Universidade Federal Do Ceará Pró-Reitoria De Pesquisa E Pós-Graduação Faculdade De Educação Programa De Pós-Graduação

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Universidade Federal Do Ceará Pró-Reitoria De Pesquisa E Pós-Graduação Faculdade De Educação Programa De Pós-Graduação 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA MESTRADO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Escola Diferenciada de Educação Infantil e Ensino Fundamental Tapeba Conrado Teixeira TEREZA CRISTINA CRUZ ALMEIDA ORIENTADORA: PROF.ª DRª. KELMA SOCORRO LOPES DE MATOS FORTALEZA 2007 1 TEREZA CRISTINA CRUZ ALMEIDA PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Escola Diferenciada de Educação Infantil e Ensino Fundamental Tapeba Conrado Teixeira Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará – Faculdade de Educação – FACED, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre. Orientadora: Prof.ª Drª. Kelma Socorro Lopes de Matos FORTALEZA 2007 2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Escola Diferenciada de Educação Infantil e Ensino Fundamental Tapeba Conrado Teixeira Dissertação defendida e aprovada no dia 25 de junho de 2007. ________________________________________ Tereza Cristina Cruz Almeida Mestra Banca Examinadora _________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª (Presidente) Kelma Socorro Lopes de Matos _________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Sandra Haydée Petit _________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Suely Salgueiro Chacon 3 “Quando a Terra-Mãe era nosso alimento. Quando a noite escura era o telhado que nos cobria. Quando o Céu e a Lua eram nosso pai e nossa mãe. Quando todos nós éramos irmãos e irmãs. Quando a justiça reinava sobre a lei e sua aplicação. Então outras civilizações chegaram. Famintas de sangue, de ouro, de terra e das riquezas da terra, sem conhecer e sem querer aprender os costumes de nossos povos. Transformaram em escravos os Filhos do Sol. No entanto eles não conseguiram nos eliminar. Nem nos fazer esquecer quem nós somos. Eis que somos a cultura da Terra e do Céu. Nós somos de uma ascendência milenar. Mesmo que todo o universo seja destruído, nós viveremos. Por tempo mais longo que o império da morte”. Declaração Solene dos Povos Indígenas do Mundo 4 NOSSA TERRA Terra viva, terra pura, Terra fértil de plantar. Tu és a mãe de todos. Pela beleza que há. Teu calor nos fortalece, Teu cheiro nos dá viver Pois só tu mãe querida, Nos ajuda a viver. Tu és um dom divino, Que o criador criou, Fez nascer tanta beleza, Somente nosso senhor, Pra nos dar esse presente, Presente com tanto amor. Tu és, mãe querida, Tu és pura como a flor. Pois só de ti que tiramos, A força do nosso amor. Amor que nos fortalece, União pra nos guiar Coragem e pertinência, Para todos alcançar. A certeza de tê-la, É o maior sonho que há, Um sonho que é de todos E ninguém vai nos tirar Pois sabemos que um dia, Vai se concretizar, E contigo em nossas mãos, Nada mais vai nos faltar. Amélia Professora Indígena Tapeba 5 Ao meu pai, Álvaro ( in memoriam ), por valorizar a educação de seus filhos, enquanto esteve entre nós, e até hoje marcante em minha memória. A meu irmão, Elisio ( in memoriam ), pelo exemplo de resignação, ao deixar-nos subitamente. 6 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, o princípio de tudo, o construtor do mundo e principal responsável pela minha fé e perseverança diante dos obstáculos. À minha mãe, Maria da Paz Cruz Almeida, pelo fortalecimento inspirador nas minhas lições de vida e educação familiar. À Prof.ª Dr.ª Kelma Socorro Lopes de Matos, minha orientadora, pelo apoio tranqüilo com muita dedicação, conhecimento sábio, sobretudo em Educação Ambiental, de paz e luz, enriquecedores com suas idéias e sugestões. À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), pelo apoio financeiro oportuno. À minha irmã Núbia, pela capacidade de superar as dificuldades com firmeza. Aos meus irmãos Aldecir, Heron e Nertan, pela tranqüilidade quando vieram em meu auxílio. Às minhas primas Cláudia, Dulce e Lucy, pela prestimosa disponibilidade, durante minha estada em Brasília, garimpando fontes de pesquisa. A todos os povos indígenas, sobretudo os do Ceará, pela disposição em subordinar o interesse étnico imediato ao bem geral do meio ambiente, sem dispensar as responsabilidades individual e coletiva na luta pela terra. Ao Povo Tapeba, forte e guerreiro, desbravador do movimento indígena cearense. Aos amados professores e alunos indígenas tapeba da Escola Diferenciada de Educação Infantil e Ensino Fundamental Tapeba Conrado Teixeira, pela disponibilidade carinhosa, acolhedora e confiante, indispensáveis à concretização desta obra. À professora tapeba, Margarida Teixeira, pela boa-vontade e atenção, com ensinamentos de muita sabedoria, demonstrados durante o percurso da pesquisa. À comunidade tapeba da Lagoa II, pelo acolhimento cheio de ternura e amizade À minha amiga Dudu, gentil colaboradora, ao apresentar-me à Escola Diferenciada Tapeba. Às professoras doutoras Sandra Haydée Petit e Suely Salgueiro Chacon, por participarem da banca, pelas sugestões e questionamentos valiosos desde o exame de qualificação, que fortaleceram o desenvolvimento desta pesquisa. 7 À técnica Rosa Carlota, da Secretaria de Educação Básica – SEDUC e sua equipe de educadoras, por disponibilizarem informações e dados importantes da escola diferenciada indígena. À professora doutora Isabelle Braz Peixoto da Silva, do Departamento de Ciências Sociais, da Universidade Federal do Ceará – UFC, e à Maria Amélia, da Associação Missão Tremembé, pelas relevantes colaborações favorecedoras da ampliação dos meus conhecimentos pertinentes à temática indígena. Ao Prof. Dr. João Batista Figueiredo, pelo profissionalismo e competência na arte do Magistério. À Adalgisa Licinia e Geísa Chagas, servidoras da Secretaria do Programa de Pós- Graduação, da Faculdade de Educação – FACED, pelo empenho no atendimento prestimoso em minhas demandas de aluna. À Márcia e ao meu sobrinho Álvaro, pela colaboração profissional eficiente na área de informática. À Secretaria Municipal de Educação e Assistência Social – SEDAS, por me haver concedido a liberação do trabalho para dedicar-me ao Mestrado. Às minhas colegas da Célula de Desenvolvimento da Gestão Educacional – CDGE, especialmente Lindete, Mariléa e Tania, pelo incentivo, força e compreensão, durante a minha ausência da equipe, em virtude dos meus anseios em aprender mais. Ao Programa de Pós-Graduação em Educação, a todos os meus professores e colegas da turma do Mestrado, pelos bons momentos de aprendizagem e experiências compartilhadas. À Secretaria de Gestão e Promoção de Educação, de Caucaia, por contribuir com importantes informações. Agradeço a todos os que colaboraram, de modo direto ou indireto, para a consolidação deste trabalho. 8 RESUMO Este trabalho relata uma investigação de cunho etnográfico sobre as práticas pedagógicas em Educação Ambiental da escola diferenciada indígena. Trata-se de um estudo de caso, descritivo, com abordagem qualitativa, de uma escola diferenciada, situada em Caucaia- Ceará. Nesta perspectiva, os caminhos traçados no percurso investigativo envolveram pesquisa bibliográfica, documental e de campo acerca da temática indígena, utilizou-se a técnica de entrevistas semi-estruturadas com os professores, alunos e liderança, além de observação participante. Registrou-se ainda, conversas informais. Aplicou-se questionários com os professores e a diretora. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a dezembro de 2006. Os contatos preliminares com sujeitos da pesquisa aconteceram em 2005. Os dados foram analisados, sobretudo, tomando-se como referência as concepções e práticas pedagógicas em Educação Ambiental dos professores. Pela análise dos dados, verificou-se entre os cinco professores selecionados que suas práticas pedagógicas estão centradas no incentivo à conservação dos recursos naturais. Há uma certa sensibilização dos alunos ao apresentarem atitudes preservacionistas e respeito ao ambiente natural. Os docentes fazem reflexões, durante as aulas na escola e nas de campo, na formação de comportamentos consubstanciados na Educação Ambiental Comportamental e no enfrentamento dos problemas ambientais vivenciados pela etnia Tapeba. De modo geral, os alunos começam a perceber as relações de interdependência dos seres humanos, seu meio físico, biológico e cultural. As atividades educativas do professorado possuem tendência conservacionista, especialmente dos ambientes natural e cultural. A comunidade escolar sente-se bastante motivada com a preservação do meio ambiente na aldeia. Palavras-chave: Educação Ambiental. Educação Escolar Indígena. Práticas Pedagógicas. 9 ABSTRACT This paper reports an investigation of ethnographic nature about the pedagogical practices in Environmental Education of the differentiated indigenous school. It refers to a study of descriptive case, with a qualitative approach, of a diferentiated school, located in Caucaia- Ceará. Into this perspective, the choices made throughout the investigative process involved documental and field bibliographic research about the indigenous thematic, it is used the technique of semi-structured interviews with the teachers, students and leadership, besides the participant observation. It was registered also, informal talks. It was applied questionairies with the teachers and the school principal. The data collection was made from September to December 2006. The preliminary contacts with the subjects of the research happened in 2005. The data was analysed, especially taking the pedagogical practices and concepts in Environmental Education
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