Autran Dourado E O Suplemento Literário De Minas Gerais

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Autran Dourado E O Suplemento Literário De Minas Gerais AUTRAN DOURADO E O SUPLEMENTO LITERÁRIO DE MINAS GERAIS Andréia Silva de Araújoi Állex Leilla (Orientadora) A pesquisa com periódicos literários abre caminhos para uma compreensão de determinados aspectos relativos à obra literária tais como o retrato da época em que foi publicada e o recebimento da obra pela crítica e pelo público leitor, além de possibilitar a montagem de um painel de época de determinado período histórico. Desta forma, as mais diversas ligações entre a obra e seu contexto de criação e recepção podem ser estabelecidas e variados pontos de interpretação da obra são levados em consideração. O presente artigo é parte das atividades desenvolvidas em nosso trabalho de pesquisa no Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, com um projeto de pesquisa centrado no livro Ópera dos Mortos, de Autran Dourado. Trata-se de análise integrante do trabalho de levantamento de fortuna crítica da obra e do autor que busca reunir informações a respeito do livro em questão e situá-lo quanto ao seu recebimento pela crítica e em relação às demais obras do mesmo autor. Tratando-se de um autor mineiro que publica parte significativa de suas obras nos anos 60 e 70, a principal fonte de pesquisa em periódicos para o nosso trabalho é o Suplemento Literário de Minas Gerais. O Suplemento Literário de Minas Gerais foi fundado em 1966 pelo escritor Murilo Rubião. Segundo José Aloise Bahia, a ideia inicial do fundador do suplemento (que mais tarde se tornaria publicação independente) foi publicar autores consagrados e iniciantes, além de destacar outras manifestações artísticas como o teatro e o cinema. O suplemento, quando de suas primeiras edições, contou como um respeitável elenco de articulistas como Laís Corrêa de Araújo, Austregésilo de Athayde e Tristão de Athayde. Merecem destaque também as ilustrações e as obras de artistas plásticos presentes no periódico. A publicação teve i Mestranda em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana ISBN: 978-85-7395-211-7 tanto prestígio que chegou a se delinear uma chamada “geração suplemento” composta por escritores e jornalistas envolvidos com o meio literário: A primeira edição tinha ilustrações internas de Yara Tupynambá e Álvaro Apocalypse (ambos estudaram com Guignard). Os textos principais foram à interpretação de Laís Correa de Araújo sobre os livros de Clarice Lispector, o artigo “Verdade e Ficção” do escritor pernambucano Austregésilo de Athayde e o poema “O País dos Laticínios” de Bueno de Rivera. O sucesso foi tão grande que no primeiro aniversário (1967) circulou uma publicação especial com Carlos Drummond de Andrade, Dalton Trevisan, Haroldo de Campos e Benedito Nunes. As edições especiais eram de capas-duras e plastificadas. Outro destaque foi à edição dupla no segundo aniversário, com trabalhos de jovens escritores e artistas plásticos. Marcou época e ficaram conhecidos como a “Geração Suplemento”, cuja verve contista era formada por Luiz Vilela, Ivan Ângelo, Sérgio Sant´Ana, Jaime Prado Gouvêa, etc. como chama a atenção Humberto Werneck no livro O Desatino da Rapaziada: jornalistas e escritores em Minas Gerais (Cia. das Letras, São Paulo, 1992).1 Ainda que não fizesse parte da “geração suplemento” nem tenha participado da fundação e manutenção do periódico, Autran Dourado foi presença constante no suplemento literário em diversas edições com entrevistas, artigos, contos e análises de sua obra. O nosso trabalho de pesquisa contabilizou algo em torno de 51 “aparições” de Autran Dourado no suplemento, entre artigos de sua autoria, resenhas, entrevistas, contos e análises de sua obra. O escritor mereceu ainda uma edição especial dedicada à sua obra, com organização de Eneida Maria de Souza: trata-se do número 955 de 19 de janeiro de 1985. O romance Ópera dos Mortos de autoria do escritor mineiro Autran Dourado é um marco de sua obra. Primeiro livro da chamada “Trilogia do Brasil Arcaico” e lançado em 1967, o romance se desdobra em duas obras posteriores que complementam retrospectivamente a saga dos Honório Cota, tradicional família do interior de Minas Gerais. Através da retomada de dois personagens fundamentais de Ópera dos Mortos – o avô e o pai da personagem central Rosalina – originam-se os romances Lucas Procópio, quem vem a lume em 1986 e Um cavalheiro de Antigamente, publicado em 1992. 4º Encontro Nacional de Pesquisadores de Periódicos Literários, 4., 2010, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2013. 98 A presente análise considera a repercussão do primeiro romance da trilogia no ambiente literário de Minas Gerais na época de sua publicação. Para isto, utiliza-se como fonte de pesquisa o Suplemento Literário de Minas Gerais, debruçando-se mais especificamente sobre quatro textos a respeito de Ópera dos Mortos publicados entre 1967 e 1968. Trata-se dos textos: “Ópera dos Mortos”, da autoria de Maria Lúcia Lepecki; “Um Romance Barroco”, da autoria de Laís Corrêa de Araújo; “Autran em tempo de ópera”, de Hélio Pólvora – estes publicados em 1968 – e “Ópera dos Mortos: a nova barca de Autran Dourado”, de autoria de José Márcio Penido, publicado em 1967. Começando pelo texto publicado no mesmo ano que o romance, “Ópera dos Mortos: a nova barca de Autran Dourado”, temos de saída uma alusão ao romance A Barca dos Homens, do mesmo autor, publicado em 1961. É em relação a esta obra que é situado o livro Ópera dos Mortos: “Ópera dos Mortos” é um livro barroco. Uma história de flagelação, passada em Minas Gerais. As frases e os temas são barrocos, joguei com os temas de claro-escuro dentro da melhor tradição mineira. “Ao contrário de “A Barca dos Homens”, onde os personagens são muitos, são apenas três os de meu nôvo romance, outros personagens funcionam na penumbra, apenas como pano de fundo. O livro é dividido em blocos, cada um dos quais recebe tratamento especial e um estilo próprio, sendo panorâmica a unidade. Procurei construir um livro estático com ilusão de movimento – poderíamos chamar isso de “movimento parado”. Finalmente, também procurei dar aos elementos o mínimo de essencialidade e o máximo de movimento verbal: o ilusório do barroco.2 A reportagem de José Márcio Penido situa Autran Dourado no seleto grupo de autores brasileiros da década de 60 a ter seus romances traduzidos e publicados fora do país, o que deixa claro se tratar de um importante romancista do cenário cultural de então. José Márcio Penido destaca ainda a opinião do autor sobre a relação entre literatura e participação política. A resposta de Autran Dourado é que: Escrever sobre o que se deseja é uma forma de participação. O que não se pode é colocar a linguagem a serviço da política, sob pena de não existir boa literatura, pois a que se originar de tal procedimento há de ter, necessariamente, concessões. A seriedade com que se deve 4º Encontro Nacional de Pesquisadores de Periódicos Literários, 4., 2010, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2013. 99 encarar o romance é tão grande que, por mais nobre que seja uma causa, não pode ser relegada. Seria um abastardamento. [...] Por outro lado, participar da criação da linguagem é uma forma de participar do desenvolvimento do país. [...].3 Cumpre situar historicamente o contexto da pergunta e da declaração de Autran Dourado. Fala-se de 1967, antes, portanto, dos anos mais duros da ditadura militar no Brasil, regime que se inicia com o golpe de 1964 e cujo recrudescimento se acentua nos chamados “anos de chumbo”, a partir de 1968 num processo que se estenderá até a abertura para a redemocratização que começa a se delinear no fim dos anos 70 do século XX. As tendências da produção literária brasileira e suas relações com o mercado editorial nos anos 60, além dos hábitos do leitor brasileiro são também pontos contemplados na reportagem de José Márcio Penido. O movimento editorial brasileiro, na visão de Autran Dourado: Nota-se uma preocupação excessiva de só publicar “Best-sellers” e livros de reportagem. Há uma concepção generalizada segundo a qual o livro que não vende muito imediatamente, êste não serve. Sempre haverá, por conseguinte, a exclusão de diversos autores, sobretudo os que levam avante a linguagem. O público brasileiro está viciado num tipo de leitura fácil, e, a continuar assim, pode vir a não gostar de coisa boa e autêntica.4 Autran Dourado faz ainda considerações a respeito do ambiente literário da época ao tocar na questão da suposta crise do romance brasileiro. Para o autor, o romance está, no Brasil, em pleno desenvolvimento. A este movimento de renovação do romance brasileiro, principalmente no que concerne às mudanças trazidas por escritores como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, pertence também a sua obra. Em palavras do autor: Não endosso opinião daqueles que afirmam estar o romance brasileiro em crise. O romance sempre esteve em crise, como toda arte, em todos os tempos. O romance pode estar em crise na França, onde todo um passado de grandes romancistas como Flaubert, Balzac, Stendhal, Proust e tantos outros deixam em 4º Encontro Nacional de Pesquisadores de Periódicos Literários, 4., 2010, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2013. 100 impasse os romancistas contemporâneos. No Brasil o caso é diferente. O nosso romance está em plena ascensão, haja vista os trabalhos de Guimarães Rosa e Clarice Lispector.5 A preocupação em delimitar os contornos de uma geração de escritores a que pertence Autran Dourado se faz presente também em texto publicado em janeiro de 1968, da autoria de Hélio Pólvora e intitulado “Autran Dourado em Tempo de Ópera”. No texto encontram-se considerações a respeito da jovem geração de escritores a qual pertence Autran Dourado. Segundo Hélio Pólvora, “Escritores como Autran Dourado, jovens em todos os sentidos, heterodoxos até onde podem ser, conferem à ficção brasileira uma dose saudável de inconformismo.” (p.
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