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Transformações na representação e na discursividade da novela Amor à vida

José Aparecido de Oliveira*

Resumo Neste artigo, analisa-se a temática homoafetiva na representação e no discurso dos personagens homossexuais da novela Amor à vida, exibi- da entre maio de 2013 e janeiro de 2014 pela Rede Globo, à luz da perspectiva teórica da análise do discurso. Com um considerável número de personagens gays e a abordagem da questão da bissexualidade e da homoparentalidade nessa novela, percebem-se inovações discursivas na teledramaturgia brasileira como integrante de um amplo processo na so- ciedade brasileira na luta por reconhecimento da identidade homossexual nos últimos anos. Os resultados demonstram não apenas uma mudança no padrão de representação dos personagens homossexuais, mas também a participação da ficção televisiva e sua apropriação dos espaços que par- tilham a luta dos movimentos que reclamam aceitação da identidade ho- mossexual. Palavras-chave: . Homoafetividade. Análise de discurso.

* Doutor em Ciências da Comunicação. Integrante do Grupo de Pesquisas em Comunicação e Linguagem (Coling) e pesquisador-bolsista do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Editor científico. Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e da Faculdade de Estudos Administrativos de MG (FEAD). E-mail: [email protected].

clamam dopadrão heteronormativoclamam da telenovela emmilhares delares brasileiros, muitos homossexuais re peloamploalcance da visibilidade dacondição homossexual perpetrada ou mesmocenasqueindiquemrelações sexuais. Apesar daampliação não haver entre essespersonagens demonstrações deafeto, como beijo seremsoma-se ofatodequasenunca nomeados como tas, de gosto refinado ebem-sucedidas. A essemodelo de representação recer que os -representados demodo caricato, representados ora pa demodoafazer ga no mercado externo, temrepresentado diferentes personagens ecasais bo, penetração produtora ecom detelenovelas noBrasil forte principal nobre, temcrescido ointeresse pelapesquisanessecampo. ARedeGlo da homoafetividade com maiornúmero depersonagens Introdução 2 Lésbicas, 1 El exibida nocanal Trece. Exitosos Pells tinas exibemdiversas cenasdebeijo redes sociaisexigindoa cena. na últimahora, homossexual em aumentar amobilização oquesófez metido exibirumacenadebeijo , ainda não representação havia feito semelhante. Tendo pro da união homoafetiva, em12demaio 2011. (Giselle Tigre). Acenaocorreu umasemanadepois do reconhecimento lésbico entre aspersonagens Marcela (Luciana Vendramini) eMarina ais, anovela aos casais estável homoafetiva em5demaio2011(BRASIL, 2011), ratificando Supremo Tribunal Federal aprovar oreconhecimento (STF) daunião quemelhorrepresentassedo afeto adiversidade homossexual. Após o dade homossexual. justamente numa representação A demanda estaria mentos políticosligados àlutaporemancipação eespaço dacomuni LGBTTI do movimento zantes nacaracterização,variações ointeresse atraiu esimpati dosintegrantes comse alternando aampliaçãodonúmero dospersonagens ealgumas datelenovela. gays a relação sexual eamorosa (RICH, 2010). não como algo natural, mascomo resultado destinado apadronizar deumconjunto depráticas Adiennesadora feminista Rich. No texto, adiscutirheterossexualidade é a primeira aautora O termo deriva,O termo sobretudo, doconceito de compulsória”,“heterossexualidade usado pelapen ys desde2000,ys opadrão alternando-lhes derepresentação sub –ora O problema équeaRedeGlobo, damaioraudiênciade detentora Esse modeloderepresentação brasileira, televisiva daficção que vem atemática passouenfatizar brasileira Desde queateledramaturgia gays gays , bissexuais, travestis, eintersexuais. transexuais Amor erevolução Amor gays ) e2010( os mesmos direitos patrimoniais dos casais heterossexu osmesmosdireitos doscasais patrimoniais e lésbicas são pessoas como e lésbicas as outras, “normais” – cul , SBT, daemissora exibiuumacenadebeijo Só para se para Só ), ambasda , eem2013 2 , interessados principais nos desdobra gay 1 nanovela gay darepresentação dospersonagens entre homens desde2009( ter umaideia, novelas argen América (2005), desistiu gays gays , bemcomo no horário nohorário Los ------,

29 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 30 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 3 pressiva”, o que quedesdeoséculoXVIII opensadorafirma francês ideológico queFoucault nosalerta. co-econômico-social. identidade degênero políti posiçõesdominantes ameaçam nocampo viés políticodessaluta, poiscidadãos quepodemsereafirmar sobre sua to apenas como a serem limites morais transpostos, mas também pelo eademandadomovimento conservadoras forças preendam domesmo. esevejam apartir entre OatualembatenoBrasil como umaespéciede “dispositivo” quefazcom queaspessoassecom sociais, oconjunto(1988) destaca dediscursos e práticas entendidos discurso eaos interesses doEstado naregulação doscorpos. Foucault estratégico, numcampo clui poisasexualidade sempre ligada esteve ao degênero,do embatenasociedade pelaperformatividade mas se in noBrasil. noria diferentes atores einstituiçõesinteressadas naemancipação dessami demandas peloreconhecimento dadiversidade homoafetiva, quereúne datelenovela umfatorcoadjuvante noamploprocessogens fazem de representação desses persona e também dosdiscursos característicos e sondagem aexibição. daaudiênciapara Asmudançasnopadrão de que deuao temadahomoafetividade, espéciedepreparação doterreno àvida Amor (Nathalia Timberg), deidosasdanovela ocasal Toledo) e o maisrecente entre Teresa () e Estela novela beijo daRedeGlobo.fetividade nateledramaturgia cá, Delápara houve o aemancipação doshomossexuais.novela para Suplicy,sexóloga Marta eministra da acontribuição quesalientaram ao movimento por retratar obeijoentre doishomens, alémdepersonalidades ligadas danovela histórico ocaráter saudaram detelevisão Diversos críticos nas redes sociaisenosmilhõesdelares queacompanhavam atrama eNiko (Thiago () causou enorme repercussãoFragoso) danovela oúltimocapítulo rante considerável aceitação. dacena.193 milpessoas oqueacharam Areprovação de55%dos consultados expressa uma àcenadobeijo novamente assistiram A cenaconseguiu 44pontos noibopedeaudiência. No siteGshow quase 1milhão depessoas Ao dessasdiscursividades, tratar atelenovela não apenasparticipa precursorEm quepeseao dacenado beijogay caráter danovela opadrão derepresentaçãoA mudançajátransformou dahomoa A resposta demorou, masocorreu nodia31dejaneiro de2014, du É justamentenesseaspecto discursivo quesustentaoembate gay Em família entre (Tainá Marina Antoneli) (Giovanna eClara na Muller) , podemserpercebidos notratamento traçosimportantes gay , ea como eativistaJean odeputado federal Willys ; entre Cláudio ( José Mayer) e Leonardo (Klebber JoséMayer) (Klebber eLeonardo ; entre Cláudio( gay . Na mesmapágina, umaenquete perguntouamaisde Amor à vida Amor Em contrastecom a re “hipótese . Obeijo Babilônia gay não podeservis gay . entre Felix 3 ------. divíduo. mas deregulá-las, disciplinaecontrole conforme sobre internos oin médicas,classificações noshospitais, com oobjetivo não de reprimir, familiar,depois encerradasnaeducação napedagogia dasescolas, nas terossexuais, comcristão, basenoconfessionário classificadas foram e detalhes dessassexualidades não conjugais, não reprodutivas, não he des periféricas” (FOUCALT, 1988). Emvez dosilênciodarepressão, ocorreu umaespécie de ampliaçãodiscursivasobre foi “as sexualida considerado desviante. de uma identidade fixada, expurgar tudo fosseaquilo que que deveria de, depoder, essaestratégia conforme corresponderia ànormatização edoprazer. docorpo a domesticação Asegregação dahomoafetivida dernos, interessados numcontrole biopolíticodapopulaçãomediante compunham oprocessodosEstadosdeslocamento mo deformação desencorajada(GIDDENS,ção 1993, p. 31). Essaregulação eesse secircunscreverque osexo deveria ao casamento, sendoacontracep essascondutas,desencorajar ànatureza. vistascomo contrárias Daí rotuladas foram como anormais,tir prazer histéricas. necessário Era depois dereconhecidas, reprimidas. foram Mulheressen quequeriam econtrole. seudeslocamento para Asexualidadeeainfantil, feminina A proliferação de discursos sobre o sexo criou mecanismos depoder dediscursossobreA proliferação mecanismos osexo criou CAULT, 1988, p. 26) de reorientação, sobre de modificação o próprio desejo. (FOU analítico, múltiplos efeitos dedeslocamento, deintensificação, sexo; e que se tenha esperado desse discurso, cuidadosamente tante vez maior dodiscursosobre cada o e umavalorização clássica, daépoca a partir cons tenhahavidoumamajoração atado aessatarefatudosobre queconsiste seusexo; emdizer que, [...] queohomem ocidentalhátrês séculostenhapermanecido gredo que sempre setrai. (FOUCAULT, 1988, p. 43-44) porquesem pudoremseurosto consiste eseucorpo emumse insidiosoeindefinidamente ativo;constitui seuprincípio inscrita todo oseuser: subjacente emtodasassuas condutas, postoque asuasexualidade.quilo queeleéescapa Elaestápresente em anatomia indiscreta e, talvez, umafisiologiamisteriosa. Nada da um caráter, devida; umaforma tambémémorfologia, com uma na-se umapersonagem: umpassado, umahistória, umainfância, mais queseusujeitojurídico. Ohomossexual doséculoXIXtor A sodomia um tipo de ato interdito [...] era e ao autor não era ------

31 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 32 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 de uma mulher que atuou como barriga solidária apegar-seàcriança.de umamulher solidária queatuou como barriga deserem osriscos adotadasfrisou crianças, bem como aprobabilidade to dahomoparentalidade em resolve adotar Jayminho (Kayky Gonzaga).tratamen no diferencial O (Danielle Winits).lys Enquantoaguardam agestação dobebêocasal com a ajuda dadermatologista Amari realizar a inseminação artificial e,de amboséterumacriança tal, para para solidária umabarriga buscam que vive com Niko (), dono deum restaurante. Osonho emissora. Eron (Marcello Antony) éumadvogado novelas porcasais moparentalidade –adoção decrianças teus Solano, Félix, ovilão carismático doscapítulos. ocupouboaparte também oprotagonismo –opersonagem de seupapelnatrama deMa como homossexuais.rizados Não apenasonúmero depersonagens, mas constantes. Em deocuparpap também deixaram finais.nos capítulos olhares íntimoseafetuosos, danovela, ocupandoboaparte sobretudo de gays resumiam-seções deafeto apenasacarícias. personagens Osprincipais que representava oshomossexuais demodoassexuado, cujasdemonstra posta daemissora, acenadobeijogay. para caminho abrindo que,testar aaudiênciaeopinião pública poucoapouco, assimilouapro dasociedademomento brasileira, histórico de bemcomo ummecanismo de representação anteriores demonstra-se como umalinhamentocom o até ao protagonismo da trama. diferenciado Essetratamento dospadrões como tambémampliouavisibilidade dospersonagens não dahomoafetividade, somente abordounocampo questõespolêmicas dos Deputadosra com projetos extremamente conservadores. A novela que presidiu aComissão deDireitosdaCâma HumanoseMinorias pastorMarco dodeputadomente apostura federal Feliciano (PSC-SP), dacomunidade dedemandaspolíticas momento histórico to maisamplodaquestão dahomoafetividade nanovela, aum cativo em homossexual temática da ediscursividades Novas representações A exibição dacenadobeijo A exibição Ainda no campo dahomoafetividade,Ainda nocampo Nesse novo padrão derepresentação, ospersonagens homossexuais àvida Amor Amor àvida– Amor trouxe personagens maishumanizados, longe dopadrão Amor àvida Amor chegaram a onze –trocavam constantemente aonze chegaram (2004) onze personagens foram claramente caracte personagensclaramente onze foram Amor à vida Amor gay

é e is secundários, sendotambémmais ocorreu deumtratamen emrazão Páginas da vida Amor à vida à Amor Amor à vida Amor estánumaabordagem que gays gays (2006), damesma gay , járetratado nas rediscutiu aho bem-sucedido , quechegaram gay , principal ------

aceitação detodaadiversidade dahomoafetividade. maisprofundas transformações eampla vimento políticoquereclama e constituir família,de se casar o que constitui num retrocesso do mo heteronormativo nopadrão –ohomossexual social temdeseencaixar adotar filhoséomesmoqueenquadrarsujeitoshomossexuais ao padrão depessoasdomesmosexo etambémapossibilidade ocasamento de car dentre elesButler(2003a)eMiskolci(2007). Para taisestudiosos, bus o mesmo entendimento dealgunsintelectuais ligados à “teoria heterossexuais queoscasais (BRASIL,trimoniais 2011). Todavia, não é em maiode2011, queconcedeu aos casais estável homoafetiva, aprovado peloSupremo Tribunal Federal (STF) sobre os direitos dos homossexuais como o reconhecimento da união tivas dacomunidade homoafetiva, interessadas noavançodalegislação sais ainúmeros ca dealerta com essestemaspareceu servir preocupação A 4 sexual, familiar ereprodutivo. relação sóéreconhecida seocorrer deacordo com omodeloheteros confundido com aatual padronização domodelofamiliarnaqualuma marginalizados, e minorias conquistas de grupos mas que não ser deve de crianças. Umdireito, semdúvida, asercelebradoquandoobjetode tero” emseus relacionamentos civil e a adoção mediante ocasamento truídas. Daí o esforço dehomossexuais em adotar uma conduta “hé hetero quantohomossexuais elhesimpõeatitudessocialmentecons gêneros. regulador atuatantosobre Ocaráter daheternormatividade mulheres como mulheres mostrar-se devem não para sedeslocaremos a genitália quepossuem. como Homens mostrar-se homens, devem como se apresentem discreta demaneira oupareçam –não secomportem mossexuais, cujodesejohomoerótico évistodemodonegativo, abjeto, trária a qualquer performatividade degênero daconduta sexual. aqualquer performatividade enormatização trária suamilitância con homossexuais caracterizar dos movimentos para apropriada por umaparte de1960. eaossociais dadécada ra movimentos éjustamenteumaresposta pejorativa carga Sua homoafetiva. àordem sexual alinhada surgiu como àcontracultu crítica Essaperspectiva teórica homens emulheresdesignar politicamente tradicionalmente porsuaconduta estigmatizados O termo O termo Esse reforço naquestão dahomoparentalidade condiz com expecta O padrão heteronormativo dasociedade fazcom quesujeitosho gays gays interessados emconstituir família. queer , lésbicas, etc., pareçam conforme demodoqueseuscorpos –estranho, esquisito, anormal, excêntrico, para dopadrãoutilizado –foi fora sexual. Essa concessão a normalização, do Estado intensifica que nãoder demaneira discriminatória, independentedeorientação Estado dasrelações não-heterossexuais e, assim, conce deveria pordireitoA petição procura aooreconhecimento casamento do e parece lésbico domovimento passardespercebida porboaparte gay organizado. (BUTLER, 2003a, p. 224) gays os mesmosdireitos pa queer ”, ------4

33 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 34 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 para o universo LGBTTI anecessidade de discutiraquestão ouniverso longepara LGBTTI dos socialtalcomo aprópriaheterossexualidade,trução bemcomo trouxe possibilidades dahomoafetividade, possibilitando pensá-la como cons os sexos, atelenovela não somente ampliouodebatesobre asdiferentes 24, 46). Ao tratar, ainda que de modo insuficiente, por ambos a atração ordem socialrotula como vergonha (MISKOLCI, ouaberração 2012, p. derelacionamento,formas alémdalutapelaaceitação dossujeitosquea dução, heteronormativa, doslimitesdamoral o prazer aampliação das da “teoria soacomoessencialmente moralista umatrevimento próprio dosestudos questão dentro que luta por espaço e de outra numa sociedade rígida avanço. possateréumsignificativo televisiva umacontrovertida Tratar novela bissexualidade alémdoslimitesdaquestão para dahomoafetiviade na terossexuais quantoporhomossexuais. operadotantopor he aindamaisoespectrolevantando discriminatório esperadaentrenormalmente sexo, desejoegênero (BUTLER, 2003b), dade é objeto de duplo e recíproco preconceito, pois rompe com a ordem homoafetiva.sua orientação Dequalquermodo, dabissexuali aprática sexualidade como desujeitoshomossexuais umaopção emnão assumir abordar aquestão. fundo, é homossexual”, negando, dessa forma, em a escolha da trama provocou que onda enorme deprotestos ao declarar “todo bissexual, no conta desua “recaída” heterossexual. e osdoisserelacionam. Osdoisvãojuntos, morar atéqueEron sedá defertilização,mas tentativasfrustradas seaproxima deEron Amarilys tão dedifícil acomunidade mesmopara enfoque LGBTTI. Após algu A tentativadeampliar–oudeslocar, sepossível –odebatesobre a notemadabissexualidade,A novela tambéminovou ao tocar ques Amor àvida Amor queer NER, 2003, p. 77) diferenciada nomundorarquias e valorização ocidental. (SEFF uma vez queasrepresentações posiçõesdehie experimentam edopoder, com implicações asquestõesdapolítica evidentes interessados eporoutros emseunome, numprocesso quetem sociaiseindivíduos,ções acerca degrupos pelospróprios feitas liga-se estreitamente ao derepresenta processo deconstrução ções estasrepresentações desfrutam. Aprodução das identidades estabelecer quaisasrepresentações aelaassociadas, equeposi Conhecer por amasculinidade bissexualpassanecessariamente ”, interessados pordesvincularasexualidade darepro , com todas aslimitações queaficção edeformações É comum sujeitoshomossexuais sereferirem àbis OpróprioatorMarcello Antony Antony ------posição original: posição vamente gerarreconhecimento, mantendoasrelações depoderemsua discurso hegemônico dadiversidade semefeti quedemandatolerância ou tolerar, mas dar espaço e poder ao outro, ao em contraposição atual (BHABHA,diferença 1998, p. 106), quepressupõe não apenasincluir estereótipos comuns recebe emsuaprópria comunidade. queaprática descobre darejeição deseu paiporsuacondição homossexual: acausa de 26 de novembrocapítulo de2013 (GSHOW, 2013), quando Félix de ediscursividades representações As Transcrição eanálise– Trecho de Para osfinsdestaanálise,foi selecionado do otrecho quefazparte A bissexualidade retratada nanovela também nos remete de à noção verdade enão submeter suasrepresentações aumjulgamento oseuregime construir de dutividade dopodercolonial écrucial (tanto colonizador como colonizado)... Para compreender a pro e dependência, queconstrói colonial osujeitodaidentificação de posições de poder e resistência,com o repertório dominação não deslocá-la, oquesóépossível ao selidarcom sua prévia édescartá-la,com baseemumanormatividade política através dodiscursoestereótipo. Julgaraimagem estereotipada são dos das imagens como umacompreen positivasounegativaspara doimediatoreconhecimento serdeslocado deveria intervenção ção. dodiscursocolonial Minhaleitura sugere queoponto de daopressão diantedosignificado e moralistas edadiscrimina daambivalênciaquestiona asposiçõesdogmáticas A analítica você chorava porqualquer coisa.você chorava um você abria caía Achupeta César: Félix: igualmente César: Félix: ter.o filhoqueeuqueria César: da identidade. doautor) (Grifos contida dadiferença dentro e dafantasiaorigem articulação dade’ que é ao mesmo tempo um objeto de desejo e escárnio, uma valência produtiva doobjetodiscursocolonial –aquela ‘alteri normatizante. então possível torna-se compreender Só aambi mentira, sua. mentira Ofilhopredileto, não é? Eunão soudementir. Mas você, N quandofalodele, Eutambémsorrio euachoqueeleera processos de subjetivação ão, depredileto. não temessahistória Euamavaosdois . Amor àvida Amor tornados possíveis (e plausíveis) Félix, você chorão, era (2013) Amor à vida à Amor eficácia ------,

35 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 36 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 mou, elenão seria crescido noquevocêele não setransfor teria esetransformado César: pado porexistir. Félix: não tinhadentro decasa mim queelaamava. Não éàtoaque euprocurei oqueeu narua César: porque elameamava. seus filhos.Quer dizer, peraí, você sentiuciúmesdaminhamãe Félix: Não euqueelaamava, era você. era tempo todo... naquela umestranho cada. euera eFélix. Pilar Era saiu dadepressão elaficouagarradaem você, elatemimavao César: desse,pela morte desseoutro menino, mesmoeusendoumbebê. Félix: queno, nunca, foi, nunca foi. nunca debola,brincou desdepe ofilhoqueeuqueria foi você nunca César: piscina botarumalona,te passoupelacabeça umcercadinho naquela Félix: César: Félix: César: Félix: filho, Cristiano,caía napiscinaeseafogou... porsuaculpa. Os poucosminutosqueelaficouembalou você nocolo, omeu César: chorando.uma criança Félix: teacudir.babá foi César: Félix: o meufilhomorreu. você chorava, chorava, chorava, chorava... Foi porsuaculpaque problema desdeonascimento. mãe quasemorreu. Sua Edepois César: Félix: sua mãe também. Porque aténissovocê ruim: era você secouoleitede contratar umababá,saída foi aquela mulher. Você mamounela berreiro. Você acordando anoiteinteira chorava agente. Anossa Ah não, eu agora eu sou culpado pelas suas traições, cul N Então essaéaverdade. Você meculpa, sempre meculpou Minhaculpa, Minhaculpa, Minhaculpa, Inconsequente, papai, quebabánão umacriança, acudiria Minhaculpa, minhaculpa? Eu, umbebê, euera pai. Ofato, Félix, équeeuadoravaoCristiano, euo adorava, N Você detremeliques. cheio era Asuamãe, depoisqueela debolacom ele... Eubrincava você Chorou errada. nahora Por suaculpa. J Você eaquela inconsequente daquela chorou nocarrinho ele. Elatinhaleitesuficientepara Você não, foi um você ? Agoraaculpaéminha, minhaporque chorei. . á devia á devia ão, não é ão, elateamavademais, elateamavademais, não a era tá acostumada, porqualquercoisa. você chorava o queacontece com todasasmães queamamos gay não não não, aculpaésuatambém. Por nunca acaso . [Inicia-se . . . música dramática defundo] músicadramática não... você nunca você nunca . - - - eu, companheiro detodasashoras). Todos essesditos, aliados àpostura que reforçam opadrão heteronormativo (macho, debola, brincar como sexual (fresco, tremeliques, chorão, ruim, problema), alémdosadjetivos menções desinônimos denotadores homos dacondiçãoestigmatizante Félix ao amenção termo ocorre cincovezes babá, napiscinaeseafogava. quenão percebeu caíra queCristiano deCristiano.morte Félix embalado quandofoi pela estavachorando sobrecarrega seudesprezo Félix, aresponsabilidade aquematribui pela edofatodeseuúnicofilhohomem ser quando criança homossexual como Félix. Da duplaangústiadeterperdido umfilho cipalmente por acreditar crescido não teria e se tornado que Cristiano porterperdido umfilho,César não apenasrevela suatristeza masprin Solano) ao momento emqueCésar(Antônio Fagundes) revela aFélix (Mateus O primeiroaspectonotrecho emquestão No modopejorativo emque sua mágoa pela morte de seu irmão Cristiano quando criança. de seu irmão Cristiano sua mágoa pela morte César: Félix: como essa.ria Eunão fizaescolha. César: Félix: César: isso? naquelativesse piscina, caído tersobrevivido. éelequedevia É Félix: as horas. um companheiro, umfilho, amigo, umcompanheiro todas para eu tenho certeza. macho, Ele seria como eu, um amigo, seria seria César: pai. fez me apontou odedo, você mepôsum sujeito pode ser másculo e ser você disse, umhomem, podegostaresetornar deboneca eum Félix: César: Félix: assim. foi César: Félix: tos...]. (GSHOW, 2013) Félix: você. eleofilhoqueeuamava. Era [Silêncio. Boquiaberto, esaidasalaaos pran levanta-se Pois, então, faça, agora. faça Então essa é... então que você que eu claro preferia Ficou N Ah não é, não é. Ah, eusei, como équevocê podesaber? É Então eu faço... que ele tivesse eu preferia vivido, enão Não numa histó umacoisa ou outra tem essa de preferir N Estavaerrado esse rótulo? Você é Você sempre assim, foi Ah... agente sabe; ão, não, podetertr masumacriança isso pai? ão temessa . César descreve a orientação sexualde Césardescreve aorientação gay é fresco gay gay , desdepequeno, você sempre . Agora você, desde o início, gay é otomdado dramático , devontades. cheio rótulo , sete alémdeoutras gay , issooquevocê foi . OCristiano, não, emeliques, como gay , Césardes - - - - -

37 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 38 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 quadro aseguirresume os antagonismos presentes notrecho emquestão. umaredençãoiniciará inacreditável até areconciliação com seu pai. O cujos bordões conquistou a simpatiademilhares defãs,caricatural mas teronormativos. vergonha nos padrões de terem alguém que não se encaixa em casa he deinúmeroso desfecho lares queexpulsamosfilhoshomossexuais pela vela. Acenanão somente descreve ahomofobia familiaresocial, como quearepresentação humanizante homossexualum caráter ganhanano dramaticidade dacena, quedurou quasenove minutos, quedemonstra vilão. deseucomportamento da novela como umajustificativa Maséa você. eleofilhoqueeuamava.” Era (GSHOW, 2013) noBrasil:quase diariamente queeletivesse preferia vivido,“Eu enão todo odiferente sejaextirpado, violentaeraivosamente, talcomo ocorre descrever eviolenta–odeque o desejodeumasociedade homofóbica no lugardoirmãoheterossexual. Juntocom osadjetivos, acenaparece visto crescido, mas, sobretudo, odesejodequeFélix tivesse morrido não apenasapreferência porCristiano,declarar ter aquemdesejaria um filho, amigo, umcompanheiro todasashoras. para (GSHOW, 2013) teza. macho, Ele seria como eu, um amigo, seria um companheiro, seria comodirige ofalopaterno. na verdade, arejeição dadiferença, dooutro, daquele cujodesejonão se saída senão querer expurgarseumalcom arejeição deseufilho, que é, roubou atéoamordamulher porsermaissensível, Césarnão vê outra xuais, mastambémemseusfamiliares. afeminado, não deproduzirapenasnossujeitoshomosse capaz feridas – adorado/ruim), do menino da figura o que demonstra a patologização antônimos dopaienvergonhado pelasexualidade dofilho(macho/ filho enojada deCésar, parecem demonstrar arepugnância quesentiupelo Acuado peloconfronto dofilhohomossexual, a César éobrigado Tava errado esserótulo? Você égay. OCristiano, não, eutenhocer Da desventura depossuirumfilhohomossexual, alguémquelhe A partir dessacena,A partir Félix não maisovilão será carismático, afetadoe porFélixA rejeição descoberta passaacompor orestante datrama gay ao longo detodaavida. Háumdestaque especialnoparde CAULT, 1988, p. 43-44). umreincidente,era ohomossexual é, agora, umaespécie(FOU de androginia interior, dehermafroditismo da alma. Osodomita lidade rebaixada da sodomia quandofoi aumasorte daprática A homossexualidade apareceu como da sexua uma das figuras gay ------

respeito datelenovela edoromance dasexualidade: natransformação 2000, p. 156). (1993, Guiddens p. 55)tambémpossui visão favorável a mandasse, um” decada umaopção queissoera (MARTÍN-BARBERO, que demonstraram “o não tinha por que ter todos os filhos que Deus casal dade, com base emnovos costumeserepresentações datelenovela que na Colômbia, sobretudo com respeito àausênciadecontrole de natali doscostumes como etransformação levisão auxiliares namodernização homossexual. reconhecimento quereclamam da identidademovimentos eafirmação homossexualsividade natelenovela sejamapropriadas datemática pelos e aliteratura, écompreensível queacrescente representação eadiscur Conclusão Preferia queeletivessevivido. Um companheiroparatodasashoras. Seria umamigo, umfilho. O Cristiano, não, eleseriamacho, comoeu. Ele nãoseriagay Ele nãoteriacrescidoesetransformado Eu adoravaoCristiano, euoadorava Eu brincavadebolacomele. O “meu”filho. Era ofilhoqueeuqueriater Eu sorrioquandofalodele Era eleofilhoqueeuamava Antagonismos sobre osdoisfilhosdeCésar(Antônio Fagundes) Martín-Barbero (2000)jáhaviadetectado opapeldorádioedate Martín-Barbero entreCom penetração aenorme asmassas, muito maisqueocinema Fonte: GSHOW, 2013. elaborado peloautor: OLIVEIRA, (Quadro 2015) Cristiano –Heterossexual qualquer sentidoumtestemunho depassividade. Oindivíduo românticasO consumo nãoem ávido denovelas ehistórias era QUADRO e Você você semprefoiassim, fresco, cheiodevontades. A gentesabe;gayédesdepequeno. no quevocêsetransformou. Sua mãeteamavademais. A mãeseagarrouavocê, temimavaotempotodo. Você eracheiodetremeliques. Você nuncafoiofilhoqueeuqueria, nuncafoi. Você nuncabrincoudebola. Chorava porqualquercoisa, ababáfoiteacudir. Foi porsuaculpaqueCristianomorreu. Você chorava, chorava, chorava. Era umproblemadesdeonascimento, suamãequasemorreu. Você eraruimesecouoleitedamãe. Você erachorão, choravaanoiteinteira. nãovocê é gay. . Félix –Homossexual - - -

39 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 40 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 apontado. foi suficientemente já televisiva eodiscurso da ficção jurídico discurso como direito aos indivíduosnão heterossexuais. Essarelação entre o brasileiropliar aquilo jáhavia, queoJudiciário tardiamente, postulado Conselho Nacional (CNJ)em2013. deJustiça buscouam Atrama duziu oqueSupremo Tribunal Federal em2011eo jáhaviafeito todo otecidosocial. movimentos, para dodireito posturas academiaecampos quesinalizam amplo quereúne atores, intelectuais, artistas, militantes, instituições, portantes. Não éumatorisolado, mais deummovimento masparte mações emudançassociaisapenasporampliarodebatedetemasim homoafetividade. eaproximarzar aindamaisessespersonagens detodasasnuancesda darepresentação transformações bem sinalizar quevenham ahumani no cinema, noteatro enosdemaisprodutoscultural, daindústria pode homossexual nãotelevisiva, apenasnaficção mastambémnaliteratura, o primeiro risco,Sobre o crescente aumento de visibilidade datemática tos étnicosperderem-se (HALL, naespetacularização 2003, p. 339). no modeloheteronormativo, dalutadosmovimen bemcomo norisco dessespesquisadoresressalva nofatodearepresentação estaria esbarrar luta emprol dopreconceito dasuperação eaceitação dadiferença. A o aumento da visibilidade como na teledramaturgia um fator a mais na No específicodahomoafetividade, caso anovela que a telenovelaNão por si só produz de dizer transfor se trata dospesquisadoresBoa parte sobre homossexualidade concorda com brasileiro. (FADUL, 2013) aprovada foi do divórcio peloCongresso elogo depoisessaLei (1975),calada de Lauro César Muniz, introduziu o problema voltar de70doséculopassado àdécada quandoatelenovela Es etc. Acho atémesmo quealistaébastante longa esepoderia saparecidas, demedula, dostransplantes dasíndrome deDown profundo impacto nasociedade, de dascrianças como ocaso foi [...] muitassociaisapresentadas campanhas têmtido naficção da domesticidade estabelecidacomo oúnicoidealproeminente. perança, umaespéciederecusa. Frequentemente rejeitava aideia dees romântica(eaindaéhoje)tambémumaliteratura tura era navidasocialreal.com aautoidentidade frustrada Masalitera pressão defraqueza, aumacordo umaincapacidadedesechegar deste ângulo, arealidade românticas umaex era dashistórias negado noêxtaseoquelheera mundobuscava comum. Vista Amor àvida Amor tra ------cionamentos furtivos esutis,cionamentos furtivos talcomo naliteratura. mente sejam os homossexuais, restritos a condutas introspectivas, rela relegados. padrão derepresentação Seu podeestarlonge doque real esanatórios,clínicas edonão dosconfessionários lugaraqueestavam podem sairdosguetos, dosprostíbulos, pornográficos, dosinfernos das co a visão demoníaca ebestialdahomoafetividade, pois esses sujeitos oavançodenovos ordenamentostodos osdiasesinalizar jurídicos. porque quetemacapacidade deadentraremmilhõeslares brasileiros pondo transformações. Nesse sentido, atelenovela é umatorem especial edaprópria conjuntura internacional quevemcação háalgunsanosim quepassapeloaumentodarenda,ciedade brasileira doaumentodaedu nanda Paes Leme Secco rah Sabino, AMÉRICA. Autora: Referências Keywords: identity. thehomosexual of acceptance themovementsthatclaim thefightof thespaces thatshare of propriation characters,homosexuals thetelevision butalsotheparticipation of fiction andits ap years. results notjustdemonstrateThe a representation the change inthe of pattern of inthelast identity homosexual in theBrazilianrecognition of for society inthefight ticed discursive intheBrazilian innovations soap operas alarge asmember process of thehomoparenthood andof inthissoap thebisexuality opera, thesubjectof of no are tive speech of analysis. aconsiderable gayWith number of characters andtheapproach 2014by RedeGlobo,May 2013andJanuary perspec thetheoretical inthelightof characters homosexuals discourse of thesoap of opera àvida, Amor displayed between This article,we analyzethehomoaffective representation themeinthe andinthe Amor àvida thesoap of operaTransformations andinthediscursivity intherepresentation Abstract Com odiscursohomoafetivo datelenovela, umpou desmistifica-se Esses avanços est Marcelo Travesso , Murilo Benício Murilo Soap opera. Homoaffective. Speech analysis. , Murilo , Marcello Novaes Glória PerezGlória , , Teresa Lampreia ão , inseridos num contexto de emancipações inseridos da so . Direção: , Cléo Pires , , Christiane TorloniChristiane , Federico Milani. Bonani eCarlo Intérpretes: Marcos Frota Jayme MonjardimJayme , Bruno , Bruna Marquezine Bruna , Camila Morgado , , Cissa Guimarães Marcos Schechtman , Juliana Knust , Thiago LacerdaThiago , Rodrigo FaroRodrigo , Luciano Debo , Fer ------, ,

41 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 42 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015 Costa Albuquerque eJ. A. Albuquerque. Guilhon RiodeJaneiro: Graal, 1988. FOUCALT, Michel. capítulos. Alfredo Casero Jorge Bechara. Intérpretes: FARSANTES. Autores: 20/03/2014. Entrevista. news/view/_ed736_nao_se_pode_criticar_a_telenovela_por_preencher_uma_lacuna>. Acesso em: Imprensa FADUL, Anamaria. atelenovela porpreencher Não umalacuna. sepodecriticar Janeiro: RedeGlobode Televisão, 2014. 143 Louise D’TuaniLouise ná Müller Rinaldi Bianca e bino e Teresa Lampreia. Intérpretes: EM FAMÍLIA. Brasileira,vilização 2003b. BUTLER, Judith. S0104-83332003000200010 -83332003000200010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 8jul. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/ 219-260, 2003a. Disponível em

I capítulos. : avontade de saber. Tradução deMaria da Thereza e . : e . RiodeJaneiro: RedeGlobode Televisão, 2015. Ingrid PelicoriIngrid André Filipe Filipe André Mario Segade Mario Adriano Melo, João Boltshauser, Sa Luciano , Reynaldo Boury Reynaldo , , , , Damián deSanto Bruna Marquezine Bruna Nathalia Timberg , como co-protagonistas; Thaís Pacholek e Underground; , , como antagonistas principais. Rio de , Herson Capri , , Brasília, n. 198, 14out. 2011. , Cláudia Jimenez Patrícia deSabrit . Argentina: , 2013. 125 , Binder; Fiterman; Allan Marco Luisa Arraes Luisa . Direção DanielBarone e , Luiz AntônioLuiz Piá , , , Thiago Fragoso Gustavo HaddadGustavo

, Endemol; , Cássio Gabus Mendes , . RiodeJaneiro: Rede Braga Gabriel Natália do ValleNatália , , Benjamín Vicuña Thiago Mendonça , , Bruno Gagliasso Bruno Humberto Mar Humberto , Ângela Vieira Reynaldo Gon Reynaldo Observatório da Observatório

Telefe , eMarcus , Gonzalo Gonzalo Gabriel Gabriel , , 2009. Lúcia Lúcia , Tai y e ------, , ,

Mamberti, PÁGINAS davida. Autores: UFOP, 2012. MISKOLCI, Richard. Pagu MISKOLCI, Richard. Pânicos econtrole morais social: reflexões sobrecasamentogay. o Comunicação MARTIN-BARBERO, J. Comunicação emediações culturais. Hugo Arana. Romero.e Xavier Intérpretes: . Autor: Ortega. Sebastian Direção: Morales Eric mediações culturais. BeloHorizonte/Brasília: UFMG/Unesco, 2003. HALL, S. “negro” Que In: negra? éessenacultura SOVIK, L. (Org.). paloma-decide-se-separar-de-bruno.html>. Acesso em: 28fev. 2014. nov. 2014. Disponível em:

, Leandra Leal Leandra , Marco Rodrigo Edson Celulari , : identidades e , Renata Sor , Cadernos Cadernos Regiane José e - - - , , , ,

43 Mediação, Belo Horizonte, v. 17, n. 20, jan./jun. de 2015