, , ... I '—ii"i.,ijjw*wjii.'!!««i.' >J ¦ ,

LLDW © ¦ü LsV »^^k|vw^^^Bttk. n^B^ SUPLEMENTO LITERÁRIO DE "A MANHÃ" Publicttd» semanalmente, sob a orientação ?1/0/941U1'"1 Mucio de \nm'1UI"'U fi Leão (Da Academia Brasileira de Letras) La urindo Rabelo ni opinião di Henald di Cirnlho e Fiança Júnior íímulo de Alvares de /heve- Tem sido pensamento mente viva de sua obra: a tio foi Laurindo Rabelo (1826- ]S6f), o "poeta lagartixa", mn Autores e Livros dedi- da sua cie poesia jovial, gra- desses tipos de boêmio que vão car parte de suas páginas ciosa, feita de irreverência- rareando em nosso meio. Ape- sar de em medicina, não a escritores desaparecidos, e, também, a da sua formado poesia lhe deu a profissão (fraudes van- cuja data de morte se re- impublicavel e bogagiana, iagens de posição ou for/una. Ao sabor do destino viveu o corde na semana que esteja da qual apareceu em 1882 poeta carioca, entre as pilhérias passando. Assim foi que um volume intitulado Poe- e os remoques de uns e de ou- lios, uma vida de expedientes, evocamos, em números an- sias- eróticas, da qual co- sem pouso nem repouso, ilumi- Eduardo Prado, nhecemos tei iores, um volumezinho nada, apenas, por doce bonito- Inglez de Souza e Raimun- terrível, guardado como min que, às veses, se transforma- LAURINDO RABELO va em soluço, logo abafado pela do Corrêa. Desta vez, an- coisa e perigosa proibida risada de uma anedota picares- tecipamo-nog um pouco, e nos arquivos severos da ca e atrelada. Foi poeta popular por exce. SUMARIO vamos dedicar parte deste Academia... Icncia; sua poesia é ora dorida suplemento a duas figuras E, com referência a e pessimista, ora travessa e pagina at: ¦ uuii rmograrta ae Raimundo Cor. sempre reia e amigos, esclarecida pelo brincalhona, mas ha Rabelo e Franca Júnior que são evocadas na se- França Júnior, uma boa Laurindo sr. Rodrigo Otávio nela um sainele de sinceridade ²Laurindo — Rabelo, de Ronald de mana próxima Laurin- parte de sua obra conserva fundo e comovedor, que fas per- Carvalha PAGINA W. doar ao cantor os erros do ho- ²Sumário do Rabelo e França Júnior, uma frescura que lhe ga- ²Efemérides da Academia mem. Laurindo foi um joguete ²Entre dois homens... de Raimunj- — PAGINA 88: Há uma razão para isto rante permanente atuali- de que se serviu a sorte. Infeliz do Corra* berço, caminhou à som- Laurindo Ra- * foi le- desde o Algumas poesia, dt — Meia-noite ..~ por JoíòAAlfonsua é que no dia 29 passa a dade. Não há muito, belo: bra da sua má estrela, sem um *- Amores crepusculares, por Cie- nossos tea- Adeus ao mundo data da morte de Machado vada, num dos momento de plena ventura, até a mentido Fraga (da Academia Bra-* ²Dois Impossíveis morte. Em das nulidades sileira* de Assis, e esperamos de- t»os oficiais, uma de suas face ²Leandro consagradas, ele sentia todo o e Hero — ²Apreciação sobre a obra de Lau- dicar todo o número do do- peças — As doutoras uma alma rc- PAGINA 91: horror de grande de Artur Mota se de- rindo Rabelo, mingo próximo ao maior escrita no ano da procla- voltada, impaciente por -» Uma questão de mitologia aa* senvincilhar .dos muros altos em PAGINA SI: "Cartas Chilenas", »or Joaquim dos escritores brasileiros. nsação da República. Era inutilmente. que se debatia Correspondência de escritorec. Ribeiro * * uma de ²Alvares sátira pitoresca, mali- Seus versos refletem estados Carta de Laurindo Rabelo á es- de Azevedo alma, torturada ou alegrias pas- Laurindo Rabelo e Fran- ciosa, muito divertida. E posa PAGINA ». sageiros, misérias continuas que França Júnior, por Artur Aze- "mo aquilo de como ²Uma ça Júnior são, pois, os es- parecia ele suportava calado, vedo mensagem de Ala a Cássia* espera do dia*,, — Bibliografia de Laarlado Rabelo, no Ricardo e Múcio Leão critores ocupam o hoje, como parecia feito quem fado piores que ainda mais amargos e trevosos: por Artur Mota ¦— Amores crepusculares, Cio- <»ue «tamos pur maior número de colunas P»1» °8 dias mentino Fraga (continuação da só tenho abertas PAGINA SM: esta Eu triste, que página 90). de Autores e Livro., no vivendo, para satiriszar \n'alma Envenenadas d'agonia. ²A vido e a obra de Fagundes Va- em as mu" fontes -por PAGINA 93: «eu sexto número.1,os8a éPoca tuc Malditas por amor, a quem nem rela, Paulino Neto (da Aca- lheres invadiram — a nos- [sombra demia Fluminense de Letras) ²X vida dos Livros. Nobrega « Ash Provavelmente, se qui- De amiga formosura o céu confia: ²Franca Artur Azeve- — Júnior, por chleta. Por Múcio LeSo zessemos so ver muito sabiamente do (continuação da pagina anto* ²Um autografo de Alfonsus do estabelecer para- Eu triste que, dos homens despre- todo8 os departamentos de [sado, rlorl Guimaraens, por leio entre os dois, haveria- em Só entregue a tneu mal, quasi (da Academia Brasileira) atividade outrora reserva- \ delírio. PAGINA 8»: mos de encontrar algumas estreito da desgraça, Ator no palco PAGINA M. dos aos homens... Só espero a coroa áo martírio; ²Galeria dos Nomes Ilustres. razões para aproximá-los * ²O Namoro, por Franca Júnior Páginas dos Autores Mortos: Ambos u-n bel.'. Vate não sou, mortais; bem o 1 — Uma tradução Inédita «o possuíam PAGINA SS: São, duas figuras [conheço; "Hamlet", de Fantasio (Olavo BI- talento, feito primordial- pois, Meu* versos, pela dor só inspi- — ²A vida é de cabeça baixa, por Al- Im). merecem toda a nossa [rodos mente de ironia, que no que Nem são ttersos — menti — sâo ais varo Morcyra 1 — Uma poesia de Fagundes Va- — ro- l sentidos; ²HIMlHo <¦• Ca*»* rela poeta era dolorosa, amar- atenção a do poeta Às vezes, sem querer, d'alma exa- — José Bonifácio, de Raimundo m a n t i c o,, tão profunda-- [lados; pagina an S gurada e, às vezes, chega- Correia mente infeliz, e a do Sâo fel que o coração verte em ²Alberto de Serpa e a poesia des- va ao sarcasmo, e no co- PAGINA Ms Igollaãa crltlva, por Joio Gaspar SimAes. mediógrafo sutil, cronista, do comediógrafo, Por contínuos angústias compri- era mais [mido; Lul-z Carlos ²A vida e a obra ie Fagundes Va- das nuvens m'«it- conto, mais educada. Mostraria- que deixou fixados tantos São pedaços que Anacleto, ventriloquo, do rela, por Paulino Neto (continua- [cobrem Osvaldo Orico. Com ilustração d« da vida e da so- Do horizonte da vida o sol querido. Cão da página 84*. mos, ainda, uma circuns- aspectos Osvaldo Goeldl ²Silvestre de Lima brasileira dos meia- ²A página do dia. Jaliãe Tavaro* tancia o. aproxima, é ciedade não PAGINA St: que Quem fala nestas quadras de Graciliano Ramos. o fim do século em letras, esse total esquecimento em dos para é qualquer doutor ²Anacleto, veatrlloqae (continua- ²Raimundo Moral). um hábil e perito no resolver Cio da página anterior) que estão ambos, essa ne- passado, PAGINA M: . rondo ou um soneto castigado, Noticia, literária. nhuma Nos depoimentos sobre lembrança deles no porem uma criatura ferida ms Uma fotografia rara de Raimundo ²Opiniões sobre escritores. Opi- a espírito de todos nós. .. eles reunidos em nossas fontes vivas, para quem poe- Correia niões sobre . sia era uma necesiâadt, uma PAGINA at- ²Opiniões de escritores. Opiniões Eram bem dignos de res- de hoje, poderão as de Joaquim Nabuco sobre a Re- páginas válvula por onde escapavam A colaboração de Filobibtton. como Lau- secretas do coração. llgUk». surgir, porem, tanto um, ver os leitores tormentas Achados — a. t Antes da critica oficial, já o po- Os dos ventos, poe- ²José Bonifácio, de Raimundo Cor- o outro.lindo Rabelo e França Ju- prisioneiros quanto vo lhe havia feito justiça, deco- ma de Augusto Frederico Sch- reia (continuação da página «M>. Laurindo Rabelo tem nior teem sido julgados rando-lhe a tnemórin sem nodoa mldt. Com tluatnçlo dc sssSanU ²Guerra Junqueira ²rrsanciico d* Ctro. brasileira. de vagabundo ilumnado. ainda uma - parte positivar jjela crítica, ™T':' ¦¦"¦'"¦'¦¦"( r- ¦,¦¦¦-•¦¦¦.¦,•¦..:,.¦. ...n.-.ti.j.-.oi-y,,,¦-.,,.:,;,,,,.,-.,. v,;..:.,,.,;v.n. !¦:, ¦¦¦ .,!;.. vr-C-rr»;^." ¦w.n-v :--r: ¦¦,-:¦

PAGINA l> - SUPLEMENTO L1TIMA1UO »'A MANHA Algumas poesias de Laurindo Rabelo Adeus ao Mund( Dois impossíveis Leandro e Hero jamais! quando a razão e o sentimento Disputam-se o domínio da vontade, Hei de/ mártir c/e amor, morrer te amanc/o Já do batei da vida Se uma nobre altivez nos Sinto tomar-me o leme a mão da morte: alimenta O facho de Helesponto apaga o dia. Não se de todo a liberdade. E perto avisto o porto perde Sem que aos olhos de Hero o sono traga, Imenso nebuloso, e sempre noite, Chamado — Eternidade! Que dentro de sua alma não se apaga A luta é forte; o coração sucumbe Como é tão belo o sol! Quantas grinaldas O fogo com que o facho se acendia. Não tem de mais a aurora!! Quase nas ânsias do lutar terrível; Como requinta o brilho a luz dos astros! A paixão o devora quase inteiro, Aflita o seu Leandro ao mar pedia, Como são rescendentes os aromas Devorá-lo de todo é impossível! Que exalam das flores! Que harmonia Que abrandado por ela, a prece afaga, Não se desfruta no cantar das aves, E troz-lhe o morto amante numa vaga, No embater do "mar e das cascatas, Jamais! a cliama crepitanlc lastra, (Talvez vaga de amor, inda que fria). No sussurrar dos límpidos ribeiros, Em Na natureza inteira, os curso impetuoso se propaga, quando olhos Ao vê-lo pasma, e clama num transporte —• Do moribundo, quasi extintos, bebem Lancem-lhe embora prantos sobre prantos, "Leandro!... Seus últimos encantos! E' inútil, o fogo não se és morto?! destino infando que apaga. "Te Que condús aos meus braços desto sorte?!! II "Morreste!.. Mas chega um ponto em que Ibe acena o ímpeto . mas... (e às ondas se arrojando Em não Quando eu guardava, ao menos na que queima já, mas martiriza, Assim termina sorvendo a morte) Em tristeza branda "Hei já I esperança que e não loucura de, mártir de omor, morrer te amando. Para o dia seguinte o sol de um dia, A razão se sujeita e harmoniza. De uma noite o luar para outras noites; Quando durar contava mais que um prado, Mais que o mar, que a cascata erguer meu E' nesse ponto de indizivel tempo daí ato a obra de Ií Onde, ,por misterioso B[canto, encantamento, Desenvolvida a biografia ilo E murmura-lo num jardim de amores; O sentir a razão vencer nâo Artur Mota Quando julgava a natureza minha. pode, infeliz poeta, deve ser, agora, Desdenhava ííem a razão vencer ao sentimento. "Laurindo os seus dons: eil-a vingada: resumida a apreciação da .«m.i diagnóstico: teve a Cedo de vermes rojarei ludibrio, obra, com as impressões E vida alardearão fracos que melancolia negra, próxima ria arbustos No fundo 'loucura, Sobre o meu lar de morto! A noite, o dia, de noss'alma um espetáculo ela sugere, com as emoções que que o nao assaltou pela O inverno, o verão, a primavera, Se levanta de triste magestade,f ela transmite aos feitores. elasticidade pasmosa dc seu A aurora, a tarde, as nuvens, e as estrelas, Se de um lado a razão seu (acho acende Como já foi dilo, ele apenas temperamento. Daí esse duplo A rir-se passarão sobre os meus ossos!! De "Trovas", — outro os lírios seus planta a saudade. Publicou as t/ium- estado de depressão que se era- Não importa: não é perder o mundo do eslava na Baía. Dedicou-as O que me azeda os instantes lava em suspiros, e de an-rh,t- pálidos o seu magnânimo amigo e Que conto por gemidos. Meu torment Melancólica domina o sítio, pro- lamento que se traduzia em sã- Minha dor. é morrer longe paz ielor. da pátria, Só da razão o facho bnixoleia tiras. Conheceu, tombem, o ter- Da mãe, e dos irmãos tanto adoro. Outras edições da que entre póstumas reno intermediário das facccias Quando por os lírios da saudade sua obra reuniram Uo zelo semi-niorto a seipe ondeia! poética pro- e das pilhérias". duções que permaneciam inédi- A sua roda literária, no Rio, tas. Foram as de Eduardo de era constituída por Eduardo de Quando da pátria me ausentei, não tinha Dois limetes então na atividade Sá, Joaquim Norberto e Dias Nada, Sá, Castro Lopes, Constanlino que lhes deixar, que lhes dissesse Conhece o ser da Silva Júnior. Posterior men- O que eram eles dentro de minh'alma. pensante, o ser sensível: Comes de Souza, Pires FcrrUo, Uin impossível — a razão te, Vale Cabral conseguiu re- Mendigo, a quem cedi pequena esmola, escreve. "Revista Ferreira Pinto e alguns mais. Deu-me quatro sementes de saudade; Escreve o sentimento outro impossível! unir outras trovas na Na Baía, eram seus contempo- Ao meu jardim doméstico levei-as, Brasileira**. râneos: Moniz Barreto, Junquei- Cavei, reguei a terra com meu pranto, Laurindo sofreu muito, so- E as saudades. Soluçando Amei-te! os meus extremos compensaste ra Freire, Augusto dc Mcndon- plantei "Aqui freu realmente. Refletem-se nas Chamei ali os meus: vos deixo Com tanta ingratidão, tanta dureza, (a, o visconde da Fcdra-lhanca, "Um poesias. elegíacas os seus tnjor- tesouro enterrado. Jóias, oiro, assim como adorar-te foi loucura, Guedes Cabral (o jornalista), "Riquezas, não, não tem. na terr» Que lúnios. A sua veia satírica era Eduardo porem Mais extremos te dar fora baixeza. Franca, d. Romiialdo, Estéril não será". Ondas de pranto o derivativo dos seus sojritnen- Agrário dc Meneses, Rodrigues Afogaram-me a voz: houve silêncio: tos. era o disfarçado, Farpei de novo protesto da Cosia. Cunha Vale, Antônio o chão; vi que de novo mas enérgico, contra a dest- Cavado estava!! A terra se afundara, Minh'alma nos seus brios ofendida Alvares da Siliv, Gualbcrlo dos E as sementes nadavam sobre lágrimas, Dt pronto a seus extremos pôs remate, gualdade reinante no mundo, Passos, Antônio José Alves lo conlra

Continuação áa página anterior para a imprensa diária; mandou ficou-o bastante, sobretudo por Quem lhe Inoculou o gosto coisa do canto da cigarra: ci, particular Os seus merecímen- da Europa muitos artigos para causa da deportação do impe- pela pintura, ou antes, pela pai- ci, ci... tos escapam à minha aprecia- a Gazeta; quando foi visitar a rador, da imperatriz e dos prin- sagem, pois França Júnior ja- Elegante, sempre apurado no ção. Entretanto, sempre ouvi as exposição de Paris, em 1878, ln- cipes. mais se entregou, que eu saiba, traje, sempre vestido à ultima melhores referências aos seus seriu no Globo uma brilhante Foi nesse mau estado dalma a outro gênero pietórico, foi o moda, as suas "toiletes" exqul- conhecimentos jurídicos, e cum- série de folhetins institulados e do corpo que ele fez repre- alemão Grimm, que aqui este- sitas muitas vezes o sentar no provocaram pre observar que durante lar- Ecos da cidade, e finalmente Recreio, a 9 de maio ve durante alguns anos, e exer- lápis dos caricaturistas. que o gos anos ele exerceu a curado- forneceu ao Paiz. até morrer, a de 1890, a sua última comédia: ceu tão decisiva influência so- desenhavam sempre de uma ria dos órfãos sem dar lugar à começar pelo Ecos Fluminenses, Portugueses às direitas, inspi- bre os nossos pintores, forman- magreza e de um nariz exage- menor reclamação. uma abundante e apreciadissi- rada pela questão anglo-portu- do uma plèiade de paisagistas rados. Havia muito tempo que ma colaboração. guesa. entre os quais se destacavam França Júnior não escrevia, Em 1881, depois de prolonga- A peça, uma das mais espl- Caron, Vasquez, Parreiras, Ri- Ele tinha a mania (si se pode quando em 1880 me propôs fa- do descanço como autor drama- rituosas do autor do Direito por beiro e outros. A essa escola ao chamar a isso mania) de viajar lermos juntos uma revista para tico, França Júnior assentou o linhas tortas, caiu redonda- ar .livre pertencia França Ju- freqüentemente pelo Interior. «er representada na Fenix. plano de uma comédia. Como mente, e desgostou a colônia nior, e nâo era raro ver o cura- Duas vezes montou casa. mas a Aceitei contente o oferecimen- se faz um deputada, mas dis- portuguesa, quando não tivera, dor de órfãos, com a tela e o maior parte do tempo morou to. Nunca me esquecerei dos se-me que não a escrevia por- aliás outro propósito senão o de cavalete ao ombro, a caixa dc em hotéis, com sua esposa. Eles nossos encontros na rua de D. que o nosso teatro chegara a lhe ser agradável, sendo a pri- tintas debaixo do braço, naque- adoravam-se e, como não ti- Carlota, em Botafogo, onde ele um estado desanímador- Que meira representação dada em le grupo de artistas, estrada nham filhos, não lhes era dl- então morava. Escrevemos ale- diria ele se vivesse hoje ! beneficio de um batalhão de pa- fora, à procura de um ponto ficil ser tão movediços. Todas premente a nossa peça, mas a Fui eu que insisti com o mes- triotas, que partia para a Zam- pitoresco. as nossas vilas de banhos, todos empresa a quem a destinávamos tre para que escrevesse a peça, bezia. A colônia portuguesa é os nossos sítios de vilegiatura dos de en- a fazê-la fértil nessas injustiças. França Júnior tinha todas as conheceram esse casal unido e recuou diante gastos comprometendo-me habilidades. Creio não to- cenaçâo, e, não nos querendo representar nas melhores con- França Júnior, que era de que amoroso. D. Clotilde de Fran- empenhou-se, Animado uma susceptibilidade infantil, cava nenhum instrumento nem na, filha do Conselheiro Ângelo molestar, por por- dicôes possíveis. pelas sabia música, mas não ouvia tas travessas, com a polícia, minhas palavras, ele atirou-se fez de um argueiro um cavalei- Thomaz do Amaral, sobrinha de a o manus- ro, e uma morai pela primeira vez uma opereta, José Maria do Amaral, o poeta, para que esta proibisse repre- ao trabalho, e, pronto passou por crise ou mesmo uma opera, logo sentação. A policia não proibiu, rrito, levei-o em pessoa a Xisto tão forte, que concorreu para que do visconde de Cabo Frio e Ir- depois não assobiasse — e era mã de Pedro e Paulo do Ama- mas reteve o manuscrito em . Todos se lembram do matá-lo. — revista se exímio no assobio! os trechos ral. tinha a inteligência e o es- íeu poder, até que a retumbante sucesso do Como Ele nunca produziu senão tra- A sua facilidade a atualidade. fazia um deputado. A lei Sarai- balhos originais. Souza principais. pa- pirito de todos os membros perdeu Bastos ra aprender línguas era pro- dessa Anos depois, propus a Fran- va. promulgada durante os en- enganou-se quando na sua família privilegiada. .Não numa paios, o autor a substi- verbial: gabava-se de saber Ia- era uma mulher bonita, mas ça Júnior colaborarmos obrigou Carteira ão artista lhe atribuiu tim, e falava corretamente o comédia cujo assunto não me tulr como se laz por como se traduções de era uma senhora encantadora. peças francesas. francês, o inglês, o alemão e o França Júnior expirou nos parecia mau. Ele disse-me que fazia, de modo que a comédia França Júnior traduziu, por estava doente, e italiano. Por isso, não admira seus braços, em Poços de Cal- sim, mas jã parecia um elogio à famosa amizade, uma única peça: a aproveitasse com tanta rapidez morreu sem que pudéssemos "idéia-mãe". comédia etn um ato os Candi- das, a 27 de Novembro de 1890, as lições do velho Grimm. e se meses denois ria funasta realizar o nosso projeto. Rea- Mas que noite aquela ! Que datos, escrita em italiano pelo quatro res- tornasse um paisagista muito representação dos Portugueses lizei-o sozinho, escrevendo o Re- ovarão! Dir-^e-ia oue era o dr. José Fogliani, e representa- aceitável, resgatando ligeiros trato a óleo. Estava escrito que surgimento do teatro brasileiro! da em 1881. às direitas. defeitos de técnica por um sen- no eu não teria a honra de assinar Todos os jornalistas presentes No período que medeou en- timento da cor, da Quando em 1898 procurei tima com França Júnior. subiram à cena, e Quintino Bo- tre os profundo cemitério daquela vila, a sepul- peca seus triunfos com o luz, e da intensa poesia da nos- Abandonando completamente cayuva saudou a França Júnior Deputado e as Doutoras, o co- sa terra. tura do comediógrafo, que visi- as letras dramáticas, o simpã- em nome da Imnrensa. mediografo apaixonou-se pela tara um ano antes, encontrei-a tico escritor começou, em 1876, A essa comédia seguiram-se: pintura. No dicionário de Sa- vasia."" ft dar aos jornais o material que Caiu o ministério. De Petrópo- cramento Black, que me fome- D. Clotilde, que depois da tinha acumulado no cérebro lis a Paris, e, alguns anos de- ceu algumas notas para este ar- morte do esposo nunca mais para o teatro. pois, em 1889, passado outro in- tigo, se lê que ele foi animado do Aristocrata e fino em Bota- freqüentou a sociedade, nunca Os seus folhetins de costu- tervalo de desânimo, a grande gosto pela pintura durante a fogo ou nas Laranjeiras, boê- mais foi vista por estranhos, ti- mes. escritos para a Gazela de comédia Doutoras, um doa sua excursão pela Europa em mio na caixa de um teatro, nu- nha ido a Poços de caldas bus- Noticias, agradaram tanto, nue maiores sucessos do teatro na- 1873. Não há tal. No próprio ma alcatéia de pintores, ou ã car os queridos despojos. e trou- eontrlbulram, com a celebre cional. coroa digna, da carreira relatório que apresentou ao go- mesa de um café. ele brilhava xera-os para o Rio de Janeiro. questão dos Lazaristas. para a do insigne comediógraf o. verno deDols da exposição de sempre pela conversação, e era Efetuou em silêncio essa piedo- rápida prosperidade da fo^ha. França Júnior não era politl- Viena, não se reconhece nele um dos mais espirituosos cava- sa trasladarão, não o dis?e a Publicados em volume, tiveram co nem palaciano, mas tinha um artista, nem um crítico, nem queadores do seu tempo, o que ninguém, não consentiu que os esses folhetins mais dc uma edi- muita afeição à família impe- mesmo iim simples amador de não o impedia de achar muita jornais o dissessem. cão, e ainda ultimamente se rial, com especialidade ao Infe- quadros, mas apenas um escri- graça nos outros, e rir como Queria repousar na mesma lhes renevava o sucesso, quan- liz príncipe D. Pedro Augusto, tor de talento que, com o adju- nunca vi rir ninguém. No tea- sepultura que o morto amado, do reproduzidos pelo Jornal do de quem era amigo Intimo e tório. de noticias colhidas nos tro, em noites de enchentes, se e Deus fez-lhe a vontadí.-: hoje Brasil. comensal assíduo. A proclama- catálogos dos museus, trata de o espetáculo era cômico, a sua dormem luntos o último sono. Dal por didnte, França Ju- cão da República encontrou-o justificar um belo passeio dado presença revelava-se por um Rio, 1906. nlor, não deixou de escrever doente, multo doente, e mortl- à custa do Tesouro. riso especial, que tinha alguma . !P?WWW^»»..,„.--r-a^aa;;.., ,...,,;-.,,,.,,„,„,,.,,.,,„¦„,,,',.¦,,-....., aja.,.,;-

,<^& Domingo, 21-9-1941 SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA — PAGINA «5 !é ie nomes feires O NAMORO FRANÇA JÚNIOR

Haverá por aí alguém, por mais sensato que seja, quese passa todas as noites, iunto a certa rótula. Se as coisas con- nao tenha pago o seu tributo a este ridículo? tinuarem, publicaremos por extenso o nome do tal marreco. Respondam com franqueza os leitores e sobretudo as ado-— O gravatinha azul". raveis leitoras, cujos encantos teem sido sempre a causa dosOutras vezes é um grito — Fuja, aí vem papai! estamos grandes feitos e tambem dos desatinos, que se praticam.perdidos! O namoro é quase tão antigo como o mundo.O elegante tem sempre o seu quartel de segurança numa Dizemos — quase — porque o homem de barro, o desventu-botica, armarinho, ou loja de barbeiro da esquina. rado Adão, feito á imagem divina, não teve tempo para namo-Aí são lidas todas as cartas que a namorada lhe ecreve, e rar. Atirado no meio dos esplendores do Éden, ele pressentiu,com estrondosas risadas comentam-se os mais pequenos Inci- entretanto, aquela necessidade, que o Criador, apressou-se emaentes do namoro. satisfazer, dando-lhe por companheira a mulher.Esses namoros de rótula, quando não acabam em casamen- Adão debutou prosaicamente pelo casamento sem que ti-to, terminam quase sempre por sovas de pau. vesse o ensejo de oferecer á sua amada um ramalhete de fio-Não menos notável é o tipo do namorado que dá serenatas, res simbólicas, de possuir uma trança de seus cabelos, de pisar-Com a eriçada cabeleira dividida em duas porções desiguais, lhe no pé, sem um piscar dolhos ao menos.uma tingindo elevada montanha, do cimo da qual surge a ponta Feliz ou Infelizmente, porém, das diabruras da serpenteindiscreta do escuro palito, outra uma colina, cujas faldas paia cá as coisas mudaram de aspecto.jieem perder-se no pavilhão da orelha, macio ninho de um ei- O namoro tornou-se lei fatal, a que todos estão sujeitos.garro apagado, faz com gosto vê-lo, sob as janelas de sua bela, Estudemos, pois, o namoro.de violão a tiracolo, manifestar-lhe por musica a chama que Se dermos crédito ao que dizem nossos avós, eles nuncao devora, namoraram.s msslm ,jUe eie canta: FONTES, diretor vociferando sempre contra as loucuras da atualidade, pre- Sfí. LOURIVAL tendem tio Departamento de Imprensa convencer-nos que as práticas daquele tempo, em rela-"Carolina que hora são estas prepa ganda, que se tem revelado ção ao himeneu resumiram-se no seguinte: vi, gostei, quero"Meia noite, murmura istermece, uma das forças construtoras do casaíy. . "Fita "Branca os olhos além da jineia. Brasil atual Hipócritas! lua no céu aparece". Donde íoi que nos veiu o gracioso presente do paninho de barba, cheirando á alfazema, em forma de punho de camisa,0s namorados desta espécie teem por teatro as Imediações com a respectiva cercadura de renda?^ rua da Misericórdia, beco da Fidalga, rua Fresca, ladeira Quem foi que nos legou o lencinho de cambraia com o cora-^0 castelo etc. ção no centro trespassado por duas setas, e um verso em cadaEis-nos açora em face de outro namoro, assaz caracterís- cun to? tico: — o do trinta botões. Deixem-nos falar. E' o derriço do sôr Manei com a sôra Maria. Namoravam, e muito bem, com todos os ff e rr, ainda me- O primeiro encontro é no páteo do cortiço, onde moram lhor do que nós! ambos os dous. O prólogo dos casamentos daqueles bons tempos começava, Ela, vergada sobre a gamela, ensaboa roupa, atordoando geralmente, em uma patuscada na ilha do Governador ouos Ceos com as saudosas estrofes de uma canção da terra. Paquctá.Ele, encostado à pipa dágua, contempla extático aquela Era um namoro obrigado a feijoadas e a cabeça de porco,visão, que dir-se-ia vasada nos moldes os mais esplendidos sob a frondosa copa de vetusta mangueira, ouvindo-se o mur-das cria-vões flamengas, murar das vagas nas praias desertas, ensombradas de coqueiros.A sôra Maria interrompe o êxtase. Parece-me que os estou vendo em tão esplêndido cenário.o que estás tu a olhari? Ele, de jaqueta branca, calça preta e chapéu de palha. Estou a ber-te. Ah! sôra Maria, si a senhora suvesse Ela, com um singelo vestido de cintura curta, luvas de re-o que bai cá por dentro!!-.. troz, e o rosto emoldurado em uma espécie de canudo, como Cá por dentro aonde? Ai credo! Há alguma desordem eram os chapéus de então.no cortiço? Ele atira-lhe um olhar significativo.— Não, sôra Maria... Si quer que lhe diga... assim nu- Ela abaixa oj> olhos.ma cumparaçào... deixe-lhe diseri... o meu coração nao Ele pisca-lhe um olho.anda vom. Ela cora. Pois, filho, trata-te; nanja eu que se andasse doente, Ele pisca-lhe outro olho.que não me tratasse! SIR GEOFFREY O. KnOrí, Ull- Ela sorri. Não é isto, sôra Maria... E' que..._ baixador da Inglaterra no Brasil, Ébrio alegria só Manuel, âe muito nos meios de quer tirar a prova dos nove de sua felici-° ^^^^.^.^^^J^S^áa jtgnra prestigio dade. Passa dela e... o que sente, lança mao da bnguageni positiva da diplomáticos do Rio de Janeiro e por perto zás, pisa-lhe no pé.exprimir no carnudo braço de sua "gentleman" ãe encantador trato. Ela deixa-se pisar.gesto e ferra tremendo beliscão Dai em diante principiava para ambos uma série de peque-amada. esta, erguendo-se com o sabão nos martírios, que ainda mais contribuía para avivar a chama Olha a graça?— diz do amor. em punho, e chimpando-ihe valente murro bem no meio das As mulheres daquele tempo viviam costas. em casa, guardadas de- Está aberta a baixo de chaves; e se uma ou outra vez saiam, à rua eram acom- porta dos amores. bengala de castão de outro O que dai resulta sabem os leitores. panhadas pela grossa de um pai O sôr Manuel vai à Caixa Econômica, apura o capital severo e intolerante, unida ao olhar perspicaz de uma mãe cari- e nhosa e desvelada. juros de uma caderneta, a sôra Maria faz o mesmo, mandam Como falar-lhes? buscar à terra certidões de idade, justificam perante o bis- Os namorados viam-se em sérias dificuldades. pado que não teem impedimentos dirimentes, e casam-se. Era apelar o único Não menos importante é o namorado que faz charadas preciso para recurso de que podiam dis- amorosas. pôr — o bilhete amoroso. Aparecia então em cena uma sinhá MiqueUna Rosa Os padrões desta espécie são uns pobres diabos que, ou do .Amor e? Divino, embrulhada em vetusta mantilha, presa à cabeça porKÍ„„nào„,!h™rnf,v1M h^S,?.™"^ ^miJ"^ ???* enorme de tartaruga, senhora tida e havida 'SÍ.^.^Si,! ""h- pente como Sm''s£°YV™"n*n1«te inconer na0 n0 desaS>*ado.fZZÂ,, mas na indiferença„ protótipo de virtudes, gosando de imensa popularidade nas sa-*"* do cristias e perita em curar cachumbas, cobreiros, mau olhado, espinhela O prurido de amar o mundo inteiro torna-os excessiva- olhos atravessados e caida. mente ridículos. Sinhá Miquelina, graças à mantilha, introduzia-se na casa Nos bailes, nos passeios, nos teatros, por toda a parte é com o título de devota, e meses depois estavam os dois pombi- Interessante vê-los lazer tais charadas. nhos unidos para sempre pelos laços da Santa Madre Igreja. Passam por perto de uma moça, atiram-lhe um olhar lân- Agora perguntamos aos nossos avós: guido, e dão dois passos para a frente, como se dissessem — E' isto porventura, o que os senhores chamavam: — vi, uma. gostei, quero casar? Voltam e suspiram. — duas. tendo Deixemos o namoro antigo e vejamos como procedem os Sorriem significativamente, — uma. MAESTRO SZENKAR, que, "tour- vindo co nosso pais numa modernos. O conceito consiste em levar a mão ao peito, ou abanar née" artística, se sentiu atraído O tipo mais saliente deste ligeiro estudo é o do — namoro „ rosto com o lencinho vermelho de barra branca. pela terra e a gente brasileira. Com de rótula. A moça não os compreende, e lâ vão eles repetir à outra um grande esforço pessoal, tem Figurem os leitores qualquer rua, da cidade nora. a mesma adivinhação. classes menos procurado levar às São cinco horas da tarde. fim contas em um belo dia esbarram com uma sol- remediadas a sua grande arte. A de uma casinha térrea debruça-se encantadora me- No de janela teirona feia e pobre, que por acaso decifrou a charada, e nina, deue nariznau* arrebitado,«icuinaw, tez* " '<¦¦¦¦¦ "'l' ¦ .>l,-ü:»--,' ^ _..¦ ..* v" , ., '' ¦ ;--...:,,,,¦,•¦-¦;=.- ,.«;<.««

PAGINA H — Sll.lüMKMO LITKRARIO UA MANHA Domínio, ZI-9-1MI j

A vida é de cabeça baixa Alvvero Moreyrd

BALANÇO de bom tamanho, bigodes transbordam es, fraque. Contava ant dotas aos alunos e tremia de rir desde o começo. No tim, os Quando as crianças sontiam que estão caindo, é porque estão alunos, que nunca perceberam por oue sen Ignacio se divertia crescendo. Aprendi essa verdade há muitos anos. Mas sonhei daquela maneira, com aquela quantidade, organizavam uma irar- poucos sonhos assim. Paciência} Se não cresci demais, carre- galhada de compensação: comigo o garoto e outro a vida me guei que fui que deu. O ga- — Aaaaaaaaauaaaaaaaaaaaa,.. roto que fui guarda o deslumbramento da infância, continua inocente diante das coisas criadas, criando-a$ de novo, por en~ canto, curiosidade, admiração. O outro é um moleque sem ver- OUTRAS LIÇÕES gonha. As vezes, penso que não vale a pena viver. Depois, torço us sobrancelhas entre os dedos, paro na dúvida: morrer, que è A mãe de meu pai se chamava Mario da Gloria e era para os que adianta? Viver... Morrer... Questões pessoais. Cada vm netos "a vovó Gloria''. Ela dizia: sabe por morre. Nem todos sabem vivem. náo que por que Se eu ²A vida uma escada. O bom lugar é o meio da escada. fosse o que sou, ser isto mesmo. Ninguém mini é queria gosta de Pode ser um dia, contando os estão lá em cima. a gente eomo eu gosto. Não resto. Sim acredito que, que pelo porque em tudo. entristeça. Mas, como entristece baixa a cabeça, a gente Acho todas as mulheres bonitas. Acho todos os quem homens bons. Eu vê os estão tá em baixo são sem conta.-. era assim. Fiquei assim. São Francisco de Assis é o meu santo. Em- que que bora eu desconfie que Machiavet foi mais inteligente Eles lá Ela dizia: sabem. A verdade é que a vida, apesar de cara, podia custar ²Neste mundo, ninguém é superior a ti, e tu não és au- muito mais. A boa fé alimenta. Guardo um respeito enorme pertor a ninguém. pelas palavras e pelas ações alheias, respeito que paga, sobre outras necessidades, os extras inevitáveis. Neste mo- pequenos MORALIDADE dd mento de tanta queixa, juro que ando contente. Falo de mim, HipolitO Costa como nos tempos normais. Estou cheio de recordações da minha tida. i sempre uma Na dia 11 de setembro de 1A23, Se tivesse morrido mais gente, eu até poderia publicar as Uma mulher que pensa antes e fala depois morria, em Londres, acs 49 anos. o minhas memórias. Quando vou para os lugares por onde pas- mulher extravagante... grande brasileiro que se chamou sei. é tias pessoas desses lugares que eu penso. Os cenáros nunca Hipôlito da Cesta. Com EvariMo me impressionaram. ele a rie As atrizes... os atores... Para mim, tudo PARA da Veiga, partilha glória está neles... QUE? ser o paranlnfo, e, por assim di- zer, o símbolo, de todos os que em Eu acho que no Brasil a vetkice chega muito depressa. Nâo nosso pais vivem da pr fissão da NAO FOI NENHUMA FADA... Se fôssemos comparar os será por causa de tanta água mineral ? Com quarenta, quarenta pena. a nossa idade méritos dos dois, porem, talvez e vinco anos, começamos a entregar os pontos. E' atribuíssemos mais altitude àquele Foi seu Arthur Brandão. Ele me via da casa dele, todas as de impor- perigosa. O pessimismo entra pela cabeça em forma que teve de sair de sua pátria, tardes, na sótea da nossa casa. Eu punha os cotovelos peque- tãncia, solenidade. Acaba-se a vida. imporia é ninos sisudez, O que procurar voluntariamente o exílio, uo muro branco e os olhos, que ainda não eram míopes, a experiência. Pedra muito rola não cria limo. Frases dc lá lutar em prol dns idr-as nuvens que 1ei- para nas cheias de cores. Ficava assim, quieto, até à noite tas. Provérbios. Noções atrapalhadas. Experiência de E de liberdade em Portugal, mas chegar. As que? torres de Nossa Senhora do Rosário baliam Ave- essa mania de ser e criar limo ? Para ? Vma principalmente em .prcl da intie- Maria. A noite pedra que pessoa do Brasil. chegava bonita que nem uma festa. Seu Arthur Pem conservada dentro escandaliza pendência Brandão, por por fora: — quando encontrou meu pai no barbeiro, disse o gue Hipôlito da Cesta Hipôlito assistia todas as tardes e garantiu: — Oh! você não leva nada a sério! E' preciso ter juizo! José da Costa Furtado de Men- ²Esse donça — nascera a 13 de agosto guri é poeta. de 1774. na antiga colônia do o-i- Meu pai contou o caso no almoço, com muitas risadas. JUIZO cramento. Ia ter um destino a cri- Foi naquele dia que eu aprendi que poeta e um menino grande que Dona Mathiide e seu Paranhos, eu ia nas anca que naquele dia nascia. olha para o céu... e em quem os grandes acham quando férias para graça... Porto Alegre, não me viam com bons olhos e me devam muitos Tendo feito os seus primeiros es- tudes no Brasil, Hipôlito da Cos- REVELAÇÃO conselhos: ta cedo transferiu-se para Portu- ²Já ê tempo de você ter a cabeça no lugar. gal, indo formar-se em Coimbra, Foi o vapor Ipiranga que me deu a idéia do O nos fins do século passado. Em progresso. ²E' preciso que náo seja criança toda a vida. 1798 tez, incumbência do vapor Ipiranga era muito maior e não era como o 1'irajá e o por go- Cupi antes ²Juizo, Álvaro í verno português, uma viagem aos que faziam a viagem entre Porto Alegie e Pedras Estados Unidos, e outra, em 1801, Brancas. Tinha tombadilho onde se podia andar, tinha uma ²Isso, isso ! juizo t à Inglaterra. Ao regressar a Lis- sala os grande para passageiros, e apitava de outro jeito. Prin- Mathiide, uma noite, subiu ao telhado da casa deles boa, loi preso, alguns dizem que cipalmente o apito me espantou. Dona e ordem da Inquisição, outros Uni apito e progresso no mes- se atirou na rua. Seu Paranhos, meses depois, também endoide- por mo pensamento. E com que por determinaçüo do ministro /iguei pena dos surdos aue, entretanto, Ela está no cemitério. Ele está no hospício. ião tão felizes... ceu. d. Rodrigo de Souza Coutinho. Hipôlito amargurou o cárcere nté au- OS FARRAPOS DESGOSTO 1805, tendo dali fugido com o xilio da maçonaria. Poi para Londres, e lá começou a "Correio publica- Quando roncava trovoada, minha avó Marta Angélica, que Há coisas tâo cruéis, que parecem inventadas. Não sâo. çíío do seu Brasiliense", tra cega, se levantava e dizia: lolha que saiu de 1808 a 1823. ²São os Farrapos galopando no céu. FAMÍLIA DA IMPRENSA... O "Correio Brasiliense" era uma revista mensal, tinha como Para ela, a guerra Unha acabado cá em baixo, mas conti- que nuava ponto essencial de programa a de- lá em cima. Os Farrapos combatiam ainda, como no tem- Pertenço a essa familia há trinta e três anos. Fut do co- fesa das instituições livres, em po da sua infância, pelo bem do Rio Grande. E o Rio Grande legio dos Padres, cm São Leopoldo, para o jornal, em Porto Ale- Portugal c no Brasil. Todas as era grande, grande, maior do o Brasil, maior tjrc. Diretamente da o consumidor... O de suas refletem o tempera- que do que o fábrica para "Petit jornal, páginas mundo... acordo com a minha idade, se chamava Journal", diri- mento, a rara fibra moral, o talen- Xavier, de vez. O meu compa- to, a cultura de Hipôlito da Costa. gido por Baptista que já partiu brasileiros Godoy Gomes, hoje é diretor do Hos- Poucas terão tido tão LIÇÕES nheiro maior, Jacyntho alta a ncção dc sua pátria, poucos picio, prova de que teve jnais juizo do que eu, que continuei na terão ousado erguer mais destemi- ¦mesma organizado Aprendi a ler com uma moça de óculos, dona Ainalia loucura. Porque, como o mundo está (modo ria voz contra a opressão com quo ou — todos o estrangeiro sobre dona Amélia, de Freitas ou de Souza. Foi há tanto tempo I Em de dizer...), como a vida precisa de ser vivida, revelar, pesava o seu sente, o se e o de instruir, país. seguida, estive no Colégio Ivo Coursseil. E também na Escola os dias, o que se que pensa, com desejo educar, esclarecer, é uma coisa das normas, uma coisa in- Silvio Romero. teve na mais Brasileira. O nome do diretor da Escola Brasileira é muito citado fora que nas sensata, muitas vezes Entretanto, nós somos apenas alta conta Hipôlito da Costa, a crônicas do ensino: Ignacio Montanha. Um homem gordo, perigosa. a voz que se escuta antes. Depois, todas as vozes nos repetem, pento de escolhê-lo para patrono Evangelhistas últi- da sua cadeira na Academia Bra- murmurando ou gritando. da realidade. Os .sileira, diz-nos Hipôlito da mos Sem idade. Ficamos sempre meninos. Contamos que Continuação cia pagina anterior poetas. Costa é o mais notável publicista tudo. A nossa casa não tem portas nem janelas. O sol entra, o do Brasil e Portugal na primeira ter os episódios extravagantes se dão vento a vai e vem. Podia ser a torre de marfim. metade do séclo E acres- que em tais namoros. passa, gente "Pe- passado. Somente diremos o namorado desta ordem £' o albergue dos Pobres dão e nâo Do centa que, ainda hoje, a ação ae que passa por pobres. "Jornal que pedem. torturas iníincias. tit Journal" passei para o da Manhã", que Alcides Maya .íornalista indefesso e puro que ele teve, é um estímulo e uma lição Ora é um passeio se arma Botafogo, fundara, com Carlos Peixoto na gerência, Fábio Barros, José. que para justamente redatores. para todos nós que vivemos na im- quando o desgraçado tem apenas no bolso um niqucl Piccorelli, Homero Prates, Felippe de Oliveira entre os dc dois revisão. Pinto da Rocha dirigia "Gazeta prensa. tostões; ora é a semana santa se apresenta com todo Fedro Velho na a do que o lá Hipôlito da Costa, com efeito, seu cortejo de amêndoas, sorvetes no Carceller, exposições Comérèio" e chamava para a juventude. A juventude perdera da no velho mestre e acompanhava os discípulos rebelados, estudou e conheceu o Brasil em Notre Dame, e nao há meio de fugir aos de festas a fé tedos os seus e pedidos da dentro "O Debate", Getulio Odon problemas, para namorada, da futura sogra, dos futuros cunhados, d' Vargas, Cavalcanti, João eles propôs soluções sempre çcer- dos futu- Neves, Maurício Rio, outro ros primos, de uma série de futuros, enfim, reclamam Cardoso. Vim pura o concluir curso, tadas. que ainda hoje seriam jus- que pre- o de Direito. De volta, nas ao lado do "Correio Ler "Correio «entes; algumas vezes sáo encomendas, cada mais im- primeiras férias, tas. o Brasiliense" qual do Povo" e d' "A Federação", mais antigos, encontrei é ter diante dos olhos um espeta- pertinente, outras vezes bilhetes de teatro, etc, etc. parentes "O Diário' e n* "O Diário", Eduardo Guimarães. Depois.., culo comovente: o de um homem E onde fica o namoro financeiro? profundamente amoroso do seu país, que tudo faz para encontrar Os leitores nunca ouviram por aí esta pergunta? NO COMEÇO DO StCULO para o seu país os rumos acerta- æ Quanto ela traz o dos, que tudo lhe dá, num esforço para prato! de suprema inteligência. Sim: ali E' dele, do namorado da escola positivista, que anda pelo Sim, em 1903 ou 4, eu fiz um soneto, tatava em anjos e estão estudadas todas as grandes Juizo da provedoria e cartório dos tabeliães a compulsar tes- tinha este verso: questões brasileiras: as da terra e tamentos c a folhear escrituras. as da população, as da geogran» e as da sociedade. A politica. a Essas práticas teem feito brilhante carreira no último Sem coração ninguém*.pode viver... organização, o povoamento do solo. do século atual. a escravidão, o estabelecimento de quarto — A e os conhecidos acharam uma beleza f correntes de emigração tudo Temos finalmente os namoros aristocráticos chamados de familia Dona An- longamente eu implícita- dradina Oliveira, diretora "O Escrinio" — "órgão passa, talão. de d' da mu- mente nas páginas admiráveis de lher rio-grandense" — também achou uma beleza e imprimiu o todos, como a rosa de Malherbe, vivem, não o es- Hipôlito da Costa. E ele é bem o Quase soneto. Um sucesso! Nunca mais consegui sucesso igual. Não dess.i ilustre de de uma manhã, mas o de uma noite. precursor pléiade paço foi por teimosia que continuei. De certo, foi por fatalidade brasileiros de primeira ordem, oue Os que chegam até o casamento são compelidos por uma Vocação é folhetim. A obra completa é a pequena vida. Quem se chamaram Silvio Romero, Eu- apenas, mas terrível como o cadáver, no banquete egí- sabe se não vou arranjar a última clides da-Cunha. Alberto Torres, frase, para página um desfecho Tavares Bastos, — de Banquo no íestini de Machbeth. agrade tanto o soneto inicial José Veríssimo pcio, ou a sombra que quanto ? todos homens cheios de amor pela Não sabeis qual ela seja? ma pátria, que viveram estudando IMAGEM E SEMELHANÇA os nossos problemas, nt afan de E' simplesmente esta: encontrar para eles soluções ade- quedas. Quais são as suas intenções? Eu me mesmo é com essas ampolas de Injeção de bis- pareço Mais velho interrogação é o — sepulte-se — de muto. Tenho em mim as coisas necessárias, mas sei sa- do que eles, Hipôlito E como a tal quase preciso é o patrono deles. E' também o todos os namoros, com ela damos fim a este artigo, para não cudido, sacudido, para que todas se misturem e eu possa ser nesso exemplo, de todos nós que entrarmos no domínio do noivado. usado ulilmente- A vida agora tem me sacudido bem... trabalhamos no jornalismo. ris-*--;-- :'--s-[s-ss.-:*-;-'sí.;<;-,-,--¦¦- ¦,;>;;-[.¦-.-.. ¦-¦ ": " ¦•"¦«»;¦.¦!'. 'f^t^sr--~—"T—.-: -. ; .",;¦."-"•

• SI-H-IMI DMütata. SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA - PAGINA >T Alberto de Serpd e a *%2sr Luiz Carlos poes/a descritivo Luís Carlos da Fonseca nas- Cesáriu Verde o Foi sem duvida primeiro poeta português que tnver- critivo do A é a matriz de todas «a artes. As artes e os cen nesta capital, a 10 de abril do inspiração poética. E' da tradição lírica poeta. poesia teu os termos nacional que a gêneros literários nada são senão técnica, enquanto a poesia não vem coroa- de ISSO. Feitos os estudos pri- parta do poeta par-* a naturesa. E, conquanto tenha sido um poe. Ios com os seus rescendentes loiros. dizer: a não o um gè- poema — Rodrigues Lobo — Quere poesia mários e secundários, matrl- ta português quem primeiro, entre os poetas, des- ncro literário, mas a essência de todos ot gêneros literárias. E se é certo cobriu o sentido da natureza, a beleza do mundo exterior, a formosura do haver um considerado a verdade é o culou-se na Escola Politécnica, independente do homem, gênero propriamente poético, que que è nalural c o certo é que foi necessário es- gênero poético o uma técnica — nâo um conceito essencial. Sou daqueles formando-se aos vinte t poucos perar polo fim do século XIX para que a natureza entrasse livremente na que sempre se opuseram a estabelecer distinções entre gênero lite- falo, depois de Cesárto poesia, anos. Obteve uma colocação de pco-ia. Sú. de Verde, os poetas portugueses de»- rário e poesia conceito essencial. Eis porque nada nos impede de consi- cobriram gue a poesia pode vir da natureza para o poeta. derarmos a notação ou a simples descrição do mundo exterior verdadeira engenheiro e entregou-se apai- lembram, com certeza, da ECLOGA Todos se em que Rodrigues Lobo, poesia. Quando Alberto de Serpa diz, por exemplo: xonadamente à sua A seus profissão. peta boca de um dos pastores, Bento vai dizendo. Central do Brasil, empresa a gue A' janela, de bruços, dando o teu busto ao luar, ele dedicou a Falemos neste sol que os montes doura. Beijada na face triste pela ar agem branda. sua capacidade, Na lua mais enxuta, ou mais molhada, Embalada pelo silêncio que sobe da rua mandou-o para um lugar e para Na seara crescida, verde e loura. — Menina triste, que esperasT outro lugar. Ele andou sempre, Fala na tua estrela, e na dourada. Alberto de Serpa faz uma simples notação: descreve apenas o que v*. de um lado para outro, pontual- Fala nos novilhos; Deus tos Em indo caso, a nunca descreveria assim. a usa ex- mente, cumprindo as suas obri- guarde prosa"embalada Quando prosa Que esta prática nossa é bem fundada. pressões como esta- pelo silêncio que sobe da rua", dizemos gacões. como o mais devotado logo que é poesia Quere dizer: a descrição que o poeta emprega não é uma dos servidores dessa complexa E' evidente que o poeta não teme falar na seara crescida, verde t loura, descrição proráica As palavras não são empregadas no seu sentido exato: Isto é si o emprega de de sentido vago, indeterminado carreira de cifras e de cálculos.. nem nos novilho». já de uma"para novidade e uma audácia. Mas Ko- poeta preferência palavras drigues Lobo seivla-se da natureza enquadrar os seus diálogos ou- ou metafórico, isto é, capazes de sintetizar ou substituir todo um pensa- Uma coisa ninguém sabia, no eólicos. A natureza n..o era o motivo tnfpirador Mesmo depois, quando menlo, toda uma emoção. quadro dos colegas de Luiz Car- deixaram de ser matéria a- coisas naturais vedada à poesia, o poeta não Repito: é perigoso abusar da descrição. O poeta que descreve o mun- los da Fonseca: uma coisa pou- tu1.cava .a natureza, niio a fitava, não a descrevia senão como compleiwsir do exterior lem de achar um ângulo de intimidade entre as coisas e cie "estado ca cá tu de inspiração. Mesnío quando Bernard im Kibelro dizia: que lhe permitam criar no poema um como que contínuo de eo- gente saberia fora, mes- nivència". Alberto de Serpa tem sido acusado de abusar do descritivo. mo entre os mais ínfimos ami- As águas, que, dc correr, Entre os .seus livros aquele cm que esi-a descrição é mais contínua e me- gos do engenheiro. E' que sob nao cassavam um momenlo, nos conivente c este último LISBOA É LONGE. De fato, há nele muitos a capa daquele ca- me trouxeram ao pensamento poemas cm que a Intimidade do poeta com a poesia é mínima, dir-se-â por funcionário que assim eram minhas màguas, vezes que o poeta desaparece para só ficar o quadro objetivo, fsto faz prlchoso. sob a capa daouele com que certos poemas de LISBOA É LONGE não comuniquem aquele se. exemplar arrumador de nume- Mesmo então, a natureza era um motivo para o poeta melhor exprimir gredo intimo, apanágio de toda a poesia verdadeira. Em todo caso, repa- ros. daquele Impecável giiador sentimentos íntimos. Pelo classicismc alem, através do romantismo, sem- rc-se. Alberto de Serpa nilo pretendeu dar neste livro emoções esparsas de teoremas, pre*. e em todos os momentos, a poesia só tinha em conta a natureza na e isoladas: pelo contrário, quis criar um estado de espírito geral. O seu havia um poeta, medida em que as coisas naturais e objetivas poderiam concorrer para a livro conta-nos. por assim dizer, uma história: a história de um homem mie não esquecia a musa... melhor exteriorização do mundo interior do poeta. A poesia pende sempro que vive na doce solidão da provincia, longe do tumulto, da glória, da Com efeito, indo para cá e va- mais ou menos, para a expressão abstrata. O verbo poético dá-se multo riqueza, das ambições, das vaidades. simples, ingênuo, melancólico, triste ?a lá, ao acaso melhor com os sentimentos, as qualidades e as sensações de valor intem- sem saber por que. Interpretado assim, LISBOA fi LONGE consegue, real* das comissões poral e geral que, com as impressões, as emoções ou as reações de sentido mente, transmitir ao leitor «sae calmo, melancólico, doce e triste senti* que lhe eram distribuídas, o en- temporal e particular. Nada mais natural, por conseguinte, que a natu* mento das coisas pequeninas e vulgares. Mas não é só a leitura conjunta genheiro Luiz Carlos da Fonse- reza. o mundo objetivo, as coisas reais e tangíveis da vida, os interesse» dos seus poemas que nos sugere esse sentimento. Certos poemas, em si ca levava sempre o poeta Luiz particulares e mundanos andassem por muito tempo longe da poesia. Foi mesmos, certos versos, certas expressões abrem-nos clareiras de emoções. Carlos. preciso, de fato, chegar o fim do século XIX. para o poeta se dar conta L1EBOA É LONGE é. sein dúvida, um livro poético, sensível, onde se nos E o poeta Luiz Carlos du nue a realidade exterior existia e era potencial de poesia. dá uma visão da provincia portuguesa como nenhum poeta antes de Suma ia-se desentranhando em ver- Cesário Verde eis, na verdade, o primeiro poeta português que descn- a conseguiu. sos, produzindo lindos e marmâ- das coisas naturais, das coisas reais, das coisas comuns. briu a poesia Eis Só, nu seu cheio de fumo e sombras. reos sonetos. i* que íe inspirou diretamente na realidade, quarto .. primeiro poeta português Sob o candeeiro onde uma luz de doença agoniza, Desde então o seu nome an- Por baixo que portões! Que armamentos* 3 esperançoso poeta pasta a miio magra pelos cabelos revoltos £ olha o espera uma ooesia fugitiva... dou em todas as cogitações, en- Um parafuso cai nas lages, às escuras; papel que tre os eleitores Colocam-se Iaipais, rangem as fechaduras, "vê da imortalida- E os olhos ourn caleche espantam-me, sangrentos, Eis o herói deste livro. Esse poeta que tudo banal e inútil como de. E em 1925, ocorreu sua guando, a vida simples", esse poeta que às vezes procura em vão no fundo da a vaga de Alberto Faria, foi ele Mai imaginar noje o choque estes versos no sua alma a poesia que se lhe furta. Eis' o poeta que LISBOA É LONGE in- podemos que provocariam diretamente nos escolhido na 2* eleição, It-iior cio século XIX, Basta que saibamos o choque que ainda hoje pro- pinta,-Pode dizer-se que este livro é uma pequena nove- tendo- «oram. ;De fato, a descrição minuciosa, objetiva, "lotográíica" da realidade ia sem história. E nisso está o seu maior mérito. Quando o poeta deixa de se retirado Antonio Azeredo e exprimir estados de espirito espontâneo, para exprimir estados de espiri- principiou na poesia português*, com Cesárlo Verde. Mas a sua poesl-s*. — — Jackson de Figueiredo, seus on- iive>se renunciado dt*vez a manter levantadas as muralhas to provocados ê um raso de obras circunscritas a um tema dado corre conquanto que o risco de simular Alberto de Serpa é. vezes, levado neste íi- tagonistas na primeira eleição. separavam as palavra; e os sentimentos considerados poéticos das pala- poesia. por ti mentos considerados comuns e o certo e vro a desenvolver o tema: nâo é o tema que se lhe impõe e o solicita. O poeta firmara o seu nome vias e os sen prosaicos, que con E' o se torna frio. canta iiiiiK.ii a Ser classicamcnte rumada e rimada. So no principia do século então que descritivo ponderado: então o poeta deante dos leitores, como o fir- XX. havia de ser dado o salto final entre o e o A Fer- com palavras simuladamente poéticas, aquilo que não é revelação ou ius- poético prosaico, verdadeira. mara deante dos acadêmicos, nanclo Pessoa, quando assinava Álvaro dc Campos ou Alberto Caeiro, se püação com alguns livros deve a ousadia do salto. Denois dele* os poetas portugueses deixaram d« de um raro A não é hoje um avaro dos Os homens saem para o ar frio que ficou da noite, lavor ie Pertencia ele à ter medo da realidade. poesia jã privilégio Olham o céu ae abre o sol chegar. forma. altos sentimentos e das puras emanações sentimentais, O poeta dos nov que para última geração parnasiana, d •so» onde ela está — não importa como, nao '.m Esfregam us oilicis- que ainda temem a claridade crua dias vai buscar a poesia E. num último adeus ao descanso cortado, geração dos discipulos de Emi- pi.ii:* onde. Estiram os braços em cruz. resignados à vida... lio de Meneses e de Francisca Nao devo calar que grandes perigos espreitam a poesia que assim m Julia, e todos os seus versos aventura sozinha fora dos muros da alma do poeta. Não é a primeira vei E" Inútil iludir a poesia. Num quadro destes há apenas palavras. O traem uma correção que chamo a atcnç/io para cies. Em todo caso, a verdade ê que a poesia poeta ficou de fora. No momento em que escrevia não era um poeta, mas "Colunas" perfeita e estará sempre onde estiver um verdadeiro poeta. Alberto de Serpa tem un. literato. Eis por que falta a alguns poemas deste livro aquela ex- fria. é o titulo da tí.ido provas sobejas de que a poesia esta com ele, No entanto, entre os pvessão sugestiva, pessoal, sóbria, correta, que caracteriza a melhor poesia primeira coleção de trabalhos nussos poetas contemporâneos, Alberto de Serpa c um daqueles que mais de Alberto de Serpa. Quando ele próprio, no entanto, vem ao limiar do ele tcmeráriamenie se lançaram nos caminhos do mundo objetivo. DESCRIÇÃO poema, os seus versos ganham logo plenitude, ressonância — valor poético. que publicou: e a simples - eis o titulo de um dos seus livros. Será necessário dizer mais? Quando escolha dessa palavra para ti- è a foi descritiva sem medo de se chamar a st mesma poesia t Noite. que poesia¦ tulo de um livro já demonstra Realmente. Alberto de Serpa é, entre os nossos poetas de hoje. um dos Cá estão meus olhos e meus ouvidos abertos» qual a Intuição de arte Lute poucos que souberam manter a poesia na descrição. Descrever, para At- de berto de Serpa, é caminhar para a poesia. Nuvens, falai da mágua de uma esperança que fogel Carlos, qual o critério poético a Sim: de fato é um erro supor que a poesia só pode bem respirar nos Vento, traze-me os gritos que a dor faz rebentar nas almas. que ele obedecia. climas de altitude. A inversão que Cesarlo Verde lhe introduzia, fazendo As "Colunas" seguiram-st cem que a inspiração não contasse apenas com os recursos íntimos do poe- Então, Alberto de Serpa é o largo, fundo e emocionante poeta que nos dois livros ta. mas se voltasse, confiada, para o mundo e esperasse dele o que antes habituamos a admirar A descrição faz-se transfiguração; o poeta pre- que vieram confir- -o esperava do conúbio secreto e fechado do poeta consigo mesmo, fez- cipita-se através das suas próprias palavras e abre-se ao calor da comu- mar essa orientação artística — nos acreditar que realmente a poesia pode nascer do simples gesto de»* nicação: entrega-se-nos. fremente, comovido, fraternal, cristão. (Continua na pag. 90)

Oswaldo Orico ANACLETO, VENTRILOQUO da Academia Brasileira Todsas as noites, logo depois ,T|||f| _ — lhas. Sentia o despreso que to- do jantar, Anacleto percorria i lll —¦ ***-"--¦¦ das votavam à sua profissão; e-asa enamando os bonecos; mas não tinha outros recursos Margarida! para ganhar a vida. Seria tar- Bonifácio! -í ' J^s*££^fi*>Z\- de para recomeçar outra car- Fequetita! do mundo. sério :--:----mPÇ*¦•¦"**¦ «tim^- no lar. Não era levado a Continua na -página seguinte nem pela mulher, nem celas fi- ..:..:;..srr.n ¦,;.., Kr.^.^^g^mir. WWrmjwnpTSfr?™ rwwijr:;- rn rtnr, ,.-,- -..-.¦-.,---,,,--,-,-.,.,,.,.„,.,,„,.,,.,,.,-„,.,,,,„T „ ª, t.^,^^^^,r.,„„-,^,.,.,f,,^^

- PAGINA M SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA Domingo, 21-9-1M1

(Continuação Notícias literárias Anacleto, Üa página anterior) ventríloquo — A Livraria Globo, de a d^cít es"má"los- Porto Alegre, anuncia o í^íií!.**'i"? í05 de transmitir-lhes a sua na primitiva posição. Não ti- tou. Era como se não tivessem próxi- PU'V0!)tade' lhe a «ha mo aparecimento de Sparben- blicataf.c»«,«\£,?JZ, exalavam, ^ que P""1"'» sequer o direito de iludir- ouvidos para escutar, nem voz broke, a que pelo amorfuga para o domínio. Renova- se. Até isso lhe era negado. E responder. Junto dele, os obra-prima de Criar- Ingênuo e puro manti-va-se. para les Morgan. A tradução que Sentia-se outro diante os seus bonecos, que repre- bonecos é que pareciam acom- é de- nissam. Quem ouvia um de seusdaquelas formas imóveis sentavam o último refúgio de vida ao poeta e prosador Mário eX"aJunta™ que panhá-lo naquele transe, fj- Quintana. *> «hão e pegava ao sua vontade, a última porta tand o-o interrogativamente, fi?'TpnH hL»SUrpl'eS°' Ah! £»n£ ?„!,S p°:5a f l?16"COla Se Pudesse »a2er o Pala »*"*» «tuação puramente Anacleto, estonteado pela cena, — A mesma livraria P com a mulher e com us ilusória- já fez Sn"'c,„"n »nnfn«nf ü 7mesn'° «""» violentamente não sabia o que fazer. Ignora- entrega aos leitores dos dois *«™eeíilhos! «ual! Eram ^ outro es- subtraidos ao exercício de sua va a extensão e o desfecho do pai, que lhe dava uma„C°™, impres- tofo, primeiros volumes de Jean Cris- tinham molas próprias c paternidade.". drama, embora lhe conhecesse tophe, do sao ae otimismo, de saúde, defalavam sel"«>m mi*. fn«_ «««,»—»t j grande escritor Ro- le Era o casamento em nineilal?vam «™ ,osse m'ccss- Nada de espetáculos cã em as origens. Tinha de acabar main Rolland. a,vos*s. Ms- easa! Isto aqui não é circo nem assim, mais cedo ou mais tarde. E anuncia o coicor aede rosa.rosa Ta mes^mesma coisacofsás0S8n0 estava ,emP"istf-lh<* todo o mal, todo o próximo apare- acontecia com os filhos. Aindadesespero feira O que ele sempre evitara fora cimento dos dez volumes de de Anacleto. Ele cc- Era Estefãnia recl.amanaoreclamando realizado por um punhal mais Les Thibault, de Roger ai Anacleto se desforrava danheciaaa o" seu rii-ama oentiasentia m.e „. - f . . ... Martin v.da,virin imaginandotaa.itm.Hn ai n™™™ .u pam». que porque Anacleto distraidamen- ciumento. Ficou parado a fitar du Gard (Prêmio Nobell. tea presençaera lmpossivel governar aqueles te se Puierdpusera a conversar com o rosto de Estefãnia. De repen- obra monumental de dois meninos que eram mo-„„,.„™nervos, aqueles„„„,,..,. tecidos»„„.^„_ u..l . deverá estar de huma- os bonecos, oferecendo-lhes te, uma sensação exquisita se em mãos do leitor entre os últi- tidos virtudes e correção. De nos, com a facilidade e a do- apossou ajuizados e severos faziam rir uma fatia de pão dele, transformando- mos meses deste ano e os pri- cura com que se habituara aos _ o homem endoideceu mes- lhe a fisionomia, onde raiava meiros de 1943. ©s espectadores de uma época seus bonecos. Revoltava-se as um desregrada e nervosa. Ninguém mo. Onde já se viu semelhante quase júbilo. O homem ta- vezes. Mas submetia-se logo. E coisa? citurno e acabrunhado desa- — Ainda a Livraria Globo compreendia a fuga do homem, as revoltas íntimas está tratando de traduzir eram sufo- E parecera diante do corpo de e edi- a sua libertação naqueles fan- cadas pela conformação cons- uma das meninas acresceu- Estefãnia tar a obra de Mareei Proust. toches. Todos o achavam inte- tava: e olhava-a agora, não tante. A única maneira feliz de — com raiva e suspeita, mas com 4.— ressantíssimo, pitoresco, origi- rebelar-se Se continuas assim, tere- O sr. Dalcídio Jurandir, era aquela: fugir dos alegria e ternura. Sim. Uma acaba de »!. E Anacleto ia ganhando a outros si mesmo. E dis- mos de mandar-te pró hospi- ternura que obter o 1." prè- Tida, fugindo para cio. incompreensível substl- mio do concurso Vecchi-"D.Cas- da vida. Evadin- farar a sua dôr, criando satis- tuia o despeito, o ódio antigo, do-se para outra época, ado- facões alheias. Era o fazia. Anacleto ouvia resignada- e Anacleto, murro", com o seu romance do outros que inclinando-se ro- Chove nos tan costumes, outros Todas as noites evadia-sc do mente os protestos e os desa- bre aquele corpo inerte e frio, Campos de Cachoei- tipos. Criando a sua realidade. cárcere doméstico e ia viver o foros. A única consolação sentia, sobre ra, anuncia o próximo apare- A familia, que ele um domínio primeira a que ele teu sonho, a sua vida de ho- lhe restava era voltar à compa- inesperado. Pertencia-lhe ago- cimento de um novo romance constituíra, passou a ser a fi- mem,*fõ™é'^lua" modelando as almas con- nhia dos bonecos. Ao menos ra, como nunca. E como — Marajó ("romance sobre va- cção. A segunda, a ele cria- que o que võntãde"'soberunâ" desses não tinha queixas nem governava agora, parecendo qüeiros, mariscadores, jacarés, Idf ?" D^is Que o descia sob recriminações. Não eram ape- se o lagos e fazendeiros" daquela tificou-se.1.?™ ü."a tal.í?™011 .rea1' pano que quebrara encanto da ponto que não as palmas que lhe coroavam a nas o seu ganha-pão. Eram bruxa e que a mulher se lhe ilhai. Tivia só dela; vivia também farça, é sentia o desespero também o seu alívio, uma es- oferecia ¦ que impassível para que ele — para ela. intimo, o regressso à casa, a sur- pécie de humanidade nova, que a animasse e lhe desse u sr. uiovis Hamainere, os mo- premiado também no Concurso presa do que poderia acontecer. substituia inteiramente a fadi- vimentos que entendesse. À custa dos sofrimentos que Ia talvez encontrar doméstica. Vecchi-"D. Casmurro", tem a lhe vinham da outra, Margari- Rosa. Ca- ga Chamou-a. Os lábios manti- mélia e Açucena nos braços dos veram-se cerrados. sair na Livraria Martins de São da, Bonifácio, Pequetita e Pe- Moveu-a, Paulo o seu Eça namorados, alta noite. E o seu «uspendendo-a a custo, do solo. de Queiroz drinho iam deixando gradual- de casal sempre fecha- Nessa noite o espetáculo E travou-se -ali (prêmio da Academia Brasilei- mente de à imagina- quarto pro- mesmo um dia- ra de sLetras). , pertencer.  «o à sua curiosidade, porque loneou-se até altas horas. Ana- logo tão vivo e natural, Tem também em e™i?™i."s'?r que nin- preparo um volume intitulado ?,_.?, _-a_5"! . Estefãnia não lhe dava permis- cleto tivera um êxito nunca guem ousaria desconfiar que nomia própria: a fisionomia da são de entrar ali visto. Estava radiante. Os Estefãnia Beduinos e Camelos. sua alma, do seu desejo, da sua quando qui- fosse, naquele ins- sesse. Ia com os bonecos pas- aplausos o entonteceram de tal tante, um simples boneco ina- — 0 sr. Umberto Peregri- angústia íntima. Ele os criara sar a noite noutro aposento forma ao descer o nimado gem amor, sem nenhuma inten- da que, pano, entre mãos que só co- no tem a sair na Livraria José casa, onde ficava esquecido e ele se mantinha no seu mundo nheciam o segredo dos cor- Olímpio um livro de contos — ção sentimental; mas, depois, inútil Possuído aquela indiferença como um fantoche.imaginário. da sensa- deis... Desencantos. se foi mo- ‡ção de que continuavam vivos, dificando, modificando, e, ‡‡reais, a seu lado, os companhei- quando deu por si, estava lhe encheram novamente marido JÉ ros que a noite e pai, Era por sentir-se diminui- de sonho e de graça. Margari- enamorado daquela criatura do, desmoralizado no seio da da, Bonifácio, Pequetita e Pe- Uma fotografia rara que. lhe obedecia cegamente, em legal, que Anacleto drinho o fitavam ainda cuja ,JVJJ _, família com a fidelidade poderia repou- criara a nova familia ao seu expressão que ele lhes havia iar. E encantado com esses me- jeito e semelhança. Sentia-se transmitido horas antes de Raimundo Corrêa rinos ao colo, com quan- que punha outro entre aqueles seres ina- do os sentara ao colo e lhes pu- os quais podii cov/ersar j nimados. A impassibilidade de xará os cordéis obedientes Por tempo que queria, dos quais tais criaturas ajudava-o a ter iss0 mesmo, ao deixar o teatro não lhe vinham ofensas e que vontade, a dominar, a dispor naquela noite feliz, teve envergonhavam a sen não se de sua de seu destino como entendes- sação de que continuava den * ** origem. Parecia impossível. Ha- se, coisa que não sucedia com tro do seu mistério, dono da át • y ^^^Sí % !^Er* ¦18 Tia, porem, uma coisa .sue tra- a mulher e as filhas verdadei- sua humanidade. Quase cs con- balhava dentro dei.;, que o ar- ras. A princípio, isso represen vídou a sair: jg&,#Y"*fÊPWmmÊMwM rastava da realidade terrível tou uma evasão. Fugia do pur ²Vamos, frmm'-.v^Èmz.i._A_T1 a ficção feiticeira, trocan- Margarida. ¦l^SIJí para gatorio doméstico para o êx- ²Vamos, Bonifácio. do oi personagens substituin- tase. E ficava sozinho, horas ²Vamos, *" os acontecimentos, alterai- Pequetita. J&ÉssI^^^^wA^ss^ss^ssI^..H_BM£9!R^ff' do inteiras, alimentando a ficção. ²Vamos, Pedrinho. do as cenas da vida. Quando Nào tardou a convencer-se de entrava no palco e ..i pettsada que tudo podia ser possivel ou E automaticamente os enfiou •' resentacão Enauan- tade, manifestava-se, então, dc Portão e viu luz no quarto de WèÊÊÊm¦ '<* ^^HKSHr^tsY'1'' w to ele Dodla. diante dos que o repente, de surpresa, escanda- Estefãnia. Luz, àquelas horas? Em nosso número escutavam, sacudir a imoMi lizando a familia, provocando Que serla? Avançou ansioso, anterior publicamos a fotografia de levado pela curiosidade. A ja- Raimundo dade das suas figuras, dar-lhes curiosidade e escânda.o. Corrêa que se vê acima. Nela o grande poeta movimento, transmitir- . , . . nela estava aberta. Atirada ao ?ida, - Anacleto, que e isso?solo aparece em companhia de dois lhes saninie e sen-sb.lidade. „ mu]her jazia impasse, amigos, que não poderomos Diante O que não Dodia fazer com da interrogação dacom as roupas estraçalhadas e identificar. outras, fazia-o com p'í)s. mulher, ele descia do seu mun-um fio de sangue a correr do os Pessoa da familia de Raimundo Corrêa teve F. por Isso. aquelas formas hu- do imaginário c regressava ca-canto da boca. Chamou as nje- a genti- bisbaixo ao humilhante leza manas recheadas de gesso e de papelninas: de informar-nos sobre os dois companheiros do poeta. o seu ins- a «ue ,ora condenado. pano exerciam sobre Rosai Camélla! Açucena! O que se vê sentado é João Pinheiro; o está de á tinto uma esquisita fascinação. — Parece que andas maluco! Até aquele instante "contes- que pé, Era o poder de guiá-los, de ani- A advertência recolocava-o vam ainda. Nenhuma direita de Raimundo, é Frederico Bressane de Azevedo. *!15^.7-U'*::e,'-ee,il....|.i,...,.a .„,.;.,,.„..'¦.,,. ,,.„:.,.,..,,,.,.,..,....,., . Líi..,....„..,.>„,,....!I , .'„.. , ¦ , IJ , -. ... ,,,¦,-,„,„..,,

nomlnio,'21-9-I941 SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA — PAGINA tt A colaboração de Filobiblion Os do vento Cristo Redentor, o que é abso- prisioneiros lutamente inédito... Achados (n. 2) Como administrador e eomo mililar, o conde ficou de algum O Conde de Hogendorp foi modo divulgado, mercê dos cs- •Q^^Bjjj^i***--^"- Alfredo dc __^^^~~r^._ uma baleia que Car- forços dc seus biógrafos e das valho lançou à prata, porque dc- suas referidas "Mcntoires"; que publicou na antiga mas, como escritor, "Revistapois sub-estima- Americana", tomo VI ram-no esses autores. Porque, 337/347, um arli- (1911), ps. "Solitário alem daquele escrito, apenas go sobre o da Tiju- vagamente sc conhece de men- in", mio faltou historiador que (ão biográfica, não bibliograft- tirar ao cetáceo sua deixasse dc cu, um seu terrível panfleto cm tijela de azeite. Alfredo meia resposta ao general Davouf, que dc Carvalho, tipo do verdadeiro o atacara rudemente cm outra lauta informação erudito, tinha publieção do mesmo gênero sobre a literatura estrangeira Paris, 1814, c mais um relato- referente ao Brasil em todas as rio sobre assuntos econômicos suas épocas; sobre Hogendorp e coloniais. colhera de primeira nulo as no- S. M. Guéiard, "Aa Fn ticias de Saques Arago, de Teo- te Liltcrairc", volume IV, dc Juncn doro rou Leithold, Ps. 116/117, alude a qualro Mana '-' dc Ia Gravicre e de memórias escritas por Ilogcn- ?'ifcA.M? /ãVtta^aWMKWWasama^A-^^ Grtiham, viajantes que visita- dorp, mas delas niio teve maior M**"V''V| ^M^SSétf-^Br-fl V^^V^^.'*"'' *'• ^>Ala\\\aaa*L. rom em seu retiro, nas jaldas do informação, a ponto de ignorar Cor cavado, o velho general de cm que idioma foram redigidas, Napoleão; lera, sobretudo, as se em holandês, sc em "Memoires", fran- copiadas no Rto cês. .. Não quatro, mas três, dc Janeiro pelo cônsul francês possue a Biblioteca Nacional do Teodoro-Maria Taunay c pu- Rio dc Saveiro: cm 1887, blicadas na Haia, por I — Berigt van den Tçgen* iniciativa de seu neto, o conde woordigen Tocstand der Bataa- Por quanto tempo ouviremos o uivar dos ventos D. C. A, von Hogendorp, sob fsclie Bezittingen in Onst-In de F. A. G. Comp- E assistiremos ás árvores alucinadas? a direção dien en den Mandei op decelvc. bell. SAI (4799). Publicada pel" Foi uma vida de aventuras e autor, com sua assinatura au- Que nos vaie estar o céu aberto desventuras, a desse nobre ho- tógrafa para autenticar a edição. E as estrelas acesas landes, governador civil de Sa- ln-8. XII + 194/>/,. va c governador militar dc JI — Stukken/Raakende den E a lua plena? Hamburgo, lembrado no testa- Tegenwoordigen Toestand der mento de Santa Helena, codict- Bataafsche Bezittingen "/lu in Ooí-t Que nos vale o céu, Io tle 24 de abril de 1821: Jndien. en den Handel op de- estamos sujeitos a esses ventos, general Hogendorp, holfandais zelve. In den Haage en le Se tnon aide de camp, refugie au Pclft. 1801, in-8, 464 pp. A essas sombras medrosas, Brésil, cent mil Aqui TTI — Du Système franes'1. Colonial se recebemos no meio do escuro os ruidos inu- •viveu de fevereiro de 1817 ale de Ia Frnce sous les rapporls E "• 29 de outubro de 1S22. quando de Ia politique et du éommércc [meraveis jaleceu; depois de sua niorle accompagné d'un Tableu don fez-sc injusto esquecimento so- nant Ia nomenclatura technolo Que nos valem as frias estrelas, bre ele: somente passado um giqne de tons les établissenients século, lembrou-se o governo da colônia ux et de commérce des Que nos vale o deslumbramento noturno Holanda de honrar-lhe a me- Européeus dans les atitres par Se os ventos nos trazem lembranças insu foca veis, tnória com um pequeno nwnu- ties du monde. — Paris, Den- mento erecto no local dc seu rc- lu. 1817, in-8, 149 pp. E se olhando a estrada distante, fúgio. Ultimamente apareceram Sobre esse último livro pu- Descobrimos os vultos dos que não mais voltarão a seu respeito algumas mono- blicou a "Gazeta do Rio dc Ja- *jV ventos mal nos graftas holandesas e francesas, neiro", dc 6 de setembro Os vultos perdidos que o ímpeto dos ttiais ou menos interessantes, 1820, o seguinte aviso; fixar. "Fm [deixa entre as quais merece ser apon- casa de M. D'Albm, — tada a dc Pierre Mclon Le rua do Ouvidor n,° 38, se acha vale o céu digno de um canto alegre, General Hogendorp. Governeur uma obra francesa intitulada Que à lava, Aiíle dc Camp dc Na- — Ho Sistema Colonial dr Se não podemos beber a euforia da noite como um es- poleon ler, Ermitc à Rio dc França cm todas as relações tia [curo vinho generoso... ? "Nouvclk Política e dn Comércio, Janeiro, saida na pelo de Çollecton Historiquc". dc Cal- Conde de Hogendorp, cx-Tr- Que vale o céu desabando estrelas mann- Lêvy, Paris. 19.18. in-8. nente central, etc, o mesmo Se estamos prisioneiros dos ventos Mclon resume bem a vida do que sc retirou ao Brasil c mai a estamos sufocados ventos! general, sem aliás oferecer na atualmente próximo do Rio dc Se pelos da de novo, a nâo ser a insta- Janeiro, sobre o Corcovado*', "três lação do étranae per son- Tais livros, legítimos cimé- nane... an soninict du Com,- Uos. são ignorados das bibho- AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT vado", — no próprio local do grafias gera s. Uma fotografia de Raimundo Corrêa e amigos, esclarecida pelo sr. Rodrigo Otávio Em nosso numero anterior, pu- Eis a carta ão dr. Rodrigo Ota- existem equívocos que con- rio estava o Alcebiades Fur- A MANHA, se encontra bhearamos uma fotografia.tie Rm- vio, que publicamos com a devida vem serem corrigidos, em tado. Valentim sugeriu que uma carta de Raimundo a mundo Corrêa em companhia ae vênia: aproveitássemos aquela Gaspar. Abraçaram-se os seus amigos. Na legenda que acom- "Hio de Janeiro, 14 de bem da verdade. panhuva o original de que nos ser- de 1941 — Meu A fotografia foi tirada oportunidade para tirar- dois e pegaram uma prosa viramos, estava escrito que esses setembro fotografia em não acabava mais e uoetno Mücio Leão. não em S. Paulo, mas nes- mos uma que amigos ao poeta eram caro e saímos esse Valentim, tinha fa- Lisboa, , Valentim No isolamento, a que a ta cidade, num fotógrafo, grupo, para que que Magalhães, Filinto de Almeida. sau- hoje desaparecido, que exis- efeito. zer, para por fim à cena, Alcebiades e Rodrigo precariedade de minha Furtado imposto, há tia na rua da Quitanda, Por acaso, à porta do convidou a que subíssemos Otávio. Dizia-se ali, também, que de me tem meu vizinho, en- e o Gaspar, amigo de ti fotografia havia sido tirada em 4 anos, só encontro próximo ao meu incipiente fotógrafo, que S. Paulo. quase Foi contramos Gaspar da Silva, todos nós, fizesse do distração na leitura para escritório de advocacia. parte O ilustre acadêmico, sr. Rodrigo 1887. do- grupo a se fotografar. Ofai/io, escreve-nos agora uma as horas infinitas dos meus isso em jornalista português, a ftw- Em certo dia, nesse escri- miciliado em S. Paulo, e E ê esse Gaspar da Silva, preciosa carta, elucidando dias. se vê no lória daquele documento. Vemos literário de tório, que era mais ponto nessa cidade diretor do o primeiro que uue se trata de uma fotografia ti- O suplemento do "Diário Mercantil". Gas- de e que é dado rada no Rio, e nâo em S. Pauto; MANHA, organizado, com de reunião de escritores quadro, pé, A clientes, entraram -mais tarde, foi feito, como sendo o dr. Coelho que no tempo-Raimundo em que ela foi feita tanto brilho, sob sua dire- que de par, — US? — era Iuiz mil- Valentim, Filinto e Bilac, governo português, Lisboa com quem aliás tem «fcipai em Vassouras; e que, en- me tem trazido um pelo e ção, de levando Raimundo Corrêa Visconde de São Boa Ven- alguma semelhança. ftm. a pessoa que na fotografia inestimável contingente Com afetuoso abraço, re- daria como sendo Coelho Lisboa t leitura. que aparecera na redação tura. o ornalista português Gaspar da preciosa "Semana", de Gaspar era amigo ceba o caro confrade e ami- Silva. o número de hoje vo- da chegado grande Em onde era de Raimundo e, go as saudações cordiais do Fica assim, pois, restabelecida ce apresenta uma fotogra- Vassouras, juiz justamente toda a verdade em torno do hUI» da municipal. No meu escrito- neste mesmo suplemento de velho » documento. lia, na explicação qual , ¦ _ .a,,-...,,.-...,,,».,,.;,.; ,.,.,,f ,.,_- ,„,..,, .,,,,.„. - ,,.».,.ffl,^_^^^

MüalW,«.|ri_ SUPLEMENTO MTF«tRH) D«A MANHA aíPt Polui»». 3I-MM1 Efemérides AMORES CREPUSCULARES da Academia (da9rssrJs. Academia Brasileira) Como João Ribeiro, escrevendo sobre coisas de amor, não de- ra receie escandalizar velhos cliente: tento apenas distrair o espl- «ejo om mim se lü DE SETEMBRO que veja qualquer curiosidade ninlsã i>elos assuntos rito, afundado noutras cogitações, em in< ente escapada pelo* eróticos. Disso uma feita u nossa grunde e sempre lembrado mestre: tentadores domínios da alheia experiência Disse Camões noa se- — mister conformar a moral com a verdade, ambas andam 1932 Falece nesta capital "é pois .!â gredos de sua poesia: muito distanciadas pelo preço mei to, pelas Idtfias religiosas, pelos o poeta Luiz Carlos da Fonseca. "Os Ocupava a cadeira n. 18, neçôeio3 e por toda aorte de supostas vantagens e pela ignorância: homens não teem poder que o tudo redunda na como João que mina da prole, da espécie e até mesmo da ¦obre os afetos da alma'* tem patrono Fran- felicidade pessoal dos Indivíduos". cisco Lisboa. Fora fundada por José Veríssimo, que teve como O capítulo do amor ê sempre o mais importante da vida, no conceito de Aloisio de Castra, que assim diz, de cadeira: "se evocar- substituto o barão Homem dc mos com a memória do homem, o amor em que ardeu, se nele ardeu. Impreltu amor. quid non mortnlia perfura coffl»t (cruel amor Melo. Ao barão substituiu Al Ioro o vemos ae novo incorporado na luz da existência. Sim, o a quanto obrigas o coração dos mortais!). Assim Faria, amor ressuscita sentiu eigilío berto que por sua vez te- oa mortos". Sombr». tutelar ou nefasta no destino dos grandes homens, o amor ve como substituto Luiz merece* de St. Ilvereimond, Car- Um preconceito social, sem dúvida cultivado pelos moços e, a apóstrofe de que todos os outros Ias. O poeta de Colunas foi su- furiosamente, derendido pelas mulheres idosas, sem romance de prazeres não valem seus martírios, lí epi tam, se quiserem, que u Pereira amor, tal velho aivoroao não percebe o ridículo; nada, mais -l« bitituido por da Silva preconceito admite que o velho amoroso 6 um cuntras- "d'un porém, digno senso da natureza. Nào vale simpatia humana que a paixão Insone amour de vleillard oul a pena contestar ou mesmo discutir, n'a d'aprete, 17 DE SETEMBRO porque cada indivíduo tem o seu destino em matéria de amor, co- plus plus de trislesse, rien que de la doureur" l>ar« mo tem uma organizada o lienan o amor faz parle dai. rcligi.io, e ele confessou na Infân- 1850 — Nasce, psico-somãtica, que lhe é própria, em êí amou aa religiosas. que em Freixo de tudo diferente e somente igual a si mesma. O amor é um tirano Victor Hugo e Dumas, pai. ale* „ extrema Espada à Cinta, Portugal, o que a ninguém poupa, dizia CorntiÜe, com o velhice nao renunciou ás prosas do amor. A Ibsen também duplo ascendente da aqueceu o amor senil. poeta Guerra Junqueira. Ele, poesia e da idade, e que deveu aos amores de outono os estímulos, Cícero casou-se pela segunda vci com Ho- talvez mais fortes lilia, sua, jovem tutelada, de quem se soparou sem Teófilo Braga, Eugênio de Cas- do seu gênio, ceieltrando os velhos amorosos, e. texto de nao pesar sob l.re- tro e Paul Grossac com feição simpática, porque As vezes lambem amados. poder, ao mesmo tempo, ocupar-se de uma mulher são os mem- da filosofia. Sentenciou t> "com ereito, bros correspondentes domina preceito: quando a liaixâ,. mais an- Henri Bordeaux, recomendando a autoridade de Anatule a moderação mio é mais possivel .e no império da volo.,à tigos da Academia. Sua eleição Franee. dis que antes dos 50 anos nâo a virtude mio tem lugar. (Xcc ruim. lihKline se pode talar de amor ciam Ite lorum dominante, tcnu*,'.„." ocorreu em 25 de outubro de conhecimento de causa. Está certo ou deve estar. essç, nemtc ..mo, voluptai,. rcgiio ,Irtulom «Ul&igtPl-c) . Ainda u™"« 1898. no Dialogo asotin. a velhice, refere que Sofocles. A curiosidade que busca a vida íntima dos grandes amorosos, interrogado sobn °s Prazeres do amor. respondeu: "Deus 1857 — Nasce, na nao visa senão . Ä.. deles m. Baía, Fran- a evocação de figuras e sentenças do passado que- preserve: Sou felia, de fugir a este senhor furioso e selvI vagem cisco de Castro. ridas umas e outras, sabido -a que comenta Cícero, Foi eleito em que história de todos os grande* es- com piedosa serenidade- . .mas a velhit.-* 10 de agosto de 1899, na vaga critofes ê a história das mulheres que passaram no seu caminho" por gozá-los menos, deles não está nai frase semnre hela sonr.li,., »i privada (fteilKle Is, qiiihtls do visconde de Taunay, para a de Júlio Daintaio. Não cuido tratar do atl.ivi „on nbuudc potltnr,"aco^el^aTvVd™ nau oonilmo' *S do ponto de vista da ficção, o que seria considerar a obra literária melhor ceder que re8S|r: cadeira n. 13. Era candidato de todo o romantismo, xonado mulo""? ¦' único e e. sob certos aspectos, a do modernismo qm por Delia, a poesia é somente „rism„ amoroso. teve treze votos. Mor- invoca a sensação como orienle literário. Minha reais e tormentosos os lores VaSí reu ser vota curiosidade fr|. .., ¦ tle Procerclo por cinlia. Inspirado ter tomado posse de sua se detém na influecia máçica do amor sobre o espírito por Lesbia admirável , poema de co, mais expressiva artisti- amor « de ódio d. CatuTo fo cadeira. Foi substituído por sobre certos criadores de beleza, alentados t pensado e escrito com Martins Júnior, também incendidos no domínio da mentalidade erótico. Interessa, que do, o sobrem- volúpia "^f""*** «"enunciava morreu sem ter tomado determinismo da etiolosia amorosa, seus reflexos sobre a aia- dá carne deZr AThím" .? . posse, vtdade cerebral, através de episódios tidas na altitudeelX^Z^ ">«" e foi substituído por Sousa e_ formas pessoais, conceitos. Imagens 1° ^'^Z^""' Bandeira. diversas de expressSes colhidas no flagrante da Inspira Hoje é titular da cato unfvoca. Nao as personagens de romances, cadeira, tendo ido contos poemas, novelas, substituir e crônicas de amor, mas, precisamente ( artista surpreendi- Martins Júnior, o sr. Hélio do a deshoras na vida em piei catalise sensual, sugestiva A vida rosa na expressão e vlgo amorosa de Goelhe da.s ma.ls Lobo. de sua arte, genlo, luminosa memória Intensas. Homem d* — atesta universalidade da 1920 Toma posse de sua Nao tenhoivapnu preferenciain tn-n-rina pormtr eslecnif •nnurn ria lito.-.n, „ sua cultura, Cadeira o sr. ;énero de literatura, eillbo. , Continua na JJ eleito para substituir Inglez de página Sousa, na cadeira n. 28, de que é patrono Manuel de Almeida. 6audou-o Goulart de Andrade. 18 DE SETEMBRO MEIA NOITE... - João Alíonsus 1905 — A Academia "Satã estabe- — a meia-noite. Não ouves? lece que os seus membros con- trica. veio nos livros que recheavam tribuam Macário — Sim. B' a meia-noite. A hora 6>ava a mala de Macárln to com a quantia de 5$ amaldiçoada-...... a J porl»r Satã, das profundezas do tédio, não DorauTspm,'„£ por mês para as despesas do nora que faz medo as beatas, e que acorda ceticismo. Dizem abrangiam um recanto taoi „„„ aÄ essa hora vagam » lastimável de cidade* ma? L™ expediente. que espíritos, que os cadáveres abrem os lá- tiam Goethe e Fausto, porque hav a l!vrn7n,f» f?itL^r3íeJex'?- 1909 — A Academia resolve, bios inchados e murmuram mistérios. E' verdade, Satã?".nio do espirito e'da carne? por proposta de Mário de Alen- Mas Satã, competente para isto, não responde diretamente Em Alvares de Azevedo — car, a â nao Dados .u, _„» „•„„ ,• „¦ publicação de sua Re- pergunta; tala sobre a importância extraordinária dade Paulo Vicente dTAzevedo a*ude vista, em fasciculos trimestrais. meia-noite; apenas ao "na à « nriS^S Z™ate promete jovem um extraordinárioqoe. rua da GlôíTIet fe& o ^SS^SSÍ^ E' constituída a primeira co- *? c1ronel John missão da Revista, sendo desig- "Satã.„' .- = S?-Cera Raíemaker. e poi is£ * chinS.™ — Se nao tivesses tanto frio, '", ta levariai-"«-*» comigo! aoChácara dos InS'.es«*Tn^lp.coc Eme™ 1845ibjk foif«í sede„,..*_. daj_r „__."?* .^^«amava nados os acadêmicos Sousa „ . Bte Síácar,a™.Cu°"!llsa_mem™la_-. Sociedade EnicS* -???°.:,5_11 te adormeceria no cemitério e havias de ler sonhos Formou república; escolheu Bandeira, Graça Aranha e Me- como ninguém os tem, panheiros Bernardo para. com- deiros e Albuquerque. e como os que não querem crè-los Guimarães e Aureliano Lesas" Macário — vem Cavalheiro Bem, muito bem. Irei- contigo".„- Ai concluir que. tendo realizado tanto 21 DE SETEMBRO """'^ "membro" 11 As doze badaladas noturnas dos relógios, momento das agi-StSed^deFnie^í?»"8^? ""P088'™1 Q»e f°sse dã — Cações fastastnais. ter-lhe e noítes tranca*> 1903 E' eleito para a vaga poderiam ocorrido por influxo dasíSSlnfK""««<« comrnmTfJ^ffSe, infectas !Te?, «» de Valentim Magalhães Eucll- crendices que prosperavam, como até hoje, nos ambientes la-quanos prostitutas". Vicente des da Cunha. Eram também miliares, à conta de mães pretas como desculpas para supersti-Mas de Paulo de Azevedo tresumamos o nome)- candidatos Domingos Olímpio, çoes branquissimas. No entanto, mesmo aí, o menino prodígio."A cidade não Jhes oferecia facilmente m.in! „ . . que obteve 4 votos: Silvino vivendo intelectualmente o mundo teria tirado a meia-noiteseus estonteamentos d Sidadè. . Poe ou mais a Shakespeare:posteriores I «tinta BoiSSaí?"^' Amaral, que obteve 2; e Xavier positivamente gerações acadêmicas conheceram e amaram áinT Marques, um. "Hamleto _ montara guarda ao deus Heros — Quc horas sâo?na0 (sic). Baixo e infecto o 1912 E' lida uma carta de Horácio — Perto da meia-noite, ° qUe nao.Podem os m°Ç0s, José Veríssimo, creio eu.nfíonhiS'.0' algumai quando há vontade' renunciando Marcelo _ Não deu por enquanto.Descobriam rapariga discreta, e amor por amor ale- lugar de secretário Horácio - a rePubj!ca O romantismo geral. Verdade seja que ainda não a ouvi- entãodescabeladas iãoSir,™ imperava, então em quase horas do espectro aparecer ¦• orgias, dignas de mestre Teófilo o diá ""^ °Utr°' os encon- tatioduçào ¦• C°m a Cabeça dorida e uma **- «a Ta4^Sjnte'eSSante a notável edição de NOITEmenda"sTde' NA TAVERNA - MACÁRIO. de Alvares de mente Azevedo, recente- O exagero concluo eu. Entre dois homens o fado feita pela Livraria Martins, Edgard Cavalheiro admite e imaginar que a Sociedade Epicuréia que que Satã aborda a Macário fosse uma sene ininterrupta de orgias e nenhum deles diz, "msipida quando este vai a caminho de São bacanais. quando não Juntou, Paulo,^cidade então como havia tempo nem dinheiro para isso. E, outro lado Mas cada um ha uma vila e pobre como uma a admitir Alvares por chega? porfiado aldeia , como diz o próprio Tentador. Macário tem vinte que de Azevedo passasse pela Paulicéia em Como otttro e anos nuvens branquissimas, homem incompleto, em ser mais feliz 'Faustose rejubila de entrar em contacto com Satã, receioso de ser ou porque era jovem sem Mefistófeles". A notação e havia a vontade fisiológica, a que os maiores excesso é puramente autobiográ- ra nao dariam lenitivo Tde leití- Depois... nenhum tlclcs rica, porque Macário, a-pesar-de se dizer no adolescente. ú'u, enjeitado, perversamente um Mas cada um desanimado, e sem dúvida o mancebo Alvares de Azevedo, a quemMas se,„„¦ a malsinada Sociedade- _H—-.«Epicuréia sóa,„ tenha^-....u funcionadotuiiciu Mefistófeles salvar 1845* an0 em Bernardo se bem feliz poderia do abismo do tedium vitoe, distrair™ 1™ Guimarães tinha dezoito anos Já julga um pouco, fazer viver... Cora o auxílio da noite, nao tomou parte nas suas orgias, ser menos desgraçado coisas geradora dasAlvares porque então tinha' Com mais divertidamente tenebrosas. Esse tédio, esse sp!eencatorze anos e só dois anos depois foi estudar em São Paulo* mal o compreendemos hoje; mas em 1831, no mesmo era um mal sem remédio, que"ascido São Paulo, mas transportado oeoue- dava logo vontade de morrer. E morrer moco, "cacoete histó-n0 Para ° Ri0- rico", como escreveu Mário de Andrade no s'eu ensaio Amor HA amizade entre o poeta paulistano e os mineiro, n,™rta {Continuação da pag. 87) naquele temp-° a gente De Aureliano Lessa, se mOs mnHenr5na T"0 f'"U Pr^entir m£i-Jí im. c?rc»"S we df/S Astros e abismos e a Am- qUant0r: maS. quant0s* nao terao morrido aPenasProjetaram um livro de versos em conjunto v Hm„ríÍt„ pressentimento, nem vale a imaginar!...Três qie se chlmaria plidão". ínSi „,desse pena Liras. Basta isso, não sendo prec"s qué levaiem a cabS Ao lado do PO»?35 «o nosso Romantismo tal reunião dos poeta, havia em mento^í'«™.™rts foi pressenti-a versos da adolescência, paia mostSr com.» Luis Carlos o prosador de de praxe. E a morte prematura também".aproximaram os três companheiros da repúblicai qua Sa> leV?ntar «"MeptibUidades, AWares Hcó^ lidades apreciáveis. Sua estréia „„p « ? ?ara ?a° "sao reconhecenos vinte anos..Aureliano o mais esquecido deie^T chegou ao literária dera-se mesmo que essas suas afirmativas um bocado cínicas, porem nãomeio da vida. atingiu os trinta com sao Lembrarei e três anos boêmio desnrSii vm trabalho de prosa — "O primarias". que, muito antes dele, Valentim Ma-do, conservando-se fiel à Epicuréia e dedicado ao Balhaes, num esboço superficial sobre a literatura sei ÚUimí Mendigo", — que ê uma confe- "Escola brasileira,amor, à sua noiva, uma quadra de adeu comovedorfmente riri- rência. "Encruzilhada" é uma a chamara o nosso Romantismo de de morrer moço",dícula (cito deshonestamonte de memória):*""*"«¦ coleção de estudos sobre assun- Deixemos, porem, a Escola para acompanhar Macário. Pa- tos e literárias. ra onde Satã o conduz? "Enxuga teu rosto, figuras Tam- "Satã Augusta, bem como antologista deixou — Tenho uma casa aqui na entrada da cidade. En- Na barra cie tua anáguu. tle um livro interessante, o trando ã direita, defronte cemitério". Que o teu Aureliano '.'quedo pobre "Rosai de Ritmos", no qual E Macário pergunta ruínas são estas?"... Morre de birr-ga dágua". "Sua abundam nomes âe poetas. E anota Edgard Cavalheiro, a respeito de Alvares: pri- Luiz Carlos morreu em IS de meira residência em São Paulo foi a Chácara dos Ingleses, na Morreu na velha cidaíe mineira do Serro, onde advogava, setembro de 1932. Na Academia rua da Glória. Defronte ficava o cemitério. Ao lado, um casa-depois de ter ido concluir o curso--- de direito, em Recife. AcrecB- seu rão em ruinas. O local não to 1ae sera muita se interesse foi substituído pelo grande "Essa lhe agradava nem um pouco". E ?'''¦ Para Oue gente por ele, dizer amigo Pereira da Silva, poeta mais adiante: residência do poeta terá, forçosamente, 1ue pra irmão de Pedro Lessa. ç«e ele sempre quisera ver sen- exercido maléfica influência sobre a sua sensibilidade"".Quando Alvares de Azevedo tinha 16 anos. Aureliano tinha ídífo ao seu lado na glória daNão: a maléfica influência não estaria em qualquer ambien- 19. e Bernardo. 20. O mais velho dos três alcançou os sessenta "nos casa de .te residencial, em qualquer paisagem circundante, por mais té- anos. Mais robusto, Vicente de Azevedo recorda que, dias ,»,,;;.,.; ,-S-r,.,.,. - Lllominuo, 21-»-lMI SVFI.BMKNTO MWAMO O'* MANUA TAGINA.!, Umâ questêo de mitologia nds"CdrtdsCliilends *-Joaquim Ribeiro Debatendo uma questão de posa do Oceano, entidade da a favor da Interpretação de Devia aceitar a exegese mais despresar a interpretação dada jn.tologia, com o piedoso inten mitologia grega, de primeira Arinossimples, e, uma vez que a re- por ambas? to dc defender erro alheio, o grandeza. Thclys, deusa do mar, é que Jeitou, deveria documentar a Não vejo razão. eminente e erudito Afonso Pe- Ora, , abanao- é o verdadeiro significado ml- exegese mais complicada. Isso, Por tudo isso, que ficou, aqui, na Júnior, a quem muito ad- nando essa exegese lógica, sim- tológico do mar. Thetis, nerei- todavia, Afonso Arinos náo fez frlzado, continuo a censurar » e, tanto quanto admiro, pies, coerente, segue caminho da, ao contrário, é entidade não dispunha de co- anotação de Arinos, fruto evi- miro "Te- porque estimo, escreveu, neste suple- mais complicado e anota: marinha e só, por força da me- nhecimentos mitológicos.dente do desconhecimento da mento, uma admirável página tis, divindade -marinha, mae tonimia, é que pode ser usado H — Exegese filològica mitologia grega, de copiosa erudição de Aquiles". como mar.Bastaria essa exegese lógica Quanto ao eminente Afonso Apesar dos ensinamentos que Tetis (Thetis), mãe dc Aqui Todos os mitógrafos estão para liquidar a questão e mos- Pena Júnior, cabe-me dizer que ai aprendi, a questão que mo- les, não é a deusa do mar, mas acordes nisso. Basta recordar trar que o anotador das Cartas a belíssima documentação que tivou a minha censura a Afon- uma neréida, uma ninía mari- aqui o que um especialista nu Chilenas íoi infeliz na sua la- reuniu, em nada afeta a pio- .so Arinos Sobrinho foi contor- nha. assunto, Cobham Brewer, autor cônica anotação.cedência de minha censura, "The nada e, com inegável habilida- Aíonos Pena Júnior, relor- dc Dictionary of phrase Se quisermos, porem, apro- Mesmo que Afonso Arinos <1c, de lado. E isso acon- a anotação de Arinos, diz fable" c de "A Dictionary fundar a exegese, trazendo» quisesse sustentar o emprego posta çando and "The teceu porque Afonso Pena Ju- que o poeta das Cartas Chile- of mlracles" diz no rca- para o terreno da filologia, en- metonimico (o que não fez), nior antes advogar nas empregou Thetis (nereldai der's hand-book":tão é que vamos demonstrar não deixaria de errar, pois, pretendeu "Tethys, do que propriamente esclarecer como sinônimo de mar por um daugter of Heaven que, na referida passagem, Cri- complicar o que é simples é a matéria. tropo -muito comum nos poetas and Earth, the wife of Ocean tilo alude a Tethys, deusa do deturpar, e quem deturpa falta Como aprecio a verdade (que latinos: a metonímia. and mother of the ríver-gods. mar, esposa do Oceano.à verdade. muitas vezes, é incômoda) pe- Ora, por que abandonar o Mg- In poetry it means the sea ge- Por que?Referências bibliográficas: insistir, nificado direto O das Cartas — P. Commelin, Nouvelle my. co vênia para mais de Tethys (deu- nerally"..Vejamos. poeta"regaço uma vez, na procedência de sa do mar), pelo significado Na poética, como afirma esse Chilenas fala no de Te thologie greeque et romalne minha censura, ainda que in- figurado de Thetis (nereidai ? especialista em mitograf ia, o uso tis". (Paris, <:arnier). comode melindres alheios. E' querer complicar o que é é geral de Tethys como sino- Ora, Tethys (com y), em gre- — E. Cobham Brewer, The Serei claro e conciso, sem simples * razoável. nimo do mar.go, significa: amamentadora reader's handbook of famou» abandonar a documentação. A mitologia grega deveria No verbete Thetis não se re- Houve, pois, da parte do poe- names in fiction, etc. (London, I — Exegese lógica ser conhecida do poeta das fere a nenhum uso poético a ta a máxima precisão em ligar uhatto li Wesidus, 1902). Critilo, o poeta das Cartas Cartas Chilenas e não somen- respeito. "Sea-nymph" diz.regaço a Tethys. Lâ está no"Dii-tionnal- escreveu na ll.n Carta te, através Commellln nc, livro Chilenas» meia dúzia de poe- O fato geral e lógico é qu* mitógrafo re J^nt/q^s'citad0 G^ecques èt os seguintes versos: tas latinos, que usaram a rete- Tethys (deusa do mar) repre- que citei na minha critica pas- Romaines, \íomo Doroteu, o sol declina rida metonímia. E apenas, senta o mar, ao passo que lhe- sada: Pena Junior tà0 somente quan. A descansar dè Tetis no regaço. Mas não é sc. tis (nereida) so, especialmente. „Elle M nommait Tethys d'uii to a Thetis, deixando de lado a (Cartas, pág. 267) A verdadeira regra de uma por metonímia, foi usado, por signifje nourrice". iição tem diante de si exegese mot grcc qui sobre Tethys... O anotador é a do contexto. alguns poetas, como sinônimo (obra clt pag 128). uíii texto de fácil interpreta- Se o poeta quisesse referir-se deE™aaré * «»««* *«f cão. Tetis está citado, ai, como à mãe de Aquiles, deveria, nas que é a colocação do t.KeeUdl" . . . o mar, elemento da Natureza, imediações dos versos uiga e deve ser ínterpreidu-At citados, à custa do onde o sol se esconde deixar alguma alusão. Ora, Por quSe o anotador despresou<*<*nipre que possivel, ^flft (Jg AZCVedO A que Tetis o poeta se refere? abra-se a 11* Carta e veja-se a exegese mais fácil e endos-Bre6°- A exegese simples, natural, se na aludida página há algu- sou outra, sem, aliás, documen- Ora,B se a exegese lógica, imeNo dia 12 do correníe, iranj- sem dificuldade, é que se trata ma referência a respeito. tá-la?... diata.. clara, simples, coincide' correUi..... sem que aparentemente, de Tethys, deusa do mar, es- O contexto, portanto, não vem A censura é, pois, cabível-com a exegese verbal, por que nouvesse merecido uma recor dação de ninguém, unia data — uc sol, o céu todo porcelana azul, Bernardo, grande andarilho, os livros náo conduziam a distância e que velo fia- ilustre das letras pátrias a "lá que para evoca o nascimento de At' propunha passeios a pe" e se iam os três, como três irmãos, granteear no interior do país à meia-noite das crendices caipi- que até os arrabaldes da cidade". anos depois, ainda se- naquele Orgia dos vares de Azevedo. O grande Quarenta ras, em prosa e verso, notadamente poema expres- ria o mesmo andarilho, palmilhador de paisagens, nos arredores Duendes: poeta, que é uma das de Ouro Preto. Mesmo assim, extraio dele um argumento em soes máxvnas do gênio latino lavor da Epicuréia: se a Sociedade fosse mesmo uma seqüência "Meia-noite soou na floresta. (considerando que o Brasil seja diária de tremendas esbórnie.s, desde 1845 na Chácara dos In- No relógio de sino dc pau. de fato um pais latino) morreu gleses, os traços dos excessos de álcool e sexo combaliriam o A velhinha, rainha da festa, quase criança. Apenas aurora- mais robusto dos jovens, organismo ainda não definitivamente Se sentou sobre um grande girau. vam os seus vinte anos, quando equilibrado. ele abandonava este planeta, no dela, vermelho diabo, qual vivera sempre como nm Havia tempo para tudo, para o Corpus Júris, os poetas, o vi- Junto inadaptado e como um sofre- — Que sairá do antro das focas, nho, as mulheres, condimentadas com a imaginação juvenil. rabo. dor. mim, Alvares de Azevedo de tudo. Pode ser Pendurado num pau pelo E para participou que torrando as perversões de imaginação, reveladas em Noite na Taverna, Num borralho pipocas!..." Nascera em São Paulo e per- necrofiüa, estupros dc narcotizadas, envenenamentos, fratricí- tenda a uma família ilustre. dios, antropofagia de náufragos, adultérios, incestos, a fome do Seu gênio, precocissivio, come" sexo levando a pavorosas fatalidades, racontos sem tempo, sem çou a produzir ainda nos ban- cos escolares. impregna- espaço e sem verossimilhança, mortes e mais mortes de perso- me i*c*ert Cedo lubricidade até Foi de propósito que no começo destas anotações ra-se de Byron, dos grandes r.agens confusas e distantes, atormentadas de à influência de Poe sobre Álvares de Azevedo, a respeito da mela- depois de vogar famintos numa jangada dias e dias, como poetas da escola romântica eu- exces- noite. Está em Macário o seguro indicio: ropéia — escola haveria de Bertram e a mulher do comandante; pode ser que esses "Penseroso que sos literários venham, não da inexperiência do sexo, mas de — Li o livro que me deste, Macário... li-o avi- transportar para o nosso paísp um incompletamente sexual. E' admirável que tais contos, lon- damente. Parece que no coração humano há um instinto que o tornando-se um dos represen- Aquele é frio como ge de se apresentarem como balbucios de adolescente, preten- leva à dor. como o corvo ao cadáver. poema tantes máximos da nossa íiíe- e falsos, tenham um que não está somente na se- um cadáver. E' um copo de veneno. Se aquele livro não é um jogo ratura naquele período. siosos poder ali não é máscara de comédia, a gurança do diálogo ou no valor da prosa, mas na essência cria- de imaginação, se o ceticismo E' espantoso considerar o O menino lia demais e pos- alma daquele homem é daquelas, mortas em vida, onde a mão muito esse rapaz — tiora dessas fatalidades geniais... sem flores inodoras da que quase excepcional, de tal ordem a valer excepcio- do vagabundo podia semear susto as poderíamos dizer esse menino suia um bom gosto centras- — nalmente como prosador, sobrepairando aos pastiches, morte". realizou no terreno literário. dos versos revelados por Claudlus Me Poesia romanesca, poesia gra- tando com a inferioridade Alvaies desculpem, mas não resisto ao prazer de citar mais ainaa Hermann no seu raconto pessoal. (Foi na prosa de que e ainda. ciosa, poesia amarga, poesia de Bandeira foi encontrar um dos seus melhores poemas, "Penseroso pensamento, poesia de melan- Manuel alguma — Macário! é ele tão velho, teve tantos cadáveres — no üvro de Gondicário). Entretanto, Macári. ja, possu.e nas horas colia, poesia de desespero viril, realização de homem feito. que apertnr nos braços de despedida, que o seu sangue tudo isso Alvares de Azevedo coisa que me parece segurança feito. se gelasse, e seus nervos que não dormem precisassem do ceti- a-pesar-da insatisfação, - coisa que acontece ao homem fez, e em tudo foi mestre. Ou- cismo, como Paganini de ópio para adormecer? Por que foi ele realiza, amdat "Macário — de duas tempera- fonte na amaldiçoados? tros gêneros ele ... Se chamas o amor a troca banhar sua juvenil vertigem dos gozos a novela nessa página encanta- turas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que ar- ) E' um livro imoral; por que esse moço entregou-se deli "A vidas dora, que se intitula Noite ouejam, a convulsão de duas bocas que tremem, de duas rante a essa obra noturna de envenenamento? Não te rias, Ma na Tavema"; o drama nesses que se fundem... tenho amado muito e sempre!... Se chamas cario; pobre daquele que não tem esperanças; porem maldito dois trabalhos, desiguais sem o amor o sentimento casto e puro que faz cismar o pensativo, aquele que vai soprar as cinzas ae sua esterilidade sobre a ca- dúvida, mas ambos revelando o a beleza, que ainda era é ocea- "Boêmios" que faz chorar o amante na relva onde passou boca fecunda daquele que puro! O coração um gênio, que são os e adivinha o dela na brisa, que pergunta às aves, a no que o bafejar de um louco pode turvar, mas a quem só o "Macário". perfume mais — Ainda houve em Al- n-anhã, à noite, ás harmonias da música, que melodia e hálito de Deus aplaca as tormentas. Esperanças! e esse des- vares de Azevedo a bela e vigo- mais divina no rodar carro século, nos doce que sua voz; e ao seu coração, que formosura crido não palpita de entusiasmo do úb rosa promessa de um critico. oue a dela. eu nunca amei. Entre um charuto e uma chavena alaridos do progresso, nas hosanas do industrialismo laurifero? de alguma forma divina, morena, (...) Esperanças! e esse Americano não sente que ele é filho Suas lições ficaram, e toda de café lembro-me às vezes uma — mais do isso branca, loura, de cabelos castanhos ou negros. Tenho-as visto de uma nação nova, não a sente o maldito cheia de san- geração que meu sufocar meus de mocidade e verdor? Não se lembra seus arvoredos gl- talvez — nele se foi abeberar, que fazem empalidecer... e peito parece gue, que imitá-lo. Seu vui- lábios minha mão se esfria... Parece-me então que, ganteseos, seus oceanos escumosos, os seus rios, suas cataratas, procurando se gelam, sua rou- to ficou como um dos inais au- se aquela mulher que me faz estremecer assim, soltasse que tudo lâ é grande e sublime?-Nas ventanias do sertão, nas tra- os lábios sobre o seu seio um voadas do sul, no sussurro das florestas à noite, não escutou reolados de nossas tradições, e pa de veludo e me deixasse por como um dos mais momento, eu morreria num desmaio de prazer! Mas depois desta nunca os prelúdios daquela música gigante da terra que entoa à que piedade - desfaz numa saudade que a epopéia do homem e de Deus? Não sentiu ele aquela merecem, pois ninguém deixa- vem outra, mais outra e o amor se manhã que rá sido Como eu te disse, nunca amei. sua nação infante que se embala nos hinos da indústria européia âe imaginar o que teria se desfaz no esquecimento. — o monumento erguido por ele às - anos e nunca ter amado! E como Júpiter nas cavernas da Ida ao alarido dos Coribantes O desconhecido Ter vinte tem um futuro imenso?" nossas letras, se os destinos lhe nuando esperas o amor? tivesem dado a de viver para- a Penseroso, fala "como esses ora- graça — Talvez eu ame quando estiver impo- Macário manda calar que mais vinte ou trinta anos. Macário Não sei. dores de lugares comuns que não sabem o que dizem". Talqual- tente!" Alvares de Azevedo 1oi o mo- mente acentua Kdgard Cavalheiro, Penseroso é, como Macário, ãelo de Fagundes Varella, de Náo nem somente ai que baseio a minha afirmai*- em debate da do Porem Pense- é tudo, realizado sexual- uma parte personalidade poeta. Castro Alves, de outros encan- *a a respeito do autor na força d. homem, roso suicida-se por amor... E Macário, que lhe sobrevive (para tadores vultos de nossas letras. mente, nías impedido de atingir idealmente o amor romântico morrer ainda aos vinte anos, numa noite: — que fatalidade, meu o veneno da '*!'tufpa'°»" J"?" A geração dos naturalistas e porque havia a parte dos livros, Pai!), já o advertira, acerca do Americano: es- antecipação do verso famoso de Mallarmee. "Não dos parnasianos glorificou-o, * Byron, uma como maldigas a voz rouca do corvo: — ele canta na impu- colhendo o seu nome para um livres..." •'La chair est triste, hèlas! et jai lu toas les reza um poema desconhecido, poema de sangue e dores peregri- dos patronos da Academia Bra- o do bengalim é de amor e de ventura!". apenas «Je nantes como sf letra. Ali ele está colocado As suas noites, as suas meias-noites não foram Americano, de eomo o protetor da ca- de farras O corvo que surgira ao (lembremos a tradução gênio leituras nem de fantasmas, mas também ;«tudantinas Machado de Assis): deira n.° 2, que foi criada por mocidade, sob o influxo do mais e onde hoje se sem literatura, moços por Guimarães Coelho Netto «lho e mais sadio de corpo e de espirito, Bernardo "Em certo dia, à hora. à hora senta o sr. João Neves da Fon- em famosos sonetos e toma. cuja alegria se expandia J™™MJ*5"a;terra. Da meia-noite «ue apavora...' lógicos, desde então. Andarilho, paisagista. Homem da TOp-*} 'rrnw ¦¦; if* ¦r^m r:^"iTVTVjrr^..,, i ^s-»™-T J-.,.,,^..^,,,,»,^.,,,-,,^-.",.,™^ ,".>-| ' pagina re SUPLEMENTO LITEBAUO D'A MANHA Domingo, M-9-i-Ml "Ala" Uma mensagem de a e Mucio Leão Existe, na Baía, uma revista de duas inteligências que sobre mo está, assim, definido: ela teligência de nossos rincões pa- sabemos todos não ha livro tão If oraria Hoo mnic inliiiara penalidade: •Coelho foi para a natureza o que foi p as mulheres: ia de um *J'en»evelis minosa. lado outro, sem dificuldade e comt desenvoltura" mon coeur et ma pi uma avec vous.. .*¦ pnra " (lío^ueltt» O indivíduo deve colaborar Pinto). Alas, diz Methohinikoff, verdade o gênio artístico. com o Estado. o em seja intimamente ligado A propósito, La Fontaine, qua descobriu o embuste, assim o talvez gênio geral, :\ função sexual' cagtigou: B Moebius acrescenta, "os pendores artísticos devem ser conside- Não fazer o mal, nem do mes- fados, provavelmente, como caracteres sexuais secundários"'. mo passo consenti-lo, quando é "Les oracles ont cesse possivel remediá-lo com a inter- Ooethe amava na mulher a beleza, a juventude, a graça, o en» Colletet est trespasse venção da inteligência e do gen- •anto pessoal, o temperamento, oa caprichos, até oa defeitos. Tudo, Des qu'il cut Ia bouche rloaB. menos a inteligência. Detestava a conversação timento transformados em for- "Todas das belas criatura» Ra femme ne dit plus rlen; dos salões. as mulheres são francesas", dizia. Tinha lior- Elle enterra vers et prose ça moral reconstrutiva. Comba- ror às mulheres passadas. Como seu compatriota e médico, o dr, Avec Ie pau vre chretien." ter as rivalidades estéreis em Rehbein, considerava a literatura feminina "a espiritualizarão du íavor das emulações fecundas. Instituto sexual". AFINAL... Anular as cegueiras partícula- ristas em benefício das ilumi- A Alemanha burguesa e tradicional da época não tul*»ra va afetiva abanflonnda "seu O amor C- a última ilusão. K' a conci<3ncla nações coletivas. Transflorecer ¦uaa ligações com Cristian i, sua amante e depois esposa, pe- à espontaneidade da natureza. Na vida não vale a medida do tem- .queno tesouro erótico", operária os aspectos tenebrosos das com- humilde, colhida no comércio po. niíis o tempo com seus quadros e paisagens, Interpeladas de 4

.losé Mariz de Moraes — Nó- de Abreu, tantas vezes citado, tas históricas. Um chamava-se lei, o outro, o braço, e o outro, a melro primaz dos jesuítas de o U Co Bra- segundo o br_ a, o primei jesu'-Revista qual nunca será pos- 7 de setembro, o outro, 15 de fé à pátria menina, e menina Brasil. si;. Scparata i.a tfo sivel escrever a história rio novembro. A admissão num ou dos seus olhos". Histórico e Geogrãfi- no;so sem antes instituto pais, se ter e-s- noutro desses grupos corres- O livro acompanha a ação de rn Brasileiro" — Imprensa Na- crito a história dos jesuíta... pondia à circunstância da en- Janeiro. Nóbrega no Brasil, desde o s;:u cional. Rio de Os estudiosos das duas gran- trada do aluno, alternando-se teria Agora, o que não me e possi- des figuras apostolares primeiro encontro com a Manuel da Nóbrega e José de do pri- cada partido no receber o me- selvagem até o dia 18 de Otftu- vel saber é se, ficando com o Anclileta loram os dois jesui- meiro século do Brasil apaixo- nino que chegava. Para ml.n vi- Nóbrega, o sr. José Ma- nam-se bro de 1570, quando, tendo padre tas que mais sc destacavam, pelos seus modelos, o caiu o partido 15 de novem- cinqüenta e riz ficou, de tato, com a melhor o talvez dizer bro. vido exatamente entre quantos vieram para pudéssemos pelos E, por um natural senti- três anos, o grande padre en- parte... Estou certo, porem, Brasil no primeiro alvorecer do seis ídolos. E assim criaram-se mento de vaidade infantil, eu de se se tivesse que pro- dois tregou ao Criador o seu espi- que, nosso povo. Ambos foram he- partidos, entre os nossos passei, desde então, a acredl- rito, nunciar acarca de tão conside- roicos, no enfrentar os misté- estudiosos da história: o dos tar que o 15 de novembro era ravel tema, o Brasil inteiro da- lias e as bravezas de uma terra que defendem a primazia de a data máxima da pátria. Lon- O fim da existência de Nó- ria o seu voto a Anchieta. El» desconhecida c de uma gente Nóbrega sobre Anchieta; c o do., gamente tive ocasião de deba- brega foi profundamente poê- não foi, talvez, o organizador soJvagem. Ficaram imortaliza- que defendem a primazia de ter com os meninos da minha tico. O sr. José Mariz, escie- poderoso, o político de visão imaginação de todos Anchista sobre Nóbrega. idade, igualmente ignorantes e vendo uma obra de pura bio- o rijo de ho- dos. na "Iniciando penetrante, pulso nós. E se, durante séculos, vi- esta sua monogra- igualmente preocupados em grafia, não quis tirar dessa fase mem de Estado, que foi Nobre- voram numa região inaccessi- fia sobre o primeiro chefe dos sustentar a superioridade de da vida do ilustre padre os ga_ Mas a sua expressão pes- vel. sem encontrar quem os es- jesuítas no Brasil, diz o sr. Jo- suas cores, a excelência do 15 grandes efeitos que ela perml- soai é aureolada da mais pro- ludasse devidamente à luz de sé Mariz de Moraes: "O mais de novembro sobre o 7 de se- tiria, Um velho cronista da vi- funda poesia. Cedo a lenda se austeros critérios históricos, espirituoso dos cronistas brasl- tembro. Mais tarde, quando da de Nóbrega, o padre Antõ- apoderou dele, e teceu, em tor- hoje estão sendo apresentados, leiros lembrou-se de dizer, em pude meditar melhor sobre nio Franco, deu-nos essa des- no de sua figura, filigranas ma- por escritores competentes, na conversa, que Jorge de Lima e tais assuntos, tive tamanhas crição em páginas saborosas e ravllhosas. Deu-lhe atributo» realidade dos feitos grandiosos eu dividíramos irmãmente a decepções... Mas não sou his- ingênuas, que teem um encan- que somente os santos mais co- que realizaram. Os vários vo- história do Brasil, ficaudo -meu toriador, e não contarei aqui as to raro. Conta ele, por exem- ces, os que mais estiveram na lumes em que a coleção Afrã- companheiro com Anchieta, e minhas opiniões sobre esse as- pio, que Nóbrega muita vez nâo proximidade de Jesus, possui- Peixoto, da Academia B a- eu sunto. tinha uma camisa para vestir. ram. Criou-se, por exemplo, nio "Car- com Nóbrega. Esqueceu ss de sileira. os tem fixado — as acrescentar que o melhor cou- Parece que as oportunidades Quando isso acontecia e tinha uma evidente vizinhança entre tas do Brasil", de Nóbrega, com be — imerecidamente — a mim. para pormos em exibição aque- de visitar o governador Mem de muitos traços de sua figura hu- anotações de Vale Cabral e Ro- Ganhei na partilha até o ine- le talento de earrís urbanos e Sá, ele punha um lenço ao pes- mana e religiosa e muitos ua- dolfo Garcia; as "Cartas avul- ditismo". anexos muares estão surgindo coco para dissimular a falta da ços do mais perfeito dos san- sas dos Jesuítas", com anola- Tais são as palavras do sr. de novo. camisa — e costumava chamar tos, de São Francisco. Não se- a esse lenço a sua hipocrisia. O assunto tentador ções de Afrànio Peixoto; as José Mariz. Venham, pois, as discussões ria, mesmo, "Cartas, informações e frag- padre Franco transcreve tre- para um estudioso dos tenra» Inocentes e graciosas sobre Nó- carta do Irmão iden- mentos históricos e sermões", brega e Anchieta. cho de uma da agiografia precisar a de Anchieta, com anotações de Ambrósio sobre Nóbrega e:o tidade da poesia que iiga o há estas coisas deliciosas: e o do Brasil? Antônio de Alcântara Macha- Parece-me excelente a idéia que Santo de Assis "Jesuítas "Se visses o Nóbrega, que é o seu Realmente: só os povos decl- do; os do Brasil e da de criarmos esse jogo de parti- Índia", do padre José Caeiro — Superior (dos padres de São dem, em última instância, so- dos, esses torneios florais, em um homem são todos livros utilíssimos e nosso Vicente) verieis que bre a escolha dos seus heróis terreno de estudos histó- O sr. José Mariz tentou uma o não e um homem de E Anchieta — é fo- preciosas, que muito nos contam ricos. Possuia-mos, outrora, col- biografia completa de Manuel parece simbólicos. acerca da vida dos que catequi- engonços e de pele e ossos; um ra de dúvida — é o mais poé- sas muito amenas, em nossos da Nóbrega. desde os mistério- rosto de cera amarela ainda mais sublime dos heróis saram os brasis. A esses traba- colégios: — aquelas fecundas sos tempos do começo de sua tico, o lhos memoráveis, cumpre acres- que muito alegre, sempre e sem- que a imaginação do povo brasi- discussões, que mestres sutilis- vida, quando ele viu a luz, num cheio de riso; uns oihos su- centar o mais memorável de simos estabeleciam entre os recanto Ignorado de Portugal, pre leiro criou. todos — o monumento que está mldos, com um vestido que o discípulos, no sentido de apu- no dia de Sâo Lucas, 18 de ou- não sabeis se foi alguma hora; erguendo o padre Serafim Lei- rar havia sido maior, se tubro de 1517. Nóbrega era te. quem ga- os pés descalços, esfolados do Tem o ilustre sacerdote já César ou Alexandre, se Aníbai go, mas, por um esforço supre- publicados dois alentados volu- sol. Seu comer são suspiros; Al está como, imaginando *a- ou Napoleão... Raul Pompéia, mo da vontade, soube corrigir seu beber, lágrimas pela con- mes, e sua obra prossegue. Com não tinha certas conside- essa imperfeição. Tornou-se mais vir a tomar partido tm o que versão dos infleis e pela má vi- talvez seu método de trabalho as- rações para com os sistemas de um pregador que todos ama- assunto tão delicado, e síduo, a sua paciência, a sua da dos cristãos, mais infiéis nas tão ocioso, como esse de raber- educação do seu tempo, cha- vam ouvir. E impôs de tal for- obras eles. Para sustentar íé inquebrantavel na magnitu- mou a isso, se não me engano, ma a sua fama de religioso e que mos quem é maior, se Nóbrega de do assunto que escolheu, é seu corpo, seu manjar é abóbo- ou Anchieta, eu acabei toman- talento de canis urbanos e de homem sábio, que a sua es- ras de Guiné cozidas com água, certo que o padre Leite levará anexos muares. Mas essa opl- colha vir o Brasil se do partido por Anchieta. para para e quando lhe fazem alguma fes- final me o seu trabalho adiante. Dentro nião, como se vê, é um simpies procedeu naturalmente. Em Porque a verdade de alguns anos, devemos ter, ta deitam-lhe sumo de laranja: ser esta: Nóbrega foi a ato de irritação do grande es- nossa terra, é que a sua ação de longe, parece nos livros que ele está prepa- a farinha vem-lhe prudência e foi a sabedoria; critor. No colégio em que an- foi considerável e básica. E o é que comi- rando, toda a obra dos jesuítas dei tirando as minhas tristes seu cronista nos diz agora primeiro podre Anchieta foi a poesia. Ora, a "D. que da...". nenhuma dúvida no Brasil, reconstituída e per- simplesmntes, havia dois par- João IU, Tome de Sousa e poesia é, sem feita. Teremos assim realizado tidos, também, mas eram Nóbrega são os fun- Ai estão, segundo velhos auto- possivel, a melhor e a mais ai- par- primeiros virtudes humanas... aquele preceito de Capistrano tidos que tinham nomes de da- dadores do Brasil: um deu a res, a figura e a vida do pil- ta das dc empregar num as pala- "carme", poema Um autógrafo de vras "alcandorar-se", "caos" ou a locução "áureo so- 'Fa- Alphonsus de Guimaraens *íja» «i_£L»^ nho'*. Se me dissessem:.—. aí, se c capaz, uni soneto em Quando viajei paia o Norte, I x ça em 1928, relações com um que haja nas rimas as palavras jiz "carme* "alcandorar-sct", eu comissário dc bordo. e • uma brin- Conversa vai, conversa vem, v-~-óv«A.... ILw^ w--~~-.- <_»*_«. ..] ^___ L-tt ~- a. ^.-u. *,á__ig tomaria a coisa como soube tinha sido diretor de J.^ cadeira de mau gosto... que eomo todas es- uma revista literária em Belo E no entanto, ^^;:í5^::-^;íu;.!i:;:::;uS:;à:::i::-iÍi:í:-:':::!,í::>'v::;.-.-u f>^W''-'^''>' caem bem, caem Horizonte. Esqueci-me do sas expressões .. no soneto de tiome do meu amável eompa- insubstituivelmente de Guimarcns! nheiro c do titulo da revista — Alphonsus *4- "^t*" *J"***1"- Este original vem corrigir • maldita memória! —, mas ¦ ^* '' - : do assim copiou os ver- sonetos mais belos de IP*'* ¦ ¦'«" quando de amor ^%_- **_^';í7.\ÉlB sos a revista de Brio Hori. nossa — de AI- para üugita o soneto sontef Onde andará o amável co- phonsus de Guimaraens que comissário do Lloyd escla- iiicça "Como mo- para pelo verso se recer esta dúvida ?... Há tam- ça c não bem velho eu fosse...' bem umas diferenças na }:ora vez pontua- publicado pela primeira me tra- ser alto sem me sentir meio en- ção. mi revistacinha itc Belo líon- phonsus, João Alphonsus, não essa doce fadiga, que já em si mesma, de comoção... Vê- As correções no original conte, e mio estava ainda reco- conhecia os versos. Tive, pois, sia um prêmio gasgado feitas tocante e inesperada re- los de repente no taco de papel- mostram a segurança dc do Ihido em livro. Decorei os que incluir o soneto, baseando- uma gosto qua- compensa. Recebi há dias carta zinho afmasso onde a mão do todas elas torce versos e mais tarde dei cá- me apenas na memória que poeta: "Nas foram para João Alphonsus, comum- os lançou no dia 6 de abril melhor: ansios de esca- deles a Afonso Arinos de guardava da leitura dos versos dc poeta "no pia ter sido encontrado dc 1919... Com as emendas lar" cm vez de "Na Melo franco, os republicou na revista cujo nome esquecera! cando-mc fúria": que entre os do o origi- que lhes introduziu depois..* cimo eterno da montanha" etH em unia nota sobre o mi- A tarefa de preparar a edição papeis pai "no poeta do "meu" soneto. E a Esse soneto, posta dc parle ves de alto sombrio'1'; neiro num número d" O Jornal'* de Alphonsus de Guimaraens nal fanü- "Acordei de Alphonsus de Guimaraens a sinceridade e profundeza do do áureo sonho em so- dedicado ao Estado de Minas não podia deixar de ser muilo Ua "Do me do sentimento, sempre me encan- bressalto" cm vez ie so- Gerais. recebi o hon~ agradável Para quem, como eu, fazia presente precioso Quando Tive uma impres- lou pda perfeição da forma. E nho iria! acordo etn sobressaí- roso encargo organizar a edi- tem pelo grande simbolista náo documento. "Do de sorte exemplo de qm não há pa- to"; c céu tom- das de só admiração mas afeto tam- são de grande...um finalmente çào poesias completas é mesquinho de lavras simpáticas e antipáticas, bei ao caos de meus martírios" Alphonsus — bem Posso áiser que, ajudando Mas falar "Tombei dc Guimaraens, a de uma simples ou bondas em ves de do céu ao «««a be- João' Alphonsus no trabalho de sorte grande propósito pretensiosas, das muitas iniciativas tem Aque- ou as sao como as caos de meus martírios'* nemeritas oraani-ar aquela edição, mais coisa que não preço feias: palavras do ministro Capane- tantas veses te- cores e valem relações em —, detona ves me senti tomado de les versos, que pelas MANUEL BANDEIRA ma hão pode a família do outros e estão com as via- emoção verdadeiramente fi- nho repetido para os que palavras poeta fornecer-me o original do uma Eu teria coragem Academia Brasileira) me reservava para mim; e que noa posso dt- nhos. jamais (Da sondo. O próprio jüho de Al- liai Detis para '. .,alaa. ¦'«,<,.'».',"_¦». - IfJipWl,.!.»,. ,- '¦,....1".- r :.,-p~r~~r-:-—r'-.r---~:~^-^7r'^^ "

SUPLEMENTO LITERÁRIO D'A MANHA Domínio, 21-S-1MI jSPffe. PÁGINAS DOS AUTORES MORTOS OFÉLIA - Uma trâduçèo inédita Meu senhor, como está? 1 HAMLETO "Hamlet" Bem, obrigado, filhai 3 Ldo Viste se estava á porta o nosso Quintanilha, OFÉLIA N culmina noticia tem re- Quem ha por aí que não tenha traduzido o "Hamlet"? Há Não vi, não, meu senhor. Tenho de Vossa Alteza certos poemas, como certos indivíduos, que são uma sorte de Doces prendas de amor que me enchem de tristeza.. percutido, em toda a parte e por "cabeça, de turco", em que tradutores e polemistas novatos vêem, Ah! não quero avivar, guardando-as, a saudade... Ioda a imprensa do pais. mais entrar combate mais sério, exercitar músculo HAMT.ETQ antes dc cm "Hamlet" o c dolorosamente do que a da mor- afeiçoar o nervo. O é para os tradutores que ensaiam Não te dei nacla! te dc Jose lioniínco. o vôo o que, para os jornalistas estreiantes, foi, pr dilatados e OFÉLIA 'lambem, amargurados anos, aquela deliciosa alma cristã de Otaviano Deu! Deu-me a elasticidade, atualmente, uào Hudson — o poeta da Musa do Povo, cujas rimas eram mais Com que me transformei numa lei de borracha! existe oulra glória nacional ifite pobres do que Jo porque Deus quisera que toda a riqueza do ri- Hoje, dentro de mim, o sofisma se agacha, houvesse a maior e <* dor lhe ficasse encerrada no coração. Cada Meu senhor! A mais devo eu este prodígio. feito jus ma jornalista,"verve'*, para que mais simpatia. «aber primeiro a que diapasão podia chegar a sua Senão ao seu amor, senão ao seu prestígio? geral írechava de frases e de remoques a basta cabeleira nazarena do HAMLETO era "Hamlet", Nem diverso o senti men- pálido bardo. Quanto ao basta dizer que até um rei, Dize, Constituição! Tú i republicana? Io despertava em todos, OFÉLIA que o o bom Luiz I, o escorchou longamente numa tradução, enchen- ilustre morto, onde do com a vastidão desse trabalho ingrato a solidão do velho Meu senhor... nome do paço das Necessidades. HAMLETO quer que fosse pronunciado e Que muito é, pois, que um poeta anônimo, (como convém Dize mais! És norte-americana? qualquer que fosse o aspecto OFÉLIA à modéstia do gênio) se tenha abalançado a essa tarefa? particular sob o qual aprecias- Trago a um trecho dessa tradução inédita. E' o Príncipe... público sem as suas glórias de poeta e monólogo de Hamlet. Não sei porque estravagante fantasia fez HAMLETO t> tradutor que a cena do monólogo se passe em uma sala do Meu amor, parte para Chicago... dc orador. Itamarati. Não sei ainda, também, porque Hamlet no dialogo Olha! eu nunca te amei! Se um sonho idiota e vago, Canto — a nenhum te incutiu tal cousa na cabeça, poeta com Ofélia lhe fala como se estivesse falando à Constituição. Ori- Um dia mais havia inspirado o amor da •inalidades. Que te deixe esse sonho, e essa ilusão te esqueça! æ Varre o sonho, criança. Homem nenhum mere<* pátria. Um juramento, um beijo, um suspiro, uma prece... A sua musa varonil, menos OFÉLIA Que tem Shakespeare com a República? Era to do Calho coroa- Logo depois de 15 de Novembro, choveram elu- Iluminai-lhe a mente, que pe, publicações não de mirtos, mas do. lott- Cidando o caso da arqui-gloriosa jornada que terminou pela vi Poderes celestiais! da, tória do Exército e da Armada, em nome da Nação. Cada qual HAMLETO ro antigo das vitórias, estreme- flos combatentes dessa memorável batalha correu a reclamar Sou vice-presidente? Cia- com maior entusiasmo, vi- par si uma parcela da responsabilidade, uma molécula das acla- Sou presidente? Sou ditador? Sou cacique? brando antes a teorba homeina Oh!. a minha língua fique, mações, um átomo da justiça histórica. que paralisada da do o arrahií amo- Ficou-se então sabendo uma cousa: é que a República fora Se te minto. Não sou mais do que um homem. Parte! f/uerra que feita por todos, uma vez que todos juravam tê-la feito. Pois bem. Que é de teu pai? roso de Coucaga. Entre os doze milhões de nomes, que apareceram à tona da lagoa OFÉLIA Onde mais largamente Não sei. e com tia glória, não me recordo de ter visto o nome de Shakespearc. mais veemência transpira o es- Creio mesmo, firmemente, que o divino homem, de cujo cere- HAMLETO bro. como de uma rocha abençoada, tantos rios fertilizadores re- Devia acompanhar-te. tro arrojado e valente do poeta, bentaram, — nunca teve a estulta pretenção de ter feito, entre A lei, neste pais, não pode andar sozinha-.. do que na Cometa da Morte, ou tantas coisas, uma coisa estupenda e aprimorada como esta Re- Parte para Chicago! A tua dôr é a minha: vo Redivivo, nênia triunfal dc humanai pública. E' a dòr que anda a chiar em toda a vida másculas Parte a imortal nação americana! estrofes, escrita à me- Se não sei que semelhança achou o tradutor entre o castelo para morta Cte EIsenor, encarapuçado em brumas sinistras, com terraços de Parte para Chicago! de Andrade Neves? lages habituadas ao passo leve dos fantasmas, e o paço do Ita- (Olha fixamente para Ofélia) Como orador — o seu ideal, Ah! entendo o teu susto: ttiaratí. — também não chego a compreender que ponto de con objetivmente, é, idêntico ao da e Constituição. Porque, enfim, Não tens dinheiro? Toma esta ajuda de custo! tacto descobriu ele entre Ofélia a otnniluis rclms consona- Ofélia, se resvalou, desmaiada, pelo fio da água limpa de uma São cem contos de réis... Prostituo, mas pago. poeta; ribeira, não foi nunca emborcada, como a Constituição, no man- (Vai saindo) bat sil.i. Herz, E adeus, Ofélia! Vai! Parte para Chicago!... ffuc das ajudas de custo e das transações à Cornelius Poder-se-á diaer, que onttê FANTASIO (Olavo Bilac) houvesse uma tribuna branca e Mas não quero ocultar que o meu tradutor é um literato da (Ciade do Rio de 23-6-1893) aberta às manifestações do pa- •posição. E já repararam como esse gênero escasseia agora no triotismo e da liberdade, José mercado? Os romancistas psicologistas, à Bourget, vão para a Bonifácio aí eslana, menos pe- diplomacia. Os romancistas de estilo arabescado e belo, à Gon- Uma poesia de Fagundes Varela Ia expansão de um dever, da court, vão a Estatística. Os deüquescentes, à Mallar- 2 para poetas dc tan instinto Bié, vão para a guarda nacional. Que resta? Meia dúzia de gatos k exma. sra. d. leocadia Araújo que feio proprto das letras, cemo este tradutor de Shakespeare, a irresistível. Nisso estava o se- pingados quem (Publicoda n'"0 Globo", de 20-2-1875) furtei o trecho que segue: greda dessa geral simpatia de Adoras as singelas melodias que gozava, que muito se e.vat- ATO HI — Cena I nestes : um nobre e celeste coração tara últimos tempos dtt Tens refor tuas e de reações liberais. # (Uma sala no palácio de Itamarati. Hamleto entra vagarosa- mimosos aiente e pára no meio da sala. Apoia o queixo na palma da mão Correm na terra teus dias que nunca o havia abandonada «lireita, fica com a mão esquerda metida na abotoadura da sobra- Como o soar de uma canção. antes, um momento sequer, em e balança uma meditabundamente). grato casaca, perna, nenhuma das fases da sua car- "fira HAMLETO (monologando) O órgão santo do divino templo polilica. Há poucos anos, por ocasião (Ber ou não ser... Minh'alma, eis o fatal .. Enche tua alma de prazer sem fim problema!. da queda do ministério presidi- Que deves tu fazer, nesta angústia suprema. Dás às crianças da candura o exemplo do Alma forte? cair, degringolar no abismo? pelo sr. Visconde de Parar Ou bramir, ou lutar contra o federalismo? E os anjos folgam de te ver assim, ttaguá, tendo sido José Bouifa- Morrer, dormir... dormir... ser deposto... mais nadai cto o iudigitado pela coroa para Oh! a deposição é o patamar da escada... organizar um novo gabinete, » Ser deposto!... rolar por este abismo, às tontas... Celeste chama te ilumina os olhos notícia, desse fato foi geral men- (Depois de longa meditação) E's a bondade no sorrir, na voz; te acolhida, lembramo-nos utis- E o câmbio? E o Vitorino? E o Tribunal de Contas? Mudam-se em flores os fatais abrolhos da, com grande e desusada sa- (Outra meditação) tisfação. Jnfelianenle Jose Ho- dormir... dormir? sonhar talvez!.., sonho? Quando atravessas os sertões veloz Morrer, Que ftifacio, atento o Que sonho? a reeleição! mau estaaa (Nova meditação) de sua sonde, não acatar Alma sensível, o vês na terra? pôde Se os batalhões disponho que a incumbência, e regeilou as- Com gelto, e os afeiçôo às ambições que sinto, Por que desceste da feliz mansão? sim a presidência do Conselho Venço... E esta opinião é a do Moreira Pinto!" Da vida humana na sinistra de Ministros pelo mesmo moti- (Cài numa reflexão profunda) guerra Ah! não te embrenhes, não te envolvas não. ro pori\ue, alijam tempo antes, Mas, enfim, para que ser novamente eleito? havia regeitada um lugar na 6e não fosse o terror... Se não fosse o respeito Conselho ile Eslado. Que a morte inspira, e o horror desse sono profundo... > Ah! quem suportaria os ílagelos do mundo. Vive entre os anjos teus irmãos queridos José ÍSiinifacio era altivo c O ódio do Jucá Tigre; o armamento estragado; Dorme entre as flores, viração e luz, dignamente ambicioso. A petulância atroz do tenente Machado; O comércio que morre; a indústria que adormece: Busca dos gênios os salões erguidos Superior ús honra rias vãs e "déficit" cresce efêmeras e incapaz de se deixar A lavoura que mingua; o que Serva dileta do imortal Jesus Horrivelmente como a estéril tiririca; ofuscar pelo aspecto meramente A bravura do Moura; o gênio do Oiticica; aparaloso das coisas, . resistiria a tanto, de alma forte, preferiu oh! quem Volve-se ao mundo em turbilhões diversos sempre, ao do o di- Be não fosse o terror do ostracismo e da morte? gozo poder, (Pausa) Só no teu seio permanece a paz, reito dc, fora dele, mais livre, O ostracismo... — região triste e desconhecida. Por desejas meus tristonhos versos ampla e eficazmente, pugnar pe- Donde nenhum viajor Voltou jamais à vida. . que tos princípios do liberalismo, Ah! eis o entibia lábios Ah! eis o. que perturba... que Quando a harmonia nos teus jaz? que professava e em cuja reali- A coragem maior e a maior energia!... tacão antevia a jeliciiltide do (Entra OFÉLIA) Graças, modéstia, singeleza e calma sen pais. Cercam-te a fronte de eternal florão; A organização do último

Domlnfo, H-t-lMI iUrLKMINTO UmAMO D'A MANHA — VACINA N A vida e a obra de Fagundes Varela PAGINA DO DIA: Continuação da página 84 pacitar do número enorme de insondaveis complexos, jamais — verdadeiramente poe- sacrifícios a serem transpostos. resolvidos. Mal vestido, poel- RAMOS poetas Ora GRAGILIANO tac — lograram chegar até nôt* em lombo de burros, ora rento, descuidado consigo mes- não mão vadeando rios, pousando hoje mo, com uma velha capa joga Tavares (de Angústia)| trazidos, pela pacien- aqui, Julião te dos pesquisadores de anti- com o céu por teto. ama- da aos ombros, as vezes com um nhã ali, num casebre qualhas literárias, mas pela voz perdido á bordão na mão, ou uma dessas Oraciltano Ramos nasceu em viva da tradição popular, que beira da estrada, ou então de foícinhas, que os nossos rocei- longe em longe, numa 27 de outubro de 1892, em Que- os não esqueceu? fazenda ros usam, outras acompanhado brangulo, Alagoas, filho do pe- — providencial, a tudo se sujeita- de um cão. sempre com uma Sebastião Tâo poucos! mas entre ram, a tudo se sujeitavam os de aguardente queno negociante eles, com Alvares de Azevedo e garrafa pendu- raros viajantes". Essa longa e rada ao cinto, lá se ia ele, pelas nn Casemiro de Abreu, com Gon- penosa viagem impressionou Fez sua edu- Dias e Castro Alves, tra- estradas do mundo a fora, enle- Ramos. primeira WÊ li calves fundamente o espírito da crlan- vado em um sonho que cação nas escolas públicas de zido pela popularidade, pela ça. nunca mais terminava, em bus- Buique, Pernambuco, e Pai- tradição que na turba multa Podemos bem imaginar que ca de um vago pouso, impre- meira dos índios, Alagoas, e, das gerações que passam, sabe ciso e Incerto, no infinito as- em 1914, estava no Rio, escolher os seus heróis, os seus tenha sido o mais decisivo pe- de prin- riodo de sua infância, o tato piracões inexprlmivels. As vezes cipiando a vida de imprensa santos e os seus poetas, veio- e de uma como revlsor de Em nos o cantor doloroso e cristão culminante cuja lembrança parava diante paisa- jornais. nunca se lhe apagaria na me- gem, de um panorama, de uma 1915 regressou a Palmeira dos do Cântico do Calvário, o ena- árvore ou de um simples can- índios, fez-se comerciante, ca- morado da natureza brasileira. mória. E' fácil encontrar em ^>4Sá sua obra fundos vestígios, cons- tar de pássaro silvestre, ficava sou-se, enviuvou, tornou a ca- o TÍstico suave do Evangelho absorto e Imóvel momentos, sar-se. Foi eleito Foi, ÈÍ s das Selvas. tantos ecos dessa estafante jor- por prefeito. nada e nos seus hábitos estra- por horas, às vezes, para em se- depois, diretor da Imprensa Veio IV nhos de andarilho e de nôma- guida... continuar a andar. Oficial do Estado. poste- de, velhas fixações, velhos com- Lembra Verlaine, o poeta va- riormente para o Rio, onde re- _¦_¦_¦_ ^^kLúr^ plexos infantis, pelos quais o gabundo ou Richepln, o amigo side hoje. O LAR PATERNO DB dos ciganos, dos romanichels Sua obra consta FAGUNDES VARELA poeta se evadia do presente, do- publicada "Caetés", loroso e atormentado, para, an- errantes, o cantor das Cftan dos seguintes livros: sons des Oueux. romance, Schmidt Editor, Rio, Este. de Luiz Gulma- dando a toa, caminhando sem- quem ao sol 1933; "S. Bernardo", romance, raes disse num primoroso so- pre, e à chuva, por mon- Caminhou muito, viajou de __^/^__\ "era tes e vales, fugir longe, certa feita da Baía ao Recife a IA edição, Ariel Editora, Rio. neto que louro como a luz para Livraria José para muito longe, para a sua pé e eu tenho para mim que foi 1934; 2.» edição "Vi- coada da manhã pelas nuvens infância, Olímpio Editora, Rio. 1938; e bacharel, filho de um deles, ondulantes" e em cujos "olhos para a natureza aco- durante essas longas e repeti tinha os dentes moidos, afiados, lhedora e fecunda, símbolo das caminhadas, que duravam das secas", romance, Livraria azues e fascinantes, boiava sem- José Olímpio Editora, Rio, 1938; e devia ser um rato, como o a lágrima ignorada"; este eterno do seio materno, para o dias e dias, que se processou o "Angústia", Reacionário e católico. pre tempo em que, por ínvios eami- trabalho subconciente da elabo- romance, 2" edição, pai. Luiz Nicolau Fagundes Varela, Livraria José Olímpio, Rio, 1941. ²Por disciplina, entende» era fluminense, de Rio Claro, nhos. desertos e vários, sentia- ração mental de muitos de seus Considero a religião um sus- se bem, apesar das fadigas.- pro- poemas Aqui e ali esparsos pelas secundo filho, em uma mole fceeido tentáculo da ordem, uma ne- de 17. do dr. Emi- e seguro pela presença fazendas, pelas casas de ami JULIÃO TAVARES social. patriarcal do ficaram cessidade íiano Fagundes Varela e d. Emi- pai. gos por onde passava, ²Se o senhor permite... lia de Andrade, fluminenses O tema andar, caminhar % alguns de seus melhores versos, Foi por aquele tempo que Ju- E divergi dele, porque o achei também. Nasceu em 18 de aeos- quase uma obsessão do poeta e, que depois, dificilmente reco- Hão Tavares deu para aparecer horrivelmente antipático. Ou- to de 1841 na fazenda de San- em qualquer de seus livros apa- lhia. Muitos se terão perdido, aqui em casa. Lembram-se de- viu-me entanto e mostrou de- ta de rece em diversos E' certamente. le. Os jornais andaram duran- sejo de saber o eu era. En- Rita. propriedade de seus poemas encontram que avós maternos. José Luiz de uma glosa constante ao velho Os psicanalistas te uma semana a elogiá-lo, mas colhi os ombros, olhei os qua- Andrade e d. Rita Maria de An- mote por ele mesmo formula- explicação para o fenômeno: disseram mentira. Julião Tava- tro cantos, fiz um gesto vago, do. desde 1861, à acusa- mas isso seria o tema de uma res não tinha nenhuma das no ar fragmentos drade. Era. então, seu pai ma- quando Bas procurando gistrado na antiga vila de São cão qne lhe fizera certo sacer- outra e longa conferência. qualidades que lhe atribuíram. da minha existência espalhada. Marcos, onde residia num dote de São Paulo de ser um ta-nos, porem, consignar o lato Era um sujeito gordo, vermelho, ²Luiz da Silva. Rua do Ma- João do sitio distante do povoado um louco respondeu na Revista da para exolicar atitudes poeta risonho, patriota, falador e es- cena, número tanto. Prazer em Associarão ie Recreia Instruti- e justificar c que de desigual crevedor. No relógio oficial, nos conhecê-lo. Quilômetro e tanto e. por isso. en- o pequeno Luiz Nicolau muito vo com Pafatsras de um louco de incerto e vário podemos cafés e em outros lugares fre- E meti-me no primeiro bonde louro, viu, com os seus olhos uma das poucas composições contrar em sua obra. quentados cumprimentava-me que passou. Mas não consegui muito azues, correrem os pri- cm prosa que se lhe conhece. (Con intua) de longe, fingindo superiorida- desembaraçar-me do homem. meiros dez anos de sua infân- Mas essa prosa é de um ooeta, de: Dias depois fez-me uma visl- cia entre a grande fazenda de é um noema torturado e confu- ²Como vai. Silva? ta. Em seguida familiarizou-se. «o. bem inferior SILVESTRE DE LIMA seus avós, que o Pira! banha- todavia, na A noite chegava-me em casa, E era Luiz para aqui, Luiz para va, correndo no meio da flores- forma e no fundo, a muitos nu- ali, elogios na tábua da venta, tros No último número de Pia- empurrava a porta e, quando ta sombria, e a vila de S. João que em ve-sos escreveu. se esperava, desemboca- só com o fim de receber outros. nalto, a revista literária que eu menos Não tenho Marcos, pousada no vale, cer- Assim começa ele: edita em S. Paulo, Nicácio Bar va na sala de Jantar, que, nâo jeito para isso. Duas; cada de mata virgem, estenden- três horas de chateação nue "Caminhar... celos publicou uma entrevista sei se jã disse, é o meu gabi- do seu casario, pobre, e baixo, Caminhar... Quando com Silvestre de Lima, velho nete de trabalho. E lá vinham me deixavam enervado, besta, ao longo da clássica praça das [chegarei ao lugar do repouso? roendo as unhas. Poderei descansar minha cabeça ei- poeta, que hoje tem oitenta e intimidades que me aborreciam. velhas vilas fluminenses onde a e há longos, Linguagem arrevesada, muitos simples [candecida pela lebre?" dois anos, que no convívio da gente e longos anos, anda afastado dos adjetivos, pensamento nenhum. sempre uma nota alegre que E ao mote as glosas seguem, centros literários. Conheci esse monstro numa Ilumina a paisagem e as almas. repetidamente Silvestre de Lima foi um dos festa de arte no Instituto His- Foi no cenário empolgante e nomes constantemente no car tórico. De vez em quando um Raimundo Morais' agreste das nossas montanhas Em Soláu, anos depois, por taz, na bela e vigorosa geração cidadão se levantava e lia uma e dos nossos vales, tâo pródigo» exemplo, retoma o velho tema: dos parnasianos e dos natura composição literária. Em se- em paisagens cheias de luz e de folheie os uma senhora abancava Os intelectuais brasileiros "Venho listas. Quem jornais guida cores, que os seus olhos se abri- de longe! Caminho daquele tempo, encontra fre- ao piano e tocava. Depois ou- apresentaram um memorial aa ram para a beleza das coisas e Arrastando a fome e o frio! o seu nome, ao tra declamava. Ai chegava de sr. ia República, simples e Sou pobre, triste, mesquinho... quentemente presidente no convivio da gente Podes tn dar-mc ponsio? lado dos nomes de Teófilo novo a vez do homem, e assim sugerindo a criação, cm Belém, boa do nosso interior que o seu Dias, , Olavo por diante. Pelo meio da fun- "Casa espirito se abriu às beleja* da Raimundo Moraes'', E em Sombras, do Livro tas Bilac, Raimundo Corrêa, Augus- ção um sujeito gordo assaltou a mais altas da alma. Mais tar- to de Lima, Valentim Maga- tribuna e gritou um discurso Como se sabe, em fevereiro de. como colegial, terá um Sombras, exprime nestas qua- pra- dras aquela necessidade toda ihães e tantos outros. furioso e patriótico. Citou os deste ano — ho dia três — /o- ser especial em traduzir Virgl- coqueirais, as praias, o céu azul. Ho e de tudo isto há de lhe fi- psíquica que tinha de andar, de Agora mesmo, na reportagem leceu na capital paraense o au* fugindo de si mes- nos referimos. Nicácio os canais e outras preciosidades "O car, até o fim, mau grado as caminhar, a que e a tor de men dicionário dns mo, premido por uma vaga e Barcelos reproduz retratos d? alagoanas, desceu começou tristezas que o assaltaram de- bater palmas terríveis aos ora- coisas da Amazônia*'. Tendo-se as dores reais e imagina- imprecisa esperança de longín- Raimundo e de Alberto, em que pois, repouso, eternamente lnsa- Silvestre de Lima é dores, aos poetas e às cantoras feito talvez o mais famoso dos rias que sofreu, o vício fatal em quo proclama- vieram depois dele. A' sai- tisfeita: do grande poeta e talentoso ca que escritores da Amazônia, no que resvalou vertiginosamente, da deu-me um encontrão, se- Mo- um doce e ingênuo bucolismo, marada. atual geração, Raimundo "Andar e sempre andar! O globo In- gurou-me um braço e impediu raes morna, entretanto, na que é uma das notas dominan- [telro Nessa página, que é lnteres- que me despencasse pela esca- tes de toda a sua obra e como Pendido atravessar como Calm! santíssima, encontramos várias da abaixo. Desculpou-se por me maior pobreza. Paupérrima }i~ Não achar um repouso, um termo, muito que. por vezes, a ilumina da [um fim revelações pitorescas haver empurrado, agradeci ter- cou sua filha, Míriam de Mo* mesma o céu en- nio descansa! Uma delas é esta: Silvestre de luz com que X dor que rói, lacera e me agarrado o braço e saimos raes, que foi a companheira galana a natureza para os dias Lima mostrava ao repórter re- juntos pela rua do Sol. Repe- E jamais antever nn» esperança de Alberto, Raimundo. dele, dc trabalhos, a sita secre- de festa. luz na escuridão tratos tiu pouco mais ou menos o que Uma réstia de Ney, Filinto de Almeida, tária, a sua colaborador a. O Mas outro fato vai marcar. Uma voz que me rafa de perdão Paula tinha dito no discurso e af.r- . E o bronzeo selo dagonia! e acrescentava que todos ti- único bem o escritor lega" mais poderosamente, talvez, o parta mou que adorava o Brasil. que nham sido tirados de graça. ²Ah! eu vi va à era a casa da rua esntrlto em to-mação do poeta da "Não perfeitamente família e Mas o desejo ardente pat. nos custaram nada, ára- que o senhor é patriota. Gcncralíssimo Deodoro, onde, que se refletirá insistentemen- dele se esquiva, de quando ao Filinto, era te em sua e na sua pró- que ças que gerente Foi a conta. há dois anos, Raimundo Mo- poesia em vez tornava a assaitá-lo: de da fotografia". Outra noa ²Quem não é, meu amigo? já pria vida. Tinha ele dez anos. de telicl- raes enfermo da novo, nova esperança curiosissima dizia respeito a Nesta hora trágica em que a gravemente quando seu pai, o dr Emüla- uma felicidade que está Corrêa. A informa diabetes liavia de matá-lo, ho. é nomeado de direito dade, de Faimundo sorte da nacionalidade está em que Juiz lonjre e que é preciso ir buscar, ção de Silvestre de Lira é 4ue visitado sr. Getulio em catalão, na longínqua pro- de jogo... foi pelo punha-lhe toda vez o bordão Raimundo possuia o título de ²Efetivamente, murmurei, Vargas, na excursão t. vincia de Goiaz- mão e toca, então da Casa Imperial gue peregrino na Moço Fidalgo as coisas andam pretas. exeia. ao Norte. Essa Mão podia levar a familia pa- a andar: — embora, em seu republica Conversa vai, conversa vem fazia fa tão levou Luiz mesma casa acaba de aluir, em longe. Mas nismo, fizesse questão de qut* f quei sabendo por alto a vida, Nicolau, que lhe faria compa- "Eh oucro andar! Eu sei qne rm fu ninguém o souoesse... o nome e as intenções do ho- parte. nhia. lembrar-lhe-la familia [ttiri a rosas do amor,amor. im"inda Ni ner« o des rapa- mem. Família rica. Tavares & distante enquanto lá estivesse Itirtít há Gesto simpático O pensamento dos escritores "Tal [fume' zes de Planalto, de trazerem de Cia., negociantes ¦ de secos e brasileiros, apresentaram o na.ue.le3 ermos do sertão Há sonhos de encantar molhados, donos de que viaeem, novo à tona. depois de tanta prédios. sr. da feita nas condições em esquecimento, o velho membros influentes da Asso- memorial an presidente oue pai e filho a fizeram err. Foi um agitado, nm andar!- anos cie que, hoje afastado das ciação Comercial, eram uns ra- República, ê que, naquela casa 1151 _ diz-nos Edgard Cava- lho perene e infatieavel: pai- poeta Deodoro, lheiro léguas nn sua mania competições às vezes tão aze- tos. Quando eu passava pela da rua Gcncralíssimo na sua recente e notável milhava meios literários, vive rua do Comércio, via-os por obra sobre Fagundes Varela — ambulatória, sem destino certo, das dos sob a invocação de Raimundo de em seu retiro, só para a sua fa detrás do balcão, dois sujeitos e sob a de Mi- deixaria fundas cicatrizes no pela simoles necessidade seus carrancudos, vestidos Moraes guarda esnirlto e de fu

OPINfOES DE ESCRITORES ranasco

»iC^™™"^r™^S^^'^ivH aw •^r J^r ^^^r ^âfl ' opiniões de Joaquim de Ces tro Nabuco sobre A 11 dc ^c.embro úc ISo?. nus- cia na Baía um menino que ea* tava destinado a conquivtai um grande nome e a formar uma eseda dc discípulos aten*o& **¦ cheios de veneração. Era Fran- 1 cisco de Castro. Desde mivto A primeira vez que o egoísmo criança mostrou ele possuir um abriu lugar à dedicação e o ho- temperamento grave e sisudo, mem estremeceu pela sorte dos uma inclinação inevitável vara seus. o sentimento de depen- os grandes estudos clsntiiicos. coração e dência entrou-lhe no "Pri- Fez-se médico, grangeanüo. des- assim a religião nasceu. de os bancos acadêmicos, uma mus in orbe deus tecit timor". invejável fama de talentoso e Foi o medo que tez os primeiros estudioso. deuses, o medo amor. por W J Veio para o Rio, c aqui, a sua fama cedo se consolidou, como homem dc letras e como ho- A religião é somente o pátrio Guerra Junqueira mem de ciência. Poeta ainda poder divino. Ela não nos dei- inspirado em temas e modzlos za livres no sentido de escapar- Abilio Guerra Junqueira, o do Romantismo, publicou en- mos a toda e qualquer sanção poeta cuja glória Portugal (e cantadores versos. Reuniu-as exterior. E' livre, porem, 1 com:- num volume, ao deu o '*- quem com Portugal, o Brasil •'Harmoniasqual entende que submeter-se volun- mora hoje, nasceu em Freixo- tulo de Errantes" e tariamçnte aos moveis mais de-Espada-Cinla, em 17 de se- que foi publicado com prefácio elevados ão nosso livre arbítrio tembro de 1850. Não seria difi- de Machado de Assts. Já era o ê a única forma verdadeira da cil reduzir a algumas datas e a escritor co^tiço e puro, que ha- liberdade pessoal. alguns fatos característicos a via de impor-se à sua geração vida dele. Mas a biografia dos como urn modelo. poetas não se conta peías da- Mas ev>sa atividade literária Sc um dia sentirdes os do- tas e nem pelos fatos vulgares era nm pouco lateral, no espiri- Opiniões sobre escritores: gmas que acreditáveis vos cai- da rotina da vida: sim. pela t0 de Francisco de Castro. Por- rem mortos aos pés, não penseis penetração e pela vastidão da oue 0 qUe e\e era precipuamen- que ali estão, rompidos, os gri- ação intelectual que tiveram, te, o que ele era, em sua pró- Opiniões sobre Joaquim Nabuco Ihões da vossa inteligência; E do poeta cuja glória hoje piia essência, era o homem de muito pelo contrário, a escravi- evocamos, essa atuação foi ciência, era, sobretudo medi- co. Muito moço, lente da ca- De FAGUET: richesse, parfois la hardiesse de dão começará então para vós, e imensa, em penetração e om foi ses métaphores, a peior forma de escravidão, extensão. Guerra Junqueira é deira de Clínica Propedêutica le coloris de da nossa Faculdade de Medi- Nabuco excelle á trouver une son style, décèlent Vorigine tro- aquela em que mudais cada dia Um dos poetas mais ricow que tmage neuve, brillante, de senhor. As Danaides. Tanta- os latinos teem produzi- cina. Em 1901 foi diretor da forte, picale de Vauteur. povos também, ao pour exprimer une pensée que lo, Laocoonte, Sisifo. podem to- do, e um dos mais ricos que mesma. Pertenceu, dos ser tidos como- alegorias da Nele Instituto Sanitário Federal. En- tout te monde peut avoir, mais De MACHADO DE ASSIS: teem existido no mundo. que fort peut auraient avec un dúvida. teremos o que quisermos. Eis tremeiada com sua atividade de tour d'esprit aussi heureux. é o mais suave dos liricos, ne*-.- mestre, ia exercendo também a Pensamentos valem e vivem sua atividade de escritor, em observação exata ou nova. sas páginas maravilhosas da * * *- pela "Musa em Férias". E' o pan- livros de assuntos médicos. Sua pela reflexão aguda ou profun- A religião está ao alcance de bibliografia, se não é muito ex- da; não menos a origt- todos os espíritos, e só ela im- fletário violento, nessas págl- Joaquim (sic) — querem nas veementes da -Velhice do tensa, é sempre de primeira or- Nabuco êvi- nalidade, a simplicidade e a pede a aspiração humana de "Da das Fun- êemment un pseudonyme — est gra- na do inco- Padre Eterno", poesias em que dem. Correlação ça do dizer. Tal é o caso deste perder-se ascensão ções". "O imienfo Abel Parente Un homme qui doit approcher seu livro. (Refere-se às "Pen- gnosctvel. Ficando em determt- desafia os homens e o próprio de la soirantaine, a eu une Deus. E' o moralista âsp3r.\ no ponto da Medicina Legal e qui sées detachées"). Todos virão a nada altura a Unha do mistério, da Moral Pública", "Tratado de ires forte éducation franco- ele, atraídos substância, ela impôs um limite à imagina- nessas apóstrofes de fogo da englaise, pela Morte de D. João". Enfim, Clinica Propedêutica" eis os qui a eté fortement que é aguda e muita vez pro- cão racional, que è a zona habi- emu pour un temps par Cha- e tavel do pensamento. esse poeta de múltiplas facetas teaubriand. funda, encantados da forma, tudo foi, dentro da E par Shelley et par que é sempre bela. Há nestas poesia. Renan. pour toujours par la Bi- a história alternada da é bem verdade que em sua ble; n'ignore, du reste, ni páginas época só se comparar ?. qui influência religiosa e filosófica, Mesmo na religião, há umo. pode ta philosophie aVemande ni Au- da observação jnoral e estética, Vitor Hugo, que, como ele, ma- Comte, a une zona só accessivel às naturezas nejou todas as formas da custe qui passe e da experiência pessoal, já ago- muilo excepcionais, capazes de poe- partie de sa vie, probablement ra longa. O seu interior está sia, e todas senhorilmente. dans des diplomati- respirar o ar rarefeito do Espí- fonetions aqui aberto às vistas por aque- rito. São 7iecessários os misté- Para um crítico brasileiro quês, au Brésil, qui a moins la lapidaria a memô- escrevesse sobre Guerra écrit lu et moins lu ré- forma que rios, mas a humanidade nâo foi que que que ria retém melhor. Idéias de in- nem no moral nem no Junqueira haveria um tema fléchi. qui s'est fait ainst une feita, fi- finito e de absoluto, V. as ins- sico, par habitar os cimos da sugestivo: precisar a influén- três forte oríginalitê d'esprit, creve de modo direto ou suges- cia que ele exerceu entre os eu il entre nn de btzzarrer- terra. As grandes alturas são a peu tivo, e a nota espiritual é ain- região da esterilidade. nossos poetas. Essa influência Tie, et qui aime à écrire des da a característica de suas foi grande, e em certo momen- "pensées detachées" à la pá- ma- glnas. Que em todas resplande 6 to foi predominante, mesmo nière de Nietszche, plutôt que ce um otimismo sereno e entre alguns dos nossos poetai des livres composés... forte, não obstáculo nâo é preciso dizer-lho; melhor A religião é a máximos. E' verdade que ,fl o sabe, porque o sente deveras. alegria alguma, a liberdade al' Guerra Junqueiro tem sido da- \v*7'y|Ê Do BARÃO DE COURCEL: Aqui o veio confessado e claro, guma. São os sistemas negati- do como um imitador de Cas- até nos lugares alguma tris- vos, que, quando lançam se- tro Alves. Mas, também, como de o St la langue dont se sert M. teza ou desânimo, pois a triste- mente no espírito, vão aba- e transparente a influência Nabuco est d'uns correction za è factlmenfe consolada e o fando. lentamente, à maneira dele num Olavo Bilac. num parfaite, si la coupe de ses desânimo acha depressa um de lianas, parasitas, que, de ga- Vicente de carvalho, num Al- phrases est bien française, la surto. lho em galho, enlaçam a árvore berto de Oliveira, em quasi to- e a dessecam. Mas a fé é um dos os nossos poetas da gera- pássaro que pousa no alto da ção dos fins do século passado! e canta nas horas em Continuação da página 94 le-nos ao menos essa última folhagem, Guerra tem alguns que Deus escuta. Junqueiro livros técnicos que ele publicou. da sit nação liberal abre verdade, que proferiu da tribu- laços de ligação conosco, os Depois de sua morte apareceu queda brasileiros. Tem, em coleção dos seus admiráveis o mais bri- na dn Senado, como um e.xtre- primeiro a 4 assinala período lugar, aquela magnífica poesia, "Discursos", para a qual Rtiy ikartte da sua vida parlamentar, mo apelo à posteridade que lhe Nem a religião escapa à lei da feita em beneficio das vítimas Barbosa escreveu um belíssimo há de guardar, perpétua, a m*r- gravidade terrestre. Esta lei, da seca do Ceará, em que ele prefácio. Na tribuna do Senado brasi- mória: ela, chama-se caridade. para afirma que hoje não é mais Francisco de Castro foi mem- teiro, o tinha alguém morrer de fo- parecia que povo — "O possivel bro da Academia Brasileira de delegado a defesa das suas as- tempo dará rasão a 8 me pedindo esmola na m^nia Letras, tendo sido eleito na va- -firações e dos seus senttmcH- quem a tiver!*' O pensamento deve elevar- língua em que a pediu Camões. ga de Visconde de Taunay, pa- se; o coração na terra. E tem. em segundo lugar, esse ra a cadeira n." 13. Morreu sem tos, os mais palpitantes e gene- Jamais, em toda a sua carrei- ficar outro laço — foi ele um dos tosos, a José Bonifácio, cujo ra desde a Câmara ter tomado posse e foi substitui- política, 9 primeiros membros correspon-i0 por Martins Júnior. Tam Verbo inflamado e vigoroso era temporária ate a vitalícia, vi- dentes que a Academia Brasi-bem Martins Júnior faleceu an- tomo a arma ante a ram-se os seus triunfos assentes O Positivismo chama-se a Re- Ieira escolheu, quando crioutes de ser empossado. Depois formidável ligião da Humanidade, mas o recuavam, vencidos, os sobre a hecatombe da reputação esse quadro.da morte ie Martins, sentou-se qual Cristianismo já há dois mil anos seus adversários. Travou ei" dos seus contrários. O O grande poeta nunca visitouna cadeira n-° 13 Souza Bandei- presli- é essa religião, aquela em que o o Brasil. Teve de virra, muito tempo teve então um combate ardente e de sempre nun Deus morre ho- projetos que pouco ffio que gozara, próprio "Ecee pelo aqui, mais de uma vez. masde acadêmico. Nela senta-se Porfiado. pé a pé e face a face, ca lhe custou o sacrifício do mem. homo" pode bem nunca em realiza- hoje o sr. Hélio Lobo, elet- ser sua divisa. pode pô-los que. tom o obscurantismo inteiro, e prestigio alheio. Esse falo não Cão. to ao beirar os trinta anos. as- mo a causa tio deve desapercebido àqwc- Morrendo em 1923. foi leva- sumiu a grave responsabilidade qual progresso passar 10 de tiesmoraHzar o azar do "fau- sempre o viu vencedor e aurcn- les, as terríveis do para os Jerônimos, o Pan- que pesam A ciência ê realmente o espe- teuil" fatídico... lado; um combate cujo rude es- afrontas a que estão sujeitos, e teão Nacional de Portugal, on- lho do infinito, porem um es- de ainda se encontra. Francisco de Castro deixou trtdor ainda fere vivamente os sob as quais muitas reses su- pelho quebrado em pedacinhos uma tradição de bondade e de ouvidos da nação, enchendo-a cumbem. as nossas glórias po que só a religião pode recom- suavidade extrema, e seu gran- 4e nobre c santo entusiasmo. II ti cas. por. a perceber, de mostrar, certa de exemplo ainda hoje é cons- tendência para assumir o lugar tantemente lembrado, na exal- Se nem sempre ria luta saiu A de José Bonifácio erigiu-a 11 de Quem as concebeu.tação carinhosa dos discinulo*. "Divino tem rasgões a sua púrpura tma- ele por si, por seus méritos pes- Os sábio», com efeito, não fa. 12 O Mestre", é como mui- culada e se, por veses, vimos a soais, independentemente? — in- zem mais do que inventariar a tos lhe chamam. Podemos dizer Criação exibindo cada dia, com infelizmente para a ciência, que a geração atual dos médicos convicção, que era transmitida dependentemente mesmo do re- o nome maior abundância de minúcias, depois ie inventariar o infinito, brasileiros ainda conserva por sua palavra inspirada e elo- dessa ilustre família a que toda a riqueza ie Deus. Nâo restaria Inventariar a eternida- culto iesse admirável vulto, quente, abafada pela massa bru- pertencia, e da qual era o mais deixam, porem, quando tratam de. "ais só o eterno pode negar que ficou sendo uma espécie ie 1* do voto irresponsável, conso- fnijanle e inflorado renova. ie coisas que são os primeiros o eterno.patrono deles todos.