Carla Machado Lopes
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Universidade Do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades Instituto de Artes Carla Machado Lopes Entre educação e espetáculo: escolas de samba mirins no Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2019 2 Carla Machado Lopes Entre educação e espetáculo: escolas de samba mirins no Rio de Janeiro Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Artes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Arte e Cultura Contemporânea. Orientador: Prof. Dr. Roberto Conduru Co-Orientador: Prof. Dr. Luiz Felipe Ferreira Rio de Janeiro 2019 3 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/ BIBLIOTECA CCS/A Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese, desde que citada a fonte. ________________________________ __________________________ Assinatura Data 4 Carla Machado Lopes Entre educação e espetáculo: escolas de samba mirins no Rio de Janeiro Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Artes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Arte e Cultura Contemporânea. Aprovada em ___ de novembro de 2019. Banca examinadora: _______________________________________ Prof. Dr. Roberto Conduru (Orientador) Instituto de Artes - UERJ _______________________________________ Prof. Dr. Luiz Felipe Ferreira (Co-Orientador) Instituto de Artes - UERJ _______________________________________ Profa. Dra. Ana Paula Alves Ribeiro Faculdade de Educação da Baixada Fluminense- UERJ _______________________________________ Prof. Dr. Otair Fernandes Instituto Multidisciplinar - UFRRJ _______________________________________ Profa. Dra. Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - UFRJ Rio de Janeiro 2019 5 DEDICATÓRIA Aos meus ancestrais, aqueles que me fizeram ser o que sou hoje, especialmente, meu pai Candido de Souza Lopes (In memorium)e e minha mãe Syla, a minha posteridade, aquelas que colherão e espalharão pelo mundo tudo aquilo que venho plantando nesta vida, minha filha Gabriella e minha neta Sophia Candido 6 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a DEUS, pois é o meu Senhor, por sua proteção, amparo e fortaleza, que me faz conduzir por águas plácidas, mesmo nos momentos de grande tribulação. Para a escrita desta tese, há muitos responsáveis, aos quais devo agradecer também, não somente pelo protocolo, mas pela sincera gratidão que devemos dispensar àqueles que realmente estão sempre nos ajudando, incentivando, apoiando, sugerindo, discutindo, concordando, discordando, sustentando, contribuindo e, por fim, nos sustentando espiritualmente em suas crenças e orações, reconhecendo o quão grandioso é o caminho que estamos seguindo na vida acadêmica. Este universo é muito amplo, mas devo agradecer especialmente a George A. de Araújo pelo incentivo e cumplicidade que vêm marcando nosso encontro nesta vida. Hoje estou cumprindo mais uma etapa que sonhamos e conquistamos. Durante este percurso, passamos por todas as fases boas, ruins, nem tão boas, mas conseguimos chegar até aqui. Grata por tudo que vivemos! À minha família, meus pais, meus irmãos, sobrinhos e minha amada filha pelo incentivo e apoio nos momentos mais difíceis desta longa caminhada. Esta caminhada foi de grandes ausências junto a todos e todas, mas com o apoio total de vocês. Aos meus colegas do Arquivo Nacional minha gratidão. Em primeiro lugar, à minha chefia imediata, Inez Stampa, pelo apoio incondicional e por ser muito mais do que uma superiora hierárquica, na verdade uma grande amiga e parceira, que soube compreender as angústias e sofrimentos dos últimos dias. A Vicente Rodrigues, profissional ímpar, que sempre colaborou comigo nas múltiplas aprendizagens em nosso labor cotidiano, a Jucélia, companheira de repartição e que em pouco tempo também se tornou uma grande amiga, aos demais integrantes da equipe do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985), que durante estes últimos meses têm compreendido a minha dedicação máxima a esta escrita. Aos meus companheiros Vítor Fonseca e Sílvia Ninita, que me apoiaram, me preservaram, e na medida de suas possibilidades colaboraram para que finalmente chegasse à reta final. Não posso esquecer dos primeiros livros ofertados por vocês, 7 como forma de estímulo e apoio, ao saberem que tinha conseguido, enfim, ser selecionada para o doutorado, no Instituto de Artes da UERJ. Devo muito ao senhor Edson Marinho, presidente da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro (AESM-Rio) pelo apoio incondicional à pesquisa desenvolvida, Luiz Antonio, Diretor de Planejamento e Desenvolvimento da AESM- Rio, Érica Lobo, Diretora Pedagógica, a equipe de Comunicação Social, especialmente, Ana Valéria Gonçalves e Arleson Rezende, aos presidentes da escolas de samba mirins, Valéria Pires (G.R.C.E.M. Golfinhos do Rio de Janeiro), Marilene Monteiro (G.R.C.E.M. Corações Unidos do CIEP), Celsinho Andrade (G.R.C.E.M. Filhos da Águia) e Gabriel Azevedo (G.R.C.E.M. Estrelinha da Mocidade) e Leandro Pereira, Juliana Lopes Tutunji e Silvana Aleixo, juntamente com os demais integrantes da direção do GRCEM Cavalinhos Marinhos da Ilha. Meu carinho especial a Luciano Moreira, carnavalesco da escola de samba mirim Filhos da Águia, Alessandra Mendonça, diretora do G.R.C.E.S.M. e Nilce Fran, passista e diretora da ala de passistas do G.R.E.S. Portela e do G.R.C.E.S.M. Filhos da Águia. A professora Marly Lopes Lima, ex-diretora da escola municipal Ministro Gama Filho, e Claudia Regina Marques, ex-aluna do mesmo colégio, foram fundamentais para ampliar meus conhecimentos sobre a escola infanto-juvenil Império das Princesas Negras, primeira experiência pedagógica em uma escola da rede pública de ensino, que realizou em seu projeto político-pedagógico a relação da cultura das escolas de samba e currículo escolar, prática que vem sendo utilizada em outros colégios, ainda como forma de combater o fracasso escolar, as desigualdades sociais dos processos de ensino e a evasão das escolas de crianças e adolescentes. Aos amigos Cida Guimarães, Juciara Gonçalves, Cida Silva, Renata Bastos e Jorge Gouvinhas, meu irmão de fé, amigo incansável, lutador, guerreiro, parceiro do Samba e da alegria, que em nenhum momento permitiu-me desanimar, ainda que os tropeços parecessem barreiras intransponíveis, você sempre esteve ao meu lado, oferecendo seu imenso coração para consolar-me e os braços para me acolher. Às minhas leais amigas que DEUS me presenteou nesta vida: Valéria Morse, Cristina Ruth, Sônia Rezende e a nossa “novinha” Aline Cardoso, pelo apoio incondicional e pela rede de proteção e afetos que temos dia a dia costurado, fortalecido e sido nosso acolhimento. Não esquecendo jamais da alegria que nosso convívio diário nos proporciona, nossas risadas fazem nossos dias serem melhores e 8 mais coloridos, e os desafios, ah, estes não são obstáculos, mas eventos que nos unem mais e mais. Ao meu coorientador Felipe Ferreira, nosso grande Faraó, gratidão pelos conselhos, ensinamentos e pela oportunidade de conhecer, conviver, aprender e adquirir novos amigos, como Antônio Vieira, João Gustavo Melo, Viviane Martins e Leonardo Antan, que reunidos com outros integrantes fazem parte do Laboratório de Arte e Carnaval (LAC), no Instituto de Artes, na UERJ. Não posso deixar de agradecer imensamente ao meu orientador, Roberto Conduru, que aceitou me conduzir na realização deste trabalho, mesmo que fisicamente estivesse distante pelos compromissos assumidos fora do país, sendo um porto seguro, estimulando-me, transmitindo calma e sendo generoso em compartilhar seus conhecimentos e experiências. Por fim, não posso deixar de agradecer a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, equipamento público no qual me graduei no curso de História, fiz o mestrado em Educação e, agora, cumpro a última etapa acadêmica, o doutorado, no Instituto de Artes. Esta universidade prima pelos melhores professores, pela diversidade étnico-racial e pelo espírito comunitário, que foram basilares para minha formação como pessoa e profissional. #UERJRESISTE! 9 A missão do ensino educativo é transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre. Edgar Morin 10 RESUMO LOPES, Carla Machado. Entre educação e espetáculo: escolas de samba mirins no Rio de Janeiro. 2019. 290f. Tese (Doutorado em Artes) – Instituto de Artes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. A tese estuda as escolas de samba mirins no Rio de Janeiro desde meados dos anos 1980 até hoje. Inicialmente, é revisto o surgimento das escolas de samba mirins no Rio de Janeiro a partir da criação da escola de samba mirim Império do Futuro, em 1984, bem como os modos anteriores de participação de crianças em escolas de samba, sejam as alas de crianças existentes ao menos desde 1981, a miniescola de samba constituída como uma ala de crianças e incluída no desfile da escola de samba Beija Flor, em 1982, e a escola de samba infanto-juvenil Império das Princesas Negras, um projeto pedagógico da escola da rede municipal de ensino público no bairro Lins de Vasconcelos em 1982. Em seguida, analisamos as formas pelas quais a escola de samba mirim Império do Futuro conseguiu estabelecer-se como modelo representativo identitário de negritude e da cultura das escolas de samba entre seus pares, as escolas de samba. A partir de quatro tipos de escolas de samba mirins, a saber, Alegria da