[Versão Corrigida]

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[Versão Corrigida] Ygor Klain Belchior IAM VICTUM FAMA NON VISI CAESARIS AGMEN (LUC. PHARS . 2, 600): OS BOATOS NAS GUERRAS CIVIS ENTRE POMPEU E CÉSAR (54-48 A.C.) [Versão corrigida] Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em História. Área de concentração: História Social. Orientador: Prof. Dr. Norberto Luiz Guarinello. São Paulo 2018 AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Assinatura: ___________________________________________ Data: ___/___/___ Nome: Ygor Klain Belchior. Título: Iam victum fama non visi Caesaris agmen (Luc. Phars . 2, 600): os boatos nas guerras civis entre Pompeu e César (54-48 a.C.). Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em História. Aprovado em: ___/___/___ Banca Examinadora Orientador: Prof. Dr. Norberto Luiz Guarinello Instituição: Universidade de São Paulo Assinatura:_____________________ Prof. Dr. Julio César Magalhães de Oliveira Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento:_____________________ Assinatura:______________________ Prof. Dr. Marcelo Cândido da Silva Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento:_____________________ Assinatura:______________________ Profa. Dra. Sarah F. L. de Azevedo Instituição: Universidade de São Paulo Julgamento:_____________________ Assinatura:______________________ Prof. Dr. Fabio Faversani Instituição: Universidade Federal de Ouro Preto Julgamento: _______________ Assinatura:________________________________ À Ana Lucia. Aos meus pais e avós. AGRADECIMENTOS Foram quatro anos e meio de caminhada. Nesse longo caminho é preciso reconhecer as muitas pessoas que foram importantes. Faço aqui, então, um breve agradecimento, breve porque nunca alcançará o real significado que elas tiveram. Aos Professores Doutores Julio César Magalhães de Oliveira, Fabio Faversani e Marcelo Cândido e à Professora Doutora Sarah Fernandes Lino de Azevedo, pelas críticas e sugestões durante o Exame de Qualificação e a Defesa, as quais foram fundamentais para a escrita desta tese. Aos demais Professores Doutores Alexandre Agnolon, Álvaro Antunes, Celso Taveira, Fabio Duarte Joly, Helena Mollo, Paulo Martins, Renato Boy e Valdei Lopes de Araújo, pela contribuição para minha formação como historiador e meu crescimento intelectual. À Ana Lucia Santos Coelho, minha companheira e melhor amiga, pela dedicação ímpar em momentos importantes da minha tese, ensinando-me muito sobre trabalhos acadêmicos e sobre vida e relacionamentos, e permanecendo ao meu lado todos os dias de nossa vida em comum. À minha família, por apoiarem o meu sonho de ser Doutor em História. Aos meus pais, Tonhão e Elisete, por todo o carinho. Aos meus irmãos, Raíssa, Natasha e Yan, aos meus avós, Teva, Isa e Dita – amores incontestáveis –, às minhas tias, Márcia, Mara e Elaine, aos meus tios Marcos e Bueno e a todos os meus primos, em especial o Tavão ( in memoriam ), pela força e incentivo. Aos não tão nobres amigos Lucas e Epaminondas Rocco, aos irmãos Rodrigo Araújo, Robson Cruz, Everton Moreira, Fábio Araújo, Ricardo Coelho, Humberto Bis, Tércio Veloso, Fabio Jabour, Lucas Rocha, Marcelo Sena, Marcus Reis, Pedro Carvalho, Victor Guedes, Rodrigo Calhelha, Lucas Lima, Matheus Souza, Wesley Araújo, Alexandre Monteiro, Fabrício Oliveira, Pedrão Eduardo, Edward Armache, Túlio Almeida, Glauber Borges, Alex Fernandes e Rodrigo Batagello, pelos momentos compartilhados fora da academia. Às minhas queridas amigas Sarah Azevedo, Maria Aparecida, Letícia Ferraz, Marcella e Maria Fernanda Alves, Jamile Neme, Luana Viana, Mariana Martins, Suzana Lourenço e Maria Tereza Souza, pela amizade e atenção. Aos amigos de LEIR, Ana Paula Scarpa, Alex Degan, Bruno dos Santos Silva, Camila Condilo, Fabio Morales, Gabriel Cabral, Gustavo Junqueira, João Victor Lanna e Uiran Gebara, pelos debates, ideias e cervejas. Às quatro universidades em que lecionei até agora: UNIMEP, Barão de Mauá, UFOP e UEFS, pelo crescimento profissional e pela oportunidade de conhecer alunos e docentes maravilhosos. Por último, às coisas que são fúteis, ao Palmeiras, às músicas do Jorge Ben Jor, dos Secos e Molhados, do B. B. King, do Dire Straits, do Eric Clapton, do Led Zeppelin e dos The Rolling Stones, às cervejas no jardim de Mariana e ao tropeiro da Dona Rosângela, pela manutenção da minha integridade mental durante o doutorado. Enfim, àqueles cujos nomes não mencionei, mas que me dedicaram tempo e amizade, peço desculpas por ser um pisciano esquecido. A fama correu através das grandes cidades da Líbia. Fama , nenhum mal é mais rápido. Ela floresce velozmente e ganha força com o seu movimento: primeiro, limitada pelo medo, ela logo atinge o céu, anda no chão e esconde a cabeça nas nuvens. Da deusa Terra, incitada a ira contra os deuses, é o que testemunham, irmão de Coeus e Encélado , dela foi gerado, com asas rápidas e de pés rápidos, um monstro, que para cada pena do seu corpo tem a mesma quantidade em olhos atentos (conto maravilhoso), como muitas línguas que falam, como em muitos ouvidos para escutar. Ela voa, gritando, de noite pelas sombras entre a terra e o céu, nunca fechando as pálpebras em doce sono: por dia, fica de guarda em telhados ou torres altas, e assusta grandes cidades, tenaz como se noticiasse a verdade. Agora em deleite encheu os ouvidos dos países com fofocas cantando alegremente fato e ficção de igual maneira (Verg. Aen. 4, 173- 190). 1 1 Extemplo Libyae magnas it Fama per urbes,/ Fama, malum qua non aliud velocius ullum:/ mobilitate viget virisque adquirit eundo,/ parva metu primo, mox sese attollit in auras/ ingrediturque solo et caput inter nubila condit./ Illam Terra parens ira inritata deorum/ extremam, ut perhibent, Coeo Enceladoque sororem/ progenuit pedibus celerem et pernicibus alis,/ monstrum horrendum, ingens, cui quot sunt corpore plumae,/ tot vigiles oculi subter (mirabile dictu),/ tot linguae, totidem ora sonant, tot subrigit auris./ nocte volat caeli medio terraeque per umbram/ stridens, nec dulci declinat lumina somno;/ luce sedet custos aut summi culmine tecti/ turribus aut altis, et magnas territat urbes,/ tam ficti pravique tenax quam nuntia veri./ Haec tum multiplici populos sermone replebat/ gaudens, et pariter facta atque infecta canebat . BELCHIOR, Y. K. Iam victum fama non visi Caesaris agmen (Luc. Phars . 2, 600): os boatos nas guerras civis entre Pompeu e César (54-48 a.C.) [tese]. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo; 2018. RESUMO O estudo analisa a influência dos boatos na vitória de César sobre Pompeu, ocorrida nas guerras civis de 49 e 48 a.C. Apesar do breve período de disputas, tem como recorte temporal os anos de 54 a 48 a.C., pois foi aí que apareceram os primeiros boatos das lutas entre os generais. Para tanto, toma como fontes obras de gêneros literários variados, situadas entre os séculos I a.C. e IV d.C. Dentro de tal corpus , destacam-se os Comentários sobre as Guerras Civis , redigidos por César, as Cartas a Ático e as Cartas aos Amigos , escritas por Cícero, e a Farsália , composta por Lucano. O referencial teórico abrange os conceitos de boato, janelas de oportunidades, ação coletiva e memória social. O objetivo geral é compreender a relação entre uma stasis , a propagação de boatos e a mobilização dos grupos. Seguem-no os objetivos específicos, por meio dos quais o estudo analisa de que modo as ações coletivas oportunizavam vantagens ou desvantagens militares, e também precisa como a formação de alianças tornou César o favorito ao sucesso. Considera que os boatos foram decisivos para o triunfo cesariano, pois contribuíram para a conquista de apoio, a rendição de cidades e a aquisição de recursos. PALAVRAS-CHAVE : Boatos. César. Fama . Guerras civis. Pompeu. BELCHIOR, Y. K. Iam victum fama non visi Caesaris agmen (Luc. Phars . 2, 600): the rumors in the civil wars between Pompey and Caesar (54-48 BC.). [thesis]. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo; 2018. ABSTRACT This work analyses the influence of rumours concerning the victory of Caesar over Pompey during the civil wars in 49 and 48 BC. Despite the brief period of disputes, this study considers a time frame that encompasses the years from 54 to 48 BC, for it was during this period that appeared the first rumours about the dispute between these generals. For this end, the study takes as sources works of varied literary genres from the 1st Century BC to the 4th Century AD. Within such a corpus , we highlight the Commentaries on the Civil War , written by Caesar, the Letters to Atticus and the Letters to Friends , authored by Cicero, and the Pharsalia , written by Lucan. The theoretical references embrace the concepts of rumour, windows of opportunity, collective action and social memory. The general purpose of this research is to understand the relation between a stasis , rumour spread and the mobilization of groups. The specific objectives concern the understanding of how the collective actions propitiated military advantages and disadvantages; also they specify how the formation of alliances made Caesar the favourite to succeed. It is considered that the rumours were decisive for the triumph of Caesar, due to their contribution regarding the obtainment
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