ANNO I - NUMERO I 500 rs. MAIO - 1928 Revista de Jfatropofa|ia Direção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia de RAUL BOPP
ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.° PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 SÃO PAULO
ABRE-ALAS ,— MANHÃ
Nós éramos xifópagos. Quási chegamos a ser deródimos. Hoje somos antropófagos. E foi assim que chegamos á perfeição. Cada qual com o seu tronco mas ligados O jardim estava em rosa, ao pé do Sol pelo figado ( o que quer dizer pelo ódio) mar E o ventinho de mato que viera do Jaraguá chávamos numa só direcção. Depois houve uma Deixando por tudo uma presença de água revolta. E para fazer essa revolta nos unimos ainda mais. Então formamos um só tronco. De Banzava gosado na manhã praceana. pois o estouro: cada um de seu lado. Viramos ca nibais. Tudo limpo que nem toada de flauta. Aí descobrimos que nunca havíamos sido outra cousa. A geração actual coçou-se: apare A gente si quizesse beijava o chão sem formiga, ceu o antropófago. O antropófago: nosso pai. A bocea roçava mesmo na paisagem de cristal. principio de tudo. Não o índio. O indianismo é para nós um prato de muita sustância. Como qualquer outra Um silêncio nortista, muito claro! escola ou movimento. De ontem, de hoje e de As sombras se agarrando no folhedo das árvores amanhã. Daqui e de fora. O antropófago come o índio e come o chamado civilizado: só êle fica Talqualmente preguiças pesadas. lambendo os dedos. Pronto para engulir os ir O Sol sentava nos baricos, tomando banho-de-luz. mãos. Assim a experiência moderna (antes: con tra os outros; depois: contra os outros e contra Tinha um sossego tão antigo no jardim, nós mesmos) acabou despertando em cada con Uma fresca tão de mão lavada com limão viva o apetite de meter o garfo no vizinho. Já Era tão marupiara e descansante começou a cordeal mastigação. Aqui se processará a mortandade (esse car Que desejei... Mulher não desejei não, desejei... naval). Todas as oposições se enfrentarão. Até Si eu tivesse a meu lado ali passeando 1923 havia aliados que eram inimigos. Hoje há Suponhamos, Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses !... inimigos que são aliados. A diferença é enorme. Milagres do canibalismo. No fim sobrará um Hans Staden. Esse Hans Na doçura da manhã quasi acabada Staden contará aquillo de que escapou e com os Eu lhes falava cordialmente:—Se abanquem um bocadinho dados dele se fará a arte próxima futura. E' pois aconselhando as maiores precauções E havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes que eu apresento ao gentio da terra e de todas Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitoria, Marajó, as terras a libérrima REVISTA DE ANTRO Coisa assim que puzesse um disfarce de festa POFAGIA. No pensamento dessas tempestades de homens. E arreganho a dentuça. Gente: pode ir pondo o cauim a ferver. Antônio de Alcântara Machado. MARIO DE ANDRADE "ftli vem a nossa comida pulando" (V. Hans Staden - Cap. 28) Revista de Antropofagia RESOLANA Poema
O mormaço é a fumaça da macega. Ella vae sozinha, tropeçando nas colheitas. Treme o longe diluído na quentura. Bate-lhe o sol nos hombros. Ella sente que um gosto. O boi desce a recosta em procura da sombra humano mas pára logo, abombado. deflora-lhe a bocca e illumina-a de absurdos. Lá no alto, voando, voando, bebendo o azul, Parece que um choro quer sorrir dentro de si. subindo sempre — urubu. Parece que o sangue dentro de si quer matal-a Feliz... e jogar-lhe clarões por cima. O calor queima a terra, ferve no ar. Aquillo é o universo que se despenha dos seus cabellos. (Memória de marulhos gosto de espuma limo areia branca) (Pará) ABGUAR BASTOS A cabeça do alazão é uma chamma esbelta cortando o campo a trote largo. Vejo as orelhas agudas que se movem, sinto o corpo fremente do cavallo. URA, E ha tanta harmonia entre o choque dos cascos os films que assombram o mundo e o meu tronco agitado na vibração febril, que eu compreendo a gloria animal da carreira: REPRESENTANTE vou! enrolado na força do sol. Gustavo Zieglitz (Rio Grande do Sul) RUA DOS ANDRADAS, 42 Do livro "Giraluz" SÃO PAULO AUGUSTO MEYER
Estão no Prelo Vacca Christina LARANJA DA CHINA A vacca Christina, de madrugada, DE Vem de belengue no longo da rua. Antônio de Alcântara Machado Uei, Olha o leite da vacca Christina! E MACUNAIMA No Bango lambido de luzes escassas Estira-se a larga madrugada molle. DE Amontoa-se a garoa miúda. E lá adeante. Mario de Andrade Roda a carroça do lixo da noite. Uei, Quem quer leite da vacca Christina?
A sair brevemente E a vacca bohemia, de pata pitoca, Vae toda faceira, enfeitada de fita M arti m-Sererê Vae ver as comadres atraz dos tabiques Uei, VERSOS Viva as tetas da vacca Christina! DE Cassiano Ricardo E passa a patrulha noturna da zona. E' a hora em que o Bango cansado cochila. E Somente enche o resto da noite deserta O belengue molango no longo da rua: Republica dos E. U. do Brasil Uei, POEMAS Quem que o leite da vacca Christina? DE Jacob Pim>Pim. MENOTTI DE PICCHIA Do livro a sahir: "Ai, seu Mé". Revista de Antropofagia
MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Só a antropofagia nos une. Social pobre declaração dos direitos do Só podemos attender ao mundo mente. Economicamente. Philoso- homem. orecular. phicamente. A edade de ouro annunciada pela America. A edade de ouro. E todas Tínhamos a justiça codificação da Única lei do mundo. Expressão as girls. vingança A sciencia codificação da mascarada de todos os individualis- Magia. Antropofagia. A transfor mos, de todos os collectivismo. De Filiação. O contacto com o Brasil mação permanente do Tabu em to todas as religiões. De todos os trata Carahiba. Oú Villeganhon print ter- tem. dos de paz. re. Montaigne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa Contra o mundo reversivel e as Tupy, or not tupy that is the ao Romantismo, á Revolução Bol- idéas objectivadas. Cadaverizadas. question. chevista, á Revolução surrealista e O stop do pensamento que é dyna- ao bárbaro technizado de Keyserl- mico. O indivíduo victima do syste- Contra toda as cathecheses. ing. Caminhamos. ma. Fonte das injustiças clássicas. contra a mãe dos Gracchos. Das injustiças românticas. E o es Nunca fomos cathechisados. Vive quecimento das conquistas interio Só me interessa o que não é meu. mos atravez de um direito sonam- res. Lei do homem. Lei do antropófago. bulo. Fizemos Christo nascer na Ba hia. Ou em Belém do Pará. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Ro Estamos fatigados de todos os ma teiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. ridos catholicos suspeitosos postos Mas nunca admittimos o nasci em drama. Freud acabou com o mento da lógica entre nós. O instincto Carahiba. enigma mulher e com outros sustos da psychologia im Morte e vida das hypothe- pressa. ses. Da equação eu parte do Kosmos ao axioma Kosmos O que atropelava a verdade parte do eu. Subsistência. Co era a roupa, o impermeável nhecimento. Antropofagia. entre o inundo interior e o mundo exterior. A reacção Contra as elites vegetaes. contra o homem Em communicação com o solo. vestido. O cinema americano informa Nunca fomos cathechisados. rá. Fizemos foi Carnaval. O indio vestido de senador do Império. Filhos do sol, Fingindo .de Pitt. Ou figuran mãe dos viventes. do nas operas de Alencar cheio Encontrados e ama de bons sentimentos portugue- dos ferozmente, com zes. toda a hypocrisia da saudade, pelos im- Já tínhamos o migrados, pelos tra communismo. Já tí ficados e pelos tou- nhamos a língua ristes. No paiz da surrealista. A eda cobra grande. de de ouro. Catiti Catiti Foi porque nun Imara Notiá ca tivemos gram- Notiá Imara maticas, nem col- Desenho de Tarcilu 1928 De um quadre que figurará na sua próxima exposição de Junho Ipejú lecções de velhos na galeria Pcrcier, em Paris. vegetaes. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e Contra o Padre Vieira. Autor do A magia e a vida. Tínhamos a re continental. Preguiçosos no mappa nosso primeiro empréstimo, para lação e a distribuição dos bens phy- mundi do Brasil. ganhar commissão. O rei analpha- sicos, dos bens moraes, dos bens di Uma consciência participante, beto dissera-lhe: ponha isso no papel gnados. E sabiamos transpor o ínys- uma rythmica religiosa. mas sem muita lábia. Fez-se o em terio e a morte com o auxilio de al préstimo. Gravou-se o assucar bra gumas formas grammaticaes. sileiro. Vieira deixou o dinheiro em Contra todos os importadores de Portugal e nos trouxe a lábia, consciência enlatada. A existência Perguntei a um homem o que era palpável da vida, E a mentalidade o Direito. Elle me respondeu que era a garantia do exercício da pos prelogica para o Sr. Levy Bruhl O espirito recusa-se a conceber o sibilidade. Esse homem chamava-se estudar. espirito sem corpo. O antropomor- Galli Mathias. Comi-o fismo. Necessidade da vaccina an- Queremos a revolução Carahiba. tropofagica. Para o equilíbrio contra Só não ha determinismo - onde ha Maior que a revolução Francesa. A as religiões de meridiano. E as in mistério. Mas que temos nós com unificação de todas as revoltas ef- quisições exteriores. isso? ficazes na direcçâo do homem. Sem nós a Europa não teria siquer a sua Continua na Pagina 7 Revista de Antropofagia SEIS ROETAS
PBDRO-JUAN VIQNALE — Sen- A ascensão de Jorge de Lima é «ma Henrique de Resende, Rosário Fus tímiento de Germana — Buenos delícia. De soneto Acendedor de lam- co e Ascanio Lopes — Poemas — Cataguazes — 1928. Aires — 1927. peSes ao poema Essa negra Fulfl. Su jeito inteligente como poucos soube pro E' a gente simpática da Verde de Ca taguazes. Os versos são de uma ternura forte e curar e achou. Abençoado Manuel Ban deira. Livro naturaline-nte desigual puxando grave. Muito differente daquele picguis- para três lados. mo rimado dos poetas que sussurram no Dos Poemas eu separo G. W, B. R. Henrique de Rezende é o mais velho da rimado dos poetas que sussurram no Gostosura de lirismo vagabundo, alegre, levado dos diabos. Dá vontade na gente turma. Engenheiro rodoviário vai anotando ouvidinho da amada. Pedro-Juan Vignale, nas margens do caderno de medições e maestro e entomólogo, ama á moderna. de repetir a viajem tendo o poema bem guardado na memória. Separo esse por de cálculos os aspectos dos caminhos que E poeta á moderna. Seus ditirambos em êle abre honra de Germana não são declarações ser o meu predileto. Mas não o único de namorado bisonho: antes de que tem notável. Rio de Sáo Francisco também como um corda me de veias me agrada bastante. Bala de Todos os fé convencida e invencível num senti no corpo adusto Santos, Santa Dica, Floriano-Padre Cf- da terra inhospita. mento muito alto mas palpável. Nada de cero-Lampeão' igualmente têm cousas dúvidas cruciantes ou queixumcs suspi que a gente não esquece. Principalmente Não sei se como engenheiro é bom rados. Nenhuma alusão á morte salva o primeiro. E do magnífico ChangA pula poeta. Mas sei que como poeta é bom dora. um bodum danado, rebenta um ritmo engenheiro. Seus veisos são solidamente Através da mulher o poeta ama a terra infernal. Inútil querer resistir. construídos sobre leito bem empedrado. onde ela nasceu: esta terra. Sentir uma De vez em quando uma descaida sen Nem falta o rolo compressor de uma é sentir a outra. timental ou pueril, livresca, oratória ou auto-crítica severa. E esses caminhos têm conceituosa que desaponta mas não as sombras para a gente repousar a vista En tus manos ávidas tonta da luz das paisagens. A ermida por traes sombra. Porque não é assim tão facil mente que se Tompe com certos cacoetes exemplo: tão comovente e tão bonita. los cielos dei Brasil literários. Não vê. A cousa é dura como Rosário Fusco é um menino. Está quê. Não tem importância: Jorge de Li dito tudo: mistura timidez com audácia, Ouvindo a voz cállda de trópico é brutalidade com ternura, larga o esti que êle vê ma está ficando cada vez mais escovado. Por isso duvido muito que em seus livros lingue para choramingar no colo de um afecto bom. Tem talento. Quanto a isso esa tarde paulista futuros apareçam versos como Oraç&o, Meninice, Poemas dos bons fradinhos, não pode haver dúvida. Tem talento, von exprimirse tade de acertar e uma desenvoltura ótima «obre ei Tietê Agora Essa negra Fulô. E' das cousas mais .marcantes que a poesia nordestina poeminha — Sala de gente pobre — do Esse contracto de poeta, tão profun nos tem enviado de muito tempo para qual tomo a liberdade de suprimir o últi damente vigoroso com o tema lírico Bra cá. Essa negra Fulô sim. Bole com a gen mo verso: sil ainda nos dará (penso eu) muita cou- te. Pinica a'sensibilidade da gente. Em Um banco. sa ótima. bala o sensualismo da gente. Canção e Uma mesa. história da escravidão sem querer ser. Um quadro: Nossa Senhora JORGE FERNANDES — Livro de Poesia boa, cheirosa, suarenta, apetito- Outro quadro: São José.... poemas — Natal — 1927. sa, provocadora. Um lampeão. Nem ambição de mais coisas. A poesia de Jorge Fernandes machuca. Ora se deu que chegou Deante dela fica-se com vontade de gri (isso já faz muito tempo) Os defeitos de Rosário Fusco são de tar como o próprio poeta na Enchente: no bangüê dum meu avô feitos de quem tem dezesete anos. Em Lá vem cabeçada... uma negra bonitinha geral porque há alguns mais graves que chamada negra Fulô podem virar crônicos se não forem cura E vem mesmo. Poesia bandoleira, vio dos logo: linguagem meio cá meio lá, lenta, golpeando a sensibilidade da gente quedazinha paTa o lugar-comum, imagem Essa negra Fulôt que nam o tejú brigando com a cobra: de efeito, final arranjadinho. E outros Léxo! léxo t Essa negra Fulô! mais. Porém eu já disse e repito que em Ao lado disso uma afeição carnal e Rosário Fusco a gente pode ter sem medo selvagem pela terra sertaneja como de muitíssima confiança. monstra entre outras a explêndida Can- O' Fulô? O' Fulô? (5o do inverno. E. feitio rjide de dizer (Era a fala da Sinhá Ascanio Lopes também é menino: me as cousas. Jorge Fernandes tem a mão chamando a negra Fulô) nino malicioso, gozador, cheio de suben dura: tira lascas das paisagens que caem Cadê meu frasco de cheiro tendidos. O principal defeito dele é o mes nas unhas dele. MSo de derrubar sem du que teu Slnhô me mandou? mo de Rosário Fusco: a idade que tem. vida. Aquella mesma trabalhadeira e lí — Ah! foi você que roubou! Daí, apesar dele ser brincalhão, certas rica Mio nordestina que dá o nome a Ah I foi você que roubou! puerilidades sentimentais, o desejo crian uma de suas poesias mais características. ça de SCT acarlnhado e o tema tristeza soando falso nas poesias dele. Outra cousa: Jorge Fernandes fala uma língua que nós do Sul ainda não com O Sinhô foi açoitar A mata é grande demais para o fogo preendemos totalmente mas sentimos ad sosinho a negra Fulô. pegar caracteriza bem a sua maneira boa: mirável. Eu pelo menos não percebo tre A negra tirou a saia Na modorra enorme do sertão chos e trechos de várias poesias suas. e tirou o cabeção, os empregados trabalhavam nos eitos da No entanto gosto deles. O poema Avoetes de dentro dele pulou [roça por exemplo (não sei se por causa da nuinha a negra Fulô. Cantando cantigas ingênuas. construcção particularfssima de certas Mas do lado da serra, lá longe, começou frazes) espanta como o desconhecido. E Essa negra Fulô! [a subir fumaça é bonito que só vendo. Essa negra Fulô! e as chamas tampaTam as arvores da O autor do Livro de poemas eviden [mata. temente está passando por um período O' Fulô? O' Fulô? O feitor disse que era uma queimada que doído de auto-crítica de que sairá melho Cadê, cadê teu Sinhô [saltara o aceiro. rado com' certeza. Êle mesmo reconhece que Nosso-Senhor me mandou? Ninguém pensou em apagar o fogo. isso e caçoa de suas remmiscências par Ah! foi você que roubou No céu os gaviões gritavam assustados. nasianas. Daí uma porção de pequenos foi você, negra Fulô! defeitos nas vésperas de completo- desa _ Ascanio Lopes não deve abandonar parecimento. Ou eu muito -me engano. Essa negra Fulô! - esse seu feitio de gozador a seco. O pessoal da Verde é portanto uma JORGE DÈ LIMA — Poemas e Essa negra Fulô. Pretinha do infermo. surpresa excellente e cuja excelência de Essa negra Fido — Maceió — Essa negra Fulô. hoje em deante não mais surpreenderá 1927 « 1928. ninguém. A. de A. M. A. de A. M. Revista de Antropofagia
POESIA
(Especial, pára a "Revista de Antropofagia")
FOME
Em jejum, na mesa do "Café Guarany", O poeta antropófago rima e metrifica o amorzi- [nho de sua vida. Elle tem saudades de ti. Elle quer chamar "ti" de: estranha — voluptuo- [sa — linda querida. Elle chama "ti" de: gostosa — quente — bôa [— comida.
Guilherme de Almeida.
A LÍNGUA TUPY — PLÍNIO VALGADO
A LÍNGUA TUPY mado como idêntico ao homen europeu, também. Liga-se o estudo dos Idiomas á não resta a menor duvida. Basta ver-se própria historia do homem. Depois de A língua tupy deve ser estudada com envergando o habito de Christo, e com o Lamarck, G. de Saint Hilaire, Darwin e um novo critério. A contribuição de todos titulo de Dom, que lhe concede Felippe Spencer, estes assomptos tomam um ou os que escreveram grammaticas e dic- IV, o sr. Antônio Camarão, Poty de nas tro aspecto. A ultima tentativa para redu cionarios do idioma falado pelos nossos cimento. .. Aliás, uma bulla papal jà de zir o indio á forma européa, é, talvez, a selvagens é certamente muito valiosa, e clarara, após a descoberta do Novo Mun do nosso chamado indianismo, expressão serve-nos hoje de inicio para as nossas do, que todos descendiam de Adão e Eva. do romantismo em nossa literatura. Mas procuras curiosas. Mas os que estudaram Os que estudaram o tupy, desde aquelles essa preoecupação lamartinizante dos o tupy, nos primeiros séculos da colo tempos, não podiam ter outra orientação nossos poetas e romancistas teve a van nização inspiravam-se num critério arca- que não fosse a do seu século e a das ne tagem de chamar a gttenção brasileira dico, do mesmo modo que, considcando c cessidades prementes. para o bugre, cercal-o de uma sympathia indio, tomavam-no sob o ponto de vista Muita gente depois veio estudando a através da qual pudéssemos chegaT a elle da catechese. Período de Anchieta, depois lingua de nossos Índios, mas com um cri e pesquizal-o melhor. E como esse mo de Montoya, de Filgueiras. E é preciso tério pratico. São subsídios curiosos. vimento de Gonçalves Dias e José de notar o caracter, de utilidade pratica im- Abanheenga, quer dizer, lingua de homem, Alencar representa o primeiro passo para mediata, desses estudos, naquella época. lingua de gente, chamavam os tupys á uma comprehensão melhor do indígena, O jesuíta tinha necessidade de unificar, sua lingua. 0 missionário foi unificando, é justo perdoarmos a esses escriptores os tanto quanto possive!, as línguas, num systematizando as pequenas modalidades prejuízos inherentes ao seu tempo. E é typo geral que servisse aò imperialismo no nheengatú, ou seja lingua bôa. Donde preciso também registrar que, no meio catechista. E a necessidade da compre- nasceu o tupy-guarany. As outras tribus de muita phantazia, ha expressões fieis hensão urgente entre catechumenos e ficaram falando o seu nheengahyba, lin da psychologia selvagem em muitos tre evangelizadores. Essa preoecupação uti gua ruim. Ruim porque não se submettia chos da poesia e do romance românticos. litária não podia ter sinão uma orien á reducção clássica do nheengatú. A opinião do nosso historiador Porto tação grammatical. E sendo o typo hu O critério scientifico para o estudo Seguro (Vamhagen), tão hostil á pobre mano dos conquistados reduzido peio do raça dominada, vem logo contrabatida gma á equivalência intrínseca do con das línguas americanas procede de Mar- tius e da sua classificação. O ramo bra pela sympathia de Couto de Magalhães, quistador, passava para um segundo pla de Barbosa Rodrigues, de Baptista Cae no o estudo do seu espirito e do 3eu ins- sileiro, que vem denominado na classifi cação de Frederico Muller "grupo tupy- tano a cuja obra podemos juntar o que tineto, e da lingua do gentio só se to tem feito Theodoro Sampaio, Cândido mavam as conclusões finaes, formas paci guarany", é dividido por Martius em nove galhos. Parece-me que ha, dahi por dian Rondon, Alarico Silveira, e outros. ficas passivas da traducção. Que o indio, Novos aspectos nos interessam hoje como valor psychologico e social era to te, uma curiosidade maior em relação ás línguas selvagens. E em relação ao indio. na lingua dos nossos selvagens O da «rl- (Continua na pag. seguinte) 6 Revista de Antropofagia
A LINGUA TUPY - (Continuação)
gem, o da sua significação como expri não simplesmente representativa de per que também, com certeza, depois de feitas mindo um estagio humano, e, sobretudo, cepções auditivas, mas como representa as expressões iniciaes, a lingua selvagem a intima communhão cósmica, essa espé ção de relações entre os sentidos e os soffreu os metaplasmas a que nenhum cie de intercomprehensão, de intersensi- dois mundos, c objectivo e o subjectivo. idioma póde-se furtar. Houve, por certo, bilidade e correspondência dos elementos Donde se origina a generalização das si transposições, elisões, figuras de dimi idiomaticos representativos dos objectos, gnificações, a analogia que vae ampliando nuição ou de augmento, modificações (substantivo) das acções (verbos) c das a funeção representativa dos vocábulos, prosodicas sensíveis obedientes a ljis cli- circumstancias, (adjectivos e advérbios) ou das syllabas. Analogia que obedece matericas, cósmicas e históricas, e de tal que resumem toda uma syntaxe primi a um sentido sensorial, ou a uma lógica forma que se contavam dezenas de diale- tiva, que prescindia de -preposições e sentimental. Isso tudo estabeleceu muita ctos na época da descoberta. Accrescen- conjunções, primeiras moletas da deca confusão entrt os que primeiro estuda te-se a isso a obra unificadora dos je dência na funeção creadora das línguas. ram as linguas dos nossos aborígenes. suítas, as influencias hespanholas, por- A hypotese onamatopaica de Heber, a Porque não tinha sido interpretado o tuguezas, francezas e tapuyas. De medo das interjecções de Horhe Tooke, a do sentido dessas línguas, de homens pri que a documentação desta hypothese se poder inherente á natureza humana, de mitivos, em plena idade da pedra lascada. torna mutto difficil. A hypothese é apenas Max Muller, a matéria debatida por Con- para mostrar o espirito que possivelmente Quando, com Raul Bopp, comecei a ine presidiu a formação da lingua tupy. dillac. Leibnitz. Locke, são indicações interessar por estes assumptos, estimu curiosas para indagações mais remotas, lados ambos pelas nossas conversas com Pa, pe, pi, po, pu, traz sempre idéa de e hoje, pelo menos, nos fazem meditar Alarico Silveira, demos para fazer varias superfície, ponta, extremidade, contacto, sobre o acervo léxico das raças que fo "descobertas". Não sei até que ponto contorno, revestimento, limite. Sendo su ram desapparecendo em nosso continente. podem ellas ter valor. Em todo o caso, perfície, também é tudo o que se refere A própria origem do "honras americanus", são caminhos Dará melhores averi a plano, por exemplo a pequenez, a cha- pensamento que nos perturba diante da guações. teza. que s: confunde quasi com a su Lagoa Santa ou dos Sambaquis de Igua- perfície. Donde peua, ou peba, que signi pe; ou na consideração phantasiosa dos Por exemplo: onde entram as exnros- fica chato, liso. Cachorro pequeno é chronistas das possíveis migrações trans- sões taj te, ti, to, tu, quer dizer que a yaguá-peua, ou yaguá-peba. Mas expri oceanicas precolumbianas; o senso das cousa é dura de tinir. Ita — pedr.t, fer mindo esta consonância também ponta, edades, a edade da nossa terra, tu Io isto ro; ibitii, — montanha, de ibi-terra,'e tu, extremidade, coisas tão relacionadas com se prende, de certa forma, ao estudo do coisa dura, tesa; cunhatan-muihcr vir superfície, (é a lógica intima das inter- nosso indio e da sua língua, e o assum- gem, de cunhí-mulher, e tan-coisa dura, correspondencias sensoriaes) o indio cha pto é hoje multo mais suggestivo. tesa (os seios, naturalmente); taquara- canna de bambu, de ta-duro, e quara-ôco; ma a aza do pássaro pepu, as mãos do Porém, principalmente depois das hy- tátá-fogo, provavelmente porque é do homem, po, ou pu, Pela mesma razão, as potheses de Freud, da sua interpretação atricto de coisas duras que sáe fogo, e o cousas que revestem levam essa conso pela psychanalyse da vida social dos po indio não conhecia mesmo outro proces nância. Pelle é pe, ou pi. Como vimos, vos primitivos ("Totem et Tabou"); de so de fazer fogo, aliás velho processo que re-re, ou riri são formas do plural. Dahi pois do cansaço das civilizações de que vinha desd« os primeiros sambaquis de vem piriri, ou perere, muitas peites, por a Europa presente è uma grande expres Iguape, ou desde o homem de Lund; ou que a pelle quando irritada dá a idéa de são; e ao despeitar de um século em que de Amegliino, segundo a descoberta feita que se multiplica em multas pellezinhas. o senegatez confraternizou com o""pOilu", pelo incançavel Ricardo Croner. Pelo menos é a sensação que se tem, e Josephina Backer lançou os requebros quando nos sentimos arrepiados. Por yankees do Zanzibar, — é depois de tudo Como sabemos, água é hy, ou ig. Quem tanto, perereca, ou piriríca significam es isto que ha. um novo interesse, e, por nos dirá que pedra, ita, não vem da cir- tremecer. Ligada essa idéa ao ar, ao ven tanto, deve haver um novo critério para cumstancia de estar'sempre a pedra liga to, ás folhas das arvores, e finalmente a o estudo da nossa lingua tupy da á água, nas minas, nas grutas, no mar, outros rumores da natureza, temo.! a si ou em luçta, ou em paz? Seixos que gnificação também empregada de sus- A doutrina da equivalência espiritual, rolam, pedregulhos, granitos e basaltos Isurrar, sussurro. Mas pe é, principal denominação que poderemos dar ao pon emoldurando as cachoeiras, penedos no mente, a .expressão do contacto entre os to de vista catholico do inicio da colo mar, tocas onde nascem os córregos... sentidos e os mundos subjectivo e obje nização brasileira, assume hoje um novo ctivo. Donde a significação de super aspecto. E' a equivalência das forças ori- Espuma é tii. Porque a espuma se ori fície, de contorno, de véo ou pell» Por ginaes humanas, denominador commum gina de choques, de violências. E tudo o que isso, petuna (pelle ou véo preto) quer de todas ai raças.. é forte, ardente, traz, por analogia, o t dizer noite. Mas é á noite que se repousa Tal, raiz que arde, gengibre; tainha, den que se dorme, portanto, pituú é o verbo , A tendência primitivista das nossas tes; tatarana, insecto que queima; tlqui artes modernas, como das formas da ci- repousar. E o dia em que se descança ra,. aguardente, pinga; tainha, caroço, se (domingo ou feriado) é para o indio tam viKzação moderna, o próprio primitivismo mente (analogia de dente); tacunhg, desta éra nova, que Keyserling denomina bém pituú. Esta consonância,,exprime, membro sexual do macho (tá, duro- também, por essas intimas analogias o a éra do chauffeur, tudo isto nos jeva cunha, mulher); tacape, arma de ma- ás mais intimas confraternizações com o rebentar das superfícies. Assim, temos 'tar, etc. pororoca, pipoca, pereba, puca, (quebrar, elemento humano em suas expressões ini- i ciaes. Vem dahi a comprehensão mais estalo de onde arapuca, ara-ave; e puca- A consoante t, lembrando tudo o quebrar).. Pelo que vimos, pelle piriricada perfeita que teremos da lingua dos po que é duro, forte, violento, traz sempre vos primitivos. quer dizer pele que salta irritada. Tudo idea de atricto, como se vê em táti, fogo, o que salta, estrebucha, é perereca. De A nossa Hngua tupy, não a devemos em tu, espuma. Por isso, tlquira. Pois tudo onde vem o Sacy-perere, ou perereg. Mais estudar mais com um senso grammati- d que é qui significa coisa meuda. Ti é forte do que piriríca, é, porém, tirirlea, cal, philologico, mas com um senso humano. violência que o fogo exerce para distil- P'Io que ja vimos do valor de t. Por 0 idioma, ou os idiomas falados pelos lar a aguardente, que vae sahindo aos tanto, "ficar tirirlea", expressão que povos americanos precolombianos repre pingos, qui. E temós também Quiriri, ou usamos tanto, dá perfeitamente idéa do sentam uma verdadeira eucharistia: o quirirlm, que quer dizer muitos metidos, estado do indivíduo que estremece com homem commungando com a natureza. do mesmo modo que quirera. Como se violência, ou da pulos de raiva. sabe. o plural em tupy, entre suas varias E' sob este ponto de vista que deve formas tem a da repetição de rere, ri-n. ' mos tomar os elementos verbaes poly- Em outros artigos arranjaremos exem ryntheticos da lingua dos nossos selva plos interessantes, não só do ponto de gens. Veremos desdobrar-se aos nossos Isto dito, vejamos Mantiqueira, o nome de nossa grande serra. Man quer dizer vista das analogias sensoriaes, como ago olhos através de cada palavra, de cada ra, mas das sentimentaes, que revelam raiz, toda a alma do nosso indio. ver, enxergar. Tiquera, ou tlquira, quer dizer meudos, pequeninos, razurado, pul operações psychologicas mais difficeis. Tenho observado — pelos pouquíssimos verizado. O indio, naturalmente, do alto e ÍO SÓ para mosi conhecimentos que tenho do tupy — que da serra, via tudo diluído na distancia „„?°Í \ ™ Portugal vestiu o selvagem. Cumpre despil-o. Para A "Descida" Antropophaga que elle tome um banho daquella "innocencia conten te" que perdeu e que o movimento antropophago agora A "descida" agora é outra. lhe restitue. O homem, (falo o homem europeu, cruz O Autor credo!) andava buscando o homem fora do homem. E de lanterna na mão: philosophia. Ha quatro séculos, a "descida" para a escravidão. Nós queremos o homem sem a duvida, sem siquer Hoje, a "descida" para libertação. O Dilúvio, foi o a presumpção da existência da duvida: nú, natural, an movimento mais serio que se fez no mundo. Deus apa tropophago. gou tudo, para começar de novo. Foi intelligente, pra Quatro séculos de carne de vacca! Que horror! tico e natural. Mas teve uma fraqueza: deixou Noé. O movimento antropophago, — que é o mais serio (a) OSWALDO COSTA. depois do Dilúvio — vem para comer Noé. NOE* DEVE SER COMIDO. VISITA DE SÃO THOME' Penso que não se deve confundir volta ao estado natural (o que se quer) com volta ao estado primitivo Quando a Bahia não se chamava Bahia, (o que não interessa). O que se quer é simplicidade e muito antes de Pedro Alvares Cabral, São Tho- não um novo código de simplicidade. Naturalidade, não mé foi lá um dia. manuaes de bom tom. Contra a belleza canonica, a bel- leza natural — feia, bruta, agreste, barbara, iMogica. Não sei se foi por acaso ou para vêr. Mas Instincto contra o verniz. O selvagem sem as missan- viu. gas da cathechese. O selvagem comendo a cathechese. Viu e protestou contra as coisas que viu. Os PEROS que ainda existem entre nós hão de Fez um discurso cheio de conselhos que os sorrir por seus dentes de ouro o sorriso civilisado de indios escutaram de boceas abertas: que, reagindo contra a cultura, estamos dentro da cul tura. Que besteira. O que temos não é cultura euro- Que era preciso adorar a Deus, fugir do de péa: é experiência delia. Experiência de quatro séculos. mônio, não ter mais que uma mulher. Conselhos Dolorosa e páo. Cem Direito Romano, canal de Veneza, bons. julgamento synthetico a priori, Tobias, Nabuco e Ruy. Emquanto falava, fazia nascer da terra a O que fazemos é reagir contra a civilisação que inven planta da mandioca e a bananeira que ainda tou o catalogo, o exame de consciência e o crime de de floramento. SOMOS JAPY-ASSU': hoje dá bananas de São Thomé. "Ce venerable vieillard Japi Ouassou fut merveil- Então os indios gostaram. leusement attentif, comme tons les outres Indiens lá Quando São Thomé, cansado, sentiu que presens aux discours susdicts á quoi il replique ce qui devia acabar, acabou com estas palavras: s'ensuit. Je m'estonis extremement 'de vous voir et me —E não comam nunca mais carne de gente! manqueray á tout ce ie vous ay promis. Mais ie me es- Então os indios não gostaram. Avançaram. tonne comme il se peut faire que vous autres PAY ne vouliez pas de femmes. Estes vous descendus du Ciei? Quizeram comer o santo. Estes nays de Pere et Mere? Quay donc! n'estes pas Felizmente São Thomé corria mais do que mortels comme nous ? D'ou vient que non seulement elles. vous ne prenez pas de femmes ainsi quê les autres Fran- Chegou na beira da praia, deu um passo de çois que ont trafique avec noüs -depuis quelque quarante meia légua e foi parar numa ilha onde não tinha et tant d'années; mais ancore que vous les empechez maintenant de se servir de nos filies: ce que nous esti- selvagens. mions a grand honeur et grandheur, pouvans en avoir (Quem me ensinou isto foi Frei Vicente do des enfans". Salvador...) (Claude d'Abbeville—"Histoi- re de Ia Mfssion des Péres ÁLVARO MOREIRA. Capucins en 1'Isle de Mara- gnan et terres circonvoici- nes.") NOTA INSISTENTE Contra o servilismo colonial, o tacape inheiguára, Neste rabinho do seu primeiro numero a "gente de grande resolução e valor e totalmente impa "Revista de Antropofagia" faz questão de repe ciente de sujeição" (Vieira), o heroísmo sem rosrta de tir o que ficou dito lá no principio: Commendador dos carahybas, "que se oppuzeram a que Diogo de Lepe desembarcasse, investindo contra as ca — Ella está acima de quaesquer grupos ou ravelas e reduzindo o numero de seus tripulantes" tendências; (Santa Rosa — "Historia do Rio Amazonas"). — Ella acceita todos os manifestos mas não Ninguém se illuda. A paz do homem americano bota manifesto; com a civilisação européa é paz nheengahiba. Está no — Ella acceita todas as criticas mas não faz Lisboa: "aquella apparatosa paz dos nheengahibas não critica; passava de uma verdadeira impostura, continuando os bárbaros no seu antigo theor da vida selvagem, dados á — Ella é antropófaga como o avestruz é co- antropophagia como dantes, e baldos inteiramente da milão; luz do evangelho." — Ella nada tem que ver com os pontos de Como se vê, facilimo ser antropophago. Basta eli vista de que por acaso seja vehiculo. minar a impostura. A "Revista de Antropofagia" não tem Foram estas as conseqüências dos versos ruimzi- zinhos que Anchieta escreveu na areia de Itanhaen: orientação ou pensamento de espécie alguma: Ordenações do Reino, grammatica e ceia de Da Vinci só tem estômago. na sala de jantar. E não houve ainda quem comesse A de A. M. Anchieta! R. B. ANNO I - NUMERO 2 500 rs. JUNHO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia etc. de RAUL BOPP ENDEREÇO: 13, RUA BENJAMIM CONSTANT - 3.» PAV. SALA 7 - CAIXA POSTAL N.° I.269 SAO PAULO INCITAÇÃO AOS CANIBAIS imenso: país descoberto por acaso é justo que continue entregue ao acaso dos acontecimentos. O atraente parteiro, professor, acadêmico e Mesníoj porque a gente não tem tempo para per orador doutor Fernando de Magalhães esteve há der com bobagens: Camões absorve todos os mi dias em São Paulo onde falou sobre o feminismo, nutos inteligentes. deu uma lição de obstetrícia e concedeu uma Esse antropófago que vem desde o nasci entrevista. mento desta terra (há um testamento de ban É essa entrevista que merece ser conhecida. deirante escrito numa folha manuscrita do Os O doutor Fernando fêz nela a apologia entusias lusíadas) devorando com delícia as gerações mada da Sociedade Brasileira de Educação. Socie nacionais precisa por sua vez ser deglutido. É dade benemérita, sociedade utilíssima, sociedade urgente pôr boi tão gordo na boca da sucuri bra isto, sociedade aquilo. A prova? Aqui está (pa sileira. E que sirva de aperitivo a Sociedade lavras textualíssimas): A biblioteca da Associa Brasileira de Educação. Para. rebater, a sobre ção — acentuou — ê o que há de mais perfeito mesa será o doutor Fernanda que é manjar no gênero, como ordem e como método na sua doce e fino. Antônio de Alcântara Machado organização. Uma de suas secções, por exemplo, a biblioteca infantil, exigiu um trabalho enorme O ESTRANGEIRO de paciência e perspicácia. Necessitou-se de um Eu encontrei um homem vermelho inquérito entre as crianças para se saber quais 'os Falando uma lingua que eu não sabia... livros preferidos, chegando-se a resultados estu Pelos seus gestos entendi que ele achava Minha terra muito bonita. pendos. Uma criança de 12 anos, por exemplo, Apontava p'ra luz do sol muito forte... a qual perguntou-se qual o livro preferido, res P'ras arvores muito verdes... pondeu, prontamente: "Lusíadas" de Camões. P'ras agitas muito claras... P'ro céo muito claro... Ora, ora, ora, ora. Que brincadeira é essa? Então o raio do menino com doze anos de idade Eu tive vontade que cie entendesse a minha fala P'ra lhe dizer: já é assim tão imbecilzinho que prefere Camões a Conan Doyle? E é isso que se chama resultado — Marinheiro provera Deus que você fosse Pelos nossos sertões... estupendo? Você via os campos sem fim... O doutor Fernando quiz troçar com a gente. As serras tirriives todas cheias de matos... Os rios cheios muito bonitos... Não tem que ver. Menino que chupa Camões Os rios secos muito bonitos... como se fosse pirolito de abacaxi não é menino: é Você comia commigo umbuzada gostosa... monstro. Mas que monstro: toda uma coleção O leite com girimum... Curimatan fresca com molho de pimenta de cheiro... teratológica. É também para guris desse quilate Você via como a gente trabalha sol a sol (e não SÓ para OS peraltas) que existe chinelo Esquecido da fome e esquecido das coisas i , . Bonitas de seus mundos.. de sola dura. Ver como vaqueiro rompe mato fechado E se lasca perseguindo a rês PÕe a gente triste verificar que um fenô Por riba dos lagêdos meno assim é como não podia deixar de ser bra Chega os cascos federem a chifre queimado... sileiro. Já nò grupo escolar a molecada indígena Ver o vaqueiro planta a mão na bassoura da rês E ela virá mocotó... ouve da boca erudita de seus professores que o Brasil foi descoberto por acaso e Camões é o — Marinheiro, se você soubesse a minha fala Eu haverá de levar você p'ro meu sertão... maior gênio da raça. A molecada cresce certa (Natal) . dessas duas verdades primarciais. Daí o mal Jorge Fernandes "ESPÉCIE DE AFERRAÇÃO MENTAL, QUANDO ANTROPOFAGIA: SE DÁ NO HOMEM CIVIL1SADO". ÍDR FREI DOMINGOS VIEIKA-GRANUE DICCIONARIO PORTUGUEZ) Revista de Antropofagia LÍRICA IDIL-IO Um repórter modelo de certo jornal paulista, conse A ELEITO SOARES guiu sensacional reportagem na cadeia publica. Para lá O meu amor, rapazes, sntrar recorreu a um meio muito simples; boliu com grilos (os mais pelintras, aqueles que usam polainas que é uma lindeza de morena bonita foram brancas e luvas furadas na ponta dos dedos) das matas de minas gerais! resultando para ele tremenda surra, seguida de alguns De dia meu amor vai pro serviço cantando cantando! dias de cana brava. e que friume não me faz por dentro, gente, vel-a cantar Vamos agora dar a palavra ao exforçado recordista [assim! das reportagens sensacionaes: Meu amor é mais alegre que o sol! ...e na mansão de dores moraes, talvez mais Mais alegre que os córgos da minha terra! profundas do que as dores físicas, deparou- Mais alegre que a passarada da minha terra a cantar! se-nos comovedor espetáculo. Formára-se entre Meu amor disse que gosta muito de mim... as lobregas paredes, entre rexas de ferro e Eu acredito — palavra! — mas desconfio também oortas inexoráveis, um doce, e puro idílio. como bom mineiro que se preza como eu. O mais antigo dos presos, que pelo seu com Porém, portamento exemplar gosava de urna! certa a gente não deve botar a mão no fogo não. Dizem... liberdade, apaixonara-se pela mais comportada Eu boto! das detentas. Tinham combinado o casamento, Isto é, eu toco üa mão no fogo para quando saíssem da prisão, e já escolhido mas deixo outra de reserva... as testemunhas. Todos na cadeia se referiam com simpatia ao projeto. Ela aí fora ter por (Cataguases) que cometera vários infanticídios, triste fruto — do "Fructa-de-conde" — da época de depravação moral em que vive mos e da falta de proteção em que o governo Rosário Fusco deixa as jovens incautas que a vida das gran des cidades rodeia de insídias. Êle matara as duas esposas que sucessivamente tivera, a pri meira devido a deslizes conjugaes, a segunda por incompatibilidade de gênios. Um dos Homisio padrinhos cortara a mãe dele (padrinho) em pedacinhos. Outro era especialista em1 assas- sínios de tocaia: matara 20 pessoas em 10 dias, Para Raul Bopp até que a policia resolveu tardiamente — como sempre — cortar-lhe a vocação. Etc etc Nesta baiúca Coberta de sapé Continuava por aí afora o exforçado repórter. Não Esteve homisiado o Caburé resta duvida que ele revela um caso de conseqüências inquictantes para almas sensíveis, visto aparentarem as Que matou o Zé Jucá no vaiado. futuras solenidades nupciaes, desfecho possivelmente Passava a passóca antropofágico. E mingau de mandioca, Yan de Almeida Prado Potranca sempre pronta no potreiro Do terreiro. Arisco como uma paca, Picava fumo com a faca, Cuava café no tripé pra beber no coité. ESTE MÊS: Um cabo escondeu no serrado LARANJA DA CHINA Com um soldado, e com cerrado tiroteio DE — Tiro foi e tiro veiu — Deram cabo, Antônio de Alcântara Machado Cabo e soldado, E Do costado do coitado. MACUNAÍMA Dos CANTOS MUNICIPAIS ' (HISTÓRIA) (Minas) DE Pidelis Florencio Mario de Andrade Revista de Antropofagia ENTRADA DE "MACUNAÍMA" MARIO DE ANDRADE No fundo do mato-virgem nasceu Ma- dormindo que a mãi principiasse o traba-' cunaima pediu um pedaço de curauá pro cunaíma herói da nossa gente. Era preto lho. Então pediu pra ela. que largasse de mano porém Jigué falou que aquilo não retinto e filho do medo da noite. Houve tecer o paneiro de guarumá-membeca e le era brinquedo de criança. Macunaima prin um momento em que o silêncio foi tão vasse êle no mato passear. A mãi não quis cipiou chorando outra ves e a noite ficou grande escutando o murmurejo do Urari- porquê não podia largar o paneiro não. bem diiicil de passar pra todos. coera que a india tapanhumas pariu uma E pediu prá nora, companheira de Jiguè No outro dia Jiguê levantou cedo pra criança feia. Essa criança é que chamaram que levasse o menino. A companheira de fazer armadilha e .enxergando o menino de Macunaima. Jiguè era bem moça e chamava Sofará. tristinho falou: Já na meninice fez — Bom-dia, cora- coisas de sarapantar. çãozinho dos outros. De primeiro passou Porém Macunaima mais de seis anos fechou-se em copas não falando. Si o carrancudo. incitavam a falar ex — Não quer falar clamava : comigo, é? — Ai 1 que pre — Estou de mal. guiça I... — Por causa? E não dizia mais Então Macunaima nada. Ficava no can pediu fibra de cura to da maloca trepa uá. Jiguê olhou pra do no girau de pa- êle com ódio e men- xiúba espiando o dou a companheira trabalho dos outros arranjar fio pro me e principalmente os nino. A moça fez. dois manos que ti Macunaima agrade nha, Maanape já ve ceu e foi pedir pro lhinho e Jiguè na pai-de-terreiro que força do homem. trançasse uma corda O divertimento dele pra êle e assoprasse era decepar cabeça bem nela fumaça de de saúva. Vivia dei petum. tado mas si punha Quando tudo es os olhos em dinhei tava pronto Ma ro Macunaima dan- cunaima pediu prá dava pra ganhar mãi que deixasse o vintém. E também cachirí fermentando espertava quando a e levasse êle no ma família ia tomar ba to passear. A velha nho no rio, todos não podia por causa juntos e nus. Pas do trabalho mas a sava o tempo do companheira de Ji banho dando mer guê mui sonsa falou gulho e as mulheres prá sogra que "es soltavam gritos go- tava ás ordens". E sados por causa dos foi no mato com o guaiamuns diz que piá nas costas. habitando a agua- Desenho de MARIA CLEMÊNCIA — (Buenos-Aires) Quando o botou doce por lá. No mo nos carurús e soro- cambo si alguma rocas da serrapi cunhatã se aproxi lheira o pequeno foi mava dele pra fazer festinha, Macunaima Foi se aproximando ressabiada porém desta crescendo e viruo príncipe. Falou pra So punha a mão nas graças dela, cunhatã se vez Macunaima ficou muito quieto sem bo fará esperar um bocadinho que já voltava afastava. Nos machos guspia na cara- tar a mão na graça de ninguém. A moça pra brincarem e foi no bebedouro da anta Porém respeitava os velhos e freqüentava carregou o piá nas costas e foi até o pé armar um laço. Nem bem voltaram do pas com aplicação a murúa a poracê o torê a de aninga na beira do rio. A água parará seio, tardinha, Jiguê já chegava também cucuicogue, todas essas dansas religiosas pra inventar um ponteio de gôso nas fo de prender a armadilha no rasto da anta. da tribu. lhas do javari. O longe estava bonito com A companheira não trabalhara nada. Jigué Quando era pra dormir trepava no ma- muitos biguás e biguatingas avoando na ficou fulo e antes de catar os carrapatos curú pequeninho sempre se esquecendo de entrada do furo. A moça botou Macunaima bateu nela muito. Mas Sofará agüentou a mijar. Como a rede da mãi estava por de na praia porém êle principiou choramin coca com paciência. baixo do berço o herói mijava quente na gando, que tinha muita formigal...e pediu No outro dia a arraiada inda estava aca velha, espantando os mosquitos bem. Então pra Sofará que o levasse até o derrame bando de trepar nas árvores, Macunaima adormecia falando palavras-feias imorali do morro lá dentro do mato. A moça acordou todos, fazendo um bué medonho, dades estrambolicas e dava patadas no ar. fez. Mas assim que deitou o curumim nas que fossem! que fossem no bebedouro bus Nas conversas das mulheres no pino do tiriricas e trapoerabas da serrapilheira êle car a bicha que êle caçara!... Porém nin dia o assunto era sempre as peraltagens botou corpo num átimo e ficou um prín guém não acreditou e todos principiaram do herói. As mulheres se riam, muito sun- cipe lindo. Andaram por lá muito. o trabalho do dia. patisadas falando que "espinho que pinica, Quando voltaram prá maloca a moça pa Macunaima ficou muito contrariado e de pequeno já trez ponte" e numa page- recia muito fatigada de tanto carregar piá pediu pra Sofará que desse uma chegada lança Rei Nagô fez um discurso e avisou nas costas. Era que o herói tinha brincado no bebedouro só pra ver. A moça fez e que Macunaima era muito inteligente. muito com ela... Nem bem deitou Ma voltou falando pra todos que de fato estava Nem bem teve seis anos deram água cunaima na rede Jiguê já chegava de pescar no laço uma anta muito grande ji morta. num chocalho pra êle e Macunaima prin de puçá e a companheira não trabalhara Toda a tribu foi buscar a bicha, matu cipiou falando como todos. E pediu prá mai nada. Jigué enquisilou e depois de catar tando na inteligência do curumim. Quando que largasse da mandioca ralando na ce- os carrapatos deu nela muito. Sofará Jiguè chegou com a corda de curauá vazia vadeii» e levasse êle passear no mato. A agüentou a sova sem falar um isto. encontrou todos tratando da caça. Ajudou. mãi não quis porquê não podia largar da Jiguê não desconfiou de nada e começou E quando foi pra repartir não deu nem mandioca não. Macunaima choramingou trançando corda com fibra de curauá. Não um pedaço da carne pra Macunaima, só dia inteiro. De-noite continuou chorando. vê que encontrara rasto fresco de anta e tripas. O herói jurou vingança. No outro dia eBperou com o olho esquerdo queria pegar o bicho na armadilha. Ma Etc. Revista de Antropofagia UM ROETA Cassiano Ricardo — MARTIM CERERE — S. Paulo — 1928. Alartim Cereri não è livro inteiramente Cereri a isente verifica isso facilmente: do este ótimo poeminha chamado Lua cheia novo. Há nele várias poesias do Vamos espirito moderno que é universal o poeta n. 1: caçar papagaios (com uma ou outra modi aceita pouca cousa. Mas o tema Brasil do ficação ligeira) e outras cujos temas já modernismo o seduz. Boião d* leite que a noite leva foram explorados pelo próprio poeta em Por causa dele chegou a romper com o seus livros anteriores. O mesmo acontece com mãos de treva seu próprio passado literário. Na lista de com certas imagens e certos achados pra não sei quem beber. suas obras publicadas contante do livro verbais. de agora não figuram A frauta de Pan, Isso mostra que Cassiano continua ba Jardim das Hespérides e os outros dois Mas que embora levado tendo na tecla Brasil. Permanece o poeta do volumes anteriores a 1925. Esse repúdio muito de vagorinho descobrimento e da colonização sobretudo. aliás não tem razão de ser. E constitue vai derramando pingos brancos Poeta oratório (o que denuncia sua brasi- uma injustiça: A frauta de Pan principal pelo caminho... -lidade), e descritivo. Quando oratório ou mente tem versos que são dos melhores do quando descritivo sempre fortemente elo parnasianismo brasileiro. Gosto tanto dessa gostozura que ouso qüente. pedir a Cassiano que não se esqueça de O caso de Cassiano Ricardo é um caso Pelo que já ficou dito lá no principio molhar seus livros futuros nesse mesmo á i-arte na nossa literatura actsal. Cassiano é evidente a imposibilidade de criticar Mar- leite gorduroso e cheiroso. Puro lirismo até 1925 foi inimigo violento da reação tim Cereri sem repetir uma a uma as cri sem água. moderna. Depois (era fatal) se conver ticas (elogios e reparos) que já merece Marfim Cereri foi impresso com bas teu. Houve nisso um missionário irresis ram abundantemente Borrões de verde e tante cuidado. Além disso tem bonitas ilus tível : o Brasil. Se o movimento moderno amarelo e Vamos caçar papagaios. trações de Di Cavalcanti. Algumas mais entre nós não tivesse assumido também Eu que mesmo nos novos sempre pro que bonitas até: a da capa; a da página uma feição nacionalista acredito que Cas curo o novo, o que é novo na novidade 19 e outras. siano continuase inimigo dele. No Marfim deles, me contento em reproduzir aqui A. DB A. M. BRAZIL MATINAL A tarde é uma rede vermelha e mole E os nervos da gente esticados como cordas de violão Vibram no fluido de volúpia que garoa devagarzitiho Eu abri a janella Das bandas meio escuras de onde o sol nasce... Uma marrpoza começa a enlouquecer. a respirei fundamente a frialdade (de quem será que eu tenho tanta sodade.) Chorar.. .Ser homem! Não, homem não chora, nãol da manhã. ...a jaboticabeira se estorce Ainda não arranjou pozição pra dormir... (a vida...) Sob risadas de sinos, Aquele mato deve estar cheinho de lobizóme... a cidade brincava de esconder Dcrepente o primeiro apito da coruja! dentro da névoa. Imobilidade. (a gente suspira e pensa no destino...) Silencio. (Rio DK JANEIRO) Mistério; Os fantasmas vestidos de luar dansam... Nossa Senhora, que medo! MARQUES REBELLO (Paraná) BRASIL PINHEIRO MACHADO Revista de Antropofagia MADRUGADA Do livro "Colônia Z e outros poemas" A lancha da lenha vem chegando, ainda escuro, mansa, com a sua tosse miúda de gazolina e o seu motorzinho fumegando na popa. Vem vindo na volta do rio. Para traz, os matos cochilam na nevoa da madrugada onde escorre a aza negra dos biguás. Um silvo claro demora no ar. Chegou. A lenha veio coberta de folhas verdes, palmas, bambus, e a lancha parou, em silencio, no meio do rio, pequenina, esmagada, como uma formiga orgulhosa. (Porto Alegre) Rwy Cirne Uma La irada úel amor paro Hoy nuestras cabezas está» amparadas por Ia sonrisa larga de los pescadores y ei mistério de Ias guitarras tremulas en Ia fina oración de Ias manos. Três marineros nos dan Ia alegria de sus ojos azules para Ia victoria audaz de tu amor y el mio! La frente de un violinista borracho sostiene Ia inquietud de canciones sonadas en el cielo de tu alma. Las copas e esta noche tienen el alto destino de los suefiosl Que lámpara le robaré ai mar para Ia gracia dei amor nocturno? Datne, compafiera mia, Ia fuerza de tu boca que hace sonar Ia campana de nuestras esperanzas! (Mohtevideo) NICOLA/ S FUSCO SANSONE Revista de Antropofagia FIM DA UNHA SERENATA Esse arrabalde chora. Cada casa € um Alguém anda soltando a lua como um leproso implorando a água, do cio. Bibó- cas immundas, ranchinhos com cercas e balão cor de rosa lã nas ilhas fronteiras. paredes de lata velha, remendados a tra- Evem a lua. Cáe balão 1 Não cie. A lua pos, empastados de barro secco. Buracos vae passear no céo. O Guahyba, oleoso, — ventiladores naturaes. Mas ha o con escuro, espera que a lua suba mais para forto primitivo da liberdade. Ao fundo, o morro vermelho engole imitá-la, invejando. Sobre o veleiro ador tudo na guela do barranco. mecido, um fanal sangra. Voz encacha- Gira e vira a hesitação sentimental de çada arranha a noite: um catavento que me faz recordar o Mar- cello. Gama. Meu amô, meu triste atnó Sobre uma cerca a impertinencia ama- Que jáááá morreu... rella dos girasoes dourando tudo. Olha o negrinhol Estuda a paisagem. Riscou as canellas finas por causa das Serenata. Flauta, cavaquinho, violão. motucas. Vem crescendo, tremelicando emoções Curru páque pá páque. tremulas nas cordas, bambeando compas Anda a roda, criolinho- sos bambos no violão, bebendo na flauta Mulatas lavam roupa semeando no ar rolo nuvensinhas de sabão. um gole puro e melodiosa Quando a gente vence a lomba, rola uma Alma dengosa da cidade, melancolia chuva de seixos pela estrada e elles cahem mestiça, geme na rua a queixa dolente, tó em baixo na lagoa morta com um mer demdom. gulho, nocturno: glu glu glu. Longe, nos aratnaes, roupa lavada acena: A lua escuta, imraoveL Parece uma lan adeus... adeus... terna do cordão "Chora na esquina''. Do livro "GAIMHSA ÍS BOCA" Porto Alegre AUGUSTO MEYER BREVEMENTE EM TODAS AS LIVRARIAS: REPUBLICA M arti m - Cererê DOS VERSOS DE ESTADOS Cassiano Ricardo UNIDOS DO BRASIL ESTA NO PRELO: Antologia de 4 poetas mineiros VERSOS JOÃO ALPHONSUS DE CARLOS DRUMOND DE ANDRADE MENOTTI EMÍLIO MOURA PEDRO NA VA PICCHIA BELO-HORIZONTE - MINAS Revista de Antropofagia PORQUE AMAMOS OS NOSSOS FILHOS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Ignacinho veio pedir-me uma victrola Fiz ver todas esas coisas a Ignacinho. lectivos. Na Faculdade de Medicina, até o como presente do seu próximo anniver- Sem ferocidade, palavra- Minha intenção 6.* anno, seria o modelo dos candidatos a sario. Os últimos acontecimentos não são era feril-o no seu orgulhosinho pubere, morticola. E na vida pratica — Ignacinho de molde a justificar essa pretenção do de modo que elle renunciasse ostensiva nesse momento chegou a pensar na vida meu querido filho e companheiro. Presen mente á victrola, poapando-me a dor de pratica — seria o morticola mais brilhante tes de anniversario dão-se a meninos bem recusal-a. Eu sou feito do mesmo barro da sua geração, do seu paiz, ido seu con comportados., que não trocam as aulas de que se fazem todos os pães, e ás vezes tinente, do mundo. E tudo isso por um pelo futebol, nem as vigílias do estudo meu coração amollece nos momentos mais preço tão pequeno I O preço de uma vi pelas do cinema. Ora Ignacinho tem sido sérios. Em minha consciência achava que ctrola Decca, das menores... justamente o contrario desse typo de joven Ignacinho não tinha direito á machina Antes que o rapaz me promettesse maio exemplar, que é muito commum no "Co falante. Mas e coragem para dizel-o? res absurdos, eu, desarmado, fiz como ração" de Edmundo de Amicis e outros Ignacinho, achando futeis as minhas ra Capablanca: entreguei-lhe os pontos. Mas livros estrangeiros, mas que infelizmente zões, reforçou o pedido com a promessa frisei bem: não contasse commigo na hora não parece ter-se dado bem com o clima de dois bellissimos exames parodiados no de comprar os discos. do Brasil. Como pois solicitar-me festas? Gymnasio. Era victrola para lá, exames O capetinha deu uma gargalhada e con E dahi Ignacinho não é mais uma cre- para cá. Si eu fechasse o negocio, elle fessou, cynico: ança. Membro do conselho fiscal do Cen capricharia nas escriptas e se excederia — Não precisa não, papae. Os discos eu tro dos Preparatorianos e collaborador das nas oraes. Adverti-lhe de que não faria já tenho. Mamãe me deu. Eu falei com paginas de annuncio (as únicas que pres mais do que a sua estricta obrigação, pres ella que o sr. tinha me dado a victrola... tam) do "Fonfon" e do "Para Todos", tando bons exames das humanidades (elle Astucia, teimosia e senso commercial da elle adquiriu já uma personalidade social diz "deshumanidades") que si não estudara, alma infantil! Ignacinho explorou-me du e literária que não se coaduva com as devia ter estudado a fundo. plamente, é certo, pois peto menos- aqui calças curtas nem com as regalias confe Mas intimamente, e sem calculo, eu já no sertão, quem paga os presentes da ridas aos frangotes de 13 annos. Rapazi tinha cedido um pouco. mulher é o marido. Mas não são essas nho de calça comprida não tem direito a Ignacinho prometeu mais. Prometeu pequeninas coisas que nos fazem amar os mimos infantis. Sócio do Centro dos Pre optimo comportamento durante as ferias, nossos queridos filhos? paratorianos também não tem. Poeta ou e infatigavel applicação durante o próximo prosador ainda que incipiente, também não. anno lectivo. Em todos os futuros annos (Bello HorUonte) A LÍNGUA TUPY Ko meu ultimo artigo falei, em relação mais curiosas. Finalmente, transportando- originado da circumstancia de entrar no á lingua tupy, do que poderemos chamar nos desses phenomenos que mais se refe buraco e tapar a entrada da luz. Como se as analogias sensoriaes, que são todo um rem á etymologia, aos da construcção das sabe, a consonância t exprime resistência, mecanismo ampliador do processo onoma phrases, iremos encontrar na syntaxe pri cousa dura. topaico, que assignala o período creador mitiva dos aborígenes cabedaes interessan Vimos, no ultimo artigo, que fogo é da linguagem, o primeiro commercio entre tíssimos para a pesquiza da formação dos tatá, e a nossa hypothese foi a de que os cinco sentidos e os mundos obiectivo idiomas troncos. assim se exprime o elemento igneo, pela c subjectivo. Estes apontamentos, quero repetir, não circumstancia de nascer o fogo do atricto A formação da linguagem é, na verdade, são orientados' por nenhum methodo, nem das cousas duras. Mas o fogo é luz, clari um complexo de actos fixados de posse. seguem uma ordem rigorosa. São regista dade, por isso a consonância * liga-se ao Linguagem é apprehensão e determinação dos, apenas, de memória, sem a presença phonema a. de phenomenos. Na variedade das circums- perniciosa dos livros e autores absorven No tocante ás analogias psychologicas, tancias. tes. Têm elles um caracter exclusivamente encontramos interessante material, que de- Da synthese interjectiva o espirito agudo pessoal, de observações e conclusões pró menstra a intima comunhão cósmica dos da emoção retornou ao exame minucioso prias, e si no artigo anterior oceorreram homens primitivos. A lua, por exemplo, é dos factores do conjuncto emocional. A alguns nomes, de autores, foram remini- Jocy. E jacy também quer dizer tristeza. onomatopéa creou os grandes pontos de scencias casuaes de leituras antigas, que de E que é a tristeza sinão um luar da alma? referencia, os elementos primordiaes das certa forma se ligam á matéria. Por outro Mas, temos ainda caruca, que é tarde. expressões directas. A intercorrespon- lado, estas observações devem ser tomadas Vem, provavelmente, de caa, matto, e oc, dencia dos sentidos nuançou essas expres com as necessárias restricções, pois são ou uc, morar. O r é evidentemente eupho- sões. Impressões auditivas e visuaes, olfa- apenas illustrações para orientar pesquizas nico. A tarde é, portanto, a que mora no ctivas, palataes e tactivas, controverteram- talvez mais felizes de gente mais compe matto. E, na verdade, mesmo quando o sol se, cambiaram-se, ajustaram-se na entro- tente. é mais intenso, ha sempre debaixo das sagem dos instinctos enriquecidos> de expe Vejamos algumas curiosidades. O valor copas intrancadas da floresta, a sombra que riências. E a expressão objectiva multi das vogaes, por exemplo. Tenho que o se extende pelas raízes. Quando o sol se plicou-se, prismando-se de acepções. phonema o, aberto ou atono,, significa põe, % sombra sáe devagarinho do matto, Vimos, no ultimo artigo, que todas ás sempre proximidade e claridade. O dia e vae se escorregando, extendendo-se do cousas duras, resistentes, são expressas é ara. minando a paizagem. Ê a que mora no pela consonância t; e que as cousas extre O phonema u exprime distancia. As matto: caruca. Algumas horas depois, mas, as pontas e as superfícies, tradu- cousas distantes são pretas ou azues, por quando brilham as citatás (estreitos, mães zem-se na linguagem nascente dos nossos tanto, M significa também essas cores. do fogo), a caruca se transforma em índios pela consonância p- E, a seguir, Donde temos una. A noite é petuna, ou petuna que é o véo negro da noite. desenrolámos todas as conseqüências desse pechtuna, ou pichtuna, que quer dizer véo, Aracy é a mãe do. dia, ou a aurora. Ê a facto. Entre os curiosos resultados do ou pelle preta. mãe porque do seu clarão é que nasce o processo formador da linguagem, encon Porque buraco ou cousa ôca é qual 6 sol. Neste ponto a mythologia tupy se con trámos a consonância p, que significa ponta, possível que pelo seguinte: onde vae a funde com a mythologia grega. extremidade, como designativa de baixo, consonância q, trata-se de cousa meúda, Entre as palavra» mais lindas dos nossos rasteiro. A aza do pássaro, que attinge as pequena. Qui, é grão, é piolho, e quando índios, está, certamente o nheengare. Nhem grandes alturas é pepé, e as cousas chatas, leva a desinencia frequentativa re-re, Ji é fala, falar. Nhengatú, lingua bôa; nhen- que se confundem com o chão, se designam se sabe que é cousa meúda, em quanti gahyba, lingua ruim, fala ruim. Gare è por pe,pèua,peba. Porque o raciocínio se dade; quirera. Mas, o que é um buraco, correr. Como se vê em igara (i, água; guiu este caminho: Extremidade quer dizer sinão um espago pequeno, em relação aos gare, correr), que significa canoa, etc. Pois limite; limite determina superfície; super espaços em liberdade? Portanto, deveria nhengare quer dizer canto, cantiga, ou fície significa revestimento; revestimento ser qui. Mas a vogai í significa mais seja a fala, a palavra éjue corre: é conjuncto de 'planos. Portanto; planice, cousa fina, subtil. Um páo oü pedra per Nhengareçãua é um canto collectivo. Nhe- chateza das cousas que com ella se con furados deixam, entretanto, entrar pelo engassú é uma fala grande, um discurso. fundem. .. orifício o ar e a luz, donde vem quá. Muitos outros exemplos interessantes Vastíssimo campo offerece este assum- Porque onde vae o a vae a luz. poderiam ainda ser aqui lembrados. A ur pto para estudos curiosos. Estas notas são Perguntaremos: porque ave, pássaro, i gência de entregar estas laudas improvisa apenas uma indicação de rumopara a apre também ara} Ara é o dia, o conjuncto das das á nossa "Revista de Ahtropophagia" ciação da lingua dos povos primitivos, que cores; óra. os pássaros trazem nas suas não me permittem continuar muito. E, por temos, tão á mão. no Brasil. Agora, si pennas, também todas as cores. Por isso isso mesmo, por ser escripto á ultima hora, passarmos das analogias das impressões o pássaro é o dia. E o dia é o grande o artigo perdeu em methodo, em constru para a analogia das emoções, e depois, até pássaro das sete cores... • cção: mas com isso ganhou por ter ficado do raciocínio, indo sempre do mais simples O nosso bicho tatu (é uma hypothese menos preteaeioso... para o mais complexo, as observaç6»s serão apenas) pôde ser que tenha o seu nome PIlHlo Salgado 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA ii BAHIA IDEAL ASCENSO FERREIRA De uma entrevista da actriz Margarida Max para o Para todos do Rio, n. de 20.8.37: Bahia — Vatapá! "O meu ideal é ter o applauso das Bahia — Carurú! famílias." COMÉRCIO Telegrama de Fortalesa para a Folha Bahia — Acaçá! da Noite de S- Paulo, n. de 11.2.028: Bahia — Oxinxin! "As padarias que se encontravam em greve acabaram com essa situação. Mas — Abará! prometteram que se forem multadas nova — Acaragé! mente, por qualquer motivo, mesmo que seja fraude no peso do pão, voltarão a — Efól fechar os estabelecimentos." — Carurú! PRESTAÇÃO DE CONTAS Brasil de besteiras, Declaração na secção livre do Jornal do Brasil travesti, Commercio de S. Paulo, n. de 16.9.924: "No dia 15 de Setembro de 1924, ás Brasil camouflé, 9,15 horas da manhã, encontrando-se, na Te damna Brasil! praça Dr. João Mendes n. 6, lugar esse onde o Snr. Ezequiel Martins trabalhava, Te damna Fetit-pois! sendo até aquella data vendedor do Café Te datnna Macarrão! Assembléa. Te damna paté-de-foie-gras 1 Encontrou um senhor que se chama Paulo Morganti que é um dos proprietá Viva o Carurú! rios, com muita exigência relativamente YOYO! a uma pequena quantia em que se achava YAYA! atrazado- O dito reclamante (e dito por ele atrazado), o Ezequiel quiz lhe pagar Eu quero é virar bahiano! o dinheiro que tinha recebido da respectiva freguezia, não querendo o Sr. Paulo Mor Eu comi hoje a alma bahiana, na mesa lauta da preta Eva! ganti recebel-a. Ficou por isso muito ner Por isso sinto em mim graves tendências de orador! voso, pegando nos talões de recibo e jo- Olhem, ou vou até fazer um discurso! gando-os ao rosto de Ezequiel Martins. La vai tempo: Ezequiel Martins vendo que eram arre messados os talões na própria cara, faz ver Meus senhores! ao commercio em geral que nada fica de vendo aos ditos senhores sob pena da lei. Recife tem pontes, Eu que o fiz e que o escrevo, e por Recife é bonito, falta de tinta, no lugar onde me acho, Tem "Bois", tem Reisados, pedi para um amigo, por muito favor, Tem Maracatús... para me deixar reconhecer minha tão digna firma, sendo isto.publicado no dig Porém o Recife níssimo "Jornal do Commercio". (a) Eze quiel Martins." Não tem mais as Evas FESTA NACIONAL De chalés vistosos, Circular da Sociedade Beneficente "Ami Vendendo de tarde gos da Pátria' de S. Paulo distribuída — Peixe frito, este ano: — Agulha frita, "Desejando fazer as festas nacionaes de — Siry cosinhado, 13 de Maio como nos annos anteriores que constará: — Pirão de Aratú! A commissão sahirá da sede social ás 8 horas da noite com o seu estandarte de Emquanto a Bahia honra e bandeiras de diversas nacionali Tem tudo e inda mais: dades acompanhadas pela banda Musical Tem 365 Igrejas! "S. A. Silex" que percorrerá as ruas cen- — As mais lindas Igrejas do Brasil! traes, cumprimentando as autoridades e a imprensa; em seguida irá para o salão da E tem Rua Barão de Paranapiacaba N. 4, onde haverá sessão solemne e a conferência — Vatapá! feita por um benemérito; em seguida ha — Oxinxin! verá leilão de prendas. Terminará com um — Efó! animado baile que se prolongará até ao romper dá aurora, e cujo baile é por — Carurú! pedido de sodas. Offerece-se um convite a todos que au Viva a Bahia! xiliarem. — O Presidente-Fundador (a) — Canudos da tradição do meu Brasil! Salvador Luiz de Paula." ORATÓRIA (Recife) Convite para uma conferência realizada em S. Paulo: «ENTRADA Programma a escolher 1." Trabalhar é viver '. O. S. 2.* Impressões da Amazônia 3.* Preta casou com branco e vice versa... A REVISTA DA ANTROPOFAGIA já tem para publicar em 4.' Saber fazer...? Saber amar...? Saber seus próximos números nada mais nada menos do que 37 viver...? poesias: não possue um único trechinho em prosa. 5." S. Paulo e o seu progresso 6.* Os burros também faliam... Ela dirige assim aos novos do Brasil este radlogama des Dia — 30 Outubro 1927 esperado. : Salão—Associação 15 Novembro 22 Horas —15,16 h. S. O. S. SOCORRO. ESTAMOS NAUFRAGANDO NO AMA (a) LUIZ LEITE ZONAS DA POESIA. MANDEM URGENTE PROSA SALVADORA. "ETHER" será o titulo de uma pro- duccão' literária que de futuro terei de escrever em S. Paulo. A.< DE A. IA. 'IOJOOO," ANNO I — NUMERO. 3 500 RS JULHO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerencia etc. de RAUL BOPP Endereço: 13, RUA BENJAMIM COHSTANT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SÂO PAULO CARNIÇA NO MEIO DO CAMINHO Numa conferência há pouco realizada na Faculdade de Direito de São Paulo Baptista Pereira esguichou um pouco de Cruzwaldina na epidemia positivista que assolou e ainda hoje assola este país condoreiro. Pode parecer No meio do caminho tinha uma pedra bobagem a gente ainda se preocupar com tal cousa. Pode parecer só: porque não é. Nin tinha uma pedra no meio do caminho guém está claro vai se dar ao trabalho de com bater o positivismo hoje em dia. Mas é preciso tinha uma pedra de uma vez por todas liquidar com esse cadá ver que enterrado desde muito na Europa foi no meio do caminho tinha uma pedra. exumado por meia dúzia de fivelas e trazido para o Brasil onde continua empestando o ambiente. Quási todas as tolices iniciais da Repú blica a gente deve aos austeros namorados póstumos de dona Clotilde. Assim como entre Nunca me esquecerei desse acontecimento nós sujeito mal cheiroso é para todos os efei tos filósofo bastava alguém fazer parte da na vida de minhas retinas tão fatigadas. igrejinha Ordem e Progresso para ser consi derado logo sábio, gênio, armazém de virtu Nunca me esquecerei que no meio do caminho des, torre de honestidade. Não digo que se coma semelhante carne. tinha uma pedra E' cousa que já a cozinha ref ugou, o cachorro tinha uma pedra no meio do caminho não quiz, os corvos não aceitaram protestan do virar vegetarianos caso insistissem. Tam no meio do caminho tinha uma pedra. bém deixar na dispensa envenenando as vare- jeirxs não é possível. Daí o melhor é pôr a carniça num tanque de creolina e recambia-la para a Europa. Com este bilhete: Preferimos sardinha. Que marca vocês querem? Amieux, Philippe & Canaud (BELO-HORIZONTE) ou aquela de saudosa memória d- Pedro Fer nandes inexplicavelmente desaparecida do mercado desde 1556? ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE "A BARBÁRIE DURA SÉCULOS. PARECE QUE SEJA ELA O NOSSO ELEMENTO: A RAZÃO E O BOM-GOSTO NÃO FAZEM SENÃO PASSAR" D'ALEMBERT- Discurso preliminar da ENCICLOPÉDIA Revístado^Antroppfa^^ BALCÃO INDIFFERENÇA a Oawald de Andrade Paris — Nova-York — Roma! Cabarets — correria de casarões — arte? A partir deste número a REVISTA DE O sol de meu paiz tem os longos cabellos de ouro ANTROPOFAGIA publicará gratuitamente As palmeiras do meu paiz são verdes todo e qualquer anúncio de compra e venda íruto* amareiios de livros que lhe for enviado. Nos {roncos humidos das bananeiras vivem curiangos ~" nas folhas molengas passeiam tatouranas cabelludas LIVROS A' VENDA: Quintaes! Na Livraria Universal (r. 15 de novem Amarellos bro n. 19—S. Paulo): — S.Leopoldo — Província de S. Pedro Ouro sobre verde , do Rio Grande do Sul - 2.' ed. Verde e ouro sob azul Monteiro Baena — Compêndio — Pará. c , , , Sob ns palmeiras do meu paiz meu pensamento Nesta redacção: busca sonhos como passos de namorados nas calçadas — Blaise Cendrars — L'Eubage — Com _ , , 5 gravuras de J. Hecht - 1/ ed. - ex. n. 698 ° so1 do meu paiz tem os longos cabeIlos de ouro — 1926 — preço: 15$000. (BELO-HORIZONTE) — Jean Cocteau — Le gfand écart — 1924 — preço: 5$000. ACHILLES VIVACQUA — André Breton — Les pas perdus — 1924 —preço: 5$000. LIVROS PROCURADOS: sahiu e custa A Livraria Universal (r. 15 de novembro ^\J\JXJ n. 19 — S. Paulo) compra, pagando bom o FIOVO IÍVI"0 de preço: — Revista do Instituto Histórico Brasi- ^-R^re^to1-22^»,». •«•••• »f «LCAMAAA MACHADO — Ruy Barbosa — Replica. — Oliveira Lima — D. João VI no Bra sil — 2 vs. Além disso, adquire bibliothecas. Yan de Almeida Prado (av. Brigadeiro LARANJA DA CHINA Luiz Antônio n. 188 — S. Paulo) compra: — — Balthasar da Silva Lisboa — Annaes da Província do Rio de Janeiro — em bom estado. n JIJ — Mello Moraes — Chorographia Histo- ™aiaos Para rica -^- 5 vs. . , CAIXA POSTAL Esta redacção compra: KI A of&Q — Simão de Vasconcellos — Vida de Jo- seph de Anchieta.' S 9 O Pâ UIO Revista de Antropofagipofagi a CONVITE AOS ANTROPÓFAGOS Meu caro Antônio de Alcântara Machado. Vocês não estão cumprindo por exemplo, meteu-se a de — "Alvorada dei Gracioso" bem os seus deveres de antro vorar o Mario, não digeriu e e o "Jeux d'eau". Lamenta pófagos. E' verdade que você revesou aquele ra eu, entretanto, que o enguliu num átimo o dr. Fer programma estivesse mes nando de Magalhães e que o 0 meu amor, rapazes, clado com aquelles produ- nosso querido Mario, no espa que me embrulhou o estôma ctos de uma inspiração en ço de uma só manhã, deglutiu go de uma vez. Assim não se fezada, nascidos exclusiva perfeitamente Gandi, Lenin e pode comer! mente do calculo, sem que Luis Carlos Prestes (com Mas o principal assunto por elles passassem os ef- grande nojo do Graça Aranha, desta carta não c nada disso. fluvios do coração, è cujo que viu nesse valor .único de petit déjeuner pende somente canibal uma es candalosa con de um execu- fusão de valo tante de brilho, res) . Mas para a dotado de uma sanha de quem technica como via vindo a nos a do temido vir- sa comida pu tuose, sob cujos lando, confesse dedos aquellas que é pouca a paginas alcança aferração men ram um colo tal dos compa rido que até es nheiros. te momento eu 0 jovem An desconhecia." tônio de Santa O dr. Imbas- Engracia, reda- sahy é critico ctor de sueltos musical do "Jor- 'Jornal do \ ^"- -77 nal do Brasil". no ÂX/0c£ Brasil", tem ra 77*rvixA^' p Há dez anos se zão: os antropó 'N 9ôLP' bate pela aspira- fagos estão abu ção de ver le sando da goia DESENHO de ROSÁRIO FUSCO de CATÁGUAZES vantada a tam bada. O Brasil pa dos pianos corre, neste momento de bra- Eu queria apresentar aos an- nos números de acompanha silidade modernista, o risco de tropofagos o dr. Arthur Im- mento. Tem, como se vê, in degenerar em Republica de bassahy, autor deste pedaço contestável competência em Pesqueira. Ora, eu apesar de de prosa estampado no "Jor- assuntos musicais. Antropófa pernambucano, não gosto nal dò Brasil" de 28 de ju- gos, eu proponho a deglutição muito da goiabada de Pesquei nho: imediata do dr. Imbassahy! ra: prefiro a de Campos que Verdade que a carne é du tem cascão. Admito a goiaba "Cario Zecchi é um pia ra. Mas pode-se entregar o da (como sobremesa), mas nista de tão diamantina pior pedaço ao empresário Fe- exijo o cascão. tempera que chega a fazer licio Mastrangelo, que tem Convém, outrosim, chamar supportar sem enfado e até bons dentes, ar feroz ,e exce a atenção para a dispepsia pre mesmo a se ouvir com cer lente estomagp. coce de alguns curumins an to interesse aquellas duas Seu, muito cordealmente, tropófagos. O Rosário Fusco, estravagancias de Ravel: MANUEL BANDEIRA. Revistade^Antropofagia 3 POETAS E 2 PROSADORES RUY CIRNE LIMA — Co cual si fuera gaúcho altanado. Com cheiro de fléte lônia Z e outros poemas un travieso cabrito.. • suado, estrupicio de rolo nos domingos — Porto Alegre — 1928. Assim queira Deus. vadios, riso do chinaredo cosquilhoso, Acho que Ruy Cirne Lima faz versos logros contrabandistas nos guitas da JÚLIO PATERNOSTRO — fronteira. como criança faz barquinhos de papel. Olha o café! — São Paulo Distrai, não irrita ninguém e chega Se o estilo fosse menos acadêmico e mesmo a interessar a gente. A água — 1928. mais humano, se o autor escrevesse da chuva leva os barquinhos. Pronto: Diz Júlio Paternostro apresentando com o sabor que tem a fala de suas desapareceram. De vez em quando um seu primeiro livro: Gosto de ver as personagens, a maneira dele fosse mais deles dá voltas divertidas, a gente tor cousas sozinho sem me apontarem. Tem directa de forma que os contos saíssem ce — afunda! não afunda! —, vai pu bom gosto. E é ótima regra para quem da pena dele e não da boca de um lando que é uma boniteza. Não sai principia. Mas apesar da declaração a palrador entre duas mordidas no ma- mais da memória. . gente percebe o dedo de Ribeiro Couto tambre sangrento (como quási sem mostrando ao autor as cousas ou al Paisagista simples da terra gaúcha o pre acontece no livro) e ainda houves poeta detesta violências e alturas. Não gumas cousas que estão no Olha o ca se mais novidade nos assuntos e me se afasta do quotidiano sossegado, gos fé! Mostrando só. Sem descrever. O re nos adjectivos e anexos enfeitando- os ta que se regala dos quadrinhos ino cheio é mesmo de Júlio Paternostro. períodos, No galpão por mais de um centes. Não entusiasma os leitores. E agrada. Mais de uma vez agrada motivo seria obra d« se lhe tirar o Mas os leitores lhe ficam querendo bastante. Tarde começa assim: chapéu. bem. Uma casa amarella Mas tal como é já marca a nankin o Madrugada (que esta revisteca dos está parada nome do autor. Darcy Azambuja tem meus pecados publicou no seu segundo deixando a faca e o queijo na mão.. O géito de número) é excelente: a melhor cousa as jancllas pegarem fogo. cortar e servir a roda faminta é que do Colônia Z. Mas o livro tem outras Assim acaba Zé Cabra o: decidirá de sua modernidade daqui pa cousas boas: Moleque, Negro velho. O sol vermelho ra deante. E' bom no entanto inda Canção dos pescadores, Lirismo. Os apertava o morro gar primeiro se êle faz questão de ser poemas são quási todos assim: que nem o lenço carimbado moderno. A veneziana deixa entrar o sol molhado que ANTÔNIO DE ALCÂNTA e o vento cheio de perfumes frescos. o Zé Cabrão RA MACHADO — Laranja As aves acordaram, no quintalejo. tinha no pescoço... da China — São Paulo — Ha revoadas varando o asul. Imagens e o mais do estilo não fal 1928. Ha marulhos de arroio nas folhas tam no livro. Paternostro é brasileiro. Alcântara ganhou fama (ou cousa parecida) de gozador e de seco desde verdes. Depois é mocinho. Com a idade dirá as cousas mais directamente. E deixará 0 Pathé-Baby. Brás, Rexiga e- Barra O galo vae cantar. esse lugar-comum da nossa poesia Funda não deu para desfazer essa fa As estilizações de Ângelo Guido não actual (já censurado por Mario de An- ma (ou cousa e tal). Bom. Vamos ver me agradaram nem um pouco. drade): meninice. E outros lugares-co- agora o que dirão do Laranja da Chi NICOLÁS FUSCO SAN- muns: circo de cavallinhos, cidadezi- na. No fundo (desconfio muito) Alcân SONE — La trompeta de nha do interior, preto velho, Brasil tara não está fazendo questão de pa Ias vocês alegres — Mon- dos primeiros anos o assim por deante. recer seco ou molhado, gozador ou so tevideo — 1925. Das qualidades evidentes do poeta fredor. Além de ser e parecer quanto 0 livro é de três anos atrás. Mas destaco esta: Júlio Paternostro é mali possível Alcântara acho que nada mais como vem de fora pede ser considera cioso. Vejam Escola c Bento Manuel o preocupa. do novidade aqui. Ribeiro. Reproduzo aquela: Laranja da China tem um geito de O poeta tinha dezenove anos quando Hoje houve casamento catálogo brasileiro. E' uma imitação- o escreveu: diez y nueve trampolines de gambá com raposa! zinha de tipologia nacional. Isso não de voluntad y de alegria diz Juan Par E foi de tardezinha quer dizer que o desembargador La- ra dei Riego num prefácio em que eu quando a guryzada marüne de Campos ou o guri Cícero encontro frases que bem poderiam ter sahia da Escola... Melo de Sá Ramos (para só citar dois) sido escritas por Graça Aranha. Porém E as meninas e os meninos sejam produtos privilegiadamente in isso .não vem ao caso. O que importa pareciam dígenas. Lá fora também nascem. Mas uma porção de letras acontece çom eles o que acontece com é a maneira desenvolta com que o poe o café: têm sabor quando são daqui. ta solta sua poesia a-e-i-o-u Dito isso está dito tudo sobre as in como una bandera dependuradas dansando tenções do autor (se é que houve in para que jueguen con ella nos fiozinhos de ouro tenções). Querer descobrir mais não ei sol, ei viento y ei mar. do sol... adianta nada. Principalmente tratan 0 livro tem mocidade até dizer che Também havia do-se de histórias que podem ser tudo ga: é exaltado, ágil, contente e baru um guarda-chuva menos pretenciosas. O melhor portan lhento. Está cheio de imagens, de ar era... a professora! to é aceitar o volume realizado sem rancos, de odes. Em todas as suas pá Fiozinhos de ouro do sol e horrível. procurar saber porque foi realizado ginas há mar, há estréias, há frutas, Mas há no resto qualquer cousa que en assim e nao assado. Depois quem pu há manhãs, crianças correndo, pássa che a gente de esperança no futuro blica hbros trata primeiro de passar ros voando. No meio de tudo isso Ni- poético de Paternostro. De forma que um pano nele para enxugar o suor que colásjoga seu coração pára que tam custou. bém pule eu acredito que essa e outras descui das tenham o seu lado útil: tropeçando , O ponto de vista do autor desapa de vibrante ansiedad nueva é que se aprende a andar (não reivin rece impressa a obra se esta é de pura hasta encontrar dico para mim a paternidade da frase). invenção. Gosto ou não gosto é ainda ei canto más sano que renueva A naturesa-alegre de Paim compensa o modo mais certo da gente dar sua e impulsa Ia sangre y ia vida na capa a feiúra do título. opinião em matéria de arte. Eu que en una carrera audaz. acompanhei a construção do Laranja DARCY AZAMBUJA — No Naturalmente esse febre a estas ho da China palavra por palavra não pos galpão — 3." ed. — Porto so evidentemente separar o resultado ras já deve ter baixado um tanto. Essa Alegre — 1928. força ainda incontida no La trompeta — do caminho percorrido para chegar dè Ias vocês alegres com certeza hoje Obra coroada pela Academia Brasi até ele. Meu JUÍZO seria fatalmente par leira de Letras. No entanto a gente cial por várias razões de ordem afecti- em dia se poupa mais è tem assim pode abrir o livro sem medo. E' bom. maiores reservas de energia para proe n?A,í?íem asslstlu ao esforc° aprecia o zas futuras. • Seja como fôr poeta que Muito bom até. Seria ótimo se tivesse produto sempre em relação a esse es- começa desse modo é certo que conti sido escrito mais ou menos pela época nue sempre do Pedro Barqueiro de Afonso Arinos. Ue é ustame Em todo o caso não atingiu ainda vinte fj?i£? 3 *?t* i nte uma das saltando edições porque nem todos os dias apa funções da crítica: desmanchar o brin- todoB los obstáculos quedo para ver o que tem dentro. Podo rece um Rui Barbosa camarada. ser. Eu nao entendo nada de criUca. dei jnondç São historias puavas dos pagos do A. DE A. ML JRejfJ^adeAniropofaala COMIDAS MARIO GRACIOTTI 0 sr. Coelho Netto foi co ra de palmeiras. Gosado mes um Churrasco. Pra não des roado. Quem fez a bruta fes- mo. agradar a vista, mandei tirar tança foi a redacção do Ma Antes de comer a comida os pelinhos brancos. Assim, lho. Botaram na cabeça delle principesca: a gente tem a impressão de uma coroa. Dizem que é de "Meus irmãos. 0 dia de ho coisa nova. E tudo o que é príncipe. Tinha louros e espi je é dia santo para as tabas. novo, inclusive carne, tem sa nhos cahindo pelas costas. Tem carne de príncipe. Ve borosa attracção. Depois, encheram os pés com lha, mas não importa. Nós te Coroado, tornou-se comple perfumes. E um sujeito gros mos dentes de aço. E o fogo tamente inoffensivo. Comido, so lascou uma falação virgu- cozinhou que é uma boniteza. esse indivíduo, que andou fa lada, que ninguém entendeu. Pois bem, a gente comendo o zendo muita malandragem Eu tive vontade de pegar Coelho Netto, sem allusão ao em papel innocente, não. tem no pescoço do Coelho Netto e quadrúpede veloz das matta- mais razão de ser. Felizmente, botar elle no espeto. Para as rias, tem duas gostosuras: se desse estamos livres. Em- sar, feito churrasco. E comer. enche a barriga e se presta quanto fazemos a digestão do E dar a coroa de príncipe ao um servição, deste tamanho, sr. Coelho Netto, vamos espe? Adelmar Tavares. Pra engor ás letras nacionaes. Ha sujei rar que o Adelmar engorde dar mais o bicho. tos que tem só um destino: mais. Aquillo é outra comida. Infelizmente, o Brasil teve serem comidos. 0 nosso prín E das boas. Tem carne e ba um príncipe na prosa. Teve. cipe tinha esse, mas foi demo nha que não acaba mais. E Hoje, feito comida, elle está rando, demorando, até que ainda não tem coroas e espi ahi. E foi votadissimo. Se foi. envelheceu. Mas, agora, está nhos pela cabeça." Aos milhares. Intensamente ahi, nuzinho, meio tostado, Rapazes, podem trazer os votado pelos mirins desta ter no espeto, quente que nem palitos! A Revista de Antropofagia publicará em seus próximos números trabalhos de: Mario de Andrade. A. C. Couto de Barros, Sérgio Milliet, Augusto Meyer, Antônio Gomide, Henrique de Resende, Plínio Salgado, Cassiano Ricardo, José Amé rico de Almeida, Carlos D. de Andrade e outros. B Revista de Antropofagia SANGUE BRASILEIRO As matas espessas eram noites escuras de breu E os homens novos ousados com sacis cachimbando de cócoras. cruzaram os rios largos molengos e sonharam com pedras verdes numa serra encantada Os tições dos olhos de braza das onças pintadas e com ouro nos riachos cantantes espreitavam por traz dos troncos das arvores. e com maravilhas no -mato assombrado. Na beirinha dos rios as mães dágua traiçoeiras No sangue deles havia ímpetos violentos penteavam os cabelos verdes molhados. e seus músculos de cordilheira ansiavam lutas tremendas e o sangue deles quente ímpetuozo vibrante E' butindo na treva um assombramento estuava nas artérias com rios encachoeirados reprezos. enchia de pavor os índios hravios. E o sol quente dos trópicos Mas os homens de sangue azul saltaram das naus tornou vermelhinho esse sangue •e pízaram o paiz encantado. temperou a alma dos homens heróicos na fornalha escaldante da terra. Um homem disse que a terra era boa B que o. solo, virgem daria de tudo. Alma selvajem de lutas aventuras encanto.": sangue selvajem borbulhante nas veias. E 09 descobridores guerreiros de sangue azulado misturaram seu sangue com o sangue Sangue dos desbravadores da terra verde da Amazônia pasto dos negros retintds sangue dos plantadores de ruas alinhadas de café como sangue vermelho nas terras roxas de Piratininga dés'homens vermelhos de bronze. sangua dos cavaleiros dos pampas sangu; dos cavaleiros heróicos das cavalhadas sangue dos vaqueiros das correrias no sertão enorme B do solo virj em da terra sangue herança dos negros dos borocotós brotaram homens novos possantes sangue herança dos Índios dos pajés e Cunhambebe oom músculos de cordilheira sangue dos homens que não possuindo terras a Ímpetos violentos de luta no sangue asssnhado de febre. vieram arrancal-as do seio verde do mar. E eles desceram pelas serras e rios Brasileiro! dominando quebrantos domando selvagens Esse é teu sangue brigando com onças que circulou' nas veias dos domadores de indios despertando sacis e dos bandeirantes sonhadores valentes «sustando mães dágua e que estua que ruje nos nossos corpos amorenados pelo varando florestas cheirosas sol vermelho e quente pulando cachoeiras saltos e quedas. que ha de vibrar nas artérias de nossos filhos para que eles possam continuar a obra imensa do domínio Iam jogando sementes na terra da .terra e'da sola áspera de seus pés as cidades brotavam. — a epopéa da raça. As mães dágua fujiram da beira das águas C acabaram os feitiços e bruxedos da terra (CATAGUAZES) e o-negrume. negrinho das florestas escuras. Só a mulo sem cabeça inda corria os caminhos... ASCANIO LOPES >o^»o«»o«=>oc=:»o^^<: «O Brevemente: LEIAM: MACUNAIMA MARTIM " CERERÊ — versos de (Historia) Cassiano Ricardo de COLÔNIA Z e outros poemas de MABIO DE ANDRADE Ruy Cirne Lima e CANTO DO BRASILEIRO — (poema) Augusto Frederico Schmidt Antologia de 4 poetas mineiros NO GALPÃO — contos de JOÃO ALPHONSUS Darcy Azambuja CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE POEMAS CRONOLÓGICOS — de EMÍLIO MOURA Henrique de Rezende Rosário Fusco e PEDRO NAVA Ascanio Lopes J^v^stade^Antropofagia (Episódio da revolução de 1924 em S. Paulo) CAPITULO 1.*: por YAN DE ALMEIDA PRADO O JARDIM PUBLICO Em S. Paulo, na primeira semana juntos seguirem em demanda de al organizadas por gente, movida pela de Julho de 1924, as noites aquecidas guma casa de tolerância situada em ambição e capitaneada por alguém que por prolongada estiagem assemelha porão ou cortiço das redondezas. já estivera no sul, e cs levas lamentá vam-se ás da primavera. Favorecida O mulherio freqüentado pela solda- veis dos que fugiam da seca e da- fo pela temperatura, acorrera grande desca, morava em quartos escassamen me. Os primeiros tinham um esboço afluência ao Jardim da Luz na ultima te mobiliados, com as paredes forra de organização; as mulheres, os bens e vez em que a banda da Força Publi das de fotografias d.* amantes. Eram as vidas, iam garantidos. ca tocava antes da revolução. Em re do lugar, do Rio, ou de norte e sul do As caravanas, que eram enxotadas dor do lago central. cruzavam-se ope paiz, raarujos, soldados da Brigada Po pelo perigo da morte, só tinham uma rários e soldados com mulheres de to licial, soldados do exercito, pessoal do norma: o direito do mais forte. Quem da a casta, em que havia desde a me Lóid, sós ou aos pares, muito sérios,, tem maior força ou valentia manda. nina das visinhanças acompanhada' da na melhor farda, no cenário do par Os fracos ou cobardes são escrãvisa- família até pretas empregadas em ca que publico onde um fotografo econô dos; as mulheres pertencem ao senhor sas burguezas, que depois do trabalho mico lhes tirara o retrato. Alguns eram do bando. 'O trajeto do extremo norte vinham ali buscar amores. Outras ne mais pródigos, tiravam fotografia num até S. Paulo representa um rosário in gras passeavam falando alto, mostran "Fotografo de verdade" como diziam. finito de dores, de sacrifícios, de ini- do aos homens o rosto enfarinhado de Pela parede havia morenos com cabe quídades, abusos e martírio. Àquela pó de arroz. Quedavam-se sob os re- los corredios brilhante;, como alcatrão gente nada possue, nem bens, nem verberos da iluminação antiquada, nu a luzir, mulatos degenerados ou robus meios de vir a obtol-os graças a um merosos soldados vintío-, <>•; quartéis tos; uns com a face re chupada, outros oficio ou conhecimento qualquer. Che circunvisinhos. Os que paravam de de rosto largo, ambos sensuaes; bran gam até a não dispor dos braços tal a baixo das arvores ou sentavam nos cos loiros, castanhos ou ruivos sar- quantidade de mazelas' que os moles bancos, eram os veteranos freqüenta dentos, junto da inextricavermixordia tam. Muitos da caravana não sabem o dores do Jardim, que se contentavam de todas as cores e matizes do branco que é uma casa de tijolos, utensílio em em dirigir gracejos ás mulheres. Os com preto, preto com indio, indio com bora rudimentar de lavoura, padre, novatos, pouco antes saídos do Corpo mulato, onde as vezts surgia um tipo igreja, par de sapatos. Entre eles ha Escola, preferiam armar algazarra pelo atlético. Tinham também as raparigas senhores e escravos. caminho dando encontrões nas "tias" amantes pretos que davam retratos, De' uma feita o dirctoi da hospedaria á guiza de divertimento. Algumas riam, mas que as envergonhavam. Escondiam de Imigrantes do Brás, perguntou a cer outras zangavam-se revidando a ofen essas fotografias, embora fossem me to matuto porque se deixava dominar sa com palavrões do bordel gritados nos rebarbativas do que as de muito por outro, por que razão consentia em em voz aguda. Variava a intensidade portuguez, hespanhol ou italiano, des- ser despojado sem protesto nem velei do melindre pelo aspéto de quem o ageitados no trajo domingueiro que dade de defeza. A resposta foi simples: causava. Si o gaiato caia na simpatia lhes apertava o pescoço numa gravata "Vancê me garante da faca dele? Si da mulher, diminuíam os palavrões até amarrotada, c lhes cobria as mãos com não garante prefiro fica ansim mêma". se diluírem num sorriso promissor; as mangas do paletó. Atravez dificuldades sem nome eles então, ao se depararem novamente no A mobília das mulheres era preten- vêm a pé desde o lugarejo natal até a decurso do passeio á roda do tanque ciosa e miserável. Sobre a cama a Baia, onde embarcam em imundas al dos cisnes, aparentava a rapariga um colcha pelintra, cheia de rendados e varengas que os levam pelo S. Francis resto de zanga para dizer "que não laçarotes, ocultava nódoas. Cobriam co á Pirapóra. Chegam esqueléticos de repetisse mais aquela estupidez". Fin as cadeiras mancas, requifes de cro- tantas provações, morrem pelo cami gia-se a principio ainda irritada, por chet semelhantes aos dos salões, cm nho, enlouquecem. Para se manterem, fim abrandando até aceitar as propos que as raparigas uma vez na vida ti trabalham aqui e acolá a troco de ní tas de passeio ou de bebidas que lhe nham ensaiado trabalhar. queis ou de miserável alimentação. faziam. Pelo aposento corriam baratas das Causa espanto que, no lugar perdido Fechava o Jardim depois dos núme frestas da parede ao soalho disjunto e onde nasceram, conheçam o nome de ros da banda. Escoava-se a multidão sujo. Os muros caiados de cores ber S. Paulo, e que no percurso não des aos poucos pelos portões do parque, rantes, levavam flores complicadas on animem ante tanta dificuldade. Chega enchendo as calçadas próximas. Era o de havia sinal dos escarros dos "fre dos refazem-se em pouco, fortificam-se momento em que logo adeante, na ave tes". Enlaçavam o fio da lâmpada elé e civilizam-se. Assombram pela destre nida Tiradentes ou do lado das ruas trica rendados de papel enegrecidos za com que abatem florestas virgens e da estação, iam se encontrar os que pelo pó e pelas moscas. O quebra luz resistem a tudo, ás maleitas, ás águas tinham compromisso para "depois da de setineta, estava rasgado ao meio, salobras, á má alimentação. Houve o musica". O soldado parava á esquina, devido ao projétil que numa noite de caso de um matuto acreano aprender a junto de um.poste de bonde, á espera briga o atingira. ler, a guiar automóvel, e aparecer nas da conquista que fizera. A conquista Muitas das mulheres tinham vindo a ruas de S. Paulo no seu carro de alu da, vinha de braço dado com uma ami pé do Nordeste, no meio de trabalha- guel — que pagava em prestações— ga para mostrar o conquistador, todo • dores que se destinavam ás derrubadas dois anos depois de chegar numa leva ancho na farda azul ferrete. Quando de matas em'S. Paulo e no Paraná. No de imigrantes analfabetos, sem outro o militar percebia as mulheres, tufava principio tinham andado certo numero meio de vida do que os braços. Do mes a túnica ponteada de botões de metal, de leguas e descançado, para que os mo modo, ainda mais facilmente, a ca- fazia tinir as esporas c rebrilhar as es- pés inchassem e desinchassem, a se boclada que chegou com fome e com camas do boné sob e luz das lâmpadas guir rumavam para o sul era jornadas os pés sangrentos aparece seis mezes de arco. Despediam-se as amigas ao de dez leguas diárias tal como faziam depois com rouge nos lábios e meias chegar á sua altura. Nesse momento os homens do rancho. Era diversa a de seda no Jardim Publico. ele travava o braço da que ficava, para situação das que vinham em caravanas (Continua) e Revista de Antropofai BRASILIANA FATALIDADE III ATITUDE — Sabes, Nanoca? Zé de Chanoca casou-se! De uma correspondência de Santos para o Diário Na cional de S. Paulo, n. de 2-6-1928: — O que é, mulher de Deus! tão bandoleiro!! " Circunstancia curiosa! Mau grado as enormes propor ções que assumiu a ventania, fazendo lembrar um verda — Simsinhora... E o turumdumdum foi feio!... deiro simoum, o Monte Serrat permaneceu impassível. Dir- se-ia que elle só pretende cahir numa noite tranquilla, en- — Cala a tua bocca creatura... lá vem o homem. luarada, cheia de estrellas. Não deixa de ser interessante essa attitude fleugmati- ca, britannica, do Monte Serrat." MÚSICA — Hó-hó... que geito! Anúncio publicado no Diário Popular de S. Paulo (1928): — Mas homem de Deus, como foi isso?! "A CRUZ DA TUA SEPULTURA ENCERRA UM MYS- TERIO. — Valsa com letra; foi escripta junto a uma campa. — Ora lá como foi isso... tudo tem seu dia. Vende-se á rua do Theatro, 26." — Anh!... nem todo cão é sem dono, Zé de CIVISMO De uma correspondência de Tietê para o Diário Nacio Chanoca... nal de S. Paulo, n. de 3-5-1928: "Em dias da semana passada, uma caravana do P. R. P., Nem todo cão é sem dono! composta de alguns membros do directorio e de Antônio Malagueta, cidadão lusitano, dirigiu-se com destino ao bair ro do Mato Dentro, na doce ilusão de encontrarem algum Joaquim Silverio. Lá, o sr. Luiz Gervonetti, que é membro influente do — Mas Zé de Chanoca Partido Democrático, recebeu-os com altivez c depois de lhes dar algumas lições de lealdade e de civismo, offereceu o Conta-me lá como se deu este successo... livro de Affonso Celso "Porque me ufano do meu paiz". Será que esses pretensos imitadores de Paulo de Tar so continuam com as suas caravanas?" FILIAÇÃO — "Eu vou contar meu casamento como foi: AVISO AO PUBLICO publicado na secção livre da Folha da Noite de S. Paulo, n. de 6-9-1927: Amarrado pelo pé "A firma do "Ao. Café Moka'^, dei Moro & Cia., não se responsabiliza dé dividas feitas por seu filho Attilio Inquirido como um boi! Del Moro. — Subscrevo-me, Nicolau Del Moro." Amarrado pelo pé LITERATURA COMERCIAL De um anúncio publicado no diário A Manhã do Rio, Inquirido como um boi"!... n. de 13-11-1927: "Venci... ou não venci? Venci, sim, pelo meu esforço e pela rainha honesti dade. (RECIFE) Salve 8 de novembro! E por isso a. CASA MATHIAS festejou mais um feliz JAIME GRIZ anniversario. Ha muita gente que encabula com o 13. Pois, amigos, cabula não pega. Só pega nos cabulosos, que andam mes mo pesados, bufando ao peso da "Zizinha"... O dia 8 foi um grande dia para a gloriosa CASA MATHIAS que com pletou o seu 13.° anniversario. Treze annos de lutas e de bons negócios. Lembram-se Vocês, oh! Lanfranhudos, Lambões e Pa- tegos cabulosos, lembram-se Vocês do que diziam em 1914, A REVISTA DE quando o Mathias, pobre e humilde, veiu abrir a sua casa de negocio? Por certo que se lembram. Entre cusparadas esvèrdeadas de inveja, aos saltos, e com risos de maltezes, ANTROPOFAGIA Vocês disseram: — qual! Este não vae lá das pernas... — Dentro de mezes estará fallido... — Vae dar com os bur ros n'agua... — Pedirá concordata no fim do mez... — Vae dar um "Uro" na praça... PEDE A' GENTE NOVA DAQUI E Assim faltavam os invejosos e attrazados. Novas bur ras da Balaão, queriam adivinhar o futuro! Oh! Zizinhas estragadas! O Mathias não morreu! Tem os ossos duros! DE FORA: Mas, apesar de tudo, eu venci. Trabalhei, lutei, esfor cei-me e .graças aos meus methodos de commerciar e á minha honestidade, fui para a frente, venci todos os obstá culos e, para maior inveja dos invejosos, o Mathias tem COLABORAÇÃO (PROSA, hoje um dos mais freqüentados estabelecimentos dó seu gênero no Rio, não deve nada a ninguém e tem muito di POESIA, DESENHO) nheiro na burra... Os invejosos devem se estar, comenda. Comidas, mi ENDEREÇOS (ESCRITO nha gente!... Mas é melhor deixar esse pessoal engulir-se sozinho. E' coisa tão ruim! RES, LIVRARIAS, JOR Para commemorar essa data vamos offerecer aos bons amigos uma novidade: é o BANQUETE SECCO, com todos os acepipes e pertences: Ficam todos á roda da mesa, nas NAIS, REVISTAS, ASSO respectivas cadeiras, mas comidas... "no hay"J" CIAÇÕES LITERÁRIAS). ANNO NUMERO 4 500 RS. AGOSTO Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP Endereço: 13, ROA BEMJflMH COMSTflNT - 3.° Pav. Sala 7 - CBIXfl POSTM. V 1.269 - SÃO PAULO A ENTRADA DOS MAMALUCOS SUCESSÃO DE SÃO PEDRO Pode-se negar poesia á Illàda. E' impossível negar a um anuário demográfico. Há dias ando mergulhado no paulista de 1924. Produz os três efeitos do céu de Curitiba (na opi nião da herma Alberto de Oliveira patinada a Ne — Seu vigário I grita). E mais um. Faz cantar, orar, sonhar e ins- true Entre outras cousas a gente fica sabendo que está aqui esta galinha gorda japonês não é atropelado^ apendicite não mata negro, raio não gosta de mulher. Então a parte dedicada aos casamentos (nu- que eu trouxe pro mártir São Sebastião! pcialidade diz o anuário) é uma gostosura que só vendo. A estatística da Capital, Santos, Campinas e Ribeirão Preto constitue nesse ponto um puro madrigal á morena desta terra de mais homens que mulheres. Vão escutando. Em 1894 houve 456 casamen — Está falando com ele! tos entre brasileiros, 143 entre brasileiros e estran geiras, 127 entre estrangeiros e brasileiras, 854 en tre estrangeiros. O imigrante ainda andava arisco. Está falando com ele! Desgraçado. A parcela dos casamentos entre a gente de fora batia sozinha as três restantes so madas. E o brasileiro (engraçado) tinha medo que se pelava do juiz de paz. Agora em 1924 o negócio mudou de uma vez: 4144 casamentos entre brasileiros, 627 de brasilei ros com estrangeiras, 1311 de estrangeiros com bra sileiras (estão vendo?), 1629 entre estrangeiros. O pessoal da estranja se atirou feio na prata da casa. Mas êle é que é o comido. Antropofagia legí- (RECIFE) rima. E para quando será o coro.amento da rainha dos antropófagos? ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO ASCENSO FERREIRA "O SOL ESTA' NO OCCASOÜ!" LAURINDO RABELLQ - O Gênio e a Morte Revista da Aih 11 o pof a gi a ANTROPOFAGIA SÓ. NÃO. AÇOUGUE ORNITOFAGÍA TAMBÉM. Alcântara: Agora sou eu que venho fazer uma proposta a você — na qualidade de chefe antropófago que você é — da deglu A aatropafagí* venceu; tição imediata de todo sujeito que falar em braailidade no Não ha restaurante que se prese que não faça Brasil. Principiando mesmo pelos amigos (quanta comida bôa esperdiçando aí em S. Paulo, hein?). figurar em seu menu a saborosa carne humana. Pra inauguração do açougue o próprio Manuel Bandei ra, apresentador da ótima carnadura Imbassai, carece ser — O Matadouro Academia de Letras está deserto. não digo comido porque assim perderíamos um dos nossos Os acadêmicos foram quasi todos devorados. milhores comilões — porém mordido no cangote. E' uma "simpatia" canibal: sujeito mordido no cangote perde o E, para não haver falta de comida, arranjemos geito de falar da gente de sua tribu. um succedaneo á carne humana. Pergunte ao sábio professor Laudelino Freire, da Re vista da língua portuguesa e comida aproveitável até. Po Que seja, por exemplo, a ornitofagia. rém precisamos guarda-lo pra sexta feira da Paixão. Bota E a comida, que vinha pulando, virá voando. remos êle enfeitado de vermelho pro meio da rua (minas gerais) pra maior ecitação dos instintos devoraüvos — Vamos comer esse sabiá que canta nas palmeiras... porquê pela abstinência enorme da Quaresma carne, de co bra toma gosto de presunto. Vamos comer as pombas do pombal... Mas a milhor comida do mundo mesmo é a que te Vamos comer "Albatroz, Albatroz, águia do apresento hoje na pessoa do meu simpático Fábio Luz Pai. O meu amigo apesar de "critico" é bem fácil de ser oceano..." pego. E. viva a ornitofagia. Ficha de entrada prós compartimentos do talho: — maio de 1928, chegada. Sabia, pomba, jurity, albatroz e tudo mais, só para — idade presumível: 70 anos. Possível: 40 e tantos. — côr: ?. comida. — obs.: não é muito gordo não, porém carne bôa e Para voar ha o aeroplano... macia está ali. Abaixo, carta de indentidade dele apresentada por in E para rei do oceano, chega Lindenberg, até o dia termédio do Correio do Brasil de sete de maio.de mil no em que seja devorado também. vecentos e vinte oito: "A revivescenqa de maus instinctos jacobinos; JÔAO DO PRESENTE a hypereslhesia patriótica; a pretenção de crear uma literatura brasileira, inteiramente á parte, sem in fluencia estrangeira, sem relações com as literaturas de outros paizes: a tal brasilidade, não passam de volta ao antigo, modificação do indianismo que do minou o romanismo no Brasil. E' em tudo o balbucio infantil, eivado de todos os plebeismos em uso nas diversas regiões do paiz, com todos os erros gramma- ticaes commettidos pelas creanças. "Timbram os futuristas — modernistas em ser imperfeitos e defectivos na expressão, imperfeitos e JA' SAÍRAM: negativos nas concepções, sempre simplistas e mui to menos interessantes do que os absurdos symbo- listas, impressionistas e illuminados, pois são sem pre mais infantis e nem sequer pretendem dar côr ás vogaes. "Julgam sua arte (?) a maior expressão dos phe- nomenos sociaes — e talvez a tenham como funcção Macunaíma social. Mas tudo nelles é "tfassadismo"; nada inno- varam, nem reformaram". de Mario de Andrade — "Sua arte se caracterizará pelos assumptos na- cionaes preferidos; porém não pela fôrma barbara destes "poemas" (!) balbuciantes e pela prosa eiva 7$000 — pedidos para rua Lopes Chaves da de solecismos e barbarismos. O que vivifica é o espirito: a letra mata." n. 108 — SAO PAULO •"O Brasil não pode fugir ao contacto dos povos mais civilizados e não pôde recusar a influencia das correntes literárias das outras terras." Etc. Daqui a alguns anos (antes que a gente comece a com bater os brasilistas — chefes disso que ninguém entende mas_ chama de brasilidade, como vai fatalmente acontecer Laranja da China e nao sei quem já lembrou isso até), é preciso não ezistir nem um desses idem entendidos pra remédio. E pra evitar trabalhos maiores precisamos desde já ir comendo essa de Antônio de Alcântara Machado — gente toda, antes que éla nos devore. Espere mais. 6$000 — pedidos Curral cheinho que só vendo. para Caixa Postal n. 1269 — (CATAGUAZES) SAO PAULO ROSÁRIO FUSCO Revista de Antropofagia CIDADE DO NATAL DO RIO GRANDE LUIS DA CÂMARA CASCUDO 35000 patriotas. Fundada em 1599. lhão do Exercito. Item da Policia. Mu Janeiro. Festa dós Santos-Reis. Gon Nasceu Cidade como filho de Rei é sica aos domingos nos jardins com gos com puitas e ganzás roucos e rar- deadores. príncipe. Padroeira: Nossa Senhora da auto-gyros perennes de soldados e Apresentação que veio dentro dum cai creadas e vice-versa. Sorvete, piroli- "Acorda quem está dormindo xote, lento e manso pelo rio. Século to, folhado. Uma livraria e duas casas na serena madrugada XVIII. Tem um rio e tem o mar. Cam de livros. venhão ver o Rei de Congos general de nossa Armada" po da Latecoere. Tennis. Cinemas. Au — Já chegou o ultimo livro de Ar tos. Cinco pharmacias. Bispado. Dois dei? Dezembro. Lapinhas e Pastoris com jornaes diários. As mulheres votam. O — Não senhora. Temos aqui agora musicas de cem annos teimosos e re~ Presidente guia automóveis e viaja de o grande Marden. cordadores. avião. O secretario mais velho roda Não ha revista nem Academia de "A remigio bate o guUo os quarenta annos. Sal de. Macau. Al Letras. Cidade pintada de sol com soltando a voz mavioza" godão do Seridó. Cera de carnaúba. Bois. Bumba-Men-. Couros. Assucar de Boi pedindo cinco quatro valles largos dedos .para riscar em e verdes. Boiadao papel aquellas toa histórico que em das maravilhosas. 1799 mandava dese- Novembro. Festa dà seis mil cabeças para Padroeira. Irmanda Pernambuco. Insti de do» Passos, 80- tuto Histórico. Esco lemmssima. Confe la Domestica nume deração Catholica, ro um no Brasil. Aé Escola de Commer- reo - Club - de - Na cio. Atheneu. Colle- tal com dois aviões e gio Pedro IL Luar seis campos no ser imnassivelmente ro- tão. Grupo-Escolar, mantico. Serenata*. grupo-escolar, grupo- Violões gementea a» escolar. Todo sertão sanhando prurido* se estorce no polvo nostálgicos. das rodovias. O pneu "Noites nunca hei ó> amassa o chão ver ter como já tive melho dos comboios na escuridão polar lerdos, langues, lin de teu cabello" dos. Poetas. Poeti sas. Chronistas ele Bú-nito! Greg & gantes. Avenidas fr^o; Magesric, Anaxi- abertas para todos os mandroí Cova da On ventos. Sem escuros. ça. Riscos de navalha Nem buracões sor- rombuda. nentos de espanta-gu- G- — Nem me falei ry. Arvores apara- Desenho de ANTÔNIO GOMIDE — 1928 Pois c-ste Jorge não dinhas estylo Nurem- escreveu dizendo que berg. Ruas calçadas, macias no escor• uma alegria de dominga. Jornaes do dava a certidão do nascimento de Dom rego das descidas. Raros-raros "mi dê Rio. Política. Sympathias furiosas aos Antônio Felippe Camarão por cinco umesmóla". Associações de caridade. Prestes Júlio e Luís Carlos. mil pés de laranjas da Bahia? Meia groza de grupos de Foot-Ball. Avenida Tavares de Lyra. Cafés pro — Você vai ver a saiáda de Minas... sa estirada á café manhoso. Não ha Rotary-Club, nem Automovel- — Nem pelêge... — Gostei de seu artigo! Club nem Street-Club. Radiomania. Noticias de trinta horas, via aza do — Qual?... — E' o que lhe digo. Peguei os dis Late. Sabbados monótonos com cinza — Homem, francamente... aquelle... triste de nada — fazer. Feijoadas he eu sei que li... não estou bem lem cursos de propaganda do Hoover. brado... aqueliv... róicas. Pescaria de cóvo. A' noite, — O que está me dizendo?... Bonds. Auto-Omnibus subindo. Pre Morros, areias, orós, mangues, cirys pesca de aratú com facho, nas praias gões. Para oeste olhos compridos na e aratús grudados nas pedras. Pesca longes de Areia Preta. Cajueiros. Co morando possibilidades de chuvei-os. ria em bote com terra encoberta. Três queiros. Mongubeiras. Bailes do Natal- Por cima das casas zunselam, ronro- Club. "E' favor entregar esta sobre- nantes e zonzos,, motores roncando no botes destes foram ao Rio. Centros caminho sem rastos dos aviões. carta na entrada." "Toüette preta". Operários. Discursos relatórios. Bata (NATAL) Revista de.Antropofagia UM POETA E UM HISTORIADOR çado e preguiçoso. E' brasileiro. Vai não era tão mau assim, uma noite re Canto do Brasileiro Augus colheu na casa dele um cachorro doen to Frederico Schimidt — se entregando ao desânimo. Até o dia em que endireita a cabeça e faz dis te, usava umas luvas tão bonitas e as Rio de Janeiro — 1928. sim por deante. Depois quem é que curso bonito c bravo. Depois bate no não tem dó de um réu (ainda infame) No principio parece uma reação con peito. Está entregue de novo. Mas ago quando responde a júri? . tra o nosso romantismo (ainda o de ra na mão de Deus que também é bra sileiro. Em todo o caso não deixa de indi hoje) í gnar a gente o facto de haver entre E que gostosura em' tudo isso. E que nós (sempre o maldito positivismo) Não quero mais o amor, cantador bom é Augusto Frederico I, quem para defender López procure, di Nem mais quero cantar a minha terra. o Rrasileiro. minuir o Brasil. O que o Império fêz Poema bêbado. Culpa da cachaça (exigindo a queda do caudilho como Não quero mata o Brasil nacional que a inteligência do poeta condição para a paz.) agora em 1918 distilou. os aliados fizeram igualzinho. Veja-se Mas no meio de repente rebenta um o último capitulo do impressionante ritme com onze pés que até lembra LUÍS DA CÂMARA CAS Guilherme II de Emil Ludwig. Princi Gonçalves Dias: CUDO — López do Para- pia assim: As ciàco partes do mundo Buay — Natal — 1927. reclamavam o afastamento de um ho Depois no silencio da noite serena mem. Os próprios generais alemães Os homens pensavam nas lutas e Luis da Câmara Cascudo quiz .tam (Hindenburg á frente) exigiam a ab guerras bém intervir nessa nova Guerra do dicação do imperador por ser essa a Nas pescas e caças — que vida meu Paraguai (como disse alguém) ora ace única maneira de conseguir o armis Deus! sa .pelos exumadores entusiastas de um tício. Mas se tempestades tombavam medo caudilho que já não tinha bom cheiro nhas em vida. E entrou na luta com muita E ninguém gritou. Ninguém se lem E raios riscavam o céo sempre azul lealdade e bastante clareza. Disse o brou de xingar a Franca ou a Ingla Qne medos sombrios! Castigos medo que queria dizer. E o que disse está terra ou as cinco partee> do mundo. nhos! certo. E' preciso notar ainda que contra Qne medos tamanhos sentiam então! Esse negócio de andarem endeuzan- López o Brasil não agia sozinho': eram do López se explica muito facilmente. três a guerrear o bicho. - E no fim é a contrição: E' a eterna história. O sujeito é ruim, Por tudo isso o depoimento de. Luis não presta, vive brigando com toda a da Câmara Cascudo nesse processo Meu Deus olhae para mim! póstumo do paraguaio é dos que des Meu Deus sou brasileiro! gente, acorda e dorme fazendo mal. Mas morre. Pronto. Em volta do cai afiam qualquer contestação honesta. E' brasileiro. Seu lirismo é balan xão começam logo os comentários: A. DE A. M. ESTÃO NO PRELO: Empreza Graphica Lida, Oditon Negrão — Poracê Tingüiresca (ver sos) — Curitiba Todo e qualquer serviço concernente Octavio de Sá Barreto — Festa de nervos á arte graphica. Trabalho rápido e (versos) — Curitiba artístico. Impressão de livros, talões, revistas, facturas, prospectos, folhe Manuelito Ornellas — Rodeio de estreites tos, cartões, etc. Especialidade em (versos) — Curitiba trichromias. PREÇOS MÓDICOS. ESTA' A' VENDA: RUA SANTO ANTÔNIO, 19 - Telep. 2-6560 Oswald de Andrade — A estrella de absintho (romance) — São Paulo SÃO PAULO Revista de Antropofagia ROMANCE DO VELUDO MARIO DE ANDRADE Não sou folclorista não. Me parece E a veljjpta desconfiada ramente deformado e um refrão afro> mesmo que não sou nada na questão De tão inocente santinha, brasileiro. dos limites individuais, nem poeta. Resolveu ir vagarosa 0 texto é uma deformação de as Sou mas é um indivíduo que quando Surpreende-la na cozinha. sunto europeu. A idéia de, se apro sinão quando imagina sobre si mesmo (Refrão) veitando dos fenômenos da natureza e repara no ser gosado, morto de curio ou da vida, iludir na resposta a uma sidade por tudo o que faz mundo. Ao chegar lá a velhota pergunta que desconfia dos nossos Curiosidade cheia daquela simpatia Ficou toda adimirada: amores se satisfazendo, é antiguissima. que o poeta chamou de "quasi amor". Nos braços do primo Joca Sei que vai pelo menos até á Idade Isso me permite ser múltiplo e tenho 'Stava a moça recostada. Média. E se espalha tanto que a en até a impressão que: bom. Agora que (Refrão) contramos na Escandinávia, na Breta principio examinar cem o deficiente nha, na Itália, no sul da França, na conhecimento meu, certos documentos Colhi este documento em Araraqua- Catalunha. folclóricos que arranjei, tenho mesmo ra cantado por moças. Era coisa es- Em França temos as admiráveis réV # gy^ioui^ GJL. AhA.M i^i^irii nu 'i -rqjrr. HM^^I éta.-4m.*C~ >** Grato tzmstt^L+sf^. Si a/o 6er*~u> a^mJUL «"* ~i-«-r**0 e*%*JL.. "tí.»Lm %9i ^_ atj*. em.i+ t**P que afirmar estas coisas verdadeiras. cutada na infância, da boca dum pa zôsische V.òlkslieder" cd. Schott, n,* Não é humildade protocolar não. São lhaço preto que ás vezes portava na 555) principiando assim: coisas verdadeiras. Provam meu res cidade. Como chamava o palhaço não peito pela sabença. alheia e afirmam sabiam. Cresceram c nunca mais que — Qu'allais-tu faire à Ia fontaine? meus direitos de liberdade. o viram. De certo morreu. Corbleu, Marion! Eis o Romance do Vciudo: Falo "de certo" porquê é muito pos — J'étais allé' quérir de Peau, sível que se tnate do famoso palhaço Mon Dieu, mon ami! — Netinha, que estás fazendo Veludo. Si é o mesmo devia de estar velhusco pelo menos, quando as mo — Mais qu'est-ce donc qui te parlait? Calada ai na cozinha? Corbleu, Marion! — Estou pondo água no fogo ças o escutaram nos primeiros anos deste século. Porquê indagando inda — Cétait Ia filie à nofvoisine, Pra café, minha avozinha. Mon Dieu, mon amit — E vivo aqui todo sarapantado gando, sube que bem na Monarquia Como gambá que caiu no melado... andou pelo estado um palhaço preto (etc.) cantador, equilibrista, saltador, um faz-tudo muito apreciado, se chaman Um texto catalão (Grove's Dictiona- — Netinha, tu deste um beijo do Veludo. Pelo menos é certo que ry) principia assim: Ou eu estar enganada? este conhecia o refrão do Romance e — Vozinha, é o estalo da lenha o cantava no lundu bem espalhado, de — Maré mia, maré mia, sento gran Que está no fogo molhada. que falarei no próximo número da ruido. (Refrão) Antropófaga. Ora como este lundu, — Ne son Ias cambreras que salten y tratando da vida do escravo, já não riuhen (etc.) — Netinha, tu não me negues, podia interessar muito os freqüenta Em Portugal a idéia aparece algu Com quem estás conversando? dores de circo do século vinte, muito mas feitas. Na "Dona Aldonça" (Th. — Vozinha, é a chaleira possível que Veludo o tenha abando Braga, "Romanceiro Geral Português" Que está no fogo chiando. nado, intrometendo o refrão dele nou 2." ed. vol. I, pg. 389) a criança de (Refrão) tra cantiga se prestando a isso. pecado é disfarçada assim: Mas do Veludo ou de outro palhaço — Netinha, que modo é esse! preto, o Romance continua um do — Ai, dize-me, oh Valdivinos, Responde-me assim brejeira? cumento literario-musical interessante Que levas na aba da capa? — Vozinha, eu me queimei, ai! do nosso populario. Se ajuntaram.nele —•• Amêndoas verdes, meu tio, Nesta maldita chaleira. um texto tradicional português iatei- Desejo de uma pejada, (etc.) (Refrão) plicas de Marion (H. MôHer, "Fran- (Com. na p» 6) levista de Antropofagia ORAÇÃO AO NEGRINHO DO PASTOREIO (PORTO-ALEGRE) AUGUSTO MEYER Negrinho do Pastoreio, Ha sempre um novo clarão. Negrinho, Você que foi venho accender a velinha Quem espera acha o caminho amarrado num palanque, que palpita em teu louvor. pela voz do coração. rebenqueado a sangue pelo rebenque do seu patrão, A luz da vela me mostre Eu quero achar-me, Negrinho! e depois foi enterrado os> caminhos do meu amor. (Diz que Você acha tudo.) na cova de um formigueiro Ando tão longe, perdido... pra ser comido inteirinho A luz da vela me mostre Eu quero achar-me Negrinho: sem a luz da extrema-uneção, onde está Nosso Senhor. a luz da vela me mostre se levantou saradinho, o caminho do meu amor. se levantou inteirinho! Eu quero ver outra luz Seu riso ficou mais branco na luz da vela, Negrinho, Negrinho, Você que achou de enxergar Nossa Senhora clarão santo, clarão grande pela rríão da sua Madrinha com seu Filho pela mão! como a verdade e o caminho os trinta tordilhos negros na falação de Jesus. e varou a noite toda Negrinho santo, Negrinho, de vela accesa na mão, Negrinho do Pastoreio, Negrinho do Pastoreio, (piava a coruja rouca Você me ensine o caminho diz que Você acha tudo no arrepio da escuridão, pra chegar á devoção, si a gente accender um lume manhãzinha, a estrella d'alva pra sangrar na Cruz bem dita de velinha em seu louvor. na voz do gallo cantava, pelos cravos da Paixão. mas quando a vela pingava, Vou levando esta luzinha cada pingo era um clarão) Negrinho santo, Negrinho, tfeme-treme, protegida Negrinho, Você que achou, quero aprender a não ser! contra o vento, contra a noite.., me leve á estrada batida Quero ser como a semente E' uma esperança queimando que vae dar no coração. na falação de Jesus, na palma da minha mão. semente que só vivia (Ah! os caminhos da vida e dava fruto enterrada, Que não se apague este lume! ninguém sabe onde é que estão.) apodrecendo no chão! ROMANCE DO VELUDO ( Cont. da pag, S) A idéia volta no romance do Frei — Maria, chlia egli 0 tuo letto che 12.° compasso, é realisada com um João. Na versão de Pedro F. Tomás schianta come canna? apressando, característico da música ("Velhas Canções e Romances Popu — Mamma, una pulce m'ha morso ai popular brasileira. O tempo fica na lares", Coimbra, 1913, pg. 51) a mu capezzolo delia zinna. realidade diminuído da semicoícheia lher secunda pro amante que não po — Matta, pulce non era, ma gli era un que devia de estar logicamente no 1.* de abrir a porta porquê tem "o meni giovanetto, som dele pra que o motivo rítmico do no ao colo" e o "marido á ilharga". Era il giovane che fama, il giovane tempo anterior se repetisse. Esse Este acorda porém, e o texto corre: che ti piglierá. apressando é um dos tiques curiosos — Mamma, non immalizire; mamma, e sistemáticos do nosso populario e — Quem é esse, mulher minha, noi prendere a male: ocorre até em danças. E* uma aubtile- A quem da-las tuas falas? D giovane che me ama, é lontano in za rica da nossa música e proveio na — E' a moça a perguntar terra straniera. turalmente do cacoete popular que, Si cozia si amassava, (etc.) facilitado pela ignorância, leva os can Quanto á música, o Romance do Ve tadores a diminuir o valor dos sons ludo éna estrofe um documento luso- compridos difíceis da sustentar. Sis- Frei João infelizmente veio namo brasileiro com base rítmica e melódica tematisado no Brasil em elemento ex rar também as cunhas do Brasil. A na habanera e no refrão é tradicional pressivo e corrente, de certo foi a cau intimidade foi tamanha que elas até mente reconhecido como afrobrasilei- sa das antecipações sincopadas nos fi botaram nele o diminutivo dengoso de ro. E' delicioso. E bem familiar prós nais de frase, coisa vulgarissima (co Frei Joanico, numa das versões que que sabem um bocado a música... cos, martelos, emboladas, maxixes, Pereira da Costa dá no "Folclore Per brasileira do século dezenove. sambas) e- também ocorrente nos "Spi- nambucano", (pg. 326). A primeira frase da estrofe é curio ntuals" e peças de jazz afro-iânques. O mais desagradável pra mim é que sa. Possui um salto de quarta justa De fato: depois do apressando as mo não acho nos meus livros o romance difícil de entoar. 0 natural era a ter ças faziam uma paradinha no ré ime portuga donde saiu o do Veludo. Dei ça menor pulando pro sol. De fato: diato, de maneira què o movimento, xo isso pra quem tiver mais livros e Um dos temas espanhóis empregados prejudicado um instante, se normali- mais conhecimentos. Na certa que por E. Lalo na "Sinfonia Espanhola" sava outra vez. existe lá pois que Eugênio de Castro (1875) principia por uma frase que é o parafraseou lindamente do Roman exatamente a do nosso Romance como 0 Romance do Veludo é um do ce que vem em "Silva": arabesco melódico. Também a frase cumento curioso da nossa mixórdia inicial na estrofe do "Balance" portu étnica. Quer como literatura quer co — Quem é que anda abrindo portas, guês, repete sem arsis o mesmo dese mo música, dançam nele portugas, Filha, aqui ao pé de mim? nho. Ambos os documentos trazem o africanos, espanhóis e já brasileiros, — Senhora mãi, é o vento salto de terça menor porém. O fato é se amodando com as circumstancias do Que abre as -portas' do jardim, (etc.) que as moças cantavam a quarta justa Brasil. Gosto muito desses cocteils. e essa dificuldade rebuscada que não Por mais forte e indigesta que seja a sei, nem elas, si era do Veludo ou de mistura, os elementos que entram nela Entre os cleftas porém (Canti Popo- las, apesar da tendência natural do armai são todos irumoguaras e a dro lari GrecL N. Tommaseo, ed Sandron, povo pra facilitar as coisas, concorda ga é bem digerida pelo estômago bra pg. 123) a "Maria", violenta como era curiosamente com a melódica brasilei sileiro, acostumado com os chinfrins Justo qne fosse entre aqueles canga ra das modinhas, tão torturada no ge da pimenta, do tutu, do dendê, da ca- ceiro!, se aproxima bem do nosso ro ral. ninha e outros paliinpsestos que es mance: condem a moleza nossa. Esta imagem Quanto á terclna que apareci no saiu completamente pretencios*. Revista da Antropofagia (Episódio da revolução de 1924 em S. Paulo) CAPITULO 1.' TAN DE ALMEIDA PRADO O JARDIM PUBLICO n Algumas da mulheres provinham do barcavam com as famílias em Porto dos triRuwam o moiino caminho para Norte, de Pernambuco, Paraíba, e mais Alegre, Itajai, S. Francisco, Florianó o Interior, depois vinham ter de vol longe, desde o Ceará até o Maranhão. polis, Paranaguá, destinando-se ao ta á cidade, sendo «substituídos na ro De certo ponto em dcante escasseavam emprego nas casas burguezas da ci ça pelos brasileiros que chegavam, dos as negras. As poucas que ai restavam dade. Formavam a camada superior do outros Estados. Era um vae e vem si viessem a S. Paulo encontrariam mulherio, em virtude do seu estado de continuo, sempre repetido, sem parar os parentes que no fim do Império os civilisação mais adeantado e também sem descanço. cearenses tinham vendido aos paulis porque rapariga branca e nova era O Jardim ás quintas e domingos tas. Inversamente eram numerosas na titulo de ufania para o amasio* Havia quando tocava a banda, era o ponto Baia e Estados vizinhos, onde não exis algumas que usavam chapéu nos bai proferido por aquela multidão para te morféa e os traços das pretinhas les dominicaes do Jardim de Aclima espairecer. Enchiam-se as alamedas são delicados. Do Ceará havia o tipo ção: eram as que vinham dos gran com os moradores dos bairros operar branco puro, o caboclo de cabeça re des centros. As outras, mais modes rios, letões, norte-aniericanos, centro- donda e nuca chata, e o índio. Nos Es tas, que mal sabiam português, não americanos, platino*, que sé acotove tados imediatos pouco variava o cal- perdiam a musica do Jardim Publico; lavam com raças indefiniveis, judeus deamento das duas raças, quasi não eram as descendentes de polonezes, da Alsacia, Transilvania, Posnania, havia intervenção de terceira. Mais ap alemães e vênetos, que no Sul vivem Galicia, Síria, Palestina. Havia raças Norte ficavam os mestiços do índio, insulados dntre si como os antigos turbulentas, montanhezes álbsnezes, mais a Leste os do negro, em ambos se aborígenes do lugar. Apezar de du montenegrinos, bessarabios, persas. juntava o branco. plamente privilegiadas, as primeiras Havia também raças que ainda estão prezavam militares, sem exepção de Algumas das raparigas tinham ido a escravisadas, libanuzes. armênios, vil- mulatos e negros. Em compensação, pé do sertão natal a sede do Estado, nenses, tirolezes, que no parque se di homens ruivos, agigantados, com ca- de onde seguiam por mar ao Rio de vertiam em definitivo socego. O mes tinga peor do que a dos pretos, falan Janeiro e dai eram atraídas pelas, di mo faziam trânsfugas do próximo e do línguas arrevezadas, percorriam o versas cidades do Estado de S, Paulo longínquo oriente, fugidos, de regiões Jardim atraz de crioulas. Eram os em que o súbito afluxo de homens de onde ainda existem párias. maiores rivaes das praças de pré, com terminava falta de mulheres. A maior Ali o brasileiro nem sempre é maio que os quartéis vizinhos abasteciam o escala no percurso era feita na rua da ria e o paulista é raridade. o lugar de caçadores de mulheres. Cruz Branca, em seguimento da rua Entre a gente de côr que passeava Na multidão a passear á roda do Martim Affonso, em Santos, que tinha havia muitos vindo de longe, pretos coreto, viam-se amo&tras de todas as sinificação de despedida da marinha- de Barbados, mulatos perigosos de Ca nacionalidades do mundo que em pro gem. O adeus por vezes custava, por bo Verde, indús dos grandes portos da porção crescente tinham afluido á ci que vinha de longe o convívio, desde índia Inglesa, africanos que viajam dade depois da grande guerra, ale o embarque no Ceará, Cabedelo, Reci pelos mares nas carvoarias dos na* mães enxotados pela ocupação militar fe, Maceió, Baia, que insensivelmente vios. do Ruhr, imigrantes menos desejáveis, as tinha familiarizado com os maríti russos do exercito branco de Wran- Os que tinham chegado por ultimo, mos da viagem e dos portos. gel, aportados após sofrerem tifo na se misturavam sem se mesclarem com Nem todas, depois de estarem em Criméa, cólera em Constantinopla, fi estrangeiros aclimados. os de todas as S. Paulo, freqüentavam o Jardim Pu nalmente em Santos, dai seguindo pa províncias da Itália, Portugal e da Es blico. Algumas só raramente lá iam, ra a Noroeste do Estado onde se panha, jà confundidos com o lugar. transpondo os portões quando impe iam tornar maleitosos. Também dai Reprovavam os mais antigos a vinda lidas por curiosidade, ou ciúmes; po chegavam aos milhares na esteira dos dos outros, sentiam-se espoliados, e o rém estas eram as mais apegadas aos russos, os antigos protegidos gente dos mosaico que todos perfaziam sob as fusos de sanfona, violão, cachaça e Balkans e adjacências, rumenos cora arvores parte nacionaes parte exóti soldados. trajos bordados e perfis angulósos, ser- cas do Jardim, refletia na noite mor na toda a ambição, cobiça e miséria As raparigas claras tinham vindo vios, croatas, búlgaros, gregos, acom da Terra. dos grandes centros, ou das aldeias panhados dos antigos opressores, tur europeas do Sul do paiz, do Paraná, cos, austríacos, daimatas, ungaros de de S. Catarina, do Rio Grande. Em cabeça rapada e bigode á Carlito. To (Continua) 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA BALCÃO IV LIVROS A' VENDA : Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem CATECÚMENOS bro n. 19 — S. Paulo): Anúncio publicado no Estado de S. Paulo, n. de 24-6-28: "Em S. José do Alegrete, districto do Município de Pe — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do dra Branca, Sul do Estado de Minas Geraes, logar aprazí Rio Grande do Sul •— 2." ed. vel, tendo um clima optimo, com excellente água. potável, — Monteiro Baena — Compêndio — Pará. boa illuminação electrica, pharmacia, casa parochial, povo civilisado e ordeiro, precisa-se de um padre, havendo para esse f.m ordem de sua Reverendissima o Sr. Bispo de Cam Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. JO panha. — S. Paulo): Além de todas essas commodidades, o padre que desejar vir para essa terra, terá uma subvenção por parte dos seus — Archivo Pittorrsco — 11 vs. ene. parochianos. • — Panorama — 17 vs. ene. As demais informações devem ser pedidas ao Sr. Cel. — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa. Deolindo Daniel de Carvalho, que também fará todas as despesas de viagem e mesmo as de regrosso, caso o vigá — Vieira — Sermões — 16 vs. ene, sendo al rio não deseje permanecer no logar." guns em 1* ed. — Innocencio F. da Silva — Diccionario Bi- VOCAÇÃO HEREDITÁRIA bliographico — 19 vs. ene. — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Var De um artigo da Gazeta dos Tribunaes do Rio de Ja neiro, n. de 5-6-28: ria Historia — 1660. "Filho de um grande medico, a ninguém surprehen- — Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana. deu os pendores que bem cedo o dr. Pedro Paulo revelou pela nobre profissão paterna. Dir-se-ia que sugara, ainda no berço, com o leite-materno, o entranh&do amor a esse LIVROS PROCURADOS: incomparavel sacerdócio que tanto havia de nobilitar e engrandecer." Pela LIVRARIA UNIVERSAL: SOCIOLOGIA — Roquette Pinto — Rondônia. — Ruy Barbosa — Replica. De um discurso do dr. Granadeiro Júnior proferido na — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil ~~ Escola de Comércio de Taubaté (Est. de S. Paulo) em 2 V3. 1926: — Revista do Instituto Histórico Brasileiro — '/Fazendo praça de faculdades aprehensoras, que só o esfudo meticuloso da Biologia, como cupola dos conheci tomos ns. 20, 21, 22 e 32. mentos nos outorga, não é sem desgosto que assisto ao seu transporte para o domínio das sciencias transcenden- Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig. taes. Não é sem um protesto que ouço a ímpropriedade da Luis Antônio n. 188 — S. Paulo): phrase: o indivíduo é cellula no organismo social. Nada mais impróprio como alcance; l.«) porque o indivíduo, no — Manoel Calado — Valeroso Lucideno. caso, é "Homo sapiens" e este é um aggi egado de indiví — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó• duos que são as cellulas; "porção autônoma de protoplas- rias Diárias. ma"; — 2.') porque si a referencia se fizesse á cellula, a sociedade seria o indivíduo. Admitto que esteja eu em erro, — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed. mas, convenho que sou desassombrado confessando a fei ção da minha visão, e, talvez por ser yisão um substantivo feminino, é quasi certo se deleitará em alterar o visado para teu eterno sentimento: — a contradicção." Assinatura anual ORADOR EM MEDICINA Trecho final de um discurso do dr. Abreu Fialho, di- da rector da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, publi cado na Folha Acadêmica de 16-2-28: REVISTA DE ANTROPOFAGIA "No salgueiro que lhe ha de cobrir a quieta pousada pendurarei a minha regaçada de roxiscuras saudades, e diante da sua tumba pedirei a Deus que vele pela sua alma custa e o tenha em paz e réquie!" RS. 5$000 SOCIEDADE Pedidos acompanhados de vale postal Da Gazeta do Sergipe, de Aracaju', n. de 12-7-28: "MADAME BRANDÃO — Deu-nos hontem o prazer de para sua visita a exma. Madame Brandão, cartomante, presente mente nesta capital nq exercício da sua profissão. Caixa do Correio n. 1269 Agradecendo a visita da distineta senhora, de$eja- mos-lhe feliz permanência nesta capital," SÃO PAULO ANNO 1 - NUMERO 5 SOO RS. SETEMBRO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL ROPP Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAI N.° 1.269 - SÁO PAULO PACTO DO DIA NOTURNO DA RUA DA LAPA Responsável por este restaurante antropófago A janela estava aberta. Para o quê, não venho hoje oferecer ás queixadas calecúmenas uma sei, porém o que entrava era o vento dos lu- comida de arromba: panares, de mistura com o eco que se partia — Salta o pacto de Kellog com molho de hipo nas curvas ciclòdais, e fragmentos do hino da crisia norte-americana! Pois os senhores já viram imbecilidade mais bandeira. revoltante? Não posso atinar no que fazia: se medi Reunem-se em grave assemblea os conhecidos tava, se morria de espanto, ou -se vinha de bandoleiros Janjão Taco, Neco Facão, Prazer das muito longe. Morenas e Totó Sururú. E que ê que resolvem? Nesse momento (oh! porquê precisamen Declarar o assassínio e o roubo fora da lei. E o mundo inteiro aplaude o pacto solene. te nesse momento?) é que penetrou no quar O norte-americano que inventou essa obra- to o bicho que voava, o articulado implacá prima de cinismo e falsidade é o mesmíssimo nor vel, implacável! te-americano que intervém na Nicarágua e aumen Compreendi desde logo não haver possi ta todos os dias a sua força guerreira. E a Europa bilidade alguma de evasão. Nascer de novo que nessa obra-prima colaborou é a mesmissima Europa que trucida chineses e africanos e vive há também não adeantava. — A bomba de flit! muito tempo lavando a sua roupa ensangüentada pensei comigo. E* um insecto. em publico. Quando o jacto fumigatorio partiu, nada O Brasil foi convidado para aderir a essa pou mudou em mim, os sinos da redenção conti ca-vergonha. Mas antes de pôr o seu jamegão no nuaram em silencio, nenhuma porta se abriu, pacto deve perguntar aos pândegos se só agora nem fechou. Mas o monstruoso animal FI descobriram que a guerra é uma infâmia. E se quizer participar da pagodeira que vá até Paris COU MAIOR. Sentj que êle não morreria munido de máscara contra gazes asfixiantes. Com nunca mais, nem sairia, comquanto não hou gente de tal ordem toda a precaução é insufi vesse no aposento nenhum busto de Palas, ciente. nem na minh'alma, o que é pior, a recorda Quanto a nós, deglutido o pacto de Kellog, ção persistente de alguma extinta Lenora. atacaremos a pombinha da paz. ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MANUEL BANDEIRA «ESTA TERRA E' NOSSA EMPRESA, E O MAIS GENTIO DO MUNDO.» MANOEL DA NOBREGA Revi ata de Antropofagia DESLUMBRAMENTO POEMA BRASILEIRO N. 2 (do Meia-pataca) Eram doze touros novos que vinham vindo de longes pastos separados ao Mario de Andrade — aboiados por treis negros vaqueiros amontados em velhos pungas desengonçados. Morena batuta de seios de fruta no vinha que dóe. E eram doze novilhas — já no ponto — viciadas, Morena batuta ha muito tempo separadas em outras pastagens afastadas, segura essas frutas e, agora, na Fazenda, encurraladas. segura que caem. Os doze touros novos vinham vindo, Meus olhos cobiçam — com ruidoso estrépito — delicias assim as palpebras caldas sobre os olhos '.úmidos, em urros bravios e mugidos tétricos, que a fome chegou. ora afundando os chifres grossos nos barrancos Meus olhos cobiçam. húmidos, E doidos nem vêm ora erguendo, no alto, nuvens espessas pela estrada que são temporans. poenta. E quando a porteira do curral se abriu, Morena batuta e aqueles doze touros, numa fúria, se confundiram de seios de fruta com as doze novilhas viciadas, novinha que dóe. os vaqueiros, num Ímpeto, se acocoraram no velho cocho da Fazenda em ruínas, pra gozar a testança da boiada. (CATAGUAZES) (CATAGUASES) GUILHERMINO CÉSAR. HENRIQUE DE REZENDE. JA' SAÍRAM: PETROPOLIS Cidadesinha do monumento de Pedro o Imperador Udadesinha férias e "Frigidaire" Macunaíma O verão alegre e fresco banha-se no Piabanha e enxuga-se na sombra do arvoredo de Mario de Andrade - Cubos brancos e de tons vivos VÍV3S 7$000 — pedidos para rua Lopes Chaves ao quadrado azul do céo ^° No ar ha gorgeios maduros n. 108 — SAO PAULO d'aqui da pontinha e Villas de cariocas neurasthenicas com grammados pensativos e hortensias hortensias Laranja da China recolhem-se silenciosas h°rtensias íoda a v*a de Antônio de Alcântara Machado .— e repousam Carruagens estremecem apavoradas 6$000 — pedidos sobre as pontes de madeiía trovejantes A paysagem abacate para Caixa Postal n. 1269 — faz um esforço banbanban para se parecer com os quadros de Baptistada Costa SAO PAULO (RIO DE JANEIRO) ALRERTO DÉZON Revista de Antropofagia SCHEMA AO TRISTÃO DE ATHAYDE Oswald de Andrade Saberá você que pelo desenvolvi fala que o divorcio existe em Portu Ahi está a lição do nosso Direito. De mento lógico de minha pasquiza," o gal desde 1910, respondem: — aqui vemos nos plasmar nessas origens his Brasil é um grilo tie seis milhões de não é preciso tratar dcsSas cogitações tóricas. kilometros, talhado em Tordesilhas. porque tem um juiz em Piracicapiassú Revisão da religião. O nosso povo Pelo que ainda o instincto antropofa que anulla tudo quanto é casamento tem um temperamento supersticioso, gia) de nosso povo se prolonga até a ruim. E' só ir lá. Ou então, o Uruguay! religioso. Não contrariemos. Vamos secção livre dos jornaes, ficando bem Prompto! A Rússia pôde ter equipara crear a santoral brasileira: Nossa Se como symbolo de uma consciência ju do a lamilia natural á legal e. suppri- nhora das Cobras, Santo Antônio das mido a herança. Nós já fizemos tudo rídica nativa de um lado a lei das do Moças Tristes, tudo isso...- Admittir isso. Filho de padre só tem dado sorte ze taboas sobre uma caravella e. do a macumba e a missa do gallo. Tudo entre nós. K quanto- á herança, os fi outro uma banana. Da mesma maneira no fundo é a mesma cousa. O instin lhos põem mesmo fora! nós todos com o padre Cicerp á frente cto acima de tudo. O indio como ex Ora, o que para mim, estraga o. Oc- somos catholicos romanos. - Romanos pressão máxima. Educação de selva. cidente, é a placenta jurídica em que por causa do centurião das procissões. Sensibilidade aprendendo com a ter âe envolve o homem desde o acto de Não foi inútil vermos de olhos de ra. O Amor natural fora da civiliza amor que, aliás, nada tem que ver cçeança a via-lactea das semanas san ção, apparatosa e polpuda.- índio sim com a concepção. Filhos do totem! Do tas emparedadas com o soldado e a le ples: instinetivo. (Só comia o forte). gião, atraz da cruz. O Christianismo Jtispinto Santo! Isso sim! Como aqui! absqrvemol-o. Sc não! Trazia dois gra Viva. o Brasil! E' a communhão adoptada por to ves argumentos. Jesus filho do totem Mas vamos a factos. Sahiram dois das as religiões. O indio commungava e da tribu. Ü maior tranco da historia livros puramente antropoiagicos. Ma a carne viva, real. O catholicismo ins no patriarcado! Chamar São José de rio escreveu a nossa Oayssea e creou tituto a mesma cousa, porém acovar patriarca é ironia. O patriarcado eri ciuma tacapada o neroe cyclico e" por dou-se, mascarando o nosso symbolo. gido pelo- catolicismo com o espirito- cincoenta annos o «morna poético na Veja só que vigor: — Lá vem a nossa santo como totem, a annunciação etc. cional. Antônio de Alcântara Machado comida pulando! E a "comida" dizia: Dona Sebastlana vae pular de gana! deu uma coisa tao gostosa é profunda come- essa carne porque vae sentir Mas o facto é que ha também a antro como a secção livre do Estado. nêlla o gosto do sangue dos teus ante passados. pofagia* trazida em pessoa na commu- nnão. Este é o meu corpo, Hoc est NOTA — (Só comiam os, fortes). Hans Staden corpus meum. O Brasil indio não podia A secção livre do Estado é o campo salvou-se porque chorou. O Club de deixar de adoptar um deus.filho só da Anthropophagia quer agregar todos os onde se debatem com tesouras D. Chi- mãe que, além disso, satisfazia plena elementos sérios. Precisamos rever tu mente guias atávica,. Católicos roma quinha DelPOsso e D. Maria F. Bran do — o idioma, o direito de proprie nos. dão. A Grécia tinha as suas escolas de dade, a família, a necessidade do di philosophia. Nós temos as de corte. O facto do grilo histórico, (donde vorcio —, escrever como se fala, sin sahirá, revendo-se o nomadismo ante ceridade máxima. rior, a verídica legislação pátria) af- (O macunaima é a maior obra na firma como pedra do direito antropo- cional. Você precisa lêr. Macunaima Ha homens, meu caro, no Brasil no fagico o seguinte: A POSSE CONTRA em estado de ebulição. Depois isso vo. Acabo de conhecer Edgard San- A PROPRDSDADE. Como prova, huma côa-se. Toma festim moderado,, com ches, lente de philosophia do direito na de que isso está certo é que nunca saldo a favor). Vamos-fazeR. um levan na Faculdade da Bahia. Um homem fe- houve duvida sobre a legitima accla- tamento topographico cia ' moral bra cundante. E estupendo. Outros são a mação de Casanova (& posse) contra sileira, a funda sexualidade do nosso mocidade de Martinelli e Outros Arra Menelau (a propriedade). Isso nos Es povo. Vamos rever a historia, daqui c nha Céos. Daqui! Eduardo Pellegrini, tados Unidos foi significado ainda ul da Europa. Festejar o dia 11 de Ou Paulo Mendes e Américo Portugal. E timamente pela defcza de> Rpdolpho tubro, o ultimo dia da America livre, Raul Bópp? E' um colosso! A elle devo Valentino, produzida pela gravidade de pura, descolombisaUa, encantada e imitienso! A rede telegraphica mais Mencken. Tinha muito mais razão de brafvia". possante da verdade brasileira. Eis um ganhar dinheiro do que os sábios que trecho de carta sua a propósito da fun vivem analysando escarros e tirando dação que ora tentamos de um Club de Quanto ao equivoco de se pensar botões dos narizes dos bebês. Muito Antropofagia e de uma grande festa que eu quero é a tanga, affirmo e mais! Porque afinal é preciso se pe que proponho para a véspera de 12 de provarei que todo progresso real hu sar a onda de gozo rcmantico que elle Outubro. E' uma carta a Jurandyr mano é patrimônio do homem antro- despejou sobre os milhões de vidas das Manfredini, de Cúrttyba, publicada a pofagico (Galileu, Fulton etc). De senhoras dos caixas e dos burocratas. 2 de Setembro na Gazeta do Povo, dali. resto, Bernardi .Shaw já disse:. Está Isso é que é importante. Depois de detalhar os argumentos do mais próximo do homem natural quem No Brasil chegámos á maravilha de grilo — base do direito pátrio eil-o come caviar com gosto de que quem çrear o DIREITO COSTUMEIRO AN- que diz: se abstem de álcool por principio.' E* fl-TRADICIONAL. L quando a gente "Comemos o resto do Território. isso! Revista de Antropofagia UM POETA E UM PROSADOR MANUEL . DE ABREU — a Deus que apareça um livro bom só Paulo Prado, cm conversa costuma Substância — Rio de Janei para poder dizer aos autores de livros caçoar dessa mania que muito novo ro — 1928. maus: Assim é que vecês deviam ter (ou" pretendente a tal) tem de gritar feito. esmurrando o peito: Eu sou brasileiro! Uma das poesias podia dar o .título Macunaima tom esses dois valoreS: Eu sou brasileiro! Eu é que sou o ver ao livro:'Are you ready? Porque Subs é um livro bom (não sei se já repara dadeiro brasileiro! Burrice, moço. Se tância é um jogo de tenis entre autor ram na força que há nessa palavra: você é brasileiro não precisa gritar e leitor. As bolas vêm violentamente, parece um tiro de canhão) e é um li que^é: a gente vê logo. sem parar, num bats-pula danado. Nem vro oportuno. E' o bem oportuno por Mario de Andrade (• dos que não gri tempo para respirar a gente tem. tanto. Chegou na hora. Veiu pôr no seu tam nem fazem questão de parecer. Tudo é mais ou menos deste geito: devido pé a famigerada brasilidade Pois cleé ainda quo não queira. atrás da qual correm suados e errados Macunaima tem tanta moleza, tanta Sinto em mim uma Cidade desde muitos anos o:; escritores deste senvergonhjce, tanta basófia bem nos jardins Brasil tão imenso mas tão arraial ain sas e talvez só nossas que dá vontade lirismo da minha da. da gente se estirar nas páginas dele raça os arranha-céus da ilusão Há que tempo Maohado de Assis di como numa rede e balanço vai balan piscam. zia por outras palavras que ser escri ço veni se abandonar e se esquecer na na via-láctea das vidraças tor brasileiro não ü tãc simplesmente quela gostosura. arrabaldes cantar o índio e bolar numa paisagem Rapsódia nacionar icom o r bem ro debalde! ipês cm flor. O Brasil não é isso só. lado) de lendas, de anedotas, 'de chei Ou melhor: o Brasil não é isso. Qual ros, de tudo. A língua então é a- mais £ tomem bola. quer estrangeiro é cbpaz de fazer um poética possível. Pareci- uma música. Nesse fogo e nêsse arrojo não é di romance muito bem feitinho com per O violão sempre acompanhando. fícil descobrir talento* c sensibilidade. sonagens desta terra movendo-se nesta E o mais bonito é qui Mario se mos A poesia de Manuel de Abreu não terra. Agora o romance da terra só tra inteirinho no livro (o que aconte possue colorido brasileiro algum. E* um brasileiro pode escrever. E há de ce em todos os que publica aliás). Pou internacional. Europca talvez seja escrever passando além do visível e cas vezes tenho visto. tamanha falta mais certo. Cousa que hoje em dia e do palpável. Não se contentar com de respeito humano. Há páginas em entre nós constitue originalidade. E iquilo que a terra oferece e mete pelos .que a gente se contem para não dis quem sabe qualidade. Porque afinal de dhos da gente a dentro. Mas sofrer o parar com o autor: Saia daí, diabo. contas sempre é meihor tomar um ex- sofrimento da terra, gozar o gozo da Como êle mesmo fêz no Amar, verbo presso-internacional da que o mixto de :erra, rir o riso da terra, viver a vida intransitivo. São Pedro do Caríri. Leva onde se da terra. queira. Inclusive á própria terra em Percebe-se claramente que Mario Só este refrão de Macunaima — Ai! que a gente nasceu. ama o herói a -tal ponto que quer ser que preguiça!... — vale como brasili o herói. Mas é bom que a gente o des MARIO DE ANDRADE — dade mais do que todas as ruazinhas iluda. Mario é um pedacinho do herói. Macunaima — São Paulo — de arrabalde,'todos os tutús de feijão, O herói somos nós todos juntos. Até 1928. morenas de chita c tal que enchem os eu, porque não? versos dos nossos curumins contempo A's vezes a gente em literatura pede râneos. A. DE A. M. LEIAM C A E T E S Augusto Meyer — Esta é de um sábio que cultiva em S. Pau GIRALUZ (versos) lo a sciencia e a blague: — Pedirei, com devoção, ao Senhor de Bonfim, Santo bahiano que realizou o mila Manuel de Abreu — gre de nunca fazer um discurso, que resuscite SUBSTANCIA (versos) os caetês, porque assim como devoraram o bis po Sardinha, que construiu a memorável igreja que agora se quer destruir na Bahia, BREVE: devorem o sr. Arcebispo, que a quer botar abaixo... Menotti dei Picchia — Talvez os caetês — illuminados ! — co E. U. DO BRASIL (versos) meram Sardinha por ter erguido a santa igre ja. Previam a heresia 1928 do antistite. Sá bios videntes os nossos pães de tanga ! F. T. Peixoto e Guilhermino César — MEIA - PATACA (versos) MENOTTI DEL PICCHIA Revista de Antropofagia LUNDU' DO ESCRAVO MARIO DE ANDRADE Tendo colhido aquele Romance que Mais outra senhora de Araraquara III (S- Paulo) dei noticia no último número desta mais uma estrofe também. E foi da "Antropófaga", como falei, sube da memória dela que Veludo renasceu Quando mia sinhô me disse: existência do palhaço preto Veludo. com as macaquices nome cor e tudo. — Páí Francisco, venha cá; Pelas coincidências deJe ter portado Finalmente minha, felicidade me le muita feita em Araraquara, ser preto e Vai corta as tuas unha vou pra um senhor velhuco já, com Que tu tá para casa, as moças guardarem o Romance da memória de genipapo indelével, voz boca dum palhaço prelo de Araraqua musical e bondade como ninguém. Este ra mesmo, achei que de certo o Velu senhor foi praceanu aqui da capital E eu fiquei todo contentado do é que cantava o documento. toda a vida e ali por 1876 vasava as Como gambá que saiu do laço! Sei com firmeza mas é só que esse energias de curumim freqüentando o Seu bem me dizia (ter) palhaço tirava um lundu,em que vinha circo da companhia Casali que parava Que eu havia de casáí o refrão do Romance, com variante sempre meses no largo de S. Bento, mirim: Depois o menino tomava sorvetes na IV (Minas, D. Alexina- de M. Pinto) confeitaria perto. Pois nessa compa "Eu fiquei todo saraptmtado nhia é que estava o. Antoninho Cor Quando meu sinhô me disse: reia, palhaço brasileiro de cor bran- Como gambá que caiu no melado". — Pai Francisco, venha cá; •0CZiAS>l0CU4, ato £**\cAjastio 4 - O •&aí f+iM tjaAAA. ou 4Lf€> -Jíuj •&»*/ (***• cL^*m', *A"- -áM^Xo*-»^^, Jlu. •&*«, OVIA oá."- / Esse lundu é bem da nossa tradição ca. Sc pintava de prelo c tirava tam Vá lava tua zipé pelo menos no Brasil central. Dona bém o lundu. E pude ajuntar. mais Que tu tá Dra te casa, Alexina de Magalhães Pinto ("Canti uma estrofe e a versão musical com (Refrão) gas das Crianças e do Povo", ed. Al pleta que vai aqui junto. Com mais ves, pg. 82) dá uma variante da mú outra estrofe me dadf por uma senho V (Araraquara) sica em qué também o refrão se mo ra de S.. Paulo, reuno um Lundu do difica assim: Escravo, já bem satisfatório -no tama Quando mia sinhô me. disse: nho. Assim: — Pai Francisco, venha cá; Vai lá na sanzalaria "Iô ficou tudo espahtarrado Que tu tá para easá, Como um pintinho que caiu no me 1 (Araraquara) (Refrão.) lado". Quando mia sinhô me disse: VI (Tietê) — Pá (i) Francisco, venha cá; (Também a versão de S. Paulo ca Vá íá na sanzalaria Quando mia sinhô me disse: pital, que vem adiante conserva "es- Zicuiêra (recolher) us criurinho. — Pai Francisco, venha cá; pantarado"). Vai busca, pape e tinta, Pra você se escreviiihá, Das estrofes da que chama "cantiga Eu fiquei todo espantarado de palhaço" dona Alexina de Maga Como gambá que caiu no laço! (Refrão) lhães Pinto dá -só uma. Seu bem me dizia (ter) Um senhor de Araraquara, junto Que eu havia de paga! Como estão vendo, os passos prin com outra estrofe me restabeleceu o cipais -da vida do escravo vêm ai to refrão em fala mais típica: dos. (Aliás a última estrofe interpre II (S. Paulo) tei por mim como alforria). Trabucou, "E iô fico todo assarapan-tado recolheu os criolinhos, levou bacalhau Como gambá que caiu na raçada". Quando mia sinhô me disse: que não foi vida mas porém, na san — Pai Francisco, venha cá; zalaria se arregalou tirando úma li nha çom as boas, lavou o pé, cortou r ("Raçada" com r brando é laçada). Vai chama sua feito unha, casou, casou, casou! Casou por Outro senhor do Tietê trouxe pra Que tu tá para apanha, mim mais uma estrofe, escutada lá. (Refrão) (Cont. na p..6) Revista de Antropofagia Um pedaço do meu poema A VOZ TRISTE DA TERRA Eu devia ter ficado Agora é que eu quero perdido nos meus terrores a alma ingênua que a terra me deu pra sentir pra gozar isto tudo Não me deviam ter dito isto tudo que vejo juntinho de mim. os nomes das coisas bonitas que os barcos trouxeram de longe Voltar! Mas agora que eu devo ir buscar nem a natureza de tudo o que eu %ia. a alma forte Deviam ter deixado que eu adivinhasse... a alma pura Eu adivinharia! a alma simples de outrora agora meu Deus eu não posso voltar! E nem me ensinaram & amar as coisas tão simples e puras Os rumos são outros. que eu tinha na terra. Não sei pra que lado ficou meu pesado. E deram-me uma alma Já nem sei como andar. mais Velha e mais triste que a minha! Me perco no tempo. E eu que era menino Me perco no espaço. dei para pensar E soffro esta angustia sem fim de ficar! 1 e envelheci esquecido de mim mesmo. E ha tantos caminhos que fogem chamando Agora é que eu vejo que não vivi Mas agora meu Deus é impossível voltar! que estou entre coisas immensas e bellas que a terra desprende um aroma excitante. Agora é que eu vejo que ha vida (PARAHYBA) em torno de mim. PERYLLO DOLIVEIRA E eu sinto em desejo febril de vivar. LUNDU' DO ESCRAVO (Cont. da p. 5) -três estrofes dando tempo prá velhice meü-Boi, embora discrepando do as chapar a invenção dêstc povo pregui-- chegar. Pois então depois duma quar sunto anterior. (O que aliás concor ça. ta-feira em que geou na cabeça dele da com a arquitetura da trilogia gre Quanto especialmente ao documen Francisco virou Pai Francisco e o do ga terminando com uma comedia.) No to que revelo hoje, o principal valor no p alforriou. E essa vida os palha meu próximo "Ensaio sobre Música critico dele está na liberdade rítmica ços eternisavam no circo pra divertir Brasileira" "dou uma versão paulista da estrofe cantada. Si não botei com fiHio de branco. "Fio dim baranco" do "Sapo Cururú" em que o texto e passo pra ela foi pra caracterísar mais os Pais Franciscos falavam... a música- vêm acrescidos dum refrão isso. O primeiro verso vai bem batido mas discrepante por completo. Nas ro no ritmo e no tempo. Os outros três ("Quando iô tava na minha terá das infantis brasileirasè comum esse vão com uma liberdade prosodica, um Iô chamava capitão, processo de encomprfdar a cantiga rubato de expressão oratória, impos Chega na terá dim baranco pela junção de várias rodas. sível da gente registrar com os valo Iô me chama Pai João") A forma musical da Suite é positi res da grafia musical tão deficiente. ("Canções Populares do vamente uma das preferidas pela nos Me parece que os nossos compositores Brasil", Brilo Mendes.) sa gente. Está nos fandangos de Ca- deviam de estudar mais essa tendên nanea, se manifesta no Congado, no cia pro recitativo de expressão proso Na versão, musical que registro pa Maracatú, no Samha-do-Matuto, no dica e pro ritmo livre. de muito do rece ten junção de música diferentes Boi-Bumbá, no Pastoril, etc. Essa ten cumento popular brasileiro. Porquê ou pelo menos acrescentamento de dência foi em parte, me parece, o que na composição artística, os que estão parte. Com efeito nem dona Alexina impediu maior gencralisação dos do inventando já dentro da espécie brasi de Magalhães Pinto nem ninguém, a cumentos musicais pelo pais. As pe leira, permanecem por demais dentro não ser o menino que comia sorvete ças eram compridas por demais pra da forma quadrada. Isso dá prá' obra espectaculo acabado, conhecia o dís ser fácil a transmissão oral de texto deles uma essência de pasticho muito! tico: e música. Si essas danças por serem Do mesmo geito que, dos nossos ro dramáticas e por isso com entrecho mances tradicionais a poesia artística "Seu bem me dizia mais ou menos obrigado, forçavam a poude tirar uma liberdade estrofica Que eu havia de paga (ou, casa)". que no texto se desse apenas varian em que a gente fica bem cômodo (foi tes dum modelo inicial, ficou hábito a solução de Catulo Cearense; ver Porém essa parte, falando musical cantarem êle com música nova, in também a "Oração ao Negrinho do mente, não discrepa do resto do re ventada no lugar. Lá no norte onde Pastoreio" de Augusto Meyer, n.° 4 frão e parece de origem africana tam principalmente o Bumba-meu-Boi é re desta revista); do mesmo geito os nos bém. presentado todo ano (no nordeste pelo sos compositores podem conceber nor A reunião de documentos musicais Natal, na Amazônia pelo S. João) a mas muito caracteristicamente brasi distintos é muito comum no populario música muda de cidade pra cidade, de leiras de criar melodia infinita. Nas brasileiro. Pode ser tendência nossa engenho pra engenho até.' Em certos emboladas, nos cocos, nos dejsafios, prá... engrandecer as coisas... Ah, lugares como em Belém com o Boi- nos pregões, nos abôios, nos lundus e rapazes! vocês nnnca não verão país Bumbá e no Recife com o Maracatú até nos fandangos n gente colhe for nenhum talequal ò nosso!... Exemplo a música muda de ano pra ano, pelo mas de metro musical livre e proces típico desse engrandecimento foi no que me informaram. Não digo que sos prosódicos e fantasistas de reci- nordeste (Silvio Romero) a mania de seja bem nem mal isso porém levou tativos que são normais por ai tudo finalisar qualquer chegança ou reisa o pessoal prá utilisação de foxtrotes no país. Isso os artistas carecem ob do com a representação de Buraba- e maxixes importados, o que pode; aca- servar mais. Revista de Antropoporf agi a OS TRÊS SARGENTOS (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO 0 JARDIM PUBLICO in No parque havia duas zonas de amo convites atrevidos, tentando os mais. reto. Não era acontecimento único no res completamente diversas — a das ousados, esbarrões que- ela evitava su Jardim —• nem, tampouco comum — meninas da visinhança que namora bindo no canteiro. Entretanto o re mulheres provocarem de forma tão vam, è a das mulheres da vida a cata ceio não lhe impedia de mariscar na descarada os homens que Uies apete de fretes para conseguirem pagar a multidão homem que a satisfizesse ciam. Porém mesmo as mais desfavo diária do bordel. A primeira zona naquela noite. recidas, as. que .tinham noção de se consistia nas duas avenidas que es O olhar furtivo e repetido com que rem as ultimas entr«; a peior negra- quadrinham em angulo reto o core repassava soldados e paisanos, depa da, só davam demonstrações diretas ao to; a segunda era delineada pelo ca rou em certo momento Ires sargentos homem que viam pela primeira vez, minho que dá volta ao tanque. 0 ca da Força Publica que Caminhavam quando fortemente tocadas de pinga. pão de altas arvores cuja ramaria for juntos. Diversos na tez e na corpu- Em outra ocasião a vaidade femini ma toldo sobre a musica era o limite lencia, regulavam a mesma altura. 0 na impedia que elas se oferecessem das duas e a linha divisória. primeiro. robusto, castanho e claro, o deante das. outras. Somente a certe Na zona das meninas os almofadi segundo ossudo e moreno, o ultimo za de êxito podia (eval-as a praticar o contrario, tratando-se algum recru nhas do bairro pararam na beirada também trigueiro, provido de ampla ta novo, que desprovido de dinheiro das largas avenidas, enquanto as na musculatura a modelar a túnica do e cheio de seiva, aceitava qualquer moradas transitavam dea:it- deles e uniforme. Representavam a mescla da mulher. O rapaz aceitava e esquecia com eles comunicavam-se apenas por milícia do Estado, onde elementos vin com igual rapidez; era o mesmo que meia de olhares e risos. Muito dife dos de tão longe, ii tão diversos, os uma necessidade aliviada atraz de um rente era o trecho reservado às mu do Norte diferindo dos do Sul até na muro. Não faltavam então nem siquer lheres da vida. A exiguidade do pas origem da raça branca; no Pará ou os transeuntes para surpreenderem o seio mal dava para elas se esgueira- no Maranhão descendentes de alente- coito (no recanto do Canindé onde o rem quando nos dias de muita afluên janos, no Rio Grande de imigrantes par tinha ido depois do Jardim), e cia ôs homens enchiam o caminho. das Ilhas; confundiam-se entretanto que não resentiam do espetáculo mais Nessas ocasiões, ao se encontrarem num molde único — a farda azul fer- espécie do que si fosse de cães nó dois magotes — um composto de des rete largamente listada de encarna cio. A gente do bairro estava íami- ordeiros e outro de mulheres fáceis do. liarisada com a scena, freqüente pelos — resultavam correrias que escanda- Ao passarem os rapazes perto da terrenos reunos e atraz das cercas' lisavam os burgueses extraviados no mulatinha- coincidiu chegarem também desde a boca da noite até o alvorecer. lugar. O habitante do Interior por ali as companheiras. Formou-se bolo em Todos sabiam que quando alguém pa a passeio com a mulher e filhos, de volta da rapariga, que estimulada pela rava e aproximava, não era por troça repente percebiam atravez da inexpe presença das outras disse alto para ou por curiosidade, era na realidade riência, quanto as margens do tanque ser ouvida de longe: outro macho que vinha buscar o seu eram mal freqüentadas. Via com pas — I... Dita, era uni moreno assim quinhão. Si o primeiro consentia tudo mo na confusão provocada pelo cho que me servia... se passava sem maiores novidades, na que de homens e mulheres, os apal- Mas quem devia receber a indireta, maior camaradagem, do contrario, re pões dos gaiatos obrigando as mula não a ouviu. Quando o mais ossudo gistavam os jornaes do dia seguinte tas e pretas a fugir no meio de gri dos três adyertio-o a rir, já iam longe mais um caso policial de ferimentos taria e gargalhadas. O sertanejo (vin das mulheres que tinham parado no oú morte na várzea do de onde ainda existe receio da far mesmo sítio. da), extranhava serem os mais baru O rapaz que reparara caçoou com As mulheres que nãi> pertenciam á lhentos entre a molecada os soldados o distraído. ultima categoria — das que nem teto da policia, que não respeitavam mu — Gostei agora do Candidq, anda possuem para recolher homem — não lher alguma encontrada a passear em tão farto de rapariga que já nem liga careciam de se dirigir primeiro para redor do tanque. Ao burguez antigo da para gadinho miúdo, de hoje em dian o indivíduo que as impressionava. Era cidade (mormente o paulista legitimo, te só franceza... suficiente pisar no caminho do tanque para sentirem-se seguidas de matilha que sempre arrenegou militares), o Pouco antes queixara-se Cândido infinita, perseguindo-as com propos efeito causado era diferente. Lembra da falta de mulheres bonitas no Jar vam-lhe os excessos da soldadesca, os tas c ditos pesados como pancadas dim, de sorte que a reflexão provo Quando a brutalidade dos homens ul tempos da "Guarda Urbana", compos cou gargalhadas. ta do rebotalho das tropas da cam trapassava certos limites vinha a res — Onde é que você está enxergan posta na mesma forma, bocas desden- panha do Paraguai, que pela tradição do gado? popular, tornava perigosa a visinhan tadas ferviam num dilúvio de insultos, — Olha aquela vestida de branco, quando a crioula não repelia com o ça dos quartéis. Dizia-se então, que ali na esquerda perto da arvore, braço os mais atrevidos. Por outra, ao só criaturas feias >.: aventuravam de ali homem... não está vendo! Ela aceitarem alguém, riam de modo que propósito á noite, nos lugares freqüen quer alguma coisa com você... o perseguidor logo comprendia. Daí tados pelos "urbanos". O interpelado voltou-se logo que o por. deante ele não largava mais da Uma mulatinha que desgarrara das companheiro falou, olhando na dire saia que a poder de encontrões ia va companheiras, atemorisada pela bru ção apontada, mas poude apenas vis rando a multidão, e apoz algumas vol talidade dos homens, refugiou-se no lumbrar na turba o rosto da mulata tas dadas á volta do tanque apareciam extremo do caminho entre uma nesga que lhe pareceu bonito. na rua com trato feito e destino certo para o resto da noite. do gramado e o gradil de uma ponte. A exclamação da moça iscou o in Apezar do retraimenlo era alvejada teresse dos rapazes que resolveram es- com piadas grosseires, obcenidades, peral-a mais as outras perto do co (Continua) 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA BALCÃO V LIVROS PROCURADOS: EAU - DE - VIE Por YAN DE ALMEIDA PRADO (Av. B. L. De uma nota intitulada Extraordinária Antônio 188, S. Paulo): díf fusão do alcoolismo na Rússia, publicada pelo Estado de S. Paulo, n. de 6-IX-28: "O mesmo jornal publica os resultados Accioli — "Memórias Históricas da Província de um inquérito feito em duas escolas, a res da Bahia." — 6 vols. peito de alcoolismo. Resultados: Guerreiro, Bartholomeu — "Jornada dos Vas salos, etc..." — Lisboa, 1625. 8p. c das meninas bebem água de vida; 92 p. c.-cerveja e vinho. Somente 11 p. c dos id. id. "Gloriosa Coroa etc..." - Lisboa 1642. escolares desconhecem a água de vida." NEGÓCIO BRASILEIRO Cunha Mattos. "Memórias da Campanha de D. Pedro..." — 2 vols. Rio de Janeiro De uma correspondência de interior do Estado para o Diário Nacional de São Paulo, 1833. n. de 13-VI-28: "Na vizinha cidade de Cândido Motta, ha Lisboa, José da Silva (Cayrú). "Historia dos dias, appareceu um indivíduo que se dirigiu Principaes Successos..." 2 vols. Rio de a uma fazenda, offerecendo ao fazendeiro Janeiro 1826-1830. umaIroca esquisita: offerecia 40 contos, que queria trocar por 6, sem outras condições... O fazendeiro, desconfiado, eritabolou ne gocio, emquanto mandava á cidade avisar o Nos seus próximos delegado. 0 homem foi preso, mas, logo de pois, solto, pois o delegado não encontrou en números a REVISTA DE ANTROPOFAGIA tre os 40 contos nenhum dinheiro falso." publicará em fac-simile dois autógrafos de POLÍTICA KRISHNAM URTI Da marcha O voto secreto, letra de Sidne> Ávila e música de Donatilla Machado, á venda e em São Paulo: M A X JACOB "Minas teceste em epopeas D'um povo heróico a mais brilhante historia! trasidos de Paris por Mansa e serena No profícuo labor sempre em progresso, Oswald de Andrade Escalas a pyramide suprema Sem retrocesso E hoje mais uma vez Pelo dictame da consciência recto A assinatura anual Sempre altaneira e liberal Creas a sabia lei Voto Secreto" da REALIDADE REVISTA DE ANTROPOFAGIA De uma crônica de Gastão de Carvalho no custa O Paiz do Rio, n. de 4-IX-28: "E' por isso que os bons repertórios pos RS. 5$000 suem Loreley, que além de conter linda musi ca, presta-se á phantasmagoria de uma ensce- Pedidos acompanhados de vale postal nação que prende e seduz quando executada como hontem o foi, com scenarios apropria para dos, excellentes jogos de luz e as visões exe cutadas com perfeição e verosimilhança tanto Caixa do Correio n. 1.269 quanto possível, aproximada do real." SÃO PAULO ANO 1 -- NUMERO 6 500 RS. OUTUBRO - 1928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP Endereço: 13, RUA BENJAMIM CONSTAM - 3.° Pa*. Sala 7 - CAIXA POSTAL N.° 1.269 - SAO PAULO VACA Bailada triste Os portugueses do Rio de Janeiro ofere Eu estou hoje inhabitavel... ceram ao ministro brasileiro das Relações Ex Não sei porque, teriores uma vasta placa de bronze. Quize- levantei com o pé esquerdo: ram com isso homenagear o homem que obri meu primeiro cigarro amargou na' minha bocca gou os membros de um congresso qualquer como uma colherada de fel. a ouvirem discursos no grego de Camões. Mais uma vez o Brasil defendeu o que A tristeza de vários corações bem tristes em Portugal chamam de patrimônio comum veiu, sem que, nem porque, da raça. Defesa que cabia aos lusitanos. Mas encher meu coração vazio... vazio... não tendo mais força nem autoridade para Eu estou hoje inhabitavel... isso arranjaram advogado convencendo-o de que também tinha interesse na causa. De for ma que não pagam honorários. Contentam- A vida está doendo... doendo... se em dar um presentinho de tempos em tem A vida está toda atrapalhada... pos. Estou sozinho numa estrada Está tudo errado. A língua portuguesa fazendo a pé um "raid" impossivel. não é patrimônio comum da raça. Primeiro Eu estou hoje inhabitavel... porque não há raça mas raças. Segundo por que não há língua mas línguas. O português diz que sim. Prega a uni Ah! si eu pudesse me embebedar dade e tal. E' a cousa de sempre: quando es tava de cima só gritava eu, agora que está por e cambalear... cambalear, baixo faz questão do nós. e cahir, e acordar desta tristeza Essa união luso-brasileira é que nem que ninguém, ninguém sabe... aquela de Mutt e Jeff deante do cinema numa Todo mundo vae rir destes meus versos... caricatura de J. Carlos: Mas eu juro por Deus, si fôr preciso, — Vamos fazer uma vaca, Jeff / que eu estou hoje inhabitavel. — Vamos: você entra com dez tostões e eu entro com você. Sem tirar nem pôr. íBELLO HORISONTE) ABGAR RENAULT ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO "De idea superior em idea superior, nós aca baremos por não ler mais ideas". PRUDHON Reriata de Antropofagia POMO ROIDO LITERATURA (do Nuvem de Gafanhotos) RUY CIRNE LIMA Assim?!... Um dia, o menino pediu uma historia. Não! eo não te quero mais.. Estava doente, aborrecido. Ninguém se resolvia a contar uma histo Quando eu parti, deixei-te quasi verde ainda, ria. Pendente de um pequenino ramo ignorado. Então, no seu inconsolavel desconsolo, o Até te conf undias com os renovos... menino doente começou a fazer uma historia nova com pedaços de velhas historias. Só sa Mas o ramo cresceu, bia três: a historia do Negrinho do Pastoreio, Vieste espiar a estrada, a da Bela-Adormecida e a da menina que os E ahi amadureceste, rubra, ao sol de Julho... porcos comeram. Os seus olhos amuados se velaram de E, longe, uma luz, quasi sombra. Por acaso, todo mun — Quem via eu me esquecer daquella manguita do se calou em volta da cama. quasi verde ainda, " — Não vê que o encantamento princi Que eu reservara para a volta?!... piava no nascer da lua. Todas as luzes do pa Não! eu não te quero mais. lácio estavam acesas. E ficou uma chama de finitiva na haste de cada vela. Ha vestígios de outros dentes na tua polpa... Ora, o Negrinho do Pastoreio, que anda (FORTALESA) va pastoreando por ali a sua tropilha de tor- dilhos, de longe, pensou que fosse promessa. FRANKLIN NASCIMENTO E lá se tocou, abrindo picada entre os espi- nheiros, para saber o que é que se perdera. Negrinho criado no mato, sem os costu mes da gente... Entrou. E viu que ninguém perdera na ESTA REVISTA PUBLICARA' NOS PRÓ da. Toda a gente dormia em pé, no palácio da Bela. XIMOS NÚMEROS TRABALHOS DE: Podia ser milagre de Deus. Podia ser malefício. Depois, o Negrinho, que vive só A. C, Couto de Barros de noite, não sabia o geito dos homens vive rem cada dia. Prudente de Moraes, neto De repente, pensou que tinha achado... Mario de Andrade Fez o que achara para fazer, e se foi embora. E tinha feito o sonho, que e a vida den Jorge Fernandes tro do sono. Sérgio Milliet O velho rei, sonhando, se via só, no pa lácio vasío. Só. Com a lembrança da rainha Jayme Griz e o sentimento do mando. (No entanto, o Cas Carlos Drummond de Andrade telo da Bela estava cheio de cortezãos, de da mas, de lacaios.) A. de Lymeira Tejo Vai, o velho rei mandou que entregas L. Sousa Costa sem a rainha aos porcos como ceia. Infelizmente, era sonho." Rosário Fusco Tan de Almeida Prado (PORTO ALEGRE) RtTiata de Antropofagia COMO ME TORNEI ESCRIPTOR BRASILEIRO JOSE' AMÉRICO DE ALMETOA Lendo os escriptores es tem dito que só faz por co leiro ainda me faltava escre trangeiros (E note-se que de nhecer países estrangeiros ver em brasileiro. testo o paradoxo, a ironia e para ficar amando cada vez Ora, eu nasci num tempo todas as deformações de sen mais o seu pais. Mas dá cer em que ainda se falava por tido). Lendo e pensando no to, a menos que o sujeito não Brasil. Lendo e comparando. tenha senso objectivo ne tuguês no Brasil. Era ver a descripção de uma nhum nem discernimento. Inventei, assim, outro sys- paisagem exótica, vinham-me Ou seja daquelles que, cui tema: ler os clássicos (por á idéia as nossas paisagens. dando estarem pensando no que não posso deixar de ler Achava logo a differença. Pa- Brasil, estão pensando é na Bernardes, frei Luís de Sou- oSKasssasasasHsasHsasasasasaflsKiHSHsasa^^ i oa2SE5as25asasasB5ESZ5asa5HS2S2SHS isã^asBszsESEsasasasESEsasHsasHsasasasasasssHsaszsasaszszsBSEsasEsasasESBszsEszso ra fixar traços differenciaes Grécia antiga ou no mundo sa, etc.) por cima, como quem não ha como pôr uma coisa da lúa. está traduzindo, fazendo de defronte da outra. O methodo é, porém, de ap- conta que é castelhano, pro plicação difficilima. Quem se curando apenas o sentido. E assim os costumes, as acha embebido em obra-pri paixões, etc. ma da estranja não tem ne (Língua pega como visgo). Quis adoptar o mesmo me- nhuma vontade de alternar a Não sei se dará resultado. thodo no cinema, mas o cine attenção, desse modo,- porque Mas o diabo é que, além das ma tem pouca variedade. E a perde o fio da leitura, perde palavras, não acho nada nos arte dos directores. Só os qua o tempo e perde ainda mais clássicos... dros nocturnos servem de se, por isso, se tornar nacio pontos de differenciação. nalista... E' um processo pouco ori E para ser escriptor brasi- (Parahyba do Norte.) ginal porque muita gente já Revista de Antropofagia ROETAS AUGUSTO MEYER — GI- Ficou tudo gelado arripiado no friume manha de um gato: brinca, brinca, RALUZ — PORTO ALE lunar. brinca, agarra o rato, a gente torce GRE — 1928. O caminho branquinho mergulha na para que êle engula, êle vai e não en boca do mato. gole. A poesia de Augusto Meyer tem uma Marulha a saudade gemente da pedra E faz tudo isso sem cansar o espe força que a gente sente logo de saida calcárea na fonte, ctador. Porque o jogo dele tem sempre e fica respeitando. A linguagem bate olho d'agua glonglona e a cachoeira aspectos inéditos, o jogador é exce de chapa e não se esobrracha porque chora — uahl lente, a gente sente que a vitória não dentro há um sentido á prova de fogo. lhe pode escapar. Atrai inelutavel- Nada de canto do passarinho. Me De noite na estrada as carretas vêm mente portanto. A assistência (nem se yer quando desentrava a voz de ba do outro mundo. discute) voltará para os jogos seguin rítono é para fim certo e medido. E Vagalume accende e apaga, pisca-piaca. tes cada vez mais numerosa e interes canta cousas robustas. Não é um ter Corta o escuro o aseobio do gury sóli- sada. Façanha de que poucos são ca no. Ou melhor: não é um piegas. A to que foi para o povo. pazes. ternura dele é máscula, Meyer sem Assim o Republica dos Estados Uni pre domina as paisagens, os sentimen E batuque batuca: dos do Brasil como todos os livros tos, as cousas. Vai pelo mundo enro negramina que dança que dança e que desse brigão da reação brasileira não lado na força do sol mas não domi dança é definitivo. Jamais se dirá para efei nado. toda a noite — uê! tos de critica que êle é o autor de tal Há uma inquietação nos seus ver poema, romance ou conto. Não pode sos que muito provavelmente Daniel O gailo cantou li na serra, longe... rá ser julgado senão atravez de sua Rops incluiria na quu êle definiu como lá... obra considerada em conjunto. Cada moderna. Inquietação que apesar disso Parecia que tinha uma eetrella de or- livro é um pedacinho e uma continua te». _ ás vezes acentos antigos como valho na voz. ção. aquele Mãe, eu quero o sol! já grita Neste Republica a gente encontra to do pelo Osvaldo de Ibsen. Em todo o Mas batuque não cança e batuca toda das as qualidades do autor mas não caso a tristeza atravez da qual essa a noite — uê! as qualidades inteiras do autor. Será inquietação por acaso se revela é me Negramina que dança que dança e que um quinto andar por exemplo. E só dida como tudo no poeta. dança toda a noite — uah! Deus sabe quantos ainda virão. Fa Voz equilibrada que nunca desafina, zenda, Tarde Fazendeira, a terceira capaz de agudos truculentos mas inca MENOTTI DEL PICCHIA parte da Torre de Babel, Drama, A paz de soltar um só para prazer das — REPUBLICA DOS ES noite africana. Banzo, tanta cousa e galerias, Augusto Meyer se afirma no TADOS UNIDOS DO BRA tanto lirismo envolvente firmando Me sul brasileiro um dos valores mais SIL — S. PAULO — 1928. notti no lugar que êle conquistou na certos da literatura tão embrulhada literatura nacional de agora e deixan deste pais e deste momento. O que me parece mais curioso e do adivinhar e desejar o que êle con Digo isso apoiado neste Ratuque (e mais clogiável nos livros de Menotti quistará querendo na de amanhã. E há muita cousa igual no Giraluz): Del Picchia é que eles nunca satisfa olhem que o homem não tem medo de zem a gente. A obra de Menotti é uma nada: é poeta, é romancista, é jorna Negramina que morreu fita- «m séries. Quando vai chegando lista, é contista, é critico, orador, de currupáqoe pá páque! no momento gostoso pára: continua senhista (as figurinhas do Republica dança batuque dança, no próximo livro. De forma que o in são dele mesmo), é o diabo o diabo do e o olho claro da lua espia na crista teresse está sempre alerta e insatis Menotti. da serra. feito, pedindo mais. Sujeito por demais talentoso tem a A. DE A. M. O HOMEM QUE EU COMI A PESCA MILAGROSA AOS BOCADINHOS (do Samburá) EUe me amolava tanto que eu já o tinha de olho para um churrasco. Uma vez elle falou em "Amor por principio". Eu achei que uma citação dessa merecia uma De primeiro, dentada. E ferrei-lhe os dentes. eu ia lá pra biquinha Outra vez sahiu-se com "A ordem por base". — aquella biquinha tão boa da minha terra — Eu me indignei tanto que mordi-lhe de novo. De uma feita, passeando com elle, ouvi de sua arrumava o anzol nagua boca "O progresso por fim". e ficava esperando o peixe. Era demais! Rasguei a carne do "cidadão" a custa de den tadas. Acontece, porem, Agora elle anda branquinho por causa da que o peixe não vinha nunca. brancura do esqueleto. Eu comi toda carne d'elle e somente deixei a língua avermelhando na alvura da caveira. Mas, mesmo assim, Eu deixei a Inigua de propósito. todo o dia eu ia pra biquinha, E quero ver si elle tem coragem de me dizer mesmo sabendo que o peixe não vinha nunca, "Viver para outrem, viver ás claras". Si elle disser, então morrerá como peixe: pela só pra ter aquella esperança, boca. aquelle prazer de esperar o peixe. O coitado é positivista, e talvez por isso esta va com a carne mesmo no ponto de ser comida. (RIO DE JANEIRO) E eu comi. JOÃO DO PRESENTE AZEVEDO CORRÊA FILHO Revista de Antropofagla CARTA A ORR1S BARBOSA Você é um sujeito intelligen- golo, ou do mangolo, ou da mo Tem Maracatús... — 5 te, e, por isso, vae merecer que léstia do ar... Porem o Recife — 5 eu perca alguns instantes de mi Mas, como ia dizendo: comi as Não tem mais as Evas — 5 nha vida exgotada mode lhe di comidas gostosas da Bahia e dei De chalés vistosos — 5 zer duas palavras como respos um berro de enthusiasmo! ta á parte que me toca no seu O diabo da literatura, entre Vendendo de tarde — 5 artigo sobre a Revista de Antro tanto, me estragou o poema, que Peixe frito — 3 pofagia. teria sido excellente, como obra Agulha frita — 4 Primeiro que tudo eu estou de de modernidade, se eu tivesse Siry cosinhado — 5 pleno acordo com você: — o posto em jogo nelle apenas um Pirão de aratú! — 5 meu poema Bahia é uma jos- sentido: — o do paladar. Emquanto a Bahia tem tudo e sa!... Mas não é uma jossa pela Por isso é que elle é ruim; pela inda mais! — 11 questão-ritbmica que você julga, métrica não. erroneamente, influenciada por Porque a sua afirmativa de Essas alternativas, e sobretu João de Deus. que é de João de Deus a métrica do as passagens por mim reali- Elle é uma jossa porque foi de cinco sílabas nelle usada por sadas dos rithmos mais marca uma simples brincadeira que eu mim, só serve para comprovar, dos para os rithmos mais disso- fiz só para meter o páo nas ten mais uma vez, quanto essa mania lutos, são o que constituem algo dências oratórias dos bahianos. de cultura estraga a mentalida de modernidade em meus poe Eu passei lá e comi aquellas de do brasileiro. mas. comedorias gostosas que valem Ora vejamos: Você tem ahi Antes de você ler João de mais do que qualquer literatura cantando no pé do ouvido os Deus, bichão, cuja única appro- minha, sua ou seja lá de quem versos do Martelo: ximação com minha poética é fôr... ter sido um cantor popular em uma língua de onde a nossa lín E vi o bahiano discursando em "Lá no meu sertão, Tem muita quixaba, gua nasceu, precisa prestar at- vez de comer! Perdendo tempo. tenção ao modo de versejar dos Ora, quando a creada diz a vo Que é cume de caba, Também de cristão... cantadores da zona da matta e cê: "Seu Orre a janta tá na me- do sertão, e, bem de pressa, se za", estou certo de que você, nor Faz massa na mão, Dá dô de barriga, convencerá de que, em meio do destino como eu, e, como eu, fi modernismo brasileiro, eu cons lho de três raças gulosas, das Tem caba do aço Qui morre e não brigai" tituo um caso aparte. quaes duas antropófagas e uma Um caso ruim, convenhamos, que fazia pratos pra comer do mas, em todo caso, sempre um tamanho da lua cheia no nasce- e vem falar de João de Deus, o qual escreveu, realmente, alguns caso... dôro, não ha de continuar com Deixe, pois, João de Deus em os olhos fitos no papel (caso es versos de cinco sílabas, todos quase, entretanto, ajustados em paz para escutar violas, meu teja produzindo) para deixar a bem, depois entre na carnifici comida ficar fria. quintilhas, emquanto a forma do Martelo é sempre de oitavas! na que a mocidade brasileira es Não; parece que estou vendo Alem disso você não notou que tá fazendo para banquete da ge você avançar pra cima das bu- eu vou fazendo alternativas pa ração de amanhã. xadas, dos mocotós, das feijoa ra outros metros, continuando, Mesmo porque, se você não en das com tripa de porco e cabeça comtudo, absolutamente rithmi- trar na dança entra na faca! do dito, que é aquella desgracei- co o conjunto: Vamos! ra! Pega o pirão, esmorecido!!! A menos que você não seja Recife é bonito, — 5 Recife tem pontes, — 5 (RECIFE) empalemado, ou sofra de sezões, : ou de espinhela caida, ou do tan- • Tem 'bois" tem Reisados, — 5 ASCENSO FERREUtA JA' SAÍRAM: VAO SAIR: Menotti dei Picchia: Republica dos Estados Paulo Prado: Retrato do Brasil (ensaio sobre Unidos do Brasil (versos) a tristesa brasileira) Augusto Meyer: Giraluz (versos) João Alphonsus, Carlos Drummond de An Mario de Andrade: Macunaíma (historia) drade, Emílio Moura e Pedro Nava: Antolo Antônio de Alcântara Machado: Laranja da gia de 4 poetas mineiros China (contos) José Américo de Almeida — Bagaceira (ro Guilhermino César — Meia-pataca (versos) mance) Revista a* Antropofagia DIABO BRASILEIRO JORGE DE LIMA Enxofre, botija, gallinha preta. terno de casemira pra quando Zefa me vêr. Credo em cruz, capeta, pé de pato. Capeta, pé de pato, tome gallinha preta! Diabo brasileiro, dente de ouro, botija onde está? Credo, capeta, pé de pato! Capeta, pé de pato, dente de ouro, quero dente de ouro, Diabo brasileiro quero saber quando dá quero capa de borracha, punho engommado, a dezena do carneiro! camisa, Enxofre, botija, gallinha preta. bengalla castão de ouro, capeta, pé de pato, Credo em cruz, capeta, pé de pato. tome gallinha preta! Capeta, dente de ouro, tome gallinha preta, Quero saber suas partes, suas sabedorias, quero dormir com a Zefal quero saber mandingas, Capeta, bode preto, quero dormir com a Zefa! Capeta, pé de pato, tome gallinha preta, que eu quero quebrar banqueiro, que eu quero Capeta, diabo brasileiro, só lhe dou gallinha preta! tirar botija, Capeta quero casar com a Zefa, quero que sêo que eu não quero é trabalhar, que eu também sou Vigário brasileiro! me case logo com a Zefa! Capeta, tome gallinha preta, Capeta tome gallinha preta! que eu quero saber embolada, Capeta, diabo brasileiro, quando dá quero saber martello, quero ser um cantador, a centena do macaco? capeta, quero dizer a Zefa, essa quentura de amor! Quero quebrar banqueiro, capeta damnado, pé de Capeta tome gallinha preta, que eu quero casar pato, com a Zefa! dente de ouro, cheiro de enxofre, tome gallinha Por Deus, que eu quero, capeta, pé de pato! preta! Tome gallinha preta! Capeta, pé de pato, quero acertar com o bicho, quero comprar gravata, botina de bico fino (MACEIÓ") í525E525ESZ5E5E5Z5ZSESasa52525a5a5H51S25E5ES2Sa5asSS2^ O TRAVO SEBASTIÃO DIAS Talvez não fosse só o capricho. De zoluvel? Não lhe importava por em de seus mestres verificava de visu ha mais, se confessava impotente pra ana quanto que não lhe tinha sido pro ver algo alem dos números. lisar seu drama intimo. posto. E se admirou disso não ter si Estudou com afinco muitas matérias. Dizia drama conscientemente: ain do ainda objeto de suas cojitações. Se esqueceu de métodos e catálogos. da acreditava que o theatro e a vida Falava assim "disso" com certa su Só tinha uma preocupação. Um dia se plajiavam mutuamente. O cinema perioridade especialmente com os ou deu adeus á vida e se recolheu na so- seria assim uma espécie de gigolô de tros. Se decidiu a se por em equações litude: ambos. Nunca lhe importara quem fos e se solucionar com presteza. Depois Muito tempo. Sempre a pensar no se o coronel. pi*o que viesse aplicaria a formula magno e único problema. Tinha fuji- A principio quiz fazer sua vida. Or conseguida. Seria, quando-muito uma do dos homens mas a humanidade não denou-a, catalogou-a c preparou-s.e pra simples prova: real ou dos nove. lhe fez o mesmo. Aquela complicada realisa-la. Como tinha algum tacto, bo Não acertou a principio. Recome maquina social e administrativa que tou na conta imprevistos e acidentes. çou. Com paciência, com método, até conhecera nos livros puzera seus ser Mas sem particularisar ou discriminar. que enfim se convenceu da inutilida vidores na sua pista. E foi se agüentando algum tempo. de pelo menos atual das matemáticas. Foi para a prizão. E fizeram-lhe per O primeiro mez, o segundo... Apenas Todas elas. Sem excetuar mesmo a ta- guntas. Como ha muito não utilizasse uma coisa sem importância: uma que boa de Callet, o calculo das probabi da linguajem articulada, porque esti da. Algo perigosa: ficou em estado de lidades e as vertijinozas geometrias vesse fora do trato de seus semelhan choque, passou uns dias de cama. não euclideanas de( Riemann, Loba- tes, não os compreendeu nem lhes Ficou radiante porque comemorou o tchewsky e epígonos. poude responder. Fez sinal que escre aniversário na data justa que havia Nova admiração. Então o negocio vessem. marcado: 8 de novembro, puxa! não não era tão sinjelo. Exorbitava das houve nenhum contratempo e por Leu então que lhe inquiriam do seu ciências exatas. Falar verdade não en nome, idade e sexo. cumulo de coincidência o dia 8 de no contrava a minima partícula de amor vembro caiu numa si-xta-feira. Tal- Olhou com profundo espanto pra naqueles estudos. Mas procurava se todos aqueles fieis cumpridores da lei, qualmente havia previsto. convencer modestamente que não pes- Mas quando chegou neste ponto, per pra todo aquele aperuto solene de re quizára bem, pra salvar, o prestijio cepção e mudando o semblante pra cebeu uma coisa seria: o amor. Aliás dos números. todas as coizas lhe pareciam sérias e uma encantadora injenuidade e pie Se dirijiu com ardor prás ciências dade indizivel, escreveu três vezes com respeitáveis, inclusive as Circunspe biológicas. Necessariamente elas ha ctas propriamente ditas. Propriamente uma bonita letra, clara e separada: viam de lhe esclarecer qualquer coi- NAO SEI. ditas pelo dicionário, pelas pessoas za. Não se ia adiantando quazi nada. mais velhas ou livro de máximas. Mas se satisfazia pelo pasmo quotidia Em seguida na mizericordioza supo Depois, antes mesmo de escrever no de descobrir navas sendas da sa sição que não entendessem todos tra qualquer regulamento sobre a nova bedoria humana. Se conteve pra não duziu a inscrição em dezoito idiomas descoberta, pensou que o amor não publicar com escândalo suas desco e dialetos. era. uma coizá, mas um problema. Re- bertas; muito ao contrario do pensar (RIO) Revista de Antropofagia OS NTOS (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO O JARDIM PUBLICO IV A timidez da rapariga, ainda mal fa O mais conhecido era a historia da Eu também, mas vamos esperar miliarizada com o lugar, fizera com onça. Circulava pela rapaziada, bran ainda um pouco. que um impulso repentino a nivelasse ca ou mestiça da "Força", a graça' que — Que'sperança, já passaram, perto com as mais reles freqüentadoras do asseverava odiarem as onças aos pre de nós mais de um par de vez. Ficar passeio. Quando a mulher se oferecia tos. Diziam concistir numa terrível aqui comendo mosca não é comigo, si tanto, o homem inversamente se retra ogeriza, sempre crescente desde a ho vocês quizer ficar fique, eu vou emr ia e a aproximação perdia-se. Naquela ra em que uma cangnssu' vira um pre bora. feita, embora com decréscimo, a mu- to mina. Dai esclamava logo o solda Era costume da banda terminar o latinha obteve mais êxito do que es do ao ver a negrada atulhando o par concerto com musica de dança, que no perava apezar do repente que lhe es que, "Imagina uma onça solta agora, momento estivesse em moda. Muitas capara; seu aspéto infantil, novidade não ficava nem uma lia para amos pertenciam ao regente Lorena, que na zona duvidosa, causou grande in trai", e por mais que repetisse a mes grangeara fama graças á difusão dos teresse no grupo dos sargentos. ma cousa, sempre em lorno dele ecoa seus trabalhos em revistas de teatros Para cercarem o rancho das mulhe vam gargalhadas. Alguns acrescenta populares. Quando os soldados da po res foram os rapazes até o melhor pon vam modificações ou imaginavam va licia a ele se referiam davam-lhe um to de espera do percurso, na encruzi riantes, "Qual o quê, tem cada cara no "Êta" admirativo ante» do nome, que lhada fronteira ao coreto. Alinhados meio dos joão que si a onça enxer deste modo entrada no rol das cousas pelo cotovelo como si estivessem na gava erá capaz de morrer de susto!". admiráveis da Força Publica. Também revista, ficaram á espreita na beira Decorrente desta modificação nascera os sargentos partilhavaln da admiração do caminho onde tinham subido para outra inventada por um soldado nor dos- colegas porém o insucesso da es enxergar melhor. Resistiam aos en- tista, fazedor de quadrinhas e contos, pera tornara-os mal humorados. contrões no anceio de distinguir a ra que percorriam o quartel em que ele A insistência de uni deles venceu a pariga e as companheiras na turba que estava indo até aos oficiaes. Narrava resistência dos outros. Dirigiram-se passava, esforço cada vez mais cus a historia do domador de circo que devagar em direção da ' saida percor toso devido á afluência cada vez mais pretendeu alimentar enorme onça com rendo com a vista todos os vultos fe densa de gente naquele momento. A as negras do Jardim. Para aquele "ar mininos que alcançavam. dificuldade do exame ainda era au tista", (denominação que o povo dá — Eu conheço aquele pessoal, é mentada por causa dos colegas espa a todos que se exibem em publico) rampeiro, não vale a pena perder tem lhados pelo parque, passeando ocio conseguir seu intento foi preciso tra po... sos, e que se juntavam aos sargentos, zer a onça perto do tanque, onde sol — Ah! Você conhece? Indagaram os demorando-se em contar ou trocar pi ta investiu confra as mulheres que outros interessados. lhérias antes de seguir na esteira de passavam. Não demorou muito voltou — Já estiveram de-já-hoje por aqui. alguma saia. Estavam por ali, como o bicho fugindo apavorado de uma pre Eu estive manjando elas, tinha um todos, á procura de aventuras. A pro ta que gritava, "Que onça linda, meu grupo pronto para entrar na conversa, sa com os militares encontrados pelo Deusl Mais bonita do que defunto Bi- quando chegou o grude do Colatino caminho não passava de pretexto para nidito meu marido...", ao passo que que estragou tudo. Fiquei com uma esperar alguém que desejavam desco a perseguida apelava para o dono afim raiva... brir no redemoinho. de que a .protegesse da mulher. A — Será então o pessoal do vinte- historia, e semelhantes, estava afina quatro? A Mariasinha me disse que es Nessa altura o modo como um co da á ingenuidade do auditório, na tava esperando as raparigas que esti nhecido se abeirava de outro não va maior parte, composto de homens vin veram no mez passado em Campinas. riava, era sempre alusivo ao que am dos da roça ou de sertões longínquos. Não é não. Eu passei lá hontem. bos vinham fazer no parque. "Então Longe de onças e de perigos demo E' outro pessoal, desconfio que foi a pirata, sempre invocando?" "Que é que ravam as mulheres em aparecer. Com mais alta que pegou um fubá no Zé está fazendo aí?" "Esperando a Deu o tempo aumentou a impaciência dos Maria. sa?". Ou, ainda, "Que tal hoje, vae ou rapazes. A desordem na multidão fize — Qual é delas? não vae?". A que o interrogado res ra com que elas tivessem relado por — A vestida de branco com sapato pondia: "Fica firme, banca como eu diversas vezes o grupo sem serem per preto. o Firmiano Pinto." cebidas. Havia por esse tempo o costume de — Qual o quê, não é essa não, essa dar o nome do prefeito da cidade a A demora irritou o mais magro dos que você fala já sei quein é, estava por uma porção de significados de firme sargentos que acusou os outros do aqui mesmo, mas tinha uma gola ver za, calma, espreita, c palavras pareci desencontro. melha na blusa... das. A razão não provinha de qual — Nós devia ter falado logo com Todos riram. quer ato extraordinário praticado pelo elas. Vocês são lerdo mesmo. Assim — Da pirataria nem rato escapa, administrador, que foi dos apagados não dá certo, quem faz cavação não nem a blusa vermelha da tia! O gadi- que S. Paulo teve, porém tão somente dorme. nho que rodeia o tanque é a mesma pelo que sugeria a assonancia de Fir Da censura partiram apreciações ob- coisa que malandro que tira escacha miano. Durante muito tempo o lingua cenas feitas por todos do grupo acer na rua 7 de Abril. jar paulista fez deste nome um adjeti ca das mulheres em geral, e daquelas — Vamos voltar? vo, que se tornou corrente e durou que esperavam no momento. Cé doido homem, vamos embora. além do governo daquele prefeito. — Vae ver que já foram embora. O mais corpulento dos três apoiou o convite. Entre os freqüentadores do Jardim — Parece mesmo... — Na véspera de riscar o punga a havia também familiarismos mais res — Vamos então esperar até o ma gente afia a espora na cama... tritos, que giravam incansavelmente! xixe? — Eu1 não espero. Até o maxixe é entre a soldadesca afeiçoada ao par (Continua) que. muita coisa, vou embora. Revista de Antropof«gl» BRASILIANA A L C A O vi FOLHETIM LIVROS A' VENDA: Do romance O aoldado desconhecido (O heróico legio- nario braaileiro), de Zenato d'AIvamilo, ed. da Casa Edito Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem ra Vecchi do Rio de Janeiro, fase. n, cap. XXIII intitulado bro n. 19 — S. Paulo): O guerrilheiro Ab-EI-Akrim, p. 171: "O guerrilheiro, acostumado ao seu dominio absoluto, estranhou a resistência inesperada daquella jovem- e per — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do guntou friamente: Rio Grande do Sul — 2.» ed. —• Quem és tu e de onde vens? — Monteiro Baena — Compêndio — Fará. Nélia, num tom firme que surprehendeu a todos os pre sentes, immediatamente respondeu: — Chamo-me Nélia e sou noiva do Soldado Desconheci Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 do; quanto ao logar de onde venho, basta que saibas que fui — S. Paulo): raptada covardemente pelo teu bando de malfeitores! Aquella captiva era a noiva do Soldado Desconheci- — Archivo Pittoresco — 11 vs. ene. do!. — Panorama — 17 vs. ene. Que maravilhosa presa I" — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa. CIVISMO — Vieira — Sermões — 16 vs. ene, sendo al Circular distribuída pelo Grêmio Silva Jardim de Ni guns em 1.* ed, terói (agosto de 1928): Innocenoio F. da Silva — Diccionano Bi- "GRÊMIO SILVA JARDIM bliographico — 19 vs. ene. entidade cívica nacional — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va (Seeção do Estado do Rio) ria Historia — 1660. Sede — Rua da Conceição, 2 sob. — Tel. 2177 — NITHEROY Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana. O GRÊMIO SILVA JARDIM HOMENAGEIA O SEU PATRONO — APÓSTOLO DE BRAVURA CÍVICA — LIVROS PROCURADOS: Homenagens no dia de seu natalicio —18 de agosto. (Não haverá discursos; mas, exaltação cívica). Pela LIVRARIA UNIVERSAL: SELVA JARDIM nasceu em Capivary no anno de 1860 e morreu em 1." de Julho de 1891, no Vesuvio, o vulcão italiano em Nápoles. — Roquette Pinto — Rondônia. EM NITHEROY — Ruy Barbosa — Replica. (A*s 10 1|2 hs.) — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil — — Romaria ao monumento da Republica (Praça Pa 2 vs. dre Feijó) onde se encontra a estatua de Silva Jardim — Revista do Instituto Histórico Brasileiro — (barca de 9,50 e de 10,10 nó cães Pharoux). tomos ns. 20, 21, 22 e 32. O GRÊMIO SILVA JARDIM precisa dos brasileiros (que têm orgulho deste nome) em torno do brasileiro que Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig. mais expdz a vida pela Pátria, empunhando esta arma — Luis Antônio n. 188 — S. Paulo): o seu civismo incomparavel. NO RIO DE JANEIRO — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo. (De 4 1|2 até 5 e 15) — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó• — Sessão cívica na Associação Brasileira de Educa rias Diárias. ção (Rua Chile 23, 2.° andar). Devem comparecer o Em — Alvarenga Peixoto — Obras em 1.' ed. baixador italiano, o aviador Ferrarin, o jurisconsulto Clo- vis Bevilacqua, condiscipulo do patrono do Grêmio e seu único irmão sobrevivente, Gabriel da Silva Jardim. Em plena sessão, ao antigo escoteiro Armando da Silva Maga lhães, (que salvou o aviador Ferrarin) — será conferido o primeiro "Prêmio EUCLYDES DA CUNHA: valor braailei A assinatura anuas ro", creado pelo G. S. J. no dia euclydeano, 15 ultimo. (Esse prêmio é um volume de "OS SERTÕES, o livro da raça bra sileira, escripto pelo mais brasileiro dos brasileiros"). da (A's 5 1|2 hs.) REVISTA DE ANTROPOFAGIA — Romaria á casa n." 17, da rua Silva Jardim (antiga travessa da Barreira) onde existiu a Soeieté Françaiae de Gymnastiqne, ponto obrigatório de reunião, para os pro- custa pagandistas entre élles — SILVA JARDIM. Trata-se, apenas, de solennidade cívica. Foi supprimido RS. 5$000 qualquer caracter festivo; isto em homenagem a Del Prete — "peregrino audaz": filho da Itália, fallecido no BrasiJ, O G. S. J. assignala: Silva Jardim também foi "pere Pedidos acompanhados de vale postal grino audaz": fiüio do Brasil, fallecido na Itália. A epopéia italiana de hoje lembra a grande tragédia brasileira de 1891. para Gloria a DEL PRETE — nas alturas! Gloria a SILVA JARDIM — no seio da terra italiana! Caixa do Correio n. 1.269 AVEi LATINIDADE! AVEJ BRASILIDADE!" SÃO PAULO ANO | - NUMERO 7 *oo Rs. NOVEMBRO - .928 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerê„ci, „e BQpp Endereço: 13, RUA BENJAMIM COMSTflHT ~ y r». Saía 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SAÕ~PÃULO CONCURSO DE LACTANTES REPUBLICA Estão tratando de erguer não sei onde Deodoro todo nos trinques (mas sempre aqui no Brasil) um monumen to á mãe preta. Os denodados que para isso bate na Porta de Dão Pedro 2-°- trabalham querem confessadamente prestar Seu Imperado, dê o fora uma homenagem de gratidão ás amas molha das e secas mas sobretudo molhadas da linda 9ue nos queremos tomar conta desta bugi- côr do urubu. E atravez delas á raça escrava. Eu acho isso muito bonito e comovente porém perigoso. Marmorizada ou bronzeada Mande vir os muzicos. a preta, as mulatas e as brancas protestarão n T J J J „„ M7 „ , . ^ O Imperador camarada responde na certa. E será preciso erguer outros monu mentos. Um para cada côr. Depois um para Pois não meus filhos não se vexem cada nacionalidade. A homenagem provocará , . , , . , me uma <.nmnA+j,.s» A* -««„,. J • x' J deixem calçar as chinelas uma competição de raças, de origens, ate de tipos de leite. Por fim os fabricantes de leite podem entrar á vontade. condensado também reclamarão a sua está tua e com toda a justiça. E haverá o diabo Só peço que não nie bulam Das obras coraPIe- quando o governo holandês exigir uma para tas de Vitor Hugo. as vacas suas súbditas. Eu não estou ofendendo. Eu estou pre- Vfinmd0' (RIO DE JANEIRO) ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO MURILO MENDES SAIBAM QUANTOS Certifico a pedido verbal de pessoa interessada que o meu parente Mario de Andrade è o peor critico do mundo mas o melhor poeta dos Estados Desunidos do Brasil. De que dou esperança. JOÀO MIRAMAR Revista de Antropofagia PR O FANAÇÂO O NORDESTE DO SR. PALHANO Ha diversos nordestes entupindo livrarias. Uns, since ros. Outros — e é o maior numero — exagerados. Para A cathedral de Ribeirão Preto no tempo em que mais ou para menos. Conforme a capacidade de exagerar de cada um. O do snr. Palhano de Jesus não é insincero. E' eu era menino apenas interessante. Mesmo ha muito de sinceridade em s. s. afirmar nada entender da terra carrasco e dos seus Tinha um aspecto respeitável de volume problemas. Cousa desculpavel aliás, dado o motivo sim E uma côr gothica de tijolo plesmente burocrático do seu cargo. E é pena. Porque si alguma justiça ha de se fazer neste artigo, é reconhecer a Que bastava para definir a sua intenção silenciosa sua bela atividade. Graças a ela ficamos conhecedores da de humildade. existência de todo um complicado serviço de indiferença á fome. O que já é muito para o inferno das boas intenções. Agora, 0 engenheiro snr. Palhano de Jesus ouviu dizer que Na symetria civilisada dum jardim havia chuvido no Nordeste entre Fevereiro e Março. E o engenheiro mezes depois de acurados estudos correu á im Pintada de vivo prensa para comunicar o resultado das suas investigações. E emmagrecida pela ambição condoreira de sua E os linotipos e os telégrafos espalharam a bôa nova. "O competentissimo snr: inspector da zona nordestina torre diz que a seca atual é atenuada. Choveu no principio do ano. Que saibam todos os ser A cathedral de Ribeirão Preto que eu temia em tanejos." Foi um reboliço. Houve até salvas de bombas reaes. criança Atenuada!... E muita gente começou a respirar satisfeita mente. Que beleza! Tem a elegância galga e nobre de uma pose. Si porem o snr. inspector houvesse levantado gado magro, batido macambira, levado na pele para a terra ca rioca o vergão do sol e a marca das juremas; tivesse comi do- carne de ceará com rapadura, armado a sua rede nos E no sétimo dia de descanso galhos dos umbuzeiros, marchado no trote duro de burros Uma alegria moça de religiosidade estropiadps, léguas e mais léguas atraz de pasto, não teria o atrevimento de tamanha eresia. Porque, contra todas as Vae suas previsões, a seca começou depois das chuvas. E' que essas chuvas caíram depois de um longo ano sem pingar. Intimamente E caíram espaçadamente. Até então o único recurso do sertanejo para conseguir ter de pé os seus animaes, era Desafiar as cores de sua igreja queimar espinhos. Bater macambira. Com as chuvas a ma Com a festividade colorida de seus vestidos cambira enverdeceu. Não queimou mais. E a rama que nas ceu era fraca. O gado começou a cair. Os giraus e os tan- guês foram armados nos revêsos. E pelas estradas poeiren (S. PAULO) tas, debaixo de um sol de endoidecer, começou o -sacrificio das retiradas. Retiradas vagarosas de animaes exaustos • c de homens abatidos. Tinha levantado o tempo, definitiva A. DE ALMEIDA CAMARGO mente. Snr. Palhano, leia isto para quando quizer fazer mais 5SESH5S5a52SasíS2SaSSS2SSSaSa52BHSH5eSHsaS25H5ESZSSSZSaSZ uma gostosa pilhéria. SasaS25ES2SaseSZSSSaSHSESH5HSasaSE5aS2SE5aS25S5asa5E525E5 Não sãos os açudes e as estradas que resolvem as nos sas eternas questões. Não deixa de ser isso. Mas são sobre tudo métodos regionaes de educação, medidas inteligentes de aproveitamento. Para fazermos verdadeiramente obra de construção, temos que enxergar o Nordeste como uma re LEIAM: gião á parte. E especialisar então para ela educação, insti tuições sociaes, administração. E isso simplesmente. Uma simplicidade primitiva é o que exigem os problemas da vida primitiva, diz Chesterton. E nada mais primitivo que a vida nos nossos sertões. Querer, por exemplo, alfabetizar essa gente antes de educal-a na pratica do trabalho da sua terra, é incorrer na eterna questão de começar pelo fim. Porque Vargas Netto: Gado chucro (versos) o sertanejo só é preguiçoso nos sertões. As fazendas de café enrS. Paulo, e os seringaes do Amazonas não tiveram braço mais forte. Explica-se isso pelo completo desconhecimento dos recursos da terra por parte deles. A criação é mais um Augusto Mejrer: Giraluz (versos) divertimento — é a sua coleção de selos. Criar bois não é cousa que deva ser enxergada como factôr econômico posi tivo no. nosso futuro. As secas não o permitem. E quando Mario de Andrade: Macunaíma (historia) nao fosse isso a criação em larga escala no sul do paiz, trará muito em breve para a industria da carne, um merca do amplo, mesmo mundial. Como factôr de desvalorização nao se pode desejar mais poderoso. Ruy Cirne Lima: Colônia Z e outros poemas O nosso recurso fabuloso é o algodão. E imposto por lei o sistema da pequena propriedade, ter-se-á atacado o (versos) problema capital da nossa economia. Enxergar a* necessidades do Nordeste como de criado res de gado, é malhar em ferro frio. Só acabando com as Menotti dei Picchia: Republica dos Estados secas. Os açudes não o conseguirão. São apenas medida preventiva. Medida para a agricultura. E' verdade que nos Unidos do Brasil (versos) descampados vastos dos nossos sertões, a humidade dos açudes, diminuindo a marcha dos ventos, força a queda das chuvas. Não deixará, porém, de entrar como influencia po derosa, o capricho climaterico. flassiano Ricardo: Martim Sererê (versos) RECIFE) A. Dfi LIMEYBA TBJO Revista de Antropofa fi« *L ABRI DEI RA MATEUS CAVALCANTE A America acaba de receber recebeu o Novo Continente diz esse indivíduo se haverá no des uma grande missão: a missão do respeito á actividade espiritual empenho do mandato. entusiasmo. Delegou-lhe a incum dos seus habitantes. Ora, nessa Imaginemos um poeta ameri bência o fino poeta Ronald de matéria principalmente, o qué cano estalão. Ele recebeu a pa Carvalho, numa conferência so verdade para o todo, é verda.de lavra de ordem: "Entusiasmo, bre a moderna poesia america para cada uma de suas partes. hein ! Muito entusiasmo!" O na. Em nome da mandatária Alem do mais, falando em "poe poeta americano é brioso. Não aceitaram o encargo, agradecen sia americana" o sr. Ronald de é preciso insistir. Ele dará conta do a honra da escolha imereci Carvalho usava, evidentemente do recado. Empertigou-se. Res da, S. Exa. o sr. embaixador pirou—l. Espirou—2. Outra Morgan c a selecta assistência. vez : 1—2. Bem. Bateu no pei Segundo todas as aparências to (com força). Fez um olhar sobranceiro. Pegou no chapéu o que ditou tão sabia decisão LUNDU' DO ESCRITOR DIFÍCIL foi a necessidade em que se num gesto ágil e elegante. Saiu seguro de si, pisando duro. viu aquele poeta modernista Eu sou um escritor dificil de definir o espirito america Que a muita gente enquisila Lá vai êle, dominador, alti Porém eaaa culpa é fácil no no que êle tem de original De se acabar duma vez: vo, com uma chama estranha e inconfundível, para, pesqui- E' aó tirar a cortina a perpassar nos olhos deslum Que entra luz nesta escnrez. zando as diversas modalida brados. des desse caracter geral em Cortina de brim caipora —Quem é aquele camara Com teia caranguejeira cada um dos grupos étnicos E enfeite ruim de caipira, da ? deste continente, astoignarlar- Fale fala brasileira —E' um americano, o poeta. Que você enxerga bonito lhes uma voz á parte no coro Tanta luz nesta capoeira —Ah ! é um americano ! é das civilizações contemporâ Tal-e-qual numa gupiara. o poeta 1 neas. Pára isso era preciso Misturo tudo num saco A multidão se curva á pas perscrutar as tendências inti Maa gaúcho maranhense Que para no Mato Grosso sagem do vate. Lá vai êle do mas da América, que devia Bate este angu de caroço minador, altivo, com uma cha sentir-se á vontade no seu pa Ver sopa de carurú; ma estranha a perpassar nos A vida é mesmo um buraco, pel, destinar-lhe uma funcção Bobo é quem nio é tatu! olhos deslumbrados. compatível com a sua Índole: Eu sou um escritor dificil —"Alô, poeta I "The right continent in the Porém culpa de quem él —Ale-guá guá guá ! Ale-guá right place". Reservando-lhe Todo dificil é fácil Abasta a gente saber. guá guá ! hurrah'! hurrah ! a missão do entusiasmo, o es Bagé piche chué, ôh "xavié", America ! teta dos "Epigramas", coe De tão fácil virou fóssil, O dificil é aprender! —E's do campeão.? rente, aliás, com os seus pre —Não. cedentes intelectuais, reconhe Virtude de urubutinga —Quem é esse então, poeta? De enxergar tudo de longe! ceu "ipso facto" em tal missão Não carece vestir tanga Agora reparo nessa chama es o procurado caracter diferen Pra penetrar meu cassange! tranha a te perpassar nos Você sabe o francês "singe" cial. Para êle a poesia ameri Mas não sabe o -que é guariba? olhos deslumbrados. Que é cana será a poesia do entusias Pois é macaco, seu mano, que tu tens hoje 7 Que só sabe o que é da estranja- mo ou não será. Essa lhe pa —Entusiasmo ! recendo a sua finalidade na MARIO DE ANDRADE —Viva ! Pegaste a centena ( tural, foi disso que êle a in Escreveste a obra - prima I cumbiu, oficializando assim Amas e és amado ! Amar e ser uma situação de facto ante amado, ó que ventura ! rior. L —Néscio ! Os quadros vastos dificultam de uma abstracção, que e preci so entender-se no seu verdadeiro —Então ? Fala, meu louro. Me a compreensão das coisas. Nin diga o que ha... guém pôde ter uma visão total sentido de "poesia dos america nos, de cada americano, consi —Não sei não, uái ! São ordes." da América sinão na escala das derada em conjuncto". cartas geográficas. E não é ne Canibal, meu nego, que fas- Para milhor compreender o cessário dizer quanto é difícil re tio é esse. onde estavas tu á ho alcance da missão devemos, por conhecer na realidade o que só ra da conferência ? tanto esamina-la do ponto de vis se conhece através dds mapas, ta do indivíduo americano. Desse ainda que sejam em relevo. Por modo tudo se reduz a saber como (RIO DE JANEIRO) outro lado a incumbência que Revista de Antropofagia 2 POETAS E 1 PROSADOR A. DE A. M. VARGAS NETTO — Gado isso de glorificar em verso o passado Et sur le ventre de Ia mer chucro — Porto Alegre — brasileiro. O talento de Vargas Netto d'un coup sur et soudain 1928. não tem precisão de bater no bumbo luit le bistouri tranchant du phare patriótico para mostrar que aqui nas en tour de force laparatomique, O poeta mesmo confessa no fim do ceu. volume: o que cantei meu coração Dans le bas-ventre horizontal mandou. E como é coração gaúcho CHARLES LUCIFER — Cy- coule sur ia concavité de' Ia plage ditou versos gauchescos. O que não é nismes suivis de Sensualis- Ia pléthore blanche rigorosamente lógico mas explica o re mes — Paris — 1928. de Ia leucocytose nébuleuse des lu- gionalismo do Gado chucro. mières. Aliás um regionalismo que se en Escrevendo em francês o poeta bra tende, sem abuso de expressões e alu sileiro que adotou o pseudônimo de Opinião provinciana talvez: a poesia sões locais. Charles Lucifer pegou a ginástica poé de Charles Lucifer é um exercício. Vargas Netto exalta a paisagem e a tica lá da França. E com essa ginásti Opinião não provinciana talvez-: a- vida heróica e trabalhosa dos pagos. ca o desprezo alegre pelo mundo, sua poesia de Charles Lucifer é um saxo Com o entusiasmo e a força a que já gente e suas cousas. Fala da tarde que fone. nos habituaram os poetas do sul. No Está claro que niguêm (nem eu mes autor de Joá porém a inspiração é .. .finit come une dépêche mo) é obrigado a adotar uma das duas. mais popular, o troveiro se manifesta sans .signature de modo mais flagrante. Além disso MONTIEL BALLESTEROS o ritmo quási sempre é marcado, a pour le rendez-vous du couchant, — Montevideo y su cerro poesia vira canção sem querer. Montevideo — 1928. A gente cantarola com gosto cousas do dia que se vai e que assim: São contos sincopados com um pou ... se moque du monde co de sátira c um pouco- de invenção-. Tropa crioula de gado sem costeio, Pensando bem: mais de invenção do de pello desigual... et en prend congé par simple politesse, do crepúsculo que de qualquer outra cousa. Tropa de gado que não viu mangueira E' o sétimo livro do autor de La nem laço jamais... ou brille 1'astérique de Vénua Raza. Autor inquieto e apressado. Prin rappelant un soleil mia au bas de Ia cipalmente de um bom humor que não Ou então: page, tem fim. Passa gozando por todos os assuntos. O conto chamado 20 Blasco Negrinho do pastoreio, para depois concluir: Ibánez é bem característico de sua ma que malvado é teu patrão! neira: nem é propriamente conto nem Vae te picando miudinho On s'en passe... depois te amassa na mão; deixa de o ser. e te enrolando na palha, Ignoro se Montiel Ballestcros é jor De modo que a gente deve conside nalista. Se não é devia ser. Tem quali- com cuidado, de vagar, ra-lo como francês é não como brasi encosta o fogo na ponta, dades ótimas de cronista. Escreve com negrinho, pra te pitar! leiro traduzido. Porque êle pensa e extraordinária facilidade, põe logo o sente em francês. Do contrário Copa negócio em pratos limpos, parece ser cabana não lhe sairia assim: um vivido. Gosto menos da parte denominada Poema das Missões. Não porque nela Montevideo y su cerro tent cousas Le promontoire chirurgical que nós do Brasil não podemos enten tenha sido infeliz o cantador. Mas por surgit parmi 1'ouate des compresses que acho pau e já surrado por demais der. O que não impede que se goste du portefenille de ce soir opératoire, do ritmo «-.^udido do livro. <)^)<=X)G»OC»)OOC=>OC30' ngaivgrsn. ^ NAMORO Um arsinho frio iMPíEZilMLHICA LTDA fazendo frufrú na cara da gente e a gente fazendo calentura LIVROS. REVISTAS, de beijos na noite friorenta EDIÇÕES DE LUXO - SERVIÇOS - $ • • » — Tá com as mãos frias? meu bem COMMERCIAES <8> — Mas tou com o coração quente, amorsinho! (KIO DE JANEIRO) RUA SANTO ANTÔNIO, N 17 TELEPHONE 2-6560 s. PAUL0 JOSUÉ' DE CASTRO Revista de Antropofagi.a A TARDINHA EM VIAGEM NO SERIDÓ JORGE FERNANDES 0 meu carro vae rodando nas estradas luz do sol se acabando nas coreundas das de areia barrenta ou de cascalhos e eu vou serras, verdes... verdes... vendo o verde longe e o verde perto das ju Outras pedras agrupadas e enfeitadas de remas junto a estrada... facheiros vão passando na ligereza da via As caatingas vão se tornando escuras es gem... E o carro corre entre arvores e serrotes fregando os olhos, com somno... até que a bôca-da-noite — chega agasalhando Na carreira do carro aparece de sopetão tudo acendendo os olhos dos bacuráus, das um serrote, as vezes com uma pedra fina e rapôzas, das tacácas, antes que o meu carro sisuda apontando o céo. Outros com pedras abra também os seus olhos atrapalhadores também parecendo dedos muito grandes dos bichos que precizam ganhar o seu pão, a apontando: — Olhem aquilo ali — E eu olho noite, farejando nas estradas... e vejo só desertos de serras e um restinho de (NATAL) ç£usrL <\mxaJú>JL»,m*l09 llk LlJUjl, JIIJJUJLJJI ,»*«t--****-; U Ull.il l' HS LJLJUIJF^S* •axtk, QhottvJy*»iaj ela. /****}*• " Por ter saido com incorrecções no n. 5 re produzimos o "Lundu do Escravo" que fará parte do "Compêndio de Historia da Música" de MARIO DE ANDRADE já no prelo. Revista de Antropofagia O POEMA DA ESPERA MARIO GRACIOTTI Hontera, eu fiquei na esquina. Paradi- Esperei. Eu parecia até a sombra imagi nho. Feito lampeão de bairro pobre. Só prá nária de um poste que não existia. Quando esperar você. Acho que levei mais de uma você rumou prá cidade, eu fui atrás. Mas, vol hora, e o solzão do meio-dia cantando no meu tei depressa. Zuniram nos meus ouvidos as lombo, que nem cigarra, uma canção que até taes: "Você não enxerga, seu convencido l". doia. Mas, eu firme. Não arredava pé. Você Passei, na volta, tão tonto pela esquina, tinha entrado e tinha que sahir. A' muque. E que levei uma trombada de automóvel. Escar- saboreando você como se você fosse coisa bôa rapachei-me no asfalto quente. De bruços. e gostosa pro meu paladar. 0 grillo da rua — Com poeira na boca. E o grillo — aquelle um húngaro todo azulado — me dava cada mesmo hungarão todo azulado — deu tama grellada que eu até estremecia por dentro. nha gargalhada que botou ruas e praças nos Mas, firme. Eu me lembrava, romanticamen- meus pés. te (e o sol queimando no lombo...) daquelle Também, nunca mais! olhar meio-doce que você mandou quando entrou na casa amarella. (S. PAULO) PAIZAGEM DE MINHA TERRA BRASIL PINHEIRO MACHADO Manhã de domingo de sol reto. A grande igreja sem estilo Decorada por dentro por um batismo de Cristo Feito por um pintor ingênuo Que quiz ser clássico e foi primitivista. Missa internacional Com gentes de todas as raças Ouvindo o padre alemão rezar em latim. Agente nem tem vontade de olhar o crucifixo dezolado Nem de rezar Porque tem lá dentro tanta menina bonita Que não reza também E fica sapeando agente com meiguice... Só os polacos de camiza nova por ser domingo Que vieram com as famílias de carroça lá das colônias Rezam fervorozamente Emquanto nos seus quintaes Os chupins malvados e alegres Comem todo o centeio Cantando glorias pro sol de domingo. (PONTA GROSSA) Kovlata de Antropofagia OS TRÊS SA N (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO 0 JARDIM PUBLICO Devagar tinha chegado o grupo de praça de pré não sae de certa roda, menina que so quer casar, e coisa que sargentos á avenida Tiradentes, exa composta do primeiro soldado que co eu passo. minando sempre as mulheres que viam nheceu, dos amigos deste e de todos — Nem comprendo como o Tito gas pelo caminho. Ainda era possível to os amigos dos amigos deles que veio a ta tempo nessa bobagem. Ele conta par com as raparigas que de noite va conhecer com o tempo. Quando a ca muita garganta mas eu sei como é a gueavam pela rua João Theodoro até a bocla, mulata ou negra, deixava os bra escrita. Eu também já namorei muito beira do Quartel. Eram de fácil con ços de um infante era para cair nos de noutro tempo, quando eu era anspes- quista, bastando poucas palavras para um cavalaria, ou bombeiro, chegando sada. Sei o que é essa cavação, não se ajustar passeio á Ponte dos Amores, muito raramente ao extremo de se araa- pôde sair para longe porque a mãe não ou coloquio no quarto de um compa siar naqueles tempos anteriores á re dá licença, não sç pôde fazer nada por nheiro camarada, situado nos cortiços volução com guardas civicos. Estes essas ruas porque tem sempre uma da redondeza. Pararam os rapazes du eram os "galegos", como lhes chama amiga ou conhecida que está vendo, rante alguns momentos na larga espla vam na gíria, na quasi totalidade por- para dar um beijo é a mesma éoisa que nada que forma a avenida naquele tuguezes bigodudos, antigos moços da acertar no milhar. Só mesmo num dia ponto. Do lado da estação o movimen lavoira, grande apreciadores de mulhe de chuva, escondido na porta da casa to de gente era intenso; do lado opos res de côr, porém aquartelados em ou dela, quando não passa ninguém, mas to iam rareando os transeuntes á medi tra zona muito diversa, nos confins pertinho da família,'de relance, é que da que se adiantavam pela zona mili da várzea do Carmo, longe da sede da a gente chega perto e isso mesmo com tar. Antes de transpor o último trecho Força Pública. muito luxo. Não me serve, não. do caminho e chegar á rua que de Os três sargentos parados na avenida — Tem casos diferente. Uma vez na mandavam, correram os sargentos a demonstravam pouca pressa em cum vila Sá Barbosa eu fui atrai de um mu vista pelo espaço diante deles, numa prir a resolução de se recolherem ce ro e dei de cara com dois que estavam derradeira tentativa de enxergar al do. Recomeçaram a caminhada de má ali de pé. A moça quando me- viu deu guma rapariga fácil. vontade, arrastando os pés, esmiuçan tamanho pinote que até os grampos do Ao soldado só não convém mulher do o exame das mulheres que passavam cabelo desprenderam caindo no chão. contaminada por doença venérea: a ao alcance da vista. Ao ver de longe O rapaz era um cabo do segundo que còr, idade ou formosura são pormeno- duas raparigas que iam em direcção ã achou ruim. Eu fui, disse para ele que res que desaparecem devido á escas rua Ribeiro de Lima, um dos rapazes não me incomodava com a vida alheia, sez do soldo que tudo reduz a uma convidou os outros para seguil-as. que até si ele quizesse podia continuar questão, de saúde. No entrar para o — Vamos ver si ainda pegamos á vontade que eu nem olhava. quartel, os recrutas aprendem, pelo aquelas. — E continuou? exemplo quotidiano e pelos commen- —. Vá você. A esta hora, já quasi no — Qual o quê, a moça corria que tarios que ouvem a todo momento, a alojamento, sem ter certeza, não vale a nem doida. Sumiu numa travessa e aproveitar qualquer saia-que lhes che pena. Vá você sozinho si quizer. nunca mais vi ela. gue ao alcance. Procuram as raparigas Todo soldado daquela zona conhece — Então você empatou o cabo... mais caras e melhores para os dias do o desânimo de certos momentos da noi — Foi mesmo. Mas também quem recebimento de soldo, deixando as ou te, depois de muito tempo passado á mandou naquele lugar. Ainda eles ti tras para o fim do mez, quando está cata de aventuras. O tempo -vae pas veram sorte que não foi o Cassiano em vazia a algibeira. Resulta do costume sando, cada vez mais enervaD*e e va vez de mim. ser freqüente o espetáculo de um par zio á medida que se aproxima a hora — Mas isso acontecia lá para os la em que a mulher aparece quasi repu de entrar para o quartel. dos da Vila. Aqui com esse movimento gnante ao ludo de um jovem soldado Continuaram os outros o trajecto, c pessoal que traz de noite a cadeira no viço dos vinte anos. Ela, sem asseio chegando aos poucos á rua João Theo para sentar mi calçada, nem é bom' porque no bordel em que mora ha fal« doro, que desceram lentamente. A* es pensar nisso. ta de água (antigamente nos bairros quina da primeira travessa estava um Continuaram os rapazes a comentar pobres de S. Paulo as torneiras para grupo rumoroso de meninas da vizi a dificuldade da conquista de'mulhe nada serviam durante quasi o ano in nhança (italianinhas como lhes cha^ res para quem não dispõe de fartos re teiro). Ele, asseiado pelo banho diário mavam por causa do sotaque carrega cursos. A certa altura o mais cançado obrigatório do quartel, de onde tam do) que falavam e riam alto. perguntou si não iam embora. O outro, bém o não deixam sair com a farda — Você si alembra Celestina, do ca- que estava apreciando o grupo das me em desalinho. Apezar das diferenças narinho que eu teneva? ninas apezar de tudo que tinham dito, de condições, continuavam por 1924 (e — Me alembro sim. Quedele? insistiu para que esperassem ainda um não terá mudado muito) os amores en — Si deixo comer o gato... pouco. tre soldados limpos e mulheres mise O habito de ouvir falar daquele mo — Vamos esperar o Antônio: não ráveis, sem interrupção, sempre na do impediu que os sargentos achassem demora ele está ai. mesma, atravez das levas de homens extravagante a conversa das moças. — E' capaz de demorar. que se sucediam no Corpo" Escola. Por Olharam atentamente para o grupo — Qual! Ele corre, corre, banca o vezes, naquele meio militarisado, apa das meninas, exuberantes de saúde e pato atraz das gansa « depois volta recia a informação de que tal mulher vida em que havia tipos verdadeira com um bruto carão! Aquelas vagabun estava "pegando moléstia", porém só mente lindos de beleza popular. das que ele está perseguindo já esta lhe davam crédito deante de provas do — Para mim esse negocio de meni vam de trato com os infantaria da es anunciado acidente. Não sendo assim, nas de família não vale nada. quina. supunham decorrer a informação de — Para miro também. — Você tem certeza? algum despeito ou rusga, vulgares no — Pode ser bonita como quizer, dá — Tenho. Eu não sou cego, si não invariável circulo formado pelas de no mesmo. Namorar por ai atoa, pas disse para ele foi só de mau. caídas e seus freguezes. A mulher da sar as noite» arretando era seco com (Continua) 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA BALCÃO VII LIVROS A' VENDA: Na LIVRARIA UNIVERSAL (r. 15 de novem MÃE bro h. 19 — S. Paulo): — S. Leopoldo — Província de S. Pedro do De um artigo de Manoel Victor na Folha da Rio Grande do Sul — 2.' ed. ( Noite de S. Paulo, n. de 28-9-28: — Monteiro Baena — Compêndio — Para. "A qualidade de ser mãe não exige distinção de raça, de classe ou de côr". Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 — S. Paulo): GOVERNISMO CEGO — Archivo Pittoresco — 11 vs. ene. Noticia do Minas Geraes de Bello Horizonte, — Panorama — 17 vs. ene. 11. de 8-9-28: — Lusíadas — coment. por Faria e Sousa. "Realizou-se no Instituto de Cegos São Ra- — Vieira — Sermões — 16 vs. ene, sendo al phael, de modo singelo e significativo, um momen guns em l.a ed. to civico em commemoração á gloriosa data da in — Innocencio F. da Silva — Diccionario Bi- dependência. bliographico — 19 vs. ene. Na sala de palestra, com a presença dos func- — F. Manoel de Mello — Epanaphoras de Va cionarios do Instituto, iniciou-se a cerimonia dom ria Historia — 1660. o Hymno Nacional, cantado pelos alumnos e acom — Fr. B. Brandão — Monarquia Lusitana. panhado ao piano pelos professores João Freire de Castro e José Ferreira de Oliveira. LIVROS PROCURADOS: Para melhor conhecimento dos ceguinhos alli reunidos, o director do Instituto leu no "Minas Ge raes" o movimento patriótico de Bello Horizonte Pela LIVRARIA UNIVERSAL: em commemoração á gloriosa data. Depois de terminar a leitura na parte refe rente á resenha administrativa do 1." e 2." annos — Roquette Pinto — Rondônia. do actual governo do Estado, os ceguinhos, alegres — Ruy Barbosa — Replica. e satisfeitos, proromperam em vivas ao governo. — Oliveira Lima — D. João VI no Brasil — Ao encerrar o momento civico, foi cantado o 2 vs. Hymno á Republica". — Revista do Instituto Histórico Brasileiro — tomos ns. 20, 21, 22 e 32. PROGRESSO Por YAN DE ALMEIDA PRADO (av. brig. Luis Antônio n. 188 — S. Paulo): De uma correspondência para O Guarará (Mi — Manoel Calado — Valeroso Lucidemo. nas Geraes), n. de 1-7-28: — Duarte de Albuquerque Coelho — Memó• "Acaba de fazer acquisição de uma excellcnte victrola ortophonica, o nosso distincto amigo ccl. rias Diárias. Bcrtholdo Garcia Machado. — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed. Graças á divina inspiração deste amigo, e ao espirito elevado e culto de Bianco Filho," represen tante da Empreza Ortophonica, o Maripá colloca- se á vanguarda do progresso com a chegada da victrola, portadora das producções musicaes dos mais afamados maestros. A assinatura anual Muito gratos, somos ao cel. Bertholdo Macha do, pelos agradáveis momentos qtie nos tem pro da porcionado com a sua excellente Ortophonica." REVISTA DE ANTROPOFAGIA ABDICAÇÃO custa Telegrama de Curitiba para a Folha da Noi RS. 5$000 te de São Paulo, n. de 7-7-28: "A senhorita Rosinha Pinheiro Lima acaba de dirigir um officio aos directores da Federação de Pedidos acompanhados de vale postal Acadêmicos do Paraná, renunciando o lugar de "Rainha dos Estudantes Paranaenses" que desem para penhou durante dois annos. Tem sido muito commentado, nas rodas es Caixa do Correio n; 1.269 portivas e sociaes, essa determinação da senhorita Pinheiro Lima." SÃO PAULO ANO I - NUMERO 8 500 RS. DEZEMBRO- 1928 Revista de Antropofagia Direccão de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP Endereço: 13, RUfl BEHJflMIH COMSTflMT - r Pa». Sala 7 ~ CAIXA POSTAL I. 1.269 - SÃO PAULO PESCARIA ANECDOTA DA BULGÁRIA Hoover vem aí. Quando êle se candida tou á presidência norte-americana o Brasil cafeeiro vetou seu nome. Foi das cousas mais engraçadas desta terra tão engraçada além de essencialmente agrícola. Agora estão sendo Era uma vez um kzar naturalista preparadas manifestações oratórias. Está cla ro que está certo. que caçava homens. Hoover vem aí e vem pescando. 0 bata lhão de jornalistas que o acompanha radio- Quando lhe disseram que também telegrafa todos os dias contando os sucessos da pescaria. Nem tubarão tem refugado dean- se caçam borboletas te da isca. E o presidente sorri cada vez mais e andorinhas, contente da vida. Hoover vem aí. Vem pescando no mar. elle ficou muito espantado, E desce de anzol feito bengala. Na terra con tinua a pescaria. Daqui a pouco a costa sul- e achou uma barbaridade. americana do Pacífico está no papo. E' só substituir a minhoca da isca. 0 pessoal todo já abriu a boca esperando as comidinhas irre sistíveis: panamericanismo, fraternidade con tinental, a América dos americanos. Hoover vem aí. Vem aí e vem pescando perguntar que fim levaram as nossas tradi (Belo-Horizonte) ções antropófagas. Brasil, meu amor, você também virou peixe? ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE "A'S VEZES ASSENTAVA-ME SOBRE UMA PEDRA OU SOBRE ALGUM TRONCO DE MADEIRA RODEIADO DE TRINTA OU QUARENTA ÍNDIOS. CONTAVA COUSAS DA EUROPA PROCURANDO EXPLICAR-ME POR MEIO DE IMAGENS. ELLES IMA- GDNAVAM QUE O BRASIL FOSSE TODO 0 MUNDO; ADMIRAVAM-SE POIS OUVIN DO DIZER QUE ALEM DO GRANDE RIO (OCEANO) EXISTIA A EUROPA DIVIDI DA EM MUITOS PAIZES DE LÍNGUAS DIFFERENTES ETC; O CUMULO DE ADMI RAÇÃO ERA SIGNIFICADO POR SONORA GARGALHADA." P. Nicolau Badariofti - Exploração no Matto Gorsso - p. 69 Revista de A ntropof»8'a A ANTROPOPHAGIA EM M ANHÃSINHA CAMPINAS Um homem. Dois homens. Três homens. Os parallelepipedos lustrosos Dizem os tolos que a anthropophagia desap- escorriam água pareceu de nossa boa terra brasilica. dos autos barulhentos Que sarambés e que sarambelões! Se ha cousa da Prefeitura Municipal. vinculada á alma brasileira é este pequeno e in- Quatro homens. nocente vicio guloso que levava a velha india con Cinco homens que gastam 4.000 calorias vertida a pedir in extremis ao seu confessor um entraram na Fabrica. dedinho de curumim a chupar! No 6.° Andar Ouçam os povos a veridicissima historia cam uma mulher debruçou-se na sacada pineira que lhes vou contar. E reflictam: a voz da com o corpo quente infância é a voz de Deus! e a voz da Deusa que, amassado numa cama de ferro... na opinião dos horripilantes e felizmente defun O dia vinha chutando tos gregos e romanos, habitava o fundo dos poços. Assim, um infante campineiro, pelas palavras OXYGENIO da sua innocencia, trahirá esta preoccupação ra cial intensa da gente do Brasil (com s e com z): A no fim da rua... ANTHROPOPHAGIA. O chaminé da Fabrica Assassinaram ha tempo um coitado de um cam preto esguio pineiro que deixou enorme filharada numa pinda que tinha jogado petéca a noite inteirinha "disgraciada" ou antes "indisgraziata" como nos com a lua de couro ensina o nosso grande Juó Bananére, brasileiro soltou uma fumaça parda. "inlustre". Um de seus pequenos foi recolhido á casa de (Rio de Janeiro) bom e rico parente que deu optima vida ao tal crila. Tinha elle seus três annos. Passados uns me- zes foi o pequeno reclamado por um tio paterno JÚLIO PATERNOSTRO que pediu lho mandassem, por uns dias, afim de que conhecesse os priminhos... Poz-se o typinho a urrar desesperadamente, no auge do desespero. "No ultimo!" como se diz no Oeste. "Não quero ir para a casa de Titio! Não quero! Elle não tem o que comer! Elle não tem o que comer!" Ficou o protector abysmado com a attitude do pequeno! — Sim senhor! Que guela se preparava Sociedade Capistrano alli! Que sujeitinho interesseiro e safadinho! Que águia! Resolveu pois interpellal-o: de Abreu — Que historia é esta? Porque não quer você ir para a casa de seu tio, seu diabinho? (45, rua Capistrano de Abreu — Derretido em lagrimas poz-se o menino a ber rar, esperneando como o clássico possesso: Rio de Janeiro) — Foi Você mesmo quem disse que elle não tem o que comer. Se elle não tem Q que comer é capaz de me comer! E' capaz de me comer! E' ca está publicando o edital para o paz de me comer! Era a voz dos ancestres! Era a voz da velha CONCURSO DE 1929 do curumim! Era a voz grave e magestosa do ve lho Brasil que resurgindo echoava em Campinas! com a tese E diga-se depois disto que a anthropophagia desappareceu do Brasil! que não é a única legiti ma manifestação destes Brasis hodiernos! "O RIO SÃO FRANCISCO E que nestes não ha lugar, para a Revista da Anthropophagia. Tantans! Bucuvas! Sarambés! NA Sararás! (CAMPINAS) HISTORIA DO BRASIL" UBALDINO DE SENRA ievista de Antropofagia UMA REZOLUÇÃO HERÓICA SEBASTIÃO DUS Entre o chirriar insistente com outros poetas. que o relojio fosforecente dtte dos grilos, o coaxar das rãs e Dezanimado me sentindo in marcasse. a segunda soca dos canaviais me capaz de pensar coizas absurdas Pensei nas cauzas da minha situei ha um mez. Nos limites rezolvi escrever uma carta cujo atual vacuidade de espirito; a da horta jardim e a encosta do tema fosse um que eu vira num auzencia da possibilidade próxi monte ha também o barulho do Secretario Universal "a um pa ma duma aventura amoroza riacho que se despeja pela bica rente transviado aconselhando-o mais ou menos complicada de no banheiro arruinado. voltar a trilhar a senda do bem". via contribuir mais que a falta Como tudo ali ele recorda a Escrevi 29 linhas sem entrar no de sensações daquela vida mo época de tempos outros que de assunto. Receei bater o 31 ou a nótona. veriam ter sido melhores. Havia 31 sem conseguir principiar. Ten O candieiro por cauza do nas coizas um ar abatido respi tei recordar todas as primeiras pouco querozene ameaçava apa rando melancólica rezignação: frazes dos romances que eu já gar e a noite me enguliria com só o terraço alto persistia altiva tinha lido. Comecei pela "Volta toda a sala e mais a caza. A luz mente nobre mau grado os an- ao Mundo por Dois Garotos" (4 era portanto necessária. Era a drajos de cimento que lhe en Vols.)- Não me lembrei. Segui única defeza que eu possuia na chiam as fendas. prás "20 Mil Léguas Submari- quele instante contra a ameaça « A sala ampla que devia ter nas" de Júlio Verne. Nada. "Da- na minha integralização nas sido de vizitas onde eu dormia vid, Copperfield" de Dickens, "O trevas. com meu irmão em redes, qüe Estigma Rubro", romance cine- Sim, porque nenhuma vela pela manhã enrolávamos e pen policial; também inútil. eu possuia no momento. durávamos nos próprios tornos Então pensei na primeira Perhaps next season my estava fria na noite humida. palavra de cada um desses e ou great delicious dream be alrea- Fora o sereno ia apagando tros romances. Em vão. Compro dy dead. inexoravelmente uma por uma vada a minha esterilidade men Quanto eu dezejaria ter es as luzes dos cassacos. tal naquela noite procurei con crito estas palavras, embora Algumas recalcitravam mas versar : ninguém, fora meu irmão mesmo se em vez de perhaps eu tinham de ceder á força maior que estava entra não entra no puzesse suponhamos surely. Mas da obrigação do trabalho mati sono, estava acordado. foi a Deirdre que escreveu. Só nal. Antes disso abri a janela, o prazer de ter uma iluzão. De cididamente o único remédio se Diante do candieiro a gaz o entrou aquela friajem e eu só ria o sono que custava. Puz n romance não conseguia me in vi no bloco cerrado da noite a lu- boca fora da janela e recolhi 15 teressar. Levantei a cabeça, tirei zinha da cáza do vijia. Com; gotas de orvalho; em seguida en- os óculos, fechei os olhos e fiz pouco mais êle havia de bater guli-as, dei graças a Deus e ador força pra dizer um soneto de com a maçaneta de ferro no pe meci profundamente. Cruz e Souza. Não consegui. Fiz daço de trilho pendurado na a mesma experiência improficua frente da caza grande as horas (RIO DE JANEIRO) Revista de Antropofagia 2 ENSAÍSTAS indispensáveis. Aqueles^ em que o au PAULO PRADO — Retrato Mas surge Paulo Prado. Então é tor sabe colher mas não sabe comen do Brasil — S. Paulo — uma inteligência acima de toda e qual tar. O que é dos outros é bom. O que 1928. quer suspeita (como certas virginda- des) que descobre as mazelas. E o é dele não presta. Mário de Andrade com um método Este ensaio sobre a tristeza brasi mal impressiona porque o médico tem inegável autoridade. Não se trata mais e uma paciência fora do comum an leira não tem nada de alegre. Tam dou pegando na cidade c no mato os bém não se pode dizer que seja tris de um anônimo ou de um isolado con finado em seu isolamento. Porém de motivos raciais da música brasileira. te. E' severo e mais nada. São mais de cem melodias populares, Se Paulo Prado tivesse se contentado uma individualidade pioneira que sa be o que diz e sabe como diz. Depois música e canto. Trabalheira benemé no seu quadro impressionista em de rita de folclorista. Do gcito que êle senhar o grupo das quatro desgraças a maravilha se repetiu: estudado co — a luxúria, a cubiça, a tristeza, o ro mo foi o tema ficou novo. Dai o es fêz ninguém entre nós fêz ainda. E' cândalo. uma exposição (como êle chama) mui mantismo — o livro não provocaria o to ordenada e muito clara. Tudo ca protesto dos patriotas. Mas quiz con O Retrato do Brasil tem para mim cluir, devia concluir. E a conclusão talogado, fácil de achar e discutido outro grande valor: é o testemunho de com sabedoria. amargou na boca dos tristes. quení pertenceu á geração do Brasil- O doente não tem medo da doença. primeiro pais do mundo c esse teste Livro indispensável portanto e no Tem medo do diagnóstico e pavor do munho concorda com o da geração do tabilíssimo. Notabilíssimo graças em tratamento. Você se queixa disto? E'. Brasil — todo errado. Muita gente de grande parte á introdução onde Mario Sente isto? Sinto. Sente mais isto? minha idade vai agora dizer que não. discorre sobre os problemas essenciais Também sinto. Então tem isto. Não, Mas será fácil provar a incoerência. e actuais da música brasileira. E' uma não tenho, não é possível, não estou Geração revoltada que tem feito se cartilha qué devia ser adotada nos assim tão ruim que diabo. não destruir, combater, renovar? Vo conservatórios. Toda a gente confessa que o pintor cê na literatura. Você no jornalismo. Eu digo cartilha mas de facto é tra foi muito feliz no pegar a boca, os Você na política. Você na critica. Vo tado. Há mesmo umas afirmações de olhos, o nariz, a testa, o queixo do cê na música. E assim por deante. Mário que transbordam da matéria do modelo. Mas o rosto não saiu pareci livro e merecem meditação na litera do. *Paulo Prado escreveu um livro ad mirável. Se for preciso gritarei e com tura e no mais. Infelizmente o espaço A feiúra do retrato era sabida de certeza repetirei. aqui não chega para a gente se afun todos. Nos jornais e nos congressos dar em certas frases do Ensaio. não há dia em que ela não se apre sente até deformada para peor. Mas até MARIO DE ANDRADE — Em todo o caso eu sempre quero dizer que Mário não faz só literatura agora não havia aparecido integral Ensaio sobre música brasi mente. Um gritava contra a política. de acção como êle diz. Toda a litera Outro contra os costumes. O lavrador leira — S. Paulo — 1928. tura dele é de acção não tem dúvida. falava das aperturas da lavoura. O Mas não só de acção. A's vezes o ar educador dos absurdos do ensino. Tu E Mário de Andrade escreveu outro tista puro aparece sem querer. O que do isso parceladamente e nem sem indispensável. Chego até o superlati- em geral é raro mas sempre bom. pre com conhecimento exacto das vo: notabilíssimo. causas. Há livros ruins como cobra porém A. DE A. M. LEIAM : PAULO PRADO — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristeza brasileira) MÁRIO DE ANDRADE ENSAIO SOBRE MUSICA BRASILEIRA TRISTAO DE ATHAYDE - ESTUDOS (2.' série) VARGAS NETTO — GADO CHUCRO (versos) AUGUSTO MEYER - GIRALUZ (versos) Revista de Antropofagia O JAPONEZ SYLVESTRE MACHADO Deprehende-se das estatísticas transeuntes desprevenidos. Uma A nossa gente culta tem uma policiaes que o japonez não é la vez parou na minha frente um cultura tamanha que geralmente drão, nem bêbado contumaz, nippão. Fez três profundas reve ignora que os nossos bugres são nem tampouco desordeiro ou pa rências e pediu se, por favor, eu de raça amarella. Ha por ahi triota em excesso. Esse ser ex lhe podia fornecer um... phos- muito brasileiro puro sangue, le cepcional, pequeno de estatura, phoro. gitimo e indiscutível descenden não soffre do câncer. No Japão, O japonez é o único immigran- te de índio, olhos em amêndoa, dizem que essa doença é desco te que se nacionalisa em pou pelle oliva, estatura baixa, que nhecida. Deve-se attribuir isso cos annos. Os filhos são brasi não admitte o japonez, porque ao chá, ou senão, ao arroz. Esses leiros sem discussão na casa pa este viria estragar o nosso pa dois productos são enormemente terna. Aos poucos vão se tor drão eugenico. Não se enxerga. consumidos no Japão, segundo o nando catholicos, o que é essen Eu só desejo mais clarividen- testemunho irrefutável do snr. cial para a sua integração na ra cia nos caciques que mandam Aoki, pintor de paredes, que in ça brasileira. As nossas tradi no Brasil. troduziu em S. Paulo a pintura ções e festas são todas catholi- Que façam uma" viagem a á esponja, e que pintou as pare cas. 0 nosso passado é catho- Iguape, peguem num japonez e des de minha casa ha doze an- lico e somos ajtavicamente im num bugre puro sangue e com nos, quando eu tinha doze annos. pregnados de catholicismo, re parem. Affirmativa tão retumbante, gra zas, procissões, velas, confrarias, Ora se o japonez é de raça vada na mente em tão tenra ida dia de S. João, etc. mais brasileira que os "brasilei de, da mente não ha de mais sa- Mas os nossos illustres médi ros" descendentes de portuguez, hir. Nem que me venham pro cos, que não quizeram receber negro, italiano, espanhol, etc, var o contrario os propagandis- Voronoff, acham que o japonez porque resmungar á sua entrada tas do café paulista. não é typo "eugenico". 0 italia- na terra do guarany? 0 guara- Além de não ter os defeitos ar no-malaria, o espanhol-tracho- ny é um irmão mais velho delle, riba apontados, o japonez tem ma, o bessarabiano-torre-de-ba- que se installou em sua terra o qualidades, uma das quaes é de bel e outras migalhas de raças Brasil, quando os brasileiros do liciosa, numa cidade como São balcânicas, assim como os rus litoral ainda se achavam em Paulo, em que ha multidão de sos cheios de vodha, são, ao ver projecto nas espanhas, portu- grosseiras aves de arribação, que dos nossos sábios, raças sãs e gaes, italias e bessarabias. guélam a torto e á direita, pi fortes, que virão formar a bella sam e cospem sem cerimonia nos raça brasileira de amanhã. (CAMPINAS) A sair brevemente: MÁRIO DE ANDRADE — COMPÊNDIO DE HISTÓRIA DA MÚSICA OSWALD DE ANDRADE — SERAFIM PONTE-GRANDE (romance) ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO — LIRA PAULISTANA (colecção de mo dinhas) RUBENS DE MORAES — UMA FAMÍLIA ESSENCIALMENTE AGRÍCOLA (contos) 6 Revista de Antropofagia ROMANCE DE UM MENINO TRELOSO L. SOUSA COSTA (Para o Jorge de Lima) Quando eu era menino Um dia o bichinho Vivia fazendo gaiolas Passava á larga De tabocas E ia dormir empapado! De ponteiros Outro jejuava, jejuava, piava, piava De barbas de bode E eu não ligava... Para um gallo de campina Que um dia "Ou menino marvado: Num cajueiro — Dizia a mãe preta — Fui encontrar num ninho! Na Semana Santa E esse treloso Eu era menino Judiando com os passarinhos!" E elle também... Eu porem Gostava de procurar Piu-piu! Piu-piu! Piu-piu! Ninhos de passarinho E minha mãe dizia: De matar rolinhas de bodoque "Menino, vae dar pirão ao gallo de campina!" De fazer gaiolas Pro meu gallinho de campina 1, (PARAHIBA) ENCANTAMENTO 0 sacy pererê do alto da serra entrou na taba rasteira do pagé de pelle de cobre, e roubou a filha do velho. E levou ella para a matta verde para a festa paga das mães-dagua Empreza Graphica Ltda. que tavam dansando no limo verde da lagoa parada a dansa tapuya do véo encantado. Livros, Revistas E a moça começou a dansar Edições de luxo sobre o vidro verde da lagoa parada e os olhos vidrilhos do anhanguéra serviços encantaram a moça morena. E a tribu morena commerciaes perdeu a virgem morena de cabellos verdes. E de noite as uyáras verdes cantaram na noite cinzenta Rua Sto. Antônio, 17 no limo verde da lagoa parada debaixo da sombra verde do jequitibá. Teleph. 2-6560 E mais uma uyára cantou. (MINAS) :: CAMILLO SOARES ÜÜ2E:::S£E E *»•••••••••••••? •»••••••••••«•••••••« ReviBta de Antropofagia OS TRÊS Capitulo 2,° SARGE NTOS (ROMANCE) YAN DE ALMEIDA PRADO A PONTE DOS AMORES Os sargentos pararam á es 0 dono do botequim julgou o lutador? — perguntou o gi quina. Já estavam alguns minu que devia protestar; nasta. tos á espera do companheiro — Nam sinhoire. Os doces — Temos muitos milhores. quando chegou um conhecido de cá sam feitos com leite du Vou mandar vir o mano Maneli. pertencente ao corpo de monito milhoire e ovos frescos. Vocês vão veri, aquilo é que é res da Força. Vinha todo satis — Qual seu galego, vá con feito aparentando envaidecimen- hómm, hómm. tar isso para outro. Pensa que — Vá, deixe de gargantas fa to por algum facto lisongeiro que eu não vi você comprar na feira lhe acontecera. Cumprimentava miliares, e traga mais uma cer ovos quebrados porque sae mais veja — interrompeu Cúndido. prazenteiramente as relações que barato... encontrava e, ao deparar os ra Augmentara a barulheira em Desandaram numa discussão torno dos sargentos. Era um troar pazes que estavam á esquina, ex amistosa acompanhada de tapas pandiu-se em grandes manifesta de chamados, bulha intensa de na barriga e empurrões, cujo re chícaras e assucareiros, pragas ções de amizade convidando-os sultado foi o portuga derrubar a entrar no botequim fronteiro. e troças, que apezar do alarido uma mesa e se espichar com es pareciam atravessar a custo a at — Vamos pessoal, eu pago. trondo no chão. mosfera espessa do lugar. 0 bo Vamos ver qualquer coisa, an — Má raios... quasi que me tequim enchia-se cada vez mais da... parte as cadeiras... Olha, caí de militares — os graduados nas — 0 quê... você está em- porque nam te quiz machucaire, mesas, os inferiores em grupos bandeirado hoje! sinão quando Ievantavas da me deante do balcão ou.da vitrina — Talvez. Aconteceu um ca sa eu te passava uma rasteira das comidas. No ambiente turvo, so que depois eu conto para vo quétatirava no barracão du pi- reuniam-se homens vindos dos cês. Vamos entrar... cadeiro... — dizia o homem of e- quatro ângulos do paiz, do Nor — Nós estamos esperando o gante, ainda atordoado da que te, Sul, Leste e Oeste. — As suas Antônio. da. vistas, antes de ver a scena que o — Sae dai, seu. Onde é que quadro da tasca apresentava, ti — Não faz mal, não tem im portugueiz sabe dar rasteral Vá portância, de ali dentro mesmo nham pousado sobre a margem nós chamamos ele quando ele contar garganta para os trouxa... de todos os rios, que correm pa aparecer. Vá contar isso para teus patrí ra o mar ou para o interior, des cio. .. de a Amazônia até o fim do Rio Vencidos pelo argumento, os O outro foi atender um fre- Grande. Tinham contemplado as cavalarias aceitaram o convite do guez arrastando a perna. Expli monótonas coxilhas onde por ve ginasta. Entraram todos no bo cava ao cliente com riso um tan zes se arredondam capões circu- tequim. Abancaram-se á roda de to amarelo: lares de araucárias, ou a caatin uma mesa de onde podiam de — Isto são rapaziadas, co ga reles, ou a floresta dominada vassar a rua. Atraz deles estava nheço o sargento Cândido desde pela Sumauma. Tinham visto o balcão do portuguez, dono da que ele apareceu por cá recruta. Riribas, Chiriubas, Guaximas, tasca, e ao lado a inevitável vi E' muito bom rapaz, é camarada Aningas, Andirobas, Assacús, trina com doces e pasteis, exis que inté parece portuguez. Pre Anonas que sombream á ventu tente em todos os "botecos" de firo assim a certos tipos, que que ra Goarás vermelhas ou Jaguari- igual categoria. Na sala atravan rem ser óficiaes, que já arrotam tés — unas, ou sussuaranas côr cada era um vae-vem de solda galões, todos cheios de novhoras, de óca. Tinham visto o leque e a dos que iam ou voltavam dos a bancarem os neurasténicos an palma do Ruritizeiro, Assai, Gua- quartéis. Antes de entrar de tes do tempo! cumam, Carnaúba, Muriti, sobre guarda, as praças costumavam — Não teria acontecido o os quaes voejam Sanhaços, Tu comer um bocado ou beber um tombo — dizia o Cândido — si canos, Periquitos, Arara verde e trago, quando não se abasteciam estivesse • aqui o Joaquim. encarnada, Piranga azul e ver com qualquer cousa para comer — Pruquê? melha, Unas azul claro e azul fer- de manhã cedinho. Um infanta — Porque quem caía era rete, e Canindés amarelas e azul ria louro, moço conhecido dos ele... celeste. Tinham visto de longe o sargentos, fez menção de tirar — E' verdade — indagou o cimo verdejante e sem fim da uma cocada da vitrina. O gra outro sargento, que fim levou o mata, em que as ramarias das ár duado espantou o rapaz: Joaquim, teu patrício? vores disputam a altura para al — Não coma essa porcaria, — U que é feito dele? cançar luz e calor e a base afun Hugo. Você morre hoje! — E\ da na serrapilheira impenetrá — Por que? — Despedi-o pruque nam ti vel. Tinham visto também a Ca- — E' veneno. No outro dia nha presença de balcão. róba em flor, a Suinam e a Pai- fiz a besteira de comer um des — Eim... neira gigantescas, a Canafistula, ses troços... I... rapaz! Vomi —- Incomodava-me ver ao pé o Ipé roxo e amarelo, o Canudo tei naquela árvore ali em frente, de mim aquele gajo enfezado, se de Pito e tantos outros em que so que até o sargento Aquino pen co a modos de truberculoso. Eu be a Rougainvilia, e onde se ani sou que eu estava no porre! quero é um tipo legitimo, genuí nham Oncidiums juntamente com — Não diga, seu sargento... no lá Ia minha terra Mirandela, catléias El-Dorado ou alélia Te — Esses... de portugueis só gente valente de Traz-os-Montes. nebrosa. Cada retina daqueles pensa em ganhar dinheiro enve Um pimpão que agrade ás donas, homens guardara um trecho da nenando a humanidade. Si você e si calhar saiba partir a lata sua terra, e a reunião de todas soubesse como isso é feito, você dum hómm. formava o paiz inteiro. nem olhava para a vitrina. — Reforçado que nem Dudú. (Continua) 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA BALCÃO VIII AVIAÇÃO LIVROS PROCURADOS De uma nota da redacçãn do Diário Popular de S. Por Yan de Almeida Prado (avenida brigadei Paulo, n. de 17-8-1928: ro Luis Antônio, 188 — S. Paulo): "Com o mcsino sorriso com que abraçou os companhei — "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei ros ao deixar Roma para a travessia memorável até Natal, ras por um baiano (1830) — 2 vs. Del Prete despediu-se de todos, no leito de dor da Casa de — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin- Saúde, rumo á derradeira viagem. Para elle não tinha im portância aquclla partida c se viesse a ter, era como a cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830. prova maior, pois, quem percorreu a distancia enorme, li — "Sermões" de Antônio de Sá. gando, em horas, a Itália ao Brasil, só a travessia da Vida Compra livros raros em geral sobre o Rrasil. á Morte, poderia superar o seu grande record." LITERATURA LIVROS A' VENDA Sub-titulo de uma noticia publicada pela Gazeta de Ser Arthur Findeisen (rua general Osório, 61 — gipe de Aracaju, n. de 14-9-1928: 3." andar — apart. 4 — S. Paulo) vende: "Lindíssimas "gcishas" de olhos de velludo negro en — Rugendas — ed. alemã. cherão as alléas do parque "Theophilo Dantas" da graça — Príncipe de Neuwide — ed. alemã — 2 vs. sumptuosa dos."kimonos" esvoaçantes." de texto e a colecção completa de gravuras. RELIGIÃO — F. Denis — ed. alemã. — 2 vs. Tem também á venda grande número de gra De uma nota intitulada O meteorito "Santa Luzia de vuras soltas de Rugendas e retratos em marfim Goyaz" publicada pelo Triângulo de Araguary (Minas Ge- dos imperadores brasileiros. raes) c transcrita pelo Diário Nacional de S. Paulo, n. de 22-11-1928: Na LIVRARIA UNIVERSAL — (rua 15 de No vembro, 19 — S. Paulo): "Na ponta do "Corumbá", o sr. Ney Vidal, naturalista do Museu Nacional que o acompanhava, resolveu levar a effeito o baptismo do meteorito — para o que convidou o dr. — S. Leopoldo — "Província de S. Pedro do Americano do Brasil, para padrinho, c a senhorita Esco- Rio Grande do Sul" — 2.» ed. lastica Ribeiro, para madrinha. Deram-lhe o nome de "San — Monteiro Raena — "Compêndio" — Pará. ta Luzia de Goyaz". Desse acto foi lavrada uma acta." Na LIVRARIA GAZEAU (praça da Sé n. 40 — NECROLÓGIO S. Paulo): De um discurso pronunciado pelo snr. Anastácio Viei — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi- ra Machado no enterro do snr. Balini Serafini c publicado bliographico" — 19 vs. ene. pelo Machado-Jornal de Machado (Minas' Geraes), 1928: — F. Manoel de Mello — "Epanaphoras de Va "Srs. ria Historia" — 1660. "Bem aventurados os humildes, os mansos de coração, — "Lusíadas" — comentado por Faria e Sousa. porque delles é o reino dos céus", disse Jesus quando — Vieira — "Sermões" — 16 vs. ene, sendo desceu a este valle de lagrimas, a que chamamos mundo. alguns em 1." ed. Que poderei eu dizer, pensarcis vós, sobre este humilde operário, cujos despojos aqui presentes vão, dentro em pouco, servir de pasto aos vermes da terra? Direi do morto presente que foi talvez um fraco, que tropeçou algumas vezes, muitas vezes mesmo no caminho do vicio... A assinatura anual Srs.: o morto presente, como disse, teve os seus des da tinos, mas, a esta hora, decerto, a sua alma desprendida dos laços da matéria, contricta e arrependida, curva-se .tos REVISTA DE ANTROPOFAGIA pés do Creador. Entretanto, elle foi também um collabo- rador nesse certamen a que chamamos progresso; sim, Bel- custa line a par de suas fraquezas, foi mn lutador, concorreu com o seu braço, com a sua mão callosa para muitas obras que aqui ficam para attestar sua operosidade. Haja vista aqucl- RS. 5$000 las bem talhadas pedras que formam a plataforma de nos sa Estação da estrada de ferro, as quaes atlestam bem o Pedidos acompanhados de vale postal esforço de seu trabalho; porquanto foi elle quem, já bas tante doente, conseguio com o seu ponteiro de aço c o es- para tupim da dynamite, arrebentar c apparelhar aquelles enor mes blocos de granito, que lá ficam para perpetuar o seu nome modesto e humilde de apóstolo do trabalho. Caixa do Correio n. 1.269 Paz á sua alma." SÃO PAULO ANO I - NUMERO 9 500 RS. JANEIRO - 1929 Revista de Antropofagia Direcção de ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO Gerência etc. de RAUL BOPP Elfcrtw: 13, RIU IHMWI CMSHIT - V Piv, Sill I - MIM rOSTIl I.' 1.289 - SÃO PAULO CHACO O conflito entre a Bolívia e o Paraguai a propósito do Chaco teve até agora pelo me CORO DOS SATISFEITOS nos uma vantagem: mostrar a inutilidade absoluta da Sociedade das Nações. ACOMPANHADO PELO ZÉ Quando a macróbia Europa soube que PEREIRA DO BOM SUCCESSO dois meninos sul-americanos estavam se pre parando para um sururú de verdade pensou (dos Poemas de Bilu') muito convencida: Eu arranjo a cousa em dois tempos. Briand, o cabeludo (como diz Daudet) se incumbiu de redigir e assinar o telegrama pacificador. O telegrama partiu. Briand deu entrevistas em que declarava Confraria somos nós terminado o incidente. Quem tem prestígio da Beata Satisfação. é assim. Acabem com essa briga, seus borri- Viva nós e fora vós ! nhas. Os borrinhas com medo do chinelo Tudo é mesmo muito bão. abraçam-se cordealmente. Pois quem foram que disseram Mas a Bolívia e o Paraguai receberam que esta vida é coisa feia ? o despacho, leram e continuaram a trocar Quem falaram não souberam beslicões: Nem ligaram. Briand encabuloü. como é firme a pança cheia A Sociedade das Nações encabuloü. A Euro pa (que soube do negócio) encabuloü. Fora vós e viva nós ! Só depois que o pessoal da América se Tudo é bão tudo é bão ! decidiu a intervir é que as cousas tomaram Tudo é mesmo muito bão, melhor rumo. A' voz da casa os briguentos muito bão bão bão ! cruzaram os braços. E tudo parece acabar em santa paz. Assim está certo. Com a intromissão da Europa estava errado. Era quási preferível (Porto Alegre) fazer a guerra. Só de pique. AUGUSTO MEYER ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO "Ya só Pindorama Kotí, itamarána po anhantin, yararama ae recê ff (grilo de guerra dos tupis para a conquista do Brasil) Revista de Antropofagia PREFERENCES Moise tu as fait couler les flots de ta barbe. Je n'aime pas les troupeaux de brébis qui EDUCAÇÃO SENTIMENTAL déplacent les hanches du paysage. Car j'ai vu Goya peindre Ia maja à 1'egal des juifs qui auraient lapide Mariquita fechou o Escrich 1'adultère. e teve vontade dum hespanhol Tu aimes comme moi, ô aimée! Ia nacelle com seu punhal des avions para matal-a. qui ont apporté d'un seul coup le chou, Ia brebis, le lion? (Minas) (Rio de Janeiro) PEDRO NAVA CHARLES LUCIFER A Festa do guarda-chuva Quando S. M. Mau Gosto úni de pluma e praia despencaram da gosta de continha. Só depois co volta de uma das victorio- pelas ruas, santo Deus! de almirante é que não gosta sas campanhas em que se lança Primeiro teve uma vaia. Mas mais. pelo espirito humano afora, vaia no Tempo, que estava pas- Hum!... Aquellas moças... traz um bando immenso de tro- sando*, pra lá, pra cá. Só depois e uma ia que nem vêr jardim pheus e prisioneiros para mos delle começava o desfile. Den suspenso, ou viuva fiel em dia trar á gente cá da cidade. Aqui, tro duma bandeja alta offere- de Finados. Antropophagia esta junto da Guanabara, onde elle .ceram os taes poetas melhores e va accesa, isca saltando na fren collocou a capital, sempre que jornalistas desta piquiri. S. M. te que parecia manjuba na ria. se celebram esses triumphos Mau Gosto único,.estava em to Os poetas melhores e os jorna Mau Gosto sente cheio de pra do logar, espiava tudo, fiscali- listas da terra, marcavam opi zer, o vigor, a seiva com que sava todos, parecia o dr. Was niões com um lapisinho. Uma lhe cresce o império: Não fal hington Luiz! Afinal começou a manta vermelha de pelos gran tam nunca as platéas. S. M. que parada. des.. Canibal não poude. — "Dá não é mais, está claro, aquelle Xi! Que coisas tão boas que licença!" Furou o povo, saltou rei semi-nu' coberto de ouros. e elle trouxe, meu Deus! de um pulo no meio da calçada, armas, vem de fraque e chapéu — "Aquillo tudo é prá gente agachado, com geito feroz. Mui de palha. 0 sol, electricista em pôr no pescoço?" ta moça correu. Canibal avan chefe, derrama todo o calorão A gente estava se enthusias- çou pra uma, deu uma dentada das apoteoses de rua. Desfilam mando. Trouxe pavão da ango gostoza no cotovelo. "Ai!" Pâ os trophéus. São as coisas precio la, trouxe tapete da pérsia, trou nico. Tumulto. Calçada ficou va sas que elle abiscoitou na con xe negrão escravo pitando no quista. E nem faltam os melho zia. E Canibal rindo, dansou: sedenho. E outras coisinhas ama- Cálçadinha é minha, calçadi- res poetas e jornalistas que vêm rellas, vermelhas, azues, contas, nha é minha, para julgar e applaudir. lacinhos. Não é dos outros. No ultimo triumpho de Mau Canibal velho agachado por Gosto, houve mais calor e mais debaixo das pernas, eh! Canibal (Rio) brilho que nos outros todos. sabido!, estava salta não salta Nem imaginam que trophéus em cima daquillo. índio toda vi F. de San Tiago Dantas Revista de Antropofagia LAR BRASILEIRO RUBENS DE MORAES Meu "primo João foi á Europa ficou na epocha terceira e ulti gosta". E com uma segurança, estudar. Voltou faliando fran- ma da vida delle: a mulher gor vê dentro do pastel e espeta cez. Só. da. com um olhar penetrante, ella Foi essa a primeira epocha da aquelle que não têm azeitona. E vida delle. elle pensa: "Aquelle pastel tos- Depois veio a epocha do dedo tadinho estava bem mais apeti- espetado. A propósito de tudo, Ella é gorda, elle é gordo, elles toso, apczar da azeitona... Azei do menor caso, o primo João são gordamente felizes. Ella é tona?... Será que eu não gosto?... espetava o dedo e exclamava : feliz porque elle é feliz. Mas E'„. é isso mesmo, eu não gos "Em Paris... na Orópa..." De elle, o famoso primo João, o ho to..." e mastiga com convicção. pois elle cançou e socegou. Quan mem das aventuras memoráveis, Ella sabe que elle não gosta do assustou estava casado com o elegantissimo primo João que que lhe passem a mão nos ca- a prima Yaya. Foi essa a ultima esteve na Europa, porque é elle bellos. Ella não se zanga quando epocha da vida do meu primo. tão feliz? ella vêm toda carinhosa e elle E' irremediável. Não haverá ou E* porque ella sabe que, para diz: "Não amolle..." Ella borda tra. A vida delle acabou ahi. o João, sahir sem sobretudo nas camisas de dormir mais curtas Hoje, elle não conta mais ca noites de neblina não tem im na frente, com uma fenda de sos de bigode e chapéu coco, pas portância, mas saltar da cama cada lado para elle poder cocar sados em Paris. Quando se co sem chinelos é um espirrar quo a perna distrahido, pensando em menta o Brasil, elle não espeta não acaba mais. E' porque ella negócios emquanto elle conta o dedo e conta cousas da Euro sabe que um quadro na parede cousas da casa. pa. Não compara mais a Europa um millimetro enviezado é mui Ella sabe que terça-feira é dia e o Brasil. Meu primo João en to mais grave que deixar esfriar de pocker em casa do Maneco. gordou, minha prima Yaya estu a água do banho. Minha prima Ella se lembra de todos os anni- fou. Ha mais um casal feliz nes Yaya depois de longos e pacien versarios e avisa o marido logo ta terra essencialmente agrícola. tes estudos compreendeu que as de manhã cedo para elle não se De vez em quando um amigo guerras napoleonicas e o Brasil esquecer de dar parabéns. assombrado sacode a cabeça: Hollandez do collegio de Sion Depois do jantar quando elle, —"0'ra veja, o João, hein? Quem não fazem a felicidade no lar. sentado na cadeira de balanço, diria que elle havia de dar tão Minha prima Yaya compreendeu depois de ler os jornaes da tar bom marido? Um homem que que toda a felicidade está em de, começa a assoviar baixintu pintou o caneco em Paris, que mudar ella mesma os botões da e desafinado, ella diz: gastou uma fortuna em pânde camisa do marido antes dello — "Faz hoje dez annos que Nhô- gas... óra, sim, sim senhor..." sahir do banho. Ella sabe que, nhô morreu... Se elle ainda vi Então o amigo philosopho, -o muito mais que os dez manda vesse estaria com cincoenta an homem de grande experiência, mentos da lei de Deus, vale este nos...". solta o aphorismo definitivo: que ella aprendeu duramente: Silencio... — "Os melhores maridos são "Não tirar as cousas do lugar". "Do que foi mesmo que elle aquelles que foram mais pânde Ella diz cousas assim: "Não morreu?..." gos em solteiro". sente ahi que Vce. fica com as — "Os médicos disseram que foi costas no vento". Ella sabe até E o amigo que concorda sem pedra nos rins, mas para mim, que ponto é precizo contradizer pre encerra o assumpto com um: não foi. Foi de typho que elle o João, e, com um instincto in — "E' isso mesmo..." apanhou numa viagem que fez falível, ella concorda no momen Talvez o philosopho tenha ra a São Paulo para buscar as me to exacto em que elle ia zangar. zão. Mas não é só por cançaço ninas no collegio". Ella sabe de que pratos elle gos que o meu primo João socegou — "Ahnnn..." ta e como elle gosta. Quando elle e engordou."Todos nós temos na Silencio... vae se servindo de um pastel vida a epocha da mulher gorda. Minha prima Yaya entende pançudo, ella intervém: "Não ti Muitos passam, vão para diante profundamente de parentescos. re esse, têm azeitona, Vce. não ou voltam, outros ficam. João (do livro de contos Essencialmente agrícola.) Revista de Antropofagia 1 CRÍTICO E 1 POETA TRISTÃO DE ATHAYDE — Estudos — 2* série — Rio de Janeiro — 1928. Tristão de Athayde é o critico homem no teatro do siciliano é Com os limitados recursos de do Brasil novo. Mais me conven demonstrada e analisada com uma tipografia de Passa-Quatro ço disso quando leio os ataques inteligência e uma força crítica Heitor Alves desenhou um raio furiosos que êle recebe a cada invencjvel. Outro ensaio exce de todas as cores na capa do li instante dos críticos do Brasil lente é o dedicado a S. Francis vro separando as letras de seu velho. Porque vê as cousas do co de Assis. nome e do titulo, letras amare passado sem a lente de aumento Não cito esses dois para desta las, vermelhas, verdes, azues. do tradicionalismo e do fanatis ca-los do resto do livro. Quando O movimento de 1922 levou mo e vê as cousas do presente a gente não concorda com Tris assim alguns anos para chegar com olhos desprevenidos, tem tão tem vontade de discutir. Os a Itanhandu'. Em compensação sido xingado á vontade pelos que seus pontos de vista nunca teve um desembarque de arrom vivem ás avessas. Isto é: nas deixam o leitor indiferente. ba. Heitor Alves sozinho se in cem em 1890 e daí a vinte anos Abrem debate. Forçam o aplau cumbiu do hino nacional, dos não estão em 1910, mas em 1810 so ou a contradita. foguetes, dos arcos de triunfo, e assim por deante. Vão remon Os volumes dos Estudos serão do vivório, dos discursos e do tando velozmente. Assim se ex uma história da literatura actual resto. Tamanha actividade fes plica o facto de haver contem sem a paulificação das datas e tiva só podia partir de um con porâneos de Apoio entre nós. dos cargos públicos exercidos vencido. E o autor de Sons além Esta série dos Estudos revela pelos poetas. Neles a aproxima de ser um sem dúvida alguma o mesmo estudioso infatigável ção não será imposta pela or tem muito geito para catequista. da primeira, o mesmo espirito dem cronológica, mas pela iden Convenceu-se primeiro. Quer ao corrente de tudo quanto se tidade ou mesmo disparidade de agora convencer os outros. De passa aqui e lá fora, ontem e pensamento ou tendências. forma que é muito provável uma oje. Como juiz da litertura nova Acho que Tristão está se tor escola itanhanduana de poesia é excelente porque vive de pé nando indispensável. Não é pos revolucionaria dentro de pouco atrás. Não quer isso dizer que sível dizer mais. tempo. Assim essa cousa ainda seja um desconfiado. E' um ho HEITOR ALVES — A vida indefinida mas já palpável que mem que anda com o movimen em movimento — Passa- é a literatura nova vai ganhando to (ás vezes até na frente do Quatro — 1927. o Brasil inteiro. movimento) mas não no movi No quilômetro 47 da Rede de Quem como eu publica um jor- mento. De tempos em tempos Viação Sul-Mineira fica Itanhan- naleco ás vezes é surpreendido se volta para medir o caminho dú. Em Itanhandu' tem um gi por uma carta das profundas de andado. násio e nesse ginásio ensina fí Goiaz por exemplo em que o re Possue ainda a vantagem de sica e química um engenheiro da metente disserta sobre Max Ja- ser um apaixonado. Está satis Politécnica do Rio, chamado Hei cob e manda uma poesia onde feito na sua terra e na sua épo tor Alves. ao menos vale a intenção. O que ca. Não diz friamente porém se Na cidadezinha de queijos esse talvez não seja um bem (porque deixa empolgar pelo que diz, moço nervoso fundou a revista desse geito a cousa vira moda) acumula argumentos, discute, lu Electrica e escreveu o livro de mas sempre pode trazer umas ta, insiste. Depois não tem me versos A vida em movimento. revelações boas e até ótimas. Ve do de afirmar. Duas façanhas. Porque tanto o jam Cataguazes. O estudo sobre Pirandello por livro como a revista fazem ques exemplo é ótimo. A ausência do tão de gritar seu modernismo. A. DE A. M. LEIAM: PAULO PRADO — RETRATO DO BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira). TRISTÃO DE ATHAYDE ~~ ESTUDOS — 2." série (critica). MÁRIO DE ANDRADE ~ ENSÀI° SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore). AUGUSTO MEYER ~ GIRALUZ - (versos). VARGAS NETTO — GADO CHUCRO — (versos) JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ A BAGACEIRA - 4.' ed. - (romance). Revista de Antropofagia CANÇÃO DO RETIRANTE ENTROU JANEIRO 0 VERÃO DANOSO SEMPRE AFITIVO PELO SERTÃO... CACIMBAS SECAS NEM MEREJAVAM... 0 MOÇO TRISTE DISPERANÇADO FEZ UMA TROUXA DE SEUS TERENS... DE MADRUGADA — SEM DESPEDIDA — FOI PRA SÃO PAULO PRAS BANDAS DO SUL A MOÇA TRISTE SE AMURRINHOU FICOU BIQUEIRA VIROU ISPETO — ELA QUE ERA UM MULHERAO — INTE' QUE UM DIA JA' DERRUBADA DE MADRUGADA FOI PRA SÃO PAULO... PRA UM SÃO PAULO QUE NINGUÉM SABE NAO. (Natal) JORGE FERNANDES ASSUMPTO RESOLVIDO FORMAÇÃO Não comprehendo porque é que muita gente tem a ma O homenageado tinha intelligencia e uma vas nia de esconder que a antropofagia é uma instituição tra ta cultura, tanto que sua mulher de humildade dicional entre os índios americanos. E' uma cousa tola e que recommenda mal os que vi medrosa de admiração além da mudez dava-lhe vem gritando que o indio brasileiro não comia gente. Co filhos. mia e muito bem comido. Não bastassem os depoimentos de Hans Staden e Jean Também só lia — e ahi havia engano — com de Léry e teríamos ainda mais rail,e um indícios seguros. a recommendação de capricho: Outro dia eu conversando com' o dr. Juan Francisco Recalde, que na minha opinião é um dos mais entendidos Liste de bons livres á lire indianistas modernos, ouvi delle esta monstruosidade: "que E não discutia para não offender susceptibi- no território actualmente oecupado pelo Brasil, Paraguay e Uruguay, nunca houve índios antropófagos". lidades. Agora é um senhor Luis Bueno Horta Barbosa que escreve ao "Diário da Noite" para rebater a affirmação Mas no momento preciso sabia fulminar com de que existam selvicolas brasileiros antopofagos. monossylabos e destruir prazeres. E que existam... Que tem isso 1 Mais tarde para conquistar novas amisades fez- Acaso a antropofagia não é uma instituição elevada e praticada em quasi todas as religiões ? se pensador e ás vezes, de dó, illustrava o próxi Muito bem andou Oswald de Andrade quando disse que a antropofagia no catholicismo estava acovardada no pão mo com citações fallecidas em laboratórios scien- e no vinho — representantes da carne e do sangue — tificos. Está provado e é geralmente acceita a antropofagia co mo sendo a communhão da carne valorosa. A's vezes também era nacionalista do mais pu Os índios não comem a carne de seus inimigos ou che ro e dizia phrases. fes com intenção gastronômica. Comem porque pensam mastigar também o valor do E tinha convicções indígenas: comido — comidos voluntários, quasi todos — — Sou bravo, sou forte ! Por isso o sr. Horta Barbosa deixe de querer roubar do pobre e já tão expoliado indio o seu maior e melhor O outro que não era trouxa garantia-se. patrimônio: — AHN ! 0 bom gosto de comer carne humana — carne valorosa. (S. Paulo). CHINA A. de Almeida Camargo 6 Revista de Antropofagia OBJECTIVO A silhueta do teu corpo inda fazia mais distante a paisagem desmaiada. Emquanto o sol se divertia numas ultimas variações de vermelho sobre as nuvens, Você alli inerte era a crystallização de todos os teus cansaços, porque o teu braço rectissimo que se acabava no gramado era a prova maior da tua alegria, alegria de se sentir numa pausa salutar do sentimento, alegria de se sentir fatigada das minhas palavras inúteis. Depois, quando as sombras tomaram conta daquellas arvores folhudas, eu não creio que Você se livesse retirado, por causa do sereno, nem que eu me tivesse aborrecido de só te ver assim immovel; — nós ficámos mesmo alli : Você embevecida de estatuaria, eu sedento de pesquiza, ambos perdendo a cantiga dos griüos que se esforçavam á tôa. (Rio de Janeiro) Brevemente: Empreza Graphtca Ltda. ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na intimidade — (estudo sobre os inventários Livros, Revistas paulistas do século 17). Edições de luxo MARIO DE ANDRADE — Compêndio de história serviços da música. commerciaes RUBENS DE MORAES — Essencialmente agrícola — (contos). ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO — Lira Rua Sto. Antônio, 17 paulistana (coleção de modinhas). Teleph. 2-6560 OSWALD DE ANDRADE — Serafim Ponte-Grande (romance). Revista de Antropofagia (ROMANCE) Capitulo 2.° A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO li Ali estavam todas as raças que ti soalho. Nos intervalos das músicas inferioridade da raça preta nas cida nham vindo para a terra da promis- cantam em coro melopeas ásperas e des. Apezar de ser minoria nas aglo são. Cada homem que entrava na tas monótonas, entremeiadas de surtos merações urbanas paulistas, 80 »\° do ca augmentava o contraste existente de bebedeira em que disparam os re pessoal dos prostíbulos operários entre os que ainda representam os pri vólveres para o ar. O rumor da festa coinpõem-se de pretas e mulatas. Es meiros povoadores do paiz. Mais tarde, atrae outros estrangeiros inimigos sas mulheres caíram na VIDA por no espaço de algumas gerações, ha de que se mostram tanto mais rivaes que quasi não casam, não constituem surgir um tipo mais uniforme, amol quanto mais se parecem com os con uniões regularcs, servem para as ne dado pelas mesmas necessidades de correntes. Todos louros, grandões, cessidades de todo homem que as vida que todos partilham e que traz abrutalhados. Porém uns são ungare- persegue. Recebem do traunseunte aos poucos um ar de parentesco aos zes (como são conhecidos do povo) e ou do negro companheiro a sifilis. nativos de uma região qualquer. Nes outros estonianos, não menos turbu Junta-se á lues o tilcolismo, e ambas ta, onde afluiram correntes imigra lentos, que moram nas redondezas e as cousas predispõem aqueles orga tórias de toda a parte, por força das odeiam aos vizinhos. Começou a rus- nismos, que vivem muitas vezes ape cousas, o caldéamento será mais ex ga por uma insignificància, namoros nas alimentados, á tuberculose, á de- traordinário do que em outros paizes que foram degenerando em provoca generesencia, á loucura. O antigo do mundo. A mistura foi mais intensa, ções, para terminar em pancadaria. atleta africano, que, trabalhava no quando não o amálgama mais fácil, De desavença a desavença vão se cito das fazendas, não deixou descen e, antes que a influência do clima, tornando mais inimigos. A' briga iso dência. Não podemos considerar co costumes, vícios ou virtudes venha lada sucede outra briga, em que to mo sendo seu neto o aborto desden- uniformisar o produto humano do fu mam parte dois ou três, e as desor tado, corroído de mil mazelas, de turo, teremos quantidade de pequenos dens que começaram a murros, aca peito fundo e pernas bambas, que se núcleos espalhados pelos bairros que bam a cacete ou faca. Ha encontros arrasta pelas ruas a procura de em so poderão ser de pronto distingui- de grupos seguidos de encontros de prego leve que lhe permita satisfazer bandos. Não é raro, na estrada do as suas únicas ambições: a dança, a dos pela gente mesmo do lugar. Se Oratório, enfrentarem-se depois duma preta e a bebida. rá como o sotaque da sua linguagem. série de conflitos duas joldas compos Formarão ainda um paradigma mis tas de quarenta ou sessenta homens No botequim apareciam amostras terioso (quasi oculto de tão imper armados. Enquanto tarda a cavalaria, da transformação das raças espalha ceptível) e que no entanto sentiremos os adversários disparam as armas das pelo paiz. Alguém, com prática como si fosse concretamente delinea que ainda conservam da grande guer do recrutamento da Força, podia pôr do. Bastará um certo modo de falar, ra, pistolas automáticas, revólveres rótulo, indicando a origem, em cada ou conjunto de traços no físico, ou de grande calibre c até mosquetes miliciano que entrava na tasca. A' em ultimo caso mandira de vestir, dos antigos regimentos de dragões, excepção dos pretos, era fácil reco para adivinharmos a origem deles. lanceiros ou ussares da Áustria, Rús nhecer, por exemplo, o mineiro do Em certas regiões do paiz ficaram sia ou Alemanha. São o pesadelo da nortista. Um tem traços grandes, fi insuladas aglomerações humanas. 0 policia. sionomia calma, quasi impassível, ati tipo que produziram, quando chega tude retraída. O outro, traços peque a S. Paulo, apresenta-se tão inteiriço O nacional vindo de fora, de muito nos, o nariz, a testa, a cabeça, o cor no seu aspéto como o estrangeiro longe ás vezes, não sente necessida po, tudo é arredondado. E' mais tron- pertencente a uma raça de ha muito de se ajuntar em chusmas: não está cudo, traz no físico a mestiçagem do formada. preso pelo idioma, não está isolado. branco com o indio, que ainda é mais Tal é o cearense para os primei Foge do conterrâneo recém-chegado acusada nos pometos e nos olhos, ne ros, tal é o alemão para os segun (que logo o chama de primo) para gros e brilhantes como jabuticabas dos. Ao desembarcar vão se locali- evitar as "mordidas". Aflue para as de Sabará, tal a vivacidade ladina, sando ao acaso, os nacionaes por to bandas da Luz. Alguns que desgarra curiosa ou perserutadora que demons ram da leva, que veio do Norte ou tram. Não tem como o mineiro, do da a parte, os estrangeiros de prefe no das jaboticabas, a velhacaria ocul rência onde encontram patrícios. Dai do Sul, voltam das fazendas do Inte rior e procuram ingresso na Força ta sob aspéto inofensivo. O ânimo surgem bairros de Ietões no Oratório, bulhento do nortista torna-o, alter- de austríacos e alemães no Mandaquí, Pública do Estado. Lá não ha estran geiros, os filhos de imigrantes são nadamente, atraente ou indesejável de úngaros no Buraco Quente dos como si fosse uma criança. Campos Escolástica, portuguezes _ e relativamente escassos, o que mais se espanhoes no Arincanduva e Califór vê são caboclos, negros ou mestiços, O carioca, também numerosíssimo nia. Mas as necessidades da vida e ainda novos e solteiros, em que pre na Força, anuncia-se pela fala. No os ditames do sexualismo irão aos dominam os que vieram de outros proletário do Rio ha um sotaque e poucos aproximal-os. No começo, o Estados. Nestes, por sua vez, sobre- linguagem inconfundíveis, tão carate- contato entre eles era feito somente saem, pela quantidade, mineiros e rísticas quanto a do paulista do Be- fora de casa, no trabalho e nos diver nortistas. A origem é como o índice lemzinho ou Bom Retiro, porém in do adeantamento ou atrazo da zona finitamente mais agradável e interes timentos. Era eterno. Mais tarde, que deixaram. Quanto mais numero realisou-se mais intimo para os filhos sante. E' ameno c cantante, doce e sos são de um lugar, mais este é in amável como a população infantil e na escola, no serviço militar e no feliz e pobre. lar. Logo que desembarca, o imigran desocupada, que se espreguiça lazza- te junta-se aos que partindo da mes Antigamente, quando passava atra- ronicamente pelos morros c praias da ma proveniência, chegaram antes vez da rua do TRIÂNGULO a guar mais linda baia. E' um prazer ouvil- dele. Passam a morar em casinhas, da do palácio (ha dez ou doze anos os dizer "...cherguei o Otávio lááá misturados adultos e crianças de qual airaz), os homens mais encorpados do fim da avenida Poóóólista...". do piquete eram os pretos. O' resto, Muitos que têm esse sotaque na For quer sexo, em número de seis, oito, ça Pública fizeram apenas um está dez no mesmo quarto, destinado a um composto de caboclada mais clara, era o rebutalho da escória humana gio no Rio. São rapazes de Estados casal só. Nas festas bebem no bar do diversos, que usaram a farda do exér conterrâneo e dançam na sociedade que vae ter ás cidades. Perto deles os negrões faziam vista. Hoje vemos cito, da armada ou da brigada mili recreativa da colônia situada no bair tar, antes de virem para os batalhões ro. Aos sábados ou dias de pagamen com espanto, num lapso de tempo curtíssimo, degenerarem com incrível ou regimentos da Força. to, durante a noite inteira, quem pas rapidez. Dá-se agora o contrário: os sa na rua ouve o baque dos pares melhores da tropa são os brancos. que dançam e que a espaços, caden- (Continua) ciadamente, pulam e batem com es A causa desta fulminante degenere- trondo os sapatos grossos sobre o cência está na condição de extrema 8 Revista de Antropofagia BRASILIANA BALCÃO IX LIVROS PROCURADOS BRASILIDADE Por YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida bri gadeiro Luis Antônio, 188 — S. Paulo): De uma noticia sobre o Convênio da Imprensa Norte Paulista, realizado em novembro ultimo na cidade de Tau- "Poesias" oferecidas ás senhoras brasilei baté, publicada pelo "Correio Popular" de Guaratinguetá, ras por um baiano (1830) — 2 vs. n. de 25-11-928: |'A's 12 horas, no Hotel Lino, foi servido um almoço — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin- regional aos jornalistas, offerecido pelos exmos. srs. Depu tado Euchario Rebouças de Carvalho e Álvaro Marcondes cipaes suecessos" — 2 vs. — 1826-1830. de Mattos, Vice-Prefeito da cidade. "Sermões" de Antônio de Sá. Em brilhante discurso, cheio de profundas considera ções e perfeitamente burilado, proferido com calma por — Manoel Calado — "Valeroso Lucideno". quem é mestre na oratória, o Deputado Euchario Rebou ças offereceu o banquete. — Duarte de Albuquerque Coelho — "Memó• Agradecendo usou da palavra o jovem jornalista, mas talentoso, sr. Luis Sampaio Penna. rias Diárias". Durante o agape tocou a renomada orchesjra do pro fessor Fego Camargo. — Alvarenga Peixoto — Obras em 1." ed. São dignos de mensão dois factos que muito nos agra daram e avivaram o nosso amor á terra em que nascemos, Compra livros raros em geral sobre o Brasil. fazendo-nos lembrar d'"0 Brasil e a Raça" de Baptista Pereira. Os srs. deputado Euchario Rebouças e José de Moura Rezende em testemunho de seu espirito de brasi- Por MANUEL BANDEIRA (rua do Curvello, lidade timbraram em offerecer-nos banquetes á brasileira não permittindo ir á mesa uma só iguaria de nome estran 51 _ Santa Teresa — Rio de Janeiro): geiro. Lá tivemos o nosso tutu com torresmo, o arroz, o Mac-Carthy — "Viagem na China". frango assado e outros pratos genuinamente nacionaes. Ainda mais, as musicas eram todas brasileiras. E pudemos apreciar "O Guarany" e "Salvador Rosa", de Carlos Go mes, além das muitas outras cuidadosamente escolhidas pelo maestro Fego Camargo. Não precisamos ir buscar : inspirações na velha Grécia ou na antiga Roma: temos LIVROS Á VENDA aqui o nosso Parahiba do Sul, as serras do Mar e da Man tiqueira, as nossas mattas, e as nossas campinas e a nossa igara. Bastam!" Na LIVRARIA GASEAU (praça da Sé n. 40 — S. Paulo): MESTRE NA ORATÓRIA De um discurso- proferido pelo deputado Euchario Re — 'Archivo Pittoresco" — 11 vis. ene. bouças de Carvalho num banquete offerecido ao senador Dino Bueno em Taubaté e publicado pelo "Jornal do Com- — "Panorama" — 17 vis. ene. mercio" de S. Paulo, n. de 14-7-926: — Vieira — "Sermões" — 16 vis. ene, sendo Senhor senador Dino Bueno, eu me sinto bem onde alguns em 1.* ed. estou, porque ainda tenho bem dentro de mim o reboar longínquo da voz de meu pae, José Rebouças de Carva — Innocencio F. da Silva — "Diccionario Bi- lho, do meu avô Barão do Jambeiro, que propugnaram nesta tenda de trabalho e foram vossos amigos. Eu ainda bliographico" — 19 vis. ene. tenho nítidas e rutilantes as imagens da minha infância aqui vivida c por isso mesmo sou capaz de auscultar em alto diapasão e transmittir o sentir quente e robusto da gratidão deste povo, que é o meu povo e do qual eu sou uma legitima molécula. Que esta festa, entre os embates de vossa vida, seja um murmuroso oásis bemfazejo, a reflorir nos applausos A assinatura anual de vossos concidadãos, consagrando o acerto da vossa di- rectriz política; que ella seja a nota incentivadora das vossas energias políticas, assignalando para nós outros a rota luminosa a palmilhar. da Exmo. senador Dino Bueno, se soerguerdes um pouco o vosso busto por sobre o oceano agora calmo, e antes en- capellado, do povo taubateano e procurardes divisar o REVISTA DE ANTROPOFAGIA porque da calmaria, encontral-o-eis em alto relevo na vossa attitude para com elle, na vossa solicitude, nos vos sos conselhos, no vosso concurso para o triumpho decisivo custa e consolidação da actual política progressista de Taubaté. Pois bem, é essa mesma attitue, é a lembrança desses assignalados serviços que heis prestado, que de novo o RS. 5$000 fazem se encapellar em irreprimíveis ondas gigantescas, que, para vos saudar, vêm quebrar-se bem junto de vós, nas brancas espumas de sua gratidão." Pedidos acompanhados de vale postal BOAS FESTAS para Cartão distribuído em dezembro de 1928 no Theatro SanfAnna de S. Paulo: Caixa do Correio n. 1.269 "Os" indicadores dos camarotes CRISTOBAL e Dna. NICOLINA Desejam aos seus distinetos espectadores Boas Festas e feliz Anno Novo." SÃO PAULO ANIMO I — NUMERO ir> 500 RS. FEVEREIRO — 1929 Revista de Antropofagia nírAi*itSn «IA ÀVTAVTA F\*I È. * Endereço: 13, RUfl BENJAMIM COMSTflMT - 3.° Pav. Sala 7 - CAIXA POSTAL V 1.269 - SÃO PAULO Ascanio Lopes BANZO Com vinte e dois anos Ascânio Lopes morreu no dia 10 de janeiro em Cataguazes. No dia 9 (como Carlos Drummond de Andrade me lem brou) eu dizia no Diário da Noite de São Paulo Subiu a toada que o menino-poeta tinha futuro garantido. E ti dos negros mocambos nha mesmo- O que mais me agradava nele era Sahiu a mandinga a timidez misturada com a malícia. Atravez de de pretos retintos suas cartas e de seus versos eu percebia um Ascâ vestidos de ganga. nio bom, muito bom mesmo. Porém essa bon dade êle guardava e escondia. De forma que os Quillengue, Loanda, de fora a ignoravam. E embora a culpa fosse sua Basuto e Marvanda ou não fosse de ninguém, Ascânio se vingava com fazendo munganga a malícia. Êle mesmo deixou transparecer isso tentando chamego comoventemente numa poesia chamada Ambiente cantando a Changô. de infàcia. O pouquinho que Ascânio escreveu dá de sobra Escudos de couro, para a gente lastimar o que deixou de escrever. pandeiros, ingonos, Foi embora quando ainda estava no começo e a batuques e danças. gente sente saudade daquela esperança. Acredita Palhoças pontudas va na literatura e na literatura do Brasil. De vez com ferros nas lanças. em quando se metia a estudar assuntos graves. E nunca brincou. Não via na poesia moderna Terreiros compridos (como tantos) apenas um pretexto para ousadias de barro batido. engraçadas e molecadas cínicas. Trabalhava ho Cantigas e guerras nestamente. Sabia o que fazia e queria fazer di com sobas distantes. reito, fazer sempre melhor. Caçada ao leão... Outra cousa que êle também sabia era sofrer. A doença que o matou em certos períodos não Caninga de choro lhe deixava tempo senão para acompanhar passo zoada de grillo. a passo a aproximação do fim. Há 41 dias que Campina de canna estou de febre brava (assim me escrevia em maio com água trahquilla. •. ... a voz do feitor. de 28) e estou proibido de ler, escrever, levantar, mexer, etc. E acrescentava: Agora mesmo a fe bre aumenta. Isso com uma letra que ia crescendo Mucanas cafuzas como a febre dele. moleques zarombos. Na noite retinta Rosário Fusco escreveu antes dos versos do a toada subia Fruta de conde: ... e que ninguém nunca se es dos negros mocambos. queça de Ascânio Lopes. Pois é claro que quem o conheceu não poderá esquecer, Rosário Fusco. (Natal). ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO LUÍS DA CÂMARA CASCUDO. Re vista de Antropof»*i» DORES DO INDAYÁ •RETRATO DO BRASIL Uma rua velha e vazia, O que mais me admira no Brasil uma casa velha e vazia, não é o rio Amasonas — o maior do mundo ! uma vida velha e vazia. E nem as florestas e as riquezas, A poesia das cousas humildes as maiores do mundo ! morrendo, morrendo... O que mais me admira no Brasil (Meu Deus, fazei com que o dia de amanhã seja differente do dia de hoje!) é a preguiçosa confiança que nós temos morrendo com o nessas coisas todas — as maiores do mundo!... habito. (Minas) (Bello Horizonte). EMÍLIO MOURA. JOÃO DORNAS FILHO. SMí5Z5K25É3aSH5KHa5?5a5E52525H525a5a5H5a5Z5a^^ LEIAM: PAULO PRADO — RETRATO D0 BRASIL (ensaio sobre a tristesa brasileira). TRISTÃO DE ATHAYDE ~ ESTVDOS — 2.» série (crítica). MÁRIO DE ANDRADE ~ ENSAIO SOBRE MÚSICA BRASILEIRA (critica e folclore). JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA ~ A BAGACEIRA - 4.a ed. - (romance). GUILHERMINA CÉSAR e FRANCISCO PEIXOTO — MEIA PATACA — (versos) ROSÁRIO FUSCO ~ FRUTA DE CONDE — (versos). Revista de Antropofagia Uma adesão PEDRO DANTAS Como quer que se julgue a gira em torno do objeto. Limi sr. Oswald de Andrade era a fal obra do sr. Tristão de Athayde ta-se a observa-lo do lugar onde ta de confiança que este lhe ins e a sua posição intelectual, não está. A conseqüência direta des pirava, aquela continua impres é possível negar a singular im se modo de ser é uma tendência são de terreno movediço, que portância que têm na nossa vi instintiva para impor o seu pon perturba e arrasta ao desequilí da literária as suas atitudes e os to de vista, pela estranheza que brio. E êle censurava a eterna seus pronunciamentos. A autori lhe causa o que se vê dos ou brincadeira em que se compraz dade moral, a cultura e a inte tros. Para impor, digo mal, mas o sr. Oswald de Andrade, espro- ligência do critico souberam fa para considera-lo como o verda bava-lhe a leviandade das atitu zer-se respeitar do publico difí deiro, o único legitimo. Dai des, a alegria, o bom-humor. Ti cil que lê as crônicas literárias certa feição evangelizadora da nha saudades do Oswald precio dos jornais (autores, amigos dos sua critica e o receio que lhe so e tétrico dos "Condenados". autores, inimigos dos autores e infundem os que êle considera Achava uma pena, um sacrifício ás vezes o cidadão ingênuo que "germens d edissolução" do es inesplicavel que um homem co procura se pôr ao par da lite pirito porue ameaçam a unidade mo o sr. Oswald de Andrade ca ratura francêza contemporânea" e a segurança da construcção do paz de lagrimas e desgraças, o sr. Bernard Fay deu ao capi seu sistema pessoal. Tais ger andasse pelo mundo, tranqüilo tulo sobre Barres o titulo de mens êle os combate como é e sem remorsos, se divertindo. "Maurice Barres ou La littéra- possível, mas improvável ue Eu- E traçava do autor de João Mi ture hausse le ton". Da mesma clides combatesse as geometrias ramar retratos pessimistas, mos- forma, quem quizesse traçar um trando-o frívolo, inconstante, não-euclideanas: em legitima de "blagueur", modernista snob, cir panorama da nossa literatura fesa. Não podendo admitir, por neste primeiro quarto de século, culando entre os salões ricos de instinto de conservação, ue ou S. Paulo e os cafés literários de poderia dedicar ao sr. Tristão tra visão do mundo se imponha de Athayde um capitulo intitu Paris, tomando a sua "water- em detrimento da sua, imagina manzinha" para escrever.., 0 lado "A critica literária levanta que o que se perderia por amor "Retrato de mim por Tristão de o tom". Efetivamente, si refletir dessa outra havia de ser o mun Athayde", em suma. E concluía mos no que era a critica brasi do mesmo e não somente a sua pelo perigo de vir a mocidade leira ha pouco mais de dez visão. incauta a seguir um homem co anos, não poderemos deixar de Todas essas observações não mo esse, que substituíra o nosso reconhecer que o biógrafo de querem dizer que se trate de um habitual ecesso de literatura por Afonso Arinos realizou uma obra espírito intolerante ou precon- uma infra-literatura e que, a relevante" de modernização e de ceituoso. E' simplesmente um pretesto de corrigir um erro, o aperfeiçoamento. Muito antes sistemático. Também não seria substituíra por outro, de sinal dele já Unhamos, é certo, a lu esato pensar que èle não muda contrario. cidez admirável de João Ribei de opiniões e de filosofia. Tem ro. João Ribeiro, porém, é dupla mudado até muito. Já atraves Agora, porém, escrevendo so mente filósofo, tanto no sentido sou o estado de espirito de umas bre o "Retrato do Brasil" do sr. próprio da palavra como no po três gerações, no mínimo. Mas Paulo Prado, o sr. Tristão de pular, talvez mais, até, neste ul comporta-se daquele modo rela Athayde, citando o inquérito so timo: não liga muito á critica. tivamente a cada posição. Va bre a civilisação americana, a Si nunca deixou de assinalar os riam os seus pontos de vista, que se procedeu ha alguns anos seus lugares aos raros livros mas cada um é como si fosse nos Estados Unidos, concorda bons que de longe em longe apa o único- E de cada vez êle deve com as conclusões de Harold recem, teve e ainda tem muitas pensar comsigo: "Agora sim, Stearns, que o organizou, e apli- vezes condescendências culposas acertei". cando-as ao Brasil, diz testual- para os imprestáveis e os me Por tudo isso a atividade do mente o seguinte: "Penso ape díocres. E' partidário do "lais- sr. Tristão e Athayde vem sendo nas que não devemos nos aban ser faire, laisser passer", ao me empregada de preferencia no donar ou recorrer com êle (Pau nos em literatura. O sr. Tristão ataque aos ditos elementos dis- lo Prado) ás soluções do deses de Athayde, ao contrario do de soKentes. Dentre eles a perspi pero e sim fazer como esses trin fensor teórico da lingua nacio cácia do crítico logo destacou ta norte-americanos sinceros e nal, já pôde ser justamente qua o sr. Oswald de Andrade e seus corajosos — rirmos de nós mes lificado de "homem sem malí companheiros de antropofagia e mos". cia" (1). A sua tendência é pa pau-brasil, como os mais peri Mas não é precisamente essa ra o trágico, o sombrio, o dolo gosos e temíveis. E é principal a solução do sr. Oswald de An roso, o difficil. E' um homem mente a esses que costuma opor drade e o que êle tem realizado que timbra em levar tudo pro toda sorte de valores, embora na ultima parte da sua obras ? fundamente a sério, a começar infinitamente menos interessan Si essa tendência não esplica pela sua funcção de crítico. Isso tes, (a terceira corrente e outras por si só toda a riqueza huma importa em dizer que êle não do mesmo gênero) por serem na e o lirismo intenso do poeta sabe passar sem, ao menos, um mais estáveis, pois o sr. Tristão do Esplanada, é entretanto a si pequeno ativo de convicções fir de Athayde acredita na virtude gnificação mais imediata e evi mes, sem um ponto de vista e da estabilidade. E é, da mesma dente de seus livros. Está, pois, de apoio, de onde se lhe apre maneira, a esses, que êle vive de parabéns o sr. Oswald de An sentam deformadas as coisas, pregando uma acção construtora drade, por mais essa valiosa ad que êle julga, entretanto, pelo certamente a tornar-se conserva esão. Pois é fora de dúvida que aspecto parcial, unilateral, que dora e lhe parece de necessida com aquelas palavras o sr. Tris conhece. Para empregar uma de urgente. tão de Athayde entregou os pon imagem cara a Cocteau, êle não 0 que mais o preocupava no tos. Nem mais nem menos. (Rio de Janeiro). (1) Sérgio Buarque de Holanda, «Digo no "Jornal do Brasil". Revista de Antropofagia 4 POETAS GUILHERMINO CÉSAR E nheceu a poesia muito criança bendo em dezoito páginas ape FRANCISCO I. PEIXOTO e ainda não tem por ela o devi nas. Dirão que Rosário Fusco é — Meia-Pataca — Catagua- do respeito. Por enquanto são bastante moço ainda, tem muito zes — 1928. namoricos sem conseqüência. Lá tempo deante dele, tem muito de vez em quando um gesto talento dentro dele, podia espe Meia-Pataca é o nome de um mais cheio de intenções deixa rar mais um pouco e publicar riozinho de Cataguazes. Nos adivinhar a ligação brava de cousa de outro porte. Mas eu tempos antigos tinha ouro. Ho amanhã. Então o verso virá fei compreendo isso muito bem. je é água e mais nada. Mas a to agarrar a gente. Quem progride tem uma pressa água possue lá a sua poesia que Rosário Fusco fêz um desenho danada de mostrar que está pro é a de Guilhermino César e na capa que eu acho bem inte gredindo. Não se contém: vai Francisco I. Peixoto. ressante. logo na rua passear o jaquetão O primeiro ainda não se livrou novo. daquella tristesa sem fundamen HUMBERTO ZARRILLI — Fruta de conde apresenta de to visível dos poetas que prome Libro de imágenes — Mon- facto menor número de defeitos tem. Tristesa que a gente não tevideo — 1928. e qualidades bem mais acentua pode levar a sério. Os versos de Humberto Zarrilli é co-autor das do que a parte do autor le têm sempre uma interroga de uma série de livros de leitu nos Poemas cronológicos. A pro ção, uma dúvida, uma pergunta ra para crianças que conquistou va está patente neste Poema- de descrença ou desconsolo- O o primeiro prêmio no concurso assunto não difere do comum organizado faz pouco tempo pe Na tarde clara sem ventilação brasileiro e actual. Porém o que lo Conselho Nacional de Ensino está dentro é bom anunciado me eu estava bem refestelando a Primário e Normal do Uruguai. vista lhor. A fala por exemplo é cla No Libro de imágenes a gente ra e forte: na roçaria de bom trato. percebe ás vezes o escriptor-pro- Gente vinda do serviço gazoava Campeiro queimado de sol fessor inteligente. A's vezes só. alegre vai ver o trabalho dos seus com Porque quási sempre a poesia pelo caminho endomingado e panheiros adulta fala seus desejos, desejos limpo. nas galerias de ar frio maduros : Um cheiro bravo vinha vindo na noite constante l Era mi enorme pena ei no tener Mineiro das minas gerais solto da aragenzinha você não acorda ? ninguna e a gente suspirava èle banzando Vai ver o trabalho dos outros Recibe. mi tristeza como un hués- gostoso como quê ! mineiros ped alegre. dos mineiros-mineiros enterra Zurrilla é terno, ama as cou- Paz de distâncias... dos na mina sas da rua, saúda contente os Necessidade de coisas não era ouvindo os patrões em fala es quinze anos da vizinha preciso não trangeira ! e a gente percebia que a vida, que están repicando por toda pensando bem é boa mesmo. Sensibilidade alerta, maneira Ia casa, Quási que eu falei zuretamcnte: pessoal ainda não muito defini fica embevecido deante de uma EU VIVO! da mas reconhecível, desemba criança que mama, abençoa a raço, procura, gosto lírico, tudo mulher grávida cujas Não era preciso desejo nenhum isso a gente encontra e chupa naquele momento. que nem uma bala na poesia de .-.caderàs tienen ondular de cuna Porém meu sexo forte desejou Guilhermino César. fala a cada instante do céu, das tanto você Francisco I. Peixoto é mais que eu senti na tarde clara sem irreverente e gozador. O que nuvens, do ' vento, das estrelas, canta o vinho, as mulheres e a ventilação nenhuma não impede o desejo que tem você encolhida, se encostando... de um sua cidade, Ia dei rio como mar. ...coração mais forte Há ai alguma cousa diferente Mais resignado, mais cheio de Tem até repentes de violeiro: daquele brasileirismo infantil paciência que é o sarampo da nossa me Pra poder aturar de cara alegre Nube ausente de Ia tierra, ninada poética. Os versos vêm tanta amolação hoy tu destino comprendo: mais pesados e como o peso é E pra agüentar com o peso in El água por Ia que vives, de poesia mais ligeiros, envol fame dos Ia das un dia muriendo. ventes, simpáticos- E' a idade pensamentos futuros... Poeta amável a quem a gente que vai aumentando, ganhando retribue com a mesma simpatia sensações novas, se abrindo para Mas no geral laz perguntas novos desejos. Rosário Fusco embaraçosas a Jesus, Fernão dele por tudo e por todos deste mundo. não precisa se afobar. O pássa Dias Paes Leme e ás namora ro está voando sem dúvida, mas das. Está no período de caçoa- ROSÁRIO FUSCO—Fruta o poeta tem na palma da mão da e tem medo dos que virão de conde — Cataguazes — a fruta que êle procura. depois. E* bem desse grupo me 1929. nino de Cataguazes ainda brin cando no colo do futuro. Co O livro são oito poesias ca A. DE A. M. Revista do Antropofagia ANTROPOFAGIA? MARIO DE ANDRADE Ando lidando bastante com — Eu já sigurei uma jara ça... Mas não se invoca mais! feitiçaria aqui no Nordeste e raca pr'êle cega ! — Mas ás vezes aparece, acho que esta communicação — .. .foi discipo do gran não ? que segue pode interessar aos de malfeito Antônio Tirano — A's veiz ... cultores da antropofagia... (eu escrevendo) que para a — E quando aparece faz filosófica paulista. Se trata gente tê trabalho dele tinha- estrepolia ? do Mestre (Santo) Antônio se que dá pr'êle um filho, Nova e sempre muita hesi Tirano. Eis a scena que se uma... uma pessoa da f ami- tação. Respondeu com má passou entre mim e os dois Iha assim... vontade: feiticeiros meus informan Parou. — Faiz, sim sinhô... tes, gente sarada dos catim — Mas como é?... Tinha- — Pede sangue ? bós de Natal. se que matar essa pessoa, é ? — Pede, sim sinhô... Eu escrevia na pauta as re Os dois estavam desapon- — Pede pra beber?... zas que os dois juntos me tadissimos, rindo amarelo. Arrancou : cantavam e tomava em segui —Não sabemos não sinhô... — Eu num sei, não sinhô! da as informações sobre o — Esse nem tem linha (re Esse a gente não invoca não! Mestre a que a reza perten za cantada)... Não se invo Eu escrevendo textualmen cia. Os dois catimbozeiros já ca não... te como está. O outro, mais estavam com a língua solta, Voltei a escrever pra evitar palavroso, mais esperto, que sem cerimonia, depois de vá aos dois a sensação de exami cursara até o terceiro ano do rias horas de conversa e al nados. Ateneu, de Natal, se calara. moço bom no meio. Eu es — E' lógico que vocês não Parei de escrever, insisti, per crevia. invocam êle, sei bem. Mas guntei. Não foi possível ti — ... porque Turuatá é podem me contar. Minhas rar mais nenhuma informa também Mestre caboclo (in notas são pra estudo, que o ção útil ao meu amigo Osval dígena) frexador malevo Mestre seja bom ou ruim não do de Andrade. O outro mais Bem pata cegar os outros... tem importância não. Então humilde e mais feiticeiro tam Gosta de trabalha cum cobra. êle obrigava o mestre a sacri bém, se fechara em copas Fura o oio da cobra na inten ficar alguém... meio desconfiado. Voltei a ção da pessoa a quem qué — E\ .. exigia sempre san escrever. Esse, o mais humil cega e cega. Chega a cume gue humano... de, acrescentou reflexivo: pedaço de cobra, cru, mais — Sinão não trabalhava, — E' uma biografia des cauim (por aqui, nos catim heim! que safado! graçada ... bós, qualquer álcol forte) — Prifiria sangue de crian (Natal — janeiro 1929). ACHILLES VIVACQÜA Na noite bonita o mastro enfeitando acordam cantigas : de fitas rodeiam. — (Vamos vê planta vassoura O arco se curva. minha Yayá) A flecha faz que vae Mulatos sarados mas não vae não com longos penachos. — (Ao redó de seu balão Mulatos dengosos minha Yayá) em bambos requebros pra cá —plafff — arco na mao pra lá —pra lá — plafff —pra ca — (vassourinha de botão Na noite bonita minha Yayá) dormem cantigas (Ya-yá...) Corpos de usucum com tangas de pena Mulatos cançados. — mulatos suados Tangas de pena. — (ao redó de sua saia Mastro de fita. minha Yayá) (Belo Horizonte) Revista de Antropofagia 6 QUANDO EU MORRER A Alceu Amoroso Lima AUGUSTO SCHIMIDT Quando eu morrer o mundo continuará o mesmo. A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas, Como envolve neste mesmo instante. O vento fresco dobrará as arvores esguias E levantará as nuvens de poeira das estradas — Quando eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda' Rolarão sempre alvas de espuma... Quando eu morrer as estreitas não cessarão de se acender no lindo céo nocturno E nos vergeis onde os pássaros cantam—as frutas continuarão a ser doces e boas. Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos E se hão de esquecer do meu caminho silencioso entre elles. Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão Todas as ancias e inquietudes do mundo não se modificarão. Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma Porque nada sou — nada conto e nada tenho Porque sou um grão de poeira perdido no infinito. Sinto porém, agora, que o mundo sou eu mesmo E que a sombra descerá por sobre o universo vasio de mim Quando eu morrer... Brevemente: Empreza Graphica Ltda, ALCÂNTARA MACHADO — O bandeirante na , , intimidade — (estudo sobre os inventários LlVfOS, r\6VISt3S paulistas do século 17). r— i. - , . Edições de luxo MARIOda D música.E ANDRAD E — Compêndio de história serviços RUBENS DE MORAES _ Essencialmente agrícola COITimerCiaeS — (contos). ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO - Lira Rita, StO. AntOflíO 17 paulistanauaulistana (c.ri\pr*n(coleção d eA* modinhas) mnAir,\%aa. \ ' OSWALD DE ANDRADE - Serafim Ponte-Grande Teleph. 2-6560 (romance). S. PAULO Revista de Antropofagia (ROMANCE) Capitulo 2." A PONTE DOS AMORES YAN DE ALMEIDA PRADO m « O ponto onde aquela gente re- do primeiro ciclo da Força Pu Questões semelhantes apaixona flue, é quasi na certa, o bote blica. vam a soldadesca, que volta e quim. Veio de longe a onda imi Naquele mesmo botequim da meia, levantava tremenda bulha gratória, compacta e profunda, esquina, costumavam se encon a respeito da superioridade de até se desfazer e sumir no tér trar os três sargentos, desde o uma arma sobre as outras, de ca- mino, que é o destino. Porém, começo da vida militar na mi valarianos sobre infantes, bom depois de desfeita, ainda conse lícia, quando eram soldados e beiros sobre músicos, pessoal do gue por mil percursos, rebalsar fugiam da presença dos superio Gorpo de Saúde sobre os cozi na tasca em que se vende parati. res, tal qual como agora os su nheiros, e vice versa até o infi Entre a soldadesca, que repre bordinados se afastavam deles. nito. senta a maior clientela da ven O mais corpulento dos três, o — Eu de muito moço, dizia o da, dá-se o caso de existir ge- que tinha tez clara e cabelos ginasta, entrei para a policia de rarquia até nas bebidas. Quando castanhos, chamava-se Antônio, Sergipe... são recrutas ou praças razas, era sulriograndense. 0 mais ma — Ué você foi praça no Nor costumam entornar diariamente gro e moreno, Cassiano, viera da alguns cálices de caninha pura, te? Perguntou Cassiano, admi melhores cavaleiros do regimen- rado de vir a saber somente na e porfiam em ver quem bebe Baía, e era tido como um dos mais. A' medida que se vão gra quela noite um pormenor de to. O último, Cândido — fora pessoa que conhecia ha muito duando, ao subir de cabo á sar batizado em Minas por gente gento, já substituem a pinga por tempo. devota sob auspício daquele ad — Sou filho de Sergipe. cerveja. Por fim, o indício da as- jetivo para ser puro na vida cenção a postos superiores, é o — Eu andei por lá, também — era de todos o mais mulher fui praça no Norte, na polícia uso de copos de leite, á noite, engo e feliz em namoros. antes de recolher. de Alagoas, mas aquilo era uma Antônio largara dos amigos, p de policia que passava Demonstra com antecedência, para perseguir as mulheres da mezes sem pagar a gente. o pretendente aos galões, o de avenida Tiradentes. Cândido fo — Em Sergipe é a mesma coi sejo de seguir as pegadas dos of- ra provocado pela mulatinha do sa. Pois como eu ia dizendo, ficiaes, que ele viu se transfor Jardim-- Cassiano percebera o de mocinho sentei praça na po marem de soldados magruços e negacear da rapariga, e avisara licia onde tinha um tio que era maltratados, em tenentes e ca o companheiro que não vira fi sargento. Você que andou por lá pitães de tez clara e corada, ta. Justificava o baiano, o faro sabe o que é aquelas caminha apertados- na farda cinzenta pe que lhe atribuíam em surpreen das, quando a gente sae por ali las banhas de burguez prospero. der olhares, combinações, reca afora em diligência que não aca Seguindo o costume do meio, dos, começos de "simpatia", e ba mais- Aquilo é só andar, an os sargentos de cavalaria mais tornava-se o pavor dos que, per dar, debaixo do sol, no fim a o ginasta, bebiam cerveja (já ti to dele, tentavam "cavações". gente fica com as pernas que é nham aspas douradas) a espera Costumava atrapalhar os outros, só nervo. do companheiro. Conversavam achando enorme graça quando — E' mesmo, condescendeu o sem reparar a desordem do lu estorvava ou estragava o namo baiano que em rapazelho fora gar. Estavam acostumados a con ro de alguém, ou então, prote próprio de recados. fusão dos botequins no começo gia a aproximação, e depois es — Bem. Aqui, no Pavilhão, é do mez, depois do pagamento. palhava para meio mundo o ca a mesma coisa. Nós na ginásti Fingiam não ver os soldados, so que surpreendera colocando ca começamos com ginástica que a sua presença repelira pa num embrulho danado a vítima sueca... ra o belcão do portuguez, cuja e o çróe. Ao sair do parque, ele — Não desenvolve o corpo. presença era-lhes constrange percebera que as mulheres da — Como não! Do primeiro dora; abreviavam a demora e avenida estavam de trato feito dia que eu cheguei, eu estava Iógo saíam. com o grupo de bombeiros da ainda mais ou menos acostuma Quando o recruta entra para esquina. Deixara propositalmen- do a andar muito, o patrão na o quartel, não tem nome, não te Antônio se atirar a elas, afim roça muitas vezes me mandava merece atenção, representa ape de '"gosar", como dizia, o aspé- rodear o sitio, depois, tinha tam nas um autômato, é um número. to desanimado e divertido do bém trabalhado de enxada ai pe A seguir, aos poucos, nas inter companheiro quando voltasse da lo Interior, fiz muita carpa, não mináveis palestras do ócio mi infrutífera caçada. estava de corpo mole não. Mes litar, é que dá a sua origem, Enquanto esperavam o rapaz, mo assim fiquei quebrado. Logo bom ou pérfido, honesto ou ma continuavam bebendo. Cândido que acabou o passo acelerado em landro, e comunica as ambições silencioso, distraído pela lem volta do barracão, comecei a sen ou desalentos que o animam ou brança da mulatinha que lhe tir canceira, que foi indo, foi in infelicitam. Porém é principal ficava viva e irritante na me do, chegou de noite estava que mente no botequim, á roda da mória, não ligava para os visi- não podia mais mexer. mesa ou deante do balcão, que nhos. O ginasta tinha-se empe — Sim, era falta de exercício. readquire nome e personalidade. nhado em tremenda discussão — Ai é que está. E nós fazia Com o decorrer do tempo, rece com Cassiano, a propósito do aquilo todo o dia, cada vez che be divisas, deixando de ser um que mais podia desenvolver a gando no mais duro, enquanto número para se tornar o cabo musculatura de um homem, o re vocês, nem tem comparação... fulano ou o sargento sicrano. gime da cavalaria ou o do "Pa Volta a ser gente. E' a conclusão vilhão de Educação Physica". (Continua) 8 Revista de A n t r o p of a 8 i » ————^—^MMM"- BRASILIANA BALCÃO PURITANISMO LIVROS PROCURADOS Telegrama de Santa Lusia (Goiaz) para O Globo do Rio de Janeiro, n. de 7-1-1929: P*or YAN DE ALMEIDA PRADO (avenida "Acaba de ser expulso do tiro de guerra de Brigadeiro Luis Antônio, 188 — S. Paulo): Santa Lusia o Sr. Nagibe Salomão Filho, syrio na- — S. L. J. — "Historia de El-Rei D. João VI". turalisado, pelo motivo de ter tido uma amante até ha poucos mezes. O caso tem sido muito com- — Zaluar. E.A. — "Peregrinações pela Pro mentado, fazendo-se necessária a intervenção do víncia de S. Paulo". ministro da Guerra." — Tilara. L. dos Santos — "Memórias do RESPEITO Grande Exercito Alliado". De uma discrição do presépio armado em ca — Alvarenga Peixoto — "Obras" — em pri sa do sr. José Maria do Espirito Santo Filho, feir meira edução. ta pelo Minas Geraes de Bello Horizonte, n- de 1-1-1929: Duarte de Albuouerque Coelho — "Memó "No presépio, propriamente dito, bem dispos rias Diárias"- to, com naturalidade, vê-se sobre palhas o corpo — José da Silva Lisboa — "Historia dos prin- débil do Menino Deus recemnascido, tendo a ado- cipaes suecessos". — 2 vols. 1826-1830. ral-o Maria Santíssima e S. José, bem como os pastores que haviam acudido á voz do anjo an- Por MANOEL BANDEIRA (rua do Curvel- nunciando o miraculoso facto. 10) 5i _ sta. Tereza — Rio de Janeiro): Encontram-se alli, como que em attitude res — Mac-Carthy — "Viagem na China". peitosa, como se tivessem podido comprehender o alcance do que se dava, diversos animaes." Por RUI NOGUEIRA MARTINS (Caixa Pos PARABÉNS tal n. 1414): Noticia publicada pelo O Gladio de Quipa- — J. .1. Machado d'01iveira — "Geographia pá (Pernambuco), n. de 7-1-1929: da Província de S. Paulo". "MANOEL GOMES ROSA — Esse nosso ami — J. J. Machado d'01iveira — "Quadro His go tem, na data de hoje, um grande regosijo pe tórico da Província de S. Paulo". la passagem do seu anniversario natilicio. Espiri to lúcido, inspirado poeta, ágil prosador e um dos Primeira edição. mais progressistas industriaes deste município, é — Simão de Vasconcellos — "Vida de An- grande c invejável o conceito que frue na socieda cliieta" — Em bom' estado. de quipapáense. O Gladio parabemnisa o illustre anniversariante." — Manoel Monteyro — "Compêndio Pantgy rico do P- José de Anchieta" — 1660. CONDOLÊNCIAS — Massena — "Poesias do Veneravel P. Jo Noticia (respeitadas a ortografia e a redac- sé de Anchieta". — Roma — 1863. ção) publicada pela A Liberdade de S. José dos Campos (S. Paulo), n. de 24-1-1929: "JOÃOSINHO — Falleceu no dia 18 o filho do nosso prezado amigo João de Oliveira Costa e sua d es ti neta senhora, o joãosinho como éra ge ralmente conhecido, apezar de pequeno éra um homem, infelismente após uma breve infermida- de, zobando da sciencia falleceu rodiado dos A assinatura anual seus, o seu sepultamento deu-se no dia seguinte, acompanhado de grande numero de amigos da família, notamos entre outros o Snr. Cel. Cursino da presidente do Directorio Republicano, o snr. Eli- ziario Guimarães e outros, a morte do Joãosinho REVISTA DE ANTROPOFAGIA foi muito sentida, a família ilutada apresentamos lhe as nossa sentidas condulencia." custa CARNAVAL De uma correspondência de Maceió (Ala goas) para O Paiz, do Rio de Janeiro, n. de RS. 5$000 30-1-1929: "O carnaval deste anno promette grande ani Pedidos acompanhados de vale postal mação. Formaram-se já diversos grupos familia res e entre elles o dos Gondoleiros, especial da fa mília Alexandre Nobre e do qual faz parte o pró para prio governador Álvaro Paes e além de muitas outras pessoas de destaque, que se reuniram na Caixa do Correio n. 1.269 residência do Dr. Gama Melcher, gerente da Fa brica Progresso Alagoano." SÃO PAULO ^«^•^s» SOL e antropofagia SANTA RITA DURÃO para Raul Bopp e Oswalã d'; Andrade I I «a> i no qualqui r Sol aqui l'oda ' i os nem rae- vei lidi ' ii idade l |UC apelido i ie você andar D ei uzadn Suma hora de 10I ' nios "Mci anisi Ia introvi si di ixora OU I o homeii nlbigi . H unuru do hs do o Brasil loa. Pluraliza e Inventa o con- rem escutai minha \ iti idadi extei ior ou me So encontra sol ibre o ' "ii' eito i ias. si ia a i BI i te que hei de con- lhor a "interdição climal 1 i \lt vMURÍ i ria o labá, MI ti l os! \ historia cinit.i que • ' " laliu. nc i nem noi lc, nem no teu maio li.i -.,,1 em Porto Calvo Que d Quando ha í do qui a cacete: muito timão! li,i sol i rn Ponta Porá ,• |. ,i ,i o plano i eal, di si e Iro- oi reu. do anil pols que i Tabu era tem I No mar • l• t.• Não lia religião ou ideal A propi'Mio, o• lesuiti Ma sul o mulol . i. mais alta que n io discuta loria de nossa terra, foram Também não tomamos a paia não li ni nado, SÍO Durão! llistorii amente. exterminados pelos rudes ho 1 • I mar i ra "i KOJ lia • ntido i ias Nos acreditaríamos num pro ruens de São Paulo — pre uihos nio ha mal me qi 1. fôr naquelas cidades da Espanha gresso humano sr a creança nas res di Pascal, de Pombal e de Lennan, Speni ei. üillcn, I Ksta assün de sol ura-de botão, II iii h-.hii. Mas emquanto i linii nte li na \isio do perigo ' .1 .IN I llllll | • 11 riia aparo er no mundo, como loyolisla — os jesuítas arrogam- l. por toda o Meditcrt ani i ha sol i ioi O himera Icfhpo dep tinha e |oa caminho que I J os quarenta séculos sr anula hoje, o papel de C01I1- Einstein £ feito de momen I não pode nica ' onhci ida, nasce na- i'i' ' da liberdade do Índio. E o são sjnl K no i turalmi nte na edade da pi livro Montoya onde se narram . ada um dessi I r nu deserto abi ficaria, primitiva e nhambi- .is i. i desse campeonato i na- mento i o pelo numa cih.tr,, que | Daquelas terras quara, se nio a deformassem ma-se "Conquista Espiritual". Be As in.r rrula.i ii heia de sol aventui i Realizada a imediatamente Nio ha motivos la liberdade I síntese, ele a integra como ,, [enft i • ter saudades das edades SM ameba ínli mio c busi a liticas, Todos os dia i na u em mi Nos .. mOS contra <>s fascistas outra .iMiih.'.. i v. gamica. • De noite lhões de homens prehistoricos, ilquer espécie e contra os leite, IV Todo nosso julgamento obede- in tropo logos não \ iram na boli n< ^ ístas tombem de qualquer ia senão uma lei tribal, que verte sai (i.T nio i iterio biologii o. \ adje- espécie, O que nessas realidades que nci IKH In, iodas as luas, Ha sol ctivação antropofagica é apenas Om tabÚ, E' uma simples latali- politii as houver de favofavel ao dade. i m fai to humano. não têm peitinhos de jarai o desenvolvimento da constata homen I deran não IMU heiios de maracujis-dc estalo, ção •••vaiido quatro séculos de carne de vaca, que horror! CARNL l-KIA NAO APAGA ,le inllbares d< O FOGO • tmaethoa que fa- gosta dl ao pload Oswaldo Costa. sul do • • De Pc/et. Tensaa ' vida — •• IJIMKIU IIP. fl. I'MI II i i uuillliir-TT. -m—* i 'vi (2/ dentição — 2." nu-I A CONFERÊNCIA DE PÉRET de antropofagia MACAPÁ Foi i t« que mi-, lem mandado tanta i Macapá molango . . . ruim, ,i. < mlou uma , . 1 M.is ne Pia de noite , m ,|n io. Pérel trouxe a n ,• tuna i-, volui i" Ulei 1 (11 nhuma • ibretudo, . de uma liberdade, ..,., i ii. \, tu politic 1 Nem rcll- I • O murucututú dentro de cerla glosa. 1 1.1 c tudo isso :HI mes 1 cstetii a.dt cerla ti idiyjio que po ma tempo. Da ao homem o sen duo. 1 . R. s. S, li Ruas escuradas. De chão V*M té remontar a GnosO. Mil* tido verdadeiro da \ Ida, cujo 1 da índio t"i A antropofagia kl< Compadre, violento, brilhante, erudito. D de segredo esta —o que oa sábios mais inteligente. Pos " bidhi- con f lie to existente entre o Bi a- i i Ignoram — na transformação duo 'in Funçfio «'a so< iednde I 1, verdadeiro, a o ou- esse luar escondido dá uma jurumenha na gente . Km I,M % dele, doía feiozes Ini do labõ em lotem. Por isso Ou 1 1< '..1. 11 loma "•• loclo* ó Irai o non 1 migos da \ ida, da Indept nd aconselhamos: "absorvei sem 1 cnli nderem). 1 II ha :i distinguir n ('.|j. ,. 3o talento: o i - ultor massa pre e diretamente o tabu". cei imonl il da chi.', o t'-, péa, 'i" povo, brasilei- Então vamos espiar a fortaleza assombrada: glsta Pinto 'I" Couto o o arqui S)is|ni Sai dlnha. 1 outro bU« ti , contra teta gram itlca Dada de Moi H • i-1 aquela. Era Funçfio do mamelu- Tocos de vela no canto de um rancho. 0 ir. Pinto d ulo, da luto A humanidade nunca dh I wu co, do europeu descontente, do aliviado, pousou duai horai paia bom aventureiro ibsoi Pai de mandiga tá chamando o mato. a estatua da Incomprchensào, 0 da agir antropofagicaraente. o refi !i Li Ini — pio, Conquista espiritual a cacete. pai c liberdade — não nos In • Ira 1 1 ntequese, Bocejam os brazeiros ir. Dado pensou que tudo aqui o Te Deum depois da carnlfl- teressa. Pão umus. Liberdade contra a mentalidade reinol, Io era lobre Le Corbusler t ao- Contra a • Ulturfl ocidental, con bre regência de verbos. Pensou ema. Katít • de lagi l- queremos, não a paz. Queremos Em cachimbadas largas mas, muito sangue, -lá o Cristo liberdade para * omer a paa. tra o govei nador, conti .1 a es idicol crivão, cunha o Santo Oficio, a diamba quebra a nostalgia do sangue. Teu,In apanhado doa modernis "n comer n&o (as lm- Cora pío. mundo o liomcru". (Mateus, K assim havemos He construir, tas, decidiu n&o taltar mais a no* no !'. ali. a nação brasileii a. B nhuma manifestação modei i .1 "1 1 chlefl esl á moi, disalenl Uai orê-rê Anda arranjando um com Ite pa res pauvres anfants; c'eal lá ra o almoço de Piolln, 1 ma place au solcll. Vollá Ia que o tai-tai tá ahi üi-i.nii Pensa que oa modernos n ,]<••< ipero europeu, lutai commenceraent et l^nuge de Sfio tios enganamos, conhe si> pensam nele! Sádico. SádicoI de claast tçâo cria- l*usurpatíon sur Ut V Sádico!! Ma-so-chis-tatll ià da Idéa antropofa • 0 Como si' vê, Pascal nlo con- cemos r mistiflcaçfio. Elo Iras As vozes se misturam em tamboreadas seccas; 11 Pinto do Coul 1 homens se < ornando em serie. testava o direito .soberano da um rotulo: S. .1. E outros ró Zêre tem. Zêre tem. Zère tem sete ttoa ite barba de ódio. Isso pi 1 1. até reconhecia, embo tulos. sem compreenderI Se toubesM <> ra com uma amargura besta, missa do pango de orê-paco de pagú. que Pérel disse... Non sunl príratss le^cs. Nul- i|lic "on ;i fail qu'il soit juste Xn" .1 ia Force". Ara, ara, Ia terra sans sclgneur. A cgual- Mis já di/i.i o nosso avô Corra frouxo t Viva Pt dade política. A egualdade eco ara. Cunhambebe, comendo gostoso o tafiá nômica. O Império, o Feudalis- Ahi ta-fi-á mo. a abolição dos privilégios, Portanto, nem a justiça ra- a pei 111 'le um portuguez: protesto e praga a produç&o como Finalidade. cínlialista ilc Huilsscii), nem a Jaúra leba. Pois dlxeni Em nome doa povoa explora Longas batalhas §e< alares de santa Justiça de Catharlna de bem nus, KUI netos: Não amo Birí-birim Biri-bírim dos, vendidos, difamados, entor que o ocidental saiu mais omo querem os cató lem. E' muito bom. pecidos pela "conquista esplri* nu icravt 1, 1 oendo ^ anhaa, licos Franceses. Mus a Justiça Batá-cotô Batá-cotõ tual" do ocidente, 01 antropófa pei ando. Com o <• | <)., tacape. Pio na 1 abi ça. Vo J APY-MIltlM gos de Sio Paulo votam s todas cheio de Idéaa vasias. cê comeu meu InnJ Quando tu veio eu tamLc:. as mandingaa o Futuro da naçAo Emquanto isso, o índio fes a muni le come sou eu. E a ale- Batá-cotõ Batá-cotõ que, Filha da liberdade que lhe taba. Muito caulm. Muita flauta grl 1 de constatar: l.á vem a mi a mandamos com Rousseau, ainda nha comida pulando! Plratinlnga, ano -17". da de suaa aprovar créditos para mis- de canela de prisioneiro, E ne glutição 'Io bispo Sardinha. s&aa evangélicas. Que 1 des [r t( 1 nhum gatuno. Em redor da fogueira murcha final 1 cubra, eomo <• rti as negras rengueiam de pé mordido os clássicos da os documentos rebolando o ventre. antropofagia antropofagicor. nchieta Ce qu*on noua dil de eaux da PAI \\ li IB Dl SAO DOMINGOS Uai orê-rê trésil, qu'ils ne mouraienl que AOS HSBBXBS DB ALBI Na ultima metade do século se sciencias, e todos os dias, a to- e vieillesse, on l*attrilme a Ia que tai-tai tá ahi guinte apresentaram elles tos je daa as ho de visões, sêrénité ei tranquilUté de leur "Durante muitos anos, eu vos suítas) Anehiehi como candidato 1 e êxtases. Sendo um ame deschargée de lonte 1 exortei, com toda S doçura pos d á santidade, e Situão de Vascon sível, pregando, resando e cho santo, um prophcta, um Fazedor I iiion lendue ou rando. Mas como dis um provér Escorrem vultos longos pelas fossas da fortaleza celos, pio\InciaJ do Bi asll e bis- de milagres, um vicO-CniiStO, era desplaisante corame Meus qul bio de minha terra: onde aben devorados na sombra. da província 1 tanta •> sua humildade, que a spassaieni t leur vie en une admi- çoar não vale nada, valem as uma historia ou antes romance mesmo se chamava vil mortal e rable sunpllclté et tgnorance, paacadaal Nos levantaremos con Então enche-se a noite mole da vida deste homem, em que a peccador Ignorante. sans lettres ei sans loy, tra \os pi Incipes e prelados que sabedoria do missionário, os ta O seu SOlideO curava Iodas as sans rellglon quelconque. ontra esta terra naçõt s de uivos de carne mordida, fungando lentos e serviços do estadista, os moléstias i\.\ edieça, c qualquer >KiN 1 AMAI: e reinos. . . e assim ;is pancadas trabalhos insanos rio metodisador dos seus duelos, i|ilal(|iier peca duma lingua barbara, formam a da sua vestidura era remédio cf- produzirão efeito onde foram Toda a gente diz que é assombração de lua nova . • « parte mais secundaria da narra Ficaz contra penaajnentos Impu Davantage, si on en veul venlr vãs a dOÇUra c as bc: tiva, olhados pelo biografo como ros. AgUa derramada sobre uni á 1'action brutale de maa her ei Citado por Wells. Histo . Míssa do pango de orê-paco de pagú . menor momento: o dos seus iis^is obrOU mais de manger réi llenu i 1 Ia chair hu- ria Universal. - Capitule grosso do livro, cnclicm-11'0 mi duzentos milagres em Pernambu maine, ne s'en est-il poinl Irou- :\2 - ll cristianismo e as lagres. Uns. di/ co, mala de nul no sul do Brasil, • • ... régions de par deçfi, eni/adas. RAUL BOPP chamaram segundo Taumaturgo, e poucas gotas delia tornavam voire même entre ceux qul por- outros segundo Adão, 1 • água em vinho como nas bodas tenl le Utre de chréllens, lesquels "1,' preciso constatar que to (Pedaço da "Cobra Norato") título mais conveniente, convlndo seus mi- • 1 paa contentes d*avoír dos os povos civilisados condu que assim como houvera no mun ommendam-se por mais Fail cruelleraent mourir leurs ziram-se para com os naturaea do velho uni Adão, bouvera no enncmis, n'onl pu rassaxsier leur . . descobertos, com a nendava n 0 primeiro carnaval* engenhosos, «• de gosto mais ele courage, sinon eux mai 1 I d' . o per- noMi outro, que Fosse cabeça do 1 gante do que os consignados na mesma ferocidade: 1 | I rOUXe o padre unia cabeça I 11' lhe: seus habitantes com a mesma au hira. Finalmente, Portugueses, Hotandett das onze mil virgens, com outras toridade sobre os ele como disse um Bispo Cl • I JI;\\ DE LíRz" , . I . \lein"n s. A ri! 1 - - Sem dui Ide. Emquanto eu istadaa em um meio anunaes da Amer1 b a, que o pri panhia um an< 1 de ouro, e An- neira deshumana c assassina com . me rou m 1 .. . • hero) meiro possuirá i chieta a UU ]>• d que os Europeus lutai 1 bam a terra... \ . !•: le '• os esludan- t os poderea »• graças de que fera livro em que loca asserçdes se almoçaremos Piolin esses POVOS c que deixou Imme Raoul Alller — Paicolo ;. lhe fizeram um grave e ale- dotado o primeiro Adão concor aventuram e que está 11 ioda a selvageria dos mesmos, gla da ConTeraie. Cap. 1. ebhnento: trouxeram as riam pois cm rVnchieta, que oa toda .1 casta de milagres, rol li No dia 27,i de I nos comlu/ a uma cora lus&o an s: 10 1 . illoglq goxou não temporariamente, mas cenclado pelos differentes censo, ias (2 • edição) Piolin será vas- tropológica que cm procissão solene, com ír.ui- toda a vida, pelo que D res da impn usa de Lisboa, de j 1 importância: <> ahiumo que Re usica de voses e d.ui- mo nosso pai- i ommum, com ln-clarando um dr lies que cmquatl- Antropofagia, que assl para 0 eivillsade de chamado s. \ Sé, que < r.i um estudante nocencia, unpassfbilldade, espiri io se diih risae B publii açfio 1 i- 1 •alvagesa afio é tfio grande como 1 icamente vestido, lhe fes uma to esclarecido e vontade recta, cariara os fieis privadoa de be- Saudara a \ ilima, mi pareci . a tenl ento que tivera Foi-lhe d,ido domínio sobre 01 neficíoa e o próprio Deus de substancii Gerland — Citado poi .!.i sua vinda; a Cidade Mie en- elementos s sobre tudo o que i.i i outo de Bai ros, V. — Antropologia. 1 naves; as outras duai nelles \ Ive. A seu mau d • lusa cabeças já rü ti- zia frutos á terra, restltubldo SoaUtey — BTIatoris do • • o até os mortos, para que, recobra Braail — Tomo IV da o, tudo foi a modo de da 1 v ida, d.is mfios deite 1 ece- tradnCÇfio annotada pelo 1 oda a festa • usou • baplismo. Para res- ConeKO lernaiide-í Ti gnai dal o do sol lhe formavam nheiro — Cap< XXX — • orreu quasl lodo. doce! sobre a cabt ça as aves Fábulas sttrlbaidas aos doi-as. Nas rédea se lhe vinham leanll . FERNAO CARDIM peixes, quando delti • \s férjs da floresta < acompanhavam nas |orn vindo-lhe de escolhi. Obedeciam conquista espiritaual A pedidos á sua MI/ os ventos c as ondas. I :nlo •' . 1 .. • . 1,0. POili.nl caixa postal, 1269 ' ícin[ie- • r*»g • r>p R PAI n o n.,mnr'n TT-1 1<120 meditação no r-c ' .1 o rtod o x i a MAYANDEUA! Todas as arvores na fundo de i i 1 Nossas florestas v antropofagia como movtmen- !\fss Pio- os de M I [impridc , •• MM .• melhoi . [no Iro tamfa Ten ten teu lia f:i/ mente. bem. El I unhem. i .des TrUtio Outro desesperado. Harlo DO ii tempo muito de iltirrlTi Todas as arvores d< tthaydi da Mario do Nordeste. JA se dc- uitara oa de Andrade ou BQ de* | Murio: — : o prefacio de Palhé- nventer a preguiça dos peites!) Ten ten ten "Muitas alunas, nenhum • Com PBM rambri .»> lombo do morro. a propósito do teatro sem nome entrevista de Álvaro Moreyra de I Ha p*dav>- di' In que ja voltaram. valor algum no • • (Especial l>ar» a Eevi-l» de Antro- • De repente 0 ampararia salta COmO 1"" dtdo de cal. dele é 1 poUgiai ! 1 histórico, ' uai, num de dela Tudo MVIidc a visão: • i tura para o r. oa que i • lido, Mgutcho itismo, do pai nuvu nae • • ii toe quando 1 • 'I" limholismo, cntrctrfnto j.eiisainento velho de Íin] IIVII dos jacarandás, • • , trabalham ra um ia superior a Iodos eles ; atropelo lermelho dos telhado», erro ti • 1 lacto, nina Un- I •; \ preoi upaçl • • • hh. rlaçao, | • verde-gaio na lolhaRcm tremula. ita terra. • • exclusiva. A ncnbi ina ] • 1 Que ventinho moleque bulindo nas lollias... • • por absoluta Incapai • i Q D slncei o Ele lirou de Parece que o mundo nasceu de novo. • Oa , i< •' tea deploráveis: a chave de ouro, i grui Ire nós, as Bnnn olhar dos mamilos admirados kdaa. abriu . dele Kle a poesia bra- profundas da n - i, imoaos aluda xln- Coimbra, o respeito conselhcirtd e a harmonia muscular do abraço... Dontada a plataaa não tia • isa que a envoh e ( o- : bci Iu de bichos c bolôi. ' do Rio. entusiasma nossa. Mas não comptf • be muitipii- 1 ! U ram que tudo era lleijo! • l ;. A i. novo) • I. • elite. Dewuipe um exemplo i de enfrentar os nosso '' abaixo. A rulsa arte, Frente na fúria do teu corpo a torça grande da terra. I f- ... DOMO), r • . • aot pa- \ lalsa Istoria. .-\ falsa i por Ownld dt : I . i problemas, íteou no ocidental, no A falsa nanai Que o sentidu es Augusto MEYER. Andrade, l ' t a , -. o anUO passado, o Pala- acessório, limitou-se a | i • íiü> tético da Vida, (nino lhes ensinou luçau <--.O-IM .1 1 , ntauea do ntiece tam- Mtave á cunha. •• • 1 Uvuli , 1 , I. tia fmi_.'io • nacional. O Teatc • . • taram, nào corresponde mas novoa. E ganhou um sucesso t-r;i crim- no Brasil o pensamen fase da antropofagia. A primeira. Vi- • humana, num , ae viu em teatros indí to novo brasileii - • • i.,. Para ele r a.ltM II inra como mesmo nmu yperungauc reunido de amboi > genas. imropou super-degi nei odo pi tu müit, uao: Antropotaali • ./. »erla asts: nlo maior da lii • mal, o in Raul Bopp. • .ale a pe- — •J'lant;<.- do Santíssimo, * i mo as guerras, as lutas ( DchUma, pia.. Antigamente •Implai Teve ntUloa planan n * I imonte, nuo .mural: Ninguém vimento modernista foi, assim, (principia atwtim o livro do ge- oe espe- pqua se com- uma fase de trai compi 1 IVI ntureJru e — ((uc harulhinho será eftle • ncati doa neeeoa Indioa) »õ exis- .,ue aabem o que pica op< 1 ihecimen- o bandeirante. Nio atinara: dentro do cai aço? sllidade. Do ' actrtan f i t\ o a Cabra Crande- ... acredita em ai to, e nada pouca ou as dolorosas conseqüências da — Dli aue • .i noite. Nós ra- enU nacional. E a sua der- .me as vantage,. Qnaada a Cnhra llrande HC . nenhuma influem [u ita espiritual da i acordou sentia que aaUTa panda. esoa lavando i noite de presente • • • çadoe. Desses que a gente conserva tupy. Acceitaram uma por( pra Rlha di I ohra (irande. ceu sobre os espíritos i D á bòa vontade. Lá o ci- tes da gcrnçâo, formulas idiota-: que iati i — Quá (fu.i QuA respondei a • . io, aquilo é progi i • papo' Isso í historie. mala inteligente d Tupy". Naa N*So ha In- Não perceberam o desespero do • sombra puderam ulirn-biluco, cho- Foi quando reaolverean abrir o tonai. Autos c BI Bi europeu, levado a esse estado de causas. padre Anchieta. PregaçAo universal... artuaes. na comedi numa democracia de bonde da carne.i. • por vinte séculos de . de partida de aels ou sete continuariam em •cana, Penha, <» sr, Sei Então ;» noite estourou que ea« tro Sem Ni Hollanda i I de t.u- superstição teológica, e o toma- nãos força de careceu tudo- Literatura. Burrice. Já nHquelle tem- E só tinham a lucrar nu i «ara si, quando paia aquele A oídem, o mé Valho, 0 sr. Mario dl • li Minhocan deu pulo e foi fa K ainda lia auam • • • • vida (a * alstema anil de Moraes se permitiu •> ' sans- da orte negra e uc todos • 0 prometer um rdi- • • com o I Unha. 0 pa.lre An os exotismos. E' essa a pc mein». mou-M para ser vindo. í'icou diferente. Ib morreu de monotonia. Oi. chieta estragou e d nm tratado di i rracassados, • moderna. • para o •vitima ex- nào sabe se • Mas " pela entrada * padre An- não produziu coisa ulgi sem leis nem reis, como observou O que na- igne. .' que ele ttossuia <• IÍ dn selva, íoram prepa- duziu. Produziu "M KO N MM \". Maa_ ã,n io de1 And exato, verdadeiro, da tfuando a feala ?e acabou, . 0 sentido antl • „... • fi<-on com Targonha de dor- ,: i : • i-r il de transpor daa li ri DO MARQUEZ DE SADE das iim.i, an onhl sei i •• eo- mir com o noivo porque a nda 1 mde dlgauV * mo rim f- nulros, copiando-llies na., havia noite. 1 feita • de inislil i< ação, de uni fé. JI- Então nualTiraai mandai iiua- OS TRÊS SARGENTOS mesmo bcvillc c demais cronistas i lio de tal modo subordinadas B de esini' •• dade, It - poética, o que torna o seu Ira- eai i mole que estava escondida , indo (o vantadu, dl dra a pe mcntnm. Os mod io n no fiii.do do mato, dentro d-- um 11 ...•, da nati 1 eta inie as com- tcni-nV. balho verdudciramenle numérico, igo fjoulinho cpje nunca voou) fornecidas pela lassem "hera pensan- • caroço de tucuman. no bom sentido. "MACÜNAiMA" Mas RÍO se veda neita crônica Mai io d« \tvh :ulc i o nunca em s nossas idéas sà(. ir- • é o nosso livro • 1-0, .'• |Oatoao. M.l vezes in i MIN-, São 1'aula traduzido [ireseni dos objectON (JUL 1 me aos modernistas, rebanho covarde dlnnte 'I" espe • • eom um ral." mesmo norqnt ainda nfto disse 1 • guerra HOS impressionam; que £ que táculo do genio. situação d., ".li Deii! preguiço*! Q»« atara dormindo tudo.. \ ohra deles foi iumien- idade. Só .1 dia- * i epn tentar n Mais di* dois sei ulos dnra ^ M\ri.\\IM\ pois, l M dentro do KnamM I ; iu .• ,1 ittnizo.de < uiu Deus que é evidentemi IIM certo ponto da viste. • •'I-.' absurdo lerem sid campanha contra Sade. (*) os antropófagos o re F. nio ha que 11 mparal os aos pre&tam. 1 a \ irtude fe dnas na iilea SCI11 I I | para si o chrístianlsmo, que Um dta raaalreu laMaüa* a» estre O silen i, a men li pass. .distas. Eles .signifiram o las. Aaaopi Os iluis ilustres Molinaroa do força anü-natural de resi^tenciii às tendências que es mulheres * ra, :i asneira, ludO llie h 0 de um mundo DOTO. BoS- troa controlados, a praxo lixo. modernismo uatão vend «it ., hí] Ia .i min, passando gem, encontra nele a pi quanto que os passadtstas erma Plancln.i de plantio, obediente-. I.n- mente ameaçadas pela 1 lera muito iiüiis pi nnunciudas que ii. IU a sua obra rapada séria que na sua cabeça Antropofagia as suas sistemáti os lioinens, e essa injustiça é lau pelo imbecil Snrdou e pelo uio- Iene ia, tudo o que havia Ihand-i para a aua própria gloria. pin ratfto do Irabatho que ela TIiMI:i v ei Dnnnunzio, todos, Iodos, , após os festins de l 1 e torpe num fim Ont 1.-30 í b*al«. Árido e deslubrl- cas c marotas atas falsas, As to mais clamorosa quanto os ho rusta c do tempo empregado cm •> be e outros I cartinhas de nmoi para t latagua- mens its tornara incapates da re "aadicoa", vêm com a a borra d.i Buro- * acha, " sebo c a pedi a. Nem o bastante i [onizante. Apenas quero ••] UM ria 'IJ ui |á i*Ro arrep sistir á (orça de 0 Marquei de Sad< Nenhum problema brasileiro ras durante :i invasão militar. e depois as caati 1 ita falta ;i borá Dai OS nossos curu- o ao lado do cateclamo e ma em 1710. Morreu em 1814. Dos . Nfto e que ele achou resolvei ora a l*en ana de Arte 1 rarioa A fase de tran- terial d« educação religiosa, achei tu AIÍHS OS meninos de Minas pre lerem chis Cedido 001 esforçOS bonita a anedota das rosas ma 1 correnti - dei ivatiras. cisara se decidir, Literatura será que eles fizeram para provocar- 74 unos que * iveii, 27 | .1 paSSOU l"iitramtis, com do ultra-pao. Bem graça. A herunça na prisfto, pei wguido I' culadas c não pode deixar de Continuamos, ainda depois, ea- 0 pé direito, i).. ciclo BOtl • ,: do ocidente nio podia ae aco- i, amizade? Nfto hai• rã mes i queda". 1 Ocidente, escravos do entre cies um Tiradentinhos :i" lia, pela religião, pela fazer a sua frasetinha? IPsycho- gico. Libertação. Para o canto ns roodnr dcair.j • • ' desafo "A Insurreição deve ser o es | i , . ,.i çfto o libertou da Etaa- pulhología Foietisei. ratolicismo, escravos da cultura diia.imãs esplríbjaea. O i[ut- vale gados da ABNU , agem d • tado permanente de uma Repu- • Por einquanto Sade espera que Io di i di conspirar contra esse 11 I do o moderna se \ ottou pa- agora são as dentaduras. Dona Maria, era nua se estava l.meeiros. 1'roiuineioii | i a fogueira undo. . O homam daqui unha a Sua con- fúnebre de Marat B ileiro f"i para estüi- TAMANDAKE • rellgloaa. lldOS vivendo era transformando • ofensiva mod»r- (|iie | cai-o, para deforma] nistai 1 iM" < ora talento: Nota achou conveniente inte carne própria), ügiftO pOSSa ser Útil \ legi ida do Marquei de 5a- no outro secu RNO Para vle no principio ao exlalla o 8. Nota 7, Dois erros no ditado. índio, Dias â Alencar. \ uns- Três na pontuação. Tenhamos boas leis •. das obras mais per aoL sa historia COntÜlUOU SL VÓS Mnnanecerdefl LIO BeUoapennlk. Bftl pae. Sol queíman- o 1. Carlos Dru- crita ("in as patranhas dos pa mim e ns minhas palavras per I • a terra Jovem. nsond de Andrade recebeu uma expediente dres, "]»ai\ maranduba". A nos-manecerem em vós, pcdireis [Turra einantada e broviu onde mo curta de Sfto Paulo, na qual leal- berro da se libertou de nus |ut quiierdes e ser-vot- rava a Cobra Orando), menu H - spli ava que, por mo- (V PROPÓSITO UK CM MOVIMENTO DE "RENASCEM , • 1 .-ia de sal 1 ape precon- Aqui. a BOlte t". Celta especialmente ESP1R1TUALISMO" N<< tilt \<][ i á feita • < eitos. Ao (nvea de poesia ea- 1.,(íi.u> d a antropofagia - • unur. t:ai\;( d*Oculos tinha sido posto Mario Pinto Serva. ra d«- li-lrat»). que temos — na as- Cristo (João, V. 1) Nn i '-xor grilu.am, .1 margeni do moi intento antro- ."». numere H mora ficou com vergonha do dormir pofagii 0. Cora muito prater, pois Cora e •• • ' livre pensa O Entào a Cobra Orando foram enormes t- leaea os eafor* lhante, Iam bavido ult i do] a. Na Europa, oa paizi • i atò- (2/ denti(Xo). BREVEMENTE ique sabia de todos o.- segredo»; man- aos para faxel-o boiar. Maa o alguns inteletuaes bi asili liros, Itália, Hes] anlui < Portu fundo do mato. 1 tho tinha uni vasta vi ido, que preten gal estilo muitíssimo mui eorreapoadeaela suplemento da revista de antropofagia cio de origem Vrístocrata filho dem criar um moviraen! todos que os qu< • alto relev-i dt- senador, neto de professor, io ou católico em i m atraz. • bisneto de brigadeiro, Imposal como uma necessfdadi ilfabclis- caixa poetai, u*>í' A HORDA hteatra o bomeni uicbigado á terra. vt-i. ['referiu ficar nu literatura nacional. Faria Brito, ICorlmamando a idí-u religiosa dentro i*;n-;i goto di ramilla. Você viu de l- Iguei edo Onde quer que órgão catoli-comemal da sua geograíia. Dentro da totali que artigo lindo ele e* reveu Uo- r\thaydc se apontam i • tolicismo dominando era um pais, dade que o radi K-v 1 aquela bistoria do Birin- proí 11 es da "•• este lem as .suas mas revistofagia dedicado á defesa dos interesses Anna- gelal Que impagável' Talento! Nos livros monlrni loajo apnreoeu e moi Imento Importa completamente Lietrodas, 1. isto "Folha Acadêmica", Rio, ni o pecado, com códigos de prolblçáo. thomistas De n ito, acreditando 1 m 1 ar de \ RI ios mata Ioda n »ida intelehial 0 :.. ti r 7. Mal o homem tinha gozado um pou- pintaríi teatral, no p séculos, i ii retnx esso k Eda- facto e que pondo-se era dna> A "Folha" que um 1 i" de raatigo. Ordem de despejo. director: Tristinho de Ataáde nchiets t no monstrengo mental de Media. E seria (, cumulo que colunas paralelas, de Utl • \ ersltorios publica no A ex.j.ulsáo. Um anjo com uma espada que foi Capistreno de Abreu, n inteletuaüsmo brasileiro, que a lias as nai.i~.es CtllOÜCOS, e (le ou RIO, ê um dos raros sinos de aaca-roltia aoo>urdindo os innuilinos tro lado Iodas as naçdcs proles- 1 ivencido que está lenda mentalidade nacional ricasse es- rebeldia i abafada ADVERTI NCIA dO [Tf " brasileira! lerilizada no thomlsmo ou cousa • 1'niverso c coloi ando pelo ensino perdigolado d ia cá Diante dessi •atra n6s nio ha dlato. Ah;. 1 ISLI e do Mario: — "Vo senielhante. o fa< Io ( qui B I na- ;i .iu eita de i ada paíi a respetiva tedras coloníaea por mastodonles A pedidos nfto desadarlu á terra. SeupensaiiiL-nto le perguntarmos si a cê transformou a prosa brasilei | icas estfio actualmente . • • f.l construído com material ii ii sexual cultural va- UASPITINADAS ra, dando-lhe mais concatenaçâo na retaguarda da civil! matematicamente ao i 11 MU progi ama universitário Dentre de uma Unha blo- eüologica e Ürando-lhe menos ropea E amei íi aua. (pela autonomia didática < adml impõe. 1 s. I iri-ceil-sc. afinal. 0 misté loglru. Sem 0 aentimento de terror. Iristador resultado couti •< <• ca- rio que envolvia as •ugestivas fi- pause teleoclintca' Mc dá (is grandes povoa modernos, ni&trativa) í revolucionário co Frcud dlsjag de obediência. quem mi- dir. o contrariou mo será lodo pi ograramu de en- guras do famoso nsongQ rnsaa Mu.*< ulou a Ide:» de origem com a dominadores íntelelual i mate Rasputin c da desventurada viu l)e modo que agora nfto cou" rialmente, são (is Estados i iii- Assim, "H.. «•orid", de IB3S, Bi asll, i da dos sexos, li • li V uma a que sr pode unpriiuir va de NsoolAo U. Batao aiuhos . o Gênesis eottt ilos, protestante, i Mlenuuiha, dft um quadi o * omplcro do anal- Quando todos sabei i que o ., nome de tecnlne, onde nio se vivos t em Slu Paulo, axercend* amor. os dois proti i.uite, a Inglaterra, protes pnizes do im j.i ahi leme a escultura, bercendo, vírgula. Yan que é o terceiro que os go tante, o Japão, budista i ihln- mundo: ignora o conteúdo «Ias revoltas Porque o sôi I * da índia, onde « dls- Porque ruuuMitin, gato valsa, Vuando t,s Mahoa, que foram bus ta, deci 1 tai ..o proí recolutai PORCENTAGEM Ht: ANALFABETISMO NOS PAI7.ES PROT1 - . utem Rssumtos mais ou menos gendram recipi manhosissuno, se oocupa sonissv car a noite abriram o fruto do ttt> que nfto se deve mesmo sar ori fANTES K < v fôLII OS "iuioiaes" COmO 0 "hrüh te da parte pidilh o-.hpl-.malira aamaa, náo l.oci.t- ptUataBea nem ame- ginal Prs muitos nfto precisava ou incon\ enlenles como o slni- do nobre mister, obtendo dos p»r- • Irrintitin^ntoe. Taxa da . Limes CUJO fim e .se.hi/ii' I abe M M 11 \n<» Pali.t íirot.BUDt*, ana.lab.- fi< rido e n Ia donti Ina de H li st notii iam as re membros ti" i onselho p i burguesia Inexperiente. F.m- voltas de \ enezuel i, onde, em coroa de ii"ies sobre quanto Lsso, sofrendo cora icsi- o túmulo do de. 1. • --eu martírio, a i obra CailtO dO PrisiODeirO qil? Vae Ide Schopenhauer SM.lia. se |i> tis i une não é 111- ,,|r| Ifl . . li.n.. Itália . . 31.1 ' .lih rente cluimnrem-se as cousua I \MU OI . unnn. . que e. de ftv to, o ves> "S< i|ii. i pi,, | , lendo sido d< Inglaterra . . Ilcspuiiiia • um. o escultor do mis- ser comido be. u o pnucr é lupcrlor i dor I.« pelo si presidente do * onselho Sue, Ia ... . Portugal • ' • I. c p'u is>.. ind<> mie destoa, duo histórico, N • na Eu nl h.'J ' i : eira de Melo, Rey- M ip. n, • M < compensam, com* . . . Rrasll . . publicidade di amassando com n st'ii bb- 0,3 1 n:.1.1.» Pm d Mim,-, morrem 111 ;i" KM'MSM;I . . . Meslio . 70,0 Atividade burocrati de eximia *i li luosi' do 1,0 ' i • n ii"s <\A refei Ida ro- dcsliastador a gloi ia c a foi lu.ia paiz de MUI inimigos 11 'i" ininul qu. di .1 outro, cora Iloland Cuba . . , • riu i ••! . Ihfi Nacional do Kn 0,7 ' Chile . . 10 ü i do monge \- BkSca 1 ", KD. euio" do mi. , di • 0- I'., nesse do taml •••,.i ndrade I SOBRE A ANTROPOFAGIA tanto i d de. i reio que nem í ibera soam moderm. ir muda de ideas i uin uma ilidade. .Sei i o neo-indianismo de hoje abandonou todo ro r. (I ir dus seus 1 .1 ll:\ mes nlreiras, pa«. ante- mantismo indiano para chegar ao puro realismo in- mo I atl hojl numa mn a uni pio deram sobre o i orreaae doa pi rlor, dianista, com a preocupação máxima de desidilisar, principi tranqüilo, poi lodo a n undo do de despopeisar os nossos Índios e olhal-os como são q i... êle Sen alld ii •i humil r.sao. e, tiui- ou deviam ter sido antes da catequese e da con i ordem pa ndo ou MUM.Í. JOSÉ" MARIA. fingindi de quasi lo i com as aa quista. conquistas da liberdade cristã a 11te de grande I te, ora •Ia \i- atianasta iio dever iutro. No D» Tristõo de Athayde iki material que • •i'J 1)1. l'A(,l diante da lei, a conciência de n,u« dernisl é possível faier paciftcaaMsi I i inteletoal, doa os ateasadaii i nic tal- ramalhete de flores espirituaes a Familia li humana.1' intimação ao sr. Azevedo nnho papel lellllin E' di nte de eoel Iniciou I para riu. E a realidade n lendas, CO* ovimento univi Amaral todo o mnnd i Revista do detcnnu ligidas por Barbosa Rodi Poder de rira- MARX ODJUAYL Bso i l • AK-ncar, o d "Centro Dora Vital", • U ser o sr. Azevedo Amaral afinnuii 0 se- orglo ' hipcrbol ira qui m qu lar. gninte: "a fibra eficaz e dura está mais próximo do homem natural quem Azevedo i tra Republ doura da civilização (pie subsiste balho de aatodar o Indio — e a> inha modernista, Trisl I l ROY. JOSaV PIRAGIBB. come caviar com gosto do que quem se abstent de c que mais tarde váe florescer uita... — não ar- (membro do Instil i Ia .u ia, de < írto, a a 132). Colej álcool por principio. MOS esplendei i •!•> Brasil atual Jornalística nesse jogo perigoso ai, o interprete da ei Itka * é a i ateajai » paciente d de bobégeni mdl- iii' nli i aa. i 'icou i i <| ro, na Bélgica, an- NÜO e menus Mldaile que a Bernard Shaw o, todo tola pelo gl talento. 0 mal doa muna • industria, n Hahoi de Lo li . infamei I a juventude miilln ii s. .!• MI '.' o sr. Amaral ndi ncia doa "aterii 11", oi gai li i expediente Ora, logo adiantei o i. Ase* mental, i •• '• t ao lati s, fora DO próximo numero da revista * .iu Amaral afirma também — dia como assunto e nfl i li re dé para 0 penetra Cin do lar, am papel di cislvo . da 1 dele. I" lamentável! Intira Imcnte l da Sttl IIÍ sal d éle alarma terap — que o In- pois, a volumi so lornallsta a mu do üi a-.il pi 11 revelação Integral B menu *M) fl I i dos Interes- inomt- revista de antropofa» dar de assunto. A nfia 118). o papa verde fexad< i 0 sujei a du índio. quanto d..; medii eii . Me- o padrasto «b gia Lkru a catequese." Perguntamos, teu todos oa ínovadi P1RIPIPI, xos. B' evidente que e i então: onde ficOU •> gênil mu piai [J, di Plgt surdo considerar absoluta minas) (2/ dentição). •aior dos filhos de Loyobi í lias 1:1.ei I.I nalui' ntr. Cuneorduii COTO Pllalo tenazmente ma gl a sr. AaavadO Amaral coméle Sal".i ' 8." numero »inda, no seu longo opinião de um ar a [erma roma primeiro iulgaraenla do nald de I lai i ilho, 11 JOSK' OITICICA. no antiga, ou grei i aoaitos iin.nle imper (pag. B96). oriental te II Santa Oficio Intropol (Órgão da antropo doáveis. Por • deputado , da lo- (Da "'' Centra gando ás outras, constitui refere áí "i Kti aordinái I "s.ni dtn Ida, • dei i pernb iiental Drasili Ira, que sé histeria Ânii u di dea fagia brasileira caldadi ll BREVE dana a foram - > " envolvimento. (Aicncai i Goncalvea Di ra tun tempo O 1 í > de mn autor de letras) nbar. de lutar p.n a I II m. in MARX desconhei Ido deahnnbrarl o loa a i I! nvldo ntra o Br >sii pala. i director do mez: res ^povo Incapos ds llnvr a sus «I • direta e necceaarlafl do homeni com o seu mele Brasileira de Le'raa 2.* dentição vUlsastao doa («nomanoa locsee. ' •talldods. s -Ue. mm fisíci». Por Isso uto reconhece t nem to Miiinl qas nto Unhamos pae- »-ulü sar preoideM* «a NpoMaBa, velh:< ;> tfagogfa que pleiteava a uniformidade sado ds porto Uvra s fsMorla ocl Povo Wirapss «a as ap«reeb*r das da alma humana por meio de um modelo de alma poaaibtndadss qtae o r»«!»ioni. arrepi.nj. eniêMva ior ela organlsado "a antropofagia, com o sea ssn- as ao ver a prodigiosa "rellgenria m tido profundo da br—Uldade. vaa restlsadora ds Mnw4 - o matar homem A frente com o ta«spa s com oa il americano - a ponlo (Especial pi; nós, VÍI licfi, dssbisvando s aanUaho de leval-o ao ndlevlo » 4 namlIhoçAo paricoso qoe tem noa d—oiisatla de uma fnlein.-la flnstirelro. GARCIA DE REZENDE Bastam tr"n\ que sAo os dois malo- rea exemplos da nossa Maioria. O nu • Elles ao nos I- fora a respnnaablllsar irr-.nli. das MI,MS . auto Cullhsrmlno r«aar. Acqalllea Vlvsc o OrtaHauao neta ánknc** Inre-rkirldí^a violenta i liando, pot tanto, " pi onum ia o Din-nse Filho, tm elemen do Brasil em quirtqoer terreno da in ce fero manto do nosso gênio, é n •o ds jovens e vigorosos ds ge teligência animai, a mente nu oi pot ado as ronquls ruçüo n, na rua. no dia Isto , I i qua I As I 'I de cnlluru r Já que é Impoaatael um terremoto Bcontecr ao homem III.IS l|l, que destrua tudo isso pnra se refazer do roov 11 , ljnaoo n.' Hnivil é M i envi que s;'m -• queriam oa demagogos far- de Minas marcharA para as grande» logo, ; polenclnlissi- di atraídas, <> índio i dodoe e «ivla - a«Rro urpeeto oUr- reivindicações do Drasll-braslletro. um | to di manle do crlrtllsmo brasileiro — a. ne- Como se verá pela eaplendlds entre eobre ale destruitj oaasaiio 4 que. som msls •orarem a aparente. vista de Joio Dornas filha, "tal auropeu, .i'iui. depois de algum menos perDostlcIszno, uns laaramos so • ntra, siravfcs do bacKr bre esse material hérnia no • sulluml essa rellglftii "cujo pi domina oi H da 11 lileiroa a-1 edito qu -•. pelos quslr<«emos aanos da furidament.il é o aii.i,ullamento tísico r sua i . Ilsillu Infelicidade e deeorlentaçio, s dele ti moral" e esse deus "parcial e Anul.i •>«• C " I M voltarmoa ao Índio, i remos s aelvs ds pstria nova. in que os descobridores sco- nu Mu A antropofagia, oom o seu sem Ido vardavam a revoPk, dos nossos selva ro in.iii-i ial humano pst ,i a < un uma i de bri.s1lldndr. vse A frerna uni He liu iladea modei nas <• da aquele rapaz de calças de xadrez, -, des mportnr, com mo In bravando o rsminbo perigoso qae tem adealrmla <• viril > ilis Iduo. do homem bi de gravata sentimental, — Antes de mala nada, é neceaaarU nos desorientado ate u , ganiu lormlda o índio aprendi u in duvida, a da "eacohi me dava balas de alcaçuz contsr o que seja "crlôilamo". no m«» E" preciso que tudw orosllalro e so vel do nuio aiiiliiinli-, r a tet igiea". ,': vista. E" o di>, • os moços — porqas os vel lios estAo e agi: as intclip.cn lar, ui e falava nul de mim. com a terra. E' s pregues, E' s opti irremediavelmente lasoxlcadui ds ,»• nrisiom humano do mlsmo exagerado e aem ruma. E* c trangioe — se resolvam s reagir eoafl liinoa i i Inu humana da legenda e figura de Pagu peinosllclaino. E' a desorganlsaçflo cul bravura s som foruo. porque o sliua- humana. II , faina b hoje bxomprcan (Do álbum de Tarsila) no bacharel. çao 4 bem mala seria do qua pensa, Idvntii \ prendia oa meios, cmfiu ilidu. Tuilo Isso < muito velho, sem duvlds digo mal do qus sente s nosso . cas. derramando na toi 11 ie defender da DOU Acabou com o apoalolado de do pelos Jornaea, é berrado pe energia ronstmtora do novn CARTAS NA MESA las tribunas. Mss. caráter destempera Conosco pensam lados se novos de exemplar liimunu da In asilciiu. do somo o nosso, temos ficado só rcsponsabll^-de me letras m NOITE NO CABARÉ de quem Já recebera as aa maus signifi as suas qualidades l>ai I R ri deformadora da Inti I mente a gritar, nem aplicarmos o re cativas adesões. rudinu n nte, li menino, na : da tua os andrades médio. (O contrario Anulando elemen brando illdade, em eoeapt (para Oswaldo Costa). oonhecldua. qua Vencer ou aer vencida, está neste di se dividem lema a nacionalidade. Ou Imponnoa a tos (pie entram na foi maçao du aj suas possibilidadea de dinâmica e sincera. «em gritar.) nmi n seu modo d( Aproximou " menino das rcall Trea typoa hara-eaaeoura nprr- (O NOSSO COLABORADOR OS Basta i!f noaaa vontade adormecida, ou - braslli KBCKBEU DO impostos pela hipocrisia de u , tO a ê Mia : tbsolutaa r ulvantea que inv.-Hu mortalmente o Knrttain Só o pa.rluniei.lo do aegundo Impei-lo apurar, apenas, em (•••Ia a tua DRUMMüND DE AJl roismo que I-AO existe nem aa passi c o deslumbrara, sem se iiuisruin in ru.s ; >A falou que chegue pro reato da nos VlIalM '.d llll DRADE. A SEG1'INTE CARTA. OB» vidade insidlosa doa códigos. aquilo qne ano e COlcctlvidade. Afinal n sa vida de povo-papagalot nialiii. «• Mina In na Condirão du nha inu dl da •• fia p ante apll i . ia que te n i r^)): Mos Impormos aoei a pai e eom a índio. Porque o ind Oo que v. me conts na tranqüilidade do livro brasileiro, Com ia i Ida Ihrre que i nr iosaa c suliiii | A historia do homem no Brasil é mal de pm • orajani- ria sobre a Revista de Antropo . instruetora e eaima dos exem ca da qual a nr numa rondu d fugia- Tiimbcra estou dente da revls ilesde a carta de Vaxcamlnha não cr Inten antropofagia. Re plos da terra. Luta acesa s viva da gira o brasiti -111 • a noite fnnclot leio sempre no DIÁRIO DE .so eplstolografo. sem o mala ção ornamental. Representavam rid ide da animai Ideaa emane -.adoras. 6>m saque. Sem Uai romo n meio fiai porque, emqu i ÍX) (a propoallo: obrigado pa Insignificante senso das reslldades. • i qualquer violência material Io a tua tuperlori olado do mu humano que o Indlo rep i vam pi i nas de dl la remessa do jornal, que só poaso poetou uma carta pachòla e vasla. que O* Intel (uai. qv • so poderia anular dade real na luta e n \ eraOi lijtoft I . rui linha reta, pa cima do telhado, oi H v.). Agora o que me re é obra prima de cansaço racial. oa oooaurumeter o nosso aaforeo. liatencia de pelejas diária* á «nula de ei a que ra a i i\ liisaçfio. Nem ttll( ilo Ar- cuso a tomar conhecimento é da aa Enquanto envlavs a carta A s-ta ma i humana, é claro contra a floresta e as tribus ini ia em ai. Nao poaso o Jestado Venturosa. s maruja esfulmad* | Inlclavs c saque da terra, furtando aos Pekj que se viu anota ligeira entre que «----a \ lõh nla cooãtruçio or rnvn o cbfl| O qu« conta com a ade : || iiula- naturaes o ouro e nr mulheres. Escra vista, nao 4 difícil avaliar a estenaso gânica nio de re quebrar copos com uma lentl são do : i e que ainda dentro do houwn vlsando-os. Acovardando-oa com ama do tnbalbo a realienr. 81 noo conse fletir A orient içio pedagógica dn Uta digna iii I CulUira unlversallssda e frágil presenta Baudoalaaieà hinutisme e pre Tirei o doa DOaooa ". vendo aa suas dansus tlpleas. I ii ineralura nAo vale ant i numa ipurtinha ..Io e<-in a Mm pavorosamenle guiça. Tudo a que tem infelicitado a UMa poema ha a notar como. Irataiido-se de assunto eabôclo. difere o nlaada. Mas aqui nAo se traiu rrufidlosa qne Ia conquistar. Um bsahs pais. • do vocabuiurlo mulato dos poesias de meu "O.Ul rum de amlxadr. •'• pura lUTuiur, Uu.nl* plot .! rei. por mais coblçoso que possa ser. 0 aiolismo — come a aatropotagla Lcmt ranças pra Iodos: Oawald de Andrade, Raul Bopp que I riu ioneutno) • nunca seria snpts de laser s qua t> — 4 um intento HMM vi e o Oswaldo Costa Aqui sempre ás ordens. — ASCENSO FBRREIKA. I mulo e lemnro tapado wrom FernAo Dias e Barba Bata. t rallgtoso. msa aem estranglee. Rerlle. 27-6—8». i-r escrito a respeito a aigiixu Literatura boa sti ruim. mas nossa. de atento. pela guardanapo doa 'gareoaa i «6 me senti A vontade puss Filosofia aassa. maJB Oo» sentados qua u ilqm i 11 • i - 1 IÍ nela quusdo verifiquei qu« Pregxdvoso — for-' ''' politiss a dar do cerebre. E resu/ev, sem aavperstl- | não ha IM I r — um bTipalefanada • mulo nio tinha nada com a dlreça. falricas, o bacharel amt de fossa. — I,BO de aenviveu»aannços e aaotlgos. TORE' I deus W. C Sepultura 98, , M davam A Revista. Pernóstico, pretsnoloao. Urnuraiits, e força Uai iritiva e sj>srura agindo no i <ü\ Indade UANNIBAL MACII \1)(». Naa poaao poa setaborai »» AacWi (utii. o ba.-l.nrcl so Brasil estada dl sentido fUfl hoasesM se imasandor Minlui madrasta Maleii.i i |U( UK enterrou • .le Ja- • ilraram-se sol Quem sabe se foi um figo que o destint -is pessoas nu. Manda um rabinho de secca de 77. meu S ', as tra pra si mns I.I pra esquentar esta maleita. UM I M Mas vem correndo um vento frio I Iti berdai! I ootaaa a água se arrepia . , MI 1 *i - - -i i.ur. gencius ni\o fari&o ? que ainda porn :. hnoa tremendo Il pessoa que Jurasse o ter. e~;iá sambando com o pium! H .l''vasaaa, qu Do JORGE DE LIMA 'Antropofagia", quadro n, l d o da expo' I ursila • ———, ___ — —-• A exposição de Tarsila do Amaral, no Talace-Hotel", do Rio de Janeiro, foi a primeira srande batalha da AniroDofaçia O ADMIRÁVEL SUCCESSO DESSA GRANDE MOSTRA DE ARTE BRASILEIRA, ATRAVÉS DA REPERCUSSÃO QUE TEVE EM TODA A IMPRENSA CARIOCA docoraeníos antropofagicos Tarsila do Amoral Inaugurou u brandindo o I i Brasil inh ia A. adenda. OS MHOSJO MARANHÃO um MCCCSBU <•"' todo o Rio ' Ja de i unha ml cl isto bu A exposição de Tarsila serã Órgão da Antropofagia 15.° numero da nci.o. Os jornacs cnch. mi Co hiano, i t Sinhô 0 Brasil de M i TOI lanto, mais um combate decl lumnns sobre a arte dela, que •' rajó 0 Brasil qui i orno o phos- slvo, no qual o ns' Ito |oven •• Brasileira de Letras 2/ dentição vc" i c caduco "Jornal do Com phoro marca-olho resistiu a nu i rae-ae reaf- algomas considerações sobre i merc'o" i.rhou de baptl midodi de quati acento* annna d" fin - r bi llhnnli mente. 0 indio, o homem natural, bravo, sem os uicios "futurista", numa >'• '•' >sa revê- tttol dt vergonhosa Disse o Correio da Manhã": carta incorporação dos scSvicofas submis Ao ao I Io idente, i laçfio de suo lastimável Ignoran "A EXPOSIÇÃO DE T/.RSILA da catequese, morria sorrindo no campo do inimi cin. Rs • vcl! devia ir para I I es lluÇã' . primeira rCVOlUf I i a um antropófago ««cola gcgc, :->rirendcr a ler. AN séria que se fez 00 pensamento inaugurada, liontem, ;.o go. E' assim que morre o verdadeiro antropopha^o. á sociedade civilizada P a "Hotel de S. Paulo Referi ndo- ra qua oa tranca» •«lesões que tivemos foram, en brasileiro, porque, como jA disse Sem entregar os pontos. Só o civilizado faz conces zea ealAo ha tn' -ilo, as m lor» c mi • •nthropophagla tem ns suns Tarsila é um nmrc de respeito sões, transige e assigna o (ratado de V.-rsai.ies. 0 rcalliaado na At >í."-> os falt ni mesmo n K>ll'n profund is nessa pintura no modernismo maneado do Bra Vorô me escreveu sobre "Ma- earia. Alpliofiae Daudc* dia. em certa) riedade de orgams Iradklonnl nova, audaz, liberta, cm que i sil. por, ic, s.' ella se apresenta indio não conhecia accôrdo. 0 accôrdo dele era no racajá'. Escreveu-me e pediu-me .liurn 'In um doa acua maravilhoso» lucntc conservadores coi .o "< i iivem.fi" se equilibra num nutra i mas estranhai o curiosas. COUSas do norte. Ora, você sabe. ll»ro«, que a Frnnça julga dlffundl» moquem com o corpo do inimigo fritando na braza. que. para o sul, o norte é, pelo » aua clvlllaaçào entra oa IndlRena», Paiz" e o "Jornal do Brasil". \ vilhoso e admirável sentido plas- com cores de maravilhosa bige iranamlttlndo-lhea alguna mMna.., exposição de Tarsila marco-.i IÍCO e naqui-lle "senso agudo Ia uidade. é, no* i ao me*-no, uma menos em literatura: Um telegramma enviado «Io IdaranhSa) dcs. modo, o primeiro goal Jn côr" a que se referiu, itãfl i o de raro vigor, In üvi A justiça do indio era pâo na cabeça. 0 verda ' toenino amarello, Informa que nada menoa éa 10.000 la- Antropophagia na d'creplta ildido o seu enthuslasmo, o fran lualidade c brilho, Ta em hulo comedor de brôi." dloa urubúa Já foram paclflcadoe na* mentalidade colonial. Os anlr• >• i sã Waldi niat Ceorge, Pintui a que sa. .los eus sentidos, inleh deiro antropophago não perdoa o inimgo. Come ele por isso eu gostei de sua carta quelle talado pela lnnpeciurla de Ia» j phagos «Io Brasil Inteiro mais illrecta, Antl-anecdotlca. Anll-ll- genl mente nort ados, um cunho 0 arrependimento do inimigo e uma virtude cristã e do seu pedido: dloa. A noticia poder» aer auaplcloaa, do que nunca orgulhosos da sua terai ía Pui • força plástica, o lessoal, que hem diz 'i talento para oa que encaram coro eeno aea- grande artista. Vi i pois Tarsila ! maior prazer dos olhos brasilei da artista, E' o outro lado do rabo de arraia. "Eh ialipali. llmentallamo a exlatencla Aua rema- \iva! ros, o Rio vai admirai I •rte, con-o todas as O' palipatão neacenlea 'ia velhaa irlbua aelTagena ira o que disseram os (or Os anthropophagoi de s. Paulo, rr • çôet. se suhmctle k força ge (eu não sou daqui) no Brasil; nSo rezarSo pela meama nae •le todo o pai/, confiam na bati li- ral da renovação, apresentando Somos pelo ensino leigo. Contra o catecismo sou lá do fundão cartilha oa qua ae collocaia A margeia DÍNS. ligencia carioca." nn presas • 1« mpressionante en sou de bóa bocCS doa acomeclinemoe e leia algumaa de- nas escolas. Qualquer catecismo. Não é possível fa allluaoea aobre eaaa couaa rotulada d* —Tarsila do Amaral exporJ ranto, só nos cabe applaudlr esse como o que raedão. " UM» AKTE BEM BRASILEIRA movimento, e, mais que tudo, a zer o Brasil embarcar na canoa furada da Prima do elTlUaaçao, NSo « preciso poaauir a rl- UMA RTISTA BEM NOSSA no Palace llotei 55 quadros, A Aliás, Iodos os antropófagos do aAo de um Oaudei p«ra verificar qu« sim exposic" • se realizará ama altitudes, o despi atn Espiritual. Reagiremos pois contra toda e qualquer CTarsiVi Io A''arai e a sua em- peloi incconceitos, » são de boa bôer a. E lis- oa aelvagena nada lucram com adhe- 1 d/ante exposição de pintura nhã, sabbado, • N d< coi k vamos vantagem ao nosso rir A »lda doa homens que ae julgam i'i rarslla disseram, eol affirmaçãu le vontades bem dl tentativa nesse sentido Viva Freud e nosso padri Tarsil i, a Inaignc renovadora . Tarsila é uma exp avô de knnitar vermelho e cocar detenloree da verdadeira aclencla da •enfio creadora de tuna usthcticn tios. nho padre Cícero! •arde e uma' Io. Eu creio que o illuatrar o gentio. ClrlllzaçAo e aeJva» Waldemar Gcorgc: "Si I legitima desses espíritos novos gaHa aAo doía teraioe qae. boje mala btetura' que o movimento "an lia \ [vem por si, sem llgaçOc indio não devorou o portugue; Oiro.M Sito Paul i es sition le V te. Tarsila noui com nojo do que nunca, ee contradizem nta célé une ai liste ithcntiquc, qul ou dependências a quaesquer es Onde ha dois homens, um mais forte do que o ••ntldo tuMIramente no»o. N -ia t.\ impondo com ardente impe i colas i ridículo doa I renovnç3o vae ser Duri.. M.sta á dmir. .' i c ao cn joinl f m i '.i COII nm buraco. Não contamos com leur le goul cin benu mélier, ce mediocrej ,. üs renovadoi outro, um comendo o outro — eis a harmonia uni pode traçar llmuea IIIUIK, tai no )" ' i 0 BUXill dont l.é- arti prosam • Independência de versal. — Oswaldo Costa. que ae pode chamar de »• ivn, . n» amanhã, aqui no Rio, a > pri suai |iro icçoea, Seus rentidns São lurncisco, veio "croado" *< iruUiKlo doe seres ali Beira aposição no Bra.il. ser est !e pére, elli nona a fail da matrii de Canindé" vem em compleiu nudez e a-? connaitre cartainea lendan ii> r. mente: se se lhes po- mm de couaua caóticas. Lie algum ma» Faço minhas, com desvaneci- II qualquer collabo nem do: uo. elles nAu aAu Inferiores i ia pensée brésllienne de nos 0 indio que queremos não é o indio de lata de "M« u paum padre Cícero alguma aoa aérea que aaanam cauva. •aento, jours". ("La Presse", de Paris. é o controle de intelligeu goiabada, inspirando poemas lusos ao sr. Gonçal da mera do Ceará". Jogam na Bolsa. r~llaW ap- itam T !'a no pub! i 'J2t. cias luzidas, que alargam o cam- O cacete vai ser rijo. laa maclaa doe atlloim carioca: cliarulo e atiram uns ..r André Warnod: "Cette exposi- ves Dias e romances francezes ao sr. José de Alen ...rnar o samba bra- tuncln sobre o communi «IH — "TarsiU dO Amaral, a Rran- lion o 1c charme de tout ce qui A exposição de Tarsila, hontem car. Esse indio decorativo e romântico nós damos • de sanfona que c dude. de pintora modernista de est sln . I; mais, inaufiiira.il no 1'alare, dá ojipor- balófa de venlo eslran- UJ índios do Ai.nMiihàu, e praflajaj )o. escolheu o Bio de Jani Umidade a que o publico do Itio de presente á Academia de Letras. jeiro, importado da silva. que ae diga. nAo esl&o de parahena ra realizar a sua primeira • le plus, Tci sila n le sens di traba pelas pronunciadas lendenclaa jue iua- montes três ptu es ei Ire* fines ei lhos da artista. São Paulo guar- 0 indio que queremos é o homem natural, é o Viola lambem nfio serve. nifestam para adoplar os nossos hsbU lição no Brasil. I • qul f .ine A sa pt O encordoamento é estmnjelro. los. Accrescenta o «Iludido despacha devera ser inaugurada aman IH, .la\ a i lima fruta ra caeté que devorou Sardinha, é Cunhambebe trin- Poi mal que a madeira se es pobres Indlgrnas Ia aban aabbado, no Palace-Hotel, e de touti sa qualité." ("CoTOoedia", donaram a pratica de furtoa e repe Pa is, li i.) ra de sua rebeldia esthetica force para dar lons de brasil!- tem amludadamente suas rlsltaa aoa Certo attraira a attenção do nos o povo do ca.dtal eslava ancioso chando com gosto a perna do pero. E' o bravo que dade a cousa não sne certa. E' postoa liuualledos pelo Senriço da so meio artístico. MaUiice Baynal: "Toutes ces por uma vinda de Tarsila. ficou na floresta, de tacape na mão, esperando o Urgente n quebra da viola. ProlecçAo. confiantes e mesmo obeui- composition trailé.s par tons ila chegou. er.tes". tf uma noticia espantos*. nAej Filiada ao movimento anthro- ar de vera. do se -onhece a alIU p iphagico, alma. OS padres Sclliuidl eles, constituem o mais MI ligo Gemelli (de Milão) afirmo no Brasil inteiro. Zumba ias a Al tal: o digno "pendant" da "co missão ri mitocidanV E tanilirrn tanto, razão emando, com invul- seu rnnhorldn Uno sobre a Ori cântara Machado e outras bexi (Viena) Ijemelli (MUflo) c o je- povo que nobitou a b L I A luna litorta", a "cohms a Suplira pelos crtsfJlfla, de Ate- gai cora ibrir o peí- H es Pinard de Ia Baui* gem da Família o seguinte: gas da nossa Borra Funda lite • 1 • ia família." Cnp. fil ensc": . bot< 1 neli 1 <••!• "Quanto á moral sexual, os Pig- naToras. A tontos o^ rtnutorev, m- rária. Conselhos tendeu- lave. O defeito do primeiro gru Ora, é jus'miei. laao qw M03 força, desfiando O IOU rosário mt-UH ignoram completamente as Na horisanlo doota sua torro, rhtsive Agoslinl>o e Toma* de meninada serelepe dc CotagttO po é o defeito oci'l. nt.il orava. d Pinheiro, de cem braços cru Vmino \' faronaa nula dc Pio rdaco do eulpaa. Literato brasi da superioridade. Mentalidade depravaçõe» que encontramos em »es. Toda css.i confusTn leiro e UM sino o QUO ele è: oi- iodos mi a/ui d" céu, apareceu* VII. Emfim, A rlrMitrin» da fgrejg dc companhia do seguros. Não * •atros povos". comadrismo, de quem a ninai tenta a 1 Inco por cento Ignoran- lhe L-omo tUinenlo ideal c íigu- de nnc l.xlo porter lemnornl ema Ora, quem se baba diante dos rpreeilde CJUS O hoiiain desde Mas o próprio cnefe d 1 eocota Mas o reverendo Scbumacker iivo da bolosa panorâmica pa na de Deus, que nele rtrmpre oa i,.>. Confunde tudo. 0 1 doi- que deixou • arvore, ctnhuiie- dc Viena, o famooo diretor Je DUO esteve de fado entre os pasliihes cretinos dc BrochOTOl xei provado. B e inútil, ciuno ranaense; e mais tarde coroo sim seus desígnios, Rehemnrlo-ao con COU poderosamente. A pTOVO es- "Anlhropos". o padre ScbltÜdt Pigmeus, vem 1 aoa eve o se — arte de Saint Salpica, como continuo g p< rguntar M N bolo do orna Irte sq; toe tona, iim- tra a autoridade r-rril e pregan • oin centenus e mesmo ousa ratar coisa niellau. Num guinte: "Oa eaaaaa ssoaea *ão g«- disse muito bem Fosca Oneni • roaultoo para noa da potenta da noluçoo do o desrespeito As mtm leis. sua milhares de citações pondo em pendtn .ido n.i "Expoali io Vali rnlmente naonagaraoo afao <>* ve* destaca, na ex|x>sição dc Anita. de Vi le Moderna ? espiritual <|i"' oo^il so reverendi^simfi sr rehela contra o que nela havia de ruim, o Lá valor .1 agilidade montai 1 1 su Mi.-.oc-.", enfiou a Bi -I- lhoft lobon da floresta, estes, ti envolvendo. B RO motivo 1'inlui- o espirito da sua própria veta. Não gostei] |"'!i tu, das arnar- veram tanta ocoaUo de abavrvai zaro. (JiM-m baralha morn- perioridade moral dos homens sil inleirinho no ciclo pi| Ide! 111 ele concebeu iodo um den- Maa vejam JdNvro a difere, ra. • Mario pòz DO seu mm a vida em torno delea e de a pra com aMgOriCO asneira gTOeaa i|tic qUC nunca perih ram O 1 K com uma leviandade mrri'.ei envolviimnlo de arte 0JUO icllcte Bmnjuanto o irmão do sr. Virgí gau. Mingao D&O queremos, Ma ticar, que de preferem fez, em tempo, as delicia-- de S maio. Veja-se esta rOSPOeta 00 num homem cuja honestidade i-in pnJcro forma do belota a nrrva lio Maurício prega n mo rru/a- ritlcm pela filosofia de Salomão Paulo. Ujuem rtt\0 sabe critico de no. QuaremOS amor. Aquele um gru[K> dc pigmeus do lago .ida. alte para " rutura es da contra as instifiiições rapo- na velhice do ( entro profissão embora, o que seja amor gostoaissu] 1 i onvilo insisleiile do rnou que DCOSO Ciclo, .1 laimli.i é piritual da terra paranaenav. lilií anas. nos.so santo padrinho grande rOOllaOM am |JIII1IH;I. I toa DOJ aartrofci do CAPO MA missionário Sclmmacker para «jue nwnogama, ofto ha aaanbra do Africano - Memória lida na Se Como o Duco concebeu uma no- padre rtecro di* o seRuinla artes plásticas nem de musí'a e mana Internacional de Cimdngia CHADO. Mas lera o incenso do se aprojümoa • Visauna coluna para a Arqiulctu- ("Jornal do Commerein". do H#> •eoneto por ,ssí> a patada de elo Macaco DOO dabui a norootal brilha uma "aasencla compleu Religiosa. Milão — Setembro — chV, de lífl de mnt-co destr anol: coro de Santa Efigenia. Com a 1.1, asafan giar um ptntamonos pensando N 10 deaxa DMomol de canibalismo!" . ir a 11.:>• "O roaamentn raHaTfruw c uni sa pimenta de MAC1 N \1>L\, com que o debochava. Qacm se IUUII- (i outro grupo A sinistro: ma- O protesto dos anl.