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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA TV TRANSMÍDIA: O FUTURO DA TELEVISÃO NO BRASIL Sabrina dos Santos Monteiro ORIENTADOR: Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2017 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA TV TRANSMÍDIA: O FUTURO DA TELEVISÃO NO BRASIL Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Transmídia - Gestão de Mídias Digitais Por: Sabrina dos Santos Monteiro Rio de Janeiro 2017 3 AGRADECIMENTOS A Deus, por me iluminar todos os dias. Aos meus pais e irmão, pelo apoio, carinho e compreensão. Aos professores do curso, por dividirem o seu conhecimento conosco. À professora Cristina Barbosa, pela inspiração para esta Monografia e pelas melhores aulas que assisti durante o curso. Aos meus colegas, pela troca de vivências e por tornarem esta jornada mais divertida. Ao professor Nelsom, pela orientação. 4 DEDICATÓRIA A Deus. Aos meus amados pais e irmão, pela força, a presença e o incentivo. Aos amigos que fiz durante o curso e que levarei para toda a vida. A todos os que ajudaram a escrever cada capítulo da história da televisão brasileira. A todos os que contribuirão com os próximos capítulos da história dessa poderosa mídia massiva. 5 RESUMO Este trabalho aborda a história da televisão do seu surgimento até os dias atuais, com foco nas transformações ocorridas com a convergência midiática e no modo como essas mudanças geraram um amplo debate sobre as novas formas de produzir comunicação televisiva. Alguns teóricos imaginaram que a televisão deixaria de existir na era digital, o que na prática, não se comprovou. Este projeto evidencia que a televisão não será extinta e sim, cada vez mais interativa, mostrando que a televisão transmídia é o presente e o futuro do principal meio de comunicação brasileiro. 6 METODOLOGIA Este estudo visa analisar as mudanças ocorridas na mídia televisiva a partir da sua convergência com outras mídias na era digital e abordar as discussões teóricas que marcaram o tema. O assunto foi abordado com base nas maiores referências bibliográficas acerca do tema, como a produção dos autores: Henry Jenkins (2009), Toby Miller (2009), Newton Guimarães Cannito (2010), Ana Paula Goulart Ribeiro (2010), Mario Carlón (2014) e Yvana Fechine (2014), além de muitas notícias sobre o assunto divulgadas em sites da web. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I O surgimento e a evolução da televisão no Brasil 10 CAPÍTULO II A convergência entre mídias 39 CAPÍTULO III A TV transmídia 50 CONCLUSÃO 63 REFERÊNCIAS 65 BIBLIOGRAFIA 69 WEBGRAFIA 70 ÍNDICE 77 ÍNDICE DE FIGURAS 79 8 INTRODUÇÃO A televisão surgiu como uma caixa de criar e transmitir ilusão aos então apelidados, telespectadores, mexendo com o imaginário da população décadas antes de efetivamente ser criada. Geralmente, o termo televisão é empregado tanto ao meio de comunicação (assunto desta monografia) quanto ao aparelho transmissor de imagens. A palavra televisão surgiu bem antes do invento do aparelho transmissor, em 1900, durante um congresso em Paris, quando um pesquisador descreveu um equipamento à base de selênio que conseguia transmitir imagens. O título da sua tese era o resultado da mistura da palavra grega tele, que significa longe e da palavra videre, de origem latina, que significa ver. A partir de 1947, a palavra televisão foi abreviada para TV. Ao longo dos seus 66 anos de existência, a televisão, que inicialmente era uma incógnita, se tornou o maior e mais poderoso meio de comunicação de massa do país e do mundo. Foram várias transformações e um grande desenvolvimento ao longo de décadas. Com a chegada de novas mídias e principalmente com a popularização da internet, a audiência televisiva e seu domínio se viram ameaçados, surgindo vários questionamentos sobre o fim da televisão. Como uma mídia tão poderosa pode chegar ao fim? Seria mesmo o fim ou uma reinvenção? Para responder a estes questionamentos, este trabalho foi dividido em três capítulos. No primeiro, serão abordados o surgimento e a evolução da televisão como forma de entretenimento no Brasil, as diversas transformações pelas quais esta importante mídia passou, bem como a discussão de alguns pesquisadores do tema sobre o fim da televisão. 9 Em um segundo momento deste trabalho, será estudado o fenômeno da convergência da televisão com outras mídias e como esta ocorrência afetou o modelo de televisão existente, modificando a relação entre o telespectador e o meio de comunicação massivo e consequentemente, o modo de se produzir programação. No terceiro capítulo desta monografia serão analisados o surgimento e a importância dos movimentos e produtos transmidiáticos para a TV brasileira e como as emissoras televisivas reagiram a essa novidade em tempos de pouca atenção e disponibilidade do telespectador com relação à programação oferecida. Em um momento no qual os meios massivos de comunicação parecem caminhar para o seu fim, esse trabalho é relevante para fomentar o debate, a pesquisa e contribuir como produção acadêmica sobre as novas formas de pensar e fazer comunicação televisiva na era digital. 10 CAPÍTULO I O SURGIMENTO E A EVOLUÇÃO DA TELEVISÃO NO BRASIL A televisão surgiu para completar um sistema, o dos meios de comunicação de massa, que começou com o surgimento do livro, posteriormente, da imprensa no século XIX, o aparecimento do fonógrafo, seguido da chegada da fotografia, o advento do cinema e do rádio. Nesse sentido, o último grande meio massivo que surgiu no século passado foi a televisão. A partir da cronologia da Televisão no mundo, notamos o quanto a TV demorou a chegar no Brasil (1950), mesmo já fazendo parte do cotidiano da população da Inglaterra (1936), Estados Unidos (1939) e França (1947). Na Europa, a televisão nasceu como um meio unidirecional ligado ao Estado e seguiu assim por anos. Já nos Estados Unidos da América, a televisão, desde a sua criação, sempre foi pensada de modo comercial. E foi esse tipo de pensamento mercantil que trouxe o invento para o Brasil, como uma fábrica de criar ilusões e de vender audiências para os anunciantes. Antes mesmo de iniciar suas atividades no país, a televisão, assim como o cinema, já mexia com o imaginário das pessoas, como nos mostra o anúncio de 1944 da empresa General Electric, com destaque para o título, “A eletrônica trará a televisão ao nosso lar”. Um trecho do texto do anúncio publicado na Revista Seleções do Reader’s Digest, em janeiro de 1944: Faz anos que a General Electric vem construindo aparelhos transmissores de televisão para uso experimental. Da sua estação WRGB, em Schenectady, uma das maiores do mundo, são irradiados anualmente programas educativos e culturais. Depois da vitória, graças a experiência adquirida durante os anos de guerra, os receptores GE permitirão V.S. convidar à sua casa seus amigos e parentes para assistir uma ópera ou um filme cinematográfico transmitido por televisão. 11 Fig. 1 – Anúncio da General Electric, de 1944 Fonte: História da Televisão no Brasil (RIBEIRO et al., 2010, p.22) 1.1. A história da televisão no Brasil A televisão surgiu no Brasil no dia 18 de setembro de 1950, com uma cerimônia inaugural e o discurso do seu principal empreendedor, o jornalista Assis Chateaubriand1, que fez questão de agradecer aos anunciantes 1 Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 40 e 50. Nasceu na Paraíba em 1892, cursou a faculdade de Direito, mas acabou se rendendo a sua paixão pelo jornalismo. Em 1915, se mudou para o Rio de Janeiro e em 1924, investiu em “O Jornal”, que foi o primeiro passo para se tornar o proprietário de outras empresas de mídia impressa, rádio e televisão, formando o conglomerado brasileiro “Diários Associados”. Foi o visionário da televisão no Brasil, trazendo equipamentos, aparelhos televisores e inaugurando a primeira emissora de televisão brasileira em 1950. Na década de 60, “Chatô”, como era conhecido, estava muito endividado junto com o seu conglomerado das comunicações, sofrendo uma trombose que o deixou paralisado e comunicando-se somente através de uma máquina de escrever adaptada. Faleceu em 1968, sendo velado no hall dos “Diários Associados”. 12 que tornaram possível a realização do sonho de fazer televisão em solo nacional, graças a um ano de venda de espaço publicitário: Este transmissor foi erguido, pois, com a prata da casa; isto é, com os recursos de publicidade que levantamos sobre a prata Wolff e outras não menos macias pratas da casa: a Sul América, que é o que pode haver de bem brasileiro; as lãs Sams, do Moinho Santista, arrancadas ao coro das ovelhas do Rio Grande e, mais que tudo isso, ao Guaraná Champagne da Antarctica, que é a bebida dos nossos selvagens, o cauim dos bugres do Pantanal mato-grossense e de trechos do vale amazônico. Atentai bem e vereis como é mais fácil do que se pensa alcançar uma televisão com prata Wolff, lãs Sams, bem quentinhas, Guaraná Champagne, borbulhante de bugre e tudo isto bem amarrado e seguro na Sul América, faz-se um bouquet de aço e pendura-se no alto da torre do Banco do Estado um sinal da mais subversiva máquina de influir na opinião pública – uma máquina que dá asas à fantasia mais caprichosa e poderá juntar os grupos humanos mais afastados. (RIBEIRO et al., 2010, p.18-19) O discurso nos mostra que a televisão era vista, já nos primórdios, como uma “máquina” para influenciar a opinião pública e ao mesmo tempo, diminuir as distâncias, além de dar asas às fantasias do público. 1.1.1. Anos 50: o improviso da experiência televisiva A primeira emissora de TV brasileira foi inaugurada junto com a experiência de se fazer televisão no país, em 18 de setembro de 1950: a TV Tupi Difusora de São Paulo – prefixo PRF-3.