Universidade Federal Do Rio De Janeiro O PERSONAGEM COMO
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Universidade Federal do Rio de Janeiro O PERSONAGEM COMO METÁFORA E A ARQUITETURA IMAGINANTE DE AUTRAN DOURADO Thaís Seabra Leite Rio de Janeiro Fevereiro de 2014 O PERSONAGEM COMO METÁFORA E A ARQUITETURA IMAGINANTE DE AUTRAN DOURADO Thaís Seabra Leite Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito necessário para obtenção do Título de Mestre em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira). Orientador: Professor Doutor Ronaldes de Melo e Souza. Rio de Janeiro Fevereiro de 2014 2 O PERSONAGEM COMO METÁFORA E A ARQUITETURA IMAGINANTE DE AUTRAN DOURADO Orientador: Professor Doutor Ronaldes de Melo e Souza Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira). Examinada por: _____________________________________________________________________ Professor Doutor Ronaldes de Melo e Souza – Presidente, UFRJ _____________________________________________________________________ Professor Doutor Godofredo de Oliveira Neto – UFRJ _____________________________________________________________________ Professor Doutor Manuel Antonio de Castro – UFRJ _____________________________________________________________________ Professora Doutora Anélia Montrechiari Pietrani – UFRJ, Suplente _____________________________________________________________________ Professor Doutor Alberto Pucheu Neto – UFRJ, Suplente Defendida a Dissertação: Conceito: Em: 06/02/2014 Rio de Janeiro Fevereiro de 2014 3 Leite, Thaís Seabra. O personagem como metáfora e a arquitetura imaginante de Autran Dourado/ Thaís Seabra Leite. – Rio de Janeiro: UFRJ/ FL, 2014. xi, 130f.: 29,7 cm. Orientador: Ronaldes de Melo e Souza Dissertação (mestrado) – UFRJ/ Faculdade de Letras/ Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira), 2014. Referências Bibliográficas: f. 125-130 1. Metáfora. 2. Gaston Bachelard 3. Barroco e neobarroco 4. Intertexto. 5. Corpo 6. Integralidade. I. Souza, Ronaldes de Melo e. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós-graduação. 4 À Maria Lucia Guimarães de Faria e a Ronaldes de Melo e Souza, por tudo o que eu seria incapaz de dizer. 5 AGRADECIMENTOS A todos aqueles de quem sou um pouco metáfora: À Maria Lucia Guimarães de Faria, pela imensidão; por ter sido o início de tudo a que este estudo pretende; por ter segurado as minhas mãos. Obrigada por estar sempre perto. A Ronaldes de Melo e Souza, meu orientador, por ter acreditado e incentivado; por toda disponibilidade e ajuda ao longo desses dois anos; e, em especial, por escolher ver sempre o melhor. À Ana Crélia Dias, pelo impulso e pelo amor; por ser um refúgio. Se eu tinha dúvidas, você foi a certeza. A Godofredo de Oliveira Neto e Manuel Antonio de Castro, pela honra de aceitarem o convite. Aos professores que me transformaram: Antonio Carlos Secchin, Cinda Gonda e Dau Bastos. À Ana Cristina Pina, pelos anos em palavras trocados. À Aline de Almeida Rodrigues, pela revolução no conceito de sílaba; por saber rir da vida, por me fazer rir todos os dias. Eu quero você para sempre, minha amiga. A Daniel Garcez, meu grande amigo para todas as gramáticas e horas. Menos elipse! A Rafael da Silva Mendes, pelos versos e ouvidos; por ter compartilhado as alças de tudo o que se fez peso. À Luana Martins e a Victor Rosa, por tanto amor e delicadeza. À Julia Kubrusly, por ter compartilhado um ano e ter permanecido. A Felipe Manzoni, pela transformação; pelo respeito. À Jéssica Uhlig, por todo o afeto que os seus olhos me transmitem. 6 À Ana Inês Mignot, por ter me alimentado de delicadeza. A Gregory M. da Costa, pela amizade e confiança; por todos os materiais e estudos e, principalmente, pela disponibilidade para atender a todos os meus telefonemas na madrugada! À Silvia Di Folco, porque distância nenhuma separa a nossa história. Você é infinito. À Natália Dib Guimarãens Davidovich, pelo empréstimo de asas. Não há uma só vez em que você não me levante e já faz dezenove anos desde a primeira vez. Você está em tudo. À Amanda Cucco Koureiche, pela letra mais linda que já li; por não temer o mar. À Yasmin Fausto de Lima, pela lição de verticalidade, pela capacidade de ver simplicidade no que tantas vezes me parece tão obscuro. À Gaabriela Moura Argañaraz, meu personagem como metáfora, pelo maior abrigo, por ver sempre tão fundo: não cabe. À Vivan Borges Paixão, pela sintonia; pela alegria que juntas conseguimos inventar. À Marianna de Almeida Oliveira, por ter compartilhado comigo a arquitetura de uma vida. A Lucas Gomes Balthar, A Marcos da Silva Moura, pelo tumulto e pelo amor. À Ana Maria Ribeiro de Seabra, por ser casa, concha, gruta e ventre de que parti. A Edmilson Sá Leite, por me ter ensinado que a eternidade existe e está aqui. 7 RESUMO LEITE, Thaís Seabra. O personagem como metáfora e a arquitetura imaginante de Autran Dourado. Rio de Janeiro, 2014. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. A presente dissertação de mestrado consiste no estudo acerca do personagem em dois romances de Autran Dourado, Ópera dos Mortos e Os sinos da agonia. Para o escritor mineiro, o personagem é metáfora em ação, concepção que encontra afinidade nos estudos bachelardianos sobre a imaginação material e dinâmica. Verificamos, ainda, que o personagem é elaborado a partir de técnicas neobarrocas de artificialização e apresenta três configurações principais: metáfora do corpo, metáfora textual – o personagem como metáfora de outros personagens da mesma trama – e metáfora intertextual. PALAVRAS-CHAVE: Personagem como metáfora; Autran Dourado; Barroco e Neobarroco; Imaginação material e dinâmica. Rio de Janeiro Fevereiro de 2014 8 ABSTRACT LEITE, Thaís Seabra. O personagem como metáfora e a arquitetura imaginante de Autran Dourado. Rio de Janeiro, 2014. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. This study aims to analyze how Autran Dourado develops a metaphorical concept of the characters from his novels Ópera dos mortos and Os sinos da agonia, the main objetcs of this research. According to the brazilian writer, the character is a metaphor in action, concept that finds connection in Bachelard's studies about creative imagination. In the novels of Dourado, the character is based on neo-baroque techniques of composition and introduces three main fictional configurations: the human body metaphor, the textual metaphor – the character as a metaphor of another character in the same novel – and the intertextual metaphor. KEYWORDS: Metaphor; Autran Dourado; Baroque and Neo-baroque; Creative imagination; Rio de Janeiro Fevereiro de 2014 9 Abre o túmulo, e olha-me: dize-me qual de nós morreu mais. Cecília Meireles Todo caso de loucura é que alguma coisa voltou. Os possessos, eles não são possuídos pelo que vem, mas pelo que volta. Às vezes a vida volta. Clarice Lispector Joga no abismo aquilo que tens de mais pesado! Homem, esquece! Homem, esquece! Divina é a arte de esquecer! Se sabes elevar-te, Se queres estar em casa nas alturas, Joga no mar aquilo que tens de mais pesado! Eis o mar, joga-te no mar. Divina é a arte de esquecer. Friedrich Nietzsche 10 SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................... 12 1. A autonomia significativa da imagem e o princípio de composição ...................... 14 2. Definição bachelardiana do espírito poético como sintaxe de metáforas .............. 21 3. A disseminação imagética e a técnica barroca ....................................................... 38 3.1. A tradição crítica e o Barroco no Brasil ........................................................ 38 3.2. A plasticidade barroca ................................................................................. 42 3.3. A técnica neobarroca de composição ........................................................... 53 4. O reconhecimento do texto como intertexto .......................................................... 63 4.1. Os sinos da agonia ...................................................................................... 63 4.2. Ópera dos mortos ....................................................................................... 94 4.3. Os sinos da agonia e Ópera dos mortos: a correspondência entre personagens como metáfora ............................................................................................................ 101 5. O sentido encarnado do personagem: a metáfora do corpo ................................. 106 6. Conclusão ............................................................................................................. 123 Referências Bibliográficas ....................................................................................... 125 11 INTRODUÇÃO O estudo aqui proposto parte da constituição metafórica do personagem em dois romances fundamentais de Autran Dourado, Ópera dos mortos (1995) e Os sinos da agonia (1991). Edificado a partir de relações textuais e intertextuais, o personagem como metáfora apresenta-se complexo porque consiste na transfiguração imaginativa tanto de elementos do real quanto de grandes obras da tradição literária no ocidente. Para além do processo de absorção e transformação, interessa aqui, como