nota não chamava muita atenção entre os vários artigos, crônicas e o noticiário daquele 22 de março de 1892. Talvez fosse essa mesma a intenção dos principais redatores do jornal, Pardal Mallet e o próprio Olavo Bilac que, sem maiores comentários, davam o caso por encerrado. No entanto, por trás de tal publicação estavam fatos que se agravavam já há algumas semanas e cujo desfecho se dera na noite anterior, quando Raul Pompéia e Olavo Bilac se encontraram no ateliê dos irmãos Bernadelli para um duelo com espadas.3 Porém, quando estava tudo pronto, com a presença dos padrinhos e do médico, o Dr. -
O Lugar Do Folhetim Traduzido No Sistema Literário Brasileiro
Graphos. João Pessoa, v. 8, n. 1, Jan./Jul./2006 – ISSN 1516-1536 43 O LUGAR DO FOLHETIM TRADUZIDO NO SISTEMA LITERÁRIO BRASILEIRO Maria Cristina BATALHA1 RESUMO Através do instrumental teórico proposto por Itamar Even-Zohar e Pierre Bourdieu, o artigo busca examinar o papel que os folhetins de origem francesa exerceram sobre o sistema literário brasileiro no século XIX, período de formação da chamada literatura nacional, as conseqüências sobre o nascente gênero romance e os primórdios da crônica entre nós. Essas traduções contribuíram significativamente para a consolidação de um sistema literário ainda insipiente, para a autonomia do escritor e para a formação de um público leitor. PALAVRAS-CHAVE: tradução; folhetim; polissistema ABSTRACT Using the theorical perspectives of Itamar Even-Zohar and Pierre Bourdieu, this work aims to examine the role the French feuilleton played in the Brasilian literary system in the nineteenth century, when the so-called national literature was being formed, and also to analyze its consequences that act in the early novel genre and the beginning of the chronicles among us.The translation of those novels strongly contributed to the consolidation of a literary system still insipient at that time, to the autonomy of the writer as well as to the formation of the reader. KEYWORDS: translation; feuilleton; polysystem Dentre os ensaístas que mais diretamente se debruçaram sobre as relações entre a literatura e a história destaca-se o nome de Itamar Even-Zohar (1990) que, partindo das reflexões teóricas do formalista russo Tynianov, elaborou a Teoria dos Polissistemas. Esse conceito permite estudar a história da literatura, não apenas em sua dimensão diacrônica, mas também integrar sua dimensão sincrônica através da história das múltiplas linhas de força e seus deslocamentos. -
Três Eventos Da História Brasileira Nos Romances De Coelho Neto
View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk brought to you by CORE Navegaçõesprovided by Directory of Open Access Journals ENSAIOS v. 4, n. 1, p. 26-39, jan./jun. 2011 “Sob o tênue véu da ficção”: três eventos da história brasileira nos romances de Coelho Neto LUCIANA MURARI UCS Resumo: Este artigo trata da representação de três grandes eventos históricos pela escrita ficcional de Coelho Neto, um dos mais prolíficos escritores brasileiros: a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República e a Revolta da Armada. A ênfase dessa análise recai na atribuição de sentido aos grandes eventos no contexto de sua inserção ficcional. Concluímos que, para além dos grandes atores e dos fatos transformadores, o significado atribuído à dinâmica histórica deve ser buscado nas estratégias discursivas que enquadram estes fatos em um dado contexto ficcional. Palavras-chave: Literatura brasileira; História do Brasil República; História e literatura; Coelho Neto; Ficcionalização Abstract: This paper aims to analyze the representation of three main events of Brazilian history on novels by Coelho Neto, one of the most prolific Brazilian writers: the Abolition of Slavery, the Proclamation of Republic and the Armada’s rebellion. It’s emphasized the meaning of these facts on the context of their fictional inscription, being concluded that beyond great historical actors and turning-point events the sense assigned to historical dynamics depends on the discursive strategies that frame them in fiction. Keywords: Brazilian literature; Brazilian republican history; History and literature; Coelho Neto; Fictionalization Como não se há de só escrever história política, aqui está Coelho Neto, romancista, que podemos chamar historiador, no sentido de contar a vida das almas e dos costumes. -
Comparative Perspectives on the Rise of the Brazilian Novel COMPARATIVE LITERATURE and CULTURE
Comparative Perspectives on the Rise of the Brazilian Novel COMPARATIVE LITERATURE AND CULTURE Series Editors TIMOTHY MATHEWS AND FLORIAN MUSSGNUG Comparative Literature and Culture explores new creative and critical perspectives on literature, art and culture. Contributions offer a comparative, cross- cultural and interdisciplinary focus, showcasing exploratory research in literary and cultural theory and history, material and visual cultures, and reception studies. The series is also interested in language-based research, particularly the changing role of national and minority languages and cultures, and includes within its publications the annual proceedings of the ‘Hermes Consortium for Literary and Cultural Studies’. Timothy Mathews is Emeritus Professor of French and Comparative Criticism, UCL. Florian Mussgnug is Reader in Italian and Comparative Literature, UCL. Comparative Perspectives on the Rise of the Brazilian Novel Edited by Ana Cláudia Suriani da Silva and Sandra Guardini Vasconcelos First published in 2020 by UCL Press University College London Gower Street London WC1E 6BT Available to download free: www.uclpress.co.uk Collection © Editors, 2020 Text © Contributors, 2020 The authors have asserted their rights under the Copyright, Designs and Patents Act 1988 to be identified as the authors of this work. A CIP catalogue record for this book is available from The British Library. This book is published under a Creative Commons 4.0 International licence (CC BY 4.0). This licence allows you to share, copy, distribute and transmit the work; to adapt the work and to make commercial use of the work providing attribution is made to the authors (but not in any way that suggests that they endorse you or your use of the work). -
E-Scrita ISSN 2177-6288
139 e-scrita ISSN 2177-6288 EPOPEIA DA IMPOTÊNCIA HUMANA: naturalismo, desilusão e banalidade no romance brasileiro do final do século XIX EPIC OF HUMAN IMPOTENCE: naturalism, disillusionment and banality in Brazilian novel of the late nineteenth century Leonardo Mendes1 Renata Ferreira Vieira2 RESUMO: O objetivo deste trabalho é propor uma expansão do corpus do romance naturalista brasileiro para incluir narrativas esquecidas e/ou incompreendidas pela tradição crítica, a partir da categoria de “naturalismo cômico”, do crítico norte-americano David Baguley (1990). Serão estudados os romances Miragem (1895), do escritor maranhense Henrique Coelho Neto (1864–1934), Tentação (1896), do escritor cearense Adolfo Caminha (1867–1897), e Lar (1888), do escritor e jornalista gaúcho João Carlos de Medeiros Pardal Mallet (1864–1894). Esta chave de leitura nos permite compreender a literatura desse período como uma produção ficcional moderna, ousada e transgressiva, bem diferente do que sugere a historiografia. Palavras-chave: romance brasileiro; naturalismo; modernidade. ABSTRACT: This work proposes an expansion of the body of works traditionally associated with the Brazilian naturalist novel, in order to include forgotten or misunderstood narratives from the period, by means of David Baguley’s category “comic naturalism” (1990). The novels Miragem (1895), by Henrique Coelho Neto (1864-1934), Tentação (1896), by Adolfo Caminha (1867-1897), and Lar (1888), by João Carlos de Medeiros Pardal Mallet (1864- 1894) will be studied as expressions of such aesthetics, revealing thus a modernity that is seldom recognized in the literature of the period. Keywords: Brazilian novel; Naturalism; Modernity. O NATURALISMO E A FICÇÃO BRASILEIRA DO FINAL DO SÉCULO XIX 1 Professor Adjunto de Literatura Inglesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e bolsista do programa Prociência da FAPERJ. -
O Naturalismo Na Livraria Do Século XIX
O naturalismo na livraria do século XIX * Leonardo Mendes Resumo Na historiografia tradicional o naturalismo ocupa uma posição rebaixada. Aceitam-se alguns romances (como O cortiço, de Aluísio Azevedo), mas não suas concepções de homem e de literatura. No Brasil, o escritor José Verissimo foi o principal porta-voz das críticas ao naturalismo. Ele escreveu sobre os principais romances da estética, quase sempre assumindo uma posição de resistência. Para ele, o naturalismo era antiartístico e carecia de “cor local”. Era uma “literatura crua” e assim passou para a história. Nesse trabalho, vamos estudar o naturalismo não apoiados nos juízos da elite letrada, mas a partir do lugar dos livros naturalistas no comércio livreiro do século XIX. Abandonamos o axioma evolucionista e a visão da história literária centrada num território a fim de conceber o naturalismo como uma manifestação literária transnacional, como “naturalismo-mundo”. Neste novo cenário, o naturalismo emerge como uma “estética da experimentação” que se espalhou para várias partes do mundo a partir de 1870 e abrigou vários modos de execução de seus princípios. Fora dos circuitos letrados e seus periódicos, o naturalismo era uma literatura do prazer e da conexão erótica com a matéria, com dezenas de títulos em oferta e vários best-sellers. Palavras-chave: Naturalismo; História literária; História do livro e da edição. Abstract In traditional historiography, naturalism occupies a low place. Some novels (such as Aluísio Azevedo's O cortiço) are accepted, but not their conceptions of man and literature. In Brazil, writer José Verissimo was the main spokesman for criticism against naturalism. He wrote about the major novels of aesthetics, often in a position of resistance. -
Um Incômodo Romance De José Do Patrocínio a Ser Redescoberto A
REVELL Revista de Estudos Literários da UEMS ANO 3, v.2, Número 5 TEMÁTICO ISSN: 2179-4456 Dezembro de 2012 UM INCÔMODO ROMANCE DE JOSÉ DO PATROCÍNIO A SER REDESCOBERTO A NUISANCE NOVEL BY JOSÉ DO PATROCÍNIO TO BE REDISCOVERED Marcos Teixeira de Souza PG-IUPERJ RESUMO: Muitas vezes o cânone explicita um pensamento hegemônico em uma sociedade. Assim, autores e obras referentes a questões contrárias ao pensamento dominante tendem a ser renegadas ou esquecidas intencionalmente. O romance Motta Coqueiro ou a pena de morte (1877), de José do Patrocínio, salienta este debate sobre o cânone, na medida em que, a despeito de suas qualidades intrínsecas, é virtualmente desconhecido ou ignorado pela crítica brasileira. Palavras-chaves: José do Patrocínio. Literatura. cânone. ABSTRACT: Often the canon explains explicitly one hegemonic thinking in a society. Thus, authors and works concerning matters contrary to dominant thinking tend to be denied or forgotten intentionally. The novel Motta Coqueiro ou a pena de morte (1877), by José do Patrocínio, reinforces this debate about the canon, since, despite its inherent qualities, is virtually unknown or ignored by Brazilian critics. Keywords: José do Patrocínio Literature canon. Os estudos sobre Memória social têm ofertado aos pesquisadores das ciências humanas e sociais olhares novos sobre o cânone. Não que em outros momentos este não fosse questionado, mas que, por meio das concepções sobre Memória e Silêncio, como marcas reveladoras de poder político, social e cultural, têm motivado alguns pesquisadores da área de Literatura a remexer nos arquivos públicos e privados, nas bibliotecas e em outros locais guardiões de Memória social, nomes e obras literárias que, ora esquecidos, podem e devem ser retomados pelas historiografias para que se espelhe assim com mais completude a riqueza da Literatura Brasileira. -
Os Direitos Autorais Em Discussão No Brasil Durante O Século Xix
OS DIREITOS AUTORAIS EM DISCUSSÃO NO BRASIL DURANTE O SÉCULO XIX Jean Bastardis1 Os leitores brasileiros do século XIX não possuíam informações inteiramente claras quanto ao papel desempenhado pelo tradutor e à sua interferência nos textos finais. Os autores dos textos, muitas vezes, não eram claramente explicitados, nem os créditos de tradução eram precisos. Disto decorria uma série de dúvidas relacionadas à autoria, bem como à fidelidade das traduções que chegavam ao Brasil. A indefinição a respeito das ações de tradução, adaptação e autoria era grande e motivava raciocínios que confundiam e relativizavam estas práticas a respeito dos textos literários. Por essa razão, Francisco de Paula Brito podia afirmar, na abertura de um dos folhetins publicados pelo Jornal do Commercio, em 1839, “não compusemos, não traduzimos, nem abreviamos um romance. E todavia compusemos, traduzimos e abreviamos um romance”2. Isto queria dizer que muito do que seria publicado a seguir, no folhetim O pontífice e os carbonários3 resultava de uma adaptação pouco ortodoxa, tendo em vista que Paula Brito afirmava: “o fundo da presente composição não é nosso, e muitas de suas páginas são literalmente traduzidas, porém algumas ideias são nossas”.4 Certamente, definir em relação ao trabalho publicado o que resultava da autoria de Paula Brito ou de Alexandre Dumas não era uma questão de fácil solução. Tal problema permite-nos compreender porque tais adaptações também eram perigosas para o estabelecimento da literatura nacional, uma vez que era nessas ações, de troca pouco definidas com a produção estrangeira, que se buscava dar os primeiros passos numa atividade literária propriamente brasileira. -
“Enormes Estalactites Pendentes De Um Teto Invisível, Entressachados De Mil Concreções Extremamente Várias Na Forma E Na Cor...” Guardados Da Memória
“Enormes estalactites pendentes de um teto invisível, entressachados de mil concreções extremamente várias na forma e na cor...” Guardados da Memória A gruta do Inferno Urbano Duarte (A Capistrano de Abreu) uem leu na Viagem ao redor do Brazil a magnífica descrição Crônica desta famosa caverna pela pena do sr. dr. João Severiano da publicada na Q Gazeta Literária, Fonseca, pode muito bem dispensar-se de ingerir a minha prosa que, Rio de Janeiro. naturalmente por modéstia, averbarei de chilra, chicha e chué (apoi- Urbano Duarte ados e não apoiados, o orador cora e descora simultaneamente). (1855-1902) é o fundador da Mas não me estorva que ilustres escritores hajam entornado sobre Cadeira 12 da a gruta os borbotões de seus adjetivos e a tropa garrida dos seus tro- ABL. pos de barbicacho e pluma; porque na fase literária que transpomos, tudo é questão de ponto de vista. O famoso ponto de vista! Conheces tu, leitor malévolo, o excelentíssimo senhor ponto de vista? O irmão colaço da senhora Evolução, primo das Influências mesoló- gicas, filosóficas, etnológicas, antropológicas, confrade da Observa- ção, da Experimentação, da Orientação, e parente de todo esse pala- vreado ribombante ora em moda, cujo alcance não é abrangido, ou simplesmente lobrigado, pela centésima parte dos que o praticam? 229 Urbano Duarte Se ainda o não conheces, leitor papalvo, eu vou ter a honra de to apresentar. O ponto de vista é o alamiré pelo qual os nossos pseudocríticos cotejam as pseudo-obras literárias que os nossos pseudo-autores apresentam a seus pseudojuízos. O branco é preto e o amarelo é roxo, segundo o ponto de vista de onde os olharmos.