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Diagnóstico Técnico Rostos, Vozes e Lugares Olinda

Pernambuco- Brasil

Dezembro, 2008

RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Prefeitura Municipal de Olinda

Prefeito: Luciana Santos

Secretaria Municipal de Saúde

Secretário Municipal de Saúde de Olinda:

João Veiga Filho

Equipe Técnica da Sec. Municipal de Saúde

Secretária adjunta: Tereza Miranda Diretora de Vigilância de Saúde: Márcia Marcondes Diretora de Planejamento em Saúde: Petra Oliveira Duarte Diretor de Administração e Finanças: Markene Fernandes Vieira Diretora do Distrito Sanitário I: Mesulan Torres Diretora do Distrito Sanitário II: Wanessa Carla Régis Coordenador do PACS/PSF: Tânia Redivivo

Coordenação RVL-OLinda Mônica Oliveira Paulo César

Consultor para o diagnóstico: Prof. Paulo Sávio Goes, PhD.-UPE

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Índice

Patre 1. Diagnóstico Técnico do Município de Olinda

1. Introdução 6

2. A história de Olinda 8

3. Situação geográfica e demográfica 11

4. Situação Sócio-ecnômica 14

5. Situação Ambiental e Habitacional 18

6. Situação educacional 27

7. Gênero e etnia 30

8. Situação de saúde 30

Parte 2. Diagnóstico Técnico da Ilha do Maruim

1. A história da Ilha do Maruim 42

2. Situação geográfica e demográfica 45

3. Situação Sócio-ecnômica 48

4. Situação Ambiental e Habitacional 50

5. Situação educacional 51

6. Gênero e etnia 52

7. Situação de saúde 53

Parte 3-Recomendações 55

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Lista de Tabelas, Quadros, Figuras e Gráficos

Lista de tabelas e quadros Pág.

Tabela 1 – Número de habitantes e percentual por faixa etária e sexo na Ilha do Maruim– Ano 2008 47

Quadro 1 - Distribuição de Casos de Dengue confirmados e coeficiente de incidência (por 100.000 habitantes. Olinda, 2000 a 2005 37

Lista de gráficos

Gráfico 1- Evolução do índice de desenvolvimento humano entre os anos de 1991-200, na cidade de Olinda-PE 14

Gráfico 2- Proporção de pessoas que residem em domicílios com coleta regular do lixo no período de 1991-2000 20

Gráfico 3–Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada; e água encanada e banheiro entre 1991-2000 21

Gráfico 4- Evolução do percentual de moradores em

domicílios com diferentes formas de esgotamento sanitário 24

Gráfico5 -Coeficiente de Mortalidade (por 1.000 hab). Olinda, 2000 a 2005 30

Gráfico 6-Percentual de Óbito segundo Causa Básica. Olinda, 2000 a 2005 32

Gráfico 7- Percentual dos principais tipos de Doença Cardiovascular. Olinda 2000-2005 34

Gráfico 8- Distribuição dos Coeficientes de Mortalidade Infantil (por 1.000 nascidos vivos). Olinda, 2000 a 2005 34

Gráfico 9- Razão de Mortalidade Materna p/ 100.000 NV . Olinda, 2000 a 2005 35

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Gráfico 10 - Distribuição do Número de Casos e Número de Óbitos por AIDS no período de 2000 a 2005 – Olinda 36 Gráfico 11- Distribuição do Número de Casos e Número de Óbitos Tuberculose no período de 2000 a 2005 36

Lista de FIGURAs

FIGURA 1-Mapa de risco a doenças, segundo v ariáveis sócio-econômicas por setores censitários. Olinda-PE, 2000 13

FIGURA 2–Bacia do Beberibe com descrição da área de atuação do Prometrópole 22

FIGURA 3– Canal da malária antes e após as intervenções do Prometrópole 23

FIGURA 4–Modelo de atenção a saúde de Olinda 30

FIGURA 5– Rede assist6encial de saúde de Olinda 38

FIGURA 6-Vista aérea da Ilha do Maruim-Olinda-PE 42

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1. Introdução

A Prefeitura Olinda-PE, por meio da Secretaria Municipal de Saúde apresentam o Diagnóstico Técnico, elaborado com o objetivo de subsidiar a discussão junto à comunidade para a construção de estratégias, alianças e intervenções intersetoriais e participativas que promovam o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) no nível local.

O marco teórico no qual o presente diagnóstico se situa está no resultados das das discussões realizadas em fóruns internacionais, nacionais e locais na última década, em especial os estudos promovidos pelas Nações Unidas, recomendam a incorporação de vários temas nos estudos de desenvolvimento sustentável, entre eles a visão ecológica, ambiental,social, política, econômica, demográfica, cultural, institucional e espacial. A noção de sustentabilidade é estabelecida dentro de um espaço multivariado que inclui as dimensões ambientais, econômicas e sociais, ou seja, todas as condições que exercem influência sobre a estabilidade da sociedade num determinado espaço geográfico. A dimensão ambiental se refere à capacidade do homem de utilizar adequadamente os recursos naturais dentro de uma visão sistêmica de biodiversidade e da vocação natural dos ecossistemas. A dimensão econômica abrange elementos e processos associados às atividades de geração de riqueza, através da transformação das condições de produção em favor da humanidade e da utilização dos recursos de maneira racional, para atender à demanda das gerações atuais sem comprometer os anseios das populações futuras. A dimensão sociocultural envolve a integração do homem em todos os aspectos da sociedade, de maneira que tenha acesso aos direitos econômicos, sociais e jurídicos e possa desfrutar de uma vida digna em sociedade. A dimensão político-institucional é o reconhecimento do aspecto político do homem em sociedade. Nesse sentido, ela está relacionada a todas as outras dimensões e funciona como a forma de proteção dos direitos sociais, econômicos, jurídicos e materiais da pessoa humana, na sociedade, integrada ao meio ambiente. E como todas essas dimensões estão incorporadas ao processo de adoecimento da população.

Nesta perspectiva, o presente Diagnóstico Técnico é uma das etapas e parte integrante do Projeto Rostos, Vozes e Lugares (RVL), desenvolvido e apoiado pela

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Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), como estratégia cidades da América Latina e Caribe promova melhorias sustentáveis na qualidade de vida, intervindo nas situações geradoras de iniqüidades, e contribuam para o alcance das metas traçadas no âmbito dos ODM.

Este Diagnóstico Técnico apresenta, inicialmente, o município de Olinda, sua caracterização e história, a situação geográfica e os aspectos demográficos. Em seguida são apresentados os Diagnósticos Técnicos da Ilha do Maruim, com a descrição e análise de sua situação sócio-econômica, ambiental, habitacional, e de saúde, além de outros elementos que permitem analisar a determinação social do processo saúde- doença.

É necessário destacar que a construção deste Diagnóstico Técnico foi, desde o início, participativa e contou com a colaboração de técnicos das diferentes áreas de governo municipal e dos Distritos de Saúde, membros da comunidade local, constituindo, assim, um produto coletivo que pode ainda receber outras contribuições no decorrer de sua apresentação em diferentes fóruns e espaços na cidade ao longo do tempo.

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2. A história da cidade de Olinda

Em 1534, a Coroa portuguesa instituiu o regime de Capitanias Hereditárias. A Capitania de foi entregue ao fidalgo português , que tomou posse de sua capitania desembarcando, em 9 de março de 1535, na feitoria fundada em 1516, entre Pernambuco e Itamaracá. Pouco tempo depois, ele seguiu para o sul em busca de um lugar para se instalar. Encontrou um local estrategicamente ideal, no alto de colinas, onde existia uma pequena aldeia chamada Marim, pelos índios, instalando aí o povoado que deu origem a Olinda.

Um sítio protegido pela altura descortinando o mar, com um natural formado pelos arrecifes, água em abundância e terras férteis, e fácil de defender, segundo os padrões militares da época. O local era tão aprazível, que, conta-se, o nome Olinda foi dado a partir de uma frase dita por Duarte Coelho: "Ó linda situação para se construir uma vila". Não se sabe o dia da fundação de Olinda; sabe-se que o povoado prosperou tanto, que em 1537, já estava elevado à categoria de vila. Em 12 de março de 1537, Duarte Coelho enviou ao rei de Portugal, D.João III, o Foral, carta de doação que descrevia todos os lugares e benfeitorias existentes na Vila de Olinda. Nas praias, a vila foi fortificada para a defesa e do alto das colinas se expandiu em direção ao mar, ao porto e ao interior onde ficavam os engenhos de açúcar.

Com o extrativismo do pau-brasil e o desenvolvimento da cultura da cana-de- açúcar, Olinda tornou-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia, enriquecendo a tal ponto que disputava com a Corte portuguesa em luxo e ostentação. O traçado urbano da vila configurou-se, ainda no século XVI, com a definição dos caminhos e com a ocupação dos principais promontórios pelos religiosos. Com a chegada das primeiras ordens religiosas - carmelitas, em 1580, jesuítas, em 1583, franciscanos, em 1585, e beneditinos, em 1586, foi feita também a catequização dos índios, de fundamental importância para a conquista definitiva das terras.

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Em 16 de fevereiro de 1630, a Holanda invadiu Olinda e conquistou Pernambuco. Tomada a cidade, os holandeses se estabeleceram no povoado e ilhas junto ao porto e abandonaram Olinda. Em 24 de novembro de 1631, os holandeses incendeiam Olinda, após retirar os materiais nobres das edificações para construir suas casas no , que começa a prosperar sob a administração holandesa. Em 27 de janeiro de 1654, os holandeses foram expulsos e iniciou-se a lenta reconstrução da Vila de Olinda.

Depois de 1654, não se pode mais mudar o destino do Recife, que passa a ocupar aquele lugar antes Olinda. Será o Recife a sede, embora não oficial, e Olinda, secundarizada, se reconstruirá lentamente, não tendo mais a importância que teve naqueles anos anteriores a 1630. Mapa de meados do século XIX revela uma cidade, título obtido em 1676, ainda com as mesmas dimensões da antiga vila. É bem verdade que se reconstruíram, de forma monumental, as suas casas religiosas. O mercantilismo presente no Recife e a racionalidade daquela nova relação, à luz do novo mundo dos séculos XVI e XVII venceram afinal. Olinda tem seu futuro traçado diante do crescimento da importância do Recife. O centro histórico (atual), nesses meados do século XIX, ainda se encontrava envolvido por propriedades rurais, as maiores, os engenhos, na maioria de fogo morto, os da várzea do Beberibe, e as menores, os sítios, nas margens do Rio Beberibe e do mar.

Sendo Olinda lugar de moradias e onde estava instalada, desde 1827, a Academia de Direito, ela adquire certa importância com relação ao lugar de trabalho, o Recife. Mas é o interesse pelos salutares banhos de mar, recomendados pelos médicos, que lhe dá nova vida. Nova vida que é bem representada pelo interesse de uma ligação mais rápida, através de um trem urbano, com o Recife, esta se fez desde a Encruzilhada, por antigo caminho que existia desde o século XVI.

Em 30 de maio de 1815, através de Alvará Régio, foi criada a comarca e Ouvidoria Geral da cidade de Olinda, a ela incorporando o termo de Igarassu. Olinda foi a capital da província até o dia 15 de fevereiro de 1827, quando, porordem de Sua Majestade Imperial, o Conselho do Governo decidiu pela transferência da capital para a cidade do Recife. Um Decreto Imperial de 11 de agosto de 1827 criou os dois

9 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico primeiros Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais do Brasil, um em São Paulo e o outro em Olinda, o qual foi solenemente instalado no Mosteiro de São Bento, a 15 de maio de 1828. Antes de sua transferência para o Recife, funcionaram no prédio em que atualmente se encontra a Prefeitura. O distrito eleitoral foi criado em 15 de setembro de 1828, por resolução do Conselho do Governo de Pernambuco, ocasião em que a cidade de Olinda passou a ser uma das cabeças de distrito da província. Em 20 de maio de 1833, também por resolução do Conselho do Governo de Pernambuco, Olinda passou a termo da comarca do Recife. A Lei Provincial nº 520, de 13 de maio de 1862, desmembrou da comarca de Santo Antônio do Recife os termos de Olinda e Igarassu (ex-Iguarassu), os quais passaram a formar a nova comarca de Olinda.

O distrito de foi criado e anexado ao município de Olinda pela Lei Municipal nº 219, de 28 de dezembro de 1907, e o distrito de Beberibe em 02 de junho de 1908, pela Lei Municipal nº 231. Em 05 de dezembro de 1910 o Bispado de Olinda recebeu o predicamento de Arcebispado. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de três distritos: Olinda, Paulista e Beberibe. A Lei Municipal nº 486, de 14 de novembro de 1922, criou os distritos de Caboatam, Canoas, Jardim, Nobre e Praia da Conceição, anexados ao município de Olinda.

Em 11 de setembro de 1928 a Lei Estadual nº 1.931 desmembrou de Olinda o distrito de Beberibe (anexado ao município do Recife) e o distrito de Paulista, que foi elevado à categoria de município. O município de Paulista foi extinto pelos decretos nº 268, de 25 de novembro de 1930, e nº 56, de 23 de janeiro de 1931, voltando à categoria de distrito de Olinda. Em 04 de setembro de 1935 a Lei Estadual nº 11 restaurou o município de Paulista, desmembrando de Olinda. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-48 o município é constituído apenas do distrito sede, assim permanecendo até hoje. Por todo seu acervo histórico, arquitetônico e cultural, a Unesco reconheceu Olinda como Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade, em 14 de dezembro de 1982.

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3. Situação Geográfica e Demográfica

Olinda está situada na Região metropolitana do Recife, o maior conglomerado urbano do nordeste do Brasil. Está distante 6,0 Km do Recife, capital do estado de Pernambuco, sendo caracterizada por essa proximidade, e pelo fato de parte dos seus moradores exercerem suas atividades na capital, e chamada de cidade dormitório. Sua extensão territorial é de 40,83 Km 2, dos quais 34,54 Km 2 da área urbana e 6,29 Km². Da área rural, sendo 1,2 Km2 de área tombada e 10,4 km2 de área de preservação.

O município de Olinda tem como limites geográficos; a cidade de Paulista Limites: Paulista (Norte), Recife (Sul), Oceano Atlântico (Leste) e Recife (Oeste). Apresentando as seguintes coordenadas geográficas, latitude: 08°01'42', Longitude: 34°51'42"' e uma altitude de 16 m. A cidade possui um clima do tipo quente e úmido, com temperatura anual de temperatura média anual: 27° C, amplitude térmica: 5° C e Precipitação pluviométrica total anual: 1000 a 2000 mm. Apresenta umidade relativa do ar com uma média uma média anual de 80%, sendo a mínima de 74% e a máxima de 97%.

Terceira maior cidade de Pernambuco, Olinda abriga em seus 40,83 quilômetros quadrados de extensão territorial uma população de 367.902 habitantes, o que significa uma densidade demográfica de 9,010 habitantes por quilômetro quadrado, segundo o Censo Demográfico de 2000. A taxa de urbanização é de 98%, o faz de Olinda um município eminentemente urbano.

Para efeito de análise, este Relatório considera como base populacional a projeção feita pelo DATASUS/IBGE (2007) de 390.445 (Tresentos e noventa mil quatrocentos e quarenta e cinco) habitantes. O Ministério da Saúde informa que esta população deve ser utilizada nas pactuações e na construção de indicadores pelas secretarias municipais. Contudo, ressalte-se que o Estado de São Paulo informa que a população a ser utilizada para pactuações de indicadores com a Secretaria Estadual de Saúde deve ser a informada pelo IBGE.

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Deve se registrar ainda que o município apresenta uma taxa de crescimento anual estimada (%) estimada (2000-2007) de 0,7; com mulheres em idade fértil (10-49 anos) de 135.575, apresentando desta forma uma proporção da população feminina em idade fértil, 2007 (%) igual a 65,3%.

Dentre os municípios mais populosos do Estado, Olinda está na terceira posição depois da capital, (IBGE, 2007). A maior parte da população se concentra na faixa de idade economicamente ativa distribuída mais ou menos de forma homogênea entre homens e mulheres. A pirâmide populacional (Gráfico 1) reflete uma sociedade em mudança, visto que sua base vem se estreitando, o que aponta um menor percentual de nascimentos; por outro lado, mantém uma concentração na população jovem, o que pode ser explicado pela intensa busca de trabalho e emprego, característico das populações de regiões metropolitanas.

Gráfico 1-Pirâmide Populacional de Olinda-PE

Fonte: IBEGE-Censo Demográficos 1991-2000.

À medida que as cidades das regiões metropolitanas foram se expandindo horizontalmente, elas se tornaram contínuas, plenamente integradas, sendo que os problemas de infra-estrutura urbana tornaram-se

12 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico também comuns ao conjunto de municípios das metrópoles. No Brasil, são reconhecidas treze regiões metropolitanas. Duas delas São Paulo e são nacionais. As outras onze metrópoles, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Belém, Baixada Santista, Vitória, São Luís e Natal, são consideradas regionais por exercerem seu poder de polarização apenas em escala regional.

As regiões mais densas do município são aquelas de ocupação mais antiga, situadas no centro e seu entorno, seguidas por aquelas que vêm passando por um acelerado processo de adensamento nos últimos anos em função da disponibilidade de áreas, o que implica preços mais acessíveis da terra urbana, resultando numa ocupação crescente que, muitas vezes, ocorre em assentamentos precários e que se desenvolvem à margem da cidade legal. Todavia, o território do município ainda possui muitas áreas que apresentam ocupação até certo ponto rarefeita, indicando potencial de recebimento de novos contingentes populacionais, que, no entanto, deve ser induzido de modo a equilibrar o adensamento populacional com a necessidade de preservação dos recursos hídricos ou ambientais e com a própria infra- estrutura da cidade.

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4. Situação Sócio-Econômica

Objetivo 1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome

O Produto Interno Bruto (PIB) do município em 1996 era de 1.020.826.915, quase o dobro do registrado em 1980, segundo dados do IBGE.

A atividade econômica é predominantemente no setor de serviços, onde o comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos; atividade financeira, imobiliária, aluguéis e prestação de serviços; educação responde por 40,1% das atividades econômicas; ao passo que a indústria de transformação não ultrapassa os 10%.

A maioria dos chefes de família (44,96%) possui renda de até dois salários mínimos e a totalidade da população uma renda média mensal de 3,787 salários mínimos, segundo o Censo 2000. Por outro lado apenas 2,38 % recebem mais de 20 salários mínimos. Esta diferença delimita fronteiras e cria sub-cidades dentro de uma mesma cidade: uma parte rica, legal e infra-estruturada e outras pobres, ilegais e/ou precárias com pouco acesso às oportunidades econômicas, sociais e culturais (FIGURA 1).

A renda per capita sofreu um aumento de 15,3% entre 1991-2000; tendo o percentual de pobreza diminuído 12% no mesmo período, no entanto o índice de Gini, que mede a desigualdade permaneceu praticamente inalterado, tendo inclusive demonstrado um leve aumento de 0.60 para 0.61. O município tem apresentado melhoras no seu desenvolvimento humano representado pelo seu IDH-M.

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FIGURA 1-Mapa de risco a doenças, segundo variáveis sócio-econômicas por setores censitários. Olinda-PE, 2000.

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Gráfico 1- Evolução do índice de desenvolvimento humano entre os anos de 1991-200, na cidade de Olinda-PE.

0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 1991 0,4 2000 0,3 0,2 0,1 0 IDH-M IDH-Renda IDH-Longevidade IDH-Educacao

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano-PNUD

Outro aspecto importante refere-se aos dados familiares em Olinda, cada família possui em média 4,41 membros. Com a rela ção a vulnerabilidade familiar o percentual de mulheres de 15 a 17 anos com filhos aumentou entre 1991-2000, ao passo que o percentual de mães chefes de família, sem cônjuge, com filhos menores de 15 anos diminuiu cerca de 35 % no mesmo período.

As políticas públicas municipais que visam combater as iniqüidades, abarcando a cidade como um todo ocorrem fundamentalmente através de programas de distribuição de renda voltados para a população em situação de vulnerabilidade como o Programa Bolsa Família, daqueles dirigidos ao público jovem como o Programa Pró-jovem, além daqueles voltados para os idosos e portadores de deficiência, beneficiários do Instituto nacional de Previdência Social. Como característica pode-se observar a importância de atuação das três esferas de governo para implementação das políticas públicas para enfrentamento da situação de vulnerabilidade da população, visto que a verba destinada a esses programas provém da ação sinérgica o governo federal, estadual e municipal.

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Programas de Distribuição de Renda

O Programa Bolsa Família se pauta pela articulação de três dimensões essenciais à superação da fome, e da pobreza: a) promoção do alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de renda à família; b) reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e Educação, por meio do cumprimento das condicionalidades, o que contribui para que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações; c) coordenação de programas complementares, que têm por objetivo o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza. São exemplos de programas complementares: programas de geração de trabalho e renda, de alfabetização de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos. Atualmente, julho de 2008, atende a 36.638 mil famílias, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Entre as ações que geram oportunidade de geração de formação profissional, renda e emprego para os mais jovens podemos destacar:

Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM Urbano, para atendimento a 1.200 jovens em parceria com o Ministério da Educação.

Programa Agente Jovem, 19 núcleos com atendimento a 475 jovens em situação de risco.

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) em parceira com 13 entidades sociais, atendendo a 1250 crianças.

Implantação de dez núcleos de Inclusão Digital em parceira com entidades sociais e comunitárias para atendimento de no mínimo, 1000 (mil) jovens.

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5. Situação Ambiental e Habotacional

Objetivo 7 - Garantira sustentabilidade ambiental

O conceito de desenvolvimento sustentável , conforme consagrado pelo Relatório Brundtland é aquele que satisfaz às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer as suas próprias necessidades. De maneira operacional, o desenvolvimento sustentável pode ser conceituado como “o processo de mudança social e elevação das oportunidades da sociedade, compatibilizando, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência econômicos, a conservação ambiental, a qualidade de vida e a eqüidade social” (Buarque 1994). Esse conceito encerra três grandes conjuntos interligados, embora com características, funções e papéis distintos no processo de desenvolvimento:

• Os objetivos centrais do desenvolvimento sustentável são a elevação da qualidade de vida e a eqüidade social, seja no curto, médio ou longo prazos.

• Os pré-requisitos são a eficiência econômica e o crescimento econômico, pois sem eles não há possibilidade de se elevar a qualidade de vida ou promover a eqüidade.

São, portanto, condições necessárias, mas não suficientes, para a implementação desse modelo de desenvolvimento.

• O condicionante decisivo para o desenvolvimento sustentável é a conservação ambiental, que permitirá a manutenção dos níveis de qualidade de vida conquistados, inclusive para as gerações futuras, e a eqüidade social contínua no tempo e no espaço.

Trata-se, portanto, de um processo de compatibilização de interesses, ações e sistemas, com alto grau de complexidade, e que terá as mais diferentes formas concretas, pois será sempre fruto dos condicionantes históricos específicos da realidade objetiva. Ainda assim, algumas diretrizes genéricas são úteis. Ignacy Sachs

18 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico contribui com o chamado tripé mágico : prudência ecológica , eficiência econômica e justiça social . A prudência ecológica levará à parcimônia no uso dos recursos naturais, garantindo a permanência das atividades econômicas e da qualidade de vida. Eficiência econômica significa criar as condições para que os níveis de quantidade e qualidade da produção se elevem para os mesmos níveis de utilização dos recursos. Justiça social representa a igualdade de oportunidades para todos os contemporâneos.

Na cidade de Olinda, como em outras cidades brasileiras, foi produzido, como fruto do seu desenvolvimento urbano, um impacto significativo na sua vegetação nativa e típica, remanescentes da mata atlântica, campos, matas de restinga e manguezais; bem como a infra-estrutura de recursos hídricos. Um dos principais efeitos negativos deste processo de desenvolvimento tem ocorrido na drenagem urbana, na forma de aumento da na forma de aumento da freqüência e magnitude da deterioração ambiental, gerando conseqüentemente dificuldades na gestão urbana.

Antes de 1850, poucas sociedades poderiam ser descritas como predominantemente urbana. Após o desenvolvimento político-econômico iniciado no século XIX, desencadeia-se um processo até então inédito na história da humanidade, a revolução industrial, que veio gerar a urbanização e que produziu centros urbanos que se transformaram depois em grandes aglomerados humanos. A criação de centros urbanos em área anteriormente rurais, bem como a intensificação da migração campo- cidade, vem acelerando por demais o ritmo de crescimento da população urbana em relação a rural.

Portanto, a palavra chave na análise dessa dinâmica do complexo social urbano é a concentração. Assiste-se de fato, a um fenômeno atual vivenciado no mundo inteiro, a reunião crescente de indivíduos em espaço limitado. Isso cresce em proporções que extrapolam a capacidade administrativa da sociedade organizada, provocando a degradação do meio ambiente e efeitos catastróficos inerentes ao processo de tamanho desenvolvimento.

É importante destacar, contudo, como aponta Derycke (1976) que o conceito de desenvolvimento ou crescimento urbano envolve três significados: demográfico, espacial e econômico. Portanto para compreender bem o espaço geográfico é preciso

19 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico ter elevado conhecimento das características locais, dos fatores climáticos atuantes, das formações geológicas, existentes, da dinâmica dos meios naturais atuantes, bem como dos fatores econômicos e sócio-culturais e dos anseios populacionais, de maneira a influir na melhoria da qualidade de vida.

Para Ferrari (1991) uma conceituação da cidade teria que englobar que englobe diferentes critérios, tais como geográfico, demográfico, produção de tecnologia, sistema econômico, entre outros, e propõe: “Cidade é o espaço contínuo ocupado por um aglomerado humano considerável, denso e permanente, cuja evolução e estrutura (físico, social e econômico) são determinado pelo meio físico, pelo desenvolvimento tecnológico e pelo modo de produção do período histórico considerado, e cujos habitantes tem “status urbano’.

Já o desenvolvimento do espaço de cidades como Olinda, criada por desbravadores de novas terras, originou-se mais das necessidades de segurança coletiva dos colonos e defensores das terras ocupadas, onde a escolha do sítio se baseou na necessidade estratégica de defesa contra os possíveis inimigos e engenhos de guerra conhecidos na época.

O processo de ocupação do solo em Olinda não respeitou a formação topográfica. A grande concentração populacional causou ocupação desordenada e conflitante do solo e alta agressividade ao meio ambiente, mais ainda nas áreas marginais de comércio imobiliário, considerados proibidos para o setor formal pelo risco a elas inerente. Sobrando do comércio formal essas áreas sujeitas às invasões pelos menos favorecidos e se identificam com áreas baixas (estuários/manguezais) ou terrenos de encostas, sujeitos a inundações ou deslizamentos constantes.

Em 2004 foi aprovada a Lei Complementar 026/2004, que aprova o Plano Diretor do Município de Olinda, o plano se constitui num marco de avanços das políticas urbanas e estabelece no seu artigo primeiro que são objetivos da política urbana:

I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade; II - o bem estar e a melhoria da qualidade de vida da população;

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III - a inclusão social e redução da pobreza nas políticas municipais de desenvolvimento; IV - e integração do Município com competitividade econômica, relativamente à Região Metropolitana do Recife e ao Estado de Pernambuco; V - a preservação das características e dos valores culturais da cidade; VI - A valorização da produção cultural como potencial de desenvolvimento e garantia de preservação da memória e do fortalecimento da identidade de Olinda VII - A proteção, valorização e uso adequado do meio ambiente e da paisagem urbana; VIII – A preservação do ambiente natural como suporte para o processo de desenvolvimento da cidade, cabendo aos agentes públicos e privados plena e total responsabilidade social pelas práticas ecológicas que permitam, propiciem ou executem; IX – A garantia de mobilidade, permitindo aos cidadãos o acesso universal aos bens e serviços urbanos e deslocamentos no espaço público, especialmente para os portadores de necessidades especiais com mobilidade reduzida; X - A promoção da valorização imobiliária equilibrada no território municipal; XI – A participação dos diversos agentes públicos e privados atuantes na cidade no processo de desenvolvimento urbano e de controle da implantação da política urbana.

Ainda assim o processo de expansão, a partir do Sítio Histórico, integra o complexo problema ambiental morro-planície de Olinda. Os focos emergentes de risco se situam nos principais morros ocupados e nas áreas planas próximas aos cursos d’água que, quase sempre, passam da situação de parcialmente obstruídos ara a situação crítica de completamente obstruídos.

Olinda apresenta áreas de morros, sobre os quais se situam os maiores adensamentos, pontuados por trechos mais acidentados (com declividade superior a 30%), alvo de ocupações desordenadas, que colocam em risco a estabilidade do solo, agravando o processo de erosão e contribuindo para o assoreamento do sistema de circulação hídrica. O lixo arrastado pelas chuvas e os sedimentos provenientes da erosão e de desmoronamentos contribuem diretamente para as constantes enchentes das áreas de planícies.

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Tomando a questão do lixo como uma questão central no município de Olinda, observa-se um aumento de aproximadamente de 20% na proporção de pessoas que residem em domicílios com coleta regular do lixo no período de 1991-2000 como descrito abaixo:

Gráfico 2- Proporção de pessoas que residem em domicílios com coleta regular do lixo no período de 1991-2000

Fonte: IBEGE-Censo Demográficos 1991-2000.

No entanto cerca de 15% do lixo tem outras formas de destinação como ser queimado ou enterrado, isso ganha uma importância maior quando está associado a outros aspectos, a ausência de esgotamento sanitário e a precariedade da rede viária, dificultam a remoção do lixo e aumentam os problemas de erosão e de poluição hídrica, espelhando baixo padrão de qualidade de vida da população local.

A associação entre relevo, ocupação do solo e disponibilidade de água em Olinda, não é um fato novo. A primeira referência oficial ao abastecimento de água em Pernambuco aparece em documento conhecido como Foral de Olinda, datado de 1537. O posicionamento das habitações e de outras edificações necessárias para a administração foi inicialmente fixado próximo a fontes de água, de terras agriculturáveis e em local de fácil acesso ao porto de abastecimento e de transporte das riquezas da nova colônia. No entanto dados do Atlas de desenvolvimento humano

22 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico demonstram que o acesso água no domicílio em Olinda não é universal, tendo o o percentual de domicílios ligados a rede de água aumentado menos de 10% no período de 1991-2000,

Gráfico 3–Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada; e água encanada e banheiro entre 1991-200.

Fonte: IBEGE-Censo Demográficos 1991-2000.

Um dos principais recurso hídricos da cidade de Olinda é a bacia do Beberibe, a sua tem hoje uma população total que se aproxima dos 590 mil habitantes, distribuídos ao longo de seu território, sendo uma área predominantemente urbana e de alta densidade demográfica, com cerca de 7.300 habitantes/km². Toda esta ocupação, porém, registra a maior concentração de assentamentos de baixa renda da Região Metropolitana do Recife, espalhada em áreas de risco, morros e alagados que, por sua vez, apresenta os menores índices de atendimento em infra-estrutura, além de uma integração urbana restrita, fruto de uma baixa acessibilidade viária.

O Rio Beberibe era famoso pela qualidade de suas águas, cabendo a ele uma boa parte do abastecimento da região do entorno dos municípios de Recife e Olinda. Por suas características e, principalmente, por sua localização geográfica, em pleno centro da Região Metropolitana do Recife, foco de um intenso processo de

23 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico urbanização, a bacia do Rio Beberibe passou a reunir as mais diversas manifestações de degradação, resultantes, em grande parte, do caráter agressivo e não planejado, ao longo da história do processo de ocupação do solo.

FIGURA 2–Bacia do Beberibe com descrição da área de atuação do Prometrópole.

OLINDA

Il ha do Maruim

RECIFE

A identificação desta área para a aplicação dos recursos do Prometrópole, partiu de demanda do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife - Conderm, por ser um bolsão de pobreza localizado no centro da RMR, cuja população tende a manter-se no local, garantindo, a longo prazo, o atendimento àqueles realmente carentes.

A área selecionada pelo Prometrópole é bastante carente de áreas verdes públicas e de lazer, seja na forma de praças, de parques ou de equipamentos sociais. Além do combate à pobreza com a implementação de ações integradas de infra- estrutura urbana (água, esgoto, drenagem, sistema viário, equipamentos sociais, de lazer e outros) e a ampliação e melhoria dos serviços públicos prestados às comunidades, o Programa prevê a implantação de equipamentos de uso coletivo e de caráter metropolitano, tais como, o Centro Cultural e Desportivo Nascedouro de Peixinhos e o Parque Beberibe.

24 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Olinda terá cerca de 170.000 habitantes beneficiados pelo programa, e entre as principais obras de intervenção urbana realizada estão o canal da malária (FIGURA ). No entanto o programa possui desafios importantes aliados a sua sustentabilidade como geração de emprego e renda, capacitação da comunidade e formação profissional; e o mais importante o controle social.

FIGURA 3– Canal da malária antes e após as intervenções do Prometrópole

25 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Por último e não menos importante está a questão do saneamento básico em Olinda, embora a ação sinérgica das atuais gestões federal, estadual e municipais em focar o problema do saneamento básico em Olinda, o objetivo maior para resolver este problema deverá acontecer até o final da próxima gestão. Essas ações oriundas de financiamento do Plano Nacional de Aceleramento do Crescimento-PAC; farão com que Olinda possa desfrutar de uma melhor qualidade de vida para sua população.

Este impulso foi realizado graças à constatação de que entre 1991- 2001, praticamente não houve evolução no tratamento dos dejetos sanitários, somados ao agravante de que no ano 2000, aparece nos dados do censo demográfico de que 5% dos domicílios jogam os seus dejetos em rio, lago ou mar; e ainda cerca de 8% dos domicílios sem não possuem instalação o que evidencia que estes dejetos podem estar sendo jogados no meio ambiente sem tratamento.

Gráfico 4- Evolução do percentual de moradores em domicílios com diferentes formas de esgotamento sanitário.

1991

2000

Fonte-IBEGE-Censo Demográficos 1991-2000.

26 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

7. Situação Educacional

Objetivo 2 - Atingir o ensino básico universal

O segundo Objetivo de Desenvolvimento do Milênio diz respeito à universalização do ensino básico. Os países da ONU se comprometeram a garantir que "todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo de ensino básico", o que seria o equivalente aos cinco primeiros anos. O Brasil assumiu para si metas mais rígidas: todas as crianças devem concluir o ensino fundamental (1ª a 8ª série; com a incorporação do antigo pré-primário ao ensino fundamental, portanto, da 1ª à 9ª série).

Em Olinda, tem sido realizado um grande esforço para que estas metas possam ser cumpridas, través dos eixos da política educacional, portanto são considerados eixos prioritários desta política:

• Ampliação do Ensino Fundamental para 09 anos com a inclusão das crianças de 06 anos no 1° ano de Escolaridade;

• Reestruturação da Rede Municipal de Educação em Ciclo de Aprendizagem, assegurando o respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem do aluno e sua progressão nos estudos;

• Realização de Concurso Público para Efetivação do quadro de docentes da Rede, substituindo Professores contratados / estagiários, que em 2001 significava em torno de 80% dos que atuavam nas escola Municipais;

• Estruturação ampliação da Rede, a partir das escolas Base e os espaços conveniados, adequando os prédios escolares próprios e assegurando padrões básicos de funcionamento nas |Unidades Educativas (Creches e Escolas);

27 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Outro ponto importante a ser destacado é a gestão democrática implantada nas escolas de Olinda, Implantação dos Conselhos escolares em 100% das Escolas; Instituição das Eleições Diretas para Diretores de escolas; Realização de uma Conferencia Municipal de Educação a cada 02 anos; Criação do Programas Participação Criança.

A rede municipal responde em torno de 35% (20.144) do toal de matrículas no ensino fundamental, sendo ainda suplantada pela rede estadual de ensino.

Pode-se afirmar a partir dos dados do censo que houve uma Democratização do Acesso à Educação Básica, sendo esse aumento mais pronunciado na faixa etária de 5 a 6 anos (Gráfico ).

Gráfico – Percentual das criançãs na faixa etária de 5-6 anos na escola, e de 7 a 14 anos, entre 1991-2000.

Além do acesso deve ser dado a atençao a premanência do aluno na escola, tomando como a referência o percentual de individuos com menos de 8 anos de estudo no período de 1991-2000, observou-se em Olinda uma dinuição em torno de 17 % na faixa etária de 15 a 17 anos. Chegando a taxa de analfabetismo nesta idade igual 3,66%.

Por outro lado um dado preocupante é chamado indice de distorção idade/série no município como todo etse índice é da ordem de 37,24 para

28 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico ensino fundamental, e 63,25 para o ensino médio. Sendo maior nas escolaspúblicas do que nas privadas; as escolas da rede estadual apresentam um indíce maior que as municipais; e estas apresentam um indíce 5 vezes maior que as privadas.

Duas iniciativas podem ser destacadas dentro da política educacional para se atingir os objetivos do milênio, atrvés de ações intersetoriais:

• Participação Criança

O Programa objetiva ampliar e consolidar os processos de participação da criança no âmbito da escola, do bairro e da cidade. Um ponto alto – síntese deste trabalho é o Fórum das Crianças de Olinda, que foi instituída em 2005, pela SEDO em articulação com Secretaria do Orçamento Participativo.

• PróJovem

O objetivo do Programa é reduzir a desigualdade social e dar mais oportunidades aos jovens de 18 a 24 anos que ainda não concluíram o Ensino Fundamental. Através do PROJOVEM, os estudantes completam o Ensino Fundamental, preparam-se para uma profissão e ainda contribuem para melhoria a qualidade de vida de sua comunidade, por meio do Projeto de Ação Comunitária.

• Escola Aberta

Tem por objetivo contribuir para a melhoria da qualidade da educação, a inclusão social e a construção de uma cultura de paz, por meio da ampliação da integração entre a escola e comunidade e da ampliação das oportunidades de acesso a formação para cidadania.

29 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

8. Gênero e Etnia

Objetivo 3 - Promover a igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres

A prefeitura de Olinda pelo compromisso de apoiar a igualdade de gênero e promover atenção equânime tem dentro da sua estrutura quatro centros regionais de assistência social (CRAS). Estes centros formados por equipes multiprofissionais, tem entre suas atividades, a formação profissional de mulheres que possam gerar renda.

Uma outra inciativa é desenvolvido pelo Centro de Referência da Mulher Márcia Dangremon (CRM), para atendimento diuturno à mulher vítima de violência doméstica.

9. Situação de Saúde

Objetivo 4 – Reduzir a mortalidade Infantil

Objetivo 5- Melhorar a saúde materna

Objetivo 6- Combater a Aids,a Malária e outras doenças

O entendimento da sociedade brasileira, expressa no texto constitucional de que a saúde é resultante direta das condições de vida do

30 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico indivíduo, nos remete a compreensão ampla dos determinantes do processo saúde doença, e nos obriga a análise dos diversos aspectos relacionados à saúde e a qualidade vida dos indivíduos.

A implantação do SUS, com a conseqüente adoção de um modelo de atenção a saúde baseado na atenção primária a saúde levado a diante pela Estratégia de Saúde da Família, faz com que a mudança do quadro epidemiológico na produção e distribuição social dos problemas de saúde que vem ocorrendo em contextos urbanos contemporâneos seja evidente.

O incremento das ações de saúde no período recente na cidade de Olinda representa sem dúvida um grande avanço na produção e distribuição social dos problemas de saúde. No entanto, as diferenças de acesso a bens básicos e padrão de qualidade de vida nos diferentes bairros das grandes cidades e regiões metropolitanas.

A descentralização constitui também eixo fundamental da implantação do sistema de saúde local, associada à expansão de um sistema de provimento de serviços, que busca aproximar oferta de serviços às demandas por melhores condições de assistência. Nessa perspectiva, a territorialização integra-se às novas formas de gestão, produzindo sinergia e racionalidade aos processos. Desta forma o município de Olinda implantou um novo modelo de saúde (FIGURA 4)

31 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

FIGURA 4–Modelo de atenção a saúde de Olinda

Com investimento grande na atenção primária a saúde, a cobertura do PSF aumentou 27% saindo de 40 para 67 %. Inclusive com um grande investimento em saúde bucal, até então inexistente no município. As ações básicas em saúde triplicaram nos últimos sete anos.

A situação epidemiológica brasileira apresenta uma dupla carga de doenças persistindo, de um lado, as doenças que emergem e/ou re-emergem como as infecto-contagiosas e, de outro, uma forte predominância relativa às condições crônicas. As Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) repercutem na situação econômica do país, geram absenteísmo no trabalho, incapacidades permanentes e altos custos com tratamento e reabilitação. Não é diferente na cidade de Olinda.

32 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

A distribuição do número de óbitos em Olinda para os anos de 2000 e 2005 foi de 2.906 e 2.680 respectivamente, apresentando uma discreta tendência de redução, acompanhando assim a tendência em nível nacional.

Gráfico 5-Coeficiente de Mortalidade (por 1.000 hab). Olinda, 2000 a 2005

8 7,89 7,8 7,69 7,6 7,63 7,4 7,33 7,2 7,25 7 6,96 6,8 6,6 6,4 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde-SMS-Olinda

O maior percentual de óbitos encontra-se na faixa etária de 60 a 79 anos, comportando-se dentro do esperado para as médias da esperança de vida para o Brasil -69.3, Nordeste – 66.7 e Pernambuco com 64.7 anos (DATASUS/MS, 2003). Observou-se redução de óbitos em < 1 ano, porém destaca-se o percentual na faixa de 20 a 29 anos, com 22.12%, que apesar de discreta redução entre os anos de 2000 a 2005 ainda se encontra elevado, considerando ser esta a faixa de maior produtividade. Provavelmente, este fato pode estar relacionado com o fenômeno social da violência.

33 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Gráfico 6-Percentual de Óbito segundo Causa Básica. Olinda, 2000 a 2005.

35,00 31,71 31,80 28,84 31,08 28,49 30,00 28,46 Neoplasias (tumores) 25,00 D. do aparelho circulatório 20,00 18,95

17,83 17,08 16,9 D. do aparelho 17,77 16,86 respiratório 15,00 14,36 13,37 13,81 12,28 12,40 D. do aparelho 10,99 10,78 10,00 9,15 digestivo 9,48 9,47 7,64 8,32 6,16 Causas ext de 5,55 6,04 5,00 5,29 morbidade e 5,30 5,08 mortalidade

0,00 %%%%%%

Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde-SMS-Olinda

Em 2005 a distribuição de óbitos por Causa Capítulo do CID-10 apontou as Doenças do Aparelho Circulatório como primeira causa (31.08%), seguida de Causas Externas (16,90%), Neoplasias (14,36%), Doenças do Aparelho Respiratório (8,32%) e Doenças do Aparelho Digestivo (6,04%). Por outro lado, ao analisarmos por Causa Determinante do CID-10 , verificou-se que Homicídio é a primeira causa de morte em nosso município, no ano de 2005.

34 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Gráfico 7- Percentual dos principais tipos de Doença Cardiovascular. Olinda 2000- 2005

40

D . 35 34,25 33,22 33,63 hipert ensivas 31,72 32,3 31,48 30,36 31,09 30 28,83 28,93 Infarto ag. do 26,74 26,46 25 mio cardio

20 19,18 Outras D. 17,91 17,89 16,84 cardiacas 15 13,43 10,32 D . 10 9,78 9,51 9,28 9,24 cerebrovascul 8,2 ares 6,36 5

0 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Com relação às Doenças do Aparelho Circulatório, as Doenças Cérebros- Vasculares apresentaram crescimento de 31.72% dos óbitos (2000) para 34.25% (2004), reduzindo novamente para 31% (2005), apontando discreta predominância feminina (53,28%) no ano de 2005. O Infarto Agudo do Miocárdio variou de 26.74% para 33.63% para os anos de 2000 e 2004 respectivamente, reduzindo para 28,93% em 2005.

A taxa de mortalidade infantil é um importante indicador das condições de vida e do acesso e qualidade das ações e serviços de saúde. Este indicador vem demonstrando que está em queda.

A redução da mortalidade infantil vem acontecendo a nível nacional, estando, portanto, o município de Olinda dentro deste panorama de decréscimo dos óbitos em menores de 01 ano, cujo coeficiente foi de 17,13 por 1.000 nascidos vivos no ano de 2005.

35 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Gráfico 8- Distribuição dos Coeficientes de Mortalidade Infantil (por 1.000 nascidos vivos). Olinda, 2000 a 2005.

25

21,56 21,1 20,59

20 17,88 17,1 15,62 15

10

5

0 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde da SMS-Olinda

As condições de nascimento tem se mantido ao longo dos anos. Observa-se um aumento no % de partos cesáreos, de prematuridade, estando o percentual de baixo peso ao nascer inalterado a o longo dos últimos anos. Muito embora com variações do tipo de imunização, o esquema vacinal básico de crianças em áreas cobertas pelo ESF chega a 96%, com um aumento de 5% nos últimos cinco anos.

36 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Gráfico 9- Razão de Mortalidade Materna p/ 100.000 NV .Olinda, 2000 a 2005

136,5 140 121,13 106,18 120 100 80 44,64 60 25,36 40 14,19 20 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde da SMS-Olinda

A razão de mortalidade materna apresentou redução acentuada no ano de 2003, chegando a 14.19 óbitos por 100.000 nascidos vivos, voltando a aumentar no ano de 2004 e significativamente em 2005 (136,5 óbitos por 100.000 nascidos vivos). No período estudado (2000 a 2005), foi verificado que 11% dos óbitos correspondeu à faixa etária de mulheres de 20 a 29 anos e não foi verificada uma causa única determinante para os 22 óbitos registrados. O município vem emfrentando de forma determinada a questão da morte materna, entre as principais ações estão os investimentos feitos na Maternidade Brites de Albuquerque e a criação do comitê de mortalidade materna.

Os dados a seguir apresentam a situação preliminar de algumas doenças transmissíveis, cujo comportamento deverá ser analisada a partir das metas estabelecidas pelos ODM, tais como: HIV/Aids, Tuberculose e Dengue.

Com relação aos casos de AIDS, os números revelam subnotificação, já que demonstram redução no número de casos, quando há uma tendência nacional e internacional de aumento da incidência e detecção deste agravo. De fato, esforços nesse sentido mostram um aumento para 97 casos no ano de 2006; e uma diminuição para 37 em 2007. O que mostra uma certa oscilação.

37 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Gráfico 10 - Distribuição do Número de Casos e Número de Óbitos por AIDS no período de 2000 a 2005 – Olinda.

Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde de Olinda

Com relação a tuberculose vale ressaltar que o coeficiente de detecção da doença varia entre 71 a 81% no período investigado, mas recentemente tem se obtido uma taxa de cura de 89% para os casos novos.

Gráfico 11- Distribuição do Número de Casos e Número de Óbitos Tuberculose no período de 2000 a 2005 – Olinda.

Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde de Olinda

38 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Considerado como um problema prioritário a ser enfrentada no município de Olinda, a Dengue, tem sido um fenômeno epidêmico como aconteceu no ano de 2002, o que faz da mesma uma doença de enfrentamento continuo pela gestão municipal.

Quadro 1 - Distribuição de Casos de Dengue confirmados e coeficiente de incidência (por 100.000 habitantes. Olinda, 2000 a 2005. Casos Confirmados Dengue Coef. de Dengue com Coeficiente Febre Coeficiente Ano Clássico Incidência complicações Incidência Hemorrágica Incidência

2000 533 144,87 0 0 2 0,54 2001 192 51,61 0 0 4 1,07 2002 3508 939,27 46 12,31 17 4,55 2003 132 35,10 2 0,53 1 0,2 6 2004 64 16,90 0 0 0 0 2005 180 46,81 11 2,86 2 0,52 Fonte: Diretoria de Vigilância a Saúde de Olinda

A atenção à saúde no município de Olinda é realizada por meio de uma rede assistencial formada por Unidades Básica de Saúde, distribuídas nas diferentes áreas geográficas da cidade. Além disso, a rede assistencial é composta por policlínicas para atendimentos de urgência e emergência, Centro de Especialidades Odontológica, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Maternidade e Serviço de Pronto atendimento infantil conforme ilustrado na FIGURA 5.

39 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

FIGURA 5– Rede assist6encial de saúde de Olinda

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DIAGNÓSTICO TÉCNICO Ilha do Maruim

41 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

1. A história da Ilha do Maruim

A ilha do Maruim- comunidade popular com aproximadamente 108 anos de existência, está inserida no que se batizou de “Baia entulhada” do Recife, resultante do aterro realizado por fatores naturais e pela ação do homem. Aí acostavam as antigas naus que na época Colonial, penetrando pelo rio Beberibe, vinham apanhar o açúcar depositado nos armazéns situados no varadouro.

A origem e formação dessa comunidade se deram após a abolição da escravatura. Os negros iniciaram a ocupação quando libertos dos afazeres escravos e da Senzala que época localizava-se na vila Sta. Tereza, hoje uma área extensiva à Av. Olinda na circunvizinhança da Ilha do Maruim. No domínio das atividades escravistas estava a “ordem dos carmelitas descalços” pertencente a Igreja Católica.

FIGURA 5-Vista aérea da Ilha do Maruim-Olinda-PE.

RECIFE

ILHA DO MARUIM

OLINDA

42 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

Sob a condição de “liberdade” mas, escravizados pelas desumanas condições que tiveram que buscar para a sobrevivência, os escravos encontraram na pesca a atividade que lhes possibilitariam o sustento e alimentação e na praia de 4 Coqueiros – entre Milagres e a fortaleza do Buraco – Ilha do Maruim – o espaço geográfico que poderiam ocupar sem a intervenção dos “donos das terras”. A ilha do Maruim, era então, uma área quase que totalmente coberta pelas águas, o que se reduz hoje a um alagado coberto de mangue e a um estreito canal conhecido como canal da Malária que, passando no Varadouro, caminha paralelamente a praia desaguando no rio Beberibe.

Durante um longo período da história, o panorama na ilha era reduzido aos raros casebres que despontavam em meio aos alagados e manguezal. Os escravos mantinham seus ofícios de pesca e confecção artesanal de redes e apetrechos de pesca além de suas próprias roupas. A travessia de um extremo para outro, se fazia por meio de “baiteira” (barco pequeno; palavra de origem indígena utilizado pelos pescadores). O nome da comunidade originou-se pela quantidade de mosquito que havia à época, denominados “maruim” ( nome de origem indígenas – pequeno mosquito).

Em meados de 1939, com o advento do Projeto Serviço Social contra mocambo no Governo de Agamenon Magalhães, um novo perfil começa a se delinear na paisagem primitiva da Ilha. Pessoas que se deslocavam das cidades do interior para o Centro urbano em busca de condições de sobrevivência, passaram a ocupar uma extensa área de mangue localizada na frente do Hospital do Câncer no bairro de Santo Amaro, à época conhecido e denominado Hospital dos Leprosos. A ocupação denominou-se “Sete Mocambos” até pelas características das habitações constituídas geralmente de palha.

Vitimadas pela desapropriação via Projeto de Governo supracitado, essas famílias se deslocavam para o local que apresentava grande parte da área

43 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico desabitada e próxima do Centro- a ilha do Maruim. Inicialmente as casas foram feitas em forma de palafitas para se adequarem às condições naturais da área e os materiais utilizados para a construção eram zinco, tabúa e palha. Alguns anos depois a primeira casa de alvenaria foi construída na rua chamada hoje José Bonifácio n 150, onde ali funcionou uma escola conhecida como “casa dos Pobres”.

A mesma escola funciona hoje no lado oposto da Ilha do Maruim paralela a Av. Olinda com o nome de escola Ana Sales Lemos- antiga “casa dos pobres”. Pela ausência de serviços públicos, as famílias locais se comoviam duas vezes por semana para Peixinhos- bairro distante a 3 Km do local- para lavar roupas na comunidade de Cabo Gato.

Em 1944, a própria comunidade construiu o primeiro acesso da ilha que hoje é a Rua Monteiro Lobato. A comunicação se dava através do rádio (baixo- falante) confeccionado artesanalmente com material de sucata (cartolina, ferro de imã, bobina, cristal e uma chave de onda). Esse era o único meio pelo qual a comunidade tinha acesso as informações gerais.

Em termos de economia, o aumento da população local não significou avanços nos meios de subsistência. A cultura da pesca manteve-se como meio de sobrevivência das famílias que, conFIGURA-se através da presença do homem como provedor e responsável pela atividade pesqueira; enquanto a mulher permanecia em casa cuidando das confecções dos apetrechos de pesca. Também eram comuns, pequenas criações de porcos que ajudavam na renda familiar.

Somada às condições adversas para a sobrevivência humana e as precárias alternativas de subsistências, as crianças a partir de 10 anos não tinham outra opção se não a de contribuir com a renda familiar através da pesca de mariscos que lhes garantiam em medis 5.000 réis por 3 horas de trabalho. Enquanto adultos em trabalho braçal, percebiam até 3.800 réis.

44 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

O acesso a ganhos superiores aos adultos, em face de facilidade de mobilidade e rapidez próprias das crianças, trouxe implicações para essa população em sua mais tenra idade. Essas crianças passaram a ter acesso também a bebidas, casas de prostituição e jogos, além de continuarem como arrimo de família.

A alimentação básica das famílias moradoras da localidade consistia em crustáceos, considerando que nos períodos em que os ganham diminuíam era típico encontrar nas casas, em todas as refeições, o camarão com farinha.

Quanto à questão fundiária, desde o início criou-se uma dubiedade entre a Marinha e a Prefeitura Municipal de Olinda quanto à propriedade da área. Em 1944, através de um decreto federal todas as pessoas que moravam em terrenos flúvio-marinhos podiam receber o “título de posse de terra”. À época muitos moradores conseguiram o seu título.

Alguns anos depois- 1950- uma companhia particular de fornecimento de água e luz para Olinda através de seu proprietário, conseguiu obter o aforamento da Ilha chegando a fazer uma planta de loteamento de toda área que fora aprovada pela prefeitura. Ao mesmo tempo a Capitania dos portos, através do aforamento concedido pela marinha instala um funcionário na Ilha – Sr. Cirilo Carneiro que passa a demarcar o terreno das casas dos moradores. Sr. Cirilo Carneiro- passa a residir na comunidade, exatamente na rua José Bonifácio, trava uma batalha judicial com o proprietário da companhia de água e energia elétrica que, ao final, nada se determinou.

Os moradores continuaram residindo na localidade, resistindo a todas as contingências que têm acercado desde sua formação histórica até os dias de hoje.

Organização comunitária e participação política

45 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico

A comunidade, em nível de participação vive um momento novo muito significativo; a criação do Fórum de entidades da Ilha do Maruim, com o objeto de fortalecer o trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes pelas diversas entidades presentes na comunidade.

Hoje, as entidades que compõem o Fórum busca fortalecer essas instâncias de participação como forma de garantir um espaço para discussões e decisões coletivas. Em nível de administração, o fórum se mantém pelas entidades que deles participam; ASSOC. DOS MORADORES, AXE DE KILÚ, CLUBE DE MÃES, PROJETO DE RECUPERAÇÃO, CBACIM (Centro Batista de Ação Comunitária da Ilha de Maruim), CCCIM ( Centro Comunitário das Crianças DA Ilha do Maruim), LACIM – Lar da criança da Ilha do Maruim.

É importante ressaltar, que todas essas organizações comunitárias desempenham papéis significativos no tocante a ações educativas. Apesar da precariedade das instalações físicas onde cada uma funciona, atividades culturais, recreativas e pedagógicas, tem acontecido permanentemente com a atuação de educadores comunitários.

2. Situação Geográfica e Demográfica

De acordo com o Plano Diretor da cidade de Olinda, A ilha do Maruim pode ser considerada uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) é área de assentamentos habitacionais de população de baixa renda, surgidos espontaneamente, existentes, consolidados ou propostos pelo Poder Público, onde haja possibilidade de urbanização e regularização fundiária.

De acordo com as definições do plano a ZEIS Ilha do Maruim: Inicia no encontro da Travessa Monte Castelo com a Avenida Olinda, seguindo por esta última no sentido nordeste até o encontro com a Travessa da Avenida Olinda, neste ponto deflete à direita. Segue nesta via por cerca de 68 metros, deflete à esquerda em 90º, segue cortando uma quadra, até encontrar a rua sem denominação, segue por esta via até o encontro com a Travessa M. Lobato. Neste ponto deflete à direita, logo em

46 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico seguida, deflete à esquerda na Rua José Bonifácio. Segue por esta via por cerca de 189 metros, deflete à direta, cortando uma quadra até chegar ao cruzamento da 2º Travessa da Rua Santa Tereza com a Rua Santa Tereza, neste ponto deflete à esquerda, seguindo pr esta última. Deflete à direita na Rua Chã Grande, segue até encontrar as margens do Canal da Malária, deflete à direita seguindo este canal até a altura da Travessa Monte Carlos, neste ponto deflete à direita e segue até o encontro com a Avenida Olinda, ponto inicial, fechando assim o polígono em questão.

Tabela 1 – Número de habitantes e percentual por faixa etária e sexo na Ilha do Maruim, conforme registro da USF Ilha do Maruim – Ano 2008.

Feminino % Masculino % Total % Faixa Etária < 1 ano 4 0,21 10 0,53 14 0,37

1 a 4 anos 85 4,55 72 3,87 157 4,21

5 a 9 anos 202 10,83 173 9,32 375 10,0

10 a 14 anos 242 12,97 272 14,65 514 13,8

15 a 19 anos 174 9,32 186 10,02 360 9,6

20 a 39 anos 659 35,33 603 32,48 1262 33,9

40 a 49 anos 228 12,22 199 10,72 427 10,0

50 a 59 anos 153 8,20 122 6,57 275 7,39

60 a mai s 118 6,32 219 11,79 337 9,0

Total Geral 1865 100 1856 100 37 21 100

Fonte: DATASUS / SIAB/ SMS/USF Ilha do Maruim, 2008

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Na tabela populacional, observa-se que 0,37% são crianças menores de 1 ano. Quando se analisa o percentual das faixas etárias, de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos verifica-se que há um pulo praticamente dobrando o seu percentual de 4,21% para 10%. Porém nas faixas de 10 a 14 anos e de 15 a 19 anos os percentuais se estabelecem em torno de 10%. É possível notar um crescimento do percentual até a faixa etária de 20 a 29 anos a população passa a diminuir o percentual por faixa etária, o que sinaliza uma mortalidade precoce na população.

Analisando as mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) temos um total de 2.100 mulheres que correspondem a 67,7% da população feminina.

Ao analisar esse perfil por ciclos de vida na Ilha do Maruim observa-se: 14,58 % de crianças ( 0 a 9 anos); 23,4% de adolescentes (10 a 19 anos); 53,2% de adultos ( 20 a 59 anos) e 9% de idosos ( 60 anos e mais).

A população idosa da região apresenta um percentual levemente superior ao do município que é de 8,3%.

3. Situação Sócio-Econômica

Objetivo 1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome

A economia da Ilha do Maruim está fortemente baseada no setor informal de trabalho absorvendo uma parcela significativa da população, distribuídas em atividades no município de Olinda e na própria Ilha através do seu pequeno comercio local: padaria, mercadinhos, barzinhos (bodega), oficinas mecânicas, jogo de bicho, quitandas, onde o dinheiro investido circula na própria comunidade, pois são os próprios moradores que se utilizam destes pequenos empreendimentos.

Dentre as principais atividades elencadas, registramos: empregadas domésticas, mecânicos, serviços gerais, pescadores, aposentados, pequenos comerciantes. Observamos ainda a significativa inserção nas atividades informais, de ambulantes que

48 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico desenvolvem seu trabalho na localidade e na cidade alta onde é o maior o fluxo de pessoas oriundas de outros bairros e cidades.

A rede de comunicações telefônicas atende satisfatoriamente a comunidade através de telefones públicos instalados em pontos estratégicos de toda área. O sistemas de transportes coletivos que atende o município de Olinda, tangência a Ilha, circulando por ali linhas urbanas que ligam a comunidade e diversos destinos da cidade. Os serviços de correspondências telegráficas também atuam de forma eficiente. A Ilha do Maruim conta ainda com uma participação da população em programas de distribuição de renda desenvolvidos no município, entretanto, os dados referentes a eles (Bolsa Família, e ações focados no grupo mais jovem) não estão desagregados para a área, no máximo existe informações para o Bairro de Santa Tereza onde está inserida a Ilha do Maruim. A área é atendida por um dos quatro Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), para atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade. Entre as ações de combate a pobreza e a vulnerabilidade social, estão:

-São atendidas 150 crianças 0 a 6 anos Em Santa Tereza Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM Urbano, para atendimento a 150 jovens no Bairro de Santa Tereza onde está localizado a Ilha do Maruim. Programa Agente Jovem com 50 atendimentos. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) com 80 atendimentos. 200 jovens e adultos atendidos pelo núcleo de Inclusão Digital em parceira com entidades sociais e comunitárias.

Constatamos a ausência de comunicação interna de caráter popular, tais como: jornal comunitário e/ou rádio comunitária.

Com relação à cultura e lazer, a comunidade, circundada por todo Patrimônio Histórico e Cultural de Olinda, possui potencialidades que destacam-se em atividades que já caracterizam os talentos naturais da área.

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A existência de grupos formados de pagode, capoeira, maracatu, teatro de mamulengos, danças populares dão mostras que a cultura é um elemento muito presente perpassando todas as atividades desenvolvidas pelas diferentes entidades comunitárias. As festas populares são realizadas com a participação da comunidade. Algumas são típicas da localidade como a “festa da padroeira dos pescadores”; a troça carnavalesca, ”o boneco da Ilha” é o ponto alto do carnaval. O lazer na comunidade é comprometido pela ausência de espaço adequadao.

A expressão da religiosidade não é um aspecto muito manifesto na comunidade. Identificamos a presença de 3 cultos de expressão afro-brasileira: Culto Afro São Jorge, Culto Afro Xangô Agodô, Culto Afro Nagô Cabloco Caçador. No entanto a comunidade local em sua maioria, não participa dos mesmos, onde os freqüentadores são oriundos de outras localidades.

Registramos ainda a presença de igreja evangélica e um templo da Igreja Católica. É interessante ressaltar que esses espaços denominacionais também estão caracterizados pela freqüência de pequenos grupos.

4. Situação Ambiental e habitacional

Objetivo 7 - Garantira sustentabilidade ambiental

A Comunidade da Ilha do Maruim é localizada numa área de mangue as margens do rio Beberibe e da praia El Chipre, poluídos pelo recebimento de dejetos e lixos lançados na Ilha. As ruas, em sua maioria, não possuem pavimentação e todo o esgoto residencial corre a céu aberto.

A situação de destinação do lixo ainda é um problema recorrente na Ilha, a coleta do lixo atende hoje 73,26% dos domicílios da comunidade, ficando ainda 26,64% a céu aberto

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Apesar das intervenções a serem feitas como parte do PAC e Pró-metrópole, na área o saneamento ainda persiste como um dos principais problemas da localidade. Apenas, 25,7% das residências possuem sistema de esgotamento sanitário; 44,28% jogam os dejetos a céu aberto. Esta situação é potencializada pelas ruas sem caneletas e sem calçamento, situação que se agrava nos períodos de chuva, pois as mesmas ficam alagadas proliferando a incidência de insetos e ratos, que conseqüentemente provocam doenças. Existe ainda um precário fornecimento de água através da rede de abastecimento público, dados do SIAB, captado pela ESF, demonstra que 89,8 % dos domicílios da comunidade estão ligados a rede pública, mas de fato o que predomina é que a população recorre a prática clandestina através de gambiarras, ou seja, acessam a água através de perfurações no cano mestre que abastece a circunvizinhança. Ao se observar o método de tratamento da água no domicílio observa-se que 47,45% não utilizam nenhuma forma de tratamento, ao passo que 32,3% utilizam a filtração e 18,52% a cloração. No que tange as condições de moradia, há uma situação de precariedade na infraestrutura habitacional da Ilha. Uma significativa parcela da população possui suas casas construídas em material e alvenaria, outra parcela reside nos “aglomerados”, denominação dada pela comunidade às palafitas, barracos e outras estruturas feitos com materiais precários e deteriorados. De fato dados da USF demonstram que 94,8% das casas apresentam casas de tijolo (alvenaria), 96,9% tem acesso a energia elétrica.

6. Situação Educacional

Há na área da Ilha do Maruim duas escolas que realizam o principal atendimento a crianças e jovens adolescentes na área. A Creche de Irene, possui 80 alunos sendo 45 em horário integral; a creche funciona no horário das 07:00 às 17:00 horas; em espaço cedido pela PMO; seu público alvo são crianças na idade de 0 à 3

51 RVL Olinda – Diagnóstico Técnico anos = creche horário integral; as mesma são divididas em 04 turmas, há 04 Professores concursados + 1 funcionário contratado (secretaria); a creche conta com 08 voluntários, sendo a Prefeitura responsável pela merenda / almoço para as crianças atendidas pela Creche e Formação dos Educadores.

Já a Escola Santa Tereza atende a 544 alunos, possui turmas do Pró-jovem no turno noturno, uma tele sala para educação de Jovens e adultos, sendo os turnos da manhã e tarde devotados ao ensino fundamental.

Dados captados pela USF demonstram 75,19% das crianças de 7 a 14 anos estão na escola, e uma taxa de alfabetização de 88,6% dos maiores de 15 anos.

7. Gênero e Etnia

Objetivo 3 - Promover a igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres

Como já foi citado anteriormente a localidade da Ilha do Maruim é servida por um CRAS-Centro de Referência de Assistência Social, que fornece atendimentos com uma equipe multiprofissional como assistente social, psicóloga, e tem o objetivo de promover igualdade, proteção e garantia dos direitos individuais e coletivos.

Este centro possui atividades Qualificação Profissional, entre as a,coes voltadas para mulheres este centro capacitou no ano de 2007, oitenta mulheres em curso de manicure.

Existe uma forte presença de movimentos culturais de consolidação da cultura afro-brasileira como o AXE DE KILÚ; bem como movimentos de valorização de ritmos e danças como o maracatu.

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8. Situação de Saúde

Objetivo 4 – Reduzir a mortalidade Infantil

Objetivo 5- Melhorar a saúde materna

Objetivo 6- Combater a Aids,a Malária e outras doenças

A análise dos dados da situação de saúde da Ilha do Maruim foi realizada com base nos dados da unidade de saúde da família, que possui o cadastro de 961 famílias residentes na Ilha, o que equivale a 3.721 moradores. Portanto, a interpretação desta análise nos remete a um cuidado na interpretação e na comparabilidade dos dados em relação ao município e ao estado de Pernambuco.

A mortalidade infantil está em queda em Olinda, não havendo registros de óbitos infantis no último ano (2007) na Ilha do Maruim, este indicador reflete a atenção que vem sendo prestadas as crianças com menos de um ano de nascidas, tais como:

97,7% das crianças estão com a vacina em dia

89% das crianças são acompanhadas

2,38 % estão desnutridas.

Dados dos primeiros seis meses de 2008 revelam a ausência de registros de óbitos infantis na área. No entanto, atenção deve ser dada ao fato que apenas 47% das crianças tem aleitamento materno exclusivo; 13% dos nascidos vivos foram baixo peso ao nascer.O que pode trazer preocupações em relação a necessidade ações de diminuição de vulnerabilidade deste grupo.

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A taxa de mortalidade materna na Ilha do maruim foi igual a 1,53, com o registro de 3 óbitos em mulheres em idade fértil.

A unidade possui uma taxa de acompanhamento das gestantes de 100%, estando todas com vacina em dia. No entanto, apenas 80% das mesmas iniciam o seu pré-natal ainda no primeiro trimestre de gravidez.A lcoalidade possui uma proporção de gestantes menores de 20 anos que pode ser considerada alta de 33,3%.

O sexto objetivo do milênio se constitui o combate da AIDS, Malária e outras doenças. A localidade da ilha do Maruim possui 15 casos notificados AIDS. 3 casos de tuberculose dos quais 100% são acompanhados, com uma prevalência estimada de 0.17 (tomando como referência) AA população de 20 anos e mais. Por último e mais comum entre as morbidades de adultos a prevalência de diabetes é igual a 2,33% e de Hipertensão arterial de 8,79%.

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III-Recomendações

Interagir coma comunidade e ouvir as vozes dos lugar, nos fazem refletir e perceber os limites entre instituidor e instituinte, portanto ao conviver nos últimos seis meses com a comunidade da Ilhado Maruim, comprem-nos de levar adiante algumas reflexões e recomendações a cerca do projeto:

1- Ao focar no monitoramento dos ODM, o diagnóstico pode ficar comprometido pela dificuldade de dimensionamento dos denominadores que serão usados no cálculo dos indicadores ao considerar a área local.

2- Apesar de não estar constituída entre os ODM, a violência urbana vivenciada por comunidades como a Ilha do Maruim, não está contemplada entre os indicadores a serem monitorados. Recomenda-se que seja levado a diante um inquérito sobre o grau de capital social envolvido nessa comunidade.

3- Deve estabelecer um modelo baseado em pesquisa qualitativa pra que seja capturada as vozes de moradores, que com suas visões e sentimentos podem dar significados aos números apresentados net relatório.

4- Sugere-se que seja apoiado através de consultorias e recursos necessários a aquisição de instrumentos de tecnologia, a criação de um núcleo de gestão da informação da prefeitura de Olinda, inclusive como desenvolvimento de modelos de controle social pela população dos setores envolvidos no ODM.

5- Recomenda-se que a OPAS apóie a SMS de Olinda na sistematização dos seus sistemas de informação através de ações no nível central, bem como em treinamento e capacitação pra valorização dos profissionais da rede do valor da informação.

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Referências Bibliográficas

Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios de Pernambuco. 2006. v. 3

ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. IBGE, 1958.

FIAM, Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios do Interior de Pernambuco. 1994. v.2.

Ferrari, C (1991). Curso de Planejamento municipal integrado:urbanismo.7ª. Ed. São Paulo Editora Pioneira.

IBGE, Censo Demográfico e Contagem Populacional, Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

IBGE, Estimativa populacional 2008, Rio de Janeiro: IBGE, 2008.

PMO/ Lei Complementar 026/2004, Plano Diretor de Olinda.

Prefeitura Municipal de Guarulhos/Secretaria de Saúde/Diagnóstico Técnico do Projeto Rostos, Vozes e Lugares. Guarulhos, 2008. 110p.

Melo, MJV. A Bacia do Rio Fragoso em Olinda-PE: Drenagem e gestão ambiental. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco. 2003. 183p.

MENEZES, José Luiz Mota, in Evolução Urbana e Territorial de Olinda: do Descobrimento aos Tempos Atuais - A Vila de Olinda - 1537-1630.

Ministério da Saúde. Painel de Indicadores do SUS, ano 1, n.1 , out. 2006.

Secretaria Municipal de Saúde, Atualização do Perfil de Morbi-Mortalidade do município de Olinda, 2006.

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ANEXO I-Comitê local do Projeto Rostos, Vozes e Lugares

Representante Entidade /orgão Cristóvão Fernand o da Silva Associação dos Moradores Edivaldo Batista Alexandre CCIM Alexandre Tavares do Nascimento Axé de Kilu Kátia Cristina F. dos Santos Trabalhadora da Saúde -ACS Silvana Leonora de Souza Trabalhadora da Saúde -ACS Emanuel Ferreira de Santana Crech e de Irene Divânia Muniz de Albuquerque Trabalhadora da Saúde -ACS Renata Carapeba CRAS Ana Clécia de Sá Goes Escola Santa Tereza Everson de Queiroz Tenório Usuário Josefa Gomes da Silva Usuário Gilvânia dos Santos Gama Usuário José Jorge Marques Coo perativa dos Pescadores Eduardo da Silva França CCIM José Francisco da Silva Filho Secretaria de Obras

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ANEXO II-Comitê Regional do Projeto Rostos, Vozes e Lugares

Entidade/orgão Entidade/orgão Conceição Ferreira DO Fátima Vieira NUPA V Vanessa Lima DPS/SSO Mariana Gabriel NEPS/SSO Cristina Lima SEDESE -PSBÁSICA Angelina Mendes USF Edileusa Gomes SEDO/GAB. Adalberto Sales Dir.SEGURANÇA/PMO Nielson Andrade GMO Eliane Siqueira DPS/SSO Paulo Cesar COORD.S.BUCAL/SSO Mônica Oliveira DPS/SSO Vânia Veruska HUMANIZAÇÃO/ OUVIDORIA

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ANEXO III- Indicadores de Saúde Município de Pernambuco, Olinda e da Ilha do Maruim

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