Algumas Poesias De Laurindo Rabelo

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Algumas Poesias De Laurindo Rabelo , , ... I '—ii"i.,ijjw*wjii.'!!««i.' >J ¦ ,<v v*f*p;.*»»w*rs» .»w,í»ffiw.l-J.-', *".—- MST®® LLDW © ¦ü LsV »^^k|vw^^^Bttk. n^B^ SUPLEMENTO LITERÁRIO DE "A MANHÃ" Publicttd» semanalmente, sob a orientação ?1/0/941U1'"1 Mucio de \nm'1UI"'U fi Leão (Da Academia Brasileira de Letras) La urindo Rabelo Laurindo Rabelo ni opinião di Henald di Cirnlho e Fiança Júnior íímulo de Alvares de /heve- Tem sido pensamento mente viva de sua obra: a tio foi Laurindo Rabelo (1826- ]S6f), o "poeta lagartixa", mn Autores e Livros dedi- da sua cie poesia jovial, gra- desses tipos de boêmio que vão car parte de suas páginas ciosa, feita de irreverência- rareando em nosso meio. Ape- sar de em medicina, não a escritores desaparecidos, e, também, a da sua formado poesia lhe deu a profissão (fraudes van- cuja data de morte se re- impublicavel e bogagiana, iagens de posição ou for/una. Ao sabor do destino viveu o corde na semana que esteja da qual apareceu em 1882 poeta carioca, entre as pilhérias passando. Assim foi que um volume intitulado Poe- e os remoques de uns e de ou- lios, uma vida de expedientes, evocamos, em números an- sias- eróticas, da qual co- sem pouso nem repouso, ilumi- Eduardo Prado, nhecemos tei iores, um volumezinho nada, apenas, por doce bonito- Inglez de Souza e Raimun- terrível, guardado como min que, às veses, se transforma- LAURINDO RABELO va em soluço, logo abafado pela do Corrêa. Desta vez, an- coisa e perigosa proibida risada de uma anedota picares- tecipamo-nog um pouco, e nos arquivos severos da ca e atrelada. Foi poeta popular por exce. SUMARIO vamos dedicar parte deste Academia... Icncia; sua poesia é ora dorida suplemento a duas figuras E, com referência a e pessimista, ora travessa e pagina at: ¦ uuii rmograrta ae Raimundo Cor. sempre reia e amigos, esclarecida pelo brincalhona, mas ha Rabelo e Franca Júnior que são evocadas na se- França Júnior, uma boa Laurindo sr. Rodrigo Otávio nela um sainele de sinceridade ²Laurindo — Rabelo, de Ronald de mana próxima Laurin- parte de sua obra conserva fundo e comovedor, que fas per- Carvalha PAGINA W. doar ao cantor os erros do ho- ²Sumário do Rabelo e França Júnior, uma frescura que lhe ga- ²Efemérides da Academia mem. Laurindo foi um joguete ²Entre dois homens... de Raimunj- — PAGINA 88: Há uma razão para isto rante permanente atuali- de que se serviu a sorte. Infeliz do Corra* berço, caminhou à som- Laurindo Ra- * foi le- desde o Algumas poesia, dt — Meia-noite ..~ por JoíòAAlfonsua é que no dia 29 passa a dade. Não há muito, belo: bra da sua má estrela, sem um *- Amores crepusculares, por Cie- nossos tea- Adeus ao mundo data da morte de Machado vada, num dos momento de plena ventura, até a mentido Fraga (da Academia Bra-* ²Dois Impossíveis morte. Em das nulidades sileira* de Assis, e esperamos de- t»os oficiais, uma de suas face ²Leandro consagradas, ele sentia todo o e Hero — ²Apreciação sobre a obra de Lau- dicar todo o número do do- peças — As doutoras uma alma rc- PAGINA 91: horror de grande de Artur Mota se de- rindo Rabelo, mingo próximo ao maior escrita no ano da procla- voltada, impaciente por -» Uma questão de mitologia aa* senvincilhar .dos muros altos em PAGINA SI: "Cartas Chilenas", »or Joaquim dos escritores brasileiros. nsação da República. Era inutilmente. que se debatia Correspondência de escritorec. Ribeiro * * uma de ²Alvares sátira pitoresca, mali- Seus versos refletem estados Carta de Laurindo Rabelo á es- de Azevedo alma, torturada ou alegrias pas- Laurindo Rabelo e Fran- ciosa, muito divertida. E posa PAGINA ». sageiros, misérias continuas que França Júnior, por Artur Aze- "mo aquilo de como ²Uma ça Júnior são, pois, os es- parecia ele suportava calado, vedo mensagem de Ala a Cássia* espera do dia*,, — Bibliografia de Laarlado Rabelo, no Ricardo e Múcio Leão critores ocupam o hoje, como parecia feito quem fado piores que ainda mais amargos e trevosos: por Artur Mota ¦— Amores crepusculares, Cio- <»ue «tamos pur maior número de colunas P»1» °8 dias mentino Fraga (continuação da só tenho abertas PAGINA SM: esta Eu triste, que página 90). de Autores e Livro., no vivendo, para satiriszar \n'alma Envenenadas d'agonia. ²A vido e a obra de Fagundes Va- em as mu" fontes -por PAGINA 93: «eu sexto número.1,os8a éPoca tuc Malditas por amor, a quem nem rela, Paulino Neto (da Aca- lheres invadiram — a nos- [sombra demia Fluminense de Letras) ²X vida dos Livros. Nobrega « Ash Provavelmente, se qui- De amiga formosura o céu confia: ²Franca Artur Azeve- — Júnior, por chleta. Por Múcio LeSo zessemos so ver muito sabiamente do (continuação da pagina anto* ²Um autografo de Alfonsus do estabelecer para- Eu triste que, dos homens despre- todo8 os departamentos de [sado, rlorl Guimaraens, por Manuel Bandeira leio entre os dois, haveria- em Só entregue a tneu mal, quasi (da Academia Brasileira) atividade outrora reserva- \ delírio. PAGINA 8»: mos de encontrar algumas estreito da desgraça, Ator no palco PAGINA M. dos aos homens... Só espero a coroa áo martírio; ²Galeria dos Nomes Ilustres. razões para aproximá-los * ²O Namoro, por Franca Júnior Páginas dos Autores Mortos: Ambos u-n bel.'. Vate não sou, mortais; bem o 1 — Uma tradução Inédita «o possuíam PAGINA SS: São, duas figuras [conheço; "Hamlet", de Fantasio (Olavo BI- talento, feito primordial- pois, Meu* versos, pela dor só inspi- — ²A vida é de cabeça baixa, por Al- Im). merecem toda a nossa [rodos mente de ironia, que no que Nem são ttersos — menti — sâo ais varo Morcyra 1 — Uma poesia de Fagundes Va- — ro- l sentidos; ²HIMlHo <¦• Ca*»* rela poeta era dolorosa, amar- atenção a do poeta Às vezes, sem querer, d'alma exa- — José Bonifácio, de Raimundo m a n t i c o,, tão profunda-- [lados; pagina an S gurada e, às vezes, chega- Correia mente infeliz, e a do Sâo fel que o coração verte em ²Alberto de Serpa e a poesia des- va ao sarcasmo, e no co- PAGINA Ms Igollaãa crltlva, por Joio Gaspar SimAes. mediógrafo sutil, cronista, do comediógrafo, Por contínuos angústias compri- era mais [mido; Lul-z Carlos ²A vida e a obra ie Fagundes Va- das nuvens m'«it- conto, mais educada. Mostraria- que deixou fixados tantos São pedaços que Anacleto, ventriloquo, do rela, por Paulino Neto (continua- [cobrem Osvaldo Orico. Com ilustração d« da vida e da so- Do horizonte da vida o sol querido. Cão da página 84*. mos, ainda, uma circuns- aspectos Osvaldo Goeldl ²Silvestre de Lima brasileira dos meia- ²A página do dia. Jaliãe Tavaro* tancia o. aproxima, é ciedade não PAGINA St: que Quem fala nestas quadras de Graciliano Ramos. o fim do século em letras, esse total esquecimento em dos para é qualquer doutor ²Anacleto, veatrlloqae (continua- ²Raimundo Moral). um hábil e perito no resolver Cio da página anterior) que estão ambos, essa ne- passado, PAGINA M: . rondo ou um soneto castigado, Noticia, literária. nhuma Nos depoimentos sobre lembrança deles no porem uma criatura ferida ms Uma fotografia rara de Raimundo ²Opiniões sobre escritores. Opi- a espírito de todos nós. .. eles reunidos em nossas fontes vivas, para quem poe- Correia niões sobre Joaquim Nabuco. sia era uma necesiâadt, uma PAGINA at- ²Opiniões de escritores. Opiniões Eram bem dignos de res- de hoje, poderão as de Joaquim Nabuco sobre a Re- páginas válvula por onde escapavam A colaboração de Filobibtton. como Lau- secretas do coração. llgUk». surgir, porem, tanto um, ver os leitores tormentas Achados — a. t Antes da critica oficial, já o po- Os dos ventos, poe- ²José Bonifácio, de Raimundo Cor- o outro.lindo Rabelo e França Ju- prisioneiros quanto vo lhe havia feito justiça, deco- ma de Augusto Frederico Sch- reia (continuação da página «M>. Laurindo Rabelo tem nior teem sido julgados rando-lhe a tnemórin sem nodoa mldt. Com tluatnçlo dc sssSanU ²Guerra Junqueira ²rrsanciico d* Ctro. brasileira. de vagabundo ilumnado. ainda uma - parte positivar jjela crítica, ™T':' ¦¦"¦'"¦'¦¦"( r- ¦,¦¦¦-•¦¦¦.¦,•¦..:,.¦. ...n.-.ti.j.-.oi-y,,,¦-.,,.:,;,,,,.,-.,. v,;..:.,,.,;v.n. !¦:, ¦¦¦ .,!;.. vr-C-rr»;^." ¦w.n-v :--r: ¦¦,-:¦ PAGINA l> - SUPLEMENTO L1TIMA1UO »'A MANHA Algumas poesias de Laurindo Rabelo Adeus ao Mund( Dois impossíveis Leandro e Hero jamais! quando a razão e o sentimento Disputam-se o domínio da vontade, Hei de/ mártir c/e amor, morrer te amanc/o Já do batei da vida Se uma nobre altivez nos Sinto tomar-me o leme a mão da morte: alimenta O facho de Helesponto apaga o dia. Não se de todo a liberdade. E perto avisto o porto perde Sem que aos olhos de Hero o sono traga, Imenso nebuloso, e sempre noite, Chamado — Eternidade! Que dentro de sua alma não se apaga A luta é forte; o coração sucumbe Como é tão belo o sol! Quantas grinaldas O fogo com que o facho se acendia. Não tem de mais a aurora!! Quase nas ânsias do lutar terrível; Como requinta o brilho a luz dos astros! A paixão o devora quase inteiro, Aflita o seu Leandro ao mar pedia, Como são rescendentes os aromas Devorá-lo de todo é impossível! Que exalam das flores! Que harmonia Que abrandado por ela, a prece afaga, Não se desfruta no cantar das aves, E troz-lhe o morto amante numa vaga, No embater do "mar e das cascatas, Jamais! a cliama crepitanlc lastra, (Talvez vaga de amor, inda que fria). No sussurrar dos límpidos ribeiros, Em Na natureza inteira, os curso impetuoso se propaga, quando olhos Ao vê-lo pasma, e clama num transporte —• Do moribundo, quasi extintos, bebem Lancem-lhe embora prantos sobre prantos, "Leandro!..
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