Universidade Federal Do Rio De Janeiro Yago Rodrigues
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO YAGO RODRIGUES ALVIM ESQUADRO CALCANHOTTO Uma escuta da obra poética RIO DE JANEIRO 2019 Yago Rodrigues Alvim Esquadro Calcanhotto Uma escuta da obra poética Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como quesito necessário à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira). Orientador: Professor Eucanaã de Nazareno Ferraz Rio de Janeiro 2019 2 Esquadro Calcanhotto Uma escuta da obra poética Yago Rodrigues Alvim Orientador: Professor Eucanaã de Nazareno Ferraz Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira). Examinada por: ________________________________________________________ Professor Doutor Eucanaã de Nazareno Ferraz (Presidente) ________________________________________________________ Professora Doutora Martha Alkimin de Araújo Vieira _______________________________________________________ Professor Doutor Rafael Barbosa Julião _______________________________________________________ Professor Doutor Adauri Silva Bastos (Suplente) _______________________________________________________ Professor Doutor Paulo da Costa e Silva Franco de Oliveira (Suplente) Rio de Janeiro 2019 3 ALVIM, YAGO RODRIGUES Esquadro Calcanhotto – Uma escuta da obra poética / Yago Rodrigues Alvim. – Rio de Janeiro, 2019. 240 f. Orientador: Eucanaã Ferraz. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa de Pós Graduação em Letras Vernáculas, 2019. 1. Adriana Calcanhotto. 2. Caetano Veloso. 3. canção popular. 4. Brasil. I Ferraz, Eucanaã, orient. II. Título. 4 Resumo ALVIM, Yago Rodrigues. Esquadro Calcanhotto – Uma escuta da obra poética. Rio de Janeiro, 2019. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. Adriana Calcanhotto se lançou na música no final da década de 1980, quando o cancioneiro brasileiro abarcava, já então distensamente, a Bossa nova, a Tropicália, dentre outras matérias que, inclusive, foram surgindo em paralelo no decorrer da carreira da artista. Devido a seu interesse pela literatura e pelas artes plásticas, por exemplo, sua obra apresenta características singulares. Nela, observa-se ainda um recorte do mundo pelo qual a artista se aproxima de temas, figuras e lugares de que fala, a fim de entendê-los. A partir dessa perspectiva pessoal (presente não apenas nas canções e álbuns, como também em espetáculos, antologias, publicações em prosa, releases, entrevistas), Adriana concilia em sua produção reflexões acerca desses conteúdos. Em sua obra, equilibram-se, por conseguinte, autobiografia, história da canção popular e discussões sobre a nacionalidade. A partir, principalmente, das relações que instaura com o movimento da Tropicália pela figura de Caetano Veloso, o presente trabalho busca compreender, portanto, como se constitui esta dicção da artista compositora-intérprete. Para tal, as noções de “agoralidade” e de uma “linha evolutiva” da música popular de Antonio Cicero e os estudos acerca da canção de Luiz Tatit são essenciais, bem como a antropofagia de Oswald de Andrade. Palavras-chave: Adriana Calcanhotto; Caetano Veloso; canção popular; Brasil. 5 Abstract ALVIM, Yago Rodrigues. The Calcanhotto’s shape – A listenning of her poetic work. Rio de Janeiro, 2019. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. Adriana Calcanhotto’s work was released in the music industry in the late eights, when the range of Brazilian songs included the Bossa nova and Tropicália, among other strands, which even emerged in parallel to the artist’s career. Due to her interest in literature and visual arts, for example, her work gains unique characteristics. In which, it is observed a cut-out of the world by how she approximates of themes such as figures and places for the purpose of understand them. From her personal perspective (seen not just in the songs and songbooks, but also in her concerts, anthologies, prose writings, releases, interviews), Adriana conciliates in her labor discussions about those contents. Therefore, in her exertion she brings together her autobiography, the history of popular song and observations about nationality sense. Mainly, this study starts with the relations that Adriana establishes with the Tropicália movement by the figure of Caetano Veloso, in order to comprehend how this diction of the artist constituted itself. For this, the Antonio Cicero’s notions of the “nowness” and the popular music “evolution line” and the Luiz Tatit’s studies about the songwriting and songwriter are as essential as the Oswald de Andrade’s idea of anthropophagy. Keywords: Adriana Calcanhotto; Caetano Veloso; Brazilian popular music; Brazil. 6 Em memória de minha avó, Maria Helena para os meus sobrinhos e em memória de Matheusa e de Victor Heringer 7 Agradecimentos Agradeço, primeiro, a certa inexplicabilidade da/na vida, uma coisa que me atravessa e parece ter feito este trabalho cheio também de mistérios. Nisso, agradeço a minha mãe, Lúcia Helena, quem me deu tanta força na minha vinda de Goiânia para o Rio de Janeiro e faz toda falta, saudade, toda distância e vazio que me doem, vez e outra, serem, então, mais suportáveis só com sua voz, sua imagem em alguns retratos, a sua lembrança presente em alguma canção, a sua memória que mora na minha cabeça, com as suas visitas, tão poucas. Por toda a força que me ensinou e cuidado, obrigado, mãe. Obrigado pela vida. Agradeço a meu pai, Walterlan Alvim, com quem cresci ouvindo os Beatles, ouvindo Caetano Veloso, e quem me deu meus primeiros discos, meus primeiros livros. E a minha irmã, Lorrayne Matias, com quem cresci dançando essas músicas e tantas mais nas rádios, só nós dois, ao pé da pia, cuidando da casa, e que me deu dois sobrinhos, Lorenzo e Lucca Alvim, alegrias minhas, a quilômetros de distância. Às minhas avós, Marias, uma delas em memória, pela grandeza de ensinamentos tão simples. Sinto que essas canções e músicas me fizeram e fazem quem eu sou. Por elas, inclusive, aprendi tanto, como aprendi com este trabalho, onde as canções de Adriana Calcanhotto aparecem só porque cresci com elas no ouvido, na boca, muitas vezes sem me dar conta de tamanha grandeza. Acredito que temos sorte de escutar tanta coisa até misteriosa nesta dádiva que é botar palavras juntas de sons, de música. É bonito poder também enumerar tantas canções de/e tantos nomes de uma galera que faz a arte no Brasil ser mais gostosa e valiosa. Agradeço a Adriana, a artista e ser humano que dedica a vida à arte da poesia. Por ela deixar-se e se querer ouvir em rádios. Agradeço a sorte de o português ser a minha língua-mãe e de nascer neste país de sol e chuva de verão, cheio de apesar de. Minha gratidão à amiga Cynthia Borges, minha família no Rio. Agradeço por sua compreensão, pelas alegrias singelas e puras, pelas tarde de domingo na beira do mar, pela escuta de trechos de romances, textos teóricos, de poesias inteiras, de canções. Por toda a nossa conversa ao longo de toda vivência/produção do presente trabalho, as trocas, as observações, as dúvidas. Pelas cervejas para aliviar, pelas águas quentes nos pés, cafés e chás. Pela mão que quer me lançar mais à frente, tão mais lúcido. Por seus ouvidos, seus sorrisos, silêncios e por toda vigília. Também ao amigo Fred Rocha, pela alegria, ao amigo Venâncio Cruz, pelo que passamos. A Brunno Falcão, pela gentileza com que sempre me dá a mão, os 8 ouvidos. Por sua leitura. E também a Bruno Pereira, um amigo que cativei durante todo o aprendizado que perpassa este trabalho e que também me dá a mão, os ouvidos, toda atenção. A Maykol Vespucci, quem me contou do processo seletivo do mestrado, em um encontro inesperado, e que me recebeu em sua casa por quase um mês, quando eu conquistava a possibilidade de estudar e de vir parar nesta cidade. Obrigado, imensamente. E também a Gabe Passareli que me cedeu um texto de Matheusa, sua irmã e minha também amiga, a quem este trabalho é em memória. Por sua lucidez presente no Trabalho de vida, onde diz do Rio, das mazelas da cidade, do ser humano e também de suas belezas, em especial a de se crescer feito uma planta: aos poucos, muitas vezes no mesmo lugar e com trabalho. Minha gratidão à Universidade Federal do Rio de Janeiro e à Faculdade de Letras. Aos professores das disciplinas, onde tanta coisa nova fagulhou dentro de mim. Em especial, a Martha Alkimin, por sua alegria austera e por compor esta banca; a Eduardo Coelho, pela delicadeza com que ensina; a Sérgio Gesteira, pela leveza do tempo e serenidade com que parece levar a vida; a Dau Bastos, pela luta por mim. Também a Mônica Fagundes, pelo carinho e ensinamentos; e a Adriana Schneider, pela força e contundência. A Maria Goretti e a Cynthia Horn, pela calma e cuidado. Agradeço também a CAPES, que viabilizou a produção desse trabalho, e, até então, por sua crença de que se faz um Brasil melhor apenas se investirmos em educação. Por sua façanha, dado o estado das coisas. E ainda meus agradecimentos aos professores Paulo da Costa e Silva, pelo interesse por essas páginas e pelos seus ensinamentos que tive a sorte de ter, ainda que fora da UFRJ; e Rafael Julião, que não apenas compõe a banca e ajudou-me a vislumbrar caminhos para esse trabalho, bem como, sobretudo, desbravou a vereda Verdade tropical e me mostrou, por meio de sua tese Infinitivamente pessoal, tantas figuras presentes em Caetano Veloso. Agradeço a Eucanaã Ferraz, o professor. Por seu silêncio, por seus olhares, seus oks, por suas ligações, suas mensagens, fotografias, pelas disciplinas ministradas, pelas discussões nessas disciplinas, pelas obras escolhidas e indicadas por ele. A ele, meu mestre e orientador, agradeço, sobretudo, por seus ensinamentos sobre o trabalho da escrita e por sua confiança.