ÁREAS COM ATIVIDADES MINÉRO- INDUSTRIAIS EXISTENTES E POTENCIAL PARA EXPLORAÇÃO Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-DE-RT-007

PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO-PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários

Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas

Parte 3: Integração Temática

Parte 4: Consolidação das Unidades

Governo do Estado de Mato Grosso – Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN) Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO – PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ÁREAS COM ATIVIDADES MINÉRO- INDUSTRIAIS EXISTENTES E POTENCIAL PARA EXPLORAÇÃO Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES

CUIABÁ

DEZEMBRO, 2000

GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/Jurídico-Institucional

MARILDE BRITO DE LIMA (Economista)

Supervisora do Tema

MARILDE BRITO DE LIMA (Economista)

JURACI OZEDA ALA FILHO (Geólogo)

Coordenação e Supervisão Cartográfica

LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisão do Banco de Dados

GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados)

VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC - Engenharia S.A.

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto) KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico) MARCO A. V. GOMES (Coordenador Técnico do Meio Sócio- Econômico/Jurídico Institucional) TÉCNICA

RAUL DE CARVALHO (Economista) HEALTHY KEN KOBASHI (Economista) GILSON EZEQUIEL FERREIRA (Economista) ROBERTO TAKADA (Administrador de Empresas) PAULO CÉSAR PRESSINOTI (Geólogo) EDUARDO VALE GOMES DA SILVA (Economista) NELSON HENRIQUE PRADO SILVA (Economista) LILIANE JANIKIAN (Geóloga)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 001

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 002

3. PANORAMA GERAL DA ECONOMIA MINERAL DE MATO GROSSO 017

3.1. ASPECTOS HISTÓRICOS 017

3.2. CONSOLIDAÇÃO DE DADOS SECUNDÁRIOS 021

3.3. ECONOMIA MINERAL MATOGROSSENSE NO PERÍODO 1980 - 1996 026

3.3.1. Aspectos Gerais da Produção Mineral 026

3.3.2. Mão-de-Obra Ocupada na Mineração 028

3.3.3. Tributação 032

3.3.4. Investimentos Minerais 034

3.3.5. Direitos Minerais 035

3.3.6. Reservas Minerais 042

3.3.7. Comércio Exterior 043

4. DIAGNÓSTICO DA ECONOMIA MINERAL MATOGROSSENSE 044

4.1. MINERAÇÃO FORMAL 044

4.2. O GARIMPO 047

4.2.1. Caracterização dos Métodos de Beneficiamento no Garimpo 051

4.3. MUNICÍPIOS COM TRADIÇÃO GARIMPEIRA 053

4.4. MOMENTO DE TRANSIÇÃO 060

4.5. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS 064

4.5.1. Areia 064

4.5.2. Água Mineral 068

4.5.3. Diamante 072

4.5.4. Calcário 076

4.5.5. Argila 081

4.5.6. Pedras Britadas 087

5. POTENCIALIDADES ECONÔMICO – MINERAIS ATUAIS 090

5.1. NÍVEL DE CONHECIMENTO GEOLÓGICO 090

5.2. PRINCIPAIS PROVÍNCIAS METALOGENÉTICAS E DISTRITOS MINEIROS 091

5.2.1. Províncias Auríferas 092

5.2.1.1. Características dos Jazimentos Auríferos nas Províncias Minerais e Distritos Mineiros 098

5.2.1.2. Mineralizações Auríferas Previsionais 099

5.2.2. Províncias e Distritos Diamantíferos 099

5.2.3. Província Carbonática Araras 105

5.2.4. Província Estanífera de Rondônia, Distritos dos Rios Madeirinha Roosevelt 106

5.2.5. Província de Fontes Termais 107

6. SÍNTESE DA ECONOMIA MINERAL E CARTOGRAMA 107

7. IMPACTOS DAS ATIVIDADES MINERADORAS SOBRE OS MUNICÍPIOS 109

8. OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO 110

9. CONCLUSÕES 113

10. BIBLIOGRAFIA 116

ANEXO

ANEXO I – MAPAS

A001 DISTRITOS MINEIROS DE OURO, DIAMANTE E ESTANHO E PROVÍNCIA CARBONÁTICA

LISTA DE QUADROS

001 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – OURO, 1997 008

002 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – CALCÁRIO, CAL E CIMENTO, 1997 008

003 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTO EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – PEDRA BRITADA, 1997 009

004 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDOS SUBSTÂNCIAS MINERAIS – AREIA, 1997 009

005 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – ARGILA, 1997 010

006 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – ÁGUA MINERAL, 1997 010

007 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – DIAMANTE, 1997 011

008 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – CUIABÁ / VÁRZEA GRANDE / CHAPADA DOS GUIMARÃES / NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, 1997 011

009 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – PONTES E LACERDA / NOVA LACERDA / VILA BELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, 1997 013

010 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – DIAMANTINO / ALTO PARAGUAI / NORTELÂNDIA / NOBRES, 1997 013

011 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – POXORÉU / RONDONÓPOLIS / JACIARA, 1997 014

012 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – MATUPÁ / ALTA FLORESTA / PARANAITA / ARIPUANÃ / CASTANHEIRA / JUÍNA / APIACÁS, 1997 015

013 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – POCONÉ, 1997 015

014 ESTADO DE MATO GROSSO – PRODUÇÃO ESTIMADA DE OURO 1982-1994 – PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES (em kg) 023

015 ESTADO DE MATO GROSSO – EXTRAÇÃO MINERAL – PRINCIPAIS MINERAIS E LOCAIS DE EXPLORAÇÃO – 1992 024

016 VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL, BRASIL, CENTRO-OESTE, MATO GROSSO, 1994-1996 026

017 VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL, BRASIL, CENTRO-OESTE E MATO GROSSO – 1996, PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS 026

018 QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO DOS MINERAIS NÃO- METÁLICOS – MATO GROSSO, 1996 027

019 VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL DO BRASIL E DO ESTADO DE MATO GROSSO – 1979-1996 028

020 DISTRIBUIÇÃO DA MÃO-DE-OBRA DO SETOR MINERAL – BRASIL E MATO GROSSO, 1987-1996 030

021 MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA MINERAÇÃO, SEGUNDO PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS – BRASIL E MATO GROSSO – 1996 031

022 MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA MINERAÇÃO, EM MINAS, SEGUNDO PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS – MATO GROSSO – 1996 031

023 MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA MINERAÇÃO, SEGUNDO PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS – USINAS, MATO GROSSO – 1996 031

024 ARRECADAÇÃO DE ICMS NA MINERAÇÃO – BRASIL E MATO GROSSO – 1996 032

025 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS – BRASIL E MATO GROSSO – 1996 034

026 INVESTIMENTOS EM ÁREAS DE LAVRA – BRASIL E MATO GROSSO, 1996 034

027 INVESTIMENTOS EM PESQUISA MINERAL – MATO GROSSO E BRASIL – 1994-1996 035

028 EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO DA ECONOMIA MINERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO, 1980 A 1996 037

029 RELATÓRIOS DE PESQUISA APROVADOS – MATO GROSSO E BRASIL – 1980 A 1996 039

030 LICENCIAMENTOS EXISTENTES – MATO GROSSO E BRASIL – 1980-1996 040

031 CONCESSÕES DE LAVRA EXISTENTES – MATO GROSSO E BRASIL – 1980-1996 041

032 RESERVAS DAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS METÁLICAS – MATO GROSSO – 1996 042

033 RESERVAS DAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS NÃO-METÁLICAS – MATO GROSSO – 1996 043

034 VALOR DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE DIAMANTES – 1994- 1996 044

035 RESERVAS GARIMPERIAS – MATO GROSSO – 1997 049

036 QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DE AREIA EM MATO GROSSO – 1980-1996 066

037 QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO DE ÁGUA MINERAL EM MATO GROSSO – 1980-1996 069

038 RESERVAS DE DIAMANTE – MATO GROSSO – 1996 072

039 QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DE DIAMANTES, MATO GROSSO – 1980-1996 075

040 EVOLUÇÃO DAS RESERVAS DE CALCÁRIO – MATO GROSSO – 1980-1996 077

041 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS RESERVAS DE CALCÁRIO – MATO GROSSO – 1996 078

042 QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DO CALCÁRIO – MATO GROSSO – 1980-1996 078

043 RESERVAS DE ARGILA – MATO GROSSO – 1980-1996 083

044 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS RESERVAS DE ARGILA – MATO GROSSO – 1996 083

045 PRODUÇÃO BRUTA E VALOR DA PRODUÇÃO DA ARGILA – MATO GROSSO – 1980-1996 084

046 DADOS DE RESERVA DE DIAMANTE, MINÉRIO SECUNDÁRIO, ADM – MORRO VERMELHO LTDA. NORTELÂNDIA – 1995 103

LISTA DE GRÁFICOS

001 VALOR DA PRODUÇÃO DOS MINERAIS NÃO-METÁLICOS – PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS, MATO GROSSO – 1996 027

002 MÃO DE OBRA OCUPADA NO SETOR MINERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO – 1987-1996 030

003 DISTRIBUIÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM ÁREAS DE CONCESSÕES DE LAVRA – MATO GROSSO – 1996 035

004 INDICADORES RELATIVOS A TRÂMITES DO PROCESSO JUNTO AO DNPM – MATO GROSSO – 1980-1996 038

005 SÉRIE HISTÓRICA 1980 – 1996 DOS LICENCIAMENTOS NO ESTADO DE MATO GROSSO 040

006 EVOLUÇÃO DAS CONCESSÕES DE LAVRA – MATO GROSSO – 1980-1996 042

007 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE AREIA, MATO GROSSO – 1980- 1996 066

008 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÁGUA MINERAL – MATO GROSSO – 1980-1996 070

009 EVOLUÇÃO DAS RESERVAS MEDIDAS DE DIAMENTE – MATO GROSSO – 1980-1996 073

010 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MATOGROSSENSE DE DIAMANTE – 1980-1996 075

011 EVOLUÇÃO DAS RESERVAS MEDIDAS DE CALCÁRIO – MATO GROSSO, 1980-1996 079

012 DISTRIBUIÇÃO DAS RESERVAS DE ARGILA – MATO GROSSO – 1996 083

013 PRODUÇÃO E VALOR DA PRODUÇÃO DA ARGILA – MATO GROSSO, 1980-1996 085

LISTA DE FIGURAS

001 DESENHO ESQUEMÁTICO DE GARIMPO DE BAIXÃO 050

002 DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM GARIMPO DE BALSA 051

003 ESQUEMA DE AMALGAMAÇÃO EM GARIMPO DE BAIXÃO 052

004 ESQUEMA DE AMALGAMAÇÃO EM GARIMPO DE BALSA 053

LISTA DE MAPAS

001 MUNICÍPIOS MINERADORES 004

002 MUNICÍPIOS COM ATIVIDADE GARIMPEIRA DE OURO 054

003 MUNICÍPIOS PRODUTORES DE AREIA 067

004 MUNICÍPIOS PRODUTORES DE ÁGUA MINERAL 071

005 MUNICÍPIOS PRODUTORES DE DIAMANTE 074

006 MUNICÍPIOS PRODUTORES DE CALCÁRIO 081

007 MUNICÍPIOS PRODUTORES DE ARGILA 086

008 MUNICÍPIOS PRODUTORES DE PEDRAS BRITADAS 089

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1. INTRODUÇÃO

O presente volume consolida os estudos realizados sobre a economia mineral propondo-se a oferecer uma visão integrada da atividade extrativa e de transformação mineral no Estado de Mato Grosso. As informações e análises sistematizadas procuram representar, também, uma contribuição para o planejamento mineral enquanto subsídio para a tomada de decisões. Neste sentido, foi elaborada uma avaliação do papel desempenhado pela mineração, assim como das variações ocorridas no período de 1980 até 1996, enfocando a extração e a transformação das principais substâncias minerais produzidas no Estado. A partir dessa análise e da sistematização das perspectivas do potencial do subsolo estadual, sugem-se algumas ações de políticas com vistas a colocar a mineração como instrumento de alavancagem do desenvolvimento estadual.

No contexto dos estudos sobre a Dinâmica Econômica do Estado de Mato Grosso, a apresentação dos resultados na forma de relatórios e cartogramas, foi organizada da seguinte forma:

− Estudos Setoriais • Zoneamento da Ictiofauna e Potencial Pesqueiro • Economia Mineral • Turismo • Economia Madeireira (Indústria e Potencial) • Agropecuária – Estrutura Fundiária e Tipologia do Produtor Rural. − Estudos Síntese • Caracterização da Base Econômica e de sua Dinâmica – Atividades Atuais e Potenciais • Consolidação da Base Econômica do Estado de Mato Grosso e sua Inserção nos Contextos Nacional e Internacional Os Estudos Setoriais são apresentados de modo individualizado e, no caso das atividades pesqueira e madeireira, juntamente com os levantamentos do Meio Biótico – Potencial Pesqueiro e Potencial Madeireiro, que fundamentam as possibilidades do desempenho econômico.

Os volumes síntese caracterizam e consolidam o conjunto da base econômica do Estado de Mato Grosso. Num primeiro momento esta análise mantém o partido setorial, procurando, com base nessa perspectiva, possibilitar uma caracterização do conjunto, com a indicação das principais atividades atuais e daquelas de maior potencial. Num segundo momento, a consolidação da base econômica abandona o corte setorial e é desenvolvida através da análise das principais cadeias produtivas presentes na economia estadual. Este é também o melhor caminho para integrar a economia estadual nos contextos da divisão nacional e internacional do trabalho, onde se articulam as cadeias produtivas no âmbito planetário.

Desse modo o trabalho ora apresentado, fruto de ampla pesquisa junto às empresas, aos órgãos públicos e a entidades não-governamentais e acadêmicas que interagem com o setor mineral estadual, representa a consolidação de um estudo de âmbito estritamente setorial. No mesmo são diagnosticadas a situação atual, a visão e as propostas do setor para

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levar a mineração estadual ao estágio pretendido. A idéia é a de procurar contribuir para que o Estado passe a contar com instrumentos eficazes para orientar suas ações no âmbito da indústria mineral, assegurando que esta atividade possa consolidar-se como instrumento de desenvolvimento.

A mineração destaca-se pela condição de desbravadora de fronteiras econômicas, abrindo espaços para o avanço da antropização de áreas ainda virgens e de novas oportunidades de investimentos. O papel pioneiro já se evidencia nos períodos iniciais da história do Estado de Mato Grosso, quando a exploração de ouro e diamantes revolucionaram a sociedade colonial, propiciando o surgimento de uma burguesia baseada nestes bens minerais. A mineração foi, indiscutivelmente, um dos principais agentes catalisadores de desenvolvimento e interiorização, pois motivou a implantação de indústrias de transformação, a abertura de vias de transporte e, como tal, é atualmente uma atividade prioritária em um Estado de grande superfície territorial como Mato Grosso.

No entanto, não é tarefa fácil incentivar a atividade de mineração. Tome-se, por exemplo, o fato de como são complexas as etapas a serem percorridas até se conseguir um depósito mineral cubado e em condições de ser explorado. Assim, entre a descoberta de uma ocorrência mineral e o início da produção da mina decorrem normalmente mais de cinco anos. Não é incomum que depósitos minerais complexos demandem décadas até se tornarem produtivos. Portanto, a atividade mineral opera com cenários de longo prazo, dependendo de regras estáveis para ser bem sucedida e produzir os benefícios econômicos e sociais que dela se exige.

Cabendo ao Governo parte da responsabilidade em fomentar a atração de investidores para o setor mineral, constatou-se a urgência de auxiliar a atividade mineira, tanto em termos de propiciar o conhecimento do subsolo e das técnicas necessárias à exploração mineral, como em termos de viabilizar fontes de financiamento de médio e longo prazos.

Por outro lado, contatou-se, também, a necessidade de promover o entrosamento entre os órgãos que atuam no setor mineral, não só para evitar superposição de esforços, como para que estes tenham funções complementares e possam, a partir de um esforço conjugado, melhor contribuir para o desenvolvimento da mineração estadual.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O enfoque metodológico geral adotado foi o de analisar o comportamento da economia mineral de Mato Grosso no período de 1980 a 1996, dirigindo-se o estudo dentro de uma perspectiva voltada para uma visão da cadeia produtiva. Procurou-se também elaborar um relatório com a preocupação de fornecer uma visão macroeconômica do setor nestes 16 anos, isto é, desde a criação do Estado, com ênfase para os aspectos históricos e para caracterização geral da exploração mineral, indo do garimpo à mineração formal.

Os dados empregados foram coletados, basicamente, em três fases. Inicialmente efetuou-se uma consolidação de dados secundários estatísticas e estudos , com base na qual foi caracterizado o conhecimento sistematizado disponível sobre a economia mineral matogrossense. Procedeu-se, também, à problematização das lacunas existentes, vis a vis os objetivos do zoneamento. Desse modo, foi possível planejar os levantamentos de campo, que constituíram a segunda fase do levantamento de dados empregados.

As informações tratadas e analisadas nesta segunda etapa foram obtidas através de pesquisa direta, realizada em 1997, em 25 municípios mineradores do Estado de Mato Grosso. Entrevistaram-se prefeitos e autoridades municipais dos seguintes municípios: Matupá, Peixoto

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de Azevedo, Alta Floresta, Paranaita, Apiacás, Nova Bandeirantes, Castanheira, Juruena, Juina, Aripuanã, Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Chapada dos Guimarães, Diamantino, Alto Paraguai, Nortelândia, Poxoréu, Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Pontes e Lacerda, Nobres, Rondonópolis e Jaciara (ver Mapa 001).

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Mineradores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 001 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS MINERADORES

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 5

Foram ainda realizadas entrevistas com amostra representativa de empresas mineradoras ou manufatureiras de minerais, bem como sindicatos, universidade, cooperativas e entidades que interagem com a atividade mineral em Mato Grosso, como se segue:

− Sindicato dos Produtores de Calcário de Mato Grosso − Sindicato dos Garimpeiros de Ouro de Mato Grosso − Sindicato dos Produtores de Cerâmica de Mato Grosso − COOPERAURUM – Cooperativa dos produtores de ouro de Poconé − COOPROPOL – Cooperativa dos Produtores de ouro de Pontes e Lacerda − Cooperativa dos Garimpeiros de Alto Paraguai − Secretaria da Indústria e Comércio − UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso − METAMAT – Cia Matogrossense de Mineração − IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente − FEMA - Fundação Estadual de Meio Ambiente − DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral − CPRM – Cia de Pesquisa de Recursos Minerais − COGAMA – Cooperativa dos Garimpeiros de Matupá − COOPERXOTO – Coop. dos Prod. de Ouro de Peixoto de Azevedo

As estatísticas e outros dados secundários foram obtidos principalmente no Distrito do DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral, em Cuiabá, sobretudo na SEM – Seção de Economia Mineral. Outra importante fonte de informação foi a METAMAT - Cia Matogrossense de Mineração, empresa de mineração do Estado, onde obteve-se relevantes informações para elaboração desse trabalho.

Para a coleta de dados junto às empresas e garimpos utilizou-se, para estratificação do universo de análise, de diferentes cadastros, com destaque para o Cadastro Industrial da FIEMT, os registros do DNPM quanto às Concessões, Licenciamentos e Permissões de Lavra, as Permissões de Lavra Garimpeira e o Cadastro da FEMA sobre atividades garimpeiras.

Na época da pesquisa, em 1997, existiam em Mato Grosso 24 empresas de mineração oficialmente outorgadas pelo DNPM, operando na lavra de calcário, ouro, diamante, areia, água mineral, num total de 46 decretos, como se segue:

Concessões de Lavra no Estado de Mato Grosso (Exercício 1997)

− Benedito Santiago – FI − Caieira N.S. da Guia Ltda − Calcário Tangará S.A. (8) − Cia Administradora Morro Vermelho (4) − Cia Mineração Santana − Cimento Portland Mato Grosso Ltda − Supercal, Extração de Calcário Ltda − Ecoplan, Mineração Ltda (2=1 GM)

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− Império Minerações Ltda − Copacel Ried Ind. Com. de Calcário Ltda. − Mineração Itaipu Ind. Com. Ltda − Empresa de Mineração Lebrinha Ltda − Mineração Santa Elina Ltda (5) − Mineração Casa de Pedra Ltda − Itaituba Agro Industrial S.A − Madison do Brasil Min. e Participações Ltda − Mineração Juina Mirim Ltda − Tetron Mineração Ltda − De jorge Mineradora Ltda − Cia Matogrossense de Mineração – METAMAT − Mineração Aripuanã S.A. (3=1) − Empresa de Mineração Arica Serrana Ltda − Água Mineral Brunado Mineração Ltda − Pedreira Tangará Ltda Pelo lado da produção garimpeira existiam, no mesmo ano, 110 permissões de lavra distribuídas municipalmente como se segue:

− Guarantã do Norte • Cinésio Ovídio Pereira • Arlete Inês Zago Barbosa (4) − Juina • Edson Brás da Silva (2) • Gustavo GastãO de Magalhães • Sheila Adriana Pompermayer (4) − Matupá • Cooperativa de Garimpeiros da Região de Matupá Ltda (22) − N.S. do Livramento • Francisco Araujo Formiga • Manoel Santana de Barros (2) • Tadeu Bordin agostineto − Nova Canaã do norte • Jovair Camillo Pereira (5) • Silvia Cristina de Oliveira Camillo (5) • Odir Luis Zullian (2) − Paranaita • Sebastião Garcia Lima − Peixoto de Azevedo

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• Cooperativa de Garimpeiros da Região de Matupá Ltda (17) • Coopexoto – Coop. de Gar. De Ouro do Vale do Rio Peixoto Ltda (2) • Coorita – Coop. Exploração aurífera Peixoto de Azevedo Ltda (2) • Osmar José de Paula − Poconé • Carlos Roberto Ruvieri de Souza • Darci Nascimento • Edu Rodrigues de Almeida • Fernando Camargo Aranha Oliveira • Isaias Albino Amâncio • João Felix da Silva • João Ribeiro da Costa • José França Mattos • José Francisco de Campos (2) • José Sebastião Gomes da Silva • José Vicente Nunes Rondon • Roberto Nunes Rondon • Rogério José Procópio da Silva (2) • Sérgio de França • Urbano Aquilles Malvezzi − Pontes e Lacerda • Ari José Ried (2) • Augusto Kishida (7) • Coop. de Prod. de Ouro de Pontes de Lacerda Ltda (10) • Valdemar Schock O Cadastro da FIEMT permitiu identificar as empresas de beneficiamento de minerais que não atuavam na ponta da extração mineral e o cadastro da FEMA permitiu completar o rol de garimpos eventualmente ainda em funcionamento.

Nos Quadros 001 a 013 em seqüência, apresenta-se inicialmente, por substância mineral e, em seguida, por município minerador, a empresas e entidades identificadas e a representatividade dos levantamentos diretos efetuados.

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QUADRO 001 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS - OURO, 1997

CONTATO REALIZOU-SE A ATIVIDADE REALIZADO MAS NÃO HOUVE NÃO FOI EMPRESAS ENTREVISTA PARALISADA SEM CONTATO ENCONTRADO ENTREVISTA Mineração Sta Elina Ind. E Com. Ltda.- X Nobres Mineração Casa de Pedra Ltda. – Cuiabá X Volpato e Vidal Ltda. – Nsa Sra Livr. X Mineração Manati – Cuiabá X Usina Curima – Pontes e Lacerda X OUROMINAS – Alta Floresta X OUROMINAS – Alta Floresta X Resultado Parcial das Empresas 33,33% 50,00% 16,67% Donos de Garimpos de ouro com suas respectivas permissões de lavras ou sem registros no DNPM Poconé Sérgio de França - 01 X Manoel Gimenes X Benedito Walter Silva X Carlos Roberto Ruvieri de Souza - 01 X Darci Nascimento - 01 X Edu Rodrigues de Almeida - 01 X Fernando Camargo Aranha Oliveira–01 X Isaías Albino Amâncio – 01 X José Félix da Silva – 01 X José Ribeiro da Costa – 01 X José França Mattos – 01 X José Francisco de Campos – 02 X José Sebastião Gomes da Silva – 01 X José Vicente Nunes Rondon – 01 X Roberto Nunes Rondon – 01 X Ogério José Prosapiro da Silva – 02 X Urbano Aquiles Malvezzi – 01 X João Ribeiro da Costa e Cia. Ltda. X Luis Aruda dos Santos e Cia. Ltda. X Nossa Senhora do Livramento Francisco Araújo Formiga – 01 X Manoel Santana de Barros – 02 X Tadeu Bardin Agostineto – 01 X Pontes e Lacerda Jayme Vicente Valadares X Ari José Riedi – 02 X Augusto Kishida – 07 X Valdemar Schock - 01 X Matupá/Peixoto de Azevedo Garimpo do Jorge X Filão da Fortuna X Resultado Parcial dos Garimpos 21,43% 78,57% TOTAL 23,52% 8,82% 64,72% 2,94% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 002 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – CALCÁRIO, CAL E CIMENTO, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Império Minerações Ltda. – Cuiabá X Mineração Itaipu Ind. E Com. Ltda. – Alto X Paraguai (entrevista realizada em Nobres) Indústria e Comércio de calcário Cuiabá X Ltda. – Nobres COPACEL Ind. E Com. De Calcário e X Cereais Ltda. – Cuiabá/Nobres REICAL Indústria e Comércio de Calcário X Ltda. – Cuiabá/Nobres EMALL Empresa de Mineração Aripuanã – X Cuiabá (continua...)

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QUADRO 002 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – CALCÁRIO, CAL E CIMENTO, 1997 (...continuação) CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA ECOPLAN Mineração Ltda. – Cuiabá X Caieira Nossa Senhora da Guia Ltda. – X Cuiabá Lindberg S/A Mineração e Agroindústria – X Cuiabá Calcário Nobres Indústria e Comércio Ltda. X – Nobres Cimento Itaú (Cimento Portland Mato X Grosso S/A) – Várzea Grande e Nobres TOTAL 72,73% 9,09% 18,18% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 003 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – PEDRA BRITADA, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Mineração Itapoan Ltda. – Cuiabá X Mineração Itaipu Ind. E Com. Ltda. – Alto X Paraguai (entrevista realizada em Nobres) ECOPLAN Mineração Ltda. – Cuiabá X Indústria e Comércio de calcário Cuiabá X Ltda. – Nobres Bom Jesus Ind. E Com. De Materiais de X Construção – Várzea Grande Mineração Bom Sucesso Ltda. – Cuiabá e X Várzea Grande Emall Empresa de Mineração X Aripuanã Ltda. – Rondonópolis Pedreira Cagir Ltda. – X Rondonópolis (brita / pó de brita) Pedreira Pallus X TOTAL 88,89% 11,11% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 004 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – AREIA, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Mineração Bom Sucesso Ltda. – Cuiabá e X Várzea Grande ECAO - Rondonópolis X Draga Santa Maria – Rondonópolis X Depósito Rio Vermelho – Rondonópolis X Depósito de Areia Ouro Verde – X Rondonópolis Bom Jesus Ind. e Com. de Materiais de X Construção – Várzea Grande MacSaddi Ind. Com. E Representações X Ltda. – Cuiabá Draga São Pedro - Rondonópolis X Pedreira Cuiabá Ltda. - Cuiabá X Rondobráz Material para Construção Ltda. X - Rondonópolis TOTAL 70% 10% 10% 10% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

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QUADRO 005 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – ARGILA, 1997

CONTATO NÃO REALIZOU-SE A ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS HOUVE ENTREVISTA PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO CONTATO ENTREVISTA Cerâmica Rio Verde Ltda. – Rondonópolis X Cerâmica Rondonópolis - Rondonópolis X Cerâmica Rio Verde Ltda. – Rondonópolis X Panorama Produtos Cerâmicos Ltda. – X Rondonópolis Cerâmica São Tomé – Alto Paraguai X Cerâmica Frank Ltda. – Nobres X Cerâmica José S. da Silva – Nobres X Cerâmica Zeni Ltda. – Nobres X Cerâmica Guaporé Ltda. – Pontes e X Lacerda Cerâmica Divino Pai Eterno – Pontes e X Lacerda Cerâmica Eliane Ind. e Com. Ltda. – X Várzea Grande Cerâmica Dom Bosco Ltda. – Várzea X Grande Cerâmica Del Rei Ind. e Com. Ltda. – X Várzea Grande Cerâmica Barro Vermelho Ltda. – Cuiabá X Cerâmica São Gonçalo Ltda. – Cuiabá X Cerâmica Argilas Ltda. – Cuiabá X Cerâmica São Carlos – Rondonópolis X Cerâmica P. Pedro II – Rondonópolis X Cerâmica CODEP e Cia. Desenvol. X Poxoréu - Poxoréu Treze Ind. E Com. De Cerâmica S/A – X Várzea Grande Cerâmica Yoshida Ltda. – Rondonópolis X Cerâmica Brasil – Pontes e Lacerda X Cerâmica Planalto Ltda. – Várzea Grande X Argilas Ferreira Ind. e Com. Ltda. – Várzea X Grande Cerâmica Santo André Ltda. – Várzea X Grande Cerâmica São Bento Ltda. – Várzea X Grande Cerâmica Chapadão Ltda. – Cuiabá X Cerâmica Paraíso Ltda. – Poxoréu X Cerâmica Juína Ltda. - Juína X TOTAL 58,63% 10,34% 3,45% 27,58% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 006 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – ÁGUA MINERAL, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Empresa de Mineração Lebrinha Ltda. – X Cuiabá Água Mineral Brunado Mineração Ltda. – X Jaciara (Cuiabá) Água Mineral Buriti - Cuiabá X Água Crystalina Ltda. - Cuiabá X TOTAL 75% 25% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997

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QUADRO 007 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO SUBSTÂNCIAS MINERAIS – DIAMANTE, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Mineração e Comércio de Diamantes X Juina-MT Ltda. - Juina Mineração C. D. J. Ltda. - Juina X Companhia Administradora Morro X Vermelho - Nortelândia TOTAL 100% GARIMPEIROS Sr. Ajax – Poxoréu X Há aproximadamente 100 dragas em atividade em Poxoréu FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997

QUADRO 008 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – CUIABÁ / VÁRZEA GRANDE / CHAPADA DOS GUIMARÃES / NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Água Crystalina Ltda. – Cuiabá - água X Água Mineral Brunado Mineração Ltda. – X Jaciara (Cuiabá) - água Água Mineral Buriti – Cuiabá - água X Argilas Ferreira Ind. e Com. Ltda. – X Várzea Grande – argila Bom Jesus Ind. e Com. de Materiais de X Construção – Várzea Grande – areia Bom Jesus Ind. E Com. De Materiais de X Construção – Várzea Grande – pedra britada Caieira Nossa Senhora da Guia Ltda. – X Cuiabá - calcário Calcário Nobres Indústria e Comércio X Ltda. – Cuiabá - calcário Cerâmica Argilas Ltda. – Cuiabá – argila X Cerâmica Barro Vermelho Ltda. – Cuiabá X - argila Cerâmica Chapadão Ltda. – Cuiabá – X argila Cerâmica Del Rei Ind. e Com. Ltda. – X Várzea Grande - argila Cerâmica Dom Bosco Ltda. – Várzea X Grande - argila Cerâmica Eliane Ind. e Com. Ltda. – X Várzea Grande - argila Cerâmica Planalto Ltda. – Várzea Grande X - argila Cerâmica Santo André Ltda. – Várzea X Grande – argila Cerâmica São Bento Ltda. – Várzea X Grande - argila Cerâmica São Gonçalo Ltda. – Cuiabá – X argila Cimento Itaú (Cimento Portland Mato X Grosso S/A) – Várzea Grande e Nobres - cimento COPACEL Ind. e Com. De Calcário e X Cereais Ltda. – Cuiabá - calcário ECOPLAN Mineração Ltda. – Cuiabá – X calcário / pedra britada (continua...)

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QUADRO 008 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – CUIABÁ/VÁRZEA GRANDE/CHAPADA DOS GUIMARÃES/NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, 1997 (...continuação) REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZOU-SE A NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA ENTREVISTA ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO EMALL Empresa de Mineração Aripuanã X –Cuiabá – calcário/cal/brita Empresa de Mineração Lebrinha Ltda. – X Cuiabá - água Império Minerações Ltda. – Cuiabá - X calcário Lindberg S/A Mineração e Agroindústria – X Cuiabá - calcário MacSaddi Ind. Com. e Represent. Ltda. – X Cuiabá - areia Mineração Bom Sucesso Ltda. – X Cuiabá/Várzea Grande – areia / brita Mineração Casa de Pedra Ltda. – Cuiabá X – Au Mineração Itapoan Ltda. – Cuiabá - brita X Mineração Manati – Cuiabá - Au X Pedreira Cuiabá Ltda – Cuiabá - areia X REICAL Indústria e Comércio de Calcário X Ltda. – Cuiabá - calcário Treze Ind. e Com. de Cerâmica S/A – X Várzea Grande - argila Volpato e Vidal Ltda–Nsa Sra Livr.-Au X Subtotal das Empresas = 34 52,94% 8,82% 17,65% 20,59% PREFEITURAS Prefeitura de Cuiabá X Prefeitura de Várzea Grande X Prefeitura Chapada dos Guimarães X Prefeitura de Nsa Sra do Livramento X Subtotal das Prefeituras = 4 100% ENTIDADES CPRM X DNPM X FEMA X METAMAT X Secretaria da Indústria e Comércio de X Mineração Sindicato da Cerâmica X Sindicato dos Garimpeiros de ouro X Sindicato dos Produtores de Calcário X UFMT – Universidade Federal do Mato X Grosso Subtotal das Entidades = 9 100% TOTAL 65,96% 6,38% 12,76% 14,90% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997

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QUADRO 009 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – PONTES E LACERDA / NOVA LACERDA / VILA BELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, 1997

REALIZOU-SE REALIZOU-SE NÃO HOUVE NÃO FOI ATIVIDADE EMPRESAS A A CONTATO ENCONTRADO PARALISADA ENTREVISTA ENTREVISTA Cerâmica Brasil – Pontes e Lacerda - X argila Cerâmica Divino Pai Eterno – Pontes e X Lacerda - argila Cerâmica Guaporé Ltda. – Pontes e X Lacerda - argila Subtotal das Empresas = 3 66,67% 33.33% PREFEITURAS Prefeitura de Pontes e Lacerda X Prefeitura de Nova Lacerda X Prefeitura de Vila Bela da Santíssima X Trindade Subtotal das Prefeituras = 3 100% COOPERATIVAS COOPROPOL – Cooperativa dos X Produtores de ouro de Pontes e Lacerda Subtotal das Cooperativas = 1 100% TOTAL 85,71% 14,29% GARIMPEIROS Foram contactados 2 donos de garimpos X FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 010 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – DIAMANTINO / ALTO PARAGUAI / NORTELÂNDIA / NOBRES, 1997

CONTATO REALIZOU-SE ATIVIDADE REALIZADO NÃO HOUVE NÃO FOI EMPRESAS A PARALISADA MAS SEM CONTATO ENCONTRADO ENTREVISTA ENTREVISTA Cerâmica Frank Ltda. – Nobres – argila X Cerâmica José S. da Silva – Nobres – X argila Cerâmica São Tomé – Alto Paraguai – X argila Cerâmica Zeni Ltda. – Nobres - argila X Cimento Itaú (Cimento Portland Mato X Grosso S/A) – Nobres - cimento COPACEL Ind. e Com. De Calcário e X Cereais Ltda. –Nobres - calcário EMALL Empresa de Mineração Aripuanã X – Nobres – calcário/cal Indústria e Comércio de calcário Cuiabá X Ltda. – Nobres – pedra britada Mineração Itaipu Ind. e Com. Ltda. – Alto X Paraguai (entrevista realizada em Nobres) – calcário / pedra britada REICAL Indústria e Comércio de X Calcário Ltda. – Nobres - calcário Companhia Administradora Morro X Vermelho – Nortelândia - diamante Subtotal das Empresas = 11 100% PREFEITURAS Prefeitura de Diamantino X Prefeitura de Nortelândia X (continua...)

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QUADRO 010 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – DIAMANTINO / ALTO PARAGUAI / NORTELÂNDIA / NOBRES, 1997 (...continuação) CONTATO REALIZOU-SE ATIVIDADE REALIZADO NÃO HOUVE NÃO FOI EMPRESAS A PARALISADA MAS SEM CONTATO ENCONTRADO ENTREVISTA ENTREVISTA Prefeitura de Alto Paraguai X Prefeitura de Nobres X Subtotal das Prefeituras = 4 100% COOPERATIVAS Cooperativa dos Garimpeiros de X diamante de Alto Paraguai Subtotal das Cooperativas = 1 100% TOTAL 100% FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 011 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – POXORÉU / RONDONÓPOLIS / JACIARA, 1997

CONTATO NÃO REALIZOU-SE A ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS HOUVE ENTREVISTA PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO CONTATO ENTREVISTA Cerâmica CODEP e Cia. Desenvol. X Poxoréu– Poxoréu - argila Cerâmica P. Pedro II – Rond. - argila X Cerâmica Paraíso Ltda. – Poxoréu - X argila Cerâmica Rio Verde Ltda. – X Rondonópolis - argila Cerâmica Rondonópolis – Rondonópolis X – argila Cerâmica São Carlos – Rond. – argila X Cerâmica Yoshida Ltda. – Rondonópolis X – argila Depósito de Areia Ouro Verde – X Rondonópolis – areia Depósito Rio Vermelho – Rondonópolis – X areia Draga Santa Maria – Rondonópolis – X areia Draga São Pedro – Rondonópolis – areia X ECAO – Rondonópolis – areia X Emall Empresa de Mineração Aripuanã X Ltda. – Rondonópolis – pedra britada Lindberg S/A Mineração e Agroindústria – X Cuiabá – calcário Panorama Produtos Cerâmicos Ltda. – X Rondonópolis – argila Pedreira Cagir Ltda. – Rondonópolis – X brita / pó de brita Rondobráz Material para Construção X Ltda. – Rondonópolis – areia Subtotal das Empresas = 17 47,06% 29,42% 5,88% 11,76% 5,88% PREFEITURAS Prefeitura de Jaciara X Prefeitura de Poxoréu X Prefeitura de Rondonópolis X Subtotal das Prefeituras = 3 100% TOTAL 55% 25% 5% 10% 5% GARIMPEIROS Sr. Ajax – proprietário de garimpo – X Poxoréu – diamante Em Poxoréu, há aproximadamente 100 X dragas em operação FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997

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QUADRO 012 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – MATUPÁ / ALTA FLORESTA / PARANAITA / JURUENA / ARIPUANÃ / CASTANHEIRA / JUINA / APIACÁS, 1997

CONTATO REALIZOU-SE NÃO ATIVIDADE REALIZADO NÃO FOI EMPRESAS A HOUVE PARALISADA MAS SEM ENCONTRADO ENTREVISTA CONTATO ENTREVISTA Cerâmica Juína Ltda. – Juína – argila X Mineração C.D.J. Ltda. – Juina – X diamante Mineração e Comércio de diamantes X Juina – Juina – diamante Mineração São Francisco – Aripuanã – X cassiterita OUROMINAS – Alta Floresta – ouro X Pedreira Pallus – Alta Floresta – pedra X britada Subtotal de Empresas = 6 83,33% 16,67% PREFEITURAS Prefeitura de Matupá X Prefeitura de Alta floresta X Prefeitura de Paranaita X Prefeitura de Juruena X Prefeitura de Aripuanã X Prefeitura deCastanheira X Prefeitura de Juina X Prefeitura de Apiacas X Subtotal Prefeituras = 9 100% ENTIDADES / COOPERATIVAS IBAMA – Alta Floresta X COOPERXOTO – Coop. dos Produtores X de ouro de Peixoto de Azevedo - Matupá COGAMA – Coop. de garimpeiros de X Matupá – ouro Subtotal Entidades/Cooperativas = 3 100% TOTAL 94,44% 5,56% GARIMPEIROS Garimpo do Jorge – Matupá – ouro X Garimpo Filão da Porteira – Matupá – X ouro FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

QUADRO 013 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – POCONÉ, 1997

REALIZOU-SE CONTATO ATIVIDADE NÃO HOUVE NÃO FOI EMPRESAS A REALIZADO MAS PARALISADA CONTATO ENCONTRADO ENTREVISTA SEM ENTREVISTA PREFEITURAS Prefeitura de Poconé X COOPERATIVAS COOPERAURUM – Cooperativa X dos produtores de ouro de Poconé TOTAL 100% GARIMPEIROS Sérgio de França - 01 X Manoel Gimenes X Benedito Walter Silva X Carlos Roberto Ruvieri de Souza X - 01 Darci Nascimento - 01 X Edu Rodrigues de Almeida - 01 X Fernando Camargo Aranha X Oliveira– 01 Isaías Albino Amâncio – 01 X José Félix da Silva – 01 X José Ribeiro da Costa – 01 X (continua...)

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QUADRO 013 BASE CADASTRAL E LEVANTAMENTOS EFETUADOS, SEGUNDO MUNICÍPIOS MINERADORES – POCONÉ, 1997 (...continuação) REALIZOU-SE CONTATO ATIVIDADE NÃO HOUVE NÃO FOI EMPRESAS A REALIZADO MAS PARALISADA CONTATO ENCONTRADO ENTREVISTA SEM ENTREVISTA José França Mattos – 01 X José Francisco de Campos – 02 X José Sebastião Gomes da Silva X – 01 José Vicente Nunes Rondon – 01 X Roberto Nunes Rondon – 01 X Ogério José Prosapiro da Silva – X 02 Urbano Aquiles Malvezzi – 01 X João Ribeiro da Costa e Cia. X Ltda. Luis Aruda dos Santos e Cia. X Ltda. FONTE: CNEC, Pesquisa de Campo, 1997.

Os dados levantados através da aplicação de questionários passaram por dois tipos de processamento. Aqueles aplicados em Entidades Públicas e Prefeituras – de cunho mais qualitativo – foram analisadas individualmente.

Os questionários aplicados em empresas e garimpos, e que tinham por objetivo a coleta sistemática de informações relativas à caracterização das empresas, da produção – comercialização e das perspectivas e entraves segundo seus dirigentes, foram tabulados e consistidos de modo a compor um banco de dados a respeito dos temas tratados.

Malgrado o amplo esforço de pesquisa realizado, como pode ser observado pelas tabelas apresentadas anteriormente, o resultado da sistematização dos dados obtidos foi limitada. Tal fato se deveu às características específicas do setor mineral matogrossense. Dada a informalidade, o descaminho e a burla ao fisco, das obrigações trabalhistas ou da legislação ambiental, que é generalizada, verificou-se uma recusa quase sistemática em fornecer informações coerentes e consistentes. Em número significativo de casos, os responsáveis pelas empresas recusaram-se a responder ao questionário (explicitamente ou “desaparecendo”). Ou encaminhando a demanda para funcionários que pouco sabiam responder. Em empresas mais organizadas, só eram fornecidas, freqüentemente, as informações exigidas pelo DNPM.

Dada a inconsistência das informações quantitativas, fez-se uso intensivo de informações qualitativas, especialmente daquelas captadas pelos pesquisadores. É importante frisar, quanto à esse aspecto, que a aplicação dos questionários foi realizada pelos membros da equipe permanente de estudo, e não por pesquisadores contratados apenas para os levantamentos de campo.

Essas informações foram mescladas com aquelas obtidas na terceira fase de levantamento de dados, que consistiu na atualização das estatísticas elaboradas pelas entidades de controle, especialmente o DNPM.

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3. PANORAMA GERAL DA ECONOMIA MINERAL DE MATO GROSSO

3.1. ASPECTOS HISTÓRICOS

Tendo os portugueses desembarcado no Brasil numa época de domínio mercantilista, o início da civilização brasileira foi marcado pela busca obsessiva de reservas de ouro.

A corrida pelo ouro durante o período colonial deu-se dois séculos após o descobrimento, muito embora no século XVII bandeiras tenham percorrido o território que viria a ser o Estado de Mato Grosso.

No Brasil colonial os dispositivos legais que regulavam as explorações auríferas se resumiam às ordenações Manoelinas, que ditavam os direitos da coroa e a propriedade das minas de ouro. A legislação assegurava a qualquer descobridor o assentamento na mina mediante o pagamento do “quinto” ou quinta parte do que se apurasse. O privilégio de descobridor era assegurado desde que a descoberta fosse manifestada dentro de prazos determinados e explorada sob condições impostas pela coroa.

No intuito de estimular as descobertas, o “descobridor” era premiado com uma recompensa de 20 cruzados. A coroa designava um provedor para a aplicação dos regulamentos que, para a época, foram considerados eficazes, tendo em vista o imenso território à fiscalizar.

A procura por riquezas minerais era uma prioridade da política colonial da época como o comprova a edição, em 1603, das Ordenações Filipinas – conjunto de leis de D. Felipe III, confirmadas por D. João IV e que vigoraram até 1868. Reafirmavam a posse real das reservas minerais, embora concedessem licença a terceiros sob o pagamento do “quinto”.

O regime jurídico para o aproveitamento dos recursos minerais era o Regaliano. Esse regime surgiu na Europa, por volta do século IX, instituído pelos reis francos em substituição ao sistema romano de Acessão. Pelo novo regime a propriedade mineral desvincula-se da propriedade superficial e passava a se constituir propriedade distinta daquela, por desígnio divino, vinculada ao soberano que a administra, assim como o faz com as demais atividades econômicas, de forma extremamente centralizada. Os minerais sujeitos à legislação do Reino, isto é, que pertenciam à Coroa Portuguesa, eram principalmente o ouro, a prata, o diamante, as gemas e alguns metais básicos como ferro e manganês.

A mineração no Brasil, e particularmente em Mato Grosso, naquela época, caracterizava-se por ser uma atividade de caráter acentuadamente “aventureiro”. Em 1718, quando foi encontrado ouro no Rio Cuiabá, iniciou-se o povoamento, culminando com a fundação da Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Foi também estabelecida a Capitania de Cuiabá e Mato Grosso, separando-se da Capitania de São Paulo. A data e o local da instalação são mencionados de forma diferentes. Alguns autores dizem haver sido na colina do Rosário, outros opinam haver acontecido na Prainha. Há ainda os que dizem que o arraial se constituiu no Coxipó, assim que ali se descobriu ouro. Rubens de Mendonça, em “Roteiro Histórico e Sentimental da Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá”, assegura que a lavratura da ata foi em 8 de abril de 1719, época em que chegou ao sítio o bandeirante Pascoal Moreira Cabral.

O ouro foi a primeira preocupação das autoridades da nova capitania, tendo sido feitas importantes descobertas em 1737, nos vales dos rios Guaporé e Galera, provocando a mudança da capital para Vila Bela, no Rio Guaporé. Outras descobertas ocorreram no distrito de Diamantino, do Rio Arinos, nos rios Cabaçal, Jauru e Sepatuba. O ouro foi também

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encontrado no Rio Coxim, tributário do Taquari, estendendo-se as zonas auríferas e diamantíferas a todas as regiões do Estado de Mato Grosso. Em 1722, vindo de Sorocaba, Miguel Sútil foi a Cuiabá e nas lavras da Forquilha (Caxipó) descobriu ouro “que reluzia fácil a flor da terra”.

A riqueza descoberta nessa região era imensa, enriquecendo várias pessoas. Em menos de um ano teriam sido recolhidas mais de 35 mil braçadas do metal precioso. Conforme atestam os documentos da época, vivia-se em plena opulência em Cuiabá. Somente nas minas do Senhor Bom Jesus, sem que se aprofundassem mais de meio metro nas trincheiras, teriam sido retirados mais de 400 arrobas de pepitas de ouro. Francisco Inácio Ferreira, em “Dicionário Geográfico das Minas do Brasil”, comenta que soldados do 8º Batalhão, ao acenderem fogo para cozinhar em buracos cavados na terra, provocaram a fusão das pepitas e depararam com barras de ouro já fundidas.

Quanto aos diamantes, no início de 1714, estes já haviam sido descobertos no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Em Mato Grosso, segundo Francis Castelnau, em “Expedition das les Parties Centrales du l’Amerique du Sud”, foi somente em 1746 que pela primeira vez foram encontrados diamantes de valor comercial. No Brasil somente eram encontrados nas capitanias de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, distinguindo-se nesta última pelo pouco peso e pela pureza do seu brilho.

A Coroa Portuguesa considerava o diamante uma mercadoria diferente do ouro, pois em todo o mundo tinha uma oferta limitada, valor alto, e era facilmente contrabandeado e de difícil fiscalização. Assim, em 8 de fevereiro de 1730, um decreto reafirmou a posse da Coroa das reservas de diamantes.

Regulamentos traçados de próprio punho pelo Marques de Pombal deram às regiões diamantíferas legislação bem diversa das outras comarcas. Assim, em 1734, a região dos diamantes tornou-se uma área de administração especial, constituindo-se em Distrito Diamantino, onde a administração, a Intendência dos Diamantes, possuía poderes quase ilimitados. Entre os atos dessa Intendência, cita-se a proibição de toda a mineração, salvo quando por empreiteiro designado pela intendência, e que só podia ser explorado legalmente por grupos de escravos. Esse novo sistema, no entanto, suscitava muito a fraude e, em 1771, a Coroa Portuguesa passou a supervisionar diretamente a mineração através da Real Extração. Com os novos regulamentos em vigor, surgiu a figura do diretor de minas que recebia poderes de tal modo absolutos, que o próprio governador da província não podia ir ao distrito sujeito à sua administração sem consentimento explícito. Todo homem livre que era declarado haver feito contrabando de diamante, tinha seus bens confiscados em benefício do Estado, além disso era enviado, por 10 anos, em degredo a África.

Lués Caetano Ferraz, em seu “Compéndio dos Minerais do Brasil”, menciona as origens da mineração aurífera no centro-oeste matogrossense, e destaca que os terrenos auríferos e diamantíferos da bacia do Rio Manso apresentam notável semelhança com os do Transwaal, na África do Sul. Na opinião de Castenau, os diamantes, tais como são encontrados nos rios e nas chapadas do Alto Paraguai, provavelmente apareciam consecutivamente a um movimento de aluviais, tal como aconteceu na formação diamantífera da Chapada, na Bahia, onde os diamantes apareciam nas areias, seguramente oriundo da desagregação do grés vermelho.

No século XVIII são citadas numerosas minerações de ouro no centro-oeste matogrossense, sendo as mesmas capazes de sustentar a exploração em bases econômicas. Dentre essas, as minas de Urucumacuã e dos Martírios, ocupam e entretêm os historiadores do século XVIII.

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No final deste século partiram de Cuiabá diversas bandeiras, com o apoio governamental, em busca das famosas minas dos Martírios, onde o ouro seria abundante, tendo todas retornado, logo em seguida, frente às hostilidades dos índios, principalmente, os Tapanhumas. O bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva procurava as lendárias minas dos Martírios, acreditando que as mesmas estavam localizadas na região do Araguaia.

A respeito das minas perdidas dos Martírios, dizem as tradições que elas se encontravam junto a um rio que se dirigia para o Amazonas, nas proximidades do braço superior, a leste do Rio Cuiabá, indicando, assim, o Rio Xingu. Relatam os cronistas que as minas de Orucumacuã foram realmente descobertas pelos jesuítas em 1754. Uns dizem que elas se situavam no Planalto dos Parecis, outros aventam que à sudoeste de Vilhena. Outra mina de que se falou muito é a do Sapateiro que, quando descoberta, teria levado tantos garimpeiros para o lugar que, na repartição da área, não sobrou mais do que dois palmos de terra de largura por trinta braçadas de comprimento para cada um.

O regime colonial de aproveitamento dos minerais ligava-se diretamente à figura do monarca, e de seus prepostos autorizados. O regime do Império era mais impessoal, pois ligava-se ao Estado. Sob o novo regime deu-se uma das primeiras tentativas de exploração industrial do ouro em Mato Grosso, na zona de Coxim. Outras ocorreram após aquela data, sem solução de continuidade, pois em 1822, iniciou-se uma nova fase na legislação mineral, permitindo às companhias estrangeiras a lavra em terras matogrossenses. A legislação anterior não vetava expressamente a mineração a estrangeiros, mas os obstáculos que se criavam para sua entrada no País correspondiam a uma verdadeira proibição. Afora essa permissão, nenhuma outra modificação se fez no regime jurídico de exploração das minas, mesmo porque, em 1823, o Imperador expedira lei mandando vigorar no Brasil, até ser especialmente revogada, a legislação portuguesa anterior a 25 de abril de 1821. Assim, ficaram em vigência os códigos da antiga metrópole editado para o país. Desse modo, exceto no aspecto anteriormente referido, após a Proclamação da Independência, o Brasil, no campo específico da mineração, continuava sujeito às legislações pretéritas portuguesas. Poucas leis novas foram introduzidas durante o período imperial, e as que surgiram tiveram pouca representatividade para a mineração.

Durante todo esse período e, na realidade, até praticamente os anos sessenta do século atual, manteve-se amplo predomínio das formas tradicionais de mineração, essencialmente baseadas no esforço humano. Para a ocorrência das primeiras experiências de intensificação da atividade mineradora, deve-se esperar até a segunda metade do século XIX. A historiografia indica que uma das primeiras tentativas sustentadas de tecnificação da atividade mineradora ocorreu em Poconé, em 1.879.

Algumas caixas de cascalho tirado de vários locais desse lugarejo foram enviadas por um engenheiro de minas ao Rio de Janeiro, fundando-se logo a seguir uma companhia franco-belga para a exploração industrial do ouro. A mineração se dava já em moldes empresarial, com britadores e moinhos, em duas regiões de Poconé, uma dentro da sede municipal e outra cinco quilômetros adiante. Essa empreitada não logrou êxito em função da negligência de seus diretores que deixaram a mina nas mãos de capatazes pouco escrupulosos.

Com a Proclamação da República, o regime de aproveitamento das minas era o da Acessão, através do qual a mineração subordinava-se à propriedade superficial, uma vez que passava a ser considerada seu acessório. A nova legislação facilitou também a entrada de empresas estrangeiras, a exemplo da “Mato Grosso Gold Dreging” que, vinda da Argentina, adquiriu em 1905 as concessões de uma draga que já flutuava no Rio Coxipó do Ouro. A esta empresa pertenciam também os direitos de exploração e aproveitamento dos aluviões do rio Coxipó-Mirim ou Coxipó do Ouro, na extensão de 51 km e, direitos de exploração do Rio

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Cuiabá, numa extensão de 143km, e de todos os seus afluentes. Grande fortuna auferiu esta companhia, que por volta de 1912, devido a um grande desastre, encerrou suas atividades.

No Alto Paraguai uma companhia francesa levou até o local denominado Três Barras duas grandes dragas e centenas de litros de mercúrio. Com o rompimento da Primeira Grande Guerra, paralisaram-se os trabalhos para jamais serem reiniciados.

O início de século XX, desse modo, foi um período de intensa atividade mineradora em Mato Grosso, com pelo menos seis companhias operando com dragas para exploração de diamantes e ouro nas cabeceiras do Rio Paraguai, Coxim e Jaurú. Essas empresas eram fortemente financiadas com dinheiro vindo da Inglaterra e operadas por engenheiros australianos e neo-zelandeses. Entretanto, não funcionaram mais de dois anos e também não obtiveram sucesso em suas empreitadas.

Nos primeiros anos do século XX, pela primeira vez, foram formulados 14 pedidos de prospecção no leste de Mato Grosso nos vales dos rios das Mortes, das Garças e o Vale do Araguaia, da fonte até a ilha do Bananal. Em 1909, quatro baianos dirigindo-se para as cabeceiras dos tributários do Amazonas em Mato Grosso à procura de seringais, resolveram investigar as estórias dos índios. Foram até a junção do Córrego Cassumunga e o rio das Garças, onde encontraram diamantes. Nesta época a produção brasileira de diamantes estava em declínio tendo-se recuperado com o início de produção da jazida do Rio das Garças. Em 1915, somente um comprador, vindo de Diamantina (MG), negociou 55 mil quilates de diamantes garimpados por mineradores vindo de Minas Gerais.

Embora as jazidas tivessem sido descobertas pelos garimpeiros, o governo deu uma concessão de 50 anos, legado em 1914, à Companhia Industrial e Comercial, para sozinha explorar os diamantes no Vale do Rio das Garças e seus afluentes, de sua mais alta cabeceira até sua foz no Rio Araguaia. Tal fato deixou os garimpeiros irados e após vários protestos a concessão foi cancelada tendo sido criada uma agência estatal de mineração autorizada a distribuir a área da concessão cancelada entre os garimpeiros.

O sistema de acessão de certa forma concorreu para o desinteresse pela exploração mineral na Primeira República. Havendo a plenitude do princípio federativo, os estados possuíam também suas terras públicas e trataram de legislar a respeito, sobre a mineração em jazidas nelas situadas.

O Estado do Mato Grosso inicialmente limitou-se ao sistema de concessões, evoluindo posteriormente para um regulamento de mineração em minas estaduais. Admitiu a transferência das minas particulares e estabeleceu-se o privilégio de exploração em minas estaduais.

Até a Revolução de 1930, com algumas poucas exceções que a seguir serão destacadas em subitens específicos, a mineração era mantida pelos governantes como atividade secundária e totalmente vinculada, por conseguinte, às normas gerais. Seu aproveitamento dependia exclusivamente da autorização do proprietário do solo e subordinava- se unicamente às leis comuns. A Carta Política de 1934 restabeleceu a separação entre as propriedades mineral e superficial existentes antes da Primeira República e, tacitamente, constituiu o domínio da União sobre os bens minerais desconhecidos ou sobre aqueles conhecidos mas não manifestados ao Governo, quando condicionou o aproveitamento dos bens minerais à autorização governamental e previu a competência da União para legislar sobre bens do domínio federal, riquezas do subsolo, mineração, etc.

Em julho de 1934, o governo provisório decretou o Código de Minas e, quase simultaneamente, expediu a Constituição de 1934. O Código regulou assim a dulidade de regimes: a exploração privada de minas ou jazidas anteriores a 1934, ainda que

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transitoriamente suspensa, e as lavras posteriores de exploração concedida. A Constituição de 1937 seguiu o mesmo princípio político da Constituição de 34, que afastou a propriedade mineral do conceito clássico de propriedade territorial, reconhecendo que aquela carecia de autorização e concessão do governo federal, outorgando somente a brasileiros. Idêntica linha foi seguida pelas constituições de 46 e 67, sendo que a segunda ao permitir ao proprietário do solo o direito de preferência, e mesmo da co-participação, ensejou limites à exploração mineral.

A Constituição de 1967 manteve os regimes de autorização e concessão e extinguiu o direito de preferência, substituindo-o pela participação do proprietário do solo no resultado da lavra (10% do Imposto Único sobre Minerais).

Pela Constituição de 1988, em seu artigo 176, era somente permitido a concessão de pesquisa e lavra a brasileiros ou empresas brasileiras constituídas sob as leis brasileiras e que tivessem sede e administração no país. Este regime de exploração dos bens minerais brasileiros fez com que muitas empresas estrangeiras estabelecidas em Mato Grosso abandonassem o país.

Atualmente o conceito de empresa brasileira foi modificado de modo a permitir as empresas estrangeiras com sede no Brasil possam explorar os recursos minerais no país. Que assim, as empresas estrangeiras voltaram a investir no Estado de Mato Grosso, principalmente na procura de ouro e diamantes.

3.2. CONSOLIDAÇÃO DE DADOS SECUNDÁRIOS

Na etapa imediatamente anterior aos levantametnos de campo, foi efetuada uma primeira consolidação de Dados Secundários, considerando-se as estatísticas e estudos disponíveis. Na seqüência, apresentam os principais aspectos focalizados.

− Ouro / Diamante / Garimpo

O território de Mato Grosso, especialmente em suas porções sul, centro, sudoeste e leste, foi exaustivamente pesquisado e explorado por magotes de garimpeiros, vindos do sul do País ou de outras regiões mineradoras em decadência, como as Minas Gerais e a Chapada Diamantina. Durante as décadas de 70 e 80 um novo ciclo extrativista eclodiu, com a abertura de uma nova fronteira de exploração mineral. Neste novo ciclo a figura do garimpeiro que, nos dois últimos séculos aparecia como elemento principal da economia mineira, aparecia fortemente esmaecida. Malgrado sua resistência, rapidamente havia cedido terreno para novos agentes sociais: os proprietários de dragas, moinhos e equipamentos pesados para coleta e tratamento dos minerais. Assim, pequenos e médios empresários da mineração e do garimpo, surgiram como as figuras centrais do processo, seja nas regiões mais antigas, seja nas novas. Não obstante tais transformações, o garimpo nunca saiu da informalidade, tornando difícil a quantificação de sua produção, já que as estatísticas oficiais, tanto municipais como estaduais, simplesmente ignoraram a atividade.

No início dos anos 90, passadas duas décadas do início da nova onda de exploração mineral, reapareceu o fantasma da decadência: a lavra de diamantes exigia dragas cada vez mais possantes, a lavra do ouro tornava-se, também, crescentemente mais cara, demandando novas técnicas e equipamentos mais pesados. Com a queda do preço do ouro a atividade tornou-se francamente marginal.

Como saldo deste ciclo extrativista, em termos nacionais, o Estado de Mato Grosso aparecia como o maior produtor, com oferta estimada em mais de 100.000 quilates/ano. Quanto ao ouro, situava-se como segundo maior produtor do país, com pouco mais de 15 toneladas/ano no mesmo período (cerca de 22% da produção do país). Diferentemente da situação nacional, onde as empresas mineradoras respondiam por quase 60% da produção, no

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Mato Grosso a produção aurífera originária da atividade garimpeira era ainda altamente predominante: 93,5% da produção aurífera.

Não obstante, essa situação encontrava-se em processo de reversão, no sentido de acompanhar a tendência nacional de "industrialização" da produção das pedras preciosas e do ouro. Com a exaustão dos depósitos mais rasos e de alto teor, assim como das jazidas aluvionares, a atividade mineradora passou a exigir investimentos crescentes, verificando-se a progressiva substituição, do garimpo tradicional, por formas de exploração cada vez mais capitalizadas e com moldes empresariais.

Desse modo, a exploração intensa e irracional de amplas áreas, pela ação individual de grandes grupos garimpeiros, veio diminuindo de intensidade. A população garimpeira tendeu a migrar, seja para novas áreas de garimpo, seja para centros de concentração da atividade agropecuária ou madeireira, seja por último, para a Grande Cuiabá - ou outras capitais, especialmente das respectivas regiões de origem, deixando para trás cidades em profunda crise social e econômica.

Em termos espaciais, a mais importante província aurífera era a de Peixoto de Azevedo - Alta Floresta, tendo sido responsável, em 1.993, por 53% da produção estadual; somado com os demais municípios produtores do norte (Paranaita, Guaratã do Norte, Apiacás, Terra Nova do Norte, Matupá, Aripuanã e Colider) a participação proporcional atingiu a 73,2%. Nessa região localizavam-se 4 Reservas Garimpeiras e inúmeros garimpos em áreas descontínuas. Apesar de constituir-se em exploração relativamente recente, a província aurífera do norte já apresentava sinais de esgotamento e exaustão de suas jazidas para explorações superficiais.

A segunda Província Aurífera em importância era a da Baixada Cuiabana, com uma contribuição de cerca de 20% para a produção estadual. Nesta tradicional região garimpeira apenas Poconé aparecia com destaque (13,3% da produção estadual e terceiro maior produtor), sendo decrescentes as contribuições de Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento e Várzea Grande.

Na Província de Guaporé destacava-se o Município de Pontes e Lacerda, com participações de 4,5% da produção estadual. Ainda nessa mesma região, nos municípios de Rosário Oeste e Vila Bela da Santíssima Trindade, localizavam-se tradicionais centros produtores de caráter industrial. A última Província Aurífera era a de Nova Xavantina, com inúmeros garimpos dispersos no entorno da sede municipal. A produção estimada desta Província, para 1.993, já era extremamente reduzida.

A produção estimada de ouro entre 1982-1994 é apresentada na seqüência, com a indicação dos principais produtores e respectivas participações na produção consolidada do período 1982-1994.

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QUADRO 014 ESTADO DE MATO GROSSO - PRODUÇÃO ESTIMADA DE OURO 1982-1994 - PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES (EM KG)

MUNICÍPIOS 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 Σ A % Σ B empr. vΣ A = Σ garimpo b Alta Floresta 2.964 4.12 5.919 5.670 8.286 9.196 4.788 4.323 4.826 5.435 4.659 3.778 - 63.965 38,48 1.755 65.720 1 Peixoto de Azevedo 1.186 2.16 4.730 7.653 4.617 5.804 5.451 4.926 5.565 4.281 4.629 3.753 - 54.763 32,94 - 54.763 8 Cuiabá 500 1.37 2.995 1.429 592 269 818 741 1.290 1.036 586 475 - 12.103 7,28 681 12.784 2 Poconé - - - - 1.421 1.962 2.335 1.893 - 7.611 4,58 - 7.611 Rio Branco - - - - 895 936 892 723 - 3.446 2,07 - 3.446 Paranaita ------5.146 5.146 Pontes e Lacerda - - - - 689 1.276 789 640 - 3.394 2,04 - 3.394 Vila B. da SS ------3.968 3.968 Trindade Guaratã do Norte - - - - 1.247 907 580 470 - 3.204 1,92 - 3.204 Rio Telles Pires ------120 120 Apiacás - - - - 429 1.024 745 604 - 2.802 1,68 - 2.802 Nortelândia ------16 16 Terra Nova do Norte - - - - 465 937 512 415 - 2.329 1,40 - 2.329 Várzea Grande - - - - 31 371 333 608 329 229 186 - 2.087 1,26 - 2.087 Matupá ------184 997 355 288 -- 1.824 1,10 - 1.824 N.S. do Livramento ------181 357 566 459 - 1.563 0,94 - 1.563 Colider ------403 291 281 228 - 1.203 0,72 - 1.203 Aripuanã - - - 35 91 84 115 105 181 158 192 156 - 1.123 0,67 151 1.274 Nova Xavantina - - - 85 77 62 47 43 39 53 1 1 - 408 0,24 - 408 Outros ------1.597 1.439 694 313 202 164 - 4.409 2,65 - 4.409 Subtotal 4.650 7.66 13.644 14.872 13.663 15.446 13.187 11.910 19.123 20.292 17.533 14.233 14.430 180.164 93,85 - 180.164 1 Empresas - 222 490 804 570 864 2.243 1.496 1.356 1.228 693 993 878 11.387 6,15 - 11.837 Total 4.650 7.88 14.134 15.676 14.233 16.310 15.430 13.406 20.479 21.520 18.246 15.226 15.308 192.501 100 - 192.501 3 FONTE: METAMAT

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− Outros Minerais

Além do ouro e dos diamantes, destacavam-se ainda na produção mineral de Mato Grosso a cassiterita, o calcário e outros minerais não metálicos vinculados a construção civil. A cassiterita era explorada no noroeste do Estado, destacando-se a Mineração Aripuanã, instalada no município do mesmo nome, desde 1974. As fontes hidro-termais conhecidas e mais significativas, encontram-se localizadas em Juscimeira e nas proximidades de Cuiabá (Palmeiras, Monjolinho e Vista Alegre), sobressaindo-se a Mineração Lebrinha, na industrialização deste bem mineral.

A exploração do calcário (para fabricação de cimento e como corretivo agrícola) tinha seu centro principal no Município de Nobres, verificando-se a presença de empresas dedicadas ao beneficiamento deste mineral ainda em Cuiabá, Rosário Oeste, Paranatinga, Chapada dos Guimarães, Barra do Bugre, Poxoréu e Barra do Garça.

As reservas estaduais de calcário agrícola eram extremamente amplas, sendo a capacidade instalada de beneficiamento, por volta de 500 a 1.000 toneladas/mês e a de produção, cerca de 270 mil toneladas/mês. A produção de cimento também estava centralizada em Nobres, onde a capacidade de produção instalada era de 60 mil toneladas/mês e a produção atingia, em média, 40 mil toneladas/mês.

As indústrias de minerais não-metálicos, diretamente vinculadas à construção civil, estavam centralizadas em Cuiabá e nos demais centros urbanos mais significativos, destacando-se ainda Nobres e Rosário Oeste. Quanto à extração de areia, por último, constatou-se a existência de grande número de pequenas empresas que se dedicavam a esta atividade, flutuando sua produção de acordo com os avanços e recuos da demanda.

De acordo com a FIEMT, o Quadro 015 indica a localização e a produção (oficial e estimada) dos principais minerais que eram produzidos no Estado em 1992.

QUADRO 015 ESTADO DE MATO GROSSO - EXTRAÇÃO MINERAL - PRINCIPAIS MINERAIS E LOCAIS DE EXPLORAÇÃO - 1992.

MINERAL PRODUÇÃO OFICIAL PRODUÇÃO ESTIMADA LOCALIZAÇÃO DO MINÉRIO Ouro 22,21 ton 25,00 ton Estremo Norte, Baixada Cuiabana Diamante (Gema) 5.553,5 ct 40.000 ct Poxoréu, Diamantino, Arenópolis, Nortelândia, Alto Paraguai, Juína, Chapada dos Guimarães Diamante Industrial 120.146 ct 600.000 ct Juína Água Mineral 8.775.360 l 18.000.000 l Campo Verde e Chapada dos Guimarães Calcareo Corretivo 1.251.517,6 ton 1.500.000 ton Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Cáceres, Poxoréu e Nova Xavantina Calcareo (cimento) 606.150 ton 1.000.000 ton Nobres Brita 360.650 m3 500.000 m3 Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Cáceres, Poxoreú e Nova Xavantina Granito 140 m3 140 m3 Confresa, Barra do Garças, Araputanga, Indiavaí, São J. dos Quatro Marcos, Salto do Céu, Terra Nova e Juara. Argila 40.340 ton 60.000 ton Bacia dos rios Cuiabá, São Lourenço e Paraguai. FONTE: FIEMT, 1995 (com base em dados do DNPM)

− Primeiras Conclusões

O esgotamento dos depósitos superficiais, assim como o incremento dos custos e as restrições ambientais, vêm concorrendo para um declínio significativo da produção dos bens minerais de maior valor no Estado, o ouro e diamante. Enquanto perdurar indefinido o movimento de transição da produção garimpeira para a empresarial, tende a permanecer pouco clara e direcionada a dinâmica econômica setorial.

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A demanda de calcário agrícola encontra-se fortemente vinculada aos avanços e recuos da agropecuária moderna (e portanto à política de crédito rural e às cotações internas e externas dos grãos e da carne). Neste cenário, a tendência ascendente dentro do setor vem sendo dada por um segmento menos significativo, representado pela produção de insumos para a construção civil: calcário (cimento), brita, argila e areia.

Tomando-se em bloco o período 1990-1994, verificou-se que o setor da Extração Mineral contribuiu, em média, com apenas 0,21% para a formação do Valor Adicionado da economia estadual. Não obstante, a tendência manifesta era a de crescimento: entre os anos indicados houve um incremento de 14,4% a.a., fazendo com que a participação percentual no total da economia se elevasse de 0,15% para 0,26%. No entanto, essa tendência não se mostrava constante, verificando-se decréscimos em valores absolutos, entre 1990 e 1991 e entre 1993 e 1994, da ordem de, respectivamente, - 10,7% e - 19,8%.

Do ponto de vista social, eram poucos os benefícios permanentes gerados pelo garimpo, mormente quando considerados os prejuízos ecológicos e o grande volume de riqueza (valor) movimentado pela atividade nos últimos quinze anos. Grande parte dos produtores diretos foram expropriados, tornando-se empregados temporários (sem direitos trabalhistas e beneficios sociais) de empresas mineradoras informais. As cidades surgidas do garimpo, da mesma forma que as antigas corrutelas, exibiam condições sanitárias muitas vezes críticas, com esgotos a céu aberto, acumulação de lixo e de rejeitos etc. Núcleos urbanos preexistentes ao surgimento de garimpos tiveram suas infraestruturas fortemente afetadas. A velocidade dos movimentos migratórios, muito superiores ao ritmo de avanço e adensamento das infra-estruturas e serviços, também contribui fortemente para o rebaixamento da condição de vida das populações aí localizadas.

Do ponto de vista econômico, a parcela internalizada do valor gerado pelo garimpo foi muito reduzida, sendo, por outro lado, muito amplo o desperdício. Por tratar-se de uma atividade desenvolvida de modo informal e por ser muito intenso o contrabando, a atividade garimpeira gerou, em nível local-estadual, pouco acúmulo de riqueza, pouco crescimento econômico sustentado e reduzida geração de tributos, bem como custos sociais significativos, tornando-se um estorvo para as diferentes instâncias ao Poder Público, em especial as Administrações Municipais e entidades responsáveis pela preservação ambiental.

Evidenciou-se, desse modo, que a extração do ouro e do diamante foram desenvolvidas de um modo não sustentável. Isto, não apenas por tratar-se de um recurso não renovável, mas por ocasionar danos ambientais alarmantes e por não propiciar acumulação de riqueza e progresso, capazes de serem direcionados para o desenvolvimento de atividades sustentáveis de mais largo horizonte.

As informações secundárias, levantadas quanto às demais atividades vinculadas à Extração Mineral, eram pouco significativas, mormente quando direcionadas para avaliação de sua sustentabilidade. Considerando-se o conjunto do setor, assumia relevo a constatação da carência de informações recentes e sistematizadas, relativas ao potencial econômico da base minerária estadual e ao seu aproveitamento atual.

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3.3. ECONOMIA MINERAL MATOGROSSENSE NO PERÍODO 1980 - 1996

3.3.1. Aspectos Gerais da Produção Mineral

A produção mineral estadual é ainda incipiente, principalmente, levando-se em conta a grande extensão territorial. O valor da produção mineral em Mato Grosso atingiu US$ 639,2 milhões em 1996. Este valor vem decrescendo desde 1994, quando a soma de todos os bens minerais no Estado era de US$ 918,6 milhões, caindo para US$ 761,6 milhões em 1995, conforme Quadro 016 a seguir.

QUADRO 016 VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL, BRASIL, CENTRO-OESTE, MATO GROSSO, 1994- 1996 (Em US$1,000) UNIDADES 1994 1995 1996 VALOR 2/1 2/3 VALOR 2/1 2/3 VALOR 2/1 2/3 Centro-Oeste (1) 918,622 - - 761,664 - - 639,226 - - Mato Grosso (2) 287,357 31% 2% 154,498 20% 1% 110,826 17% 1% BRASIL (3) 12,731,442 - - 13,539,402 - - 14,067,136 - - FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

O decréscimo na produção de 1994 para 1996 foi de 30,4%. Vale salientar que esses valores são apurados pelo DNPM e referem-se a mineração formal, isto é, registrada naquele órgão. Enquanto no âmbito nacional verifica-se um valor ascendente da produção mineral, para o Centro-Oeste e, em especial para o Estado de Mato Grosso, a tendência é significativamente decrescente. A nível regional, isto é, com relação ao Centro-Oeste, o VPM – Valor de Produção Mineral, de Mato Grosso, vem ocupando a segunda colocação, vindo atrás de Goiás na participação da mineração. A classe dos metálicos, onde prepondera o ouro, com mais de 70% do total da participação no VPM de Mato Grosso, como pode ser observado no Quadro 017 a seguir, onde demonstra-se que o Estado contribuiu com a totalidade da produção de diamante oficialmente produzidos no país em 1996.

QUADRO 017 VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL, BRASIL, CENTRO-OESTE E MATO GROSSO – 1996, PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS US$1,000 UNIDADES METÁLICOS NÃO-METÁLICOS DIAMANTES TOTAL CENTRO OESTE 320,931 (100%) 320,363 (100%) 489 (100%) 639,226 MATO GROSSO 81,436 (25%) 29,344 (9,2%) 489 (100%) 110,826 BRASIL * 3,901,684 3,739,267 489 14,067,136 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

Do montante de US$81,436 mil do item “metálicos” do VPM de Mato Grosso, em 1996, US$81,112 mil eram devidos a produção de ouro que é a única substância metálica produzida, não obstante o subsolo matogrossense apresentar boas perspectivas para estanho, cobre e outros metais, como será visto na seqüência.

Em relação aos não-metálicos, o Estado se apresenta como produtor, principalmente, de materiais de emprego na construção civil, água mineral e calcário, como pode ser observado na Quadro 018 e Gráfico 001, a seguir:

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QUADRO 018 QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO DOS MINERAIS NÃO-METÁLICOS - MATO GROSSO, 1996

SUBSTÂNCIAS QUANTIDADE VALOR R$ VALOR US$ água mineral 43.429.245 (litros) 6.448.446 6.422.755 areia 596.999 (M3) 2.125.316 2.116.849

argilas 104.787 (T) 1.026.487 1.022.397 calcário 1.767.656 (T) 12.751.235 12.700.433 pedras britadas 367.966 (M3) 6.993.001 6.965.140

FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

O calcário participou com 44% do valor da produção total dos não-metálicos, sendo usado principalmente para produção de cimento, pó calcário corretivo de solo e cal, entre outros. Em seguida aparecem pedras britadas (com 24%), areia (com 7%) e argila.

GRÁFICO 001 VALOR DA PRODUÇÃO DOS MINERAIS NÃO-METÁLICOS – PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS, MATO GROSSO, 1996. (Em %)

Valor da produção, 1996

PEDRAS ÁGUA BRITADAS MINERAL 24% 22%

AREIA 7% ARGILAS CALCÁRIO 3% 44%

FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

A participação proporcional do Valor da Produção Mineral do Estado de Mato Grosso no VPM nacional atingiu seu ponto máximo, 3,64%, em 1993, com valor bruto de US$ 416 milhões. Esta participação veio caindo, tanto no valor bruto da produção quanto na participação percentual. Assim, em 1994, o valor da produção foi de US$287 milhões, tendo a participação no Valor da Produção Brasileira atingido 2,25%. Pelos últimos dados oficialmente disponibilizados pelo DNPM, vê-se que a participação de Mato Grosso foi de apenas 0,79%, a mais baixa registrada nos últimos 10 anos (ver Quadro 019).

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QUADRO 019 VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL DO BRASIL E DO ESTADO DE MATO GROSSO- 1979/1996 (US$ milhões) ANOS VPM MATO GROSSO VPM BRASIL PART. % MT NO BRASIL 1979 11,7 3,774 0,29 1980 9,2 5,477 0,16 1981 28,9 6,158 0,47 1982 66,2 7,082 0,93 1983 161 7,27 2,21 1984 238 8,929 2,67 1985 15,5 9,68 0,17 1986 83,6 7,01 1,2 1987 129 8,344 1,55 1988 192,4 8,65 2,22 1989 226 12,541 1,8 1990 466 13,018 3,58 1991 146 10,778 1,35 1992 200 12,014 1,66 1993 416,3 11,427 3,64 1994 287,4 12,731 2,25 1995 154,5 13,539 1,14 1996 110,7 14,067 0,79 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

3.3.2. Mão-de-Obra Ocupada na Mineração

As estatísticas relativas à mão-de-obra empregada na mineração em Mato Grosso foram obtidas através de pesquisas realizadas nos diversos anuários editados pelo DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral. Observações adicionais sobre o comportamento da mesma foram realizadas quando da pesquisa de campo efetuada nas principais províncias minerais do Estado.

Para se ter uma melhor visão da qualidade da mão-de-obra empregada no setor mineral, foi a mesma classificada em:

− pessoal de nível universitário, como engenheiros de minas, geólogos, administradores e engenheiros metalúrgicos;

− pessoal de nível médio, e

− operários.

Fez-se também a distinção entre os que trabalhavam efetivamente nas minas, isto é, diretamente na extração do mineral e os que trabalhavam nas usinas de beneficiamento ou tratamento mineral, quando estes existiam.

Os dados apresentados correspondem ao pessoal ocupado com vínculo empregatício não sendo contabilizado portanto, aqueles sem vínculo empregatício. Os dados divulgados referentes ao Brasil e Mato Grosso, correspondem às áreas cobertas por decretos de lavras, manifestos de minas e grupamentos mineiros. Dessa forma, não estão computadas

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as pessoas ocupadas nos garimpos e nas áreas correspondentes aos trabalhos de prospecção e pesquisa.

Em termos nacionais, o emprego formal recente no setor mineral atingiu seu ponto máximo em 1.989, com pouco mais de 100 mil postos de trabalho. No Mato Grosso esse mesmo ponto foi alcançado em 1.994, com apenas pouco mais de 1.000 ocupações. Tanto a nível estadual como federal predomina a mão-de-obra empregada nas minas, o que reflete a característica da atividade produtiva setorial. A mão-de-obra empregada no tratamento e beneficiamento de minerais, apesar de seu maior ritmo de crescimento nos últimos anos, continua sendo minoritária, como pode ser visto na Quadro 020 e no Gráfico 002.

Tanto no setor extrativo como nas usinas, existe uma baixa absorção de pessoal técnico de nível médio e profissional de nível superior, sendo vários os elementos que concorrem para a existência desta situação:

− escassa realização de prospecção (geológica e tecnológica) e pesquisas, onde o papel dos profissionais e técnicos seria indispensável;

− predomínio dos pequenos estabelecimentos que não contam com possibilidade de incorporar mão-de-obra qualificada;

− o próprio tipo de exploração predominante (a céu aberto) que demanda menor capacitação técnica e profissional;

− a baixa significação das usinas nas empresas que poderiam aportar este tipo de mão-de-obra.

Outra particularidade que apresenta a distribuição do pessoal ocupado na mineração em Mato Grosso, é sua concentração em basicamente uma substância, o calcário, que engloba 72,5% da mão-de-obra no Estado (ver Quadros 021, 022 e 023).

A participação do pessoal ocupado no segmento formal da mineração em Mato Grosso, no total brasileiro, é insignificante, pois, não chega a 1% em 1.996, último ano para o qual se dispõe da informação. Em 1994, como visto, o total de pessoal ocupado no Estado atingiu a seu nível máximo com 1.169 empregados, representando cerca de 2% do total nacional. Em termos de tendência recente, observa-se que o número de empregos nas minas matogrossenses vem caindo ano após ano: das 775 pessoas registradas em 1987, restringiram-se, em 1996 apeenas 286, uma diminuição, portanto, de 63%. Tanto no setor extrativo quanto nas usinas existe, no Estado, uma baixa absorção de pessoal de apoio, tanto técnico como de nível superior.

Nos levantamentos de campo constatou-se que os inúmeros riscos, a insalubridade, as peculiaridades e a escassa observância da lei, além dos baixos salários, constituem fatores que caracterizam as condições em que se desenvolve o trabalho na mineração estadual.

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QUADRO 020 DISTRIBUIÇÃO DA MÃO-DE-OBRA DO SETOR MINERAL – BRASIL E MATO GROSSO, 1987 / 1996

ANOS BRASIL MATO GROSSO

MINAS USINAS TOTAL MINAS USINAS TOTAL

1987 65.476 28.425 93.901 775 369 1.144 1988 69.344 28.361 97.705 750 367 1.117 1989 71.162 31.672 102.834 333 344 677 1990 -62.391 28.837 91.228 1.011 199- 1.210 1991 55.753 30.768 86.521 828 389 1.217 1992 50.259 30.242 80.501 554 415 969 1993 48.097 27.995 76.092 210 278 488 1994 46.185 29.494 75.679 631 538 1.169 1995 46.899 28.473 75.372 505 436 941 1996 41.533 27.342 68.875 286 346 632

FONTE DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997 Obervações: (1) dados não elaborados pelo DNPM

GRÁFICO 002 MÃO DE OBRA OCUPADA NO SETOR MINERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO, 1987- 1996

Distribuição da mão-de-obra no setor mineral

800 700 600 500 400 300 200 100 0 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 MINAS Anos USINAS FONTE: DNPM

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QUADRO 021 MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA MINERAÇÃO, SEGUNDO PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS BRASIL E MATO GROSSO -1996

BRASIL MATO GROSSO SUBSTÂNCIAS NAS MINAS NAS USINAS NAS MINAS NAS USINAS areia - - - - argila 1.429 245 10 3 calcário 5.485 3.399 202 257 diamante 657 304 2 - ouro 2.741 1.228 56 78 pedras britadas 5.103 4.359 16 8 total 15.415 9.535 286 346 total minas + 25. 296 632 usinas TOTAL BRASIL 68.875 - FONTE: DNPM – DEM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

QUADRO 022 MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA MINERAÇÃO, EM MINAS, SEGUNDO PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS – MATO GROSSO, 1996 SUBSTÂNCIAS NAS MINAS ENG.MINAS Geólogo N.Médio Operários ADM TOTAL 0 ------argila 2 1 1 5 1 10 calcário 7 8 18 133 36 202 diamante - - - 1 1 202 ouro 1 1 1 53 - 56 pedras britadas - 1 1 8 5 16 TOTAL 10 11 21 200 43 386 FONTE: DNPM – DEM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

QUADRO 023 MÃO-DE-OBRA UTILIZADA NA MINERAÇÃO, SEGUNDO PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS USINAS, MATO GROSSO, 1996

SUBSTÂNCIAS NAS USINAS ENG.MINAS GEÓLOGO N.MÉDIO OPERÁRIOS ADM TOTAL AREIA ------ARGILA 1 - 1 1 - 3 CALCÁRIO 4 - 15 183 56 257 DIAMANTE ------OURO 1 - 7 70 - 78 PEDRAS - - 1 4 3 8 BRITADAS TOTAL 6 - 24 258 59 346 FONTE: DNPM – DEM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

Os subsetores onde predominam grandes estabelecimentos são os que apresentam uma maior produtividade de mão de obra, uma vez que as economias de escala e a incorporação tecnológica desempenham um papel significativo. Embora a natureza e o valor da substância explorada também contribuam para a determinação da produtividade, o tamanho do estabelecimento aparece como o principal elemento para justificar os diferentes níveis resultantes nos diversos grupos de minerais. São precisamente as maiores explorações que operam com produtividade muito superior à média, portanto com níveis altamente diferenciados dos existentes nos pequenos estabelecimentos. Basta consignar, Nesse

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sentido, que o valor de produção por operário nos estabelecimentos que ocupam mais de 50 pessoas resulta quase três vezes superior ao gerado naqueles que ocupam menos de 5 pessoas.

3.3.3. Tributação

Os principais tributos ou encargos que incidem sobre o setor extrativo mineral brasileiro, e que foram definidos na reforma tributária emanada a partir da promulgação da Constituição de 1988, são os seguintes: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS -, e a Compensação Financeira pela Exploração Mineral – CFEM, com as seguintes características.

− Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS: o artigo 155 da Constituição Federal instituiu o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviço de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicações – ICMS. O ICMS tem como fato gerador as operações relativas a circulação de mercadorias e as prestações de serviço de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. As alíquotas típicas do ICMS, em função da natureza das operações, são: 17% para as operações dentro e uma mesma Unidade da Federação e para as importações; 12% para as operações interestaduais; 7% para as operações interestaduais originárias nas Regiões Sul e Sudeste e destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, e 13% para as exportações de um modo geral.

− Para 1996, último ano para o qual se dispõe da informação, a arrecadação de ICMS nas empresas de mineração de Mato Grosso era pouco inferior a um milhão de dólares, representando apenas 0,3% do montante nacional. O calcário respondia por cerca de 50% da arrecadação matogrossense e 2% do montante nacional desse minério como pode ser observado na Quadro 024, a seguir.

QUADRO 024 ARRECADAÇÃO DE ICMS NA MINERAÇÃO –BRASIL E MATO GROSSO, 1996 SUBSTÂNCIA MATO GROSSO BRASIL PART. % calcário US$523.091 US$26.867.200 2% pedras US$435.983 US$55.617.463 0,80% total US$959.074 US$295.718.581 0,30% FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

− Compensação Financeira: O artigo 20 da Constituição Federal assegura aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e a União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Apesar de não definido como um imposto, a compensação financeira, apresenta, sob o ponto de vista legal, condições para ser enquadrada como tal. São os seguintes os percentuais da compensação financeira:

• minério de alumínio, de manganês, de potássio e sal gema: 2%; • minério de ferro, fertilizantes, carvão e demais substâncias minerais: 2%;

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• pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonados e metais nobres: 0,2%; • ouro: 1%, quando extraído por empresas mineradoras, isentos os garimpeiros. A distribuição é feita da forma seguinte para o caso dos minerais:

• 23% para os Estados e o Distrito Federal; • 65% para os Municípios produtores; • 12% para o DNPM, que destinará 2% à proteção ambiental nas áreas mineradoras, por meio do IBAMA. A participação do Estado do Mato Grosso na arrecadação total nacional é insignificante, não chegando a 1%. Além do ouro, apenas água mineral e diamantes têm alguma representatividade na arrecadação da contribuição financeira, tendo a primeira alcançando R$25.000,00, o segundo com R$1.700,00. O ouro totalizou R$337.322,00, conforme apurado no Anuário Mineral Brasileiro, em 1996, como pode ser observado no Quadro 025. Entre os principais municípios arrecadadores destacam-se em 1996 o de Vila Bela da Santíssima Trindade (US$336.908,00), onde localiza-se a principal exploração aurífera desenvolvida em termos industriais e, muito secundariamente, o de Chapada dos Guimarães (US$14.582,00).

A carga tributária sobre o setor extrativo mineral cresceu significativamente a partir da promulgação da Constituição de 1988, que extingüiu o Imposto Único Sobre Minerais. Pela nova Carta Constitucional, os minerais foram incluídos no campo de incidência do imposto sobre operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, vigindo a partir de 1º de março de 1989.

Comparando-se os dois tributos, conclui-se que as alíquotas efetivas do ICMS são inferiores ao IUM que não permitia crédito de imposto sobre os insumos utilizados. Por outro lado, o IUM era um imposto vinculado a obras que, direta ou indiretamente, beneficiassem a mineração. Com a vigência do ICMS, essa vinculação desapareceu, ficando a alocação dos recursos a critério dos executivos estaduais. Quanto à compensação financeira, verifica-se a existência de pontos polêmicos nos seguintes aspectos:

• não existe fundamentação para as diferenças de alíquotas existentes entre as diversas substâncias minerais;

• que a distribuição da compensação financeira é concentradora de renda; e

• não é definida a responsabilidade pela fiscalização e nem as penalidades nos casos de inadimplência.

Os estudiosos do setor mineral apontam para sérios problemas derivados da grande incidência dos encargos sobre o faturamento das empresas. Para as grandes empresas beneficiárias das economias de escala, esta forma de tributação não se apresentaria como sendo de influência vital. Para a pequena empresa, no entanto, que geralmente trabalha com depósitos minerais com volumes restritos e com baixos teores, os encargos sobre o faturamento constituíram um permanente entrave ao seu desenvolvimento.

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QUADRO 025 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS BRASIL E MATO GROSSO, 1996 (Em US$) SUBSTÂNCIAS MATO GROSSO BRASIL PART. % Água Mineral 24.923 188.710 12,7 Areia 772 1.066.222 0 Argilas 310 409.434 0,08 Calcário 2.084 2.976.987 0,07 Diamante 1.701 13.985 12,16 Ouro 337.322 4.454.931 7,57 Pedras Britadas 1.414 644.857 0,22 Total 368.531 73.215.645 0,5 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

3.3.4. Investimentos Minerais

Na área das concessões de lavra, isto é, empresas que estão em operação, foram registrados recentemente investimentos em apenas três substâncias: calcário, pedras britadas e água mineral. A participação de Mato Grosso nos investimentos totais brasileiros nas minas em operação é irrisória, atingindo apenas 0,45% em 1996, como pode ser observado no Quadro 026, e no gráfico 003, na seqüência. A incerteza sobre os resultados a obter nas primeiras etapas do processo produtivo da mineração caracteriza um elevado risco de inversão, que é superior ao predominante na maior parte das outras atividades econômicas. A magnitude do capital requerido e a lenta maturação das inversões, são dois outros elementos ponderáveis e que contribuem para a retração dos investimentos no setor. Na falta de uma política mais agressiva e explicita para a atração de novos capitais, os investimentos têm sido decrescentes.

QUADRO 026 INVESTIMENTOS EM ÁREAS DE LAVRA – BRASIL E MATO GROSSO, 1996 (Valores em R$) SUBSTÂNCIAS MATO GROSSO BRASIL PART. % calcário 434.000 15.593.000 2,78 pedras britadas 20.000 16.140.000 0,12 água mineral 1.261.000 10.488.000 12,02 total 1.715.000 382.742.000 0,45 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

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GRÁFICO 003 DISTRIBUIÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM ÁREAS DE CONCESSÕES DE LAVRA – MATO GROSSO, 1996. (Em %)

Investimentos em áreas de concessões de lavra CALCÁRIO 25%

PEDRAS BRITADAS 1%

ÁGUA MINERAL 74%

FONTE: DNPM

Pelo lado da pesquisa mineral, as substâncias que receberam investimentos foram: argila, calcário, diamante, ouro, pedras ornamentais e estanho. Também neste segmento os investimentos foram insignificantes quando se compara ao total no país, como pode ser observado no Quadro 027.

QUADRO 027 INVESTIMENTOS EM PESQUISA MINERAL – MATO GROSSO E BRASIL, 1994 / 1996 (Em US$1,00) SUBSTÂNCIAS MATO GROSSO BRASIL 1994 1995 1996 1994 1995 1996 argila 11 6 0 587 936 587 calcário 0 124 38 674 1428 771 diamante 390 267 852 5.477 449 4.925 ouro 4.979 7.994 4.784 42.225 47.442 75.888 pedras ornamentais 0 6 0 76 884 121 estanho 0 59 13 614 673 650 outras ------total 9.380 8.455 5.692 74.645 75.927 108.009 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

Verifica-se que houve uma sensível retração dos investimentos em mineração nos últimos anos de US$ 9,380,00 em 1994, os investimentos minerais foram para US$ 5,692,00, com um decréscimo de quase 40%.

3.3.5. Direitos Minerais

O desempenho do setor formal de uma economia mineral pode ser até certo ponto aquilatada no Brasil, acompanhando-se a evolução das diversas etapas ou trâmites legais do processo, junto ao órgão controlador, o DNPM. Os indicadores da evolução dos direitos minerais no Estado de Mato Grosso aceitos como mais representativos, podem ser acompanhados no Quadro 028 e Gráfico 004, que apresentam a série histórica relativa ao período de 1980 a 1996.

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Verifica-se que as oscilações nos pedidos de pesquisa são uma constante, variando de 352 pedidos, quando atingiu o mínimo em 1988, para em seguida tomar uma tendência de crescimento até atingir 1070 pedidos em 1992. Um maior número de solicitações vem ocorrendo nos últimos anos, anotando-se 2.561 pedidos em 1996, um recorde histórico. No entanto o maior índice de aproveitamento aconteceu em 1985, quando, para 601 solicitações de pesquisa, 508 foram aprovadas e 31 foram coroadas de sucesso, com relatórios de pesquisa aprovados pelo DNPM. Depois desse ano, a proporção entre Pedidos de Pesquisa e a concessão de Alvarás de Pesquisa é fortemente decrescente, o mesmo se verificando quanto à aprovação de Relatórios de Pesquisa, que nos últimos dez anos da série considerada foram em número de quatro ou menos.

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QUADRO 028 EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO DA ECONOMIA MINERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO, 1980 A 1996 RELATÓRIO DE ALVARÁ DE DECRETO LAVRA DECRETO LAVRA ANOS PEDIDO DE PESQUISA PESQUISA LICENCIAMENTO EM VIGOR PESQUISA OUTORGADO VIGOR APROVADOS 1980 673 516 13 2 13 8 1981 410 384 5 4 13 18 1982 602 265 10 1 13 8 1983 1.361 351 - - 13 18 1984 964 752 13 6 19 28 1985 601 508 31 4 23 37 1986 417 193 17 5 28 39 1987 374 49 2 - 43 33 1988 352 85 4 - 39 40 1989 741 46 4 4 39 40 1990 407 119 4 1 40 34 1991 1.190 179 4 1 21 28 1992 1.070 149 2 6 31 32 1993 819 154 4 2 34 44 1994 914 159 1 4 38 44 1995 1.551 111 - 1 39 44 1996 2.561 224 4 - 39 25 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

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GRÁFICO 004 INDICADORES RELATIVOS A TRÂMITES DO PROCESSO JUNTO AO DNPM – MATO GROSSO, 1980-1996.

Indicadores de Desempenho - 1980-1996

3000

2500

2000 PEDIDO DE 1500 PESQUISA

1000 ALVARÁ DE PESQUISA 500 RELATÓRIO DE 0 PESQUISA APROVADOS 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 Anos

FONTE: DNPM Desse modo, verifica-se que, em 1996, de 224 alvarás concedidos, apenas 4 tiveram o respectivo relatório de pesquisa aprovado, isto é, foram pesquisados com sucesso. Esses números, no entanto, devem ser relativizados, pois a grande diferença entre a quantidade de solicitações de pesquisa e o número de relatórios efetivamente aprovados, freqüentemente, é resultado de um artifício usado tanto pelas empresas para garantir áreas, como pelos proprietários dos solos, para evitar transtornos de pesquisa mineral em suas terras.

Em termos nacionais, como pode ser observado no Quadro 029, vê-se que a participação dos relatórios aprovados no Estado de Mato Grosso representam um percentual em torno de 1% nos últimos dez anos.

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QUADRO 029 RELATÓRIOS DE PESQUISA APROVADOS – MATO GROSSO E BRASIL, 1980 A 1996. (Valores em unidades e %)

ANOS BRASIL MATO GROSSO PART. % NO BRASIL 1980 452 13 2,88 1981 403 5 1,24 1982 436 10 2,29 1983 353 - - 1984 380 13 3,42 1985 502 31 6,18 1986 307 17 5,54 1987 388 2 0,52 1988 372 4 1,08 1989 334 4 1,2 1990 222 4 1,8 1991 354 4 1,13 1992 235 2 0,85 1993 348 4 1,15 1994 150 1 0,67 1995 179 - - 1996 439 4 0,91 FONTE: DNPM – DEM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

O licenciamento é um regime exclusivo para o proprietário do solo, ou de quem dele tenha autorização, podendo ser utilizado em relação às substâncias de emprego imediato na construção civil, quando utilizadas in natura como é o caso da argila para cerâmica vermelha e do calcário dolomítico empregado para corretivo de solo na agricultura. Nesse segmento, nos últimos anos, como pode ser verificado no Quadro 030 e Gráfico 005, os licenciamentos concedidos em Mato Grosso estacionaram no número 44, após subidas e descidas nos anos oitenta. Em 1996, segundo informações obtidas no Anuário Mineral Brasileiro, era de 25 o número de licenciamentos, representando participação de 0,69% no total brasileiro.

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QUADRO 030 LICENCIAMENTOS EXISTENTES – MATO GROSSO E BRASIL – 1980/1996 (Valores em unidades e %) ANOS BRASIL MATO GROSSO PART. % NO BRASIL 1980 813 8 0,98 1981 1.242 18 1,45 1982 1.620 8 0,49 1983 1.838 18 0,98 1984 2.032 28 1,38 1985 2.392 37 1,55 1986 2.744 39 1,42 1987 2.863 33 1,15 1988 3.015 40 1,33 1989 3.005 40 1,33 1990 3.078 34 1,1 1991 2.628 28 1,07 1992 2.568 32 1,25 1993 2.877 44 1,53 1994 3.073 44 1,43 1995 3.182 44 1,38 1996 3.611 25 0,69 FONTE: DNPM – DEM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

GRÁFICO 005 SÉRIE HISTÓRICA 1980 – 1996 DOS LICENCIAMENTOS NO ESTADO DE MATO GROSSO (Valores em Unidades)

Evolução dos licenciamentos

50 40

30

20 10

0 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Anos

FONTE: DNPM – DEM, 1997

Quanto às concessões de lavra existentes no Estado de Mato Grosso, eram de apenas 39 em 1996, quantidade extremamente reduzida, principalmente levando-se em conta, mais uma vez, a extensão territorial do Estado. Comparada com o Brasil, vê-se que a participação é mínima, não chegando a 1% do montante nacional, como pode ser observado no Quadro 031 e Gráfico 006.

Quanto às substâncias para as quais foram outorgadas concessões no Estado, verifica-se a preponderância do calcário (11 concessões) e do calcário dolomítico (5 concessões) vindo logo a seguir a água mineral com três.

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QUADRO 031 CONCESSÕES DE LAVRA EXISTENTES – MATO GROSSO E BRASIL, 1980 / 1996

ANOS MATO GROSSO BRASIL PART. % NO BRASIL 1980 13 2.875 0,45 1981 13 3.228 0,4 1982 13 3.105 0,42 1983 13 3.315 0,39 1984 19 3.518 0,54 1985 23 3.805 0,6 1986 28 3.990 0,7 1987 43 4.253 1,04 1988 39 4.221 0,92 1989 39 4.195 0,93 1990 40 4.254 0,94 1991 21 3.451 0,61 1992 31 3.744 0,83 1993 34 3.779 0,9 1994 38 3.875 0,98 1995 39 4.874 0,8 1996 39 4.082 0,96 FONTE: DNPM – DEM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

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GRÁFICO 006 EVOLUÇÃO DAS CONCESSÕES DE LAVRA – MATO GROSSO, 1980-1996.

Evolução das concessões de lavra

50 40 30 20 10 0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Anos

FONTE: DNPM – DEM, 1997

3.3.6. Reservas Minerais

As reservas minerais do Estado de Mato Grosso são aquelas oficialmente aprovadas pelo DNPM, isto é, as que constam nos relatórios anuais de lavra e nos relatórios de pesquisa aprovados. Entre as reservas das substâncias minerais metálicas, constata-se a presença de quatro substâncias: cobre, estanho, ouro e prata. Destas, apenas o ouro mantém produção com minas em atividade, pois para as outras três ainda não foi atingida essa fase (ver Quadro 032).

QUADRO 032 RESERVAS DAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS METÁLICAS – MATO GROSSO, 1996 CONTIDO NA SUBSTÂNCIA MEDIDA INDICADA INFERIDA TEOR NA MEDIDA MEDIDA cobre 5.600 (2) 40 (2) - - 0,71 % Cu 3 estanho 4.686.886 32.808.202 (3) - - 7g 5m/m ouro 75.876.582 65.517.455 (1) 25.356.374 184.286.519 0,86 g/t Au prata 14.308.576 288.197 (1) 13.305.023 10.477.500 0,02 g/t Ag FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997 OBSERVAÇÕES (1) unidade expressa em gramas (2) unidade expressa em toneladas (3) unidade expressa em quilogramas

Quanto às reservas das substâncias minerais não-metálicas, verifica-se que das seis substâncias registradas (ver Quadro 033), cinco são de uso na construção civil e uma de emprego industrial. As reservas minerais serão objeto de estudo em capítulo à parte neste trabalho, quando forem tratadas as substâncias isoladamente.

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QUADRO 033 RESERVAS DAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS NÃO-METÁLICAS – MATO GROSSO, 1996 SUBSTÂNCIAS R. MEDIDA R. INDICADA R. INFERIDA Argilas (t) 7.979 5.965 - argilas refratárias (t). 4.115 - - Calcário (t) 1.278.349 1.820.198 949.388 Dolomito (t) 17.640 - - Granito (m3) 25.311 37.527 47.284 Pedras Britadas (m3) 16.358 3.760 14.626 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

3.3.7. Comércio Exterior

Atualmente o setor mineral do Estado de Mato Grosso, como se procurou deixar claro através dos dados apresentados anteriormente, é eminentemente um produtor de bens minerais de emprego na construção civil. Trata-se de mercadorias que não comportam elevados custos de transporte, visto que, em geral, são produtos de baixo valor agregado. Os outros produtos minerais do Estado são, ao contrário, bens de grande valor unitário e, geralmente, não pagam frete para seu deslocamento, pois podem facilmente ser transportados na bagagem do comprador ou vendedor. O comércio exterior do ouro é carente de transparência, sendo as transações internacionais revestidas de absoluto sigilo. Não se encontram, também, nas publicações especializadas, informações sobre o comércio internacional de ouro. Apenas as compras e vendas realizadas oficialmente entre organismos governamentais são registradas. Dessa forma, torna-se difícil a quantificação dos valores e volumes exportados, com a respectiva identificação de destinos.

Sabe-se, no entanto, que o ouro proveniente do Brasil tem como primeiro destino os Estados Unidos da América, sendo a partir daí exportado para a Europa, onde estão os mais tradicionais mercados de ouro do mundo, centrados em Londres e Zurique. Os excedentes da distribuição européia são exportados para a Ásia, Norte da África, Oriente Médio e Índia. O ouro brasileiro é, particularmente, aquele produzido em Mato Grosso. Oficialmente, tem pouca participação no comércio internacional, tendo-se registrado quantidades e valores inexpressíveis. Tudo indica que a produção matogrossense que se destina ao exterior é toda feita por contrabando.

O levantamento do comércio internacional de diamantes é muito difícil de ser feito, por uma série de fatores característicos dos bens de grande valor unitário. Os dados de importação e exportação desses bens minerais são puramente analíticos e pouco transparentes em razão, principalmente, de ser apenas uma única organização que controla quase totalmente o mercado mundial. As exportações brasileiras atingiram, em 1996, 15 toneladas, quase metade do que foi exportado em 1994, carreando divisas da ordem de US$ 53 milhões. O principal componente das exportações é o diamante não industrial, sendo que dos US$35,5 milhões exportados em 1996, US$ 22,4 milhões o foram na forma de bens primários e US$ 12 milhões como manufaturados. Entre os principais países compradores, destacam-se Irlanda, EUA, Bélgica e Alemanha.

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QUADRO 034 VALOR DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE DIAMANTES, 1994-1996 (US$ milhões) DESCRIÇÃO 1994 1995 1996 Total 52.649 51.549 35.542 Bens primários 34.699 36.299 22.401 Em bruto, n/selecionado, n/monta 624 397 156 Industrial, em bruto/serrado/cli 40 1.366 0 Não industrial, em bruto 2.641 3.509 5.729 Não industrial, em outs. formas 31.331 30.887 16.514 Pos de diamantes naturais 0 18 0 Pos de diamantes sintéticos 63 122 0 Manufaturados 17.950 15.250 12.141 Mos de diamante natural/ sintética/aglome 2.489 3.631 2.844 Mos de diamante natural/ sintética/aglome 29 49 41 Diamante não industrial, lapidado 15.431 11.543 9.244 Obras de diamante sint. base de metal dur 1 27 12 FONTE: MICT- SECEX / DNPM – DEM, 1997.

4. DIAGNÓSTICO DA ECONOMIA MINERAL MATOGROSSENSE

Para a elaboração do diagnóstico do setor mineral da economia matogrossense foram considerados o segmento formal e o informal. No primeiro, foram incluídas as atividades onde atuam as empresas constituídas e submetidas a regulamentação normal, comercial e tributária, malgrado persista entre as mesmas elevado índice de informalidade e desrespeito às normas vigentes. No segmento informal foi considerado o conjunto da atividade garimpeira, incluindo uma grande diversidade de empresas que responderam por parcelas do ciclo produtivo e, malgrado tenham caráter claramente empresarial, permanecem em grande parte imersas na informalidade. Com base em levantamentos de campo é apresentada, na seqüência, uma avaliação da economia garimpeira, município a município, onde esta atividade foi significativa. Por último, é desenvolvida uma análise detalhada da produção dos principais substâncias minerais atuais do Estado de Mato Grosso.

4.1. MINERAÇÃO FORMAL

Mesmo não havendo uma quantificação exata da produção mineral no Estado de Mato Grosso, sobretudo em decorrência do marcante traço de informalidade que caracteriza o setor, sabe-se que sua contribuição é importante para alguns bens minerais, como já visto, principalmente daqueles destinados à Construção Civil e Agricultura, além do ouro e do diamante.

Há, nos maiores municípios do Estado, uma parcela significativa de pequenas mineradoras organizadas, sobretudo aquelas que trabalham na área da construção civil. Estas pequenas empresas são de fundamental importância para os municípios onde se situam, gerando empregos e movimentando o comércio. Quando o mercado mineral está em baixa, estas empresas se retraem, com o pessoal ocupado passando a dedicar-se a outras atividades; porém, quando o mercado se aquece, lançam-se imediatamente à produção, mostrando uma capacidade de reestruturação quase instantânea.

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A desorganização e informalidade dessas empresas resultam em evasão fiscal, transformando os municípios mineradores em vítimas de uma exploração irracional de seus recursos minerais, nada recebendo como recompensa. Geralmente afastadas dos meios de capacitação dos grandes centros, essas empresas de mineração não têm acesso às modernas técnicas gerenciais, de racionalização da produção e de marketing. Em decorrência, suas estruturas de custos impõe-lhes uma progressiva perda de competitividade no mercado, assim como baixa rentabilidade operacional, com reflexos na geração de recursos para se capitabilizar e expandir as atividades.

Dentre os principais problemas que afetam o setor, detectados na pesquisa de campo realizada em 1997, destacam-se os seguintes: falta de capital de investimento, informação geológica deficiente, deficiência na estrutura do trabalho, dificuldade na obtenção de financiamento, ausência de capital de giro, capacidade gerencial precária, desconhecimento da legislação mineral e ambiental e insuficiente incorporação de tecnologia. Cada um desses aspectos é tratado separadamente, como se segue:

− Falta de Capital de Investimento

O escasso investimento na pesquisa mineral, a nível estadual e federal, tanto básica quanto específica, é um dos mais graves problemas da mineração na última década, tendo interrompido o processo de geração de novas jazidas no País. Por outro lado, a atividade mineral, tanto na fase de pesquisa quanto na de lavra, depende de métodos e equipamentos às vezes dispendiosos e inacessíveis ao minerador local. Os investimentos relativos a essa fase são bastante variáveis, dependendo da complexidade da jazida, da localização, das condições de acesso e da infra-estrutura disponível, entre outros. Grande parte dos pequenos e médios empresários entrevistados declararam residir, nesta fase, um dos principais entraves à expansão dos negócios, uma vez que não dispõem de capital suficiente, sendo também difícil a captação de recurso, dado o elevado risco envolvido.

Com o objetivo de manter ou fomentar os empreendimentos no setor, o governo, ainda na opinião desses empresários, deveria atenuar os riscos da iniciativa privada, investindo diretamente nas fases de pesquisa básica e intermediária. Quanto às fases finais da pesquisa e de desenvolvimento, o governo ainda carece de organismos que financiem e incentivem o setor, visando apoiar o empreendedor e reduzir os riscos do investimento.

− Informações Geológica Deficiente.

Os estudos geológicos realizados em Mato Grosso ainda são incipientes em razão, entre outros motivos, a grande extensão territorial do Estado. O minerador, ao se lançar ao empreendimento mineral, não possui a totalidade das informações geológicas necessárias para uma empreitada segura. Segundo os empresários entrevistados, faz-se necessário maiores investimentos governamentais para estudos básicos, bem como para o desenvolvimento de uma tecnologia de prospecção e pesquisa adaptada à realidade regional, para que se possa ter um melhor conhecimento das potencialidades minerais. As seqüências de trabalhos que levam ao aproveitamento econômico de uma mina podem ser resumidos em: pesquisa, lavra e beneficiamento.

Cada uma dessas fases deve ser conduzida de maneira a se obter o máximo de resultados, pois todos os gastos vão se refletir no custo final do bem mineral que será produzido, devendo o mesmo ser colocado a preços competitivos no mercado.

A descoberta de indícios minerais ou ocorrências com base científica, envolve um planejamento prévio e desenvolvimento de programa, onde se utiliza pessoal técnico capacitado, implicando em altos custos, normalmente inacessíveis ao minerador local. Como

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o investimento em pesquisa mineral está intrisicamente associado ao risco geológico, as grandes empresas tendem a diminuí-lo através do aumento da extensão das áreas pesquisadas, obtendo dessa forma maior probabilidade de sucesso. Esta operação envolve custos muito elevadas, tornando-a impraticável para o pequeno minerador regional.

− Deficiência na Estrutura do Trabalho.

A organização do trabalho nas empresas locais pesquisadas mostra sérias deficiências, sendo freqüente a produção realizada através de métodos arcaicos e artesanais, com estrutura familiar e sem nenhuma preocupação científica de administração. Observa-se que, em geral, o proprietário e os membros da família atuam diretamente na produção e, quando o empreendimento toma maiores proporções, estes tendem a assumir funções de gestão ou direção. Na realidade, é em torno do trabalho do proprietário que tende a gravitar a atividade econômica das empresas.

O tipo de organização mais comum é aquele constituído por proprietários e empregados, sendo também expressiva a freqüência de empresas formadas exclusivamente por proprietários e membros de sua família. Não existe nenhuma política de motivação explícita do pessoal, a não ser a remuneração com base geralmente na produção, como no caso do ouro.

− Dificuldades na Obtenção de Financiamento

A indústria extrativa mineral tem, em quase todos os órgãos de financiamento oficiais, tratamento idêntico aos outros setores industriais do País. No entanto, os trabalhos básicos para a exploração econômica de um depósito mineral, como já dito, são dispendiosos e têm características específicas, como o longo prazo de retorno do capital, sendo os financiamentos convencionais insuficientes e inadequados.

Os riscos de insucesso são bastantes acentuados, podendo levar o desinteresse ao empreendedor na obtenção de financiamento calcado em garantias de bens de capital e outras normalmente aceitas em financiamento convencionais. Desse modo, a política de crédito atinge poucas pequenas empresas que, quando entrevistadas, apontaram a burocracia, os juros elevados e o curto prazo de carência dos financiamentos, como principais responsáveis pela insatisfação. Assim, a maioria dos investimentos é feita com capital próprio dos mineradores, correndo por sua conta o risco de insucesso.

− Ausência de Capital de Giro

O capital de giro, elemento indispensável para o bom andamento de um empreendimento mineral, foi outro problema detectado nas entrevistas com os mineradores. No setor mineral é de fundamental importância estimá-lo cuidadosamente, calculando seus componentes iniciais, principalmente quanto aos estoques, despesas, almoxarifado, vendas a prazo e contas a pagar, assim como todos os acréscimos necessários ao longo do tempo. A dificuldade na formação do capital de giro força o minerador a produzir riquezas tão rápido quanto possível.

Sem capital de giro, e tentando obter lucro e seu capital de volta, o mais rapidamente possível, o pequeno empresário procura maximizar a extração, lavrando preferencialmente as seções mais ricas, levando a uma lavra predatória e reduzindo a vida útil da mina.

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− Capacidade Gerencial Precária

A falta de capacitação gerencial foi outro óbice observado na mineração regional, e que tem impossibilitado a consolidação no mercado de inúmeros pequenos empreendimentos. Esses, em geral, são conduzidos sem nenhuma técnica moderna de produção.

A localização no interior, longe das economias externas propiciadas pelos grandes centros, leva o pequeno empresário, além de outras dificuldades, a defrontar-se com problemas de acesso às atualizadas técnicas de gerenciamento. Isso impõe um perda de competitividade no mercado, com reflexos na expansão das atividades. Geralmente, o gerente é o próprio proprietário da mina e a administra com o auxílio de familiares, sem nenhuma preocupação no aperfeiçoamento e conhecimento das novas técnicas de administração.

− Desconhecimento da Legislação Mineral e Ambiental

A mineração tem características peculiares específicas que a diferenciam de outras atividades econômicas em geral. É, sem sombra de dúvida, a atividade que mais agride fisicamente a natureza, extraindo dela recursos que não se renovam. Observou-se, durante a pesquisa de campo, que algumas empresas lavram sem a mínima preocupação com o meio ambiente, apesar dos esforços empreendidos pelo órgão ambiental em conscientizá-los.

A distinção, por exemplo, entre propriedade do solo e do subsolo, é desconhecida por muitos mineradores. As obrigações quanto ao direito minerário são, muitas vezes, também, relegadas a um segundo plano, assim como a obrigatoriedade de se ter um técnico, engenheiro ou geólogo responsável pela lavra. Dessa forma, os órgãos envolvidos, DNPM e FEMA, procuram conscientizar os mineradores a observarem as normas que regem o setor.

− Insuficiente Incorporação de Tecnologia.

As técnicas de extração mineral são ainda pouco evoluídas em termos relativos, com exceção da mineração de calcário e de algumas empresas que lavram ouro e já contam com tecnologia moderna. Quanto aos aspectos tecnológicos, observa-se que os pequenos projetos da indústria mineral continuam sendo implantados, via de regra, sem o cotejo com as características das matérias-primas disponíveis no Estado. Não se leva em conta que cada jazida requer uma tecnologia específica, já que variam a composição e as características do minério (VILLAS BÔAS, 1979).

Constatou-se, nas pequenas empresas, que falta tecnologia adequada ao melhor aproveitamento de seus minérios, principalmente no que diz respeito à lavra. Esta é desenvolvida, quase sempre, de modo rudimentar e a céu aberto, incorporando pouca ou quase nenhuma tecnologia. Em termos de prospecção e pesquisa, viu-se que esforços, na medida do possível, estão sendo feitos para conhecimento dos recursos minerais. Estes, no entanto, concentram-se atualmente, em poucas substâncias.

4.2. O GARIMPO

O código de Mineração, em seu artigo 109, afirma que a atividade do garimpeiro é caracterizada por três particularidades:

− processo rudimentar de extração;

− natureza dos depósitos lavrados;

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− caráter individual do trabalho.

Em função da natureza dos depósitos lavrados, o Código estabelece uma diferença entre três tipos de trabalho, usualmente englobados na categoria ampla de garimpo:

• garimpagem;

• faiscação;

• cata.

A cata destaca-se da garimpagem e da faiscação, por se tratar da exploração de bens minerais que não sejam nem preciosos nem gemas. É o caso das lavras rudimentares de feldspato, mica, caulim, talco, etc, em filões mais ou menos alterados, para aplicação industrial. Enquanto a faiscação se limita aos metais nobres nativos (ouro, prata, platina), a garimpagem inclui também as pedras preciosas e semipreciosas, bem como outros minérios metálicos (cassiterita, zirconita, cromita, rutilo, columbita, tantalita, etc). A faiscação caracteriza-se, portanto, como um caso particular de garimpagem. Para fins práticos não existe utilidade nesta distinção legal, pois a legislação trata a todas as situações da mesma forma, concedendo-lhes os mesmos direitos e cobrando-lhes os mesmos registros e controles.

De maneira geral e simplificada, o garimpo pode ser definido como a lavra de metais, preciosos ou não, e gemas, desenvolvido individualmente e com recursos manuais ou semi-mecanizados. O atual estágio da mineração em Mato Grosso caracteriza-se pela informalidade, isto é, a maioria da atividade minerária funciona clandestinamente. Ressalta-se que a quase totalidade das unidades de produção que exploram ouro e diamante encontram- se totalmente na ilegalidade.

A produção de ouro e diamantes no Brasil, desde o século XVII, era originária do garimpo, salvo a da mina de Morro Velho. Os garimpos se desenvolveram em outra fase, no século XX, principalmente a partir de 1950, em Minas Gerais e Bahia, passando depois para Mato Grosso, de tal forma que, com produção crescente, essa região tornou-se uma das grandes produtoras de ouro do País. Nas áreas de garimpo, o impacto ambiental é intensivo e generalizado, uma vez que o desmatamento, o assoreamento e o lançamento de efluentes sólidos nas bacias de drenagens garimpadas têm comprometido as mesmas. A garimpagem afeta o meio ambiente quer pela atividade em si, quer pela ocupação da área a ser trabalhada. As atividades de garimpagem têm conseqüências diretas e indiretas sobre o meio ambiente. Entre as conseqüências diretas, cita-se: a limpeza da área a ser garimpada; a escaração; a construção de diques, regos e tanques para se represar a água; o desvio de córregos e a produção de entulhos.

Segundo Michael Baxter, em seu livro Garimpeiros de Poxoréu, os efeitos indiretos são: a coleta de materiais necessários para a construção ligada a garimpagem, conseqüências causadas tanto pelo transporte como pela deposição de sedimentos carregados pela água dos riachos e a mudança da vegetação da terra garimpada. Há também o lançamento de graxas, combustíveis e detergentes em escala acelerada, que contribuem para o comprometimento de todo o ecossistema, causando profundas alterações no meio ambiente, expulsando ou contaminando seres vivos, como peixes, aves, etc. O maior problema no garimpo é o mercúrio, um metal prateado, de densidade elevada, vulgarmente denominado de azougue, com duas características essenciais: baixa mobilidade geoquímica e alta volatilidade. A sua utilização, sem as devidas precauções, fez com que ocorresse um excesso de metal no meio ambiente, principalmente a partir do momento em que o mercúrio passou a ser utilizado em todo o circuito de produção do ouro, nos processos de garimpagem.

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Em termos mundiais, a história registra alguns casos em que o mercúrio trouxe seqüelas graves para o meio ambiente. Dentre esses destaca-se o caso de maior repercussão, que ocorreu na bacia de Minamata/Japão, na década de 60, quando sais de mercúrio foram lançados na água, alcançando a cadeia biológica do habitat, vitimando peixes e seres humanos. Outro acidente de grande repercussão ocorreu no Iraque, na década de 70, quando sementes tratadas com mercúrio, oriundas dos Estados Unidos, foram indevidamente utilizadas para consumo humano, causando, vítimas fatais e sequelas ambientais.

O mercúrio utilizado nos garimpos atinge a cadeia trófica de duas maneiras: na ocasião da queima da liga mercúrio-ouro (antes da comercialização do ouro, pois o comprador remunera apenas o metal amarelo), através do vapor do azougue. quando do lançamento, sob a forma metálica, nas drenagens durante a pré-concentração de ouro. Neste último caso, o espaço entre o lançamento e a contaminação demanda um tempo mais longo, uma vez que o metal passa pelo estado inorgânico e depois, ao reagir com as bactérias do tipo pseudomenas, transforma-se em mercúrio orgânico, dimetil ou metilmercúrio, este último com elevado poder tóxico. O mecanismo da metilação do mercúrio em água doce não é conhecido; o que se sabe, com certeza, é que o mercúrio utilizado nos garimpos já atingiu a cadeia trófica, como é comprovado pelos dados existentes sobre a contaminação de peixes (músculo e vísceras), de águas, de pessoas (sangue, urina e cabelo) e de aves.

O mercúrio é usado indistintamente em toda a área de garimpo e, em Mato Grosso. Oficialmente existem 5 reservas garimpeiras, além das áreas clandestinas, conforme o demonstrativo abaixo:

QUADRO 035 RESERVAS GARIMPEIRAS – MATO GROSSO, 1997

DENOMINAÇÃO SUBSTÂNCIA DOU ÁREA (ha) Reserva Garimpeira de Poxoréu Diamante 12/11/79 18.399,96 Reserva Garimpeira do Cabeça Ouro 10/05/83 121.000,00 Reserva Garimpeira de Zé Vermelho Ouro 10/05/83 50.000 Reserva Garimpeira de Peixoto de Azevedo Ouro 10/05/83 657.500 Reserva Garimpeira do Juruana Ouro 28/03/88 44.625 Total - - 891.524,96 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

As reservas garimpeiras foram criadas como áreas de livre garimpagem, com a finalidade de minimizar os freqüentes impasses e/ou mesmo conflitos entre garimpeiros e empresas mineradoras. Os conflitos permaneceram e a garimpagem se tornou uma atividade cada vez mais empresarial, impactante e decadente devido a falta de perspectiva de continuidade. A degradação dos meios físicos e biótico, com impactos e efeitos que permeiam todos os meios, resultou em um profundo caos social. Comunidades e cidades entraram em aguda crise econômica e sem perspectiva de futuro, diante da grande dificuldade de mobilização dessas comunidades para desenvolver outras atividades mais sustentáveis.

Atualmente, a produção dos garimpos é reduzida, principalmente em função do esgotamento e da queda dos teores das jazidas aluvionares e superficiais, bem como da disposição do governo em coibir a lavra clandestina e ilegal, notadamente na Amazônia e, também, das fortes pressões dos órgãos ambientais, que se soma à redução do preço internacional do metal.

Já em 1983, a revista Minérios (nº 87) afirmava: “Que o garimpo tem uma importante função social é inegável, mas as relações sociais hoje vigentes em praticamente todos os garimpos brasileiros são de validade perfeitamente questionável. O trabalho manual, em qualquer setor, é uma forma de utilizar grandes contingentes de pessoas, geralmente a custos baixos. E, normalmente, a maioria dos outros países que o utiliza apenas em situações

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de emergência é a regra. Mas não se pode pretender resolver problemas sociais ignorando as técnicas e conhecimentos adquiridos ao longo do tempo e que hoje parecem estar sendo desprezados em nome de imediatismo duvidoso. Para aumentar-se a produção de ouro no Brasil é necessário, antes de tudo, prover as pequenas empresas de recursos para que possam contratar profissionais e realizar trabalhos com embasamento técnico”.

A mineralização aurífera em Mato Grosso está associada essencialmente às coberturas aluvio-coluvionares, a qual será abordada adiante, segundo os métodos exploratórios atualmente vigentes, ou seja, do tipo baixão (empregando desmonte hidráulico), e em rio caudaloso ( através de balsas).

− Garimpo de Baixão

A captação de águas para o desmonte é feita diretamente da drenagem, ou desta para um tanque e daí para a frente de lavra. As bombas utilizadas são geralmente de 3” de diâmetro para recalque/sucção, com motor estacionário de combustão interna (diesel). Essas bombas alimentam um bico-jato, que ocasionando forte pressão provoca o desmonte do material. Esse mesmo monitor desagrega o material e auxilia no transporte da polpa até a draga. Com o trabalho de desmonte, o monitor passa a trabalhar num nível topográfico mais baixo que a captação de água, o que auxilia ainda mais na pressão do esguicho, (ARAÚJO, 1996).

A polpa é transportada até um poço, onde é feito o recalque para a calha concentradora. Nesse percurso há uma classificação de material, aproximadamente acima de 2”, que é realizada manualmente através de um garfo de feno. O motor tem sua velocidade de rotação controlada, de modo que a draga trabalha o maior tempo possível com diluição da polpa, em torno de 50% de sólidos em volume.

O processo envolve três pessoas, ou eventualmente quatro. Os operadores trabalham na frente de lavra, na classificação do material e controlando e recalque para a calha. O quarto e eventual operador trabalha com uma picareta, ajudando no desmonte e separando o material consolidado. O desenho esquemático do garimpo de baixão pode ser visto na figura seguir.

FIGURAFIGURA 001001 DESENHODESENHO ESQUAMÁTICO ESQUEMÁTICO DE DE GARIMPO GARIMPO “DE DE BAIXÃO” BAIXÃO

FONTE: CETEM, 1997

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− Garimpo de Balsa

Nas balsas flutuantes a frente de lavra situa-se no leito do rio, tornando o método de lavra mais simples operacionalmente (apenas uma pessoa comanda a operação), contudo mais difícil pelo fato do material consolidado estar submerso (ARAUJO, 1996). Nesse caso, é forte a dependência da experiência de cada operador.

As dragas que foram utilizadas no Rio Teles Pires são de 8” de sucção/recalque. Nas balsas trabalham 3 ou 4 operadores. Esses operadores vão se revezando entre si, em turnos, de modo que realizam não só a parte de lavra, como concentração e recuperação do ouro. A figura esquemática das instalações de uma balsa com draga pode ser visto na figura a seguir.

FIGURA 002 DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM GARIMPO DE BALSA

FONTE: CETEM, 1997

4.2.1. Caracterização dos Métodos de Beneficiamento no Garimpo

O beneficiamento realizado em ambos os tipos de garimpos é similar: concentração em calha inclinada, diferenciando-se em termos de produção, capacidade dos equipamentos e granulometria do material processado (ARAUJO, 1996). A polpa de minério é concentrada nos carpetes e obstáculos da calha, e o tempo de despescagem (retirada do concentrado contido) varia com a capacidade do equipamento. Dependendo do material, garimpeiro de baixão faz a despescagem em torno de 7 a 12 dias, sendo o usual que isso ocorra após o desmonte de um bloco médio de 4 x 10 x 10 (altura, comprimento e largura em metros). Nos garimpos que utilizam pára-quedas o material concentrado é despescado em intervalos menores (2 ou 3 vezes entre a despescagem dos carpetes). Nas balsas o tempo é de 1 dia para cada despescagem ( de 18 a 20 horas efetivamente trabalhadas), sendo que em alguns casos a última faixa de carpetes só é despescada ao final de 30 dias. Devido às irregularidades provocadas pelas interrupções da lavra, a alimentação das calhas é descontínua e com larga variação na diluição de polpa e no nível de produção.

Durante a fase de levantamentos de campo, pode-se acompanhar detalhadamente as etapas de amalgamação efetuadas em alguns garimpos de baixão e em balsas flutuantes.

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Observou-se, nos garimpos visitados, o pouco cuidado no manuseio do mercúrio – nas fases de amalgamação e na queima do amálgama – e também na contenção dos rejeitos contaminados. Nas figuras seguintes são mostrados os processos de amalgamação.

FIGURA 003 ESQUEMA DE AMALGAMAÇÃO EM GARIMPO DE BAIXÃO

FONTE: CETEM, 1997

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FIGURA 004 ESQUEMA DE AMALGAMAÇÃO EM GARIMPO DE BALSA

FONTE: CETEM, 1997

4.3. MUNICÍPIOS COM TRADIÇÃO GARIMPEIRA

Nos levantamentos de campo, foram percorridos os municípios matogrossenses sobre os quais tinham sido recolhidos registros caracterizando e identificada a importância da atividade garimpeira. Nos sub-itens em seqüência, apresenta-se uma súmula das informações sistematizadas nessa atividade (ver Mapa 002).

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Mineradores de Ouro

9 Municípios Mineradores de Diamante 33 PARÁ

37 87 69 84 48 Limite Municipal Vigente em 1999 76 139 Limite municipal vigente em 1997 3 27 I4 64 90 112 58 72 Sede de município vigente em 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 002 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS COM ATIVIDADE GARIMPEIRA

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 55

Alta Floresta

A atividade garimpeira ganhou expressão nesse município a partir de 1979, proporcionando benefícios, como a capitalização de parte da sociedade, ocasionando prejuízos como o aumento do custo de vida e abandono das atividades agropecuárias, além de trazer conflitos e violência. Atualmente, são pouco os garimpos em atividade em Alta Floresta, merecendo destaque os garimpos do Aragão e do Celso, segundo dados colhidos na prefeitura local. O garimpo do Celso localiza-se à 35 Km da sede do município, na estrada municipal. Apresenta a peculiaridade de não consumir mercúrio em suas operações, pois todo o ouro produzido é isento de material fino com teores da ordem de 99%. A produção girou em torno de 2 Kg/mês, empregando 8 pessoas em 1996.

O garimpo do Aragão, localiza-se à cerca de 70 Km do centro da cidade, nas margens do Rio Rochedo, afluente do Teles Pires, em área considerada pobre em termos auríferos. Tem três dragas operando. Segundo informações locais, produzem 1 kg de ouro mensalmente. Empregava 4 pessoas que recebiam sete por cento do total do ouro apurado. Os outros garimpos de Alta Floresta eram “fechados “, isto é, o proprietário exercia o controle da comercialização da produção, dos meios de subsistência e da pista de pouso, único elo entre o garimpo e o meio exterior. Entre os garimpos que já se encontravam paralisados merecem destaque os de: Trairão, Cabeça, Satélite, Astro, Novo Mundo, Fazenda Mogno e Tira a Calça, pelo volume da produção alcançado anteriormente.

A maioria das casas compradoras de ouro de Alta Floresta foram encerrando suas atividades à medida em que foi declinando a produção dos garimpos. Já operaram em Alta Floresta 9 casas compradoras de ouro, e no momento dos levantamentos, estavam em atividade apenas 4: a Ourominas, Marsans, Atlas e Parmetal. As casas compradoras remanescentes, foram visitadas para coleta de dados referentes à técnica utilizadas em suas atividades operacionais, onde se constatou, com pequenas variações, que as mesmas atuavam da seguinte forma:

• recebimento e pesagem do ouro bruto proveniente do garimpo;

• queima desse ouro com fundente (borax) para volatização do mercúrio e eliminação de impurezas;

• pesagem do ouro após a fusão (lingotes, barras), determinação do peso líquido.

Este tipo de procedimento técnico era responsável pela emissão de mercúrio gasoso na atmosfera, constituindo-se numa fonte de poluição ambiental. Do total do ouro processado pelas casas compradoras de Alta Floresta, cerca de 80% era originário de garimpos de outras regiões, principalmente do Estado do Pará.

Dentre estes garimpos, tinha destaque o de Tapajós, situado em uma região entre Itaituba e Alta Floresta. Como esta última tinha preços melhores para os insumos e bens de consumo, os garimpeiros direcionavam a venda do ouro coletado para as mesmas.

− Paranaita

Em 1995, técnicos do CETEM - Centro de Tecnologia Mineral cadastraram 19 garimpos nesse município. Segundo informações obtidas no prefeitura local, todos os garimpos estavam paralisados quando dos levantamentos de campo. Os mais significativos, conforme fontes locais, eram:

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• Garimpo do Ailton: na localidade de Grota Rica e que operava um filão que desapareceu.

• Garimpo do Buriti: localizado na Grota Rica, que operava com dois moinhos de martelo, tendo produzido 800 gramas de ouro por mês, em 1996.

• Garimpo do Laurindo: o filão deste garimpo foi perdido, estando os garimpeiros à procura de novo filão.

• Garimpo do Alipão: localizado na área garimpeira denominada Zé da Onça, tirava minério de um filão que já foi exaurido.

Destacavam-se, ainda, pela produção passada, os seguintes: Porcão, Porto de Areia, Zé da Onça, Grota Rica, Jaú e Arara.

Quando dos levantamentos de campo, já não existiam mais casas compradoras de ouro operando em Paranaita, tendo as mesmas encerrado suas atividades em 1996. Até aquele ano, 4 casas atuavam na compra de ouro: a Ourominas, Ouro Zezinho, Ouro Prado e Paranaita Metais.

− Apiacás

Dentre os principais garimpos de Apiacás, que em 1997 vinham apresentando produção intermitente, destacavam-se: Garimpo da Ivone, do Nenê e do Zé da Bomba. O Garimpo da Ivone lavrava dois filões auríferos, um dos quais com poço de 30 metros de profundidade, com galerias abertas na rocha por explosivos. Encontrava-se paralisado, assim como o garimpo do Nenê. No Garimpo do Zé da Bomba era explorado um filão com poço de extração alimentando um plano inclinado, com vagonetas puxadas por um guincho mecânico.

Em Apiacás, chegaram a operar 6 casas compradoras de ouro. Porém, em 1997, já não se tinha mais registro de nenhuma empresa atuando nesse tipo de atividade.

Segundo informações adicionais das autoridades municipais, encontravam-se também paralisados, em Apiacás, os seguintes garimpos: Leo, Paulinho, , Paulão, Porcão, Planeta, Sadi e Casa Branca.

− Peixoto de Azevedo / Matupá

Segundo informações obtidas na região, os filões de quartzo aurífero da região de Peixoto de Azevedo tinham extensão inferior a 100 metros e espessuras médias de 15 a 40 centímetros. Tratava-se de corpos tubulares, com teores variados e aprofundamento muito acentuado, dificultando sobremaneira a lavra. Os garimpos de Peixoto de Azevedo eram do tipo aberto, isto é, onde o acesso é livre, geralmente feito por via terrestre. A comercialização do ouro e os meios de subsistência também não eram privilégio de um único comprador.

O principal produtor de ouro da região era a COOPERXOTO – Cooperativa dos Produtores de Ouro de Peixoto de Azevedo que, a apenas dos levantamentos de campo, explorava o chamado “Filão do Paraiba”, descoberto pelo garimpeiro de mesmo nome, em 1980. A lavra nessa área era totalmente mecanizada, com um poço de 2 metros de diâmetro e 110 metros de profundidade para se atingir o filão, e galerias de 30 metros no sentido norte, além de outra frente de lavra com galerias de 130 metros, no sentido sul. As operações da mina empregavam 40 pessoas, as quais auferiam, em média, rendimentos líquidos de 2,5 salários mínimo por mês. O garimpo possuia ainda um campo de pouso em área junto às instalações da mineração onde, esporadicamente, um avião transportava a produção para São Paulo.

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Outros garimpos foram visitados na região, como o Garimpo do Geraldo, que operava com duas dragas e produzia 1 kg/mês de ouro. O garimpo da Porteira ou Pipoca operava com dois moinhos de martelo, estando localizado à beira do Rio Buriti. O proprietário, Sr. Walmir, informou produzir 100 gramas por semana, tendo-se observado não existir nenhuma preocupação com a preservação do meio ambiente. Em 1988, foi descoberto um filão que levou o nome de Garimpo da Pepita e que chegou a entrar em produção. Esse filão, entretanto, foi perdido e continuava sendo procurado pelos garimpeiros, quando da visita à região. Nesse momento, já se encontravam paralisados os trabalhos nas áreas garimpeiras de Santa Helena, Pombo, Peru, Nhandu, Novo Mundo, Santo Antônio, Uru, Galopeira e Tapajós.

− Nova Bandeirantes

A atividade mineral desse município também se restringiu à produção de ouro através de garimpos, tendo-se verificado que as lavras já tinham se exaurido completamente. Informações obtidas junto ao prefeito Anselmo Neiverth, indicavam que a MADSON DO BRASIL vinha realizando pesquisas no município, no local denominado Garimpo do Juruena, empregando cerca de 120 pessoas. Na mesma área, encontravam-se outras 200 pessoas garimpando ouro, em local acessível somente através de aviões e barcos.

− Juina

O Município de Juina é parte de uma província diamantífera situada a noroeste do Estado de Mato Grosso, próximo ao Rio Aripuanã. Caracteriza-se como uma região de depósitos aluvionares de diamantes. O método de lavra utilizado pelos garimpeiros locais é o “a céu aberto” com desmonte hidráulico ou mecânico. Após o desmonte, é efetuada a dragagem e o bombeamento do minério através de bomba de poupa, ou o transporte através de caminhões caçamba. O beneficiamento é feito através de concentração gravimétrica, com peneiramento e jigagem, com a separação do diamante sendo feita manualmente.

A lavra do diamante em Juina é feita, principalmente, por duas empresas do mesmo grupo: Mineração e Comércio de Diamantes Juina-MT Ltda., e Mineração C. D. J.Ltda. O grupo esperava investir US$ 50 milhões na região até 2002. No momento dos levantamentos, empregava 68 pessoas no Município de Juina, utilizando técnicas sofisticadas de pesquisa e lavra, inclusive aerogeofísica. Dentro da estrutura operacional, o minério, depois de lavado, ia para a apuração final que era feita por RX, em ambiente fechado, sendo executada com todos os requisitos de segurança.

Dentre os outros garimpos da região, que ainda operavam de maneira rudimentar e produziam esporadicamente, destacavam-se: Garimpo do Arroz, Cinta Larga, Porcão, Fontenelle, Juininha e Mutum.

− Aripuanã

As primeiras explorações neste município foram realizadas por bandeirantes que desceram pelos rios Arinos e Sumidouro em busca de riquezas minerais. Dentre os municípios visitados, Aripuanã foi o que apresentou maiores potencialidades minerais imediatas, tendo em vista que estava sendo alvo de intensas pesquisas realizadas por empresas multinacionais. Dentre estas destacavam-se: a Rio Taboco, que já vinha trabalhando há 3 anos na região, através da SETA, empresa que executa os trabalhos de pesquisa mineral; a MINORCO, a NORANDA e a UGM, também atuavam em pesquisa mineral, à procura de metais não ferrosos e preciosos.

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A Mineração São Francisco, que chegou a empregar 600 pessoas produzindo cassiterita, encontrava-se desativada. Os garimpos de ouro da região, tais como Mocotó, Puraquê, Maranhão também encontravam-se desativados

− Baixada Cuiabana

Nessa região, localizam-se os municípios de Cuiabá, Várzea Grande, N. S. do Livramento, Poconé e Chapada dos Guimarães, tendo suas mineralizações sido exploradas desde o século XVIII, quando o ouro foi descoberto pelos bandeirantes. A descoberta da mina de ouro do “Beripoconé”, em 1777, deu origem a fundação do município de Poconé, que desde logo se povoou de faiscadores, aventureiros e mercadores. Os relatos sobre a história de Poconé são poucos, mas sabe-se que o garimpo ressurgiu em 1982, como sinônimo de salvação do município, levando riqueza e prestígio a elite local.

Os garimpeiros de Poconé, mais recentemente, podiam ser divididos em 3 categorias: os grandes produtores, os moinheiros e os filãozeiros.

Os grandes realizavam a lavra e o beneficiamento em seu próprio terreno ou o arrendava para os outros, contra o pagamento de 10% do ouro obtido. Os moinheiros eram os proprietários dos moinhos que realizavam a primeira fase do beneficiamento do cascalho, que era repassados aos filãozeiros, ficando com a meia, ou metade da produção obtida sem terem qualquer trabalho duro, segundo opinião dos filãozeiros. Ficavam, ainda, donos dos rejeitos que, potencialmente, contém ouro.

Finalmente, os filãozeiros eram aqueles que não detinham nenhuma parcela de capital e se inseriam no processo como mão-de-obra, trabalhando em grupos de dois ou três, mais raramente quatro, e dividiam entre si a meia obtida.

Alguns mineradores ainda vinham aproveitando os rejeitos da lavra da época áurea da mineração na região, como a mineração Oregon e os garimpos dos senhores Manoel Gimenes e Benedito Walter. Outros estavam se preparando para a retomada de uma lavra mais moderna e racional, como o sr. Urbano, que pretendia usar o processo de flotação em seu garimpo.

Em nome do meio ambiente, os primeiros 150 metros, a contar da Av. Porto Alegre, da “cascalheira da Prefeitura” haviam sido fechados, havendo ainda, no entanto, tentativas de contestar tal ato por parte dos garimpeiros. Quando dos levantamentos de campo, verificou-se não mais haver surto de produção garimpeira em Poconé, e a maioria dos que eram de fora já haviam-se retirado da cidade. Segundo as autoridades municipais, a partir de uma interferência pesada das entidades responsáveis pela preservação do meio ambiente, não havia mais garimpos com desordem, bagunça e gente de fora. Ainda segundo estas autoridades, os garimpos contavam agora com pessoas capazes de bem e conduzir as relações com o meio ambiente e de, ao mesmo tempo, assegurar a continuidade da atividade mineral.

− Diamantino

A economia mineral nesse município era pouco expressiva, e na cidade não se desenvolviam mais atividades garimpeiras para diamante. Segundo informantes locais, o maior garimpo (chamado “do japonês”) encontrava-se também paralisado em função tanto da escassez do diamante (o qual, de acordo com o jargão local, tornara-se “comprido”, isto é, levava-se muito mais tempo para consegui-lo), como das fiscalização do IBAMA, que fechou os garimpos que provocavam maiores impactos ambientais.

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− Alto Paraguai

Foram controvertidas as informações coletadas quanto a atividade garimpeira diamantífera neste município. Segundo o representante do Sindicato dos Garimpeiros, havia 60 dragas em funcionamento, tirando 50 kg de diamante por mês. Segundo o Secretário de Meio Ambiente de Alto Paraguai, ter-se-ia em torno de 30 dragas em operação no município, enquanto garimpeiros locais afirmavam a existência de somente 10 dragas em operação, devido à escassez do diamante. Para a absorção (temporária) da mão-de-obra ociosa, o sindicato e a cooperativa estavam apresentando um projeto de dragagem do Rio Paraguai, o qual teria um possível financiamento do PRODEAGRO, de acordo com a proposta.

Como a cidade se desenvolveu em torno do garimpo, não tendo diversificada suas atividades, com a paralisação das atividades garimpeiras (além das péssimas condições das estradas que a uniam às demais cidades próximas) era grande a impressão de estagnação.

− Nortelândia

Também nessa cidade as atividades garimpeiras encontravam-se paralisadas em função da escassez do diamante. A Mineradora Morro Vermelho (que pertence ao Grupo Camargo Corrêa) encontrava-se em funcionamento, mas com sua produção momentaneamente paralisada, pois encontrava-se em estudo um novo método de extração (mudança de planta fixa para uma planta móvel), além da reavaliação da própria mina. A cidade abastecia de mão-de-obra a mineradora (que também desenvolvia atividades agropecuárias, como criação de gado reprodutor) e as fazendas locais. De acordo com as informações coletadas, a maioria dos moradores se opunham a retomada das atividades garimpeiras, mesmo sendo conhecidos alguns locais com potencial.

− Poxoréu

A Reserva Garimpeira de Poxoréu, segundo informações da prefeitura, encontrava- se com 100 garimpos em atividade, sendo que na década de 80 chegou a ter 400 garimpos. Esse declínio deveu-se à escassez do diamante e, principalmente, à pertinente fiscalização da FEMA e IBAMA nos garimpos que causavam grande impacto ambiental e, desta forma, foram obrigados a fechar. Estes impactos dizem respeito ao assoreamento dos rios Coité e Vermelho, além de outros menores, e ao desmatamento das margens dos rios e, principalmente, de suas cabeceiras.

− Vila Bela da Santíssima Trindade

Antiga região de garimpo de ouro, a principal atividade econômica, quando dos levantamentos de campo, era a agricultura e o turismo. O último garimpeiro que tentou trabalhar na região, 2 anos antes, fora expulso pela população, por estar poluindo o Rio Guaporé. Este mesmo impacto ambiental estava sendo causado pela Mineradora Santa Elina até dois anos antes, tendo sido a mesma multada várias vezes.

− Nova Lacerda

De acordo com as observações realizadas, a atividade garimpeira dava-se de forma desorganizada, e o ouro obtido era comercializado em Pontes e Lacerda, pouco contribuindo com a economia local.

O principal problema do município, segundo informantes da prefeitura, era a falta de ajuda ao produtor rural, levando este permitir a entrada de garimpeiros em suas terras. Segundo o prefeito, não havia qualquer outra atividade mineira na região além do garimpo e da extração de ouro realizada pela Santa Elina.

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A empresa Santa Elina encontrava-se, conforme já observado, com suas atividades paralisadas na Mina de São Francisco. Segundo informações colhidas no local, um erro na avaliação da jazida comprometeu a mina e, desta forma, estava-se estudando um novo método de beneficiamento do rejeito, onde seria utilizado o método de lixiviação e gravidade. A mina de São Vicente, ao lado da São Francisco, estava com sua avaliação de reserva quase concluída e, deveria entrar em atividade no final de 1998.

A mineradora Santa Elina havia cedido recentemente uma área para garimpeiros, sendo o acordo feito com o Estado do Mato Grosso e não com os próprios garimpeiros. Esta era uma área de aluvião, já avaliada, e que não apresentava interesse econômico para a empresa. Segundo o pessoal da Cooperativa de Produtores de Ouro de Pontes e Lacerda, a área iria abrigar de imediato aproximadamente 800 garimpeiros, com uma vida útil de aproximadamente 8 anos.

− Pontes e Lacerda

Informações colhidas no local indicavam que as atividades garimpeiras encontravam-se totalmente paralisadas. Aparentemente esta paralisação devia-se à falta de recursos tecnológicos para obtenção do ouro, ao baixo valor do metal, além da acirrada fiscalização do IBAMA no que diz respeito a impactos ambientais, principalmente na Reserva Indígena do Sararé, que era constantemente invadida por garimpeiros.

4.4. MOMENTO DE TRANSIÇÃO

A distinção e separação físico-espacial entre as empresas organizadas e o garimpo faz-se necessária pois, o avanço do segundo, conforme ocorreu na década de 80, quando foram invadidas áreas de reservas das empresas, constituiu-se em fator inibidor para o desenvolvimento do setor de exploração mineral.

Além dessa distinção, deve-se considerar que o garimpo, apesar de congregar contingente considerável e ter um papel de destaque ao longo da história da mineração, necessita ser adaptado à nova realidade. A Constituição de 1988 deu os primeiros passos. A atuação dos estados e dos municípios, entretanto, é fundamental para a materialização das mudanças necessárias. E só por esse caminho será possível conter os danos ambientais e reduzir as perdas técnicas.

Outro aspecto positivo foi a transformação do ouro como ativo financeiro, à partir da metade de 1987. Essa medida teve reflexos positivos no mercado e fará com que o registro oficial aumente. O acréscimo considerável do volume de negócios feitos na bolsa de Mercadorias de São Paulo – BMSP, passando de 30t, em 1985, para 190t, em 1987, com crescimento médio anual de 151%, foi uma prova inconteste neste sentido. No período citado, a produção oficial brasileira foi de 90,4 t, enquanto que a quantidade negociada na BMSP alcançou 250 t. Por outro lado, as exportações de ouro, via Uruguai (tradicionalmente não- produtor de ouro), decresceu no período anteriormente citado de 47%, passando de 36 t para 10 t.

Mais do que a informalidade, a sonegação fiscal ou o contrabando avultam os impactos ambientais causados pelo garimpo. Desse modo, a questão do meio ambiente em Mato Grosso está relacionada tanto à expansão da fronteira agrícola, como à extração mineral garimpeira. Como o garimpo normalmente explora depósitos superficiais, a área atingida tende a ser muito significativa, ainda mais considerando-se as centenas de drenagens atingidas. O desmonte do cascalho mineralizado é feito geralmente com a utilização de jatos de água e bombas “chupadeiras”, que lançam uma grande quantidade de material argiloso nos rios, que se tornam barrentos por centenas de quilômetros abaixo. O comprometimento

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da flora e a fauna costuma ser ainda maior, pois estas atividades são realizadas, muitas vezes, com equipamentos vazando óleo combustível e havendo lançamento de resíduos nas águas.

No contexto de um amplo conjunto de aspectos negativos, a questão ambiental que tem causado maior polêmica está relacionada ao uso do mercúrio na concentração do ouro. O próprio garimpeiro envolvido na amalgamação do ouro tem sido contaminado, além dos peixes nas regiões com maior atividade garimpeira, com conseqüências imprevisíveis no futuro. Alguns pesquisadores do problema na região afirmam, ainda, que a expansão garimpeira contribuiu de maneira direta para a disseminação da malária, tanto em função do aumento da população nas áreas de risco, como das próprias condições sanitárias do garimpo, que favoreciam a proliferação da doença. Por outro lado, o caos da atividade garimpeira impedia a apuração das responsabilidades pelos danos ambientais, tornando inócuas as tentativas de controle e fiscalização.

Um último aspecto apontado pelos estudiosos dos impactos da atividade de garimparia, é sua vinculação com as correntes migratórias. A atividade utiliza mão-de-obra de modo intensivo, sendo a mesma geralmente despreparada. Ao ocupar um grande contingente de trabalhadores, principalmente imigrantes, contribuiu para a transferência da miséria do nordeste para a Amazônia.

Desse modo, o desenvolvimento da mineração, principalmente nos anos da década de 1980, foi responsabilizada por graves impactos ambientais e sociais impostos à região, pois esta havia sido transformada em opção dos marginalizados, que tentavam encontrar caminhos de sobrevivência no garimpo, na ocupação de terras, ou na periferia dos grandes projetos e das cidades.

Logo depois das descobertas de grandes jazimentos auríferos na Amazônia, principalmente em Serra Pelada, ocorreu uma acelerada mecanização dos garimpos. Estes tornaram-se crescentemente um complexo sistema informal de lavra mecanizada, com equipamentos pesados como dragas, tratores e até completas instalações de tratamento do minério. As pequenas escavações de outrora escassearam, cedendo lugar a grandes cavas feitas com modernos equipamentos e até, em alguns casos, galerias subterrâneas. Enquanto a legislação ficou parada, o garimpo evoluiu, passando os garimpeiros da etapa do trabalho braçal para o uso de grandes equipamentos.

A partir de meados da década de 90, observou-se um acentuado decréscimo da produção de ouro de origem garimpeira, principalmente em função da exaustão das reservas fáceis de serem exploradas. Os filões de ouro primário, acredita-se, ainda existem. No entanto, demandam investimentos vultosos e o emprego de tecnologias mais apropriadas às empresas. Segundo o presidente do Sindicato dos Garimpeiros, para uma draga funcionar 24 horas, seria necessário a apuração diária de pelo menos 54 gramas de ouro. Trata-se de uma média elevada para as possibilidades tecnológicas empregadas, levando ao reconhecimento da falência dos garimpos tradicionais, pois nessas condições restaria espaço apenas para empresas mineradoras com tecnologia avançada.

Apesar da transformação estrutural ocorrida no garimpo, os métodos de lavra e beneficiamento são ainda considerados inadequados e de caráter imediatista, sem preocupação com o rendimento e orientação técnica. Segundo os especialistas, não se incorreria em grande erro ao estimar que cerca de 50% do ouro contido dos depósitos aluvionares não é recuperado nos garimpos de Mato Grosso. Em Poconé, nesse sentido, observou-se durante os levantamentos de campo, que alguns mineradores vinham trabalhando no aproveitamento do antigo rejeito da lavra da época áurea da mineração na região.

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Os conflitos entre garimpeiros e empresas de mineração vêm surgindo, principalmente, seja pela invasão de áreas onde as empresas de mineração detém alvarás de pesquisa, seja pela ocupação, pelas empresas, de áreas onde os garimpeiros já tinham se estabelecido. Os conflitos com autoridades ligadas ao meio ambiente, como o IBAMA e FEEMA – MT, fizeram-se presentes em função de problemas como o desmatamentos, assoreamento de rios, erosão e contaminação pelo mercúrio, atingindo o solo, os rios e a atmosfera.

A Constituição de 1988, preocupada em minimizar esses conflitos, procurou favorecer a organização da atividade garimpeira em forma de cooperativas, como modo de proteção ao meio ambiente e promoção social do garimpeiro.

O DNPM, em seu “Plano Plurianual – 1994 para o Desenvolvimento da Mineração”, reconhecia a importância do garimpo, com a visão de que o mesmo merecia atenção especial da política mineral. Deveria buscar-se a transformação paulatina em mineração organizada, promovendo padrões técnicos e ambientais, sem descuidar dos impactos sociais decorrentes de tal transição.

Os especialistas no tema acreditam que a pequena mina é o meio mais eficaz e apropriado para a exploração de certos minerais que, de outra maneira, ficariam inaproveitados. A relação custo-benefício é positiva, particularmente para uma economia com alto índice de desemprego. Dentre as vantagens da pequena empresa de mineração, ressaltam a operação com pouco capital e tecnologias pouco sofisticadas, o que implica em grande flexibilidade de atendimento ao mercado: uma mina de pequena escala, bem estruturada e com adequada tecnologia, pode resultar em uma maior recuperação do capital investido.

A mineração de pequeno porte é um segmento dinâmico e competitivo do setor mineral que, se devidamente apoiada e incentivada, muito poderia contribuir na geração de emprego e renda, sobretudo em áreas carentes do País. Além disso, a mineração de pequena escala é essencial para a exploração de certos depósitos minerais que, apesar de econômicos, não comportam operações de grande escala.

Apesar de possuir um grande potencial, o Estado não teve, ao longo de sua história, políticas constantes para o desenvolvimento da mineração. Parte da política mineral é retratada na legislação mineral Federal, e a outra aparece sob a forma de atos administrativos, normas, portarias e outros instrumentos que configuram a ação das diversas instâncias do Estado nesse particular. Com a falta de uma política estadual consistente para o desenvolvimento da economia mineral ainda nos dias de hoje, identifica-se um descompasso no atendimento às necessidades de consumo, determinando inclusive dependência de importações de produtores minerais de outros estados.

Uma política para o desenvolvimento mineral é um instrumento de governo que visa, através de ações próprias, alcançar objetivos previamente planejados, escolhidos pela sua oportunidade e conveniência. Assim, não é de se estranhar que as nações desenvolvidas considerem sua política mineral como questão de soberania nacional, havendo, tanto nas economias centralizadas como nas de livre mercado, interferências do Estado na sua definição, desde os programas de prospecção geológica e de suprimento de bens minerais, até aos mecanismos de preços e de estoques reguladores.

Em termos de processo de transição do garimpo para uma exploração sustentada e ambientalmente controlada no Mato Grosso, uma política mineral bem estruturada deve considerar o aproveitamento dos pequenos depósitos minerais, dando ao garimpeiro o status de pequeno empresário. A formulação de uma política específica de valorização dos pequenos depósitos minerais e do garimpo teria, entre outras, as seguintes vantagens:

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ocupação intensiva de pessoas, descentralização econômica; desenvolvimento regional e melhor controle do impacto ambiental.

Em todo o mundo a mineração é fator de desenvolvimento regional, sendo atividade pioneira responsável pela interiorização de efetivos pólos de desenvolvimento. Apesar de não se ter uma quantificação exata da produção das pequenas minas e dos garimpos matogrossenses, sobretudo em função do marcante grau de informalidade que caracteriza o setor, sua contribuição para a produção mineral estadual é muito importante para alguns bens minerais, principalmente aqueles destinados à construção civil. A mineração é uma atividade que concentra uma razoável quantidade de empregados, muito embora, sua maior importância resida no elevado efeito multiplicador que ela projeta nas atividades subseqüentes, como ocorre nas atividades industriais de transformação.

Como toda atividade econômica, a mineração também é contribuinte dos fiscos municipal, estadual e federal. A Constituição promulgada em 1988, ao eliminar os impostos especiais, extingüiu o Imposto Único Sobre Minerais, fazendo incidir sobre as substâncias minerais o atual Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, trazendo vantagens para os estados e municípios que tiveram suas participações aumentadas no total arrecadado com a passagem do tributo à competência exclusiva dos estados.

A mineração atende às demandas sociais, fornecendo os insumos necessários à sua satisfação, e o faz, por outro lado, remunerando de modo satisfatório seus dois principais componentes: a indústria extrativa mineral propriamente dita, que engloba as fases de pesquisa, lavra e beneficiamento, e a indústria de transformação mineral, a qual é responsável pela conversão dos bens minerais em produtos industrializados (metais, compostos químicos etc).

A mineração de pequena escala pode, pois, ter um papel significativo na industrialização dos países em desenvolvimento, particularmente no suprimento de insumos básicos à indústria. De um modo geral, o garimpo ou a pequena mineração pode ser um meio apropriado para a exploração de certos minerais, que de outra maneira ficariam inaproveitados.

O desenvolvimento da mineração estadual depende de decisões políticas e de um elenco de medidas, das quais são destacadas as seguintes:

− dotar o estado de mapeamentos básicos em escalas compatíveis, de forma a minimizar os custos e os riscos esperados;

− simplificar a legislação, estabelecendo mecanismos diferenciados para garimpos e empresas de mineração de pequeno porte;

− promover, através de organismos próprios, a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias apropriadas, bem como a formação de mão-de-obra especializada e diversificada;

− criar linhas de financiamento diferenciadas que favoreçam ao garimpo e a pequena empresa, visando a aquisição de equipamentos e máquinas;

− promover os meios necessários para o estabelecimento de condições infra- estruturais nas regiões mineiras;

− executar uma análise crítica dos pequenos depósitos minerais conhecidos no estado, selecionando aqueles que possam ser ativados ou aproveitados mais racionalmente;

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− recuperar co-produtos minerais valiosos, existentes nas minas através de modificações ou melhoria dos métodos de mineração ou beneficiamento.

4.5. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS

Neste último segmento do diagnóstico da Economia Mineral do Estado de Mato Grosso, apresenta-se uma análise detalhada da exploração e beneficiamento de seus principais itens: Areia, Água Mineral, Diamante, Calcário, Argila e Pedra Britada.

Para tanto, são utilizadas as informações secundárias mais recentes disponíveis, assim como os dados levantados em campo, através de pesquisas aplicadas nas empresas.

4.5 1. Areia

A areia, pela sua utilidade, preço relativamente baixo e grande abundância, é uma das matérias-primas de maior consumo mundial. Embora largamente utilizada na indústria de construção civil, a areia também é bastante consumida como fonte de sílica, por inúmeros outros setores industriais como os do vidro, cerâmica e abrasivos, entre outros. Na construção civil, a areia é elemento essencial, sendo utilizada como agregado para concreto e argamassa e, também, para pavimentação.

Existem dificuldades em se mensurar as reservas de areia do Estado de Mato Grosso, pois os dados existentes não são confiáveis. Isto ocorre porque o regime legal que assegura o aproveitamento da areia é o de licenciamento. E, nesse caso, por se tratar de um título que não obriga seu detentor a realizar pesquisas prévias - nem tampouco exige que conste do seu relatório anual as reservas remanescentes, nem outras características técnicas e econômicas da substância objeto da exploração - a base de dados é muito frágil.

Técnicos do DNPM, em trabalho sobre areia e brita, denominado “Estudos Sobre Produção e Consumo de Areia e Pedra Britada no País”, concluíram que havia “uma discrepância muito acentuada entre os dados estatísticos apresentados e a realidade dos fatos”. Para ele, os mineradores de areia e brita não ofereciam ao DNPM dados de sua produção mineral (menos de 5% dos produtores de brita e menos de 1% de areeiros o faziam). A situação em Mato Grosso, hoje, não difere em nada daquela descrita pelos referidos técnicos. Por outro lado, é também grande o número de clandestinos no setor areeiro ligado à construção civil, que nada informa às autoridades sobre suas atividades

Embora a falta de dados sobre areia para construção civil não traga os mesmos problemas que traria se isto ocorresse com jazidas de outros minerais, não se pode negar que dados sobre reservas, bem como sobre tamanho e forma dos grãos são extremamente importantes para um bom planejamento em obras de engenharia.

A grosso modo, considerando-se apenas opiniões de conhecedores do tema, pode- se afirmar que a produção de areia para construção civil no Estado de Mato Grosso é, no mínimo, 3 vezes maior do que a oficialmente calculada.

A quantidade efetivamente produzida (clandestina e/ou subfaturada), da produção de areia para construção está disseminada em milhares de pequenos portos espalhados pelos diversos rios por todo o Estado. Cabe considerar, nesse sentido, que os métodos de extração de areia são extremamente simples, tanto no leito dos rios como nos depósitos em suas margens. Retira-se o material tanto através de sucção, como mediante o uso de dragas. Este método consiste na dragagem dos sedimentos ativos existentes no leito de rios em profundidades não muito elevadas. A dragagem é feita através de bombas de sucção

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instaladas sobre barcaças ou flutuadores instalados sobre tambores de 200 litros. As bombas de sucção são acopladas às tubulações que efetuam o transporte da areia na forma de polpa até as peneiras dos silos.

O beneficiamento da areia para construção é um processo executado simultaneamente à lavra e constitui-se em lavagem, peneiramento e dasaguamento (secagem). A lavagem pode ser considerada como uma operação de beneficiamento nos métodos de lavra da cava seca, de cava submersa e de manto de alteração e/ou cobertura, nos quais a areia é movimentada e lavada por várias vezes.

No método de lavra em leito de rio, pelo fato da areia ser succionada diretamente da jazida até as peneiras dos silos, não chega a se caracterizar, de fato, uma operação de beneficiamento. Geralmente, como o beneficiamento é feito às margens dos rios, na operação de sedimentação muito material argiloso retorna ao rio, o que é extremamente danoso à fauna e à flora aquática.

Em se tratando de depósitos com inclinação favorável e disponibilidade de água, retira-se a areia através de desmonte hidráulico. Outro método utilizado é o de tiras, que compreende o decapeamento do solo mediante uso do trator de lâmina, bem como o desmonte da areia através de retroescavadeira ou pás-carregadeiras.

Em raríssimos casos utiliza-se hidroclassificadores, e, em outros, com vistas à obtenção de material de melhor qualidade, submete-se a areia a tratamento químico para aumentar-lhe a pureza. Quanto ao beneficiamento, as areias para construção civil sofrem apenas (quando isto ocorre) uma lavagem, uma classificação e eventualmente uma secagem. Este tipo de atividade só é economicamente viável quando desenvolvida próxima aos centros urbanos, onde a consciência ecológica é mais presente e tem maior poder de mobilização, e, conseqüente, sua força política é mais acentuada.

As jazidas de areia no Estado de Mato Grosso são de fácil conhecimento e não exigem técnicas onerosas para seu aproveitamento. A simplicidade das técnicas de pesquisa, lavra, e beneficiamento asseguram custos muito baixos relativamente à exploração e aproveitamento dos demais recursos minerais. Pode-se dividir as despesas da mineração de areia em dois segmentos distintos: primeiro, operacionais, que abrange todos os custos diretamente ligados à extração e beneficiamento da areia (mão-de-obra empregada, encargos sociais, preços do equipamento e sua conservação, combustíveis, lubrificantes e energia); segundo, composto dos custos indiretos (despesas administrativas, impostos e taxas, indenizações eventuais e participação no resultado da lavra).

O preço de venda de areia é ditado, entre outras coisas, pela sua utilização e localização da jazida. Dependendo do uso que se fará da areia, haverá uma variação significativa do seu preço. Assim, as areias industriais, terão preços finais significativamente superiores aos aplicados às areias para construção civil, porque dependem de melhor caracterização tecnológica e de maior grau de beneficiamento.

Como já dito, a localização das jazidas de areia relativamente aos centros consumidores é outro elemento importante para determinação do preço final. Isto porque o custo do transporte onera significativamente o preço do produto. Segundo informações colhidas na pesquisa de campo, a distribuição de areia para construção civil é econômica até uma distância de 200km. Em caminhões de terceiros, utilizados mediante pagamento de frete, a economicidade limita-se à 150km.

As estatísticas disponíveis, embora não confiáveis, apontam oscilações muito bruscas na produção de areia no Estado de Mato Grosso. Em 1988, segundo dados do Anuário Mineral Brasileiro, a produção matogrossense não chegava a 10.000m3 . Nos anos

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mais recentes, apesar da grande clandestinidade que caracteriza o setor, verifica-se uma maior coerência dos dados disponíveis. Assim, nos anos 90, a produção tem se mantido em crescimento, atingindo a quase 600 mil metros cúbicos em 1996, como pode ser observado no Quadro 036, Gráfico 007 e Mapa 003 na seqüência:

QUADRO 036 QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DE AREIA EM MATO GROSSO, 1980-1996 (Valores em m3 e R$) ANOS PRODUÇÃO (M3) VALOR DA PRODUÇÃO (R$) 1980 - - 1981 154.254 - 1982 314.922 - 1983 64.147 - 1984 400.000 2.400.000 1985 46.703 280.218 1986 177.409 1.064.454 1987 150.762 904.572 1988 9.744 58.464 1989 12.005 72.030 1990 74.602 485.066 1991 67.141 376.726 1992 299.752 1.939.599 1993 336.788 2.408.044 1994 416.705 2.108.527 1995 370.857 2.937.187 1996 597.000 2.125.316 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

GRÁFICO 007 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE AREIA, MATO GROSSO, 1980-1996

Produção de areia - 1980/1996

700000 600000 500000 400000 m3 300000 200000 100000 0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Anos

FONTE: DNPM, 1997

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Produtores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 003 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS PRODUTORES DE AREIA

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 68

4.5.2. Água Mineral

Com sua localização predeterminada pela disponibilidade da fonte, a exploração de água mineral, face a incidência dos custos de transporte no preço final do produto, é fortemente influenciada pela proximidade do mercado consumidor que lhe assegura viabilidade econômica. Essas circunstâncias, aliadas ainda às características de uma tecnologia relativamente simples (envolve, basicamente, as operações de captação, engarrafamento e distribuição) e necessidade de capital não muito elevado, permitiu a implantação de um parque industrial formado de pequenas unidades, dimensionadas para atender mercados prioritariamente locais.

A denominação “águas” abrange o elenco constituído pelas águas minerais, águas potáveis de mesa, águas subterrâneas utilizadas na fabricação de bebidas e águas para banho, captadas e utilizadas nas estâncias hidrominerais (IPT – 1822).

Face à grande diversidade de usos da água para vários fins, verifica-se uma certa imprecisão em relação às suas denominações. Freqüentemente, um determinado produto é comercializado com a denominação de outro, como acontece, por exemplo, com as águas potáveis de mesa que usualmente são comercializadas como águas minerais (IPT – 1822).

Segundo o Art. 1º do Cap. 1 do Código de Águas Minerais (Decreto-lei n0 7.841 de 8/8/45), são consideradas minerais as águas provenientes de fontes naturais ou de fontes de captação artificial que:

− possuem composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns;

− possuem características específicas que lhes conferem uma ação medicamentosa.

O fenômeno da urbanização, acompanhado de um crescente comprometimento da qualidade das águas para uso humano nas principais cidades, alterou de modo significativo os hábitos de consumo, incorporando ao mercado crescente parcelas da população. À respeito, é bastante ilustrativo a crescente difusão, nas principais cidades brasileiras, do sistema de comercialização em garrafões de 20 litros, cuja clientela principal são unidades residenciais e empresas.

Observou-se na pesquisa de campo, que entre as modificações introduzidas nos últimos anos, destaca-se, pela sua importância, o condicionamento do produto em embalagens plásticas one way que vem substituindo gradativamente a tradicional garrafa de vidro. A utilização desse tipo de recipiente, além de dispensar a necessidade de retorno, diminuindo os custos de distribuição e permindo a diversificação da capacidade de armazenamento, representou o passo inicial no sentido de formação de um setor manufatureiro vertificalmente integrado. A médio prazo, possibilitou reduzir as imobilizações em estoques de embalagens ao permitir, de imediato, o retorno de seu custo com a venda do produto.

Outra inovação significativa observada, ocorreu no processo de comercialização, com a introdução do sistema de distribuição de água em garrafões de 20 litros. Esse sistema é explorado em âmbito nacional por reduzido número de empresas que detêm os direitos de sua utilização e estende-se, hoje, às principais cidades do país.

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Estas duas modificações foram estimuladas pela ampliação do mercado consumidor, em decorrência da integração do mercado nacional e da urbanização da população. Deve ser enfatizado que essas transformações, obedecendo evidentemente às leis de concorrência entre regiões de diferentes níveis de desenvolvimento, repercutiram de forma diferenciada sobre as diversas regiões produtoras do País, beneficiando as empresas localizadas no centro-sul. Além da dimensão do mercado consumidor, as empresas aí situadas foram favorecidas pela vantagem adicional de proximidade do mercado fornecedor da matéria-prima para a fabricação das embalagens, o PVC, cujos principais fabricantes no País encontram-se em São Paulo.

Desse modo, não obstante diferenças de capital, tecnologia, organização e administração, importantes no confronto do mercado, a indústria de água mineral no Mato Grosso tem sua estrutura de custos onerada pelo custo adicional de transporte sobre as matérias-primas necessárias à produção de embalagem.

Tecnicamente é difícil dar mais do que uma indicação qualitativa desses aspectos, uma vez que não se dispõe de dados sobre as características tecnológicas das empresas em atividade. Deve-se enfatizar que, apesar do reduzido número de fontes oficialmente registradas, quando comparado ao de outros estados, os recursos hidrominerais do Mato Grosso apresentam um potencial expressivo, para exploração industrial. As estatísticas referentes a produção de água mineral no Estado de Mato Grosso apresentam-se confiáveis a partir de 1985, que indicam estar em constante crescimento. A produção engarrafada, em 1985, chegava a 4.840 litros, tendo crescido a mais de 8 vezes em 12 anos e atingido a 42.429 litros, em 1996.

Quanto ao valor da produção, vê-se pelo Quadro 037, Gráfico 008 e Mapa 004, a seguir, que o mesmo atingiu a US$6,4 milhões, em 1996.

QUADRO 037 QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO DE ÁGUA MINERAL EM MATO GROSSO, 1980 A 1996 PRODUÇÃO VALOR DAS VENDAS ANOS VENDAS (1000L) ENGARRAFADA (1000L) (US$) 1985 4.848 4.848 1.369.200 1986 9.128 9.128 1.734.900 1987 11.566 11.566 1.647.300 1988 10.982 10.982 1.940.700 1989 12.938 12.938 1.734.750 1990 11.565 11.565 1.730.400 1991 11.536 11.536 3.413.854 1992 15.650 15.650 3.413.854 1993 17.095 17.095 4.369.400 1994 22.788 22.788 3.189.555 1995 35.712 35.712 6.046.308 1996 43.429 43.429 6.422.755 Brasil 1996 1.853.153 1.796.254 275.600.198 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

70

GRÁFICO 008 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÁGUA MINERAL – MATO GROSSO, 1980-1996 (Valores em 1.000 l)

Produção de Água Mineral - 1980-1996

50000 45000 40000 35000 30000 25000

1000 l 1000 l 20000 15000 10000 5000 0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Anos

FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Produtores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 004 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS PRODUTORES DE ÁGUA MINERAL

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 72

4.5.3. Diamante

A história do garimpo de diamante no Estado de Mato Grosso se confunde com a do ouro, tendo começado com as entradas e bandeiras. A tecnologia de lavar cascalho diamantífero passou por muitas mudanças (da bateia para a peneira, e daí para a canoa, similar àquela hoje feita para o sistema de garimpagem com rego d’água, caixões de lavagem, lavadeiras, e finalmente, o bolinete, que é um tipo de lavagem trabalhado por seis homens) a maioria derivada das técnicas de lavagem de ouro. As mudanças foram mais produto de adoção do que de invenção, havendo alguma adaptação às condições locais impostas pelo minerador.

Equipamentos hidráulicos, dragas, uma “máquina com peneira de ferro” foram introduzidas durante o século XIX, e peneiras mecânicas no começo deste século.

As inovações estavam além do poder aquisitivo dos garimpeiros, e mesmo se pudessem adquiri-las, deixariam de ser garimpeiros, pois a garimpagem é caracterizada por tecnologia simples. A draga é um caso em questão, embora se necessite de um grupo de homens para operar a draga, as verdadeiras habilidades dos garimpeiros são necessárias somente para a lavagem do cascalho, e eles não seriam necessários caso o dono da draga empregasse peneiras mecânicas.

Mesmo admitindo que a tecnologia da garimpagem, particularmente as ferramentas usadas na garimpagem, passou por várias mudanças, deve ser salientado que os métodos básicos de garimpagem e lavagem do cascalho diamantífero não foram substancialmente afetados. A mudança mais completa, a substituição da bateia pelo jogo de peneiras, é um exemplo da adoção de uma inovação que não requereu mudança significativa nos processos básicos.

A introdução de peneiras significou o fim da indústria local de bateias e um papel menos importante para o ralo, que era tão importante para a lavagem de cascalho como a própria bateia. Hoje, ralos são usados em depósitos situados em leitos de riachos para carrear o cascalho, mas a demanda é insignificante em comparação com sua importância anterior.

As reservas matogrossenses de diamantes são as únicas oficialmente conhecidas no Brasil, sendo avaliadas em 1996 em mais de 50 milhões de quilates, distribuídos geograficamente em 4 municípios: Arenápolis, Aripuanã, Chapada dos Guimarães e Nortelândia, como se observa no Quadro 038, Gráfico 009 e Mapa 005, na seqüência:

QUADRO 038 RESERVAS DE DIAMANTE – MATO GROSSO, 1996. (Valores em metros cúbicos) MUNICÍPIOS MEDIDA TEOR ct/m3 INDICADA INFERIDA Arenápolis 6.087.000 0,043 4.472.000 17.600.000 Aripuanã 235.081 0,041 264.815 421.867 Chap.dos Guimarães 1.926.400 0,035 - - Nortelândia 4.495.763 0,029 6.686.293 30.110.149 total 12.744.244 0,037 11.423.108 48.132.016 Brasil 529.917.559 0,03 69.915.574 126.446.791 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

73

GRÁFICO 009 EVOLUÇÃO DAS RESERVAS MEDIDAS DE DIAMANTE – MATO GROSSO, 1980-1996 (Valores em metros cúbicos)

Reservas Medidas de Diamante - 1980/1996

120.000.000

100.000.000

80.000.000

60.000.000 m3 40.000.000

20.000.000

0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Anos

FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Produtores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 005 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS PRODUTORES DE DIAMANTE

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 75

A produção de diamantes do Estado de Mato Grosso, apesar das estatísticas serem pouco confiáveis em função do descaminho que sofre a produção, têm-se mantido estagnada nos últimos anos, conforme se vê no Quadro 039 e Gráfico 010, a seguir. Dentre os municípios produtores, merece destaque Juína, onde se localiza o maior mercado de diamante do Estado de Mato Grosso. O complexo diamantífero da Mineração e Comércio de Diamantes Juína Ltda. impressionou os pesquisadores pelo uso de equipamento da mais alta tecnologia.

QUADRO 039 QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DE DIAMANTES, MATO GROSSO, 1980-1996. PRODUÇÃO BRUTAL PRODUÇÃO BENEFICIADA VALOR DA PRODUÇÃO BENEFICIADA ANOS 3 (m ) (ct) (US$) 1980 252.050 37.572 - 1981 188.467 28.120 - 1982 20.908 105.786 - 1983 145.919 58.762 - 1984 132.375 55.204 - 1985 92.007 129.746 - 1986 190.720 244.209 - 1987 201.201 307.800 - 1988 33.992 368.028 - 1989 74.742 230.000 - 1990 - 1.100.000 9.318.763 1991 81.932 1.100.000 9.490.927 1992 67.913 3.595 320.935 1993 74.829 3.403 7.370.479 1994 54.676 2.960 424.574 1995 88.707 2.888 330.165 1996 62.797 3.549 487.174 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

GRÁFICO 010 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MATOGROSSENSE DE DIAMANTE, 1980-1996 (Valores em Quilates)

Produção Beneficiada de Diamante

300.000 250.000 200.000 150.000 m3 100.000

50.000

0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Anos

FONTE: DNPM, 1997

76

4.5.4. Calcário

Torna-se cada vez mais importante no mundo moderno o papel industrial desempenhado pelos calcários e dolomitos, não só pela multiplicidade crescente de seus usos, como também, pela expressão quantitativa de suas produções, só superada pelas de areia e agregados. Na opinião de Gillson, J.L. “nenhuma outra rocha sólida é tão importante quanto eles na vida industrial do mundo e nem tão popularmente conhecida”.

Seus usos remontam aos primeiros tempos do homem que habitavam cavernas e os utilizavam em muitas de suas necessidades. Seu uso como cal surgiu com o homem paleolítico. O “homem de Pequim” já dominava o fogo e o fazia nas grutas sobre pedras calcárias, com produção de cal nos cinzeiros e probabilidade de, com o uso, aprender a usá- la. Dos tempos bíblicos e da antiguidade ainda restam testemunhos do uso de calcários dolomíticos: seus produtos em obras grandiosas e empregos caseiros.

A extraordinária variedade de aplicações dos calcários dolomíticos e seus produtos tem sido motivo de apreciações feitas por vários autores, particularmente de J. E. Lamar, S.J. Johnstone, J.L. Gillson, A. Gamkosian, O. Bowles, N.C. Jensen, S.F.Colby, F.R. Siegel, H.B. Constock.

A maioria dos usos são citados com as características correspondentes da produção e do seu valor. Os principais usos de calcários dolomitos são feitos in natura ou na forma de cal na metalurgia, química, agricultura, cimento, alimentos, papel, construção civil, petróleo, cerâmica entre outras.

São os calcários e dolomitos são rochas abundantes e ocupam expressivo volume da crosta. Constituem de 10 a 15% das rochas sedimentares e contribuem com significativa parcela para os depósitos metamórficos e ígneos. No Brasil, apresentam-se disseminados ao longo de sua coluna geológica e do seu território, constituindo-se reserva que, do ponto de vista geo-econômico, pode ser considerada como abundante.

Os calcários e dolomitos são geralmente insumos básicos de baixo custo e produção volumosa. Daí o aproveitamento econômico de suas reservas estar intimamente ligado com a presença de uma infra-estrutura bem dotada de recursos humanos e materiais (energéticos, de transportes, de equipamentos e de comercialização). Indústrias de beneficiamento de calcário também sofrem, ainda que em menor grau, a influência de alguns fatores ligados à comercialização do produto, tais como: financiamento de estoques, capital de giro, comissões e custo alto de serviços. De outro lado, o uso do calcário/dolomítico na fabricação de cal para usos nobres permite, em determinados casos, a fuga dessa dependência – instalação da indústria em áreas com uma infra-estrutura pré-existente competente.

O calcário e o dolomito, sendo substância de baixo preço de venda, carece de ser produzido por processos tecnológicos e equipamentos simples, para que seu custo industrial seja baixo. Normalmente puro, não há complexidade nas instalações e nos recursos técnicos - que são obtidos com relativa facilidade no mercado interno. As instalações de mineração, em geral, constam de: no desmonte – compressores fixos e/ou móveis, marteletes, máquinas perfuratrizes; na denotação – explosivos, espoletas elétricas e/ou comuns, retardadores, estopins, cordel detonante e detonadores; na carga – escavadeira e/ou pás carregadoras, tratores; no transporte – caminhões comuns, caminhões fora de estrada; ferramentas manuais, a maioria de fabricação nacional e facilmente operados pela mão de obra encontrada no País. Em alguns casos, as instalações de mineração são ampliadas com

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usinas de britagem-britadores, rebritadores, peneiras, alimentadores e transportadores. Esses equipamentos, em geral, também são de fabricação nacional.

Os calcários dolomíticos têm as dimensões de suas lavras dispersas numa vasta escala de valores. Segundo critério qualitativo/quantitativo, podem variar desde a de aspecto artesanal ou familiar, até as de aspecto de grande indústria.

Os processos de trabalho empregados pela empresa pesquisadas que mineram calcários e dolomitos, nas suas diversas etapas – remoção do capeamento, desmonte, carga, transporte e beneficiamento de minério – possuem características técnicas enquadráveis pela moderna tecnologia. A importância econômica e social da indústria de extração e transformação de calcários e dolomitos está intimamente ligada a estes aspectos – pulverizações geográficas dos pólos de produção e a coexistência de indústrias de vários portes numa mesma região.

Considerando-se os últimos vinte anos, até 1992, ocorreu aumento constante nas reservas estaduais, que atualmente são significativas, como pode ser observado no Quadro 040 em seqüência.

QUADRO 040 EVOLUÇÃO DAS RESERVAS DE CALCÁRIO – MATO GROSSO, 1980/1996 em metros cúbicos ANOS MEDIDA INDICADA INFERIDA 1980 122.026.931 197.654.151 172.205.530 1981 166.260.368 210.778.651 183.673.030 1982 517.840.739 430.023.000 178.409.630 1983 524.691.310 429.555.720 178.409.630 1984 961.772.641 703.300.320 358.938.313 1985 927.790.953 616.086.120 357.194.228 1986 1.183.760.467 643.286.434 478.254.228 1987 1.458.357.788 738.815.773 501.133.458 1988 1.492.521.105 1.155.950.480 489.233.456 1989 1.508.355.755 1.178.302.420 424.014.938 1990 1.420.382.416 1.655.151.422 677.806.938 1991 1.397.336.093 1.609.967.927 710.861.728 1992 15.732.377.076 8.562.977.103 8.241.145.022 1993 15.896.816.864 8.662.207.728 8.335.375.647 1994 15.896.816.864 8.662.207.728 8.335.375.647 1995 15.895.980.948 8.662.297.878 8.135.275.547 1996 1.278.349.119 1.820.198.774 949.388.513 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

Essas reservas localizam-se, principalmente, em 9 municípios conforme vê-se no Quadro 041, a seguir. Dentre os municípios detentores de reservas, merece destaque o município de Nobres, onde se localiza a única indústria de cimento do Estado, a Cimento Mato Grosso S/A, pertencente ao grupo Votorantim.

78

QUADRO 041 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS RESERVAS DE CALCÁRIO - MATO GROSSO, 1996 (em metros cúbicos) MUNICÍPIOS MEDIDA INDICADA INFERIDA Alto Garças 7.000.000 3.078.973 15.000.000 Barra do Garça 51.497.058 11.105.250 33.315.750 Cocalinho 8.898.926 1.382.350 4.146.750 Cuiabá 30.887.120 - - Nobres 611.220.538 1.076.691.878 595.376.792 Paratinga 6.446.430 5.741.465 10.000.000 Poxoréu - 2.600.246 - Rosário Oeste 345.863.801 553.198.612 119.649.221 Tangara da Serra 216.535.246 166.400.000 171.900.000 Total 1.278.349.119 1.820.198.774 949.388.513 Brasil 48.874.213.647 27.394.637.653 21.646.711.723 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

O Estado de Mato Grosso possui um bom parque moageiro de calcário, produzindo para seu próprio consumo em atendimento à agricultura local. Nos últimos anos, observou-se uma queda na produção, conforme pode-se observar no Quadro 042, Gráfico 011 e Mapa 006, a seguir, elaborados a partir de estatística do Anuário Mineral Brasileiro.

QUADRO 042 QUANTIDADE PRODUZIDA E VALOR DA PRODUÇÃO DO CALCÁRIO – MATO GROSSO, 1980-1996 (Valores em t e US$) VALOR DA PRODUÇÃO ANOS PRODUÇÃO BENEFICIADA (t) BENEFICIADA (US$) 1980 98.000 - 1981 68.800 - 1982 197.650 - 1983 382.664 - 1984 906.686 - 1985 1.272.523 - 1986 2.121.482 - 1987 1.371.853 - 1988 1.673.825 - 1989 1.211.489 - 1990 584.910 8.297.698 1991 753.090 6.287.471 1992 2.254.535 19.350.000 1993 2.900.000 20.250.000 1994 3.036.867 21.269.984 1995 2.082.523 16.330.483 1996 1.842.664 12.700.433 Brasil (1996) 65.051.605 579.341.661 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

79

GRÁFICO 011 EVOLUÇÃO DAS RESERVAS MEDIDAS DE CALCÁRIO – MATO GROSSO, 1980-1996 (valores em t)

Reservas Medidas de Calcário - 1980/1996

3.500.000 3.000.000

2.500.000 2.000.000 t 1.500.000

1.000.000 500.000 0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Anos

FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Produtores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 006 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS PRODUTORES DE CALCÁRIO

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 81

4.5.5. Argila

Neste segmento as empresas geralmente são de pequeno porte, funcionando com estrutura artesanal. Contrastando com a grande maioria das pequenas unidades, encontram- se também empresas que fizeram grandes investimentos em infra-estrutura produtiva. Porém, por não investirem na qualificação da mão de obra, apresentam rendimentos similares ao de empresas artesanais.

Devido às exigências do mercado e ao aparecimento de novos concorrentes de fora, as empresas do setor passam por uma fase em que a melhoria da competitividade é vital para sua sobrevivência. Para que esta evolução ocorra, é necessária a resolução de problemas que vão desde a extração da matéria- prima até a comercialização do produto final.

Durante a pesquisa de campo, identificaram-se os principais problemas de ordem geral, comuns à maioria das empresas, segundos seus dirigentes:

− irregularidade na atividade extrativa da lenha e argila;

− irregularidades trabalhistas;

− dificuldades no gerenciamento;

− desperdício de matéria-prima, energia e combustível;

− falta de linhas de crédito específicas;

− inexistência de controle de qualidade.

A mão de obra não apresenta qualificação profissional com formação técnica específica e a estrutura organizacional da maioria das empresas é familiar, ou seja, os conhecimentos e técnicas passam de geração para geração. Em função destes fatores, as empresas têm pouco desenvolvimento tecnológico e administrativo, levando o proprietário a assumir as mais diversas funções dentro da mesma, atuando ora como administrador, ora como técnico de produção, ora como vendedor.

Uma outra constatação é a de que o segmento de cerâmica vermelha é um dos primeiros a sentir os efeitos de uma crise econômica. Esta crise, leva o mercado consumidor a se retrair, fazendo com que a grande massa de mão-de-obra busque alternativa de sobrevivência na agricultura.

O processo produtivo utilizado segue basicamente a mesma estrutura em todas as indústrias cerâmicas do Estado e, de uma maneira geral, o processo produtivo segue o esquema indicado a seguir:

82

Processo Básico

Matérias-Primas

Mistura

Extrusão

Prensagem

Secagem

Queima

Produto Final

Na fase de preparação da matéria-prima, as empresas de maior estrutura estocam as argilas. Nesta fase, conhecida como “descanso”, o material sofre processos de alterações químicas e descompactação, benéficos ao processo produtivo, além de servir de garantia para produção quando de épocas muito chuvosas. Quando da utilização de duas ou mais argilas no processo produtivo, a mistura destas é realizada mecanicamente ou manualmente, dependendo da cerâmica. A mistura de argila devidamente homogeneizada, é comumente denominada “massa” e segue para a etapa seguinte, que é a “conformação”, onde é dada a forma ao produto requerido, sejam tijolos ou telhas. Para que isso ocorra é utilizada a extrusora e prensa, conforme o caso. A extrusora, também denominada maromba, possui a finalidade de compactar a massa, formando blocos com características dimensionais que dependem do produto a ser fabricado.

No caso da fabricação de tijolos, a conformação termina na saída da maromba, com um cortador que define o comprimento do tijolo, já que a largura e os detalhes internos são devidos à boquilha da maromba que funciona como matriz.

A etapa de processamento térmico é composta de duas operações: secagem e queima. A massa, já com forma de tijolo ou telha, segue para um secador. O tipo mais primitivo é a secagem natural, que utiliza o calor do próprio ambiente, ou seja, a massa conformada permanece em prateleiras, em ambiente coberto por um período de até seis semanas. Em algumas indústrias, essas prateleiras são próximas dos fornos, o que garante um ou dois dias para secagem, mas apenas cerca de 7% das empresas utilizam esse tipo de secador. A segunda operação, dentro da etapa do processamento térmico, é realizada por fornos a uma temperatura de queima em torno de 800 graus centígrados.

As reservas medidas de argilas em Mato Grosso atingiram, em 1996, a quase 8 milhões de toneladas, não chegando a representar 1% do total nacional (ver Quadro 043).

83

QUADRO 043 RESERVAS DE ARGILA – MATO GROSSO, 1980-1996 (Toneladas) ANOS MEDIDAS INDICADA INFERIDA 1988 2.071.301 - - 1989 2.071.301 - - 1990 3.640.537 625.966 312.983 1991 12.094.425 625.966 312.983 1992 10.792.545 5.965.965 - 1993 10.789.402 5.965.965 - 1994 10.780.523 5.965.965 - 1995 10.772.192 5.965.965 - 1996 7.979.172 5.965.965 - Brasil (1996) 1.450.277.784 564.478.815 544.513.811 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

Essas argilas estão concentradas principalmente em dois municípios, Nobres e Rosário Oeste. Em Nobres, onde se situa a indústria de cimento de Mato Grosso, encontram- se reservas medidas de argila comum da ordem de quase 6 milhões de toneladas, e em Rosário Oeste, de cerca de 2 milhões de toneladas (ver Quadro 044, Gráfico 012 e Mapa 007) Quanto as reservas de argilas refratária, estas concentram-se em Nobres, atingindo a mais de 4 milhões de toneladas.

QUADRO 044 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS RESERVAS DE ARGILA – MATO GROSSO, 1996 MUNICÍPIOS MEDIDA INDICADA INFERIDA Nobres 5.907.871 5.965.965 - Rosário Oeste 2.071.301 - - Total (MT) 7.979.172 5.965.965 - Brasil 1.450.277.784 564.478.815 544.513.811 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

GRÁFICO 012 DISTRIBUIÇÃO DAS RESERVAS DE ARGILA – MATO GROSSO, 1996

Reserva medida de Argila

Rosário Oeste 26%

Nobres 74%

FONTE: DNPM, 1997

A produção de argilas comuns em Mato Grosso, segundo dados do Anuário Mineral Brasileiro, chegou a 786 mil toneladas em 1984, tendo decaído desde então. A partir de 1990,

84

a produção de argila comum gira em torno de 200 mil toneladas, como pode ser observado no Quadro 045 e Gráfico 013. Quanto às argilas refratárias, apesar de o Estado registrar grandes reservas, principalmente em Nobres, não se verifica produção desse tipo de argila.

Por último, segundo informações colhidas no Sindicato dos Produtores de Cerâmica durante a pesquisa de campo, a indústria cerâmica está capacitada a colocar no mercado 30 milhões de tijolos e 4 milhões de telhas por ano.

QUADRO 045 PRODUÇÃO BRUTA E VALOR DA PRODUÇÃO DA ARGILA – MATO GROSSO, 1980- 1996 ANOS PRODUÇÃO (t) VALOR (US$) 1981 68.111 - 1982 197.870 1.385.090 1983 104.204 729.428 1984 786.156 5.503.092 1985 126.355 884.485 1986 610.254 4.271.778 1987 316.968 2.218.776 1988 93.032 651.224 1989 97.539 682.773 1990 193.599 1.270.233 1991 174.239 1.118.522 1992 216.899 1.945.395 1993 189.011 1.721.000 1994 195.811 1.201.000 1995 192.950 1.819.000 1996 104.787 1.026.000 Brasil (1996) 37.065.758 285.461.000 FONTE: DNPM, Anuário Mineral Brasileiro, 1997

85

GRÁFICO 013 PRODUÇÃO E VALOR DA PRODUÇÃO DA ARGILA – MATO GROSSO, 1980-1996

Produção de Argila - 1980/1996

1000000 800000 600000 t 400000 200000 0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Anos

FONTE: DNPM, 1997

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Produtores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 007 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS PRODUTORES DE ARGILA

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 87

4.5.6. Pedras Britadas

Segundo o Manual de Britagem da Faço (s.d.), rocha é todo o material natural consolidado da crosta terrestre, formado essencialmente de minerais, enquanto pedra é toda rocha que apresenta elevada resistência mecânica e física às intempéries, podendo, por esta razão, ser empregada em obras e serviços de engenharia civil. Denomina-se brita o elenco de rochas duras e/ou semiduras, por exemplo granitos, gnaisses, basaltos, diabásios, migmatitos, gabros, calcários e dolomitos, dentre outras que, após desmonte por explosivos e britagem, podem ser misturadas com outros insumos (cimento, areia, etc.) e utilizadas na construção civil. As britas destinam-se a diversos tipos de obras, sendo empregadas em grande escala na pavimentação e na conservação de rodovias e ferrovias, além de obras civis ( construção de casas, edifícios etc).

Os tipos de brita mais comumente produzidos são os de número 1, 2 e 3, além de pedrisco e pó de pedra. No Estado de Mato Grosso há produção de brita de pelo menos seis tipos de rochas diferentes, quais sejam: granito, gnaisse, basalto, diabásio, calcário e dolomito. Essas rochas ocorrem em praticamente todo o Estado, porém de forma diferenciada, conforme a geologia da região.

Segundo especialistas do setor, as rochas granitóides (granitos e gnaisses), do ponto de vista qualitativo, constituem-se em melhores produtos para brita que as rochas básicas (basalto e diabásios).

As britas são consideradas minerais industriais e, por esta razão, inserem-se na Classe VII de jazidas. Até recentemente, as britas eram enquadradas no elenco de minerais da Classe II (jazidas de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil), sujeitas ao Regime de Licenciamento.

Essa alteração no regime legal de exploração foi uma conquista do SINDIPEDRAS, que há vários anos vinha fazendo injunções nesse sentido junto ao DNPM. Segundo esse sindicato, a brita não pode ser considerada um material de emprego imediato na construção civil, pois passa por um processamento antes da comercialização, resultando em uma maior elaboração e agregação de valor ao produto final, o que não acontece com os demais minerais da Classe II. Além disso uma das reclamações freqüentes dos produtores de brita referia-se à necessidade constante de renovação das licenças para a extração da brita junto às prefeituras municipais, uma vez que o título de licenciamento garante a posse legal da jazida ao requerente apenas por um curto prazo (um ou dois anos). O mesmo não acontece no caso da concessão de lavra, cuja outorga dos direitos minerários atualmente é consubstanciada em uma portaria do Governo Federal e garante a explotação da jazida até a sua exaustão. (SCHALCH, et al)

As operações de lavra iniciam-se com a elaboração de um plano de fogo (devidamente planejado) nas pedreiras vinculadas às empresas mais organizadas que integram o setor. Desse plano de fogo constam a quantidade e a posição de cada furo na frente de lavra, a quantidade de explosivo necessária para que o desmonte seja mais ou menos uniforme e os fragmentos de rocha resultantes não sejam muito desproporcionais. Em seguida, efetua-se o carregamento e o transporte dos blocos rochosos com pás carregadeiras e caminhões basculantes e/ou fora-de-estrada até as instalações de britagem.

As operações de beneficiamento consistem em britagem primária, secundária e rebritagem em uma ou duas etapas (britagem terciária e quaternária). Quando o plano de fogo não é bem feito, é comum o desmonte resultar em blocos de tamanhos diferenciados que prejudicam o rendimento da britagem primária. Antes do desmonte, é indispensável que o

88

capeamento existente sobre as rochas seja removido. O mesmo deve ser feito com as rochas alteradas existentes nas frentes de lavra, para que este material não se junte à rocha sã a ser britada. Para realizar o decapeamento são utilizados tratores de lâmina e pás carregadeiras. Os problemas mais freqüentes relacionados à lavra referem-se a ultralançamentos e vibrações causadas pelas detonações durante o desmonte.

No beneficiamento, a geração de poeira em pedreiras situadas em áreas urbanas é um problema que, ocasionalmente, gera conflitos com as comunidades vizinhas.

A lavra de brita é feita a céu aberto e a altura das frentes de lavra varia de pedreira para pedreira. O transporte de brita entre os britadores e/ou rebritadores é feito por um sistema de correias transportadoras.

Sendo a brita um produto de características regionais, a amplitude do seu mercado é determinada pelo peso relativo do custo de transporte no preço final do produto. Evidentemente, os ganhos de produtividade obtidos na lavra / beneficiamento / estoque / distribuição devem interferir no jogo de mercado realizado pelas empresas. Assim sendo, pode-se afirmar que a oferta de brita organiza-se de modo bastante peculiar, uma vez que unidades produtivas relativamente pequenas e independentes disputam o mercado com grandes unidades que são, na maioria das vezes, verticalizadas. (SCHALCH, et al)

Por ser um produto com baixo valor unitário, o custo do frete tem forte peso no custo final da brita. Esta característica reduz o comércio entre as regiões e circunscreve o mercado em determinado raio de atuação para as empresas. Por essa característica, o transporte do produto, se integrado pela empresa, pode elevar o grau o de oligopólio local e, portanto, as margens de lucro das empresas envolvidas.

Observou-se nas entrevistas que as empresas com frota própria conseguem vender seu produto a distâncias maiores que as que não possuem caminhão para entrega.

O setor é dependente da retomada dos investimentos em infra-estrutura e edificações no Estado, o que geralmente acontece com os setores mais dependentes da construção civil. No Mapa 008 a seguir, é mostrada a distribuição espacial da produção estadual de pedra britada.

LEGENDA

N AMAZONAS Municípios Produtores

9 33 PARÁ Limite Municipal Vigente em 1999 Limite municipal vigente em 1997

37 87 Sede de município vigente em 1997 69 84 48 76 139 3 27 I4 64 90 112 58 72 FONTE : DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, 1997 35 107 131 114 71 32 121 56 79 63 96 28 TOCANTINS 51 62 25 128 83 30 57 134 118 97 126 125 RONDÔNIA 111 43 5

102 18 130 19 137 85

75 127 81 45 104 124 61 34

22 120 26 24 31 77 113 41 88 2

73 74 67 66 135 21 78 129 115 13 109 91 36 40 82 80 7 70 116 103 138 110 16 86 10 50 1 29 101 12 60 54 23 GOIÁS 55 99 17 95 44 38 46 122 136 42 65 123 39 106 68 53 132 98 47 100 93 59 119 BOLÍVIA 133 49 108 105 117 20 92 15 94 89 6 11

0 50 100 250 Km 52 4

MATO GROSSO DO SUL 8

1 - ACORIZAL 22 - CAMPO NOVO DO PARECIS 43 - FELIZ NATAL 64 - MATUPÁ 85 - NOVO SANTO ANTONIO 106 - RIO BRANCO 127 - SORRISO

2 - ÁGUA BOA 23 - CAMPO VERDE 44 - FIGUEIRÓPOLIS D'OESTE 65 - MIRASSOL D'OESTE 86 - NOVO SÃO JOAQUIM 107 - RONDOLÂNDIA 128 - TABAPORÃ

3 - ALTA FLORESTA 24 - CAMPOS DE JÚLIO 45 - GAÚCHA DO NORTE 66 - NOBRES 87 - PARANAITA 108 - RONDONÓPOLIS 129 - TANGARÁ DA SERRA

4 - ALTO ARAGUAIA 25 - CANA BRAVA DO NORTE 46 - GENERAL CARNEIRO 67 - NORTELÂNDIA 88 - PARANATINGA 109 - ROSÁRIO OESTE 130 - TAPURAH

5 - ALTO BOA VISTA 26 - CANARANA 47 - GLÓRIA D'OESTE 68 - NOSSA SRA. DO LIVRAMENTO 89 - PEDRA PRETA 110 - SALTO DO CÉU 131 - TERRA NOVA DO NORTE

6 - ALTO GARÇAS 27 - CARLINDA 48 - GUARANTÃ DO NORTE 69 - NOVA BANDEIRANTES 90 - PEIXOTO DE AZEVEDO 111 - SANTA CARMEM 132 - TESOURO 7 - ALTO PARAGUAI 28 - CASTANHEIRA 49 - GUIRATINGA 70 - NOVA BRASILÂNDIA 91 - PLANALTO DA SERRA 112 - SANTA CRUZ DO XINGU 133 - TORIXORÉU Mapa 008 8 - ALTO TAQUARI 29 -CHAPADA DOS GUIMARÃES 50 - INDIAVAÍ 71 - NOVA CANAÃ DO NORTE 92 - POCONÉ 113 - SANTA RITA DO TRIVELATO 134 - UNIÃO DO SUL

9 - APIACÁS 30 - CLÁUDIA 51 - ITAÚBA 72 - NOVA GUARITA 93 - PONTAL DO ARAGUAIA 114 - SANTA TEREZINHA 135 - VALE DE SÃO DOMINGOS TÍTULO

10 - ARAGUAIANA 31 - COCALINHO 52 - ITIQUIRA 73 - NOVA LACERDA 94 - PONTE BRANCA 115 - SANTO AFONSO 136 - VÁRZEA GRANDE MUNICÍPIOS PRODUTORES DE PEDRAS BRITADAS

11 - ARAGUAINHA 32 - COLÍDER 53 - JACIARA 74 - NOVA MARILÂNDIA 95 - PONTES E LACERDA 116 - SANTO ANTONIO DO LESTE 137 - VERA

12 - ARAPUTANGA 33 - COLNIZA 54 - JANGADA 75 - NOVA MARINGÁ 96 - PORTO ALEGRE DO NORTE 117 - SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER 138 - VILA B. DA SANTÍSSIMA TRINDADE MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO 13 - ARENÁPOLIS 34 - COMODORO 55 - JAURU 76 - NOVA MONTE VERDE 97 - PORTO DOS GAÚCHOS 118 - SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA 139 - VILA RICA INTEGRAÇÃO NACIONAL 14 - ARIPUANÃ 35 - CONFRESA 56 - JUARA 77 - NOVA MUTUM 98 - PORTO ESPERIDIÃO 119 - SÃO JOSÉ DO POVO ÁREAS EM LITÍGIO

15 - BARÃO DE MELGAÇO 36- CONQUISTA D'OESTE 57 - JUÍNA 78 - NOVA NAZARÉ 99 - PORTO ESTRELA 120 - SÃO JOSÉ DO RIO CLARO GOVERNO DO ESTADO DE MATO

16- BARRA DO BUGRES 37 - COTRIGUAÇU 58 - JURUENA 79 - NOVA SANTA HELENA 100 - POXORÉO 121 - SÃO JOSÉ DO XINGU GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E

17 - BARRA DO GARÇAS 38 - CUIABÁ 59 - JUSCIMEIRA 80 - NOVA OLÍMPIA 101 - PRIMAVERA DO LESTE 122 - SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS COORDENAÇÃO GERAL

18 - BOM JESUS DO ARAGUAIA 39 - CURVELANDIA 60 - LAMBARI D'OESTE 81 - NOVA UBIRATÃ 102 - QUERÊNCIA 123 - SÃO PEDRO DA CIPA ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

19 - BRASNORTE 40 - DENISE 61 - LUCAS DO RIO VERDE 82 - NOVA XAVANTINA 103 - RESERVA DO CABAÇAL 124 - SAPEZAL Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 20 - CÁCERES 41 - DIAMANTINO 62 - LUCIARA 83 - NOVO HORIZONTE DO NORTE 104 - RIBEIRÃO CASCALHEIRA 125 - SERRA NOVA DOURADA 2000 21 - CAMPINÁPOLIS 42 - DOM AQUINO 63 - MARCELÂNDIA 84 - NOVO MUNDO 105 - RIBEIRÃOZINHO 126 - SINOP Engenharia S. A. 90

5. POTENCIALIDADES ECONÔMICO – MINERAIS ATUAIS

O cotejo dos dados de produção mineral somado ao conhecimento geológico das ocorrências minerais, depósitos, garimpos, jazidas e minas, permite concluir que o Estado de Mato Grosso apresentou, até a presente data, um elenco reduzido de bens minerais aproveitados economicamente. A nível nacional, foi um grande produtor de ouro e diamante e, afora esses bens que têm raízes com a própria colonização do Estado, pode ser mencionada apenas uma modesta produção de cassiterita.

No atual estágio de conhecimento geológico e confronto com o atual mercado consumidor, não se vislumbra uma mudança do cenário vigente de baixos investimentos exploratórios no tocante ao ouro, onde as jazidas para serem rentáveis, devem apresentar elevados teores e volume para compensar o baixo valor agregado ao bem mineral. A cassiterita, que foi fator de exploração e desenvolvimento de Rondônia, com a substituição do estanho pelo alumínio, resultou numa queda considerável no consumo e, consequentemente, do preço no mercado mundial e, a depender de novos usos, ainda poderá figurar como um bem mineral de interesse para investimento.

Em termos domésticos, com o mercado crescente, constata-se uma produção de calcário para a indústria cimenteira, dolomitos e calcários-dolomíticos para agricultura, água mineral, águas termais (estâncias hidrotermais), argila industrial e materiais de construção civil, tais como argilas para cerâmica vermelha, areia, brita e cascalho que abastecem o mercado interno

O calcário para indústria cimenteira, calcários-dolomíticos e dolomitos para agricultura e as matérias primas para a construção civil (argila vermelha, areia, brita e cascalho), argila industrial, granitos ornamentais e águas minerais tem seu consumo assegurado dentro de uma estrutura já consolidada. A águas termais apresentam interesse crescente pela balneabilidade de suas águas.

5.1. NÍVEL DE CONHECIMENTO GEOLÓGICO

Os grandes tratos geológicos que ocorrem no Estado de Mato Grosso encontram-se delimitados e são conhecidos, em regra, a nível regional. As informações geológicas e metalogenéticas relativas a estes tratos encontram-se em diferentes níveis de conhecimento. Um mesmo trato pode apresentar-se com maior ou menor conhecimento geológico a depender de sua localização no Estado. Isso decorre das dificuldades fisiográficas e orçamentárias para se efetuar levantamentos geológicos sistemáticos que permitam uma avaliação da potencialidade mineral de forma integrada. Um exemplo claro dessa situação diz respeito à grande unidade litoestratigráfica denominada de Complexo Xingu. São inúmeras as evidências desta unidade abrigar seqüências metassedimentares, metavulcano-sedimentares, restos de greenstones, terrenos do tipo TTG etc., as quais carecem de levantamentos específicos para caracterização e cartografia, mas que pela pronta identificação, abrem novas áreas exploratórios no Estado, notadamente no tocante ao ouro. A grande quantidade de depósitos associados a este complexo e a recorrência das mineralizações auríferas no tempo geológico permitem falar na existência de um domínio metálico para este elemento e na hereditariedade das mineralizações (multiformais e heterócronas).

91

Fruto do trabalho de empresas de mineração e de instituições de ensino, seqüências vulcano-sedimentares, anteriormente enfeixadas no complexo Xingu, puderam ser individualizadas na região do Planalto de Jauru, propiciando bases mais consolidadas para programas exploratórios. Por outro lado, programas governamentais de colonização no norte do Estado, de forma superveniente, levaram ao descobrimento de ouro. À época, uma conjuntura político e sócio-econômica propiciou, conforme discutido anteriormente, o aparecimento em massa da figura garimpeira, o que resultou nas décadas de 70 e 80 no maior boom garimpeiro visto em tempos contemporâneos. Um contingente de dezenas de milhares de garimpeiros percorreu o Estado, proporcionando importantes descobertas facultadas pelas características físicas do ouro e diamante (resistados com elevada densidade), os quais, em aluviões, pláceres e elúvios, são recuperáveis através de meios rudimentares. Como resultado deste processo, verificaram-se as maiores produções auríferas registradas no Estado, com participação significativa na produção nacional. Cerca 95% dessa produção decorreu de atividades garimpeiras e, o restante, de empreendimentos mineiros (empresas de mineração). Apesar de uma carência de dados geológicos em certas porções do Estado, o grande número de depósitos explotados possibilitou o traçado das províncias minerais e distritos mineiros, assim como a caracterização dos principais tipos de jazimentos lavrados, o que permite, qualitativamente, prognosticar quais tipos de mineralizações apresentam maior possibilidade de se manifestarem de forma a gerar mineralizações que possam ser exploradas no contexto de uma indústria mineira. As informações geológicas acerca das províncias metalogenéticas e distritos mineiros descritas a seguir, encontram-se amplamente discutidas no item 5 do Relatório Técnico Consolidado de Geologia, sistematizando-se aqui apenas aquelas informações geológicas mais relevantes à economia mineral.

5.2. PRINCIPAIS PROVÍNCIAS METALOGENÉTICAS E DISTRITOS MINEIROS

Por província metalogenética entende-se uma área extensa, da ordem de dezenas a centenas de milhares de quilômetros quadrados, caracterizada por mineralizações multiformais (homotípicas e heterotípicas) e multifásicas (homócronas e heterócronas), manifestadas sobre estruturas geotectônicas de primeira ordem (cráton, faixa dobrada, cobertura etc.). No Estado são reconhecidas províncias metalogenéticas auríferas (Tapajós, Guaporé e Cuiabana), diamantíferas (Sudeste do Mato Grosso), estanífera (Rondônia), carbonática (Formação Araras) e de águas termais.

Por distrito mineiro entende-se uma determinada região que reúne um ou mais depósitos minerais econômicos, garimpos e minas de um dado bem mineral ou bens minerais. No distrito mineiro, é reconhecido que houve uma produção apreciável de bens minerais.

O Mapa A001 – Distritos Mineiros de Ouro, Diamante e Estanho e Província Carbonática, incopora parcialmente o Mapa Mineiro do Estado, com a individualização das Províncias Minerais e Distritos Mineiros reconhecidos, delimitando, assim, as áreas produtoras e de maior potencial, com as ressalvas que são encontradas no decorrer do texto. As principais províncias minerais e distritos mineiros encontram-se descritos na seqüência.

92

5.2.1. Províncias Auríferas

No Estado de Mato Grosso são reconhecidas três províncias auríferas, denominadas de Tapajós, Guaporé e Cuiabá, cujas principais características geológicas encontram-se abaixo expostas.

− Província Aurífera do Tapajós, Sub-Província Alto Estrutural Juruena - Teles Pires.

A Província Aurífera Tapajós distribui-se por grande parte da Depressão do Norte do Mato Grosso, estendendo-se ao sul dos estados do Pará e Amazonas. A caracterização taxonômica no Estado como Sub-Província Alto Estrutural Juruena - Teles Pires, decorre desta estrutura controlar regionalmente o aparecimento das mineralizações.

As mineralizações primárias nesta província estão associadas a controles estruturais e litoestratigráficos, os quais são caracterizados pelos tipos de mineralizações, indicados a seguir neste capítulo

• Mineralizações Associadas a Zonas de Cisalhamento. Estas mineralizações encontram-se associadas a estruturas de cisalhamento dúcteis que cortam os terrenos Arqueanos e do Proterozóico Inferior atribuídos ao Complexo Xingu. Tem como principal exemplo as mineralizações que ocorrem no Distrito Mineiro do Cabeça, também identificáveis em outros distritos.

No Distrito do Cabeça, o Complexo Xingu encontra-se representado predominantemente por rochas graníticas e granodioríticas, localmente gnaissificadas, com exposições subordinadas de xistos, anfibolitos, metabásicas, gnaisses e formações ferríferas (BIFs).

As zonas de cisalhamento que afetam esta seqüência são múltiplas e anastomosadas, de direção geral N70-80ºW, com notável transposição de megaestruturas, gerando dobras fechadas com flancos rompidos, caracterizando formas em bengalas. Os corpos filoneanos são de pequena possança e alto teor, com extensão inferior a 100 metros, formas sigmóides e encaixados preferencialmente em rochas do tipo quartzo-sericita xisto. Estas rochas apresentam-se localmente com porfiroblastos de granada e afetadas por bandas de cisalhamento de direção geral N75ºW, com desenvolvimento de vários outros sistemas de fraturas subordinados. Em princípio, os sistemas de fraturas mais favoráveis para o alojamento dos corpos filoneanos são os de direção N20-30ºE e N05-15ºW.

Remobilizações e concentrações auríferas provocadas por intrusões graníticas são freqüentemente observadas nesta província, demonstrando ser estes corpos plutônicos importante metaloteto na geração de fluídos auríferos. Acrescenta-se o fato desses granitos estarem pouco expostos, subaflorantes, donde se infere a possibilidade de jazimentos associados a contexto de cúpula de granitos.

• Mineralizações associadas a processos hidrotermais em granitóides definidos como do tipo Matupá. Apresentam condicionamentos similares aos do tipo pórfiros, com alteração pervasiva do tipo sericitização, cloritização, carbonatação e epidotização.

Este tipo de mineralização encontra registro tipo no município de Matupá, merecendo atenção especial os depósitos explorados na região da Serrinha, onde ocorrem rochas monzograníticas com feições petrográficas similares aos granitóides do tipo I, cordilheiranos de PITCHER (1982 e 1987, apud PAES DE BARROS 1994), mineralizados em

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áreas fortemente metassomatizadas. PAES DE BARROS (op. cit.) evidencia a similaridade petrográfica e contemporaneidade dos granitos Juruena com os termos menos transformados do Granito Matupá, e realça que o nível crustal pode representar um importante fator para a preservação das mineralizações disseminadas, uma vez que estes granitóides ocorrem em regiões estruturalmente menos arrasadas, onde ainda existem restos de coberturas pertencentes ao Supergrupo Uatumã.

• Mineralizações associadas a granitóides e vulcânicas ácidas. Ocorrem segundo estruturas rúpteis, com veios de quartzo alojados internamente ou na periferia destes corpos. Exemplos destas mineralizações ocorrem no Distrito Mineiro de Apiacás, do Zé Vermelho, de Peixoto de Azevedo e Matupá, Juruena, etc.

No Distrito de Apiacás, dezenas de mineralizações primárias ocorrem em veios de quartzo e em fraturas que se alojam em biotita granitos da Suíte Intrusiva Teles Pires, em contato com biotita granitos cinza a róseos, porfiríticos, com quartzo azulado, aprioristicamente enfeixados no Complexo Xingu.

De forma análoga, no Distrito Mineiro Aurífero Zé Vermelho, situado no contexto do Complexo Xingu, em parte recoberto pelas vulcânicas do Iriri, ocorrem dezenas de mineralizações auríferas em veios de quartzo e em fraturas, que no jargão garimpeiro recebem a denominação de “frisos”. Aqui, o tipo petrográfico predominante corresponde a um biotita monzogranito a granodiorito. No geral, apresenta textura granular hipidiomórfica ou pequena deformação, e a granulação é média a média a grossa. Macroscopicamente é possível reconhecer plagioclásio cinza, feldspato potássico ligeiramente róseo, biotita preta e quartzo azulado ou violáceo. Esses granitos foram atribuídos ao Complexo Xingu, porém a falta de mapas em escala adequada e outros estudos complementares não permitem uma caracterização cronolitoestratigráfica adequada.

Em geral, essas mineralizações são de pequeno porte, com dimensões da ordem de dezenas de metros e espessuras variáveis, que se apresentam desde fraturas (denominação local de “frisos”), com as paredes impregnadas com ouro e sulfetos (pirita e calcopirita), ou então formam delgados veios de quartzo com espessuras, em geral, ao redor de 10-20 cm. Aqui, também, processos erosivos e reconcentração em pláceres originaram os maiores e mais rentáveis depósitos.

• Depósitos aluvionares, eluvionares e coluvionares

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Apesar das mineralizações primárias terem sido objeto de tipificação, no âmbito da Província Tapajós – Sub-Província Alto Estrutural Juruena-Teles Pires, os depósitos de origem aluvionar, eluvionar e coluvionar responderam pela quase totalidade da produção aurífera durante o “apogeu da garimpagem”, entre os anos de 1977 a 1993.

Representam depósitos expressivos pela sua grande distribuição areal, altos teores e facilidade de explotação. Caracterizam-se por ocupar as calhas das drenagens de 3ª, 4ª e 5ª ordens, com flats variáveis de 60 a 120 metros, compostos por pacotes de espessuras em torno de 4 a 5 metros, ou mais, constituídos por cascalhos, areias e argilas, dispostos na ordem natural de deposição, forma gradacional e submetidos a laterização em graus variáveis.

O conteúdo aurífero desses depósitos secundários tem sua origem decorrente do processo de destruição dos depósitos primários associados com os granitos, as vulcânicas e as zonas de cisalhamento. Os teores encontrados são muito variáveis, mas predominam depósitos de pequeno volume e alto teor, que possibilitam a sua exploração através dos recursos tradicionais da garimpagem.

Estes depósitos podem ser classificados em três tipos:

a) de leito ativo - corresponde aos canais atuais dos rios, condicionados por obstáculos naturais ou quebra de energia do fluxo, sendo explorados pelos “garimpos de balsa”, ao longo dos principais rios da região, como o Peixoto de Azevedo, Teles Pires, Apiacás etc.; b) de planície aluvial - formado pela deposição da carga de material em suspensão, pela menor declividade e inclinação lateral do seu leito. Fazem parte destes depósitos os denominados “garimpos de baixão”; e c) de terraço - formados por níveis que correspondem aos antigos depósitos de Leito Ativo. Foram os primeiros depósitos a serem explorados através de mecanização, utilizando-se equipamentos como pás-carregadeiras, tratores de esteiras, retro-escavadeiras etc., sendo denominados de “garimpos de sequeiro”.

95

De modo geral, em decorrência da exaustão dos depósitos aluvionares, a atividade garimpeira que prevaleceu nos anos 80 e até início dos anos 90, encontra-se totalmente decadente, existindo ainda alguma atividade junto aos jazimentos primários.

− Província Aurífera do Guaporé

As primeiras ocorrências de ouro são conhecidas e exploradas desde o século XVIII, época em que os depósitos do Rio Galera foram descobertos, com destaque para as lavras de São Francisco, São Vicente, Sant’ Ana e Nossa Senhora do Pilar.

As ocorrências de ouro na Província Aurífera do Guaporé estão relacionadas principalmente às zonas de cisalhamento em seqüências metavulcano-sedimentares, que ocorrem na forma de faixas encravadas no Complexo Xingu e às zonas de cavalgamento, em seqüências sedimentares de coberturas de plataforma, atribuídas ao ciclo Sunsas (1,25 - 1,0 Ga), reunidas no Grupo Aguapeí.

Em território brasileiro, o Grupo Aguapeí condiciona um conjunto de serras e cristas alinhadas segundo a direção geral N20-30ºW, constituindo um front tectônico, estruturado a partir de um sistema de cavalgamentos oblíquos e frontais, gerados por uma tectônica colisional, provavelmente de idade Proterozóico Médio, conforme SILVA & RIZZOTO (1994).

A Mina São Vicente está inserida numa faixa de rochas intensamente deformadas, com largura no local em torno de 1 km e orientação N40W, posicionada entre blocos pouco deformados, na borda oriental da Serra de São Vicente. A deformação gerou dobramentos apertados com vergência para SW e algumas estruturas evoluíram para movimentos direcionais de caráter sinistral. A estruturação das rochas no interior da faixa dobrada que contém a jazida é complexa, envolvendo litotipos da Formação Fortuna e do topo da seqüência metavulvano-sedimentar subjacente (SCABORA & DUARTE, 1998).

De acordo com esses autores, a jazida é constituída por veios de quartzo, com predominância de ouro grosseiro e de baixo teor. Embora contenha zonas de alto teor, a relação estéril/minério não permite a lavra seletiva. Ensaios de caracterização do minério realizados em amostras de furos de sondagem mostraram que 80% do ouro contido apresenta granulometria maior do que 65 mesh (0,21 mm) e o restante distribuído em duas populações: ouro fino (0,21 a 0,044 mm), com 9 %, e ouro ultra fino (<0,044 mm), com 11%. A mineralização é epigenética, com precipitação do ouro junto a veios de quartzo e sulfetos, a partir de fluídos hidrotermais gerados durante o evento deformacional da faixa móvel Aguapeí, possivelmente decorrente da devolatização da minerais da seqüência metavulcano- sedimentar basal à seqüência detrítica

Atualmente a mina esta paralisada, tendo sido anunciado amplo projeto de engenharia com mudança do processo da planta de beneficiamento para pilhas de lixiviação, objetivando maior recuperação.

Esta província conta, também, com uma mina de ouro já lavrada e exaurida. Trata- se de mineralização em zona de cisalhamento, hospedada em seqüências metavulcano- sedimentares. Essa mina, denominada de Mina do Cabaçal I (Fazenda São Paulo), teve a portaria de pedido de renúncia de lavra solicitada em 30/08/91, devido à exaustão das reservas. A mina produziu 5.146 kg de ouro, 7.639 t de cobre e 2.261 kg de prata. Os valores obtidos no Relatório Anual de Lavra (DNPM, 1992), indicam uma reserva medida de 5.600 t de minério, com teor de 8,87 g Au/t.

− Província Aurífera Cuiabana

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A Província Aurífera Cuiabana corresponde a mais antiga e tradicional área produtora de ouro do Estado. Ocupa grande parte da sua porção central, que se estende desde município de Poconé, até o município de Nova Xavantina.

Geologicamente, esta província está inserida na Faixa de Dobramentos Paraguai- Araguaia, caracterizada como uma seqüência geoclinal, com vergência predominante para o Cráton Amazônico e orientada segundo a direção NE-SW, confrontando-se ao sul e sudeste com a sinéclise da Bacia do Paraná e com a Bacia Cenozóica do Rio Paraguai.

O Grupo Cuiabá, portador das mineralizações auríferas, constitui a seqüência basal da Faixa de Dobramentos, abrangendo as “Brasilides Metamórficas”, de ALMEIDA (1984). Apresenta-se dobrado e metamorfisado no fácies xisto-verde, evidenciado pela recristalização de ilitas e cloritas. Nestas litologias é marcante a estruturação regional segundo a direção NE- SW, evidenciada por estruturas como traços de foliações e contatos litológicos, eixos de dobras e lineamentos.

O hidrotermalismo nestas rochas é evidenciado pela intensa sericitização e potassificação pervasivas, e pela presença de halos restritos aos veios de quartzo, denotados pela presença de pirita, carbonatos e magnetita.

As mineralizações auríferas da região de Nova Xavantina ocorrem em uma janela estrutural, onde afloram rochas pertencentes ao Grupo Cuiabá. A área de ocorrência está limitada, ao oeste, por sedimentos do Grupo Paraná e, ao leste, por coberturas pedogênicas e lateríticas.

Localmente, o Grupo Cuiabá está representado por um pacote de metassedimentos, característicos de seqüências do tipo metavulcano-sedimentar depositados em ambiente marinho e submetidos a um metamorfismo de baixo grau (fácies xisto-verde). As litologias presentes são principalmente filitos sericíticos, com intercalações de filitos grafitosos e hematíticos, níveis de metarenitos e metagrauvacas. Estas rochas apresentam-se com foliação proeminente segundo as direções N40-70ºE, com mergulhos para ambos os quadrantes.

As principais mineralizações conhecidas nesta Província são dos tipos:

− Veios de quartzo concordantes/subconcordantes

Na baixada cuiabana, estes veios são geralmente denominados de travessão, de direção geral N-NE, sub-verticais, freqüentemente com extensão superior a 100 m e com espessuras da ordem de 1m a 2 m. Os teores são normalmente menores que 1,0 g/t.

A mineralização do Filão do Araés, Nova Xavantina, está encaixada numa fratura de cisalhamento concordante de conformação sigmoidal, sendo o minério do tipo veio de quartzo boudinado, bandado, evidenciando múltiplas fases de abertura e preenchimento de fratura. De maneira geral, o veio tem aspecto bandado com alternâncias de leitos de quartzo leitoso e sacaroidal com grafita. Algumas bandas quartzosas são extremamente ricas em pirita, esfalerita e galena, na forma de disseminações, ocorrendo em proporções da ordem de 1% a 30% do volume do minério. Os halos do tipo sericitização e carbonatização são os mais expressivos nas encaixantes próximas aos veios de quartzo mineralizados. O filão se estende por cerca de 2,5 km segundo a direção geral ENE-WSW, com uma espessura que varia de 0.05 metros até 5 metros, sendo facilmente acompanhado em função das escavações feitas por garimpeiros (PINHO & PINHO, 1990).

As amostras analisadas em porções do veio remanescente na superfície apresentaram teores médios da ordem de 1 g/t a 10 g/t. As amostras coletadas nas galerias

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abertas para a lavra subterrânea, apresentaram teores extremamente variáveis, com teores médios da ordem de 1 g/t a 5 g/t e teores máximos da ordem de 40 g/t a 60 g/t.

− Veios de quartzo discordantes

São os mais explorados atualmente, com direção geral N55-80ºW, sub-verticais, e freqüentemente posicionados transversalmente aos eixos das dobras. Estes veios apresentam-se, na maioria das vezes com extensão inferior a 100 m e espessuras médias inferiores a 30 cm. Os teores de ouro são bastante variáveis, oscilando, em média entre 1,0 a 5,0 g/t., e pontualmente verifica-se teores superiores a 20 g/t. Na região garimpeira de Salinas, foi possível verificar que os veios discordantes estão estruturados a partir de possantes veios concordantes, mostrando um padrão definido de fraturamento e preenchimento por veios, similar a um sistema conjugado, em princípio, gerado a partir de esforços compressivos com σ1 disposto segundo a direção NW-SE.

− Mineralizações do tipo stratabound

Estão associadas às zonas de charneiras de dobras recumbentes, notadamente quando estas estão afetadas por zonas de empurrão de baixo ângulo, configurando discretas zonas de cisalhamento, sub-paralelas aos eixos das dobras.

Neste contexto, observa-se na zona tectonizada enxames de venulações, localmente dobradas e com contornos sigmoidais, vindo a constituir um tipo de mineralização onde os garimpeiros lavram grandes painéis a céu aberto, com teores médios de corte da ordem de 1 ppm. Em algumas frentes de lavra foi possível verificar que estas zonas mineralizadas ocorrem no contato entre litologias com competências distintas, geralmente entre um pacote de filito sericítico, com foliação proeminente e outro de metargilito maciço.

Nota-se em frentes de lavra abertas nas proximidades da área urbana da cidade de Poconé-MT, a existência de mineralizações associadas a pacotes de metassiltitos com intercalações de formações ferríferas - bifs e metacherts. Os metassiltitos, assim como os bifs, apresentam-se com estrutura fitada, evidenciada pela alternância ritmica de níveis siltosos esbranquiçados, com níveis mais argilosos de coloração acinzentados. Esses pacotes de metassiltitos com intercalações de bifs, apresentam-se com o acamamento subparalelo a foliação mais proeminente, com atitudes variando de N15-40ºE / 15-30ºNW.

Nas frentes de lavra observa-se a presença de um sistema de fraturamento, disposto subparalelo a foliação, preenchido por veios de quartzo leitoso, com pirita limonitizada e pontuações de caolim. Estes veios têm espessuras da ordem de 5 cm a 15 cm e, localmente, apresentam-se anastomosados e boudinados, configurando feições sigmoidais e micro estruturais que evidenciam uma tectônica de empurrões de SE para NW, com pequeno deslocamento.

− Mineralizações associadas a coberturas elúvio laterizadas

Estas mineralizações estão associadas a processos supergênicos relacionados à evolução das capas lateríticas sobre litologias enriquecidas em ouro (veios de quartzo e filitos pré lateritizados). Apresentam ampla expressão superficial, delgada espessura e extrema irregularidade na distribuição do minério, ocorrendo, comumente, sob a forma de “bonança de pepitas”. A existência de tais formações evidenciam a estreita ligação instituída entre a fonte primária do ouro (veios de quartzo, filitos) e o processo de laterização, enriquecimento supergênico.

No garimpo de Jatobá, a zona de minério é constituída por cangas vermiculares ou compactas com nódulos e oólitos de limonita, com espessura média de 1,0 metro e teores da

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ordem de 0,3 ppm a 0,8 ppm. Foi observado que o nível preferencial da mineralização é a zona de interfácie, nódulos-canga, estando o ouro agregado aos óxidos e hidróxidos de ferro, ocorrendo uma limitada dispersão secundária a partir dos veios de quartzo. Na porção do solo eluvial ocorre comumente ouro nativo na forma livre.

A paragênese do minério é composta por pirita, limonita e carbonatos, sendo que o ouro à ela associada apresenta granulometria grosseira e alto título, variando entre 93% a 98%.

5.2.1.1. Características dos Jazimentos Auríferos nas Províncias Minerais e Distritos Mineiros

Para o investidor é importante definir o tipo de jazimento explotável, num quadro de teor e volume de minério que permita a implantação de uma planta industrial.

Os depósitos secundários encontram-se exauridos nas áreas trabalhadas, sendo previsível que ainda possam ser encontradas concentrações secundárias em poucas e remotas regiões do Estado. Para o minerador, as jazidas secundárias sempre são um fator de risco de invasão por garimpeiros, o que faz com que elas direcionem suas pesquisas para o primário.

Dentre as mineralizações primárias, é pouco provável que depósitos tipo “friso” venham a gerar jazidas. Apesar da proliferação destes frisos e da potencialidade que as áreas portadoras de tais tipos de mineralização primária têm de apresentar ricos depósitos secundários, a dimensão destes frisos atinge, em geral, algumas dezenas de metros e pequena profundidade, o que gera pequenas reservas e custos elevados de lavra, limitando a economicidade do depósito.

Os jazimentos associados a zonas de cisalhamento, diante dos dados disponíveis, parecem gerar depósitos de pequeno porte, estimados entre 1t a 3 t de Au. Embora até o presente momento tenha-se notícias apenas de jazimentos de pequeno porte, a proximidade entre eles pode gerar jazidas de médio porte e permitir uma planta de beneficiamento, em parte, comum.

Os depósitos em granitos tipo Matupá ainda carecem de melhor definição quanto a volume e teores; mesmo assim, pela potencialidade, são bastante atrativos para uma campanha exploratória. A utilização de aeromagnetometria aliada a outros métodos exploratórios pode resultar no descobrimento de granitos ainda não mapeados e gerar ótimos prospectos.

O Distrito Mineiro de Juruena é o mais desconhecido em termos de ambiente geológico, bem como inexpressiva a atividade garimpeira direcionada ao primário. Com maior segurança, trata-se da região com maior abundância de mineralizações associadas ao evento magmático Uatumã, encontrando-se estruturalmente menos arrasada em relação às demais regiões mencionadas. De acordo com informações obtidas na METAMAT, os filões já descobertos evidenciam a existência de estruturas persistentes e minério de alto teor, condições essenciais para viabilizar a exploração de jazimentos minerais em uma região sem a menor infra-estrutura. Neste contexto, vulcânicas ácidas do Grupo Iriri, estruturalmente pouco arrasadas, podem representar bons prospectos para pesquisa.

Traçando-se um paralelo entre a Província Aurífera do Tocantins, Sub-Província Alto Estrutural Juruena-Teles Pires e a Província Aurífera do Guaporé, verifica-se que os jazimentos apresentam tipologia distintas quanto a teor e volume. Enquanto na primeira, a grande quantidade de depósitos colúvio-eluvionares induziu o fortalecimento da garimpagem,

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culminando com a criação de quatro reservas garimpeiras, na segunda, o ouro primário associado a presença de ambientes geológicos promissores (zonas de cavalgamento em coberturas plataformais e zonas de cisalhamento), capazes de gerar jazimentos de alto volume e baixo teor, foram fatores que contribuíram para atrair as empresas de mineração. Por conta disso, reúne as duas primeiras minas de ouro primário em Mato Grosso, Cabaçal I, mina já lavrada e exaurida, pertencente à Mineração Manati, e a mina de São Vicente, pertencente à mineração Santa Elina. Nesta última, os trabalhos de lavra encontram-se, como já comentado, suspensos em decorrência de mudanças na planta de beneficiamento. Em adição, esta província ainda conta com a jazida de São Francisco, também pertencente a Mineração Santa Elina.

Os jazimentos primários da Província Cuiabana apresentam potencial para a formação de jazidas de pequeno porte, porém, processos de laterização conduzem a enriquecimento supergênico, resultando em depósitos altamente rentáveis que os distinguem das demais.

A província Cuiabana apresenta vários horizontes laterizados (lateritas maturas, imaturas, falsas e verdadeiras). Depósitos auríferos de alto teor e reservas podem estar presentes em áreas restritas, da ordem de hectares. Tal fato solicita que modelos exploratórios de depósitos lateríticos sejam elaborados para que se possa prospectar com maior possibilidade de sucesso.

5.2.1.2. Mineralizações Auríferas Previsionais

Quando se trabalha em exploração mineral é muito importante a criatividade da equipe exploracionista no tocante à identificação de novos tipos de mineralizações, que possam existir e que ainda não foram caracterizadas. Este tipo de identificação pode estar atrelada a levantamentos exploratórios pioneiros que checam modelos de depósitos previsíveis. A partir do momento que novos tipos de mineralizações são reconhecidos, pode-se criar novos prospectos e promover até mesmo a inversão de prioridades do tipo de depósito procurado. Jazimentos de ouro associados a rochas carbonáticas, também conhecidos como jazimentos do tipo Carlin ou ouro invisível, podem representar um tipo de mineralização a ser investigada; e, embora sejam de idade terciária, caracteristicamente, podem apresentar qualquer idade. Esse tipo de mineralização ocorre associada a arenitos, siltitos e calcários argilosos carbonosos finamente acamadados ou folhelhos carbonosos, nos quais a sílica substitui o carbonato e introduz a mineralização em hidrotermalismo de baixa temperatura. Rochas carbonáticas são conhecidas em algumas porções do Grupo Beneficente no Estado de Mato Grosso, principalmente no sul do Amazonas, permitindo que este tipo de mineralização seja investigado.

5.2.2. Províncias e Distritos Diamantíferos

O critério básico do presente enquadramento foi o de agrupar em uma mesma província os jazimentos que apresentam similaridade em termos geológicos e estruturais e de área-fonte e encontram-se dispostos numa mesma unidade geotectônica. Entende-se por área-fonte a unidade ou formação geológica que se constitui na rocha hospedeira, responsável, em última instância, pela mineralização dos depósitos secundários.

Como subsídio foram utilizados, além da bibliografia pertinente, produtos técnicos gerados pela METAMAT nos últimos 05 (cinco) anos, com destaque para os projetos: “Guaporé - Sudoeste” (SOUZA&PASSARINHO, 1992), convênio com a SOPEMI e

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“Diagnóstico das Atividades Mineradoras da Sub-Bacia do Alto Rio Paraguai” (COUTINHO et al.,1996), em convênio com a FEMA.

As principais seqüências portadoras dessas mineralizações estão associadas aos conglomerados basais das grandes unidades sedimentares cretáceas que recobrem grandes extensões do Estado, e se manifestam sob a forma de aluviões recentes, terraços antigos e em superfícies sujeitas a denudação.

Diversas pesquisas desenvolvidas no Estado indicam como fonte primária do diamante corpos kimberlíticos, fato comprovado na região de Juína, onde o diamante é explorado em aluviões recentes, cuja origem são os kimberlitos bastante alterados ocorrentes naquela área. Segundo alguns especialistas, como GONZAGA & TOMPKINS (1991), essas ocorrências estariam associadas ao lineamento 125º Az, de magnitude continental. Trabalhos na região Sudeste, proximidades de Paranatinga, corroboram esta afirmativa.

Os diamantes explorados no Estado apresentam cores e formas variadas, sendo classificados como diamantes industriais ou gemas. Na região de Juína, cerca de 92% da produção corresponde a diamantes industriais, apresentando formas achatadas e alongadas e cores fortes. Por outro lado, os diamantes associado à Formação Marília (senso lato) e ao Grupo Parecis, apresentam proporções de 27% e 70% de diamantes do tipo gema.

− Província Diamantífera do Sudeste de Mato Grosso

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Situada na região sudeste do Estado, abrange os municípios de Chapada dos Guimarães, Paranatinga, Nova Brasilândia, Poxoréu, Jaciara, Dom Aquino, Rondonópolis, Tesouro, Guiratinga, Pedra Preta, Alto Garças, Alto Araguaia, Itiquira, Araguainha, Ponte Branca, Torixoréo, General Carneiro e Barra do Garças etc., desde Chapada dos Guimarães, no extremo oeste, até Barra do Garças, a leste.

A geologia da Província está representada por um substrato regional, formado pelos metassedimentos do Grupo Cuiabá, de Idade Proterozóico Superior e pela Suíte Intrusiva São Vicente. Recobrindo esse substrato estão os sedimentos paleozóicos, mesozóicos, lavas basálticas e sedimentos cenozóicos que formam a extensa depressão deposicional da Bacia do Paraná.

Destaca-se, nessa província, a Reserva Garimpeira de Alto Coité, estrutura do Alto Coité, localizada cerca de 10 km a nordeste do distrito de Alto Coité. Trata-se de uma estrutura tectonicamente complexa, de formato grosso modo circular, truncada por falhas normais, colocando rochas das formações Ponta Grossa, Aquidauana, Palermo, Botucatu e Marília. Nesse distrito, já há muito extrai-se diamante por processos de garimpagem, o que têm provocado muito prejuízos ambientais na região. Em alguns locais, próximo a Poxoréu, verificam-se áreas onde foram executados trabalhos de recuperação através de terraplanagem. Nessa região foi reconhecido o corpo kimberlítico de Tamburi (WESKA, 1996), que permite atribuir, ao menos em parte, a fonte primária dos diamantes a estes corpos.

A fonte intermediária das mineralizações diamantíferas na Província está associada aos Conglomerados Basais da Formação Marília (ou Formações Quilombinho e Cachoeira do Bom Jardim, segundo WESKA 1996). No entanto, os depósitos comumente explorados são os do tipo “Plácer”, que situam-se junto às drenagens atuais e seus terraços quaternários, nos quais a concentração do diamante é maior. A fonte primária dos diamantes está associada as Intrusões Kimberlíticas de Paranatinga, descritas inicialmente por FRAGOMENI (1976), no alto curso do Rio Batovi e Poxoréu.

Os depósitos diamantíferos da região podem ser classificados em duas categorias: as aluviões recentes, que ocorrem ao longo das atuais planícies de inundação das principais drenagens e os depósitos de terraço, localizados nas encostas dos vales.

Os teores médios de diamante nesta Província giram em torno de 0,05ct/m3 com cerca de 73% dos mesmos sendo classificados como industriais e, os restantes 27% como gemas. Contrariamente às ocorrências dos Distritos Diamantíferos do Alto Paraguai, Nortelândia, e Arinos, onde o ouro apresenta teores econômicos, nesta, ele ocorre com teores muito baixos, fazendo parte da paragênese: ouro, turmalina, rutilo, ilmenita, granada, corindon, leucoxênio etc.

− Distrito Diamantífero do Alto Paraguai

Esse Distrito está localizado na região centro-oeste do Mato Grosso, que vai do município de Nobres, ao sul, até o município de São José do Rio Claro, ao norte, envolvendo parte da Bacia do Rio Arinos e da Bacia do Alto Rio Paraguai.

Do ponto de vista geológico, os depósitos diamantíferos da bacia do Alto Rio Paraguai estão relacionados às coberturas quaternárias aluvionares, coluvionares e eluvionares formadas ao longo do período de evolução da bacia, resultantes dos processos deposicionais e erosivos nela atuantes.

Segundo WESKA et al. (1984), os depósitos coluvionares estariam condicionados e caracterizados por recuo regressivo de escarpa com pouco transporte; os aluvionares, por

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depósitos com maior transpote e dispostos em terraceamentos nítidos nas porções inferiores da bacia; e os eluvionares, por uma concentração vertical de pouco ou nenhum transporte, nas cotas mais altas do seu bordo.

Utilizando-se essa classificação, foram individualizadas quatro zonas de depósitos na bacia:

• zona 1 - formada por depósitos aluviais e coluviais relacionados às escarpas dos Parecis;

• zona 2 - caracterizada por colúvios retrabalhados por aluviões mais jovens sobre o domínio do Tapirapuã;

• zona 3 - superfícies residuais por erosão intensa em colúvios, elúvios e no Grupo Parecis;

• zona 4 - que comporta os depósitos aluviais e sua planície de inundação, (quando localizados junto as drenagens conhecidas como “grupiaras” e nos terraços como “monchões”).

Os cascalhos diamantíferos são constituídos por seixos e matacões de quartzo, de arenitos alterados ou capeados por óxido de ferro, por arenitos ortoquartzíticos, basaltos, silexitos, turmalinitos e variadas formas de quartzo secundário. A matriz pode ser arenosa, areno-argilosa ou argilosa, cimentadas ou não por óxidos de ferro. O capeamento do minério é formado por litologias inconsolidadas, finas, como areias e argilas de cores variadas. Em alguns locais o cascalho é aflorante e lateritizado.

O protominério desses depósitos é atribuído aos conglomerados do Grupo Parecis. Sobre essa área-fonte é que atuaram os processos erosivos e deposicionais, gerando ao longo do tempo, depósitos do tipo “pláceres” condicionados por falhamentos normais e caracterizados pelos terraceamentos laterais às drenagens atuais, depósitos coluvionares e de talus, depósitos de leques aluviais e depósitos detrito-laterizados.

Para QUADROS (1978), os depósitos da região de Diamantino estariam associados à Formação Morro Vermelho, caracterizada em seu trabalho como uma unidade geológica de idade Terciária, individualizada como uma seqüência de origem flúvio-lacustre e sobreposta à Formação Parecis.

Os depósitos diamantíferos na região possuem dois tipos básicos de condicionamento, dados pela erosão diferencial e/ou controle estrutural. Entre os garimpeiros, diversas denominações são utilizadas para se referirem a determinados condicionantes regionais. Entre esses exemplos pode-se citar o “ajogo”, como de controle estrutural, correspondendo aos depósitos do tipo “barra de pontal”, gerados a partir do controle de barreiras geomorfológicas normais à drenagem, a jusante do fluxo; e, “travessões”, que são depósitos localizados a montante de uma zona de falha interposta à drenagem. Todos esses depósitos variam de pequeno a grande porte.

De acordo com o projeto “Diagnóstico das Atividades Mineradoras na Sub-Bacia do Alto Rio Paraguai, 1996”, a classificação dos depósitos diamantíferos pode ser enquadrada em dois tipos básicos: aluviões antigos e aluviões recentes, em parte devido a sua abrangência, em parte devido a insuficiência de dados e nível de complexidade dos depósitos.

Trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela Mineração Morro Vermelho nas áreas da Fazenda Camargo Corrêa, constataram a existência de cascalhos mineralizados relacionados

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a depósitos elúvio-coluvionares, coluvionares, depósitos de paleocanal e aluviões atuais ocupando a calha dos rios.

Os minerais pesados, presentes nos cascalhos diamantíferos, devem ser considerados na região como guias de prospecção, com as devidas reservas, por não estarem relacionados a área-fonte primária (WESKA, 1984). São de dois tipos: monominerálicos e poliminerálicos. Os grãos monominerálicos são as piritas (dadinhos), limonitas (feijão), rutilo (agulha, ferragem, ponta de lápis), zircão, hematita e magnetita (ferragem), leucoxênio (faceira), pedra baia (calcedônia), quartzo (ovo de pomba, dente-de- cão), topázio (pingo d’água), granada (chicória) etc. Entre os poliminerálicos podemos citar os turmalinitos (pretinhas fantasiadas), tremolita-sericita-quartzito (faceira) etc.

O ouro, na região garimpeira, é explorado como subproduto do diamante, os seus teores são variáveis e geralmente possuem baixa granulometria, sendo raras as pepitas encontradas.

O Quadro 046 a seguir apresenta os dados de reserva de diamante para o município de Nortelândia, para o ano de 1995.

QUADRO 046 DADOS DE RESERVA DE DIAMANTE, MINÉRIO SECUNDÁRIO, ADM - MORRO VERMELHO LTDA. NORTELÂNDIA-1995 PROCESSO MEDIDA TEOR INDICADA TEOR INFERIDA TEOR ct/m3 (m3) ct/m3 (m3) ct/m (m3) 805.982/72 146.163 0,04 493.820 0,04 3 650.619 0,04 866.912/84 207.794 0,06 355.887 0,05 866.924/70 22.546 0,10 194.000 - 800.098/76 166.301 0,10 706.580 0,024 404.810 Total 542.804 1.750.287 1.055.429 FONTE: Relatório Anual de Lavra - DNPM/1996.

− Distrito Diamantífero de Juína

O Distrito Diamantífero de Juína está localizado na região noroeste do Estado, abrangendo o município de Juína, compreendendo as altas bacias dos rios Juína-Mirim, Vinte e Um de Abril e Cinta Larga.

Caracteriza-se pela presença de depósitos aluvionares recentes, cuja fonte atribui- se aos kimberlitos intrusivos no Grupo Parecis. Estes kimberlitos, localizados às cabeceiras dos rios Juína-Mirim e Cinta Larga, acham-se em subsuperfície, invariavelmente alterados, sendo reconhecidos pelos solos argilosos, vermelho-amarronzados, em contraste com os solos arenosos, amarelo-amarronzados do Grupo Parecis (HARALYI, 1990).

No atual estágio erosivo regional, as chaminés kimberlíticas encontram-se profundamente erodidas e, em conseqüência, embora encontrem-se mineralizadas, apresentam teores muito baixos. Nos poucos corpos aflorantes, são identificados através de amostra de mão os constituintes tipomórficos: granadas piropo, picroilmenitas, flogopita, olivina, cromodiopsídio, magnetitas e zircão.

Recobrindo a seqüência cretácea ao longo dos principais rios, ocorrem as aluviões recentes caracterizadas pelos depósitos de canais atuais e pelos paleocanais. Os depósitos diamantíferos de Juína estão associados aos depósitos aluviais (atuais e paleocanais), sendo constituídos, na base, por níveis de cascalhos mineralizados, com espessuras variáveis da ordem de 0,50m até 1,50 metros.

De maneira informal, e levando em conta as características do minério e a tipologia dos diamantes, HARALYI (1990) caracterizou três principais áreas de ocorrência: bacia do Rio

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Cinta Larga, bacia do Rio Vinte e Um de Abril e bacia do Rio Juína-Mirim, com as características abaixo descritas.

A bacia do Rio Cinta Larga apresenta depósitos de canais atuais, de pequena espessura, em torno de 0,30m a 0,50 metros, e elevado teor em diamantes (6 ct/m3 - 7 ct/m3). Os diamantes são os maiores da região e apresentam-se na forma de fragmentos com baixa proporção de gemas (menor que 5%-8%).

Os diamantes do Rio Vinte e Um de Abril ocorrem no canal atual e terraços. Para se atingir o conglomerado basal, são removidos cerca de 8 metros de estéril, com uma concentração mecanizada rudimentar. São pouco menores, mais regulares que os da bacia do Rio Cinta Larga e de teores mais baixos.

Na bacia do Rio Juína-Mirim e seus tributários estão os melhores diamantes da região, com maior proporção de gemas. A espessura do cascalho mineralizado é, em média, de 1,0m a 1,5 metros e os teores variam de 0,6 ct/m3 a 0,8 ct/m3.

Nas cangas lateríticas desenvolvidas sobre os kimberlitos, e em alguns trechos dos aluviões, através de um processo de concentração por lixiviação da matriz, ocorre o enriquecimento em diamantes em proporções de 8 a 10 vezes maior, chegando a alcançar teores de 0,5 ct/m3 a 1,0 ct/m3.

De modo geral, o hábito dos diamantes em Juína é de fragmentos achatados e alongados. O maior diamante do tipo gema, em Juína foi encontrado no Ribeirão Mutum e possuía 232 quilates, e o do tipo indústria na fóz do Ribeirão Porcão, com 263 quilates. Até por volta de 1990, foram recuperados na região de Juína entre 2,5 milhões a 3,0 milhões de quilates (HARALYI, 1990).

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5.2.3. Província Carbonática Araras

Rochas carbonáticas são conhecidas em diferentes regiões do Estado de Mato Grosso, relacionadas basicamente às seguintes unidades geológicas: Formação Araras, Grupo Bauru, Formação Irati, Grupo Cuiabá e Grupo Beneficente.

Dentre essas, somente a Formação Araras, em função da homogeneidade das camadas carbonáticas, contexto geológico, grandes reservas, e contínua distribuição areal, foi aqui inserida no contexto das Províncias Minerais, sob a denominação Província Carbonática Araras. As demais unidades, por apresentarem apenas depósitos minerais de ocorrência localizada ou de interesse científico, devem ser abordadas a parte.

Essa província se distribui ao longo de uma faixa dobrada, em forma de arco, estendendo-se pelos limites geopolíticos dos municípios de Cáceres, Porto Estrela, Barra dos Bugres, Tangará da Serra, Nobres, Rosário Oeste, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Paranatinga, encontrando-se uma extensão desta faixa em Cocalinho.

É a mais importante e expressiva zona de ocorrência de Rochas Carbonáticas do Estado de Mato Grosso, distribuindo-se ao longo de uma faixa que se inicia na borda do Pantanal Matogrossense, ao sul da cidade de Cáceres, com direção geral N30ºE, até as imediações da cidade de Nobres. A partir daí, flexiona-se na direção Leste, estendendo-se de forma descontínua até a região de Cocalinho, abrangendo uma área com cerca de 27.000 km2.

Geologicamente, esta Província está inserida na Faixa de Dobramentos Paraguai- Araguaia, fazendo parte do Grupo Alto Paraguai. A Formação Araras é formada, segundo LUZ et al. (1978), por um membro inferior, composto por margas conglomeráticas, calcários calcíticos e calcários dolomíticos e um membro superior composto por dolomitos, com intercalações subordinadas de siltitos, arenitos e argilitos calcíferos. Suas relações de contato com a Formação Puga, na base, e Formação Raizama, no topo, são do tipo concordante gradacional.

O ambiente de sedimentação desta formação, segundo LUZ et al. (op. cit.), seria do tipo nerítico, de águas rasas e calmas numa bacia miogeossinclinal. As rochas carbonáticas da Formação Araras, apresentam-se sob forma de colinas e morros abaulados. No âmbito da Província Serrana, essas feições estão alinhadas e alongadas no sentido das estruturas regionais.

Essa modelagem está associada, normalmente, às áreas de ocorrência dos dolomitos, que respondem pelas feições topográficas mais expressivas. Os calcários calcíticos da porção basal, apresentam feições menos imponentes, restringindo-se a afloramentos em forma de lajeados.

A estruturação geomorfológica dos horizontes carbonáticos é um dos fatores que têm contribuído para o seu aproveitamento industrial em larga escala, na medida que possibilita sua exploração através de métodos de lavra simples e econômicos, como por exemplo o método de lavra a céu aberto em bancadas de encosta, que é utilizado por todas as empresas de produção de pó corretivo em operação.

Os calcários da Formação Araras contêm impurezas de magnésio, manganês, ferro e silicatos. Nos calcários calcíticos a composição química média, é a seguinte: CaO 48%, MgO 2%, RI 5%, PF 45% R2O3 1%-2%. Nos calcários dolomíticos, é a seguinte: CaO 48%,

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MgO 5%, RI 5%, PF 42%, R2O3 1%-2%. Nos dolomitos: CaO 30%, MgO 20%, RI 5%, PF 45% e R2O3 1%-2% (LUZ et al. 1978).

Os levantamentos efetuados pelo Projeto Província Serrana (1978), através de seções perpendiculares a estrutura regional, estimou uma reserva geológica aflorante da ordem de 60 bilhões de toneladas de calcários dolomíticos e dolomitos, e 800 milhões de toneladas de calcários calcíticos.

5.2.4. Província Estanífera de Rondônia, Distrito dos Rios Madeirinha -Roosevelt

Localiza-se no extremo noroeste do Estado de Mato Grosso, abrangendo o município de Aripuanã, no contexto da Amazônia Ocidental. Essa região, em termos geológicos, é uma das menos conhecidas do Estado.

Em termos geológicos a região encontra-se representada pelo Complexo Xingu, constituído por granitos porfiríticos, granodioritos, gnaisses, migmatitos e anfibolitos associados ao denominado Complexo Xingu, que invariavelmente apresentam feições de cataclase e retrometamorfismo. O evento magmático Uatumã está representado por importante vulcanismo ácido e por granitos crustais que afetaram principalmente a porção sul da área.

Importante sedimentação continental, posicionada no topo do Proterozóico Superior, denominada de Formação Prainha, está presente nas porções central e norte da área. Em pláceres intraformacionais da base dessa formação, encontram-se mineralizados a cassiterita.

As mineralizações primárias de estanho nesse distrito, baseado nos estudos geológicos sobre a Mina de São Francisco, de VEIGA (1988), encontram-se relacionadas aos Granitos Rondonianos

O minério está associado a zonas caulinizadas e graisenizadas da segunda fase, e aos veios de graisen no contato entre elas. Esses depósitos, em função de fatores como teor, reserva, custos de extração e tratamento, têm-se mostrados antieconômicos.

As mineralizações secundárias estão relacionadas a três tipos de depósitos, a saber: conglomerado basal da Formação Prainha, paleovales e depósitos aluvionares recentes.

Os depósitos aluvionares recentes, os únicos economicamente explotáveis, ocorrem nas aluviões atuais ou subatuais, que drenam os granitos Rondonianos ou retrabalham sedimentos mineralizados pré-existentes. Essas aluviões são, em geral, de pequena possança, ocorrendo nas drenagens acima de 3ª ordem, com flats entre 60 metros e 300 metros (VEIGA, 1988).

A mineração industrial esteve representada, nos últimos anos, tão somente pela Mineração Taboca S/A - Grupo Paranapanema, que explorava a Mina de Estanho de São Francisco, na bacia do Rio Madeirinha. Na mina de São Francisco, os depósitos de maior porte eram lavrados por meio de plantas flutuantes alimentados por retro-escavadeiras e, por vezes, grandes dragas. Nos depósitos maiores a lavra era feita através de desmonte hidráulico e o beneficiamento por concentração gravimétrica, através de planta semi-móvel, que incluíam peneira rotativa e jigues.

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5.2.5. Província de Fontes Termais

As fontes termais do Estado de Mato Grosso estendem-se ao longo de uma ampla faixa, que se apresenta com comprimento maior segundo a direção leste-oeste, por centenas de quilômetros, e uma largura da ordem de dezenas a centenas de quilômetros. São reconhecidas deste a porção oeste da Bacia do Paraná, na latitude do município de Santo Antônio do Leverger (região de Palmeiras - Granito São Vicente), até a região de Barra do Garças, na porção ocidental da bacia. Até o momento, em direção à baixada cuiabana e pantanais do Paraguai e Guaporé, não se tem registros de águas termais, sendo, porém, plenamente previsível sua existência.

Os estudos geológicos efetuados mostraram que, após o desenvolvimento da Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização, houve um período de ativação tectônica que afetou significativamente a Bacia do Paraná; exemplos flagrantes desta reativação são observadas na região de Barra do Garças. Ao sul de primavera do Leste, tem- se registro de crostas lateríticas, da base da superfície paleogênica, falhadas e com estrias.

A identificação desta ampla faixa reativada, onde são encontradas águas termais, com surgência natural ou não, não permite outras divagações a não ser uma associação direta a este evento neotectônico reflexo da tectônica andina. As águas pluviais e de formação adentrariam em zonas de descontinuidade reativadas, se aqueceriam e retornariam à superfície, onde surgem com temperaturas superiores a 40 graus centígrados.

6. SÍNTESE DA ECONOMIA MINERAL E CARTOGRAMA

Com base nas análises dos capítulos anteriores, pode-se inferir que o setor mineral vem contribuindo positivamente para a ocupação e desenvolvimento do Estado, muito embora, atualmente, tenha apenas uma pequena participação no PIB. Historicamente, a economia mineral Matogrossense ficou circunscrita a um reduzido número de minerais como o ouro e o diamante, que configuraram a base essencial da mineração. Atualmente vem se caracterizando, principalmente, como fornecedora de matérias-primas para a Indústria da Construção Civil e por sua base técnica ser, em geral, bastante rudimentar, chegando, na maioria dos casos, a comprometer o meio ambiente.

Nos últimos anos, pouco ou quase nada foi investido em pesquisas geológicas e em tecnologia para recuperação das substâncias minerais locais, além do baixo nível de recursos alocados para o levantamento do potencial mínero-geológico real do subsolo mato-grossense, não existe uma política global para o desenvolvimento do setor.

O Estado ainda carece de um órgão forte e centralizador da política mineral, pois, hoje, possui empresas, entidades e organismos estaduais e federais, que contam com poucos recursos e não têm claramente delimitados suas respectivas áreas de ação e seus objetivos. Apenas 5 substâncias concentram cerca de 90% dos investimentos na mineração local, o que pode ser explicado pela quantidade de capital requerido, seu alto risco e a lenta maturação das inversões.

Após a corrida do ouro ocorrida no início dos anos 80, verificou-se uma sensível retração dos investimentos em mineração, com uma queda da participação do Mato Grosso no total das inversões da indústria extrativa brasileira.

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Até poucos anos atrás, ainda na década de 70, o Estado de Mato Grosso era apresentado como detentor das maiores reservas de ouro do país. Hoje, com a exaustão da extração do “ouro fácil”, vem perdendo a hegemonia para outros estados.

Considerando-se as diversas substâncias atualmente exploradas, o setor moageiro de calcário para corretivo de solo apresenta-se como o mais organizado e modernizado. Nesse segmento, a estrutura da oferta é formada por grandes estabelecimentos, os quais são detentores de conhecimentos técnicos e mercadológicos modernos, comparáveis às regiões mais adiantadas do País. Com uma produção de 500 mil t/a, a cimento Portland Mato Grosso, situada em Nobres, é capaz de atender os mercados de Mato Grosso, Rondônia e Acre. Conforme os levantamentos realizados em campo, o setor Cerâmico também vem se mostrando dinâmico nos últimos anos. Detinha, em 1997, uma capacidade instalada de 30 milhões de tijolos e 4 milhões de telhas por ano, segundo o SINDICER - Sindicato dos Produtores de Cerâmica do Mato Grosso. Por sua vez, o Setor de Àguas Minerais tem atendido o mercado de consumo local. No entanto, quase nada se fez ainda para exploração dos recursos hídricos termominerais que se encontram inexplorados.

O setor areeiro caracteriza-se por praticar um processo de extração bastante rudimentar, o que permite a existência de um número significativo de produtores informais. Esta atividade clandestina é difícil de ser combatida dada as facilidades para instalar pequenos portos de areia.

As empresas legalizadas ofertantes de brita são poucas, verificando-se, aí também, produção clandestina proporcionalmente importante. Algumas pedreiras são ativadas apenas quando realizam-se obras públicas, como construção de estradas. No caso da construção do aeroporto de Alta Floresta verificou-se a mesma situação, sendo a pedreira desativada com o fim da obra.

A baixa absorção de mão-de-obra de nível superior no setor pode ser explicada pela escassa realização de prospecção e pesquisa, bem como pelo predomínio de pequenos estabelecimentos.

A própria estrutura produtiva da mineração estadual, voltada para a produção de matérias-primas destinadas ao mercado local, condicionou o tipo e a natureza da infra- estrutura de transporte. As ferrovias inexistem e as rodovias não apresentam boas condições de tráfego.

A infra-estrutura deveria possibilitar o desenvolvimento e expansão de muitas áreas onde existem ocorrências minerais que, em muitos casos, não são exploradas economicamente em razão das carências infra-estruturais.

A tributação, por fim, não tem propiciado aos cofres do Estado receita compatível com o volume da extração de ouro e diamantes. O descaminho é prática corriqueira, onde ouro e o diamante vão para outros mercados sem que o Estado tire sua compensação pela exploração mineral.

No Mapa da Economia Mineral do Mato Grosso, Mapa A001 – Distritos Mineiros de Ouro, Diamante e Estanho e Província Carbonática, encartado anexo, apresenta-se a espacialização das grandes províncias minerais, com a ca

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racterização de seu potencial, bem como a indicação dos minerais atualmente explorados.

7. IMPACTOS DAS ATIVIDADES MINERADORAS SOBRE OS MUNICÍPIOS

A economia garimpeira do ouro e diamante, como visto, confunde-se com grande parte da história da ocupação do território matogrossense. Foi responsável pelo afluxo, em diferentes momentos, de grandes magotes de população.

Com o novo ciclo de exploração ocorrido nas décadas de 1970 e 1980, verificou-se o readensamento de antigas áreas garimpeiras e o surgimento, “do nada”, de cidades inteiras no norte do Estado, recém-aberto ao fluxo migratório.

O afluxo de novos garimpeiros e equipamentos pesados, acelerou o processo de destruição do meio ambiente. E, com o esgotamento do ciclo: desaparecimento das reservas superficiais, aumento do custo de extração e queda da cotação internacional do ouro, verificou-se novo movimento de estagnação e decadência. Cidades novas que cresceram com extrema rapidez e detiveram papéis preponderantes na organização da economia do ouro/diamante, passaram a originar novas levas de emigrantes. Repetiu-se o fenômeno das cidades fantasma, com sua série de seqüelas, com destaque para um ainda maior inchamento dos principais núcleos urbanos do Estado. Dentro desse cenário, os estudos realizados são claramente demonstrativos de um elevado custo sócio-ambiental para os municípos mineradores, como balanço do ciclo que se encontra esgotado. Do ponto de visto sócio-econômico, os principais impactos do garimpo sobre a estrutura dos municípios são as seguintes:

− desorganização de projetos agropecuários em implantação em diversos municípios do norte, seja pela atração da força de trabalho, seja na disputa pelo uso do território;

− aceleração da urbanização, com a atração de fortes fluxos migratórios, e pressão sobre os equipamentos urbanos disponíveis, que se tornaram insuficiente, com significativa piora das condições de vida;

− fomento da prostituição e da violência com a estigmatização de diversos núcleos urbanos; invasão de partes do núcleo urbano, como foi o caso de Poconé;

− reduzida contribuição à economia dos municípios, tanto devido à informalidade como ao descaminho, palalelamente a provocar um significativo aumento nos custos de manutenção urbana e dos serviços sociais.

Do ponto de vista ecológico, são também extremamente graves os danos provocados pelo garimpo: assoreamento das drenagens e a contaminação por mercúrio, alteração dos cursos d’água e destruição das matas ciliares pelo desmonte. Em áreas garimpeiras do norte do Estado, foram encontrados pontos críticos, onde a taxa de sólidos em suspensão era tão espessa (> 4.000 mg/l) que os caudais assumiam forma lamacenta. Da mesma forma, especialmente nos garimpos de "baixão" e "balsa", foram encontrados valores de mercúrio (tanto em água quanto em sedimento) até 100 vezes superiores aos dos locais onde tal não ocorria (0,2 ppm e 0,07 ppm).

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Na Bacia do Alto Paraguai são evidentes os efeitos do processo de aceleração da destruição do meio ambiente e de descaracterização da paisagem. O uso intensivo de dragas para coleta do diamante acarretou a poluição e assoreamento do sistema hídrico, assim como a extinção de importantes parcelas de matas ciliares, afetando ecossistemas, entre eles, o potencial pesqueiro. Na extração do ouro, as três principais etapas - a lavra, a concentração gravimétrica e a amalgamação - mostraram-se fortemente impactantes, resultando em processos de assoreamento, destruição de matas nativas e contaminação do sistema hídrico. A sede municipal de Poconé aparece como principal exemplo dos impactos, advindos da interface garimpo-cidades.

Os impactos provocados pela exploração dos demais minerais, malgrado a informalidade de muitas das empresas atuantes no setor, são de muito menor intensidade e magnitude. Embora pouco contribuam para as finanças municipais, geram empregos e garantem material de construção a baixo custo. Os danos ambientais são de menor monta, mas não deixam de ser significativos, principalmente dentro do quadro de sequelas derivadas do auge garimpeiro.

O segmento formal, basicamente constituido por empresas dos setores de cimento, calcário para correção do solo, cerâmica, água mineral, e poucas empresas de maior porte voltadas para o ouro e o diamante são, em conjunto, fracamente empregadoras de força de trabalho e têm uma contribuição proporcionalmente reduzida à economia dos municípios mineradores.

8. OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO

O cenário da mineração em Mato Grosso tem mudado muito nos últimos anos. Não obstante, apesar da carência de investimentos em prospecção e pesquisa, pode-se afirmar que as perspectivas são bastante animadoras.

As recentes mudanças na legislação mineral, proporcionando às empresas estrangeiras o direito de pesquisa e lavra, levou o capital internacional a aumentar de modo significativo sua presença em Mato Grosso, canalizando investimento principalmente para prospecção e pesquisa de depósitos auríferos e diamantíferos.

Existem, atualmente no Estado, cerca de 24 empresas de mineração operando na lavra de calcário, ouro, diamante, areia, água mineral, num total de 46 decretos e portarias de lavras e 110 permissões de lavra garimpeira. De modo geral, o grande interesse pela atividade mineral local é comprovado pelo número de pedidos de pesquisas concedidos pelo DNPM, que atingiu a 3.700 em 1996.

Destaca-se ainda, o fato de que empresas do porte da Rio Taboco (AMBREX), UNIGEO (ANGLO AMERICA), UNAGEM, ECHO BAY MINES, PLACER DOME, Santa Elina, Madison do Brasil, WESTER MINING, MINORCO (BP), além de algumas Juniors Companies, que de forma definitiva ou esporádica vem atuando em Mato Grosso.

Esse conjunto de fatos caracteriza a evolução das oportunidades atuais e futuras de investimentos, que podem ser melhor avaliados com base nas informações coletadas quanto à atuação, no Estado, das grandes empresas do setor:

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− SANTA ELINA

A empresa atua em Mato Grosso desde 1978, trabalhando com ouro através de dragagem de aluviões.

A abertura de capital da empresa proporcionou entrada de recursos da ordem de US$50 milhões que são investidos, desde 1995, na descoberta de novas minas de ouro.

Dentre suas minas, merecem destaque a de são Vicente com reservas de 15 toneladas, e a de São Francisco, com 40 toneladas cubadas.

O projeto da empresa prevê a produção de 3,5 toneladas por ano de ouro, além da construção de uma estrada e uma hidroelétrica de 44 Mw.

A Mineração Santa Elina tem diversas empresas controladas que atuam no requerimento de áreas para pesquisas, destacando-se as seguintes:

• Mineração Maracá indústria e Comércio Ltda; • Mineração Silvana Indústria Comércio e Indústria Ltda; • Mineração Marina Indústria Comercio e Indústria Ltda; • Mineração Paloma Indústria Comércio e Indústria Ltda;

− AMBREX

Segundo dados do DNPM, Junior Company atua na pesquisa de ouro e gemas em 9 áreas no norte do Mato Grosso, somando 300 mil hectares.

O Departamento de Mineração de Aripuanã informou que a empresa descobriu uma reserva com metais não ferrosos, tais como alumínio, zinco, chumbo, cádmio e pequena quantidade de cobre.

Notícias mais recentes, dão conta que a MINORCO MINERAL AND RESOURCES Co. (Anglo América) assumiu o controle da AMBREX, fato que deve ser pesquisado e esclarecido.

− UNIGEO/ UGM

A UGM Serviços Técnicos S.A, segundo informe da METAMAT, tem atuado no Estado de Mato Grosso desde 1990, com trabalhos de prospecção na Baixada Cuiabana, Pontes e Lacerda e Alta Floresta, devendo investir US$ 6 milhões nos próximos anos.

A empresa encontra-se presente, também, no município de Castanheira, onde segundo informações da prefeitura, pretende investir US$ 3 milhões nos próximos 5 anos.

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− BRASILIAN RESOURCES

É mais uma junior company que atua na pesquisa de ouro em Aripuanã./ em Mato Grosso

A empresa adquiriu os direitos de uma área de 10 mil Km2, e, que na década de 80 foram extraídas 400 mil onças de ouro em garimpos de aluvião.

Dentre suas empresas controladas, merece destaque a BZI Mineração, que atua na fase de pesquisa mineral.

Estão previstos investimentos da ordem de US$ 6 milhões nos próximos 3 anos, na área acima referida, denominada Cedro Bom.

− MINERAÇÃO MANATI

Esta empresa da Britsh Petróleum explorou ouro, em mina subterrânea, no município de Araputanga, chegando a explotar mais de 5 toneladas de 1987 a 1992.

− MADISON DO BRASIL

A empresa atua em pesquisa mineral no município de Nova Bandeirantes no antigo garimpo de Juruena, onde mantém cerca de 150 homens trabalhando.

− ADMINISTRADORA MORRO VERMELHO

Empresa pertencente ao grupo Camargo Corrêa, atua desde 1982 na pesquisa e exploração de diamantes em aluviões, no município de Nortelândia.

Informações obtidas em entrevistas dão conta de que a empresa pretende continuar investindo na área onde trata, mensalmente, cerca de 10.000 m3/ mês de minério.

− ECHO BAY MINES

Em associação com a Mineração Santa Elina, e empresa pretende implantar um projeto para a produção de 6,5 toneladas de ouro em Goiás, assim como ampliação da Mina de São Vicente, em Mato Grosso, para a produção de 1,5 t/ano de ouro, em uma primeira fase, e 4t/ano em uma segunda fase, com investimentos que poderão atingir a cifra de US$ 300 milhões.

− NORANDA

Esta empresa canadense, produtora de metais não ferrosos, principalmente cobre, vem executando pesquisas no município de Aripuanã.

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9. CONCLUSÕES

A produção mineral de Mato Grosso é pequena, principalmente levando-se em conta o seu território com imensas áreas ainda prospectáveis. Apesar de possuir um grande potencial, o Estado não teve, ao longo de sua história, políticas públicas constantes para o desenvolvimento da mineração. O Brasil, assim como a maioria dos países em desenvolvimento, não possui uma consolidação de diretrizes da sua política mineral.

A falta de uma política consistente para o desenvolvimento mineral ainda nos dias de hoje, identifica um descompasso no atendimento do consumo matogrossense, determinando o uso de minerais provenientes de outros estados.

Em uma política para o desenvolvimento mineral, há que se levar em conta que ela é instrumento de governo que visa, através de ações próprias, alcançar objetivos previamente planejados, escolhidos pela sua oportunidade e conveniência.

Assim, não é de se estranhar que as nações desenvolvidas considerem sua política mineral como questão de soberania nacional, havendo interferência do Estado em sua definição, desde os programas de propecção geológica e de suprimento de bens minerais até aos mecanismos de preços e de estoques reguladores.

A mineração é indiscutivelmente um dos principais agentes catalizadores de desenvolvimento e de interiorização, pois motiva a implantação de indústrias de transformação, a abertura de vias de transporte e, como tal, é atividade prioritária em um estado de grande superfície territorial, devendo, dessa forma, ser amparada e incentivada.

Para o Estado de Mato Grosso, uma política mineral bem estruturada deverá considerar, necessariamente, o aproveitamento dos pequenos depósitos minerais, o que depende, além das leis de mercado, de uma ação do Estado que busque otimizar resultados.

Por outro lado, é de fundamental importância para o Estado que seu setor mineral esteja capacitado a fornecer abundante matéria-prima mineral, necessária ao seu plano de expansão industrial. No entanto, não é tarefa muito fácil incentivar a atividade de mineração. Complexas são as etapas a serem percorridas até se conseguir um depósito mineral cubado e em condições de ser explorado. Para se ter uma idéia do risco que envolve o investimento de capital no setor da mineração, vale salientar que, em média, de cada 100 requerimentos de pesquisa, a 12 apenas são concedidos alvarás de pesquisa e, destes, somente a 3 são outorgados decretos de lavra, isto é, estarão aptos a serem explorados economicamente

Cabe também ao governo fomentar, através de estudos de pré-viabilidade econômica, a atração de maior número de investidores para o setor mineral, bem como auxiliar a atividade mineira através de financiamentos; promover o encontro ou a composição de grupos ou empresas que se completem e possam estar capacitados para receber os benefícios dos Governos Federal e Estadual e promover a alavancagem da indústria mineral.

No setor de fomento à produção mineral, muitos órgãos, quer federais ou estaduais, já existentes, têm recursos técnicos para o cumprimento de suas funções, no sentido de cobrir uma boa ou grande parte das necessidades, em termos de conhecimento do subsolo e da técnica necessária à exploração mineral.

Necessário, portanto, se faz promover o entrosamento entre todos aqueles órgãos que atuam no setor mineral, não só para evitar superposição de esforços, mas para que desempenhem funções complementares e possam, a partir de um esforço conjugado, melhorar o planejamento da economia mineral local.

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Medidas devem ser tomadas para se dinamizar a indústria mineira, aproveitando as facilidades já existentes no Estado. Assim, sugere-se:

− levantamento imediato de todo o acervo de conhecimentos da geologia do estado de Mato Grosso e análise dos dados levantados, de modo a facilitar uma melhor interpretação das possibilidades minerais para trabalhos complementares;

− levantamento de todas as jazidas e minas concedidas, tipo do minério, reservas prováveis ou medidas, condições técnicas e financeiras do minerador, problemas existentes etc.; o que possibilitaria um diagnóstico da situação da mineração do Estado, seus problemas, áreas a serem incentivadas e ajuda necessária.

− levantamento de todos os mapas, bases planimétricas e fotografias aéreas disponíveis no Estado e organização de um setor facilitasse o acesso do minerador a tais documentos necessários à complementação de seus processos junto ao DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral;

− criar ou dar meios à companhia de Mineração do Estado - METAMAT, para que tenha função supletiva junto ao minerador, compondo-se com ele e exercendo também o papel de firma de serviços de pesquisa. Poderia tal empresa partir, ainda, para fomentar a exportação de minérios e pedras, numa tentativa de regularização de tal comércio e incentivo ao pequeno minerador;

− através dos órgãos estaduais especializados, desenvolver atividades com as entidades federais que atuam no setor (DNPM, CNEN, CPRM ) na programação dos trabalhos de geologia, tentando fomentar a pesquisa mineral para despertar novas regiões de interesse, com ênfase para aquelas qual já tenham indicações de ocorrências de minerais.

− apoiar o trabalho da METAMAT em Mato Grosso para que esta companhia venha a ter condições de desenvolver trabalhos de mineração no Estado; possa compor-se com mineradores que necessitem reforço técnico-financeiro; estes grupos, assim formados, teriam condições de atrair novos capitais, mesmo estrangeiros

− Oferecer oportunidades ou projetos interessantes de forma a atrair grandes empresas para desenvolverem atividades de mineração em Mato Grosso, priorizando aqueles que mais se adequem ao desenvolvimento sustentado do Estado;

− colocar o consumidor em contato com o produtor, pois este aspecto assume grande importância, uma vez que muitos minérios são hoje importados de outros estados, seja pelo simples desconhecimento do consumidor da possibilidade de encontrá-los localmente, seja,

− do desconhecimento do produtor potencial de onde colocar sua mercadoria; em muitos casos são ignorados inclusive as especificações necessárias e os preços do minério;

− visando o melhor aproveitamento dos dados de relevante importância divigulgados pelo MME, relativos ao levantamento aerogeofísico, mister se faz que o Estado conte com equipe especializada que possa auxiliar as empresas de mineração, principalmente aquelas radicadas em Mato Grosso, fazendo os

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estudos complementares que se fizerem necessários, chegando até a indicação e seleção de área para requerimento de pesquisa, através de planos de pré-viabilidades;

− montagem de laboratórios de análises químicas de minerais; através de convênios, poderiam ser aproveitados os laboratórios já existentes, de maneira a fazê- los prestar serviços a entidades ligadas ao Estado, bem como à iniciativa privada, cobrando os serviços para permitir constante modernização de equipamentos, preparação e treinamento de pessoal técnico e reposição de material de consumo necessário;

− adotar política de financiamento à mineração, procurando o minerador, ao invés de esperar por seu pedido;

− adequar a legislação mineral e ambiental, para criar um regime mais simplificado, que compatibilize com o tipo de empreendimento que deve ser objeto de lavra garimpeira, separando esta atividade daquela desenvolvida pelos empresários do garimpo;

− face a abertura de novas áreas agrícolas no norte do Estado, é imperioso intensificar os mapeamentos geológicos específicos para insumos minerais para agricultura;

− promover pesquisas, visando o aumento do conhecimento científico dos impactos da atividade mineral sobre o meio ambiente;

− intensificar a ação dos orgãos gestores dos recursos minerais e de proteção do meio ambiente, visando compatibilizar o aproveitamento racional dos recursos minerais com o meio ambiente;

− como decorrência da variedade de aspecto acima mencionado, lícito é concluir-se sôbre a urgência existentes em bem estruturar o setor mineral do estado de Mato Grosso. Preenchendo as lacunas existentes e executando as medidas sugeridas, terá o Estado condições de levar o desenvolvimento a vastas áreas até aqui improdutivas

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10. BIBLIOGRAFIA

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ANEXO

ANEXO I MAPAS