Pontifícia Universidade Católica De São Paulo Puc-Sp
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Luiza Helena Novaes Visita monitorada à arte possível. Uma crítica histórica a partir do acervo do TUCA (1965-2010) MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL SÃO PAULO 2011 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Luiza Helena Novaes Visita monitorada à arte possível, uma crítica histórica a partir do acervo do TUCA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em História Social, sob a orientação do Prof. Doutor Antônio Rago Filho. SÃO PAULO 2011 Banca Examinadora ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Agradecimentos Primeiramente, vou contar a história, que eu gostaria de esclarecer, de como nasceu,afinal,a vontade de escrever um projeto de mestrado. Há três anos, Simone Fernandes, do CEDIC, “minha chefe” de lá, requisitou que fosse produzido um texto sobre 1968. Estávamos em ano comemorativo de 40 anos da data, e o CDM TUCAprecisava ter uma bonita história para contar. Foi quando nasceu um nome ainda deselegante de micro-história do TUCA , o devaneio sobre a normalidade e talvez o primeiro flash de pesquisador reparado em toda uma série documental foi adquirindo substância, até que nessa versão final, quem sabe muito melhor redigido, tornou-se a ideia de um capítulo. Obviamente o escrito nunca seria institucional, uma vez que era na realidade uma análise historiográfica, sem que eu ao menos o soubesse! A Simone Fernandes corrigiu diversas vezes o projeto de mestrado e pediu paciência para Yara Khoury minha orientadora inicial, que também compunha o corpo do CEDIC, coordenando-o. A elas eu agradeço enormemente pelo carinho e dedicação que despenderam com os escritos. Agradeço também a Ana Salles (superintendente atual do TUCA) por ser meu porto seguro, a construtora real da personagem que aqui se apresenta, e por ter decidido, antes de mim, o caminho que eu traçaria. A meu pai, por ouvir o choro de alma que lamentava pela incapacidade de escrever minimamente bem!Eu tinha de viver com gigantes... Isso dificulta! ARafael Romão e Veridiana Forzatto, estagiários do meu coração, por ouvirem os gritos e xingamentos e ainda assim acreditarem que o CDM TUCA é um bom local para trabalhar. Vocês não estão isentos de ler esse escrito até o final e têm de resenhá-lo, para que eu tenha certeza de que vocês leram! A Teresa, minha querida T., que revisou tudo, mesmo na última hora e, além disso, me liga para acalmar o ânimo... A PUC-SP, obrigada por acreditar que seus funcionários merecem bolsas para serem profissionais mais qualificados, inclusive para continuar exercendo seus cargos. Ao Prof. Rago, por permitir que eu tomasse liberdades que ele sabia impossíveis dentro de certa lógica,bem como por receber broncas comigo desde a qualificação! AoProf. Douglas e à Prof.a Aquino, pelos apontamentos que inicialmente deixaram-me sem rumo, mas que foram marcantes para que uma melhor redação fosse possível. Obrigada, Aquino, pelo carinho de ler com cuidado e ter a prudência de entender o sentimento de quem escreve e tem seu texto analisado.Obrigada, Douglas, por permitir que eu apagasse páginas para escrever tantas outras, sem medo de errar... Espero responder os questionamentos! O monitoramento se faz nos espaços... Aos diversos atores sociais que fizeram parte do programa de entrevistas Suas memórias, nossa história, despejando respostas às perguntas que não conseguiria encontrar em lugar nenhum, e que, em junho, dois meses antes da entrega, mudaram os rumos desse estudo. Aos documentos, exatamente trinta e oito metros lineares deles, que por seis anos me fizeram companhia, e que por intrometimento eu mudava de lugar de acordo com minha vontade. Obrigada por serem tão ricos e terem-me transformado nesse ser curioso. Aos arquivistas e profissionais da área, sintam-se também homenageados. Sempre os vi como pessoas estranhas, com obsessões particulares, até. Aos funcionários do TUCA, que julgam que sou filha de um ditador e que toda minha rigidez quanto à guarda de documentos só pode ser considerada uma loucura, por causa de uma frase: “Se tirar um documento do lugar, coloque-o exatamente no local onde anteriormente estava.” Aos diversos artistas que conversaram comigo nos corredores dos camarins, sem nunca me deixarem sentir tiete e eles, heróis! Aos amigos, pela espera, depois da defesa a gente conversa. Ao meu amor. À ansiedade, que provavelmente é nossa maior inimiga, meu agradecimento, por possibilitar que tudo isso ficasse com este formato. Glória a Deus! De repente, ei-lo submetido a uma questão de tempo. Quanto tempo se pode esperar pelo teatro, quando ele falta? Questão importante hoje em dia: pode ser que se tenha necessidade de teatro e que ele não esteja à disposição. Ou, pelo menos, não o teatro de que se necessita. O teatro disponível não é necessariamente aquele que a vida pede – certas necessidades permanecem insatisfeitas. Inquietude de vida e de morte. Em caso de necessidade, se o teatro falta, nos falta, essa carência persiste, algo corre o risco de morrer. “Nós” não morreremos, claro que não. Encontram- se substitutos. Mas algo em nós pode morrer. O quê? (Denis Guénoun. O teatro é necessário?) RESUMO O trabalho que aqui se apresenta tem como intuito realizar uma crítica história de uma seleção de apresentações artísticas ocorridas no espaço do Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) em diferentes períodos. Uma das abordagens é tentar percorrer a consciência possível nesses períodos históricos, bem como na arte então produzida. Fizemos um recorte bastante amplo, que abrange desde a década de 1960 até o ano de 2010, espelho do que encontramos no Arquivo do Teatro, organizado em termos de dossiês históricos dos eventos desse espaço universitário de importância incontestável na história de São Paulo. Palavras-chave: Teatro, Ditadura Militar, Resistência, Arte como Protesto, Teatro Universitário, TUCA ABSTRACT This paper aims to make a critical historical reading of a selection of artistic performances that took place on the stages of the Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) in different periods. One of the approaches is trying to recover the possible consciousness in the different historical periods as well as in the art made in each of them. We have chosen a somewhat wide time parameter, covering from the 1960s to 2010, mirroring what can be found at the Theater’s Archive, which is organized in historical dossiers of the performances held at this university theater of indisputable relevance in São Paulo’s history. Keywords: Theater, Military Dictatorship, Resistance, Protest Art, University Theater, TUCA SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 9 CAPÍTULO 1 1960 e 1970: Gênese histórica e a arte na década de 1970 no TUCA.................... 29 Capítulo 1.1 E o tal… Grupo TUCA? ............................................................................................. 30 Capítulo 1.2 Parábase..................................................................................................................... 44 Capítulo 1.3 Tendo tudo transcorrido dentro da normalidade ....................................................... 47 CAPÍTULO 2 1980 e 1990: Incêndio e reconstrução .................................................................. 62 Capítulo 2.1 Interrupção e incêndio............................................................................................... 63 Capítulo 2.2 Trajetórias alteradas ou reconstrução........................................................................ 77 CAPÍTULO 3 2000: UMA ODISSEIA........................................................................................ 86 Capítulo 3.1 A serpente.................................................................................................................. 86 Capítulo 3.2 Mulheres de Brecht ................................................................................................. 100 CONCLUSÃO “Pra botar no disco” .......................................................................................... 112 FONTES DOCUMENTAIS ...................................................................................................... 141 ACERVOS CONSULTADOS .................................................................................................. 146 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 147 APÊNDICE A – Evolução institucional do TUCA...................................................................... 153 APÊNDICE B – Centro de Artes Cênicas.................................................................................. 160 9 INTRODUÇÃO Figura 1– Reprografia de cartaz. Dossiê Cessão de uso O fingidor, peça encenada em diversas ocasiões no TUCA, em 2006. Acervo CDM TUCA. 10 É engraçado isso, não é? O teatro. Ficar o tempo todo fingindo que é outra pessoa. (Rainha[s] – Duas atrizes em busca de um coração1) Todo discurso ou forma de pensar baseia-se em uma experiência concreta de conhecimento de si. Mesmo que as fórmulas e as técnicas apareçam mais do que o conteúdo em si, não importa se falamos de receitas, ciência, arte ou até mesmo religião, o homem em sua cultura constrói a si mesmo e a sua espécie, no sentido social. Poderíamos dizer que