Comissão Social da Freguesia de Moscavide

Ficha Técnica

Título Diagnóstico Social da Freguesia de Moscavide

Autoria Rede Social do Concelho de

Concepção Comissão Social da Freguesia de Moscavide

Redacção Dra. Ana César/ Dra. Sofia Henriques

Comissão Social da Freguesia de Moscavide

parceiros

Junta de Freguesia de Moscavide Creche Popular de Moscavide Escola E.B 1 nº1 de Moscavide Escola E.B 1 nº2 de Moscavide Comissão Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Moscavide Centro Social e Paroquial de Moscavide Associação Vida Abundante Jardim de Infância da Junta de Freguesia de Moscavide Bombeiros Voluntário de Moscavide Associação de Jovens de Moscavide PSP de Moscavide Centro Regional de Segurança Social- extensão de Moscavide Centro de Saúde de Moscavide Sta. Casa da Misericórdia de Moscavide

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INDICE

1.Introdução

2.Constrangimentos

3.Metodologia

Parte I- Enquadramento Histórico de Moscavide

Parte II- Caracterização Geo- sócio-Demográfica de Moscavide

II.1-Caracterização Demográfica II.2.Evolução Demográfica II.3. Distribuição da população na freguesia por décadas II.3- Densidade Populacional II.4.Naturalidade da População residente na freguesia II.5.Nacionalidade da População residente II.6. População Residente por escalões etários II.7. População residente por nível de instrução II.8.População residente segundo a Religião II.9. População Activa por Grupo Sócio-Económico II.10. Tipo de Alojamentos Familiares II.11. Análise das Potencialidade e Fragilidades da freguesia de Moscavide

Parte III- Problemas Identificados pelos Parceiros: Causas e Consequências (Tabelas)

Parte IV- Identificação dos Problemas Apresentados por Áreas Temáticas

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IV.1. Área Temática 1: Infância e Juventudes IV.1.1. Enquadramento teórico IV.1.2. Indicadores IV.1.3. Conclusão

IV.2. Área Temática 2: Terceira Idade IV.2.1. Enquadramento Teórico IV.2.2. Indicadores IV.2.3. Conclusão

IV.3. Área Temática 3: Espaços Verdes; Estacionamento e Limpeza Urbana IV.3.1. Espaços Verdes IV.3.2. Estacionamento IV.3.3. Limpeza Urbana

V. Conclusão

VI. Bibliografia

VII- Anexos ( Disponíveis para Consulta na Junta de Freguesia de Moscavide- Secretaria)

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1.Introdução

Num contexto em que se afirmam as tendências de descentralização e territorialização no combate à pobreza e exclusão social, baseadas na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade, instituições públicas e privadas e autarquias locais no desenvolvimento de políticas activas sociais. Surge o Programa da Rede Social (programa nacional, criado pela Resolução do Conselho de Ministro nº197/97 de 18 de Novembro), através do reconhecimento da importância das tradições de inter-ajuda e de solidariedade mais alargada; da consciência colectiva e responsável dos problemas sociais e da importância do reforço/criação de redes de apoio social integrado, e que surgiu igualmente no Concelho de Loures, veio permitir uma abordagem aos problemas de todo o concelho de Loures, mas em particular das freguesias, neste caso, da freguesia de Moscavide, tendo como principal objectivo promover o desenvolvimento social local com uma acção concertada e coerente, articulando experiências, esforços, recursos e projectos de diferentes parceiros locais. Assim, através da criação e reforço de Redes de Parceiros - Comissão Social da Freguesia de Moscavide -, e de um esforço conjunto de todos foi possível identificar e priorizar os problemas sociais da freguesia de Moscavide e encontrar soluções conjuntas para a resolução dos mesmos. Através da realização de um Pré-Diagnóstico Social da Freguesia de Moscavide foi possível fazer uma primeira análise racional das problemáticas existentes na freguesia e uma previsão consciente dos objectivos a serem alcançados, bem como das actividades a serem realizadas e dos recursos a serem utilizados. A divulgação da realidade existente na Freguesia de Moscavide, como único sustentáculo de uma capacidade interventiva que se pretende desenvolver em conjunto com aquilo que é o sentir e a motivação de todos os parceiros da Comissão Social da Freguesia de Moscavide, passou assim, por um, crescimento sustentado e consciente que só com a participação de todos na resolução dos problemas, que também são de todos, é possível realizar um Diagnóstico Social, que permita Conhecer para Mudar, intrinsecamente, este foi sem dúvida o lema, por detrás de todo este trabalho.

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2. Constrangimentos

Um dos aspectos a que se deu mais importância, foi o de sempre se ter a consciência, que para além dos números e das estatísticas, foi o de não considerarmos possível o sucesso deste Diagnóstico Social, se o mesmo não se preocupe com o que está por detrás desses números- as pessoas. Assim, a palavra de ordem, na realização deste Diagnóstico, é que o mesmo deveria ser sempre promovido e desenvolvido na primeira pessoa, porque quem fala são aqueles com quem nós falámos, evidentemente a esperança numa melhoria da sua qualidade de vida e da resolução dos seus problemas.

É importante realçar o carácter de continuidade e abertura deste Diagnóstico Social, neste documento apresenta-se uma realidade social e institucional complexa e em constante mutação. Este não é, nem deve ser um documento estanque, mas um documento dinâmico e aberto a novos contributos. Deve ser acima de tudo um relato orientador que deve estar na base do desenvolvimento de dinâmicas de intervenção multidisciplinar, sinalizando as potencialidades, as fragilidades, áreas problemáticas, entre outros.

Pelos vários motivos enunciados em cima, é importante referir que os dados que são apresentados (Censos) são apenas um mero contributo para a análise das situações e problemáticas levantadas, já que os mesmos apresentam algumas incongruências na análise estatística e também estão desactualizados.

Outras das limitações deste estudo relaciona-se com a dimensão da amostra, nomeadamente dos questionários realizados aos utentes do Centro de Dia Social e Comunitário da Junta de Freguesia de Moscavide, que não é de modo algum representativa de todos os idosos existentes na freguesia de Moscavide. Ainda relacionada com a amostra, a questão da ileteracia a que os questionários fossem lidos e as questões explicadas pelo investigador, o que directa ou indirectamente pode ter influenciado a percepção do que era perguntado.

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3. Metodologia

O primeiro passo dado começou com um trabalho de sensibilização e informação através de uma reunião conjunta com todos os parceiros pertencentes à Comissão Social da Freguesia de Moscavide acerca dos objectivos e trabalho a desenvolver, o recurso a uma metodologia participativa de todos os parceiros na identificação das problemáticas da freguesia e na construção do Pré-Diagnóstico Social. A realização do Diagnóstico Social da Freguesia de Moscavide, esteve assente nos princípios de Acção da Rede Social, que são, os seguintes: Principio de Participação; Princípio de Inovação; Principio de Integração e Principio de Articulação. Foi criado o Grupo Dinamizador, formado por duas técnicas pertencentes a duas entidades parceiras da Comissão Social de Freguesia de Moscavide (Junta de Freguesia de Moscavide e Creche Popular).

1ª Fase- Levantamento de Hipóteses

O primeiro passo baseou-se no pressuposto: Questionar, antes de Diagnosticar, assim, nesta reunião foi possível a todos os parceiros uma reflexão conjunta de quais são as principais problemáticas da freguesia, que tipo de população afectam, quais são possíveis resolver localmente, quais devem ter um tratamento prioritário na sua resolução. As hipóteses (questões-problemas) levantadas vão ser sujeitas a verificação ao longo da investigação. Estas hipóteses serão o guia/linha de orientação de toda a investigação relativa ao Diagnóstico Social

2ª fase- Antítese

Nesta fase o objectivo foi realizar recolha de dados e informações junto das instituições locais (Caracterização dos Parceiros- Anexo I); reuniões com parceiros e outras entidades da freguesia; análise de questionários;

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Nesta fase a opção metodológica foi a participativa e teve como pilar o processo de Facilitação. Optou-se por esta metodologia na exacta medida em que esta permite uma grande colaboração e envolvência entre todos os agentes locais.

Nesta fase, foi também utilizada, a aplicação de questionários: -Questionários Tempos livres (Centro de Dia Social e Comunitária da Junta de Freguesia de Moscavide) -Questionário que permitiam conhecer a qualidade de vida dos idosos, a importância o suporte social na qualidade de vida e a influência do contexto da Residência nestes dois aspectos da vida nesta faixa etária. Para a realização destes questionários, foram seleccionadas amostras, segundo os seguintes critérios: idade superior a cinquenta e nove anos; estarem reformados; não possuírem indicação de doença mental; não possuírem limitações físicas que os tornassem completamente dependentes; não estarem institucionalizados. O cumprimento destes critérios, assegurou que os idosos que integram o estudo estavam em condições de se deslocar ao local e responder de forma lúcida às questões colocadas, ou seja estarem minimamente independentes e com mobilidade, o que se verificou. Os questionários foram aplicados individualmente, por duas técnicas.

3ª Fase: Conclusão e Apresentação de resultados

Após a fase de interpretação e apresentação dos dados, e de acordo com as problemáticas apresentadas, foi feita uma análise dos vários indicadores, de estudos realizados nas freguesias e dos dados facultados pelos parceiros, partiu-se para a realização do Diagnóstico Social da Freguesia de Moscavide e respectivamente para a elaboração de prioridades para o desenvolvimento social da freguesia de Moscavide. Ou seja, o Diagnóstico Social da Freguesia de Moscavide seleciona na sua análise as temáticas priorizadas no Pré-Diagnóstico pelos parceiros, com o objectivo de detreminar a magnitude e importância dos problemas e as suas causalidades, documentar a realidade face ao problema identificado, identificar os recursos locais e traçar um conjunto de propostas cujo objectivo último deverá ser a mudança social.

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Parte I. Enquadramento Histórico de Moscavide

Imagem 1: Freguesia de Moscavide

Enquadramento Histórico

O topónimo parece ter origem no termo árabe “maskba”, ou seja sementeira. Alguns veteranos da localidade mencionam que o lugar se designava inicialmente por Boscavide. Ficando distanciada a 11 Km da sede do Concelho (Loures), Moscavide confina com a freguesia da e de Sacavém a norte, com o concelho de Lisboa a sul e poente, e com o rio Tejo a nascente. A vila de Moscavide deixou de fazer parte da freguesia dos -Extra em 1928, mais precisamente a 23 de Março, quando passou a freguesia pelo decreto nº15222.

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A delimitação da freguesia foi resolvida em 13 de Maio de 1928 na sala de sessões da Junta de Freguesia de Sacavém, cujos membros eram os cidadãos Franscisco Lourenço, Filipe Almeida Veiga e António marques Antunes. A Junta de Freguesia de Moscavide era constituída pelos cidadãos Carlos Alberto Sousa, António Soares da Costa e Miguel da Cruz . Moscavide foi elevada a vila 3 de Abril de 1964 pelo decreto nº45637. Situada nos subúrbios da capital, Moscavide veio a desenvolver-se como dormitório desta, constituindo apesar de tudo, uma das melhores estruturas urbanas periféricas de Lisboa. Moscavide conheceu 2 fases distintas de crescimento, nomeadamente a primitiva, no século XVIII com a fundação da Quinta do Cabeço e do seu Ajardinado, e a secundária em meados do século XX que deu origem ao núcleo urbano de Moscavide e à Urbanização da Portela. Do seu antigo núcleo urbano, apesar de muito pouco, ainda se conservam alguns imóveis com interesse patrimonial, dos quais se destacam a Vivenda Mouzinho e a Igreja de Santo António (único espécime com preocupação artística que o urbanismo modernista ali criou). Fora do perímetro urbano, a Quinta do Cabeço com a sua capela bem integrada numa casa apalaçada em estilo Joanino de bom desenho e magníficos jardins franceses do sec. XVIII, a Quinta do Candeeiro com a pequena mas muito interessante capela constituem o património histórico da freguesia, que se encontram em satisfatório estado de conservação. A Vila de Moscavide devido ao facto de se encontrar entre as Quintas da Vitória, a Quinta do Cabeço, o Seminário dos Olivais, o Rio Tejo e a cidade de Lisboa, não conseguiu ocupar um território que correspondesse a esse crescimento. O resultado desta situação foi o de Moscavide ter pouco mais de 1 Km2 ocupada por mais de 20 mil habitantes, fazendo dela a freguesia que regista a maior densidade populacional do concelho de Loures. A freguesia de Moscavide partir das décadas de 40 e 50 recebeu muitos milhares de migrantes vindos principalmente do Alentejo e das Beiras que procuravam uma vida melhor.

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A instalação de indústrias como a INDEP e a Petrogal forma responsáveis pela fixação destes migrantes na vila. A premência em dar respostas às necessidades habitacionais dos imigrantes, traduziu-se numa grande especulação imobiliária, levando a que qualquer espaço vago desse lugar a um prédio. A consequência desses actos fez com que os espaços amplos de outrora passassem a ruas estreitas, sem lugar para zonas verdes, resistindo somente o Jardim de Moscavide. Não obstante a ruralidade que a caracterizava nas primeiras décadas do século, Moscavide acabou por se tornar num exemplo de mau planeamento urbanístico feito no passado e cujos reflexos se fazem sentir de há muito. As pessoas mais antigas ainda têm a aspiração de retorno às origens, quando o ri Tejo chegava até onde era o matadouro dos Olivais, no limite da freguesia, onde havia até mesmo uma praia, iam para lá a banhos, faziam piqueniques. Estas pessoas guardam uma grande nostalgia por esses tempos, pelo desfrute que então fazia de toda zona ribeirinha. Após a instalação do depósito de Beirolas (anos 40) essa frente de rio foi sonegada ao território da freguesia, pelo simples facto do exercito constatar que as chamadas telefónicas dentro de Lisboa eram mais baratas do que de Moscavide para Lisboa, pelo que o secretário de estado de então, fez um despacho integrando o quartel de Beirolas na freguesia dos Olivais.

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Parte II- Caracterização Geo-Sócio-Demográfica de Moscavide

Imagem 2: Enquadramento Geográfico da Freguesia de Moscavide

FREGUESIA DE MOSCAVIDE

Área: 1.02 Km2 População: 12184 hab. Dens. Populacional: 11888.35 hab/Km2

II.1.Caracterização Demográfica

Moscavide é uma das 18 freguesias do Concelho de Loures. Esta freguesia está localizada na Região de Lisboa e Vale do Tejo e está descrita como Área Predominantemente Urbana, tem 1, 02 Km2 de superfície. È uma das freguesias mais pequenas do concelho de Loures, e por isso é uma das mais densas. Os seus limites são as freguesias de Sacavém e Portela, o concelho de Lisboa e o rio Tejo. A sua densidade populacional é de 11888.4 hab/km2 em 2001 e o número total de populaça residente é de 12184 indivíduos, sendo que o nº de residentes do sexo masculino é de 5641 indivíduos (Censos 2001) e o nº de residentes do sexo feminino é 6543 indivíduos (Censos 2001). Contudo esta área tem muitos habitantes ilegais, nomeadamente oriundos do Brsail e dos Países de Leste.

Tabel 1: Grupos funcionais na Freguesia de Moscavide em 2001 0-13 anos 14-64 anos 65 e mais anos Total Moscavide 1014 7858 3312 12184

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Tabel 2: Grupos funcionais na Freguesia de Moscavide em 2001(%) %Jovens 2001 %Activos2001 % Idosos2001 Moscavide 8% 64% 27%

Nos últimos 10 anos (1991-2001), existe um decréscimo da população juvenil e um aumento considerável da população idosa. Actualmente a percentagem de pessoas idosas é muito superior à percentagem de jovens, ou seja, estrututa etária muito envelhecida (Quadro acima). Moscavide é uma zona de construção antiga, apenas 4,6% dos seus edifícios foram construídos entre 1971 e 1981. Sendo a única freguesia do concelho a apresentar défice de fogos relativamente ao número de famílias residentes.

Entre a população activa predominam os trabalhadores do sector terciário e secundário, 80% dos estabelecimentos existentes pertencem ao sector terciário, sendo 60% unidades comerciais, restaurantes e similares. Existe uma elevada proporção de reformados entre a população (7,8%).

II.2. Evolução Demográfica da Freguesia de Moscavide

Tabela 3- Evolução Demográfica (1900 e 1950-2001) 1900 1950 1960 1970 1981 19911 2001 Moscavide ------8911 22065 21647 24390 14497 12184 Fonte: PDM de Loures e Censos 2001 (INE)

No que concerne à taxa de crescimento da população residente na freguesia de Moscavide no período de 1950-2001 2, Moscavide pertence ao grupo de freguesia do Concelho de Loures, composto pelas freguesias de S. Julião do Tojal, Santo Antão do

1 Com a formação da Freguesia da Portela em 1985, a área da freguesia de Moscavide foi reduzida em cerca de 20%, daí também a diminuição no número de habitantes no período compreendido entre 1981 e 1991. 2 Fonte: PDM de Loures e Censos de 1991 (INE)

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Tojal, Portela, Prior Velho, Sacavém e Frielas, cujas taxas de crescimento oscilam entre 119.50 % (S. Julião Tojal) e 339% (Frielas), mas mantém-se inferior à média do concelho.

II.3.Distribuição da população residente nas freguesias segundo as décadas

1950-1960- Surto expansionista em toda a coroa envolvente da Cidade de Lisboa, nomeadamente Moscavide;

1960-1970- Abranda nas freguesias nestas freguesias à excepção de Camarate;

1970-1981- Volta a existir um aumento nas taxas de crescimento. Moscavide volta a ganhar população registando um aumento na ordem dos 13% devido ao aparecimento dos empreendimentos habitacionais da Portela.

1981-1991- Todas as freguesias do concelho apresentam uma diminuição nas taxas de crescimento populacional. A freguesia de Moscavide apresenta uma taxa negativa em virtude de parte da sua população sem ter deslocado para a Portela, freguesia recém criada (em 1985).

1991-2001-A população do concelho cresceu cerca 36%, revelando que ao contrário das décadas anteriores, a concelho deixou de atrair populações migrantes.

II.3.Densidade Populacional

De acordo com o “projecto de Plano-Análise Demográfico e Social” que integra a revisão do PDM, os 199 059 habitantes do concelho de Loures estão distribuídos por uma área de 167.8 km2, de que resulta uma densidade populacional de 1186 hab/km2. Na freguesia de Moscavide regista uma das mais elevadas densidades populacionais do concelho de Loures (10001 e 15441 hab/km2).

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II.4.Naturalidade da População Residente na Freguesia de Moscavide

De acordo com os Censos de 2001, Moscavide apresenta um total de 12 184 habitantes, destes 11 420 habitantes são de naturalidade Portuguesa, sendo os restantes 764 habitantes oriundos de outras naturalidades:

Naturalidade Nº Hab 11420 Roménia 135 Europa Leste (outros 35 países) França 26 Espanha 23 Alemanha 10 Europa (outros países) 12 Angola 196 Moçambique 83 Cabo Verde 48 Guiné Bissau 42 Continente Africano 21 (outros países) Brasil 85 América do Norte 5 América do Sul 8 Ásia 35 Total 12184 Fonte: Censos, 2001

II.5.Nacionalidade da População Residente (Censos, 2001)

Pela análise da nacionalidade da população residente, verificamos o seguinte: 11 669 habitantes são de nacionalidade Portuguesa e 167 habitantes são europeus, 63 habitantes são brasileiros e 55 são angolanos, os restantes habitantes têm outras nacionalidades, nomeadamente, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Espanhóis entre outras. É importante registar que 94 habitantes tem Dupla nacionalidade (portuguesa e outra).

II.6.População residente por escalões etários

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A freguesia de Moscavide possui um total de 12 184 habitantes, sendo que 6543 são mulheres e 5641 são homens e possui uma população bastante envelhecida, a maioria dos habitantes tem mais de 60 anos, ou seja, segundo os Censos 2001, 27,18% (3312 habitantes) da população residente tem mais de 65 anos ( 1981 são mulheres e 1331 são homens); 6,73% tem entre os 61 e os 64 anos, e apenas 2,16% tem entre os 0 e os 2 anos.

II.7. População Residente por nível de Instrução

Segundo os Censos 2001, a população residente em Moscavide possui um nível de instrução baixo, a maioria (3506 Habitantes) tem o Ensino Básico completo, sendo que (1132 habitantes) não sabe ler nem escrever e apenas (1171 habitantes) completaram o Ensino Secundário. Do Ensino Secundário em diante os números vão sendo proporcionalmente inversos ao grau de ensino, ou seja, quanto maior é o grau de ensino menor é o número de habitantes que o possui.

II.8.População residente segundo a Religião

A maioria da população residente na freguesia de Moscavide são da Religião Católica (8254 habitantes) 921 habitantes afirma não ter religião.

II.9.População Activa por Grupo Sócio-Económico

Da população empregada, 4152 habitantes trabalha no sector terciário, 1052 habitantes trabalha no sector secundário e apenas 14 habitantes trabalha no sector primário. Relativamente à população residente activa/não activa, verificamos (Censos 2001) que existem 5218 habitantes empregados e 4012 indivíduos que são reformados/pensionistas e 453 indivíduos estão desempregados.

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Se fizermos uma análise da população activa por grupo sócio-económico e sexo, verificamos que em todos os sectores existe uma predominância do sexo feminino em quase todas as áreas sócio-económicas. Os homens predominam essencialmente, em serviços administrativos, comércio e serviços.

II.10. Evolução da Taxa de Desemprego (Dados cedidos pelo IEFP)

Evolução da Taxa de Desemprego (Dados cedidos pelo IEFP)

MOSCAVIDE DEZEMBRO 02 DEZEMBRO 03 DEZEMBRO 04 JUNHO 05 DESEMPREGO 471 532 462 432 REGISTADO HOMENS 230 263 217 203 MULHERES 241 269 245 229

MOSCAVIDE DEZEMBRO 02 DEZEMBRO 03 DEZEMBRO 04 JUNHO GRUPO 05 ETÁRIO < 25 ANOS 33 42 38 30 25 – 44 ANOS 155 189 139 143 45 – 54 ANOS 112 108 106 97 = 55 ANOS 171 193 179 162

MOSCAVIDE DEZEMBRO 02 DEZEMBRO 03 DEZEMBRO 04 JUNHO SITUAÇÃO 05 FACE AO EMPREGO PRIMEIRO 9 16 17 9 EMPREGO NOVO 462 516 445 423 EMPREGO

MOSCAVIDE DEZEMBRO 02 DEZEMBRO 03 DEZEMBRO 04 JUNHO TEMPO 05 INSCRIÇÃO < 12 MESES 250 266 204 130 = 12 MESES 221 266 258 302

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MOSCAVIDE DEZEMBRO DEZEMBRO DEZEMBRO JUNHO HABILITAÇÕES 02 03 04 05 < 4 ANOS 14 14 12 10 = 4 ANOS E < 9 185 183 175 148 ANOS = 6 ANOS E < 9 71 89 68 60 ANOS = 9 ANOS A 12 152 185 171 184 ANOS MÉDIOS/SUPERIOR 49 81 36 50

MOSCAVIDE DEZEMBRO 02 DEZEMBRO 03 DEZEMBRO 04 JUNHO GRUPOS 05 PROFISSIONAIS QUADROS SUP. 10 15 13 15 E DIRIGENTES ESP. PROF. INF. 32 41 23 29 E CIENT. TEC. E PROF. 59 60 57 60 NIVEL INTERMÉDIO PESSOAL ADM. 99 115 85 77 E SIMILARES PESSOAL SER. 81 88 86 62 E VENDEDORES TRAB. AGRIC. E 3 3 3 4 PESCA OPERÁRIOS E 62 71 69 67 ARTIFICES OP. INST. E 57 62 53 41 MAQ. TRAB. NÃO 68 77 73 77 QUALIFICADOS

II.11. Tipo de Alojamentos Familiares

Do total de 6274 alojamentos, 6257 são alojamentos familiares clássicos. A maioria dos alojamentos da freguesia de Moscavide possuem electricidade e saneamento básico e a maioria dos alojamentos têm 3 ou 4 divisões, 2648 alojamentos estão arrendados enquanto que 2439 o proprietário é o ocupante. Apenas 7 são alojamentos colectivos.

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Na freguesia de Moscavide, os encargos com os alojamentos não são muito elevados, inclusive 1428 alojamentos não têm qualquer encargo. Segundo os Censos de 2001 existem apenas 2 barracas na freguesia de Moscavide.

II.12. Análise das Potencialidades e Fragilidades da Freguesia de Moscavide

Potencialidades:

¾ Existe uma elevada taxa de actividade na freguesia de Moscavide (Censos, 2001); ¾ A existência na freguesia de um conjunto diversificado de entidades, públicas e privadas que desenvolvem actividades em diferentes domínios, designadamente social, educação, formação, saúde (Centro de Saúde; Centro Regional de Segurança Social; Finanças; Escolas Básicas; Serviços Camarários a funcionar na sede da Junta de Freguesia de Moscavide, correios ¾ Receptividade por parte das entidades parceiras da Comissão Social da Freguesia de Moscavide; ¾ A relevância das IPSS no desempenho de serviços sociais importantes, nomeadamente Apoio Domiciliário; Banco Alimentar de Luta contra a Fome, PCAAC (Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados), apoio à infância; ¾ A freguesia tem óptimas acessibilidades, servidas por vários transportes públicos: vários autocarros urbanos; comboio, estando previsto o prolongamento da linha vermelha (metro); ¾ Sita apenas a 11 Km da sede do Concelho; ¾ A freguesia de Moscavide, possui 1,02 Km2 de superfície e uma grande densidade populacional (12 184 hab), ou seja, tudo fica, relativamente, perto.

Fragilidades da Freguesia de Moscavide

¾ População bastante envelhecida; ¾ Baixo nível de escolaridade da população;

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Fragilidades da Freguesia de Moscavide (cont.)

¾ Existências de serviços duplicados, ou seja, várias instituições desenvolvem serviços nas mesmas áreas e com os mesmos parâmetros (mesmos horários; mesmas ofertas de serviços, etc); ¾ Grande volume de tráfego- estacionamento difícil; ¾ Poucas áreas verdes e lúdicas (ar livre); ¾ Escassos serviços de apoio à terceira idade e à família; ¾ Idosos em situações de solidão e abandono familiar; ¾ Baixas qualificações da população acarretam vulnerabilidades acrescidas no desemprego, estas qualificações têm também um papel decisivo na reprodução da pobreza e na pouca competitividade e qualificação do tecido económico da freguesia. ¾ Falta de Espaço para construções sociais de raíz.

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Parte III. Problemas Identificados pelos Parceiros 3em Pré-Diagnóstico

Problema Grupos de Risco Causas Consequências - Sobrelotação das instituições de ensino / listas de espera. -Falta de espaço para as actividades lúdicas e de ar livre das crianças Instalações O espaço para recreio é muito pouco. desadequadas e -Falta de valências relativamente à alimentação (na escola nº1). Não insuficientes. -Ausência de espaço físico devido às características há cozinha. Não há refeitório. Infância urbanas da freguesia que já apresenta uma grande -As crianças têm de vir alimentadas de casa (o que não acontece em densidade de construção – impossibilidade de construir todas as famílias e pode agravar situações de fome ou de sub- Juventude mais espaços de recreio. alimentação em crianças de famílias carenciadas, que contam com a Falta de espaços escola para terem acesso à única refeição quente do dia. de recreio e para - Instalações em edifícios que devido à sua antiguidade -Infiltrações, que provocam diversos danos no material das actividades ao necessitam de uma grande intervenção. instituições ar livre. - Espaços exíguos, fechados e húmidos; A ausência de espaços -Instalações em edifícios que não foram construídos de exteriores provoca grande cansaço e stress nas crianças. raiz com a finalidade de albergarem uma instituição de - Impossibilidade de organizar actividades no espaço das ensino, mas que foram adaptados a esse objectivo. instituições, obrigando a recorrer a instituições externas, o que encarece muito as actividades, em termos humanos e financeiros. - Tem de ser utilizado o espaço do jardim público de Moscavide [ que: não oferece condições de segurança satisfatórias para controlar um grande número de crianças]. Trata-se de um espaço insuficiente que não foi concebido para esses fins mas para servir a população em geral, o que torna complicado gerir a sua utilização simultaneamente pelas crianças da escola e pelos utentes públicos. - É Impossível de utilizar em dias de chuva; - Problemas logísticos no transporte das crianças da escola para o jardim público. - Problemas de higiene dada a sujidade dos espaços públicos. - Número insuficiente de salas o que obriga a recorrer à sua polivalência, exigindo um maior esforço dos diferentes técnicos quer a nível físico como criativo

3 Pré-Diagnóstico da Comissão Social da Freguesia de Moscavide

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Parte III. Problemas Identificados pelos Parceiros 4 em Pré-Diagnóstico

Problema Grupos de Causas Consequências Risco - Rejeição familiar e abandono ou pouca - Solidão, isolamento. disponibilidade por parte das famílias. -Problemas psicológicos [depressão, paranóias]. -A família pura e simplesmente rejeita os mais - Alcoolismo, existem muitos alcoólicos que devido à idade Falta de velhos não se preocupando com as suas condições avançada é muito difícil fazer alguma coisa por eles. (quer acompanhamento de vida e estado de saúde [em muitos casos só homens como mulheres). do Idoso ao nível Idosos aparecem após o falecimento para as partilhas]. Não - Problemas graves de higiene pessoal e habitacional. psicológico existe um padrão sócio-económico das famílias por - Problemas de alimentação e saúde. trás deste tipo de comportamentos – é transversal a -Falta de acompanhamento a pessoas com doenças do foro todas as classes sociais. neurológico e psiquiátrico [Alzheimer] que necessitam de -Fraca Mobilidade. [sentimento de dependência] acompanhamento médico regular. Os centros que existem -Falta de ocupação [sentimento de inutilidade não têm capacidade para aceitar e cuidar de doentes de social]. Alzheimer, não dão resposta à quantidade de problemas que surgem com os alzheimers – 2 ou 3 ainda são capazes de apoiar, mas é muito difícil visto que é necessário um acompanhamento constante

4 Pré-Diagnóstico da Comissão Social da Freguesia de Moscavide

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Parte III. Problemas Identificados pelos Parceiros 5 em Pré-Diagnóstico

Problema Grupos de Causas Consequências Risco - Falta de lugares de estacionamento. -Estacionamento indisciplinado. Estacionamento -Ausência de lugares de estacionamento próprios -Dificuldades no acesso a determinadas ruas pelos indisciplinado. para instituições que necessitam de efectuar bombeiros, em caso de sinistro [em muitos locais é muito transporte de pessoas [crianças e/ou idosos]. difícil ou impossível passar com os carros de fogo]. Falta de zonas População - Horários das cargas e descargas. -Falta de acessibilidade a determinados locais onde é verdes e de Activa - Excesso de tráfego. necessário parar à porta para efectuar transporte de pessoas lazer. - Falta de civismo por parte das pessoas. [crianças e/ou idosos]. -Ausência de espaço urbano disponível para a -Menor qualidade de vida da população que se vê obrigada criação de zonas verdes (jardins públicos) e de lazer. a deslocar-se para for a da freguesia para usufruir de espaços públicos de lazer ao ar livre.

5 Pré-Diagnóstico da Comissão Social da Freguesia de Moscavide

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Parte III. Problemas Identificados pelos Parceiros 6 em Pré-Diagnóstico

Problema Grupos de Causas Consequências Risco - Sujidade das ruas. -Falta de controlo da natalidade dos pombos da Praga de freguesia. - Danos na pintura dos automóveis. Pombos -Indivíduos que alimentam os pombos fomentando a - Entupimento dos algerozes, o que gera infiltrações e Sujidade e sua reprodução e permanência na freguesia. inundações [ danos em diverso material, incluindo material degradação População eléctrico e informático]. dos espaços -Falta de civismo dos cidadãos que não respeitam a públicos propriedade comum [dejectos de cães, vandalismo e - Falta de condições de habitabilidade de alguns imóveis [dejectos de destruição de património público]. (sobretudo habitados por idosos) que pode colocar em risco cães, a segurança dos seus residentes. A antiguidade de alguns -Habitações antigas e degradadas [rendas muito prédios aumenta os riscos de fuga de gás, de incêndio e de Vandalismo baixas não incentivam os proprietários a efectuarem inundações. a manutenção dos imóveis] Habitação degradada

6 Pré-Diagnóstico da Comissão Social da Freguesia de Moscavide

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Parte III. Problemas Identificados pelos Parceiros 7 em Pré-Diagnóstico

Problema Grupos de Causas Consequências Risco - Família: Rejeição familiar. A família pura e simplesmente rejeita os mais velhos não se preocupando com as suas condições de vida e estado de saúde (em muitos casos só aparecem após o falecimento para as partilhas). Não existe um padrão sócio- Solidão / económico das famílias por trás deste tipo de comportamentos – é Isolamento [de transversal a todas as classes sociais. Indisponibilidade das acordo com o famílias: horários e ritmos de vida incompatíveis com o apoio ao Centro Social e idoso. -Baixa auto-estima do idoso. Problemas psicológicos paroquial de -Carência económica [impossibilidade de contratar alguém que derivados: depressão, paranóias, psicoses. Moscavide, em Idosos tome conta do idoso] -Sentimento de inutilidade social. 60 utentes, 50 - Vergonha da sua condição de dependente que leva o idoso a -Dependência do idoso face às tarefas domésticas e de higiene sofrem de Famílias dos “fechar-se sobre si mesmo”. pessoal e de alimentação. solidão e Idosos -Fraca mobilidade da população idosa. -Problemas de saúde vários devido à falta de isolamento]. -Incapacidade, total ou parcial, do idoso para tratar das tarefas acompanhamento. domésticas [higiene, pessoal e habitacional, e alimentação]. -Agravamento da saúde física do idoso. A falta de mobilidade Insuficiência de -Inadequação das habitações [antigas e degradadas] que não e a tendência para o isolamento, em que o idoso quer cada vez valências de facilitam a mobilidade e exigem um maior esforço ao nível das mais ficar em casa e não sair à rua, cria as condições para Centro de dia, tarefas domésticas. progressivamente ir ficando acamado. Apoio -Carências ao nível do transporte ao domicílio de idosos de forma a -Isolamento social. domiciliário e fazer com que o idoso saia de casa e quebre o isolamento. -Alcoolismo [tanto em homens como em mulheres] vagas em lares. -Insuficiência dos serviços de apoio domiciliário. -Falta de ocupação. -Falta de instituições com valência de centro de dia para ocupação e sociabilização da população idosa. -Falta de vagas em lar para população idosa isolada e totalmente dependente.

7 Pré-Diagnóstico da Comissão Social da Freguesia de Moscavide

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Parte IV. Identificação dos Problemas por Áreas Temáticas

Infância e Juventude

Terceira Idade Higiene Urbana Falta de Acompanhamento Espaços Verdes psicológico (Isolamento/ Solidão) Estacionamento Falta de Valências

Área Temática 1: Infância e Juventude: Instalações desadequadas e insuficientes Falta de Espaços de recreio para actividades ao ar livre

Área Temática 2: Terceira Idade Falta de Acompanhamento psicológico (Isolamento/ Solidão) Falta de Valências

Área Temática 3: Higiene Urbana/Espaços Verdes e Estacionamento

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IV.1. Área Temática 1: Infância e Juventude

IV.1.1. Enquadramento Teórico

A estimulação ambiental é um aspecto fulcral no desenvolvimento fisiológico da criança. De facto, é condicionante para a maturação do sistema nervoso, da coordenação motora, da aquisição de capacidades cognitivo-perceptivas. “A estimulação torna-se mais importante ao progredirmos na escala filogenética.”8

Primeira Infância: Dos 0 – 2 ½ Anos

Os 3 primeiros anos de vida são muito importantes para o desenvolvimento global da criança. É a fase em que o bebé adquire as principais aquisições motoras, o crescimento biológico é muito acentuado, adquire competências cognitivas e desenvolve a linguagem e a comunicação verbal, inicia o seu desenvolvimento psicológico (há teorias que defendem que este fenómeno ocorre entre os 8 e os 18 meses de vida) … É um momento muito intenso, cheio de significado e determinante para o desenvolvimento da capacidade intelectual da criança. Assim, nesta faixa etária tão fundamental ao desenvolvimento global, a criança deverá ser devidamente estimulada, orientada, deverá ter acesso a brinquedos e materiais apropriados e, deverá receber trocas interpessoais de qualidade. Só assim poderá atingir um crescimento saudável, adequado e eficaz! No sentido de se perceber a importância da actividade de uma creche na vida de um bebé, o projecto Milwaukee foi aplicado a bebés com o objectivo de perceber até que ponto se justifica ou não a estimulação precoce. Conclui-se que “a experiência precoce é um dos ingredientes cruciais para o crescimento cognitivo”9, bem como do crescimento emocional, que se consegue através das condições ambientais.

8 Sprinthall, Norma A.; Sprinhall, Richard C. ; Psicologia Educacional , McGrawHill; pag. 82 9 Idem, pag. 87

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Segunda Infância: Dos 3 – 5 Anos

Já quando falamos de crianças em idade pré-escolar, depreendemos que as implicações educativas deverão atender estádios de desenvolvimento mais específicos. As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar definidas pelo Ministério da Educação contemplam todas as áreas de desenvolvimento infantil, que devem ser tidos em linha de conta, aquando das práticas educativas dos educadores. De facto, “o desenvolvimento da identidade passa pelo reconhecimento das características individuais e pela compreensão das capacidades e limitações próprias de cada um, quaisquer que estas sejam. Passam também pelo respeito pela diferença, que valoriza a diversidade dos contributos”.10 Sabemos actualmente que o programa pré-escolar pode mudar as vidas das crianças de níveis sócio-económicos mais desfavorecidos, de alto risco em termos educativos bem como as suas famílias. Prova disso são os resultados de estudos realizados nos Estados Unidos, com a implementação de programas como o Head Star e o Perry. Pode-se comprovar a importância da intervenção da escola em crianças de idade pré-escolar, nomeadamente: • Melhoria do sucesso escolar • Diferenças de QI • Sucesso sócio-económico Esta fase é para a criança um momento de grande transformação. O vocabulário e a capacidade de se exprimir evolui muito notoriamente, a criança começa a reproduzir situações do seu dia-a-dia e a imitar o adulto, o que permite um ganhar de consciência muito real e significativo. Nesta idade a criança começa a caminhar para atingir a independência e adquirir a autonomia. Importa que o ensino não seja demasiado formal e que a criança tenha tempo para brincar, experimentar, socializar. Se o ensino for demasiado estruturado, pode-se correr o risco de a criança se sentir inibida e, consequentemente, ver reduzida a sua capacidade de se desenvolver saudável e harmoniosamente.

10 Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento de Educação Básica, P.54

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Terceira Infância: Dos 6 - 12 Anos

Em termos de escolaridade, estas faixas etárias correspondem aos 1º e 2º ciclos do ensino básico. É uma nova etapa, que se revela para a criança como um desafio: a sala de aula, o grupo, o número de horas passado fora de casa e, sobretudo ao nível do 2º ciclo, toda a organização que a estrutura de aulas e de horários implica. É um momento muito impulsionador do fenómeno “socialização”, pois as crianças deixam-se de “monólogos colectivos”, para a discussão genuína de temas. Agrupam-se preferencialmente de acordo com o sexo e é sem dúvida um mundo de regras, esteriotipado, em que a aquisição de novas competências é bem aceite e do seu interesse, pois torna-se necessário decifrar os códigos das letras e números para aceder a inúmeras descobertas e experiências. O desenvolvimento pessoal e emocional tem um incremento muito significativo. As crianças estão também muito motivadas para a competência pessoal, ou seja, gostam e têm necessidade de participar em actividades desportivas, de participar em novas experiências. De facto “é nesta altura que a necessidade de a criança funcionar e adquirir activamente múltiplas competências afecta ao máximo o seu sentido de mestria pessoal”.11

Adolescência: Dos 13 Anos Ao Ensino Superior

É uma fase que marca profundamente o desenvolvimento pessoal do jovem, pois regista-se um acentuado desenvolvimento cognitivo que o faz compreender e pensar de forma diferente. Associado a uma mudança cognitiva, o aspecto fisiológico e glandular desta etapa, condicionam fortes mudanças psicológicas. De facto, a adolescência caracteriza-se por tudo girar em torno da mudança. Esta é pois a altura em que o adolescente começa a experimentar o mundo de forma diferente: compreende, sente, vive emoções, compara aquilo que é objectivo com

11 Sprinthall, Norma A.; Sprinhall, Richard C. ; Psicologia Educacional , McGrawHill; pag. 150

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Comissão Social da Freguesia de Moscavide subjectivo. Todo este processo de aquisição de maturidade permite ao jovem compreender a sua própria identidade enquanto pessoa, ao mesmo tempo que começa a ter uma noção mais abrangente dos outros. Contudo este processo não é tão simples como aparenta, cabendo ao adulto a missão de apoiar e compreender sobretudo o momento mais difícil desta etapa, que está associada à crise de identidade pessoal, que não é mais do que a definição que fazemos de nós próprios e a forma como nos vemos e como somos vistos pelos outros. Em termos de ocupação durante esta fase etária, é importante que os programas escolares sejam variados e que possibilitem trocas e experiências, responsabilizando o jovem e auxiliando-o simultaneamente a no desenvolvimento da maturação psicológica. Esses programas deverão ser sempre orientados por adultos, que deverão ajudar o jovem a reflectir sobre o que está a aprender e a tirar conclusões. “Os anos de ensino superior representam uma continuação do desenvolvimento adolescente. Estes anos servem, em muitos casos, como um período de moratória, durante o qual os alunos experimentam aspectos da sua identidade sem estabelecerem um compromisso adulto.”12

Análise:

Como consequência de uma educação infantil precoce, consegue-se melhores resultados académicos nos graus de ensino seguintes. De facto, “a troco de um pequeno investimento inicial, a sociedade pode recolher dividendos enormes e regulares nos anos posteriores”.13 “Daí decorre que é possível, atendendo às solicitações sociais, e ao nível de desenvolvimento da criança, intencionalizar desde logo a prática educativa.”14 Com base em resultados são significativos, entendemos que a Educação de Infância deve ocupar um lugar de destaque no âmbito social. O investimento em ambientes educativos deverá ser uma prioridade, uma vez que atenuam a exclusão social, as diferenças sócio-económicas e promovem a responsabilidade social, orientando o jovem para o sucesso profissional.

12 Idem, pag. 162 13 Idem, pag. 86 14 Martins, Margarida Alves (1998), X Colóquio de Psicologia e Educação, Educação Pré-Escolar: Modelos, Investigação e Práticas Educativas. Lisboa: ISPA, pag. 193

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IV.1.2. Indicadores

Nas questões relacionadas com a infância e a juventude, as questões que os parceiros da Comissão Social de Freguesia de Moscavide (Tabela , pag. 14 e pag. 16) identificaram dizem respeito a: instalações desadequadas e insuficientes para resposta às necessidades das famílias da freguesia e falta de espaços de recreio que possibilitem a prática de actividades ao ar livre. Para análise destas questões foram analisados os seguintes indicadores:

¾ Dados Estatísticos (Censos 2001);

¾ Entrevistas exploratórias junto dos parceiros

¾ Inquéritos realizados a jovens (nascidos entre 1985 e 1992)

¾ Análise da Carta Educativa do Concelho de Loures

¾ Outros dados

DADOS ESTATÍSTICOS:

• População dos 0 aos 19 anos residente na freguesia em 2001- 1527 indivíduos

• Dimensão das famílias clássicas residentes na freguesia em 2001

• Taxas de cobertura e de escolarização no Concelho de Loures em 1991/92; 2001/02 e 2004/05

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População Residente Por Escalões Etários (Dos 0 Aos 19) Freguesias 0-2 3-5 6-9 10-11 12-14 15-17 18-19 Apelação 259 238 357 193 32 305 198 Bobadela 193 181 288 157 232 278 225 119 129 181 93 159 142 113 Camarate 634 551 860 404 682 769 618 Fanhões 79 74 120 50 98 91 90 Frielas 136 91 129 62 99 137 92 Loures 897 829 1072 537 763 831 640 Lousa 90 95 131 60 98 132 86 Moscavide 263 233 269 139 169 230 224 Portela 374 343 517 256 463 528 521 Prior Velho 267 267 330 184 231 256 169 Sacavém 606 533 712 344 477 544 436 Sta. Iria Azóia 680 541 665 312 515 540 501 Sto. Antão do Tojal 108 121 161 88 152 163 138 Sto. António dos 857 772 1165 562 822 858 622 Cavaleiros S. João da Talha 541 488 684 430 591 783 612 S. Julião do Tojal 103 116 162 87 152 158 121 Unhos 422 396 495 278 425 445 357 Concelho de Loures 6628 5998 8298 4236 6160 7190 5763 Fonte: DIG, 2001

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Gráfico: Famílias clássicas com 3 ou 4 pessoas

Apelação Famílias Clássicas com 3 ou 4 pessoas Bobadela

Bucelas

Camarate 1768 843 1546 483 787 Fanhões

3415 Frielas 3090 Loures

409 Lousa 420 Moscavide 3828 Portela

4256 Prior Velho

679 Sacavém

Sta. Iria Azóia

534 3118 Sto. Antão do Tojal

Sto. António dos

2807 2685 1699 Cavaleiros 996 Moscavide S. João da Talha

S. Julião do Tojal

Unhos Fonte: DIG, 2001

A análise deste gráfico permite-nos observar que ao nível do Concelho de Loures, a Freguesia de Moscavide fica em 9º posição, no que diz respeito a famílias clássicas. Com esta designação, pretende-se identificar casais que têm 1 ou 2 filhos menores. O gráfico seguinte permite ilustrar a distribuição das famílias clássicas residentes na freguesia, permitindo-se destacar que a maior incidência ressalva nos casais sem filhos.

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Gráfico: Dimensão das Famílias Clássicas

Dimensão das Famílias de Moscavide

Homem com crianças 1200 1126 Mulher com crianças

1000 Casal sem crianças

800 Casal com 1 criança

600 Casal com 2 crianças

Casal com 3 crianças 400 329 151 168 Casal com 4 ou mais crianças 200 6 67 23 5 38 Três ou mais pessoas e 1 0 criança Número Três ou mais pessoas e 2 ou mais crianças Fonte: DIG, 2001

Tabela: Taxas Brutas de Cobertura e de Escolarização no Concelho de Loures em 1991/1992 na Rede Pública e Privada GRAU DE RESIDENTES NO FREQUÊNCIA TAXA BRUTA ESCOLARIZAÇÃO ENSINO CONCELHO (Censos 1991/1992 91/92 1991) Nº Pré-escolar (3 – 5 anos) 6329 1554 24,6 1º Ciclo (6 – 9 anos) 10251 9065 88,4

2º, 3º Ciclos (10 –14 anos) 15825 14316 90,5 Secundário (15 – 9 anos) 17050 4782 28,0 Concelho (3 - 19 anos) 49455 29717 60,1

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Tabela: Taxas Brutas de Cobertura e de Escolarização no Concelho de Loures em 2001/02 na Rede Pública e Privada GRAU RESIDENTES ESTATUTO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA TAXA BRUTA DE NO JURÍDICO 2001/2002 2001/2002 ESCOLARIZAÇÃO ENSINO CONCELHO Nº % 01/02 (Censos 2001) Pré-escolar PÚBLICA 1479 45,4 24,7 (3 – 5 5998 PRIVADA 1780 54,6 29,7 anos) SUB- 3259 100,0 54,3 TOTAL 1º Ciclo PÚBLICA 8167 91,6 98,4 (6 – 9 8298 PRIVADA 750 8,4 9,0 anos) SUB- 8917 100,0 107,5 TOTAL 2º, 3º PÚBLICA 9999 94,0 93,6 Ciclos 10686 PRIVADA 641 6,0 6,0 (10 –14 SUB- 10640 100,0 99,6 anos) TOTAL Secundário PÚBLICA 4035 85,9 31,2 (15 – 9 12953 PRIVADA 660 14,1 5,1 anos) SUB- 4695 100,0 36,2 TOTAL Concelho PÚBLICA 23680 86,1 62,4 (3 - 19 37935 PRIVADA 3831 13,9 10,1 anos) SUB- 27511 100,0 72,5 TOTAL

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Taxas Brutas de Cobertura e de Escolarização no Concelho de Loures em 2004/05 na Rede Pública e Privada GRAU RESIDENTES ESTATUTO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA TAXA BRUTA DE NO JURÍDICO 2004/2005 2004/2005 ESCOLARIZAÇÃO ENSINO CONCELHO Nº % 04/05 (Censos 2001) Pré-escolar PÚBLICA 1589 37,1 26,5 (3 – 5 5998 PRIVADA 2691 33,8 44,9 anos) SUB- 4280 100,0 71,4 TOTAL 1º Ciclo PÚBLICA 7966 90,6 96,0 (6 – 9 8298 PRIVADA 831 8,4 10,0 anos) SUB- 8799 100,0 106,0 TOTAL 2º, 3º PÚBLICA 9885 94,8 92,5 Ciclos 10686 PRIVADA 538 14,9 5,0 (10 –14 SUB- 10423 100,0 97,5 anos) TOTAL Secundário PÚBLICA 3600 85,8 27,8 (15 – 9 12953 PRIVADA 594 2,6 4,6 anos) SUB- 4194 100,0 32,4 TOTAL Concelho PÚBLICA 23040 83,2 60,7 (3 - 19 37935 PRIVADA 4654 16,8 12,3 anos) SUB- 27694 100,0 73,0 TOTAL

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Equipamentos Para A Infância na Freguesia De Moscavide Valência Nº de Lista de Horário Instituição Crianças Espera Associação Vida Creche (sem Berçário) 15 25 Abundante 7h30 Jardim de Infância 36 19 às 19h30 A T L 30 4

Creche Popular de Creche (com Berçário) 50 179 7h30 Moscavide Jardim de Infância 35 235 às A T L 65 196 20h00 Centro Social e Creche (sem Berçário) 45 255 7h30 Paroquial de às Jardim de Infância 145 250 Moscavide 19h30 Jardim de Infância 100 7h30 – da J.F. Moscavide Jardim de Infância 217 19h00 E.B. 1 Nº de Ensino Básico 270 8h00 às Moscavide 18h15 E.B. 1 Nº 2 de Jardim de Infância 20 9h00 às Moscavide Ensino Básico 170 18h00

Outros serviços destinados a apoiarem a população jovem da freguesia de Moscavide:

• Associação de Jovens de Moscavide • Atlético Clube de Moscavide • Bombeiros Voluntários de Moscavide

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Análise De Dados Relativos À Escolarização Na Freguesia De Moscavide:

• Educação pré-escolar Moscavide recebe em percentagem mais crianças de fora da Freguesia • 1º Ciclo

“No que concerne a Moscavide e Portela, esta dinâmica poderá estar relacionada com a forte implementação do sector terciário e a optimização da rede de acessibilidades, que se têm vindo a constituir como factores de atracção para a população de outros concelhos limítrofes, nomeadamente Lisboa e Vila Franca de Xira.” 15

• 2º, 3º Ciclo Inexistente em Moscavide • Ensino Secundário

Previsões Para O Ano De 2015, Por Níveis De Ensino, Ao Nível Da Freguesia De Moscavide (Dados Retirados Da Carta Educativa 2005) FREGUESIA TOTAL PRÉ- 1º CICLO 2º, 3º CICLO SECUNDÁRIO RESIDENTES ESCOLAR Moscavide 14233 264 320 371 453

Recursos:

A importância de equipamentos culturais, recreativos e desportivos e também espaços ao ar livre adquirem factor importante no desenvolvimento da criança e do jovem na sua qualidade de vida. Assistimos este ano ao aparecimento de dois parques infantis na

15 Carta Educativa do Concelho de Loures - 2005

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Comissão Social da Freguesia de Moscavide freguesia, que vieram reforçar o já existente e permitem uma melhor distribuição das áreas de utilização. Dão resposta às crianças da freguesia e também às das instituições. Foi criado uma zona de circulação de bicicletas, possibilitando a prática desta modalidade em segurança. O Atlético Clube de Moscavide e os Bombeiros realizam várias actividades de âmbito desportivo e este ano a Associação de Jovens de Moscavide vai lançar a actividade de “escolinha de futsal”. A Junta de Freguesia tem aulas de dança. A freguesia começa a aumentar o seu leque de oferta ao nível desportivo. A Associação de Jovens procura dar resposta de qualidade ao nível do apoio académico e extra-curricular. Além de ter a gestão de um espaço de leitura – biblioteca, disponibiliza espaço net, tem uma área multimédia e uma área de estudo. A AJM organiza actividades lúdico-culturais e desportivas para o seu target, que é essencialmente a camada juvenil da freguesia.

Foi realizado um inquérito junto de 60 jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 20 anos, com o objectivo de se apurar quais são os centros de interesse e as preferências actuais dos nossos jovens.

Polos de interesse da Juventude

50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 ) s s ra a e a a s u al r ca r te lo cai ma pos tur tu er ogi e m si l Ar oda u di ent G n tado ú ra M c a v ( ol u e M Cu iagens e tá o c Ci V t A t E p Li ec to m ssat p por o a dades r s C Es vi spor e ti e De c D os e P A rnet te Jog In

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IV.1.3. CONCLUSÃO

De acordo com os censos de 1991 e de 2001, com os dados relativos à população residente e com os dados da Carta Educativa conseguimos apurar: • Decréscimo da população residente • Elevado número de casais sem filhos • Falta de creches com berçário • Aumento da escolarização essencialmente ao nível do pré-escolar • Falta de escolas a partir do 2º ciclo de escolaridade

Análise às questões identificadas: o Dos 0 aos 10 anos as respostas para a infância na Freguesia atenuam dificuldades sociais, proporcionam oportunidades de combate à exclusão social e dão uma resposta eficaz ao nível sócio-educativo. o Às dificuldades suscitadas pelos espaços físicos das instituições, verifica- se que as mesmas se organizam e implicam um esforço humano para proporcionar aos seus utentes variedade educativa: ƒ Organização de passeios e de visitas de estudo ƒ Utilização dos recursos da Freguesia (jardim, parques infantis, Centro Cultural) ƒ Promoção de actividades extra-curriculares ƒ Diversidade no desenvolvimento das actividades lúdico- pedagógicas

Moscavide também terá de pensar nos tempos vindouros… prevenir é a melhor forma de intervir socialmente. E, se há estudos que comprovam a eficácia da educação precoce na vida social, então deverá estar presente a possibilidade de as Instituições inseridas no plano actual poderem alargar os seus serviços, e de se reunirem estratégias que permitam a renovação ou melhoria dos equipamentos existentes.

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IV.2. Área Temática 2: Terceira Idade

IV.2.1. Enquadramento Teórico

Mitos relacionados com a velhice16:

-A maioria dos idosos é senil ou doente. A maior parte dos idosos não é mentalmente perturbada e apenas 4 a 5 % dos idosos com mais de 65 anos estão institucionalizados. Esta proporção aumenta ligeiramente depois dos 75 anos e, sobretudo, depois dos 85 anos. O envelhecimento normal não afecta as faculdades mentais de uma forma previsível.

- A maior parte dos idosos é infeliz. Estudos demonstram que o nível de satisfação de vida dos idosos é relativamente elevado… comparável ao dos adultos.

- A maior parte dos idosos está doente e tem necessidade de ajuda para as suas necessidades quotidianas. Pelo contrário a dependência faz parte das diversas fases da vida.

-Os idosos mantêm obstinadamente os seus hábitos de vida, são conservadores e incapazes de mudar. É verdade que as pessoas idosas são mais estáveis, mas os idosos não recusam totalmente a mudança, quando surgem coisas novas também são capazes de mudar.

-Todos os idosos se assemelham. Isto é falso. À medida que o ser humano envelhece, diferencia-se dos outros sob diversos aspectos (humor, personalidade, filosofia pessoal, etc)

16 Fonte: Fernandes, Purificação (2002); A depressão no Idoso”( 2ª ed), Lisboa: Quarteto Editora, p.27- 29

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Por fim, e este é sem dúvida um dos mitos mais difíceis de esclarecer, já que os estudos são contraditórios no que se refere à solidão e isolamento e que tem a ver com o mito de que a maioria dos idosos está isolada e sofre de solidão - Os estudos provam, pelo contrário, que um grande número de idosos mantém elos de amizade, permanece em contacto estreito com a família e participa regularmente em actividades sociais. Quando se aborda a problemática da solidão, convém não perdemos de vista que, não obstante constituir um sentimento significativamente presente a nível dos idosos, há que ter em conta que diferentes pessoas, em diferentes situações, podem experimentar diferentes sentimentos de solidão, constituindo uma experiência subjectiva susceptível de ser sentida, não apenas quando se está sozinho, mas também quando nos sentimos acompanhados de pessoas com as quais não desejamos estar. As pessoas queixam-se de solidão quando o tipo de relações que têm é reduzido e pouco satisfatório ou quando perdem o cônjuge por exemplo. Uma relação harmoniosa com outros indivíduos, com quem se partilhem vários interessas, substitui muitas vezes com vantagens, as relações de dependência pais-filhos.

O Idoso na Sociedade Actual17

A velhice assume uma identidade própria, onde os idosos se encontram colectivamente identificados como um grupo etário com direito a prestações financeiras, de certo modo como contrapartida à perda do estatuto do mesmo activo, dependentes financeiramente da sociedade e representando um sub-capital humano.

É hoje um facto aceite por quase todos os países do mundo ocidental a necessidade de implementar uma política económica, social e familiar que possa trazer equilíbrios aos “arranjos” sociais em crise. Fomentar medidas que voltem a três ou mais gerações, é permitir que crianças e adolescentes encontrem referências aos valores universais na fase de construção da personalidade e da modelação do carácter.

17 Fonte: Fernandes, Purificação (2002); A depressão no Idoso”( 2ª ed), Lisboa: Quarteto Editora, p.51-53

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Outro factor a considerar é a criação de condições para manter os idosos em actividade, mesmo sendo reformados. Este aspecto coloca-nos perante uma das mais complexas situações da actualidade que se traduz pela crescente diminuição da relação entre o número de trabalhadores e dos dependentes. Esta constatação implica que se reveja a possibilidade de utilização dos chamados “reformados” em áreas para que tenham apetência e competência. Desenvolver esforços no sentido de prolongar a vida humana, então oferecer as condições adequadas aos idosos para viver com bem-estar, é um importante desafio que se coloca a toda a sociedade. A visão preconceituosa e negativa que prevalece na nossa sociedade, está constantemente a ser reforçada. As expectativas negativas que esta situação engendra, relegam o grupo dos idosos para um grupo social problemático. Envelhecer torna-se, por si só, um problema. A forma como a sociedade considera a velhice afecta o juízo que os idosos fazem de si mesmos. A atitude social negativa impede as pessoas idosas de apreciarem e assumirem os valores positivos da velhice. A integração social dos idosos é o caminho para lhes reduzir a dependência, preservar a auto-confiança e contribuir de forma positiva para prosperidade da mesma.

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IV.2.2. Indicadores

No que concerne ao problema levantado pelos parceiros em reunião da Comissão Social da Freguesia de Moscavide, e que se referem: Falta de Acompanhamento do Idoso a nível Psicológico (Solidão e Isolamento) e Falta de Valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário, foram analisados vários indicadores, nomeadamente:

¾ Dados Estatísticos (Censos 2001); ¾ Análise de Questionários sobre os Tempos Livres, realizados no Gabinete de Apoio ao Idoso; ¾ Análise do Estudo realizado no gabinete de Apoio ao Idoso: “A importância do suporte social18 na qualidade de vida19 do idoso- Contexto Urbano vs Contexto Rural”

DADOS ESTATÍSTICOS:

• População residente na freguesia com mais de 65 anos em 1991-2592 indivíduos 17,9 %20 • População residente na freguesia com mais de 65 anos em 2001-3312 indivíduos 27, 2%21 • A freguesia de Moscavide (2001) tem a mais elevada percentagem de idosos de todo o Concelho de Loures

18 House (1981), definiu suporte social como integrando um conjunto de relações interpessoais que envolvem as preocupações emocionais do indivíduo, a ajuda, o acesso a informação e o seu reconhecimento pelos outros. Dunst e Trivette (1990), afirma que existem duas fontes de suporte social: suporte social formal, constituído por uma rede, que inclui hospitais e serviços de saúde e o suporte social informal que inclui os amigos, a família, os vizinhos, no fundo todos os que fornecem ou podem fornecer suporte no dia-a-dia, tanto em acontecimentoss normais como extraordinários. 19 A Organização Mundial de Saúde define qualidade de vida como a percepção que o indivíduo tem da sua posição na vida, contexto cultural e no sistema de valores em que se integra, tendo em conta os seus objectivos, expectativas e preocupações. 20 Fonte INE 21 Fonte INE

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População Residente com mais de 65 anos na Freguesia de Moscavide

Total Homens Mulheres +65 65-74 +75 +65 65-74 +75 +65 65-74 +75 Moscavide 3.312 2.046 1.266 1.331 862 469 1981 1.184 797 Fonte: DIG, 2001

Tabela: Índice De Envelhecimento Do Concelho (%)

Freguesias Índice em 1991 (%) Índice em 2001 (%) Apelação 51.33 47.91 Bobadela 46.75 121.90 Bucelas 82.69 131.70 Camarate 33.48 74.05 Fanhões 68.20 115.98 Frielas 32.51 45.13 Loures 57.28 75.94 Lousa 104.40 137.14 Moscavide 181.13 326.63 Portela 28.91 88.32 Prior Velho 48.08 56.41 Sacavém 67.20 91.21 Sta. Iria Azóia 40.02 83.07 Sto. Antão do Tojal 61.32 121.47 Sto. António dos Cavaleiros 22.78 43.04 S. João da Talha 21.63 61.92 S. Julião do Tojal 58.82 107.73 Unhos 23.32 49.31 Concelho de Loures 41.30 90.8 Fonte: DIG, 2001

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Gráfico: Índice de Envelhecimento, entre 1991-2001, Freguesia de Moscavide (%)22

Moscavide

30 27 25

20 18 15 Moscavide

10

5

0 % Idosos 1991 % Idosos 2001

Fonte: INE

Famílias Com Idosos No Concelho De Loures, Nomeadamente Na Freguesia De Moscavide (Nº)

Gráfico: Famílias com 1 pessoa com mais de 65 anos-Masculino

Famílias com 1 pessoa com mais de 65 anos-Masculino 14 23 40 52 47 55 Apelação Bobadela 52 Bucelas

85 Camarate 32 Fanhões Frielas 24 Loures Lousa 85 9 Moscavide Portela 95 Prior Velho Sacavém Sta. Iria Azóia 99 S. Antão do Tojal 36 S. Ant. Cavaleiros

43 S. João da Talha 39 140 S. Julião do Tojal Unhos

Fonte: INE, 2001

22 Nota: Em relação a todas as freguesias do concelho de Loures, Moscavide foi aquela que durante a década de 1991 e 2001 maior aumento do número do número de idosos. Proporcionalmente o número de Activos diminui nesta década.

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Gráfico: Famílias com 1 pessoa com mais de 65 anos- Feminino

Famílias com 1 pessoa com mais de 65 anos-Feminino Apelação Bobadela Bucelas 128 60 161 Camarate 108 65 132 Fanhões 203 Frielas 286 103 Loures Lousa 87 210 35 Moscavide Portela Prior Velho 393 340 Sacavém Sta. Iria Azóia 89 S. Antão do Tojal 144 S. Ant. Cavaleiros 130 658 S. João da Talha S. Julião do Tojal Unhos Fonte: INE, 2001

Gráfico: Famílias com 2 pessoas, ambas ou uma delas com mais de 65 anos

Apelação Família com 2 pessoas, ambas ou 1 delas com mais de 65 anos Bobadela Bucelas Camarate 168 290 155 381 462 272 Fanhões Frielas 515 653 Loures Lousa 220 149 63 Moscavide Portela 668 837 Prior Velho Sacavém Sta. Iria Azóia 191 731 S. Antão do Tojal S. Ant. Cavaleiros 196 1099 459 S. João da Talha S. Julião do Tojal Unhos Fonte: INE, 2001

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Gráfico: Total de Idosos p/ freguesia

Total de Idosos p/freguesia Apelação Bobadela 458 229 594 256 Bucelas 617 459 Camarate Fanhões 770 1024 Frielas Loures 355 260 Lousa 107 Moscavide Portela 963 Prior Velho 1325 Sacavém Sta. Iria Azóia S. Antão do Tojal 1170 S. Ant. Cavaleiros 316 S. João da Talha S. Julião do Tojal 383 Unhos 628 1897 Fonte: INE, 2001

Tabela: Equipamentos Para A Terceira Idade Na Freguesia De Moscavide Nome da Instituição Valência Nº de Idosos Horário Centro de Dia -Almoço 25 CURPIM Centro de Dia-Convívio 150 14h00-18h00 Centro Social e Paroquial Centro de Dia 60 8h30-18h30 de Moscavide Centro de Convívio 67 7h30-19h30 Apoio Domiciliário 35 8h30-17h00 Gabinete Médico Centro de Dia Social e Gabinete de Enfermagem Estão Comunitário da Junta de Gabinete de Apoio ao Idoso registados 8h00-17h00 Freg. Moscavide Consulta Pé Diabético 1024 * Apoio Jurídico utentes Associação Vida Abundante Apoio Domiciliário 16 7h30-19h30 Sta. Casa da Misericórdia Apoio Domiciliário 22 9h00-17h00

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*Nota: Relativamente ao centro de Dia Social e Comunitário da Junta de Freguesia de Moscavide, e de acordo com as respectivas valências, registam-se: -Média de Atendimento do Gabinete Médico: 52 utentes/mês -Média de Atendimento do Gabinete de Enfermagem: 128 utentes/mês -Média de Atendimento do Gabinete de Apoio ao Idoso: 6 utentes/mês -Média de Atendimento da Consulta de Pé Diabético: 58 utentes/mês

Outros serviços destinados a apoiarem a população idosa da freguesia de Moscavide:

• PSP Moscavide- Gabinete de Atendimento ao Idoso • Junta de Freguesia de Moscavide- Oficina do Reformado

ANÁLISE DO ESTUDO:

A importância do suporte social23 na qualidade de vida24 do idoso – Contexto Urbano vs Contexto Rural”25

Objectivo do Estudo: O presente estudo, teve como objectivo conhecer a qualidade de vida dos idosos, a importância do suporte social na qualidade de vida e a influência do contexto de residência nestes dois aspectos da vida nesta faixa etária.

Metodologia: Aplicação de três questionários26. Posteriormente foi utilizado o programa estatístico, SSPS.

23 House (1981), definiu suporte social como integrando um conjunto de relações interpessoais que envolvem as preocupações emocionais do indivíduo, a ajuda, o acesso a informação e o seu reconhecimento pelos outros. Dunst e Trivette (1990), afirma que existem duas fontes de suporte social: suporte social formal, constituído por uma rede, que inclui hospitais e serviços de saúde e o suporte social informal que inclui os amigos, a família, os vizinhos, no fundo todos os que fornecem ou podem fornecer suporte no dia-a-dia, tanto em acontecimentos normais como extraordinários. 24 A Organização Mundial de Saúde define qualidade de vida como a percepção que o indivíduo tem da sua posição na vida, contexto cultural e no sistema de valores em que se integra, tendo em conta os seus objectivos, expectativas e preocupações. 25 Investigação levada a efeito no Gabinete de Apoio ao Idoso, do Centro de Dia Social e Comunitário da Junta de Freguesia de Moscavide, pela Dra. Catarina Santos, Psicóloga Clínica 26 Questionários Utilizados: um de caracterização da população, outro para avaliar a qualidade de vida, o MOS-Short-Form General Health Survey e um terceiro para avaliar o suporte social, o SSQ6.

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Amostra:

Constituída por 80 indivíduos com idades superiores a sesenta e cinco anos, sendo 50% do sexo feminino e 50% do sexo masculino, distribuídos por 2 grupos: -40 idosos residentes no Baixo Alentejo (Baleizão); 20 sexo masculino e 20 do sexo feminino -40 idosos residentes em Moscavide, sendo vinte do sexo masculino e vinte do sexo feminino

Análise: ™ A Variável Estado Civil, mostra que em ambos os grupos a maioria dos idosos está casada (52.5%), no entanto de forma muito próxima, com uma percentagem de 35.25 (na amostra total) encontram-se os idosos viúvos. ™ A variável Número de Filhos, a maioria dos idosos dos dois grupos têm dois filhos (38, 75%) e vinte por cento dos idosos tem apenas um filho, no entanto há que salientar que uma percentagem significativa (18,75%) não tem filhos. ™ A variável Distância Sentida da Residência dos Filhos, a maioria dos idosos considera que os filhos estão perto, embora uma percentagem considerável (38,75%), considera que os filhos estão a uma distância média. ™ No que se refere à variável da Residência Actual, encontraram-se diferenças significativas nos dois grupos, sendo que no Grupo de Moscavide a percentagem de idosos a residir em casa alugada é bastante significativa (42,5%) quando comparada com o Grupo de Baleizão (1.5%). ™ Na variável Com Quem Vive, a maioria dos idosos vive com o Cônjuge (41,25%) acrescidos dos que vivem com o cônjuge e filho ou filhos e neto (s) (17,5%). No entanto, há que ter em conta que existe uma percentagem dos idosos residem sós, o que no caso do Grupo de Moscavide representa 40%. ™ Relativamente à variável Habilitações Literárias, na sua maioria os idosos que compõem a amostra total detêm o ensino básico completo. É importante referir que muitas idosas de Moscavide, durante a entrevista referiram ter concluído o ensino básico, já em adultas por questões relacionadas com a profissão.

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™ Na variável da Profissão, existem diferenças evidentes, o Grupo de Baleizão, na sua maioria trabalhou na agricultura (75.0%), no Grupo de Moscavide a maioria dos idosos trabalhou na Indústria (40%) sendo estes valores ainda associados à área dos serviços- Sector Terciário (32.5%). Neste caso é importante salientar que as diferenças encontram-se intimamente ligadas com a localização geográfica. ™ Relativamente à variável da Situação Económica, a distribuição é igual em ambos os grupos, destacando-se que a maioria dos idosos considera ter uma situação económica razoável, no entanto existe uma percentagem de 37.5% que consideram ter uma situação económica precária. ™ Na variável Doença, os dois grepos encontram se muito próximos. Uma larga maioria dos idosos (83.75%) afirma ter alguma doença, sendo as patologias mais destacadas: Hipertensão arterial (HTA), Diabetes, Cataratas, Problemas Respiratórios (asma, bronquite), Problemas cardíacos e Doenças dos Osssos (reumatismos, artroses e coluna) ™ A variável Medicação, diz-nos que relativamente à medicação, embora na sua maioria os idosos que compõem a amostra total na altura da recolha estivessem a tomar medicação, destaca-se que no Grupo 1 (Baleizão) a percentagem de idosos que não toma medicação (32.5%) é bastante superior à população do Grupo 2 (Moscavide) que não toma medicação (12,5%). Há um factor a destacar, é que para além das medicações tomadas para uma doença específica a maioria dos idosos tomava ainda medicação para as dores. É importante referir que os idosos do grupo 2 (Baleizão) afirmam que só vão ao médico quando “estiverem muito doentes” e que “as dores do dia a dia vão-se aguentando”. Igualmente o acesso à medicação é condicionado por factores económicos (os valores remuneratórios ligados à reforma agrícola pleo trabalho agrícola são muito mais baixos). ™ Os idosos residentes em Moscavide apresentam redes de suporte social mais vastas, têm portanto uma melhor percepção do suporte social de que dispõem; ™ Relativamente à dimensão Qualidade de Vida-Funcionalidade, verifica-se que os idosos residentes em Moscavide referem que os seus problemas de saúde t~em influenciado menos os seus desempenhos de tarefas

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™ Na dimensão Qualidade de Vida- Percepção de Saúde, os idosos residentes em Moscavide sentem que a sua saúde é melhor; ™ Na dimensão Qualidade de Vida-Dor, os idosos de Moscavide recorrem mais a analgésicos para suportar as dores, muitos tomam este tipo de medicação como tratamento preventivo; ™ Em relação à dimensão Qualidade de Vida-Funcionamento Físico, os idosos em Moscavide apresentam um melhor funcionamento físico. ™ Na dimensão Qualidade de Vida-Funcionamento Social, verifica-se que os idosos de Moscavide se diferenciam pela positiva ™ Na dimensão Qualidade de Vida e Saúde mental, os idosos de Moscavide apresentam indicadores de uma melhor saúde mental; ™ Em relação á dimensão Qualidade de Vida-Total da Escala, verifica-se que os idosos de Moscavide apresentam melhores índices de Qualidade de Vida.

ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS: Ocupação dos Tempos Livres (Gabinete de Apoio ao Idoso)

Objectivo:

-Analisar como os idosos de Moscavide ocupam os seus Tempos livres; -Analisar que actividades preferem; -Analisar a sua participação nos ventos culturais de Moscavide -Analisar como passam os seus fins de semana

Metodologia: Análise de um questionário sobre Ocupação de Tempos Livres

Amostra: 30 utentes (reformados e residentes na freguesia de Moscavide) do Centro de Dia Social e Comunitário da Junta de Freguesia de Moscavide, com idades superiores aos 55 anos, selecção aleatória de processos.

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Análise: ™ Média de Idades: 71.33 anos ™ Total de Questionários respondidos pelo sexo Masculino: 07 ™ Total de Questionários respondidos pelo sexo Masculino: 23

Gráfico: Estado Civil:

14 14 12 12

10

8

6

4 2 2 1 1

0 casados viúvos Divorciados Separados União de Facto

Gráfico: Número de Filhos:

16 16 14 11 12 10 8 6 3 4 2 0 Com 1 filho Com mais de 1 filho Sem filhos

Setembro 2005 Diagnóstico Social - 52 – Comissão Social Freguesia de Moscavide

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Gráfico:Residência

16 14 12 10 8 6 4 2 0 Habitação Própria Arrendado Não respondeu a

Gráfico: Ocupação de Tempos Livres

Gosta de ler

2 Gosta de passear 7 Gosta de ver televisão

10 Gosta de jogos de grupo

3 Gosta de Jogos individuais Gosta de música 2 1 Outros Gostos 1 6 Não responderam

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Gráfico: Fins de Semana

10

8

6

4

2

0 Com os Fora de Não Moscavide Casa Excursões Passear filhos Moscavide respondera

Série1 9413229

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IV.2.3.Conclusão

A qualidade de vida é um conceito multidimensional que engloba os domínios da saúde física, social e psicológica do indivíduo, que tem sido variavelmente descrita como abrangendo capacidades de adaptação ao stress, a presença de redes sociais e de apoio e integração social, satisfação com a vida, auto-estima e forma física.

- A qualidade de vida da terceira idade relaciona-se com a apreciação subjectiva que o indivíduo estabelece em relação ao grau em que se encontram satisfeitas as suas necessidades, sendo que estas englobam aspectos como a realização pessoal, o estado de saúde, a vida social e familiar, a habitação, o nível de rendimentos, entre outras.

-É determinante proporcionar a mudança de comportamentos e atitudes para com os idosos, quer na ajuda que pode prestar no sentido de uma melhor adaptação ao “estatuto” de idoso, potenciando um envelhecimento integrado e uma melhor qualidade de vida. Igualmente a criação de equipas multidisciplinares para explorar e intervir nas problemáticas da Terceira Idade a nível comunitário e equipamentos que dêem resposta às principais solicitações desta população.

- É também necessário realizarem-se uma série de alterações necessárias na nossa sociedade, nomeadamente a nível comunitário, para que estes indivíduos sejam valorizados quer pela sua experiência de vida, quer pelo que ainda nos podem oferecer, tento em termos pessoais como nos aspectos colectivos. Daí a importância em alargar contextos em que actualmente se inserem os nossos idosos, de forma a potenciar as opções e se encontrar uma adequação ao papel do idoso na sociedade, que represente uma continuidade em vez de ruptura.

-Os vários indicadores e estudos apresentados remetem-nos para a necessidade de diferentes intervenções nos diferentes contextos, nomeadamente no que se refere à exploração e intervenção a nível das redes de suporte.

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IV.3. Área Temática 3: Espaços Verdes ; Estacionamento e Limpeza Urbana

IV.3.1.Enquadramento Teórico

As autarquias tentam desenvolver em parceria com as instituições locais e da administração central um conjunto de projectos e programas que visam a qualificação do ambiente físico (qualidade da água, do ar, saneamento básico, recolha e tratamento de resíduos, espaços verdes, etc), a melhoria das condições de habitação, a construção de equipamentos culturais, desportivos, de educação, de saúde, entre outros, com o objectivo de promoverem a criação de ambientes que conduzem à saúde e bem estar das pessoas. É nestes princípios que se desenvolve a Rede Portuguesa das Cidades Saudáveis, à qual Loures pretendeu ascender. Em Outubro de 1997, foi formalmente constituída a Associação de Municípios Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, reunindo um total de 9 Municípios, a saber: Amadora, Cartaxo, Coimbra, Leiria, Lisboa, Loures, Oeiras, Seixal e Viana do Castelo. A principal linha de orientação deste projecto, deseja uma alteração qualitativa em todas as áreas promotoras de saúde, coordenando e desenvolvendo sinergias, optimizando soluções e consolidando parcerias, de modo a permitir a operacionalização de todos os meios disponíveis para que o Concelho de Loures ascenda à Qualidades Saudável. O Projecto Loures Saudável é o instrumento que permitirá efectivar, em parceria com a comunidade, a melhoria do estado de saúde da população do Concelho de Loures27.

27 Os comportamentos saudáveis de uma população são estimulados através de todas as políticas e acções que têm como finalidade atingir as qualidades que a OMS definiu como necessárias para uma Cidade Saudável: - um ambiente físico de alta qualidade, limpo e seguro; um ecossistema que seja estável no presente e que se mantenha a longo prazo; uma comunidade forte, com apoio mútuo e sem exploração; um alto nível de participação e controle por parte do público sobre as decisões que afectam as suas vidas, saúde e bem estar; a satisfação de necessidade básicas (para a alimentação, água, abrigo, rendimentos, segurança e trabalho) para todas as pessoas da cidade; acesso a uma variedade maior de experiências e recursos, com a possibilidade de uma maior variedade de contactos, interacções e comunicação; uma economia municipal diversa, vital e inovadora; o encorajamento de conexões com o passado, com herança culturais e biológicas dos habitantes da cidade e de outros grupos e indivíduos; uma forma compatível e que aumente as características precedentes; um nível ideal de saúde pública adequada e serviços de saúde

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Assim, deve ser dentro destes princípios que devemos abordar os problemas de Espaços Verdes ; Estacionamento e Limpeza Urbana, contudo, além das políticas de parceria entre a Câmara Municipal de Loures e a freguesia de Moscavide com o objectivo de melhorar a qualidade de vida dos habitantes de Moscavide, é preciso analisar as especificidades e características de Moscavide e também os recursos de que se dispõe, ou seja, este capítulo apresenta uma recolha de recursos existentes e de algumas medidas.

acessíveis a todos; um nível alto de saúde; nível alto de educação; um nível satisfatório de igualdade de oportunidades, na sua vertente mais alargada, entre os cidadãos.

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IV.3.2. Indicadores:

¾ Área Total: 1 Km2 (2001) ¾ Densidade Populacional: 11 888.4 hab/Km2 ¾ População Residente: 12 184 indivíduos (2001) ¾ Nº de Edifícios: 944 ¾ De acordo com a Tipologia de áreas Urbanas, Moscavide é descrita como Área Predominantemente Urbana28, ou seja, Moscavide é considerada uma Freguesia Urbana, porque possui densidade populacional superior a 500 hab/km2 ¾ Moscavide, como é possível verificar pelo gráfico (em baixo), tem uma das mais pequenas áreas verdes do Concelho de Loures (2001): 3450 m2

IV.3.3. Análise das Áreas Temáticas

IV.3.3.1. Espaços Verdes

Espaços Verdes e Recreativos existentes na Freguesia de Moscavide:

¾ Jardim Público de Moscavide com Parque Infantil; ¾ Azinhaga Jogo da Bola (espaço requalificado em 2005)- espaço ajardinado, com parque infantil e de convívio, permite andar de bicicleta. ¾ Praceta José Gouveia (requalificação 2005)- espaço com lago, ajardinado e parque infantil e de convívio.

Nota: Na futura Quinta dos Candeeiros estão também projectadas várias áreas de lazer (parque infantil) e espaços verdes.

28 A tipologia de áreas urbanas, para fins estatísticos, é o resultado de um trabalho conjunto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU). A 158ª Deliberação do Conselho Superior de Estatística, publicada no Diário da República, IIª Série de 11 de Setembro de 1998 aprovou a referida tipologia bem como a aplicação da mesma às freguesias do Continente. A 185ª Deliberação do Conselho Superior de Estatística, publicada no Diário da República, II ª Série de 17 de Abril de 2000 aprovou a aplicação da mesma tipologia às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. A tipologia é compostapor três níveis, dos quais dois são urbanos:Áreas Predominantemente Urbanas (APU); Áreas Mediamente Urbanas (AMU); Áreas Predominantemente Rurais (APR).

Setembro 2005 Diagnóstico Social - 58 – Comissão Social Freguesia de Moscavide

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Tabela : Área Verde Existente no Concelho, por freguesia (2001)29

Loures

Sto. Antão do Tojal Portela

S.Ant. cavaleiros

Bobadela Apelação

Sacavém S.João da Talha

Camarate Sta.Iria Azoia

Bucelas

S. Julião Tojal

Frielas Fanhões

Moscavide

Unhos Lousa

Prior Velho

0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000

Análise:

Relativamente a esta matéria, é preciso pensarmos que o ritmo da vida moderna e o desenvolvimento das áreas urbanas têm produzido, ao nível do estilo de vida das crianças profundas alterações, que se manifestam também ao nível da “Brincadeira”. A falta de espaços verdes, a insegurança, a poluição, a falta de tempo dos pais e a vivência em ambientes fechados, são alguns dos factores determinantes na alteração dos tipos e momentos da “Brincadeira. Reforça-se, assim, mais uma vez, a ideia de um dos capítulos (Infância e Juventude), que nos mostra que muitas escolas da freguesia recorrem a espaços verdes da freguesia, na medida em que as instalações não permitem ter nem têm esses espaços para que as crianças brinquem livremente.

Mas não só para as crianças, também os idosos, precisam de espaços para caminhar, passear, conviver. Os idosos queixam se da solidão, por isso precisam de ter

29 Fonte: DOM/CML

Setembro 2005 Diagnóstico Social - 59 – Comissão Social Freguesia de Moscavide

Comissão Social da Freguesia de Moscavide relações harmoniosas com outros indivíduos e não deverá ser dentro de casa que as conseguirá ter. Sabemos que a inactividade, a alteração do estatuto e perda de prestígio, a passividade, porque não tem compromissos, leva a que os idosos se sintam cada vez mais dependentes e vulneráveis. Em ambos os casos, a criação de mais espaços verdes, beneficia a Freguesia, o Concelho, mas acima de tudo beneficia os seus habitantes, a existência destes espaços favorece a saúde, a aprendizagem (nas crianças), as relações sociais, combate a solidão e o isolamento. É certo que a criação de espaços verdes, não é o único caminho a tomar na resolução destes problemas, mas é um caminho, caminho este que deve ser tomado pelas autarquias, na criação de parques infantis e espaços verdes que proporcionem ambientes saudáveis, apelativos e seguros e que no caso dos habitantes de Moscavide, lhes permita descontrair do frenesim diário que é viver numa freguesia predominantemente urbana, com tudo o que este conceito acarreta (poluição, ruído, stress, insegurança, etc).

IV.3.3.2.Estacionamento

Análise:

Outro dos problemas levantados pela Comissão Social da Freguesia de Moscavide: a dificuldade de estacionamento em Moscavide, e que influencia em muito a qualidade de vida de todos os habitantes de Moscavide, nomeadamente ao nível da mobilidade e circulação de pessoas e bens.

Zonas de Estacionamento Pago na Freguesia de Moscavide:

¾ de Moscavide (do nº1 ao nº74)- Zona 301

¾ Toda a vila de Moscavide à excepção da Zona 301 (cosntituída pelo troço da Avenida de Moscavide entre o nº1 e o nº74)- Zona 311

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Zona 311

Zona 301

Inquérito30 realizado em Moscavide, pela Loures Parque foi possível apurar:

SÍNTESE DAS CONCLUSÕES

ƒ N.º de Inquéritos recebidos: 691 ƒ N.º de pessoas adultas registadas a partir das respostas obtidas : 1531 ƒ N.º de viaturas: 897

SÍNTESE DAS CONCLUSÕES (cont.)

ƒ Utilização diária: 67% ƒ Utilização semanal: 21% ƒ Outra: 5% ƒ Não respondem ao grau de utilização: 7% ƒ N.º de viaturas abandonadas: 172 ƒ N.º da viaturas para venda: 147 ƒ Reformados: 17% das pessoas abrangidas nos Inquéritos respondidos

30 O Inquérito realizado em Moscavide foi algo condicionado por algumas dificuldades encontradas na sua execução por parte dos CTT; posteriormente apuraram-se os seus resultados e realizou-se uma reunião em 29.01.01 às 21.30 entre a Administração da Loures Parque e membros das Assembleia e Junta de Freguesia de Moscavide.À reunião solicitada pela Loures Parque compareceram os Presidentes dos dois Órgãos bem como alguns dos eleitos, pertencentes a todas as forças políticas.Foram apresentadas, pelos 3 administradores da Loures Parque, uma cópia do Relatório Final , uma Síntese e quadros resumo das conclusões do Inquérito à população de Moscavide realizado durante o mês de Dezembro de 2000.

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Intenção de compra de lugar em estacionamento subterrâneo junto ao Mercado

ƒ Sim: 29% ƒ Não: 58% ƒ Não respondem: 13%

Intenção de aluguer de lugar em estacionamento subterrâneo junto ao Mercado

ƒ Sim: 26% ƒ Quanto (média): 5.803$00 ƒ (Não respondem (preço): 8%) ƒ Não: 60% ƒ Não respondem: 14%

Eventual Intenção de outros em pagarem estacionamento subterrâneo tarifado junto ao Mercado

ƒ Sim: 66% ƒ Não: 34% ƒ Não respondem: 226

Dificuldades de estacionamento na rua

ƒ Não respondem: 32 ƒ Grande dificuldade em estacionar durante o dia: 78% ƒ Grande dificuldade em estacionar de noite: 88% ƒ Falta de marcação de lugares: 34% ƒ Outra: 20%

Dificuldades de estacionamento na vila

ƒ Não respondem: 132 ƒ Grande dificuldade em estacionar durante o dia: 81% ƒ Grande dificuldade em estacionar de noite: 90% ƒ Falta de marcação de lugares: 27% ƒ Outra: 18%

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Sugestões na rua

ƒ Não respondem: 94 ƒ Introduzir sistema tarifado, gratuito para residentes: 77% ƒ Retirar as viaturas abandonadas ou para venda: 74% ƒ Outras sugestões: 28%

Sugestões na vila

ƒ Não respondem: 65 ƒ Introduzir sistema tarifado ( gratuito para residentes): 83% ƒ Introduzir sistema tarifado (gratuito para residentes) em apenas algumas ruas de Moscavide: 14% ƒ Introduzir sistema tarifado (gratuito para residentes) na maior parte das ruas de Moscavide: 12% ƒ Introduzir sistema tarifado (gratuito para residentes) em toda a vila de Moscavide: 58% ƒ Não introduzir sistema tarifado (gratuito para residentes) em toda a vila de Moscavide: 11% ƒ Retirar as viaturas abandonadas ou para venda: 77% ƒ Reforçar a actuação da PSP para cumprimento da sinalização: 38% ƒ Outras sugestões: 20%

PSP pode contribuir para melhoria da situação?

ƒ Sim: 53% ƒ Não: 47% ƒ Não respondem: 199

Deveria ser introduzido regulamento de cargas e descargas?

ƒ Sim: 54% ƒ Não: 46%

Moscavide, sofre do mesmo mal que a maioria das cidades europeias, demasiado tráfego, desordenamento urbano, poluição sonora e do ar e uma grande densidade populacional para uma área geográfica de 1km2.

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Diariamente vários cidadãos enfrentam filas intermináveis, demasiadas horas a conduzir, stress, ansiedade, problemas em estacionar, mais o custo que isso acarreta. Não é apenas um problemas de estacionamento que deve ser abordado, mas sim um problema de qualidade de vida, não só dos cidadãos residentes, mas também dos cidadãos que trabalham em Moscavide.

No caso da Freguesia de Moscavide, e de acordo com o inquérito realizado, pudemos verificar que a maioria das pessoas (81%) tem grandes dificuldades em estacionar durante o dia, mas este número aumenta à noite (90%); 53% dos inquiridos considera que a PSP pode contribuir para a melhoria desta situação, e relativamente à introdução de um regulamento de cargas e descargas, os valores dos inquiridos são ténues, ou seja, 54% acha que sim, mas 46% acha que não.

Neste sentido, todos consideram que é preciso melhorar a mobilidade urbana, contribuir para a consciencialização de todos os cidadãos relativamente aos efeitos negativos que a actual tendência da mobilidade urbana gera no ambiente e na qualidade de vida, assim deverá repensar-se nos benefícios que uma maior mobilidade urbana pode trazer (várias melhorias, ao nível da saúde, ambiente, acessibilidades, economia) e partir destas melhorias para uma Gestão da Mobilidade na Freguesia de Moscavide, uma gestão que envolva parcerias de trabalho (autarquias/PSP/empresas/instituições) e juntas reflictam em soluções.

IV.3.3.3. Limpeza Urbana31

A Divisão Limpeza Urbana do Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Loures coordena as actividades de limpeza dos espaços públicos no Concelho de Loures, em estreita cooperação com as 18 Juntas de Freguesia, com base no enquadramento definido pelo Protocolo de Delegação de Competências da Câmara Municipal para as Juntas de Freguesia.

31 Site da Câmara Municipal de Loures: www.cm-loures.pt

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Organização da Limpeza Urbana

A limpeza urbana está descentralizada nas 18 Juntas de Freguesia, que são responsáveis pela limpeza manual dos espaços públicos. A limpeza mecânica do Concelho está centralizada na Câmara Municipal.

Limpeza Manual

Trabalham diariamente na manutenção da limpeza dos espaços públicos do Concelho de Loures 280 cantoneiros de limpeza (270 estão destacados nas Juntas de Freguesia e 10 constituem a Brigada Móvel da CMLoures). Nas freguesias, são os encarregados de brigada dos serviços de limpeza que coordenam a limpeza urbana e as equipas de cantoneiros. Os utensílios utilizados diariamente na varredura manual são: vassouras, pás ancinhos, sachos, ecotenazes, carrinhos de limpeza.

Limpeza Mecânica

A varredura mecânica do Concelho é periódica e está organizada em 4 tipos de circuitos diferentes, num total de 43 circuitos implementados. Os circuitos de varredura mecânica, encontram-se devidamente cartografados e digitalizados. A frequência destes circuitos depende da sua tipologia, estando planeado que os circuitos sejam bissemanais, semanais, ou quinzenais.

Relativamente à lavagem mecânica, é de referir que a sua periodicidade depende dos núcleos urbanos em questão. A frequência é, em média, quinzenal.

A CMLoures possui quatro aspiradores de resíduos sólidos, utilizados para operações pontuais de limpeza: folhas secas, resíduos de festas, limpeza de passeios e bermas...

Estes aspiradores são utilizados em algumas freguesias do concelho que apresentam condições para a sua operação.

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Mobiliário Urbano de Apoio à Limpeza de Espaços Públicos

Dispensadores No concelho de Loures existem cerca de 130 dispensadores de sacos para remoção de dejectos de canídeos, distribuídos pelas 18 freguesias. Papeleiras Existem nas ruas do concelho de Loures cerca de 3000 papeleiras, que servem para depositar pequenas quantidades de lixo. Também têm uma chapa metálica onde se podem apagar os cigarros, funcionando como um cinzeiro para deposição de beatas previamente apagadas.

Educação Ambiental32

Círculo Mágico -Trata-se de um programa de apoio a iniciativas da comunidade escolar que promovam a preservação do meio ambiente. Com o objectivo de despertar e mobilizar este público para a importância das questões ecológicas, o programa tem diversas actividades associadas, como são exemplos os “raids ambientais”, o jogo “Cavaleiros do Círculo Mágico”, a campanha “Ajude o Ambrósio a manter a rua limpinha”, entre outros.

Centro de Educação Ambiental –Centro onde são realizadas inúmeras actividades como as “Oficinas do Ambiente” e as “Conversas com Ambiente”, entre outras, que têm percorrido aquele espaço, levando miúdos e graúdos a tomar consciência da importância das questões ambientais e dos seus “pequenos gestos”.

Mas se os meios logísticos e humanos à disposição da população são vitais para a eficiência do processo de remoção de resíduos, as acções individuais de cada cidadão não têm importância menor. Por isso, nunca é de mais repetir que só com a participação de todos, de uma forma cívica e consentânea, só assim é possível melhorar substantivamente a qualidade de vida e dos espaços públicos que utilizamos.

32 Site da Câmara Municipal de Loures: www.cm-loures.pt

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V. Conclusão

Prioridades para um Desenvolvimento Social da Freguesia de Moscavide

Na sequência do que foi já referido, esta Diagnóstico Social, deverá ter um carácter de continuidade e de actualização constante, este trabalho reflecte uma realidade que está em constante dinâmica e mudança, e por isso mesmo, deverá ser adaptado às mudanças e às principais necessidades que se impõem. Para a realização destas propostas e prioridades, foi essencialmente tido em conta os vários indicadores apresentados e os estudos realizados na freguesia, e que retratam a população nela existente. Este documento não é estanque, mas sim aberto a novos contributos e propostas, devendo ser mais um elemento orientador e que deve estar na base do desenvolvimento de dinâmicas de Intervenção multidisciplinar.

Prioridades:

™ A implementação de respostas sociais que obedeçam a critérios de rigor, racionalidade e qualidade, apoiando de forma afectiva as famílias; favorecendo uma melhor conciliação entre a vida familiar e profissional e um melhor apoio a situações de exclusão e vulnerabilidade social; ™ Reforçar a qualidade dos serviços prestados pelas instituições sociais, apostando na sua inovação, qualidade e diversificação e na formação contínua dos seus recursos humanos; ™ Desenvolver serviços de atendimento social, desencadeadores de iniciativas integradas e participadas, promotoras das competências locais, individuais e institucionais; ™ Construção de uma cultura organizacional, privilegiando actuações mulidisciplinares e parcerias sólidas, apoiadas numa maior qualificação e diversificação dos recursos humanos; ™ Desenvolver redes de voluntariado social, designadamente a partir das pessoas idosas, rentabilizando os seus sabres;

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Comissão Social da Freguesia de Moscavide

™ Apoiar a constituição de grupos de auto-ajuda, para apoio de situações problemáticas: viuvez, doença (Alzheimer), problemas depressivos, entre outras. ™ Avaliar as potencialidades e constrangimentos das instituições locais e apoiá-las na sua inovação e adequação. ™ Assegurar uma melhor cobertura de respostas sociais, aumentá-la e reforçar as existentes, nomeadamente ao nível do apoio domiciliário, ocupação de tempos livres, entre outras; ™ Melhorar as respostas ao nível da limpeza e higiene urbana de acordo com as necessidades das populações; ™ Reforçar e desenvolver, coordenando sinergias, optimizando soluções e consolidando parcerias, de modo a operacionalizar soluções nas áreas do Estacionamento e Tráfego e Limpeza e Higiene Urbana; ™ Criar mais espaços verdes, parques infantis, em que estes se assumem como local de criatividade, de convívio entre diferentes idades, de contacto e descoberta da natureza e ao mesmo tempo um local seguro e de referência na comunidade; ™ Desenvolver campanhas de sensibilização para as populações, e sensibiliza-las para as várias problemáticas da freguesia, de modo a que todos os cidadãos possam participar e ajudar, a participação da comunidade local pode tornar possível a alteração de pequenos hábitos, promovendo a responsabilidade partilhada. ™ Reforçar as acções promotoras de educação ambiental; ™ Construção de circuitos de comunicação entre as entidades locais, autarquia, instituições sociais, grupos desportivos, PSP, Centro de Saúde, Segurança Social, entre outras de forma a ajustar as respostas de acordo com as necessidades, evitando a duplicidade de respostas, melhorando o atendimento e solicitações dos cidadãos e aumentando as respostas.

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VI.BIBLIOGRAFIA

• A Importância do Suporte Social na Qualidade de Vida do Idoso- Contexto Urbano Vs Contexto Rural (Monografia)- Catarina Santos, Universidade Independente, Novembro de 2003. • Alguns indicadores sobre a Pobreza: Portugsl e União Europeia , Rede Europeia anti-pobreza (Outubro. 2004) • American Psyquiatric Association (1996). DSM-IV-Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações MentaisI, 4ª Edição. Lisboa: Climpepsi Editores. • Barreto, J. (1984); Envelhecimento e Saúde Mental;Porto: FMP • Barreto, J. (1988). Aspectos Psicológicos do Envelhecimento.Psicologia VI (2) Porto: FMP • Bennet, P. & Murphy,S. (1999). Psicologia e Promoção da Saúde. Lisboa: Climepsi Editores • Bize, R.P., Vallier, C. (1985).Uma Vida Nova: a terceira idade, Verbo, Lisboa/São Paulo. • Caldeira, C. (1978).Socioterapia na Velhice.Lisboa: Ciba-Geigy • Câmara Municipal de Loures (1996). Jovens de Hoje e de Aqui. Loures: Departamento Sócio-Cultural, Cadernos Estudos Locais • Carta de Equipamentos para Idosos, Dezembro de 1997- Câmara Municipal de Loures • Censos 2001, INE • Dinis, J.A. (1995).O Envelhecimento em Portugal. Strasburgo: Parlamento Europeu • Divisão de Informação Georeferenciada, Câmara Municipal de Loures • Estudo Sócio-Económico do Concelho de Loures, Maio 2001 • Fernandes, Purificação (2002); A depressão no Idoso”( 2ª ed), Lisboa: Quarteto Editora, p.27-29; • Fontaine, R (2000). Psicologia do Envelhecimento.Lisboa: Climepsi Editores • II Plano Nacional contra a Violência Doméstica 2003-2006 • II Plano Nacional para a Igualdade 2003-2006

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Comissão Social da Freguesia de Moscavide

• Livro Verde – Igualdade e combate à discriminação na União Europeia alargada, Comissão das Comunidades Europeias (Maio. 2004) • Loures, Câmara Municipal: “Carta Educativa 2005” • Manual Europeu para as Autoridades Locais, Instituto do Ambiente, Junho de 2005-Amadora • Martins, Margarida Alves (1998). X Colóquio de Psicologia e Educação – Educação Pré-Escolar: Modelos, Investigação e Práticas Educativas. Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada. • Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré- Escolar. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento de Educação Básica. • Moniz Pereira, N. (1986). Compreender melhor os idosos.Lisboa. FITI • Nogueira, L.A (1996).Atutudes em Relação à Velhice.Lisboa: I.N.E • Objectivos e Estratégias das Políticas de Educação/Formação no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, 2000-2006 • Paul, M.C. (1992) Satisfação de Vida em Idosos. Psychologica VIII • Plano de Actividades para 2005 do Conselho Nacional de Educação • Plano Nacional de Saúde 2004-2010 • Programa de Estabilidade e Crescimento • Programa do XVII Governo Constitucional • Relatório necessidades Educativas Especiais – Lisboa, Março de 2005 • Relatórios 2003 e 2004 da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens • Sprinthall, Norman A. & Sprinthall, Richard C.(1993). Psicologia Educacional. Lisboa: McGrawHill • Vayer, Pierre & Roncin, Charles (1998). Psicologia Actual e Desenvolvimento da Criança. Lisboa: Instituto Piaget. • Vitimação e Segurança entre os Jovens do Concelho de Loures – Novembro 2004 • Vitimação e Segurança no Concelho de Loures – Dezembro 2004

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Internet: 9 WWW.redecidadessaudaveis.com.pt 9 WWW.ine.pt 9 www.jf-moscavide.pt 9 www.cm-loures.pt

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