5. Do Ouro À Fama

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

5. Do Ouro À Fama 5. Do ouro à fama As apropriações de aspectos românticos estão presentes na obra de Gilberto Braga desde sua estreia na televisão em 1973. Logo em seu primeiro texto, um roteiro para o programa Caso Especial, da Rede Globo, ele adaptou o romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho. Quatro casos especiais depois, o autor – já alçado à condição de novelista – não deixou de recuperar traços do Romantismo em seus trabalhos. Assim, Corrida do Ouro (1974) – sua primeira novela – tinha a traição aos próprios valores em função do dinheiro como tema principal. Entretanto tudo na trama exibida às 19h era tratado de forma ajustada ao estilo leve e divertido que passou a caracterizar o horário depois da saída de Glória Magadan da emissora carioca. Escrita em parceria com Lauro César Muniz28, Corrida do Ouro era inspirada nas comédias sofisticadas do cinema americano dos anos 1930 e 1940 e contava a história de cinco mulheres que recebiam inesperadamente uma herança à qual só teriam direito se cumprissem os desejos do milionário excêntrico que as escolheu como herdeiras. Todas as cláusulas do testamento contrariavam a personalidade das moças. Uma delas, atriz, deveria abandonar a carreira, outra, que morava no exterior há 20 anos, precisava fixar residência no Brasil, uma terceira tinha que se casar com um homem ao qual não amava. Ou seja, os obstáculos que cada uma encontrava para cumprir o testamento – e, desta forma, receber o dinheiro – forneciam os ganchos da novela. Essa corrida pelo dinheiro viria a ser, num registro mais melodramático, uma recorrência nas novelas de Gilberto Braga. Em outras palavras, seja nas obras originais que ele criou para o horário das 20h, seja nas adaptações literárias com as quais ajudou a fixar o horário das 18h29 a partir de 1975, o dinheiro envolvendo 28 A trama de Corrida do Ouro é uma idéia de Daniel Filho. Gilberto Braga e Lauro César Muniz foram reunidos pelo diretor para desenvolver a novela. 29 A primeira novela do horário das 18h foi Meu Pedacinho de Chão (1971), de autoria de Benedito Ruy Barbosa. A trama ia ao encontro da intenção da Globo de que as novelas das seis seguissem uma linha pedagógica. Portanto, o tom dos textos era educativo, fosse apresentando a vida no campo ao homem urbano ou ensinando a língua portuguesa ao matuto da terra. Porém essa incursão da emissora em novelas mais educativas não obteve boa audiência. As tramas do horário foram então substituídas por desenhos animados e seriados americanos. Até que, em 1975, pelas 153 corruptores, arrivistas e românticos numa complexa teia de relações sociais, profissionais e afetivas aparece como força propulsora da ação em tramas paralelas ou centrais das histórias desenvolvidas pelo autor. Após adaptar Helena, de Machado de Assis, e reativar com sucesso o horário das 18 horas, Gilberto Braga adaptou Senhora30, romance de José de Alencar. O livro conta a história de Aurélia Camargo, uma moça pobre que, ao enriquecer, arma uma vingança contra Fernando Seixas – arrivista que a trocara no passado por uma mulher rica. Tal trama, publicada em 1875, ao deslizar do suporte impresso para a televisão cem anos depois, representou o ápice do tema romântico da conspurcação pelo dinheiro não só entre as novelas das seis da Rede Globo nos anos 1970, mas também entre as histórias que Braga escreveu para esse horário31. A adaptação mantém a mesma fórmula capital do romance oitocentista europeu que serviu de modelo à criação de José de Alencar. Ou seja, Braga transpôs para a espinha dorsal da novela o mesmo processo de educação sentimental presente no original, que transforma a jovem pura e sonhadora Aurélia Camargo (Norma Blum) em alguém mais embrutecido em virtude da engrenagem do dinheiro e do interesse racional – representado por arrivistas como Fernando Seixas (Cláudio Marzo). Como o romance, a novela também possui quatro etapas distintas: Preço, Quitação, Posse e Resgate, que correspondem ao processo de transformação em decorrência do dinheiro pelo qual passam Aurélia e Seixas. A fase Preço, que culmina com a noite de núpcias na qual Aurélia declara a Seixas que o comprou, estende-se por 66 capítulos. Nessa parte da trama, Gilberto Braga recorre a várias reuniões sociais que o livro possibilita – festas, missas e ópera – para apresentar personagens, mas, ao longo da novela, o autor usa esses mesmos eventos caracterizados pela ostentação permitida pelo dinheiro, a fim de criar peripécias que avancem a narrativa. mãos do diretor Herval Rossano, o horário das 18h foi redimensionado para as adaptações literárias. 30 O romance de José de Alencar ganhou outras versões televisivas. Menos de um ano depois da inauguração da televisão brasileira, a adaptação do livro era atração na TV Paulista em 1952. Em 1971, a história serviu como base para a novela O Preço de um Homem, escrita por Ody Fraga e exibida na TV Tupi. Em 2005, Senhora, Diva e Lucíola, também de autoria de Alencar, inspiraram as tramas de Essas Mulheres, novela de Marcílio Moraes, exibida pela TV Record. 31 A versão de Gilberto Braga inaugurou as cores no horário das 18h na Rede Globo. 154 Aurélia Camargo é mostrada, logo no início, como a grande novidade dos salões, sobre quem personagens periféricos, sobretudo, as mulheres da sociedade, fazem uma série de especulações, já que a heroína surgiu como uma nova estrela na Corte, mas ninguém sabe sobre seu passado. Sabe-se que vive com uma parenta – Dona Firmina Mascarenhas (Zilka Salaberry) – e nada mais. Essa opção do autor por apresentar uma heroína sob uma aura de mistério pode ser relacionada, adotando-se a perspectiva de Marlyse Meyer (1996), a um uso modernizado de um muito antigo matricial procedimento de narrativa escrita – o do Decameron. Nesse procedimento, não há uma exposição que, de saída, defina a situação a partir da qual vai se desenvolver o enredo, mas é apresentado um elemento de intriga essencial que, nesse caso, é o mistério do passado. Esse elemento recorrente já era parte da espinha dorsal de Sinclair das Ilhas e continuou como um dos motivos preferidos da telenovela. Mas além da aura de mistério, Aurélia atiça os comentários porque se comporta de uma forma que fere determinadas convenções às quais as moças da época deviam se submeter. Estabelece cotações para os rapazes do tipo: “Alfredo Moreira é distinto. Vale bem como noivo uns cem contos de réis. Mas eu tenho dinheiro para pagar um marido de maior preço”. E, repreendida por D. Firmina, emenda: “Eu não me preocupo em absoluto com a opinião que têm a meu respeito” (Braga, 1975). Portanto, logo no início da trama, a personagem é caracterizada em seu individualismo romântico que, de acordo com Campbell, privilegiava a peculiaridade da pessoa em detrimento dos modelos de conduta. Tal comportamento de Aurélia, aliado às falas que denotam seu desencanto com a quantificação do mundo, permite alinhá-la aos personagens que, nos romances de Balzac, são os tipos radicais dos quais fala Lukács, ou seja, seres para quem os medianos olham com olhos medusados (Schwarz, 1992). Na mesma festa em que Aurélia é apresentada, o público conhece Adelaide Amaral (Fátima Freire), a noiva de Seixas. Conhece também o pai de Adelaide, o funcionário da alfândega – Manuel Tavares do Amaral (Felipe Wagner) – e sua mãe, Maria do Carmo (Cleyde Blota). Ao contrário do romance que, na análise de Roberto Schwarz (1992), exclui os pais dos personagens tratando-os apenas como 155 ornamento, na telenovela, os parentes ganham uma participação bem maior em relação às discussões centrais da história sobre a mercantilização da vida e a importância dada às aparências. O pai de Adelaide, por exemplo, aparece como um ambicioso homem remediado que deseja ver a filha casada com Seixas por se identificar com o arrivismo do futuro genro. “Não é um rapaz de posses. Mas é um batalhador. Veio do nada, como eu. E, por isso, conhece o valor de cada vintém” (idem). Tal opinião é compartilhada pela mãe de Adelaide, Maria do Carmo – personagem submissa constantemente humilhada pelo marido. Ela acredita que o genro vencerá graças a sua inteligência e ao seu garbo. Além dessa certeza de uma trajetória promissora, o interesse dos pais de Adelaide por Seixas passa também por um desejo de se apropriar da postura refinada do candidato a genro. Afinal, ao mesmo tempo em que o rapaz é um jornalista emérito, com um bom emprego público e disposto a fazer carreira política, é também um dândi no sentido de seguir e conhecer profundamente o que a aristocracia do dinheiro adotou como referência de bom gosto da aristocracia de sangue. Então, sob esse aspecto, a união de Seixas com Adelaide era também um investimento do burguês enriquecido Amaral na busca de distinção social, já que um genro elegante era um signo exterior de riqueza. Outra família que ganha mais destaque na adaptação é a de Seixas. Assim como no romance, esse núcleo é composto por Camila (Mirian Pires), Mariquinhas (Lúcia Alves) e Nicota (Elisa Fernandes), respectivamente mãe e irmãs do jornalista. Da mesma forma que acontece no livro, elas moram na Rua do Hospício e enfrentam problemas financeiros, mas as dificuldades apresentadas na telenovela são bem maiores. No livro, Camila e as filhas, além de trabalharem como costureiras auxiliadas por duas serviçais, têm como rendimentos uma caderneta de poupança e dois escravos de aluguel. Já na trama televisiva, as irmãs costuram para viver e sofrem com a penúria. Sacrificam-se para que Seixas possa levar uma vida de luxo em sociedade e, assim, consiga fazer um bom casamento. Segundo Antônio Cândido, assim como na relação entre Seixas e a família, há nos romances de Alencar um impudor muito romântico de ostentar e acentuar sentimentos óbvios.
Recommended publications
  • A Retratação Da Cidade Do Rio Na Telenovela Lado a Lado
    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS JORNALISMO A RETRATAÇÃO DA CIDADE DO RIO NA TELENOVELA LADO A LADO AMANDA BASTOS LAZARONI RIO DE JANEIRO 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS JORNALISMO A RETRATAÇÃO DA CIDADE DO RIO NA TELENOVELA LADO A LADO Monografia submetida à Banca de Graduação como requisito para obtenção do diploma de Comunicação Social/Jornalismo. AMANDA BASTOS LAZARONI Orientador: Prof. Dr. Muniz Sodré de Araújo Cabral RIO DE JANEIRO 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO TERMO DE APROVAÇÃO A Comissão Examinadora, abaixo assinada, avalia a Monografia A Retratação da Cidade do Rio na Telenovela Lado a Lado, elaborada por Amanda Bastos Lazaroni. Monografia examinada: Rio de Janeiro, no dia ........./........./.......... Comissão Examinadora: Orientador: Prof. Dr. Muniz Sodré de Araújo Cabral Doutor em Letras pela Faculdade de Letras – UFRJ Departamento de Comunicação – UFRJ Prof. Fernando Antonio Mansur Barbosa Doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação – UFRJ Departamento de Comunicação – UFRJ Prof. Eduardo Granja Coutinho Doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação – UFRJ Departamento de Comunicação – UFRJ RIO DE JANEIRO 2014 FICHA CATALOGRÁFICA LAZARONI, Amanda Bastos. A Retratação da Cidade do Rio na Telenovela Lado a Lado. Rio de Janeiro, 2014. Monografia (Graduação em Comunicação Social/ Jornalismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Escola de Comunicação – ECO. Orientador: Muniz Sodré de Araújo Cabral LAZARONI, Amanda Bastos. A Retratação da Cidade do Rio na Telenovela Lado a Lado. Orientador: Muniz Sodré de Araújo Cabral. Rio de Janeiro: UFRJ/ECO.
    [Show full text]
  • O Lesbianismo Nas Telenovelas
    O LESBIANISMO NAS TELENOVELAS Um estudo sobre a homossexualidade feminina em novelas da Rede Globo por Ana Cláudia Reis Rodrigues (Aluna do Curso de Comunicação Social) Monografia apresentada à Banca Examinadora na disciplina Projetos Experimentais II como requisito para a graduação em Comunicação Social, habilitação jornalismo. Orientadora acadêmica: Profª. Drª. Cláudia Regina Lahni. UFJF FACOM 2.sem.2005 DEDICATÓRIA A meus pais, por patrocinarem meus estudos, por acreditarem nesta realização e pelo amor incondicional que me foi dado. AGRADECIMENTOS À minha mãe, Neuza Maria Rodrigues, por sonhar com esta realização e por me ensinar que o estudo é a melhor riqueza que se pode levar para toda a vida; À minha família, em especial, Pai, Renata, Marineuza, Thelma e Ruy Jr, por me compreenderem e estarem ao meu lado; À minha psicóloga Lecy Gonzaga, por compartilhar idéias e me “analisar”, pacientemente, durante todos estes anos; Aos amigos da faculdade, em particular, Lidiane, Gêmeas e Thiago, que fizeram deste estudo uma descontração; Aos amigos de JF e GV, mesmo aqueles que hoje não estão tão próximos quanto antes; À minha orientadora, professora Cláudia Lahni, que me auxiliou nesta conquista e teve uma paciência estrondosa para aturar meus humores incontroláveis! RESUMO Este projeto aborda especificamente a homossexualidade feminina nas telenovelas exibidas no horário nobre da Rede Globo de Televisão, nos últimos vinte anos. O trabalho surge a partir de reflexões sobre a TV brasileira que pode transformar o cidadão em mero consumidor, ao reforçar a figura homossexual com estereótipos e tentar formar uma identidade singular para este segmento. Partindo de um resgate histórico do movimento homossexual no país e da televisão no Brasil, o estudo faz uma análise sobre o mercado consumidor homossexual e a participação do público como co-autor da narrativa, medido através da audiência.
    [Show full text]
  • A Parte Do Diabo Na Ficção De Gilberto Braga
    A parte do diabo na ficção de Gilberto Braga: um estudo de mídia e moralidades pós-modernas Cláudio Cardoso de Paiva∗ Universidade Federal da Paraíba Índice Resumo 1 Introdução ............. 1 Num contexto intermidiático em que a tele- 2 A faculdade de julgar e as artes visão fabrica o acontecimento, influindo nas tecnológicas ............ 2 interações entre os atores sociais e o espaço 3 Vilões atraentes, heróis enfadonhos 3 público, notamos que prevalece uma mora- 4 Ambigüidades na telenovela e pa- lidade narcísica e excludente, sem os víncu- radoxos na vida real ........ 3 los de sociabilidade básica para o princípio 5 Figuras da sedução e figuras do comunitário. Desde a telenovela Vale Tudo poder ............... 4 (1988/89) e O Dono do Mundo (1991/92) 6 A videoliteratura do século XX .. 4 até Celebridade (2004), Gilberto Braga nos 7 Clichês e arquétipos: regressão e oferece algumas imagens, que nos permitem afirmação do sentido ....... 4 perceber as desordens na formação do cará- 8 A ironia da comunicação drama- ter narcisista na sociedade de consumo. O túrgica ............... 5 trabalho de Braga se presta a um exame dos 9 Bondade e maldade na televisão estilos de ética e comportamento num qua- dos pobres ............. 5 dro social em que as relaçõeshumanas são 10 Privilégios e limitações dos auto- definidas pelo desejo de fama, dinheiro, po- res de ficção ............ 6 der e prestígio social. Apreciando a ficção te- 11 O acontecimento real e a memória levisiva como produto de comunicação e ex- da telenovela ........... 6 pressão de uma arte tecnológica, exploramos 12 Uma antropológica do cotidiano . 7 aqui as dimensões da sua forma e sentido, a 13 Vilões simpáticos e heróis moralistas 8 partir das contribuições de alguns autores de 14 Personas malvadas, personas sexuais 8 olho nas interfaces da ética e processos mi- 15 Estratégia de choque e astúcia dos diáticos.
    [Show full text]
  • Universidade Federal Fluminense Instituto De Ciências Humanas E Filosofia Programa De Pós-Graduação Em História
    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DOENÇA, LOUCURA E ANIMALIDADE NO HAVAÍ: o controverso imaginário imperialista de Jack London ANDRÉ LUIZ DE SOUZA OLIVEIRA NITERÓI 2018 DOENÇA, LOUCURA E ANIMALIDADE NO HAVAÍ: o controverso imaginário imperialista de Jack London André Luiz de Souza Oliveira Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, do Departamento de História, da Universidade Federal Fluminense, como Parte dos requisitos necessários à obtenção Do título de mestre em História Social. Orientador: Prof. Thaddeus Gregory Blanchette Niterói 2018 Folha de aprovação Doença, loucura e animalidade: o controverso imaginário imperialista de Jack London André Luiz de Souza Oliveira Aprovado em ___/___/___ Professor Doutor Thaddeus Gregory Blanchette - UFF (Orientador) Professora Doutora Tatiana Silva Poggi de Figueiredo - UFF Professor Doutor Rodrigo Farias de Sousa - IUPERJ Professor Doutor Flávio Limoncic - UNIRIO Agradecimentos Agradeço primeiramente ao meu orientador, Thaddeus Gregory Blanchette, que desde que nos conhecemos há pouco mais de um ano aceitou de maneira muito gentil orientar essa pesquisa. Alguns percalços durante o mestrado acabaram fazendo com que nosso tempo de orientação fosse menor do que eu gostaria, mas sua boa vontade e inteligência me ajudaram a compensar o atraso. Serei eternamente grato por toda ajuda. Da mesma forma fico extremamente agradecido a professora Cecília da Silva Azevedo, que além de me apresentar ao Thaddeus, foi sempre uma entusiasta da pesquisa e uma professora carinhosa e inspiradora. Desde que nos conhecemos no segundo semestre de 2016, ano do meu ingresso ao PPGH, ela sempre se mostrou interessada e preocupada com o andamento desse estudo.
    [Show full text]
  • Louise Cardoso Capa.Indd 1 25/10/2008 08:22:14 Louise Cardoso
    Louise Cardoso capa.indd 1 25/10/2008 08:22:14 Louise Cardoso A Mulher do Barbosa Louise Cardoso miolo.indd 1 24/10/2008 11:14:27 Louise Cardoso miolo.indd 2 24/10/2008 11:14:27 Louise Cardoso A Mulher do Barbosa Vilmar Ledesma São Paulo, 2008 Louise Cardoso miolo.indd 3 24/10/2008 11:14:30 Governador José Serra Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Diretor-presidente Hubert Alquéres Coleção Aplauso Coordenador Geral Rubens Ewald Filho Louise Cardoso miolo.indd 4 24/10/2008 11:14:30 Apresentação Segundo o catalão Gaudí, Não se deve erguer monumentos aos artistas porque eles já o fize- ram com suas obras. De fato, muitos artistas são imortalizados e reverenciados diariamente por meio de suas obras eternas. Mas como reconhecer o trabalho de artistas ge niais de outrora, que para exercer seu ofício muniram- se simplesmente de suas próprias emoções, de seu próprio corpo? Como manter vivo o nome daque- les que se dedicaram à mais volátil das artes, es- crevendo, dirigindo e interpretando obras-primas, que têm a efêmera duração de um ato? Mesmo artistas da TV pós-videoteipe seguem esquecidos, quando os registros de seu trabalho ou se perderam ou são muitas vezes inacessíveis ao grande público. A Coleção Aplauso, de iniciativa da Imprensa Oficial, pretende resgatar um pouco da memória de figuras do Teatro, TV e Cinema que tiveram participação na história recente do País, tanto dentro quanto fora de cena. Ao contar suas histórias pessoais, esses artistas dão- nos a conhecer o meio em que vivia toda uma classe Louise Cardoso miolo.indd 5 24/10/2008 11:14:31 que representa a consciência crítica da sociedade.
    [Show full text]
  • Nasceu Na Argentina E Entrou Para a História Do Cinema Brasileiro
    BELÉM, SEXTA-FEIRA, 15 DE JULHO DE 2016 [email protected] Tel.: 3216-1126 SHOW CULTURA GENTE Valéria no Brega Paradise Só as raras de Cartola Vocalista do Fruto Sensual (foto) cantará o Caixa com CDs do compositor traz três repertório dos 21 anos da banda. Página 3. gravações notáveis. Página 4. O LIBERAL Hector Babenco sai de cena Argentino de de 40 anos. Faz parte da his- dirigiu Jack Nicholson e Meryl tória de cinema desse país”, Streep – e os dois foram indica- nascimento, completou Janka. DIVULGAÇÃO dos ao Oscar pelos trabalhos. brasileiro Além de Janka, Babenco dei- Já em “Brincando nos cam- xa mais uma filha, dois netos e a pos do senhor” (1990), dirigiu por opção, esposa, a atriz Bárbara Paz, com Aidan Quinn e Katty Bates. quem era casado desde 2010. Depois deste último, passou o cineasta O velório será hoje, na Ci- um longo período sem fazer dirigiu “O beijo nemateca, em São Paulo, das filmes após descobrir um 10h às 15h. Depois disso, o câncer linfático. Seu trabalho da Mulher- corpo do cineasta será cre- seguinte foi “Coração Ilumi- mado no cemitério Horto da nado” (1998), que antecedeu Aranha”, Paz, em Itapecerica da Serra, “Carandiru” (2003). O filme “Pixote” e em uma cerimônia apenas resultou ainda na série “Ca- para familiares e amigos. randiru – Outras hitórias” “Carandiru”, (2005), codirigida por Walter entre outros. CARREIRA Carvalho e Roberto Gervitz e exibida pela TV Globo. Estava Babenco nasceu em Buenos Hector Babenco também Aires, na Argentina, em 1946 dirigiu peças de teatro, com internado e se mudou para o Brasil aos destaque para “Loucos de e teve uma 19 anos.
    [Show full text]
  • O Olhar Da Revista Veja Sobre a Teledramaturgia Nacional. a Imprensa Como Fonte De Pesquisa Para a Teledramaturgia.1
    Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – de 5 a 9 de setembro de 2005 O olhar da revista Veja sobre a teledramaturgia nacional. A imprensa como fonte de pesquisa para a teledramaturgia.1 Ana Maria Camargo Figueiredo Professora doutora da Faculdade Cásper Líbero2 Resumo O objetivo deste trabalho é conhecer o estatuto que a revista Veja dá à produção ficcional televisiva nacional, partindo do pressuposto de que a imprensa e a televisão estão em constante interação e de que, a primeira, ao servir de fonte de pesquisa para a teledramaturgia, é fonte de conhecimento sobre a produção televisiva e base para a reconstituição de sua história e memória. A escolha da Veja se deve ao fato de ela ter sido criada no momento em que a teledramaturgia brasileira dava seus primeiros passos e de ter acompanhado a evolução do gênero. Ao dar atenção à teledramaturgia brasileira, Veja torna-se um lugar privilegiado para a compreensão também do estatuto e do sentido que esse gênero assumiu no imaginário do povo brasileiro. A pesquisa, limitada ao período de 1974 a 1990, investiga, com base nos textos da revista, os desdobramentos da “visão de mundo” que está embutida em sua comunicação. Palavras-chave Imprensa; teledramaturgia; memória. Introdução O título da pesquisa, “O olhar da revista Veja sobre a teledramaturgia nacional”, sinaliza o objetivo deste trabalho: conhecer o estatuto que a revista Veja atribui para a produção ficcional televisiva nacional nas décadas 70, 80 e 90. Partimos do pressuposto de que a imprensa e a televisão interagem; a primeira tanto serve de fonte de pesquisa para a teledramaturgia quanto é fonte de conhecimento sobre a produção televisiva e base para a reconstituição de sua história e memória.
    [Show full text]
  • Ouro Preto a Construção De Uma Cidade Histórica, 1891-1933
    Caion Meneguello Natal OURO PRETO A CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE HISTÓRICA, 1891-1933 Fevereiro / 2007 CAION MENEGUELLO NATAL OURO PRETO A CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE HISTÓRICA, 1891-1933 Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas sob a orientação da Profª. Drª. Silvana Barbosa Rubino. Este exemplar corresponde à redação final da Dissertação defendida e aprovada pela Comissão Julgadora em 23/02/2007. BANCA Profª. Drª. Silvana Barbosa Rubino (orientadora) Prof. Dr. Guilherme Simões Gomes Júnior Prof. Dr. Marcos Tognon Prfª. Drª. Iara Lis Franco Schiavinatto (suplente) FEVEREIRO / 2007 III FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO IFCH – UNICAMP Natal, Caion Meneguello N191 Ouro Preto : a construção de uma cidade histórica, 1891-1933 / Caion Meneguello Natal. - - Campinas, SP: [s.n.], 2007. Orientador: Silvana Barbosa Rubino. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. 1. Patrimônio histórico. 2. Cidade e vilas. 3. Monumentos. 4. Ouro Preto (MG) - História. I. Rubino, Silvana. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. III. Título. Título em inglês: Ouro Preto: the construction of a historical city, 1891-1933. Palavras-chave em inglês (Keywords): Ouro Preto (MG) - History Historical heritage Cities and towns Monuments Área de concentração: Política, Memória e Cidade Titulação: Mestre em História Banca examinadora: Profª. Drª. Silvana Barbosa Rubino (orientadora) Prof. Dr. Marcos Tognon Prof. Dr. Guilherme Simões Gomes Júnior Data da defesa: 23/02/2007 Programa de Pós-Graduação: Pós-graduação em História IV Resumo Este estudo busca compreender o processo histórico de patrimonialização de Ouro Preto.
    [Show full text]
  • Os Múltiplos Lugares De Roberto Farias
    Este livro foi impresso pela Gráfica Stamppa LTDA. Formato 180 x 250 mm, Miolo 220 págs. em Couche Matte LD - IMP 90 g/m2, 1x1 cores, Miolo 48 págs. em Couche Matte LD - IMP 90 g/m2, 4x4 cores, Capa Supremo LD 300 g/ m2, 4x1 cores, Heliográfica PB (Miolo), Heliográfica Colorida (Miolo) e utilizou as fontes Adobe Garamond Pro, Century, Helvética e Helvética Narrow. Ministério da Cultura apresenta Banco do Brasil apresenta e patrocina HADIJA CHALUPE DA SILVA SIMPLÍCIO NETO (org.) OS MÚLTIPLOS LUGARES DE ROBERTO FARIAS 1ª edição Rio de Janeiro Jurubeba Produções 2012 O Ministério da Cultura e o Banco do Brasil apresentam Os múltiplos lugares de Roberto Farias, retrospectiva completa dos seus longas-metragens, acompanhada de outros títulos de sua filmografia além da função de diretor. Roberto Carlos em A programação inclui também parte de sua extensa atividade na televisão no intuito de demonstrar a diversidade de funções e papéis desempenhados por esse autêntico homem de cinema. Este ano, comemora-se 80 anos deste realizador, nascido em Nova Friburgo na década de 1930. Sua trajetória pessoal e profissional confunde-se com a própria história do cinema e do audiovisual brasileiro das últimas sete décadas. Diretor, produtor, distribuidor, empresário, articulador de políticas públicas (1967) para o desenvolvimento do audiovisual, o percurso de Roberto Farias começa dentro da chanchada, move-se com o Cinema Novo, a gestação da Embrafilme, passa pelos primeiros diálogos do cinema com a televisão e chega até os dias de hoje. Do trabalho como assistente em diversas produções e de seu primeiro longa, Rico ri à toa (1957), até Os Trapalhões no Auto da Compadecida (1988), chegando aos muitos projetos para a televisão, os diferentes lugares ocupados Roberto Farias durante as filmagens de ritmo de aventura por Roberto Farias espelham sua rara versatilidade e autoridade na definição dos limites e possibilidades do trabalho audiovisual.
    [Show full text]
  • O Valor Das Novelas Históricas Telenovelas Brasileiras Pelo Mundo
    O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 12/09/14, Edição nº 2800 – Página 3/4 BRASIL: o valor das Novelas Históricas Telenovelas Brasileiras pelo Mundo Os anos passam, décadas já se foram, mas o que sil. não muda são as novelas brasileiras. Notam-se cada vez Esse passado é a causa do racismo persistente em mais e mais são disseminadas pelo mundo. Algumas até, nossa sociedade – passados cerca de 110 anos da datação interessantes, com muita atualidade. Tem havido debates da novela Lado a Lado que também nos fala de precon- em vários canais de televisão sob o tema em exibição. Já ceito, amizade, amor e liberdade. Narra a história de vimos muitas novelas brasileiras, e antes novelas mexi- Laura (Marjorie Estiano) e Isabel (Camila Pitanga), duas canas exibidas nos anos 90, por quase uma década. Sem jovens mulheres de origens e criações distintas que estão dúvida a ‘escola’ foi mexicana, assim como as primeiras muito à frente de seu tempo em inícios do século XX. técnicas. Hoje, em telenovelas, o Brasil é uma referência O primeiro cenário é a cidade do Rio de Janeiro no mundo da ‘caixinha mágica’ da televisão. cuja elite ainda colonial na mentalidade, respira as in- Contudo o que percebemos, as novelas de época fluências vindas da Europa, sobretudo de Portugal no en- (históricas) nem sempre são bem-vindas pelo povo brasi- sino superior e da França na cultura. O enredo descreve- leiro. Talvez porque o entretenimento é mais fácil. Não é nos um tempo em que as mulheres sem direitos, por se- preciso pensar muito.
    [Show full text]
  • Pra Frente Brasil E O Cinema De Roberto Farias
    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA WALLACE ANDRIOLI GUEDES POLÍTICA COMO PRODUTO: PRA FRENTE BRASIL E O CINEMA DE ROBERTO FARIAS NITERÓI 2016 WALLACE ANDRIOLI GUEDES POLÍTICA COMO PRODUTO: PRA FRENTE BRASIL E O CINEMA DE ROBERTO FARIAS Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Área de concentração: História social Orientadora: Profª Drª Denise Rollemberg Cruz Niterói, RJ 2016 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá G924Guedes, Wallace Andrioli. Política como produto: Pra frente Brasil e o cinema de Roberto Farias / Wallace Andrioli Guedes. – 2016. 317f.; il. Orientador: Denise Rollemberg Cruz. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, 2016. Bibliografia: f. 277-286. 1.Pra frente Brasil (Filme).2. Farias, Roberto, 1932. 3. Embrafilme.4. Ditadura Militar, 1964-1979.5. Brasil.6. Resistência ao governo.I. Cruz, Denise Rollemberg.II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. WALLACE ANDRIOLI GUEDES POLÍTICA COMO PRODUTO: PRA FRENTE BRASIL E O CINEMA DE ROBERTO FARIAS Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Área de concentração: História social Aprovada em 12 de maio de 2016 BANCA EXAMINADORA Profª Drª Denise Rollemberg Cruz – UFF Orientadora Prof. Dr. Paulo Knauss de Mendonça – UFF Profª Drª Ana Lúcia Andrade – UFMG Profª Drª Beatriz Kushnir – AGCRJ Prof. Dr. Igor Sacramento – FIOCRUZ Niterói 2016 Ao Zé, que, na ausência, me apresentou a saudade.
    [Show full text]
  • Capitu Em Laços De Família Juiz De Fora
    UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Letícia Henrique Duarte Prostituição: A Representação na Telenovela Um Olhar Sobre Capitu em Laços de Família Juiz de Fora Novembro de 2008 Letícia Henrique Duarte Prostituição: A Representação na Telenovela Um Olhar sobre Capitu em Laços de Família Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado como requisito para obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social na Faculdade de Comunicação Social da UFJF Orientador: Maria Cristina Brandão de Faria Juiz de Fora Novembro de 2008 Letícia Henrique Duarte Prostituição: A Representação na Telenovela Um Olhar Sobre Capitu em Laços de Família Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social na Faculdade de Comunicação Social da UFJF Orientador: Maria Cristina Brandão de Faria Trabalho de Conclusão de Curso / Dissertação aprovado (a) em 25/11/2008 pela banca composta pelos seguintes membros: _______________________________________________ Profã. Dra. Maria Cristina Brandão de Faria (UFJF) ± Orientador _____________________________________________________ Profã. Ms. Teresa Cristina da Costa Neves (UFJF) - Convidado _____________________________________________________ Prof. Ms. Álvaro Eduardo Trigueiro Americano (UFJF) - Convidado Conceito Obtido _______________________________________ Juiz de Fora Novembro de 2008 DEDICATÓRIA Dedico essa monografia, à todos aqueles que se fizeram presentes, ao longo desse quatro anos de faculdade... AGRADECIMENTOS Agradeço, A Deus por ter me guiado e ajudado a trilhar esse caminho. Aos meus pais, Haroldo e Selma, por todo amor, dedicação e por não terem medido esforços para que eu pudesse chegar à faculdade e me formar. Aos meus irmãos, Luciana e Victor, pela cumplicidade, compreensão e força. Aos meus amigos e companheiros de sala, por todos os momentos compartilhados.
    [Show full text]