Conceitos E Enquadramento Teórico 7
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Índice Agradecimentos i Resumo ii Abstract iii Índice 1 Introdução 3 Capítulo I – Conceitos e enquadramento teórico 7 1 –Património cultural, desenvolvimento, paisagem e turismo urbano 7 1.1O património cultural 7 1.1.1 O conceito de património - da simplicidade dos primórdios à versatilidade 8 contemporânea 1.1.2 A noção de património histórico urbano. Cartas, convenções, resoluções e 9 recomendações 1.2 A paisagem 13 1.2.1 A complexidade do conceito 13 1.3 O património e o desenvolvimento: a importância do turismo urbano 15 1.3.1 O desenvolvimento – concepção actual 15 1.3.2 A preservação e valorização do património como factor de desenvolvimento 20 das cidades históricas 1.3.3 Do novo paradigma turístico às dinâmicas territoriais contemporâneas 22 Capítulo II - A paisagem cultural do Porto e o planeamento da cidade 32 2- O contributo das dinâmicas culturais e territoriais para o desenho da cidade 32 2.1 A paisagem cultural urbana 32 2.1.1 O Porto património - o percurso para a contemporaneidade 33 2.1.2 O Porto rural 59 2.1.3 O Porto cosmopolita 64 2.2 O desenho urbano 73 2.2.1 Da renovação almadina ao planeamento estratégico 73 2.2.2 Projectos urbanísticos de impacto nas dinâmicas turísticas 81 1 Capítulo III - Turismo urbano - avaliação do panorama actual na cidade do 91 Porto 3 – Avaliação dos desafios e oportunidades da cidade 91 3.1 Instrumentos 92 3.2 Diagnóstico 99 3.3 Propostas 120 Capítulo IV- Considerações finais 133 Bibliografia 136 Apêndice Fotográfico 141 Anexos 149 Índice de anexos 156 Índice de figuras 156 Índice de quadros 157 Índice de fotografias 157 Lista de abreviaturas 158 2 Introdução Nos quadros actuais de desenvolvimento regional e local, o Património constitui uma plataforma versátil de estratégias e lógicas de crescimento que rentabilizam os recursos endógenos. Por isso mesmo, “assistimos a uma explosão patrimonial que se manifesta em todos os domínios: cultura, sociedade, política, ecologia” (Lacroix, 1997, p.16). Em contexto urbano, o Património cultural, quando pensado como uma estratégia económica, é passível de proporcionar vantagens competitivas realçando um território face a outro, facilitando a integração em espaços económicos mais alargados. Contudo, apesar da multiplicidade de estudos e da literatura existente, a “descoberta do valor patrimonial da cidade é incrivelmente recente, só acontece no século XIX” (Salgueiro, 2005, p. 259) o que denota a complexidade que lhe está associada. A cidade é um espaço privilegiado de afirmação cultural e identitária num Mundo globalizado e aparentemente uniformizado. São as especificidades locais e a sua valorização, por vezes inflamada, que lançam as cidades para um lugar de destaque no panorama nacional e até mesmo internacional. Esta crescente necessidade da valorização do lugar gerou, segundo Peixoto (2002) citando Martin-Granel (1999), uma verdadeira “patrimomania” e a corrida ao estatuto de Património Mundial da Humanidade, como é o caso do Centro Histórico (CH) do Porto, classificado em 1996. A rotulação que cativa visitantes em grande abrangência não fica apenas pela “corrida ao status de património mundial” (Peixoto, 2002) mas também pela aposta no complexo e significativo evento Capital Europeia da Cultura (CEC) conseguindo o Porto em 2001 o seu lugar de destaque. É nesta lógica que as cidades se projectam e entram nas dinâmicas competitivas de captação de recursos e turistas, produzindo eventos de abrangência considerável, criando infra-estruturas e entrando num ciclo de fabricação da imagem de marca e de um conjunto de tradições e características identitárias. É um processo ao qual todo o mais subtil pormenor é alvo das mais rebuscadas exaltações e hipervalorizações construindo aquilo a que se pode chamar de fachada do lugar. A aposta no marketing cultural urbano trouxe não só as vantagens de uma estratégia promocional bem concebida mas, em contrapartida, dificilmente evita ou minimiza a artificialização da imagem da cidade. Estes eventos como a CEC podem ser factores de mudança substantiva e estrutural da imagem da cidade, tal como aconteceu com Barcelona em 1992. O emergir das cidades enquanto foco da atractividade cultural, patrimonial e turística prende-se com um novo entendimento acerca das mesmas fazendo parte de um processo de “nacionalização do passado” e constituindo-se “frequentemente um potente veículo para a expressão da identidade nacional”1 (Lew, 2004, p.215). É neste sentido que cada vez mais se encetam processos de valorização das especificidades identitárias, geossímbolos, ambientes, 1 Tradução nossa 3 sonoridades, elementos de distintividade e as lembranças que orientam o nosso sentido de pertença e o nosso quotidiano. Segundo Luchiari (2007) são dois os factores que conferem identidade às paisagens: um é a escala de análise – as paisagens possuem significados diferentes e amplamente subjectivos resultantes de uma complexa realidade cénica e funcional e da herança das dinâmicas naturais, o outro é a cultura. E aqui reside um dos vectores do nosso estudo - as paisagens culturais urbanas – que descrevem a forma de pensar do lugar, possibilitam a experiência e inspiram reflexões e movimentos idealistas. As paisagens culturais urbanas estão impregnadas de dinâmicas simbólicas que se traduzem na forma de apropriação do espaço e na maneira de pensar, sentir e construir a urbanidade. Neste sentido, o exercício propõe-se a dar resposta à pergunta: Que paisagens tem o Porto?, e se estão a ser aproveitadas nas estratégias promocionais de turismo e de marketing do lugar que em convergência com o planeamento estratégico da cidade, consigam “a construção de imagens com capacidade de diferenciação face a outras cidades (Neves, 1996,p.97). Assim, constitui objectivo geral da dissertação perceber o magnetismo das cidades Património Mundial no âmbito do turismo urbano, quais os factores mais importantes na percepção do Porto enquanto cidade marcada pela diversidade através da valorização das paisagens, das experiências estéticas mais profundas, e do entendimento da cidade enquanto espaço de confronto com o outro e de espaço de afirmação de singularidades num contexto de diversidade cultural. A metodologia de investigação assentou, numa primeira fase, na selecção de material bibliográfico. Esta pesquisa permitiu a construção do esquema mental da dissertação, orientando a reflexão para clarificar o objectivo específico do trabalho. A posterior análise bibliográfica teve como objectivo sistematizar e clarificar conceitos cruciais abordados ao longo da dissertação como é o caso do património cultural, da paisagem, do desenvolvimento e do turismo urbano. Concluída a abordagem teórica, estabeleceu-se uma ponte entre esta e o estudo do caso, analisando a paisagem cultural urbana do Porto e com posterior abordagem aos projectos urbanísticos de relevo, uma vez que consideramos que as dinâmicas turísticas e de lazer estao intimamente ligadas à qualidade urbanística. Para um estudo mais incisivo a nível das intervenções na malha urbana e, dado que a cidade do Porto não possui um plano estratégico, utilizaremos o plano de monitorização do Centro Histórico da cidade do Porto, cuja realização foi proposta pela UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization), assim como as iniciativas do Programa Polis, enquanto modelos de gestão que não substituem a existência do Plano da Cidade. Paralelamente procuramos dados sobre o que está proposto a nível turístico para a cidade junto do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) e de dois organismos como a 4 Entidade Regional de Turismo (ERT) e a Associação de Turismo do Porto (ATP). Para o estudo da paisagem da cidade do Porto procedeu-se à identificação dos elementos, dos agentes e das personalidades mais significativos que marcam a cidade, percebendo que geossímbolos podem funcionar como atractivo ou como elementos-chave de uma estratégia de marketing urbano, articulando a cidade com a escala internacional. Esta abordagem evolui em duas dimensões: a macro e a micro uma vez que o estudo vai da peça arquitectónica, do mobiliário e do conjunto urbanos, à pessoa que em determinada época deu o seu contributo à cidade. Além disso procuramos fazer uma absorção imaterial da cidade, ou seja, fazer uma observação permeável das vivências, das cores, das rotinas que agitam pontos cruciais da cidade, da mutabilidade impulsionada pelas festividades e pelas estações do ano, a sua carga simbólica, a força dos lugares e as dinâmicas que os alimentam. Quanto à organização da dissertação, esta encontra-se estruturada por quatro capítulos. No capítulo I encontramos o enquadramento geral, abordando algumas questões da actualidade a nível da gestão do património, da evidenciação turística das cidades e do processo paralelo da valorização da imagem e das estratégias de marketing territorial. Apresentamos ainda o objectivo geral da investigação e a questão formulada seguidos da metodologia adoptada para a concretização da investigação. Ainda neste capítulo elaboramos um quadro teórico de referência que pode ser lido como tendo duas partes, dados os conceitos que definimos. Numa primeira parte tratamos os conceitos de património cultural e de paisagem. Numa segunda parte associamos as definições de desenvolvimento e de turismo urbano, não esquecendo a importância das novas dinâmicas territoriais onde se destaca o marketing das cidades. No segundo capítulo da dissertação, procedemos à caracterização da paisagem cultural da cidade do Porto e introduzimos num outro ponto o estudo das dinâmicas urbanísticas que a cidade tem conhecido e que podem ser cruciais no melhoramento da imagem da mesma e, por consequência, de grande importância na captação de fluxos turísticos diversificados. O terceiro capítulo apresenta o levantamento e estudo dos dados de índole turística avaliando o papel da autarquia, mais concretamente do Gabinete de Turismo, dos diferentes promotores como a ATP, a ERTPNP e do que se encontra estabelecido no PENT. Para completar o trabalho adiantamos algumas propostas que nos parecem viáveis para a cidade do Porto e que visam um novo entendimento das potencialidades da mesma. A marca Património Mundial é o que passa para o exterior, mas diz-nos pouco sobre a verdadeira essência da cidade.