Universidade Federal Da Bahia “Pra Te Lembrar Do Badauê...”
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE “PRA TE LEMBRAR DO BADAUÊ...”: O MENSAGEIRO DA ALEGRIA EM UMA VIAGEM PELOS LONÃS IYÊ (CAMINHOS DA MEMÓRIA) DO MAR AZUL – ESPAÇO, TEMPO E ANCESTRALIDADE por JOSÉ FRANCISCO DE ASSIS SANTOS SILVA Orientadora: Profa. Dra. MARILDA DE SANTANA SILVA SALVADOR, 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE “PRA TE LEMBRAR DO BADAUÊ...”: O MENSAGEIRO DA ALEGRIA EM UMA VIAGEM PELOS LONÃS IYÊ (CAMINHOS DA MEMÓRIA) DO MAR AZUL – ESPAÇO, TEMPO E ANCESTRALIDADE por JOSÉ FRANCISCO DE ASSIS SANTOS SILVA Orientadora: Profa. Dra. MARILDA DE SANTANA SILVA Dissertação apresentada ao Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre. SALVADOR 2017 Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI/UFBA), com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Silva, José Francisco de Assis Santos "Pra te Lembrar do Badauê...": O Mensageiro da Alegria em uma viagem pelos Lonãs Iyês (Caminhos da Memória) do Mar Azul - Espaço, Tempo e Ancestralidade / José Francisco de Assis Santos Silva. -- Salvador, 2017. 199 f. : il . Orientadora: Marilda de Santana Silva. Dissertação (Mestrado - Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade) -- Universidade Federal da Bahia, IHAC - Instituto de Humanidades Artes e Ciências Prof. Milton Santos, 2017. 1. Afoxé. 2. Badauê. 3. Carnaval. 4. Memória. 5. Identidade. I. Silva, Marilda de Santana. II. Título. JOSÉ FRANCISCO DE ASSIS SANTOS SILVA “PRA TE LEMBRAR DO BADAUÊ...”: O MENSAGEIRO DA ALEGRIA EM UMA VIAGEM PELOS LONÃS IYÊ DO MAR AZUL – ESPAÇO, TEMPO E ANCESTRALIDADE Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Cultura e Sociedade, da Universidade Federal da Bahia. Aprovada em ____ de ________________ de 2017 Marilda de Santana Silva – orientadora_________________________________ Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia Milton de Araújo Moura_____________________________________________ Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha________________________________ Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Universidade Federal da Bahia / Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia (Lisboa – Portugal) A Todos os antigos integrantes e admiradores do Afoxé Badauê, prenúncios do Mensageiro da Alegria espalhados pelo mundo. Meu Mojubá! Môa do Katendê e Jorjão Bafafé, que fizeram a minha cabeça, me iniciaram na “Nação Afoxé” como um “Omô Badauê” e me permitiram navegar com eles no Mar Azul de suas lembranças. Meu Mojubá! Ana Lúcia, a guerreira, de cujo bem-aventurado útero eu fui gerado, a Yemanjá dos meus mares azuis ou cinzentos. Meu Mojubá! Toda a minha ancestralidade evocada e cultuada neste trabalho. Mojubá Ô!!! AGRADECIMENTOS “Que caminho longo, que trabalho me deu, pra chegar na aldeia, no meio dos meus...” Desde a minha infância e por muito tempo de minha vida, esses versos ecoaram nos meus ouvidos sempre que o marinheiro José de Arimatéia, leme encantado do barco da minha existência, pisava na terra firme do meu porto seguro nas Campinas de Brotas. Para alumiar a “minha estrada tão linda, cheia de pedra e areia”, tem me valido Olorum, Nzambi, o Deus Supremo, meu Bom Jesus da Lapa, a Mãe de Deus das Candeias, o Caboclo da Pedra Furada, Ogum em sua constante Ronda, o vaqueiro Edilírio, meu avô Tupinambá, meu avô Rei de Bizara, seu Rei das Matas, seu Sete Penas Brancas, seu Japiaçú, seu Rei da Hungria, seu Juriti das Matas, vovó Maria Antônia, Karina de Jesus, a amiga que nunca deixou o “Titiquinho” dela desamparado, o travesso Doú, a alegria de infantil de Botão de Ouro, Titijara, Crispina e Damiana. Quem tem orixá, inquisse, vodum, santo, encantado é que entende... Todos eles e mais alguns me ensinaram a reverenciar o Deus que habita em mim, o dono do meu ori, o que rege o meu kamutuê, governa a minha cabeça. Desde muito cedo aprendi a ouvir o ronco do trovão e não temer a tempestade anunciada, a contemplar o arco furta-cor que liga o céu à terra e descobrir as riquezas de ser amado. Como ensina o poeta, “agradecer e abraçar”, ao mar, ao rio, à cachoeira, à chuva, ao arco-íris, às nuvens, aos raios, aos trovôes, ao fogo, ao vento, à pedreira, à mata, à terra. Adupé! Quero imensamente agradecer e abraçar demoradamente à minha família, alicerce da minha formação, por me suportar e me amar apesar das minhas ausências e do meu jeito meio estúpido de ser. Meu muito obrigado e meu amor maior e incondicional à minha mãe, meu exemplo, meu alicerce, meu tudo. Às minhas tias Lúcia, Regina, Rita, Lilita, Bililica, Nize, minha dinda Elza, aos meus tios Jorge e Jair, ao meu tio/pai Jorge Regis e toda a comunidade do Ilê Axé Ayrá Izô, Pai Franklin e aos meus manos carnais e espirituais. Aos meus primos, em especial Michele, prima-irmã, obrigado por fazerem parte de mim. A todos aqueles que continuam impregnados na minha essência e que, mesmo já tendo partido para o mundo da verdade, permanecem vivos na minha memória e no meu coração: aos meus avós Morena e Justino, meus pais, minha base, à tia Cissa, minha educadora, minha disciplina, grande incentivadora de minha vida acadêmica. Às minhas mães espirituais tia Angélica e tia Preta, que tanto me ensinaram a acreditar nas energias ocultas. À tia Neuza, à madrinha vó Eliza, a meu padrinho Wilson, meu modelo de superação. Ao meu querido amigo, o “príncipe biscoito”, Tito que me mostrou a minha cidade pelos olhos estrangeiros. Muitas recordações, muitas saudades, mas também, muita e imensa gratidão. São tantos amigos que a vida tem me dado a oportunidade de conhecer e de escolher, só na rede social, são mais de 4.000 (pra não perder a piada dos dias atuais). São muitos os que prezo, admiro e quero agradecer pela amizade, pelos abraços, pelas farras, pelas cervejas. Aqueles de longas datas, da infância, da adolescência, da juventude, os de agora, os que virão. São tantos presentes em minha vida que não vou me arriscar a deixar nenhum nome de fora. Que todos se sintam agradecidos e abraçados. Sem minha família e sem meus amigos, nenhum passo teria sido dado, não estaria aqui para narrar esta memória. Adupé, máximo respeito, Mojubá. Aos que fizeram o Badauê, para que hoje eu pudesse navegar pelas águas do Mar Azul, meu agradecimento e meu abraço. A Môa do Kantendê e Jorjão Bafafé, por me iniciarem na religião do Mensageiro da Alegria, por me confiarem suas memórias e por me darem a oportunidade de ver, sentir e amar o Axé do Afoxé Badauê..., que misteriosamente surgiu na minha vida e mudou o curso das minhas escolhas acadêmicas. A Mário, Jacira e toda família Bafafé, a Negrizu, “Adupé, Adupé, Adupé, Adupé...” A todos que participaram comigo da elaboração e da execução, entre 2013 e 2014, das celebrações pelos 35 anos do Badauê, que acabou desencadeando este trabalho. Foram tantos e tão importantes nomes, dezenas de profissionais, todos agradecidos e abraçados na figura de Chico Evangelista, importante contribuinte do sucesso do Badauê e do surgimento do que chamamos hoje de música baiana, e que, na reta final destes meus escritos, seguiu para o mundo da verdade. Adupé! Ao Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade que acolheu este sonho tão necessário e tão urgente: lembrar e fazer com que outros lembrem do Badauê, minha gratidão. A todos e tantos que se (dis)puseram, de alguma forma, a colaborar nessa minha jornada acadêmica tão intensa e cheia de desafios, meu agradecimento e meu abraço. Aos professores que, de alguma forma, contribuíram com muitos dos tijolos dessa edificação: Carlos Bonfim, Clarissa Braga (em memória), Edilene Matos, Fernando Conceição, Marise Berta, Rita Aragão, Roberto Severino. À Marilda Santana pela generosidade, por ter aceitado, já no meio do caminho, o desafio que deve ser me orientar, e ela fez isso tão bem, com muita paciência e compreensão, com conselhos e conduções tão delicadas e leves, mas também com as cobranças necessárias, que só mesmo quem é das artes para saber a dose certa. Minha gratidão. Aos professores Marcelo Cunha e Milton Moura pelas contribuições imensas e generosas que me fizeram enxergar que “tem muito azul em torno dele, azul do céu azul do mar”, que me fizeram sentir as vibrações da Energia Odara tão presente neste trabalho. E um agradecimento especial à Juventude Festeira – Aline, Bruna, Denise, Nádia e Niltinho, grupo surgido para quebrar o gelo do concreto da sala de aula, em meio a interesses comuns e multidisciplinares de pesquisa, mas que, rapidamente extrapolou os muros da universidade e permanece numa constante construção de amizade e de carinho recíproco. Adupé! Por fim, e não menos importante, quero agradecer e abraçar a todos que, de maneira consciente ou não, motivaram, incentivaram e interferiram nesta viagem pelas ondas do Mar Azul. Ao mestre Mateus Aleluia que, sem saber, me pediu para acordar o Badauê. À professora e amiga Sara Farias que nas mesas do Mocambinho e de outros bares, me trouxe luz ao labirinto da memória. À Fábio Vieira que me auxiliou no registro das entrevistas. À Lisa Castilho que, em suas pesquisas, sempre esteve atenta ao que aparecia sobre o Badauê, me dando dicas valiosas, além de prontamente me socorrer nas demandas da língua inglesa. À Vilma Reis, sempre cantarolando “fale o que for mas não esqueça...” e divulgando meu nome e sobrenome como pesquisador do Badauê. Adupé! Nos versos de Hamilton Hafif, reproduzo a minha mais intensa Gratidão: Vou pelos caminhos da justiça, eu vou Se hoje eu sou feliz Não trago honras de babalaô Ninguém sabe o que eu passei Mas o que eu sei, posso ensinar..