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ANNO I - NUMERO I 500 rs. MAIO - 1928 Revista de Jfatropofa|ia Direção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia de RAUL BOPP

ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.° PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 SÃO PAULO

ABRE-ALAS ,— MANHÃ

Nós éramos xifópagos. Quási chegamos a ser deródimos. Hoje somos antropófagos. E foi assim que chegamos á perfeição. Cada qual com o seu tronco mas ligados O jardim estava em rosa, ao pé do Sol pelo figado ( o que quer dizer pelo ódio) mar­ E o ventinho de mato que viera do Jaraguá chávamos numa só direcção. Depois houve uma Deixando por tudo uma presença de água revolta. E para fazer essa revolta nos unimos ainda mais. Então formamos um só tronco. De­ Banzava gosado na manhã praceana. pois o estouro: cada um de seu lado. Viramos ca­ nibais. Tudo limpo que nem toada de flauta. Aí descobrimos que nunca havíamos sido outra cousa. A geração actual coçou-se: apare­ A gente si quizesse beijava o chão sem formiga, ceu o antropófago. O antropófago: nosso pai. A bocea roçava mesmo na paisagem de cristal. principio de tudo. Não o índio. O indianismo é para nós um prato de muita sustância. Como qualquer outra Um silêncio nortista, muito claro! escola ou movimento. De ontem, de hoje e de As sombras se agarrando no folhedo das árvores amanhã. Daqui e de fora. O antropófago come o índio e come o chamado civilizado: só êle fica Talqualmente preguiças pesadas. lambendo os dedos. Pronto para engulir os ir­ O Sol sentava nos baricos, tomando banho-de-luz. mãos. Assim a experiência moderna (antes: con­ tra os outros; depois: contra os outros e contra Tinha um sossego tão antigo no jardim, nós mesmos) acabou despertando em cada con­ Uma fresca tão de mão lavada com limão viva o apetite de meter o garfo no vizinho. Já Era tão marupiara e descansante começou a cordeal mastigação. Aqui se processará a mortandade (esse car­ Que desejei... Mulher não desejei não, desejei... naval). Todas as oposições se enfrentarão. Até Si eu tivesse a meu lado ali passeando 1923 havia aliados que eram inimigos. Hoje há Suponhamos, Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses !... inimigos que são aliados. A diferença é enorme. Milagres do canibalismo. No fim sobrará um Hans Staden. Esse Hans Na doçura da manhã quasi acabada Staden contará aquillo de que escapou e com os Eu lhes falava cordialmente:—Se abanquem um bocadinho dados dele se fará a arte próxima futura. E' pois aconselhando as maiores precauções E havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes que eu apresento ao gentio da terra e de todas Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitoria, Marajó, as terras a libérrima REVISTA DE ANTRO­ Coisa assim que puzesse um disfarce de festa POFAGIA. No pensamento dessas tempestades de homens. E arreganho a dentuça. Gente: pode ir pondo o cauim a ferver. Antônio de Alcântara Machado. MARIO DE ANDRADE "ftli vem a nossa comida pulando" (V. Hans Staden - Cap. 28) Revista de Antropofagia RESOLANA Poema

O mormaço é a fumaça da macega. Ella vae sozinha, tropeçando nas colheitas. Treme o longe diluído na quentura. Bate-lhe o sol nos hombros. Ella sente que um gosto. O boi desce a recosta em procura da sombra humano mas pára logo, abombado. deflora-lhe a bocca e illumina-a de absurdos. Lá no alto, voando, voando, bebendo o azul, Parece que um choro quer sorrir dentro de si. subindo sempre — urubu. Parece que o sangue dentro de si quer matal-a Feliz... e jogar-lhe clarões por cima. O calor queima a terra, ferve no ar. Aquillo é o universo que se despenha dos seus cabellos. (Memória de marulhos gosto de espuma limo areia branca) (Pará) ABGUAR BASTOS A cabeça do alazão é uma chamma esbelta cortando o campo a trote largo. Vejo as orelhas agudas que se movem, sinto o corpo fremente do cavallo. URA, E ha tanta harmonia entre o choque dos cascos os films que assombram o mundo e o meu tronco agitado na vibração febril, que eu compreendo a gloria animal da carreira: REPRESENTANTE vou! enrolado na força do sol. Gustavo Zieglitz (Rio Grande do Sul) RUA DOS ANDRADAS, 42 Do livro "Giraluz" SÃO PAULO AUGUSTO MEYER

Estão no Prelo Vacca Christina LARANJA DA CHINA A vacca Christina, de madrugada, DE Vem de belengue no longo da rua. Antônio de Alcântara Machado Uei, Olha o leite da vacca Christina! E MACUNAIMA No Bango lambido de luzes escassas Estira-se a larga madrugada molle. DE Amontoa-se a garoa miúda. E lá adeante. Mario de Andrade Roda a carroça do lixo da noite. Uei, Quem quer leite da vacca Christina?

A sair brevemente E a vacca bohemia, de pata pitoca, Vae toda faceira, enfeitada de fita M arti m-Sererê Vae ver as comadres atraz dos tabiques Uei, VERSOS Viva as tetas da vacca Christina! DE Cassiano Ricardo E passa a patrulha noturna da zona. E' a hora em que o Bango cansado cochila. E Somente enche o resto da noite deserta O belengue molango no longo da rua: Republica dos E. U. do Brasil Uei, POEMAS Quem que o leite da vacca Christina? DE Jacob Pim>Pim. MENOTTI DE PICCHIA Do livro a sahir: "Ai, seu Mé". Revista de Antropofagia

MANIFESTO ANTROPÓFAGO

Só a antropofagia nos une. Social­ pobre declaração dos direitos do Só podemos attender ao mundo mente. Economicamente. Philoso- homem. orecular. phicamente. A edade de ouro annunciada pela America. A edade de ouro. E todas Tínhamos a justiça codificação da Única lei do mundo. Expressão as girls. vingança A sciencia codificação da mascarada de todos os individualis- Magia. Antropofagia. A transfor­ mos, de todos os collectivismo. De Filiação. O contacto com o Brasil mação permanente do Tabu em to­ todas as religiões. De todos os trata­ Carahiba. Oú Villeganhon print ter- tem. dos de paz. re. Montaigne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa Contra o mundo reversivel e as Tupy, or not tupy that is the ao Romantismo, á Revolução Bol- idéas objectivadas. Cadaverizadas. question. chevista, á Revolução surrealista e O stop do pensamento que é dyna- ao bárbaro technizado de Keyserl- mico. O indivíduo victima do syste- Contra toda as cathecheses. ing. Caminhamos. ma. Fonte das injustiças clássicas. contra a mãe dos Gracchos. Das injustiças românticas. E o es­ Nunca fomos cathechisados. Vive­ quecimento das conquistas interio­ Só me interessa o que não é meu. mos atravez de um direito sonam- res. Lei do homem. Lei do antropófago. bulo. Fizemos Christo nascer na Ba­ hia. Ou em Belém do Pará. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Ro­ Estamos fatigados de todos os ma­ teiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. ridos catholicos suspeitosos postos Mas nunca admittimos o nasci­ em drama. Freud acabou com o mento da lógica entre nós. O instincto Carahiba. enigma mulher e com outros sustos da psychologia im­ Morte e vida das hypothe- pressa. ses. Da equação eu parte do Kosmos ao axioma Kosmos O que atropelava a verdade parte do eu. Subsistência. Co­ era a roupa, o impermeável nhecimento. Antropofagia. entre o inundo interior e o mundo exterior. A reacção Contra as elites vegetaes. contra o homem Em communicação com o solo. vestido. O cinema americano informa­ Nunca fomos cathechisados. rá. Fizemos foi Carnaval. O indio vestido de senador do Império. Filhos do sol, Fingindo .de Pitt. Ou figuran­ mãe dos viventes. do nas operas de Alencar cheio Encontrados e ama­ de bons sentimentos portugue- dos ferozmente, com zes. toda a hypocrisia da saudade, pelos im- Já tínhamos o migrados, pelos tra­ communismo. Já tí­ ficados e pelos tou- nhamos a língua ristes. No paiz da surrealista. A eda­ cobra grande. de de ouro. Catiti Catiti Foi porque nun­ Imara Notiá ca tivemos gram- Notiá Imara maticas, nem col- Desenho de Tarcilu 1928 De um quadre que figurará na sua próxima exposição de Junho Ipejú lecções de velhos na galeria Pcrcier, em Paris. vegetaes. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e Contra o Padre Vieira. Autor do A magia e a vida. Tínhamos a re­ continental. Preguiçosos no mappa nosso primeiro empréstimo, para lação e a distribuição dos bens phy- mundi do Brasil. ganhar commissão. O rei analpha- sicos, dos bens moraes, dos bens di­ Uma consciência participante, beto dissera-lhe: ponha isso no papel gnados. E sabiamos transpor o ínys- uma rythmica religiosa. mas sem muita lábia. Fez-se o em­ terio e a morte com o auxilio de al­ préstimo. Gravou-se o assucar bra­ gumas formas grammaticaes. sileiro. Vieira deixou o dinheiro em Contra todos os importadores de Portugal e nos trouxe a lábia, consciência enlatada. A existência Perguntei a um homem o que era palpável da vida, E a mentalidade o Direito. Elle me respondeu que era a garantia do exercício da pos­ prelogica para o Sr. Levy Bruhl O espirito recusa-se a conceber o sibilidade. Esse homem chamava-se estudar. espirito sem corpo. O antropomor- Galli Mathias. Comi-o fismo. Necessidade da vaccina an- Queremos a revolução Carahiba. tropofagica. Para o equilíbrio contra Só não ha determinismo - onde ha Maior que a revolução Francesa. A as religiões de meridiano. E as in­ mistério. Mas que temos nós com unificação de todas as revoltas ef- quisições exteriores. isso? ficazes na direcçâo do homem. Sem nós a Europa não teria siquer a sua Continua na Pagina 7 Revista de Antropofagia SEIS ROETAS

PBDRO-JUAN VIQNALE — Sen- A ascensão de Jorge de Lima é «ma Henrique de Resende, Rosário Fus­ tímiento de Germana — Buenos delícia. De soneto Acendedor de lam- co e Ascanio Lopes — Poemas — Cataguazes — 1928. Aires — 1927. peSes ao poema Essa negra Fulfl. Su­ jeito inteligente como poucos soube pro­ E' a gente simpática da Verde de Ca­ taguazes. Os versos são de uma ternura forte e curar e achou. Abençoado Manuel Ban­ deira. Livro naturaline-nte desigual puxando grave. Muito differente daquele picguis- para três lados. mo rimado dos poetas que sussurram no Dos Poemas eu separo G. W, B. R. Henrique de Rezende é o mais velho da rimado dos poetas que sussurram no Gostosura de lirismo vagabundo, alegre, levado dos diabos. Dá vontade na gente turma. Engenheiro rodoviário vai anotando ouvidinho da amada. Pedro-Juan Vignale, nas margens do caderno de medições e maestro e entomólogo, ama á moderna. de repetir a viajem tendo o poema bem guardado na memória. Separo esse por de cálculos os aspectos dos caminhos que E poeta á moderna. Seus ditirambos em êle abre honra de Germana não são declarações ser o meu predileto. Mas não o único de namorado bisonho: antes de que tem notável. Rio de Sáo Francisco também como um corda me de veias me agrada bastante. Bala de Todos os fé convencida e invencível num senti­ no corpo adusto Santos, Santa Dica, Floriano-Padre Cf- da terra inhospita. mento muito alto mas palpável. Nada de cero-Lampeão' igualmente têm cousas dúvidas cruciantes ou queixumcs suspi­ que a gente não esquece. Principalmente Não sei se como engenheiro é bom rados. Nenhuma alusão á morte salva­ o primeiro. E do magnífico ChangA pula poeta. Mas sei que como poeta é bom dora. um bodum danado, rebenta um ritmo engenheiro. Seus veisos são solidamente Através da mulher o poeta ama a terra infernal. Inútil querer resistir. construídos sobre leito bem empedrado. onde ela nasceu: esta terra. Sentir uma De vez em quando uma descaida sen­ Nem falta o rolo compressor de uma é sentir a outra. timental ou pueril, livresca, oratória ou auto-crítica severa. E esses caminhos têm conceituosa que desaponta mas não as­ sombras para a gente repousar a vista En tus manos ávidas tonta da luz das paisagens. A ermida por traes sombra. Porque não é assim tão facil­ mente que se Tompe com certos cacoetes exemplo: tão comovente e tão . los cielos dei Brasil literários. Não vê. A cousa é dura como Rosário Fusco é um menino. Está quê. Não tem importância: Jorge de Li­ dito tudo: mistura timidez com audácia, Ouvindo a voz cállda de trópico é brutalidade com ternura, larga o esti­ que êle vê ma está ficando cada vez mais escovado. Por isso duvido muito que em seus livros lingue para choramingar no colo de um afecto bom. Tem talento. Quanto a isso esa tarde paulista futuros apareçam versos como Oraç&o, Meninice, Poemas dos bons fradinhos, não pode haver dúvida. Tem talento, von­ exprimirse tade de acertar e uma desenvoltura ótima «obre ei Tietê Essa negra Fulô. E' das cousas mais .marcantes que a poesia nordestina poeminha — Sala de gente pobre — do Esse contracto de poeta, tão profun­ nos tem enviado de muito tempo para qual tomo a liberdade de suprimir o últi­ damente vigoroso com o tema lírico Bra­ cá. Essa negra Fulô sim. Bole com a gen­ mo verso: sil ainda nos dará (penso eu) muita cou- te. Pinica a'sensibilidade da gente. Em­ Um banco. sa ótima. bala o sensualismo da gente. Canção e Uma mesa. história da escravidão sem querer ser. Um quadro: Nossa Senhora JORGE FERNANDES — Livro de Poesia boa, cheirosa, suarenta, apetito- Outro quadro: São José.... poemas — Natal — 1927. sa, provocadora. Um lampeão. Nem ambição de mais coisas. A poesia de Jorge Fernandes machuca. Ora se deu que chegou Deante dela fica-se com vontade de gri­ (isso já faz muito tempo) Os defeitos de Rosário Fusco são de­ tar como o próprio poeta na Enchente: no bangüê dum meu avô feitos de quem tem dezesete anos. Em Lá vem cabeçada... uma negra bonitinha geral porque há alguns mais graves que chamada negra Fulô podem virar crônicos se não forem cura­ E vem mesmo. Poesia bandoleira, vio­ dos logo: linguagem meio cá meio lá, lenta, golpeando a sensibilidade da gente quedazinha paTa o lugar-comum, imagem Essa negra Fulôt que nam o tejú brigando com a cobra: de efeito, final arranjadinho. E outros Léxo! léxo t Essa negra Fulô! mais. Porém eu já disse e repito que em Ao lado disso uma afeição carnal e Rosário Fusco a gente pode ter sem medo selvagem pela terra sertaneja como de­ muitíssima confiança. monstra entre outras a explêndida Can- O' Fulô? O' Fulô? (5o do inverno. E. feitio rjide de dizer (Era a fala da Sinhá Ascanio Lopes também é menino: me­ as cousas. Jorge Fernandes tem a mão chamando a negra Fulô) nino malicioso, gozador, cheio de suben­ dura: tira lascas das paisagens que caem Cadê meu frasco de cheiro tendidos. O principal defeito dele é o mes­ nas unhas dele. MSo de derrubar sem du­ que teu Slnhô me mandou? mo de Rosário Fusco: a idade que tem. vida. Aquella mesma trabalhadeira e lí­ — Ah! foi você que roubou! Daí, apesar dele ser brincalhão, certas rica Mio nordestina que dá o nome a Ah I foi você que roubou! puerilidades sentimentais, o desejo crian­ uma de suas poesias mais características. ça de SCT acarlnhado e o tema tristeza soando falso nas poesias dele. Outra cousa: Jorge Fernandes fala uma língua que nós do Sul ainda não com­ O Sinhô foi açoitar A mata é grande demais para o fogo preendemos totalmente mas sentimos ad­ sosinho a negra Fulô. pegar caracteriza bem a sua maneira boa: mirável. Eu pelo menos não percebo tre­ A negra tirou a saia Na modorra enorme do sertão chos e trechos de várias poesias suas. e tirou o cabeção, os empregados trabalhavam nos eitos da No entanto gosto deles. O poema Avoetes de dentro dele pulou [roça por exemplo (não sei se por causa da nuinha a negra Fulô. Cantando cantigas ingênuas. construcção particularfssima de certas Mas do lado da serra, lá longe, começou frazes) espanta como o desconhecido. E Essa negra Fulô! [a subir fumaça é bonito que só vendo. Essa negra Fulô! e as chamas tampaTam as arvores da O autor do Livro de poemas eviden­ [mata. temente está passando por um período O' Fulô? O' Fulô? O feitor disse que era uma queimada que doído de auto-crítica de que sairá melho­ Cadê, cadê teu Sinhô [saltara o aceiro. rado com' certeza. Êle mesmo reconhece que Nosso-Senhor me mandou? Ninguém pensou em apagar o fogo. isso e caçoa de suas remmiscências par­ Ah! foi você que roubou No céu os gaviões gritavam assustados. nasianas. Daí uma porção de pequenos foi você, negra Fulô! defeitos nas vésperas de completo- ­ _ Ascanio Lopes não deve abandonar parecimento. Ou eu muito -me engano. Essa negra Fulô! - esse seu feitio de gozador a seco. O pessoal da Verde é portanto uma JORGE DÈ LIMA — Poemas e Essa negra Fulô. Pretinha do infermo. surpresa excellente e cuja excelência de Essa negra Fido — Maceió — Essa negra Fulô. hoje em deante não mais surpreenderá 1927 « 1928. ninguém. A. de A. M. A. de A. M. Revista de Antropofagia

POESIA

(Especial, pára a "Revista de Antropofagia")

FOME

Em jejum, na mesa do "Café Guarany", O poeta antropófago rima e metrifica o amorzi- [nho de sua vida. Elle tem saudades de ti. Elle quer chamar "ti" de: estranha — voluptuo- [sa — linda querida. Elle chama "ti" de: gostosa — quente — bôa [— comida.

Guilherme de Almeida.

A LÍNGUA TUPY — PLÍNIO VALGADO

A LÍNGUA TUPY mado como idêntico ao homen europeu, também. Liga-se o estudo dos Idiomas á não resta a menor duvida. Basta ver-se própria historia do homem. Depois de A língua tupy deve ser estudada com envergando o habito de Christo, e com o Lamarck, G. de Saint Hilaire, Darwin e um novo critério. A contribuição de todos titulo de Dom, que lhe concede Felippe Spencer, estes assomptos tomam um ou­ os que escreveram grammaticas e dic- IV, o sr. Antônio Camarão, Poty de nas­ tro aspecto. A ultima tentativa para redu­ cionarios do idioma falado pelos nossos cimento. .. Aliás, uma bulla papal jà de­ zir o indio á forma européa, é, talvez, a selvagens é certamente muito valiosa, e clarara, após a descoberta do Novo Mun­ do nosso chamado indianismo, expressão serve-nos hoje de inicio para as nossas do, que todos descendiam de Adão e Eva. do romantismo em nossa literatura. Mas procuras curiosas. Mas os que estudaram Os que estudaram o tupy, desde aquelles essa preoecupação lamartinizante dos o tupy, nos primeiros séculos da colo­ tempos, não podiam ter outra orientação nossos poetas e romancistas teve a van­ nização inspiravam-se num critério arca- que não fosse a do seu século e a das ne­ tagem de chamar a gttenção brasileira dico, do mesmo modo que, considcando c cessidades prementes. para o bugre, cercal-o de uma sympathia indio, tomavam-no sob o ponto de vista Muita gente depois veio estudando a através da qual pudéssemos chegaT a elle da catechese. Período de Anchieta, depois lingua de nossos Índios, mas com um cri­ e pesquizal-o melhor. E como esse mo­ de Montoya, de Filgueiras. E é preciso tério pratico. São subsídios curiosos. vimento de Gonçalves e José de notar o caracter, de utilidade pratica im- Abanheenga, quer dizer, lingua de homem, Alencar representa o primeiro passo para mediata, desses estudos, naquella época. lingua de gente, chamavam os tupys á uma comprehensão melhor do indígena, O jesuíta tinha necessidade de unificar, sua lingua. 0 missionário foi unificando, é justo perdoarmos a esses escriptores os tanto quanto possive!, as línguas, num systematizando as pequenas modalidades prejuízos inherentes ao seu tempo. E é typo geral que servisse aò imperialismo no nheengatú, ou seja lingua bôa. Donde preciso também registrar que, no meio catechista. E a necessidade da compre- nasceu o tupy-guarany. As outras tribus de muita phantazia, ha expressões fieis hensão urgente entre catechumenos e ficaram falando o seu nheengahyba, lin­ da psychologia selvagem em muitos tre­ evangelizadores. Essa preoecupação uti­ gua ruim. Ruim porque não se submettia chos da poesia e do romance românticos. litária não podia ter sinão uma orien­ á reducção clássica do nheengatú. A opinião do nosso historiador Porto tação grammatical. E sendo o typo hu­ O critério scientifico para o estudo Seguro (Vamhagen), tão hostil á pobre mano dos conquistados reduzido peio do­ raça dominada, vem logo contrabatida gma á equivalência intrínseca do con­ das línguas americanas procede de Mar- tius e da sua classificação. O ramo bra­ pela sympathia de Couto de Magalhães, quistador, passava para um segundo pla­ de Barbosa Rodrigues, de Baptista Cae­ no o estudo do seu espirito e do 3eu ins- sileiro, que vem denominado na classifi­ cação de Frederico Muller "grupo tupy- tano a cuja obra podemos juntar o que tineto, e da lingua do gentio só se to­ tem feito Theodoro Sampaio, Cândido mavam as conclusões finaes, formas paci­ guarany", é dividido por Martius em nove galhos. Parece-me que ha, dahi por dian­ Rondon, Alarico Silveira, e outros. ficas passivas da traducção. Que o indio, Novos aspectos nos interessam hoje como valor psychologico e social era to­ te, uma curiosidade maior em relação ás línguas selvagens. E em relação ao indio. na lingua dos nossos selvagens O da «rl- (Continua na pag. seguinte) 6 Revista de Antropofagia

A LINGUA TUPY - (Continuação)

gem, o da sua significação como expri­ não simplesmente representativa de per­ que também, com certeza, depois de feitas mindo um estagio humano, e, sobretudo, cepções auditivas, mas como representa­ as expressões iniciaes, a lingua selvagem a intima communhão cósmica, essa espé­ ção de relações entre os sentidos e os soffreu os metaplasmas a que nenhum cie de intercomprehensão, de intersensi- dois mundos, c objectivo e o subjectivo. idioma póde-se furtar. Houve, por certo, bilidade e correspondência dos elementos Donde se origina a generalização das si­ transposições, elisões, figuras de dimi­ idiomaticos representativos dos objectos, gnificações, a analogia que vae ampliando nuição ou de augmento, modificações (substantivo) das acções (verbos) c das a funeção representativa dos vocábulos, prosodicas sensíveis obedientes a ljis cli- circumstancias, (adjectivos e advérbios) ou das syllabas. Analogia que obedece matericas, cósmicas e históricas, e de tal que resumem toda uma syntaxe primi­ a um sentido sensorial, ou a uma lógica forma que se contavam dezenas de diale- tiva, que prescindia de -preposições e sentimental. Isso tudo estabeleceu muita ctos na época da descoberta. Accrescen- conjunções, primeiras moletas da deca­ confusão entrt os que primeiro estuda­ te-se a isso a obra unificadora dos je­ dência na funeção creadora das línguas. ram as linguas dos nossos aborígenes. suítas, as influencias hespanholas, por- A hypotese onamatopaica de Heber, a Porque não tinha sido interpretado o tuguezas, francezas e tapuyas. De medo das interjecções de Horhe Tooke, a do sentido dessas línguas, de homens pri­ que a documentação desta hypothese se poder inherente á natureza humana, de mitivos, em plena idade da pedra lascada. torna mutto difficil. A hypothese é apenas Max Muller, a matéria debatida por Con- para mostrar o espirito que possivelmente Quando, com Raul Bopp, comecei a ine presidiu a formação da lingua tupy. dillac. Leibnitz. Locke, são indicações interessar por estes assumptos, estimu­ curiosas para indagações mais remotas, lados ambos pelas nossas conversas com Pa, pe, pi, po, pu, traz sempre idéa de e hoje, pelo menos, nos fazem meditar Alarico Silveira, demos para fazer varias superfície, ponta, extremidade, contacto, sobre o acervo léxico das raças que fo­ "descobertas". Não sei até que ponto contorno, revestimento, limite. Sendo su­ ram desapparecendo em nosso continente. podem ellas ter valor. Em todo o caso, perfície, também é tudo o que se refere A própria origem do "honras americanus", são caminhos Dará melhores averi­ a plano, por exemplo a pequenez, a cha- pensamento que nos perturba diante da guações. teza. que s: confunde quasi com a su­ Lagoa Santa ou dos Sambaquis de Igua- perfície. Donde peua, ou peba, que signi­ pe; ou na consideração phantasiosa dos Por exemplo: onde entram as exnros- fica chato, liso. Cachorro pequeno é chronistas das possíveis migrações trans- sões taj te, ti, to, tu, quer dizer que a yaguá-peua, ou yaguá-peba. Mas expri­ oceanicas precolumbianas; o senso das cousa é dura de tinir. Ita — pedr.t, fer­ mindo esta consonância também ponta, edades, a edade da nossa terra, tu Io isto ro; ibitii, — montanha, de ibi-terra,'e tu, extremidade, coisas tão relacionadas com se prende, de certa forma, ao estudo do coisa dura, tesa; cunhatan-muihcr vir­ superfície, (é a lógica intima das inter- nosso indio e da sua língua, e o assum- gem, de cunhí-mulher, e tan-coisa dura, correspondencias sensoriaes) o indio cha­ pto é hoje multo mais suggestivo. tesa (os seios, naturalmente); taquara- canna de bambu, de ta-duro, e quara-ôco; ma a aza do pássaro pepu, as mãos do Porém, principalmente depois das hy- tátá-fogo, provavelmente porque é do homem, po, ou pu, Pela mesma razão, as potheses de Freud, da sua interpretação atricto de coisas duras que sáe fogo, e o cousas que revestem levam essa conso­ pela psychanalyse da vida social dos po­ indio não conhecia mesmo outro proces­ nância. Pelle é pe, ou pi. Como vimos, vos primitivos ("Totem et Tabou"); de­ so de fazer fogo, aliás velho processo que re-re, ou riri são formas do plural. Dahi pois do cansaço das civilizações de que vinha desd« os primeiros sambaquis de vem piriri, ou perere, muitas peites, por­ a Europa presente è uma grande expres­ Iguape, ou desde o homem de Lund; ou que a pelle quando irritada dá a idéa de são; e ao despeitar de um século em que de Amegliino, segundo a descoberta feita que se multiplica em multas pellezinhas. o senegatez confraternizou com o""pOilu", pelo incançavel Ricardo Croner. Pelo menos é a sensação que se tem, e Josephina Backer lançou os requebros quando nos sentimos arrepiados. Por­ yankees do Zanzibar, — é depois de tudo Como sabemos, água é hy, ou ig. Quem tanto, perereca, ou piriríca significam es­ isto que ha. um novo interesse, e, por­ nos dirá que pedra, ita, não vem da cir- tremecer. Ligada essa idéa ao ar, ao ven­ tanto, deve haver um novo critério para cumstancia de estar'sempre a pedra liga­ to, ás folhas das arvores, e finalmente a o estudo da nossa lingua tupy da á água, nas minas, nas grutas, no mar, outros rumores da natureza, temo.! a si­ ou em luçta, ou em paz? Seixos que gnificação também empregada de sus- A doutrina da equivalência espiritual, rolam, pedregulhos, granitos e basaltos Isurrar, sussurro. Mas pe é, principal­ denominação que poderemos dar ao pon­ emoldurando as cachoeiras, penedos no mente, a .expressão do contacto entre os to de vista catholico do inicio da colo­ mar, tocas onde nascem os córregos... sentidos e os mundos subjectivo e obje­ nização brasileira, assume hoje um novo ctivo. Donde a significação de super­ aspecto. E' a equivalência das forças ori- Espuma é tii. Porque a espuma se ori­ fície, de contorno, de véo ou pell» Por ginaes humanas, denominador commum gina de choques, de violências. E tudo o que isso, petuna (pelle ou véo preto) quer de todas ai raças.. é forte, ardente, traz, por analogia, o t dizer noite. Mas é á noite que se repousa Tal, raiz que arde, gengibre; tainha, den que se dorme, portanto, pituú é o verbo , A tendência primitivista das nossas tes; tatarana, insecto que queima; tlqui­ artes modernas, como das formas da ci- repousar. E o em que se descança ra,. aguardente, pinga; tainha, caroço, se­ (domingo ou feriado) é para o indio tam­ viKzação moderna, o próprio primitivismo mente (analogia de dente); tacunhg, desta éra nova, que Keyserling denomina bém pituú. Esta consonância,,exprime, membro sexual do macho (tá, duro- também, por essas intimas analogias o a éra do chauffeur, tudo isto nos jeva cunha, mulher); tacape, arma de ma- ás mais intimas confraternizações com o rebentar das superfícies. Assim, temos 'tar, etc. pororoca, pipoca, pereba, puca, (quebrar, elemento humano em suas expressões ini- i ciaes. Vem dahi a comprehensão mais estalo de onde arapuca, ara-ave; e puca- A consoante t, lembrando tudo o quebrar).. Pelo que vimos, pelle piriricada perfeita que teremos da lingua dos po­ que é duro, forte, violento, traz sempre vos primitivos. quer dizer pele que salta irritada. Tudo idea de atricto, como se vê em táti, fogo, o que salta, estrebucha, é perereca. De A nossa Hngua tupy, não a devemos em tu, espuma. Por isso, tlquira. Pois tudo onde vem o Sacy-perere, ou perereg. Mais estudar mais com um senso grammati- d que é qui significa coisa meuda. Ti é forte do que piriríca, é, porém, tirirlea, cal, philologico, mas com um senso humano. violência que o fogo exerce para distil- P'Io que ja vimos do valor de t. Por­ 0 idioma, ou os idiomas falados pelos lar a aguardente, que vae sahindo aos tanto, "ficar tirirlea", expressão que povos americanos precolombianos repre­ pingos, qui. E temós também Quiriri, ou usamos tanto, dá perfeitamente idéa do sentam uma verdadeira eucharistia: o quirirlm, que quer dizer muitos metidos, estado do indivíduo que estremece com homem commungando com a natureza. do mesmo modo que quirera. Como se violência, ou da pulos de raiva. sabe. o plural em tupy, entre suas varias E' sob este ponto de vista que deve­ formas tem a da repetição de rere, ri-n. ' mos tomar os elementos verbaes poly- Em outros artigos arranjaremos exem­ ryntheticos da lingua dos nossos selva­ plos interessantes, não só do ponto de gens. Veremos desdobrar-se aos nossos Isto dito, vejamos Mantiqueira, o nome de nossa grande serra. Man quer dizer vista das analogias sensoriaes, como ago­ olhos através de cada palavra, de cada ra, mas das sentimentaes, que revelam raiz, toda a alma do nosso indio. ver, enxergar. Tiquera, ou tlquira, quer dizer meudos, pequeninos, razurado, pul­ operações psychologicas mais difficeis. Tenho observado — pelos pouquíssimos verizado. O indio, naturalmente, do alto e ÍO SÓ para mosi conhecimentos que tenho do tupy — que da serra, via tudo diluído na distancia „„?°Í \ ™

Portugal vestiu o selvagem. Cumpre despil-o. Para A "Descida" Antropophaga que elle tome um banho daquella "innocencia conten­ te" que perdeu e que o movimento antropophago agora A "descida" agora é outra. lhe restitue. O homem, (falo o homem europeu, cruz O Autor credo!) andava buscando o homem fora do homem. E de lanterna na mão: philosophia. Ha quatro séculos, a "descida" para a escravidão. Nós queremos o homem sem a duvida, sem siquer Hoje, a "descida" para libertação. O Dilúvio, foi o a presumpção da existência da duvida: nú, natural, an­ movimento mais serio que se fez no mundo. Deus apa­ tropophago. gou tudo, para começar de novo. Foi intelligente, pra­ Quatro séculos de carne de vacca! Que horror! tico e natural. Mas teve uma fraqueza: deixou Noé. O movimento antropophago, — que é o mais serio (a) OSWALDO COSTA. depois do Dilúvio — vem para comer Noé. NOE* DEVE SER COMIDO. VISITA DE SÃO THOME' Penso que não se deve confundir volta ao estado natural (o que se quer) com volta ao estado primitivo Quando a Bahia não se chamava Bahia, (o que não interessa). O que se quer é simplicidade e muito antes de Pedro Alvares Cabral, São Tho- não um novo código de simplicidade. Naturalidade, não mé foi lá um dia. manuaes de bom tom. Contra a belleza canonica, a bel- leza natural — feia, bruta, agreste, barbara, iMogica. Não sei se foi por acaso ou para vêr. Mas Instincto contra o verniz. O selvagem sem as missan- viu. gas da cathechese. O selvagem comendo a cathechese. Viu e protestou contra as coisas que viu. Os PEROS que ainda existem entre nós hão de Fez um discurso cheio de conselhos que os sorrir por seus dentes de ouro o sorriso civilisado de indios escutaram de boceas abertas: que, reagindo contra a cultura, estamos dentro da cul­ tura. Que besteira. O que temos não é cultura euro- Que era preciso adorar a Deus, fugir do de­ péa: é experiência delia. Experiência de quatro séculos. mônio, não ter mais que uma mulher. Conselhos Dolorosa e páo. Cem Direito Romano, canal de Veneza, bons. julgamento synthetico a priori, Tobias, Nabuco e Ruy. Emquanto falava, fazia nascer da terra a O que fazemos é reagir contra a civilisação que inven­ planta da mandioca e a bananeira que ainda tou o catalogo, o exame de consciência e o crime de de­ floramento. SOMOS JAPY-ASSU': hoje dá bananas de São Thomé. "Ce venerable vieillard Japi Ouassou fut merveil- Então os indios gostaram. leusement attentif, comme tons les outres Indiens lá Quando São Thomé, cansado, sentiu que presens aux discours susdicts á quoi il replique ce qui devia acabar, acabou com estas palavras: s'ensuit. Je m'estonis extremement 'de vous voir et me —E não comam nunca mais carne de gente! manqueray á tout ce ie vous ay promis. Mais ie me es- Então os indios não gostaram. Avançaram. tonne comme il se peut faire que vous autres PAY ne vouliez pas de femmes. Estes vous descendus du Ciei? Quizeram comer o santo. Estes nays de Pere et Mere? Quay donc! n'estes pas Felizmente São Thomé corria mais do que mortels comme nous ? D'ou vient que non seulement elles. vous ne prenez pas de femmes ainsi quê les autres Fran- Chegou na beira da praia, deu um passo de çois que ont trafique avec noüs -depuis quelque quarante meia légua e foi parar numa ilha onde não tinha et tant d'années; mais ancore que vous les empechez maintenant de se servir de nos filies: ce que nous esti- selvagens. mions a grand honeur et grandheur, pouvans en avoir (Quem me ensinou isto foi Frei Vicente do des enfans". Salvador...) (Claude d'Abbeville—"Histoi- re de Ia Mfssion des Péres ÁLVARO MOREIRA. Capucins en 1'Isle de Mara- gnan et terres circonvoici- nes.") NOTA INSISTENTE

Contra o servilismo colonial, o tacape inheiguára, Neste rabinho do seu primeiro numero a "gente de grande resolução e valor e totalmente impa­ "Revista de Antropofagia" faz questão de repe­ ciente de sujeição" (Vieira), o heroísmo sem rosrta de tir o que ficou dito lá no principio: Commendador dos carahybas, "que se oppuzeram a que Diogo de Lepe desembarcasse, investindo contra as ca­ — Ella está acima de quaesquer grupos ou ravelas e reduzindo o numero de seus tripulantes" tendências; (Santa Rosa — "Historia do Rio Amazonas"). — Ella acceita todos os manifestos mas não Ninguém se illuda. A paz do homem americano bota manifesto; com a civilisação européa é paz nheengahiba. Está no — Ella acceita todas as criticas mas não faz Lisboa: "aquella apparatosa paz dos nheengahibas não critica; passava de uma verdadeira impostura, continuando os bárbaros no seu antigo theor da vida selvagem, dados á — Ella é antropófaga como o avestruz é co- antropophagia como dantes, e baldos inteiramente da milão; luz do evangelho." — Ella nada tem que ver com os pontos de Como se vê, facilimo ser antropophago. Basta eli­ vista de que por acaso seja vehiculo. minar a impostura. A "Revista de Antropofagia" não tem Foram estas as conseqüências dos versos ruimzi- zinhos que Anchieta escreveu na areia de Itanhaen: orientação ou pensamento de espécie alguma: Ordenações do Reino, grammatica e ceia de Da Vinci só tem estômago. na sala de jantar. E não houve ainda quem comesse A de A. M. Anchieta! R. B. ANNO I - NUMERO 2 500 rs. JUNHO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia etc. de RAUL BOPP

ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.» PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° I.269 SAO PAULO

INCITAÇÃO AOS CANIBAIS imenso: país descoberto por acaso é justo que continue entregue ao acaso dos acontecimentos. O atraente parteiro, professor, acadêmico e Mesníoj porque a gente não tem tempo para per­ orador doutor Fernando de Magalhães esteve há der com bobagens: Camões absorve todos os mi­ dias em São Paulo onde falou sobre o feminismo, nutos inteligentes. deu uma lição de obstetrícia e concedeu uma Esse antropófago que vem desde o nasci­ entrevista. mento desta terra (há um testamento de ban­ É essa entrevista que merece ser conhecida. deirante escrito numa folha manuscrita do Os O doutor Fernando fêz nela a apologia entusias­ lusíadas) devorando com delícia as gerações mada da Sociedade Brasileira de Educação. Socie­ nacionais precisa por sua vez ser deglutido. É dade benemérita, sociedade utilíssima, sociedade urgente pôr boi tão gordo na boca da sucuri bra­ isto, sociedade aquilo. A prova? Aqui está (pa­ sileira. E que sirva de aperitivo a Sociedade lavras textualíssimas): A biblioteca da Associa­ Brasileira de Educação. Para. rebater, a sobre­ ção — acentuou — ê o que há de mais perfeito mesa será o doutor Fernanda que é manjar no gênero, como ordem e como método na sua doce e fino. Antônio de Alcântara Machado organização. Uma de suas secções, por exemplo, a biblioteca infantil, exigiu um trabalho enorme O ESTRANGEIRO de paciência e perspicácia. Necessitou-se de um Eu encontrei um homem vermelho inquérito entre as crianças para se saber quais 'os Falando uma lingua que eu não sabia... livros preferidos, chegando-se a resultados estu­ Pelos seus gestos entendi que ele achava Minha terra muito bonita. pendos. Uma criança de 12 anos, por exemplo, Apontava p'ra luz do sol muito forte... a qual perguntou-se qual o livro preferido, res­ P'ras arvores muito verdes... pondeu, prontamente: "Lusíadas" de Camões. P'ras agitas muito claras... P'ro céo muito claro... Ora, ora, ora, ora. Que brincadeira é essa? Então o raio do menino com doze anos de idade Eu tive vontade que cie entendesse a minha fala P'ra lhe dizer: já é assim tão imbecilzinho que prefere Camões a Conan Doyle? E é isso que se chama resultado — Marinheiro provera Deus que você fosse Pelos nossos sertões... estupendo? Você via os campos sem fim... O doutor Fernando quiz troçar com a gente. As serras tirriives todas cheias de matos... Os rios cheios muito bonitos... Não tem que ver. Menino que chupa Camões Os rios secos muito bonitos... como se fosse pirolito de abacaxi não é menino: é Você comia commigo umbuzada gostosa... monstro. Mas que monstro: toda uma coleção O leite com girimum... Curimatan fresca com molho de pimenta de cheiro... teratológica. É também para guris desse quilate Você via como a gente trabalha sol a sol (e não SÓ para OS peraltas) que existe chinelo Esquecido da fome e esquecido das coisas i , . Bonitas de seus mundos.. de sola dura. Ver como vaqueiro rompe mato fechado E se lasca perseguindo a rês PÕe a gente triste verificar que um fenô­ Por riba dos lagêdos meno assim é como não podia deixar de ser bra­ Chega os cascos federem a chifre queimado... sileiro. Já nò grupo escolar a molecada indígena Ver o vaqueiro planta a mão na bassoura da rês E ela virá mocotó... ouve da boca erudita de seus professores que o Brasil foi descoberto por acaso e Camões é o — Marinheiro, se você soubesse a minha fala Eu haverá de levar você p'ro meu sertão... maior gênio da raça. A molecada cresce certa (Natal) . dessas duas verdades primarciais. Daí o mal Jorge Fernandes

"ESPÉCIE DE AFERRAÇÃO MENTAL, QUANDO ANTROPOFAGIA: SE DÁ NO HOMEM CIVIL1SADO". ÍDR FREI DOMINGOS VIEIKA-GRANUE DICCIONARIO PORTUGUEZ) Revista de Antropofagia

LÍRICA IDIL-IO

Um repórter modelo de certo jornal paulista, conse­ A ELEITO SOARES guiu sensacional reportagem na cadeia publica. Para lá O meu amor, rapazes, sntrar recorreu a um meio muito simples; boliu com grilos (os mais pelintras, aqueles que usam polainas que é uma lindeza de morena bonita foram brancas e luvas furadas na ponta dos dedos) das matas de minas gerais! resultando para ele tremenda surra, seguida de alguns De dia meu amor vai pro serviço cantando cantando! dias de cana brava. e que friume não me faz por dentro, gente, vel-a cantar Vamos agora dar a palavra ao exforçado recordista [assim! das reportagens sensacionaes: Meu amor é mais alegre que o sol! ...e na mansão de dores moraes, talvez mais Mais alegre que os córgos da minha terra! profundas do que as dores físicas, deparou- Mais alegre que a passarada da minha terra a cantar! se-nos comovedor espetáculo. Formára-se entre Meu amor disse que gosta muito de mim... as lobregas paredes, entre rexas de ferro e Eu acredito — palavra! — mas desconfio também oortas inexoráveis, um doce, e puro idílio. como bom mineiro que se preza como eu. O mais antigo dos presos, que pelo seu com­ Porém, portamento exemplar gosava de urna! certa a gente não deve botar a mão no fogo não. Dizem... liberdade, apaixonara-se pela mais comportada Eu boto! das detentas. Tinham combinado o casamento, Isto é, eu toco üa mão no fogo para quando saíssem da prisão, e já escolhido mas deixo outra de reserva... as testemunhas. Todos na cadeia se referiam com simpatia ao projeto. Ela aí fora ter por­ (Cataguases) que cometera vários infanticídios, triste fruto — do "Fructa-de-conde" — da época de depravação moral em que vive­ mos e da falta de proteção em que o governo Rosário Fusco deixa as jovens incautas que a vida das gran­ des cidades rodeia de insídias. Êle matara as duas esposas que sucessivamente tivera, a pri­ meira devido a deslizes conjugaes, a segunda por incompatibilidade de gênios. Um dos Homisio padrinhos cortara a mãe dele (padrinho) em pedacinhos. Outro era especialista em1 assas- sínios de tocaia: matara 20 pessoas em 10 dias, Para Raul Bopp até que a policia resolveu tardiamente — como sempre — cortar-lhe a vocação. Etc etc Nesta baiúca Coberta de sapé Continuava por aí afora o exforçado repórter. Não Esteve homisiado o Caburé resta duvida que ele revela um caso de conseqüências inquictantes para almas sensíveis, visto aparentarem as Que matou o Zé Jucá no vaiado. futuras solenidades nupciaes, desfecho possivelmente Passava a passóca antropofágico. E mingau de mandioca, Yan de Almeida Prado Potranca sempre pronta no potreiro Do terreiro. Arisco como uma paca, Picava fumo com a faca, Cuava café no tripé pra beber no coité. ESTE MÊS:

Um cabo escondeu no serrado LARANJA DA CHINA Com um soldado, e com cerrado tiroteio DE — Tiro foi e tiro veiu — Deram cabo, Antônio de Alcântara Machado Cabo e soldado, E Do costado do coitado. MACUNAÍMA Dos CANTOS MUNICIPAIS ' (HISTÓRIA) (Minas) DE Pidelis Florencio Mario de Andrade Revista de Antropofagia ENTRADA DE "MACUNAÍMA"

MARIO DE ANDRADE

No fundo do mato-virgem nasceu Ma- dormindo que a mãi principiasse o traba-' cunaima pediu um pedaço de curauá pro cunaíma herói da nossa gente. Era preto lho. Então pediu pra ela. que largasse de mano porém Jigué falou que aquilo não retinto e filho do medo da noite. Houve tecer o paneiro de guarumá-membeca e le­ era brinquedo de criança. Macunaima prin­ um momento em que o silêncio foi tão vasse êle no mato passear. A mãi não quis cipiou chorando outra ves e a noite ficou grande escutando o murmurejo do Urari- porquê não podia largar o paneiro não. bem diiicil de passar pra todos. coera que a india tapanhumas pariu uma E pediu prá , companheira de Jiguè No outro dia Jiguê levantou cedo pra criança feia. Essa criança é que chamaram que levasse o menino. A companheira de fazer armadilha e .enxergando o menino de Macunaima. Jiguè era bem moça e chamava Sofará. tristinho falou: Já na meninice fez — Bom-dia, cora- coisas de sarapantar. çãozinho dos outros. De primeiro passou Porém Macunaima mais de seis anos fechou-se em copas não falando. Si o carrancudo. incitavam a falar ex­ — Não quer falar clamava : comigo, é? — Ai 1 que pre­ — Estou de mal. guiça I... — Por causa? E não dizia mais Então Macunaima nada. Ficava no can­ pediu fibra de cura­ to da maloca trepa­ uá. Jiguê olhou pra do no girau de pa- êle com ódio e men- xiúba espiando o dou a companheira trabalho dos outros arranjar fio pro me­ e principalmente os nino. A moça fez. dois manos que ti­ Macunaima agrade­ nha, Maanape já ve­ ceu e foi pedir pro lhinho e Jiguè na pai-de-terreiro que força do homem. trançasse uma corda O divertimento dele pra êle e assoprasse era decepar cabeça bem nela fumaça de de saúva. Vivia dei­ petum. tado mas si punha Quando tudo es­ os olhos em dinhei­ tava pronto Ma­ ro Macunaima dan- cunaima pediu prá dava pra ganhar mãi que deixasse o vintém. E também cachirí fermentando espertava quando a e levasse êle no ma­ família ia tomar ba­ to passear. A velha nho no rio, todos não podia por causa juntos e nus. Pas­ do trabalho mas a sava o tempo do companheira de Ji­ banho dando mer­ guê mui sonsa falou gulho e as mulheres prá sogra que "es­ soltavam gritos go- tava ás ordens". E sados por causa dos foi no mato com o guaiamuns diz que piá nas costas. habitando a agua- Desenho de MARIA CLEMÊNCIA — (Buenos-Aires) Quando o botou doce por lá. No mo­ nos carurús e soro- cambo si alguma rocas da serrapi­ cunhatã se aproxi­ lheira o pequeno foi mava dele pra fazer festinha, Macunaima Foi se aproximando ressabiada porém desta crescendo e viruo príncipe. Falou pra So­ punha a mão nas graças dela, cunhatã se vez Macunaima ficou muito quieto sem bo­ fará esperar um bocadinho que já voltava afastava. Nos machos guspia na cara- tar a mão na graça de ninguém. A moça pra brincarem e foi no bebedouro da anta Porém respeitava os velhos e freqüentava carregou o piá nas costas e foi até o pé armar um laço. Nem bem voltaram do pas­ com aplicação a murúa a poracê o torê a de aninga na beira do rio. A água parará seio, tardinha, Jiguê já chegava também cucuicogue, todas essas dansas religiosas pra inventar um ponteio de gôso nas fo­ de prender a armadilha no rasto da anta. da tribu. lhas do javari. O longe estava bonito com A companheira não trabalhara nada. Jigué Quando era pra dormir trepava no ma- muitos biguás e biguatingas avoando na ficou fulo e antes de catar os carrapatos curú pequeninho sempre se esquecendo de entrada do furo. A moça botou Macunaima bateu nela muito. Mas Sofará agüentou a mijar. Como a rede da mãi estava por de­ na praia porém êle principiou choramin­ coca com paciência. baixo do berço o herói mijava quente na gando, que tinha muita formigal...e pediu No outro dia a arraiada inda estava aca­ velha, espantando os mosquitos bem. Então pra Sofará que o levasse até o derrame bando de trepar nas árvores, Macunaima adormecia falando palavras-feias imorali­ do morro lá dentro do mato. A moça acordou todos, fazendo um bué medonho, dades estrambolicas e dava patadas no ar. fez. Mas assim que deitou o curumim nas que fossem! que fossem no bebedouro bus­ Nas conversas das mulheres no pino do tiriricas e trapoerabas da serrapilheira êle car a bicha que êle caçara!... Porém nin­ dia o assunto era sempre as peraltagens botou corpo num átimo e ficou um prín­ guém não acreditou e todos principiaram do herói. As mulheres se riam, muito sun- cipe lindo. Andaram por lá muito. o trabalho do dia. patisadas falando que "espinho que pinica, Quando voltaram prá maloca a moça pa­ Macunaima ficou muito contrariado e de pequeno já trez ponte" e numa page- recia muito fatigada de tanto carregar piá pediu pra Sofará que desse uma chegada lança Rei Nagô fez um discurso e avisou nas costas. Era que o herói tinha brincado no bebedouro só pra ver. A moça fez e que Macunaima era muito inteligente. muito com ela... Nem bem deitou Ma­ voltou falando pra todos que de fato estava Nem bem teve seis anos deram água cunaima na rede Jiguê já chegava de pescar no laço uma anta muito grande ji morta. num chocalho pra êle e Macunaima prin­ de puçá e a companheira não trabalhara Toda a tribu foi buscar a bicha, matu­ cipiou falando como todos. E pediu prá mai nada. Jigué enquisilou e depois de catar tando na inteligência do curumim. Quando que largasse da mandioca ralando na ce- os carrapatos deu nela muito. Sofará Jiguè chegou com a corda de curauá vazia vadeii» e levasse êle passear no mato. A agüentou a sova sem falar um isto. encontrou todos tratando da caça. Ajudou. mãi não quis porquê não podia largar da Jiguê não desconfiou de nada e começou E quando foi pra repartir não deu nem mandioca não. Macunaima choramingou trançando corda com fibra de curauá. Não um pedaço da carne pra Macunaima, só dia inteiro. De-noite continuou chorando. vê que encontrara rasto fresco de anta e tripas. O herói jurou vingança. No outro dia eBperou com o olho esquerdo queria pegar o bicho na armadilha. Ma­ Etc. Revista de Antropofagia UM ROETA Cassiano Ricardo — MARTIM CERERE — S. Paulo — 1928.

Alartim Cereri não è livro inteiramente Cereri a isente verifica isso facilmente: do este ótimo poeminha chamado Lua cheia novo. Há nele várias poesias do Vamos espirito moderno que é universal o poeta n. 1: caçar papagaios (com uma ou outra modi­ aceita pouca cousa. Mas o tema Brasil do ficação ligeira) e outras cujos temas já modernismo o seduz. Boião d* leite que a noite leva foram explorados pelo próprio poeta em Por causa dele chegou a romper com o seus livros anteriores. O mesmo acontece com mãos de treva seu próprio passado literário. Na lista de com certas imagens e certos achados pra não sei quem beber. suas obras publicadas contante do livro verbais. de agora não figuram A frauta de Pan, Isso mostra que Cassiano continua ba­ Jardim das Hespérides e os outros dois Mas que embora levado tendo na tecla Brasil. Permanece o poeta do volumes anteriores a 1925. Esse repúdio muito de vagorinho descobrimento e da colonização sobretudo. aliás não tem razão de ser. E constitue vai derramando pingos brancos Poeta oratório (o que denuncia sua brasi- uma injustiça: A frauta de Pan principal­ pelo caminho... -lidade), e descritivo. Quando oratório ou mente tem versos que são dos melhores do quando descritivo sempre fortemente elo­ parnasianismo brasileiro. Gosto tanto dessa gostozura que ouso qüente. pedir a Cassiano que não se esqueça de O caso de Cassiano Ricardo é um caso Pelo que já ficou dito lá no principio molhar seus livros futuros nesse mesmo á i-arte na nossa literatura actsal. Cassiano é evidente a imposibilidade de criticar Mar- leite gorduroso e cheiroso. Puro lirismo até 1925 foi inimigo violento da reação tim Cereri sem repetir uma a uma as cri­ sem água. moderna. Depois (era fatal) se conver­ ticas (elogios e reparos) que já merece­ Marfim Cereri foi impresso com bas­ teu. Houve nisso um missionário irresis­ ram abundantemente Borrões de verde e tante cuidado. Além disso tem bonitas ilus­ tível : o Brasil. Se o movimento moderno amarelo e Vamos caçar papagaios. trações de Di Cavalcanti. Algumas mais entre nós não tivesse assumido também Eu que mesmo nos novos sempre pro­ que bonitas até: a da capa; a da página uma feição nacionalista acredito que Cas­ curo o novo, o que é novo na novidade 19 e outras. siano continuase inimigo dele. No Marfim deles, me contento em reproduzir aqui A. DB A. M.

BRAZIL MATINAL

A tarde é uma rede vermelha e mole E os nervos da gente esticados como cordas de violão Vibram no fluido de volúpia que garoa devagarzitiho Eu abri a janella Das bandas meio escuras de onde o sol nasce... Uma marrpoza começa a enlouquecer. a respirei fundamente a frialdade (de quem será que eu tenho tanta sodade.) Chorar.. .Ser homem! Não, homem não chora, nãol da manhã. ...a jaboticabeira se estorce Ainda não arranjou pozição pra dormir... (a vida...) Sob risadas de sinos, Aquele mato deve estar cheinho de lobizóme... a cidade brincava de esconder Dcrepente o primeiro apito da coruja! dentro da névoa. Imobilidade. (a gente suspira e pensa no destino...) Silencio. (Rio DK JANEIRO) Mistério; Os fantasmas vestidos de luar dansam... Nossa Senhora, que medo! MARQUES REBELLO (Paraná)

BRASIL PINHEIRO MACHADO Revista de Antropofagia MADRUGADA

Do livro "Colônia Z e outros poemas"

A lancha da lenha vem chegando, ainda escuro, mansa, com a sua tosse miúda de gazolina e o seu motorzinho fumegando na popa.

Vem vindo na volta do rio.

Para traz, os matos cochilam na nevoa da madrugada onde escorre a aza negra dos biguás.

Um silvo claro demora no ar. Chegou.

A lenha veio coberta de folhas verdes, palmas, bambus, e a lancha parou, em silencio, no meio do rio, pequenina, esmagada, como uma formiga orgulhosa.

(Porto Alegre) Rwy Cirne Uma

La irada úel amor paro

Hoy nuestras cabezas está» amparadas por Ia sonrisa larga de los pescadores y ei mistério de Ias guitarras tremulas en Ia fina oración de Ias manos.

Três marineros nos dan Ia alegria de sus ojos azules para Ia victoria audaz de tu amor y el mio!

La frente de un violinista borracho sostiene Ia inquietud de canciones sonadas en el cielo de tu alma.

Las copas e esta noche tienen el alto destino de los suefiosl

Que lámpara le robaré ai mar para Ia gracia dei amor nocturno?

Datne, compafiera mia, Ia fuerza de tu boca que hace sonar Ia campana de nuestras esperanzas!

(Mohtevideo) NICOLA/ S FUSCO SANSONE Revista de Antropofagia

FIM DA UNHA SERENATA

Esse arrabalde chora. Cada casa € um Alguém anda soltando a lua como um leproso implorando a água, do cio. Bibó- cas immundas, ranchinhos com cercas e balão cor de rosa lã nas ilhas fronteiras. paredes de lata velha, remendados a tra- Evem a lua. Cáe balão 1 Não cie. A lua pos, empastados de barro secco. Buracos vae passear no céo. O Guahyba, oleoso, — ventiladores naturaes. Mas ha o con­ escuro, espera que a lua suba mais para forto primitivo da liberdade. Ao fundo, o morro vermelho engole imitá-la, invejando. Sobre o veleiro ador­ tudo na guela do barranco. mecido, um fanal sangra. Voz encacha- Gira e vira a hesitação sentimental de çada arranha a noite: um catavento que me faz recordar o Mar- cello. Gama. Meu amô, meu triste atnó Sobre uma cerca a impertinencia ama- Que jáááá morreu... rella dos girasoes dourando tudo. Olha o negrinhol Estuda a paisagem. Riscou as canellas finas por causa das Serenata. Flauta, cavaquinho, violão. motucas. Vem crescendo, tremelicando emoções Curru páque pá páque. tremulas nas cordas, bambeando compas­ Anda a roda, criolinho- sos bambos no violão, bebendo na flauta Mulatas lavam roupa semeando no ar­ rolo nuvensinhas de sabão. um gole puro e melodiosa Quando a gente vence a lomba, rola uma Alma dengosa da cidade, melancolia chuva de seixos pela estrada e elles cahem mestiça, geme na rua a queixa dolente, tó em baixo na lagoa morta com um mer­ demdom. gulho, nocturno: glu glu glu. Longe, nos aratnaes, roupa lavada acena: A lua escuta, imraoveL Parece uma lan­ adeus... adeus... terna do cordão "Chora na esquina''.

Do livro "GAIMHSA ÍS BOCA" Porto Alegre AUGUSTO MEYER

BREVEMENTE EM TODAS AS LIVRARIAS: REPUBLICA M arti m - Cererê DOS VERSOS DE ESTADOS Cassiano Ricardo UNIDOS DO BRASIL ESTA NO PRELO: Antologia de 4 poetas mineiros

VERSOS JOÃO ALPHONSUS DE CARLOS DRUMOND DE ANDRADE MENOTTI EMÍLIO MOURA PEDRO NA VA PICCHIA BELO-HORIZONTE - MINAS Revista de Antropofagia PORQUE AMAMOS OS NOSSOS FILHOS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Ignacinho veio pedir-me uma victrola Fiz ver todas esas coisas a Ignacinho. lectivos. Na Faculdade de Medicina, até o como presente do seu próximo anniver- Sem ferocidade, palavra- Minha intenção 6.* anno, seria o modelo dos candidatos a sario. Os últimos acontecimentos não são era feril-o no seu orgulhosinho pubere, morticola. E na vida pratica — Ignacinho de molde a justificar essa pretenção do de modo que elle renunciasse ostensiva­ nesse momento chegou a pensar na vida meu querido filho e companheiro. Presen­ mente á victrola, poapando-me a dor de pratica — seria o morticola mais brilhante tes de anniversario dão-se a meninos bem recusal-a. Eu sou feito do mesmo barro da sua geração, do seu paiz, ido seu con­ comportados., que não trocam as aulas de que se fazem todos os pães, e ás vezes tinente, do mundo. E tudo isso por um pelo futebol, nem as vigílias do estudo meu coração amollece nos momentos mais preço tão pequeno I O preço de uma vi­ pelas do cinema. Ora Ignacinho tem sido sérios. Em minha consciência achava que ctrola Decca, das menores... justamente o contrario desse typo de joven Ignacinho não tinha direito á machina Antes que o rapaz me promettesse maio­ exemplar, que é muito commum no "Co­ falante. Mas e coragem para dizel-o? res absurdos, eu, desarmado, fiz como ração" de Edmundo de Amicis e outros Ignacinho, achando futeis as minhas ra­ Capablanca: entreguei-lhe os pontos. Mas livros estrangeiros, mas que infelizmente zões, reforçou o pedido com a promessa frisei bem: não contasse commigo na hora não parece ter-se dado bem com o clima de dois bellissimos exames parodiados no de comprar os discos. do Brasil. Como pois solicitar-me festas? Gymnasio. Era victrola para lá, exames O capetinha deu uma gargalhada e con­ E dahi Ignacinho não é mais uma cre- para cá. Si eu fechasse o negocio, elle fessou, cynico: ança. Membro do conselho fiscal do Cen­ capricharia nas escriptas e se excederia — Não precisa não, papae. Os discos eu tro dos Preparatorianos e collaborador das nas oraes. Adverti-lhe de que não faria já tenho. Mamãe me deu. Eu falei com paginas de annuncio (as únicas que pres­ mais do que a sua estricta obrigação, pres­ ella que o sr. tinha me dado a victrola... tam) do "Fonfon" e do "Para Todos", tando bons exames das humanidades (elle Astucia, teimosia e senso commercial da elle adquiriu já uma personalidade social diz "deshumanidades") que si não estudara, alma infantil! Ignacinho explorou-me du­ e literária que não se coaduva com as devia ter estudado a fundo. plamente, é certo, pois peto menos- aqui calças curtas nem com as regalias confe­ Mas intimamente, e sem calculo, eu já no sertão, quem paga os presentes da ridas aos frangotes de 13 annos. Rapazi­ tinha cedido um pouco. mulher é o marido. Mas não são essas nho de calça comprida não tem direito a Ignacinho prometeu mais. Prometeu pequeninas coisas que nos fazem amar os mimos infantis. Sócio do Centro dos Pre­ optimo comportamento durante as ferias, nossos queridos filhos? paratorianos também não tem. Poeta ou e infatigavel applicação durante o próximo prosador ainda que incipiente, também não. anno lectivo. Em todos os futuros annos (Bello HorUonte) A LÍNGUA TUPY

Ko meu ultimo artigo falei, em relação mais curiosas. Finalmente, transportando- originado da circumstancia de entrar no á lingua tupy, do que poderemos chamar nos desses phenomenos que mais se refe­ buraco e tapar a entrada da luz. Como se as analogias sensoriaes, que são todo um rem á etymologia, aos da construcção das sabe, a consonância t exprime resistência, mecanismo ampliador do processo onoma­ phrases, iremos encontrar na syntaxe pri­ cousa dura. topaico, que assignala o período creador mitiva dos aborígenes cabedaes interessan­ Vimos, no ultimo artigo, que fogo é da linguagem, o primeiro commercio entre tíssimos para a pesquiza da formação dos tatá, e a nossa hypothese foi a de que os cinco sentidos e os mundos obiectivo idiomas troncos. assim se exprime o elemento igneo, pela c subjectivo. Estes apontamentos, quero repetir, não circumstancia de nascer o fogo do atricto A formação da linguagem é, na verdade, são orientados' por nenhum methodo, nem das cousas duras. Mas o fogo é luz, clari­ um complexo de actos fixados de posse. seguem uma ordem rigorosa. São regista­ dade, por isso a consonância * liga-se ao Linguagem é apprehensão e determinação dos, apenas, de memória, sem a presença phonema a. de phenomenos. Na variedade das circums- perniciosa dos livros e autores absorven­ No tocante ás analogias psychologicas, tancias. tes. Têm elles um caracter exclusivamente encontramos interessante material, que de- Da synthese interjectiva o espirito agudo pessoal, de observações e conclusões pró­ menstra a intima comunhão cósmica dos da emoção retornou ao exame minucioso prias, e si no artigo anterior oceorreram homens primitivos. A lua, por exemplo, é dos factores do conjuncto emocional. A alguns nomes, de autores, foram remini- Jocy. E jacy também quer dizer tristeza. onomatopéa creou os grandes pontos de scencias casuaes de leituras antigas, que de E que é a tristeza sinão um luar da alma? referencia, os elementos primordiaes das certa forma se ligam á matéria. Por outro Mas, temos ainda caruca, que é tarde. expressões directas. A intercorrespon- lado, estas observações devem ser tomadas Vem, provavelmente, de caa, matto, e oc, dencia dos sentidos nuançou essas expres­ com as necessárias restricções, pois são ou uc, morar. O r é evidentemente eupho- sões. Impressões auditivas e visuaes, olfa- apenas illustrações para orientar pesquizas nico. A tarde é, portanto, a que mora no ctivas, palataes e tactivas, controverteram- talvez mais felizes de gente mais compe­ matto. E, na verdade, mesmo quando o sol se, cambiaram-se, ajustaram-se na entro- tente. é mais intenso, ha sempre debaixo das sagem dos instinctos enriquecidos> de expe­ Vejamos algumas curiosidades. O valor copas intrancadas da floresta, a sombra que riências. E a expressão objectiva multi­ das vogaes, por exemplo. Tenho que o se extende pelas raízes. Quando o sol se plicou-se, prismando-se de acepções. phonema o, aberto ou atono,, significa põe, % sombra sáe devagarinho do matto, Vimos, no ultimo artigo, que todas ás sempre proximidade e claridade. O dia e vae se escorregando, extendendo-se do­ cousas duras, resistentes, são expressas é ara. minando a paizagem. Ê a que mora no pela consonância t; e que as cousas extre­ O phonema u exprime distancia. As matto: caruca. Algumas horas depois, mas, as pontas e as superfícies, tradu- cousas distantes são pretas ou azues, por­ quando brilham as citatás (estreitos, mães zem-se na linguagem nascente dos nossos tanto, M significa também essas cores. do fogo), a caruca se transforma em índios pela consonância p- E, a seguir, Donde temos una. A noite é petuna, ou petuna que é o véo negro da noite. desenrolámos todas as conseqüências desse pechtuna, ou pichtuna, que quer dizer véo, Aracy é a mãe do. dia, ou a aurora. Ê a facto. Entre os curiosos resultados do ou pelle preta. mãe porque do seu clarão é que nasce o processo formador da linguagem, encon­ Porque buraco ou cousa ôca é qual 6 sol. Neste ponto a mythologia tupy se con­ trámos a consonância p, que significa ponta, possível que pelo seguinte: onde vae a funde com a mythologia grega. extremidade, como designativa de baixo, consonância q, trata-se de cousa meúda, Entre as palavra» mais lindas dos nossos rasteiro. A aza do pássaro, que attinge as pequena. Qui, é grão, é piolho, e quando índios, está, certamente o nheengare. Nhem grandes alturas é pepé, e as cousas chatas, leva a desinencia frequentativa re-re, Ji é fala, falar. Nhengatú, lingua bôa; nhen- que se confundem com o chão, se designam se sabe que é cousa meúda, em quanti­ gahyba, lingua ruim, fala ruim. Gare è por pe,pèua,peba. Porque o raciocínio se­ dade; quirera. Mas, o que é um buraco, correr. Como se vê em igara (i, água; guiu este caminho: Extremidade quer dizer sinão um espago pequeno, em relação aos gare, correr), que significa canoa, etc. Pois limite; limite determina superfície; super­ espaços em liberdade? Portanto, deveria nhengare quer dizer canto, cantiga, ou fície significa revestimento; revestimento ser qui. Mas a vogai í significa mais seja a fala, a palavra éjue corre: é conjuncto de 'planos. Portanto; planice, cousa fina, subtil. Um páo oü pedra per­ Nhengareçãua é um canto collectivo. Nhe- chateza das cousas que com ella se con­ furados deixam, entretanto, entrar pelo engassú é uma fala grande, um discurso. fundem. .. orifício o ar e a luz, donde vem quá. Muitos outros exemplos interessantes Vastíssimo campo offerece este assum- Porque onde vae o a vae a luz. poderiam ainda ser aqui lembrados. A ur­ pto para estudos curiosos. Estas notas são Perguntaremos: porque ave, pássaro, i gência de entregar estas laudas improvisa­ apenas uma indicação de rumopara a apre­ também ara} Ara é o dia, o conjuncto das das á nossa "Revista de Ahtropophagia" ciação da lingua dos povos primitivos, que cores; óra. os pássaros trazem nas suas não me permittem continuar muito. E, por temos, tão á mão. no Brasil. Agora, si pennas, também todas as cores. Por isso isso mesmo, por ser escripto á ultima hora, passarmos das analogias das impressões o pássaro é o dia. E o dia é o grande o artigo perdeu em methodo, em constru­ para a analogia das emoções, e depois, até pássaro das sete cores... • cção: mas com isso ganhou por ter ficado do raciocínio, indo sempre do mais simples O nosso bicho tatu (é uma hypothese menos preteaeioso... para o mais complexo, as observaç6»s serão apenas) pôde ser que tenha o seu nome PIlHlo Salgado 8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA ii BAHIA IDEAL ASCENSO FERREIRA De uma entrevista da actriz Margarida Max para o Para todos do Rio, n. de 20.8.37: Bahia — Vatapá! "O meu ideal é ter o applauso das Bahia — Carurú! famílias." COMÉRCIO Telegrama de Fortalesa para a Folha Bahia — Acaçá! da Noite de S- Paulo, n. de 11.2.028: Bahia — Oxinxin! "As padarias que se encontravam em greve acabaram com essa situação. Mas — Abará! prometteram que se forem multadas nova­ — Acaragé! mente, por qualquer motivo, mesmo que seja fraude no peso do pão, voltarão a — Efól fechar os estabelecimentos." — Carurú! PRESTAÇÃO DE CONTAS Brasil de besteiras, Declaração na secção livre do Jornal do Brasil travesti, Commercio de S. Paulo, n. de 16.9.924: "No dia 15 de Setembro de 1924, ás Brasil camouflé, 9,15 horas da manhã, encontrando-se, na Te damna Brasil! praça Dr. João Mendes n. 6, lugar esse onde o Snr. Ezequiel Martins trabalhava, Te damna Fetit-pois! sendo até aquella data vendedor do Café Te datnna Macarrão! Assembléa. Te damna paté-de-foie-gras 1 Encontrou um senhor que se chama Paulo Morganti que é um dos proprietá­ Viva o Carurú! rios, com muita exigência relativamente YOYO! a uma pequena quantia em que se achava YAYA! atrazado- O dito reclamante (e dito por ele atrazado), o Ezequiel quiz lhe pagar Eu quero é virar bahiano! o dinheiro que tinha recebido da respectiva freguezia, não querendo o Sr. Paulo Mor­ Eu comi hoje a alma bahiana, na mesa lauta da preta Eva! ganti recebel-a. Ficou por isso muito ner­ Por isso sinto em mim graves tendências de orador! voso, pegando nos talões de recibo e jo- Olhem, ou vou até fazer um discurso! gando-os ao rosto de Ezequiel Martins. La vai tempo: Ezequiel Martins vendo que eram arre­ messados os talões na própria cara, faz ver Meus senhores! ao commercio em geral que nada fica de­ vendo aos ditos senhores sob pena da lei. Recife tem pontes, Eu que o fiz e que o escrevo, e por Recife é bonito, falta de tinta, no lugar onde me acho, Tem "Bois", tem Reisados, pedi para um amigo, por muito favor, Tem Maracatús... para me deixar reconhecer minha tão digna firma, sendo isto.publicado no dig­ Porém o Recife níssimo "Jornal do Commercio". (a) Eze­ quiel Martins." Não tem mais as Evas FESTA NACIONAL De chalés vistosos, Circular da Sociedade Beneficente "Ami­ Vendendo de tarde gos da Pátria' de S. Paulo distribuída — Peixe frito, este ano: — Agulha frita, "Desejando fazer as festas nacionaes de — Siry cosinhado, 13 de Maio como nos annos anteriores que constará: — Pirão de Aratú! A commissão sahirá da sede social ás 8 horas da noite com o seu estandarte de Emquanto a Bahia honra e bandeiras de diversas nacionali­ Tem tudo e inda mais: dades acompanhadas pela banda Musical Tem 365 Igrejas! "S. A. Silex" que percorrerá as ruas cen- — As mais lindas Igrejas do Brasil! traes, cumprimentando as autoridades e a imprensa; em seguida irá para o salão da E tem Rua Barão de Paranapiacaba N. 4, onde haverá sessão solemne e a conferência — Vatapá! feita por um benemérito; em seguida ha­ — Oxinxin! verá leilão de prendas. Terminará com um — Efó! animado baile que se prolongará até ao romper dá aurora, e cujo baile é por — Carurú! pedido de sodas. Offerece-se um convite a todos que au­ Viva a Bahia! xiliarem. — O Presidente-Fundador (a) — Canudos da tradição do meu Brasil! Salvador Luiz de Paula." ORATÓRIA (Recife) Convite para uma conferência realizada em S. Paulo: «ENTRADA Programma a escolher 1." Trabalhar é viver '. O. S. 2.* Impressões da Amazônia 3.* Preta casou com branco e vice versa... A REVISTA DA ANTROPOFAGIA já tem para publicar em 4.' Saber fazer...? Saber amar...? Saber seus próximos números nada mais nada menos do que 37 viver...? poesias: não possue um único trechinho em prosa. 5." S. Paulo e o seu progresso 6.* Os burros também faliam... Ela dirige assim aos novos do Brasil este radlogama des­ Dia — 30 Outubro 1927 esperado. : Salão—Associação 15 Novembro 22 Horas —15,16 h. S. O. S. SOCORRO. ESTAMOS NAUFRAGANDO NO AMA­ (a) LUIZ LEITE ZONAS DA POESIA. MANDEM URGENTE PROSA SALVADORA. "ETHER" será o titulo de uma pro- duccão' literária que de futuro terei de escrever em S. Paulo. A.< DE A. IA. 'IOJOOO," ANNO I — NUMERO. 3 500 RS JULHO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, RUA BENJAMIM COHSTANT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SÂO PAULO

CARNIÇA NO MEIO DO CAMINHO Numa conferência há pouco realizada na Faculdade de Direito de São Paulo Baptista Pereira esguichou um pouco de Cruzwaldina na epidemia positivista que assolou e ainda hoje assola este país condoreiro. Pode parecer No meio do caminho tinha uma pedra bobagem a gente ainda se preocupar com tal cousa. Pode parecer só: porque não é. Nin­ tinha uma pedra no meio do caminho guém está claro vai se dar ao trabalho de com­ bater o positivismo hoje em dia. Mas é preciso tinha uma pedra de uma vez por todas liquidar com esse cadá­ ver que enterrado desde muito na Europa foi no meio do caminho tinha uma pedra. exumado por meia dúzia de fivelas e trazido para o Brasil onde continua empestando o ambiente. Quási todas as tolices iniciais da Repú­ blica a gente deve aos austeros namorados póstumos de dona Clotilde. Assim como entre Nunca me esquecerei desse acontecimento nós sujeito mal cheiroso é para todos os efei­ tos filósofo bastava alguém fazer parte da na vida de minhas retinas tão fatigadas. igrejinha Ordem e Progresso para ser consi­ derado logo sábio, gênio, armazém de virtu­ Nunca me esquecerei que no meio do caminho des, torre de honestidade. Não digo que se coma semelhante carne. tinha uma pedra E' cousa que já a cozinha ref ugou, o cachorro tinha uma pedra no meio do caminho não quiz, os corvos não aceitaram protestan­ do virar vegetarianos caso insistissem. Tam­ no meio do caminho tinha uma pedra. bém deixar na dispensa envenenando as vare- jeirxs não é possível. Daí o melhor é pôr a carniça num tanque de creolina e recambia-la para a Europa. Com este bilhete: Preferimos sardinha. Que marca vocês querem? Amieux, Philippe & Canaud (BELO-HORIZONTE) ou aquela de saudosa memória d- Pedro Fer­ nandes inexplicavelmente desaparecida do mercado desde 1556?

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

"A BARBÁRIE DURA SÉCULOS. PARECE QUE SEJA ELA O NOSSO ELEMENTO: A RAZÃO E O BOM-GOSTO NÃO FAZEM SENÃO PASSAR" D'ALEMBERT- Discurso preliminar da ENCICLOPÉDIA Revístado^Antroppfa^^

BALCÃO INDIFFERENÇA a Oawald de Andrade

Paris — Nova-York — Roma! Cabarets — correria de casarões — arte?

A partir deste número a REVISTA DE O sol de meu paiz tem os longos cabellos de ouro ANTROPOFAGIA publicará gratuitamente As palmeiras do meu paiz são verdes todo e qualquer anúncio de compra e venda íruto* amareiios de livros que lhe for enviado. Nos {roncos humidos das bananeiras vivem curiangos ~" nas folhas molengas passeiam tatouranas cabelludas

LIVROS A' VENDA: Quintaes! Na Livraria Universal (r. 15 de novem­ Amarellos bro n. 19—S. Paulo): — S.Leopoldo — Província de S. Pedro Ouro sobre verde , do Rio Grande do Sul - 2.' ed. Verde e ouro sob azul Monteiro Baena — Compêndio — Pará. c , , , Sob ns palmeiras do meu paiz meu pensamento Nesta redacção: busca sonhos como passos de namorados nas calçadas — Blaise Cendrars — L'Eubage — Com _ , , 5 gravuras de J. Hecht - 1/ ed. - ex. n. 698 ° so1 do meu paiz tem os longos cabeIlos de ouro — 1926 — preço: 15$000. (BELO-HORIZONTE) — Jean Cocteau — Le gfand écart — 1924 — preço: 5$000. ACHILLES VIVACQUA — André Breton — Les pas perdus — 1924 —preço: 5$000. LIVROS PROCURADOS: sahiu e custa A Livraria Universal (r. 15 de novembro ^\J\JXJ n. 19 — S. Paulo) compra, pagando bom o FIOVO IÍVI"0 de preço: — Revista do Instituto Histórico Brasi- ^-R^re^to1-22^»,». •«•••• »f «LCAMAAA MACHADO — Ruy Barbosa — Replica. — Oliveira Lima — D. João VI no Bra­ sil — 2 vs. Além disso, adquire bibliothecas. Yan de Almeida Prado (av. Brigadeiro LARANJA DA CHINA Luiz Antônio n. 188 — S. Paulo) compra: — — Balthasar da Silva Lisboa — Annaes da Província do Rio de Janeiro — em bom estado. n JIJ — Mello Moraes — Chorographia Histo- ™aiaos Para rica -^- 5 vs. . , CAIXA POSTAL Esta redacção compra: KI A of&Q — Simão de Vasconcellos — Vida de Jo- seph de Anchieta.' S 9 O Pâ UIO Revista de Antropofagipofagi a

CONVITE AOS ANTROPÓFAGOS

Meu caro Antônio de Alcântara Machado.

Vocês não estão cumprindo por exemplo, meteu-se a de­ — "Alvorada dei Gracioso" bem os seus deveres de antro­ vorar o Mario, não digeriu e e o "Jeux d'eau". Lamenta­ pófagos. E' verdade que você revesou aquele ra eu, entretanto, que o enguliu num átimo o dr. Fer­ programma estivesse mes­ nando de Magalhães e que o 0 meu amor, rapazes, clado com aquelles produ- nosso querido Mario, no espa­ que me embrulhou o estôma­ ctos de uma inspiração en­ ço de uma só manhã, deglutiu go de uma vez. Assim não se fezada, nascidos exclusiva­ perfeitamente Gandi, Lenin e pode comer! mente do calculo, sem que Luis Carlos Prestes (com Mas o principal assunto por elles passassem os ef- grande nojo do Graça Aranha, desta carta não c nada disso. fluvios do coração, è cujo que viu nesse valor .único de­ petit déjeuner pende somente canibal uma es­ candalosa con­ de um execu- fusão de valo­ tante de brilho, res) . Mas para a dotado de uma sanha de quem technica como via vindo a nos­ a do temido vir- sa comida pu­ tuose, sob cujos lando, confesse dedos aquellas que é pouca a paginas alcança­ aferração men­ ram um colo­ tal dos compa­ rido que até es­ nheiros. te momento eu 0 jovem An­ desconhecia." tônio de Santa O dr. Imbas- Engracia, reda- sahy é critico ctor de sueltos musical do "Jor- 'Jornal do \ ^"- -77 nal do Brasil". no ÂX/0c£ Brasil", tem ra­ 77*rvixA^' p Há dez anos se zão: os antropó­ 'N 9ôLP' bate pela aspira­- fagos estão abu­ ção de ver le­ sando da goia­ DESENHO de ROSÁRIO FUSCO de CATÁGUAZES vantada a tam­ bada. O Brasil pa dos pianos corre, neste momento de bra- Eu queria apresentar aos an- nos números de acompanha­ silidade modernista, o risco de tropofagos o dr. Arthur Im- mento. Tem, como se vê, in­ degenerar em Republica de bassahy, autor deste pedaço contestável competência em Pesqueira. Ora, eu apesar de de prosa estampado no "Jor- assuntos musicais. Antropófa­ pernambucano, não gosto nal dò Brasil" de 28 de ju- gos, eu proponho a deglutição muito da goiabada de Pesquei­ nho: imediata do dr. Imbassahy! ra: prefiro a de Campos que Verdade que a carne é du­ tem cascão. Admito a goiaba­ "Cario Zecchi é um pia­ ra. Mas pode-se entregar o da (como sobremesa), mas nista de tão diamantina pior pedaço ao empresário Fe- exijo o cascão. tempera que chega a fazer licio Mastrangelo, que tem Convém, outrosim, chamar supportar sem enfado e até bons dentes, ar feroz ,e exce­ a atenção para a dispepsia pre­ mesmo a se ouvir com cer­ lente estomagp. coce de alguns curumins an­ to interesse aquellas duas Seu, muito cordealmente, tropófagos. O Rosário Fusco, estravagancias de Ravel: MANUEL BANDEIRA. Revistade^Antropofagia

3 POETAS E 2 PROSADORES

RUY CIRNE LIMA — Co­ cual si fuera gaúcho altanado. Com cheiro de fléte lônia Z e outros poemas un travieso cabrito.. • suado, estrupicio de rolo nos domingos — Porto Alegre — 1928. Assim queira Deus. vadios, riso do chinaredo cosquilhoso, Acho que Ruy Cirne Lima faz versos logros contrabandistas nos guitas da JÚLIO PATERNOSTRO — fronteira. como criança faz barquinhos de papel. Olha o café! — São Paulo Distrai, não irrita ninguém e chega Se o estilo fosse menos acadêmico e mesmo a interessar a gente. A água — 1928. mais humano, se o autor escrevesse da chuva leva os barquinhos. Pronto: Diz Júlio Paternostro apresentando com o sabor que tem a fala de suas desapareceram. De vez em quando um seu primeiro livro: Gosto de ver as personagens, a maneira dele fosse mais deles dá voltas divertidas, a gente tor­ cousas sozinho sem me apontarem. Tem directa de forma que os contos saíssem ce — afunda! não afunda! —, vai pu­ bom gosto. E é ótima regra para quem da pena dele e não da boca de um lando que é uma boniteza. Não sai principia. Mas apesar da declaração a palrador entre duas mordidas no ma- mais da memória. . gente percebe o dedo de Ribeiro Couto tambre sangrento (como quási sem­ mostrando ao autor as cousas ou al­ Paisagista simples da terra gaúcha o pre acontece no livro) e ainda houves­ poeta detesta violências e alturas. Não gumas cousas que estão no Olha o ca­ se mais novidade nos assuntos e me­ se afasta do quotidiano sossegado, gos­ fé! Mostrando só. Sem descrever. O re­ nos adjectivos e anexos enfeitando- os ta que se regala dos quadrinhos ino­ cheio é mesmo de Júlio Paternostro. períodos, No galpão por mais de um centes. Não entusiasma os leitores. E agrada. Mais de uma vez agrada motivo seria obra d« se lhe tirar o Mas os leitores lhe ficam querendo bastante. Tarde começa assim: chapéu. bem. Uma casa amarella Mas tal como é já marca a nankin o Madrugada (que esta revisteca dos está parada nome do autor. Darcy Azambuja tem meus pecados publicou no seu segundo deixando a faca e o queijo na mão.. O géito de número) é excelente: a melhor cousa as jancllas pegarem fogo. cortar e servir a roda faminta é que do Colônia Z. Mas o livro tem outras Assim acaba Zé Cabra o: decidirá de sua modernidade daqui pa­ cousas boas: Moleque, Negro velho. O sol vermelho ra deante. E' bom no entanto inda­ Canção dos pescadores, Lirismo. Os apertava o morro gar primeiro se êle faz questão de ser poemas são quási todos assim: que nem o lenço carimbado moderno. A veneziana deixa entrar o sol molhado que ANTÔNIO DE ALCÂNTA­ e o vento cheio de perfumes frescos. o Zé Cabrão RA MACHADO — Laranja As aves acordaram, no quintalejo. tinha no pescoço... da China — São Paulo — Ha revoadas varando o asul. Imagens e o mais do estilo não fal­ 1928. Ha marulhos de arroio nas folhas tam no livro. Paternostro é brasileiro. Alcântara ganhou fama (ou cousa parecida) de gozador e de seco desde verdes. Depois é mocinho. Com a idade dirá as cousas mais directamente. E deixará 0 Pathé-Baby. Brás, Rexiga e- Barra O galo vae cantar. esse lugar-comum da nossa poesia Funda não deu para desfazer essa fa­ As estilizações de Ângelo Guido não actual (já censurado por Mario de An- ma (ou cousa e tal). Bom. Vamos ver me agradaram nem um pouco. drade): meninice. E outros lugares-co- agora o que dirão do Laranja da Chi­ NICOLÁS FUSCO SAN- muns: circo de cavallinhos, cidadezi- na. No fundo (desconfio muito) Alcân­ SONE — La trompeta de nha do interior, preto velho, Brasil tara não está fazendo questão de pa­ Ias vocês alegres — Mon- dos primeiros anos o assim por deante. recer seco ou molhado, gozador ou so­ tevideo — 1925. Das qualidades evidentes do poeta fredor. Além de ser e parecer quanto 0 livro é de três anos atrás. Mas destaco esta: Júlio Paternostro é mali­ possível Alcântara acho que nada mais como vem de fora pede ser considera­ cioso. Vejam Escola c Bento Manuel o preocupa. do novidade aqui. Ribeiro. Reproduzo aquela: Laranja da China tem um geito de O poeta tinha dezenove anos quando Hoje houve casamento catálogo brasileiro. E' uma imitação- o escreveu: diez y nueve trampolines de gambá com raposa! zinha de tipologia nacional. Isso não de voluntad y de alegria diz Juan Par­ E foi de tardezinha quer dizer que o desembargador La- ra dei Riego num prefácio em que eu quando a guryzada marüne de Campos ou o guri Cícero encontro frases que bem poderiam ter sahia da Escola... Melo de Sá Ramos (para só citar dois) sido escritas por Graça Aranha. Porém E as meninas e os meninos sejam produtos privilegiadamente in­ isso .não vem ao caso. O que importa pareciam dígenas. Lá fora também nascem. Mas uma porção de letras acontece çom eles o que acontece com é a maneira desenvolta com que o poe­ o café: têm sabor quando são daqui. ta solta sua poesia a-e-i-o-u Dito isso está dito tudo sobre as in­ como una bandera dependuradas dansando tenções do autor (se é que houve in­ para que jueguen con ella nos fiozinhos de ouro tenções). Querer descobrir mais não ei sol, ei viento y ei mar. do sol... adianta nada. Principalmente tratan­ 0 livro tem mocidade até dizer che­ Também havia do-se de histórias que podem ser tudo ga: é exaltado, ágil, contente e baru­ um guarda-chuva menos pretenciosas. O melhor portan­ lhento. Está cheio de imagens, de ar­ era... a professora! to é aceitar o volume realizado sem rancos, de odes. Em todas as suas pá­ Fiozinhos de ouro do sol e horrível. procurar saber porque foi realizado ginas há mar, há estréias, há frutas, Mas há no resto qualquer cousa que en­ assim e nao assado. Depois quem pu­ há manhãs, crianças correndo, pássa­ che a gente de esperança no futuro blica hbros trata primeiro de passar ros voando. No meio de tudo isso Ni- poético de Paternostro. De forma que um pano nele para enxugar o suor que colásjoga seu coração pára que tam­ custou. bém pule eu acredito que essa e outras descui­ das tenham o seu lado útil: tropeçando , O ponto de vista do autor desapa­ de vibrante ansiedad nueva é que se aprende a andar (não reivin­ rece impressa a obra se esta é de pura hasta encontrar dico para mim a paternidade da frase). invenção. Gosto ou não gosto é ainda ei canto más sano que renueva A naturesa-alegre de Paim compensa o modo mais certo da gente dar sua e impulsa Ia sangre y ia vida na capa a feiúra do título. opinião em matéria de arte. Eu que en una carrera audaz. acompanhei a construção do Laranja DARCY AZAMBUJA — No Naturalmente esse febre a estas ho­ da China palavra por palavra não pos­ galpão — 3." ed. — Porto so evidentemente separar o resultado ras já deve ter baixado um tanto. Essa Alegre — 1928. força ainda incontida no La trompeta — do caminho percorrido para chegar dè Ias vocês alegres com certeza hoje Obra coroada pela Academia Brasi­ até ele. Meu JUÍZO seria fatalmente par­ leira de Letras. No entanto a gente cial por várias razões de ordem afecti- em dia se poupa mais è tem assim pode abrir o livro sem medo. E' bom. maiores reservas de energia para proe­ n?A,í?íem asslstlu ao esforc° aprecia o zas futuras. • Seja como fôr poeta que Muito bom até. Seria ótimo se tivesse produto sempre em relação a esse es- começa desse modo é certo que conti­ sido escrito mais ou menos pela época nue sempre do Pedro Barqueiro de Afonso Arinos. Ue é ustame Em todo o caso não atingiu ainda vinte fj?i£? 3 *?t* i nte uma das saltando edições porque nem todos os dias apa­ funções da crítica: desmanchar o brin- todoB los obstáculos quedo para ver o que tem dentro. Podo rece um Rui Barbosa camarada. ser. Eu nao entendo nada de criUca. dei jnondç São historias puavas dos pagos do A. DE A. ML JRejfJ^adeAniropofaala COMIDAS

MARIO GRACIOTTI

0 sr. Coelho Netto foi co­ ra de palmeiras. Gosado mes­ um Churrasco. Pra não des­ roado. Quem fez a bruta fes- mo. agradar a vista, mandei tirar tança foi a redacção do Ma­ Antes de comer a comida os pelinhos brancos. Assim, lho. Botaram na cabeça delle principesca: a gente tem a impressão de uma coroa. Dizem que é de "Meus irmãos. 0 dia de ho­ coisa nova. E tudo o que é príncipe. Tinha louros e espi­ je é dia santo para as tabas. novo, inclusive carne, tem sa­ nhos cahindo pelas costas. Tem carne de príncipe. Ve­ borosa attracção. Depois, encheram os pés com lha, mas não importa. Nós te­ Coroado, tornou-se comple­ perfumes. E um sujeito gros­ mos dentes de aço. E o fogo tamente inoffensivo. Comido, so lascou uma falação virgu- cozinhou que é uma boniteza. esse indivíduo, que andou fa­ lada, que ninguém entendeu. Pois bem, a gente comendo o zendo muita malandragem Eu tive vontade de pegar Coelho Netto, sem allusão ao em papel innocente, não. tem no pescoço do Coelho Netto e quadrúpede veloz das matta- mais razão de ser. Felizmente, botar elle no espeto. Para as­ rias, tem duas gostosuras: se desse estamos livres. Em- sar, feito churrasco. E comer. enche a barriga e se presta quanto fazemos a digestão do E dar a coroa de príncipe ao um servição, deste tamanho, sr. Coelho Netto, vamos espe? Adelmar Tavares. Pra engor­ ás letras nacionaes. Ha sujei­ rar que o Adelmar engorde dar mais o bicho. tos que tem só um destino: mais. Aquillo é outra comida. Infelizmente, o Brasil teve serem comidos. 0 nosso prín­ E das boas. Tem carne e ba­ um príncipe na prosa. Teve. cipe tinha esse, mas foi demo­ nha que não acaba mais. E Hoje, feito comida, elle está rando, demorando, até que ainda não tem coroas e espi­ ahi. E foi votadissimo. Se foi. envelheceu. Mas, agora, está nhos pela cabeça." Aos milhares. Intensamente ahi, nuzinho, meio tostado, Rapazes, podem trazer os votado pelos mirins desta ter­ no espeto, quente que nem palitos!

A Revista de Antropofagia

publicará em seus próximos números trabalhos de:

Mario de Andrade. A. C. Couto de Barros, Sérgio Milliet, Augusto Meyer, Antônio Gomide, Henrique de Resende, Plínio Salgado, Cassiano Ricardo, José Amé­ rico de Almeida, Carlos D. de Andrade e outros. B Revista de Antropofagia

SANGUE BRASILEIRO

As matas espessas eram noites escuras de breu E os homens novos ousados com sacis cachimbando de cócoras. cruzaram os rios largos molengos e sonharam com pedras verdes numa serra encantada Os tições dos olhos de braza das onças pintadas e com ouro nos riachos cantantes espreitavam por traz dos troncos das arvores. e com maravilhas no -mato assombrado.

Na beirinha dos rios as mães dágua traiçoeiras No sangue deles havia ímpetos violentos penteavam os cabelos verdes molhados. e seus músculos de cordilheira ansiavam lutas tremendas e o sangue deles quente ímpetuozo vibrante E' butindo na treva um assombramento estuava nas artérias com rios encachoeirados reprezos. enchia de pavor os índios hravios. E o sol quente dos trópicos Mas os homens de sangue azul saltaram das naus tornou vermelhinho esse sangue •e pízaram o paiz encantado. temperou a alma dos homens heróicos na fornalha escaldante da terra. Um homem disse que a terra era boa B que o. solo, virgem daria de tudo. Alma selvajem de lutas aventuras encanto.": sangue selvajem borbulhante nas veias. E 09 descobridores guerreiros de sangue azulado misturaram seu sangue com o sangue Sangue dos desbravadores da terra verde da Amazônia pasto dos negros retintds sangue dos plantadores de ruas alinhadas de café como sangue vermelho nas terras roxas de Piratininga dés'homens vermelhos de bronze. sangua dos cavaleiros dos pampas sangu; dos cavaleiros heróicos das cavalhadas sangue dos vaqueiros das correrias no sertão enorme B do solo virj em da terra sangue herança dos negros dos borocotós brotaram homens novos possantes sangue herança dos Índios dos pajés e Cunhambebe oom músculos de cordilheira sangue dos homens que não possuindo terras a Ímpetos violentos de luta no sangue asssnhado de febre. vieram arrancal-as do seio verde do mar. E eles desceram pelas serras e rios Brasileiro! dominando quebrantos domando selvagens Esse é teu sangue brigando com onças que circulou' nas veias dos domadores de indios despertando sacis e dos bandeirantes sonhadores valentes «sustando mães dágua e que estua que ruje nos nossos corpos amorenados pelo varando florestas cheirosas sol vermelho e quente pulando cachoeiras saltos e quedas. que ha de vibrar nas artérias de nossos filhos para que eles possam continuar a obra imensa do domínio Iam jogando sementes na terra da .terra e'da sola áspera de seus pés as cidades brotavam. — a epopéa da raça. As mães dágua fujiram da beira das águas C acabaram os feitiços e bruxedos da terra (CATAGUAZES) e o-negrume. negrinho das florestas escuras.

Só a mulo sem cabeça inda corria os caminhos... ASCANIO LOPES

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Brevemente: LEIAM:

MACUNAIMA MARTIM " CERERÊ — versos de (Historia) Cassiano Ricardo de COLÔNIA Z e outros poemas de MABIO DE ANDRADE Ruy Cirne Lima e CANTO DO BRASILEIRO — (poema) Augusto Frederico Schmidt Antologia de 4 poetas mineiros NO GALPÃO — contos de JOÃO ALPHONSUS Darcy Azambuja CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE POEMAS CRONOLÓGICOS — de EMÍLIO MOURA Henrique de Rezende Rosário Fusco e PEDRO NAVA Ascanio Lopes J^v^stade^Antropofagia

(Episódio da revolução de 1924 em S. Paulo) CAPITULO 1.*: por YAN DE ALMEIDA PRADO O JARDIM PUBLICO

Em S. Paulo, na primeira semana juntos seguirem em demanda de al­ organizadas por gente, movida pela de Julho de 1924, as noites aquecidas guma casa de tolerância situada em ambição e capitaneada por alguém que por prolongada estiagem assemelha­ porão ou cortiço das redondezas. já estivera no sul, e cs levas lamentá­ vam-se ás da primavera. Favorecida O mulherio freqüentado pela solda- veis dos que fugiam da seca e da- fo­ pela temperatura, acorrera grande desca, morava em quartos escassamen­ me. Os primeiros tinham um esboço afluência ao Jardim da Luz na ultima te mobiliados, com as paredes forra­ de organização; as mulheres, os bens e vez em que a banda da Força Publi­ das de fotografias d.* amantes. Eram as vidas, iam garantidos. ca tocava antes da revolução. Em re­ do lugar, do Rio, ou de norte e sul do As caravanas, que eram enxotadas dor do lago central. cruzavam-se ope­ paiz, raarujos, soldados da Brigada Po­ pelo perigo da morte, só tinham uma rários e soldados com mulheres de to­ licial, soldados do exercito, pessoal do norma: o direito do mais forte. Quem da a casta, em que havia desde a me­ Lóid, sós ou aos pares, muito sérios,, tem maior força ou valentia manda. nina das visinhanças acompanhada' da na melhor farda, no cenário do par­ Os fracos ou cobardes são escrãvisa- família até pretas empregadas em ca­ que publico onde um fotografo econô­ dos; as mulheres pertencem ao senhor sas burguezas, que depois do trabalho mico lhes tirara o retrato. Alguns eram do bando. 'O trajeto do extremo norte vinham ali buscar amores. Outras ne­ mais pródigos, tiravam fotografia num até S. Paulo representa um rosário in­ gras passeavam falando alto, mostran­ "Fotografo de verdade" como diziam. finito de dores, de sacrifícios, de ini- do aos homens o rosto enfarinhado de Pela parede havia morenos com cabe­ quídades, abusos e martírio. Àquela pó de arroz. Quedavam-se sob os re- los corredios brilhante;, como alcatrão gente nada possue, nem bens, nem verberos da iluminação antiquada, nu­ a luzir, mulatos degenerados ou robus­ meios de vir a obtol-os graças a um merosos soldados vintío-, <>•; quartéis tos; uns com a face re chupada, outros oficio ou conhecimento qualquer. Che­ circunvisinhos. Os que paravam de­ de rosto largo, ambos sensuaes; bran­ gam até a não dispor dos braços tal a baixo das arvores ou sentavam nos cos loiros, castanhos ou ruivos sar- quantidade de mazelas' que os moles­ bancos, eram os veteranos freqüenta­ dentos, junto da inextricavermixordia tam. Muitos da caravana não sabem o dores do Jardim, que se contentavam de todas as cores e matizes do branco que é uma casa de tijolos, utensílio em­ em dirigir gracejos ás mulheres. Os com preto, preto com indio, indio com bora rudimentar de lavoura, padre, novatos, pouco antes saídos do Corpo mulato, onde as vezts surgia um tipo igreja, par de sapatos. Entre eles ha Escola, preferiam armar algazarra pelo atlético. Tinham também as raparigas senhores e escravos. caminho dando encontrões nas "tias" amantes pretos que davam retratos, De' uma feita o dirctoi da hospedaria á guiza de divertimento. Algumas riam, mas que as envergonhavam. Escondiam de Imigrantes do Brás, perguntou a cer­ outras zangavam-se revidando a ofen­ essas fotografias, embora fossem me­ to matuto porque se deixava dominar sa com palavrões do bordel gritados nos rebarbativas do que as de muito por outro, por que razão consentia em em voz aguda. Variava a intensidade portuguez, hespanhol ou italiano, des- ser despojado sem protesto nem velei­ do melindre pelo aspéto de quem o ageitados no trajo domingueiro que dade de defeza. A resposta foi simples: causava. Si o gaiato caia na simpatia lhes apertava o pescoço numa gravata "Vancê me garante da faca dele? Si da mulher, diminuíam os palavrões até amarrotada, c lhes cobria as mãos com não garante prefiro fica ansim mêma". se diluírem num sorriso promissor; as mangas do paletó. Atravez dificuldades sem nome eles então, ao se depararem novamente no A mobília das mulheres era preten- vêm a pé desde o lugarejo natal até a decurso do passeio á roda do tanque ciosa e miserável. Sobre a cama a Baia, onde embarcam em imundas al­ dos cisnes, aparentava a rapariga um colcha pelintra, cheia de rendados e varengas que os levam pelo S. Francis­ resto de zanga para dizer "que não laçarotes, ocultava nódoas. Cobriam co á Pirapóra. Chegam esqueléticos de repetisse mais aquela estupidez". Fin­ as cadeiras mancas, requifes de cro- tantas provações, morrem pelo cami­ gia-se a principio ainda irritada, por chet semelhantes aos dos salões, cm nho, enlouquecem. Para se manterem, fim abrandando até aceitar as propos­ que as raparigas uma vez na vida ti­ trabalham aqui e acolá a troco de ní­ tas de passeio ou de bebidas que lhe nham ensaiado trabalhar. queis ou de miserável alimentação. faziam. Pelo aposento corriam baratas das Causa espanto que, no lugar perdido Fechava o Jardim depois dos núme­ frestas da parede ao soalho disjunto e onde nasceram, conheçam o nome de ros da banda. Escoava-se a multidão sujo. Os muros caiados de cores ber­ S. Paulo, e que no percurso não des­ aos poucos pelos portões do parque, rantes, levavam flores complicadas on­ animem ante tanta dificuldade. Chega­ enchendo as calçadas próximas. Era o de havia sinal dos escarros dos "fre­ dos refazem-se em pouco, fortificam-se momento em que logo adeante, na ave­ tes". Enlaçavam o fio da lâmpada elé­ e civilizam-se. Assombram pela destre­ nida Tiradentes ou do lado das ruas trica rendados de papel enegrecidos za com que abatem florestas virgens e da estação, iam se encontrar os que pelo pó e pelas moscas. O quebra luz resistem a tudo, ás maleitas, ás águas tinham compromisso para "depois da de setineta, estava rasgado ao meio, salobras, á má alimentação. Houve o musica". O soldado parava á esquina, devido ao projétil que numa noite de caso de um matuto acreano aprender a junto de um.poste de bonde, á espera briga o atingira. ler, a guiar automóvel, e aparecer nas da conquista que fizera. A conquista­ Muitas das mulheres tinham vindo a ruas de S. Paulo no seu carro de alu­ da, vinha de braço dado com uma ami­ pé do Nordeste, no meio de trabalha- guel — que pagava em prestações— ga para mostrar o conquistador, todo • dores que se destinavam ás derrubadas dois anos depois de chegar numa leva ancho na farda azul ferrete. Quando de matas em'S. Paulo e no Paraná. No de imigrantes analfabetos, sem outro o militar percebia as mulheres, tufava principio tinham andado certo numero meio de vida do que os braços. Do mes­ a túnica ponteada de botões de metal, de leguas e descançado, para que os mo modo, ainda mais facilmente, a ca- fazia tinir as esporas c rebrilhar as es- pés inchassem e desinchassem, a se­ boclada que chegou com fome e com camas do boné sob e luz das lâmpadas guir rumavam para o sul era jornadas os pés sangrentos aparece seis mezes de arco. Despediam-se as amigas ao de dez leguas diárias tal como faziam depois com rouge nos lábios e meias chegar á sua altura. Nesse momento os homens do rancho. Era diversa a de seda no Jardim Publico. ele travava o braço da que ficava, para situação das que vinham em caravanas (Continua) e Revista de Antropofai

BRASILIANA FATALIDADE III ATITUDE — Sabes, Nanoca? Zé de Chanoca casou-se! De uma correspondência de Santos para o Diário Na­ cional de S. Paulo, n. de 2-6-1928: — O que é, mulher de Deus! tão bandoleiro!! " Circunstancia curiosa! Mau grado as enormes propor­ ções que assumiu a ventania, fazendo lembrar um verda­ — Simsinhora... E o turumdumdum foi feio!... deiro simoum, o Monte Serrat permaneceu impassível. Dir- se-ia que elle só pretende cahir numa noite tranquilla, en- — Cala a tua bocca creatura... lá vem o homem. luarada, cheia de estrellas. Não deixa de ser interessante essa attitude fleugmati- ca, britannica, do Monte Serrat." MÚSICA — Hó-hó... que geito! Anúncio publicado no Diário Popular de S. Paulo (1928): — Mas homem de Deus, como foi isso?! "A CRUZ DA TUA SEPULTURA ENCERRA UM MYS- TERIO. — Valsa com letra; foi escripta junto a uma campa. — Ora lá como foi isso... tudo tem seu dia. Vende-se á rua do Theatro, 26." — Anh!... nem todo cão é sem dono, Zé de CIVISMO De uma correspondência de Tietê para o Diário Nacio­ Chanoca... nal de S. Paulo, n. de 3-5-1928: "Em dias da semana passada, uma caravana do P. R. P., Nem todo cão é sem dono! composta de alguns membros do directorio e de Antônio Malagueta, cidadão lusitano, dirigiu-se com destino ao bair­ ro do Mato Dentro, na doce ilusão de encontrarem algum Joaquim Silverio. Lá, o sr. Luiz Gervonetti, que é membro influente do — Mas Zé de Chanoca Partido Democrático, recebeu-os com altivez c depois de lhes dar algumas lições de lealdade e de civismo, offereceu o Conta-me lá como se deu este successo... livro de Affonso Celso "Porque me ufano do meu paiz". Será que esses pretensos imitadores de Paulo de Tar­ so continuam com as suas caravanas?" FILIAÇÃO — "Eu vou contar meu casamento como foi: AVISO AO PUBLICO publicado na secção livre da Folha da Noite de S. Paulo, n. de 6-9-1927: Amarrado pelo pé "A firma do "Ao. Café Moka'^, dei Moro & Cia., não se responsabiliza dé dividas feitas por seu filho Attilio Inquirido como um boi! Del Moro. — Subscrevo-me, Nicolau Del Moro." Amarrado pelo pé LITERATURA COMERCIAL De um anúncio publicado no diário A Manhã do Rio, Inquirido como um boi"!... n. de 13-11-1927: "Venci... ou não venci? Venci, sim, pelo meu esforço e pela rainha honesti­ dade. (RECIFE) Salve 8 de novembro! E por isso a. CASA MATHIAS festejou mais um feliz JAIME GRIZ anniversario. Ha muita gente que encabula com o 13. Pois, amigos, cabula não pega. Só pega nos cabulosos, que andam mes­ mo pesados, bufando ao peso da "Zizinha"... O dia 8 foi um grande dia para a gloriosa CASA MATHIAS que com­ pletou o seu 13.° anniversario. Treze annos de lutas e de bons negócios. Lembram-se Vocês, oh! Lanfranhudos, Lambões e Pa- tegos cabulosos, lembram-se Vocês do que diziam em 1914, A REVISTA DE quando o Mathias, pobre e humilde, veiu abrir a sua casa de negocio? Por certo que se lembram. Entre cusparadas esvèrdeadas de inveja, aos saltos, e com risos de maltezes, ANTROPOFAGIA Vocês disseram: — qual! Este não vae lá das pernas... — Dentro de mezes estará fallido... — Vae dar com os bur­ ros n'agua... — Pedirá concordata no fim do mez... — Vae dar um "Uro" na praça... PEDE A' GENTE NOVA DAQUI E Assim faltavam os invejosos e attrazados. Novas bur­ ras da Balaão, queriam adivinhar o futuro! Oh! Zizinhas estragadas! O Mathias não morreu! Tem os ossos duros! DE FORA: Mas, apesar de tudo, eu venci. Trabalhei, lutei, esfor­ cei-me e .graças aos meus methodos de commerciar e á minha honestidade, fui para a frente, venci todos os obstá­ culos e, para maior inveja dos invejosos, o Mathias tem COLABORAÇÃO (PROSA, hoje um dos mais freqüentados estabelecimentos dó seu gênero no Rio, não deve nada a ninguém e tem muito di­ POESIA, DESENHO) nheiro na burra... Os invejosos devem se estar, comenda. Comidas, mi­ ENDEREÇOS (ESCRITO­ nha gente!... Mas é melhor deixar esse pessoal engulir-se sozinho. E' coisa tão ruim! RES, LIVRARIAS, JOR­ Para commemorar essa data vamos offerecer aos bons amigos uma novidade: é o BANQUETE SECCO, com todos os acepipes e pertences: Ficam todos á roda da mesa, nas , REVISTAS, ASSO­ respectivas cadeiras, mas comidas... "no hay"J" CIAÇÕES LITERÁRIAS). ANNO NUMERO 4 500 RS. AGOSTO Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP Endereço: 13, ROA BEMJflMH COMSTflNT - 3.° Pav. Sala 7 - CBIXfl POSTM. V 1.269 - SÃO PAULO

A ENTRADA DOS MAMALUCOS SUCESSÃO DE SÃO PEDRO

Pode-se negar poesia á Illàda. E' impossível negar a um anuário demográfico. Há dias ando mergulhado no paulista de 1924. Produz os três efeitos do céu de Curitiba (na opi­ nião da herma Alberto de Oliveira patinada a Ne­ — Seu vigário I grita). E mais um. Faz cantar, orar, sonhar e ins- true Entre outras cousas a gente fica sabendo que está aqui esta galinha gorda japonês não é atropelado^ apendicite não mata negro, raio não gosta de mulher. Então a parte dedicada aos casamentos (nu- que eu trouxe pro mártir São Sebastião! pcialidade diz o anuário) é uma gostosura que só vendo. A estatística da Capital, Santos, Campinas e Ribeirão Preto constitue nesse ponto um puro madrigal á morena desta terra de mais homens que mulheres. Vão escutando. Em 1894 houve 456 casamen­ — Está falando com ele! tos entre brasileiros, 143 entre brasileiros e estran­ geiras, 127 entre estrangeiros e brasileiras, 854 en­ tre estrangeiros. O imigrante ainda andava arisco. Está falando com ele! Desgraçado. A parcela dos casamentos entre a gente de fora batia sozinha as três restantes so­ madas. E o brasileiro (engraçado) tinha medo que se pelava do juiz de paz. Agora em 1924 o negócio mudou de uma vez: 4144 casamentos entre brasileiros, 627 de brasilei­ ros com estrangeiras, 1311 de estrangeiros com bra­ sileiras (estão vendo?), 1629 entre estrangeiros. O pessoal da estranja se atirou feio na prata da casa. Mas êle é que é o comido. Antropofagia legí- (RECIFE) rima. E para quando será o coro.amento da rainha dos antropófagos?

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO ASCENSO FERREIRA

"O SOL ESTA' NO OCCASOÜ!"

LAURINDO RABELLQ - O Gênio e a Morte Revista da Aih 11 o pof a gi a

ANTROPOFAGIA SÓ. NÃO. AÇOUGUE ORNITOFAGÍA TAMBÉM. Alcântara: Agora sou eu que venho fazer uma proposta a você — na qualidade de chefe antropófago que você é — da deglu­ A aatropafagí* venceu; tição imediata de todo sujeito que falar em braailidade no Não ha restaurante que se prese que não faça Brasil. Principiando mesmo pelos amigos (quanta comida bôa esperdiçando aí em S. Paulo, hein?). figurar em seu menu a saborosa carne humana. Pra inauguração do açougue o próprio Manuel Bandei­ ra, apresentador da ótima carnadura Imbassai, carece ser — O Matadouro Academia de Letras está deserto. não digo comido porque assim perderíamos um dos nossos Os acadêmicos foram quasi todos devorados. milhores comilões — porém mordido no cangote. E' uma "simpatia" canibal: sujeito mordido no cangote perde o E, para não haver falta de comida, arranjemos geito de falar da gente de sua tribu. um succedaneo á carne humana. Pergunte ao sábio professor Laudelino Freire, da Re­ vista da língua portuguesa e comida aproveitável até. Po­ Que seja, por exemplo, a ornitofagia. rém precisamos guarda-lo pra sexta feira da Paixão. Bota­ E a comida, que vinha pulando, virá voando. remos êle enfeitado de vermelho pro meio da rua (minas gerais) pra maior ecitação dos instintos devoraüvos — Vamos comer esse sabiá que canta nas palmeiras... porquê pela abstinência enorme da Quaresma carne, de co­ bra toma gosto de presunto. Vamos comer as pombas do pombal... Mas a milhor comida do mundo mesmo é a que te Vamos comer "Albatroz, Albatroz, águia do apresento hoje na pessoa do meu simpático Fábio Luz Pai. O meu amigo apesar de "critico" é bem fácil de ser oceano..." pego. E. viva a ornitofagia. Ficha de entrada prós compartimentos do talho: — maio de 1928, chegada. Sabia, pomba, jurity, albatroz e tudo mais, só para — idade presumível: 70 anos. Possível: 40 e tantos. — côr: ?. comida. — obs.: não é muito gordo não, porém carne bôa e Para voar ha o aeroplano... macia está ali. Abaixo, carta de indentidade dele apresentada por in­ E para rei do oceano, chega Lindenberg, até o dia termédio do Correio do Brasil de sete de maio.de mil no­ em que seja devorado também. vecentos e vinte oito:

"A revivescenqa de maus instinctos jacobinos; JÔAO DO PRESENTE a hypereslhesia patriótica; a pretenção de crear uma literatura brasileira, inteiramente á parte, sem in­ fluencia estrangeira, sem relações com as literaturas de outros paizes: a tal brasilidade, não passam de volta ao antigo, modificação do indianismo que do­ minou o romanismo no Brasil. E' em tudo o balbucio infantil, eivado de todos os plebeismos em uso nas diversas regiões do paiz, com todos os erros gramma- ticaes commettidos pelas creanças. "Timbram os futuristas — modernistas em ser imperfeitos e defectivos na expressão, imperfeitos e JA' SAÍRAM: negativos nas concepções, sempre simplistas e mui­ to menos interessantes do que os absurdos symbo- listas, impressionistas e illuminados, pois são sem­ pre mais infantis e nem sequer pretendem dar côr ás vogaes. "Julgam sua arte (?) a maior expressão dos phe- nomenos sociaes — e talvez a tenham como funcção Macunaíma social. Mas tudo nelles é "tfassadismo"; nada inno- varam, nem reformaram". de Mario de Andrade — "Sua arte se caracterizará pelos assumptos na- cionaes preferidos; porém não pela fôrma barbara destes "poemas" (!) balbuciantes e pela prosa eiva­ 7$000 — pedidos para rua Lopes Chaves da de solecismos e barbarismos. O que vivifica é o espirito: a letra mata." n. 108 — SAO PAULO •"O Brasil não pode fugir ao contacto dos povos mais civilizados e não pôde recusar a influencia das correntes literárias das outras terras." Etc.

Daqui a alguns anos (antes que a gente comece a com­ bater os brasilistas — chefes disso que ninguém entende mas_ chama de brasilidade, como vai fatalmente acontecer Laranja da China e nao sei quem já lembrou isso até), é preciso não ezistir nem um desses idem entendidos pra remédio. E pra evitar trabalhos maiores precisamos desde já ir comendo essa de Antônio de Alcântara Machado — gente toda, antes que éla nos devore. Espere mais. 6$000 — pedidos Curral cheinho que só vendo.

para Caixa Postal n. 1269 — (CATAGUAZES)

SAO PAULO ROSÁRIO FUSCO Revista de Antropofagia

CIDADE DO NATAL DO RIO GRANDE LUIS DA CÂMARA CASCUDO

35000 patriotas. Fundada em 1599. lhão do Exercito. Item da Policia. Mu­ Janeiro. Festa dós Santos-Reis. Gon­ Nasceu Cidade como filho de Rei é sica aos domingos nos jardins com gos com puitas e ganzás roucos e rar- deadores. príncipe. Padroeira: Nossa Senhora da auto-gyros perennes de soldados e Apresentação que veio dentro dum cai­ creadas e vice-versa. Sorvete, piroli- "Acorda quem está dormindo xote, lento e manso pelo rio. Século to, folhado. Uma livraria e duas casas na serena madrugada XVIII. Tem um rio e tem o mar. Cam­ de livros. venhão ver o Rei de Congos general de nossa Armada" po da Latecoere. Tennis. Cinemas. Au­ — Já chegou o ultimo livro de Ar­ tos. Cinco pharmacias. Bispado. Dois dei? Dezembro. Lapinhas e Pastoris com jornaes diários. As mulheres votam. O — Não senhora. Temos aqui agora musicas de cem annos teimosos e re~ Presidente guia automóveis e viaja de o grande Marden. cordadores. avião. O secretario mais velho roda Não ha revista nem Academia de "A remigio bate o guUo os quarenta annos. Sal de. Macau. Al­ Letras. Cidade pintada de sol com soltando a voz mavioza" godão do Seridó. Cera de carnaúba. Bois. Bumba-Men-. Couros. Assucar de Boi pedindo cinco quatro valles largos dedos .para riscar em e verdes. Boiadao papel aquellas toa­ histórico que em das maravilhosas. 1799 mandava dese- Novembro. Festa dà seis mil cabeças para Padroeira. Irmanda­ Pernambuco. Insti­ de do» Passos, 80- tuto Histórico. Esco­ lemmssima. Confe­ la Domestica nume­ deração Catholica, ro um no Brasil. Aé­ Escola de Commer- reo - Club - de - Na­ cio. Atheneu. Colle- tal com dois aviões e gio Pedro IL Luar seis campos no ser­ imnassivelmente ro- tão. Grupo-Escolar, mantico. Serenata*. grupo-escolar, grupo- Violões gementea a» escolar. Todo sertão sanhando prurido* se estorce no polvo nostálgicos. das rodovias. O pneu "Noites nunca hei ó> amassa o chão ver­ ter como já tive melho dos comboios na escuridão polar lerdos, langues, lin­ de teu cabello" dos. Poetas. Poeti­ sas. Chronistas ele­ Bú-nito! Greg & gantes. Avenidas fr^o; Magesric, Anaxi- abertas para todos os mandroí Cova da On­ ventos. Sem escuros. ça. Riscos de navalha Nem buracões sor- rombuda. nentos de espanta-gu- G- — Nem me falei ry. Arvores apara- Desenho de ANTÔNIO GOMIDE — 1928 Pois c-ste Jorge não dinhas estylo Nurem- escreveu dizendo que berg. Ruas calçadas, macias no escor­• uma alegria de dominga. Jornaes do dava a certidão do nascimento de Dom rego das descidas. Raros-raros "mi dê Rio. Política. Sympathias furiosas aos Antônio Felippe Camarão por cinco umesmóla". Associações de caridade. Prestes Júlio e Luís Carlos. mil pés de laranjas da Bahia? Meia groza de grupos de Foot-Ball. Avenida Tavares de Lyra. Cafés pro­ — Você vai ver a saiáda de Minas... sa estirada á café manhoso. Não ha Rotary-Club, nem Automovel- — Nem pelêge... — Gostei de seu artigo! Club nem Street-Club. Radiomania. Noticias de trinta horas, via aza do — Qual?... — E' o que lhe digo. Peguei os dis­ Late. Sabbados monótonos com cinza — Homem, francamente... aquelle... triste de nada — fazer. Feijoadas he­ eu sei que li... não estou bem lem­ cursos de propaganda do Hoover. brado... aqueliv... róicas. Pescaria de cóvo. A' noite, — O que está me dizendo?... Bonds. Auto-Omnibus subindo. Pre­ Morros, areias, orós, mangues, cirys pesca de aratú com facho, nas praias gões. Para oeste olhos compridos na­ e aratús grudados nas pedras. Pesca­ longes de Areia Preta. Cajueiros. Co­ morando possibilidades de chuvei-os. ria em bote com terra encoberta. Três queiros. Mongubeiras. Bailes do Natal- Por cima das casas zunselam, ronro- Club. "E' favor entregar esta sobre- nantes e zonzos,, motores roncando no botes destes foram ao Rio. Centros caminho sem rastos dos aviões. carta na entrada." "Toüette preta". Operários. Discursos relatórios. Bata­ (NATAL) Revista de.Antropofagia

UM POETA E UM HISTORIADOR

çado e preguiçoso. E' brasileiro. Vai não era tão mau assim, uma noite re­ Canto do Brasileiro Augus­ colheu na casa dele um cachorro doen­ to Frederico Schimidt — se entregando ao desânimo. Até o dia em que endireita a cabeça e faz dis­ te, usava umas luvas tão bonitas e as­ Rio de Janeiro — 1928. sim por deante. Depois quem é que curso bonito c bravo. Depois bate no não tem dó de um réu (ainda infame) No principio parece uma reação con­ peito. Está entregue de novo. Mas ago­ quando responde a júri? . tra o nosso romantismo (ainda o de ra na mão de Deus que também é bra­ sileiro. Em todo o caso não deixa de indi­ hoje) í gnar a gente o facto de haver entre E que gostosura em' tudo isso. E que nós (sempre o maldito positivismo) Não quero mais o amor, cantador bom é Augusto Frederico I, quem para defender López procure, di­ Nem mais quero cantar a minha terra. o Rrasileiro. minuir o Brasil. O que o Império fêz Poema bêbado. Culpa da cachaça (exigindo a queda do caudilho como Não quero mata o Brasil nacional que a inteligência do poeta condição para a paz.) agora em 1918 distilou. os aliados fizeram igualzinho. Veja-se Mas no meio de repente rebenta um o último capitulo do impressionante ritme com onze pés que até lembra LUÍS DA CÂMARA CAS­ Guilherme II de Emil Ludwig. Princi­ Gonçalves Dias: CUDO — López do Para- pia assim: As ciàco partes do mundo Buay — Natal — 1927. reclamavam o afastamento de um ho­ Depois no silencio da noite serena mem. Os próprios generais alemães Os homens pensavam nas lutas e Luis da Câmara Cascudo quiz .tam­ (Hindenburg á frente) exigiam a ab­ guerras bém intervir nessa nova Guerra do dicação do imperador por ser essa a Nas pescas e caças — que vida meu Paraguai (como disse alguém) ora ace­ única maneira de conseguir o armis­ Deus! sa .pelos exumadores entusiastas de um tício. Mas se tempestades tombavam medo­ caudilho que já não tinha bom cheiro nhas em vida. E entrou na luta com muita E ninguém gritou. Ninguém se lem­ E raios riscavam o céo sempre azul lealdade e bastante clareza. Disse o brou de xingar a Franca ou a Ingla­ Qne medos sombrios! Castigos medo­ que queria dizer. E o que disse está terra ou as cinco partee> do mundo. nhos! certo. E' preciso notar ainda que contra Qne medos tamanhos sentiam então! Esse negócio de andarem endeuzan- López o Brasil não agia sozinho': eram do López se explica muito facilmente. três a guerrear o bicho. - E no fim é a contrição: E' a eterna história. O sujeito é ruim, Por tudo isso o depoimento de. Luis não presta, vive brigando com toda a da Câmara Cascudo nesse processo Meu Deus olhae para mim! póstumo do paraguaio é dos que des­ Meu Deus sou brasileiro! gente, acorda e dorme fazendo mal. Mas morre. Pronto. Em volta do cai­ afiam qualquer contestação honesta. E' brasileiro. Seu lirismo é balan­ xão começam logo os comentários: A. DE A. M.

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ROMANCE DO VELUDO MARIO DE ANDRADE

Não sou folclorista não. Me parece E a veljjpta desconfiada ramente deformado e um refrão afro> mesmo que não sou nada na questão De tão inocente santinha, brasileiro. dos limites individuais, nem poeta. Resolveu ir vagarosa 0 texto é uma deformação de as­ Sou mas é um indivíduo que quando Surpreende-la na cozinha. sunto europeu. A idéia de, se apro­ sinão quando imagina sobre si mesmo (Refrão) veitando dos fenômenos da natureza e repara no ser gosado, morto de curio­ ou da vida, iludir na resposta a uma sidade por tudo o que faz mundo. Ao chegar lá a velhota pergunta que desconfia dos nossos Curiosidade cheia daquela simpatia Ficou toda adimirada: amores se satisfazendo, é antiguissima. que o poeta chamou de "quasi amor". Nos braços do primo Joca Sei que vai pelo menos até á Idade Isso me permite ser múltiplo e tenho 'Stava a moça recostada. Média. E se espalha tanto que a en­ até a impressão que: bom. Agora que (Refrão) contramos na Escandinávia, na Breta­ principio examinar cem o deficiente nha, na Itália, no sul da França, na conhecimento meu, certos documentos Colhi este documento em Araraqua- Catalunha. folclóricos que arranjei, tenho mesmo ra cantado por moças. Era coisa es- Em França temos as admiráveis réV

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que afirmar estas coisas verdadeiras. cutada na infância, da boca dum pa­ zôsische V.òlkslieder" cd. Schott, n,* Não é humildade protocolar não. São lhaço preto que ás vezes portava na 555) principiando assim: coisas verdadeiras. Provam meu res­ cidade. Como chamava o palhaço não peito pela sabença. alheia e afirmam sabiam. Cresceram c nunca mais que — Qu'allais-tu faire à Ia fontaine? meus direitos de liberdade. o viram. De certo morreu. Corbleu, Marion! Eis o Romance do Vciudo: Falo "de certo" porquê é muito pos­ — J'étais allé' quérir de Peau, sível que se tnate do famoso palhaço Mon Dieu, mon ami! — Netinha, que estás fazendo Veludo. Si é o mesmo devia de estar velhusco pelo menos, quando as mo­ — Mais qu'est-ce donc qui te parlait? Calada ai na cozinha? Corbleu, Marion! — Estou pondo água no fogo ças o escutaram nos primeiros anos deste século. Porquê indagando inda­ — Cétait Ia filie à nofvoisine, Pra café, minha avozinha. Mon Dieu, mon amit — E vivo aqui todo sarapantado gando, sube que bem na Monarquia Como gambá que caiu no melado... andou pelo estado um palhaço preto (etc.) cantador, equilibrista, saltador, um faz-tudo muito apreciado, se chaman­ Um texto catalão (Grove's Dictiona- — Netinha, tu deste um beijo do Veludo. Pelo menos é certo que ry) principia assim: Ou eu estar enganada? este conhecia o refrão do Romance e — Vozinha, é o estalo da lenha o cantava no lundu bem espalhado, de — Maré mia, maré mia, sento gran Que está no fogo molhada. que falarei no próximo número da ruido. (Refrão) Antropófaga. Ora como este lundu, — Ne son Ias cambreras que salten y tratando da vida do escravo, já não riuhen (etc.) — Netinha, tu não me negues, podia interessar muito os freqüenta­ Em Portugal a idéia aparece algu­ Com quem estás conversando? dores de circo do século vinte, muito mas feitas. Na "Dona Aldonça" (Th. — Vozinha, é a chaleira possível que Veludo o tenha abando­ Braga, "Romanceiro Geral Português" Que está no fogo chiando. nado, intrometendo o refrão dele nou­ 2." ed. vol. I, pg. 389) a criança de (Refrão) tra cantiga se prestando a isso. pecado é disfarçada assim: Mas do Veludo ou de outro palhaço — Netinha, que modo é esse! preto, o Romance continua um do­ — Ai, dize-me, oh Valdivinos, Responde-me assim brejeira? cumento literario-musical interessante Que levas na aba da capa? — Vozinha, eu me queimei, ai! do nosso populario. Se ajuntaram.nele —•• Amêndoas verdes, meu tio, Nesta maldita chaleira. um texto tradicional português iatei- Desejo de uma pejada, (etc.) (Refrão) plicas de Marion (H. MôHer, "Fran- (Com. na p» 6) levista de Antropofagia

ORAÇÃO AO NEGRINHO DO PASTOREIO (PORTO-ALEGRE) AUGUSTO MEYER

Negrinho do Pastoreio, Ha sempre um novo clarão. Negrinho, Você que foi venho accender a velinha Quem espera acha o caminho amarrado num palanque, que palpita em teu louvor. pela voz do coração. rebenqueado a sangue pelo rebenque do seu patrão, A luz da vela me mostre Eu quero achar-me, Negrinho! e depois foi enterrado os> caminhos do meu amor. (Diz que Você acha tudo.) na cova de um formigueiro Ando tão longe, perdido... pra ser comido inteirinho A luz da vela me mostre Eu quero achar-me Negrinho: sem a luz da extrema-uneção, onde está Nosso Senhor. a luz da vela me mostre se levantou saradinho, o caminho do meu amor. se levantou inteirinho! Eu quero ver outra luz Seu riso ficou mais branco na luz da vela, Negrinho, Negrinho, Você que achou de enxergar Nossa Senhora clarão santo, clarão grande pela rríão da sua Madrinha com seu Filho pela mão! como a verdade e o caminho os trinta tordilhos negros na falação de Jesus. e varou a noite toda Negrinho santo, Negrinho, de vela accesa na mão, Negrinho do Pastoreio, Negrinho do Pastoreio, (piava a coruja rouca Você me ensine o caminho diz que Você acha tudo no arrepio da escuridão, pra chegar á devoção, si a gente accender um lume manhãzinha, a estrella d'alva pra sangrar na Cruz bem dita de velinha em seu louvor. na voz do gallo cantava, pelos cravos da Paixão. mas quando a vela pingava, Vou levando esta luzinha cada pingo era um clarão) Negrinho santo, Negrinho, tfeme-treme, protegida Negrinho, Você que achou, quero aprender a não ser! contra o vento, contra a noite.., me leve á estrada batida Quero ser como a semente E' uma esperança queimando que vae dar no coração. na falação de Jesus, na palma da minha mão. semente que só vivia (Ah! os caminhos da vida e dava fruto enterrada, Que não se apague este lume! ninguém sabe onde é que estão.) apodrecendo no chão!

ROMANCE DO VELUDO ( Cont. da pag, S)

A idéia volta no romance do Frei — Maria, chlia egli 0 tuo letto che 12.° compasso, é realisada com um João. Na versão de Pedro F. Tomás schianta come canna? apressando, característico da música ("Velhas Canções e Romances Popu­ — Mamma, una pulce m'ha morso ai popular brasileira. O tempo fica na lares", Coimbra, 1913, pg. 51) a mu­ capezzolo delia zinna. realidade diminuído da semicoícheia lher secunda pro amante que não po­ — Matta, pulce non era, ma gli era un que devia de estar logicamente no 1.* de abrir a porta porquê tem "o meni­ giovanetto, som dele pra que o motivo rítmico do no ao colo" e o "marido á ilharga". Era il giovane che fama, il giovane tempo anterior se repetisse. Esse Este acorda porém, e o texto corre: che ti piglierá. apressando é um dos tiques curiosos — Mamma, non immalizire; mamma, e sistemáticos do nosso populario e — Quem é esse, mulher minha, noi prendere a male: ocorre até em danças. E* uma aubtile- A quem da-las tuas falas? D giovane che me ama, é lontano in za rica da nossa música e proveio na­ — E' a moça a perguntar terra straniera. turalmente do cacoete popular que, Si cozia si amassava, (etc.) facilitado pela ignorância, leva os can­ Quanto á música, o Romance do Ve­ tadores a diminuir o valor dos sons ludo éna estrofe um documento luso- compridos difíceis da sustentar. Sis- Frei João infelizmente veio namo­ brasileiro com base rítmica e melódica tematisado no Brasil em elemento ex­ rar também as cunhas do Brasil. A na habanera e no refrão é tradicional­ pressivo e corrente, de certo foi a cau­ intimidade foi tamanha que elas até mente reconhecido como afrobrasilei- sa das antecipações sincopadas nos fi­ botaram nele o diminutivo dengoso de ro. E' delicioso. E bem familiar prós nais de frase, coisa vulgarissima (co­ Frei Joanico, numa das versões que que sabem um bocado a música... cos, martelos, emboladas, maxixes, Pereira da Costa dá no "Folclore Per­ brasileira do século dezenove. sambas) e- também ocorrente nos "Spi- nambucano", (pg. 326). A primeira frase da estrofe é curio­ ntuals" e peças de jazz afro-iânques. O mais desagradável pra mim é que sa. Possui um salto de quarta justa De fato: depois do apressando as mo­ não acho nos meus livros o romance difícil de entoar. 0 natural era a ter­ ças faziam uma paradinha no ré ime­ portuga donde saiu o do Veludo. Dei­ ça menor pulando pro sol. De fato: diato, de maneira què o movimento, xo isso pra quem tiver mais livros e Um dos temas espanhóis empregados prejudicado um instante, se normali- mais conhecimentos. Na certa que por E. Lalo na "Sinfonia Espanhola" sava outra vez. existe lá pois que Eugênio de Castro (1875) principia por uma frase que é o parafraseou lindamente do Roman­ exatamente a do nosso Romance como 0 Romance do Veludo é um do­ ce que vem em "Silva": arabesco melódico. Também a frase cumento curioso da nossa mixórdia inicial na estrofe do "Balance" portu­ étnica. Quer como literatura quer co­ — Quem é que anda abrindo portas, guês, repete sem arsis o mesmo dese­ mo música, dançam nele portugas, Filha, aqui ao pé de mim? nho. Ambos os documentos trazem o africanos, espanhóis e já brasileiros, — Senhora mãi, é o vento salto de terça menor porém. O fato é se amodando com as circumstancias do Que abre as -portas' do jardim, (etc.) que as moças cantavam a quarta justa Brasil. Gosto muito desses cocteils. e essa dificuldade rebuscada que não Por mais forte e indigesta que seja a sei, nem elas, si era do Veludo ou de­ mistura, os elementos que entram nela Entre os cleftas porém (Canti Popo- las, apesar da tendência natural do armai são todos irumoguaras e a dro­ lari GrecL N. Tommaseo, ed Sandron, povo pra facilitar as coisas, concorda ga é bem digerida pelo estômago bra­ pg. 123) a "Maria", violenta como era curiosamente com a melódica brasilei­ sileiro, acostumado com os chinfrins Justo qne fosse entre aqueles canga­ ra das modinhas, tão torturada no ge­ da pimenta, do tutu, do dendê, da ca- ceiro!, se aproxima bem do nosso ro­ ral. ninha e outros paliinpsestos que es­ mance: condem a moleza nossa. Esta imagem Quanto á terclna que apareci no saiu completamente pretencios*. Revista da Antropofagia

(Episódio da revolução de 1924 em S. Paulo)

CAPITULO 1.' TAN DE ALMEIDA PRADO O JARDIM PUBLICO n

Algumas da mulheres provinham do barcavam com as famílias em Porto dos triRuwam o moiino caminho para Norte, de Pernambuco, Paraíba, e mais Alegre, Itajai, S. Francisco, Florianó­ o Interior, depois vinham ter de vol­ longe, desde o Ceará até o Maranhão. polis, Paranaguá, destinando-se ao ta á cidade, sendo «substituídos na ro­ De certo ponto em dcante escasseavam emprego nas casas burguezas da ci­ ça pelos brasileiros que chegavam, dos as negras. As poucas que ai restavam dade. Formavam a camada superior do outros Estados. Era um vae e vem si viessem a S. Paulo encontrariam mulherio, em virtude do seu estado de continuo, sempre repetido, sem parar os parentes que no fim do Império os civilisação mais adeantado e também sem descanço. cearenses tinham vendido aos paulis­ porque rapariga branca e nova era O Jardim ás quintas e domingos tas. Inversamente eram numerosas na titulo de ufania para o amasio* Havia quando tocava a banda, era o ponto Baia e Estados vizinhos, onde não exis­ algumas que usavam chapéu nos bai­ proferido por aquela multidão para te morféa e os traços das pretinhas les dominicaes do Jardim de Aclima­ espairecer. Enchiam-se as alamedas são delicados. Do Ceará havia o tipo ção: eram as que vinham dos gran­ com os moradores dos bairros operar branco puro, o caboclo de cabeça re­ des centros. As outras, mais modes­ rios, letões, norte-aniericanos, centro- donda e nuca chata, e o índio. Nos Es­ tas, que mal sabiam português, não americanos, platino*, que sé acotove­ tados imediatos pouco variava o cal- perdiam a musica do Jardim Publico; lavam com raças indefiniveis, judeus deamento das duas raças, quasi não eram as descendentes de polonezes, da Alsacia, Transilvania, Posnania, havia intervenção de terceira. Mais ap alemães e vênetos, que no Sul vivem Galicia, Síria, Palestina. Havia raças Norte ficavam os mestiços do índio, insulados dntre si como os antigos turbulentas, montanhezes álbsnezes, mais a Leste os do negro, em ambos se aborígenes do lugar. Apezar de du­ montenegrinos, bessarabios, persas. juntava o branco. plamente privilegiadas, as primeiras Havia também raças que ainda estão prezavam militares, sem exepção de Algumas das raparigas tinham ido a escravisadas, libanuzes. armênios, vil- mulatos e negros. Em compensação, pé do sertão natal a sede do Estado, nenses, tirolezes, que no parque se di­ homens ruivos, agigantados, com ca- de onde seguiam por mar ao Rio de vertiam em definitivo socego. O mes­ tinga peor do que a dos pretos, falan­ Janeiro e dai eram atraídas pelas, di­ mo faziam trânsfugas do próximo e do línguas arrevezadas, percorriam o versas cidades do Estado de S, Paulo longínquo oriente, fugidos, de regiões Jardim atraz de crioulas. Eram os em que o súbito afluxo de homens de­ onde ainda existem párias. maiores rivaes das praças de pré, com terminava falta de mulheres. A maior Ali o brasileiro nem sempre é maio­ que os quartéis vizinhos abasteciam o escala no percurso era feita na rua da ria e o paulista é raridade. o lugar de caçadores de mulheres. Cruz Branca, em seguimento da rua Entre a gente de côr que passeava Na multidão a passear á roda do Martim Affonso, em Santos, que tinha havia muitos vindo de longe, pretos coreto, viam-se amo&tras de todas as sinificação de despedida da marinha- de Barbados, mulatos perigosos de Ca­ nacionalidades do mundo que em pro­ gem. O adeus por vezes custava, por­ bo Verde, indús dos grandes portos da porção crescente tinham afluido á ci­ que vinha de longe o convívio, desde índia Inglesa, africanos que viajam dade depois da grande guerra, ale­ o embarque no Ceará, Cabedelo, Reci­ pelos mares nas carvoarias dos na* mães enxotados pela ocupação militar fe, Maceió, Baia, que insensivelmente vios. do Ruhr, imigrantes menos desejáveis, as tinha familiarizado com os maríti­ russos do exercito branco de Wran- Os que tinham chegado por ultimo, mos da viagem e dos portos. gel, aportados após sofrerem tifo na se misturavam sem se mesclarem com Nem todas, depois de estarem em Criméa, cólera em Constantinopla, fi­ estrangeiros aclimados. os de todas as S. Paulo, freqüentavam o Jardim Pu­ nalmente em Santos, dai seguindo pa­ províncias da Itália, Portugal e da Es­ blico. Algumas só raramente lá iam, ra a Noroeste do Estado onde se panha, jà confundidos com o lugar. transpondo os portões quando impe­ iam tornar maleitosos. Também dai Reprovavam os mais antigos a vinda lidas por curiosidade, ou ciúmes; po­ chegavam aos milhares na esteira dos dos outros, sentiam-se espoliados, e o rém estas eram as mais apegadas aos russos, os antigos protegidos gente dos mosaico que todos perfaziam sob as fusos de sanfona, violão, cachaça e Balkans e adjacências, rumenos cora arvores parte nacionaes parte exóti­ soldados. trajos bordados e perfis angulósos, ser- cas do Jardim, refletia na noite mor­ na toda a ambição, cobiça e miséria As raparigas claras tinham vindo vios, croatas, búlgaros, gregos, acom­ da Terra. dos grandes centros, ou das aldeias panhados dos antigos opressores, tur­ europeas do Sul do paiz, do Paraná, cos, austríacos, daimatas, ungaros de de S. Catarina, do Rio Grande. Em­ cabeça rapada e bigode á Carlito. To­ (Continua) 8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA BALCÃO

IV LIVROS A' VENDA : Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem­ CATECÚMENOS bro n. 19 — S. Paulo): Anúncio publicado no Estado de S. Paulo, n. de 24-6-28: "Em S. José do Alegrete, districto do Município de Pe­ — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do dra Branca, Sul do Estado de Minas Geraes, logar aprazí­ Rio Grande do Sul •— 2." ed. vel, tendo um clima optimo, com excellente água. potável, — Monteiro Baena — Compêndio — Pará. boa illuminação electrica, pharmacia, casa parochial, povo civilisado e ordeiro, precisa-se de um padre, havendo para esse f.m ordem de sua Reverendissima o Sr. Bispo de Cam­ Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. JO panha. — S. Paulo): Além de todas essas commodidades, o padre que desejar vir para essa terra, terá uma subvenção por parte dos seus — Archivo Pittorrsco — 11 vs. ene. parochianos. • — Panorama — 17 vs. ene. As demais informações devem ser pedidas ao Sr. Cel. — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa. Deolindo Daniel de Carvalho, que também fará todas as despesas de viagem e mesmo as de regrosso, caso o vigá­ — Vieira — Sermões — 16 vs. ene, sendo al­ rio não deseje permanecer no logar." guns em 1* ed. — Innocencio F. da Silva — Diccionario Bi- VOCAÇÃO HEREDITÁRIA bliographico — 19 vs. ene. — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Var­ De um artigo da Gazeta dos Tribunaes do Rio de Ja­ neiro, n. de 5-6-28: ria Historia — 1660. "Filho de um grande medico, a ninguém surprehen- — Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana. deu os pendores que bem cedo o dr. Pedro Paulo revelou pela nobre profissão paterna. Dir-se-ia que sugara, ainda no berço, com o leite-materno, o entranh&do amor a esse LIVROS PROCURADOS: incomparavel sacerdócio que tanto havia de nobilitar e engrandecer." Pela LIVRARIA UNIVERSAL:

SOCIOLOGIA — Roquette Pinto — Rondônia. — Ruy Barbosa — Replica. De um discurso do dr. Granadeiro Júnior proferido na — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil ~~ Escola de Comércio de Taubaté (Est. de S. Paulo) em 2 V3. 1926: — Revista do Instituto Histórico Brasileiro — '/Fazendo praça de faculdades aprehensoras, que só o esfudo meticuloso da Biologia, como cupola dos conheci­ tomos ns. 20, 21, 22 e 32. mentos nos outorga, não é sem desgosto que assisto ao seu transporte para o domínio das sciencias transcenden- Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig. taes. Não é sem um protesto que ouço a ímpropriedade da Luis Antônio n. 188 — S. Paulo): phrase: o indivíduo é cellula no organismo social. Nada mais impróprio como alcance; l.«) porque o indivíduo, no — Manoel Calado — Valeroso Lucideno. caso, é "Homo sapiens" e este é um aggi egado de indiví­ — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó• duos que são as cellulas; "porção autônoma de protoplas- rias Diárias. ma"; — 2.') porque si a referencia se fizesse á cellula, a sociedade seria o indivíduo. Admitto que esteja eu em erro, — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed. mas, convenho que sou desassombrado confessando a fei­ ção da minha visão, e, talvez por ser yisão um substantivo feminino, é quasi certo se deleitará em alterar o visado para teu eterno sentimento: — a contradicção." Assinatura anual ORADOR EM MEDICINA

Trecho final de um discurso do dr. Abreu Fialho, di- da rector da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, publi­ cado na Folha Acadêmica de 16-2-28: REVISTA DE ANTROPOFAGIA "No salgueiro que lhe ha de cobrir a quieta pousada pendurarei a minha regaçada de roxiscuras saudades, e diante da sua tumba pedirei a Deus que vele pela sua alma custa e o tenha em paz e réquie!" RS. 5$000 SOCIEDADE Pedidos acompanhados de vale postal Da Gazeta do Sergipe, de Aracaju', n. de 12-7-28: "MADAME BRANDÃO — Deu-nos hontem o prazer de para sua visita a exma. Madame Brandão, cartomante, presente­ mente nesta capital nq exercício da sua profissão. Caixa do Correio n. 1269 Agradecendo a visita da distineta senhora, de$eja- mos-lhe feliz permanência nesta capital," SÃO PAULO ANNO 1 - NUMERO 5 SOO RS. SETEMBRO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL ROPP

Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAI N.° 1.269 - SÁO PAULO

PACTO DO DIA NOTURNO DA RUA DA LAPA

Responsável por este restaurante antropófago A janela estava aberta. Para o quê, não venho hoje oferecer ás queixadas calecúmenas uma sei, porém o que entrava era o vento dos lu- comida de arromba: panares, de mistura com o eco que se partia — Salta o pacto de Kellog com molho de hipo­ nas curvas ciclòdais, e fragmentos do hino da crisia norte-americana! Pois os senhores já viram imbecilidade mais bandeira. revoltante? Não posso atinar no que fazia: se medi­ Reunem-se em grave assemblea os conhecidos tava, se morria de espanto, ou -se vinha de bandoleiros Janjão Taco, Neco Facão, Prazer das muito longe. Morenas e Totó Sururú. E que ê que resolvem? Nesse momento (oh! porquê precisamen­ Declarar o assassínio e o roubo fora da lei. E o mundo inteiro aplaude o pacto solene. te nesse momento?) é que penetrou no quar­ O norte-americano que inventou essa obra- to o bicho que voava, o articulado implacá­ prima de cinismo e falsidade é o mesmíssimo nor­ vel, implacável! te-americano que intervém na Nicarágua e aumen­ Compreendi desde logo não haver possi­ ta todos os dias a sua força guerreira. E a Europa bilidade alguma de evasão. Nascer de novo que nessa obra-prima colaborou é a mesmissima Europa que trucida chineses e africanos e vive há também não adeantava. — A bomba de flit! muito tempo lavando a sua roupa ensangüentada pensei comigo. E* um insecto. em publico. Quando o jacto fumigatorio partiu, nada O Brasil foi convidado para aderir a essa pou­ mudou em mim, os sinos da redenção conti­ ca-vergonha. Mas antes de pôr o seu jamegão no nuaram em silencio, nenhuma porta se abriu, pacto deve perguntar aos pândegos se só agora nem fechou. Mas o monstruoso animal FI­ descobriram que a guerra é uma infâmia. E se quizer participar da pagodeira que vá até Paris COU MAIOR. Sentj que êle não morreria munido de máscara contra gazes asfixiantes. Com nunca mais, nem sairia, comquanto não hou­ gente de tal ordem toda a precaução é insufi­ vesse no aposento nenhum busto de Palas, ciente. nem na minh'alma, o que é pior, a recorda­ Quanto a nós, deglutido o pacto de Kellog, ção persistente de alguma extinta Lenora. atacaremos a pombinha da paz.

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MANUEL BANDEIRA

«ESTA TERRA E' NOSSA EMPRESA, E O MAIS GENTIO DO MUNDO.» MANOEL DA NOBREGA Revi ata de Antropofagia

DESLUMBRAMENTO POEMA BRASILEIRO N. 2

(do Meia-pataca) Eram doze touros novos que vinham vindo de longes pastos separados ao Mario de Andrade — aboiados por treis negros vaqueiros amontados em velhos pungas desengonçados. Morena batuta de seios de fruta no vinha que dóe. E eram doze novilhas — já no ponto — viciadas, Morena batuta ha muito tempo separadas em outras pastagens afastadas, segura essas frutas e, agora, na Fazenda, encurraladas. segura que caem.

Os doze touros novos vinham vindo, Meus olhos cobiçam — com ruidoso estrépito — delicias assim as palpebras caldas sobre os olhos '.úmidos, em urros bravios e mugidos tétricos, que a fome chegou. ora afundando os chifres grossos nos barrancos Meus olhos cobiçam. húmidos, E doidos nem vêm ora erguendo, no alto, nuvens espessas pela estrada que são temporans. poenta.

E quando a porteira do curral se abriu, Morena batuta e aqueles doze touros, numa fúria, se confundiram de seios de fruta com as doze novilhas viciadas, novinha que dóe. os vaqueiros, num Ímpeto, se acocoraram no velho cocho da Fazenda em ruínas, pra gozar a testança da boiada. (CATAGUAZES) (CATAGUASES) GUILHERMINO CÉSAR. HENRIQUE DE REZENDE.

JA' SAÍRAM: PETROPOLIS Cidadesinha do monumento de Pedro o Imperador Udadesinha férias e "Frigidaire" Macunaíma O verão alegre e fresco banha-se no Piabanha e enxuga-se na sombra do arvoredo de Mario de Andrade - Cubos brancos e de tons vivos

VÍV3S 7$000 — pedidos para rua Lopes Chaves ao quadrado azul do céo ^° No ar ha gorgeios maduros n. 108 — SAO PAULO d'aqui da pontinha e Villas de cariocas neurasthenicas com grammados pensativos e hortensias hortensias Laranja da China recolhem-se silenciosas h°rtensias íoda a v*a de Antônio de Alcântara Machado .— e repousam Carruagens estremecem apavoradas 6$000 — pedidos sobre as pontes de madeiía trovejantes A paysagem abacate para Caixa Postal n. 1269 — faz um esforço banbanban para se parecer com os quadros de Baptistada Costa SAO PAULO (RIO DE JANEIRO) ALRERTO DÉZON Revista de Antropofagia

SCHEMA AO TRISTÃO DE ATHAYDE

Oswald de Andrade

Saberá você que pelo desenvolvi­ fala que o divorcio existe em Portu­ Ahi está a lição do nosso Direito. De­ mento lógico de minha pasquiza," o gal desde 1910, respondem: — aqui vemos nos plasmar nessas origens his­ Brasil é um grilo tie seis milhões de não é preciso tratar dcsSas cogitações tóricas. kilometros, talhado em Tordesilhas. porque tem um juiz em Piracicapiassú Revisão da religião. O nosso povo Pelo que ainda o instincto antropofa­ que anulla tudo quanto é casamento tem um temperamento supersticioso, gia) de nosso povo se prolonga até a ruim. E' só ir lá. Ou então, o Uruguay! religioso. Não contrariemos. Vamos secção livre dos jornaes, ficando bem Prompto! A Rússia pôde ter equipara­ crear a santoral brasileira: Nossa Se­ como symbolo de uma consciência ju­ do a lamilia natural á legal e. suppri- nhora das Cobras, Santo Antônio das mido a herança. Nós já fizemos tudo rídica nativa de um lado a lei das do­ Moças Tristes, tudo isso...- Admittir isso. Filho de padre só tem dado sorte ze taboas sobre uma caravella e. do a macumba e a missa do gallo. Tudo entre nós. K quanto- á herança, os fi­ outro uma banana. Da mesma maneira no fundo é a mesma cousa. O instin­ lhos põem mesmo fora! nós todos com o padre Cicerp á frente cto acima de tudo. O indio como ex­ Ora, o que para mim, estraga o. Oc- somos catholicos romanos. - Romanos pressão máxima. Educação de selva. cidente, é a placenta jurídica em que por causa do centurião das procissões. Sensibilidade aprendendo com a ter­ âe envolve o homem desde o acto de Não foi inútil vermos de olhos de ra. O Amor natural fora da civiliza­ amor que, aliás, nada tem que ver cçeança a via-lactea das semanas san­ ção, apparatosa e polpuda.- índio sim­ com a concepção. Filhos do totem! Do tas emparedadas com o soldado e a le­ ples: instinetivo. (Só comia o forte). gião, atraz da cruz. O Christianismo Jtispinto Santo! Isso sim! Como aqui! absqrvemol-o. Sc não! Trazia dois gra­ Viva. o Brasil! E' a communhão adoptada por to­ ves argumentos. Jesus filho do totem Mas vamos a factos. Sahiram dois das as religiões. O indio commungava e da tribu. Ü maior tranco da historia livros puramente antropoiagicos. Ma­ a carne viva, real. O catholicismo ins­ no patriarcado! Chamar São José de rio escreveu a nossa Oayssea e creou tituto a mesma cousa, porém acovar­ patriarca é ironia. O patriarcado eri­ ciuma tacapada o neroe cyclico e" por dou-se, mascarando o nosso symbolo. gido pelo- catolicismo com o espirito- cincoenta annos o «morna poético na­ Veja só que vigor: — Lá vem a nossa santo como totem, a annunciação etc. cional. Antônio de Alcântara Machado comida pulando! E a "comida" dizia: Dona Sebastlana vae pular de gana! deu uma coisa tao gostosa é profunda come- essa carne porque vae sentir Mas o facto é que ha também a antro­ como a secção livre do Estado. nêlla o gosto do sangue dos teus ante­ passados. pofagia* trazida em pessoa na commu- nnão. Este é o meu corpo, Hoc est NOTA — (Só comiam os, fortes). Hans Staden corpus meum. O Brasil indio não podia A secção livre do Estado é o campo salvou-se porque chorou. O Club de deixar de adoptar um deus.filho só da Anthropophagia quer agregar todos os onde se debatem com tesouras D. Chi- mãe que, além disso, satisfazia plena­ elementos sérios. Precisamos rever tu­ mente guias atávica,. Católicos roma­ quinha DelPOsso e D. Maria F. Bran­ do — o idioma, o direito de proprie­ nos. dão. A Grécia tinha as suas escolas de dade, a família, a necessidade do di­ philosophia. Nós temos as de corte. O facto do grilo histórico, (donde vorcio —, escrever como se fala, sin­ sahirá, revendo-se o nomadismo ante­ ceridade máxima. rior, a verídica legislação pátria) af- (O macunaima é a maior obra na­ firma como pedra do direito antropo- cional. Você precisa lêr. Macunaima Ha homens, meu caro, no Brasil no­ fagico o seguinte: A POSSE CONTRA em estado de ebulição. Depois isso vo. Acabo de conhecer Edgard San- A PROPRDSDADE. Como prova, huma­ côa-se. Toma festim moderado,, com ches, lente de philosophia do direito na de que isso está certo é que nunca saldo a favor). Vamos-fazeR. um levan­ na Faculdade da Bahia. Um homem fe- houve duvida sobre a legitima accla- tamento topographico cia ' moral bra­ cundante. E estupendo. Outros são a mação de Casanova (& posse) contra sileira, a funda sexualidade do nosso mocidade de Martinelli e Outros Arra­ Menelau (a propriedade). Isso nos Es­ povo. Vamos rever a historia, daqui c nha Céos. Daqui! Eduardo Pellegrini, tados Unidos foi significado ainda ul­ da Europa. Festejar o dia 11 de Ou­ Paulo Mendes e Américo Portugal. E timamente pela defcza de> Rpdolpho tubro, o ultimo dia da America livre, Raul Bópp? E' um colosso! A elle devo Valentino, produzida pela gravidade de pura, descolombisaUa, encantada e imitienso! A rede telegraphica mais Mencken. Tinha muito mais razão de brafvia". possante da verdade brasileira. Eis um ganhar dinheiro do que os sábios que trecho de carta sua a propósito da fun­ vivem analysando escarros e tirando dação que ora tentamos de um Club de Quanto ao equivoco de se pensar botões dos narizes dos bebês. Muito Antropofagia e de uma grande festa que eu quero é a tanga, affirmo e mais! Porque afinal é preciso se pe­ que proponho para a véspera de 12 de provarei que todo progresso real hu­ sar a onda de gozo rcmantico que elle Outubro. E' uma carta a Jurandyr mano é patrimônio do homem antro- despejou sobre os milhões de vidas das Manfredini, de Cúrttyba, publicada a pofagico (Galileu, Fulton etc). De senhoras dos caixas e dos burocratas. 2 de Setembro na Gazeta do Povo, dali. resto, Bernardi .Shaw já disse:. Está Isso é que é importante. Depois de detalhar os argumentos do mais próximo do homem natural quem No Brasil chegámos á maravilha de grilo — base do direito pátrio eil-o come caviar com gosto de que quem çrear o DIREITO COSTUMEIRO AN- que diz: se abstem de álcool por principio.' E* fl-TRADICIONAL. L quando a gente "Comemos o resto do Território. isso! Revista de Antropofagia

UM POETA E UM PROSADOR

MANUEL . DE ABREU — a Deus que apareça um livro bom só Paulo Prado, cm conversa costuma Substância — Rio de Janei para poder dizer aos autores de livros caçoar dessa mania que muito novo ro — 1928. maus: Assim é que vecês deviam ter (ou" pretendente a tal) tem de gritar feito. esmurrando o peito: Eu sou brasileiro! Uma das poesias podia dar o .título Macunaima tom esses dois valoreS: Eu sou brasileiro! Eu é que sou o ver­ ao livro:'Are you ready? Porque Subs­ é um livro bom (não sei se já repara­ dadeiro brasileiro! Burrice, moço. Se tância é um jogo de tenis entre autor ram na força que há nessa palavra: você é brasileiro não precisa gritar e leitor. As bolas vêm violentamente, parece um tiro de canhão) e é um li­ que^é: a gente vê logo. sem parar, num bats-pula danado. Nem vro oportuno. E' o bem oportuno por­ Mario de Andrade (• dos que não gri­ tempo para respirar a gente tem. tanto. Chegou na hora. Veiu pôr no seu tam nem fazem questão de parecer. Tudo é mais ou menos deste geito: devido pé a famigerada brasilidade Pois cleé ainda quo não queira. atrás da qual correm suados e errados Macunaima tem tanta moleza, tanta Sinto em mim uma Cidade desde muitos anos o:; escritores deste senvergonhjce, tanta basófia bem nos­ jardins Brasil tão imenso mas tão arraial ain­ sas e talvez só nossas que dá vontade lirismo da minha da. da gente se estirar nas páginas dele raça os arranha-céus da ilusão Há que tempo Maohado de Assis di­ como numa rede e balanço vai balan­ piscam. zia por outras palavras que ser escri­ ço veni se abandonar e se esquecer na­ na via-láctea das vidraças tor brasileiro não ü tãc simplesmente quela gostosura. arrabaldes cantar o índio e bolar numa paisagem Rapsódia nacionar icom o r bem ro­ debalde! ipês cm flor. O Brasil não é isso só. lado) de lendas, de anedotas, 'de chei­ Ou melhor: o Brasil não é isso. Qual­ ros, de tudo. A língua então é a- mais £ tomem bola. quer estrangeiro é cbpaz de fazer um poética possível. Pareci- uma música. Nesse fogo e nêsse arrojo não é di­ romance muito bem feitinho com per­ O violão sempre acompanhando. fícil descobrir talento* c sensibilidade. sonagens desta terra movendo-se nesta E o mais bonito é qui Mario se mos­ A poesia de Manuel de Abreu não terra. Agora o romance da terra só tra inteirinho no livro (o que aconte­ possue colorido brasileiro algum. E* um brasileiro pode escrever. E há de ce em todos os que publica aliás). Pou­ internacional. Europca talvez seja escrever passando além do visível e cas vezes tenho visto. tamanha falta mais certo. Cousa que hoje em dia e do palpável. Não se contentar com de respeito humano. Há páginas em entre nós constitue originalidade. E iquilo que a terra oferece e mete pelos .que a gente se contem para não dis­ quem sabe qualidade. Porque afinal de dhos da gente a dentro. Mas sofrer o parar com o autor: Saia daí, diabo. contas sempre é meihor tomar um ex- sofrimento da terra, gozar o gozo da Como êle mesmo fêz no Amar, verbo presso-internacional da que o mixto de :erra, rir o riso da terra, viver a vida intransitivo. São Pedro do Caríri. Leva onde se da terra. queira. Inclusive á própria terra em Percebe-se claramente que Mario Só este refrão de Macunaima — Ai! que a gente nasceu. ama o herói a -tal ponto que quer ser que preguiça!... — vale como brasili­ o herói. Mas é bom que a gente o des­ MARIO DE ANDRADE — dade mais do que todas as ruazinhas iluda. Mario é um pedacinho do herói. Macunaima — São Paulo — de arrabalde,'todos os tutús de feijão, O herói somos nós todos juntos. Até 1928. morenas de chita c tal que enchem os eu, porque não? versos dos nossos curumins contempo­ A's vezes a gente em literatura pede râneos. A. DE A. M.

LEIAM C A E T E S

Augusto Meyer — Esta é de um sábio que cultiva em S. Pau­ GIRALUZ (versos) lo a sciencia e a blague: — Pedirei, com devoção, ao Senhor de Bonfim, Santo bahiano que realizou o mila­ Manuel de Abreu — gre de nunca fazer um discurso, que resuscite SUBSTANCIA (versos) os caetês, porque assim como devoraram o bis­ po Sardinha, que construiu a memorável igreja que agora se quer destruir na Bahia, BREVE: devorem o sr. Arcebispo, que a quer botar abaixo... Menotti dei Picchia — Talvez os caetês — illuminados ! — co­ E. U. DO BRASIL (versos) meram Sardinha por ter erguido a santa igre­ ja. Previam a heresia 1928 do antistite. Sá­ bios videntes os nossos pães de tanga ! F. T. Peixoto e Guilhermino César —

MEIA - PATACA (versos) MENOTTI DEL PICCHIA Revista de Antropofagia

LUNDU' DO ESCRAVO

MARIO DE ANDRADE

Tendo colhido aquele Romance que Mais outra senhora de Araraquara III (S- Paulo) dei noticia no último número desta mais uma estrofe também. E foi da "Antropófaga", como falei, sube da memória dela que Veludo renasceu Quando mia sinhô me disse: existência do palhaço preto Veludo. com as macaquices nome cor e tudo. — Páí Francisco, venha cá; Pelas coincidências deJe ter portado Finalmente minha, felicidade me le­ muita feita em Araraquara, ser preto e Vai corta as tuas unha vou pra um senhor velhuco já, com Que tu tá para casa, as moças guardarem o Romance da memória de genipapo indelével, voz boca dum palhaço prelo de Araraqua­ musical e bondade como ninguém. Este ra mesmo, achei que de certo o Velu­ senhor foi praceanu aqui da capital E eu fiquei todo contentado do é que cantava o documento. toda a vida e ali por 1876 vasava as Como gambá que saiu do laço! Sei com firmeza mas é só que esse energias de curumim freqüentando o Seu bem me dizia (ter) palhaço tirava um lundu,em que vinha circo da companhia Casali que parava Que eu havia de casáí o refrão do Romance, com variante sempre meses no largo de S. Bento, mirim: Depois o menino tomava sorvetes na IV (Minas, D. Alexina- de M. Pinto) confeitaria perto. Pois nessa compa­ "Eu fiquei todo saraptmtado nhia é que estava o. Antoninho Cor­ Quando meu sinhô me disse: reia, palhaço brasileiro de cor bran- Como gambá que caiu no melado". — Pai Francisco, venha cá;

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Esse lundu é bem da nossa tradição ca. Sc pintava de prelo c tirava tam­ Vá lava tua zipé pelo menos no Brasil central. Dona bém o lundu. E pude ajuntar. mais Que tu tá Dra te casa, Alexina de Magalhães Pinto ("Canti­ uma estrofe e a versão musical com­ (Refrão) gas das Crianças e do Povo", ed. Al­ pleta que vai aqui junto. Com mais ves, pg. 82) dá uma variante da mú­ outra estrofe me dadf por uma senho­ V (Araraquara) sica em qué também o refrão se mo­ ra de S.. Paulo, reuno um Lundu do difica assim: Escravo, já bem satisfatório -no tama­ Quando mia sinhô me. disse: nho. Assim: — Pai Francisco, venha cá; Vai lá na sanzalaria "Iô ficou tudo espahtarrado Que tu tá para easá, Como um pintinho que caiu no me­ 1 (Araraquara) (Refrão.) lado". Quando mia sinhô me disse: VI (Tietê) — Pá (i) Francisco, venha cá; (Também a versão de S. Paulo ca­ Vá íá na sanzalaria Quando mia sinhô me disse: pital, que vem adiante conserva "es- Zicuiêra (recolher) us criurinho. — Pai Francisco, venha cá; pantarado"). Vai busca, pape e tinta, Pra você se escreviiihá, Das estrofes da que chama "cantiga Eu fiquei todo espantarado de palhaço" dona Alexina de Maga­ Como gambá que caiu no laço! (Refrão) lhães Pinto dá -só uma. Seu bem me dizia (ter) Um senhor de Araraquara, junto Que eu havia de paga! Como estão vendo, os passos prin­ com outra estrofe me restabeleceu o cipais -da vida do escravo vêm ai to­ refrão em fala mais típica: dos. (Aliás a última estrofe interpre­ II (S. Paulo) tei por mim como alforria). Trabucou, "E iô fico todo assarapan-tado recolheu os criolinhos, levou bacalhau Como gambá que caiu na raçada". Quando mia sinhô me disse: que não foi vida mas porém, na san­ — Pai Francisco, venha cá; zalaria se arregalou tirando úma li­ nha çom as boas, lavou o pé, cortou r ("Raçada" com r brando é laçada). Vai chama sua feito unha, casou, casou, casou! Casou por Outro senhor do Tietê trouxe pra Que tu tá para apanha, mim mais uma estrofe, escutada lá. (Refrão) (Cont. na p..6) Revista de Antropofagia

Um pedaço do meu poema A VOZ TRISTE DA TERRA

Eu devia ter ficado Agora é que eu quero perdido nos meus terrores a alma ingênua que a terra me deu pra sentir pra gozar isto tudo Não me deviam ter dito isto tudo que vejo juntinho de mim. os nomes das coisas bonitas que os barcos trouxeram de longe Voltar! Mas agora que eu devo ir buscar nem a natureza de tudo o que eu %ia. a alma forte Deviam ter deixado que eu adivinhasse... a alma pura Eu adivinharia! a alma simples de outrora agora meu Deus eu não posso voltar! E nem me ensinaram & amar as coisas tão simples e puras Os rumos são outros. que eu tinha na terra. Não sei pra que lado ficou meu pesado. E deram-me uma alma Já nem sei como andar. mais Velha e mais triste que a minha! Me perco no tempo. E eu que era menino Me perco no espaço. dei para pensar E soffro esta angustia sem fim de ficar! 1 e envelheci esquecido de mim mesmo. E ha tantos caminhos que fogem chamando

Agora é que eu vejo que não vivi Mas agora meu Deus é impossível voltar! que estou entre coisas immensas e bellas que a terra desprende um excitante. Agora é que eu vejo que ha vida (PARAHYBA) em torno de mim. PERYLLO DOLIVEIRA E eu sinto em desejo febril de vivar.

LUNDU' DO ESCRAVO (Cont. da p. 5)

-três estrofes dando tempo prá velhice meü-Boi, embora discrepando do as­ chapar a invenção dêstc povo pregui-- chegar. Pois então depois duma quar­ sunto anterior. (O que aliás concor­ ça. ta-feira em que geou na cabeça dele da com a arquitetura da trilogia gre­ Quanto especialmente ao documen­ Francisco virou Pai Francisco e o do­ ga terminando com uma comedia.) No to que revelo hoje, o principal valor no p alforriou. E essa vida os palha­ meu próximo "Ensaio sobre Música critico dele está na liberdade rítmica ços eternisavam no circo pra divertir Brasileira" "dou uma versão paulista da estrofe cantada. Si não botei com­ fiHio de branco. "Fio dim baranco" do "Sapo Cururú" em que o texto e passo pra ela foi pra caracterísar mais os Pais Franciscos falavam... a música- vêm acrescidos dum refrão isso. O primeiro verso vai bem batido mas discrepante por completo. Nas ro­ no ritmo e no tempo. Os outros três ("Quando iô tava na minha terá das infantis brasileirasè comum esse vão com uma liberdade prosodica, um Iô chamava capitão, processo de encomprfdar a cantiga rubato de expressão oratória, impos­ Chega na terá dim baranco pela junção de várias rodas. sível da gente registrar com os valo­ Iô me chama Pai João") A forma musical da Suite é positi­ res da grafia musical tão deficiente. ("Canções Populares do vamente uma das preferidas pela nos­ Me parece que os nossos compositores Brasil", Brilo Mendes.) sa gente. Está nos fandangos de Ca- deviam de estudar mais essa tendên­ nanea, se manifesta no Congado, no cia pro recitativo de expressão proso­ Na versão, musical que registro pa­ Maracatú, no Samha-do-Matuto, no dica e pro ritmo livre. de muito do­ rece ten junção de música diferentes Boi-Bumbá, no Pastoril, etc. Essa ten­ cumento popular brasileiro. Porquê ou pelo menos acrescentamento de dência foi em parte, me parece, o que na composição artística, os que estão parte. Com efeito nem dona Alexina impediu maior gencralisação dos do­ inventando já dentro da espécie brasi­ de Magalhães Pinto nem ninguém, a cumentos musicais pelo pais. As pe­ leira, permanecem por demais dentro não ser o menino que comia sorvete ças eram compridas por demais pra da forma quadrada. Isso dá prá' obra espectaculo acabado, conhecia o dís­ ser fácil a transmissão oral de texto deles uma essência de pasticho muito! tico: e música. Si essas danças por serem Do mesmo geito que, dos nossos ro­ dramáticas e por isso com entrecho mances tradicionais a poesia artística "Seu bem me dizia mais ou menos obrigado, forçavam a poude tirar uma liberdade estrofica Que eu havia de paga (ou, casa)". que no texto se desse apenas varian­ em que a gente fica bem cômodo (foi tes dum modelo inicial, ficou hábito a solução de Catulo Cearense; ver Porém essa parte, falando musical­ cantarem êle com música nova, in­ também a "Oração ao Negrinho do mente, não discrepa do resto do re­ ventada no lugar. Lá no norte onde Pastoreio" de Augusto Meyer, n.° 4 frão e parece de origem africana tam­ principalmente o Bumba-meu-Boi é re­ desta revista); do mesmo geito os nos­ bém. presentado todo ano (no nordeste pelo sos compositores podem conceber nor­ A reunião de documentos musicais Natal, na Amazônia pelo S. João) a mas muito caracteristicamente brasi­ distintos é muito comum no populario música muda de cidade pra cidade, de leiras de criar melodia infinita. Nas brasileiro. Pode ser tendência nossa engenho pra engenho até.' Em certos emboladas, nos cocos, nos dejsafios, prá... engrandecer as coisas... Ah, lugares como em Belém com o Boi- nos pregões, nos abôios, nos lundus e rapazes! vocês nnnca não verão país Bumbá e no Recife com o Maracatú até nos fandangos n gente colhe for­ nenhum talequal ò nosso!... Exemplo a música muda de ano pra ano, pelo mas de metro musical livre e proces­ típico desse engrandecimento foi no que me informaram. Não digo que sos prosódicos e fantasistas de reci- nordeste (Silvio Romero) a mania de seja bem nem mal isso porém levou tativos que são normais por ai tudo finalisar qualquer chegança ou reisa­ o pessoal prá utilisação de foxtrotes no país. Isso os artistas carecem ob­ do com a representação de Buraba- e maxixes importados, o que pode; aca- servar mais. Revista de Antropoporf agi a OS TRÊS SARGENTOS (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO 0 JARDIM PUBLICO in

No parque havia duas zonas de amo­ convites atrevidos, tentando os mais. reto. Não era acontecimento único no res completamente diversas — a das ousados, esbarrões que- ela evitava su­ Jardim —• nem, tampouco comum — meninas da visinhança que namora­ bindo no canteiro. Entretanto o re­ mulheres provocarem de forma tão vam, è a das mulheres da vida a cata ceio não lhe impedia de mariscar na descarada os homens que Uies apete­ de fretes para conseguirem pagar a multidão homem que a satisfizesse ciam. Porém mesmo as mais desfavo­ diária do bordel. A primeira zona naquela noite. recidas, as. que .tinham noção de se­ consistia nas duas avenidas que es­ O olhar furtivo e repetido com que rem as ultimas entr«; a peior negra- quadrinham em angulo reto o core­ repassava soldados e paisanos, depa­ da, só davam demonstrações diretas ao to; a segunda era delineada pelo ca­ rou em certo momento Ires sargentos homem que viam pela primeira vez, minho que dá volta ao tanque. 0 ca­ da Força Publica que Caminhavam quando fortemente tocadas de pinga. pão de altas arvores cuja ramaria for­ juntos. Diversos na tez e na corpu- Em outra ocasião a vaidade femini­ ma toldo sobre a musica era o limite lencia, regulavam a mesma altura. 0 na impedia que elas se oferecessem das duas e a linha divisória. primeiro. robusto, castanho e claro, o deante das. outras. Somente a certe­ Na zona das meninas os almofadi­ segundo ossudo e moreno, o ultimo za de êxito podia (eval-as a praticar o contrario, tratando-se algum recru­ nhas do bairro pararam na beirada também trigueiro, provido de ampla ta novo, que desprovido de dinheiro das largas avenidas, enquanto as na­ musculatura a modelar a túnica do e cheio de seiva, aceitava qualquer moradas transitavam dea:it- deles e uniforme. Representavam a mescla da mulher. O rapaz aceitava e esquecia com eles comunicavam-se apenas por milícia do Estado, onde elementos vin­ com igual rapidez; era o mesmo que meia de olhares e risos. Muito dife­ dos de tão longe, ii tão diversos, os uma necessidade aliviada atraz de um rente era o trecho reservado às mu­ do Norte diferindo dos do Sul até na muro. Não faltavam então nem siquer lheres da vida. A exiguidade do pas­ origem da raça branca; no Pará ou os transeuntes para surpreenderem o seio mal dava para elas se esgueira- no Maranhão descendentes de alente- coito (no recanto do Canindé onde o rem quando nos dias de muita afluên­ janos, no Rio Grande de imigrantes par tinha ido depois do Jardim), e cia ôs homens enchiam o caminho. das Ilhas; confundiam-se entretanto que não resentiam do espetáculo mais Nessas ocasiões, ao se encontrarem num molde único — a farda azul fer- espécie do que si fosse de cães nó dois magotes — um composto de des­ rete largamente listada de encarna­ cio. A gente do bairro estava íami- ordeiros e outro de mulheres fáceis do. liarisada com a scena, freqüente pelos — resultavam correrias que escanda- Ao passarem os rapazes perto da terrenos reunos e atraz das cercas' lisavam os burgueses extraviados no mulatinha- coincidiu chegarem também desde a boca da noite até o alvorecer. lugar. O habitante do Interior por ali as companheiras. Formou-se bolo em Todos sabiam que quando alguém pa­ a passeio com a mulher e filhos, de volta da rapariga, que estimulada pela rava e aproximava, não era por troça repente percebiam atravez da inexpe­ presença das outras disse alto para ou por curiosidade, era na realidade riência, quanto as margens do tanque ser ouvida de longe: outro macho que vinha buscar o seu eram mal freqüentadas. Via com pas­ — I... Dita, era uni moreno assim quinhão. Si o primeiro consentia tudo mo na confusão provocada pelo cho­ que me servia... se passava sem maiores novidades, na que de homens e mulheres, os apal- Mas quem devia receber a indireta, maior camaradagem, do contrario, re­ pões dos gaiatos obrigando as mula­ não a ouviu. Quando o mais ossudo gistavam os jornaes do dia seguinte tas e pretas a fugir no meio de gri­ dos três adyertio-o a rir, já iam longe mais um caso policial de ferimentos taria e gargalhadas. O sertanejo (vin­ das mulheres que tinham parado no oú morte na várzea do de onde ainda existe receio da far­ mesmo sítio. da), extranhava serem os mais baru O rapaz que reparara caçoou com As mulheres que nãi> pertenciam á lhentos entre a molecada os soldados o distraído. ultima categoria — das que nem teto da policia, que não respeitavam mu­ — Gostei agora do Candidq, anda possuem para recolher homem — não lher alguma encontrada a passear em tão farto de rapariga que já nem liga careciam de se dirigir primeiro para redor do tanque. Ao burguez antigo da para gadinho miúdo, de hoje em dian­ o indivíduo que as impressionava. Era cidade (mormente o paulista legitimo, te só franceza... suficiente pisar no caminho do tanque para sentirem-se seguidas de matilha que sempre arrenegou militares), o Pouco antes queixara-se Cândido infinita, perseguindo-as com propos­ efeito causado era diferente. Lembra­ da falta de mulheres bonitas no Jar­ vam-lhe os excessos da soldadesca, os tas c ditos pesados como pancadas dim, de sorte que a reflexão provo­ Quando a brutalidade dos homens ul­ tempos da "Guarda Urbana", compos­ cou gargalhadas. ta do rebotalho das tropas da cam­ trapassava certos limites vinha a res­ — Onde é que você está enxergan­ posta na mesma forma, bocas desden- panha do Paraguai, que pela tradição do gado? popular, tornava perigosa a visinhan­ tadas ferviam num dilúvio de insultos, — Olha aquela vestida de branco, quando a crioula não repelia com o ça dos quartéis. Dizia-se então, que ali na esquerda perto da arvore, braço os mais atrevidos. Por outra, ao só criaturas feias >.: aventuravam de ali homem... não está vendo! Ela aceitarem alguém, riam de modo que propósito á noite, nos lugares freqüen­ quer alguma coisa com você... o perseguidor logo comprendia. Daí tados pelos "urbanos". O interpelado voltou-se logo que o por. deante ele não largava mais da Uma mulatinha que desgarrara das companheiro falou, olhando na dire­ saia que a poder de encontrões ia va­ companheiras, atemorisada pela bru­ ção apontada, mas poude apenas vis­ rando a multidão, e apoz algumas vol­ talidade dos homens, refugiou-se no lumbrar na turba o rosto da mulata tas dadas á volta do tanque apareciam extremo do caminho entre uma nesga que lhe pareceu bonito. na rua com trato feito e destino certo para o resto da noite. do gramado e o gradil de uma ponte. A exclamação da moça iscou o in­ Apezar do retraimenlo era alvejada teresse dos rapazes que resolveram es- com piadas grosseires, obcenidades, peral-a mais as outras perto do co­ (Continua) 8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA BALCÃO V LIVROS PROCURADOS: EAU - DE - VIE Por YAN DE ALMEIDA PRADO (Av. B. L. De uma nota intitulada Extraordinária Antônio 188, S. Paulo): díf fusão do alcoolismo na Rússia, publicada pelo Estado de S. Paulo, n. de 6-IX-28: "O mesmo jornal publica os resultados Accioli — "Memórias Históricas da Província de um inquérito feito em duas escolas, a res­ da Bahia." — 6 vols. peito de alcoolismo.

Resultados: Guerreiro, Bartholomeu — "Jornada dos Vas­ salos, etc..." — Lisboa, 1625. 8p. c das meninas bebem água de vida; 92 p. c.-cerveja e vinho. Somente 11 p. c dos id. id. "Gloriosa Coroa etc..." - Lisboa 1642. escolares desconhecem a água de vida." NEGÓCIO BRASILEIRO Cunha Mattos. "Memórias da Campanha de D. Pedro..." — 2 vols. Rio de Janeiro De uma correspondência de interior do Estado para o Diário Nacional de São Paulo, 1833. n. de 13-VI-28: "Na vizinha cidade de Cândido Motta, ha Lisboa, José da Silva (Cayrú). "Historia dos dias, appareceu um indivíduo que se dirigiu Principaes Successos..." 2 vols. Rio de a uma fazenda, offerecendo ao fazendeiro Janeiro 1826-1830. umaIroca esquisita: offerecia 40 contos, que queria trocar por 6, sem outras condições... O fazendeiro, desconfiado, eritabolou ne­ gocio, emquanto mandava á cidade avisar o Nos seus próximos delegado. 0 homem foi preso, mas, logo de­ pois, solto, pois o delegado não encontrou en­ números a REVISTA DE ANTROPOFAGIA tre os 40 contos nenhum dinheiro falso." publicará em fac-simile dois autógrafos de POLÍTICA KRISHNAM URTI Da marcha O voto secreto, letra de Sidne> Ávila e música de Donatilla Machado, á venda e em São Paulo: M A X JACOB "Minas teceste em epopeas D'um povo heróico a mais brilhante historia! trasidos de Paris por Mansa e serena No profícuo labor sempre em progresso, Oswald de Andrade Escalas a pyramide suprema Sem retrocesso E hoje mais uma vez Pelo dictame da consciência recto A assinatura anual Sempre altaneira e liberal Creas a sabia lei Voto Secreto" da REALIDADE REVISTA DE ANTROPOFAGIA De uma crônica de Gastão de Carvalho no custa O Paiz do Rio, n. de 4-IX-28: "E' por isso que os bons repertórios pos­ RS. 5$000 suem Loreley, que além de conter linda musi­ ca, presta-se á phantasmagoria de uma ensce- Pedidos acompanhados de vale postal nação que prende e seduz quando executada como hontem o foi, com scenarios apropria­ para dos, excellentes jogos de luz e as visões exe­ cutadas com perfeição e verosimilhança tanto Caixa do Correio n. 1.269 quanto possível, aproximada do real." SÃO PAULO ANO 1 -- NUMERO 6 500 RS. OUTUBRO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pa*. Sala 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 - SAO PAULO

VACA Bailada triste

Os portugueses do Rio de Janeiro ofere­ Eu estou hoje inhabitavel... ceram ao ministro brasileiro das Relações Ex­ Não sei porque, teriores uma vasta placa de bronze. Quize- levantei com o pé esquerdo: ram com isso homenagear o homem que obri­ meu primeiro cigarro amargou na' minha bocca gou os membros de um congresso qualquer como uma colherada de fel. a ouvirem discursos no grego de Camões. Mais uma vez o Brasil defendeu o que A tristeza de vários corações bem tristes em Portugal chamam de patrimônio comum veiu, sem que, nem porque, da raça. Defesa que cabia aos lusitanos. Mas encher meu coração vazio... vazio... não tendo mais força nem autoridade para Eu estou hoje inhabitavel... isso arranjaram advogado convencendo-o de que também tinha interesse na causa. De for­ ma que não pagam honorários. Contentam- A vida está doendo... doendo... se em dar um presentinho de tempos em tem­ A vida está toda atrapalhada... pos. Estou sozinho numa estrada Está tudo errado. A língua portuguesa fazendo a pé um "raid" impossivel. não é patrimônio comum da raça. Primeiro Eu estou hoje inhabitavel... porque não há raça mas raças. Segundo por­ que não há língua mas línguas. O português diz que sim. Prega a uni­ Ah! si eu pudesse me embebedar dade e tal. E' a cousa de sempre: quando es­ tava de cima só gritava eu, agora que está por e cambalear... cambalear, baixo faz questão do nós. e cahir, e acordar desta tristeza Essa união luso-brasileira é que nem que ninguém, ninguém sabe... aquela de Mutt e Jeff deante do cinema numa Todo mundo vae rir destes meus versos... caricatura de J. Carlos: Mas eu juro por Deus, si fôr preciso, — Vamos fazer uma vaca, Jeff / que eu estou hoje inhabitavel. — Vamos: você entra com dez tostões e eu entro com você. Sem tirar nem pôr. íBELLO HORISONTE)

ABGAR RENAULT ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

"De idea superior em idea superior, nós aca­ baremos por não ler mais ideas". PRUDHON Reriata de Antropofagia POMO ROIDO LITERATURA

(do Nuvem de Gafanhotos) RUY CIRNE LIMA

Assim?!... Um dia, o menino pediu uma historia. Não! eo não te quero mais.. Estava doente, aborrecido. Ninguém se resolvia a contar uma histo­ Quando eu parti, deixei-te quasi verde ainda, ria. Pendente de um pequenino ramo ignorado. Então, no seu inconsolavel desconsolo, o Até te conf undias com os renovos... menino doente começou a fazer uma historia nova com pedaços de velhas historias. Só sa­ Mas o ramo cresceu, bia três: a historia do Negrinho do Pastoreio, Vieste espiar a estrada, a da Bela-Adormecida e a da menina que os E ahi amadureceste, rubra, ao sol de Julho... porcos comeram. Os seus olhos amuados se velaram de E, longe, uma luz, quasi sombra. Por acaso, todo mun­ — Quem via eu me esquecer daquella manguita do se calou em volta da cama. quasi verde ainda, " — Não vê que o encantamento princi­ Que eu reservara para a volta?!... piava no nascer da lua. Todas as luzes do pa­ Não! eu não te quero mais. lácio estavam acesas. E ficou uma chama de­ finitiva na haste de cada vela. Ha vestígios de outros dentes na tua polpa... Ora, o Negrinho do Pastoreio, que anda­ (FORTALESA) va pastoreando por ali a sua tropilha de tor- dilhos, de longe, pensou que fosse promessa. FRANKLIN NASCIMENTO E lá se tocou, abrindo picada entre os espi- nheiros, para saber o que é que se perdera. Negrinho criado no mato, sem os costu­ mes da gente... Entrou. E viu que ninguém perdera na­ ESTA REVISTA PUBLICARA' NOS PRÓ­ da. Toda a gente dormia em pé, no palácio da Bela. XIMOS NÚMEROS TRABALHOS DE: Podia ser milagre de Deus. Podia ser malefício. Depois, o Negrinho, que vive só A. C, Couto de Barros de noite, não sabia o geito dos homens vive­ rem cada dia. Prudente de Moraes, neto De repente, pensou que tinha achado... Mario de Andrade Fez o que achara para fazer, e se foi embora. E tinha feito o sonho, que e a vida den­ Jorge Fernandes tro do sono. Sérgio Milliet O velho rei, sonhando, se via só, no pa­ lácio vasío. Só. Com a lembrança da rainha Jayme Griz e o sentimento do mando. (No entanto, o Cas­ Carlos Drummond de Andrade telo da Bela estava cheio de cortezãos, de da­ mas, de lacaios.) A. de Lymeira Tejo Vai, o velho rei mandou que entregas­ L. Sousa Costa sem a rainha aos porcos como ceia. Infelizmente, era sonho." Rosário Fusco

Tan de Almeida Prado (PORTO ALEGRE) RtTiata de Antropofagia COMO ME TORNEI ESCRIPTOR BRASILEIRO

JOSE' AMÉRICO DE ALMETOA

Lendo os escriptores es­ tem dito que só faz por co­ leiro ainda me faltava escre­ trangeiros (E note-se que de­ nhecer países estrangeiros ver em brasileiro. testo o paradoxo, a ironia e para ficar amando cada vez Ora, eu nasci num tempo todas as deformações de sen­ mais o seu pais. Mas dá cer­ em que ainda se falava por­ tido). Lendo e pensando no to, a menos que o sujeito não Brasil. Lendo e comparando. tenha senso objectivo ne­ tuguês no Brasil. Era ver a descripção de uma nhum nem discernimento. Inventei, assim, outro sys- paisagem exótica, vinham-me Ou seja daquelles que, cui­ tema: ler os clássicos (por­ á idéia as nossas paisagens. dando estarem pensando no que não posso deixar de ler Achava logo a differença. Pa- Brasil, estão pensando é na Bernardes, frei Luís de Sou- oSKasssasasasHsasHsasasasasaflsKiHSHsasa^^

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ra fixar traços differenciaes Grécia antiga ou no mundo sa, etc.) por cima, como quem não ha como pôr uma coisa da lúa. está traduzindo, fazendo de defronte da outra. O methodo é, porém, de ap- conta que é castelhano, pro­ plicação difficilima. Quem se curando apenas o sentido. E assim os costumes, as acha embebido em obra-pri­ paixões, etc. ma da estranja não tem ne­ (Língua pega como visgo). Quis adoptar o mesmo me- nhuma vontade de alternar a Não sei se dará resultado. thodo no cinema, mas o cine­ attenção, desse modo,- porque Mas o diabo é que, além das ma tem pouca variedade. E a perde o fio da leitura, perde palavras, não acho nada nos arte dos directores. Só os qua­ o tempo e perde ainda mais clássicos... dros nocturnos servem de se, por isso, se tornar nacio­ pontos de differenciação. nalista... E' um processo pouco ori­ E para ser escriptor brasi- (Parahyba do Norte.) ginal porque muita gente já Revista de Antropofagia ROETAS

AUGUSTO MEYER — GI- Ficou tudo gelado arripiado no friume manha de um gato: brinca, brinca, RALUZ — PORTO ALE­ lunar. brinca, agarra o rato, a gente torce GRE — 1928. O caminho branquinho mergulha na para que êle engula, êle vai e não en­ boca do mato. gole. A poesia de Augusto Meyer tem uma Marulha a saudade gemente da pedra E faz tudo isso sem cansar o espe­ força que a gente sente logo de saida calcárea na fonte, ctador. Porque o jogo dele tem sempre e fica respeitando. A linguagem bate olho d'agua glonglona e a cachoeira aspectos inéditos, o jogador é exce­ de chapa e não se esobrracha porque chora — uahl lente, a gente sente que a vitória não dentro há um sentido á prova de fogo. lhe pode escapar. Atrai inelutavel- Nada de canto do passarinho. Me­ De noite na estrada as carretas vêm mente portanto. A assistência (nem se yer quando desentrava a voz de ba­ do outro mundo. discute) voltará para os jogos seguin­ rítono é para fim certo e medido. E Vagalume accende e apaga, pisca-piaca. tes cada vez mais numerosa e interes­ canta cousas robustas. Não é um ter­ Corta o escuro o aseobio do gury sóli- sada. Façanha de que poucos são ca­ no. Ou melhor: não é um piegas. A to que foi para o povo. pazes. ternura dele é máscula, Meyer sem­ Assim o Republica dos Estados Uni­ pre domina as paisagens, os sentimen­ E batuque batuca: dos do Brasil como todos os livros tos, as cousas. Vai pelo mundo enro­ negramina que dança que dança e que desse brigão da reação brasileira não lado na força do sol mas não domi­ dança é definitivo. Jamais se dirá para efei­ nado. toda a noite — uê! tos de critica que êle é o autor de tal Há uma inquietação nos seus ver­ poema, romance ou conto. Não pode­ sos que muito provavelmente Daniel O gailo cantou li na serra, longe... rá ser julgado senão atravez de sua Rops incluiria na quu êle definiu como lá... obra considerada em conjunto. Cada moderna. Inquietação que apesar disso Parecia que tinha uma eetrella de or- livro é um pedacinho e uma continua­ te». _ ás vezes acentos antigos como valho na voz. ção. aquele Mãe, eu quero o sol! já grita­ Neste Republica a gente encontra to­ do pelo Osvaldo de Ibsen. Em todo o Mas batuque não cança e batuca toda das as qualidades do autor mas não caso a tristeza atravez da qual essa a noite — uê! as qualidades inteiras do autor. Será inquietação por acaso se revela é me­ Negramina que dança que dança e que um quinto andar por exemplo. E só dida como tudo no poeta. dança toda a noite — uah! Deus sabe quantos ainda virão. Fa­ Voz equilibrada que nunca desafina, zenda, Tarde Fazendeira, a terceira capaz de agudos truculentos mas inca­ MENOTTI DEL PICCHIA parte da Torre de Babel, Drama, A paz de soltar um só para prazer das — REPUBLICA DOS ES­ noite africana. Banzo, tanta cousa e galerias, Augusto Meyer se afirma no TADOS UNIDOS DO BRA­ tanto lirismo envolvente firmando Me­ sul brasileiro um dos valores mais SIL — S. PAULO — 1928. notti no lugar que êle conquistou na certos da literatura tão embrulhada literatura nacional de agora e deixan­ deste pais e deste momento. O que me parece mais curioso e do adivinhar e desejar o que êle con­ Digo isso apoiado neste Ratuque (e mais clogiável nos livros de Menotti quistará querendo na de amanhã. E há muita cousa igual no Giraluz): Del Picchia é que eles nunca satisfa­ olhem que o homem não tem medo de zem a gente. A obra de Menotti é uma nada: é poeta, é romancista, é jorna­ Negramina que morreu fita- «m séries. Quando vai chegando lista, é contista, é critico, orador, de­ currupáqoe pá páque! no momento gostoso pára: continua senhista (as figurinhas do Republica dança batuque dança, no próximo livro. De forma que o in­ são dele mesmo), é o diabo o diabo do e o olho claro da lua espia na crista teresse está sempre alerta e insatis­ Menotti. da serra. feito, pedindo mais. Sujeito por demais talentoso tem a A. DE A. M.

O HOMEM QUE EU COMI A PESCA MILAGROSA AOS BOCADINHOS (do Samburá) EUe me amolava tanto que eu já o tinha de olho para um churrasco. Uma vez elle falou em "Amor por principio". Eu achei que uma citação dessa merecia uma De primeiro, dentada. E ferrei-lhe os dentes. eu ia lá pra biquinha Outra vez sahiu-se com "A ordem por base". — aquella biquinha tão boa da minha terra — Eu me indignei tanto que mordi-lhe de novo. De uma feita, passeando com elle, ouvi de sua arrumava o anzol nagua boca "O progresso por fim". e ficava esperando o peixe. Era demais! Rasguei a carne do "cidadão" a custa de den­ tadas. Acontece, porem, Agora elle anda branquinho por causa da que o peixe não vinha nunca. brancura do esqueleto. Eu comi toda carne d'elle e somente deixei a língua avermelhando na alvura da caveira. Mas, mesmo assim, Eu deixei a Inigua de propósito. todo o dia eu ia pra biquinha, E quero ver si elle tem coragem de me dizer mesmo sabendo que o peixe não vinha nunca, "Viver para outrem, viver ás claras". Si elle disser, então morrerá como peixe: pela só pra ter aquella esperança, boca. aquelle prazer de esperar o peixe. O coitado é positivista, e talvez por isso esta­ va com a carne mesmo no ponto de ser comida. (RIO DE JANEIRO) E eu comi.

JOÃO DO PRESENTE AZEVEDO CORRÊA FILHO Revista de Antropofagla

CARTA A ORR1S BARBOSA

Você é um sujeito intelligen- golo, ou do mangolo, ou da mo­ Tem Maracatús... — 5 te, e, por isso, vae merecer que léstia do ar... Porem o Recife — 5 eu perca alguns instantes de mi­ Mas, como ia dizendo: comi as Não tem mais as Evas — 5 nha vida exgotada mode lhe di­ comidas gostosas da Bahia e dei De chalés vistosos — 5 zer duas palavras como respos­ um berro de enthusiasmo! ta á parte que me toca no seu O diabo da literatura, entre­ Vendendo de tarde — 5 artigo sobre a Revista de Antro­ tanto, me estragou o poema, que Peixe frito — 3 pofagia. teria sido excellente, como obra Agulha frita — 4 Primeiro que tudo eu estou de de modernidade, se eu tivesse Siry cosinhado — 5 pleno acordo com você: — o posto em jogo nelle apenas um Pirão de aratú! — 5 meu poema Bahia é uma jos- sentido: — o do paladar. Emquanto a Bahia tem tudo e sa!... Mas não é uma jossa pela Por isso é que elle é ruim; pela inda mais! — 11 questão-ritbmica que você julga, métrica não. erroneamente, influenciada por Porque a sua afirmativa de Essas alternativas, e sobretu­ João de Deus. que é de João de Deus a métrica do as passagens por mim reali- Elle é uma jossa porque foi de cinco sílabas nelle usada por sadas dos rithmos mais marca­ uma simples brincadeira que eu mim, só serve para comprovar, dos para os rithmos mais disso- fiz só para meter o páo nas ten­ mais uma vez, quanto essa mania lutos, são o que constituem algo dências oratórias dos bahianos. de cultura estraga a mentalida­ de modernidade em meus poe­ Eu passei lá e comi aquellas de do brasileiro. mas. comedorias gostosas que valem Ora vejamos: Você tem ahi Antes de você ler João de mais do que qualquer literatura cantando no pé do ouvido os Deus, bichão, cuja única appro- minha, sua ou seja lá de quem versos do Martelo: ximação com minha poética é fôr... ter sido um cantor popular em uma língua de onde a nossa lín­ E vi o bahiano discursando em "Lá no meu sertão, Tem muita quixaba, gua nasceu, precisa prestar at- vez de comer! Perdendo tempo. tenção ao modo de versejar dos Ora, quando a creada diz a vo­ Que é cume de caba, Também de cristão... cantadores da zona da matta e cê: "Seu Orre a janta tá na me- do sertão, e, bem de pressa, se za", estou certo de que você, nor­ Faz massa na mão, Dá dô de barriga, convencerá de que, em meio do destino como eu, e, como eu, fi­ modernismo brasileiro, eu cons­ lho de três raças gulosas, das Tem caba do aço Qui morre e não brigai" tituo um caso aparte. quaes duas antropófagas e uma Um caso ruim, convenhamos, que fazia pratos pra comer do mas, em todo caso, sempre um tamanho da lua cheia no nasce- e vem falar de João de Deus, o qual escreveu, realmente, alguns caso... dôro, não ha de continuar com Deixe, pois, João de Deus em os olhos fitos no papel (caso es­ versos de cinco sílabas, todos quase, entretanto, ajustados em paz para escutar violas, meu teja produzindo) para deixar a bem, depois entre na carnifici­ comida ficar fria. quintilhas, emquanto a forma do Martelo é sempre de oitavas! na que a mocidade brasileira es­ Não; parece que estou vendo Alem disso você não notou que tá fazendo para banquete da ge­ você avançar pra cima das bu- eu vou fazendo alternativas pa­ ração de amanhã. xadas, dos mocotós, das feijoa­ ra outros metros, continuando, Mesmo porque, se você não en­ das com tripa de porco e cabeça comtudo, absolutamente rithmi- trar na dança entra na faca! do dito, que é aquella desgracei- co o conjunto: Vamos! ra! Pega o pirão, esmorecido!!! A menos que você não seja Recife é bonito, — 5 Recife tem pontes, — 5 (RECIFE) empalemado, ou sofra de sezões, : ou de espinhela caida, ou do tan- • Tem 'bois" tem Reisados, — 5 ASCENSO FERREUtA

JA' SAÍRAM: VAO SAIR:

Menotti dei Picchia: Republica dos Estados Paulo Prado: Retrato do Brasil (ensaio sobre Unidos do Brasil (versos) a tristesa brasileira) Augusto Meyer: Giraluz (versos) João Alphonsus, Carlos Drummond de An­ Mario de Andrade: Macunaíma (historia) drade, Emílio Moura e Pedro Nava: Antolo­ Antônio de Alcântara Machado: Laranja da gia de 4 poetas mineiros China (contos) José Américo de Almeida — Bagaceira (ro­ Guilhermino César — Meia-pataca (versos) mance) Revista a* Antropofagia

DIABO BRASILEIRO JORGE DE LIMA

Enxofre, botija, gallinha preta. terno de casemira pra quando Zefa me vêr. Credo em cruz, capeta, pé de pato. Capeta, pé de pato, tome gallinha preta! Diabo brasileiro, dente de ouro, botija onde está? Credo, capeta, pé de pato! Capeta, pé de pato, dente de ouro, quero dente de ouro, Diabo brasileiro quero saber quando dá quero capa de borracha, punho engommado, a dezena do carneiro! , Enxofre, botija, gallinha preta. bengalla castão de ouro, capeta, pé de pato, Credo em cruz, capeta, pé de pato. tome gallinha preta! Capeta, dente de ouro, tome gallinha preta, Quero saber suas partes, suas sabedorias, quero dormir com a Zefal quero saber mandingas, Capeta, bode preto, quero dormir com a Zefa! Capeta, pé de pato, tome gallinha preta, que eu quero quebrar banqueiro, que eu quero Capeta, diabo brasileiro, só lhe dou gallinha preta! tirar botija, Capeta quero casar com a Zefa, quero que sêo que eu não quero é trabalhar, que eu também sou Vigário brasileiro! me case logo com a Zefa! Capeta, tome gallinha preta, Capeta tome gallinha preta! que eu quero saber embolada, Capeta, diabo brasileiro, quando dá quero saber martello, quero ser um cantador, a centena do macaco? capeta, quero dizer a Zefa, essa quentura de amor! Quero quebrar banqueiro, capeta damnado, pé de Capeta tome gallinha preta, que eu quero casar pato, com a Zefa! dente de ouro, cheiro de enxofre, tome gallinha Por Deus, que eu quero, capeta, pé de pato! preta! Tome gallinha preta! Capeta, pé de pato, quero acertar com o bicho, quero comprar gravata, botina de bico fino (MACEIÓ")

í525E525ESZ5E5E5Z5ZSESasa52525a5a5H51S25E5ES2Sa5asSS2^ O TRAVO

SEBASTIÃO DIAS

Talvez não fosse só o capricho. De­ zoluvel? Não lhe importava por em­ de seus mestres verificava de visu ha­ mais, se confessava impotente pra ana­ quanto que não lhe tinha sido pro­ ver algo alem dos números. lisar seu drama intimo. posto. E se admirou disso não ter si­ Estudou com afinco muitas matérias. Dizia drama conscientemente: ain­ do ainda objeto de suas cojitações. Se esqueceu de métodos e catálogos. da acreditava que o theatro e a vida Falava assim "disso" com certa su­ Só tinha uma preocupação. Um dia se plajiavam mutuamente. O cinema perioridade especialmente com os ou­ deu adeus á vida e se recolheu na so- seria assim uma espécie de gigolô de tros. Se decidiu a se por em equações litude: ambos. Nunca lhe importara quem fos­ e se solucionar com presteza. Depois Muito tempo. Sempre a pensar no se o coronel. pi*o que viesse aplicaria a formula magno e único problema. Tinha fuji- A principio quiz fazer sua vida. Or­ conseguida. Seria, quando-muito uma do dos homens mas a humanidade não denou-a, catalogou-a c preparou-s.e pra simples prova: real ou dos nove. lhe fez o mesmo. Aquela complicada realisa-la. Como tinha algum tacto, bo­ Não acertou a principio. Recome­ maquina social e administrativa que tou na conta imprevistos e acidentes. çou. Com paciência, com método, até conhecera nos livros puzera seus ser­ Mas sem particularisar ou discriminar. que enfim se convenceu da inutilida­ vidores na sua pista. E foi se agüentando algum tempo. de pelo menos atual das matemáticas. Foi para a prizão. E fizeram-lhe per­ O primeiro mez, o segundo... Apenas Todas elas. Sem excetuar mesmo a ta- guntas. Como ha muito não utilizasse uma coisa sem importância: uma que­ boa de Callet, o calculo das probabi­ da linguajem articulada, porque esti­ da. Algo perigosa: ficou em estado de lidades e as vertijinozas geometrias vesse fora do trato de seus semelhan­ choque, passou uns dias de cama. não euclideanas de( Riemann, Loba- tes, não os compreendeu nem lhes Ficou radiante porque comemorou o tchewsky e epígonos. poude responder. Fez sinal que escre­ aniversário na data justa que havia Nova admiração. Então o negocio vessem. marcado: 8 de novembro, puxa! não não era tão sinjelo. Exorbitava das houve nenhum contratempo e por Leu então que lhe inquiriam do seu ciências exatas. Falar verdade não en­ nome, idade e sexo. cumulo de coincidência o dia 8 de no­ contrava a minima partícula de amor vembro caiu numa si-xta-feira. Tal- Olhou com profundo espanto pra naqueles estudos. Mas procurava se todos aqueles fieis cumpridores da lei, qualmente havia previsto. convencer modestamente que não pes- Mas quando chegou neste ponto, per­ pra todo aquele aperuto solene de re­ quizára bem, pra salvar, o prestijio cepção e mudando o semblante pra cebeu uma coisa seria: o amor. Aliás dos números. todas as coizas lhe pareciam sérias e uma encantadora injenuidade e pie­ Se dirijiu com ardor prás ciências dade indizivel, escreveu três vezes com respeitáveis, inclusive as Circunspe­ biológicas. Necessariamente elas ha­ ctas propriamente ditas. Propriamente uma bonita letra, clara e separada: viam de lhe esclarecer qualquer coi- NAO SEI. ditas pelo dicionário, pelas pessoas za. Não se ia adiantando quazi nada. mais velhas ou livro de máximas. Mas se satisfazia pelo pasmo quotidia­ Em seguida na mizericordioza supo­ Depois, antes mesmo de escrever no de descobrir navas sendas da sa­ sição que não entendessem todos tra­ qualquer regulamento sobre a nova bedoria humana. Se conteve pra não duziu a inscrição em dezoito idiomas descoberta, pensou que o amor não publicar com escândalo suas desco­ e dialetos. era. uma coizá, mas um problema. Re- bertas; muito ao contrario do pensar (RIO) Revista de Antropofagia

OS NTOS (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO O JARDIM PUBLICO IV

A timidez da rapariga, ainda mal fa­ O mais conhecido era a historia da Eu também, mas vamos esperar miliarizada com o lugar, fizera com onça. Circulava pela rapaziada, bran­ ainda um pouco. que um impulso repentino a nivelasse ca ou mestiça da "Força", a graça' que — Que'sperança, já passaram, perto com as mais reles freqüentadoras do asseverava odiarem as onças aos pre­ de nós mais de um par de vez. Ficar passeio. Quando a mulher se oferecia tos. Diziam concistir numa terrível aqui comendo mosca não é comigo, si tanto, o homem inversamente se retra­ ogeriza, sempre crescente desde a ho­ vocês quizer ficar fique, eu vou emr ia e a aproximação perdia-se. Naquela ra em que uma cangnssu' vira um pre­ bora. feita, embora com decréscimo, a mu- to mina. Dai esclamava logo o solda­ Era costume da banda terminar o latinha obteve mais êxito do que es­ do ao ver a negrada atulhando o par­ concerto com musica de dança, que no perava apezar do repente que lhe es­ que, "Imagina uma onça solta agora, momento estivesse em moda. Muitas capara; seu aspéto infantil, novidade não ficava nem uma lia para ­ pertenciam ao regente Lorena, que na zona duvidosa, causou grande in­ trai", e por mais que repetisse a mes­ grangeara fama graças á difusão dos teresse no grupo dos sargentos. ma cousa, sempre em lorno dele ecoa­ seus trabalhos em revistas de teatros Para cercarem o rancho das mulhe­ vam gargalhadas. Alguns acrescenta­ populares. Quando os soldados da po­ res foram os rapazes até o melhor pon­ vam modificações ou imaginavam va­ licia a ele se referiam davam-lhe um to de espera do percurso, na encruzi­ riantes, "Qual o quê, tem cada cara no "Êta" admirativo ante» do nome, que lhada fronteira ao coreto. Alinhados meio dos joão que si a onça enxer­ deste modo entrada no rol das cousas pelo cotovelo como si estivessem na gava erá capaz de morrer de susto!". admiráveis da Força Publica. Também revista, ficaram á espreita na beira Decorrente desta modificação nascera os sargentos partilhavaln da admiração do caminho onde tinham subido para outra inventada por um soldado nor­ dos- colegas porém o insucesso da es­ enxergar melhor. Resistiam aos en- tista, fazedor de quadrinhas e contos, pera tornara-os mal humorados. contrões no anceio de distinguir a ra­ que percorriam o quartel em que ele A insistência de uni deles venceu a pariga e as companheiras na turba que estava indo até aos oficiaes. Narrava resistência dos outros. Dirigiram-se passava, esforço cada vez mais cus­ a historia do domador de circo que devagar em direção da ' saida percor­ toso devido á afluência cada vez mais pretendeu alimentar enorme onça com rendo com a vista todos os vultos fe­ densa de gente naquele momento. A as negras do Jardim. Para aquele "ar­ mininos que alcançavam. dificuldade do exame ainda era au­ tista", (denominação que o povo dá — Eu conheço aquele pessoal, é mentada por causa dos colegas espa­ a todos que se exibem em publico) rampeiro, não vale a pena perder tem­ lhados pelo parque, passeando ocio­ conseguir seu intento foi preciso tra­ po... sos, e que se juntavam aos sargentos, zer a onça perto do tanque, onde sol­ — Ah! Você conhece? Indagaram os demorando-se em contar ou trocar pi­ ta investiu confra as mulheres que outros interessados. lhérias antes de seguir na esteira de passavam. Não demorou muito voltou — Já estiveram de-já-hoje por aqui. alguma saia. Estavam por ali, como o bicho fugindo apavorado de uma pre­ Eu estive manjando elas, tinha um todos, á procura de aventuras. A pro­ ta que gritava, "Que onça linda, meu grupo pronto para entrar na conversa, sa com os militares encontrados pelo Deusl Mais bonita do que defunto Bi- quando chegou o grude do Colatino caminho não passava de pretexto para nidito meu marido...", ao passo que que estragou tudo. Fiquei com uma esperar alguém que desejavam desco­ a perseguida apelava para o dono afim raiva... brir no redemoinho. de que a .protegesse da mulher. A — Será então o pessoal do vinte- historia, e semelhantes, estava afina­ quatro? A Mariasinha me disse que es­ Nessa altura o modo como um co­ da á ingenuidade do auditório, na tava esperando as raparigas que esti­ nhecido se abeirava de outro não va­ maior parte, composto de homens vin­ veram no mez passado em Campinas. riava, era sempre alusivo ao que am­ dos da roça ou de sertões longínquos. Não é não. Eu passei lá hontem. bos vinham fazer no parque. "Então Longe de onças e de perigos demo­ E' outro pessoal, desconfio que foi a pirata, sempre invocando?" "Que é que ravam as mulheres em aparecer. Com mais alta que pegou um fubá no Zé está fazendo aí?" "Esperando a Deu­ o tempo aumentou a impaciência dos Maria. sa?". Ou, ainda, "Que tal hoje, vae ou rapazes. A desordem na multidão fize­ — Qual é delas? não vae?". A que o interrogado res­ ra com que elas tivessem relado por — A vestida de branco com sapato pondia: "Fica firme, banca como eu diversas vezes o grupo sem serem per­ preto. o Firmiano Pinto." cebidas. Havia por esse tempo o costume de — Qual o quê, não é essa não, essa dar o nome do prefeito da cidade a A demora irritou o mais magro dos que você fala já sei quein é, estava por uma porção de significados de firme­ sargentos que acusou os outros do aqui mesmo, mas tinha uma gola ver­ za, calma, espreita, c palavras pareci­ desencontro. melha na blusa... das. A razão não provinha de qual­ — Nós devia ter falado logo com Todos riram. quer ato extraordinário praticado pelo elas. Vocês são lerdo mesmo. Assim — Da pirataria nem rato escapa, administrador, que foi dos apagados não dá certo, quem faz cavação não nem a blusa vermelha da tia! O gadi- que S. Paulo teve, porém tão somente dorme. nho que rodeia o tanque é a mesma pelo que sugeria a assonancia de Fir­ Da censura partiram apreciações ob- coisa que malandro que tira escacha miano. Durante muito tempo o lingua­ cenas feitas por todos do grupo acer­ na rua 7 de Abril. jar paulista fez deste nome um adjeti­ ca das mulheres em geral, e daquelas — Vamos voltar? vo, que se tornou corrente e durou que esperavam no momento. Cé doido homem, vamos embora. além do governo daquele prefeito. — Vae ver que já foram embora. O mais corpulento dos três apoiou o convite. Entre os freqüentadores do Jardim — Parece mesmo... — Na véspera de riscar o punga a havia também familiarismos mais res­ — Vamos então esperar até o ma­ gente afia a espora na cama... tritos, que giravam incansavelmente! xixe? — Eu1 não espero. Até o maxixe é entre a soldadesca afeiçoada ao par­ (Continua) que. muita coisa, vou embora. Revista de Antropof«gl»

BRASILIANA A L C A O vi FOLHETIM LIVROS A' VENDA: Do romance O aoldado desconhecido (O heróico legio- nario braaileiro), de Zenato d'AIvamilo, ed. da Casa Edito­ Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem­ ra Vecchi do Rio de Janeiro, fase. n, cap. XXIII intitulado bro n. 19 — S. Paulo): O guerrilheiro Ab-EI-Akrim, p. 171: "O guerrilheiro, acostumado ao seu dominio absoluto, estranhou a resistência inesperada daquella jovem- e per­ — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do guntou friamente: Rio Grande do Sul — 2.» ed. —• Quem és tu e de onde vens? — Monteiro Baena — Compêndio — Fará. Nélia, num tom firme que surprehendeu a todos os pre­ sentes, immediatamente respondeu: — Chamo-me Nélia e sou noiva do Soldado Desconheci­ Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 do; quanto ao logar de onde venho, basta que saibas que fui — S. Paulo): raptada covardemente pelo teu bando de malfeitores! Aquella captiva era a noiva do Soldado Desconheci- — Archivo Pittoresco — 11 vs. ene. do!. — Panorama — 17 vs. ene. Que maravilhosa presa I" — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa. CIVISMO — Vieira — Sermões — 16 vs. ene, sendo al­ Circular distribuída pelo Grêmio Silva Jardim de Ni­ guns em 1.* ed, terói (agosto de 1928): Innocenoio F. da Silva — Diccionano Bi- "GRÊMIO SILVA JARDIM bliographico — 19 vs. ene. entidade cívica nacional — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va­ (Seeção do Estado do Rio) ria Historia — 1660. Sede — Rua da Conceição, 2 sob. — Tel. 2177 — NITHEROY Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana. O GRÊMIO SILVA JARDIM HOMENAGEIA O SEU PATRONO — APÓSTOLO DE BRAVURA CÍVICA — LIVROS PROCURADOS: Homenagens no dia de seu natalicio —18 de agosto. (Não haverá discursos; mas, exaltação cívica). Pela LIVRARIA UNIVERSAL: SELVA JARDIM nasceu em Capivary no anno de 1860 e morreu em 1." de Julho de 1891, no Vesuvio, o vulcão italiano em Nápoles. — Roquette Pinto — Rondônia. EM NITHEROY — Ruy Barbosa — Replica. (A*s 10 1|2 hs.) — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil — — Romaria ao monumento da Republica (Praça Pa­ 2 vs. dre Feijó) onde se encontra a estatua de Silva Jardim — Revista do Instituto Histórico Brasileiro — (barca de 9,50 e de 10,10 nó cães Pharoux). tomos ns. 20, 21, 22 e 32. O GRÊMIO SILVA JARDIM precisa dos brasileiros (que têm orgulho deste nome) em torno do brasileiro que Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig. mais expdz a vida pela Pátria, empunhando esta arma — Luis Antônio n. 188 — S. Paulo): o seu civismo incomparavel. NO RIO DE JANEIRO — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo. (De 4 1|2 até 5 e 15) — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó• — Sessão cívica na Associação Brasileira de Educa­ rias Diárias. ção (Rua Chile 23, 2.° andar). Devem comparecer o Em­ — Alvarenga Peixoto — Obras em 1.' ed. baixador italiano, o aviador Ferrarin, o jurisconsulto Clo- vis Bevilacqua, condiscipulo do patrono do Grêmio e seu único irmão sobrevivente, Gabriel da Silva Jardim. Em plena sessão, ao antigo escoteiro Armando da Silva Maga­ lhães, (que salvou o aviador Ferrarin) — será conferido o primeiro "Prêmio EUCLYDES DA CUNHA: valor braailei­ A assinatura anuas ro", creado pelo G. S. J. no dia euclydeano, 15 ultimo. (Esse prêmio é um volume de "OS SERTÕES, o livro da raça bra­ sileira, escripto pelo mais brasileiro dos brasileiros"). da (A's 5 1|2 hs.) REVISTA DE ANTROPOFAGIA — Romaria á casa n." 17, da rua Silva Jardim (antiga travessa da Barreira) onde existiu a Soeieté Françaiae de Gymnastiqne, ponto obrigatório de reunião, para os pro- custa pagandistas entre élles — SILVA JARDIM. Trata-se, apenas, de solennidade cívica. Foi supprimido RS. 5$000 qualquer caracter festivo; isto em homenagem a Del Prete — "peregrino audaz": filho da Itália, fallecido no BrasiJ, O G. S. J. assignala: Silva Jardim também foi "pere­ Pedidos acompanhados de vale postal grino audaz": fiüio do Brasil, fallecido na Itália. A epopéia italiana de hoje lembra a grande tragédia brasileira de 1891. para Gloria a DEL PRETE — nas alturas! Gloria a SILVA JARDIM — no seio da terra italiana! Caixa do Correio n. 1.269 AVEi LATINIDADE! AVEJ BRASILIDADE!" SÃO PAULO ANO | - NUMERO 7 *oo Rs. NOVEMBRO - .928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerê„ci, „e BQpp

Endereço: 13, RUA BENJAMIM COMSTflHT ~ y r». Saía 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SAÕ~PÃULO

CONCURSO DE LACTANTES REPUBLICA

Estão tratando de erguer não sei onde Deodoro todo nos trinques (mas sempre aqui no Brasil) um monumen­ to á mãe preta. Os denodados que para isso bate na Porta de Dão Pedro 2-°- trabalham querem confessadamente prestar Seu Imperado, dê o fora uma homenagem de gratidão ás amas molha­ das e secas mas sobretudo molhadas da linda 9ue nos queremos tomar conta desta bugi- côr do urubu. E atravez delas á raça escrava. Eu acho isso muito bonito e comovente porém perigoso. Marmorizada ou bronzeada Mande vir os muzicos. a preta, as mulatas e as brancas protestarão n T J J J „„ M7 „ , . ^ O Imperador camarada responde na certa. E será preciso erguer outros monu­ mentos. Um para cada côr. Depois um para Pois não meus filhos não se vexem cada nacionalidade. A homenagem provocará , . , , . , me uma <.nmnA+j,.s» A* -««„,. J • x' J deixem calçar as chinelas uma competição de raças, de origens, ate de tipos de leite. Por fim os fabricantes de leite podem entrar á vontade. condensado também reclamarão a sua está­ tua e com toda a justiça. E haverá o diabo Só peço que não nie bulam Das obras coraPIe- quando o governo holandês exigir uma para tas de Vitor Hugo. as vacas suas súbditas. Eu não estou ofendendo. Eu estou pre- Vfinmd0' (RIO DE JANEIRO)

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MURILO MENDES

SAIBAM QUANTOS Certifico a pedido verbal de pessoa interessada que o meu parente Mario de Andrade è o peor critico do mundo mas o melhor poeta dos Estados Desunidos do Brasil. De que dou esperança.

JOÀO MIRAMAR Revista de Antropofagia

PR O FANAÇÂO O NORDESTE DO SR. PALHANO Ha diversos nordestes entupindo livrarias. Uns, since­ ros. Outros — e é o maior numero — exagerados. Para A cathedral de Ribeirão Preto no tempo em que mais ou para menos. Conforme a capacidade de exagerar de cada um. O do snr. Palhano de Jesus não é insincero. E' eu era menino apenas interessante. Mesmo ha muito de sinceridade em s. s. afirmar nada entender da terra carrasco e dos seus Tinha um aspecto respeitável de volume problemas. Cousa desculpavel aliás, dado o motivo sim­ E uma côr gothica de tijolo plesmente burocrático do seu cargo. E é pena. Porque si alguma justiça ha de se fazer neste artigo, é reconhecer a Que bastava para definir a sua intenção silenciosa sua bela atividade. Graças a ela ficamos conhecedores da de humildade. existência de todo um complicado serviço de indiferença á fome. O que já é muito para o inferno das boas intenções.

Agora, 0 engenheiro snr. Palhano de Jesus ouviu dizer que Na symetria civilisada dum jardim havia chuvido no Nordeste entre Fevereiro e Março. E o engenheiro mezes depois de acurados estudos correu á im­ Pintada de vivo prensa para comunicar o resultado das suas investigações. E emmagrecida pela ambição condoreira de sua E os linotipos e os telégrafos espalharam a bôa nova. "O competentissimo snr: inspector da zona nordestina torre diz que a seca atual é atenuada. Choveu no principio do ano. Que saibam todos os ser­ A cathedral de Ribeirão Preto que eu temia em tanejos." Foi um reboliço. Houve até salvas de bombas reaes. criança Atenuada!... E muita gente começou a respirar satisfeita­ mente. Que beleza! Tem a elegância galga e nobre de uma pose. Si porem o snr. inspector houvesse levantado gado magro, batido macambira, levado na pele para a terra ca­ rioca o vergão do sol e a marca das juremas; tivesse comi­ do- carne de ceará com rapadura, armado a sua rede nos E no sétimo dia de descanso galhos dos umbuzeiros, marchado no trote duro de burros Uma alegria moça de religiosidade estropiadps, léguas e mais léguas atraz de pasto, não teria o atrevimento de tamanha eresia. Porque, contra todas as Vae suas previsões, a seca começou depois das chuvas. E' que essas chuvas caíram depois de um longo ano sem pingar. Intimamente E caíram espaçadamente. Até então o único recurso do sertanejo para conseguir ter de pé os seus animaes, era Desafiar as cores de sua igreja queimar espinhos. Bater macambira. Com as chuvas a ma­ Com a festividade colorida de seus vestidos cambira enverdeceu. Não queimou mais. E a rama que nas­ ceu era fraca. O gado começou a cair. Os giraus e os tan- guês foram armados nos revêsos. E pelas estradas poeiren­ (S. PAULO) tas, debaixo de um sol de endoidecer, começou o -sacrificio das retiradas. Retiradas vagarosas de animaes exaustos • c de homens abatidos. Tinha levantado o tempo, definitiva­ A. DE ALMEIDA CAMARGO mente.

Snr. Palhano, leia isto para quando quizer fazer mais 5SESH5S5a52SasíS2SaSSS2SSSaSa52BHSH5eSHsaS25H5ESZSSSZSaSZ uma gostosa pilhéria. SasaS25ES2SaseSZSSSaSHSESH5HSasaSE5aS2SE5aS25S5asa5E525E5 Não sãos os açudes e as estradas que resolvem as nos­ sas eternas questões. Não deixa de ser isso. Mas são sobre­ tudo métodos regionaes de educação, medidas inteligentes de aproveitamento. Para fazermos verdadeiramente obra de construção, temos que enxergar o Nordeste como uma re­ LEIAM: gião á parte. E especialisar então para ela educação, insti­ tuições sociaes, administração. E isso simplesmente. Uma simplicidade primitiva é o que exigem os problemas da vida primitiva, diz Chesterton. E nada mais primitivo que a vida nos nossos sertões. Querer, por exemplo, alfabetizar essa gente antes de educal-a na pratica do trabalho da sua terra, é incorrer na eterna questão de começar pelo fim. Porque Vargas Netto: Gado chucro (versos) o sertanejo só é preguiçoso nos sertões. As fazendas de café enrS. Paulo, e os seringaes do Amazonas não tiveram braço mais forte. Explica-se isso pelo completo desconhecimento dos recursos da terra por parte deles. A criação é mais um Augusto Mejrer: Giraluz (versos) divertimento — é a sua coleção de selos. Criar bois não é cousa que deva ser enxergada como factôr econômico posi­ tivo no. nosso futuro. As secas não o permitem. E quando Mario de Andrade: Macunaíma (historia) nao fosse isso a criação em larga escala no sul do paiz, trará muito em breve para a industria da carne, um merca­ do amplo, mesmo mundial. Como factôr de desvalorização nao se pode desejar mais poderoso. Ruy Cirne Lima: Colônia Z e outros poemas O nosso recurso fabuloso é o algodão. E imposto por lei o sistema da pequena propriedade, ter-se-á atacado o (versos) problema capital da nossa economia. Enxergar a* necessidades do Nordeste como de criado­ res de gado, é malhar em ferro frio. Só acabando com as Menotti dei Picchia: Republica dos Estados secas. Os açudes não o conseguirão. São apenas medida preventiva. Medida para a agricultura. E' verdade que nos Unidos do Brasil (versos) descampados vastos dos nossos sertões, a humidade dos açudes, diminuindo a marcha dos ventos, força a queda das chuvas. Não deixará, porém, de entrar como influencia po­ derosa, o capricho climaterico. flassiano Ricardo: Martim Sererê (versos) RECIFE) A. Dfi LIMEYBA TBJO Revista de Antropofa fi« *L

ABRI DEI RA MATEUS CAVALCANTE

A America acaba de receber recebeu o Novo Continente diz esse indivíduo se haverá no des­ uma grande missão: a missão do respeito á actividade espiritual empenho do mandato. entusiasmo. Delegou-lhe a incum­ dos seus habitantes. Ora, nessa Imaginemos um poeta ameri­ bência o fino poeta Ronald de matéria principalmente, o qué cano estalão. Ele recebeu a pa­ Carvalho, numa conferência so­ verdade para o todo, é verda.de lavra de ordem: "Entusiasmo, bre a moderna poesia america­ para cada uma de suas partes. hein ! Muito entusiasmo!" O na. Em nome da mandatária Alem do mais, falando em "poe­ poeta americano é brioso. Não aceitaram o encargo, agradecen­ americana" o sr. Ronald de é preciso insistir. Ele dará conta do a honra da escolha imereci­ Carvalho usava, evidentemente do recado. Empertigou-se. Res­ da, S. Exa. o sr. embaixador pirou—l. Espirou—2. Outra Morgan c a selecta assistência. vez : 1—2. Bem. Bateu no pei­ Segundo todas as aparências to (com força). Fez um olhar sobranceiro. Pegou no chapéu o que ditou tão sabia decisão LUNDU' DO ESCRITOR DIFÍCIL foi a necessidade em que se num gesto ágil e elegante. Saiu seguro de si, pisando duro. viu aquele poeta modernista Eu sou um escritor dificil de definir o espirito america­ Que a muita gente enquisila Lá vai êle, dominador, alti­ Porém eaaa culpa é fácil no no que êle tem de original De se acabar duma vez: vo, com uma chama estranha e inconfundível, para, pesqui- E' aó tirar a cortina a perpassar nos olhos deslum­ Que entra luz nesta escnrez. zando as diversas modalida­ brados. des desse caracter geral em Cortina de brim caipora —Quem é aquele camara­ Com teia caranguejeira cada um dos grupos étnicos E enfeite ruim de caipira, da ? deste continente, astoignarlar- Fale fala brasileira —E' um americano, o poeta. Que você enxerga bonito lhes uma voz á parte no coro Tanta luz nesta capoeira —Ah ! é um americano ! é das civilizações contemporâ­ Tal-e-qual numa gupiara. o poeta 1 neas. Pára isso era preciso Misturo tudo num saco A multidão se curva á pas­ perscrutar as tendências inti­ Maa gaúcho maranhense Que para no Mato Grosso sagem do vate. Lá vai êle do­ mas da América, que devia Bate este angu de caroço minador, altivo, com uma cha­ sentir-se á vontade no seu pa­ Ver sopa de carurú; ma estranha a perpassar nos A vida é mesmo um buraco, pel, destinar-lhe uma funcção Bobo é quem nio é tatu! olhos deslumbrados. compatível com a sua Índole: Eu sou um escritor dificil —"Alô, poeta I "The right continent in the Porém culpa de quem él —Ale-guá guá guá ! Ale-guá right place". Reservando-lhe Todo dificil é fácil Abasta a gente saber. guá guá ! hurrah'! hurrah ! a missão do entusiasmo, o es­ Bagé piche chué, ôh "xavié", America ! teta dos "Epigramas", coe­ De tão fácil virou fóssil, O dificil é aprender! —E's do campeão.? rente, aliás, com os seus pre­ —Não. cedentes intelectuais, reconhe­ Virtude de urubutinga —Quem é esse então, poeta? De enxergar tudo de longe! ceu "ipso facto" em tal missão Não carece vestir tanga Agora reparo nessa chama es­ o procurado caracter diferen­ Pra penetrar meu cassange! tranha a te perpassar nos Você sabe o francês "singe" cial. Para êle a poesia ameri­ Mas não sabe o -que é guariba? olhos deslumbrados. Que é cana será a poesia do entusias­ Pois é macaco, seu mano, que tu tens hoje 7 Que só sabe o que é da estranja- mo ou não será. Essa lhe pa­ —Entusiasmo ! recendo a sua finalidade na­ MARIO DE ANDRADE —Viva ! Pegaste a centena ( tural, foi disso que êle a in­ Escreveste a obra - prima I cumbiu, oficializando assim Amas e és amado ! Amar e ser uma situação de facto ante­ amado, ó que ventura ! rior. L —Néscio ! Os quadros vastos dificultam de uma abstracção, que e preci­ so entender-se no seu verdadeiro —Então ? Fala, meu louro. Me a compreensão das coisas. Nin­ diga o que ha... guém pôde ter uma visão total sentido de "poesia dos america­ nos, de cada americano, consi­ —Não sei não, uái ! São ordes." da América sinão na escala das derada em conjuncto". cartas geográficas. E não é ne­ Canibal, meu nego, que fas- Para milhor compreender o cessário dizer quanto é difícil re­ tio é esse. onde estavas tu á ho­ alcance da missão devemos, por­ conhecer na realidade o que só ra da conferência ? tanto esamina-la do ponto de vis­ se conhece através dds mapas, ta do indivíduo americano. Desse ainda que sejam em relevo. Por modo tudo se reduz a saber como (RIO DE JANEIRO) outro lado a incumbência que Revista de Antropofagia 2 POETAS E 1 PROSADOR A. DE A. M.

VARGAS NETTO — Gado isso de glorificar em verso o passado Et sur le ventre de Ia mer chucro — Porto Alegre — brasileiro. O talento de Vargas Netto d'un coup sur et soudain 1928. não tem precisão de bater no bumbo luit le bistouri tranchant du phare patriótico para mostrar que aqui nas­ en tour de force laparatomique, O poeta mesmo confessa no fim do ceu. volume: o que cantei meu coração Dans le bas-ventre horizontal mandou. E como é coração gaúcho CHARLES LUCIFER — Cy- coule sur ia concavité de' Ia plage ditou versos gauchescos. O que não é nismes suivis de Sensualis- Ia pléthore blanche rigorosamente lógico mas explica o re­ mes — Paris — 1928. de Ia leucocytose nébuleuse des lu- gionalismo do Gado chucro. mières. Aliás um regionalismo que se en­ Escrevendo em francês o poeta bra­ tende, sem abuso de expressões e alu­ sileiro que adotou o pseudônimo de Opinião provinciana talvez: a poesia sões locais. Charles Lucifer pegou a ginástica poé­ de Charles Lucifer é um exercício. Vargas Netto exalta a paisagem e a tica lá da França. E com essa ginásti­ Opinião não provinciana talvez-: a- vida heróica e trabalhosa dos pagos. ca o desprezo alegre pelo mundo, sua poesia de Charles Lucifer é um saxo­ Com o entusiasmo e a força a que já gente e suas cousas. Fala da tarde que fone. nos habituaram os poetas do sul. No Está claro que niguêm (nem eu mes­ autor de Joá porém a inspiração é .. .finit come une dépêche mo) é obrigado a adotar uma das duas. mais popular, o troveiro se manifesta sans .signature de modo mais flagrante. Além disso MONTIEL BALLESTEROS o ritmo quási sempre é marcado, a pour le rendez-vous du couchant, — Montevideo y su cerro poesia vira canção sem querer. Montevideo — 1928. A gente cantarola com gosto cousas do dia que se vai e que assim: São contos sincopados com um pou­ ... se moque du monde co de sátira c um pouco- de invenção-. Tropa crioula de gado sem costeio, Pensando bem: mais de invenção do de pello desigual... et en prend congé par simple politesse, do crepúsculo que de qualquer outra cousa. Tropa de gado que não viu mangueira E' o sétimo livro do autor de La nem laço jamais... ou brille 1'astérique de Vénua Raza. Autor inquieto e apressado. Prin­ rappelant un soleil mia au bas de Ia cipalmente de um bom humor que não Ou então: page, tem fim. Passa gozando por todos os assuntos. O conto chamado 20 Blasco Negrinho do pastoreio, para depois concluir: Ibánez é bem característico de sua ma­ que malvado é teu patrão! neira: nem é propriamente conto nem Vae te picando miudinho On s'en passe... depois te amassa na mão; deixa de o ser. e te enrolando na palha, Ignoro se Montiel Ballestcros é jor­ De modo que a gente deve conside­ nalista. Se não é devia ser. Tem quali- com cuidado, de vagar, ra-lo como francês é não como brasi­ encosta o fogo na ponta, dades ótimas de cronista. Escreve com negrinho, pra te pitar! leiro traduzido. Porque êle pensa e extraordinária facilidade, põe logo o sente em francês. Do contrário Copa­ negócio em pratos limpos, parece ser cabana não lhe sairia assim: um vivido. Gosto menos da parte denominada Poema das Missões. Não porque nela Montevideo y su cerro tent cousas Le promontoire chirurgical que nós do Brasil não podemos enten­ tenha sido infeliz o cantador. Mas por­ surgit parmi 1'ouate des compresses que acho pau e já surrado por demais der. O que não impede que se goste du portefenille de ce soir opératoire, do ritmo «-.^udido do livro.

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NAMORO

Um arsinho frio iMPíEZilMLHICA LTDA fazendo frufrú na cara da gente e a gente fazendo calentura LIVROS. REVISTAS, de beijos na noite friorenta EDIÇÕES DE LUXO - SERVIÇOS - $ • • » — Tá com as mãos frias? meu bem COMMERCIAES <8> — Mas tou com o coração quente, amorsinho!

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TELEPHONE 2-6560 s. PAUL0 JOSUÉ' DE CASTRO Revista de Antropofagi.a

A TARDINHA EM VIAGEM NO SERIDÓ

JORGE FERNANDES

0 meu carro vae rodando nas estradas luz do sol se acabando nas coreundas das de areia barrenta ou de cascalhos e eu vou serras, verdes... verdes... vendo o verde longe e o verde perto das ju­ Outras pedras agrupadas e enfeitadas de remas junto a estrada... facheiros vão passando na ligereza da via­ As caatingas vão se tornando escuras es­ gem... E o carro corre entre arvores e serrotes fregando os olhos, com somno... até que a bôca-da-noite — chega agasalhando Na carreira do carro aparece de sopetão tudo acendendo os olhos dos bacuráus, das um serrote, as vezes com uma pedra fina e rapôzas, das tacácas, antes que o meu carro sisuda apontando o céo. Outros com pedras abra também os seus olhos atrapalhadores também parecendo dedos muito grandes dos bichos que precizam ganhar o seu pão, a apontando: — Olhem aquilo ali — E eu olho noite, farejando nas estradas... e vejo só desertos de serras e um restinho de (NATAL)

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Por ter saido com incorrecções no n. 5 re­ produzimos o "Lundu do Escravo" que fará parte do "Compêndio de Historia da Música" de MARIO DE ANDRADE já no prelo. Revista de Antropofagia

O POEMA DA ESPERA

MARIO GRACIOTTI

Hontera, eu fiquei na esquina. Paradi- Esperei. Eu parecia até a sombra imagi­ nho. Feito lampeão de bairro pobre. Só prá nária de um poste que não existia. Quando esperar você. Acho que levei mais de uma você rumou prá cidade, eu fui atrás. Mas, vol­ hora, e o solzão do meio-dia cantando no meu tei depressa. Zuniram nos meus ouvidos as lombo, que nem cigarra, uma canção que até taes: "Você não enxerga, seu convencido l". doia. Mas, eu firme. Não arredava pé. Você Passei, na volta, tão tonto pela esquina, tinha entrado e tinha que sahir. A' muque. E que levei uma trombada de automóvel. Escar- saboreando você como se você fosse coisa bôa rapachei-me no asfalto quente. De bruços. e gostosa pro meu paladar. 0 grillo da rua — Com poeira na boca. E o grillo — aquelle um húngaro todo azulado — me dava cada mesmo hungarão todo azulado — deu tama­ grellada que eu até estremecia por dentro. nha gargalhada que botou ruas e praças nos Mas, firme. Eu me lembrava, romanticamen- meus pés. te (e o sol queimando no lombo...) daquelle Também, nunca mais! olhar meio-doce que você mandou quando entrou na casa amarella. (S. PAULO)

PAIZAGEM DE MINHA TERRA

BRASIL PINHEIRO MACHADO

Manhã de domingo de sol reto. A grande igreja sem estilo Decorada por dentro por um batismo de Cristo Feito por um pintor ingênuo Que quiz ser clássico e foi primitivista.

Missa internacional Com gentes de todas as raças Ouvindo o padre alemão rezar em latim.

Agente nem tem vontade de olhar o crucifixo dezolado Nem de rezar Porque tem lá dentro tanta menina bonita Que não reza também E fica sapeando agente com meiguice...

Só os polacos de camiza nova por ser domingo Que vieram com as famílias de carroça lá das colônias Rezam fervorozamente Emquanto nos seus quintaes Os chupins malvados e alegres Comem todo o centeio Cantando glorias pro sol de domingo.

(PONTA GROSSA) Kovlata de Antropofagia

OS TRÊS SA N (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO 0 JARDIM PUBLICO

Devagar tinha chegado o grupo de praça de pré não sae de certa roda, menina que so quer casar, e coisa que sargentos á avenida Tiradentes, exa­ composta do primeiro soldado que co­ eu passo. minando sempre as mulheres que viam nheceu, dos amigos deste e de todos — Nem comprendo como o Tito gas­ pelo caminho. Ainda era possível to­ os amigos dos amigos deles que veio a ta tempo nessa bobagem. Ele conta par com as raparigas que de noite va­ conhecer com o tempo. Quando a ca­ muita garganta mas eu sei como é a gueavam pela rua João Theodoro até a bocla, mulata ou negra, deixava os bra­ escrita. Eu também já namorei muito beira do Quartel. Eram de fácil con­ ços de um infante era para cair nos de noutro tempo, quando eu era anspes- quista, bastando poucas palavras para um cavalaria, ou bombeiro, chegando sada. Sei o que é essa cavação, não se ajustar passeio á Ponte dos Amores, muito raramente ao extremo de se araa- pôde sair para longe porque a mãe não ou coloquio no quarto de um compa­ siar naqueles tempos anteriores á re­ dá licença, não sç pôde fazer nada por nheiro camarada, situado nos cortiços volução com guardas civicos. Estes essas ruas porque tem sempre uma da redondeza. Pararam os rapazes du­ eram os "galegos", como lhes chama­ amiga ou conhecida que está vendo, rante alguns momentos na larga espla­ vam na gíria, na quasi totalidade por- para dar um beijo é a mesma éoisa que nada que forma a avenida naquele tuguezes bigodudos, antigos moços da acertar no milhar. Só mesmo num dia ponto. Do lado da estação o movimen­ lavoira, grande apreciadores de mulhe­ de chuva, escondido na porta da casa to de gente era intenso; do lado opos­ res de côr, porém aquartelados em ou­ dela, quando não passa ninguém, mas to iam rareando os transeuntes á medi­ tra zona muito diversa, nos confins pertinho da família,'de relance, é que da que se adiantavam pela zona mili­ da várzea do Carmo, longe da sede da a gente chega perto e isso mesmo com tar. Antes de transpor o último trecho Força Pública. muito luxo. Não me serve, não. do caminho e chegar á rua que de­ Os três sargentos parados na avenida — Tem casos diferente. Uma vez na mandavam, correram os sargentos a demonstravam pouca pressa em cum­ vila Sá Barbosa eu fui atrai de um mu­ vista pelo espaço diante deles, numa prir a resolução de se recolherem ce­ ro e dei de cara com dois que estavam derradeira tentativa de enxergar al­ do. Recomeçaram a caminhada de má ali de pé. A moça quando me- viu deu guma rapariga fácil. vontade, arrastando os pés, esmiuçan­ tamanho pinote que até os grampos do Ao soldado só não convém mulher do o exame das mulheres que passavam cabelo desprenderam caindo no chão. contaminada por doença venérea: a ao alcance da vista. Ao ver de longe O rapaz era um cabo do segundo que còr, idade ou formosura são pormeno- duas raparigas que iam em direcção ã achou ruim. Eu fui, disse para ele que res que desaparecem devido á escas­ rua Ribeiro de Lima, um dos rapazes não me incomodava com a vida alheia, sez do soldo que tudo reduz a uma convidou os outros para seguil-as. que até si ele quizesse podia continuar questão, de saúde. No entrar para o — Vamos ver si ainda pegamos á vontade que eu nem olhava. quartel, os recrutas aprendem, pelo aquelas. — E continuou? exemplo quotidiano e pelos commen- —. Vá você. A esta hora, já quasi no — Qual o quê, a moça corria que tarios que ouvem a todo momento, a alojamento, sem ter certeza, não vale a nem doida. Sumiu numa travessa e aproveitar qualquer saia-que lhes che­ pena. Vá você sozinho si quizer. nunca mais vi ela. gue ao alcance. Procuram as raparigas Todo soldado daquela zona conhece — Então você empatou o cabo... mais caras e melhores para os dias do o desânimo de certos momentos da noi­ — Foi mesmo. Mas também quem recebimento de soldo, deixando as ou­ te, depois de muito tempo passado á mandou naquele lugar. Ainda eles ti­ tras para o fim do mez, quando está cata de aventuras. O tempo -vae pas­ veram sorte que não foi o Cassiano em vazia a algibeira. Resulta do costume sando, cada vez mais enervaD*e e va­ vez de mim. ser freqüente o espetáculo de um par zio á medida que se aproxima a hora — Mas isso acontecia lá para os la­ em que a mulher aparece quasi repu­ de entrar para o quartel. dos da Vila. Aqui com esse movimento gnante ao ludo de um jovem soldado Continuaram os outros o trajecto, c pessoal que traz de noite a cadeira no viço dos vinte anos. Ela, sem asseio chegando aos poucos á rua João Theo­ para sentar mi calçada, nem é bom' porque no bordel em que mora ha fal« doro, que desceram lentamente. A* es­ pensar nisso. ta de água (antigamente nos bairros quina da primeira travessa estava um Continuaram os rapazes a comentar pobres de S. Paulo as torneiras para grupo rumoroso de meninas da vizi­ a dificuldade da conquista de'mulhe­ nada serviam durante quasi o ano in­ nhança (italianinhas como lhes cha^ res para quem não dispõe de fartos re­ teiro). Ele, asseiado pelo banho diário mavam por causa do sotaque carrega­ cursos. A certa altura o mais cançado obrigatório do quartel, de onde tam­ do) que falavam e riam alto. perguntou si não iam embora. O outro, bém o não deixam sair com a farda — Você si alembra Celestina, do ca- que estava apreciando o grupo das me­ em desalinho. Apezar das diferenças narinho que eu teneva? ninas apezar de tudo que tinham dito, de condições, continuavam por 1924 (e — Me alembro sim. Quedele? insistiu para que esperassem ainda um não terá mudado muito) os amores en­ — Si deixo comer o gato... pouco. tre soldados limpos e mulheres mise­ O habito de ouvir falar daquele mo­ — Vamos esperar o Antônio: não ráveis, sem interrupção, sempre na do impediu que os sargentos achassem demora ele está ai. mesma, atravez das levas de homens extravagante a conversa das moças. — E' capaz de demorar. que se sucediam no Corpo" Escola. Por Olharam atentamente para o grupo — Qual! Ele corre, corre, banca o vezes, naquele meio militarisado, apa­ das meninas, exuberantes de saúde e pato atraz das gansa « depois volta recia a informação de que tal mulher vida em que havia tipos verdadeira­ com um bruto carão! Aquelas vagabun­ estava "pegando moléstia", porém só mente lindos de beleza popular. das que ele está perseguindo já esta­ lhe davam crédito deante de provas do — Para mim esse negocio de meni­ vam de trato com os infantaria da es­ anunciado acidente. Não sendo assim, nas de família não vale nada. quina. supunham decorrer a informação de — Para miro também. — Você tem certeza? algum despeito ou rusga, vulgares no — Pode ser bonita como quizer, dá — Tenho. Eu não sou cego, si não invariável circulo formado pelas de­ no mesmo. Namorar por ai atoa, pas­ disse para ele foi só de mau. caídas e seus freguezes. A mulher da sar as noite» arretando era seco com (Continua) 8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA BALCÃO

VII LIVROS A' VENDA:

Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem­ MÃE bro h. 19 — S. Paulo): — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do De um artigo de Manoel Victor na Folha da Rio Grande do Sul — 2.' ed. ( Noite de S. Paulo, n. de 28-9-28: — Monteiro Baena — Compêndio — Para. "A qualidade de ser mãe não exige distinção de raça, de classe ou de côr". Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 — S. Paulo): GOVERNISMO CEGO — Archivo Pittoresco — 11 vs. ene. Noticia do Minas Geraes de Bello Horizonte, — Panorama — 17 vs. ene. 11. de 8-9-28: — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa. "Realizou-se no Instituto de Cegos São Ra- — Vieira — Sermões — 16 vs. ene, sendo al­ phael, de modo singelo e significativo, um momen­ guns em l.a ed. to civico em commemoração á gloriosa data da in­ — Innocencio F. da Silva — Diccionario Bi- dependência. bliographico — 19 vs. ene. Na sala de palestra, com a presença dos func- — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va­ cionarios do Instituto, iniciou-se a cerimonia dom ria Historia — 1660. o Hymno Nacional, cantado pelos alumnos e acom­ — Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana. panhado ao piano pelos professores João Freire de Castro e José Ferreira de Oliveira. LIVROS PROCURADOS: Para melhor conhecimento dos ceguinhos alli reunidos, o director do Instituto leu no "Minas Ge­ raes" o movimento patriótico de Bello Horizonte Pela LIVRARIA UNIVERSAL: em commemoração á gloriosa data. Depois de terminar a leitura na parte refe­ rente á resenha administrativa do 1." e 2." annos — Roquette Pinto — Rondônia. do actual governo do Estado, os ceguinhos, alegres — Ruy Barbosa — Replica. e satisfeitos, proromperam em vivas ao governo. — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil — Ao encerrar o momento civico, foi cantado o 2 vs. Hymno á Republica". — Revista do Instituto Histórico Brasileiro — tomos ns. 20, 21, 22 e 32.

PROGRESSO Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig. Luis Antônio n. 188 — S. Paulo):

De uma correspondência para O Guarará (Mi­ — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo. nas Geraes), n. de 1-7-28: — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó• "Acaba de fazer acquisição de uma excellcnte victrola ortophonica, o nosso distincto amigo ccl. rias Diárias. Bcrtholdo Garcia Machado. — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed. Graças á divina inspiração deste amigo, e ao espirito elevado e culto de Bianco Filho," represen­ tante da Empreza Ortophonica, o Maripá colloca- se á vanguarda do progresso com a chegada da victrola, portadora das producções musicaes dos mais afamados maestros. A assinatura anual Muito gratos, somos ao cel. Bertholdo Macha­ do, pelos agradáveis momentos qtie nos tem pro­ da porcionado com a sua excellente Ortophonica." REVISTA DE ANTROPOFAGIA ABDICAÇÃO custa Telegrama de Curitiba para a Folha da Noi­ RS. 5$000 te de São Paulo, n. de 7-7-28: "A senhorita Rosinha Pinheiro Lima acaba de dirigir um officio aos directores da Federação de Pedidos acompanhados de vale postal Acadêmicos do Paraná, renunciando o lugar de "Rainha dos Estudantes Paranaenses" que desem­ para penhou durante dois annos. Tem sido muito commentado, nas rodas es­ Caixa do Correio n; 1.269 portivas e sociaes, essa determinação da senhorita Pinheiro Lima." SÃO PAULO ANO I - NUMERO 8 500 RS. DEZEMBRO- 1928 Revista de Antropofagia Direccão de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP

Endereço: 13, RUfl BEHJflMIH COMSTflMT - r Pa». Sala 7 ~ CAIXA POSTAL I. 1.269 - SÃO PAULO

PESCARIA ANECDOTA DA BULGÁRIA

Hoover vem aí. Quando êle se candida­ tou á presidência norte-americana o Brasil cafeeiro vetou seu nome. Foi das cousas mais engraçadas desta terra tão engraçada além de essencialmente agrícola. Agora estão sendo Era uma vez um kzar naturalista preparadas manifestações oratórias. Está cla­ ro que está certo. que caçava homens. Hoover vem aí e vem pescando. 0 bata­ lhão de jornalistas que o acompanha radio- Quando lhe disseram que também telegrafa todos os dias contando os sucessos da pescaria. Nem tubarão tem refugado dean- se caçam borboletas te da isca. E o presidente sorri cada vez mais e andorinhas, contente da vida. Hoover vem aí. Vem pescando no mar. elle ficou muito espantado, E desce de anzol feito bengala. Na terra con­ tinua a pescaria. Daqui a pouco a costa sul- e achou uma barbaridade. americana do Pacífico está no papo. E' só substituir a minhoca da isca. 0 pessoal todo já abriu a boca esperando as comidinhas irre­ sistíveis: panamericanismo, fraternidade con­ tinental, a América dos americanos. Hoover vem aí. Vem aí e vem pescando perguntar que fim levaram as nossas tradi­ (Belo-Horizonte) ções antropófagas. Brasil, meu amor, você também virou peixe?

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

"A'S VEZES ASSENTAVA-ME SOBRE UMA PEDRA OU SOBRE ALGUM TRONCO DE MADEIRA RODEIADO DE TRINTA OU QUARENTA ÍNDIOS. CONTAVA COUSAS DA EUROPA PROCURANDO EXPLICAR-ME POR MEIO DE IMAGENS. ELLES IMA- GDNAVAM QUE O BRASIL FOSSE TODO 0 MUNDO; ADMIRAVAM-SE POIS OUVIN­ DO DIZER QUE ALEM DO GRANDE RIO (OCEANO) EXISTIA A EUROPA DIVIDI­ DA EM MUITOS PAIZES DE LÍNGUAS DIFFERENTES ETC; O CUMULO DE ADMI­ RAÇÃO ERA SIGNIFICADO POR SONORA GARGALHADA." P. Nicolau Badariofti - Exploração no Matto Gorsso - p. 69 Revista de A ntropof»8'a

A ANTROPOPHAGIA EM M ANHÃSINHA CAMPINAS Um homem. Dois homens. Três homens. Os parallelepipedos lustrosos Dizem os tolos que a anthropophagia desap- escorriam água pareceu de nossa boa terra brasilica. dos autos barulhentos Que sarambés e que sarambelões! Se ha cousa da Prefeitura Municipal. vinculada á alma brasileira é este pequeno e in- Quatro homens. nocente vicio guloso que levava a velha india con­ Cinco homens que gastam 4.000 calorias vertida a pedir in extremis ao seu confessor um entraram na Fabrica. dedinho de curumim a chupar! No 6.° Andar Ouçam os povos a veridicissima historia cam­ uma mulher debruçou-se na sacada pineira que lhes vou contar. E reflictam: a voz da com o corpo quente infância é a voz de Deus! e a voz da Deusa que, amassado numa cama de ferro... na opinião dos horripilantes e felizmente defun­ O dia vinha chutando tos gregos e romanos, habitava o fundo dos poços. Assim, um infante campineiro, pelas palavras OXYGENIO da sua innocencia, trahirá esta preoccupação ra­ cial intensa da gente do Brasil (com s e com z): A no fim da rua... ANTHROPOPHAGIA. O chaminé da Fabrica Assassinaram ha tempo um coitado de um cam­ preto esguio pineiro que deixou enorme filharada numa pinda que tinha jogado petéca a noite inteirinha "disgraciada" ou antes "indisgraziata" como nos com a lua de couro ensina o nosso grande Juó Bananére, brasileiro soltou uma fumaça parda. "inlustre". Um de seus pequenos foi recolhido á casa de (Rio de Janeiro) bom e rico parente que deu optima vida ao tal crila. Tinha elle seus três annos. Passados uns me- zes foi o pequeno reclamado por um tio paterno JÚLIO PATERNOSTRO que pediu lho mandassem, por uns dias, afim de que conhecesse os priminhos... Poz-se o typinho a urrar desesperadamente, no auge do desespero. "No ultimo!" como se diz no Oeste. "Não quero ir para a casa de Titio! Não quero! Elle não tem o que comer! Elle não tem o que comer!" Ficou o protector abysmado com a attitude do pequeno! — Sim senhor! Que guela se preparava Sociedade Capistrano alli! Que sujeitinho interesseiro e safadinho! Que águia! Resolveu pois interpellal-o: de Abreu — Que historia é esta? Porque não quer você ir para a casa de seu tio, seu diabinho? (45, rua Capistrano de Abreu — Derretido em lagrimas poz-se o menino a ber­ rar, esperneando como o clássico possesso: Rio de Janeiro) — Foi Você mesmo quem disse que elle não tem o que comer. Se elle não tem Q que comer é capaz de me comer! E' capaz de me comer! E' ca­ está publicando o edital para o paz de me comer! Era a voz dos ancestres! Era a voz da velha CONCURSO DE 1929 do curumim! Era a voz grave e magestosa do ve­ lho Brasil que resurgindo echoava em Campinas! com a tese E diga-se depois disto que a anthropophagia desappareceu do Brasil! que não é a única legiti­ ma manifestação destes Brasis hodiernos! "O RIO SÃO FRANCISCO E que nestes não ha lugar, para a Revista da Anthropophagia. Tantans! Bucuvas! Sarambés! NA Sararás! (CAMPINAS) HISTORIA DO BRASIL" UBALDINO DE SENRA ievista de Antropofagia

UMA REZOLUÇÃO HERÓICA SEBASTIÃO DUS

Entre o chirriar insistente com outros poetas. que o relojio fosforecente dtte dos grilos, o coaxar das rãs e Dezanimado me sentindo in­ marcasse. a segunda soca dos canaviais me capaz de pensar coizas absurdas Pensei nas cauzas da minha situei ha um mez. Nos limites rezolvi escrever uma carta cujo atual vacuidade de espirito; a da horta jardim e a encosta do tema fosse um que eu vira num auzencia da possibilidade próxi­ monte ha também o barulho do Secretario Universal "a um pa­ ma duma aventura amoroza riacho que se despeja pela bica rente transviado aconselhando-o mais ou menos complicada de­ no banheiro arruinado. voltar a trilhar a senda do bem". via contribuir mais que a falta Como tudo ali ele recorda a Escrevi 29 linhas sem entrar no de sensações daquela vida mo­ época de tempos outros que de­ assunto. Receei bater o 31 ou a nótona. veriam ter sido melhores. Havia 31 sem conseguir principiar. Ten­ O candieiro por cauza do nas coizas um ar abatido respi­ tei recordar todas as primeiras pouco querozene ameaçava apa­ rando melancólica rezignação: frazes dos romances que eu já gar e a noite me enguliria com só o terraço alto persistia altiva­ tinha lido. Comecei pela "Volta toda a sala e mais a caza. A luz mente nobre mau grado os an- ao Mundo por Dois Garotos" (4 era portanto necessária. Era a drajos de cimento que lhe en­ Vols.)- Não me lembrei. Segui única defeza que eu possuia na­ chiam as fendas. prás "20 Mil Léguas Submari- quele instante contra a ameaça

«

A sala ampla que devia ter nas" de Júlio Verne. Nada. "Da- na minha integralização nas sido de vizitas onde eu dormia vid, Copperfield" de Dickens, "O trevas. com meu irmão em redes, qüe Estigma Rubro", romance cine- Sim, porque nenhuma vela pela manhã enrolávamos e pen­ policial; também inútil. eu possuia no momento. durávamos nos próprios tornos Então pensei na primeira Perhaps next season my estava fria na noite humida. palavra de cada um desses e ou­ great delicious dream be alrea- Fora o sereno ia apagando tros romances. Em vão. Compro­ dy dead. inexoravelmente uma por uma vada a minha esterilidade men­ Quanto eu dezejaria ter es­ as luzes dos cassacos. tal naquela noite procurei con­ crito estas palavras, embora Algumas recalcitravam mas versar : ninguém, fora meu irmão mesmo se em vez de perhaps eu tinham de ceder á força maior que estava entra não entra no puzesse suponhamos surely. Mas da obrigação do trabalho mati­ sono, estava acordado. foi a Deirdre que escreveu. Só nal. Antes disso abri a janela, o prazer de ter uma iluzão. De­ cididamente o único remédio se­ Diante do candieiro a gaz o entrou aquela friajem e eu só ria o sono que custava. Puz n romance não conseguia me in­ vi no bloco cerrado da noite a lu- boca fora da janela e recolhi 15 teressar. Levantei a cabeça, tirei zinha da cáza do vijia. Com; gotas de orvalho; em seguida en- os óculos, fechei os olhos e fiz pouco mais êle havia de bater guli-as, dei graças a Deus e ador­ força pra dizer um soneto de com a maçaneta de ferro no pe­ meci profundamente. Cruz e Souza. Não consegui. Fiz daço de trilho pendurado na a mesma experiência improficua frente da caza grande as horas (RIO DE JANEIRO) Revista de Antropofagia 2 ENSAÍSTAS

indispensáveis. Aqueles^ em que o au­ PAULO PRADO — Retrato Mas surge Paulo Prado. Então é tor sabe colher mas não sabe comen­ do Brasil — S. Paulo — uma inteligência acima de toda e qual­ tar. O que é dos outros é bom. O que 1928. quer suspeita (como certas virginda- des) que descobre as mazelas. E o é dele não presta. Mário de Andrade com um método Este ensaio sobre a tristeza brasi­ mal impressiona porque o médico tem inegável autoridade. Não se trata mais e uma paciência fora do comum an­ leira não tem nada de alegre. Tam­ dou pegando na cidade c no mato os bém não se pode dizer que seja tris­ de um anônimo ou de um isolado con­ finado em seu isolamento. Porém de motivos raciais da música brasileira. te. E' severo e mais nada. São mais de cem melodias populares, Se Paulo Prado tivesse se contentado uma individualidade pioneira que sa­ be o que diz e sabe como diz. Depois música e canto. Trabalheira benemé­ no seu quadro impressionista em de­ rita de folclorista. Do gcito que êle senhar o grupo das quatro desgraças a maravilha se repetiu: estudado co­ — a luxúria, a cubiça, a tristeza, o ro­ mo foi o tema ficou novo. Dai o es­ fêz ninguém entre nós fêz ainda. E' cândalo. uma exposição (como êle chama) mui­ mantismo — o livro não provocaria o to ordenada e muito clara. Tudo ca­ protesto dos patriotas. Mas quiz con­ O Retrato do Brasil tem para mim cluir, devia concluir. E a conclusão talogado, fácil de achar e discutido outro grande valor: é o testemunho de com sabedoria. amargou na boca dos tristes. quení pertenceu á geração do Brasil- O doente não tem medo da doença. primeiro pais do mundo c esse teste­ Livro indispensável portanto e no­ Tem medo do diagnóstico e pavor do munho concorda com o da geração do tabilíssimo. Notabilíssimo graças em tratamento. Você se queixa disto? E'. Brasil — todo errado. Muita gente de grande parte á introdução onde Mario Sente isto? Sinto. Sente mais isto? minha idade vai agora dizer que não. discorre sobre os problemas essenciais Também sinto. Então tem isto. Não, Mas será fácil provar a incoerência. e actuais da música brasileira. E' uma não tenho, não é possível, não estou Geração revoltada que tem feito se­ cartilha qué devia ser adotada nos assim tão ruim que diabo. não destruir, combater, renovar? Vo­ conservatórios. Toda a gente confessa que o pintor cê na literatura. Você no jornalismo. Eu digo cartilha mas de facto é tra­ foi muito feliz no pegar a boca, os Você na política. Você na critica. Vo­ tado. Há mesmo umas afirmações de olhos, o nariz, a testa, o queixo do cê na música. E assim por deante. Mário que transbordam da matéria do modelo. Mas o rosto não saiu pareci­ livro e merecem meditação na litera­ do. *Paulo Prado escreveu um livro ad­ mirável. Se for preciso gritarei e com tura e no mais. Infelizmente o espaço A feiúra do retrato era sabida de certeza repetirei. aqui não chega para a gente se afun­ todos. Nos jornais e nos congressos dar em certas frases do Ensaio. não há dia em que ela não se apre­ sente até deformada para peor. Mas até MARIO DE ANDRADE — Em todo o caso eu sempre quero dizer que Mário não faz só literatura agora não havia aparecido integral­ Ensaio sobre música brasi­ mente. Um gritava contra a política. de acção como êle diz. Toda a litera­ Outro contra os costumes. O lavrador leira — S. Paulo — 1928. tura dele é de acção não tem dúvida. falava das aperturas da lavoura. O Mas não só de acção. A's vezes o ar­ educador dos absurdos do ensino. Tu­ E Mário de Andrade escreveu outro tista puro aparece sem querer. O que do isso parceladamente e nem sem­ indispensável. Chego até o superlati- em geral é raro mas sempre bom. pre com conhecimento exacto das vo: notabilíssimo. causas. Há livros ruins como cobra porém A. DE A. M.

LEIAM :

PAULO PRADO — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristeza brasileira)

MÁRIO DE ANDRADE ENSAIO SOBRE MUSICA BRASILEIRA

TRISTAO DE ATHAYDE - ESTUDOS (2.' série)

VARGAS NETTO — GADO CHUCRO (versos)

AUGUSTO MEYER - GIRALUZ (versos) Revista de Antropofagia O JAPONEZ SYLVESTRE MACHADO

Deprehende-se das estatísticas transeuntes desprevenidos. Uma A nossa gente culta tem uma policiaes que o japonez não é la­ vez parou na minha frente um cultura tamanha que geralmente drão, nem bêbado contumaz, nippão. Fez três profundas reve­ ignora que os nossos bugres são nem tampouco desordeiro ou pa­ rências e pediu se, por favor, eu de raça amarella. Ha por ahi triota em excesso. Esse ser ex­ lhe podia fornecer um... phos- muito brasileiro puro sangue, le­ cepcional, pequeno de estatura, phoro. gitimo e indiscutível descenden­ não soffre do câncer. No Japão, O japonez é o único immigran- te de índio, olhos em amêndoa, dizem que essa doença é desco­ te que se nacionalisa em pou­ pelle oliva, estatura baixa, que nhecida. Deve-se attribuir isso cos annos. Os filhos são brasi­ não admitte o japonez, porque ao chá, ou senão, ao arroz. Esses leiros sem discussão na casa pa­ este viria estragar o nosso pa­ dois productos são enormemente terna. Aos poucos vão se tor­ drão eugenico. Não se enxerga. consumidos no Japão, segundo o nando catholicos, o que é essen­ Eu só desejo mais clarividen- testemunho irrefutável do snr. cial para a sua integração na ra­ cia nos caciques que mandam Aoki, pintor de paredes, que in­ ça brasileira. As nossas tradi­ no Brasil. troduziu em S. Paulo a pintura ções e festas são todas catholi- Que façam uma" viagem a á esponja, e que pintou as pare­ cas. 0 nosso passado é catho- Iguape, peguem num japonez e des de minha casa ha doze an- lico e somos ajtavicamente im­ num bugre puro sangue e com­ nos, quando eu tinha doze annos. pregnados de catholicismo, re­ parem. Affirmativa tão retumbante, gra­ zas, procissões, velas, confrarias, Ora se o japonez é de raça vada na mente em tão tenra ida­ dia de S. João, etc. mais brasileira que os "brasilei­ de, da mente não ha de mais sa- Mas os nossos illustres médi­ ros" descendentes de portuguez, hir. Nem que me venham pro­ cos, que não quizeram receber negro, italiano, espanhol, etc, var o contrario os propagandis- Voronoff, acham que o japonez porque resmungar á sua entrada tas do café paulista. não é typo "eugenico". 0 italia- na terra do guarany? 0 guara- Além de não ter os defeitos ar­ no-malaria, o espanhol-tracho- ny é um irmão mais velho delle, riba apontados, o japonez tem ma, o bessarabiano-torre-de-ba- que se installou em sua terra o qualidades, uma das quaes é de­ bel e outras migalhas de raças Brasil, quando os brasileiros do liciosa, numa cidade como São balcânicas, assim como os rus­ litoral ainda se achavam em Paulo, em que ha multidão de sos cheios de vodha, são, ao ver projecto nas espanhas, portu- grosseiras aves de arribação, que dos nossos sábios, raças sãs e gaes, italias e bessarabias. guélam a torto e á direita, pi­ fortes, que virão formar a bella sam e cospem sem cerimonia nos raça brasileira de amanhã. (CAMPINAS)

A sair brevemente:

MÁRIO DE ANDRADE — COMPÊNDIO DE HISTÓRIA DA MÚSICA

OSWALD DE ANDRADE — SERAFIM PONTE-GRANDE (romance)

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO — LIRA PAULISTANA (colecção de mo­ dinhas)

RUBENS DE MORAES — UMA FAMÍLIA ESSENCIALMENTE AGRÍCOLA (contos) 6 Revista de Antropofagia

ROMANCE DE UM MENINO TRELOSO L. SOUSA COSTA (Para o Jorge de Lima)

Quando eu era menino Um dia o bichinho Vivia fazendo gaiolas Passava á larga De tabocas E ia dormir empapado! De ponteiros Outro jejuava, jejuava, piava, piava De barbas de bode E eu não ligava... Para um gallo de campina Que um dia "Ou menino marvado: Num cajueiro — Dizia a mãe preta — Fui encontrar num ninho! Na Semana Santa E esse treloso Eu era menino Judiando com os passarinhos!" E elle também... Eu porem Gostava de procurar Piu-piu! Piu-piu! Piu-piu! Ninhos de passarinho E minha mãe dizia: De matar rolinhas de bodoque "Menino, vae dar pirão ao gallo de campina!" De fazer gaiolas Pro meu gallinho de campina 1, (PARAHIBA)

ENCANTAMENTO 0 sacy pererê do alto da serra entrou na taba rasteira do pagé de pelle de cobre, e roubou a filha do velho.

E levou ella para a matta verde para a festa paga das mães-dagua Empreza Graphica Ltda. que tavam dansando no limo verde da lagoa parada a dansa tapuya do véo encantado. Livros, Revistas E a moça começou a dansar Edições de luxo sobre o vidro verde da lagoa parada e os olhos vidrilhos do anhanguéra serviços encantaram a moça morena.

E a tribu morena commerciaes perdeu a virgem morena de cabellos verdes. E de noite as uyáras verdes cantaram na noite cinzenta Rua Sto. Antônio, 17 no limo verde da lagoa parada debaixo da sombra verde do jequitibá. Teleph. 2-6560 E mais uma uyára cantou. (MINAS)

:: CAMILLO SOARES ÜÜ2E:::S£E E *»•••••••••••••? •»••••••••••«•••••••« ReviBta de Antropofagia OS TRÊS Capitulo 2,° SARGE NTOS (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO A PONTE DOS AMORES

Os sargentos pararam á es­ 0 dono do botequim julgou o lutador? — perguntou o gi­ quina. Já estavam alguns minu­ que devia protestar; nasta. tos á espera do companheiro — Nam sinhoire. Os doces — Temos muitos milhores. quando chegou um conhecido de cá sam feitos com leite du Vou mandar vir o mano Maneli. pertencente ao corpo de monito­ milhoire e ovos frescos. Vocês vão veri, aquilo é que é res da Força. Vinha todo satis­ — Qual seu galego, vá con­ feito aparentando envaidecimen- hómm, hómm. tar isso para outro. Pensa que — Vá, deixe de gargantas fa­ to por algum facto lisongeiro que eu não vi você comprar na feira lhe acontecera. Cumprimentava miliares, e traga mais uma cer­ ovos quebrados porque sae mais veja — interrompeu Cúndido. prazenteiramente as relações que barato... encontrava e, ao deparar os ra­ Augmentara a barulheira em Desandaram numa discussão torno dos sargentos. Era um troar pazes que estavam á esquina, ex­ amistosa acompanhada de tapas pandiu-se em grandes manifesta­ de chamados, bulha intensa de na barriga e empurrões, cujo re­ chícaras e assucareiros, pragas ções de amizade convidando-os sultado foi o portuga derrubar a entrar no botequim fronteiro. e troças, que apezar do alarido uma mesa e se espichar com es­ pareciam atravessar a custo a at­ — Vamos pessoal, eu pago. trondo no chão. mosfera espessa do lugar. 0 bo­ Vamos ver qualquer coisa, an­ — Má raios... quasi que me tequim enchia-se cada vez mais da... parte as cadeiras... Olha, caí de militares — os graduados nas — 0 quê... você está em- porque nam te quiz machucaire, mesas, os inferiores em grupos bandeirado hoje! sinão quando Ievantavas da me­ deante do balcão ou.da vitrina — Talvez. Aconteceu um ca­ sa eu te passava uma rasteira das comidas. No ambiente turvo, so que depois eu conto para vo­ quétatirava no barracão du pi- reuniam-se homens vindos dos cês. Vamos entrar... cadeiro... — dizia o homem of e- quatro ângulos do paiz, do Nor­ — Nós estamos esperando o gante, ainda atordoado da que­ te, Sul, Leste e Oeste. — As suas Antônio. da. vistas, antes de ver a scena que o — Sae dai, seu. Onde é que quadro da tasca apresentava, ti­ — Não faz mal, não tem im­ portugueiz sabe dar rasteral Vá portância, de ali dentro mesmo nham pousado sobre a margem nós chamamos ele quando ele contar garganta para os trouxa... de todos os rios, que correm pa­ aparecer. Vá contar isso para teus patrí­ ra o mar ou para o interior, des­ cio. .. de a Amazônia até o fim do Rio Vencidos pelo argumento, os O outro foi atender um fre- Grande. Tinham contemplado as cavalarias aceitaram o convite do guez arrastando a perna. Expli­ monótonas coxilhas onde por ve­ ginasta. Entraram todos no bo­ cava ao cliente com riso um tan­ zes se arredondam capões circu- tequim. Abancaram-se á roda de to amarelo: lares de araucárias, ou a caatin­ uma mesa de onde podiam de­ — Isto são rapaziadas, co­ ga reles, ou a floresta dominada vassar a rua. Atraz deles estava nheço o sargento Cândido desde pela Sumauma. Tinham visto o balcão do portuguez, dono da que ele apareceu por cá recruta. Riribas, Chiriubas, Guaximas, tasca, e ao lado a inevitável vi­ E' muito bom rapaz, é camarada Aningas, Andirobas, Assacús, trina com doces e pasteis, exis­ que inté parece portuguez. Pre­ Anonas que sombream á ventu­ tente em todos os "botecos" de firo assim a certos tipos, que que­ ra Goarás vermelhas ou Jaguari- igual categoria. Na sala atravan­ rem ser óficiaes, que já arrotam tés — unas, ou sussuaranas côr cada era um vae-vem de solda­ galões, todos cheios de novhoras, de óca. Tinham visto o leque e a dos que iam ou voltavam dos a bancarem os neurasténicos an­ palma do Ruritizeiro, Assai, Gua- quartéis. Antes de entrar de tes do tempo! cumam, Carnaúba, Muriti, sobre guarda, as praças costumavam — Não teria acontecido o os quaes voejam Sanhaços, Tu­ comer um bocado ou beber um tombo — dizia o Cândido — si canos, Periquitos, Arara verde e trago, quando não se abasteciam estivesse • aqui o Joaquim. encarnada, Piranga azul e ver­ com qualquer cousa para comer — Pruquê? melha, Unas azul claro e azul fer- de manhã cedinho. Um infanta­ — Porque quem caía era rete, e Canindés amarelas e azul ria louro, moço conhecido dos ele... celeste. Tinham visto de longe o sargentos, fez menção de tirar — E' verdade — indagou o cimo verdejante e sem fim da uma cocada da vitrina. O gra­ outro sargento, que fim levou o mata, em que as ramarias das ár­ duado espantou o rapaz: Joaquim, teu patrício? vores disputam a altura para al­ — Não coma essa porcaria, — U que é feito dele? cançar luz e calor e a base afun­ Hugo. Você morre hoje! — E\ da na serrapilheira impenetrá­ — Por que? — Despedi-o pruque nam ti­ vel. Tinham visto também a Ca- — E' veneno. No outro dia nha presença de balcão. róba em flor, a Suinam e a Pai- fiz a besteira de comer um des­ — Eim... neira gigantescas, a Canafistula, ses troços... I... rapaz! Vomi­ —- Incomodava-me ver ao pé o Ipé roxo e amarelo, o Canudo tei naquela árvore ali em frente, de mim aquele gajo enfezado, se­ de Pito e tantos outros em que so­ que até o sargento Aquino pen­ co a modos de truberculoso. Eu be a Rougainvilia, e onde se ­ sou que eu estava no porre! quero é um tipo legitimo, genuí­ nham Oncidiums juntamente com — Não diga, seu sargento... no lá Ia minha terra Mirandela, catléias El-Dorado ou alélia Te­ — Esses... de portugueis só gente valente de Traz-os-Montes. nebrosa. Cada retina daqueles pensa em ganhar dinheiro enve­ Um pimpão que agrade ás donas, homens guardara um trecho da nenando a humanidade. Si você e si calhar saiba partir a lata sua terra, e a reunião de todas soubesse como isso é feito, você dum hómm. formava o paiz inteiro. nem olhava para a vitrina. — Reforçado que nem Dudú. (Continua) 8 Revista de Antropofagia

BRASILIANA BALCÃO VIII AVIAÇÃO LIVROS PROCURADOS

De uma nota da redacçãn do Diário Popular de S. Por Yan de Almeida Prado (avenida brigadei­ Paulo, n. de 17-8-1928: ro Luis Antônio, 188 — S. Paulo): "Com o mcsino sorriso com que abraçou os companhei­ — "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei­ ros ao deixar Roma para a travessia memorável até Natal, ras por um baiano (1830) — 2 vs. Del Prete despediu-se de todos, no leito de dor da Casa de — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin- Saúde, rumo á derradeira viagem. Para elle não tinha im­ portância aquclla partida c se viesse a ter, era como a cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830. prova maior, pois, quem percorreu a distancia enorme, li­ — "Sermões" de Antônio de Sá. gando, em horas, a Itália ao Brasil, só a travessia da Vida Compra livros raros em geral sobre o Rrasil. á Morte, poderia superar o seu grande record."

LITERATURA LIVROS A' VENDA

Sub-titulo de uma noticia publicada pela Gazeta de Ser­ Arthur Findeisen (rua general Osório, 61 — gipe de Aracaju, n. de 14-9-1928: 3." andar — apart. 4 — S. Paulo) vende: "Lindíssimas "gcishas" de olhos de velludo negro en­ — Rugendas — ed. alemã. cherão as alléas do parque "Theophilo Dantas" da graça — Príncipe de Neuwide — ed. alemã — 2 vs. sumptuosa dos."kimonos" esvoaçantes." de texto e a colecção completa de gravuras. RELIGIÃO — F. Denis — ed. alemã. — 2 vs. Tem também á venda grande número de gra­ De uma nota intitulada O meteorito "Santa Luzia de vuras soltas de Rugendas e retratos em marfim Goyaz" publicada pelo Triângulo de Araguary (Minas Ge- dos imperadores brasileiros. raes) c transcrita pelo Diário Nacional de S. Paulo, n. de 22-11-1928: Na LIVRARIA UNIVERSAL — (rua 15 de No­ vembro, 19 — S. Paulo): "Na ponta do "Corumbá", o sr. Ney Vidal, naturalista do Museu Nacional que o acompanhava, resolveu levar a effeito o baptismo do meteorito — para o que convidou o dr. — S. Leopoldo — "Província de S. Pedro do Americano do Brasil, para padrinho, c a senhorita Esco- Rio Grande do Sul" — 2.» ed. lastica Ribeiro, para madrinha. Deram-lhe o nome de "San­ — Monteiro Raena — "Compêndio" — Pará. ta Luzia de Goyaz". Desse acto foi lavrada uma acta."

Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 — NECROLÓGIO S. Paulo):

De um discurso pronunciado pelo snr. Anastácio Viei­ — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi- ra Machado no enterro do snr. Balini Serafini c publicado bliographico" — 19 vs. ene. pelo Machado-Jornal de Machado (Minas' Geraes), 1928: — F. Manoel de Mello — "Epanaphoras de Va­ "Srs. ria Historia" — 1660. "Bem aventurados os humildes, os mansos de coração, — "Lusíadas" — comentado por Faria e Sousa. porque delles é o reino dos céus", disse Jesus quando — Vieira — "Sermões" — 16 vs. ene, sendo desceu a este valle de lagrimas, a que chamamos mundo. alguns em 1." ed. Que poderei eu dizer, pensarcis vós, sobre este humilde operário, cujos despojos aqui presentes vão, dentro em pouco, servir de pasto aos vermes da terra?

Direi do morto presente que foi talvez um fraco, que tropeçou algumas vezes, muitas vezes mesmo no caminho do vicio... A assinatura anual

Srs.: o morto presente, como disse, teve os seus des­ da tinos, mas, a esta hora, decerto, a sua alma desprendida dos laços da matéria, contricta e arrependida, curva-se .tos REVISTA DE ANTROPOFAGIA pés do Creador. Entretanto, elle foi também um collabo- rador nesse certamen a que chamamos progresso; sim, Bel- custa line a par de suas fraquezas, foi mn lutador, concorreu com o seu braço, com a sua mão callosa para muitas obras que aqui ficam para attestar sua operosidade. Haja vista aqucl- RS. 5$000 las bem talhadas pedras que formam a plataforma de nos­ sa Estação da estrada de ferro, as quaes atlestam bem o Pedidos acompanhados de vale postal esforço de seu trabalho; porquanto foi elle quem, já bas­ tante doente, conseguio com o seu ponteiro de aço c o es- para tupim da dynamite, arrebentar c apparelhar aquelles enor­ mes blocos de granito, que lá ficam para perpetuar o seu nome modesto e humilde de apóstolo do trabalho. Caixa do Correio n. 1.269 Paz á sua alma." SÃO PAULO ANO I - NUMERO 9 500 RS. JANEIRO - 1929 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP Elfcrtw: 13, RIU IHMWI CMSHIT - V Piv, Sill I - MIM rOSTIl I.' 1.289 - SÃO PAULO CHACO O conflito entre a Bolívia e o Paraguai a propósito do Chaco teve até agora pelo me­ CORO DOS SATISFEITOS nos uma vantagem: mostrar a inutilidade absoluta da Sociedade das Nações. ACOMPANHADO PELO ZÉ Quando a macróbia Europa soube que PEREIRA DO BOM SUCCESSO dois meninos sul-americanos estavam se pre­ parando para um sururú de verdade pensou (dos Poemas de Bilu') muito convencida: Eu arranjo a cousa em dois tempos. Briand, o cabeludo (como diz Daudet) se incumbiu de redigir e assinar o telegrama pacificador. O telegrama partiu. Briand deu entrevistas em que declarava Confraria somos nós terminado o incidente. Quem tem prestígio da Beata Satisfação. é assim. Acabem com essa briga, seus borri- Viva nós e fora vós ! nhas. Os borrinhas com medo do chinelo Tudo é mesmo muito bão. abraçam-se cordealmente. Pois quem foram que disseram Mas a Bolívia e o Paraguai receberam que esta vida é coisa feia ? o despacho, leram e continuaram a trocar Quem falaram não souberam beslicões: Nem ligaram. Briand encabuloü. como é firme a pança cheia A Sociedade das Nações encabuloü. A Euro­ pa (que soube do negócio) encabuloü. Fora vós e viva nós ! Só depois que o pessoal da América se Tudo é bão tudo é bão ! decidiu a intervir é que as cousas tomaram Tudo é mesmo muito bão, melhor rumo. A' voz da casa os briguentos muito bão bão bão ! cruzaram os braços. E tudo parece acabar em santa paz. Assim está certo. Com a intromissão da Europa estava errado. Era quási preferível (Porto Alegre) fazer a guerra. Só de pique. AUGUSTO MEYER ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

"Ya só Pindorama Kotí, itamarána po anhantin, yararama ae recê ff

(grilo de guerra dos tupis para a conquista do Brasil) Revista de Antropofagia

PREFERENCES

Moise tu as fait couler les flots de ta barbe. Je n'aime pas les troupeaux de brébis qui EDUCAÇÃO SENTIMENTAL déplacent les hanches du paysage. Car j'ai vu Goya peindre Ia maja à 1'egal des juifs qui auraient lapide Mariquita fechou o Escrich 1'adultère. e teve vontade dum hespanhol Tu aimes comme moi, ô aimée! Ia nacelle com seu punhal des avions para matal-a. qui ont apporté d'un seul coup le chou, Ia brebis, le lion? (Minas) (Rio de Janeiro) PEDRO NAVA CHARLES LUCIFER

A Festa do guarda-chuva

Quando S. M. Mau Gosto úni­ de pluma e praia despencaram da gosta de continha. Só depois co volta de uma das victorio- pelas ruas, santo Deus! de almirante é que não gosta sas campanhas em que se lança Primeiro teve uma vaia. Mas mais. pelo espirito humano afora, vaia no Tempo, que estava pas- Hum!... Aquellas moças... traz um bando immenso de tro- sando*, pra lá, pra cá. Só depois e uma ia que nem vêr jardim pheus e prisioneiros para mos­ delle começava o desfile. Den­ suspenso, ou viuva fiel em dia trar á gente cá da cidade. Aqui, tro duma bandeja alta offere- de Finados. Antropophagia esta­ junto da Guanabara, onde elle .ceram os taes poetas melhores e va accesa, isca saltando na fren­ collocou a capital, sempre que jornalistas desta piquiri. S. M. te que parecia manjuba na ria. se celebram esses triumphos Mau Gosto único,.estava em to­ Os poetas melhores e os jorna­ Mau Gosto sente cheio de pra­ do logar, espiava tudo, fiscali- listas da terra, marcavam opi­ zer, o vigor, a seiva com que sava todos, parecia o dr. Was­ niões com um lapisinho. Uma lhe cresce o império: Não fal­ hington Luiz! Afinal começou a manta vermelha de pelos gran­ tam nunca as platéas. S. M. que parada. des.. Canibal não poude. — "Dá não é mais, está claro, aquelle Xi! Que coisas tão boas que licença!" Furou o povo, saltou rei semi-nu' coberto de ouros. e elle trouxe, meu Deus! de um pulo no meio da calçada, armas, vem de fraque e chapéu — "Aquillo tudo é prá gente agachado, com geito feroz. Mui­ de palha. 0 sol, electricista em pôr no pescoço?" ta moça correu. Canibal avan­ chefe, derrama todo o calorão A gente estava se enthusias- çou pra uma, deu uma dentada das apoteoses de rua. Desfilam mando. Trouxe pavão da ango­ gostoza no cotovelo. "Ai!" Pâ­ os trophéus. São as coisas precio­ la, trouxe tapete da pérsia, trou­ nico. Tumulto. Calçada ficou va­ sas que elle abiscoitou na con­ xe negrão escravo pitando no quista. E nem faltam os melho­ zia. E Canibal rindo, dansou: sedenho. E outras coisinhas ama- Cálçadinha é minha, calçadi- res poetas e jornalistas que vêm rellas, vermelhas, azues, contas, nha é minha, para julgar e applaudir. lacinhos. Não é dos outros. No ultimo triumpho de Mau Canibal velho agachado por Gosto, houve mais calor e mais debaixo das pernas, eh! Canibal (Rio) brilho que nos outros todos. sabido!, estava salta não salta Nem imaginam que trophéus em cima daquillo. índio toda vi­ F. de San Tiago Dantas Revista de Antropofagia

LAR BRASILEIRO

RUBENS DE MORAES

Meu "primo João foi á Europa ficou na epocha terceira e ulti­ gosta". E com uma segurança, estudar. Voltou faliando fran- ma da vida delle: a mulher gor­ vê dentro do pastel e espeta cez. Só. da. com um olhar penetrante, ella Foi essa a primeira epocha da aquelle que não têm azeitona. E vida delle. elle pensa: "Aquelle pastel tos- Depois veio a epocha do dedo tadinho estava bem mais apeti- espetado. A propósito de tudo, Ella é gorda, elle é gordo, elles toso, apczar da azeitona... Azei­ do menor caso, o primo João são gordamente felizes. Ella é tona?... Será que eu não gosto?... espetava o dedo e exclamava : feliz porque elle é feliz. Mas E'„. é isso mesmo, eu não gos­ "Em Paris... na Orópa..." De­ elle, o famoso primo João, o ho­ to..." e mastiga com convicção. pois elle cançou e socegou. Quan­ mem das aventuras memoráveis, Ella sabe que elle não gosta do assustou estava casado com o elegantissimo primo João que que lhe passem a mão nos ca- a prima Yaya. Foi essa a ultima esteve na Europa, porque é elle bellos. Ella não se zanga quando epocha da vida do meu primo. tão feliz? ella vêm toda carinhosa e elle E' irremediável. Não haverá ou­ E* porque ella sabe que, para diz: "Não amolle..." Ella borda tra. A vida delle acabou ahi. o João, sahir sem sobretudo nas camisas de dormir mais curtas Hoje, elle não conta mais ca­ noites de neblina não tem im­ na frente, com uma fenda de sos de bigode e chapéu coco, pas­ portância, mas saltar da cama cada lado para elle poder cocar sados em Paris. Quando se co­ sem chinelos é um espirrar quo a perna distrahido, pensando em menta o Brasil, elle não espeta não acaba mais. E' porque ella negócios emquanto elle conta o dedo e conta cousas da Euro­ sabe que um quadro na parede cousas da casa. pa. Não compara mais a Europa um millimetro enviezado é mui­ Ella sabe que terça-feira é dia e o Brasil. Meu primo João en­ to mais grave que deixar esfriar de pocker em casa do Maneco. gordou, minha prima Yaya estu­ a água do banho. Minha prima Ella se lembra de todos os anni- fou. Ha mais um casal feliz nes­ Yaya depois de longos e pacien­ versarios e avisa o marido logo ta terra essencialmente agrícola. tes estudos compreendeu que as de manhã cedo para elle não se De vez em quando um amigo guerras napoleonicas e o Brasil esquecer de dar parabéns. assombrado sacode a cabeça: Hollandez do collegio de Sion Depois do jantar quando elle, —"0'ra veja, o João, hein? Quem não fazem a felicidade no lar. sentado na cadeira de balanço, diria que elle havia de dar tão Minha prima Yaya compreendeu depois de ler os jornaes da tar­ bom marido? Um homem que que toda a felicidade está em de, começa a assoviar baixintu pintou o caneco em Paris, que mudar ella mesma os botões da e desafinado, ella diz: gastou uma fortuna em pânde­ camisa do marido antes dello — "Faz hoje dez annos que Nhô- gas... óra, sim, sim senhor..." sahir do banho. Ella sabe que, nhô morreu... Se elle ainda vi­ Então o amigo philosopho, -o muito mais que os dez manda­ vesse estaria com cincoenta an­ homem de grande experiência, mentos da lei de Deus, vale este nos...". solta o aphorismo definitivo: que ella aprendeu duramente: Silencio... — "Os melhores maridos são "Não tirar as cousas do lugar". "Do que foi mesmo que elle aquelles que foram mais pânde­ Ella diz cousas assim: "Não morreu?..." gos em solteiro". sente ahi que Vce. fica com as — "Os médicos disseram que foi costas no vento". Ella sabe até E o amigo que concorda sem­ pedra nos rins, mas para mim, que ponto é precizo contradizer pre encerra o assumpto com um: não foi. Foi de typho que elle o João, e, com um instincto in­ — "E' isso mesmo..." apanhou numa viagem que fez falível, ella concorda no momen­ Talvez o philosopho tenha ra­ a São Paulo para buscar as me­ to exacto em que elle ia zangar. zão. Mas não é só por cançaço ninas no collegio". Ella sabe de que pratos elle gos­ que o meu primo João socegou — "Ahnnn..." ta e como elle gosta. Quando elle e engordou."Todos nós temos na Silencio... vae se servindo de um pastel vida a epocha da mulher gorda. Minha prima Yaya entende pançudo, ella intervém: "Não ti­ Muitos passam, vão para diante profundamente de parentescos. re esse, têm azeitona, Vce. não ou voltam, outros ficam. João (do livro de contos Essencialmente agrícola.) Revista de Antropofagia 1 CRÍTICO E 1 POETA

TRISTÃO DE ATHAYDE — Estudos — 2* série — Rio de Janeiro — 1928.

Tristão de Athayde é o critico homem no teatro do siciliano é Com os limitados recursos de do Brasil novo. Mais me conven­ demonstrada e analisada com uma tipografia de Passa-Quatro ço disso quando leio os ataques inteligência e uma força crítica Heitor Alves desenhou um raio furiosos que êle recebe a cada invencjvel. Outro ensaio exce­ de todas as cores na capa do li­ instante dos críticos do Brasil lente é o dedicado a S. Francis­ vro separando as letras de seu velho. Porque vê as cousas do co de Assis. nome e do titulo, letras amare­ passado sem a lente de aumento Não cito esses dois para desta­ las, vermelhas, verdes, azues. do tradicionalismo e do fanatis­ ca-los do resto do livro. Quando O movimento de 1922 levou mo e vê as cousas do presente a gente não concorda com Tris­ assim alguns anos para chegar com olhos desprevenidos, tem tão tem vontade de discutir. Os a Itanhandu'. Em compensação sido xingado á vontade pelos que seus pontos de vista nunca teve um desembarque de arrom­ vivem ás avessas. Isto é: nas­ deixam o leitor indiferente. ba. Heitor Alves sozinho se in­ cem em 1890 e daí a vinte anos Abrem debate. Forçam o aplau­ cumbiu do hino nacional, dos não estão em 1910, mas em 1810 so ou a contradita. foguetes, dos arcos de triunfo, e assim por deante. Vão remon­ Os volumes dos Estudos serão do vivório, dos discursos e do tando velozmente. Assim se ex­ uma história da literatura actual resto. Tamanha actividade fes­ plica o facto de haver contem­ sem a paulificação das datas e tiva só podia partir de um con­ porâneos de Apoio entre nós. dos cargos públicos exercidos vencido. E o autor de Sons além Esta série dos Estudos revela pelos poetas. Neles a aproxima­ de ser um sem dúvida alguma o mesmo estudioso infatigável ção não será imposta pela or­ tem muito geito para catequista. da primeira, o mesmo espirito dem cronológica, mas pela iden­ Convenceu-se primeiro. Quer ao corrente de tudo quanto se tidade ou mesmo disparidade de agora convencer os outros. De passa aqui e lá fora, ontem e pensamento ou tendências. forma que é muito provável uma oje. Como juiz da litertura nova Acho que Tristão está se tor­ escola itanhanduana de poesia é excelente porque vive de pé nando indispensável. Não é pos­ revolucionaria dentro de pouco atrás. Não quer isso dizer que sível dizer mais. tempo. Assim essa cousa ainda seja um desconfiado. E' um ho­ HEITOR ALVES — A vida indefinida mas já palpável que mem que anda com o movimen­ em movimento — Passa- é a literatura nova vai ganhando to (ás vezes até na frente do Quatro — 1927. o Brasil inteiro. movimento) mas não no movi­ No quilômetro 47 da Rede de Quem como eu publica um jor- mento. De tempos em tempos Viação Sul-Mineira fica Itanhan- naleco ás vezes é surpreendido se volta para medir o caminho dú. Em Itanhandu' tem um gi­ por uma carta das profundas de andado. násio e nesse ginásio ensina fí­ Goiaz por exemplo em que o re­ Possue ainda a vantagem de sica e química um engenheiro da metente disserta sobre Max Ja- ser um apaixonado. Está satis­ Politécnica do Rio, chamado Hei­ cob e manda uma poesia onde feito na sua terra e na sua épo­ tor Alves. ao menos vale a intenção. O que ca. Não diz friamente porém se Na cidadezinha de queijos esse talvez não seja um bem (porque deixa empolgar pelo que diz, moço nervoso fundou a revista desse geito a cousa vira moda) acumula argumentos, discute, lu­ Electrica e escreveu o livro de mas sempre pode trazer umas ta, insiste. Depois não tem me­ versos A vida em movimento. revelações boas e até ótimas. Ve­ do de afirmar. Duas façanhas. Porque tanto o jam Cataguazes. O estudo sobre Pirandello por livro como a revista fazem ques­ exemplo é ótimo. A ausência do tão de gritar seu modernismo. A. DE A. M.

LEIAM: PAULO PRADO — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira). TRISTÃO DE ATHAYDE ~~ ESTUDOS — 2." série (critica). MÁRIO DE ANDRADE ~ ENSÀI° SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore). AUGUSTO MEYER ~ GIRALUZ - (versos). VARGAS NETTO — GADO CHUCRO — (versos) JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ A BAGACEIRA - 4.' ed. - (romance). Revista de Antropofagia CANÇÃO DO RETIRANTE

ENTROU JANEIRO 0 VERÃO DANOSO SEMPRE AFITIVO PELO SERTÃO... CACIMBAS SECAS NEM MEREJAVAM... 0 MOÇO TRISTE DISPERANÇADO FEZ UMA TROUXA DE SEUS TERENS...

DE MADRUGADA — SEM DESPEDIDA — FOI PRA SÃO PAULO PRAS BANDAS DO SUL A MOÇA TRISTE SE AMURRINHOU FICOU BIQUEIRA VIROU ISPETO — ELA QUE ERA UM MULHERAO — INTE' QUE UM DIA JA' DERRUBADA DE MADRUGADA FOI PRA SÃO PAULO...

PRA UM SÃO PAULO QUE NINGUÉM SABE NAO.

(Natal)

JORGE FERNANDES

ASSUMPTO RESOLVIDO FORMAÇÃO

Não comprehendo porque é que muita gente tem a ma­ O homenageado tinha intelligencia e uma vas­ nia de esconder que a antropofagia é uma instituição tra­ ta cultura, tanto que sua mulher de humildade dicional entre os índios americanos. E' uma cousa tola e que recommenda mal os que vi­ medrosa de admiração além da mudez dava-lhe vem gritando que o indio brasileiro não comia gente. Co­ filhos. mia e muito bem comido. Não bastassem os depoimentos de Hans Staden e Jean Também só lia — e ahi havia engano — com de Léry e teríamos ainda mais rail,e um indícios seguros. a recommendação de capricho: Outro dia eu conversando com' o dr. Juan Francisco Recalde, que na minha opinião é um dos mais entendidos Liste de bons livres á lire indianistas modernos, ouvi delle esta monstruosidade: "que E não discutia para não offender susceptibi- no território actualmente oecupado pelo Brasil, Paraguay e Uruguay, nunca houve índios antropófagos". lidades. Agora é um senhor Luis Bueno Horta Barbosa que escreve ao "Diário da Noite" para rebater a affirmação Mas no momento preciso sabia fulminar com de que existam selvicolas brasileiros antopofagos. monossylabos e destruir prazeres. E que existam... Que tem isso 1 Mais tarde para conquistar novas amisades fez- Acaso a antropofagia não é uma instituição elevada e praticada em quasi todas as religiões ? se pensador e ás vezes, de dó, illustrava o próxi­ Muito bem andou Oswald de Andrade quando disse que a antropofagia no catholicismo estava acovardada no pão mo com citações fallecidas em laboratórios scien- e no vinho — representantes da carne e do sangue — tificos. Está provado e é geralmente acceita a antropofagia co­ mo sendo a communhão da carne valorosa. A's vezes também era nacionalista do mais pu­ Os índios não comem a carne de seus inimigos ou che­ ro e dizia phrases. fes com intenção gastronômica. Comem porque pensam mastigar também o valor do E tinha convicções indígenas: comido — comidos voluntários, quasi todos — — Sou bravo, sou forte ! Por isso o sr. Horta Barbosa deixe de querer roubar do pobre e já tão expoliado indio o seu maior e melhor O outro que não era trouxa garantia-se. patrimônio: — AHN ! 0 bom gosto de comer carne humana — carne valorosa. (S. Paulo).

CHINA A. de Almeida Camargo 6 Revista de Antropofagia OBJECTIVO

A silhueta do teu corpo inda fazia mais distante a paisagem desmaiada.

Emquanto o sol se divertia numas ultimas variações de vermelho sobre as nuvens, Você alli inerte era a crystallização de todos os teus cansaços, porque o teu braço rectissimo que se acabava no gramado era a prova maior da tua alegria, alegria de se sentir numa pausa salutar do sentimento, alegria de se sentir fatigada das minhas palavras inúteis.

Depois, quando as sombras tomaram conta daquellas arvores folhudas, eu não creio que Você se livesse retirado, por causa do sereno, nem que eu me tivesse aborrecido de só te ver assim immovel; — nós ficámos mesmo alli : Você embevecida de estatuaria, eu sedento de pesquiza, ambos perdendo a cantiga dos griüos que se esforçavam á tôa.

(Rio de Janeiro)

Brevemente: Empreza Graphtca Ltda.

ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na intimidade — (estudo sobre os inventários Livros, Revistas paulistas do século 17). Edições de luxo MARIO DE ANDRADE — Compêndio de história serviços da música. commerciaes RUBENS DE MORAES — Essencialmente agrícola — (contos).

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO — Lira Rua Sto. Antônio, 17 paulistana (coleção de modinhas). Teleph. 2-6560 OSWALD DE ANDRADE — Serafim Ponte-Grande (romance). Revista de Antropofagia

(ROMANCE) Capitulo 2.° A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO li

Ali estavam todas as raças que ti­ soalho. Nos intervalos das músicas inferioridade da raça preta nas cida­ nham vindo para a terra da promis- cantam em coro melopeas ásperas e des. Apezar de ser minoria nas aglo­ são. Cada homem que entrava na tas­ monótonas, entremeiadas de surtos merações urbanas paulistas, 80 »\° do ca augmentava o contraste existente de bebedeira em que disparam os re­ pessoal dos prostíbulos operários entre os que ainda representam os pri­ vólveres para o ar. O rumor da festa coinpõem-se de pretas e mulatas. Es­ povoadores do paiz. Mais tarde, atrae outros estrangeiros inimigos sas mulheres caíram na VIDA por­ no espaço de algumas gerações, ha de que se mostram tanto mais rivaes que quasi não casam, não constituem surgir um tipo mais uniforme, amol­ quanto mais se parecem com os con­ uniões regularcs, servem para as ne­ dado pelas mesmas necessidades de correntes. Todos louros, grandões, cessidades de todo homem que as vida que todos partilham e que traz abrutalhados. Porém uns são ungare- persegue. Recebem do traunseunte aos poucos um ar de parentesco aos zes (como são conhecidos do povo) e ou do negro companheiro a sifilis. nativos de uma região qualquer. Nes­ outros estonianos, não menos turbu­ Junta-se á lues o tilcolismo, e ambas ta, onde afluiram correntes imigra­ lentos, que moram nas redondezas e as cousas predispõem aqueles orga­ tórias de toda a parte, por força das odeiam aos vizinhos. Começou a rus- nismos, que vivem muitas vezes ape­ cousas, o caldéamento será mais ex­ ga por uma insignificància, namoros nas alimentados, á tuberculose, á de- traordinário do que em outros paizes que foram degenerando em provoca­ generesencia, á loucura. O antigo do mundo. A mistura foi mais intensa, ções, para terminar em pancadaria. atleta africano, que, trabalhava no quando não o amálgama mais fácil, De desavença a desavença vão se cito das fazendas, não deixou descen­ e, antes que a influência do clima, tornando mais inimigos. A' briga iso­ dência. Não podemos considerar co­ costumes, vícios ou virtudes venha lada sucede outra briga, em que to­ mo sendo seu neto o aborto desden- uniformisar o produto humano do fu­ mam parte dois ou três, e as desor­ tado, corroído de mil mazelas, de turo, teremos quantidade de pequenos dens que começaram a murros, aca­ peito fundo e pernas bambas, que se núcleos espalhados pelos bairros que bam a cacete ou faca. Ha encontros arrasta pelas ruas a procura de em­ so poderão ser de pronto distingui- de grupos seguidos de encontros de prego leve que lhe permita satisfazer bandos. Não é raro, na estrada do as suas únicas ambições: a dança, a dos pela gente mesmo do lugar. Se­ Oratório, enfrentarem-se depois duma preta e a bebida. rá como o sotaque da sua linguagem. série de conflitos duas joldas compos­ Formarão ainda um paradigma mis­ tas de quarenta ou sessenta homens No botequim apareciam amostras terioso (quasi oculto de tão imper­ armados. Enquanto tarda a cavalaria, da transformação das raças espalha­ ceptível) e que no entanto sentiremos os adversários disparam as armas das pelo paiz. Alguém, com prática como si fosse concretamente delinea­ que ainda conservam da grande guer­ do recrutamento da Força, podia pôr do. Bastará um certo modo de falar, ra, pistolas automáticas, revólveres rótulo, indicando a origem, em cada ou conjunto de traços no físico, ou de grande calibre c até mosquetes miliciano que entrava na tasca. A' em ultimo caso mandira de vestir, dos antigos regimentos de dragões, excepção dos pretos, era fácil reco­ para adivinharmos a origem deles. lanceiros ou ussares da Áustria, Rús­ nhecer, por exemplo, o mineiro do Em certas regiões do paiz ficaram sia ou Alemanha. São o pesadelo da nortista. Um tem traços grandes, fi­ insuladas aglomerações humanas. 0 policia. sionomia calma, quasi impassível, ati­ tipo que produziram, quando chega tude retraída. O outro, traços peque­ a S. Paulo, apresenta-se tão inteiriço O nacional vindo de fora, de muito nos, o nariz, a testa, a cabeça, o cor­ no seu aspéto como o estrangeiro longe ás vezes, não sente necessida­ po, tudo é arredondado. E' mais tron- pertencente a uma raça de ha muito de se ajuntar em chusmas: não está cudo, traz no físico a mestiçagem do formada. preso pelo idioma, não está isolado. branco com o indio, que ainda é mais Tal é o cearense para os primei­ Foge do conterrâneo recém-chegado acusada nos pometos e nos olhos, ne­ ros, tal é o alemão para os segun­ (que logo o chama de primo) para gros e brilhantes como jabuticabas dos. Ao desembarcar vão se locali- evitar as "mordidas". Aflue para as de Sabará, tal a vivacidade ladina, sando ao acaso, os nacionaes por to­ bandas da Luz. Alguns que desgarra­ curiosa ou perserutadora que demons­ ram da leva, que veio do Norte ou tram. Não tem como o mineiro, do­ da a parte, os estrangeiros de prefe­ no das jaboticabas, a velhacaria ocul­ rência onde encontram patrícios. Dai do Sul, voltam das fazendas do Inte­ rior e procuram ingresso na Força ta sob aspéto inofensivo. O ânimo surgem bairros de Ietões no Oratório, bulhento do nortista torna-o, alter- de austríacos e alemães no Mandaquí, Pública do Estado. Lá não ha estran­ geiros, os filhos de imigrantes são nadamente, atraente ou indesejável de úngaros no Buraco Quente dos como si fosse uma criança. Campos Escolástica, portuguezes _ e relativamente escassos, o que mais se espanhoes no Arincanduva e Califór­ vê são caboclos, negros ou mestiços, O carioca, também numerosíssimo nia. Mas as necessidades da vida e ainda novos e solteiros, em que pre­ na Força, anuncia-se pela fala. No os ditames do sexualismo irão aos dominam os que vieram de outros proletário do Rio ha um sotaque e poucos aproximal-os. No começo, o Estados. Nestes, por sua vez, sobre- linguagem inconfundíveis, tão carate- contato entre eles era feito somente saem, pela quantidade, mineiros e rísticas quanto a do paulista do Be- fora de casa, no trabalho e nos diver­ nortistas. A origem é como o índice lemzinho ou Bom Retiro, porém in­ do adeantamento ou atrazo da zona finitamente mais agradável e interes­ timentos. Era eterno. Mais tarde, que deixaram. Quanto mais numero­ realisou-se mais intimo para os filhos sante. E' ameno c cantante, doce e sos são de um lugar, mais este é in­ amável como a população infantil e na escola, no serviço militar e no feliz e pobre. lar. Logo que desembarca, o imigran­ desocupada, que se espreguiça lazza- te junta-se aos que partindo da mes­ Antigamente, quando passava atra- ronicamente pelos morros c praias da ma proveniência, chegaram antes vez da rua do TRIÂNGULO a guar­ mais linda baia. E' um prazer ouvil- dele. Passam a morar em casinhas, da do palácio (ha dez ou doze anos os dizer "...cherguei o Otávio lááá misturados adultos e crianças de qual­ airaz), os homens mais encorpados do fim da avenida Poóóólista...". do piquete eram os pretos. O' resto, Muitos que têm esse sotaque na For­ quer sexo, em número de seis, oito, ça Pública fizeram apenas um está­ dez no mesmo quarto, destinado a um composto de caboclada mais clara, era o rebutalho da escória humana gio no Rio. São rapazes de Estados casal só. Nas festas bebem no bar do diversos, que usaram a farda do exér­ conterrâneo e dançam na sociedade que vae ter ás cidades. Perto deles os negrões faziam vista. Hoje vemos cito, da armada ou da brigada mili­ recreativa da colônia situada no bair­ tar, antes de virem para os batalhões ro. Aos sábados ou dias de pagamen­ com espanto, num lapso de tempo curtíssimo, degenerarem com incrível ou regimentos da Força. to, durante a noite inteira, quem pas­ rapidez. Dá-se agora o contrário: os sa na rua ouve o baque dos pares melhores da tropa são os brancos. que dançam e que a espaços, caden- (Continua) ciadamente, pulam e batem com es­ A causa desta fulminante degenere- trondo os sapatos grossos sobre o cência está na condição de extrema 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA BALCÃO

IX LIVROS PROCURADOS

BRASILIDADE Por YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida bri­ gadeiro Luis Antônio, 188 — S. Paulo): De uma noticia sobre o Convênio da Imprensa Norte Paulista, realizado em novembro ultimo na cidade de Tau- "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei­ baté, publicada pelo "Correio Popular" de Guaratinguetá, ras por um baiano (1830) — 2 vs. n. de 25-11-928: |'A's 12 horas, no Hotel Lino, foi servido um almoço — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin- regional aos jornalistas, offerecido pelos exmos. srs. Depu­ tado Euchario Rebouças de Carvalho e Álvaro Marcondes cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830. de Mattos, Vice-Prefeito da cidade. "Sermões" de Antônio de Sá. Em brilhante discurso, cheio de profundas considera­ ções e perfeitamente burilado, proferido com calma por — Manoel Calado — "Valeroso Lucideno". quem é mestre na oratória, o Deputado Euchario Rebou­ ças offereceu o banquete. — Duarte de Albuquerque Coelho — "Memó• Agradecendo usou da palavra o jovem jornalista, mas talentoso, sr. Luis Sampaio Penna. rias Diárias". Durante o agape tocou a renomada orchesjra do pro­ fessor Fego Camargo. — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed. São dignos de mensão dois factos que muito nos agra­ daram e avivaram o nosso amor á terra em que nascemos, Compra livros raros em geral sobre o Brasil. fazendo-nos lembrar d'"0 Brasil e a Raça" de Baptista Pereira. Os srs. deputado Euchario Rebouças e José de Moura Rezende em testemunho de seu espirito de brasi- Por MANUEL BANDEIRA (rua do Curvello, lidade timbraram em offerecer-nos banquetes á brasileira não permittindo ir á mesa uma só iguaria de nome estran­ 51 _ Santa Teresa — Rio de Janeiro): geiro. Lá tivemos o nosso tutu com torresmo, o arroz, o Mac-Carthy — "Viagem na China". frango assado e outros pratos genuinamente nacionaes. Ainda mais, as musicas eram todas brasileiras. E pudemos apreciar "O Guarany" e "Salvador Rosa", de Carlos Go­ mes, além das muitas outras cuidadosamente escolhidas pelo maestro Fego Camargo. Não precisamos ir buscar : inspirações na velha Grécia ou na antiga Roma: temos LIVROS Á VENDA aqui o nosso Parahiba do Sul, as serras do Mar e da Man­ tiqueira, as nossas mattas, e as nossas campinas e a nossa igara. Bastam!" Na LIVRARIA GASEAU (praça da Sé n. 40 — S. Paulo): MESTRE NA ORATÓRIA De um discurso- proferido pelo deputado Euchario Re­ — 'Archivo Pittoresco" — 11 vis. ene. bouças de Carvalho num banquete offerecido ao senador Dino Bueno em Taubaté e publicado pelo "Jornal do Com- — "Panorama" — 17 vis. ene. mercio" de S. Paulo, n. de 14-7-926: — Vieira — "Sermões" — 16 vis. ene, sendo Senhor senador Dino Bueno, eu me sinto bem onde alguns em 1.* ed. estou, porque ainda tenho bem dentro de mim o reboar longínquo da voz de meu pae, José Rebouças de Carva­ — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi- lho, do meu avô Barão do Jambeiro, que propugnaram nesta tenda de trabalho e foram vossos amigos. Eu ainda bliographico" — 19 vis. ene. tenho nítidas e rutilantes as imagens da minha infância aqui vivida c por isso mesmo sou capaz de auscultar em alto diapasão e transmittir o sentir quente e robusto da gratidão deste povo, que é o meu povo e do qual eu sou uma legitima molécula.

Que esta festa, entre os embates de vossa vida, seja um murmuroso oásis bemfazejo, a reflorir nos applausos A assinatura anual de vossos concidadãos, consagrando o acerto da vossa di- rectriz política; que ella seja a nota incentivadora das vossas energias políticas, assignalando para nós outros a rota luminosa a palmilhar. da Exmo. senador Dino Bueno, se soerguerdes um pouco o vosso busto por sobre o oceano agora calmo, e antes en- capellado, do povo taubateano e procurardes divisar o REVISTA DE ANTROPOFAGIA porque da calmaria, encontral-o-eis em alto relevo na vossa attitude para com elle, na vossa solicitude, nos vos­ sos conselhos, no vosso concurso para o triumpho decisivo custa e consolidação da actual política progressista de Taubaté. Pois bem, é essa mesma attitue, é a lembrança desses assignalados serviços que heis prestado, que de novo o RS. 5$000 fazem se encapellar em irreprimíveis ondas gigantescas, que, para vos saudar, vêm quebrar-se bem junto de vós, nas brancas espumas de sua gratidão." Pedidos acompanhados de vale postal

BOAS FESTAS para Cartão distribuído em dezembro de 1928 no Theatro SanfAnna de S. Paulo: Caixa do Correio n. 1.269 "Os" indicadores dos camarotes CRISTOBAL e Dna. NICOLINA Desejam aos seus distinetos espectadores Boas Festas e feliz Anno Novo." SÃO PAULO ANIMO I — NUMERO ir> 500 RS. FEVEREIRO — 1929 Revista de Antropofagia nírAi*itSn «IA ÀVTAVTA F\*I È. *

Endereço: 13, RUfl BENJAMIM COMSTflMT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SÃO PAULO

Ascanio Lopes BANZO

Com vinte e dois anos Ascânio Lopes morreu no dia 10 de janeiro em Cataguazes. No dia 9 (como Carlos Drummond de Andrade me lem­ brou) eu dizia no Diário da Noite de São Paulo Subiu a toada que o menino-poeta tinha futuro garantido. E ti­ dos negros mocambos nha mesmo- O que mais me agradava nele era Sahiu a mandinga a timidez misturada com a malícia. Atravez de de pretos retintos suas cartas e de seus versos eu percebia um Ascâ­ vestidos de ganga. nio bom, muito bom mesmo. Porém essa bon­ dade êle guardava e escondia. De forma que os Quillengue, Loanda, de fora a ignoravam. E embora a culpa fosse sua Basuto e Marvanda ou não fosse de ninguém, Ascânio se vingava com fazendo munganga a malícia. Êle mesmo deixou transparecer isso tentando chamego comoventemente numa poesia chamada Ambiente cantando a Changô. de infàcia. O pouquinho que Ascânio escreveu dá de sobra Escudos de couro, para a gente lastimar o que deixou de escrever. pandeiros, ingonos, Foi embora quando ainda estava no começo e a batuques e danças. gente sente saudade daquela esperança. Acredita­ Palhoças pontudas va na literatura e na literatura do Brasil. De vez com ferros nas lanças. em quando se metia a estudar assuntos graves. E nunca brincou. Não via na poesia moderna Terreiros compridos (como tantos) apenas um pretexto para ousadias de barro batido. engraçadas e molecadas cínicas. Trabalhava ho­ Cantigas e guerras nestamente. Sabia o que fazia e queria fazer di­ com sobas distantes. reito, fazer sempre melhor. Caçada ao leão... Outra cousa que êle também sabia era sofrer. A doença que o matou em certos períodos não Caninga de choro lhe deixava tempo senão para acompanhar passo zoada de grillo. a passo a aproximação do fim. Há 41 dias que Campina de canna estou de febre brava (assim me escrevia em maio com água trahquilla. •. ... a voz do feitor. de 28) e estou proibido de ler, escrever, levantar, mexer, etc. E acrescentava: Agora mesmo a fe­ bre aumenta. Isso com uma letra que ia crescendo Mucanas cafuzas como a febre dele. moleques zarombos. Na noite retinta Rosário Fusco escreveu antes dos versos do a toada subia Fruta de conde: ... e que ninguém nunca se es­ dos negros mocambos. queça de Ascânio Lopes. Pois é claro que quem o conheceu não poderá esquecer, Rosário Fusco. (Natal). ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO LUÍS DA CÂMARA CASCUDO. Re vista de Antropof»*i»

DORES DO INDAYÁ •RETRATO DO BRASIL

Uma rua velha e vazia, O que mais me admira no Brasil

uma casa velha e vazia, não é o rio Amasonas — o maior do mundo ! uma vida velha e vazia. E nem as florestas e as riquezas, A poesia das cousas humildes as maiores do mundo ! morrendo, morrendo... O que mais me admira no Brasil (Meu Deus, fazei com que o dia de amanhã seja differente do dia de hoje!) é a preguiçosa confiança que nós temos

morrendo com o nessas coisas todas — as maiores do mundo!...

habito.

(Minas) (Bello Horizonte).

EMÍLIO MOURA. JOÃO DORNAS FILHO.

SMí5Z5K25É3aSH5KHa5?5a5E52525H525a5a5H5a5Z5a^^

LEIAM:

PAULO PRADO — RETRATO D0 BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira).

TRISTÃO DE ATHAYDE ~ ESTVDOS — 2.» série (crítica).

MÁRIO DE ANDRADE ~ ENSAIO SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore).

JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ A BAGACEIRA - 4.a ed. - (romance).

GUILHERMINA CÉSAR e FRANCISCO PEIXOTO — MEIA PATACA — (versos)

ROSÁRIO FUSCO ~ FRUTA DE CONDE — (versos). Revista de Antropofagia

Uma adesão PEDRO DANTAS Como quer que se julgue a gira em torno do objeto. Limi­ sr. Oswald de Andrade era a fal­ obra do sr. Tristão de Athayde ta-se a observa-lo do lugar onde ta de confiança que este lhe ins­ e a sua posição intelectual, não está. A conseqüência direta des­ pirava, aquela continua impres­ é possível negar a singular im­ se modo de ser é uma tendência são de terreno movediço, que portância que têm na nossa vi­ instintiva para impor o seu pon­ perturba e arrasta ao desequilí­ da literária as suas atitudes e os to de vista, pela estranheza que brio. E êle censurava a eterna seus pronunciamentos. A autori­ lhe causa o que se vê dos ou­ brincadeira em que se compraz dade moral, a cultura e a inte­ tros. Para impor, digo mal, mas o sr. Oswald de Andrade, espro- ligência do critico souberam fa­ para considera-lo como o verda­ bava-lhe a leviandade das atitu­ zer-se respeitar do publico difí­ deiro, o único legitimo. Dai des, a alegria, o bom-humor. Ti­ cil que lê as crônicas literárias certa feição evangelizadora da nha saudades do Oswald precio­ dos jornais (autores, amigos dos sua critica e o receio que lhe so e tétrico dos "Condenados". autores, inimigos dos autores e infundem os que êle considera Achava uma pena, um sacrifício ás vezes o cidadão ingênuo que "germens d edissolução" do es­ inesplicavel que um homem co­ procura se pôr ao par da lite­ pirito porue ameaçam a unidade mo o sr. Oswald de Andrade ca­ ratura francêza contemporânea" e a segurança da construcção do paz de lagrimas e desgraças, o sr. Bernard Fay deu ao capi­ seu sistema pessoal. Tais ger­ andasse pelo mundo, tranqüilo tulo sobre Barres o titulo de mens êle os combate como é e sem remorsos, se divertindo. "Maurice Barres ou La littéra- possível, mas improvável ue Eu- E traçava do autor de João Mi­ ture hausse le ton". Da mesma clides combatesse as geometrias ramar retratos pessimistas, mos- forma, quem quizesse traçar um trando-o frívolo, inconstante, não-euclideanas: em legitima de­ "blagueur", modernista snob, cir­ panorama da nossa literatura fesa. Não podendo admitir, por neste primeiro quarto de século, culando entre os salões ricos de instinto de conservação, ue ou­ S. Paulo e os cafés literários de poderia dedicar ao sr. Tristão tra visão do mundo se imponha de Athayde um capitulo intitu­ Paris, tomando a sua "water- em detrimento da sua, imagina manzinha" para escrever.., 0 lado "A critica literária levanta que o que se perderia por amor "Retrato de mim por Tristão de o tom". Efetivamente, si refletir­ dessa outra havia de ser o mun­ Athayde", em suma. E concluía mos no que era a critica brasi­ do mesmo e não somente a sua pelo perigo de vir a mocidade leira ha pouco mais de dez visão. incauta a seguir um homem co­ anos, não poderemos deixar de Todas essas observações não mo esse, que substituíra o nosso reconhecer que o biógrafo de querem dizer que se trate de um habitual ecesso de literatura por Afonso Arinos realizou uma obra espírito intolerante ou precon- uma infra-literatura e que, a relevante" de modernização e de ceituoso. E' simplesmente um pretesto de corrigir um erro, o aperfeiçoamento. Muito antes sistemático. Também não seria substituíra por outro, de sinal dele já Unhamos, é certo, a lu­ esato pensar que èle não muda contrario. cidez admirável de João Ribei­ de opiniões e de filosofia. Tem ro. João Ribeiro, porém, é dupla­ mudado até muito. Já atraves­ Agora, porém, escrevendo so­ mente filósofo, tanto no sentido sou o estado de espirito de umas bre o "Retrato do Brasil" do sr. próprio da palavra como no po­ três gerações, no mínimo. Mas Paulo Prado, o sr. Tristão de pular, talvez mais, até, neste ul­ comporta-se daquele modo rela­ Athayde, citando o inquérito so­ timo: não liga muito á critica. tivamente a cada posição. Va­ bre a civilisação americana, a Si nunca deixou de assinalar os riam os seus pontos de vista, que se procedeu ha alguns anos seus lugares aos raros livros mas cada um é como si fosse nos Estados Unidos, concorda bons que de longe em longe apa­ o único- E de cada vez êle deve com as conclusões de Harold recem, teve e ainda tem muitas pensar comsigo: "Agora sim, Stearns, que o organizou, e apli- vezes condescendências culposas acertei". cando-as ao Brasil, diz testual- para os imprestáveis e os me­ Por tudo isso a atividade do mente o seguinte: "Penso ape­ díocres. E' partidário do "lais- sr. Tristão e Athayde vem sendo nas que não devemos nos aban­ ser faire, laisser passer", ao me­ empregada de preferencia no donar ou recorrer com êle (Pau­ nos em literatura. O sr. Tristão ataque aos ditos elementos dis- lo Prado) ás soluções do deses­ de Athayde, ao contrario do de­ soKentes. Dentre eles a perspi­ pero e sim fazer como esses trin­ fensor teórico da lingua nacio­ cácia do crítico logo destacou ta norte-americanos sinceros e nal, já pôde ser justamente qua­ o sr. Oswald de Andrade e seus corajosos — rirmos de nós mes­ lificado de "homem sem malí­ companheiros de antropofagia e mos". cia" (1). A sua tendência é pa­ pau-brasil, como os mais peri­ Mas não é precisamente essa ra o trágico, o sombrio, o dolo­ gosos e temíveis. E é principal­ a solução do sr. Oswald de An­ roso, o difficil. E' um homem mente a esses que costuma opor drade e o que êle tem realizado que timbra em levar tudo pro­ toda sorte de valores, embora na ultima parte da sua obras ? fundamente a sério, a começar infinitamente menos interessan­ Si essa tendência não esplica pela sua funcção de crítico. Isso tes, (a terceira corrente e outras por si só toda a riqueza huma­ importa em dizer que êle não do mesmo gênero) por serem na e o lirismo intenso do poeta sabe passar sem, ao menos, um mais estáveis, pois o sr. Tristão do Esplanada, é entretanto a si­ pequeno ativo de convicções fir­ de Athayde acredita na virtude gnificação mais imediata e evi­ mes, sem um ponto de vista e da estabilidade. E é, da mesma dente de seus livros. Está, pois, de apoio, de onde se lhe apre­ maneira, a esses, que êle vive de parabéns o sr. Oswald de An­ sentam deformadas as coisas, pregando uma acção construtora drade, por mais essa valiosa ad­ que êle julga, entretanto, pelo certamente a tornar-se conserva­ esão. Pois é fora de dúvida que aspecto parcial, unilateral, que dora e lhe parece de necessida­ com aquelas palavras o sr. Tris­ conhece. Para empregar uma de urgente. tão de Athayde entregou os pon­ imagem cara a Cocteau, êle não 0 que mais o preocupava no tos. Nem mais nem menos. (Rio de Janeiro). (1) Sérgio Buarque de Holanda, «Digo no "Jornal do Brasil". Revista de Antropofagia 4 POETAS

GUILHERMINO CÉSAR E nheceu a poesia muito criança bendo em dezoito páginas ape­ FRANCISCO I. PEIXOTO e ainda não tem por ela o devi­ nas. Dirão que Rosário Fusco é — Meia-Pataca — Catagua- do respeito. Por enquanto são bastante moço ainda, tem muito zes — 1928. namoricos sem conseqüência. Lá tempo deante dele, tem muito de vez em quando um gesto talento dentro dele, podia espe­ Meia-Pataca é o nome de um mais cheio de intenções deixa rar mais um pouco e publicar riozinho de Cataguazes. Nos adivinhar a ligação brava de cousa de outro porte. Mas eu tempos antigos tinha ouro. Ho­ amanhã. Então o verso virá fei­ compreendo isso muito bem. je é água e mais nada. Mas a to agarrar a gente. Quem progride tem uma pressa água possue lá a sua poesia que Rosário Fusco fêz um desenho danada de mostrar que está pro­ é a de Guilhermino César e na capa que eu acho bem inte­ gredindo. Não se contém: vai Francisco I. Peixoto. ressante. logo na rua passear o jaquetão O primeiro ainda não se livrou novo. daquella tristesa sem fundamen­ HUMBERTO ZARRILLI — Fruta de conde apresenta de to visível dos poetas que prome­ Libro de imágenes — Mon- facto menor número de defeitos tem. Tristesa que a gente não tevideo — 1928. e qualidades bem mais acentua­ pode levar a sério. Os versos de­ Humberto Zarrilli é co-autor das do que a parte do autor le têm sempre uma interroga­ de uma série de livros de leitu­ nos Poemas cronológicos. A pro­ ção, uma dúvida, uma pergunta ra para crianças que conquistou va está patente neste Poema- de descrença ou desconsolo- O o primeiro prêmio no concurso assunto não difere do comum organizado faz pouco tempo pe­ Na tarde clara sem ventilação brasileiro e actual. Porém o que lo Conselho Nacional de Ensino está dentro é bom anunciado me­ eu estava bem refestelando a Primário e Normal do Uruguai. vista lhor. A fala por exemplo é cla­ No Libro de imágenes a gente ra e forte: na roçaria de bom trato. percebe ás vezes o escriptor-pro- Gente vinda do serviço gazoava Campeiro queimado de sol fessor inteligente. A's vezes só. alegre vai ver o trabalho dos seus com­ Porque quási sempre a poesia pelo caminho endomingado e panheiros adulta fala seus desejos, desejos limpo. nas galerias de ar frio maduros : Um cheiro bravo vinha vindo na noite constante l Era mi enorme pena ei no tener Mineiro das minas gerais solto da aragenzinha você não acorda ? ninguna e a gente suspirava èle banzando Vai ver o trabalho dos outros Recibe. mi tristeza como un hués- gostoso como quê ! mineiros ped alegre. dos mineiros-mineiros enterra­ Zurrilla é terno, ama as cou- Paz de distâncias... dos na mina sas da rua, saúda contente os Necessidade de coisas não era ouvindo os patrões em fala es­ quinze anos da vizinha preciso não trangeira ! e a gente percebia que a vida, que están repicando por toda pensando bem é boa mesmo. Sensibilidade alerta, maneira Ia casa, Quási que eu falei zuretamcnte: pessoal ainda não muito defini­ fica embevecido deante de uma EU VIVO! da mas reconhecível, desemba­ criança que mama, abençoa a raço, procura, gosto lírico, tudo mulher grávida cujas Não era preciso desejo nenhum isso a gente encontra e chupa naquele momento. que nem uma bala na poesia de .-.caderàs tienen ondular de cuna Porém meu sexo forte desejou Guilhermino César. fala a cada instante do céu, das tanto você Francisco I. Peixoto é mais que eu senti na tarde clara sem irreverente e gozador. O que nuvens, do ' vento, das estrelas, canta o vinho, as mulheres e a ventilação nenhuma não impede o desejo que tem você encolhida, se encostando... de um sua cidade, Ia dei rio como mar. ...coração mais forte Há ai alguma cousa diferente Mais resignado, mais cheio de Tem até repentes de violeiro: daquele brasileirismo infantil paciência que é o sarampo da nossa me­ Pra poder aturar de cara alegre Nube ausente de Ia tierra, ninada poética. Os versos vêm tanta amolação hoy tu destino comprendo: mais pesados e como o peso é E pra agüentar com o peso in­ El água por Ia que vives, de poesia mais ligeiros, envol­ fame dos Ia das un dia muriendo. ventes, simpáticos- E' a idade pensamentos futuros... Poeta amável a quem a gente que vai aumentando, ganhando retribue com a mesma simpatia sensações novas, se abrindo para Mas no geral laz perguntas novos desejos. Rosário Fusco embaraçosas a Jesus, Fernão dele por tudo e por todos deste mundo. não precisa se afobar. O pássa­ Dias Paes Leme e ás namora­ ro está voando sem dúvida, mas das. Está no período de caçoa- ROSÁRIO FUSCO—Fruta o poeta tem na palma da mão da e tem medo dos que virão de conde — Cataguazes — a fruta que êle procura. depois. E* bem desse grupo me­ 1929. nino de Cataguazes ainda brin­ cando no colo do futuro. Co­ O livro são oito poesias ca­ A. DE A. M. Revista do Antropofagia ANTROPOFAGIA? MARIO DE ANDRADE

Ando lidando bastante com — Eu já sigurei uma jara­ ça... Mas não se invoca mais! feitiçaria aqui no Nordeste e raca pr'êle cega ! — Mas ás vezes aparece, acho que esta communicação — .. .foi discipo do gran­ não ? que segue pode interessar aos de malfeito Antônio Tirano — A's veiz ... cultores da antropofagia... (eu escrevendo) que para a — E quando aparece faz filosófica paulista. Se trata gente tê trabalho dele tinha- estrepolia ? do Mestre (Santo) Antônio se que dá pr'êle um filho, Nova e sempre muita hesi­ Tirano. Eis a scena que se uma... uma pessoa da f ami- tação. Respondeu com má passou entre mim e os dois Iha assim... vontade: feiticeiros meus informan­ Parou. — Faiz, sim sinhô... tes, gente sarada dos catim­ — Mas como é?... Tinha- — Pede sangue ? bós de Natal. se que matar essa pessoa, é ? — Pede, sim sinhô... Eu escrevia na pauta as re­ Os dois estavam desapon- — Pede pra beber?... zas que os dois juntos me tadissimos, rindo amarelo. Arrancou : cantavam e tomava em segui­ —Não sabemos não sinhô... — Eu num sei, não sinhô! da as informações sobre o — Esse nem tem linha (re­ Esse a gente não invoca não! Mestre a que a reza perten­ za cantada)... Não se invo­ Eu escrevendo textualmen­ cia. Os dois catimbozeiros já ca não... te como está. O outro, mais estavam com a língua solta, Voltei a escrever pra evitar palavroso, mais esperto, que sem cerimonia, depois de vá­ aos dois a sensação de exami­ cursara até o terceiro ano do rias horas de conversa e al­ nados. Ateneu, de Natal, se calara. moço bom no meio. Eu es­ — E' lógico que vocês não Parei de escrever, insisti, per­ crevia. invocam êle, sei bem. Mas guntei. Não foi possível ti­ — ... porque Turuatá é podem me contar. Minhas rar mais nenhuma informa­ também Mestre caboclo (in­ notas são pra estudo, que o ção útil ao meu amigo Osval­ dígena) frexador malevo Mestre seja bom ou ruim não do de Andrade. O outro mais Bem pata cegar os outros... tem importância não. Então humilde e mais feiticeiro tam­ Gosta de trabalha cum cobra. êle obrigava o mestre a sacri­ bém, se fechara em copas Fura o oio da cobra na inten­ ficar alguém... meio desconfiado. Voltei a ção da pessoa a quem qué — E\ .. exigia sempre san­ escrever. Esse, o mais humil­ cega e cega. Chega a cume gue humano... de, acrescentou reflexivo: pedaço de cobra, cru, mais — Sinão não trabalhava, — E' uma biografia des­ cauim (por aqui, nos catim­ heim! que safado! graçada ... bós, qualquer álcol forte) — Prifiria sangue de crian­ (Natal — janeiro 1929).

ACHILLES VIVACQÜA

Na noite bonita o mastro enfeitando acordam cantigas : de fitas rodeiam. — (Vamos vê planta vassoura O arco se curva. minha Yayá) A flecha faz que vae Mulatos sarados mas não vae não com longos penachos. — (Ao redó de seu balão Mulatos dengosos minha Yayá) em bambos requebros pra cá —plafff — arco na mao pra lá —pra lá — plafff —pra ca — (vassourinha de botão Na noite bonita minha Yayá) dormem cantigas (Ya-yá...) Corpos de usucum com tangas de pena Mulatos cançados. — mulatos suados Tangas de pena. — (ao redó de sua saia Mastro de fita. minha Yayá) (Belo Horizonte) Revista de Antropofagia 6 QUANDO EU MORRER

A Alceu Amoroso Lima AUGUSTO SCHIMIDT

Quando eu morrer o mundo continuará o mesmo. A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas, Como envolve neste mesmo instante. O vento fresco dobrará as arvores esguias E levantará as nuvens de poeira das estradas — Quando eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda' Rolarão sempre alvas de espuma...

Quando eu morrer as estreitas não cessarão de se acender no lindo céo nocturno E nos vergeis onde os pássaros cantam—as frutas continuarão a ser doces e boas. Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos E se hão de esquecer do meu caminho silencioso entre elles. Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão Todas as ancias e inquietudes do mundo não se modificarão. Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma Porque nada sou — nada conto e nada tenho Porque sou um grão de poeira perdido no infinito.

Sinto porém, agora, que o mundo sou eu mesmo E que a sombra descerá por sobre o universo vasio de mim Quando eu morrer...

Brevemente: Empreza Graphica Ltda,

ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na , , intimidade — (estudo sobre os inventários LlVfOS, r\6VISt3S paulistas do século 17). r— i. - , . Edições de luxo MARIOda D música.E ANDRAD E — Compêndio de história serviços

RUBENS DE MORAES _ Essencialmente agrícola COITimerCiaeS — (contos).

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO - Lira Rita, StO. AntOflíO 17 paulistanauaulistana (c.ri\pr*n(coleção d eA* modinhas) mnAir,\%aa. \ '

OSWALD DE ANDRADE - Serafim Ponte-Grande Teleph. 2-6560 (romance). S. PAULO Revista de Antropofagia

(ROMANCE) Capitulo 2." A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO m « O ponto onde aquela gente re- do primeiro ciclo da Força Pu­ Questões semelhantes apaixona­ flue, é quasi na certa, o bote­ blica. vam a soldadesca, que volta e quim. Veio de longe a onda imi­ Naquele mesmo botequim da meia, levantava tremenda bulha gratória, compacta e profunda, esquina, costumavam se encon­ a respeito da superioridade de até se desfazer e sumir no tér­ trar os três sargentos, desde o uma arma sobre as outras, de ca- mino, que é o destino. Porém, começo da vida militar na mi­ valarianos sobre infantes, bom­ depois de desfeita, ainda conse­ lícia, quando eram soldados e beiros sobre músicos, pessoal do gue por mil percursos, rebalsar fugiam da presença dos superio­ Gorpo de Saúde sobre os cozi­ na tasca em que se vende parati. res, tal qual como agora os su­ nheiros, e vice versa até o infi­ Entre a soldadesca, que repre­ bordinados se afastavam deles. nito. senta a maior clientela da ven­ O mais corpulento dos três, o — Eu de muito moço, dizia o da, dá-se o caso de existir ge- que tinha tez clara e cabelos ginasta, entrei para a policia de rarquia até nas bebidas. Quando castanhos, chamava-se Antônio, Sergipe... são recrutas ou praças razas, era sulriograndense. 0 mais ma­ — Ué você foi praça no Nor­ costumam entornar diariamente gro e moreno, Cassiano, viera da alguns cálices de caninha pura, te? Perguntou Cassiano, admi­ melhores cavaleiros do regimen- rado de vir a saber somente na­ e porfiam em ver quem bebe Baía, e era tido como um dos mais. A' medida que se vão gra­ quela noite um pormenor de to. O último, Cândido — fora pessoa que conhecia ha muito duando, ao subir de cabo á sar­ batizado em Minas por gente gento, já substituem a pinga por tempo. devota sob auspício daquele ad­ — Sou filho de Sergipe. cerveja. Por fim, o indício da as- jetivo para ser puro na vida cenção a postos superiores, é o — Eu andei por lá, também — era de todos o mais mulher­ fui praça no Norte, na polícia uso de copos de leite, á noite, engo e feliz em namoros. antes de recolher. de Alagoas, mas aquilo era uma Antônio largara dos amigos, p de policia que passava Demonstra com antecedência, para perseguir as mulheres da mezes sem pagar a gente. o pretendente aos galões, o de­ avenida Tiradentes. Cândido fo­ — Em Sergipe é a mesma coi­ sejo de seguir as pegadas dos of- ra provocado pela mulatinha do sa. Pois como eu ia dizendo, ficiaes, que ele viu se transfor­ Jardim-- Cassiano percebera o de mocinho sentei praça na po­ marem de soldados magruços e negacear da rapariga, e avisara licia onde tinha um tio que era maltratados, em tenentes e ca­ o companheiro que não vira fi­ sargento. Você que andou por lá pitães de tez clara e corada, ta. Justificava o baiano, o faro sabe o que é aquelas caminha­ apertados- na farda cinzenta pe­ que lhe atribuíam em surpreen­ das, quando a gente sae por ali las banhas de burguez prospero. der olhares, combinações, reca­ afora em diligência que não aca­ Seguindo o costume do meio, dos, começos de "simpatia", e ba mais- Aquilo é só andar, an­ os sargentos de cavalaria mais tornava-se o pavor dos que, per­ dar, debaixo do sol, no fim a o ginasta, bebiam cerveja (já ti­ to dele, tentavam "cavações". gente fica com as pernas que é nham aspas douradas) a espera Costumava atrapalhar os outros, só nervo. do companheiro. Conversavam achando enorme graça quando — E' mesmo, condescendeu o sem reparar a desordem do lu­ estorvava ou estragava o namo­ baiano que em rapazelho fora gar. Estavam acostumados a con­ ro de alguém, ou então, prote­ próprio de recados. fusão dos botequins no começo gia a aproximação, e depois es­ — Bem. Aqui, no Pavilhão, é do mez, depois do pagamento. palhava para meio mundo o ca­ a mesma coisa. Nós na ginásti­ Fingiam não ver os soldados, so que surpreendera colocando ca começamos com ginástica que a sua presença repelira pa­ num embrulho danado a vítima sueca... ra o belcão do portuguez, cuja e o çróe. Ao sair do parque, ele — Não desenvolve o corpo. presença era-lhes constrange­ percebera que as mulheres da — Como não! Do primeiro dora; abreviavam a demora e avenida estavam de trato feito dia que eu cheguei, eu estava Iógo saíam. com o grupo de bombeiros da ainda mais ou menos acostuma­ Quando o recruta entra para esquina. Deixara propositalmen- do a andar muito, o patrão na o quartel, não tem nome, não te Antônio se atirar a elas, afim roça muitas vezes me mandava merece atenção, representa ape­ de '"gosar", como dizia, o aspé- rodear o sitio, depois, tinha tam­ nas um autômato, é um número. to desanimado e divertido do bém trabalhado de enxada ai pe­ A seguir, aos poucos, nas inter­ companheiro quando voltasse da lo Interior, fiz muita carpa, não mináveis palestras do ócio mi­ infrutífera caçada. estava de corpo mole não. Mes­ litar, é que dá a sua origem, Enquanto esperavam o rapaz, mo assim fiquei quebrado. Logo bom ou pérfido, honesto ou ma­ continuavam bebendo. Cândido que acabou o passo acelerado em landro, e comunica as ambições silencioso, distraído pela lem­ volta do barracão, comecei a sen­ ou desalentos que o animam ou brança da mulatinha que lhe tir canceira, que foi indo, foi in­ infelicitam. Porém é principal­ ficava viva e irritante na me­ do, chegou de noite estava que mente no botequim, á roda da mória, não ligava para os visi- não podia mais mexer. mesa ou deante do balcão, que nhos. O ginasta tinha-se empe­ — Sim, era falta de exercício. readquire nome e personalidade. nhado em tremenda discussão — Ai é que está. E nós fazia Com o decorrer do tempo, rece­ com Cassiano, a propósito do aquilo todo o dia, cada vez che­ be divisas, deixando de ser um que mais podia desenvolver a gando no mais duro, enquanto número para se tornar o cabo musculatura de um homem, o re­ vocês, nem tem comparação... fulano ou o sargento sicrano. gime da cavalaria ou o do "Pa­ Volta a ser gente. E' a conclusão vilhão de Educação Physica". (Continua) 8 Revista de A n t r o p of a 8 i » ————^—^MMM"- BRASILIANA BALCÃO

PURITANISMO LIVROS PROCURADOS Telegrama de Santa Lusia (Goiaz) para O Globo do Rio de Janeiro, n. de 7-1-1929: P*or YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida "Acaba de ser expulso do tiro de guerra de Brigadeiro Luis Antônio, 188 — S. Paulo): Santa Lusia o Sr. Nagibe Salomão Filho, syrio na- — S. L. J. — "Historia de El-Rei D. João VI". turalisado, pelo motivo de ter tido uma amante até ha poucos mezes. O caso tem sido muito com- — Zaluar. E.A. — "Peregrinações pela Pro­ mentado, fazendo-se necessária a intervenção do víncia de S. Paulo". ministro da Guerra." — Tilara. L. dos Santos — "Memórias do RESPEITO Grande Exercito Alliado". De uma discrição do presépio armado em ca­ — Alvarenga Peixoto — "Obras" — em pri­ sa do sr. José Maria do Espirito Santo Filho, feir meira edução. ta pelo Minas Geraes de Bello Horizonte, n- de 1-1-1929: Duarte de Albuouerque Coelho — "Memó­ "No presépio, propriamente dito, bem dispos­ rias Diárias"- to, com naturalidade, vê-se sobre palhas o corpo — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin- débil do Menino Deus recemnascido, tendo a ado- cipaes suecessos". — 2 vols. 1826-1830. ral-o Maria Santíssima e S. José, bem como os pastores que haviam acudido á voz do anjo an- Por MANOEL BANDEIRA (rua do Curvel- nunciando o miraculoso facto. 10) 5i _ sta. Tereza — Rio de Janeiro): Encontram-se alli, como que em attitude res­ — Mac-Carthy — "Viagem na China". peitosa, como se tivessem podido comprehender o alcance do que se dava, diversos animaes." Por RUI NOGUEIRA MARTINS (Caixa Pos­ PARABÉNS tal n. 1414): Noticia publicada pelo O Gladio de Quipa- — J. .1. Machado d'01iveira — "Geographia pá (Pernambuco), n. de 7-1-1929: da Província de S. Paulo". "MANOEL GOMES ROSA — Esse nosso ami­ — J. J. Machado d'01iveira — "Quadro His­ go tem, na data de hoje, um grande regosijo pe­ tórico da Província de S. Paulo". la passagem do seu anniversario natilicio. Espiri­ to lúcido, inspirado poeta, ágil prosador e um dos Primeira edição. mais progressistas industriaes deste município, é — Simão de Vasconcellos — "Vida de An- grande c invejável o conceito que frue na socieda­ cliieta" — Em bom' estado. de quipapáense. O Gladio parabemnisa o illustre anniversariante." — Manoel Monteyro — "Compêndio Pantgy rico do P- José de Anchieta" — 1660. CONDOLÊNCIAS — Massena — "Poesias do Veneravel P. Jo­ Noticia (respeitadas a ortografia e a redac- sé de Anchieta". — Roma — 1863. ção) publicada pela A Liberdade de S. José dos Campos (S. Paulo), n. de 24-1-1929:

"JOÃOSINHO — Falleceu no dia 18 o filho do nosso prezado amigo João de Oliveira Costa e sua d es ti neta senhora, o joãosinho como éra ge­ ralmente conhecido, apezar de pequeno éra um homem, infelismente após uma breve infermida- de, zobando da sciencia falleceu rodiado dos A assinatura anual seus, o seu sepultamento deu-se no dia seguinte, acompanhado de grande numero de amigos da família, notamos entre outros o Snr. Cel. Cursino da presidente do Directorio Republicano, o snr. Eli- ziario Guimarães e outros, a morte do Joãosinho REVISTA DE ANTROPOFAGIA foi muito sentida, a família ilutada apresentamos lhe as nossa sentidas condulencia." custa CARNAVAL De uma correspondência de Maceió (Ala­ goas) para O Paiz, do Rio de Janeiro, n. de RS. 5$000 30-1-1929: "O carnaval deste anno promette grande ani­ Pedidos acompanhados de vale postal mação. Formaram-se já diversos grupos familia­ res e entre elles o dos Gondoleiros, especial da fa­ mília Alexandre Nobre e do qual faz parte o pró­ para prio governador Álvaro Paes e além de muitas outras pessoas de destaque, que se reuniram na Caixa do Correio n. 1.269 residência do Dr. Gama Melcher, gerente da Fa­ brica Progresso Alagoano." SÃO PAULO ^«^•^s» SOL e antropofagia SANTA RITA DURÃO para Raul Bopp e Oswalã d'; Andrade I I «a> i no qualqui r Sol aqui l'oda ' i os nem rae- vei lidi ' ii idade l |UC apelido i ie você andar D ei uzadn Suma hora de 10I ' nios "Mci anisi Ia introvi si di ixora OU I o homeii nlbigi . H unuru do hs do o Brasil loa. Pluraliza e Inventa o con- rem escutai minha \ iti idadi extei ior ou me So encontra sol ibre o ' "ii' eito i ias. si ia a i BI i te que hei de con- lhor a "interdição climal 1 i \lt vMURÍ i ria o labá, MI ti l os! \ historia cinit.i que • ' " laliu. nc i nem noi lc, nem no teu maio li.i -.,,1 em Porto Calvo Que d Quando ha í do qui a cacete: muito timão! li,i sol i rn Ponta Porá ,• |. ,i ,i o plano i eal, di si e Iro- oi reu. do anil pols que i Tabu era tem I No mar • l• t.• Não lia religião ou ideal A propi'Mio, o• lesuiti Ma sul o mulol . i. mais alta que n io discuta loria de nossa terra, foram Também não tomamos a paia não li ni nado, SÍO Durão! llistorii amente. exterminados pelos rudes ho 1 • I mar i ra "i KOJ lia • ntido i ias Nos acreditaríamos num pro ruens de São Paulo — pre uihos nio ha mal me qi 1. fôr naquelas cidades da Espanha gresso humano sr a creança nas res di Pascal, de Pombal e de Lennan, Speni ei. üillcn, I Ksta assün de sol ura-de botão, II iii h-.hii. Mas emquanto i linii nte li na \isio do perigo ' .1 .IN I llllll | • 11 riia aparo er no mundo, como loyolisla — os jesuítas arrogam- l. por toda o Meditcrt ani i ha sol i ioi O himera Icfhpo dep tinha e |oa caminho que I J os quarenta séculos sr anula hoje, o papel de C01I1- Einstein £ feito de momen I não pode nica ' onhci ida, nasce na- i'i' ' da liberdade do Índio. E o são sjnl K no i turalmi nte na edade da pi livro Montoya onde se narram . ada um dessi I r nu deserto abi ficaria, primitiva e nhambi- .is i. i desse campeonato i na- mento i o pelo numa cih.tr,, que | Daquelas terras quara, se nio a deformassem ma-se "Conquista Espiritual". Be­ As in.r rrula.i ii heia de sol aventui i Realizada a imediatamente Nio ha motivos la liberdade I síntese, ele a integra como ,, [enft i • ter saudades das edades SM ameba ínli mio c busi a liticas, Todos os dia i na u em mi­ Nos .. mOS contra <>s fascistas outra .iMiih.'.. i v. gamica. • De noite lhões de homens prehistoricos, ilquer espécie e contra os leite, IV Todo nosso julgamento obede- in tropo logos não \ iram na boli n< ^ ístas tombem de qualquer ia senão uma lei tribal, que verte sai (i.T nio i iterio biologii o. \ adje- espécie, O que nessas realidades que nci IKH In, iodas as luas, Ha sol ctivação antropofagica é apenas Om tabÚ, E' uma simples latali- politii as houver de favofavel ao dade. i m fai to humano. não têm peitinhos de jarai o desenvolvimento da constata­ homen I deran não IMU heiios de maracujis-dc estalo, ção íclo. Anti ÔãO téin unhes e desfavorável no homem biolo- chupando troni os de barao gicamente considerado. Ao tente. a nossa atitude era face O desejo di ei traz a prclas-minas! favorável chamaremos bom, jus­ do ''Primado do Espiritual" só to, hygienico, gostoso, Ao que é infração do talai. irespeitosa, a nossa Psicologii amente, a antropofa­ I us quinlacs não têm piai I desfai oravel i h imaremos peri­ atitude perante o marxismo sei i- num i Bi o de panela. COMIDAS goso, besta, etc gia elucida a douti ina da queda e rio será lambem de-combate. a formação da idéa de pi ura pé de saudade-rôxa E' a única introversão que nos Porque virou força negativa da O que esta .a i ado £ a solução pra '' enterro dos manezinhos O HORIZONTE RETO permitimos, o índio não linha o liv re expansão humana do ih rc conti ita, transferida para a ab n, quem sabe, SPo Dnr?o? verbo sêr Dahi ter escapado ao planeta. • na comunhão. A anlro- i METODICAMENTE metafísico que lod Quanto a Mai K, consideramol-o I ordena 0 jentalo hiolo dias faz iio homi ra paleolitii o ura um dos melhores "românticos d i gico. Al i i n e direta­ • i an iinlios pi .i ;l' ni i oe Deus' JANTOU cristão de chupeta, um n Antropofagia". Tem mente o Tabu. amen! O SOL lano, um budista, emfim um ani­ que ele errou quando colo Isso i ixera produ­ mal moralizado. I fm sabiozinho problema econômico no chavão zido por todas as morai S inte­ JORGE DE LIMA ido de doenças. dos "meios de produção". Para riores. julio paternostro Dessa divisão das humanas' lú- nus o que £ interessante £ o "< un i oteses (filosi i s) era — a finalidade da produ­ Maceió, 19 de fevereiro cie 1S23. forças,positivas e forças negati­ ção. Simplesmente. Dahi a nossa — F. as moraes exh rioi vas, forma-se o nosso }ul| teoria (resposta a outras teo- — A antropofagia nio reluta REVISÃO NECESSÁRIA io < ti o e. estetii o rias i da posse contra a propi le- em estimal-as geraln i Nio que ii ti na al­ dade. O contado contra o titulo reis. B" unia questão de diverti- expediente gum. Mas .precisamos dar solu­ moi ti ' fosse o Bra­ mento, d< jogo, de i erimonial, 11 PÊRET i K factos histoi icos nSo podem çai i .i ' i lemas ergui­ sil o maior grilo da historia bom humor dos , liiric/es £ Ulll cellentes virtudes blasonava. <> lada! atestado. da i ser tomados isolada] pai i Mexandre VI era, então, o dos no Ocidente u no Oriente. 0 Equador, na descida Alias o homi em brin­ i,.i :.i aneedotica não nos ü typo naturalmente representativo revista de antropofa­ ni . |- iri ii is do popto de vista da i s costumi s". Giulia que annunciamos, utiliza- — O faa ftrao nio tem nada de car di \ ida hisl • sua maior ou menor capacidade Parnese, "i oncubina papai", des­ bem inciiaihado! as de alta bom? i íca. Pri cisa de se i obrii • gia sur­ de resonanci _ da sua lumbrava o Vaticano e a santa — Tem: O congi i nas. Não ha mal ms realismo l um do • i ei: r»res mo­ ii\o. \,\ 1'iução da ih\isio do Ira- so, se não quando era favor de cos. A . i) proGlcma que de*, e religião, intervindo — escreve (2. dontição). 3o do hòmei i i umo tal, resolver a critica historii Portigliotti — "a tuite lc feste Até hoje, ninguém viu um bui - biillio social (social não, tribal) I ii pre­ guez por mais burguez, falar mal totemicos. cisa nomt ar l através do ditado do inconsciente forma Pareto, ni o da critú a pubbliche a fianco «lei sessanta- e de tnrbulenl dos textos somente. Mas o de re­ treanne pontefice". O povo cha­ de Napóleão em família r th 11 neral. VOCÍ I constituir, com ,i imagem defor­ mava-a de "sposa dl Criai um burguez alemão. Mas — K o budis '.' minha comadre. E < em i lu\ itíu um doa mada do objecto, o ohjecto mes­ nossos histonadoi es, entretanto, laria bem de Bismark. l. —O budismo quasi acertou. lar. < ' as pa- açougueiro: Geraldo mais empolgai dos pa­ mo. A nossa historia tem sido taram na lábia do roapeta. instinto antropófago, na intimi­ Deus i o n.nia, onde nos inte­ leoliticas. ra qualquer co nlropo> • uma revisão. Va iure Tupan paratu Iruno yí dade da vida, \i oce tod gramos. Ora o nada é o contra­ Ferraz pie nestes ultin Somos ainda a terra "adonde na- moca çaiçupaua yá meen ar.nua peias Todas as falsas mi rio do tudo. O indio |á .sabia que Eles] . i cola*\ de Colom­ o nio ha crisl Deus i: o elemento contrario. i ivilizado. 1 m i B < ia remiu, Nós vimo fai;! > oa\encer um sa- bo \ i< limas i 1 11 ^ stc ria litte- Deus no prato tirar esmo i ie ura bui i o, leitor I correspondência: Sc o manifesta de Br» ton ain­ Etei li . i das catedraes ti A palavra íntroversio não ti da res] i s Btra* < / de pois. um histi pistrano . de comer ao po> o, i • ramos de Yung, que divide os ho- FREI Dlltli o cai a postal, 1269 pulmões cristãos, se o lirismo bleuff no sr. Paulo Prado, de quasi todos os sm > i o m.il dos nossos escriptores é estudar o Brasil do ponto de \ is i.i. falsi . da falsa i altura e d i esse gi no emtanto n lalidadu rcinol, de que nSo se li" que um :n. (• que os leva ciai dos últimos i erro. Nas mios do índio pu dentnés, um terço e o catheeismo e qui- revista de antro Foi i numa qoe ellc cantas i abanhi i i Eleison. Na (2. dentição — /. numero) (órgão do clube de antropofagia) s idades Buropcas: "Au innoccneia delle »Iram o fantas­ nom même de volre logique, ROua ma do peccado sexual, corrup- rooa disona: La rie pue, Hee- íos nefandos. dizia o jesuita ao Indio. 11 (Ai i: [i . Bieara. Regardez un inatanl vos Ora, os selvagens •• iviam M< om ficou com Deus no prato, • i iin-.ilia ••/. i o- prod IÍU. muito menos peccados que os esmolas desapparecei am. O ín­ ' pente a um \' travera le eribic de roa di- giO da dio, então, perguntou: Mai lilomes, passe une j,-unei.se iflan- missa i do i rvara de yané Iara? Onde esta Nosso Se­ qnée, perdue. \ ooa Stea Ia piaie Gouveia ás partes do Brasil. \» nhor? O jesuita respondeu: Mi- palavra de d'un monde. Mi ssi. urs..." indius, testemunha o capuchinho Chucul i trono opú percador et.i ' • . Nunca anti s Claude d' \i>in••• ille, eram "si mo­ çuhy. I.á está no seu thn este teu olho, confor­ ' ufiiza- destos ei retonues en leur nudité parado dos peccadores. Freud me ele tinha om ido, arn dos. que l'on ne toW m i lies ny mau sentou os peccadores lambera no imediatamente contra os pro- Depois do -.ni ri orlfsino, so a '. ny gçste, r.v parole, ny throno, o que os nossos histoi ia- antropol ••: chosi qui leonque qui dores Ignoram ainda» Outro pre­ ' ia sua atitu- pnisse offenser li s yeux", Befe- conceito Aellea e o da t r s ^ •, Montm a \ ide na "Bi rindo-se ao rei men a qi i indio. O prejuízo nasceu daquella ICréaliste" os seus poemas submettidas as cunhis após a bobagem velha de (ialliano epitafios, etc., os ínstantam i da primeira menstruaçio, afim de omnc animal post coitura triste OS ROM iNTICOS DA sua combatia idade» i uni i nlro* preparai as para o casamento Ora, a marqueza de Santos res­ . Buins de ca­ próximo, Monto] a dizia: itpu m ponderá. AN l ROPOFAGIA cique. O Brasil onde apenas se dera que os bi ptisados tora r do pintar a enorini- dissimulou o grande sentido dos nio baptiaados esta maneira O Brasil oceidentalisado £, aventureiro - in.ho do hoir.ein — de i bar .is filhas, tornando-as dade do egoísmo cora uma bi- portanto, um caso de pseudi expressiva, lembrei-me so podia receber Pérel i om fo­ fortes". \ educaçio sexual, o ín­ phosc histórica. (Consulte-se guetes. A obra literária de 1'eret, dio j i a havia i esolvido. O que, Spengler). Só a antropo] desta: muita gente seria i • ditado, attinge varias porém, O missionário não fez foi consegue resolvel-o. Como r ura homem para, com espécies de Í descrever ao tupy o quadro da • "Grand-Jeu" e do "Boulcvard moral européa, de que tantas ex- a graxa do morto, limpa' OSWALDO COSTA Samt Germain" precisa ricar en­ i 'm so escrúpulo tre nos onde alias . taba salta s, T.I isso uma li i | .t I 1»,, I. ' - ; ' llollstoll. do manifesto Schopenhaoer Cl Ml VMBEBINHO A PEDIDOS Foi porque nunca tivemos Ucas, nem COllaçoM de velhos MgS- tae». E nunca soubemos o que era "tupy or not tupy, that is the question" CARIDADE CRISTÃ urbano, suburbnno. fronteiriço e con­ tinental. Preguiçosos no I Oswald de Andrade. Uma o tripudia aohrc as do Brasil. deslgualdadca* humanas é aím duvida Uma consciência partleipanti I aglosa. Desenho de Tarsila uma reltgtfio de caridade. Ora, nin­ guém Ignora o gesto grosseiro do Co­ Ainda os românticos A ano pofagla ] de se • légio de Slon. recusando a Inocente •daUrawal unidade dl da antropofagia fllhlnhn de Procoplo Ferreira » na. Parece que a dei CONFUCIO E O ANTROPÓFAGO i: # Dlaao que eu BM registos. Agor» 6 em defeta desse gea- Tabu quando i lo qu-' LSton Veiga (fi­ no real restitue ao homem unia B acreditar nas men.>. E agora KlOU, OUidadol NSo Tanto Imediata edrao <•.< • losofo!) vi-in dlsendo «stei | dignidade ••um lentln i ra o a i isposta nSo Intlmldi"! i • .is cos­ admito una repUca tua! Tagm-, mhos de ouro por um Jornal: Uinoa atingidos I cio que inslatlu em ser recebido. mente o objeto mais \ ale,.o pai a altas escalas da aUtO até a .>••.' 'l-e uma — Que venha antiol diase Tehé. tas lanl bem ta embora, J4' o lioniem e 0 lioniciii. Mciliala- Indio que fnlii ou QUI reverencia e disse: acaba» de d*ri - poder "Em : •• I • ' ' Io avançou saudando. TihA NAo m«r<>'-"s unils uniu palavra minha! mente, |ioique nele ÇStSO acinnu- tropofago de outro i — Eu KOI ; KiOU ti algum i estendeu as pernas, colocou BOl manta e I.HI.IS as energias d e a boca límpida d;> lar de i a aepada e Hneou oa oihos .•. metter. Além dias . nunca ' • . Insinuações? dade que se abre, Como nos animai-, que ' " ra cm. , ' h* O E omo se fosso uma 01 ••• a achar o aa- num chia governo •* onti • u nai 1 ,,i i , : • . |0 dl ou qui* fasemos traballji US, surrealista via Is?" ' • • ' • H • "...nio recuaando miretajito outraa, O gli : inulailas as • metro* tez a i" •• pria primeira toa, o rosto llvldo, apolou-S' até pobn ••. D3M de famílias n •nfureoau-M de uü manaira i i d laseres coisas etal e neste es do solo, a esplêndida historia que *ai ao aentou Dapoia Yao lecido ao enooial • n, am alameiile da boa repu ollioa falsearam como estrelas e aeua igradam, virerdal KM adlai,t< • ila Icll. BgUO. cabelos ae erlcaram na cabíça aérea uma palavra que me de«goste, quanto Yen-hoel .-liicoteava i ' vada por um velho admlnlati antaVo M fortea t) homem é o M r ni.ns i nnclrii- de levantar-lhe o gorro. oprimem os fracos sob pretexto de go- mães Q Utolita Ti i., K TM sado e mais BUaceptÍTcl dl "Nenl — K — 1 taiiH-niii \' medida nuc c*ssa | io bem moral de acua filblnhos ou fl- tpr de LouT Diga-lha Isto •!' — Trea qualidades *ao apti poi i. Que' f«, parte: kDUgOl malfel- cs, i.,\ni.,,,, i | mecâ­ Uiinii;i-' JamaJf ptn ilUrd mie i pele- homena, Un belo aspeto. o ea- I amigos impe­ i-in. Quem possuir uniu torea e ;. • nica do homem, fragmenta o ne» aaerii por Compuibclroa habituaes nie- Cap. IV Religiões e i radores! Tu que vives de enganai o podo pretender BaNaador da cessidade de ptpropi -' -e »'*l« atnn.K D da Cl .; - quan- ' ka. Ora, generul, • e vens .janguejo, sob. Qualquer espiritualmente. narlo no Tcuali —"Pag. | .. niaa as Ires! • Apo­ •ria O mal'. i. iniulo! adbtaea a profissão de iar de detaeUdo e ejipuleo ate toda — Da Btnjamln Poret» JoSSjC Si li,nu f. 156 .d.. I oni.,111 entre o Qeni * ii i i Sabn < TU qui acabarão por agradar os homens e fa­ aoh a cnp.-i da piedade \lves i l ganhar-vos o rto a • Inclpea. Serieis a huiiiannthd* •

•••vaiido quatro séculos de carne de vaca, que horror! CARNL l-KIA NAO APAGA ,le inllbares d< O FOGO • tmaethoa que fa- gosta dl ao pload Oswaldo Costa. sul do • • De Pc/et. Tensaa ' vida — •• IJIMKIU IIP. fl. I'MI II i i uuillliir-TT. -m—* i 'vi

(2/ dentição — 2." nu-I A CONFERÊNCIA DE PÉRET de antropofagia MACAPÁ Foi i t« que mi-, lem mandado tanta i Macapá molango . . . ruim, ,i. < mlou uma , . 1 M.is ne­ Pia de noite , m ,|n io. Pérel trouxe a n ,• tuna i-, volui i" Ulei 1 (11 nhuma • ibretudo, . de uma liberdade, ..,., i ii. \, tu politic 1 Nem rcll- I • O murucututú dentro de cerla glosa. 1 1.1 c tudo isso :HI mes­ 1 cstetii a.dt cerla ti idiyjio que po ma tempo. Da ao homem o sen­ duo. 1 . R. s. S, li Ruas escuradas. De chão V*M té remontar a GnosO. Mil* tido verdadeiro da \ Ida, cujo 1 da índio t"i A antropofagia kl< Compadre, violento, brilhante, erudito. D de segredo esta —o que oa sábios mais inteligente. Pos " bidhi- con f lie to existente entre o Bi a- i i Ignoram — na transformação duo 'in Funçfio «'a so< iednde I 1, verdadeiro, a o ou- esse luar escondido dá uma jurumenha na gente . Km I,M % dele, doía feiozes Ini­ do labõ em lotem. Por isso Ou 1 1< '..1. 11 loma "•• loclo* ó Irai o non 1 migos da \ ida, da Indept nd aconselhamos: "absorvei sem 1 cnli nderem). 1 II ha :i distinguir n ('.|j. ,. 3o talento: o i - ultor massa pre e diretamente o tabu". cei imonl il da chi.', o t'-, péa, 'i" povo, brasilei- Então vamos espiar a fortaleza assombrada: glsta Pinto 'I" Couto o o arqui­ S)is|ni Sai dlnha. 1 outro bU« ti , contra teta gram itlca Dada de Moi H • i-1 aquela. Era Funçfio do mamelu- Tocos de vela no canto de um rancho. 0 ir. Pinto d ulo, da luto A humanidade nunca dh I wu co, do europeu descontente, do aliviado, pousou duai horai paia bom aventureiro ibsoi Pai de mandiga tá chamando o mato. a estatua da Incomprchensào, 0 da agir antropofagicaraente. o refi !i Li Ini — pio, Conquista espiritual a cacete. pai c liberdade — não nos In • Ira 1 1 ntequese, Bocejam os brazeiros ir. Dado pensou que tudo aqui o Te Deum depois da carnlfl- teressa. Pão umus. Liberdade contra a mentalidade reinol, Io era lobre Le Corbusler t ao- Contra a • Ulturfl ocidental, con­ bre regência de verbos. Pensou ema. Katít • de lagi l- queremos, não a paz. Queremos Em cachimbadas largas mas, muito sangue, -lá o Cristo liberdade para * omer a paa. tra o govei nador, conti .1 a es idicol crivão, cunha o Santo Oficio, a diamba quebra a nostalgia do sangue. Teu,In apanhado doa modernis­ "n comer n&o (as lm- Cora pío. mundo o liomcru". (Mateus, K assim havemos He construir, tas, decidiu n&o taltar mais a no* no !'. ali. a nação brasileii a. B nhuma manifestação modei i .1 "1 1 chlefl esl á moi, disalenl Uai orê-rê Anda arranjando um com Ite pa­ res pauvres anfants; c'eal lá ra o almoço de Piolln, 1 ma place au solcll. Vollá Ia que o tai-tai tá ahi üi-i.nii Pensa que oa modernos n ,]<••< ipero europeu, lutai commenceraent et l^nuge de Sfio tios enganamos, conhe­ si> pensam nele! Sádico. SádicoI de claast tçâo cria- l*usurpatíon sur Ut V Sádico!! Ma-so-chis-tatll ià da Idéa antropofa • 0 Como si' vê, Pascal nlo con- cemos r mistiflcaçfio. Elo Iras As vozes se misturam em tamboreadas seccas; 11 Pinto do Coul 1 homens se < ornando em serie. testava o direito .soberano da um rotulo: S. .1. E outros ró­ Zêre tem. Zêre tem. Zère tem sete ttoa ite barba de ódio. Isso pi 1 1. até reconhecia, embo­ tulos. sem compreenderI Se toubesM <> ra com uma amargura besta, missa do pango de orê-paco de pagú. que Pérel disse... Non sunl príratss le^cs. Nul- i|lic "on ;i fail qu'il soit juste Xn" .1 ia Force". Ara, ara, Ia terra sans sclgneur. A cgual- Mis já di/i.i o nosso avô Corra frouxo t Viva Pt dade política. A egualdade eco­ ara. Cunhambebe, comendo gostoso o tafiá nômica. O Império, o Feudalis- Ahi ta-fi-á mo. a abolição dos privilégios, Portanto, nem a justiça ra- a pei 111 'le um portuguez: protesto e praga a produç&o como Finalidade. cínlialista ilc Huilsscii), nem a Jaúra leba. Pois dlxeni Em nome doa povoa explora­ Longas batalhas §e< alares de santa Justiça de Catharlna de bem nus, KUI netos: Não amo­ Birí-birim Biri-bírim dos, vendidos, difamados, entor­ que o ocidental saiu mais omo querem os cató­ lem. E' muito bom. pecidos pela "conquista esplri* nu icravt 1, 1 oendo ^ anhaa, licos Franceses. Mus a Justiça Batá-cotô Batá-cotõ tual" do ocidente, 01 antropófa­ pei ando. Com o <• | <)., tacape. Pio na 1 abi ça. Vo­ J APY-MIltlM gos de Sio Paulo votam s todas cheio de Idéaa vasias. cê comeu meu InnJ Quando tu veio eu tamLc:. as mandingaa o Futuro da naçAo Emquanto isso, o índio fes a muni le come sou eu. E a ale- Batá-cotõ Batá-cotõ que, Filha da liberdade que lhe taba. Muito caulm. Muita flauta grl 1 de constatar: l.á vem a mi­ a mandamos com Rousseau, ainda nha comida pulando! Plratinlnga, ano -17". da de­ suaa aprovar créditos para mis- de canela de prisioneiro, E ne­ glutição 'Io bispo Sardinha. s&aa evangélicas. Que 1 des [r t( 1 nhum gatuno. Em redor da fogueira murcha final 1 cubra, eomo <• rti as negras rengueiam de pé mordido os clássicos da os documentos rebolando o ventre. antropofagia antropofagicor. nchieta Ce qu*on noua dil de eaux da PAI \\ li IB Dl SAO DOMINGOS Uai orê-rê trésil, qu'ils ne mouraienl que AOS HSBBXBS DB ALBI Na ultima metade do século se­ sciencias, e todos os dias, a to- e vieillesse, on l*attrilme a Ia que tai-tai tá ahi guinte apresentaram elles tos je­ daa as ho de visões, sêrénité ei tranquilUté de leur "Durante muitos anos, eu vos suítas) Anehiehi como candidato 1 e êxtases. Sendo um ame deschargée de lonte 1 exortei, com toda S doçura pos­ d á santidade, e Situão de Vascon­ sível, pregando, resando e cho­ santo, um prophcta, um Fazedor I iiion lendue ou rando. Mas como dis um provér­ Escorrem vultos longos pelas fossas da fortaleza celos, pio\InciaJ do Bi asll e bis- de milagres, um vicO-CniiStO, era desplaisante corame Meus qul bio de minha terra: onde aben­ devorados na sombra. da província 1 tanta •> sua humildade, que a spassaieni t leur vie en une admi- çoar não vale nada, valem as uma historia ou antes romance mesmo se chamava vil mortal e rable sunpllclté et tgnorance, paacadaal Nos levantaremos con­ Então enche-se a noite mole da vida deste homem, em que a peccador Ignorante. sans lettres ei sans loy, tra \os pi Incipes e prelados que sabedoria do missionário, os ta­ O seu SOlideO curava Iodas as sans rellglon quelconque. ontra esta terra naçõt s de uivos de carne mordida, fungando lentos e serviços do estadista, os moléstias i\.\ edieça, c qualquer >KiN 1 AMAI: e reinos. . . e assim ;is pancadas trabalhos insanos rio metodisador dos seus duelos, i|ilal(|iier peca duma lingua barbara, formam a da sua vestidura era remédio cf- produzirão efeito onde foram Toda a gente diz que é assombração de lua nova . • « parte mais secundaria da narra­ Ficaz contra penaajnentos Impu­ Davantage, si on en veul venlr vãs a dOÇUra c as bc: tiva, olhados pelo biografo como ros. AgUa derramada sobre uni á 1'action brutale de maa her ei Citado por Wells. Histo­ . Míssa do pango de orê-paco de pagú . menor momento: o dos seus iis^is obrOU mais de manger réi llenu i 1 Ia chair hu- ria Universal. - Capitule grosso do livro, cnclicm-11'0 mi­ duzentos milagres em Pernambu­ maine, ne s'en est-il poinl Irou- :\2 - ll cristianismo e as lagres. Uns. di/ co, mala de nul no sul do Brasil, • • ... régions de par deçfi, eni/adas. RAUL BOPP chamaram segundo Taumaturgo, e poucas gotas delia tornavam voire même entre ceux qul por- outros segundo Adão, 1 • água em vinho como nas bodas tenl le Utre de chréllens, lesquels "1,' preciso constatar que to­ (Pedaço da "Cobra Norato") título mais conveniente, convlndo seus mi- • 1 paa contentes d*avoír dos os povos civilisados condu­ que assim como houvera no mun­ ommendam-se por mais Fail cruelleraent mourir leurs ziram-se para com os naturaea do velho uni Adão, bouvera no enncmis, n'onl pu rassaxsier leur . . descobertos, com a nendava n 0 primeiro carnaval* engenhosos, «• de gosto mais ele­ courage, sinon eux mai 1 I d' . o per- noMi outro, que Fosse cabeça do 1 gante do que os consignados na mesma ferocidade: 1 | I rOUXe o padre unia cabeça I 11' lhe: seus habitantes com a mesma au­ hira. Finalmente, Portugueses, Hotandett das onze mil virgens, com outras toridade sobre os ele como disse um Bispo Cl • I JI;\\ DE LíRz" , . I . \lein"n s. A ri! 1 - - Sem dui Ide. Emquanto eu istadaa em um meio anunaes da Amer1 b a, que o pri­ panhia um an< 1 de ouro, e An- neira deshumana c assassina com . me rou­ m 1 .. . • hero) meiro possuirá i chieta a UU ]>• d que os Europeus lutai 1 bam a terra... \ . !•: le '• os esludan- t os poderea »• graças de que fera livro em que loca asserçdes se almoçaremos Piolin esses POVOS c que deixou Imme Raoul Alller — Paicolo ;. lhe fizeram um grave e ale- dotado o primeiro Adão concor­ aventuram e que está 11 ioda a selvageria dos mesmos, gla da ConTeraie. Cap. 1. ebhnento: trouxeram as riam pois cm rVnchieta, que oa toda .1 casta de milagres, rol li No dia 27,i de I nos comlu/ a uma cora lus&o an­ s: 10 1 . illoglq goxou não temporariamente, mas cenclado pelos differentes censo, ias (2 • edição) Piolin será vas- tropológica que cm procissão solene, com ír.ui- toda a vida, pelo que D res da impn usa de Lisboa, de­ j 1 importância: <> ahiumo que Re­ usica de voses e d.ui- mo nosso pai- i ommum, com ln-clarando um dr lies que cmquatl- Antropofagia, que assl para 0 eivillsade de chamado s. \ Sé, que < r.i um estudante nocencia, unpassfbilldade, espiri­ io se diih risae B publii açfio 1 i- 1 •alvagesa afio é tfio grande como 1 icamente vestido, lhe fes uma to esclarecido e vontade recta, cariara os fieis privadoa de be- Saudara a \ ilima, mi pareci . a tenl ento que tivera Foi-lhe d,ido domínio sobre 01 neficíoa e o próprio Deus de substancii Gerland — Citado poi .!.i sua vinda; a Cidade Mie en- elementos s sobre tudo o que i.i i outo de Bai ros, V. — Antropologia. 1 naves; as outras duai nelles \ Ive. A seu mau d • lusa cabeças já rü ti- zia frutos á terra, restltubldo SoaUtey — BTIatoris do • • o até os mortos, para que, recobra­ Braail — Tomo IV da o, tudo foi a modo de da 1 v ida, d.is mfios deite 1 ece- tradnCÇfio annotada pelo 1 oda a festa • usou • baplismo. Para res- ConeKO lernaiide-í Ti gnai dal o do sol lhe formavam nheiro — Cap< XXX — • orreu quasl lodo. doce! sobre a cabt ça as aves Fábulas sttrlbaidas aos doi-as. Nas rédea se lhe vinham leanll . FERNAO CARDIM peixes, quando delti • \s férjs da floresta < acompanhavam nas |orn vindo-lhe de escolhi. Obedeciam conquista espiritaual A pedidos á sua MI/ os ventos c as ondas. I :nlo 'u hniiíre- 1 om que os moços en- i ile se tornar Imoral, pola qUS K vem traram na sociedade. pemlM burlar, :\ lei üvrog/aíia HSS Preta, \ "Revista do Globo" não fas *. lato #•. per- proporcion:inilo-mc enaejo para . daa do lho e de São uma Id ilevore a ou 1 ifr cem esta PA­ Paulo, tem desenhos, lem íoto- |iOO mais: vamos que i "Primeira úê Janeiro", Manáos, n. I; "Feata**i GINA MÍNIMA no d ; 1,, COntOS, tem cinema. ilidO, Rio, n. IS] Trata de cisa". Curitrba, 21 e 22. i> do iniTiiimemo que tem declamadora, tem symbolls< itinuar a burlar a lei. rruba- mo li • 1 annh i. larios, tem cri­ >>nde bem Iheis p Estas duas revistas si "Primei o ds Jani I abando o pap< da tntrodutor 1 •• . tica. I-' completa. — Odjuavu. • (órgão do clube de • • Inclanasi spezar apreciavi I porque 1 dos houn 1 ( 1 Brasil, dlel ! mio Prado, tci chi • . .ser feila 110 Hio, por Quer hi 1". • antropofagia) nas I-, dminhtra- 1 o, da pequena proprie- • um grupo de vanguarda, dessa C a •' serviço telegrafico ir . modo de vida QU vanguarda que nian li 1 • iéa em bom a di 1 liefi politii o da a felicidade dos dad '. do amor a 11.- tafisica, do I • . para ai 1 esl 1 pé de meia, da n< • • sa|),lln.s, ! 1 |it( 1.11 i'-. terapêutica expediente l.n.l ira, uma hõa banda de UB1- E nem 1 hego a ser Interessante Amazonas e ouli as figuras de •1 LISBOA. 13 (U. P.) — A im eomo tragédia individual pois se destaque, tiflo fali ndo I •.'•ea, tioilas auu* tSi .1 . . . pi, , publica uma informação • afirma com suficiência inefáveis postaes leu- l.ltlíU, 110 s da "líev i-ta do Globo", I'or- de v. nda ''a < 1 ra dizendo que • Mia proCUI dada inte­ grande di livo 1 1 localidade, a família de • revista de antropofa­ rior", dos •,hoi i/oiites do espiri­ •• 1 :, . 1 1 1 cm que o Jultn W to Alegre, n. 1. • qu; e -e i ncontra actual .1 to", a "hi ssilidude unh ei Ia", autor "do formidável Fl 1 • Charla* Qaerenda, Renaacl- gia e 1 colcha di I ului islãs nietito, rampa, (.ualivlia. Sul, I'i- tner. ha um ano, como remédio. 11 comum procura provar que o Nord< ite ratin). os rapaze • de poi t<> Ale- ie dO ' adi * I i' de um ire. .--. (2." dentição). . qiM t.m- I • il e que ellc, o r. Jo - ; se d, idlram pelo me- • ,\< . screver co- • Bior, u franqueza de se declarar i- de uma . como sempre, 11 1 I Iam n t>r •' • tario de Indrade, unia de uma li- i do dia c, da W açougueiro: Geraldo I 1 "pai .ulisl 1", . OIUO se • vr o ia. Alias, :i • • curiosidade 1 di' OIM", lios dã 1 mei' lal i'^ 11 liti •• alura esta. na Ferraz 1 1 ••< ST. l-eo : • • quem tudo M Í radio Correia, o "!)•; • Saúde >\.\ Mulher, o Bromll) que, 1 correspondência: pfio de ma • • vu p" : nr '

•' . 1 .. • . 1,0. POili.nl caixa postal, 1269 ' ícin[ie- • r*»g • r>p R PAI n o n.,mnr'n TT-1 1<120 meditação no r-c ' .1 o rtod o x i a MAYANDEUA! Todas as arvores na fundo de i i 1 Nossas florestas v antropofagia como movtmen- !\fss Pio- os de M I [impridc , •• MM .• melhoi . [no Iro tamfa Ten ten teu lia f:i/ mente. bem. El I unhem. i .des TrUtio Outro desesperado. Harlo DO ii tempo muito de iltirrlTi Todas as arvores d< tthaydi da Mario do Nordeste. JA se dc- uitara oa de Andrade ou BQ de* | Murio: — : o prefacio de Palhé- nventer a preguiça dos peites!) Ten ten ten "Muitas alunas, nenhum and*iia é DH cidade encantada cação Mario quis compor, Vau de Al­ que o Picho do FundO A revolta: meida Prado cronista tom um botou de caatigo na lama d» rio!) "Destrõc, pois toda a creaçAo do manifesto Antônio de Alcântara Macha­ laborl Que diferença de Alean- ciovis DE ausiua uardo Pellegrinl já al­ Tem d;i destruiçAo". — Mareei do é o burguez brilhante. Sem [dl sucursal do Hio) A magia e a vida. Tínhamos a duvida. Ficasse na reportagem, e cançara Alcântara (vide Martlna* relaçAo e a distribuição dos bens não nos daríamos ao trabalho da li e outros arTanhan i physicos, dos bens moraes, dos põl-o no lugar. M.tl contador. Yan meteu o França não ha p^oble.-.as mais insoluveis do que os que (pie o documento Chiqulnha Dali1 Netto num chinelo oomo cronu A asneira: bens dlgnarloa, E sabíamos trans­ ta. Antropofagia Nos assisti- não existem. ... "Paix des peuples, puix des Óso é arte. E ainda acredita em por o mysterio e a morte com o Arte. Dois erros. Ficou sendo o moa. Conata tantos, Marcamos rares", — Albcrt Sarrault, Ia auxilio de algumas formas gram- Maurice Blondel ("A acção") ministro das Colônias do Gabi noaao França Júnior, como JA pontos. Cinco para Cmihauihe!»-. disse Menotli. Mas pra quê mais e Des para Penuaroby. neta r^mearé). França Júnior? Não fazemos política literá­ uma pergunta jornalismo provinciano Resultado. Perdeu o bonde da ria. Intriga, sim! geração e está bancando o de- Unir todos oi em antoi da ri­ E' um regalo para o\ cronis­ canto antropofagico dos tupiniquins FREI DERICO da identifica, artística, voluluo- •aaparado. Piolin na scena do Plratlnlnga — ano 8 tas polll i [Uando m.ilam ;i|- caminhão que passa sem ele pa aa e religiosa ú serena guam. de ia lmente trata-se de I)è 1'mbacraba che remiu rama mãe aniboe v ghttiçflo do bispo Sardinha. ç.-i da morte, eonserrar com a um assassinato covartle p^ir "mo­ ndc kanga JIKA c'ypotA curimé agilidade d« uni clown • Inerda tivos de honra". K' nm naa mais che y anama pepike ki cha icú serviço telegrafico • de um cadáver "perinde ac caacaba­ r de certo vocabulário an- renilê çoó che mokcn scrA coarney. o reis da intriga dáver", penetrar-se rio IÉ s. i.-ntifico incrível ua ci­ cios da Santo Ignaffto mesmo Sn maamo STan da Almeida dade que se diz civiliza..a como A li sueceda, minha comida, cuisa mA atirando se no liimiih-. da- m- Tua cabeça cortar qw 1 , ii capai de produzir esta "Deshoorou", "dishones- m-jantas a perfídia que. conseguiu domin tiigaa políticas, ale tara essa i tou", "cnxovallli»!!". etc , '"te. Meus parentes vingar aqui eu estou perfeição e quasi i lanOdade da Tua carne moquearei de certo depois do sol posto. Nús temos o China; ellcs têm i go paaa ido Essa gente nã«i Babe que Freud perreri ficou velho de ensinar o con­ o Poland-China. Passou por atii o pharraaceuttco Alber­ MAtlilCE BLONDEL — ("Atrario . (Versão de Theodoro Sampaio. Extr. de Ha na direcção do sul, o sr, Angus to da OUvenra com Mario de An- Sladen, ed. Logfren). Alcântara e outras ex acâV)' to Frederico Schmidt — o gordo. pressões da tmmlez modernista ou da modernidade tímida. s Yan. cria juizo! contra os exercicios espirituaes de Loyolla, os exercícios físicos. ESTILISAÇÃO câmara quem te (PBOeU) reconhece! Os donos da tei, a fugiram pio mato, e sd O humor: NA CIDADE nos deixaram os modos ariaõoa. "A vontade de Deus pae não t A Câmara de São Paulo teve Os outros plantaram na beira da praia a cruz um papel htstoríco fonnídave ultrapassa, em França, a 4.810 o camarão do senhor e nos ensinaram a fala que ti­ metros de altitude, tomada do ní­ nos séculos da formação bnisi nham. vel do mar". — André Breton. abriu a boca leira. A sua decadência Iniciada Mais tarde chegaram oa pretos escravos, trou­ no século 1JH chegou agora ao xeram com ellcs batuques, macumbas e vimhas o sol não brilha e não quando viu a liga azul auge de legislar subvenções pa­ dolentes. da normalista da Praça. ra os iiquissimos templos cató­ Os modos arlacoa, a cruz do senhor, a língua dos nasce para pessoa licos da capital! O povo paga brancos, as dansas cantadas, tudo isso se uniu na impostos para isso' alma e no corpo da raça que rafas. alguma — De Perét. Sylvio Cor oi. Dl facto, depois da negociata Raça brasileira : estilizarão' COm Mn.solini, Moina precisa do Álvaro MOREYRA dinheiro dos paulistas. (da sucursal do H> j IDENTIFICAÇÃO d 'disseram, então: é leeitimo portuguez,agora lamenta-se e tem medo da morte". Hans Staden. e A pedidos a sucursa 1 Chegou ao meu conhecimento (clube de antropofagia DO rio de janeiro) que o sr. arcebispo deste Esta­ do havia deliberado proibir que As procissões concorram os me­ ninos vestidos de anjo e de san­ sabença nacional tos, como era velha usança, des­ de que me conheço por gente, prfeauçaoi exagero: nesta terra piratiningana: (AliAs, Cachorro por se avexar nasceu Em terra onde a gente não vae em todo o paiz). com os olhos tapados, feijão dá na raiz. A noticia que me trouxeram vontade: foi muito vaga. Entretanto, a Quen; quer ser grande nasce vi­ lógica: fonte de onde procede é bôa, e çoso. NAo ha dois altos sem uma bai­ eu a comentarei com a reservn influencia: xa no meio. necessária nesses casos. O sr. Caranguejo só é gordo em mez preconceito: arcebispo errou. E errou lamen­ que não tem R, Negro em festa de branco é argumento: tavelmente. Desconhece de todo primeiro que chega derra- a Índole do povo, e nAo calcula Cada qual enterra seu pae como o mal que vae fazer A evangeli pode. deiro que come. zacfio das classes humildes. A proteção: religião: promessa era um derivativo. A Só o que bota pobre pra deante Homem que ajunla dinheiro nAo t ancamatln simbólica de um São é topada. tem fé em deus. João num "manezinho" ou nnm "pepino", ou num "basliãozinho" mesmo, satisfazia a aacasaldads (' aproximação dos íntimos da corte celeste, que todo bom cris­ Religião brasileira r tão deve anhelor ardentemente. Digo-o por expesieneJa pjh> pria. Quantas vezes me senti to­ "Mais alguns SantOS de catim­ teiroa empregam as palavras cado de graça aó aproximar-me bó pra acabar; "feitiço" e "feiticeiro" com sen­ de um santinho qualquer, que jj é um pagé do Aina- tido depreciativo, designando as era ao mesmo tempo o filho de Soaaá Mestre beiufazejo. coiaaa "da esquerda , isto é, do o minha lavadeirel Nunca a reli . Antônio Caboquinho da Jure-, mal) . Pois Tabatingu só trabullui gião tivera meu mais pratico de | ma_ feiticeiro e pagão. Não foi "na esquerda", flexando e "li­ dar uma concrelisaçao completa batizado, e quando vivo era abso­ gando" (fazer figas). Não acre­ do divino, nem exemplo maior lutamente ineretl. Ksrkria lista dita em Deus. Só trabalha no es­ FICHARIO ANTROPOFAGICO São os princípios que con­ de humildade! em questões e até brigas corpo­ curo. Quando chega nu laaaan duzem o mundo sem que o •vai logo apagando as velas. Vive inundo saiba por que è con­ A proibição que agora vem de rais. Tanto as resolve como fo­ Primeiro prontuariado ser feita vae estragar dcfiniti- menta. E' bugre de Muto Grosso. Isolado com um só companheiro, P duzido. vãmente o pitoresco das festan- Certas feitas se enraivece tan­ José Pereira, tão bronco ésle que KKNEST HKLLO ças religiosas. Ameaço mesmo 0 to nas sessões que o pessoal to­ nem tom "linha" (reza cantada, Iniciamos boje o nosso ficha- pátria. Entusiasmo cívico. 1'hni- sr. arcebispo com a aparição de do foge, com medo dele. Se en­ destinada especialmente a um no c pretendemos estendei o ;* Salgado e o "estrangeiro". Qua­ um padre Cicero paulista... Mas, raivece porque é desconfiado que santo, legitimamente o "nomos" todos os vultos celebrei das le­ torze artigos de propaganda nos noticia do primeiro não! O clero paulista, tanto da dos gregos). José Pereira quan­ o nem mineiro e briguento que tra» indígenas Al 4.1 STO FRE- joinaes, nas livrarias e n.is cal festim capital como do interior do Es­ nem brasileiro na pinga. JA tem do sueceda baixar na sessão, gri­ DERU 0 SCHMIDT é 0 primeiro cadaa. Discuraoi cm praça publi­ tado é disciplinado. Admitirá se batido coro outros espíritos, ta: "Maldito seja Deus! Maldito , s. omido. 0 mali gordo a de ca. 1'linio o maior escritor da Ojnforme no numero anterior sem discussão as ordens superio­ cora o Príncipe da Jurema, com meu pai! Maldita minhu mãi! i aça i do Brasil a gente havia anunciado, na Travas! trevas! trevas!... Sejam carnes mais macias. l"lai alas. quarta-feira santa almoçamos res. E teremos despojada de um mestre Carlos e com a Tapuia Renata Vtanna assinala aa vi­ de seus mais pitorescos aspétos, Caipora. A's vezes vence. l'ma hemditas as trevas!" Quando mi- O poeta na ma i Ida curta, lí- Ptelte (sr. Abelardo Pinto) pelo s religião católica que se prati­ torialtsadO, José Pereira diz-que f ter.n ia. ja atlaveSSOU por sets da aventurosu c inquieta do DOa- motivo do aniversário dele. O feita massacrou um mestre de ta uma nova etapa. A convivên­ cava em São Paulo. Mas espero sessão. matOU |>:«•. mãi. padrinho, madri­ fases distintas e bem i festim, primeiro dos antropófa­ que sua eminência lendo este es­ nha, esposa I CUCO filhos. Quan­ das. Vejamotas cia com o dramaturgo foi verti­ gos, aderentes e simpati/.antes, se crito, ungido de piedade e de Eeea Caipora e uma tapuia pa- do abrem sessão os pais-de-ter- A primeira fase da xvjfi* pode ginosa. Desviou o pensamento realizou-se no alto da Praça do santo fervor, reconsidere seu reréca, "espirito pcquclitmlio, do reiro "bolam trave" (rezas de ser classificada de fase da pu-patriota do poeta paia i vida Patriarcha, sem as mlenldadaa gesto lamentável. A palavra de tamanho dum dedo. Para no Ari- impccjlho) pafa José Pereira não berdade. Passeios longos á hciia Cosmopolita. A cidade só. Hio de da estilo. s. eminência não é siquer a pa­ puanã. Quando se acosta nal> aparecer. Deixa "mau encosto" a das pratel de banhos. Curiosi­ Janeiro a a sua crônica cmcina- Mastigou-se bem tudo o que foi lavra de um rei.,, Pude voltar guem, i pessoa tora ralvinhas, (sensação de abatimento, males- dade 00 "tn)toir". tica. So isso lhe interessava. \ l»ost<> nos pratos, e babau-M pm- atras, e deve-o. "se trepa" toda e principia fa­ lar profundo) nas ses A easa laaa se segue o conhe­ sua colaboração esUmulaÜva tm g» como aparitivo e como pinga zendo tudo QUantO não presta, cimento com o Inteietual e anti- romance do dramaturgo "m \i mesmo. Peijao torresmo cainrona a diablnha! E' Inconvenientíssi­ Pia acabar estas comunica­ qnai Io Cai los Frederico, Curio­ roe| . " Maior do que Plínio. de Pi.din Na hora conveniente o I1M PAE CKISTAO E QUA.SI ma, segundo as notas toctall do ções cito Mestre Zinho, feiticei­ ANTROPÓFAGO 1 sidade estética, sadismo, nit.no A sexta e ultima fase tia vida orador, dr. Antônio Carlos (C- de "Diário Nacional *. Gosta de" tm* ro, atualmente inda "matoriabS cnlo. permanência no ti vaga pe­ do rate místico 6 a mais iuqmr- It.) negou se terminanttinente ;i babar nua i di pernas pro ar Sedo" (Tiro). feTu m ser perigo­ 9 los cafés ruidosos, grti tante. Começou por ser assai sermonar, pelo que eerinoou-aa expediente que nem o GodiQUB, Uma falta so, nAo houve meios dos meai teatros, aplaudmilo músicos cc lado. am momentos da deeaape ura foge de empurra desempata­ "se acostou" numa mm Inha informantes me contarem onde lebres e "prinia-donas". ro, pelo demônio da Duvida. Noi­ do pelo Alberto Araújo que falou não houve remédio, por mais que. que pAra. Trabalha com cachim­ • multe bem, Noa loana batemos da fliaaiimi i sequeati ad bos enormes, AH vezes faz o bem A esse periodo vicm a desoren- tes longas. Meditações sobre I ça. O Bteunno, a Bjagacte, Crises vida c morte de Thomaz de Aqui- palmas Bom as mãos a|>s- ga a tirar o juizo da peaSOl em iio Domo meniiroso. Mestra /.i (lescoljerta de Mario: Cantos do nho poema um punhal temível crevia poemas para as seções li­ tamoe e aplaudimos com o cora­ qllclo Si' vres das paginas literárias suple­ Liberto. A evolução dffl pOOta ção contente u canção. As, Ba­ açougueiro; Geraldo Careca notar que oi espíritos chamado Satenai a • lamanada mentares, o poema *\-> ma eada- continuará. Caminha neste mo­ Chavi da Vanguio que abre Io­ lemos palmas com as mãos. fcrninlnoi tanto se acostam nas mento entra Grieco i Tríatlo da i; lo.los foram para suas casas. Ferraz o noa pais ia lei raii a. dai U portai encantadas do es Imha que íoi infelii iladu na a rua quando sabia • passeio. Vthavde... 1>. S — Aventou se a ide» da Outro neutra malévolo é Ta­ papo, (órgão do clube de A quarta fuse por que passou CALISTO ELOI da liga das •enhnraa al- correspondência: bu tinga, Bumaraante perrerso, marío de ANORADE'' ameríndio rei dos espiritei f<-í antropofagia) :0 poctu íoi mais urui. Viu a (.encarregado) I lOlteaS, » qual não ilcvvrA ejBtV caixa postal, 1269 Ucairoii (Ho lernl M catimbó (Do "Turista aprendiz"). ter ScohCrugj guerra m o g u e m Dessa i ura rcnomeno I Aperitivo Varia eonfoi me o i limo. j4 o < "Eu nâo fui an revista de antropofagia • \iado senfta -'s ovelhas que pe rwr»m da casa de Israel." i Ma (órgão do clube de (2.* dentição--4. nu­ o h\ ro do ir, Paulo Pró*» li,,,, i i \ Idéa rrlat» que prus'•' ando em todo " pai/. (-. Cin 0 laP. a mera pali ,..r.. M |, ms funde no humano unls i r antropofagia) mero). sal, de Justino, é desse mudo In­ Ja •! i nossa gente. \: uinihi a teiramente balsa. Deus é um es­ 0 qu. i sia reagindo contra o li- pirito municipal. Jesus, desse não interessa). 0 que se rjucr '" - i: -.iiii, dl São He lha, contra a .supeeio idade du \ in ilo -a . Pailla Prado é .< ui \I.(.l MAS NOTAS SOBRE <> l|l li .1 V SE TEM leli -.- ii> ia nacional (> (ls ro é ponto d( vista, era de uma In­ i . i:i n» í M TORNO I' v NOVA DESCIDA a simplicidade e nfia mu novo nedirto, onde o negrn hrinca de .o i-u rroido pelo rii ío e p> transigência fero/: "NÍO 6 I Nnturrili- bon a-' i, d i festa do 11 molea i das dccadciicfas o |C UOl '.na. Ol, está 1 hei., de injn ítiças C nncrd.ides lom ir i loa filhos e lançal-a ANTROPOFAGICA N\ NOSSA LITERATURA. nuai Iwm tom. CongO. O (JUC é. c. Não v: s Brasil pi celsa volhir ao seu ei obn indo. Indigno do eape- a,,s cães", (Marcos, 7,27) 0 (líenu tiniu- da Sucursal do Itio pra cá) Contra a baleza canonica, a bele­ i Isso. Nada <\- discor­ cia elemi ntar e an pi i doininiu l|t rançnso c promissor talento do cm toso, porem, í 'i ' " cristlo za natural, feia, hrut t, dam Eus Ni . [tonto, .i i i' moa dos sentidos. Criar por si nu 11 "Antropofagia é o i ulto europea. do povo, In asileiro. 0* .1.- "1'aulisli- nismo acabou aa contentando com barbara, ilógica. Instinto contra mo a edade dO instinto (le qu. :.;.,'.', de ubserva- Os filhos não auto ;'i isi Ura instintiva da terra no- antropófagos preferem ficar com . i. ri.. Tudo aer- o exilaram." (Cloi Ia de (jusin in i este, contra nqueln. Era lunvfti rernls. o selvagem sem as nu lilti de saltei dele. ii i cos, doa sangna «Ia catoqin te. 0 selvagem . na mesma fé os ri­ "Somos u fruto de uma dcfornia- d0 inaiuelui o, do em o|ieil ih S Aos cães deve a Igl I ídolos importados para ascensSo i Mim ndo :i cab quésc. Sem a du tuais da iii.ii Itniba c da missa do çflo Ín(|iiísitorial. t aduzida em dos totena raciaea. E* •> própria contente, do 1 1 aventureiro . . Puul i Pm !•• c não ha moral sentimental, conti vldn, sem dquer a presunção .ia gnlo. < i • intinhos do ew |pula- português qulnbcnlUtn pela v lo- um .n lista, RUM um ar- oi si i ai lonal da Piai • I terra da iroeríca filtrando, ex- •bsoi i Ido pelo Indto, »• contra a i io e iraquitan. Pode-se até, pressando através dos terapera- mentalidade relnol, contra a cnl- existência da duvida: nu, naln- lenta ineiiiocrulaile 'to padre i u, wfreuor, que ve a teoria atotea da prm Idcncia, mí, antropófago". Essa abstra­ si \(»eés quixeran, aumentar o Vieira, afirma Uawald ilc An- ainda acredita na bcndodc hu- dr que s .• apropriou Indebitamcn- mentOa vassalos dos seus artis­ iHI B ., idcntol, conti D o gover­ ção da duvida é que norteia a santoral brasileiro: Noaaa di ade. Mas a falsificação do nador, contra o escrh ao, conti H it eternidada na ai te i te, 0 seu primeiro "gnlo". So tas." (Oswald da Andrade! Na- uai le, por assim dl/cr, hostlll , . Santo Antônio nosso tipo nativo havia do aca­ 0 Santo Oficio, E assim têm a ii... bons costumes portugueses. nâo deve .L sua intolerância. Ba- Cen mais da necessidade de um sadora da filosofia anlropofn em Maria bar como BCOboa pela n certesa de construir, no Brasil, I.' um espirito á niar«em do s.i nasceu de ai mesma a ri ir povo do que dos requintes da !,-,i. Poique a verdade «• que os rins M .1. ii i.. 11 cflboclu i ma inti L i ai antropo­ srt nlo, e mdido, ingênuo, piedo­ . os primeiros tempos. Já Inteligência de um homem. E a grandfl naçâO brasileira. |*oi anl opofagos não têm a pn ocu- ta muita fé" Cin promessas de ic- fagia. K dahi essa relvindii ação i itrar a sua verdadeira que I descida antropol i^ica não so, in. a pai Pedro Sar­ tina, o latim, o sermão, o Santo cionalisador qua i e«e da assl- [e visitador do S intfl tre teigTfcur Iheu.potir le pUgnir tado. Nem Importado. Foi dea- lidem. A autoridade exterior, "ti dinha nem suspeitaram que ele Oficio e o smal da cru/.. A pro- milaçfto das qualidadem. Sá a co "i - - I a ria Palmatória, abre [lerinet lea guerres, car amai le cobei to, aqui mesmo, por Oswald melhor a interdição clirnatcrica fosse bispo. Cornaram o emboa- pi ia comunhão, em ultima ana- munbfto antropofagica 1 esolverf • • prega moral ao ma.ntieiil IVscriptnrc", conforme de Andrade, que emontrou A ma no mais largo w ntido, é " labo ha, o invasor. Boje, i orno bon- 11 .. , i, i.> é mais do qua uni BOtO o problema da formação da lln iro da lu/aria, insistindo as evenn a <• cand^dissimo Bonel expressão vocabular na pintura Que é a antropofagia^ A absor­ lem, os antropófagos nfto pos­ de antropofagia acovardada num gua brasileira e OO Braall brasi cai meter na CabeÇfl dele o deses- (_ . e a historia do Cristianismo barbara a Inteiramente nova de ção do ambiente, suem questões de ronha pessoal •irabolo". lelro. Sem roupagens. Sem arti­ |,eio do europeu podre <í i iví- sen," o a historia das guerras nes- Taraila do Amaral. Teve. i 0100 fícios. Cheio de areslas c de H> _ o-, ntn | »l i oa nlo são i i i orne, é a idéa. liznçno. tea vinte séculos? O papa Adria­ escola r- ta dtvulgad i ii" Paraná, por Ju­ durante quatrocentoa annos, A te Justo E' a expulsão de iodos pifio romance português, (Jut '"Santa religião". séculos de existência. — "E' o mas, todas as nossas rcaco. s — randyr Manfredini, fala das "|4 reação da paisagem contra o os adornos que sobravam. E que, |,, ,i para a laimlia! Dahi por tempo. Do nativo contra 0 impor­ * garmao da tneoUlldade MUI Ira* Continua Oswald de Andrade — bem fundas raisea do catolicismo por isso mesmo, não fazem falia. diante o sr. Paulo Prado. qu. 'ia Profeta gostoso era laBUl tado. DO IngenUO contra 0 arti- combater na segunda guerra con­ costumam ser feitas dentro d*> no Brasil". V. condiu- adiante: K' a fisionomia que se caraten/a um interessante rap.tz. se pei-dcu Cristo! Vem para salvar os ju tra esses mesmos emboaba] de íicioso. Da claridade natural inteiratnente. Ai nbott assim, so­ bonde da' (ivili/ação importada. Mas, .om quatro seculoi da sol por M mesma, agressiva. Bárba­ deus e foram os puli-us OUtroa tempos, transf urinados dessas latitudes, Q nosso povo contra a sombra da filosofia. Oa lo personagem principal. et.imcnle — os unnos ([uc não Precisamoa saltar do bondai pre­ terra (que é nossa), contra a ra. Como a própria terra. Mas a o erro gravíssimo 'te na agora em Ideaa, despidos da con cisamos queimar o bonde). Mas hu Iszcndo uma reacomodaçâo quiseram ser salvos. tmgencia flaica e, assim, mais aos catecismose sumas teologicaa estranja (de outros) ou <> infi­ lerra boiando nas lenda vida íoi (.apistrano. CapístraDO lambem não são primilivislas Contra a moral convencional, infillranles, nocivos B fortes, Criou uma rellglftO I sua seme nito (sem dono). Da sensação bra grande e ainda com BOSWlc era roniO essas BVÒfl (|Ue aos oi­ Oswaldo Costa cs. lai.ee: — Não espontânea contra a moral, a n-oral nenhuma. O problema do (Jurandyr Manfredini) "Antro­ ihança. CatoUcismo gostoso, com imaginário fio umbebcal que a tenta anos ainda conservam J europeu desesperado é não so­ pofagia e o principio da li.o io- se deve i onfundir rolta ao estado disciplina, o sistema. Da infe­ i ,ia pubi i dade. E sabem natural d» que se quer) com mceSSOeS profanas. Com rioridade do mestiço que Iraba- prendia ao Vocrungaua que c o frer. O nosso e ^osar. danhatnos nalizaçao Inteletual *' moral da foguetes e festas do divino Com i i onlam casos. Com da­ loune. Sabemos que a Igreja nossa bribu Somente ela - - dl/. \olta ao estado primitivo ío que principio mais longf d, todas as tas • crlns. Tudo certo. Quando um instrumento de dominação Oswald de Andrade — Identifica numa roda se Ida Da memória política, •' nada mais. Desde o conflilo existente entre o Bra­ de <;i( an in cau. a velhinha vem a submissão á autoridade, do apos- sil (ai iiha, verdadeiro, e o ou- Ano :i7ã da deglutição do bis*- talhO de foice: — "Isso U."i'i é tolO Paulo, a suplica a Mano iro que só traz o nome Porqua de antropofagia o Sardinha. un noventa e Aurélio e Commodo, de Amena- no Brasil ha a diMinuuir a elite. no\ i- annos, leiuhrava-se pcrfflSV goras, fcs i rasadas, a inquisição. mente Perei- Depois tivemos a hilla de Pio r;i. I in colosso" VII i; mora a aliança "espiri­ LEIA SEMPRE ESTA \ ( apislrano faltou senso his­ tual" com o fascismo. A nação PAGINA P U T I R U M tórico Eli não '«'ve a menor in- caraiba, de lacape na munheca, LE BON VIEUX TEMPS do fenômeno brasileiro, QUE SERÁ* A SUA Nã" peneirou o vcidadeiio sen­ olha as comidas que vêm pulan­ (Especial- pra nós) PAGINA Vamos lá pô putirum tido da conquista "espiritual" do do. E ferve o eaiiini. Gulosíssima Putirum Putirum * Varialions de Ia lumiérc mupeta — simples instrumento EXPERIMENTE A SUA Eu vou lá comer tapioca de dominação política da Contra- V.ic haver prantos e ranger de dans un sahot de corne Rcforma não compreendeu 0 dentes. Putirum Putirum Les nez en trompctte jouent um- marcbc hxoebrc INTELIGÊNCIA i in. to esseiRi.it (Ia aetão íormi- et les tréflcs á quatre ícuillc^ ; ((:iVC dn liandciRÚTt-? - o poli- * annoncent le beau temps Casão das farinhadas grandes I r.moimco — não percebeu O nosso trofco clássico: o cra- qui a un rervcau d'enfant Caboclas trabalham nos ralos n< o do inimigo. expediente na nossa inquietude incessante a et dts.pattes de canard mastigando cachimbo JAPY-MIRIM conune au temps des < • luta liomerica de libertação que qm mangent du pain' Mane da Chia a caroeira nos tachos a Inlropofagin identificou. Não Mandioca-puba pelos tipitis \ale um suspiro a Mataria. quand ü ncige I i bom arehivista. Faltava- des ocufs aur Ia piai revista de antropofa­ À pedidos quand les pattes des moucbes — Joaninha Vintém conta um caso. Un rapucidada filosófica. l':rra ;H reditar servilmenlc em inarquent le pas gia — .Causo de quê? — Qualquerum cn fabriquant des fautcuils de jaidni Cnpistrano o que e doloroso (com vários dias de atrazo) — Vou contar causo do boto mim homem do seu talentf» in- Peine perdue 4. numero Le lable précha a Ia porte des grands magazma Putirum Putirum rontcstavel — o sr. Paulo Prado reportagem sensacional ou les rubans se font ftêches de premiei- ordre (2." dentição). cometeu aqueles absurdo* ineri- Na residência do sr. Y. de A. OU les es.ahers Iu'te0t * ontie des < ohques he|iall(llies. Amor chovi-á • eis de atribuir ao ouro c á lu- P. A avenida Brigadeiro' Luiz Chuve riscou Uirui Iodos 0S nossos excessos Antônio, re.i li/ou-se, ha dias, inlrililis. Les ncttls (liiens vont bieiltõt faire Ia i^uerre Tava lavando roupa sozinha i a o si. Paula Pr.ido enião uma íesta cm homenagem ao poe­ á Ia porte des detltistes correspondência quando boto me pegou nâo existe o interesse econômico.' ta w adenuco Alberto de Olivei­ qui n'en ont pas. ra. Ness;i festa tomaram parte os Om bobagem 1 Mas ainda exisle, "modernistas" Mano de Andra­ UKNJAMIN pi:nr-r. para: — ô joaninha Vintém porvenlura, mesmo depois de "[.ceado sexual'".' Outra de, Paulo Prado. Guilherme de Boto era feio ou não? 1 i-eud São Paulo, 31 - 3 — 2'J. Geraldo Ferraz bnbagiMi Almeida. Couto de Harros e An­ — Ai, era um moço loiro, maninha, tônio de Alcântara Machado O lado disso, o livro é dfl uma Quem não tem a coragem do seu sexo não tem co­ sr. Alberto de Oliveira divcrtíu- caixa postal, 1269 tocador de violão ingenuidade pasmosa. Petas de se iiu ns.uni ntc fi < usta deles. ragem para coisa alguma. cronistas sã" tomadas como ri- JABOTI GALEÃO C0UT1NHO. Me pegou pela cintura ^oiiis.(s verdades e passam como atletismo — Depois o que aconteceu? biubarys pelas maJhaa grossas leiros chegaram a conclusão de tio critico pomo perspicaz Uabl nós... pelas costas, ANTROPOFAGIA ipie nos precisamos formar uma o brasileirinho Gente, resultou a falsidade do "retrato Movimento do homem naciona­ nova fala muito nossa. Formar passou remando firme Olha a tapioca embolando nos tacho:, d-, brasil", tirado, naturalmente, eu nós... cegos lizando tudo o que a terra uma ai te toda nossa. Tudo hos- na curva do rio mm aquelas velhíssimas machi- (1 sr. tntonkj de Alcântara Ma­ ainda não tinha podido nacio­ so. Pau-Brasill B já foi mala ou Mas que boto safado noji de apertar na borrarlunha com um livro de Nietzsche que us.un os fotograf(ts de mil e chado, o nosso França Júnior, nalizar. menos dentro dessa finalidade debaixo do braço Putirum Putirum eu revetl no *'l)iario de S. Pau- que o nosso maior cérebro crea- quinhentos a duzía, do Jardim No Brasil não pode haver mo­ (-'" um actüro sob o Unndaato ti­ OOr, OawaM Andrade, conce- e olhou de esgueio Raul BOPP ila Lia. dernismo porque nós jamais tulo de "NM «^ rias*. E" o caso heii o mo\ ImentO chamado An­ pra uma alemâzlnha gostosa i, pois, que espanta c aluir unos •' uma culminância (Outro pedaço de Cobra Norato) i!u perguntarmos ao sr. Alcân­ tro]... faKía. Antropofagia é a co- que u mmulato magro ia espíritos zarolhos é que dei 1 ter revii ida. |USta. I m m.iu livro — tara: munhfto da carne paia o apro espremia - Sós, quemi Noa, as caaw as Mas o predomínio da i bsunada veltamento das qualidadea fisi- do marquez de Sade TODOS OS ESCRITOS prlni ipalmente s. 1-' o na margem esquerda do Tietê DESTA PAGINA cripto nao agrada a nhlgueffli por lerra a prosa hesuntadinha \o inve/ de chegar ás sua^ COD> ( aixas d "óculos '.' Nos, os mora­ movimento do "llomcm" nado- SAO INÉDITOS. 8 finde de Machailo (le Assis C julio paternostro "Agora pergunto si é httta ;i i Uis..es, teria dado, eertamenle UIILI ohra dom de profecia digna da sua inteligência e da Kra um Coligny, o alnuraute; ria sapier a sua de» laração dos O -r. Guilherme dfl Almeida dcacoberta uma tentativa de co­ sua cultura. S, encha, preferiu, mercio, os cil lUsadoS traficaram, Viltegaignon, o petnaunanto pro* direitos do bonsam. entretanto, spoiar-sé ás muletas pôdC não ser poeta. Mas rpic c testanta... A unificação de todas as re­ protela, é. Num de seus primei­ Iranaportando para aa estranjas da moral rnropeia, as muletas do historia do brasil aquela mercadoria. Mas sem usa- E das brumas da nova terra voltas efficascfl na dbn Santo Oficio, e o resultado C* Qjua ros atentados poéticos, o Pterre lodi . > m grande cubtea, os lu­ foi surgindo a Franca Antarctl- hoinem." (Manifaato). se revelou, como fotografo, uni l.'iuis de celluloiile dtsSC assim: sos não soiiheram tirar os pro- ca. La Ravadiéra, (.lande d'Ab- X esplendido serinoiiista. (» índio "Morrer. . . Pelos caminhos. heville. Erfl o cnti" bOCBlfl 'ir \ America revelou á Europa Ir . branOO, ir muito fuo, li­ em 10 tomos eeltos oufl poderiam advir desse pecando! O sr. Paulo Piadu ti- o borocrn simples, o homem na­ de roíipmha nova. negocio -le tio boas parspa- duas civilizações no desequilíbrio depoia de HavcllocJr El- divas. de ama cultura. tural. Integrado na sua máxima li^' os limites do ' normal". Aa mãos em cruz, o ornar da a Rocha Pombo expressão de liberdade. vidro, oa pés juntinhos: IV VIM i oo rVrouehfl ale o lar- 1- aqueles homens simples man­ chi P lysnndu' é nnriual. Do Ir assim para a cova!" pediçSO c armados de morrões ii Bi asil f"i descoberto a sc- i Os francezes advei llani ."'s dados do Hrasil ã corte .1 l nBD largU do l'a\sandll' Vil diante é Pois não foi assim mesmo qua i' roteii oa enfrentaram as águas guadfl reS pelos fram-ezes. ca, na i oi oaçao do Hei, estra o sr. Guilherme foi para a cova: Portugal \ iu por acaso a ler­ lusos a significação OO DOVfl nnui mal. Engraçadlssiiuo, I lido ra escondida a se apossou dela. marinheiras ainda povoadaa de V paiz. abaram (pie se dignificasse o ho literatura. Tudo pOTCJUe " sr. de roupinba nova (a "Haca ") e Bssombraçde&i E tentaram en« E Portugal despertou numa de pés junlinhos? A gente lusa desorientada em Foi entfiO quando os iniciados uiem fraco e unrrado, deixando Paula Prado tomou ;' sei i" •» sua • bar a lerra de Mente, mas ela tentativa langumolenta de ex­ a seu lado o Inmem [orle que nobre qualid ide de sobrinho do li. |,...i gigam que ninguém é face daquele impi'c\ IstO 0Í0 pô­ em Ilirppc \ iram • coniprehen era muito mande de nais, Por­ pulsão personagem principal.' profeta em BU t'H i a' de imaginar o que era aquela der un. Aquela h i ri IL indo pôde, (Historia de França)- terra. Cuia ilh i perdida RO mar tugal era despovoado. Não Imha i , uma colonização defi­ Os franoeaaa abandonaram a B esse reflexo do homem forte I \ -1 VMI VliE* JGLIO DANTI bnenSO, Mas se apossou e comu­ o habito da colonjxaçio, 1" oo- c simples impressionou o espi­ tneçou a in.,n.i.ii a lobra da sua ciente era um paraíso de pro- terra. declaração nicou O feito ao venturoao -Ma­ imssao. E Bfl íi/( rain ao hlSgO M..s o espirito galico ncou e rito dos fii.isníos Montaigne. E nuel, iodo contenta no sonho gente pai a a ilha estranha. I Q- ^ (pie era unia meia sUgCStftO, i>. i :i•-(• desta eacfto, onde ino condenada Poi .pie a tei r a íbiça das grandes clri- se Insinuou na alma tt* nova Magista d-:-.it grandioso das conquista'. Dl li -i I gente (pie se estava caldcumlu. mais tarda se positivou numa todos oa domingos vinha liando era longínqua e o ra < II o s,. Ti le Atliavdc. na da sua gente, que já bavia Ira- VI Dolorosa foi essa separação campanha reh indicadora. sua valiosa colaboração, BO InO- pado an.ca. ;iv,l . . sua ultima es l.i .le M.ilaticm lailos do 1 A enciclopédia refWta esse vfnaento, o pae da família cris­ IK pi ímitivoa donos sem se ScparaçÃo vilal, tremenda espirito. Rouaseau nBo poderia riç "O Jornal i ha na .. gentfl de tão, nua c urii dos mala influiu Indico. (Is anos se passaram l sperceberem • Brasil explica a LlgaçAo filosófica da Inw ud O referido fulano passou para o o centro l de l do a lado nqueta j nio i deria interessar aos fran não poderia separar se em espí­ ilixill Na frota i abralina \ iajava um por isso que era desinte Pranca eterna ao Hiasil novo . nosso lado. O pae de família gente percorria a grande terra, ceses, rito do dam ganio dos gauleses. Depois dignm que não somos •••a riba a • oldo pai a relatai sem se Qpereci er da sen tama­ ressanti c áspero. B transpor os mistérios... agora convertido paaaaru a apa­ E a nossa historia se sucede ani­ • denti - lorn ento os c nho c o que significai am tantai m n is . ra unia empre/a ai n-iad a que renham outros, qna este, o tando (tal se a nela Indo". nomica que sui gla. Nem ludo que craace tll vinham ate nos os seus melhores voluçfto francesa. B acrescenta Um.-1 primeiro, ja foi comida, (ls hotn.ns de Icrrahm. uiuilo 1 1'errf. P I i, mio |ue na- ..i dessa no' i I- iiity I muil no manifesto antropol um nos a velha Kuroí FORÇA MOQUEM (especial pra nós) Hora tToeuvre • Olha o Mil II.

• Com PBM rambri .»> lombo do morro. a propósito do teatro sem nome entrevista de Álvaro Moreyra de I Ha p*dav>- di' In que ja voltaram. valor algum no

• • (Especial l>ar» a Eevi-l» de Antro- • De repente 0 ampararia salta COmO 1"" dtdo de cal. dele é 1 poUgiai ! 1 histórico, ' uai, num de dela Tudo MVIidc a visão: • i tura para o r. oa que i • lido, Mgutcho itismo, do pai nuvu nae • • ii toe quando 1 • 'I" limholismo, cntrctrfnto j.eiisainento velho de Íin] IIVII dos jacarandás, • • , trabalham ra um ia superior a Iodos eles ; atropelo lermelho dos telhado», erro ti • 1 lacto, nina Un- I •; \ preoi upaçl • • • hh. rlaçao, | • verde-gaio na lolhaRcm tremula. ita terra. • • exclusiva. A ncnbi ina ] • 1 Que ventinho moleque bulindo nas lollias... • • por absoluta Incapai • i Q D slncei o Ele lirou de Parece que o mundo nasceu de novo. • Oa , i< •' tea deploráveis: a chave de ouro, i grui Ire nós, as Bnnn olhar dos mamilos admirados kdaa. abriu . dele Kle a poesia bra- profundas da n - i, imoaos aluda xln- Coimbra, o respeito conselhcirtd e a harmonia muscular do abraço... Dontada a plataaa não tia • isa que a envoh e ( o- : bci Iu de bichos c bolôi. ' do Rio. entusiasma nossa. Mas não comptf • be muitipii- 1 ! U ram que tudo era lleijo! • l ;. A i. novo) • I. • elite. Dewuipe um exemplo i de enfrentar os nosso '' abaixo. A rulsa arte, Frente na fúria do teu corpo a torça grande da terra. I f- ... DOMO), r • . • aot pa- \ lalsa Istoria. .-\ falsa i por Ownld dt : I . i problemas, íteou no ocidental, no A falsa nanai Que o sentidu es­ Augusto MEYER. Andrade, l ' t a , -. o anUO passado, o Pala- acessório, limitou-se a | i • íiü> tético da Vida, (nino lhes ensinou luçau <--.O-IM .1 1 , ntauea do ntiece tam- Mtave á cunha. •• • 1 Uvuli , 1 , I. tia fmi_.'io • nacional. O Teatc • . • taram, nào corresponde mas novoa. E ganhou um sucesso t-r;i crim- no Brasil o pensamen­ fase da antropofagia. A primeira. Vi- • humana, num , ae viu em teatros indí­ to novo brasileii - • • i.,. Para ele r a.ltM II inra como mesmo nmu yperungauc reunido de amboi > genas. imropou super-degi nei odo pi tu müit, uao: Antropotaali • ./. »erla asts: nlo maior da lii • mal, o in­ Raul Bopp. • .ale a pe- — •J'lant;<.- do Santíssimo, * i mo­ as guerras, as lutas ( DchUma, pia.. Antigamente •Implai Teve ntUloa planan n * I imonte, nuo .mural: Ninguém vimento modernista foi, assim, (principia atwtim o livro do ge- oe espe- pqua se com- uma fase de trai compi 1 IVI ntureJru e — ((uc harulhinho será eftle • ncati doa neeeoa Indioa) »õ exis- .,ue aabem o que pica op< 1 ihecimen- o bandeirante. Nio atinara: dentro do cai aço? sllidade. Do ' actrtan f i t\ o a Cabra Crande- ... acredita em ai to, e nada pouca ou as dolorosas conseqüências da — Dli aue • .i noite. Nós ra- enU nacional. E a sua der- .me as vantage,. Qnaada a Cnhra llrande HC . nenhuma influem [u ita espiritual da i acordou sentia que aaUTa panda. esoa lavando i noite de presente • • • çadoe. Desses que a gente conserva tupy. Acceitaram uma por( pra Rlha di I ohra (irande. ceu sobre os espíritos i D á bòa vontade. Lá o ci- tes da gcrnçâo, formulas idiota-: que iati i — Quá (fu.i QuA respondei a • . io, aquilo é progi i • papo' Isso í historie. mala inteligente d Tupy". Naa N*So ha In- Não perceberam o desespero do

• sombra puderam ulirn-biluco, cho- Foi quando reaolverean abrir o tonai. Autos c BI Bi europeu, levado a esse estado de causas. padre Anchieta. PregaçAo universal... artuaes. na comedi numa democracia de bonde da carne.i. • por vinte séculos de . de partida de aels ou sete continuariam em •cana, Penha, <» sr, Sei Então ;» noite estourou que ea« tro Sem Ni Hollanda i I de t.u- superstição teológica, e o toma- nãos força de careceu tudo- Literatura. Burrice. Já nHquelle tem- E só tinham a lucrar nu i «ara si, quando paia aquele A oídem, o mé­ Valho, 0 sr. Mario dl • li Minhocan deu pulo e foi fa­ K ainda lia auam luia anulam • i exprimia uma crise de facto mi- * zer a casa nO fundo do mato. O que nos (alta 6 a persiste' do teatro no Brasil e aer uma pro- e o a Ura ii uma ir, E nesie idencia \ ( abra Grande teve R" Malho-tapereira fugiu. pios do teatro do pudie An tissáo apenas, o prol sr. Cuillierrac de Almeida, o ponto mais ume identidade absoluta ••••• • ssanle é que que no M-II lha. Branca tão branca que fa­ "M v I IM 1 \ 1 IN 1ATIN TA­ "Temos emburgoa, dO) cabeça vazia...' com a Antropofagia. O Instinto acl- organismo produzira I maleita zia pena. Então depois arranjou- a serdes deste tOBar] As peç.a-* chamadas regli movimento una amente ar listão católica. Num moenento am mas XA". itamenie -•< i se mu noiv.. pra moça, I aram fazendeiro : um europeu, << sr. Olirier l.c- • : • '•(in Ombra, estalando, do Teatn cherel di i de nas . I in.r .1" • • • • 1 • ue 1. iii.ni, spn . i de vozes estran­ dar uma ohra mti r. i H «m explicar co- Surgiu mais tarde a Cana da Opera ravallo e • i (."ma tia O dia da InaucuraeiO do Teatro 1 ij arrete dans Ia marche |Q*lM lurg-rt guladas apenas interessanti, na minha * no largo do Capim. O padre Vantura, Um vigar>' • rhefe po- Sem Nome nascimento . (jU'll ..- ruigaUa. Mas já no tampo d< padra Anchieta o l>e repente • Infância. A oo- opinião, ] • • n*y a place pour aucnn sumatu- Ida, de grandes ST. Brccherct íol Iroí •i ioda a inquietação flo- Ia ficar no largo do Capim., chegava da OOrte, • tranaalKM.., Prt- rei, ni en fait, ni en droit Sa • . A nova Opera. As féatlnl ,ei A filUa ; fagico. A • rei iiiMij„,ri • gée dn prétogiame • rio o labulari" »•' i i di • tlorldade, vae ser 1 ios pastiches de Mes- t ploi inundo no sangue. lro\ |c, ai le falsa, \ ,-iu o jabuti pra tomar par­ • .indo as ar- Barnaoe alegrava as BOltM ,,. Lasses" — eles acredita­ te na festa. Veiu (» aapo cururu*. pos o elemento cultura i mala neces- nenhuma expressão, nam-M os horizontes bel- , B a grande festa de 20 po, i vam no progresso continuo da Compadre eaatalilo rala laasbess. uri aua — Tíi laiiipo, que , j, ie o elemento terra. So • uuiania .nus .,. ssaa 1 'ta noite entrou na o pernambucano Manoel Bandei­ A anta não pôde vir porque ti­ atado a um páo fazia as rezes de Sno • ha de cres­ modernistas i ido a nha emprestado os sapatos. Sebastião, fingindo ser aaoll cava a aofrar e a espiar. Tiradas. Pa­ cer mais saboroso, mais : ra insiste em desenhar c •• ir. Sergc Milhei teimou era marchar \ que H Dorsais. gramle aatlaXactO dos aap triotismo. A pun I brasileiro. Páo Brasil.' I c falo. Nio • Tem a passos seguros "vers 1'uzur lu . • maram uujrunai de cidade. O luar. Oa * li'- estão 1 optando o i aropess, humana. Revela Viu na liçãf. das raízes n victorla e ternura," (Feraam Cirdlmt. terminava ou em luaad pelo lumeitx" e mesmo o sr. RubetlS a quem a Europa-feia lançou nos

• • • • vida (a * alstema anil de Moraes se permitiu •> ' sans- da orte negra e uc todos

• 0 prometer um rdi- • • com o I Unha. 0 pa.lre An­ os exotismos. E' essa a pc mein». mou-M para ser vindo. í'icou diferente. Ib morreu de monotonia. Oi. chieta estragou e d nm tratado di i rracassados, • moderna. • para o •vitima ex- nào sabe se • Mas " pela entrada * padre An- não produziu coisa ulgi sem leis nem reis, como observou O que na- igne. .' que ele ttossuia <• IÍ dn selva, íoram prepa- duziu. Produziu "M KO N MM \". Maa_ ã,n io de1 And exato, verdadeiro, da tfuando a feala ?e acabou, . 0 sentido antl • „... • fi<-on com Targonha de dor- ,: i : • i-r il de transpor daa li ri­ DO MARQUEZ DE SADE das iim.i, an onhl sei i •• eo- mir com o noivo porque a nda 1 mde dlgauV * mo rim f- nulros, copiando-llies na., havia noite. 1 feita • de inislil i< ação, de uni fé. JI- Então nualTiraai mandai iiua- OS TRÊS SARGENTOS mesmo bcvillc c demais cronistas i lio de tal modo subordinadas B de esini' •• dade, It - poética, o que torna o seu Ira- eai i mole que estava escondida , indo (o vantadu, dl dra a pe­ mcntnm. Os mod io n no fiii.do do mato, dentro d-- um 11 ...•, da nati 1 eta inie as com- tcni-nV. balho verdudciramenle numérico, igo fjoulinho cpje nunca voou) fornecidas pela lassem "hera pensan- • caroço de tucuman. no bom sentido. "MACÜNAiMA" Mas RÍO se veda neita crônica Mai io d« \tvh :ulc i o nunca em s nossas idéas sà(. ir- • é o nosso livro • 1-0, .'• |Oatoao. M.l vezes in i MIN-, São 1'aula traduzido [ireseni dos objectON (JUL­ 1 me aos modernistas, rebanho covarde dlnnte 'I" espe­ • • eom um ral." mesmo norqnt ainda nfto disse 1 • guerra HOS impressionam; que £ que táculo do genio. situação d., ".li Deii! preguiço*! Q»« atara dormindo tudo.. \ ohra deles foi iumien- idade. Só .1 dia- * i epn tentar n Mais di* dois sei ulos dnra ^ M\ri.\\IM\ pois, l M dentro do KnamM I ; iu .• ,1 ittnizo.de < uiu Deus que é evidentemi IIM certo ponto da viste. • •'I-.' absurdo lerem sid campanha contra Sade. (*) os antropófagos o re F. nio ha que 11 mparal os aos pre&tam. 1 a \ irtude fe dnas na iilea SCI11 I I | para si o chrístianlsmo, que Um dta raaalreu laMaüa* a» estre­ O silen i, a men li­ pass. .distas. Eles .signifiram o las. Aaaopi Os iluis ilustres Molinaroa do força anü-natural de resi^tenciii às tendências que es mulheres * ra, :i asneira, ludO llie h 0 de um mundo DOTO. BoS- troa controlados, a praxo lixo. modernismo uatão vend «it ., hí] Ia .i min, passando gem, encontra nele a pi quanto que os passadtstas erma Plancln.i de plantio, obediente-. I.n- mente ameaçadas pela 1 lera muito iiüiis pi nnunciudas que ii. IU a sua obra rapada séria que na sua cabeça Antropofagia as suas sistemáti­ os lioinens, e essa injustiça é lau­ pelo imbecil Snrdou e pelo uio- Iene ia, tudo o que havia Ihand-i para a aua própria gloria. pin ratfto do Irabatho que ela TIiMI:i v ei Dnnnunzio, todos, Iodos, , após os festins de l 1 e torpe num fim Ont 1.-30 í b*al«. Árido e deslubrl- cas c marotas atas falsas, As to mais clamorosa quanto os ho­ rusta c do tempo empregado cm •> be e outros I cartinhas de nmoi para t latagua- mens its tornara incapates da re­ "aadicoa", vêm com a a borra d.i Buro- * acha, " sebo c a pedi a. Nem o bastante i [onizante. Apenas quero ••] UM ria 'IJ ui |á i*Ro arrep sistir á (orça de 0 Marquei de Sad< Nenhum problema brasileiro ras durante :i invasão militar. e depois as caati 1 ita falta ;i borá Dai OS nossos curu- o ao lado do cateclamo e ma­ em 1710. Morreu em 1814. Dos . Nfto e que ele achou resolvei ora a l*en ana de Arte 1 rarioa A fase de tran- terial d« educação religiosa, achei tu­ AIÍHS OS meninos de Minas pre­ lerem chis Cedido 001 esforçOS bonita a anedota das rosas ma­ 1 correnti - dei ivatiras. cisara se decidir, Literatura será que eles fizeram para provocar- 74 unos que * iveii, 27 | .1 paSSOU l"iitramtis, com do ultra-pao. Bem graça. A herunça na prisfto, pei wguido I' culadas c não pode deixar de Continuamos, ainda depois, ea- 0 pé direito, i).. ciclo BOtl • ,: do ocidente nio podia ae aco- i, amizade? Nfto hai• rã mes i queda". 1 Ocidente, escravos do entre cies um Tiradentinhos :i" lia, pela religião, pela fazer a sua frasetinha? IPsycho- gico. Libertação. Para o canto ns roodnr dcair.j • • ' desafo­ "A Insurreição deve ser o es­ | i , . ,.i çfto o libertou da Etaa- pulhología Foietisei. ratolicismo, escravos da cultura diia.imãs esplríbjaea. O i[ut- vale gados da ABNU , agem d • tado permanente de uma Repu- • Por einquanto Sade espera que Io di i di conspirar contra esse 11 I do o moderna se \ ottou pa- agora são as dentaduras. Dona Maria, era nua se estava l.meeiros. 1'roiuineioii | i a fogueira undo. . O homam daqui unha a Sua con- fúnebre de Marat B ileiro f"i para estüi- TAMANDAKE • rellgloaa. lldOS vivendo era transformando • ofensiva mod»r- (|iie | cai-o, para deforma] nistai 1 iM" < ora talento: Nota achou conveniente inte carne própria), ügiftO pOSSa ser Útil \ legi ida do Marquei de 5a- no outro secu RNO Para vle no principio ao exlalla o 8. Nota 7, Dois erros no ditado. índio, Dias â Alencar. \ uns- Três na pontuação. Tenhamos boas leis •. das obras mais per­ aoL sa historia COntÜlUOU SL VÓS Mnnanecerdefl LIO BeUoapennlk. Bftl pae. Sol queíman- o 1. Carlos Dru- crita ("in as patranhas dos pa­ mim e ns minhas palavras per­ I • a terra Jovem. nsond de Andrade recebeu uma expediente dres, "]»ai\ maranduba". A nos-manecerem em vós, pcdireis [Turra einantada e broviu onde mo­ curta de Sfto Paulo, na qual leal- berro da se libertou de nus |ut quiierdes e ser-vot- rava a Cobra Orando), menu H - spli ava que, por mo- (V PROPÓSITO UK CM MOVIMENTO DE "RENASCEM , • 1 .-ia de sal 1 ape precon- Aqui. a BOlte t". Celta especialmente ESP1R1TUALISMO" N<< tilt \<][ i á feita • < eitos. Ao (nvea de poesia ea- 1.,(íi.u> d a antropofagia - • unur. t:ai\;( d*Oculos tinha sido posto Mario Pinto Serva. ra d«- li-lrat»). que temos — na as- Cristo (João, V. 1) Nn i '-xor grilu.am, .1 margeni do moi intento antro- ."». numere H mora ficou com vergonha do dormir pofagii 0. Cora muito prater, pois Cora e •• • ' livre pensa­ O Entào a Cobra Orando foram enormes t- leaea os eafor* lhante, Iam bavido ult i do] a. Na Europa, oa paizi • i atò- (2/ denti(Xo). BREVEMENTE ique sabia de todos o.- segredo»; man- aos para faxel-o boiar. Maa o alguns inteletuaes bi asili liros, Itália, Hes] anlui < Portu­ fundo do mato. 1 tho tinha uni vasta vi­ ido, que preten­ gal estilo muitíssimo mui eorreapoadeaela suplemento da revista de antropofagia cio de origem Vrístocrata filho dem criar um moviraen! todos que os qu<

• alto relev-i dt- senador, neto de professor, io ou católico em i m atraz. • bisneto de brigadeiro, Imposal como uma necessfdadi ilfabclis- caixa poetai, u*>í' A HORDA hteatra o bomeni uicbigado á terra. vt-i. ['referiu ficar nu literatura nacional. Faria Brito, ICorlmamando a idí-u religiosa dentro i*;n-;i goto di ramilla. Você viu de l- Iguei edo Onde quer que órgão catoli-comemal da sua geograíia. Dentro da totali­ que artigo lindo ele e* reveu Uo- r\thaydc se apontam i • tolicismo dominando era um pais, dade que o radi K-v 1 aquela bistoria do Birin- proí 11 es da "•• este lem as .suas mas revistofagia dedicado á defesa dos interesses Anna- gelal Que impagável' Talento! Nos livros monlrni loajo apnreoeu e moi Imento Importa completamente Lietrodas, 1. isto "Folha Acadêmica", Rio, ni o pecado, com códigos de prolblçáo. thomistas De n ito, acreditando 1 m 1 ar de \ RI ios mata Ioda n »ida intelehial 0 :.. ti r 7. Mal o homem tinha gozado um pou- pintaríi teatral, no p séculos, i ii retnx esso k Eda- facto e que pondo-se era dna> A "Folha" que um 1 i" de raatigo. Ordem de despejo. director: Tristinho de Ataáde nchiets t no monstrengo mental de Media. E seria (, cumulo que colunas paralelas, de Utl • \ ersltorios publica no A ex.j.ulsáo. Um anjo com uma espada que foi Capistreno de Abreu, n inteletuaüsmo brasileiro, que a lias as nai.i~.es CtllOÜCOS, e (le ou­ RIO, ê um dos raros sinos de aaca-roltia aoo>urdindo os innuilinos tro lado Iodas as naçdcs proles- 1 ivencido que está lenda mentalidade nacional ricasse es- rebeldia i abafada ADVERTI NCIA dO [Tf " brasileira! lerilizada no thomlsmo ou cousa • 1'niverso c coloi ando pelo ensino perdigolado d ia cá­ Diante dessi •atra n6s nio ha dlato. Ah;. 1 ISLI e do Mario: — "Vo­ senielhante. o fa< Io ( qui B I na- ;i .iu eita de i ada paíi a respetiva tedras coloníaea por mastodonles A pedidos nfto desadarlu á terra. SeupensaiiiL-nto le perguntarmos si a cê transformou a prosa brasilei­ | icas estfio actualmente . • • f.l construído com material ii ii sexual cultural va- UASPITINADAS ra, dando-lhe mais concatenaçâo na retaguarda da civil! matematicamente ao i 11 MU progi ama universitário Dentre de uma Unha blo- eüologica e Ürando-lhe menos ropea E amei íi aua. (pela autonomia didática < adml impõe. 1 s. I iri-ceil-sc. afinal. 0 misté­ loglru. Sem 0 aentimento de terror. Iristador resultado couti •< <• ca- rio que envolvia as •ugestivas fi- pause teleoclintca' Mc dá (is grandes povoa modernos, ni&trativa) í revolucionário co­ Frcud dlsjag de obediência. quem mi- dir. o contrariou mo será lodo pi ograramu de en- guras do famoso nsongQ rnsaa Mu.*< ulou a Ide:» de origem com a dominadores íntelelual i mate­ Rasputin c da desventurada viu­ l)e modo que agora nfto cou" rialmente, são (is Estados i iii- Assim, "H.. «•orid", de IB3S, Bi asll, i da dos sexos, li • li V uma a que sr pode unpriiuir va de NsoolAo U. Batao aiuhos . o Gênesis eottt ilos, protestante, i Mlenuuiha, dft um quadi o * omplcro do anal- Quando todos sabei i que o ., nome de tecnlne, onde nio se vivos t em Slu Paulo, axercend* amor. os dois proti i.uite, a Inglaterra, protes­ pnizes do im j.i ahi leme a escultura, bercendo, vírgula. Yan que é o terceiro que os go­ tante, o Japão, budista i ihln- mundo: ignora o conteúdo «Ias revoltas Porque o sôi I * da índia, onde « dls- Porque ruuuMitin, gato valsa, Vuando t,s Mahoa, que foram bus­ ta, deci 1 tai ..o proí recolutai PORCENTAGEM Ht: ANALFABETISMO NOS PAI7.ES PROT1 - . utem Rssumtos mais ou menos gendram recipi manhosissuno, se oocupa sonissv car a noite abriram o fruto do ttt> que nfto se deve mesmo sar ori­ fANTES K < v fôLII OS "iuioiaes" COmO 0 "hrüh te da parte pidilh o-.hpl-.malira aamaa, náo l.oci.t- ptUataBea nem ame- ginal Prs muitos nfto precisava ou incon\ enlenles como o slni- do nobre mister, obtendo dos p»r- • Irrintitin^ntoe. Taxa da . Limes CUJO fim e .se.hi/ii' I abe M M 11 \n<» Pali.t íirot.BUDt*, ana.lab.- fi< rido e n Ia donti Ina de H li st notii iam as re­ membros ti" i onselho p i burguesia Inexperiente. F.m- voltas de \ enezuel i, onde, em coroa de ii"ies sobre quanto Lsso, sofrendo cora icsi- o túmulo do de. 1. • --eu martírio, a i obra CailtO dO PrisiODeirO qil? Vae Ide Schopenhauer SM.lia. se |i> tis i une não é 111- ,,|r| Ifl . . li.n.. Itália . . 31.1 ' .lih rente cluimnrem-se as cousua I \MU OI . unnn. . que e. de ftv to, o ves> "S< i|ii. i pi,, | , lendo sido d< Inglaterra . . Ilcspuiiiia • um. o escultor do mis- ser comido be. u o pnucr é lupcrlor i dor I.« pelo si presidente do * onselho Sue, Ia ... . Portugal • ' • I. c p'u is>.. ind<> mie destoa, duo histórico, N • na Eu nl h.'J ' i : eira de Melo, Rey- M ip. n, • M < compensam, com* . . . Rrasll . . publicidade di amassando com n st'ii bb- 0,3 1 n:.1.1.» Pm d Mim,-, morrem 111 ;i" KM'MSM;I . . . Meslio . 70,0 Atividade burocrati de eximia *i li luosi' do 1,0 ' i • n ii"s <\A refei Ida ro- dcsliastador a gloi ia c a foi lu.ia paiz de MUI inimigos 11 'i" ininul qu. di .1 outro, cora Iloland Cuba . . , • riu i ••! . Ihfi Nacional do Kn 0,7 ' Chile . . 10 ü i do monge \- BkSca 1 ", KD. euio" do mi. , di • 0- I'., nesse oal nstlco do sr. Guilherme dc Almeida. qOO pode ter ou ter Não unb.i linda Lerniinudo • Yúyó escanchado nas ptrna» oa gostos, não contesto, (Desenho de Tarsila). '•) mãe preta matracava crüicu do movimento modiniis 11'incii teve. Ia ajuendo O ir, Mario dc An­ (Juein na mesma 001 I j drade MUI de l.ixi em nu u H Paracatu' Paracalu' • .mi na egi eja de s u I xilio, apoiando .1 inlnha U ••< 11 onfcasa no CAIU) MA- Vou pra serra dc muru' testemunho (In ir, Mario d« An- 1 11 \l>i 1 Quem andou por aht comer carne com üngvf dradc ( vaftoao e rnsuapaltlaai- dlali ibuíndo 1 1 •• eltaa de lirismo aao Pi ta aua auloi idado em •• moderno, (La estS DO I N< H V\ A ..e acaso parava a carretilha •tintos da pol Uca literária Pala >lhando a cabinda pedia eoragcm eon QjiM M confessa «iii "Del voa una 1 açoita Não talei publico Peto iin.i da ojnc <-st.i na proporção doa tagrodlentes "tie lhe contasse uma historia lHUWo com .-.< cs iinlripolnflns. Será") Qunm escreve numa pa- LMI.I "a iinpnlsâo lírica é li­ iter-.ito l.r.i.-.ih M-.. di/ cie, COffl e a preta respondia: r vre, independente dc irns, indc mml.i jusliça • (iilenla c cinco 1 Võyo tu n3o me lembro dr nad? p«r conto 4 uiu Ignomntfto 1 pondo do nossa tntelij I A gente vae ficando velha ajn doalai KM Ignorância, ano KMJO da DUrcfaa i I que "IJUS discursos atuaea i u 10» E vae ficando lerda laz a ajentt confundir tudo, • que tettgencla que pronuncia o tenho- tem ildo a cansa do vivarmos na Mas «inhozinho pedia Coniadnsmo mais rrrtn. mais H dlto". QUOin lioje afirma (|lie fadinlxi, mais fatignnte, rjooiHlO "nas aVOlUÇOCa wm COl ai dia nm- • volloa, i'elo rosto crivado de bexigas da —~-»~i meráveis e «s do Hrasil sim ur- em terceira, para o Pequenina O fio de prata de uma historia: grnles • do importância lama- Morto. (Juem chuail loou da U nltahiw o on\ i'io de poota do ir. Yóyô o Índio ciará nhu, •oraooonta Mario. I n Alberto dc Oliveira. DO 0,11c, alias. Pipocou o ceu com flexaa ve, não faço senão ropotlr, com acertou porque O t.n tuai ( utico < as palavras do poeto, o OVO BQJBÍ i. o ceu ficou com mil olhos rasos dágua isso mesmo - pOOta dc OUVldo. disse^aos leitores DO doininyo E a noite ficou cheinha de estrelas QUOBQ tn discursos ao sr. fjO- passado. Foi laaa asotoroanto que liro, credo! Não somos condenei no movimento niodei-- (Uma flexa cravou-se na loa e nasceu o lua. nos, nitropofagos, quo graçaa 1 •lata: a sua auseixia do Univer­ doui Qteratoa nfio •omoa, !•'.' o sr. • O Índio ciara dançando o maracatu' so. coiiHi diria ü DOdrO Viena, | Mario de Andrade, o cortbro •jdll Plínio I sua -IUSCIH 1:1 do mais confuso da critica contem­ Rasgou o sol com a ultima flexa 1 I. como OSSonSM nòe. antro* porânea o \irgiln> Maurício E a terra ficou toda pintada de fogo gOS, Me diga o sr. Mano CM do alemãn, Medindo DO lapa/cs E o indio ciará fugiu Andrade ona assunto ua mando do ConaenitorlOi 0 Nilo Paço* r (|;n assunto do Brasil rusolve- Para a Amazônia com o cocar nh.i da literatura nacional, se­ De penas de papagaio tingidas de sol ron 01 madarnoc Pois nad con­ gundo o sr. Menolli Mel Picclua, tinuamos a confundir tudo, mim |ior signal tão horrivelmente coinadr ismo indceenle, valori/an- HEITOR MARÇAL (Fortaleza). do mediucridades, COM 10 si um • quanto alie, artista fosse COM ou ••fTtrar cris­ l) sr. M.u 10 dO Audi ti tal, trocando elogios, bnpod lau­ Ira "o preconceito da sincerida­ do bobagens, misturando Uido- de" e contra "o preconceito i\.< REVISTOFAGIA A PEDIDOS bro com UnamuiiM? Quv eaplrita idxTdade", por isso mesmo... A novo trouxeram j nossa poesia, sinceridade • I liberdade da de­ "ILUSTRAÇÃO PARA por exemplo, lu.n.ilil de (Carva­ cida antropofaglco são o diabo», N \KNSK", na. 1 « 2. \<*29 Assim laloo nosso padrinlio lho e tiuilhermc do Almeida, que Podem entornar o esldo do Amo- O sr- Mano de Andrade não se rim... Assim, adeus mutlrfio da A uni hiMi desusado na sua lei Padre C*rero cansa dc enaltecer, e como, quan­ •abença da ma Lopes ( bnvos, manipulações etnológicas ção grafica, corresponde a pena­ Km entrevista ao "Diário da do e porque Antônio dc Alcân­ prinUfl do iiiodcinisino brasilei­ ria normal nas revistas seme­ tara Machado reformou a DOOU ro! Adeus Cotaguâfes! Vdons, Noite", o hitpo dc Bragança — lhantes quanto » anoUdodc (i»> innào do "pintor" Virgílio Mau­ prosa? Eis abi uma pergunta que adeus. A quest&u piunitivista continua bará por se convencer dc que a scit-iitiiii as enormes um imposlor texto. desse tamanho! rício — afirmou, dando um triv desejaria não vir sem resposta, E c Umtietu contra a origUUr actuaL Mais ... tual do que nun­ revelação mosaica foi dada aos Começa um sr. Houmrio Mar­ embora difícil dc responder. Li­ ca. .Só deixai ã dc o ser quando pigmeus E logicamente, ora es­ te exemplo de mdiciptinn ao- asÉj I le qui dUHOj quando Havemos de comel-o. tins, com gciln de jesuíta k pai&i- terato brasileiro è um ignoran- fòr substituída pela questão an- sa! Ou então (0 que parece UUO retwinho, que deveríamos "afiliar ainda podia cair tm transe pata • na, pregando as "viclorias da Fé tfio. De facto. Confunde tudo. tropofagica. Vão vêr! está acontecendo) terá que es­ para hem ronge de nos esses dois compor MACLNA1MA, que "a Alias iiso nào parece dificil. lobrfl ns bravias almralma. OS padres Sclliuidl eles, constituem o mais MI ligo Gemelli (de Milão) afirmo no Brasil inteiro. Zumba ias a Al­ tal: o digno "pendant" da "co­ missão ri mitocidanV E tanilirrn tanto, razão emando, com invul- seu rnnhorldn Uno sobre a Ori­ cântara Machado e outras bexi­ (Viena) Ijemelli (MUflo) c o je- povo que nobitou a b L I A luna litorta", a "cohms a Suplira pelos crtsfJlfla, de Ate- gai cora ibrir o peí- H es Pinard de Ia Baui* gem da Família o seguinte: gas da nossa Borra Funda lite­ • 1 • ia família." Cnp. fil ensc": . bot< 1 neli 1 <••!• "Quanto á moral sexual, os Pig- naToras. A tontos o^ rtnutorev, m- rária. Conselhos tendeu- lave. O defeito do primeiro gru­ Ora, é jus'miei. laao qw M03 força, desfiando O IOU rosário mt-UH ignoram completamente as Na horisanlo doota sua torro, rhtsive Agoslinl>o e Toma* de meninada serelepe dc CotagttO po é o defeito oci'l. nt.il orava. d Pinheiro, de cem braços cru Vmino \' faronaa nula dc Pio rdaco do eulpaa. Literato brasi­ da superioridade. Mentalidade depravaçõe» que encontramos em »es. Toda css.i confusTn leiro e UM sino o QUO ele è: oi- iodos mi a/ui d" céu, apareceu* VII. Emfim, A rlrMitrin» da fgrejg dc companhia do seguros. Não * •atros povos". comadrismo, de quem a ninai tenta a 1 Inco por cento Ignoran- lhe L-omo tUinenlo ideal c íigu- de nnc l.xlo porter lemnornl ema­ Ora, quem se baba diante dos rpreeilde CJUS O hoiiain desde Mas o próprio cnefe d 1 eocota Mas o reverendo Scbumacker iivo da bolosa panorâmica pa­ na de Deus, que nele rtrmpre oa i,.>. Confunde tudo. 0 1 doi- que deixou • arvore, ctnhuiie- dc Viena, o famooo diretor Je DUO esteve de fado entre os pasliihes cretinos dc BrochOTOl xei provado. B e inútil, ciuno ranaense; e mais tarde coroo sim seus desígnios, Rehemnrlo-ao con­ COU poderosamente. A pTOVO es- "Anlhropos". o padre ScbltÜdt Pigmeus, vem 1 aoa eve o se­ — arte de Saint Salpica, como continuo g p< rguntar M N bolo do orna Irte sq; toe tona, iim- tra a autoridade r-rril e pregan­ • oin centenus e mesmo ousa ratar coisa niellau. Num guinte: "Oa eaaaaa ssoaea *ão g«- disse muito bem Fosca Oneni • roaultoo para noa da potenta da noluçoo do o desrespeito As mtm leis. sua milhares de citações pondo em pendtn .ido n.i "Expoali io Vali rnlmente naonagaraoo afao <>* ve* destaca, na ex|x>sição dc Anita. de Vi le Moderna ? espiritual <|i"' oo^il so reverendi^simfi sr rehela contra o que nela havia de ruim, o Lá­ valor .1 agilidade montai 1 1 su­ Mi.-.oc-.", enfiou a Bi -I- lhoft lobon da floresta, estes, ti­ envolvendo. B RO motivo 1'inlui- o espirito da sua própria veta. Não gostei] |"'!i tu, das arnar- veram tanta ocoaUo de abavrvai zaro. (JiM-m baralha morn- perioridade moral dos homens sil inleirinho no ciclo pi| Ide! 111 ele concebeu iodo um den- Maa vejam JdNvro a difere, ra. • Mario pòz DO seu mm a vida em torno delea e de a pra­ com aMgOriCO asneira gTOeaa i|tic qUC nunca perih ram O 1 K com uma leviandade mrri'.ei envolviimnlo de arte 0JUO icllcte Bmnjuanto o irmão do sr. Virgí­ gau. Mingao D&O queremos, Ma­ ticar, que de preferem fez, em tempo, as delicia-- de S maio. Veja-se esta rOSPOeta 00 num homem cuja honestidade i-in pnJcro forma do belota a nrrva lio Maurício prega n mo rru/a- ritlcm pela filosofia de Salomão Paulo. Ujuem rtt\0 sabe critico de no. QuaremOS amor. Aquele um gru[K> dc pigmeus do lago .ida. alte­ para " rutura es­ da contra as instifiiições rapo- na velhice do ( entro profissão embora, o que seja amor gostoaissu] 1 i onvilo insisleiile do rnou que DCOSO Ciclo, .1 laimli.i é piritual da terra paranaenav. lilií anas. nos.so santo padrinho grande rOOllaOM am |JIII1IH;I. I toa DOJ aartrofci do CAPO MA­ missionário Sclmmacker para «jue nwnogama, ofto ha aaanbra do Africano - Memória lida na Se­ Como o Duco concebeu uma no- padre rtecro di* o seRuinla artes plásticas nem de musí'a e mana Internacional de Cimdngia CHADO. Mas lera o incenso do se aprojümoa • Visauna coluna para a Arqiulctu- ("Jornal do Commerein". do H#> •eoneto por ,ssí> a patada de elo­ Macaco DOO dabui a norootal brilha uma "aasencla compleu Religiosa. Milão — Setembro — chV, de lífl de mnt-co destr anol: coro de Santa Efigenia. Com a 1.1, asafan giar um ptntamonos pensando N 10 deaxa DMomol de canibalismo!" . ir a 11.:>• "O roaamentn raHaTfruw c uni sa­ pimenta de MAC1 N \1>L\, com que o debochava. Qacm se IUUII- (i outro grupo A sinistro: ma- O protesto dos anl. - ronrinha, como se vê, fl passos os incompreendido! liarui" aao c "modernibla": o tarsos para n nntrooofagia r>ia A Revista de Antropofagia protesta contra qualquer manifestação . df-, AI> antaia vira — e nílo lonee — em que pretendida inteletual ao bardo cabeleira Francisco Villaespesa que a Es­ Maeliado ladvoga no Cível e 00 A so comer n • . | "iii- ti vatc Menotli Del Pi AJll MUI mli o uiii.i .1 PottJ crunc), assina nin subutanciuwi Ifo, c pronto. O c«iníIíto entre o soneteiro Pronclsi o Vfllaeaposa e Morta de Don João panha de hoje e a Europa de hoje repelem como um monstrengo lamu- lenta sin mm.inisMin rr-,icinrtnrio r n r >. ti- passaram o domingo passado ora — Esao és dei gran Junquelro, diconcia da massa lalnía inodor at3o hmsilrira alii esta eshitça- Santos num BOCegadO regabofe don I'i< rioso e infeliz. Não será na America de hoje — a não ser na cretinice Ia, em 19'J.H. Ini|mgiKiçóe.s, rlo- Preparemos o maxilar para a passadlsta. PuderaI Menotti, for­ — Nó és verdad, Don QbJquI dal O sindico é camasn- mnstlgo Oue o htt.n vne ser iros- çado .1 aderir á ofensiva moder­ to' i-'ui vo que Io ImbenM' coerente que também existe por cá — que esse desmentalizado poderá da, racha O credito... tOU\ na, sem o que perderia 11 sua si­ tou " ia oi - • encontrar asilo e festas. Villaespesa não significa coisa nenhuma na Es­ Hi ns o lonba am soa santa CORAINH4 tuação, insustentável com a xa- : és dal gran Júlio Dan guajda. i> r. Odlfan ropada do Vaca Mulato", ha tas, !)(,n Li. I Dia ' panha e muito menos no mundo moderno. Nós mesmos já estamos NegriO (pio, na sua "Nuite Hi a- DSÚltOS anos qUfl não ach.iva um — No éa verd id, Don < hi< •, roao desmoronamento. PORQUE COMO mo depois da lição gostosa do diábolos, Don Picchia! Prad B para nos radfarmonoa olra voil de#Unai;Ao hletorico-cosmlca, Mrcmoa Nto iimla oa burladorea du noaao acha tudo confuso. Que "Ptccolo" o fase ismo insiste eiu mos dlcér que va aderimos! em futars próximo um poro «uilnciiic. ideal da asceneflo para o prorreaso! 111 bldiO é QUO cru são. O índio estender ate nos as suas dct.cis — Ya Io sé! Ya Io sé! Don culpa temos nós? c ijin aro iK.mcm. O indio é que B tomai am mo boi di. Moa podetnoa fuwr que alnd» em Chicote com eiea! Nada de confiança garras. Pão nelel PAo nele! Chlquitol e o Doaao modelo). mula brevea anoa noa toque, no con- noa barblchas Inaolanlcs e lni[>rtlci- MENEL1K. — Me diga usled un sonclijo, 1,1 ILHFKMi: l»\ rORRB o Indio não linha poluía, nêe Unentc e nu mundo, um doa taeapea áoa que Incapaaea d'outras fumjAea, a monogamia o morto sempre vivo Don Piciluri' DK MARFIM • poteiroa gotanuuni-ntaM! linli i neali ainenlos. nem molés­ mala peaadoa com que eonaorvemoa \ .10 da propriedade tias nervosas, nem dotegOCia de H iioiisoa "bona amigoa" Nada da CKperanças noa grltadores |. . , I. !• '•! M •• i I ... a a vontade de sua tranemlaa&o aos ornam social, nora vTgonha ik MO MM aoarav bem ad de- nu ver.lade. o poder que. revista de antropofa­ turf •Oatr dl !•• i fS • a palhaços luar paliado, nem luta de clas­ Não perdem por esperar aejum comer blfea c a mllhor piui{H Neceaaltiunos de gente em tudo nova. . 111 i 1 mu O indio nio ora monogamo, fagia brasileira • esquecidos "do quanto fizeram nova, novlaalmat Nova d« Idade porque a mastiga o mllliur cunluin ilier. e multo menus airm nem qnei ia BnUOT DUaCS ei am de letras) Podo ser ano se eanfundara os OH leeuitas pelo indígena.-" A '1 fgull-o pronto? è a per­ doa velhos ocoatumadoa a mlnaul se- lórnm mais elevada da fumllla. Ao seus filhos legltUUOS, nem ;u lia nomes fnlla de espaço non In bento, furjadores mórbidos de pati- gunta UM) contrario. Loira cm acena, sob a for­ I a QjUd I t.iinilia era B peilia ali- correspondência Mas o dc lá não tem obriga- reoponder, hoje mesmo, á exalta­ faiiaa polltlcaa. nfio é [KIWH • luto e draailco ae ma de sujeição de um sexo pelo ou- guiar da sociedade. |fl mudar o nome. ção cutequista da BOave rapazia­ 0 venllílorii rio fulurol Nova noa Ba BI pOa IPO, da proclamaçao de um aaaflna Porque caixa postal, 1269 Nem o daquJ tom S I da. No próximo numero, entro» Ideuea porque da mocldade de peneM- entra oa aexoa, deaconhecido, ate cn A «tMorçao da mentAlIdadú maero- de mudar o nome. tanto, diremos aoa atigelicaeti 1 1 reJOSS que "amanhece o fida 1A0, na historia." — BHOJSL0J. blarut, caduca. Impotente, gaata a va­ * Continuam eon 10 estavam. udolerenlea o que oa (caudas fi­ envelhecendo", essa tem de Ir para i ESPIRITO DE SACRIFÍCIO.. lia que emtronm o povo t ae faa Depois quo vota • ganto ae Faz de conta que são cavalos zeram pelo indígena... Deade já, ralatfuurriiá, comendo e eomriMlo, re- tora Iporquot) gente t&o dlfo- eleger paru a faroairUlia doa Cwn- Emquanto gqui estivemos de corrida. rtoaiiiA M um iiiilmul de estômago, ar­ rento (porque seral tudo rondou, porém, oa remetemoa à circular greaaoa, daa Presidem:lua a doa Trl- 0 POEMA DE CÂNDIDO fomos bem servidos de aves, Bailo no mesmo Jogar. rastada no tropeço doa éescompas*"- bida ficou satragado, Nio tonto do cardeal Saldanha nobre a ação bunaes: que oblltera a )uv*mtiHl« tn- doa, 11*0 é possível aontar com ela. rolas e fatsõcs, que têm Ires Vamos Vêr quem alcança mais da Companhia 110 ItraHÍl. A nousa no começo, mas foi ficando, foi maior nome: toxlcundo-a de "Corpua Jurts" e opi- Para um Brusil que podüa mar rom DE FIGUEIREDO ficando. Agora é (pie sota DOor, titelas uma SObft a nuti.i, ê documentação, como ac vê, é en­ i:i aaoefesaSaa wipwuç.rts so­ am tacape snestre. gente nova de Z.H57. Largai colhida e inwiiHpeit». * tarne gostosa sameJhAlttq É de bre cretlnaa lete de falência; abaur- Idade a nova de Ideullsn*.' r/eatM zahaneua Então chegou R vez da "desei- da reviita "Maracajá" vendo eata mvnUll< ld< nte íol a propósito do homem antropófago A livanv i ni fm ei afundir ura, a sim ei idadi i l'a, fundada real EnpoelU p»r. DÓI — d» Sncnruü da modernismo com falso modernis- cora que, claramente, sem subter- \ Ml; p0| 1:,.|., Mas, dl • o anta­ • "Mela eiaa tintas, "Xntropi f&fflft" int Minai Oiraia Ingenuidade de se: r, dominante, a ânsia da gonismo. (Lag-Ar. Santa) - a união bnrrela é o Indecoroso estado ii petárooa as nossa m busca •si . Idâo mental eni que eles isso tramai ara contra nos surgem nte fascinan- ", consistindo ni iso a Li de vermelho I".' o raso rivetn. Dahl não comprehende- prrfidiasinhas de vispora d itir a cizânia 1 olhos de bon berdade a a Pelicid no bi isil desde quando v marcha, a ínti notai que "não ha outro Instru­ Krishnamurtl que pi lii o. Vejam n 1 que < oisa 1 n rora a cultura fl tOtal ,1 ÜStaS. Tara Afi,., de itin- da: os catequistas querendo DH - temi 11 coibir a antropofagia — tor que não aqueU que afun de obterdes a fi­ Dahl o dese pero contra assegurando aos corredores de Ia da nossa primeii a gera­ descobril-o, é 1 que convém .1 elea c que o Brasil ler medo ao anti 1] ção, edui adfl nas cidadi rameule, deglutir . nal ,\AK\ teu |,s que |>assar por bistoi ias de bicho papfto, hoje em ia direitos de esi i européas, Isto é que 6. Di glu Enfim, diz ontentamentoi continue a acreditar em D'An- i nente antropófagos, Dahl I • unhadas n.1 face d uunxio, ao Primada Espiritual e dia impropi Ias ate para menores se contraste de edi vi literatura, oriundos das fontes in bar • II is, grande hunulto, po- no incrível sorriso da Glo» onda, e senhoritasl Divertidis! imo • bispo Sardinha não lo- infiltrado em nosso amlm monia lem ,.'i não querei-; passar por cr'cm (Uns padre. B convém B . ou es, apar á lei 0 hi IWnj IOVO sentirá, sem rlu- ilo**. Nós chegamos e demos com es­ D turaea. insurreição eonira o uns porque sentem lln I fugn | 1 de sua verdadeu .1 í --a razão de coisas ohedece • .1 es ra­ E a ri ifereacia "Os ladrões te quadro gostoso: os usurpado­ IntlVSO. Revolta do instinto Inahi pei ficiaes ou Intei e das mãos a preza preciosa e cubi- res querendo tapear meia dúzia historia... Só antropofagia é ca­ á menos transcendental di de tempo" de l-.-nly Bnrily l.u- da terra. Ou melhor o verdadeira iar a perfeita i i abisn o enti e o tyena é uma obra pi una de de- çada e a outros porque, brasilei­ de naturais dcsnacionalisado.- sentimento de nativismo palpi­ And 1 uma época de energia hc- ros e m ii o 1 a, desgraçadamente trucçno de nossa mentalidade na­ época que é • 1 svolta do nal. Bssa cer> com as insígnias, de onorevolel tando na grandeza do índio que 1 ainda não puderam sacudir o ju­ cional. nei vo de UÍI. povo, vem, como >> lha e feia suffra^ette Imaginem o efeito dessa palha­ não queria ser conquistado pelo : COmO duas es] go da metrópole, o Índio i um I alicerces estão alii. tem vindo, a hora propicia e se­ teria muito qui tímido çada: o grande ufficiale Cunham- intrujüo. COntn rias. pesadelo que os atormentai e eles rena d0 verdadeiro "eu". Hora sr. .Mario Pinto Serva ou nies- 1.1 be, o onorevole Japy-Assu', o ;• maioi têm .1. -ri 1.1 .iis. deixem 14, , cav, Poronomlnare... Mas 1 un- Porei, somente ela —.diz Os- de emancipação. .Nada de pro­ • • • l.iiru. 1 Nada pois mais justo do que watu de Andrade — "idi 1 confu i assim as mil Kri-.hn.imui ti I trí«,.-1 depois a índio nau \ .11 nisso de ; d.. nambebe, Japy-Assu e Porono- curar 0 que ficou aliás, que ê o Portanto, f. 'ia,-., sumos o seremos e: iltecii~.ios o índio c o tomar­ 0 conflito existente entre o in asi­ que se tem dado, .sucessivamente, e ma orih ns da estrela cora seu fervura, duranh a dia- miii.ue olharam para os marre- mos como sendo o legitimo tipo leiro malha, \erdadeiro, e o ou­ impamento de 0m- tnexoi aveis. Não poupa ri raosne ­1 os e responderam ao suborno com todas as es< olat Voltar ao col. s de sabe Keiser ar lhe o verdadeira tro que vi trai o nome. Pi tural. DegluUr tudo. aien. "tis problemas somai nhuma duplicidade, nenhuma ira- das m 1 s s .1 ogas brasileiríssima- propriado en em emquanto i ardea OOStUI a. A tOdOS os mui de bi asileiro, sd por lul- no Hi asii ha a distinguir n élile c nstruir de novo. Deglutir até mente. Como convmha. rleiro sentido da vida, a I meremos. E ''as suas canelas trei­ e o brasileiro é o índivi européa, do povo bra ili li que chegue a bora foi Housseau que tentou • : que em oito mil) an.lar agarrado ás saias, holinas. hi. Não pel 1 caren- vista "Esti et Ia". Peço-voa d copiai o 1111111 s,i\agem, sem aliás kilometros quadrados mantém In­ fardas dos nossos pseu- i .mo" antes de sei i aten- Si a vida do Brasil só teve co­ imbiente literário. Pela n - los p o conseguir? tacta a SUa unidade de auna e meço em 1500, para os civiliza­ dos ascendentes mentacs, n ide Imediata de rompermos tu oiitrareis pensamentos e — «juc culpo lemos doutros le­ prega sustos loucos nos conquis- dos, existi .do, antes, seu solo. de ir bem cora a nova estrutura com ns velhas tendências b banham no pai.cias do sr. Krisnamurti, qu« rem queriua tater do mdio gran­ Pelo índio, contra a com outro noi.ie e povoado por brasileira. Afastar do meio am­ tadas e penetrarmos n,, nossa vi­ "devoram" religiões e fazem "ta- de ufficialc e o Índio os tivesse biente as tendências exteriores e aulorida- meu' llidadC nai ninai. outra raça, c essa raça era o in- da, dando-lhe um novo traço ar­ a deixar na | rcpchao com aquela profunda di­ O jabuti eslava debaixo do la- omo ne,;ar-lhe u terra, só que põem uma mascara feia na tístico, íundo e histórico que per- l abundante gnidade humana «ia nação carai- perebaseiro. Veiu a anta a lheporqu e domínio havia desapa­ vida espiritual é apurar I -são gosto-a do nOS- para transcrevei, histificanda baV U individualidade própria. Mas a técnica do oi identi co me antropofagica, disse que se fosse embora, Elle recido dai! ; as perseguições con­ SO legitimo pensamento. \ "descida" diegi stai.tes que os obrigavam a refu- l'ara que vivermos eternamente meçou a distanciai-a do oriente Dizem ser Krisnamurti o novvo ideu: "Nau vou. Estou de­ gentil­ Messias. Si a peitou conlrariaa de elogio mu­ pelo interior das malas? desconhecidos a desconhecendo Vivemos agarrados a estreitas mente comido com a i ompetenti ias tuo c comadrismo. üs brasileiros baixo da minha arvore de (rula". Ilrasileiro-lndio. nosso meio orgânico v Essa men­ limitações de cultura. A bn coloni 1 .! aias iia\ iam talidade deformada pelo ostra­ indil irença OU conveniência da- Nossa arvore de fruta: Brasil. eáo ainda e para nosso espirito il ele Idealismo I plantado na praia a crus do San­ \ vitoria da antropofagia é, cismo de uma cultura exl II madO — Ura vasto deserto. to Ofíicio c as quinas d'EI-Hey. Voltamos á adolescência, Nfio cional, conduzindo, através da [mis, uma real,da.le. Supúnhamos queremos ser mais um paia que cuja solidão esfixiante, com a re­ maatinas e dalailama' e dervi- E estavam se divertindo em fa- I 18 elementos, das idéas pa- selvageria tropical, um presentação das influem: milia com a façanha emquantu lami nte que seria amanhã, misticismo utópico, irrisório e ate teriores, di foi ma, cada 11 lurupari quis que fosse hoje. ias — de uma cultura iiu- | • n felicidade, a li!.eni no maio o índio araaciava o ta- portada. ridículo, pôde significar muitas Ia Mas atingimos o ul­ Á pedidos cape e sorria. Finalmente, o an- Agora é locar para frente, chico- K dahi esse trabalho de degiu- coisas semelhantes 1 timo momento da íl ''aquele fami Iropofago chegou Foi um rebo­ — segura documentação de UlCfl Porque o traço principal da psi- teando toda usurpação. :• iloa 1.iisos que vi­ • mavara 11 liço. A egrejinha da Iatin idade vem no nosso aparelho inlelelual. 1 .cidade crendora. do nosso povo, não tem. com o centro civico num sopro v .111 abaixo. V- o que IAM ANDARJ? ractl ristica, uma indivi­ os hindus pensavam no nin i Antropofagia tem como culto o Antropofagia, é a verdi i Iam nas buris do | palmares rejuvenescimeqto Instinth dualidade exclusivamente litera- revelação da terra, pelo homem inexpressiva) 1 Hiilo e I mpo lamcn terra, 04 Io homem novo. Nada gostoso, levando á vida brasilei da, tão-somente pela psyche dos nunicado, "II Piccok»' DEUS. bhGÜNDO ÜM os clássicos de comunhão cora o intruso. Não. ra — o bom principio d ihtrusos. landi outras coisas MI os propi loa elementos da antropofagia Porque, m ssa nova filosofia. II(llll•I uma beleza, ti i XIX. CATÓLICO da terra ela achou sen elemento. "que não foi inventada, .Nem im- » 1 atro par de ra "Non vogli oalircii Foi Oliveira Martins no MU o q quindi. pi r it "psiudomuM". che?, "Dens é como o caçador de hin- século o mais Inteligente escri­ que levanta a pisla a esprei­ i enda media annual in ogni modo potrebbe ta a prosa á beira da estra­ tor português, O maior historia A irará disse para o corupira que não comesse gente que era quinze brasiUanl ite A da. Ele sabe por onde pas- dor de Portugal. Aquele que me­ falai a sihih quali, i i esp Bam noBKos tristes corpos. lhor comprei ndeu. Viu o Brasil feio. Comesse mel. Mel era muito mais gostoso que gente. ralgare alia lo- Observa U manadas do re­ Ble disse; lera de ro JUÍti, saprebhei i i banho humano que seus ins­ "A antropofagia aparece O curupira respondeu: revolucionai Io t B tome. brasilianl e non ctiopi." tinto» guiam «B meemos ho­ um momento da evolução men­ —Não estou acostumado. Porque B 1 fellã. I'or que esse insulto i\ raça ne- ras, pelos mesmos atalhoa, tal do homem, exprimindo a pri­ • nobre e tio para os mesmos prazeres. meira definição dos sentii Ida fll ' I aitra qualquer ? Deus é paciente e sabe aon­ • 11 OS. Demonstra jã um ele- de atirar o laço para estran­ cidade morai. santo oficio sente. nh. ra do sangue africano que gular a besta." e provém exclusivamente de ura SORTEIO MILITAR antropofagico COMUNICADO A sistemas de ai têm nas veli movimento da inteligência, A re- Na ultima reunião dos 7 cava­ letivas veiu reduzir-se o ím até Se orgulham dl le. 0 FRANÇOIS MAL" RI AC 0 natural deu-se qm.ndo OFFICIAL DA ACADE­ negro contribuiu honra lamenta leiros da Antropofagia foram to- de herbívoro o homem se tornou brandura i grandeza • impor- MIA PAULISTA Ca. A mãe preta esl - carnívoro; a o 1 anibalismo, atin­ "sobre gido a ise in- SEÇÃO DE PEQUENOS bido OJUe por temor se hão dl DE LETRAS 1 ia para n organismo' a carne Procedeu-se, como de praxe, resposta aos anjinhos lUtil, injusto e inoportuno* das rezes a a dos bi mena 6 uma '< v mais do que por iimor" Os acadêmicos da exlimla lavra ao "Outro Q- ANÚNCIOS Ni o desejo alimentar polemi- 1 a mesma carne. entre os presentes, a eleição pa­ Padre José de Anchieta, n com ca com os rapa/es I ra dln • do da historia rurldoa de bancar o l MKMELIK. Brevemente "Devorar o seu semelhanle, c naquele capitulo do Lázaro, só um iiiiu que provém da mez de 1 dos jesuítas no brasil. A. O morto que nao murrea. Ileilliqiies I I de Imanencia da 1 A bola preta 1 re O ca­ tados do bain o d( ! MALDITO CLERO ielra que viça a p a ciência do Toninho homem nos . e da valeiro numero 7, Jayrae Adour sinceridade transferencia dessi grande elegi ia de sen- memhros. I tachado nâ.. gostou (Tango) tnara, que jurou bandeira, nossos de enviaram para um terreno in{ absorpção delles. comprar 1» i go ao ntinua firme guinto Iltivel que pela | | • alguma nova funda­ ,reul.ii lis ele. por Mario Pinto Serva i aramos com a de gO de seeii t.i: Io |'irpetuo ção; porém, se comprarem ai ce apreciação demoi do cai V. citou impropi icdades do au- CertO confusa ainda, de I Ia. gnns faça-se isso em nume de dueta I RM lirou ,-r.io uma potência, ou de uma alui 1 "Reuo ira tra­ I du companhia, qie • 10 no exame de Sei ->cia l*cnl- devastação • o é por Antes de encerrados os traba­ tar de importantes BSSUmptoS Uiros c de segredo, lhos organizou-se uma colida Bffl que dizem respeito ã Ac. lante d • nfio diz na.ia i ihre a II sr. Mario de Al para que melhor resplami Paulista de Letras, os acadêmi­ veu. outro dia, <|ue quando vê em matéria a espirito, que o ho­ favor d mausoléu que ; "('...: i 'o estabeleci- 1 cos (ainda vivos a n : elefante fica com "ironia táctil" mem 1 nte, 1 Não diz se a o entaçao rando de si no Ri­ para seguida para e ostado a « rae- «• com vontade de diser 'quara- "N5o se ampenhi m os nossos quaqua". é verdade que nas doutrui cardo, obra piedosa pn ente o sr. A Padre urbano "\ 111 Ihui • do crlminose, esià de ac- Barbaridade! Nem elef 1 piritualistaa dos Ciedade protetora di em fim nas ci­ lusidico e poel • ii o progresso iclti-,1 d« requintada transformaçi mães. dades opinei ' Augusto . que já no A sua companhia nesta pai >> < imitar a Deodor • lata, UM QUE SK DEFENDE dualismo realista das religiões MU certe/a os troba> o derradeiro momento Jesus I r Nosso que Os trabalhos da primeira re- o belga Venraeck, por 1 oncepeão sobre qi átos oficiaes morava outros porque sinia ' basal enferrujado íviliza- logares grandes, a nos pequenos a discussão parou durante o es­ dre procurou ii confortawelmente, o de­ 0 sr. presidente do F.stado or­ STÍ eslava como de passai trrrnV tudo da OOm i não linqüente durante o pffiod I ne putado \/evedo Lima. dl denou ao "Correio Pau li pois d ite ã renuncii "Como negar, pois, que o ca- conveniência da rest expedi I iro de sua pena. Sabe i-cinto n^ss, «*- nibalii (ativamente um Mais artigos "Cuidem muito em iS ha tanto tempo 1 debita sunnito, um gabinete de ps>cho- mie IIK fez o Bloco Operário e bre o movi­ Camponês, voton o passo enorme andado na evolu- /is viuvas, principalmente ri n da e esquecida da memoi ' ns Ofticii". r uliL mento verdamarelo. E outras coisas mais." Clinica eleitoral ú litcrali,: . QTal do homem, — mssas necessidades; porque com i ida". hi nnscem as religiões'/ Ainda Dessa resolução I m devida­ los R( I M i sai '• o pi of. .li iicnes Irando as suas habilidades num mente notificados o Sen 1 vespertino daqui. hoje a antropofagia é um rito das <• so­ — A : BCN o papá <• ii"i doi Outro dia, 1 1 lamen­ entre Selvagens (sic) nossos con­ Salgado, mas, ainda que seja por violen­ • do obediência que tetras jurij , as • tar descobriu que n antropofa­ temporâneos: devorar o inimigo Plínio Ricardo e Cassiano Del devião ás Constituiçoens apos­ loa no DOM gia como o supra realismo é uma lé para elles commungar; Piccbia. i m, lambem Inventados. — tólicas, contii , a fa- Esses viajantes sio de uma mistificação de sujeitos sern ta­ parte do corpo tem vírtudi 1 Do Açouguc. ria... lento e que se encontraria muitu suas: o coração trincado dá-lhes ta Monita, " cores, ARlSTIDIiS SU.VA poema antropofagico ou supra a força, o urague bebido conser- expediente en Io .ias companbl perfídia in de- lii as Manusi i ItO latino en ' ••" tas no nosplcli 1 a vida, e os olhos da Do sr. Yan de \ fora do templo reprehea- A afirmação é banal, mas ser­ lidos augmenta-lhes a pei contrado ei recebemos a seguinte carta anô­ perniciosa • 'lenlro re para tomar a dis'aneu que cia." (Antropologia, 118, 2." adi­ revista de antropofa­ nima: - s.ia.s yqe entre as rabricaa de São ção) . bliolecarie d "Com idamol-o a continuar cha­ tas lamentáveis tran bal ÇOraS religiosas e c uno Chrtstovão ao palácio Tiradentes. gia olução". mando o sr. Alcantai a di I n te l \ i D não sn a XVII Io e e„pe i n In leti i- -le- onde hn um lognrzinho para os sacrifício incipia e cnuihio, como SC pra- mistificadorea de talento" do PORQUE COMO "o visitador tinha ordens 11 a con- operaria (Órgão da antropo­ "Sola iludo Pastoralis OfficiL" que Iodos os anos andassem dois conter o antropofa > lendo I 1 a, sêo doutor, não é cora re­ padres assu Estamos bem no mundo qui fagia brasileira da ceitas grátis e berros cheios de car em di sobriga como si iu ? i Amei ira e Afric i, paia Imunidade* que se fazem as re- dirá no eco ao pé de Deusl de letras) na Bahia, li e ao rORQl ,I:M IDA" .... Re s dl- aa quaea tampouco nãu mesmo tempo jesuitie.i era esperam em Deus. (Cantiga do çairé) idoa, ivam esmolas :,, s ANTROPOl \ ici Pro\ ni' • , mus logaraa faa* director do mez: i lia nu e as "Nos transportes do amor hu­ nhifl de Jesus ncsl ADOUR i -i M iiuai \ Inbara com os cofri - i ns di lies lojas de ,:>pr- comunicado oficial da "Antropofagia" pesadi abarrotada mano, quem não sabe que osmettidas , pai . Uutros li itj.. .im dos produtos da gl amantes se • ornem, se de quizei ara incoi reduzii liem os nego<*iantes pociesiastioaa, Num pail CUltO si pia tomado por troça O comentário pudi- 7." numero crendice dos devotos". das sua de quem os Sagradas Caarti ^ a os modos e, COmO dÍZÍ8 0 pOOtO, hiindo de certos fornaea do Rio 1 propósito do alarma freudiano An. ales Lillernrii I .mi cs m.muao f ticlr dO Viga 1 II contra 11 simples exihiçáo em m.iillol das (2/ dentição). que couber nas nossas debeis escrita em latira por vários tirar, até o im os dentes ,' i .nu dei mi si" 1 t padre ponha p.11.1 fora, num púlpito. anonii i ei o imbuco. — ninado, para pOSSUÍI-0, para ah- esquecidos d .ihrcs i faseia-se ricos c lie ha- \o recalque psíquico da sua mentar-se, pai a unir-se a ele, pa- disposiçoens dh mas i constitui­ • .1 malícia de uma ubllca <• impu­ correspondência dele?" çoens apostol |U pek) comiiHT. i i ne de I i;i l.i' Mas os diretores des-.es Jormu-s para: licaeao na truis- •in,IIII o, etc etc." limento imediato do estado histérico A pronunciada tendência dos "Si o homera não tivesse sido o delhU, que sem lemor de is redatores que, a propósito da uiocente a civilizada "prova do Geraldo Ferraz indígenas para a anhop sei, pi nãO te­ • unindo, em IIÍJS •uiillol" 1.1 que Ioda 1 as n prestai ara sadiamente. Ia pobreza da fauna. ria pensado em fundar uma or­ 11 lente), procuram restaurai ura Brasil trevoso, colonial (açougueiro) dem ii | iai ido pai i s, meter den­ fieis: llmiv PLEKHAMOi', içnm ' ei uno •I imio gotejando ,• irentemente 1 ( i'i Ineipioa fundamentaea tro dei i". imitando os Numuli e seja na policia. caixa postal, 1269 DA KW IN do marxismo") j dantes qUfl ChriStO Senhor Nosso I \l'N-Mlltl.M. I I )IM.'M ) I )l . S PAI 11 O ta-f< h a B ' - M 0 Q U E M lampeão-antropofago revista de antropofagia "nâo pense que lâ aviso o dia da nós aa eweeettrar V. CAFEZINHO quando você nio caparar eu chago" • lalso ÓRGÃO DA ANTROPOFAGIA BRASILEIRA DE LETRAS aaadernismo, rotfto Unhamos e "inda lé encontrando rezando nio poaaa doe paru ar ale 0< ii mana Director do mez: Jayme Adour da Câmara •alenta na < de AI ti »as .1 co. Porque a • "Nâo lê trato milhor por causa de nio tar portela ata) aalrop >fa i é, como aqu : n de Boquetc Pinto, • de uma a Revista de Antropofagia considera o sr. Cristiano das Ne­ conta" ves um dos maiores criminosos de São Paulo. Um só facto basta •a. i ninanho, porém, foi i no até que pi i CAPITÃO, VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA, vul- u B 0 sr. para condenál-o sumariamente: Ter feito a Estação Sorocabana . que os bichos, Aitlur go lampeáo, 1 terror do sertão. Carta pro sarsjenta jnv. estende pequei em estilo Luiz 16! Essa jóia monumental que ficará para nosso cnnilnl no do Dúdú da policia baiana. c para a gozo da nossa cidade, graças á cultura e á coragem dos que crista i • I se curvam cemo escravos ante a Europa passada e decrépita é a vt-in agoi D i falai - idcalisn • com o n imance peroba d< prova do quanto a sua inconciencia é capaz. as coníusões do sr. Moita a Ordem Social i que í 'i" ms • u.i \ ida ma ' i indido Moita Filho • \ '•(.lidem', re\ista íuixla-ij In D dfiil I Jl - de MM btcr.i- i nulo, si ainda agora o sr. Cristiano das Neves, gaguejando citações e igua­ eontu do vigni i da sua litera- lando Miguel Ângelo a Bernini, vem acrecentar preciosos deta­ pneiredo, c* >•- i, nt i existe a ir. Pi itrodu- linda a , ,|,, OMJr[c .j^, drin , s. ali lhes á sua figura provinciana. j i agora con» gran- lavo Ba 1. 0 livro mais • • il.-ilbai.u. com a darei o I '-I.i I | COm Jii.ul.imc deles a dornis- sobre a arquitetura vitoriosa de nossos dias, diz ele o seguin­ ( inthéme, Abi i B dêjcs, ji saiu do trisie Tristõo de Attayos i, Io feita i o escul Lco oslava. te: "não ha arquiteto capaz de crear um estilo aceitável sempre Mania. Como - • .., d iplici que abandonar inteiramente as formas tradicionaes." dide, i com i rido n ' fuj U ultllHU eado i pi quatro i (iu eravoni o mas então, ó cabeça de vento, quem foi que fez o primeiro ou rini stá o sr. feriu o : izada o qu< ta tevfoo, a Mário de Ki ir. Mário de vndrade, poi [."estilo aceitável" antes de se ter implantado qualquer tradição o, coraaUbeiru Cardini; de infausta men comadi i lambem, e • livro tudo t alva, •.mo, ou naia consiri* i, con- arquitetônica no mundo? nssu 'tos orai ílciroa Mottinlia, para fabricar lio hor­ rnirrunle do íói • ii declai i uni . trata­ responde, professor! rível n «o. ,1o "Correio Poulistai dos nem muito menos i rios manual i I m, i m •uor d' da ttUtrUw o epi agentes pri Fundiu tudo — tudo por falta da • . tatu , a j ir. Une Não é perfídia, não ria igualá-lo ou excedê-lo. cantando nu crAneo desses i iva M-. Oswaldo luixiiri desenhou (tentativa de romance de praias de banho . HM I >s. houve quem censurasse antropofagia) U sr. Joio Pi I Dendês de Mmei- itro D. Vital", bons raaa- para o centeu irio de Alencar e i de a npssa crueldade. Ora, nus fô- irece ler pulado antes da Ingai, II mais bela da Iribo, da Prado, que também «tende de Spengler... préaaa da livrai \* penas, amabilissiiuos, dian­ iieiu nome de Van de Prado Al­ Antropofagia) munheca habilidosa do "terri- tomou • pelo padre Mottinha q II ra dt-gráo para as te i"o quadro revoltante que. RO meida. \.u ; iti ntar um original Eu DJ bile" Mancini do que da nossa Anchieta, mas Anchieta sé gosta­ so ier definid i antro- ante-salas do ministério da Jus­ chi i. 11 ^ • n - olhos. i índio do sr ra de Deus. 0 ameríndio comia .< processo contra o diretor respon­ s" Brasil, i Mc ri nos ini|fubcrea sável da "H' \ lata de Anti opofa- pofaglca", qae lie ;• bi tiça, i • v ii :i r .i íotografl i fiel du carne para sentir o espirito e men gfisto e recreio d<> -11; saquazi i, em omfuni:ü Io num gia". 11 islãu trex mo brasileiro. a cortar o dedinho • mulher mais bonita ura mói imenti 11 r^mo sisi ma de li òcrf de influem ias Como êle de Índio sé tem • do»pé do padre. O sr. Yau, que |a loaroa profanos pela coroa da com 'i sr. Mai io de Andrade. < • KUIII fazei um nomezinho como du Brasil MUI i.i i acolhe sou eu do sr. Teizi Çomeu-o, poi Êro, o d< do do i - • (Juer Uaatrar-aa na Cru­ sr. ' i mio de Alcântara Macha­ i iodei nismo brasileiro sé tem o ro tinha am calo. "arti^la". |. liilu OU-1 I direito, Ele falou em confuaioni do reformando i prosa brasilei­ Intermédio da lei de imj Pobre ' i adi to, que nem - zada de Crisl IÍI i. i .tulo Ia deve se pre \ iiisturi.i nio conta isso, mas mui dele abro mio •> fa ra, i pobre mu ra i venir 11 , histói i i qae conta a bls- airia romper B obscurida- soube o numero especial am iHiBra ., J i i mo de i i nieiredi influin­ i bis- de ojue eni obra o seu anonimato a irado tem le- do, através de outros pobres dia de antiipi u iu esforçado. Pai, portanto, radiferei téi I.I. ii para todos: desde o ar. bos, no pensai lento nacional. VII- reto boi ' ai ficou 1-: ai i ind indo i itai aii. A mim, não faz frio do "Inl ixailor oV.i- IM pi i um Honras do Vbraio. duro qae DI m o calo do pé de o nosso dii i li indo i dor 0 veredilu do Rio de (sic) uma VOZ Bttior i <" Ia de Espanha. BUac i oi que atruz dos que bi] Anchieta. : ou o de Gahreston. A res­ crever nomes mfeliz í,i . Io. (I 0* idente tripudiando i. ... redl o ne i •• Itéi Ia, peito de mulheres bonitas, \y."i de Di • i aranha; Afranie, da "Fnn., falam i rn ordem, em Idca- A "i da tribo ficou Sainte-G sfibi e nós i I Criai i mi c t l • Idade que os a i omenaal de i na trincheira d . família, esl i 0 indio D8< . per- que con Ima do meus olhos. • Io astral confundiu dhon cora o pobre Prudb ' s.lurjidt, o cul. ,i. r ,i i omnleta i a li­ I th). i iaeo do um i naani ura, a mais Entretanto BI>. d. E, sobretudo, uni imaginosa desti mondo. 0 sr ! Blio de um : gordo bi deiraa de üe- teratura pela literatura p qu mdo vai dre que taxou o concui civilizado pelo Brasil. Síbb o dis­ de d i Van não foi OUvMo COH suas práticas de imora su quefoi. m e raole dÓL Ai" hi( I.i tra­ tiquario e rendedor Inti I farce d: uma BMX • zia santidade até n< •ndo muito. Por Mutlanda, a "vu ul epera Italiana, o paasadisii olvente dos de velliai ias de iodo o sabor ar­ A moral i eligiosa lei i •aros, ônus retrogrado, mau re- l e ruim, :i tístico. Nas suas costumeiras via­ a "grippe insofis- oportunistas Este p M MU gente logo sabe qoi u obsedante da ca ttidade. CALISTO ELOl. adonári envenenai Ml \ gens os estri njas, o proprietário itro riatto (pag. lugar d venturoso vem sempre com as nte. "A descida" eera a tempo. i [uando ( i quizi • i. — . dedbdto de pé de arai Piata (Jaaaa Smi -II LIIIUS. undos, malas abarrotadas de quadros, uiiriiv tacebaOi o dr. Xavier aa pseoda objéctos preciosos, livros únicos turba •• vilipi adia i UMA HISTORIA escute as bobagens que ferem NEL801 i OOT. — tudo c simples da bi li ia c Oliveira, «pie cita Ana- »am, para bem de todos o fel! i- dizendo. M i i í> m tgradeca para o alem am aede geral da nac io, (filho de inglez) mas. Evident( do alto do palpito não pode R- nenrsfl «i>nfj. VQ >: lod academia Pau- lustamente i it( i i:a bis- tu ajadJuu a li

do taml •••,.i ndrade I SOBRE A ANTROPOFAGIA tanto i d de. i reio que nem í ibera soam moderm. ir muda de ideas i uin uma ilidade. .Sei i o neo-indianismo de hoje abandonou todo ro­ r. (I ir dus seus 1 .1 ll:\ mes­ nlreiras, pa«. ante- mantismo indiano para chegar ao puro realismo in- mo I atl hojl numa mn a uni pio deram sobre o i orreaae doa pi rlor, dianista, com a preocupação máxima de desidilisar, principi tranqüilo, poi lodo a n undo do de despopeisar os nossos Índios e olhal-os como são q i... êle Sen alld ii •i humil r.sao. e, tiui- ou deviam ter sido antes da catequese e da con­ i ordem pa ndo ou MUM.Í. JOSÉ" MARIA. fingindi de quasi lo­ i com as aa quista. conquistas da liberdade cristã a 11te de grande I te, ora •Ia \i- atianasta iio dever iutro. No D» Tristõo de Athayde iki material que • •i'J 1)1. l'A(,l diante da lei, a conciência de n,u« dernisl é possível faier paciftcaaMsi I i inteletoal, doa os ateasadaii i nic tal- ramalhete de flores espirituaes a Familia li humana.1' intimação ao sr. Azevedo nnho papel lellllin E' di nte de eoel Iniciou I para riu. E a realidade n lendas, CO* ovimento univi Amaral todo o mnnd i Revista do detcnnu ligidas por Barbosa Rodi Poder de rira- MARX ODJUAYL Bso i l • AK-ncar, o d "Centro Dora Vital", • U ser o sr. Azevedo Amaral afinnuii 0 se- orglo ' hipcrbol ira qui m qu lar. gninte: "a fibra eficaz e dura­ está mais próximo do homem natural quem Azevedo i tra­ Republ doura da civilização (pie subsiste balho de aatodar o Indio — e a> inha modernista, Trisl I l ROY. JOSaV PIRAGIBB. come caviar com gosto do que quem se abstent de c que mais tarde váe florescer uita... — não ar- (membro do Instil i Ia .u ia, de < írto, a a 132). Colej álcool por principio. MOS esplendei i •!•> Brasil atual Jornalística nesse jogo perigoso ai, o interprete da ei Itka * é a i ateajai » paciente d de bobégeni mdl- iii' nli i aa. i 'icou i i <| ro, na Bélgica, an- NÜO e menus Mldaile que a Bernard Shaw o, todo tola pelo gl talento. 0 mal doa muna • industria, n Hahoi de Lo li . infamei I a juventude miilln ii s. .!• MI '.' o sr. Amaral ndi ncia doa "aterii 11", oi gai li i expediente Ora, logo adiantei o i. Ase* mental, i •• '• t ao lati s, fora DO próximo numero da revista * .iu Amaral afirma também — dia como assunto e nfl i li re dé para 0 penetra Cin do lar, am papel di cislvo . da 1 dele. I" lamentável! Intira Imcnte l da Sttl IIÍ sal d éle alarma terap — que o In- pois, a volumi so lornallsta a mu do üi a-.il pi 11 revelação Integral B menu *M) fl I i dos Interes- inomt- revista de antropofa» dar de assunto. A nfia 118). o papa verde fexad< i 0 sujei a du índio. quanto d..; medii eii . Me- o padrasto «b gia Lkru a catequese." Perguntamos, teu todos oa ínovadi P1RIPIPI, xos. B' evidente que e i então: onde ficOU •> gênil mu piai [J, di Plgt surdo considerar absoluta minas) (2/ dentição). •aior dos filhos de Loyobi í lias 1:1.ei I.I nalui' ntr. Cuneorduii COTO Pllalo tenazmente ma gl a sr. AaavadO Amaral coméle Sal".i ' 8." numero »inda, no seu longo opinião de um ar a [erma roma­ primeiro iulgaraenla do nald de I lai i ilho, 11 JOSK' OITICICA. no antiga, ou grei i aoaitos iin.nle imper­ (pag. B96). oriental te II Santa Oficio Intropol (Órgão da antropo­ doáveis. Por • deputado , da lo- (Da "'' Centra gando ás outras, constitui refere áí "i Kti aordinái I "s.ni dtn Ida, • dei i pernb iiental Drasili Ira, que sé histeria Ânii u di dea fagia brasileira caldadi ll BREVE dana a foram - > " envolvimento. (Aicncai i Goncalvea Di ra tun tempo O 1 í > de mn autor de letras) nbar. de lutar p.n a I II m. in MARX desconhei Ido deahnnbrarl o loa a i I! nvldo ntra o Br >sii pala. i director do mez: res tomava eu ra ; "Pd • alai provérbios brasileiros: para: conli • , ,\ illm da-pi Vciu ' ora Vppolinain u di nental de Pa inie no pmi, nu "11 h aa litcratui u i . liba. Do i mciilalida- Geraldo Ferraz ria, sal.ia I.I que "i li MI.i." i ifini, mfi li ' *"» 11 d (Da i () avi (açougueiro) i|in inevitável: o sr. - IRI i | Dl inlcli- caixa postal, 1269 selvagi Atti iydi ,V iii; engole. L | HAPIÍ • AM! ri 011 ,-i i I SUGESTÕES SÉRIAS A ACADEMIA \ ,\. REMELEXO tanto, de ura patrimônio, i ia por ahi nenhum livreiro revista de antropofagia Usponh ei, foi lembi «do que B ii milhai. Ela non i L SO* PRA NO*S) onstituida pel • 11» Di i Pia liia, Ulliur Molti ORGÀO DA ANTROPOFAGIA BRASILEIRA DE LETRAS pae capenga, linda é necro rülcoa i omunii ariam .1 1 livda sonhos e a o mlssfto, d< poia de levantai Director do mez: Jayme Adour da Câmara mata o bicho • 1 minado nui racha a caixa 1 MI doa ira. • unir Io puxa o ponto Pi ado, A espero da r< sull "O caso-Freud Indica tiro ao alvo atropelamentos por automóveis que dahi sem seriara le as raças bem vivamente como o e a cabrocha •. iços às leti as paul O «r. Caaalano BieardO) cuja "Secundo Marx, o mel mundo moderno é sir.ee se me 1elxe te o miII mia podia bem comprar uni revolvei di iberta p<>r nós, veiu »o calib patilia a saia ramente materialista." confirmar a a i homem ia nada pi 1 1 intermedia das relações il se remexe R0D0VALH0. TristSo de Athayde fóssil de Lag< teolheu para seu patrona na Academia sae de banda • (Do "O Jornal", de 12-5-929) CONFISSÃO das quaes a pi Imi ita Bartholomen da rebojando dá de anca. o indio trouxe, pois, uma contribuição pro- "PORQUE ME UFANO DO " rapsodo das quermesses par- poderosa para a formação do Brasil de ho­ nasianaa atirou ao papagaio, mas o funda MEU PA1Z" acabou acertando na eanoinha dá de coxa je. Ele dorme, ás vezes, na floresta ema­ Rotti 1, nada do reven ndo, P se na­ lem de comu ni .1 1 w tivo, es resistente antigos Ínti­ modo encolhe ranhada do nosso sub-conciente, amoitado si". M is, uma n certo mos di reaol- modo agacha d( civlll cacto é atingi- o traíico abençoado pela igreja reran batiaal-o de "poeta Passa- entre os cipós dos nossos nervos, mas exis­ .1 i, e 1 e r c a 1 Iracnte rola". modo espicha sua Influencia sobre as qualida­ • bravo tupj das fi- 'i o In- Mas passava muita Rentr na íicou na fio- Bonife- majesti palmares arrazada pelos lio mental Vndrada e Silva», e o joi^. quisidores e as leis da ínquisi- timenti u mis \lltio; te |l;r- uaiista me fala i elo) icrlencem aos ministros da catequesi * Per! D melapsiqui- rapo« das vinganças divinas, assim co i nte nu. como com Lnha ca i'i ' i_ gex '-*. Mas com (l ou um rabo de ai réiaj mo a* entranhas da vitlmi * assim as nai I insti ulndo, dôa a qu< m s tudo. doutra capoeira. Imagine a«nra lenciam ao sacrifici • corai 7. — Introversão Doas opera- i Isso ba interrompida pel • / i e ah- |iro delegada de plantão re de Mello. Repi i asil, o a durante quatro si i • o importada lidu D ilelcgado mo i influência perniciosa da I atrai da an- ei r o Tabu (üi int graça no conquista espiritual. Conti a . 15). luiha ela que assistir Ia naqueles Icmpüihoa ;i su­ ... soldado de Cristo- circui- 2. - Da i istigio, blime io da santa ma­ Cunhambebe i que co- * do poi pro­ On 0 rapo.-ira II." I t dre igi i o Sardinha. I muda das imental do i jeta aura homonte tel« • te acostuma- Dian li i onselhou m baa <.\.i Afi tca .ni, numa cal : quilibrin danado no meio infausto período daquelas aten- lias ia as plantações; um duma porçflO de espi-lalna de ladas leis e i ' loa ale Montoyo noi porqut era f I). : norteou."' - que i i mcll i • ra res- l-'«le ià dor* o anno ••>• 1732, a que Unha che­ nus de milhos ímpicü te de atingii perder tempo em chamag gada o csli uio das listas de au­ sa de i>< os, quem di i \ p ipulação < "ii- i Io o ia t< de ladra Ia. I-.IS tos da íé, - a inquisição — fca nador- s, das iCO, cujo * geral, li rranda o oura das mina* I oa dua- lalo i i não rabo da aparecer nos cadafalsos inilili- Contl mental. C.m- • ! rey.o corupira era quaes, mil em ai mas arniia pi - cos, em habito de infâmia, nSo tru ., mentuli I I ..liou di qualq ter teste mi i itt pela An- o antropófaga e a toda a dói uraentação de filoxéra, iior O jornalista tinha ru2i« (nota inenos de vinte e trez mil e ses­ Ira ai miravel Ipoci oci i i ontente que tblii a. destruída p' I do uvougue). senta e oito reoa recebidos*'. o próprio missionário t> • tianbra I que se verifica DO • do. «.)'! -ti DO lôres, os mu nliiiu subtiliii ofágica expediente real que aproVOU 0 DOVC euins, aros, Vencidos, mortos, , smaga- mento do santo oficio estabele­ * i' ifica- mem fora d Ia transforma- da cido pelo Cardeal Cunha tlôres; tudo quanta ha ai A hisliiria do Bi • 1771). conta ' amboa em literatura, nos , bjéto — revista de antropofa­ do Ercre. Não queremos i e cunta llsl I bjéto I dn Poi tugal foram vitimas da i ibncui is s, IvagcDs, pelo afirma gia OS iiiiHdiii- mo |u< . balizada por uma Inquisição <>s homens mais ilus­ oliveira M I (2.° dentição). tres da Pátria". "Qualquer pro- Não qi i remos liten como i ial Antrop u ., inda que dita no bom e beija-flores. Aqui tudo na mala ni. terior. 9. numero sentido, bastava para qui cheira. Não queremos museus, a "civilização" perigando eliminamos pela certeza episte- (Órgão da antropo­ nido um homem sábio". Todas B * Objeto. "*i i ai to circuito do sob- icninn Jesus (disse \nto- A fali moa - .i in- fagia brasileira nlo Vieira — ruy ' i liva. * falsa ;•• 10, Ul e á nu dida que a clvilixação 4. — no processo que conli a ulsamoa os inti usos, • 0 interior, lanueça a 11. "alma" é só de letras) formou "1" d* il larellio mneraônico-telepá- mos os impo tores, 11 Bn com a i surgir um novo pei a noa vi ai i ore de Fruta. I .isiall. a Ioda a virulência das director do mez: bo" "Bastava * quilombo izes rreudianaa e a sua * r. ,\n fundo, ADOUR judeu". "Calavam-se os jó. i is ritos de lui. oliveira VIANNA. lor ges- alavam- Contl ida. o tacape. àquela dignl t Lnalidade. se :is icstcmunl as". o nosso troféu de o ai In- correspondência (isso tombem vem lá na Re­ do inimigo. timigo. olivei- 5. — Somos transforroí pies horizon­ IS que i "i luta la cortes. Freire de A \r te de pedrada. para: Mello. . : ara azeitonas de nln Simplesmente. lum.-ão tem- Nenhuma convenção soclaL as que O.- gestaltistas olo examinaram Jeraldo Ferraz a Iden­ uma i nuva Rna qi i ;n que o lio- Digestiva. "O que porém mais revoltava • o historiador portuguez, 1 13. — Antropofagia, flasle uni- Tugueiro) tidade . eoineidentia mais inteligente que o brasileiro, im antena: p (diz José Maria ile Andrade na oppealtomai. o labú que B p t a que eu chan int. BO seu deus pie desse uma cliuva si Justifica a • Io ne lheatroa l li.>«« de «Jubas estava em caminho de ser cano- pos iva). (» mdio, entretan porque i O mdio mi. antropófago td#a em ai 1.9- nisado. ajraduando-ae — co cou na vida. Não se ufastuii dela. A LIGA PELA MORALIDADE curos. an mnnilaino ae- ereve Balthazar Telles, chronista i sobrenatural ao tuiiata. cntslgandu a Não tenho de mim vi II i\ ( 01 .ADORAÇÃO DE FAHK) l.t/. PARA A IA DE desça de «u dinuor da Companhia — "em rnortifioa- ai i.e ção e despreso do curpo". outras ANTROPOFAGIA") ilanmç. imdo Lopes de Mendonça. DamiSo de .ItnmoB ao lempo da um do» ri-rsogiii^Ac* aotlrulaa. nosso principio vem da tempestade, so­ l VOU a um i unidade: uii meloa ol:iri>s e ecoiiltoa da opprea- Góes e a inquisição de Portugal tonü de i loã|a do IS59. mos valentes como o estrondo do céo. inamba qui i -preaaOes vio- oomo boa ulllada dl ae Muasollni, K foi essa a moral que O dtS- JüAü RIBF1KO De todos os modos vulgares de •• | oento e a catequese noa SERVIÇO ECLESIÁSTICO l.ui 3'ejt erarle rs*. trouxeram. Na antropofagia, ho­ se subtrair ao estudo d antigüidades je como hontem, não ba dl huma­ '. du fosse, ti son (our; aiora nossa moral é gostosa que nem no pelai mlluencias BOI I 0 ar. ( rishano das Nives, in- II nurri beijo de mulata. Neta nfto ba vo moços dedicados I ei "amiga do Belo", eon- '-iruumera l'a- to de caslidade. U amaneclia morai • o mala vulgar I ale de raii a '"»ni a arqul- consiste em ali Ibuir as dil GEI.CVA, 9 li «a rnpa- Bwderna, < I i Os Li. .Me "D- mento i i livel substitua a cumpa portunidnde de exoommungar I mascarado. A banana es­ ter a di- aas. dcfíjuiiiin \totisu Domingnea é. porém, re- talada vem ocupar 0 logar da eonhecemoai ceei ente i o eau iiiscossau. lu i' s na ciiinfiiinliu por ttu iniciada para IÍ i.is.i Mia aaa • c arta anônima que , . i Italianas uiem a dia " i httoa •• velhos * 5u- ii>> ociden e nos dei (Stuart Mill). ndo pelo Triangnlo aama i i.«r- as talas mais compridas, pti • Por elegantl ha de arruar, i lamen­ .atnvuro com a te o 0| que a anlrop' pelas ru no joelho e punhos • bacalháo de (|(M >nmos condenar a Ignorância; comemorar o anivei na 'ipi- as veies .nu a intel Sardinha (Ju­ Noa vamos condenar a h nho) resolvemos Ira •da; êli ira a sinceri­ cer as sidos. 0 gaiolinha di ao de dade. > óa vamos con li n breve a i le M i< unai Io ae dirigia para a dogma I n lifil Í0 de quem nla mi iti >ta i" da oi I da ara. marqueza de 3an(< :-.imi o fabetismo poético d< l d.-, porém, foi informado de que instinti PAOE' MUBU- iqnlst i in alar dei ura da • mais dois santos i natural). CUTI ir' (qué o urrando nic- lr« d"id" baforai dlipoali; No Intuito de reunir o pi imel - Mini i •ini ah!" di' quem • qoã ro Julgamento deste santo Iribu- tiradi meamo. I .. 1-1 I» os milagre» • d - tejoa com inqm I • polSj OB seus furi- II Io u IMII livro i Io qultetura um meu. derna. peiori a ar. gostosa, contam, acharam eles essa car­ iher. Io B niachiii ne de dente, por isso mataram mais no an­ por mi pedia l.alil. II. dar do dia para manlimento. i A1J.UI • l,\ A i»^io LU a L ^m DfARIO DE S 1'AUI.O — Qtiftrta-fi 192*1 o corneço do tim i EXPANSÃO ANTROPOFAGICA 0 nosNO A S S A H Y i io M, revista de antropofagia | clube de antropofagia de ' minas geraes . ile le- batutas de olre ,ir (Especial pra nós) Director de junho: Raul Bopp. belo ha mi i - eal "i *lte l Oin "i voe " parou II i doa IQ IM4 i,n i mino i Ví.ir, Joüii i>oi Tomou A flcoul Órgão da Antropofagia 10." numero da \. qinlles \ \\ III ima, 'I lido k>as moi 2." dentição |i nii ii da UM ntnlldadc an I vem, do |ior ioda pai te; an Brasileira de Letras • ca. I o i i ;•• ührinhna dn bebida cor da noite. I In na I iilio OjUem nOS mania. \ mulata gordo pruxutuis, i-oiii pi imessa de coisa maior, com| i • o na \ Lmincnti n«vu o kanrfertikú ara i ocado do seu | um peneiro de asaaby. ilmente • lindo do dogma • i or- « adesão que não nos interessa "Queremos t combater o cara* Trouxe para easa — , no honam c 'i ande ler eriõio. ate certo ponto es-'Arregaçou as mangas da Huaa de chlu I por .sniilo» Lamoa Ua dias oin angu da estilo que publicou o chamado grapu ! Instinto ri ligioso, Pelo contrario vcrdamarelo, agora assinado por duas testemunhas. n nngeii a na no «a len a. h pre- não pode, sem retiwe» ,.-, viram que a rtatropofagia é Invencível. Resol Se afirma. O que se nega e o con­ o optimtsmn i der, ri ha . r l>. JS. veram ,, li uma maneira sinuosa c assustada, que- fim» [mprevidencia, o oblitei n< Quem vai parou Sofl e 0 mOdO, ao ver (111 rendo o índio anedótlco, traduzido de Chateaubrland e minuciosa o compreendem iodos oa dogmas. i ea!idades u poa ibilida- In nu... du, esti dea, a cultura a a n li [lão Itn- mente inexistente, i.' que eles aprenderam mal as lições de Raul , nsinam iodas aa igrejas. itual do hU Bopp. i cinos deglutir tiulu ,. . nobre republica, nascida, criada \ religião n8o preai Inde da isso, esse eriôlisino |M | 00 ltí( II ,".'' ' canta... Ani: mplesmente a ida (nío i ao tio I-;' larnl" • uma canção e alimentada pelo pabuto sucu- Md., do Instinto. P.ia é ora Feoa» que resultou no liarliarcl. Nos lenio do verdadeira ctiriatia- iiicm natural, anuni lado por lodaa as coi r< nti - da i ultui a conli m bateremos por tirar iH*« fenôme­ o barull da n alinha no vasllbaiK poranea c garantida i ela emoção muscular de uma época mara- | ImpulsSo, como o nlo nos Io '."'"• Sofra a muil dessa \ llllosa a nossa ! I como » ai" de oemer Xe , o homem natural que nus Queremos pôde tranqüilamente ser louca "Action i i ançaise", a se­ ' n hnmrm transforma o Ché. Ché. Ch* ., mear a discórdia c p desobedivn- brani o, andai abem pôde ser pretu Pura antropofagia! lai 1 a fai por >t1 le niii- ,. .,!.•• índio. Por isso o chamamos de "antropófago* e não tolamcnl i prova le que Minas não t 16 Ha- Agora cia põ--sp a peneirar • li- "tupy" ou "pareci". Nem queremos inutilizar a nosso ofensiva uís da quci ido l-rança. tnde wenl il, iiera por uma mu i I. em lielo llol l/.oiile. 0 liquido LI, sso. . . Sofre, sofl e c e ainda por Dlcogra>III is de tat ,. flnnorancio do ra**' simpatia pra i canção... figurar como elemento decorativi da nossa decida; Iransbordamentos lirieos mil oiilro- ilioi suficiente) mas por necessWad* Pari: parou... (De ura recente diücurso do sem iiü nos n poi tamoa i l; i em que, no acaso de Mano de \ndraile pela meni­ arcebispo do Maranhão, li. Ot«- deste continente, o homem realizava no homem, a operação central ,.\ r o ambiente atrnln- nada serelépe. Annibal Macliado, do teu destino a devoraçãa direto do Inimigo valorosa (trona. lor li i moa fi t, insf e"o • 'e ma ' i que entre uns e oiilios descoberta, que vamos renunciar o qualquer conquisto material du ••siá na i declaração hem i"l :•' ' religioso. • nem mesmo a possibilida­ onnunrlondn aos gulosos i i vitrol is usfixiante e a metafísica' de de um paralelo. i livro "Literatura e Polí­ R — A naowlo da vida do inv I|Ue o assahy tica", " :,,,• Sem queremos como oa graves meninos do verdamarelo res­ . B morte da reí " i do vende-se ali... • .smalo ia. taurar coisas que perderam o sentido a anta <• o senhora bur­ imatica, o contendo rio • clube de antropofagia do ire ris . crdamai elia» guesa, ii som i" i a Academia. Tomou assaliy: ficoul • sr. (jenolino Amado, ,'or O que louvamos nesses cinco abnegados dedinhos da mão ne­ n- • ! -Lu, t moral. F, a para nrtd nids tem que ver oom a nosso mterajvdio, protesta conlra gra conservadora é uma coragem — o de se declararem susten- A geração nova dO para /• uma E N K 1 I) A essa Inclusão. .Suma foi, não è laculoa de ura ciclo social que desmorona por todos os lados e •e1i"'ãO. das mais 1'igOrOSBS dO norte. K' (Belém do Para) — disse-nos ele, pegando mima grilos de um passai" inteletual e moral que nem na Itália está a mais bizarra do Brasil, isso A revolta I :o do ereera- (Ôta assahy bom — NOTA DA REDAÇÃO). figa — nem será, lenho fé em em vogai Pand ,-r-.;r'or i'- " -i i"*o. por ama questão etno gi ESMO gente Ignoro verdades prlmariat por exemplo rio do instinto sobre "as faeul ca. A" mentalidade potente que n ,i ilidade é porque no realidade não pre­ d , alma", coisa abati ato natureza — através dos natuia- tende restaurar grande coisa do passado vencido O professor Vi­ a] n'a a i listas - plantou em cada um dos A ANTA MORREU, VIVA O TAMANDUÁ! marandiba cente Ráo esta oni afirmando no Faculdade de Direito que a carta motcaçZo dogmatic sens elementi nde um A anta morreu de indigeslüo retórica. Quando o pobre bicho (especial pra 11 vista do de trabalha I i i àpio da organizaçj a sovii tico. B é pre­ velho i ilffc m i i's|f: '"' " '''" espirita de diapersividade que ( Inbe de Antropofagia do ciso um possante tracomo para nfto se ver Mussolini dando as ul­ viu estava rom um bentinbo no peito, discursando pela moral MI pode ser eompreendido por i Liga d- Senhoras Católicas. Caindo em si, de vergonha s.« Espirita S mto) timas tocopodas na dirá agonizante do papado. quem viu a omazonia. Quando liem de SÃ decretou a Os verdaraarelos daqui querem o gi ravatura mo- — O dogma i ondas í atou. I' in por ela. li, , Ia le e ã ratoli- I ' .... , „ I Para que desenterrar a anta? O que ela ultimamente sofreu -' n< 11 a contra a antropofagia, os ml, ,i i da europeu arrogante e idiota e no meio disso índios do Espirito tudo o guarani de Alencar dansando valsa. Uma odeslo como essa torturante do inferno evon ha poi•«•seniplo uma I, & ^ ^ um desrans0 no céo au lado de Tupana. mlico do absoluta iam um filho dele. não nus serve de nada, pois o "antropófago" não é índio de rotulo teratura moça. Ho autores pro- an|a Vl rdade dos fenoi S !i Chafl inão de ba e de garrafa. Evitemos essa confusão de uma vez para sempre' Que­ I, ns é uma expressão Iri- •••'-•'-• " ! ""' ;; * '7' P„r lL Cio qoeremo. anta. oueremos lamanduà. O noa.o bi- como o bispo Sardinha, foi gos- remos o antropófago de Knickcr-bbcUers e não o indio de opera. ii o caráter de uni "HvrO. "A",; ! .amandJ.andeira. Me.sa bandeira é o tamanduá. I :r mesmo, esludem primeiro. Akmdoneni essa me lhe empresta .- teolo­ absorve. Se metem no politlco. Ele e"t«ra a llngn no terra. par. chupar, tuiano da terra. | Iro as­ "ausência do universo" que nós acreditávamos fosse o cândido pa­ gia sentimental. Jesus de Pirono- , pá,, nos nove no.. I'm- As formigos BC gnidain na língua dele. mordendo, queimando. Lie j somo de íodepi ndi ncio do trimônio dos srs. DâciO de Moraes, CrJStianO das Neves e i;. dn ia é Jesus de Pirapora. Tanto n engole aa formigas. ( diabo. t>> "' ' (Souto, mas que agora explica as bobagens em tom de coalhada ,, tro """'"" r.v. lomal de ídéas Jovens, e o Tamanduá abraça fincando as unhas, matando. Como a indio | 0 seu pi an . dei initivu gol­ (|ue enchem o relendo manifesto. n â i ti ponto de apoio e de convergen- com o porlugue/.. lile faz ansim. 12' o tamanduá. pe de i n Entre oa cinco versáteis, ha um que estuda a queima aa - une pereceram da oaaa cl i de quasi todos). Rapazes, vamos fazer o nosso caxiri com ele. Ira .. obra dV conquistador pestanas na lua importado de todas as sabedorias. i" B a mfcrn i serio rm branco. Mas infelizmente, do grupo, quatro não acreditam num que ns uma pn "", r% • tés se revoltaram .nutra vale quatro e este um acredito na inteligência de quatro que não liril. Pr- ;"-• ' Inde de amar i'' uma espécie de ejearação pro- a obra i omendn um vale nada. Coufustonismo típico. Conseqüências do berfoivori&nHj i, atormentava o pntniiw i não desse protesto-ta- . I graduado du catequc. -e. que, no manifesto, distraidamente eles defendem. Ma ic. F. OOtrOS eatolleos. peacão de õosalanos t Menottia iníroüto da odysseazünlia Depois o Bsiiii lio Sento orei* 1'ORONOMINARE. ( , D< outro. Sincero. Fundo. Ele* Cernandea (Üoutinlio P/ens <• mrii "o do» ' r • hem, como nos. a es- fidalgos i.ri- HOJE TEM "ANTROPOFAGIA"? niti ' is favornv is sol os elc- por PATER o ST. Tristão de Âthavde e a il-sf:ivornveis. Ommdo 01 '., o. Idente. -\ mentali­ I I IM SIM SINHÔ! ,,f ,w dade braftantina. '» tal nHidernis- um na Imra da (oncmisla da 11«>— -,, r.,o o :'" ei > - Chegou então a noite de ver­ Começa a Kahir de hoje em mo eatotieo, (I unpe.iallsmo. A Dois oaraihas pularam conlen resta t s obandonaraiii no mo­ vtndnde protetora se inverte no dade. mento em ifue foi oniauilado pela Pnma do Espiritual deante, ás quarta?-feiraa, a "Re­ PrO do hdin que não foi InvertcbrolUlade nacional, r. mui- tea no lerra .ostosa. E entraron ,,, que rasem pelo malta i dentro, um delles O llplti quieto liabava fiapos brutaüssbna *iu meii fi- 0 ST. iristão de Atliay '• pré- vista de Antropofagia". • io: o demônio crisUo, do rnandioca emquanto os ibi- 10 lodo tentativa de des­ muita eml orregou dnmnado no tirtrica. rlbas iam se ncccuricnrio. O si­ I ia ao. mocinhos carhx as a ne­ A interrupção — verdadeira A italia­ , Ribeiro, Muni/ Barreto zendo sempre presentes quando Os rapazes que aqui et UlbO mais de li dolans poi — Quando n religião abandona no moda dos rarnihns cnn- voltava do ecu pura o seu Icju no, o alemão, ri gyrio, o polonês. I ventura se deixando envene­ e ando anula suji lia as n piano reil i ira se fater obra e Orlando Moraea. Oito. Isso sem : laia ui B resolveram par. A mãe lua ";crou "nlão I-, lodo essa gente, comiu/ida na.- por eles, otravez do pensa­ .as de Imaqinaoão, >go de Inti I contar n .lasse dos antropófagos por isso lomar conta deites. para o sol criar, a lerra, os ani- ; Ias |,,r |g dOlflin idÕl as ila IrT- mento de Importação de alguns cei tos bomens. (juando me visto cia. mis' •rm, se torna elemento le-fomilia (que dfr-em que Mas o velho flCOU chateado moes, as plantas e o homem. r . foi mei Milhada no luiralha- escritores maçudos e ma nhar, no meu desCa oravel a vida de im Sfredr^duÍ^âgÍ;! nstaidinho, pediu um d- Ms o homem nfl.i quiz que •> mento ial. não sabem qm- mal se estão fa- oficio de encadernador, 12 a 14 Carro e deu 0 fora porque linha M o criassi-. Então elle flco-i Brancos •!<• Iodas as procedeu* cuia necessidade Rusaefl proí Ia 1'roenea, etc. I udo. 0 Primado do Tristii.no «li doures por sem.ma, e sou mais ma. l;.i" simpli-s pi ei-oneeito mo­ que tratar (ttrrn negocio impor- sem falo, s(S os bichos é que fa­ elos, negros e índios, integrados \lande é a Inquisição, ti' Pio .ala. Se eu sou bastante ral Como o mmanismo. tanle pois os jesuítas iam aehar lavam r sabiam mais do que o a ronque, com violeneia, orma- Vil. E" d enciclica QuanlO cura íorle para exeeular 0 Irahalho de homem, emquanto clles comiam — Tanto a • "mo n clube de antropofagia do oi.e I s gnrya eram filhos da cor- ram o povo espirilo-sonten.se. de Pio IX. E" o S>llabus. O seu um homem, não 11 ia razão pai a rnpe"o. as planlas o homem se alimen­ fim é o temporal. Nele 0 espiri­ Intuição sensível à intuição en- ..mi|iianto o Brasil -e que ii, lir-me lambem rio de janeiro AS PAIXAES CFGAO OS HO- tava dos vermes da terra e de ir a mentalidade eslran- tual é puramente acessório. Or­ i não resistem ao sistema como um hoiiiein," (Oa represen­ MF NS E OFFIISCAO OS padres. Mas o homem geirO o gênio l.spi- namental. O meio, não o fira. métrica antropofagico. Comemorando a passagem do nnsceu operário e começou a tação de uma joven opei.u | ENTENDIMENTOS ritO Sanlo, não sv manifestou. \ i vi rtc-se aos incautos. — Alma rara nós nfln é a di- aniversário da deglutição do his- fazer massas, cacetes, bolas e sa na cadeia de Broockbn, ao Então os Ires enfurnaram nos tripartido de Platão, nem nexos. t>s snimoea ficaram com Na i COgitOU de arle c d« lite- JAPV-.M1HIM. presidente Wilson). po sardinha, (fins de junho), os a p. SSi nem e in­ antropófagos da laba i caminhos com cheiro de sol. medo dclle o ensinaram o ho­ rotura. Embora refletindo, mte- baixadOl BoSdOrl nascera divíduo fisicopsioul Mas n.upielle dia ia haver mem 0 usar as plantai e appli- ;,rito. iro siili-nume- ojualojuer coioa, tanto asai 1, TUC gralmcnte, o que havia de mau para a vaia livre, de filho das sel­ lho mnemonii eneai- ro da revista de antropofagia do cor o fogo mis roças e no ass.w EXPEDIENTE vas, DUm momento em que 0 ICU s.iraaunpieea não .tarava aa rai/is comestlveia. avançado cm uiatenn de un nta- i eiijo rio de janeiro, a eireiilar no dia rii cantar. I houve mesmo umn lidade, no Brasil, não tentou de­ Este é o 10. numero pau, nem o litoral ainrrieullo ja não Btlnge mais que uâo comportai un oa costumes II de OUtUbrO (dia da Amei ICO lenlali a de deglutição. Poi que .1 formar o seu gen o com peque­ mu simpli s hoi iaonte de pedrada, não descobet Ia). A anta ensin.m-lhe o uso «to da Revista de Antropo- dos autoctooea decta terra, 'li­ \ geni urdo dos fa- onça rtamnon a correr no céu ninas manipulações ortisÜCOa. nha, em pleno trópico, COIH 3.S ntr ia do sdl a por volta das dnas Inhame, a perdiz, do mandobv. , que "foi al­ São seus diretores: Álvaro Mo- o cachorro da tavnha. a onr a Picou quieto. Mas praticou cora fjgir. (2/ dentição) lc tempi ratei a i sombra, ajuesi que t lia pega mo* ma". Pura abstração. Atoli f lovis de (iusmão, Annilinl da mandioca e o rato o BSO no deslumbi irreve» que se vestir á europea, cora to- iiatiea quiv. | mo, si sol não escurecesse a E» d;rector do mez milho. EntSo veiu o castigo secretamente. a solae as Ou i Machado, Jurandyr Monfredini, não 1'hlaaae a bicha... 0 bocha lambem prós animnes- elles [íaui Bopp. A corres­ fói a, c na se ato ( , ||ppe de Oliveira. rei mOÇO brlgOll nesse in'erlm perderam • Bolo e o homem obra da copia. Tanto assim que pei som íidade índi roav» I, — Hoje mesmo os sábios qoe Dente Milano a Osvaldo üoeldL esraiba, por oauaa dumas avançou neMes e acreditou na | itoi ieii.se, in>L- interpreta, pondência pode conti­ delido o pudor 'aqueles que O - que clle diss. prehendlam." anula andam errados já a< forca do adi, dfOS rriaitor. ma­ com incorruptível fiaVHdade. o ., alma fundada 00 I cpianda clareou nlnRucm mah rido da lua, mãe de tudo." nuar a ser enviada para "O embaixador Bosdarl f viu elle. povo espirito-santense, não vai ás Como demonstram 0 f( I Acabando a historia do conti deu por achado pelo que dele di­ da secre aria de instrnecão Ficaram de novo os dois conferências carêtes nem aos Jeraltío TerrzjL (açou­ da cati dor do alto. lanifcram os mar» ziam os jornaes. Persistia BOI olhando pra eima. l'm ineinhiia rás. a enrne rolou e vieram as mãos eopetacnti gueiro). Caixa postal, -eus hábitos paradisíacos, a eu • -, dizem ei* do estado do espirito santo lavo trepada numa jnboti- comidas. Defende-se valentemente. üseJ» n..;mo pude encontral-o ai — Mas a antropofagia • i i abrira deu deu uma bannna pro -.269. sando o corredor do andar em OS SObiOS. Nilo existe "alm.i , UMA CAKTA DE OABCIA DD Um disse pro vlslnho: "*a BOOIM vivem repleto», tiiuuitam, aEZEWDE elhs QJU morávamos, inkiiaiiH Qtl 1 1 AJfANDARI? \ssim elles ficaram meio abor- carne do bicho 'em os qualida­ mas as companlna.s de U-.itro CDS» vontade, tal qual o vira o meu Nós aqui somos pouaoa mm boBI recidoa com o continente t ta­ giiin aqui e lrarus.,aiu. bom sinal "valei de chambre". (Bondari, o O Espirito Sanlo lem a vantagem oe des do bicho, quem come onça \ ralin a dO si . (.oi lho Neto Ubirajara — Assis I üiateaubriand, do rio grande do sul nflo estragar lulentea cum munlfsia- ram pra praia cantando "va.no fica brabo, quem como pregui­ .Num BSevimentO mental, porém vamo nn praia passeá vamo vê ite exei ci( to reopira- "Diário da Noite", Ui-5-192!)J çoes do amor ás lelr- Nunca leve li ça fica preguiçoso, quem eome como o da "Antropofagia Brasis CARTA DE AOO0STO MAI EB a barca novo que do cêo cnhlu mas um tanto parla. -Poeta Crl»lin.>. BSO P.oilo caU fi­ , Agora é que eatamoa for- jacaré fica traiçoeiro, quem co leira de Letras", cm que se pro­ .o de loNO qüli lieiuar o muridu o pcascail. B tem gente de no má". cando uma «specle d« suplemento n- ladraram numa rnnôa e foram me veado fica perdido, sô eoir cura libertar o gemo do Brasil nos romances do oitimo ternrlo do Rio, com o oicnno «laie- niuim i".n brosilldode. Figa! filmando uma porçfio de ilhm o bicho homem 4 que e ao con­ de toda e qualquer deformação lieleno do Maranbão, a o resul •itrlpiilnhii» beatna. Acabvmoa O "Dlarlo da Manh*". orgun ofi­ Nn Tapòra de Cunhumhrbe »o , Io foi n SUII morte por a ÍÍSÍO Um antropófago recebeu men- com caaa burradaI" cial do Estado é antropofagleo. Ini­ trario, quem come um malvado brioamenU decorativa, Q Espirito sáo honrosa da Academia Brasi­ par im com Ires franceses laza Dal por diante, todos passi. a CAltTA DE PLIflTIO BXW) ciarei domingo a nossa pagina. Stan­ fica bom"... Sm tos so leni i. livros do ST. I oi lho Ni to leira da Letras, dard puro o DIÁRIO DB S. PAtLO rentos chupando ronno e grilan "14 UnilO u mowlmr-iito d* vocía. s O caouin e o cachlrl entra Só tem .le formar no contb> itavel di.sian- Preud, o que vae neonleccr? 0 revista, alem do.- nomes OToladOi do "un nc r " c pas". Nunca ae íc* no Braall ooiaa do Un- rom no Jogo e a espécie jogou gente «'• vangu.n da. i i a qm- automatii ia reperciiísao. A.nii SOO PoitO Ale­ na Uala de voei», lemos mala os se Cançndos rfe remar os dois ca ar. II M gre a aiitn.iiiifiigla está acn'-1 como um pei se. emquanto n i mu, cntusl ismam. Rapazes, • i o grila TI . O cóu estava passando um Ia portu­ i; il O índia vai água rio mar fatio Mio MM no com capa de • • • i;n asnl na cabeça da serra de guês. 1 planta dos pes sm-giu Aphro- diante! o ar, Coell • i i.

^povo Incapos ds llnvr a sus «I • direta e necceaarlafl do homeni com o seu mele Brasileira de Le'raa 2.* dentição vUlsastao doa («nomanoa locsee. ' •talldods. s -Ue. mm fisíci». Por Isso uto reconhece t nem to Miiinl qas nto Unhamos pae- »-ulü sar preoideM* «a NpoMaBa, velh:< ;> tfagogfa que pleiteava a uniformidade sado ds porto Uvra s fsMorla ocl Povo Wirapss «a as ap«reeb*r das da alma humana por meio de um modelo de alma poaaibtndadss qtae o r»«!»ioni. arrepi.nj. eniêMva ior ela organlsado "a antropofagia, com o sea ssn- as ao ver a prodigiosa "rellgenria m tido profundo da br—Uldade. vaa restlsadora ds Mnw4 - o matar homem A frente com o ta«spa s com oa il americano - a ponlo (Especial pi; nós, VÍI licfi, dssbisvando s aanUaho de leval-o ao ndlevlo » 4 namlIhoçAo paricoso qoe tem noa d—oiisatla de uma fnlein.-la flnstirelro. GARCIA DE REZENDE Bastam tr"n\ que sAo os dois malo- rea exemplos da nossa Maioria.

O nu • Elles ao nos I- fora a respnnaablllsar irr-.nli. das MI,MS . auto Cullhsrmlno r«aar. Acqalllea Vlvsc o OrtaHauao neta ánknc** Inre-rkirldí^a violenta i liando, pot tanto, " pi onum ia o Din-nse Filho, tm elemen do Brasil em quirtqoer terreno da in­ ce fero manto do nosso gênio, é n •o ds jovens e vigorosos ds ge teligência animai, a mente nu oi pot ado as ronquls ruçüo n, na rua. no dia Isto , I i qua I As I 'I de cnlluru r Já que é Impoaatael um terremoto Bcontecr ao homem III.IS l|l, que destrua tudo isso pnra se refazer do roov 11 , ljnaoo n.' Hnivil é M i envi que s;'m -• queriam oa demagogos far- de Minas marcharA para as grande» logo, ; polenclnlissi- di atraídas, <> índio i dodoe e «ivla - a«Rro urpeeto oUr- reivindicações do Drasll-braslletro. um | to di manle do crlrtllsmo brasileiro — a. ne- Como se verá pela eaplendlds entre eobre ale destruitj oaasaiio 4 que. som msls •orarem a aparente. vista de Joio Dornas filha, "tal auropeu, .i'iui. depois de algum menos perDostlcIszno, uns laaramos so­ • ntra, siravfcs do bacKr bre esse material hérnia no • sulluml essa rellglftii "cujo pi domina oi H da 11 lileiroa a-1 edito qu -•. pelos quslr<«emos aanos da furidament.il é o aii.i,ullamento tísico r sua i . Ilsillu Infelicidade e deeorlentaçio, s dele ti­ moral" e esse deus "parcial e Anul.i •>«• C " I M voltarmoa ao Índio, i remos s aelvs ds pstria nova. in que os descobridores sco- nu Mu­ A antropofagia, oom o seu sem Ido vardavam a revoPk, dos nossos selva ro in.iii-i ial humano pst ,i a < un uma i de bri.s1lldndr. vse A frerna uni He liu iladea modei nas <• da aquele rapaz de calças de xadrez, -, des­ mportnr, com mo In bravando o rsminbo perigoso qae tem adealrmla <• viril > ilis Iduo. do homem bi de gravata sentimental, — Antes de mala nada, é neceaaarU nos desorientado ate u , ganiu lormlda o índio aprendi u in duvida, a da "eacohi me dava balas de alcaçuz contsr o que seja "crlôilamo". no m«» E" preciso que tudw orosllalro e so vel do nuio aiiiliiinli-, r a tet igiea". ,': vista. E" o di>, • os moços — porqas os vel lios estAo e agi: as intclip.cn lar, ui e falava nul de mim. com a terra. E' s pregues, E' s opti irremediavelmente lasoxlcadui ds ,»• nrisiom humano do mlsmo exagerado e aem ruma. E* c trangioe — se resolvam s reagir eoafl liinoa i i Inu humana da legenda e figura de Pagu peinosllclaino. E' a desorganlsaçflo cul bravura s som foruo. porque o sliua- humana. II , faina b hoje bxomprcan (Do álbum de Tarsila) no bacharel. çao 4 bem mala seria do qua pensa, Idvntii \ prendia oa meios, cmfiu ilidu. Tuilo Isso < muito velho, sem duvlds digo mal do qus sente s nosso . cas. derramando na toi 11 ie defender da DOU Acabou com o apoalolado de do pelos Jornaea, é berrado pe­ energia ronstmtora do novn CARTAS NA MESA las tribunas. Mss. caráter destempera Conosco pensam lados se novos de exemplar liimunu da In asilciiu. do somo o nosso, temos ficado só rcsponsabll^-de me letras m NOITE NO CABARÉ de quem Já recebera as aa maus signifi­ as suas qualidades l>ai I R ri deformadora da Inti I mente a gritar, nem aplicarmos o re­ cativas adesões. rudinu n nte, li­ menino, na : da tua os andrades médio. (O contrario Anulando elemen brando illdade, em eoeapt (para Oswaldo Costa). oonhecldua. qua Vencer ou aer vencida, está neste di­ se dividem lema a nacionalidade. Ou Imponnoa a tos (pie entram na foi maçao du aj suas possibilidadea de dinâmica e sincera. «em gritar.) nmi n seu modo d( Aproximou " menino das rcall Trea typoa hara-eaaeoura nprr- (O NOSSO COLABORADOR OS Basta i!f noaaa vontade adormecida, ou - braslli KBCKBEU DO impostos pela hipocrisia de u , tO a ê Mia : tbsolutaa r ulvantea que inv.-Hu mortalmente o Knrttain Só o pa.rluniei.lo do aegundo Impei-lo apurar, apenas, em (•••Ia a tua DRUMMüND DE AJl roismo que I-AO existe nem aa passi­ c o deslumbrara, sem se iiuisruin in ru.s ; >A falou que chegue pro reato da nos­ VlIalM '.d llll DRADE. A SEG1'INTE CARTA. OB» vidade insidlosa doa códigos. aquilo qne ano e COlcctlvidade. Afinal n sa vida de povo-papagalot nialiii. «• Mina In na Condirão du nha inu dl da •• fia p ante apll i . ia que te n i r^)): Mos Impormos aoei a pai e eom a índio. Porque o ind Oo que v. me conts na tranqüilidade do livro brasileiro, Com ia i Ida Ihrre que i nr iosaa c suliiii | A historia do homem no Brasil é mal de pm • orajani- ria sobre a Revista de Antropo . instruetora e eaima dos exem­ ca da qual a nr numa rondu d fugia- Tiimbcra estou dente da revls ilesde a carta de Vaxcamlnha não cr Inten­ antropofagia. Re plos da terra. Luta acesa s viva da gira o brasiti -111 • a noite fnnclot leio sempre no DIÁRIO DE .so eplstolografo. sem o mala ção ornamental. Representavam rid ide da animai Ideaa emane -.adoras. 6>m saque. Sem Uai romo n meio fiai porque, emqu i ÍX) (a propoallo: obrigado pa­ Insignificante senso das reslldades. • i qualquer violência material Io a tua tuperlori olado do mu humano que o Indlo rep i vam pi i nas de dl la remessa do jornal, que só poaso poetou uma carta pachòla e vasla. que O* Intel (uai. qv • so poderia anular dade real na luta e n \ eraOi lijtoft I . rui linha reta, pa­ cima do telhado, oi H v.). Agora o que me re­ é obra prima de cansaço racial. oa oooaurumeter o nosso aaforeo. liatencia de pelejas diária* á «nula de ei a que ra a i i\ liisaçfio. Nem ttll( ilo Ar- cuso a tomar conhecimento é da aa Enquanto envlavs a carta A s-ta ma i humana, é claro contra a floresta e as tribus ini ia em ai. Nao poaso o Jestado Venturosa. s maruja esfulmad* | Inlclavs c saque da terra, furtando aos Pekj que se viu anota ligeira entre­ que «----a \ lõh nla cooãtruçio or­ rnvn o cbfl| O qu« conta com a ade­ : || iiula- naturaes o ouro e nr mulheres. Escra vista, nao 4 difícil avaliar a estenaso gânica nio de re­ quebrar copos com uma lentl são do : i e que ainda dentro do houwn vlsando-os. Acovardando-oa com ama do tnbalbo a realienr. 81 noo conse­ fletir A orient içio pedagógica dn Uta digna iii I CulUira unlversallssda e frágil presenta Baudoalaaieà hinutisme e pre­ Tirei o doa DOaooa ". vendo aa suas dansus tlpleas. I ii ineralura nAo vale ant i numa ipurtinha ..Io e<-in a Mm pavorosamenle guiça. Tudo a que tem infelicitado a UMa poema ha a notar como. Irataiido-se de assunto eabôclo. difere o nlaada. Mas aqui nAo se traiu rrufidlosa qne Ia conquistar. Um bsahs pais. • do vocabuiurlo mulato dos poesias de meu "O.Ul rum de amlxadr. •'• pura lUTuiur, Uu.nl* plot .! rei. por mais coblçoso que possa ser. 0 aiolismo — come a aatropotagla Lcmt ranças pra Iodos: Oawald de Andrade, Raul Bopp que I riu ioneutno) • nunca seria snpts de laser s qua t> — 4 um intento HMM vi e o Oswaldo Costa Aqui sempre ás ordens. — ASCENSO FBRREIKA. I mulo e lemnro tapado wrom FernAo Dias e Barba Bata. t rallgtoso. msa aem estranglee. Rerlle. 27-6—8». i-r escrito a respeito a aigiixu Literatura boa sti ruim. mas nossa. de atento. pela guardanapo doa 'gareoaa i «6 me senti A vontade puss Filosofia aassa. maJB Oo» sentados qua u ilqm i 11 • i - 1 IÍ nela quusdo verifiquei qu« Pregxdvoso — for-' ''' politiss a dar do cerebre. E resu/ev, sem aavperstl- | não ha IM I r — um bTipalefanada • mulo nio tinha nada com a dlreça. falricas, o bacharel amt de fossa. — I,BO de aenviveu»aannços e aaotlgos. TORE' I deus W. C Sepultura 98, , M davam A Revista. Pernóstico, pretsnoloao. Urnuraiits, e força Uai iritiva e sj>srura agindo no i <ü\ Indade UANNIBAL MACII \1)(». Naa poaao poa setaborai »» AacWi (utii. o ba.-l.nrcl so Brasil estada dl sentido fUfl hoasesM se imasandori.-io cts sao radicalmente Inadaplavsla aqui (P( Pernarnbt aoadamleaa as dlsrmssfies sobra oa yt medlrlni de latitudes diante COMO SE FARÁ' irulmente upuatas 4 nosso, deixando de Os dois maracás, DESCIDA (jimnlo aos outros "meninos" d* nio e todos os tantos mss responsáveis sela nossa desanima o mocambo e o poeta atlflaa, cada nro decidira por si. O Concluindo. A fia um fino e outro grosso, -Ia. Estuda engenhar» atgo e o e a i 0 DE PU u ds palzes qus prochuem ferro • fazem alvoroço O "\h•• k possa- João Dornas fundou o wMUaaw CUJO • ropofagla. ET a aasaqaa iii: M\;:s PEREIRA) 'o e abandonam os nossos recursos que 0 Recife, no rumo de Marse­ iflclal aalrA no dlu 13 d.-ste. Btoo nacionallaaidores. ovst*Oi o nas mãos do Pagê! pela tropical abundância, estão nos su lha, onde 4 qualquer cnlsa no conmi ai per .-. que tcaha umas peque nas focando e constrangindo. E psra ler lado brasileiro, fez o elogio 4o »o- guntara es variantes, qus abaohstaroeate nao nua minar o quadro sombrio da nossa oambo. materíalismo desvlarto do fim desejado, porque es­ Toré... Toré... Parta elrt por terra, i actualldade: sub-raça Inferior, pobre. rival que. sob pretejiloa 4a «s gando a onça, t anta, i tornos bussolsdos de muita vontade do tétlca. um sujeito que se dls poeta, I tamanduá. ru trair u futuro, (• I • •». doente. Inslgniflrsníe na Bambus enfeitados, como o bardo confidente doe | Parte «Irá por ai U que ela dava tar uma eri- extensão territorial, de clvlllaaçao er roa estremecimentos dos adolecentea em montai ias, < m rnalui a piedade de noaaa parte. rada bruxolcando nas trevos de um» cumpridos e ocos, amigos da penumbra, e o qual vive lomlin bolua di ordena eaialenle, aem i I •a l.lsde media. — aos min em prosa e verso, aa suaa de passa qoatrojsul de minas) produzem sons roucos i plrahibaa, das lartaro nu scntii de que ná" deve ra damos A Sulsso s A Bélgica — palaea maguaa. chegue ao cumulo ds escre conae- liudos, slfubellssdos. ticos CAJtTAO OB BtAJUO VIUUUTA ver um hino a modo de Bfco Krun de queréquéxé! aa, i- lambem nu aentido de em pleno e glori. M floradstento d. "Mande-me cem urgencls os doía cisco, A miserável abluçao proleto Parti nchu um poaaivel conflito com os p«- forv/ts materloes. moraes e Intelectuiec ulllmoe numeras da "revuis". Naa ria dos mangues do Recife. go i dinis. que BSO — nós mandamos buscar IA profcaaorae quorUa lelros o "Diário" esgota-so — Toré... Toré... Pois o ar. Ribeiro do <.-ou(o fes r sim d opinião que devaraoa ic- para ensinar crlançaa de gcnlo. ten pelo caminho. NAo shegu at4 aqui. Es­ vantar bandeira dogmatii com tanu teri u s eo- q iio de Ha ilenrias. cultuin. raçn. crevi duos crônicos sobre o BM La vem a aza-branca, oa cretinos que andam a(ra> cunaima.,. , emot tentar ajudai rtajawMi to onlropufagMO no "Lavoam e Co­ •co e do tradicional. aquela e Interiores! le Uberaba. Mondei oo i'oulo no espaço voando, •• que se saiba que o Ul mo­ MUS |ini|n loa piinclpioa. B* ase ii O Brasil. B* esse Mendes de Almeida, rua Domingos o vem alto gritando, cambo 4 um casebre llhadu DS lama. Aniiiiii Ruge - • in. Prodt:cto de enisamentos • • 6." ha de haver poucos ao mm I a lores. Isso 4 que preclsamoa meu deus o que é! e que, num IMMVM I ' 1.1 i Crlollsmo de cultura e de aaato. K6 p6d* despertar asm i «» inu caracter. graças a romã ! de revolta contra aa condlçftea so • Ia I . i.las É | ofio I 11 I! 11 \ ,ii dua nuvoa — Toré... Toré... n O Iruludtuidor Povo Incopai ds tlrur o sua ti vil inaa hienaa ak ratotira t ic ali einquiintn oa "noeiaa" passam mf saçto dos fenossenus locses — olhen. Hi.in.i. S<- [i.'iiiu.iict rssr mi Ta- nu 1.» Ciai doa irnnnailnn ,,i da 11''iniM•t-iii.-.i. du re- a nossa maneira de vestir, oa noaaor • i» rvi lamenh E' o carácará IÍ .-lutado.. lusti I.II esportes, a nossa slimentaçAo. aa nos vido de umu ataa BtinurroM i Nello. • itran li direi do cn que está na floresta, li-a com aa reverências ao que ainda nft< soa habl(oi;oes. os livros em que estu ias que naacrtain, riureaceraiii o • I aaojaele pau aaral> poder. 1 era iiiu no l< vai vêr minha besta moa pansodo di de pau-catolé! o vate conaulur escr*veu BH o dn i a\ MuaauliBi hxendo que tinha fnl, tua ti<- ...moo M patroa aobi o Imitida év l.utrão). Darwin :.igar si assim fazendo trore i- lodi — Toré... Toré. -e qua "si ira nosso giMio mala uma par Cristo i --ria nura mo iiiiiiu ..ai i .iii.i um por aua vet, expediente uma | ií du dogma cela ÚM ' I lieldade, que s a fuiolid'de da clvlllaaçao. da Mas nAo nace nAo. Nuca mas ' • Cabocla bonita, : ondi das II uni,IN ( i|in • pura aunien passageiras Inteligências verbaes, n6> do passo quebrado, MUI i iieo i" nl ' qu( revista de antropofa­ (ir as fileiras da rlasae que Ignora rlefcndídu i a o franoei a tal p. i • • teu beiço encarnado a exlsiemla do ar. Ribeiro Couta índio, u i n í to espit ii" Intei ioi. uma > ' 1 , europeu podi a DA BEDAÇAO DO "AftCO B quendi pela ajenle eu entro na toca, rUECUA" - BAHIA Essa calado de caráter BM RAUL BOPP mato Onça a qulcé! ( anl i ai do a< a|.ii correspondência noas» i pau mulato, < »pi cleJiueute Kuy Barbosa] Nada n A . ni \f.im ass il M calia para: — Toré... Toré... OB BBCiru - JOAQUIM IHOJOSA Miinilni Ul ul fuga lenlo 11 m mais In •us|H'll.' BBBI noçio d» (do Jornal do Comercio) ii i,. da que ..in. ui.-i.ism qua Geraldo Ferraz Agu.ii i .i.iluia-, nu rroi. • aem adaplol-a ao eu ASCENSO FERREIRA i u.io pronto, bupMi.itiugus — os |apoa< Da "HtpabUem" •!< Natal, total, sem a »ls*o da na- caixa postal, 1269 miss macumalma revista d® antropofagia Ira cioosícáo Ml* vi ritual da Iribu, no que i lia nos Orgáo da Anlropof.igia 12. numero da de i' riattem filo- ii a de I ' ' raa 2. dcntiçào I foi lemi solíca do Conde Kev» I • 11 li' I IM lei iios anlroj i I Da L, ?>. 1239 UIIIU si . iUI ÍOIlUl interpelai! que Fui n f< 'lei li > Anunciam-se para julho ra csi mm os DO s> LVINO 01 »VO. PA­ ,1 \l I nossas , granniue premiio iria exposição próximo duas importantes ryniiu. (JIM 00 Inferno verde I on 1 1 oi RAM BA qaistuu H Ie iü< i inçn dos reduclus palis mdo d • áo mundo no­ antro|iofagicos pelo despotismo de i npini pu 1* "misse»", se, eu fora r.sv 1 vo nestas velhas terras da ik MIUS façanhas. A v liados de MIH •»1 • IS, i" I 1 bnnrius proxln louro de luxo l ' eslava presa | ti i , ;i rOlUOí iuc pules, B Inntliem • .o contimi fezol-d America. Tarsila a Formi­ i bordo, no sentido Qu Imprei c :i deus ' 111 1 1 c rhegou de i-i,n i us algumas Imp de sua i i . inu,i em perto, wntl i|ue *• i• dável ereadora da pintu­ para • Semana Indígena que u i im dessa en- idicipuln de­ 1 num nulo t com uma agilidodi pn» rie , 'iiiisiv 1 1 .1!. 1 111 1 \ . 1 ., 1. Poi ra brasileira, depois dos Jorge Pern indcs i sl • pedindo dl ii ada pela t ra ide I ilon .iu x li Iu de metralhado­ IIC W So iiara in iu ""s- isil quet i di rio ! il ra de Iu imuns (Ia ri .ri dela, mu ou |u Ias mãos e prendeu iins dois Iriumphos seguidos (.nih.i nia soubt - i e de onde venho. Mora nu • un- • • Serei lji subi 11 cet 1.1 rie lob u rlcl" "Mias Maeunn'ma" do Chuy no 8 Ungu rumos em com­ riucncia do vi • oloqucl 110 ponto • que teve em Paris (1026 panhia do Nunca r n Preto, numa c I I I-III n i n|o |o cahtrem na minha frente poli pudesac enfezar esse llndu ,,m lou Me i i ii"u de i tomado as batidas pelas n somente dcsvi ndada pele vali n rio fin ido Dcmocrallco, As "mia- q ir Dllegaiii mai. lira uni loura no.o e lur- rocia lrafor-se de um homem inn c 1928), exporá pela pri­ dos índios aiiiasonicos, A flni di te i spccii Apui • VlÇl is". bulento. .'. eu, uma i ri inca f. ;n- Ia me bater. Ble fes rara de ódio meira vez as suas leias no mito ii csplcn o meu nomi pi imitivo estn> .1 de uma i iga mastiga­ • o lado dele mora* i latia. Ru Irve dida i lerto lupy w 1 de inos, então, um Inquérito de per rão di adiiladorca; • .He J;I tinha o casca rioanle i u inrii i. Depois flojuel com uma < •• Brasil. Para isso escolheu quesi impossivi l de ser 1 nmpre irran- chifre mutilado c que, nún poden- vn . Onde se \in pessoa forti mintas pai i que • lia n spon li ndidi IHPIHII d ' mola ln\ ei lii ronlra is cria- bnter numa rrlanca* Comecei ) o Pio de Janeiro. A sua desse mais Facilmente. I uma mucliochlta, hiil neit a rias luras, ai ompanhava com interes- II me do mofi' tro. peclc de entn * ista nfto ao g< íto ilolnha i n rtprido, exposição se abrirá na in.us lom Inmia- malm as quandu Eatl disposta a reallaar a de*. liam Ruy «. i dlom em pniczas do filho, h ceii i Ouvi n lossr dn lelegrafista , Histo­ fui foi li r Iu i-id.i 101 r.illi |. e IHM entre ele e n loom • terceira semana do próxi­ ria do Brasil icni Z reci mde remio in havia njalnuer romhinncüo, Rn Sim c nfto. Daqui da loba po tobrel i tapear a i in- K fosse 11 < 11 caroçi roa di usada irelhai iria narii • ontra mim. l-i^ partia e esbar­ mi iva pulMo «o, 10 um mo mez, provavelmente f, lii i [ias ndistas. Mos, cuman. rava nos i rôes, com gen i 11 Depois, nfto sei N-m n que s. plendido njui nol. no Palace Hotel. mascai natlc. < Pai I . |.|i-, i Do imento no di.i o animal o''ron t»'lo- . n squclle desembaraça cutuba so unt 11 miiri luc nos progi imbem. Depois, eu fn/.ia , reucl Bandeira qu indo mus mu n seu m( lhor livro será n ti.iu' paro cie. 0 tclegrafisla nem rs flsta Subiu Inmhem uma Outro grande aconteci­ os Ires poetas na 11 curso nos de 1 de ., sui : orlava. Ura um homem ma- r "'n .i f.Tendn psfr«raercn i ,ri i ngulir laml ;nt ie n rigura exótica •i 10. .',jis eu insistia Pre­ . fir iram i oslns, d«' mento e a vinda do no­ Iodos i cui umins litera- i • ROXO de de um • Ie nome cisava descontar a monotonia ile l i i i ios. procurei l p ir.vi rie r u ilu' com tável pensador Herman Thcodoi o 1 01 ^ i.ni iberg, que IY111\ra ('• ' passada entre os que Ia mblndi ihlr do que .i \|ni'\nan bati ; • nnquistnu .1 amizade do 1 1 ,, M robêl beijos de minha mA( i f »-i int«rr i- | Keyserling a nosso paiz. O r Hi d( riinirll em Iroca rie nn silo 1 ihi ' immei cia de meu m •• ' I loura impih B- Rie guardara .ii<^ no fim dn vldn 1 mor ura ' nnta I ,1 cr npnnhia mais ou meni manel- mo, ' autor do "Mundo qu» nas­ lana de rcconstllulções pri 1 de I "-. pro ios 1 idios o alemão ti ml i uni i-ic recebi i ns nuti os. da P«aa ifiTi-i".-"in: "Toa*-- imtix li i is mai canh i pai i • i ce" já se acha em Buenos actualidade do icrobismo nacio­ nheceu em des 1 em fazendo !••- ntc :i mim. Também me ph'ii Jo»rr»t' ia Josí-nh ** nal. Movimentamos pontos curio­ 'iu:isi 'ri 0) Pam irys, ihc I '" rti ti- . Ison Por*0, director do na rocia absurda n atenclo que O touro aflh'll '0'T.-T''-I SI ain Aires c demorar-se-á na sos de Antropofagia, l» ra \|iur\ .us, 1 (ra Rckenas, Ynhn- c Pina assanhando indo. lhe davam. Telenramas sobre n ni'''i( romo se fo««" para fíffMs vos d- ssa "desrlda", em que " Ia Tuyucas, curando B indo 1 n nu si rido todo. d bei iblnh 'ouro, conversai o discussões w <'«• fn America do Sul alguns cape c a baba ria manipui rie impaludismo 1- 1 nsimn- A'1! V.M o mano, senhor de lourn, vWias, fotoorraflns, levantou ramas de reeem mezes. rem menos que os olhos de eu-do o linmiajor do 1 strangeiro. i lie leva um de [ornai, p'to falante. Ia i, c. i i '•••••p- , hni-rivel riango da lapuya que vinha tin­ N1 que rizeram Ires ista sem nome mu ni sh li a pai de nos do sobre o touro. F.u mesmo, na- IOII os iHinos do Ir-lcgrnfo sem Tarsila é a afirmação do margeando o Xingu, comecei • «:n trüi da Nos nos odiávamos, Men '>••< fio. Rccosra Ia ao lonj sentii ma li lia no cm ação por um •merl" riem para ca Iodos os Irai i em me ornava mais. Si eu pudes­ HANNIBAL MACHADO dos caminhos novos, Key- todo rrispadn de cogumelos, a moço brasileira com quem bi in- nnlrnpofaalcos, poroue "I^avou- Indígena espreitava o panorama quei muito escanxada na velos serling o grandioso deses­ da cidade de Natal, quando os ubá. Foi ellc qui me isinou mui­ mo so tas coisas, si npi e consull ANALFABETISMO LETRADO pero ocidental e a anciã -nossos pnssos i ansmudaram-lhe Ini ilini o geilfti ntc sc-i- uma mulhei complii ad 1 • reni lenle a quem chamava d to,nu n ''llioi cs symrj i- O «r. Miirin He Andrade declarou ha tempo» que o ar. Menot de renovamento de que f> TACILIO ALECRYM is«i' m >\i- vii riadea. ti dei 1'icchia é "o d>4 de peita da i-noraneia nacional". Fsti rrra só a America natural pos- Passei noites Inteiras trituran­ do. 0 er. Menatti dvl Pteeala é a Tosca. A Toaea do noaao analfa expediente genialidade DO RENATO BOI BON. — FOR- sue a chave. do tyntaxi s, advérbios, substanti­ 'n-tismo litvrario. da vos, períodos vírgulas, parente 0 poeta Me ida con- r\ i:.-'\ Tudo o que ele gatafunha e por ouvir dizer. E' assim que a MÍS, artigo* e pi onomi que cn tiiui.i fazendo um anga' o-' rnro- il i IM pretendia , ilizcr anula sua uplnirio revista de antropofa­ gasgai nu muita mais que espi­ r :i voces l.n sou a Re- sua cultura auriciilar se enrof-ca ás vetea em afirmações desta or­ romo deve íer o munda organl* nhas ço de en iiJdiin Moro MI ri dem: Max Jacob é enrrenlmta. Ora oualquer n nem antropofaeico lado, a iiii.Mifi i enego semnra gia lie, então, que lias ia um p lizàu Veja-se mais eaaa smoatriahai 21S \ • i u i B i snbe que Max Jacob é um doa rscrltnrcp tetuaes mais atncadnn pe­ iiiinli) lanie. i. i pensamenfa muito Imnito, alulhi 1 "' diacipnlo di I rici de • a Intiodti de miinil". i Ia •" u 'i '•'•• b >ht (Órgão da antropo­ nlins, di MI s, onde as to-- surrealista*, Se for preefaa, i*•"---»-1 qjne s< acha aqni e que IA Wall n- •• ili- .-.in I boasas rlor Ia i li"- se den que a realidade terminou enuipie- fagia brasileira iiiulhcrcs raziam que nem rio, '17 fala portufju.-z informar í Mi r. Mi eeasa lambem informara qoe t»- latnenlc seu prwesao rie fi puyas, lambus . 1 ura I 19291 com u sa escola pariaienae — de que é um doa Sbefea — nfto podia, como Hegel lFlRW>fla da l>i- de letras) uçofrao e usprilavara os homens qual a rerdade se funde u erro, midnval • scandalo nus colunnnr -eito). quer o vate italo-minctro, estar etu moda em Sfta 1'aulo ha quatro • > erro .- .|in linha de BUD do "Pt IV( <" furna de onde sahe 12." numero tanto como erro de facta i i dia anos pois nessa época e qne apareceu em Pnris e lá como aqui Que sentido teremos er oV nala. i nascido no Ideai sl attendrissoroenl enter­ nette blslrée A Poiirourou. II ai sou uni homem elegi tpie us traia. ntt em Mi prjana B vario re, s. Semestral étall bon | l.iii li Irouver svec un bnuquel i itn I UMI 'Ia \ minha lerra 1 mais iiiosiri destai bandas do nageur fui ibund, niangcui rie helteraves el rlle l"i aonnnil Silveira nunu !mph?s mmhmça di icende dlrectamenle da romme un i erf-volnnl hora de Ia nina­ tqui tudo li 11 Si nta iiu iur saiiiiii!i,ui|iH-, 6lan .01110 os vestidos ie cororoe un poil d'éléph II ÍM iiiiiuur^ étnienl Inua a do ile i-i>iii|iii'i ilssofl que Iraeh a hu mini riamo nfto é1 riii Iu- ile riislanee. I'n |o»ir s'étanl . na senhora essa mesma afirma» tant, a se servail de son édw R çjo rieaabusadn: \i;in lO .nin.e erhalaa dt ia fausse revpllle ile w>n nssoutiisscmeni romo os dentes RI I • DE HEITOR ALVES fltsDhanaV galantcrie. H na c foiilail .ir ,. ••!. -ti .1 fit avec Dr — Sou iim.i mutier álea iji minh Sul Hi > 11 : ia raie quin ras de inononiiinú- mol un marlnoe ptatonioiie. i'iii-.|iie a ai iftrin «U» sr. Tornua- \l|lli Iu • 1'nii humoristne favwri. Poui /.pré* ilix i. ti. Ri^ iu nfto é stantaroa nenlNam de '"'ia Ie costellas. ronti »rlo! K' pro> 101110 us olhos A n eblouir snn sable ii avoil mol, i" ienl de : a, meloaHea, Ias minh mer gente que nem s.i iwitrine en signe de < «m itii-ii-.i. rii un rold rhi rftie •!(• v1n11 o oao tarifaria! Ouakpies fnis ii se promenail vetn Monl Paaeal, blen i<>in i- por \iiin fleaaes v|e'os nreulloa r u berra do Fablo Lui fralrhir, se IIÍMII-H. lê sesle de un \A lias. el'e vil M.inloo, et des ris llisatínn palmipede li sentaii que ninguém salie, de ipn iqul na Gymnasio fundamna pamiera. ••nem itoM-onfln. Vendo-se o sr. i|ue mexem com meu 1 1 n uma Irlbu para agitar « im i pour 1'évojr mnehé des quando pass i munem diria qoe ele é i de nutra bcures Intertninahles ei en d o 1 o u r um homem nU'«rr. Mns r. \IIUI na minha loria nianeii igla no lemon laver lea dents avec dea huilina 1 muito anil paço. Sã.. Paulo. PAO-llfVLV 1 sói nfto ti-ui lugar proí brancos que devem Ir pra lonue pra lerra que ió lou rio Antônio Saltes pra nós ülgodfto • Bopp amigo, drama cristão im recebido a iranamitido prompiameiiie aoa earnl Ibea mandam por meu Intermédio oa antro- . ,i.i menina facilitaram do paraná (curitiba) S Paulo, Deixando o noivo rom ela, ate irs 11 do noite M.is estotl i lO velho )a para srr a fiel antena receptora Ambos sozinhos no cararnanchao. CASTÜ DB joao oaorr das ondaa revolucionários que i rradlando por iodos , A nl ro- Uma lorde, pela hora da Nnta, den-aa o dlorn+e. vales i' • pot»Kin i.iiirru i|iw noa Ch.ii-anili., i-l.i ronfessou ludo, tudo. Seria melhor para uns e outros que vocea ie \ ume leve um ehlliquc lar iiiitriipofag-lcu poro o pii- mente com os nossos canibaes, cuja fera simbólica n [i ntc da »Islnhonça •lIBO mez. U praM prlnrlpal: pinhão , li iu tua loca na redaCCftO d'0 Poro. a rua Uai Dvpola velo •> romlsaario do sVatrito, niciea o p«aaoal naiura Fct o unlco remédio que lhe deu BianUUtO. KntSo tcremou a ima- E aliro os braçoa soo o pretexto de abraça-los mas real O pae, com geatoa enérgicos, nx»n(»k>gnva na v aliivio, dep«i« de haver experimen­ nho ScMmll iti mente para não ser enguiuio. — "Agora lom qua casar"l tado tantos o "Toa •e pego- com o Paulo Taah*. Usa ANTÔNIO SALLES. Inatilmvtti'. puro aan^ui «raba com cm i 929. Nu outro lia, entre vens e flArcs A Caflacpirlna. além de ' 1 tjraba! r.atou apujlnndo ao i; um sul que liatia nus vidraças da Dch-aacia lugar • ii i iiminia aialinar a dór rapida­ • Ia i».ti, KL mente, favorecei a eli­ UM POUCO DE ESTATÍSTICA do tcidourico, Balava salva a honra da fnmiliol 11 onstanre con- o Brasil tem 851.118.900 hetares. Des- txibue para a • ERODOMT-CÊRA | sés semente 175.104.675 estão sendo apro­ 0 pae continuou lendo o "Jornal do OfMOffvaaar* * riora rijH affecções rheunwiicas. 'OOTRA p<}R DE Cl£ClT.t^ Irvfeiçoea I,lr.it i.imhtm. lonlr.i.it veitados pela agricultura ou pecuária ro voltava do Jogn pela madragaihi dons ile t*k*fm\ a>nit< ..mi • Iraqw aa -W "eradea • ttmwidoti aaaMfj Destes últimos, 168.989.517, fazem parto OOTURE A CAHIE COM JACOB 1'iw I-IM nrvrali/i.n; muaraVN- integrante de grandes propriedades, fi­ (Úl dt nolKt ptriíuliK, CERODONT lDo HTTÉ m wlt "At, **" Mi") txttisoi ml- cando, para as pequenas, 6.115.158. ítoluoi, rlc. • 111 • lialito. o valor médio, por hetare pertencente ! a duvida entristece. E é preciso ma­ AiM ' 1 -\ o i ortAçXn a brasileiros vale 57$000; pertencente a tar as razões de dwida. — N£M OS K/.SS. PH. "S. LOURENÇO" Al.-imeda BarSo do Limeira, 88 estrangeiros vale 106$000. Pentes de Pyliranda. S. P*ULO Pac DIAPIO DE S. PAPI.O 0'tlnt«-felra, 4-7 revista de antropofagia i italianinho se«n iFeiras letra' a antropofagia em marcha! Órgão da Antropofagia 13. numero da 0 pofta empastelado |W**»otti dei Piccolo contí­ 1. • A V K N I R Brasileira de Letras 2. dentição AM HROPOPBAI ' ••: I nua irremcdiave^cr.te r"-~"-'—to. Supõe que todo no­ Vir • r • CÍCERO DIAS me francês tem Le na f r?-'?. .' assim q'.ie em vez do 14 tHr» clpfi Tll- que pflrmi ., i a r s i I lo Paulo. 1'tilgiiran- conhecido nome de Andrtí H.eton, el!e escreve Le ment | ,!.- na „..,, . M, r, In:,,, i flaimi & dol- t, \ii.i.i lempre eon um boneco sumario do catalogo, cri trágico, Desta vea foi o Calões. Bretonl Fica mais bonito. Le Cossuet, Le Voltaire! i hornn» Personagem da Cícero Dlss. iul '*' a Age - impressão, da exposição | • de um» poderosa 0 nosso grande An bal Iviacliado interpelado so­ • IUTIW. >i, tail, ftÚX Meu avotr sói. Além «li.sso, n sua bcir bre se queria responder ás grosserias do chefe d .. A I-I boirac i • Tarsila, que se abrirá este i o sentido da \ida esguio sob uma cr" rlli Irs pi nsatl • i. 1 em • cio do Bexiga, repliceu por telegrama: Et ntti i l tu boul mez, no Rio. omaatleo. E o -'' iprurn. •^h! je vow dlrsla hlrn: -(j d n'.i|lc7 pau uma •orar' eov \,,, . . .. i lana d< Ri nada Pai li da oceidente Importado. K "Merfoti não conhece o surrealismo. cuspiu fogo. Tarsila di«ne que me - idlgteos alt eu lleu dan» un tfaintpnatt qu Tarsila ei 1'aatropopaagie, por w I «lebre Cícero em pintura (ai footing. Eu não conheço Itíenoti." ISS ár- escriptor erttico de La Presse - 1928. 'I',' o maior andarilha dn Imagl- 1.1 Pa- ••"• ""' '• m *«. «MtasMMV frtxposHiea Tarsila, pot todra* Warnod tu Comcrala — nação brasileira". Le Diderot i\".«r\p ou |aa ateppea sana li • lllfln y-wvcAr Slbírle. Nun. SS 1 ie enfln. Maárict ttaynal Ma..Tmilien üauthler, Louia Vaucelles, Serge le poyi le plua cIvIlleA. nmicleuji de •st qu,uai ii rasjira Romof, U. d< i'a\\l.ivk\. Raymond Cot i Iwiute rulture. pourvu *mrm. raraiu do Amaral, pi Monto I mea ik desde o Rio Grande ao Pará! fer, de trnmwaya et '1'avlona. Lo pro -m. lemriTAie de radl.^l ao- ci"fl eet • «•lallste. bUMB ealsl. ei MM une bono» Lisboa - 1 ia Blovnqule oocldentalv. gtOpSaSOt i n .'n rlsadroM \ opinião tk Maria de Aadrade. re A bool. Mais funnd n iMOes Et pulo. le Joll. le fln du Bl A opinião de ires inimigos da antropofagia: Plink) Salgado, O movimento antropofagico repercute por todo o Brasil, empol­ »er du C 'Ut* ceii TzlKÁnea, de.« coumets — une Antônio de tlcaatara Ma< h Marty .. non, -<-T.-I' •) gando os espíritos jovens, na luta contra a mentalidade dír^Slí trí» artlstc, voti.^mvca, — ne *i« t'.'M'Deu p.nif niol. De Manoel Bandeira »e «fcVl Via content'-- .v "MfviH* De II colonial e contra a arte e a literatura de contrabando leura vli:tlnir.i. oommc -ça, rniidem^ni MARCO. BODXElfOE» Cotao Sfta Paula esta oaltls "go de à Ia mauvnlM frasquelte.,.' SI dono •Ari. do •nsii< I,, 'mia, »-!<8&X 1 \s:,is llratcaubriand - i' Desde o Amasonaa ao Praia, melança doa rnedalboes, do ban íi lio do ampl i lolrado II y a deux tcrnma» parmi MM, deux desde o Hio Grande ao Para, erm lantes a t< i fines i-ulMliítfreH. qul Y'úf QBt | De "Vogue" — Paria - 19'2ti. ítLLIT PARISITST' De "Cahli rs d*Arl Paria 1928. o movimento antropofagb rancido da ooira panda • üa corumlna ojuntam marava- cette nuui-riture orlÊlnaíe eeton lea Da iis-Midi', d t "Renr.isüince", de percute com uma inti i Temos .a dentes afiadoa paia tut plu- v Ihaa de barbatimfio, misturando- CAIÍNIHALB8 •Comcedia". de Jabl 11 vivanf. nunca Inmala alcaneada por ne­ irmos oa miolos em mo­ 1 Artigo de Renato Almeida 1934. nhum movimento anterior. Pela lho branco, destes iransfu i uillia do Isqueiro. sana p«rellia|| Ba • a.:.-, do p-íemlére artigo de Paulo Silveira — 1921. primeira vei, BI forçaa Joi i nativismo qua/marc" das investi- Está feita a coivfira da Serra ei lea plin ê(»nnaiitoa i" UtCí . moii ^...it pour KJ Omtm%t frsleh^ ünrt- daa de noi serão nu« dngnltlasiiisi' a..e(tWor- írmpi~ Artigo de Luis Annilial Pa leão 1926. Brasil K reu*nem - para o brazido alegre do mun-en guise de hure d'un Artigo de Tasoo da Silveira — 1928. contra a mentalidade co- iransfonnadta em almo pétlt. '" me r.ioíre IdVrt. doa«eiTw4| quem. dans lea cadrea de IVrmeml: 'lo-véff#- Ret. Primeiro Salon des Vrali [ndepeadaata — loninl, contra a cultura de Im­ fritas em banha de teju-assii. Bn cutní, qui I «prati­ .\ tiibn tem Mino de carne jUVtsn. Ja M ».>i> pr.n* pee ph» mai, Paris - 1838. portação, contra a falsa literatu­ E venliamt prú cá eom versos que, «lnon rr>*ci)latl7C A propreq»ent/dl- ai mon j* ri m pl«a. 3 Poemas. Blaise Gendrors. Manoel Bandeira. OswaM de An­ ra c a falsa arte, arrasando ve­ dt Alfeloaa puxados i cabotinis- chea ces amateur* d» mets- 'tr«n Qu'eil penes )o hoiicher7 Ceot M Caí" drade. lhos preconceitos, destruindo Continua a estrugir o boi*e. gea! /.itc quètl. !. • devorando com gosto e a gole -ti /.oi;-,/ r, Plaubert, Uachu; ligoa soiu et i psUassat se r,erWndre ceqa» le \-,sis eu Macedo, (aniniges lula( ta*** ínadaptavel. () lainm fervo nas I deputa laBt'.44"».nnees Ias aransins Ce anti-diluvianoa rhtoocentanjfOs Mbtj (/'"içrVr.tf.-i paj urgaiiv. cu­ No Pará e m I i ai .i I uni toes les paya*i ta*-" ili.sp inutroja TIC- — marsupiaea mumiflea ' ',a ro- ro» nvintf ftDih^.poptiiiKO. Ce qVÜ aé -.• duna de antropofagia. 11 II y t "des 1'í-Jaunça q>4 Ia tado 'i" Para*, o (ornai m dos) aera devoradu no ao derredòr ia Oám.,. me »ond pna. II le ^end A d'aufres. « portanta de Belém, manifestou Agüenta, aegi A tritui tem fome de ombiára de» prlx Imrnode^tee. Mnja lea voiteSa, em eolumna aberta a sua aympa- No alto, bnn no cucurúto da lll '. ll< Ba comrrt* saaVa^aaajDMsa r>r}èrv&«Hi po«- Ihla por noa Em I E, os caboi I i Ttr- Monteiro Lobato adhe- »olr m- pay-f '. -• - lu bldorhe ,ni..'iSl •, onda labora o fo- ^cla leur ilMnle. di grande circula­ ido J i mi ema preta, será pan, ut re,l rntrbbofagWl ção, é i • mi I trincada a Ipcui doa desnaciona- roa,.. apucO»- M dvtMBBtlon. ntaie awv» man. de fundo já lera-se ms- liiados com !\ sumo ií inoirto-D, oa <*e áhercl, de jornal, "O udas de • ;.içt'nna. aetes, nedtoa e rcpolhndos, mie estanÜDa ttonmtai o por uma' bc- Progredir é õoniwoei, aiciugar, . "ter ou de to>)t aul/e a^iveü pac^rique. . que publica edieji lula a bola! Tanga] •uM" do' ». antropofagico — rANGAPEMA. Recomeça • ntmúa Ôr.i, uma aiuropofngl» consciente BRo tbea - mangenl tle rhtlmme. La .IvIM- . i|ii. gostosuras; A hora da embiára o estrugir do I -te conceito''. satlon se meaure au gool qoe ren a, <)s ruiuiniiis vaacolejam maru- Jéqa.Tatt", i sou poog Ia vaiStStts de asas Desenho de Tarsila ma cantando ao pé do Ser- cás... poor Ia cOie^d-Adam, II P'y.a paa, va­ Frondes na Carnaúba ra-Meruóca. a incentivar os va­ As cunhantana ret WM lsa les deus, or.e blea granr].: .lilf* lentes • ils.elos da OcAru, fuz liciosajB a ardentes, na BOCtUOsa nana... a opinião de Plínio Salgado I "Canta ... landaia nas frondes nu tumulto denlre o vohipia da gula, pena vasl Jurandyr ManfaedinV é Pa^r os AM|G0S M ALHEM) floresta, brandindo u langapema. reiraa sol i a da sol. Ffcldor.. II y "en a' noe. et d-lmi.. ,- ' IIKI! O nostro. iy. h». gãbta i.m-, bt-rra utnce! Quão* en r»t ítitria*. eu paye ... Tarsila do Amaral, de que as froti-le- d.i iiriialudü», ConttnAfl a estrugir do iioré. .ipKKAli .trnnscreve 0 brazido da fogueira de pau DOW manter IS '.Jote de »eao. Qiiáóa quem Blalso Cendrars disse qoe agora, fazem, è batei as palmas urtigua antroiaQtaadeosf Beterra A biaalajgeBfej .,,.»., greo, ara«a mu- on jie rest paa, ^uü#d ba eat caunt- seri:i capa/, de provocar um mo­ ú marcha Bccèlerada dos eanl- despede i flecii nr mHaaHe (ic:T!ii:i4>oainoKfiv vimento literário... na Rússia. Santo oíicio antropofagico . quer artigos ; baes que passam Iniciando a co« i lique- Os pagée atiram précea a Tu- bourser un eenttme. ae aeul risque «t«> Nio. Tarslta á eapax de prd- i p.ni p. : Sou- mouTlr empola»nnê, oa pendo. VIM-, i- um mi nto llti i enquanto nu largo tem li ,i,iin, para "O PA/.". Ein l>.- Iv-!ft»iy~. to^.vnlavaqo rai.il..- Blla trai indicoc? Além disso o sr. Plínio Salga­ ocára i 'luz a langapema... o iDodernismo ae acinde. mangeaieiil un pr-sset A lou» Kur" veis dessas grandes forras ele- do, por fazer questão de produ­ Uneiro" dbigldo por rei>4« apparaiasern oouime rfea moui- S As ia lam­ ii uma i.ientares a que estou me refenn zir uma obra modernista, apli­ 0 DIREITO ANTROPOFAGICO bem oa 6 nnte- trea ei Yon «"«.-arte iTein aln.-J do. Duas de suas telas principal­ cou todo o seu talento de reno- leiuanal para :i "Antro- feralt de pestlferea. mente lêni um profundo gostando o sabor de um par de poTagia", I^iU- Criòlo, a parte rador ao estilo, caindo desse mo­ Je me dema' qu. peot uoun ãn "meio n.Mítico" e da "verdade O bacharel Pontea de Miranda lançará as baaea ú minuta na vmpatico ao do num erro a que é difii il • utorl«.T A leur marqaer A (a Safa 'auf racial . Pel-aa Mm sentir, porque par entre nos. Nesse ponto a •li assá... movimento. [A parte po­ o artista não pretende mu i da futura codificação dre du quv toda literatura nao da «iegoot et lont «Jc meprta. grande Influencia que se nota no Car. d lea Ulgrinea ae nounissaieot Ira <-.ii a sinfio fixar um pensa- livro é a 00 si". OswaM de An­ 1 Caiçuma vale uma tida andsade). No Pa­ mento. E essa pensamento, mui BELÉM, 2 (A. li.) - 0 "Estado do Par* publica um toptou d'hommce, **f quita WaraitM paa drade, principalmente da OswaW informando que 0 pjrisconsatta Pontes de Miranda, tomando a raná, Paulo 'i páo nu aone doule liciMe de ue nourrlr nor- Ias vezes, è ti .a revelação pro- de Andrade dos Condemnados c Vau• ' ama üordiaho Sehraldl a no clertea- phetlca". frente doa pioneiros da Escola Antropophagi* entro tW na alto da St rra.., maKüwirt. e'«w quMta «uient r«duita de João Miramar. Ha trechos e pouco li • a reforma !' noa regem Bruta vitot ia da m A lo plua »ni>te ei lo pine sombra nit» »Do "Correto Paulistano" de 14 ne branca No Rio ürandi trechoa da verdedeiroa pasuchea actuabnente, uibstitutodo-oa pelo direito biológico, que admitte a inuquém... I ,'i.flii ., IJ i Í.-5 t,-o- '«Wit A nu­ de f< verelro de 1928). de autor da Pâo-Brasü. Dês da lei emergindo da terra, n aemelhaaiça i ii.ia. Mas a vitoria 6 oos- tre paovre cl.jh- une enveur que n.j'io forma Fragmentada at< soa me­ vamos assar bocn le su.it.. redactoi ial ia d'apprfelwr. Essa noticia foi recebida cora emnusiasmo antre oa adeptos da de gente bl da "Diário do Noticias", de Per­ nores cacoêtea da roanefa a "AnttopophaglB", qtu (fio multo numero ipital J'aurals A Ha )• ar qae le l na grelha de aratlcam... to Alegra, o |onml mala impor­ 1 escritora a escolha daa imagens, rn'4 paa. Je UM aontenterala injas tante de o ritme de les mettre ao regime da Ia -uraU- a opinião de Antônio de com i á... peculiar a OswaM d< Aadrade leur temia inmin»» .m polua da lucura "PAGU — Pago t< ia nome, Tem Alcântara Machado de estabelecer aparente personalidade. •lu jiroílt. irr. .lu g^o.'ral •( da cure ,, lintiticas entre fras< BBrjvuaD tiOAcara. Outros nrti ias ha sem dnvi- Alerta caboclada, Tada a gunte (]"•• M, * t •"• n i nenhuma outra posslvelt tu- llOrta OOvfa falar, ris Botr" --6-2K1. da, ftaBL*" 'lalfatti a Rego Mon­ • o ir. 1'iinio Salgada vamos ao brodlo da pooèma.., mitoa l. 18a perfeitamente que ilhos teiro, por ateraplo, emancipados ' ma... agu. também das velhas formulas pi- He mesmo é capas de não dar ETT TCKT"OSIJiV&tJTm pela imitação. A g< uma ii,, quem pensa aju elb 6 nm etoricas. Mas nenliiiiu Bttingiu B^sim insi-nsi- K' uma na> LE "PBOCBti DBS ANTHKDPO. ainda COB I Tarsila do Amaral Uai. apenas. Uma mulher igual velmente, naturalmente n «lança PHAGES" SOULÊVB UNE fMO- um grau lao hslena ei iplo: "0 en pu -• ulo Mar- 1 as .iii- TlOn CONSIDdRABLI iras mulheres intelligentes. Tem dnde, nenhum possui como cila tlni-sèco, inusUgado com vamos dansar, dois DU ' iotroa pares - o dom preciosa de ser i • ocktoil gisada da dlagra- bnente bonitas. Sem dleiiic .lu iir.-.! .^ Ala '.ntlwei- < tempo e de sua terra. A autora Mas 11. i.i/.' . rehunpagui vamos gritar ai.,1- na i • '. que dba oa ser sen- Blons .!•• |Hi.».V.i jwir tn aofense et qui desse quadro magistral que 6 o páduaa bran- louvores ao IUUqU< m: saiional. ipiraçõea noeturnaa "Muqw Toda a cidade da Sao Paulo dea cxiieru, ÉaM plac-plee, "miitpiem riu Iroao, mesmo ser considerada o verda­ da "i idrugada verde, as •IIIIIC[UI'!.I ardoao, M. que k deiramente primeiro pinti fóco.s "muquéml muqueml" luento antropofagii o •• ama \ lio- cional na inspiração •: (o rji da fu- Haja catam, i aal, o |*.-t .i" i- Kiuiho deré a nviitos parecer Impossí­ • d no alio d , definitiva- capital' de In StovaqUle MSM> vel) na leehnica lambem ou, se chaminés fl( i | i/. oi CASTRO. I iouM, ne MmbJni liirins pedindo silo • • pn ferirei i na p irdo nobi a • panot ama do i. Ainda no demia A. mortalhado de garoaa e i esplendi­ •vbnento cukninaute i urleux ^aania da M Ml \' A' \'. i<' islã d • Do "Jornal do ComnH i itimentos Ui de sua glorie ter stn • - >>"•• tenta le S. Paulo, de 3 de talho d- M vi- taverner. Entretan- In pelo Renato Soldou, Na festa em • i niiii2;i com i ,n i ido. • i • Mario de Andrade i urso • h Ifredo i.-iii •<•• lllllllll No Hi" Gr le do Norte, que Inc IJIi.s i •• \ Repubtii a' l< ra pul I ea*4 iul a'obettne A :•• a opinião de Menoti dei Picchia fira Dlllltu liem, pc • tropo- um Rspi lario do que lambem r.o palco do Muni "I-v assim que se i (le fttS) ficfl •iiuitíi mal no ai. Sial lltímoa nume- Pai >n" st* arte. A nlo coiiin-ocioiial de iima AntO- m . uta abi i pai ••• :• lei "\iiss Maeun a pu.« ou Pngu < om » i-que, Im:" . .inolbarlsníe nietta Rudge, de uma Tarsila, de papei primordial. de Uecrira, e ara i ii. Vaiou o nm Brorherel cyclopi i "descida antropo- nome de Pagu. ml metlra prul-Atre >ic saer Ia attT.tiai Na pag. 53 uma fraso conta i. lvtn festa barulhenta mala le i (Do lulistano" de 4 que — partiu um aventureiro uplno". Poda aal da Com cria to­ re v perdra sanx doule. da noven I DOS aluiu as coluninas ser qu Desenho de Cícero Dias im Kupleinenlo -emanai. F, ra deva < • lar radiante Porque, >gcm •; • I ,i IIS ,i adesio bnportanUa- perar, eiui >• çou, por • r .,,,r MS ••- • (ti I suna de \ Ira, n onde • davres de leura flctlmra ei^lenl. par EXPEDIENTE rifiiil a. dn "Catímbo", de começar. A glorifk icüo bu&icnta lea aolns d-«a aresMM na de Ia da pateada e da vala. T. '!'•'• • • hongrol^ et Este é o 13. numero 1 Pradeata >le Momes neto, GENIALIDADES lenta Em Alagoas, Jorge de Li­ '. ••i»- da Revista de Antropo­ (da Tlevialn do B ma. Na Bahl Pleaa" Era SAo i»auio, nem é bom la- taiaabtetneai aasataotinacs de petvea de de outnhro de 19261 de cuja redação aind o nosso IS. nume­ tu icm A leun ü fagia. (2. dentição) 0 sr. Motta Filho — o critico desconheci­ liamos d. receber esta communi- ro! Aa adeaoaa vêm da Io : "(. pretendemos fazer nm - Tu i , E' director do mez do — confunde Joseph de Maistre com Xavier de i d( antropo- lados. '> fascismo litci ai Io Na próximo aun • rabo entre as pernas, 'á estamot i nnsadoa de de\mar tonto Raul Bopp. A corres­ o >r. La Menotti dei Pli i oi Maislre e por isso chama gravemente ao defunto Ista da qaraa e sosoai i *s aamaii! aspart ripiou velhas Idéaa do \H ' Vamoa agora pnblii m D BOS- Jackson de Figueiredo de "discípulo de São Tho- i liinc hio, da Carvalho Filho, de I liotequinha antropol pondência pode conti­ immo i uardisma be­ Vamos reunir no Rio, cm nuar a ser enviada para de c K tradAa iuii coat< da maz de Aquino e de Xavier de Maistre"! Mas bi mo, bom emua a pbnenta da o Prlnu t,-r .!.• • r da i tro ii li I Ia .|i lei. está certo. 0 notável escritor já não chamou ao da (ntropofagin. i «rallM i • h .r.-llw.ol-.. Geraldo Ferrar. (açou­ tulo na "i eiro litet ii Ia' I i Mallll.i". i • . moda dan bacilo da tuberculose de bacilo de Paulo de rxtraiirdinario línn A nossa ai qna «ítitea gueiro). Caixa postal, nunziann para oa efeitos da mfll di. i ' H-. No Rio, I pieg- rasei Ui no DOUQ I" Koch? .• Ilannibal Machado, i Alvará «anuo ferve. 1269. leira i i \IMH M , , Clovia i' Gui QlM imn|uéili gOStOSOl • Pnc 1« niAPiO nr S PM" O - OHIMI.-I fi i... II rARSILA DO AMARAL ABRIRÁ, NO DIA 20, NO RIO, SUA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO NO BRASIL 0UATR0 POEMAS DE MURILLO MENDES de antropofagia listoria em branco do core... core. A antropofagia aié 11^ •«• u canelai finai doa con I BI forçis de (Especialmente para a revista de antropofagia) «ncontron, mire us multai in cpililadorea. lil»-i I' .ío, vitoriosa! sempre. i Madre Rgreja a di nilta Contra o homem arfflclal - por João Calazans CANÇÃO DO EXÍLIO ra ' ficinl do OHdcnlc, ura I ." Gostosa, contam, acharam eles burro e encete — o homem nn qnt fosse :m nu noa ponderável essa carne. Por Isso mataram lural. Conlra o nnlmnl que se os Mtfixmai Idiotas. ;• dlnl* Ica mata, para mantlmento. . animal que se enfeita. Illbj tinha mie mai n.io tinha pae. Se tinha, ninguém não Minha terra tem macieiras da Califórnia orovlnrlnnn. oi Mbona ientlmi»n> Nrm eu. Bra um moleque cri dlagem das es­ •us portugueses" que pari i'i»i' No Brasil tem beijú, paiaiiarú. tradas. Tinha a cabeça nrelinba (- roliça de um geriqilitini. F. m onde cantam fraturamos de Versailles f pai « dis nigoi pr*m de barro. ornm por chis transplantados kaxlri, carangueijo, pimenta, Liberdade de pensamento. os poetas da minha terra fesla. Medroso <• »afsdo, fliby afrontava 1 serenidade dai natni com ISO i'' RI 'orca — nem pode Liberdade sexual. nedns nos <.'.i'.s. F dãs acuas da IfltfAs «i»'a com canoinhai de n! p:il ;i impedir n eclo O roupeia >• que estragava tu- 1 são nrctos qm vivem em torres de ametista ; A coragem de morrer rogando "íris nus ei.rés dormindo. os sargentos do Exercito são monistas cublstas '•. i pVi %f ,i.(' i . I r ,1 -^- > tu -í 11d" o Pol por isso que rememos O T''ibn n esi.iiiir. nr'in dos n>'-' irirrntivas secas do brasileiro, Iriunfanto, desde o rmipeta. Com as onze mil \ ir- praga no campo do Inimigo. ' i< v Pi•• • "" , • • editai ic n m d indrn Marcos virasse lobisomem. os fllozoíos são polacos vendendo a prestação "ntneço, cm todos os recanto* qens, ns Inhias do padre Vlelrn A Justiça do tncape. O"" a rftn vin1- 1 «1 ibar na l| deixada no terreiro •Inibi ns ni;iis rfUintOS, do pni/ e ns indulgências dos reis por- Nenhum recalcamcnto. a gente não pôde dormir A reação contra n mentalididr tugaa. Maria Rosa. com os oradores e os pernilongos "oloninl é iirnn vllnria do «spl- O mais forte. Coré -'-irmindo. (iib\ nelol.iva na cabe'---' i''-le. E o danado s« rtlo moço do Brasil. Bla era O movimento antropof.igiri , os sururus em família Inevitável. Jii hi qu ilro traio na hora justa e oporlum acor-'" -i I 1 > ••'"-Mdn "."• .•", 1 ii nbn elo 'íretinho. têm oor testemunha a Gioconda iciii s annm Thevei nbeervavi em (Mu- uma íovn covpilsln es Renegamos com prazer Iodai Rnlia na agni nwwba^a de l«"ia e soprava bolhas de venti no Indlo "que si nn les Irrito pirilunl se ensaiava, matreira, as Virtudes cristãs. Ficaram na ii mosquitos. eu morro sufocado lis i.c font dlfflcolté de lucr un nestas terras liberrimas da Ame­ seção de objeciOS pcrdidjs. On­ Gibi tia lati mi terra estrangeira chreetlen, ri le manter, comme rica. de os trouxas poderão ir bus ils font lcurs ennemls", com n cnl-as. nossas flores são mais bonitas ni?sma calma c n mesma sare Sabiá n:"n rhe«nva ni"'s mnntiS»tnhs vra cantar ali. Tinha medo Reagimos contra a cultura de rl-i sif I.I.V;I i'ii. S'",,/i I'"il'."ii'nn i'irrntÍT (••> n H r1'" de Maria Rosa lOSSas frutas mais gostosas iildnde — nccresccntn o cronis­ Já o nosso principal Miguel ta — "comme roui fnlsons ic\ importnçáo, contra O Inteletun- ÍK enfeites da rasa o moleque micbron. Por causa de (>ni m?a custam cem mil réis a dúzia llsmo besta do Ocidente, contra dizia para o sotaina: "Náu i is latt ele dr-rrubou n cerca (.a ortn e quebrou pé d" rnuve em penei. 1 boeul <•! de moutô". todos os cacoetes mentaes d-i serve esse modo de vida. Vamos — (iigy — negro desgraçado — vá dar pedrnda na casa ia ii quem me dera xupar uma carambola de verdade Furupi p.xlre de civilização. O acabar com Isso." sua mãe. heroe Poronominare matou l''s — Fiau... E capinava topando rápido o caminho da casa. ouvir um sabiá com certidão de idade ! Comer o cristão, é o MUha in ses na cabeça. Cunhambebe en- Rio, 1924. Iropofaglca. Quatro séculos de Bjulhl os doze pares de Françi Velu a antropofagia e acabou Manoel vaqueiro contou Indo mie sahtq de assombração. Até- recalcamento jesuilico foram, Por toda parle o boré soou. cha mesmo. da d^ntida rnie coré deu no n* da malbadinba que morreu logo. por iss >, impi ' - emente nr mando os povos para o moquéin CARTÃO POSTAL rasndos por nos. Nenhum Coré mon"a .. Não tinha conversa. Se podia logo fazer a s Ivagent O europeu se encolhe de me pl:in»'.nno do mordido... mnlcpno sobrou dessn derruba- Mai Giby nãn acreditou não e riu correndo pra beira do rolo da da lirnhn e Ros'osa. Tudo veia do deante da "descida". E foi Domingo no jardim publico pensativo Sobreludo reagimos contra a taquaras. •>h; Ixo c hoje é um prnrer on por Isso que o conde Keyserlin^. Coré eslava contente cantando: consciências corando ao sol nos bancos leniplar ene Brasil de oito mi­ moral convencional, a velha mo r, i que hoje no mundo inteiro nlonilo com o espectaculo bár­ Co... ré... C.oo... reé lhões de kllnm**lros quadrado? Olha o pé... né... pé... bebês arquivados em carrinhos alemães sem comendadores, sem nnnre — mesmo na Europa romana ou baro da civilisaçáo nova -Ia puriiíinn — só exisle na hipo esperam pacientemente o dia que poderão ler A voles, sem grr.ndrs ufflcifll*! America, se perguntou, cheio de Cibv nelotou mas ele ;ue não deu conversa. Nem soltou bolha prs «em poelas enRraxnles ou pinto crista cobarde de meia dúzia de [Escrava Isaura pastlcheurs fAra d seu tempo c aflição: matar mosmiito. -es de tampas de caixas de 'hn Giby linha raiva dele. Era bolar ^anoinha nagua coré virava... possam braços e seios com um geitão rutos, sem o escrivão-mor c sem sem rni7.es na lerra generosa que — Mas não scra isso a volta ao que si Lcnine visse não fazia o Soviete o governador geral — com o In lhes deu agasalho. canibalismo? dio de tacnpe em punho, comen­ E\ CONDE. A pata se banhou na nein de Maria Rosa O Ouincn fer ra- marinheiros americanos bebedos do Rente, l» '»iido canlm, fasen Contra, portanto, ns forças de II sofreu. Mas denois cantando bem pertinho •o rada d'ophagie '.' Diable ' '.• "Não é aenio d ante do contra­ gostaria por exemplo environ, ou 30 grammes de pro­ résuilat serail étrange. Heurcu rio que a n""'" realiza o que teai J'enlends votre réponsel Si l'on pophagle, vieille commt Ia mon sement. il nYst qu'apparant. ••' de trabalhar como revisor num jornal de, est revcnnue i li surface, pro- teína, alces qu'il en fiail t,U gram o que r' tem, o que é e o qoa peut mnngcr de 1'homme, justes mes par Jour a un travailleur. nous fournissons aux noirs MSCT nra sustentar a Irman tuberculosa da minha pequena dieuxl Mais non, ou ne peut pasl filon«-eu pour Ia regarder dun de boites de conservei pour uuil* não é. 'efcndul Cest contraire a pcu ures, malgré nolre instineti- Aussi les tribus réduites au .•;- E' a razão por que em ao ' "i- (c tanto que a pequena fosse o tipo da bôa 1) toule.; les Iois, à Ia morale Ia plus vc repugnunce. gime des bananes doivenl elles puissenl sans inconvénients j r des blenfaits de notre civilisa- de tanta g"nte ae perturba quan­ élémentaire, c'est... chercher ailleurs leur supplenwnl do apparece uma peaaoa. nova a Rio, 1928. d'azote et un apport de matiérea lii.n ! 1 D'nccord. Mais vous n'y eles pas. Oui ou non, peut-oü manger grasses. BlHM les Ironvenl dans «»*-anha. Ella ' -» a reveli»" -» «1# et ce n'esl poinl ainsi < ue |'al '""• de lliomme ? que falta, aoe outros, que neaaa lu poser Ia queslion. Poinl lie ['anthropophagie. S*il fallai' ébrire un précis de NOVA CARA DO MUNDO s'agil de philosopher. Vous svei Con.prcnons-nous I Je veux 'H Ba regard de ces populalions a culslne anlhropophagique, on r o a o " •, eu r i lhes de», re: au poinl de vue nlimentaire, 1'étal permanent de seus- aluuen itlnnerail de par les cintj pnrties cobre p»*i contraste o que ellea tous lu comme moi 1'informalkin peul-on se nourrir avec de Ia <) cometa de A'Iei vae passar lulte ces temps dernléri pm talion — malgré Ia fic'ion plin •ln monde une prnfuslon de recet- 'êm e elles a desprezam." Ia presse: une efrarante aceusa viande humaine. Esl-elle assimi* tureuae de leur ventre proémi li»» 1 fnire palir de ja'ousic nn- larblc ' Ou au contraire. Cfefte ali- nonl — A. de Prévillc, dans s..n plu iinnenis xastrom Carta a Ri-mer — 19 março 18IJ toda a cidade acorda pra ver o cometa tinn portèe conti e deus Italiens mentrtlonj mellonjs monsVueiue. é sSappés i«< i naufrage du diriges livre Lea Sociéléa Afrieaine». I 'n ' hei néo-sélandaii di» ele é enorme e fabuloso ble "Hnlia". Perdus sur les gtarv» iinii-1 .'le rians noire organlsme nous montre les habitsnU 1 le rôl( d'iin ile ces poisons IcnU. ' 11- Harte: "i.:i chair hu tl"stroe cidades pensamentos de ornem. du Pôle, sans livres, à boul 'i nanes traversécs par les coun imnie du 1 • • "O caracter, isto é a mistura forces, aprés Ia morl de leur com mais sni qul SOUl une manicre le \ii! aux-là ne sonl pas rui O mundo rrruda a cara quando ele passa nunltinn uiakespçarieni e lnfllg*« tout uilbfllesl . Pourquoi? üier". Mais ' ^11 rap dosinstinetos primitivos do ho- 1, ii naturaliste noi par In nnlure v, Mais tout aimplemenl parce quVn pnrt fait par M. Mnqrelon •" iiin o i"siinclo de conscr- e meninas desmaiam no fundo do sertão. Malmgrecn, les Inforiunés Kappl lei .ml li MM lété dWnlrn llelas I nvouonslc, i'homme unir. du manioc ei des patale* nolngie, les Canamies Irauvenl le 0 da estims de si t o O cometa passa e arrasta um pouco da minri • ilma e Marlano auraienl mangé le 1 nnstitue pour 1'homme un uii- qu'ila cuHivent, lia onl ii leur dii • • rfi.e erva de ponto da positi 11 Is mervellleusi ressource hlanc "irnp sole". Qul dVnlr» Fiquei triste triste, jururu*. corpa de Malmgreen ! menl parfait Tnui lei roj '. n plaindre J is ou­ qul "ni pu se tnouver en conlact du poisson. Em vão minha tia : tras fi.i l.a valeur 11 le caractére di ii< m . s Indigéncs anxhropophs 1:1 ob erves le còté moral de 1 1 . paumea di 1 maina ei '' • \ '"«ííriia Amalla Monteiro de Barros honrnei mis en cause rendaie«M ^cs dê. Inrenl i 1'unlsson qu'H< Ihislnire, ('esl SOUrtOUl depnis louca si.ni réputées les meilleurs Carta a Rit le. — fina 1S07. déja In calo.iinie Invralsemhlable, donnenl les signes d'une mnrreaux. Questlon de gnuts, di renete no plano com tanto sentimento que nous avons colonisé Icurcon 1 et de fait, renqueti en 1 di m m rolaisle, a cÃté de Irlbus volslnvs imeiii que bs ooirs Iravallleot, ei •Ir latitudes. \us I ' ' a valsa Transiheriana, meu xodó naquele tempo. tré Ia complete inanilé. Mais non ndonaeVs nu cannibnlisme. iu, 1'espression "travaillcr com MarquiseSi ã 1'epwnie ou l'on dé Qual valsa, qual nada ! II faul savnir. car c'esl Ia seule me u.i négre" s'esl inscrlte au tn vorait les pi 1 yvus onl , 1 a alma de um |)iiis(|iie celte queslion de 1'anlro- nllnii • qu'it» uidido, - ms ronheç > a de um O cometa me traz o anuncio de outros mundos -1111..11I |*n d honesto! é amo coisa e de nofíe eu não durmo gniichl . li ,'ieiir BUX dieilX. ei le- 1 en Rompe atrapalhado com o mistério das coisas visíveis. salnl .' que '•'• Joseph de Maistre* No rabo Imenso do cometa revista de antropofagia 1I5 '.i-iu'iiiis."(|ni étaienl ai enl une préfc passa a luz, nassa a poesia, todo o mundo passa! Órgão da Antropofagia 14. numero da '-. ni 1 pour II H mu- "O louco n" 1 um homam mie filies 11 ii vi n nce parler OCO é nqueMe Rio. 1929. Brasileira de Letras 2/ dentição pour k fosses des adolescents que perdeu ti:*', axcepto a sus 1 Ki ml aus Bcrommodementa >-i : razSo". ms s, ia 1 N, iis ~'ini Innombrablei Chestertca. Dam li le comte lio Jorge de lima dolph 1'esi.iu-- de Tolna iit. " p mui rinie de Ia «lande d*homme Temos o pnraer d? Informar a nossos pre-sados leitores, qn mamei EXPEDIENTE o poela iorge de lima este em São Paulo. Realizador de poemas II put, pn SSée par In luim OU ta que a gente lê se babando do gosto, Jorge de lima é slmpntl- curiosité. manger des légunses if •: i pnfagia, Nos deu para publicar o poema que segue. t-au-feu, mais iL laissa Ia \ lande. BI k Sumatra, lea Battas Este é o 14.o DO AÇOUGUE lienl li s 1 1 -mineis | Ia I i naigrette, s'il vous plait. numero de ou'en dites-vous, ò Curnon-kl. MIGRAÇÃO h Paul Reboui í Revista de Antro (Do Jorn il "Progréi du Nord"l. nofagia JORGE DE LIMA. M. R. (2.* dentição) João Nordeste acordou cedo, de manhãzinha. santo oficio Nosso director é Chapeláo no cocuruto, roupa de brim, borzeguim antropofagico o Raul Bopp. de vaqueta. Adeus, cacíiorrinho Delegado! O Santo Oficio Antropofagi- Adeus, civallinho, "Dois Comtigo"! co não funciona neste numero Geraldo Ferraz por fr.Ü.i de espaço. Ele, po- secretario de red. Adeus Canna! rém, ainda não perdeu a pista Adeus minha Serra! dos amif do alheio, que, pe Adeus, tudo que não aprendeu a chorar! . )la, Vão fazer des Correspondência: loAo Nordeste leva a sua Zefa e a sua viola. Filar ; ' • BUS treitte seus Ino» Jaixa postal: 2169 João Nordeste vae embarcar para São Paulo! cenlea "deacul I »E S PAUI O carta do poeta de "Catimbó ?? telegramma de congratulações a antropofagia em marcha! ;. |ulbo da i Meu RIO, 18 (Serviço especial da Revista de Antropofagia) — Tarsila - sua cai Ia a repercussão no rio grande do sul ir i intropofago 6, na ifunda- chegou hoje e abrirá, depois de amanhã, sua primeira exposição no •ente ii 111\ islã, o meu p itlmbà" . i' 11 •• • antropol A rainha solidarii dad<, pois, cou il >> em Brasil. 11 e vntoi loa Io enju *i ta ii i unidade d mais MUI isso. da uni- Quem quizer ver os quadros delia até o dia 30 vá no Palace Hotel. « pau- orezan­ (ad • '!<• sentimenl do, deprimindo, ridicularl Qu< ln ii. i ' lhe, noaao. •lim de ' \ ítar explorações, que aqui n i mi iincnti) \i,- MI- alastrando rito espirita orientador desse "Moquera n. 2" nio lm| tarsila chegou tocando na mesma •olidariedade lotai com ti asatncntos nellc PRIMEIRO CONGRESSO nde fa- ... • i ii minha solidni Icd RIO, 18 (A inubia (Iàlif o diá­ BRASILEIRO nuina- rio de i cida­ ÜIi lobri o "Macunaima", chamando-o de lendas amatonicai . do Amaral, Vocês, da "Antroj menti I is por Amorira e copiadas ti i ivel linguagem itsv. iM de Andrade, Pago e An- adivinhara como a gente esta sa­ de do Rio Grande). pri.i autor, nita Malfattl que foram recebi DE ANTROPOFAGIA que nos São ilus cordialmi io Pe­ quei emos. B é assim que a coiaa "Macunaima" i um maravilhoso sonho da mil i nmi dro li. i"»' um grupo de Intel tem de sabir, 0 sul diamando o cannibales d>i Brasil. lectuaes. Algumas teses antropoíagicas ii te ' hamando o sul. li i, ndas b • I encontra -ni ila do Amaral e lis»ald d* Convidando-o paia a luta nhando as em do la-' toa étonnan! di i I ti ni BOgtaia J. O. Macdonald, qui . ncantad isl de 1 .1 Andrade, mais alguns atodernia- que d'indlscutable progréa Bcien- demeura quelqoe lemps parmi lea Pela contrario: o espirito nordestl o pensamento sil.i : ia-, i ai11 ellea Pagfl, Annlta do de i i i d< li Paii bipel da Viti, do uulor na papo, e, por isso talves, Vocês do Sul, nio tenham »Ta liai O bclli i ha M.iifain.w aldi 'uai- li' íiaario, qui | unento assim é que fi(|iie ei social, c'est que, sous une podida I i, p. te cora seguiram ante-honteoa pele treai i M. io daa ses elevées se nourriaaaient. lis Peitas essas considerações que me dita o dever de ler sln- azul, para B EUo, fio fazer ago­ duas h. mias. Com o OCSte tain- . í.i bete numaine est à pau I même une i omptabiliti praaer, vae ser multa i »i ses 'li ra, ali. cosa Álvaro Morej ra, n.in bera l Io brasilidadi. imo, espero que Você teri i lealdad |0 e i ICriptO, iliir;ni1i du - qu'il y a di-s mil- daa corpa devoi i n fai blical u i da Revista qi aibal Machado, < lovia di Tocando na mesma inubl Hera d'annéea, II n'eat que de con­ sant da: me ae liio B ia* eata visita é um annun- Mia", Jui io de Lima, Júlio I ni. mio na mesma i . Brasilei- ta autour de imi-ioii par VI aoatro, Binhft, Jurandjr Manfre- [ii amente. i .. i. Mas, ainda mais nous, révolutions, di anu i ei cri Un io ia, par teu io coração ivel é saber que I iimi. n iiiiiini i oero i'ias ,• ,, tu. os ita­ ailleur doú : Panai di Miranda, u lianos dahi ios Menottis), que • mea quotidiens, pom VSQ FBRRBIR I pela primeira vez, realiza uma i ompte, lea chefes tea plu exposii • qu< naquele do Primeiro Congreeao pour lem- cannibalisme, Ri conhecem a artista ! Brasileiro de Antropofagia) a ae II ant ir. dreuntu fut le phia fameux. Or, qui m Paria saudou com effu- reunir em fins de Betem br O, na- nao |i.i le fila de cet anthropophage se sio, ha Ires i no- quella capital. Denl 11 0 landuá está bem ti inçado e ba- i ii. < *r-, C'étai1 une llliuiou promenanl un Jour au milieu trc\ ido como natural l.e miaaionnaln li cou ita, U tador". E BUtí pli na de "humor", affirma al­ na nossa organlaaçio político su nlu ço, I i eud, .i .l< tua guma coisa que é lambem a af- en Irouva buli c nl quatre-vingt- de Pii apoi e a 1 Como poeta, Mario lem real- ciai. Essas teaea aio representam, pelle ] atada. . 11, ia lutte termim i deuxl ' flrroaç í phaae brasi- vainqueura mangi n I ponto '• • o pei i quan- poréaBi ai nio um ai pei to do pea leremos literatura \oi> seJ victimei gênero põe de ie esquece que é profes­ i, ji,, .i u anca de que semente antropofagii o nal. Literatura la> ada nos • acordo com i sor ii" < afinal livramos OS nossos lioni- mem n« aegninte Io decaio go: Enxugada de Ia ' nl doa d'aulrcs! loa Dninior I, para quem "toda veu um Compêndio de Historia broa da vi Ih I — l'i traditionnalistis. titeratu • : i iam mystii • | de Musica, q i tvamos a re] II — Maternidade • Limpa. Alva BSCI ri nla. > étatft gmisade" Bu gosto di d'ailli III lissional através de esl pai a tai d M i papel de eropn III — Impunidade du hOO i •- Roa- Ascem cí lem lalen- iii \ri \'i\ant, r deli i ou nio participa Literatura que nio i bem lite­ cherchenl certains mOroeaux: le Io, é ura grande piedoso. ftii mie daulr. part ipie, ue deixar de explodii comsigo uma IV - adetermlnada ratura. Porcjt [U'il dorme le I escreveu ai i bom qae ele ge, 1'oeU gaúche parce oj d.ms rOubangh Ad.-ipiaiã" da prn.-i ao di-lin- que triumphari Ktins dos mais gostosos poemas quer inutilmente i || Ias. já mi ' I glorios imente, Desabi ide lime du en I 1 qnente. • nho li dre Igreja, E de destaque, na modi rna pinto- le coisa II est vral que sur loute Ia pia» nos chegou titulo morto. (Ire! no observou VI — i irganlzacio tribal do eira dos néte Ies bom fera- burro I para imitar Bilar Oswaldo di \u Irade — que fai Estado Representaçio poi pântanos e d< ntro dos . b Pour inviter le voyageur an- e Vicrah le Carvalhi do dia de lua que • de Ia cbair tiers.,. o Mario de Andrad lheu de manhi em popula­ obra dele, portanto, si nio me ções technicas. Substituição do sdi ira 11 que nós bumaine, un ehef mi affinn uria de quer* i bem a vod doutorai, pe­ ií, onde muitos amigos "tendre comme du pa aguard dizer-lha o Senado e Câmara por um ' leria nutro remédio senão devo- dante, falsamente erudita, a par­ PAULO BARASATE (Ceará). II y a cinquante ans, 1'explora- (Do jornal "I nu o amigo com a in <•• • feroci te do bi nio". lho TechnlCO de Consulta do Po­ dade possível, Mario se colocou Santa El igenia, me inti 11 der Executivo. VII — Arbitramento indivi- nu posição de mestre diante de i cea de A PEDIDOS falso, bastava-lhea .. torrar pânico do que el< considera dicipu uma riqueza O que na estrada daal eaa todas ns questões de di­ que estavam preocciipados e pelo qual l" I que elogiei ao ponto mesmo obra di M n inde talento. Dí por mim r-me a noUcla vale ii In ici • da Catii ichinista '• fazei .i mal loi mi Nio t«ns motivo» para esse passo, as devaaaaa que que ha - saerl d Bra ficado A verdadr l periga \ di ADRIAO PATEP Bis que a caugn que fiieste tua da Companhia Pernambui ana • disponha de seu Se tal destinado a Uimbem o credito da Naç6o e da mo» Foi contra essas atitudi -. elhi pophaga esl i nu Bahia e Pernambuco nao podl&o sei vii d aer mais favoráveis, se os qnljiesaím n chia, o que me obriga a requerer, autor de Beerava qae nio eztranj melhoi i u qualidades e pedir a Voe- i rum aa i leanra que •• • OSWALDO l 10). M\. 121 i.je toda consta de vtr- doa confederados de Loyola com os -pecines. exemplares procedi- ixpressfies d» humildada qu* ussfto para se tirar no­ tal Do q i ça d( O e Cratlnau- concesi vos devassas 00 l imtiuco 'im aml- m me perturbou o en­ revista de antropofagia, numero 15 Fonl? cheu de confunSo, Julgando-me a mim por pessoas desapaixonadas, livres do Todos i ganisraoi i lutpeltoso, quundo as • rimino, I zelosas do Justiça e do cre­ EXPEDIENT1 HA REVISTA quan Io lhes entrar Cotno I tmpresaio loa d vista das evidentes provas das outras dito da N i.Ao. parA que -lesta sorto *'— 0 bani possa descoLrir-se a verdade extas feii Dl ANTROPOFAGIA o Brasil, i • i le qoa, DtO ha ajoen me tire a devassas, que tanto os santifica, aen- ii ui febre. Okaa que nellas Juraram tada nos trotaa OH noa • i. Mui d i Man) i>izltiuio do i>- i sentimentos d0>0t) torta, Pataquera, Pi Por que? Por cau liana Sla . tendo a/i pe.-" :.ipaes daquella "— iiiini. .1 lenhoi r iti houly. Mucui a, Cipó i il tea, Logo chi da im Ia n ite! M I .. rrun- cidade. cumstanclaa prO» lhe de­ Está caçoando da pn Ia Arruda, Pio de Angola, Bauni- Numero 15.° — 2." dentição — reauscitar lo- -na cabana. Depois de I T-ellentlsslmo Senhor, i via eu rtimiir i como agora pela sabida dos Padres ficara Então |" [ue vi • im pro< Com nte. Ponl i ia Orgáo da Antropofagia Brasilei­ dar-m-.- cmldc, contou-me. que outrora homem tão mâo que deixe de amar as rara de ii rtUgUM prisioneiro, oo Religiões, e multo menos a Companhia os ânimos e a liberdade desnssombra- ra de | bonita, mas quando fôr I me 'i banho, Ah, menina, a feli- i qual matara, e tanto comera dal*, qna , Santo ifundador tenho cs- dos da sua soberba 11 •..'iii que vem bonito... ien vatomago ilMde ntlo jamais fl- aborreço sim noa re- tamente I diligencia hn de surtir me» velta . .[•eta ne- lhor eff- Dussada e dar> Senhora pre isa disso ti | muitos outros i DDUECT0R — Paul n ro. O falta de observância, e pro- Intuitivo, t ni'i es que D ilbor poderia en- se-ha a conhecer • a Coaa* nina, a invi j lar na- Corrêa] u Pos- cedlmeDt.s escandalosos, e levado fio gentr. Quantos caso . quantos eu morail* dinhei­ ando venensr uai bnaUlco do que um doa Mio du Justiça cumpri como devia a panlüa citava Uo relaxada qna só aa- sei de moças bonitas, que um dia ro, para a inveja não pegar n.i lal 126 vendo? Qual- • nhla ? obrigação de Reformador, e com tanta loa absurdos qae obravam os sens Pa Quanto ao que ainda outro dia me drea nestes domlolov deviam ser proa. • ficam, genl', para os niáos olhn nulo? p terra da gente ralo faltavam a*ata cidade i is santos sozinhos, ni i palz, nJo .credito. K tenho razoes para • lesta cidade sailagre. Deus disse "faz que eu II _ DEPOIS algumas que haviam de dlxer inuilo -_ Poi SIOOO eu Lhe d ANTÔNIO C.AHHIDO . e muito nos seus juramentos, nSo fo­ se continue, requeiro A Vossa líxcel- te ajudai ei." l iça ura conselho, banho e tanto. Ninguém si i in;s( IDA' i Batuta do I lencla que façn i iisslmi anenina, feliz mais qu< i Ida 'i1"' 11 i rmados a i amento, para que Olhe, comi n priprioca, Rale e me, minha menina, tona nio houvesse quem dissesse que a de­ Card* Ref.irioadu: lome sempre no seu banho, com o seu banho de FeUi idade vassa o fn-.ift suspeitos», e mais - Angola. fullílo nesta cidade apalxona- un. que livro (ii.nhla. ainda q ii [o ai ti m si: afastar de di cheiro da minha »i. tomi um banho :om esta ba­ recôn­ cavo, qu . to quo tata de "V;u • Volta' Si, a pes- A Felii Idade cm< eu esta causa n I . cuapa-mi i As folhas vi ruea qut devassa, nem os Religiosos da S&o Qa ndo quizei prendei pai a a aquillo qui • viil i i ponha caíra- a parte do Nori. ta Bis­ 'o noa si a cheiro pado OOBl i conv- Ê \ Felicidade que i | .-. nio ' uma lielli vendi no n ercado,.. porque Falte a» > . para i rrinho ] o; e de ti Kte- Escuta, minha velha, e bo- Pai i' llnhio ch- dá fellclaade? I mora ?) desta Mo ssarla BNEIDa (D omens "Vossa .;xcelli-i sença i D 10 sem saberem Deos. e por arodil rtla, fia, o pura ou. . mala uigu- naçfto. e também meu. sttenda a eata ma e i t a minha supplicn, que me purece acr Je raaaan, se nao Juras­ sem d. i II rogír ••• os fa- Vossa (para a revista de Antropoía • • .'I lll! !•• a -J- La vem maroim, Ia vem carapanã, Ia vem murissoca sambando com pium. • coaao "Se assim se obrasse na Bahia e Per- lesejo. A terra está suando poças dagi ••' i rço d •» a lagoa está dormindo, ver IB maairaa cuipn- o caboclo está tremendo, está sambando com o pium. llanUaatmo S*>

Minlui madrasta Maleii.i i |U( UK enterrou • .le Ja- • ilraram-se sol Quem sabe se foi um figo que o destint -is pessoas nu. Manda um rabinho de secca de 77. meu S ', as tra pra si mns I.I pra esquentar esta maleita. UM I M Mas vem correndo um vento frio I Iti berdai! I ootaaa a água se arrepia . , MI 1 *i - - -i i.ur. gencius ni\o fari&o ? que ainda porn :. hnoa tremendo Il pessoa que Jurasse o ter. e~;iá sambando com o pium! H .l''vasaaa, qu Do

JORGE DE LIMA 'Antropofagia", quadro n, l d o da expo' I ursila • ———, ___ — —-• A exposição de Tarsila do Amaral, no Talace-Hotel", do Rio de Janeiro, foi a primeira srande batalha da AniroDofaçia O ADMIRÁVEL SUCCESSO DESSA GRANDE MOSTRA DE ARTE BRASILEIRA, ATRAVÉS DA REPERCUSSÃO QUE TEVE EM TODA A IMPRENSA CARIOCA docoraeníos antropofagicos Tarsila do Amoral Inaugurou u brandindo o I i Brasil inh ia A. adenda. OS MHOSJO MARANHÃO um MCCCSBU <•"' todo o Rio ' Ja de i unha ml cl isto bu A exposição de Tarsila serã Órgão da Antropofagia 15.° numero da nci.o. Os jornacs cnch. mi Co hiano, i t Sinhô 0 Brasil de M i TOI lanto, mais um combate decl lumnns sobre a arte dela, que •' rajó 0 Brasil qui i orno o phos- slvo, no qual o ns' Ito |oven •• Brasileira de Letras 2/ dentição vc" i c caduco "Jornal do Com phoro marca-olho resistiu a nu i rae-ae reaf- algomas considerações sobre i merc'o" i.rhou de baptl midodi de quati acento* annna d" fin - r bi llhnnli mente. 0 indio, o homem natural, bravo, sem os uicios "futurista", numa >'• '•' >sa revê- tttol dt vergonhosa Disse o Correio da Manhã": carta incorporação dos scSvicofas submis Ao ao I Io idente, i laçfio de suo lastimável Ignoran "A EXPOSIÇÃO DE T/.RSILA da catequese, morria sorrindo no campo do inimi­ cin. Rs • vcl! devia ir para I I es lluÇã' . primeira rCVOlUf I i a um antropófago ««cola gcgc, :->rirendcr a ler. AN séria que se fez 00 pensamento inaugurada, liontem, ;.o go. E' assim que morre o verdadeiro antropopha^o. á sociedade civilizada P a "Hotel de S. Paulo Referi ndo- ra qua oa tranca» •«lesões que tivemos foram, en brasileiro, porque, como jA disse Sem entregar os pontos. Só o civilizado faz conces­ zea ealAo ha tn' -ilo, as m lor» c mi • •nthropophagla tem ns suns Tarsila é um nmrc de respeito sões, transige e assigna o (ratado de V.-rsai.ies. 0 rcalliaado na At­ >í."-> os falt ni mesmo n K>ll'n profund is nessa pintura no modernismo maneado do Bra Vorô me escreveu sobre "Ma- earia. Alpliofiae Daudc* dia. em certa) riedade de orgams Iradklonnl nova, audaz, liberta, cm que i sil. por, ic, s.' ella se apresenta indio não conhecia accôrdo. 0 accôrdo dele era no racajá'. Escreveu-me e pediu-me .liurn 'In um doa acua maravilhoso» lucntc conservadores coi .o "< i iivem.fi" se equilibra num nutra i mas estranhai o curiosas. COUSas do norte. Ora, você sabe. ll»ro«, que a Frnnça julga dlffundl» moquem com o corpo do inimigo fritando na braza. que. para o sul, o norte é, pelo » aua clvlllaaçào entra oa IndlRena», Paiz" e o "Jornal do Brasil". \ vilhoso e admirável sentido plas- com cores de maravilhosa bige iranamlttlndo-lhea alguna mMna.., exposição de Tarsila marco-.i IÍCO e naqui-lle "senso agudo Ia uidade. é, no* i ao me*-no, uma menos em literatura: Um telegramma enviado «Io IdaranhSa) dcs. modo, o primeiro goal Jn côr" a que se referiu, itãfl i o de raro vigor, In üvi A justiça do indio era pâo na cabeça. 0 verda­ ' toenino amarello, Informa que nada menoa éa 10.000 la- Antropophagia na d'creplta ildido o seu enthuslasmo, o fran lualidade c brilho, Ta em hulo comedor de brôi." dloa urubúa Já foram paclflcadoe na* mentalidade colonial. Os anlr• >• i sã Waldi niat Ceorge, Pintui a que sa. .los eus sentidos, inleh deiro antropophago não perdoa o inimgo. Come ele por isso eu gostei de sua carta quelle talado pela lnnpeciurla de Ia» j phagos «Io Brasil Inteiro mais illrecta, Antl-anecdotlca. Anll-ll- genl mente nort ados, um cunho 0 arrependimento do inimigo e uma virtude cristã e do seu pedido: dloa. A noticia poder» aer auaplcloaa, do que nunca orgulhosos da sua terai ía Pui • força plástica, o lessoal, que hem diz 'i talento para oa que encaram coro eeno aea- grande artista. Vi i pois Tarsila ! maior prazer dos olhos brasilei­ da artista, E' o outro lado do rabo de arraia. "Eh ialipali. llmentallamo a exlatencla Aua rema- \iva! ros, o Rio vai admirai I •rte, con-o todas as O' palipatão neacenlea 'ia velhaa irlbua aelTagena ira o que disseram os (or Os anthropophagoi de s. Paulo, rr • çôet. se suhmctle k força ge­ (eu não sou daqui) no Brasil; nSo rezarSo pela meama nae •le todo o pai/, confiam na bati li- ral da renovação, apresentando Somos pelo ensino leigo. Contra o catecismo sou lá do fundão cartilha oa qua ae collocaia A margeia DÍNS. ligencia carioca." nn presas • 1« mpressionante en sou de bóa bocCS doa acomeclinemoe e leia algumaa de- nas escolas. Qualquer catecismo. Não é possível fa­ allluaoea aobre eaaa couaa rotulada d* —Tarsila do Amaral exporJ ranto, só nos cabe applaudlr esse como o que raedão. " UM» AKTE BEM BRASILEIRA movimento, e, mais que tudo, a zer o Brasil embarcar na canoa furada da Prima do elTlUaaçao, NSo « preciso poaauir a rl- UMA RTISTA BEM NOSSA no Palace llotei 55 quadros, A Aliás, Iodos os antropófagos do aAo de um Oaudei p«ra verificar qu« sim exposic" • se realizará ama­ altitudes, o despi atn Espiritual. Reagiremos pois contra toda e qualquer CTarsiVi Io A''arai e a sua em- peloi incconceitos, » são de boa bôer a. E lis- oa aelvagena nada lucram com adhe- 1 d/ante exposição de pintura nhã, sabbado, • N d< coi k vamos vantagem ao nosso rir A »lda doa homens que ae julgam i'i rarslla disseram, eol affirmaçãu le vontades bem dl tentativa nesse sentido Viva Freud e nosso padri­ Tarsil i, a Inaignc renovadora . Tarsila é uma exp avô de knnitar vermelho e cocar detenloree da verdadeira aclencla da •enfio creadora de tuna usthcticn tios. nho padre Cícero! •arde e uma' Io. Eu creio que o illuatrar o gentio. ClrlllzaçAo e aeJva» Waldemar Gcorgc: "Si I legitima desses espíritos novos gaHa aAo doía teraioe qae. boje mala btetura' que o movimento "an lia \ [vem por si, sem llgaçOc indio não devorou o portugue; Oiro.M Sito Paul i es sition le V te. Tarsila noui com nojo do que nunca, ee contradizem nta célé une ai liste ithcntiquc, qul ou dependências a quaesquer es Onde ha dois homens, um mais forte do que o ••ntldo tuMIramente no»o. N -ia t.\ impondo com ardente impe i colas i ridículo doa I renovnç3o vae ser Duri.. M.sta á dmir. .' i c ao cn joinl f m i '.i COII nm buraco. Não contamos com leur le goul cin benu mélier, ce mediocrej ,. üs renovadoi outro, um comendo o outro — eis a harmonia uni­ pode traçar llmuea IIIUIK, tai no )" ' i 0 BUXill dont l.é- arti prosam • Independência de versal. — Oswaldo Costa. que ae pode chamar de »• ivn, . n» amanhã, aqui no Rio, a > pri suai |iro icçoea, Seus rentidns São lurncisco, veio "croado" *< iruUiKlo doe seres ali Beira aposição no Bra.il. ser est !e pére, elli nona a fail da matrii de Canindé" vem em compleiu nudez e a-? connaitre cartainea lendan ii> r. mente: se se lhes po- mm de couaua caóticas. Lie algum ma» Faço minhas, com desvaneci- II qualquer collabo nem do: uo. elles nAu aAu Inferiores i ia pensée brésllienne de nos 0 indio que queremos não é o indio de lata de "M« u paum padre Cícero alguma aoa aérea que aaanam cauva. •aento, jours". ("La Presse", de Paris. é o controle de intelligeu goiabada, inspirando poemas lusos ao sr. Gonçal­ da mera do Ceará". Jogam na Bolsa. r~llaW ap- itam T !'a no pub! i 'J2t. cias luzidas, que alargam o cam- O cacete vai ser rijo. laa maclaa doe atlloim carioca: cliarulo e atiram uns ..r André Warnod: "Cette exposi- ves Dias e romances francezes ao sr. José de Alen­ ...rnar o samba bra- tuncln sobre o communi «IH — "TarsiU dO Amaral, a Rran- lion o 1c charme de tout ce qui A exposição de Tarsila, hontem car. Esse indio decorativo e romântico nós damos • de sanfona que c dude. de pintora modernista de est sln . I; mais, inaufiiira.il no 1'alare, dá ojipor- balófa de venlo eslran- UJ índios do Ai.nMiihàu, e praflajaj )o. escolheu o Bio de Jani Umidade a que o publico do Itio de presente á Academia de Letras. jeiro, importado da silva. que ae diga. nAo esl&o de parahena ra realizar a sua primeira • le plus, Tci sila n le sens di traba­ pelas pronunciadas lendenclaa jue iua- montes três ptu es ei Ire* fines ei lhos da artista. São Paulo guar- 0 indio que queremos é o homem natural, é o Viola lambem nfio serve. nifestam para adoplar os nossos hsbU lição no Brasil. I • qul f .ine A sa pt O encordoamento é estmnjelro. los. Accrescenta o «Iludido despacha devera ser inaugurada aman IH, .la\ a i lima fruta ra­ caeté que devorou Sardinha, é Cunhambebe trin- Poi mal que a madeira se es­ pobres Indlgrnas Ia aban­ aabbado, no Palace-Hotel, e de touti sa qualité." ("CoTOoedia", donaram a pratica de furtoa e repe­ Pa is, li i.) ra de sua rebeldia esthetica force para dar lons de brasil!- tem amludadamente suas rlsltaa aoa Certo attraira a attenção do nos­ o povo do ca.dtal eslava ancioso chando com gosto a perna do pero. E' o bravo que dade a cousa não sne certa. E' postoa liuualledos pelo Senriço da so meio artístico. MaUiice Baynal: "Toutes ces por uma vinda de Tarsila. ficou na floresta, de tacape na mão, esperando o Urgente n quebra da viola. ProlecçAo. confiantes e mesmo obeui- composition trailé.s par tons ila chegou. er.tes". tf uma noticia espantos*. nAej Filiada ao movimento anthro- ar de vera. do se -onhece a alIU p iphagico, - Mazimilien GauJiii i: "I.es fral- lento. ada 00 SÓI. Acabar com o ca, sem nocAo do Umpo e de outra* sa vanguarda da arte e pelo rins i ' [CS, au.v vives A construcção dos quadros de certa elite. Na elite romântica, saudosista, Que ainda mofo porlu^uez que está sujando couaaa oào n noa laeoaaaaoSaa lavoaw •eu valor próprio, inconfundível : a terra. Tudo brasi­ Uulaa pelos delllaadoa. A' rerlrnv^ua 1 ei guii oi ' i rs : é singularmcute racional. crê na retórica, nos princípios de Aristóteles e nos operada no cerebru doa aelviculs.i. >m pessoal, se ti "' Imposto á admi­ Mmc I comprehendel-a, hasta _pc leiro. denuncia manha, esperteaa. ou dege­ ração, nfio só do nos» i ua z, co IV sthctlque Irapressio- netrar-lhe o espirito, ler a visão bons sentimentos portuguezes, que não tem olhos nera-lo. Ve-se que oa bronzeados ri- soo do . ttl .lixeiro. El Ia é un. no­ niste, pai I pias n< I lhoa da aelva amerlcanai decaem dei me elrl n slste pi i fei* UlOS. Suas cores são nara ver a nossa realidade, na elite submissa ao Oci­ "Pulo signal «ua amiga soiab rance ria. O que .oa is. Aquel e a z u .. ! a Crus leva A convicção de que aaalm estA launente f. li io c JO héroiqui. natiofial, volre r- dente, na elite que perpetua a bambachada do gover­ Ddaj, t a rapidez com que) mi som aquelle IOSB. tão de TarsilaI nos Deus. abandona oa seua hábitos ancealraea: tora do Palace nador geral roubando no confessionário o ouro de Maria o índio JA nâo furta. Ora. aa exprea» RumeurJ. 1928). é uma !a do movi- s.les roubar, furtar, apropriar se Inda- mtnas Essa gente é que dá azar. nn livra muito grande bitamenn, i 'o tem aentldo aqrum pa­ A | Alvar i Moreyra: "Côr di las des- antos ra oa noaaoa aborlgenea. Vivando -m nm ai I dt s. Pa*tli do Tarsila Azul de Tai ''a. S::u ,o •• enthuslasmo livro mais menó estado de Innocero-la. Inaclentes de> ,ue seja direito de propriedade e ou- • iSC e in aaalm sepo xep.i ITM eOUVQflvAAa S- • eommunlnairle humaruo. descoberta a exarta sensfl NAo aabemoa ai elles ganham ou per­ CO do carMA." dem em Incorporar-se aoa clvlllzadoa, um maravilhoso i - R. R Disse a "Critica": para adquirir-lhes os virlos a que >)- Tarsili pintor brasi­ Disse 0 ".lo-nnl do Brasil" 8ING1 LAR EXPR1 foi valente. lude Alphonee Daudel. E" bem leiro. Nenhum, antes delia, ot*in- idre Pinto. M cl que tenham indo a perder e nada) "TJMA BXP lSl< HO DE PI MODERNA soube dar conta do recado. Se a ganhar. A civilização nAo passa Aa giu ánuclia força plástica — a.« HODEENA nm amontoado da formulas e exterio- miravel como invenção e • iirn rado também ridiulos p&ra disfarçar oa mesmos toa- realização — que cila ao . • de \raaral in.uiRura ama­ os nlti- tlnctoa que o Índio nAo ae aanajffjBjs nhã a sua primen nha de ostentar Uvramenta, o qne taaw entre nos Nem também nenhum O indi nlamo de Alencar foi to raie dizer qae a clvfllaaaSo se ba­ pcntrnii tão bem quanta elia < • pintura que i.unido acre- se» ezclozlvameate na hypoerlsla. ma aelvageria ih nossa terra, o ho> de nri i. Seu nome .•lar BO publico mtelügen- vez Instruído sobre os mclliod u- da Rio d< aJneiro uma expi es- o homem adopta para ler o direito d» mem h cada um rte Como se fosse possível ar- • rflnn o Imlio nós, os brasileiro qui estamos k>n .i d. • !.• amor enlrc perderá a sua pureza de aentlnn-ni'-*, comendo, com a ferocidade pos­ m Ihilidade i loderna. E' que, com effei- uma gazela e uma onça sussu i- a candura que o torna uma eterna) talento Indisciplinado i novo, que criança em -wle da natureza, para) sível, a viu i cultura d« importa- ralUl do Amaral, pelo ex- rana. O que eu queria ver era transformnr-ae num aer" eSielo de »a- ção, a velha arte imprestável, Io­ /• o delia, são bem cai BCteristli os pontan o guerreiro nano, dissimulado e eablroeo. sensual dos os . reconreitos, em suranu. dn nossa hora actual. -eu "proces- no nioqucrn. E o velho e pérfido, manelroso e «obarde. com que o Occideiite, i ti amanhã, nn sus' arbitrário e estranho, singu- \,nken com a barriga cheia e n Wào, senhores, m. "mr aarA delzar oa) snanhos da catechece, nos enve­ Palace Hotel, uma exposição de no Brasil, da rara li.Minlada de gordura de pobres sehrtcolas entregne* Aa leia da seus trabalhos. E" o primeira ex- natnreea, pelaa quaea itrapn ae rege­ nenou a sensibilidade e o Densa* i doa artistas contempe- Mártir S< res Moreno. neram adm'ravelrnente, do qae sa'sl« mento. nosição que ell eus qua­ . que se cingem a formu­ Enlão m. Era de se dar um tal.os As leia do homem, que nlo lhas A pintura de Tarsila é un dros. las i- obedecem ^us "canons" pre- viva :.o kanitar de Iracema. poderAo noadrar a orgajheant tadeneaw O Rio irá admirar, assim, as estabeli • danela. Vldoe. si os tem. n*n r>- ves­ muitas .'órinns de reacçaVo contra - O verso no Brasil deve ser nü. tem nunca o csrnrier deprimente oua) essa nefanda "conquistl produrções dn artista que é po. nn arte iiii.laciosa e re­ 0 0 indio ér<\ rada vez mnls Ssstimern oa aiejoi r rl- Ui.il" de que i utiliza, para u suffrag.o dos Intellectuaes van- belde dessa pintora, predomina, •Iznilna. dsonl a ver aa liiisaj Sem pontos. Indlgenaa do MaraiiIJo. asando rou­ vistoria de suas idí-as, o Jé triuiii- : pintora bra­ com uma nota viva e clara, o ac- Sem vírgulas. pa* clntadns. bengala, discutindo >oll- phunte movimento anlhropopha- sileira moderna. cento nacionalista e nelln se re- Sem ai tlra. tomando eocnlna e bebendo ""<>. gieo. A sua exposição é a nossu A pintura de Tarsila, a par de flecte o tumulto da natureza tro­ Mais admite iiri'an]am-ae sl- Kltae" falsificado, os homeria: aa mo- pical, voluptuosa e única. Iheree. de aslas surtaa, rabello "í -a) primeira grande batalha, E" » sua originalidade, lera um cara­ nvemionnes. Kuroonne'". freouentnndo rlnems. dis­ nossa | ri; eira Brande ofl cter profundamente brasileiro. I arsila do Amaral prest-inde. Tii dos de motivos de cerâ­ cutindo "lollettes" e fumando rlgarrt- Graças a Freud, porém Kll.i vae IIIIM BI I sua inspiração porém, de apresentações A evi- mica primitiva. Ihss de ponla de ouro. ©ue borrnrl certeza de que, ainda desta ve<, ilirectamente na vida. E' utilitá­ —io; mil vezes a nndea, * eaolm. a) ilencia a que «Itingiii o seu no­ vida atvre daa noreetaa. Piedade, aa- como sempre, sairemos vencedo ria, anti-n.nanlica e anli-anedo- me, alvo, ao mesmo tempo, rle cri HEITOR MARÇAL, nborea da lnspectorla de ProiecçSo ao* teia. Os qual. os que tarsila vai ctica. Delia è que decorre n pr licas e louvores, elogiado com floresta — de tarsila, 1929 SelvVolss! expor — alguns de suas rha cs vimcnlo anihropophagico dr São enthuslasmo e furiosamente com­ ID-A Cszeta". de SAo Paulo, de IA) anteriores e a maior parte DUM' Paulo — a libertação do Brasil batido, é bastante para indicar a FILOSOFIA DE do corrente). mente snthropophagit os — sa>i itn cultura da arte c- da moral d" pintora paulista A attenção e A ANTROPÓFAGO tfio g (StOSOS. tão rcpousnntes. tão in -Mente. curiosidade das "elites" da me expediente nossos, que ellcs, sósinhos, nos Iropole. Pertencente ao "grupo 5 A exposição que amanhã se POESIA ANTROPOFAGICA vingam ila Escola de Bellas Arte inaugura é n primeira grande ha anthropophngiro". cuja arluação pensada por Antônio e da sua incrível Pinacothcr.i I lha ua Anthropoi hagia, qu^ tem solapado o arademismo sau­ das inconcebíveis galerias parti cslã despertando grandes discus dosista, na Paulicca, e qiic se ir­ Garrido Da "Revista de Ciliares que por ahi pullulani e da sões cm Io IJ o pait, radia, conquistando iriumphos. BERIMBAU do Ceará burrice rremedlavel dos colonos de outros grandes ren- Antropofagia do Occidcnie. José Severiano de Tursila exporá 3S quadros, sen Os iipn uaçals 0 cenlennrio de Alencar ter­ troa culturaes do pais, Tarsila dn n..s igai minou virando uma questúo de Benzende, em artigo excellcntv do alguns de suas phases an- \marol é. poi n, ainda que sobre cila escreveu, disse i . Aqui reproduilrooa Una N.i, in, bolem, bolem, f imilia muito bem: "Realmente, a pintu­ I. suas telas, das mais caracli- mais interessante. F.lln vac eithl- Oiamn o saci si si si! i od o Brasil Meou «whrndo .. %!umero quinze ra de Tn.sil.. "ê uma revelação i risticas — p.ii 'nu e somno. hir A gente culta que não poupa ditos sabiam: uma revolução". Bevelação do As ideai modernistas, no Bra . ir :io P ilar. ilho de um pndre.. (2/ dentição) Brasil, qualro scrulos mofando sii jã i.veram duas grandes lio I . r. nOS seus qil.n- Puras. antropófago- ••> iiiffc da metrópole, mus aRora ras. A . i Imcira foi ii ccli bi mana de arte de S Pi .Io; a se- ila pintura entropophagica. Uma A desgraça de Aleu.ar foi que- pintura Inqiiielantc c para minha da moli O dlrector é o banhada pela hn da nossa natu- o boto batv bite bite... elia cheia 'li fei .u rapyr a Scipiflo dois bons Raul Bopp boto! daa .. o papagaio do palácio O CUSSaral bota quebruntos, da nas lendas e nas B0g| A primeira «terna oi igbiariaa da raça". uaçals os aguapés — Crus, canhol oi foi aquclla 0 organizador é de Pot] indo-se No tempo das etei( , . . . Todas essas noticias, além de . Peraua dos Jopurás Seraldo Ferraz O doutor Rego Monleiro alufon-se de enlhusiasmos oposicionislus de assombraunentoi c de espantos!... nos portugueses contra os bollan- nutras muilaa que deixamos de deses» (Ju« até o papagaio do pai: 'lava o "Ai seu reproducit poi absoluta falta de MANUEL BANDEIRA lie tivesse golpe de vista Mas niurchnram aquellcs lempOI magnlfiCOl espaÇO, foram illiislra.las loiu .e ilarin a confusão para li­ Correspondência Então 0 governador por uma questão de COmmodW prndui (mio é inédito, mas é nosso — Açougue) quidar os dois ao mesmo lemim Cobriu-se tamiicm com a mesma capa feita da ia que sobi E ficaria sozinho, plantando Za\xa Pos*af, 1269 paiz... ennnn nos (iu Nota interessante — OoiTI II A culpa foi dn baptismo. 'A' porta doi ulffea qui s<- afund Oawaldo de Depois que eiie se chamou rton A juventude rnlrava de novo O papagaio era a ullima Andrade, agindo antropofaglca« DOENÇAS DO FÍGADO Antônio, devei ia ter sido •comido mi nte. eshoi ia -liou o nariz ile rolar: A TRATAMENTO EM Z* HORA». SEM OOH. 8EM OPO- Que isso ile enxertos 4s ve­ "O queijo de II um admirador do sr. Amoedo. o suramarian ies não nega. XÍ\\ RACAO K SEM DIETAOiETA. OAB PEDBAíPEOflAt,. NNOO • IOAUO ou, com Immensa C c8n rtr>s .mnyosl... Quando o governador ia almoçar de COBarinha du antropófagos pre- OU CÁLCULOS eiLIARES Os tamoyos un cun O .r. Contai es Di«« (rnie foi PELO BKFECIKICU AI.I.EMâO ção. •«elos neixes) nflo leva outro qne-faser e alirna uma . .t- Hnvin uniu ordl A "Revista" pede a Oswaldo Aquellea romantlcosi mettlilos Os ermo- u-ai d< quintal do palácio iie outros narises, o V IT AL-CUR nimtti • sobre Iodos os Approvado paia Direciona Oaiai ae saúda Publica Io lymbira. ungando timunicro» anrsiHdo* iiiennua a refrranrlna ae ludna 1 "Esse M nfaliyel ua pai Itesnllado: I indi fiO " fhrlO de se PI Dapeaito o*"" N. «J. CAMPOS - Rua Buenos Airaa). Antes de Voror, dt I sp.i aiato/ai.les e de lilClklS l M nn PIM I IV •6, 1.o — Teiephone, Ncte. «858 - RIO glândulas, iá os belvigens co de K ..li. (Do Üvro a sahir "Ai ICC páo no craneo do inimigot .cacos. E i.iiasi morreu tisico.