Uma Conversa Com Joel Silveira Fernando Albuquerque Miranda

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Uma Conversa Com Joel Silveira Fernando Albuquerque Miranda Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007 Uma Conversa Com Joel Silveira 1 Fernando Albuquerque Miranda 2 Aluno do curso de Mestrado em Letras da Universidade Federal de São João Del-Rei Resumo: Nessa entrevista realizada com o jornalista Joel Silveira no dia 14 de dezembro de 2006 são abordadas questões referentes à sua prática e trajetória no jornalismo impresso. Resgata-se parte de sua memória em relação à cobertura jornalística da Segunda Guerra Mundial, feita para os Diários Associados, bem como algumas de suas opiniões sobre o fazer jornalístico de sua época em comparação com a atual. Essa entrevista faz parte do material reunido para minha dissertação de mestrado no curso de Letras da UFSJ, que tem como objetivo analisar o impacto dos meios de reprodução de imagens em movimento nos livros-reportagem sobre guerras. Palavras-chave: cobertura de guerra; Joel Silveira; jornalismo impresso; livro- reportagem. “Bem, meu nome é Joel Silveira, jornalista de 26 anos, e estou indo para a guerra. Voltarei?” (SILVEIRA, 2005, p. 24). Com essa breve apresentação e com a curta indagação que revela um misto de apreensão e dúvida em relação ao destino, que pode-se deduzir ser comum a todos os correspondentes que partem para cobrir uma guerra, Joel Silveira iniciava o último parágrafo de sua primeira reportagem, intitulada “O primeiro dia”, para os Diários Associados. A empreitada dali para frente seria reportar a Segunda Guerra Mundial, acompanhando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na campanha na Itália. Era 1944 e Joel redigiu seu primeiro texto ainda atracado no litoral do Rio de Janeiro, no navio que o levaria junto com cerca de 6 mil soldados brasileiros para Nápoles. Seu trabalho se estenderia por nove meses, tempo em que presenciaria a tomada do Monte Castelo, a rendição da 148ª Divisão Alemã aos brasileiros e a morte de Mussolini em Milão. Entre os correspondentes brasileiros ele era o mais jovem e confessa nessa entrevista não saber até hoje o motivo de ter sido o escolhido de Assis Chateaubriand. “Até hoje eu não sei porque o Chateaubriand me escolheu porque já havia lá o Carlos Lacerda que queria ir, o David Nasser queria ir, o Edmar Morel, vários queriam ir né.” E ao escolhê-lo entre esses jornalistas, na época muito mais conhecidos e experientes, o 1 Trabalho apresentado ao GT 1 – História do Jornalismo, do V Congresso Nacional de História da Mídia, Facasper e Ciee, São Paulo, 2007. 2 Mestrando em Letras pela UFSJ, pós-graduado em Marketing e Comunicação Corporativa pelas Faculdades Santo Agostinho (2005), professor de jornalismo e jornalista formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1992). Endereço eletrônico: [email protected]. 1 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007 dono dos Diários Associados apenas lhe fez uma recomendação, conforme registra Joel nas últimas linhas de sua primeira reportagem: Lembro-me das palavras de Assis Chateaubriand, meu patrão, quando dele me fui despedir, já devidamente fardado: “Seu Silveira, me faça um favor de ordem pessoal. Vá para a guerra mas não morra. Repórter não é para morrer, é para mandar notícias.” Prometi obedecer cegamente a suas ordens, e tenho de cumprir a promessa. (idem, ibidem, p.24) Joel cumpriu a promessa e, quando retornou da guerra, lançou “Histórias de pracinhas”, em 1946, livro que encontra-se esgotado e que reunia seus textos publicados nos Diários Associados e mais escritos que na época haviam sido censurados pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Esta edição serviu de fonte para a editora Objetiva selecionar os textos que formam a coletânea “O inverno da guerra”, lançada em 2005 dentro de sua coleção Jornalismo de Guerra. Essa entrevista surgiu da necessidade de reunir material para minha dissertação, cujo objetivo é analisar os impactos e influências dos meios de reprodução de imagens em movimento nos livros-reportagem sobre guerras. Um dos livros analisados é justamente “O inverno da guerra”, daí o motivo pelo qual tornou-se fundamental procurar Joel Silveira para registrar seu depoimento. Mas o que seria a princípio apenas uma entrevista para tirar dúvidas sobre a hipótese de meu trabalho evoluiu para uma conversa que por várias vezes resvalou na informalidade. Joel me atendeu por telefone de seu apartamento no Rio de Janeiro no dia 14 de dezembro de 2006. Aos 88 anos, o jornalista não pôde conversar comigo pessoalmente. Com a idade avançada, me explicou que já não enxergava direito e ficava a maior parte do tempo deitado na cama. Impossibilitado de ler, não perdeu contudo o gosto por manter-se informado. Confidenciou-me que passava horas “assistindo” televisão, e realmente mostrou-se a par dos últimos acontecimentos naquela ocasião. Com extrema gentileza, o jornalista que acompanhou os maiores acontecimentos da história recente do Brasil e que é considerado o pioneiro do jornalismo literário no país (PENA, 2006, p. 65), apesar de ele mesmo negar isso, deixou parte de sua memória registrada nessa conversa. Falou-me das condições de trabalho na Itália, onde chegou a pegar um inverno de 20 graus negativos, dos momentos em que sentiu a morte passar por perto, da volta triunfante para o Brasil e da polêmica mantida de forma involuntária com Mário de Andrade. 2 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007 Apesar de negar o convívio de elementos informativos e romanescos (MORIN, 1967) – o que é típico dos produtos da indústria cultural conceituada por Adorno e Horkheimer (1982) – em seu texto, em vários momentos Joel confirmou essa tendência pela reprodução de alguns depoimentos (como o de seu amigo Carlos Heitor Cony que, segundo ele, considerava seus escritos “verdadeiros libretos”). A seguir alguns trechos da entrevista. Como o senhor lidava com as tecnologias disponíveis naquela época em sua cobertura da Segunda Guerra Mundial? Bom, naquele tempo o trabalho era muito precário. Não havia os recursos que hoje se tem. Hoje o correspondente de guerra pode cobrir a guerra do quarto do hotel. Ele tem tudo ali, televisão, internet, aquela coisa toda. Mas na Segunda Guerra Mundial o correspondente, quer dizer, no meu caso, no caso do Rubem Braga, nós tínhamos que estar junto com os soldados, na frente. Eu, como era dos Diários Associados, eu tinha direito a mandar telegramas, que era um serviço muito caro. Já o Rubem Braga, que era do Diário Carioca, um jornal pobre, ele não tinha esse recurso. De maneira que o que o Braga escrevia só saía publicado aqui dois meses depois. E eu não, eu saía instantaneamente. Claro que eu não mandava tudo por telegrama, o que custaria um dinheirão, só as coisas mais importantes, como a conquista do Monte Castelo, a rendição da 148ª Divisão Alemã aos brasileiros, a morte do Mussolini lá em Milão. Isso eu mandava por telegrama, compreendeu? O resto então da guerra eu mandava por crônicas. O senhor chegava a enviar material todo o dia para Brasil? Todo dia, todo dia. Às vezes mandava três vezes por dia. E esse material saía aqui no outro dia? Às vezes até no mesmo dia. Quando chegava de manhã, saía. Porque os Diários Associados, além dos matutinos, tinha os vespertinos. Aqui no Rio eram O Jornal e O Diário da Noite. Quando não saía no jornal do dia seguinte, saía à tarde no Diário da Noite. E isso no Brasil inteiro, porque naquele tempo os Diários Associados tinham 27 jornais e rádios. Não havia ainda televisão. O senhor procurava usar o recurso da descrição, por exemplo, para compensar o fato de não haver fotografias do acontecimento no momento exato em que realizava sua cobertura? 3 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação V Congresso Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007 Ah, Claro. Eu era o mais preciso possível, com detalhes, tal e coisa. No caso de Monte Castelo, eu fui o único correspondente a chegar com a Divisão Brasileira, o 7º Regimento Brasileiro, lá no topo do Monte Castelo compreendeu? E de lá mesmo eu já mandei. Escrevi lá na mesa. Havia tiroteio. Porque o ataque ao Monte Castelo começou às 5 da manhã e terminou às 5 da tarde né? E lá todo mundo tremendo ainda de nervosismo né? Eu escrevi lá mesmo porque lá em cima do Monte Castelo havia uma granja, de um camponês que cultivava cevada, e lá que os alemães tinham se escondido, se aquartelado. Eu botei a máquina, porque sempre que andava eu ia com minha máquina né, e lá mesmo em Monte Castelo eu escrevi a reportagem. Desci, fui para Verona, para o censor militar, que era um brasileiro, cortar tudo que quisesse né. A censura americana era muito boa. Era só evitar citar nomes, essa coisa toda, para não localizar para o alemão né. Era um capitão chamado Boavista, Roberto Boavista, filho do banqueiro que era dono do Banco Boavista. E ele ficou muito meu amigo porque quando foi da rendição de um regimento lá, de uma patrulha alemã, o oficial alemão me deu uma pistola, uma Lunger, que, segundo o exército alemão, o oficial só poderia devolver a pistola para outro oficial. E o correspondente de guerra é tido como capitão, tanto assim que no mês passado eu fui aposentado não como capitão, porém como segundo tenente, compreendeu? Hoje eu sou segundo tenente do Exército Brasileiro, reformado né. Então eu dei essa Lunger para o Boavista. Ele ficou muito alegre.
Recommended publications
  • A Biografia Como Fonte Documental Para Pesquisas Sobre História Do Jornalismo: Impressões a Partir De Chatô, O Rei Do Brasil 1
    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - 04 E 05 DE AGOSTO DE 2016 A biografia como fonte documental para pesquisas sobre história do jornalismo: impressões a partir de Chatô, o rei do Brasil 1 Juliana BULHÕES Alberto Dantas 2 Gustavo Leite SOBRAL 3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Resumo Apresentamos um estudo de caso sobre a biografia Chatô, o rei do Brasil (MORAIS, 1994) como parte de uma pesquisa sobre o uso de biografias, autobiografias e similares para a construção da história do jornalismo. A princípio, apresentamos o embasamento teórico em torno da biografia como fonte documental fidedigna para este propósito; em seguida, destacamos aspectos da vida profissional do jornalista presentes na biografia; na sequência, relacionamos a obra biográfica com a história do jornalismo. Por fim, apontamos a viabilidade das biografias como fonte documental para pesquisas sobre a história do jornalismo. Palavras-chave: História do jornalismo; biografias; Assis Chateaubriand. Introdução O estudo de caso sobre a biografia Chatô, o rei do Brasil (MORAIS, 1994), de autoria do jornalista Fernando de Morais, é aqui apresentado como recorte da pesquisa O estudo das biografias e autobiografias de jornalistas brasileiros (SOBRAL; BULHÕES, 2016), que visa construir um mapa da prática jornalística brasileira por meio do estudo de obras de caráter biográfico sobre jornalistas brasileiros. Em um primeiro momento, realizamos um mapeamento das biografias, autobiografias e documentos similares, quais sejam livros de memórias, livros que relatam experiências, dentre outros, relacionados às trajetórias de jornalistas brasileiros, por acreditamos que tais obras podem revelar aspectos da atividade da imprensa no que tange às práticas profissionais (BULHÕES; SOBRAL, 2016).
    [Show full text]
  • Press180web.Pdf
    BAIXE O APLICATIVO A FACILIDADE DO MUNDO DIGITAL COM A SEGURANÇA DO BANRISUL. A segurança e os serviços que você já conhece, com a praticidade de um aplicativo completo. Banrisul Digital. Toda a tecnologia Banrisul para você resolver o seu dia a dia onde e quando quiser. Baixe e use hoje mesmo. Ainda não é cliente? Abra já sua conta no banco digital dos gaúchos. Abra já sua conta. SAC: 0800.646.1515 Defi cientes Auditivos e de Fala: 0800.648.1907 Ouvidoria: 0800.644.2200 Defi cientes Auditivos e de Fala: 3215.1068 /banrisul @banrisul www.banrisul.com.br/app BA_0044-17E_Anuncio Revista 210x280.indd 1 04/08/2017 10:49:43 ALMANAQUE Grupo RBS completa 60 anos este ano, comemoram-se os 60 anos do Gru- dio Gaúcha, Rádio Atlântida, 102.3 FM, Rádio Farroupilha, po RBS, fundado em 31 de agosto de 1957, CBN Porto Alegre) e três jornais (Zero Hora, Diário Gaú- data em que o radialista Maurício Sirotsky cho, Pioneiro). Sobrinho passa a ser um dos sócios da Rádio A empresa também opera a e.Bricks Digital, formada Gaúcha,N de Porto Alegre.Em novembro de 1959, o grupo por empresas da área de tecnologia por meio das quais consegue a concessão para instalar a TV Gaúcha, que en- atua nas áreas de mídia digital e tecnologia, mobile e e- tra no ar em 1962. Já em 1970, assume o diário Zero Hora. -commerce segmentado. Além disso, possui a Engage Hoje, o Grupo RBS é o maior conglomerado de comu- Eventos, a RBS Publicações (editora), uma gráfica, a Via- nicação do Sul do Brasil.
    [Show full text]
  • Análise Da Entrevista Entre Joel Silveira E Monteiro Lobato*
    VII Simpósio Nacional de História Cultural HISTÓRIA CULTURAL: ESCRITAS, CIRCULAÇÃO, LEITURAS E RECEPÇÕES Universidade de São Paulo – USP São Paulo – SP 10 e 14 de Novembro de 2014 UMA REPORTAGEM CONTRA VARGAS: ANÁLISE DA ENTREVISTA ENTRE JOEL SILVEIRA E MONTEIRO LOBATO* Danilo Wenseslau Ferrari** Joel Silveira foi jornalista de destaque na história da imprensa brasileira. Seu nome é frequentemente associado ao trabalho como correspondente de guerra, que acompanhou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), nos embates finais da Segunda Guerra Mundial. Antes desta atuação, o início de sua carreira foi bastante diverso. Sergipano da cidade de Lagarto, Joel aportou no Rio de Janeiro, em 1937, muito jovem, aos dezoito anos de idade. Desejava a consagração na carreira literária, o que não ocorreu. Naqueles anos, começou a firmar-se como repórter, ofício que seguiu por toda sua trajetória profissional. Em setembro de 1943, Joel publicou uma reportagem a respeito do escritor Monteiro Lobato, na revista carioca Diretrizes. Intitulada “Um governo deve sair do povo 1 como a fumaça de uma fogueira”, frase dita por Lobato durante a entrevista, o texto foi Página * Estas reflexões fazem parte da dissertação de mestrado defendida na UNESP/Assis, em 2011, sob orientação da Profª. Drª Tania Regina de Luca. Na pesquisa, analisou-se a produção jornalística de Joel Silveira, entre 1937 e 1944, no jornal literário Dom Casmurro e na revista Diretrizes. O trabalho contou com financiamento da FAPESP. ** Possui graduação e mestrado em História pela UNESP/Assis. Atualmente cursa o doutorado na mesma instituição e é Professor da Educação Básica II (História) na Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto-SP.
    [Show full text]
  • A República No Brasil: Trajetórias De Vida Entre a Democracia E a Ditadura
    Universidade Federal Fluminense REITOR Antonio Claudio Lucas da Nóbrega VICE-REITOR Fabio Barboza Passos Eduff – Editora da Universidade Federal Fluminense CONSELHO EDITORIAL Renato Franco [Diretor] Ana Paula Mendes de Miranda Celso José da Costa Gladys Viviana Gelado Johannes Kretschmer Leonardo Marques Luciano Dias Losekann Luiz Mors Cabral Marco Antônio Roxo da Silva Marco Moriconi Marco Otávio Bezerra Ronaldo Gismondi Silvia Patuzzi Vágner Camilo Alves Apoio O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Brasil. Código de Financiamento 001 | This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001. ______________________ Copyright © 2019 Jorge Ferreira e Karla Carloni É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da editora. Equipe de realização Editor responsável: Renato Franco Coordenação de produção: Márcio Oliveira Revisão e Normalização: Fátima Ferreira da Silva (Librum Soluções Editoriais) Capa, projeto gráfico e diagramação: Librum Soluções Editoriais Fotografía Capa: Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar [Brasil, 6 de agosto de 1968] | Fundo do Jornal Correio da Manhã, Domínio público / Acervo Arquivo Nacional Direitos desta edição cedidos à Eduff - Editora da Universidade Federal Fluminense Rua Miguel de Frias, 9, anexo/sobreloja - Icaraí - Niterói - RJ CEP 24220-008 - Brasil Tel.: +55 21 2629-5287 www.eduff.uff.br - [email protected]
    [Show full text]
  • Um Estudo Comparado Entre Os Correspondentes Rubem Braga E Joel Silveira Durante a Segunda Guerra Mundial
    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO SOCIAL: JORNALISMO Tamiris Tinti Volcean Crônica de guerra: um estudo comparado entre os correspondentes Rubem Braga e Joel Silveira durante a Segunda Guerra Mundial Bauru/SP 2017 Tamiris Tinti Volcean Crônica de guerra: um estudo comparado entre os correspondentes Rubem Braga e Joel Silveira durante a Segunda Guerra Mundial Monografia apresentada ao Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, sob a orientação do Prof. Dr. Arlindo Rebechi Junior. Bauru/SP 2017 $ Tamiris Tinti Volcean Crônica de guerra: um estudo comparado entre os correspondentes Rubem Braga e Joel Silveira durante a Segunda Guerra Mundial Monografia apresentada ao Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, sob a orientação do Prof. Dr. Arlindo Rebechi Junior. Banca examinadora: _______________________________________ Prof. Dr. Arlindo Rebechi Junior (orientador) _______________________________________ Prof. Dr. Marcelo Magalhães Bulhões _______________________________________ Profa. Ms. Michelle Moreira Braz dos Santos Bauru/SP 2017 % A minha avó, Josephina Guerrieri Tinti, que sonhou comigo esse momento e, hoje, me benze e protege de onde estiver. & AGRADECIMENTOS Ao Professor Dr. Arlindo Rebechi Junior pelo longo período de orientação, pelos ensinamentos, pela paciência em aceitar a transição da pesquisa em Ciências Biológicas para as Ciências Humanas, bem como pelo incentivo e apoio às minhas pretensões acadêmicas.
    [Show full text]
  • Anais Da Academia Brasileira De Letras
    ANO 2007 VOL. 194 ANAIS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JULHO A DEZEMBRO DE 2007 RIO DE JANEIRO ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS DIRETORIA DE 2007 Presidente: Marcos Vinicios Vilaça Secretário-Geral: Cícero Sandroni Primeira-Secretária: Ana Maria Machado Segundo-Secretário: José Murilo de Carvalho Diretor-Tesoureiro: Antonio Carlos Secchin Diretor das Bibliotecas: Murilo Melo Filho Diretor do Arquivo: Sergio Paulo Rouanet Diretor dos Anais da ABL: Eduardo Portella Diretor da Revista Brasileira: João de Scantimburgo Diretor das Publicações: Antonio Carlos Secchin _____________ Produção editorial e Organização dos Anais da ABL: Monique Cordeiro Figueiredo Mendes _____________ Sede da ABL: Av. Presidente Wilson, 203 – 4.o andar Castelo – 20030-021 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel.: (0xx21) 3974-2500 / Fax: (0xx21) 2220-6695 Correio eletrônico: [email protected] (Este volume foi editado no 2.o semestre de 2008) ISBN 1677-7255 _____________ A Academia Brasileira de Letras não se responsabiliza pelas opiniões manifestadas nos trabalhos assinados em suas publicações. _____________ Capa Victor Burton Editoração eletrônica Estúdio Castellani Revisão Igor Fagundes SUMÁRIO – Sessão do dia 5 julho de 2007. 9 O Texto, ou: A Vida – Uma Trajetória Literária, de Moacyr Scliar – Palavras do Acadêmico Murilo Melo Filho . 15 – Sessão do dia 12 julho de 2007. 20 – Sessão do dia 19 julho de 2007. 26 Prêmio Afrânio Coutinho – Palavras do Acadêmico Murilo Melo Filho . 31 Os 110 Anos da Constelação de Machado de Assis – Artigo de Ronaldo Rogério de Freitas de Mourão . 34 Dom Pedro II – Artigo do Acadêmico Celso Lafer . 38 Gilberto Freyre – 1900-1987 – Palavras do Acadêmico Antonio Olinto . 42 – Sessão extraordinária do dia 20 julho de 2007.
    [Show full text]
  • 1964 – 31 De Março O Movimento Revolucionário E a Sua História
    Therezinha de Castro 1964 – 31 de Março O Movimento Revolucionário e a sua História 1 Geopolítica – Princípios, Meios e Fins BIBLIOTHECA DO EXERCITO Casa do Barão de Loreto — 1881 — Fundada pelo Decreto no 8.336, de 17 de dezembro de 1881, por FRANKLIN AMÉRICO DE MENEZES DÓRIA, Barão de Loreto, Ministro da Guerra, e reorganizada pelo General-de-Divisão VALENTIN BENÍCIO DA SILVA, pelo Decreto no 1.748, de 26 de junho de 1937. Comandante do Exército General-de-Exército Francisco Roberto de Albuquerque Departamento de Ensino e Pesquisa General-de-Exército Gilberto Barbosa de Figueiredo Diretor de Assuntos Culturais General-de-Brigada Antônio Gabriel Esper Diretor da Biblioteca do Exército Coronel de Engenharia Luiz Eugênio Duarte Peixoto Conselho Editorial Presidente Coronel de Artilharia e Estado-Maior Luiz Paulo Macedo Carvalho Beneméritos General-de-Divisão Carlos de Meira Mattos Coronel Professor Celso José Pires Membros Efetivos Embaixador Vasco Mariz General-de-Divisão Ulisses Lisboa Perazzo Lannes General-de-Divisão Paulo Cesar de Castro General-de-Brigada Aricildes de Moraes Motta General-de-Brigada Cesar Augusto Nicodemus de Souza Coronel de Cavalaria e Estado-Maior Nilson Vieira Ferreira de Mello Coronel de Engenharia e Estado-Maior Luiz Carlos Carneiro de Paula Professor Doutor Arno Wehling Professor Doutor José Arthur Alves da Cruz Rios Professor Doutor Ricardo Vélez Rodríguez Biblioteca do Exército Editora Praça Duque de Caxias, 25 – Ala Marcílio Dias – 3o andar 20221-260 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil Tel.: (55 021) 2519-5707
    [Show full text]
  • Samuel Wainer: Entre Diretrizes E Ultima Hora
    (PPGHIS/UnB) Nº. 33, Brasília, Ago – Dez 2018 ISSN 2316-1191 Recebido: 07/10/2018 Aprovado: 01/12/2018 Samuel Wainer: entre Diretrizes e Ultima Hora Thiago Fidelis1 Resumo: O presente artigo tem como objetivo discutir uma parte da trajetória de Samuel Wainer, jornalista que entrevistou em 1949 Getúlio Vargas, em sua propriedade no interior do Rio Grande do Sul. Dentre os vários assuntos discutidos, o então senador e ex-presidente teria declarado que seria novamente candidato ao posto máximo do Executivo na eleição do ano seguinte. A partir daí Wainer, que durante o governo de Vargas teve sua revista, Diretrizes, fechada por conta da ação da censura e exilou-se para fugir da repressão do Estado Novo, acabou se aproximando do político gaúcho e foi um dos repórteres que acompanhou toda a candidatura vitoriosa de Getúlio. Pouco tempo depois da posse, em 1951, o jornalista fundou o jornal Ultima Hora, publicação que disputaria espaço no campo jornalístico para, ao contrário dos outros diários, defender o governo e o legado de Vargas, buscando direcionar as ações do mandatário de maneira positiva. Assim, foi discutido o caminho de Wainer entre Diretrizes e Ultima Hora, indicando como o então perseguido político passou a 1 Doutor em Ciências Sociais pela Unesp. Trabalho vinculado à tese de doutorado, financiado pela CAPES. E-mail: [email protected] 276 ser uma das figuras mais próximas de Vargas durante seu último governo (1951- 1954). Palavras-chaves: Samuel Wainer; Diretrizes; Ultima Hora. Abstract: The main purpose of this paper is to discuss Samuel Wainer's trajectory as the journalist who interviewed Getúlio Vargas, in 1949, in the Rio Grande do Sul (Brazil) countryside ex-president's property.
    [Show full text]
  • SAMUEL WAINER I (Depoimento, 1977-79)
    FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL (CPDOC) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI) Proibida a publicação no todo ou em parte; permitida a citação. Permitida a cópia. A citação deve ser textual, com indicação de fonte conforme abaixo. WAINER, Samuel. Samuel Wainer I (depoimento, 1996). Rio de Janeiro, CPDOC/ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI), 2010. Esta entrevista foi realizada na vigência do convênio entre CPDOC/FGV e ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI). É obrigatório o crédito às instituições mencionadas. SAMUEL WAINER I (depoimento, 1977-79) Rio de Janeiro 2010 Ficha Técnica tipo de entrevista: temática levantamento de dados: Equipe pesquisa e elaboração do roteiro: Equipe técnico de gravação: Clodomir Oliveira Gomes data: 1977 a 1979 duração: 2h fitas cassete: 02 páginas: 27 Esta entrevista é parte integrante de uma série de entrevistas do acervo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), realizadas entre 1977/1979 e doadas ao CPDOC em 15/08/1996. O entrevistado foi fundador, editor-chefe e diretor do jornal Última Hora. temas: Ademar de Barros, Café Filho, Censura, Getúlio Vargas, Governo Getúlio Vargas (1951- 1954), História da Imprensa, Imprensa, Jornalismo, Liberdade de Imprensa, Política, Última Hora Samuel Wainer I Sumário Entrevista: cerca de 1977 a 1979 Fita 1-A: A imprensa brasileira como fonte de informação: breves considerações; o “caso Café Filho”: comentários acerca das implicações políticas decorrentes da traição de João Café Filho a época do segundo
    [Show full text]
  • Artelogie, 14 | 2019 Joel Silveira: Um Repórter Em Diretrizes 2
    Artelogie Recherche sur les arts, le patrimoine et la littérature de l'Amérique latine 14 | 2019 Sensibilités : Arts, littératures et patrimoine en Amérique latine Joel Silveira: um repórter em diretrizes Joëlle Rouchou Edição electrónica URL: http://journals.openedition.org/artelogie/3926 DOI: 10.4000/artelogie.3926 ISSN: 2115-6395 Editora Association ESCAL Refêrencia eletrónica Joëlle Rouchou, « Joel Silveira: um repórter em diretrizes », Artelogie [Online], 14 | 2019, posto online no dia 07 janeiro 2019, consultado o 17 setembro 2019. URL : http://journals.openedition.org/ artelogie/3926 ; DOI : 10.4000/artelogie.3926 Este documento foi criado de forma automática no dia 17 Setembro 2019. Association ESCAL Joel Silveira: um repórter em diretrizes 1 Joel Silveira: um repórter em diretrizes Joëlle Rouchou A pesquisa para a produção deste artigo contou com a colaboração fundamental do bolsista PIBIC/ CNPq Yuri Resende, que contribuiu com o levantamento de informações e com as discussões a respeito das matérias publicadas por Joel Silveira em ‘Diretrizes’. Introdução 1 Dois anos antes da criação da revista Diretrizes (1938-1944), o jornalista Joel Silveira já se interessava por literatura e pelos escritores, morando na sua Aracaju natal. Em sua autobiografia Na fogueira – memórias, Joel conta como foi com outros 4 alunos do colégio Ateneu Pedro II até a casa de Jorge Amado para conhecer o escritor. Na cara e na coragem, pediram licença para entrar no casarão do pai de Amado, João, na cidade de Estância. Queriam conhecer o ídolo. O baiano os recebeu em sua rede. Estava se escondendo de uma caça aos comunistas – logo após o fracasso da chamada Revolta Comunista em 1935 - resolvendo passar uns dias recolhido.
    [Show full text]
  • AS ILUSÕES ARMADAS a Ditadura Envergonhada
    AS ILUSÕES ARMADAS A Ditadura Envergonhada http://groups.google.com/group/digitalsource ELIO GASPARI A Ditadura Envergonhada 4ª reimpressão Copyright © 2002 by Elio Gaspari PROJETO GRÁFICO E CAPA Raul Loureiro FOTOS DA CAPA Capa: Cinelândia, Rio de Janeiro, 1° de abril de 1964 (Agência JB) Lombada: Tanque do 1º Rec Mec no portão do Palácio Laranjeiras na manhã de 1° de abril de 1964 (Agência O Globo) Quarta capa: Teatro Municipal, Rio de Janeiro, 1968 (Agência JB) EDIÇÃO DE TEXTO Márcia Copola PESQUISA ICONOGRÁFICA Companhia da Memória Coordenação: Vladimir Sacchetta Pesquisa: Ricardo Braule Pereira Apoio: Dedoc — Departamento de Documentação da Editora Abril Reproduções fotográficas: J. S. Rangel ASSISTÊNCIA EDITORIAL Rosangela de Souza Mainente Cristina Yamazaki Miguel Said Vieira Danilo Nicolaidis Clarice Cohn Adriana Alves Loche Luiz Alberto Couceiro Claudia Agnelli ÍNDICE REMISSIVO Silvia Penteado REVISÃO Beatriz de Freitas Moreira Maysa Monção Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Gaspari, Elio A ditadura envergonhada / Elio Gaspari. — São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Bibliografia. ISBN 85-359-0277-5 1. Brasil — História — 1964-1967 2. Ditadura — Brasil I. Título. 02-4218 CDD-981.08 Índice para catálogo sistemático: 1. Brasil: Regime militar: 1964-1967: História 981.08 2004 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA SCHWARCZ LTDA. Rua Bandeira Paulista 702 cj. 32 04532-002 — São Paulo — SP Telefone (11) 3707-3500 Fax (11) 3707-3501 www.companhiadasletras.com.br
    [Show full text]
  • Ditadura Militar, Transamazônica E a Construção Do “Brasil Grande”
    Universidade de Brasília Instituto de Ciências Humanas Departamento de História Programa de Pós-Graduação em História Enunciados sobre o futuro: ditadura militar, Transamazônica e a construção do “Brasil grande” Fernando Dominience Menezes Brasília 2007 Fernando Dominience Menezes Enunciados sobre o futuro: ditadura militar, Transamazônica e a construção do “Brasil grande” Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade de Brasília, como requisito à obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História Social. Orientador: Prof. Dr. Celso Silva Fonseca Brasília 2007 II Fernando Dominience Menezes Enunciados sobre o futuro: ditadura militar, Transamazônica e a construção do “Brasil grande” Dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília, como requisito à obtenção do título de Mestre em História, aprovada em 25 de maio de 2007, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores: __________________________________________ Prof. Dr. Celso Silva Fonseca - UnB Presidente da Banca __________________________________________ Prof. Dr. Élio Cantalício Serpa - UFG __________________________________________ Prof. Dr. Estevão Chaves de Rezende Martins - UnB __________________________________________ Prof. Dra. Vanessa Maria Brasil - UnB Suplente III À minha mãe Oliete. Ao meu pai Carlito. E ao Mofí. IV Agradecimentos Embora por vezes tenha se feito sentir como o mais solitário dos empreendimentos, a globalidade humana envolvida na realização desse trabalho foi grande. De alguma maneira, para esta dissertação convergiram inúmeras subjetividades, traduzidas em vivências, solidariedades e sotaques que tive o privilégio de compartilhar em quase dois anos que morei em Brasília. Os que aqui reverencio contribuíram diretamente à realização dessa dissertação, uns mais, outros menos. Todo caso, todos de alguma maneira participaram.
    [Show full text]