Francisco De Paula Brito (1809-1861)
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RODRIGO CAMARGO DE GODOI Um editor no Império: Francisco de Paula Brito (1809-1861) CAMPINAS 2014 i ii UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – IFCH DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA RODRIGO CAMARGO DE GODOI Um editor no Império: Francisco de Paula Brito (1809-1861) Orientador: Prof. Dr. Jefferson Cano. Tese de Doutorado apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em História, na área de concentração História Social. Este exemplar corresponde à versão final da tese, defendida pelo aluno Rodrigo Camargo de Godoi, orientada pela Prof. Dr. Jefferson Cano e aprovada no dia 28/11/2014. CAMPINAS 2014 iii iv v vi Resumo Por intermédio da biografia de Francisco de Paula Brito (1809-1861), esta tese investiga o aparecimento do editor no Rio de Janeiro no momento em que esses empreendedores de bens culturais impressos igualmente surgiam em diferentes cidades do ocidente, como Paris e Nova York. No caso brasileiro, fazer frente ao consumo de literatura francesa na capital do Império, bem como forjar alianças políticas no contexto da formação do Estado Nacional foram fatores determinantes no processo estudado. vii viii Abstract Analyzing the biography of Francisco de Paula Brito (1809-1861), this dissertation investigates the emergence of the publishers in Rio de Janeiro, at a time when these entrepreneurs appeared in different cities worldwide such as Paris and New York. In the Brazilian case, determining factors in this process were the need to forge political alliances in the context of the Nation's birth, as well as the confrontation of the consumption of French literature at the Empire's capital. ix x Sumário Agradecimentos ....... ........ ................................. xv Lista e Crédito das Imagens ................ ........................ xxi Abreviações ............. ..... ....................... ........ xxiii Introdução ................... ........ ............... ........... 1 Primeira Parte Venturas e desventuras de um impressor livre 1. A pomba sem fel e o tribunal da opinião pública......... ... ............. 13 2. Menino de engenho... .... ..... ....................... ........... 20 3. Aprendiz de tipógrafo e poeta........... ...... ......... ............ 32 4. 1831, o ano das possibilidades. ...... ................. .............. 39 5. Livreiro-impressor . .................. ......... ..... ............. 54 6. Leis e crimes de imprensa no tempo do Padre Feijó......... ........... ....68 Segunda Parte Imparcialidade Saquarema 7. Um mui bem montado estabelecimento......... ..... ... ........ .... ..85 8. Jornais, teses e literatura nacional... ...... ....... ....... ...... ..... ..94 9. Operários, escravos e africanos livres........... ..... ..... ........ ... 109 10. “Consiste só no regresso o progresso da nação!”. .......... .......... ... 126 Terceira Parte Vida e morte da Empresa Dous de Dezembro 11. Homem de cor e Impressor da Casa Imperial. ............... .......... 145 12. De Empresa Tipográfica a Empresa Literária.... ......... .......... ..166 13. As dívidas e o perigoso jogo das ações.............. ...... ......... ..176 14. Da concordata à falência.......... ........ ..................... 185 xi Quarta Parte Ilusões redescobertas 15. O recomeço ........... ... .............. .................... 201 16. A Sociedade Petalógica . ....... ....... ........... .... ........ ..212 17. Mutualismo literário . .... ......... ........................... 225 18. O editor e seus autores................ ........ ................. 232 19. O mercado editorial no Rio de Janeiro (1840-1850)....... ........ ...... 251 20. A viúva Paula Brito............ ... .................... ........ 261 Epílogo ... ............. ............. .... ................... ..273 Anexos .................. ............ ...................... ..277 Fontes e referências... ....... ......... ......................... ..295 xii À memória de João Batista de Godoy, meu avô querido. xiii xiv Agradecimentos Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pelo financiamento da pesquisa. Os recursos da Fapesp foram vitais e possibilitaram frequentes períodos de pesquisa de campo, sobretudo nos arquivos históricos situados no Rio de Janeiro. Por conseguinte, agradeço aos funcionários das instituições em que pesquisei. Bibliotecários, arquivistas e técnicos sem os quais o trabalho do historiador seria impossível. No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro a pesquisa foi facilitada por profissionais diligentes como Helba Porto e Danilo Benício. No Real Gabinete Português de Leitura, Vera Lúcia de Almeida gentilmente autorizou que livros editados por Paula Brito fossem fotografados. No Arquivo Eclesiástico da Diocese de Diamantina a ajuda de Verônica Mota foi inestimável. Agradeço também às equipes do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e do IHGB, assim como ao pessoal envolvido na conservação e acesso aos manuscritos, obras raras e mapas da Biblioteca Nacional. Pesquisando no Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro conheci um grande especialista nos arquivos cariocas, o historiador Eduardo Cavalcante. Na ocasião, quando a leitura de um dossiê setecentista bastante deteriorado parecia impraticável, o Eduardo interrompeu sua pesquisa e ajudou-me a decifrar os garranchos. Tive então duas lições: generosidade e paleografia. Na Biblioteca Central da Unicamp consultei livros que pertenceram a Sérgio Buarque de Holanda. Com efeito, agradeço às bibliotecárias do setor de obras raras, bem como ao pessoal das Bibliotecas do IFCH e do IEL. Em Bragança Paulista, estudei a legislação comercial do Império na Biblioteca Jurídica da Universidade São Francisco. Desde o mestrado fui orientado pelo professor Jefferson Cano. Todo esse tempo torna difícil ser sucinto ao enumerar o quanto lhe devo. Lições de profissionalismo, coerência e competência que me esforçarei para levar adiante. A dívida é igualmente grande com os professores do Centro de Pesquisa em História Social da Cultura da Unicamp. Robert Slenes, Sidney Chalhoub, Michael Hall e Sílvia Lara acompanharam a pesquisa desde o início. Sem a ajuda de Flávia Peral, responsável pelo apoio técnico do xv Cecult, minha relação com as notas fiscais e relatórios de pesquisa teria sido bem mais complexa. Sou imensamente grato à professora Márcia Abreu que, ao lado da professora Sílvia Lara, arguiu o texto de qualificação. Ambas contribuíram com apontamentos decisivos para os rumos finais do trabalho. De antemão agradeço à leitura e as observações dos membros da banca de defesa. Agradeço também ao professor Daryle Williams por compartilhar comigo seus achados no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e no National Archives de Londres, assim como por me enviar um de seus textos. De Portugal, Patrícia Palma também me enviou seus escritos e, pacientemente, respondeu às minhas dúvidas sobre o mercado livreiro luso- brasileiro no século XIX. Graças à tese fiz amigos dos quatro cantos do Brasil. Na Unicamp tive o privilégio de conviver e aprender muito com gaúchos, baianos, pernambucanos, cariocas, catarinenses e, como não poderia deixar de ser, campineiros – Raquel Gomes, Daniele Megid, Andrea Mendes, Cássia Silveira, Paula Vermeersch, Renata Zago, Carolina Malavassi, Thiago Araújo, Vinícius Anaissi, Alisson Droppa, Marcelo Mac Cord, Alessandra Negrão, Leca Pedro, Edilson Brito, Laura Fraccaro, Rafaela Sanches, Crislayne Alfagali, Carollina de Lima, Priscila Salvaia e Ana Paula de Souza. Daniela Silveira leu uma primeira versão do projeto e, desde seu início, Ana Flávia Magalhães Pinto incentivou a pesquisa. Recordo-me com nitidez do entusiasmado primeiro almoço, ainda no dia da matrícula, com os amigos Cristina Ferreira e Deivison Amaral. Henrique Santos, meu amigo economista, ofereceu-me dicas valiosas sobre processos de concordata e falência. Sem o auxílio da grande amiga Ângela Oliveira o acesso à boa parte da bibliografia francesa que usei seria mais difícil. Nicole Giuliani e Graça Carvalho são as amigas dos vinhos e das longas conversas. Por intermédio do Luiz Samuel Fonseca conheci Carolina Spagnol e toda a sua família e amigos incríveis. Desde então, as estações do ano têm começado com reuniões regadas a boa prosa, boa música e poesia. Quando ao fim das contas as contas não batiam, o auxílio prestado por minha irmã Eliane Godoy e meu cunhado Felipe Coutinho foi muito importante. Para além dos seus progressos na guitarra, a cada boa nota alcançada no colégio, principalmente em História, meu sobrinho Luís Felipe faz questão de me contar a notícia. Já a Maria Cecília, a xvi autoproclamada “princesa do tio”, em muitas ocasiões durante a escrita da tese sentava-se ao meu lado e, obstinada, escrevia-me muitas cartas. Minha mãe, Maria Camargo, ainda me intriga com sua capacidade singular de ser, há um só tempo, imensamente forte e imensamente doce. Agradecê-la é a mais difícil das tarefas, pois qualquer palavra é escassa diante do desafio que ela enfrentou após a morte precoce de meu pai, Arcílio Godoy. Cinco anos foram dedicados à tese. Nesse tempo muita gente importante partiu e de todas as despedidas a mais doída foi a do meu avô, João Batista de Godoy. Em nossas últimas conversas, vez por outra ele me interrogava intrigado como erra possível “nesse mundo”, dizia ele, “ser doutor sem ser médico ou advogado?!” Creio que fracassei ao tentar lhe explicar as etapas da pós-graduação. Isso porque ao fim da prosa meu avô ajeitava o chapéu e concluía: “se isso dá um dinheirinho meu filho,