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DICIONÁRIO HISTÓRICO DE INSTITUIÇÕES DE PSICOLOGIA NO BRASIL

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 1 222/6/20122/6/2012 14:20:0814:20:08 DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 2 222/6/20122/6/2012 14:20:2214:20:22 DICIONÁRIO HISTÓRICO DE INSTITUIÇÕES DE PSICOLOGIA NO BRASIL

1ª Edição

Rio de Janeiro 2011

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 3 222/6/20122/6/2012 14:20:2214:20:22 Copyright © Conselho Federal de Psicologia, para esta edição

Capa: Luciana Mello e Monika Mayer

CIP-Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

D542 Dicionário Histórico de Instituições de Psicologia no Brasil/Coordenação geral: Ana Maria Jacó-Vilela. – : Imago; Brasília, DF: CFP, 2011.

ISBN 978-85-312-1068-6

1. Psicologia - Brasil - Associações, etc. - Dicionários 2. Psicologia - Brasil - História - Dicionários. I. Jacó-Vilela, Ana Maria, 1950-. II. Conselho Federal de Psicologia (Brasil).

10-4280. CDD: 150.6081 CDU: 159.9:061(81)

Reservados todos os direitos. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida por fotocópia, microfi lme, processo fotomecânico ou eletrônico sem permissão expressa da Editora.

A pesquisa para este Dicionário foi realizada no período de 2006 a 2009, com o apoio dos Editais CAPES/PROCAD de 2005 e 2007, envol vendo três instituições — UERJ, UFMG e PUC-SP —, contando ainda com a participação de pesquisadores do Grupo de Trabalho em História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Gra- duação em Psicologia (ANPEPP) e com o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

2011

IMAGO EDITORA Rua da Quitanda, 52/8º andar — Centro 20011-030 — Rio de Janeiro-RJ Tel.: (21) 2242-0627 — Fax: (21) 2224-8359 E-mail: [email protected] www.imagoeditora.com.br

Impresso no Brasil Printed in

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 4 222/6/20122/6/2012 14:20:2314:20:23 DICIONÁRIO HISTÓRICO DE INSTITUIÇÕES DE PSICOLOGIA NO BRASIL

Organização Ana Maria Jacó-Vilela (UERJ)

Coordenações locais Rio de Janeiro: Francisco Teixeira Portugal (UFRJ) São Paulo: Maria do Carmo Guedes (PUC-SP) Paraná: Mitsuko Aparecida Makino Antunes (PUC-SP) Minas Gerais: Regina Helena de Freitas Campos (UFMG) e Érika Lourenço (UFMG) Rio Grande do Sul / Santa Catarina: William Gomes (UFRGS) Norte-Nordeste: Nádia Maria Dourado Rocha (FRB) Centro-Oeste: Mariza Monteiro Borges (UnB) Espírito Santo: Edinete Maria Rosa (UFES)

Colaboradores Alexandre de Carvalho Castro (CEFET-RJ) Carmem Silvia Rotondano Taverna (PUC-SP) Cristina Lhullier (UCS-RS) Daniela Ribeiro S neider (UFSC) Heliana de Barros Conde Rodrigues (UERJ) Julia Maria Casulari Mo a (PUC-SP) Marisa Todescan Dias da Silva Baptista (PUC-SP) Mônica Leopardi Bosco de Azevedo Raul Albino Pacheco Filho (PUC-SP) Sérgio Dias Cirino (UFMG) Silvia Vasconcelos Carvalho (UFF)

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 5 222/6/20122/6/2012 14:20:2314:20:23 Apoio técnico Assistente de pesquisa – Irene Bulcão Revisão de texto – Isabel Cristina de Oliveira Secretariado – Alice Helena do Nascimento Auxiliar de pesquisa – Alessandra Gracioso Tranquilli Auxiliar de pesquisa – Ronaldo Decicino Auxiliar de pesquisa – Sérgio Domingues Auxiliar de pesquisa – Sunna Prieto de Azevedo

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Abigail Alvarenga Mahoney Ana Teresa A. Venancio Adailson Medeiros Andrea Cristina Coelho Scisleski Ademir Pacelli Ferreira Andréa dos Santos Nascimento Adriana Alves Santos Andréa Gonçalves Adriana Amaral do Espírito Santo Andréa Soares Wuo Adriana Rosa Andressa Siqueira Gonzaga Adriano Furtado Holanda Angela Marques Aidyl M. Q. Pérez-Ramos Argentina Rosas Albenise de Oliveira Lima Arlindo Carlos Pimenta Alessandra Dafl on dos Santos Arnaldo Alves da Mo a Alessandra Gracioso Tranquilli Arrigo Leonardo Angelini Alexander Jabert Arthur Arruda Leal Ferreira Alexandra Ayach Anache Augusto Costa Conceição Alexandra Valéria Vicente da Silva Aurora Telles Herkenhoff Alexandre de Carvalho Castro Bárbara Brandão Amanda dos Santos Gonçalves Beatriz de Andrade Rabelo Ana Carla S. Silveira da Silva Bernadete Aparecida de Castro Ana Cristina Costa de Figueiredo Bernardete Ga i Ana Gabriela Nunes Fernandes Carina Márcia Magalhães Nepomuceno Ana Laura Prates Pacheco Carla Sardinha Siebra de Souza Ana Maria Gageiro Carlos Monarcha Ana Maria Jacó-Vilela Carmefran Viana Araújo Teixeira Ana Maria Rudge Carmem Silvia R. Taverna Ana Maria Sarmento Seiler Poelman Carmen Lucia Montechi Valladares de Oliveira Ana Mercês Bock Cassiana Léa do Espírito Santo

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Célio Garcia Francisco Teixeira Portugal Celso Francisco Tondin Gabriela Neiva Orrico Cesar Mussi Ibrahim Gisela Maria Guedes Cristiana Facchine i Giselle B. Petri M. Costa Cristianne Almeida Carvalho Giselle Silva Sanches Cristina Lhullier Gustavo Gauer Daniel Kupermann Helena Beatriz Kochenborger Scarparo Heliana de Barros Conde Rodrigues Daniela Ribeiro Schneider Helio Roberto Deliberador Deise Mancebo Henrique José Leal Ferreira Rodrigues Denis de Carvalho Hilusca Alves Leite Denise Pereira de Alcantara Ferraz Iarlis Brandão Diemerson Saque o Iramaia Santos Rodríguez Diogo Esmeraldo Cavalcanti Irene de Melo Pinheiro Edinete Maria Rosa Íris Barbosa Goulart Edmar Oliveira Irme Salete Bonamigo Edson Soares Lannes Janira Siqueira Camargo Eduardo A. Tomanik Jeff erson Bernardes Eduardo Mourão Vasconcelos Joana Branco Gongora Edvaldo Nabuco João Batista de Mendonça Filho Elayne Magaldi Daemon João Bosco Monteiro Eliana Rodrigues Pereira Mendes João Paulo Sales Macedo Eliane Gonçalves Cordeiro José Jorge de Moraes Vieira da Cunha Eliane Rodrigues da Silva José Renato Barros Silva Elicarlos Coutinho de Oliveira Júlia Maria Casulari Mo a Elison Antonio Paim Karina Pereira Pinto Elizabeth Cruz Müller Kátia Vergal Furtado Elizabeth da Silva de Alcântara Larissa Alcantara Lavrador Emanuelle Figueiredo Socorro Larisse Seixas Laura Cristina de Toledo Quadros Emílio Nolasco de Carvalho Leila de Andrade Oliveira Emmanuel Zagury Tourinho Leonardo Majdalani Sacramento e Nascimento Érika Lourenço Lídia Maria Teixeira Lima Coelho Ernani Henrique Fazzi Ligia Maria do Nascimento Souza Esther Maria de Magalhães Arantes Lígia Rocha Cavalcante Feitosa Eveline Correa Miranda Luana da Silva dos Santos Fábio de Cristo Lucia Ghiringhello Fernando Ramos Lúcia Willadino Braga Filipe Degani Carneiro Luciano Ferreira Piccoli Flávia Moreira Oliveira Lucila Lima Flávio Durães Ludmila Cerqueira Correia Francis Moraes de Almeida Luiz Alberto Pinheiro de Freitas Francisca Monteiro de Albuquerque Luiz Fernando Pinto

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Lygia Maria de França Pereira Mariza Monteiro Borges Mab Amália Alencar Sacramento de Souza Marta Maria Telles Marcela Peralva Aguiar Marta Zappa Marcela Reuter Ferreira Mathilde Neder Marcelo de Almeida Ferreri Mercedes Cunha Chaves de Carvalho Marcelo Moreira Takahashi Michelle Menezes Wendling Marci Dória Passos Mitsuko Aparecida Makino Antunes Márcia Antonia Piedade Araújo Mônica Leopardi Bosco de Azevedo Márcia Biavati Messias Mônica Nogueira dos Santos Vilas-Boas Márcia Ferreira Myriam Augusto da Silva Vilarinho Márcia Moraes Nádia Maria Dourado Rocha Marcos Almeida de Sá Nair Iracema Silveira dos Santos Marcos Goursand de Araújo Natália Alves dos Santos Marcos Vieira Silva Nayara Gomes dos Santos Marcus Vinicius de Oliveira Silva Ode e de Godoy Pinheiro Margareth Uarth Christoff Paola Vargas Barbosa Maria Antonieta Antonacci Paula Coimbra da Costa Pereira Maria Aparecida Fernandes Martin Paula Eugenia César Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro Paulo José Carvalho da Silva Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani Paulo Roberto de Andrada Pacheco Maria Cláudia Novaes Messias Polianne Alves Silva Maria das Graças Barbosa Moulin Priscila Rocha Mendonça da Frota Maria das Graças Victor Silva Rachel Nunes da Cunha Maria de Fátima Almeida Braga Rafael Mendonça Dias Maria de Fátima Belo de Morais Rafael Pinheiral Maria de Fatima Lobo Boschi Raquel Cavalcante Freire Maria de Nazaré Santos de Souza Raquel Martins de Assis Maria do Carmo Guedes Raquel Wrona Maria do Socorro Brito Raul Albino Pacheco Filho Maria Eveline Cascardo Ramos Regina Célia Passos Ribeiro de Campos Maria Inês Badaró Moreira Maria Lucia Boarini Regina Helena de Freitas Campos Maria Lucia Seidl-de-Moura Regina Nazaré Damasceno da Silva Maria Luísa Oliveira Abrunhosa Regineide Marques Simões Maria Luisa Sandoval Schmidt Rejane Sousa da Silva Maria Neusa Monteiro Renata Alves Lima Maria Stella Brandão Goulart Renata Castelo Branco Araújo Marilene Proença Rebello de Souza Renata Monteiro Garcia Marina Massi Renato Diniz Silveira Marisa Lopes da Rocha Ricardo Campelo Auto Marisa T. D. S. Baptista Ricardo Gorayeb Maristela de Souza Pereira Rita de Cássia Teixeira Valente Maristela Nascimento Duarte Rita de Cássia Vieira

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Roberta Santos de Oliveira Sonia Vieira Coelho Roberta Scaramussa Sunna Prieto de Azevedo Roberto Alves Banaco Suzana Maria Vale Lima Roberto Heloani Tácito Augusto Medeiros Roberto Sagawa Tatiane Dias Bacelar Rogério Centofanti Telma Avelar Ronaldo Ribeiro Jacobina Terezinha Féres-Carneiro Therezinha Andrade Rosa Maria Stefanini de Macedo Thiago Ferreira dos Santos Rosane de Azevedo Neves da Silva Thiago Monteiro Pithon Rôsanny Moura Vanessa Leite Rosaura Maria Braz Veline Filomena Simioni Silva Rosimary Paula Ferreira Vargas Vilma Rangel Sandra Cristina Soares de Oliveira Viviane Costa Saulo de Freitas Araujo Walkyria Camaro i Saulo Luders Fernandes Walter Mariano de Faria Silva Neto Sergio Carrara Walter Melo Sérgio Domingues Wedja Josefa Granja Costa Sheila Antony William Barbosa Gomes Sheila Maria Rosin Wilma Mascarenhas Silvia Vasconcelos Carvalho Wilson Ferreira de Melo Simone Neno Zélia Pereira Barbosa

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 1010 222/6/20122/6/2012 14:20:2314:20:23 Sumário

Apresentação...... 13 Introdução ...... 15 Instituições de A a Z ...... 19 Sobre os Autores ...... 453 Índice Onomástico ...... 463 Índice Remissivo de Instituições ...... 499

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 1111 222/6/20122/6/2012 14:20:2314:20:23 DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 1212 222/6/20122/6/2012 14:20:2314:20:23 Apresentação

O Dicionário Histórico de Instituições de Psicologia no Brasil, que agora temos o prazer de apre- sentar, foi organizado após o lançamento do Dicionário Biográfi co da Psicologia no Brasil, publica- do em 2001. O apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP) aos dicionários insere-se em um projeto do Conselho chamado Memória da Psicologia Brasileira, que tem por fi nalidade contri- buir para resgatar e ampliar o conhecimento sobre a evolução histórica da área da Psicologia no Brasil, em seus aspectos de produção intelectual, científi ca, institucional e profi ssional. Ao lado dos dicionários, fazem parte do projeto as coleções de livros Clássicos da Psicologia Brasileira, Histórias da Psicologia Brasileira e Pioneiros da Psicologia Brasileira, além de vídeos bio- gráfi cos. O projeto Memória tem contado, desde o seu início, com a colaboração do Grupo de Trabalho em História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia. O investimento na pesquisa histórica e na produção de materiais abrangentes que subsidiem estudantes, acadêmicos e profi ssionais, é uma decisão estratégica do Conselho, tomada pelo XI Plenário (1999-2001) e acatada pelos Plenários posteriores, que tem como objetivo contribuir para a superação das lacunas de materiais que registrem e analisem o caminho percorrido pela Psicologia no Brasil. Produzir e tornar disponível material histórico é essencial para que os profi ssionais tenham elementos para situar sua atuação no tempo, identifi car soluções já testadas para problemas que ainda existem, contextualizar os desafi os que enfrentam no dia a dia, logrando produzir respostas cada vez mais qualifi cadas às demandas profi ssionais e acadêmicas. O conhecimento do desenvolvimento histórico da Psicologia é essencial para o processo de construção de uma profi ssão engajada com as realidades brasileira e latino-americana, que te- nha sempre em vista o compromisso social da profi ssão na superação das desigualdades e com a garantia dos direitos humanos para toda a população. No marco do Projeto Memória da Psicologia Brasileira, este dicionário ganha sentido ainda mais especial pela perspectiva de comemoração dos 50 anos da profi ssão no Brasil, que serão

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completados em 27 de agosto de 2012, cinco décadas depois da publicação da Lei 4.119, que regulamentou a profi ssão no Brasil. Para o Sistema Conselhos de Psicologia, a comemoração dessa data é essencial para reunir a categoria na refl exão sobre o sentido da profi ssão. Nada mais apropriado, para subsidiar este processo, do que ter registros do passado que nos ajudem a traçar caminhos para a profi ssão que queremos construir. O presente volume deixa à vista a quantidade de instituições que estão para ser conhecidas, exploradas, analisadas, pesquisadas em seus diversos aspectos. O Conselho Federal de Psicologia agradece e parabeniza todas as dezenas de pesquisadores que se engajaram nesse trabalho hercúleo de recolher informações sobre as 264 instituições que deram origem a verbetes no Dicionário Histórico de Instituições de Psicologia no Brasil.

Humberto Verona Presidente do Conselho Federal de Psicologia

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 1414 222/6/20122/6/2012 14:20:2314:20:23 Introdução

Este Dicionário Histórico de Instituições de Psicologia no Brasil é um projeto do Grupo de Tra- balho (GT) de História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) em parceria com o Conselho Federal de Psicologia, parceria esta que já gerou, em 2001, o Dicionário Biográfi co da Psicologia Brasileira – Pioneiros (coeditado pela Imago/ CFP). Este novo Dicionário contou também com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio dos Editais Procad 2005 e 2007, envolvendo o Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da UERJ, o Programa de Educação da UFMG e o Programa de Psicologia Social da PUC-SP. Tal aliança é, sem dúvida, indicativa do entendimento de que nossos atuais fazeres acadêmi- cos e profi ssionais geram perguntas que muitas vezes necessitam interrogar sua história, seu passado, para melhor compreenderem e, se necessário e possível, modifi carem seu presente. Neste sentido, a expressão “Psicologia” no título do Dicionário tem um sentido amplo, abar- cando aquilo que é normalmente referido como “saberes psi”. Para os fi ns deste Dicionário, “instituição” refere-se tanto a estabelecimentos, associações e organizações públicas, privadas e não governamentais, de pesquisa, de formação, de prestação de serviços etc. quanto a publicações seriadas (periódicos), congressos e legislação. Contudo, tendo em vista o montante de investigação necessária para cobrir todos esses aspectos, decidi- mos que este volume tratasse somente de estabelecimentos, associações e organizações, deixan- do periódicos, congressos e legislação para um volume subsequente. A confecção do Dicionário revelou-se um desafi o, dada a inexistência de pesquisa prévia sobre muitas instituições. O funcionamento seguiu a lógica anteriormente utilizada no Dicionário Pio- neiros, quando membros do GT foram encarregados de áreas temáticas ou regiões geográfi cas. Assim, membros do GT de alguns estados/regiões foram encarregados de buscar pesquisadores que pudessem redigir verbetes sobre instituições de determinados estados/regiões (destaque deve ser dado aqui à colega Nádia Rocha, que assumiu, sozinha, a responsabilidade pelas re- giões Norte-Nordeste). Contudo, foi necessário lançar mão de dois pesquisadores de fora do GT nos casos do Espírito Santo e da Região Centro-Oeste, casos que nos interessavam particu- larmente porque não constava no Dicionário Pioneiros nenhum personagem destes dois lugares. Neste sentido, consideramos que este Dicionário não é uma obra acabada. Muitas instituições

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certamente não constam dele e algumas informações estão incompletas. Procuraremos suprir essas defi ciências com o projeto de construir uma versão online deste Dicionário o mais rapida- mente possível, tornando-o disponível através da BVS-Psi. Neste caso, alterações e acréscimos poderão ser realizados, como explicaremos mais adiante. O cotidiano do Dicionário fi cou a cargo de uma equipe constituída pela Coordenadora Ge- ral, junto à qual trabalharam um assistente e um auxiliar de pesquisa, e pelos Coordenadores de estados/regiões específi cos, com os respectivos auxiliares de pesquisa. Todos os verbetes passaram por parecer duplo – do Coordenador do estado/região e da Coordenadora Geral, e muitas vezes solicitou-se parecer de algum outro membro do GT. Realizou-se pelo menos uma reunião anual de avaliação dos trabalhos; em 2008 e 2009, ocorreram duas reuniões para revisão conjunta de todos os verbetes. Por que a opção de fazer “dicionários”? Os dicionários reúnem uma gama considerável de informações que devem ter sua coerência interna. Se bem-sucedidos, tornam-se obras de refe- rência e podem mesmo, pela evitação de ambiguidades e posições contrárias, tornar-se autori- dades e fontes da verdade. Este risco foi claro para nós desde o princípio, quando orientamos os responsáveis a utilizarem uma redação em linguagem direta, na afi rmativa, sem adjetivações, e quando cuidamos da revisão interverbetes nas reuniões acima mencionadas. Por outro lado, e aqui se situa a justifi cativa de nosso interesse, os dicionários possibilitam uma difusão democrática do conhecimento. Em vez do acesso restrito a teses ou artigos cien- tífi cos, ainda não visibilizados como alternativa para boa parte da população, mesmo a “edu- cada”, a informação está ali, num livro impresso ou disponível na internet, com quantidade considerável de dados. Dicionário, em suma, é uma fonte organizada de consulta sobre dife- rentes temas (em nosso caso, diferentes instituições), os quais foram pesquisados com o uso de diferentes fontes. Os autores são os responsáveis pela feitura do retrato de uma instituição, para o qual tiveram que recorrer a determinadas estratégias de obtenção de dados e optar por uma determinada forma narrativa. Neste sentido, tanto as estratégias quanto a narrativa utilizadas podem ser consideradas como indicativas de nosso desenvolvimento na pesquisa em História da Psicologia, o que denominamos caleidoscópio, visões diversas sobre como fazer história. E, esperamos, podem possibilitar novos estudos sobre as instituições aqui apresentadas. Enfrentamos alguns desafi os na construção deste Dicionário. A Psicologia é um campo re- cente de produção e prática no Brasil, da mesma forma que a Psicanálise – anos de 1920/1930. Mesmo a Psiquiatria – de onde se originam, em boa parte, os outros campos – também tem ori- gem não tão distante, já que sua primeira cátedra surgiu no último quartel do século XIX. São, portanto, atores e fontes muito próximos, alguns atores fi gurando como autores dos verbetes. Em muitos casos, para os próprios autores a história de vida mescla-se com a história da insti- tuição. Ou seja, a história do tempo presente aqui se realiza. Embora se conheçam os cuidados a serem tomados, a explicitação das implicações, essa história é uma das principais formas de conhecimento de eventos tão próximos ainda de nós. Além disso, na falta anteriormente mencionada de pesquisas sobre instituições, recorrremos, em boa parte dos casos, à contribuição de autores sem experiência de investigação e escrita ou de pesquisadores cuja experiência investigativa não era referida à pesquisa historiográfi ca. Não podemos deixar de mencionar quantas descobertas positivas surgiram deste universo. Chegando, fi nalmente, aos critérios de escolha das instituições a fazerem parte do presente Dicionário, consideramos como critério de inclusão a criação da referida instituição até o ano de 1980. Isto se deve a que, pelo que sabíamos da História da Psicologia no Brasil, ocorrera uma grande expansão de instituições de Psicologia e de Psicanálise na década de 1980, o que nos obrigaria a, além de uma dedicação mais exaustiva a esta década, enfrentar diferentes casos de

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instituições com duração mínima. Além da data, foram critérios também utilizados a existência de sinais de pioneirismo da instituição, como formação de pessoal, publicações, criação de no- vos campos de atuação etc. Por outro lado, como critério de abrangência do verbete, ou seu limite temporal, para utilizarmos o termo empregado no Dicionário Pioneiros, consideramos que deve- ria ir desde a criação da instituição até seu fechamento (se fosse o caso) ou até os dias de hoje. Alguns critérios secundários também foram estabelecidos. Instituições de âmbito nacional, mesmo que tenham subdivisões regionais, têm um único verbete. Exemplos: ABRAPSO, APAE, Conselho Federal de Psicologia, DETRAN. Instituições com uma grande capilaridade no terri- tório nacional, como a Santa Casa de Misericórdia, a Escola Normal, o Serviço de Orientação Educacional, mereceram um verbete específi co, que denominamos “genérico”. Por outro lado, tendo em vista que um dos poucos verbetes possíveis em diferentes estados era o referido à Escola Normal, optamos por deixá-los no Dicionário. No caso de seminários católicos, institui- ções espíritas e instituições protestantes, tendo em vista haver presença da Psicologia, porém pequena, em cada um deles, decidiu-se por um único verbete sobre cada forma religiosa. A proposta é que verbetes específi cos de instituições subordinadas venham a ser colo- cados no Dicionário de Instituições de Psicologia no Brasil, em sua forma virtual, na BVS-Psi (www.bvs-psi.org). Nele também poderemos oferecer fotos das instituições. O resultado fi nal, no sentido de representatividade do território nacional, é bem positivo. Corresponde, ao nosso ver, à ordem de expansão da Psicologia pelos diferentes estados. A maior parte dos verbetes é do Rio de Janeiro, seguido por São Paulo e, logo depois, por Minas Gerais, lugares por onde a Psicologia começou a se constituir entre nós. O Rio Grande do Sul vem logo a seguir. Os demais estados das regiões Sul e Sudeste têm poucas instituições relacionadas em cada um. Da região Nordeste, a Bahia tem um grande número de verbetes, seguido por número razoável ou pequeno nos demais estados. A região Centro-Oeste apresenta poucos verbetes de cada estado e do Distrito Federal, observando-se que não há nenhum de Goiás. Por fi m, da região Norte só temos verbetes do Pará – não foi possível nenhum registro de instituição nos demais estados. É importante lembrar, todavia, que isso não signifi ca que não haja ou não tenha sido fun- dada nenhuma instituição de Psicologia nesses lugares antes de 1980. Tem-se clareza de que o Dicionário poderá ser acrescido por inúmeros outros dados, tanto sobre as instituições aqui re- lacionadas quanto pela inserção de novas instituições. Por isso a proposta do Dicionário virtual, como já dissemos. Quanto à estrutura e apresentação do Dicionário, os verbetes – em um total de 265 – encon- tram-se em ordem alfabética. Esta segue o nome atual completo (ou o último) da instituição, seguido da sigla – ou forma como é mais comumente conhecida – entre parênteses. Em seguida, datas de criação e eventual dissolução. Abaixo, alinhadas à direita, mudanças anteriores de denominação, caso tenham ocorrido, sempre seguidas das datas de cada uma. Segue-se o texto narrativo, referências, nome(s) do(s) autor(es). Este procedimento pode gerar a impressão de uma história linear, na suposição de que as alterações de nome não tenham nenhum signifi cado, mantendo-se a mesma instituição. Este foi, todavia, um critério arbitrário, adotado tanto para a diminuição do número de verbetes quanto para uma coerência na escrita das instituições. Após os verbetes, há três anexos. O primeiro, intitulado “Sobre os Autores”, explicita a titula- ção e a inserção institucional de cada um. Nos 264 verbetes encontramos 186 autoras e outros 75 autores. Este dado aponta, sem dúvida, para a crescente feminilização do campo psi, não mais somente em termos de exercício profi ssional, mas também enquanto sujeitos que podem falar/ escrever sobre o campo. Coincidentemente, apresentamos quase o mesmo número de auto- res (261) e de verbetes (264).

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O anexo seguinte é o Índice Onomástico de personagens citados no Dicionário. Nele conta- mos com 139 personagens que também estão presentes, como verbetes, no Dicionário Biográfi co da Psicologia no Brasil – Pioneiros. Como este último tem 200 verbetes, parece-nos que nossa historiografi a está construindo um campo de conhecimento bastante sólido – que, por sua vez, traz os riscos da história-verdade que comentamos anteriormente. Para clarifi cação do leitor, colocamos um asterisco (*) após o nome presente no Dicionário que é também personagem com verbete no Dicionário Pioneiros. O último anexo é o Índice Remissivo de Instituições, em que estão listadas todas as institui- ções que fazem parte do Dicionário, com seus nomes atuais e os nomes que porventura tenham tido no passado. Além disso, no Índice Remissivo constam também todas as instituições citadas no corpo dos verbetes, o que, ao nosso ver, favorece pesquisas futuras que entrelacem as dife- rentes instituições que aqui relatamos. Quanto aos critérios de redação, esclarecemos, que usamos a grafi a já utilizada no Dicionário Pioneiros para a redação de nomes de pessoas. Finalmente, ao considerarmos este trabalho terminado – na medida em que é possível conside- rar um “fi m” em um trabalho deste tipo –, algumas pessoas e instituições devem ser lembradas:

z A Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tanto seu Instituto de Psicologia, na pessoa de sua Diretora, Profa. Dra. Neusa Eiras, que forneceu condições de infraestrutura básica e de equipamentos para a execução deste projeto, quanto o seu Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social;

z A Universidade Federal de Minas Gerais, através de seu Programa de Pós-Graduação em Educação;

z A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, através de seu Programa de Pós-Gra- duação em Psicologia Social;

z A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através de seu Programa de Pós-Graduação em Psicologia;

z A Faculdade Ruy Barbosa, pela infraestrutura fornecida;

z A equipe técnica que colaborou conosco, cujos nomes constam no início deste Dicionário.

Encerramos voltando ao CFP e à Capes, instituições das quais recebemos o apoio necessário para a concretização deste projeto. Nossos agradecimentos muito especiais pela confi ança em nosso trabalho, que se traduziu em condições para seu exercício.

Ana Maria Jacó-Vilela Coordenadora Geral do Dicionário

DDicionarioicionario Historico.inddHistorico.indd 1818 222/6/20122/6/2012 14:20:2414:20:24 Instituições de A a Z

Academia Paulista de Psicologia (APP) Ambulatório Central Roberto Resende Asilo Provisório de Alienados da Cidade de São Paulo Assistência a Psicopatas Associação Baiana de Psicólogos (ABAP) Associação Baiana de Recuperação do Excepcional (ABRE) Associação Brasileira de Análise do Comportamento (ABAC) Associação Brasileira de Daseinsanalyse (ABD) Associação Brasileira de Psicanálise (ABP) Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama (ABPS) Associação Brasileira de Psicologia (ABP) Associação Brasileira de Psicologia (SBP) Associação Brasileira de Psicologia Aplicada (ABRAPA) Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) Associação Brasileira de Psicoterapia de Grupo (ABPG) Associação Brasileira para Superdotados (ABSD) Associação das Pioneiras Sociais – Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação Associação de Assistência ao Excepcional do Paraná Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) Associação de Psicodrama de São Paulo (SOPSP) Associação de Psicologia de São Paulo (ASPSP) Associação de Psicologia do Pará (APPA) Associação de Psiquiatria e Psicologia da Infância e da Adolescência (APPIA) Associação Milton Campos para o Desenvolvimento das Vocações (ADAV)

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Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) Asylo de Sant’Anna (ASA) Atheneu Norte-Rio-grandense Casa das Palmeiras Casa de Saúde Ana Nery Casa de Saúde Dr. Eiras Casa de Saúde Santa Mônica Ltda. (Espaço Bom Viver – EBV) Casa de Saúde São Pedro Ltda. (CSSP) Centro da Consciência e do Desenvolvimento Humano (INTEGRAR) Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (CDPHA) Centro de Estudos de Antropologia Clínica (CESAC) Centro de Estudos de Gestalt-Terapia de Brasília (CEGEST) Centro de Estudos Freudianos (CEF) Centro de Estudos Freudianos do Recife (CEF-Recife) Centro de Informações Antiveneno da Bahia (CIAVE) Centro de Logopedia e Psicomotricidade da Bahia (CLPB) Centro de Orientação e Seleção Psicotécnica (COESP) Centro de Orientação Familiar (COFAM) Centro de Orientação Infantil Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (COMPP) Centro de Pesquisas e Orientação Educacionais da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (CPOE) Centro de Psicodrama de Brasília (CPB) Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) Centro de Psicologia Aplicada (CEPA) Centro de Psicologia da Pessoa (CPP) Centro de Saúde Mental Oswaldo Camargo (CSMOC) Centro Dom Vital Centro Especializado de Habilitação Profi ssional Mercedes Stresser Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho (CIAPS Adauto Botelho) Centro Juvenil de Orientação e Pesquisa (CEJOP) Centro Psicopedagógico (CPP) Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Sudeste Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) Círculo Psicanalítico de Minas Gerais (CPMG) Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro (CPRJ) Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul (CPRS)

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Clínica de Orientação Infantil Clínica de Orientação Infantil (COI) Clínica de Orientação Psicológica e Social Ltda. (COPS) Clínica de Repouso da Tij uca Clínica Social de Psicanálise Anna Ka rin Kemper Colégio Abílio Colégio Estadual da Bahia (Central) Colégio Estadual Guaíra Colégio Freudiano do Rio de Janeiro (CFRJ) Complexo Hospitalar do Juquery Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira (CPJM) Conselho Federal e Conselhos Regionais de Psicologia (CFP/CRP) Curso de Habilitação para o Exercício do Magistério em Primeiro Grau do Colégio Estadual Emir de Macedo Gomes Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Psicologia/FCH/FUMEC) Curso de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Curso de Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco Curso de Psicologia do Centro Universitário Celso Lisboa (UCL) Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) Departamento de Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais (DOT) Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofi a e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (FAFICH/UFMG) Departamento de Psicologia da Faculdade ESUDA Departamento de Psicologia da Faculdade Frassine i do Recife Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Departamento de Psicologia da Universidade de Uberaba (UNIUBE) Departamento de Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos () Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (DPI-UEM) Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão (DEPSI/UFMA) Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (GSI-UFF)

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Departamento de Psicologia da Universidade Gama Filho (UGF) Departamento de Psicologia do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC) Departamento de Psicologia do Centro Educacional Anísio Teixeira (CEAT) Departamento de Psicologia e Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Departamento de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (DRH/ Embrapa) Departamento de Trânsito (DETRAN) Divisão de Psicologia Edouard Claparède (Clínica Claparède) Divisão de Recrutamento e Seleção do Banco Econômico S.A. Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV) Escola de Aperfeiçoamento Escola Doméstica de Natal Escola Especial Ulisses Pernambucano Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo (ELSP) Escola Normal de São Paulo Escola Normal Modelo Escolas Normais Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO) Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Sedes Sapientiae Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (FAPSI/PUCRS) Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP) Federação Psicanalítica da América Latina (FEPAL) Fundação Carlos Chagas (FCC) Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) Fundação Dom Bosco Fundação Helena Antipoff (FHA) Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste (FUNDESTE) Grupo de Atendimento Psicológico (GAP) Hospício da Visitação de Santa Isabel Hospício de Diamantina Hospital Adauto Botelho (HAB) Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux

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Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCUSP) Hospital de Custódia e Tratamento da Bahia (HCT-BA) Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Professor André Teixeira Lima Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR) Hospital Especializado Mário Leal (HEML) Hospital Galba Velloso (HGV) Hospital João Viana Hospital Juliano Moreira Hospital Nacional de Psicopatas Hospital Nina Rodrigues (HNR) Hospital Psiquiátrico Dr. Garcia Moreno Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) Hospital Ulysses Pernambucano (Tamarineira) Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE/UERJ) Instituições Espíritas no Brasil Instituições Protestantes no Brasil Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos e Instituições (IBRAPSI) Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA) Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp/UERJ) Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES) Instituto de Cegos da Bahia (ICB) Instituto de Doenças Nervosas e Mentais Instituto de Educação Caetano de Campos Instituto de Educação de Minas Gerais Instituto de Educação Estadual de Maringá Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE) Instituto de Educação Professor Fernando Duarte Rabelo Instituto de Educação Rui Barbosa (IERB) Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília (IGTB) Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT) Instituto de Orientação Psicológica (IOP) Instituto de Orientação Vocacional (IDOV) Instituto de Proteção e Assistência à Infância (IPAI) Instituto de Psicodrama e Psicoterapia de Grupo de Campinas (IPPGC) Instituto de Psicologia Aplicada de Minas Gerais (IPAMIG)

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Instituto de Psicologia Aplicada do Espírito Santo (IPAES) Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA) Instituto de Psicologia da Bahia (IPB) Instituto de Psicologia da Faculdade Salesiana de Filosofi a, Ciências e Letras de Lorena (FSFCLL) Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (IPPUC-SP) Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (IP/UnB) Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IP-UERJ) Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (INPSI/UFU) Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IP/UFRJ) Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IP/UFRGS) Instituto de Psicologia do Recife (IPR) Instituto de Psicologia do Trabalho (IPT) Instituto de Psicologia e Psicanálise da Universidade Santa Úrsula (IPP-USU) Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ) Instituto de Psiquiatria do Estado de Santa Catarina (IPq) Instituto de Psiquiatria Forense (IPF) Instituto Decroly Instituto dos Cegos da Paraíba (ICPB) Instituto Freudiano de Psicanálise (IFP) Instituto Guanabara Instituto Médico-Pedagógico Paulista Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira (IMASJM) Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira Instituto Municipal Philippe Pinel Instituto Psicopedagógico da Bahia (IPPB) Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso (IPFMC) Instituto Raul Soares (IRS) Instituto Sedes Sapientiae Instituto Superior de Educação Antonino Freire (ISEAF) Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro Instituto Superior de Estudos e Pesquisas em Psicologia da Fundação Getulio Vargas (ISOP/FGV) Laboratório de Biologia Infantil (LBI) Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro Laboratório de Psicologia na Escola Normal Secundária de São Paulo Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) Movimento da Luta Antimanicomial (MLA)

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Museu de Imagens do Inconsciente Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus (NACJ) Núcleo Central de Psicologia da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (NuCePsi-PMERJ) Núcleo de Estudos e Formação Freudiana (NEFF) Núcleo Paulista da Abordagem Centrada na Pessoa (NPACP) Pedagogium Psicoclínica Comércio Varejista de Livros e Testes Psicológicos Sanatório Cliff ord Whi ingham Beers Sanatório Maringá Ltda. Sanatório Recife Sanatório São Paulo (SSP) Santa Casa de Misericórdia Seminários Católicos do Brasil Colônia e Império Serviço de Ensino e Seleção Profi ssional da Estrada de Ferro Sorocabana (SESP/EFS) Serviço de Orientação Educacional do Colégio Santa Teresa (SOE) Serviço de Orientação Psicopedagógica (SOPP) Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental (SOHM) Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA) Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Secretaria de Educação e Saúde Pública do Estado de São Paulo Serviço de Psicologia Escolar da Secretaria da Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo Serviço de Psicologia Médica (COJ) Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha (SSPM) Serviços de Orientação Educacional Setor de Psicologia Aplicada do Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP) Setor de Psicologia Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Sindicato dos Psicólogos do Rio de Janeiro Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo Sociedade Brasileira de Biosofi a Sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA) Sociedade Brasileira de Psychanalyse Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Sociedade de Análise Transacional do Rio de Janeiro (SANTRARJ) Sociedade de Estudos Psicanalíticos Latino-Americanos (SEPLA) Sociedade de Estudos Psychicos Sociedade de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro (SPCRJ)

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Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle (SPID) Sociedade de Psicodrama do Rio de Janeiro (SOPERJ) Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul (SPRGS) Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo do Estado do Rio de Janeiro (SPAG-E.RIO) Sociedade de Serviços Gerais para a Integração Social pelo Trabalho (SOSINTRA) Sociedade Mineira de Psicologia (SMP) Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA) Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ) Sociedade Psicanalítica Gradiva (SPAG-RJ) Sociedade Rorschach de São Paulo (SRSP) Supervisão de Avaliação e Acompanhamento aos Portadores de Necessidades Educacionais Especiais (SAANE) Teatro Experimental do Negro (TEN)

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A

„ Academia Paulista de Psicologia (APP) científi cas ou didáticas de reconhecido valor – 1979- ou ainda que sejam personalidades de grande signifi cação na docência, na pesquisa, no exer- cício profi ssional e/ou na prestação de servi- A entidade, com sede na rua Pelágio Lobo, ços na área da psicologia. Tem por fi nalidade 107, na cidade de São Paulo, é pessoa jurídica, principal resgatar e preservar a história da sem fi ns lucrativos, regida por estatuto e regi- psicologia, como também estimular o progres- mento interno, ambos registrados no 1º Car- so dessa ciência no país, mediante outorga de tório de Títulos e Documentos, na cidade de prêmios, realização de produções científi cas, São Paulo. Foi fundada em 31 de dezembro de construção de acervo literário e iconográfi co, 1979, ano em que se comemorou internacio- implementação de projetos e ações em prol do nalmente o centenário da psicologia científi ca. reconhecimento público da ciência psicológi- A entidade é mantida por seus próprios mem- ca no país, em especial no Estado de São Pau- bros. A exemplo do que é verifi cado em ou- lo. O corpo acadêmico está estruturado em tras áreas do conhecimento, como a medicina, 40 cadeiras, identifi cadas por número, nome a história, as letras e a educação, um grupo de e patrono, além de um quadro de membros psicólogos paulistas julgou que era chegado o correspondentes e de membros beneméritos. momento de fundar uma academia devotada Os patronos foram escolhidos quando da fun- à psicologia. De fato, o desenvolvimento desse dação da academia entre eminentes fi guras da ramo do saber assumira considerável impor- intelectualidade paulista que contribuíram, tância, graças à existência de cursos univer- de modo destacado, com os primeiros passos sitários, especialmente de pós-graduação, à para impulsionar o progresso da psicologia atuação de especialistas no exercício profi ssio- no Brasil, especialmente em uma época histó- nal, à signifi cativa produção de pesquisas e de rica de pioneirismo. Exemplos de alguns pa- publicações e à frequente realização de con- tronos de diferentes áreas de especialidades: gressos e outros eventos científi cos, nacionais psiquiatria – Francisco Franco da Rocha; edu- e internacionais. Foi concebida (e permanece) cação – Manuel Bergström Lourenço Filho; como uma entidade que congrega psicólogos sociologia – Fernando de Azevedo; fi losofi a – proeminentes, que tenham publicado obras Ramos de Carvalho; pediatria – Pedro

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de Alcântara Machado; engenharia – Roberto pondentes, como também outorga de prêmios Mange; etnologia – Herbert Baldus; religião e homenagens póstumas aos ex-integrantes da – Paul Siwek. As cadeiras da academia são academia. Além do seu caráter formal, essas ocupadas por membros titulares, psicólogos sessões são abrilhantadas por um contexto notáveis residentes no Estado de São Paulo. científi co dos discursos pronunciados pelos O quadro de membros correspondentes tam- novos titulares, homenageando os patronos bém é constituído por eminentes profi ssio- e os acadêmicos falecidos, de cujas cadei- nais, mas residentes em outras regiões do país ras tomam posse. Acrescem-se as exposições ou no exterior, por serem assim designados. dos laureados sobre os temas respectivos dos É dirigida por uma diretoria eleita entre os trabalhos premiados. Quanto às realizações seus membros titulares para um mandato de científi cas, registram-se também conferências três anos, composta de presidente, vice-pre- e cursos intensivos de pós-graduação, sobre sidente, secretário-geral, primeiro e segundo questões históricas da ciência psicológica e secretários, primeiro e segundo tesoureiros. suas perspectivas futuras, novas teorias ou Desde sua fundação, em 1979, teve, respecti- atualização das conhecidas áreas da psicolo- vamente, os seguintes presidentes: Carlos Del gia, entre outros temas importantes. Nessa Nero, que ocupa a cadeira n. 7, cujo patrono mesma linha, encontram-se exposições do é Oscar Freire; Mathilde Neder (cadeira n. 14, acervo da academia, principalmente de suas patrono Anibal Silveira); Samuel Pfromm Net- publicações e de fotos raras e de incontestá- to (cadeira n. 5, patrono José Rodrigues Arru- vel valor histórico. Mais ainda, distinguem-se da); Oswaldo de Barros Santos (cadeira n. 15, nessas atividades os projetos que a academia patrono Roberto Mange); Nelson de Campos vem realizando para o resgate do legado de Pires (cadeira n. 40, patrono, Walter Barioni), vida e obra dos acadêmicos, mediante docu- e, atualmente, Arrigo Leonardo Angelini, que mental iconográfi co, gravações em áudio e ocupa a cadeira n. 4, cujo patrono é Antonio em DVDs. Destes, O legado da psicologia para Ferreira de Almeida Júnior. Existem quatro o desenvolvimento humano, sob os auspícios do comissões de trabalho, nomeadas pela direto- Ministério da Cultura, constando de DVDs ria entre os seus titulares, a saber: comissão de que contemplam a vida e a obra de acadêmi- contas, comissão de termos, comissão de pu- cos e que são distribuídos a cem bibliotecas de blicações e comissão de bibliografi a, e, atual- psicologia do país e aos Conselhos Federal e mente, duas comissões especiais: comissão de Regionais de Psicologia. Salienta-se também, cidadania e direitos humanos e comissão de entre as atividades da academia, com precisa eventos. Estas últimas foram criadas dada a regularidade, a publicação do Boletim Acade- importância destinada aos eventos e também mia Paulista de Psicologia, porta-voz de suas à defesa dos direitos humanos pelos acadê- realizações e, particularmente, de progressos micos, inclusive pelos comprometidos direta- científi cos alcançados pela ciência psicológica mente com essas ações. Em termos de rotina, no país. tem-se uma variedade de reuniões da direto- ria para deliberações sobre assuntos adminis- Referências trativos, indicações de membros correspon- dentes e de representantes de comissões de ACADEMIA PAULISTA DE PSICOLOGIA. Acervo trabalho, entre outros temas de sua competên- Técnico e Científi co. São Paulo: APP, 1979-2007. cia. Registram-se as assembleias ordinárias e ACADEMIA PAULISTA DE PSICOLOGIA. Dispo- extraordinárias, incluindo deliberações sobre nível em: . Acesso em: reformas estatutárias, eleição da diretoria e de 17 ago. 2008. membros titulares, entre outros assuntos que ACADEMIA PAULISTA DE PSICOLOGIA. O lega- lhe são próprios. No contexto dessas ativida- do da psicologia para o desenvolvimento huma- des, destacam-se as sessões solenes de posse no: resgate da vida e obra de acadêmicos titulares de acadêmicos, titulares e de membros corres- através de depoimentos de Arrigo L. Angelini e

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Aidyl Pérez-Ramos. DVDs. Bauru: APP, 2006. mental mineira. O caráter centralizador do ACADEMIA PAULISTA DE PSICOLOGIA. Relató- ambulatório signifi cava uma primeira etapa rios de Atividades das Diretorias. São Paulo: APP, para a construção de um modelo assistencial 1979-2007. capaz de oferecer alternativas à internação psiquiátrica. O Ambulatório Central Roberto ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE PSICOLOGIA. Bole- tim. São Paulo: APP, 1980-2006. Resende, em seu curto período de autonomia (1969-1971), representou uma tentativa de hu- LOPES, A. M. P. Apresentação. Sistema de subsí- manizar a assistência psiquiátrica, por meio dios para o ensino de psicologia. Disponível em: de uma assistência extramuros, pública, que < h p://www.bvs-psi.org.br/subsidio.htm>. Acesso procurava estreitar as relações com a comuni- em: 17 ago. 2008. dade. Começou a funcionar com a fi nalidade de trabalhar terapeuticamente com homens, Aidyl M. Q. Pérez-Ramos mulheres e crianças. Respondia a objetivos inovadores da política assistencial inicialmen- te implementada pela FEAP de, com ele, construir um modelo de funcionamento que „ Ambulatório Central Roberto Resende produzisse as necessárias vivência e mentali- – 1969-1971 dade ambulatoriais. Foram estruturados dois Ambulatório Roberto Resende serviços, no contexto desta experimentação, – 1963-1968 o técnico e o administrativo, ambos dota- dos de relativa autonomia. O serviço técnico compunha-se de cinco seções: psiquiatria, psi- Em 1969, o Ambulatório Central Roberto cologia, serviço social, clínica médica e seção Resende inaugurou a primeira tentativa de de arquivos médicos e estatísticas. A seção uma assistência terapêutica extra-hospitalar Psicologia foi instalada em junho de 1970, sob e interdisciplinar. Conquistando autonomia a coordenação de Carmen Souza Rocha, e de- perante o Instituto Raul Soares (IRS), graças à senvolvia as seguintes atividades: atendimen- criação da Fundação Estadual de Assistência to psicológico individual, adulto e infantil, Psiquiátrica (FEAP) em 1968, recebeu a deno- atendimento de famílias, aplicação de testes minação Ambulatório Central, tornan do-se de inteligência e personalidade, e atendimen- um modelo alternativo no campo da assis- to em psicomotricidade. Promovia também a tência psiquiátrica pública em Minas Gerais. seleção, o treinamento e a orientação dos fun- Estruturou-se, então, no já existente Ambu- cionários administrativos, incentivando a ra- latório Roberto Resende, fundado em 1963, cionalização do trabalho de todos os serviços anexo ao IRS, na segunda seção deste, em seu e colaborando decisivamente na elaboração pavimento inferior. Situava-se na avenida do do regimento interno e organograma. O servi- Contorno, 3.017, bairro Santa Efi gênia – Belo ço administrativo tinha cinco seções: pessoal, Horizonte, e integrava o Departamento de admissão (encarregada de receber, registrar Saúde Mental da Secretaria de Saúde Estadual e encaminhar o paciente e os seus familiares de Minas Gerais, ou seja, era uma instituição para os atendimentos), contabilidade, tesou- pública, estadual e assistencial. Com a criação raria e aprovisionamento. Entre as vantagens da FEAP, foram extintos os ambulatórios dos inerentes a esse tipo de tratamento, pensava- chamados hospitais de agudos de Belo Hori- se que o ambulatório não afastava o pacien- zonte. O Ambulatório Central Roberto Resen- te de seu meio familiar e permitia o trabalho de modifi caria suas funções, voltando-se para de equipe interdisciplinar. Neste sentido, era a comunidade. Seu diretor, ao longo dos dois um contraponto à internação e à segregação anos de experiência inovadora, foi Francis- do portador de transtorno mental. Uma expe- co Paes Barreto, uma das mais signifi cativas riência inédita até então e que incorporava a lideranças da reforma da política de saúde prática clínica em psicologia. Em 1971, o Am-

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bulatório Central Roberto Resende perdeu a rimental Integrado (Portaria Superge 132/80), a sua autonomia. A relação entre o ambulatório criação de uma equipe interdisciplinar em uma e o Hospital Psiquiátrico Raul Soares passou a enfermaria com um projeto psicoterapêutico ser questionada do ponto de vista das políti- que incluía atendimento ambulatorial e aten- cas públicas, em função de uma mudança na dimentos de famílias no mesmo espaço físico. composição política da FEAP, que deixou de Só então o ambulatório voltou a atuar de modo apoiar a prática psicoterapêutica ambulatorial a diminuir as reinternações, confi gurando um no âmbito da assistência psiquiátrica no Estado trabalho integrado com a enfermaria. No fi nal de Minas Gerais. Com o fi m desta experiência dos anos de 1980, o movimento da reforma de autonomia, o ambulatório voltou a integrar psiquiátrica em Minas Gerais questionou o bi- o Hospital Psiquiátrico Raul Soares. O papel nômio ambulatório/hospital, como alternativa que o Ambulatório Central Roberto Resende ao modelo hospitalocêntrico hegemônico, uma exerceu na assistência psiquiátrica em Minas vez que não alterava o ciclo de internação-al- Gerais abriu, no entanto, importante caminho ta-internação. Foram constituídos os serviços para se pensar o binômio ambulatório/hospital substitutivos ao hospital psiquiátrico desvin- psiquiátrico na história da reforma da política culados da FHEMIG e o Ambulatório Roberto de saúde mental mineira. Depois de 1971, os Resende manteve-se vinculado ao IRS, dando hospitais de agudos voltaram a ter seus am- continuidade a atividades psicoterapêuticas bulatórios anexos, que funcionavam apenas complementares à internação psiquiátrica. como portas de entrada para o sistema hos- pitalar. O ambulatório manteve-se no mesmo local físico, porém perdeu de vista seu projeto Referências psicoterapêutico e integrador. Apenas no fi nal BARRETO, F. P. “Evolução do conceito de assistên- dos anos de 1970, por ocasião do III Congres- cia psiquiátrica”. Revista Brasileira de Psiquiatria. so Mineiro de Psiquiatria (1979), realizado em São Paulo, v. 5, n. 2, jun. 1971. Belo Horizonte, que contou com a presença de BARRETO, F. P. “O ambulatório psiquiátrico”. Bo- Franco Basaglia e Robert Castel, a assistência letim Mineiro de Psiquiatria. Belo Horizonte, v. 6, ambulatorial voltaria a ser enfatizada. O poder p. 3-5, jul. 1981. público, por meio da Fundação Hospitalar do BARRETO, F. P. et al. “Relação ambulatório-hos- Estado de Minas Gerais (FHEMIG), sucessora pital em psiquiatria: relato e refl exões sobre uma da FEAP, foi interpelado pelos trabalhadores experiência”. Revista Brasileira de Psiquiatria. São de saúde mental e pela sociedade organizada Paulo, v. 6, n. 4, p. 123-126, dez. 1972. na forma dos sindicatos acerca de uma políti- BARRETO, F. P. et al. “Assistência psiquiátrica pública ca assistencial. Em relatório apresentado neste em Minas Gerais”. Revista do Centro de Estudo Gal- congresso, José R. Paiva Filho (superintendente ba Velloso. Belo Horizonte, v. 2, n. 4, jan./jun. 1971. hospitalar da FHEMIG) afi rmaria, como novo princípio diretor da política de assistência nos CICLO DE DEBATES, I. Reavaliação sobre os cin- hospitais psiquiátricos, a ênfase ao tratamento co anos de reestruturação da assistência psiquiá- ambulatorial. No início dos anos de 1980, du- trica no IRS: realidades e perspectivas: resumos. rante vários seminários organizados no IRS, foi Belo Horizonte: Instituto Raul Soares, 1985. apresentada uma proposta de reestruturação FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MI- psiquiátrica para aquela instituição, que foi im- NAS GERAIS; ASSISTÊNCIA PÚBLICA DE MI- plementada entre 1980 e 1985. Neste contexto, NAS GERAIS. Revista do Centro de Estudo Galba constatou-se que o Ambulatório Roberto Re- Velloso. Belo Horizonte, n. 5, jun./dez. 1979. sende restringira-se a ações basicamente me- GOULART, M. S. B. O ambulatório de saúde men- dicamentosas e tinha uma demanda excessiva. tal em questão: desafi os do novo e reprodução de Disso resultava um atendimento de baixa qua- velhas fórmulas. Dissertação (Mestrado em Socio- lidade. A partir da ocorrência de seminários logia). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo avaliativos, foi implementado o Módulo Expe- Horizonte, 1992.

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MORETZOHN, J. A. História da psiquiatria minei- 1862, o hospício foi transferido para um novo ra. Belo Horizonte: COOPMED, 1989. prédio, na Ladeira Tabatinguera, na Várzea do PAPROCKI, J.; RANGEL, E. “Alguns aspectos da Carmo, hoje Parque D. Pedro II. A preocupa- psiquiatria em Minas Gerais”. Revista do Centro ção incidia sobre a necessidade de ações dis- de Estudo Galba Velloso. v. 2, n. 4, jan./jun. 1971. ciplinares, sem comprometimento com ações RATI, R. M. S. Evolução histórica das políticas de de natureza terapêutica. A direção do hospício saúde mental em Minas Gerais: o caso Instituto no novo prédio continuou sob a guarda do Raul Soares. Belo Horizonte: UFMG, 1986. referido alferes. Permaneceram os problemas de superlotação, rebeliões e surtos de doenças. Maria Stella Brandão Goulart Com a nomeação para diretor do hospício de Frederico Alvarenga, fi lho do alferes, que fazia Flávio Durães críticas à condição de prisão do hospício, este não ingressou tampouco numa fase de ação médico-terapêutica, revestindo-se mais como „ Asilo Provisório de Alienados da Cidade instância de ação fi lantrópica. Somente com de São Paulo – 1852-1898 a nomeação, em 1896, de Francisco Franco da Rocha, o primeiro médico alienista a ingressar na instituição, o hospício passou a exercer uma O Asilo Provisório de Alienados da Cidade ação de ordem médico-terapêutica. Esse hos- de São Paulo foi criado, por lei provincial, em pício chegou ao fi m com a fundação do Hospí- 1848. Em 1851, foi aprovada uma nova lei, cujo cio do Juqueri, em 1898, por Franco da Rocha. objetivo era a implantação de um hospício cen- tral para toda a província. Assim, em 1852 foi inaugurado o hospício, na avenida São João, Referências nas imediações da avenida Ipiranga, conheci- ANTUNES, M. A. M. O processo de autonomiza- do mais tarde como Hospício Velho. As ações ção da psicologia no Brasil (1890-1930): uma contri- do hospício restringiam-se à reclusão, com a buição aos estudos em história da psicologia. Tese fi nalidade de excluir o louco das ruas da cida- (Doutorado em Psicologia Social). Pontifícia Univer- de. Sua direção coube a um alferes, Tomé de sidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1991. Alvarenga; seus funcionários eram em geral CUNHA, M. C. P. O espelho do mundo – Juquery, a negros libertos e egressos de prisões, que, por história de um asilo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. suas condições sociais, eram aqueles que acei- tavam a baixa remuneração e o serviço consi- Mitsuko Aparecida Makino Antunes derado aviltante e repugnante. Composto de sete aposentos, teve inicialmente seis internos, dentre os quais alguns criminosos. Em 1853 houve uma rebelião, que provocou o retorno „ Assistência a Psicopatas – 1927-1941 de muitos internos às prisões e o gradeamento Assistência a Alienados – 1903-1927 das janelas. Em 1859 já eram 39 internos, den- Assistência Médico-Legal aos Alienados – tre os quais negros alforriados e imigrantes 1890-1903 italianos; o número de homens era o dobro do número de mulheres. Além das rebeliões, muitas foram as epidemias que assolaram o Instituição pública federal dedicada à orga- hospício. Pelo incômodo à população da cida- nização da assistência a psicopatas, denomi- de, que crescia para além dos limites da região nação dada à época para pessoas com pertur- onde se encontrava o hospício, assim como o bações mentais no Brasil, foi fundada em 23 aumento da demanda por vagas, o governo de maio de 1927, por meio do Decreto 17.805, entendeu que era necessário ampliá-lo e levá- assinado por Augusto Viana do Castello, mi- lo para além do centro da cidade. Assim, em nistro da Justiça e dos Negócios Interiores

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do governo de Washington Luís. Em 1930, mo tempo que revigorava um dos elementos passou a integrar o Ministério da Educação e signifi cativos da legislação de 1903 – a expli- Saúde Pública, criado pelo então governo pro- citação de mecanismos legais de proteção visório. Seu objetivo era socorrer as pessoas à pessoa e aos bens do alienado –, concebia, que apresentavam distúrbios mentais e estu- de modo inovador, o estatuto da capacidade dar os problemas relativos à higiene mental e limi tada, ainda que este não tivesse se tornado à psicofi siologia, normal ou mórbida, aplica- uma prática judiciária. Sendo assim, a criação das às diversas atividades sociais, no intuito dessa instituição refl etia dois movimentos de fi xar os meios mais efi cazes de organizar complementares e articulados: de um lado, a a profi laxia das perturbações nervosas. His- necessidade de superar o esgotamento do mo- toricamente, a Assistência a Psicopatas foi o delo administrativo representado pelo hos- terceiro órgão federal brasileiro encarregado pício central superlotado, substituindo-o por de assistir a essa população específi ca. Veio colônias e outros serviços; de outro, trouxe à substituir a Assistência a Alienados, instituída cena um novo conjunto de determinações le- em 1903, por sua vez decorrente da Assistên- gislativas concernentes à relação entre justiça cia Médico-Legal aos Alienados, criada pelo e psiquiatria, que vinha se impondo a partir Decreto 206-A de 15/02/1890, primeiro órgão das exigências médico-periciais da psiquia- formulador de uma política assistencial na- tria forense na década de 1920. A Assistência cional nesse âmbito. Vinculada ao Ministério a Psicopatas no Distrito Federal era mantida do Interior, a Assistência Médico-Legal aos pela União por meio do Instituto de Psicopa- Alienados englobava o Hospício Nacional de tologia (destinado à admissão de enfermos Alienados e as Colônias da Ilha do Governa- suspeitos de perturbação mental, do Hospital dor (Conde de Mesquita e São Bento), tendo Nacional de Alienados), do Manicômio Judi- como objetivo socorrer os enfermos alienados, ciário do Rio de Janeiro, das colônias especiais nacionais e estrangeiros, que carecessem de para homens e para mulheres, assim como dos auxílio público, bem como os que, mediante asilos-colônias, para ébrios, epilépticos e atra- determinada contribuição, dessem entrada em sados mentais, que viessem a ser criados. Jun- seus hospícios. O órgão foi dirigido por João to aos estabelecimentos, com verbas expressa- Carlos Teixeira Brandão até 1897, quando este mente voltadas para esse fi m, foram abertos deixou também a cátedra de professor de Psi- serviços de assistência familiar, ambulatórios quiatria da Faculdade de Medicina do Rio de e serviços clínicos especialmente destinados Janeiro para dedicar-se à carreira política. Em à profi laxia das doenças mentais e nervosas, fi ns de 1903 e início de 1904, o então presiden- funcionando de acordo com instruções orga- te da República Francisco Rodrigues Alves e o nizadas pelo diretor-geral e aprovadas pelo ministro do interior J. J. Sea bra assi naram os ministro da Justiça. Em 1927, foi criado tam- Decretos 1.132 (22/12/1903) e 5.125 (01/02/1904) bém o Serviço de Assistência Social da Assis- para uma reorganização desse órgão público tência a Psicopatas, encarregado de apurar federal, criando-se assim a Assis tência a Alie- dados relativos à saúde anterior dos pacientes nados. Segundo Delgado, em as razões da recolhidos no Hospital Nacional de Aliena- tutela, tal reorganização trouxe à cena as ques- dos. Em 15 de agosto de 1932, foi criada a Se- tões dos direitos, da proteção da pessoa e bens, ção de Genealogia e Estatística da Assistência e o estatuto jurídico do alienado, articulando- a Psicopatas, sendo dela encarregado Cunha as à organização formal e administrativa dos Lopes. Provisoriamente instalada, a seção ini- estabelecimentos psiquiátricos e já propondo ciou seus serviços em dezembro de 1932, e, a criação de uma instituição para alienados conforme registramos os Anais da Assistência que se encontravam nas prisões. A criação da a Psicopatas daquele mesmo ano, teria como Assistência a Psicopatas, em 1927, se inseriu no suas atribuições realizar pesquisas genealó- contexto de nova reestruturação dos serviços gicas em todo o domínio da heredobiologia, assistenciais para doentes mentais. Ao mes- visando principalmente aos familiares de

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doentes mentais e de anormais psíquicos; am- ARQUIVOS do Serviço Nacional de Doenças pliar essa atividade de investigação a todos os Mentais. Rio de Janeiro: Serviço Gráfi co do Minis- estabelecimentos de assistência psiquiátrica, tério da Educação e Saúde, 1943. médico-legal e de repressão criminal do Distri- BRASIL. Decreto 5.148-A de 10/01/1927. Reorgani- to Federal; levantar estatísticas das causas da za a Assistência a Psychopatas no Distrito Federal. Coleção de Leis do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2007. desenvolvimento de caracteres sadios e à rege- BRASIL. Decreto 17.805 de 23/05/1927. Cria a Assis- neração da prole. A Assistência a Psicopatas tencia a Psychopatas. Coleção de Leis do Brasil. manteve como órgão de divulgação os Anais Disponível em: . Acesso em: 15 divulgar material didático sobre os insanos e dez. 2007. neuropatas recolhidos às instituições a ela vin- BRASIL. Decreto-lei 3.171 de 02/04/1941. Cria o culadas. Editado anualmente pela Imprensa Servi ço Nacional de Doenças Mentais (SNDM). Nacional, seu primeiro número, de 1932, pu- Cole ção de Leis do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2007. ano de 1931. O diretor geral do serviço, Walde- DELGADO, P. G. G. As razões da tutela. Rio de miro Pires, era também membro da comissão Janeiro: Te Corá, 1992. organizadora da publicação, composta ainda por Hélion Povoa e I. Costa Rodrigues. Foram ENGEL, M. G. Os delírios da razão: médicos, lou- cos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de encontrados os volumes editados em 1932, Janeiro: FIOCRUZ, 2001. (Coleção Loucura & Civi- 1936, 1939 e 1941. O volume de 1939, segundo lização.) a própria publicação, divulgava as atividades TEIXEIRA, M. O. “Nascimento da Psiquiatria no do ano de 1937, devido à reorganização dos Brasil”. Cadernos do IPUB, Rio de Janeiro: Instituto diversos serviços do Ministério da Educação de Psiquiatria da UFRJ, n. 8, 1997. e Saúde, a partir daquele ano, ocasionando a transferência das ofi cinas gráfi cas da Saúde Ana Teresa A. Venancio Pública para o Serviço Gráfi co do Ministério da Educação e Saúde. Assim, apenas em fi ns de 1939, por iniciativa de Adauto Botelho, foi publicado o exemplar correspondente às ativi- „ Associação Baiana de Psicólogos (ABAP) dades de 1937. No ano de 1941 foi lançado o – 1974-19?? número correspondente às atividades de 1939 e 1940. A extinção da Assistência a Psicopatas Criada em meados da década de 1970 – o ocorreu em 2 de abril de 1941, por meio do De- ano de registro em cartório é 1974, porém o creto 3.171, que a substituiu pelo Serviço Na- estatuto da associação foi publicado no Diário cional de Doenças Mentais (SNDM), dirigido Ofi cial do Estado da Bahia no dia 9 de maio de por Adauto Botelho. 1972 –, com o objetivo principal de congregar institucionalmente o grupo de psicólogos que Referências se formava em Salvador e proporcionar à cate- ANAIS DA ASSISTÊNCIA A PSICOPATAS. Rio goria fundamentação teórica e científi ca, uma de Janeiro: Imprensa Nacional, 1932 e 1936. vez que somente em 1968 foi criado o Curso de ANAIS DA ASSISTÊNCIA A PSICOPATAS. Rio Psicologia na Universidade Federal da Bahia de Janeiro: Imprensa Nacional, 1936. (UFBA). Estes profi ssionais psicólogos, que ANAIS DA ASSISTÊNCIA A PSICOPATAS. Rio permitiram o avanço da psicologia no estado de Janeiro: Serviço Gráfi co do Ministério da Educa- na época, eram formados em fi losofi a, medici- ção e Saúde, 1939. na ou pedagogia. Não possuíam ainda a for-

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mação especializada para exercerem a profi s- deres públicos, visando ao aperfeiçoamento do são de psicólogos, mas confi rmaram o exercício ensino da especialidade e à defesa dos interesses profi ssional e obtiveram, do MEC, registros que profi ssionais da classe; assessorar os órgãos de autorizavam o exercício da profi ssão de acordo pesquisa e educacionais, quando for para isto so- com a Lei 4.119/62. A ABAP originalmente foi licitada; articular-se com as demais entidades/as- uma associação profi ssional que assegurou um sociações, quando for para isto solicitada; articu- espaço para encontros e discussões sobre a pro- lar-se com as demais sociedades congênitas dos fi ssão e também viabilizou seu reconhecimento, outros estados e países; promover a publicação e na medida em que atendeu ao dispositivo do divulgação dos assuntos de interesse da classe. Ministério do Trabalho que exigia a organiza- Portanto, a ABAP teve o propósito de congre- ção de uma associação profi ssional como con- gar os psicólogos que estavam em atividade na dição para a criação do sindicato de psicólogos. Bahia. A criação da instituição contribuiu para Ao mesmo tempo, pode-se considerar a ABAP que a psicologia do estado prosperasse e a cate- uma associação científi ca, pois seus membros goria profi ssional alcançasse representatividade trouxeram para a Bahia novos conhecimentos. social. Após esse processo de desenvolvimento Esta associação, juridicamente, constituiu uma da profi ssão – por meio do suporte fornecido entidade de caráter civil de direito privado, por pela ABAP – implantou-se o Conselho Regional representar uma determinada categoria profi s- de Psicologia da 3ª Região, que assumiu o papel sional. Era mantida pelos próprios profi ssionais, até então desempenhado pela associação. por meio de uma mensalidade, e sua adminis- tração era realizada pelos seguintes órgãos: as- Referências sembleia geral, conselho deliberativo e diretoria. Esta última foi exercida (na primeira gestão) por: BELOV, M. das G. C. Entrevista concedida a Mab Amá- lia Alencar Sacramento de Souza. Salvador, ago. 2007. presidente, Antonio Rodrigues Soares; vice-pre- sidente, Eglê Vieira Duarte; primeiro secretário, BAHIA. Cartório de Registro de Títulos e Docu- Ana Maria Rocha da Silva; segundo secretário, mentos. Certidão de Registro da Associação Baia- Noemia Carvalho Miranda; primeiro tesoureiro, na de Psicólogos (ABAP). Arquivos do 1º Ofício de Maria das Graças Costa Belov; segundo tesourei- Registros de Títulos e Documentos. n. 3.018 do Li- ro, Giscele Ma os. Estes dirigentes tornaram-se vro A/28. Código do Ato: 24.015. Salvador, set. 2007. personagens relevantes para a sustentação da DUARTE, E. V. Entrevista concedida a Mab Amália associação. A comissão de fi nanças era compos- Alencar Sacramento de Souza. Salvador, jul. 2007. ta por: Amauri Pina, Maria Fernandes de Souza, BAHIA. Associação Baiana de Psicólogos (ABAP). Eduardo Messena e José Carlos Tourinho e Silva. Estatuto da ABAP. Diário Ofi cial do Estado. Salva- Já a comissão científi ca e de defesa profi ssional dor, 9 maio 1972. tinha como membros: Mercedes Cunha, Urania Maria Tourinho Perez, Aida Pustilnik de A. Viei- ra e Ruth Brasil Mesquita. Por fi m, dos nomes já Mab Amália Alencar Sacramento de Souza citados acima, na redação havia Aida Pustilnik de A.Vieira, Ruth Brasil Mesquita e Urania Maria Tourinho Perez. Além dos objetivos já citados, a „ Associação Baiana de Recuperação do ABAP teve outras fi nalidades previstas em seu Excepcional (ABRE) – 1974- estatuto, tais como: unifi car os psicólogos em ati- vidade no estado; incentivar o progresso e o de- senvolvimento da psicologia; zelar pelo exercício A ABRE localiza-se na rua Raul Leite, 93, da especialidade; organizar e promover congres- Vila Laura, Matatu de Brotas, Salvador-BA e sos, simpósios e reuniões científi cas periódicas; foi fundada em 12 de dezembro de 1974 por analisar os problemas específi cos no estado, bem Maria José Lobo, Heraldo Cidade e Eduardo como sugerir diretrizes e apresentar sugestões ao Sérgio Guimarães Teixeira da Silva, entre ou- setor da sua administração; atuar junto aos po- tros pais de pacientes. É uma instituição assisten-

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cial, de natureza fi lantrópica que, em convênio (AVD), de arquivos, de eletroencefalograma, mé- com o SUS, fornece assistência ambulatorial e dica, de psicopedagogia, de fonoaudiologia, de trabalhos multidisciplinares a crianças e ado- terapia ocupacional, de atendimento psicológico lescentes (até 15 anos) que apresentam difi cul- e duas de reabilitação. As atividades desenvolvi- dades no aprendizado devido a distúrbios e/ou das pelas psicólogas, incluem avaliações psicoló- síndromes na área de saúde mental. Foi criada gicas, que se caracterizam como um processo de em função da carência de entidades para este fi m investigação da demanda para acompanhamen- no Estado da Bahia. A instituição tem por obje- to psicológico, por meio de entrevista com os res- tivo reabilitar, tratar, escolarizar, prestar assis- ponsáveis e com as crianças, bem como aplicação tência social, assim como defender a cidadania de testes psicológicos. Se o paciente encontra-se das pessoas com defi ciências e/ou portadoras de no perfi l de atendimento da clínica, é inserido em necessidades educacionais especiais, promoven- grupos terapêuticos, atendimento individual e/ do sua inclusão social. Para tanto, conta com a ou suporte terapêutico às famílias. Os grupos te- atuação de profi ssionais nas áreas de psiquiatria, rapêuticos se constituem de cinco a 10 crianças e neurologia, psicologia, fonoaudiologia e terapia ocorrem uma vez por semana, com duração de ocupacional. A instituição muda de dirigente a quarenta minutos. Os atendimentos individuais cada três anos. Em 2008 teve como presidente acontecem também uma vez por semana, com Letícia Cristiane Viana Castro e como superin- duração de trinta minutos. Os suportes terapêu- tendente Maria José Lobo. Não existem publica- ticos familiares ocorrem mensalmente e/ou quin- ções institucionais, entretanto, há vários eventos zenalmente, de acordo com as necessidades dos realizados, tais como: seminários de reabilitação, pacientes. Casos que requerem terapia familiar campanha no âmbito estadual contra o abuso se- e/ou individual dos responsáveis pelas crianças xual de portadores de defi ciência, apresentação são encaminhados para instituições que realizam dos alunos dos cursos de teatro e dança, dentre esse tipo de trabalho. Os atendimentos semanais outros. A diretoria da instituição é composta por são registrados em fi chas de evolução, sendo ane- um superintendente, um presidente, um diretor xados aos prontuários, juntamente com os rela- técnico, um diretor administrativo e coordena- tórios elaborados trimestralmente e que são su- dores. A equipe técnica atual é composta por pervisionados pela diretoria médica. Segundo as cinco médicos, duas terapeutas ocupacionais, psicólogas desta instituição, o trabalho realizado quatro psicólogas, duas assistentes sociais, três é de fundamental importância para o sucesso do fonoaudiólogas, quatro auxiliares de enferma- projeto de inclusão social de acordo com a Lei Fe- gem, 13 reabilitadoras, uma coordenadora pe- deral 7.853, de 24/10/1989. Consideram também dagógica, uma instrutora de artes. A instituição de grande importância a divulgação do trabalho ocupa subsolo, solo e primeiro andar de um dos psicólogos em equipes multidisciplinares e edifício. No solo há uma recepção para os pais no contexto do SUS, bem como as limitações e das crianças, uma área ampla, uma secretaria/ possibilidades terapêuticas dentro das institui- arquivo, um sanitário para os pais, três salas de ções. Cumpre observar que a ABRE, tal como reabilitação, uma sala de ofi cinas, uma sala para o Centro de Logopedia e Psicomotricidade da atendimento psicológico, uma cozinha, uma des- Bahia e o Instituto Guanabara, têm em comum pensa e uma área verde inutilizada. No subsolo, a mesma superintendente, Maria José Calheira uma recepção, um banheiro, um quarto para os Lobo Teixeira da Silva. vigilantes noturnos e três salas de reabilitação. No primeiro andar está a recepção para aten- Referência dimento ambulatorial e assistência médica, um consultório de terapia ocupacional, um banheiro, SILVA, M. J. C. L. T.; CASAS, D. S. Entrevista con- um consultório médico, dois banheiros (um para cedida a Gabriela Neiva Orrico. Salvador, 11 e 16 jun. 2008. a equipe profi ssional e outro para os pacientes), salas para coordenação, para diretoria médica, de jogos cognitivos e atividades da vida diária Gabriela Neiva Orrico

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„ Associação Brasileira de Análise do e um de ética. Eram sócios, essencialmente, pro- Comportamento (ABAC) – 1981-1986 fessores e estudantes universitários e profi ssio- Associação de Modifi cação do nais ligados à prática clínica e educacional, que Comportamento (AMC) – 1974-1980 utilizavam como ferramenta básica a análise do comportamento. As reuniões de diretoria ocor- riam no Instituto de Psicologia da USP. Vários Depois da criação dos primeiros cursos de encontros científi cos foram abrigados pela PUC- Análise do Comportamento no Brasil, com a SP. Alguns encontros com convidados interna- consequente formação de profi ssionais pós- cionais (Fred Keller, Jack Michael, entre outros) graduados voltados para essa abordagem, ocorreram em auditório da FAPESP e em hotéis era necessária uma organização em torno de na cidade de Campinas. Personagens relevantes temas científi cos. A criação da Associação de para a Associação foram: Carolina Martuscelli Modifi cação de Comportamento (AMC), em Bori, Sergio Vasconcelos de Luna, Maria do Car- 1974, visava tornar possível o aprofundamen- mo Guedes, Rachel Rodrigues Kerbauy, Myrian to e a atualização dos conhecimentos até então de Oliveira Lima, Margarida Windholz, Maria obtidos, a difusão da prática dos profi ssionais Lucia Dantas Ferrara, Darcy Corazza, Lígia Ma- da abordagem, bem como a criação de publi- ria de Castro Marcondes Machado, Maria Hele- cações que tornassem perenes os avanços al- na Leite Hunziker, Maria Martha Hubner, Ana cançados. A AMC foi substituída em 1981 pela Lucia Cortegoso, Sonia Beatriz Meyer, Olavo Associação Brasileira de Análise do Compor- Galvão, João Cláudio Todorov, Marlise Apare- tamento (ABAC), por sugestão e orientação cida Bassani, Roberto Alves Banaco, Hélia Uti- de Carolina Martuscelli Bori, que, empenhada da, Raphael Cangelli Filho, Cristiano Nabuco, em dar força política à Sociedade Brasileira Denize Rozana Rubano, Mônica Tieppo Gian- para o Progresso da Ciência (SBPC), insistia faldoni, Roberta Gurgel Azzi, Regina Christina que as associações científi cas no Brasil conti- Wielenska, Lucia Cavalcanti de Albuquerque vessem o adjetivo brasileira em seus nomes. Da- Williams, Maria Amália Andery, Fátima Regi- dos os movimentos já observados internamente na Pires de Assis, Luiz Carlos de Freitas, Silvio dos profi ssionais, que viam a análise do com- Paulo Botomé e Tereza Maria Pires Sério. Duas portamento de uma maneira mais ampla do que publicações institucionais foram editadas ao propunha a modifi cação do comportamento en- longo de sua existência: a revista Modifi cação do quanto técnica de atuação, e as sugestões de Ca- Comportamento, por dois anos, quatro números, rolina Bori, uma assembleia de sócios aceitou a editada pela Hucitec, e os Cadernos de Análise do mudança do nome e do estatuto. A ABAC, como Comportamento (oito números entre 1976 e 1986). a AMC antes dela, foi uma sociedade científi ca No período, muitos eventos foram organizados mantida por sócios, profi ssionais e estudantes – alguns como atividades em eventos maiores por meio de contribuições anuais. Tinha por ob- como a SPRP e SBPC; outros como atividades jetivos reunir estudiosos da área em torno de ati- que a associação fazia realizar em diferentes ins- vidades científi cas – encontros, minicongressos tituições, como PUC-SP e USP. A ABAC, como a e publicações especializadas. Foram fundadores AMC antes, foi importante por dar início à orga- da AMC: Luiz Otávio Seixas Queiroz, Garry nização científi ca de analistas do comportamen- Martin, Hélio José Guilhardi e Carolina Mar- to no Brasil, e por ser responsável pela primeira tuscelli Bori. E foram seus presidentes – quando publicação específi ca da área em língua portu- se chamava AMC: Luiz Otávio Seixas Queiroz, guesa. Fortaleceu a então Sociedade de Psicolo- Garry Martin, Hélio José Guilhardi; quando gia de Ribeirão Preto – SPRP (atual Sociedade ABAC: Maria Lucia Dantas Ferrara, Luiz Carlos Brasileira de Psicologia – SBP), bem como a área de Freitas, Maria Amélia Matos. A diretoria foi da Psicologia na Sociedade Brasileira para o sempre exercida por um grupo que, além do pre- Progresso da Ciência (SBPC) por meio de orga- sidente, tinha ainda vice-presidente, dois secre- nização de eventos em encontros anuais dessas tários, um comitê de cursos, um de publicações instituições. Na SBPC chegou a ser uma subá-

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rea, tantos foram os trabalhos apresentados nos sede era na rua Bento Freitas). Foi gestada, em encontros científi cos por ela organizados. Desde 1949, com a chegada em São Paulo do doutor Só- 1991 até hoje, os analistas do comportamento no lon Spanoudis, médico formado em Viena, gre- Brasil têm na Associação Brasileira de Psicotera- go de nascimento, que emigrara com seu irmão pia e Medicina Comportamental (ABPMC) sua Theon Spanudis, quando este viera, a convite da mais representativa organização nacional, des- Sociedade Brasileira de Psicanálise, como psica- tinada a congregar pessoas interessadas no de- nalista didata. Em 1954, com o reconhecimento senvolvimento científi co e tecnológico da terapia do diploma de médico do doutor Sólon Spa- comportamental e cognitivo-comportamental, noudis, inicia-se seu trabalho como psiquiatra- da medicina comportamental e da análise do psicoterapeuta, médico psiquiatra do Serviço comportamento. Filiada à Association for Beha- de Higiene Mental do Estado de São Paulo, e a vior Analysis International (ABAI), a ABPMC formação de grupos de estudos de psiquiatria tem hoje duas publicações regulares: a Revista existencial, juntamente com o doutor Edu Ma- Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva chado Gomes, psiquiatra e professor da Escola (iniciada em 1999) e uma coleção de livros com Paulista de Medicina, primeiro psiquiatra a se trabalhos apresentados nos Encontros anuais referir ao movimento existencial em psiquia- intitulada Sobre Comportamento e Cognição. tria no Brasil. A partir dos contatos pessoais do Iniciada em 1996, esta coleção alcançou em 2007 doutor Sólon com o doutor Medard Boss e das um total de 20 volumes publicados. vindas deste ao Brasil, de 1970 até 1989 (última estada de Boss no Brasil), constitui-se o núcleo Referências inicial que dá origem à Associação Brasileira de MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO. São Pau- Análise e Terapia Existencial (ABATE) que, em lo: AMC, 1974-1975. maio de 1974, é reconhecida como a primeira LUNA, S. V. de. Entrevista concedida a Roberto associada da Internacionale Gessellscha Für Alves Banaco. São Paulo, ago. 2007. Daseinsanalyse de Zurich, Suíça. Na carta de aceitação e reconhecimento, o doutor Medard HÜBNER, M. M. Entrevista concedida a Roberto Alves Banaco. São Paulo, ago. 2007. Boss dá seu integral apoio e estímulo à associa- ção e sugere que em seu nome conste a palavra GUILHARDI, H. J. Entrevista concedida a Roberto Alves Banaco. São Paulo, ago. 2007. Daseinsanalyse, grafada no modo original para que, com os anos e os modismos incessantes, a CADERNOS DE ANÁLISE DO COMPORTAMEN- própria origem desta associação não viesse a se TO. São Paulo: AMC/ABAC, 1976-1986. perder. Assim, quatro meses depois de criada, a ABATE passou a chamar-se Associação Brasi- Roberto Alves Banaco leira de Análise e Terapia Existencial-Daseinsan- lyse (ABATED). Em 1977, seu nome é alterado ainda uma vez: Associação Brasileira de Dasein- sanalyse (ABD), fortalecendo a vinculação ao „ Associação Brasileira de Daseinsanalyse pensamento e à obra de Martin Heidegger. (ABD) – 1977- O Estatuto registrado sob o n. 17.466 no 7º Ofí- Associação Brasileira de Análise e Terapia cio de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Ca- Existencial-Daseinsanalyse (ABATED) – pital de São Paulo rege a associação como uma 1974-1977 entidade privada sem fi ns lucrativos, com a fi na- Associação Brasileira de Análise e Terapia lidade de associação profi ssional e estudos em psicologia e psiquiatria. É uma sociedade man- Existencial (ABATE) – 1974 tida pelos associados com o objetivo de estudar e desenvolver o pensamento de Martin Hei- Fundada em janeiro de 1974, é associação degger e, desde 2002, formar psicoterapeutas profi ssional e de formação, com sede na rua daseinsanalistas. Foram seus fundadores: Sólon Cristiano Viana, 172, São Paulo – SP (até 1981 a Spanoudis, Casimiro Angielczyk, Luis Antonio

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Weinmann, David Cytrynowicz e João Augus- ABD veio ampliando seu quadro associativo e, to Pompéia, e seus dirigentes: Medard Boss em 2002, alterou seu estatuto para incluir a for- (presidente de honra), Sólon Spanoudis (1974- mação de terapeutas daseinsanalistas nos mol- 1981), David Cytrynowicz (1981-1997) e Maria des da Associação Internacional. Criou então o Beatriz Cytrynowicz (desde 1997). Sua publica- Projeto Alcance que, sob supervisão dos mem- ção institucional é a Revista da Associação Brasi- bros efetivos da associação, oferece atendimen- leira de Daseinsanalyse. A associação promove e to psicoterapêutico gratuito para segmentos da participa de fóruns, congressos, encontros, com população que, por razões econômicas, a ele não o objetivo de estudar, desenvolver, divulgar a teria acesso. daseinsanalyse e conhecer a originalidade, atua- lidade e o impacto do pensamento heideggeria- Referências no na psicologia, psiquiatria e psicopatologia. Promove cursos e grupos de estudo acerca do CYTRYNOWICZ, M. B. “Palestra: Um pouco de pensamento fenomenológico existencial e reali- história”. In: 30 anos da Criação da Associação Bra- za traduções de obras ou artigos de interesse, su- sileira de Daseinsanalyse. São Paulo, 18 abr. 2004. pervisões clínicas, atendimentos psicoterápicos Mimeo. gratuitos voltados a quem não pode arcar com REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DA- os custos deste atendimento. A daseinsanalyse SEINSANALYSE. São Paulo: ABD, 1976-2002. como prática clínica de psiquiatria e psicologia está fundada na ontologia de Martin Heideg- Helio Roberto Deliberador ger, e tal posicionamento faz contraponto com as teorias psicológicas comprometidas com o modo de pensar metafísico, que propõe para a psicologia os modelos importados das ciências „ Associação Brasileira de Psicanálise exatas e biológicas. A associação trabalha com (ABP) – 1967- contribuições de seus sócios efetivos e de outros colaboradores, reconhecidos por suas pesquisas e estudos, especialmente convidados para troca Fundada em 6 de maio de 1967, durante a de informações, além de colaborar com a Asso- I Jornada Brasileira de Psicanálise, realizada ciação Internacional. Conta com um grupo dire- na Associação Paulista de Medicina (APM), em tivo composto pelo presidente, tesoureiro, secre- São Paulo. A ABP foi resultado da reunião de tário, diretor científi co, diretor de serviços e com quatro sociedades componentes (Sociedade Bra- seus membros associados. Promove encontros sileira de Psicanálise de São Paulo – SBPSP, So- regulares e assembleias, conforme previsto na ciedade Psicanalítica do Rio de Janeiro – SPRJ, legislação em vigor. A ABD foi o primeiro grupo Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de ofi cial de estudos e práticas clínicas de Daseinsa- Janeiro – SBPRJ e Sociedade Psicanalítica de nalyse no Brasil e na América Latina. Ao longo de Porto Alegre – SPPA), que são fi liadas à Inter- sua história, vem colaborando com o desenvol- national Psychoanalytical Association (IPA). Foi vimento da psicologia brasileira, na medida em dirigida inicialmente em 1967-1968 por Mário que agrega profi ssionais de psicologia e psiquia- Martins e Roberto Pinto Ribeiro. Em 1969, foi tria, colaborando com seu crescimento pessoal eleito o primeiro conselho diretor, tendo como e profi ssional enquanto psicoterapeutas, assimi- presidente Durval Marcondes. A primeira inicia- lando e desenvolvendo informações empí ricas tiva mais importante da ABP foi a organização de pesquisas em psicologia e medicina, bem de Congressos Brasileiros de Psicanálise, a cada como incorporando conhecimentos advindos dois anos, que vêm sendo realizados ininterrup- da fi losofi a e de outros modos de expressão tamente, sobre temas de repercussão científi ca, sensível do homem. Tudo isto para buscar com- clínica e social. Além disso, a ABP propiciou a preender o homem e cuidar dos desafi os da exis- retomada, em 1967, da publicação da Revista tência humana na sociedade contemporânea. A Brasileira de Psicanálise, cuja primeira edição fora

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lançada em 1927. Outra função importante da nálise, com duração de cinco anos, sem contar ABP é a publicação de Roster – relação de mem- a análise didática que se iniciaria no quarto ano, bros e candidatos, com endereço e telefone – dos sem data de término prefi xada. Apesar de pro- psicanalistas formados por suas sociedades posta no âmbito da ABP desde os anos de 1960, componentes. No entanto, o Roster demorou somente entre 1975 e 1979 a regulamentação da para ser publicado e atualizado de forma profi s- profi ssão de psicanalista foi apresentada ao Con- sional. Começou, de forma artesanal, nos anos gresso Nacional em seis projetos, sem qualquer de 1970, por cada sociedade, e somente no fi nal participação da ABP. A ABP teve um importante dos anos de 1980 ganhou um formato de publi- papel na argumentação contra todos estes proje- cação sistemática, reunindo todas as sociedades tos que, por não atenderem aos critérios de for- fi liadas. Desde então, a cada dois anos, é lançada mação psicanalítica, acabaram sendo arquiva- uma nova edição. A ABP tem ainda uma publi- dos. A partir da gestão de Wilson Amendoeira cação informativa: o ABP Notícias. A ABP tem (1999-2001), a ABP tem dedicado atenção espe- foro e sede na cidade do Rio de Janeiro, onde se cial a esta questão, reunindo-se com o fórum encontram os escritórios administrativos, os ar- de insti tuições psicanalíticas no Brasil fi liadas quivos históricos etc. Esta decisão institucional ou não à IPA. Hoje, a ABP é composta de cinco foi fruto de um acordo entre as três sociedades sociedades (acrescida a Sociedade Psicanalítica mais infl uentes dos anos de 1960 e 1970, a socie- de Recife – SPR) mais três sociedades provisó- dade de São Paulo e as duas sociedades do Rio rias (Sociedade Psicanalítica de Pelotas – SPPel, de Janeiro. Enquanto o Rio de Janeiro fi cou com Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Ale- a sede administrativa da ABP – funcionando na gre – SBP de PA e Sociedade Psicanalítica de Bra- avenida Nossa Senhora de Copacabana, 540, sília – SPB) e três grupos de estudos psicanalíti- sala 704 – Rio de Janeiro, São Paulo fi cou com a cos (de Ribeirão Preto, de Mato Grosso do Sul e administração da Revista Brasileira de Psicanálise. Rio de Janeiro-3). Os grupos de estudos são uma Na gestão de Leopold Nosek, entre 1991 e 1993, etapa institucional prévia e aguardam reconhe- houve uma profunda modifi cação institucional. cimento como sociedade de psicanálise. Foi feita uma reformulação dos estatutos no que se refere à forma de gestão na ABP, alterando de- cisivamente seu funcionamento: descentralizan- Referências do o poder do presidente e tomando decisões de GALVÃO, L. A. P. “Sobre o exercício da psicanálise: forma coletiva, levando em consideração todas uma nova profi ssão”. Revista Brasileira de Psica- as sociedades componentes, independentemen- nálise, v. 1, n. 2, p. 250-262, 1967. te de seu tamanho numérico ou sua infl uência LEVY, L. E. “ABP Perspectivas”. Revista Brasileira política. Além disso, esta mudança de exercí- de Psicanálise, v. 28, n. 3, p. 401-410, 1994. cio de poder implicou participação efetiva dos NOSEK, L. Álbum de família. São Paulo: Casa do membros de todas as sociedades fi liadas por Psicólogo, 1994. meio do voto direto para eleição das diretorias e, também, na realização dos Congressos Bra- PERESTRELLO, M. Encontros: Psicanálise. Rio de sileiros de Psicanálise. No caso dos congressos, Janeiro: Imago, 1992. o sistema anterior baseava-se em um sistema PERESTRELLO, M. História da Sociedade Brasi- de rodízio em que cada sociedade realizava o leira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Suas ori- congresso e a ABP dava seu endosso. Há uma gens e fundação. Rio de Janeiro: Imago, 1987. questão de caráter nacional que, em particular, SAGAWA, R. Y. A construção local da Psicanálise. deve ser destacada: a da profi ssionalização do Marília: Interior, 1996. psicanalista. Já no segundo número da Revista Brasileira de Psicanálise, Luiz de Almeida Prado SAGAWA, R. Y. Durval Marcondes. Rio de Janei- Galvão escreveu um importante artigo sobre a ro: Imago, 2002. nova profi ssão de psicanalista. Em particular, propôs a criação de uma Faculdade de Psica- Roberto Sagawa

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„ Associação Brasileira de Psicodrama e cial, promocional, recreativo e educacional, Sociodrama (ABPS) – 1970- sem cunho político ou partidário, e se mantém basicamente pelas mensalidades dos cursos de formação em psicodrama, tendo como obje- A ABPS tem como objetivo principal a for- tivos: organizar cursos, conferências, seminá- mação de psicodramatistas e a divulgação do rios, congressos, dentre outros relacionados psicodrama; presta serviços psicoterápicos com sua fi nalidade, difundindo o psicodrama e à comunidade, desenvolve projetos sociais e o sociodrama; promover a publicação de traba- educacionais. Foi fundada em 3 de dezembro lhos; manter biblioteca e arquivos especializa- de 1970 e continua desenvolvendo suas ativi- dos relacionados direta ou indiretamente com dades até hoje. Atualmente está localizada na sua área de atuação; promover o intercâmbio rua Eça de Queiroz, 220, Paraíso, São Paulo, SP. e participar de atividades com entidades afi ns; No contexto de sua criação está uma vivência treinar e aperfeiçoar profi ssionais e alunos fi lia- realizada em fevereiro de 1968 pelo psicodra- dos à ABPS; prestar atendimento psicoterápico matista Jaime G. Rojas Bermudez, em São Pau- à comunidade e assessoria na área de recursos lo, na clínica de Oswaldo Di Loreto e Michael humanos, mediante convênio com empresas, Schwazschild. Após a vivência, foi feita uma escolas e instituições. Foram seus fundadores, reunião entre os interessados em Psicodrama, conforme ata de fundação, Íris Azevedo, José no Hospital Público do Estado de São Paulo, D’Alessandro, Alfredo Soeiro, Sonia Pedrosa, que deu origem ao Grupo de Estudos de Psi- Bernardo Ackermann, Lucia Ackermann, Ma- codrama de São Paulo (GEPSP), fi liado à Asso- ria José Oliveira, Maria Tereza Soeiro, Maria ciação Argentina de Psicodrama e Psicoterapia Apparecida Stefanini, Maria Dolores Verri, Re- de Grupo, fundada por Jaime Bermudez. Maria gina Monteiro, Fantina Duarte, Ivete Coutinho, Alícia Romana, também integrante do GEPSP, Márcia Zane i, Maria Lucia D’Alessandro, Eli- foi a iniciadora, em 1970, da prática do Psico- zabeth Soeiro, Célia Florence, Annita Malufe e drama Pedagógico, atualmente denominado Amarylis Pontedeiro. José D’Alessandro, em Psicodrama Socioeducacional, que ampliou a 1975, criou a Biblioteca e o Instituto da ABPS, utilização do psicodrama para a educação, área departamento responsável até hoje pela pres- social, organizacional e institucional. É auto- tação de atendimentos à comunidade, e que ra de diversos livros e contribuiu na criação atualmente também oferece trabalhos na área e execução de projetos sociais, educacionais socioeducacional. Foi idealizador e diretor da e de formação de psicodramatistas na ABPS. Trupe de Teatro Espontâneo da ABPS, chama- O GEPSP organizou o V Congresso Internacio- da D’Aletribodrama. Compôs o corpo docente nal de Psicodrama e Sociodrama e o I Congres- até seu falecimento, em agosto de 2004. Cons- so Internacional de Comunidade Terapêutica ta nos arquivos da ABPS a publicação de dois em agosto de 1970, no Museu de Arte de São jornais: ABPS Hoje, no período de 1978 e 1979, Paulo (MASP), tendo como presidente Alfredo e O Protagonista, com seis edições no perío- C. Soeiro. Após este evento, Alfredo C. Soeiro, do de 1997 a 2001. A ABPS promove eventos Íris S. Azevedo e José M. D’Alessandro, que científi co-culturais, como palestras, vivências, integravam a coordenação do GEPSP e con- workshops, sessões de teatro espontâneo e psi- tribuíram para a organização do Congresso, codrama público, dentre outros. Destacam-se: fundaram a ABPS, visando, conforme a ata de Encontro Além das Máscaras, 1991, realizado fundação, formar psicodramatistas e difundir no SESC Pompeia, em comemoração aos 21 o psicodrama pela organização de atividades, anos da fundação da ABPS; as Semanas Cien- publicações científi cas e promoção do inter- tífi cas Culturais, que acontecem anualmente câmbio científi co com entidades congêneres desde 2001 em novembro e dezembro, por oca- nacionais e internacionais. De acordo com seu sião do aniversário da associação; as Jornadas estatuto atual, a ABPS é pessoa jurídica de di- da ABPS, que acontecem desde 1989, objetivan- reito privado, de caráter fi lantrópico, assisten- do a apresentação das monografi as dos alunos

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e outros trabalhos de psicodramatistas, docen- Referências tes e supervisores. Em seu calendário de even- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICODRAMA E tos, integra ainda na sua programação ativida- SOCIODRAMA. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2007. mês, além dos cursos de formação, extensão e ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICODRAMA núcleos de estudo e supervisão. A ABPS está E SOCIODRAMA. Ata de Fundação. São Paulo: organizada da seguinte forma: presidência; ABPS, 1970. cinco diretorias: (Administração e Finanças, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICODRAMA Eventos Culturais e Científi cos, Comunicação E SOCIODRAMA. Documentos de divulgação do e Divulgação, Ensino e Ciência e o Instituto arquivo. São Paulo: ABPS, 2007. Psicossocial e Educacional) e o conselho con- sultivo fi scal (composto por quatro sócios). ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICODRAMA E Todos os cargos da diretoria são eleitos em SOCIODRAMA. Estatuto. São Paulo: ABPS, 2005. assembleia geral. Nos cursos de formação, a ABPS atende profi ssionais gradua dos, que Maria Aparecida Fernandes Martin atuem nas áreas psicoterápica, educacional, social, organizacional e institucional. Por meio de seu instituto, oferece atendimento psicote- rápico individual e grupal a todas as faixas „ Associação Brasileira de Psicologia (ABP) etárias e desenvolve projetos educacionais e – 1978-1994 – 1999 (?) sociais para a comunidade, bem como para Associação Brasileira de Psicólogos – instituições. Seu corpo docente é formado por 1954-1978 profi ssionais autônomos, em sua maioria gra- duados em psicologia e pedagogia, especia- lizados em diversas áreas de atuação. Conta Fundada em outubro de 1954, em São Pau- também com uma estagiária de psicologia que lo, a partir da sugestão de Annita Marcondes atua no instituto. As atividades acontecem em Cabral, tendo em vista a criação do curso de uma casa com 11 salas, que são utilizadas para Psicologia na USP nesse mesmo ano, a Asso- as aulas e também para os atendimentos à co- ciação Brasileira de Psicólogos teve uma des- tacada infl uência na história da psicologia no munidade e realização de estágios, biblioteca, Brasil, em especial no contexto de regulamen- secretaria e sala para o instituto e recepção. tação da profi ssão. A ideia inicial era agrupar Além disso, existe uma área externa com pal- um restrito grupo de psicólogos, com forma- co coberto e uma área aberta para atividades ção acadêmica, interessados na regulamenta- sociais, totalizando aproximadamente 400 m2. ção da profi ssão no país. Dentre os fundado- Desde sua fundação, a ABPS teve como diri- res, destacam-se Arrigo Angelini, Oswaldo de gentes: Alfredo Correia Soeiro (1971-1972), Barros Santos e outros como: Carolina Martus- Maria do Rosário B. de Carvalho (1973), José celli Bori, Carlos Paes de Barros, Aniela Meyer Manoel D’Alessandro (1974-1975), Luiz Ma- Ginsberg, Ode e Lourenção Van Kolck, Theo- noel da Silva (1976), Amarilys Pontedeiro dorus Van Kolck e Dante Moreira Leite. Já em (1977-1980), Sergio Alves de Almeida (1981- fi ns dos anos de 1950 e início dos anos de 1960, 1982), Maria Regina Volpe (1983-1984), Vera algumas associações e sociedades de psicolo- Lucia Capuano (1985-1986), Rosa Lídia P. Pon- gia se engajaram no debate de uma série de tes (1987-1990), Antonio F. Pontes (1991-1992), questões, pois alguns segmentos da sociedade Angela Marly De Luca (1993-1996), Madalena brasileira entendiam que, no âmbito da psico- Cabral Rehder (1997-2000), Maria Aparecida terapia, a psicologia deveria ser subordinada Fernandes Martin (2001-2004), Gisele da Silva à medicina. Opinião, por exemplo, que era Baraldi (2005-2006) e Odaice Formagge Santos publicamente defendida por Nilton Campos, (2007-2008). médico psiquiatra e professor de psicologia da

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Universidade do Brasil, hoje Universidade Fe- – MG, abordou temas como: a criação de uma deral do Rio de Janeiro (UFRJ). Por conta de entidade nacional que coordenasse as ativida- tais restrições, a primeira proposta de regula- des das sociedades de psicologia; a defi nição mentação da profi ssão de psicólogo, elaborada do dia 27 de agosto como Dia do Psicólogo; pela Associação Brasileira de Psicotécnica (de- a regulamentação da Lei 5.766 (20/12/1971), pois, Associação Brasileira de Psicologia Apli- que criara o Conselho Federal de Psicologia cada – ABPA), em 1954, sofreu muitas objeções. (CFP) e os Conselhos Regionais; e a discussão Assim, a Associação Brasileira de Psicólogos, de questões de ordem prática referentes ao em conjunto com a Sociedade de Psicologia exercício da profi ssão, como por exemplo a de São Paulo e professores da USP, elaborou, aposentadoria. No III Encon tro Nacional das em 1958, um substitutivo ao projeto de regula- Sociedades de Psicologia, realizado de 3 a 5 mentação que tramitava na Câmara dos Depu- de junho de 1973 no Rio de Janeiro, as discus- tados, acompanhado por justifi cativa redigida sões enfatizaram a necessidade de realização por Dante Moreira Leite. Desse substitutivo, de eleições para a diretoria do CFP e a ques- que incluiu a expressão “solução de problemas tão da ética profi ssional. Em 20 de dezembro de ajustamento” para designar a prática clínica, de 1973, representada por seus presidente e resultou a Lei 4.119 de 27/08/1962. A Associa- vice-presidente, respectivamente Ode e Lou- ção Brasileira dos Psicólogos deu continuidade renção Van Kolck (que, na ocasião, foi eleita ao processo de regulamentação da profi ssão e, como membro suplente) e Theodorus Van com base no documento preparado por Oswal- Kolck, a Associação Brasileira de Psicólogos, do de Barros Santos, iniciou ampla discussão por convocação do Ministério do Trabalho e para a elaboração do anteprojeto do Código Previdência Social, participou da criação do de Ética Profi ssional. Tal documento foi discu- CFP, assim como da eleição indireta para a tido na assembleia geral dos sócios realizada primeira diretoria. Destaca-se que a atuação em julho de 1964, por ocasião da XVI Reunião da Associação Brasileira de Psicólogos não se Anual da Sociedade Brasileira para o Progres- restringiu ao Brasil. No plano inter nacional, fi - so da Ciên cia (SBPC), em Ribeirão Preto – SP, liou-se à International Union of Psychological e aprovado em 12 de julho de 1966 na assem- Sciences (IUPsy), representando essa organi- bleia geral realizada durante a XVIII Reunião zação no país. De fato, Aniela Meyer Ginsberg da SBPC em Blumenau – SC. Nessa reunião e Arrigo Angelini, no período de 1966 a 1972, houve a recomendação de que o código fosse representaram a Associação Brasileira de Psi- adotado por todos os psicólogos e que, enquan- cólogos nos Congressos Inter nacionais de Psi- to não se organizasse legalmente o Conselho de cologia organizados pela IUPsy. Além disso, a Psicólogos do Brasil, ou entidade congênere, Associação participou da organização do XIV caberia à Associação Brasileira de Psicólogos Congresso da Sociedade Interamericana de e às sociedades regionais de psicologia receber Psicologia, realizado em São Paulo de 14 a 19 denúncias a respeito do exercício da profi ssão de abril de 1973. Na gestão de Mathilde Ne- de psicólogo por pessoas sem o devido regis- der, que teve início em 1975, foi votada uma tro. Ainda com a perspectiva da regulamenta- alteração do estatuto e aprovada a mudan- ção do Conselho Federal e dos Conselhos Re- ça de nome para ABP. Tal decisão implicou gionais, a Associação Brasileira dos Psicólogos uma mudança estrutural expressiva, princi- promoveu três encontros nacionais. O I En- palmente a partir de abril de 1978, quando contro Nacional das Sociedades de Psicologia essa nova ABP foi efetivamente organizada. ocorreu em 13 e 14 de março de 1971, em São Pretendia-se formar uma federação que en- Paulo, tendo como temática a discussão de es- globasse as outras associações brasileiras de tratégias para a institucionalização dos órgãos psicologia. Houve a adesão das sociedades reguladores da profi ssão. O II Encontro Na- de psicologia de São Paulo, do Distrito Fe- cional das Sociedades de Psicologia, realizado deral e do Rio Grande do Sul, da Sociedade em 28 e 29 de janeiro de 1972 em Barbacena Mineira de Psicologia e da Associação Brasi-

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leira de Psicologia Aplicada. Posteriormente, MORAIS, S. T. P. Professores universitários e psicó- o número de sociedades agregadas passou a logos contam suas vidas. Tese (Doutorado em Psico- seis, com a entrada da Sociedade de Psico- logia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. logia de Mato Grosso do Sul. Todavia, essa PESSOTTI, I. “Dados para uma História da Psico- associação entre as diferentes associações e logia no Brasil”. Psicologia, ano 1, n. 1, maio 1975. sociedades não se desenvolveu muito. Em ar- PESSOTTI, I. “Notas para uma História da Psico- tigo publicado em fevereiro de 1990, Ode e logia no Brasil”. In: CONSELHO FEDERAL DE Lourenção Van Kolck já afi rmava que a ABP PSICOLOGIA. Quem é o psicólogo brasileiro. São estava atravessando período crítico. Alguns Paulo: Edicon, 1988. anos depois, Franco Lo Presti Seminerio, úl- timo presidente da ABP, encaminhou à Socie- RUBIANO, M. R. B. Apresentando a Sociedade dade Brasileira de Psicologia de Ribeirão Pre- Brasileira de Psicologia. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2007. o que levou a assembleia dos sócios dessa so- ciedade, por ocasião da XXIV Reunião Anual, THEOPHILO, R. Subsídios para a História da Psi- em 1994, a aceitar a condição de depositária cologia do Brasil. Disponível em: . Acesso cologia, a fi m de preservar sua importância e em: 10 ago. 2007. história. De qualquer forma, apesar da SBPRP VAN KOLCK, O. L. “Visão histórica da Psicologia ter incorporado a ABP em 1994, não é possível em São Paulo”. Arquivos Brasileiros de Psicologia, registrar com exatidão a data do fi m da insti- v. 42, n. 1, p. 155-160, 1990. tuição, pois no currículo La es do professor WEIL, Pierre. Manual de Psicologia Aplicada. Seminério consta sua condição de presidente Disponível em: . que a Associação tenha existido pelo menos Acesso em: 3 dez. 2006. até essa data.

Alexandre de Carvalho Castro Referências Lucia Ghiringhello ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA APLICADA. 40 anos de história. Rio de Janeiro: ABPA, 1989. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. “A Psi- „ Associação Brasileira de Psicologia (SBP) cologia no Brasil”. Psicologia, ciência e profi ssão. – 2005- Edição especial, dez. 1979. Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) – CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA – 6ª 1991-2005 REGIÃO. Uma profi ssão chamada Psicologia. CRP-06, 20 anos. São Paulo, 1994. Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto CUNHA, W. H. Entrevista com o professor Walter (SPRP) – 1970-1991 Hugo de Andrade Cunha. Entrevistadores: Cesar Ades, Marina Massimi, Roberto de Andrade Mar- tins. Campinas, maio 1990. Disponível em: . Florêncio de Abreu, 681, sala 1.104, Ribeirão Acesso em: 4 dez. 2006. Preto-SP, a Sociedade Brasileira de Psicologia é MATOS, M. A. “CAROLINA BORI: A Psicolo- sucessora legal da Sociedade de Psicologia de gia Brasileira como Missão”. Psicologia USP. São Ribeirão Preto, fundada no primeiro semestre Paulo, v. 9, n. 1, 1998. Disponível em: . Acesso em: sofi a Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP, 5 maio 2007. por movimento dos alunos, liderados por Ri-

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cardo Gorayeb e estimulados pela professora com sete membros. Seu público-alvo eram os Angela I. S. Rozestraten. Depois envolveu os profi ssionais, professores e estudantes de Psi- docentes da Faculdade de Medicina de Ribei- cologia e ciências afi ns. Tinha como funcioná- rão Preto – USP e da Faculdade de Filosofi a, rios as secretárias e auxiliares, em geral alunos Ciências e Letras de Ribeirão Preto, na época de psicologia, contratados para colaborar na Instituto Isolado da Secretaria da Educação e realização de congressos. Iniciou suas ações hoje na Universidade de São Paulo. Seu fecha- sem sede própria, utilizando-se de uma caixa mento deu-se na Assembleia Geral de Sócios postal dos Correios e dos endereços de seus realizada em 24/10/1991, quando se deliberou diretores para recebimento de correspondên- transformá-la em Sociedade Brasileira de Psi- cia e questões legais. Em 1984 adquiriu sede cologia (SBP), tornada então sua sucessora le- própria, onde funcionaram a secretaria e os gal. Como a SPRP, a SBP é sociedade científi ca arquivos da instituição. A SPRP teve represen- de caráter e direito públicos. Assim, em 2005, tantes em diversas regiões do país e as chama- teve seu nome alterado para atender a dispo- das “divisões”, que agrupavam profi ssionais sições legais vigentes, passando a chamar-se que atuavam na mesma área, entre elas: Divi- Associação Brasileira de Psicologia, embora são de Psicobiologia, Divisão de Psicologia do continue a usar SBP em seus eventos e publi- Desenvolvimento e Divisão de Modifi cação cações. A SPRP teve como mantenedores os do Comportamento. Ressalta-se sua relevân- sócios, que pagavam anuidade, e as contribui- cia para a emergência, institucionalização e ções de fundações e agências de fomento para expansão do campo da psicologia no Brasil, a realização das reuniões científi cas. E como pois foi a primeira sociedade de psicologia objetivo, promover o desenvolvimento da Psi- no Brasil que teve efetiva ação nacional, suas cologia como ciência e profi ssão. A primeira reuniões anuais se constituíam em importan- diretoria da SPRP foi composta por Reinier te fórum para congregação de profi ssionais e Rozestraten (presidente), João Cláudio Todo- estudantes. Na época de sua criação ainda não rov (1º vice-presidente de assuntos científi - existia a legislação que autorizava o funciona- cos), Angela Simões Rozestraten (2º vice-pre- mento dos conselhos de psicologia, e a 1ª vice- sidente de assuntos éticos), Ricardo Gorayeb Presidência de assuntos éticos zelava pela éti- (1º secretário), Zélia M. M. B. Alves (2º secre- ca no exercício profi ssional, até a criação dos tário), Lino de Macedo (1º tesou reiro) e Luiz conselhos. O fato de a Sociedade de Psicolo- Marcelino de Oliveira (2º tesoureiro). Quan- gia de Ribeirão Preto constituir-se, na prática, to à SBP, teve na primeira diretoria: Carolina numa sociedade científi ca de âmbito nacional Martuscelli Bori (presidente), Reinier Rozes- levou naturalmente à sua transformação em traten (1º vice-presidente), Luiz M. de Olivei- Sociedade Brasileira de Psicologia, SBP, sua ra (secretário-geral), Deusy G. de Souza (1º se- sucessora, mantendo-se a Reunião Anual de cretário), Maria Amélia Ma os (2º secretário), Psicologia, mas agora em diferente cidade a Heloisa H. F. Rosa (1º tesoureiro) e Célia M. cada ano. A SBP mantém também a publica- L. C. Zannon (2º tesoureiro). O principal even- ção de Anais dos Encontros, mas aproveitou os to promovido pela SPRP foi a Reunião Anual trabalhos apresentados a cada ano em duas de Psicologia, realizada ininterruptamente de publicações: os Cadernos, especialmente com 1971 a 1991, congregando profi ssionais e estu- debates metodológicos, e uma revista – Temas dantes de todo o país. Como publicação ins- em Psicologia. Esta, entretanto, passou em 2003 titucional editou os Anais das Reuniões Anuais a ser uma revista científi ca eletrônica semes- de Psicologia regularmente desde o I Encontro tral, aberta à submissão de artigos em fl uxo em 1971. Foi regida por estatuto e regimento contínuo, para avaliação cega por pareceris- interno, que sofreram ligeiras modifi cações tas. A SBP é entidade civil sem fi ns lucrativos ao longo dos anos, até seu encerramento. Seu e sem vinculações políticas, ideológicas ou re- nível máximo de decisão era a Assembleia Ge- ligiosas, tendo sua sede física no mesmo ende- ral de Sócios. Tinha uma diretoria executiva, reço da antiga SPRP, na cidade de Ribeirão

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Preto. Tem por fi nalidades: a) cola borar para o SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA. Atas desenvolvimento científi co e técnico do país; da Diretoria. São Paulo: SBP, 2001-2007. b) promover a pesquisa, o ensino e a aplicação SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA. Es- da Psicologia, objetivando o bem-estar huma- tatuto da Sociedade Brasileira de Psicologia. São no; c) promover e facilitar a cooperação entre Paulo: SBP, 1991. pesquisadores, profi ssionais e estudantes de SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA. Pro- Psicologia e áreas afi ns; d) defender questões gramas e comunicações científi cas das Reuniões de política científi ca e programas de desenvol- Anuais. São Paulo: SBP, 1991-2004. vimento científi co e técnico que atendam aos SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DE RIBEIRÃO reais interesses do país; e) defender os direi- PRETO. Atas da Diretoria. Ribeirão Preto/SP: SPRP, tos dos que ensinam e pesquisam, e dos que 1970-2001. trabalham na aplicação dos conhecimentos SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DE RIBEIRÃO PRE- psicológicos; f) zelar pela ética nas ativida- TO. Programas e resumos das Reuniões Anuais e des científi cas. Para cumprir tais objetivos, a Anais das Reuniões Anuais. Ribeirão Preto/SP: SBP realiza anualmente uma reunião de cará- SPRP, 1971-1991. ter científi co, promove atividades científi cas, culturais e de divulgação, e publica os anais Ricardo Gorayeb das reuniões anuais, revistas de psicologia e outros periódicos e catálogos. Interage com outras associações científi cas, formula pro- postas de políticas de desenvolvimento cientí- „ Associação Brasileira de Psicologia fi co para a psicologia e representa a psicologia Aplicada (ABRAPA) – 1993- junto a agências de fomento e órgãos gover- Associação Brasileira de Psicologia namentais. Tem como fontes de recursos para Aplicada (ABPA) – 1959-1993 sua manutenção: anuidades pagas pelos asso- ciados, valores recolhidos para inscrição nas Associação Brasileira de Psicotécnica – reuniões anuais e outros eventos, patrocínio 1949-1959 de empresas que façam divulgação durante os eventos promovidos e apoio recebido do A criação da Associação Brasileira de Psi- poder público, como incentivo à realização de cotécnica, em 2 de setembro de 1949, no Rio eventos científi cos. Tem como órgão máximo de Janeiro, ocorreu num momento em que a de deliberação a Assembleia Geral de Associa- psicologia começava a ser valorizada como dos. Tem ainda um conselho, constituído pelo instrumento para melhor formação de mão de presidente da associação, pelos ex-presidentes obra qualifi cada para a indústria. Nesse con- desde 1971, pelos associados honorários e por texto do início da industrialização no Brasil, cinco membros eleitos entre os sócios; e uma os testes psicotécnicos gozavam de grande diretoria, com sete membros: presidente, vice- prestígio como elemento de avaliação de inte- Presidente, secretário-geral, dois secretários e ligência e aptidão profi ssional. Por intermédio dois tesoureiros. de Emilio Mira y López, seu primeiro secretá- rio-geral (1949 a 1964), a instituição logo se fi liou à Associação Internacional de Psicotéc- Referências nica, desenvolvendo as primeiras atividades GORAYEB, R. Revista Ciência e Cultura. História voltadas para o estudo da seleção de moto- da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto, v. 41, ristas e o diálogo com o Congresso Nacional n. 910, p. 827-831, 1990. Brasileiro sobre projetos que diziam respeito à ROZESTRATEN, R. J. A. (Org.). Anais da XVIII psicotécnica. A atuação de Mira y López junto Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psico- à Associação Brasileira de Psicotécnica, aliás, logia. São Paulo: SBP, 1988. exemplifi ca o quanto essa instituição esteve

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imbricada ao Instituto de Seleção e Orientação paulistas. Esta suprimiu o termo psicoterapia, Profi ssional (ISOP), pois Mira era diretor des- concedendo ao psicólogo o direito de atuar na te, o que implicava o intercâmbio permanente clínica dentro do que se convencionou cha- de ideias, principalmente porque as mesmas mar de solução de problemas de ajustamento. pessoas eram integrantes de ambas as enti- Após a promulgação da Lei 4.119/62, a ABPA dades. Desde seus primórdios, então, sob a persistiu no empenho de fi scalizar a prática infl uência do ISOP, a Associação Brasileira de profi ssional. Assim, encaminhou ao MEC, em Psicotécnica estabeleceu como objetivo a luta 1966, outro anteprojeto de lei que visava, des- pela regulamentação da profi ssão de psicó- sa vez, criar o Conselho Federal e os Conse- logo. Nesse sentido, elaborou um minucioso lhos Regionais de Psicologia, sendo uma das anteprojeto de lei – estabelecendo a formação instituições que participou, com sugestões e regular do profi ssional – acompanhado de propostas, do complexo processo de criação um memorial que ressaltava a importância desses órgãos. Em virtude dessa ativa parti- da atuação da psicologia aplicada nos âmbi- cipação, o Ministério do Trabalho e Previdên- tos da escola, da clínica e do trabalho. Esse cia Social convoca associações de psicólogos material, tido como a primeira proposta para com personalidade jurídica própria, dentre regulamentar a profi ssão, foi encaminhado ao elas a ABPA (representada por Clovis Sten- Ministério da Educação (MEC) em novembro zel e Franco Lo Presti Seminerio), a se reuni- de 1953, reencaminhado com pequenas mu- ram para eleger, em 20 de dezembro de 1973, danças em 1957 (quando recebeu parecer fa- pelos votos de seus delegados, os membros vorável do Conselho Nacional de Educação) efetivos e suplentes do primeiro Plenário do e enviado ao Legislativo em março de 1958. Conselho Federal de Psicologia (CFP). A sigla Em abril de 1959, a Associação Brasileira de da instituição mudou no início dos anos de Psicotécnica mudou seu nome para Associa- 1990, quando se verifi cou que ABPA já estava ção Brasileira de Psicologia Aplicada (ABPA), registrada por uma entidade de propaganda. mas continuou a atuar segundo os mesmos A nova designação, ABRAPA, termo pelo qual propósitos, razão pela qual, em 1961, man- a Associação Brasileira de Psicologia Aplicada teve contatos com outras associações, tam- passou a ser conhecida, foi ofi cializada em 19 bém pioneiras no movimento da psicologia de maio de 1993 com o registro de seu esta- no Brasil: a Sociedade de Psicologia de São tuto, não estando, entretanto, relacionada a Paulo e a Associação Brasileira de Psicólogos qualquer alteração de ordem política ou epis- (dirigida então pela professora Carolina Mar- temológica, porque correspondia apenas à ne- tuscelli Bori). Estas duas instituições haviam cessidade de atender a um aspecto legal. Em apresentado um substitutivo ao Anteprojeto mais de meio século de história, a ABRAPA de Lei 3.825/1958 do MEC, que possibilitou investiu na divulgação da psicologia aplicada, a efetiva regulamentação da profi ssão de psi- em diversos congressos, encontros e eventos, cólogo, por meio da Lei 4.119 de 27/08/1962. dentre os quais se destacam: I Seminário Lati- As idas e vindas desses anteprojetos podem no-Americano de Psicotécnica (1955); VI Con- ser explicadas pelo fato de que a primeira gresso Interamericano de Psicologia (1959); proposta, apresentada no início dos anos de I Seminário Brasileiro de Ergonomia (1974); 1950, determinava como uma das atividades I Encontro Nacional de Psicólogos (1977); e o profi ssionais a atuação na área clínica. Como V Seminário Anual Interdisciplinar (1999) – alguns segmentos do governo e da sociedade alusivo à comemoração dos seus 50 anos. No entendiam que o psicólogo deveria se limitar caso do Congresso da SIP realizado no Rio de a ser um assistente técnico, tendo sua atuação Janeiro de 16 a 21 de agosto de 1959, merece supervisionada por um médico, estabeleceu- destaque o fato de ter sido o primeiro realiza- se um obstáculo que somente foi transposto do na América do Sul. Na ocasião, Lourenço com a proposta substitutiva das associações Filho presidiu a comissão diretora dos traba-

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lhos e, na solenidade de abertura, afi rmou que scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S0103- os trabalhadores da psicologia nas Américas 65641998000100009&lng=es &nrm=iso>. Acesso em: deveriam fazer de sua disciplina um instru- 5 maio 2007. mento útil ao desenvolvimento das nações, ao ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA entendimento entre os homens, e, com isso, à APLICADA (ABPA). 40 anos de história. Rio de Ja- conquista de melhores níveis de vida social. neiro: ABPA, 1989. A associação criou duas publicações institu- THEOPHILO, R. Subsídios para a história da Psi- cionais: o Boletim da Associação Brasileira de cologia do Brasil. Disponível em: . Acesso ABPA: Notas e Notícias (lançado em março de em: 10 ago. 2007. 1972). A divulgação dos trabalhos científi cos, no entanto, era feita revista Arquivos Brasilei- Alexandre de Carvalho Castro ros de Psicologia Aplicada, inicialmente lançada Elizabeth da Silva de Alcântara como Arquivos Brasileiros de Psicotécnica e pos- teriormente Arquivos Brasileiros de Psicologia, publicação do ISOP criada em 1949, que atual- mente é publicada pelo Instituto de Psicologia „ Associação Brasileira de Psicologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (ABRAPSO) – 1980- Além de Mira y López e Manoel Bergström Lourenço Filho (presidente de 1951 a 1964), A insatisfação de um grupo de pesquisa- vários outros nomes relevantes para a psicolo- dores da América Latina propiciou discussões gia brasileira estiveram presentes na história em congressos da Sociedade Interamericana da ABRAPA, como João Carlos Vital (dire- de Psicologia (SIP) sobre a inadequação do tor da Fundação Getúlio Vargas e o primeiro modelo de psicologia social predominante presidente, de 1949 a 1951), Antonio Gomes em seus países e o reconhecimento da neces- Penna (presidente de 1964 a 1966), Antonius sidade de mudanças teóricas, metodológicas Benkö (presidente de 1966 a 1968), Franco Lo e na prática da psicologia. Em 1979, o grupo Presti Seminerio (presidente de 1973 a 1979), brasileiro, liderado por Sílvia Lane, esteve Yonne Moniz Reis (presidente de 1979 a 1982) reunido durante a realização do seminário e Fany Malin Tchaicovsky (presidente de 1982 Psicologia Social e Problemas Urbanos, ocor- a 1998). rido na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), para o qual foi convi- Referências dado Aroldo Rodrigues, então presidente da Associação Latino-americana de Psicologia MALUF, M. R. “A Participação de Psicólogos Social (ALAPSO). Os presentes consideraram Brasilei ros na Sociedade Interamericana de Psico- necessário criar uma associação que represen- logia: Contribuições e Perspectivas”. Revista Inte- tasse os pesquisadores brasileiros na ALAPSO ramericana de Psicología/Interamerican Journal e em outras associações internacionais. Cons- of Psychology, Porto Alegre, v. 38, n. 2, p. 323-332, tituiu-se, assim, uma comissão provisória 2004. que, em reunião do grupo em 10 de julho de MOURA, M. L. S. Entrevista concedida a Elizabeth 1980, durante a 32ª Reunião Anual da Socie- da Silva de Alcântara. Rio de Janeiro, 15 jun. 2007. dade Brasileira para o Progresso da Ciência TCHAICOVSKY, F. M. Entrevista concedida a Eli- (SBPC), ocorrida na Universidade do Estado zabeth da Silva de Alcântara. Rio de Janeiro, 27 ago. do Rio de Janeiro (UERJ), propôs a criação 2007. da Associação Brasileira de Psicologia Social MATOS, M. A. “CAROLINA BORI: A Psicolo- (ABRAPSO). Esta é uma associação científi - gia Brasileira como Missão”. Psicologia USP. São ca, civil, sem fi ns lucrativos e sediada juridi- Paulo, v. 9, n. 1, 1998. Disponível em:

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vos de: a) garantir e desenvolver as relações uma associação efetivamente nacional, com entre pessoas dedicadas ao estudo, ensino, uma rede dinâmica de seções regionais. Ao investigação e aplicação da psicologia social; longo dos anos de 1990, muitos abrapsianos se b) propiciar a difusão e o intercâmbio de in- engajaram na institucionalização de diversos formações sobre o desenvolvimento de traba- programas de pós-graduação relacionados à lhos de interesse para o desenvolvimento da psicologia social e fortaleceram a presença das psicologia social; c) organizar conferências e propostas da ABRAPSO na produção científi ca cursos e promover a publicação de trabalhos brasileira na área. Por outro lado, seus objetivos de interesse para o desenvolvimento da psico- sofreram algumas alterações nos seus quatro logia social. Sua estrutura organizativa é for- sucessivos estatutos. O primeiro deles, datado mada por uma diretoria nacional – localizada de 1981, foi aprovado em Salvador (Bahia), du- normalmente na instituição do presidente —, rante a 33ª Reunião Anual da SBPC, o se gun do pelas vice-presidências regionais e pelas coor- em 1986 durante a 38ª Reunião Anual da SBPC denadorias dos núcleos, todos eleitos durante realizada em Curitiba (Paraná), o terceiro em as assembleias gerais da associação. Existem 1995, durante o VIII Encontro Nacional de Psi- três categorias de associados: fundadores, ti- cologia Social realizado em Fortaleza (Ceará) tulares e estudantes. A diretoria inicial provi- e o esta tuto atual foi aprovado em assembleia sória, com o mandato de um ano, foi compos- geral extraordinária, ocorrida na UERJ, em ta por: Marília de Oswald de Andrade, Silvia 2006. Este não propôs maiores modifi cações Tatiana Maurer Lane, Roberto Malufe, Bronia ao Estatuto, antes, objetivou adaptá-lo à legis- Liebesny e Wanderley Codo. Foram ainda in- lação vigente, facilitar o processo de aprova- dicados os seguintes representantes regionais: ção de novo Estatuto e ordenar de forma mais Dirceu Pinto Malheiros (Nordeste), Georgina adequada seus diferentes temas. De acordo Silva (Minas Gerais), Marcos G. Araújo (San- com ele (e, portanto, com o de 1995), são fi nali- ta Catarina), Julio Figueiredo (Rio de Janeiro), dades da ABRAPSO: a) congregar pessoas que conforme a ata de fundação da associação. As se interessam pelo desenvolvimento da psico- primeiras presidências (Sílvia Maurer Lane, logia social no Brasil; b) garantir e desenvolver 1981- 1983 e Ângela Maria Caniato, 1983-1987) as relações entre pessoas dedicadas ao estudo, buscaram desenvolver características próprias ensino, investigação e aplicação da psicologia à psicologia social no Brasil. Entendia-se que em uma perspectiva social no Brasil; c) propi- estas versariam sobre aspectos psicossociais ciar a difusão e o intercâmbio de informações da população brasileira, em uma perspectiva sobre o desenvolvimento do conhecimento crítica e transformadora, e levariam ao apro- e prática da psicologia social; d) promover a fundamento de métodos de intervenção psi- integração da psicologia com outras áreas do cossocial comprometidos com a emancipação conhecimento que atuem em uma perspecti- e autonomia das camadas sociais menos favo- va social crítica; e) incentivar e apoiar institu- recidas. Essa proposta atraiu muitos psicólo- cionalmente o desenvolvimento de ações no gos profi ssionais e principalmente professo- campo social e comunitário. Com eleições a res universitários, não só de Psicologia, mas cada dois anos, a ABRAPSO teve entre suas também de outras áreas engajados na crítica direções — nacionais, regionais e de núcleos — à desigualdade social no Brasil. Entretanto, pessoas comprometidas com a psicologia social a ABRAPSO ainda era uma associação quase brasileira. Atualmente, ocupa-se de sua capila- que exclusivamente do Sudeste e do Sul. Nos rização, entendendo que as propostas abrap- anos 80, houve uma tentativa de ampliar o nú- sianas devem vir da base dos interessados em mero de associados e de integrar à associação psicologia social que, portanto, devem estar pessoas comprometidas com as propostas da presentes em núcleos. Neste sentido, dedica-se ABRAPSO em diversas regiões do país. Essa prioritariamente às regiões Norte, Nordeste e integração progressiva tornou a ABRAPSO Centro-Oeste, onde seu funcionamento ainda

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era restrito a poucas pessoas. Seu público-alvo „ Associação Brasileira de Psicoterapia de é constituído por professores, pesquisadores, Grupo (ABPG) – 2002- profi ssionais, estudantes e trabalhadores so- Associação Brasileira de Psicoterapia ciais interessados na promoção da psicologia Analítica de Grupo (ABPAG) – 1963-2002 social no Brasil, caracterizando-se por ser uma perspectiva em psicologia em que múltiplos olhares voltados para o “social” são aceitos, Fundada em 1963, durante a II Jornada Bra- sileira de Psicoterapia de Grupo, em São Paulo, buscando-se que permaneçam em constante é entidade sem fi ns lucrativos, da iniciativa pri- diálogo. A associação é mantida pelas anuida- vada, com autonomia administrativa e fi nan- des dos sócios, pela venda de seu periódico — ceira, segundo seus estatutos datados de 31 de que é gratuito aos sócios — e pelo que arrecada outubro de 1987. É uma associação nacional de em seus eventos. Além do periódico Psicologia sociedades e centros de estudos sobre os proces- & Sociedade, publicação quadrimestral disponí- sos psicológicos em grupos, psicoterápicos ou vel na base SciELO e bem avaliada pela CAPES não. Tem sede itinerante, que muda a cada dois desde o período em que Cleci Maraschin, da anos, de acordo com a unidade da federação UFRGS, foi sua editora, a ABRAPSO também em que reside o presidente da associação. Até publica livros, anais de seus eventos científi cos o dia 8 de junho de 2002 chamava-se ABPAG e nacionais e regionais e boletins informativos, tinha por objetivo congregar as sociedades de sendo anais e boletins ultimamente divulgados psicoterapia analítica de grupos do Brasil. Por em seu site, www.abrapso.org.br. Os Encontros decisão tomada em assembleia, sob a primeira Nacionais de Psicologia Social, realizados a gestão de Jair Franklin de Oliveira (2000-2001), cada dois anos, são o principal evento científi co seu nome foi mudado para ABPG, em função que a Associação promove e são coordenados da alteração de objetivos, visto que passou a pela diretoria nacional. Além disto, a ABRAP- congregar todos aqueles que trabalham com SO apoia eventos de entidades afi ns bem como grupos, sejam de fundamentação psicanalítica ou outra orientação teórica. A ideia norteadora os de seus núcleos e regionais, e alguns destes passou a ser fortalecer o movimento grupote- promovem regularmente encontros desde sua rápico de uma maneira geral. Oriunda de um criação. No XIV Encontro Nacional, ocorrido grupo de membros que, em sua maioria, fez no Rio de Janeiro em 2007, foram premiados os formação grupoanalítica, análise pessoal em melhores trabalhos em psicologia social, tanto grupo, supervisão e curso teórico de orientação artigos de graduação quanto dissertações e te- analítica, trabalhou com grupos analíticos em ses, estas últimas sendo publicadas numa cole- consultório, no serviço público, nas empresas e ção intitulada Prêmio Abrapso. na educação, a ABPAG priorizava inicialmen- te o trabalho com orientação psicanalítica, o Referências que lhe conferiu o nome. Tinha objetivos mui- to semelhantes aos que hoje possui a ABPG: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA SO- esti mular o intercâmbio científi co entre as so- CIAL. Ata da reunião de fundação da ABRAPSO. ciedades de psicoterapia de grupo no Brasil; Rio de Janeiro: UERJ, 1980. promover e difundir a psicoterapia de grupo ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA no Brasil, como método profi lático e terapêu- SOCIAL. Estatuto da ABRAPSO. Rio de Janeiro: tico; estimular a produção científi ca ligada à UERJ, 2006. psicoterapia de grupo; promover a divulgação BOMFIM, E. M. et al. ABRAPSO: 25 anos de uma de trabalhos científi cos ligados à psicoterapia histórica construção psicossocial. Psicologia e So- de grupo por meio da publicação periódica ciedade (no prelo). de uma revista, a Revista da ABPAG (publica- da em Ribeirão Preto, SP), sendo seu primeiro Ana Maria Jacó-Vilela número datado de 1989. Sete números foram

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editados com o nome da ABPAG e um com o Segundo informações colhidas em entrevista, nome da ABPG. A ABPG também veicula arti- a ABPG teve como presidente David Zimmer- gos on-line e planeja uma revista eletrônica. mann, seguindo-se no cargo Luiz Alberto Py Congrega associações, tais como: Centro de (1986-1987); Waldemar José Fernandes (1988- Estudos, Atendimento e Pesquisa em Grupos 1989 e 1996-1997), em cuja primeira gestão se (CEAPEG), RS; Sociedade Paulista de Psicote- elaboraram estatutos, ata de fundação, regi- rapia Analítica de Grupo (SPPAG); Núcleo de mentos, duas revistas, Jornada e Congresso e, Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das na segunda, reorganizou-se a edição dos nú- Confi gurações Vinculares (NESME); Sociedade meros 3, 4, 5 e 6 da Revista da ABPAG; Fernando de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado Angerami (1990-1991); Jorge Luiz Veschi (1997- de São Paulo (SPAGESP); Sociedade de Psicote- 1998), com a edição do número sete da Revista; rapia Analítica de Grupo de Campinas (SPAG Luiz Querolim Neto (1999-2000); Jair Franklin Campinas); Sociedade de Psicoterapia Analíti- de Oliveira Junior (2000-2001 e 2002-2004), com ca de Grupo de São José do Rio Preto (SPAG a edição da Revista número 8, criação do site da Rio Preto); Centro de Estudos de Psicotera- Associação e troca de nome para ABPG; Carla pia Analítica de Grupo de Franca SP (CEPAG Penna (2004-2005) e Luiz Carlos Lafont Coro- Franca); Sociedade de Psicoterapia Analítica de nel (2006). Não há informações sobre as outras Grupo de Pernambuco (SPAG PE); Centro de gestões ou precisão quanto a datas. A ABPG é Estudos em Psicoterapia Analítica de Grupos mantida pelas sociedades a ela fi liadas e pelos do Pará (CEPAG Pará); Grupo de Psicoterapia congressos promovidos. Ainda segundo infor- de Juiz de Fora — Barbacena (GPA JF); Socieda- mações colhidas em entrevistas com Waldemar de de Psicoterapia Analítica de Grupo do Esta- J. Fernandes e Carla Penna, a ABPG vem per- do do Rio de Janeiro (SPAG E. RIO); Sociedade dendo força institucional. de Psicanálise GRADIVA – RJ (SPAG RJ). E, já dentro dos novos estatutos da ABPG, Grupos Referências de Florianópolis e Instituto Abuchaim – RS. A PENNA, C. M. P. A. Entrevista concedida a Vilma ABPG promove o Congresso Brasileiro de Psi- Rangel. Rio de Janeiro, 19 nov. 2006. coterapia de Grupo, que tem como um de seus FERNANDES, W. J. Entrevista concedida a Vilma objetivos a associação e troca entre as afi liadas. Rangel. Rio de Janeiro, 11 jun. 2006. Embora a proposta fosse realizá-lo a cada dois PY, L. A. Entrevista concedida a Vilma Rangel. Rio anos, promovendo simultaneamente a eleição de Janeiro, 11 jun. 2006. da nova diretoria, o encontro de âmbito nacio- RANGEL, V. A psicoterapia de grupo com funda- nal ocorreu em Gramado (1998), Rio de Janeiro mentação psicanalítica — um rosto carioca. Disser- (1999), Águas de Lindoia (2001) e Campinas tação. (Mestrado em Psicologia Clínica.) Pontifícia (2002). Desde então, os encontros vêm rarean- Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1966. do, tendo o último acontecido em 2007 em Por- to Alegre, sede atual da instituição. Em 1991, Vilma Rangel realizou-se no Brasil o I Encontro Luso-Brasi- leiro, por iniciativa do NESME. Depois ocorreu o I Encontro Luso-Brasileiro de Saúde Mental, graças à Federação Latino-Americana de Psico- „ Associação Brasileira para Superdotados terapia Analítica de Grupo (FLAPAG). Assim, (ABSD) – 1978- a ABPG, além do Congresso Brasileiro, passou a copromover o Congresso Luso-Brasileiro de Psicoterapia de Grupos, alternando a realiza- A ABSD é uma sociedade civil, sem fi ns ção entre Brasil e Portugal. O evento de 2005 lucrativos, de natureza técnico-científi ca, fun- foi realizado em Portugal e o de 2007 em Porto dada no Rio de Janeiro em 9 de maio de 1978. Alegre, junto com o Congresso Brasileiro de Tem como objetivos reunir esforços, realizar Psicoterapia de Grupo promovido pela ABPG. pesquisas e formar recursos humanos no to-

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cante ao fenômeno da superdotação. O con- publicadas no boletim técnico-científi co PRÓ- ceito de superdotado se aplica aos indivíduos PENSAR, da própria ABSD. Ainda por sua que se situam acima da média das pessoas em vinculação à UERJ, a Associação realizou o relação a uma habilidade relevante. Sua cria- Programa Experimental de Desenvolvimento ção foi uma proposta do professor João Bina Instrumental (PEDI) para atendimento de por- Machado aos professores que, junto com ele, tador de altas habilidades (PAH), um projeto organizaram o II Seminário Nacional sobre pioneiro no Brasil vigente entre 1983 e 1986. Educação de Superdotados, realizado em 1976 Seus efeitos de longo prazo foram avaliados na Universidade do Estado do Rio de Janeiro por um follow-up, realizado entre 1997 e 2001. (UERJ), pelo Departamento de Estudos Espe- Um outro estudo longitudinal, chamado DES- cífi cos da Faculdade de Educação, em parceria TAQUE, foi realizado por meio de um progra- com o Ministério da Educação (MEC). A ABSD ma de atendimento a alunos com destaque teve como primeiro diretor o próprio Macha- acadêmico, tendo como objetivos registrar e do, no período de 1979 a 1982, e funcionou documentar dados referentes à formação do durante grande parte de sua história no 12º indivíduo superdotado no Brasil, visando andar da UERJ, alternando salas na Faculda- apoio à pesquisa científi ca do fenômeno. No de de Educação desta universidade até 2005. esforço para suprir a demanda de serviços Os primeiros anos foram de planejamento e voltados aos PAHs, ao longo de sua história, a estruturação interna. A Associação nunca con- ABSD manteve um fórum com palestras sobre tratou funcionários, os serviços eram realiza- altas habilidades e inteligência, além de ofi ci- dos por alunos de graduação, por participan- nas de orientação e atendimento às famílias. tes de cursos de extensão, por seu conselho Tais ações buscavam promover uma melhor técnico e por seus associados. A Asso ciação integração do superdotado à sociedade, bem se manteve com pequenos patrocínios, como como o desenvolvimento de seus talentos. a contribuição de sócios colaboradores e com Cabe registrar a falta de consenso teórico e a recursos do MEC para viagens e realização de complexidade do tema. Em 1995 a nomencla- congressos. Ao longo de sua história, a ABSD tura superdotado foi substituída por portador realizou 11 seminários nacionais: São Paulo de altas habilidades, por ser este termo menos (1979), Porto Alegre (1981), Salvador (1983), gerador de preconceito e mitifi cação, segun- Belo Horizonte (1985), Curitiba (1987), Belém do a visão de alguns membros da associação. (1989), Goiânia (1991), Vitória (1994), Rio de A ABSD realizou diversas parcerias com esco- Janeiro (1996), Brasília (1998) e Porto Alegre las públicas e particulares. Na década de 1990, (2000). Em cada estado em que realizou se- empreendeu consultoria e supervisão à Secre- minário, fundou uma secional da Associação. taria de Educação do Município do Rio de Ja- Por falta de recursos materiais, as secionais neiro e ao Instituto Helena Antipoff . Também foram perdendo força até serem desativadas nesse período, realizou parceria com a Dire- ou reformadas, dando origem a outras or- toria de Ensino Preparatório e Assistencial do ganizações. O vínculo da ABSD com a UERJ Ministério do Exército para o Projeto de De- possibilitou a participação em diversos pro- senvolvimento de Potencialidades (PRODEP), jetos e programas ligados às Sub-Reitorias de ação de âmbito nacional realizada entre 1994 Graduação, de Pós-Graduação e Pesquisa e de e 2003. O PRODEP consistia em acompanhar, Extensão e Cultura. Durante a gestão da pro- por um período de dois anos, grupos de alu- fessora Marsyl Bukool Me rau (1997 a 1999), nos na faixa etária de 12 a 15 anos, realizan- a Associação atuou na criação do primeiro do um trabalho de educação metacognitiva, curso de especialização em Altas Habilida- estímulo e reconhecimento, e de valorização des do Brasil. As monografi as do curso foram de potenciais próprios e coletivos, desenvol-

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vendo a criatividade, autoestima, autocom- fi ssional em Ciências da Reabilitação; Mestrado preensão e cooperação dos participantes. Em Acadêmico em Neurociências e Reabilitação, e 2005, com a aposentadoria da professora Met- pesquisa sênior para doutorado e pós-doutora- trau, a Associação deixou de ter sede na UERJ. do de universidades públicas. Os cursos de ex- A ABSD permaneceu sem atividades até 2007, tensão são, atualmente, em Psicologia Cultural e quando iniciou o processo de sua reativação Reabilitação e em Interações, Desenvolvimento na Universidade Salgado de Oliveira (UNI- e Criatividade, ambos destinados a graduandos VERSO), na cidade de Niterói, no Estado do dos cursos de Psicologia e Artes. Possui um Cen- Rio de Janeiro, coordenada pela própria Met- tro de Desenvolvimento de Equipamentos Hos- trau. pitalares e Tecnologia (Equiphos-CTRS), que desenvolveu a cama-maca, utilizada em toda Referências a rede. A instituição foi o primeiro hospital do NOVAES MIRA, M. H. Boletim histórico. Rio de Ja- Distrito Federal a incluir psicólogos na equipe, neiro: Associação Brasileira para Superdotados, 1990. percorrendo, desde a década de 1970, os campos PRÓ-PENSAR. Boletim técnico-científi co da ABSD. da psicologia da saúde, da psicologia clínica, da Rio de Janeiro: Associação Brasileira para Superdo- psicologia do desenvolvimento, da psicologia tados, 1998-2001. social e das neurociências. Foi também pioneira ao criar um programa de residência multipro- Thiago Ferreira dos Santos fi ssional em saúde no início da década de 1980. Marcelo de Almeida Ferreri A participação do psicólogo na equipe de rea- bilitação favorece o processo de enfrentamento da doença/defi ciência e adesão ao tratamento, de reintegração social, com base no modelo de „ Associação das Pioneiras Sociais – Rede atenção integral à saúde. Além disso, facilita a Sarah de Hospitais de Reabilitação – 1991 atuação em equipe e o processo de comunicação Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek — entre paciente, família e equipe de reabilitação. Fundação das Pioneiras Sociais – 1960-1991 O psicólogo tem contribuído na normatização e padronização de instrumentos de avaliação e Fundada em 1960, como Centro de Reabilita- reabilitação neuropsicológica. Com a expansão ção Sarah Kubitschek – Fundação das Pioneiras e o aumento de complexidade da Rede Sarah, Sociais, em 1991 foi transformada em Associa- a equipe de psicologia passou a atuar em todas ção das Pioneiras Sociais – Rede Sarah de Hospi- as unidades hospitalares de desenvolvimento tais de Reabilitação (Lei 8.246/91). A Rede Sarah, tecnológico, ensino e pesquisa. Essa equipe de criada a partir da experiência desenvolvida no psicólogos atua também na equipe interdisci- Centro, foi concebida com o objetivo de prestar plinar das áreas de reabilitação, neurociências, assistência interdisciplinar pública em saúde na desenvolvimento tecnológico, bioengenharia, área da reabilitação e de desenvolver pesquisa, recursos humanos, pesquisa, formação de pro- tecnologia e formação de recursos humanos. fi ssionais, ensino e orientação no programa de É composta por oito hospitais, um Centro In- pós-graduação da Rede Sarah, além de realizar ternacional em Neurociências e Reabilitação e promoção científi ca por meio de visitas técnicas, um Centro de Formação e Pesquisa, com cur- participação em congressos, eventos, cursos, pu- sos de pós-graduação e extensão. Os cursos de blicações nacionais e internacionais. pós-graduação são: Especialização em Ciência de Reabilitação; Especialização em Psicologia Lúcia Willadino Braga Cultural e Reabilitação Infantil; Mestrado Pro- Ligia Maria do Nascimento Souza

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„ Associação de Assistência ao Excepcional Referências do Paraná – 1975- CENTRO ESPECIALIZADO DE HABILITAÇÃO Associação de Assistência ao Psicopata PROFISSIONAL MERCEDES STRESSER. Admi- nistração. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2007. Fundada em 27 de junho de 1958 na cidade PARANÁ. Diário Ofi cial do Estado, 3.597. Lei de Curitiba – Paraná por um grupo de senhoras 9.705/1991. Curitiba, 12 set. 1991. da Liga Católica, liderado por Dalila de Castro Lacerda. Tinha como fi nalidade amparar meno- Janira Siqueira Camargo res considerados retardados e doentes mentais. Em 10 de abril de 1961, juntamente com a Liga das Senhoras Católicas de Curitiba, fundou a Es- „ Associação de Pais e Amigos do cola Mercedes Stresser, que tinha como objetivo Excepcional (APAE) – 1954- dar atendimento ao excepcional defi ciente men- tal treinável e educável. Foi denominada Asso- ciação de Assistência ao Excepcional do Paraná Fundada no Rio de Janeiro, em 11 de de- em 18 de agosto de 1975, no entanto o que ofi cia- zembro de 1954, por professores e pais preo- lizou tal mudança foi a Lei 9.705, de 11/09/1991. cupados com a educação das crianças que ti- É considerada entidade de utilidade pública vessem algum problema de adaptação à escola municipal (Lei 3.434, de 30/12/1968), estadual regular, destacando-se Beatrice Bemis e Hele- (Lei 6.251, de 20/11/1971) e federal (Lei 96.747, na Antipoff , dentre outras. A APAE é uma ins- de 21/09/1988), sem fi ns lucrativos. Possui uma tituição assistencial destinada ao cuidado e diretoria composta por presidente, primeiro e educação de crianças excepcionais. O termo segundo vice-presidentes, primeiro e segundo excepcional foi cunhado por Helena Antipoff , secretários, primeiro e segundo tesoureiros, um em 1934, para se referir àquelas crianças que conselho fi scal, além de profi ssionais especia- apresentavam alguma diferença com relação à lizados para as atividades desenvolvidas pela média. A escolha do termo se deve a, no come- associação. O diretor atual é Quintiliano Macha- ço do século XX, essas crianças serem chama- do Ne o. A Associação é mantenedora da Escola das por nomes pejorativos como anormais, imbecis, idiotas etc. Segundo o Estatuto da Fe- Mercedes Stresser e promove ações necessárias deração Nacional das APAEs de 1962, consi- para que esta se viabilize, se consolide e dê con- dera-se excepcional a pessoa que desvia, para tinuidade aos seus objetivos. Fica localizada na cima ou para baixo do nível médio dos indiví- rua Augusto Stellfeld, 1.190, bairro Bigorrilho, duos, em relação a uma ou várias característi- Curitiba – PR. A instituição é a primeira a dar cas físicas, mentais ou sensoriais, de forma a atendimento a pessoas com defi ciência mental constituir um problema especial com referên- fora dos hospitais psiquiátricos no Estado do cia à sua educação, desenvolvimento e ajusta- Paraná, por isso se constitui em um marco em mento social. Em março de 1955, a Sociedade termos do desenvolvimento da psicologia no Pestalozzi do Brasil colocou à disposição parte estado. Atualmente conta com quatro psicó- de seu prédio, localizado na rua Visconde de logos, que têm como atividades: a) avaliações; Niterói, 1.450, bairro da Mangueira, Rio de Ja- b) grupos de atendimento à sexualidade e de neiro – RJ, para que ali se instalasse uma esco- preparação para inserção no mercado de traba- la para crianças excepcionais. Esta foi a sede lho; c) expedição de laudos e encaminhamentos, provisória da primeira unidade da APAE. sempre que necessário; d) atendimento aos alu- Neste espaço foram instaladas duas classes es- nos, famílias, professores e à comunidade, num peciais com cerca de vinte crianças em cada. sistema de rede. A fundação da APAE ocorreu num momento

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em que a preocupação com a educação dos ex- gregando como fi liadas as APAEs e outras en- cepcionais se fazia cada vez mais presente, tidades congêneres. Caracteriza-se por pro- não apenas pelo movimento de pais, professo- mover a educação de excepcionais, que de res, médicos e psicólogos, mas também nas outra forma estariam à margem do sistema políticas públicas. Desde sua criação, o objeti- educacional regular. É mantida por doações e vo da APAE é promover a educação e a inclu- por convênios com os governos municipais, são social de crianças e jovens excepcionais. estaduais e federal. No fi nal de 1962, os diri- Para realizar tal intento, oferece aos alunos gentes de 12 das 16 APAEs então existentes não apenas a educação formal, como a obtida (Caxias do Sul, Curitiba, Jundiaí, Muriaé, Na- em escolas regulares, mas também acompa- tal, Porto Alegre, São Leopoldo, São Paulo, nhamento e atendimento médico, psicológico, Londrina, Rio de Janeiro, Recife e Volta Re- fi sioterapêutico, fonoaudiológico etc. Entre seus donda), participaram em São Paulo da primei- fundadores destacam-se Beatrice Bemis, Olí- ra Reunião Nacional de Dirigentes Apaeanos, via Pereira, La-Faye e Cortes, Helena Anti- presidida pelo psiquiatra Stanislau Krynsky. poff , Helena Dias Pereira Carneiro e Alaíde Desta reunião participaram também familia- Tibo. Beatrice Bemis, assim como Helena res de excepcionais. Pela primeira vez no Bra- Anti poff , eram estrangeira. A primeira era sil, as famílias puderam levar ao movimento procedente dos Estados Unidos, onde ajudara suas experiências como pais e, em alguns ca- a fundar outras entidades semelhantes à sos, também como técnicos na área. Das publi- APAE, além de ser membro do corpo diplo- cações da APAE destacam-se a revista Men sa- mático norte-americano e mãe de uma criança gem da APAE, editada a partir de janeiro de com síndrome de Down. Já Helena Antipoff 1963 (com periodicidade anual a partir de era russa, tendo feito sua formação em Psico- 2006), o Boletim da Federação Nacional das APAEs, logia na Universidade de Genebra, trabalhado publicado a partir de março do mesmo ano, na Maison de Petits, onde fora assistente de com periodicidade mensal, e os Anais das reu- Edouard Claparède. As APAEs se multiplica- niões nacionais dos dirigentes apaeanos, ocor- ram por todo o Brasil e, um tempo após sua ridas a partir de junho de 1963. Além destas, criação, surgiu a necessidade de se criar uma há também a revista educativa Amigos da federação que congregasse todas as unidades. APAE e a revista APAE Ciência. Dentre os Em 10 de novembro de 1962, foi criada a Fede- even tos promovidos pela instituição se encon- ração Nacional das APAEs. Esta funcionou tra o Congresso Nacional das APAEs, que durante vários anos em São Paulo, no consul- ocorre bienalmente em uma das unidades fe- tório do psiquiatra Stanislau Krynsky, sendo derativas, nos anos ímpares. Foi realizado posteriormente transferida para Brasília – DF. pela primeira vez no Rio de Janeiro, no perío- O primeiro presidente da Federação foi Anto- do de 11 a 13/07/1963. Até hoje totalizam-se 22 nio Clemente Filho (1963-1965) seguido de congressos realizados. Outros eventos são a Antonio Simão dos Santos Figueira (1965- Olimpíada Nacional, contando com 17 edi- 1967), José Cândido Maes Borba (1967-1977), ções até 2004, e o Festival Nossa Arte, que teve Justino Alves Pereira (1977-1981), Elpidío sua quinta edição em 2003. Cada entidade da Araújo Neris (1981-1987), Nelson de Carvalho APAE, mesmo submetida à regra da federa- Seixas (1987-1991), Flávio José Arns (1991- ção, goza de um grau considerável de autono- 1995), Eduardo Luiz Barbosa (1995-1999), Flá- mia, com liberdade para realizar seus próprios vio José Arns (1999-2001), Luiz Alberto Silva empreendimentos e iniciativas. O espaço físi- (2001-2003, reeleito para gestão 2003-2005), co das APAEs varia de local para local. Suas Eduardo Luiz Barros Barbosa (2005-2007). instalações são semelhantes às de uma escola A Federação Nacional das APAEs é uma socie- regular, com o acréscimo de salas onde se dade civil, fi lantrópica, de caráter cultural e prestam os atendimentos de caráter clínico. educacional com duração indeterminada, con- Ao longo dos anos tornou-se uma das institui-

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ções para educação de excepcionais de maior rando o direito à educação de qualidade e ao abrangência no Brasil. Além da Federação Na- trabalho, tendo como propósito a inclusão cional, a APAE contava em 2006 com 21 federa- social; o Programa Nacional de Autossusten- ções estaduais e com 202 conselhos regionais, tação, que é composto de campanhas e proje- responsáveis por tomar decisões e iniciativas tos, realizados pela Federação Nacional das referentes às regiões que estão sob sua gerên- APAEs, com a fi nalidade de gerar recursos fi - cia. Conta com aproximadamente 200 mil vo- nanceiros; e o Programa Nacional de Proteção luntários e 2 mil unidades presentes em muni- à Gestante-Pré-Natal, cujo objetivo fundamen- cípios de todo o país, propiciando atendimento tal é a redução da morbimortalidade materno- educacional a mais de 230 mil excepcionais. infantil e outros agravos que possam acometer Desde sua criação, a APAE mantém com a psi- mães e fi lhos, caracterizando-se como um pro- cologia um profícuo diálogo, de tal forma que grama preventivo. a participação do psicólogo em seus quadros funcionais confi gura-se como indício do papel Referências desta instituição para a regulamentação da profi ssão de psicólogo no país. Uma persona- ANTIPOFF, O. Entrevista concedida a Sérgio Do- gem importante na história da APAE foi a psi- mingues. Belo Horizonte, 16 ago. 2006. cóloga russa Helena Antipo ff . Ela considerava ANTONINI, I. G.; LOURENÇO, E. “O ilia Braga que somente um movimento social genuíno Antipoff ”. In: CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicio- de pais e amigos teria fôlego e força para in- nário biográfi co da Psicologia no Brasil: Pioneiros. fl uenciar os governos e a sociedade em prol Rio de Janeiro: Imago; Brasília: CFP, 2001. dos excepcionais. A APAE, ao longo dos mais ASSISTÊNCIA ao excepcional. Jornal Mensageiro de cinquenta anos de sua existência, criou es- Rural. Belo Horizonte, ago. 1962. Suplemento, p. 3. colas, centros de reabilitação, centros de pro- fi ssionalização etc. Hoje luta em prol da inclu- CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA são, considerando que não é a pessoa HELENA ANTIPOFF. Boletim do Centro de Do- excepcional que deve mudar para ser aceita, cumentação e Pesquisa Helena Antipoff . Ibirité, mas sim a sociedade que deve se adaptar para n. 1, 1981. Disponível em: . Acesso em: 10 Federação Nacional das APAEs são: o Projeto jun. 2006. Águia, que visa contribuir para a qualifi cação ESTATUTO DA FEDERAÇÃO NACIONAL DAS do atendimento à pessoa portadora de defi ci- APAEs. São Paulo: [s.n.], jul. 1991. ência, assim como na melhoria da capacidade gerencial das unidades e instâncias do movi- FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAES. Disponí- mento, com programas de desenvolvimento vel em: . Acesso em: técnico, institucio nal e gerencial; o APAE Edu- 22 set. 2006. cadora: A Esco la que Buscamos, conjunto de FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAEs. Fede ra ção ações pedagógicas e educacionais, tendo APAEs do Rio Grande do Sul, um pouco da história como ponto de partida a construção de uma do movimento das APAEs. Disponível em: . Aces- com todas as pessoas portadoras de defi ciên- so em: 10 jun. 2006. cia mental, dentro de uma perspectiva de es- SOUZA, I. M. “Helena Dias Pereira Carneiro”. In: colarização para a vida, visa mostrar os cami- CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co nhos que se devem seguir para garantir a da Psicologia no Brasil: Pioneiros. Rio de Janeiro: independência, a autorrealização e o desen- Imago; Brasília: CFP, 2001. volvimento pleno das potencialidades do por- tador de defi ciência mental, sua felicidade, a participação da família/comunidade, assegu- Sérgio Domingues

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„ Associação de Psicodrama de São Paulo tica psicodramática e pelo padrão ético dessa (SOPSP) – 2005- prática; divulgar junto à comunidade em geral Sociedade de Psicodrama de São Paulo o psicodrama e suas práticas; promover traba- (SOPSP) – 1970-2005 lhos nas áreas de saúde e educação da comuni- dade com vistas ao cultivo da ética e construção da cidadania. A SOPSP oferece cursos de intro- Fundada em 15 de dezembro de 1970, em dução e de formação em Psicodrama, dirigidos São Paulo-SP, a SOPSP é a mais antiga entida- a estudantes e profi ssionais das áreas da saú- de ligada ao psicodrama que continua atuante de, educação e outras, interessados no trabalho dentro do movimento psicodramático bra- com pessoas e grupos na perspectiva da trans- sileiro. A partir de 2005, atendendo ao novo formação pessoal-profi ssional. A formação em Código Civil, teve que mudar o nome para psicodrama pode ter o foco psicoterápico para Associação de Psicodrama de São Paulo, mas médicos e psicólogos, ou o foco socioeducacio- continua a usar a sigla que a tornou conhecida nal, para outros profi ssionais de nível superior no país e no exterior. Com expressiva repre- que também trabalham ou estejam interessa- sentatividade, a SOPSP, fi liada à Federação dos em trabalhar com pessoas e grupos. São Brasileira de Psicodrama (FEBRAP), participa três os níveis de formação oferecidos. O nível de todas as manifestações e atividades liga- I, em convênio com a Pontifícia Universidade das ao psicodrama dentro e fora do Brasil. Já Católica de São Paulo (PUC-SP), é oferecido formou centenas de psicodramatistas, entre como curso de pós-graduação lato sensu; ao psicólogos, médicos e outros profi ssionais da concluir este curso, o profi ssional recebe o tí- saúde e da educação. Publicou quatro núme- tulo de psicodramatista. O nível II é dirigido ros de Psicodrama: Revista da Sociedade de Psi- aos profi ssionais que concluíram o nível an- codrama de São Paulo, três na década de 1970, terior, formando-os psicodramatistas didatas. um em 1992. Seus associados têm publicado O nível III é dirigido àqueles que concluíram inúmeros livros e artigos sobre psicodrama e o nível II e, ao término, o profi ssional recebe o psicologia. O SOPSP tem colaborado na or- título de psicodramatista didata supervisor. A ganização dos Congressos Brasileiros de Psi- Coordenação Pró-Educação Continuada (CO- codrama, do Congresso Ibero-americano de PEC) é o órgão da SOPSP que, além do curso Psicodrama e do Congresso Internacional de de Introdução ao Psicodrama e dos cursos de Psicodrama de Grupo. Realiza diversos even- Formação em Psicodrama níveis II e III, orga- tos: Jornadas Internas, Quartas em Ação e Ca- niza e oferece a todos os interessados eventos fés Psicodramáticos. Sua sede em São Paulo de educação continuada. O Centro de Atendi- situa-se na rua Eça de Queiroz, 220. Trata-se mento em Psicodrama (CAPSI) é um outro ór- de uma associação civil sem fi ns lucrativos, gão que cuida dos serviços prestados à popu- de utilidade pública municipal, que tem por lação pelos seus associados, tanto em termos objetivos: promover e divulgar estudos e de assistência psicoterápica como socioedu- pesquisas para o desenvolvimento do psico- cacional e organizacional. O Centro de Es- drama e áreas afi ns; promover o intercâmbio tudos do Relacionamento (DAIMON) é um de experiências e o congraçamento entre os parceiro da SOPSP, em cuja sede também são associados; promover a legitimação da plura- realizados atos sociopsicodramáticos aber- lidade do pensamento e das formas de ação tos à população. A estrutura político-admi- no âmbito do psicodrama; manter relações de nistrativa da SOPSP é inspirada no modelo intercâmbio com entidades congêneres, na- parlamentarista, no qual a diretoria executiva cionais ou estrangeiras; promover a formação cuida de questões administrativas e a câmara e o aperfeiçoamento de profi ssionais da área de representantes avalia questões do âmbito por meio de vivências, maratonas, palestras e político e da conformidade de projetos com cursos; zelar pela qualidade crescente da prá- os objetivos da Associação. Todos os associa-

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dos em pleno gozo de seus direitos formam „ Associação de Psicologia de São Paulo a assembleia geral. A diretoria executiva é (ASPSP) – 2004- composta por seis membros: presidente, vice- Sociedade de Psicologia de São Paulo presidente, secretário, tesoureiro, diretor de (SPSP) – 1945-2004 comunicação e diretor suplente. A câmara de representantes é composta por 12 membros. O fundo social da SOPSP é consti tuído, basica- Antiga SPSP, entidade científi ca que com o mente, de contribuições periódicas dos sócios, nome de sociedade fundou-se em São Paulo de rendas provenientes de atividades sociais no dia 9 de novembro de 1945, mantendo, des- e de doações de seus associados. A lista de de então, suas atividades ininterruptamente. Foi a primeira no país a reunir associados fundadores da SOPSP é extensa e consta em devotados à psicologia. Em outubro do ano seu site. A lista de personagens importantes de 1945, a professora Annita de Castilho e da SOPSP seria ainda maior, pois seus mem- Marcondes Cabral, da então Faculdade de Fi- bros entendemos que, independentemente do losofi a, Ciências e Letras da Universidade de tamanho da colaboração de cada associado, São Paulo, reuniu em sua casa um grupo de todos são corresponsáveis pela sua história, professores e outros profi ssionais da área de todos são coautores e codiretores de sua tra- psicologia, com o objetivo de organizar uma jetória. No entanto, a título ilustrativo, apre- sociedade para o cultivo dessa ciência e de sentamos aqui apenas alguns associados que suas aplicações. Para essa reunião foi convi- contribuíram e que continuam contribuindo, dado o professor O o Klineberg, da Colum- por exemplo, para a produção científi ca do bia University (NY-EUA), recém-chegado ao psicodrama e da psicologia: Dalmiro Bustos, Brasil, para atuar como professor visitante na Antonio Carlos Cesarino, José Fonseca, Ani- Universidade de São Paulo (USP). O profes- bal Mezher, Miguel Perez Navarro, Sergio Pe- sor Klineberg realizou naquela oportunidade razzo, Wilson Castello de Almeida, Camilla uma exposição sobre as sociedades científi cas Salles Gonçalves, Anna Maria Knobel, Içami nos Estados Unidos, tomando como exemplo Tiba, Mariângela Wechsler, Carlos Calvente, a American Psychological Association (APA). Rosa Cukier, Elizabeth Sene Costa, Marília Um grupo de trabalho foi então instituído para Josefi na Marino, Yve e Datner, Ronaldo Pam- elaborar o projeto de estatuto da futura socie- plona, Carlos Borba, entre outros. Também dade. Assim foi fundada como entidade civil Zerka Moreno, psicodramatista, viúva de Ja- sem fi ns lucrativos, com sede na cidade de São cob Levy Moreno, criador do Psicodrama, é Paulo, posteriormente declarada de utilidade sócia-honorária da SOPSP. pública pela Lei 3.371, de 06/06/1956, e cujo endereço atual é avenida Professor Mello Mo- Referências raes, 1.721, São Paulo – SP. A nova denomina- CESARINO, A. C. “Brasil 70 – Psicodrama Antes ção da entidade, aprovada em assembleia dos e Depois”. In: ALMEIDA, W. C. (Org.). Grupos: a sócios realizada em 13/12/2004, decorreu de proposta do psicodrama. São Paulo: Ágora, 1999. imposição da Lei 10.406/2002 que aprovou o novo Código Civil Brasileiro, segundo o qual SOCIEDADE DE PSICODRAMA DE SÃO PAU- o nome sociedade é reservado a instituições LO (SOPSP). Ata de Assembleia Geral. São Paulo: com fi ns lucrativos, e as antigas sociedades SOPSP, 15 dez. 1970. científi cas, sem fi ns lucrativos, devem ostentar SOCIEDADE DE PSICODRAMA DE SÃO PAULO o nome associação. Nos termos do estatuto da (SOPSP). Disponível em: . Acesso em 25 ago. 2007. tes categorias: titulares, aspirantes e institucio- nais. Associado titular é aquele inscrito como Cassiana Léa do Espírito Santo psicólogo no conselho profi ssional da catego-

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ria; ou o que tem formação em psicologia no experimentos de laboratório, de pesquisas de país ou no exterior, mas não está inscrito no campo ou de aplicações práticas da psicolo- conselho profi ssional da categoria; ou, ainda, gia. A partir de 1950 e até 1964, inspirada na o que possui o título de mestre, doutor ou rea- organização da APA, a ASPSP manteve qua- lizou pós-doutorado na área da psicologia, tro divisões, com a fi nalidade de congregar inscrito ou não no conselho profi ssional da ca- sócios com interesses comuns relativamente tegoria. Associado aspirante é o que frequenta a diferentes áreas da psicologia. As divisões regularmente curso de ensino superior de psi- esta belecidas foram as seguintes: I – Psicolo- cologia em instituição ofi cial ou reconhecida. gia Teórica e Experimental, Social e da Perso- Associado institucional é qualquer entidade nalidade; II – Psicologia Educacional; III – Psi- pública, privada ou pessoa física cuja ativida- copatologia, Psicologia Clínica, Correcional e de contribua para o progresso da psicologia Higiene Mental; e IV – Psicologia Aplicada ao como ciência ou como profi ssão. A fi nalidade Trabalho e à Indústria. A inscrição nas divi- geral da ASPSP é a de promover o progresso sões era facultada aos sócios e cada divisão era da psicologia e defender seu emprego como dirigida por um chefe, geralmente renovado ciência e como profi ssão. Para tanto, realiza por ocasião da eleição da diretoria da ASPSP. cursos, conferências, seminários, simpósios, A partir de 1964, quando começaram a surgir colóquios, ciclos de palestras, participação em associações destinadas ao cultivo de áreas es- congressos e mantém inter câmbio científi co pecífi cas da psicologia, as divisões deixaram com outras entidades. Na assembleia de fun- de existir e a ASPSP continuou no seu propó- dação da entidade (9 de novembro de 1945) sito eclético de acolher qualquer trabalho de foi aprovado o estatuto (que seria alterado valor no vasto campo da ciência psicológica, em assem bleia de 13/12/2004) e eleita uma não importando a área específi ca em que pu- diretoria provisória, composta dos seguintes desse ser classifi cado. A ASPSP desempenhou membros: Roberto Mange, presidente; O o papel relevante, ao lado da então Associa- Klineberg, vice-presidente; Annita de Casti- ção Brasileira dos Psicólogos e das Cátedras lho e Marcondes Cabral, primeira secretária; de Psicologia e de Psicologia Educacional da Mário Wagner Vieira da Cunha, segundo se- então Faculdade de Filosofi a, Ciências e Le- cretário; Joaquim Machado de Mello Júnior, primeiro tesoureiro; e João Batista Damasco tras da USP, na campanha junto ao Congres- Penna, segundo tesoureiro e, a partir de 1946, so Nacional para a regulamentação legal da vêm sendo eleitas sucessivas diretorias a cada profi ssão de psicólogo e formação desse pro- dois anos aproximadamente. Das diretorias fi ssional em nosso país. A partir dos últimos têm participado principalmente professores anos da década de 1950, inúmeras reuniões, de Psicologia da USP e da Pontifícia Univer- coordenadas pela ASPSP, foram realizadas sidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além para a discussão de anteprojetos submetidos de psicólogos responsáveis pelas aplicações ao Congresso Nacional, que resultaram fi nal- da psicologia em outras entidades da cidade mente na aprovação da lei 4.119, sancionada a de São Paulo. Historicamente, cumpre assina- 27/08/1962. Desde setembro de 1949, a ASPSP lar que vários participantes da ASPSP, como vem publicando ininterruptamente seu ór- diretores ou como associados, são considera- gão ofi cial, o Boletim de Psicologia, o qual em dos pioneiros dos estudos, das pesquisas e das 2005 já alcançava 122 números. Consoante os aplicações da psicologia em São Paulo e no objetivos da Associação, essa publicação abri- Brasil. A entidade mantém desde sua funda- ga artigos originais das mais diversas áreas da ção uma orientação pluralista no tocante aos psicologia, teóricos ou de pesquisas, além de modelos ou escolas psicológicas, isto é, abriga resumos de conferências, resenhas bibliográ- quaisquer contribuições de valor, quer sejam fi cas, correspondência de caráter científi co e trabalhos teóricos, quer sejam resultantes de notícias de interesse dos associados.

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Referências logia como profi ssão e ciência e sobre as ati- ALVES, I. C. B. “Revisão histórica sobre o Boletim vidades próprias e privativas do psicólogo; da Sociedade de Psicologia”. Boletim de Psicolo- contribuir para o aperfeiçoamento profi ssio- gia, v. L, n. 112, p. 1-36, 2000. nal de seus associados; e contribuir para o CUSTÓDIO, E. M. “A história da Psicologia no Bra- desenvolvimento da psicologia como ciência sil a partir dos primeiros Boletins da Sociedade de voltada para os interesses das classes menos Psicologia de São Paulo”. Boletim de Psicologia, v. favorecidas. Na sua origem, a APPA voltou-se L, n. 112, p. 37-51, 2000. tanto para questões pertinentes ao exercício CUSTÓDIO, E. M. “Manhã de festa: cinquentenário da profi ssão de psicólogo quanto para temas da SPSP”. Boletim de Psicologia, v. XLVI, n. 104, culturais e acadêmicos. Contribuiu decisiva- p. 1-17, 1996. mente para a criação, em 20 de junho de 1985, ESTATUTO DA ASSOCIAÇÃO DE PSICOLOGIA da Associação Profi ssional dos Psicólogos do DE SÃO PAULO. Boletim de Psicologia, v. LIV, n. 120, p. 121-132, 2004. Pará (APPSI), primeira forma de organização sindical dos psicólogos no Estado do Pará, MORAIS, S. T. P.; WITTER, G. P. “Sociedade de Psicologia de São Paulo e Boletim de Psicologia na resultante de encontros regulares do Gru- perspectiva de alguns de seus diretores”. Boletim po das Terças-Feiras (Grupo Pró-Associação de Psicologia, v. XLVI, n. 104 p. 43-53, 1996. Profi ssional de Psicólogos). Com a criação PÉREZ-RAMOS, A. M. Q.; MORAIS, S. T. P. “As di- da APPSI, as atividades da APPA passaram a visões da Sociedade de Psicologia de São Paulo: um ter como foco principal os assuntos acadêmi- legado de reconhecido valor”. Boletim de Psicolo- cos, políticos e culturais, embora sua direção gia, v. L, n. 112, p. 53-64, 2000. continuasse contribuindo com a construção de uma organização sindical da categoria no Arrigo Leonardo Angelini estado. Não foram encontrados registros da composição da primeira diretoria da APPA e das diretorias seguintes. Os registros locali- zados referem-se ao período da diretoria que „ Associação de Psicologia do Pará (APPA) tomou posse em dezembro de 1984 e dirigiu (APPA) – 1979-1987 a APPA até sua extinção, em 1987. De 1985 a 1986, a APPA promoveu cursos, palestras e A Associação de Psicologia do Pará (APPA) outros eventos, além de ter publicado o Bole- foi uma iniciativa de acadêmicos e profi ssio- tim da APPA, com periodicidade quase sem- nais em psicologia no Estado do Pará, no mo- pre trimestral. Em 1986, chegou a formatar o mento em que começava a se estabelecer ali número 1, volume 0 da publicação Psicologia a profi ssão de psicólogo. O primeiro curso de em Revista, apresentada por um prefácio de graduação em Psicologia no Pará começou a José Carlos Simões Fontes, e que trazia textos funcionar em 1974, na Universidade Federal acadêmicos de Emmanuel Zagury Tourinho e do Pará, e foi reconhecido por meio do De- Evenice Santos Chaves, Ernani Pinheiro Cha- creto 83.857, de 15/08/1979, do Ministério da ves, José Carlos Simões Fontes, Grauben José Educação. Até o início da década de 1980, Alves de Assis, Audonai Costa Botelho e Tere- este foi o único curso de graduação em Psi- zinha N. B. Toledo. A revista nunca chegou a cologia no estado. Os primeiros psicólogos ser impressa e distribuída. De 27 a 31 de maio formados no Pará fundaram, em 27 de agosto de 1986, a APPA realizou a I Reunião Anual de de 1979, a APPA. O estatuto da APPA esta- Psicologia, com o tema A Educação Especial e belecia como objetivos: promover a união de as Instituições Prestadoras de Serviços à Co- seus associados e a defesa de seus interesses munidade. No ano anterior, havia contribuído e direitos; promover o desenvolvimento da com a organização da Semana de Psicologia, psicologia como profi ssão e como ciência; realizada no período de 9 a 13 de dezembro esclarecer a comunidade a respeito da psico- de 1985, em conjunto com a APPSI e unida-

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des acadêmicas da Universidade Federal do canalistas Mauricio Knobel e Eduar do Kalina, Pará e das Faculdades Integradas Colégio Mo- com a participação de Armin da Aberastury, derno (que havia criado, em 1980, o segundo Leon Grinberg e Arnaldo Rascovsky, que à curso de graduação em Psicologia no estado). época vinham regularmente ao Brasil minis- No período da última diretoria (1985-1987), a trar cursos e palestras. A APPIA era composta APPA chegou a ter 139 sócios. Ao fi nal deste majoritariamente por psicólogos de orienta- mandato, com alguns membros da diretoria ção psicanalítica, liderados por psicanalistas já afastados (para cursar pós-graduação fora da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro do estado ou para tratar de assuntos pessoais), (SPRJ) com apoio dos argentinos menciona- várias tentativas foram realizadas para desig- dos acima, também ligados à Associação nar, em assembleia geral, uma nova direto- Psicanalítica Argentina (APA). A APPIA vi- ria, mas sem sucesso. A esta altura, além da sava a congregar profi ssionais interessados APPSI, já começava a funcionar em Belém o em desenvolver e divulgar os conhecimen- primeiro curso de Mestrado em Psicologia na tos psicanalíticos na área da infância e da Amazônia, o Curso de Mestrado em Psico- adolescência por meio da promoção de cur- logia: Teoria e Pesquisa do Comportamento, sos e eventos, sem fi ns explícitos de forma- iniciado em 1987, sob a direção de José Carlos ção. Contou com 54 membros fundadores, Simões Fontes. O curso de graduação em Psi- a maioria psicólogos, além de psicanalistas, cologia na UFPA encontrava-se dividido em médicos e assistentes sociais. Dentre eles, es- três departamentos: Departamento de Psicolo- tão os psicanalistas da SPRJ Carlos César Cas- gia Experimental, Departamento de Psicologia tellar Pinto (primeiro presidente), Fábio Leite Clínica e Departamento de Psicologia Social e Lobo, Fábio Lacombe, José Ibsen de Almeida, Escolar. A última diretoria da APPA foi inte- Wilson Chebabi, Eduardo Mascarenhas, Clo- grada por Solange Calcagno, Marcelo Baptista, doaldo Frison, Nylde Ribeiro, Luiz Antonio Elyeda Pessoa, Emmanuel Tourinho e Isabel Telles de Miranda, Ana Maria Mourão, Anna Florentino. Guelerman Ramos, Carlos Antonio Garrido Pereira e Ubirajara Pessoa Guerra. Entre os psicólogos, incluem-se Ana Lucia Mascare- Emmanuel Zagury Tourinho nhas, Ângela Podkameni, Beatriz Verschoore, Simone Neno Carmen Lent, Célia Damasceno, Clara Helena Portella Nunes, Inez Farah, José Inácio Paren- te, Marci Vaz de Carvalho, Maria Anita Ribei- ro, Maria Elisa Delecave, Maria Imelde Farah, „ Associação de Psiquiatria e Psicologia Maria Regina Moraes, Mary Kleinman, Narci- da Infância e da Adolescência (APPIA) – so Teixeira, Nilza Ericson, Paulo Sergio Lima 1972-1982 e Silva, Pedro Américo Corrêa e Therezinha Lins de Albuquerque. Estes psicólogos são Associação de natureza privada, sem fi ns hoje, em sua maioria, psicanalistas reconhe- lucrativos, mantida por seus membros fi liados, cidos. A instituição era representada por uma de caráter científi co multidisciplinar, volta da à diretoria e promovia cursos, eventos e semi- área da infância e adolescência, foi fundada em nários, não se caracterizando estatutariamen- 31 de janeiro de 1972 no contexto do movimen- te, contudo, como formadora. Seu público era to dos trabalhadores de saúde mental. Recebeu composto predominantemente por psicólo- forte infl uência do movimento argentino, que gos que buscavam uma forma de associação havia organizado uma instituição em moldes profi ssional e de formação, incluindo também semelhantes em 1970, a Associação Argentina outros profi ssionais da área de saúde mental. de Psiquiatria e Psicologia da Infân cia e da Segundo dados de 1976, a APPIA chegou a ter Adolescência (ASAPPIA), liderada pelos psi- cerca de mil membros associados e promovia

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eventos de grande porte, sempre abertos ao Referências público. Contou com boletins de circulação ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA interna e com uma publicação trimestral, Re- DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA. Relatório vista da APPIA, cujo primeiro volume foi pu- de avaliação do I Congresso Brasileiro de Psicopa- blicado em 1975. No ano seguinte, a revista tologia Infanto Juvenil. Rio de Janeiro, 1972. Mimeo. publicou artigos de autores brasileiros con- ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA ceituados, de áreas como antropologia, socio- DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA. Boletins logia e letras, como Gilberto Velho e Antonio da APPIA. Rio de Janeiro: circulação interna, maio Houaiss, e também de psicanalistas argenti- 1975 – abr. 1982. nos, como Hector Fiorini, Armando Barrigue- REVISTA ARGENTINA DE PSIQUIATRIA Y PSI- te, Rodolfo Bohoslavsky e Raul Usandivaras. COLOGIA DE LA INFÂNCIA E DE LA ADOLES- No período compreendido entre 1972 e 1976, CÊNCIA, ano 1, n. 3-4, Buenos Aires: ASAPPIA/ época de ouro da associação, foram promovi- Paidós, 1970. dos dois grandes congressos. O primeiro, em REVISTA ARGENTINA DE PSIQUIATRIA Y PSI- 1972, com o tema “a situação da psicoterapia COLOGIA DE LA INFÂNCIA E DE LA ADOLES- infantojuvenil no Brasil”, contou com a parti- CÊNCIA, ano 3, n. 1, Buenos Aires: ASAPPIA/Pai- cipação de cerca de 2 mil pessoas; e o segun- dós, jun. 1972. do, em 1976, teve três temas-eixo: formação FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do mo- de profi ssionais em saúde mental; aspectos vi mento psicanalítico no Rio de Janeiro – 1970/ preventivos em psicoterapia com crianças, 1983. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Ponti- adolescentes e famílias; organização das insti- fícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio tuições para uma psiquiatria comunitária. de Janeiro, 1984. Este segundo congresso também contou com cerca de 2 mil participantes e teve, inclusive, Ana Cristina Costa de Figueiredo repercussão na imprensa da época. A APPIA cumpriu por certo período uma fi nalidade de formação, ainda que assistemática, e foi referência central para os psicólogos e psica- „ Associação Milton Campos para o nalistas brasileiros e latino-americanos mais Desenvolvimento das Vocações (ADAV) progressistas, interessados em ampliar os – 1973- espaços de intervenção psicológica, em espe- cial na área da infância e adolescência. Além disso, funcionou como uma espécie de sede A ADAV foi registrada no Cartório Jero profi ssional para os psicólogos, o que possi- Oliveira, sob o número de ordem 24.035, no bilitou uma maior organização da categoria dia 27 de julho de 1973, como associação civil, em torno de um projeto interdisciplinar na de caráter não lucrativo, de duração ilimitada, saúde mental. A APPIA foi uma incubadora com sede no município de Ibirité-MG, na Fa- de outras instituições, que já se constituíram zenda do Rosário. Considerada a obra caçula numa perspectiva defi nida de formação em da psicóloga e educadora Helena Antipoff , a psicanálise, primordialmente para os psi- ADAV propõe-se a orientar e a oferecer condi- cólogos, como o Instituto Brasileiro de Psi- ções para o desenvolvimento integral da crian- canálise, Grupos e Instituições (IBRAPSI), a ça e do jovem bem-dotados, ou seja, daqueles Sociedade de Estudos Psicanalíticos Latino- que têm capacidade e potencial superior em Americanos (SEPLA), o Instituto Freudiano relação à média da população, nas diversas de Psicanálise (IFP), a Letra Freudiana e ou- habilidades humanas. A necessidade de uma tros. Por esse mesmo motivo, a associação atenção especializada aos bem-dotados vinha entrou em declínio e fechou suas portas em sendo abordada por Helena Antipoff desde a dezembro de 1982. década de 1930, estando prevista, inclusive,

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nos estatutos da Sociedade Pestalozzi. Entre- dual ou grupal; motivá-lo para que seja o bom tanto, parece que a urgência do atendimento fermento no meio em que voltar a viver mais às crianças então consideradas defi cientes fez tarde; dar-lhe condições para a escolha de um com que suas ideias nesse sentido não fossem caminho certo, livre de pressões, de elemen- operacionalizadas de imediato. Em 1971, no tos corruptos, com possibilidade de liderança; entanto, após participar do Seminário Nacional elaborar e manter cursos de treinamento de para a Educação de Superdotados realizado pessoal especializado e estágios permanentes, em Brasília, Helena Antipoff decidiu concre- aprimorando-se as técnicas de estudo global tizar, na Fazenda do Rosário, um projeto em do bem-dotado e conservando-se a instituição prol dos bem-dotados e talentosos. Este come- como um campo livre aos interessados no pro- çou a ser implementado em agosto de 1972, gresso da ciência, da educação e do bem-estar sob a forma de colônias de férias, e recebeu social; estudar a problemática do bem-dotado o nome de CIRCULA (Civilização Rural, Cul- por meio da pesquisa científi ca, abrangendo tura e Lazer). Logo em seguida, a partir do o campo genético, mesológico, psicopedagó- empenho de diversos colaboradores, nasceu gico etc; planejar e proporcionar a constante a ADAV que, através do CIRCULA, propu- sensibilização da sociedade em conferências, nha-se a oferecer a jovens bem-dotados um seminários, encontros, congressos, aprovei- ambiente físico, educativo, cultural e social tando-se também dos recursos atuais de tele- que os estimulasse e propiciasse o desenvol- comunicação, jornais e revistas; divulgar, pelo vimento de sua personalidade. A primeira órgão ofi cial da instituição, suas atividades e diretoria da ADAV foi composta por Helena interligação com organizações congêneres na- Antipoff (presidente de honra), Caio Benja- cionais e estrangeiras. Um balanço das ativida- min Martins (presidente), Francisco de Assis des realizadas pela ADAV nos seus primeiros Magalhães Gomes e José Maria de Álkmim dez anos de existência foi publicado na obra (vice-presidentes), Hélio Durães de Alkimim Dez anos em prol do bem-dotado. Dentre estas e Maria Alves Teixeira (secretários), Ademar atividades, merecem destaque as conferências de Carvalho Barbosa e Raul de Castilho Filho promovidas para divulgar as experiências de (tesoureiros) e Olga Campos Simão e Maria trabalho da ADAV e aspectos da educação Glecy Pimentel Dias (coordenadores de rela- dos bem-dotados, cursos de aperfeiçoamento ções-públicas). Os objetivos iniciais da ADAV, e atualização pedagógica, tendo como temá- explícitos em seus estatutos, eram os seguin- tica a educação dos bem-dotados e os encon- tes: identifi car o bem-dotado; estudar os fato- tros de bem-dotados promovidos pelo CIR- res hereditários da superdotação; estudar seu CULA. Nos anos de 1977 e 1983 foram feitos, meio familiar, social e escolar; proporcionar- utilizando-se de questionários, levantamen- lhe ambientes sadios, sugestivos à manifes- tos do perfi l dos jovens que participaram dos tação de sua personalidade, de seus anseios, encontros de bem-dotados. Os seguintes itens suas angús tias, bem como o desenvolvimen- foram abordados: nível de escolaridade, saú- to de sua vocação; oferecer-lhe condições de de, interesses perante jornais e TV, liderança, concretizar sua vocação, proporcionando-lhe profi ssão dos pais e nível cultural dos pais. liberdade orientada, num meio ambiente pro- Os resultados desses levantamentos foram pício e com material variado para sua criativi- relatados por Daniel Antipoff na obra acima dade; colocá-lo em contato com associações citada. e grêmios esportivos, artísticos, científi cos, comunitários, religiosos, com o escotismo e Referências com a natureza; preservar-lhe a saúde física, ALKMIM, H. D. “A escola ativa ensaiada na educa- mental, moral, espiritual e social, dando-lhe ção dos bem-dotados”. Boletim do CDPHA, Ibirité- condições de vida feliz e construtiva, indivi- MG, n. 8, p. 35-37, 1988.

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ALKMIM, H. D. “O que é a ADAV?” In: ASSOCIA- tivamente em 1982. Eram preocupações das ÇÃO MILTON CAMPOS. Dez anos em prol do agências: a) estabelecer diretrizes para discus- bem-dotado. Brasília: MEC; Belo Horizonte: ADAV, são das tendências da área; b) discutir melhor Imprensa Ofi cial, 1984. distribuição das áreas de concentração dos ANTIPOFF, D. “Dados Complementares sobre o programas pelas diferentes regiões do país, bem-dotado da ADAV”. In: ASSOCIAÇÃO MIL- evitando duplicações; c) organizar uma repre- TON CAMPOS. Dez anos em prol do bem-dotado. sentatividade que facilitasse a comunicação Brasília: MEC; Belo Horizonte: ADAV, Imprensa entre os órgãos de fomento e a comunidade Ofi cial, 1984. científi ca da psicologia no sentido de discutir ESTATUTO DA ADAV. In: ASSOCIAÇÃO MIL- e por em prática as diretrizes pensadas para a TON CAMPOS. Dez anos em prol do bem-dotado. área. Do ponto de vista dos programas, a dis- Brasília: MEC; Belo Horizonte: ADAV, Imprensa Ofi cial, 1984. cussão e o estabelecimento de tais diretrizes e de representação junto aos órgãos de fomento GUENTHER, Z. C. “Helena Antipoff e a sua preo- certamente facilitariam a melhor compreensão cupação com os bem-dotados”. In: ASSOCIAÇÃO MILTON CAMPOS. Dez anos em prol do bem- das especifi cidades e necessidades da área, e dotado. Brasília: MEC; Belo Horizonte: ADAV, Im- permitiriam uma participação mais ativa nos prensa Ofi cial, 1984. processos de análise e julgamento de pedidos de auxílio no país e exterior, bem como na no- meação de seus representantes nas comissões Érika Lourenço de avaliação e consultoria ad hoc. Ao ser cria- Regina Helena de Freitas Campos da, em 1982, constituiu-se uma comissão de estatuto, a ser apresentado para discussão na 35ª Reunião da SBPC, em Belém do Pará, em „ Associação Nacional de Pesquisa julho de 1983. Os estatutos, no entanto, só fo- e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) ram aprovados em outubro do mesmo ano, na – 1980- reunião da Sociedade de Psicologia de Ribei- rão Preto, sendo escolhida a seguinte diretoria pro-tempore: presidente – Maria Amélia Ma os É de 1980, no CNPq, a proposta de asso- (USP); tesoureira – Ana Lúcia Dias Schlieman ciações nacionais que reunissem programas (UFPE); secretário – Timothy Mulholhand de pós-graduação, principalmente na então (UnB). Formal e legalmente estabelecida, os Grande Área de Ciências Humanas e Sociais, objetivos da ANPEPP foram assim defi nidos: tida por muitos como a área mais desorgani- zada do sistema. Chamada a participar, Caro- a) incentivo à formação de pesquisadores em lina Martuscelli Bori, assessora no CNPq para psicologia e o desenvolvimento de pesquisas essa grande área, levou a ideia para os coor- na área; b) defesa dos interesses e promoção denadores de programas da área da psicolo- dos cursos e programas de pós-graduação gia. Para os 19 programas existentes naquele em psicologia no país; c) divulgação dos tra- momento, justifi cava-se a criação de uma en- balhos científi cos produzidos em encontros, tidade associativa, com base na avaliação que seminários, congressos e reuniões de interesse constatava uma pulverização das pesquisas para a psicologia; d) promoção de intercâmbio realizadas na área, caracterizada por grande e cooperação entre centros de pesquisa e seus variedade de temas, nem sempre levando em pesquisadores e a proposta de medidas de conta sua relevância social para o desenvol- apoio e incentivo a entidades fi liadas. A pri- vimento da área ou do país. Assim, gestada meira tarefa da ANPEPP foi mapear a situação ao longo de 1981 entre os coordenadores de dos programas de pós-graduação; para tanto, programas de pós-graduação e gestores da quatro comissões foram constituídas, visando: CAPES e do CNPq, a ANPEPP foi criada efe- a) levantar os temas pesquisados e a produ-

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ção científi ca: a cargo de Rosa Maria Macedo nização do II Simpósio de Pesquisa e Inter- e Maria Amélia Ma os, com apoio do CNPq; câmbio Científi co, realizado em Gramado- b) discutir os documentos sobre projetos e li- RS, em 1989. Neste se reafi rmou a utilidade e nhas de pesquisa elaborados pelos programas, relevância do cumprimento dos objetivos da a cargo de João Cláudio Todorov; c) analisar a associação para o desenvolvimento da psico- elaboração de teses e dissertações em psicolo- logia no país. Pela primeira vez constituíram- gia, a cargo do doutor Sérgio Luna; d) discutir se os grupos de trabalho como formato básico a avaliação da pós-graduação em psicologia da metodologia dos encontros, ao lado dos pela CAPES, a cargo da doutora Ana Lúcia simpósios, para discutir aspectos da política Schlieman. Em junho de 1984, por ocasião da e das metas do pós-graduação em psicologia III Reunião da ANPEPP, os resultados desses no país. No simpósio seguinte, ocorrido em trabalhos foram discutidos e, com a eleição da Águas de São Pedro-SP, em 1990, estabele ceu- primeira diretoria estatutária, a Associação se nova periodicidade: atendendo sobretudo Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação se con- a uma sugestão da CAPES e do CNPq, que solidou. A primeira presidente eleita foi Caro- assim teriam maior possibilidade de fornecer lina Martuscelli Bori, grande incentivadora, apoio fi nanceiro para viabilizá-los, passaram, de liderança incontestável na mobilização dos então, a ser bienais. Além desses dois órgãos programas de pós-graduação em Psicologia; federais, a ANPEPP já contou com auxílio visava levar a Psicologia ao mesmo nível de da FINEP e de órgãos estaduais de auxílio à reconhecimento e respeito das outras áreas pesquisa como FAPESP, FAPEMIG, FAPERJ, da ciência já consolidadas. De 1984 a 1987 FAPERGS. Hoje, os simpósios são abertos à trabalhou-se no aperfeiçoamento dos cursos inscrição de grupos de trabalho de todos os e programas de pós-graduação organizados programas credenciados, podendo receber em torno de linhas de pesquisa segundo os professores pesquisadores de outros progra- critérios de avaliação da CAPES, procurando mas e instituições de pesquisa, bem como alu- adequar melhor as linhas às áreas de concen- nos de pós-graduação envolvidos nos grupos tração dos programas. O ano de 1988 foi um de trabalho. Em 1989 os GT eram 11, em 1994 marco na história da ANPEPP. Por iniciativa eram 20 e hoje já são mais de 50, numa clara de Ana Lúcia Schlieman, participante da di- demonstração de quão efi cazmente eles têm retoria, realizou-se em Caruaru-PE, o I Sim- contribuído para o fortalecimento da associa- pósio de Pesquisa e Intercâmbio Científi co ção e estimulado o desenvolvimento da pes- da ANPEPP, na gestão de Aroldo Rodrigues. quisa. Na divulgação dos trabalhos realizados A avaliação desse encontro comprovou a ne- pelos GTs, a associação publicou alguns Cader- cessidade de uma organização para promover nos da Anpepp, com relação de pesquisas em o desenvolvimento da área da psicologia, a andamento nos programas e sobre resultados fi m de competir com as demais áreas das ciên- de GT, como o organizado por Gomes e Rosa, cias com programas de pós-graduação. Obte- publicado com o título Divulgação de pesquisas ve-se, com base nisso, a informação do quanto em psicologia no Brasil, em 1992, pela Editora era incipiente a pesquisa em psicologia: dos IMS, de São Bernado do Campo-SP. Em 1996, programas existentes, apenas 25% possuíam a diretoria propôs e apoiou fi nanceiramente a linha de pesquisa consolidada, com resulta- realização de um conjunto de livros: as Coletâ- dos signifi cativos e divulgados no país e no neas ANPEPP, com os temas discutidos pelos exterior; 25% estavam implantando ou tentan- GTs no VI Simpósio de Pesquisa e Intercâm- do consolidar linhas de pesquisa e 50% não bio Científi co, realizado de 22 a 25 de maio, tinham defi nido ou implantado suas linhas em Teresópolis-RJ. Foram então publicados, de pesquisa. O conhecimento dessa rea lidade 16 tomos, envolvendo 19 grupos. Em 2004, os serviu de incentivo e parâmetro para a orga- simpósios incluíram uma nova atividade: os

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fóruns de discussão, oportunidade para en- mantido pelo governo do estado até a data de contro dos pesquisadores e debate de temas 03/01/1891, passou a ser gerenciado pela San- gerais de interesse para políticas da área, tais ta Casa de Misericórdia da Paraíba, por meio como: política científi ca, produção e publica- de uma portaria assinada pelo governador ção, relação graduação/pós-graduação, ética Venâncio Augusto de Magalhães Neiva. Em na pesquisa em psicologia. O aprofundamento 13/12/1892, o governador Álvaro Lopes Ma- das relações entre os pesquisadores, o inter- chado promulgou uma lei estadual doando câmbio de experiências, a constatação de in- para a Santa Casa de Misericórdia o domínio teresses comuns de pesquisa têm dado opor- útil do Sítio Cruz do Peixe, incluindo o Asylo tunidade para o surgimento de novos projetos de Sant’Anna, que já vinha sendo administra- e parcerias, promovendo a cooperação entre do pela Santa Casa. Até o ano de 1910, no seu centros de pesquisa e pesquisadores e assim, corpo de funcionários havia apenas relatos da recursivamente, ampliando e fortalecendo a existência de médicos clínicos e de práticos ANPEPP. em enfermagem. Em 01/02/1910, o psiquiatra Octávio Ferreira Soares começou a trabalhar voluntariamente no ASA, tornando-se então Referência um personagem de grande relevância dentro GUEDES, M. C. Para uma história da ANPEPP. desta instituição. Não foi possível encontrar Disponível em: . como eventos promovidos pela instituição, Acesso em: 10 maio 2008. o estatuto e sua estrutura funcional. Seu es- paço físico era constituído por um pavilhão Rosa Maria Stefanini de Macedo do lado nascente rodeado por alpendres, com teto baixo, com mais ou menos 30 m² de área coberta, com 12 celas escuras (seis para homens e seis para mulheres), sem ventila- „ Asylo de Sant’Anna (ASA) – 1889-1928 ção, com portas pesadas e grades em cruz, Hospital dos Variolosos (HV) – 1878-1889 por onde, através de uma pequena abertu- Colégio dos Artífi ces (CA) – [s.d.] ra, se passavam aos internos medicamentos e alimentos. Nos pisos das celas, orifícios de fossas serviam de sanitários. Até 1910 o ASA Instituição de natureza pública, localiza- funcionou exclusivamente como depósito de da no Sítio do Cruz do Peixe, instalada no doentes mentais, sem tratamento adequado, segundo pavilhão do Hospital da Cruz do utilizando como recurso apenas o isolamento Peixe, na cidade de João Pessoa-PB. Sua cria- social. A história dessa instituição remete às ção se deu em meados de 1878, com o surto formas de exclusão e violência a que foram de varíola, quando o CA foi transformado em secularmente submetidos os doentes mentais. HV, passando depois a abrigar todas as pes- Relatar essas experiências é um meio de re- soas marginalizadas socialmente e doentes tratar a forma desumana como inicialmente de muitas endemias. Com a seca de 1877-79, eram tratados os pacientes acometidos de muitas pessoas começaram a apresentar trans- transtornos mentais. tornos mentais, devido aos grandes proble- mas sociais que ela trouxe, sendo gradativa- mente encaminhadas para esse hospital, que Referência com o fi m da Monarquia (1889) recebeu um SILVA FILHO, E. B. da. História da Psiquiatria na pavilhão chamado Asylo de Sant’Anna, cujo Paraíba. João Pessoa: Santa Clara, 1998. objetivo era oferecer tratamento psiquiátri- co aos doentes mentais. Fundado, dirigido e Maria do Socorro Brito

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„ Atheneu Norte-Rio-grandense – 1858- terminado pelos exames de admissão das fa- culdades, principalmente de Direito e Medici- na. Posteriormente, a partir da década de 1930, Primeiro colégio brasileiro, foi criado pelo o Atheneu foi transformado em um colégio de presidente provincial Basílio Quaresma pela ensino secundário, tendo como consequência lei 30, de 30/03/1835, sendo inaugurado no dia 1º de março de 1858. Embora tenha sido a retirada das disciplinas psicológicas de seu criado durante o Império, o Atheneu passou currículo. Grandes intelectuais potiguares en- a ter uma signifi cativa importância na forma- sinaram nessa instituição, como José Augusto ção cultural e política da elite natalense com Medeiros (educador representante do movi- o advento da República. A primeira inserção mento da escola nova), Câmara Cascudo (his- do discurso psicológico no Atheneu ocorreria toriador e folclorista) e padre Monte, pioneiro em 1911, mediante o Decreto 250, que refor- no estudo da obra de Freud no Rio Grande do mulou o sistema de ensino do estado. O novo Norte. Atualmente o Atheneu é uma escola regimento do Atheneu, publicado com o de- pública de ensino médio, sem possuir vínculo creto supramencionado, instituiu a disciplina com a psicologia. Lógica e Phisyo-Psychologia. Esta disciplina expressava a difi culdade da psicologia de se Referências diferenciar de suas duas fontes: a fi losofi a e BARROS, E. C. Atheneu Norte-Rio-grandense: a fi siologia. A disciplina Psicologia, Lógica e prá ti cas culturais e a formação de uma identidade História da Filosofi a foi instituída no Atheneu (1892-1924). Tese (Doutorado em Educação, His- pela lei 395, de 16/12/1915. Floriano Cavalcan- tória e Filosofi a da Educação). PUC-SP, São Paulo, ti, jurista formado na Faculdade de Direito 2000. de Recife em 1918, seria o primeiro professor CARVALHO, D. B. A cidade e a alma reinventadas: dessa disciplina. A presença da psicologia no modernização urbana e a consolidação acadêmica Atheneu era muito mais teórica do que prá- e profi ssional da Psicologia na cidade de Natal – tica. Apesar de a psicologia experimental ser Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado em o conhecimento predominante, sua presença Psicologia.) UFRN, Natal, 2001. deveria complementar a análise de outros co- CARVALHO, D. B.; SEIXAS, P. S.; YAMAMOTO, nhecimentos, sobretudo o fi losófi co. Este fato O. Y. Modernização urbana e a consolidação da não era injustifi cado, pois o Atheneu seguia Psicologia em Natal – Rio Grande do Norte. Psicol. uma lógica utilitarista da educação, imposta Estud., Maringá, v. 7, n. 1, p. 131-141, 2002. desde a reforma do ensino secundário, em 1908. O currículo do ginásio potiguar era de- Denis de Carvalho

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„ Casa das Palmeiras – 1956- Centro Psiquiátrico, sendo rejeitada. A partir daí, Nise da Silveira pensou em criar uma institui- ção em local extra-hospitalar. Maria Stela Braga Instituição de natureza fi lantrópica, assis- a apresentou à educadora Alzira Lopes Côrtes, tencial e de formação, foi fundada no dia 23 de dona do Instituto La-Faye e, que, imediatamen- dezembro de 1956, por Nise da Silveira (psiquia- tra), Maria Stela Braga (psiquiatra), Belah Paes te, cedeu um andar de um casarão na rua Had- Leme (cenógrafa) e Lygia Loureiro da Cruz (as- dock Lobo, na Tij uca. Como na frente do casarão sistente social), com o objetivo de superar o re- havia palmeiras imperiais e não se queria asso- corrente problema das reinternações psiquiátri- ciar a instituição a algum nome que lembrasse cas. Possui como público-alvo pessoas egressas os tratamentos psiquiátricos, a artista Belah Paes de instituições psiquiátricas e pessoas em rela- Leme sugeriu o nome Casa das Palmeiras. Des- ção às quais se quer evitar a primeira internação. de sua fundação até os dias atuais, a Casa das A primeira diretoria foi constituída por Alzira Palmeiras funciona de segunda a sexta-feira, das Lopes Côrtes (presidente), Nise da Silveira (di- 13h às 17h30, sempre com as portas abertas. O retora técnica) e Lygia Loureiro da Cruz (direto- método de tratamento utilizado é a terapêutica ra administrativa). Possui como mantenedores ocupacional, enfatizando-se as atividades de seus sócios e, eventualmente, instituições que cunho expressivo como pintura, modelagem, apoiam projetos específi cos. Seu endereço atual xilogravura, teatro, música, poesia, dentre ou- é rua Sorocaba, 800, Botafogo, Rio de Janeiro-RJ. tras. De acordo com Nise da Silveira, mesmo Em 1944 Nise da Silveira foi trabalhar no Centro atividades de cunho pragmático, como a marce- Psiquiátrico Nacional (atual Instituto Municipal naria, podem ser consideradas expressivas des- de Assistência à Saúde Nise da Silveira) e fi cou de que seja observada a maneira como o cliente impressionada com o alto índice de reinterna- lida com os materiais de trabalho. Na Casa das ções. Estas seriam um indício de que havia algo Palmeiras, tanto terapeutas quanto clientes têm de errado no conjunto do tratamento. Pensou, a oportunidade de se expressar através das inú- então, em uma instituição que funcionasse como meras atividades oferecidas e de manipular os uma espécie de ponte entre o hospital e o retorno materiais aí encontrados. O contato com esses à sociedade. A proposta foi levada ao diretor do materiais (argila, papel, tinta, madeira, lã, gesso)

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e suas variadas densidades (duro, mole, áspero, A Casa das Palmeiras conseguiu reverter de liso, seco, molhado) serve de estímulo para que maneira signifi cativa os altos índices de reinter- a imaginação encontre um ponto de apoio numa nação de seus frequentadores, servindo de re- imagem privilegiada. A emoção de lidar, expres- ferência para a criação dos Centros de Atenção são que tão bem alude ao sentimento que vem Psicossocial (CAPS), como principal dispositivo à tona quando se entra em contato com um de- de tratamento no campo da saúde mental nos terminado material de trabalho, foi cunhada por dias atuais. um dos frequentadores da Casa das Palmeiras que, após fazer um gato de lã, escreveu a seguin- Referências te poesia: “Gato, simplesmente angorá do mato / Azul olhos, nariz cinza / Gato marrom / Orelha DELGADO, P. “Ponto de vista”. Revista da Saúde: castanho, macho / Agora rapidez / Emoção de o Brasil falando como quer ser tratado, ano II, n. 2, Lidar”. A pessoa que passa a viver o interminá- dez. 2001. vel ciclo de reinternações encontra-se apartada FREIRE, M. “A miséria do hospital”. In: LUCCHE- do convívio social e, quando passa a frequentar SI, M. (Org.). Artaud: a nostalgia do mais. Rio de a Casa das Palmeiras, tem aberta a oportunida- Janeiro: Numen, 1989. de de circulação pelo espaço urbano, ocorrendo GULLAR, F. Nise da Silveira: uma psiquiatra re- uma intensifi cação das trocas afetivas, além de belde. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996. ser estimulada à liberdade para expor ideias e MELO, W. Nise da Silveira. Rio de Janeiro: Imago; sentimentos. Muda-se, desta forma, a concepção Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2001. de uma doença que precisa ser controlada à for- MELO, W. Ninguém vai sozinho ao paraíso: o per- ça para a possibilidade de expressão do ser. Ao curso de Nise da Silveira na Psiquiatria do Brasil. contrário de tentar uniformizar as pessoas em Tese (Doutorado em Psicologia Social). Universida- padrões de comportamento e em maneiras de de do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. sentir, passa-se a estimular a diversidade e são PITTA, A. “Cuidado de Psicótico”. In: GOLDBERG, valorizados os inumeráveis estados do ser. As J. Clínica da Psicose: um projeto na rede pública. funções da equipe técnica da Casa das Palmei- Rio de Janeiro: Te Corá, 1994. ras são: receber o cliente e proporcionar-lhe um ambiente afetivo; acompanhar a série de ima- SILVEIRA, N. da. Teoria e prática da T.O. Rio de gens do inconsciente produzida nas diversas Janeiro: Casa das Palmeiras, 1979. modalidades de atividades expressivas; e per- SILVEIRA, N. da. Imagens do inconsciente. Rio de manecer atenta às pontes que o cliente lança em Janeiro: Alhambra, 1981. direção ao mundo externo, dando-lhe apoio no SILVEIRA, N. da. Casa das Palmeiras: a emoção de momento oportuno. O terapeuta funciona, por- lidar. Rio de Janeiro: Alhambra, 1986. tanto, como um afeto catalisador, e as atividades SILVEIRA, N. da. O mundo das imagens. São Pau- expressivas são os principais instrumentos para lo: Ática, 1992. a reabilitação do indivíduo para a comunidade. Desde o início de seu funcionamento a Casa das Palmeiras contou com a colaboração de inú- Walter Melo meros profi ssionais, estagiários e voluntários, dentre os quais podemos destacar a psiquiatra Alice Marques dos Santos e a cozinheira Maria „ Casa de Saúde Ana Nery – 1966-2006 Senhoria. Alice Marques dos Santos foi a mais constante companheira de Nise da Silveira e, de 1962 até 1997, ano de sua morte, ocupou o A Casa de Saúde Ana Nery localizava-se na cargo de vice-presidente da Casa das Palmeiras. praça da Liberdade, no largo da Soledade, 14, Maria Senhoria exerce há décadas a função de em Salvador-BA. Esta instituição foi fundada cozinheira e, até hoje, é a principal referência em 1964 e inaugurada em março de 1966, sob a para os frequentadores da Casa das Palmeiras. direção de Adilson Peixoto Sampaio, no intuito

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de atender ao aumento da demanda por aten- „ Casa de Saúde Dr. Eiras – 19??-2004 dimento em saúde mental. Foi criada e manti- Casa de Convalescença Dr. Eiras – 1865-19?? da pelos Serviços Médicos Cirúrgicos da Bahia S. A., sociedade que também havia fundado o Sanatório Bahia e o Hospital Santa Mônica, 22 Primeiro hospital psiquiátrico privado bra- anos antes. A instituição era de natureza priva- sileiro, localizava-se na antiga residência do da e objetivava, além da assistência psiquiátrica, Marquês de Olinda, em Botafogo, Rio de Ja- proporcionar um espaço de ensino e aprendi- neiro, onde anteriormente funcionava a Casa zagem para estudantes interessados na área. de Saúde Dr. Peixoto. Em 1865 Manoel Joa- Ocorria, sempre, uma reunião semanal de todo quim Fernandes Eiras, médico pernambuca- o corpo clínico para a discussão de casos. Estu- no, comprou a Casa de Saúde e denominou-a dantes de psiquiatria e, posteriormente, estu- Casa de Convalescença Dr. Eiras. Em material publicitário da época há também referência dantes de psicologia podiam participar destas ao estabelecimento como Casa de Saúde do reuniões, bem como acompanhar o cotidiano Dr. Eiras, sendo difícil precisar quando rece- da instituição. O público era, em sua maioria, beu este nome. Manoel Eiras começara sua constituído de pacientes particulares, da Pre- carreira como clínico geral e só mais tarde vidência Social e conveniados a outras institui- veio a dedicar-se à assistência aos alienados. ções. A estrutura era composta de um alojamen- Em 1864 já anunciava em jornais e revistas a to com 130 leitos (que foi expandido para mais existência de banhos e quartos especiais para de 200), área de lazer (salão de jogos e campo alienados na sua antiga clínica, a Casa Im- de futebol, por exemplo), lavanderia, refeitório perial de Saúde e de Convalescença. Com o e salas da diretoria, administração e respectivos hospital incorporado como dispositivo para serviços constituintes do corpo clínico. O se- lidar com os fenômenos de saúde/doença e a gundo diretor, Gabriel Cedraz Nery, implantou destinação quase exclusiva dos leitos existen- algumas mudanças no estabelecimento no pe- tes para as populações pobres, observa-se a ríodo em que exerceu essa função, entre 1967 e criação de clínicas privadas voltadas para os 1973. A psiquiatria comunitária foi um exemplo que podiam pagar. A Casa de Saúde Dr. Eiras de tais transformações, assim como a inserção foi criada, portanto, em um momento inicial de atividades ligadas ao teatro, ao candomblé, de institucionalização do alienismo, que se e comemorações dos aniversários e celebrações afi rmou efetivamente com o advento da Re- de festas populares. No fi nal da gestão de Nery pública. Após a morte do fundador, assumiu a foi criado o periódico Ensaios, com edições nos direção seu fi lho, o médico Carlos Fernandes anos de 1972 e 1973. Não temos dados sólidos Eiras. Em 1920, este vende a casa ao enteado e sobre as gestões a partir de 1973; entretanto, colaborador, o psiquiatra Waldemar da Ponte muitos nomes foram citados como personagens Ribeiro Schiller. Em 1940, com o falecimento relevantes, envolvidos na história da institui- do último, assume a gestão seu fi lho Maurício ção: Alípio Castelo Branco Pinheiro, Aurélio Brandon Schiller que, em 1943, vende a casa a Souza, Aziz Abdala Mujaes, Eduardo Saback, um grupo de médicos, do qual faz parte Leo- Irineu Fileto Gomes, Manoel Hybernom Guer- nel Tavares Miranda de Albuquerque. Este reiro, Maria Eugênia Nery, Rosa Garcia e Sílio acabou por assumi-la integralmente com o Nascimento de Andrade. falecimento ou afastamento dos sócios. Nessa época, ocorreu uma mudança no perfi l assis- Referência tencial brasileiro: os hospitais públicos pas- saram a ser destinados aos que não possuíam NERY, G. C. Entrevista concedida a Diogo Esme- vínculo com a Previdência Social e o Estado raldo Cavalcanti. Salvador, 15 ago. 2007. contratava leitos privados para os previden- ciários. O processo foi intensifi cado com o gol- Diogo Esmeraldo Cavalcanti pe militar de 1964 e, particularmente, com a

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nomeação de Leonel Miranda como Ministro Mercedes Gross Miranda, também médica, da Saúde do governo Costa e Silva. Durante assumiu a direção da casa. Em 1991, tornou- sua gestão (1967 a 1969), foi criado o Plano se proprietário Carlos Gross Miranda, fi lho do Nacional de Saúde, embrião de propostas casal, que indicou diferentes psiquiatras para privatizantes do setor saúde. Nesse contexto, assumirem a direção técnica dos hospitais. Leonel Miranda cria, em 1962, a unidade Pa- A unidade de Botafogo abrangia então uma racambi, propriedade da família até os dias área construída de 18.000 m2, em um terreno atuais, que ocupa uma área de 8.809.600 m2, de 42.000 m2. Na década de 1990 ali funcio- da qual foram urbanizados 500.000 m2 e cons- navam 15 pavilhões, oferecendo 380 vagas, truídos 60.000 m2, com capacidade projetada sendo seis pavilhões femininos (175 vagas), para 2.500 leitos. Devido a desapropriações cinco masculinos (154 vagas) e quatro mistos efetuadas na década de 1990, no governo Leo- (51 vagas). Passaram pela Casa de Saúde Dr. nel Brizola, a unidade passou a ter 119.000 m2 Eiras vários personagens do cenário brasilei- de área construída, composta por 11 pavilhões ro. Já em 1868 chega à clínica para realizar e setores administrativos. A casa de saúde er- exames de sanidade mental José Joaquim de gueu uma estação de trem, batizou-a com o Campos Leão, autodenominado Qorpo San- nome Dr. Eiras e incorporou-a à malha ferro- to, gaúcho que revolucionou a linguagem viária, facilitando o acesso da potencial clien- teatral e literária, de quem suspeitavam ser tela. O objetivo inicial de acolher os doentes o talento nada além de sintoma de desequilí- crônicos da unidade de Botafogo logo foi ul- brio mental. Não foi possível estabelecer um trapassado: a casa Dr. Eiras/Paracambi passou diagnóstico consensual, talvez porque ainda a receber egressos da extinta Fundação Nacio- não houvesse passado por lá, na condição de nal do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), da aprendiz e aluno de Teixeira Brandão, o futu- Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor ro fundador do Hospício de Juqueri, Franco (FEBEM) e do extinto Hospital Estadual de da Rocha. Em 1936, foi internada pela famí- Vargem Alegre, bem como pessoas em busca lia Dora Vivacqua, uma moça com compor- de benefício previdenciário, especialmente a tamento inadequado para sua época: tinha o população da Baixada Fluminense, o que lhe hábito de se vestir com folhas de parreira e conferiu feições de um imenso hospital geral usar duas cobras como braceletes. Esse é um pré-pineliano. Por outro lado, a casa Dr. Eiras/ dos inícios da história de Luz del Fuego, baila- Paracambi paradoxalmente abrigou, de 1971 a rina que dançava seminua acompanhada por 1978 aproximadamente, uma inusitada comu- serpentes e que escandalizou o Rio nos anos nidade terapêutica, com 84 pacientes. Na con- de 1950. Uma das precursoras do naturismo, tramão do grande asilo, uma equipe formada Fuego vivia em busca de uma sociedade alter- por diferentes profi ssionais, incluindo psicó- nativa, que só veio a ser formalmente propos- logos, promovia uma assistência inspirada em ta anos depois, nas letras de Paulo Coelho, en- um dos movimentos precursores da reforma toadas por seu parceiro . Também psiquiátrica, garantindo um tempo médio de internado pela família em 1966, 1967 e 1968, internação de 180 dias, num período em que a Paulo Coelho revelou a história de suas inter- alta hospitalar era uma possibilidade remota. nações ao manifestar publicamente seu apoio Em relação à casa Dr. Eiras/Botafogo, verifi ca- à Lei 10.216/2001, que consolidava as lutas por se também grande expansão na gestão de Leo- uma assistência psiquiátrica antimanicomial. nel Miranda e sócios. Em 1950 foram construí- Em dezembro de 2000, a Casa de Saúde Dr. das novas instalações a partir de projeto de Eiras/Botafogo solicitou o descredenciamento , ampliando a capacidade de de seus leitos-SUS, após dois anos sem rece- 90 para 600 leitos. Em 1960 foi criado o Centro ber novos pacientes por determinação do po- de Estudos da Casa de Saúde Dr. Eiras e seu der público. A Secretaria Municipal de Saúde órgão ofi cial, a Revista de Psiquiatria. Em 1983, do Rio de Janeiro instituiu uma comissão para com a morte de Leonel Miranda, sua esposa acompanhar a transferência dos 580 pacientes

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então internados, que foram encaminhados INSTITUTO FRANCO BASAGLIA (IFB). Boletim para suas famílias e inseridos em programas 18 de maio. Informativo do Instituto Franco Basa- de desospitalização dos hospitais psiquiá- glia (IFB), Rio de Janeiro, ano 8, n. 17, nov./dez. 2000 tricos públicos. Na década de 1990, a casa Dr. e janeiro de 2001. Eiras-Paracambi ganhou as manchetes dos jor- MEMÓRIA VIVA – Luz del Fuego. Disponível em: nais em função das precárias condições a que . estavam submetidos seus 2.100 internos. Após Acesso em: 5 jan. 2007. algumas tentativas de intervenção, em 2000, MORAES, M. F. Algumas considerações sobre a após visita da I Caravana Nacional de Direitos história dos hospitais privados no Rio de Janeiro: Humanos, o poder público entrou na unida- o caso Clínica São Vicente. Originalmente apresen- de de Paracambi e em 2004, devido a sucessi- tada como dissertação de mestrado, Casa de Oswal- vas denúncias de maus-tratos e do alto índice do Cruz – FIOCRUZ, 2005. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2007. nistério da Saúde os resultados do Programa PICCININI, W. J. “Franco da Rocha: vida e obra”. Nacional de Avaliação dos Hospitais Psiquiá- Psychiatry On-line Brazil, n. 8, abril 2003. Dispo- tricos (PNASH) 2003/2004, com o descreden- ní vel em: . Acesso em: 25 dez. 2006. Saúde Dr. Eiras/Paracambi. Atualmente, con- RIO DE JANEIRO (Município). Resolução Secre- tinua o processo de sua desativação e, simul- taria Municipal de Saúde 746, de 4 de dezembro taneamente, tem sido constituída uma rede de de 2000. dispõe sobre a Comissão de acompanha- atenção territorial em saúde mental, mediante mento do processo de transferência dos pacientes a implantação de Centros de Atenção Psicos- internados na Casa de Saúde Dr. Eiras – Botafogo. social (CAPS), em especial nos municípios Diário Ofi cial do Rio de Janeiro, Poder Executivo, da Baixada Fluminense, dos quais provinha Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2000. um contingente expressivo dos internados. A Casa de Saúde Dr. Eiras/Paracambi, que já foi o maior hospício da América Latina, é um Adriana Rosa marco da psiquiatria asilar, que o movimento Raquel Cavalcante Freire de Reforma Psiquiátrica busca superar.

Referências „ Casa de Saúde Santa Mônica Ltda. ALMEIDA, C. “Política e planejamento: o plano de (Espaço Bom Viver – EBV) – 1995- saúde Leonel Miranda”. Revista Saúde Pública. Hospital Santa Mônica (HSM) – 1962-1995 Vol. 40 (3), p. 381-5, 2006. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2007. Fundado em 3 de janeiro de 1962 como Hos- BIFE: O palco em revista – Qorpo Santo. Disponível pital Santa Mônica, estabelecido na rua São Ju- em: . Acesso em: 5 jan. 2007. do IAPI, Salvador – BA, tendo como entidade mantenedora a empresa Serviços Médicos Ci- COSTA FILHO, C. F. E. da. Entrevista concedida a rúrgicos da Bahia S. A., da qual também fa- Adriana Rosa. Rio de Janeiro, 24 jan. 2007. ziam parte o Sanatório Bahia e o Hospital Ana GOMES, M. P. C. Entrevista concedida a Adriana Nery. Em 1995, houve uma cisão parcial da Rosa. Rio de Janeiro, 26 jan. 2007. empresa mantenedora e o Hospital Santa Mô- HISTÓRIA da Casa de Saúde Dr. Eiras. Disponível nica (HSM) passou a existir como pessoa ju- em: . Acesso em: 4 de jan. 2007. Casa de Saúde Santa Mônica (nome fantasia:

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Espaço Bom Viver). O fundador do HSM (1962) ção, parte de seu extenso espaço físico para dar e idealizador da Casa de Saúde Santa Mônica continuidade à prestação de serviços médicos a (Espaço Bom Viver – 1995) foi o psiquiatra Cílio pacientes portadores de doenças mentais e de- Nascimento Andrade. Durante o período de sua pendentes químicos vinculados ao SUS. No dia existência, o HSM possuía 452 leitos destinados 30 de abril de 2003, houve a desvinculação total aos portadores de doença mental vinculados do SUS, com a saída do último paciente conve- ao INPS e, a partir de 1990, ao SUS, e 40 leitos niado. A área até então destinada ao SUS foi de- para atender pacientes particulares e convênios, sativada e parte dela vem sendo reformada para totalizando 492 leitos. A instituição atendia uma melhor atender à clientela. Depois dessa desvin- população predominantemente de baixa renda. culação, o EBV deixou de ser regido por deter- Até 1994, a única atividade complementar ao minação ofi cial, que exij a a presença do psicólo- atendimento psiquiátrico era a terapia ocupacio- go no quadro de funcionários, embora, segundo nal, e mesmo esta era muito incipiente devido ao seus dirigentes, esse profi ssional deva continuar grande número de internos, o que impossibilita- inserido na assistência. Em 2008, dois psicólogos va a qualidade adequada de assistência. A par- estavam incluídos na equipe, com carga horária tir daquele ano, por exigência do Ministério da de 36 horas semanais, atendendo os 70 pacien- Saúde, o psicólogo passou a fazer parte da equi- tes internados. A estrutura física do EBV com- pe multidisciplinar dos hospitais de psiquiatria, preende uma área total de 15.000 m2, localizada estabelecendo-se a obrigatoriedade de pelo me- na área metropolitana de Salvador, com 8.000 m2 nos um psicólogo, com carga horária de 20 ho- de área construída. Há 70 leitos distribuídos em ras semanais, para cada grupo de 60 pacientes. três unidades (M1, M2, M3). O refeitório serve Essa determinação foi cumprida pelo HSM e, cinco refeições diárias. A equipe multidiscipli- posteriormente, pelo EBV. Na qualidade de en- nar é composta por 12 médicos (10 psiquiatras tidade privada com fi ns lucrativos, é regida pelo e dois clínicos), um terapeuta ocupacional, dois contrato social registrado na Junta Comercial do enfermeiros, um professor de educação física, Estado da Bahia (JUCEB). Há um estatuto inter- um assistente social, dois psicólogos, um nutri- no que estabelece as diretrizes e normas de seu cionista e um farmacêutico, além de contar com funcionamento. A direção clínica da empresa os serviços de seis auxiliares de enfermagem e vem sendo exercida desde 1997 pela psiquiatra quatro apoios técnicos que garantem a seguran- Mara Christina Moraes de Andrade e a direção ça (dados de 2006). Todas as segundas-feiras a administrativo-fi nanceira, desde sua fundação, equipe técnica se reúne com os visitantes e pa- pelo administrador José Augusto Andrade. Os cientes, a fi m de esclarecer as práticas terapêu- dirigentes têm a intenção de, no futuro, vincu- ticas adotadas pelo hospital, além de procurar lar essa empresa a uma instituição acadêmica, conscientizar os familiares sobre a importância transformando-a em um centro de pesquisa. do seu apoio para a adesão do paciente ao trata- O EBV surgiu para atender à demanda na área mento. Adaptando-se a uma nova concepção de de saúde mental e dependência química da po- tratamento clínico na área de saúde mental, par- pulação do Estado da Bahia. Até o ano de 1995, o te da área desativada após o descredenciamento mercado de medicina suplementar (assistência do SUS foi utilizada para a construção de uma médica a particulares e operadoras de planos de área de lazer com piscina, academia de ginástica saúde) contava com o atendimento a pacientes e quadra esportiva. Com isso, pretendia-se ga- custeados por recursos próprios (particulares) rantir ao paciente condições favoráveis a fi m de ou pelas operadoras de planos de saúde (me- manter suas relações sociais preservadas e pro- dicina de grupo, cooperativas médicas, segura- porcionar uma internação menos penosa. Há doras de saúde e empresas de autogestão). Em um projeto para que até 2008 o EBV esteja equi- 2008 englobava 2.100.000 pessoas no Estado da pado com um ambulatório, uma unidade de Bahia. Embora tenha sido criado com o objeti- internação para 150 pacientes, uma unidade de vo de prestar assistência no âmbito da medicina hospital-dia e um pronto atendimento psiquiá- suplementar, o EBV cedeu, desde sua funda- trico, incluindo o suporte de serviço psicológico,

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terapia ocupacional, preparação e recuperação coterapia individual e grupal, grupos operati- física do interno e acompanhamento por parte vos e refl exivos, reuniões com pacientes e seus de um assistente social. familiares, bem como orientação psicológica às famílias de pacientes. A evolução de cada caso é registrada em prontuários, para que a equipe Referências multiprofi ssional conheça a avaliação realizada ANDRADE, M. C. M. de. Depoimento concedido a pela psicologia. O serviço de psicologia promo- Gisela Maria Guedes Carneiro Reis e Rita de Cás- ve eventos ligados a datas comemorativas como sia Teixeira Valente. Salvador, 26 out. 2006. Natal, dia das mães, dia dos pais e dia de São ANDRADE, J. A. Depoimento concedido a Gisela João. Objetivando a capacitação dos funcioná- Maria Guedes Carneiro Reis e Rita de Cássia Tei- rios, foram realizados, nos anos de 2004 a 2006, xeira Valente. Salvador, 17 nov. 2006. cursos de humanização e motivação. Quanto a publicações institucionais, não foram obtidos Gisela Maria Guedes dados. Na estrutura funcional da instituição Rita de Cássia Teixeira Valente existem a direção-geral, direção administrativa, setor de recursos humanos e as coordenações de psicologia, nutrição, educação física, terapia ocupacional e medicina. O espaço físico da casa „ Casa de Saúde São Pedro Ltda. (CSSP) comporta cerca de 170 leitos, distribuídos por – 1966- várias enfermarias masculinas. Há cinco salas de coordenações profi ssionais, uma quadra polies- portiva, cinco pavilhões (sendo um particular), Instituição de assistência psiquiátrica, de na- jardim, cozinha, lavanderia e 60 banheiros. tureza privada, sendo mantida por particulares e, atualmente, por convênios: SUS, Instituto de Previdência do Estado (IPEP), Fundação de Se- Referências guridade Social (GEAP), Caixa de Assistência MACHADO, M. M. Entrevista concedida a Maria dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI) e do Socorro Brito Mendes. João Pessoa, 26 set. 2008. Fundo de Saúde do Exército (FUSEX). Localiza- MACIEL, S. Entrevista concedida a Maria do So- da na avenida Epitácio Pessoa, 1.312, Torre, Pa- corro Brito Mendes. João Pessoa, 26 set. 2008. raíba, foi fundada em 13 de agosto de 1966, pelo SILVA FILHO, E. B. da. História da Psiquiatria na casal de psiquiatras paraibanos Danilo de Lira Paraíba. João Pessoa: Santa Clara, 1998. Maciel e Maria das Neves Carneiro Maciel, sen- do destinada ao tratamento de pacientes porta- Maria do Socorro Brito dores de transtornos psiquiátricos, psicológicos e relacionados à dependência química (álcool e outras drogas). A equipe atual de psicólogos é composta por três profi ssionais da área clínica „ Centro da Consciência e do e hospitalar e por estagiários de psicologia vin- Desenvolvimento Humano (INTEGRAR) dos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – 2003- e do Centro Universitário de João Pessoa (UNI- Serviço de Orientação Educacional e PE), sob a coordenação da psicóloga Silvana Vocacional do Ceará (SOEVOC) – 1962-2003 Maciel Carneiro. Os pacientes encaminhados à instituição são recebidos pelo médico, pela assis- tente social ou pela enfermeira-chefe, sendo em Localizada na rua Osvaldo Cruz, 1, sala seguida encaminhados às alas de internação, 1.305, Meireles, Fortaleza-CE, é uma institui- recebendo a partir daí o atendimento especiali- ção privada, fundada em 1962 por Artamilce zado. O serviço de psicologia, fundado em 1974, Moreira Guedis Lobo e Maria Júlia Cipião, realiza atividades como: apoio psicológico, psi- pedagogas e orientadoras educacionais, vi-

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sando atender à demanda de aplicação e in- „ Centro de Documentação e Pesquisa terpretação de testes de inteligência e apti- Helena Antipoff (CDPHA) – 1980- dões em Fortaleza. De 1976 a 1995, diante das exigências emanadas da regulamentação da Foi criado em 25 de março de 1980 em profi ssão de psicólogo, através da Lei 4.119, de sessão solene realizada na sede da Fazenda 27/08/1962, a responsabilidade técnica da insti- do Rosário, em Ibirité, Minas Gerais, com os tuição foi assumida pela psicóloga Ana Cristina objetivos de preservar a memória e divul- Kichler, suprindo a demanda de psicodiagnós- gar a obra da psicóloga e educadora Helena tico oriunda de médicos, instituições públicas Antipoff . De origem russa, Helena Antipoff e privadas e de seleção para empresas locais. formou-se em psicologia e educação em Pa- Em 1983 Martha Guedis Lobo, estudante de psicologia, assume a administração da SOE- ris e Genebra. Após exercer por alguns anos VOC em lugar de Artamilce Moreira Guedis a profi ssão de psicóloga na Rússia e na Suí- Lobo – licenciada por questão de saúde – insti- ça, como assistente de Édouard Claparède, tuindo estágio, que vigorou até 1991, para es- transferiu-se para o Brasil, em 1929. Já no Bra- tudantes de psicologia da área organizacional, sil, atuou no ensino de psicologia para edu- com a Universidade Federal do Ceará (UFC), cadores e liderou extensa obra voltada para a e contratando novos psicólogos. Ainda neste educação de excepcionais, através da criação da ano, Martha Guedis Lobo, formada pela UFC Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais e da So- e em formação na Escola Paulista de Psico- ciedade Pestalozzi do Brasil. Atuou também drama (SP), inicia a prática psicoterapêutica. na formação de educadores para o meio rural Em dezembro de 2003, já no papel de dire- em experiência pioneira no Brasil, iniciada na tora técnica e administrativa, muda o nome Fazenda do Rosário com a criação do Instituto da Instituição para INTEGRAR (Centro da Superior de Educação Rural (ISER), em 1952, Consciência e do Desenvolvimento Humano) e a oferta de numerosos cursos de aperfeiçoa- e amplia as atividades ofertadas, que passam mento para educadores do meio rural. O pa- a ser: atendimentos psicológicos, seleção de trimônio do CDPHA é constituído do acervo pessoal e cursos de formação em psicoterapia. de documentos, biblioteca e objetos de uso Tem por público-alvo pessoas físicas, jurídi- pessoal que pertenceram à educadora, e que cas e públicas da sociedade. A instituição tem se encontram atualmente guardados na Fun- promovido eventos como: curso de formação dação Helena Antipoff , em Ibirité, MG, e na em psicoterapia com crianças e adolescentes; Sala Helena Antipoff , localizada na Biblioteca curso sobre os testes de Zuliguer e PMK; e tem Central da Universidade Federal de Minas como projeto em curso apresentar um evento Gerais. O CDPHA é gerido pela assembleia cujo tema será Aspectos Psicológicos da Ree- geral dos associados, que se reúne anualmen- ducação Alimentar, Prevenção e Tratamento te, por ocasião dos Encontros Anuais Helena da Obesidade. Foi a primeira instituição, no Antipoff ; pela presidência, vice-presidência, Ceará, a oferecer prestação de serviços nas conselho consultivo, coordenadorias técnicas áreas clínica, escolar e organizacional e a pri- regionais e conselho fi scal. Os vice-presiden- meira a ofertar estágio em psicologia organi- tes do CDPHA são obrigatoriamente vincu- zacional. lados às instituições criadas por Helena Anti- poff : a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, Referência a Sociedade Pestalozzi do Brasil, a Fundação Helena Antipoff , a Associação Milton Campos LOBO, M. G. Depoimento concedido a Angela de Moura Marques. Fortaleza-CE, 30 e 31 ago. 2008 e 18 (ADAV) e a Associação Comunitária do Ro- set. 2008. sário (ACORDA). A cada encontro, um tema relacionado à obra da educadora é escolhido, orientando as refl exões dos conferencistas Angela Marques convidados e dos trabalhos apresentados, de-

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pois publicados no Boletim do CDPHA. Entre conservar e restaurar a parte do acervo que 1980 e 1999, o CDPHA foi presidido pelo psi- lhe foi cedida pelo CDPHA, com o auxílio da cólogo Daniel Antipoff . Funcionou também a equipe da professora Bethânia Reis Veloso, do Coordenadoria Regional do CDPHA do Rio Centro de Conservação e Restauração de Bens de Janeiro, presidida pela professora Olívia Culturais Móveis (CECOR-UFMG). Em 2000, Pereira, da Universidade do Estado do Rio de a presidência do CDPHA foi transferida para Janeiro (UERJ). Durante esse período, foram Regina Helena de Freitas Campos, professora reunidas novas doações ao acervo, e editada a de psicologia da educação na UFMG, e Daniel Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff , Antipoff continuou na diretoria, como presi- em cinco volumes, com o apoio da Imprensa dente de honra, a convite da assembleia dos Ofi cial do Estado de Minas Gerais. Foi também associados. Os Encontros Anuais Helena Anti- organizada pela bibliotecária Lea Valverde a poff continuaram a ser realizados regularmen- Bibliografi a Preliminar de Helena Antipoff , con- te e foram consideravelmente ampliados, com a tendo a relação de trabalhos publicados pela integração de eventos reunindo pesquisadores educadora, acompanhados dos respectivos re- da história da psicologia e história da educa- sumos, bem como uma relação de publicações ção no Brasil. Em 2000, o XIX Encontro foi rea- sobre sua obra. A bibliografi a foi divulgada no lizado em associação com o Conselho Federal Boletim do CDPHA n. 2. Os encontros anuais de Psicologia (CFP). Na ocasião, a presidenta realizados nos anos de 1980 reuniram diversos do CFP, professora Ana Mercês Bahia Bock, amigos e colaboradores da psicóloga home- compareceu ao evento e promoveu a entrega nageada, e seus depoimentos foram publica- do Prêmio Monográfi co Helena Antipoff , insti- dos nos primeiros boletins. Em 30/03/1989, o tuído pelo Conselho com a fi nalidade de pre- CDPHA fi rmou convênio com a Fundação He- miar monografi as de excelência sobre o tema lena Antipoff , pelo qual a fundação cedeu ao da inclusão social. As monografi as premiadas centro quatro salas para a guarda e exposição foram publicadas no Boletim do CDPHA n. 15, de seu acervo, por dez anos. Durante os anos editado naquele ano. A partir de 2003, alguns iniciais da década de 1990, a manutenção do encontros foram realizados em associação com acervo fi cou prejudicada pelo desinteresse da a Rede Interinstitucional de Pesquisadores em direção da fundação. A partir de 1998, contu- História da Psicologia, reunindo pesquisado- do, quando assumiu a direção da instituição a res de diversas universidades brasileiras vol- professora Irene de Melo Pinheiro, ex-aluna e tados para o estudo da história da psicologia. colaboradora de Helena Antipoff , foram reto- Em 2005, com o falecimento de seu fundador, mados os trabalhos de organização do acervo Daniel Antipoff , aos 85 anos, sua esposa, a tam- sediado em Ibirité. Na mesma ocasião, em 16 bém psicóloga Otília Braga Antipoff , tornou-se de abril de 1999, foi celebrado convênio entre presidente de honra do CDPHA. A partir de a Secretaria de Estado da Educação de Minas 2007, com a ampliação do número de contribui- Gerais, a Universidade Federal de Minas Ge- ções, o Centro instituiu uma nova publicação: a rais e o CDPHA, visando dar continuidade ao Coleção Encontros Anuais Helena Antipoff . Con- trabalho de preservação do acervo e divulga- tando em seu conselho editorial com pesquisa- ção da obra de Antipoff , com o estabelecimen- dores de instituições universitárias brasileiras to do Memorial Helena Antipoff na Fundação e estrangeiras, a publicação se destina a veicu- Helena Antipoff , e da Sala Helena Antipoff , na lar as contribuições apresentadas nos eventos Biblioteca Central da Universidade Federal de promovidos anualmente. O CDPHA mantém Minas Gerais (UFMG). Por meio desse convê- atualmente o acervo de Helena Antipoff em nio, a fundação se comprometeu a manter sua duas unidades: em Ibirité, na Fundação Helena parte do acervo, bem como uma exposição per- Antipoff , onde está sediado o Memorial Helena manente sobre a vida e a obra de Helena Anti- Antipoff ; e no campus da UFMG, na Biblioteca poff . A UFMG se comprometeu a inventariar, Central da UFMG, em Belo Horizonte, onde

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está sediada a Sala Helena Antipoff , cujo acervo de dois psicanalistas ligados à Sociedade Psi- é registrado como Coleção Especial da bibliote- canalítica do Rio de Janeiro (SPRJ): Inês Be- ca. Além disso, o centro continua a promover souchet, psicóloga de formação, e Wilson de os encontros anuais, destinados à discussão de Lyra Chebabi. Posteriormente incorporam ao trabalhos de pesquisa sobre temas relaciona- grupo a psicóloga e psicodramatista Norma dos à obra de Helena Antipoff . Como resulta- Jatobá e a psicóloga e psicanalista uruguaia do desses eventos, realizados alternadamente Marta Nieto. Participam do CESAC também na Fundação Helena Antipoff e na UFMG, são a psicóloga Therezinha Lins de Albuquer- publicados anualmente o Boletim do CDPHA e que, o teólogo Arcângelo Buzzi e o fi lósofo um volume da Coleção Encontros Anuais Helena Emmanuel Carneiro Leão. O CESAC propõe Antipoff . um programa de estudos eclético e diletan- te que engloba rudimentos de fi losofi a, psi- Referências canálise, antropologia, matemática, religião, etimologia da língua hebraica, incluindo até CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HE- o estudo da cabala. Além disso, havia cursos LENA ANTIPOFF – CDPHA. Boletim do CDPHA, Belo Horizonte: Centro de Documentação e Pesquisa e práticas psicodramáticas, usadas inclusive Helena Antipoff , n. 1-20, 1981-2008. na seleção dos candidatos, sob a orientação de Norma Jatobá. Seu público-alvo era com- CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA posto por uma maioria de psicólogos em bus- HELENA ANTIPOFF – CDPHA. Estatuto do Cen- ca de formação e, curiosamente, havia uma tro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff . exigência de estar em análise para fazer parte Belo Horizonte: Centro de Documentação e Pesqui- da instituição. O CESAC não chegou a editar sa Helena Antipoff , 1980. uma publicação própria de maior circulação, embora contasse com boletins internos. Em Regina Helena de Freitas Campos 1972 o CESAC era composto por um corpo de 15 membros e, três anos depois, chegaria a 96 fi liados, sendo 27 alunos do curso de especia- lização da PUC-Rio. Em 1976, quando esses „ Centro de Estudos de Antropologia alunos terminaram o curso, o convênio com Clínica (CESAC) – 1972-198? a universidade foi encerrado. Nessa época o CESAC passou a receber uma demanda de Associação científi ca e profi ssional funda- formação psicanalítica que não foi atendida da em 11 de junho de 1972 em convênio com e, após sucessivas crises internas sobre sua a Pontifícia Universidade Católica do Rio de função, fi cou defi nido, em documento data- Janeiro (PUC-Rio), a partir do chamado gru- do de 11 de dezembro de 1978, que a insti- po dos oito, composto por oito psicólogos que tuição era defi nitivamente um centro de estu- buscavam uma formação e uma defi nição para dos, mas não de formação. O CESAC foi uma o trabalho em psicologia clínica que pudesse instituição que reuniu psicanalistas e psicó- se distinguir de uma formação exclusivamen- logos em torno da psicanálise e saberes afi ns te acadêmica. Posteriormente, em 1976, esses no campo das ciências humanas, tendo sido, psicólogos ingressaram no curso de especia- na década de 1970, uma espécie de vestíbulo lização da PUC em parceria com o CESAC. para a formação psicanalítica dos psicólogos Eram eles: Ira Fernandes, Maria Celuta Lana- e uma extensão da SPRJ, já que os psicana- re, Neide Lobato dos Santos, Vera Drummond listas que ministravam cursos, supervisão e – que produziram, em coautoria, uma mono- mesmo a análise dos psicólogos participantes grafi a sobre a história do CESAC −, Narciso da instituição pertenciam a essa sociedade. Teixeira, Irene Lavigne, Eliane Nogueira e Lia- Desse modo, houve uma oscilação constante na Luz. Inicialmente se organizam em torno no CESAC entre um centro de estudos mul-

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tidisciplinares e uma instituição com forte zado ofi cial e legalmente em 1984, tendo como demanda de formação psicanalítica, que não fundadores: Walter Ferreira da Rosa Ribeiro, se concretizou até a instituição fechar suas Enila Chagas, Jorge Ponciano, Marta Carrij o, portas. A data desse encerramento é pouco Braulina Romancini, Thales Garcia, Thereza precisa, mas o CESAC manteve diferentes Gayoso, Zélia Rocha e Elizabeth Pinheiro – to- atividades até o fi nal da década de 1980. dos com formação em gestal erapia, partici- pantes do G1. Em 1988, um grupo de pessoas Referências organizou, na Escola Nacional de Administra- ção Pública (ENAP), um seminário sob o título FERNANDES, I. O grupo dos oito – pré-história do “Entendidos e Mal-Entendidos da Gestal era- CESAC. Monografi a (Especialização em Psicologia pia”, tendo como palestrantes Walter F. R. Ri- Clínica). Pontifícia Universidade Católica do Rio de beiro, Cristina Frascaroli – na época também Janeiro, Rio de Janeiro, 1976. professora da Universidade Federal do Rio CENTRO DE ESTUDOS DE ANTROPOLOGIA de Janeiro (UFRJ) –, Enila Chagas, Elizabeth CLÍNICA (CESAC). Relatório de Avaliação do ano Pinheiro Dias Leite, Laura Furst Arantes e ou- letivo de 1976. Rio de Janeiro, 1977, Mimeo. tros. O número dos participantes superou as FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do expectativas, deixando claro o interesse que a movimento psicanalítico no Rio de Janeiro – gestal erapia despertava. Em 1989, durante 1970/1983. Dissertação (Mestrado em Psicologia). o II Encontro Nacional de Gestal erapia, em Rio de Janeiro: Universidade Católica do Rio de Caxambu-MG, Walter Ferreira da Rosa Ribei- Janeiro, 1984. ro foi escolhido, com o apoio da caravana de Brasília ali presente, para organizar o III En- Ana Cristina Costa de Figueiredo contro Nacional de Gestal erapia, em Brasí- lia. Esse III Encontro, realizado em 1991 com 586 inscritos, foi um marco para o CEGEST, pela oportunidade de os psicólogos gestal- „ Centro de Estudos de Gestalt-Terapia de tistas se apresentarem uns aos outros. Walter Brasília (CEGEST) – 1978- foi o principal organizador e o responsável teórico pelo encontro, que conferiu ao grupo Os movimentos iniciais que precedem a organizador e aos participantes um sentido criação do CEGEST ocorreram com a chegada de pertencimento e identidade, contribuin- de Walter Ferreira da Rosa Ribeiro a Brasília, do para o fortalecimento do CEGEST como onde vive desde 1973. Pioneiro da gestal era- espaço propiciador de questionamentos, re- pia no Brasil, conduziu o primeiro workshop fl exões, exame e reexame da gestal erapia e nessa abordagem já em 1973, no então Insti- sua aplicabilidade. Em 2004 e 2006, respec- tuto para o Desenvolvimento Regional (IDR), tivamente, o CEGEST, junto com o Instituto juntamente com Thérèse A. Tellegen e Marina de Gestal erapia de Brasília (IGTB), realizou Pacheco Jordão. Iniciou grupos de treinamen- o I e o II Encontro Candango da Abordagem to em 1977 e 1978, no intuito de estudar, com- Gestáltica, tendo o último 164 participantes, preender e trabalhar com a abordagem gestál- além de 51 palestrantes – consolidando mais tica. Em 1978, constituiu o primeiro núcleo de uma vez a gestal erapia no Distrito Federal. formação em gestal erapia de Brasília, o G1, O CEGEST promove formação, especializa- com 20 pessoas, seguido em anos posteriores ção, aprimoramento bem como pesquisa e pelos G2, G3 e G4. Surgiram a partir daí diver- troca de conhecimentos sobre a abordagem sos subgrupos, que tiveram como treinadores de base existencial-fenomenológica da gestalt- os membros do G1. Convidados brasileiros terapia, através do estudo da teoria e prática e americanos contribuíram nesse processo. dessa abordagem. É aberto a profi ssionais da O CEGEST foi criado em 1978 e institucionali- área de saúde e interessados em participar do

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estudo da dinâmica do conhecer e do existir psicologia clínica em gestal erapia. A equipe humano, a serviço da melhoria da qualida- docente conta com um coordenador de cursos de das relações humanas. Seus objetivos são: e dez professores, especialistas em psicologia promover estudos da fi losofi a, teoria e meto- clínica, mestres e doutores, além de professo- dologia da abordagem gestáltica; produzir e res convidados. A manutenção do CEGEST transmitir conhecimentos na área das ciências decorre da contribuição mensal dos seus só- do homem; disponibilizar atendimento à co- cios e da arrecadação obtida com as atividades munidade nas diversas áreas de atuação da desenvolvidas. Possui uma clínica-escola em gestal erapia; promover intercâmbio cultural que os psicólogos do curso de especialização e acadêmico com entidades congêneres. A fi - atendem, sob a supervisão do corpo docente. nalidade da instituição é propiciar formação Tem também um serviço de plantão, de cunho contínua aos profi ssionais interessados no de- social, em que profi ssionais sócios do CEGEST senvolvimento da abordagem gestáltica e de se oferecem voluntariamente para atendimen- si mesmos, aprimorar a formação acadêmica, to psicoterápico à comunidade, a preços dife- a compreensão teórica, a prática, a refl exão, o renciados, considerando as diferenças socioe- entendimento e a atualização intelectual, emo- conômicas dos clientes. cional e psicológica da atitude e mentalidade gestálticas. As atividades do CEGEST incluem o Curso de Formação e Especialização em Referência Psicologia Clínica em Gestal Terapia, além de CENTRO DE ESTUDOS DE GESTALTTERAPIA uma programação periódica de eventos, vi- DE BRASÍLIA (CEGEST). Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2007. via seminários, simpósios, cursos de extensão, palestras, grupos de refl exão e de discussão. Zélia Pereira Barbosa Elabora a tradução de livros e artigos, orienta Elayne Magaldi Daemon a elaboração e apresentação de monografi as. Possui biblioteca especializada com um acer- vo de 220 livros, noventa artigos catalogados, videoteca com 36 fi tas de palestras, congressos „ Centro de Estudos Freudianos (CEF) – 1975- e cursos, que podem ser utilizados em ensino e pesquisa, estando o material disponível para consulta ou empréstimos tanto para os sócios O CEF foi o primeiro grupo lacaniano bra- e os alunos do CEGEST, como para consulta sileiro a estabelecer-se com o estatuto formal do público em geral. O CEGEST é administra- de instituição destinada ao estudo, debate, do por um conselho executivo, cujos membros produção de conhecimentos e formação psi- são eleitos, bienalmente, em assembleia geral. canalítica, a partir das proposições de Jacques É composto por conselho diretor, coordena- Lacan. O início da institucionalização da Psica- ção de secretaria, coordenação de fi nanças, nálise no Brasil data de 1927: ano da fundação adjunto de fi nanças, coordenação de eventos e da Sociedade Brasileira de Psychanalyse. Essa um ombudsman. Em 2006, o CEGEST foi cre- primeira sociedade tornou-se inativa, na me- denciado pelo Conselho Federal de Psicologia dida em que seu principal fundador, Durval (Resolução CFP 007/01) a conferir o título de Marcondes, buscando manter-se coerente com Especialista em Psicologia Clínica, através de o processo de normatização e regulamentação curso de formação e especialização teórica e do processo de formação de psicanalistas es- prática (380 horas de parte teórica e 120 horas tabelecido pela International Psychoanalytical de parte clínica, com um mínimo de 60 horas Association (IPA), voltou-se para o processo de psicoterapia na abordagem gestáltica e de de constituição da primeira instituição brasi- elaboração de monografi a de base teórica em leira de formação de analistas legitimada pela gestal erapia), possibilitando o exercício da IPA: a Sociedade Brasileira de Psicanálise de

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São Paulo (SBPSP), ofi cialmente reconhecida Instituto de Psicologia da USP, onde defendeu em 1951. Diversas instituições vieram a per- seu doutorado sobre o inconsciente freudia- correr a mesma via em outros estados brasilei- no. Já em 1974 tinham-se iniciado os contatos ros, consolidando o contexto de exclusividade de Nogueira com Checchinato, que voltara da IPA, na formação de psicanalistas no Brasil, para Campinas após realizar seu mestrado na que vigorou até meados dos anos 70. A partir França e tornar-se membro da EFP. E Laberge daí, iniciou-se a fratura dessa hegemonia, com e Corrêa, também formados na tradição fi lo- a criação progressiva de instituições desafi an- sófi ca dos jesuítas, haviam retornado a Recife do esse poder centralizador. A origem desse após estudos sobre as obras de Freud e Lacan, processo remete a acontecimentos do campo em Paris. Além de desenvolverem atividades psicanalítico francês. Em 1953, um grupo de em consultório, tinham constituído, com ou- psicanalistas didatas, entre os quais Jacques tros colegas, um grupo de estudos sobre psi- Lacan, fundou a Sociedade Francesa de Psi- canálise. Corrêa, além disso, era professor da canálise (SFP), após se desligar da Sociedade Universidade Católica de Pernambuco e atua- Psicanalítica de Paris (SPP). Lacan desafi ava va como psicólogo na Fundação Estadual do a regulamentação técnica da IPA, com suas Bem Estar do Menor (FEBEM). O CEF, embora sessões curtas e de tempo variável. E também fundado em 1975 por indivíduos sediados em inaugurava uma produção teórica que criti- apenas dois estados brasileiros, foi concebido, cava o dogmatismo predominante, iniciando desde o início, com pretensões de representa- um ensino sistemático que chamou de “retor- tividade nacional. Grupos subsidiários regio- no a Freud”, a partir da infl uência da lingüísti- nais vieram a ser criados em São Paulo, Re- ca e da antropologia estrutural. Após um lon- cife, Campinas, Brasília, Curitiba, Piracicaba, go processo, a IPA recusou a fi liação da SFP e, Salvador, Natal, Porto Alegre e Goiânia, ainda em 1963, retirou de Lacan o título de didata. que alguns com duração efêmera. No artigo Em 1964, Lacan fundou a Escola Freudiana em que relata a história do CEF, Laberge expli- de Paris (EFP), com o objetivo de reconduzir cita que o desejo inicial que impulsionou sua a práxis original do campo aberto por Freud fundação foi criar uma instituição acessível a ao dever que entendia lhe competir em nosso analisantes e não analisantes, analistas e não mundo. Criou-se, assim, um novo modelo ins- analistas e pessoas dos mais variados cam- titucional de formação de psicanalistas, que pos – antropologia, história, matemática, lin- abolia o título de analista didata. Em 1967, güística etc –, onde a interrogação freudiana, propôs o dispositivo do “passe” para aqueles através da palavra de Lacan, pudesse ser co- que desejassem testemunhar os problemas locada: uma instituição onde a possibilidade cruciais da sua própria análise (Proposição de de ser analista estivesse condicionada unica- 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da mente ao desejo de cada um, provado no divã Escola). Os anos 70 iniciaram-se com novas ar- e no estudo da psicanálise. As proposições ticulações teóricas, agora a partir da infl uência fundadoras adotadas desde os encontros ini- da matemática e da topologia. Sensíveis a es- ciais do grupo refl etiam com clareza a trans- ses acontecimentos, e infl uenciados pela obra ferência com Lacan e seu ensino: a referência de Lacan e por suas idéias sobre transmissão fundamental ao “retorno a Freud”, a abolição da psicanálise e formação de analistas, cinco da análise didática como elemento funda- pessoas reuniram-se em São Paulo, em 4 de mental da formação de analistas, a sustenta- outubro de 1975, para fundar o CEF: Luiz Car- ção da viabilidade da análise de psicóticos, a los Nogueira, Durval Checchinato, Jacques adoção de sessões de duração curta e variável Laberge, Ivan Corrêa e Jeanne-Marie Macha- (o “tempo lógico”) e a atenção à interlocução do de Freitas. Luiz Carlos Nogueira fora se- com outras áreas do saber. A partir de 1975, minarista na ordem dos jesuítas e graduara-se realizaram-se diversos encontros nacionais, em Filosofi a. Iniciara sua formação psicanalí- alternando-se as cidades que os sediavam. tica com analistas da SBPSP e era professor do Neles, realizavam-se debates e apresentações

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teóricos, debates sobre a prática psicanalítica, OLIVEIRA, C. L. M. V. de. História da psicanálise. apresentações de casos clínicos e reuniões so- São Paulo: 1920-1969. São Paulo: Escuta, 2006. bre política institucional. Em um encontro de PACHECO FILHO, R. A. “Koch, Adelheid Lucy”. 1976, houve uma malograda tentativa de fu- In: CAMPOS, R. H. de F. et al (Orgs.). Dicionário são com o Colégio Freudiano do Rio de Janei- biográfi co da Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: ro: outro grupo lacaniano, fundado em 1975 Imago; Brasília/DF: CFP; 2001, p.193-196. por Magno Machado Dias e Be y Milan. No ROSAS, P. Memória da Psicologia em Pernambu- fi nal da década de 70, com a progressiva dis- co. Pernambuco: Ed. UFPE, 2001. solução dos grupos regionais e o afastamento ROUDINESCO, E. e PLON, M. (Orgs.). “Brasil”. de membros para outras atividades, ou para In: Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge a fundação de novos grupos, o CEF perdeu Zahar, 1998, p.86-92. seu caráter nacional. Em 1980, Jacques Lacan dissolveu a EFP, fundando a Escola da Causa SAGAWA, R. Y. “A história da Sociedade Brasileira Freudiana (ECF). Ele faleceu em 1981. Esses de Psicanálise de São Paulo”. In: NOSEK, L.(Org.) acontecimentos modifi caram sobremaneira Álbum de família: imagens, fontes e idéias da Psi- o campo lacaniano brasileiro e internacio- canálise em São Paulo. São Paulo: Casa do Psicó- logo, 1994. nal. Quanto aos fundadores do CEF, Laberge continuou exercendo a psicanálise no Recife. SIQUEIRA, E. S. de; MORAES, E. A. de; CORRÊA, Checchinato fundou com colegas a Associa- I. “Percursos do movimento psicanalítico em Per- ção Campinense de Psicanálise, em 1992, nambuco”. Neurobiologia, 60v. 60, n. 3, p. 115-122, visando a formação de analistas e a difusão jul./set. 1997. do conhecimento psicanalítico. Nogueira SOBREIRA, S. “Antes e depois de meu encontro aderiu ao Campo Freudiano, fundando a com Lacan: Paris - julho de 1977. (Entrevista com Escrita Freudiana, em 1989. Essa instituição Luiz Carlos Nogueira)”. Psicologia USP, v. 15, n. foi dissolvida para que seus membros ade- 1/2, p. 109-123, 2003. rissem à iniciativa que deu origem à Escola Brasileira de Psicanálise (EBP), fundada em Ana Laura Prates Pacheco 1995. Em 1998, Nogueira participou da cisão Raul Albino Pacheco Filho internacional que deu origem à Internacio- nal dos Fóruns do Campo Lacaniano (IF) e fundou com colegas, em São Paulo, o Fórum do Campo Lacaniano (FCL-SP), do qual foi o „ Centro de Estudos Freudianos do Recife primeiro diretor. Faleceu em 2003. No Reci- (CEF-Recife) – 1984- fe, Corrêa continua na liderança do Centro de Estudos Freudianos de Pernambuco. Teve sua fundação ligada ao grupo inte- grado por Ivan Corrêa, Jacques Laberge e Referências outros interessados no estudo, divulgação e CORRÊA, A. I. “Tributo a uma década”. Céfi so: Re- transmissão da psicanálise freudiana-lacania- vista do Centro de Estudos Freudianos do Recife, na, sendo uma das primeiras instituições a v. 1, n.4, p. 17-18, 1985. introduzir o estudo de Lacan no Brasil. Este LABERGE, J. “História de um projeto, o Centro de grupo, juntamente com colegas de outras ci- Estudos Freudianos”. Céfi so: Revista do Centro de dades, tendo como sustentação a transferên- Estudos Freudianos do Recife, v. 1, n. 4, p. 5-14, cia à obra de Freud e Lacan, reuniu-se, no I 1985. Encontro Nacional, em 4/10/1975, em reunião LACAN, J. “Proposição de 9 de outubro de 1967 aberta como concretização de um projeto sobre o psicanalista da Escola”. In: LACAN, J. amadurecido nos contatos anteriores. Após Outros Escritos. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, esse primeiro encontro, alguns grupos re- 2003, p. 248-264. gionais deram os primeiros passos, de modo

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informal e assistemático. No Recife, Ivan Cor- como os de Ivan Corrêa e Amélia Medeiros, rêa, Jacques Laberge e outros, mantiveram os bem como Cadernos de Estudos, com transcri- estudos e as interlocuções, sustentando o nú- ções e traduções de textos auxiliares aos es- cleo que possibilitaria a posterior fundação do tudos dos grupos. Atualmente (2008), o CEF- CEF-Recife. Neste primeiro encontro nacional Recife funciona no bairro da Tamarineira, na foi escolhido o tema A Transferência para o rua Joseph Turton, 227, Recife-PE, dispondo encontro seguinte (realizado em feve reiro de uma biblioteca, duas salas de estudo para de 1976 em São Paulo), com base no estudo grupo e um auditório para 50 pessoas. Suas do Seminário de Lacan “A Transferência”. O atividades são planejadas em assembleia dos grupo do Recife, avançando no desejo de di- membros participantes e orientadas e execu- fundir, estudar e transmitir a psicanálise, com tadas pelos membros e pela coordenação, esta base nos textos de Freud e de Lacan, organi- eleita a cada dois anos. Contando com dois zou-se também na fundação jurídica do CEF- funcionários fi xos: um auxiliar de secretaria e Recife. O CEF foi constituído como pessoa um funcionário de serviços gerais. A institui- jurídica em 27/10/1984, sediando-se na época ção mantém grupos de estudo, um projeto de na rua Joaquim Xavier de Andrade, 72, no tema anual de estudo ou de outros interesses bairro de Casa Forte, Recife-PE. Em sua pri- afi ns a seus objetivos, bem como um seminá- meira ata, datada de 06/10/1984, aprovou-se rio semanal aberto ao público. o texto elaborado pela comissão de revisão e reformulação dos estatutos e regulamento in- Referências terno. O CEF-Recife tem por fi nalidade estu- dar o inconsciente, proposto inicialmente por CENTRO DE ESTUDOS FREUDIANOS DO RE- Freud e relido por Lacan e outros, proceden- CIFE (CEF-Recife). Ata da Primeira Assembleia Geral Extraordinária. Recife: Livro de Atas, 6 de do a investigação e a pesquisa do signifi cante outubro de 1984. na realidade brasileira, além de constituir-se como lugar onde se processa a formação de CENTRO DE ESTUDOS FREUDIANOS DO RECI- psicanalistas. Para a consecução das suas ati- FE (CEF-Recife). Revista Céfi so, n. 4, tomo 1, Edi- ção comemorativa dos dez anos de fundação do vidades, o CEF-Recife propõe estudos, semi- CEF-Recife. Recife: CEF-Recife, 1995. nários, cursos e atividades correlatas, como de pesquisa e de publicação. A instituição é man- CENTRO DE ESTUDOS FREUDIANOS DO RECI- tida pelas mensalidades dos membros parti- FE (CEF-Recife). Estatuto e Regimento Interno do CEF-Recife. Recife, 1984. cipantes e dos participantes de grupos de es- tudos, além das vendas de suas publicações e das inscrições nos eventos organizados, como Maria de Fátima Belo de Morais conferências, seminários, jornadas e encontros científi cos. Desde sua fundação, o CEF-Recife realiza anualmente uma Jornada de Estudos „ Centro de Informações Antiveneno da de âmbito regional e um Encontro Anual de âmbito mais amplo, contando com a partici- Bahia (CIAVE) – 1980- pação de convidados de destaque do Brasil e colegas de outros países, com os quais man- É uma instituição pública estadual, assis- tém suas interlocuções fortalecidas por uma tencial, que atua na orientação, diagnóstico transferência de trabalho. Mantém, também, a e terapia de pacientes intoxicados. Localiza- publicação da Revista Céfi so, agora em seu nú- se na estrada do Saboeiro, s/n., no Cabula, mero 16, destinada a fazer circular as produ- Salvador-BA. As primeiras entidades ligadas ções dos grupos e intervenções apresentadas às intoxicações exógenas surgiram na Europa nas Jornadas e nos Encontros. Organiza, edita em 1949, nos Estados Unidos em 1963 e na Ar- e publica os livros dos membros participantes, gentina em 1970. O primeiro centro antivene-

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no implantado no Brasil foi o da Prefeitura de citação em toxi cologia para médicos emergen- São Paulo e data de 1971. Em 1976, foi criado o cistas. Fornece informações a respeito de seus Centro de Informações Toxicológicas em Por- trabalhos para vários estados do Brasil, além to Alegre-RS, que originou o Sistema Nacional de fazer palestras em feiras da saúde e esco- de Informações Toxicológicas (SNITF). O CIA- las públicas. Seus profi ssionais publicam em VE foi criado pela Secretaria de Saúde do Es- revistas científi cas e em congressos. O CIAVE tado da Bahia (SESAB) e inaugurado em agos- está organizado em dois setores: o de ativida- to de 1980, sendo Daisy Schuwab Rodrigues, de assistencial e o de apoio. O primeiro diz enfermeira toxicologista, a atual diretora ge- respeito à assistência ao paciente, orientação ral do centro. Foi o segundo implantado pelo diagnóstica e terapêutica, análise toxicológica SNITF, dos 34 centros atualmente existentes de urgência, além de produção e fornecimento no país, e é o único na Bahia, sendo Centro de de antídotos e soros antipeçonhentos. As ativi- Referência Estadual em Toxicologia. O CIAVE dades de apoio são: toxicovigilância; toxicolo- funciona em anexo do Hospital Roberto Santos gia veterinária; biológicas (plantas e animais); (Salvador-BA), embora seja independente des- capacitação (objetivo dos núcleos de estudos te. Seu objetivo é prestar informações e orien- e pesquisas); e atividades administrativas e tações sobre toxicologia e sobre como proceder fi nanceiras. A instituição ocupa uma área do em caso de envenenamento a profi ssionais da Hospital Roberto Santos de 600 m² divididos área de saúde, a entidades públicas e priva- em 25 salas que são: sala de apoio administra- das e à população do Estado da Bahia, além tivo, sala da diretoria e secretaria, sala do plan- de prestar atendimento médico de urgência e tão médico, consultório médico, coordenação acompanhamento de pacientes intoxicados. administrativa, coordenação de descentraliza- Com esse propósito, o centro se dedica à iden- ção e apoio à rede (distribuição de antídotos, tifi cação, investigação e prevenção dos riscos soros etc.), laboratório de toxicologia, que se tóxicos em todos os níveis, visando ao controle subdivide em: coleta, gerência, coordenação, desses riscos nas comunidades por meio dos laboratório, coordenação de informática, almo- programas de toxicovigilância; informação e xarifado, arquivo, expurgo (depósito de mate- orientação toxicológica aos profi ssionais de rial de limpeza), Núcleo de Estudo e Pesquisa saúde, de entidades públicas e privadas da ca- (NESPEC), biblioteca, psicologia, veterinária, pital e interior e outros estados do Nordeste e biologia (sala de animais peçonhentos, sala do à comunidade em geral; orientação no atendi- biólogo, portaria, sala do arsenal terapêutico – mento médico de urgência e acompanhamen- antídotos e soros). No ano de 2000, quando o to de pacientes intoxicados nas unidades do centro completou vinte anos de funcionamen- Hospital Geral Roberto Santos; capacitação de to, inaugurou-se em sua área externa o jardim recursos humanos pelo seu Núcleo de Estudos de plantas tóxicas. A criação do jardim está de e Pesquisas. O ingresso dos funcionários ocorre acordo com as recomendações do Ministério de três maneiras: por concursos; por meio de da Saúde através do Projeto de Plantas Tóxicas, empresas terceirizadas, como por exemplo, os coordenado pela FIOCRUZ. Em 1991 o Serviço médicos plantonistas, que são contratados pelo de Psicologia do CIAVE foi criado, com o obje- Regime Especial de Direito Administrativo tivo inicial de atender à demanda de pacientes (REDA); ou pela ocupação de cargos de con- com tentativa de suicídio por envenenamento fi ança. Desde o ano de fundação acontecem no que se encontravam internados no Hospital centro os Cursos Anuais de Toxicologia Básica, Roberto Santos. Desde 2007, com a criação do ministrados por profi ssionais do próprio CIA- Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio VE. Além disso, a instituição promove cur sos (NEPS), a atuação da psicologia na instituição para agentes comunitários de saúde e de capa- foi ampliada, passando a operar na prevenção

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do suicídio, fornecenecendo atendimento indi- com quatro psiquiatras, quatro assistentes so- vidual e orientação à família para a população ciais, três psicólogos, dois neurologistas, três de risco, ou seja, que tem queixa de depressão terapeutas ocupacionais, dois fonoaudiólogos ou ideação suicida, e fornecendo acompanha- e três enfermeiros, sendo dois psicólogos com mento psiquiátrico ao usuário. O serviço conta carga horária de 20 horas semanais e um com com psicólogos e estagiários de psicologia. 40 horas semanais. O espaço físico da institui- ção é composto por dois andares: o primeiro possui um corredor onde fi ca a recepção, uma Referência sala para a coordenação, uma sala utilizada Centro de Informações Antiveneno da Bahia. Dis- por técnicos de enfermagem, uma para con- ponível em: . Acesso em: 5 set. 2007. sultas médicas e uma escada que dá acesso ao arquivo. Neste andar também está localizada uma sala de espera, que dá acesso à copa, aos Iramaia Santos Rodríguez banheiros (dos usuários e dos funcionários) e Elicarlos Coutinho de Oliveira a mais duas salas de atendimento. No segun- Sunna Prieto de Azevedo do andar, há seis salas para atendimentos dos Alessandra Tranquilli profi ssionais. A instituição oferece, na área de psicologia, atendimento clínico e avaliação psicológica. O SUS impõe algumas exigências à instituição, que incluem a determinação de „ Centro de Logopedia e Psicomotricidade cotas para avaliações e atendimento indivi- da Bahia (CLPB) – 1972- dual. O CLPB funciona sem uma grade de ati- vidades prontas, elas são livres. Dependendo Fundado em 1972 por Maria José Lobo (fo- da demanda do grupo, o profi ssional defi ne noaudióloga), o Centro de Logopedia e Psico- a melhor maneira de prosseguir seu trabalho. motricidade da Bahia (CLPB) localiza-se na rua Conta com um acervo bibliográfi co composto Frederico Costa, 89/91, Brotas, Salvador-BA. por alguns livros de avaliações psicológicas, Inicialmente o CLPB só atendia pacientes parti- disponíveis para o trabalho dos psicólogos. culares. Atualmente (2008) a clientela da insti- Assim, os demais profi ssionais que necessita- tuição é predominantemente do SUS. O CLPB rem ampliar seus conhecimentos ou pesqui- funciona como um ambulatório para crianças sar sobre algo específi co deverão buscar fora e adultos, objetivando o acompanhamento e da instituição. Sua relevância para a emer- tratamento de pacientes portadores de defi ciên- gência, institucionalização e expansão do cia mental e transtornos de comportamento, campo da psicologia no Brasil está associada tendo como público-alvo crianças, adolescente à disponibilização de diversos profi ssionais e quaisquer outras pessoas portadoras de defi - da área de saúde pelo SUS e com a abertura ciência mental e/ou transtornos de comporta- ao público em geral que necessita deste tipo mento. A instituição é assistencial, não gover- de atendimento. namental, de natureza fi lantrópica. Não foram encontradas publicações institucionais nem registro de eventos promovidos. Embora haja Referência um estatuto, ele estava indisponível. O CLPB SILVA, L. A. M.; BRANCO, S. M. C.; MELO, B. C. tem como dirigente a superintendente Maria S. Entrevista concedida a Gabriela Neiva Orrico. José Lobo que, desde a sua fundação, tem lu- Salvador, 26 mar. 2008. tado em prol de verbas governamentais visan- do à manutenção da instituição. O CLPB conta Gabriela Neiva Orrico

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„ Centro de Orientação e Seleção dito, criado em virtude da diretriz de depar- Psicotécnica (COESP) – 1970-1988 tamentalização imposta pela referida reforma Departamento de Psicologia da e que deu origem ao atual Instituto de Psico- logia da UFRGS. Na prática, a coexistência do Universidade Federal do Rio Grande do COESP e do Departamento de Psicologia refl e- Sul (UFRGS) – 1954-1970 tiria a presença de dois grupos ligados à psico- logia na UFRGS após a reforma universitária. O COESP foi criado em novembro de 1970, O COESP manteve a tradição e experiência pelo primeiro Departamento de Psicologia da do Departamento de Psicologia Clínica, mas Universidade Federal do Rio Grande do Sul constituía-se em um órgão suplementar vincu- (UFRGS). O COESP foi um órgão ativo na lado à Pró-Reitoria de Extensão. Além das ati- prestação de serviços psicológicos à comuni- vidades de psicologia aplicada, o COESP pro- dade em geral e à comunidade universitária moveu diversos cursos de extensão, mas não em particular, além de promover, por meio de teve participação direta no estabelecimento suas atividades e cursos, o interesse de futuros do Curso de Psicologia da UFRGS. Este fi cou psicólogos sul-rio-grandenses pela psicologia a cargo do novo Departamento de Psicologia. aplicada. Instalado em 22 de abril de 1954, o Nos anos de 1980, o COESP serviu principal- primeiro Departamento de Psicologia integra- mente como local de estágio e supervisão para va a Faculdade de Filosofi a da Universidade os alunos do curso de graduação em Psicolo- do Rio Grande do Sul (URGS), posteriormente gia. O COESP editou um perió dico intitulado UFRGS. Foi nomeado para a sua chefi a o pro- Cadernos de Psicologia Aplicada, idealizado e fessor catedrático Nilo Antunes Maciel. De- fundado, conforme consta na publicação, pelo vido às atividades voltadas para a psicologia professor Arthur de Ma os Saldanha. O pe- aplicada nas áreas de psicologia clínica, psi- riódico circulou por três anos (1973 a 1975), cologia do trabalho e psicologia escolar, fi cou perfazendo um total de três volumes, com seis mais conhecido como Departamento de Psi- números. O material publicado incluía artigos cologia Clínica. Era diretamente vinculado à teóricos e empíricos, vasto noticiário sobre as Reitoria e prestava serviços de psicodiagnósti- atividades do COESP e acontecimentos im- co, orientação e seleção profi ssional, voltados portantes na área da psicologia profi ssional e primariamente à contratação de funcionários científi ca. A qualidade da publicação, compa- da própria universidade. O Departamento de rada com outras existentes no Brasil naquela Psico logia Clínica, bem como as cátedras de época, assemelhava-se aos Arquivos Brasilei- Psicologia nos cursos de graduação Filosofi a e ros de Psicologia Aplicada; sua apresentação Pedagogia, foi importante contexto de forma- gráfi ca era excelente, com boa padronização ção de novos psicologistas no estado. Ligado de estilo, e numeração contínua de páginas. ao ensino de Psicologia da Faculdade de Filo- Em 1988, o COESP foi extinto em consequên- sofi a, o departamento traduzia a infl uência da cia de uma reforma administrativa da UFRGS. visão de Nilo Maciel a respeito da aplicação Suas instalações e os recursos materiais, loca- empresarial do conhecimento e dos instru- lizados num prédio do campus das Ciências mentos psicológicos. Nilo Maciel foi sucedido da Saúde, nas proximidades do Hospital de pelo professor Artur de Ma os Saldanha, que Clínicas, foram herdados pela atual Clínica de seria o último coordenador do Departamento Atendimento Psicológico do Instituto de Psi- cologia da UFRGS. de Psicologia Clínica e o primeiro diretor do COESP, órgão criado para substituir aquele departamento em virtude da reforma univer- Referências sitária. Note-se que aquele primeiro Departa- GAUER, G. Psicologia na Universidade Federal mento de Psicologia Clínica, prévio à reforma do Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado em universitária de 1968, não se confunde com Psicologia do Desenvolvimento). Universidade Fe- o Departamento de Psicologia propriamente deral do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.

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GAUER, G.; GOMES, W. B. “O Curso da Reforma: a funcionar de segunda a sexta-feira nos três ensino de Psicologia na Universidade Federal do turnos. É, pois, uma instituição assistencial e Rio Grande do Sul (1971-1979)”. Psicologia: Refl e- de prestação de serviços de natureza fi lantró- xão & Crítica, v. 15, n. 3, p. 497-513, 2002. pica, sendo o MFC a entidade mantenedora. GAUER, G.; GOMES, W. B. Psicologia na Univer- Todo o trabalho é realizado por voluntários. sidade Federal do Rio Grande do Sul: 1943-2003. Tem como principais objetivos: atender pes- Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2007. interpessoal; promover estudos e pesquisas GOMES, W. B. (Org.). Psicologia no estado do Rio relacionadas à temática família-sociedade; Grande do Sul. Porto Alegre, nov. 2006. Disponí- vel em: . Acesso em: 25 jul. 2007. bito família-sociedade; promover cursos de especialização em terapia familiar. Atende to- INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDA- DE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Dispo- das as faixas etárias, recebendo reduzida taxa nível em: < h p://www.psicologia.ufrgs.br/>. Aces- de contribuição das pessoas e famílias atendi- so em: 25 jul. 2007. das. Suas instalações constam de duas peque- nas salas, nas quais funcionam a recepção e a secretaria, e quatro salas para o atendimento Luciano Ferreira Piccoli aos clientes. Funciona nos dias úteis, das 8:00 William Barbosa Gomes às 20:00 horas, reservando sábados e domin- Gustavo Gauer gos para eventuais cursos e vivências grupais. A estrutura do COFAM é a seguinte: conselho administrativo, composto pelo presidente Ta- „ Centro de Orientação Familiar (COFAM) les Graco Pombo, secretário e tesoureiro; con- – 1980- selho fi scal; diretoria executiva, Magda Dussel Hita; coordenação de cursos, Margarida Rego; coordenação de triagem, Jacira Barbosa; coor- Em 1979 o Movimento Familiar Cristão denação técnica, Aidil Fadul; coordenação (MFC) recebeu de dom Thomas Murphy, bis- técnica de terapia familiar, Terezinha Alves; po auxiliar de Salvador, a incumbência de im- coor denação de pesquisa e documentação, plantar um centro de atendimento à família, semelhante ao Centro de Orientação Familiar Ada Nícia Nogueira Santos. O COFAM pos- (COF) de Campinas-SP. A equipe diocesana sui biblioteca especializada em família e tera- do MFC de Salvador organizou um grupo de pia familiar, na qual constam, além de publi- trabalho para coordenar a instalação e fun- cações do próprio MFC, como a Revista Fato e cionamento do COFAM. Para este fi m, con- Razão (publicação trimestral) e livros especial- seguiu-se que a Santa Casa de Misericórdia mente dirigidos para os trabalhos das equipes cedesse o pavilhão Júlia Carvalho, situado na do movimento de cursos de preparação matri- avenida Joana Angélica, 79, no bairro de Na- monial, monografi as de conclusão dos cursos zaré. Em 1980 o COFAM deu início às suas ati- de pós-graduação mantidos pelo COFAM em vidades contando com profi ssionais de saúde convênio com a UCSAL: Especialização em da área de psicologia, atendendo duas tardes Família, dirigida a profi ssionais que desejam por semana. Porém, a instituição só foi ofi cial- ampliar seus conhecimentos, e Especialização mente inaugurada por Jorge e Ana Maria Stu- em Terapia Familiar, dirigida aos profi ssionais dart em março do mesmo ano, contando com aprovados nas disciplinas do curso supraci- a presença de autoridades eclesiásticas, com tado, tendo como objetivo fi nal a formação o assistente espiritual do centro, com partici- de terapeutas familiares. Os profi ssionais do pantes do MFC e com pessoas da comunida- COFAM são frequentemente convidados a de. Depois da inauguração, o COFAM passou participarem de mesas-redondas, conferên-

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cias, discussões sobre a temática da instituição „ Centro de Orientação Infantil – 1949-1949 nos jornais e telejornais locais e a realizarem trabalhos específi cos em escolas, empresas, Instalado em 1949, junto ao Departamento centros comunitários e paróquias, em regime Estadual da Criança (DEC), órgão da Secreta- de trabalho voluntário. Atuam no COFAM ria da Saúde e Assistência Social de Curitiba. profi ssionais que preencham os seguintes re- Idealizado para ser uma nova organização, quisitos: graduação e especialização compro- baseada nos modernos princípios da neu- vadas na área em que atuam (atendimento ropsiquiatria, o centro teve por fi nalidade indi vidual, grupal, casal, familiar, comuni- estudar as perturbações mentais apresenta- tário e áreas afi ns), totalizando aproximada- das por crianças em idade pré-escolar e es- mente setenta profi ssionais; estagiários dos colar que poderiam impedir uma adaptação cursos de Especialização em Terapia Familiar social adequada destas, prejudicando seu e Terapia Comunitária, com a supervisão da ajustamento ao meio familiar, escolar e, futu- Universidade Católica de Salvador; estagiá- ramente, profi ssional. Os estudos do centro abrangiam tanto os aspectos médicos e neu- rios do oitavo semestre de Psicologia, com a rológicos como os aspectos psicossociais das supervisão da entidade de ensino ou super- perturbações mentais. Compreendia-se na épo- visão particular devidamente comprovadas. ca que as questões que comprometiam o de- O COFAM mantém parceria com o Núcleo de senvolvimento da criança não poderiam ser Estudo das Terapias (NET) para realização de resolvidas senão por meio de uma atenta ob- cursos, vivências e seminários. Os profi ssio- servação das ações complexas do terreno bio- nais que atendem no COFAM há no mínimo lógico, das reações psicológicas, da infl uência dois anos poderão realizar atendimentos, em das doenças orgânicas e dos traumatismos. O seus consultórios particulares, individuais, programa traçado pelo Centro de Orientação casais e famílias encaminhadas pelo próprio Infantil entendia que os métodos científi cos COFAM, na condição de receberem pelo tra- para o estudo das perturbações da inteligên- balho profi ssional uma taxa compatível com cia e do caráter da criança não deveriam ser a mensalidade paga anteriormente ao centro. os mesmos empregados na pediatria e nem O trabalho realizado nesta instituição é rele- os mesmos da psiquiatria dos adultos, pois ao exame médico, neurológico e ao diag- vante para a expansão da terapia individual, nóstico psiquiátrico clínico deveriam ser as- de casal, de família e comunitária; de traba- sociadas técnicas de medidas psicológicas: lhos pedagógicos-vivenciais com grupos, com testes de inteligência, de nível mental, de família; de trabalhos científi cos e de pesqui- maturidade, de caráter, de orientação profi s- sas, principalmente no âmbito da família, te- sional, entre outros. O diagnóstico e o trata- rapia familiar e comunitária. mento das perturbações das crianças neces- sitavam, portanto, da colaboração de uma Referências equipe composta por psiquiatra, pedagogo, psicólogo e assistente social. Desta forma, a MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO (MFC). Rela- equipe constituída para atuar no centro teve tório de 21 anos de existência do COFAM – Coletâ- como responsável pela orientação técnica o nea. Salvador, 2002, Mimeo. pediatra Domício Costa, dire tor de divisão MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO (MFC). Cole- do DEC; a professora Pórcia Guimarães Al- ção Revista Fato e Razão. Rio de Janeiro, [s.n., s.d.], ves, a quem coube a parte de psicologia; a vol. 1. professora Eny Caldeira; o pediatra Plínio Pessoa; o clínico Osíres Rego Barros; os psi- Carmefran Viana Araújo Teixeira quiatras José Sche ini e Launfran Villanue-

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va; a assistente social Maria Rute Junquei- Infância e Adolescência (CAPSI), registrado ra e auxiliares de serviços sociais. O centro no Ministério da Saúde desde 1998. Além des- funcionou apenas durante alguns meses e de ses projetos específi cos, atende a outras desor- forma precária. dens emocionais e comportamentais infanto- juvenis e oferece terapia na área pedagógica Referências e psicomotora a crianças e adolescentes das ALVES, P. G. Memórias da Psicologia no Paraná. redes pública e particular de educação. Todos Curitiba: Pinha, 1997. estes projetos contam com parcerias com ór- CAMPOS, R. H de F. (Org.). Dicionário Biográfi co gãos das Secretarias de Saúde, de Educação da Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: Imago, 2001. e de Justiça do DF. Dentro deste contexto, o PROTEÇÃO à maternidade e a infância. Gazeta do setor de psicologia, existente desde a funda- Povo, Curitiba-PR, ano XXXI, n. 8681, 22 jul. 1949. ção do COMPP, desenvolve atividades de: psi- coterapia individual e psicoterapia de grupo; Sheila Maria Rosin psicodiagnóstico individual e psicodiagnós- tico interventivo em grupo; grupos de apoio e orientação aos pais de crianças hiperati- vas; grupo de apoio e orientação aos pais de „ Centro de Orientação Médico- crianças vítimas de abuso sexual e violência Psicopedagógica (COMPP) – 1969- doméstica; atendimento multifamiliar; gru- po terapêutico com os pais das crianças em Criado em 23 de outubro de 1969, é um atendimento; grupo terapêutico com pais de órgão da Secretaria de Saúde do governo do crianças e adolescentes com transtorno inva- Distrito Federal. Pioneiro em sua área de atua- sivo do desenvolvimento (autismo, psicose, ção, é a única instituição pública do Distrito borderline); visitas domiciliares conforme Federal para atendimento em saúde mental a necessidade da criança e sua família; tera- de crianças e adolescentes. O COMPP possui pia psicomotora em grupo e individual. Há um modelo especializado de atenção inter- ainda a atividade de preceptoria, na qual os disciplinar, contando com diferentes especia- psicólogos seniores atuam como supervisores lidades (psiquiatria, neurologia, psicologia, de psicólogos em treinamento e de alunos de pedagogia, fonoaudiologia, enfermagem, te- psicologia em estágio clínico de fi nal de curso. rapia ocupacional, nutrição e serviço social). Neste último caso, as instituições de ensino Esse modelo, além de permitir a oferta de uma públicas e privadas que oferecem o curso de atenção diferenciada à saúde mental de crian- ças e de adolescentes, tem contribuído para graduação em Psicologia devem ser convenia- o desenvolvimento do exercício profi ssional, das com a Secretaria de Saúde. no contexto multiprofi ssional em saúde, com a oferta sistemática de estágio e treinamento Referências em serviço associada aos programas e pro- COMPP, Secretaria de Estado de Saúde do Gover- jetos do COMPP, que envolvem as diversas no do Distrito Federal. Relatório de Atividades do especialidades. Desenvolve programa de Pre- COMPP de 2007. Brasília, 2007. venção a Acidentes e Violência (PAV); Projeto DIÁRIO OFICIAL DO DISTRITO FEDERAL. Decre- de Atendimento aos Transtornos Alimentares to 1.174 de 23/10/1969. Brasília, 1969. (GATA); Projeto de Atenção ao Transtorno de Défi cit de Atenção e Hiperatividade (TDAH); e Ambulatório de Enxaqueca. Conta também Sheila Antony com um Centro de Atenção Psicossocial para Andréa Gonçalves

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„ Centro de Pesquisas e Orientação tins, encontra-se a publicação dos resultados Educacionais da Secretaria de Educação de pesquisas desenvolvidas e outros estudos e Cultura do Estado do Rio Grande do e levantamentos em andamento ou concluí- Sul (CPOE) – 1943-197(?) dos; atividades da seção de psicologia; orien- tações técnicas e pedagógicas (instruções e Secção Técnica da Diretoria Geral de comu nicados). Alguns textos são acompa- Instrução Pública – 1935-1943 nhados por gráfi cos ou fi guras ilustrativas. Além disso, encontram-se publicados ofícios, Em 17 de junho de 1943, a Secção Técnica informações sobre atividades como cursos, da Diretoria Geral de Instrução Pública, coor- seminários, missões pedagógicas, visitas a denada pelas professoras Olga Acauan Gayer escolas e legislação. Os comunicados e as e Marieta da Cunha e Silva, transformou-se instruções chegavam aos professores com no CPOE da Secretaria de Educação e Cultu- orientações de como proceder, por exem- ra do Estado do Rio Grande do Sul (SEC-RS). plo, em relação aos critérios de verifi cação Instituído pelo Decreto 794, cabia ao CPOE a do rendimento da aprendizagem; aos tipos realização de estudos e investigações psico- de questões para a verifi cação da aprendi- lógicas, pedagógicas e sociais, destinadas a zagem; atividades para estudos sociais e es- manter em bases científi cas o trabalho escolar. tudos naturais na escola primária. Incluíam O CPOE desenvolvia estudos de caráter obje- ainda sugestões para o ensino; orientações tivo sobre a criança em todos os aspectos que para o planejamento escolar e para orienta- intervêm no processo educativo (biológico, ção educacional. A presença da psicologia se psicológico, sociológico, pedagógico); sobre a fazia notar pelos cursos de aperfeiçoamento, aprendizagem (princípios e leis, instrumentos com técnicas e teorias psicológicas, destina- e processos, conteúdo e efi ciência); e sobre o dos tanto aos professores como aos orienta- meio escolar (disciplina, instituições, recrea- dores educacionais da rede estadual de ensi- ções, relações com o meio social). Procurava no, além da ênfase na aplicação das técnicas desenvolver atividades de orientação por meio de avaliação psicológica, com o aparecimento de cursos e reuniões; visitas às unidades es- gradual dos testes projetivos. A preocupação colares; direção de ensaios pedagógicos; res- com o psicodiagnóstico infantil abarcava não postas a consultas de ordem técnica; elabo- somente a avaliação da inteligência, mas tam- ração de programas, planos, comunicados, bém dos componentes afetivos envolvidos no circulares e instruções aos professores; ma- processo de aprendizagem. Havia inclusive nutenção de uma biblioteca central de obras um estudo detalhado das fases do desenvol- pedagógicas e escolares; indicação de livros vimento infantil. O CPOE tinha o intuito de didáticos e de obras para as bibliotecas do pro- pôr em prática as ideias da Escola Nova, sen- fessor e da criança, organizando e revisando do infl uenciado também pelo funcionalismo muito desses materiais. Elaborava ainda me- e pelo higienismo. Existia a preocupação de didas para organização das classes, orienta- utilizar o arcabouço científi co, em especial ção educacional e controle do rendimento os métodos de testagem, para um constan- escolar. Mantinha uma publicação institucio- te aprimoramento da educação. Para além nal própria, o Boletim do Centro de Pesquisas dos estudos a respeito do desenvolvimento e Orientação Educacionais (Boletim do CPOE), normal, havia interesse na investigação dos publicado entre 1947 e 1966. No primeiro nú- transtornos biológicos e psicológicos da in- mero estão anunciadas as suas fi nalidades, fância e da adolescência. Estava, pois, em que se dirigem no sentido de informar, de consonância com o panorama da pedagogia promover a difusão de novas práticas com da época, que buscava uma padronização dos base em um espírito científi co e de vincular o problemas de aprendizagem com intuito de trabalho desenvolvido pelo centro com o mo- construir estratégias de intervenção. Acredi- vimento renovador em educação. Nos bole- tava-se que isto somente seria possível com o

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conhecimento detalhado do desenvolvimen- de semana, pela falta de psicodramatistas na to normal e patológico. Deste modo, os ins- cidade. Em 1989 foi iniciada a primeira tur- trumentos de avaliação psicológica fornece- ma, em Brasília, de Psicodrama Aplicado, riam os dados empíricos necessários para a hoje denominado Psicodrama Socioeduca- prática pedagógica. Por meio das pesquisas, cional. As formações em Psicodrama Tera- cursos e boletins, o CPOE foi um órgão ativo pêutico e em Psicodrama Socioeducacional na prestação de serviços psicológicos e na di- incluíam, como incluem até hoje, conteúdo fusão da psicologia aplicada, principalmente teórico, processo terapêutico e supervisão à educação. Suas atividades e cursos fomen- da prática psicodramática, além de redação taram o interesse de futuros psicologistas de uma monografi a ao fi nal do curso. O CPB por essa área. Não se pode precisar o fi m do tem uma história de trabalho comunitário CPOE, mas acredita-se que este tenha tido a relevante, desenvolvendo em instituições de sua denominação modifi cada ou que tenha saúde, centros comunitários e outros, desde sido incorporado a outros órgãos da SEC-RS. 1985, atividades de treinamento do papel profi ssional, cursos sobre temas específi cos com enfoque psicodramático ou sociodramá- Referências tico de diagnóstico, e intervenções em esco- BOLETINS DO CENTRO DE PESQUISA E ORIEN- las públicas e privadas. Realiza, atualmente, TAÇÃO EDUCACIONAIS (CPOE). Porto Alegre: trabalhos de prevenção à AIDS, ao abuso de Secretaria da Educação e Cultura do Estado Rio drogas e à violência, principalmente em es- Grande do Sul, 1947-1966. paços públicos como shoppings e feiras, esco- LHULLIER, C. As ideias psicológicas e o ensino las, empresas e órgãos públicos. O CPB foi de Psicologia nos cursos normais de Porto Alegre fundado por Maria Eveline Cascardo Ramos no período de 1920 a 1950. Dissertação (Mestrado e Eliana Lazzarinni e, hoje, é um núcleo do em Psicologia do Desenvolvimento). Universidade Instituto de Pesquisa e Intervenção Psicos- Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. social (INTERPSI), dirigido por Maria Eveli- QUADROS, C. “Boletins do CPOE/RS (1947-1966): ne Cascardo Ramos e Marlene Magnabosco Produção, Circulação e Leitura”. In: CONGRESSO Marra, ambas psicólogas, mestres em Psico- LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCA- logia Clínica. ÇÃO. Anais do 6º Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação (COLUBHE 06). Uberlândia, MG: UFU, 2006. Maria Eveline Cascardo Ramos

Luciano Ferreira Piccoli Cristina Lhullier „ Centro de Psicologia Aplicada (CEPA) – 1952

„ Centro de Psicodrama de Brasília (CPB) Sociedade civil fundada em 1952, sendo sua primeira diretoria constituída por Antonio Ro- – 1979- drigues – diretor presidente (administrador, economista, psicólogo e professor); Otacílio Fundado em setembro de 1979, fi liado à Fe- Rainho – diretor honorário (médico, professor deração Brasileira de Psicodrama (FEBRAP), e diretor do Liceu Literário Português, psicó- iniciou suas atividades com o curso de for- logo e escritor); Theodomiro Rothier Duarte – mação em Psicodrama Terapêutico, voltado presidente de honra (engenhei ro, professor para o atendimento clínico. O CPB contava, do Colégio Pedro II e diretor do Colégio Paulo na ocasião, com professores vindos de insti- de Frontin, e Pierre Weil – diretor técnico (psi- tuições de São Paulo para maratonas de fi m cólogo, professor e escritor, contratado, junto

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com Leon Walter, para traba lhar com Eva Nick empresas e exame para concursos ofi ciais; no SENAC; membro-fundador da Associação Departamento Educacional, que promove e Brasileira de Psicologia). Seu surgimento no administra cursos de especialização e seminá- cenário da psicologia no Brasil ocorreu qua- rios para psicólogos, psiquiatras, administra- se que simultaneamente ao do ISOP (Instituto dores, chefes de pessoal, orientadores educa- de Seleção e Orientação Profi ssional), dirigido cionais, professores e estudantes de Psicologia por Emilio Myra y Lopez, e da Associação Bra- e demais profi ssionais que atuam diretamente sileira de Psicologia, tendo as três instituições com o ser humano. Também promove e admi- desenvolvido um trabalhado pioneiro para a nistra cursos e/ou treinamento intensivos e regulamentação da psicologia no Brasil. Foi especiais; Departamento de Estudos, dirigido criado nos moldes do Centre de Psychologie para o desenvolvimento de trabalhos relativos Appliquée (CEP), sediado na França, cujo à análise, tradução e adaptação de novos tes- objetivo era oferecer cursos de formação em tes psicológicos para publicação. Acompanha Seleção e Treinamento Profi ssional. Desde sua projetos em par ceria com outras instituições, fundação o CEPA tem-se dedicado à aplicação promovendo apoio técnico e material neces- de métodos da psicologia para a resolução dos sário para a rea lização de trabalhos da área problemas humanos, em aulas, conferências, da Psicometria. Presta assessoria técnica para orientação e publicações relativas a grupos empresas, por meio de pareceres técnicos, e de atividades, que são sempre atualizadas de assistência técnica para profi ssionais de Psi- acordo com demandas emergentes da socie- cologia para assuntos relacionados ao campo dade civil e da própria psicologia. Tal como da Psicologia Aplicada; Departamento Edito- estabelecido na cláusula nº 1 de seu estatuto, rial, voltado para a edição, importação e co- essas atividades são as que se seguem: adap- mercialização de material pedagógico, testes tação do homem ao trabalho pela seleção e psicológicos e educacionais, livros, teses de reajus tamento profi ssional, pela modifi cação Psicologia e material didático de Psicologia; do ambiente, do material e dos processos de Departamento Clínico e Desportivo, criado trabalho e pela orientação de adolescentes; em 2002, que objetiva ofe recer espaço psico- orientação vocacional; orientação vital; pes- terapêutico para aqueles que buscam apro- quisas psicológicas com a fi nalidade de re- fundar o conhecimento de suas capacidades novar as técnicas utilizadas e de adaptar ao e potencialidades. Possui fi liais nas cidades Brasil as técnicas estrangeiras; divulgação da de Macaé e Niterói (ambas no Rio de Janeiro) Psicologia Aplicada para o público em geral e representantes nas capitais e grandes cida- e das técnicas e processos para psicólogos, des de outros estados brasileiros. O CEPA, educadores e médicos; intercâmbio com enti- desde de sua criação, tem contribuído para a dades estrangeiras para a obtenção de suas re- disseminação da cultura dos testes no Brasil, presentações e concessão de direitos autorais confi gurando-se, até hoje, como um dos prin- e venda de material psicotécnico e didático. cipais editores desse testes no Brasil, manten- O CEPA tem, assim, se dedicado a selecionar, do amplo acervo de testes psicológicos na- treinar e desenvolver o potencial dos traba- cionais e estrangeiros, manuais de aplicação lhadores de empresas privadas, institucionais desses instrumentos e material bibliográfi co e corporativas, além de fomentar um trabalho sobre esse ramo da Psicologia Aplicada. Seus permanente de orientação profi ssional, de técnicos organizaram, ainda, a Bateria Fatorial acordo com perfi s preestabelecidos. Atual- CEPA, nos moldes de baterias multifatoriais mente o CEPA mantém os seguintes depar- importadas (como a BTAG), que reúne testes tamentos, responsáveis pela implementação de origem e fi nalidades diversas, cuidadosa- dessas atividades: Departamento Técnico, que mente escolhidos seguindo os critérios defi ni- executa atividades referentes à avaliação psi- dos pela Psicometria, utilizada até o presente, cológica com vistas à seleção profi ssional para e que se propõem a ser um instrumento auxi-

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liar para os processos de orientação e seleção recursos humanos em psicologia, pedagogia e educacional e profi ssional. Sua diretoria atual de projetos que resultaram na criação dos pri- é composta por: Antonio Rodrigues – diretor meiros cursos de Psicologia de Minas Gerais: presidente; Maria Helena Rodrigues – direto- o da então Universidade Católica de Minas ra pedagógica; Pierre Weil – diretor técnico e Gerais (hoje, Pontifícia Universidade Católica Viviane Weil Afonso – diretora médica. de Minas Gerais – PUC-Minas) e o da Facul- dade de Filosofi a, Ciências e Letras da Univer- sidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Por Referência um longo período, foi o único órgão ofi cial do RODRIGUES, A. Entrevista concedida a Silvia Estado de Minas Gerais a oferecer serviços de Carvalho Vasconcelos. Rio de Janeiro, 20 nov. 2007. psicologia aplicada voltados para orientação e seleção de pessoal e atendimento psicossocial Sílvia Vasconcelos Carvalho gratuito à população de Belo Horizonte e do interior do estado. O SOSP era subdividido em três setores. O setor de orientação infan- til atendia a crianças do pré-escolar ao ensi- „ Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) no fundamental, encaminhadas pelo IEMG – 1994- e por outras escolas e órgãos públicos. Sua Serviço de Orientação e Seleção clientela eram crianças de três a 14 anos, com Profi ssional (SOSP) – 1949-1994 difi culdades emocionais, psicomotoras e/ou pedagógicas de adaptação social e aprendiza- gem escolar. Pais e professores eram orienta- Criado pela Lei Estadual 482, de 11/11/1949, dos para a condução mais adequada de cada o SOSP foi organizado pelo professor Emílio caso. Tinha como fi nalidade a aplicação de um Mira y López (1886-1964), diretor técnico do conjunto de medidas técnicas que visava à in- Instituto de Seleção e Orientação Profi ssional tegração da criança no meio familiar, escolar (ISOP) do Rio de Janeiro, a convite do go- e social. Entre tais medidas, encontravam-se: vernador Milton Campos e do secretário de avaliação psicológica da criança (aspecto inte- estado da Educação de Minas Gerais, Abgar lectual, psicomotor, emocional e psicopeda- Renault. Órgão do Instituto de Educação gógico); levan tamento de hipótese diagnósti- de Minas Gerais (IEMG), sua sede, anexa ao ca; orientação de medidas terapêuticas mais IEMG, teve suas dependências especialmen- adequadas e encaminhamentos; e tratamento te construídas para o exercício da psicologia psicológico, que abrangia as seguintes possi- aplicada. Seu objetivo era orientar vocações bilidades: orientação psicológica; psicoterapia no meio escolar e estabelecer critérios para a infantil (ludoterapia); reeducação psicomoto- seleção de pessoal destinado à administração ra; e orientação de pais e professores. Já o setor pública e a organizações particulares. Com de orientação vocacional e profi ssional, criado um quadro de pessoal habilitado, funcionava em 1962, atendia a adolescentes e adultos que nos moldes do ISOP do Rio de Janeiro. Para buscavam alternativas profi ssionais e educa- sua chefi a foi contratado, em 1949, o profes- cionais. Com o uso de técnicas de projeção e sor Sincha Jerzy Schwarzstein, da Universida- recursos audiovisuais, o SOSP oferecia acesso de de Genebra. No ano seguinte, esta passou a informações e pesquisas sobre as profi ssões para o professor Pedro Parafi ta de Bessa. Ao e cursos. O processo consistia em: avaliação fi nal da década de 1960, assumia a psicóloga psicológica do sujeito, investigação da his- Marina Machado Tavares, que permaneceu tória de vida, habilidades e interesses; infor- até a década de 1980, quando foi substituída mação sobre as diversas profi ssões e campos pela também psicóloga Regina Morato Cam- de atuação; e orientação sobre as profi ssões pos. O SOSP tornou-se fonte de formação de mais adequadas. O setor de seleção profi ssio-

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nal rea lizava seleção de pessoal para várias uma fase de transição (1990-1993), assumiu a instituições, públicas e particulares, e também direção a psicóloga Marlene Baptista Franco. para os cursos de graduação e especialização Em 22 de setembro de 1994, pela Lei Esta dual em Pedagogia, Medicina e Biblioteconomia. 11.539, art. 24, inciso IV, juntamente com a Es- Rea lizava, ainda, seleções para juiz de direito, cola Guignard, a Fundação Mineira de Arte promotor e juiz do trabalho, elaborava laudos Aleij adinho (FUMA) e o Curso de Pedagogia periciais e julgamentos sobre laudos duvi- do IEMG, o SOSP foi incorporado à Univer- dosos e discrepantes de outras clínicas. Sua sidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e decisão fi nal era, geralmente, bem acatada. transformado em CENPA. Este, atualmente, é O serviço administrativo do SOSP organizava subordinado à reitoria da UEMG/Campus de os processos e laudos psicológicos em arqui- Belo Horizonte e funciona no mesmo prédio vos, e ainda fi scalizava o uso e conservação do onde fi cava o SOSP. Está limitado, entretan- material existente, além de elaborar ofícios, to, a duas salas, sendo que uma sala de aula laudos, certidões, atestados e atendimento é utilizada para os atendimentos. Sua direção direto ao público. De sua criação até hoje, o desde 2002 está a cargo da psicóloga Maria de SOSP passou por transformações internas, Lourdes Costa Ribeiro e sua equipe, hoje, é motivadas pela necessidade de acompanhar formada por três psicólogas, uma funcionária o desenvolvimento da psicologia e de respon- administrativa e uma estagiária. Tem acolhi- der à demanda de sua clientela. A princípio, do estagiários dos cursos de Pedagogia da o SOSP importou modelos de atendimento, UEMG e de Psicologia da FUMEC. Após um técnicas de exame e de avaliação do compor- longo período de difi culdades e mudanças, tamento de outros países. Trazidos dos Esta- em que seu quadro de funcionários foi extre- dos Unidos, os testes eram utilizados para mamente reduzido, o CENPA vem buscando diagnóstico da inteligência, para sondagem adequar-se à nova realidade. Pretende manter de aptidões e avaliação de interesses. Depois, sua vocação original, apresentando uma pro- foram construídos métodos próprios, técnicas posta de estudos e práticas ligadas à orienta- de orientação vocacional e educacional e pro- ção vocacional de adolescentes e reorientação cedimentos ligados à seleção profi ssional para profi ssional de demanda espontânea. Realiza, vários cargos do Estado de Minas Gerais. Ao ainda, o Projeto de Desenvolvimento da Com- fi nal da década de 1960, o advento de estudos petência Humana, acompanhando estudantes sobre as doutrinas científi cas do humanismo das Escolas de Design e da Faculdade de Edu- e da dialética hegeliana provocou uma reação cação da UEMG. crítica à quantifi cação e ao positivismo, ge- rando crescente desinteresse pelas medidas Referências psicológicas e instrumentos psicométricos. A ênfase das atividades do SOSP recaiu, en- ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA. tão, na avaliação psicológica com visão dinâ- Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, mar. 1950. mica da personalidade, buscando resguardar ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA. a qualidade de seu trabalho. Ofereceu campo Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, jun. 1954. de estágio a alunos de psicologia e de pedago- BARROS, J. A.; RIBEIRO, M. de L. C.; SILVA, N. gia, principalmente da UFMG e da PUC-Mi- L. Serviço de Orientação e Seleção Profi ssional – nas, formou quadros para órgãos criados pelo SOSP: investigação sobre a história da psicologia governo do estado e desenvolveu pesquisas, e a história da educação em Minas Gerais (1949- visando analisar, adaptar, padronizar e atua- 1994). Diamantina: [s.n.], 2006. lizar os instrumentos de avaliação psicológica CAMPOS, R. C.; ROSA, W. M. “Serviço de Orien- para utilização na população brasileira e criar tação e Seleção Profi ssional-SOSP (1949-1994): uma novas metodologias em orientação profi s- história a ser contada”. Vertentes. São João Del Rei, sional e técnicas de exame psicológico. Após n. 25, p. 57-64, jan./jun. 2005.

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CAMPOS, R. H. “História da psicologia e história na pessoa, através de atividades de ensino, da educação – conexões”. In: FONSECA, T. N. de pesquisa e atendimento psicoterápico. Seus L. História e historiografi a da Educação no Brasil. princípios orientadores são, pois, a psicolo- Belo Horizonte: Autêntica, 2003. gia humanista, principalmente o pensamento FRANCA, M. et al. Projeto de transformação do de Carl Rogers e colaboradores. A instituição Serviço de Orientação e Seleção Profi ssional – se dedica à prestação de serviços de assis- SOSP em Centro de Psicologia Aplicada – CENPA tência psicológica individual e em grupo a e sua incorporação à Universidade do Estado de crianças, adolescentes e adultos; à formação de Minas Gerais. Belo Horizonte, jun. 1994, Mimeo. psicoterapeutas de acordo com a abordagem MINAS GERAIS, Governo do Estado. Lei 482. Belo centrada na pessoa; à divulgação dessa abor- Horizonte: Minas Gerais/Órgão ofi cial dos poderes dagem pela promoção de eventos e workshops; do Estado, ano LV11, n. 252, 11 nov. 1949. ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de mé- MINAS GERAIS, Secretaria de Educação. Lições todos em psicologia aplicada; e à assessoria de Minas: 70 anos da Secretaria da Educação. Belo técnica a organizações. Desta forma, o CPP Horizonte: Secretaria de Educação do Governo de está estruturado em quatro setores: setor clí- Minas Gerais, 2000. nico, que inclui atendimentos particulares em uma clínica social; setor de ensino; setor SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psico- de empresas e setor cultural. A instituição é logia Moderna. São Paulo: Thomson Learning, 2006. de natureza privada e não possui mantene- dores, sendo sua fonte de renda advinda de Regina Célia Passos Ribeiro de Campos recursos próprios. Desde a data de sua cria- ção, tem por dirigente Rogério Christiano Buys. Atualmente, são seus sócios os psicó- „ Centro de Psicologia da Pessoa (CPP) – 1976- logos e professores universitários: Rogério Christiano Buys, Márcia Alves Tassinari e Carlos Alberto Marconi da Costa. Em 1976, Informalmente fundado em janeiro de 1975, iniciou sua primeira turma de formação de constituiu-se como pessoa jurídica em abril de psicoterapeutas. Em seguida, inaugurou sua 1976, tendo por sócios fundadores: Vera Lúcia clínica social, em convênio com o Juizado de Pirassununga Reis, Rogério Christiano Buys, Menores. Na primeira década de funciona- Teresa Cristina Othenio Cordeiro Carreteiro, mento, recebeu Max Pagès – ex-colaborador Maria Alice Lustosa de Abreu, Márcia Alves de Carl Rogers, atualmente professor e dire- Tassinari e Magale Dorfman. A instituição se tor do Laboratório de Transformação Social encontra em funcionamento e se localiza na da Universidade de Paris-Dauphine – e John rua Barão do Flamengo, 22/201, Flamengo, Keith Wood, colaborador de Carl Rogers, Rio de Janeiro, embora originalmente tenha para realização de workshops e palestras. se situado na rua Bulhões de Carvalho, 524, Participou do I Encontro da Abordagem casa 1, Copacabana, Rio de Janeiro, sendo Centrada na Pessoa (1977, Arcozelo, RJ), transferida em agosto de 1983 para a rua que teve por convidados Carl Rogers e asso- Fonte da Saudade, 87, Lagoa, Rio de Janeiro ciados do Center for Studies of the Person. e, em agosto de 1993, para o atual endereço. Posteriormente, promoveu a coorganização Seu espaço físico é um imóvel comercial de do retorno de Carl Rogers ao Brasil (1978). 200 m², contendo seis salas para consultório, A instituição realizou, em 1983, a I Jornada uma biblioteca e um miniauditório. A fun- de Psicologia Humanista, tendo como tema dação do CPP ocorreu a partir do propósito central Os Caminhos e Descaminhos da de Rogério Christiano Buys de promover a Psicologia Humanista. Foram organizadas, criação de um espaço que tivesse por fi na- também, algumas jornadas, em conjunto lidade a disseminação e a prática do pensa- com o Instituto de Psicologia da Universida- mento humanista e da abordagem centrada de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Outros

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eventos tiveram como convidados profi ssio- o próprio CPP com o pronto atendimento. nais e docentes de variadas universidades Atualmente, está ofi cializando a parceria como, por exemplo, Jaime Doxsey (UFES), com o Projeto Rio-Mulher (Decreto 19.438, Henrie e Morato (USP), Rachel Rosenberg, de 01/01/2001) do município do Rio de Janei- Vera Cury (PUC-Campinas), Elias Boainain ro, que visa promover e articular ações para Jr., Mauro Martins Amatuzzi (PUC-Campi- integração de políticas públicas de gênero. nas), Antonio Monteiro dos Santos (UFS), Em novembro de 2006, promoveu a Jornada Vera Alves (PUC-Campinas). Alguns eventos CPP 2006, cujos temas centrais foram a ACP realizados, em conjunto com outras institui- aplicada às áreas da saúde, da educação, ções, foram: o III Encontro Latino-America- assim como seus fundamentos fi losófi cos. no da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) Atual mente, o CPP forma por ano aproxima- (1986) e o IV Fórum Internacional da ACP damente 30 psicoterapeutas e atende a cerca (em 1989). O CPP esteve presente nos: I En- de cem pessoas. Oferece anualmente duas contro Nordestino da Abordagem Centrada turmas para o curso de formação de psicote- na Pessoa (1987); IV e VII e VIII Encontros rapeutas, assim como cursos de curta dura- Latino-Americanos da ACP (1988, 1994 e ção e workshops. 1996); III, IV, V, VI e IX Fóruns Internacio- nais (1987, 1989, 1992, 1995 e 2004). Em 1986, Referências foi criado o Boletim do Centro de Psicologia da BUYS, R. C. Entrevista concedida a Carla Sardinha Pessoa, contendo notícias de eventos, artigos, Siebra de Souza. Rio de Janeiro, 27 set. 2006. sugestões para leituras e web sites, mas, até o momento, somente três números foram MONTEIRO, L. A. M., TASSINARI, M. VI Jornada editados. Em 1990, foi criada uma biblioteca de Psicologia Humanista: a abordagem centrada da instituição, tornando público o seu acer- na pessoa. Disponível em: . Acesso em: 15 set. a incentivar projetos de pesquisa sobre a 2006. história da abordagem centrada na pessoa TASSINARI, M. A.; , Y. R. “História da no Brasil e a história dos encontros latino- abordagem centrada na pessoa no Brasil”. In: GOB- americanos da abordagem centrada na pes- BI, S. L.; MISSEL, S. T. (Org.). Vocabulário e noções soa. Contando com a presen ça de Natalie básicas da abordagem centrada na pessoa. Tuba- Rogers – fi lha de Carl Rogers e divulgadora rão: UNISUL, 1998. de sua obra –, a instituição organizou um TASSINARI, M. A. Entrevista concedida a Carla Sar- programa de treinamento em Terapia Ex- dinha Siebra de Souza. Rio de Janeiro: 9 nov. 2006. pressiva Centrada na Pessoa, por ocasião do IV Fórum Internacional da ACP. O CPP rece- Carla Sardinha Siebra de Souza beu Alexei Matjushkin, da Universidade de Francisco Teixeira Portugal Moscou, e Alberto Segrera, da Universidade Ibero-Americana (México), para estabelecer intercâmbios, tendo este último colaborado com o Projeto dos Arquivos Internacionais „ Centro de Saúde Mental Oswaldo da ACP. Em 1998, criou o Projeto de Plan- Camargo (CSMOC) – 1962- tão Psicológico – em que o psicólogo atende no momento em que a experiência psíquica emerge, não apenas nos horários previamen- Instituição assistencial e prestadora de servi- te marcados para consulta –, inicialmente em ços, situada na rua Itabuna, nº 2, parque Cruz parceria com escolas municipais e estaduais, Aguiar, Rio Vermelho, Salvador-BA. Foi funda- ampliando-o para o projeto social Dançan- da em 21 de janeiro de 1962, pelo governo do do para não dançar, que atende a centenas Estado da Bahia, com o objetivo de promover de crianças de comunidades cariocas, e para a saúde mental da comunidade pertencente ao

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distrito sanitário Barra/Rio Vermelho, atuando atuação na saúde mental, procurando sair de em níveis profi lático e terapêutico, com assis- um modelo médico que excluía e marginaliza- tência médica, psiquiátrica e psicoterapêutica. va o portador de transtorno mental. A tentativa O centro permanece atuando na comunida- pioneira de desinstitucionalizar o paciente psi- de, tendo como público-alvo portadores de quiátrico abriu campo para uma maior atuação transtornos mentais. Funciona de segunda a da psicologia na Bahia. Este não era apenas um sexta-feira, das 7:00 às 17:00 horas. Promove novo modelo de tratamento, mas também uma atividades como acolhimento, atendimento in- forma de readaptar pacientes com transtornos dividual, psicoterapia em grupo, atendimento mentais em diversos âmbitos sociais, tais como familiar, atividades comunitárias, ofi cinas tera- família, escola, trabalho. O CSMOC também pêuticas e avaliação de enfermagem. A imple- oferece oportunidades de estágio para estudan- mentação de algumas dessas atividades decor- tes, proporcionando desenvolvimento no espa- reu da proposta do SUS de municipalização do ço educacional de nível superior. centro em 1998. Este passou a ser coordenado e mantido fi nanceiramente pela Prefeitura Muni- Referências cipal de Salvador, passando a funcionar tanto como atendimento ambulatorial quanto como CENTRO DE SAÚDE MENTAL OSWALDO CA- Centro de Apoio Psicossocial (CAPS). Devido a MARGO. Relatório da Gestão C.M.S.O.M. Salva- uma perda do acervo bibliográfi co decorrente dor, mar. 1991/dez. 1994, Mimeo. de diversos alagamentos, foram encontrados SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Coordena- apenas dados de duas dirigentes: Célia Nunes doria de apoio à promoção de saúde. Projeto CAPS Silva (1991-1994) e Maria da Glória Porto de II – Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho. Salva- Araújo, que ocupou o cargo a partir de 2002, dor: Prefeitura Municipal de Salvador, 1998. sem que obtivéssemos conhecimento sobre o Entrevistas semiestruturadas com funcionários do fi nal deste mandato. Somente um relatório de local concedida a Carina Márcia Magalhães Nepo- gestão do período de 1991 a 1994, do CSMOC, muceno. Salvador, out. 2006. foi encontrado. A instituição possui os servi- MARTINS, M. Entrevista concedida a Paulo Jorge ços de: psicologia, serviço social, psiquiatria, Silva. São Paulo, 10 jan. 1985. enfermagem, farmácia e setor administrativo. CORREIO DA BAHIA. Cárcere da razão: Hospital Atuam profi ssionais da área de psicologia, psi- Juliano Moreira começa a se enquadrar na reforma quiatria, neurologia, assistência social e terapia manicomial, mas ainda guarda vestígios do pas- ocupacional. O espaço físico é constituído por sado. Disponível em: . Aces- coordenação/administração, três consultórios, so em: 27 set. 2006. quatro ofi cinas terapêuticas, sala de espera, de lazer, sala para reunião/grupo, sala para re- pouso/observação com dois leitos, posto de en- Carina Márcia Magalhães Nepomuceno fermagem, farmácia, refeitório, copa/cozinha/ ofi cina, almoxarifado, dois vestiários, dez sani- tários/banheiros, área aberta para lazer. Não fo- „ Centro Dom Vital – 1922- ram encontrados dados referentes ao estatuto e eventos realizados pelo centro. A instituição re- cebeu este nome em homenagem ao psiquiatra Entidade religiosa criada em 1922, com Oswaldo Camargo, um dos diretores do Hospi- sede na cidade do Rio de Janeiro, sua funda- tal Juliano Moreira (Salvador-BA), pioneiro do ção corporifi cou uma vertente de reação da movimento baiano contra a exclusão de pacien- Igreja Católica diante da perda de fi éis intelec- tes portadores de transtorno mental, que se des- tuais e formadores de opinião. Nesse contex- tacou por suas ideias no campo da psiquiatria. to, o objetivo eclesiástico que deu origem ao O centro abriu caminho para uma nova área de Centro Dom Vital foi o de criar um local para

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servir de ponto de encontro e referência para a se período que o centro viveu seu apogeu. Na intelectualidade católica e devolver-lhe a per- década de 1930, paralelamente ao Centro Dom dida projeção na sociedade. A principal rele- Vital, diversos movimentos de reação da Igreja vância do centro para o campo da psicologia à perda de fi éis dentro da elite intelectual brasi- foi ter contribuído ativamente para a funda- leira foram criados e o próprio centro, na pessoa ção da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Alceu Amoroso Lima, participou ativamen- de Janeiro (PUC-Rio), que instituiu, em 1953, o te desse processo de ramifi cação de entidades primeiro curso de Psicologia do país. Desde fi - políticas e culturais em defesa da doutrina da nais do século XIX, a Igreja Católica vivencia- Igreja. Dentre as entidades católicas que mere- va o afastamento progressivo de sua doutrina cem menção estão a Ação Universitária Cató- por grande parte da elite intelectual brasilei- lica, a Juventude Universitária Católica, a Liga ra, interessada nas novas ideias positivistas, Eleitoral Católica e o Instituto Católico de Es- evolucionistas e materialistas que chegavam tudos Superiores. A este último deve ser dada ao país. Um dos principais expoentes da rea- especial atenção. Fundado em 1932, pela aliança ção da Igreja a esse movimento foi o jornalista de Alceu Amoroso Lima, na qualidade de presi- Jackson de Figueiredo. Estimulado por Dom dente do Centro Dom Vital, com o missionário Sebastião Leme, cardeal arcebispo do Rio de dominicano Antônio Maria Sala, funcionava, Janeiro, Figueiredo foi o responsável pela re- inicialmente, na Escola Nacional de Belas-Artes, conversão de inúmeros intelectuais de relevân- oferecendo cursos superiores e livres de Filo- cia devido à sua capacidade de personifi car as sofi a, Teologia e Sociologia. Em 1940 teve seu três principais correntes dominantes no pen- nome alterado para Faculdade Católica do Rio samento fi losófi co da elite brasileira do início de Janeiro e, posteriormente, em 1946, para Uni- do século XX: o materialismo, o espiritualismo versidade Católica do Rio de Janeiro. Comple- e o ceticismo – a chamada Synthese Catholica. tando seu trajeto, em 1947 recebeu da Santa Sé Dentre as principais iniciativas lideradas por o título defi nitivo de Pontifícia Universidade Jackson de Figueiredo, têm especial destaque Católica do Rio de Janeiro. E é principalmente a fundação da revista A Ordem, em agosto de neste desdobramento que reside a importância 1921, e a criação do Centro Dom Vital, em do Centro Dom Vital para a autonomização da 1922, do qual foi o primeiro presidente e ao psicologia no Brasil, tendo em vista que foi na qual a revista passou a ser vinculada. Ambos, o PUC-Rio que ocorreu, em 1953, a criação do centro e a revista, exerceram papel fundamental primeiro curso de graduação em Psicologia do na disseminação dos ideais católicos, com o ní- país. Isto também indica o que outros dados tido propósito de: (a) promover a divulgação da confi rmam: o entrelaçamento da doutrina re- doutrina, (b) atingir as elites intelectuais e (c) po- ligiosa com a gênese da psicologia, como ci- sicionar-se politicamente acerca de notórias e ência autônoma, no Brasil. Entre 1950 e 1966, controvertidas questões sociais. Assim, o Centro embora Alceu Amoroso Lima ainda fi gurasse Dom Vital logo se tornaria um fórum de deba- como presidente do Centro Dom Vital, quem tes e o apelo irradiador da inteligência religiosa assumiu a frente de suas atividades foi o pro- católica a partir do Rio de Janeiro. A Ordem, por fessor Gustavo Corção, uma vez que Alceu sua vez, publica com frequência textos em que havia aceitado convite para ocupar cargo de o conteúdo moral se mistura com conteúdo psi- destaque na União Pan-Americana e, portan- cológico como em textos sobre família, educa- to, estava afastado do dia a dia das atividades. ção, papel feminino. Além disto, publica textos Gustavo Corção imprimiu uma visão tradicio- marcadamente psicológicos de autores católicos nalista ao Centro Dom Vital, o que resultou consagrados como Theobaldo Miranda Santos, numa relação tensa e confl ituosa com as po- padre Leonel Franca, Alceu Amoroso Lima. sições de Alceu Amoroso Lima. Diante desse Com a morte de Jackson de Figuei redo, em 1928, contexto de afastamento e tensão política, em aquele último assume a presidência do centro, 1966 este último deixou o cargo de presiden- na qual permanece até 1966. Foi certamente nes- te, gerando um visível esvaziamento da insti-

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tuição. Ainda assim, o centro permanece até tro Lacerda, presidente da Liga das Senhoras hoje. Seus outros presidentes foram: o profes- Católicas de Curitiba, assumiu a direção dos sor Eduardo Prado de Mendonça, o advoga- trabalhos de instalação da escola. Situada em do Heráclito Sobral Pinto e o professor Tarcí- um bairro distante da cidade de Curitiba, a sio Padilha; este último permanece no cargo escola funcionou inicialmente em condições desde 1994. Atualmente, o Centro Dom Vital bastante adversas: sem calçamento, telefone possui exclusivamente a função de promover e transporte, com barulho excessivo e longe atividades culturais e de manter a publicação do asfalto. A área disponível era limitada, da já octogenária revista A Ordem. Sua sede é contava com: uma sala para exames psico- uma pequena sala do edifício João Paulo II, na rua Benjamin Constant, 23 – 10º andar, no lógicos; outra para atividade didática espe- Rio de Janeiro. cial; uma sala maior para música e recreação; uma sala para jogos, mais tarde aproveitada para aulas de judô; cozinha e dependências Referências sanitárias. Na frente do prédio foi instalado AGUIAR, M. P.; FABRICIO, A. L. da C.; JACÓ-VILE- um playground e um tabuleiro de areia. A pri- LA, A. M. “Fé e Psicologia: As novas relações da Ciên- meira equipe de trabalho foi composta pelas cia com a Igreja no período da Primeira República”. professoras Claraidália Deszonnet Stechman, In: Boletim do CDPHA, v. único, p. 135-136, 2003. Mirtes Junglut Loureiro, Lindamir Possebon RIOS, J. A. “Para uma história do Centro Dom Vi- de Freitas, Maria Julieta Alves Malty e as tal”. A Ordem: 80 anos do Centro Dom Vital, v. 92, voluntárias Rosa Elisa Perrone de Souza e n. 82, p. 25-41, 2003. Gilda Weiss, acadêmicas do curso de Peda- ATHAYDE, T. de. “Instituto Catholico de Estudos gogia. A equipe, movida pelo espírito de soli- Superiores”. A Ordem, ano XIII, v. VI. p. 415-425, dariedade e boa vontade, enfrentou as adver- jan./jul. 1932. sidades e acreditou que o que faltasse em condições técnicas e pedagógicas seria com- Marcela Peralva Aguiar pensado pelas condições humanas: carinho, atenção e respeito à criança. A professora Pórcia Guimarães Alves permaneceu na dire- ção da entidade até o fi m de 1961, acreditan- „ Centro Especializado de Habilitação do que foi neste primeiro ano de funciona- Profi ssional Mercedes Stresser – 1987- mento que se consolidaram os alicerces sobre Centro de Habilitação Profi ssional os quais se edifi caria a escola idealizada: com Mercedes Stresser – 1973-1987 amplos espaços, novas técnicas e atividades, Escola Mercedes Stresser – 1961-1973 além de novos profi ssionais. Em março de 1962, a direção foi assumida pela professora Maria de Lourdes Canziani e neste mesmo Fundada em abril de 1961 pela Associação de Assistência ao Psicopata do Paraná e pela ano a escola foi transferida para um prédio Liga das Senhoras Católicas de Curitiba, com cedido pela Reitoria da Universidade Federal o objetivo de atender e orientar o excepcional do Paraná (UFPR), na rua Maurício Caillet, com defi ciência mental que fosse treinável e 265, bairro Água Verde. Sua equipe foi tam- educável. Atendendo à solicitação dos ideali- bém enriquecida com a contratação de novos zadores da escola, o prefeito de Curitiba, Ibe- profi ssionais. No ano de 1963 foi organiza- rê de Matos, colocou à disposição desta uma da na escola uma ofi cina pedagógica com o casa localizada no bairro do Tarumã, rua obje tivo de atender ao adolescente excepcio- Edgard Stellfeld, 4.400. A professora Pórcia nal. A partir de 1964, passou a funcionar em Guimarães Alves, a pedido de Dalila de Cas- dois períodos: no período da manhã, com

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atendimento aos adolescentes, e no período ofi cina pedagógica e a ofi cina protegida pas- da tarde, com as crianças. Em 1966, a escola saram a denominar-se Unidade Pedagógica e ganhou sede própria, na rua Augusto Stell- Unidade de Trabalho Supervisionado. Em ju- feld, 1.190, bairro Bigorrilho, endereço no nho de 2003 foi inaugurada a Casa de Acanto- qual ainda permanece. Em agosto de 1973, namento, com o objetivo de oferecer um espa- a escola transformou-se em Centro de Habi- ço que proporcionasse vivências em situações litação Profi ssional Mercedes Stresser, com de vida diária, com atividades voltadas para a fi nalidade de atender ao adolescente e ao o desenvolvimento da autonomia, responsa- adulto, a partir de 15 anos, que fosse treiná- bilidade e também o lazer. O Centro Especia- vel e educável, com o objetivo de promover lizado de Habilitação Profi ssional Mercedes sua habilitação profi ssional para o ingresso Stresser, desde 1978 sob a direção de Tânia no mercado de trabalho. Os alunos da antiga Maria Mafessoni, tem o objetivo de desen- Escola Mercedes Stresser, com idade de 3 a volver, por meio dos programas da Unidade 15 anos, mais alguns professores e técnicos Pedagógica, da Unidade de Trabalho Super- passaram a ser atendidos pela Escola Ecu- visionado e da Unidade Sócio-Ocupacional, o mênica, conforme convênio fi rmado entre potencial da pessoa com defi ciência, com vis- a Associação de Assistência ao Excepcional tas à igualdade de oportunidades, aquisição do Paraná, entidade mantenedora da esco- de conhecimentos e competências, promoven- la, e a Fundação Ecumênica de Proteção ao do a inclusão sociolaboral, a abertura cultural Excepcional. Em setembro de 1973 foi orga- e o exercício da cidadania. O centro é particu- nizada no centro uma ofi cina protegida para lar, de caráter fi lantrópico e tem como entida- o atendimento do adulto excepcional, com de mantenedora a Associação de Assistência atividades de subcontrato com empresas da ao Excepcional do Paraná, sob a presidência comunidade. Neste ano assumiu a direção do de Quintiliano Machado Ne o. Possui uma centro a professora Iva de Abreu Costa e Sil- subsede, localizada na rua Professor Luiz Car- va, que permaneceu na direção até outubro los Pereira, 100, no Jardim Botânico. O centro, de 1977, quando foi sucedida pelo professor desde sua criação, tem desempenhado impor- Haroldo Souto Carvalhido. Em 1983 foi im- tante papel no atendimento de pessoas com plantado no centro uma Unidade Sócio-Ocu- necessidades educativas especiais, contribuin- pacional, para o atendimento dos alunos que do desta forma com a psicologia e a educação. já frequentavam a ofi cina pedagógica e a ofi - cina protegida e que, devido ao grau de com- Referências prometimento, não apresentavam condições de atividade laboral no mercado de trabalho. ALVES, P. G. Memórias da Psicologia no Paraná. Curitiba: Pinha, 1997. Esta unidade teve como obje tivo integrar o aluno socialmente, por meio de atividades ALVES, P. G. Memorial. Curitiba, 1978. Mimeo. ocupacionais, que eram desenvolvidas em CELLA, S. M. R. “ALVES, Pórcia Guimarães”. In: módulos. Em 1987 o Centro de Habilitação CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co Profi ssional Mercedes Stresser passou a deno- da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: minar-se Centro Especializado de Habilitação Imago; Brasília: CFP, 2001. Profi ssional Mercedes Stresser, por exigência MAFESSONI, T. M. Histórico. Disponível em: da Secretaria Estadual da Educação, nomen- . Acesso em: 21 clatura que foi aprovada em 9 de dezembro de nov. 2007. 1998, conforme Parecer n. 500/98 do Conselho Estadual de Educação. Em março de 1997, a Sheila Maria Rosin

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„ Centro Federal de Educação Tecnológica Consequentemente, não é o caso de conceber a Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) – criação da Escola Técnica Nacional (ETN), em- 1978 bora construída no mesmo terreno, numa linha Escola Técnica Federal Celso Suckow da harmoniosa de continuidade em relação à Es- cola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Brás Fonseca (ETFCSF) – 1967-1978 (1917-1937) porque, na perspectiva do governo Escola Técnica Federal da Guanabara federal, o que de fato houve foi uma ruptura (ETFG) – 1965-1967 intencional. Aspecto que pode ser ilustrado até Escola Técnica Nacional (ETN) – 1942-1965 em pequenos detalhes administrativos, pois na solenidade de inauguração da ETN, o ministro da Educação – Gustavo Capanema – impediu Grande parte do ideário do Estado Novo a colocação de um painel do ex-presidente levava em consideração a importância do Nilo Peçanha (tido como criador das Escolas processo de industrialização do país. Assim, de Aprendizes Artífi ces) ao lado do de Getúlio no âmbito de uma série de medidas político- Vargas (intitulado criador do Ensino Técnico administrativas que visavam a uma maior Industrial). Assim, não obstante a Escola Wen- efi ciência no processo produtivo – como, por ceslau Brás tenha encerrado suas atividades em exemplo, a criação do Departamento Adminis- 1937, somente cerca de cinco anos depois, com trativo do Serviço Público (DASP), em 1938 – o Decreto-lei 4.073, de 30/01/1942 (que promul- também começou a ganhar forma a concepção gou a Lei Orgânica do Ensino Industrial) e o que atribuía ao saber psicotécnico a condição Decreto-lei 4.127, de 25/02/1942 (que estabe- de avaliar de forma científi ca as aptidões dos leceu as bases de organização da rede federal trabalhadores. Por esse motivo, quando o go- de estabelecimentos de ensino industrial) é verno de Getúlio Vargas decidiu realizar uma que foi instituída a Escola Técnica Nacional (e, ampla reformulação do ensino profi ssional e depois, algumas outras escolas técnicas regio- técnico-industrial, os testes psicológicos obti- nais, espalhadas pelo país). A ETN, tida pelo veram especial relevância no processo de sele- ministro Capanema como a escola-padrão do ção e matrícula dos alunos nos cursos técnicos. ensino industrial, iniciou suas atividades em Assim, em 1937, reformulou-se o ensino profi s- 15 de julho de 1942, com cursos de nível indus- sional nos moldes como era até então realizado trial (muito básicos, voltados para artífi ces) na Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau e de nível técnico (mais aprimorados e com- Brás, dando-lhe uma nova estrutura. A preocu- plexos), tais como: Construção de Máquinas e pação, que tinha como foco instruir os pobres Motores, Eletrotécnica, Edifi cações, Desenho para que tivessem uma profi ssão, passou a ser Técnico etc. Dentro da perspectiva de uma me- direcionada à necessidade de aproveitar para lhor qualifi cação profi ssional, uma das carac- a indústria os que realmente fossem mais ap- terísticas mais marcantes dessa nova escola foi tos. Tal decisão implicou o encerramento das que os exames vestibulares a partir desse ano atividades da referida escola nesse mesmo ano, passaram a incluir a obrigatoriedade do teste a fi m de que uma nova instituição de ensino de nível mental, que tinha, inclusive, efeito eli- técnico-profi ssional fosse instalada no local. No minatório. Roberto Mange já usara, no Liceu entanto, a conjuntura políticossocial da época, de Artes e Ofícios de São Paulo, na década de assim como a amplitude das mudanças, fi ze- 1920, alguns princípios de psicotécnica para a ram com que o processo de reformulação fosse escolha de candidatos à matrícula. No entan- muito lento. A Escola Wenceslau Brás, única to, com a reformulação do ensino técnico nos do gênero na capital da República, era dirigi- anos de 1940, instalou-se um quadro mais am- da principalmente para artes femininas (com plo e abrangente. Celso Suckow da Fonseca, cursos de corte e costura, de chapéus e fl ores diretor da ETN no período de 1943-1951, afi r- etc.), enquanto o governo desejava um ensino mava, na época, que com essas mudanças não que qualifi casse mão de obra para a indústria. seriam apenas os órfãos, os miseráveis e os

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infelizes que as escolas iriam buscar para seus corrências políticas, a própria ETN mudou de alunos. Com a implantação da psicotécnica, nome na década de 1960, passando a denomi- seriam matriculados os mais capazes, os que nar-se Escola Técnica Federal da Guanabara e, apresentassem melhores índices de efi ciência, depois, Escola Técnica Federal Celso Suckow aqueles que melhores aptidões específi cas re- da Fonseca. Com o advento da Lei 6.545, de velassem para aprendizagem do ofício e para 30/06/1978, ocorreu nova transformação e ela sua posterior utilização no trabalho das fábri- deixou de ser uma escola técnica para se tor- cas. A relevância deste quadro para a história nar um Centro Federal de Educação Tecnoló- da psicologia no Brasil consiste em evidenciar gica – CEFET. que na década de 1940 a avaliação psicológi- ca não se circunscrevia apenas aos trabalha- Referências dores recrutados e selecionados para o traba- lho industrial, mas incluía também a seleção DIAS, D. de O. Estudo documentário e histórico de alunos para ingresso no ensino industrial. sobre a Escola Técnica Federal Celso Suckow da Esses testes mentais eram elaborados pelo Fonseca. Rio de Janeiro, CEFET-RJ, 1980. Ministério da Educação e anualmente enca- FONSECA, C. S. da. História do Ensino Industrial no minhados não só à ETN, mas também para as Brasil. Rio de Janeiro: Escola Técnica Nacional, 1961. demais escolas técnicas de todo o país. Eram ARQUIVO GERAL DO CEFET-RJ. Orientações so- compostos de três etapas, tanto para o Curso bre teste de nível mental. Rio de Janeiro, 1940-1955. Industrial (formas, conhecimentos mecânicos e semelhanças) quanto para o Curso Técnico Alexandre de Carvalho Castro (formas, informações gerais e séries numéri- cas) e deviam ser feitos em um prazo de 55 e 65 minutos, respectivamente. O exame da documentação existente, contudo, mostra que „ Centro Hospitalar Psiquiátrico de os procedimentos eram improvisados e super- Barbacena (CHPB) – 1977- fi ciais. Francisco Montojos, diretor de ensino industrial, remetia à escola orientações relati- Hospital Colônia de Barbacena – 1934-1977 vas à aplicação e avaliação do teste. Algumas Azylo Colônia – 1922-1934 vezes, entretanto, questões dos testes eram Assistência a Alienados em Minas Geraes anuladas por erro de impressão no papel de – 1903-1922 aplicação, fato que, pelos padrões psicométri- cos, comprometeria toda a avaliação. Outro problema é que a escola técnica, por sua vez, Campo de concentração, fábrica de cadáve- tinha a incumbência de designar professores res, inferno humano. Estas são algumas deno- para aplicar e corrigir esses testes, circunstân- minações que encontramos como referência ao cia que também trazia problemas, pois não Hospital Colônia de Barbacena durante as dé- eram necessariamente pessoas qualifi cadas cadas de 1950 a 1970. Nesse período, a impren- para isso. Ao fi nal da década de 1950, porém, sa veiculou uma série de denúncias, revelando houve uma mudança radical na estrutura do o mau estado das dependências da instituição, ensino industrial e técnico-profi ssional da as condições sub-humanas de vida a que eram ETN. O Decreto-lei 47.038, de 16/10/1959, im- submetidos os internos, as altas taxas de morta- plicou a formação exclusiva de técnicos. Os lidade e os convênios para o fornecimento de cursos industriais básicos que formavam artí- peças anatômicas para diversas escolas de me- fi ces foram suspensos e o processo de admis- dicina do país. Para entender como esse hospi- são de alunos ao curso técnico foi reestrutura- tal público chegou a essa condição, é necessário do. Dessa forma, os vestibulares realizados a apontar alguns marcos importantes na história partir de 1960 deixaram de contar com o teste desse nosocômio. A Assistência a Alienados em de nível mental. Em virtude de diversas inter- Minas Gerais foi criada pela Lei Estadual 290,

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de 16/08/1900, e foi regulamentada pelo Decre- doentes crônicos, isto é, indivíduos que, pela to 1.519, de 21/02/1903. Foi instalada no prédio sua doença mental ou anormalidade, deman- do antigo Sanatório de Barbacena (que fora davam longo período de internação, devendo criado em 1870 para o tratamento de tuberculo- ser enviados para a Colônia a fi m de serem sos e fechado por má situação fi nanceira), loca- obser vados, tratados e controlados. Os enfermos lizado na atual praça Presidente Eurico Gaspar admitidos na assistência eram classifi cados como Dutra, 376 B, bairro Grogotó. Sua inauguração pacientes agudos pertencentes à categoria de in- ocorreu em 12 de outubro de 1903, tendo como digentes ou contribuintes, e a internação dos primeiro diretor o médico Joaquim Dutra. De primeiros era requisitada por uma autoridade acordo com o Decreto 1.519, a Assistência a da localidade da qual provinha, do cônjuge ou Alienados se destinava a receber os habitantes algum parente próximo, pelo tutor ou pelo che- do Estado de Minas Gerais que necessitassem fe de corporação religiosa ou benefi cente a que de tratamento por motivo de alienação mental. pertencesse. Além disso, os contribuintes deve- A urbanização, ao propiciar a visibilidade das riam pagar uma diária, cujo valor variava com condutas, fez com que os indivíduos exigissem o tipo de instalação e alimentação que deve- das autoridades medidas de controle para riam receber. A Colônia era reservada aos pa- aquelas categorias consideradas desviantes cientes capazes de realizar atividades agrícolas sociais, perturbadores da ordem social. Tor- ou outras, como a carpintaria e a olaria, que nou-se necessária a criação e/ou expansão de eram consideradas práticas de laborterapia. novos espaços para controlá-los, tratá-los e, se Nos arredores da Assistência, ocorria a assis- possível, curá-los. Diante da superlotação da tência heterofamiliar; um hospedeiro ou nutrí- Assistência a Alienados e do reconhecimento cio, geralmente um chefe de família ou peque- da competência dos psiquiatras em detectar a no sitiante residente nas proximidades do doen ça e lidar com a ordem social, foram inau- hospital, adotava um enfermo para trabalhar gurados, em 1922, o Instituto Raul Soares, em em suas terras. O alienado deveria receber par- Belo Horizonte, e a Colônia, anexa à Assistên- te daquele carinho familiar, deveria ser admiti- cia, em Barbacena. Embora prevista no regula- do à mesa mas, permanence obrigado a traba- mento de 1903, até esse momento a Colônia ainda não tinha sido criada. Assim, o setor ini- lhar mais do que cinco horas por dia. As cial da Assistência passou a ser designado mulheres-loucas e indigentes permaneciam no Azylo Central e o novo setor foi designado complexo do Azylo Central, juntamente com os Azylo Colônia. Em 1927, o termo azylo foi contribuintes de ambos os sexos. No Decreto substituído pela denominação Hospital Colô- 11.276, de 1934, que aprovou o Regulamento da nia de Barbacena, que foi ofi cializado em 1934 e Assistência Hospitalar do Estado de Minas Ge- utilizado até 1977, quando a instituição passou rais, encontram-se os dispositivos sobre a profi - a ser denominada Centro Hospitalar e Psiquiá- laxia mental, a assistência e proteção à pessoa e trico de Barbacena (CHPB). A Colônia localiza- aos bens dos psicopatas e a fi scalização dos ser- va-se no km 4 da rodovia MG-365, em terreno viços psiquiátricos. Este regulamento, que rea- próximo ao do Azylo Central. O Instituto Raul fi rma o saber e o poder psiquiátricos, pode Soares foi criado com a destinação de receber também ser considerado inovador para a épo- doentes mentais agudos, ou seja, os que apre- ca, no sentido do reconhecimento dos direitos sentavam manifestações isoladas de perturba- civis dos psicopatas. Entretanto, as normas ções mentais, capazes de serem recuperados e tornaram-se anacrônicas pelo longo período voltarem ao convívio social. Já a Assistência de- de sua vigência e, principalmente, porque fo- veria asilar e tratar homens-loucos e indigentes ram pouco utilizadas na defesa dos direitos procedentes de todo o Estado de Minas Gerais. dos doentes mentais. A vigência dessas nor- Esse asilamento poderia acarretar anos de mas perpassa a criação de diferentes institui- inter nação, haja vista que para aquele hospital ções, que foram responsáveis pela organização se destinavam, em sua grande maioria, os ditos e administração da saúde mental em Minas

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Gerais, como a Divisão de Assistência Neuropsi- bem visualizadas no documentário Em nome quiátrica (1946), a Fundação Estadual de As- da razão, do cineasta Helvécio Ra on, e no li- sistência Psiquiátrica – FEAP (1968), posterior- vro Nos porões da loucura, de Hiram Firmino, o mente transformada em Fundação Educacional Hospital Colônia de Barbacena, a exemplo de de Assistência Psiquiátrica (1971), e a Fundação outros hospitais públicos destinados aos Hospitalar do Estado de Minas Gerais – FHEMIG doen tes mentais, passou por um processo de (1977). Vale ressaltar que, em 1968, o Hospital reestruturação dentro do movimento de refor- deixou de pertencer diretamente ao estado, por ma psiquiátrica. Cabe lembrar que essa rees- meio da Secretaria de Saúde, passando a inte- truturação tornou-se possível também em grar a FEAP e depois (e ainda hoje), a FHEMIG. decorrência do III Congresso Mineiro de Psi- Durante o período destas administrações, as quiatria (1979), realizado em Belo Horizonte, e referências às práticas asilares e terapêuticas do do Movimento dos Trabalhadores de Saúde Hospital Colônia de Barbacena são de um local Mental (MTSM) instalado no país. Iniciada em em que predominava a superlotação e o leito 1979 e ainda em curso, a reforma psiquiátrica chão nos dormitórios. Sem camas e sem col- no CHPB propiciou uma reestruturação inter- chões, era espalhado um monte de capim para na e a desinstitucionalização dos pacientes. os internos dormirem. Com o passar do tempo, Esse processo, compreendido em três etapas, os excrementos nele depositados tornavam-no inclui diversas medidas como: atendimento fétido e propício à proliferação de doenças. Du- ambulatorial e de pacientes com crises agudas rante o dia, os internos fi cavam espalhados e em regime de hospital-dia, reformas em diver- deitados pelos pátios. Os recursos terapêuticos sos pavilhões, encaminhamento de pacientes – contenção através do uso de celas, camisas de com vínculos familiares aos seus locais de ori- força e de eletrochoques, lobotomia, aplicações gem, redução gradativa do número de inter- de injeções do tipo sossega-leão e o chá da nos e contratação de um quadro de funcioná- meia-noite – funcionavam mais como mecanis- rios qualifi cado e interdisciplinar. A reforma mos de punição e de castigo. O conjunto das ainda contempla mudanças arquitetônicas em práticas asilares e terapêuticas realizadas na relação ao tipo de construção de módulos resi- instituição, associadas às doenças intercorren- denciais, de maneira a oferecer um tratamento tes, à desnutrição e às endemias dos internos, mais humanizado e individualizado aos pa- contribuiu sobremaneira para o alto índice de cientes. Por certo, a instituição não conseguiu mortalidade. Identifi cadas pela visão contem- reintegrar os pacientes sem vínculos familia- porânea como práticas de tortura, que pode- res e com sequelas que ali já se encontravam por vários anos. Parte deles fi cou em pavi- riam acarretar a morte, essas práticas devem lhões, módulos residenciais existentes no pró- ser percebidas como recursos legítimos e reco- prio Hospital. Outros conseguiram ser de- mendadas pelos psiquiatras no tratamento da sinstitucionalizados e passaram a morar em loucura na época. Os instrumentos utilizados diversas residências terapêuticas em diferen- nesse período, além de um acervo fotográfi co tes bairros da cidade. Cabe destacar que as sobre as diversas fases da instituição, estão ex- mudanças instituídas no CHPB só se torna- postos no Museu da Loucura, criado em 1996, ram possíveis com a contratação de profi ssio- no torreão do CHPB, na Rodovia MG-365. Re- nais da área psi, entre eles os psicólogos, res- sultado de uma parceria entre a Fundação ponsáveis em grande medida pela introdução Municipal de Cultura de Barbacena (FUN- e mudança de concepção e de práticas no tra- DAC), a Fundação Hospitalar do Estado de tamento da doença mental. Minas Gerais (FHEMIG) e o Centro Hospita- lar e Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), pre- tendem contar a história do tratamento psi- Referências quiátrico estabelecido em Minas Gerais a ALVIM, C. de F. “Assistência ao doente mental”. partir de 1900. Em decorrência das denúncias Revista da Associação Médica de Minas Gerais, sobre a situação dos internos, que podem ser Belo Horizonte, v. 7, n. 3-4, set./dez. 1956.

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COELHO, R. S. Barbacena: 1900-1980. Belo Hori- Enfermaria dos Alienados da Santa Casa de Mi- zonte, 1979. Mimeo. sericórdia de Cuiabá. Em 1944 chegou a Cuiabá DUARTE, M. N. Ares e luzes para mentes obs- um médico psiquiatra vindo de Minas Gerais, curas: o caso do Hospital Colônia de Barbacena doutor Vargas, que enviou um relatório ao go- (1922-1946). Dissertação (Mestrado em Ciência Po- verno mencionando as condições precárias em lítica). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo que se encontrava a assistência mental. Contu- Horizonte, 1996. do, somente em 1955, Adauto Botelho, então FIRMINO, H. Nos porões da loucura. Rio de Janei- diretor do Serviço Nacional de Doença Mental, ro: Codecri, 1982. fi rmou um convênio com o governo de Mato MAGRO FILHO, J. B. A tradição da loucura – Mi- Grosso para a construção de um hospital psi- nas Gerais: 1870-1964. Belo Horizonte: COOPE- quiátrico, o que ocorreu em 1957. Permaneceu MED/UFMG, 1992. como o único hospital, apesar do intenso fl uxo MOREIRA, D. Psiquiatria: controle e repressão so- migratório da década de 1960, que aumen tou cial. Petrópolis: Vozes, 1983. enormemente a população do estado. Nessa PAIVA FILHO, J. R. de. “Testemunho sobre o Hospital época, o HPAB tinha capacidade para 250 pa- Colônia de Barbacena”. In: CURSO ALTERNATIVAS cientes e abrigava 500. Em 1975, com a elabo- DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL. Belo Horizonte: ração do Manual de Assistência Psiquiá trica na Faculdade de Medicina da UFMG, 1982. Mimeo. Previdência Social, outros profi ssionais, além SILVA, M. C.; BARBOSA, E. Repensando os porões dos médicos e enfermeiros, passaram a com- da loucura: um estudo sobre o Hospital Colônia por as equipes multiprofi ssionais em serviços de Barbacena. Dissertação (Mestrado em História). de atenção à saúde mental, entre eles o psicó- Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Hori- logo. Em 7 de outubro de 1975, criou-se o Ser- zonte, 2005. viço de Saúde Mental no estado, sendo uma de TOLLENDAL, R. A História do Hospital-Colônia, suas ações a ampliação do HPAB e mudança [197-]. Mimeo. nos aspectos técnicos e administrativos, além VIDAL, C. E. L. Avaliação das habilidades de vida da realização de um censo no hospital com o independente e do comportamento social de pa- intuito de diagnóstico psicossocial dos inter- cientes psiquiátricos desospitalizados. Disserta- nos. Não há registros precisos sobre a data de ção (Mestrado em Saúde Pública). Universidade início do trabalho do psicólogo no serviço de Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006. saúde mental em Mato Grosso, porém infere-se que ocorreu nesse período. Em 1978 o Estado Maristela Nascimento Duarte do Mato Grosso foi dividido e em 1988, com a implantação do SUS, iniciou-se a construção „ Centro Integrado de Assistência de uma rede assistencial regionalizada e hierar- Psicossocial Adauto Botelho (CIAPS quizada. Entretanto, com o intenso crescimento Adauto Botelho) – 1993- populacional posterior à divisão do estado, o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho atendimento era insufi ciente em relação à de- (HPAB) – 1957-1991 manda. Em 1991 o HPAB foi fechado e o estado contou durante dois anos com um único hospi- tal psiquiátrico privado, o Instituto de Neurop- O CIAPS Adauto Botelho é um complexo siquiatria (inaugurado em 1989 e fechado em de cunho assistencial, público, estatal, manti- 2004). Em 1993, o HPAB foi reinaugurado, com do pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato nova denominação, de Centro Integrado, alte- Grosso. A sede administrativa situa-se na rua rando sua sigla para CIAPS Adauto Botelho. Adauto Botelho, s/n, bairro Coophema, Cuia- Atualmente o complexo abrange os seguintes bá-MT. É sucessor do HPAB, fundado em 1957, serviços: pronto atendimento (emergência e no local onde funcionava antes a Chácara dos internação de curta permanência), internações Loucos. Antes de sua fundação, o atendimento feminina e masculina para portadores de trans- no âmbito da saúde mental era prestado pela torno mental agudo, um Centro de Atenção

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Psicossocial Infantil (CAPSI), um Centro de Referências Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas, LAMBERT, Á.; OLIVEIRA, S. B. História do atendi- um hospital-dia (fechado em 2007), um am- mento ao doente mental no Estado de Mato-Gros- bulatório (municipalizado desde 2007), uma so até 1970. Monografi a (Especialização em Saúde unidade de internação para tratamento de de- Mental). Universidade Federal de Mato Grosso, pendência química (apenas para homens), um Cuiabá, 1995. manicômio judiciário (apenas para homens) e OLIVEIRA, A. G. B. Superando o manicômio? De- uma unidade denominada Lar Doce Lar. Os safi os na construção da reforma psiquiátrica. Cuia- setores de pronto atendimento e internação bá: EdUFMT, 2005. estão localizados no mesmo espaço físico. As VASCONCELOS, E. Mundos paralelos, até quan- demais unidades funcionam em outros pontos do? Os psicólogos e o campo da saúde mental da cidade de Cuiabá. As atividades realizadas pública no Brasil nas últimas décadas. Disponível estão previstas nas portarias dos CAPS e hos- em: . Acesso em: 5 jul. 2005. atendimento em grupo, visitas domiciliares, atendimento à família, entre outros. Essas ati- vidades também ocorrem nos setores de inter- Veline Filomena Simioni Silva nação masculina e feminina. O número atual de psicólogos no CIAPS é de 19 profi ssionais, e algumas ocupam cargo de gerência, de direto- ria técnica e geral. A equipe técnica das unida- „ Centro Juvenil de Orientação e Pesquisa des é formada por psicólogo, assistente social, (CEJOP) – 1955- psiquiatra, enfermeiro, terapeuta ocupacional, arte-terapeuta, técnico de enfermagem. O nú- Criado em 2 de julho de 1955 por dona mero de profi ssionais varia de acordo com a Altair de Azevedo, católica ligada a questões demanda e número de usuários dos serviços, sociais, formada em Serviço Social e Peda- porém em todas as unidades há psicólogos. gogia, o CEJOP está localizado na rua Irineu O CIAPS Adauto Botelho é hoje não só um Marinho, 449, Icaraí, Niterói – RJ, tendo a fi na- complexo de serviços em saúde mental como lidade de atender às necessidades da popu- referência no estado. Confi gura-se como um lação carente. Funcionando em dois prédios campo de atuação do psicólogo com ampla com cinco andares cada um, é uma instituição clientela e modalidades de atendimento. En- fi lantrópica, considerada de utilidade pública volve a necessidade de formação e ação mais nos setores municipal, estadual e federal. De ampla não apenas em saúde mental, mas prin- início, a instituição contava com uma equipe cipalmente na saúde pública. A prática do psi- composta exclusivamente por assistentes so- cólogo em saúde mental no Brasil nem sempre ciais com foco voltado para o lazer e a orien- foi discutida a partir de uma visão social crítica. tação educacional. Ao longo dos anos, foram Ao entrar nesses serviços, os profi ssionais da instituídas outras formas de atendimento e, psicologia reproduziam práticas individuais. atualmente, a instituição possui uma equi- Hoje, com as experiências no serviço público de pe multidisciplinar formada por psicólogos, atendimento a portadores de transtorno men- fi sioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fo- tal e dependentes químicos, a psicologia passa noaudiólogos e médicos, além de assistentes a questionar as práticas então difundidas. Em sociais. São oferecidos serviços de psicopeda- conjunto com outros profi ssionais, o psicólogo gogia, psicomotricidade, audiometria – servi- na saúde mental passa a fazer parte de ações ço no qual o CEJOP é pioneiro em Niterói –, que visam contribuir para a desospitalização e reforço escolar, além da Escola Especial São desinstitucionalização, pautando-se na reinser- José, para crianças portadoras de necessidades ção e reabilitação psicossocial da clientela. especiais, e da Colônia de Férias Nossa Senhora de Lourdes, localizada em Rio das Ostras, RJ.

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Por meio de convênios com o Sistema Único de 2.094, de 14/03/1947, determinou a criação Saúde (SUS) e com diversas instituições como a conjunta de um Instituto de Psicopedagogia. antiga Legião Brasileira de Assistência (LBA), O Hospital seria destinado à hospitalização e a Secretaria Municipal de Assistência Social, tratamento das crianças e o Instituto de Psi- a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ), a Se- copedagogia seria destinado à classifi cação e cretaria de Integração e Cidadania e Promoção orientação pedagógica de crianças anormais. Social (SICPS) e com a Fundação Municipal O diretor da Divisão de Assistência Neuro- de Educação, o CEJOP atende gratuitamente psiquiátrica da Secretaria de Saúde, médico um público de crianças, adolescentes, adultos Austregésilo Ribeiro Mendonça, reformou e idosos com poucos recursos fi nanceiros e e equipou o antigo Hospital Militar para se que vêm procurar serviços de reabilitação ou transformar na nova instituição, que se dispu- a escola especial. Entre os anos de 2000 e 2001, nha a prestar os primeiros cuidados às crian- o CEJOP atendia a cerca de 500 pacientes por ças portadoras de distúrbios mentais até a mês. O público que busca seus serviços passa idade de 16 anos. Até 1949, o Hospital atendia por uma triagem inicial no Serviço Social e é somente em regime ambulatorial e, a partir de encaminhado, conforme o caso, para a especia- então, o serviço de internações começou a fun- lidade. Há, ainda, um convênio com o Apoio cionar. As verbas federais para a implantação Sócio Educativo de Meio Aberto (ASEMA), que foram conseguidas pelo médico Adauto Bote- possibilita ao CEJOP retirar crianças e jovens lho, então responsável pelo Serviço Nacional da ociosidade, desde que matriculados nas re- de Doenças Mentais. A capacidade inicial do des municipal ou estadual de ensino, fazendo hospital previa o atendimento de 150 crianças atendimentos, desenvolvendo atividades lúdi- e seu primeiro diretor foi o médico Bernardi- cas e de reforço escolar e lazer. no Alves. O médico José Abranches Gonçalves o sucedeu, dirigindo o hospital durante 21 Referências anos. Este diretor apontou os graves proble- BRAGA, H. C. de S. Entrevista concedida a Priscila mas existentes no traçado institucional, de- Rocha Mendonça da Frota. Rio de Janeiro, 10 out. nunciando o aumento de internações causado, 2006. sobretudo, pela falta de atendimento psiquiá- ZANON, M. M. de S. Entrevista concedida a Pris- trico extramural e pela redução de tratamento cila Rocha Mendonça da Frota. Rio de Janeiro, 24 nas esferas tradicionais, como eletroconvul- out. 2006. soterapia, insulinoterapia e psicofármacos. CENTRO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO E PESQUI- Em 1969, a diretoria foi ocupada pelo médico SA (CEJOP). CEJOP. Preparando para a vida. Uma José Raimundo da Silva Lippi. O HNPI iniciou entidade fi lantrópica. Juiz de Fora: Editar Editora nova etapa, com a criação dos serviços de pe- Associada, 2002. dagogia no hospital, reorganizando-se o ser- viço social e o serviço de enfermagem, além Priscila Rocha Mendonça da Frota da organização do setor de arquivos. Nesse mesmo ano, um serviço de psicologia come- Francisco Teixeira Portugal çou a funcionar, dirigido pela psicóloga Maria Auxi liadora de Souza Brasil. O HNPI viveu inten samente seu projeto de reformas até 1973, „ Centro Psicopedagógico (CPP) – 1980- quando foi criada a Unidade Psicopedagógica (UNP), com o objetivo de prestar atendimento Hospital de Neuropsiquiatria Infantil gratuito às crianças das escolas públicas que (HNPI) – 1947-1980 apresentassem problema de aprendizagem. Tal intento se justifi cava na medida em que, Foi inaugurado em 1947, no governo Mil- segundo pesquisas da época, 70% da clientela ton Campos, com o nome Hospital de Neu- era portadora de distúrbios de escolaridade, ropsiquiatria Infantil (HNPI). O Decreto-lei da fala ou de conduta, distúrbios estes que

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interferiam em seu rendimento escolar. Se subunidades, como Hospital-Dia, Núcleo de inicialmente foi vinculada ao HNPI, a UNP Atenção Psicossocial, Atendimento a Pacien- cresceu e, em 1975, tornou-se unidade inde- tes com Transtornos Invasivos do Desenvol- pendente. Em 1976, foi elaborado um estudo, vimento (Autismo), Lar Abrigado, além do apresentando uma avaliação do projeto inicial Centro de Atenção Psicossocial Infantil. Pos- e recomendando a criação de outras miniuni- sui 11 leitos de observação reversíveis e sete dades psicopedagógicas em áreas regionais de leitos-abrigo. Belo Horizonte. Como tal projeto não foi leva- do adiante, a UNP sofreu excessiva demanda, Referências impossível de ser atendida, gerando fi las para avaliações e atendimentos com espera de até CAMPOS, A. C. M. C.; SAVASSI, M. “O Centro Psi- copedagógico e seu modelo assistencial”. Revista um ano. Em 1977 foi criada a Fundação Hos- de Psiquiatria Psicanalítica Criança Adolescente. pitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), Belo Horizonte, v. 1, n. 4, p. 63-69, jan./dez. 1996. entidade que passou a gerenciar a UNP. Em 1979, a visita do psiquiatra italiano Franco Ba- CENTRO PSICOPEDAGÓGICO – FHEMIG. Rela- tório da Diretoria. Belo Horizonte, 1980. saglia suscitou denúncias acerca dos abusos sofridos por menores no Hospital Colônia de CENTRO PSICOPEDAGÓGICO – FHEMIG. Pri- Oliveira, cidade mineira, sendo essas crianças meiro Seminário Interno: documento relativo às moções apresentadas. Belo Horizonte, 1984. transferidas para o HNPI. Um ano depois, ou- tras denúncias atingiriam a UNP e o HNPI, CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE PSI- que foram comparados por jornais da época QUIATRIA INFANTIL, 2º. Contribuições aos te- ao inferno. A direção da FHEMIG optou por mas ofi ciais; hospital de neuropsiquiatria infantil. Belo Horizonte: FEAP, 1972. unir os dois serviços e implantar o Centro Psi- copedagógico (CPP), que iniciou suas ativida- FIRMINO, H. “Os meninos de Barbacena”. Estado des em 9 de setembro de 1980. Esse processo de Minas. Belo Horizonte, 15 jul. 1980. de fusão trouxe problemas para a uniformiza- FIRMINO, H. “Os meninos de Barbacena”. Estado ção dos critérios de internação e alta dos pa- de Minas. Belo Horizonte, 16 jul. 1980. cientes, decisões fundamentais para o funcio- FUNDAÇÃO EDUCACIONAL E DE ASSISTÊN- namento clínico e administrativo do CPP. Na CIA PSIQUIÁTRICA. Relatório da Direção Geral, década de 1980, foram criadas novas frentes 1971/1972. Belo Horizonte, 1972. de trabalho, como a capacitação dos atenden- FUNDAÇÃO EDUCACIONAL E DE ASSISTÊN- tes, a introdução de equipes interdisciplinares CIA PSIQUIÁTRICA. Boletim estatístico do H.N.P.I. e de equipe de diagnóstico. Em 1984, foi reali- Belo Horizonte, 1972. zada a primeira assembleia geral do CPP, que considerou seu funcionamento viável, exceção Renato Diniz Silveira feita ao atendimento de pacientes crônicos, que precisava ser melhorado. Atualmente, o CPP é referência, em Minas Gerais, na atenção em saúde mental da criança e do adolescen- „ Centro Regional de Pesquisas te para os casos de maior complexidade, bem Educacionais do Sudeste – 1972-1975 como um centro de referência na formação de Centro Regional de Pesquisas Educacionais profi ssionais da rede do SUS. Para esta rede, Prof. Queiroz Filho – 1963-1972 presta ainda serviço de assistência em saúde Centro Regional de Pesquisas Educacionais mental à população de zero a 18 anos incom- pletos, em níveis de complexidade secundário de São Paulo (CRPE) – 1955-1963 e terciário. Seu ambulatório atende em uma lógica multidisciplinar: psiquiatria, neurolo- O CRPE, instituição de pesquisa criada ofi - gia, psicologia, fonoaudiologia, fi sioterapia, cialmente pelo Decreto 38.460, de 28/12/1955, serviço social, ofi cina terapêutica. Apresenta começou a funcionar em junho de 1956 e foi

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extinto em 23 de maio de 1975, pelo Decreto chamadas ciências-fonte da educação – cien- 75.754. Por duas vezes teve sua denominação tistas sociais, antropólogos e psicólogos – bus- alterada: em 1963, tornou-se o Centro Regional cassem no campo da prática escolar os seus de Pesquisas Educacionais Prof. Queiroz Filho problemas de investigação. Tendo em vista o e, a partir de 1972, após uma reestruturação, cumprimento de tais orientações, o CRPE de recebeu a denominação de Centro Regional de São Paulo organizou-se inicialmente em duas Pesquisas Educacionais do Sudeste. Instalado, seções de pesquisa: a Divisão de Estudos e desde sua fundação, em um prédio construído Pesquisas Sociais (DEPS) e a Divisão de Estu- pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógi- dos e Pesquisas Educacionais (DEPE), dirigi- cos (INEP) na Cidade Universitária Armando das, respectivamente, pelo soció logo Renato de Salles Oliveira, USP, o CRPE compartilhou Jardim Moreira e pelo psicólogo Joel Martins. seu espaço físico, a partir de 1962, com o Curso A partir de 1957, Joel Martins passou a dirigir de Pedagogia da Faculdade de Filosofi a, Ciên- a Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério cias e Letras (FFCL/USP) e, a partir de 1969, (DAM) e outro psicólogo, Dante Moreira Lei- com a Faculdade de Educação da Universi- te, assumiu a direção da DEPE. Ambos perma- dade de São Paulo (FE/USP). O CRPE de São neceram nestes cargos até 1959. A partir dessa Paulo fazia parte de uma rede de instituições data, a DEPE passou a ser dirigida por Maria de pesquisa subordinada ao INEP e integrada do Carmo Guedes e Silvia Tatiana Maurer (Sil- por mais quatro centros regionais (Salvador, via Lane), graduadas pelo Curso de Filosofi a Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre) e pelo da FFCL/USP, que, alguns anos mais tarde, Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais participariam do processo de instalação do (CBPE), localizado no Rio de Janeiro. O Decre- Curso de Psicologia da Pontifícia Universida- to 38.460, de 28/12/1955, que criou os centros, de Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1962, determinava que, além da realização de pes- o DEPS e o DEPE se fundiram, formando a quisas sociais e educacionais, estas institui- Divisão de Estudos e Pesquisas Educacionais ções seriam responsáveis pela elaboração de e Sociais (DEPES). Dois representantes da ca- propostas de mudanças a serem introduzidas deira de Psicologia Educacional da FFCL/USP, na educação brasileira; preparo de material de Arrigo Leonardo Angelini e Samuel Pfromm ensino; e oferecimento de cursos de treinamen- Ne o, também participaram das atividades to e aperfeiçoamento do magistério. O proces- do CRPE, integrando seu conselho deliberati- so de criação destes centros foi conduzido por vo, em 1961. A revista do CRPE, denominada Anísio Teixeira – diretor do INEP entre 1952 Pesquisa e Planejamento, teve 17 números pu- e 1964 – e contou com a colaboração da Orga- blicados entre 1957 e 1975, sendo o principal nização das Nações Unidas para a Educação, meio de divulgação das pesquisas realizadas Ciência e Cultura (UNESCO) e de diversos pela instituição. Em seus números, encon- intelectuais brasileiros e estrangeiros, como o tram-se os artigos divulgados pela equipe psicólogo social O o Klineberg e o sociólogo de Joel Martins, que trabalhou na elaboração Florestan Fernandes. A partir da ideia de que das chamadas escalas de escolaridade para o a educação brasileira precisava se adaptar às ensino primário; os artigos de Dante Moreira necessidades e exigências do povo brasileiro, Leite sobre livros de leitura utilizados na esco- sugeriu-se a elaboração de uma nova política la primária e sobre a reprovação neste mesmo educacional para o país como um todo e para nível de ensino; e um artigo de Arrigo Ange- cada uma de suas regiões, que tomasse por lini, sobre motivação e aspirações profi ssio- base os resultados de investigações científi cas nais. Outros dois trabalhos podem ser citados e as condições de desenvolvimento da socie- para exemplifi car outras pesquisas, na área da dade. Para contribuir com este tratamento Psicologia, promovidas pelo CRPE: em 1959, científi co das questões educacionais, Anísio Dante Moreira Leite participou do Simpósio Teixeira acreditava que os centros deveriam sobre Problemas Educacionais Brasileiros, gerar condições para que os trabalhadores das realizado pelo CRPE, com um trabalho so-

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bre as possíveis contribuições da Psicologia DEPE. “Escalas de escolaridade”. Pesquisa e Plane- à renovação educacional; e, em 1962, Arrigo jamento, São Paulo, n. 4, p. 97-101, jun. 1960. Angelini e Samuel Pfromm Ne o iniciaram LEITE, D. M. “O brinquedo, a leitura e a criança”. Pes- a pesquisa intitulada Análise de Conteúdo quisa e Planejamento, São Paulo, n. 2, p. 11-17, jun. 1958. da Psicologia Educacional, cujos resultados LEITE, D. M. “Promoção automática e adequação do foram apresentados na 17ª Reunião Anual da currículo ao desenvolvimento do aluno”. Pesquisa SBPC, realizada em Belo Horizonte, em 1965. e Planejamento, São Paulo, n. 3, p. 15-34, jun. 1959. Com base nesses exemplos de pesquisas em Psicologia sobre a temática educacional e da LEITE, D. M. “Análise de conteúdo dos livros de lei- identifi cação de alguns psicólogos que foram tura da escola primária”. Pesquisa e Planejamento, atraídos para selecionar, na prática escolar, seus São Paulo, n. 4, p. 102-126, jun. 1960. problemas de investigação, é possível realizar LEITE, D. M. “A investigação psicológica face à uma aproximação em relação à participação educação brasileira [Trabalho apresentado no ‘Sim- do CRPE no processo de institucionalização pósio sobre Problemas Educacionais Brasileiros’, do campo da psicologia em São Paulo, atuan- realizado no CRPE, em 1959]”. In: CRPE. Técnicas do em estreita proximidade com as áreas de e problemas de mudança cultural provocada em Educação e de Psicologia da Faculdade de Filo- face da organização e funcionamento do sistema sofi a, Ciências e Letras da USP. Em uma época educacional brasileiro. São Paulo: MEC/INEP/ em que os cursos de Psicologia ainda estavam CRPE “Prof. Queiroz Filho”, 1967, p. 75-104. se organizando em São Paulo, o CRPE apresen- TEIXEIRA, A. “Ciência e arte de educar”. Pesquisa tou condições capazes de atrair para suas ati- e Planejamento, São Paulo, n. 1, p. 67-85, jun. 1957. vidades os talentos locais e constituir, com eles e com os recursos materiais de que dispunha, um espaço de maturação de ideias e de experi- Márcia Ferreira mentação de práticas relacionadas à educação que, alguns anos mais tarde e em outros espa- ços institucionais – principalmente nos cursos „ Centro Universitário de João Pessoa e institutos de Psicologia –, se desenvolveriam (UNIPÊ) – 1994- e contribuiriam para a consolidação da psico- logia e, mais especifi camente, da psicologia Departamento de Psicologia do Instituto educacional no Brasil. Paraibano de Educação – 1971-

Referências Instituição de natureza privada, situada na BR 230, km 22, Água Fria, João Pessoa – PB e ANGELINI, A. L.; PFROMM NETTO, S.; ROSAMI- fundada em 21 de junho de 1971. Foi criada LHA, N. “Análise de Conteúdo da Psicologia Educa- a partir da ideia inicial de fundação de uma cional [Trabalho apresentado à 17ª Reunião Anual da SBPC, realizada em Belo Horizonte, em 1965]”. Psico- Universidade Católica. Esta era a proposta logia Escolar e Educacional, Campinas, v. 5, n. 1, 2001. inicial de Marcos Trindade, depois de deixar a Reitoria do Seminário Arquidiocesano, à ANGELINI, A. L.; ROSEN, B. C. “Motivação, aspi- qual se aliara ao amigo e confrade de ministé- ração profi ssional e alguns aspectos da educação rio, padre José Trigueiro do Vale. Mas, levada dos fi lhos: estudo comparativo de dados obtidos no ao exame do bispado da época, o projeto da Brasil e nos Estados Unidos”. Pesquisa e planeja- universidade não logrou aprovação. Como, ao mento, São Paulo, n. 7, jun. 1964. lado de outros companheiros de magistério, DEPE. “Escalas de escolaridade”. Pesquisa e Plane- Manuel Batista de Medeiros estava articulan- jamento, São Paulo, n. 2, p. 167-232, jun. 1958. do a fundação de uma escola autônoma do DEPE. “Escalas de escolaridade”. Pesquisa e Plane- mesmo nível, não demorou para que os dois jamento, São Paulo, n. 3, p. 148-153, jun. 1959. grupos se incorporassem à mesma iniciativa.

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A ata de 1971 foi, assim, o resultado formal de psicologia os eventos são promovidos em dessa união, celebrada e efetuada no Mosteiro período semestral e anual, envolvendo ativi- de São Bento, então abandonado e que ia pre- dades como simpósios, congressos, ciclos de cisar de restauração, cedido à nova entidade palestras, ciclos de jornadas; seminários de ex- em regime de comodato (gerência temporá- tensão; mesas-redondas, comemoração do dia ria) pela arquidiocese. Deve-se aos primeiros do psicólogo; feiras de informações promo- alunos da instituição a escolha dos quatro vidas por professores e alunos de Psicologia. primeiros cursos. As primeiras turmas foram Em 2003 teve participação na organização do constituídas pelo excedente do vestibular de III Congresso Norte-Nordeste de Psicologia – universidades federais, muitos dos alunos CONPSI. No Departamento de Psicologia, o vindos do Ceará, outros do Rio Grande do quadro de funcionários é composto por Iany Norte. A instituição tem por objetivos desen- Cavalcanti da Silva Barros (coordenadora), volver valores, habilidades e conhecimentos Suy-Mey Carvalho de Mendonça Gonçalves que capacitem os discentes no exercício de (coordenadora adjunta), Iva Izabel Cavalcan- suas atribuições profi ssionais, sendo o públi- ti da Silva Barros (responsável técnica), assim co-alvo os alunos secundaristas; profi ssionais como professores com especialização, mestra- já inseridos no mercado de trabalho; a própria do e doutorado e profi ssionais de apoio ad- comunidade, já que são oferecidos programas ministrativo. Possui unidades de triagem, de de assistência jurídica, de saúde, desporto e atendimento psicoterápico, de psicopedago- lazer comunitário; e o meio empresarial, prin- gia e de orientação vocacional e profi ssional, cipalmente nas áreas administrativa e contá- além dos núcleos de estágio supervisionado e bil. Fundado por Marcos Augusto Trindade, o de pesquisa e extensão. A clínica de psicolo- José Trigueiro do Vale, Afonso Pereira da Sil- gia, que foi criada pela Resolução 05/04/1974 va, Flávio Colaço Chaves, José Loureiro Lopes e em 19/10/2001, através da Portaria 123, pro- e Manuel Batista de Medeiros, e dirigida por move estágio e treinamento aos alunos de Psi- José Loureiro Lopes; diretor vice-presidente cologia, propiciando condições para a experi- Oswaldo Trigueiro do Valle; diretor-secretário ência profi ssional, por meio do atendimento à Paulo Augusto Trindade Padilha; diretor de patrimônio e fi nanças Flávio Colaço Chaves. comunidade e na prevenção da saúde mental. Sendo seus conselheiros: Afonso Pereira da Na clínica são oferecidos os serviços de tria- Silva, Monsenhor José Trigueiro do Valle, Ma- gem, plantão de escuta psicológica, psicotera- nuel Batista de Medeiros, monsenhor Marcos pia individual, de casal, familiar; ludoterapia Augusto Trindade Padilha. Possui convênio individual e em grupo; anamnese infantil; com o objetivo de promover a inserção do avaliação psicológica; orientação profi ssional alunado em estágio com: Centro de Integra- e psicopedagógica; acompanhamento psicoló- ção Empresa-Escola (CIEE), Instituto Evaldo gico a idosos e a defi cientes e atendimento psi- Lodi (IEL), Companhia de Água e Esgotos da copedagógico. A instituição possui área total Paraíba (CAGEPA), Complexo Psiquiátrico de 300.000 m² e área construída de 35.246,28 Juliano Moreira, Controladoria Geral do Esta- m². Funciona de segunda a sábado das 7:00 às do, Companhia Tecidos Norte de Minas (CO- 22:00 horas. São oferecidos atendimentos as- TEMINAS), Lojas MAIA, Fundação de Apoio sistenciais nas clínicas-escolas de psicologia, ao Portador de Defi ciências (FUNAD), Fun- fi sioterapia e fonoaudiologia, na área jurídica, dação Esta dual da Criança e do Adolescente contábil e administrativa. No decorrer de seus (FUNDAC), Gráfi ca Santa Marta, Hospital 36 anos de existência, muitas foram suas pu- São Vicente de Paula, Lar da Providência, Or- blicações, documentadas e arquivadas em seu dem dos Advogados da Paraíba (OAB – PB), acervo cultural, disponível ao conhecimento ORSERV Ltda – Empregos e Serviços, Insti- público no Núcleo de Documentação e Ar- tuto e Maternidade Cândida Vargas, Institu- quivos desta Instituição. Em 1994 a instituição to da Assistência ao Servidor (IPEP). Na área teve o seu nome alterado para UNIPÊ.

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Referências neiro, em São Paulo ou fora do país. No entan- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA to, no Rio Grande do Sul havia um núcleo de (UNIPÊ). Disponível em: < h p://www.unipe.br/>. estudos psicanalíticos dirigido por Malomar Acesso em: 17 set. 2008. Lund Edelweiss, padre e diretor da Univer- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA sidade Católica de Pelotas. Malomar tomara (UNIPÊ). Pró-Reitoria de Ensino de Graduação. conhecimento da obra de Igor Caruso, reco- Curso de Psicologia. Projeto Pedagógico do Curso de Psicologia. João Pessoa, 2003. Mimeo. nhecido então mundialmente como expoente de uma psicanálise com base no existencia- INSTITUTOS PARAIBANOS DE EDUCAÇÃO (IPÊ). Núcleo de Documentação e Arquivos. Rela- lismo cristão e como fundador, em 1947, do tórios de atividades anuais. João Pessoa: IPÊ, 1994- Círculo Vienense de Psicologia Profunda. Este 2008. Círculo abrigava pessoas de diferentes forma- SILVA, C. T. P. da S. Resenha histórica do IPÊ/UNI- ções, criando uma frente heterodoxa e multi- PÊ 30 anos 21 junho 1971 – 2001. João Pessoa: Uni- disciplinar que permitia, na Viena de então, a pê, 2002. continuidade dos estudos e investigações no terreno da psicanálise, que haviam sido difi - Rejane Sousa da Silva cultados durante a II Guerra Mundial, com a ascensão do nazismo e a anexação da Áustria ao III Reich. Malomar foi para Viena, onde se „ Círculo Psicanalítico de Minas Gerais analisou com Caruso. Em 1956 fundou no Bra- (CPMG) – 1970- sil, com a presença de Caruso, o Círculo Brasi- leiro de Psicologia Profunda, com sede inicial Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda em Pelotas e depois em Porto Alegre. Dese- – Seção Minas Gerais – 1963-1970 jando difundir a psicanálise e sabendo da de- manda dos profi ssionais mineiros, Malomar Associação científi ca voltada à formação transferiu-se para Belo Horizonte em 1963 e, de profi ssionais na área da psicanálise, sem em conjunto com os doutores Elba Duque de fi ns lucrativos e de utilidade pública esta dual Moura, Djalma Teixeira Oliveira, Jarbas Moa- (Lei 11.709, de 22/12/1994) e municipal (Lei cir Portela, Antônio Franco Ribeiro da Silva e 4.211, de 23/10/1985), o CPMG é mantido pela Eunice Rangel, criou o Círculo Brasileiro de contribuição mensal de seus associados e tem Psicologia Profunda – Secção Minas Gerais. como clientela pessoas com curso superior O grupo logo se expandiu. Em 1968 o próprio completo, especialmente das áreas humanas Caruso foi convidado para dar assistência e biológicas e estudantes dos últimos perío- teórica ao Círculo e para intermediar certas dos de Psicologia e Medicina. Conta com uma divergências que vieram com o aumento do Clínica de Psicanálise que se destina a atender número de participantes. Em 1970, o grupo pessoas de baixa renda por preços acessíveis mudou seu nome para CPMG, fazendo preva- e fornecer material de pesquisa para os for- lecer a psicanálise sobre a psicoterapia (aten- mandos. Com sede própria na rua Maranhão, dimento de grupos, casais, famílias etc.), dan- 734, 3º andar, bairro Santa Efi gênia, Belo Ho- do prioridade à análise clássica no divã, como rizonte – MG, o CPMG dispõe de secretaria, foi estabelecida por Freud. No nível nacional, duas salas de aula, auditório para 60 pessoas, o CPMG é vinculado ao Círculo Brasileiro de biblioteca, copa e banheiros. Fundado em 17 Psicanálise (CBP), fundado em 1956 no Rio de abril de 1963, o CPMG veio atender à de- Grande do Sul por um grupo de psicanalis- manda de um grupo de psiquiatras mineiros tas liderados pelo professor Malomar Lund que procurava uma formação em psicanálise Edelweiss. Este Círculo funciona como uma que, até então, só podia ser feita no Rio de Ja- federação e tem unidades em vários estados:

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Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Ja- Reverso. Há também uma publicação interna neiro, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Sergipe. para os sócios e alunos em formação, o Bole- A fi liação internacional do CPMG é a Interna- tim Informativo, com edição mensal, além de tional Federation of Psychoanalytic Societies uma edição anual do Boletim Informativo Espe- (IFPS), que tem também Igor Caruso como cial, com informações gerais sobre o CPMG e um de seus fundadores. A IFPS se caracteri- os cursos oferecidos a cada ano. Publica ainda za por ser pluralista e por acatar as diferenças os Cadernos das Jornadas com os trabalhos que de cada país e de cada formação local, embo- são apresentados nos eventos que promove. ra haja requisitos básicos para a pertinência O CPMG foi responsável por dois números a seus quadros. Ao longo de sua histó ria, o especiais do periódico International Forum of CPMG tem testado vários modelos de funcio- Psychoanalysis (revista trimestral da Interna- namento. O modelo atual congrega a Socieda- tional Federation of Psychoanalytic Societies, de de Psicanalistas e o Fórum de Psicanálise. sediada em Estocolmo): em 2002, o volume II, O CPMG é estruturado para ser uma socieda- n. 2, Social Realities and Psychoanalysis in Brazil de pluralística, composta por membros que e, em 2005, o volume 14, n. 3-4, The Multiple seguem diferentes orientações teóricas, sem Faces of Perversion. O Círculo promove anual- tentativas de uniformização. A maioria dos mente a Jornada do Fórum de Psicanálise do sócios segue uma linha freudo-lacaniana, em- CPMG e participa das Jornadas e Congressos bora haja alguns adeptos dos ensinamentos de do Círculo Brasileiro de Psicanálise (CBP), do Melaine Klein, Winnico e Laplanche. A di- Fórum Mineiro de Psicanálise e dos fóruns retoria do CPMG é composta de: presidente, internacionais da International Federation of vice-presidente, primeiro-secretário, segun- Psychoanalytic Societies. do-secretário, tesoureiro, coordenador admi- nistrativo, coordenador do departamento de Referências publicação, coordenador da biblioteca, coorde- AMORETTI, R. “Cronologia e contradição: o CBP nador da comissão de formação psicanalítica de Viena a Minas Gerais.” Reverso, Belo Horizonte, permanente, coordenador da clínica de psica- n. 35, p.132-142, 1993. nálise, comissão de ética, conselho fi scal, de- legados junto ao CBP e à IFPS. O CPMG teve CÍRCULO PSICANALÍTICO DE MINAS GERAIS. como primeiro presidente o professor Malo- Estatuto. Belo Horizonte, 2003. mar Lund Edelweiss, seguindo-se a ele vários CÍRCULO PSICANALÍTICO DE MINAS GERAIS. outros psicanalistas, com gestões de dois anos Regimento interno. Belo Horizonte, 2003. de duração. Além dos fundadores e dirigentes MENDES, E. R. P. “Os trinta anos do Círculo Psi- já citados, o CPMG contou com a visita de vá- canalítico de Minas Gerais – CPMG”. Estudos de rios psicanalistas de renome nacional e inter- Psicanálise, Belo Horizonte, n. 16, p. 76-79, 1993. nacional, que ministraram cursos e palestras: Charles Melman, Contardo Calligaris, Eliza- PIMENTA, A. C. “The historical path of the Círculo beth Roudinesco, Gregório Barembli , Joel Psicanalítico de Minas Gerais.” International Jour- Birman, Marco Antônio Coutinho Jorge, Ma- nal of Psychoanalysis. v. 2, n. 2, p.85-89, 2002. ria Rita Kehl, Phillipe Julien, Piera Aulagnier, PIMENTA, A. C. (Org.). 40 anos do Círculo Psica- Renato Mezan, entre outros. Desde 1971, o nalítico de Minas Gerais. 1 videocassete (88 min.): CPMG mantém uma publicação científi ca pró- VHS. Belo Horizonte: Plano Geral Vídeo, 2003. pria. A princípio chamada Boletim Infor mativo Interno do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais, a revista recebeu novo nome e novo projeto Eliana Rodrigues Pereira Mendes editorial em 1986, quando passou a se chamar Arlindo Carlos Pimenta

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„ Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro atividade no Círculo dois de seus fundadores: (CPRJ) – 1969- Edson Soares Lannes e Henrique Alberto Baez Sampaio. Os primeiros anos foram de for- talecimento científi co e organizacional, com Fundado a 27 de março de 1969, é uma so- inten sa atividade de estudos teóricos, técnicos ciedade de psicanálise fundamentada na obra e clínicos, bem como de defi nição progressi- de Freud e de seus continuadores, que não se va de um estilo de convivência no processo propõe a ofi cializar nem excluir qualquer cor- de adaptação interna, com a saída de alguns rente do pensamento psicanalítico. Tem como e a entrada de outros, e de reconhecimento fi nalidade o estudo teórico-clínico da psicaná- externo. Como decorrência de sua fundação lise e de conhecimentos afi ns como um pro- ter ocorrido dentro do CBPP, o Círculo estava cesso de formação permanente, em que a troca vinculado desde o início à International Fede- de experiências torne possível a circulação do ration of Psychoanalytic Societies (IFPS), enti- saber e o reconhecimento entre pares. Entende dade que congregava, em 2007, 27 sociedades a psicanálise como procedimento de investi- de 15 países. Em 1978, em função de divergên- gação dos processos mentais inconscientes e cias administrativas relacionadas à criação, como método de tratamento de problemas pelo CBPP (hoje Círculo Brasileiro de Psica- psíquicos baseado neste procedimento. O Cír- nálise – CBP), de um grupo de estudos psica- culo implementa o seu programa de estudos nalíticos em Teresópolis, o CPRJ se desligou teórico-clínicos em um espaço denominado do CBPP. No mesmo momento, apresentou Fórum de Psicanálise, cuja dinâmica visa à à IFPS a proposta de vinculação direta, apro- produção e à circulação do saber psicanalítico, vada pela assembleia de delegados à IFPS em implicando todos os seus membros. A admi- 1980, em Helsinki. A partir de 1973, atendendo nistração da instituição é feita por quatro co- à demanda de formação psicanalítica de mui- missões executivas: administrativa, de forma- tos interessados, o CPRJ compôs turmas para ção permanente, de publicações e biblioteca e estudos teórico-clínicos. O grupo de 1973 foi de clínica. O poder, soberano em suas decisões, chamado de Turma 2, porquanto o grupo ori- é exercido pela assembleia geral dos membros ginal fora denominado Turma 1. Mesmo sen- efetivos. O Fórum de Psicanálise é adminis- do criadas novas turmas para estudos teórico- trado pela comissão de formação permanen- clínicos seriados a cada dois anos, em média, te. Interessados em psicanálise que não sejam a ideia de que uma formação psicanalítica é ainda membros efetivos podem se associar ao permanente perpassa todos os estudos feitos. fórum, após entrevistas com a comissão de Como critério preliminar, macroscópico, de formação permanente. Em 2007, o CPRJ tinha candidatura à formação seriada oferecida, os 84 membros efetivos, dois membros corres- candidatos às primeiras turmas deveriam ser pondentes e cerca de 200 associados ao fórum. formados em Psicologia ou Medicina, visando Em 1968, Igor Caruso, de Salzburg, foi a Belo à tranquilidade futura do exercício profi ssio- Horizonte, sede, na época, do Círculo Brasilei- nal, uma vez que essas categorias profi ssio- ro de Psicologia Profunda (CBPP), presidido nais já dispõem de cobertura legal para abrir por seu discípulo, Malomar Lund Edelweiss. consultórios. Hoje a única exigência feita aos Os dois fi zeram contato com Anna Ka rin que se interessem em participar das ativida- Kemper (dona Catarina), interessados em des de estudo da instituição é que tenham que se criasse no Rio uma unidade do CBPP. curso universitário completo. A composição Estimulados por ela, quatro membros de seu de turmas no CPRJ chegou à turma 9 quando, grupo de estudos, junto a quatro outros cole- no início da década de 1990, em mais uma re- gas ligados a Malomar, decidiram criar uma fl exão sobre a experiência vivida e sempre dis- instituição vinculada ao CBPP e assim nasceu, posto a uma reformulação organizacional que em 1969, o CPRJ, como quarta sociedade psi- facilitasse a concretização de seus objetivos, canalítica nesta cidade. Ainda estão em plena o CPRJ criou a estrutura atual, com suas co-

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missões executivas e o Fórum de Psicanálise. CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEIRO. Em 1974, foi criada a biblioteca, hoje chamada Ata da Assembleia Geral. Rio de Janeiro, dez. 1992. Biblioteca Anna Ka rin Kemper. Do acervo INTERNATIONAL FEDERATION OF PSYCHO- inicial fazem parte a coleção completa do In- ANALYTCS SOCIETIES. Ata da Assembleia de ternational Journal of Psychoanalysis e os fi lmes agosto de 1980. Helsinki, 1980. de René Spitz. Em 1978, foi lançada uma re- vista que veio a ser chamada, a partir de seu Edson Soares Lannes segundo número, de Cadernos de Psicanálise do CPRJ. A revista publica, além de notícias de interesse da instituição, entrevistas e tex- tos, muitos deles apresentados nas jornadas „ Círculo Psicanalítico do Rio Grande do anuais do CPRJ. Muitos membros do Círculo Sul (CPRS) – 1971- já vinham participando da Clínica Social de Psicanálise, fundada em 1973 por um grupo Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda de psicanalistas liderados por dona Catarina (CBPP) – 1956-1971 e Hélio Pellegrino. O Departamento Clínico, contudo, só foi criado em 1981 e é adminis- O CPRS foi criado em 26 de setembro de trado pela comissão de clínica. A relevância 1956, com o nome de Círculo Brasileiro de do CPRJ pode ser demonstrada, entre outras Psicologia Profunda (CBPP), tornando-se a razões: porque é pioneiro na liberdade de matriz do Círculo Brasileiro de Psicanálise. estudo da psicanálise no Rio de Janeiro; por O início dessa instituição estava intimamente sua estrutura organizacional essen cialmente ligado ao padre Malomar Lund Edelweiss, da democrática desde os tempos de privação dos Universidade Católica de Pelotas. Devido ao direitos de cidadania do Brasil; por sua parti- seu interesse pelos fenômenos psicológicos, cipação na criação da Clínica Social de Psica- mantivera contatos com o psicanalista húnga- nálise no Rio; porque, juntamente com outras ro-argentino Bela Székely, de quem recebera sociedades psicanalíticas, organizou seis Fó- informações sobre o psicanalista Igor Caru- runs Brasileiros de Psicanálise na década de so. Estas o levaram ao Círculo de Psicologia 1990; porque hospedou, juntamente com o Profunda de Viena, onde realizou sua análise CBP e a SPID, dois Fóruns Internacionais de com o próprio Caruso. Malomar Edelweiss Psicanálise da IFPS (no Rio, 1989, e em Belo Horizonte, 2004). Vale mencionar ainda a par- era diretor da Faculdade de Filosofi a de Pelo- ticipação do CPRJ no movimento Articulação tas e organizou cursos sobre a teoria carusiana de Entidades Psicanalíticas Brasileiras, que se na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) mantém alerta quanto às novas tentativas de e na Pontifícia Universidade Católica do Rio regulamentação profi ssional da psicanálise Grande do Sul (PUCRS). A partir de sua inicia- no Brasil. O CPRJ caracteriza-se pela atenção tiva e de seus colaboradores, destacando-se o às condições de exercício do ofício de psica- médico Siegfried Kronfeld, sua esposa Gerda nalista, não abrindo mão da livre associação Kronfeld, os padres jesuítas Aloysio Köehler de ideias, em todos os sentidos, e por cultivar e Gèza Köveckses, e o médico Francisco Vi- um espaço de trabalho sempre pensado para dal, pôde ser fundado em Pelotas o Círculo não ir além do estritamente necessário à reali- Brasileiro de Psicologia Profunda (CBPP). Os zação do seu potencial criativo. Kronfeld foram a Viena, em 1954, para serem analisados por Caruso. No retorno, depois de um período em Pelotas, mudaram-se para Referências Porto Alegre, onde ofereceram atendimen- CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEI- to clínico e formação em psicanálise. Nesta RO. Estatutos. Rio de Janeiro, 1969. época, o CBPP transferiu-se também para a CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEI- capital do Estado do Rio Grande do Sul. O pa- RO. Atas. Rio de Janeiro, 1978. dre Gèza Köveckses fundou e dirigiu os cur-

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sos Christus Sacerdos e Ancilla Domini, que dos da História do Freudismo). Université Paris 7 visavam a uma formação reciclada do clero, – Denis Diderot, Paris, 2001. dos religiosos e das religiosas, tentando uma GOMES, W. B. (Org.). Psicologia no estado do Rio síntese entre teologia, espiritualidade e psi- Grande do Sul. Porto Alegre, nov. 2006. Disponí- canálise. O padre Aloysio Köehler, em 1972, vel em: . Acesso em: 25 jul. 2007. do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), uma RIBEIRO, L. C. “Malomar Lund Edelweiss”. In: instituição católica da Companhia de Jesus, CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co fundada em 1969 na cidade de São Leopoldo. da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: A atividade pioneira iniciada no Rio Grande Imago; Brasília: CFP, 2001. do Sul frutifi cou-se em vários outros estados SILVA, L. O. T. “Os psicólogos e o exercício da psi- da união. Em 1970, o CBPP passou a ser mem- canálise”. Revista da SPRGS, v. 3, n. 5/6, p. 38-39, bro da Federação Internacional de Sociedades 1977. Psicanalíticas, com sede em Viena. No ano se- guinte, teve seu nome mudado para Círculo Luciano Ferreira Piccoli Brasileiro de Psicanálise e todas as suas socie- dades integrantes adotaram, daí em diante, a denominação de Círculo Psicanalítico, acresci- do do nome do estado em que suas atividades „ Clínica de Orientação Infantil – 1938-196(?) eram desenvolvidas. O Círculo Brasileiro de Psicanálise está fi liado à Federação Interna- cional dos Círculos de Psicologia Profunda, Durval Bellegarde Marcondes (1899-1981) fundado em Viena em 1947, por Igor Caruso, a criou em 1938 a Clínica de Orientação Infan- qual, por sua vez, está fi liada à Federação Inter- til, da Seção de Higiene Mental da Diretoria nacional das Sociedades Psicanalíticas e à Fe- de Saúde Escolar, da Secretaria de Educação deração Internacional de Psicoterapia Médica. de São Paulo (Lei 9.872, de 28/11/1938), ten- Hoje, o Círculo Brasileiro de Psicanálise agrega do como colaboradoras: Virginia L. Bicudo, em seu corpo, além do Círculo Psicanalítico do Clarisse Fleury, Alcinda Ferrari, Jacy Arruda, Rio Grande do Sul, o Círculo Psicanalítico de Margarida Lisboa, Ligia de Souza, Lygia A. Minas Gerais, o Círculo Psicanalítico da Bahia, Amaral, Margarida Vieira da Cunha, Maria o Círculo Psicanalítico de Pernambuco, o Cír- Rita G. Lobo, Jacira Leite e Belkiss Vieira de culo Psicanalítico do Rio de Janeiro, o Círculo Mello. A clínica tinha por fi nalidade prestar Psicanalítico de Sergipe e a Sociedade Psica- serviço de atendimento de saúde mental para nalítica da Paraíba. O CPRS localiza-se atual- crianças e seus familiares. A organização do mente na rua Senhor dos Passos, 235/cj. 1.001 referido grupo, denominado educadoras sani- – Centro – Porto Alegre. tárias, mostra a relação existente entre a psico- logia e a medicina, condição própria da época. Esta relação ocorria especialmente por meio Referências do movimento denominado higiene mental, CÍRCULO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE – SE- que tinha por objetivo inicial a melhoria das ÇÃO RIO DE JANEIRO. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2007. com atendimento especializado, baseado prin- CÍRCULO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE. Dis- cipalmente nas ideias de Freud. O movimento ponível em: . higienista gradativamente incluiu a educação Acesso em: 15 ago. 2007. como uma de suas preocupações. A problemá- GAGEIRO, A. M. L’histoire de la psychanalyse au tica educacional é considerada pelos higienis- Brésil: la fondation de la Sociéte Psychanalytique tas uma doença social, advinda da ignorância de Porto Alegre (1963). Tese (Doutorado em Estu- do povo, sendo um entrave para a moderni-

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zação do país. A primeira escola para indiví- Ensino Básico. Os serviços prestados na Clí- duos anormais data de 1917, tendo Vieira de nica de Atendimento Infantil demonstram, Mello como chefe do Serviço Médico Esco lar entre outros, a consolidação da psicologia no em São Paulo, mas, ofi cialmente, foi com a Brasil. criação da Clínica de Orientação Infantil que a higiene mental escolar começou a ser prati- Referências cada institucionalmente. Tendo como objetivo atender a crianças com problemas no proces- ANTUNES, M. A. M. “Quadro de referências sobre so de escolarização, a clínica prestava serviços a história da psicologia no Brasil: 1930-1962”. Psi- de natureza terapêutica. Durval Marcondes já cologia da Educação, n. 8, p. 97-132, maio de 1999. havia iniciado a prática clínica desde sua for- ANTUNES, M. A. M. “Sobre a formação dos psi- mação na Faculdade de Medicina e Cirurgia cólogos: aspectos históricos”. Psicologia da Educa- de São Paulo, em 1932, por meio da análise de ção, n. 5, p. 35-56, 1997. pacientes neuróticos, baseada nas descobertas ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: lei- de Freud, com quem chegou a trocar corres- tura histórica sobre sua constituição. São Paulo: pondência, além do auxílio de Francisco Fran- UNIMARCO, 1998. co da Rocha. Sobre seu trabalho na Clínica de LIMA, R. A. “A Psicologia da Educação nos progra- Atendimento Infantil, Marcondes propôs um mas de Pedagogia”. Psicologia da Educação, São novo serviço de higiene mental escolar que, Paulo, n. 17, 2003, p. 51-73. por meio da formação de professoras, tinha NELKEN, R. & JUNQUEIRA FILHO, L. C. “Trajetó- como atividade o estudo do ambiente fami- ria modernista”. Sociedade Brasileira de Psicanáli- liar. Ainda segundo Marcondes, o serviço de se de São Paulo, ano 4, n. 6, 1978. higiene mental era multidisciplinar, contando com o psiquiatra, o pediatra, o neuropediatra PESSOTI, I. “Notas para uma história da Psicologia brasileira”. In: BASTOS, A. V. B. & GOMIDE, P. I. C. e o psicólogo escolar, função que ele afi rma- (orgs.). Quem é o psicólogo brasileiro?. Conselho va ter criado. Cabe ressaltar o pioneirismo de Federal de Psicologia. São Paulo: EDICON, 1988. Marcondes no atendimento multidisciplinar e sua defesa em favor dos psicólogos escolares. SAGAWA, R. Y. “Marcondes, Durval Bellegarde”. No entanto, o tratamento terapêutico seguia In: CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário bio- tendências da época, tanto da medicina como gráfi co da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: CFP, 2001. da educação, no atendimento aos indivíduos excepcionais, cuja proposta era a segregação TAVERNA, C. S.R. “O ensino superior e a Psicolo- destes em classes e escolas especiais. A preocu- gia no Brasil: 1930-1962”. Psicologia da Educação, pação com diferenças mentais que pudessem n. 5, p. 9-33, 1997. impedir a homogeneização de classes e, por consequência, o ensino, sustenta a ideia hi- Renata Alves Lima gienista de dar continuidade ao atendimento especial ao aluno excepcional. A proposta de exclusão de escolas normais de alunos tidos como anormais segue de tal forma que, na dé- „ Clínica de Orientação Infantil (COI) – cada de 1950, São Paulo já contava com mais 1953-1980 de 20 classes especiais. Nos anos seguintes Clínica de Orientação Juvenil (COJ) – foram criadas clínicas para pessoas com defi - 194?-1953 ciências visuais, auditivas e, posteriormente, físicas. A unifi cação da orientação técnica do atendimento educacional dos excepcionais Fundada no Instituto de Psiquiatria da ocorreu somente no fi nal da década de 1960, Universidade do Brasil (IPUB) em setembro com a incorporação do Serviço de Educação de 1953, durante a gestão de Mauricio de Me- Especial, subordinado ao Departamento de deiros como diretor do IPUB, a COI funcio-

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nava no pavilhão Torre dos Homens, em um etapa era a hora do brinquedo, na qual eram prédio de formato oval, situado próximo ao observadas as reações e o estado emocional anfi teatro, no próprio IPUB, na rua Vences- da criança pelo psiquiatra; por último, cabia lau Brás, 71, Botafogo-RJ. A clínica foi criada aos que exerciam a função que, com a regu- nos anos de 1940 como Centro de Orientação lamentação da profi ssão, seria dos psicólogos, Juve nil (COJ) nos moldes das Child Guidence a realização dos exames psicológicos, com a Clinic, fruto do movimento iniciado no sécu- aplicação de testes. Após a coleta dos dados, lo XX por médicos, pesquisadores e estudio- os casos eram analisados com o propósito de sos cujos interesses estavam voltados para a traçar o tratamento indicado ao paciente, que investigação, o cuidado e o atendimento do poderia consistir em combinações de sessões público infantil, envolvendo equipe multidis- de psicanálise, orientação medicamentosa e ciplinar: assistentes sociais, psicólogos, psi- sessões de psicoterapia. O trabalho na clínica quiatras e médicos. Algumas teorias vigentes se estendia também ao meio social e familiar no período de fundação da instituição, como em que a criança estava inserida, com ses- as freudianas, ressaltavam a importância que sões de orientação familiar e palestras para a vida infantil exerce na fase adulta, tornan- as mães, ministradas por Marialzira Peres- do necessário tanto o estudo de casos clínicos trello. O objetivo era habilitar as mães a lida- infantis como o tratamento diferenciado para rem com questões cotidianas das crianças em meninos e meninas. Em 1953, transformou-se seus lares. Durante o período de setembro de na COI, clínica voltada à infância. Nesse con- 1955 a agosto de 1963, a COI realizou 1.576 texto, as crianças encaminhadas para atendi- triagens, teve 696 crianças matriculadas e en- mento na psiquiatria infantil, até então rece- caminhou 792 casos para outras instituições. bidas juntamente com os adultos, passaram Em setembro de 1965, foi realizado o simpósio a ser destinadas à equipe da recém-fundada A Orientação da Infância, em comemoração COI, que destacava a importância exercida ao 10º aniversário da clínica, com apresenta- pelos fatores familiares e sociais sobre as de- ção de casos clínicos que passaram pela COI, sordens psicológicas dos seus pacientes. Fa- ziam parte da equipe fundadora da clínica: o contando com a participação de profi ssionais psiquiatra Aff onso Ne o, a psicanalista Ma- de diferentes áreas. Por circunstâncias admi- rialzira Perestrello, o pediatra Vidal Dutra Fi- nistrativas e carência de pessoal, em 1980, foi lho, além de Mara Salvini de Souza, Ana Elisa anexado à COI o setor de adolescente do Insti- Mercadante, Fernando Nogueira de Souza, o tuto de Psiquiatria – criado pela psicóloga Ju- psiquiatra William Azmar e a assistente social lia Chermont e pelo psiquiatra Edson Saggese Jovita Madeira. O público da clínica consistia – dando origem ao setor infantojuvenil. Este, em crianças entre dois e 12 anos, de ambos os de orientação majoritariamente psicanalíti- sexos, portadoras de problemas referentes a ca, passou a adotar a Terapia de Grupo como conduta, linguagem, escolaridade, aquisição mais uma forma de psicoterapia. Em 1998, no de hábitos, neuroses estruturadas, psicoses conjunto de transformações produzidas pela e problemas na esfera psicossomática. Ao reforma psiquiátrica, a clínica infantojuvenil chegarem à clínica, passavam pela triagem, foi transformada em um dos primeiros Cen- dividida em cinco etapas, referentes às dife- tros de Atenção Psicossocial (CAPS) infantis rentes áreas de atendimento. Primeiramente, do Brasil, sob a direção de Edson Saggese. era realizada a entrevista social com a criança Seu nome passou a ser Centro de Atenção e e os pais pela assistente social; em seguida a Reabilitação da Mocidade (CARIM), receben- entrevista com o médico, que visava investi- do verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) gar o desenvolvimento cognitivo da criança, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro hábitos de limpeza do ambiente em que ela (UFRJ). Em 2004, o serviço sofreu uma nova vivia, hábitos alimentares, antecedentes pato- divisão, segmentando-se em Serviço Ambula- lógicos da criança e da sua família; depois era torial, no Serviço de Psiquiatria da Infância e realizado o exame neuropediátrico; a quarta Adolescente (SPIA) e no CARIM.

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Referências noaudiologia, fi sioterapia, terapia corporal, FREITAS, S. “A psicanálise de crianças no Rio de Ja- terapia ocupacional, serviço social, pediatria, neiro”. Psicanalítica, v. 4, n. 1, 2003. neurologia, psiquiatria e psicopedagogia. GABBAY, R. O Serviço Social face ao diagnóstico A equipe multidisciplinar continua atenden- global – COI. Monografi a (Graduação em Serviço do ao público que sempre foi seu principal Social). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio foco: crianças, adolescentes e famílias. Hoje de Janeiro, 1969. também oferece diagnóstico e tratamento JORNAL BRASILEIRO DE PSIQUIATRIA. Rio de precoce, investigando o desenvolvimento Janeiro, v. 12, n. 4, p. 421-424, out./dez. 1963. psi comotor da criança desde o nascimento. MANHÃES, Maria. Manhãs de Manhães – memó- A história da clínica perpassa pela formação ria. Rio de Janeiro: [s.n.], 1997. em psicanálise no estado, que começou após PERESTRELLO, M. Entrevista concedida a Beatriz sua fundação. Na década de 1980, um gru- de Andrade Rabelo. Rio de Janeiro, 15 set. 2006. po de psicanalistas argentinos foi ao Espírito SAGGESE, E. Entrevista concedida a Beatriz de Santo para criar um núcleo de estudos em Andrade Rabelo. Rio de Janeiro, 22 set. 2006. psicanálise, o então denominado Centro de Estudos e Pesquisa de Psicanálise do Espíri- to Santo (CEPES), a primeira instituição psi- Beatriz de Andrade Rabelo canálistica criada no Espírito Santo. Roberta Francisco Teixeira Portugal Giovanno i e Liberato Tristão Schwartz esta- vam entre os sócios-fundadores do CEPES. A partir daí, foram criadas outras instituições „ Clínica de Orientação Psicológica e de psicanálise: o Colégio Freudiano, hoje Social Ltda. (COPS) – 1973- denominado Escola Lacaniana de Vitória; o Campo Freudiano; Signifi cado-Signifi cante; Psicanálise e Cultura, e muitos outros gru- A COPS, com sede na rua Engenheiro pos, que promovem o estudo da psicanáli- Pinto Homem de Azevedo, 31, Jucutuqua- se no estado. A formação em psicanálise no ra, Vitória – ES, foi fundada no dia 20 de Espírito Santo surgiu sob forte infl uência da setembro de 1973. Foi criada por Liberato psicanálise argen tina, com a chegada dos Tristão Schwartz, médico e professor do cur- psicanalistas argentinos, Hugo Guangiroli, so de Medicina da Escola de Medicina da Jorge Volnovich, Enrique Banfi e Éster Mar- Santa Casa de Misericórdia (EMESCAM), tinez, que estruturaram cursos de formação, Ana Rita Costa Gomes, psicóloga, e Roberta seminários e grupos de estudo. Neste mesmo Giovanno i, assistente social e psicanalista. período, houve uma busca de qualifi cação O principal objetivo era oferecer atendimen- pelos profi ssionais que atuavam no setor de to psicológico à criança, ao adolescente e aos saúde mental, aumentando o interesse pela pais. No início a clínica oferecia os serviços psicanálise no estado. Jorge Volnovich, um de psicodiagnóstico infantil e psicoterapia dos argentinos que visitou o Espírito Santo para os pais, depois ofereceu também servi- naquela ocasião, passou a dar supervisão ços em psicopedagogia. Em 1976, Liberato e para a COPS, infl uenciando muito a forma de Ana Rita saíram da sociedade. Atualmente a trabalho e de conduta no atendimento à po- clínica possui dois sócios: Roberta Giovan- pulação infantojuvenil. Sua infl uência levou no i e Fernando Giovanno i. A clínica, que os fundadores da COPS a trabalharem tam- inicialmente contava com apenas três profi s- bém com o desenho da criança, com as entre- sionais – um médico, uma psicóloga e uma vistas e com a escuta psicanalítica. Foi nesse assistente social e psicanalista –, atualmente contexto que os sócios construíram a ideolo- conta com 25 profi ssionais de diversas áreas gia da clínica. Na década de 1980, houve um e especialidades: psicologia, psicanálise, fo- grande investimento na clínica. Uma de suas

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fundadoras começou a visitar várias empre- De acordo com a Secretaria de Ação Social sas e instituições, buscando e ampliando os do Estado, atualmente a COPS é um centro convênios. A COPS é uma clínica particular de referência no atendimento de meninos e e fi rmou convênios com diversas empresas meninas com distúrbios de conduta. Aten- como o Banco do Estado do Espírito Santo de a crianças e adolescentes em situação de (BANESTES); a Companhia Siderúrgica de vulnerabilidade e proporciona a inclusão das Tubarão (CST), denominada hoje de Arcelor famílias no processo de recuperação de seus Mi al; Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. fi lhos, por meio da terapia familiar, e os en- (ESCELSA); e com a Prefeitura Municipal de caminhamentos são feitos a diversos órgãos, Vitória. Em 1978, os proprietários começaram como unidades de saúde, escolas municipais a investir no setor de seleção e montaram um e estaduais, juizados da infância e da juven- setor organizacional na clínica, desenvolven- tude, conselhos tutelares, entre outros. A re- do trabalhos de psicologia organizacional: se- levância da COPS para psicologia no Espírito leção, recrutamento e treinamento de pessoal. Santo deve-se ao trabalho de divulgação do Promoveram também cursos, seminários e conhecimento psicológico, com a prestação palestras relacionadas à sua área de atuação, de serviços nos campos da psicologia clínica trabalhando também para outras empresas e organizacional, consequentemente na for- como PETROBRAS, Aracruz Celulose S/A, mação de profi ssionais, pois até hoje a clínica ECT – CORREIOS e Prefeitura Municipal de serve como um campo de aprendizagem para Vila Velha. Esse trabalho permaneceu por 24 esta formação. Além disso, a COPS foi um lo- anos, visto que em 2002 a clínica encerrou as cal de atuação para psicólogos que vieram de atividades relacionadas ao setor organizacio- outros estados. Com a criação do Curso de nal, passando a se dedicar exclusivamente ao Psicologia na Universidade Federal do Espí- setor clínico. Isto decorreu da ideologia da rito Santo (UFES), em 1979, muitos profi ssio- clínica, desde a sua formação, ser a de tra- nais que trabalharam na COPS foram atuar balhar com crianças, adolescentes e família. na Universidade. Assim, resolveu investir e se especializar nes- te setor e não mais trabalhar com o setor or- Referências ganizacional, já que este também demanda- CARVALHO, C. Á. Os psiconautas do Atlântico va um investimento e especialização maior, Sul. Uma etnografi a da Psicanálise. Campinas: ultra passando os limites de atuação da clíni- UNICAMP/Centro de Memória – UNICAMP; Vitó- ca. Atualmente, um diferencial da clínica é o ria: EDUFES, 1998. convênio que possui com a Prefeitura Muni- CLÍNICA DE ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA E SO- cipal de Vitória. Através dele a COPS atende CIAL. Arquivos da Clínica de Orientação Psicológi- a crianças e adolescentes de 0 até 17 anos e 11 ca e Social, pasta de contratos. Vitória, 18 dez. 2006. meses, de vários bairros de Vitória, e é nesse CLÍNICA DE ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA E trabalho que a clínica tem investido, posto SOCIAL. Arquivos da Clínica de Orientação Psi- que devido à grande demanda, esse tipo de cológica e Social, Documentos diversos. Vitória, 18 atendimento confi gura a sua principal ati- de dez. 2006. vidade. Devido à clientela conveniada ser GIOVANNOTTI, R. Entrevista concedida a Paula constituída de pessoas oriundas dos bairros Coimbra da Costa Pereira. Vitória, 18 dez. 2006. mais periféricos de Vitória e com menor po- der aquisitivo, a clínica começou a ser este- VITÓRIA ON-LINE. Programa VIDATIVA de Aten- dimento à Pessoa com Defi ciência. Disponível em: reotipada como Clínica dos Pobres. Porém, . Acesso em: 18 dez. 2007. atendimento, o objetivo da clínica é ser reco- nhecida como um lugar de atendimento para todos, independentemente de classe social. Paula Coimbra da Costa Pereira

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„ Clínica de Repouso da T ijuca – 1943-1956 a camadas desfavorecidas da população, a Clínica funcionou como núcleo de resistência ao arbítrio imposto, por um lado, pelo Estado Fundada pela psicanalista brasileira Iracy de um período de exceção, e por outro pela Doyle em 1943, situava-se na rua Alves de Brito, no bairro da Tij uca, no Rio de Janeiro. psicanálise dita ofi cial. A fundação da Clínica Foi idealizada por sua fundadora nos mesmos colocou-se a serviço de algumas determinações moldes que a Clínica Psiquiátrica dos irmãos históricas: resgatar o velho sonho da psicanáli- Menninger, em Topeka, nos Estados Unidos, se antecipado por Freud, no famoso Discurso de orientação predominantemente psicológi- de Budapest (1918), quando foi pensada como ca. Iracy lá estivera em 1940. Na sua volta ao instrumento de alívio do sofrimento psíquico Brasil, insatisfeita com os tratamentos ofere- das grandes massas, a partir da constatação da cidos pela psiquiatria clássica, de base orga- relação assimétrica entre o número de psicana- nicista, pretendeu, com a fundação da clínica, listas e analisandos em potencial; reeditar a ex- oferecer um novo tipo de tratamento na área periência da Policlínica de Berlim nos anos de da saúde mental. Esse tratamento fomentava 1920, que se propunha a estender o alcance dos os princípios de uma psiquiatria dinâmica e benefícios da prática psicanalítica; abrigar psi- da psicanálise moderna. Dando continuidade canalistas, incluindo aqueles em formação, que ao trabalho desenvolvido em sua clínica, Iracy não dispunham de espaço institucional de in- Doyle fundou, em dezembro de 1952, o Insti- terlocução, onde circulassem livremente ideias tuto de Medicina Psicológica, atual Sociedade usualmente não acolhidas nas sociedades liga- de Psicanálise Iracy Doyle. A Clínica de Re- das à Associação Internacional de Psicanálise pouso da Tij uca funcionou até a morte de sua (IPA); instituir um laboratório clínico, onde a fundadora, em 1956. técnica analítica pudesse ser experimentada e eventualmente adaptada a um atendimen- Referências to mais abrangente, criando as bases de um FALECEU ONTEM A DRª IRACY DOYLE. Correio centro de pesquisa e discussão que incluísse da Manhã. Rio de Janeiro, 19 ago. 1956. práticas clínicas descomprometidas com o ri- FREITAS, L. A. P. SPID / IMP: 45 anos de Psicaná- gor da pureza analítica. Figuras fundamentais lise, de 1953 a 1998. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2007. Kemper e Helio Pellegrino. Embora outros psi- GRANDE PERDA PARA A PSIQUIATRIA BRASI- canalistas tivessem aderido ao projeto como LEIRA. O Globo. Rio de Janeiro, 20 ago. 1956. colaboradores, coube àqueles dois o papel de IRACY DOYLE, GRANDE FIGURA DE MULHER mobilização não só dos pares mas da opinião E DE CIENTISTA. Diário de Notícias. Rio de Janei- pública, por intermédio dos meios de comuni- ro, 9 set. 1956. cação. O momento de instauração contou com PERDE A CIÊNCIA BRASILEIRA UMA DAS a participação de membros de, pelo menos, três MAIORES ENTUSIASTAS DA PSICANÁLISE. Úl- instituições do Rio de Janeiro. A mais expres- tima Hora. Rio de Janeiro, 20 ago. 1956. siva parece ter sido a de membros do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, fundado por Luiz Alberto Pinheiro de Freitas Ka rin Kemper, e a de um grupo a ela ligado, dissidente da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ). A instalação da primeira sede ocorreu em 1972, numa casa alugada em Copa- „ Clínica Social de Psicanálise Anna Kattrin cabana, na rua Toneleros. Ela foi sendo equipa- Kemper – 1972-1991 da por meio de doações efetuadas a partir da repercussão da sua fundação. A clínica se man- Congregando psicanalistas comprometi- tinha com o que cada analisando podia pagar. dos em viabilizar atendimento psicanalítico Esse valor era discutido, para cada situação sin-

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gular, com o analista. Os colaboradores nada o período de criação da Clínica como uma fase recebiam. Havia um banco de horas, em que em que a psicanálise se encontrava hermeti- cada profi ssional oferecia sua disponibilidade e camente encastelada em suas instituições. Por a clientela apresentava sua demanda. Tratava- essa razão, a clínica, embora nunca se tenha se de uma clientela de classe média (donas de colocado formalmente como alternativa para a casa, estudantes e assalariados), que não dispu- formação de analistas, abrigou generosamente nha de recursos para se tratar com os mesmos os que se afi navam com sua ideologia. Nessa analistas em sua prática privada. O impulso moldura se encaixavam os que não tinham vin- clínico mais signifi cativo parece ter partido de culação institucional alguma. Foi nesse espaço Ka rin, ou, como era chamada, dona Catarina, que se produziu uma de suas mais relevantes com um trabalho original de grupoterapia com contribuições para a história da psicanálise em crianças, conhecido como grupos lúdicos. Eram nosso país: o Simpósio sobre Psicanálise e Po- grupos psicoterápicos nos quais as crianças de- lítica, realizado na PUC-Rio de 17 de setembro senvolviam formas de interação em conversas a 29 de outubro de 1980. Após a realização da e atividades como desenhar, pintar, modelar primeira mesa, da qual participaram Helio Pel- etc., acompanhadas pelos terapeutas. Foi nes- legrino, Eduardo Mascarenhas e Wilson Lyra te trabalho que dona Catarina introduziu uma Chebabi, um artigo publicado no Jornal do Bra- técnica que denominou interpretação aludida. sil deu ensejo a uma série de desdobramentos Esse tema já havia sido objeto de um trabalho políticos, que culminaram com a expulsão dos apresentado por ela, em junho de 1962, no IV dois primeiros da SPRJ. Revelou-se, assim, a Congresso Psicanalítico Latino-Americano, sob questão do autoritarismo da psicanálise ofi cial o título “A interpretação aludida: sua relação e do comprometimento de um de seus candi- com as vivências e comunicações pré-verbais.” datos com a tortura nos órgãos de repressão: Nos primórdios da clínica, ocorreram eventos a denúncia desencadeou o famigerado caso abertos ao público, intitulados Encontros Psi- Amílcar Lobo, que redefi niu as práticas insti- codinâmicos (nome sugerido por Chaim Katz, tucionais psicanalíticas a partir de então. Ou- colaborador da clínica). Despertaram grande tra contribuição da Clínica foi sua decisiva interesse das famílias que buscavam ajuda para participação na luta do psicólogo para con- lidar com os fi lhos e produziram uma grande quistar espaço dentro do feudo psicanalítico. demanda de atendimento de crianças, adoles- Até então, apesar da posição freudiana sobre centes e adultos. Mais tarde foi criado o Núcleo a análise leiga, a formação psicanalítica no de Atendimento Terapêutico (NAT), concebido Rio de Janeiro era vedada institucionalmente como grupo de pesquisa e estudo das psicoses, aos não-médicos. A Clínica foi solidária com e tendo como coordenador o psicanalista Ju- a legítima expectativa dos psicólogos, que exi- randir Freire Costa. O NAT criou uma interes- giam o reconhecimento de sua competência sante experiência de convívio e partilhamento para o exercício da psicanálise. Em meados de sofrimento psíquico, com o Grupo de Ajuda dos anos de 1980, houve a mudança para sua Mútua (GAM), que se reunia com os terapeutas segunda sede, outra casa na rua Visconde Sil- semanalmente e privilegiava as possibilidades va, em Botafogo, onde funcionou até encerrar de desenvolvimento de vínculos afetivos, em suas atividades, em 22 de novembro de 1991. atividades que ocorriam dentro ou fora da clíni- Algumas críticas quanto ao alcance social do ca (passeios, visitas a instituições culturais, ati- atendimento foram feitas de dentro e de fora vidades físicas etc.). Aí desponta a importância da instituição. Discutiu-se também o traço histórica da Clínica por sua ousadia e coragem assistencialista que marcava a relação cliente- de inovar, de se contrapor aos cânones ofi ciais analista e o papel do dinheiro, signifi cante da psicanálise, além de denunciar privilégios que, em uma análise, supostamente deveria que uma reduzida parcela de psicanalistas re- ser trabalhado no registro simbólico. Essas e lutava em abandonar. É preciso contextualizar outras críticas foram permanentemente discu-

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tidas ao longo da existência da Clínica Social. na rua Ipiranga, 4 – Botafogo, na cidade do Independentemente das imperfeições, a Clíni- Rio de Janeiro. A construção que então abri- ca Social de Psicanálise Anna Ka rin Kemper gava o Colégio destacava-se por ser afastada veio a se constituir, possivelmente, na mais da cidade; possuir cozinha, refeitório e dor- próxima experiência institucional do modelo mitórios bem aparelhados; apresentar ampla proposto por Freud para o atendimento às e arborizada área de recreação e, sobretudo, grandes massas. A clínica, como espaço insti- possuir salas de aula equipadas com apare- tucional de resistência ao período autoritário lhos e mecanismos próprios para o ensino. de exceção, cumpriu sua função histórica e No fi nal da década de 1870, com a dissolu- encerrou suas atividades em 1991, quando o ção da sociedade entre Abílio César Borges e processo de consolidação democrática se esta- Epifânio Reis, este último assumiu o estabele- bilizou em nosso país. cimento de ensino da Corte, denominando-o Colégio Epifânio Reis. Abílio César Borges Referências mudou-se logo em seguida para a cidade de FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do movi- Barbacena-MG e aí, no dia 3 de fevereiro de mento psicanalítico no Rio de Janeiro – 1970-1983. Dis- 1881, inaugurou a segunda unidade do Co- sertação (Mestrado em Psicologia). Pontifícia Universi- légio Abílio. Para esse fi m, adquiriu a pro- dade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1984. priedade onde anteriormente funcionara o FREUD, S. “Linhas de progresso na terapia psica- Colégio Providência, que tinha características nalítica (1918)”. In: E. S. B. Obras Completas de S. similares às do Colégio Abílio da Corte. Essa Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969. Vol. XVII. propriedade, localizada no n. 19 da rua que IBRAHIM, C. M. Clínicas sociais psicanalíticas do hoje é denominada Santos Dumont, abrigou, Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Psico- nos anos subsequentes ao encerramento das logia). Pontifícia Universidade Católica do Rio de atividades do Colégio Abílio, o Ginásio Mi- Janeiro, Rio de Janeiro, 1992. neiro, o Colégio Militar, o Colégio Estadual KATZ, C. S. “A questão do dinheiro na psicanálise”. de Barbacena e a Escola Preparatória de Ca- In: ROPA, D.; MAURANO, D. Agenda de Psicaná- detes do Ar, esta última ainda em funciona- lise. Rio de Janeiro: Xenon, 1989. mento. O Colégio Abílio funcionou em Bar- SIMPÓSIO PSICANÁLISE E POLÍTICA. Textos das bacena até meados do ano de 1888, quando conferências realizadas na PUC-Rio sob a coorde- Abílio César Borges, seu fundador e diretor, nação da Clínica Social de Psicanálise Anna Kat- retornou à Corte e encerrou as atividades da trin Kemper. Rio de Janeiro: Bloch, 1981. instituição na cidade. Logo após a mudança de Abílio César para Barbacena, seu fi lho, Joa- quim Abílio Borges, abriria, no Rio de Janei- Cesar Mussi Ibrahim ro, uma terceira unidade do Colégio Abílio. Sua inauguração se deu no dia 15 de março de 1883. Essa unidade funcionou inicialmente „ Colégio Abílio – 1871-1911 em Botafogo e foi posteriormente transferida para a rua Marquês de Abrantes, 20. Nesse lo- cal, funcionou até seu fechamento, em 1911. Entre 1871, ano em que foi inaugurado, e Enquanto o Colégio Abílio da Corte coexistiu 1911, ano em que suas atividades foram de- com o Colégio Abílio de Barbacena, era per- fi nitivamente encerradas, o Colégio Abílio mitida a transferência de alunos de uma uni- teve três unidades e funcionou em três dife- dade para outra, a qualquer momento do ano rentes lugares. A primeira unidade foi criada letivo, uma vez que as duas unidades tinham pelo médico e educador baiano Abílio César os mesmos princípios e eram regidas pelo Borges (Barão de Macaúbas), em sociedade mesmo estatuto. Retornando ao Rio de Ja- com Epifânio Reis. O Colégio foi inaugura- neiro, Abílio César Borges foi colaborador de do no dia 1º de agosto de 1871 e localizava-se seu fi lho na direção do Colégio Abílio até seu

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falecimento, em 1891. Estabelecimento de en- madores da educação no século XIX, volta- sino particular, o Colégio Abílio destinava-se das para o desenvolvimento de técnicas mais à instrução primária e secundária e só admi tia compatíveis com o desenvolvimento infantil. alunos internos. O pagamento da pensão era feito adiantado, incluía aulas de canto, nata- Referências ção, ginástica, instrumentos musicais, dese- ALVES, I. Vida e obra do Barão de Macahubas. São nho e dança, além da lavagem e “gomado” Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942. de roupas, fornecimento de livros e materiais de escrita e o direito ao uso da mobília, do BORGES, A. C. Do aritmometro fraccionario de sua invenção. Exposição Pedagógica do Rio de Ja- dormitório, dos aparelhos de ginástica e dos neiro. 1883. (Conferência). Rio de Janeiro: Typogra- instrumentos de ensino. O Colégio Abílio me- phia Nacional, 1884. rece destaque na história da psicologia e da GONDRA, J. G. “Abílio César Borges”. In: FÁVERO, educação brasileiras pela tentativa de Abílio M. de L. de A.; BRITTO, J. de M. Dicionário de edu- César Borges, seu idealizador, de reformar a cadores no Brasil: da Colônia aos dias atuais. Rio educação em diferentes aspectos, incluindo de Janeiro: UERJ/MEC-INEP, 1999. os estruturais, metodológicos, disciplinares MASSENA, N. Barbacena: a terra e o homem. Belo e morais, tornando-a mais “humana e racio- Horizonte: Imprensa Ofi cial, 1985. nal”. Uma de suas marcas foi a atenção espe- ROCHA, N. M. D. “Abílio César Borges – Barão de cial ao aluno e às condições adequadas para Macaúbas”. In: CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicio- que ocorresse o processo de ensino e aprendi- nário biográfi co da Psicologia no Brasil: pioneiros. zagem. Assim, não só criou métodos e instru- Rio de Janeiro: Imago; Brasília: CFP, 2001. mentos especiais para o ensino, por exemplo, SAVASSI, A. J. Barbacena: 200 anos. Belo Horizon- o Aparelho Escolar Multiplo, como também te: Leme, 1991. defendia a substituição dos castigos físicos VALDEZ, D. A representação de infância nas pela persuasão e pelo apelo à dignidade dos obras pedagógicas do Dr. Abílio Cesar Borges: o alunos, buscava inspirar nas crianças o amor barão de Macahubas (1856-1891). Tese (Doutorado pelo estudo e estimulava as qualidades dos em Educação). Universidade Estadual de Campi- alunos, negando-se a enfatizar seus defeitos. nas, Campinas, 2006. O Aparelho Escolar Múltiplo (AEM) surgiu da constatação, em 1872, quando acompanha- Érika Lourenço va uma aula superior de aritmética, em que os Nádia Maria Dourado Rocha alunos pouco compreendiam as operações re- petitivas, praticadas de forma abstrata. Idea- lizou então o “fraciômetro” (arithmometro „ Colégio Estadual da Bahia (Central) – 1837- fracionário), para facilitar o ensino de frações, ao qual, posteriormente foram agregadas outras funções. Assim, o AEM era composto É uma instituição pública estadual, de de: arithmometro fracionário, imprensa es- formação geral, com o objetivo de formar os colar, pauta musical, quadros-negros, sólidos alunos no curso científi co e no nível médio. geométricos, porta-mapas, aparelho cromáti- A ela pertence também um curso técnico em co (disco de Newton), frações sólidas de uni- informática. Localizado na avenida Joana An- dades, cavilhas com caracteres alfabéticos e gélica, praça Carneiro Ribeiro, s/n., bairro Na- algarismos, contador: de bolas para inteiros, zaré, Salvador-Bahia, fi cou conhecido como de palitos para ordens de unidades, vértico- Colégio Central. Entre seus dirigentes, des- horizontal. Este aparelho, em palavras do Ba- taca-se José Cardoso Pereira de Mello (1837), rão de Macaúbas, estava destinado a prestar o primeiro a dirigir o colégio. Personalidades importantíssimo serviço nas escolas primárias. como Aninha Franco, Antônio Carlos Maga- Pode-se, por isto, dizer que o Colégio Abílio lhães, Aristides Maltez, Calasans Neto, Carlos foi um exemplo das preocupações dos refor- Maringueira, Cid Teixeira, Ernesto Carnei-

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ro Ribeiro, Fernanda Rocha Perez, Glauber SILVA, M. E. C. Entrevista concedida a Adriana Al- Rocha, Jacó Gorender, João Ubaldo Ribeiro, ves Santos. Salvador, 11 ago. 2007. Juca Ferreira, Lauro Faranzio Freitas, Lídice LIMA, D. K.; RAMOS, J. L; VEIGA, M. A.; OLIVEI- da Mata, Luiz Anselmo, Luiz Dias Henrique RA, C.; OLIVEIRA, M. C. Entrevista concedida a Tavares, Raul Seixas, Valdir Freitas Oliveira, Adriana Alves Santos. Salvador, 16 ago. 2006 Valdir Pires e Virgilio Dazio Cenna estuda- SACRAMENTO, J. N. Entrevista concedida a ram neste colégio. A instituição publicou os Adriana Alves Santos. Salvador, 18 ago. 2007. seguintes livros: em 1971, Memórias históricas do Colégio Estadual da Bahia (Central) e em 1937 Adriana Alves Santos Memória histórica do ensino secundário ofi cial da Bahia. A instituição promove a Semana da Consciência Negra, gincanas, projetos pe- dagógicos, halloween e torneios. A base legal „ Colégio Estadual Guaíra – 1999- para o regimento do colégio é a Lei Federal Centro Educacional Guaíra – 1954-1999 9.394/96, que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional. Os órgãos importantes da instituição são o colegiado escolar, o conse- Instalado em 1954, na rua Lamenha Lins, lho permanente e o conselho de classe. A insti- 1.962, em Curitiba – Paraná, o Centro Educa- tuição atende desde adolescentes, a partir de cional Guaíra foi idealizado para ser local de 14 anos, até adultos. Três mil e oitocentos alu- desenvolvimento das atividades pedagógicas nos estavam matriculados em 2007, mas so- do Centro de Estudos e Pesquisas Educacio- mente 2.700 estavam frequentando as aulas. nais (CEPE), em funcionamento na capital do A maior parte dos alunos são dos bairros de estado desde 1952. A criação do centro foi so- Periperi, Paripe, Castello Branco, Pirajá e Fa- licitada ao secretário de Educação e Cultura, zenda Grande. O colégio tem seis pavilhões, doutor João Xavier Viana, pela professora Pór- 55 salas, uma sala de educação física e duas cia Guimarães Alves, para que neste se rea- quadras de esporte. Ainda oferece educação lizassem as atividades do estágio de aperfei- básica de ensino médio em caráter regular, çoamento para professores do Paraná, com o anual, nos períodos diurno e noturno. O Co- objetivo de desenvolver práticas pedagógicas légio Central teve um Serviço de Orientação norteadas pelas características próprias do de- Educacional (SOE), que realizava trabalhos senvolvimento psicológico das crianças, tendo de orientação profi ssional, informação profi s- como princípio fundamental o respeito ao alu- sional e também atendia a alunos que assim no. O Guaíra foi proposto como um centro de o desejassem. O SOE fazia tanto atendimento demonstração, cuidando em especial das con- em grupo quanto individual, além do atendi- dições do espaço físico destinado às ativida- mento às famílias. O serviço participava das des de ensino. Seu prédio foi doado pela Pre- reuniões das coordenações e dos professores. feitura de Curitiba e parte das verbas para as Não foram obtidas informações sobre a exis- instalações e equipamentos foi enviada pelo tência de psicólogos na instituição. Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). A ampla construção era composta por Referências salas de aula, sala de mecanografi a, salão para atividades solenes, sala de reunião pedagó- COSTA, W. A. da; NEVES, O. M. B.; SOUZA, O. C. de; LEITE, C. V.; SANTOS A. Memórias históricas gica, salão de lanche, biblioteca infantil, sala do Colégio Estadual da Bahia (Central) 1937 – de artes plásticas e sala da direção. O prédio 1971. Salvador: Imprensa Ofi cial, 1971. em forma de M, pintado na parte externa em FARIAS, G. de A.; MENEZES, F. da C. Memória cinza com detalhes em branco, tinha as salas histórica do ensino secundário ofi cial da Bahia de aula pintadas de verde-claro, com carteiras 1837 – 1937. Salvador: Imprensa Offi cial do Estado, escolares, mesa do professor, quadro-negro e 1937. armá rios. A carteira escolar, leve, móvel e com

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a tampa lisa e horizontal, diferente dos mode- res, diretores e professores de várias escolas e, los fi xos e acoplados predominantes nas esco- ainda, o professor Anísio Teixeira, diretor do las da época, foi especialmente projetada para INEP, a quem foi entregue a chave da entra- o centro, com o objetivo de favorecer sua loco- da para que abrisse as portas da nova escola. moção para qualquer parte da sala e também O centro iniciou suas atividades com 319 alu- facilitar os trabalhos em grupo. A mesa do nos, 11 professoras, entre elas, Lydia Volpi, professor apresentava, na parte dianteira, pra- Jacyra Ribeiro, Francelina Xavier da Silvei- teleiras para a colocação de livros destinados ra Valente, Elvira Giannini, Nacyr Giannini, ao estudo e à pesquisa; sobre a mesa havia va- Eugênia Boa morte, Jurema M. de O. Ramos, sos em cerâmica marrom para a colocação das Leny Silva Trevisani, Ruth Carneiro de Souza, fl ores trazidas pelos alunos. O quadro-negro Nice Lorusso Muhlfeit e Eunice E. K. Simão, tinha, em sua moldura, dois quadros, sendo com a direção da professora Pórcia Guima- um deles em madeira com ganchos, para pen- rães Alves. O nome do centro sofreu algumas durar mapas e cartazes pedagógicos, e o outro, alterações, em atendimento às políticas para fabricado em celotex, destinado à colocação a educação brasileira e, em 1999, passou a dos trabalhos de cartografi a ou de desenhos denominar-se Colégio Estadual Guaíra, desti- realizados pelos alunos. Cada sala de aula nado ao ensino fundamental e médio. Atual- possuía ainda dois armários baixos com qua- mente, a escola atende aproximadamente a tro portas, pintadas em cores diferentes. Sobre 1.400 alunos, que se distribuem pelas salas de os armários, havia quadros emoldurados em aula, biblioteca, quadras esportivas, labora- madeira clara, sendo nas séries iniciais qua- tórios de física, química e biologia e sala-am- dros de paisagem e, nas séries mais adianta- biente de artes. O colégio ainda possui salas das, cópias de quadros célebres. Completando especiais, salas de recurso, salas de reforço e a parede do fundo da sala, cabides, nos quais sala de avaliação psicoeducacional, esta sob bolas coloridas serviam para a colocação de a coordenação da professora Norma Gonçal- abrigos. Nas salas destinadas ao jardim de in- ves, que também ocupa o cargo de diretora. fância, alguns detalhes foram observados para A importância do Centro Educacional Guaíra adequá-las às crianças: o quadro-negro, feito no cenário da psicologia e da educação bra- apenas de massa corrida verde, fi cava loca- sileira deve-se às várias iniciativas pioneiras lizado a apenas 30 cm do chão, para facilitar por ele empreendidas em especial a preocu- o desenho livre dos alunos. Para as atividades pação com a arquitetura do prédio, nas cores em classe, mesas quadradas de um metro e 20 e na luminosidade, um modelo de mobiliário cm, com prateleiras. Na parede lateral, faixa menos rígido e mais agradável, melhor ade- em celotex para a fi xação dos desenhos. Nos quado às características físicas dos alunos e às corredores havia um esboço de museu, com atividades em sala de aula. armários-vitrines que expunham objetos típi- cos ou regionais. A biblioteca infantil possuía Referências estantes à altura dos alunos e poltronas mi- ALVES, P. G. Memorial. Curitiba, 1978. Mimeo. rins. Salão de lanches, mobiliado com mesas desmontáveis, também servia para acolher os ALVES, P. G. Memórias da Psicologia no Paraná. alunos no frio e chuvoso inverno de Curitiba. Curitiba: Pinha, 1997. A inauguração do centro ocorreu no dia 8 de CENTRO EDUCACIONAL GUAÍRA. Ata de Insta- janeiro de 1954, concomitante com a realiza- lação do Centro Educacional Guaira. Curitiba, ção, em Curitiba, da XI Conferência Nacional 1954. de Educação. Na cerimônia estiveram presen- GONÇALVES, N. Entrevista concedida a Sheila tes renomadas autoridades, entre elas, o go- Maria Rosin. Curitiba, 12 jan. 2007. vernador do Estado do Paraná, doutor Bento MILLARCH, A. “Pórcia, uma educadora do Paraná Munhoz da Rocha Neto, o secretário da Edu- (o segredo de uma eterna juventude)”. Estado do cação e Cultura, doutor Lauro Portugal Tava- Paraná, p. 20, 4 jan. 1991.

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ROSIN, S. M. “Pórcia Guimarães Alves”. In: CAM- tada no CFRJ, recebeu grande aceitação desse POS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co da contingente carente de legitimação simbólica. Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: A opção pelo termo colégio remetia à signifi - Imago; Brasília: CFP, 2001. cação de uma aproximação de colegas, e freu- diano ao fato de o pensamento de Freud ser Sheila Maria Rosin considerado a via de abertura à voz de Lacan. No CFRJ não havia análise didática obrigatória – apesar de quase todos os seus membros ana- lisarem-se com M. D. Magno – e, assim como „ Colégio Freudiano do Rio de Janeiro na EFP, foi adotado o trabalho em cartel, bem (CFRJ) – 1975- como o passe, como dispositivo de acesso ao grau de Analista Membro do Colégio (AMC). A instituição primava pela sofi sticação teórica, Resultando do encontro de Magno Macha- pela articulação entre psicanálise, artes e fi lo- do Dias (M. D. Magno) com Be y Milan em sofi a, o que contrastava com a pobreza intelec- 1975, em Paris, foi concebido em um bistrô tual encontrada nas concidadãs fi liadas à IPA, em Montparnasse. Be y Milan, após contato onde o processo de formação era burocrático e com a obra lacaniana, ainda em São Paulo, a dinâmica institucional estagnada devido, so- iniciou, em 1973, uma análise com Jacques bretudo, à reserva de mercado imposta pelos Lacan, que duraria cerca de cinco anos. M. analistas didatas. Em 1983, o Instituto Jacques D. Magno, um dos pioneiros no ensino da Lacan reorganizou a formação segundo crité- teoria lacaniana no Rio de Janeiro, embarcou rios universitários, criando os graus de mestre para Paris em setembro de 1975, para tam- e doutor em Psicanálise (inexistiam à epoca bém se analisar com Lacan. Seu conhecimento programas de pós-graduação em Psicanálise de Literatura, disciplina que lecionava, e de nas universidades). Em 1977, M. D. Magno criação estética – sobretudo da produção ar- retornou a Paris para lecionar um período tística brasileira –, aliado à infl uência do es- na Universidade de Paris VIII, estreitando os truturalismo e do pós-estruturalismo france- laços com Lacan e Jacques Alain-Miller. Com ses, possibilitariam uma elaboração singular a dissolução da EFP em 1980, o CFRJ fi liou- da psicanálise. Ao retornar ao Rio de Janeiro, se à Cause Freudienne, dirigida por Miller. em dezembro de 1975, criou, com auxílio dos A aproximação com Miller rendeu a M. D. acadêmicos Antô nio Sérgio Mendonça e Lé- Magno a direção da tradução dos seminários lia Gonzáles, o CFRJ. O primeiro estatuto do de Lacan no Brasil, realizada por membros colégio foi publicado no Diário Ofi cial do Rio do colégio até a ruptura entre os dois. Após de Janeiro, em 25/10/1976. Acompanhando os a morte de Lacan, Miller iniciou a coordena- princípios vigentes na École Freudienne de ção de uma internacional lacaniana (criada Paris (EFP), o CFRJ apostou, inicialmente, na como Association Mondiale de Psychanalyse), formação psicanalítica segundo o ensino de adotando uma postura colonialista diante dos Lacan. No Rio de Janeiro, havia poucas alter- latino-americanos. Sintonizado com o tropi- nativas de formação em psicanálise para os calismo – uma atualização do movimento an- psicólogos. As sociedades cariocas fi liadas à tropofágico liderado por Oswald de Andrade International Psychoanalytical Association na década de 1920 –, o CFRJ resistiu às inves- (IPA), que detinham a hegemonia no campo tidas millerianas em três frentes, a teórica, a psicanalítico, eram restritas aos médicos. Im- político-institucional e a transferencial: de um pedidos de se proclamarem psicanalistas, os lado, o projeto antropofágico de uma psicaná- psicólogos amargavam o status inferior de psi- lise brasileira; de outro, a criação d’A Causa coterapeutas. A proposição lacaniana de que o Freudiana do Brasil; fi nalmente, a assunção, psicanalista só se autoriza por si mesmo, ado- por M. D. Magno, de uma superação em rela-

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ção ao ensino de Lacan. Em 11/11/1983, foram primidos da edição brasileira do Dictionaire, votados novos estatutos para o CFRJ, segundo supervisionada por Marco Antonio Coutinho os quais o colégio orienta aqueles que querem, Jorge). Mas a polêmica não esgota, decerto, a no campo aberto por , prosse- importância do CFRJ na história da psicanáli- guir no caminho indicado por Jacques Lacan, se do Rio de Janeiro. Lacan também analisa- segundo o percurso de M. D. Magno. A novi- ra a maioria dos membros da EFP, e criara a dade residia, portanto, na afi rmação da emer- doutrina que amalgamava a transferência de gência de um mestre ao qual se devia amor trabalho naquela instituição. Não se trata, por- e obediência, o que era justifi cado institucio- tanto, de exclusividade tupiniquim. Além dis- nalmente com base na teorização lacaniana da so, analistas formados no colégio mereceram alienação irredutível ao Outro na constituição destaque no campo psicanalítico, ainda que, do sujeito. Na esteira da elaboração de uma quase sempre, após dolorosas rupturas com psicanálise brasileira, criou-se o sarau, en- M. D. Magno. Porém o preço pago por cada contro entre os psicanalistas do colégio e um um, bem como o entusiasmo experimentado convidado representativo da cultura. O com- no período em que o colégio constituía uma positor e o carnavalesco João- magnífi ca alternativa à formação ipeísta, são zinho Trinta foram os primeiros participantes. alguns dos muitos mistérios magnos que es- Em 1985, o colégio listava 30 membros, 10 creveram a história do CFRJ. deles AMC: Be y Milan, Clare Paine, Inês de Souza, José Nazar, Marco Antonio Coutinho Referências Jorge, Mary Kleinman, M. D. Magno, Octa- vio Souza, Rubens Molina e Sonia Nassimo. BODDIN, C. F. L’arrivée du freudisme au Brésil et A Causa Freudiana do Brasil programou seu l’implantation du mouvement lacanien à Rio de Janeiro. Villeneuve d’Ascq: Septentrion, 1998. 2º Congresso para outubro de 2005, com o tema A psicanálise do Brasil, e uma grande KATZ, C. S. Ética e psicanálise. Uma introdução. banana como emblema – prioritariamente Rio de Janeiro: Graal, 1984. ende reçada aos imperialistas da inter nacional KUPERMANN, D. Transferências cruzadas. Uma lacaniana. Em 1991, M. D. Magno fundou a história da psicanálise e suas instituições. Rio de UniverCidadeDeDeus, instituição que segue Janeiro: Revan, 1996. os princípios da NOVAMENTE – ou Nova LACAN, J. “Proposição de 9 de outubro de 1967 so- Psicanálise –, como passou a nomear a sua bre o psicanalista da Escola”. In: Outros Escritos. teorização. A partir de 1993, o CFRJ foi ofi - Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. cialmente integrado à UniverCidadeDeDeus, MILLER, J.-A. Lacan elucidado. Palestras no Bra- como o órgão responsável pela formação do sil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. psicanalista. As ressonâncias provocadas pelo colégio, bem como o caráter polêmico de M. NOVAmente. “Um pensamento para o século II da D. Magno, cruzaram o Atlântico. Em Lacan era freudiana”. Homepage institucional da Univer- CidadeDeDeus. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2007. catástrofe, insinuando práticas desrespeitosas com os analisandos. Já no verbete “Brésil” do PLON, M.; ROUDINESCO, E. Dictionaire de la Dictionaire de la psychanalyse, Plon e Roudines- psychanalyse. Paris: Fayard, 1997. co aproximam o relacionamento estabelecido PLON, M.; ROUDINESCO, E. Dicionário de psica- entre M. D. Magno e seus discípulos ao fenô- nálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. meno da dialética tropical entre senhor branco REVIRÃO. Revista da Prática Freudiana. 1, 2 e 3. e escravo negro descrita por Gilberto de Mello Rio de Janeiro: Aoutra, jul./out./dez. 1985. Freyre. Além disso, afi rmam que a sua doutri- na sexual terminava por incitar os analisandos à passagem ao ato (comentários que foram su- Daniel Kupermann

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„ Complexo Hospitalar do Juquery – 2006 Resguardada a separação por sexo, os doen- Hospital de Juqueri – 1923-2006 tes considerados curáveis eram mantidos no prédio central; as colônias fi cavam reservadas Hospício e Colônias de Juquery – 1898-1923 aos incuráveis, particularmente àqueles aptos para o trabalho. Havia ainda um pequeno se- Inaugurado em 1898 como Hospício e Co- tor para pensionistas – ala particular; colônias lônias de Juquery, uma instituição assistencial para crônicos; setor de laborterapia – padaria, pública para alienados, passou a chamar-se, a rouparia, sapataria, ofi cina mecânica, planta- partir de 1923, Hospital de Juquery. Atualmente ções e criações; setor anatomopatológico; labo- compõe o Complexo Hospitalar do Juquery. Si- ratório de análises clínicas; setor de farmácia – tuado na avenida dos Coqueiros, s. n., Franco com produção local de medicamentos; Escola da Rocha – SP. Construído durante a década Pacheco e Silva – para menores anormais; di- de 1890 pelo arquiteto Ramos de Azevedo, no retoria; corpo clínico; Centro de Estudos Fran- município de Juquery, hoje chamado de Fran- co da Rocha; Museu Osório César. Esse novo co da Rocha, às margens do Rio Juquery e da modelo de hospício havia sido recomendado São Paulo Railway, foi o primeiro asilo públi- pelo Congresso Internacional de Alienistas, co do Estado de São Paulo destinado e inteira- realizado em Paris em 1889. A ideia era con- mente planejado para a guarda e tratamento centrar todos os alienados do estado, abrigan- dos alienados. Foi também o primeiro que do um número muito grande de doentes (mil utilizou práticas ditadas pelo conhecimento internos), num lugar longe das cidades de considerado como científi co para o alienismo origem dos doentes, garantindo isolamento e da virada do século XIX para o XX – em vez saneamento do ambiente, a possibilidade de de vários e pequenos manicômios espalhados trabalho agropecuário e artesanal-ofi cineiro dentro das cidades, deveriam ser construídos em área rural, possibilitando que o próprio grandes hospícios no estilo asilo-colônia, em alienado contribuísse com seu trabalho para áreas rurais, bucólicas e salubres, relativamen- a sustentabilidade da instituição. O Hospício te afastadas dos núcleos urbanos, desde que de Juquery oferecia à cidade de São Paulo a garantido fácil acesso. Sua fundação consta de possibilidade científi ca da cura dos doentes 1898 por Francisco Franco da Rocha, formado e da prevenção dos males sociais advindos em medicina no Rio de Janeiro e especializado da degeneração, particularmente aquela tra- no Hospício D. Pedro II e na Casa de Saúde zida pelos imigrantes. Além disso, o alienis- Dr. Eiras. Até 1896, o Asilo Provisório de Alie- mo apresentava uma proposta que favorecia nados da Cidade de São Paulo (1852-1862) e a ordem e o progresso, na medida em que o Hospício de Alienados de São Paulo (1862- estava ancorado num saber que estava ope- 1896) eram estabelecimentos públicos para rando sobre a anomia, produzia indivi dua- reclusão e guarda de loucos pobres, escanda- lização, classifi cação, compartimentalização losos e perambulantes. A tecnologia emprega- e jurisprudência clínica. No que diz respeito da era a carcerária. A mudança para inclusão à possibilidade de disciplinarização, à oferta de atendimento hospitalar se deu com a che- de prevenção e à intenção de cura, a proposta gada de Franco da Rocha. Considerada um alienista da virada do século não se situava de sistema completo, a proposta asilar de Franco maneira defasada em relação à medicina. Em- da Rocha incluía o asilo fechado para os agu- bora eminentemente nosocomial, o Juquery dos, colônias em regime de open-door parcial, foi palco de vários ensaios de terapêuticas de fazendas com open-door total e a assistência orientação psicanalítica, ainda na primeira familiar, em que o doente permanecia liga- metade do século XX. Nesse mesmo período, do à instituição pela roupa que dela recebia algumas práticas de arteterapia foram levadas e pelo salário pago à família de sitiantes que a cabo graças à atuação do psiquiatra Osório o hospedava. A arquitetura do hospício res- César, nome hoje do Museu do Juquery. Ao peitava algumas subdivisões fundamentais. cabo de 25 anos à frente de todos os trabalhos

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administrativos e clínicos que o Hospício de- Alvarenga (1970-1971); Paulo Frale i (1972); mandava, Franco da Rocha chegou à conclu- Dante Bastos Cabella (1973-1976); Walter são de que o trabalho de implantação de um Speltri (1977-1982); Joaquim Lopes Alho Filho hospício totalmente científi co estava concluí- (1983); Marco Marcondes de Moura (1984- do. Avaliando que o futuro científi co de sua 1985); Mario Balster Martins (1986); João disciplina residia na anatomopatologia, deci- Godinho Reston (1987-1988); Abrão Jorge diu escolher como seu sucessor um jovem e Reston (1989-1991); Luiz Benjamin Francisco empreen dedor anatomopatologista: doutor (1992-1995) e atualmente Maria Teresa Gia- Antônio Carlos Pacheco e Silva. O período em nerini Freire (a partir de 1995). Segundo o que a instituição foi dirigida por Pacheco e Sil- Departamento de Recursos Humanos do hos- va (1923-1933) caracterizou-se, principalmen- pital, o primeiro contrato ofi cial de psicólo- te, pela cientifi cidade do conhecimento – já go foi em 09/01/1973, o segundo foi em 1974, agora chamado de psiquiátrico –, com o de- poucos no início. Segundo informação oral, senvolvimento de várias estratégias terapêuti- os primeiros psicólogos trabalhavam no setor cas, como a malarioterapia para os quadros de de psiquiatria infantil. A participação efetiva, paralisia geral progressiva, a piretoterapia e os tanto dos psicólogos como dos demais com- choques cardiazólico e insulínico. Além disso, ponentes das equipes multiprofi ssionais de havia as tentativas de correlação de investiga- saúde mental, parece estar muito mais liga- ções anatomoclínicas, relatadas em inúmeros da ao início do projeto de humanização do artigos publicados em vários periódicos mé- hospital, da década de 1980. Posteriormente, dicos importantes, inclusive e principalmente nas últimas duas décadas, essas equipes con- na revista do próprio hospital. Sua principal tribuíram de modo fundamental para o pro- publicação é o periódico iniciado como Memó- cesso de desinstitucionalização, nos moldes rias do Juquery; passando a se chamar Arquivos preconizados pela reforma psiquiátrica brasi- de Assistência a Psicopatas do Estado de São Paulo leira, o que inclui a reabilitação psicossocial. (até o volume XVI, em 1951); em seguida re- Atualmente o Juquery divide seu espaço físi- cebeu o nome de Arquivos do Departamento de co com outras unidades de serviços assisten- Assistência a Psicopatas do Estado de São Paulo; ciais, tendo se tornado referência na atenção em 1965, o volume 32 passou a ser publicado à saúde nos níveis primário e secundário para sob o título Arquivos da Coordenadoria de Saú- a população da região de Franco da Rocha. de Mental do Estado de São Paulo; e a partir do O Complexo Hospitalar do Juquery é com- volume 46, de 1986/87, Arquivos de Saúde Men- posto por: duas áreas de internação (divisão de pacientes internados e o núcleo assisten- tal do Estado de São Paulo. Toda essa atividade cial em saúde mental), quatro ambulatórios transformou o Hospital do Juquery num pólo (especialidades, saúde mental, reabilitação fí- que não só aliava assistência, docência e pes- sica e saúde da mulher), área de diagnóstico, quisa, como também centralizava e geria todo assistência farmacêutica, ouvidoria, núcleo o cuidado público do Estado de São Paulo em de comissões hospitalares, área administrati- relação aos doentes mentais. A partir de mea- va e acervo institucional. dos da década de 1930, o hospital começou a perder sua importância, na medida em que as atividades científi cas mais modernas foram Referências se transferindo para a Escola de Medicina da BALAGUER, G. O açúcar da psicanálise. Franco capital do estado (atual Faculdade de Medi- da Rocha, psiquiatria e recepção das ideias psica- cina da USP). Projetado para comportar até nalíticas em São Paulo. Dissertação (Mestrado em mil leitos psiquiátricos, o Juquery chegou a Psicologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, albergar mais que 9 mil pacientes na década 2005. de 1940, o que terminou por transformá-lo CARVALHO, H. M.; LENTINO, P. “Considerações num grande depósito de loucos. Outros di- a respeito dum caso de esquizofrenia paranóide, retores do Juquery foram: Raphael de Mello tratado pelo método de Sakel e posteriormente pelo

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método psico-analítico”. Arquivos de Assistência por objetivo oferecer tratamento psiquiátrico a Psicopatas do Estado de São Paulo, v. IV, n. 3-4, e psicológico aos portadores de sofrimento p. 243-279, 1939. psíquico e usuários de álcool e outras drogas, FRANCO DA ROCHA, F. Hospício e colônias de com idades que variam dos 11 aos 65 anos, Juquery – vinte anos de assistência aos alienados oriundos de todo o Estado da Paraíba e esta- em São Paulo. São Paulo: [s. n.], 1912. dos vizinhos. Foi criado em substituição ao LENTINO, P. “Sobre um caso de esquizofrenia crô- Asylo de Sant’Anna (1893), que não desempe- nica (de 8 anos) forma hebefrênica, curado pela psi- nhou adequadamente sua proposta terapêuti- canálise”. Arquivos de Assistência a Psicopatas do ca de tratamento aos pacientes psiquiátricos. Estado de São Paulo, v. V, n. 1-4, p. 255-291, 1940. Esse foi um dos incentivos para a construção MARCONDES, D. A therapeutica psychanalitica da da colônia, que contou com fi nanciamento do impotencia sexual. Boletim da Sociedade de Medi- governo federal, tendo sido concluída pelo cina e Cirurgia de São Paulo, v. 14, n. 4, p. 162-166, governo estadual, passando a ser chamada, a 1930. partir de 1997, de Complexo Psiquiátrico Julia- PEREIRA, L. M. F. “Franco da Rocha e a teoria da no Moreira. Estruturalmente, o Complexo Psi- degeneração”. Revista Latino-americana de Psico- quiátrico está organizado hierarquicamente patologia Fundamental, v. VI, n. 3, p. 154-163, set. em: direção-geral, direção administrativa, di- 2003. reção técnica, coordenação de psicologia e se- PEREIRA, L. M. F. “Franco da Rocha e os usos do tor de recursos humanos. Quanto ao espaço fí- trabalho no hospício”. Revista de Terapia Ocupa- sico, sua área total corresponde a 50.743,88 m², cional da Universidade de São Paulo, v. 9, n. 2, p. 70-3, maio/ago. 1998. sendo 9.088,42 m² de área construída. Em 2008 existiam 251 leitos destinados às alas masculi- PEREIRA, L. M. F. “Os primeiros sessenta anos da na, feminina e mais seis leitos da triagem, dis- Terapêutica Psiquiátrica no estado de São Paulo”. In: ANTUNES, E. H.; BARBOSA, L. H. S; PEREIRA, tribuídos em quatro pavilhões; uma cozinha; L. M. F. (Org.) Psiquiatria, loucura e arte: fragmen- uma cozinha experimental; quatro salas para tos da história brasileira. São Paulo: EDUSP, 2002. atendimento multiprofi ssional; duas ofi cinas PEREIRA, L. M. F. Reformas da ilusão:a terapêutica terapêuticas; uma biblioteca; um auditório; psiquiátrica em São Paulo na primeira metade do um campo esportivo; ambulatório; área de vi- século XX. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva). Uni- sita; duas áreas de socioterapia; almoxarifado; versidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995. manutenção; coordenações profi ssionais; la- YAHN, M. “Refl exões sobre os últimos 10 anos do vanderia; horta; direção-geral; duas triagens. movimento psiquiátrico em S. Paulo”. Imprensa A instituição promove atividades relativas a Médica, n. 386, p. 92-100, 1946. datas comemorativas como Carnaval, Páscoa, dia das mães e dos pais, São João, desfi le cívi- Lygia Maria de França Pereira co de 7 de Setembro, dia mundial da saúde mental, Natal e dia do idoso, como também ofi cinas de canto, corpo e relaxamento, ativida- des religiosas, vivências de biodança, ativi- „ Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira dades externas em praias e parques. Em 2004 (CPJM) – 1997- ofereceu um curso de extensão: A Psicanálise Colônia Juliano Moreira – 1928-1997 e a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Em 2007 e 2008 participou dos Simpósios de Psicologia, com o tema Saúde Mental e Justiça: a Psicolo- Instituição de assistência psiquiátrica e gia e a Justiça Dialogando a Reforma Psi quiá- de natureza pública, mantida pelo governo trica e O Caso a Caso na Clínica da Psicose estadual, criada em 23 de junho de 1928, no numa Instituição Psi quiá trica, respectivamen- governo de João Urbano Pessoa de Vasconce- te. Ainda em 2008, em comemoração aos 80 los Suas suna. Localizada na avenida Pedro II, anos de sua fundação, a instituição promoveu 1.826, Torre, João Pessoa-PB. A instituição tem o relançamento do livro O problema da assistên-

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cia ao alienado no estado da Paraíba e do Projeto UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB). Aimée – formação profi ssional e clínica no atendi- Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários mento a pacientes psicóticos, sob a coordenação (PRAC). Projeto de Extensão Projeto Aimée – “For- da psicóloga Regileide de Lucena Fernandes. mação Profi ssional e Clínica no Atendimento a Pacientes Psicóticos”. (Coord. Regileide de Lucena O serviço de psicologia foi iniciado no ano de Fernandes.) João Pessoa, 2000. 1978, sendo dirigido, desde o ano de 2006 até o ano de escritura deste verbete (2008), pela psicóloga Jackeline Nunes Alves Farias. Os Maria do Socorro Brito trabalhos oferecidos pelo serviço de psicolo- gia são realizados por psicólogos clínicos e hospitalares, e as ofi cinas terapêuticas con- „ Conselho Federal e Conselhos Regionais tam também com o apoio de auxiliares admi- nistrativos. A equipe conta com psicólogos de Psicologia (CFP/CRP) – 1973- clínicos de abordagens teóricas diversas, nas quais a escuta psicológica orienta o tratamen- Entidade profi ssional com sede no Distrito to, realizando as atividades de atendimento Federal e sedes regionais em capitais de 17 es- individual na triagem (para esclarecimento do tados da Federação (dado de 2007), foi criado motivo da internação, sintomatologia, hipóte- pela Lei 5.766, de 20/12/1971 (regulamentada se de diagnóstico e encaminhamentos), aten- pelo Decreto 79.822, de 17/06/1977). Em 20 de dimento psicológico individual, atendimento dezembro de 1973 foi instalado o CFP, quando em grupo, anamnese, evolução em prontuário se elegeram os primeiros conselheiros; em 27 único e ofi cina terapêutica, plantões de escu- de agosto de 1974, dia do psicólogo (data em ta psicológica aos funcionários da instituição, reunião com familiares dos internos, grupo de que a Lei 4.119, de 27/08/1962, que regulamen- preparação para alta; reuniões multiprofi ssio- tou a profi ssão, foi homologada), foram insta- nais, passeios terapêuticos, supervisões clíni- lados os primeiros sete conselhos regionais. ca institucional, trabalho terapêutico na horta Hoje, são 17 CRPs: 1ª Região – DF, Amazonas, e cinema, além de uma biblioteca. Ao longo de Acre, Rondônia e Roraima; 2ª Região – Per- seus oitenta anos, a instituição vem oferecen- nambuco e Fernando de Noronha; 3ª Região do aos portadores de sofrimento psíquico em – Bahia e Sergipe; 4ª Região – Minas Gerais; 5ª situação fi nanceira desfavorável um espaço Região – Rio de Janeiro; 6ª Região – São Paulo; multiprofi ssional de apoio especializado. 7ª Região – Rio Grande do Sul; 8ª Região – Pa- raná; 9ª Região – Goiás e Tocantins; 10ª Região Referências – Pará e Amapá; 11ª Região – Ceará, Piauí e Maranhão; 12ª Região – Santa Catarina; 13ª COMPLEXO PSIQUIÁTRICO JULIANO MOREI- RA (CPJM). Setor de Psicologia. Projeto de Tera- Região – Paraíba; 14ª Região – Mato Grosso pêutico do Complexo Psiquiátrico Juliano Mo- do Sul e Mato Grosso; 15ª Região – Alagoas; reira. (Coord. Jackeline Nunes Alves Farias). João 16ª Região – Espírito Santo e 17ª Região – Rio Pessoa, abr. 2007. Grande do Norte. Os Conselhos de Psicologia, GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA. Secretaria dotados de personalidade jurídica de direito de Estado da Saúde. Folder informativo sobre o público, autonomia fi nanceira e administrati- Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira (CPJM). va, constituindo uma autarquia, têm, por lei, João Pessoa/PB, 2000. as funções de orientar, disciplinar e fi scalizar NUNES, J. Depoimento concedido a Maria do So- o exercício da profi ssão de psicólogo e zelar corro Brito Mendes. João Pessoa, 19, 22, 23 set. e pela fi el observância dos princípios de éti- 1º out. 2008. ca e disciplina da classe. A receita fi nanceira SILVA FILHO, E. B. da. História da Psiquiatria na dos conselhos é composta fundamentalmente Paraíba. João Pessoa: Santa Clara, 1998. pelo pagamento de anuidade de pessoas físi-

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cas e jurídicas inscritas. A inscrição nos con- encaminhamentos unifi cados no sistema. Os selhos é requisito obrigatório para o exercício CRPs e CFP têm suas plenárias, compostas da profi ssão e podem exercê-la aqueles que por conselheiros eleitos que acompanham, satisfazem as condições estabelecidas pela Lei executam, avaliam e são responsáveis pelo 4.119/62 e pelo Decreto 53.464, de 21/01/1964, desenvolvimento das funções e tarefas dos ou seja, os possuidores de diploma de psicólo- Conselhos. Os conselheiros, com ajuda de psi- go expedido no Brasil por faculdade reconhe- cólogos convidados, organizam-se em comis- cida ou por faculdade estrangeira reconheci- sões que são responsáveis pela execução das da no país de origem e revalidado no Brasil. tarefas essenciais. Quatro destas comissões À época da aprovação da lei, outras pessoas são obrigatórias e regulamentadas: Comis- puderam requerer seu registro: aquelas que são de Ética, de Orientação e Fiscalização, do ocupavam cargos no serviço público sob as Registro de Especialistas e de Direitos Huma- denominações de psicólogo, psicologista ou nos. Os Conselhos contam com assessorias psicotécnico, ou militares que tivessem diplo- jurídicas e técnicas em psicologia. No senti- ma de curso do Ministério da Defesa ou ainda do da qualifi cação, realizam eventos, fazem aquelas que exercessem há cinco anos ativida- publicações debatendo e divulgando temas des de psicologia aplicada; além destes, os que de interesse dos psicólogos e necessários à eram portadores de diploma de especialistas profi ssão (jornais, Revista Ciência e Profi ssão, em Psicologia, Psicologia Educacional e Psi- Revista Ciência e Profi ssão-Diálogos, várias pu- cologia Aplicada ao Trabalho, expedidos por blicações resultantes de eventos sobre psico- estabelecimentos de ensino superior reconhe- logia, pesquisas sobre o psicólogo brasileiro, cidos. Os registros nos conselhos podem ser publicações resultantes de caravanas de direi- feitos nas categorias de psicólogo e psicólogo tos humanos, vídeos (como o realizado em especialista. As gestões nos Conselhos de Psi- parceria com a TV Futura sobre a dimensão cologia são de três anos e eleitas diretamente subjetiva da realidade, e vídeos de eventos pela categoria profi ssional. O CFP regulamen- rea lizados, como o do Tribunal dos Crimes da ta o funcionamento da autarquia e o exercício Paz), mantêm sites (www.pol.org.br), organi- da profi ssão por meio de resoluções que se zam serviços de atendimento e orientação à encontram disponíveis no site (www.pol.org. população e aos psicólogos, e editam resolu- br). A estrutura atual dos Conselhos de Psico- ções que oferecem referências para a qualifi - logia implica várias instâncias deliberativas cação do exercício profi ssional. Os Conselhos superiores, que contam com a participação da de Psicologia funcionam ainda como tribunais categoria de forma organizada. O Congresso de ética da profi ssão e neste sentido recebem Nacional da Psicologia (CNP), órgão máximo denúncias sobre o exercício profi ssional, cons- de deliberação e espaço privilegiado do de- troem processos e realizam os julgamentos, bate político na entidade, ocorre de três em aplicando ou não penalidades ao profi ssional. três anos e é composto por delegados eleitos O documento utilizado como referência para nos congressos regionais, que aprovam dire- este trabalho é o Código de Ética Profi ssional trizes gerais de ação dos conselhos no triênio, dos Psicólogos. O código que hoje vigora foi sendo espaço de debate e inscrição de chapas construído a partir de um amplo processo de candidatas ao Plenário do CFP. Na estrutura debate em todas as regiões do país, envolven- dos conselhos, abaixo dos congressos está a do um número expressivo de psicólogos; foi Assembleia de Políticas Administrativas e Fi- instituído pela Resolução CFP 010/2005, sendo nanceiras – APAF, em que representantes dos o quarto texto de código da categoria. Os Con- CRPs e do CFP se encontram para debater e selhos de Psicologia desenvolvem ações que aprovar os encaminhamentos necessários com visam, além da qualifi cação da prática profi s- base nas decisões do CNP. Ainda há fóruns, sional, à garantia de direitos sociais, à cons- espaços de debate de temas importantes para trução de condições dignas de vida e ao res- a profi ssão que exigem regulamentação ou peito aos direitos humanos. Os conselhos têm

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buscado ampliar o lugar social da psicologia „ Curso de Habilitação para o Exercício do e para isto realizaram a experiência do Banco Magistério em Primeiro Grau do Colégio Social de Serviços em Psicologia, em parceria Estadual Emir de Macedo Gomes – 1975-2001 com vários órgãos governamentais e o Centro Escola Normal de Linhares – 1964-1975 de Referência Técnica em Psicologia e Políti- cas Públicas (CREPOP), que é um centro de documentação que visa organizar referências A Escola Normal de Linhares iniciou sua para a atuação dos psicólogos em várias áreas primeira turma em 1964, tendo a última con- da profi ssão e dar visibilidade a experiências cluído o curso em 2001. O Curso tinha duração e atuações profi ssionais de psicologia em po- de três anos e a partir de 1975 passou a ser de líticas públicas. Os Conselhos mantêm parce- quatro anos, em função das mudanças na Lei rias com movimentos sociais, órgãos gover- de Diretrizes e Bases da Educação de 1971. De namentais e outras entidades, participam do acordo com a grade curricular de 1964/1965, Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia estava prevista a disciplina de Psicologia Ge- Brasileira, com várias entidades e com elas são ral e Educacional, com carga horária de três responsáveis pela Biblioteca Virtual de Psi- horas/aula semanais, oferecida no segundo cologia – BVS-Psi (www.bvs-psi.org.br), pelo ano do curso. A partir de 1970, esta matéria foi Congresso Brasileiro de Psicologia Ciência e subdividida em três disciplinas, distribuídas Profi ssão; e pela União Latino-Americana de ao longo dos três anos do curso: Noções de Entidades de Psicologia, formando um con- Psicologia, Psicologia Evolutiva e Psicologia junto de entidades de psicologia da América da Aprendizagem, cada uma delas com carga Latina, sendo responsáveis com elas por uma horária de três horas/aula sema nais. O colégio revista eletrônica (www.psicolat.org) e pelo não possuía arquivo das pautas ou ementas Congresso da ULAPSI, que ocorre de dois em das disciplinas oferecidas, nem registro dos dois anos em algum país da América Latina. professores das mesmas. Sabe-se, porém, que Os Conselhos são entidades que fazem a me- todas as matérias do curso eram ministradas diação entre as possibilidades profi ssionais por educadores formados em Pedagogia ou da psicologia e as demandas da sociedade e em Curso Normal. Entre os professores de visam garantir qualidade técnica, rigor ético e Psicologia, encontram-se Maria do Carmo compromisso social da profi ssão de psicólogo Moulin e Lucimar Taque i. Tivemos acesso no Brasil. ao caderno de atividades da disciplina de Psi- cologia Evolutiva, ministrada pela professora Lucimar Taque i no ano de 1975, cedido por Referências Lucilia Scaramussa da Silva, ex-aluna do cur- CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA E CON- so. De acordo com esse registro, a disciplina SELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA. Psico- objetivava acompanhar os principais aspectos logia Legislação-estrutura e funcionamento dos do desenvolvimento do ser humano, desde Conselhos, n. 9, 2002. sua vida pré-natal até a adolescência; o cader- CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA E CON- no, além de ser ilustrado com fi guras (coladas SELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA. Profi ssão ou desenhadas) dos períodos do desenvolvi- Psicólogo – legislação e resoluções para a prática mento infantil (da gestação à adolescência), profi ssional, n. 1, 2003. possui também informações e conselhos sobre CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA – 6ª. RE- cada fase pesquisada nas referências: Revista GIÃO. Uma profi ssão chamada Psicologia (CRP- Pais e Filhos; Revista Família Cristã e os livros 06, 20 anos). São Paulo, 1994. da coleção Sexo, Amor e Família. Em entre vista, a professora Lucimar Taque ti cita como re- ferência de seu planejamento autores como Ana Mercês Bahia Bock Dorin, Mouly, Parisi, Mira y Lopez, Jacquin Marcus Vinicius de Oliveira Silva e Jersild. Em 1975, ao adaptar-se à LDB (Lei

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5.692/1971) o Curso Normal passou a ser de- „ Curso de Psicologia da Faculdade de nominado Curso de Habilitação para o Exer- Ciências Humanas da Fundação Mineira cício do Magistério em Primeiro Grau do Co- de Educação e Cultura (Psicologia/FCH/ légio Estadual Emir de Macedo Gomes. Além FUMEC) – 1969- de passar a ter quatro anos de duração, os conteúdos de Psicologia foram aglutinados na disciplina Fundamentos I – aspectos biopsico- Mantida pela Fundação Mineira de Educa- lógicos. Em 2001, atendendo às exigências do ção e Cultura, é uma instituição privada de Decreto 3.554, de 07/08/2000, o Curso Normal formação superior em Psicologia, localizada de Linhares foi encerrado, formando sua últi- na rua do Cobre, 200, no bairro Cruzeiro, re- ma turma neste mesmo ano. Esse decreto esta- gião Centro-Sul de Belo Horizonte-MG. Ini- beleceu que a formação de professores para a ciou suas atividades no ano de 1969, porém atuação destinada ao magistério na educação só obteve autorização para funcionamento infantil e nos anos iniciais do ensino funda- em 4 de novembro de 1971, pelo Decreto mental deveria ser realizada em cursos nor- 69.462. Sua primeira turma, nos idos de 1969, mais superiores. Dessa forma, o Colégio Emir organizava-se autonomamente, de forma au- de Macedo Gomes passou a oferecer apenas togestionária: somava os gastos, as despesas a formação de nível médio, com seu curso de – papel, luz, aluguel, a manutenção do curso Habilitação para o Exercício do Magistério em – e cotizava o pagamento entre professores e Segundo Grau. A Escola Normal de Linhares estudantes. Além disto, o grupo, docente, dis- teve importante papel na divulgação do conhe- cente e funcionários, se reunia para discutir cimento psicológico na área educacional, bem como apontou para a necessidade de formação a estrutura do currículo e a seleção dos pro- de profi ssionais psicólogos no estado, visando fessores. Em seu início, cada aluno utilizava suprir a demanda já existente nos municípios uma carteira que ele próprio havia adquirido do interior, onde havia maior difi culdade em para a escola. Em seu primeiro endereço, na atrair psicólogos de outras regiões. rua Turfa, no bairro Prado, também em Belo Horizonte, o curso era conhecido como Escola Referências do Dr. Halley Alves Bessa – numa referência, BRASIL. Decreto 3.554, de 07/08/2000. Dá nova reda- coloquial, a este notável professor que foi e ção ao § 2º do art. 3º do Decreto 3.276, de 6 de dezem- ainda é um nome fundamental para o ensi- bro de 1999, que dispõe sobre a formação em nível no de Psicologia e consolidação da profi ssão superior de professores para atuar na educação bá- de psicólogo no Brasil. Em agosto de 1969, o sica, e dá outras providências. Seção 1, p. 1. Brasília: MEC passou a exigir autorização prévia para Diário Ofi cial da União, 8 ago. 2000. que um curso pudesse iniciar suas atividades. BRASIL. Lei 5692, de 11/08/1971. Fixa Diretrizes Esta medida obrigou a paralisação do curso e Bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras até que a documentação pudesse ser concluída. providências. Brasília: Diário Ofi cial da União, 12 Ao longo deste processo, seus fundadores re- ago. 1971. correram à Fundação Universitária de Minas CALMON, J. Entrevista concedida a Roberta Sca- Gerais (FUMG), solicitando que incorporasse ramussa da Silva. Linhares, 11 out. 2006. o novo curso de Psicologia, proposta que foi SILVA, L. S. Entrevista concedida a Roberta Scara- aceita. Posteriormente, a FUMG se transfor- mussa da Silva. Linhares, 11 out. 2006. mou na Fundação Mineira de Educação e Cul- TAQUETTI, L. Entrevista concedida a Roberta Sca- tura (FUMEC), atual mantenedora do curso. ramussa da Silva. Linhares, 29 nov. 2006. Em 4 de novembro de 1971, o Diário Ofi cial da União publicou a autorização para o funciona- Paola Vargas Barbosa mento do Curso de Psicologia da Faculdade Roberta Scaramussa de Ciências Humanas (FCH) da FUMEC. Os

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primeiros dirigentes, de 1971 a 1975, foram no primeiro período, 100 vagas, 50 por turno. Halley Alves Bessa (diretor-geral), Ary Xa- Anualmente, a instituição promove a Semana vier (vice-diretor de ensino) e Paulo César da Psicologia. Em conjunto com a UFMG, a Valle (vice-diretor administrativo). O Curso PUC-Minas e o Centro Universitário Newton de Psicologia da FCH-FUMEC surgiu como Paiva, realiza o Encontro Mineiro de Avalia- uma proposta pedagógica inovadora de for- ção Psicológica (EMAP). O curso de Psicolo- mar psicólogos que pudessem intervir na gia da FCH-FUMEC já publicou, em parceria realidade brasileira, visando à equidade. Ao com duas editoras, 19 livros de seus professo- mesmo tempo, se constituía em um espaço res, numa política de incen tivo à divulgação de transformação pessoal de seus professores, da produção científi ca. Desde 1990, publica alunos e funcionários. Os principais objetivos semestralmente a Revista Plural – Revista do do curso eram: proporcionar aos estudan- Curso de Psicologia da FUMEC, atualmente no tes uma formação humanística, levando em número 27 e indexada ao BVS-Psi. Também consideração os processos sócio-históricos, e produz, desde 1993, a Revista Ofi cina, publica- estudar, compreender e intervir nas relações da semestralmente e voltada para monogra- intra e interpes soais, de forma a assegurar me- fi as, relatos de práticas extensionistas e está- lhores condições de existência para a popula- gios do curso de Psicologia; a Revista Amélia: ção. A concepção humanística representou, na programa de atenção às vítimas de violência do- época da sua criação, uma alternativa diante mésticas e a AIDS: é o bicho foram publicações dos projetos e história dos cursos já estabele- especiais para enfretamento das questões da cidos em Belo Horizonte, que tendiam para violência doméstica e da AIDS na população perspectivas psicotécnicas e experimentalistas. carcerária, que ocorreram, respectivamente, em O curso de Psicologia da FUMEC expressou 2003 e 2005. a concepção de seus fundadores, Halley Bes- sa, Ary Xavier e Paulo César Valle. A princi- Referências pal característica do curso tem sido, desde a fundação, a gestão por estruturas colegiadas. ATAS E REGISTROS DE POSSE DA FUNDAÇÃO A estrutura do curso de Psicologia da FCH- MINEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA. Belo Ho- FUMEC comporta o Serviço de Psicologia, o rizonte: FUMEC, 1966. Laboratório de Exames e Avaliação em Psi- FUMEC. Curso de Psicologia: projeto pedagógico. cologia, os Laboratórios de Desenvolvimento Belo Horizonte: Centro Universitário FUMEC – Fa- Humano, de Análise do Comportamento, de culdade de Ciências Humanas, 2003. Mimeo. Neuroanatomia e Neurofi siologia, de Psico- SAMPAIO, T. O. S. Contexto externo e trajetórias logia e Educação e de Psicologia e Trabalho. organizacionais: o caso do Centro Universitário O curso funciona em um prédio com quatro FUMEC. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: níveis no campus da rua Cobre da FUMEC. FUMEC, 2005. O prédio possui uma ampla biblioteca com VIEIRA, G. A. Cultura de valores organizacionais: 1.200 m² e acervo constituído inicialmente um estudo na Faculdade de Ciências Humanas. pela biblioteca pessoal do professor Halley São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: FUMEC, Bessa, três laboratórios de informática, uma 2004. sala multimeios, uma sala (laboratório) para dinâmica de grupo, uma sala de conferências com capacidade para 120 pessoas, um teatro Maria Stella Brandão Goulart e 39 salas de aula. O curso é oferecido nos João Batista de Mendonça Filho turnos da manhã e da noite, sendo ofertadas, Eliane Rodrigues da Silva

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„ Curso de Psicologia da Universidade 21/01/1964. Visava oferecer campo de está- Católica de Pernambuco (UNICAP) – gio aos alunos do curso de Psicologia e, con- 2007 sequentemente, atendimento psicológico à Departamento de Psicologia da UNICAP comunidade. O primeiro corpo docente foi constituído pelos professores Maria Auxilia- – 1972- dora Moura (uma das fundadoras do Conse- Curso de Psicologia da Faculdade de lho Federal e do Conselho Regional de Psico- Filosofi a, Ciências e Letras da UNICAP – logia), Lúcio Flávio Campos e Ivan Correia. 1962-1972 Os primeiros psicólogos da clínica foram Ma- Instituto de Psicologia Aplicada – 1960-1962 ria Ayres, Maria José da Costa Ribeiro e Agui- naldo Cordeiro. A partir de 1972, inserido no Centro de Teologia e Ciências Humanas, as A Universidade Católica de Pernambuco atividades do curso de Psicologia e da Clínica (UNICAP), criada a 27 de setembro de 1951 e de Psicologia passaram a ser da competência reconhecida pelo governo federal através do de uma nova unidade orgânica, constituída Decreto 30.417, de 18/01/1952, originou-se da sob a forma e denominação de Departamento primeira escola superior católica da região, a de Psicologia. Neste período o curso passou Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Ma- por reformulações, adaptando-se ao sistema nuel da Nóbrega, fundada em 1943, pela Pro- de créditos implantado no país. Seu objetivo víncia dos Jesuítas do Nordeste. A UNICAP passou a ser formar psicólogos inseridos e é uma instituição de natureza privada, sem comprometidos com a realidade sociocultural fi ns lucrativos, fi lantrópica e benefi cente de contemporânea, éticos e conscientes de sua assistência social, comunitária, confessional, cida dania, tendo como proposta a formação tendo como mantenedor o Centro de Educa- do psicólogo, privilegiando a articulação entre ção Técnica e Cultural (CETEC). Situa-se na produção e aquisição do conhecimento e a prá- rua do Príncipe, 526, Boa Vista, Recife-PE. tica profi ssional. Em 1990 foram criados dois Seu atual chanceler é o padre José Pablo Her- cursos de Especialização em Psicologia Clíni- nández Gil Monfort. Seu curso de Psicologia, ca: Abordagem Fenomenológica Existencial pioneiro no Norte e Nordeste, foi criado em e Orientação Analítica. Estes cursos serviram 1960 pelo padre Pedro de Mello SJ, do Insti- de base para, em 1998, ser criado o mestrado tuto de Psicologia Aplicada da UNICAP, que e o doutorado em Psicologia Clínica, ambos havia sido criado em 1960. Passou a funcionar, pioneiros no Norte e Nordeste do país, com efetivamente, desde o início do ano letivo de três linhas de pesquisa: Intervenções Clínicas 1961, com um total de 39 alunos matriculados na Abordagem Fenomenológica Existencial, na primeira turma. A partir de agosto de 1962, Psicopatologia Fundamental e Psicanálise e com a assinatura da Lei 4.119, de 27/08/1962, o Família e Interação Social. Em 2007 a UNICAP Instituto de Psicologia Aplicada foi transfor- passou por reformulações estruturais, aca- mado em curso, tendo como diretor o padre bando com a denominação Departamento e o Lúcio Flávio Campos, passando a funcionar curso de Psicologia foi inserido no Centro de vinculado à Faculdade de Filosofi a, Ciências Ciências Biológicas e Saúde, sob a direção do e Letras, também da UNICAP. Em 17/01/1968 professor Aranildo Lima. Quanto à sua moda- o curso foi reconhecido pelo Decreto 62.139, lidade, o curso é de formação de psicólogos, publicado no Diário Ofi cial da União, 13, p. 611, tem duração mínima de dez perío dos – e má- de 18/01/1968. Em 1962 foi criada a Clínica de xima de 18 períodos, priorizando três ênfases Psicologia da UNICAP, para atender à deter- curriculares: Psicologia Clínica, Psicologia da minação contida no art. 16, da Lei 4.119, de Intervenção Psicossocial e Psicologia Organi- 27/08/1962 do Conselho Federal de Educação, zacional e do Trabalho. O curso de Psicologia, exigência que foi reafi rmada posteriormen- especifi camente, dispõe de uma secretária, te, pela letra b, art. 7º do Decreto 53.464, de três auxiliares de secretaria, um coordenador

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de curso, um coordenador da clínica-escola Psicólogo veio em 1980. Desde então o curso e dois coordenadores de estágio curricular. atravessou três grandes ciclos. São períodos A UNICAP ocupa uma área com 53.608 m2, que refl etem tendências gerais da história da com perfi l arquitetônico predominantemente psicologia no contexto da sociedade do Brasil vertical. A graduação do curso de Psicologia e no quadro mundial mais amplo, e que aca- funciona no bloco B (sexto, sétimo e oita- bam encontrando entre si uma forma de con- vo andares), nos turnos da tarde e da noite. viver, senão harmonia. O primeiro perío do A pós-graduação do curso funciona nos pré- foi marcado, por um lado, pela preocupação dios J e G4. O curso de Psicologia da UNICAP pedagógica e por outro, pela infl uência dos está sempre em expansão, formando ininter- conhecimentos produzidos pela pesquisa e ruptamente psicólogos, enquanto a pós-gra- pela experiência da área biomédica. O curso duação vem formando mestres em psicologia, da UCDB nasce no fi nal dos anos da ditadu- doutores em psicologia e especialistas em di- ra militar, corroborando e tentando aglutinar versas áreas do saber psicológico, atingindo debates em torno dos direitos humanos e ci- vários estados do Norte e do Nordeste brasi- vis. Foi um dos primeiros da região a formar leiro. Promove eventos dos mais variados, en- psicólogos, a organizar em diversas áreas da tre eles, fóruns de debates sobre adolescência, psicologia cursos de pós-graduação lato sen- dependências químicas, psicologia hospitalar, su. A instituição foi pioneira na organização psicologia organizacional e do trabalho, como de mestrado em Psicologia aprovado pela também promove jornadas de iniciação cien- CAPES. O segundo período marcou a am- tífi ca. Atualmente o curso não está com publi- pliação da atuação dos profi ssionais egres- cação própria. No entanto, a UNICAP publica sos das primeiras turmas, que passaram a anualmente algumas revistas, como a Ágora desenvolver trabalhos em diversos setores, Filosófi ca, Interlocuções, Symposium, além de ter com destaque na área de saúde, educação e uma publicação semestral, a Revista de Teologia trabalho, bem como na criação de novos cur- e Ciências da Religião da UNICAP. sos de Psicologia, partir da década de 1990 no Estado de Mato Grosso do Sul, em instituições privadas de ensino, sendo todos esses coor- Referências denados por psicólogas egressas do curso da UNICAP. Projeto Pedagógico do Curso de Psicolo- UCDB. O terceiro e atual perío do na história gia. Recife, 2005. do curso da UCDB se constitui como uma ten- UNICAP – Plano de Desenvolvimento Institucio- tativa de mediação entre o saber sobre o ser nal 2006-2011. Recife, 2006. humano produzido na academia e as diversas UNICAP. Carta de Princípios. Disponível em maneiras de relação com a prática e as formas h p://www.unicap.br/acatolica/carta.htm. Acesso de vida da sociedade local. Tem também um em 31/03/2009. papel fundamental no contexto da discussão da inserção do profi ssional em modelos dia- Albenise de Oliveira Lima lógicos e participativos de prática, bem como Regineide Marques Simões em discussões que interessem à elevação do padrão de sua atuação, como a participação em conselhos de ética, bem como: a militân- „ Curso de Psicologia da Universidade cia em prol dos direitos humanos, da inclusão Católica Dom Bosco – 1978- social, da democratização do acesso ao uso da psicologia pela população. O processo de consolidação do curso contou com a participa- O curso de Psicologia da Universidade Ca- ção de alguns professores, dentre eles Alfredo tólica Dom Bosco foi autorizado – Licenciatu- Barbosa de Souza Filho, Benedito Juberto Tei- ra Plena – em 26 de junho de 1978. A autoriza- xeira, Edwiges Gonçalves de Paula, Geraldo ção para funcionar a habilitação Formação de Grendene, Gete Otano Rosa, Giuseppe Butera,

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Irmã Macário, Marina R. Guerchi, Jair Gon- sor Celso de Souza Santos Lisboa que, após çalves Ribeiro, Jane Ma. A Gonçalves, Juberty abandonar a política em 1964, dedicou-se G. Teixeira, Leda Buaes Zandavalli, Luis Sal- integralmente à educação, dirigindo o Co- vador de Miranda, Magaly S. C. Coelho, Ma- légio Atheneu Brasileiro, fundado em 1960, ria Solange Felix Pereira, Rui Falcão Novaes, destinado à Educação Básica (Ensino Fun- Maria Stela de Araújo Bergo, Marila Teodoro- damental e Médio) e à Educação Profi ssional wic Reis, Osmar R. Galeano de Souza, Sônia (Técnica em Contabilidade, Eletrônica e Ele- Grubits, Walter Bocchio, Yara Ma. B. Pentea- trotécnica). Posteriormente, em 1972, suce- do. Atualmente, o curso de Psicologia da Uni- dendo ao Colégio Atheneu, criou a Sociedade versidade Católica Dom Bosco está situado na Universitária Celso Lisboa, como mantene- avenida Tamandaré, 6.000, Jardim Seminário, dora da Faculdade de Ciências Econômicas, Campo Grande, MS. Possui umaclínica-escola Administração e Contábeis, ampliada em que funciona nos blocos das Clínicas-Escola 1973 para Federação das Faculdades Celso de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Lisboa, com a criação dos Cursos de Pedago- Psicologia, Terapia Ocupacional, o Núcleo de gia e Psicologia. Em 1980, a instituição pas- Práticas Jurídicas e o Complexo Didático Es- sou a se chamar Faculdades Integradas Celso portivo. Dentre as contribuições que este cur- Lisboa, e em 1998 chegou a Centro Universi- so oferece, destacam-se projetos de extensão tário Celso Lisboa, criando também o curso e pesquisa desenvolvidos junto à população de Enfer magem. A mantenedora foi dirigida indígena e na área de trânsito/circulação hu- pelo professor Celso Lisboa durante todo mana. Registre-se que essas linhas se fortale- este período, ocupando a presidência até seu ceram com a instalação do Programa de Mes- fale cimento em 8 de dezembro de 2007. Por trado em Psicologia. outro lado, a estrutura de centro universitá- rio exige uma Superintendência e uma Reito- ria. Assumiu a superintendência o professor Referência Celso de Souza Santos Lisboa Filho, que fa- PEREIRA, Maria Solange Felix. Entrevista a Ale- leceu em 2001, sendo sucedido por sua fi lha xandra Anayche. Corumbá, 2006. mais velha, Karina Paternó Castello Lisboa, atual presidente da instituição. A Superin- Alexandra Ayach Anache tendência hoje é ocupada por sua irmã, Ana Carolina Paterno Castello Lisboa. O curso de Psicologia teve seu funcionamento autori- zado pelo decreto 73350/74 e seu reconheci- „ Curso de Psicologia do Centro mento pelo decreto 79979, de 10/03/1977, sen- Universitário Celso Lisboa (UCL) – 1998 do renovado pela portaria 748, de 03/09/2007. Curso de Psicologia da Federação das O curso foi organizado pelo doutor Oswaldo Faculdades Integradas Celso Lisboa – Ferreira Costa, assessorado por Guilherme 1974-1998 Gaspary Ribeiro. Passaram pelo corpo do- cente da instituição profi ssionais como José Curso de Psicologia da Federação das Novaes, Cecília Coimbra, Hilda Fabro, Otá- Faculdades Celso Lisboa – 1973 -1974 vio Leite, Bernardo Jablonsky, Lenice Silvei- ra, Teresa Erthal, Ana Jacó Vilela, Ademir Instituição de ensino superior de nature- Pacelli Ferreira, Aglée Queiroz de Carvalho, za privada, mantida pelo Instituto Superior entre outros. O curso de Psicologia hoje está de Ensino Celso Lisboa (UCL), é uma socie- vinculado ao recém-criado Núcleo de Saúde dade civil com personalidade jurídica, sem e Bem-Estar e oferece turmas nos turnos da fi ns lucrativos. Localiza-se na rua 24 de maio, manhã e da noite. A graduação é estrutura- 797, Sampaio, região conhecida como Gran- da em regime seriado e oferece dupla en- de Méier. A instituição foi criada pelo profes- trada, conforme as Diretrizes Curriculares

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Nacionais vigentes: Licenciatura em Psico- Referências logia (sete períodos) e Formação de Psicó- CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA. Esta- logo (dez períodos). O Serviço de Psicologia tuto e Regimento do Centro Universitário Celso Aplicada abrange as práticas desenvolvidas Lisboa. Homologado pelo MEC/CNE em outubro pela equipe de professores/supervisores nas de 1998 principais áreas de atuação: Clínica (criança, adolescente, adulto, idoso), Social-Institu- CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA. Pla- cional (Saúde mental, Escolas, Lares, ONGs, no de Desenvolvimento Institucional do Centro Comunidades) e Organizacional e do Traba- Universitário Celso Lisboa. Rio de Janeiro: CUCL, lho (Empresas, Consultorias, Trabalhadores 2006. informais). O SPA conta com oito salas para atendimento individual, uma sala para gru- CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA. Pro- pos e duas salas de Ludoterapia. Realizam- jeto Político-Pedagógico do Curso de Psicologia. se fóruns de discussão a cada semestre, onde Rio de Janeiro: CUCL, 2002 e 2006. os estagiários podem apresentar e discutir CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA. Pro- suas práticas em ação. O curso de Psicologia jeto Político-Pedagógico do Curso de Licenciatura já realizou quatro pesquisas contando com da Psicologia. Rio de Janeiro: CUCL, 2002 e 2006. apoio institucional, nas quais os docentes desenvolvem seus projetos com a colabora- CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA. Dis- ção de discentes, caracterizando o processo ponível em: . Acesso em: 24 mar. 2008. publica a Revista Presença, cuja periodicida- de é bienal, tendo até o momento quatro nú- meros publicados. Laura Cristina de Toledo Quadros

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„ Departamento de Administração do público brasileiro. Por isso, como a problemá- Serviço Público (DASP) – 1938-1986 tica que se colocava era a de identifi car quais pessoas eram as mais habilitadas, abriu-se uma grande porta à prática psicológica voltada ao Órgão criado pelo governo de Getúlio Var- recrutamento e seleção de funcionários públi- gas em decorrência do início do processo de cos, assim como, no âmbito privado, de traba- industrialização do país nos anos de 1930. De lhadores para funções distintas na produção fato, nessa época, começaram a circular nas industrial e no comércio. O saber psicológico, esferas públicas e privadas do Brasil uma sé- à época, preconizava que era necessário avaliar rie de teorias e conceitos, oriundos da Europa de forma objetiva e científi ca as aptidões dos e Estados Unidos, que visavam à organização trabalhadores, a fi m de se obter uma adaptação racional do trabalho. As reformas na adminis- mais produtiva aos cargos e funções. Esses pro- tração do serviço público estavam inseridas cedimentos da psicologia aplicada colocaram no bojo das propostas políticas do movimen- em primeiro plano os psicotécnicos (ou psico- to revolucionário que levou Getúlio Vargas ao logistas) e seus testes, cujos objetivos eram poder. A necessidade de uma maior efi ciência bem pragmáticos: conseguir funcionários mais no processo produtivo, então, ensejou, em 30 adequados para os postos de trabalho. Alguns de julho de 1938, a criação do DASP, sendo autores assinalam que as ideias e práticas de- nomeado como diretor o engenheiro Luís Si- senvolvidas no DASP desembocaram na cria- mões Lopes. Esse departamento, diretamente ção da Fundação Getúlio Vargas (FGV), pois o subordinado à presidência da República, tinha próprio Luis Simões Lopes foi quem sugeriu ao a função de racionalizar a administração do go- presidente da República, em 4 de julho de 1944, verno federal, fato que implicou uma série de a criação dessa nova entidade, em documento iniciativas: a elaboração da proposta do orça- densamente doutrinário, que revelava uma mento federal, a fi scalização orçamentária etc. determinada percepção quanto ao desenvolvi- No que diz respeito à relevância para a história mento da administração no Brasil. É o DASP da psicologia no Brasil, é necessário ressaltar também, juntamente com outras entidades que também era atribuição do DASP promover públicas, um dos responsáveis pela primeira critérios de seleção para o ingresso no serviço vinda do psiquiatra espanhol Mira y Lopez ao

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Brasil, em 1945, quando realizou conferências „ Departamento de Orientação e sobre a psicologia aplicada, no Rio de Janeiro e Treinamento do Banco da Lavoura de São Paulo, que causaram grande repercussão. Minas Gerais (DOT) – 1958-1969 Esses fatos e circunstâncias, aliás, permitem inferir relações genealógicas de proveniência e emergência entre o DASP e o Instituto de Se- O Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. leção e Orientação Profi ssional (ISOP) – setor foi criado em 1925, em Belo Horizonte – MG, de orientação profi ssional da Fundação Getúlio como uma instituição bancária privada. Nesse Vargas, criado por Mira y López em 1947. Com período, Belo Horizonte representava a cida- o fi m do Estado Novo, em outubro de 1945, o de de maior crescimento demográfi co do país DASP passou por uma ampla reestruturação e e passava por um momento de signifi cativo suas funções fi caram parcialmente esvaziadas, crescimento industrial e comercial. O banco assumindo um caráter de mera assessoria, ex- promovia operações com o comércio, a indús- ceto no aspecto de seleção de pessoal, área em tria e a lavoura. Fora fundado por Clemente que se manteve como órgão executor. Em 1986, de Faria e adquiriu popularidade por seu pio- entretanto, foi defi nitivamente extinto, dando neirismo no crédito popular: fazia emprésti- lugar a órgãos que, com nomes diversos em mos facilitados para pequenos negócios, não governos distintos, mantiveram mais ou me- exigia avalista e, dessa forma, conquistou es- nos as mesmas atribuições: Secretaria de Admi- paço na área do crédito pessoal. Clemente de nistração Pública da Presidência da República Faria contava com o auxílio de seus dois fi lhos (SEDAP), Secretaria da Administração Federal na direção do Banco da Lavoura: Aloysio de da Presidência da República (SAF), e Minis- Andrade Faria e Gilberto Faria. O Banco da tério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE). Lavoura cresceu rapidamente e em 1947 foi considerado o maior banco privado no que di- zia respeito a volume de depósitos. Em 1964, Referências recebeu o título de maior banco particular em PEREIRA, L. C. B. “Da administração pública buro- funcionamento no Brasil e na América Latina, crática à gerencial”. In: Revista do Serviço Público, contando com 411 agências espalhadas por v. 47, n. 1, jan./abr. 1996. Disponível em: . Acesso em: 13 jan. 2007. Banco da Lavoura deu origem a outros dois bancos – o Banco Real e o Banco Bandeirante. MARTINS, H. V. “Uma revolução e um revolucio- O DOT foi criado, em 1958, devido à necessi- nário? A Psicologia na época de Mira y Lopez”. In: Jacó-Vilela, A. M.; Rodrigues, H. B. C. (Org.). Clio- dade de qualifi car e treinar os funcionários do Psyché: histórias da psicologia no Brasil. Rio de Banco da Lavoura que ocupavam cargos de Janeiro: UERJ/Nape, 1999. chefi a (chamados titulados, ou seja, gerentes MANCEBO, D. “Formação em psicologia: gêne- e executivos). Não encontramos dados sobre se e primeiros desenvolvimentos”. In: Jacó-Vilela, o estatuto e as normas de funcionamento do A. M.; Rodrigues, H. B. C. (Org.). Clio-Psyché: DOT. Sabe-se, no entanto, que foi idealizado histórias da psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: e dirigido pelo psicólogo e professor francês UERJ/NAPE, 1999. Pierre Weil. Confi gurou-se como uma estrutu- DIRETRIZES DO ESTADO NOVO (1937-1945). Po- ra que prestava serviços à diretoria do banco, lítica e Administração: Departamento de Adminis- atuando na formação de pessoal e na pesqui- tração do Serviço Público – DASP. Disponível em: sa, atividades que eram realizadas no Labo- . Acesso em: 13 jan. 2007. voura. Contou, ao longo de sua história, com uma extensa equipe de psicólogos, antropólo- Alexandre de Carvalho Castro gos, sociólogos, educadores e psiquiatras que

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empreendeu um trabalho pioneiro no âmbito camente para serem usados em treinamentos, da psicologia social, pelo treinamento de pes- como os que o DOT realizava). Profi ssionais soal numa perspectiva de desenvolvimento como: Célio Garcia, Marinha da Silva, Jarbas de relações humanas, com vistas à otimização Portela, Pedro Parafi ta de Bessa, Ruy Flores do nível técnico e emocional dos envolvidos. Lopes, Geraldo Magela de Resende, Nilza Ro- A direção do DOT localizava-se na praça Sete cha Ferres, Domingos Muchon, Maria Letícia de Setembro, no centro de Belo Horizonte, no Barreto, Délcio Vieira Salomon, Lucy Esther interior da própria sede do Banco. Contava Paixão, Melpomene Guerra, Roberto Regnier, também com um espaço complementar de José Ennes Rodrigues Jr. e Marcos Goursand formação de pessoal, a Escola de Administra- de Araújo integraram a equipe responsável ção Bancária Clemente de Faria, que funciona- pelo trabalho desenvolvido pelo DOT. Este va no Hotel Taquaril, localizado no bairro Ta- trabalho consistia em reunir, em sua sede, em quaril, também em Belo Horizonte. A escola, regime de internato durante um mês, funcio- posteriormente, foi transferida para a região nários do banco de diver sas partes do país. da Pampulha, sob a direção de Bolívar Gomes Nesse período, a equipe promovia uma sé- e, em seguida, de Geraldo Magela de Resen- rie de atividades, utilizando técnicas como o de. Pierre Weil veio para o Brasil em meados T. Group, Socioanálise, Dinâmica de Grupos dos anos de 1950, a convite do professor de (Kurt Lewin) e o Psicodrama de Moreno. Este Psicologia Industrial Léon Walther, com quem processo foi denominado Desenvolvimento trabalhou no Serviço Nacional de Aprendiza- em Relações Humanas (DRH). As dinâmi- gem Comercial (SENAC). Após o término de cas realizadas possibilitavam aos participan- seu trabalho de assistência ao SENAC, Weil tes tomar conhecimento e refl etir acerca dos foi convidado por Aloysio Faria para o tra- problemas ocorridos dentro da instituição. balho no Banco da Lavoura de Minas Gerais. Iniciavam-se com atividades grupais e pro- Desenvolveu, então, uma técnica de treina- grediam para a realização de encontros indi- mento em relações humanas, inspirado nas viduais (entrevistas não diretivas), asso ciadas metodologias de Anne Ancelin Schutzenber- à realização de bateria de testes de personali- ger, Jacob Levy Moreno e Kurt Lewin. Neste dade. O serviço prestado pelo departamento processo, contou com a assessoria de Célio foi pioneiro no país, introduzindo as técni- Garcia, socioanalista e professor da Universi- cas grupais no âmbito da psicologia social e dade Federal de Minas Gerais (UFMG), e de a inter disciplinaridade como ferramenta de Karl Frost, especialista em Training Group (T. trabalho em recursos humanos e na psicologia Group). Seu objetivo era propiciar o desenvol- organizacional. Sua originalidade e compe- vimento psicológico, emocional e psicossocio- tência faziam paralelo apenas com os traba- lógico da equipe de gestores do Banco da La- lhos realizados nos bancos RCA Victor (Esta- voura, gerando mudanças de atitude capazes dos Unidos) e Crediliannar (França). A partir de repercutir nas inter-relações de trabalho e do trabalho ali realizado, foi publicado o livro pessoais. O DOT se subdividia em seções e Dinâmica de grupo e desenvolvimento em relações setores. A seção de psicologia, dirigida pelo humanas, que relata a criação da técnica DRH e psiquiatra Djalma Teixeira Oliveira, desde o sua aplicação no DOT. Trata-se, segundo Weil, início contava com o apoio de 16 psicólogos do primeiro ensaio brasileiro de catalogação e e outros três psiquiatras. Havia também as articulação de fenômenos de caráter interdis- seções de tecnologia de ensino; de sociologia, ciplinar (sociologia, psicologia, antropologia, de trabalhos bancários; e de técnicas de co- educação e psiquiatria). Os direitos autorais municação (que possuía um setor de recursos do livro foram doados à Sociedade Pestalozzi audiovisuais com uma coleção de 40 fi lmes de de Minas Gerais, em homenagem a Hele- rolo, produzidos nos Estados Unidos especifi - na Antipoff . O serviço do DOT foi mantido

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duran te 11 anos. Além de ter capacitado cerca „ Departamento de Psicologia da de 12 mil funcionários, executivos e gerentes, Faculdade de Filosofi a e Ciências de todo o país, todos os chamados titulados Humanas da Universidade Federal de da rede já haviam passado pelo DOT e muitos Minas Gerais (FAFICHUFMG) – 1962- já haviam deixado o banco. O trabalho reali- zado no departamento fora bem-sucedido e O Departamento de Psicologia integra a Fa- esgotara-se do ponto de vista técnico. Porém, culdade de Filosofi a e Ciências Humanas acabou gerando, entre os integrantes da equi- (FAFICH) da Universidade Federal de Minas pe, o interesse pela formação psicanalítica Gerais (UFMG) e compõe-se de: Assembleia, com Malomar Lund Edelweiss. Deste interes- Câmara Departamental, Colegiado de Curso se resultaria a criação do Círculo Psicanalítico de Graduação, Seção de Ensino e Centro de de Minas Gerais. Aplicação da Psicologia Pedro Parafi ta de Bes- sa. O departamento conta, atualmente, com Referências três funcionários e 46 docentes efetivos. O cur- so de Psicologia da Faculdade de Filosofi a da CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co UFMG iniciou seu funcionamento no fi nal de da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: 1962. O reconhecimento do curso se deu pelo Imago; Brasília: CFP, 2001. Decreto-lei 26.848, de 10/01/968. Os primeiros CIRINO, P. Entrevista com Pedro Parafi ta de Bes- alunos foram recebidos em 1963, na antiga sa. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2006. gola, 288, no bairro Santo Antônio, em Belo COSTA, F. N. Origem do capital bancário no Bra- Horizonte. Desde janeiro de 1990, o curso fun- sil: o caso RUBI. Texto para discussão. IE/UNI- ciona no campus da UFMG, situado na aveni- CAMP, Campinas, n. 106, mar. 2002. da Antonio Carlos, 6.627, Cidade Universitá- HISTÓRICO DO GREP. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2006. da criação do curso de Psicologia da UFMG se mescla com a história de instituições e pessoas JACOB, C. A. Crédito bancário no Brasil: uma in- ligadas à psicologia em Minas Gerais. Em terpretação heterodoxa. Tese (Doutorado em Eco- 1927, no auge do otimismo pedagógico, o nomia). Universidade Estadual de Campinas, Cam- prof. Francisco Luís da Silva Campos, secretá- pinas, 2003. rio de Educação do governador de Minas, An- OLIVEIRA, D. T. de. Entrevista concedida a Maria tônio Carlos Ribeiro de Andrada, realizou Stella Brandão Goulart. Belo Horizonte, julho 2006. uma ampla reforma do ensino, com a fi nalida- SANTOS, R. C. A trajetória institucional e históri- de de implantar as ideias escolanovistas que ca da difusão do psicodrama pedagógico em Cam- fl oresciam na Europa. Em 1928, a convite do pinas: relatos orais sobre motivações vivenciais, governo, veio a Minas a Missão Europeia, in- contradições institucionais e perspectivas educa- tegrada por Théodore Simon, Léon Walther e cionais. Dissertação (Mestrado em Educação). Uni- outros. A psicóloga russa Helena Antipoff , versidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004. formada na Suíça e na França, integrava esta WEIL, P. et al. Dinâmica de grupo e desenvolvi- missão e não retornou à Europa, tornando-se mento em relações humanas. Belo Horizonte: Ita- docente da Escola de Aperfeiçoamento de tiaia, 1967. Professores, em Belo Horizon te. Esta profes- sora aqui instalou o primeiro laboratório de WEIL, P. A revolução silenciosa: autobiografi a pes- Psicologia, onde se faziam expe rimentos e soal e transpessoal. São Paulo: Pensamento, 1973. avaliações psicológicas, segun do a perspecti- va do funcionalismo europeu e da psicometria Maria Stella Brandão Goulart nascente. Em 1939, com a fundação da Facul- Natália Alves dos Santos dade de Filosofi a de Minas Gerais (que viria

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integrar a Universidade de Minas Gerais – rou ao corpo docente professores como Pierre atual UFMG – em 1948), Helena Antipoff pas- Weil, Maria Auxiliadora de Souza Brasil, Gale- sou a lecionar Psicologia no último ano dos no Procópio Alvarenga, Ione Scarpelli, que já cursos destinados à formação de professores. lecionavam Psicologia na Faculdade de Filo- Quando deixou Belo Horizonte para atuar no sofi a da UFMG. Alguns técnicos que atuavam Rio de Janeiro, por volta de 1945, assumiu o no SOSP foram convidados para lecionar – lugar seu ex-aluno, Pedro Parafi ta de Bessa. Elza Lima, Marina Machado, Antonio Luiz Helena Antipoff foi a responsável pela indica- Rodrigues da Costa, Maria Antonieta Bianchi. ção de docentes para a Universidade Católica Outros profi ssionais que trabalhavam com a de Minas Gerais e técnicos para os primeiros psicologia na ocasião tiveram a oportunidade serviços de psicologia aplicada, como é o caso de se submeter ao curso preparatório durante do Instituto Pestalozzi e do Serviço de Orien- um ano e alguns deles foram posteriormente tação e Seleção Profi ssional. Em 1949, inspira- incorporados ao corpo docente. Assim, os pri- do no Instituto de Seleção e Orientação Profi s- meiros docentes do curso de Psicologia da sional (ISOP), que havia sido criado no Rio de UFMG provinham do curso de Pedagogia da Janeiro em 1947, Abgar Renault, secretário de mesma universidade, do Serviço de Seleção e Educação do governo Milton Campos, criou Orientação Profi ssional (SOSP) e do Serviço em Belo Horizonte o Serviço de Orientação e de Psicologia do antigo Banco da Lavoura, Seleção Profi ssional (SOSP), onde técnicos uti- uma das primeiras experiências de aplicação lizavam recursos psicológicos para realizarem da psicologia no contexto organizacional rea- orientação profi ssional e avaliação de candi- lizadas em Minas. Em 1968, como consequên- datos a cargos públicos. Um incêndio des- cia do Decreto-lei 62.347, de 28/02, que iniciou truiu, em 1952, a maior parte do Laboratório a reforma universitária promovida pelo go- de Psicologia criado por Helena Antipoff e o verno militar, a antiga Faculdade de Filosofi a material e as competências do Laboratório foi desmembrada em várias unidades, inte- passaram ao SOSP. A partir de 1956, iniciou-se gradas por departamentos. As áreas da Filoso- um movimento destinado à regulamentação fi a e das Ciências Humanas passaram a fazer da profi ssão de psicólogo e à discussão da for- parte da Faculdade de Filosofi a e Ciências Hu- mação desse profi ssional. Foi então criada a manas – FAFICH, ligada ao sistema básico da Sociedade Mineira de Psicologia, cuja primei- UFMG. O Departamento de Psicologia, princi- ra reunião se deu em 12 de novembro de 1956, pal responsável pelo curso de Psicologia, fi cou e iniciaram-se as discussões, que culminariam vinculado à FAFICH. As disciplinas da área na criação dos cursos de Psicologia. A Lei das Ciências Biológicas, que também faziam 4.119, de 27/08/1962, dispôs sobre os cursos de parte do currículo do curso, eram de respon- formação em Psicologia e regulamentou a sabilidade do Instituto de Ciên cias Biológicas profi ssão de psicólogo. A partir de então, as (ICB). Também faziam parte do curso outras pessoas que já trabalhavam com psicologia fo- disciplinas da área de Humanas, como Lógica, ram orientadas para organizarem um currícu- Antropologia, Sociologia. No ano da reforma, lo documentado e submetê-lo ao Conselho o prof. Pedro Parafi ta de Bessa assumiu a dire- Federal de Educação, para análise e obtenção ção da Faculdade de Filosofi a e logo em segui- de autorização para atuarem como psicólo- da foi aposentado pelo governo militar, por gos. Enquanto isso, na Faculdade de Filosofi a ocasião da edição do Ato Institucional n. 5, da UFMG, em 1962, foi criado o Departamen- que autorizou intervenções autoritárias na to de Psicologia e foi iniciado um curso com a estru tura universitária. Assumiu então a che- duração de um ano, destinado a preparar pro- fi a do departamento o prof. Galeno Procópio fi ssionais formados em Pedagogia, Filosofi a e Alvarenga, médico. O ano de 1968 marcou Sociologia para o exercício da profi ssão de psi- também o início de um período de crescimen- cólogo. O prof. Pedro Parafi ta de Bessa assu- to do curso de Psicologia. A entrada de novos miu a coor denação do novo curso e incorpo- alunos se ampliou de 30 para 120 alunos por

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ano, devido às fortes pressões sociais pela Fora, Universidade Federal de São João Del- abertura de vagas no ensino superior e ao mo- Rei e Universidade Federal de Uberlândia), a vimento dos “excedentes”, isto é, candidatos revista Gerais teve seu primeiro número publi- aprovados no vestibular que não podiam ser cado em 2008. Além da Gerais, a revista eletrô- admitidos por falta de vagas. A criação da Clí- nica Memorandum: Memória e História em Psico- nica de Psicologia se deu em 1969; em 1974 foi logia também está vinculada ao Departamento transformada em Centro de Aplicação da Psi- de Psicologia da UFMG. Nascida a partir de cologia (CEAP), para dar oportunidade a no- uma iniciativa do Grupo de Pesqui sa Estudos vas opções de trabalho para os alunos. Tam- em Psicologia e Ciências Humanas: História e bém em 1974 foi rea lizada uma profunda Memória, a revista Memorandum está igual- reforma do currículo do curso, com a partici- mente vinculada ao Departamento de Psicolo- pação de alunos e professores, visando tornar gia e Educação da Faculdade de Filosofi a, o currículo mais fl exível, com a criação de um Ciên cias e Letras de Ribeirão Preto/USP e vem grande número de disciplinas optativas. A re- sendo publicada desde o ano de 2001. forma trouxe também novas áreas de forma- ção, como a Psicologia Comunitária, a Inter- Referências venção Psicossociológica, as diversas técnicas ANUÁRIO da Faculdade de Filosofi a da Universi- psicoterápicas, entre outras. Durante os anos dade de Minas Gerais – 1939-1953. Belo Horizonte: de 1970 e 1980, a qualifi cação dos professores Gráfi ca Santa Maria, jul. 1954. integrantes do Departamento de Psicologia foi ATAS do Conselho Técnico e Administrativo da grandemente ampliada, com o apoio da UFMG Faculdade de Filosofi a da UFMG. Belo Horizonte, e da CAPES. Vários professores se afastaram 1962-1964. para pós-graduação, no Brasil e no exterior, tendo obtido o doutorado em instituições CAMPOS, R. H. de F. (Org.). História da Psico- como a Universidade de São Paulo, Fundação logia: pesquisa, formação e ensino. São Paulo: EDUC; ANPEPP, 1996. Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, Universida- de de Stanford, nos EUA, Universidade de Pa- CAMPOS, R. H. de F. “Notas para uma história das ris. Ao retornarem, esses professores instala- ideias psicológicas em Minas Gerais”. In: CON- ram o programa de pós-graduação em SELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA (4ª região). Psicologia, com área de concentração em Psi- Psicologia: possíveis olhares, outros fazeres. Belo Horizonte: Conselho Regional de Psicologia, 1992. cologia Social, inicialmente. Mais tarde, o pro- grama foi ampliado, incorporando novas áreas FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HU- de concentração. Atualmente a pós-graduação MANAS DA UFMG. Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2007. com três áreas de concentração: Psicologia So- FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HU- cial, Estudos Psicanalíticos e Psicologia do De- MANAS DA UFMG. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2007. publicações, entre os anos de 1984 e 2003, o GIUSTA, A. da S.; MATA MACHADO, M. N. e Departamento de Psicologia da UFMG publi- CAMPOS, R. H. F. “Notas sobre a formação do psi- cou o periódico Cadernos de Psicologia. Por de- cólogo na UFMG”. Cadernos de Psicologia. Belo cisão da Câmara Departamental, em 2004, este Horizonte, v. 3, n. 1, p. 77-100, jun. 1986. periódico encerrou suas atividades, cedendo GOULART, Í. B. Psicologia da Educação em Minas lugar à revista científi ca eletrônica Gerais: Re- Gerais: histórias do vivido. Tese (Doutorado em vista Interinstitucional de Psicologia. Fruto de Psicologia). Pontifícia Universidade Católica de São uma articulação entre as Instituições Federais Paulo, São Paulo, 1985. de Ensino Superior de Minas Gerais que pos- LEITE, W. S. História e memória da Psicologia em suem curso de graduação e de pós-graduação Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Psicolo- em Psicologia (Universidade Federal de Mi- gia Social). Universidade Federal de Minas Gerais, nas Gerais, Universidade Federal de Juiz de Belo Horizonte, 2005.

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MAHFOUD, M.; MASSIMI, M. “Editorial: O conhe- partir de convênios e acordos de cooperação cimento do homem e do seu psiquismo: desafi os técnica estabelecidos com hospitais da região. do passado e do presente”. Memorandum. v. 15, Desde 2006, a Clínica de Psicologia desenvol- out. 2008, p.1-8. Disponível em: . Acesso recém-formados mais tempo de atendimento em: 19 abr. 2009. e supervisão, com o objetivo de enriquecer PRADO, M. A. M. “O ‘Cadernos de Psicologia’: me- seu fazer profi ssional, a fi m de que possam táfora de um tempo?”. Gerais: Revista Interinsti- entrar no mercado de trabalho mais seguros tucional de Psicologia, v. 1, n. 1, p. 4-7. Disponível e cônscios de suas responsabilidades. Tal pro- em: . Acesso em: 19 abr. 2009. ramento da formação profi ssional dos alunos, como também pela qualidade dos serviços oferecidos à comunidade. O Departamento de Íris Barbosa Goulart Psicologia tem trabalhado na implantação de serviços de atendimento a grupos de família, uma vez que tem observado a necessidade de „ Departamento de Psicologia da intervenções específi cas no âmbito familiar. A ESUDA dispõe de sala de produção cien- Faculdade ESUDA – 1974- tífi ca, sala de estudo individual e de grupo, salas de aula, biblioteca, sala dos professores, O curso de Psicologia da Faculdade Espí- auditório, salas de pesquisa, cine-teatro de rito Santo Uniu Dois Amigos (ESUDA) come- algibeira, salas de vídeo, laboratórios para o çou em 1974, e foi reconhecido pelo Ministério curso de Psicologia de Neurociências e uma da Educação e Cultura quando da formação clínica-escola. da primeira turma, em 1979. A instituição funciona na rua Bispo Cardoso Ayres, s/n, Referências Santo Amaro – Recife/PE. O curso criou nú- DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA DA FACUL- cleos de pesquisa nas diversas áreas da Psico- DADE ESUDA. Acervo de material institucional. logia, sendo a primeira a incluir, na região, em Recife, 1974-2007. sua grade de formação, a disciplina de Neu- BRITO, Â. W. Entrevista concedida a José Renato ropsicologia, que serviu de fundamento para Barros Silva. Recife, 25 out. 2008. a implantação do também primeiro curso de ANJOS, M. dos A. Entrevista concedida a José Re- especialização em Neuropsicologia na região. nato Barros Silva. Recife, 25 out. 2008. A ESUDA criou, em 2008, o núcleo de pós-gra- duação e oferece cursos de especialização lato sensu, além do curso em Psicoterapia Cogni- José Renato Barros Silva tivo-Comportamental; Psicologia Conjugal e Familiar; Psicologia Social e Saúde Mental e Pública; e em Psicologia Clínica. Por ocasião „ Departamento de Psicologia da da implantação do curso de Psicologia, inau- Faculdade Frassinetti do Recife – 2000- gurou-se, também, a Clínica de Psicologia, com o objetivo não só de formar profi ssionais Departamento de Psicologia da Faculdade na área clínica e organizacional, mas também de Filosofi a do Recife (FAFIRE) – 1941- 2000 com o propósito de atender às necessidades Instituto Superior de Pedagogia e Letras da comunidade, realizando atendimento psi- Paula Frassinetti – 1941-1941 coterápico a crianças, adolescentes e adultos, orientação vocacional e plantão psicológico. Atualmente, além de estágios na área de Psi- A Faculdade Frassine i do Recife é uma cologia Clínica, com ênfase em Psicanálise, e instituição de ensino superior privada, cató- Psicologia Organizacional, a clínica oferece lica e fi lantrópica, tendo como mantenedora estágio na área de Psicologia Hospitalar, a a congregação de Santa Doroteia do Brasil.

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Possui cursos de graduação em Pedagogia, em torno de 80 pessoas por mês (individual e Psicologia, Ciências Biológicas, Administra- de grupo) e 40 (primeira vez). Conta com qua- ção, Letras e Turismo, contando com 2.300 tro funcionários e sete supervisores, e cada alunos e 300 funcionários em 2008. Está esta- um pode acompanhar dois grupos de alunos, belecida na avenida Conde da Boa Vista, 921, com média de oito por grupo. A carga horá- Boa Vista, Recife-PE. Antes de ser implanta- ria para o estágio é de 500 horas e ele ocor- do o curso de Psicologia, já funcionava a Clí- re no nono e décimo períodos do curso, nos nica de Conduta, que subsidiava o estágio de turnos manhã e tarde. Orientado para ênfases Pedagogia e prestava serviços psicológicos em Psicologia Clínica Psicossocial e Psicologia à comunidade do Recife, com profi ssionais Organizacional e do trabalho, seus objetivos psicólogos e psiquiatras. Assim, o curso de são uma formação profi ssional que unifi que Psicologia, o segundo implantado na região, ensino, pesquisa e extensão, em uma atuação iniciou suas atividades como uma Clínica de diversifi cada para contextos e campos nas “Conduta”. Possui 555 alunos, 40 professo- perspectivas curativa, preventiva, aperfeiçoa- res, funciona em dois turnos (manhã e tarde) mento e promoção de saúde consoante com as com carga horária de 4.244 horas, mais 286 políticas públicas e de saúde mental vigentes horas de estágio profi ssionalizante, 500 ho- no país, que estão presentes em diversos pro- ras de estágio supervisionado e 180 horas de jetos de extensão comunitária. São oferecidas, atividades acadêmicas, científi cas e culturais. Em 1968 funcionou a primeira turma do cur- na área de psicologia, nove pós-graduações so de Psicologia e a clínica passou a ser deno- lato sensu, sobre Intervenções clínica na abor- minada de Clínica de Psicologia da FAFIRE, dagem psicanalítica; Clínica psicológica junto sendo, atualmente, Clínica Paula Frassine i. à família; Atenção e promoção de saúde da O curso foi reconhecido em 13/11/1972 atra- família: Aspectos psicossociais e clínicos; Psi- vés do Decreto-lei 71.362. Seu novo projeto cologia no âmbito da saúde mental na atenção pedagógico (2008), adequado às novas dire- básica; Psicologia no âmbito da saúde men- trizes curriculares para os cursos de gradua- tal nos serviços especializados; Psicologia no ção no Brasil (Ministério da Educação), con- âmbito da saúde mental na rede de apoio so- cebe a formação de um profi ssional atento ao cial; Psicologia no âmbito da saúde mental na contexto social, comprometido do ponto de gestão de políticas de saúde mental; Interven- vista técnico, ético e político para atender às ção psicossocial com grupos em situação de necessidades emergentes da região Nordes- risco; Análise do discurso: abordagem institu- te, considerando as transformações sociais, cional e da pesquisa qualitativa. A instituição as mudanças de paradigmas, as discrepân- possui as seguintes publicações: Revista Lú- cias econômicas e o sofrimento de diferentes men, desde 1948; Informe FAFIRE, desde 2004; pessoas em situação de risco e vulnerabilida- e Revista FAFIRE, desde 2008. Podemos citar de social. A Clínica Paula Frassine i oferece as edições dos encontros Educação para o Nor- estágios em: Clínica Psicossocial, nas aborda- deste (EDUNE), Fórum FAFIRE de Ideias Con- gens fenomenológica-existencial (abordagem temporâneas, Encontro das Ciências Ambientais, centrada na pessoa e gestalt), Analítica e Psi- e Congresso de Iniciação Científi ca. Ressaltamos cologia Organizacional e do Trabalho, além os eventos do curso de Psicologia: Encontro de prestar serviço a comunidades carentes. Anual de Psicologia, cuja 10ª edição ocorreu Possui oito salas de supervisão, 17 salas de em 2008, e o encontro bimensal Psicologia em atendimento individual, três para grupo, três Foco. salas de ludoterapia, sala de espera, sala de secretaria, coordenação da clínica e outra de coordenação de estágio. Neste local funciona Referências também o laboratório animal. A clínica aten- REGIMENTO DA FACULDADE FRASSINETTI de a crianças, adolescentes, adultos e idosos DO RECIFE. Recife: [s.n], 2004.

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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE PSICO- cluíram o curso em dezembro de 1956, dentre LOGIA – FAFIRE. Recife: [s.n], 2005. eles, Aroldo Rodrigues que, posteriormente, ROSSETO, R. Paula Frassine i “... em bicos de passaria a ter um importante papel na sua his- pés”: fundadora da Congregação das Irmãs de tória. Em 1957, o curso foi transferido para o Santa Doroteia. Lisboa: Lio Braga, 1988. campus, recém-inaugurado, da Gávea, e pas- sou a funcionar no período diurno. De 1957 Maria das Graças Victor Silva a 1966 o IPA foi dirigido pelo padre Antonius Benkö, jesuíta, húngaro, chegado ao Brasil em 1954. Padre Benkö juntou-se a membros de outras instituições, unindo esforços em busca „ Departamento de Psicologia da Pontifícia da regulamentação da profi ssão de psicólo- Universidade Católica do Rio de Janeiro go, elaborando propostas ao Legislativo. Em (PUC-Rio) – 1967 agosto de 1962, a Lei 4.119 institucionalizou a Instituto de Psicologia Aplicada (IPA) – 1953 formação e a profi ssão do psicólogo no país. Em 1963/1964, padre Benkö foi chamado para integrar a comissão responsável pelo registro O profi ssional chamado de psicotécnico dos psicólogos, o que evidenciava a impor- surge em São Paulo, entre 1930 e 1940, com o tância e a representatividade do IPA. Na sua objetivo de tornar a produção mais efi ciente. gestão, ocorreu o início da prestação de ser- No Rio de Janeiro, esse novo profi ssional ga- viços pelo IPA, em dois setores: o Serviço de nhou um lugar em 1947, com a vinda para o Seleção e Orientação Profi ssional e Industrial Brasil de Emílio Mira y López, que passou a (SOPI), futuro Serviço de Orientação e Seleção ministrar um curso intensivo, com a preocu- Profi ssional (SOS); e o Centro de Orientação pação prática de oferecer serviços de orienta- Psicopedagógica (COPP), futura Clínica. Em ção e seleção profi ssional, no recém-fundado 1966, Aroldo Rodrigues assumiu a direção Instituto de Seleção e Orientação Profi ssional e implantou, neste mesmo ano, o primeiro (ISOP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). mestrado em Psicologia do país. Em 1967, a Contrapondo-se a esse caráter eminentemen- estrutura da universidade foi modifi cada, te prático, a Psicologia, como disciplina, é sendo criado o Departamento de Psicologia, ministrada na PUC-Rio a partir de 1941, no e o IPA passou a destinar-se exclusivamente curso de Filosofi a, e de 1943, no curso de Ser- às atividades de estágio. Aroldo Rodrigues viço Social. Em 1953, valorizando a formação criou o setor de pesquisa e os laboratórios de universitária, surgiu o Instituto de Psicologia psicologia social e experimental, de psicologia Aplicada (IPA), que iniciou o primeiro curso fi siológica e de psicologia animal. Em 1968, o de formação de psicólogos do país, dirigido regime de crédito foi implantado no Centro de por Hanns Lippmann de 1953 a 1956. O curso Teologia e Ciências Humanas, do qual o De- pioneiro oferecido pela PUC-Rio não era ofi - partamento de Psicologia faz parte. Em 1969, cial, ou seja, o diploma conferido não poderia Carlos Paes de Barros assumiu a direção, nela ser registrado no MEC. O curso tinha a dura- permanecendo até 1972. Nesta gestão foram ção de três anos e meio, e o corpo docente era criados o setor de psicologia comunitária, que formado por médicos, fi lósofos e educadores. muito se destacou, o Centro de Modifi cação Nilton Campos, catedrático de Psicologia e do Comportamento e o Centro de Treinamen- diretor do Instituto de Psicologia da Univer- to Rogeriano, numa tentativa de incentivar o sidade do Brasil, foi um importante colabo- desenvolvimento de abordagens diferentes rador na implantação do curso, que começou da psicanálise, predominante naquele mo- a ser ministrado no período noturno, nas en- mento. De julho de 1972 a novembro de 1976, fermarias da Santa Casa de Misericórdia. Dos Aroldo Rodrigues dirigiu, pela segunda vez, 36 alunos da primeira turma, apenas sete con- o departamento. Sua preocupação era conso-

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lidar o trabalho do diretor anterior, bem como são oferecidos com área de concentração em iniciar os estudos para criação de um douto- Psicologia Clínica, em quatro linhas de pes- rado conjunto com o Departamento de Edu- quisa: Psicanálise: Clínica e Cultura; Lingua- cação, que posteriormente desvinculou-se do gem e Construção da Subjetividade; Família Departamento de Psicologia, permanecendo e Casal: Estudos Psicossociais e Psicoterapia; apenas como um doutorado em Educação. e Clínica e Neurociências. O departamento Em novembro de 1976, Ângela Biaggio assu- oferece ainda cinco cursos de especialização: miu a direção. Sua gestão durou apenas nove Psicologia Clínica; Psicologia da Saúde; Psi- meses e foi marcada por muitos confl itos com cologia Junguiana: Arte e Imaginário; Terapia profes sores, alunos e técnicos do IPA. Tais de Família e Casal; e Psicologia Clínica com problemas levaram-na a solicitar sua exo- Crianças. A revista Psicologia Clínica: Pós-Gra- neração do cargo. O então reitor padre João duação e Pesquisa, criada em 1986, passa a ser Augusto MacDowell convidou, para assu- denominada Psicologia Clínica, em 2000, sendo mir a direção, Terezinha Féres-Carneiro, cuja publicada semestralmente e encontrando-se, gestão, de 1977 a 1981, foi marcada por mu- hoje, indexada nas mais importantes bases de danças na estrutura do departamento. O IPA dados da área. Há quase seis décadas forman- passou a ser denominado Serviço de Psico- do profi ssionais e pesquisadores, construindo logia Aplicada, e com base na compreensão o conhecimento na área e prestando serviços de que a supervisão de estágio era uma ati- à comunidade, o pioneiro Departamento de vidade docente, os técnicos psicólogos foram Psicologia da PUC-Rio continua exercendo o incentivados a cursar o mestrado, passaram a papel de liderança que sempre lhe coube no ser contratados como docentes e a ministrar cenário da psicologia no Brasil. disciplinas em suas respectivas áreas de espe- cialização. Os psiquiatras e assistentes sociais fi caram como consultores, sem as atribuições Referências de supervisão. Posteriormente, apenas os psi- BENKO, A. “Liberdade e institucionalização”. In: quiatras se mantêm, na medida em que não STUBBE, H.; LANGENBACH, M. (Orgs). História houve possibilidade de o Departamento de da Psicologia no Brasil, Departamento de Psicolo- Serviço Social absorver as assistentes sociais gia PUC-Rio, p. 12-28, 1988. como docentes. A partir destas reformulações, FACULDADES CATÓLICAS. Anuário das Facul- as equipes de estágio do SPA passaram a ser dades Católicas 1941/1942. Rio de Janeiro, 1942. constituídas por um professor-supervisor e FÉRES-CARNEIRO, T. “Memórias do curso de pós- cinco estagiá rios, formato mantido até os dias graduação em Psicologia da PUC-Rio: comemo- de hoje. Nas gestões que se seguiram, o depar- rando seus 40 anos”. Psicologia Clínica, v. 19, n. 1, tamento foi dirigido por Bernard Rangé (1981- p. 217-225, 2007. 1985), Maria Elizabeth Ribeiro (1985-1989), LANGENBACH, M. (Org.). “O Serviço de Psico- Teresa Creusa Negreiros (1989-1991), Maria logia Aplicada (SPA) da PUC-Rio: uma prática em Euchares Mo a (1991-1998), Claudia Garcia debate”. Série Estudos PUC-Rio, n. 10, 1982. (1998-2000) e Ana Maria Rudge (2000-2006), PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO encontrando-se, novamente, desde 2006, sob RIO DE JANEIRO. Anuário da Pontifícia Univer- a direção de Maria Elizabeth Ribeiro. Atual- sidade Católica do Rio de Janeiro 1947/1948. Rio mente, o depar tamento oferece o curso de de Janeiro, 1948. graduação em Formação de Psicólogo. O SPA, órgão responsável pela prática supervisiona- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO da, além do estágio em clínica em diferentes RIO DE JANEIRO. Anuário da Pontifícia Univer- abordagens, oferece também estágios nos sidade Católica do Rio de Janeiro 1968. Rio de Ja- campos educacional, jurídico, organizacional, neiro, 1968. comunitário e da saúde. Os cursos de mes- trado e de doutorado (implantado em 1985) Terezinha Féres-Carneiro

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„ Departamento de Psicologia da psicólogo e licenciatura. O reconhecimento do Universidade de Uberaba (UNIUBE) – curso aconteceu por meio do Decreto 81.026/77. 1988 Nesse período, estiveram na direção do insti- Departamento de Psicologia da FIUBE – tuto: diretora Suely Terezinha de Abreu e vi- 1984-1988 ce-diretora Herilda Pinto Coelho (1974-1978); diretora Élsie Barbosa e vice-diretora Eliane Departamento de Psicologia do Centro de Gonçalves Cordeiro (1978-1982). Em 1982, o Ciências da Saúde da FIUBE – 1982-1984 Instituto de Ciências Humanas foi extinto e Departamento de Psicologia do Instituto criou-se o Centro de Ciências da Saúde (CCS), de Ciências Humanas das Faculdades que incorporou o Departamento de Psicologia, Integradas de Uberaba (FIUBE) – 1972-1982 então coordenado por Angela Marina Kefalás Curso de Psicologia – 1972-1973 Barbosa. Em 1984, quando da extinção do CCS, o departamento passou a funcionar com dire- ção própria, não estando mais subordinado a Instituição de ensino, pesquisa e prestação um instituto ou centro, tendo como diretoras: de serviços, mantida pela Sociedade Educacio- Lídia Queiroz Silva Magnino (1984-1987); Zoé nal Uberabense, de natureza particular e sem Margarida Chaves Vale (1987-1988); Neide fi ns lucrativos. A história da UNIUBE remonta Cunha Andrade (1988-1991); Cibele Chapadei- ao ano de 1940, quando Mário de Ascenção Pal- ro Castro Sales (1991-1996); Leila Maria Ven- mério fundou, em Uberaba, o Lyceu do Triân- ceslau Rodrigues da Cunha (1996-1997); Lídia gulo Mineiro, denominado, mais tarde, Colégio Queiroz Silva Magnino (1987-2005) e Eliane do Triângulo Mineiro. Posteriormente, foi cria- Gonçalves Cordeiro (desde 2005). A Clínica da a Escola Técnica de Comércio do Triângulo de Psicologia Aplicada (CPA) foi implantada Mineiro, que deu origem aos primeiros cursos em 1976, num espaço adaptado, conquistando ligados ao ensino superior. Em 1947, o MEC au- sua sede própria em 1980, no Campus Centro, torizou a criação da Faculdade de Odontologia avenida Guilherme Ferreira, 217. Em 1999, com do Triângulo Mineiro e, até o fi nal da década proposta de focar as ações na prevenção e no seguinte, funcionavam também a Faculdade de trabalho em rede, passou a ser denominada Direito do Triângulo Mineiro (1950) e a Esco- de Clínica Integrada de Docência-Assistência la de Engenharia do Triângulo Mineiro (1956), (CLIDA). Atualmente, compõe um complexo que formaram as Faculdades Integradas de de atenção de especialidades, que desenvolve Uberaba (FIUBE). No ano de 1988, a instituição ações interdisciplinares com os demais cursos foi reconhecida como universidade pelo MEC. da área da saúde. Teve como diretora-geral, de O curso de Psicologia mais antigo da região do 1976 até a extinção da função em 1986, Anto- Triângulo Mineiro nasceu em 1972, como ciclo nia Teresinha da Silva. A direção clínica foi básico junto ao Curso de Direito das Faculda- ocupada, respectivamente, por Francisco Mau- des Integradas de Uberaba (FIUBE). Na ocasião ro Guerra Terra (1976-1978), Eliane Gonçalves de sua criação, foi organizado um currículo Cordeiro (1979-1982), Angela Marina Kefa- com ciclo básico, o mesmo do curso do Direito lás Barbosa (1982-1983), Ilcéia Sônia Maria de já existente. Por essa razão, os alunos tinham Andra de Borba (1983-1986), Lídia Queirós Sil- aulas em conjunto com os do curso de Direito. va Magnino (1986-1989), Maria Abadia Pereira Nesse ciclo básico, não havia conteúdos especí- Ramos (1989-1991), Martha Franco Diniz Hueb fi cos de Psicologia. Com a criação do Instituto (1991-1996), Maria Abadia Pereira Ramos de Ciências Humanas, em 1973, e a autorização (1997-2000), Marisa Terra Cunha do Amaral de funcionamento do curso pelo MEC (Decreto (2000- 2002), Luciana Nogueira Fioroni (2002- 71.356/72), estabeleceu-se o Departamento de 2005) e Bárbara Calife (desde 2005). No primei- Psicologia, que formou a primeira turma em ja- ro momento da história do curso, os estágios neiro de 1976, nas habilitações de formação de centraram-se na área clínica, escolar e organi-

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zacional. Em 1979, foram expandidos para a SUS, cuidando da dimensão pedagógica na comunidade, ampliando-se os convênios com formação dos futuros psicólogos. A UNIUBE instituições, principalmente na área da assis- oferece também um curso de especialização tência social. Do primeiro currículo do curso, em Psicoterapia Psicanalítica, em parceria datado de 1973, até os atuais currículos que com a Sociedade Brasileira de Psicanálise de atendem às diretrizes curriculares do MEC, São Paulo (SBPSP) e um curso de extensão em busca-se a consolidação de uma formação que Terapia Comunitária, para psicólogos da Se- acompanhe as transformações da sociedade, cretaria Municipal da Saúde de Uberaba. Com por meio de uma construção coletiva de pro- relação ao espaço físico, as aulas teóricas e a postas que teve seu marco com a realização prática laboratorial concentram-se no campus de um seminário, em 1996, que apresentou Aeroporto, avenida Nenê Sabino, 1801. De como resultado a Abordagem Estratégica da 1983 a 1985, foram realizados quatro Congres- Universidade de Uberaba e do Curso de Psi- sos Internos da CLIDA. O departamento par- cologia. A partir de então, o modelo de for- ticipou também das Semanas de Seminários mação busca o compromisso com as questões Institucionais (1997-2005), e a de 2004 ocor- individuais e coletivas, além da ampliação dos reu durante a X Reunião Anual da Sociedade espaços de atuação profi ssional do psicólogo, de Psicologia do Triângulo Mineiro (SPTM). para responder às orientações dos fóruns de A partir de 2005, o curso participou da Se- classe e do MEC, bem como às necessidades mana da Luta Antimanicomial e realizou, em sociais. Para tanto, um novo projeto pedagó- agosto, a Semana do Psicólogo, com objetivo gico foi elaborado, dando corpo a uma nova de enriquecimento curricular dos alunos e de estru tura de curso, ainda com o oferecimento comemorar o dia do psicólogo. Desde 2005, de licenciatura e formação de psicólogo, divi- acontece mensalmente o CINETEMA – Psico- dido em dois momentos: o intermediário e o logia e Cinema, em parceria com o Grupo de fi nal, de acordo com os pressupostos da pe- Estudos Psicanalíticos (GREP), cujo objetivo é dagogia do perfi l, que avalia as competências proporcionar debates sobre temas pertinentes do aluno (conhecimentos, habilidades e atitu- à profi ssão do psicólogo e construir habilida- des) no decorrer do processo da formação. Em de de leitura de outros tipos de registro, como 1999, o curso voltou a fazer parte da área da os fi lmes. saúde na universidade, desenvolvendo ativi- dades práticas interdisciplinares nos serviços de saúde sob gestão da UNIUBE: Unidade Referência Básica de Saúde (UBS), Clínicas de Especiali- UNIVERSIDADE DE UBERABA. Evolução de pro- dades (CLIDA) e Hospital Universitário (HU). jeto pedagógico: estudo de caso: Psicologia: a bus- Em 2004, atendendo às diretrizes curricula- ca de maior qualidade. Uberaba, [s.n.], 2005. res do MEC, o curso reformulou seu projeto pedagógico para contemplar os eixos temáti- Eliane Gonçalves Cordeiro cos e unidades temáticas, ampliando a mar- Walter Mariano de Faria Silva Neto gem de autonomia na composição curricular. Em 2006, o curso passou a ser oferecido com quatro mil horas, fortaleceu os fundamentos fi losófi cos, a visão sócio-histórica da profi s- „ Departamento de Psicologia da são, a produção do conhecimento científi co, Universidade do Vale do Rio dos Sinos incorporou a análise institucional, a terapia (UNISINOS) – 1971- comunitária, ampliou os conteúdos de saúde coletiva e políticas públicas e diversifi cou as abordagens clínicas. A clínica de psicologia A Resolução 09/71 de 24 de agosto de 1971, defi niu seu papel na rede de atenção à saúde, assinada pelo professor João Oscar Nedel, tendo como norte os princípios e diretrizes do então reitor da Universidade do Vale do Rio

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dos Sinos, acolhe o parecer do conselho uni- competência mais apurados e rigorosamente versitário de 07/05/1971, de criar o curso de associados à ética profi ssional. Em 1977, Psicologia para entrar em funcionamento em realizou-se uma revisão curricular buscan- 1972. Em 11 de dezembro de 1976, ocorreu do maior cuidado nos pré-requisitos e na o reconhecimento do curso pelo Conselho integração das disciplinas. Em 1980, proce- Federal de Educação. O curso de Psicologia deu-se a novo estudo do currículo, sendo foi o segundo criado no Rio Grande do Sul, as disciplinas agrupadas em: introdutórias; representando, desde sua fundação, uma im- instrumentais e integradoras. Nesse período, portante alternativa de formação e tornando- surgiu uma preocupação em não reforçar a se, ao longo de suas três décadas de existên- separação entre as áreas clínica, escolar e cia, referência para diversos outros cursos de empresarial. Observou-se uma tendência a Psicologia no estado e no país. A fi gura prin- construir e analisar blocos de disciplinas que cipal, no início, foi Aloysio Köehler, psicana- contribuíssem para um conjunto de conheci- lista carusiano e ex-jesuíta, que se tornou o mentos utilizáveis, na prática, de forma mais primeiro chefe do Departamento de Psicolo- unitária. Em 1992, professores do curso par- gia. Em torno dele reuniram-se outros nomes ticiparam do encontro das agências forma- que comporiam o primeiro quadro docente, doras, promovido pelo Conselho Federal de tais como: Tânia M. Sperb, Antônio Veiga, Psicologia, culminando com a Carta de Serra Jurema Alcides Cunha, Blanda Bohrer, Ma- Negra, documento que representa importan- ria Helena Machado, Cláudio Hutz, Tânia te marco histórico de refl exão sobre o pro- Galli, Clarice Averbuck, Heloisa Tone o, cesso de formação profi ssional do psicólogo Rejane Tomatis, Ercy B. Montano, Ida Gus, no Brasil. Este evento, associado a outros Cláudio Osório, Marco Aurélio Benvenu i movimentos internos dos professores e alu- e Luiz Antonio Martins. O curso pertenceu, nos, de intensifi cação das discussões sobre a desde seu início, ao Centro Biomédico, pois formação do psicólogo, teve como resultado entendiam que este apontava para uma linha a formação, em 1995, de uma comissão de re- metodológica mais científi ca e precisa, reti- visão curricular permanente, composta por rando a psicologia de sua proximidade com professores eleitos pelo colegiado do curso e a fi losofi a. A ênfase nos laboratórios refl etia com cinco representantes do corpo discente. a preocupação tecnicista que vinha suprir a A proposta atual expressa a compreensão de demanda por uma psicologia científi ca. No que a formação profi ssional em graduação é período de 1972 a 1976, o Departamento de ampla, teoricamente plural e não tecnicista. psicologia tratou de estruturar seu currículo Logo, é uma proposta política de ação que e buscou reconhecimento ofi cial. A perspec- engloba aspectos sociais, culturais, políticos, tiva que marcou a estruturação curricular es- econômicos etc.; portanto, não é passível de tava articulada à visão hegemônica acerca do ser reduzida a uma listagem de grade cur- ser psicólogo – visão esta na época infl ue nciada ricular. Com o objetivo de dar consistência pelas áreas de aplicação; clínica, escola e em- a esse diferencial, o curso estrutura-se em presa. Dois anos após a abertura do curso, eixos articuladores: saúde, processos de ocorreu a primeira reorganização da sequên- ensino-aprendizagem e relações de trabalho. cia das disciplinas, que evidenciou a separa- É desses eixos que emergem as ênfases – clí- ção entre teoria e prática, passando as disci- nica contemporânea, trabalho, psicologia plinas ditas teóricas para o início do curso, e –, oferecendo aos alunos concentração de as práticas para a parte fi nal. Os anos de 1977 estudos sem perder a dimensão generalis- a 1984 caracterizaram-se como uma fase de ta da formação. Dando continuidade à sua consolidação nos esforços de profi ssionaliza- política de fornecer meios de capacitação à ção dos futuros psicólogos – seguindo ainda região, o Departamento de Psicologia criou, a linha tecnicista da fase inicial do curso – em 2006, o programa de pós-graduação em agora associada a critérios de excelência e Psicologia Clínica.

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Referências serviços com base nas abordagens centradas UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS. na pessoa, psicanálise e logoterapia, além de Estudo da história do currículo no curso de Psicolo- orientação vocacional. Os estudantes recebem gia da UNISINOS. São Leopoldo: UNISINOS, 1995. supervisão com estudos de casos. Na Coor- MORAES, F. A. et. al. Projeto Político Pedagógico denação de Psicologia destacam-se os profes- do Curso de Psicologia da Universidade do Vale sores Walderez Souto Maia (1982-1986), Ana do Rio dos Sinos. São Leopoldo: UNISINOS, 2005. Cristina Loureiro (1986-1988), José Andra- de Costa Filho (1997-1999), Maria do Carmo Ana Maria Gageiro Eulálio – vice (1986-1988), Ângela Maria Nico- le i – vice, Ana Cristina Loureiro (1996-2000), José Andra de Costa Filho (2000-2002), Laércia Maria Bertulino de Medeiros (2005-2009), e „ Departamento de Psicologia da José Andrade Costa Filho – vice (2007-2009); Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) no Departamento de Psicologia, João de Assis – 1977- e Vitalba Cavalcante (1982-1986), Joana D’Arc Pereira de Souza (1997-1999), Wilmar Roberto Gaião (2005-2007 e 2007-2009) e Jorge Dellane Instituição de formação profi ssional, de na- da Silva Brito (2007-2009); na Clínica de Psi- tureza pública mantida pelo estado, foi criado cologia, Joana D’Arc Pereira de Souza (1999- em 1977 com o objetivo de atender às neces- 2000 e 2002- 2003), José Pereira (2003-2005), sidades de formação de professores de ensi- Gutemberg Germano (2007-2009), profi ssio- no profi ssionalizante de segundo e terceiro nais estes que contribuíram e têm contribuído graus, assim como formar psicólogos, contri- para a formação de profi ssionais da ciência buindo para a formação de cidadãos críticos psicológica. São realizações do Departamento e socialmente comprometidos, solidariamente integrados à sociedade, com responsabilidade de Psicologia: seminários de pesquisa; cursos social, comprometimento ético e competên- de extensão; projetos de extensão; exposições cias profi ssionais básicas. Situa-se na rua Ju- e debates. A carga horária destinada à licen- vêncio Arruda, s/n, Centro Universitário de ciatura em psicologia é de 3.640 horas e a de Bodocongó – PB. São oferecidos pelo Depar- formação em psicologia é de 4.546 horas, com tamento de Psicologia os cursos de licenciatu- estágios nas áreas da psicologia clínica, esco- ra e formação em Psicologia com ênfases nas lar, organizacional e social. A instituição conta áreas: clínica, escolar, organizacional e social. com as seguintes publicações: revista Roteiro, O espaço destinado às atividades do curso publicação científi ca anual da pós-graduação de Psicologia compreende dez salas de aulas, da UEPB (1968-1993), hoje inativa, com cará- uma sala de coordenação de curso, outra para ter multiprofi ssional; PSI – Revista de Psicaná- a chefi a de curso, duas secretarias, duas salas lise, Psicossomática e Psicoliteratura, semestral, de vídeo, seis sanitários femininos e mascu- publicada pela UEPB (1998-2002), hoje tam- linos, quatro sanitários para portadores de bém inativa. Esta instituição possui notável necessidades especiais, sala para dinâmica relevância pelo nível de graduação oferecido de grupo, laboratório animal, dez ambientes aos alunos da formação em Psicologia, assim de professores, auditório, dez consultórios como pelo atendimento psicológico especia- de psicologia, sala de coordenação da clínica lizado prestado à população, sobretudo de de psicologia, almoxarifado e arquivo. A clí- condição fi nanceira desfavorável. Foi uma nica de psicologia funciona de segunda a das instituições responsáveis pela realização sexta-feira, nos turnos matutino e vespertino, do III Congresso Norte-Nordeste de Psicolo- oferecendo atendimento psicológico indivi- gia – CONPSI, que ocorreu em João Pessoa, dual gratuito à comunidade. São oferecidos em 2003.

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Referências sa, o Conselho Universitário decretou a cria- COSTA FILHO, J. A. Depoimento concedido a Ma- ção e a implantação do curso de Psicologia na ria do Socorro Brito Mendes. João Pessoa, 25, 26 UEM. As primeiras vagas foram abertas já no set. 2008. vestibular do segundo semestre daquele ano PSI: REVISTA DE PSICANÁLISE, PSICOSSO- e as aulas tiveram seu início em julho. Inicial- MÁTICA E PSICOLITERATURA. Universidade mente o curso funcionava vinculado adminis- Estadual da Paraíba. Semestral. Campina Grande: trativamente ao Departamento de Educação. Edições Caravela, 1998-2002. Em 28 de abril de 1982, o Conselho Universitá- rio determinou a criação do Departamento de ROTEIRO. UEPB. Universidade Estadual da Paraí- Psicologia, que passou a concentrar a maioria ba, Campina Grande, 1968-1993. Anual. dos professores e a centralizar as atividades SANITAS. UEPB. Universidade Estadual da Paraí- administrativas do curso. Entre os professores ba/ CCBS: Centro de Ciências Biológicas e da Saú- que participaram do curso desde seu início, de. Departamento de Psicologia. Campina Grande, vários tinham sido, ou foram posteriormen- 1995-2002. Semestral. te, alunos do programa de pós-graduação em SOUZA, J. D’A. P. de. Depoimento concedido a Psicologia Social da Pontifícia Universidade Maria do Socorro Brito Mendes. João Pessoa, 25, Católica de São Paulo. Outros tinham vínculos 26 set. 2008. intelectuais com as propostas da psicologia UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA social crítica, que tinha, naquele programa, (UEPB). Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2008. mento e de divulgação. Esta ligação desem- UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA penhou um papel decisivo no direcionamen- (UEPB). Projeto Pedagógico da UEPB. João Pessoa, to científi co e político do curso de Psicologia 2008. Mimeo. da UEM. Tomando como ponto de partida as concepções sobre a historicidade dos fenôme- Maria do Socorro Brito nos psicossociais, os profi ssionais envolvidos procuraram implantar um currículo que não reproduzisse o modelo médico-clínico (pre- dominante na formação de psicólogos naque- „ Departamento de Psicologia da le período) e que levasse em conta, também, a Universidade Estadual de Maringá (DPI- realidade socioeconômica da região e do país. UEM) – 1982 - Por este motivo, por opção dos professores, o Curso de Psicologia do Departamento de departamento permaneceu vinculado ao Cen- tro de Ciências Humanas, Letras e Artes e não Educação da Universidade Estadual de foi alocado no Centro de Ciências Biológicas Maringá (DED-UEM) – 1979-1982 e da Saúde, como ocorria em outras institui- ções. Além disso, contrariando a forma de ges- Em março de 1977, o Departamento de tão centralizadora adotada pela universidade Educação (DED) da UEM reuniu um grupo de até então, o departamento passou a permitir quatro professores para darem início aos estu- e a incentivar a participação dos alunos nas dos para a implantação de um curso de Psico- reuniões deliberativas e promoveu a realiza- logia na mesma universidade. Em 28 de abril ção de assembleias, envolvendo professores, de 1977, o DED aprovou por unanimidade a alunos e funcionários, para discussão de suas solicitação de abertura do curso. Estudos mais decisões mais centrais. Num desses eventos, aprofundados sobre a viabilidade de implan- foi aprovado o direcionamento do curso para tação alongaram-se de junho de 1977 até feve- uma psicologia voltada para a maioria da po- reiro de 1979. Em 9 de março do mesmo ano, pulação. Em 1982, os alunos do curso funda- baseado nas aprovações já emitidas pelos Con- ram o primeiro Centro Acadêmico livre, a ser selhos de Administração e de Ensino e Pesqui- reconhecido como órgão de representação dos

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acadêmicos pela UEM. Alguns dos primeiros dezembro de 2008, o DPI-UEM já havia ofer- projetos de pesquisa aprovados e executados tado 18 turmas de cursos de especialização em envolviam moradores da periferia da cidade áreas como Psicanálise, Saúde Mental, Psico- ou eram voltados para as condições dos tra- terapia Comportamental-Cognitiva e Análise balhadores e pretendiam apoiar as reivindica- do Comportamento, Educação Especial e Teo- ções destes por melhores condições de vida. ria Histórico-Cultural. Havia organizado e se- Ocorreu uma tentativa, não efetivada, de uni- diado, além de 11 encontros científi cos locais, fi cação de todos os projetos de pesquisa e de um nacional e três congressos internacionais exten são do departamento. No mesmo perío- de Psicologia. Os projetos de pesquisa e de do, o departamento adotou a proposta de rea- extensão, além de mais numerosos e diversifi - lização de supervisões colegiadas dos estágios cados, passaram a envolver a maioria dos pro- de conclusão do curso. Esta proposta previa a fessores e quantidades crescentes de alunos, elaboração de projetos que integrassem as ati- bolsistas ou não. Em 1996 o departamento vidades das áreas tradicionais de atuação dos passou a publicar a Revista Psicologia em Estu- psicólogos: a clínica, a escolar e a do trabalho. do, que vem se mantendo ativa desde então e Em 1983 o departamento sediou o III Encontro que recebeu, em 2007, a classifi cação A Inter- Nacional da Associação Brasileira de Psicolo- nacional da Coordenação de Aperfeiçoamen- gia Social (ABRAPSO). Ao fi nal do encontro, to de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da passou a exercer, por dois anos, a presidência Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Gra- nacional daquela entidade, antes localizada duação em Psicologia (ANPEPP). Desde 2007 na PUC de São Paulo. Como resultado deste o DPI passou a oferecer também programa de encontro, a comissão organizadora elaborou pós-graduação em Psicologia (PPI-UEM), re- e publicou o primeiro número do Boletim da comendado pela CAPES, o curso de mestra- ABRAPSO que viria a transformar-se, em do. Como fruto das preocupações, propostas 1986, na Revista Psicologia & Sociedade. As pro- e esforços de boa parte dos pioneiros do DPI, postas e as práticas continuaram a ser discuti- a área de concentração do programa, Cons- das e sofreram reformulações. As supervisões tituição do Sujeito e Historicidade, parte da colegiadas passaram a ser uma das possibili- concepção de que o sujeito humano, simulta- dades de organização dos estágios, deixando neamente único e plural, é constituído no en- de ser a única. A realização de assem bleias contro com o outro e com tudo aquilo que foi deixou de ser uma prática corrente. Nos docu- coletivamente instituí do por eles, ao longo de mentos relativos à comemoração dos dez anos suas trajetórias. da implantação do curso, a referência ao dire- cionamento central do curso já apontava para Referências as tentativas de construção de uma psicologia humanizadora e que atingisse todas as cama- BONFIM, E. de M. “Da ideia de criação à realidade: das sociais. Se as preocupações de cunho po- 10 anos de ABRAPSO”. Associação Brasileira de Psi- lítico-participativo decresceram, as atividades cologia Social. Disponível em: . Acesso em: 2 fev. 2008. Acompanhando a política da universidade, o DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA. “Histórico departamento vem sustentando um progra- do Departamento de Psicologia”. Departamento de ma permanente de capacitação dos docentes e Psicologia. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2008. dos quais 24 eram doutores (quatro com pós- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICO- doutorado), 24 mestres e um especialista. En- LOGIA. “Apresentação”. Programa de Pós-Gradua- tre os que possuíam o título de mestre, quatro ção em Psicologia. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2008.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Reito- de vista: de um lado o pressuposto marxista ria. Portaria 723/82 – GRE. Maringá, 29 abr. 1982. de que toda ciência é ideologia, o que exigia UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Rei- um compromisso político-idelógico da psico- toria. Processo 436/77 – Criação do Curso de Psico- logia; de outro lado a concepção que privile- logia na UEM. Vols I (fl s. 1 a 532) e II (fl s. 533 a 595). giava a psicanálise como ciência humana e o Maringá, 1977. seu método terapêutico. Foi no embate destas UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Con- concepções da psicologia e das suas possíveis selho Universitário. Resolução 014/82 – COU. Cria combinações que se originaram os vários ato- o Departamento de Psicologia. Maringá, 28 abr. res do curso de Psicologia da UFPB. O mode- 1982. lo da carreira acadêmica é fortalecido com a implantação em 1975 de um curso de especia- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. De- lização em Metodologia Científi ca, e pela cria- partamento de Psicologia. Ata da primeira reunião ção de um curso de mestrado em Psicologia ordinária do Departamento de Psicologia. Marin- em 1976, com duas áreas de concentração: Psi- gá, 3 maio 1982. cologia Teórico-Experimental e Psicologia Co- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. De- munitária. O curso de especialização, durante partamento de Psicologia. Processo 1.683/89. Proje- o curto período em que funcionou (um ano), to da Semana de Integração “10 anos de Psicologia caracterizou-se como uma preparação para em Maringá”. Maringá, 4 out. 1989. o mestrado e, este, como uma espécie de im- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Rei- pulsionador para novas contratações exigidas toria. Portaria 722/82 – GRE. Maringá, 29 abr. 1982. pelo curso de graduação e para qualifi cação dos professores já contratados. A preocupa- Eduardo A. Tomanik ção com a qualidade de ensino na graduação, refl etida na capacitação dos professores do Saulo Luders Fernandes curso, encontrou eco nos programas insti- tucionais de capacitação docente. Fundado em 1976, com duas áreas de concentração, o „ Departamento de Psicologia da mestrado em Psicologia da UFPB passou por Universidade Federal da Paraíba (UFPB) uma reforma em 1984, a partir da qual foram – 1974- criadas três áreas de concentração: Psicolo- gia Social, Psicologia de Desenvolvimento e Psicologia da Aprendizagem e Saúde Mental A UFPB é situada na Cidade Universitária, (esta assumiu posteriormente a denominação s/n, Campus I, João Pessoa – PB, cujo estatuto Psicanálise, não se sabe se foi apenas o nome foi aprovado pela Câmara de Educação Supe- que mudou ou se seu conteúdo também foi rior do Conselho Nacional de Educação (pare- alterado). Em 1992, em função de recomenda- cer de 21 de novembro de 2002) e pelo minis- ções de comitê da avaliação da Coordenação tro da Educação (Portaria 3.198, de 21/11/2002, de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Su- publicada no DOU e retifi cada no DOU de perior (CAPES), o colegiado do curso promo- 2002). O curso de graduação em Psicologia da veu várias reformulações no elenco das linhas UFPB foi fundado em 1974 e seus primeiros de pesquisa e na estrutura curricular. Desde professores pertenciam ao Departamento de então, o mestrado em Psicologia Social passou Psicologia da antiga Faculdade de Filosofi a a contar com duas linhas de pesquisa: Homem da Paraíba. A ênfase inicial da formação em e sociedade e Cognição e Interação Social. Psicologia era a do modelo clínico. O falso O mestrado se propõe a conhecer as maneiras antagonismo entre clínica e pesquisa parecia pelas quais o homem produz o meio social e espelhar as divergências entre concepções de é produzido por ele, tendo como referência a psicologia presentes no início do curso. Exis- realidade sociopolítica e econômica da região tia uma discussão em torno de dois pontos Nordeste. A partir de 2003 criou-se, juntamen-

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te com a Universidade Federal do Rio Grande outro profi ssional. A estrutura física da UFPB do Norte (UFRN), o Programa Institucional de dispõe de instalações acadêmicas, adminis- Pós-Graduação em Psicologia Social. Graças a trativas e de lazer, compreendendo uma área uma capacitação docente que possibilitou o de 3.655.500 m². Para a licenciatura e forma- aumento do número de doutores no departa- ção em Psicologia, são dispostas dez salas de mento, há perspectivas de inserção de novas aulas, uma coordenação de curso, um depar- áreas de concentração no mestrado e abertura tamento de curso; ambientes de professores, de cursos de especialização (2008). O Depar- dois auditórios, uma secretaria e uma sala de tamento de Psicologia da UFPB integra uma coordenação da Clínica de Psicologia, oito sa- instituição pública de ensino superior e de las de atendimento psicológico, uma sala de natureza pública federal. Mantida pelo go- atendimento grupal, uma sala de supervisão, verno federal, tem como objetivo promover o uma biblioteca. desenvolvimento socioeconômico da Paraíba, do Nordeste e do Brasil. Para tanto, se propõe, Referências na sua área de competência, a empreender ações visando especifi camente aos seguintes GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Educação resultados: formar profi ssionais nos níveis de e Cultura. Conselho Estadual de Cultura. Disponí- ensino médio, superior e de pós-graduação; vel em: . Acesso em: e pautar as suas atividades acadêmicas pela 26 set. 2008. busca do progresso das ciências, letras e artes. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB). Na área de psicologia os eventos são promovi- Estatuto da UFPB. Disponível em: . Acesso em: atividades como encontros de iniciação cientí- 23 set. 2008. fi ca, de extensão, simpósios, congressos, ciclo UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB). de palestras, ciclo de jornadas, seminários de Plano de Desenvolvimento Institucional 2005- extensão e pesquisa, mesas-redondas e come- 2008. João Pessoa: UFPB, jul 2006. moração do dia do psicólogo. Em 1989 orga- nizou a Semana Nordestina de Psicologia – Rejane Sousa da Silva SENEP, promovida pelos Departamentos de Psicologia da região Nordeste e, em 2003, foi uma das instituições responsáveis pela reali- zação do III Congresso Norte-Nordeste de Psi- „ Departamento de Psicologia da cologia – CONPSI. Em 2008 o Curso de Psico- Universidade Federal de Juiz de Fora logia da UFPB era oferecido no Campus I pelo (UFJF) – 1977- Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), estruturado de forma a existir um Departamento de Psicologia, uma Coordena- Parte integrante do Instituto de Ciências ção de Psicologia e uma Clínica de Psicologia, Humanas (ICH) da Universidade Federal de que por sua vez oferece estágio nas áreas clí- Juiz de Fora (UFJF), o Departamento de Psico- nica, organizacional e escolar. Na Clínica de logia da UFJF está situado no campus univer- Psicologia são realizadas atividades de psico- sitário desta mesma instituição e conta atual- terapia individual nas seguintes abordagens: mente com 16 docentes efetivos, todos eles em centrada na pessoa, cognitivo-comportamen- regime de dedicação exclusiva, e três funcio- tal, gestal erapia e psicanálise. Além disso, nários administrativos. No plano formal, a são realizados plantões psicológicos, com o criação do Departamento de Psicologia deve objetivo de proporcionar uma escuta da ne- ser entendida como um desmembramento do cessidade emergencial do atendido, sendo em Departamento de Filosofi a, que decorreu de seguida realizado seu encaminhamento para um contexto mais amplo de reforma geral na

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estrutura departamental da UFJF, aprovada outubro de 1991, quando o Conselho Univer- pelo Parecer 2.693/76 do Conselho Federal de sitário da UFJF, pela Resolução 15/91, fi nal- Educação. Ofi cialmente, suas atividades tive- mente aprovou, por unanimidade, a criação ram início no dia 1º de março de 1977, sob a do curso de Psicologia. O objetivo central do chefi a da professora Miriam Regina Souza Mo- curso era oferecer à comunidade uma forma- reira. O departamento era inicialmente com- ção de caráter generalista em Psicologia, que posto por apenas quatro professores: Alonso poderia ser realizada em duas formas básicas: Augusto Moreira Filho, Carlos Alberto Tarchi o Bacharelado em Psicologia, voltado para o Crivellari e Mauro Dâmaso de Oliveira, além magistério ou a carreira acadêmica, e a For- da professora anteriormente referida. No pro- mação do Psicólogo, que visava, sobretudo, cesso de criação do departamento, uma fi gura à habilitação profi ssional para o mercado de que merece destaque é o padre Jaime Snoeck trabalho específi co do psicólogo. Em março de (Cornelis Jacobus Snoeck), então professor do 1992, quando o curso entrou efetivamente em Departamento de Filosofi a. Foi ele quem pri- funcionamento, o Departamento de Psicologia meiro idealizou a existência de um curso de contava com apenas sete professores efetivos Psicologia na UFJF e, posteriormente, lutou que, pela contribuição para o desenvolvimen- pela criação de um departamento autônomo to do departamento, merecem ser aqui lem- de Psicologia, ainda que tenha permanecido brados: Alonso Augusto Moreira Filho, Carlos em seu departamento de origem. Nos seus Alberto Tarchi Crivellari, Leila Guimarães de primeiros anos de existência, o Departamen- Castilho, Marcos Emanoel Pereira, Maria do to de Psicologia tinha como objetivo principal Carmo Mo a Salles, Neide Cordeiro de Ma- oferecer disciplinas de cunho psicológico para galhães e Sônia Maria Guedes Gondim. Outro vários cursos da UFJF que as demandavam, evento marcante na história do Departamento como, por exemplo, o de Filosofi a, o de Serviço de Psicologia foi a criação do Centro de Psi- Social e o de Enfermagem. Vale ressaltar que cologia Aplicada (CPA) – ofi cializada em 24 essas disciplinas já existiam desde 1972, apro- de junho de 1997, pela Resolução 53/97 do vadas pela Resolução 108/72 da Câmara de Conselho Universitário da UFJF –, sob a coor- Ensino da UFJF, e eram oferecidas pelo Depar- denação da professora Maria do Carmo Mot- tamento de Filosofi a que, sob a liderança do ta Salles. No entanto, o centro já funcionava padre Jaime, propunha iniciativas que favore- extraofi cialmente desde abril de 1996, época cessem a criação de um curso de Psicologia. em que o Departamento de Psicologia ainda Sem dúvida alguma, o evento mais signifi cati- estava lutando para assegurar e ofi cializar seu vo na história do Departamento de Psicologia espaço de funcionamento. O CPA se situa fora foi a criação do curso de Psicologia. Após duas do campus universitário, em uma residência tentativas do Departamento de Filosofi a, uma pertencente ao patrimônio da UFJF, localiza- em 1972 e outra em 1975, ambas sem êxito, foi da na rua Santos Dumont, 214, bairro Gram- somente em 1988 que surgiu uma nova ini- bery. Sua criação teve como objetivo atender ciativa de implantação de um curso de Psico- inicialmente a uma dupla demanda. De um logia na UFJF. Com uma comissão composta lado, havia necessidades internas do curso de pelos chefes dos departamentos de Psicologia Psicologia, ligadas, sobretudo, às áreas de es- (professora Leila Guimarães de Castilho) e de tágio supervisionado e treinamento profi ssio- Ciências Sociais (professora Helena Mendes nal. De outro, havia também uma preocupa- Meireles) – contando com o empenho da dire- ção em oferecer à comunidade alguns serviços ção do então Instituto de Ciências Humanas psicológicos. Posteriormente, porém, essas e de Letras (ICHL), professora Maria Vitória atividades foram em grande parte vinculadas Arantes – deu-se início, em 11 de abril deste a projetos de pesquisa específi cos, tornando o mesmo ano, ao processo de criação do curso CPA um espaço integrado de ensino-pesqui- de Psicologia, Processo 23071.013549/89-86. sa-exten são. Atualmente, as atividades ofere- Esse processo teve seu desfecho no dia 7 de cidas pelo CPA podem ser classifi cadas nas

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áreas de psicologia clínica individual e de gru- UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA. po, psicologia educacional/escolar, psicologia Arquivos da Secretaria do Instituto de Ciências organizacional e do trabalho, incluindo tam- Humanas. Juiz de Fora, 1969-1990. bém a orientação vocacional. Também vincu- UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA. lados ao departamento encontram-se quatro Processo de Criação do Curso de Psicologia. Pro- núcleos de pesquisa: Núcleo de Estudos e cesso 23071.013549/89-86. Juiz de Fora, 1988. Pesquisa em Subjetividade e Cultura, Núcleo Interdisciplinar de Investigação Psicossomáti- Saulo de Freitas Araujo ca (NUIPSO), Núcleo de Pesquisa em Desen- volvimento Humano e Relações Interpessoais, Polo de Pesquisa em Psicologia Social e Saúde Coletiva (POPSS). O departamento vem tam- „ Departamento de Psicologia da bém realizando, desde o ano de 2001, um im- Universidade Federal de Mato Grosso do portante trabalho em parceria com o Hospital Sul (UFMS) – 1993 Universitária (HU) da UFJF na área de psico- Curso de Psicologia do Centro Universitário logia hospitalar. Desse trabalho de cooperação de Corumbá (CEUC) – 1981-1993 mútua resultou o programa de Residência em Curso de Psicologia do Instituto Superior de Psicologia Hospitalar e da Saúde, que entrou Pedagogia de Corumbá (ISPC) – 1967-1981 em funcionamento no primeiro semestre de 2004. A residência oferece duas vagas anuais e tem uma duração de dois anos. O depar- O Instituto Superior de Pedagogia de Co- tamento oferece atualmente dois cursos de rumbá (ISPC) foi criado em 1967, em Corum- pós-graduação lato sensu: especialização em bá. Na ocasião foi autorizado, pelo Conselho Psicologia e Desenvolvimento Humano, em Estadual de Educação de Mato Grosso, o cur- funcionamento desde 2002, e especialização so de Psicologia, com habilitação em licen- em Psicanálise: Subjetividade e Cultura, cujas ciatura plena, junto com outras licenciaturas, atividades se iniciaram em 2006. Implantou, com a fi nalidade de formar profi ssionais ca- em 2008, uma pós-graduação stricto sensu – o pacitados para o exercício do magistério. Em mestrado em Psicologia –, com duas linhas 1972 ocorreu a formatura da primeira turma de pesquisa: 1) Desenvolvimento Humano e do curso de Psicologia – licenciatura plena, Processos Socioeducativos; 2) Processos Psi- reconhecido pelo Decreto Estadual 72.832, cossociais em Saúde. Estão previstos o estabe- de 25/09/1973. Devido às reivindicações da lecimento de uma terceira linha de pesquisa comunidade e em decorrência das restrições (Fundamentos Históricos, Filosófi cos e Meto- do campo do magistério para a licenciatura dológicos da Psicologia), bem como a conso- em Psicologia, foi autorizado pelo Conselho lidação e a ampliação geral do programa de Estadual de Educação de Mato Grosso, atra- pós-graduação. vés da Resolução CEE/MT 9, de 13/08/1975, o funcionamento de uma nova habilitação: a formação de psicólogo. Surgiu, assim, a ne- Referências cessidade da implantação da clínica-escola, a CASTILHO, L. G. Entrevista concedida a Saulo de fi m de apoiar a formação do futuro psicólogo, Freitas Araujo. Juiz de Fora, 17 jan. 2007. oferecendo a este experiência com relação ao CRIVELLARI, C. A. T. Entrevista concedida a Sau- trabalho profi ssional. A Clínica de Psicologia lo de Freitas Araujo. Juiz de Fora, 16 jan. 2007. foi inaugurada em 16 de março de 1981, por DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA DA UFJF. Li- meio da Instrução de Serviço 20/1981, da dire- vro de Atas. Livro I. Juiz de Fora, 1977-1989. ção do então Centro Universitário de Corum- DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA DA UFJF. Li- bá (CEUC), para a realização de atividades vro de Atas. Livro II. Juiz de Fora, 1989-1996. práticas de disciplinas e estágios supervisio-

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nados nas áreas: clínica, escolar e industrial, por isso, a sua clientela acadêmica era bastante ainda que as instalações fossem precárias. diversifi cada, pois mais da metade do seu alu- Após inces santes lutas dos corpos docente e nado (54,1%) era proveniente das mais diver- discente, o curso de Psicologia – formação de sas localidades do Brasil e até de outros países. psicólogo foi reconhecido pela Portaria MEC O corpo docente do curso de Psicologia – For- 18, de 09/01/1982, publicada no Diário Ofi - mação de Psicólogo/CPAN tem desenvolvido cial da União (DOU), de 12/01/1982. O curso atividades de pesquisa e exten são com seus de Psicologia, com o reconhecimento da ha- acadêmicos, incentivando-os a ter uma postu- bilitação de formação de psicólogo, tomou ra científi ca, atendendo à demanda dos diver- um impulso maior, cresceu, desenvolveu e sos setores da comunidade, facilitando a inser- fortaleceu-se e, como consequência, a clientela ção do futuro profi ssional em diferentes áreas acadêmica tornou-se mais estável. A demanda de atuação e cumprindo, dessa forma, com da comunidade veio ampliar os serviços psi- os seus objetivos e a missão da universidade cológicos, sendo então necessário aumentar (ensino, pesquisa e extensão), bem como a sua o espaço físico da clínica-escola e, em 1985, integração com a comunidade. Atualmente, o foi inaugurado o Núcleo de Psicologia, como Campus do Pantanal (CPAN) sedia o curso de órgão suplementar da UFMS, ligado à então Psicologia – Formação de Psicólogo, da Fun- Pró-Reitoria de Extensão e Serviços Comuni- dação Universidade Federal de Mato Grosso tários (PRESC). Em 1988 foi inaugurado um do Sul (UFMS), na cidade de Corumbá – MS. bloco especifi camente construído para este núcleo, por intermédio do projeto FAS (Fundo de Assistência Social). A partir de então se rea- Referências liza bienalmente o Congresso de Psicologia. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Além da clínica-escola, o curso de Psicologia DO SUL (UFMS). Curso de Psicologia de Corumbá. conta com as instalações do Laboratório de Livros de Atas e Documentos dos Arquivos. Co- Psicologia, local onde são desenvolvidas as rumbá, 1967-2008. aulas práticas das disciplinas básicas do cur- INSTITUTO PEDAGÓGICO DE CORUMBÁ. Li- rículo. Em 1993, passou a funcionar no CEUC vros de Atas e Documentos dos Arquivos. Corum- o Departamento de Psicologia (DPS), ofere- bá, 1967-2008. cendo disciplinas para o curso de Psicologia e para as licenciaturas. O curso de Psicologia / Wilson Ferreira de Melo CEUC ofertou, até 1995, as duas habilitações: Alexandra Ayach Anache licenciatura plena e formação de psicólogo. Nos últimos cinco anos da década de 1990, com a reformulação do 2º grau pelo sistema estadual de ensino de Mato Grosso do Sul e „ Departamento de Psicologia da com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Universidade Federal de Pernambuco Educação Nacional 9.394/1996 – LDB, houve (UFPE) – 1971- uma retração do mercado de trabalho para a Departamento de Psicologia do Instituto de habilitação em licen ciatura plena. Após estu- Filosofi a e Ciências Humanas – 1968-1971 dos junto à comunidade universitária, deci- Divisão de Psicologia do Instituto de diu-se suspender temporariamente as vagas do concurso vestibular para a habilitação de Ciências do Homem – 1963-1968 licenciatura plena. Desde 1991, o número de vagas anuais passou de 20 para 35, sendo re- O Departamento de Psicologia da UFPE, gularmente preen chidas. Vale destacar que, instituição pública, de formação, sediado na até o ano de 2000, o curso de Psicologia/CEUC avenida Acadêmico Hélio Ramos, s/n, 9º an- era o único de caráter público neste estado e, dar, Cidade Universitária, Recife – PE, tem

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suas origens na Divisão de Psicologia do Insti- serviço de atendimento psicológico ligado às tuto de Ciências do Homem, criada em 1963. diferentes especializações dos professores do Como decorrência da reforma universitária departamento. Enquanto clínica-escola, ligada ocorrida em 1968, o Instituto de Ciências do a uma instituição universitária, ela tem contri- Homem foi denominado Instituto de Filosofi a buído para a formação de alunos do curso de e Ciências Humanas e, apesar das propostas graduação em Psicologia na medida em que, de extinção, a Divisão de Psicologia perma- além de oferecer um local de estágio (com neceu como Departamento de Psicologia do ênfase nas abordagens psicanalítica, centra- Instituto desde 1971. O curso de Psicologia da na pessoa e existencial-fenomenológica), teve seu projeto de implantação relatado pelo desenvolve outras atividades, tais como: reu- professor Paulo da Silveira Rosas, em colabo- niões de estudo de casos, de supervisão, do ração com os docentes do Departamento de setor de recepção, grupos de estudo e de in- Psicologia da época, Maria Auxiliadora Costa tercâmbio, além de trazer profi ssionais cujas Pinto Cabral de Moura e Sandro Meira. Enca- produções possam enriquecer os trabalhos ali minhado ao então reitor da UFPE, professor desenvolvidos. Fazem parte do departamento Murilo Barros Guimarães, em 14 de maio o Programa de Pós-Graduação em Psicologia de 1970 recebeu autorização para funcionar Cognitiva (mestrado e doutorado), criado em através do Parecer 74/70, de 03/11/1970, do 1976, tendo como primeiro coordenador o Conselho Coordenador de Ensino e Pesqui- professor Waldecyr C. de Araújo Pereira, e o sa (CCEP) da Universidade Federal de Per- Programa de Pós-Graduação em Psicologia nambuco (UFPE). Na ocasião, o estatuto da (mestrado), criado em 2005, tendo como coor- UFPE previa que a forma de ingresso dos denadora atual a professora Maria Isabel Pa- alunos para o curso de sua preferência ocor- trício de Carvalho Pedrosa. O departamento reria através de uma das quatro áreas do ci- conta, ainda, com um Laboratório de Psico- clo geral. Contrariando a expectativa de que logia Experimental, que atende à graduação e os alunos que quisessem ingressar no curso pós-graduação em Psicologia, onde são desen- de Psicologia o fi zessem através de vestibular volvidas pesquisas na área de neurociências. para o ciclo geral da área I (fi losofi a e ciências humanas), tal ingresso ocorria através do ci- Referência clo geral da área III (ciências biológicas). Sua ROSAS, P. Memória da Psicologia em Pernambu- primeira turma começou a funcionar em 1971. co. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2001. O curso de Psicologia foi reconhecido em 1977 pelo Conselho Federal de Educação (CNE), Decreto 79.942, de 13/07/1977, com habilita- Telma Avelar ções em formação de psicólogo e bacharelado. Em 2008 ofereceu 80 vagas para ingresso via vestibular, divididas em duas entradas (40 em „ Departamento de Psicologia da cada uma), apresentando uma média de 400 Universidade Federal de Santa Catarina alunos por semestre. O departamento ocupa (UFSC) – 1968- três andares do atual Centro de Filosofi a e Ciências Humanas – CFCH (7º andar – Clínica Psicológica, 8º andar – Pós-Graduação em Psi- As décadas de 1950 e 1960 representaram cologia Cognitiva e 9º andar – Pós-Graduação em Santa Catarina, assim como em todo o em Psicologia, laboratórios e setor administra- Brasil, um momento de crescente urbaniza- tivo). A Clínica Psicológica da UFPE foi criada ção, devido às exigências de modernização do em 1980 com o objetivo de servir de campo de país, implementadas pela ênfase no naciona- estágio curricular aos alunos de Psicologia, lismo e no populismo. Paralelamente, ocorre oferecendo prioritariamente à comunidade no Estado um período de efervescência cul- universitária e circunvizinha do campus um tural, produzindo o que os historiadores de-

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nominaram modernismo tardio, com a orga- as exigências de seu crescimento sociocultural nização de grupos de intelectuais e artistas. trouxeram como um dos desdobramentos a Este contexto demandou a criação de espaços necessidade de atuação de psicólogos em dife- de formação intelectual e profi ssional, desdo- rentes frentes: no recrutamento e seleção das brando-se na crítica ao ensino elitista até então indústrias, na classifi cação e intervenção junto instituído e em reivindicações por vagas nos às pessoas com difi culdades de aprendiza- cursos superiores por parte da classe média. gem nas escolas, bem como na área da saúde A primeira faculdade criada em Santa Catari- mental. Havia, assim, uma demanda por es- na foi a de Direito, em 1932. A partir de en- ses profi ssionais e, ao mesmo tempo, uma ca- tão, surgiram outras, como a de Administra- rência destes. Os psicólogos que atuavam em ção e Finanças, a de Farmácia e Odontologia, Santa Catarina, até então, eram formados em a de Filosofi a, Ciências e Letras, a de Serviço outros estados, principalmente no Rio Grande Social, a de Medicina e a de Engenharia. Se- do Sul e em São Paulo. Desde a promulgação guindo a tendência nacional, Santa Catarina da Lei 4.119, de 1962, que regulamentou a pro- ansiava pela unifi cação das diversas faculda- fi ssão de psicólogo e criou os cursos de Psico- des em uma única universidade – luta que logia no Brasil, em muitos estados brasileiros resultou, em 1960, na criação da Universida- ocorreu uma rápida expansão destes cursos. de Federal de Santa Catarina (UFSC), através Contudo, em Santa Catarina, isto se fez tardia- da Lei 3.849 da Presidência da República. Em mente. Aos poucos, os professores do depar- Santa Catarina, os anos de 1960 e 1970 carac- tamento passam a reivindicar a criação de um terizaram-se pelo desenvolvimento planejado, curso de Psicologia. O reitor da UFSC, Gaspar através dos planos de meta dos governos, que Stemmer, através da Portaria 894, de 1976, no- visavam a melhorias nas condições de vida, meou um grupo de trabalho, composto pelos à criação de infraestrutura e à expansão eco- professores Emiliana Cardoso da Silva, Ro- nômica agrícola e industrial. Dessa forma, o berto Caetano Castiglia, Mara Coelho Lago e investimento na qualifi cação da mão de obra Vera Lúcia Rocha, encarregados de estudar a ocorreu com a expansão de cursos na UFSC. viabilidade da implantação do curso. O grupo Neste período, a ditadura militar, a fi m de ga- realizou uma série de atividades de pesquisa: rantir o desenvolvimento nacional e a trans- uma verifi cação, junto ao Conselho Regional formação do Brasil em uma potência para a de Psicologia 7ª Região (CRP-07), sobre os psi- competitiva Guerra Fria, precisava instituir cólogos que atuavam em Santa Catarina, ten- mudanças nas universidades, visando à sua do constatado que, até aquele ano, existiam maior efi ciência e produtividade. Realizou somente 15 profi ssionais; promoveu aplica- isso através da reforma universitária de 1968, ção de questionário em amostra aleatória de segundo modelo imposto pelos Estados Uni- 25% de alunos de 2ª e 3ª séries do 2º grau, e dos, que atrelou o desenvolvimento da nação em torno de 18% demonstravam inte resse em ao jogo de economia comandada pelos or- cursar Psicologia; realizou análise do mercado ganismos internacionais. A UFSC teve de se de trabalho em diferentes regiões do estado, adaptar à reforma universitária, com vistas a com a aplicação de questionários, constatando sua dita modernização. Desde 1956, a disci- a existência de demanda por atua ção de psi- plina de Psicologia começou a ser ministrada cólogos na área industrial, escolar e clínica. na Faculdade de Filo sofi a. Professores foram A conclusão do relatório foi favorável à aber- aos poucos contratados e começaram a dar tura do curso de Psicologia, considerada uma aulas também para a Pedagogia e Serviço So- medida de justiça social, pois muitos alunos cial, entre outros cursos. Em 1968, devido às que demonstraram interesse em cursar psico- exigências da reforma, foi criado o Departa- logia eram carentes e não teriam como se loco- mento de Psicologia, sendo vinculados a ele mover para outros estados, além da existência os professores antes pertencentes à cátedra de de um mercado de trabalho aberto à absorção Psicologia. A expansão econômica do estado e deste profi ssional. O curso de Psicologia da

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UFSC, pioneiro neste estado, foi criado em CAMPOS, R. H. F. Estudos em História da Psicolo- 1977, com base no Parecer 224, de 03/05/1977, gia. São Paulo: EDUC, 1999. do Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP/ MANCEBO, D. “História dos cursos de Psicologia UFSC), e autorizado pelo Ofício 2.269/77, do no Rio de Janeiro (1953-1979): aspectos metodológi- secretário-geral do Ministério da Educação e cos”. In: GUEDES, M. C.; CAMPOS, R. H. F. Estu- Cultura (MEC), de 19/09/1977, bem como pela dos em História da Psicologia. São Paulo: EDUC, Portaria 425/78/GR, de 10/10/1978. Seu reco- 1999. nhecimento ocorreu em 1983, pelo Parecer SANTOS, S. C. (Org). Santa Catarina no Século 498/83, de 06/10/1983 do Conselho Federal de XX: ensaios e memória fotográfi ca. Florianópolis: Educação (CFE) e Portaria Ministerial 451/83, UFSC: FCC, 2000. de 21/11/1983 da Presidência da República. SILVA, E. L. Pequena História da Universidade Tem por objetivos formar licenciados, bacha- Federal de Santa Catarina. Disponível em: . Acesso em: 15 réis e psicólogos, capacitados, respectivamen- maio 2007. te, para lecionar Psicologia nos cursos de nível médio, realizar pesquisas na área da Psicolo- SILVA, E. S. C. Entrevista concedida a Daniela Ri- beiro Schneider. Florianópolis, 10 ago. 2000. gia e atuar nos diversos campos de interven- ção da profi ssão. Sua primeira turma ingres- SILVA, E. S. C. Entrevista concedida a José Baus. sou em 1978 e formou-se em 1982. Junto com o Florianópolis, 15 mar. 1989. curso foi constituído o Serviço de Atendimen- UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATA- to Psicológico da UFSC, que até nossos dias RINA. Catálogo de Graduação – 1979/80. Florianó- polis: UFSC, 1980. oferece, além de local de estágio, diferentes modalidades de atendimento psicológico, de UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATA- forma gratuita, para a população de Florianó- RINA. Departamento de Psicologia. Disponível em: < h p://www.c .ufsc.br/psicologia/>. Acesso polis. O curso de Psicologia da UFSC mudou em: 25 maio 2007. o cenário da profi ssão no estado, pois o nú- mero de psicólogos cresceu geometricamente, estabelecendo um espaço de reconhecimento Daniela Ribeiro Schneider e legitimação da profi ssão. Em 1995, através da Resolução 57/CEPE/UFSC, de 06/12/1994, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP), hoje oferecendo as modali- „ Departamento de Psicologia da dades de mestrado e doutorado, contribuindo Universidade Federal do Ceará (UFC) na qualifi cação dos profi ssionais de psicologia – 1981- e na formação de pesquisadores e docentes. O Departamento de Psicologia conta atual- Instituição pública, de formação, sediado mente com 43 professores, nove núcleos de na avenida da Universidade, 2.762, Benfi ca, estudos e dez laboratórios de pesquisa, e tem Fortaleza – CE, foi um projeto defendido pelo uma signifi cativa produção em investigação e então pró-reitor de Ensino de Graduação, em extensão, sendo reconhecido pela sua con- Antonio Gomes Pereira, na 15ª Sessão Extra- tribuição para a consolidação da psicologia ordinária do Conselho Central de Coordena- brasileira. ção da UFC, em 25 de outubro de 1973. Apro- veitando brechas da Lei 5.540, de 28/11/1968, Referências que defi nia novas regras para a organização e CASTIGLIA, R. Entrevista concedida a Célio Mo- o funcionamento do ensino superior, que pro- raes. Florianópolis, 25 mar. 1989. porciona o ensino tecnicista em detrimento de GOMES, W. B.; LHULLIER, C.; LEITE, O. “Das pri- uma visão humanista, o pró-reitor defendeu e meiras disciplinas aos primeiros cursos de Psico- obteve aprovação da oferta de 30 vagas para logia no Rio Grande do Sul”. In: GUEDES, M. C.; o, ainda inexistente, curso de Psicologia. Seu

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anteprojeto, elaborado por Gláucia Maria de „ Departamento de Psicologia da Menezes Ferreira, Edda Augusta Quirino Universidade Federal do Maranhão Simões e Maria do Carmo Guedes, foi apro- (DEPSI/UFMA) – 1982 - vado apenas em 26/03/1975, através da Re- Departamento de Psicologia e Biologia – solução 314 do Conselho Universitário, que 1979-1982 autorizava o funcionamento do curso para Departamento de Psicologia – 1970-1979 formação de psicólogo, com habilitações nas áreas de Psicologia Clínica e Psicologia Esco- lar, e licenciado em Psicologia. Neste momen- Localizado na avenida dos Portugueses, to duas turmas já estavam matriculadas. Em s/n, Campus Universitário do Bacanga, São 17/04/1980, através da Portaria 259, tendo em Luís – MA, foi criado em 1970 na nova con- vista o Parecer 214/80 do Conselho Federal cepção acadêmica decorrente da reforma uni- de Educação, o curso de Psicologia foi reco- versitária de 1967, subordinado ao Instituto nhecido, com habilitações em licenciatura e de Filosofi a e Ciências Humanas. Em 1972, em formação de psicólogo. Em 20/11/1981, a as disciplinas de Psicologia da Educação e Resolução 12/CONSUNI, assinada pelo vice- Psicologia Educacional, bem como seus pro- reitor em exercício José Anchieta Esmeraldo fessores, foram retirados do Departamento de Barreto, criou o Departamento de Psicologia Psicologia e levados para compor o Departa- da UFC, permanecendo o curso sob respon- mento de Educação. O Departamento de Psi- sabilidade do Centro de Humanidades da cologia fi cou com um número de professores Universidade Federal do Ceará. O Programa insufi ciente para seu funcionamento, o que de Pós-Graduação em Psicologia UFC conta ocasionou a sua fusão, em 1979, com o Depar- com o curso de mestrado acadêmico em Psi- tamento de Biologia, passando a denomi nar- cologia, criado em 2002, e possui três linhas se então Departamento de Psicologia e Biolo- de pesquisa: Psicanálise, Práticas Clínicas gia, sendo os dois departamentos novamente e Epistemologia das Psicologias; Cultura e desmembrados em 1982. Este departamento Subjetividades Contemporâneas e Processos foi composto inicialmente por cinco docentes de Mediação: trabalho, atividade e interação que, embora não fossem psicólogos, ministra- social. O programa está vinculado ao Depar- vam disciplinas de Psicologia em quase todos tamento de Psicologia da UFC, uma das uni- os cursos de graduação da UFMA. A profes- dades acadêmicas do Centro de Humanida- sora Mundicarmo Maria Rocha Ferre i foi a des. Mantém vínculo estreito com a graduação primeira chefe de departamento (pró-tempore) em Psicologia e com os núcleos e laboratórios e em 1970 foi eleita a professora Terezinha de de extensão e pesquisa, que integram o Depar- Jesus Vieira da Silva Godinho (1970-1987). Na tamento de Psicologia. sequência foram chefes: Maria do Socorro No- gueira Polary (1987-1989; 1989-1991); Manoel Referências William Ferreira Gomes (1993-1995); Teresi- MARQUES, A. de M. Curso de Psicologia da Uni- nha de Jesus Rocha Raposo (1991-1993); Paula versidade Federal do Ceará: história da criação, Frassine i da Silva Sousa (1995-1996; 2002- criação de uma história. Fortaleza: GM Multimídia, 2003); Carla Vaz dos Santos Ribeiro (1996-1997; 2001. 1997-1999; 1999-2002); José Rodrigues Rocha UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC). Júnior (2004-2005); Tony Nelson (2005-2008, Mestrado Acadêmico em Psicologia. Disponível reconduzido até 2010). Contou em seu qua- em: . Acesso em: 15 out. 2008. dro docente, no período de 1980 a 1990, com o professor visitante Houshang Khazrai, o pri- Angela Marques meiro psicólogo do departamento, com dou-

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torado em Medicina e pós-doutorado em Psi- dade à sua política de qualifi cação, o Depar- cologia, ambos em Paris. O Departamento de tamento de Psicologia novamente estabeleceu Psicologia da UFMA promoveu, regularmen- convênio com o Programa de Pós-graduação te, entre 1981 e 1990, a Semana de Psicologia, em Psicologia Social da UERJ, pelo qual este com os objetivos de infor mar sobre o campo ofereceu um curso de Doutorado Interinstitu- psicológico, favorecer trocas de experiências cional (DINTER) ao corpo docente da UFMA, e também levantar o interesse da comunida- previsto no período de 2008 a 2012, tendo de maranhense pela área psicológica, visando como coordenadora acadêmica a professora avaliar a oportunidade de criação do curso Ana Maria Jacó-Vilela (UERJ) e como coorde- de Psicologia. Juntamente com esses eventos, nador operacional o professor Almir Ferreira aconteciam cursos e ofi cinas. Decorrente des- Júnior (UFMA). O DINTER qualifi cou cinco tes e de outros esforços, o curso de Psicologia professores do Departamento de Psicologia, foi fi nalmente criado em 1991, o que favoreceu três do curso de Comunicação Social, um do a abertura de concursos para novos docentes. curso de Biblioteconomia, um de Ciências Preocupando-se com a atualização e capaci- Contábeis e um do Colégio Universitário. O tação de seu corpo docente, o departamento departamento tem como clientela os alunos promoveu cursos de atualização e de especia- do curso de Psicologia e demais alunos dos lização em diversas áreas da Psicologia. Os cursos em que disciplinas do campo da psico- de especialização (Metodologia da Pesquisa logia são ministradas. Congrega 21 professo- em Psicologia, Psicofi siologia, Psicologia da res em seu quadro efetivo. Funcionando nos Personalidade, Instrumentação e Experimen- turnos matutino, vespertino e noturno, o De- tação em Psicologia e Psicologia Social) fo- partamento de Psicologia está sediado no pré- ram realizados de 1981 a 1986. Os cursos de dio do Centro de Ciências Humanas (CCH), atua lização (Psicofi siologia e Psicopatologia do contando com três salas para administração; Comportamento, Psicologia da Consciência, uma onde funciona o Laboratório de Psico- Psicologia Social Comunitária e Desenvolvi- logia Animal, outra onde funciona o Núcleo mento Humano: aspectos biopsicossociais) de Psicologia Aplicada, composto de três con- foram ministrados no período compreendido sultórios; uma sala para dinâmica de grupo; entre 1979 e 1991. Seguindo este objetivo de outra para secretaria da pós-graduação; e seis qualifi cação, o departamento estabeleceu con- gabinetes para estudo, pesquisa e atendimen- vênio com o Programa de Pós-Graduação em to pelos professores. Sua importância decorre Psicologia Social da UERJ, pelo qual este ofe- principalmente da luta empreendida pelos receu um curso de Mestrado Interinstitucional docentes para criação do curso de Psicologia (MINTER) ao corpo docente da UFMA. Este da Universidade Federal do Maranhão, o pri- ocorreu de 2000 a 2002, sendo coordenado meiro do estado. academicamente pelo professor Wilson Mou- ra (UERJ) e operacionalmente pelo professor Referências José Bolívar Burbano Paredes (UFMA), qua- lifi cando oito professores efetivos, três subs- ARAÚJO, M. A. P. A Psicologia no Maranhão: per- titutos, dois egressos do curso de Psicologia cursos históricos. São Luís: EDUFMA, 2005. e três professores de outros departamentos GODINHO, T. de J. Vieira da Silva. Entrevista con- da UFMA. Em decorrência do esforço relati- cedida a Márcia Antonia Piedade Araújo e Maria vo ao MINTER, em 2004, o Departamento de de Fátima Almeida Braga. São Luís, 2008. Psicologia criou o curso de especiali zação em Psicologia Social, coordenado pelo professor Márcia Antonia Piedade Araújo José Rodrigues Rocha Júnior. Dando continui- Maria de Fátima Almeida Braga

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„ Departamento de Psicologia da Universidade de um curso de pós-graduação na UnB, quan- Federal do Pará (UFPA) – 1979- do perceberam a necessidade e a possibilida- Curso de Psicologia da UFPA – 1974 de da instalação imediata do referido curso na UFPA. Assim, em 1974 iniciou-se a primeira turma de Psicologia, com 60 alunos. O De- Localizada na rua Augusto Corrêa, 1, Gua- partamento de Psicologia foi criado em 1979. má, Belém – PA, a Universidade Federal do O curso foi desenvolvido com ênfase no beha- Pará (UFPA) foi fundada em 1959. Sua cria- viorismo, visando prioritariamente à pesquisa ção processou-se por meio da Lei 3.191, de experimental com animais. Em 1978 ocorreu 02/07/1957, sancionada pelo presidente Jus- a I Semana de Psicologia do Departamento celino Kubitschek de Oliveira, que congregou de Filosofi a e Psicologia da UFPA. O curso de sete faculdades federais, estaduais e privadas Psicologia sempre fez parte do Centro de Filo- existentes em Belém, sendo elas de Medicina, sofi a e Ciências Humanas, no qual se encontra Direito, Farmácia, Engenharia, Odontologia, incluso, uma parte do Departamento de Filo- Filosofi a, Ciências e Letras e Ciências Eco- sofi a e Psicologia. O departamento tem pós- nômicas, Contábeis e Atuariais. É instituição graduação em Psicologia e uma clínica-escola de ensino superior de natureza pública fe- que atende a uma demanda espontânea, por deral, organizada sob a forma de autarquia, meio de triagem. vinculada ao Ministério de Educação e Cul- tura (MEC) através da Secretaria de Ensino Superior (SESU). Observou-se a necessidade Referências de instalação dos cursos de Psicologia em UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. Disponível função da grande demanda de psicólogos, já em: . Acesso em: 15 que, naquele momento, não existia profi ssio- ago. 2008. nal formado nessa categoria profi ssional na BORDIM, F. M. “Um ensaio de História da Psicolo- região Norte. Diante disso, os professores Ivo gia no Pará”. Trabalho apresentado. In: I Seminário Marques Freitas, Samuel Maria de Amorim Nacional sobre História da Psicologia no Brasil. Sá e Artêmio da Trindade Ferreira, todos da PUC-Rio, Rio de Janeiro, 1987. UFPA, encarregaram-se da mobilização e via- bilização do primeiro curso de Psicologia do Francisca Monteiro de Albuquerque Pará. Entre 1974 e 1987 as atividades ligadas João Bosco Monteiro à Psicologia eram exercidas por profi ssionais de áreas conexas, principalmente psiquiatras, Maria de Nazaré Santos de Souza pedagogos, fi lósofos e religiosos, que ofere- Maria Neusa Monteiro ciam serviço como: orientação vocacional, Regina Nazaré Damasceno da Silva acompanhamento psicológico (na forma de aconselhamento e até mesmo psicoterapia), psicometria e outros tipos de assessoria psi- cológica. Houve o aumento da procura pe- „ Departamento de Psicologia da los serviços psicológicos e os três professores Universidade Federal do Rio Grande do citados acima se propuseram a criar o curso Norte (UFRN) – 1980- de Psicologia para formar o bacharel em Psi- Curso de Psicologia da Universidade Federal cologia, o psicólogo e o licenciado pleno em do Rio Grande do Norte – 1976-1980 Psicologia. Em 1973 foi elaborada a proposta de abertura do primeiro curso de Psicologia, inspirada no modelo dos cursos de psicologia Em meados da década de 1970, o reitor da Universidade de São Paulo (USP) e da Uni- da Universidade Federal do Rio Grande do versidade de Brasília (UnB). Isto decorreu da Norte (UFRN), Domingos Gomes de Lima, experiência dos docentes citados na realização começou a discutir com alguns profi ssionais

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da psiquiatria a necessidade e a viabilidade de ideias de Carl Rogers. As professoras psicólo- criação de um curso de Psicologia naquela ins- gas Elza Maria do Socorro Dutra e Cosma No- tituição. Os motivos para esse interesse seriam gueira Linhares, que atuavam na supervisão e o fato de a cidade vizinha, João Pessoa (PB), já foram contratadas no momento em que o cur- possuir dois cursos, além da necessidade de so começava a se preparar para oferecer está- expandir o número de cursos da UFRN, para gio, determinaram a hegemonia do humanis- que houvesse um aumento de verbas desti- mo na psicologia clínica norte-rio-grandense. nadas à universidade. O diretor do Centro de Posteriormente, passou a ocorrer o predomí- Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) nio da psicanálise como abordagem teórica no da UFRN, João Batista Ferreira da Silva, criou, estágio. Em 1996, foi criada a revista Estudos de através da Portaria 010/76-DC, de 28/05/1976, Psicologia, que visava servir como veículo para uma comissão composta por quatro professo- o curso de mestrado, tendo como seu primeiro res, a saber: padre Agnelo Barreto, José Pires, editor o professor Oswaldo Hajime Yamamo- Maria Dilma Siqueira e Rosa de Fátima Torres to. Em pouco tempo, a revista passou a ser um Lima, esta última a única psicóloga da comis- dos periódicos científi cos mais importantes da são, para estudar a viabilidade do funciona- psicologia brasileira e foi abrigada pelo sítio mento de um curso de Psicologia, a ser criado eletrônico Scientifi c Eletronic Library On-Line pela universidade. Antes mesmo de a comis- (SCIELO, biblioteca eletrônica em tempo real), são apresentar seu parecer, a imprensa nata- mantido pela Fundação de Amparo à Pesqui- lense divulgava a criação do curso de Psicolo- sa de São Paulo (FAPESP) com apoio do Con- gia da UFRN. A comissão, considerando que selho Nacional de Pesquisa (CNPq). A revista o corpo docente disponível era reduzidíssimo Estudos de Psicologia sempre foi avaliada como e que somente três psicólogas ensinavam na Qualis A pela Coordenação de Aperfeiçoa- UFRN (Nilza Molina, Rosa de Fátima e Ruth mento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Dantas de Araújo), decidiu propor que o cur- Em 1995, foi criada a base de pesquisa Mar- so não fosse criado naquele momento. O reitor xismo e Educação, concebida e liderada pelo ignorou o parecer e o curso de Psicologia da professor Oswaldo Yamamoto, primeiro gru- UFRN foi criado pela Resolução 89 do Con- po de pesquisa vinculado ao departamento. selho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CON- Esta base produz pesquisas sobre formação e SEPE), em 29 de setembro de 1976. O curso atuação do psicólogo, principalmente no que começou a funcionar em 1977, com apenas diz respeito ao contexto das políticas públi- três psicólogas no corpo docente. Em 1980, o cas. Em 1999, o professor José Pinheiro criaria Departamento de Psicologia foi criado, mas o Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Am- somente começou a funcionar no dia 24 de no- biente, preocupado em investigar temas como vembro de 1981, sendo a professora Rosa de avaliação social do ambiente construído, Fátima sua primeira chefe. A criação do curso percepção e representação ambientais, com- e do Departamento de Psicologia da UFRN foi promisso ambiental e conduta sustentável e o marco inaugural do processo de construção aspectos teórico-metodológicos das relações de um saber psicológico acadêmico voltado pessoa-ambiente. Em 1999, através da Reso- para a formação profi ssional e para a pesqui- lução 0.380/99 do CONSEPE, foi aprovado o sa psicológica em terras potiguares. Um dado funcionamento do programa de pós-gradua- importante foi a inserção da disciplina Psico- ção em Psicologia, no nível de mestrado. Em logia Ambiental em 1981, sob a responsabili- 2003, em parceria com a Universidade Federal dade do professor José Queiroz Pinheiro, uma da Paraíba, foi criado o curso de doutorado das primeiras iniciativas no Brasil de ensino em Psicologia Social. A UFRN, pioneira no desta disciplina em um curso de graduação. ensino de graduação em Psicologia, também Os primeiros estágios do curso de Psicologia foi pioneira na introdução dos programas de ocorreram no período 1981-1985, sob a égide mestrado e doutorado em Psicologia no Rio da psicologia humanista e o predomínio das Grande do Norte.

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Referências: curso e era composto por disciplinas obriga- CAMPOS, H. R. Diz-me com quem andas... e te di- tórias oferecidas por outros departamentos, rei quem és: A Psicologia no Rio Grande do Norte, como os de Biomédica e Estatística. A partir do padre Monte ao curso da Universidade Federal do quinto período, o aluno entrava em con- do Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado tato com as disciplinas do Departamento de em Educação). Natal: UFRN, 1998. Filosofi a e Psicologia, sendo majoritárias as CARVALHO, D. B. A cidade e a alma reinventadas: de conteúdo psicológico. Nos dois últimos modernização urbana e a consolidação acadêmica períodos, os alunos deveriam se inscrever nas e profi ssional da Psicologia na cidade de Natal- disciplinas de Estágio Supervisionado, orien- Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado em tadas por professores do GFP e distribuídas Psicologia). Natal: UFRN, 2001. pelas clássicas áreas de Psicologia Escolar, Clí- nica e da Indústria. Em 1976, o GFP criou o Denis de Carvalho Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) – órgão suplementar vinculado à reitoria – cuja fi na- lidade era a de viabilizar a integralização do curso, oferecendo a realização do estágio cur- „ Departamento de Psicologia da ricular, disciplina obrigatória para os alunos Universidade Federal Fluminense (GSI- de graduação. Trata-se, assim, de um lugar UFF) – 1985- de formação acadêmica, de ensino, pesquisa e extensão universitária e de prestação de servi- Departamento de Filosofi a e Psicologia da ços à comu nidade. Por sua posição específi ca Universidade Federal Fluminense (GFP- possui a possibilidade de captação de recur- UFF) – 1968-1985 sos pelos serviços prestados. Sua coordenação fi ca a cargo de um supervisor-geral, cargo Criado em 1968, a partir da reforma uni- administrativo ocupado por um professor do versitária, o GFP-UFF oferecia os conteúdos aca- Departamento de Psicologia, que tem por fun- dêmicos ligados à Psicologia e era vinculado ção, além de dirigir o serviço, fazer cumprir à então denominada Faculdade de Filosofi a, suas atribuições. O SPA teve como primeira Ciên cias e Letras (FFCL). Seus primeiros pro- supervisora-geral a professora Maria Beatriz fessores foram: Maria Luíza Assumpção-Se- Carrij o e Weeks que foi, igualmente, a coorde- minério, Márcio Santos Reis, José Lisboa Men- nadora da comissão que planejou sua criação. des Moreira, Mário Curtis Giordani, Eraldo Conta, em seus quadros, com funcionários Alves Lopes Oliveira, Ued Maluf e Cléa Alves técnicos de nível superior, em sua maioria psi- de Figueiredo Fernandes. Estes lutaram pela cólogos, que desenvolvem projetos de atendi- implantação do curso de Psicologia, criado pe- mento à comunidade. Cabe frisar que, desde a las Resoluções 58/70 do Conselho de Ensino e criação do curso, somente os estágios desen- Pesquisa (CEP/UFF) e 14/70 do Conselho Uni- volvidos no SPA são reconhecidos para a inte- versitário (CUV/UFF) e reconhecido através gralização do curso de Psicologia. Na década do Decreto 78.269, publicado em 20/08/1976. de 1980, foi implantado o sistema de plantão O curso de Psicologia, estruturado no sistema no atendimento das equipes de estágio à co- de créditos, habilitava os alunos à obtenção munidade que procurava os serviços do SPA. de três diplomas: bacharelado, licenciatura e Esse funcionamento está em vigor até hoje. formação em psicólogo, habilitações que se Ainda nessa década, os objetivos do GFP se mantêm até hoje. A primeira coordenadora voltaram para o incentivo a projetos integra- foi Maria Beatriz Carrij o e Weeks e a primeira dos de ensino, pesquisa e extensão, pautados turma de graduação em Psicologia ingressou por dire cionamentos teórico-práticos emer- em 1971 com a grade curricular dividida em gentes e focalizados em contextos e grupos dois ciclos: básico e profi ssional. O primeiro como hospitais gerais da rede pública, hospitais englobava os quatro primeiros períodos do psiquiátricos, favelas e creches, afi rmando for-

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mas e contextos de atuação do psicólogo dis- de pesquisa, extensão e ensino (estágio). Des- tantes da tradicional divisão entre psicologia tacam-se a criação do Serviço de Psicologia escolar, da indústria e clínica. Em 1985, o GFP no Hospital Universitário Antônio Pedro desdobrou-se em dois departamentos: um de (Niterói/RJ), organizado e coordenado pelo Filosofi a e outro de Psicologia. Este passou a professor Paulo Roberto Ma os da Silva, e ser denominado GSI e teve como chefe o pro- da Creche/UFF, coordenada pela professora fessor Francisco de Assis Palharini e como Vera Maria Ramos Vasconcellos, ambos cria- subchefe o professor José Novaes. Paralela- dos em 1986 e que mantêm até hoje suas ati- mente à mudança acadêmico-administrativa, vidades. Constituíram-se também núcleos de o GSI iniciou um processo de discussão para trabalho, dentre eles o Laboratório de Sub- capacitação de seus professores, defi nindo em jetividade e Política (LaSP), criado em 1991 1987 uma política de incentivo para qualifi ca- como um espaço transdisciplinar voltado ção em programas de mestrado, doutorado para discussões sobre intervenções institu- e pós-doutorado. Desses movimentos resul- cionais e as questões da violência no cotidia- tou um processo de reformulação curricular no brasileiro. Coordenado inicialmente pelo que privilegiou abordagens com ênfase nas professor Luis Antônio dos Santos Baptista, dimensões social, política e histórica. Visan- o LaSP tem promovido eventos e editado o do tornar a formação mais sintonizada com Anuário do LaSP. No ano de 1989, o GSI criou as mudanças políticas, econômicas e sociais a Revista do Departamento de Psicologia – UFF, ocorridas naquele perío do, bem como com os que se mantém até hoje, agora como revista projetos de pesquisa, extensão e atividades eletrônica – Fractal, publicação semestral, de extracurriculares coordenados pelos profes- circulação nacional, que reúne em seu conse- sores do GSI, o currículo reformulado foi im- lho editorial pesquisadores de instituições no plantado em 1993. Este currículo, mais fl exível Brasil e no exterior. A década de 1990 foi mar- para o corpo discente, diminuiu o número cada pela criação de cursos de pós-gradua- das disciplinas da área biológica e introduziu ção lato sensu. Quatro foram implementados, outras. Essas modifi cações foram expressivas mas, apesar de terem funcionado durante a do movimento GSI de aproximar a Psicologia maior parte dessa década, somente um deles, das ciências humanas e sociais e de diminuir a espe cialização em Psicanálise, mantém-se a importância do enfoque médico e tecnicis- em funcionamento. Em 1998, criou-se o Pro- ta dominantes até então. Com isso, os alunos grama de Mestrado em Psicologia – Estudos passaram a ter contato com os conteúdos de da Subjetividade, então coordenado pelo Psicologia desde sua entra da no curso e, a professor Eduardo Passos. No ano de 2008, partir do sétimo período, iniciavam os está- iniciou-se o curso de doutorado. O GSI pos- gios supervisionados e a monografi a, que se sui 41 professores no quadro permanente, tornou obrigatória. No currículo reformulado, dos quais 34 são doutores, e organizam-se em o estágio supervisionado passou a apresen- quatro setores: Psicologia Social e Institucio- tar-se sob a forma de projetos de intervenção nal, Psicologia Teórico-Experimental, Psico- – dirigidos para problemas específi cos: as fa- logia Clínica e Psicologia e Trabalho. velas, a população de rua, o desenvolvimento infantil, o atendimento nos hospitais gerais e Referência psiquiátricos, a formação de profi ssionais da UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. De- rede de saúde, a violência urbana, grupos de partamento de Psicologia. Projeto do Curso de autogestão, a prática clínica, dentre outros – Mestrado. Niterói, 1997. buscando, dessa forma, ampliar o campo de trabalho do psicólogo. A ampliação das ati- vidades extracurriculares desenvolvidas por Silvia Vasconcelos Carvalho professores redundou na criação de espaços Márcia Moraes

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„ Departamento de Psicologia da dimentos psicológicos. O curso, em toda a sua Universidade Gama Filho (UGF) –1970 história, também se destacou por organizar Curso de Psicologia da Universidade uma série de eventos visando ao debate de Gama Filho (UGF) – 1964-1970 temas ligados à psicologia. Os mais impor- tantes foram o Psi-Movimentação (realizado até 1998), a Jornada de Psicologia da UGF (até A Universidade Gama Filho (UGF) é um 1998) e o Psigama, que se mantém até os dias estabelecimento de ensino classifi cado, quanto atuais. O Psigama ocorre a cada dois anos e à sua categoria administrativa, como privado/ tem a duração de três a quatro dias. Seu obje- fi lantrópico. Sua história teve início em 1939, tivo é propiciar aos alunos da UGF e demais com a criação do Colégio Piedade, transfor- instituições de ensino superior do Rio de Janei- mando-se em Universidade em 1972, quando ro o acesso a informações sobre as novas áreas recebeu o reconhecimento legal por decreto de atuação do psicólogo brasileiro. O primeiro do governo federal. Nesse período reunia um desses eventos foi organizado em 1997, tendo conjunto de sete faculdades e diversos cur- como tema A psicologia na virada do século. sos superiores, que se organizavam sob uma Outros trataram de assuntos como o psicólogo orientação geral designada Faculdades Inte- no mercado de trabalho e as questões da con- gradas da Sociedade Universitária Gama Filho. temporaneidade, os desafi os e as perspectivas Atualmente a Universidade conta com quatro da psicologia atual, os objetivos da psicologia, campi. Neles oferece 27 cursos regulares, 20 a psicologia no contexto sociocultural brasi- cursos de graduação tecnológica e vários cur- leiro. Até 2004 a Universidade ofereceu, além sos de pós-graduação. O curso de Psicologia da graduação em Psicologia, um programa de iniciou suas atividades em 1964, antes mesmo pós-graduação em nível de mestrado. O curso de seu reconhecimento ofi cial, que somente de mestrado em Psicologia da UGF teve seu ocorreu em março de 1967, oferecendo bacha- funcionamento autorizado pela Resolução 19 relado, licenciatura e a formação de psicólogo. do Conselho de Ensino e Pesquisa, com data Em 1970 foi organizado o Departamento de de 27/12/1973, e foi inicialmente credenciado Psicologia da UGF, encarregado do curso de pelo prazo de cinco anos pelo Parecer 71/78 do Psicologia, sob a direção do professor Antonio Conselho Federal de Educação, homologado Gomes Penna. A partir de 1982 a chefi a cou- em 28/04/78, constituindo-se no terceiro curso be ao professor Ítalo Albizza i. Desde 2008 o de pós-graduação em Psicologia stricto sensu a curso vem sendo coordenado pela professora funcionar no Rio de Janeiro e no sétimo a fun- Maria Heloísa Bevilaqua, vincula-se ao Centro cionar no Brasil. No período de 1973 a 1981 o de Ciências Biológicas e da Saúde da univer- curso foi coordenado pelo professor Antonio sidade e oferece, além da formação acadêmi- Gomes Penna, mas a partir do início dos anos ca, um Serviço de Psicologia Aplicada (SPA). de 1980 enfrentou sérias difi culdades, o que Este é o órgão responsável pela supervisão das levou à substituição de seu coordenador e à atividades de estágio em Psicologia realizadas realização de profundas modifi cações em sua pelos estudantes do curso de graduação, e o estrutura acadêmica e no corpo docente e dis- documento de sua criação o apresenta como cente. Nesse sentido, em 1982, sob a coordena- o setor que visa contribuir para a formação e ção do professor Aroldo Rodrigues, foi extinta especialização dos alunos a partir da possibi- a área de concentração em Psicologia Teórica, lidade de oferecimento da prática em diversas por não possuir conteúdo específi co e abrigar áreas da psicologia. O serviço atual mente reú- variados temas de dissertação sem vinculação ne uma média de 160 estagiários por período com linhas de pesquisa defi nidas; a de Psicolo- letivo e procede a aproximadamente 14 mil gia Escolar passou a se denominar Psicologia atendimentos anuais, atendendo à demanda Educacional; e foi criada a área de concentra- das comunidades interna e externa por aten- ção em Psicologia Social. No entanto, logo foi

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verifi cado que a área de Psicologia Educacio- o curso de mestrado passou a funcionar, no nal carecia de pesquisadores em número sufi - ano de 2003, com a estrutura contida na pro- ciente para conduzi-la em bom nível e, assim, posta enviada à CAPES, apresentando duas li- ela também foi progressivamente desativada. nhas de pesquisa, a saber: Cognição, Inteligên- A partir de 1985, o Programa de Pós-Gradua- cia e Relações Interpessoais e Cognição Social, ção em Psicologia da UGF fi cou restrito à área Trabalho e Saúde. Ao longo do período com- de concentração em Psicologia Social, subdivi- preendido entre 1992 e 2003, o programa con- dida em duas subáreas: Psicologia Social Bási- tou em média com nove docentes, com a maio- ca e Aplicações da Psicologia Social, tendo sido ria em regime integral. Durante esse tempo, o recredenciado em 1987, pelo Parecer 681/87 número de alunos matriculados no programa do Conselho Federal de Educação. Após essa a cada semestre variou de dez a 34, com uma defi nição, o programa foi sistematicamente taxa média semestral de 20 alunos, e o número apoiado pelos órgãos de fomento, sob a forma total de dissertações defendidas nesse período de bolsas de estudo para os mestrandos, como foi de 161. Após esse período a Universidade refl exo de sua qualidade. A partir de 1993, já começou a enfrentar problemas para manter o sob a coordenação da professora Maria Alice programa. Em 2004 a última turma foi organi- D’Amorim (nomeada em agosto de 1993), as zada e no ano seguinte o programa foi extinto. duas subáreas de concentração foram extintas Atualmente a UGF oferece, além do curso de e a Psicologia Social fi rmou-se como área úni- graduação em Psicologia, dois cursos de pós- ca de concentração. No ano seguinte, 1994, foi graduação lato sensu: Psicossomática Contem- criada a revista Mente Social: Revista Científi ca porânea e Teoria e Clínica Psicanalítica. do Mestrado em Psicologia, publicada pela Edi- tora Gama Filho, com periodicidade variada. Referências A revista fi cou ativa até 2003, quando foi pu- blicado o último volume. Em agosto de 2002, BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacio- já sob a coordenação do professor Cilio Rosa nal de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). Ziviani (nomeado em janeiro de 2002), a evo- Cadastro das Instituições de Ensino Superior. Uni- lução signifi cativa que o curso vinha experi- versidade Gama Filho (UGF). Disponível em: mentando se refl etiu na passagem do concei- . Acesso em: 25 out. referente ao triênio 1998-2000. Esse reconheci- 2008. mento da qualidade do curso aliada à sugestão PORTAL GAMA FILHO. Disponível em: . Acesso em 05 set. 2008. fosse considerada a alternativa de a instituição abrir um doutorado, motivou a submissão de Maria Luísa Oliveira Abrunhosa uma proposta do Programa de Pós-Graduação em Psicologia de um curso de doutorado à CAPES. No entanto, o Conselho Técnico Cien- tífi co da CAPES decidiu por não recomendar o „ Departamento de Psicologia do Centro curso de doutorado, por considerar que a pro- de Estudos Superiores de Maceió posta evidenciava defi ciências em aspectos es- (CESMAC) – 1973- truturais indispensáveis ao desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu, entre os quais se destacava o reduzido corpo docente e sua Instituição de formação profi ssional, loca- sobrecarga. Entretanto, os aspectos acadêmi- liza-se na rua Íris Alagoense, 437, Farol, Ma- cos da proposta receberam avaliação positiva ceió – AL. Foi criado em 1973, por força da do referido conselho. Por essa razão, apesar de Lei Municipal 2.044, de 20/09/1973, que fun- o curso de doutorado não ter sido implantado, dou a Universidade Autônoma de Maceió

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(UAM). Em 1974, foi criada a Fundação Edu- de aula, laboratório de anatomia, laboratório cacional Jaime de Altavila (FEJAL), por meio de psicologia experimental, laboratório de da Lei Municipal 2.133, de 16/08/1974, como informática, sala de professores, sala de pós- uma fundação de direito privado e fi ns fi lan- graduação, sala de centro acadêmico, salas trópicos, que mantém a CESMAC. Ainda em de atendimento, salas administrativas e a clí- 1974 foi autorizado o funcionamento do cur- nica-escola. A clínica-escola atende à popu- so de Psicologia, por meio do Decreto Federal lação em geral e funciona nas dependências 74.540, de 09/09/1974. Atualmente (2008), o do próprio CESMAC. Vincula-se ao curso curso de Psicologia faz parte da Faculdade de por meio do estágio em psicologia clínica. Ciências Humanas (FCH). Durante a década O número de alunos da instituição no curso de 1970, o contexto de criação do curso envol- de Psicologia, atualmente (2008), é próximo a via as demandas de crescimento do ensino 1.100 estudantes. superior no país e no estado. O papel da Igreja Católica nesta expansão e, corroborando esta intenção, o esforço de seu principal fundador, Referências cônego Teófanes Augusto de Araújo Barros, ARQUIDIOCESE DE MACEIÓ. Seminário Nos- foram fundamentais para sua criação. Neste sa Senhora da Assunção. Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2008. nedora da instituição era o prefeito de Maceió CADASTRO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO na época. O curso de Psicologia do CESMAC SUPERIOR. 621 – Centro de Estudos Superiores de foi o único curso de Psicologia no estado até Maceió – CESMAC. Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2008. exclusividade do CESMAC na formação dos CAVALCANTE, C. da R. L. Entrevista concedida psicólogos no estado por mais de 20 anos não a Jeff erson de Souza Bernardes, Rôsanny Moura é só o impactante número de profi ssionais Cavalcante, Polianne Alves Silva, Ricardo Cam- lançados no mercado, mas também é por ter pelo Auto e Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro. sido uma instituição catalisadora de pequenos Maceió, 15 ago. 2008. movimentos, alguns grupos e associações em CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE MA- psicologia, anteriores à sua própria constitui- CEIÓ – CESMAC. Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2008. vinculadas à psicologia são: uma revista ele- trônica iniciada em julho de 2007, a Revista CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE MACEIÓ – CESMAC. Estatuto da Instituição de 27/11/1974. Pesquisa Psicológica (h p://www.pesquisapsi- Maceió, 1974. Mimeo. cologica.pro.br) e uma revista impressa, ini- ciada em 2005, com tiragem anual, chamada WIKIPÉDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE. Jaime de Revista Ciência Consciência Humanismo – FCH Alta vila. Disponível em: . Acesso em: 14 jul. 2008. culados à psicologia, principalmente relativos à questão atual dos diversos direitos. Possui Jeff erson Bernardes também cursos de pós-graduação lato sensu, Rôsanny Moura tendo em funcionamento, em 2008, os de Psi- cologia Jurídica, Psicologia Hospitalar e Psico- Polianne Alves Silva logia da Saúde. Para o funcionamento de todos Ricardo Campelo Auto estes cursos, a instituição conta com 24 salas Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro

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„ Departamento de Psicologia do Centro como um espaço democrático, crítico das rela- Educacional Anísio Teixeira (CEAT) – ções hierárquicas, voltado à discussão das re- 1980-1991 lações institucionais. Ao mesmo tempo, outras formas de organização do coletivo foram cria- Departamento de Psicologia da Pueri das: os grupos de estudo e as reuniões peda- Domus-Rio Escola Experimental – 1969- gógicas. No que tange às últimas, uma vez por 1980 mês, as aulas eram suspensas e toda escola se reunia em torno das questões do cotidiano A Pueri Domus inicia suas atividades em pedagógico e administrativo. A nova direção 1969, como uma das escolas denominadas via no enquadre institucionalista uma forma alter nativas, sob o nome Pueri Domus-Rio de fortalecer o processo coletivo de construção Esco la Experimental, fi liada à Pueri Domus de um projeto político-pedagógico. A amplia- de São Paulo. Dirigida pela pedagoga Sandra ção deste referencial, a partir do contato de Stamato, sócia carioca, a princípio reproduzia Regina Murat, em seu curso de mestrado, os projetos escolanovistas e montessorianos com a análise institucional e a socioanálise da matriz paulista. Dadas as características francesa, reforçou ainda mais a presença da da fi losofi a e do método adotados, o Depar- psicologia na escola e fez afl orar a ideia de tamento de Psicologia, coordenado pela psi- autogestão. Ao mesmo tempo, novos encami- nhamentos pedagógicos, pautados especial- cóloga Irene Lavigne, trabalhava na análise mente nas críticas do pensamento marxista dos processos pedagógicos, no psicodiagnós- à educação liberal renovada, geraram muitos tico dos alunos, na orientação das famílias e desentendimentos com a matriz. Em 1979, o na capacitação dos professores. Especialmen- apoio público da direção carioca à greve dos te a partir de 1973, discordando das técnicas professores colaborou com a ruptura defi niti- montessorianas impostas pela matriz, a escola va com a matriz, o que resultou na mudança experimentou novas práticas. Tal atitude ge- do nome para Centro Educacional Anísio Tei- rou confl itos constantes com São Paulo e, em xeira (CEAT), entre 1980 e 1981. Assumiram a julho de 1974, sob a liderança da sócia cario- direção pedagógica e administrativa três no- ca, um grupo rompeu com a fi lial e fundou a vas proprietárias: a diretora Therezinha Gon- Escola Ativa. Para sanar a crise, a pedagoga zaga Ferreira, a orientadora educacional Mary Therezinha Gonzaga Ferreira, sócia de São Fernandes e a coordenadora Neide Miranda Paulo, foi para o Rio, na intenção de restabe- Filha. Tornou-se mais forte a expectativa de lecer o projeto original. Como parte das mo- transformar a escola numa entidade dirigida difi cações iniciadas em 1974, a nova direção por seus trabalhadores. A diretora Therezinha contratou a psicóloga Regina Murat Vascon- incentivou a discussão do tema, explicitando celos, cuja proposta era implementar um pro- sempre a contradição entre seu pensamento jeto de psicologia institucional. Deixando de de matriz marxista e a relação de propriedade lado a centralidade do atendimento ao aluno, mantida com o CEAT. Após a saída da psicó- o Departamento de Psicologia passou a atuar loga Regina Murat, ao fi nal de 1981, o Depar- com grupos operativos, prioritariamente com tamento de Psicologia continuou o trabalho os docentes, funcionários, coordenações e di- com os grupos operativos. Porém, teve início reção. Embora a demanda tivesse partido da um período de críticas ao poder que este de- direção, os grupos operativos eram uma no- partamento compartilhava com a direção, vidade aceita com entusiasmo pelo coletivo. envolvendo principalmente a avaliação dos Tratava-se de uma intervenção grupal de cará- profi ssionais. A partir dessas críticas, o De- ter psicanalítico, implantada num período de partamento foi aos poucos descaracterizando valorização sociocultural do saber psicológi- o trabalho institucional e passou a responder co, e o coletivo abraçou a ideia de se conhecer à demanda por um olhar mais clínico sobre o para melhor atuar profi ssionalmente. De 1974 processo pedagógico. No campo político, 1984 até 1981, os grupos operativos funcionaram foi um ano decisivo. A escola criou o 2º Grau,

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com a entrada dos professores então demiti- zando o casal de psicólogos. Reunidos em as- dos do Colégio São Vicente, o que agilizou o sembleia, os sócios demonstraram desagrado processo de autogestão: após uma pesquisa com o painel anônimo, mas a discussão logo sobre qual seria a forma a ser adotada, a pro- se encaminhou para a crise do Departamento. priedade particular é destituída, com a doação Todos reconheceram que o trabalho não fun- do CEAT ao Centro de Atividades Pedagógi- cionava mais, tendo o serviço perdido o senti- cas (CAP), entidade sem fi m lucrativo, que a do e a função. O Departamento de Psicologia partir de então passou a ser responsável pela foi extinto em 1991, numa assembleia do CAP. organização pedagógica, política e fi nanceira Desde então, quando é preciso tratar alguma da escola, da qual poderiam participar funcio- questão de viés psicológico, recorre-se a um nários e docentes, sem obrigatoriedade de fi - especialista externo. liação. A diretoria e as funções de coordenação e direção passaram a ser eleitas por um novo dispositivo, a assembleia de sócios do CAP. Referências De 1984 até 1991, o desgaste contínuo do De- COIMBRA, C. M. B. Psicologia institucional: difi - partamento de Psicologia acabou por levá-lo à culdades e limites: análise da atuação do psicólo- extinção. Os grupos operativos foram se tor- go escolar no município do Rio de Janeiro. Disser- nando institucionalizados e as coordenações tação (Mestrado em Educação). Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1980. pedagógicas podiam solicitar ao Departamen- to que os organizasse, destituindo-os como DEWEY, J. Democracia e educação – introdução à estratégias de mobilização. Por um lado, os fi losofi a da educação. São Paulo: Nacional, 1959. professores das séries iniciais não se sentiam DI GIORGIO, C. Escola Nova. São Paulo: Ática, atendidos em suas demandas específi cas de 1989. sala de aula; por outro, o projeto do CEAT FABRE, A. A Escola Experimental. São Paulo: Difel, assumiu uma nova feição, voltada para mili- 1975. tância política. O discurso irônico dos profes- FERREIRA, T. G. Ideologia e educação – descrição sores do 2º Grau em relação ao Departamento e análise de uma práxis pedagógica. Dissertação de Psicologia, muitos dos quais engajados nas (Mestrado em Supervisão Pedagógica). Universida- lutas sindicais e de redemocratização do país, de Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1983. exemplifi ca este último aspecto. A repressão FIGUEIREDO, A. C. As estratégias de difusão vivida durante a ditadura militar ainda era do movimento psicanalítico no Rio de Janeiro – uma força viva na análise do cotidiano e os 1970/1983. Dissertação (Mestrado em Psicologia grupos operativos eram questionados quan- Clínica). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1983. to à transparência das relações e sobre o que era feito com o material neles emergente. LOURENÇO FILHO, M. B. Introdução ao estudo Além dessas críticas, contradições internas da Escola Nova. São Paulo: Melhoramentos, 1978. do próprio Departamento de Psicologia con- MONTESSORI, M. Pedagogia científi ca – a desco- tribuíram para sua extinção. Enquanto os berta da criança. São Paulo: Flamboyant, 1965. demais setores faziam autoavaliação pública, RANGEL, V. A psicoterapia de grupo com funda- fi cando sujeitos a demissões e críticas, o De- mentação psicanalítica – um rosto carioca. Disser- partamento de Psicologia era o único que se tação (Mestrado em Psicologia Clínica). Pontifícia mantinha independente e autógeno, o que ge- Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de rou situações-limite, como a contratação, pela Janeiro, 1996. psicóloga coordenadora, do próprio marido, VASCONCELOS, R. M. Um processo de auto-ges- e a demissão de outra psicóloga que lhe fazia tão: crônicas e crítica de uma experiência em Psi- críticas. A demissão desta funcionária provo- cologia Institucional. Dissertação (Mestrado em Educação). Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janei- cou questionamentos severos sobre os pres- ro, 1978. supostos e o projeto da psicologia no CEAT. Um grupo de professores criou um painel sem assinatura, na sala dos professores, ridiculari- Sandra Cristina Soares de Oliveira

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„ Departamento de Psicologia e Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Departamento de Psicologia Social e Universidade do Estado do Rio de Janeiro do Desenvolvimento da Universidade (UERJ). As disciplinas do curso de Psicologia Federal do Espírito Santo (UFES) – 1993- eram ministradas na Ilha do Cercado II (IC II), pois não havia, no início, uma sede própria Departamento de Psicologia da UFES – para o funcionamento do curso. Após várias 1981-1993 negociações, a Célula Modular Universitária Departamento de Filosofi a e Psicologia da VI (CEMUNI VI) passou a sediá-lo, o que per- UFES – 1976-1981 manece até hoje (2008). Em 1985, o curso de Departamento de Sociologia, Filosofi a e Psicologia da UFES foi reconhecido pelo Con- Psicologia da UFES – 19??-1976 selho Federal de Educação (CFE), com o Pare- cer 873/85, aprovado em 06/12/1985 (portaria MEC 143, de 20/02/1986), com formação de Trata-se de instituição de ensino, mantida psicólogo. Consta no parecer do MEC que a pelo governo federal, com o objetivo de for- comissão de avaliação do curso visitou e com- mação de psicólogos. Antes da criação do cur- provou as seguintes instalações físicas: salas so de Psicologia, funcionavam num mesmo de aula (não especifi cou quantas); laboratório departamento as áreas de Sociologia, Filosofi a (não especifi cou qual); secretaria e adminis- e Psicologia, cujas disciplinas eram oferecidas tração; gabinetes de professores; seções de para outros cursos. Em 5 de março de 1976, a reprografi a e mecanografi a; salas de reuniões Sociologia tornou-se um departamento inde- e atendimento aos alunos; núcleo de psicolo- pendente, fi cando então juntas a Filosofi a e a gia aplicada e a biblioteca central, bem como a Psicologia. Em 1981, a Filosofi a criou seu pró- futura sede do departamento. Consta também prio departamento, consequentemente res- do parecer que, naquele momento, o corpo tando o Departamento de Psicologia. A partir docente do curso era composto de seis dou- de 1978, ocorreu a formação de um grupo de tores, 17 mestres e 14 graduados; destes últi- trabalho visando à criação de um curso espe- mos, quatro eram mestrandos e um possuía cífi co de Psicologia, em virtude de não se ter especialização. Além disso, quatro dos mes- no estado nenhuma instituição formadora no tres estavam em fase fi nal de doutoramento. campo. O curso de Psicologia da Universida- Esse quadro fez com que a comissão avaliasse de Federal do Espírito Santo (UFES) obteve o corpo docente como de alto nível de qualifi - autorização de funcionamento pelo Ministério cação. O curso contava com 86% dos docentes da Educação e Cultura (MEC) em 5 de janeiro em regime de trabalho de dedicação exclusiva de 1979, mas sua primeira turma ingressou no e muitos se dedicavam à pesquisa, haja vista segundo semestre desse ano. Contribuíram que havia 20 projetos de pesquisa registrados com o processo de criação do curso os pro- no departamento na ocasião do reconheci- fessores: Maria Elizabeth Barros de Barros, mento do curso. Conforme os entrevistados, Maria do Carmo Nascimento, Orieta Silvia havia também projetos de extensão, porém es- Dalmonechi, Helvécio da Siqueira e Silva e tes não foram mencionados no parecer de re- Antônio Carlos Ortega. Nessa época, ocupava conhecimento. A estrutura curricular do curso a chefi a do Departamento de Filosofi a e Psico- reconhecido em 1985 obedecia às exigências logia a professora Isa Maria Chiabai. Devido do currículo mínimo fi xado pelo CFE no Pare- à falta de professores para as várias discipli- cer 403, de 1962, com 4.170 horas distribuídas nas dos períodos mais avançados, os alunos da seguinte forma: disciplinas obrigatórias – da primeira turma concluíram o curso em 3.705 horas; disciplinas optativas – 345 horas; cinco anos e meio (fi nal de 1984) juntamente Estudos de Problemas Brasileiros (EPB) – 60 com a segunda turma. Para isso, foi necessá- horas; e práticas desportivas – 60 horas. A car- rio um conjunto de concursos para docentes, ga horária das disciplinas obrigatórias incluía em cujas bancas participaram professores da 150 horas de estágio supervisionado. A forma

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como foram implantados o Núcleo de Psicolo- BRASIL. Parecer 873/85, de 06/12/1985. Reconhece gia Aplicada e o estágio curricular no curso de o curso de Psicologia da Universidade Federal do Psicologia da UFES foi apontada por uma das Espírito Santo. Portaria 143, de 20/02/1986. Diário pessoas entrevistadas como elemento inova- Ofi cial da União, 21 fev. 1986. dor e uma contribuição desta instituição para DALMONECHI, O. S. Entrevista concedida a Edi- a psicologia no Brasil. Havia uma tendência, nete Maria Rosa e Maria das Graças Barbosa Mou- neste primeiro momento, de projetos voltados lin. Vitória, 4 dez. 2006. para a comunidade, uma psicologia articulada MENANDRO, P. R. de M. Entrevista concedida a com os movimentos sociais. A este interesse Edinete Maria Rosa e Maria das Graças Barbosa afl uía grande número de estudantes, militan- Moulin. Vitória, 13 fev. 2007. tes também dos movimentos sociais em fran- ca ascensão à época. Tal proposta, porém, não UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SAN- se sustentou por muito tempo e mais tarde a TO. Curso de Psicologia. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2007. munitária no horizonte de interesses dos estu- dantes. Além da participação dos professores da UFF e da Universidade Federal do Rio de Maria das Graças Barbosa Moulin Janeiro (UFRJ) nos primeiros concursos para Edinete Maria Rosa docentes, o curso contou em seus primórdios com a visita de professores que tinham rele- vância e reconhecimento nacional em áreas específi cas da psicologia. Dessa forma, desta- „ Departamento de Recursos Humanos ca-se a visita da professora Suely Rolnik, da da Empresa Brasileira de Pesquisa Pontifícia Universidade Católica de São Pau- Agropecuária (DRH/Embrapa) – 1973- lo (PUC-SP). Em agosto de 1992, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Psicologia, oferecendo mestrado em Psicologia. Em 1993 Quando da criação da empresa, em 1973, o o Departamento de Psicologia da UFES foi número de pesquisadores com pós-graduação reformulado, com parte de suas disciplinas era muito reduzido, o que levou a um esforço sendo alocada em um novo departamento: o de recrutamento e a um programa de formação de Psicologia Social e do Desenvolvimento. de recursos humanos até hoje considerado um O Programa de Pós-Graduação em Psicolo- dos principais fatores para o bom desempenho gia fi cou vinculado a este último e, a partir de da Embrapa, sendo importante a atuação do 2000, iniciou a oferta de doutorado. Em 2006, Departamento de Recursos Humanos (DRH). foi criado o Programa de Pós-Graduação em Em 1977, foi contratado Waldecyr Cavalcanti Psicologia Institucional, oferecendo curso de de Araújo Pereira, matemático que propôs um mestrado vinculado ao Departamento de Psi- sistema de avaliação de desempenho original cologia. para a época (baseado em planejamento de metas), e levou à contratação de outros profi s- sionais, Tarcízio Rego Quirino (historiador) e Referências Jairo Eduardo Borges-Andrade (psicólogo), no BARROS, M. E. B. de. Entrevista concedida a Edi- ano de 1979. Este grupo multidisciplinar cons- nete Maria Rosa e Maria das Graças Barbosa Mou- tituiu a equipe de assessoria à chefi a do DRH. lin. Vitória, 18 dez. 2006. O grupo foi complementado, em 1980, com a BRASIL. Lei 4.119, de 27/08/1962. Dispõe sobre os contratação de Suzana Maria Valle Lima, psi- cursos de formação em Psicologia e regulamenta cóloga, para trabalhar na área de capacitação a profi ssão de psicólogo. Disponível em: . pedagoga e Tomás de Aquino Guimarães, Acesso em: 15 dez. 2006. admi nistrador. Este grupo produziu, durante a

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década de 1980, conceitos, metodologias e pes- Gestão Estratégica (SGE). Resultados de diag- quisas de avaliação de programas de recursos nósticos do trabalho de pesquisa na Embra- humanos como subsídio à formulação de polí- pa, publicados, foram peças essenciais para a ticas e estratégias na área. Também contribuiu lógica da mudança organizacional então em decisivamente para o início dos programas de curso. O DRH é dividido em Departamento de desenvolvimento gerencial dos chefes de cen- Administração de Pessoal (DAP), que cuida da tros de investigação da Embrapa, realizado folha de pagamento, cadastro e movimentação; em parceria com a Universidade de São Paulo e Departamento de Organização e Desenvol- (USP). São dessa época os trabalhos relativos vimento (DOD), encarregado do desenvolvi- à avaliação do programa de pós-graduação, mento humano e organizacional. Suzana Valle de metodologias para seleção de candidatos à Lima passou a dirigir este último. No período pós-graduação e para levantamento de necessi- 1992-1994 é pequeno, na Embrapa, o número dades de treinamento com base em papel ocu- de publicações na área de psicologia social e pacional, de avaliações de reação e de impacto do trabalho, fato em parte motivado pela saída de treinamento, de realização de metanálise de Jairo Borges Andrade e Tarcizio Rego Qui- em Treinamento e Desenvolvimento (T&D) e rino, e pela transferência do antigo grupo de de acesso diferenciado a treinamento. O grupo profi ssionais para vários departamentos. Dessa atuou ainda na identifi cação de variáveis que época, existem alguns trabalhos em parceria, infl uenciavam o salário, na Embrapa, para os em que são constantes as presenças de Magali vários grupos ocupacionais; na avaliação de Machado e Suzana Valle Lima. Em 1993, To- clima organizacional e de percepção em rela- más de Aquino Guimarães agrega-se à equipe ção a sistemas de avaliação de desempenho; na do DOD. Ainda em 1993, José de Souza Silva, avaliação de programas de desenvolvimento Jairo Borges-Andrade e Tarcízio Quirino par- gerencial e seus impactos. Ao fi nal da década ticiparam de projeto patrocinado pelo Serviço de 1980, expandiu seus interesses para além da Internacional para a Pesquisa Agropecuária área de recursos humanos, agregando a pró- Nacional (ISNAR ) ― originalmente destinado pria organização como objeto de estudo. Ini- a capacitar gerentes de organizações de pes- ciam-se pesquisas sobre efetividade e efi ciência quisa públicas, na América Latina, em plane- do trabalho de pesquisa, de comprometimento organizacional, de interdisciplinaridade, de jamento (inclusive estratégico), acompanha- diagnósticos de condições para o trabalho de mento e avaliação de pesquisa. Em 1994, foi pesquisa. É da mesma época o trabalho pionei- realizado concurso público para contratação ro sobre retorno, à empresa, de investimentos de novos profi ssionais, tendo em vista a saída feitos em pós-graduação, realizado em parceria de vários pesquisadores. No mesmo ano, José com o grupo de economistas do então Depar- de Souza Silva se afastou temporariamente tamento de Estudos e Pesquisas. Durante todo da Embrapa, para trabalhar como assessor na este período, estabeleceu-se forte relação destes FAO (Organização para o Alimento e a Agri- profi ssionais com a Universidade de Brasília cultura). Em 1995, deixou a FAO e juntou-se (UnB), inicialmente pela participação de esta- ao ISNAR, no mesmo projeto internacional em giá rios do então Departamento de Psicologia que trabalhara em 1993. Como coordenador do da Universidade, e alguns foram posterior- projeto, convidou Suzana Valle Lima e Antô- mente contratados pela Embrapa. No fi nal da nio Maria Gomes de Castro (chefe do DRH da década de 1980, foram iniciadas atividades de Embrapa de 1990 a 1992, e então pesquisador orientação de alunos de pós-graduação, do, já no Departamento de Pesquisa e Desenvolvi- então, Instituto de Psicologia da UnB. Em 1991, mento), a nele atuarem como profi ssionais as- a Embrapa realizou o primeiro grande proces- sociados. Esta parceria, iniciada em 1996, con- so de planejamento estratégico. Os investiga- tinuou até 2005, quando formalmente o projeto dores do DRH participaram da iniciativa, até foi concluí do. Miramar Maia Ramos Vargas, que foram transferidos para a Secretaria de administradora que trabalhava na Embrapa

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desde 1978, juntou-se ao DOD em 1994; em habilitação, reciclagem e controle dos moto- 1995, afastou-se e mais tarde deixou a empresa. ristas. Os DETRANs são órgãos executivos do Já Magali dos Santos Machado atuou, durante Sistema Nacional de Trânsito e confi guram- anos, como coordenadora da área de T&D do se em entidades autônomas com patrimônio DOD; em 1995, na UnB, estudou fatores que in- constituído por recursos provenientes de mul- fl uenciam o desempenho de equipes de traba- tas, impostos dos governos federais e estaduais. lho (no caso, equipes de pesquisa da Embrapa), O DETRAN foi criado em 21 de setembro de orientada por Jairo Borges-Andrade. Após um 1966 pelo Decreto-lei 5.108, que instituiu o período de trabalho no DOD, Jacque line Sá de segundo Código Nacional de Trânsito, e efe- Abreu Leitão e Zani Edna de Andrade Brei dei- tivamente regulamentado em 16 de janeiro de xaram o DOD e se transferiram para a Secre- 1968, por meio do Decreto-lei 62.127. Os esta- taria de Gestão Estratégica. Suzana Valle Lima dos procederam à (re)estruturação dos seus deixou o DOD em 1994, atuou como assessora serviços de trânsito (por exemplo, inspetoria da diretoria da empresa e em 2000 se transferiu de trânsito, inspetoria de veículos, diretoria para o Departamento de Pesquisa & Desenvol- do serviço de trânsito, departamento do ser- vimento. Ali vem se dedicando à investigação viço de trânsito, serviço estadual de trânsito) sobre ambiente organizacional, prospecção tec- transformando-os em DETRAN. Alguns dos nológica e levantamento sobre necessidades de antigos serviços passaram a ser vinculados a conhecimento e tecnologia. Tem trabalhos rea- outros órgãos, de acordo com a estrutura do lizados em parceria com Jairo Borges-Andrade, poder estadual e distrital como, por exemplo, Antônio Maria Gomes de Castro, Magali dos as Secretarias de Infraestrutura, de Seguran- Santos Machado e José de Souza Silva. Em ça Pública e de Polícias Civis. A criação do 2002, em uma mudança estrutural na Embrapa, DETRAN ocorreu em uma época de contur- o DOD e o DAP foram novamente integrados, bações e amplas reformas administrativas en- a partir de estudo e recomendação da Secreta- tre os governos militares de Castello Branco ria de Gestão Estratégica. Foi criado, então, o (1964-1967) e Costa e Silva (1967-1969), que Departamento de Gestão de Pessoas. Magali deram continuidade ao desenvolvimento do dos Santos Machado continua, até hoje, como sistema rodoviário que se delineara nas déca- coordenadora de T&D neste departamento, das anteriores, especialmente no governo de onde dá continuidade à tradição de pesquisa Juscelino Kubitschek (1956-1961), impulsio- em T&D, especialmente no que tange à educa- nando ainda mais a indústria automobilística ção a distância e seus impactos, contanto para e a construção de rodovias interligando o país. isto com uma equipe de psicólogos recente- Destacam-se também a expansão de políticas mente contratados. direcionadas segurança, à habilitação e fi scali- zação do trânsito, em decorrência dos efeitos nocivos da ênfase no modo de transporte ro- Suzana Maria Valle Lima doviário (congestionamentos, acidentes etc.). Foram criadas diversas instâncias administra- tivas, como o Sistema Nacional de Trânsito, o Ministério dos Transportes, o Departamento „ Departamento de Trânsito (DETRAN) – 1966- Nacional de Estradas e Rodagens e a Polí- cia Rodoviária Federal. De acordo com a sua Órgão nacional com subsede regional em primeira regulamentação, os departamentos todos os estados brasileiros e responsável pela de trânsito deveriam dispor, entre outros, do prestação de serviços à sociedade em relação serviço médico e psicotécnico. Em função dis- à habilitação de condutores, registro de veí- so, a maior parte dos psicólogos que atuavam cu los, fi scalização, autuação e arrecadação no DETRAN tinham suas funções priorita- de multas, estatística de trânsito e formação, riamente relacionadas à avaliação psicológi-

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ca, aplicando, corrigindo e analisando testes, científi cos com a participação dos psicólogos coordenando este serviço e/ou fi scalizando as dessas instituições em diversos deles, divul- clínicas credenciadas. Os psicólogos também gando os trabalhos dos serviços de psicolo- têm desempenhado suas funções junto à rea- gia, tais como o I Encontro Interesta dual de bilitação de motoristas infratores e programas Psicologia do Trânsito em Ribeirão Preto (e de educação de trânsito; no desenvolvimento nos Congressos Brasileiros de Psicologia). de pesquisas; na elaboração/execução de cur- Esses psicólogos contribuíram também com a sos de formação de peritos, diretores e ins- cessão de material psicológico aplicado para trutores de autoescolas. Na década de 1960, fi ns de pesquisa e na publicação de artigos e vieram o reconhecimento da psicologia como livros a respeito de seu trabalho. Em 1997 o profi ssão (Lei 4.119, de 27/08/1962) e sua re- presidente Fernando Henrique Cardoso vetou gulamentação (Decreto 53.464, de 21/01/1964). o artigo refe rente à avaliação psicológica de Os profi ssionais que aplicavam o conhecimen- motoristas, presente no projeto de lei visan- to psicológico no trânsito, todavia, já atuavam do à criação do novo Código de Trânsito, sob neste campo há mais de uma década. O marco a justifi cativa de que os países rigorosos no inicial desta atividade no âmbito rodoviário combate à violência no trânsito não adotam o foi o Decreto-lei 9.545, de 05/08/1946, em vigor exame psicológico para motoristas. Isto gerou em 1951, que caracterizava o exame psicotéc- a mobilização da categoria em defesa do seu nico para a aquisição da carteira de habilita- mercado de trabalho, sendo o veto derrubado ção, sendo aplicado a critério de uma junta e a avaliação psicológica voltando a ser uma médica e sem caráter eliminatório. Esta ativi- obrigação na obtenção e na renovação da ha- dade fi cou sob a responsabilidade do Instituto bilitação, na substituição da habilitação obtida de Seleção e Orientação Profi ssional (ISOP) em país estrangeiro ou por solicitação do peri- da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que pu- to. Nos tempos atuais os DETRANs possibili- blicou as primeiras refl exões sobre a seleção taram a ampliação da oferta de serviços psico- psicotécnica de motoristas e sua importância lógicos, com credenciamento de psicólogos e na diminuição dos acidentes de trânsito, bem de clínicas de psicologia para a realização dos como as primeiras normas para a população exames para a habilitação. Além disso, contri- brasileira em relação a diversos testes. Nos ou- buíram para que o psicólogo ocupasse outros tros estados ressalta-se a atuação do DETRAN espaços e respondesse às novas demandas: de Minas Gerais, único órgão que pôde cum- implantação de programas de educação de prir a decisão de avaliar psicologicamente os trânsito, de ações para prevenir acidentes, de condutores, com a criação do Gabinete de Psi- perícia objetivando a readaptação ou reabilita- cotécnica em Trânsito, que serviu de modelo ção profi ssional dos motoristas e do tratamen- para outros estados. Esta instituição produziu to de fobias ao volante. Evidencia-se também o primeiro periódico sobre psicologia do trân- a contribuição do DETRAN na inserção profi s- sito no Brasil, atualmente inativo, a Revista do sional de estudantes de Psicologia através de Gabinete de Psicotécnica em Trânsito DETRAN/ estágios curriculares, propiciando experiência MG. Desde as origens da psicologia do trân- de aprendizagem, confi gurando-se em um es- sito no Brasil, o trabalho do psicólogo esteve paço fértil de desenvolvimento da psicologia associado a instituições de trânsito que esta- rumo a um trânsito mais harmônico. beleciam as bases legais para sua atuação por meio de resoluções, deliberações ou portarias. Os departamentos de trânsito assumiram e Referências ainda assumem um importante papel, prin- ALCHIERI, J. C.; SILVA, F. H. V. C.; GOMES, J. M. cipalmente na institucionalização e expansão N. C. Estágio curricular como desenvolvimento e da psicologia brasileira enquanto profi ssão e atualização da psicologia de trânsito no Brasil. Psi- ciência. Ressalta-se a viabilização de eventos cologia: Pesquisa & Trânsito, v 2, n. 1, jan./jun. 2006.

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BRASIL. Senado Federal. Código de Trânsito Bra- „ Divisão de Psicologia Edouard Claparède sileiro: instituído pela Lei 9.503, de 23/09/97. Brasí- (Clínica Claparède) – 1978- lia, DF: Editora do Congresso Nacional, 2002. Laboratório de Psicologia e Pesquisas Edu- BRASIL. Decreto-Lei 62.127, de 16/01/1968. Aprova cacionais Edouard Claparède – 1955-1978 o Regulamento do Código Nacional de Trânsito. Diário Ofi cial [da] República Federativa do Bra- O Laboratório de Psicologia e Pesquisas sil, Brasília, DF, 16 jan. 1968. Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2008. em 1955 por Helena Antipoff , na cidade de Ibi- rité, periferia da capital mineira. Fiel aos pro- DAGOSTIN, C. G. Características do processo de pósitos e valores que sempre nortearam sua trabalho dos psicólogos peritos examinadores de ação na psicologia, Antipoff buscava, no mo- trânsito na avaliação das condições psicológicas mento da criação deste laboratório, contribuir para dirigir. 2006. Dissertação (Mestrado em Psi- para o desenvolvimento do meio rural, com a cologia). Universidade Federal de Santa Catarina, consequente melhoria das condições de vida Santa Catarina, 2008. da população que ali vivia. Naquela época, HOFFMANN, M. H. Programa preventivo para vinculado administrativamente ao Instituto Superior de Educação Rural (ISER), o Labora- condutores acidentados e infratores. In: HOFF- tório funcionava num ritmo intenso de ativi- MANN, M. H.; CRUZ, R. M; ALCHIERI, J. C. dades. Paralelamente às pesquisas e estudos (Org.). Comportamento humano no trânsito. São ali desenvolvidos, constituiu-se também num Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 229-247. centro que oferecia à comunidade local uma HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M. Síntese histó- variada gama de serviços nas áreas de psico- rica da psicologia do trânsito no Brasil. In: HOFF- logia educacional e clínica. Apenas para se ter MANN, M. H.; CRUZ, R. M; ALCHIERI, J. C. uma dimensão do trabalho que era realizado nesta instituição, alguns exemplos podem ser (Org.). Comportamento humano no trânsito. São ressaltados. O Teste Minhas Mãos, ou Teste Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 17-29. MM como fi cou conhecido, foi desenvolvido LIMA NETO, O (Ed.). Transporte no Brasil: His- por Antipoff e uma equipe de colaboradores tória e refl exões. Brasília: Empresa Brasileira de com base em estudos e atividades desenvolvi- Planejamento de Transportes/GEIPOT; Recife: Ed. dos no Laboratório Claparède. Outros instru- Universitária da UFPE, 2001. mentos de autoria de Antipoff , como o Catá- logo de Livros, o Teste Limiar/72 e a Ficha de RODRIGUES, J. 500 anos de trânsito no Brasil: Desenvolvimento Mental, também tiveram o Convite a uma viagem. Curitiba: ABDETRAN, seu berço neste estabelecimento. No auge do 2000. funcionamento do laboratório, a educação ru- SILVA, F. H. V. C. Medida da preditividade de ins- ral se constituía no ponto alto das cogitações trumentos psicológicos nas avaliações psicológi- dos governantes e era também uma preocu- pação permanente de Antipoff . Neste sentido, cas de condutores. 2008. Dissertação (Mestrado em em fevereiro de 1959 o laboratório realizou Psicologia). Universidade Federal do Rio Grande uma experiência sociométrica para comple- do Norte, Rio Grande do Norte, 2008. mentar e subsidiar o processo de seleção de VIEIRA, M. V. M.; PEREIRA, A. O.; CARVALHO, A. candidatas ao Curso Normal Regional Ofi cial V. O exame psicotécnico de motoristas no Distrito do Estado de Minas Gerais. Ministrado na Federal. Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, v. 5, Fazenda do Rosário durante um período de n. 4, 1953. quatro anos e em regime de internato, este curso formava educadoras rurais para todo o estado, e só eram escolhidas as candidatas que Fábio de Cristo se mostravam mais capazes de desempenhar

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as funções sociais exigidas pela ocupação. Recursos como reeducação psicopedagógica, Outro destaque na trajetória do laboratório foi assistência psicológica a professores e fun- o curso de Psicologia Experimental e Orien- cionários, avaliação e atendimento a classes tação Vocacional, ministrado em 1956 pelo especiais, orientação vocacional e profi ssional psicólogo suíço André Rey (1906-1965). Este encontravam-se à disposição da comunidade curso teve uma importância fundamental na e de instituições que porventura demandas- profi ssionalização dos psicólogos mineiros, sem atendimentos dessa natureza. Além des- pois, organizado como especialização, contri- sas atividades, algumas outras relacionadas à buiu para a instauração da primeira geração psicologia organizacional eram também exe- de psicólogos profi ssionais reconhecidos cutadas, ainda que em menor escala. Outra legal mente a partir de 1962, no Brasil. As ati- importante meta da divisão era a de continuar vidades desenvolvidas no Laboratório Clapa- se constituindo num espaço que possibilitas- rède foram numerosas: subsidiando a prática se o oferecimento de estágios a estudantes de daqueles que fi zeram a história desta institui- Psicologia. No sentido de manter vivo o espí- ção, encontrava-se um sem-número de cur- rito pesquisador de sua idealizadora, tam- sos, está gios, exames, seminários, mutirões, bém foi criado pela divisão, no ano de 1979, encon tros, estudos, pesquisas etc. Até 1974, o Bole tim Claparède, uma publicação destinada ano de sua morte, Antipoff esteve na direção a psicólogos e orientadores educacionais, que desta instituição, orientando e supervisio- tinha por objetivo divulgar o trabalho que vi- nando os trabalhos que ali se desenrolavam. nha sendo desenvolvido, assim como o ideá- A partir de então, a direção do Laboratório rio antipoffi ano. No início da década de 1980, passa para as mãos da psicóloga Irene de Melo a divisão já começava a fi car conhecida na co- Pinheiro e, em fevereiro de 1978, o Laborató- munidade local pelo nome de Clínica Clapa- rio Claparède, já então vinculado à Fundação rède, denominação que expressa claramente Helena Antipoff (FHA), antigo ISER, passou a a orientação clínica que vinha sendo dada ao se chamar Divisão de Psicologia Edouard Cla- trabalho naquele momento. O ritmo do traba- parède. Esta divisão, dentro da perspectiva lho continuava intenso e permanecia uma con- enunciada pelo artigo 3º de seu regimento, de tinuidade quanto às atividades ligadas à área manter estudos, atividades e pesquisas que vi- da psicologia educacional, como reeducação sem à fundamentação da educação, em geral, psicopedagógica, avaliação para enturmação e ao desenvolvimento do homem do campo, e formação de classes normais e especiais, procurou, então, dar continuidade a investi- gações já iniciadas por Antipoff , com atenção orientação de classes especiais e avaliações especial àquelas relacionadas a instrumentos escolares em geral e atendimentos em fonoau- de sua autoria. Em 1978, foi desenvolvido diologia. A leitura de relatórios e documentos um estudo da análise temática do Teste MM evidencia uma realidade deste momento: a e iniciada a pesquisa sobre o escolar rural, vi- concepção investigativa presente nos primór- sando caracterizar, do ponto de vista psicope- dios da criação da atual clínica, ex-laboratório dagógico, o aluno da área rural. Mais outras e que permaneceu viva até o fi nal dos anos duas investigações, sobre o professor rural e de 1970, agora se tornara praticamente ine- a fi losofi a do homem rural, respectivamente, xistente. Relembrando o tradicional espírito constavam do relatório de atividades deste científi co de Antipoff , apenas alguns cursos mesmo ano. No que se refere à clínica psicoló- destinados a professores da primeira a quar- gica, a divisão trabalhava com o diagnóstico, o ta séries de classes especiais, comuns e rurais, tratamento e o acompanhamento da clientela eram oferecidos pela instituição nesta época. proveniente da comunidade. Na área da edu- Em agosto de 1980, ao efetivar o seu registro cação, continuavam sendo realizadas avalia- de pessoa jurídica sob o n. 61, no Conselho ções e atendimentos às difi culdades de apren- Regional de Psicologia da 4ª Região, o destino dizagem, leitura, escrita, memorização etc. da Divisão de se constituir numa instituição

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voltada exclusivamente para o atendimento „ Divisão de Recrutamento e Seleção do clínico foi selado. No formulário de registro, Banco Econômico S.A. – 1966 (?) - 1994 o objetivo da clínica encontra-se nitidamente defi nido como sendo o de atendimento nas No dia 13 de julho de 1834, nascia o pri- áreas clínica e escolar aos alunos e clientes da meiro banco da Bahia, sendo considerada a instituição e da comunidade, através da Di- instituição fi nanceira privada mais antiga do visão de Psicologia Edouard Claparède. Em Brasil, criada por 171 cidadãos ligados ao co- 1997 a FHA estabeleceu um convênio com a mércio de Salvador, cujos nomes são desco- prefeitura de Ibirité, através da Secretaria de nhecidos. Inicialmente foi chamado de Caixa Saúde Mental, e que prevalece até os dias de Econômica da Cidade da Bahia, passando hoje, com a clínica recebendo encaminhamen- para Banco Econômico da Bahia no ano de tos dos setores municipais da educação, saú- 1893 e depois, em 1972, para Banco Econômi- de e jurídico para atendimento de crianças e co S.A. A sua primeira localização foi na ala adolescentes no que se refere a questões rela- térrea do Palácio dos Governadores, na atual cionadas à saúde mental e a difi culdades de rua Chile, até 1890, e a última sede fi cou locali- aprendizagem. zada no edifício Góes Calmon, inaugurada no ano de 1984 em comemoração aos 150 anos de Referências fundação do banco. O surgimento dessa orga- nização ocorreu num momento de profundas ALKMIM, H. D. “O laboratório de dona Helena”. transformações no Brasil, entre elas a liberação Boletim Claparède. Ibirité, n. 3, mar. 1980. econômica a partir do ano de 1808 e a inde- CAMPOS, R. H. de F.; LOURENÇO, É. “Helena pendência brasileira em 1822. Todas estas mo- Wladimirna Antipoff .” In: CAMPOS, R. H. de F. difi cações impulsionaram o aparecimento de (Org.). Dicionário Biográfi co da Psicologia no Bra- casas bancárias e companhias de seguros, que sil: pioneiros. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: CFP, tinham por objetivo atender às necessidades 2001. vindas dessas mudanças. O banco surge de- CARNEIRO, M. J. Aqui se trabalha com amor. Bole- vido à necessidade de fazer com que o capital tim Claparède. Ibirité, n. 3, mar. 1980. circulasse na praça de Salvador, sendo insufi - ciente diante do volume de negociações que CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA ali se efetivava. É importante ressaltar que até HELENA ANTIPOFF. Psicologia experimental. o ano de 1845 não existiam concorrentes para Belo Horizonte: Imprensa Ofi cial, 1992. ele na Bahia. A base fi losófi ca da Caixa Eco- FUNDAÇÃO HELENA ANTIPOFF (FHA). Bole- nômica da Bahia podia ser resumida em três tim Claparède. Ibirité, n. 1, mar. 1979. ideias: economia, perseverança e socorro nas FUNDAÇÃO HELENA ANTIPOFF (FHA). Bole- difi culdades. O objetivo inicial desta institui- tim Claparède. Ibirité, Edição Especial, ago.1979. ção era o de promover a acumulação de peque- FUNDAÇÃO HELENA ANTIPOFF (FHA). Bole- nas quantias empregadas no comércio lícito e tim Claparède, Ibirité, n. 3, mar.1980. oferecer às classes laborais meios de aumentar seus capitais e prestar socorro nos momentos PINHEIRO, I. de M. Laboratório de Psicologia e de crise. Miguel Calmon Du Pin e Almeida Pesquisas Educacionais Edouard Claparède. In: Sobrinho (1912-1967), presidente do banco no FUNDAÇÃO HELENA ANTIPOFF (FHA). Labo- período de 1940-1962, sensível às questões re- ratório de Psicologia e Pesquisas Educacionais lacionadas com a gestão das pessoas que tra- Edouard Claparède. Ibirité/MG: Fazenda do Rosá- balhavam na instituição, especifi camente com rio, 1980. Mimeo. a escolha dos profi ssionais, decidiu trazer para o Banco Econômico nos anos de 1960 Francis- Rita de Cássia Vieira ca de Araujo Ma os, administradora, formada

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pelo primeiro curso de Admi nistração realiza- como entrevistas coletivas, provas situacio- do no Brasil pela UNESCO e chefe da divisão nais e envolvimento dos gestores em proces- de seleção do governo do Estado da Bahia. A sos seletivos, já eram ministradas no banco professora Giscele (como era chamada pelos desde a década de 1960 e continuaram sendo funcionários do banco, porque aplicava tes- aperfeiçoadas durante os anos que se segui- tes), por atuar durante anos na área de seleção ram. Não só em recrutamento e seleção o Ban- de pessoal e por ter se especializado em testes co Econômico foi vanguardista com relação psicotécnicos fora da Bahia, na época em que à introdução da psicologia nas organizações. a psicologia ainda não era reconhecida como Também na década de 1960 veio a compor os profi ssão, rece beu o título de psicóloga, quan- quadros do banco o professor Benedito Bri o, do houve o reconhecimento ofi cial em 1968. A professora Giscele foi aluna e discípula de advogado, com mestrado em Administração Emílio Mira y López, referência em psicodiag- nos EUA e professor da Escola de Administra- nóstico e criador do PMK. Impossível falar da ção da Universidade Federal da Bahia (UFBA). introdução da psicologia no Banco Econômico Benedito Bri o esteve no banco por mais de sem mencionar quem estimulou, expandiu e trinta anos e foi chefe da Divisão de Desenvol- fez crescer a ação e a importância dos psicó- vimento de Pessoal. Criou e dirigiu em Salva- logos na instituição: Paulo Maciel, diretor de dor o Centro de Desenvolvimento de Pessoal relações por dez anos, a maior liderança que o do Banco Econômico, agregando profi ssionais banco teve à frente dos assuntos relacionados dedicados ao treinamento e desenvolvimento com gestão de pessoas. Doutor Paulo Maciel, de pessoas, chegando a ter na década de 1980 como era chamado, foi herdeiro das ideias de em sua equipe, entre outros profi ssionais, oito doutor Miguel Calmon e impulsionou a ação psicólogas. A exemplo do que acontecia com da psicologia, promovendo grandes investi- a Divisão de Seleção, o professor Benedito mentos e ampliando para as outras sucursais Bri o também coordenava as ações de treina- nos anos de 1970 (São Paulo, Rio de Janeiro, mento e desenvolvimento das psicólogas nas Recife e Belém) os modelos de recrutamen- sucursais e em sua administração já se utiliza- to, seleção e treinamento adotados na matriz va as técnicas de dinâmica de grupo, a análise em Salvador. Giscele Ma os, contratada para conduzir os processos seletivos do Banco Eco- transacional, os levantamentos de clima orga- nômico, já psicóloga, passou por designação nizacional, entre outras ferramentas. O Banco de Paulo Maciel a ocupar o cargo de chefe da Econômico, representado pelos seus gestores, Divisão de Recrutamento e Seleção na matriz, sempre acreditou nas contribuições da psico- exercendo inclusive a supervisão das psicólo- logia, até o seu fechamento em 1994, quando gas nas sucursais do banco. A Divisão de Sele- foi vendido para outras instituições fi nan- ção, já de extrema relevância, foi dirigida por ceiras, inclusive internacionais, e fi nalmente ela com profi ssionalismo e competência por incorporado pelo Bradesco. O Gru po Econô- quase quarenta anos, que renderam à profes- mico ainda mantém outras empresas, mas a sora o grande respeito da alta administração, antiga estrutura bancária não existe mais. que instituiu a obrigatoriedade dos testes psi- cológicos para todos os cargos. Nas décadas Referência de 1970 e 1980, a Divisão de Seleção do Ban- OLIVEIRA, W. História de um banco: o Banco co Econômico já contava com seis psicólogas Econômico. Salvador-BA: Museu Eugênio Teixeira e três estagiárias de psicologia, só na matriz Leal; Memorial do Banco Econômico, 1993. em Salvador, contribuindo fortemente para a formação de profi ssionais psicólogos, atuan- tes nas organizações de trabalho. Técnicas e Iarlis Brandão condutas que hoje são utilizadas em seleção, Walkyria Camaro i

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„ Escola de Administração de Empresas de de autoridades, estudiosos e líderes empresa- São Paulo (EAESP/FGV) – 1954- riais participaram destes eventos, que culmi- naram na concretização da maior das cinco unidades acadêmicas da FGV. Além do apoio A EAESP começou a ser concebida no início do governo brasileiro, o projeto contou tam- de 1951, no Departamento de Ensino da Fun- bém com a colaboração do setor empresarial dação Getúlio Vargas (FGV), instituição de ca- paulista e da Universidade Estadual de Michi- ráter técnico-científi co e educativo, criada em gan. A EAESP/FGV começou suas atividades 20 de dezembro de 1944, com atribuições de interesse público, mas com personalidade ju- em 1954, na rua Martins Fontes, em prédio da rídica de direito privado, sem fi ns lucrativos. Delegacia do Trabalho, onde oferecia o curso Situa-se na avenida 9 de julho, 2.029, no bairro intensivo de Administração. Contava apenas de Bela Vista. Como consequência da preocu- com dez docentes brasileiros, em sua maioria pação com a melhoria da administração pú- assistentes de uma missão universitária norte- blica, que também originou o Departamento americana. Vários dos primeiros formandos Administrativo do Serviço Público (DASP), a realizaram programas de doutoramento ou FGV foi o polo de cristalização de ideias que participaram de cursos de pós-graduação em vieram à tona durante o período pós-Revo- universidades americanas ou europeias. Sua lu ção de 1930. Este momento histórico re- fi losofi a de ensino sempre preconizou o deba- fl etia na economia de nosso país tendências te, a heterogeneidade conceitual e ideológica internacionais dos hoje chamados países de e a formação de generalistas. Sua trajetória primeiro mundo, como a industrialização, a tem sido marcada pela busca de sintonia com abertura de novas perspectivas de trabalho e a o pensamento de vanguarda, tanto americano aplicação do vasto campo das ciências sociais como europeu. Os programas de suas discipli- à administração pública e privada e mesmo às nas desde o início se constituíram em modelos ciências econômicas. Em maio de 1952, houve para escolas da mesma área em todo o país. uma série de debates, no Rio e em São Paulo, A EAESP fundamenta-se em uma estrutura para acertar a criação da primeira escola de democrática formada por comissões e cole- Administração da América do Sul. Centenas giados, nos quais alunos, professores e fun-

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cionários discutem políticas institucionais e interdisciplinar de ciência do Tavistock Ins- defi nem planos e estratégias. Sua diretoria é titute de Londres, que privilegiava a noção escolhida por voto pela comunidade univer- de organização como sistema sociotécnico, sitária para um mandato de quatro anos, com Peter Spink colaborou na manutenção des- possibilidade de reeleição. A área de psicolo- ta visão da psicologia social. Inserida nessa gia, na EAESP, nasceu no então denominado concepção, temos Maria Irene Betiol que, em Departamento de Ciências Sociais (1954), que parceria com Maria José Tonelli, também se teve como primeiro chefe o jurista e professor destacou na divulgação da obra de Cristophe Antônio Angarita da Silva. Compunham esse Dejours. Já privilegiando a área de estudos departamento, à época, as disciplinas chama- organizacionais, destacou-se Sigmar Malvesi. das propedêuticas: Ciência Política, Sociolo- Nos anos de 1980, a abordagem psicanalítica gia, Direito e Economia. Segundo Angarita, ganhou terreno na área de psicologia e vem foi o professor Dardeau Vieira quem sugeriu a ser utilizada no módulo de psicologia apli- a inclusão da Psicologia no Departamento de cada, em paralelo com a psicologia social das Ciências Sociais. Para a área de psicologia or- organizações. Paulatinamente, a psicopatolo- ganizacional, não foi fácil encontrar um espe- gia psicanalítica encontrou seu lugar ao lado cialista, sendo recrutado um especialista em dos textos sociais de Freud. Nesse processo, o psicologia experimental da USP, o professor modelo dos fatores humanos foi sendo subs- Rodolfo Azzi, que até mesmo criou na escola tituído por uma visão mais crítica de homem um laboratório de psicologia experimental. e sociedade, em que trabalho e saúde mental Mas esta abordagem experimental foi se me- passam a pautar os enfoques da psicologia. tamorfoseando em uma concepção de análise Em 1988, a adoção do livro A loucura do traba- dinâmica do trabalho, na qual uma dimen- lho, de Dejours, nos programas de psicologia são social e crítica, centrada no ser huma- aplicada à administração, fundamenta um no, passou a ser privilegiada. Na década de novo olhar sobre a área, culminando na cria- 1970, a Psicologia efetivamente fi ncou raízes ção, em 1992, do Centro de Estudos e Pesqui- na instituição. Nesse período, a escola abri- sas do Trabalho. Seguem-se outras traduções gou muitos professores com difi culdades de e a vinda de Dejours a São Paulo, em 1994, lecionar em universidades públicas devido dá origem às conferências brasileiras, publi- à repressão da ditadura militar. Ademais, a cadas em 1999, completando um conjunto instituição se tornou atraente pela possibili- de obras que vão infl uenciar ergonomistas e dade de contatos com outras universidades engenheiros de produção de várias universi- no exterior, incluindo instituições universi- dades nacionais. Em 2004, a coletânea orga- tárias latino-americanas da área de adminis- nizada por François Daniellou, A ergonomia tração. Entretanto, esta inserção da Psicolo- em busca dos seus princípios, foi traduzida por gia não foi destituída de confl itos. Por um uma docente da casa e publicada, o que de- lado, havia a obrigatoriedade de conteúdos fi nitivamente projeta a EAESP para além do da chamada psicologia individual nos cursos campo da administração. A interdisciplinari- de graduação e, por outro, havia a demanda dade tem marcado esta área, dando origem a por uma psicologia mais social e organiza- disciplinas híbridas como Técnicas de Nego- cional, pragmática, discutida na área de es- ciação, Psicanálise, Propaganda e Marketing, tudos organizacionais. Quem buscava juntar Vocação e Trabalho, que vêm a reforçar a pre- os dois lados era a professora Arakcy Mar- ocupação crítica e social da psicologia. Esse tins Rodrigues, que por meio de sua posição esforço, que tem o intuito de não adaptar os no Departamento de Fundamentos Sociais e saberes psicológicos a uma perspectiva uti- Jurídicos se conectava também com um gru- litarista, é respaldado pela nova geração de po de cientistas sociais e políticos ligados pesquisadores e professores de Psicologia da a Pierre Bourdieu. Infl uenciado pela visão FGV-SP. A EAESP/FGV tem um periódico tri-

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mestral iniciado em 1961: a Revista de Admi- „ Escola de Aperfeiçoamento – 1929-1946 nistração de Empresas (RAE) e, desde 2002, a RAE eletrônica, semestral, e o GV-Executivo, Criada em Belo Horizonte, no âmbito da re- bimestral. Em 2004 foi iniciada a revista GV- forma Francisco Campos – Mário Casasanta, pes qui sa (anual, de distribuição interna, edita- com o objetivo de formar as professoras das da pelo Núcleo de Pesquisas e Publicações). escolas primárias públicas do Estado de Mi- Em 2006, ganhou uma nova revista, a Página nas Gerais nas propostas da Escola Nova. Foi 22, mensal, publicada pelo Centro de Estu- instalada ofi cialmente no dia 13 de março de dos da Sustentabilidade (CES). 1929. Seu primeiro regulamento foi aprovado pelo Decreto 8.987, de 22/02/1929, e modifi cado Referências pelo Decreto 9.653, de 30/08/1930. A direção da Escola em seu primeiro ano de funcionamen- BETIOL, M. I. S. Entrevista com o prof. Antonio to fi cou a cargo de Lúcio José dos Santos. Este Angarita Ferreira da Silva sobre a criação do curso foi substituído por Amélia de Castro Monteiro, de Psicologia na EAESP. São Paulo, 16 nov. 2006. que permaneceu no cargo até 1946. Em seus BETIOL, M. I. S.; GALEÃO-SILVA, L. G. “Les 17 anos de existência, a Escola de Aperfeiçoa- Groupes dans L’Enseignement de la Gestion – Ce mento funcionou em três endereços. Embora qu’ils nous on fait apprendre”. Nouvelle Revue de as datas exatas das mudanças não tenham sido Psychosociologie, 2, 2006. localizadas, sabe-se que seu primeiro endereço foi na avenida Augusto de Lima, à época de- DANIELLOU, F. (Coord.). A Ergonomia em busca nominada avenida Paraopeba, no local em que de seus princípios – debates epistemológicos. São hoje está erguido o prédio do Fórum Mendes Paulo: Edgard Blücher, 2004. Pimentel. Em seguida, mudou-se para outro DEJOURS, C. A loucura do trabalho – estudo de prédio na mesma avenida, onde hoje funcio- psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez, na o Minas Centro. Seu último endereço foi o 1987. atual prédio do Instituto de Educação de Mi- DEJOURS, C. Conferências brasileiras – identida- nas Gerais, na rua Pernambuco, 47. As alunas de, reconhecimento e transgressão no trabalho. da Escola de Aperfeiçoamento eram professo- ras das escolas públicas de Minas Gerais. Para São Paulo: Fundap: EAESP/FGV, 1999. ingressar na instituição, a professora deveria DEJOURS, C. O fator humano. Rio de Janeiro: FGV, ser indicada por uma autoridade do ensino e 1997. apresentar três atestados: de idoneidade re- DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psi- ligiosa e moral, emitidos pelo pároco e pelo codinâmica do trabalho – contribuições da escola juiz de sua cidade, respectivamente, além do dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento atestado de boa qualidade de serviços pres- e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. tados ao magistério, emitido pela diretora da escola em que lecionava. Uma vez admitida na FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Estatuto da escola, a aluna se comprometia a trabalhar na Fun dação Getulio Vargas. São Paulo: FGV, 1954. rede estadual por pelo menos cinco anos após FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Regimento da se formar. Caso fosse considerada incapaz, re- Escola de Administração de Empresas de São Pau- lapsa ou fosse reprovada em qualquer matéria, lo. São Paulo: EAESP/FGV, 1955. a aluna era dispensada. O Curso da Escola de FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Registros da Aperfeiçoamento tinha duração de dois anos e havia previsão de que a disciplina Psicolo- Divisão de Recursos Humanos da EAESP/FGV. gia Educacional fosse oferecida em ambos. No São Paulo: EAESP/FGV, 2007. primeiro ano, deveria abordar os seguintes te- mas: psicologia geral e individual, desenvolvi- Roberto Heloani mento mental da criança, técnicas psicológicas

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e elementos de estatística. No segundo ano, do por Helena Antipoff , permitia que as alunas dedicava-se ao aprofundamento dos estudos complementassem os resultados das pesquisas sobre o desenvolvimento mental da criança e realizadas no laboratório com os resultados de das técnicas psicológicas. O primeiro professor observações das crianças em seu contexto esco- de Psicologia Educacional foi Théodore Simon. lar e em situações naturais. Grande parte dos Seu curso teve duração de dois meses e tratou trabalhos desenvolvidos no laboratório foram da pedagogia e psicologia infantil. O segundo publicados por Helena Antipoff e pelas alunas foi Léon Walther, cujo curso foi ministrado no na Revista do Ensino, nos Boletins da Secretaria primeiro semestre letivo de 1929 e enfocou os do Interior de Minas Gerais, na revista Infância métodos da psicologia. Helena Antipoff foi a Excepcional e na Revista Brasileira de Estudos terceira professora da disciplina, que assumiu Pedagógicos . Dentre esses trabalhos, destacam- no segundo semestre de 1929, permanecendo se: Ideais e interesses das crianças de Belo Hori- no cargo até 1944. O Laboratório de Psicologia zonte e algumas sugestões pedagógicas; Esco- Experimental da Escola de Aperfeiçoamento lologia; Teste Prime; Desenvolvimento mental começou a funcionar no ano da fundação da das crianças de Belo Horizonte; Organização instituição. Possuía os seguintes aparelhos, das classes nos grupos escolares de Belo Ho- aqui apresentados com a grafi a de 1930: chro- rizonte e o Controle dos Testes; Contribuição à noscopio de d’Arsonval, chronometros Zenith, antropologia da moça mineira; dentre outros. kymographos simples, kymographo universal No início da década de 1940, o Laboratório de Ludwig, chronographo Jaquci, ergographo Psicologia Experimental da Escola de Aperfei- Mosso, dynamometros Collin, espirometros çoamento acolheu os alunos da recém-criada Barnes, tambor de Marey, pletysmographo, Faculdade de Filosofi a de Minas Gerais, pois pneumographo, diapasão elétrico, signal Des- esta ainda não dispunha de um laboratório de prez, chaves Morse, metrônomos com contatos psicologia próprio e Helena Antipoff era pro- elétricos, tachiloscopio de guilhotina, tachilos- fessora de Psicologia Educacional das turmas copio obturador, série de pesos para experiên- de licenciatura da Faculdade de Filosofi a. Com cia de ilusões, compasso de Weber, cartões a promulgação da Lei Orgânica do Ensino esthe siometricos de Binet, esthesiometro de Normal, Decreto-lei 8.530, de 02/01/1946, e do Frey, baresthesiometro, gravimetro kinemato- Decreto 166, de 28/01/1946, a Escola de Aper- metro de Meumann, tonvariator de Hornbo- feiçoamento teve suas atividades encerradas. siel, aparelho de fusão de cores, lãs Holmgreen, Uma vez que Helena Antipoff foi a professora carteira antropométrica de Bertillon. Helena de Psicologia Educacional que atuou ao longo de praticamente toda a história da escola, as Antipoff e as alunas da escola fi zeram uso do contribuições da autora e da instituição para a Laboratório de Psicologia Experimental em lar- história da psicologia mineira em alguns mo- ga escala, uma vez que ali verifi cavam experi- mentos se confundem. Ambas atuaram na di- mentalmente as leis ou resultados das investi- vulgação de uma psicologia científi ca aplicada gações que eram mencionadas durante as aulas à educação e na formação de profi ssionais que práticas de Psicologia Educacional e faziam a não somente continuaram a investir nos estu- correção e a padronização de testes para ava- dos na área da psicologia, como participaram liação da inteligência e de diversas aptidões. da criação da Sociedade Mineira de Psicologia Através de medidas antropométricas e da apli- e dos movimentos em prol da regulamentação cação de testes psicológicos para avaliação da da profi ssão do psicólogo no Brasil. inteligência e de aptidões como, por exemplo, memória, motricidade e atenção, as alunas se aprofundavam nos estudos do desenvolvimen- Referências to físico e mental do ser humano em geral e ANTIPOFF, H. “A psychologia na Escola de Aperfei- da criança de maneira especial. O Método da çoamento de Bello Horizonte.” Archivos Brasileiros Expe rimentação Natural de Lazurski, divulga- de Higiene Mental. v. 3, n. 7, p. 226-237, jul. 1930.

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BOSCHI, M. de F. L. A Psicologia na formação do concebida como um instrumento de cons- professor: a Psicologia nos programas dos cursos trução de uma nova educação da mulher, normais em Belo Horizonte (1930-1940). Belo Hori- mais prática e científi ca, com o propósito de zonte Dissertação (Mestrado em Psicologia Social). torná-la capaz de educar as novas gerações Universidade Federal de Minas Gerais, 2000. de um modo mais condizente com os princí- CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Helena Antipoff : tex- pios da modernidade implantada em Natal tos escolhidos. São Paulo: Casa do Psicólogo; Bra- a partir do início do século XX. Em 1919, foi sília: CFP, 2002. criado o Instituto de Puericultura na Esco- CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA la Doméstica, fundado pelo médico Varela HELENA ANTIPOFF. Fundamentos da educação. Belo Horizonte: Imprensa Ofi cial, 1992. Santiago. O primeiro curso de Puericultu- ra do Rio Grande do Norte seria oferecido CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF. Psicologia experimental. nesta instituição, tendo no seu programa o Belo Horizonte: Imprensa Ofi cial, 1992. seguinte tema: Psicologia experimental apli- cada à educação infantil. A escola, portanto, FAZZI, E. H. O laboratório de psicologia da Esco- la de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte (1929- inovava a educação norte-rio-grandense com 1946). Belo Horizonte: Dissertação (Mestrado em a presença de uma psicologia experimental, Educação). Universidade Federal de Minas Gerais, estudada no laboratório de puericultura e 2005. com ênfase na aplicação desse conhecimen- LOURENÇO, É. A psicologia da educação na obra to ao desenvolvimento infantil. Entre 1923 de Helena Antipoff : uma contribuição à historio- e 1925, ocorreu a implantação da disciplina grafi a da psicologia. Belo Horizonte: Dissertação Psicologia Pedagógica na escola. O desen- (Mestrado em Psicologia Social). Universidade Fe- volvimento infantil, as escalas psicométri- deral de Minas Gerais, 2001. cas, a formação dos hábitos, a organização PRATES, M. H. de O. “A Escola de Aperfeiçoamen- nervosa, a educação moral e estética eram to: teoria e prática na formação de professores”. In: alguns dos conteúdos ministrados nessa dis- SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE MINAS GE- ciplina. Na década de 1940 surgiria a disci- RAIS. Lições de Minas: 70 anos da Secretaria de plina Psicologia Geral, que seria ensinada na Educação do Governo de Minas Gerias. Belo Ho- rizonte: Secretaria da Educação de Minas Gerais, escola até o início dos anos de 1970. Até 1974, 2000. a disciplina de Psicologia Geral foi adminis- PRATES, M. H. de O. A introdução ofi cial do mo- trada pelo educador e intelectual Antônio vimento da Escola Nova no ensino público de Fagundes. A década de 1970 marcaria o fi m Minas Gerais: a Escola de Aperfeiçoamento. Belo do ensino da Psicologia na Escola Doméstica Horizonte: Dissertação (Mestrado em Educação). de Natal. Esta passaria a contar, a partir da Universidade Federal de Minas Gerais, 1989. década de 1990, com psicólogos escolares em seu quadro profi ssional. Em 2000, a Liga de Érika Lourenço Ensino criaria a Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte Ernani Henrique Fazzi (FARN) com o seu curso de Psicologia.

Referências „ Escola Doméstica de Natal – 1914- BARROS, E. Uma escola suíça nos trópicos. Natal: Off set, 2000. Instituição criada em 1914 pela Liga de CARVALHO, D. B. A cidade e a alma reinventadas: Ensino do Rio Grande do Norte, foi a pri- modernização urbana e a consolidação acadêmica meira instituição a constituir um saber psico- e profi ssional da Psicologia na cidade de Natal- lógico autônomo em Natal. Idealizada pelo Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado em intelectual Henrique Castriciano, a escola foi Psicologia). UFRN, Natal, 2001.

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CARVALHO, D. B.; SEIXAS, P. S.; YAMAMOTO, O. através do Decreto 137, de 27/01/1941, do go- Y. “Modernização urbana e a consolidação da Psi- verno estadual, pelo qual a já existente Escola cologia em Natal – Rio Grande do Norte”. Psicolo- Aires Gama se convertia em uma instituição gia em estudo. Maringá, v. 7, n. 1, p. 131-141, 2002. especializada, e os dispositivos legais então PINHEIRO, R. A. Henrique Castriciano: educação e editados fi xavam as características do exter- modernização no limiar do século XX. Dissertação nato primário para anormais educáveis. No (Mestrado em Educação). João Pessoa: UFPB, 1996. mesmo Diário Ofi cial (28/01/1941) foi desig- RODRIGUES, A.G. Educar para o lar, educar para nada Anita Paes Barreto para exercer o cargo a vida: cultura escolar e modernidade educacional de diretora da nova escola. Essa função foi na Escola Doméstica (1914-1945). Tese (Doutorado exercida de 1941 a 1957. Em medida de reco- em Educação). Natal: UFRN, 2007. nhecimento e justiça ao pioneiro Ulisses, seis anos depois de criada, a referida instituição passou a denominar-se Escola Especial Ulisses Denis de Carvalho Pernambucano, nome que persiste até os dias atuais. A instituição tem por objetivos: propi- ciar o atendimento psicopedagógico a crian- „ Escola Especial Ulisses Pernambucano ças e adolescentes com defi ciência mental e – 1947- condutas típicas; e possibilitar o desenvolvi- mento das potencialidades de seus alunos, fa- Escola Aires Gama – 1941-1947 vorecendo sua construção enquanto cidadãos inseridos socioculturalmente. O atendimento Instituição de natureza estadual de ensino a alunos portadores de defi ciência mental, que especial, situada na rua Gouveia de Barros, atualmente se situa em torno de 300 alunos, 189, bairro da Boa Vista, Recife – PE, a Esco- vai desde o nascimento, com a estimulação la Especial Ulisses Pernambucano foi fun- precoce na faixa de zero a dois anos, a crian- dada em 27 de janeiro de 1941 pelo governo ças com síndrome de Down, até o acolhimento do Estado de Pernambuco, tendo por base a de adultos no horário noturno. O conjunto do experiência pioneira de Ulisses Pernambuca- trabalho compreende atuação em condutas tí- no. Teve como dirigente, por ocasião da sua picas, estimulação essencial, educação infantil fundação, Anita Paes Barreto. Assim, suas (pré-escola, ensino fundamental e educação raízes remontam a 1925, pois representou o física), ofi cinas (arte, cerâmica, encadernação, desdobramento, no ensino público, da expe- horta e jardinagem, literatura infantil e arte- riência nacionalmente pioneira empreendida educação). Complementando esse trabalho por Ulisses Pernambucano nessa década. Em são oferecidos serviços de biblioteca, equipe 1923, o professor Ulisses assumiu a direção de diagnóstico, odontologia, clube de mães, da Escola Normal Ofi cial, pertencente ao go- capacitação em serviço, visitas e estágios. verno estadual e, apenas dois anos depois, A equipe técnica é composta por dois coor- pôs em prática a criação de uma escola para denadores pedagógicos, um psiquiatra, três crianças especiais. O seu interesse pela área psicólogos, uma psicopedagoga, uma fonoau- pode ser detectado bem antes, pois em 1918 dióloga e trinta professores. publicara o inovador trabalho Classifi cação das crianças anormais: a parada do desenvolvimento intelectual e suas formas, a instabilidade e a astenia Referências: mental. Na realidade, como esclareceu a pri- BARRETO, A. P. “Idealismo de um educador”. In: meira diretora, a escola funcionou durante al- Ciclo de Estudos sobre Ulisses Pernambucano. Re- guns anos como uma classe especial do Curso cife: Academia Pernambucana de Medicina, 1978. de Aplicação anexo à Escola Normal. Somente MEDEIROS, A. Ulisses Pernambucano. Rio de Ja- vários anos depois, foi criada uma escola espe- neiro: Imago; Brasília: Conselho Federal de Psico- cífi ca para a educação da criança subdotada, logia, 2001.

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PERNAMBUCANO, U. Classifi cação das crianças destacam-se Roberto Simonsen, Jorge Street, anormais: a parada do desenvolvimento intelec- Armando de Salles Oliveira, A. C. Pacheco e tual e suas formas; a instabilidade e a astenia men- Silva, Raul Briquet e Andrey Dreyfuss, todos tal. Recife: Imprensa Industrial, 1918. ligados ao Instituto de Organização Racional PERNAMBUCO. “Ato n. 125, de 23 de janeiro de do Trabalho (IDORT-SP), o que justifi ca a fi - 1947. Altera o nome da Escola Aires Gama para nalidade da formação técnica de seus profi s- Ulisses Pernambucano”. Diário Ofi cial do Estado. sionais para a administração pública e priva- Recife, 23 jan. 1947. da. Diante dos escassos recursos fi nanceiros PERNAMBUCO. “Ato n. 137, de 27 de janeiro de da escola, em grande parte utilizados para a 1941. Cria a Escola Aires Gama para Anormais contratação de professores estrangeiros, suas Educáveis”. Diário Ofi cial do Estado. Recife, 28 primeiras aulas foram ministradas em salas jan. 1941. emprestadas pela Escola de Comércio Álvares PERNAMBUCO. “Ato n. 138, de 27 de janeiro de Penteado, localizada no largo de São Francis- 1941. Nomeia a 1ª Diretora da Aires Gama”. Diário co. A partir de 1954, a ELSP teve sua sede no Ofi cial do Estado. Recife, 28 jan. 1941. casarão da rua General Jardim, em São Paulo, onde permanece até os dias atuais. Em 1935, VALENTE, W. Ulisses Pernambucano. Renovador a ELSP foi reconhecida como instituição de do ensino em Pernambuco. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1959. utilidade pública pelo governo do Estado de São Paulo, e em 1946, o governo federal, pelo Decreto-lei 9.786, reconheceu o seu cur- Adailson Medeiros so de graduação, cujo conteúdo foi defi nido como currículo mínimo para o ensino de So- ciologia e Política em todo o país. Tendo em „ Escola Livre de Sociologia e Política de vista a formação de profi ssionais destinados aos negócios públicos e privados, o ensino de São Paulo (ELSP) – 1933- sociologia assumiu um caráter empiricista e intervencionista, tendo forte infl uência da so- A ELSP, situada na rua General Jardim, 522, ciologia norte-americana, sobretudo da Esco- Vila Buarque – São Paulo, foi fundada em 27 la Sociológica de Chicago. Característica esta de abril de 1933 por um grupo de represen- que se diferencia da Faculdade de Filosofi a, tantes da elite industrial e intelectual da socie- Ciências e Letras da USP, criada em 1934, que dade paulistana que, imbuídos de uma nova buscava um ensino mais teórico das ciências mentalidade que valorizava a técnica e a ciên- sociais. Em 1939, a ESP foi incorporada à USP, cia, objetivavam, segundo seu manifesto de como instituição complementar autônoma, fundação, a construção de organizações uni- status que manteve até o início da década de versitárias sólidas. Pensava-se em um centro 1980. Com a chegada de Donald Pierson, da de cultura político-social apto a inspirar inte- Escola de Chicago, em 1939, a ELSP assumiu resse pelo bem coletivo, a estabelecer a ligação um caráter mais acadêmico e menos interven- do homem com o meio, a incentivar pesquisas cionista, admitindo o propósito de formação sobre as condições de existência e os proble- do sociólogo profi ssional. Em 1941, criou-se mas vitais de nossas populações, a formar o primeiro curso de pós-graduação em Socio- personalidades capazes de colaborar efi caz logia no país, o que atraiu muitos recém-for- e conscientemente na direção da vida social. mados da Faculdade de Filosofi a, Ciências e Dentre os fundadores da ELSP, na sua maioria Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo, engenheiros, médicos e dirigentes das princi- como Florestan Fernandes. Paralelamente, co- pais instituições de ensino de São Paulo, como meçou a desenvolver-se intensa atividade re- a Faculdade de Direito, a Escola Politécnica, a lacionada a estudos e projetos encomendados Faculdade de Medicina, a Escola de Comércio por órgãos públicos e pela iniciativa privada, Álvares Penteado e a Escola de Belas-Artes, que perdura até hoje. Outro marco impor-

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tante desse período é a publicação da revista FUNDAÇÃO ESCOLA SOCIOLOGIA E POLÍTI- Sociologia (1939-1966), por iniciativa de Emílio CA DE SÃO PAULO. Manifesto de Fundação da Willems e Romano Barreto. Foi Raul Briquet, Escola Livre de Sociologia e Política. Disponível médico ginecologista e obstetra, quem pro- em: . Acesso em: Social à ELSP. Seu curso abordava as relações 28 set. 2007. entre psicologia social, biologia e sociologia e FUNDAÇÃO ESCOLA SOCIOLOGIA E POLÍTI- temáticas específi cas da psicologia social: fa- CA DE SÃO PAULO. Disponível em: . Acesso em: 25 set. 2007. res de Psicologia da ELSP: Noemy da Silveira KANTOR, I.; Maciel, D.; SIMÕES, J. A. A Escola Rudolfer, Aniela Ginsberg e Be i Katzenstein. Livre de Sociologia e Política: anos de formação Em 1937, Aniela Ginsberg tornou-se professo- (1933-1953): depoimentos. São Paulo: Escuta, 2001. ra assistente da cadeira de Psicologia Social da LIMONGI, F. “A Escola Livre de Sociologia e Polí- ELSP. Foi levada por Noemy da Silveira Ru- tica em São Paulo”. In: MICELI, S. (Org.). História dolfer, responsável pela cátedra de Psicologia das Ciências Sociais no Brasil. v. 1. São Paulo: Vér- Social na ELSP, para dirigir o laboratório de tice, 1989. psicologia social da instituição, no qual per- MAZA, F. “Escola Livre de Sociologia e Política de maneceu até 1940. Be i Katzenstein, psicóloga São Paulo e a elite industrial paulista”. Revista do alemã, lecionou Psicologia na ELSP entre 1953 Mestrado em Educação, UFS, v. 7, p. 67-78, jul./ e 1962. Em 1941, Katzenstein e Ginsberg or- dez. 2003. ganizaram o Centro de Orientação Profi ssio- nal, anexo ao IDORT, órgão que possuía forte ligação com a ELSP. Atualmente, a Fundação Andréa Soares Wuo Escola de Sociologia e Política (FESP) é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fi ns lucrativos, cujo fi m é a manutenção de esco- „ Escola Normal de São Paulo – 1846-1934 las voltadas ao ensino e à pesquisa em nível superior. A instituição mantém a Escola de So- ciologia e Política, a Faculdade de Biblioteco- Também conhecida como Escola Normal nomia e Ciência da Informação e a Faculdade da Praça, foi criada pela Lei 34, de 16/03/1846. de Administração. Nas décadas subsequentes, após encerrar as atividades por duas vezes, num processo de marchas e contramarchas, passou por refor- Referências mas curriculares seguidas de alteração na de- AZEVEDO, M. L. B. A obra de Aniela Meyer-Gins- nominação. Instalada junto à Catedral do Lar- berg: uma contribuição para a História da Psico- go da Sé, a escola teve por diretor e professor logia no Brasil. Tese (Doutorado em Psicologia So- o bacharel Manuel José Chaves, encarregado cial). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, de ministrar matérias idênticas às ensinadas São Paulo, 2002. nas escolas elementares: Leitura, Escrita, Arit- BOMFIM, E. M. “Históricos cursos de Psicologia mética, Noções de Geometria, Gramática e Re- Social no Brasil”. Psicologia e Sociedade, v. 16, n. 2. ligião. Em 1875, na administração provincial Porto Alegre, 2004. de João Theodoro Xavier de Ma os, reinsta- BOMFIM, E. M. Raul Carlos Briquet. Rio de Janei- lou-se a Escola Normal junto à Faculdade de ro: Imago, 2002. Direito do Largo de São Francisco. Com o in- CYTRYONOWICZ, M. M. e CYTRYONOWICZ, R. tuito de garantir uma formação profi ssional e Be i Katzenstein Shoenfeldt, uma psicóloga do moral ao professorado, ampliou-se o currículo século XX. Disponível em: . Acesso Língua Francesa; Aritmética e Sistema Métri- em: 28 set. 2007. co; Caligrafi a; Doutrina Cristã, Metódica e Pe-

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dagogia; Noções de História Sagrada e Uni- mal Superior, isto é, de centro de formação versal; Geografi a e Elementos de Cosmologia. profi ssional, difusão de progresso intelectual Entretanto, logo encerraria suas atividades, e multiplicador de conhecimento. Tornada vi- reabrindo em 1880, quando Laurindo Abelar- trine da excelência do sistema escolar paulista, do de Brito era presidente da província. Nova- passou a ser designada afetuosa e respeitosa- mente modifi cou-se o currículo, que abrangia mente por Escola Normal da Praça. Perante a agora o ensino de Gramática e Língua Nacio- evolução da matrícula escolar, acompanhada nal; Aritmética e Geometria; História e Geo- de aumento dos gastos públicos, dados carac- grafi a; Pedagogia e Metodologia; e Francês, terísticos das décadas iniciais do século XX, Física e Química. Nessa década de intensa os reformadores optaram por imprimir um propaganda republicana, a escola presenciou padrão biopsicossocial na formação de pro- graves dissensões internas: os professores fessores. Com Oscar Thompson à frente da aderentes ao positivismo de Auguste Comte, diretoria da Escola Normal Secundária e da dentre eles, Antonio da Silva Jardim, foram diretoria-geral da Instrução Pública, imple- confrontados por outros de fi liação católica. mentaram-se ações inovadoras. Além de ofi - Após a Proclamação da República, Francisco cializar o método analítico para o ensino das Rangel Pestana elaborou, para o Partido Re- matérias, Thompson expandiu e consolidou o publicano Paulista, um programa de reforma núcleo das disciplinas pedagógicas do currí- da instrução. Nessa conjuntura esperançosa o culo da Escola Normal da Praça. De fato, im- médico e regente da cadeira de Biologia, Anto- plantou duas cadeiras de Psicologia Experi- nio Caetano de Campos, assumiu a direção da mental, Pedagogia e Educação Cívica e uma instituição com a incumbência de reformá-la. cadeira de Métodos e Processos de Ensino, Adverso ao ensino pautado na verbalização e Crítica Pedagógica e Exercício de Ensino, regi- memorização, dizia que é da psicologia da in- das, respectivamente por Manuel Ciridião fância que se deve deduzir o melhor modo de Buar que, Antonio de Sampaio Dória e Oscar ensiná-la. Assim, ele sagrou a psicologia asso- Thompson. A escola implantou também o Gabi- ciacionista ao adotar o método intuitivo de nete de Antropologia Pedagógica e Psicologia Pestalozzi e as lições de coisas de Calkins Experimental, a cargo de professor Clemente como apropriados para o desenvolvimento do Quaglio. Nesse local, em 1914, o médico-peda- intelecto. Nesse quadro inovador, acrescentou gogista italiano, Ugo Pizzoli, ministrou o cur- à cadeira de Pedagogia o ensino da disciplina so de Alta Cultura Pedagógica, difundiu a Psicologia. Em 1892, pouco antes de falecer, prática do mental tests e orientou teses como Caetano de Campos colocou a pedra funda- consta na publicação O Laboratório de Pedago- mental do edifício-sede a ser construído em gia Experimental (1914). Solicitado por Thomp- estilo neoclássico na praça da República, capi- son, Pizzoli elaborou um projeto para a cria- tal do estado. Na sequência, Gabriel Prestes ção de uma escola normal superior de assumiu a direção da instituição. Comple- aperfeiçoamento pedagógico, o que não se mentando a obra do antecessor, que criara em concretizou. Na cátedra de Psicologia Experi- anexo duas escolas-modelo, ele implantou um mental, Antonio de Sampaio Dória, bacharel jardim de infância nos moldes do kindergaten em Direito, destacava-se na difusão das ideias de Fröebel. Foi de Gabriel Prestes a iniciativa de William James, John Stuart Mill, Van Bier- de reformular o currículo da Escola Normal vliet e Herbert Spencer. Paralelamente, no de São Paulo segundo a hierarquia das ciên- anfi teatro da instituição ocorria o curso de cias de Comte. O positivismo predominava no Filo sofi a e Psicologia, ministrado por George ambiente intelectual da instituição, e não se Dumas. Nesse curso, o médico-psiquiatra da outorgava à Psicologia foros de ciência autô- Faculdade de Medicina de Paris, Dumas, dis- noma, donde a supressão do ensino dessa dis- sertou sobre Pierre Janet, Émile Durkheim, ciplina. No fi nal do século XIX, instituição Henri Bergson e William James. A partir de consolidou o status simbólico de Escola Nor- então, se assistiu no âmbito do ensino normal

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crescente institucionalização da psicologia de Trabalho, Pedagogia Geral e História da Edu- cátedra e da psicologia de laboratório. Sam- cação, Psicologia e suas Aplicações à Educa- paio Dória assumiu a diretoria-geral da instru- ção e Sociologia. No âmbito da Diretoria do ção com a incumbência de reformar a instru- Ensino, Lourenço Filho implantou o Serviço de ção pública, dentre as disposições da Lei 1.750, Psicologia Aplicada, cuja direção coube a Noe- de 08/12/1920, da reforma, constava a criação mi Marques Silveira, encarregada de orga nizar de uma faculdade de Educação. Sampaio Dó- classes seletivas com recurso aos testes ABC e ria chegou a cogitar a contratação de Edouard aferir os testes Binet-Simon e de Dearborn. Em Claparède para o corpo docente, psicólogo de 1933, Fernando de Azevedo foi empossado na projeção mundial e diretor do Instituto de diretoria do ensino de São Paulo. Cercado por Ciências da Educação Jean-Jacques Rousseau. 40 colaboradores, dentro os quais, o psicotéc- Nesse mesmo ano, Manoel Bergström Louren- nico Robert Mange, redige o Código de Educa- ço Filho foi nomeado professor-substituto de ção, legislação completa e orgânica do ensino Pedagogia e Educação Cívica da Escola Primá- paulista, consubstanciada no Decreto 5.884, ria anexa à Normal da Praça. Na aula inaugu- de 21 de abril de 1933. Dentre outras ações, o ral, discorreu com erudição sobre Wundt, Ber- reformador transformou o Instituto Pedagó- gson, Bekhterev e Ingenieros. Em 1925, foi gico em Instituto de Educação, também de ní- nomeado para a cadeira de Sampaio Dória e vel universitário. Essa instituição complexa ocupou o Gabinete de Antropologia Pedagógi- estruturava-se do seguinte modo: jardim da ca e Psicologia Experimental. Cercado de cola- infância, escolas primária e secundária, escola boradores – Noemy Marques Silveira, Branca de professores, centro de puericultura. Na Caldeira, Odalívia Toledo e João Batista Da- breve gestão de Fernando de Azevedo, am- masco Penna –, Lourenço Filho desenvolveu pliou-se o monumental edifício da Escola estudos empíricos diversifi cados: testes de de- Normal da Praça, com a construção de um ter- senvolvimento mental, inquéritos sobre jogos, ceiro pavimento para abrigar a Escola de Pro- infl uência de leituras e cinema, vocação para o fessores e o Serviço de Psicologia Aplicada magistério, inquérito sobre leituras de moços, então a ela anexados. Em suma: as diversas revisão paulista dos testes Binet-Simon e da ações desencadeadas por diferentes reforma- escala Barreto-Lima, ambos inacabados, e fi na- dores entre as décadas de 1910 e 1930 visando lizou os estudos denominados de testes ABC. à modernização da instituição contribuíram Na instituição, recepcionou Henri Piéron, em para levar à máxima radicalização o sentido 1927, que ministrou um curso de conferências, técnico-profi s sional da formação de professo- com aulas práticas de Técnica Psicológica, con- res e especialistas. A partir de 1934, o terceiro forme consta em Psicologia e Psicotécnica. Após pavimento do Instituto de Educação passou a encontrar-se com Claparède em Belo Horizon- sediar a recém-inaugurada Faculdade de Filo- te, e já no contexto da Revolução de Outubro, sofi a, Ciências e Letras da Universidade de Lourenço Filho é nomeado diretor-geral do São Paulo. Nesse ano, o governo do estado Ensino de São Paulo. Permaneceu no cargo incor porou o Instituto de Educação Caetano entre 1930 e 1931. Por meio de decretos-lei, de Campos e os docentes da escola de profes- refor mou a instrução pública e transformou a sores aos quadros da universidade. Dentre os Escola Normal da Praça em Instituto Pedagó- professores incorporados aos quadros da uni- gico. De nível universitário, o instituto destina- versidade constavam Fernando de Azevedo, va-se à formação de professores e especialistas Roldão Lopes de Barros e Noemy Marques e possuía a seguinte organização: jardim de in- Silveira, responsáveis, respectivamente, pelas fância, escola de aplicação, curso complemen- cadeiras de Sociologia Educacional, História e tar, curso normal, curso de aperfeiçoamento. Filosofi a da Educação e Psicologia Educacio- O currículo do curso era formado majoritaria- nal. Com essa medida, o instituto, com sua mente por disciplinas de natureza técnico-pro- escola de professores, tornou-se o embrião da fi ssional: Fisiologia Aplicada à Higiene e ao Seção de Educação da USP.

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Referências mulando as duas funções. O Decreto 4.524, de MONARCHA, C. Escola Normal da Praça: o lado 21/02/1916, uniformizava o ensino nas escolas noturno das luzes. Campinas: Unicamp, 1999. normais, tendo como modelo a Escola Nor- mal da capital, e apresentava como inovação MONARCHA, C. (Org.) Lourenço Filho: outros as- pectos, mesma obra. Campinas: Mercado de Letras, a introdução dos conhecimentos psicológicos, 1997. iniciando o processo de reconhecimento da psicologia como um instrumento para o futu- MONARCHA, C. Lourenço Filho e a organização ro professor conhecer o seu aluno. Segundo o da Psicologia Aplicada à Educação (São Paulo: artigo 10 desse decreto, a cadeira de Pedago- 1921-1934). Coleção Lourenço Filho, v. 3. Brasília: gia e Higiene era lecionada no quarto ano do INEP-Mec, 2001. curso e compreendia a matéria de Psicologia MONARCHA, C.; LOURENÇO FILHO, R. Por Infantil, que consistia no estudo das condições Lourenço Filho: uma biobibliografi a. Coleção Lou- fi siológicas e psicológicas dos alunos. A deter- renço Filho, v. 1. Brasília: INEP-Mec, 2001. minação pelo ensino prático era reforçada no MONARCHA, C. “O triunfo da razão psicotécnica: artigo 11, que dizia não ser permitido no en- medida humana e equidade social”. In: STEPHA- sino de qualquer matéria processos que não NOU, M.; BASTOS, M. H. C. Histórias e memórias fossem intuitivos e práticos ou que substi tuís- da Educação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2005. sem a observação e a refl exão por esforços de MONARCHA, C. “Sobre Clemente Quaglio (1872- memória, fi cando dispensado tanto quanto 1948): notas de pesquisa”. Boletim Academia Pau- possível o uso de compêndios e lições ditadas. lista de Psicologia, São Paulo, ano 27, n. 2, jul./dez. A crença de que a construção de uma nova 2007. sociedade ocorreria pela mudança na educa- ROCCO, S. et al. “Centenário do Ensino Normal de ção fez do ensino público o alvo predileto dos São Paulo: 1846-1946”. Polianteia Comemorativa governantes mineiros, que expressaram sua do Primeiro Centenário do Ensino Normal de São determinação de mudança radical do ensino Paulo (1846-1946). São Paulo: Gráfi ca Brescia, 1946. com a Reforma Francisco Campos, em 1928. Era necessário formar o professor, instrumen- talizá-lo, pois agora o método é mais impor- Carlos Monarcha tante que o conteúdo. Com a Reforma Fran- cisco Campos, a Escola Normal Modelo, assim como as demais escolas normais do estado, „ Escola Normal Modelo – 1906-1946 passou a ser regulamentada pelo Decreto 9.450, de 18/02/1930. A busca da educação pelo modelo científi co levou ao encontro com a psi- Criada em 28 de setembro de 1906 pela Lei cologia, tornando a década de 1930 um marco 439, foi regulamentada em dezembro de 1906, na história dessa ciência. Tal encontro se faz pelo Decreto 1.960, de 1909, e passou a minis- de forma efetiva através dos cursos normais, trar o Curso Normal com duração de quatro nos quais os conhecimentos da psicologia, anos. Fundada e mantida pelo governo do particularmente sobre a criança, tornam-se estado, foi referência do ensino público em indispensáveis à pedagogia, para formar o seu Minas Gerais. O decreto que regulamentava a professorado. Por se tratar da Escola Normal Escola Normal Modelo apresenta em seu arti- Modelo, os programas adotados e o próprio go 142 a fi nalidade do Curso Normal: o prepa- ensino da psicologia representavam a propos- ro prático de professores primários com todas ta ofi cial do estado, a ser imitada pelas demais as qualidades indispensáveis ao magistério. escolas normais. A partir desse decreto, o Cur- A administração da Escola Normal Modelo e so Normal passou a ter duração de sete anos, das escolas a ela anexas era exercida por um só distribuídos em: Curso de Adaptação, com diretor, nomeado pelo governo, sendo sempre dois anos; Curso Preparatório, com três anos, um dos professores do estabelecimento, acu- e Curso de Aplicação, com dois anos. A dis-

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ciplina de Psicologia compunha as cadeiras „ Escolas Normais do Curso de Aplicação, sendo lecionada na Escola Normal Modelo pelo médico Iago Vic- Destinadas à formação de professores, as toriano Pimentel. Autor de Noções de psicologia escolas normais constituíram-se numa das aplicadas à educação, obra de referência para o mais importantes instituições que contribuí- estudo da psicologia entre as normalistas da ram para o estabelecimento e para a consoli- época, possui as características de um manual dação da psicologia no Brasil. Seja no âmbito e expressa uma visão organicista da psicolo- teórico ou prático, a essas escolas deve-se uma gia. O Decreto 8.225, de 11/02/1928, apresenta das primeiras iniciativas para o ensino siste- o programa de psicologia do Curso Normal, mático da psicologia. Assim como elas foram sob o nome de Psicologia Educacional, divi- uma das principais bases para a criação de dida em dois anos. No programa do primeiro labo ratórios e produção de pesquisas, a publi- ano, a psicologia era apresentada na sua re- cação de compêndios para uso dos alunos lação com a educação. Sua defi nição, objeto normalistas, a realização de experiências edu- e métodos de estudo situavam-na no quadro ca cio nais, a promoção de cursos e conferên- das ciências naturais. Dentre suas aplicações cias por especialistas brasileiros e estrangeiros práticas, está a educação com o estudo da e, sobretudo, a formação de muitos dos pri- pedologia, pedotécnica e pedagogia. As me- meiros profi ssionais da educação em geral e didas psicológicas gráfi cas situavam-se num da psicologia em particular. A maioria das es- item à parte. O programa do segundo ano colas normais foi também a base para a cria- tratava da psicologia da criança. A primeira ção dos cursos de Pedagogia, nos quais a cáte- unidade apresentava a defi nição, objeto e mé- dra de Psicologia Educacional veio a se constituir todos de estudo da psicologia infantil e a rela- como uma das primeiras experiências de ensi- no superior de psicologia e, em muitos casos, ção da psicologia da criança com a educação. um dos germens para a criação dos primeiros Mereciam destaque os testes, que eram apre- cursos de Psicologia. As escolas normais fo- sentados em seus modos de aplicação: indi- ram criadas no século XIX. A primeira escola viduais e coletivos, e em seus tipos: aptidão de que se tem referência é a de Niterói – Rio de e desenvolvimento. A partir da segunda uni- Janeiro, fundada na década de 1830. Encon- dade, o programa repetia o do primeiro ano, tram-se referências também às escolas funda- apresentando a psicologia da criança em sua das em Ouro Preto – Minas Gerais, Bahia, relação com a base orgânica e com o social. Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, O Decreto 1.666, de 28/02/1946, transformou Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, a Escola Normal Modelo em Instituto de Edu- Mato Grosso, Goiás, Sergipe, Paraná, Espírito cação de Minas Gerais, nome usado até hoje. Santo, além de outras na Corte e em Minas Nessa data, o Curso Normal passou a ter a Gerais. A Escola Normal de São Paulo foi cria- duração de três anos e a ser oferecido somen- da em 1846, tendo sido extinta e reativada vá- te em nível de segundo grau. rias vezes, sendo defi nitivamente reaberta em 1880. Essas escolas propunham-se a formar professores em nível secundário, em cursos de Referência no máximo dois anos, sem garantir efetiva for- BOSCHI, M. de F. L. A psicologia na formação do mação profi ssional, com professores pouco professor: a psicologia nos programas dos cursos preparados e poucas aulas práticas. Em 1880, normais em Belo Horizonte (1930-1940). Disserta- em São Paulo, o curso passou a ter três anos de ção (Mestrado em Psicologia Social). Universidade duração. Foi particularmente na disciplina Pe- Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000. dagogia que temas de interesse psicológico foram tratados, dentre os quais a inteligência, Maria de Fatima Lobo Boschi a aprendizagem e a utilização de recompensas

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e castigos como meios de ensino. A disciplina no âmbito da formação de professores, da pes- Pedagogia foi transformada em Psicologia e quisa e da prática educacional, que, mais tar- Pedagogia. Em 1928, junto com Didática, Hi- de, com a criação da Fazenda do Rosário, foi giene e Puericultura, Sociologia, entre outras, pioneira em várias modalidades de atendi- a disciplina Psicologia passou a fazer parte do mento educacional. A Escola Normal Ofi cial currículo das escolas normais. As escolas nor- de Pernambuco, sob a direção de Ulisses Per- mais contribuíram também para a produção nambucano, teve importante papel na criação de conhecimento em psicologia, por meio de do Instituto de Psicologia, mais tarde denomi- estudos e pesquisas realizados em seus labo- nado Instituto de Seleção e Orientação Profi s- ratórios e de experiências práticas realizadas sional (ISOP). Essas instituições prestaram em salas de aula. Para o ensino de psicologia importante contribuição para a formação de nessas escolas, muitos de seus catedráticos es- professores, produção de pesquisas, experiên- creveram compêndios que tratavam de conhe- cias educacionais e ações de divulgação da cimentos gerais da área e de psicologia educa- psicologia, além de ter sido a base para a for- cional, assim como foram traduzidos vários mação de pioneiros da psicologia nesse esta- clássicos de autores estrangeiros e, mais tarde, do. A Escola Normal de Salvador, na Bahia, obras sobre temas mais específi cos, quer da teve Isaías Alves como catedrático de psicolo- psicologia em geral, quer da psicologia educa- gia, um dos mais importantes representantes cional em particular. Das muitas escolas nor- da área na época. Foi ele um dos pioneiros na mais brasileiras merecem destaque as escolas revisão, adaptação e aplicação de testes psico- normais de Belo Horizonte, Recife, Salvador, lógicos e pedagógicos no Brasil, assim como Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras. Na dé- um de seus mais importantes divulgadores, cada de 1920, essas escolas tinham forte pre- pela publicação de livros e realização de cur- sença no âmbito das reformas educacionais sos. Isaías Alves também produziu estudos empreendidas, todas de base esco lanovista, sobre a psicologia infantil, baseados nas ob- nas quais elas assumiam a incum bência de servações realizadas com seus próprios fi lhos. formar os novos educadores, com domínio No Rio de Janeiro, a Escola Normal teve Ma- dessa perspectiva pedagógica, em que a psico- noel Bomfi m como seu catedrático de psicolo- logia assumia a condição de ciência funda- gia e pedagogia, a quem se deve muito da pro- mental para a prática educativa, sobretudo no dução psicológica dessa instituição, na qual se que diz respeito aos conhecimentos sobre incluem o ensino, a produção de livros, pes- aprendizagem e desenvolvimento da criança. quisas e realização de experiências educacio- Assim, essas escolas normais trouxeram signi- nais, junto com professoras normalistas, prin- fi cativa contribuição ao ensino, pesquisa e cipalmente nas escolas primárias. A Escola aplicação da psicologia às questões educacio- Normal de Fortaleza, uma das principais ba- nais. Dentre elas, destaca-se a Escola Normal ses da reforma educacional do Ceará, entre de São Paulo, que, além das atividades de en- 1922 e 1923, empreendida por Lourenço Filho, sino, já na década de 1910 criou um laborató- constituiu-se numa das mais importantes e rio, que recebeu várias denominações ao longo profundas reformas escolanovistas no país. do tempo, patrocinou cursos com especialistas Nessa escola foi criado também um laborató- estrangeiros e contou com a publicação de vá- rio de psicologia. Assim, ao ensino, cuja fun- rias obras por seus catedráticos. A Escola Nor- ção principal era formar o novo professor para mal de Belo Horizonte trouxe signifi cativa assumir a nova prática pedagógica na escola, contribuição para o desenvolvimento da psi- veio aliar-se a pesquisa, cuja função era pro- cologia no Brasil, sobretudo por sua participa- duzir conhecimentos psicológicos que dariam ção na reforma de ensino de Minas Gerais, base para a atuação docente, consubstanciada promovida por Francisco Campos, articulada na ciência psicológica. É importante destacar à Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico, que que Lourenço Filho deu continuidade nessa contou com a liderança de Helena Antipoff , escola e em seu laboratório às pesquisas que

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iniciara na Escola Normal de Piracicaba, na Paulo; Noções de Psychologia (1916) e Pensar e qual fora catedrático de psicologia, tendo lá dizer: estudo do symbolo no pensamento e na lin- pesquisado atenção, maturidade para a escrita guagem (1923), O methodo dos testes (1928), de e a leitura e o emprego de testes. De volta a Manoel Bomfi m, da Escola Normal do Rio de São Paulo, esse pioneiro da psicologia conti- Janeiro; Psychologia (1926), de Sampaio Dória, nuou seus trabalhos na Escola Normal de São da Escola Normal de São Paulo; Teste indivi- Paulo, assumindo a cátedra de Psicologia e a dual de intelligencia (1927) e Os testes e a reorga- direção de seu Laboratório de Psicologia. nização escolar (1930), de Isaías Alves; O teste A Escola Normal de São Paulo também teve ABC (1933), de Lourenço Filho, dentre outros. papel de destaque no desenvolvimento da Entre os estrangeiros que ministraram cursos psicologia no Brasil. Suas contribuições refe- e conferências, destacam-se Piéron, Claparé- rem-se, sobretudo, ao ensino da psicologia, à de, Simon e Walther. As escolas normais cons- promoção de cursos de conferências ministra- tituíram-se, nas primeiras décadas do século dos por especialistas estrangeiros e pela pro- XX, numa das mais importantes bases para o dução de seu laboratório. Essa cátedra ocu- desenvolvimento da psicologia no Brasil, não pou-se de divulgar entre os alunos as teorias apenas pela divulgação da ciência psicológica psicológicas então desenvolvidas na Europa e produzida na Europa e nos Estados Unidos, nos Estados Unidos, assim como as novas téc- mas também pela contribuição para a forma- nicas por elas geradas, particularmente os tes- ção de professores, produção de pesquisas em tes psicológicos. Em 1914, a cátedra de Psico- seus laboratórios, promoção de experiências logia e o Laboratório foram assumidos por educacionais e incentivo à edição de livros. Sampaio Dória, depois por Lourenço Filho e, Nos anos que se seguiram, as escolas normais em 1932, por Noemi Silveira. Em 1934, esse la- continuaram a ser importantes meios de di- boratório foi incorporado à cátedra de Psicolo- vulgação e desenvolvimento do ensino, pes- gia Educacional da Faculdade de Filosofi a, quisa e aplicação da psicologia. Muitos dos Ciências e Letras da então criada Universida- pioneiros da psicologia no Brasil têm sua for- de de São Paulo, na qual foi empossada Noe- mação na área associada às escolas normais. mi Silveira, em 1936. Além das escolas nor- A partir dos anos de 1930, as escolas normais mais ofi ciais, destaque deve ser dado também continuaram a ser uma das mais importantes às escolas particulares, dentre elas as confes- fontes do ensino de psicologia, além de terem sionais católicas que ao longo do século XX se constituído nas bases para os cursos ou se- contribuíram para a formação de professores, ções de pedagogia das então criadas faculda- tendo a psicologia e outras disciplinas, que ti- des de Filosofi a, Ciências e Letras. Nesses cur- nham como referência esta ciência, largamen- sos, foram criadas as disciplinas de Psicologia te incorporadas a seus currículos. Dentre elas Educacional, uma das bases para a criação, pode ser citado o Colégio Nossa Senhora do mais tarde, dos cursos de Psicologia. Podem Sion, em São Paulo, no qual a psicologia teve ser citadas as cátedras e respectivos catedráti- amplo espaço em seu currículo, cujos conteú- cos dos cursos de Pedagogia da Universidade dos eram bastante abrangentes e atuais para a de São Paulo, Noemi Silveira, e da Universida- época. Para subsidiar o ensino de psicologia de da Bahia, Isaías Alves. É possível afi rmar nas escolas normais, muitas obras foram pu- que as escolas normais constituíram-se numa blicadas, incluindo a tradução de obras clássi- das instituições mais importantes para a intro- cas de autores estrangeiros e obras de autores dução, desenvolvimento e consolidação da brasileiros, principalmente dos catedráticos psicologia no Brasil, contribuindo diretamen- de psicologia nessas escolas. Dentre essas te para o ensino e, por essa via, para a produ- obras, podem ser citadas: Compendio de Paido- ção de conhecimentos, publicações especiali- logia (1911) e Educação da infancia anormal de zadas e experiências. Sendo também muito intelligencia no Brasil (1913), de Clemente Qua- relevante para a formação e base de ação para glio, da Escola Normal de Amparo, em São muitos dos pioneiros da psicologia no Brasil.

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Sua infl uên cia estendeu-se para os cursos de GEBRIN. V. S. Psicologia e Pedagogia Nova no Pedagogia, com as cátedras de Psicologia Brasil: saberes e práticas escolares nos rastros Educacional, e mais tarde, como um dos sus- da criança. Tese (Doutorado em Educação). Pon- tentáculos para os nascentes cursos de Psico- tifícia Universidade Católica de São Paulo, São logia no país. Paulo, 2006. LOURENÇO FILHO, M. B. “A psicologia no Brasil”. Referências In: Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, v. 23, n. 3. Rio de Janeiro, FGV, p. 41-53, set. 1971. ALMEIDA, J. R. P. História da educação pública no Brasil (1500-1889). São Paulo: EDUC; Brasília: INEP, MASSIMI, M. A Psicologia em instituições de en- 1989. sino brasileiras do século XIX. Tese (Doutorado em ANTUNES, M. A. M. O processo de autonomização Psicologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, da Psicologia no Brasil (1890-1930): uma contribui- 1989. ção aos estudos em História da Psicologia. Tese MASTROBUONO, C. M. A Psicologia da Educação (Doutorado em Psicologia Social). Pontifícia Univer- no Curso Normal de uma escola confessional ca- sidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1991. tólica da cidade de São Paulo. Tese (Doutorado em ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: lei- Psicologia). Pontifícia Universidade Católica de São tura histórica sobre sua constituição. São Paulo: Paulo, São Paulo, 2004. EDUC, 2007. MEIRA, M. E. M. e ANTUNES, M. A. M. Psicologia ANTUNES, M. A. M. “Sobre a formação de psicólo- escolar: teorias críticas. São Paulo: Casa do Psicó- gos: aspectos históricos”. In: Psicologia da Educa- ção, São Paulo, n. 5, 2º. Sem., p. 53-56, 1997. logo, 2003. ANTUNES, M. A. M. (org.). História da Psicologia RIBEIRO, M. L. S. História da educação brasileira. no Brasil: primeiros ensaios. Rio de Janeiro: EdUERJ; São Paulo: Cortez e Moraes, 1979. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2004. ROMANELLI, O. de O. História da Educação no CABRAL, A. de C. e M. “A psicologia no Brasil”. In: Brasil. Petrópolis/RJ: Vozes, 1978. Psicologia, n. 3, Boletim CXIX. São Paulo, FFCL da ROSIN, S. M. Das ideias psicológicas à Psicologia USP, p. 9-51, 1950. da Educação no Brasil – o caso do Paraná. Tese CAMPOS, R. H. de F. Psicologia e ideologia: um (Doutorado em Psicologia). Pontifícia Universidade estudo da formação da Psicologia Educacional em Católica de São Paulo, São Paulo, 2003. Minas Gerais. Dissertação (Mestre em Educação). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Hori- zonte, 1980. Mitsuko Aparecida Makino Antunes

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„ Faculdade de Ciências Humanas de no desenvolvimento da sociedade brasileira; Olinda (FACHO) – 1973- incentivar o trabalho de pesquisa e iniciação científi ca, visando ao desenvolvimento da ci- ência, da criação e difusão da cultura e, desse Fundada em 16 de janeiro de 1973, é uma modo, disseminar o entendimento do homem instituição de ensino superior localizada na e do meio em que vive; e promover a divul- rodovia PE-15, km 3,6 bairro de Ouro Preto, gação de conhecimentos culturais, científi cos Olinda – PE. A cidade está apenas a seis quilô- e técnicos que constituem patrimônio da hu- metros de Recife e tem uma tradição histórica de efervescência artística e cultural. Assim, por manidade e comunicar o saber através do en- exemplo, Olinda (em conjunto com São Paulo) sino, de publicações ou de outras formas de foi sede da instalação dos primeiros cursos ju- comunicação. De natureza privada, fi lantró- rídicos no país, em 1827, no Mosteiro de São pica e confessional, tem como mantenedora a Bento, estabelecido na cidade desde o fi nal do Associação Instrutora Missionária (instituição século XVI. No início da década de 1970, o po- beneditina). A FACHO teve como dirigentes lítico olindense Barreto Guimarães conclamou por ocasião da fundação, em 1973: irmã Letí- as religiosas beneditinas instaladas na cidade cia de Queiroz Torreão (diretora); irmã Maria desde 1903 a manterem o facho de luz na área Stella Florentino Diniz (vice-diretora); irmã das ciências humanas. As religiosas, lideradas Margarida Fahl (secretária) e irmã Maria do pela irmã Letícia de Queiroz Torreão, enfren- Carmo Balbi (tesoureira). E como dirigentes taram o desafi o e criaram, em 1973, a Faculda- em, 2007: José Adailson de Medeiros (diretor- de de Ciências Humanas de Olinda – FACHO. geral); Maria de Lourdes Dias de Araújo (vice- A instituição tem por fi nalidade: desenvolver diretora); irmã Marta Vasconcelos (secretária) a educação, por meio do ensino, pesquisa e e irmã Maria Stella Florentino Diniz (tesourei- extensão, estimulando a criação cultural, o ra). A instituição promove ciclos de palestras desenvolvimento do espírito científi co e do multidisciplinares em psicologia, jornadas pe- pensamento refl exivo; formar diplomados dagógicas, encontros de Educação de Jovens em ciências humanas, aptos para inserção em e Adultos, fóruns acadêmicos discentes, ciclos seus setores profi ssionais e para participação de estudos literários, exposições de arte pro-

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duzidas por clientes da clínica de psicologia. e acompanha crianças, adolescentes e adultos Todos esses eventos são semestrais e já conso- oriundos de uma população menos favoreci- lidados institucionalmente. Além disso, publi- da que habita Olinda e cidades vizinhas. Esse ca o Informativo FACHO (órgão de divulgação, trabalho tem por eixo a valorização da dimen- fundado em 1986); a revista Travessia (fundada são humana, voltada para a responsabilidade em 1999, destinada à veiculação de trabalhos social. A clínica-escola tem compromisso com docentes) e a revista Com-Texto (fundada em o fazer clínico e com o exercício da cidadania, 2003, destinada à veiculação de trabalhos dis- atendendo os que a procuram, além de ofere- centes). Todas as publicações continuam a ser cer ao aluno-estagiário uma formação com- editadas. O estatuto vigente foi aprovado pelo prometida com o social. Ministério da Educação e Cultura pela Porta- ria Ministerial 946, de 23/03/2005, e publicado Referências no D.O.U. 57, de 24/03/2007. A administração central é exercida por um diretor-geral, que COELHO, F. Olinda Monumento Nacional. Recife: Comunicarte Ltda, 1982. se apoia em uma estrutura composta de nú- cleos, departamentos e coordenações de curso. FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE Dentre os cursos ofertados, está o de Psico- OLINDA. Livros de Atas. Olinda: Faculdade de logia (licen ciatura e formação de psicólogo) Ciên cias Humanas de Olinda, 1973-2007. e, neste, é relevante a Clínica-Escola de Psi- MEDEIROS, A.; DINIZ, M. de L.; COELHO, G. fa- cologia. Esta, uma referência na instituição, cho, patrimônio cultural de Olinda. Olinda Patri- é dirigida por uma psicóloga que coordena mônio Cultural da Humanidade. Olinda: Faculda- todas as atividades desenvolvidas. Cada pro- de de Ciências Humanas de Olinda, 1983. jeto tem um psicólogo coordenador, além de outros responsáveis pela supervisão dos alu- Adailson Medeiros nos em estágio. No conjunto, são 11 psicólo- gos, 80 alunos estagiários e três funcionários administrativos. A Faculdade tem um campus de 17.315 m² e uma área edifi cada de 11.349 „ Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras m². Devido à verticalização da área edifi cada, Sedes Sapientiae – 1947-1974 mais da metade do campus é composta de área Faculdade de Filosofi a do Instituto Sedes verde em que predominam grama, roseiras Sapientiae – 1943-1947 e plantação de pau-brasil. O curso de Psico- logia da FACHO foi o primeiro a instalar-se Instituto Superior de Filosofi a, Ciências e na cidade de Olinda e o quarto no Estado de Letras Sedes Sapientiae – 1939-1943 Pernambuco. Formado no âmbito da comuni- Instituto Superior de Pedagogia, Ciências dade beneditina, cuja casa-mãe é Tutzing, na e Letras Sedes Sapientiae – 1937-1939 Alemanha, sempre primou pela qualidade e Instituto Superior de Pedagogia, Ciências seriedade na formação dos futuros psicólogos. e Letras – 1932-1937 Parte signi fi cativa dos psicólogos que atuam hoje no mercado de trabalho no âmbito do estado – quer em docência ou outras ativida- A relevância dessa instituição para a psi- des – recebeu sua formação na FACHO, já que cologia se dá principalmente pelo fato de esta, desde a sua fundação, mantém as habili- divulgar ideias psicológicas desde 1933 nas tações de licenciatura e formação de psicólo- diferentes disciplinas ministradas nos cursos go. A Clínica-Escola de Psicologia, consolidan- de Pedagogia e Filosofi a. Participou, em espe- do a missão institucional, mantém um amplo cial, pela atuação de Madre Cristina, da regu- trabalho psicossocial, através de seus projetos: lamentação da profi ssão e na organização do Vir-a-ser, Recriar, Estação e Conviver. Acolhe curso regular de graduação em Psicologia.

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As experiências realizadas na clínica e as no- como primeiro professor dessa disciplina; em vas estratégias empregadas no atendimento 1937, Marie Louise Peters, como responsável aos perseguidos políticos do governo militar pela disciplina Psicologia Individual, Elias de possibilitaram estabelecer uma relação entre Moraes em Psicologia Geral e Emilia Maria a atuação do psicólogo e o contexto social Monteiro como assistente do Laboratório de e político. Foi criada pela Congregação da Psicologia e Pedagogia; em 1940, Célia Maria Nossa Senhora das Cônegas de Santo Agos- Sodré Dória (madre Cristina), é mencionada tinho, tendo como mantenedora a Associa- como auxiliar do Laboratório de Pedagogia ção Instrutora da Juventude Feminina, com e Psicologia, e em 1945 como catedrática de o objetivo fundamental de formar a moci- Didática Geral e Psicologia Educacional. Lo- dade feminina e as religiosas educandas em re a Katherine Buckley foi contratada em um meio que lhes é próprio. Nasceu no bojo 1941 para ministrar a disciplina Psicologia e de um movimento de restauração da Igre- Pedagogia. Ainda na década de 1940, propos- ja Católica, que se propunha a formar uma to por iniciativa de madre Cristina, é ofere- intelectua lidade católica, assim como mães cido um trabalho de atendimento psicológico de família que pudessem restabelecer valores nas seguintes áreas: psicopedagogia, diag- religiosos diante do crescimento da laiciza- nóstico, orientação profi ssional, orientação de ção do ensino. Assume ainda a formação de pais. Os alunos do curso de Pedagogia eram professoras para o ginásio. De natureza con- responsáveis pelas atividades práticas de ob- fessional, admitiu somente moças até 1965, servação e atendimento, orientados por seus quando foram abertas vagas para ambos os professores. Em 1953 começou a funcionar sexos no curso de Física. A instituição iniciou para concluintes dos cursos de Pedagogia e seu funcionamento no ano de 1933 no prédio Filosofi a um curso de especialização em Psi- do Colégio Des Oiseaux (da mesma mante- cologia Clínica e, ligado a ele, uma clínica nedora), situado na rua Caio Prado, 102. Em psicológica infantil. Essa clínica iniciou seu 1943, nomeada agora Faculdade de Filosofi a funcionamento mudou-se provisoriamente, do Instituto Sedes Sapientiae, mudou-se para em uma sala de aula e no ano seguinte para prédio próprio, situado na r. Marquês de Pa- um prédio de quatro andares. Situado na rua ranaguá, 111, com 12 salas de aula, anfi teatro, Caio Prado (fundos da faculdade) e cons truí- quatro salas para estudo individual, labora- do especialmente para ela, a clínica contava tórios, capela, sala de leitura, quadra de tê- com: pequena piscina com água corrente, cai- nis, terraço para ginástica e jogos, restaurante xa especial para areia, salas para terapia com e internato com quartos individuais. Em 1947 espelhos para observação, câmaras escuras é agregada à Pontifícia Universidade Católi- sonorizadas com possibilidade de gravação. ca de São Paulo (PUC-SP), tendo como nome Nesse período, aos sábados, havia uma apre- Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Se- sentação aberta de casos estudados, seguida des Sapientiae, e em 1971, quando da reforma de debates entre os expositores e destes com universitária, passou a integrar essa insti- o público. Foram professores nessa fase, entre tuição. Por ocasião dessa integração, o espa- outros, Haim Grunspum e José Ângelo Gaiar- ço físico da clínica permaneceu ainda como sa (Técnicas Psicoterápicas, Ludoterapia e propriedade da Associação Instrutora da Ju- Psiquiatria Infantil), Joel Martins (Psicologia ventude Feminina e nele continuaram a ser Experimental), Edgard Pinto César (Psicaná- oferecidos cursos de especialização nas áreas lise) e Fernando de Villemor Amaral (Téc- de pedagogia e psicologia, além de estágio nicas Projetivas). Durante toda a década de supervisionado aos alunos de Psicologia, até 1950, foram realizadas na faculdade reuniões formar-se, em 1974, a turma que entrara em para discutir a regulamentação da profi ssão e 1970. Desde sua fundação, eram ministradas também a organização do currículo do curso disciplinas ligadas à psicologia no curso de regular de formação a ser criado. A principal Pedagogia. Em 1933 d. Xavier Ma os consta mentora dessas reuniões era madre Cristina,

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que fez parte de várias comissões organizadas PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO. Memória para trabalhar com a questão da regulamen- viva: Madre Cristina. São Paulo, ano 4 (2), 1984. tação. O curso de graduação em Psicologia INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE. Relatórios anuais teve início em 1964, com um currículo mon- das atividades desenvolvidas – 1933- 1971. Arquivo tado para seis anos, fruto das experiências e Morto da PUC-SP. São Paulo: 1933-1971. disciplinas já existentes nos diferentes cursos de especialização oferecidos desde a década Marisa T. D. S. Baptista de 1950. No ano seguinte inaugurou-se, junto ao curso de Psicologia, o Centro Ocupacional para Formação Profi ssional de Adolescentes Oligofrênicos, o Instituto de Psicologia do „ Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) Trabalho, além de ser ampliado o Laboratório da Universidade Federal da Bahia (UFBA) de Psicologia Experimental. Alguns dos pro- – 2008- fessores que atuaram no curso nos primeiros Faculdade de Medicina da Universidade anos de funcionamento foram: Neyde Appa- Federal da Bahia – 1946-2008 recida Sollito (Psicologia da Educação), Re- Faculdade de Medicina da Bahia – 1901- gina Chnaiderman e Vera Könisberger (Psi- canálise); Bernardo Blay Neto (Psicologia da 1946 Indústria), José Novaes Paternostro (Seleção Faculdade de Medicina e Farmácia da de Pessoal), Nilce Pinheiro Mejias (Psicologia Bahia – 1891-1901 da Aprendizagem) e Oswaldo de Barros San- Faculdade de Medicina da Bahia tos (Aconselhamento). Segundo depoimentos (FAMED) – 1832-1891 de profi ssionais que trabalharam no curso Academia Médico-Cirúrgica da Bahia – no período, quando o curso de Psicologia foi 1816-1832 implantado, muitas das disciplinas que com- punham os antigos cursos de especialização Escola de Cirurgia da Bahia – 1808-1816 passaram a constituir novos cursos de espe- cialização, como os de Psicodrama, Psicaná- É uma instituição pública federal que, como lise, Abordagem Corporal, Psicomotricidade, as suas congêneres, tem por objetivo o ensino, Gestalt. A partir de 1964, madre Cristina es- a pesquisa e a extensão universitárias, estando timulou os profi ssionais que trabalhavam na franqueada à população em geral. No perío- clínica da faculdade realizando atendimento do colonial, Portugal não admitia a criação terapêutico a desenvolverem novas formas de cursos superiores no Brasil, a formação de de entendimento e atuação para acolherem os Academias Literárias ou mesmo a liberdade perseguidos pelo regime militar. Terminado o de imprensa. No início do século XIX a Corte processo de fusão com a PUC-SP, o nome Se- portuguesa, sofrendo ameaça de invasão pe- des Sapientiae passou a denominar o instituto, las tropas de Napoleão Bonaparte, deliberou criado em 1975 por Madre Cristina. transferir para o Brasil. Durante a estadia em Salvador-BA, em 18 de fevereiro de 1808, dom Referências João, príncipe regente de Portugal, autorizou BAPTISTA, M. T. D. S. Madre Cristina. Rio de Ja- a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, a neiro: CFP/ Imago, 2001. pedido de José Corrêa Picanço, pernambu- INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE. Histórias e me- cano, cirurgião da Real Câmara Portuguesa, mórias. São Paulo, 1998. Mimeo. lente jubilado da Faculdade de Medicina da MORAIS, S. T. P. Professores universitários con- Universidade de Coimbra. Na Carta Régia tam suas vidas. Tese (Doutorado em Psicologia). que determinou a sua criação, dirigida pelo Instituto de Psicologia/Universidade de São Paulo, ministro do reino dom Fernando José de Por- São Paulo, 1999. tugal João Saldanha da Gama, conde da Ponte

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e capitão-general da Bahia, estava expresso o tras províncias situadas no Norte e Nordeste. objetivo da instrução dos que desejassem se Com a exigência de defesa das teses inaugu- dedicar à arte da cirurgia. Em 1816 foi trans- rais (atuais trabalhos de conclusão de cursos formada em Academia Médico-Cirúrgica da de graduação), houve a possibilidade de es- Bahia; em 1832 a Regência Trina Permanente tudo de vários assuntos que atualmente são assinou a Lei do Ensino Médico, que foi refe- objeto de outras ciências, inclusive a própria rendada por Nicolau Pereira de Campos Ver- psicologia. Dentre estes podem ser citados: gueiro, ministro do Império, que determinou A infl uência da Música na Medicina, de Po- a denominação de Escola ou Faculdade de licarpo Cesário de Barros (1845); Algumas Medicina. A reforma Benjamin Constant, de proposições sobre temperamentos, de Antô- 1891, alterou a denominação para Faculdade nio Dias Coelho (1853); Qual o papel que de- de Medicina e Farmácia da Bahia. Durante o sempenha a civilização no desenvolvimento governo de Epitácio Pessoa, em 1901, recebeu das moléstias mentais?, de Guarino Aloysio a denominação de FAMED, que conservou até Ferreira Freire (1888); Das relações entre as a sua incorporação à Universidade Federal da neuropathias e as psychopatias, de Francisco Bahia, em 1946. Em 2008, por ocasião das co- Chaves de Oliveira Botelho, em 1890; Hyste- memorações do seu bicentenário, passou a ser ria Infantil, de João Maria Carneiro Lyra , em denominada Faculdade de Medicina da Bahia 1891; Da psychoterapia suggestiva, de Antô- da Universidade Federal da Bahia. Dentre os nio Barreto Praguer (1893); Theoria mecânica seus diretores encontram-se José Avellino Bar- das vibrações cerebrais em suas relações com bosa (1829-1833), eleito por seus pares, e José a alienação mental, de Josino Correia Cotias, Lino Coutinho (1833-1836), escolhido em lista em 1896; Relações da actividade intelectual tríplice. O diretor atual é o professor José Ta- com a composição da urina, de Vital Cardo- vares Neto, com mandato até 2011. A Facul- so do Rego, em 1897; e Epilepsia e crime, de dade de Medicina funciona em seis prédios Júlio Afrânio Peixoto, em 1897. No período localizados nos bairros de Canela, Nazaré e oitocentista, nas teses que trataram de ques- Pelourinho, Salvador-BA. O prédio central da tões psicológicas os temas mais frequentes administração fi ca na praça XV de Novembro foram: Histeria; Infl uência da civilização; – Terreiro de Jesus, o pavilhão de aulas e os três Alcoolismo; Hipnotismo; Sugestão; Sono, so- hospitais-escola fi cam no Campus do Canela e nho e sonambulismo. Vale frisar que as teses a maternidade, na praça Conselheiro Almeida da FAMED ainda não foram exaustivamen- Couto, bairro de Nazaré. A faculdade publi- te estudadas e se constituem numa rica fon- ca a Gazeta Médica da Bahia, provavelmente a te de dados para pesquisadores de diversas revista científi ca mais antiga do Brasil, uma áreas do conhecimento. Além disso, por ela vez que foi fundada em 1866 por um grupo de passaram como estudantes e/ou professores, facultativos, sendo assumida, em meados do alguns dos quais foram pioneiros da psico- século XX, por esta instituição. O processo de logia brasileira, por exemplo, José Lino Cou- criação de instituições de ensino superior no tinho, Eduardo Ferreira França, Abílio César nosso país foi extremamente lento, ocasionan- Borges, Raymundo Nina Rodrigues, Juliano do lacunas das quais ainda hoje nos ressenti- Moreira e Afrânio Peixoto. Em síntese, a FA- mos. Na província da Bahia, após a criação da MED, por ter sido em grande parte do século Escola de Cirurgia, houve um hiato de qua- XIX a única instituição de ensino superior na se sete décadas antes que o Império criasse a Bahia e uma das poucas no Brasil, viabilizou Escola de Agronomia em S. Bento das Lages, a realização de estudos que extrapolaram o distrito da cidade de São Francisco do Conde. âmbito tradicional da medicina, possibilitan- Assim, a Faculdade de Medicina tornou-se do o trato de questões de ordem psicológica, um centro para onde se dirigiam aqueles que sendo portanto uma das primeiras institui- desejavam uma formação de nível superior, ções brasileiras a buscar entender o psicoló- inclusive atendendo a alunos oriundos de ou- gico.

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Referências sembargador Maynard, 174, bairro Cirurgia. ALBUQUERQUE, A. P. O centenário médico de Não há informações precisas acerca da data 1932. RIGHB, n. 58, p. 443-453, 1932. em que ocorreu a transferência, bem como BLAKE, I. S. Dicionário bibliográfi co brasileiro. dos motivos que levaram à sua realização. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1883. A última diretoria da faculdade foi compos- CASA DE OSWALDO CRUZ/FIOCRUZ. Dicioná- ta pelos médicos Benjamin Alves de Carvalho rio Histórico-Biográfi co das Ciências da Saúde no (presidente) e João Batista Perez Garcia Mo- Brasil (1832-1930). Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2008. doso, Canuto Garcia Moreno, Delso Bringel OLIVEIRA, E. S. Memória histórica da Faculdade Calheiros (componentes do primeiro conjunto de Medicina da Bahia concernente ao ano de 1942. de bancas examinadoras do processo seleti- Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1992. vo). A entrada de alunos na faculdade ocor- ROCHA, N. M. D.; TRANQUILLI, A. G.; LEPKI- ria por meio de processo seletivo. O primeiro SON, B. B. A Faculdade de Medicina da Bahia no destes, realizado em 16 de fevereiro de 1961, Século XIX: a preocupação com aspectos de saúde mental. Gazeta Médica da Bahia, 74, (2), 103-127, avaliava português, francês, alemão ou inglês, 2004. história natural, física e química. Existia uma grade curricular preestabelecida que previa os seis anos de duração da formação. A partir do Nádia Maria Dourado Rocha ano de 1962, verifi cou-se uma amplia ção do currículo do curso. Foi incluída, dentre outras disciplinas, a Psicologia Médica, ministrada „ Faculdade de Medicina da Universidade por João Batista Perez Garcia Moreno, que pu- Federal de Sergipe (UFS) – 1968- blicou Cinco aulas de psicologia individual e dez Faculdade de Medicina de Sergipe – aulas de psicanálise. Tais publicações não foram 1961-1968 encontradas até o momento e não há dados precisos sobre estas. A Faculdade só foi reco- nhecida em 10 de setembro de 1966. Somente Primeira instituição a formar médicos em duas turmas formaram-se nela, já que, junto a Sergipe, foi fundada em 11 de janeiro de 1961, outras instituições privadas de nível superior por meio do Decreto 49.864. Era uma institui- ção privada, mantida pela Sociedade Civil Fa- de Sergipe, como a Faculdade Católica de Fi- culdade de Medicina de Sergipe. Debates com losofi a, a Escola de Serviço Social, a Faculdade interesses científi cos no Centro de Estudos do de Ciências Econômicas, a Escola de Quími- Hospital Cirurgia prepararam a fundação des- ca e a já federalizada Faculdade de Direito, sa sociedade. Em 21 de janeiro de 1960, ocor- transformou-se na Universidade Federal de reu a nomeação de uma diretoria para a futu- Sergipe, em 28 de abril de 1968. Não há dados ra Faculdade de Medicina de Sergipe, tendo acerca de publicações institucionais, tampou- como diretor o médico Antonio Garcia Filho, co sobre eventos promovidos pela instituição, bem como a formação de um Núcleo Estudan- ou seu estatuto. Inicialmente, o ensino de ma- til Pró-Universidade de Sergipe. A faculdade térias relacionadas à psicologia era realizado, funcionou inicialmente no Instituto Parreiras por profi ssionais de outros campos, como a Horta, centro de pesquisas e exames labora- medicina. A Faculdade de Medicina de Sergi- toriais localizado na rua Campo do Brito, 551, pe destaca-se tanto por incluir pela primeira bairro São José, até ser transferida para o Hos- vez, neste estado, uma matéria relacionada à pital de Cirurgia, localizado na avenida De- psicologia quanto por dar a um médico a tare-

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fa de lecioná-la. João Batista Perez Garcia Mo- Academia Médico-Cirúrgica do Rio de reno, formado pela Faculdade de Medicina da Janeiro (1813-1832) Bahia, foi um importante personagem que es- Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do tudou, divulgou e utilizou em suas atividades Rio de Janeiro (1808-1813) profi ssionais a psicologia. Tanto em aulas de Psicologia Médica quanto de Medicina Legal, Dentre as consequências da chegada da Garcia Moreno utilizava conhecimentos da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, iniciou- Psicologia Experimental, da Psicanálise, bem se um esforço de criação de instituições que como preceitos do Psicodrama e da Terapia pudessem formar médicos em solo nacional. Ocupacional em suas atividades como Psi- O médico brasileiro José Correia Picanço quiatra, seja no Hospital-Colônia Eronides de – mais tarde barão de Goiana –, que acom- Carvalho, seja na Clínica Psiquiátrica Adauto panhara D. João VI em sua nau, teve grande Botelho. infl uência na consecução de uma Carta Ré- gia, naquele ano, criando as Escolas de Ana- Referências tomia, Medicina e Cirurgia da Bahia e do Rio de Janeiro. A sede inicial desta última foi no GARCIA MORENO, J. B. “Temas de Medicina Le- Hospital Real Militar e Ultramar do Morro do gal”. Revista da Academia Sergipana de Letras. Castelo, antigo Colégio dos Jesuítas. Poste- Aracaju, n. 12, p. 10-41, 1946. riormente, com base no plano do diretor dos SANTANA, A. História da Medicina em Sergipe. Estudos Médicos da Corte, Manoel Luiz Álva- Disponível em: . Acesso em: 10 maio 2007. mia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro (De- SILVA, H. Curso de Medicina: memória fotográfi ca creto Real de 01/04/1813). Admitiam-se alunos (1966-2003). Aracaju: Sociedade Médica de Sergipe, com a idade mínima de 14 anos para o curso, 2004. que durava cinco anos, habilitava ao exercício da cirurgia e outorgava licença de medicina SILVA, T. M. Garcia Moreno: imortal da Academia para curar. Suas disciplinas eram: Anatomia e Sergipana de Letras. Aracaju: Academia Sergipana Fisiologia, Terapêutica, Terapêutica Cirúrgica de Letras, 2005. e Particular, Medicina Cirúrgica e Obstetrícia, Medicina, Química, Elementos de Matéria Michelle Menezes Wendling Médica e Farmácia. A licença era resolvida em instância superior pelo cirurgião-mor e diretor do Protomedicato. A escola só ganhou auto- nomia com o Decreto Imperial de 1826, que „ Faculdade de Medicina da Universidade transferiu para seu diretor o poder de outor- Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – 1965- gar as cartas de cirurgião e cirurgião formado. Faculdade Nacional de Medicina da Em 1829 foi criada a Sociedade de Medicina Universidade do Brasil (1937-1965) do Rio de Janeiro (transformada em Academia Imperial de Medicina em 1835 e, atualmente, Faculdade de Medicina da Universidade Academia Nacional de Medicina), com gran- do Rio de Janeiro (1920-1937) de importância na reestruturação do ensino Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro médico e na criação das faculdades de Medici- (1901-1920) na, o que ocorreu com a Lei de 03/10/1832, que acatava com algumas alterações o Plano de Faculdade de Medicina e Farmácia do Rio Organização das Escolas Médicas do Império. de Janeiro (1891-1901) Instituíram-se três cursos: Medicina, Farmácia Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e Partos, que funcionavam com 14 professores (1832-1891) efetivos e seis substitutos. Cabia à faculdade

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conferir os títulos de Doutor em Medicina, apoio a uma medicina tropical, num momen- Farmacêutico e Parteira e reconhecer os títu- to de fortalecimento da higiene pública. Em 5 los obtidos no exterior. Com a transformação de dezembro de 1852, quando da inauguração em faculdade, o ingresso no curso médico se do Hospício de Pedro II, já existia a cátedra tornou mais difícil, sendo necessários exames de Medicina Legal, na qual eram discutidos de português, francês, inglês, latim, fi losofi a, diversos temas de interesse para a psicologia. aritmética e geometria. O curso passou a du- Depois foi criada a cadeira de Higiene; em rar seis anos, com 14 matérias divididas em 1881, com nova reforma, foi criada a cadeira três seções: ciências acessórias, cirúrgicas e de Clínica Psiquiátrica e Moléstias Mentais, médicas. Os doutorandos deveriam susten- ocupada interinamente pelo diretor médico tar, em público, uma tese (obrigatória até a do hospício e catedrático de Medicina Legal reforma do ensino médico, em 1930), escrita Nuno de Andrade. Em 1883, assumiu João no idioma de origem ou em latim e impressa Carlos Teixeira Brandão, considerado o pri- à sua própria custa. Em 20/12/1838, formou-se meiro psiquiatra brasileiro, que, a partir de a primeira turma, com 12 alunos. Seu orador, 1887, acumulou a cátedra com a função de di- Domingos Marinho de Azevedo America- retor do hospício. Neste destacaram-se nomes no, apresentou a tese “Sobre a phrenologia”. como Juliano Moreira, Henrique Roxo (cuja Até 1883 era vedada a matrícula de mulheres, tese “Duração dos atos psíquicos elementa- exceto no curso de obstetrícia, que durava res nos alienados”, de 1900, é considerada o dois anos. Naquele ano, obtida a permissão primeiro trabalho de psicologia experimen- da matrícula feminina, três alunas ingressa- tal no Brasil), Maurício de Medeiros (com a ram, porém apenas a gaúcha Hermelinda de tese “Métodos de psicologia”, de 1907), José Vasconcelos chegou ao fi m do curso, forman- Leme Lopes. O campo médico psiquiátrico do-se em 26 de dezembro de 1888. Desde sua brasileiro foi signifi cativamente infl uenciado criação, a precariedade do espaço físico, do pelas ideias correntes na Europa, em especial material escolar, de instrumentos, drogas, na França, afi rmando-se sua infl uência no en- vasilhames e até de cadáveres para as aulas, sino da Medicina no Brasil desde meados do além da insufi ciência de professores, foram século XIX, através de autores como Pinel, constantes. Entre 1813 e 1918, a faculdade teve Esquirol, Morel e Ribot. A escola alemã apa- sua sede em diferentes lugares: o Hospital da rece com Wundt, fundador do Laboratório de Santa Casa de Misericórdia, na praia de Santa Psicologia de Leipzig, em 1879, propiciando Luzia; o extinto Hospital Militar do Rio de Ja- a montagem dos laboratórios de psicologia neiro; uma sede na rua dos Barbonos; o antigo no Brasil no início do século XX. Com Juliano prédio do Recolhimento das Órfãs, ao lado da Moreira na direção do hospício, predominou Santa Casa de Misericórdia. Em 12 de outubro a psicopatologia de Kraepelin. A Faculdade de de 1918, foi transferida para a Praia Vermelha, Medicina do Rio de Janeiro funcionou isola- inaugurando, fi nalmente, sua sede própria, damente até 7 de setembro de 1920, quando que seria demolida em 1975 durante a ditadu- foi instituída, às pressas, através do Decre- ra militar. Os médicos lá formados, no século to 14.343, a Universidade do Rio de Janeiro, XIX, constituíram os chamados médicos de fa- para conceder o título de doutor honoris causa mília, praticando todas as especialidades para de uma universidade brasileira ao rei Alber- as diversas faixas etárias. A medicina perma- to, da Bélgica, que visitaria o país em breve. necia teórica e essencialmente clínica, sem Em 05/07/1937, como Faculdade Nacional de meios auxiliares de diagnóstico. Porém, come- Medicina, passou a integrar, com outras insti- çava a emergir o novo paradigma científi co, tuições, a Universidade do Brasil (Lei 452) divulgado através de periódicos. Em 1887, foi que, com a Lei 4.831, de 05/11/1965, passou a criado o Brazil Médico, vinculado à faculdade, denominar-se Universidade Federal do Rio de com papel vital no combate às epidemias e di- Janeiro. Em 1975, a Faculdade de Medicina foi vulgação das campanhas de sanea mento e no transferida para o Campus da Cidade Univer-

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sitária, na Ilha do Fundão, onde funciona até „ Faculdade de Psicologia da Pontifícia hoje. Lá, em 1º de março de 1978, foi inaugura- Universidade Católica de São Paulo do o Hospital Universitário Clementino Fraga (PUC-SP) – 1970- Filho (HUCFF), abrigando a maioria das dis- ciplinas clínicas e cirúrgicas. Algumas ainda permanecem divididas entre as duas sedes, Criada em 1970, em consequência da Lei da como o Instituto de Psiquiatria (IPUB). En- Reforma Universitária, com a qual o governo tretanto, a psicologia passou a situar-se, des- militar, em 1968, impunha novas regras para de a década de 1940, em espaço próprio (no estruturação e organização das universidades então Instituto de Psicologia na rua México e brasileiras, a Faculdade de Psicologia da PUC- na Faculdade Nacional de Filosofi a) manten- SP recebeu, em 1971, sua primeira turma, for- do interlocução com a medicina em geral e a mada pelas vagas oferecidas pelas agora extin- psiquiatria em particular com maior ou menor tas Faculdades de Filosofi a, Ciências e Letras intensidade nos diferentes momentos vividos de São Bento e Sedes Sapientiae. Cinco departa- desde então. mentos compunham a nova Faculdade: Méto- dos e Técnicas, Psicologia do Desenvolvimen- to, Psicologia Social, Psicopatologia (depois, Referências Psicodinâmica) e Psicobiologia (este reunindo JACÓ-VILELA, A. M.; ESCH, C. F.; COELHO, D. A. as disciplinas e professores da área médica: M.; REZENDE, M. S. “Os estudos médicos no Bra- Biologia, Fisiologia, Genética do Comporta- sil no século XIX: contribuições à Psicologia”. Me- mento e Neuroanatomia). Para as atividades morandum, v. 7, p. 138-150, 2004. Disponível em: práticas do curso, contava com as instalações . Acesso em: 20 set. 2008. meçou a desaparecer nos anos seguintes. Parte JACÓ-VILELA, A. M.; ESPÍRITO SANTO, A. A. do; da mesma reforma, implantava-se na PUC-SP: PEREIRA, V. F. S. “Medicina Legal nas teses da Fa- em 1969, o setor de pós-gradua ção, com três culdade de Medicina do Rio de Janeiro (1830-1930): cursos, um dos quais em Psicologia da Edu- o encontro entre Medicina e Direito, uma das con- cação, dirigido por Joel Martins; e, em 1971, o dições de emergência da Psicologia Jurídica”. Inte- Ciclo Básico, obrigatório para todos os primei- rações, v. X, n. 19, p. 9-34, jan.-jun. 2005. ranistas dos Centros de Ciências Humanas e MAIA, G. D. Biografi a de uma faculdade: história Educação. Professores departamentalizados e estórias da Faculdade de Medicina da Praia Ver- na Faculdade implantaram nos anos seguintes melha. São Paulo: Atheneu, 1996. mais dois cursos de pós-graduação: em 1972, VENÂNCIO, A. T. A. “Ciência psiquiátrica e po- Aniela Meyer Ginsberg inicia o Programa de lítica assistencial: a criação do Instituto de Psi- Psicologia Social e, em 1976, Rosa Maria Ste- quiatria da Universidade do Brasil”. História, fanini de Macedo (Departamento de Psicolo- Ciência, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. gia do Desenvolvimento) cria o Programa de 10, n. 3, 2003. Disponível em: . Acesso em: setor como unidade administrativa indepen- 20 set. 2008. dente, pôde a pós-graduação contratar dire- tamente professores para o Setor, permitindo ESCOLA ANATÔMICA, CIRÚRGICA E MÉDICA DO RIO DE JANEIRO. Dicionário Histórico-Bio- o desenvolvimento separado da Faculdade, gráfi co das Ciências da Saúde no Brasil (1832- situação que acabou gerando distorções, ate- 1930). On-line. Disponível em: . Acesso em: 18 mar. 2009. departamentalização de todos os professo- res, mas mantendo a autonomia dos progra- mas em relação ao planejamento acadêmico. Adriana Amaral do Espírito Santo Quanto ao Ciclo Básico, contava com quatro Ana Maria Jacó-Vilela disciplinas, duas das quais sob coordenação

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de professores da Faculdade: Psicologia e Me- so da Ciên cia, proibida pelo governo militar todologia Científi ca. Os cursos das áreas de em instituições estatais, e o também proibido Ciências Humanas e Educação tinham ainda Congresso da União Nacional dos Estudan- duas disciplinas específi cas (por curso), para tes; invasão do Campus Perdizes pela polícia o de Psicologia, eram: Linguagem da Psicolo- do governo militar. Na Faculdade, implanta- gia e Medida em Psicologia. À época de sua va-se o novo currículo (coordenado por uma criação, a Faculdade era dirigida por Sílvia Ta- comissão paritária) e sediava-se a Comissão tiana Maurer Lane, cargo que acumulou por Paritária Nacional contra a imposição, pelo algum tempo com a direção da FFCL de São MEC, de um novo currículo mínimo. E em Bento, que se extinguiu em 1975, quando se 1977, envolvendo diretamente o pessoal do formou a última turma do curso de Psicologia Setor de pós-graduação, realizou-se na PUC- iniciado em 1963. Em seu início, as atividades SP o Congresso Interamericano de Psicolo- da nova faculdade eram realizadas no Cam- gia. Em todas as gestões que se seguiram, pus Perdizes; mas em 1972 foram transferidas tem sido marca da faculdade o constante cui- para o Campus da rua das Mangueiras, hoje dado com o currículo. Diferentes propostas rua Neyde Aparecida Solli o – que dirigiu a permitiram experiências inovadoras ao longo Faculdade de 1973 a 1976, e em cuja gestão dos anos, visando a maior aproximação ensi- se procedeu a uma primeira reforma do cur- no, pesquisa e extensão; corrigindo excessos, rículo iniciado em 1971. O primeiro currículo por exemplo, no que se referia ao número do curso de Psicologia oferecido pela nova fa- de créditos em disciplinas e núcleos eletivos; culdade foi elaborado por uma comissão pa- atendendo sempre à preocupação de melhor ritária, e separava a formação em básica (três integrar disciplinas e professores, bem como primeiros anos) e profi ssional (quarto e quinto em envolver melhor os estudantes nas deci- anos). Assim, ao fi nal do terceiro ano (1973), sões curriculares; focalizando particularmen- os estudantes tinham que escolher uma de te o atendimento a subáreas como saúde e, quatro possibilidades oferecidas como forma- mais recentemente, políticas públicas. De ção profi ssional: Psicologia Clínica, Psicologia modo geral, vem realizando um conjunto de Educacional, Psicologia do Trabalho e Modi- ajustes, visando a um currículo que atenda à fi cação do Comportamento. Ao fi nal de 1975, formação de psicólogos comprometidos com signifi cativas mudanças foram propostas: na a realidade brasileira e sua transformação em formação básica, o estudante passou a ter 30% sociedade mais justa para todos. A Faculdade de seus créditos cumpridos em outras unida- de Psicologia da PUC-SP edita desde 1995 um des acadêmicas (no início eram 18%); e no cur- periódico: a Psicologia Revista. Enquanto isso, rículo profi ssional foi implantado um sistema o setor de pós-graduação, que além do mes- de núcleos que substituía a tradicional divisão trado em três áreas (Educação, Social e Clínica) em áreas de aplicação; e, mantendo a fl exibi- vinha oferecendo um curso de doutorado geral, lidade curricular existente nos três primeiros coordenado por Aniela Ginsberg, implantou, anos, passou a ser oferecida ao estudante a a partir de 1982, doutorados específi cos para possibilidade de se formar cumprindo, em cada área, atendendo à indicação da Capes. dois anos, quatro a cinco núcleos, além de Ainda contratando professores diretamente, três disciplinas do currículo mínimo obrigató- o setor criou os novos cursos e, rapidamente, rio por lei. No início de 1976, faleceu Neyde se impôs junto à comunidade científi ca. Ao Solli o e a diretoria, eleita para a gestão 1977- longo desses anos de funcionamento, os pro- 1981, conseguiu da reitoria a volta da Faculda- gramas de pós-graduação em psicologia da de ao Campus Perdizes. Foram anos marcantes PUC-SP vêm tendo participação importante na universidade: primeira eleição direta de na formação de novas gerações de pesquisa- reitor no país; realização na PUC da Reunião dores, atuando na pesquisa, em universida- Anual da Sociedade Brasileira para o Progres- des ou outras instituições, na docência e em

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órgãos públicos, além de terem contribuído Instituto de Psicologia da Faculdade de para a criação de novos programas de pós- Filosofi a da Universidade Católica do Rio graduação em diferentes estados brasileiros. Grande do Sul – 1953-1969 Tendo como estrutura básica os núcleos de pesquisa, os programas mostram sua marca por meio de linhas de pesquisa próprias. Em O curso de Psicologia da Faculdade de 1999, é criado mais um programa, na área Filosofi a da Universidade Católica do Rio Psicologia Experimental: Análise do Com- Grande do Sul foi o primeiro curso regular portamento. O Programa de Psicologia da de Psicologia no Brasil, instituído em nível de Educação, desde novembro de 1995, publica pós-graduação lato sensu, infl uenciando práti- um periódico semestral, a revista Psicologia cas do fazer psicológico, especialmente no Sul da Educação e o Programa Psicologia Experi- do Brasil. Sua instituição respondeu à neces- mental: Análise do Comportamento edita um sidade de formação apropriada para profi s- boletim anual – Behaviors, com notícias e arti- sionais que instalavam gabinetes de atendi- gos das pesquisas realizadas ao longo do ano mento, tendo em vista a crescente demanda por professores e estudantes de mestrado e por serviços psicológicos. A faculdade teve de iniciação científi ca, debatidas em evento seu marco inicial em 24 de setembro de 1950, anual do qual participam, como debatedores, na Universidade Católica do Rio Grande do pesquisadores de outras instituições. Sul. Nessa data, o reitor, Armando Câmara, sugeriu ao Conselho Universitário debater a criação do Instituto de Psicologia, no Curso de Referências Filosofi a da PUCRS. Argumentou que tal cria- FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LE- ção traria feição inteiramente nova ao curso TRAS DE SÃO BENTO. Anais da Faculdade de Fi- de Filosofi a, abrindo espaços de interlocução losofi a, Ciências e Letras de São Bento. São Paulo: acadêmica. Acrescentou que esse ato poderia FFCLSB, 1955-1965. ser compreendido como preparação para ins- GUEDES, M. C. 40 anos de regulamentação da pro- tituir um curso de Psicologia. Dentre os cola- fi ssão e a Psicologia na PUC-SP. São Paulo: NEHP- boradores convidados, estava Victor de Bri o SI/PSO/PUC-SP, 2002. Mimeo. Velho, professor de Psicologia Educacional GUEDES, M. C. Lembrando um tempo (1976-1981) da Faculdade de Filosofi a da Universidade em que respondi pela Faculdade de Psicologia da do Rio Grande do Sul. O conselho concordou PUC-SP. São Paulo: NEHPSI/PSO/PUC-SP, 2006. com a proposta e o reitor se comprometeu a Mimeo. organizar o programa para constituição e fun- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE cionamento do instituto. Em 1951, quando à SÃO PAULO. Faculdade de Psicologia. Dossiê Universidade foi outorgado o título de Pon- “Currículo do Curso de Psicologia”. São Paulo: tifícia, o conselho reuniu-se novamente, indi- PUC-SP, 2006. cando uma comissão para organizar o institu- to. Essa foi constituída por Armando Câmara, Victor de Bri o Velho e Ernani Fiori. Em 1953, Maria do Carmo Guedes o conselho decidiu convidar para ministrar cursos e conferências o húngaro Bela Székely, que havia estudado psicanálise em Viena com Freud e atuava apoiado na teoria psicanalíti- „ Faculdade de Psicologia da Pontifícia ca, e, em função da II Guerra Mundial, havia Universidade Católica do Rio Grande do se transferido para a Argentina. Em maio de Sul (FAPSI/PUCRS) – 1998- 1953, ele veio à PUCRS, proferiu palestras e Instituto de Psicologia da Pontifícia ministrou dois cursos: Análise e Síntese Psico- Universidade Católica do Rio Grande do pedagógica e Da Psicanálise à Análise Existen- Sul – 1969-1997 cial. Os eventos se iniciaram em 13 de maio e

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terminaram em 30 de junho. Nesta data, após uma escola marista de Porto Alegre. A partir aprovação do Conselho, foi fundado o Institu- de então, foi transferido para o campus univer- to de Psicologia e criado o curso lato sensu de sitário, no mesmo prédio da Faculdade de Di- pós-graduação em Psicologia. A coordenação reito. Em 1971, em franca expansão, o Instituto dos trabalhos fi cou ao encargo do diretor da instalou ofi cialmente o Centro Psicotécnico, Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras, o com atividades de seleção para futuros calou- irmão marista José Otão. Esse designou uma ros da Universidade e outras organizações que comissão para auxiliá-lo na elaboração dos necessitassem desses serviços. Também nesse estatutos, presidida pelo irmão marista Pau- ano foi lançada a Revista PSICO, ainda hoje lo Anísio Mosca de Carvalho. Contava ainda editada. Em 1972, foi instituído o mestrado com a participação do irmão lassalista Hen- em Psicologia Aplicada, o primeiro programa rique Justo, dos irmãos maristas Hugo Dani- de pós-graduação no estado. As atividades lo e Humberto Luiz, além de Pedro Mitchel. enfocavam psicologia organizacional e clínica. O estatuto explicitava os seguintes objetivos Também foi inaugurado o Laboratório de Psi- para o Instituto: “formar psicólogos, prestar cologia Experimental. A expansão do Instituto assistência psicológica à criança e ao jovem exigiu maior espaço físico. Assim, em 1973, o na escola, ao homem no trabalho e às pessoas Instituto foi transferido para o prédio 17 do emocionalmente desajustadas”. O curso vi- campus universitário, sede do Colégio Cham- sava preparar profi ssionais que atuassem em pagnat, escola marista de ensino fundamental psicologia escolar, organizacional ou do traba- e médio. Em 1975, na gestão de Henrique Jus- lho e psicoterapia. Para se matricular, os can- to, foi implantado o Serviço de Atendimento didatos deveriam apresentar diploma de cur- Psicológico, órgão de apoio e campo de está- so superior. O primeiro diretor do Instituto foi gio, que oferecia atendimento à comunidade. o Irmão Paulo Anísio Mosca de Carvalho. Era Em 1976, o Instituto passou a realizar ativi- fi lósofo e desenhou a estrutura curricular bá- dades junto ao Departamento de Pediatria do sica do curso. No segundo semestre de 1953, Hospital Universitário. Em 1978, o enfoque efetivou-se o curso preparatório de Psicologia, escolar foi integrado ao mestrado. Entretanto, oferecendo disciplinas básicas para ingresso por carecer de condições julgadas necessárias no curso regular. Inscreveram-se 58 candida- para seu funcionamento, o programa teve seu tos. Em 1954, teve início o curso regular, com credenciamento suspenso pelo Conselho Fede- a duração de dois anos. Em 1955, formaram- ral de Educação, em 1983. A diretora desse pe- se os primeiros Assistentes em Psicologia. Em ríodo, a professora Ítala Puga, se empenhou na 1956, o irmão Hugo Danilo assumiu a direção. reativação da pós-graduação, obtida em 1987, Em 1958, ampliou-se o currículo, estendendo quando se estabeleceu o mestrado em Psico- sua duração para três anos. Os concluintes re- logia Social e da Personalidade, com coorde- cebiam, então, o título de Psicólogos. Após a nação da professora Juracy Marques. Nesse regulamentação da profi ssão, em 1962, foi fei- período, também se desenvolveram cursos de ta revisão curricular com vista ao reconheci- especialização e práticas em comunidades e mento do curso pelo Ministério da Educação e instituições fora da universidade. Em 1994, na Cultura. Em 1963, o curso passou a funcionar gestão do professor Celito Mengarda, o pro- como bacharelado e licenciatura, com duração grama de pós-graduação expandiu-se, inau- de cinco anos. O reconhecimento ocorreu em gurando a área de concentração em Psicologia 19 de março de 1965, pelo Decreto 55.849. Em Clínica. No ano seguinte, instituiu-se o dou- 1969, o Instituto desvinculou-se da Faculdade torado em Psicologia. Também na gestão do de Filosofi a, assumindo o status de unidade professor Celito Mengarda , em 1998, o Insti- acadêmica. Era diretor o irmão Pedro Finkler. tuto passou a ser denominado Faculdade de Até esse ano, o curso funcionava nas depen- Psicologia. No decorrer das gestões das profes- dências do Colégio Nossa Senhora do Rosário, soras Jacqueline Moreira, Lílian Stein e Blanca

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Werlang tiveram continuidade os processos de „ Faculdade de Saúde Pública da transformação. Destacaram-se, na graduação, Universidade de São Paulo (USP) – 1969- mudanças curriculares e implantação do curso Faculdade de Higiene e Saúde Pública da noturno. No âmbito da pós-graduação, em 30 Universidade de São Paulo – 1945-1969 de agosto de 2007, a Câmara de Pós-Gradua- ção da Universidade aprovou a criação da área Escola de Higiene e Saúde Pública da de concentração Cognição Humana, amplian- Universidade de São Paulo – 1938-1945 do as possibilidades de ensino, pesquisa e in- Escola de Higiene e Saúde Pública – tercâmbio acadêmico. 1931-1938 Instituto de Higiene de São Paulo – Referências 1925-1931 BRASIL. Diário Ofi cial da União. Decreto 55.849 de Instituto de Higiene da Faculdade de 19/03/1965: Concede reconhecimento ao Curso de Psi- Medicina e Cirurgia de São Paulo – cologia do Instituto de Psicologia da PUCRS, 1965. 1919-1925 FACULDADE DE PSICOLOGIA. Porto Alegre: PUCRS. Disponível em: . Acesso em: 20 jul. 2007. Medicina e Cirurgia de São Paulo – 1918-1919 JOÃO, F. História da PUCRS. Porto Alegre: EDIPU- CRS, 2000. JUSTO, H. “O Instituto de Psicologia da PUCRS de O Laboratório de Higiene foi criado no bojo 1976-1978”. Psico, n. 16, v. 1, p. 71-77, 1979. do movimento higienista que, no afã de elevar PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO o Brasil à situação de país moderno, atribuía à RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). Conselho Uni- medicina a tarefa de cuidar do homem capaz versitário. Ata de sessão ordinária. Porto Alegre, 02 de construir esse país. O higienismo se propu- abr. 1951. nha a atuar em vários contextos sociais: esco- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO las, fábricas, construção de hospícios e prisões RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). Conselho Uni- que dessem conta dos desviantes. A origem do versitário. Ata de sessão ordinária. Porto Alegre, 08 laboratório vincula-se à instalação da cadeira mar. 1953. de Higiene, em 1918, na Faculdade de Medici- na de São Paulo, viabilizada pelo apoio e pa- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO trocínio da Fundação Rockefeller e da Interna- RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). Conselho Uni- versitário. Ata de sessão ordinária. Porto Alegre, 30 tional Health Board (IHB). Duas comissões de jun. 1953. estudos, enviadas ao Brasil em 1916 com ob- jetivo de identifi car os centros de ensino mé- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO dico adequados à formação de quadros para RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). Conselho Uni- atuar na prevenção e em campanhas de saúde versitário. Ata de sessão ordinária. Porto Alegre, 22 pública, indicaram a Faculdade de Medicina e out. 1953. Cirurgia de São Paulo. A direção do Laborató- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO rio de Higiene criado na instituição foi então RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). OTÃO, J. Corres- exercida pelos cientistas norte-americanos Sa- pondência ao Presidente da Comissão de Registro muel Taylor Darling e Wilson George Smillie. de Psicólogos. Porto Alegre, 11 set. 1964. Nesse período, além do curso de Higiene, o SCHROEDER, H.; FAUSTINO, J. Síntese Histórica laboratório se responsabilizou por pesquisas do Instituto de Psicologia da PUCRS. Tomos I e II. sobre doenças infecciosas, passando a cha- Porto Alegre: PUCRS – Instituto de Psicologia. Re- mar-se Instituto de Higiene da Faculdade de latório não publicado, 1990. Medicina e Cirurgia de São Paulo. Enquanto os profi ssionais norte-americanos lecionavam Helena Scarparo no Brasil, Geraldo Horácio de Paula Souza e

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Francisco Borges Vieira receberam da Fun- meida Júnior. Esse grupo participou também dação Rockefeller bolsas de estudo em Saúde da criação do Instituto de Desenvolvimento e Pública para a recém-inaugurada School of Organização Racional do Trabalho (IDORT), Hygiene and Public Health nos EUA. Em sua que teve como objetivo trabalhar em prol da volta assumiram os cargos de diretor e vice- higienização das empresas. Também foram diretor do Laboratório de Higiene. Em 1923, instalados no instituto: o curso de Educadores Geraldo de Paula Souza propôs um plano Sanitários (1925), que tinha como objetivo ha- para reorganização do instituto nos moldes bilitar em conhecimentos de higiene as jovens de uma verdadeira Escola de Higiene. Esse formandas da Escola Normal, para que estas plano deu origem à Lei 2.018, de 26/12/1924, pudessem atuar nos centros de saúde; e os cur- que transferiu ofi cialmente o Instituto de Hi- sos de Higiene e Saúde Pública para médicos. giene para o governo do estado, com a deno- As educadoras sanitárias formadas pelo pri- minação de Instituto de Higiene de São Paulo, meiro curso tiveram um papel destacado por a partir de 1º de janeiro de 1925. O instituto ocasião da constituição das clínicas de higiene ganhou autonomia em relação à faculdade, mental e de orientação infantil, pois algumas passando a funcionar como um departamen- de suas tarefas eram dar suporte às famílias de to do estado, subordinado à Secretaria dos escolares que tivessem problemas, assim como Negócios do Interior. Suas atribuições eram: às professoras de escolas públicas. Também a) continuar realizando o curso de Higiene eram responsáveis pelo encaminhamento das da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São crianças que seriam cuidadas naquelas clíni- Paulo; b) ministrar curso de aperfeiçoamento cas. Várias profi ssionais que posteriormente técnico para funcionários do serviço sanitário atuaram como psicólogas foram formadas por e de habilitação profi ssional para enfermeiras esse curso, dentre as quais: Lygia Alcântara e visitadoras de saúde pública; c) desenvol- Amaral, Virgínia Leone Bicudo, Diná Mascare- ver pesquisas científi cas; d) estudar planos e nhas do Amaral, Helena Moreira Silva Carmo. métodos de campanha sanitária; e) estabele- No período em que esteve à frente do institu- cer padronagem para soros e vacinas que se to (1922-1951), Geraldo de Paula Souza teve encontrassem à venda; f) realizar estudos epi- que estabelecer articulações políticas, alianças demiológicos para o serviço sanitário; e g) or- profi ssionais e buscar o auxílio da Fundação ganizar e manter o Museu de Higiene do Esta- Rockefeller para que o instituto funcionasse. do. Segundo Lourenço Filho, por iniciativa de O Decreto 4.955, de 01/04/1931, reorganizou Geraldo Paula Sousa, formou-se no instituto e fortaleceu o instituto, que passou a ser reco- um grupo de estudos em Psicologia Aplicada, nhecido como Escola de Higiene e Saúde Pú- do qual fi zeram parte, entre outros, o próprio blica, subordinada à Secretaria da Educação e Geraldo de Paula Souza, Antonio Ferreia de Saúde Pública. O Decreto 4.955, de 1/4/1931, Almeida Júnior, Benjamin de Almeida e Pe- ampliou signifi cativamente a esfera de ação do dro de Alcântara. As discussões desse grupo Instituto de Higiene, pois, além da criação de refl etiram na Sociedade Paulista de Biologia e novos cursos e da introdução de novas maté- no Serviço de Inspeção Escolar, que organizou rias nas cadeiras de Higiene e Saúde Pública, uma escola para defi cientes mentais, poste- previa o aumento do quadro de funcionários riormente a Seção de Higiene Mental Escolar e sua efetivação no serviço público com cinco da Secretaria de Educação, e a primeira Clíni- anos de serviços prestados. Também organi- ca de Orientação Infantil de São Paulo, essas zou a carta sanitária do estado e realizou estu- duas últimas organizadas e dirigidas por Dur- dos de Epidemiologia e Profi laxia de interesse val Marcondes. Outro desdobramento dessas do ensino e da higiene. Em 1934 foi fi nalizada discussões foram os estudos de Psicologia Ju- a construção de um novo prédio, que abrigou diciária e Psicologia Forense, a partir da Me- a instituição e que contou com fi nanciamento dicina Legal, dos quais participaram: Oscar tanto do estado quanto do IHB. No início de Freire, Flamínio Fávero, Pacheco e Silva e Al- 1938, Geraldo de Paula Souza lutou pela in-

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corporação do Instituto à Universidade de São MASSIMI, M. “O processo de institucionalização Paulo, o que veio a ocorrer pelo Decreto 9.279, do saber psicológico no Brasil do século XIX”. In: de 30/06/1938, como uma de suas instituições JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; POR- complementares, subordinado à cadeira de TUGAL, F. T. História da Psicologia: rumos e per- Higiene da Faculdade de Medicina da Uni- cursos. Rio de Janeiro: Nau, 2006. versidade de São Paulo. O passo seguinte foi a transformação do Instituto em uma institui- Mônica Leopardi Bosco de Azevedo ção de ensino superior. Os esforços de Geral- Marisa T. D. S. Baptista do de Paula Souza, bem como de seus com- panheiros, resultaram no Decreto-lei 14.857, de 10/07/1945, que concedeu autonomia ao Instituto em relação à Faculdade de Medicina, „ Federação Brasileira de Psicodrama passando então a ser denominado Faculdade (FEBRAP) – 1976 de Higiene e Saúde Pública da USP. A partir de 1969, a instituição passou a chamar-se Fa- culdade de Saúde Pública da Universidade de A FEBRAP é uma sociedade civil, de di- São Paulo e seu endereço é av. Doutor Arnal- reito privado, de caráter científi co-cultural, do, 715, no bairro Sumaré. sem fi ns lucrativos, com duração por tempo indeterminado. Seu objetivo central é a união das entidades brasileiras de psicodrama, que Referências adotam como base comum a fi losofi a, a teo- ANTUNES, M. A. M. “A Psicologia no Brasil: desen- ria e a prática propostas por Jacob Levy Mo- volvimento científi co e profi ssional”. In: MASSIMI, reno, sem excluir as contribuições e o enri- M.; GUEDES, M. do C. História da Psicologia no quecimento decorrentes de novos estudos Brasil: novos estudos. São Paulo: EDUC/Cortez, e pesquisas e a sua aplicação nos diversos 2004. campos do conhecimento humano. Sua cria- ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: lei- ção ocorreu na década de 1970, quando um tura histórica sobre sua constituição. São Paulo: grupo de psicodramatistas, num esforço de UNIMARCO/EDUC, 1999. preservação do movimento, iniciou a orga- CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co nização de uma associação nacional, o que da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: veio a ocorrer em 30/11/1976. Participaram da Imago; Brasília: CFP, 2001. criação da federação 14 grupos de seis esta- CARMO, H. M. S. “Depoimento”. In: MORAIS, S. T. P. dos (SP, MG, RJ, BA, RS e PR) e do Distrito Professores universitários e psicólogos contam suas Federal (DF). Assinaram a Ata de fundação: vidas. São Paulo. Tese (Doutoramento em Psicologia). José Fonseca, José Theobaldo Diafenthasler, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. Ronaldo de Carvalho Filho, Alfredo Cor- FARIA, L. R.; VELLOSO, V. P.; FONSECA, M. R. F. reia Soeiro, Waldeck D’Almeida, Maria Rita da. “Laboratório de Higiene da Faculdade de Medi- Seixas, Iedo R. Borges, Helio Koscky, Neli cina e Cirurgia de São Paulo”. In: Dicionário His- Klein do Valle, Dario H. Garcia, José Carlos tórico-Biográfi co das Ciências da Saúde no Brasil Salzani, José Carlos Landini, Luiz M. Silva, (1832-1930). Disponível em: . Aces- tivamente as seguintes instituições: Socie- so em: 21 nov. 2007. dade de Psicodrama de São Paulo (SOPSP), LOURENÇO FILHO, M. B. “A Psicologia no Brasil Associação Sulriograndense de Psicodrama (1955)”. In: ANTUNES, M. A. M. História da Psico- (ASP), Sociedade Brasileira de Psicoterapia, logia no Brasil: primeiros ensaios. Rio de Janeiro: Dinâmica de Grupo e Psicodrama Regio- UERJ, 2004. nal Rio de Janeiro (SBPDGP-RJ), Instituto MARCONDES, D. et al. Noções Gerais de Higiene Brasileiro de Psicodrama (IBP), Associação Mental da Criança. São Paulo: Martins, 1946. Bahiana de Psicodrama e Psicoterapia de

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Gru po (ABPPG), Associação Brasiliense de Landini, Geraldo F. do Amaral, Maria Luisa Psicodrama e Sociodrama (ABP), Instituto de Soliani, Alexandre R. Bhering, Geraldo Mas- Psicodrama de Ribeirão Preto (IPRP), Socie- saro, Luiz Amadeu Bragante, Marlene Marra, dade Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Oswaldo Politano Jr., Heloisa J. Fleury, Marta Grupo e Psicodrama (SBPDGP), Centro Para- Echenique, Maria Cecília V. D. Baptista. Atual- naense de Estudos Psicodramáticos (CPEP), mente, o Brasil é a maior comunidade mun- Grupo de Estudo de Ribeirão Preto (GERP), dial de psicodramatistas organizados em Associação Campineira de Psicodrama e So- federação, contando a FEBRAP com 39 enti- ciodrama (ACPS), Instituto de Psicodrama e dades federadas, quase a metade delas sem Psicoterapia de Grupo de Campinas (IPPGC), fi ns lucrativos. Suas federadas estão sediadas Associação Brasileira de Psicodrama e Socio- nos estados de SP, BA, SC, RS, MG, PE, CE, drama – São Paulo, (ABPS) e Departamento ES, GO, RJ e no DF. Além de orientar a for- de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientae mação de especialistas, a FEBRAP representa (DP Sedes Sapientiae). A FEBRAP mantém o movimento nas manifestações políticas e intercâmbio com outras entidades congêne- sociais através de trabalhos sociopsicodra- res estrangeiras e internacionais, participan- máticos em comunidades, espaços de saúde do de suas atividades. Organiza e promove coletiva e ações educativas. Desde 2002, vem congressos nacionais bianuais e participa da desenvolvendo um trabalho sistemático de organização de alguns internacionais. Orga- caráter público no Centro Cultural São Paulo niza a formação em Psicodrama das suas fe- (CCSP). A FEBRAP tem como meta ampliar o deradas, estabelecendo um currículo mínimo olhar de pesquisador nos profi ssionais com o e critérios para o reconhecimento do título de objetivo de uma participação cada vez mais psicodramatista. Seu primeiro estatuto limi- consciente na sociedade. Seu endereço atual tava a titulação de psicodramatista a médi- é na rua Cardoso de Almeida, 60, conjunto cos e psicólogos. Com sua reforma em 1990, 134, Perdizes – São Paulo. a FEBRAP passou a aceitar como associadas também escolas privadas de psicodrama. Referências Ampliou a formação para dois focos: o psi- coterápico e o socioeducacional. Atualmente, MOTTA, J. M. C. “Fatos do Psicodrama no Brasil”. Revista da FEBRAP. Anais do IV Congresso Brasi- mantém um sistema de formação continuado leiro de Psicodrama. Ano 7, n. 4, 1984. com três níveis de titulação: nível I-Psico- dramatista; nível II-Terapeuta-didata; nível MOTTA, J. M. C. A Psicologia e o mundo do tra- III- Professor-supervisor. Em sua estrutura balho no Brasil: relações, história e memória. São Paulo: Agora, 2005. organizacional conta com uma diretoria exe- cutiva, um conselho fi scal, um fórum gestor MOTTA, J. M. C. Fragmentos da história e da me- formado por representantes das federadas e mória da Psicologia no mundo do trabalho no uma coordenação editorial da revista. A Re- Brasil: relações, história e memória. Tese (Douto- rado em Saúde Coletiva). Universidade Estadual de vista Brasileira de Psicodrama tem desenvolvi- Campinas, Campinas, 2004. do publicações desde sua criação, em 1976. Sua periodicidade é semestral e já produziu MOTTA, J. M. C. (Org). Psicodrama brasileiro: his- uma edição bilíngue. Através do Fórum Ges- tória e memórias. São Paulo, Agora, 2008. tor e da Diretoria de Ensino e Ciência, refl ete MOTTA, J. M. C. O “Psicodrama (1949-2006) duran- e cria os princípios gerais para a formação te a industrialização, a ditadura e a redemocratiza- continuada e titulação em três níveis de ensi- ção do Brasil”. Revista Brasileira de Psicodrama. v. no nos dois focos – psicoterápico e socioedu- 14, n. 2, 2006. cacional. Foram seus presidentes: Içami Tiba, Flávio Pinto, Ismael F. Zanardini, José Carlos Júlia Maria Casulari Mo a

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„ Federação Psicanalítica da América episódio de denúncia dos médicos psiquiatras Latina (FEPAL) – 1980- contra os psicanalistas leigos, o qual envolveu Conselho Coordenador das Organizações processo judicial e ameaças de prisão. Apesar Psicanalíticas da América Latina (COPAL) disso, este congresso foi um sucesso científi co- clínico da psicanálise, que contou com intensa – 1960-1980 participação dos psicanalistas da Argentina. O número de psicanalistas argentinos presentes A FEPAL criada em 1980 é a sucessora do e sua capacidade de articulação teórico-técnica COPAL, que foi criado em 1960 como a pri- impuseram aos médicos psiquiatras brasileiros meira instituição representativa de todas as condição de respeito e credibilidade. Em 1956, sociedades de psicanálise, na América Latina, realizou-se o I Congresso Latino-Americano fi liadas à Associação Psicanalítica Internacio- de Psicanálise, em Buenos Aires, sob a decisiva nal (IPA). A constituição da futura FEPAL teve liderança de Angel Garma. Participaram psica- origem na imigração de psicanalistas europeus nalistas de São Paulo, Buenos Aires, Santiago devido à perseguição aos judeus a partir de do Chile, Rio de Janeiro, Montevidéu e Hava- 1932 e durante a II Guerra Mundial. A primeira na. Tomou-se, então, a decisão de realizar um psicanalista imigrante a desembarcar na Amé- congresso latino-americano a cada dois anos. rica Latina foi Adelheid Koch, em 1937; forma- A organização dos três primeiros congressos da pelo Instituto de Psicanálise de Berlim, veio coube a três sociedades de início mais precoce: para São Paulo a convite de Durval Marcondes São Paulo, Buenos Aires e Santiago do Chile. para exercer a psicanálise nesta região. O se- Em 1958, o II Congresso Latino-Americano gundo psicanalista foi Angel Garma, em 1938, foi organizado pela Sociedade Brasileira de formado também no Instituto de Berlim e que Psicanálise de São Paulo, sob a presidência de foi para Buenos Aires a chamado de sua família Durval Marcondes. Em 1960, o III Congresso e sem vínculo com qualquer grupo interessa- Latino-Americano foi organizado pela Asso- do em formar psicanalistas. No ano seguinte, ciação Psicanalítica Chilena, tendo como presi- desembarcou em Buenos Aires Celes E. Cárca- dente Ignácio Ma e-Blanco, um dos pioneiros mo, formado em Paris, também por razões pes- da psicanálise no Chile. Neste III Congresso, soais. Um pouco mais tarde, em 1942, chegou a ocorreu a criação do COPAL. Arnaldo Rasco- Buenos Aires Marie Langer, formada em Viena. vsky teve papel de liderança na criação do CO- A diferença numérica de psicanalistas imigran- PAL, que foi constituído por representantes de tes em São Paulo e Buenos Aires foi um dos fa- todas as sociedades presentes neste congresso: tores de maior e mais rápido desenvolvimento Carlos Plata Mujica (Bogotá), Avelino González de uma Sociedade de Psicanálise em Buenos (México), Willy Baranger (Montevidéu), Cyro Aires em deteimento de São Paulo. Neste con- Martins (Porto Alegre), Fabio Leite Lobo (So- texto, houve intercâmbio entre estes dois pri- ciedade Brasileira do Rio de Janeiro), Darcy de meiros centros psicanalíticos da América Lati- Mendonça Uchoa (São Paulo), Carlos Whiting na. Já em 1952, houve uma tentativa de realizar D´Andurrain (Santiago) e Arnaldo Rascovsky um congresso latino-americano de Psicanálise, (Buenos Aires). Na segunda metade dos anos em Buenos Aires, mas este não se realizou. de 1970, agravou-se uma crise institucional No entanto, foi frequente, durante os anos de no âmbito do COPAL, que desaguou em uma 1950, a presença dos psicanalistas argentinos assembleia de representantes, em 6 de junho em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, de 1980, no Rio de Janeiro. Nesta ocasião, fun- num contexto brasileiro em que a psiquiatria dou-se uma nova organização, a FEPAL, que organicista defendia sua hegemonia de deten- se encarregou da realização dos congressos tora de tratamento de doença mental. Em 1954, latino-americanos e se baseou em forma mais houve o I Congresso Latino-Americano de Hi- democrática de participação das entidades fi - giene e Saúde Mental, na Faculdade de Medi- liadas. No entanto, a ofi cialização dos estatutos cina, em São Paulo. Nesse congresso, houve o ocorreu somente em 13 de abril de 2002, em

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Montevidéu, no Uruguai, reunindo represen- Jar dim Guedala, São Paulo – SP. Fundada em tantes de 19 sociedades psicanalíticas da Amé- 12 de dezembro de 1964. Sem fi ns lucrativos, rica Latina. O primeiro presidente eleito desta provê com serviços sua automanutenção, última fase foi Marcelo Viñar, um psicanalista inves tindo em pesquisa e projetos socioeduca- engajado e outsider, como ele mesmo se identi- cionais. Nasceu, de um lado, no contexto das fi ca. Hoje a FEPAL reúne 29 sociedades psica- discussões sobre a precariedade das provas de nalíticas, espalhadas em oito países da América seleção dos vestibulares e sua falta de equida- Latina. Foram realizados até o momento oito de dentro das proposições de se fazer incidir congressos e a Revista da FEPAL conquistou maior cientifi cidade nesse processo. E, de ou- continuidade sistemática, tendo recebido uma tro, na crítica à falta de pesquisas sobre a va- versão digital a partir de 2006. Também come- lidade desses exames, sua preditividade e im- çou a funcionar no site da FEPAL uma Biblio- plicações sociais, educacionais e acadêmicas, e teca Virtual de Psicoanálisis Latino-americana. sobre o contexto socioeducacional do país. As A FEPAL tem sede administrativa em Montevi- fi nalidades principais da instituição defi nidas déu, no Uruguai. em seu estatuto são: realizar pesquisas e estu- dos que possam promover o desenvolvimento Referências educacional e social; contribuir para o apri- moramento da formação científi ca de pesqui- BALÁN, J. Cuentáme tu vida. Uma biografi a co- sadores; desenvolver estudos e atividades na lectiva del psicoanálisis argentina. Buenos Aires: área de avaliação e de medidas educacionais; Planeta Argentina, 1991. planejar e realizar vestibulares, concursos pú- LANGER, M. Memória, história e diálogo psicana- blicos e certifi cações; prestar assessoria em lítico. São Paulo: Traço, 1987. suas áreas de especialidade. Dentre os funda- MOM, J., FOKS, G.; SUAREZ, J. C. Asociación Psi- dores destacaram-se Walter S. Pereira Leser, coanalítica Argentina 1942-1982. Buenos Aires: Luiz Carlos Uchoa Junqueira e Isaías Raw. Os APA, 1982. três exerceram a presidência da FCC, sendo PERESTRELLO, M. Encontros: Psicanálise. Rio de seguidos por Adolpho Ribeiro Neto (1969- Janeiro: Imago, 1992. 1986) e Rubens Murillo Marques (1986 até SAGAWA, R. Y. Durval Marcondes. Rio de Janeiro: hoje). A FCC constituiu em 1965 um Núcleo Imago, 2002. de Testes e Medidas, especializando-se em SÁNCHEZ-MEDINA, G. Sessenta anos da Psica- avaliações cognitivas, desenvolvendo estudos nálise na América Latina. Disponível em: h p:// e trabalhos em psicometria. Contou e conta, www.fepal.org/index.php?option=com_content& para tanto, com profi ssionais especializados task=view&id=92&Itemid=66&date=2007-07-01. em desenvolvimento e desempenho cogni- Acesso em: 05 nov. 2006. tivo, alguns com formação no exterior. Este núcleo desenvolve estudos tanto para funda- SÁNCHEZ-MEDINA, G. e outros. “As caracterís- mentar instrumentos como para analisar suas ticas da produção psicanalítica latino-americana”. Correio da FEPAL. São Paulo: FEPAL, 1987. implicações sociais e cognitivas. Destacaram- se neste núcleo Dulce de Godoy Alves, He- raldo Marelin Vianna e Glória M. S. Pereira Roberto Sagawa Lima. A partir de 1971 a fundação passou a contar com um Departamento de Pesquisas Educacionais, no qual estudos e pesquisas com forte infl uência de vertentes da psicolo- „ Fundação Carlos Chagas (FCC) – 1964- gia são realizados, contemplando aspectos da cognição humana, aprendizagem, e aspectos Instituição de prestação de serviços e de psicossociais em processos de mudança, com pesquisa, de natureza privada, situada na foco em processos educacionais. Destaquem- avenida Professor Francisco Morato, 1.565, se neste departamento os trabalhos de Nícia

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Bessa, Ana Maria Poppovic, Maria Amélia ras cognitivas, carência cultural, aprendiza- Goldberg, Carmem Barroso, Bernardete A. gem social, linguagem, mudança psicossocial, Ga i, Fúlvia Rosemberg, Yara Espósito, Ma- representações, metacognição, em diferentes ria Helena S. Pa o, Maria Laura P. B. Franco, abordagens teóricas, propiciando debates crí- Cláudia Davis, Clarilza Prado. Dois periódi- ticos em relação a esses aspectos. cos científi cos, com saída quadrimestral, sem interrupções, são editados pela FCC: Cadernos Referências de Pesquisa (desde 1971) e Estudos em Avaliação Educacional (desde 1990). A instituição pro- COSTA, A. O.; MARTINS, A. M.; FRANCO, M. L. P. move eventos constantemente, sendo marcos, B. (org.). Uma história para contar: a pesquisa na entre eles: Seminário sobre Alternativas Me- Fundação Carlos Chagas. São Paulo: Anna Blume/ todológicas para a Pesquisa: Conhecimento FCC, 2004. e Realidade, em parceria com o CNPq (1982); FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Informativo FCC. Seminário Negro e Educação, em parceria São Paulo: FCC, 2006. com o Conselho de Participação e Desenvol- FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. 30 anos de pes- vimento da Comunidade Negra do Estado de quisas e publicações. São Paulo: FCC, 1994. São Paulo e Fundação Ford (1987); Seminário Internacional Mercado de Trabalho e Gênero: Bernardete Ga i comparações Brasil-França, em parceria com o GDRE/MAGE/CNRS – França (2007); Semi- nários Internacionais dos Grupos de Pesquisa em “Representações Sociais e Trabalho Docen- „ Fundação Catarinense de Educação te” (2005, 2006, 2007). A instituição é regida Especial (FCEE) – 1968- por um conselho curador, pela diretoria e pelo conselho fi scal, com competências estatutá- rias defi nidas. Órgãos relevantes para a FCC Sua missão é fomentar, produzir e difun- são o Departamento de Testes e Medidas, o dir o conhecimento científi co e tecnológico Departamento de Pesquisas e o Departamen- referente à educação especial, coordenando a to de Avaliação. O público atendido abrange política nesta área em Santa Catarina. Pessoa desde diversifi cados setores da administração jurídica de direito público, com sede e fórum pública federal, estadual e municipal a órgãos na cidade de São José e jurisdição em todo o científi cos e de regulação profi ssional. Na pes- território catarinense, está vinculada à Secre- quisa o foco é o setor educacional, sistemas, taria Estadual de Educação. Realiza atendi- escolas e instituições de ensino superior. As mento direto às pessoas com diferentes tipos funções existentes associadas à psicologia são de defi ciência, em suas próprias unidades de as de psicometrista, de pesquisador e de téc- atendimento, bem como coordena as ações nico em avaliação. Seu espaço físico é amplo, desenvolvidas pelas diversas instituições de contando com três prédios, o principal com educação especial do estado. Para tanto, deve: 3.771 m2. Os trabalhos realizados pela Funda- promover a articulação entre as instituições ção Carlos Chagas, tanto na área de testes e públicas e privadas com vistas ao atendimento medidas como na de avaliação e na pesquisa, de seu público-alvo; capacitar recursos humanos sempre contaram com o suporte de teoriza- para a educação especial; e realizar estudos e ções em psicologia e com a participação ativa pesquisas em relação à prevenção e assistên- de profi ssionais desta área. Estes, em seus tra- cia às defi ciências. Encontra-se localizada em balhos de investigação, avançaram em ques- uma área de 52.018 m², onde estão os centros tões ligadas ao desenvolvimento humano e de triagem, atendimento, educação e pesqui- à aprendizagem escolar, aos aspectos de mu- sa. A FCEE foi criada pela Lei Estadual 4.156, dança cultural/atitudinal e das representações de 08/05/1968, e mantida pela Lei 5.328, de sociais, lidando com conceitos como estrutu- 30/06/1977. No Brasil, até os anos de 1950, não

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havia políticas educacionais voltadas para as executou, em parceria com o Centro Nacional pessoas com defi ciência. No início daquela de Educação Especial (CENESP) e do MEC, o década começou a expansão de instituições projeto piloto de criação de classes especiais privadas de caráter fi lantrópico, como as As- nas escolas de ensino regular. Com o progra- sociações de Pais e Amigos dos Excepcionais ma de ação integrada para o atendimento do (APAEs), por exemplo. Essa situação come- excepcional em Santa Catarina, fi xaram-se di- çou a forçar a necessidade de fomentar uma retrizes de implantação e acompanhamento política estatal para a área. Em 1957, o gover- destas classes. Foram criadas, também, as sa- no federal acabou por assumir ofi cialmente las de multimeios para defi cientes sensoriais, o atendimento educacional aos indivíduos depois denominadas salas de recurso. A Fun- com defi ciência, por meio da realização de dação manteve vínculos com entidades brasi- campanhas, sendo a primeira intitulada Cam- leiras e internacionais para fomentar suas pes- panha para Educação do Surdo Brasileiro. A quisas e intervenções, tendo sido considerada, Lei 4.024/61 foi a primeira formulação de uma nos anos de 1980, instituição modelo nesta política dirigida ao ensino especial. Em San- área no Brasil. Movimentos mundiais, como ta Catarina, a história da educação especial se verifi ca na Carta dos Anos 80 da Organi- começa em 1954, quando o estado recebeu zação das Nações Unidas (ONU), começaram a visita de um técnico do MEC, a serviço do a redimensionar a educação especial a partir Instituto Nacional de Educação dos Surdos do daquela década, com ênfase na prevenção e Rio de Janeiro (INES), cuja tarefa era difundir integração social das pessoas com defi ciência, as atividades e experiências daquele instituto. dando início ao questionamento do modelo Convidou três professoras da Secretaria Esta- de classes especiais. Esses movimentos tive- dual de Educação para participarem de uma ram refl exo na política nacional. Em Santa Ca- formação naquela instituição. No retorno, es- tarina, a FCEE, ao implementar as normativas tas realizaram um levantamento do número nacionais, buscou consolidar a articulação en- de crianças com defi ciência auditiva em Flo- tre o ensino regular e o especial. O processo de rianópolis, Blumenau e Brusque, dando início integração de pessoas com defi ciência na rede às primeiras atividades na área da educação regular de ensino foi ofi cializado no estado, especial no estado. A criação da primeira clas- de forma pioneira no país, em 1987, através se especial em rede pública, em 1957, é consi- da matrícula compulsória, que determinou derada o marco das iniciativas governamen- a obrigatoriedade de matrícula em qualquer tais catarinenses, resultando na constituição, escola, pública ou privada, de toda criança em 1961, da Divisão de Ensino Especial da em idade escolar, independente de suas ca- Secretaria Estadual de Educação. O aumento racterísticas ou das condições da escola. Esse da demanda de atividades em educação es- processo, bastante questionado pelas institui- pecial fez com que, aos poucos, surgisse a ne- ções de ensino, boa parte despreparadas em cessidade de uma instituição pública capaz de relação a este desafi o, teve na FCEE um órgão implementar, além dos atendimentos clínicos fundamental para sua consolidação, ao auxi- e educacionais necessários, a organização das liar as escolas na adequação ao novo modelo iniciativas públicas e privadas nesta área, a ca- educacional. A década de 1990 vem consolidar pacitação de recursos humanos e a execução os movimentos iniciados nos anos anteriores, de estudos e pesquisas sobre a temática. Per- implementando defi nitivamente a política da seguindo os ideais acima descritos, foi insti- inclusão social para as pessoas com defi ciên- tuída, em 1968, a FCEE, embasada no modelo cia. A Declaração de Salamanca é o marco clínico-comportamental. Como órgão estatal regulatório dessa nova perspectiva, exigindo na área da educação especial, a fundação, por adequação dos Ministérios de Educação dos meio de seus estudos e pesquisas, ajudou a fo- países signatários. A nova Lei de Diretrizes e mentar as políticas nacional e internacional na Bases da Educação (LDB), de 1996, instituiu área. Sendo assim, em 1977, a FCEE elaborou e que o atendimento educacional especializa-

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do aos portadores de defi ciência deveria ser KASSAR, M. C. “Liberalismo, neoliberalismo e feito, preferencialmente, na rede regular de educação especial: algumas implicações”. Caderno ensino. A FCEE segue os princípios, políti- CEDES. Campinas, v. 19, n. 46, 1998. Disponível cas e práticas implementadas com base nesse em: . Acesso em: paradigma contemporâneo, declarando seu 20 mar. 2007. compromisso com uma educação inclusiva e MIRANDA, A. B. História, defi ciência e educação única, na qual o saber aplicado aos diversos especial. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2007. só educação. Tornou-se uma das mediadoras SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educa- da implantação da política no estado, tendo ção, Ciência e Tecnologia. Fundação Catarinense de auxiliado a adequação da proposta curricular Educação Especial. Política de educação especial no de Santa Catarina. Desde seus primórdios, a estado de Santa Catarina. São José: FCEE, 2006. FCEE sempre trabalhou em uma perspectiva interdisciplinar, com equipes multiprofi ssio- Daniela Ribeiro Schneider nais, nas quais os psicólogos estiveram, desde o início, inseridos em todas as frentes de atua- ção: realização de triagens, avaliações e laudos; realização de atendimentos clínicos, familiares „ Fundação Dom Bosco – 1964 e educacionais; acompanhamento do processo de inclusão de pessoas com defi ciências em es- colas regulares; realização de pesquisas sobre Entidade de direito privado, fi lantrópica, difi culdade de aprendizagem e aspectos psi- com sede em Belo Horizonte – MG, foi criada cossoais das defi ciências, entre outras. A FCEE por decreto do governador do estado José de é considerada uma das principais instituições Magalhães Pinto, Lei 3.297, de 14/12/1964. Ins- brasileiras na produção de conhecimentos e tituída como fundação pelo Decreto 8.714, de práticas em educação especial. 22/09/1965, incorporou o Instituto Dom Bosco, instituição de educação para excepcionais e de aperfeiçoamento para professores de ensi- Referências no emendativo, fundado por Alaíde de Sou- CARDOSO, M. T. S. Entrevista concedida a Danie- za Melo Tibo, em 1961. Foi reconhecida como la Ribeiro Schneider. Florianópolis, 15 mar. 2007. instituição de utilidade pública federal, esta- dual e municipal. Tornou-se fundação de di- FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL (FCEE). Aspectos da educação especial reito privado pela Resolução 126/2001 da Pro- em Santa Catarina: fi losofi a e ação. São José: FCEE, curadoria-Geral de Justiça de Minas Gerais. É 1979. mantida pelos bens, auxílios, rendas, doações de associados e benefi ciários, subvenções fei- FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO tas ou concedidas pela União, município ou ESPECIAL. Apresentação. Disponível em: . Acesso em: 10 sultados da prestação de serviços. As fi nali- mar. 2007. dades da Fundação Dom Bosco são: ajustar-se FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO aos interesses e possibilidades dos alunos de ESPECIAL (FCEE). Estatuto Social da Fundação educação especial, objetivando sua habilitação Catarinense de Educação Especial. Disponível em: e reabilitação; divulgar, para conhecimento . Acesso em dos interessados, as vantagens asse guradas 10 mar. 2007. pela educação especializada; criar e man- FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ES- ter oportunidades educativas e assistenciais PECIAL (FCEE). Leis da Fundação Catarinense de para aperfeiçoamento de professores de en- Educação Especial. Disponível em: . Acesso em 10 mar. 2007. convênios com instituições ofi ciais e particu-

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lares; empenhar-se no estudo dos problemas atender às demandas da clientela, com salas relacionados com a educação de excepcionais, de aula, salas de artes e ofi cinas, consultórios isoladamente ou em colaboração com entida- para atendimentos médico-psicológicos, brin- des públicas ou privadas que solicitarem sua quedoteca, refeitório, cozinha, auditório, área colaboração. Foram seus fundadores Alaíde de livre com piscina, sala de secretaria e diretoria; Souza Melo Tibo, idealizadora; os membros do a outra em uma casa adaptada e com os mes- primeiro conselho diretor efetivo: Hélio Durães mos recursos, exceto piscina. A instituição ofe- de Alkmin, Edésio Fernandes e Pedro Parafi ta rece ensino especializado e atendimentos mé- de Bessa; além dos membros do conselho dire- dico-psicológicos, tais como: acompanhamento tor suplente: Geraldo Dias de Moura Oliveira, psiquiátrico, grupo de estimulação essencial Ana de Sousa Melo Veloso e Terezinha Salo- de zero a três anos, reabilitação fi sioterápica, mão Massud; do conselho fi scal: João Garcia de avaliação psicodiagnóstica, ludoterapia, psi- Azevedo, Nelida Pantuzza Silva e Jero Oliva; comotricidade, orientação e acompanhamen- suplentes do conselho fi scal: Vicente Veloso, J. to familiar, grupo de orientação psicoafetiva, Pery Duarte dos Santos e Diego Lopes Marys. orientação de professores, acompanhamento Seu primeiro presidente foi Edésio Fernandes, integrado aluno-família-escola no processo que renunciou em 4 de outubro de 1966, sen- de inclusão dos alunos nas escolas da rede de do substituído por Hélio Durães de Alkmin. ensino pública, trabalho de rede social para Outras personagens relevantes foram Helena atender ao adolescente em situação de risco Antipoff , que aconselhou e apoiou a criação do social. Além disso, oferece ofi cinas ocupacio- Instituto Dom Bosco, e Alaíde de Souza Melo nais, recreação, esporte e lazer. O corpo técnico Tibo, superintendente administrativa desde a é interdisciplinar, constituído de assistentes fundação até 29 de março de 2005, quando foi sociais, fi sioterapeutas, fonoaudiólogos, médi- convidada a ser presidente de honra. Como cos, pedagogos, psicólogos, professores espe- administradora-geral, passou a ocupar o cargo cializados e terapeutas ocupacionais. A Fun- Lucy dos Santos Coacci, funcionária presente dação Dom Bosco foi relevante para o campo desde a fundação. Seu estatuto foi instituído da psicologia no Brasil por ter sido uma das pelo Decreto 8.714, de 22 de setembro de 1965, primeiras instituições de assistência a crian- alterado pelo Decreto 35.506, de 05/04/1994, ças e adolescentes portadores de necessidades sofrendo ajustes posteriores. Sua estrutura ad- especiais, em que o trabalho de equipe inter- ministrativa é formada por: assembleia geral, disciplinar, incluindo o psicólogo, pôde ser e conselho diretor, conselho fi scal, presidente e continua sendo efetivo. No fi nal dos anos de diretor técnico. Em 1994 foi criado um conse- 1960, foi criado o Serviço de Assistência ao Me- lho curador, que escolhe o conselho diretor, nor Excepcional (SAMEX), órgão federal liga- composto de três membros: presidente, vice- do ao então Serviço Nacional de Previdência presidente e tesoureiro, com mandato de três Social, que coordenava a assistência à saúde anos. Tem promovido também: cursos de ca- do previdenciário e que propiciou a expansão pacitação para docentes e profi ssionais da área de clínicas-escola especializadas, com o qual educacional, conveniados com o Fundo Nacio- eram conveniadas, estando entre elas a Fun- nal de Desenvolvimento Educacional; cursos dação Dom Bosco. Abriu-se um campo para o de pós-graduação lato sensu sobre educação desenvolvimento do estudo e aplicação da psi- inclusiva, em convênio com a Fundação João cologia nas áreas de Psicodiagnóstico, Psicolo- Pinheiro (de 2002-2005); curso de formação gia do Desenvolvimento, Psicologia do Excep- de professores em educação inclusiva, conve- cional. Outro desenvolvimento importante foi niado com o MEC-FNDE; e outros cursos com o trabalho em equipe interdisciplinar, tendo demandas diversas em torno da temática da como objetivo a integração das atividades de educação especial para reciclagem dos técni- tratamento e acompanhamento, ministrados cos. Funciona em duas unidades de atendi- pelos profi ssionais de diversas áreas de conhe- mento: uma construída especifi camente para cimento, uma atividade inovadora na época.

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Atualmente, a Fundação Dom Bosco continua 5.446, de 25/05/1970, com o nome de Fundação atendendo às fi nalidades a que se propôs des- Estadual de Educação Rural Helena Antipoff , de sua fundação. Acompanhando a orientação e instituída pelo Decreto 13.369, de 26/01/1971. atual de melhoria ao atendimento, enfatiza o A fundação substituiu o Instituto Superior de processo de inclusão social do portador de ne- Educação Rural (ISER), criado pelo Decreto cessidades especiais e do adolescente em risco 4.830, de 12/12/1955, no mesmo município. social, tanto pela sua participação nas escolas Este foi criado pela educadora e psicóloga He- de ensino regular como no esporte, através lena Antipoff , no âmbito de um programa de de maratonas esportivas nacionais e interna- difusão do ensino rural. Acreditava-se, naque- cionais, mantendo parcerias com o Conselho la época, que o êxodo rural ocorria devido à Tutelar, Programa de Liberdade Assistida, Ser- falta de educação escolar na zona rural. O ins- viço de Orientação Social e Familiar e o Cen- tituto foi criado para ser um centro de pesqui- tro de Saúde da Prefeitura Municipal de Belo sas voltadas para o homem do campo. Desde Horizonte. Desenvolve trabalho social com as o início de seu funcionamento até o fi nal da famílias de seus usuários, através de ofi cina década de 1980, a Fundação Helena Antipoff , ocupacional para pais. como instituto voltado para educação, tinha como objetivos formar, aperfeiçoar, especiali- Referências zar professores, administradores, orientadores e supervisores para as escolas primárias ru- COACCI, L. dos S. Entrevista concedida a Sônia Vieira Coelho. Belo Horizonte, 17 ago. 2006. rais e pesquisar assuntos ligados à educação, de modo geral, e, especifi camente, à educação FUNDAÇÃO DOM BOSCO. Estatuto da Fundação Dom Bosco. Belo Horizonte, 1994. rural. Atualmente, a fundação tem por fi na- lidade instituir e manter cursos e atividades FUNDAÇÃO DOM BOSCO. Primeiro livro de destinados à formação de recursos humanos atas. Belo Horizonte, 1965. para a educação, observada a política formu- MINAS GERAIS. Comarca de Belo Horizonte, Car- lada pela Secretaria de Estado de Educação tório Jero Oliva. Certidão Ofi cial de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Livro A-7, fl s. 142-143, n. de para sua área de atuação, competindo-lhe: ordem 5.709, de 14 out. 1965. ministrar cursos de nível superior para a for- MINAS GERAIS. Lei 3.297 de 14 dez. 1964. Dispõe mação de professores; ministrar a educação sobre a criação da Fundação Dom Bosco pelo go- básica e o ensino técnico-profi ssionalizante; verno do Estado de Minas Gerais. Diário Ofi cial do promover pesquisas e atividades de extensão; Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 15 dez. instalar e conservar o Memorial Helena Anti- 1964. poff ; manter clínica psicopedagógica, ofi cinas pedagógicas e programas educacionais, para Sonia Vieira Coelho que, integrados, formem um sistema de apoio e desenvolvimento psicopedagógico; estabe- lecer intercâmbios, convênios e acordos de cooperação com instituições públicas e priva- „ Fundação Helena Antipoff (FHA) – 1978- das, visando ao desenvolvimento e ao aper- Fundação Estadual de Educação Rural – feiçoamento do processo educacional; propor 1970-1978 e executar projetos pedagógicos que visem à Instituto Superior de Educação Rural melhoria da qualidade de ensino; proporcio- (ISER) – 1955-1970 nar ações de formação continuada, buscando o aperfeiçoamento e qualifi cação profi ssional, visando a atender às necessidades educacio- Personalidade jurídica de direito público nais do estado, dos municípios e de outros ór- estadual, sem fi ns lucrativos, localizada na gãos ou instituições que venham a contratar avenida São Paulo, 3.996, Vila Rosário, no mu- seus serviços; manter serviços de produção e nicípio de Ibirité – MG, foi autorizada pela Lei comercialização de produtos agropecuários;

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instituir e manter, na forma da lei, unidades testes vocacionais que serviu de base para de ensino superior necessárias à rea lização a elaboração de padrões de estudos psico- de seus objetivos; realizar, assessorar e pres- lógicos relativos à adolescência da zona ru- tar serviços de consultoria e assistência técni- ral. Muitas das pesquisas desenvolvidas por ca em cursos de capacitação, treinamento de Helena Anti poff resultaram na elaboração de pessoal, testes psicológicos, avaliação de de- testes. Citamos o Teste Minhas Mãos (MM), sempenho e concursos públicos. Foram dire- segundo ela, um instrumento para o diag- tores da Fundação Helena Antipoff , desde a nóstico psicopedagógico individual e para o sua criação, como ISER: 1955 – Maria de Frei- controle da ação educativa da escola. O Teste tas; 1956 – Geralda Ávila; 1957 – Fernandina Limiar/72 foi iniciado por Helena Antipoff Tavares Paes; 1958 – Cora Toledo Dias; 1959 – no Laboratório de Psicologia da Escola de Áurea Nardelli; 1962 – Helena Tereza de Jesus Aperfeiçoamento, em 1934/35, e reformulado Silva; 1966 – Luiz Fernandes Neto; 1971 – Ma- no Laboratório de Psicologia Edouard Clapa- rède, em 1972. É um teste de aplicação indi- ria de Freitas; 1975 – Marlene Cortes Chaves; vidual que permite uma avaliação bastante 1978 – José de Alencar Rogedo; 1983 – Irene precisa das condições de maturidade para a de Melo Pinheiro; 1987 – Daniel Antipoff ; aprendizagem escolar e, ainda, avaliação do 1990 – Fernando Luiz Levenhagen Ferreira; nível mental. Atualmente, a Fundação Hele- 1992 – Marilene de Castro André Reis; 1997 – na Antipoff , além da Clínica de Psicologia, Maria das Graças Silva Teixeira; 1999 – Irene mantém a Escola Sandoval Soares de Azeve- de Melo Pinheiro. Em 1955, Helena Antipoff do de Educação Básica, as Ofi cinas Pedagógi- criou, na Fazenda do Rosário, vinculado ad- cas Caio Martins – que atendem a crianças e ministrativamente ao ISER, o Laboratório de jovens com problemas de adaptação escolar Psicologia e Pesquisas Educacionais Edouard – e o Instituto Superior de Educação Anísio Claparède, que se transformou em centro de Teixeira, que ministra cursos de licenciatura atendimento, estudos e pesquisas em diver- em Pedagogia, Educação Física, Matemática, sas áreas da psicologia. No desenvolvimento Ciências Biológicas e Letras. Ainda oferece os das atividades do Laboratório, Helena Anti- cursos de pós-graduação lato sensu em Alfa- poff sempre se orientou por dois princípios: betização e Letramento, Educação Especial a) conhecer objetivamente os aspectos consi- na Escola Inclusiva e Educação Física Escolar. derados importantes na esfera da educação A Fundação Helena Anti poff promove anual- rural, da psicologia evolutiva e das escalas mente o Encontro Helena Antipoff , evento de desenvolvimento dos jovens rurais, de que se dedica a temas relacionados à psico- professores rurais, assim como suas caracte- logia e à educação. No ano de 2009, foi reali- rísticas psicosociais e bioeconômicas; b) de- zada a 27ª edição desse evento. Ainda, desde senvolver o espí rito científi co e o gosto pela 2002, a Fundação vem publicando semestral- pesquisa, o rigor dos métodos e a prudência mente a Revista Escritos sobre a Educação. em afi rmar e formular generalizações. Entre outros estudos e pesquisas realizados pelo Referências Laboratório, merece destaque o curso de Psi- ANTIPOFF, H. Teste MM. Ibirité: Fundação Esta- cologia Expe rimental e Orientação Vocacio- dual de Educação Rural, 1975. nal, voltado para a psicologia da aprendiza- BOLETIM CLAPARÈDE. Ibirité: Fundação Helena gem e seleção de professores para a carreira Antipoff , 1970-1980. do magistério rural, ministrado pelo profes- FUNDAÇÃO HELENA ANTIPOFF. Estatuto. Ibiri- sor André Rey, psicólogo russo, em 1956. Du- té, 2003. rante três meses, André Rey, assessorado por um grupo de alunos (psicólogos, pedagogos e sociólogos), desenvolveu valiosos traba- Therezinha Andrade lhos experimentais, além de uma bateria de Irene de Melo Pinheiro

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„ Fundação Hospitalar do Estado de Minas realidade da assistência psiquiátrica, contu- Gerais (FHEMIG) – 1977- do, eram constantes as denúncias de abusos contra o doente assistido, mobilizando profi s- sionais de vários setores de atendimento no A história do sistema de saúde do estado de sentido de melhorar e reverter a triste situa- Minas Gerais se caracteriza como produto de ção dos hospitais públicos mineiros, que se uma evolução sem planejamento até a criação repetia no cotidiano das clínicas psiquiátricas da FHEMIG. As instituições para atendimen- particulares que proliferaram durante a déca- to médico no setor público estadual eram dis- da de 1970. O ano de 1979 parece ter sido, de persas e desconexas dentro de cada esfera de certa forma, um marco nessa história. A resi- administração, o que fez com que os responsá- dência de psiquiatria da FHEMIG (fundada veis pela gestão estadual começassem a buscar em 1968, no Hospital Galba Veloso, e trans- modelos de intervenção adequados às exigên- ferida para o Instituto Raul Soares, em 1971) cias regionais e locais, criando-se o Sistema programou, em 1979, o III Congresso Mineiro Operacional de Saúde Pública do Esta do. En- de Psiquiatria. Esse evento contou com a efe- tretanto, os objetivos estabelecidos para este tiva participação de profi ssionais de diversas sistema estavam difíceis de serem alcançados áreas, como jornalistas, advogados, artistas e pela falta de interligação entre siste mas isola- principalmente profi ssionais da psicologia. dos, como a Fundação Estadual de Assistência Nos preparativos para esse evento, os hos- Psiquiátrica (FEAP) e de outras especialidades pitais da FHEMIG foram denunciados pela médicas. No ano de 1976, com o propósito de imprensa. Nessa época, o psiquiatra italia- promover a integração sistêmica, foi elabora- no Franco Basaglia esteve em Minas Gerais, do um projeto para fundir as unidades isola- difundindo sua experiência de desospitali- das em uma única fundação, a FHEMIG, cuja zação psiquiátrica e o crescente movimento ênfase seria a atenção médica generalizada. da psiquiatria democrática, até então pouco A Lei 7.088, de 03/10/1977, viabilizou a visão conhecido no estado. Pode-se avaliar que a do sistema através de dois módulos básicos: reforma psiquiátrica de Minas Gerais teve de um lado, a fundação hospitalar, e de outro, início a partir desses importantes eventos. acoplada ao primeiro, a rede ambulatorial da Em 1980, a diretoria da FHEMIG aprovou e Secretaria do Estado da Saúde. É importante iniciou a instalação do Projeto de Reestrutu- demarcar o esforço feito na ocasião para supe- ração da Assistência Psiquiátrica Pública, que ração da dicotomia entre saúde pública e aten- teve início no Instituto Raul Soares e poste- ção médica. As unidades da FHEMIG eram riormente se extendeu aos demais hospitais. compostas pelo Instituto Raul Soares (1922), Em 1993, um relatório da Auditoria Especial o Centro Psicopedagógico (inaugurado em de Saúde Mental do Siste ma Único de Saúde 1927 com a designação de Hospital de Neu- de Minas Gerais (SUS-MG) acusava que, dos ropsiquiatria Infantil), o Hospital Galba Ve- 8.087 pacientes psiquiátricos inter nados no loso (1962) e o Centro Hospitalar Psiquiátrico Estado de Minas Gerais, 1.266 estavam em de Barbacena (fundado em 1903 com o nome hospitais públicos e 6.861 em 30 hospitais pri- de Hospital de Assistência a Alienados e que vados contratados pelo SUS. A partir de en- teve seu nome mudado para Hospital Colônia tão, projetos dentro da lógica da reforma psi- de Barbacena, em 1934). O estado possuía, na quiátrica brasileira começaram a tomar parte época da criação da fundação, cerca de 9.436 do cotidiano dos hospitais da FHEMIG, como leitos, dos quais 7.260 eram asilares. Estimava- hospital-dia, centro de convivência e estágios se, contudo, que a demanda seria de apenas para graduandos em psicologia e outras áreas, 400 leitos para atender às necessidades da além da tradicional residência em psiquiatria. população internada. Assim, o aparecimen- Atualmente, a FHEMIG é a maior rede de to da FHEMIG tinha como meta importante hospitais públicos da América do Sul, man- a reestruturação do atendimento. Dentro da tendo 20 unidades – nove situadas no interior

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e 11 na capital – que assistem a população de Referências Minas Gerais e de outros estados, oferecen- A FHEMIG e a assistência psiquiátrica em Minas do serviços especializados de referência, em Gerais. Revista do Centro de Estudos Galba Velo- consonância com a política estadual de saú- so. Belo Horizonte, n. 5, jun./dez. 1979. de. A FHEMIG constitui hoje uma rede de BARRETO, F. P. Reforma psiquiátrica e movimen- cinco complexos assistenciais, cujas unidades to lacaniano. Belo Horizonte: Itatiaia, 1999. se distribuem da seguinte forma: urgência FUNDAÇÃO EDUCACIONAL E DE ASSISTÊN- e emergência: Hospital João XXIII, Hospi- CIA PSIQUIÁTRICA (FEAP). Boletim Estatístico tal Maria Amélia Lins, Setor Ortopédico do do Hospital Carlos Pinheiro Chagas. Belo Hori- Hospital Galba Velloso, Centro Geral de Pe- zonte, 1969. diatria; especialidades: Maternidade Odete FUNDAÇÃO EDUCACIONAL E DE ASSISTÊN- Valadares, Hospital Eduardo de Menezes, CIA PSIQUIÁTRICA (FEAP). Relatório da Direção Hospital Alberto Cavalcanti; saúde mental: Geral, 1971-1973. Belo Horizonte: Fundação Educa- Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, cional e de Assistência Psiquiátrica, 1969. Centro Mineiro de Toxicologia, Centro Psico- FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MI- pedagógico, Hospital Galba Veloso, Instituto NAS GERAIS (FHEMIG). A FHEMIG Hoje. Belo Raul Soares; hospitais gerais: Hospital Júlia Horizonte: Fundação Hospitalar do Estado de Mi- Kubitschek, Hospital Regional Antônio Dias, nas Gerais, 1983. Mimeo. Hospital Regional João Penido, Hospital Re- FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Assistência psi- gional de Barbacena; e, recuperação e cuidado quiátrica em Minas Gerais. Belo Horizonte, 1980. ao idoso: Sanatório São Francisco de Assis – Bambuí, Sanatório Santa Izabel – Betim, Sana- SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS (SUS-MG). Relatório da Auditoria Especial de tório Santa Fé – Três Corações, Sanatório Padre Saúde Mental. Belo Horizonte, 1993. Damião – Ubá, Hospital Cristiano Machado – Sabará. Com o uso de novas ferramentas de trabalho, a administração central da FHEMIG Renato Diniz Silveira desenvolve hoje um moderno sistema de ges- tão, visando a uma maior efi ciência das unida- des assistenciais e administrativas no cumpri- „ mento último de sua missão: prestar melhor Fundação Universitária do assistência ao usuário do SUS. Além da pres- Desenvolvimento do Oeste (FUNDESTE) tação de serviços, a fundação também ocupa – 1970- o lugar de maior mantenedora de residências médicas no estado, desenvolvendo 30 progra- No fi nal da década de 1960 e início dos anos mas de residência médica credenciados pelos de 1970, a região Oeste de Santa Catarina pas- Ministérios da Saúde e da Educação, com 325 sou por um momento de grandes mudanças bolsas distribuídas entre as mais importantes econômicas, migrando de um modelo agrícola áreas da medicina, além de oferecer estágios hegemônico para um modelo agroindustrial – na área de psicologia para diversos cursos o que provocou o deslocamento das popula- públicos e privados do estado, contribuindo ções rurais para os núcleos urbanos. Em de- para a formação em saúde mental do futuro corrência desse processo, surgiram demandas profi ssional psicólogo. O aprimoramento do por serviços de saúde, moradia, transporte serviço e o investimento na formação de pro- e, especialmente, educação. Para qualifi car a fi ssionais médicos fi zeram com que a funda- mão de obra, foram criadas instituições nos ção, desde 1996, se tornasse membro da Asso- diferentes níveis de formação: escolas, que ciação Brasileira de Hospitais Universitários contribuíram para o maior índice de escolari- (ABRAHUE) e da Associação Brasileira de zação e o aumento do nível de escolaridade; Escolas Médicas (ABEM). o Serviço Nacional de Aprendizagem Comer-

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cial (SENAC), que formava mão de obra para tológicos e profi láticos. Os planos de ensino o comércio; o Serviço Nacional de Aprendiza- demonstram que, no decorrer deste período, gem Industrial (SENAI), que habilitava traba- foram sendo acrescentados conteúdos, psi- lhadores para as indústrias; e a FUNDESTE, cológicos sobre o processo ensino-aprendi- que visava à formação superior. Portanto, zagem em sala de aula, abordando a relação desde sua fundação, evidencia-se a preocu- criança, adolescente e escola. Nos cursos da pação dos dirigentes da FUNDESTE com o área empresarial, até 1980, eram ministradas desenvolvimento regional, de tal forma que, as disciplinas de Psicologia Geral, Psicologia até o fi nal de década de 1980, os cursos supe- Geral I, Psicologia Geral II e Psicologia Apli- riores voltaram-se para as áreas educacional cada. Além dessas, em Ciências Contábeis era e empresarial. A Fundação foi criada no dia ministrada a disciplina Psicologia Aplicada 4 de julho de 1970, através de assembleia da ao Trabalho. Os conteúdos das três discipli- qual participaram prefeitos de 37 municípios nas de Psicologia Geral eram semelhantes aos da região Oeste de Santa Catarina, devendo ensinados nas licenciaturas. A diferenciação ser mantida com recursos federais, estaduais ocorria mas disciplinas Psicologia Aplicada e e com 1% dos orçamentos mensais dos mu- Psicologia Aplicada ao Trabalho, cujos conteú- nicípios envolvidos. Foi ofi cializada pela Lei dos abarcavam estrutura empresarial e, mais Municipal 141, de 06/12/1971. Sua primeira especifi camente, recursos humanos nas or- sede foi no edifício do Seminário Diocesano ganizações (relações humanas, comunicação, de Chapecó. Foi reconhecida como Faculda- infl uência dos grupos sobre os indivíduos, de de Ciências da Educação pelo Conselho confi ança, colaboração, liderança, estilos de Estadual de Educação em dezembro de 1971. gerência); problemas organizacionais; seleção, O primeiro vestibular e início das atividades motivação, treinamento e avaliação de pessoal; ocorreram no primeiro semestre de 1972, aplicação de testes psicométricos; função do com duas turmas do curso de Pedagogia. No psicólogo nas organizações e psicologia or- segundo semestre deste ano, deu entrada ao ganizacional (integração homem e organiza- pedido de autorização das faculdades de Lín- ção, motivação, fi losofi as de administração, gua Nacional, Matemática e Estudos Sociais, necessidades, satisfação e frustração, atitudes, desenvolvidas através de convênio fi rmado moral, pesquisa de opinião e incentivos). Os com a Secretaria Estadual de Educação, que professores que ministraram as disciplinas de funcionaram em regime intensivo. Em 1974, a psicologia foram os pedagogos Reni Cecília FUNDESTE tornou-se mantenedora do então Iop, Cléa Ana Seganfredo e Euclides Caon, e criado Centro de Ensino Superior, onde foram os psicólogos Roberto Caetano Castiglia, Car- lotados os cursos de Administração e Ciências mem Lúcia de Melo Diniz e Lelia Porciúncula, Contábeis, além dos referidos anteriormente. pioneiros na difusão do conhecimento psico- Em 1976, a sede da fundação foi transferida lógico em Chapecó e região Oeste. Destaca- para o prédio do antigo Hospital Psiquiátrico, se que a docência foi o primeiro campo de doado pela Secretaria Estadual de Saúde. Em atuação do psicólogo neste território, sendo 1978, foi encaminhado o pedido de criação a FUNDESTE o primeiro local onde esta ati- do curso de Direito. Nos cursos de licen- vidade desenvolveu-se. A partir de 1980, o ciatura, até 1980, eram ministradas as disci- número de psicólogos foi aumentando grada- plinas de Psicologia Geral, Psicologia Geral tivamente, ampliando-se as áreas de atuação I, Psicologia Geral II, Psicologia da Educa- para saúde, trabalho, escola, social e trânsito ção, Psicologia da Educação I e Psicologia da – o que contribuiu para a criação do curso de Educação II. Os conteúdos ensinados diziam Psicologia, cuja primeira turma se iniciou em respeito à história da Psicologia, à Psicologia 14 de agosto de 1997. Nos anos de 1990, acon- da Educação, às Teorias da Personalidade, ao teceram algumas tentativas de transformar a Desenvolvimento e à Aprendizagem – abor- FUNDESTE em universidade federal, porém, dando aspectos considerados normais, pa- por divergências e disputas políticas, tal pleito

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não foi bem-sucedido. A solução encontrada Referências foi a FUNDESTE associar-se a outras institui- BONAMIGO, I. S. A psicologia, o Brasil moderno ções educacionais com fi nalidades semelhan- e a emergência de práticas psicológicas em Chape- tes: Fundação Empresarial do Alto Vale do Rio có. (Trabalho fi nal da disciplina História da Psicolo- do Peixe (FEMARP), em Videira; Fundação gia no Brasil – UERJ/PPGPS). Rio de Janeiro, 2003, Educacional do Oeste Catarinense (FUOC), Mimeo. em Joaçaba; Fundação Educacional dos Muni- BONAMIGO, I. S. História das práticas psicológi- cípios do Alto Irani (FEMAI), em Xanxerê; e cas em Chapecó. (Relatório de Pesquisa – Unocha- Fundação Educacional do Extremo Oeste de pecó). Chapecó, 1998, Mimeo. Santa Catarina (FUNESC), em São Miguel do Oeste. Disto resultou a criação de uma univer- BRASIL. Decreto Presidencial de 14 de agosto de sidade multicampi, a Universidade do Oeste 1996. Credencia a Universidade do Oeste de Santa Catarina, com sede na cidade de Chapecó, Estado de Santa Catarina (UNOESC), que obteve, de Santa Catarina, 1996. pelo Decreto Presidencial de 14/08/1996, o cre- denciamento junto ao Ministério da Educação CHAPECÓ. Lei Municipal 141/71, de 6/12/1971. e Cultura (MEC). Cada uma das fundações Institui a Fundação Universitária do Desenvolvi- continuou a manter sua autonomia, porém ju- mento do Oeste – FUNDESTE – e dá outras provi- ridicamente constituíam uma entidade única, dências, 1971. com uma administração central, com um rei- FACCIO, N. I. B. Entrevista concedida a Celso tor e pró-reitores gerais de Administração, de Francisco Tondin, Elison Antonio Paim e Irme Sa- Ensino e de Pesquisa, Pós-Graduação e Exten- lete Bonamigo. Chapecó, 30 jun. 2008. são. Em cada um dos campi existia também FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DO DESENVOL- os três pró-reitores, implicando a possibilida- VIMENTO DO OESTE (FUNDESTE). Planos de de de diferentes concepções de universidade. ensino das disciplinas de Psicologia no período Tal situação contraditória foi consolidando, de 1973 a 1980. Chapecó: Fundeste/Unochapecó, no Campus de Chapecó, a necessidade de criar 1973-1980. uma universidade com administração pró- PAIM, E. A. Memórias e experiências do fazer-se pria, mais democrática e descentralizada, op- professor(a). Tese (Doutorado em Educação). Uni- tando-se, então, pela criação de uma nova uni- versidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005. versidade, credenciada pelo Decreto Estadual 5.571, de 27/08/2002: a Universidade Comuni- SANTA CATARINA. Decreto Estadual 5.571, de 27 tária Regional de Chapecó (Unochapecó). Esta ago. 2002. Credencia a Universidade Comunitária e oferece, atualmente, 39 cursos, atividades de Regional de Chapecó. UNOCHAPECÓ, 2002. extensão e de pesquisa. No decorrer da sua UNOESC – VISTA & REVISTA. Grifos. Chapecó: n. história, a FUNDESTE, mantenedora da Uno- especial, jul. 1993. chapecó, tem formado profi ssionais para o mercado de trabalho de uma região bastante abrangente, que inclui, além da região Oeste Celso Francisco Tondin de Santa Catarina, as regiões do Noroeste do Elison Antonio Paim Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná. Irme Salete Bonamigo

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„ Grupo de Atendimento Psicológico (GAP) último, a clínica passou a prestar serviços de – 1975- avaliação psicológica para o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (DE- TRAN-ES). Atualmente o GAP oferece todos Criado em 31 de julho de 1975, pelas psicó- esses serviços. A psicóloga Lij a Amaral Ita- logas Vania Prata Ferreira Reis, Kátia França baiana Nicácio saiu da sociedade no mesmo Ribeiro de Almeida e Lij a Amaral Itabaiana ano de sua criação; Kátia França Ribeiro de Nicácio, o GAP foi a primeira empresa cons- Almeida saiu em 1979, quando ingressou tituída no Espírito Santo, formada exclusiva- a psicóloga Ângela Regina Ribeiro Chu- mente por psicólogos, para prestação de ser- quer, que participou da empresa até 1997. viços de psicologia na área organizacional. A partir desta data, entrou para a socieda- A percepção de uma carência no mercado ca- de o engenheiro João Luiz Vassalo Reis que, pixaba de empresas especializadas em recur- juntamente com Vania Prata Ferreira Reis, sos humanos motivou a abertura da empre- são os dirigentes atuais. O GAP buscou as sa, além da experiência da sócia-fundadora primeiras parcerias em 1983, trazendo, para Vania Prata Ferreira Reis, como professora empresários, o Programa de Planejamento da disciplina de Psicologia Organizacional, Estratégico realizado pela Fundação João Seleção e Orientação Profi ssional, da Ponti- Pinheiro, entidade do governo de Minas Ge- fícia Universidade Católica do Rio de Janeiro rais, e o Programa sobre Relações Sindicais, (PUC-Rio), onde coordenou setorialmente para o mesmo público, através da Fundação vários concursos públicos realizados por esta Dom Cabral da Pontifícia Universidade Ca- instituição. No início, o objetivo da empresa era tólica de Minas Gerais (PUC-Minas). O GAP realizar trabalhos de psicologia nas áreas orga- foi representante da Fundação Dom Cabral nizacional: recrutamento, seleção, diagnóstico, no Espírito Santo durante os anos de 1983 a treinamento, desenvolvimento de equipes, diag- 1989. O grupo faz seu trabalho de recruta- nóstico organizacional; clínica: psicodiagnóstico, mento e seleção não só no Estado do Espíri- psicoterapia; e escolar: orientação vocacional. to Santo, mas em diversas cidades do Brasil Depois, passaram a prestar serviços de fonoau- e possui uma fi lial em Minas Gerais. Reali- diologia, pedagogia e psicopedagogia. Por za processos seletivos para grandes empre-

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sas (SEBRAE, CESAN, FINDES, BANESTES, jurídica de psicologia registrada no Conse- Energias do Brasil, Vale do Rio Doce, Sa- lho Regional de Psicologia da 16ª Região. marco Mineração, Aracruz Celulose, Com- panhia Siderúrgica de Tubarão, Banco do Referências Estado do Espírito Santo e Polícia Militar do REIS, V. P. F. Entrevista concedida a Mônica No- Espírito Santo). Também oferece diversos gueira Vilas Boas. Vitória, 10 dez. 2006. cursos, tais como: Técnicas de Avaliação Psi- GRUPO DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO. cológica, Relações Interpessoais, Desenvol- Portfólio. Vitória: Arquivos do GAP, 10 dez. 2006. vimento de Equipes, Motivação, Inteligência Emocional. Oferece vagas de estágio desde a primeira turma da Universidade Federal do Mônica Nogueira dos Santos Vilas-Boas Espírito Santo (UFES). Foi a primeira pessoa Paola Vargas Barbosa

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„ Hospício da Visitação de Santa Isabel – rigida por regente e mordomo indicados pela 1864-1883 mantenedora, e funcionando com um médico clínico, obrigado a uma visita semanal. O pri- meiro deles foi Isaías Firmo Xavier e o último Instituição assistencial asilar para recolhi- Ermírio César Coutinho. Além de médico, con- mento de insanos, localizada em Olinda – PE, tava também com capelão, porteiro (também na Ladeira da Misericórdia, onde funcionou o sacristão), três enfermeiros, duas enfermeiras, Hospital da Santa Casa de Misericórdia (1535 um barbeiro e uma cozinheira. As acomoda- a 1831). Foi criado pelo presidente da provín- cia de Pernambuco, senador Ambrósio Leitão ções, previstas para 40 doentes, compreendiam da Cunha, depois de ser inaugurado no Recife, quartos fortes para loucos furiosos e enferma- em 1861, o Hospital Pedro II, este pertencente à ria de pensionistas, sendo constituídas por cin- nova Santa Casa de Misericórdia, instalada em co edifi cações, três delas com dois pavimentos, 1860, com a extinção da congênere de Olinda. com centenárias paredes escoradas e telhados O objetivo, explicitado em mensagem à Assem- repostos após o desabamento pelas chuvas de bleia Legislativa, era dar morada aos infelizes 1862. Na inauguração, chegaram 34 pacientes, loucos que fi caram no Hospital dos Coelhos, embarcados no fi m da tarde para viagem de no Recife – um hospital provisório – e haviam cerca de 8 km, pelos rios Capibaribe e Beberibe, deixado de conviver com os enfermos a cargo sob vigilância de polícia armada, protegendo a da Santa Casa de Misericórdia transferidos população assustada. A instituição existiu por para o novo hospital. Sua clientela era com- quase 19 anos. A deterioração das instalações, posta, predominantemente, por pessoas consi- as condições de vida das pessoas asiladas (su- deradas insanas. Foram também aí recolhidos perlotação, alimentação defi ciente, diarreias insubordinados a serem adaptados aos pa- epidêmicas anuais) e a alta taxa de mortalidade drões normais, para o que era necessário, por (726 asilados haviam morrido nesse período) vezes, ajuda de intervenção policial. O hospício obrigaram o fechamento do hospício. Em 1883 era mantido e regulamentado pela Santa Casa restavam 83 pacientes, que foram transferidos de Misericórdia do Recife, irmandade católica para o recém-construído Hospício de Aliena- vinculada à Arquidiocese de Recife-Olinda, di- dos, no sítio da Tamarineira, em Recife.

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Referências há afi rmação da caridade justifi cada pela me- COELHO FILHO, H. A psiquiatria no país do açú- dicina mental e ao mesmo tempo afi rmação da car e outros ensaios. Rio de Janeiro: José Olimpio, necessidade de tratamento, bem como possibi- s.d. lidade de cura de moléstias cerebrais. É afi rma- da a necessidade de dotar o hospício com me- MEDEIROS, T. A. “Primórdios”. In: BASTOS, O. lhoramentos exigidos pela ciência, separando His tória da psiquiatria em Pernambuco e outras os loucos daqueles que possuem monomanias, histórias. São Paulo: Lemos, 2002. afi rmações que remetem às classifi cações e ao pensamento médico de Esquirol e à infl uência Tácito Augusto Medeiros do discurso teórico francês no Brasil do século XIX. Não houve livros de notação de entrada e saída de pacientes em separado para o Hospício da Diamantina, estando os pacientes anotados „ Hospício de Diamantina – 1889-1906 nos livros gerais da Santa Casa de Caridade, assim como não houve médicos alienistas nes- ta instituição. No livro de notação de entrada e Fundado na cidade de Diamantina por José saída de pacientes da Santa Casa de Caridade Ferreira de Andrade Brant, então provedor da de Diamantina, entre 1876 e 1900, existem diag- Santa Casa de Caridade de Diamantina, foi o nósticos de: alienado, delirante, delirando(a), primeiro hospício de Minas Gerais. Teve sua louco e maníaco. Aparecem nos relatórios da pedra fundamental fi xada em 1888, nos ter- provedoria os diagnósticos de furioso, infeliz, renos da Santa Casa de Caridade, e planta idiota, imbecil, monomaníaco, demente e os elaborada por Catão Gomes Jardim. Come- que sofrem de monomania criminosa e amole- çou a receber internos em 1889, no contexto cimento cerebral. No princípio do século XX, nacional de proclamação e consolidação da no segundo livro de entrada e saída de pacien- República e da abolição da escravatura. Esse tes da mesma Santa Casa consta diagnóstico contexto, aliado à queda dos preços dos dia- de histeria. Estas notações sugerem amálga- mantes, gerou uma crise que possibilitou o ma de classifi cações brasileiras, da infl uência redimensionamento dos espaços urbanos, francesa e do senso comum. De acordo com com redefi nição dos lugares dos indivíduos dados constantes nos documentos existentes na cidade: recolhimento de idosos carentes à (ainda que lacunares), os internos do Hospício União Pia de Santo Antônio; enterros em ce- da Diamantina eram negros ou pardos, pobres mitérios privativos para vítimas da varíola; ou miseráveis, mendigos, sem trabalho (vaga- fundação de cemitério municipal, retirando bundos), sem família, sem nutrição ou habita- das irmandades e confrarias o controle dos ção. No documento intitulado Apontamentos óbitos, e fundação do hospício para alienados. Sobre o Hospício de Alienados, existente na Propostas médicas e bases teóricas utilizadas biblioteca do Instituto do Patrimônio Históri- na sua construção, bem como seu projeto de co e Artístico Nacional (IPHAN) em Diaman- engenharia, denotam intenção terapêutica tina, há detalhamento do projeto de constru- especializada, que ultrapassa a prática de re- ção do hospício, que ocuparia então uma área colhimento de loucos. Intenções de acolher, de 646 m, incluindo o pátio interno. Haveria fazer caridade e limpeza urbana coexistiram duas alas no rés do chão com dez celas cada com a chegada da medicina mental e com a uma, latrinas independentes e corredores que pretensão de cura dos alienados. Esta inten- se comunicavam com jardins laterais; duas ção (de tratamento e cura), encontrada nos alas no pavimento superior com 11 celas cada escritos dos médicos que então atuavam na uma, e cada cela possuiria uma latrina. O cor- cidade, está presente também em artigos de po do edifício, ao fundo, seria composto de: leigos, como o de Antônio Mourão, nos jor- rés do chão, cozinha, refeitório, despensa e nais O Município e O Aprendiz. Nestes artigos, quartos para cozinheiros, tudo arejado por

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sete janelas, uma porta externa e três interio- 1903, passando a centralizar todas as verbas, res; o primeiro andar seria composto de cinco o Hospício da Diamantina deixou de existir. quartos para convalescentes e latrinas, are- jado por oito janelas, duas portas com saída Referências para varanda e outras três internas. Comuni- cando com o pátio interno estariam três quar- MAGNANI, M. C. A. O. Hospício da Diamantina tos para empregados, rouparia e sanitários. O 1889-1906. Dissertação (Mestrado em História das pavimento superior seria composto de escada Ciências da Saúde). Casa de Oswaldo Cruz/FIO- principal, antessala, salão, quartos para con- CRUZ, Rio de Janeiro, 2004. valescentes e sanitários. O projeto que consta MAGRO FILHO, J. B. A tradição da loucura: Mi- deste documento está ancorado em concep- nas Geais (1870-1964). Belo Horizonte: COOPMED, ções médicas modernas. Ao mesmo tempo em 1992. que há preocupação com ventos frescos e pu- MOURÃO, A. “Gravíssimo”. O Aprendiz. Diamanti- ros e circulação de ar, que remetem à concep- na, n. 2, p. 2, 30 ago. 1893. ção miasmática da doença mental, a preocu- pação com a limpeza, a existência de banhos e MOURÃO, A. “Um pouco de caridade”. O Municí- duchas remetem ao higienismo e também ao pio. Diamantina, n. 107, p. 2, 27 mar. 1897. tratamento moral que foi proposto por Pinel e Esquirol. Ainda como infl uência deste último, Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani há no documento a perspectiva de convales- cença e cura. O Hospício da Diamantina foi benefi ciado com a primeira lei que fez refe- rência aos alienados no Estado de Minas Ge- „ Hospital Adauto Botelho (HAB) – (1985 - ) rais, a Lei 50, de 30/06/1893, que deter minou Hospital Colônia Adauto Botelho – a concessão de auxílio aos hospitais de alie- 1954-1985 nados de Diamantina e São João Del-Rei, no montante de 50 contos de réis, mais a anuida- de de 15 contos de réis para auxílio de manu- O HAB foi criado em 24 de abril de 1954, no tenção e tratamento dos enfermos. Em 1899, o município de Cariacica, cidade da Grande Vi- comendador Brant informou no relatório da tória, no Espírito Santo, por iniciativa do mé- provedoria que houve a retirada da subven- dico Adauto Botelho, diretor do Serviço Na- ção do estado. No único relatório existente cional de Saúde Mental e fundador do Centro depois deste, o de 1905 a 1906, o então pro- Psiquiátrico de Engenho de Dentro (RJ). Sua vedor Antônio Mo a informou que o prédio construção iniciou-se durante o governo de que outrora fora destinado aos loucos teria Carlos Lindenberg, em 1949, sendo inaugu- agora os quartos particulares destinados para rado pelo governador Jones dos Santos Neves pensionistas. Afi rmou, ainda, que ali existiam em 1954 e colocado sob a direção do psiquiatra quatro loucos que não poderiam ser enviados Alaor de Queiroz Araújo. O hospital foi cons- para o manicômio de Barbacena. O Hospício truído em uma ampla faixa de terra no alto de da Diamantina, um dos pioneiros na assis- uma pequena colina, com modelo arquitetô- tência psiquiátrica mineira, que começara a nico de inspiração francesa, semelhante aos receber alienados antes mesmo da conclusão demais construídos na mesma época no Bra- de suas obras, prestou serviços em menos de sil. Em 1960, atingiu o número de 607 internos vinte anos de existência, sem que seu projeto em regime intensivo de internação. Em 1968, tenha conseguido chegar ao termo, nem cum- o número de internos era de aproximadamen- prir as promessas da medicina mental que o te 1.700 pessoas, entre homens, mulheres e orientou. Sem as verbas estaduais de custeio crianças. O psicanalista e psiquiatra argentino e com a fundação da Assistência a Alienados Hugo Guangiroli chegou ao Espírito Santo no de Minas Gerais localizada em Barbacena, em início de 1976 e contribuiu com a implantação

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de um projeto de comunidade terapêutica, José Alvim Ferreira Candido afi rmou que a dentro das instalações do hospital, sob inspi- comunidade terapêutica trabalhava de forma ração de experiências inglesas e argentinas. diferenciada, atendendo somente àqueles que Assim nasceu uma inovadora experiência de eram considerados psicóticos, e que o HAB psiquiatria comunitária, com equipes multi- internava também neuróticos e toxicômanos. profi ssionais e atividades de tempo semi-in- Além deste psicólogo, o referido jornal listou tegral. Uma equipe diversifi cada desenvolvia o trabalho de outros que atuavam no projeto: atividades de psicodiagnóstico, terapia de fa- Ítalo Francisco Campos, Denise Amorelli, Va- mília, assembleias, arteterapia e praxiterapia, nessa Torres e Maria Cristina Horta. Os psicó- sob a direção do psiquiatra Liberato Schwartz. logos e assistentes sociais que trabalhavam na Este projeto contou com a supervisão dos psi- comunidade terapêutica estavam em processo canalistas Enrique Banfi e Maria Luiza Ocam- de análise e formação com os psicanalistas ar- po. Esta experiência foi uma iniciativa de gentinos. A experiência da comunidade tera- psicólogos e assistentes sociais em busca de pêutica foi extinta no início da década de 1980, formação em psicanálise sob forte infl uência sob a justifi cativa de alto custo. Durante essa da psicanálise argentina. Estruturaram-se, a década, não havia subdivisões de enfermarias partir daí, cursos de formação, seminários e nem atividades dirigidas à clientela e a me- grupos de estudo. A chegada de outros psica- dicalização foi intensifi cada. Em 10/09/1996, nalistas argentinos – Hugo Guangiroli, Jorge em consonância com os debates que ocorriam Volnovich, Enrique Banfi e Éster Martinez em todo o país, foi aprovada a Lei 5.267, pelo – marcou também um tempo de busca por governador Vitor Buaiz, que viabilizou a rees- qualifi cação dos profi ssionais que atuavam no truturação da saúde mental no Espírito Santo, setor de saúde mental no estado, assim como estabeleceu os direitos e o fl uxo da atenção em aumentou o interesse pela psicanálise. Até saúde mental no estado. Ao sancioná-la, o go- 1976 a psicanálise era pouco conhecida, agre- vernador priorizou recursos para os seguintes gava um grupo que conseguiu o registro de serviços: atenção em ambulatórios; centros de psicólogo por comprovação de tempo de tra- convivência; centros de atendimento psicosso- balho com psicologia por mais de cinco anos. cial; ofi cinas protegidas; lares protegidos; hos- O psicólogo Roberto Cheib chegou ao estado pital-dia; hospital-noite; unidades psiquiátricas em 1979, recém-formado pela Universidade em hospital geral; serviços de internação par- Federal de Minas Gerais (UFMG), e trabalhou cial e programas de saúde mental em diversos no Departamento de Enfermagem do HAB até serviços de saúde. Desde então, iniciou-se um sua contratação pela Universidade Federal do processo de transformações intensas na assis- Espírito Santo (UFES). Neste período não teve tência em saúde mental do Espírito Santo e a muito contato com a experiência da comuni- consequente transformação da estrutura do dade terapêutica. A assistente social Jorgete HAB. Este possuía, então, 350 leitos divididos Barroso Velozo, que trabalha no HAB desde em duas alas por sexo. Os casos agudos e crô- aquela época, relatou em entrevista que a co- nicos eram atendidos nas mesmas enferma- munidade terapêutica existia no organograma rias. Naquele tempo, a população do hospital do hospital e tinha instalações diferenciadas era formada por pacientes com internações dentro do espaço físico, mas era considerada de longa permanência e moradores que, em por alguns profi ssionais como um trabalho sua maioria, haviam perdido completamente menos importante dentro daquela institui- os vínculos familiares e sociais. A partir daí, ção. Mesmo que esta experiência tenha sido o hospital passou a funcionar com três unida- subestimada por alguns, o jornal A Tribuna de des assistenciais distintas: Unidade de Curta 16/11/1980 destacou uma exposição de traba- Permanência, Unidade de Ressocialização lhos desenvolvidos pelo projeto de psiquiatria e Unidade de Atenção Diária. A Unidade de comunitária. Nesta reportagem, o psicólogo Curta Permanência é destinada à recepção dos

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casos de crise aguda vindos do Hospital São SILVA, L. B. S. (Org.) Resgate da memória do Hos- Lucas, disponibilizando 50 leitos; a Unidade pital Adauto Botelho. Governo do Estado do Espí- de Atenção Diária, que funcionava como um rito Santo. Vitória: Secretaria da Saúde, 2005. Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Mo- VELOZO, M. J. B. Entrevista concedida a Maria xuara, acolhe usuários da região circunscrita Inês Badaró Moreira. Cariacica, 15 abr. 2006. à cidade de Cariacica e do entorno; a Unidade de Ressocialização presta assistência à cliente- Maria Inês Badaró Moreira la de longa permanência no hospital, reabili- tando para o convívio social, atualmente com 96 moradores. Esta última unidade é respon- sável pela reinserção de internos que hoje es- „ Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos tão na condição de moradores do hospital na Renaux – 1935- comunidade. A assistente social Jorgete Barro- Santa Casa de Misericórdia de Nossa so é a gerente deste setor e atual responsável Senhora de Azambuja – 1902-1935 pelo projeto e a gerência das cinco residên- cias terapêuticas existentes no estado. Maria da Penha Caliman foi a primeira psicóloga a Localizada no Vale de Azambuja, distrito assumir um cargo de direção neste hospital de colonização italiana na cidade de Brusque (1995 a 1997). Desde 2006, o diretor também é – Santa Catarina, a Santa Casa de Misericórdia um psicólogo, Renato Vieira. de Nossa Senhora de Azambuja foi pioneira na criação de um espaço asilar no estado. A ins- Referências tituição, de caráter fi lantrópico, fundada em 1902 pelo padre Antônio Eising e pelas irmãs CARVALHO, C A. Os psiconautas do Atlântico da Divina Providência, englobava um hospi- Sul. Uma etnografi a da Psicanálise. Campinas: tal, um asilo, um orfanato e um hospício. Sua UNICAMP/Centro de Memória – UNICAMP; Vitó- ria: EDUFES, 1998. missão era abrigar os doentes, principalmente pobres e abandonados. Localizava-se dentro ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Justiça e Cidada- do conhecido Santuário de Azambuja, espaço nia. Lei 5.267, de 10 de setembro de 1996. Palácio de peregrinação de fi éis católicos. Durante os Anchieta, 10 set. 1996. anos iniciais, não havia a presença de médi- ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde. cos. O serviço prestado era de caráter assisten- Implantação de serviços residenciais terapêuticos cial, priorizando a higiene, a boa alimentação no município de Cariacica. Superintendência Cen- e o conforto espiritual aos pacientes. A manu- tral de Epidemiologia, Planejamento e Informações. tenção fi nanceira da instituição era realizada Coordenação Estadual de Saúde Mental, ago. 2004. por meio de donativos da comunidade em ge- GUANGIROLI, H. Entrevista concedida a Maria ral, de organizações de caridade (como as Da- Inês Badaró Moreira. Cariacica, 23 ago. 2006. mas de Caridade da vizinha cidade de Itajaí), JORNAL A TRIBUNA. Imagens do inconsciente. bem como do rendimento de festas organi- Domingo, 16 nov. 1980. zadas pela Igreja. Em 1904, porém, a Câmara JORNAL A GAZETA. Um novo tratamento psi- Municipal de Brusque passou a conceder-lhe quiá trico: recupera o doente e prepara a família. uma subvenção, o que logo foi seguido pelo Caderno 2. artes e Lazer. s/d. estado. Entretanto, essas verbas não eram MOREIRA, M. I. B. Se esta casa fosse minha: ha- sufi cientes para o suprimento, e os constantes bitar e viver na cidade a partir de uma residência défi cits fi nanceiros levaram o hospital a rei- terapêutica. Tese (Doutorado em Psicologia). Uni- vindicar uma administração própria, tornan- versidade Federal do Espírito Santo, 2007. do-se independente da Paróquia de Brusque. ROSSONI, C. Palestra conferida no Espaço Abrap- Assim, no ano de 1905 o santuário e a admi- so – ES. FAESA, Campus I, 15 ago. 2004. nistração do hospital foram entregues aos pa-

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dres da Congregação do Sagrado Coração de denominação do hospital, chamando-o, a par- Jesus, tendo à sua frente o padre Gabriel Lux. tir de então, Hospital Arquidiocesano Cônsul O hospital, sob sua direção, tornou-se referên- Carlos Renaux. Finalmente, em 1941, foram cia na região, passando a receber um número atendidos os clamores para a construção de de pacientes muito além da sua capacidade. um hospital psiquiátrico de caráter público Foram feitas, então, obras de ampliação. Em estadual. Foi assim que, em janeiro de 1942, 1910, foi concluída a ala específi ca para os os alienados de Azambuja foram transferidos doen tes mentais, com 30 leitos para alienados defi nitivamente para o recém-inaugurado e celas especiais para os furiosos e delirantes. Hospital Colônia Santana. Partiram, junto Esta seção passa a ser referida como Hospício com os pacientes, as irmãs da Divina Provi- de Azambuja. O inspetor de saúde do estado, dência Telefora e Francelina, que se estabe- doutor Joaquim David Ferreira Lima, quando leceram no hospital-colônia a fi m de auxiliar em visita ao hospital em 1913, a pedido do go- no tratamento dos doentes. A parte do Hos- vernador, solicitou a ampliação da seção para pício de Azambuja foi, então, defi nitivamen- alienados, visando atender aos problemas de te fechada. O hospital mantém-se atualmen- internação e tratamento dos doentes mentais te como hospital geral, com capacidade de no estado, que, até então, eram recolhidos às 206 leitos, distribuídos em três grandes alas. cadeias públicas. Acertou-se que o hospício O corpo clínico, composto de mais de trinta adotaria um sistema terapêutico, que previa a médicos, atende nas áreas de clínica médica, praxiterapia, os banhos terapêuticos e o siste- cirúrgica, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica, ma de clausura para os mais agitados. A dire- sendo o hospital de referência na região de ção da instituição seria entregue a um médico Brusque. Houve a inserção de profi ssional de alemão, com quem Padre Lux já havia se cor- psicologia na instituição a partir do fi nal dos respondido. Os constantes encaminhamentos anos de 1990, atuando como psicólogo hospi- de pacientes por parte de órgãos ofi ciais, que talar, sendo contratado um profi ssional para passaram a acontecer, levaram rapidamente à atender a toda a instituição. Esta situação – de superlotação do hospício. Somente dois anos um único profi ssional psicólogo para atender depois do combinado, em 1915, é que a insti- a toda a instituição a se mantém até hoje. tuição recebeu seu primeiro médico, doutor Melcopp, substituído, em 1924, pelo doutor Referências Sae elei. A direção, a partir de 1918, passou a fazer constantes reclamações relativas à BESEN, J. A. Azambuja: 100 anos. Brusque: Ed. ausência das verbas prometidas pelo estado. Inde pendente, 1977. O entusiasmo inicial com o hospital, idealiza- DELFINI, A. C. “A imigração italiana e saúde men- do como aquele que poria fi m aos problemas tal: mais um (louco) para Brusque?”. Psychiatry dos alienados em Santa Catarina, arrefeceu, e On-line Brazil n. 8, maio 2003. Disponível em: logo foram retomadas as solicitações para a . construção de um hospício estadual de caráter Acesso em: 25 ago. 2005. público. Em 1933, a Consulesa Renaux, espo- HOSPITAL CÔNSUL CARLOS RENAUX. Dispo- sa do fundador do parque industrial têxtil nível em: . Acesso em: 20 abr. 2007. e prometeu auxílio para a construção de no- MELO, M. C. “Da ideia à materialização: a relação vas instalações, dignas de sua importância no estado – Colônia Santana”. In: Psychiatry on Line estado. Iniciadas as obras nesse mesmo ano, Brazil. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2006. ção do novo prédio. Nessa ocasião, o arcebis- SANTOS, N. G. Do hospício à comunidade: políti- po de Florianópolis, a fi m de homenagear o cas públicas de saúde mental. Ilha de Santa Catari- provedor da construção, decidiu modifi car a na: Letras Contemporâneas, 1994.

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SIGOLO, R. P. “Vislumbrando o diferente: teorias avaliação psicológica; tratamento psicológico psiquiátricas na formação da Colônia Santana”. In: e prevenção: psicoterapia ao paciente e à fa- Psychiatry on Line Brazil. Disponível em: . Acesso tora; psicopedagogia; orientação ao paciente em: 27 set. 2006. e à família; consultoria psicológica, intercon- sultas e assessorias. A Seção de Orientação Daniela Ribeiro Schneider Psicosocial do Instituto de Ortopedia e Trau- matologia (IOT) também decorre das ativi- dades de Mathilde Neder, iniciadas por volta de 1954 junto à Clínica Cirúrgica de Colunas „ Hospital das Clínicas da Faculdade de de crianças, no IOT. Em 1957 foi iniciado o Medicina da Universidade de São Paulo trabalho psicológico em reabilitação junto ao (HC/USP) – 1944- Instituto Nacional de Reabilitação (INAR), que era subvencionado pela ONU. Nesse início participaram também Amélia Barbosa O HC/USP, situado na avenida Doutor Correa e Christina Kishido On. Hoje os psi- Enéas de Carvalho Aguiar, 225, São Paulo – cólogos atuam em três níveis: pronto-socorro, SP, foi inaugurado a 19 de abril de 1944. Seu ambulatório e enfermaria. As principais ati- núcleo inicial foi o Instituto Central do Hospi- vidades desenvolvidas são: psicodiagnóstico, tal das Clínicas (ICHC), que gerou posterior- psicoterapia breve (individual e grupal), psi- mente sete institutos e quatro unidades auxi- copedagogia, terapia psicomotora, orientação liares, e em cinco institutos e duas unidades familiar, interconsultas, assessoria, visitas auxiliares a psicologia existe como serviço, exter nas. O Serviço de Psicologia da Divisão divisão ou seção. Em todos são desenvolvidas de Medicina de Reabilitação (DMR) foi criado três tipos de atividades: atendimento, ensino em 1974 e até 1982 teve Mathilde Neder como e pesquisa. O Serviço de Psicologia e Psico- sua diretora, tendo sido substituída por Vera neurologia do Instituto de Psiquiatria iniciou- Lucia Rodrigues Alves, que permanece até se em 1958, quando Sonia Letayf come çou a hoje. Sua fi nalidade é dar atendimento aos desenvolver atividades psicológicas na então portadores de defi ciência física incapacitados, denominada Clínica Psiquiátrica do HC. Em necessitados de reabilitação. O atendimento é 1977, sob a direção do psicólogo e psiquiatra efetuado por uma equipe multiprofi ssional, Maximo Stefano Lamberti, foi criado o Servi- especializada nas diferentes defi ciências, for- ço de Psicologia. Hoje os psicólogos atendem mada por médicos, enfermeiras, assistentes a pacientes internados e de ambulatório, com sociais, psicólogos, fi sioterapeutas, terapeutas atividades em triagem, psicodiagnóstico, ava- ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, liação neuropsicológica, elaboração de relató- técnicos desportivos e especialistas em edu- rios e discussão de resultados com a equipe cação especial. O serviço de psicologia é di- multidisciplinar; além de encaminharem pa- vidido em duas seções: Seção de Assistência cientes quando necessário e oferecerem ainda Psicológica e Seção de Orientação para o Tra- assistência psicológica a pacientes e/ou fami- balho e Aconselhamento Profi ssional, com um liares. A Divisão de Psicologia (DIP) do Insti- setor de colocação. Faz parte desta última se- tuto Central surgiu a partir das atividades de ção uma ofi cina devidamente preparada para psicologia que, de 1982 até 1987, foram coor- cursos profi ssionalizantes. O Serviço de Psi- denadas por Mathilde Neder. A DIP-ICHC cologia do Instituto do Coração (INCOR) teve é constituída por: Serviço Central de Aten- início juntamente com o instituto em 1975, dimento Psicológico Integrado e Serviço de tendo como diretora, desde então, a psicóloga Psicologia para Ambulatório e para Pacientes Belkiss Wilma Roman. Os pacientes entram Internados. As atividade desenvolvidas pelos em contato com o serviço no ambulatório e/ou psicólogos relacionadas ao atendimento são: nas unidades de internação, pronto-socorro

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e condicionamento físico. São desenvolvidos foi realizado no HC o I Encontro Nacional dois tipos de atividades: triagem do pacien- de Psicólogos da área hospitalar, promoção te, que poderá ser admitido no INCOR ou dos vários serviços de psicologia do HC. No encaminhado para outros serviços existentes ano de 1987, o ICHC promoveu o II Seminá- na comunidade; e programas de atendimen- rio Internacional de Psicologia da Saúde e o I to: grupos de obesos, de coronária, de fi la de Congresso Brasileiro de Psicologia da Saúde. espera de cirurgia de válvulas, de orientação A Sociedade Brasileira de Psicologia Hospi- para cirurgia de congênitos, de cardiopatias talar e a Associação Brasileira de Psicologia diversas, de hipertensão e outros. O Serviço da Saúde – Hospitalar, que surgiram após os de Higiene Mental do Instituto da Criança primeiros encontros, também têm promovi- teve sua origem na pesquisa de doutorado, em do congressos e outras atividades em todo o 1956, da psicóloga Aidyl M. Q. Pérez Ramos, Brasil, com a participação direta dos psicólo- com crianças asmáticas na Clínica de Higiene gos do HC. A Superintendência do HC criou Mental da então Seção de Pediatria, hoje Ins- em 1987 a Coordenadoria das Atividades dos tituto da Criança. A partir de 1963, a psicólo- Psicólogos do HC, coordenada por Mathilde ga Tereza Stangherlin assumiu a coordenação Neder, no sentido de aproximar os serviços do serviço. A atuação ocorreu em três níveis: de psicologia, mantendo suas características e enfermarias, ambulatórios e centro de saúde- campo próprio de trabalho. Essa Coordenado- escola. Nas enfermarias são desenvolvidas as ria criou, em 1991, a Revista de Psicologia Hos- seguintes atividades, conforme características pitalar, com periodicidade semestral, que é um da unidade: grupo de pais, grupo de acom- espaço de publicação para todas as unidades panhantes, grupo de crianças, reuniões técni- de psicologia do HC. Em 2003, a revista Psico- cas da equipe interdisciplinar, interconsultas, logia Hospitalar foi criada pela DIP. Nos anos atendimento individual. O Setor de Psicolo- de 1988 e 1989 foram criados dois centros de gia do Hospital Auxiliar de Suzano situa-se grande importância para a psicologia no HC: no município de Suzano e pertence ao HC na o Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia condição de retaguarda deste. Caracteriza-se Hospitalar – CEPPHO, com diretoria mista, pelo atendimento a pacientes de longa perma- constituída por profi ssionais do HC e de dife- nência, incluindo pacientes em reabilitação e rentes centros científi cos, técnicos e universi- terminais. Basicamente, o trabalho de psicólo- tários, de alcance nacional e internacional; e o gos é em psicologia comunitária, priorizando Centro de Estudos e Pesquisas Psicocirúrgicas as atividades multiprofi ssionais. Além desses (CEPPSIC), inicialmente referente só à área de setores de psicologia descritos, há outros dois cirurgia e que passou depois a toda área psico- espaços no HC que contam com a colabora- lógica abrangida pelo DIP. ção de psicólogos: o Serviço de Recrutamento e Seleção de Pessoal, iniciado por Norberto Keppe na década de 1950 e que contou duran- Referências te muitos anos com a direção de Geraldo R. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Mathil- Rudgeri; e o Serviço de Assistência Médica e de Neder – vida e obra. Vídeo. Coordenação: Rute Social aos Servidores (SAMSS), que conta com Coelho Zendron. Rio de Janeiro: CFP/Fundação a colaboração dos psicólogos do Instituto de Uni versidade Regional de Blumenau, 2001. Psiquiatria e do DIP para atendimento aos DITTRICH, A.; OLIVEIRA, L. A.; ZENDRON, R. C. funcionários e assessoria à creche que atende Franco Seminério, Paulo Rosas, Mathilde Neder. a fi lhos de servidores com idade de dois e três Rio de Janeiro: Imago, 2001. anos. A Divisão de Psicologia do ICHC e os ENCONTROS DE PSICOLOGIA HOSPITALAR: Serviços de Psicologia do INCOR e do DMR I (São Paulo, 1987); II (Recife, 1989); III (Curitiba, promovem congressos e encontros com regu- 1991); IV (João Pessoa, 1993); V (Caldas Novas, laridade, colaborando para a socialização de 1995); VI (Curitiba, 1997); e VII (Belo Horizonte, seu conhecimento em todo o Brasil. Em 1975 1999). Folhetos informativos.

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HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE consideradas medidas de tratamento, seja em MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAU- internação num hospital de custódia e trata- LO. Vídeo. São Paulo: HC FMUSP/Banco Real, s/d. mento psiquiátrico ou sujeição ao tratamento I SIMPÓSIO DE PSICOLOGIA HOSPITALAR NO ambulatorial, tendo caráter preventivo, e pos- HOSPITAL GERAL. Promoção Capsi. HCUSP - Fo- suindo duração indeterminada por estarem lheto Informativo, 1994. vinculadas à periculosidade do sujeito. A di- III ENCONTRO DOS PSICÓLOGOS DO HOSPI- reção da unidade cabe aos médicos, os quais TAL DAS CLÍNICAS. Programa. Comemoração do têm ainda como atribuição a elaboração de cinquentenário HC. Dia do psicólogo. O psicólogo relatórios, laudos de insanidade mental e de no Hospital Escola, out. 1994. cessação de periculosidade, além da assistên- cia aos internos. Eles não podem nem internar NEDER, M. “Adentrando um hospital”. Boletim da Academia Paulista de Psicólogos, n. 19, p. 36-48, 2000. nem dar alta aos pacientes, pois o ingresso, a permanência e a saída destes da instituição NEDER, M. “Daily work in the psychology unit são determinados pelos juízes: os que instau- at a rehabilitation center: problems presented and ram o incidente de insanidade mental para possible solutions”. In: United Nation (Org.). Basic avaliar a imputabilidade do autor do crime, services and equipment for rehabilitation centres. aplicando ou não a medida de segurança; e New York: United Nations, 1967. os juízes responsáveis pelo acompanhamento REVISTA DE PSICOLOGIA HOSPITALAR. Revista e pelo cumprimento desta, os quais decidem da CAPSI, ano 1, n. 1, jan./jun. 1991. pelo seu término, encaminhando a carta de REVISTA PSICOLOGIA HOSPITALAR: UMA desinternação. Os psicólogos passaram a com- ALIANÇA COM A SAÚDE. O mundo da saúde. por o corpo técnico na década de 1980, para São Paulo: Centro Universitário São Camilo, jul./ realizar perícia quando convocados pelo juiz, set. 2003. cabendo-lhes a função assistencial-terapêutica aos internos, trabalhos grupais, organização Mathilde Neder de atividades e projetos institucionais. O Ma- nicômio Judiciário da Bahia foi criado pela Lei 2.070, de 23/05/1928, subordinado à Secreta- ria de Polícia e Segurança Pública, durante a „ Hospital de Custódia e Tratamento da gestão do governador Vital Henrique Baptista Bahia (HCT-BA) – 1991- Soares (1928-1930). À época, os doentes men- Manicômio Judiciário da Bahia – 1928-1991 tais delinquentes tinham dois destinos: ou eram encaminhados para o Pavilhão Manoel Vitorino do Hospício São João de Deus (que, Instituição asilar de natureza pública com em 1936, passou a se chamar Hospital Juliano dupla função carcerária-terapêutica, cujos pi- Moreira), conhecido como o pior pavilhão do lares constitutivos são o direito penal e a me- asilo por causa das precárias condições sanitá- dicina. A partir do Código Penal de 1940 e de rias, ou eram recolhidos à penitenciária do es- sua reforma em 1984, o Manicômio Judiciário tado. Mesmo com o decreto de criação do ma- da Bahia é o lugar onde os sujeitos conside- nicômio judiciário, os internos permaneceram rados inimputáveis cumprem medida de se- no Pavilhão Manoel Vitorino até a segunda gurança. É considerado inimputável o sujeito metade da década de 1960, quando, no gover- que, ao tempo da ação ou da omissão, era intei- no de Lomanto Júnior (gestão 1964-1967), após ramente incapaz de compreender o caráter cri- a reforma administrativa por ele empreendida, os minoso do fato ou de determinar-se de acordo loucos criminosos passaram a ser internados com esse entendimento, por possuir doença em outra dependência do Hospital Juliano mental ou desenvolvimento incompleto ou Moreira: o Pavilhão Víctor Soares. Esta trans- retardado. Ao contrário da pena, que tem ca- ferência ocorreu no dia 07/04/1967, passando ráter retributivo, as medidas de segurança são o manicômio judiciário a ser submetido ao

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Departamento de Assuntos Penais (DAP) da encaminham exames complementares, fazem o Secretaria de Justiça. No dia 20 de agosto de balanço nutricional das refeições, desenvolvem 1973, quando era governador Antônio Carlos atividades ocupacionais, recreativas e realizam Magalhães (gestão 1971-1975), os internos fo- o acompanhamento por um ano dos pacientes ram transferidos para o prédio localizado na egressos. Visando à proteção da pessoa com avenida Afrânio Peixoto, s/n – Baixa do Fiscal, transtorno mental autora de delito, foi aprova- Salvador – BA, onde funciona o atual HCT-BA. da a Resolução 5, de 04/05/2004, pelo Conselho Herança de uma construção onde funcionou a Nacional de Política Criminal e Penitenciária, primeira penitenciária do estado, sua estrutura estabelecendo as diretrizes para a adequação física comporta um pavilhão administrativo, o das medidas de segurança às disposições da pavilhão principal e uma extensão na qual fun- Lei 10.216, de 06/04/2001, que instituiu a refor- cionam o refeitório e a lavanderia. Com capa- ma psiquiátrica no Brasil. Esta orientação co- cidade para 280 leitos, o prédio é dividido em meçou a ser absorvida recentemente no Estado cinco alas, sendo uma feminina. As alas são gra- deadas na entrada, possuem uma enfermaria e da Bahia, com o Provimento CGJ – 14/2007, da um banheiro coletivo, os quartos são abertos Corregedoria Geral de Justiça, de 20/08/2007, e as janelas gradea das. A rotina da instituição nos seus artigos 15 e 16, que preveem o cumpri- obedece a um regi me prisional, com horários mento da medida de segurança de tratamento preestabelecidos para refeições, banhos de sol, ambulatorial junto à rede de saúde pública, acordar, dormir e tomar medicação. Poucas são preferencialmente em Centro de Atenção Psi- as atividades ocupacionais e terapêuticas ofere- cossocial (CAPS) e da medida de segurança de cidas aos pacientes, que passam a maior parte internação em hospital especializado, poden- do tempo ociosos, sob efeito de medicação, dei- do haver o encaminhamento do paciente ao tados ou perambulando pelo pátio ou no cam- HCT quan do for necessário. Nesse sentido, o po de futebol. Os agentes penitenciários con- HCT deve rá ser substituído gradualmente por duzem toda a rotina e a contagem dos internos, uma rede de serviços de saúde mental com mo- garantindo a ordem e aplicando punições. Ao dalidades de atenção e cuidado que não privi- longo dos anos, o manicômio judiciário passou legiem a internação como tratamento. por reformulações administrativas. Em 1988, com base no Decreto Estadual 1.899, de 07/11, passou a ter como objetivo receber, sob regime Referências de internação e por determinação judicial, para BRASIL, Ministério da Saúde; BRASIL, Ministério perícia, custódia e tratamento, indiciados, pro- da Justiça; BAHIA, Secretaria de Saúde; BAHIA, cessados e sentenciados, suspeitos ou compro- Secretaria de Justiça e Direitos Humanos; BAHIA, vadamente portadores de doença mental ou de Universidade Federal. Relatório Final do Censo desenvolvimento mental incompleto ou retar- Clínico e Psicossocial da População de Pacientes dado. Com a Lei Estadual 6.074, de 22/05/1991, Internados no Hospital de Custódia e Tratamento passou a ser denominado HCT-BA e atualmen- do Estado da Bahia, Salvador-BA, 2004. te (2008) funciona com cinco coordenações: de CORREIA, L. C.; LIMA, I. M. S. O.; ALVES, V. S. segurança; administrativa; de registro e con- “Direitos das pessoas com transtorno mental auto- trole; de atendimento à saúde; e de atividades ras de delitos”. Cadernos de Saúde Pública, Rio de educacionais, laborativas e socioterapêuticas. Janeiro, 23, n. 9 p. 1995-2012, set. 2007. A coordenação de atendimento à saúde conta com cinco setores: o ambulatório, responsá- DELGADO, P. G. G. As razões da tutela. Rio de Ja- vel pelas consultas, enfermaria, atendimento neiro: Te Corá, 1992. odontológico, exames e a contabilização dos JACOBINA, R. R. “O silêncio dos inocentes III. O cui- atendimentos e diagnósticos; a assistência so- dado aos psicopatas e degenerados no Hospícios São cial; a nutrição; a enfermagem; e a internação, João de Deus (1912-1930)”. Revista Baiana de Saúde estas últimas controlam as admissões e altas, Pública, Salvador-BA, v. 28, n. 1, p. 50-64, 2004.

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JACOBINA, R. R. “De santo (S. João de Deus) a mé- nas anexos especiais em alguns presídios. No dico (Juliano Moreira): análise histórica do Manicô- Brasil, o Código Penal de 1890 somente dizia mio Estatal na Bahia (1930-1937)”. Revista Baiana que eram penalmente inimputáveis e deviam de Saúde Pública, Salvador (impressão gráfi ca), v. ser entregues a suas famílias ou internados 30, n. 1, p. 19-38, 2006. nos hospícios públicos, se assim exigisse a se- PERES, M. F. T. “Doença e delito: relação entre prá- gurança dos cidadãos. A decisão em cada caso tica psiquiátrica e poder judiciário no Hospital de era uma atribuição do juiz. Em 1903, a lei es- Custódia e Tratamento de Salvador, Bahia”. Disser- pecial – Decreto 1.132, de 22/12/1903 – para tação (Mestrado em Saúde Comunitária). Instituto a organização da assistência médico-legal a de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia, alienados no Distrito Federal, modelo para a Salvador, 1997. organização desses serviços nos diversos es- PITHON, T. M. “Discursos que fazem rir e que ma- tados da União, estabeleceu que cada estado tam. Análise foucaultiana dos discursos que produ- deveria reunir recursos para a construção de zem o cruzamento entre doença mental e periculo- manicômios judi ciários e que, enquanto tais sidade. Um estudo de caso no Hospital de Custódia estabelecimentos não existissem, deviam ser e Tratamento da Bahia”. Monografi a (Graduação de construídos anexos especiais aos asilos públi- Psicologia). Faculdade Ruy Barbosa, Salvador, 2005. cos. Assim, no bojo das reformas introduzidas SAMPAIO, N. de S. Vida Penitenciaria Bahiana no Hospício Nacional de Alienados, localizado no âno de 1938: Relatório apresentado ao Exmo. na capital da República, criou-se uma seção Sr. Dr. Lafaye e Pondé, M.D. Secretario do Interior especial para abrigar os loucos criminosos, sig- e Justiça, pelo Dr. Nelson de Souza Sampaio, Dire- nifi cativamente batizada de Seção Lombroso, tor da Penitenciaria do Estado. Arquivo Público da em homenagem ao psiquiatra e antropólogo Bahia: 1938. criminal italiano César Lombroso. Em fi nais do século XIX, este havia se notabilizado por desenvolver uma teoria criminológica biode- Thiago Monteiro Pithon terminista segundo a qual certos indivíduos, a Ludmila Cerqueira Correia quem designa de criminosos natos ou degene- rados, nasceriam com uma marcada tendência para o mal. No entanto, somente em 1920 seria lançada a pedra fundamental da nova institui- „ Hospital de Custódia e Tratamento ção, ofi cialmente inaugurada em 1921 (Decreto Psiquiátrico Heitor Carrilho – 1986 14.831, de 25/05/1921). Surgia então o Mani- Manicômio Judiciário Heitor Carrilho – cômio Judiciá rio do Rio de Janeiro, primeira 1954-1986 instituição do gênero no Brasil. Sua direção foi Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro – entregue ao médico psiquiatra Heitor Pereira 1921-1954 Carrilho, que anteriormente chefi ava a Seção Lombroso do Hospício Nacional de Alienados. Com o falecimento de Heitor Carrilho em 1954, Em alguns países, indivíduos que come- em sua homenagem, a instituição passou a ser tem crimes e são considerados irresponsáveis denominada de Mani cômio Judiciário Heitor devido à presença de algum tipo de perturba- Carrilho. Depois de 1986, com as reformas da ção mental, são enviados a setores especiais de legislação penal brasileira, passou a ser desig- hospitais psiquiátricos. Em outros, são envia- nada como Hospital de Custódia e Tratamento dos para setores especiais das prisões. Parece Psiquiátrico Heitor Carrilho. Na forma como ter sido a Inglaterra o primeiro país a erigir um existem entre nós, os hospitais de custódia e estabelecimento particularmente destinado tratamento psiquiátrico são insti tuições híbri- para delinquentes alienados, a prisão especial das e contraditórias, de difícil defi nição, o que de Broadmoor, em 1870. Antes dela, tanto na compromete em larga medida seus objetivos França quanto nos Estados Unidos havia ape- terapêuticos. Há várias décadas tem-se aponta-

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do para o fato de que, sob a fachada médica de riu no sistema prisional do Rio de Janeiro. Em qualquer instituição psiquiátrica fechada, de- meados dos anos de 1950, tem-se notícia da senrolam-se na verdade práticas de contenção presença de psicólogos na instituição, como de indivíduos socialmente desviantes. Porém, é o caso de Eliezer Schneider que se agrega a se hospitais psiquiátricos e prisões podem ser ela como Técnico em Assuntos Educacionais. igualmente considerados como instituições to- Depois da regulamentação da profi ssão, em tais, os hospitais de custódia e tratamento psi- 1962, os primeiros profi ssionais a atuarem quiátrico chamam a atenção justamente para como psicólogos no então Manicômio Judiciá- as diferenças que existem entre elas e/ou as re- rio Heitor Carrilho eram residentes de Psicolo- presentações sociais que elas institucionalizam. gia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Hospitais de custódia e tratamento psiquiátri- (UFRJ). Em 1979, a instituição passou à admi- co caracterizam-se por serem simultaneamente nistração estadual, subordinada à Coordena- espaços prisionais e asilares; penitenciários e ção de Saúde do Departamento do Sistema hospitalares. Como os hospitais psiquiátricos, Prisional (DESIPE), e os psicólogos que nela possuem uma equipe terapêutica (composta passaram a atuar eram oriundos da Secretaria de psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, assis- de Estado de Saúde. Em 1998, foi realizado o tentes sociais e terapeutas ocupacionais) encar- primeiro e único concurso para contratação de regada de tratar os pacientes até a sua recupe- psicólogos especifi camente para o DESIPE. A ração. Porém, como parte do sistema prisional, partir dos anos de 1980, os psicólogos do sis- os hospitais de custódia e tratamento possuem, tema prisional, incluindo os dos hospitais de além disso, guardas penitenciários. Os confl i- custódia e tratamento psiquiátrico, começam tos entre tais atores podem ser agudos, uma a repensar sua atuação, empenhando-se na vez que geralmente mantêm representações tentativa de transformar a instituição segundo muito diferentes sobre os internos. Enquanto as ideias da reforma psiquiátrica. Por fazerem a equipe terapêutica tende a percebê-los como parte do sistema penitenciário, assumindo as pacientes, os guardas tendem a tratá-los como feições acima discutidas, não é de surpreen- presos comuns. As contradições que minam der que tais instituições sejam um dos espaços instituições desse tipo estendem-se também mais refratários às transformações pautadas para o plano legal. A legislação penal brasileira na defesa dos direitos humanos dos pacientes supõe dois tipos de rea ção do Estado diante de e na sua desospitalização. Atualmente, os psi- atos tipifi cados como crime ou delito: a pena cólogos do Hospital de Custódia e Tratamen- propriamente dita e a medida de segurança, to Psiquiátrico Heitor Carrilho desenvolvem cuja aplicação restringe-se atualmente aos cri- atendimento individual e em grupo, grupos minosos considerados loucos. Enquanto a pena terapêuticos e ofi cinas. Ao construir sua atua- pauta-se pela gravidade do crime cometido e ção em parceria com outros profi ssionais, na tem um período máximo de duração estabe- perspectiva do trabalho em equipe, têm bus- lecido na sentença condenatória, a medida de cado uma articulação com a rede mais ampla segurança pauta-se pela periculosidade do de serviços públicos de saúde mental, além de criminoso e, embora tenha uma duração míni- atuarem dentro das unidades. Através de pa- ma, pode estender-se ad vitam, caso os peritos receres, têm ainda por função fornecer infor- psiquiatras acreditem que o paciente continue mação aos peritos psiquiatras para a confec- representando um perigo social e o juiz aceite ção de laudos de cessação de periculosidade, tal opinião. Quando aplicada a delinquentes elemento crucial para a manutenção da medi- considerados inimputáveis devido a algum da de segurança ou para a sua suspensão. tipo de perturbação mental, a medida de se- gurança abre a possibilidade de que, em nos- Referências so país, alguns indivíduos sejam submetidos à BADARÓ, M. et al. Inserção dos psicólogos no sis- prisão perpétua. Foi através de sua atuação no tema prisional do Rio de Janeiro: um resgate his- manicômio judiciário que a psicologia se inse- tórico. Rio de Janeiro: SEAP, 2006, Mimeo.

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CARRARA, S. Crime e loucura – o aparecimento realizado no então denominado Hospital do do manicômio judiciário na passagem do século. Juquery. Em 1895, o médico André Franco da Rio de Janeiro: EdUERJ; São Paulo: EDUSP, 1998. Rocha assumiu a direção do Serviço de Assis- CORREA, M. As ilusões da liberdade: a Escola Nina tência aos Psicopatas do Estado, que prestava Rodrigues e a Antropologia no Brasil. Bragança Pau- serviços a doentes mentais criminosos. Devido lista: Universidade São Francisco, 2000. ao aumento constante do número de pacientes, CUNHA, M. C. P. O espelho do mundo – Juquery, a ala destinada a esses indivíduos, que fi cava a história de um asilo. São Paulo/Rio de Janeiro: no Hospital do Juquery, tornou-se insufi ciente. Paz e Terra, 1986. Franco da Rocha começou então a publicar em ENGEL, M. G. Os delírios da razão: médicos, lou- jornais seus estudos sobre indivíduos que eram cos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de absolvidos devido ao estado mental e devolvi- Janeiro: FIOCRUZ, 2001. dos à sociedade sem que se questionasse sua periculosidade, ocasionando frequentes rein- FRY, P. “Febrônio Índio do Brasil: onde cruzam a psiquiatria, a profecia e a lei”. In: Caminhos cruza- cidências. Em 1910 publicou o livro Esboço de dos. São Paulo: Brasiliense, 1982. psiquiatria forense e, em 1911, a obra Os alienados perigosos e o Código Civil, ambos a partir de sua FRY, P. “Direito positivo versus direito clássico: a observação direta sobre o paciente criminoso. psicologização do crime no Brasil”. In: FIGUEIRA, S.A. (Org). Cultura e psicanálise. São Paulo: Brasi- Seus estudos e o conhecimento de experiências liense, 1985. na Alemanha e França o levaram a propor um manicômio judiciário para o estado. Depois de FRY, P. e CARRARA, S. “As vicissitudes do libera- sua aposentadoria em 1923, seu sucessor, An- lismo no Código Penal brasileiro”. Revista Brasilei- tonio Carlos Pacheco e Silva, continuou a luta ra de Ciências Sociais, n. 2, v. 1, out. 1986. pela instalação do manicômio paulista. Em 13 HARRIS, R. Assassinato e loucura – medicina, leis e de dezembro de 1927, o professor de Medicina sociedade no fi n-de-siècle. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. Legal, Alcântara Machado, apresentou ao con- MACIEL, L. R. A loucura encarcerada – Um estudo gresso estadual o projeto para criação do ma- sobre a criação do Manicômio Judiciário do Rio de nicômio, mas sua inauguração ocorreu apenas Janeiro (1896-1927). Dissertação (Mestrado em His- em 1933, por atraso na construção. No projeto tória). Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ: havia três possíveis formas de funcionamento: 1999. anexo à penitenciária; como órgão autônomo; anexo ao hospital psiquiátrico. Optou-se pelo Sergio Carrara último sistema, mantendo-se, desta forma, a Vanessa Leite mão de obra dos funcionários do Hospital do Juquery. Os primeiros pacientes foram trans- feridos para o manicômio em 1º de janeiro de 1934. Eram assistidos no Hospital Central do „ Hospital de Custódia e Tratamento Juquery por André Teixeira Lima, que se tor- Psiquiátrico Professor André Teixeira nou o primeiro diretor do manicômio e man- Lima – 1988- teve-se no cargo por quase 30 anos. Os primei- Hospital de Custódia e Tratamento ros pacientes transferidos eram todos homens, Psiquiátrico de Franco da Rocha – 1988- a ala feminina foi criada somente em 1943. 1988 O manicômio paulista permaneceu ligado à Se- Manicômio Judiciário do Estado de São cretaria da Saúde até janeiro de 1985, quando, a partir do Decreto 23.197, passou a pertencer à Paulo – 1933-1987 Secretaria da Justiça. Na época, eram frequen- tes as publicações de manchetes em jornais de- O Manicômio Judiciário do Estado de São nunciando o tipo de tratamento dado aos inter- Paulo iniciou seu funcionamento em dezem- nos: clausura, maus-tratos, choques e mesmo bro de 1933. Sua origem remonta a um serviço a internação de presos políticos. Em 1986 a ala

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masculina foi mudada para novas instalações, prefeitura e a implantação do regime de hos- abandonando o prédio central, no qual passou pital-noite, acompanhamento terapêutico para a funcionar a Penitenciária de Franco da Rocha. dar continuidade ao tratamento. Desde sua Em janeiro de 1988, através do Decreto 28.195, criação, a direção da instituição havia sido ocu- o manicômio judiciário foi transformado em pada por médicos. Em 1985 o cargo foi ocupa- Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do, durante aproximadamente um ano e meio, de Franco da Rocha. Em junho desse ano, atra- pelo sociólogo Gil Manoel Salama, sucedido vés do Decreto 28.488, passou a integrar o Sis- pelo médico Paulo César Sampaio. Em 1992 a tema Unifi cado e Descentralizado de Saúde no diretoria foi ocupada pela psicóloga Odete Ma- Estado de São Paulo (SUDS/SP). Em agosto de ria Vieira Lanzo i, que permaneceu no cargo 1988, o Decreto 28.822 deu à instituição o nome até 2005. A característica da instituição como Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátri- hospital-presídio sempre foi o maior entrave co Professor André Teixeira Lima. Foi transfe- para a realização de seus objetivos terapêuti- rido para a Secretaria de Segurança Pública em cos. À margem da saúde e da justiça, ao mesmo março de 1991, através do Decreto 33.134 e, em tempo intrinsecamente vinculado a ambos, o janeiro de 1993, através da Lei 8.209, passou a Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiá- pertencer à Secretaria de Administração Peni- trico Professor André Teixeira Lima atende a tenciária. Até 1973, a avaliação, o diagnóstico e uma população que é primeiramente deter- o tratamento eram predominantemente médi- minada por suas infrações. A resolução para cos. Nesse mesmo ano, o assistente social e, em a admissão e o período de alta/permanência 1976, o psicólogo passaram a compor o quadro eram determinados pelo Poder Judiciário, com de profi ssionais. Neste período, a atuação do base em laudos periciais dos técnicos de saúde. psicólogo se restringia à avaliação psicológica e Estes, entretanto, não decidiam se os pacientes ao psicodiagnóstico a partir de solicitação mé- estavam ou não aptos ao convívio social, fi can- dica. Com a entrada da psicóloga Odete Maria do na dependência de decisões judiciais. A falta Vieira Lanzo i, em 1979, houve o desenvolvi- de suporte na legislação para orientar as ações mento de trabalhos diversifi cados para atender terapêuticas colocava o tratamento como se- à demanda da população assistida: atendimen- cundário em relação à custódia. Estas questões tos em grupos e trabalhos com famílias. O mar- levaram a uma reformulação: o hospital de cus- co para contratação de equipe multiprofi ssio- tódia foi dividido em duas unidades. A HCTP I nal foi a década de 1980. Apesar das posteriores tem um regime prisional fechado para pessoas transferências de secretaria, a equipe técnica foi consideradas ininputáveis; é constituído por mantida. No período de 1981 a 1984, a equipe quatro blocos circulados por um muro; os que promoveu saídas experimentais dos presos em pertencem a essa unidade passam por trata- fi ns de semana. Apesar do bom resultado tera- mentos e, quando os laudos médicos e psico- pêutico, as saídas foram impedidas por falta lógicos os consideram de baixa periculosidade, de amparo legal. Esta iniciativa deu origem ao são considerados aptos a progredir de regime projeto de desinternação progressiva, que foi e passar para o HCTP II, através de determi- implantado em 1989, tendo como base a expe- nação judicial. A segunda unidade – ala de riência de alta progressiva dos manicômios desinternação, tem um regime semiaberto, é judiciários de Porto Alegre e Recife. O projeto constituída por um prédio não murado, e seu foi consolidado pela instalação, no espaço físi- objetivo fundamental é o de possibilitar uma co do manicômio, da Colônia de Desinterna- ressocialização do detento, contando com dois ção Progressiva (CDP), que recebeu pacientes psicólogos em equipe multidisciplinar com 28 previamente selecionados, que seguiram com profi ssionais que prestam assistência 24 ho- acompanhamento da equipe multiprofi ssio- ras por dia. Nessa unidade são desenvolvidas nal. A expansão dos limites da CDP culminou atividades laborterápicas (que podem servir com a contratação profi ssional de pacientes por posteriormente como atividades de trabalho), empresas privadas e cooperativas vinculadas à esportivas e, num sistema livre, de atividades

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de sustentação do pavilhão: jardinagem, biblio- 4 de janeiro de 1956. Finalmente, a partir de teca, conservação de prédios. Os atuais direto- 2000, tornou-se o Hospital Escola Portugal res são: Carlo Júlio Tarifa Bo a (HCTP I) e Kátia Ramalho. Em 25 de maio de 1887, o chefe de Angelina dos Reis Neves Puga (HCTP II). polícia, advogado Francisco de Paula Leite e Oiticica, inaugurou o Asyllo de Loucos. Em 28 de junho de 1891, foi construído e inaugurado Referências outro prédio, o Asilo Santa Leopoldina. Uma GARCIA, C. E.; ADOMAITIS, D.; PEDROSO; L. nova tentativa de reestruturação institucional A.; LANZOTTI, O. M. V.; FERRÃO, T. P. Medida ocorreu por meio do Decreto Federal 8.550, de de tratamento: Propostas de adequação do Códi- 03/01/1946, que autorizou o Serviço Nacional go Penal e da Lei de Execução Penal ao tratamento de Doenças Mentais (SNDM) a realizar acor- em saúde mental do inimputável. São Paulo, 2000, dos com os estados para construção de novos Mimeo. hospitais psiquiátricos. Assim, em 4 de janei- LANZOTTI, O. M. V. Entrevista concedida a Mar- ro de 1956, foi inaugurado, defi nitivamente, o cos Almeida de Sá. São Paulo, 4 mar. 2007. Hospital-Colônia Portugal Ramalho, já com SECRETARIA DE ADMNISTRAÇÃO PENITENCIÁ- 140 internos, sendo sua capacidade máxima RIA (SAP). HCTP II de Franco da Rocha é modelo de de 40 leitos. Em janeiro de 2000, por meio da administração. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2007. UNCISAL e transformou-se, assim, no HEPR. Os objetivos principais do HEPR são: traba- lhar projetos de desenvolvimento de pessoas; Marcos Almeida de Sá de organização e gestão; de comunicação e articulação; de ensino e pesquisa; e oferecer serviços de qualidade no âmbito da assistên- „ Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR) cia, do ensino e da pesquisa em saúde mental. – 2000- Seus fundadores foram: o governador Silves- tre Péricles (1951) e o governador Arnon de Hospital-Colônia Portugal Ramalho – Mello (1956). Em 2008 o hospital foi dirigido 1951/1956 -2000 por Rosimeire Rodrigues Cavalcanti, gerente Asilo Santa Leopoldina – 1891-1951/1956 geral; Audenis Lima de Aguiar Peixoto, geren- Asyllo de Loucos – 1887-1891 te técnico médico; e Manuel José Cavalcante Dantas, gerente de gestão. Publica o Jornal Nossa Voz, de circulação periódica, embora Localiza-se na rua Goiás, s/n, bairro do Fa- tenha gerado publicações sobre sua história. rol, Maceió – AL. Trata-se de uma unidade A instituição promove eventos como: Jorna- auxiliar de ensino, com características cientí- da Alagoana de Saúde Mental, que já está em fi cas, assistenciais, de formação e de prestação sua 21ª edição; Jornada Científi ca do HEPR; e de serviços. A instituição é mantida pelo Mi- outros vinculados a questões folclóricas, cul- nistério da Saúde e pela Universidade Esta- turais, teatrais e carnavalescas. Sua estrutura dual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCI- física conta com consultórios médicos, sala SAL). Trata-se do único hospital psiquiátrico de atendimento, sala de curativo, sala de hi- público do estado até o presente (2008). Sua gienização (para urgência e emergência). São origem remonta ao Asyllo de Loucos (1887- oferecidos serviços de atendimento ambulato- 1891), depois denominado Asilo Santa Leo- rial com clínicas especializadas, odontologia, poldina (1891-1951), substituído pelo Hospi- consultórios diversos e salas de enfermagem. tal-Colônia Portugal Ramalho, precocemente Para os serviços especializados, há o hospital- inaugurado em 31 de janeiro de 1951, visto dia. A instituição recebe portadores de trans- que a construção ainda não havia terminado. tornos mentais e de comportamento, que Uma nova inauguração defi nitiva ocorreu em são atendidos por residentes em Psiquiatria

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e em Enfermagem Psiquiátrica e estudantes „ Hospital Especializado Mário Leal de graduação. Ao todo são 219 funcionários (HEML) – 199?- técnicos e de nível superior: 102 auxiliares de Centro Comunitário de Saúde Mental enfermagem, 40 médicos, 28 psicólogos, 21 Mario Leal (CCSMM) – 1975-199? enfermeiros, 12 assistentes sociais, seis técni- cos de enfermagem, quatro terapeutas ocu- pacionais, três nutricionistas, dois dentistas Mário Carvalho da Silva Leal foi um impor- e um farmacêutico. Os funcionários vincula- tante psiquiatra, catedrático da Faculdade de dos aos serviços de limpeza e de segurança Medicina da Bahia (FAMED), participante de são terceirizados. A primeira profi ssional em eventos históricos como o caso da invasão da psicologia do hospital foi Dirce Costa Tavares, FAMED em 22 de agosto de 1932 pelas tropas contratada em 1986. Os psicólogos da institui- do interventor Juracy Magalhães, quando foi ção atuam nos três grupos de atividades que preso. O hospital que leva seu nome – HEML – caracterizam o HEPR: as atividades assisten- está localizado na rua Conde do Porto Alegre, ciais (enfer marias, atendimentos ambulato- 11, IAPI, Salvador – BA. Em 13 de novembro de riais, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), 1975, no governo de Roberto Santos foi funda- Centro de Estudos e Aten ção ao Álcool e ou- do o CCSMML. Domingos Macedo Coutinho tras Drogas (CEAAD), plantão 24 horas), as foi o primeiro diretor, ocupando a função até o atividades de formação (residência, gradua- ano de 1978. A criação do centro fora projetada ções, supervisões de estágios, participação em em 1971, em meio a discussões acerca da assis- atividades de pesquisa) e as atividades geren- tência em saúde mental nos Estados Unidos e ciais (representações e coordenações de seto- na América Latina, e da constatação da insufi - res, gestões de pessoas, grupos de trabalho e ciência dos serviços prestados pelos ambulató- humanização). rios até então existentes e pelo Hospital Juliano Moreira. A razão de o projeto não ter sido posto Referências em prática à época de sua idealização reside nas difi culdades de recursos para implantação da CADASTRO NACIONAL DOS ESTABELECI- MENTOS DE SAÚDE – CNES. Ficha do Hospital infraes trutura e apoio básicos à concretização Portugal Ramalho. Disponível em: . Acesso em: 14 da psiquiatria comunitária americana e suas jun. 2008. metas podiam ser sintetizadas nos seguintes CAVALCANTI, R. R. Entrevista cedida a Jeff erson tópicos: atuação em nível primário, secundário Bernardes. Maceió, 16 jun. 2008. e terciário; incentivo às políticas de empodera- CAVALCANTI, R. R. Hospital Portugal Ramalho: mento em saúde na comunidade; regionaliza- de asilo a instituição de assistência psiquiátrica. ção dos serviços; hierarquização dos serviços; Maceió: Catavento, 2006. enfoque multidisciplinar; atuação voltada ba- HOSPITAL ESCOLA PORTUGAL REMALHO. Ho- sicamente para a população de baixa renda. me-page. Disponível em: . Acesso em: 14 jun. 2008. disparidade entre o modo de funcionamento e PEIXOTO, A. L. de A. Manual Prontuário em Psi- como estava registrada a instituição. O hospital quiatria. Maceió: Catavento, 2006. nasceu com a ideia de funcionar como um cen- tro comunitário, não prevendo, assim, longas Jeff erson Bernardes internações. Os médicos e demais funcionários, Rôsanny Moura a rigor, deveriam trabalhar no regime de centro comunitário de saúde, mas, na prática, o centro Polianne Alves Silva funcionava como um hospital. Com o propósi- Ricardo Campelo Auto to de corrigir esse erro, que se refl etia também Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro nos salários dos funcionários, que trabalhavam

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em regime hospitalar, mas recebiam como cen- Referências tro comunitário, por volta da década de 1990 DREYER, A. F. B. de C. A psquiatria comunitária ocorreu retifi cação do nome, passando a ser na Bahia: inorgância ou inoportuna? Dissertação chamado de hospital. Atualmente (2008) é uma (Mestrado em Saúde Comunitária). Universidade instituição pública sob administração direta do Federal da Bahia, Salvador, 1980. Ministério da Saúde e das secretarias Esta dual BRITTO, A. C. N. O cerco e invasão da Faculda- e Municipal de Saúde, dirigido por Iná Ma- de de Medicina da Bahia em 22 de agosto de 1932 ria Santos. A esfera administrativa é estadual. pelas tropas do interventor Federal Juracy Mon- A gestão é dupla, sendo alguns serviços ter- tenegro Magalhães. Disponível em: . mentos, a central de esterilização de materiais, Acesso em: 20 ago. 2008. a nutrição e a lavanderia. Segundo informações CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECI- do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de MENTO DE SAÚDE – CENES. Hospital Especia- Saúde, todos os funcionários fazem parte do lizado Mário Leal. Disponível em: . Acesso em: 18 jul. 2008. demanda espontânea quanto a referenciada. GURGEL, I. Entrevista concedida a Larisse Olivei- Presta atendimentos de urgência e emergência, ra Seixas. Salvador, 15 out. 2008. ambulatorial e internação, todos conveniados SUELI, Y. Entrevista concedida a Larisse Oliveira com o SUS. No que concerne à estrutura físi- Seixas. Salvador, 15 out. 2008. ca, no atendimento de urgência e emergência existe um consultório médico, um consultório indiferenciado com um leito e uma sala de re- Marcela Reuter Ferreira pouso/observação com oito leitos. O ambulató- Larisse Seixas rio é composto por oito consultórios de clínica especializada, três consultórios não médicos e uma sala de enfermagem e serviços. No que diz respeito à internação, só recebe pacientes „ Hospital Galba Velloso (HGV) – 1961- adultos e do sexo masculino. O hospital pos- sui oito psicólogos, e um deles está alocado no Instituição pública assistencial, de presta- setor de recursos humanos e os demais atuam ção de serviços no âmbito da saúde mental, na internação, ambulatório, acolhimento e em realiza também atividades de formação e de educação permanente na sala de espera. Estes pesquisa, localiza-se no bairro Gameleira, re- profi ssionais atuam desde a chegada do usuá- gião Oeste de Belo Horizonte. A instituição rio à instituição, quando é realizado o acolhi- foi criada em 25 de janeiro de 1961, iniciando mento multidisciplinar e posteriormente é suas atividades em maio de 1962. Sua criação realizada uma escuta com o psicólogo. A edu- ocorreu na gestão de Austregésilo Ribeiro de cação permanente acontece na chegada dos Mendonça, secretário de Saúde do Estado de sujeitos, quando estes, os familiares e demais Minas Gerais (1958), contando com o apoio do presentes na entrada são orientados a respeito governo federal através do diretor do Servi- do processo de atendimento na instituição e do ço Nacional de Doenças Mentais do Ministé- sofrimento mental a que os sujeitos são acome- rio da Educação e Saúde (criado em 1941), o tidos. No ambulatório prevalece a intervenção mineiro Adauto Botelho. O HGV iniciou suas individual e na internação estas são feitas em atividades acolhendo a clientela feminina grupo. Além da atuação com os usuários, os indi gente advinda do Instituto Raul Soares psicólogos também realizam reuniões técnicas em Belo Horizonte e de pacientes oriundos de com outros profi ssionais, reuniões com a co- outras cidades mineiras. Seu primeiro diretor munidade e com os familiares dos usuários. foi Hélio Durães de Alkmin (1961-1962). No

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período de 1963 a 1968, sob a direção de Jorge Rodrigues Campos, que assumiu a diretoria Paprocki, o HGV passou a funcionar segundo entre 1983 e 1986. Sustentado pela participa- os princípios das comunidades terapêuticas. ção ativa e direta dos funcionários, o HGV Pretendia-se que os pacientes colaborassem implantou, nos anos de 1990, serviços de ofi ci- com o processo terapêutico e com a dinâmi- nas terapêuticas, hospital-dia, leito-crise, enfer- ca institucional, em parceria com o corpo clí- maria de ensino e pesquisa e, em parceria com nico, prescindindo-se de celas fortes, muros, a PUC-Minas, uma residência em Psicologia grades ou quaisquer outras estruturas repres- com ênfase em Saúde Mental. Foi também sivas carcerárias. O HGV mantinha intercâm- incrementado o serviço do Ambulatório Luiz bio com o Setor de Psicologia Social da Uni- Cerqueira (1987) e o Posto de Urgência Psi- versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quiátrica (PUP). A partir de 1977, o HGV dei- coordenado por Célio Garcia, e com a Clínica xou de ser um hospital de triagem e passou a Pinel, de Porto Alegre, conduzida por Marce- ofertar assistência integral aos portadores de lo Blaya, que realizava reconhecido trabalho transtornos mentais. Foi, então, integrado à com comunidades terapêuticas. O HGV tinha Fundação Hospitalar do Estado de Minas Ge- um Departamento de Psicologia, criado em rais (FHEMIG), não possuindo personalidade 1963, um centro de estudos, um núcleo de pes- jurídica própria. O HGV atende, atualmente, quisas sobre psicotrópicos e um ambulatório a pacientes em situação de crise, objetivando integrado aos serviços hospitalares. Realizava a estabilização psíquica a curto e médio pra- atividades de praxiterapia e de dinâmica de zos, em articulação com a rede de atenção à grupos. Passou a oferecer, em 1968, a primei- saúde mental do município de Belo Horizon- ra residência em Psiquiatria em Minas Gerais. te e demais cidades de Minas Gerais. Conta O modelo de comunidade terapêutica e as com uma diretoria colegiada, que coordena as pesquisas com psicofarmacologia, conduzidas ações técnico-assistenciais de dois centros de por Paprocki, fi zeram do HGV uma referên- atendimento clínico, um psiquiátrico (HGV) e cia nacional nos anos de 1960. Em 1968, inte- o outro ortopédico (HOGV), criado em 1998, grou a recém-criada Fundação Estadual de que não será objeto de discussão neste ver- Assistência Psiquiátrica (FEAP). No entanto, bete. No centro psiquiátrico estão presentes a prática do HGV (conhecida como o Galba), o Centro de Acolhimento de Crise (CAC), o foi redirecionada em 1968, em função de con- Centro de Tratamento Clínico (CTC), o Nú- vênio fi rmado com o INPS, visando obter re- cleo de Ensino e Pesquisa (NEP) e o Núcleo de cursos para o hospital. Os serviços passaram a Gestão da Informação, além das enfermarias restringir-se à função de triagem de pacientes de crise e de média permanência. Sua clientela para a rede privada conveniada com o INPS, é composta por adultos, portadores de trans- distanciando-se dos projetos e fi nalidades ori- torno mental, em situação de crise. O trabalho ginais de vanguarda. Em 1971, a residência é realizado em equipe multidisciplinar com em Psiquiatria foi transferida para o Instituto a participação de diversas categorias profi s- Raul Soares. Essas transformações se relacio- sionais (psiquiatras, psicólogos, assistentes navam à política de privatização da assistên- sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, cia psiquiátrica, ocorrida após o processo de fi sioterapeutas e médicos clínicos). Estagiá- unifi cação da Previdência Social no Brasil. rios de diversas universidades e escolas téc- Nos anos de 1970 a 1990, o HGV passou por nicas conveniadas com a FHEMIG participam várias crises e transformações que redefi niram das equipes, sob a coordenação do Núcleo suas fi nalidades e estrutura. Acompanhando de Ensino e Pesquisa (NEP). O conjunto dos a reforma psiquiátrica brasileira, desencadea- leitos do HGV tem sofrido redução em fun- da nos anos 1980, o hospital retomou sua his- ção da política de desospitalização que vem tória e fi nalidades originais, redefi nindo sua sendo implementada no estado. Ele oferece a política perante setor privado. Destaca-se, possibilidade de permanência-dia, para obser- neste processo, a atuação do psiquiatra César vação, além da possibilidade de internação.

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A permanência-dia é sustentada por ofi cinas „ Hospital João Viana – 195?- terapêuticas, animadas por monitores, sendo Abrigo Dr. João Viana – 1947-195? um espaço terapêutico aberto, no qual o sujei- to em crise circula sem restrições. Já o setor de internação psiquiátrica garante o atendimento Apesar de infrutífera, a primeira iniciativa individual diário do paciente por pelo menos em prol da implantação de um hospital de um profi ssional e a realização de atividades alienados no norte do Estado do Rio de Janei- grupais para orientações e planejamento da ro talvez tenha sido a de Thomé José Ferreira continuidade do tratamento como, por exem- Tinoco, então delegado de polícia em Campos plo, assembleia de pacientes, grupos de alta, dos Goytacazes, que promoveu algumas reu- reuniões de família, entre outras. Do ponto de niões e nomeou comissões, em 1872. Estava vista funcional, a psicologia está inserida na muito provavelmente mais interessado em se integralidade do cotidiano assistencial e parti- livrar dos loucos que estavam na Cadeia Pú- cularmente apoiada na perspectiva metodoló- blica sob sua administração. Naqueles tem- gica da psicanálise. Como resultado dos traba- pos, os doentes mentais eram trancafi ados lhos científi cos produzidos pelos profi ssionais juntos com os criminosos pela falta do que, do hospital e da rede de serviços substituti- à época, se considerava um local apropriado. vos, são publicadas duas revistas: a Fala Galba De modo mais efetivo, contudo, somente se- em Revista, com periodicidade anual (desde tenta anos depois é que se institucionalizou 2004); e a Revista Contexto, de periodicidade o serviço de assistência psiquiátrica na re- semestral (desde 1994). Atualmente, são rea- gião, com o surgimento, na década de 1940, lizados também eventos como os seminários de dois hospitais: o Sanatório Henrique Roxo, clínicos e administrativos anuais, e jornadas, em 1942, e o Abrigo Dr. João Viana, em 1947. também anuais, dos estágios e residências do A criação quase concomitante dessas duas HGV. instituições representa um fato digno de nota, já que foram marcadas por engendramentos Referências bem distintos e, em certos aspectos, diame- BAGGIO, M. A. Uma história da psiquiatria mi- tralmente opostos. A primeira instituição, de neira: turma do Galba. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2006. rados científi cos por aqueles que pertenciam à GOULART, M. S. B. Os ambulatórios de Saúde elite. A segunda, de viés predominantemente Mental em questão: desafi os do novo e reprodu- fi lantrópico, assistia os pobres e desvalidados ção de velhas fórmulas. Dissertação (Mestrado em por conta de uma perspectiva religiosa vin- Sociologia). Universidade Federal de Minas Gerais, culada ao senso de caridade. De fato, a emer- Belo Horizonte, 1992. gência histórica do Abrigo Dr. João Viana re- MASCARENHAS, M. E. B. “Hospital Galba Velo- monta à criação da Liga Espírita de Campos so: do Hospital à Rede, um projeto em construção”. dos Goytacazes, em 5 de setembro de 1930, Jornal O Risco. Belo Horizonte: Associação Mineira órgão que visava agregar os movimentos espí- de Psiquatria, jun. 2003. ritas da região. Com o passar dos anos, uma MORETZOHN, J. A. História da psiquiatria minei- vez que a doutrina do espiritismo dá grande ra. Belo Horizonte: COOPMED, 1989. ênfase à ideia de que fora da caridade não há salvação, alguns líderes consideraram não ha- SOUZA, C. M. da P.; ASSUMPÇÃO, E. P. A.; MAS- ver sentido em um órgão apenas doutrinário. CARENHAS, M. E. B. Plano diretor. Belo Horizon- Desse modo, aos poucos foi surgindo con- te: Hospital Galba Veloso, 2005. senso em torno da realização de um trabalho social. Como, na época, em certos grupos já Maria Stella Brandão Goulart ocorriam reuniões de desobssessão (reunião Emanuelle Figueiredo Socorro específi ca da doutrina espírita na qual se tra-

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balha com pessoas tidas como assediadas por dade pela ciência. A atuação dos voluntários espíritos), sentiram-se orientados a fazer um espíritas nunca deixou de acontecer, passando trabalho com loucos e obsedados. Assim, em 5 a existir de modo superposto às características de setembro de 1947, foi organizado o Abrigo hospitalares propriamente ditas, mantendo-se Dr. João Viana, fato que repercutiu em diver- trabalho de apoio, com ministração diária de sos jornais da cidade. A primeira internação passes para os internos que desejassem parti- aconteceu três meses depois, em dezembro, cipar. Contudo, quando surgiu a possibilida- quando uma ambulância da Assistência Mu- de de convênio com o governo – primeiro com nicipal recolheu, na Cadeia Pública do bairro o INPS e depois com o SUS – para a compra da Coroa, seis loucos (três homens e três mu- de serviços hospitalares por parte do poder lheres), transferindo-os para o abrigo. Nesse público, ocorreram algumas divergências no momento inicial, o funcionamento da institui- meio espírita, principalmente na virada dos ção era marcadamente religioso, tendo sido o anos de 1960/1970, pois alguns advogavam a próprio João Izidro da Silva Viana – jornalista, tese de que com o auxílio do fi nanciamento suplente de juiz e usineiro – um destacado estatal a noção do trabalho de caridade fi caria médium local. A assistência dependia exclusi- em segundo plano. Assim sendo, com o cre- vamente de voluntários, razão pela qual algu- denciamento do Hospital João Viana junto ao mas famílias espíritas se revezavam no atendi- governo, alguns dos que trabalhavam como mento. Dia após dia, uma dada família – pai, voluntários se afastaram. Mas, apesar disso, mãe, fi lhos etc. – providenciava a alimentação o hospital obteve um signifi cativo aumento e cuidava da casa de um modo geral. A ques- de suas atividades após a compra de seus ser- tão do atendimento especializado, entretanto, viços pela Previdência Social, passando a ter foi sendo incorporada aos poucos. Eventual- mais leitos para atender à população (em 2007, mente, pela iniciativa dos voluntários, um ou a capacidade para internações chegava a ser outro médico era solicitado a dar assistência de 120 leitos SUS), em franca oposição, aliás, a casos específi cos. Com a afl uência maior de às diretrizes da reforma psiquiátrica. Quanto internos, o trabalho começou a crescer e sur- à psicologia propriamente dita, pode-se dizer giu a necessidade de uma presença médica que a presença de profi ssionais ligados espe- mais permanente. Dessa forma, durante a dé- cifi camente à prática psicológica remonta ao cada de 1950, a instituição foi gradativamente fi m dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, abandonando a estrutura incipiente de abrigo quando duas psicólogas foram contratadas para doentes mentais indigentes e assumindo para desenvolverem um trabalho focado na características de hospital psiquiátrico. Nes- família dos internos (trabalho esse que ante- sa ocasião, João Batista de Araújo, psiquiatra riormente era realizado por profi ssionais do que trabalhava no Sanatório Henrique Roxo, serviço social, voluntários, mas não com enfo- começou a atuar no abrigo como voluntário e que terapêutico). Esse número cresceu em logo sentiu a necessidade de ampliar a assis- 2004, numa época em que foram contratados tência prestada, o que implicou tanto a cons- pela prefeitura por causa de um convênio trução de um prédio maior, quanto a incor- 14 psicólogos para atuarem no ambulatório poração de procedimentos científi cos – como, psiquiátrico do João Viana, num trabalho de por exemplo, o eletrochoque e o uso de quarto equipe com os psiquiatras da instituição. forte para contenção dos loucos. Durante o período em que João Batista esteve na direção clínica, o Abrigo Dr. João Viana se transfor- Referências mou em Hospital João Viana, com a organi- CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMEN- zação de um corpo de funcionários, auxiliares TOS DE SAÚDE, DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. e atendentes de enfermagem para assistir os Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2007.

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GONDIM, D. S. M. Análise da implantação de um existência de direção médica no asilo até 1882, serviço de emergência psiquiátrica no município tornou-se confl ituosa, sendo substituída por de Campos: inovação ou reprodução do modelo uma direção leiga (1882-1912). No primeiro assistencial? Dissertação (Mestrado em Saúde Pú- momento, os alienistas baianos absorveram as blica). Escola Nacional de Saúde Pública da Funda- ideias dos especialistas europeus e buscaram ção Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2001. concretizá-las no Asilo S. João de Deus. Esta “Inaugura-se, hoje, o Abrigo ‘Dr. João Viana”, que o assimilação eclética, acrítica e simultânea do sentimento cristão idealizou e a iniciativa particular alienismo e do organicismo, que fundamen- construiu”. Jornal A Cidade. Ano XIV, número 206, tou a estratégia inicial da saúde mental na p.1. Campos, 5 set. 1947. Bahia, teve no asilo o lugar de síntese. Assim, “Loucos transferidos da cadeia pública”. Jornal A o professor Demétrio Tourinho (gestão 1874- Notícia. Ano XXXI, p. 4. Campos, 4 dez. 1947. 1877) dividiu o espaço asilar, introduziu o sis- tema inglês de no restraint, estimulando exer- ROLANDO, J. Entrevista concedida a Rosimary cícios de ginástica, sala de costura e aulas de Paula Ferreira Vargas. Campos dos Goytacazes, 22 jan. 2007. música instrumental. Com Anísio Circundes de Carvalho (1879-1882), foi construída a casa SILVA, D. G. “Traços biográfi cos de Dr. João Izidro de banhos, além de se fazer a tentativa, sem da Silva Viana”. In: Revista Espírita de Campos. êxito, de introduzir o sistema open door. No Ano 12, n. 35, p. 9. Campos, jul.-set. 1995. segundo momento, sob direção leiga, o asilo apresentou deterioração crescente em sua prá- Alexandre de Carvalho Castro tica assistencial, recebendo muitas críticas dos Rosimary Paula Ferreira Vargas médicos, para quem a subordinação à inge- rência religiosa não se coadunava com a racio- nalidade científi ca no cuidado aos alienados. Deste modo, procuraram que o novo Estado „ Hospital Juliano Moreira – 1936- republicano, em seu processo de reestrutura- Asilo de Alienados (Hospício S. João de ção interna, assumisse diretamente a respon- Deus) – 1874-1936 sabilidade pelo manicômio, o que ocorreu em 1912, no governo provincial de José Joaquim Seabra (1855-1942). Em agosto de 1936, passou Criado pelo governo provincial em função a denominar-se Hospital Juliano Moreira. Em de gestões da Santa Casa de Misericórdia da todo o período em que a instituição foi deno- Bahia (SCMB), teve apoio de médicos com minada Asilo ou Hospício São João de Deus, inserção política, como os deputados provin- havia diferentes formas de cuidado, segundo ciais Demétrio Ciríaco Tourinho, Álvares da as duas categorias polares: pensionistas e in- Silva e José Luiz D’Almeida Couto, e da asso- digentes. Estes últimos enfrentavam a ocor- ciação de facultativos, responsável pela publi- rência de epidemias – como malária e beribéri cação da revista Gazeta Médica da Bahia. Desde – que periodicamente os dizimavam, corrigin- sua criação, em 24 de junho de 1874, até 1912, do assim o desequilíbrio entre o crescente nú- fi cou sob a administração da SCMB. Antes da mero de alienados e a escassez de meios para instalação do Asilo de Alienados, esta entida- mantê-los vivos, pois a categoria de indigen- de benefi cente abrigava os loucos nos porões tes, que correspondia à maioria da população do Hospital da Caridade e por duas vezes, asilar, não contribuía fi nanceiramente para a em maio e outubro de 1853, transportou por instituição. Eram segregados por razões so- navio alienados para o Hospício Pedro II, no ciais no asilo e, na prática, eram fi sicamente Rio de Janeiro. O recurso a esta estratégia de excluídos, ou seja, adoeciam e morriam de expulsão logo se esgotou, com a superlota- doenças carenciais ou, melhor dito, de fome. ção do hospício na Corte. A convivência dos Raymundo Nina Rodrigues (1862-1906), pio- médicos com a Santa Casa, representada pela neiro em Antropologia da Saúde, realizou

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diversas investigações sobre as condições de Referências vida e saúde dos internados no Asilo São João JACOBINA, R. R. A prática psiquiátrica na Bahia. de Deus. Usando instrumentos simples, mas Estudo histórico do Asilo São João de Deus /Hos- efi cazes, refutou cientifi camente tanto a con- pital Juliano Moreira (1874-1947). Tese (Doutorado cepção miasmática quanto a teoria infecciosa em Saúde Pública). Fundação Oswaldo Cruz (FIO- para o beribéri, levantou a hipótese sobre a CRUZ), Rio de Janeiro, 2001 origem alimentar dessa doença que dizimava NINA RODRIGUES, R. “A assistência médico-legal os alienados no asilo e identifi cou a relação aos alienado no estado da Bahia”. Revista dos Cur- entre o aumento da população asilada, a crise sos da Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador, fi nanceira e o aumento da mortalidade no asi- v. 3, n. 3, p. 163-470, 1905. lo. Para a passagem para o governo da Bahia, PERESTRELLO, M. Encontros: Psicanálise. Rio de em 1912, foram importantes tanto os relató- Janeiro: Imago, 1992. rios de Nina Rodrigues quanto a divulgação VIANNA, A.; FONTES, J. T.; MOREIRA, J. “Assis- da situação do asilo pela imprensa, bem como tência aos alienados na Bahia. Relatório”. Gazeta os relatórios anteriores da Sociedade de Me- Médica da Bahia, Salvador, n. 1, p. 14-40, jul. 1895. dicina, como os de 1895 – um dos quais teve a participação do jovem psiquiatra Juliano Moreira (1873-1932). Este começou a expor, no Ronaldo Ribeiro Jacobina São João de Deus, como professor da cadeira Moléstias Mentais e Nervosas da Faculdade de Medicina, as novidades ainda controversas da teoria freudiana, da qual é considerado o „ Hospital Nacional de Psicopatas – primeiro divulgador brasileiro. Com a Lei 75, 1927-1943 de 27/08/1936, assinada pelo governador Ju- Hospital Nacional de Alienados (HNA) – racy Magalhães, o Hospital São João de Deus 1911-1927 passou a ser chamado Hospital Juliano Morei- Hospício Nacional de Alienados (HNA) – ra, em homenagem à memória do maior psi- 1890-1911 quiatra baiano. O Hospício S. João de Deus, como manicômio estatal, não realizou o obje- Hospício de Pedro II (HPII) – 1852-1890 tivo proclamado pelos médicos, pois estes, ao conquistarem a hegemonia para transformar o Primeira instituição psiquiátrica para o tra- asilo numa instituição sanitária, voltada para tamento de alienados no Brasil, dele se origi- as fi nalidades de tratamento, cura e reabilita- naram as principais instituições públicas do ção dos alienados, não conseguiram realizar Rio de Janeiro. Desde a década de 1830, os lou- plenamente o que fora idealizado. Em primei- cos que perambulavam pelo Distrito Federal ro lugar, porque o saber técnico do médico já eram motivo de debates por parte dos mé- continuava subordinado administrativamente ao governo, ou seja, funções como provedor e dicos, que ansiavam pela criação de um mani- mordomo, próprias da antiga administração, cômio. Com o Código de Posturas (1832), os foram simplesmente substituídas por cargos loucos começaram a ser presos ou encaminha- governamentais, como secretários de estado e dos para a Santa Casa da Misericórdia, irman- diretor de justiça, ou mesmo pelo chefe de po- dade que se tornou central no processo de sua lícia, que internavam e, com menos frequên- institucionalização, atuando nas articulações cia, davam alta, mesmo sem indicação clíni- políticas que levaram ao decreto de fundação ca. Em segundo lugar, e mais grave, porque do Hospício de Pedro II e na mobilização para o hospício continuou mais voltado para as sua construção. Embora a fundação do hospí- fi nalidades de exclusão social que para as de cio tenha sido decretada por ocasião da coroa- tratamento e reabilitação, apesar do esforço de ção de Pedro II (18/7/1841), a pedra fundamen- muitos de seus agentes. tal foi lançada em 5 de setembro de 1842, e o

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edifício só fi cou pronto em 5 de dezembro de crições públicas e loterias, sendo seu primeiro 1852. Até então, funcionava em um anexo da provedor o ministro e conselheiro José Cle- Santa Casa (Relatórios da Diretoria-Geral da mente Pereira. Após 1891, o hospício passou a Assistência aos Alienados, 1841, 1842, 1852). constar no Orçamento Geral da União, sendo Segundo o regimento interno, seu objetivo era encarregado de seu provimento o Ministério tratar alienados curáveis. Após a proclamação do Interior chamado a seguir de Ministério da da República, foi denominado Hospício Na- Justiça e dos Negócios Interior. Em 1927, o Mi- cional de Alienados (HNA) (Decreto 142-A, nistério da Justiça e dos Negócios Interiores o de 11/01/1890); em 1911, seu nome foi modifi - mantinha e, a partir de 1930, passou a estar su- cado (Decreto 8.834, de 11/07/1911) para Hos- bordinado ao Ministério da Educação e Saúde pital Nacional de Alienados, mantendo a sigla Pública e, em 1937, ao Ministério de Educação HNA, nomenclatura que não se popularizou. e Saúde (relatórios ministeriais, 1841, 1842, Depois da reforma da Assistência de 1927, 1852 e 1892 a 1941). Os diretores do hospício passou a se chamar Hospital Nacional de Psi- tornaram-se fi guras proeminentes da psiquia- copatas (Decreto 5.148, de 10/01/1927). Para os tria brasileira: além das direções de Manoel incuráveis, e para conter a superpopulação do José Barbosa (1852-1866), José Joa quim Ludo- hospício, foram organizados, ainda no Impé- vino da Silva (1867-1877) e Gustavo Balduíno rio, em 1887, alguns anexos, como as Colônias de Moura Câmara (1878-1880), Nuno de An- da Ilha do Governador, São Bento e Barão de drade foi seu diretor a partir de 1881, sendo Mesquita (Decreto 206-A, de 15/02/1887) que, dispensado do posto em 1886 por reivindicar em 1923, foram substituídas pela Colônia a ruptura entre o hospício e a Santa Casa. Esta Agrícola de Jacarepaguá, hoje Instituto Muni- mudança só se concretizou após a entrada cipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira. de João Carlos Teixeira Brandão para a dire- Já a seção Lombroso do HNA, prevista desde ção, em 1887, cargo em que permaneceu até o Decreto 1.132 de 1903 e fundada em 1914, foi 1901. Teixeira Brandão também foi responsá- substi tuída, em 1921, pelo Manicômio Judiciá- vel pela criação do Pavilhão de Observação, rio Heitor Carrilho, hoje Hospital de Custódia que, articulado à cadeira de Clínica Psiquiá- e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho. Em trica, promoveu a associação entre a formação 1911 foi aberta, destinada a mulheres, a Co- acadêmica da Faculdade de Medicina do Rio lônia de Engenho de Dentro, que, após deno- de Janeiro e a formação prática do HNA. Du- minar-se Colônia de Psicopatas do Engenho rante sua gestão, Teixeira Brandão foi interi- de Dentro (1923-1937), passou a chamar-se namente substituído por Pedro Dias Carneiro em 1937, Colônia Gustavo Riedel. Em 1938, (1892-1893 e 1897-1901). Em 1902, o diretor do Adauto Botelho assumiu a direção da Assis- HNA passou a ser Antônio Dias de Barros, tência de Alienados e propôs a criação do Ser- demitido em seguida devido a irregularida- viço Nacional de Doenças Mentais (SNDM), des orçamentárias e administrativas. Já Julia- além de ter promulgado o Decreto-lei 591, no Moreira permaneceu no cargo de 1903 até que desmembrou o Hospício, transferindo a 1930 e empenhou-se em adequar a estrutura responsabilidade do Instituto de Psicopatolo- do estabelecimento aos preceitos científi cos da gia e o de Neurossífi lis para a Universidade época. Consta ainda que Júlio Afrânio Peixoto do Brasil, ao mesmo tempo em que a Colônia dirigiu a instituição interinamente de 1904 a Gustavo Riedel era renomeada de Centro Psi- 1905. Durante a década de 1930, os diretores quiátrico Nacional (CPN). Em 1941, o Decreto- do HNA foram: Ernani Lopes, Gustavo Rie- lei 3.171 previu a transferência do HNA para del, Jeff erson de Lemos e Waldemir Pires. Ao CPN, mas a transferência de fato só aconteceu ser transferido para o CPN, o HNA recebeu em 1943. O HPII esteve inicialmente subordi- o nome de Hospital Pedro II (posteriormente, nado ao Ministério de Estado dos Negócios do passou a se chamar Hospital Odilon Galloti. Império, mantido através de donativos, subs- Era alocado onde hoje está o Centro Comuni-

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tário do Instituto Municipal Nise da Silveira). Referências Diversas publicações da área de saúde mental AMARANTE, P. (Coord). Projeto Memória da Psi- eram impressas, no começo do século XX, nas quiatria no Brasil. Catálogo de Periódicos Nãocor- ofi cinas tipográfi cas do HNA, onde a maioria rentes em Psiquiatria da Biblioteca de Manguinhos. dos trabalhadores era composta por Os Archi- Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, CD-ROM, vos Brasileiros de Psychiatria, Neurologia e Scien- 2001/ Relatório. Disponível em: . Acesso em : 20 jan. 2007. 1905, passavam pela tipografi a do HNA mes- mo depois de 1908, quando sua denominação CHALHOUB, S. (Coord.). Cultura e diversidade no Brasil: para além da história da identidade na- mudou para Archivos Brasileiros de Psychiatria, cional (séculos XIX e XX). Pronex – Relatório Téc- Neurologia e Medicina Legal. A partir de 1919, nico Final. Campinas, Unicamp/CNPq, 1998/2004. por motivos decorrentes do corte de recursos DECRETOS & RELATÓRIOS do Império e da Repú- governamentais para a publicação, a impres- blica. Center for Research Libraries/ Latin Ameri- são e encadernação nas ofi cinas tipográfi cas can Microfi lm Project / Brazilian Government do HNA fi caram comprometidas, passando o Document Digitization Project. Funding provided periódico chamado a partir de então de Archi- by the Andrew W. Mellon Foundation. Disponível vos Brasileiros de Neuriatria e Psiquiatria, ao em: . Acesso em: 2 jan. 2007. encargo de tipografi as particulares. Já a pu- DHBCSB – Dicionário Histórico-Biográfi co das blicação dos Annaes da Colonia de Psichopathas Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930). On-line. teve início em 1928. Segundo Gustavo Riedel, Disponível em: . Acessado em: 20 jan. 2007. principais demonstrar publicamente que a ENGEL, M. Os delírios da razão: médicos, loucos e colônia preenchia os fi ns a que fora destinada hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de Janei- e semear ideias úteis para a cruzada da valo- ro: FIOCRUZ, 2001. rização eugênica no Brasil. Após a morte de FACCHINETTI, C. Diagnósticos de uma nação: Riedel, em 1934, os Annaes foram interrompi- discursos e práticas revelados pelo acervo do dos, voltando a circular em 1942 como Anais Hospício Nacional (1900-1939). Relatório de Pes- quisa de pós-doutoramento referente aos anos de da Colônia Gustavo Riedel. Encontramos ainda 2004 a 2006. FIOCRUZ/CNPq. Rio de Janeiro, COC/ a referência a um periódico carioca de ape- FIOCRUZ, 2006. nas um número, chamado Hospital dos Loucos MACIEL, L. R. A loucura encarcerada: um estudo (1862), que se encontra na Biblioteca Nacional. sobre a criação do Manicômio Judiciário do Rio de Era voltado para estudantes de Medicina, mas Janeiro (1896-1927). Dissertação. (Mestrado em Histó- a pesquisa não encontrou informações que ria). Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1999. permitam assegurar ser ele um veículo ofi cial MACHADO, R., LOUREIRO, Â.; LUZ, R. e MU- do HPII. O fi m do HNA foi resultado da rees- RICY, K. Danação da norma: medicina social e truturação do Ministério de Educação e Saúde constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Ja- (1937), que envolveu a criação do Serviço Na- neiro: Graal, 1978. cional de Doenças Mentais, em 1941. Na Praia ODA, A. M. G. R; DALGALARRONDO, P. “O início Vermelha fi caram, sob a responsabilidade da da assistência aos alienados no Brasil ou a impor- Universidade do Brasil, o Pavilhão de Obser- tância de estudar a história da psiquiatria”. Revista vação e Diagnósticos (nomeado de Instituto de Latino-americana de Psicopatologia Fundamental, Psicopatologia) e o Instituto de Neurossífi lis, v. 2, n. 1, p. 128-141, mar 2004. que se tornaram, respectivamente, o Instituto OLIVEIRA, E. de S. O Engenho de Dentro do lado de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de fora: o território como um engenho novo. Mo- de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Municipal de nografi a (Especialização de Gestão em Saúde). Fun- Assistência à Saúde Philipe Pinel. O restante dação João Goulart, Rio de Janeiro: 2004. da edifi cação foi transformado em institutos universitários ou destruído. Cristiana Facchine i

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„ Hospital Nina Rodrigues (HNR) – 1950- poso de Miranda, Geraldo Melônio do Nasci- Colônia Nina Rodrigues para Psicopatas – mento, José Agnaldo Fertunes dos Reis, Maria 1941-1950 da Graça Silva Guimarães Souto, Raimundo Teodoro de Carvalho. Atualmente o hospital está sob a direção da enfermeira psiquiátrica A Colônia de Psicopatas Dois Leões, inau- Maria Teresa Martins Viveiros. Criado com o gurada em março de 1941 pelo doutor Pau- objetivo de prestar assistência aos portadores lo Ramos, à época interventor do Estado, foi de transtornos mentais do Estado do Mara- ofi cialmente denominada Colônia Nina Ro- nhão, o HNR é uma instituição de natureza drigues para Psicopatas, contendo seis pavi- pública estadual, tem como mantenedora o lhões, divididos em alas feminina e mascu- governo do Estado do Maranhão e o governo lina. No Maranhão, antes disto, os enfermos federal através do SUS. Conta com 102 leitos e mentais viviam em uma situação de extrema atende a uma média de cinco mil usuários da precariedade quanto ao atendimento médico psiquiatria por mês, através do SUS, incluin- e psiquiátrico. Os casos agudos ou crises na do consultas psiquiátricas, com psicólogos, maioria das vezes eram tratados como caso de enfermagem e atendimentos odontológi- de polícia e encaminhados para cadeias e ca- cos, em assistência social e de medicamentos. sas de detenção, sendo privados do convívio A equipe realiza também cerca de cem visi- social. Parte desses doentes mentais eram tas de família por mês, objetivando levanta- conduzidos ao Dispensário do Jenipapeiro e, mentos, fi scalizações e acompanhamentos. posteriormente, ao Dispensário do Lira, onde Funciona 24 horas. São realizados cerca de conviviam com pessoas portadoras de outros 900 atendimentos por mês de usuários em tipos de enfermidade, como a tuberculose. crise aguda, que fi cam em observação por 72 Registram-se casos, entretanto, de encami- horas. Em casos graves, há encaminhamento nhamentos pela família e pela sociedade à para a continuidade do tratamento na rede Santa Casa de Misericórdia, onde eram des- de assistência integral conveniada do SUS. tinados às alas subterrâneas. Nos casos de O HNR mantém um calendário cultural pro- crises menos graves, os doentes viviam nas movendo eventos em datas comemorativas, ruas, abandonados, rejeitados, sofren do pre- tais como: Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, conceito das pessoas, enquan to os casos crô- Dia dos Namorados, Festas Juninas, Dias dos nicos, sem crises agudas, geralmente fi cavam Pais, Natal. Sistematicamente promove ofi ci- em casa sem os cuidados necessários para nas educativas e culturais. Mantém a banda seu tratamento. No ano de sua inauguração, de música Nova Vida e grupos de teatro e de a colônia tinha um número limitado de fun- dança. Atualmente o HNR inte gra a rede de cionários, entre eles Benedito Metre (médico hospitais públicos SUS, sendo administrado e diretor), José da Silva Gasparinho (admi- pelo governo do Maranhão, através da Secre- nistrador) e os enfermeiros: Zulmira Costa, taria de Estado da Saúde. Regido pelo estatu- Manoel da Conceição Pereira, Guilherme to do governo do estado, funciona com três Braga e Hermenegildo Amaral, tendo os três diretorias: geral, administrativa e fi nanceira, primeiros participado de curso de aperfeiçoa- e de núcleo fi nanceiro. É o maior hospital na mento na Colônia de Psicopatas do Rio de Ja- área de psiquiatria do Maranhão, sendo sua neiro. A partir de 1950, passou a se chamar missão prestar assistência à população que HNR, localizado na avenida Getúlio Vargas, necessita de atendimento na área de saúde 2.508 – Monte Castelo. Teve ainda como dire- mental, em nível de prevenção, promoção e tores: Odilon Resende, Benedito Neto, Edson reabilitação, valorizando os princípios de hu- Teixeira, José Carlos Azevedo Ribeiro, Júlio manização com racionalização de recursos e Newton dos Santos Salgueiro, Hamilton Ra- otimização de resultados. Atende a usuários

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vindos da grande maioria dos municípios „ Hospital Psiquiátrico Dr. Garcia Moreno maranhenses e até de outros brasileiros. So- – 1979(?)-2006 mente em 1987 a instituição passou a contar Hospital-Colônia Eronides de Carvalho – com os serviços de psicologia, através de pro- 1937-1979(?) fi ssionais graduados em outros estados e sem vínculo empregatício. São nove psicólogos, que fazem parte da equipe interdisciplinar Primeiro hospital psiquiátrico de Sergipe, o Hospital-Colônia Eronides de Carvalho foi do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), criado em 31 de dezembro de 1937 e integra- uma alternativa de atendimento ao portador va o Serviço de Assistência a Psicopatas. Este de transtorno mental que oferece cuidados também possuía, em Sergipe, um consultório intermediários entre o regime ambulatorial neuropsiquiátrico e um escritório de higiene e a internação hospitalar, possibilitando ao mental, que diagnosticavam doenças mentais usuário uma reintegração sociofamiliar e uma e divulgavam conselhos de higiene fora do ressocialização. O HNR foi construído em um hospital, além de investigar o histórico social terreno de 37.262,16 m2, sendo 852,37 m2 de da doença dos internos. Funcionavam no Cen- área construída, atualmente ampliada para tro de Saúde de Aracaju, sobre o qual não há 530,69 m2 e 221,68 m2, respectivamente, cujas dados acerca do endereço. O Hospital-Colônia dependências encontram-se distribuídas da era uma instituição assistencial pública, man- seguinte forma: administração, pensão pro- tida pelo Estado de Sergipe. Tratava e interna- tegida, anexo, museu, cozinha, praxiterapia, va tanto indigentes como um público pagante CAPS, emergência, capela, horto medicinal, com transtornos mentais (alienados). Não fo- quadra de esportes, auditório, ambulatório ram encontrados dados acerca do estatuto da e lanchonete. Sua relevância decorre de ter instituição. Foi fundada pelo interventor fede- sido a primeira instituição pública voltada ral Eronides de Carvalho e pelo médico João para a prestação de serviços psiquiátricos, Batista Perez Garcia Moreno, o qual ocupou o cargo de alienista-chefe a partir de 1940, junta- sendo hoje a maior na área de psiquiatria do mente com o alienista assistente Luiz da Rocha Maranhão, além da sua denominação ser uma Cerqueira e o laboratorista Teotonílio Mesqui- forma de reconhecer e homenagear o médico ta. Apesar de não serem encontrados dados maranhense Raymundo Nina Rodrigues, que sobre outros dirigentes nem sobre o período muito contribuiu no campo da psiquiatria. exato em que os primeiros atuaram, há regis- tros da atuação de Garcia Moreno como perito Referências dos processos de interdição junto ao Hospital- Colônia nos anos de 1941 a 1952, com exceção HOSPITAL NINA RODRIGUES (São Luís). Dispo- do ano de 1944, e do médico Hercílio Cruz no nível em: . Acesso em: período de 1948 a 1950. O Hospital-Colônia 30 maio 2008. localizava-se no povoado Tabocas (antiga fa- VIVEIROS, M. T. M. Entrevista concedida a Maria zenda Santa Rosa), a 7 km de Aracaju, na cida- de Fátima Almeida Braga e Márcia Antonia Pieda- de de Nossa Senhora do Socorro. Possuía sete de Araújo. São Luís, 2008. pavilhões, chamados Nina Rodrigues (des- tinado a pacientes calmas), Ênjolras Vampré ARAÚJO, Márcia Antonia Piedade. A psicologia (para pacientes calmos do sexo masculino), no Maranhão: percursos históricos. São Luís: EDU- Gildo Neto (refeitório, cozinha e lavanderia), FMA, 2005. Eugen Bleuler (quartos individuais destinado a pacientes agitadas do sexo feminino), Sig- mund Freud (para pacientes agitados do sexo Márcia Antonia Piedade Araújo masculino) e Juliano Moreira (administração Maria de Fátima Almeida Braga do hospital, seção para pacientes contribuin-

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tes e um apartamento no qual morava o médi- Ulisses Pernambucano, rejeitava o modelo de co Luiz Cerqueira). O outro pavilhão contava expli cação biologicista e defendia a incorpo- com um consultório de otorrinolaringologia, ração da sociologia, psicologia, psicanálise, um consultório dentário e duas salas para exa- antropologia e do serviço social à psiquiatria, mes laboratoriais do líquido cefaloraqueano, por entender que fatores sociais eram também de bacteriologia, de bioquímica e para expe- relevantes no campo das doenças mentais. Es- rimentação, além de um necrotério-capela. sas ideias foram operacionalizadas, por exem- Os pavilhões eram prédios de um único pavi- plo, na realização de sessões de dinâmica de mento, distribuídos num amplo terreno. Além grupo e de psicodrama no miniauditório e de estabelecer uma rotina diá ria para os inter- no salão de festas da Clínica Psiquiátrica de nos e separá-los segundo o sexo e a agitação, Sergipe, visando ressocializar os internos e di- o Hospital-Colônia adotou a malarioterapia, vulgar conselhos de higiene. Houve também a eletroconvulsoterapia, a penicilinoterapia, a o planejamento de um curso para as monito- insulinoterapia, a convulsoterapia cardiozóli- ras do Serviço Social (propaganda, anamnese, ca e a piretoterapia, além do uso de neuroplé- pesquisa bioestatística, preparo da família gicos e da psicocirurgia (lobotomia frontal). para receber o doente) do Escritório de Higie- O plano de reeducação mental dos internos do ne com temas como psicologia geral, psico- Hospital-Colônia, implantado nos primeiros logia social, psicotécnica, psicologia infantil, anos da sua fundação, objetivava ressocializá- higiene mental, psicopatologia, criminologia, los, tratando-os de acordo com a patologia estatística e serviço social. Durante a inau- apresentada a fi m de capacitá-los a exercer a guração do Hospital-Colônia, realizou-se a II razão. Tal plano incluía ludoterapia e ergo- Reunião da Sociedade de Neurologia, Psiquia- terapia, inspiradas na terapêutica superativa tria e Higiene Mental do Nordeste Brasileiro ou terapia ocupacional, criada pelo psiquiatra (de 20 a 25 de outubro de 1940), não haven- Hermann Simon na década de 1920, a partir do dados acerca de outros eventos. Quanto da verifi cação de melhoras em pacientes cro- às publicações institucionais, há registro do nifi cados por meio do trabalho e de atividades projeto de editar semestralmente os Arquivos grupais. A ludoterapia voltava-se a atividades da Assistência, porém não foram encontrados esportivas, jogos de salão, música e cinema. Já outros dados a respeito. Foram encontradas na ergoterapia havia trabalhos com agricultu- publicações dos médicos do Serviço de Assis- ra (cultivo de hortaliças, tubérculos, frutos), tência a Psicopatas na Revista de Neurobiologia olaria (telhas e tij olos), jardinagem, criação da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Higiene (aves, porcos, cabras, abelhas), fabricação de Mental do Nordeste Brasileiro. Garcia Moreno laticínios, ofi cinas (objetos de vime, marce- publicou O esquema de trabalho da Assistência naria), fabricação de farinha e trabalhos em a Psicopatas de Sergipe, Luiz Cerqueira, A ação estradas. Além dos médicos, havia o pessoal social do Serviço de Assistência a Psicopatas de de vigilância (um para cada cinco internos), Sergipe e Teotonílio Mesquita, O Laboratório constituído por enfermeiros e por ex-alunos no Serviço de Assistência a Psicopatas de Sergipe. de um curso de assistência neuropsiquiátri- Há registros da fundação, em 1951, da Clíni- ca, que tinham a tarefa de ajudar os alienistas ca Psiquiátrica de Sergipe (Decreto 34, de 18 na observação e classifi cação dos internos em de outubro de 1951) denominada, mais tar- grupos homogêneos. A criação da instituição de, Clínica Adauto Botelho (Decreto 103, de surgiu de discussões sobre a psiquiatria social 11de junho de 1952). Construída em Aracaju, no Brasil e das transformações na assistência na rua São Cristóvão, bairro Getúlio Vargas, operacionalizada em Pernambuco por Ulis- ela passou a integrar o Serviço de Assistência ses Pernambucano, o que levou à constituição a Psicopatas, visando resolver problemas de e reconhecimento da Escola Pernambucana superlotação do Hospital-Colônia Eronides de Psiquiatria. Garcia Moreno, assim como de Carvalho. Este hospital passou a se chamar

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Hospital Psiquiátrico Dr. Garcia Moreno, pro- „ Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge vavelmente em 1979. Em 2006, após processo Vaz – 1987- de desospitalização dos internos, transferidos Manicômio Judiciário Jorge Vaz – 1956-1987 para residências terapêuticas, foi desativado, e o prédio cedido à Secretaria de Justiça a fi m Manicômio Judiciário de Barbacena – de abrigar o presídio feminino. 1927-1956

Referências Criado pelo Decreto 7.471, de 31/01/1927, foi inaugurado em 15 de junho de 1929 com o FREYRE, G. Sociologia, Psicologia e Psiquiatria. nome de Manicômio Judiciário de Barbacena. Recife: Ofi cinas do Diário da Manhã, 1941. Dispo- De acordo com o Decreto 5.021, de 29/05/1956, nível em: . Acesso em: 17 ago. 2006. passou a ser denominado Manicômio Judiciá- rio Jorge Vaz. A partir de 1987, tornou-se Hos- GARCIA MORENO, J. B. P. Cajueiro dos papa- pital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz. Uni- gaios. Aracaju: Regina, 1959. dade do Sistema Operacional da Secretaria GARCIA MORENO, J. B. P. Letras vencidas. Araca- de Estado da Justiça, o hospital é diretamente ju: Regina, 1955. subordinado à Superintendência de Seguran- RIBEIRO, S. L. “A criação do Centro de Atenção Psi- ça e Movimentação Penitenciária. Localiza-se, cossocial Espaço Vivo”. Psicologia Ciência e Profi s- desde sua inauguração, na rua Dr. Pena, s/n, são, vol. 24, n. 3, p. 92-99, Brasília, set. 2004. Barbacena – MG. Ao longo de sua história, o Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz SANTANA, A. S. de. As febres do Aracaju: dos teve os seguintes diretores: Jorge de Paula miasmas aos micróbios. Dissertação (Mestrado em Vaz (1927-1931), José de Abranches Gonçal- Ciências Sociais). Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 1997. ves (1932-1936), Antônio de Senna Figueiredo (1937-1947), Agostinho Paulucci (1947-1950 e WENDLING, M. M. Perfi l Histórico e Antropo- 1961-1967), Gutemberg Fonseca (1950-1961 e lógico do Desenvolvimento Urbano de Aracaju 1967-1975), Geraldo Xavier Pereira de Souza (1855-2000): os processos de interdição e o Hospi- (1975-1977), Francisco Xavier Pereira de Sou- tal-Colônia Eronides de Carvalho. Relatório (Pes- za Neto (1977-1983), Rogério Muniz da Silva quisa PIBIC/CNPq). Departamento de Psicologia, Departamento de História. Universidade Federal (1983-1987), Arlene Freire Ferreira (1987-1995), de Sergipe, São Cristóvão, 2006. Lélio Sávio (1995-1999), José Antônio Lopes (1999-2000), Vicente Paulo (2000-2001), Tarcí- ARRUDA, M. de A. Primórdios da assistência psi- sio Firmino dos Santos (2001-2007) e Ronal- quiátrica em Sergipe. Aracaju: Fundação Augusto do Pereira Brandão (em exercício a partir de Franco, 1991. março de 2007). O serviço prestado pela ins- BARRETO, L. A. Pequeno dicionário de nomes e tituição aos pacientes é planejado e realizado denominações de Aracaju. Aracaju: Banco do Esta- por uma equipe que envolve advogados, psi- do de Sergipe, 2002. cólogos, psiquiatras, enfermeiros, assistentes BRASIL. Poder Judiciário do Estado de Sergipe. sociais e agentes de segurança penitenciária. Processos de interdição. Aracaju, 1902-1941. Este serviço é proporcionado a toda a clientela REVISTA DE NEUROBIOLOGIA [da] Sociedade da instituição, que compreende pacientes por- de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental do tadores de doença mental destinados ao cum- Nordeste Brasileiro. Recife: Companhia Editora primento de medidas de segurança, a exames Nacional, tomo III, n. 4, 1940. periciais específi cos de dependência toxicoló- gica, de sanidade mental, de cessação de pe- riculosidade ou a tratamentos psiquiátricos. Michelle Menezes Wendling Os laudos periciais resultantes dos diferentes

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exames realizados pela instituição, desde a Teste de Rorschach e as Pirâmides Coloridas sua criação até os primeiros anos da década de de Pfi ster. Nesse período, o hospital não dis- 1970, eram feitos por uma equipe de médicos punha de testes psicológicos, devendo o psi- peritos. Desses laudos constavam: a) os dados cólogo fazer uso daqueles testes que possuía. de identifi cação (fi liação, cor, idade, estado Aos poucos as atribuições do psicólogo se civil, profi ssão, instrução, naturalidade, além ampliaram e, consequentemente, aumentou o da data da internação e procedência); b) da- número de profi ssionais da área atuando no dos antropométricos (altura, peso, distância hospital. Em 1978, iniciou suas atividades na umbi-pubiana, perímetros do tórax, do abdo- instituição a primeira estagiária de Psicologia, me, das ancas, do antebraço e da mão, alturas Rosa Feres, atualmente psicóloga do quadro e larguras da face, comprimento e largura do de funcionários do hospital. Hoje em dia, o nariz); c) resultado de inspeção geral, com a Hospital Jorge Vaz conta com cinco psicólo- descrição física do paciente (cor do cabelo, for- gos, que têm como tarefas os atendimentos em mato da boca, estado dos dentes e ainda defi - psicoterapia individual e em grupo, entrevis- nição do tipo estrutural do paciente segundo a tas com familiares dos pacientes e avaliação classifi cação de Kretschmer); d) antecedentes psicológica. A avaliação psicológica é parte mórbidos hereditários (informações sobre do- dos exames periciais de dependência toxico- enças mentais e nervosas presentes em fami- lógica, de sanidade mental e de cessação de liares do paciente); e) antecedentes mórbidos periculosidade e tem como resultado a elabo- pessoais (informações sobre doenças apre- ração de laudos. Os laudos, por sua vez, são sentadas pelo paciente ao longo de sua vida); elaborados em conjunto com psiquiatras, que f) histórico da moléstia atual (descrevendo a também avaliam os pacientes. progressão da doença, desde o seu surgimen- to até o momento do laudo); g) resultados de Referências exame somático (estado das funções orgânicas CARVALHO, F. Barbacena: 100 anos de psiquia- do paciente); h) resultados de exame neuroló- tria. Barbacena: Gráfi ca e Editora Cidade de Barba- gico; i) versão ofi cial do delito cometido, de cena, 2003. acordo com o promotor de justiça; j) narrativa do crime feita pelo examinando, constando o FERES, R. M. Entrevista concedida a Tatiane Dias que sabe informar sobre o crime do qual é acu- Bacelar. Barbacena, 27 nov. 2006. sado; l) resultado do exame mental (descrição MUNIZ, D. A. R. Entrevista concedida a Tatiane de funções psicológicas como atenção, memó- Dias Bacelar. Barbacena, 27 nov. 2006. ria, orientação espacial e temporal, além de SAVASSI, A. J. Barbacena: 200 anos. Belo Horizon- mencionar os tratamentos a que o paciente foi te: Lemi, 1991. submetido na instituição); m) conclusão, com o diagnóstico do paciente, sua imputabilida- SETE PINHEIRO, M. F. Entrevista concedida a Ta- tiane Dias Bacelar. Barbacena, 7 jan. 2007. de e periculosidade. O serviço de psicologia no Hospital Jorge Vaz teve inicio em 1974. A SOUZA, I. L. R.; GROSSI, S. M. M.; DISCACCIA- primeira psicóloga a atuar na instituição foi TI, R. S.; NEVES, S. D. S.; CALDAS, M. C. Hospital Myrian Fonseca Sete Pinheiro e seu trabalho Psiquiátrico e Judiciário “Jorge Vaz”. Barbacena, referia-se basicamente à elaboração de laudos 2003, Mimeo. psicológicos para compor os laudos periciais. VIDIGAL, S. Entrevista concedida a Érika Louren- Para tanto, após a leitura do processo do pa- ço. Barbacena, 19 dez. 2006. ciente, eram realizadas entrevistas e aplicados alguns testes psicológicos, dentre os quais o Teste de Inteligência Não Verbal (INV), as Ma- Érika Lourenço trizes Progressivas de Raven – Escala Geral, o Tatiane Dias Bacelar

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„ Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) conforme previa a Lei Provincial 944, situan- – 196?- do-se afastado da cidade, na Estrada de Mato Hospital São Pedro – 1925-1962 Grosso (atual bairro Partenon), com árvores, Hospício São Pedro – 1884-1925 água potável e ar puro – adequados à terapêu- tica psiquiátrica que se esboçava no panora- ma gaúcho. Poucos dias após a proclamação Falar em instituição psiquiátrica no Rio da República, criava-se um novo regulamento Grande do Sul é falar da história do HPSP. para o hospício, o Ato 4, de 28/11/1889, pelo No Rio Grande do Sul, como em muitas ou- qual a administração deixou de ser gerenciada tras províncias brasileiras no século XIX, o pela SCMPA. Em 1892, através do Ato 346, de nascimento da instituição psiquiátrica este- 08/10, apresentado pelo médico Francisco de ve diretamente vinculado às Santas Casas de Paula Dias de Castro, que por sua vez, torna- Misericórdia. O HPSP foi o segundo grande ra-se diretor do hospício, determina-se que o hospital dessa modalidade no Brasil, inau- cargo da direção da instituição seja assumido gurado em 1884 e funcionando até os dias de exclusivamente por médicos, nomeados pelo hoje. Seu nascimento está atrelado à história governador do estado. Em 1910, a convite do da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre médico-diretor do hospício Dioclécio Pereira, (SCMPA). Inaugurada em 1803 com base em a Congregação da Ordem São José – institui- concepções cristãs caritativas e assistenciais, ção católica – começou a participar do cenário atendia enfermos pobres; andarilhos; velhos; do HPSP, com noviças e freiras lá exercendo crianças abandonadas; e loucos. Cerca de 40 seu apostolado. Em 1925, aprovou-se novo re- anos após a inauguração, a SCMPA sofria gulamento, que transformava o hospício em superlotação, tornando difícil o atendimen- hospital, passando a se denominar Hospital to. Uma circular imperial de 1854 atribuiu às São Pedro (HSP). Um ano depois, Jacintho casas de caridade e aos hospitais das provín- cias a função de alimentar e curar os aliena- Godoy, fi gura renomada da psiquiatria gaú- dos. O presidente da província, Carvalho de cha, assumiu a administração, exercendo dois Moraes, assinou, em 1874, a Lei Provincial mandatos como diretor do hospital (1926-1932 944, que estabelecia a venda de loterias para e 1937-1951). No início da década de 1960, sob a construção do hospício. Posteriormente, em o governo de Leonel Brizola e sob a direção do 1878, Marcondes de Andrade, então presi- médico Luiz Pinto Ciulla, o hospital passaria dente da província, decretou a Lei Provincial a ser denominado Hospital Psiquiátrico São 1.158, que autorizava a compra do terreno Pedro. Na década seguinte, as freiras afasta- para a fundação do hospício na cidade de Por- ram-se das funções de chefi a, que passaram to Alegre. Destaca-se, nesse período, a fi gura a ser ocupadas por profi ssionais admitidos de José Antônio Coelho Júnior, provedor da por contratação do governo do estado. Antes SCMPA e incentivador da luta pela constru- mesmo da regulamentação da profi ssão no ção do hospício. Em 29 de junho de 1884, dia Brasil, ocorrida em 1962, a psicologia atuava de São Pedro – santo padroeiro da província no HPSP. Como atividade inicial do exercício sul-rio-grandense –, o Hospício São Pedro foi da psicologia no hospital estava a realização inaugurado acolhendo 41 alienados, tendo de testagens psicométricas e projetivas. Essas como superintendente o provedor da SCM- testagens tinham como objetivo a confi rmação PA, Joaquim Pedro Salgado, e como médico- do diagnóstico psiquiátrico. Em 1949, Isol- diretor do serviço sanitário o doutor Carlos de Sylvia Bechlin, fi lósofa de formação, foi a Lisbôa. O terreno escolhido para a construção primeira a ser contratada como psicóloga do atendia aos princípios médicos e higiênicos, HPSP. Especializou-se em Psicologia Clínica

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no próprio HPSP durante três anos, sob super- Referências visão dos psiquiatras Paulo Guedes e Barros FOUCAULT, M. História da loucura na Idade Falcão. Paralelamente à fundamentação teó- Clássica. São Paulo: Perspectiva, 2000. rica em Psicologia e Psiquiatria, Isolde tinha FRANCO, S. C. e STIGGER, I. Santa Casa 200 Anos: contato direto com os pacientes internados, caridade e ciência. Porto Alegre: ISCMPA, 2003. exercendo suas atividades na Divisão Pinel e Esquirol. A psicóloga atuava na aplicação de GODOY, J. Psiquiatria no Rio Grande do Sul. Por- testes psicométricos e projetivos, com desta- to Alegre: Ed. do Autor, 1955. que para a avaliação dos pacientes que eram RIO GRANDE DO SUL. Livro de Atas do Serviço submetidos à lobotomia, observando como se Centralizado de Psicologia. Porto Alegre: Arquivo comportavam antes e após a operação. Com a do Serviço de Psicologia do HPSP, 1973-1979. criação de um gabinete de psicologia dentro RIO GRANDE DO SUL. Ato n. 4, 28/11/1889. Revo- do HPSP, Isolde começou a atender aos mo- ga o regulamento do Hospício São Pedro na parte toristas envolvidos em acidentes encaminha- que subordina a administração desse estabeleci- dos pelo serviço de trânsito, externo à admi- mento à Santa Casa de Misericórdia desta Capital. nistração do HPSP. A psicóloga prestou esse Arquivo do Serviço de Memória Cultural do HPSP, serviço de forma autônoma durante dez anos. 1889. Em 1973, quando o serviço centralizado de RIO GRANDE DO SUL. Lei 994, 13/05/1874. Sobre psicologia foi ofi cializado no HPSP através da a construção do Hospício de Alienados. Arquivo Portaria 53/73, os psicólogos começaram a fa- Histórico Solar das Câmaras do Rio Grande do Sul, zer algumas reivindicações, passando a atuar 1874. sob novos referenciais, identifi cados especial- SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO mente com a psicologia institucional da esco- ALEGRE. Actas da mesa da Santa Casa de Mise- la argentina. Na década de 1980, com o Mo- ricórdia n. 10, 15 de outubro de 1876. Porto Alegre, vimento dos Trabalhadores de Saúde Mental 1876. criado no país, infl uenciado pelo movimento SCHIAVONI, A. A institucionalização da loucura da década anterior na Itália contra as institui- no Rio Grande do Sul: o Hospício São Pedro e a ções manicomiais, os psicólogos questionaram Faculdade de Medicina. Dissertação (Mestrado em as práticas presentes nas instituições asilares. História). Universidade Federal do Rio Grande do Em decorrência desses questionamentos, sur- Sul, Porto Alegre, 1997. giram novos espaços dentro do HPSP, nos SCISLESKI, A. C. C. “Entre se quiser, saia se pu- quais os psicólogos foram personagens indis- der”: o percurso dos jovens pelas redes sociais e pensáveis às transformações concretizadas na a internação psiquiátrica. Dissertação (Mestrado década de 1990, como a criação da ofi cina de em Psicologia Social e Institucional). Universidade criatividade Núcleo de Atividades Expressi- Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. vas Nise da Silveira, a ofi cina de reciclagem e WADI, Y. M. Palácio para guardar doidos: uma o Projeto Morada São Pedro – serviço que visa história das lutas pela construção do Hospital de à reintegração de pacientes ex-moradores do Alienados e da Psiquiatria no Rio Grande do Sul. HPSP à sociedade, integrando-os em serviços Porto Alegre: UFRGS, 2002. residenciais terapêuticos, abrangendo as áreas de saúde, habitação, geração de renda e edu- cação. Atualmente, existem cerca de 26 psicó- Andrea Cristina Coelho Scisleski logos funcionários do HPSP, além dos esta- Giselle Silva Sanches giários, residentes e profi ssionais que exercem Nair Iracema Silveira dos Santos atividade voluntária. Rosane de Azevedo Neves da Silva

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„ Hospital Ulysses Pernambucano hospitalar em 1886 chegou a 216 pacientes, (Tamarineira) – 1981- recebendo pacientes do interior e de estados Hospital de Doenças Nervosas e Mentais vizinhos (Alagoas e Paraíba, principalmente), – 1924-1981 até atingir montante superior a 1.500 pacien- tes na década de 1970, quando teve de ser eva- Hospício de Alienados – 1883-1924 cuado depois de atingido por enchentes do rio Capibaribe. Em sua criação o pessoal seria Hospital psiquiátrico situado na avenida constituído por diretor (não médico, subordi- Rosa e Silva, Tamarineira, Recife – PE, sempre nado à junta administrativa, ao provedor e a foi mais conhecido pelo nome do sítio que deu mordomo, todos da Santa Casa de Misericór- nome ao bairro onde está localizado. Inaugu- dia do Recife), dois médicos, ecônomo, cape- rado em 1º de janeiro de 1883, sua construção lão, amanuense, porteiro, quatro enfermeiros, decorreu de iniciativa do comendador Hen- quatro enfermeiras (remuneração de 800 mil rique Pereira de Lucena, barão de Lucena, réis para os enfermeiros e de 300 mil réis para presidente da província, sensibilizado com as enfermeiras), barbeiro, cozinheiro, quatro o clamor público levantado pelas precárias serventes e ajudante de cozinheiro. A hierar- condições de funcionamento do Hospício da quia e o valor funcional confi rmavam-se em Visitação de Santa Isabel (Olinda), então exis- diferenças salariais: 2:000$000 para o diretor, tente. O sítio escolhido para a construção era 1:200$000 para médico, 800$000 para o cape- lão, o amanuense e o porteiro, 400$000 para o afastado da cidade, com fácil acesso na épo- barbeiro, 360$000 para o cozinheiro. Ermírio ca por trem urbano – denominado maxam- César Coutinho, facultativo do Hospício de bomba. Subscrição pública de 147:994$563 e Olinda, foi o primeiro médico da Tamarinei- donativos de materiais de construção foram ra; outros foram Antônio de Arruda Beltrão, colhidos para a obra, orçada em 410 contos de Pedro da Cunha Souto Maior, ambos subs- réis. O engenheiro-chefe das obras públicas, tituídos em 1891 por Constâncio Pontual e Victor Fournier, projetou o hospício com qua- Joaquim Antônio de Castro Loureiro. Regu- tro pavilhões de dois pavimentos, um deles lamento do hospício aprovado em 20/07/1884 para a casa da administração, dois destinados estabelecia a existência de ofi cinas para traba- para morada dos loucos (30 m de frente e 50 lho dos alienados com atenção às aptidões e m de fundo), e outro para cozinha, além de à cura, de pequena biblioteca para recreio, e um jardim de recreio dos loucos furiosos ao de meios de repressão para obrigar obediên- centro. Previa-se contratualmente o término cia como reclusão solitária de até dois dias, em quatro anos. Ao lançamento festivo da diminuição da alimentação por um dia, pri- pedra fundamental em 8 de setembro de 1874 vação de visitas, passeios, tabaco, colete de seguiram-se nove anos de construção, com di- força com ou sem reclusão, cadeira de força, fi culdades vencidas pelo empenho do desem- banhos de emborcação aplicáveis na presença bargador Francisco de Assis Oliveira Maciel, de clínicos. Durante o Império, a junta admi- provedor da Santa Casa de Misericórdia. Na nistrativa da Santa Casa era nomeada pelo inauguração, também festiva, um trem espe- governo provincial. Ato do governador Antô- cial conduziu os 87 pacientes – 47 homens e nio José Barbosa Lima em 1º de maio de 1891, 40 mulheres – transferidos do Hospício de após a Constituição republicana, desvinculou Olinda. A população atual (2008) é de cerca de a Irmandade da Misericórdia do governo es- 160 pacientes, correspondendo aproximada- tadual. A Santa Casa entregou a direção do mente à capacidade prevista na inauguração, Hospício à Ordem das Filhas de Santana, ori- de 150 doentes (havia pensionistas de 1ª, 2ª e ginária da Itália, trazida ao Recife especifi ca- 3ª classes, com diárias de 4$000, 2$000 e 1$000 mente com esse fi m. Em 1910 a direção passou respectivamente, e indigentes). A população a ser exercida por médico (Joaquim Loureiro).

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Em 1919, Ulisses Pernambucano, médico do iniciadas nessa atividade, reconhecidos como Hospício desde 1917, denunciou à Sociedade psicólogos na década de 1960 quando a pro- de Medicina de Pernambuco (a segunda mais fi ssão foi regulamentada: Luiz Cerqueira, José antiga do país) o recolhimento de três órfãs Lucena, José Carlos Cavalcanti Borges, Anita no Hospício, em calabouço, como castigo por Pais Barreto, Anita Costa, Alda Campos, Ma- insubordinação em colégios da Santa Casa. ria Leopoldina de Oliveira e outros. Em 1981, Em 1923, como consequência das denúncias, passou a chamar-se Hospital Ulysses Pernam- foi designado diretor o catedrático de Clíni- bucano, sendo consertadas e limpas as insta- ca Psiquiátrica da recém-criada Faculdade de lações centenárias (governo Marco Maciel). Medicina do Recife, Alcides Codeceira, come- Desde 1971, em anexo, nas 24 horas, funciona çando a cumprir-se o papel do hospital como serviço de atendimento psiquiátrico de emer- campo de ensino psiquiátrico, continuado em gência, com plantões de equipe especializada diferentes épocas por José Lucena, Gil Brás da (inicialmente chamado Central de Psiquiatria, Nóbrega, Jane Lemos e outros. Ainda como e depois Serviço de Emergência Psiquiátrica). conseqüência das denúncias e do entendi- No mesmo sítio de sua localização, enorme mento de Hospício ser órgão de assistência espaço verde preservado da cidade do Recife, médica, em 1924, por iniciativa de Amaury funciona desde a direção de Evaldo Melo de de Medeiros, diretor do Departamento de Oliveira (1987-1990) o Centro de Prevenção Saúde do Estado (governador Sérgio Lore- e Tratamento de Dependência a Substâncias to), sua administração foi entregue ao estado, Psicoativas (CPTRA). O Hospital Ulysses Per- passando a chamar-se Hospital de Doenças nambucano dispõe atualmente (2008) de resi- Nervosas e Mentais, sendo Ulisses Pernambu- dência em Psiquiatria, em Psicologia Clínica cano nomeado diretor, exercendo essa função e em Enfermagem Psiquiátrica, e é campo de até 1926. Voltando a dirigir o hospital (1931- ensino para graduação em Medicina, Psicolo- 1935), Ulysses fez criar o Serviço de Assistên- gia e Enfermagem de diversas escolas de ensi- cia a Psicopatas, em moldes de expressiva e no superior existentes na região metropolita- inédita reforma psiquiátrica, na perspectiva na do Recife. pioneira de tentar superar o modelo assis- tencial hospitalocêntrico e medicopsiquiatro- Referências cêntrico. Para realizar assistência psiquiátrica extra-hospitalar foi criado o primeiro ambu- CERQUEIRA, L. “Ulysses Pernambucano, meu mestre”. In: ACADEMIA PERNAMBUCANA DE latório público da especialidade, localizado MEDICINA. Ciclo de estudos sobre Ulysses Per- em espaço exterior ao hospital. No hospital nambucano. 1978, p. 41-67. Mimeo. aboliram-se os calabouços, construí ram-se dependências para novos serviços (pavilhão COELHO FILHO, H. A psiquiatria no país do açú- car. Recife: Rodovalho Inc. do Brasil Ltda., 1983. de observações, pavilhão anatômico, pavilhão de hidroterapia), iniciou-se o uso sistemático MEDEIROS, T. A. Formação do modelo assisten- de prontuário clínico, diversifi cou-se o elenco cial psiquiátrico no Brasil. Dissertação (Mestrado em Psiquiatria). Universidade Federal do Rio de de recursos diagnósticos e terapêuticos (la- Janeiro, Rio de Janeiro, 1977. boratório para exame do líquor, sonoterapia, malarioterapia, psicocirurgia, tratamentos de MELLO, V. P. Hospital da Tamarineira 1883-1987. choque, praxiterapia). Seria um hospital para Recife, 1996/1998 (?). Mimeo. doenças agudas com equipe multiprofi ssional PERNAMBUCANO, U. “A assistência a psicopatas em (visitadoras – precursoras de assistentes so- Pernambuco. Idéias e realizações”. Arquivos de Assis- ciais – para cuidar dos vínculos dos pacientes tência à Psicopatas de Pernambuco, v. 2, n. 1, p. 5-18, internados com o mundo extra-hospitalar –, e 1932. pessoal habilitado à utilização diagnóstica de técnicas psicométricas – médicos, pedagogas Tácito Augusto Medeiros

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„ Hospital Universitário Pedro Ernesto da leque de atividades com os pacientes inter- Universidade do Estado do Rio de Janeiro nados e seus familiares, além do atendimen- (HUPE/UERJ) – 1975- to ambulatorial. Todavia, a passagem para o Hospital das Clínicas da Universidade do Hospital Geral estava sendo gestada de den- tro, pois uma residente de Medicina, Evelyn Estado da Guanabara (HC/UEG) – 1965- Eysenstein, vinha propondo um trabalho di- 1975 ferenciado com adolescentes, que não tinham Hospital-Escola da Faculdade de Ciências um lugar próprio dentro do Hospital Geral, Médicas da Universidade do Estado da iniciando uma campanha em defesa da cria- Guanabara (UEG) – 1962-1965 ção de melhores condições de atendimento ao Hospital Pedro Ernesto – 1950-1962 adolescente internado. A partir da realização da primeira reunião institucional e interdisci- plinar (estudantes e residentes de Medicina e Inaugurado em 1950, fazia parte da rede de Psicologia, assistentes sociais e recreado- hospitalar da Secretaria de Saúde do Rio de ras) com os técnicos interessados, estabeleceu- Janeiro, então Distrito Federal. Em 1962, tor- se supervisão para o grupo com Lindemberg nou-se Hospital-Escola da Faculdade de Ciên- Rocha e Narciso de Melo Teixeira. Obteve-se cias Médicas da Universidade do Estado da uma sala do setor de Neurologia, onde os ado- Guanabara (UEG). No ano de 1965, tornou-se lescentes eram acolhidos pelos estagiários de Hospital das Clínicas da UEG. Com a fusão Psicologia. Toda manhã, depois dos procedi- do Estado da Guanabara com o Estado do Rio mentos médicos, os estagiários passavam nas de Janeiro, ocorrida em março de 1975, a UEG enfermarias e levavam os adolescentes para passou a denominar-se Fundação Universi- a sala de atendimento. O grupo às vezes era dade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e chamado de Exército Brancaleone, por lidar o hospital tornou-se Hospital Universitário com situações pouco propícias de trabalho. As Pedro Ernesto (HUPE/UERJ) devido à con- recreadoras desenvolviam atividades lúdicas cepção de que era um local de formação de e recreativas e os psicólogos e estagiários de todos os profi ssionais da área de saúde, além psicologia ofereciam a possibilidade de escuta de ser também um centro de pesquisas. Tra- dos adolescentes. Por meio de uma prática ini- balhos de psicologia no HUPE/UERJ tiveram cialmente espontânea, foi se organizando um sua porta de entrada pelo então Serviço de serviço com princípios e direção teórico-me- Psiquiatria e Psicologia Médica. No início da todológica. Ao fi nal dos anos de 1970, mesmo década de 1970, o professor Eustáquio Por- sem ter um programa de estágio formalmente tela Nunes, psiquiatra e psicanalista, que na organizado, o HUPE chegou a contar com 84 época coordenava um moderno projeto no estudantes de Psicologia. Entretanto, dentro Instituto Philippe Pinel (Pinel), foi convidado do organograma do hospital não estavam in- para reformar o setor de psiquiatria do HUPE. cluídos os serviços de psicologia. Observa-se Aceitando, desenvolveu um trabalho comu- nesta época, de domínio ditatorial, um enga- nitário e com equipe interdisciplinar. Para tal jamento mais acentuado dos profi ssionais, convidou o psiquiatra e psicanalista Lindem- cuja participação tinha um cunho político, no berg Rocha e vários estagiários de psicologia sentido de que as pessoas estavam implicadas que já vinham desenvolvendo atividades no com a diminuição das desigualdades sociais. Pinel, entre eles Maria Theresa Costa Barros. No desdobramento do trabalho com os ado- A partir desta entrada na psiquiatria, que é lescentes, houve uma espécie de bifurcação. uma das clínicas do HUPE – cada uma hoje Narciso Texeira continuou supervisionando o denominada Unidade Docente Assistencial grupo inicial. Outras duas psicólogas, Maria (UDA),– os psicólogos e estagiários foram se da Glória Ribeiro e Maria Clara Mariano, co- encaminhando para outras clínicas. Esta pas- meçaram a desenvolver outras atividades na sagem do Pinel para o HUPE apresenta um Clínica Médica II, cujo chefe, professor Aloy-

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sio Amâncio da Silva, propôs implantar um HUPE). Este oferece anualmente cinco bolsas, trabalho sobre a relação médico-paciente com sendo o IP responsável pelo corpo docente e a estudantes de Medicina do terceiro ano. Este direção teórico-metodológica. Os projetos de professor demonstrava interesse e dedicava estágio desenvolvidos nas clínicas de Psiquia- atenção especial à dimensão psicológica e ao tria, Pré-Natal e Maternidade; Cirurgia Car- trabalho psicológico com os pacientes do Hos- díaca, Pediatria, NESA, Núcleo de Atenção pital Geral. Foi considerado o mentor e sus- ao Idoso (NAI) e Universidade Aberta da Ter- tentáculo do início do trabalho do psicólogo ceira Idade (UNATI) foram ampliados para no HUPE. A iniciativa buscava uma refl exão receber os residentes como áreas de prática. sobre a formação médica, sobre sua prática e Dos trabalhos iniciados nos primeiros anos sua relação com a vida, com o sofrimento hu- da década de 1970, na unidade de psiquiatria mano e com a pessoa do paciente. Formaram- mantém-se o atendimento em terapia familiar, se grupos coordenados por um psicólogo e atividade exercida por Maria do Carmo de um médico clínico, em que os casos levados Almeida Prado. Em 1979, o professor Ademir pelos estudantes eram discutidos à luz das Pacelli Ferreira abriu um setor de estágio na ideias sobre a relação médico-paciente. Os enfermaria da unidade de psiquiatria e mais coordenadores também realizavam reuniões tarde também no hospital-dia, incluindo tanto conjuntas para analisarem essa prática. Foi a a residência quanto a extensão em Psicologia. partir do desdobramento desta que o doutor Somente bem mais tarde a Superintendência Aloysio Amâncio da Silva teve a iniciativa de de Recursos Humanos (SRH) abriu concurso criar, dentro da Clínica Médica II, uma enfer- público para psicólogos. Hoje o HUPE conta maria feminina e outra masculina para ado- com vários psicólogos em seu quadro técnico, lescentes, o que gerou a Unidade Clínica de desenvolvendo atividades em muitas de suas Adolescentes (UCA), onde hoje há também unidades especializadas. atendimento ambulatorial diferenciado e vol- tado para adolescentes, apesar de muitos pro- Referências fi ssionais imaginarem que seria difícil lidar com uma enfermaria só de adolescentes. Para FERREIRA, A. P. Entrevista concedida a Lucila coordená-la foi designada a psicóloga Maria Lima da Silva e Roberta Santos de Oliveira. Rio de Theresa Costa Barros. Atualmente intitula-se Janeiro, 20 maio 2008. Núcleo de Estudos do Adolescente (NESA). BARROS, M. T. C. Entrevista concedida a Lucila Além destas práticas, o HUPE conta com Lima da Silva e Roberta Santos de Oliveira. Rio de o Serviço de Psicologia Médica criado pelo Janeiro, 17 maio 2008. professor Júlio de Mello Filho que, desde seu HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO. início, em 1978, tem psicólogos ministrando Histórico e pioneirismo. Disponível em: . Acesso sidência em Psicologia Clínico-Institucional, em: 17 nov. 2008. atualmente especialização em Psicologia – Clínico-Institucional: Modalidade Residência Ademir Pacelli Ferreira Hospitalar, com gestão conjunta do Instituto de Psicologia (IP) da UERJ e da Coordenado- Roberta Santos de Oliveira ria de Desenvolvimento Acadêmico (CDA/ Lucila Lima

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I

„ Instituições Espíritas no Brasil o estado de saúde de um sujeito é alcançado quando o espírito se encontra acoplado har- monicamente com o corpo físico; consequen- O espiritismo de orientação kardecista se temente, as enfermidades são compreendidas constituiu como um dos principais contradis- como resultado de algum fator que perturba cursos a ameaçar a hegemonia da psiquiatria essa relação. Um desses fatores pode ser a di- no tratamento e na administração social da minuição da energia vital. A energia ou fl ui- loucura. Doutrina elaborada por Allan Kar- dec, que acredita na existência de um univer- do vital seria uma substância produzida pelo so dualista, composto pelo mundo material, espí rito e utilizada para animar o corpo ma- que nos é familiar, e o mundo espiritual, di- terial, e sua ocorrência não seria homogênea mensão dinâmica que seria povoada por en- entre todos os seres humanos, podendo ser tidades espirituais e infl uenciadora de nossas encontrada de forma mais ou menos abun- expe riências no mundo material, a doutrina dante em diferentes sujeitos. Sua escassez é postula ainda que cada espírito, ao ser criado, considerada o fator determinante do faleci- começa um longo percurso de desenvolvi- mento e sua manipulação poderia infl uenciar mento, tanto moral quanto intelectual, visan- o estado de saúde dos indivíduos. Por fi m, do à perfeição, sendo essa noção de progresso como o corpo material é entendido como um em direção à perfeição um ponto central do instrumento para a manifestação do corpo es- sistema de crenças espíritas. Quando acaba a piritual, qualquer tipo de defi ciência daquele vida, o espírito desencarna, voltando ao pla- corpo físico poderia infl uenciar a capacidade no espiritual, onde permanecerá até decidir do espírito de perceber o mundo e de agir encarnar novamente como forma de reiniciar sobre ele de forma apropriada, mesmo que o o ciclo evolutivo. A criação de corpos materiais espírito não apresentasse qualquer imperfei- é compreendida como um processo biológico ção. Assim, uma lesão cerebral somente preju- natural do mundo material. Ocorrida a con- dicaria a capacidade do espírito de expressar cepção biológica, o espírito se acopla ao feto o seu pensamento de forma apropriada, e a recém-formado estabelecendo-se entre ambos própria capacidade do espírito de raciocinar uma relação simbiótica. Para o kardecismo não fi caria prejudicada. Neste caso ocorreria

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o que os espíritas denominavam de loucura em território nacional se devia à criação, por por lesão cerebral. Muitas das desordens físi- parte das organizações espíritas, de institui- cas e psíquicas que afetam os indivíduos são ções e serviços terapêuticos ligados a teorias e entendidas pelo kardecismo como resultado práticas de cura que não eram validadas pela de algum tipo de intervenção de espíritos de- medicina acadêmica. Dentre estas instituições sencarnados sobre o corpo espiritual dos su- podemos destacar a criação do Asilo Deus, jeitos. Desta forma, a loucura e alguns tipos de Cristo e Caridade no Estado do Espírito Santo, enfermidades teriam suas origens na ação de inaugurado em 1918, do Hospital Espírita de entidades que se encontram atuando a partir Porto Alegre, que iniciou suas atividades em do mundo espiritual. O espiritismo kardecista 1926, e o Sanatório Espírita de Uberaba, inau- foi introduzido no Brasil a partir da segunda gurado em 1933. A prática desenvolvida por metade do século XIX por parte de sua elite grupos espíritas de construírem instituições letrada, sendo fundado o primeiro centro para tratamento de alienados em que eram espírita de que se tem notícia na cidade de utilizadas técnicas de desobsessão mediúni- Salvador, em 17 de setembro de 1865, deno- ca manteve-se comum até meados do século minado Grupo Familiar do Espiritismo. Esse XX. Somente no Estado de São Paulo, entre os grupo era dirigido por Luiz Olímpio Teles de anos de 1930 e 1950, foram inauguradas ins- Menezes, professor e jornalista baiano que tituições dirigidas por grupos espíritas para também fundou o primeiro jornal de divulga- o tratamento da loucura em sete municípios. ção desta doutrina, em 1869, intitulado de O Como resultado de suas atividades, a partir Eco d’Além-Tumulo. O segundo centro espírita do início do período republicano os espíritas brasileiro, a Sociedade de Estudos Espíritas, passaram a ser constantemente denunciados foi fundado no Rio de Janeiro, em 2 de agos- como charlatões pela classe médica e a sofrer to de 1873. Deve-se a esse grupo as primeiras processos por exercício ilegal da medicina. traduções integrais de quatro das cinco mais Tais processos foram facilitados pela promul- importantes obras de Allan Kardec. Também gação do Código Penal de 1890, no qual esta- relevante para a história do espiritismo no vam previstas as penas para o exercício ilegal Brasil foi a fundação da Federação Espírita da medicina (Decreto 847, de 11/10/1890). Brasileira (FEB), no dia 2 de janeiro de 1884. Como resultado da implantação das ativida- Quando da fundação da FEB o jornal Reforma- des do receituário mediúnico e das práticas dor, que já era editado desde 1883, foi por ela de desobsessão, o Serviço Sanitário do Rio de incorporado, tornando-se seu principal órgão Janeiro, apoiado nos dispositivos contidos no de divulgação. Como resultado de suas formu- Código Penal de 1890, autuou seguidamente lações particulares de corpo, saúde e doença e os médiuns e diretores da FEB pela prática do da produção de concepções acerca das melho- exercício ilegal da medicina. Processos crimi- res formas terapêuticas para lidar com os pro- nais e inquéritos policiais foram instaurados blemas de saúde, tornou-se comum no Brasil nos anos de 1904, 1905, 1914, 1918, 1921, 1922 de fi nais do século XIX até meados do XX o e 1925. Entretanto, em todas essas ocasiões ou desenvolvimento de ações de saúde por parte os inquéritos foram arquivados ou os mem- de grupos espíritas. Foram criados serviços te- bros da FEB foram absolvidos das acusações. rapêuticos tanto de natureza espiritual – como Nas primeiras décadas do século XX era re- as atividades de aplicação de passes, de recei- lativamente comum que alguns profi ssionais tuário mediúnico ou de desobsessão espiritual da medicina, como Leonídio Ribeiro, Afrânio – como também de natureza material – como Peixoto e Henrique Roxo, proferissem dis- o oferecimento de tratamento dentário gra- cursos, ou até mesmo escrevessem livros e tuito em sedes de grupos espíritas. O princi- artigos de jornais, em que realizavam ataques pal motivo da preocupação com que a classe ao espiritismo, sendo esses médicos em sua médica via o desenvolvimento do kardecismo maioria ligados ao campo da psiquiatria ou

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da medicina legal. No entanto, é importante PUTTINI, R. F. Medicina e religião no espaço hos- ressaltar o papel destacado que vários outros pitalar. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva). Uni- médicos tiveram na implantação e desenvol- versidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004. vimento do kardecismo no Brasil, como Inácio RIBEIRO, L.; CAMPOS, M. O espiritismo no Brasil: Ferreira, Pinheiro Guedes e Bezerra de Mene- contribuição ao seu estudo clínico e médico-legal. zes. Estes também escreviam constantemente Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1931. livros e artigos nos quais defendiam os méto- dos terapêuticos desenvolvidos pelo espiritis- Alexander Jabert mo. A participação de médicos junto a grupos ou instituições espíritas era considerada tão alarmante por setores da medicina ofi cial que, quando da implantação do regulamento sani- „ Instituições Protestantes no Brasil tário em 1904, um parágrafo foi inserido tra- tando das punições cabíveis aos médicos que praticassem o espiritismo (Decreto 5.156, de A chegada dos protestantes no Brasil ao 08/05/1904). O debate entre os médicos favo- longo do século XIX deve ser entendida em ráveis e contrários ao kardecismo continuou sua diversidade de formas, tais como: a dos intenso durante toda a primeira metade do imigrantes europeus luteranos e anglicanos, a século XX. dos imigrantes e missionários ingleses e norte- americanos (do norte e do sul) batistas, meto- distas e presbiterianos e, já no início do século Referências XX, a dos missionários pentecostais norte- ALMEIDA, A. A. S. “Uma fábrica de loucos”: psi- americanos. Trata-se, portanto, de um campo quiatria x espiritismo no Brasil (1900-1950). Tese. diversifi cado de movimentos que se distin- (Doutorado em História). Universidade Estadual guem por motivos variados. Pelo menos duas de Campinas, Campinas, 2007. características comuns foram atribuídas ao CESAR, O. Misticismo e loucura. São Paulo: Ofi ci- povo brasileiro pelos primeiros missionários nas Gráfi cas do Arquivo de Assistência aos Psicopa- protestantes: que este povo tende ao vício, de- tas do Juquery, 1930. vido à incivilidade; e que o sincretismo reli- DAMAZIO, S. F. Da elite ao povo: advento e ex- gioso atrelado à presença hegemônica da Igre- pansão do espiritismo no Rio de Janeiro. Rio de ja Católica era um fator prejudicial à sua Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. civilidade e salvação. A vinda de dezenas de FERREIRA, I. Espiritismo e Medicina. Rio de Janei- missionários presbiterianos, metodistas e ba- ro: Federação Espírita Brasileira, 1941. tistas no fi nal do século XIX foi marcada por GIUMBELLI, E. A. O cuidado dos mortos: uma his- sua ênfase no ensino regular, criando escolas tória da condenação e legitimação do espiritismo. que se tornaram referência dentro e fora do Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997. meio protestante. Coincidiu com as transfor- JABERT, A. “Formas de administração da loucura mações políticas de então, como a consolida- na Primeira República: o caso do Estado do Espírito ção do Estado republicano, a dissociação entre Santo”. História, Ciência, Saúde – Manguinhos. este e a Igreja Católica e os projetos civilizató- v. 12, n. 3, p. 693-715, 2005. rios centrados na educação e saúde do povo. JABERT, A. De médicos e médiuns: medicina, es- Não à toa, perseguidos constantemente pela piritismo e loucura no Brasil da primeira metade Igreja Católica, os protestantes brasileiros fes- do século XX. Tese (Doutorado em História das tejaram a proclamação da República em 1889. Ciên cias da Saúde). Fundação Oswaldo Cruz, Rio A ênfase na educação e na civilidade fazia de Janeiro, 2008. com que os movimentos protestantes se alias- MAGGIE, Y. O medo do feitiço: relações entre ma- sem aos esforços igualitários e disciplinadores gia e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Na- das paixões que caracterizavam os discursos cional, 1992. modernistas da época. Neste sentido, as práti-

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cas cotidianas e a vida congregacional dos são específi ca desta aliança deve-se considerar protestantes brasileiros pareciam mais ante- as produções protestantes em torno da aver- nadas com os novos ditames disciplinares da são às coisas mundanas, incluindo aí a socie- ciência. Os estudos que empreendiam acom- dade e o Estado. Não se pode esquecer, por panhavam também as discussões europeias e exemplo, que o sectarismo protestante foi po- norte-americanas que vigoraram até o fi nal do tencializado pela visão negativa que os mis- século XIX sobre temas que interagiam com a sionários produziam acerca do povo brasilei- psicologia, a psiquiatria e a pedagogia da ro, tomado como repleto de vícios, imundo e mesma época. Disciplinarização da vida intra- corrupto em seu catolicismo-pagão. É assim familiar, internalização das normas de condu- que se atrelava ao estilo civilizado do protes- ta, controle do corpo e das paixões, aversão a tante não um projeto político para a socieda- uma sociedade promíscua e viciosa, zelo pela de, mas um projeto missionário: retirá-los da obediência às leis e pela civilidade e outros perdição católico-pagã e levá-los para o cami- aspec tos centrais da vida cotidiana dos protes- nho da salvação. No cenário europeu e norte- tantes iam ao encontro dos esforços empreen- americano, a aceitação da psicologia e da psi- didos pelos médicos higienistas e demais canálise cresceu progressivamente a partir da intelectuais republicanos. Este é o caso, por década de 1950 nos países protestantes, sur- exemplo, da relação de respeito e deferência gindo movimentos e instituições acadêmicas e que Prudente de Moraes manteve com a Igreja religiosas que se tornaram famosas, voltadas Metodista e, especifi camente, com a missioná- para os saberes e práticas psicológicos e psica- ria norte-americana Martha Wa s, que veio nalíticos. Neste período, o meio protestante para o Brasil para implantar um sistema edu- brasileiro foi intensamente atravessado pelas cacional mais próximo aos ideais modernos, campanhas missionárias norte-americanas, criando o Colégio Piracicabano em 1881. reverberando as vias de combate ao comunis- Outro metodista, Oscar Machado da Silva — mo que caracterizaram o período da Guerra que tinha forte ligação com os behavioristas Fria e defi nindo em grande medida os confl i- norte-americanos Edward Lee Thorndike e tos internos às denominações após o golpe John B. Watson — foi o primeiro professor de militar. Vale dizer, entretanto, que os missio- Psicologia da Universidade de Porto Alegre, narismos liberais norte-americanos deste pe- em 1943. Em sua aula inaugural, vinculava o río do traziam também uma nova forma de papel social civilizador da psicologia a um protestantismo, voltada com maior ênfase discurso fortemente enviesado pela visão teo- para os males mundanos da humanidade e, de lógica cristã. Vários periódicos protestantes certa forma, para sua dimensão social, ainda ofereciam textos sobre conduta e higiene nos que não as vinculassem a uma luta política e, espaços públicos e privados. Isto pode ser sim, religiosa. A crescente psicologização da obser vado nos arquivos do Seminário Presbi- vida cotidiana que marcou a segunda metade teriano de Campinas, fundado em 1888, onde do século XX parece compor com o missiona- encontramos vários periódicos protestantes rismo norte-americano um quadro de investi- do início do século, nos quais aparecem, ainda mento progressivo nos saberes e práticas psi, que esporadicamente, temas ligados direta- seja ele voltado para o meio acadêmico, seja mente à psicologia e à higiene mental. Apesar para o público leigo. De modo geral, nas aca- de haver na primeira metade do século XX demias e nas sociedades psicanalíticas paulis- embates intensos entre as teologias cristãs e as tas e cariocas a relação com o meio religioso teorias seculares evolucionistas, marxistas e era restrita e frequentemente alvo de retalia- positivistas efervescentes no campo médico, ções. É neste contexto que se pode ressaltar os movimentos protestantes aliaram-se fre- alguns movimentos de repercussão nacional: quentemente aos investimentos moderniza- o primeiro com a criação, em 1965, do Centro dores do higienismo mental na medicina e na Acadêmico de Debates e Estudos de Psicanáli- pedagogia. Mas para entender melhor a ten- se (CADEP) e, em 1968, da Escola Superior de

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Psicanálise (ESP) a ele ligada; o segundo se re- espaço coletivo e corporativo de estudos e de fere à criação, em 1976, do Corpo de Psicólo- referências nacionais e internacionais para os gos e Psiquiatras Cristãos (CPPC). Além des- profi ssionais cristãos. Trata-se, ainda, de um tes, pode-se destacar também na década de movimento de aproximação explícita e ofi cial 1970 a chegada ao Brasil de grandes movi- das bases teórico-conceituais psi com a pers- mentos missionários norte-americanos direta- pectiva cristã, de forma que a psicologia, a psi- mente ligados ao campo psi, como o Exodus canálise e a psiquiatria são ressignifi cadas e criado na década de 1970 e expandido a dezenas transformadas em termos de seus conceitos e de países — caracterizado pela defesa e difusão teorias. Nas décadas de 1980 e 1990, a difusão no meio cristão do tratamento de homossexuais da psicanálise como prática profi ssional no e egodistônicos — capacitando profi ssionais e meio protestante ganhou novos contornos, apoiando programas de tratamento de homos- acompanhando o processo mais amplo de sexuais e o Serviço de Evangelização para a transformação da vida social no Brasil e no América Latina (SEPAL), que promove progra- mundo ocidental. Os investimentos no campo mas de formação de pastores em Cura Inte- psi tiveram um crescimento considerável, rior. Liderado pelo jornalista e teólogo Boa- principalmente a partir da segunda metade da ventura Ciso o Ne o e por um grupo de década de 1990, dentro e fora do meio acadê- médicos e líderes católicos, o CADEP/ESP mico. No meio psicanalítico, pode-se destacar agrupou em São Paulo médicos, sacerdotes, a criação, em 1996, da Sociedade Psicanalítica militares e leigos voltados explicitamente para Ortodoxa do Brasil (SPOB), que teve como um a formação psicanalítica de sacerdotes (católi- de seus principais mentores o teólogo e pastor cos, protestantes, judeus etc.) e do público lei- da Igreja Batista Heitor Antônio da Silva, ex- go. O CADEP/ESP teve grandes e numerosos aluno do CADEP/ESP. Com uma postura mui- confrontos jurídicos, políticos e policiais com to mais agressiva (assessorada política e juri- o Conselho Federal de Medicina, principal- dicamente), a SPOB difundiu-se rapidamente mente na primeira metade da década de 1970, e, em quatro anos, possuía cursos de formação obtendo o direito de formar profi ssionais psi- psicanalítica em todo o país. Como o CADEP, canalistas em 1975. Além disto, o CADEP in- a SPOB investiu em duas frentes jurídicas: o vestiu na criação de pelo menos três projetos direito de formar psicanalistas leigos e a defe- de lei ao longo desta década que visavam re- sa da regulamentação da profi ssão de psicana- gulamentar a profi ssão do “psicanalista clíni- lista. Sua principal frente de batalha, entretan- co”, todos intensamente rebatidos pelo Conse- to, não foi com o Conselho de Medicina — como lho de Medicina e arquivados no Congresso no caso do CADEP na década de 1970 — mas Nacional. Entre seus alunos, encontram-se com os Conselhos Regionais e Federal de Psi- pastores protestantes do Rio de Janeiro que cologia e, é claro, com a grande maioria das seriam responsáveis, a partir do fi nal da déca- sociedades psicanalíticas sintonizadas com da de 1980, pela criação de novas instituições uma visão secularizada da psicanálise. Seu rá- formadoras diretamente ligadas aos movi- pido crescimento e sua proposta de “psicaná- mentos protestantes, como a Sociedade Psica- lise para todos” infl uenciou vários de seus nalítica Cristã, a Associação Brasileira de Psi- ex-alu nos e permitiu a criação, a partir do fi nal canálise Clínica e a Sociedade Psicanalítica da década de 1990, de dezenas de instituições Ortodoxa do Brasil. O CPPC, por sua vez, ori- formadoras independentes. Além do direcio- ginou-se do agrupamento de profi ssionais namento ao público leigo em geral, a diretoria pertencentes às categorias médica e psicológi- da SPOB manteve um projeto de expansão da ca e que, como no caso anterior, não eram vis- psicanálise entre os líderes religiosos, obtendo tos com bons olhos no meio acadêmico. Inves- grande repercussão no meio religioso protes- te nas três áreas psi (psiquiatria, psicologia e tante. No campo mais amplo dos saberes e psicanálise) de modo intra-acadêmico e não práticas psi, observa-se uma grande difusão profi ssionalizante, propondo-se a oferecer um da literatura e dos investimentos protestantes

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nas últimas décadas. Porém, os movimentos projetos modernizadores e nossos modos pentecostais são ainda tímidos neste campo, espe cífi cos de compor os campos acadêmico e mantendo-se predominantemente não psica- religioso. No Brasil do fi nal do século XX, não nalíticos e voltados mais frequentemente para só o campo religioso protestante é atravessado o circuito discursivo da cura interior, do acon- cada vez mais pelos discursos e práticas psi, selhamento cristão e da biblioterapia. Deve-se mas também o meio acadêmico em seus prin- ter em conta aqui que o pentecostalismo brasi- cipais centros de pesquisa em um número leiro permaneceu historicamente menos volta- crescente de docentes e pesquisadores com- do para as discussões academicistas, evitando prometidos com a visão cristã protestante. recorrer a outros escritos que não os da Bíblia. Pode-se ver também nas últimas décadas uma Referências: transformação signifi cativa no campo protes- tante, que vem se tornando cada vez mais aber- ALMEIDA, V. O metodismo e a ordem social repu- blicana. Revista de Estudos da Religião. São Paulo, to à literatura norte-americana de autoajuda e à n. 1, p. 41-60, 2003. infl uência dos profi ssionais psi cristãos dos Esta dos Unidos (principalmente) e da Europa. CARVALHO, E. N. O divã e o altar: cultura psi- canalítica e movimento protestante no Brasil. Tese A proliferação, no Brasil, de editoras cristãs e a (Doutorado em Antropologia Social). Programa de maior abertura religiosa ao campo psi nos Pós-Graduação em Antropologia Social, UFRJ, Rio grandes centros urbanos criaram um campo de Janeiro, 2007. fértil para um novo tipo de missionarismo, DUARTE, L. F. D. e CARVALHO E. N. Religião e volta do para o público leigo em geral e centra- Psicanálise no Brasil contemporâneo: novas e ve- do nos movimentos de aconselhamento psi- lhas Weltanschaungen. In: Latin American Studies cológico cristão e de cura interior. O crescimen- Association, San Juan, 2006. to do número de editoras motivou, em 1988, a FRESTON, P. Uma breve história do pentecosta- fundação da Associação Brasileira de Editores lismo brasileiro: a Assembleia de Deus. Religião e Cristãos — que tem hoje mais de 60 empresas Sociedade, Rio de Janeiro, n. 16/3. p 104-129, 1994. associadas, segundo dados da própria institui- GAUER, G. e GOMES, W. B. Psicologia na Univer- ção — com o objetivo de assessorar e incentivar sidade Federal do Rio Grande do Sul: 60 anos de a indústria editorial evangélica no Brasil. Den- história. Porto Alegre: MuseuPsi, 2005. tre as tensões com o meio acadêmico e com o JACÓ-VILELA, A. M.; KEIDE, Ricardo. “Mens in cor- CFP que se tornaram mais divulgadas na mídia, pore”: o positivismo e o discurso psicológico do sécu- encontra-se aquela referente aos programas de lo XIX no Brasil. In: JACÓ-VILELA, A. M.; JABOUR, cura de homossexuais, em ampla expansão a F.; RODRIGUES, H. B. C. Clio-Psyché: histórias da partir do fi nal da década de 1990. Destaca-se aí psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: UERJ/NAPE, a forte infl uência dos psicólogos cristãos norte- 1999. americanos através do movimento Exodus, que LEWGOY, B. Estilos de vida e modelos de constru- se fortaleceu consideravelmente no Brasil na ção de pessoa na recente literatura evangélica. In: década de 1990. No conjunto, pode-se dizer, por XXIX Encontro da ANPOCS, Caxambu, 2005. um lado, que os movimentos protestantes bra- MAFRA, C. Os evangélicos. Rio de Janeiro: Jorge sileiros investiram de modo descontínuo e rela- Zahar, 2001. tivamente restrito nos saberes e práticas psi ao MARIZ, C. e MACHADO, M. D. C. Sincretismo e longo de quase todo o século XX. Somente nas trânsito religioso: comparando carismáticos e pen- suas últimas décadas é que se pôde observar a tecostais. Comunicações do ISER – A Dança dos maior intensifi cação política e diversifi cação Sincretismos, Rio de Janeiro, n. 45, 1994. dos esforços em direção ao campo psi. Por ou- MESQUITA, Z. (Org.). Evangelizar e civilizar: car- tro lado, é possível também perceber o quan- tas de Martha Wa s, 1881-1908. Piracicaba: UNI- to, ao longo de todo o século, estes investi- MEP, 2001. mentos permaneceram atrelados aos jogos RUSSO, J. A. O mundo psi no Brasil. Rio de Janei- sociais mais amplos que constituíram nossos ro: Jorge Zahar, 2002.

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SANTOS, L. A. 2003. O paraíso e o capitel: repre- iniciam-se simultaneamente; o pagamento de sentações do protestantismo no Brasil republicano mensalidades faculta acesso a aulas, grupos (1910-1920). Revista de Estudos da Religião, São operativos e supervisões grupais; os custos da Paulo, n. 1, p. 61-79, 2003. análise formativa podem ser reduzidos pela SILVA, E. Protestantismo e questões sociais. Revista opção grupal. No programa, destaca-se a so- Sitientibus, Salvador, n. 14, p. 129-142, 1996. cioanálise, designando tanto a análise institu- cional stricto sensu como outras experiências de vinculação entre subjetividade e política, Emilio Nolasco de Carvalho cujo estudo contempla em particular os for- mandos legalmente impedidos de exercer a clínica. Além da formação regular, o IBRAPSI „ Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos oferece cursos de extensão e jornadas de estu- e Instituições (IBRAPSI) – 1978-199(?) dos, sempre bastante procurados. O êxito é, pois, a marca dos primeiros tempos, apesar da repetida emergência de crises internas: os Fundado por Gregório Barembli − mem- grupos operativos, reunidos após as aulas do bro do Plataforma argentino, primeiro gru- curso de formação, nunca deixam de questio- po de analistas a romper com a Internatio- nar a estrutura e dinâmica do instituto; são nal Psychoanalytical Association (IPA) por frequentes as assembleias gerais, nas quais a − motivos políticos , Luis Fernando de Mello mesa diretora, invariavelmente integrada por − Campos oriundo da Associação de Psicolo- pelo menos um dos sócios, oscila entre faci- gia e Psiquiatria da Infância e da Adolescência litar deliberações e exercer controle. Os con- − − (APPIA) e Chaim Katz primeiro psi cario- fl itos mais marcantes estão ligados à clínica ca a se intitular psicanalista sem, para tanto, assistencial. Pouco tempo depois do ingresso demandar reconhecimento ofi cial −, tem por no instituto, os formandos assumem os aten- marco de criação o I Congresso Internacional dimentos (individuais ou grupais) oferecidos de Psicanálise, Grupos e Instituições, realiza- a baixos custos. Devido à divulgação e aos do no Hotel Copacabana Palace, em outubro convênios com empresas (Furnas, Embratel, de 1978. Entre os convidados internacionais Petrobrás) e sindicatos (economistas, artistas estão Franco Basaglia, Felix Gua ari, Robert Castel, Howard Becker, Erving Goff man, Tho- de teatro, professores, químicos, arquitetos, mas Szasz e Shere Hite. Na esteira do suces- jornalistas), a crescente demanda torna neces- so do evento, o IBRAPSI inicia, em 1979, sua sário alugar três casas para abrigar consultó- formação em Psicanálise e Socioanálise, com rios. Paralelamente, o percentual do valor das uma turma de aproximadamente 90 alunos. sessões recebido pelos terapeutas decresce, A princípio localizado em um edifício da zona provocando descontentamento. A despeito sul carioca, logo se transferiu para a sede de- des ses embates, a expansão ibrapsiana inco- fi nitiva, uma casa na rua Visconde Silva, 61, moda ramos da psicanálise ofi cial. Em junho Botafogo, hoje demolida. Os propósitos do de 1980, Leão Cabernite declara ao Jornal do IBRAPSI são: cientifi cidade, interdisciplinari- Brasil que uma ruidosa legião de psicopatas dade, ampliação da formação e da assistência, havia tomado de assalto a psicanálise. Men- articulação com os movimentos sociais. Con- cionando psicanalistas importados da Argen- quanto seja um estabelecimento privado com, tina e grupos dissidentes, não deixa dúvida agora, dois sócios proprietários, já que Katz de que seus alvos são Barembli , Plataforma se retirara antes do início do curso de forma- e, consequentemente, o IBRAPSI. Porém em ção, atrai pelo ideário, crítico dos monopólios setembro, no Ciclo de Debates promovido político-cognitivos vigentes no campo psica- pela Clínica Social de Psicanálise, Eduardo nalítico, e modo de funcionamento: a análise Mascarenhas, Helio Pellegrino e Wilson Che- formativa, as supervisões e a formação teórica babi, membros da Sociedade Psicanalítica do

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Rio de Janeiro (SPRJ), denunciam os barões da e Eduardo Pavlovsky como convidados inter- psicanálise − título de matéria publicada no JB nacionais. Mas o enfrentamento interno se acir- −, estabelecendo relações entre a centralização ra no IBRAPSI: de um lado estão os coordena- do poder nas sociedades ofi ciais, o vantajoso dores de grupos operativos, grande parte dos manejo do apoliticismo nos regimes de exce- professores e dos terapeutas da clínica assis- ção, o nível precário da produção teórica hege- tencial; de outro, o DAI. O paradoxo permeia mônica, os altos custos do tratamento analítico a confl itiva, pois são os primeiros que se dizem e a mera solução de compromisso representada mais próximos do paradigma autogestionário pelas clínicas sociais. Dias depois, durante os da AI ao rejeitar a proposta da direção, acata- debates que se sucedem à mesa-redonda Psica- da pelos últimos, de transformar o instituto em nálise e Fascismo, Rômulo Noronha de Albu- uma cooperativa. Assembleias se prolongam pela madrugada até que a cisão torna-se ine- querque narra o sofrido nos porões da ditadura vitável: em 1983, cerca de 50 pes soas deixam e denuncia Amílcar Lobo como integrante da o IBRAPSI por razões político-institucionais. equipe de torturadores. Apenas alguns degraus Parte delas viria a fundar, em 1984, o Núcleo – separavam Lobo e Cabernite, seu analista dida- Psicanálise e Análise Institucional. Convertido ta na SPRJ, cujos escalões superiores estavam em cooperativa, nem por isso o IBRAPSI elimi- cientes das idiossincrasias do primeiro desde na os confl itos: nova ruptura ocorre em 1987, 1973: a denúncia aparecera em Cuestionamos 2, quando um grupo de cotistas se retira para sob o título “Algo más sobre tortura”. Embo- criar o Centro de Estudos Sociopsicanalíticos ra esses acontecimentos ofereçam ao IBRAPSI (CESOP). A data de encerramento das ativida- alguma trégua, a partir de 1981 as turmas em des do IBRAPSI é pouco precisa, situando-se formação já não são tão grandes. Em 1982 e na primeira metade dos anos de 1990. Foram 1983, aparecem resultados textuais coletivos: membros do instituto, em diferentes momen- Grupos: teoria e técnica e Práticas grupais, livros tos de sua trajetória, Osvaldo Saidón, Vida voltados à apresentação e análise do grupalis- Kamkhagi, Paulo Vidal, Eduardo Losicer, Car- mo. Pouco antes, o instituto lançara Sigmund, men Lent, Lúcia Osório, Maria Beatriz Leitão, jornal publicado regularmente entre fevereiro e Silvia Galperin, Rosamaria Almeida, Marta dezembro de 1981. Também desde o início dos Zappa, Diana Salzman, Heliana Conde Rodri- anos de 1980, os professores passam a se reu- gues e Antonio Geraldo Peixoto, entre outros. nir com Barembli em um grupo de estudos. Mediante a crítica sociológico-institucional de Referências Castel à Psicanálise (O Psicanalismo) e a ima- BAREMBLITT, G. (Org.). Grupos: teoria e técnica. nentização desejo-produção proposta por De- Rio de Janeiro: Graal, 1982. leuze e Gua ari (O Anti-Édipo), visa-se a uma análise das forças subjetivo-políticas presentes BAREMBLITT, G. et al. El inconsciente institucio- na sociedade brasileira, dentre elas o Efeito La- nal. Mexico: Nuevomar, 1983. can, um dos adversários do momento. Ao mes- BAREMBLITT, G. Ato psicanalítico, ato político. mo tempo, encomendas de intervenção mobi- Belo Horizonte: SEGRAC, 1987. lizam um inci piente Departamento de Análise BAULEO, A. e LANGER, M. “Algo más sobre tor- Institucional (DAI) e os não psi veem emergir tura”. In: LANGER, M. (Comp.) Cuestionamos 2. o campo profi ssional para o qual os preparara Psicoanálisis institucional y psicoanálisis sin ins- sua formação socioanalítica. A análise institu- titución. Buenos Aires: Granica, 1973. cional é fortalecida com a realização, em outu- CERQUEIRA FILHO, G. (Org.). Crise na Psicanáli- bro de 1982, do II Congresso Internacional de se. Rio de Janeiro: Graal, 1982 Psicanálise, Grupos e Instituições – A institui- COIMBRA, C. M. B. Guardiães da ordem: uma via- ção negada, que recebe René Lourau, Gerard gem pelas práticas psi no Brasil do milagre. Rio de Mendel, Alejandro Scherzer, Armando Bauleo Janeiro: Ofi cina do Autor, 1995.

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MORAES, L. O. O institucionalismo carioca: uma dução da psicologia no contexto educacional novela familiar. Dissertação (Mestrado em Saúde baiano, mediante sua prática pedagógica e de Coletiva). Instituto de Medicina Social, Universida- divulgação. Isaías Alves contribuíra para a de do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1994. expansão do campo a ponto de, já em 1931, RODRIGUES, H. B. C. “‘Sejamos realistas, tentemos ocorrer a construção de um gabinete próprio, o impossível!’ Desencaminhando a psicologia atra- norteado pelos princípios da pedagogia reno- vés da Análise Institucional”. In: JACÓ-VILELA, A. vadora. No ICEIA, as principais funções rela- M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. (Orgs.). cionadas à psicologia se referem ao Centro de História da Psicologia – rumos e percursos. Rio de Educação em Direitos Humanos Isaías Alves Janeiro: Nau, 2005. (CEDHIA), implantado em 30 de novembro RODRIGUES, H. B. C. “Um Robespierre rio-pla- de 2001, tendo como proposta a busca de tense e um Danton tupiniquim?” – Episódios da soluções em face do desrespeito aos direitos Análise Institucional no Rio de Janeiro”. In: JACÓ- dos cidadãos-alunos e da comunidade, que VILELA, A. M.; CEREZZO, A. C.; RODRIGUES, H. vivenciam questões relacionadas à fome, às B. C. (Orgs.). Clio-Psyché hoje. Fazeres e dizeres drogas, ao desajuste familiar, ao preconceito e psi na história do Brasil. Rio de Janeiro: Relume a inúmeras formas de violência. Mantido por Dumará/FAPERJ, 2001. órgãos governamentais, o ICEIA tem como SAIDÓN, O. et al. Práticas grupais. Rio de Janeiro: principal objetivo desenvolver a consciência Campus, 1983. crítica dos seus atuais sete mil alunos, para que exerçam a cidadania, o que faz da insti- tuição uma referência pelo seu trabalho edu- Heliana de Barros Conde Rodrigues cacional. Completando 170 anos de existência no ano de 2007, o ICEIA é dirigido pelo profes- sor Ricardo Baqueiro que, juntamente com os „ Instituto Central de Educação Isaías demais funcionários, vem tentando resgatar a Alves (ICEIA) – 1968- história de uma instituição tão rica e impor- tante para a comunidade baiana, por meio da Escola Normal da Bahia – 1836-1968 catalogação da documentação, já que muitos dos documentos referentes aos registros dos Fundada em 14 de abril de 1836 pelo então dirigentes e de suas principais contribuições presidente da província da Bahia, Francis- ao longo desses anos, bem como dos diversos co de Souza Paraizo, funcionava no distrito eventos já promovidos, foram perdidos. Mais da Sé, no bairro de Nazaré, em Salvador. Em uma vez percebe-se a presença da psicologia 1939, a partir do engajamento de seu dire- no ICEIA, apesar de não haver psicólogos in tor Álvaro Silva que, juntamente com Alípio loco, através do serviço de assistência ao edu- Franca e Canna Brasil, buscou auxílio com o cando, que coopera para o desenvolvimento governador Juracy Magalhães, alegando a integral do aluno, orientando-o do ponto de falta de subsídios para atender à demanda vista afetivo, social e comportamental. de educação da comunidade baiana, passou a funcionar na sua atual sede, na rua Thales Referências de Freitas, s/n, Barbalho. É instituição de for- BORJA, F. E o ICEIA também já foi assim... Uma mação, de natureza pública (estadual). Inicia- estrela que perdeu o seu brilho. Salvador: [s.n.], tiva também de Álvaro Silva foi a delegação a 1992. Alípio Franca da tarefa de produzir uma me- mória histórica da instituição comemorativa FRANCA, A. Escola Normal da Bahia. Memória de seu centenário. Passou a ser denominada Histórica. Salvador: 1936. ICEIA apenas em 1968. Homenageava assim o professor Isaías Alves, responsável pela intro- Viviane Costa

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„ Instituto de Aplicação Fernando observadores. Em 1968, a professora Yonne cria Rodrigues da Silveira da Universidade o estatuto para o estágio em Psicologia Escolar, do Estado do Rio de Janeiro (CAp/UERJ) visando ofi cializar as atividades no CAp/UERJ – 1997- e estendendo-as a outras escolas que tivessem interesse em formalizar convênio. Em 1969, é Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues criado o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), da Silveira – 1961-1997 vinculado ao Curso de Psicologia, circunscre- Ginásio de Aplicação da Faculdade de vendo atividades em diferentes áreas ofereci- Filosofi a, Ciências e Letras (FFCL) – 1957-1961 das como práticas de formação. Somente com a criação do Instituto de Psicologia e Comuni- cação Social da UERJ (IPCS/UERJ) em 1971 e a Fundado em 1957 como Ginásio de Aplica- mudança de ende reço para o Campus Maracanã, ção da Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras em 1976, é que as atividades de estágio supervi- (FFCL) da então Universidade do Estado da sionado chegam a se estruturar com diferentes Guanabara (UEG). Em 1961, foram instalados os profi ssionais em campo. Neste ano, a psicóloga cursos Clássico e Científi co (ensino médio), re- Norma Pace iniciou um trabalho no CAP, situa- cebendo então o nome de Colégio de Aplicação do na rua Barão de Itapagipe, com o Serviço Fernando Rodrigues da Silveira em homena- de Orientação Educacional (SOE), o Serviço de gem a seu fundador e primeiro diretor, médico e Orientação Pedagógica (SOP), a direção e os alu- professor na Faculdade de Educação. A Lei Esta- nos do segundo segmento do ensino fundamen- dual 5.540/68 dá autonomia ao colégio em rela- tal (quinta a oitava séries) e ensino médio (anti- ção à FFCL. O trabalho de psicologia no CAp/ go ginásio e segundo grau). Além das atividades UERJ teve início em 1966, quando se efetivou a já estabelecidas, foram acrescidas outras, a partir implantação do estágio em Psicologia Esco lar de demandas produzidas pela participação efe- do Curso de Psicologia da UERJ pela coorde- tiva de um psicólogo na equipe, como: participa- nadora da área, professora Yonne Moniz Reis. ção em reuniões de equipe técnico-pedagógica, São previstas as seguintes atividades: orientação conselhos de classe, reuniões de pais e reuniões vocacional (observações, entrevistas, aplicação gerais do colégio; atendimento a alunos e pais; de questionários, testes e acompanhamento do orientação vocacional para alunos do ensino desempenho da vida escolar do aluno); estu- médio; centro de estudos com professores sobre dos de caso (disponibilidade para orientação de infância e adolescência. Em 1977, com a criação alunos, pais e turmas com a perspectiva do que do primeiro segmento do ensino fundamental se confi gurava na época como aconselhamento (antigo curso primário, primeira a quarta séries), psicológico, envolvendo entrevistas, diagnós- situado na rua Haddock Lobo, cuja entrada era tico, encaminhamento e acompanhamento de por concurso, a psicóloga Norma Pace incluiu casos encaminhados por educadores); pesqui- em suas atividades o assessoramento à organi- sa (inves tigações sobre problemas de aprendi- zação do concurso de seleção de alunos. Poste- zagem e possíveis correlações entre resultados riormente, passou a se dedicar exclusivamente de testes e rendimento escolar). O curso de Psi- a este segmento, pela demanda dos professores cologia da UERJ naquele momento oferecia os e orientadores educacionais, contando com uma títulos de licenciatura e bacharelado em Psico- estagiária de psicologia escolar, Marisa Lopes logia. Não existindo a modalidade formação do da Rocha. A abordagem do trabalho foi refor- psicólogo, não havia a exigência de realização mulada, havendo um deslocamento do plano de estágio, sendo tal orientação determinada psicopedagógico assistencial para o socioinstitu- pela coordenadora da área. Entretanto, logo a cional, tendo como ênfase a construção de anali- seguir, aquela modalidade foi criada e o estágio sadores do processo de formação, a análise das passa a ser oferecido aos alunos da quarta e da implicações coletivas e discussões com alunos e quinta séries do curso de Psicologia. Os alunos professores sobre práticas autogestionárias. As das séries iniciais poderiam participar como atividades passaram a se constituir em práti-

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cas grupais com professores, estendendo-se aos nem atividades de psicologia. Em novembro pais do primeiro segmento e aos orientadores de 1997, o Processo 4.056/DAA, aprovado educacionais que trabalhavam no primeiro e no no Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e segundo segmentos, enquanto continuam as ati- Extensão (CSEP), transforma o CAp/UERJ em vidades de assessoramento à direção. A perspec- Instituto de Aplicação. E através da Resolução tiva era estender a abordagem institucionalista 005/2001 o Conselho Universitário reconhece para toda a escola. Em 1979, tendo concluído o o Instituto de Aplicação como mais uma Uni- curso de psicologia, Marisa Lopes da Rocha foi dade Acadêmica da UERJ. A partir de 2005, a contratada como professora do IPCS/UERJ para direção do colégio passou a realizar contratos dar continuidade ao trabalho na área escolar, in- temporários de psicólogos para atuarem no cluindo as atividades de supervisão de estágio SOE, dando assistência a professores, pais e junto com a psicóloga Norma Pace. Este trabalho alunos. se desenvolveu até 1981, quando foi transferido para outras escolas e creches conveniadas, am- Referências pliando as práticas de intervenção institucional. Em 1983, o trabalho no CAp foi retomado sob MENEZES, L. M. “Uma história de compromisso a supervisão da professora Ana Helena Mous- com a educação pública”. Informativo Interno do satché e com uma perspectiva psicopedagógica. CAp-UERJ. Rio de Janeiro: CAp-UERJ, 2003. As atividades principais eram: observações em REIS, Y. M. Memória do curso de Psicologia da sala de aula e orientação a professores do pri- UERJ. Rio de Janeiro, [s/a]. Mimeo. meiro segmento; participação nos grupos de ati- RIECHE, E. C.; MANCEBO, D. (Org.). O curso de vidades de recuperação e enriquecimento feito Psicologia da Universidade do Estado do Rio de pelas orientadoras educacionais; orientação a fa- Janeiro – Uma história possível (64-78). Rio de Ja- mílias quando solicitado pelo SOE; organização neiro: UERJ, NAPE, 1998. de grupos de psicopedagogia com a perspectiva SANTOS, I. F. “Cap-UERJ: como e para quem a es- da Psicogênese da Leitura e da Escrita, segundo cola conta sua história?” Morpheus – Revista Ele- Emília Ferreiro. Este trabalho seguiu até 1985, trônica em Ciências Humanas, n. 4, v. 8, 2006. pois em 1986 a psicopedagoga Maria Lúcia VISCA, J. Clínica Psicopedagógica: epistemologia Lemme Weiss, incorporada ao SPA/UERJ, criou convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. o Núcleo de Psicopedagogia para dar suporte teórico-metodológico ao primeiro segmento, no Marisa Lopes da Rocha qual estava em fase de implantação a Classe de Alfabetização. O objetivo era reformular o pro- cesso de ensino-aprendizagem, continuando a proposta construtivista, mas agora com base na „ Instituto de Atendimento Socioeducativo perspectiva da Epistemologia Convergente, ins- do Espírito Santo (IASES) – 2005- pirada em Jorge Visca. A perspectiva era a pre- venção dos problemas de aprendizagem. Neste Instituto da Criança e do Adolescente do mesmo ano, ocorreu o primeiro sorteio público Espírito Santo (ICAES) – 1999-2005 para o CAp, cuja primeira turma teve início em Instituto Espírito-Santense do Bem Estar 1987. O trabalho de psicologia se desenvolveu do Menor (IESBEM) – 1980-1999 com estagiárias do SPA/UERJ através de grupos Fundação Espírito-Santense do Bem-Estar operativos com algumas orientadoras educacio- do Menor (FESBEM) – 1967-1980 nais, algumas professoras do primeiro segmen- to e de atividades diversas (educação física, artes plásticas, música e biblioteca). No ano seguinte, Autarquia com personalidade jurídica de o trabalho passou a se desenvolver no SPA/ direito público interno, com autonomia admi- UERJ e, até a presente data, o Instituto de Psi- nistrativa e fi nanceira, vinculada à Secretaria cologia não mais oferece estágio no CAp/UERJ de Estado da Justiça, mantida pelo governo do

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Estado do Espírito Santo, situada na rua Gene- substituto. De 26 de dezembro de 2002 a 24 ral Osório, 83, Vitória – ES, o IASES tem o ob- de junho de 2003, o ICAES passou por uma jetivo de coordenar e articular a execução das intervenção judicial. Neste período, o órgão medidas socioeducativas e promover a defesa foi administrado pela interventora Maria He- dos direitos do adolescente em confl ito com a lena Spinelli Pereira Escovedo. Atualmente, a lei. Com o objetivo de executar a política esta- diretoria do IASES representa a 20ª gestão do dual de integração social do menor à respecti- órgão e é formada por Silvana Gallina, direto- va família e à comunidade, em conformidade ra presidente; Antônio Haddad Tápias, diretor com a política nacional do bem estar do menor técnico; e Benedito Voss Neto, diretor admi- defi nida pela Fundação Nacional do Bem-Es- nistrativo e fi nanceiro. O IASES é composto tar do Menor (FUNABEM), foi criado em 17 pelas seguintes unidades: Unidade de Inter- de julho de 1967, no governo estadual de Cris- nação Socioeducativa Masculina (UNIS), no tiano Dias Lopes Filho (1967-1971), a FESBEM, município de Cariacica; Unidade Feminina de que, após reestruturação em 27 de outubro de Internação (UFI), anexa à UNIS, e Centro Inte- 1980, passou a ser denominada de IESBEM, grado de Atendimento Socioeducativo (CIA- denominação alterada em 15 de julho de 1999 SE), no município de Vitória; e Unidade de In- por meio da Lei Complementar 162/1999, arti- ternação Provisória (UNIP), no município de go 5º, para ICAES. Visando atender à nor- Cariacica. Compõem também o IASES o Centro mativa prevista no Estatuto da Criança e do Socioeducativo de Atendimento ao Adolescente Adolescente (ECA – Lei 8.069/1990), o órgão em Confl ito com a Lei e a Gerência de Medi- foi novamente reestruturado a partir da Lei das Socioeducativas não Privativas de Liber- Complementar 314 no ano de 2005, passando dade, responsável, nos municípios do Espírito a denominar-se IASES. A FESBEM tinha como Santo, pela articulação, coordenação, capa- público-alvo os menores (termo utilizado na citação e assessoramento na defi nição e im- época, e referido a menores abandonados e/ plementação das ações e programas socio- ou delinquentes) em situação de risco pessoal educativos em meio aberto, em consonância e/ou social. A fundação era responsável pelo com o ECA. Fazem parte provisoriamente da Instituto Francisco Schwab (IPFS) em Roças estrutura do IASES a Casa de Passagem Maria Velhas, município de Cariacica, um interna- da Penha Guzzo, em Vila Velha, e a Unidade to para meninos; pelo Centro de Formação de Atendimento ao Defi ciente (UNAED) em Profi ssional Caboclo Bernardo (CFPCB) em Cariacica, até que sejam desvinculadas con- Santa Cruz, município de Aracruz, escola que forme legislação pertinente. Os registros do funcionava em regime de internato para a setor de recursos humanos do órgão apontam clientela diretamente assistida pela FESBEM 1977 como o ano em que foi iniciada a con- e semi-internato para os menores da comu- tratação de psicólogos, sendo atividades des- nidade; pelo Centro de Recepção e Triagem tes, nesta época: aplicar testes específi cos para (CRP) em Roças Velhas, município de Caria- avaliar o grau de desenvolvimento intelectual, cica; pelo Programa de Recreação e Aprendi- usar técnicas de exame de personalidade e, a zagem de Menores (PRAM), no bairro Ilha do partir dos dados colhidos, orientar os casos. Príncipe, em Vitória, e em Porto de Santana, Hoje, o IASES possui 13 psicólogos. Não há em Cariacica; pela República Lar, que abri- psicólogo concursado, dez estão em regime gava adolescentes de 15 a 18 anos que não se de contrato temporário, duas psicólogas ocu- adaptavam ao internato, instalado em Itacibá, pam cargos comissionados de subgerência e Cariacica; e pelo Centro de Profi ssionalização uma psicóloga é contratada como prestadora do Menor (CEPROMEN). Hoje o público-alvo de serviço. O IASES é identifi cado como um do IASES são os adolescentes em confl ito com campo pioneiro de atuação do psicólogo em a lei. A primeira gestão, ainda como FESBEM, políticas públicas no Estado do Espírito Santo. foi formada por Aliete Ferreira Dias Lopes, As atividades desenvolvidas pelos psicólogos presidente, e Ary Lopes Ferreira, presidente atualmente são: atendimento ao adolescente

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individualmente e em grupo, à sua família, da Costa. O ICB nasceu com objetivo de dar acompanhamento terapêutico, planejamento, assistência aos indivíduos cegos que peram- acompanhamento e avaliação de atividades bulavam pelas ruas de Salvador. A diretoria institucionais, elaboração de estudos de caso, do ICB, tendo à frente a senhora Edla Lima, laudos e pareceres. Destaca-se a contribuição iniciou uma nova fase na instituição durante a da psicologia no atendimento a este público, década de 1960, com a construção de um pré- reafi rmando o adolescente como sujeito de di- dio mais amplo e confortável no mesmo ter- reitos tanto para ele próprio como para toda a reno, com seis andares, passando este a ter o equipe que o atende. endereço: rua São José de Baixo, 55, Barbalho, Salvador – BA. A partir da infl uência de Do- rina Nowill, portadora de defi ciência visual e Referências criadora da Fundação Livro dos Cegos, o ICB BRASIL. Lei 8.069/90, de 13/07/1990. Dispõe sobre passou, então, do modelo assistencialista para o Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Ofi - o de centro educacional, fornecendo educação cial da União, Brasília, 16 de julho de 1990. Disponí- especial, uma vez que as crianças portadoras vel em: . Acesso em: 15 dez. 2006. nais em colégios convencionais num turno e CENTRO DE REFERENCIA TÉCNICA EM PSI- no outro complementam sua instrução no ICB COLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS. Relatório da como forma de inclusão. Assim, o ICB passou reunião de psicólogos que atuam em unidades so- a educar crianças e adolescentes portadores cioeducativas de internação. Vitória: Conselho Re- de defi ciência visual com o intuito de prepa- gional de Psicologia 16ª Região, 22 nov. 2006. rar os jovens para a vida em sociedade, aten- ESPÍRITO SANTO. Lei Complementar 162, de dendo à demanda de Bahia e Sergipe. O ICB 15/07/1999. Altera a Lei Complementar N. 145, de é particular e fi lantrópico, mantém-se com 4 de maio de 1999. Vitória: Diário Ofi cial do Espí- doações da sociedade, angariadas em eventos rito Santo, 16 e 19 jul. 1999. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2006. sos que abordam assuntos como: braille; re- ESPÍRITO SANTO. Lei Complementar 314, de ciclagens para professores da instituição e de 03/01/2005. Vitória: Diário Ofi cial do Espírito Santo, unidade de ensino onde há alunos especiais; a p. 16, 03 jan. 2005. Jornada do ICB: Construindo caminhos para INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCA- inclusão; e apresentações de balé realizadas TIVO DO ESPÍRITO SANTO. Livro de Posse. Vitó- pelos próprios alunos. A instituição mantém ria: Arquivos do IASES, 01 dez. 1967. parcerias com a Secretaria Municipal de Saú- de, o Conselho Municipal dos Direitos da Mônica Nogueira dos Santos Vilas-Boas Criança e do Adolescente (CMDCA), a Prefei- tura Municipal de Salvador, a Secretaria Mu- Roberta Scaramussa nicipal de Educação, o Conselho Municipal de Assistência Social (CMASS), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), o Centro Instituto de Cegos da Bahia (ICB) – 1933- de Voluntários da Bahia (CVB), a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEEBA), a Fe- deração Baiana das Entidades de Excepcionais Suas atividades começaram em 1933, tendo (FEBIEX), a Coordenadoria de Apoio à Pessoa como fundador Alberto de Assis. Na época a Portadora de Defi ciência (CODEF), o Con- instituição funcionava na rua Augusto Gui- selho Estadual da Criança e do Adolescente marães, atual rua São José de Cima (2008), (CECA), a Secretaria de Trabalho e Ação So- no bairro do Barbalho, Salvador – BA, em cial (SETRAS), a Secretaria de Trabalho e De- imóvel doado pelo prefeito José Americano senvolvimento Social (SETRADS), o Ministé-

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rio de Educação (MEC), o Conselho Nacional evolução neuropsicomotora para a prevenção de Assistência Social (CNAS), a Universidade de alterações físicas e psicológicas que possam Federal da Bahia (UFBA), a Organização Na- comprometer seu desenvolvimento saudável. cional de Cegos Espanhóis (ONCE) e a União A coordenação do CIP marca acompanhamen- Latino-Americana de Cegos (ULAC). Existe tos terapêuticos para as famílias e as crianças. uma reunião anual da diretoria (formada por O instituto atende a cerca de 160 defi cientes voluntários) para prestação de contas e eleição visuais de zero a 21 anos (2008), divididos en- do novo presidente. A diretoria é subdividida tre o ambulatório, internato e semi-internato em conselho fi scal e deliberativo. Subordina- e ofi cina pré-profi ssional. No andar térreo en- das à diretoria encontram-se quatro gerências: contram-se as ofi cinas pré-profi ssionalizantes pedagógica, administrativa, técnica e tecnoló- que capacitam os adolescentes a obterem ha- gica, além da equipe de apoio. Há uma escola bilidades específi cas para aguçar a psicomo- com 15 salas de aula, uma biblioteca em brail- tricidade e a sensibilidade tátil. Depois que o le, sala de Serviço de Orientação Educacional defi ciente visual é alfabetizado, é incluído na (SOE), uma sala de atividades da vida diária escola regular, como antes mencionado, na (AVD), onde são ensinadas utilidades básicas qual existe a parte especializada e a apreen- do cotidiano. O serviço de psicologia do ICB são que tem como escopo as seguintes áreas: foi fundado na década de 1960, com ênfase em atividade da vida diária, psicomotricidade, psicologia escolar, realizando: suporte à famí- orientação e mobilidade, braille, braille abre- lia, à criança, à equipe que atende à criança, viado, sorobã (matemática especifi ca para de- bem como auxílio à escola. Promove reuniões fi cientes visuais), desenho, treinamento dos de pais e familiares, ofi cinas nas escolas como sentidos, manuscrito e treinamento da visão suporte à inclusão e auxilia na organização de subnormal. Além desses serviços, o ICB reali- cursos de formação. Os pacientes primeira- za prática de esportes como natação e futebol mente passam por uma avaliação psicossocial, de salão, com quadra e piscina disponíveis na na qual são levantados dados sobre a criança própria instituição. O ICB conta também com e sua família e realiza-se o acolhimento inicial uma área de lazer cercada por jardins, aulas das demandas. Iniciados os atendimentos, a de piano, coral infantojuvenil e uma bandi- família passa a ser acompanhada de forma nha rítmica. O ICB fornece alimentação para sistemática pelos terapeutas ocupacionais ou seus alunos, contando com uma cozinha e um pedagogas especializadas. O psicólogo atua refeitório, assim como uma lavanderia e ins- em equipe transdisciplinar, em que a maioria dos atendimentos é conjunta e todas as inter- talações sanitárias adequadas. No prédio do venções junto à família ou escola são decidi- ICB funciona um centro de saúde, com médi- das de forma partilhada pela equipe. O psicó- cos clínicos, o almologistas, nutricionistas e logo tem também a função de dar apoio aos dentistas, serviços que estão à disposição dos profi ssionais, refl etindo sobre as possíveis alunos, de seus familiares e dos funcionários condutas e intervenções referentes aos atendi- de forma gratuita. mentos. Para ingressar no ICB, os jovens pas- sam também por uma avaliação do o almolo- Referências gista, para se obter o quadro da defi ciência do BAPTISTA, S. Depoimento concedido a Leonardo indivíduo, e por uma avaliação voltada para Majdalani Sacramento e Nascimento. Salvador, 28 o estabelecimento de habilidades, refl exos e maio 2008. funções visomotoras. A última etapa para to- dos que estão na faixa de zero a cinco anos, UZEDA, S. Depoimento concedido a Leonardo como medida preventiva, é uma entrevista de Majdalani Sacramento e Nascimento. Salvador, 16 set. 2008. encaminhamento no Centro de Intervenção Precoce (CIP), que acompanha crianças nes- sa faixa etária, com o intuito de observar sua Leonardo Majdalani

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„ Instituto de Doenças Nervosas e Mentais dos, primeiro pelo governo do estado (que em – 1942- 1945 doou 60 leitos), e depois pela medicina previdenciária, principalmente a partir dos anos de 1970, quando a política de assistên- A assistência psiquiátrica no município de cia médica foi marcada pelo credenciamento Campos dos Goytacazes, no norte do Estado para a compra de serviços hospitalares por do Rio de Janeiro, teve início na década de parte do poder público. A partir desse período, 1940, época em que foram organizados hospi- o sanatório passou a fi rmar convênios com tais psiquiátricos que, curiosamente, giravam o INPS (e, posteriormente, com o SUS), para em torno de dois focos bem distintos: ciência internação de pacientes previdenciários. Des- e caridade. O Instituto de Doenças Nervosas sa forma, foi credenciado um número maior e Mentais – mais conhecido pelo nome fanta- de leitos do que aqueles que já estavam em sia Henrique Roxo – foi o primeiro, em 1942, funcionamento, aumentando consideravel- e, desde então, passou a concentrar grande mente a capacidade instalada. E, consequen- parte da assistência às doenças mentais em temente, a assistência, que até então era des- Campos dos Goytacazes e cidades vizinhas, tinada àqueles que podiam pagar, ganhava atendendo principalmente a pessoas de clas- um leque mais amplo, incluindo também a se média e alta, que tinham condições de ar- classe trabalhadora empregada e segurada. car com os custos dos tratamentos. O outro No fi nal da década de 1980, em função des- hospital, Hospital Abrigo Dr. João Vianna, sa época de grande expansão, o Sanatório criado cinco anos mais tarde, visava atender Henrique Roxo tinha cerca de 170 pacientes principalmente às pessoas de baixa renda, internados. Nesse período, começaram a ser dentro do princípio de uma ação fi lantrópica. elaborados estudos, sob inspiração da refor- Instituição privada com fi ns lucrativos, loca- ma psiquiátrica, que implicaram a criação do lizada numa extensa área física, o Instituto de Serviço de Emergência Psiquiátrica de Cam- Doenças Nervosas e Mentais/Sanatório Hen- pos, em 1993. Tal iniciativa tinha o objetivo rique Roxo foi organizado por iniciativa dos de romper com o recurso único da interna- médicos-psiquiatras João Castello Branco, ção hospitalar na assistência ao paciente. No Romeu Casarsa e Ary Viana (que logo depois entanto, pesquisas de campo mostraram que, vendeu para os outros sua parte na socieda- durante a década de 1990, o número de inter- de). Os dois primeiros haviam estudado com nações nesse hospital psiquiátrico não dimi- Henrique de Brito Belford Roxo, que em 1904 nuiu signifi cativamente ao longo dos anos fora nomeado professor catedrático de Psi- de funcionamento do serviço da emergência quiatria da Faculdade de Medicina do Rio de psiquiátrica no município. De fato, de 1993 Janeiro, e exerceu, inclusive naquele período, a 2000, o Sanatório Henrique Roxo registrou a função de primeiro diretor (1938-1946) do a elevada média de mais de mil internações Instituto de Psiquiatria da Universidade do por ano. No início de 2007, segundo o Cadas- Brasil (IPUB). O Sanatório Henrique Roxo, tro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, portanto, tendo em vista a formação de seus do Ministério da Saúde, a instituição contava fundadores, incorporou uma perspectiva com 134 leitos, sendo, dentre esses, 124 do tida por científi ca diante da doença men- convênio com o SUS. tal. Os métodos de tratamento inicialmente utilizados – convulsoterapia, eletrochoque, eletropirexia – eram tidos como exemplares Referências e modernos para os padrões de uma cidade BRASIL, Ministério da Saúde. Cadastro Nacional do interior. No seu início, o instituto contava de Estabelecimentos de Saúde, do. Disponível em: com internações particulares (45 leitos). Com . Acesso dos vários hospitais privados subvenciona- em: 10 jan. 2007.

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CASTRO, A. C.; VARGAS, R. P. F.. “Triste e bonito: a da Silveira assumiu a cátedra de Psicologia, história dos saberes e práticas psi na criação do Hos- em substituição a Lourenço Filho. João Batista pital Henrique Roxo”. Mnemosine – Revista Eletrô- Damasco Penna, no artigo “Lições de Psicolo- nica do CLIO-PSYCHÉ/ Programa de Estudos e Pes- gia Educacional”, reproduziu e comentou o quisas em História da Psicologia da Universidade do plano de ensino por ela desenvolvido: além Estado do Rio de Janeiro, v. 1, p. 15, 2005. de cuidar da exposição didática das diversas GONDIM, D. S. M. Análise da implantação de um escolas psicológicas, abordava-se a aplicação serviço de emergência psiquiátrica no município pedagógica da psicologia. De modo geral, a de Campos: inovação ou reprodução do modelo professora reproduzia as normas de William assistencial? Dissertação (Mestrado em Saúde Pú- H. Kilpatrick, de quem fora aluna, no Tea- blica). Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação chers College, e a concepção de aprendizado Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2001. expressa por Gates em Psychology for students of education – We learn by reacting. Segundo Alexandre de Carvalho Castro Damasco Penna, no programa constavam os tópicos: Lição I – Evolução das escolas psi- cológicas; Lição II – Origem da psicologia da mente; Lição III – A psicologia das faculdades „ Instituto de Educação Caetano de e suas consequências educacionais. Quando Campos – 1931-1938 à frente do departamento de educação, Fer- nando de Azevedo baixou o Decreto 5.846, de 21/02/1933, e transformou o Instituto Pe- Os anos seguintes à Revolução de Outu- dagógico em Instituto de Educação. De nível bro de 1930 assistiram ao estalar de uma con- universitário, o instituto de educação tinha juntura convulsionada saturada de tensões, por fi m: formar professores primários, secun- ideologias em luta, mudanças na grande po- dários e inspetores de escolas; manter cursos lítica e reorientações enfáticas do sistema de de aperfeiçoamento e de divulgação para o ensino, em escala regional e nacional – des- magistério; ministrar ensino primário e secun- tacadamente, reformas no ensino primário, dário em estabelecimentos que permitissem a normal e secundário, e projetos de criação de observação, a experimentação e a prática do universidades. É neste contexto que, no cargo ensino dos candidatos ao magistério. O insti- de diretor-geral do ensino do Estado de São tuto era integrado por escolas e anexos: escola Paulo em 1931, Lourenço Filho transformou de professores, escola secundária, escola pri- a Escola Normal da Capital em Instituto Pe- mária, jardim de infância, biblioteca e labo- dagógico. No dizer de um cronista da Folha ratórios de psicologia, biologia, pesquisas da Manhã, transcrito na revista Escola Nova, o sociais e estatística. Em 1934 incorporou-se o instituto seria um autêntico laboratório, no estabelecimento à Universidade de São Paulo, qual as capacidades se apurariam melhor, tão continuando com a fi nalidade de formação, vasto era o campo de experiências e pesquisas bem como de organização de cursos extraor- que ele lhes proporcionaria. Considerado de dinários de aperfeiçoamento, especialização e nível universitário, o instituto, popularizado extensão universitária. No editorial do primei- como Instituto Caetano de Campos, possuía ro número de Archivos do Instituto de Educação, jardim de infância, escola de aplicação, curso 1935, constava que todo o instituto estava se complementar, curso normal e curso de aper- organizando para que pudesse desempenhar feiçoamento de professores. No programa de esta missão científi ca, sem dúvida difícil e ár- ensino, constavam matérias de estrito conteú- dua, de contribuir, com as suas investigações, do técnico-profi ssional: Fisiologia Aplicada para melhor uma compreensão e solução de à Higiene e ao Trabalho, Pedagogia Geral e problemas biopsicológicos e sociais e, por- História da Educação, Sociologia, Psicologia e tanto, para o progresso dos ramos de conhe- suas Aplicações à Educação. Noemy Marques cimentos que constituem as profi ssões cien-

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tífi cas das ligadas à educação, e prosseguia, Estatística e Arquivo, Estudo dos Programas e dizendo caber ao instituto tornar-se foco in- Problemas Escolares, Orientação Profi ssional e tenso de atividades científi cas, e elevar-se, por Educacional, Desenho e Representação Gráfi - esta forma, à altura da missão de um centro ca, destacam-se as seguintes realizações: Afe- de irradiação do novo pensamento educacio- rição do Teste Dearborn, Série I, Exame A, por nal brasileiro. Conforme se nota na publicação Noemy da Silveira Rudolfer e colaboradores, Programas dos Cursos Regulares e Extraordi- entre outros, Eulália Alves Siqueira, Annita nários para o ano de 1936, o currículo acadê- de Castilho e Marcondes Cabral, João Batista mico e as fi nalidades da escola de professores Damasco Penna. Elaboração de um ensaio de reproduziam o modelo do Tearchers College, método ativo no ensino superior, por Noemy frequentado por brasileiros desde a década de da Silveira Rudolfer; organização de classes se- 1920 em busca do título de Master of Arts. De lecionadas com recurso aos testes ABC e Dear- fato, o ensino estava estruturado em seções re- born em cinco grupos escolares; aplicação de gidas por um catedrático e um professor assis- testes de inteligência em alunos de sete grupos tente: Educação – cursos de História da Educa- escolares; fi nalização da pesquisa sobre jogos ção, Educação Comparada, Princípios Gerais infantis em colaboração com Aniela Meyer de Educação e Filosofi a da Educação; Biologia Ginsberg, da Universidade de Varsóvia; estu- Aplicada à Educação – cursos de: Fisiologia e dos de casos-problema com a colaboração de Higiene da Infância e a da Adolescência, Estu- Be i Katzenstein, da Universidade de Ham- burgo; investigação do nível social de São do do Desenvolvimento Físico Durante a Ida- Paulo pela distribuição da profi ssão de pais de de Escolar, Higiene Escolar, Estatísticas Vitais; alunos das escolas primárias em colaboração Psicologia Educacional – cursos de: Fisiologia com o Departamento Municipal de Cultura. e Higiene da Infância e a da Adolescência, a Em suma: dotado de uma estrutura singular, Psicologia Aplicada à Educação, Testes e Esco- o Instituto de Educação era confi gurado como las, Orientação Profi ssional; Sociologia – cur- centro de formação, documentação e pesquisa sos de: Sociologia Educacional, Problemas para a construção de uma cultura pedagógi- Sociais Contemporâneos e Investigações So- ca científi ca de abrangência local e nacional. ciais em nosso Meio; e a 5ª Seção compreendia Conduzidas por intelectuais visionários, as duas subseções: Prática de Ensino e Matérias inovações levaram à máxima radicalização o de Ensino. Os alunos matriculados na 3ª Se- sentido técnico-profi ssional da formação de ção deveriam estagiar 180 dias no Laboratório professores e especialistas em educação e en- de Psicologia Educacional. Os demais cursos sino. O evoluir desse processo consolidou a tinham Psicologia Educacional: no primeiro e insti tucionalização das ciências da educação segundo anos, os cursos de Formação de Pro- – ou melhor, das ciências do homem – como fessores Primários e de Aperfeiçoamento do um campo pluridisciplinar e todo-poderoso, Professor Primário; no primeiro ano, o curso capitaneado pela orientação analítica e expe- de Administradores Escolares; e, no primeiro rimental e pela conceituação de indivíduo semestre, o curso de Formação Pedagógica do como globalidade biopsicológica e sociológi- Professor Secundário (que só tinha um ano). ca. O Decreto 9.269, de 25/06/1938, extinguiu o Ocupavam as cátedras Fernando de Azeve- instituto de educação e criou a seção de Educa- do, Sociologia; Antonio Ferreira de Almeida ção da FFCL-USP. Por ocasião do 35º aniversá- Júnior, Biologia; Noemy da Silveira Rudolfer, rio de formatura dos professores diplomados Psicologia; Roldão Lopes de Barros, Educação; em 1904, pela antiga Escola Complementar, Onofre de Arruda Penteado Júnior e Paul Ar- anexa à Escola Normal da Praça da República, bousse Bastide (contratado), respectivamente, o interventor federal baixou o Decreto 10.776, Matérias e Prática do Ensino Primário e Se- de 12/12/1939. No caput do decreto, constava cundário. Dentre as ações desenvolvidas pelo uma disposição na qual a Escola Normal Mo- Laboratório de Psicologia em conjunto com as delo da Capital passava a denominar-se Escola suas seções de: Medida do Trabalho Escolar, Caetano de Campos.

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Referências cação. O curso Normal Secundário, com dura- ARCHIVOS DO INSTITUTO DA EDUCAÇÃO. São ção de três anos, era uma das modalidades de Paulo, ano 1, n. 1, set. 1935. ensino secundário que formava professores para o magistério das quatro séries iniciais. DAMASCO PENNA, J. B. “Lições de Psicologia Edu- Desde a primeira grade curricular a disciplina cacional”. Educação, Órgão da Diretoria Geral do En- sino de São Paulo, v. 9, p. 131-135, n. 8-9, ago./set, 1932. Psicologia Educacional foi ofertada na segunda e terceira séries. Ocorreram alterações e a dis- DECRETO 5.846, de 21/02/1933. Revista de Educa- ciplina, atualmente denominada Fundamentos ção, São Paulo, Órgão do Departamento de Educa- de Psicologia, é ofertada, porém com conteúdo ção do Estado de São Paulo. v. 1, n. 1, p. 213-248, menos específi co. Vale ressaltar que esta disci- mar. 1933. plina sempre foi ministrada por pedagogo lo- LOURENÇO FILHO, M. B. Introdução ao estudo tado nesta instituição de ensino. O Instituto de da Escola Nova. São Paulo: Melhoramentos, 1930. Educação está situado na rua Martin Afonso, MONARCHA, C. Escola Normal da Praça: o lado no- 50, zona 01, no município de Maringá-PR. Em turno das Luzes. Campinas: Unicamp, 1999. 1958, sob a direção de Ruth Loureiro da Costa, O Instituto Pedagógico. Escola Nova. Iniciação ao o Decreto 17.763, de 01/07/1958, alterou a deno- estudo dos testes. Segunda fase da revista “Educa- minação da instituição para Escola Secundária ção”. Órgão da Diretoria Geral do Ensino de São Amaral Fontoura. A imprensa local comentou, Paulo, v. 2, n. 3-4, p. 386-387, mar./abr., 1931. à época, que o acréscimo deste nome ao pór- tico daquele prestigioso educandário era uma PIÉRON, H. “A concepção moderna da psicologia”. homenagem ao ilustre e erudito sociólogo e In: Psicologia e psicotécnica. Publicação do Labo- ratório de Psicologia Experimental. São Paulo: Ti- psicólogo de renome internacional que esteve pografi a Siqueira, 1927. presente na cidade de Maringá participando das solenidades de formatura da primeira tur- UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Instituto de ma de professoras daquela instituição. Na oca- Educação. Programas dos Cursos Regulares e Ex- sião Amaral Fontoura pronunciou conferência traordinários para o ano de 1936. Edição Ofi cial. sobre tema de sua especialidade e foi festiva- São Paulo: Imprensa Ofi cial do Estado, 1936. mente homenageado. O prestígio da área de psicologia também pode ser notado em outras Carlos Monarcha atividades promovidas por esta instituição, tais como: a palestra pronunciada pela profes- soranda Ruth Linhares Henriques, abordando o tema psicologia infantil, nas festividades da „ Instituto de Educação Estadual de Semana da Criança que ocorreu no período de Maringá – 1966 10 a 17 de janeiro de 1957, e a exposição de tra- Escola Secundária Amaral Fontoura – balhos confeccionados pelos alunos, realizada 1958-1966 em 27 de novembro de 1958, dentre os quais Escola Normal Secundária de Maringá – teve destaque os Álbuns de Psicologia. Temos 1955-1958 também a Aula Inaugural do ano de 1963, pro- ferida pela professora Celina Moura, secretária do Ensino Normal da Secretaria de Educação e O Instituto de Educação Estadual de Ma- Cultura do Estado do Paraná, abordando a te- ringá foi fundado em 1956 sob a denomina- mática A personalidade do professor: não ape- ção de Escola Normal Secundária de Maringá nas psicológica, mas como pessoa e profi ssio- de acordo com o Decreto Estadual 12.532, de nal. Em 1966, sob a direção de Branca de Jesus 13/12/1955, tendo como primeiro diretor Agos- Camargo Vieira, o Decreto 2.548, de 20/09/1966, tinho Veroneze. É de caráter público, mantido transformou a Escola Secundária Amaral Fon- pelo governo do Estado do Paraná, conhecido toura em instituto de educação cuja denomina- na região simplesmente como Instituto de Edu- ção, Instituto de Educação Estadual de Marin-

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gá, se mantém até os nossos dias. Esta mudança em geral, e recentemente passou a promover a foi considerada um avanço no campo da educa- Semana do Administrador. Esta instituição de ção visto que cabe ao instituto, de acordo com a ensino mantém convênio com a Universidade Lei 4.978, de 05/12/1964, além do curso Normal Estadual de Maringá para a realização de está- de grau colegial, ministrar curso de Adminis- gio dos diferentes cursos mantidos por esta tração Escolar, Orientação Educacional, abertos universidade. No que tange ao curso de Psico- a graduados por escolas normais de segundo logia, até o ano de 2008, a disciplina Prática de ciclo, dentre outras atividades. A ideia e a con- Ensino foi realizada em parceria com o Institu- solidação de um instituto de educação no mu- to Estadual de Educação de Maringá e outras nicípio de Maringá, centro socioeconômico da instituições de ensino da região. região Noroeste do Paraná, comprovou que a cidade está bastante capacitada para contribuir Referências para a constante melhoria do sistema escolar de ensino primário nesta parte do estado. Estas INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE MA- afi rmações são de autoria da professora Branca RINGÁ. Histórico do Instituto de Educação de de Jesus Camargo Vieira, idealizadora e signa- Maringá (1956-1960). Maringá, 2006. tária principal deste projeto encaminhado ao INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE MA- governo do estado, em entrevistas, realizadas RINGÁ. Projeto Político e Pedagógico. Maringá, 2006. no dia 13 de outubro de 1966, aos jornais locais INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE MA- Folha do Norte do Paraná e O Jornal de Maringá. RINGÁ: Ensino fundamental, médio, normal e pro- Atualmente o Insti tuto de Educação Estadual fi ssionalizante. Regimento Escolar. Maringá, 2007. de Maringá está sob a direção de Neide Gomes RIBEIRO, M. R. M. Entrevista concedida a Hilusca Clemente, reeleita para o período de 2009-2011. Alves Leite e Maria Lucia Boarini. Maringá, 26 nov. Atende aos níveis de ensino fundamental, mé- 2008. dio, normal e profi ssionalizante. Com a muni- cipalização do ensino fundamental, já não há SCHAFFRATH, M. dos A. S. A Escola Normal em a primeira série deste nível e, gradativamente, Maringá-PR: O ensino público como projeto po- as séries subsequentes serão transferidas para a lítico. Disponível em: . Acesso em: 20 dez. 2008. é que nos próximos anos o ensino fundamen- tal atenda a partir da quinta série. Atualmente, seu espaço físico é constituído de cinco blocos, Hilusca Alves Leite nos quais se distribuem salas de aula, diretoria, Maria Lucia Boarini secretaria, coordenação pedagógica, sanitários, copa, cantina, salas ambiente, biblioteca, xérox, laboratórios de informática e de química, física e biologia, refeitório, anfi teatro, miniauditório, „ Instituto de Educação General Flores da sala de hora atividade e sala dos professores. Cunha (IE) – 1959- A instituição segue as normas do regimento Escola Normal de Porto Alegre – 1869-1959 esco lar, e do projeto político-pedagógico elabo- rado pela equipe da coordenação pedagógica. As deliberações são tomadas pelo órgão cole- Fundado graças aos esforços do padre Joa- giado constituído por representantes da asso- quim Cacique de Barros junto à presidência do ciação de pais e mestres, do grêmio estudantil e estado e à Secretaria dos Negócios do Interior do conselho escolar. Não há publicações edita- e do Exterior, recebeu inicialmente o nome de das por esta instituição. Promovem os seguin- Escola Normal de Porto Alegre. Sua criação, tes eventos: Semana do Magistério, para os alu- em conjunto com o Liceu Dom Afonso, visava nos do curso de formação em docência; Semana suprir a carência de estabelecimentos de en- Científi ca, Cultural e Esportiva, para os alunos sino secundário no Estado do Rio Grande do

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Sul na segunda metade do século XIX. Tinha e dois anos de ensino elementar superior –, a dupla função de preparar professores para um Curso de Ensino Ativo e um Jardim de a instrução pública primária e oferecer educa- Infância. A implantação destes novos cursos ção às meninas órfãs do Colégio Santa Teresa, foi orientada pelas teorias do funcionalismo também administrado pelo padre Joaquim norte-americano e europeu, conforme explici- Cacique de Barros. Ao longo dos seus mais tado nas minutas desta instituição. Iniciou-se de 130 anos de funcionamento, o IE se estabe- também um intercâmbio com outras escolas leceu como uma instituição de referência no normais do país, entre elas a Escola de Aper- tocante ao ensino da Pedagogia e da Psicolo- feiçoamento de Belo Horizonte. Após esta gia. Sua denominação atual foi dada em 1959, reforma, a disciplina de Psicologia recebeu a através do Decreto Estadual 10.957. A discipli- denominação de Psychologia Experimental na Pedagogia foi incluída no currículo do cur- Applicada à Educação. É importante ressaltar so complementar de formação de professores também, neste período, a infl uência do movi- em 1906, por meio do Decreto Estadual 907, mento higienista na elaboração das disciplinas e apresentava, no seu programa, conteúdos do Curso Normal, que incluía uma cadeira de como elementos de educação physica, intel- Higiene e Puericultura. Ao longo da década lectual e moral, os quais poderiam incluir as- de 1940, tanto a pedagogia quanto a psicologia pectos psicológicos. Sendo a pedagogia con- direcionaram seu interesse não apenas para o siderada como uma disciplina essencialmente funcionamento normal da criança, mas tam- prática, houve interesse em complementá-la bém para os transtornos e rupturas deste fun- com a ciência psicológica, que a embasaria cionamento, aproximando-se da psiquiatria e com teorias referentes ao desenvolvimento e da psicopatologia. Tal interesse manifestou-se comportamento humanos. Os conteúdos da nos convites feitos a psiquiatras para realiza- psicologia foram sendo incluídos de forma rem palestras no Curso Normal e na criação, gradual na disciplina Pedagogia, que teve em 1948, de um Gabinete de Psicologia e, no sua denominação modifi cada para Pedago- ano seguinte, do Serviço de Orientação Edu- gia, Psychologia e Direito Pátrio no início da cacional (SOE). Estes tinham como objetivo a década de 1920. Em 1925, a professora Olga aplicação de testes para a classifi cação e seria- Acauan Gayer sugere, em correspondência ao ção dos alunos, além do acompanhamento e secretário dos Negócios do Interior e do Exte- orientação destes desde a entrada na escola rior, responsável pela educação estadual na até os primeiros anos depois da sua formatu- época, o desmembramento desta disciplina. ra. Neste momento da história do IE, destaca- Tendo sido atendida, a partir daquele ano, a se a fi gura da professora Graciema Pacheco, Psicologia tornou-se uma disciplina autôno- que foi diretora do Gabinete de Psicologia e ma no curso de formação de professores do IE. regente das disciplinas Psicologia da Criança O interesse pelo desenvolvimento desta disci- e Psicologia Educacional, incluídas no currí- plina manifestou-se na aquisição de livros de culo com a Lei Estadual 775A, de 1943. Entre Psicologia para compor a biblioteca da esco- as atividades do Gabinete de Psicologia estava la, entre os quais Testes de José Joaquim de o desenvolvimento de instrumentos de medi- Campos da Costa Medeiros e Albuquerque. da das capacidades dos alunos, que visaria A infl uência do movimento da Escola Nova ao melhoramento da qualidade do ensino. na educação sul-rio-grandense se fez presente O IE tornou-se um local de aplicação de tais a partir de 1929, ano em que o ensino normal instru mentos e de refl exão sobre os resulta- foi reformulado pelo Decreto Estadual 4.277. dos obtidos. Nesta tarefa, teve a colaboração Foram criados na instituição, além do Cur- do Centro de Pesquisa e Orientação Educacio- so Complementar e do Curso Normal ou de nais (CPOE), órgão da Secretaria da Educação Aperfeiçoamento, um Curso de Aplicação – do Estado do Rio Grande do Sul, criado em composto de quatro anos de ensino primário 1943. Este possuía em seus quadros alunos

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egressos do curso normal do IE. Os resultados PESTANA, M. H. D. Organização do ensino nor- das investigações eram publicados no Boletim mal no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Tipogra- do CPOE, cuja cronologia abrange o perío- fi a do Centro S. A., 1954. do de 1947 a 1966. Com a reforma do ensi- SCHNEIDER, R. P. A instrução pública no Rio no estadual pelas Leis 6.004 e 6.071, de 1955, Grande do Sul: 1770-1889. Porto Alegre: UFRGS/ que aboliram o currículo obrigatório para os Est Edições, 1993. cursos de formação de professores, diminui a importância da psicologia no IE. Além disso, Cristina Lhullier esta ciência já encontrava espaço em outros lo- cais de ensino, como a Faculdade de Filosofi a da Universidade do Rio Grande do Sul, atual Universidade Federal do Rio Grande do Sul „ Instituto de Educação Professor Fernando (UFRGS) e o curso de especialização em Psi- Duarte Rabelo – 1979- cologia da Pontifícia Universidade Católica do Escola Estadual Professor Fernando Rio Grande do Sul (PUCRS). Duarte Rabelo – 1971-1979 Escola Normal Pedro II – 1892-1971 Referências GOMES, W. B.; LHULLIER, C.; LEITE, L. O. “Das primeiras disciplinas aos primeiros cursos de Psico- Edifi cada no terreno doado pela família Sil- logia no Rio Grande do Sul”. In: GUEDES, M. C. & va Cabral exclusivamente para abrigar uma CAMPOS, R. H. F. (Orgs.). Estudos em História da instituição educacional, a Escola Normal Pedro Psicologia. São Paulo: Educ, 1999. II, fundada em 1892, substituía o modelo edu- INSTITUTO DE EDUCAÇÃO GENERAL FLORES cacional então vigente e presente no colégio DA CUNHA. IE Revista. Publicação do Ano do Ateneu Provincial e da Escola Nossa Senhora Centenário, 1969. da Penha. Sua missão era formar as professoras LEBRUN, J. “Resumo histórico do ensino no Rio do Espírito Santo, que estagiariam numa escola Grande do Sul (1875-1934)”. In: Almanack escolar de educação fundamental a ela anexada: a Es- do Estado do Rio Grande do Sul. Edição Offi cial. cola Modelo Jerônimo Monteiro. Reformas no Diretoria da Instrução Pública. Porto Alegre: Livra- cenário educacional capixaba foram feitas no ria Selbach, 1935. governo Punaro Bley, iniciado em 1930, que le- LHULLIER, C. As ideias psicológicas e o ensino varam à inclusão do ensino de Psicologia na Es- de Psicologia nos cursos normais de Porto Alegre cola Normal Dom Pedro II em 1935. O primeiro no período de 1920 a 1950. Dissertação (Mestrado professor de Psicologia da Escola Normal foi em Psicologia do Desenvolvimento). Universidade Christiano Ferreira Fraga, graduado em Medi- Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. cina na Faculdade de Medicina do Rio de Ja- LHULLIER, C.; GOMES, W. B. “Ideias psicológicas neiro. Catedrático de Sociologia e Psicologia na nos cursos normais de Porto Alegre no período de Escola Normal Pedro II, em 1935, deu inicio a 1920 a 1950”. Psico, n. 30, v. 2, p. 45-62, 1999. cursos que incluíam em seu ementário testes de LOURO, G. L. História, educação e sociedade no inteligência e apuração de problemas de apren- Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Educação e Rea- dizagem, formulações psicanalíticas acerca do lidade, 1986. desenvolvimento, além do método de Decroly. Minutas do Instituto de Educação General Flores da A disciplina de Psicologia era ministrada, ini- Cunha. Arquivo Histórico do Instituto de Educação cialmente, no terceiro e último ano de formação General Flores da Cunha, 1913-1914; 1921-1922; 1928- das normalistas, todavia, em 1941 passou a ser 1929; 1929-1930; 1930-1934; 1934-1936; 1939-1945. ministrada desde o primeiro ano. Na década “Os primórdios da instrução pública de Porto de 1950, a Psicologia começou a ser ministra- Alegre”. Revista do Ensino, n. 11, v. 3, p. 228-232, da em todo o curso, que passou a contabilizar jul. 1940. quatro anos. Foram também professores de

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Psicologia da Escola Normal Pedro II: Rita Tosi „ Instituto de Educação Rui Barbosa (IERB) de Quintaes, diretora da instituição nos anos de – 1946- 1953-1954; Afl ordísio Pereira de Souza, diretor Escola Normal Rui Barbosa – 1923-1946 em 1955-1958; Maria Magdalena Pisa; Maria do Carmo Nascimento Vieira (1967); Doracy Escola Normal – 1870-1923 Marino Costa (1968); Isa Maria Chiabai (1968); Darcy Werter Vervoloet (1968) e Izabel Lobato O Instituto de Educação Rui Barbosa (IERB) Portugal (1969). Em 1º de fevereiro de 1971, a foi criado no dia 24 de outubro de 1870 como escola secundarista e normalista foi transferida Escola Normal na Província de Sergipe Del- para a praça Cristóvão Jacques, 260 – Praia de Rei. É uma instituição pública de formação de Santa Helena, com o nome de Escola Estadual professores, situada no bairro Getúlio Vargas Professor Fernando Duarte Rabelo (Lei 2.561, da cidade de Aracaju-SE. O objetivo principal de 10/03/1971). Em 1979, o Curso Normal deno- da Escola Normal era a formação de profes- minou-se Curso de Habilitação para o Magisté- sores para a escola primária, preparando pro- rio, aprovado pelo Parecer 78/79, de 28/07/1979, fi ssionalmente os candidatos ao magistério. D.O. de 31/07/1979 com o nome de Instituto de Além de diplomar novos mestres, a criação Educação Professor Fernando Duarte Rabelo, do Curso Normal tinha também a fi nalidade tendo em anexo a Escola de Ensino Fundamen- de melhorar o nível do professorado. No pe- tal D. Pedro II. Na antiga edifi cação da Escola ríodo de sua concepção, o governo central do Normal Pedro II foi instalada a Escola Estadual Império estimulava as províncias com auxí lio Maria Ortiz. econômico para criação de escolas normais. Atualmente sua manutenção está a cargo Referências do governo do estado de Sergipe. A escola ESCOLA ESTADUAL MARIA ORTIZ. Livros de Pon- teve como fundador Manuel Luiz Azevedo to do Professorado da Escola Normal Pedro II. Arqui- D’Araújo, bacharel em Ciências Jurídicas e So- vo da Escola Estadual Maria Ortiz. Vitória, 1935-1969. ciais pela Faculdade de Direito de Recife, além FRAGA, C. F. A pedanálise do ensino brasileiro. de jornalista e deputado provincial, sendo ins- Vitória: Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras do petor-geral de instrução pública e idealizador Espírito Santo, 1931. da regulamentação da instrução secundária FRAGA, C. F. Orientação educacional. Vitória: Fa- de Sergipe. As instabilidades políticas do esta- culdade de Filosofi a, Ciências e Letras do Espírito do incidiam diretamente na gestão da escola, Santo, 1952. ocorrendo, por isso, sucessão de vários diri- FRAGA, C. F. O método Decroly. Vitória: Faculdade gentes. A própria escola foi extinta três vezes, de Filosofi a, Ciências e Letras do Espírito Santo, 1957. em 1879, em 1898 e em 1998. Dentre os diri- INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROFESSOR FER- gentes da escola cujas ações repercutiram na NANDO DUARTE RABELO. Livros de Ponto e emergência da psicologia, destacam-se: Ma- Paltários de Professorado do Instituto de Educa- noel de Franco Freire – diretor nos períodos ção Professor Fernando Duarte Rabelo. Arquivo de 1927 a 1930 e 1935 a 1937 – que realizou do Instituto de Educação Professor Fernando Duar- importantes reformas inspiradas nas inova- te Rabelo. Vitória, 1979-1990. ções pedagógicas do movimento da Esco la Revista CHANAAN. n. 07, jul. 1936. Nova, e Helvécio Ferreira Andrade – diretor SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO no período de 1931 a 1935 – que inseriu Psi- ESPÍRITO SANTO. Livros de Ponto do Professora- cologia no currículo em 1931. Outro nome do da Escola Normal Pedro II. Documentos da Se- relevante, não apenas para a psicologia mas cretaria da Educação do Estado do Espírito Santo. também para a temática da ascensão política Setor Escolas Extintas. Vitória, 1908-1934. da mulher no início do século XX, foi Quintina Diniz, catedrática das cadeiras de Psicologia Diemerson Saque o e Pedagogia da Escola Normal na década de

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1930. O Regulamento Orgânico da Instrução norte da cidade, local onde funciona até os Pública de 1870 criou o curso de Humani- dias de hoje. A Escola Normal em Aracaju foi dades do Atheneu Sergipense e o da Escola um espaço de formação predominantemente Normal. Segundo este documento, o Curso feminino. O corpo de funcionário da escola Normal tinha duração de dois anos, prevendo era basicamente constituído pelo diretor, que para o primeiro ano aulas de Pedagogia, Gra- durante muito tempo se encarregava da esco- mática e Filosofi a, e para o segundo ano aulas la e da própria direção da instrução pública, de Aritmética, Geometria e História. Em 1879 dos professores, divididos em catedráticos a Escola Normal foi extinta pela primeira vez (titulares) e adjuntos (auxiliares), e de inspe- e só voltou a funcionar no Regulamento da tores, responsáveis, sobretudo, pela vigilância Instrução Pública de 1881, elaborado pelo pre- e disciplina das alunas. O ingresso na Escola sidente da província Herculano Inglês de Sou- Normal foi baseado, durante longo período de za. Nessa norma constava a não obrigatorie- seu funcionamento, em dois quesitos: idade e dade do ensino religioso, a obrigatoriedade de exame de admissão. Entre os anos de 1920 e diploma de Escola Normal para exercício do 1950 a idade de ingresso variou entre 14 e 16 magistério e a abertura de curso para ambos anos. Em alguns momentos o exame chegou os sexos. Após dez meses no cargo, Herculano a ser abolido, como em 1921. O currículo de foi destituído e o Regulamento perdeu vigên- formação do Curso Normal passou por va- cia no ano seguinte. Em 1923, a Escola Normal riadas reformas, dentre elas destacam-se as passou a se chamar Escola Normal Rui Barbo- reformas de 1911 (pelo Decreto 563), na qual sa, como homenagem póstuma. Dois anos de- se encontravam disciplinas como Pedologia e pois o curso foi alterado para cinco anos, com Noções de Higiene Escolar, a de 1931, na qual aumento de disciplinas com conteúdos gerais se insere um módulo de Psicologia na disci- e regionais (estudos sobre Sergipe) e retirada plina de Pedagogia, e a de 1943, na qual foi de disciplinas de conhecimento específi co so- implantada a disciplina de Psicologia Educa- bre a criança. No ano de 1946 a Escola Normal cional. A Escola Normal foi uma importante passou a Instituto de Educação Rui Barbosa, e pioneira difusora das ideias psicológicas em após a Lei Orgânica do Ensino Normal 8.560. Sergipe, na primeira metade do século XX. A lei surgiu como refl exo das reformas de en- Nota-se que o curso de normalista foi espaço sino no país, pelas quais, além da criação dos de valorização de aspectos psicológicos no institutos de educação, estes deveriam ofere- processo de aprendizagem tal como diferen- cer ainda jardim de infância e escola primária ças individuais e espontaneidade. Nesse sen- anexos. O Curso Normal sergipano passou a tido, a inserção da psicologia possuía traços ter duração de três anos e no novo currículo herbartianos, ou seja, sua fi nalidade era ins- constava a disciplina Psicologia Educacio- trumentalizar a consolidação da pedagogia. nal. O Regulamento de 1870 fundou a Escola Na década de 1930, os programas de ensino Normal dentro do espaço físico do Colégio da formação de professores continham conhe- Atheneu Sergipense. A separação só ocorreu cimentos de psicologia comportamentalistas em 1874, quando a Escola Normal ganhou associados a preceitos evolucionistas, incluin- espaço próprio sob alegação de autonomia do também testes de inteligência. No ano de necessária para o curso. A abertura da escola 1931 já fora regulamentado que em psicologia feminina aconteceu três anos mais tarde, com deveria haver atenção especial aos estudos sua instalação em um asilo de órfãs. Em 1911, das sensações, do ponto de vista das aquisi- a Escola Normal ganhou prédio próprio na ções sensoriais e da ordem das faculdades de praça Olímpio Campos, Centro de Aracaju, aquisição, conservação e generalização. Após edifi cação que foi em seguida dividida com a transformação em Instituto de Educação, um grupo escolar (a chamada Escola Mode- fi ca clara a infl uência de ideias psicológicas lo). Em 1954, já como Instituto de Educação, a encontradas no movimento da Escola Nova, escola foi transferida para um bairro da zona especialmente as de Lourenço Filho e de sua

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psicologia educacional. As disciplinas de Psi- no ano de 1913, noções de pedologia. O ter- cologia do Curso Normal, oferecidas a partir mo pedologia (do grego paidos, criança e lo- dos anos de 1930, encontram-se entre as pri- gos, conhecimento) foi criado, em 1893, por meiras no sistema educacional de Sergipe, que Oscar Chrismann, um aluno do psicólogo veio a ter Faculdade de Filosofi a somente na estadunidense Stanley Hall. O próprio Hall década de 1950 e curso superior de Psicologia vinha trabalhando para desenvolver a Ciência nos anos de 1990. O Curso Normal oferece da Criança (Study of Child) desde 1880. Em disciplinas de Psicologia do Desenvolvimento 1927, Luis Antonio dos Santos Lima, egresso e da Aprendizagem ainda nos dias de hoje. da primeira turma da Escola Normal de Na- tal, apresentou sua tese de conclusão de curso na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro Referências intitulada “Higiene e Educação”, defendendo ALVES, E. M. S. “Cursos de Humanidades e Nor- o ensino de psicologia nas escolas normais e mal: uma confl uência profícua?” Anais do IV Con- apresentando algumas contribuições da psico- gresso Brasileiro de História da Educação. Goiâ- logia experimental e da psicometria para o de- nia: Universidade Católica de Goiás, 2006. senvolvimento de uma pedagogia científi ca. BRITO, L. C. P. Ecos da modernidade pedagógica A autonomia do discurso psicológico, expres- na Escola Normal Rui Barbosa (1930-1957). Disser- so através de sua organização na forma de dis- tação (Mestrado em Educação). Universidade Fede- ciplinas curriculares específi cas, contudo, so- ral de Sergipe, São Cristóvão, 2001. mente ocorreria – no âmbito da Escola Normal FREITAS, A. G. B. Vestidas de azul e branco: um es- de Natal – no fi nal da década de 1930, através tudo sobre as representações de ex-normalistas (1920- do Decreto 411, de 17/01/1938, que estabele- 1950). São Cristóvão/SE: Grupo de Estudos e Pesquisas cia um novo currículo para a Escola Normal. em História da Educação/NPGED/UFS: 2003. Duas disciplinas psicológicas aparecem nes- te currículo: Psicologia Geral e Infantil, no SOARES, M. C. S. Um breve histórico do Instituto de Educação Rui Barbosa. Aracaju, (s/d). Mimeo. primeiro ano do curso; Psicologia Aplicada à Educação, no segundo ano. A psicologia, contudo, foi ensinada de modo teórico sem a Marcelo de Almeida Ferreri presença de um laboratório. Em 1961, a Esco- la Normal de Natal passou a ser denominada de Instituto de Educação Presidente Kennedy. Atualmente funciona como uma autarquia e „ Instituto de Educação Superior recebe o nome de Instituto de Educação Supe- Presidente Kennedy – 2002- rior Presidente Kennedy, mantendo o ensino Instituto de Educação Presidente Kennedy de Psicologia da Educação. – 1961-2002 Escola Normal de Natal – 1908-1961 Referências AQUINO, L. C. A Escola Normal de Natal (1908- Foi criada pelo governador Alberto Mara- 1938). Dissertação (Mestrado em Educação). UFRN, nhão através do Decreto 179, de 29/04/1908 — Natal, 2002. que redirecionou a educação potiguar — tam- AQUINO, L. C. De Escola Normal de Natal a Insti- bém conhecido como reforma Pinto de Abreu, tuto de Educação Presidente Kennedy (1908-1965): em homenagem ao seu autor intelectual e uma referência na formação docente no Rio Grande primeiro diretor da escola. Anexa ao Atheneu, do Norte – um lugar generifi cado. Revista FAEE- a Escola Normal foi inaugurada no dia 13 de BA, n. 24, p. 87-102, 2005. maio de 1908. Em 1909, passou a ser dirigida AQUINO, L. C. De Escola Normal a Instituto Pre- por Nestor dos Santos Lima, titular da cadeira sidente Kennedy (1950-1965). Tese (Doutorado em de Pedagogia. Ele introduziria nesta cadeira, Educação). UFRN, Natal, 2007.

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CARVALHO, D. B. A cidade e a alma reinventadas: gestal erapia no Brasil e o primeiro a tratar modernização urbana e a consolidação acadêmica de seus fundamentos fi losófi cos e teóricos. e profi ssional da Psicologia na cidade de Natal- A partir daí, passou a oferecer cursos de for- Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado em mação e treinamento em clínica – indivi dual Psicologia). UFRN, Natal, 2001. e de grupos – na abordagem gestáltica. Foi CARVALHO, D.B.; Seixas, P.S.; Yamamoto, O.Y. reunindo seus ex-alunos e colaboradores que Modernização urbana e a consolidação da psicolo- Jorge convocou – no dia 28 de junho de 1996 – gia em Natal – Rio Grande do Norte. Psicol. estud., uma assembleia para constituir o atual IGTB. Maringá, v. 7, n. 1, p. 131-141, 2002. Na ocasião, foram eleitos os cargos da direto- ria e do conselho consultivo com os seguintes Denis de Carvalho nomes: Jorge Ponciano Ribeiro (presidente), Carlene Maria Dias Tenório (vice-presidente), Lígia Maria de Albuquerque Souza (secretá- ria), Mônica Botelho Alvim (vice-secretária), „ Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília Edson Camargo Monteiro (tesoureiro) e Hê- (IGTB) – 1996- nio Braga Junior (vice-tesoureiro); além de Adriano Furtado Holanda, Sandra de Fatima Carneiro e Iozenita Garcia Lima (titulares Instituição criada em 1996, a partir do tra- para o conselho consultivo) e Marília Lobão balho de Jorge Ponciano Ribeiro, destinado Ribeiro, Raimundo Nonato Ferreira e Maria a ser um centro de excelência em formação, Maura Alves (suplentes do conselho consul- treinamento e atendimento em clínica gestál- tivo). Formaram ainda a comissão técnico- tica, bem como de promoção e desenvolvi- científi ca os seguintes nomes: Célia Carvalho mento da gestal erapia e da abordagem ges- de Moraes, Tales Weber Garcia, Nayla Celene táltica em Brasília e no Brasil. A gestal erapia Moreira Rios, Sheila Maria da Rocha Antony chegou ao Brasil no início dos anos de 1970, de Souza Lima, Miriam May Philippi e Cris- graças ao empenho de pessoas como madre tiane Barbosa Di Bernardo Zuim. Na ocasião, Cristina Sodré, Thérèse Tellegen, Paulo Barros foi feita uma menção de louvor a Walter da e outros. Depois de São Paulo, chegou a Brasí- Rosa Ribeiro, presidente do CEGEST, pelos lia, onde se constituiu como abordagem de só- relevantes trabalhos em prol dessa aborda- lida fundamentação, graças à constituição de gem no país. Ao longo do tempo, o IGTB foi se dois dos mais importantes institutos do país, o consolidando como uma instituição que mes- Centro de Estudos de Gestalt-Terapia de Bra- clava a formação teórico-prática na gestalt- sília (CEGEST) e o IGTB. O projeto do IGTB terapia e a formação acadêmica, tendo Jorge nasceu das preocupações de Jorge Ponciano como professor do Departamento de Psicolo- Ribeiro que, a partir de sua formação euro- gia Clínica da UnB e orientador de mestrado peia (e eclesiástica) e vindo da psicanálise, de- e doutorado. Paulatinamente, uma parte do dicou-se à teo ria e à prática da gestalt-terapia. corpo docente do IGTB foi se especializando Através de Walter da Rosa Ribeiro – também e se qualifi cando academicamente, com titu- pioneiro desta abordagem no Brasil – travou lações de mestrado e doutorado. Atualmente, contato com o novo enfoque, na Universidade é o instituto com maior número percentual de de Brasília (UnB). Tanto Jorge quanto Walter professores titulados na gestalt brasileira, com viriam a compor (juntamente com mais nove cinco doutores e mais dois convidados, além pessoas) o primeiro grupo de treinamento e de diversos mestres. Os primeiros trabalhos formação em gestal erapia do Brasil, em Bra- de formação ofi ciais do IGTB tiveram lugar sília, que fi nalizou suas atividades em 1983. no Centro de Treinamento do Banco Central, Em 1985, já como professor da UnB, Jorge localizado no Clube ASBAC, em Brasília, publicou seu livro Gestalt-Terapia – refazendo onde se realizaram os primeiros workshops e um caminho, que veio a ser o segundo livro de o primeiro grupo de treinamento (apelidado

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carinhosamente de G1), que concluiu sua for- 71, 2004. Disponível em: . Acesso em: de um prédio na Asa Norte, onde instalou sua 18 nov. 2008. estrutura, com biblioteca, sala de aula e con- sultórios. Até o momento, o IGTB já formou Adriano Furtado Holanda sete turmas de treinamento, estando com duas em andamento, num total de mais de 230 alu- nos. Sua estru tura atual conta ainda com uma área para grupos vivenciais – considerado „ Instituto de Organização Racional do seu campus avançado – localizado na fazen- Trabalho (IDORT) – 1931- da Capão do Nego, em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros. No momento, Reunidos na capital paulista, anuncian- o IGTB funciona como uma Organização da do novos tempos e homens no despertar de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), 1931, os arautos da organização científi ca do desenvolvendo ainda projetos sociais comu- trabalho no Brasil consorciaram-se no IDORT, nitários, com destaque para sua clínica social, sob respaldo fi nanceiro do jornal O Estado de bem como trabalho comunitário na comuni- São Paulo (OESP). No rearranjo de práticas de dade do DNOCS, na periferia de Sobradinho, poder e no advento de concepções de autori- cidade-satélite do Distrito Federal. O curso de dade pautadas na pretensão de neutralidade especialização do IGTB tem carga horária de da razão iluminista, grupos de empresários 615 horas distribuí das em 334 horas de parte paulistas interessados em sustentar opções teórica e 281 horas de parte prática. A qualidade de administração do trabalho reuniram-se de seu corpo técnico e acadêmico fez com que com técnicos ansiosos em ampliar as bases de obtivesse o credenciamento de cursos de espe- suas pesquisas sobre formas de organização cialização em Psicologia, em setembro de 2005. racional. O jornal OESP garantiu consistência Realizou ainda – em parceria com o CEGEST – o institucional a intervenções e produções de sa- I Encontro Candango da Abordagem Gestálti- beres, sob chancela da ciência e da tecnologia, ca (01 a 03 de outubro de 2004) e o II Encontro na reorganização de poderes dominantes, na Candango da Abordagem Gestáltica (06 a 08 sociedade paulista, diante das mobilizações de outubro de 2006). socioculturais e resistências políticas de dife- rentes origens e matizes ideológicos, veicula- Referências das desde os anos de 1910 e 1920. O presiden- ANTONY, S. M. R.; PHILIPPI, M. M. “A caminhada te da Sociedade Anônima OESP, Armando de do Instituto de Gestal erapia de Brasília (IGTB) e Salles Oliveira, tornou-se diretor do IDORT, seu credenciamento como curso de especialização”. que se estruturou e atuou através de duas IGT Na Rede [on-line], v. 3, n. 4, p. 1-4, 2006. Dis- divisões, evidenciando a reunião de grupos ponível em: . Acesso em: 15 nov. 2008. trativa e Divisão de Organização Técnica do COSTA, D. S. M. História da gestalt-terapia no Bra- Trabalho. A própria comissão de redação da sil contada por seus “primeiros atores”: um estudo Revista IDORT, única no gênero no Brasil, cria- historiográfi co no eixo São Paulo-Brasília. Disser- da em 1932 para divulgar e expandir práticas tação (Mestrado em Psicologia Clínica). Universi- e ideais idortianos, evidenciava a diversidade dade Católica de Goiás, Goiânia, 2008. destes adeptos da racionalização e seus cam- HOLANDA, A. F.; KARWOWSKI, S. L. Produ- pos de intervenção: organização do trabalho ção acadêmica em gestalt-terapia no Brasil: administrativo (Aldo de Azevedo, Roberto análise de mestrados e doutorados. Psicologia, Simonsen, Domício Pacheco Silva, Francisco Ciência e Profi ssão [on-line]. v. 24, n. 2, p. 60- de Salles Oliveira), organização profi ssional

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(Victor Freire e Noemy Rudolf da Silveira), citar clientes e colaboradores para aprimorar seleção e educação profi ssional (Roberto Man- a própria gestão, por meio de geração, adap- ge e Monteiro Camargo), tecnopsicologia do tação e transferência de conhecimentos com trabalho (Roberto Mange e Giuglio Genta), padrão de excelência internacional. São suas higiene do trabalho (Geraldo de Paula Souza áreas de atuação: consultoria técnica; gestão e Antonio Carlos Pacheco e Silva). As realiza- de competências; recursos humanos; respon- ções em termos de organização racional das sabilidade social e terceiro setor; segurança relações no trabalho, no ensino, na saúde, na pública e corporativa; internacionalização; sociedade, na administração pública, no pla- universidade/educação corporativa. no das mentalidades e da ética nos negócios fundamentaram-se em normas e princípios de Referências Taylor, Ford, Gilbreth, Gan , Fayol e outros, aclimatados a São Paulo por militantes da ad- ANTONACCI, M. A. Vitória da razão (?): o IDORT ministração científi ca. Argumentos da produ- e a sociedade paulista. São Paulo: Marco Zero; tividade e cientifi cidade ordenaram campos CNPq, 1993. de conhecimento então em constituição, como INSTITUTO DE ORGANIZAÇÃO RACIONAL a psicologia industrial e a psicotécnica do tra- DO TRABALHO (IDORT). Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2007. logia e higiene do trabalho, a sociologia do trabalho, a assistência social, os recursos e re- Maria Antonieta Antonacci lações humanas. Acolhendo distintos agentes e discursos técnico-científi cos, o IDORT atuou como catalisador, reunindo grupos heterogê- neos que, em anos seguintes, difundiram-se na „ Instituto de Orientação Psicológica (IOP) organização de novos elos da vida da cidade e – 1970-1974 de diferentes tipos de organizações existentes nesta como o Instituto de Psicologia, a Escola de Sociologia e Política, a Universidade de São Sua origem é bastante peculiar, pois surgiu Paulo, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, a a partir de um incidente relativo a um curso Associação Brasileira para Prevenção de Aci- sobre psicanálise da infância e da adolescên- dentes, o Conselho de Higiene e Segurança do cia organizado pelo psicanalista Fábio Leite Trabalho, a Fundação Getúlio Vargas, o SE- Lobo, na época diretor do Instituto de Ensino NAI, o SESI e outros, e em dinâmicas cada vez de Psicanálise da Sociedade Psicanalítica do mais específi cas e abrangentes. Conforme da- Rio de Janeiro (SPRJ). Esse curso, a ser minis- dos consultados, na década de 1990 o IDORT trado pelos psicanalistas argentinos Armin- começou a preocupar-se não só em oferecer da Aberastury e Eduardo Kalina, deveria ser soluções para as empresas, mas também em rea li za do na sede da SPRJ. Como a sociedade avaliar os resultados. A partir de 2000 somou a não aceitou que fosse aberto a profi ssionais essa preocupação examinar as consequências não médicos, Fábio Leite Lobo, incentivado desses resultados no ambiente, iniciando um por um grupo de psicólogos clínicos sob sua denominado pacto civilizador, que se concre- supervisão − cerca de trinta pessoas que, em tiza no apoio a projetos de cunho social. Hoje sua maioria, trabalhavam com crianças e ado- o IDORT funciona na avenida Paulista, 1.294, lescentes −, resolveu criar o IOP para realizar 1º andar, São Paulo – SP, é reconhecido como tanto o curso como atividades dele decorren- instituição de utilidade pública pelos gover- tes. O curso passou então a ser ministrado nos federal e estadual. A legislação atual esta- quinzenalmente, nos fi nais de semana, ini- belece condições expressas que permitem sua cialmente no Leme Palace Hotel (1970-1971) contratação, por órgãos públicos, mediante e depois no Colégio Brasileiro de Cirurgiões dispensa de licitação. Sua missão é a de capa- (1972-1974). Nos primeiros tempos consistia

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basicamente de seminários teóricos, mas pos- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, teriormente foram incorporados, com sucesso, Rio de Janeiro, 1984. estudos de casos clínicos, formando grupos de supervisão, que eram divididos em turmas de Ana Cristina Costa de Figueiredo recém-formados e de profi ssionais mais expe- rientes. Era formalmente exigida dos partici- pantes uma experiência pessoal em análise. Curiosamente, com seminários, supervisões „ Instituto de Orientação Vocacional e exigência de análise, o IOP se aproximava, (IDOV) – 1959-1968 de modo assistemático e ofi cioso, do modelo tripartite de formação psicanalítica da Inter- Criado em fevereiro de 1950, durante o rei- national Psychoanalytical Association (IPA). torado do professor Edgard Santos, era um Atuaram como professores do curso, além órgão suplementar da Universidade Federal dos inicialmente citados, vários outros psica- da Bahia (UFBA). Só começou a funcionar nalistas argentinos, todos com orientação da ofi cialmente em 20 de maio de 1959, visan- escola inglesa de psicanálise, que tinha com do prestar serviços à comunidade. Institui- referência Melanie Klein. Dentre eles estão ção técnico-científi ca, de natureza pública e Maurício Knobel (presidente da Associação gratuita, constituiu-se num espaço acadêmi- Argentina de Psiquiatria e Psicologia da In- co de formação profi ssional e de atividade fância e da Adolescência – ASAPPIA, funda- de pesquisa. O principal objetivo do IDOV da em 1970), Eduardo Rollas, Leon Grinberg, era propiciar aos estudantes secundaristas David Liberman e Marie Langer, que faziam a oportunidade de escolher uma profi ssão parte de um grupo que deu origem ao cha- basea da numa avaliação psicológica tecnica- mado neokleinianismo argentino, cujos expo- mente orientada. Mira y Lopez, psiquiatra de entes eram José Bleger, Arminda Aberastury, renome internacional, foi convidado para ser Pichon-Rivière, Emilio Rodrigué e Arnaldo seu primeiro diretor. A exemplo do que ocor- Rascovsky. O IOP foi o maior precursor da As- reu no Instituto de Seleção Profi ssional (ISOP) sociação de Psiquiatria e Psicologia da Infân- da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de cia e da Adolescência (APPIA), em razão do Janeiro, por ele dirigido, imprimiu sua marca movimento que provocou através da presença no IDOV, coordenando pesquisa empírica de de prestigiados psicanalistas argentinos e das validação dos instrumentos a serem utiliza- inovações que estes trouxeram para a teoria dos, antes mesmo de iniciar o atendimento ao e a clínica na área da infância e adolescência. público. A equipe técnica, desde a fundação, Além disso, o Instituto deu início a um movi- compunha-se prioritariamente de licenciados mento de formação para os psicólogos, para- e bacharéis em Filosofi a e Pedagogia, únicas lelo às sociedades da IPA. Do IOP se originou fontes de formação que os interessados em também a primeira instituição de formação psicologia possuíam antes da regulamentação exclusivamente para psicólogos, a Sociedade da profi ssão no Brasil, em 1962. O quadro de de Psicologia Clínica do Rio de Janeiro (SP- funcionários se completava com uma atenden- CRJ), que, a partir de 1987, passou a se chamar te, uma contadora e uma auxiliar de serviços Sociedade de Psicanálise da Cidade do Rio de gerais. Muitos estagiários passaram pelo insti- Janeiro, mantendo a sigla original. tuto, sendo um bom contingente incorporado como técnico. No início, a equipe fora acresci- Referências da de um médico clínico, que realizava o exa- FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do me biotipológico, atendia a queixas clínicas movimento psicanalítico no Rio de Janeiro – e fazia encaminhamentos para especialistas. 1970/1983. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Por falta de espaço adequado, esta seção foi

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transferida para o serviço médico da UFBA. pré-admissional de funcionários e até mes- O IDOV funcionou em vários endereços, sen- mo de professores da UFBA. Alguns órgãos do o primeiro deles a casa de n. 35 na rua como a Fundação Fullbright, PETROBRAS e João das Botas, no bairro do Canela, em fren- SUDENE solicitaram processos seletivos de te à reitoria da UFBA, onde permaneceu por bolsistas e candidatos para ingresso funcio- mais tempo. A necessidade de espaço físico nal, através de convênios com a UFBA. Pos- mais amplo, devido ao aumento das deman- teriormente, nos meados da década de 1960, das, proporcionou uma mudança para dois adotou-se como norma o uso de testes psico- apartamentos térreos, adaptados, no prédio lógicos como parte do processo de ingresso na de n. 7 da rua Marechal Floriano, também no universidade, atividade para a qual só o IDOV Canela. Finalmente, passou a ser sediado num estava habilitado. Tais funções indicavam no- dos andares da Faculdade de Ciências Econô- vas demandas sociais por serviços e práticas micas, situada na praça da Piedade, no centro psicológicas que a própria profi ssionalização de Salvador, espaço cedido pelo diretor dessa da psicologia no país parecia suscitar. O IDOV faculdade, professor João Ignácio de Mendon- caracterizou-se por ser uma instituição de ça. O IDOV funcionava em tempo integral, excelência não só no atendimento aos seus em turnos matutino e vespertino, nos quais os usuários, mas também na formação e qualifi - técnicos se revezavam, cada um com jornada cação de seus quadros técnicos, propiciando de seis horas diárias, incluindo as manhãs de permanentes atualizações, com a promoção sábado. Nestas ocorriam as reuniões de super- de cursos ministrados por profi ssionais vin- visão da equipe com o diretor técnico. As atri- dos de fora da Bahia, bem como pelo envio de buições dos técnicos eram correspondentes técnicos para aperfeiçoamento no ISOP e em às suas competências. Aos responsáveis pela outros centros. Sua relevância também se ates- orientação propriamente dita competia: entre- tou pelo exercício ético da psicologia enquan- vistas (inicial, de anamnese, história de vida e to ciência e profi ssão, mantendo uma equipe aconselhamento) e a aplicação, análise e inter- interdisciplinar treinada e com permanente pretação das provas de personalidade (teste supervisão direta de seus diretores. A coinci- da árvore de Koch, Rorschach, TAT, PMK e dência da criação do curso de Psicologia da War egg), conforme a necessidade. Uma mé- UFBA com a extinção do IDOV fez com que o dia de cinco ou seis casos eram atribuídos a encerramento de suas atividades seja fato até cada técnico, na dependência do tempo de hoje lamentado entre profi ssionais da área e duração de cada orientação. A aplicação e cor- membros da comunidade. Ficou a interroga- reção das provas de inteligência, aptidões e ção: Por que, ao invés de extingui-lo, não foi interesse era da responsabilidade dos outros transformado em serviço-escola para o recém- técnicos e dos estagiários, supervisionados criado curso de Psicologia? As perdas foram pela coordenação técnico-administrativa (Ali- inestimáveis: profi ssionais treinados e com ce Costa) e pela direção-geral (Mira y Lopez). dez anos de experiência foram dispersados Além do objetivo referido, dada a ausência de para outras instituições; o acervo material e de outros locais de atendimento psicológico, apa- pesquisa potencial (arquivos) foram perdidos reciam demandas de várias naturezas, como nos porões da universidade; o curso de Psico- orientação vital e psicoterapia de apoio ou logia não precisaria ter passado tanto tempo psicoterapia breve. Gradativamente, os obje- sem um serviço-escola, tendo de recorrer a tivos foram sendo ampliados e até mesmo convênios com outras instituições para cum- modifi cados, para atendimento de outras de- prir as exigências legais de estágios, o que difi - mandas da própria universidade ou de outras cultou o seu reconhecimento; a pesquisa cien- instituições. O serviço médico da UFBA solici- tífi ca em psicologia na Bahia teria ganhado um tava laudos psicológicos de funcionários para incremento signifi cativo se os pesquisadores e reclassifi cação e relotação funcional, avaliação alunos pudessem contar com os arquivos do de sanidade mental de servidores e avaliação IDOV. Se houve alguma positividade, além da

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sua própria história, foi a experiência acumu- ças nas indústrias. Inaugurado na rua da Lapa, lada e o treinamento profi ssional consistente 93, o instituto mudou-se para a rua Visconde de alguns técnicos, que se tornaram psicólo- do Rio Branco, 12, também no centro do Rio gos pela lei 4.119/62, e professores do curso de de Janeiro, em julho de 1901, onde funcionou Psicologia da UFBA. até sua transferência, em 14 de julho de 1929, para a rua do Areal (hoje rua Moncorvo Fi- lho), onde encerrou suas atividades, em 1944. Referências O patrimônio do IPAI – RJ concentrava-se em CARVALHO, M. C. C. Depoimento. Salvador, 20 apólices da dívida pública, inscrições do Ban- jun. 2008. co da República dos Estados Unidos do Brazil CUNHA, M. Dados para uma avaliação de currí- e dinheiro em depósito na Caixa Econômica, culo do curso de Psicologia da UFBA. Caracteri- renda que não era sufi ciente para sua manu- zação do aluno: análise de condições de ensino tenção. Contava, então, com as contribuições oferecidas pela instituição. Dissertação (Mestrado fi xas de diferentes associados, além de resga- em Educação). Universidade Federal da Bahia, Sal- te mensal dos cupons de passagens das com- vador, 1979. panhias de bondes em seu favor. Desde sua RAPOLD, R. C. M. A Psicologia da Educação na inauguração verifi cou-se a presença de ho- Bahia: a história do IDOV pela memória de seus mens ilustres da época, que compartilhavam personagens. Tese (Doutorado em Psicologia da das ideias sobre a proteção à infância: Arthur Educação). Pontifícia Universidade Católica de São Azevedo, Alcindo Guanabara, Carlos Chagas, Paulo, São Paulo, 2003. Coelho Neto, Evaristo de Moraes, Hermes da Fonseca, , José do Patrocínio, Mercedes Cunha Chaves de Carvalho Lauro Müller, Lopes Trovão, Nilo Peçanha, Olavo Bilac e Quintino Bocaiúva. Entre os mé- dicos que constituíram sua primeira equipe estão: Nascimento Gurgel, Leão de Aquino, „ Instituto de Proteção e Assistência à Jeff erson de Lemos, Luiz Bulcão, Leonel Ro- Infância (IPAI) – 1899-1944 cha, Álvaro Guimarães, Eduardo Meireles, além do próprio Moncorvo Filho. A Socieda- Fundado em 24 de março de 1899 pelo mé- de Científi ca Protetora da Infância é uma das dico Carlos Arthur Moncorvo Filho, era uma instituições relacionadas ao IPAI. Fundada em instituição fi lantrópica que tinha como obje- 28 de junho de 1902, estava interessada nas tivo principal salvar, física e moralmente, as questões científi cas relacionadas à proteção crianças do Brasil, por meio da propagação à infância. Era composta por todos os mem- dos ideais higiênicos. O estatuto do IPAI ti- bros do corpo profi ssional científi co do insti- nha como propósitos: proteger as crianças tuto e representou a primeira sociedade de pobres, doentes, defeituosas, maltratadas e pediatria fundada no Brasil. Outra importante moralmente abandonadas, investigando suas organização que atuava junto ao instituto era condições de vida; inspecionar as atividades o grupo das Damas da Assistência à Infância. das amas de leite; difundir entre as famílias Fundado por Moncorvo em 5 de setembro de pobres noções elementares de higiene infantil; 1906, era formado por senhoras das classes buscar regulamentar o trabalho da mulher na mais altas. Tinha como funções a confecção de indústria; estimular a fundação de maternida- roupas para crianças carentes, a preparação des, creches e jardins de infância, hospitais, de material médico, a organização de festas e dispensários, instituições para defi cientes e a arrecadação de donativos. Destaca-se ainda a prática da vacinação; promover a inspeção a criação do Departamento da Creança no Bra- higiênica médica das escolas; regulamentar e sil, em março de 1919, que teve como objetivo exercer vigilância sobre o trabalho das crian- organizar informações a respeito da assistên-

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cia à infância no país, atuando como agência dos. O espaço físico era constituído por sala de pesquisa e recolhimento de dados, que de espera, secretaria, salão de honra, gabinete deveriam estar disponíveis aos interessados da diretoria, salas de clínica médica, de clínica no tema. Era mantido fi nanceiramente pelo cirúrgica, de clínica ginecológica, de molés- próprio Moncorvo. Em novembro de 1920, foi tias da pele, de eletroterapia e massagem, de reconhecido como de utilidade pública muni- banhos, gabinete de análises e microscopia cipal pelo Decreto 2.340, o que o credenciava a (onde também funcionavam os serviços de va- receber heranças e donativos. O departamento cinação e exame de amas de leite), gabinete de funcionou até o ano de 1938. Em 1940 o gover- moléstias de olhos, nariz, ouvidos e garganta, no Vargas criou, no Ministério da Educação e câmara escura, gabinete de cirurgia dentária, Saúde, o Departamento Nacional da Criança, pavilhões de ginástica médica e de isolamen- que realizava muitas das atividades previstas to (para os casos de varíola, sarampo e co- para o Departamento da Creança no Brasil. queluche), almoxarifado e sanitários. Na sala Os Archivos de Assistência à Infância, órgão ofi - de berço encontravam-se as duas primeiras cial de divulgação dos trabalhos do instituto, incubadeiras do país, importadas da França come çaram a circular em novembro de 1902 e em 1903. As crianças eram atendidas nas es- foram até setembro de 1907; depois, voltaram a circular de janeiro de 1913 a dezembro de pecialidades médicas necessárias e recebiam 1925, e de janeiro de 1929 a dezembro de 1946. doação de leite esterilizado. Mensalmente, Seus custos eram cobertos pelos anunciantes, acontecia a distribuição de roupas, calçados em sua maioria fabricantes de medicamentos. e alimentos para as famílias registradas. Para Entre os eventos promovidos pela institui- usufruir desses serviços era necessário que ção destaca-se o Concurso de Robustez (1902 as mães assistissem com regularidade às pa- a 1934), que objetivava premiar as mães dos lestras proferidas no instituto a respeito dos bebês mais saudáveis que tivessem sido ali- cuidados morais e físicos com as crianças, os mentados exclusivamente pelo leite materno deveres da família, o papel da esposa nos cui- pelo menos até os seis meses. Ainda, o projeto dados com o lar etc. O IPAI despontou como Museu da Infância, que foi parte integrante da modelo para outras instituições que prolife- Grande Exposição Internacional do Centená- raram pelo país, servindo como referência rio da Independência do Brasil realizada em para os médicos interessados pelo tema da 1922, cujo objetivo era relatar, através de uma infância. Contava com fi liais em outros es- exposição, as condições de vida da criança e tados: Bahia (primeira fi lial, inaugurada em de sua mãe, com um recorte temporal que ia maio de 1904), Minas Gerais (junho de 1904), desde o descobrimento até aquela data. Des- Pernambuco (1906), Maranhão (1911), Pará e tacou-se também o I Congresso de Proteção à Paraíba (1912), Santos (1914), Niterói (1915) e Infância, realizado no Rio de Janeiro de 27 de Rio Grande do Norte (1917). agosto a 5 de setembro de 1922, reunindo mais de 2.600 participantes, entre médicos, juristas, sociólogos etc. Foram apresentadas mais de Referências 250 memórias com temas relativos à infância. MONCORVO FILHO, A. Histórico da protecção à Para atender às crianças pobres e suas mães, creança no Brasil – 1500-1922. Rio de Janeiro: De- a equipe do IPAI se dividia em dois grupos: partamento da Creança no Brasil, 1922. o pessoal técnico (médicos, farmacêuticos, MONCORVO FILHO, A. A assistência pública e cirurgiões-dentistas, estudantes de Medicina, a assistência privada (Relações e Regulamentos). parteiras e uma massagista) que prestava ser- Rio de Janeiro: Departamento da Creança no Bra- viços gratuitamente, e aqueles encarregados sil, 1922. do serviço de escrituração e propaganda da MONCORVO FILHO, A. A cruzada pela infância. instituição, sendo que estes eram remunera- Rio de Janeiro: Typ. Besnard Freres, 1919.

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MONCORVO FILHO, A. Amparemos a infância! de Psicodrama, que se tornou precursor da Rio de Janeiro: Typ. Villas Boas e C., 1915. criação do IPPGC como escola de especializa- MONCORVO FILHO, A. Pela infância tudo! Rio de ção, estimulando-se, desde então, o trabalho Janeiro: Typ. Besnard Freres, 1920. em grupo em Campinas e região, tanto no RIZZINI, I. O século perdido: raízes históricas das contexto clínico como nas áreas educacionais, políticas públicas para infância no brasil. Rio de organizacionais e sociocomunitárias. O IPPGC Janeiro: Universitária Santa Úrsula, 1997. participou do movimento de criação da Fede- ração Brasileira de Psicodrama (FEBRAP) em SARTOR, C. S. D. “Proteção e assistência à infân- 1976, sendo sócio fundador desta. Durante cia: considerações sobre o 1° Congresso Brasilei- os anos de 1983 e 1984, sediou e dirigiu essa ro de Proteção à Infância, Rio de Janeiro, 1922”. In: RIZZINI, I. (Org.). Crianças desvalidas, indígenas federação, tendo organizado o IV Congresso e negras no Brasil – cenas da Colônia, do Império Brasileiro de Psicodrama (1984), presidido por e da República. Rio de Janeiro: USU Ed. Universi- Luís Falivene Roberto Alves, também um dos tária, 2000. perseverantes precursores do psicodrama em Campinas. Foi também responsável pela or- SARTOR, C. S. D. Os caminhos da proteção à in- ganização do I Seminário Nacional de Teoria fância no Brasil: a infl uência do modelo de Mon- de Psicodrama (1993). Tem participado das corvo Filho. Dissertação (Mestrado em Serviço So- comissões científi cas dos congressos nacionais cial). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001. e internacionais de psicodrama. Desde 1982, o IPPGC promove anualmente a Jornada de WADSWORTH, J. E. “Moncorvo Filho e o proble- Psicodrama, com atividades científi cas e es- ma da infância: modelos institucionais e ideológi- paços abertos à comunidade. Em 1981 criou cos da assistência à infância no Brasil”. In: Revis- uma clínica comunitária em sua sede. A par- ta Brasileira de Historia, v. 19, n. 37. São Paulo: tir de 1999, essa atuação foi diversifi cada para ANPUH, 1999. trabalhos comunitários educacionais, organi- zacionais e de clínica ampliada em diferentes Renata Monteiro Garcia locais. Mantém, desde sua fundação, um Cur- so de Especialização de Psicodrama, sendo a pesquisa e a produção de trabalhos científi cos „ Instituto de Psicodrama e Psicoterapia de uma de suas metas. Tem mantido convênios Grupo de Campinas (IPPGC) – 1976- com órgãos governamentais e não governa- mentais em diversifi cados projetos comuni- tários. O IPPGC tem como missão promover É uma associação científi co-cultural sem aprendizagem, ensino, desenvolvimento e difu- fi ns econômicos e escola de especialização em são da socionomia em compromisso com a co- Psicodrama Psicoterapêutico e Socioeducacio- munidade. Atualmente, promove três níveis nal, com sede na rua Angelino Rossi, 12, Jar- de formação: especialização em Psicodrama; dim Novo Botafogo, Campinas – SP. Fundado Psicodramatista Didata e Psicodramatista Di- em 11 de setembro de 1976, o IPPGC foi cria- data Supervisor. Conta com uma equipe do- do por iniciativa de um grupo de profi ssionais cente de 18 professores. Através deste grupo, e estudantes das áreas de saúde, educação e vem desenvolvendo pesquisa e publicando serviço social, sob a liderança de José Carlos inúmeros artigos em revistas especializadas Landini, um dos precursores do psicodrama nacionais e internacionais, além de diversos em Campinas, com seu trabalho com grupos livros. O IPPGC participou da equipe que de alcoolistas no Sanatório Santa Isabel, além implementou padrões científi cos na Revista de professor no Instituto de Psicologia da Uni- Brasileira de Psicodrama (1984) e alguns de seus versidade Católica de Campinas, onde intro- membros são da atual equipe editorial dessa duziu a psicoterapia de grupo. Entre os anos revista que, neste período, produziu a primei- de 1971 e 1972, iniciou-se o Grupo de Estudos ra edição bilíngue.

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Referências respeito da utilização prática da psicologia se INSTITUTO DE PSICODRAMA E PSICOTERAPIA encontravam no auge no Brasil, e a fundação DE GRUPO DE CAMPINAS. Ata de fundação. de uma instituição de psicologia aplicada de- Campinas: IPPGC, 11 set. 1976. monstrava a crença no saber psicológico como INSTITUTO DE PSICODRAMA E PSICOTERAPIA ferramenta para um melhor conhecimento e DE GRUPO DE CAMPINAS. Estatuto Social. Cam- ajustamento do homem. O nome Instituto de pinas: IPPGC, 1976. Psicologia Aplicada indica o caráter pragmá- INSTITUTO DE PSICODRAMA E PSICOTERA- tico confi ado à psicologia neste período. Seus PIA DE GRUPO DE CAMPINAS. Documentos do sócios fundadores foram Daniel Antipoff , Hal- Centro de Memória do IPPGC. Campinas: IPPGC, ley Bessa, O ília Braga Antipoff , Eunice Rabe- 1976-2007. lo Mourão, Enitz Monteiro de Castro, Marcos Goursand de Araújo, Maria Leonor Viana e Bernadete Aparecida de Castro Rosaura Moreira Xavier. O estatuto social do IPAMIG estabeleceu que era uma sociedade Júlia Maria Casulari Mo a constituída por ações, tendo por objetivos a prestação de serviços como o atendimento psicológico, educacional, social e médico em „ Instituto de Psicologia Aplicada de Minas qualquer de suas modalidades e fi ns. Esta- Gerais (IPAMIG) – 1961- beleceu também que a sociedade seria admi- nistrada por uma diretoria de cinco mem- bros. Entre os sócios fundadores, merecem Fundado em 11 de dezembro de 1961, destaque Marcos Goursand e Halley Bessa, caracteriza-se como uma instituição voltada primeiros diretores do instituto. Também se para a prestação de serviços e produção de destacaram Daniel Antipoff , que introduziu a conhecimento científi co relacionado à aplica- aplicação de testes psicométricos no IPAMIG, ção da psicologia na resolução de problemas e O ília Antipoff , que atuou como chefe do cotidianos. Iniciando suas atividades como sociedade comercial, o IPAMIG prestava ser- setor clínico e responsável pela orientação psi- viços relacionados à psicologia do trabalho copedagógica das classes especiais, entre 1973 para empresas como bancos e construtoras, e 1986, conservando-se como presidente do além de promover iniciativas que visavam à IPAMIG até 2006. Outro objetivo do IPAMIG divulgação da psicologia em Belo Horizonte. era popularizar o conhecimento psicológico, Em 1963 o IPAMIG se tornou sociedade ci- aplicando-o às questões da sociedade. Entre vil sem fi ns lucrativos, sendo considerada a suas atividades, encontravam-se a orientação primeira empresa privada a prestar serviços psicológica (vital, familiar, escolar, profi ssio- relativos à aplicação da psicologia em Minas nal, vocacional); a dinâmica de grupos; os cír- Gerais, o que demonstra sua importância para culos de pais; a aplicação de testes psicológi- o desenvolvimento desta ciência no Brasil. cos de nível mental, personalidade, aptidão e Inicialmente situava-se na rua Rio Grande do interesses; exames e aconselhamento; a orien- Sul, 198, conj. 102, Belo Horizonte – MG. Pos- tação e tratamento de crianças, adolescentes e teriormente, foi transferido para a rua Getúlio adultos com problemas emocionais, desajus- Vargas, 67 e depois para a rua do Ouro, 1.900, tamento pessoais, familiares, escolares, sociais, no bairro Serra. Na década de 1990, passou a distúrbios de conduta e/ou defi ciência mental. funcionar na avenida João Pinheiro, 39, 9º an- Havia a preocupação em divulgar o que era a dar. Sua criação foi marcada pelo movimen- psicologia e, para tal, foram publicados dois to em prol da regulamentação da psicologia volumes da Revista Brasileira de Ciências do Ho- enquan to ciência e profi ssão. No fi nal da déca- mem, que saíram em setembro de 1964 e em da de 1950 e início da de 1960, as discussões a 1965. A revista era dedicada a comunicações

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científi cas, divulgação dos resultados obtidos testes psicotécnicos. A partir de 1992, a Escola na aplicação da psicologia, relatos de pesqui- da Serra, antigo CEMP, passou a funcionar de sa e divulgação de artigos científi cos. A insti- forma independente do IPAMIG. Esta insti- tuição se caracterizava por grupos de estudo, tuição, por sua vez, permanece em funciona- que visavam a um maior aprimoramento do mento na avenida João Pinheiro, prestando saber psicológico de sócios e funcionários, en- serviços para o Departamento de Trânsito tre os quais se encontravam médicos, psicólo- (DETRAN) e aplicando testes psicotécnicos. gos, fonoaudiólogos, pedagogos, educadores, técnicos em geral e estagiários. Para realizar Referências seus propósitos, a estrutura do IPAMIG com- portava as seguintes seções: o Centro de Psi- ANTIPOFF, O. B. Entrevista concedida a Sérgio cologia do Trabalho (CETRA), o Centro de Pu- Domingues. Belo Horizonte, 16 ago. 2006. blicações e Pesquisas (CEPPES), o Centro de ARAÚJO, M. G. Entrevista concedida a Sérgio Do- Atividades do Lazer (CEAL), o Centro de For- mingues. Belo Horizonte, 21 dez. 2006. mação Técnico-Profi ssional (CEPRO ) e o Cen- ARAÚJO, M. G. Relatório de atividades do tro Educacional Médico Psicológico (CEMP). IPAMIG. Belo Horizonte, 12 mar. 1967. Mimeo. Criado em 29 de março de 1965, o CEMP foi pre- CORRÊA, T. G. Ata da 3º Assembleia Geral do sidido por Halley Bessa e, em 1992, deu origem IPAMIG. Belo Horizonte, 7 jul. 1966. Mimeo. à Escola da Serra, a qual se situa atualmente no antigo endereço do IPAMIG, no bairro Serra, ESTATUTO Social do IPAMIG S/A. Belo Horizonte, em Belo Horizonte. Devido a um forte interes- 11 de junho de 1965. Mimeo. se pela educação, o CEMP se destacou dentre MOURÃO, E. R. Ata da 1º Assembleia Geral, para esses centros, oferecendo classes regulares de conhecimento da nova estrutura jurídica da Socie- jardim de infância, curso pré-primário e pri- dade, eleição dos conselhos Diretor e Fiscal do IPA- mário, aulas de reforço (estudos dirigidos) MIG. Belo Horizonte, 26 jun. 1965. Mimeo. para alunos que cursavam o ginásio, além REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS DO HO- de aulas especiais para sanar difi culdades de MEM. Belo Horizonte: Instituto de Psicologia Apli- aprendizagem e para corrigir defi ciências de cada de Minas Gerais – IPAMIG, n. 1, 1964. linguagem, com exercícios de atenção. Outra REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS DO HO- instituição criada no âmbito do IPAMIG, em MEM. Belo Horizonte: Instituto de Psicologia Apli- 16 de dezembro de 1966, foi o Centro Psicotéc- cada de Minas Gerais – IPAMIG, n. 2, 1965. nico Ltda. (CEPEL), elemento fundamental na distribuição e venda de testes psicológicos e psicotécnicos. A partir de 1995, o CEPEL des- Sérgio Domingues ligou-se do IPAMIG, visando tornar-se uma empresa comercial. Os outros centros acaba- ram por ter uma atuação secundária e foram „ Instituto de Psicologia Aplicada do extintos. Nos anos de 1960, principalmente até Espírito Santo (IPAES) – 1968- 1966, o IPAMIG teve destaque na aplicação da psicologia nas empresas e na educação. Ten- do sido pioneiro, viveu um breve período de Primeira clínica de psicologia do Estado hegemonia. Contudo, a maior parte de seus do Espírito Santo, fundada em 13 de junho clientes, como a Construtora José Mendes de 1968, mudou geografi camente diversas Junior, Magnesita S.A., Industam e Banco da vezes, tendo primeiramente iniciado seus Lavoura, acabou por criar seus próprios seto- trabalhos na rua 23 de Maio, no Parque Mos- res de psicologia aplicada, o que levou a um coso, à época o único centro comercial da esvaziamento de sua carta de clientes. Após capital. Logo após, mudou-se para um espa- este período, o Instituto se especializou em ço maior no mesmo bairro. Com o tempo, duas outras áreas: educação e aplicação de deslocou-se para uma casa em Bento Ferrei-

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ra, depois para a Praia do Suá e por último da de avaliação psicológica para motoristas. para Santa Lúcia, na rua Eurico de Aguiar, Os professores Maria da Penha Carvalho e 888, Vitória, endereço atual. O instituto é Gilson Villas Boas Passos desligaram-se do uma sociedade limitada, de natureza privada, instituto devido a outros objetivos profi ssio- que se mantém com recursos próprios desde nais. O psicólogo Heraldo Antônio Faria Ci- sua fundação. Além da matriz, conta com dade mudou-se para Brasília. Em agosto de duas fi liais credenciadas no Departamento 1978, o psicólogo Talmo Luiz Silva faleceu, Estadual de Trânsito do Espírito Santo (DE- tornando a psicóloga Sonia Moura a respon- TRAN-ES), uma em Campo Grande e outra sável pelo IPAES, sendo sua diretora desde em Vila Velha, atendendo exclusivamente à então. O IPAES colaborou com a publicação demanda do DETRAN. A história do IPAES da primeira edição do Manual do PMK, Tes- começou na década de 1960, na Companhia te de Psicodiagnóstico Miocinético, fornecendo Vale do Rio Doce (CVRD), mais precisamen- parte de seu arquivo do teste utilizado em te no setor de ensino, recrutamento, seleção suas avaliações. Além de treinamentos e apli- e treinamento, no qual vários de seus funda- cação de técnicas de desenvolvimento para dores trabalhavam. Uma das fundadoras e mudança de comportamento, o IPAES pro- única proprietária atual do instituto, a dire- moveu cursos sobre diferentes testes psicoló- tora Sonia de Souza Moura, era estudante de gicos. Em 1999, ofereceu o primeiro curso de Direito na época e almejava a formação em capacitação para psicólogo perito-examinador Psicologia. Contudo, no Espírito Santo não de trânsito, em conjunto com a Faculdade de havia ainda este curso. Nessa época, a CVRD Ciências Humanas de Vitória. Na época do e a Viação Itapemirim faziam avaliações veto presidencial à avaliação psicológica de psicológicas para admissão e progressão de motoristas, o IPAES, junto com outras clíni- seus funcionários, dos quais a mais relevante cas capixabas, participou de todos os encon- era para a seleção de motoristas. Progressi- tros e reuniões em Brasília para o retorno vamente, algumas empresas começaram a daquela avaliação. Esse esforço, não somente procurar os funcionários da CVRD para que das clínicas do Espírito Santo, mas de muitas pudessem ser aplicadas as mesmas técnicas clínicas da área do trânsito de todo o Brasil, de seleção em suas empresas. Surge, assim, resultou em votação unânime no Congresso o projeto de criar uma clínica que atendesse Nacional pelo retorno da avaliação psicoló- a esta demanda, desenvolvendo trabalhos gica para motoristas, sancionada pelo então nas áreas clínica e educacional, projeto en- presidente da República, Fernando Henrique campado pelo psicólogo Talmo Luiz Silva e Cardoso. Segundo a atual diretora, a Psico- pelos funcionários Gilson Villas Boas Passos, logia Organizacional capixaba foi difundida Maria da Penha Carvalho e Sonia de Souza pelo IPAES, que fez com que diversas empre- Moura. Em 1977, Sonia graduou-se em Psico- sas passassem a procurar pelos serviços de logia pela Fundação Mineira de Educação e recrutamento e seleção realizados por psicó- Cultura (FUMEC/BH). A implementação do logos com técnicas psicológicas. Além disso, instituto foi orientada pelos psicólogos He- favoreceu o acesso à orientação vocacional e raldo Antônio Faria Cidade, com a colabora- ao tratamento psicoterapêutico para a popu- ção de Francisco Campos, do Espírito Santo, lação capixaba. O IPAES também foi o pri- e de Alice Madeleine Galland de Mira, do meiro representante jurídico, no estado, das Instituto de Seleção e Orientação Profi ssio- editoras de testes psicológicos e livros técni- nal (ISOP) do Rio de Janeiro. O IPAES iniciou cos: Centro de Estudos em Psicologia Aplica- suas atividades em 28 de novembro de 1968, da (CEPA), Vetor Editora, Empresa Distribui- atendendo a escolas, indústrias, empresas dora de Testes (EDITES), Casa do Psicólogo públicas e particulares, bancos e transporta- e Centro Editor de Testes e Pesquisa em Psi- doras. Na década de 1970, o IPAES se creden- cologia (CETEPP). Atualmente, a matriz do ciou no DETRAN-ES para atender à deman- IPAES está direcionada à atuação exclusiva

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em Psicologia Organizacional, tendo como determinantes para a instituição. Em 1967 público-alvo empresas, organizações e insti- criou-se o Serviço de Seleção e Orientação tuições que contratam serviços de seleção, re- (SESO), órgão subordinado à Diretoria de En- crutamento, treinamento e desenvolvimento sino, com a missão de estudar as bases técni- de pessoal, contando com uma equipe com- cas e científi cas que viessem a nortear a sele- posta por um administrador de empresas e ção de candidatos aos cursos oferecidos pela quatro psicólogos. Aeronáutica. A partir de 1970, as atividades de psicologia da FAB passaram à subordinação do Comando Geral do Pessoal (COMGEP) e, Referências ainda neste mesmo ano, o então SESO deu lu- CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Sistema gar ao Núcleo do Instituto de Seleção e Orien- de Avaliação de Testes Psicológicos. Disponível tação (NUISO), que por sua vez, transformou- em: . Acesso em: 15 dez. se no Instituto de Seleção e Orientação (ISO), 2006. em 1981. Na década de 1980 viriam os mar- MOURA, S. de S. Entrevista concedida a Andréa cos defi nitivos da ampliação e diversifi cação dos Santos Nascimento. Vitória, 19 set. 2006. das atribuições da psicologia na Aeronáutica por meio da criação, em 1982, do Sistema de Andréa dos Santos Nascimento Psicotécnica da Aeronáutica (SISPA), assim como a nomeação do ISO como órgão central da psicologia na Aeronáutica. Em 1988, houve a alteração desta nomenclatura e, consequen- „ Instituto de Psicologia da Aeronáutica temente, das atribuições do então ISO para (IPA) – 1988- Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA) Instituto de Seleção e Orientação (ISO) – (Decreto 97.138, de 25/11/1988). Em 1989, foi 1981-1988 alterada também a nomenclatura do SISPA, que passou a ser Sistema de Psicologia da Ae- Núcleo do Instituto de Seleção e ronáutica, evidenciando a diversifi cação de Orientação (NUISO) – 1970-1981 sua atuação. Assim, com a missão de apoiar Serviço de Seleção e Orientação (SESO) – as atividades do Comando da Aeronáutica 1967-1970 em seu campo de especialização no qual a psicologia seja um instrumento de otimização de processos administrativos e de comando, De natureza pública federal, tem como o IPA é responsável pelo desenvolvimento e mantenedor o governo federal. Está instala- execução das atividades inerentes às áreas de do em prédio do Ministério da Aeronáutica, psicologia organizacional e de aviação, além na avenida Churchill, no centro da cidade do de gerenciar, coordenar, supervisionar e rea- Rio de Janeiro. A guerra na Europa reforçou lizar o controle técnico de todas as atividades uma tendência já existente de que, a exemplo da psicologia no âmbito aeronáutico militar. da Inglaterra, deveria ser organizado um Mi- Portanto, na área de ensino atua na instru- nistério do Ar, fato que acabou consolidando mentação do processo ensino-aprendizagem, a ideia da necessidade de centralizar os meios na orientação psicopedagógica e na orienta- aéreos, também, no Brasil. Em 20 de janei- ção profi ssional. Na área clínica, desenvolve ro de 1941, com a fusão da aviação militar e o diagnóstico clínico, o atendimento e o ajus- da aviação naval, surge, então, a Força Aérea tamento psicológico. Na área organizacional, Brasileira (FAB). Paralelamente à sua criação, realiza exames de aptidão psicológica, orien- são delineados os primeiros movimentos para tação vocacional, avaliação de desempenho, a organização de um serviço de psicologia na acompanhamento de pessoal, treinamento Aeronáutica que, mesmo incipientes, foram e desenvolvimento de pessoal, diagnóstico organizacional, diagnóstico psicossocial, pre-

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venção e investigação de acidentes e incidentes no Brasil sobre a contribuição do aspecto psi- aeronáuticos relacionados ao fator humano. Os cológico na ocorrência de acidentes aéreos; a funcionários do Instituto são psicólogos e pe- atuação na formação e atualização de psicó- dagogos militares e civis, além de funcionários logos em psicologia aplicada à aviação e se- dos setores administrativos. Em consonância gurança de voo; a realização de palestras nas com a missão, destacam-se inúmeros trabalhos unidades aéreas e outras organizações sobre desenvolvidos pelas divisões que compõem temas relevantes para a segurança; estudos re- o instituto e pelos elos que integram o SISPA. lativos ao estresse pós-traumático, bem como Estes trabalhos visam promover a captação, o o I Curso de Extensão em Psicologia Aplica- desenvolvimento e a melhoria da qualidade de da à Aviação (CEPAAv), oferecido no ano de vida de seus clientes internos e externos. O IPA 2004, e o II Curso de Psicologia Aplicada à constitui-se organicamente de direção, vice-di- Aviação (CEPAAv), oferecido no ano de 2006. reção, Divisão de Seleção (DISEL), Divisão de Todos estes já fazem do IPA uma organização Pesquisa e Desenvolvimento (DPESQ), Divisão de referência nos meios militar e civil, consa- de Desenvolvimento de Recursos Humanos grando-o neste cenário. Atualmente, o diretor (DRHUM), Divisão de Segurança do Trabalho do IPA é o coronel-aviador Roberto Basílio, (DISET), Divisão Administrativa (DADMI) e que substituiu o coronel intendente Adão Air- Conselho Técnico (CONTEC). Dentre as várias ton da Rosa Silva, tendo em vista que o cargo atividades desenvolvidas, o IPA realiza tam- de diretor do IPA tem duração de dois anos e é bém diagnose organizacional, análise do traba- indicação do comando da Aeronáutica. lho, elaboração de perfi s ocupacionais, partici- pação em programas de instrução (treinamento e palestras), orientação vocacional, acompa- Referências nhamento e avaliação de desempenho. A sele- BRASIL. Senado Federal. Portal Legislação. Dispo- ção psicológica, denominada exame de aptidão nível em: . Acesso em: 16 mar. 2007. importantes atividades atribuídas ao IPA, pois INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA AERONÁUTI- o seu público-alvo é constituído por candida- CA. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2007. náutica, além dos militares envolvidos em voo. LAVENÈRE-WANDERLEY, N. F. História da Força Ao longo do tempo, procurou-se aprimorar o Aérea Brasileira. Rio de Janeiro: Gráfi ca Brasileira, processo de avaliação, contando com os recur- 1975. sos de informática para torná-lo mais rápido, objetivo e efi caz. Reconheceu-se a necessidade de oferecer ao candidato contra-indicado uma Marta Maria Telles reavaliação em grau de recurso, conferindo ao instituto destaque nesta área pelo pioneiris- mo e rápido alinhamento com a transparên- „ Instituto de Psicologia da Bahia (IPB) – cia exigida na atualidade. O desenvolvimento 1965-1977 de projetos, trabalhos e pesquisas na área de segurança de voo agregam ao IPA o reconhe- cimento internacional pela contribuição mar- Fundado em 1965 por Martin Dubois, nas- cante para a prevenção de acidentes aéreos. cido em Saint-Bonnet-de-Montauroux, Lozè- Além de compor as comissões de investigação re, na França, e falecido no Brasil, na cidade de acidentes aeronáuticos, realiza outros tra- de Salvador-BA. Irmão Dubois, como era co- balhos neste campo, tais como: a implantação nhecido, era marista e trabalhou como orien- do Crew Resources Management (CRM) ou tador educacional, recebendo posteriormente Gerenciamento de Recursos da Tripulação; a o registro de psicólogo em função de suas ati- realização e publicação de pesquisas inéditas vidades profi ssionais anteriores. À época da

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fundação do IPB, o estado não contava com psiquiatra; Carlos Tyrone, psicanalista; e Rei- curso de Psicologia. O IPB surgiu buscando nier Johanne Antonius Rozestraten, psicólogo suprir essa falta, a partir do convite do irmão que permaneceu durante um ano no instituto. Dubois a pessoas ligadas à Faculdade de Filo- Após a morte do irmão Dubois, Raimundo sofi a da Universidade Católica de Salvador Rabelo da Silva assumiu a gerência do insti- (UCSAL) para organizarem um curso de Psi- tuto até sua extinção. Destaca-se que este foi cologia, obje tivo que jamais foi concretizando o primeiro instituto de psicologia na Bahia e, na UCSAL, tendo sido o primeiro curso de provavelmente, o primeiro espaço de trabalho Psicologia do estado iniciado em 1968 pela multidisciplinar, oferecendo serviços de testa- Universidade Federal da Bahia (UFBA). Se- gem psicológica, orientação vocacional, fono- gundo Amauri Pina, integrante do IPB, este audiologia e psicoterapia, esta com psiquiatra, se caracterizava principalmente pelo agru- psicanalista e psicólogos. pamento de pessoas ligadas à universidade. Funcionou inicialmente na Faculdade de Filo- Referências sofi a da UCSAL, no Convento da Palma, bair- PINA, A. da S. Entrevista concedida a Alessandra ro de Nazaré. Logo após, passou a funcionar Gracioso Tranquilli. Bahia, 17 e 22 mar. 2007. na rua Francisco Ferraro, 17, do mesmo bairro, ROZESTRATEN, R. “Johannes Antonius (1924 –)”.

onde permaneceu até seu fechamento, em 31 In: Dicionário biográfi co da Psicologia no Brasil de dezembro de 1977. Apesar de o instituto – pioneiros. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2008. nhecido pela Universidade Católica de Salva- dor como fazendo parte dela. Os profi ssionais Sunna Prieto de Azevedo que atuavam no instituto eram remunerados como pessoa física e 30% do que recebiam era Alessandra Tranquilli destinado ao IPB. Este percentual era utilizado para a manutenção do IPB e para o pagamen- to da única funcionária. Sob a gerência do ir- „ Instituto de Psicologia da Faculdade mão Dubois, a instituição tinha por objetivos a Salesiana de Filosofi a, Ciências e Letras prestação de serviços de testagem psicológica, de Lorena – 1965- orientação vocacional, fonoaudiologia, psi- quiatria e psicanálise à população que pudes- Laboratório de Psicologia Experimental da se pagar por esses serviços. Funcionava em Faculdade Salesiana de Filosofi a, Ciências prédio de quatro pavimentos, dos quais três e Letras de Lorena – 1954-1964 eram utilizados pelo IPB. No subsolo fi cava o serviço de apoio (depósito); no térreo, a recep- Uma das primeiras instituições do interior ção, as salas de testagem e a biblioteca; no pri- de São Paulo a propor, em 1967, abertura de meiro andar, os consultórios. Devido ao curto vagas para um curso de Psicologia, a então período de vida do instituto, poucos profi ssio- Faculdade Salesiana de Filosofi a, Ciências e nais atuaram lá. Tem-se registro da passagem Letras de Lorena (FFCL de Lorena) já oferecia, de profi ssionais como: Amauri Pina, psicólogo à época, através de seu Laboratório de Psico- e professor titular do curso de Administração logia Experimental, criado em 1954, oportu- da UCSAL, que trabalhava com psicometria e nidade para estágio de alunos em Pedagogia testagem psicológica, realizando exames para e de especialização em Psicologia da Educa- a função de motorista; Elieth Leal d’Araújo ção (1965), bem como serviços psicológicos à (Lia Mara), professora da Escola de Teatro da comunidade, nas áreas de orientação educa- UFBA, que exercia funções ligadas à fonoau- cional e vocacional, clínica (em casos esporá- diologia; Raimundo Rabelo da Silva, médico dicos orientados por especialistas de São Pau-

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lo) e seleção profi ssional, especialmente para sob encomenda, pelo Laboratório Aparechi as Indústrias Químicas Mantiqueira. O curso Scientifi chi Médici, a outra parte pelas ofi cinas de Psicologia de Lorena para a modalidade do Laboratório de Psicologia da Universidade Formação de Psicólogo foi autorizado pelo Católica de Milão. Montado em Lorena, em Decreto 71.608/72 e reconhecido pelo Decre- 1954, o laboratório começou imediatamente a to 18.051/76. Para as habilitações de bachare- atender à região. Posteriormente seu acervo foi lado e licenciatura, autorização pelo Decre- enriquecido com testes e aparelhos adquiridos to 65.043/69 e reconhecimento pelo Decreto no Brasil, ou enviados da Itália pelo professor 71.608/72, do Ministério da Educação e Cul- Lorenzini. Laboratórios semelhantes haviam tura (MEC). Foi o segundo curso de Psicolo- sido também montados na Pontifícia Univer- gia a funcionar no interior do Estado de São sidade Católica de São Paulo, na Faculdade Paulo, completando 40 anos de sua existência Dom Bosco de São João Del-Rei e na Faculda- em 2009. Teve assessoria direta do renomado de de Filosofi a de Bauru. Além do Laboratório psicólogo italiano dr. Giacomo Lorenzini, do de Psicologia, o curso contava com a contri- Instituto Superior de Pedagogia do Pontifício buição didático-pedagógica do Laboratório de Ateneu Salesiano de Turim. Quando de sua Biologia e Fisio logia e do Laboratório de Tes- criação, entre os argumentos considerados no tes Psicológicos, existente até hoje. Decreto Fe- processo de solicitação de abertura do curso deral de 24 de novembro de 1997 credenciou ao MEC, destacam-se: o fato de os cursos de o Centro Universitário Salesiano de São Paulo Psicologia estarem entre os prioritários para o (Centro UNISAL), integrando à FFCL de Lo- desenvolvimento socioeconômico e educacio- rena outras três instituições salesianas: a de nal do país, como se podia verifi car da relação Americana, a de Campinas e a de São Paulo, de necessidades a serem atendidas com prio- esta com três campi: Santana, Campos Elíseos ridade pelo Ministério da Educação e Cultura; e Alto da Lapa. Além do campus de Lorena, os serviços psicológicos da faculdade vinham atual mente funciona em Americana outro cur- sendo procurados cada vez mais; e sua criação so de Psicologia, iniciado em 2006. Como ou- constituía o término de um processo evoluti- tras instituições salesianas, o UNISAL – U.E. vo, que se iniciara em 1954 com a instalação de Lorena integra as Instituzione Universita- do Laboratório de Psicologia Experimental, e rie Salesiane (IUS), que compreendem mais pela criação do Instituto de Psicologia, anexo a de 50 instituições, entre elas: universidades, esta faculdade. Apenas para confi rmação esta- centros universitários, faculdades isoladas e tística, em 1965 foram atendidos 54 casos pelo centros de tecnologia, distribuídas em 18 paí- Laboratório de Psicologia. Em 1966 o Instituto ses da Europa, Ásia e América, com o objetivo de Psicologia atendeu a 59 casos, e no ano de principal de oferecer aos jovens um serviço 1967 já haviam passado pelo Instituto 158 ca- de formação científi ca, profi ssional, humana sos. Por esses motivos, impunha-se a criação e cristã, gerando oportunidades de acesso a de um curso de Psicologia na faculdade, a fi m tantos que vivem em desvantagem econômica de atender aos novos compromissos com os e social. Desde a sua criação em 1969, já passa- quais se defrontava. Merece especial destaque ram pelo curso de Psicologia do atual Centro dentro dessa perspectiva histórica o Labora- Universitário Salesiano de São Paulo – U.E. de tório de Psicologia da Faculdade Sale siana de Lorena mais de 4 mil alunos, muitos dos quais Filosofi a, Ciências e Letras de Lorena. O labo- vieram depois a fazer parte do corpo docen- ratório foi adquirido na Europa, em 1953, pelo te do curso. O curso de Psicologia do Centro psicólogo Giacomo Lorenzini, Na aquisição UNISAL – U.E. Lorena presta atendimento dos aparelhos, baseou-se ele no que existia aproximadamente a 20 municípios do Vale do nos grandes centros europeus, como Genebra, Paraíba, quer no nível de estágios, quer no su- Louvain, Liège, Paris, Milão, Roma, Berlim. primento de profi ssionais de psicologia para A maior parte dos aparelhos foi construída, atuarem nos vários campos de aplicação da

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ciência psicológica. A proposta pedagógica do educacionais seria um campo promissor nas curso implica oferecer, desde o primeiro ano, faculdades de Filosofi a. Nesse contexto, o uma orientação teórico-prática e epistemoló- reitor da Universidade Católica de Minas Ge- gica direcionada para a formação profi ssional, rais (UCMG), padre José Lourenço da Costa em vista das três ênfases que compõem atual- Aguiar, convidou o professor Pedro Parafi ta mente o curso: Práticas Clínicas, Educação e de Bessa, que frequentara os simpósios do Compromisso Social, Saúde Mental e Preven- MEC, para coordenar um curso de orientação ção. Para a consecução desse objetivo, o curso educacional. No fi nal do primeiro ano de fun- se organiza pedagogicamente em um conjun- cionamento desse curso (1958), padre Aguiar to de disciplinas teóricas, atividades e práticas propôs ao professor Bessa criar um curso de Psicologia, — o qual foi convidado a coorde- de estágio em torno dos eixos previstos nas nar. O projeto do professor Bessa apresentava Diretrizes Curriculares. a Psicologia como uma ciência do comporta- mento, baseada na observação e na medição. Referências Em 9 de março de 1959, dom Serafi m Fer- UNISAL. Projeto Político Pedagógico – Curso de nandes de Araújo, sucessor do padre Aguiar Psicologia, 2008. como reitor, assinou a Portaria 01/59, que criava o Instituto de Psicologia Aplicada, com Decreto 71.608/72. dois cursos: Psicologia e Orientação Educacio- Decreto 18.051/76. nal. Os professores Pedro Parafi ta de Bessa e Decreto 65.043/69. Pedro Paulo Christovam dos Santos foram in- dicados para as funções de diretor e vice-dire- tor do instituto, respectivamente. Inicialmente Denise Pereira de Alcantara Ferraz o Instituto de Psicologia Aplicada da UCMG funcionou nas dependências da Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Santa Maria, no Pa- „ Instituto de Psicologia da Pontifícia lacete Dantas, na praça da Liberdade, em Belo Universidade Católica de Minas Gerais Horizonte. O curso de Psicologia da UCMG foi o primeiro criado em Minas Gerais.Em (PUC-Minas) – 1996- 1962, frei Ricardo (Reinier Johannes Antonius Departamento de Psicologia da Rozestraten), recém-chegado da Europa, assu- Universidade Católica de Minas Gerais – miu a direção do instituto, dando a ele uma 1978-1996 orientação marcada pela cientifi cidade e pela Instituto de Psicologia Aplicada da preocupação com a formação do aluno. A bus- Universidade Católica de Minas Gerais – ca da cientifi cidade se expressou na ênfase à psicologia experimental e nos laboratórios, 1959-1978 que ocupavam grande espaço na estrutura e funcionamento do curso. A formação pessoal A ideia de criação de cursos de Psicologia do aluno, considerada fundamento da atua- no Brasil é anterior à lei que regulamentou o ção do psicólogo, traduzia-se pela exigência, exercício dessa profi ssão no país. Em 1956- aos candidatos ao vestibular, de apresentação 1957, o MEC resolveu implementar o dispo- de laudo psicológico favorável e pela oferta de sitivo da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que atendimento psicológico individual do aluno. previa a orientação vocacional nas escolas de O cuidado com a formação pessoal do aluno ensino médio. Como era necessário formar constitui, até hoje, uma diretriz do currículo e pessoal qualifi cado para esse trabalho, o MEC uma marca do curso. Em 27 de agosto de 1962, passou, então, a promover simpósios sobre foi aprovada a Lei 4.119, que dispunha sobre orientação educacional. Simultaneamente, os cursos de formação em Psicologia e regu- as autoridades eclesiásticas no Brasil se de- lamentava a profi ssão de psicólogo. Esta lei ram conta de que a formação de orientadores determinava que se organizassem serviços clí-

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nicos e de aplicação da psicologia à educação com atendimento em psicoterapia no currícu- e ao trabalho, como condição para o funciona- lo. Ao longo de dez anos de prática, o estágio mento dos cursos de formação de psicólogo. cresceu e se diversifi cou. O novo currículo, Assim, ainda em 1962 foram criados os Servi- aprovado em 1987 (Portaria R, 14/87), introdu- ços do Instituto de Psicologia da Universidade ziu no curso a opção clínica. Sua implantação Católica de Minas Gerais (SIPUC), setor res- exigia melhores condições de infraestrutura ponsável pela oferta de estágios aos alunos do para consolidar a prática clínica e viabilizar a curso e, a partir de 1972, também pelos laudos oferta dos estágios fi cando confi gurado a ne- psicológicos dos candidatos ao vestibular dos cessidade de uma clínica, ou seja, um ambiente cursos de Psicologia, Serviço Social e Enfer- próprio para os atendimentos. Paralelamente, magem, então exigidos pela instituição. Seu observou-se uma diminuição das demandas fundador e primeiro diretor foi o professor de seleção feitas pelas grandes empresas ao Rozestraten, sucedido por Sílvio Ferreira. No SIPUC. A própria universidade dispensara, início, os estágios se concentravam nas ativi- em 1985, a exigência de apresentação de laudo dades de seleção de pessoal, sendo discretos de aptidão psicológica para inscrição no con- os atendimentos clínicos. Em 1963, o institu- curso vestibular de seus cursos de Psicologia e to foi instalado na nova sede da UCMG, na Enfermagem. Os professores Ana Maria Sar- avenida Brasil, 2.023. Frei Ricardo cumpriu mento Seiler Poelman e Wanderley Chieppe seu primeiro mandato como diretor do insti- Felippe, então chefe e vice-chefe do Departa- tuto até 1965. Reconduzido ao cargo, passou mento de Psicologia, respectivamente, condu- a cuidar do reconhecimento do curso, o qual ziram as negociações com a reitoria para a im- foi obtido pelo Decreto 61.870, de 08/12/1967. plantação da clínica. Em 1989, a universidade Segundo o Parecer 419/67, emitido pelo pro- destinou-lhe uma sede própria, que foi inau- fessor Antonio Gomes Penna, do Instituto de gurada em março de 1990. Diversos tipos de Psicologia da Universidade Federal do Rio atendimento passaram a ser oferecidos: psico- de Janeiro (UFRJ), o curso de Psicologia da terapia de crianças, adolescentes, adultos, ca- UCMG era, dentre os que conhecia, o que ofe- sal e família, psicodiagnóstico, psicologia hos- recia as melhores condições de funcionamen- pitalar, orientação vocacional, psicopedagogia to. Em 1970, o instituto adquiriu o estatuto de e terapia psicomotora. Um pouco mais tarde, unidade autônoma da UCMG e se transferiu as dependências da clínica, mais uma vez, se para o campus do bairro Coração Eucarístico. tornaram pequenas para comportar o trabalho O ano de 1978 trouxe grandes transformações que ali se realizava. Iniciaram-se novas nego- na Universidade Católica. Para a implantação ciações com a reitoria para a ampliação do es- da reforma universitária de 1968, a universi- paço físico. A decisão do reitor, padre Geraldo dade adotou o modelo de centro e departa- Magela Teixeira, foi pela construção de um mento. O Departamento de Psicologia passou prédio novo, especialmente projetado para a a ser vinculado ao Centro de Ciências Biológi- clínica, em local destinado pela universidade, cas e da Saúde. Os dirigentes receberam a de- para sediar os diversos serviços da área da nominação de chefe de departamento/coorde- saúde. As professoras Ana Maria Sarmento nador de curso. Esta estrutura seria mantida Seiler Poelman e Lúcia Maria de Lima Mello, até 1996, quando o então reitor, padre Geraldo coordenadora e vice-coordenadora da clínica, Magela Teixeira, por meio da Portaria 31/96, conduziram as negociações com a reitoria. Em restabeleceu a denominação de Instituto de maio de 2002 foi inaugurada a sede da clínica, Psicologia, com estrutura e funcionamento no prédio 44 do Campus Coração Eucarístico. autônomos. Em 1980, por proposta dos pro- A clínica se subordina administrativamente à fessores Escípio da Cunha Lobo, então chefe direção do Instituto de Psicologia e se vincu- do Departamento de Psicologia, Wanderley la, do ponto de vista acadêmico, ao Colegia- Chieppe Felippe, vice-chefe, e Tarcísio Guima- do do Curso de Psicologia. É coordenada por rães Mendes, coordenador do Colegiado do dois professores. Conta com equipe técnica Curso, ocorreu a introdução do estágio clínico para suporte administrativo e dois monitores,

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estudantes de Psicologia. Conta ainda com o lica de São Paulo. Para criá-lo, foi enviado à Laboratório de Estudos Clínicos. Atualmente, Euro pa monsenhor Emílio Salim, então reitor o Instituto de Psicologia da PUC-Minas ofere- da Universidade Católica de Campinas, para ce o curso de Formação de Psicólogo em cinco visitar centros de Psicologia na Itália e na Bél- unidades: Belo Horizonte (Unidade Coração gica. Por indicação de Giácomo Lorenzini, Eucarístico e São Gabriel), Betim, Poços de à época diretor do Instituto Sacro Cuore, de Caldas e Arcos, com seus respectivos servi- Turim, Enzo Azzi – médico formado pela Uni- ços de psicologia. O Instituto oferece também versidade de Parma, onde cumprira também curso de mestrado em Psicologia, cuja área de residência em neuropsiquiatria – foi enviado concentração é Processos de Subjetivação. ao Brasil, para o fi m específi co de instalar o novo instituto. Em 1951, por ocasião do quin- Referências to aniversário da concessão do título de Pon- tifícia à Universidade Católica de São Paulo, POELMAN, A. M. S. S. História do Curso de Psico- o instituto foi ofi cialmente inaugurado como logia da PUC-Minas. Belo Horizonte: CRP-04, ano XIII, n. 54, jul./ago. 1996. órgão diretamente ligado à reitoria. Foi insta- lado na rua Cardoso de Almeida, 1.021 e com PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MI- um signifi cativo Laboratório de Psicologia NAS GERAIS. Projeto Educacional do Curso de Experimental trazido da Itália, para pesquisa Psicologia. Aprovado em reunião do Conselho de em psicofísica, psicofi siologia e psicometria. Ensino, Pesquisa e Extensão, 2001. O primeiro número do Boletim do Instituto de PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MI- Psicologia Experimental e Educacional (1952- NAS GERAIS. História da Pontifícia Universidade 1954) informava as fi nalidades do instituto: Católica de Minas Gerais, desde sua origem ao seu desenvolver pesquisas científi cas nos diversos Jubileu de Prata, 1958 a 1983. Revista do Centro de ramos da Psicologia Científi ca Geral e Apli- Ciências Humanas. Belo Horizonte, v. 5, n. 6. 1987. cada e atividades de ensino, mediante a rea- lização de cursos especializados nessas áreas Maria de Fatima Lobo Boschi e ciências afi ns; colaborar com a Faculdade Ana Maria Sarmento Seiler Poelman de Filosofi a Ciências e Letras (FFCL) de São Eveline Correa Miranda Bento na formação de bacharéis e licenciados nas diferentes áreas; e desenvolver aplicações práticas da psicologia aos diversos setores da vida humana, sobretudo o educacional e o „ Instituto de Psicologia da Pontifícia clínico. Ao se instalar, o instituto apresentava Universidade Católica de São Paulo uma organização que refl etia um projeto vol- (IPPUC-SP) – 1958-1973 tado à educação, mas, também, o forte vínculo Instituto de Psicologia Experimental e que a Psicologia mantinha à época com a Me- dicina. Assim, além de diretoria, secretaria e Educacional da Pontifícia Universidade biblioteca especializada, cujo acervo foi cons- Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP) – tituído a partir principalmente da permuta da 1950-1958 Revista de Psicologia Normal e Patológica (1955- 1973) com revistas especializadas europeias e Criado em 1950 como Instituto de Psico- norte-americanas, incluia um Centro Médico logia Experimental e Educacional, nome uti- Psicopedagógico e um Centro de Orientação lizado até quase o fi nal dessa década, a de- Psicológica, com diversas seções – de acor- cisão de sua criação surgiu quando houve a do com o que permitia o equipamento então fusão das Faculdades de Filosofi a, Ciências e insta lado: Antropofi siometria e Estesiologia, Letras de São Bento e Faculdade Paulista de Psicofi siologia e Psicoacústica, Psicomotrici- Direito, para formar a Universidade Cató- dade e Psicotécnica, e uma seção de Psicologia

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Forense-Criminológica (atendendo à intera- de Graduação (bacharelado e licenciatura em ção com a Faculdade de Direito); completava Psicologia, iniciado em 1963), curso de Psicó- o IPEE da PUC uma seção de Estatística Psi- logo, cursos de pós-graduação, cursos de ex- copedagógica (indispensável à pesquisa de tensão universitária. Eram setores auxiliares: então). Esta proposta de organização viria a se secretaria, contabilidade, ofi cina de confecção simplifi car logo em seguida: ao fi nal de 1952, e manutenção, publicações, biblioteca e docu- o Centro de Orientação Psicológica (dirigido mentação, relações públicas. O IPPUC-SP pu- por Aniela Meyer Ginsberg) absorveu boa blicou dois periódicos, nacional e internacio- parte das atividades realizadas no início pelo nalmente distribuídos: o Boletim de Psicologia Centro Médico e o Laboratório de Psicologia Experimental e Educacional (1952-54), embrião Experimental (dirigido por um dos Assisten- da Revista de Psicologia Normal e Patológica tes de Enzo Azzi, Nelson de Campos Pires), (RPNP) (1955-73). Durante o período de 1958 a que concentrava os trabalhos realizados com 1966, o IPPUC-SP serviu como sede provisória a aparelhagem psicométrica. Em 1958, nova da Sociedade de Hipnose do Brasil e publicou organização: Enzo Azzi convidou Ana Maria a The International Society for Clinical and Ex- Poppovic para assumir a direção da Clínica perimental Hypnosis, regularmente, como sepa- Psicológica que, inaugurada em 1959, tornou- rata da RPNP, seu Boletim da Divisão Nacional se logo referência, por ser o primeiro centro do Brasil. Além da RPNP, o IPPUC-SP lançou especializado no diagnóstico e tratamento da em 1966 uma coleção de monografi as, na qual disfunção cerebral mínima, além de realizar foram publicadas teses de professores e pro- atividades de tradução e adaptação de provas fi ssionais do instituto. Talvez um dos primei- psicológicas e de oferecer serviços de psico- ros cursos ministrados pelo IPPUC-SP tenha diagnóstico e psicoterapia. Para dar conta des- sido realizado nos dias 7 a 9 de agosto de 1951, ses serviços, contou com convênios realizados no auditório da Faculdade de Filosofi a Sedes com secretarias de estado, a cujas escolas pres- Sapientiae, quando proferiram conferências: tava serviço, além de estar aberto à população dom Giácomo Lorenzini, padre Leôncio da em geral. Quanto à doutora Aniela Ginsberg, Silva e o professor Emile Planchard. Depois passou, então, a dirigir o Departamento de deste, muitos outros aconteceram, desde cur- Pesquisa, ao qual se fi lia o laboratório. As- sos de extensão até cursos de especialização sim, menos de dez anos após sua fundação, nas áreas de Educação, Trabalho e Clínica. En- o já simplesmente Instituto de Psicologia da tre os cursos de extensão realizados nos pri- PUC tem suas instalações ampliadas, demons- meiros anos, encontramos: Psicologia Foren- trando seu compromisso com a pesquisa (ins- se-Criminológica (1952), Psicologia Aplicada talada em prédio separado, na rua Bartira, à Orientação Educacional (1953), Psicofi sio- esquina da rua Cardoso de Almeida), e com logia da Conduta Humana Normal e Pato- a formação de psicólogos em nível de especia- lógica (1953), Caracterologia (1953), O Teste lização (clínica, educação e trabalho). São três de Rorschach (1954), Alguns Problemas da os departamentos: Pesquisa, Ensino e Psico- Psicologia à Orientação Educacional (1954). logia Aplicada. O Departamento de Pesquisa Em colaboração com a FFCL de São Bento, o possuia cinco divisões: Estatística/Psicofi sio- instituto organizou os cursos: pós-graduação logia/Psicomotricidade; Psicologia Social e da em Psicologia Clínica (1958), pós-graduação Personalidade; Percepção/Cognição/Aprendi- em Psicologia Aplicada ao Trabalho (1961), zagem; Psicologia Comparada/Psicologia do especialização em Educação do Excepcional Desenvolvimento; e Hipnose. O Departamen- (1961). Outra atividade do IPPUC-SP foi man- to de Psicologia Aplicada era composto por: ter intercâmbio com outros cursos da PUC-SP Psicologia Clínica, Psicologia Aplicada ao Tra- (em especial Direito e Pedagogia) e com ou- balho, Psicologia Escolar. Já o Departamento tras instituições. Esses intercâmbios variavam de Ensino tinha as seguintes divisões: Curso desde ceder professores para cursos em insti-

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tuições públicas (Serviço Nacional de Doenças „ Instituto de Psicologia da Universidade Mentais do Ministério da Saúde e a Secretaria de Brasília (IP/UnB) – 1987- da Educação do Esta do de São Paulo) e parti- Departamento de Psicologia do Instituto culares, ou ceder o laboratório para estágios de Ciências Biológicas da Universidade de alunos de outras universidades (por exem- de Brasília (UnB) – 1970-1987 plo, o curso de especialização em Psicologia da Educação da USP). Em 1973 foi publicado o Instituto Central de Psicologia da último número da Revista de Psicologia Normal Universidade de Brasília (UnB) – 1966-1970 e Patológica, marco da desativação do Instituto Departamento de Psicologia do Instituto de Psicologia da PUC-SP, cujos pesquisadores Central de Biologia – 1964-1966 e equipamentos foram absorvidos pela Facul- Departamento de Psicologia do Instituto dade de Psicologia, criada em 1970. Central de Ciências Humanas da Universidade de Brasília (UnB) – 1963-1964 Referências ANAIS DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓ- Criado em 24 de janeiro de 1963 como De- LICA DE SÃO PAULO – 1951-1955. partamento de Psicologia do Instituto Central AZEVEDO, M. L. B. A obra de Aniela Meyer-Gins- de Ciências Humanas, foi transferido, em 1964, berg: uma contribuição para a história da Psicolo- para o Instituto Central de Biologia. Em 1966 gia Social no Brasil. Tese (Doutorado em Psicolo- transformou-se em Instituto Central de Psico- gia). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, logia. Quatro anos depois, voltou a ser um De- São Paulo, 2002. partamento do Instituto de Ciências Biológicas. AZEVEDO, M. L. B. A análise histórica do Instituto Em 1987, readquiriu a condição de instituto. de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica A história da psicologia na UnB está intima- de São Paulo: um estudo dos artigos contidos no mente ligada à história da instituição, cujos Boletim de Psicologia Experimental e Educacional marcos legais, isoladamente, não retratam o e na Revista de Psicologia Normal e Patológica. processo de planejamento e os ideais que nor- Dissertação (Mestrado em Psicologia Social). Ponti- tearam a sua concepção. A estrutura acadêmica fícia Universidade Católica de São Paulo, 1994. da UnB representava uma nova proposta para AZZI, E. “Discurso inaugural”. Revista da Univer- a universidade no Brasil, integrada por três sidade Católica de São Paulo. vol. 1, 1952. componentes básicos, os institutos, as faculda- des e os órgãos complementares. Os institutos BOLETIM DO INSTITUTO DE PSICOLOGIA deveriam formar pesquisadores e especialis- EXPERIMENTAL E EDUCACIONAL. São Paulo: tas, oferecer cursos de pós-graduação, realizar IPPUC-SP, 1952-1954. pesquisas e estudos nas suas áreas e ministrar BUENO, S. R. O IPPUC-SP: uma contribuição à disciplinas nos cursos básicos. Os pioneiros da história da Psicologia no Brasil. Dissertação (Mes- psicologia na UnB – Carolina M. Bori, Fred Kel- trado em Educação). Pontifícia Universidade Cató- ler, Rodolfo Azzi e Gilmour Sherman – proje- lica de São Paulo, São Paulo, 1998. taram a psicologia na UnB como um instituto. REVISTA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE São evidências disso as primeiras atividades SÃO PAULO. São Paulo, v. XXVII, fasc. 49-50, jan./ implementadas: criação de infraestrutura para jun. 1964. pesquisa, criação do curso de mestrado e o REVISTA DE PSICOLOGIA NORMAL E PATOLÓ- ensino de psicologia como parte da formação GICA. São Paulo: IPPUC-SP, 1955-1973. geral para todos os alunos da UnB. Professores e alunos de pós-graduação vindos de São Paulo iniciaram as atividades do Instituto de Psicolo- Mônica Leopardi Bosco de Azevedo gia da UnB no primeiro semestre de 1964. No Maria do Carmo Guedes segundo semestre daquele ano teve início o cur- so de graduação em Psicologia. O Instituto de

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Psicologia assumiu, ainda, o compromisso de litaram também a criação, em 1985, da revista contribuir para o aprimoramento e desenvolvi- Psicologia: Teoria e Pesquisa, editada ininter- mento do ensino na UnB. As primeiras expe- ruptamente desde então. A contribuição desta riências de implantação do Sistema Personali- revista para a disseminação do conhecimento zado de Ensino (PSI), também conhecido como psicológico produzido no Brasil é reconheci- Plano Keller, no ensino das disciplinas Análise da no meio acadêmico e no campo de atuação Experimental do Comportamento e Introdução profi ssional, o mesmo ocorrendo em órgãos à Física, oferecidas no ciclo básico dos cursos públicos de fomento à pesquisa, como o CNPq e graduação a partir de 1964, são parte daque- e a CAPES. Hoje, Psicologia: Teoria e Pesquisa é le compromisso. A história da UnB é marcada editada em mídia impressa e eletrônica. Além pela força e pela repressão instalada no Brasil disso, há também uma versão em mídia ele- com o golpe de estado de 31/03/1964. No caso trônica para defi cientes visuais, distribuída específi co da psicologia, o relato de Fred Keller para bibliotecas. Em 1987, o Instituto de Psi- demonstra a insegurança e a incerteza geradas cologia foi recriado, comportando quatro de- no início das atividades do instituto. Roberto partamentos – Processos Psicológicos Básicos; Salmeron, em seu livro A universidade interrom- Psicologia Clínica; Psicologia Escolar e do De- pida, apresenta um testemunho sobre a crise na senvolvimento; Psicologia Social e do Traba- UnB em 1965, que interrompeu as atividades lho – e um Centro de Atendimento e Estudos da universidade e do Instituto de Psicologia. Psicológicos (CAEP). Em 1988 foi implantado o Coube a Robert Berryman, no período de crise, curso de doutorado, completando as condições retomar o projeto original, recompor o corpo necessárias para que aquela unidade acadêmi- docente e dar prosseguimento às atividades ca pudesse cumprir plenamente o seu objetivo: de pesquisa, ao programa de pós-graduação e produzir, renovar, transmitir e difundir o co- ao curso de graduação. Berryman permaneceu nhecimento psicológico, segundo os padrões à frente do instituto até 1969. Em 1971, houve científi cos internacionais, como idealizaram mais um período de crise, representada pela os seus fundadores e os fundadores da UnB, demissão de parte do corpo; extinção do pro- em especial Anísio Teixeira e . grama de pós-graduação; intervenção direta da A consolidação do IP/UnB resultou, nos anos reitoria na contratação e nomeação de novos subsequentes, na ampliação do corpo docen- docentes para os cargos de gestão acadêmi- te, no número de linhas de pesquisa, na sua ca e transformação do Instituto de Psicologia inser ção nacional e internacional, na capacita- em Departamento de Psicologia, vinculado ao ção em nível de doutorado de professores uni- Instituto Central de Biologia. No segundo se- versitários vindos de diversas partes do país, mestre de 1975 foi iniciado um novo mestrado na ampliação das atividades de extensão e da em Psicologia. O curso integrou professores pós-graduação lato sensu e no fortalecimento doutores com uma formação diversifi cada, do ensino de graduação. Em 2005, após mais representando várias tendências teórico-meto- de trinta anos ininterruptos de atividade des- dológicas da psicologia: João Cláudio Todorov, de a criação do mestrado, o programa de pós- Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, José graduação foi reestruturado e deu origem a Luis Hesketh, Luiz Pasquali, Thereza Pontual quatro novos programas em nível de mestrado de Lemos Me el, Jorge Ponciano Ribeiro, Jú- e doutorado, ligados a cada um dos quatro de- lia Sursis Nobre Ferro Bucher, Richard Emil partamentos do Instituto de Psicologia. Hoje o Bucher, Timothy Martin Mulholland e Álvaro IP/UnB abriga o antigo programa de mestrado Tamayo Lambana. A retomada da pós-gradua- e doutorado em Psicologia, em processo de de- ção proporcionou a ampliação das atividades sativação, e os seguintes programas de mestra- de pesquisa e a integração entre as atividades do e doutorado: Psicologia Clínica e Cultura de ensino de graduação e de pós-graduação, (PG-PSICC); Processos de Desenvolvimento além da ampliação dos corpos discente e do- Humano e Saúde (PG-PDS); Psicologia Social, cente. As atividades da pós-graduação possibi- do Trabalho e das Organizações (PG-PSTO); e

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Ciências do Comportamento (PG-CdC) – to- „ Instituto de Psicologia da Universidade dos aprovados, reconhecidos pela CAPES e de São Paulo (IPUSP) – 1969- em pleno funcionamento. O IP/UnB, desde sua criação, formou mais de dois mil psicólogos, Instituição de ensino superior dedicada bacharéis e licenciados em Psicologia. No ní- vel de pós-graduação foram formados mais de à formação em níveis de graduação e pós- 800 mestres e doutores, dos quais grande parte graduação, à pesquisa e à extensão na área atua no ensino superior e participa de progra- de psicologia. Situa-se na rua Professor Mello mas de pós-graduação em diferentes regiões Moraes, 1.721, no bairro do Butantã, São Pau- geográfi cas do país. lo – SP. O IPUSP foi criado em 1969 como uma unidade isolada, separando-se da Faculdade de Filosofi a Ciências e Letras (FFCL) da USP, Referências no contexto da reforma universitária brasilei- BORI, C. M. Depoimento oral, gravado e transcrito ra (Lei 5.540/1968). Tem, na origem, o curso pelos alunos de Psicologia na disciplina Introdução de graduação em Psicologia, criado pela Lei à Psicologia. Brasília: Instituto de Psicologia/UnB, Estadual 3.862, de 26/05/1957, que funcionou 1994. Mimeo. na FFCL até a regulamentação da profi ssão, DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA. Projeto de quando teve seu currículo alterado para aten- redimensionamento e reestruturação acadêmico- der à Lei 4.119, de 1962. As disciplinas que administrativos da Psicologia na Universidade de compunham o primeiro currículo eram as an- Brasília. Universidade de Brasília, 1987, Mimeo. teriormente oferecidas em três contextos: a cá- KELLER, F. “Good Bye, Teacher...” The Journal of Ap- tedra de Psicologia Educacional, tendo à fren- plied Behavior Analysis, v. 1, n. 1, p. 79-89, spring 1968. te Arrigo Leonardo Angelini, que funcionava junto ao curso de Pedagogia e que, entre ou- KELLER, F. “O nascer de um departamento”. Psico- logia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 3, n. 3, p. 198- tros, oferecia um curso de especialização em 205, 1987. Psicologia Educacional; a cátedra de Psicolo- gia, cuja responsável era Annita de Castilho e RIBEIRO, D. UnB: invenção e descaminho. Rio de Marcondes Cabral e funcionava junto ao curso Janeiro: Paz e Terra, 1969. de Filosofi a; e disciplinas básicas oferecidas a SALMERON, R. A. A universidade interrompida: outros cursos da Faculdade de Filosofi a, Ciên- Brasília 1964-1965. Brasília: Editora UnB, 1999. cias e Letras, tais como: Fisiologia, Biologia TEIXEIRA, A. A universidade de ontem e de hoje. e Ciências Sociais. A fundação do IPUSP foi Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. pautada pelas propostas da reforma, que pro- TODOROV, J. C. “Ciência e comportamento hu- punham a substituição da organização por mano”. ABPMC Boletim Contexto. Disponível cadeiras (cátedras) pela estrutura de departa- em: . Acesso em 7 dez. 2007. sidade de São Paulo, que é uma instituição TODOROV, M. S. R. A Psicologia na Universidade pública autárquica estadual, mantida pelo de Brasília de 1963 a 1987. Brasília: Editora UnB, governo do Estado de São Paulo. Tem como 1997. objetivos formar psicólogos e pesquisadores UNB. Plano Orientador da Universidade de Brasí- na área de Psicologia, produzir conhecimen- lia. Brasília: Editora UnB, 1962. to científi co relevante nas áreas de Psicologia Clínica, Social e do Trabalho, Escolar e Edu- UNB. Diagnóstico do desenvolvimento da Univer- sidade de Brasília 1962/1968. Brasília: UnB; Asses- cacional e Experimental e oferecer serviços de soria de Planejamento e Controle, 1969. extensão universitária. Entre seus fundadores destaca-se Arrigo Leonardo Ange lini, seu pri- meiro diretor (1970-1974). Na condição de di- Mariza Monteiro Borges retores do IPUSP, seguiram-se Dante Moreira Rachel Nunes da Cunha Leite (1974-1976), Arri go Leonardo Angelini

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(1976- 1980), Maria José Aguirre (1980-1984), Comportamento. Fazem parte de sua estrutura Arrigo Leonardo Angelini (1984-1988), Zé- os serviços-escola ligados aos departamentos, lia Ramozzi-Chiaro ino (1988-1992), Sylvia respectivamente: Psicologia Escolar e Acon- Leser de Mello (1992-1996), Lino de Macedo selhamento Psicológico, ao PSA; Orientação (1996-2000), César Ades (2000-2004), Maria Profi ssional e Centro de Psicologia Aplicada Helena Souza Pa o (2004-2008) e Emma O a ao Trabalho, ao PST; Clínica Psicológica, ao (2008-2012). Na história de formação e con- PSC. Complementa esta estrutura um con- solidação do IPUSP, alguns nomes, entre ou- junto de 37 laboratórios de estudo e de pes- tros, devem ser mencionados: Dante Moreira quisa, departamentais, interdepartamentais Leite, pelo estabelecimento de um padrão de e interinstitucionais. Sua clien tela principal ensino e de pesquisa marcados pela erudição, são estudantes de gra dua ção, pós-graduação rigor e ineditismo; Carolina Martuscelli Bori, (mestrado e doutorado) e de cursos de ex- pela militância acadêmica e política; Rachel tensão universitária (atualização, aperfeiçoa- Lea Rosenberg, pela introdução do pensa- mento, difusão, especialização). Há, também, mento humanista em psicologia; Luiz Carlos a clientela atendida pelos serviços-escola, Nogueira, referência nos estudos da perspec- bem como órgãos públicos e privados para os tiva lacaniana no meio universitário. Em suas quais o instituto presta assessoria. Atualmen- áreas de conhecimento, são pesquisadores re- te, conta com um corpo docente de 97 profes- presentativos desta instituição: Arno Engel- sores, todos com grau mínimo de formação mann, César Ades, Dora Selma Fix Ventura, em nível de doutorado, além de 20 psicólo- Ecléa Bosi, Elsa Lima Gonçalves Antunha, gos, vários deles com formação em níveis de Geraldina Porto Wi er, João Augusto Frayze- mestrado e doutorado, que atuam em ativi- Pereira, Lino de Macedo, Geraldo José de Pai- dades de apoio ao ensino e à pesquisa nos va, Maria Amélia Nogueira Azevedo, Maria diversos serviços-escola e laboratórios. Amélia Ma os, Maria Helena Souza Pa o, Norberto Abreu Silva Neto, Ode e Louren- Referências ção Van Kolck, Rachel Rodrigues Kerbauy, Ryad Simon, Therezinha Moreira Leite, Syl- BOTELHO, E. Z. F. Os fi os da história: reconstru- via Leser de Mello, Zélia Ramozzi-Chiaro i- ção da história da Psicologia Clínica na Universi- no, Walter Trinca. O instituto edita os seguin- dade de São Paulo. Tese (Doutorado em Psicolo- tes periódicos: Revista Psicologia USP (desde gia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989. 1990); Revista Imaginário (desde 1993); Estilos FREITAG, B. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: da Clínica (desde 1996); Cadernos de Psicologia EDART, 1977. Social do Trabalho (desde 1998) e Revista de Eto- logia (desde 1999). O IPUSP é composto por INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDA- quatro departamentos: Psicologia da Apren- DE DE SÃO PAULO. Instituição – Histórico. Dis- dizagem, do Desenvolvimento e da Persona- ponível em: . Acesso em: 25 maio 2007. lho (PST); Psicologia Experimental (PSE) e INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDA- Psicologia Clínica (PSC). Os departamentos DE DE SÃO PAULO. 30 anos do Instituto de Psico- são geridos por um chefe e um conselho de- logia. CD-ROM. São Paulo, 2002. partamental e a unidade como um todo tem MORAIS, S. T. P. Professores universitários e psi- um diretor e uma congregação, na qual estão cólogos contam suas vidas. Tese (Doutorado em representados os alunos, funcionários e as Psicologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, várias categorias de docentes. Possui cinco 1999. programas de pós-graduação em Psicologia: Psicologia Clínica, Psicologia Social, Psico- logia Experimental, Psicologia Escolar e do Maria Luisa Sandoval Schmidt Desenvolvimento Humano, e Neuro ciências e Marilene Proença Rebello de Souza

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„ Instituto de Psicologia da Universidade de Psicologia Aplicada (SPA) também teve do Estado do Rio de Janeiro (IP-UERJ) início nesse período, funcionando de forma – 1986- incipiente mas já sob este nome, desde 1969, Instituto de Psicologia e Comunicação com seus poucos estagiários praticando ape- nas o psicodiagnóstico. Somente em 5 de maio Social – 1971-1986 de 1970, com a proposta da professora Yon- Departamento de Psicologia do Instituto ne Moniz Reis, o então reitor João Lyra Filho de Biologia – 1968-1971 aprovaria a criação do SPA, para atender à Curso de Psicologia do Departamento de comunidade universitária em seus problemas Pedagogia da Faculdade de Educação – e à comunidade em geral, com prestação de 1964-1968 serviços que seriam remunerados, de forma a tornar o SPA autossufi ciente, inclusive para o pagamento de seus supervisores. Registre-se O curso de Psicologia da UERJ foi cria- que, mesmo com a decisão da reitoria, hou- do em 20 de março de 1964, quando o pro- ve lentidão em se propor e implementar uma jeto proposto pelo professor Hanns Ludwig prática de estágios sistemática. O treinamento Lippmann foi aprovado, ofi cialmente, em dos estudantes frequentemente ocorria des- sessão do Conselho Universitário. Ainda que ligado do corpo teórico das aulas, fato que se fi zessem algumas alterações na propos- deixou marcas até os dias atuais, em que se ta original, o mesmo foi defi nido como, por nota uma separação entre aulas e estágio. Em natureza, relevante. Entretanto, por sugestão 1971, novas mudanças substantivas afetaram do próprio professor Lippmann, o curso en- o curso. Mais precisamente, em 10 de feverei- tão criado ainda não fornecia o diploma de ro de 1971, foi aprovada a Resolução 382, que psicólogo, limitando-se a formar bacharéis dispunha sobre um novo regimento para a e licenciados. O curso surgia numa comple- universidade, adaptando-a aos princípios da xa conjuntura política da universidade e do Lei 5.540/1968 (Lei da Reforma Universitária). país e, muito por conta disto, assumidamen- Dentre outras medidas, a psicologia desliga-se te, não representava rupturas ou cortes com o da biologia, sendo criado o Instituto de Psico- instituído. Nesta sua gênese adaptada, tomou logia e Comunicação Social (IPCS-UEG). Em emprestados justifi cativas, valores, espaços e 1976, a universidade (já com o nome alterado até catedráticos, sem fazer alarde, no quadro para Universidade do Estado do Rio de Janei- da então Universidade do Estado da Guana- ro – UERJ) ocupa um novo campus, do Ma- bara (UEG). A aprovação do curso de For- racanã, para onde o IPCS foi transferido. Fi- mação de Psicólogo só ocorreu numa sessão nalmente, pelo Decreto 78.900, de 06/12/1976, do egrégio Conselho, em meados de 1967, a foi concedido reconhecimento aos cursos de partir de pressões diversas, inclusive do movi- licenciatura, bacharelado e de formação de mento empreendido pelos estudantes. A esta psicólogo, do IPCS-UERJ. Foi somente em 2 decisão, seguiram-se tramitações ofi ciais no de junho de 1986 que o curso de Comunicação sentido de implementar a alteração do currí- Social desmembrou-se do Instituto de Psicolo- culo e regimentos, de modo que foi apenas em gia (Resolução 531), que, a partir dali, passaria 1969 que o curso de Formação de Psicólogos a fornecer apenas os diplomas de psicólogo e da UEG teve início. Em sua primeira etapa, es- bacharel em Psicologia. Até meados dos anos teve alocado no Departamento de Pedagogia de 1980, uma marca do curso de Psicologia da da Faculdade de Educação, que, por sua vez, UERJ era a baixa densidade acadêmica, ade- integrava a Faculdade de Filosofi a, Ciências e mais uma característica de praticamente todos Letras. Em 1968, foi criado o Instituto de Bio- os cursos desta universidade. Na realidade, a logia e o Curso de Psicologia foi transferido, UERJ era considerada uma instituição de en- como um departamento, para esta nova uni- sino voltada quase em sua totalidade para a dade, onde permaneceria até 1971. O Serviço formação de profi ssionais, frequentemente

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em cursos noturnos – ou seja, privilegiando O primeiro a ser criado foi o mestrado em aqueles que, por circunstâncias diversas, já se Psicologia e Práticas Socioculturais, em 1991, encontravam no mercado de trabalho. A par- denominação que implicava a preferência por tir de uma substantiva melhoria salarial alcan- uma perspectiva interdisciplinar, que privile- çada em 1986 e da democratização interna, a giava as práticas e indicava uma aproximação universidade pôde iniciar um esforço para a à realidade brasileira, diante do reconheci- transformação de sua qualidade acadêmica. mento dessa lacuna no cenário acadêmico da Tal guinada foi sobejamente aproveitada pelo psicologia social do Rio de Janeiro à época. Em IP/UERJ e sinais de produção de conhecimen- 2001, abriu-se seleção para primeira turma de to e de pesquisa institucionalizada começaram doutorado, recebendo a denominação de Pro- a dar mostras de existência desde então. As grama de Pós-Graduação em Psicologia Social publicações do instituto são um bom exemplo (PPGPS). Em setembro de 1998, foi criado o do conhecimento gerado através das pesqui- mestrado em Psicanálise, com a ambiciosa sas. Até 1988, não houve registros da exis- meta de asso ciar a prática da pesquisa cientí- tência de periódicos acadêmicos. Nessa data, fi ca a questões oriundas da prática clínica da foi publicado o primeiro veículo, na gestão psicanálise exercida não apenas em seu locus do diretor Jorge Coelho Soares, sob a deno- tradicional, o consultório particular, mas igual- minação Psicologia e Sociedade, que não alçou mente onde ela encontra enormes desafi os: as uma periodicidade regular. O número dois foi instituições de saúde e de saúde mental, de publicado apenas em 1993, já sob outro nome reabilitação, penitenciária, entre muitos outros Psicologia & Práticas Sociais, e com nova coor- campos clínico-institucionais. A consolidação denação. O novo periódico também fi cou limi- desse trabalho deu ensejo à sua ampliação e tado a quatro edições ao todo: três em 1993 e crescimento para o nível de doutorado, cons- uma em 1995. Em 1994, no entanto, surgiriam tituindo o Programa de Pós-Graduação em os Cadernos de Psicologia, uma publicação qua- Psicanálise, em 2006. Por fi m, há que se regis- drimestral, voltada para temas relacionados trar a expansão das práticas de extensão do IP. aos departamentos do instituto. Os cadernos Neste campo, os registros são mais fl uidos e alcançaram dez edições entre 1994 e 1998, mas numerosos, contabilizando-se muitos núcleos foram substituídos, por motivos editoriais, ao longo da história do insti tuto, com o desen- pela revista Estudos e Pesquisas em Psicologia, volvimento de atividades variadas, a maioria publicação ativa com periodicidade regular, delas organizadas insti tucionalmente no SPA, já contabilizando 11 tiragens até dezembro de favorecendo, em alguns casos, promissoras 2008. Todavia, foi na constituição da pós-gra- articulações da psicologia com outros saberes duação que se pôde ter o maior exemplo das e com a sociedade carioca. novas preocupações institucionais, particular- mente no que se refere ao esforço de produção Referências de conhecimento e formação de pesquisado- MANCEBO, D. Da gênese aos compromissos: uma res no âmbito da psicologia. Até 1986, só exis- história da UERJ. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1996. tia uma especialização lato sensu em Psicologia Clínica. Nesse ano, foi criada a especialização MANCEBO, D.; RIECHE, E. C. O curso de Psicolo- em Psicologia Jurídica, enfocando prioritaria- gia da UERJ: uma história possível. Rio de Janeiro: mente as áreas de Justiça da Infância e da Ju- NAPE/UERJ, 1998. ventude, Direito de Família e Sistema Penal. REIS, Y. M. et al. Memória do Curso de Psicologia Seguiu-se a especialização em Psicopedagogia da UERJ. Rio de Janeiro: UERJ/IP, 1988, Mimeo. (1989) e, mais recentemente, a especialização REIS, Y. M. “O Instituto de Psicologia no contex- em Psicologia Clínico-Institucional, na mo- to universitário”. Psicologia & Práticas Sociais, dalidade residência hospitalar. Os cursos de UERJ/IP, v. 1, n. 1, p. 8-34, 1993. pós-graduação stricto sensu foram um desdo- bramento, quase que inevitável, desse clima. Deise Mancebo

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„ Instituto de Psicologia da Universidade na da UFBA, no Terreiro de Jesus, em 1969. Em Federal da Bahia (UFBA) – 2008- 1974, a Faculdade de Filosofi a novamente foi Departamento de Psicologia da transferida, dessa vez para a Estrada de São Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Lázaro. Dada a quase indissociabilidade entre o Departamento de Psicologia e o Colegiado 1968-2008 de Curso de Psicologia, nos primeiros anos ambos compartilhavam os mesmos espaços. A O Instituto de Psicologia da UFBA substi- implantação do Laboratório de Psicologia Ex- tuiu organizacionalmente em 2008 o até então perimental aconteceu em 1971 nas dependên- Departamento de Psicologia. Este era herdei- cias da Faculdade de Medicina no Terreiro de ro das disciplinas de Psicologia existentes no Jesus e manteve contatos com o Departamen- currículo do curso de Filosofi a da Faculda- to de Psicologia da USP – campus de Ribeirão de de Filosofi a e Ciências Humanas (FFCH) Preto – para a vinda dos primeiros docentes da UFBA. Os alunos dos cursos de Filosofi a para ministrarem Psicologia Experimental na e Pedagogia viriam a compor os primeiros Bahia. Apesar da exigência legal do Serviço de quadros de psicólogos da Bahia, por força Psicologia como local de prática assegurado da Lei 4.119/1962. O curso de Psicologia da pela instituição formadora, os dez primeiros UFBA foi criado em 1968 pelos professores anos de existência do curso de Psicologia da João Mendonça, Mercedes Cunha e Manoel UFBA não puderam contar com um Serviço de Carlos Cavalcanti de Mendonça. A criação Psicologia. Os estágios curriculares eram rea- do Departamento se deu como consequência lizados em instituições públicas e particulares, quase obrigatória da criação deste curso, em geralmente contactadas pelos professores su- decorrência da reforma universitária de 1968, pervisores, que acompanhavam os referidos que extinguiu o regime de cátedras e insti- estágios. Em 1978, o Conselho Federal de Edu- tuiu como unidade básica os departamentos. cação condicionou a aprovação do curso de O primeiro chefe eleito do departamento foi Psicologia à criação do Serviço. Em regime de o professor Eduardo Saback Dias de Moraes, urgência, a direção da FFCH cedeu um espaço que foi reeleito por mais um biênio. O depar- físico para sediar o Serviço de Psicologia Apli- tamento tinha como uma de suas principais cada, a ser implantado. Uma pequena casa atribuições atender prioritariamente ao cur- situada no terreno da faculdade foi o espaço so de Psicologia. Ademais, deveria atender destinado. As instalações eram precárias e foi à demanda de todos os cursos da UFBA que preciso uma pequena reforma que possibili- tinham em seus currículos disciplinas de con- tasse sua utilização. Não houve disponibilida- teúdo psicológico. Ao longo de sua história o de de recursos fi nanceiros e humanos. Apesar departamento enfrentou diversos problemas disso, o Serviço teve como um de seus objeti- relacionados ao espaço físico para alocar suas vos iniciais minimizar o viés clínico no papel atividades, porque fugia dos padrões dos de- social do psicólogo, por meio de trabalhos co- mais cursos da FFCH. Por seu atendimento munitários voltados para populações de baixa precípuo ao Colegiado do Curso de Psicologia, renda, em trabalhos que foram pioneiros na deveria alocar dependências especiais para Bahia. Em 1983 o Serviço de Psicologia foi de- abrigar um laboratório equipado de Psicolo- sativado por falta de recursos e pela deteriora- gia Experimental e um Serviço de Psicologia ção do espaço físico. Voltaria a funcionar cin- para atender à Comunidade, no qual os alu- co anos depois, em nova sede, concedida em nos supervisionados pelos professores cum- um novo pavilhão construído na FFCH, que pririam o estágio curricular. O departamen- recebeu o nome de seu patrono, João Ignácio to começou a funcionar no prédio da antiga de Mendonça. Em sua trajetória, o Departa- Faculdade de Filosofi a, no bairro de Nazaré, mento de Psicologia foi levado a enfrentar al- onde permaneceu até a transferência da FFCH guns desafi os referentes aos processos de au- para o prédio da antiga Faculdade de Medici- torização e reconhecimento do curso. Foram

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aprovados inicialmente apenas a Licenciatura desmembrando-o da Faculdade de Filosofi a e e o Bacharelado e, em 1972, estava a primeira Ciências Humanas, tendo por primeiro diretor turma com licenciatura e/ou bacharelado já o professor doutor Antonio Marcos Chaves. cumpridos e os alunos não podiam prosseguir Durante 30 anos essa instituição, em íntima para a Formação de Psicólogo. Alguns alunos colaboração com o Cole giado dos Cursos de transferiram-se para outros centros formado- Psicologia, foi a única responsável pela forma- res – São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. ção de psicólogos no estado da Bahia. Só em O curso de Psicologia teve sua primeira turma 1998 iniciou-se a atual expansão da graduação de psicólogos diplomados em agosto de 1973. em Psicologia no estado. Esta, portanto, além O reconhecimento da Licenciatura e Bachare- da função docente, permanece como agente lado se deu em 1975, e em 1978 foi fi nalmente privilegiado no desenvolvimento da Psicolo- reconhecido o curso de Formação de Psicólo- gia como ciência e profi ssão. go, quando a pressão social já se fazia sentir, uma vez que 400 psicólogos já estavam gra- Referências duados pela UFBA. Em 1990 o departamento foi responsável pela II Semana Nordestina de CARVALHO, M.; ROCHA, N.; MORAES, E. Me- Psicologia – SENEP, promovida pelos Depar- mória Histórica do Departamento de Psicologia tamentos de Psicologia da região Nordeste. da UFBA (1968-1990). Bahia, 199?. Mimeo. No fi nal da década de 1990, em articulação com o Conselho Regional de Psicologia, CRP- Alessandra Tranquilli 03 (Bahia e Sergipe), organizou o Congresso Norte-Nordeste de Psicologia – CONPSI, cuja primeira edição ocorreu em 1999. Este evento, pensado como uma forma de veicular a psi- „ Instituto de Psicologia da Universidade cologia, bem como uma oportunidade para Federal de Uberlândia (INPSI/UFU) – 2004- integração da psicologia brasileira, ocorreu Faculdade de Psicologia da Universidade ainda nos diferentes estados destas regiões. Federal de Uberlândia (FAPSI/UFU) – O departamento participou da promoção do 1999-2004 primeiro, do segundo e do quarto CONPSI, Departamento de Psicologia e realizados, respectivamente, em 1999, 2001 e Departamento de Psicologia Social e 2005. Em 2001, o Departamento de Psicolo- Organizacional da Universidade Federal gia formulou proposta de um Programa de Pós-Graduação (PPG), visando desenvolver e de Uberlândia (UFU) – 1993-1999 consolidar as linhas de pesquisa já existentes, Departamento de Psicologia da por meio de um curso de mestrado, que foi Universidade Federal de Uberlândia iniciado em 2002. O mestrado em Psicologia (UFU) –1976-1993 foi o primeiro curso de pós-graduação stricto Curso de Psicologia da Universidade de sensu no Estado da Bahia. O curso foi ofereci- Uberlândia (UnU) – 1975-1976 do em duas áreas de concentração: Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia Social e do Trabalho. Após cinco anos de funcionamento, Criado em 13 de novembro de 1975, o cur- passou a oferecer o curso de doutorado, cuja so de Psicologia da Universidade Federal de primeira turma ingressou em 2007. O PPG Uberlândia (UFU) teve início efetivo no pri- oferece ainda, o curso de especialização em meiro semestre de 1976. À época da criação, Teoria da Clínica Psicanalítica. Em novembro fazia parte da Faculdade de Filosofi a, Ciências de 2008 o departamento transformou-se em e Letras de Uberlândia, que, juntamente com Instituto de Psicologia, após a aprovação do outras quatro faculdades particulares, forma- Conselho Universitário da UFBA para a cria- ram a Universidade de Uberlândia (UnU). ção do Instituto (Resolução 8, de 18/11/2008), Desde sua criação, localiza-se na avenida Pará,

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1.720, no bloco 2C do Campus Umuarama. As cido em suas duas habilitações pela Portaria fundadoras do curso foram as irmãs missio- 212/81, publicada no Diário Ofi cial da União nárias de Jesus Crucifi cado, principalmente a de 04/03/1981. Administrativamente, o curso irmã Ilar Garo i, que dirigiu a Faculdade de pertencia ao Departamento de Psicologia e em Filosofi a por 15 anos. A responsável pela im- 1978, com a federalização da UFU, passou a plantação do curso foi a professora Maria de pertencer ao Centro de Ciências Humanas e Lourdes Miranda Garcia, pedagoga e mestre Artes. Em 1979, foi inaugurado o Laboratório em Psicologia da Educação. Compunham o de Psicologia Experimental, primeiro Labo- quadro docente inicial do curso as professo- ratório próprio do curso. Em 1980, entrou em ras: Luzia Marivalda Barreiro, Quinha Luiza funcionamento a Clínica de Psicologia, visando de Oliveira, Myriam Silveira Viana, às quais fornecer subsídios para a realização de estágios se juntaram posteriormente Hermenegilda profi ssionalizantes na área clínica, oferecendo- Lemos dos Reis, Suely Assis de Godoy Pago i, se, através desta, atendimento psicológico à Maria Ignez de Assis Moura (primeira coor- população de Uberlândia. Observou-se haver denadora do curso), Antônio Wilson Pago i, uma procura inicial maior por moradores dos João Francisco Duarte Júnior, Heliana Ome o bairros vizinhos ao campus. Em 1990, foi cria- Nardini e Maria do Carmo Fernandes Mar- da a habilitação em bacharelado, modalidade tins. O curso, inicialmente de licenciatura em que se tornou obrigatória; a partir dela, o alu- Psicologia, foi criado com o objetivo de suprir no podia optar pelas demais. A década de 1990 a necessidade de docentes para exercício em foi marcada por grande expansão do curso, escolas de segundo grau que ofereciam cur- chegando a um ponto em que a quantidade so de formação de professores. Havia ainda de professores trazia a possibilidade de que o a expectativa de que o curso de licenciatura Departamento de Psicologia fosse dividido em abrisse caminho para que seus concluintes dois, o que ocorreu em 1993, visando estrategi- prosseguissem os estudos visando à obtenção camente ao aumento dos recursos fi nanceiros do grau de psicólogo, atendendo assim a uma e a uma maior autonomia e mobilidade para demanda dos municípios da região. O contex- capacitação de seu corpo docente. Surgiram, to local da época era marcado por um forte ca- assim, o Departamento de Psicologia Social e ráter expansionista do município, dos pontos Organizacional (DEPSOE), o qual agregava as de vista político e econômico, em função do áreas do trabalho, social e de avaliação psicoló- crescimento de Uberlândia e da sua crescente gica, e o Departamento de Psicologia (DEPSI), infl uência sobre a região, fazendo-se necessá- englobando o núcleo básico do curso e a área rio também um desenvolvimento educacional clínica. Em 1999, a UFU extinguiu os centros e cultural. A relevância do curso de Psicologia de sua estrutura e as unidades acadêmicas da UFU para a institucionalização e expansão passaram a agrupar os cursos. Neste momen- da psicologia torna-se evidente pelo fato de to, foram unifi cados os dois departamentos ter sido um dos primeiros cursos de Psicologia de Psicologia, sendo instituída a Faculdade de oferecidos no interior de Minas Gerais. Apon- Psicologia (FAPSI) da Universidade Federal de ta-se, também, como característica marcante Uberlândia, cujos objetivos, condizentes com o do curso, desde seus primórdios, a presença regimento interno da universidade, passaram da prática através dos estágios profi ssionali- a ser: produzir, sistematizar e transmitir conhe- zantes e da promoção da extensão universitá- cimentos nas áreas de psicologia; promover a ria. Em 1977, ocorreu a I Semana Científi ca de aplicação prática do conhecimento nas áreas Psicologia, evento que passou a ser realizado de psicologia, visando a uma melhoria da qua- periodicamente, contando posteriormente lidade de vida em seus múltiplos e diferentes com a participação do Diretório Acadêmico aspectos, na nação e no mundo; promover a de Psicologia da UFU em sua organização. formação humana para o exercício profi ssio- A habilitação Formação de Psicólogo foi auto- nal nas áreas de psicologia, bem como a am- rizada em 1978, e em 1981 o curso foi reconhe- pliação e o aprofundamento dessa formação;

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desenvolver e estimular a refl exão crítica e a ciatura. Relator: Oswaldo Vieira Gonçalves. Parecer criatividade; ampliar a oportunidade de acesso 84/75, 13 nov. 1975. à educação superior; desenvolver o intercâm- UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. bio cultural e científi co; buscar e estimular a Processo n. 02/78, de 20 de fevereiro de 1978. Pro- solidariedade na construção de uma sociedade cesso de autorização do curso de Psicologia – Ha- democrática e justa, no mundo das interações bilitação: Formação de Psicólogo. Relator: Arnaldo humanas e do trabalho; preservar e difundir Godoy de Sousa. Parecer n. 02/78, 25 fev. 1978. os valores éticos e de liberdade, igualdade e UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. democracia. Em 14 de novembro de 2002, foi Processo de reconhecimento do curso de Psicolo- criado o Programa de Pós-Graduação em Psi- gia – habilitações: Licenciatura e Formação de Psi- cologia – Mestrado, com área de concentração cólogo. Documentos relativos ao processo 442/79, em Psicologia Aplicada, cujas atividades come- originário da Câmara de Ensino Superior – Brasília çaram em 5 de maio de 2003. Em virtude desta – Parecer 71/81, 30 jan. 1981. expansão, a Resolução 11 de 2004 do Conselho UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Pro- Universitário da UFU mudou a denominação cesso 63/90, de 26 janeiro de 1990. Processo de criação de Faculdade de Psicologia para Instituto de do curso de Bacharelado em Psicologia. Relator: Alceu Psicologia (INPSI). A partir de então, foram de- Alves Júnior. Parecer 63/90, 20 nov. 1990. fi nidos cinco núcleos: de Psicologia Social e do UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Trabalho, de Psicologia da Intersubjetividade, Regimento Interno da Faculdade de Psicologia. de Psicologia Preventiva e da Saúde, de Abor- Uberlândia, 2002. dagens Cognitivas e Psicobiológicas e de Psico- logia Escolar e Educacional. Maristela de Souza Pereira Referências BRASIL. Portaria 212, de 04/03/1981. Reconhece o curso de Psicologia da Universidade Federal de „ Instituto de Psicologia da Universidade Uberlândia, Estado de Minas Gerais. Diário Ofi cial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 Federal do Rio de Janeiro (IP/UFRJ) – 1965- mar. 1981. Instituto de Psicologia – 1937-1964 CARVALHO, M; ROCHA, M; MORAES, E. Me- Laboratório de Psicologia na Colônia de mória Histórica do Departamento de Psicologia da Psicopatas do Engenho de Dentro – 1924- UFBA (1968-1990), Bahia, 199?, mimeo. 1932 COSTA, L. H. F. M. Entrevista concedida a Mariste- la de Souza Pereira. Uberlândia, 2 maio 2007. FAPSI. Apresenta informações sobre a graduação, A história do IP/UFRJ não é linear: há um especializações, mestrado, Centro de Psicologia, intenso trânsito de personagens, peças labo- docentes e núcleos do Instituto de Psicologia da ratoriais, sedes, dispositivos legais, mudan- UFU. Coordenação de Marilia Dela Coleta. Desen- ças de instituições, funções e até mesmo seu volvida pela Universidade Federal de Uberlândia, 2005. Disponível em: . desaparecimento por um curto período após Acesso em: 23 abr. 2007. sua criação. Dos componentes dessa história, GOMES, A. R.; WARPECHOWSKI, E. M.; SOUSA o mobiliário do antigo laboratório pôde ga- NETTO, M. R. (Orgs.). Fragmentos imagens me- rantir alguma identidade, ainda que a partir mórias: 25 anos de federalização da Universidade dos anos de 1960 este tenha passado a perder Federal de Uberlândia. Uberlândia: EDUFU, 2003. importância. Por outro lado, os decretos legais MOURA, M. I. A. Entrevista concedida a Maristela alavancaram mudanças institucionais, ainda de Souza Pereira. Uberlândia, 24 abr. 2007. que muitas delas não tenham se realizado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Para esta história três principais componen- Processo 33/75, de 22/10/1975. Processo de autori- tes serão destacados: os decretos legais, as zação do curso de Psicologia – Habilitação: Licen- cátedras universitárias e o Laboratório de Psi-

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cologia. O laboratório teve sua primeira fun- psiquiatras contra uma possível profi ssiona- dação em 1924, planejada por Gustavo Riedl, lização dos psicólogos; 2) pressão dos grupos diretor da Colônia de Psicopatas do Engenho católicos contra uma psicologia naturalista e de Dentro (atual Instituto Municipal Nise da chefi ada por um estrangeiro; 3) o esgotamento Silveira) e entusiasta do movimento da higiene de sua dotação orçamentária dada na expecta- mental. Para isso contratou o psicólogo polo- tiva (não realizada) do seu auto-fi nanciamen- nês Waclaw Radecki e comprou um cabedal de to. Desmotivado, Radecki seguiu em 1932 para instrumentos diretamente da Alemanha e da Argentina e Uruguai, onde deu sequência a França: estesiômetros, ergógrafos, denamôme- seu trabalho. Em 05/07/1937 o IP novamente tros, refl exômetros, acusiestiômetros, tonôme- ressurgiu por outro decreto (a Lei 452), que ros, tropoestisiômetros, cromatoestesiômetros, organizava a Universidade do Brasil (UB) no taquitoscópios, mnemômetros, polígrafos e contexto da reforma educacional de Gustavo oscilômetros. Os trabalhos realizados no labo- Capanema. Nesta lei, o instituto teria por fi na- ratório foram publicados, ao menos desde lidade cooperar com as faculdades de Filosofi a, 1928, em um conjunto de Annaes (disponíveis Ciências e Letras, de Educação, e a de Política na Biblioteca da Academia Brasileira de Medi- e Economia. Apesar dos vínculos agora com a cina). Apesar dos instrumentos laboratoriais, universidade e a latência de quase cinco anos, a minoria é de cunho experimental, sendo a o que garantia alguma identidade do novo ins- maior parte ligada à psicotécnica e ao diag- tituto com o antigo é o mobiliário instrumen- nóstico psiquiátrico. A partir de 19/03/1932, tal do antigo laboratório, além do esforço dos iniciou-se a confi guração legal do instituto, a antigos colaboradores de Radecki, como Jayme começar pela sua própria fundação, através Grabois, Euryalo Cannabrava e Edgard San- do Decreto-lei 21.173, que viria da conversão chez, na sua recriação. Este, como deputado e do antigo laboratório na Colônia de Psicopa- membro da Comissão de Cultura da Câmara tas do Engenho de Dentro, fi cando sob a de- de Deputados, pôde atuar diretamente sobre pendência imediata da Secretaria de Estado de Capanema na formulação da lei. Outros De- Educação e Saúde Pública, enquanto não fosse cretos relevantes para delineamento do insti- instalada a Faculdade de Educação, Ciências e tuto foram o 8.393, de 17/12/1945 (relativo à Letras. Suas funções seriam ligadas à forma- autonomia universitária), designando-o como ção, pesquisa e aplicação da psicologia à peda- Instituto Científi co e de Pesquisa, e o 21.321, de gogia, medicina, indústria e técnica judiciária. 18/06/1946 (responsável pelo estatuto da UB), Na época a Universidade do Rio de Janeiro, de determinando o instituto como estabelecimen- cunho federal, era apenas um dispositivo pró- to dedicado ao ensino, ciência e pesquisa, apto forma, reunindo algumas escolas como a de a cooperar com as escolas e faculdades da UB Medicina, Direito e Politécnica. A perspectiva em benefício da comunidade e de acordo com de engajamento do instituto numa universi- os interesses universitários. Neste período, dade conduziu Radecki e seus colaboradores que iria até o ano de 1964, o instituto pôde ter a elaborarem um programa de ensino de Psi- uma sede, em um prédio no centro da cidade cologia composto de Psicologia e Psicologia (a partir dos anos de 1960 no Campus da Praia Aplicada. Sete meses depois, em 24/10/1932, Vermelha), verba regular, assistentes contrata- outro Decreto-lei (21.999) encerrou as ativida- dos (a partir de 1941 com Eliezer Schneider) e des do instituto, concluindo uma primeira fase periódico próprio, o Boletim do Instituto de Psi- da sua história, antes que este se vinculasse à cologia, criado por Antonio Gomes Penna, que universidade, ao ensino e à formação profi s- circulou de 1950 a 1973 (sendo retomado em sional. Decretava-se seu fechamento tendo em 2006). Contudo, dois aspectos presentes nos vista a exposição de motivos apresentada pelo decretos de 1945 não se cumpriam: a rarida- ministro de Estado dos Negócios da Educação de das atividades de ensino e ausência das de e Saúde Pública. Alguns possíveis motivos não extensão, abertas à comunidade. Quanto ao esclarecidos no decreto foram: 1) pressão dos ensino de Psicologia, este não apenas não era

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regular no instituto, como também estava divi- „ Instituto de Psicologia da Universidade dido entre diversas instâncias da universidade: Federal do Rio Grande do Sul (IP/UFRGS) havia uma cátedra na Faculdade de Educação – 1996- e outra na Faculdade Nacional de Filosofi a Departamento de Psicologia da (FNF). Para o surgimento do instituto na sua Universidade Federal do Rio Grande do forma atual nos anos de 1960, três condições fo- ram necessárias: 1) a Lei 4.119/1962, que regula- Sul – 1970-1996 va o ensino e a profi ssionalização da psicologia; 2) a criação do curso de Psicologia na FNF em Originou-se do Departamento de Psicologia 1964; 3) os Decretos-lei 53 (1966) e 252 (1967) que, juntamente com os departamentos de Fi- e o Decreto 60.455-A (1967), que conduziram à losofi a, de Ciências Sociais e de História, fa- criação da UFRJ em substituição à UB, a extin- zia parte do Instituto de Filosofi a a Ciências ção da FNF, desmembrada em diversas escolas, Humanas (IFCH/UFRGS). O departamento e a incorporação do seu curso de Psicologia ao foi organizado em 1970, em decorrência da instituto, enquanto órgão de ensino e pesqui- reforma universitária de 1968. Segundo esta, sa, vinculado ao Centro de Filosofi a e Ciências departamentos eram setores especializados Humanas. O atendimento à comunidade (e as em cumprir objetivos de ensino e pesquisa, atividades de extensão) só foi iniciado em 1967, reunindo professores de disciplinas de uma com a criação da Divisão de Psicologia Aplica- determinada área ou subárea oferecidas a di- da (DPA), sob coordenação de Isabel Adrados. ferentes cursos. No entanto, já havia na uni- Um item fi nal cabe à introdução da pós-gra- versidade outro setor mais antigo, denomina- duação no instituto. Apesar da proposta de um do Departamento de Psicologia, que oferecia primeiro programa em psicologia, que operou serviços de extensão em clínica, psicotécnica na década de 1980, o instituto conta atualmente e orientação profi ssional. Por essa vocação com três programas: o de Teoria Psicanalítica, fi cou conhecido como Departamento de Psi- proposto em 1988; o de Psicologia, transferido cologia Clínica, sendo vinculado diretamente do ISOP/FGV em 1991; e o de Ecologia Social à reitoria. Com a reforma, os serviços psicoló- (EICOS), surgido em 1992. Programas que lan- gicos foram transferidos para o recém-criado çaram periódicos como Documenta, Psicologia Centro de Orientação e Seleção de Pessoal & Psicanálise, Ágora e Sephora, além de mante- (COESP). O primeiro Departamento de Psi- rem os Arqui vos Brasileiros de Psicologia, o cologia fora fundado em 22 de abril de 1954, mais antigo do Brasil. Nessa história recheada graças ao empenho e dedicação do professor de personagens, decretos, cátedras, criações, catedrático Nilo Antunes Maciel (1920-1993), extinções e fusões, o único componente persis- que o dirigiu por muitos anos. As atividades tente é o do velho mobiliário instrumental do do departamento, juntamente com as discipli- laboratório. Este encontra-se à espera de um nas de psicologia oferecidas pelos cursos de espaço de memória que lhes confi ra o papel de bacharelado e de licenciatura da Faculdade fi o condutor dessa história. de Filosofi a, foram grandes fomentadoras de psicologistas. A própria Faculdade de Filoso- Referências fi a, por infl uência do psiquiatra e psicanalista CENTOFANTI, R. “Radecki e a psicologia no Bra- Décio Soares de Souza (1907-1970), contribuiu sil”. In: ANTUNES, M. A. N. (Org.) História na enormemente para a formação de psicologis- Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004. tas, nas décadas de 1940 e 1950, instituindo Manual do aluno. Rio de Janeiro: Instituto de Psi- estágios supervisionados em Avaliação Psi- cologia, 1987. cológica e Psicopatologia. Uma egressa desse PENNA, A. G. História da Psicologia no Rio de Ja- período foi a reconhecida psicóloga Jurema neiro. Rio de Janeiro: Imago, 1992. Alcides Cunha, organizadora das sucessivas edições do Psicodiagnóstico, cuja primeira edi- Arthur Arruda Leal Ferreira ção data de 1986. No contexto do ensino de

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psicologia da Faculdade de Filosofi a, o funcio- reconhecimento junto ao Conselho Federal de namento do primeiro departamento traduziu Educação, iniciado em 1977. Como exigência a infl uência da visão de Nilo Maciel no uso para o reconhecimento do curso, o departa- de instrumental psicológico em empresas e mento passou a contar com uma Clínica de organizações. Ele foi sucedido pelo professor Atendimento Psicológico (CAP), na verdade Artur de Ma os Saldanha, que depois assu- uma ampliação do Núcleo de Assistência Psi- miu a direção do COESP. O segundo depar- cológica ao Estudante que vinha funcionan- tamento teve sua primeira reunião plenária do desde 1977. Somava-se à estrutura uma em 18 de março de 1971, com a presença de biblioteca setorial, que vinha ampliando seu seus seis docentes. Coube ao professor José acervo. Nos anos de 1980, o departamento Carlos Fenianos a chefi a do departamento. passou por grandes mudanças, que coinci- Na verdade, nem todos os professores das diam com o retorno de professores que ha- disciplinas de psicologia da universidade viam saído para o doutorado e o ingresso, concordaram em se transferir para o novo de- por concurso, de professores doutores. Em partamento. Foi o caso da professora Juracy 1985, sob a chefi a do professor Cláudio Simon Cunega o Marques, que foi para a Faculdade Hutz, o departamento transferiu-se das aca- de Educação, onde exerceu importante papel nhadas instalações no campus central para um no desenvolvimento da pesquisa em Psicolo- espaço mais adequado e promissor no campus gia da Educação; e os professores Francisco da saúde. Em 1986, foi lançada a revista Psi- Pedro Estrazulas Pereira de Souza e Edela cologia: Refl exão e Crítica, um esforço empreen- Lanzer Pereira de Souza, que haviam concluí- dido pelo professor William Barbosa Gomes, do mestrado na School of Public Administra- que havia chegado ao departamento em 1985. tion da University of Southern Califórnia e Em 1987, o currículo passou por grandes participavam de intercâmbios internacionais transformações, sendo criada a habilitação de com universidades americanas, inclusive com Licenciatura em Psicologia. Em 1988, é cria- o célebre Institute for Social Research, da Uni- do o mestrado em Psicologia do Desenvolvi- versity of Michigan, que foram para a Facul- mento, sendo Cláudio Hutz o primeiro coor- dade de Administração. Do mesmo modo, o denador. Com o gradativo aumento do corpo professor Arthur Saldanha, embora docente docente e a diversi fi cação das abordagens do departamento, dedicou-se inteiramente ao teóricas, o departamento, em 1990, dividiu-se COESP. Em setembro de 1972, os professores em três setores: Processos Básicos; Psicologia do departamento receberam da reitoria, com Social e Institucional; e Psicologia Clínica. surpresa, a informação de que deveriam criar O departamento transformou-se em instituto um curso de graduação em Psicologia para em 1996, graças ao trabalho do último chefe, ter início em 1973. Foi assim criado o primei- professor Paulo Kroeff . O primeiro diretor foi ro curso de Psicologia em uma universida- o professor Luis Osvaldo Leite. Compunham de federal no Estado do Rio Grande do Sul. o Instituto de Psicologia os três departamen- O departamento seguiu enfraquecido no seu tos correspondentes aos setores criados na corpo docente, dadas as dissidências internas década de 1990, mantendo atualmente as se- entre os professores de Psicologia da univer- guintes denominações: Psicologia do Desen- sidade, mas com uma consequência no míni- volvimento e da Personalidade; Psicologia mo curiosa: o departamento se encarregou Social e Institucional; e Psicanálise e Psico- do ensino, a extensão fi cou com o COESP e patologia. Atualmente, o instituto conta com: a pesquisa fl oresceu na área de Psicologia da curso de graduação em Psicologia; vários cur- Educação do curso de mestrado da Faculdade sos de especialização nas áreas de Avaliação de Educação. O curso de graduação em Psico- Psicológica, Infância e Família, Terapia Cog- logia efetivamente iniciou suas atividades em nitivo-Comportamental, Saúde Comunitária, 1973, sendo reconhecido em 28 de junho de Transtornos do Desenvolvimento, Psicologia 1979, pelo Decreto 83.654, após o processo de Hospitalar, Neuropsicologia, Psicanálise, Te-

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rapia Sistêmica de Casal e Família, Psicopeda- „ Instituto de Psicologia do Recife (IPR) gogia Clínica, Instituições em Análise, Geron- – 1931- tologia Social; mestrado em Psicologia Social Instituto de Seleção e Orientação (linhas de pesquisa: Clínica, Subjetividade e Profi ssional (ISOP) – 1929-1931 Política, Trabalho, Saúde e Subjetividade); mestrado e doutorado em Psicologia (linhas Instituto de Psicologia do Recife (IPR) – de pesquisa: Desenvolvimento Social e Apli- 1925-1929 cações; Interação Social, Desenvolvimento e Psicopatologia; Medidas em Psicologia e suas Fundado em 15 de junho de 1925 por Ulisses Aplicações; Processos Cognitivos Básicos e Pernambucano de Mello Sobrinho, de natureza Aplicações). Além do reconhecimento de sua pública, tem como mantenedor o governo do posição de vanguarda na pesquisa, a publica- estado e é uma instituição de ensino superior ção editada pelo instituto tem circulação in- localizada na antiga rua da Intendência, 307 ternacional e está colocada entre os melhores (atual avenida Manoel Borba), bairro da Boa periódicos científi cos do país, com classifi ca- Vista, Recife – PE. O ano de 1918 é um mar- ção internacional e conceito A na avaliação de co na história da psicologia em Pernambuco. periódicos científi cos em Psicologia no siste- Nesse ano, foi legalmente criada, no Recife, ma Qualis da Coordenação de Aperfeiçoa- a cadeira de Psicologia e Pedagogia na Escola mento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Normal Ofi cial, caracterizando o início formal O Instituto de Psicologia conta com um corpo da psicologia no estado. O diretor da escola docente composto atualmente por 37 profes- era um jovem médico e empreendedor: Ulisses sores e um corpo de funcionários para sua se- Pernambucano. Tão logo assumiu o cargo de gurança, manutenção e funcionamento. Ade- diretor, começou a motivar professores e alunos mais, possui uma biblioteca com vasto acervo com as questões práticas da psicologia. E já lide- e salas de estudo, constituindo-se em um am- rando um grupo de interessados – cujo nome biente propício para o estudo e a pesquisa. mais proeminente, posteriormente, é Anita Paes Barreto – conseguiu que a Assembleia Le- gislativa aprovasse a Lei Estadual (Ato) 782, de Referências 15/03/1925, criando o Instituto de Psicologia do GAUER, G. Psicologia na Universidade Federal Recife (IPR), subordinado ao Departamento de do Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado em Saúde e Assistência do Estado, com atribuições Psicologia do Desenvolvimento). Universidade Fe- fi xadas na referida lei. Posteriormente, essas deral do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. atribuições foram detalhadas em regulamento. GAUGER, G.; GOMES, W. B. Psicologia na Univer- Já na reforma de 1929, passou a chamar-se Insti- sidade Federal do Rio Grande doSul: 1943-2003. tuto de Seleção e Orientação Profi ssional (ISOP) Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2007. Justiça e Instrução. Finalmente, na reforma de GAUGER, G.; GOMES, W. B. “O curso da reforma: 1931, quando foi criado o Serviço de Assistên- ensino de Psicologia na Universidade Federal do cia a Psicopatas, o Instituto de Psicologia vol- Rio Grande do Sul (1971-1979)”. Psicologia: Refl e- tou ao seu nome original e fi cou subordinado xão & Crítica, v. 15, n. 3, p. 497-513, 2002. a uma diretoria-geral, que congregava o Mani- GOMES, W. B. (Org.). Psicologia no estado do Rio cômio Judicial, Serviço Aberto, Higiene Mental, Grande do Sul. Porto Alegre: Museu Virtual da Psi- Hospital Psiquiátrico e Colônia. Como diretor cologia, 2006. do instituto, Ulisses congregou ao seu redor diversos nomes que mostravam interesse pela área, como sua primeira assistente, Anita Paes Luciano Ferreira Piccoli Barreto (que assumiu a direção no biênio 1927- William Barbosa Gomes 1928), Sylvio de Lyra Rabello, Ana Campos, Gustavo Gauer Anita Costa, Maria das Neves Monteiro, Maria

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Leopoldina, Alda Campos, Helena Campos, psicológicas, destacando-se alguns títulos, to- Maria de Lourdes Vasconcelos, Cirene Couti- dos das décadas de 1920-1930: Estudo Psicotéc- nho, Celina Pessoa, Quitéria Cordeiro, entre ou- nico de Quatro Super normais; O Vocabulário das tros. Todos, mais cedo ou mais tarde, chegaram Crianças das Escolas Primárias do Recife; Revisão a publicar trabalhos resultantes de pesquisas Pernambucana da Esca la Métrica de Inteligência Bi- produzidas no âmbito do instituto, em revistas net-Simon-Terman; O Perfi l Psicológico dos Crimi- e perió dicos editados no Estado de Pernambu- nosos; Contribuição ao Estudo do Estado Mental dos co. As publicações mais utilizadas foram: Arqui- Médiuns. Os trabalhos realizados pelo instituto vos da Assistência a Psicopatas de Pernambuco consubstanciaram um acervo técnico-científi co (periódico fundado por Ulisses Pernambucano apreciável. Especifi camente na área de testes, em 1931); Revista de Medicina de Pernambuco; e sob a supervisão direta de Ulisses Pernambuca- Neurobiologia (revista fundada em 1938 por Ulis- no, um grupo de pessoas realizou importantes ses Pernambucano, atualmente editada pela contribuições à emergente psicologia no estado. Universidade Fede ral de Pernambuco – UFPE). As contribuições do nacionalmente pioneiro Entre os eventos promovidos pela instituição, Instituto de Psicologia são notáveis tanto do estão encontros científi cos e campanhas pre- ponto de vista qualitativo quanto quantitativo ventivas de higiene mental. Tendo como públi- (por exemplo, o relatório de 1933 registrou que co-alvo escolares, candidatos à seleção e orien- nesse ano foram realizados 20 perfi s psicológi- tação profi ssional, portadores de necessidades cos, 2.009 exames de idade mental e quociente especiais e de transtornos mentais, a instituição intelectual e 5.584 aplicações de testes diversos). teve como objetivos: realizar testes pedagógicos Mas, talvez, seu mérito tenha sido a formação e psicológicos que facilitassem a tarefa de sele- de um respeitável grupo de estudiosos e pes- ção e orientação profi ssional; estabelecer testes quisadores, gerando, através de um efeito mul- aplicáveis ao diagnóstico das crianças anormais tiplicador, signifi cativos avanços nas áreas de e supernormais; estabelecer testes e proceder ao educação, psicologia e psiquiatria em Pernam- exame físico-psicológico dos candidatos a pro- buco. Seu apogeu ocorreu nas décadas de 1920 fi ssões de interesse do poder público (agentes e 1930, quando passou a defi nhar e suas fun- de polícia, sinaleiros, vigias etc.); efetuar a re- ções foram sendo absorvidas por outros órgãos. visão pernambucana do teste de Binet-Simon- Terman; proceder a pesquisas tendentes a Referências orientar o trabalho em estabelecimentos fabris MEDEIROS, A. Ulisses Pernambucano. Rio de Ja- e ofi cinas; e realizar pesquisas psicológicas para neiro: Imago, 2001. o diagnóstico das doenças mentais. Os primei- ros responsáveis pela aplicação da psicologia a PAES BARRETO, A. “Revisão pernambucana da situações do cotidiano, no Brasil, eram predo- Escala Métrica de Inteligência Binet-Simon-Terman (9-10 anos)”. Arquivos da Assistência a Psicopatas minantemente médicos, como o pediatra Fer- de Pernambuco, Recife, v. 4, n. 2, p. 109-19, 1934. nandes Figueira, que já em 1913 trabalhava com o teste de Binet; e, em menor contingente, edu- ROSAS, P. “Contribuição de Ulisses Pernambucano cadores, como o professor Lourenço Filho que, e seus colaboradores para a Psicologia Aplicada no nos anos de 1920, visualizava a escola como um Brasil”. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 11, n. 3, excelente campo de atuação da infante ciência. p. 17-33, 1985. Tais trabalhos tinham a marca do pioneirismo, ROSAS, P. A Psicologia no Recife. Brasília: Confe- mas num contexto de experiência pessoal, liga- rência no Conselho Federal de Psicologia, 1979. dos a serviços setorizados. Como instituição SCHEEFFER, R. “Evolução dos Testes na Psicologia cientifi camente autônoma, entretanto, o primei- e na Educação”. In: Testes e Medidas na Educação: ro organismo no gênero a ser implantado e a uma coletânea. Rio de Janeiro: FGV, Instituto de funcionar regularmente no Brasil foi o Instituto Documentação, 1976. de Psicologia do Recife. Seus trabalhos envol- viam, predominantemente, testes e pesquisas Adailson Medeiros

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„ Instituto de Psicologia do Trabalho (IPT) regado da administração dos funcionários e – 1964-1972 serviços de secretaria e de apoio. E um, da contabilidade. Quando havia a necessidade de um grande trabalho era convocada uma Instituição privada de prestação de servi- equipe de psicólogos e estagiários previa- ços e de pesquisas, situada na rua Jener de mente selecionados e orientados. O IPT fun- Souza, no bairro do Derby, em Recife–PE. cionava em um espaço físico que dispunha Foi fundada em outubro de 1964 por Paulo de quatro salas de atendimento individual, Rosas, sendo dirigida por ele até a data do sala de espera, um auditório para 30 pes- seu fechamento, em 1971. No Estado de Per- soas, um gabinete de trabalho para uso dos nambuco, antes da existência do IPT, a prá- sócios, secretaria, dois sanitários, almoxarifa- tica psicológica aplicada ao trabalho estava do e copa. Em 1967 o instituto publicou na reservada a instituições vinculadas ao estado Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (ano ou de grande porte educacional. Entre essas 48, n. 107, p. 111-155) o relatório de pesquisa instituições estavam a Clínica de Conduta da resultado do trabalho realizado para a Fun- Faculdade de Filosofi a do Recife (FAFIRE – dação Educacional do Município de Maceió atual Faculdade Frassine i do Recife), a Clí- (FEMAC), para seleção de professoras primá- nica Psicológica da Universidade Católica de rias. Os atendimentos eram iniciados com o Pernambuco (UNICAP) e a Divisão de Psi- preenchimento de uma fi cha de inscrição ela- cologia do Instituto de Ciências do Homem, borada especifi camente para este fi m, segui- da então Universidade do Recife. O IPT é a dos de entrevista individual e aplicação de primeira instituição privada, sem vinculação técnicas psicológicos disponíveis na época. com outra entidade, a surgir neste cenário. Esses procedimentos eram adotados mesmo Oferecia prestação de serviços psicológicos quando eram realizadas seleções profi ssio- de seleção e orientação profi ssional; orienta- nais com grande número de candidatos. Em ção vocacional; e diagnóstico e orientação de determinados momentos foram construídos questões referentes às relações interpessoais. instrumentos adequados para o perfi l dos Realizava, ainda, pesquisas relacionadas à candidatos que se buscava selecionar. En- Psicologia Industrial para empresas privadas tre os trabalhos realizados, destaca-se o do e públicas de todo o Nordeste. Entre as enti- Moinho Recife, que se baseou na literatura dades atendidas durante o período de exis- psicológica da época, em que se partia do tência do IPT estão: a Grandes Moinhos do princípio que o ambiente sonoro das empre- Brasil S.A.; Fundação Educacional do Muni- sas era importante fator para o ajustamento e cípio de Maceió (FEMAC); Banco do Estado rendimento do trabalhador. Com isso, foi de- de São Paulo (agência de Maceió). O instituto monstrado no Moinho Recife que a utilização prestava também serviços para adolescen- da música funcional era vantajosa, alcançan- tes em busca de orientação vocacional e/ou do a redução da tensão, reduzindo o número pedagógica. A instituição contava com uma de pequenos acidentes, tornando o ambiente equipe formada por psicólogos (Alba Guerra de trabalho mais agradável e melhorando as e Paulo Rosas), socióloga (Argentina Rosas), relações humanas na empresa. O IPT trouxe médico (Cheops Teixeira Cavalcanti) e orien- grande contribuição para o desenvolvimento tador profi ssional (Rubem Eduardo da Sil- da prática da psicologia do trabalho, colabo- va), todos sócios do instituto. Contou ainda rando para formação de estudantes e forma- com a colaboração de estagiárias do curso de ção permanente dos psicólogos que trabalha- Psicologia, outros psicólogos sem vínculos ram no IPT. Apresenta-se como pioneiro na empregatícios, um servente e uma secretária. sua região em pesquisa na área de psicolo- Quanto à organização, havia um presidente e gia do trabalho. Foi vendido e incorporado à o conselho deliberativo, que era constituído Clínica da Faculdade de Filosofi a do Recife de todos os sócios. Um dos sócios era encar- (FAFIRE) em 1972.

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Referências mente, o curso se organiza em uma grade que ROSAS, Paulo. Memória da Psicologia em Per- contempla o núcleo comum de formação, de nambuco. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2001. perspectiva generalista, e uma estrutura que ROSAS, Paulo. Seleção de professoras primárias. comporta ênfases curriculares (Psicologia Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos: Rio de e Processos Clínicos e Promoção da saúde e Janeiro, ano 48, n. 107, p. 111-155. psicologia e Processos Socioinstitucionais). O curso de Psicologia do IPP oferece estágios ROSAS, Paulo. Vocação e Profi ssão. Petrópolis: Vozes, internos (SPA) e contempla a possibilidade de convênios externos para estágios de interesse Argentina Rosas dos alunos. Dessa maneira, a formação profi s- sional, fundamentada no tripé ensino, pesqui- sa e extensão, adotou uma identidade única para orientar as atividades de graduação, pós- „ Instituto de Psicologia e Psicanálise da graduação, pesquisa e serviços. O projeto pe- Universidade Santa Úrsula (IPP-USU) – dagógico do curso estrutura os chamados Nú- 1997 cleos de Apoio, Fomento e Acompanhamento Curso de Psicologia do IPP/USU – 1997- de Pesquisa, que têm por fi nalidade realizar o Departamento de Psicologia da diálogo entre pesquisas e serviços prestados à Universidade Santa Úrsula – 1980-1997 comunidade. Compõem esses núcleos a Coor- denação de Estudos e Pesquisa sobre a Infân- Curso de Psicologia da Faculdade de cia – CESPI, o Centro de Estudos e Pesquisa Filosofi a Santa Úrsula – 1968-1980 em Psicologia – CEPP, o Serviço de Psicologia Aplicada – SPA e o Centro de Ensino, Pesquisa A Universidade Santa Úrsula é uma insti- e Clínica em Psicanálise – CEPCOP. O CESPI tuição de ensino superior privada localizada tem por objetivo desenvolver pesquisas so- no Rio de Janeiro. É reconhecida pelas raízes bre a infância e adolescência, possuindo um inspiradas na fé cristã e pelo objetivo de edu- centro de referência e documentação sobre o tema. O CEPP integra o projeto desenvolvido car seus alunos para a liberdade, autonomia pelo instituto sobre aquisição da linguagem, e responsabilidade. O curso de graduação em facilitando o desenvolvimento infantil. Des- Psicologia foi criado em 5 de março de 1968, sa maneira, com base na investigação sobre a inicialmente vinculado à Faculdade de Filoso- linguagem, presta serviços à comunidade do fi a, Ciências e Letras Santa Úrsula, autorizado Educandário Romão de Ma os Duarte, atra- pelo Conselho Federal de Educação pelo Pa- vés de ofi cinas para crianças de dois a quatro recer CFE 136, de 05/03/1968, e pelo Decreto anos de idade. O SPA oferece a prática do ensi- Federal 64.164, no ano de 1969. Somente foi no ministrado nos diversos campos de atua- reconhecido em 1972 pelo Parecer CFE 1.146, ção e pesquisa em Psicologia. Iniciou-se como de 04/10/1972, e pelo Decreto Federal 71.649, Instituto Santa Úrsula de Psicologia Aplicada de 03/01/1973. Do fi nal da década de 1970 e (ISUPA), sem vinculação formal com o curso até meados da de 1980, seu curso era consi- de graduação, mas que ofereceu suporte na derado um dos melhores do estado do Rio de formação de alunos e ampliou a relação com Janeiro. O atual Instituto de Psicologia e Psica- a comunidade. Somente em 1980, quando do nálise somente foi estruturado em 1997, com o surgimento do Departamento de Psicologia, intuito de centralizar todas as atividades aca- caracterizou-se como SPA. O SPA do IPP/USU dêmicas sediadas na Santa Úrsula referentes foi o primeiro do estado do Rio de Janeiro a à Psicologia. A Coordenação Acadêmica do contemplar as mais diversas abordagens, que Curso de Psicologia é a responsável pela gra- até o momento estavam fora dos demais cur- duação em Psicologia, que atualmente forma sos de Psicologia como teoria reichiana, ges- psicólogos e licenciados em Psicologia. Atual- tal erapia, psicodrama etc. A prestação de

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serviços à comunidade envolve atendimento UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA. Projeto Didá- clínico, serviços em psicologia institucional, tico Pedagógico do Instituto de Psicologia e Psica- em psicologia comunitária, nas áreas organi- nálise. Rio de Janeiro, 2006, Manuscrito. zacional, educacional e esportiva, além de ser- UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA. Projeto Peda- viços relacionados à psicologia organizacional gógico do CEPCOP – Pós-Graduação. Rio de Janei- para chancelaria, bem como a oferta de um es- ro, 2000. paço de atendimento para os egressos do cur- so. O CEPCOP reúne o curso de especializa- Márcia Biavati Messias ção em Psicanálise, o curso de especialização Nayara Gomes dos Santos em Teoria Psicanalítica, o curso de atualização Henrique José Leal Ferreira Rodrigues Teórico-Clínica, os cursos de extensão e outras atividades complementares como os Minicur- sos, os encontros de controvérsias em Psicaná- lise, os encontros de pesquisa, os encontros clí- „ Instituto de Psiquiatria da Universidade nicos e os encontros de formação permanente. Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ) São periódicos do IPP o Caderno de Psicologia – 1965- (1997), o Caderno Espaço em Revista (199?) e Sã Instituto de Psiquiatria da Universidade Consciência (sdc), estes dois últimos vincula- do Brasil (IPUB) – 1938-1965 dos ao SPA. O CEPCOP, por sua vez, é respon- sável pelo periódico Controvérsias em Psicaná- lise (1998) (cujo nome inicial era Arquivos em O Instituto de Psiquiatria da Universida- Psicanálise, além do informativo CEPCOP em de do Brasil localiza-se na avenida Venceslau folha (1998). O IPP realiza anualmente a Jorna- Brás, 71, no campus da UFRJ na Praia Verme- da SPA, cujo o objetivo é incentivar a discussão lha. É uma instituição universitária federal de e a produção dos alunos e supervisores das di- pesquisa, ensino e extensão e que presta ser- ferentes abordagens, no intuito de ampliar o viços assistenciais, fundada em 3 de agosto diálogo entre a prática e a teoria. Dessa manei- de 1938. Sua criação está relacionada a uma ra, o IPP/USU propõe a interseção de aspectos série de outras instituições, que se inicia com atrelados à sociedade contemporânea, com o Hospício Pedro II. Na época da sua criação, o IPUB servia como setor de emergência do base no tripé formação, pesquisa e extensão, Hospital Nacional dos Alienados. De acordo de forma a promover o desenvolvimento da com Henrique de Brito Belfort Roxo – funda- psicologia enquanto ciên cia fundamentada na dor e diretor do IPUB de 1938 a 1946 –, o insti- ética profi ssional e cristã. tuto foi formado tendo como referência o de Munique, com a fi nalidade de realizar tanto Referências: pesquisas concernentes às doenças mentais quanto atividades de ensino. Os Anais do Insti- INSTITUTO DE PSICOLOGIA E PSICANÁLISE. Disponível em: www.usu.br. Acesso em: 27 ago. tuto de Psiquiatria também foram criados em 2009. 1938 e foram substituídos na década seguinte pelo Jornal Brasileiro de Psiquiatria (JBP) como MANCEBO, Deise. Formação em Psicologia: gêne- publicação ofi cial do IPUB. Na gestão de Mau- se e primeiros desenvolvimentos. Em JACÓ-VILE- rício Campos de Medeiros, entre 1946 e 1955, LA, A. M.; JABUR, F.; RODRIGUES, H. B. C. (Orgs.) o instituto enfatizou principalmente a assis- CLIO-PSYCHÉ. Histórias da Psicologia no Brasil. tência e o ensino de graduação, por meio do Rio de Janeiro: NAPE/UERJ, 1999. incremento da extensão universitária e de cur- UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA. Projeto Didá- sos de Psicopatologia. Segundo o boletim da tico Pedagógico do Instituto de Psicologia e Psica- Universidade do Brasil de 1955, o instituto de- nálise (USU 2000). Rio de Janeiro, 2000. Manuscrito. veria servir como sede da Clínica Psiquiátrica

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da Faculdade Nacional de Medicina e contar, visando acabar com as práticas de exclusão. além da seção administrativa, com as seções O hospital-dia e as ofi cinas terapêuticas são de ensino, de assistência e de pesquisa. Adau- exemplos destas mudanças. A gestão de João to Junqueira Botelho assumiu a direção nos Ferreira da Silva Filho como diretor (1994- anos de 1956 a 1958, seguido por José Leme 2002) foi marcada por mudanças nas áreas de e Lopes. Sua gestão foi marcada por mudan- ensino, pesquisa e assistência multiprofi ssio- ças signifi cativas, como a abertura do curso nal e por ter alçado o IPUB à condição de cen- de especialização em Psiquiatria (1958); a im- tro de excelência da Organização Mundial de plantação dos cursos de mestrado e doutora- Saúde (OMS). No âmbito da pós-graduação do e a criação da Divisão de Pesquisas Psica- stricto sensu, o quadro de pes quisadores foi nalíticas e de grupos terapêuticos, bem como ampliado e a área de concentração em Psica- a criação do cargo de psicólogo, ocupado por nálise foi instituída, ocasião em que o progra- Júlia Chermont, cuja atuação esteve centra- ma passou a se denominar Pós-Graduação em da no atendimento de crianças na Clínica de Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental (PRO- Orientação Infantil (COI). Em 1963 iniciaram- PPSAM). No campo da assistência, ainda se as atividades do centro de estudos, cujas em 1995 houve uma mudança estrutural nos reuniões semanais tinham o objetivo de discu- serviços, com a implantação dos grupos de tir casos clínicos e debater textos publicados, o recepção no ambulatório do IPUB. Iniciativa que se mantém até os dias de hoje. No período importante para o acolhimento dos pacientes, de 1966 a 1970, Cincinato Magalhães de Frei- contou com a participação decisiva de psicó- tas foi o diretor da instituição. Essa época foi logos e outros profi ssionais, uma vez que os marcada pela inauguração do Pavilhão Leme atendimentos eram feitos em equipe multi- Lopes (1969) e pela interrupção da publicação profi ssional. No bojo dessas transformações, do JPB entre os anos de 1965 e 1969. Nos anos foram criados ainda órgãos de assistência e de 1970, o instituto, após nova reformulação, atendimento relacionados a doenças degene- passou a ser constituído das divisões de ensi- rativas, drogas, entre outros, e construídos os no e pesquisa, de administração, clínica e cul- prédios da Biblioteca (1999), dos hospitais-dia tural. Estachio Portella Nunes, em sua gestão e os quiosques para as ofi cinas. A sessão clí- como diretor (1974-1985), investiu nos cursos nica, iniciada nos anos de 1950, foi retomada de mestrado e doutorado e incrementou a as- a partir dos anos de 1990 e houve signifi cati- sistência. Neste sentido, foi iniciado, em 1975, vo incremento na realização de congressos. tanto o curso de especialização em Psicologia Atual mente, é referência para concursos pú- Preventiva, a partir de um acordo realizado blicos no país, constituindo uma fonte impor- entre o IPUB e o Instituto de Psicologia da tante para estudo e pesquisa no campo da Psi- UFRJ, quanto o setor de atendimento a ado- quiatria, Psicanálise e Saúde Mental. Um dos lescentes, idealizado anteriormente por Júlia principais objetivos do IPUB é fornecer uma Chermont. O primeiro pleito no instituto foi internação de qualidade. Recebe pacientes das realizado em 1985, modifi cando assim a práti- emergências, fornece medicação no ambulató- ca corrente, pela qual os professores titulares rio, onde mantém seu atendimento multipro- eram os diretores. Raff aele Giovanni Giacomo fi ssional, com ênfase no trabalho em parceria Infante foi eleito diretor, ocupando o cargo até entre psiquiatras e psicólogos na triagem e 1993. O regimento do instituto de 1988 promo- nos grupos de admissão, que substituíram veu mudanças relevantes, como a implantação os grupos de recepção anteriores. Possui, no de eleições para o cargo de diretor, da mudan- total, cem leitos nas enfermarias. O ambula- ça da duração de seu mandato (para quatro tório realiza cerca de 4 mil consultas por mês, anos) e alterações no organograma. O movi- o hospital-dia possui mais de 200 pacientes mento da reforma psiquiátrica favoreceu a im- cadastrados e o plantão médico funciona 24 plantação, na década de 1980, de serviços em horas, durante todos os dias da semana. Ain- prol da cidadania e autonomia dos usuários, da mantém três centros de atenção diária, que

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atendem a crianças, jovens, adultos e idosos; „ Instituto de Psiquiatria do Estado de ambulatórios para todas as idades; 50 ofi ci- Santa Catarina (IPq) – 1996- nas terapêuticas e três moradias terapêuticas. Hospital Colônia Santana – 1941-1996 Em 2003, o diretor do instituto passou a ser o professor Marcio Versiani. Em sua gestão, foi criado o Centro de Convivência do PROJAD, É a mais antiga instituição pública dirigida já previsto na proposta inicial do programa. ao atendimento psiquiátrico em Santa Catari- O IPUB promove a formação dos alunos de na. Foi o locus da produção dos primeiros co- Psicologia em cursos de pós-graduação, além nhecimentos psicológicos da região, vincula- de ter papel relevante no campo da assistência dos à disciplina médico-psiquiátrica. Em 1876, com equipes multiprofi ssionais nas áreas da o presidente da província João Capistrano de psiquiatria e saúde mental. Melo Filho argumentava acerca da inexistên- cia de hospícios na região e da necessidade de criá-los, e, à época, os loucos tinham de ser Referências removidos para a prisão da Ilha de Anhato- AMARAL, M. Entrevista concedida a Joana Branco mirim. Inaugurado em 1941, no governo de Gongora. Rio de Janeiro, 20 nov. 2006. Nereu Ramos, o Hospital Colônia Santana CADERNOS IPUB/INSTITUTO DE PSIQUIATRIA atendeu aos apelos de implementação de um DA UFRJ. Cadernos do IPUB. Instituto de Psiquia- atendimento psiquiátrico científi co. A institui- tria – 60 anos – 1938-1998. Número especial, 1998. ção foi fruto da política nacional de criação de FIGUEIREDO, A. C. Entrevista concedida a Joana hospícios-colônias, implantada pela Liga Bra- Branco Gongora. Rio de Janeiro, 8 jan. 2007. sileira de Higiene Mental (1923), cujo objetivo GERALDES, M. (Org.). Instituto de Psiquiatria era efetivar o controle higienista da socieda- Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1938- de. Sua localização, distante 22 km da capital 1995. Rio de Janeiro: Assessoria de Comunicação Florianópolis, com estradas de difícil acesso e Social do IPUB, 1988. em região de características rurais, enquadra- INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA UFRJ. Regimen- va-se na política psiquiátrica da época. Seus to do Instituto de Psiquiatria. Órgão Suplementar primeiros pacientes vieram transferidos da do Centro de Ciências Médicas da Universidade Fe- Santa Casa de Misericórdia de Nossa Senhora deral do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1970 e 1988. de Azambuja, criada em 1902 em Brusque, e ROXO, H. “Instituto de Psiquiatria”. In: Anais do do Hospício Oscar Schneider, existente desde Instituto de Psiquiatria. Rio de Janeiro: Imprensa 1923 em Joinville. Até 1953, o novo hospício Nacional, 1942. contava em seu quadro técnico apenas com TAVARES, M. Entrevista concedida a Joana Branco irmãs da Divina Providência e dois psiquia- Gongora. Rio de Janeiro, 20 dez. 2006. tras. Nesse ano, começaram a ser contratados TENÓRIO, F. “Considerações sobre a assistência no vigilantes, técnicos de enfermagem e mais Instituto”. In: Cadernos do IPUB. XVIII Congresso psiquiatras. No mesmo passo, técnicas reco- interno do IPUB, v. 1, n. 1, p. 44-87, 1995. nhecidas pela ciência psiquiátrica dos anos UNIVERSIDADE DO BRASIL. Boletim. Órgão Ofi cial de 1950 foram sendo introduzidas: a praxite- da Universidade do Brasil. Ano VII, n. 36, 9 set. 1955. rapia, a convulsoterapia, a insulinoterapia e VENANCIO, A.T. A.. “Ciência psiquiátrica e políti- o eletrochoque e, nos anos de 1960, de forma ca assistencial: a criação do Instituto de Psiquiatria mais contundente, os psicofármacos. Neste da Universidade do Brasil”. História, Ciência, Saú- hospital, desenvolveram-se as primeiras pes- de Manguinhos, v. 10, n. 3, 2003. Disponível em: quisas na área da psicologia em Santa Cata- . Acesso em: 24 Santaella, diretor nos anos de 1950, sobre ava- out. 2006. liação psicológica e quociente de inte ligência de pacientes psiquiátricos. Construído inicial- Joana Branco Gongora mente para 300 leitos, em menos de um ano

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de funcionamento apresentava superlotação, forma, em 1972 ocorreu a primeira contratação com o número de internações muito superior de dois psicólogos, Roberto Caetano Castiglia ao número de altas, produzindo uma imensa e César Martins, pela recém-criada Fundação quantidade de pacientes asilares, os quais, ao Hospitalar de Santa Catarina. Em 1976, a psi- serem abandonados pelos familiares, depois cóloga Carmen Cavalcanti de Araújo ocupou a de longas internações, acabavam residindo vaga de César Martins. Tais profi ssionais pas- no hospital. Essa situação gerava sérios im- saram a assessorar o trabalho dos psiquiatras pactos na situação higiênica, assistencial e e enfermeiros, realizando a aplicação de tes- clínica da instituição, ocasionando constan- tes psicológicos com fi ns de psicodiagnóstico; tes questionamentos acerca das condições de orientação e acompanhamento de pacientes funcionamento e da efetividade de sua tera- em atendimento em praxiterapia; atendimento pêutica. Nos anos de 1970, Santa Catarina foi clínico a pacientes em unidades de curta dura- escolhida, entre outros estados brasileiros, ção (quadros agudos); atendimento a pacientes para fazer parte de uma experiência da Orga- em unidades de longa permanência (quadros nização Pan-Americana de Saúde relacionada crônicos e asilares); orientação a familiares de a mudanças na atenção aos transtornos psi- pacientes. Participaram também da concepção quiátricos, conforme planifi cação da Reunião e implantação da pensão protegida para pa- de Ministros da Saúde da América Latina em cientes asilares da ala feminina, visando ofere- Santiago do Chile (1972). Essa experiência foi, cer um local de moradia o mais parecido pos- na verdade, uma espécie de pré-reforma psi- sível de uma residência para aquelas pacientes quiátrica. Infl uenciada pela política de saúde com melhores condições psicológicas que, por mental americana do governo Kennedy, visa- perda dos vínculos sociais, moravam no hos- va baixar o custo das internações hospitalares pital. Mais adiante, duas novas contratações e humanizar o tratamento, por meio de princí- de psicólogos ocorreram em 1980, e três outras pios preventivistas e comunitários. Resultou, em 1985. Muitos desses psicólogos se aposen- concretamente, na implementação de ações de taram ou se transferiram de instituição, e, em regionalização do cuidado psiquiátrico, visan- 1988, seis novas contratações se fi zeram neces- do diminuir o fl uxo de pacientes das regiões sárias. Em 1994, após denúncias das péssimas interioranas para o hospital-colônia. As pes- condições higiênicas, terapêuticas e sociais do soas com problemas psiquiátricos passaram a Hospital Colônia Santana, o Ministério da Saú- ser tratadas, de preferência, em suas próprias de realizou sindicâncias, já sob os auspícios do comunidades, nas quais se procurava mantê- movimento da reforma psiquiátrica brasileira, las produtivas. Iniciou-se, assim, a ênfase no exigindo reformulações gerais, sob pena de o tratamento ambulatorial, tendo como meta as hospício ser fechado. Foi assim que o Hospital ações de reinserção social dos egressos de hos- Colônia Santana transformou-se, em 1996, em pitais psiquiátricos. Os efeitos dessa reforma se IPq, após grandes reformas internas, como a fi zeram sentir no interior do Hospício Colônia separação das alas para pacientes de interna- Santana: houve sua divisão em 12 unidades, ção aguda, com 160 leitos, cujo tempo máximo com uma ala feminina e uma masculina para de internação passou a ser 21 dias, e alas para cada um dos seis Centros Administrativo Re- os pacientes crônicos asilares, que hoje moram gionais de Saúde (CARS), tendo como objeti- no Centro de Convivência Santana, organizado vo agrupar os internos por afi nidades geográ- segundo o modelo de pensão protegida, com fi cas, sociais e culturais. Houve também como 320 internos. Nesta nova reforma, foi adotada prerrogativa da reforma, a contratação, pela a compreensão biopsicossocial dos transtornos primeira vez, de equipe multidisciplinar de mentais. Foi exigida a contratação, novamente, saúde: assistentes sociais, enfermeiros, psicó- de equipes multiprofi ssionais, a fi m de aten- logos, clínicos gerais, dentistas, bioquímicos, der à organização da instituição. Foram então terapeutas ocupacionais, além dos psiquiatras inseridos cinco novos psicólogos, e naquele e técnicos de enfermagem já existentes. Desta momento permaneceu na equipe somente uma

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profi ssional anteriormente contratada. O ser- „ Instituto de Psiquiatria Forense (IPF) – viço de psicologia inserido na pensão prote- 1943- gida vem atuando no sentido de promover a reinserção social dos pacientes que perde- ram seus vínculos Sociofamiliares, buscando Instituição de natureza pública estadual, o resgate da história de vida dessas pessoas, de assistência, o IPF situa-se na avenida Dom despersonalizadas pela institucionalização. Pedro II, 1.826-B, Torre, João Pessoa – PB. Os psicólogos inseridos no setor de pacientes Fundado em 16 de agosto de 1943, foi inicial- agudos fornecem orientações aos familiares e mente conhecido como Manicômio Judiciário suporte psicológico às situações de crises dos até 1984, quando o governo do estado aboliu pacientes, geralmente atendidos com o uso de o uso desse termo. Sua proposta era oferecer metodologias grupais. tratamento especializado a pessoas com dis- túrbios de comportamento, problemas com drogas e alcoolismo que apresentassem pro- Referências blemas com a justiça, ou seja, apenados cus- ARAÚJO, C. C. A história da psicologia na Colô- todiados pela Secretaria de Administração nia Santana. Entrevista concedida a Daniela Ri- Penitenciária, encaminhados após sentença beiro Schneider. Florianópolis/SC, maio 2007. do juizado e advindos das seguintes insti- CARDOSO, L. G. O gabinete de psicologia no IPq. tuições: Penitenciária de Segurança Máxima Entrevista concedida a Daniela Ribeiro Schneider. Geraldo Beltrão, Penitenciária Sílvio Porto, Florianópolis/SC, nov. 2006. Penitenciária Flósculo da Nóbrega e presí- DELFINI, A. C. A Imigração Italiana e saúde men- dios das regiões circunvizinhas. Mantida pelo tal: Mais um (louco) para Brusque? Psychiatry On- estado e também por doações de órgãos não line Brazil. n. 8. Maio 2003. Disponível em: . Acesso às pessoas com problemas psiquiátricos, com em: 25 ago. 2005. base na identifi cação de suas necessidades, FIGUEIREDO, M. A. A história que vivenciei. Flo- um tratamento adequado, bem como o moni- rianópolis: Edição Independente, 2000. toramento dos internos acerca das condições MELO, M. C. “Da ideia à materialização: a relação de ressocialização. Fundado na administração Estado – Colônia Santana”. In.: Psychiatry On Line do governador Rui Carneiro, foi dirigido por Brazil. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2006. rais, Rodrigo Ulisses de Carvalho, Danilo de SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Saú- Lira Maciel, Evandro Vieira César, Edilberto de. Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina. Dis- Antunes de Sousa, Thiago de Castro Formi- ponível em: . Acesso ga e Gustavo Navarro, atualmente na direção em: 27 set. 2006. (2008). O IPF conta com uma equipe composta por profi ssionais das áreas médica, odontoló- SANTOS, N. G. Do hospício à comunidade: políti- gica, psiquiátrica, psicológica, de enfermagem cas públicas de saúde mental. Ilha de Santa Catari- na: Letras Contemporâneas, 1994. e de serviço social. Na área de Psicologia é ofe- recido atendimento psicológico aos usuários SIGOLO, R. P. Vislumbrando o diferente: teorias e seus familiares, apoio psicológico, escuta psiquiátricas na formação da Colônia Santana. In.: terapêutica, terapia ocupacional, ludoterapia Psychiatry On Line Brazil. Disponível em: . Acesso Além disso, são promovidas palestras versan- em: 27 set. 2006. do sobre DSTs/AIDS e drogas. O IPF promove TEIXEIRA, M. Hospício e poder. Brasília: Gráfi ca eventos ligados a datas comemorativas como: do Senado Federal, 1993. Páscoa, Natal, Ano-Novo e São João. O espaço físico compreende uma área de 6.600 m², pos- Daniela Ribeiro Schneider suindo vagas para 96 detentos. A instituição

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vem desenvolvendo ações integrando equipe Pery Suplicy de Almeida elaborou baterias multidisciplinar, desenvolvendo atividades básicas de testes, bem como orientou sua voltadas para dependentes alcoólicos, tendo aplicação e correção. Em 1968 foi criada, no como responsável a equipe de psicólogas. instituto, a classe especial para superdotados, destinada a alunos com inteligência acima da média e que não se adaptavam às técnicas e Referências métodos das escolas tradicionais. O Instituto ARAÚJO, M. A. B. Entrevista concedida a Rejane Decroly não estava ligado a nenhuma organi- Sousa da Silva da Silva. João Pessoa, 20 out. 2008. zação pública ou autárquica, era de foro parti- ALBUQUERQUE, E. G. V. de. Entrevista concedi- cular, funcionando sob inteira responsabilida- da Rejane Sousa da Silva da Silva. João Pessoa, 20 de fi nanceira da professora Pórcia Guimarães out. 2008. Alves. As atividades do Insti tuto Decroly fo- MENEZES, P. P. Entrevista concedida a Rejane ram encerradas em 1973, mas sua existência Sousa da Silva da Silva. João Pessoa, 20 out. 2008. proporcionou novos elementos para a história da Psicologia e para a história da Educação, principalmente com a criação da Seção de Rejane Sousa da Silva Seleção e Orientação Profi ssional e a iniciati- va pioneira de organização da classe especial para o atendimento a alunos superdotados. „ Instituto Decroly – 1962-1973 Referências Inaugurado em março de 1962, o instituto ALVES, P. G. Memorial. Curitiba, 1978, Mimeo. funcionou em Curitiba num casarão antigo ALVES, P. G. Memórias da Psicologia no Paraná. (hoje desaparecido), localizado na rua Co- Curitiba: Pinha, 1997. mendador Araújo. Idealizado pela professora CELLA, S. M. R. “Pórcia Guimarães Alves”. In: Pórcia Guimarães Alves, foi planejado para CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co ser Escola de Recuperação e Clínica Psicológi- da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: ca, com salas de foniatria, fi sioterapia e ludo- Imago; Brasília: CFP, 2001. terapia. O atendimento fonoaudiológico fi cou MILLARCH, A. “Pórcia: uma educadora do Paraná sob a responsabilidade da professora Arlete (o segredo de uma eterna juventude)”. Estado do Proco e. A sala de fi sioterapia, que funcionou Paraná, p. 20, 4 jan. 1991. de modo incipiente devido à falta de recursos para aquisição do material necessário, teve à frente a professora Eracléa Dal-Lin. No insti- Sheila Maria Rosin tuto, havia também salas de recuperação, classe de pré-primário, ateliê de arte infantil e sala de foniatria, que atendiam aos alunos „ Instituto dos Cegos da Paraíba (ICPB) – enviados pelas escolas da região e pelos con- 1944- sultórios médicos. Em 1967, motivada pelo trabalho de preparação e correção dos testes psicológicos, aos quais foram submetidos os Organização não governamental, de natu- candidatos do concurso público para Guarda reza fi lantrópica, localizada na avenida Santa de Trânsito, Guarda Civil, Agente de Polícia e Catarina, 396, bairro dos Estados, João Pessoa Comissário de Polícia, promovido pelo Depar- – PB. Foi fundada em 16 de maio de 1944, por tamento Estadual de Serviço Público, a equipe Adalgisa Duarte da Cunha, dama da sociedade do instituto ampliou suas atividades, criando paraibana, que se preocupava em retirar pessoas a Seção de Seleção e Orientação Profi ssional. cegas das ruas e da mendicância. O ICPB é man- Para a execução desse trabalho, o professor tido por convênios com o estado, município e

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esfera federal, doações da sociedade e aluguéis para reabilitação; salas de apoio para os alunos de algumas casas pertencentes à instituição. externos; ambulatório de saúde e odontologia; Tem por objetivo promover a escolarização, rea- espaços para prática desportiva; laboratório de bilitação, socialização, pré-profi ssionalização, informática. Funciona em regime de internato a prática de esportes, da cultura e do lazer de e externato. Atende a crianças a partir dos seis pessoas cegas e com baixa visão. Com isso a ins- anos, até concluírem o ensino médio. Mantém tituição pretende: proporcionar o atendimento uma escola, atividades de reabilitação, biblio- educacional a crianças, adolescentes, jovens e teca braille, apoio itinerante aos alunos que são adultos portadores de defi ciência visual, visan- inseridos na rede regular de ensino, apoio psico- do sua integração à sociedade e o pleno exercício lógico e de assistência social aos alunos, projetos de sua cidadania; trabalhar pela conscientização de socialização, esporte amador, pré-profi ssio- da sociedade, visando difundir as potencialida- nalização e todas as providências para que os des e direitos dos portadores de defi ciência vi- alunos tenham apoio pedagógico de qualidade sual; promover intercâmbio com instituições de para autonomia e emancipação social. Apresen- defi cientes visuais em nível regional, nacional e ta-se como campo de pesquisa relevante sobre internacional, visando à consolidação dos seus aspectos socioculturais, emocionais, cognitivos objetivos comuns; estimular a participação dos e afetivos no campo da cegueira e baixa visão. alunos em atividades artístico-culturais, recrea- tivas, desportivas, pré-profi ssionalizantes, entre outras, promovidas na comunidade; promover Referências intercâmbio e cooperação técnica com entidades INSTITUTO DOS CEGOS DA PARAÍBA (ICPB). nacionais e estrangeiras, visando à aplicação e CD comemorativo dos 60 anos do ICPB. Institui- melhoria dos serviços da instituição; promover ção. João Pessoa, 2004. e/ou apoiar encontros, seminários, simpósios, INSTITUTO DOS CEGOS DA PARAÍBA (ICPB). Es- cursos de reciclagem e outros, com o objetivo tatuto e Regimento Interno do ICPB. João Pessoa, de debater questões específi cas. Em sua direção 2003. fi guram Adalgisa Duarte da Cunha (1944-1971), freiras da congregação Santa Terezinha (Ceará) Rejane Sousa da Silva (1971-1973), José Quirino da Silva (1973-1979), José de Arimatéia Albuquerque (1979-1984), Hálamo Duarte da Cunha (1985-1990), Maria do Socorro Quintans (1991-1996), Lusia Maria de „ Instituto Freudiano de Psicanálise (IFP) – Almeida (1997-2002), Maria de Lourdes Farias 1979-1992 de Lacerda (2003-2006), Maria do Socorro Belar- mino de Souza (2006-2009). Sua estrutura é com- posta por diretoria executiva; assembleia geral; Oriundo indiretamente do chamado GRU- conselho consultivo; conselho fi scal; assessorias PÃO que se reuniu em 1977, no Rio de Janeiro, técnicas e administração escolar. Compõem a o IFP, fundado em 4 de janeiro de 1979, surgiu administração escolar: o diretor escolar; vice-di- da uma divisão de outro grupo, o NEFF (Nú- retor escolar; secretário da escola; coordenador cleo de Estudos e Formação Freudiana), junto pedagógico; supervisores escolares; orientado- com outras novas instituições psicanalíticas no res educacionais; psicólogos e outros técnicos. Rio de Janeiro. Em comum com essas, a inde- A instituição possui atualmente (2008) um psi- pendência em relação à International Psychoa- cólogo que realiza atendimento psicológico aos nalytical Association (IPA), instituição fundada educandos e a suas famílias. O instituto man- por Sigmund Freud e que detinha o controle tém uma área para internato que compreen de mundial da transmissão da psicanálise e da for- dormitórios, refeitório, auditório e outras de- mação do psicanalista. Diferentemente de suas pendências; mantém uma escola com salas de coirmãs, o IFP não apresentava uma organiza- aula, administração escolar, presidência; salas ção hierarquizada nem possuía um homem em

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sua direção. Era conhecido como uma insti- supervisores em decorrência de sua experiên- tuição de mulheres. Assinaram a ata de fun- cia pretérita. Instituiu também as jornadas dação os seguintes membros: Beatriz Rezen- internas, reuniões bimensais nas quais eram de Assumpção, Eliana Atiê, Elizabeth Cruz apresentadas as produções dos associados em Müller, Maria Eleonora Barbosa Mello, Maria torno de temas de caráter científi co, propos- Isabel de Brito Pereira, Maria Virgínia Catão tos pela Secretaria-Geral. Outro ponto-chave de Magalhães Pinto, Mary Kleinman, Rachel da organização do IFP era a preocupação Alkabes, Sônia Maria Nassim, Jorge Gomes com a produção e a publicação desta. Para tal, da Silva, Miguel Calmon du Pin e Almeida e organizou-se em cartéis, inspirada na École Ronald Dias Pinto de Carvalho. Constavam de Freudienne de Paris (EFP), instituição france- seu estatuto as seguintes propostas e objeti- sa presidida na época por Jacques Lacan, com vos: examinar e discutir crítica e democratica- o objetivo de estimular a produção escrita de mente o saber psicanalítico e suas vinculações seus membros. A partir dos cartéis, os traba- com o poder; promover uma leitura do texto lhos eram apresentados para o conjunto da freudiano que levasse à análise crítica da prá- instituição e encaminhados para publicação. tica psicanalítica, sua inserção no espaço da Assim, em meados de 1982, surgiu o primeiro ideologia e seus vínculos com determinados número de Memória IFP/Cartel, ao qual se se- modos de produção; integrar o conhecimento guiram mais três, até 1991. Quanto ao estudo, psicanalítico a outros, advindos das distintas o IFP se defi niu desde o início como uma ins- ciências no campo da cultura; publicar sempre tituição freudo-lacaniana, por entender que que possível os resultados de investigações e era impossível dissociar Freud de Lacan e por divulgá-los; resgatar aquilo que é considerado reconhecer na doutrina lacaniana a legítima a proposta verdadeiramente revolucionária herdeira do legado de Sigmund Freud. Mas, da psicanálise, a saber: o estudo do incons- ao mesmo tempo em que adotou a organiza- ciente como lugar produtor de signifi cações ção em cartéis, vigente na EFP, como forma de e determinante de toda a conduta humana. fomentar a produção escrita, organizou seus Inspirado nos partidos políticos de esquerda, novos membros participantes em turmas de mas tentando evitar a centralização de poder formação, seguindo mais de perto o modelo nas mãos de um único membro, o IFP estrutu- universitário de estudo. Neste sentido, insti- rou-se com uma secretaria geral composta por tuiu programas e disciplinas que abarcavam o três áreas: administrativa, científi ca e jurídico- estudo das obras de Sigmund Freud e Jacques institucional. Todas as deliberações relativas à Lacan, ministradas por coordenadores esco- vida da instituição, fossem de caráter cientí- lhidos em assembleia geral. Essa forma de or- fi co, fossem relativas à administração desta e ganização, que incluía a atividade dos cartéis às suas atividades externas eram tomadas em e os seminários contínuos ministrados pelos assembleia geral. Assim, o IFP apostava numa coordenadores, juntamente com uma forma forma de organização democrática que garan- de deliberação não hierarquizada e democrá- tisse a expressão de todos os seus membros e tica, produziu uma estrutura híbrida, atraves- a livre circulação das ideias e propostas, bem sada por três tipos de discursos: o político, o como a rotatividade das pessoas em seus car- universitário e o psicanalítico propriamente gos. No que diz respeito à formação psicana- dito. Isso, de certa forma, fomentava uma am- lítica, o IFP repudiou criticamente a existência biguidade no que dizia respeito às escolhas da análise didática e a interferência da insti- institucionais, o que impedia a implantação tuição nas análises pessoais de seus membros. de um modus operandi semelhante ao da EFP. Estas ocorriam com base em escolhas pessoais, Em torno dessa questão, deu-se a primeira com analistas da instituição ou de fora dela. grande cisão do IFP, que girou em torno de Mas instituiu a exigência da supervisão clíni- uma proposta que criava uma nova catego- ca com membros da instituição, reconhecidos ria de membro, o membro analista, além das por esta como capazes de exercer a função de defi nidas anteriormente no estatuto (funda-

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dor, participante e efetivo, dentre outras). Farias Cidade. Na ocasião da fundação, havia Segun do essa proposta, apenas quatro mem- falta de instituições que prestassem esse tipo bros da insti tuição seriam reconhecidos como de serviço no Estado da Bahia. Situada na rua membros analistas, criando uma distinção até Frederico Costa, 93, no bairro de Brotas, Sal- então inexistente no IFP, que foi vivida pela vador – BA, a instituição tem como objetivo maioria de seus associados como o estabele- a reabilitação, educação e prestação de assis- cimento de uma hierarquização excludente. tência social às crianças e adolescentes porta- A proposta foi derrotada em assembleia ge- dores de defi ciência mental. Trata-se de uma ral, mas a instituição perdeu cerca de metade instituição fi lantrópica, sem fi ns lucrativos, de seus membros. Mesmo assim, o IFP pros- atualmente conveniada ao SUS. Conta com seguiu em suas atividades: seminários sobre uma equipe multidisciplinar composta por Freud e Lacan, atividade dos cartéis e alguns psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, en- encontros com psicanalistas vindos da França, fermeiras, pedagogos e fonoaudiólogos. Caso que veiculavam aqui suas últimas produções sejam necessárias intervenções medicamento- em torno da doutrina lacaniana. Uma nova sas, os remédios são fornecidos pela própria diminuição de membros ocorreu, desta vez instituição. No que tange à educação, a insti- por opções pessoais, e alguns saíram do IFP tuição oferece do maternal à quarta série do para fazer sua formação em sociedades fi lia- ensino fundamental. Além do ensino, os alu- das à IPA. No fi nal dos anos de 1980, o grupo nos participam de ofi cinas terapêuticas como da École de la Cause Freudienne, então lide- pintura, teatro, tecelagem e artesanato em ge- rada por Jacques-Alain Miller, fundou no Rio ral. A assistência social refere-se ao fornecimen- de Janeiro a sua escola. Afi rmando-se como herdeiro da causa lacaniana, esse grupo atraiu to de alimentação, medicamentos, fardamen- muitos que queriam seguir essa orientação, e tos e carros para passeios, promovidos pela dentre esses, boa parte do IFP. Sem ter mais instituição. A instituição funciona nos turnos como se sustentar isoladamente, com poucos matutino e vespertino, embora alguns alunos membros participantes e sem poder garantir permaneçam em turno integral. Para que o uma produção efetiva para a psicanálise, o IFP aluno possa ingressar no Instituto Guanabara, dissolveu-se em março de 1992. é feita uma triagem, através da família, pelo serviço social e em seguida o aluno passa por testes psicológicos, psiquiatra, fonoaudiólogo, Referências enfermeira e psicopedagogo, para detectar INSTITUTO FREUDIANO DE PSICANÁLISE. Es- se realmente há defi ciência mental. Todos os tatuto. Rio de Janeiro, 1979. Mimeo. processos são monitorados pelo SUS. O psi- ROUDINESCO, E. História da Psicanálise na Fran- cólogo, nesta instituição, realiza psicodiag- ça. Rio de Janeiro: Zahar, 1989. nóstico, psicoterapia, ludoterapia e orientação familiar. A equipe atualmente conta com cinco Elizabeth Cruz Müller psicólogos. Quando da fundação do institu- to, não havia ainda psicólogos formados na Bahia. Sendo assim, foram convidados alunos do terceiro e quarto anos de Psicologia, como „ Instituto Guanabara – 1970- estagiários do fundador Heraldo Cidade. Es- tes estagiários, ao completarem sua formação, Instituição de assistência educacional e de foram efetivados como psicólogos da institui- reabilitação de crianças e adolescentes com ção. O Instituto Guanabara é uma referência defi ciência mental, fundada em 1970 pela fo- em relação à emergência da Psicologia na noaudióloga Maria José Calheira Lobo Teixei- Bahia, por ter proporcionado campo inicial de ra da Silva e pelo psicólogo Heraldo Antonio atuação ao psicólogo.

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Referências inaugurados em 1890, pela Assistência Médi- SILVA, M. J. C. L. T. da. Entrevista concedida a Bár- co-Legal a Alienados, órgão do Ministério do bara de Souza Brandão. Salvador, nov. 2006. Interior dirigido por João Carlos Teixeira Bran- dão. Posteriormente, a Colônia de Jacarepa- guá recebeu também os pacientes crônicos do Bárbara Brandão Hospício Nacional de Alienados. Seu primei- ro diretor foi João Rodrigues Caldas, que em 1909 já havia sido diretor das Colônias da Ilha „ Instituto Médico-Pedagógico Paulista – do Governador. Em 1935, passou a chamar-se 193?-19?? Colônia Juliano Moreira. Localizada na estra- da Rodrigues Caldas, 3.400, Taquara, ocupa uma área de aproximadamente 7.800.000 m², Instituição voltada para a assistência a ex- registrada em nome da união. A área de pre- cepcionais, fundada, organizada e dirigida servação ambiental do Maciço da Pedra Bran- por Nilton Campos, entre 1931 e 1933, perío- ca, que fi ca nos limites de seu território, hoje se do em que este permaneceu em São Paulo, encontra sob gestão da FIOCRUZ. Inicialmen- juntamente com seu colega Joaquim Penino, te organizada em setores hospitalares e setores médico dedicado à assistência e proteção à in- de casas funcionais, a instituição foi ganhando fância. Dados sobre data de fundação, tempo status de bairro a partir das invasões de suas de funcionamento do instituto e as atividades terras, ocorridas durante a década de 1980. nele desenvolvidas não foram obtidos. Estima-se sua população atual em 20 mil ha- bitantes, organizados como uma comunidade Referências autônoma ao hospital. Inaugurada sob a ges- tão do governo federal, foi municipalizada em CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co 1996, passando a ser gerida pela prefeitura do da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, e desde então tem sido dirigida Imago; Brasília: CFP, 2001. pelo médico Paulo Fagundes. Nesse período, DOMINGUES, J. P. “Os ‘Pérolas Negras’: a partici- o hospital recebeu o nome de IMASJM. A ins- pação do negro na Revolução Constitucionalista de tituição é mantida pelo SUS, através do repas- 1932”. Afro-Ásia, Salvador, UFBA, n. 29-30, p. 199- se das verbas das Autorizações de Internação 245, 2003. Hospitalar (AIH). Os determinantes de sua criação podem ser divididos em duas catego- Carmem Silvia R. Taverna rias: os de ordem prática e os de ordem teórica. O primeiro inclui a superlotação dos prédios da Ilha do Governador e da Praia Vermelha, o fato de as terras da Ilha pertencerem à Ordem „ Instituto Municipal de Assistência à dos Padres Beneditinos e estes demonstrarem Saúde Juliano Moreira (IMASJM) – 1996- interesse na desapropriação destas, o interesse Colônia Juliano Moreira – 1935-1996 da Marinha em construir uma base aeronaval Colônia de Alienados de Jacarepaguá – no espaço ocupado pelos hospícios, e princi- palmente o fato de as terras serem conside- 1924-1935 radas insalubres e impróprias para o cultivo agrícola. O segundo fator está relacionado ao Fundada em 29 de março de 1924, inicial- conceito de degenerescência e o advento do mente com o nome de Colônia de Alienados de higienismo e preventivismo, movimento que, Jacarepaguá, sua criação consistiu na transfe- no Brasil, ganhou visibilidade com a formação rência para o novo espaço das Colônias de São da Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) Bento e Conde de Mesquita, situadas na Ilha em 1923 e que tinha entre seus membros Ro- do Governador. Estes hospitais haviam sido drigues Caldas e Juliano Moreira, então dire-

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tor-geral da Assistência a Alienados. Visando à de Lares de Acolhimento (que previa a trans- prevenção, à profi laxia e ao combate à doença formação das enfermarias em espaços indivi- mental, a psiquiatria brasileira teve como foco dualizados). Em 1996, a colônia foi municipa- de atuação o isolamento do doente, o controle lizada, passando a ser denominada IMASJM. e a vigilância das normas e condutas, não ape- Atualmente, a instituição conta com quatro nas dos alienados, mas da sociedade como um unidades de longa permanência – Núcleo Tei- todo. Essas discussões levaram, no início dos xeira Brandão, Núcleo Franco da Rocha, Nú- anos de 1920, à reformulação e ampliação da cleo Rodrigues Caldas e Núcleo Ulisses Via- assistência em duas direções: criação de ser- na, onde estão os internos remanescentes da viços abertos (ambulatórios e enfermarias de antiga estrutura asilar. O IMASJM conta ainda curta duração) e de Hospitais-Colônias. Estes com o Hospital Municipal Jurandyr Manfre- possuíam dois instru mentos teórico-técnicos dini, que oferece os serviços de ambulatório fundamentais em seu modelo assistencial: a pra- aberto à comunidade, emergência psiquiátri- xiterapia e a assistência heterofamiliar. O tra- ca e três enfermarias psiquiátricas de curta e balho era considerado ordenador, moralizador, média permanência. O instituto também de- disciplinante e visava a resgatar o que restava senvolve programas que atendem a várias de de saudável no alienado. A assistência hetero- suas unidades e à rede de saúde da cidade: familiar era vista como uma transição entre o Programa de Lazer Assistido, desenvolvido hospital e a volta à sociedade, na qual o proces- pela equipe do Clube de Lazer Colônia; Pro- so contaria com uma família moralmente bem grama de Residências Terapêuticas, que rea- constituída que pudesse infl uenciar a conduta liza o trabalho de desospitalização e desinsti- do doente. A Colônia Juliano Moreira foi fun- tucionalização, reinserindo em seu ambiente dada neste contexto e até o ano de 1940 foram familiar ou em residências na comunidade, construídos 15 edifícios entre laboratórios, pessoas que se encontram em hospitais psi- necrotérios, enfermarias, casas para funcioná- quiátricos sem perspectiva de alta, por razões rios, farmácia e ofi cinas de praxiterapia. Em sociais; Museu Bispo do Rosário, que promo- 1967, era o terceiro hospital mais populoso do ve espaço para divulgação do trabalho de di- país, com 4.923 internos. Em 1980, o programa versos artistas, usuários de serviços de saúde Fantástico, da Rede Globo de Televisão, reali- mental ou não. A instituição também atua na zou uma denúncia sobre violações dos direitos formação de novos profi ssionais, através de humanos e as precárias condições de vida dos seus programas de estágio para alunos de gra- internos. A partir deste evento, foram extintos duação e de sua especialização em Residência as celas fortes e o eletrochoque, e iniciou-se o em Saúde Mental. processo de reformulação da assistência, com a contratação de outras categorias profi ssionais, Referências dentre estas a de psicólogo, e o fechamento da MINISTÉRIO DA SAÚDE/SMS-RJ. Proposta de instituição para internações de longa perma- Municipalização da Colônia Juliano Moreira. Rio nência. O processo previa o investimento em de Janeiro, 1995. projetos de reabilitação psicossocial, com o ANDRADE, M. S. Democratização no Hospital objetivo principal de promover o retorno dos Psiquiátrico. Um estudo da Colônia Juliano Mo- pacientes à comunidade e a estruturação do reira nos Anos Oitenta. Dissertação (Mestrado em atendimento em serviços abertos. Em 1994, Saúde Coletiva). Universidade do Estado do Rio de foi elaborada a Proposta de Reformulação do Janeiro, Rio de Janeiro, 1992. Projeto Assistencial da CJM, que previa a cons- LOUGON, M.; AZEVEDO, C.; SAYD, P. “Assistên- trução de um Centro de Atenção Psicossocial cia psiquiátrica pública no Brasil: modelos e estraté- (projeto que deu origem ao CAPS Bispo do Ro- gias entre 1920-1940”. In: Cadernos de Psiquiatria sário), Projeto de Lares Assistidos (que previa Social, v. 2, n. 1, 1984. o encaminhamento de pacientes para moradias na comunidade através do trabalho) e o Projeto Wilma Mascarenhas

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„ Instituto Municipal de Assistência à gia, posteriormente vinculado à Universida- Saúde Nise da Silveira – 2000- de do Brasil. Para o Laboratório de Psicologia, Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII) – Gustavo Riedel nomeou Waclaw Radecki, 1965-2000 psicólogo polonês radicado no Brasil, que, quando o Laboratório foi desativado, emi- Centro Psiquiátrico Nacional – 1938- grou para o Uruguai. Ainda como inovações 1965 implantadas por Gustavo Riedel no Engenho Colônia Gustavo Riedel – 1937-1938 de Dentro, destacam-se a Escola de Enferma- Colônia de Psicopatas do Engenho de gem Alfredo Pinto, para formação de enfer- Dentro – 1923(?)-1937 magem psiquiátrica, e o Serviço Heterofami- liar, conjunto de casas construídas no entorno Colônia de Alienadas do Engenho de da colônia para que enfermeiros abrigassem Dentro – 1911-1923(?) pacientes, sob sua guarda familiar, como pro- jeto terapêutico. Em 1932, Ernani Lopes subs- Criada em 11 de julho de 1911 para rece- tituiu Gustavo Riedel na direção da Colônia. ber pacientes femininas do Hospício Nacional Em 1937, com a morte de Gustavo Riedel, a de Alienados (antigo Hospício de Pedro II, Colônia ganhou seu nome, embora por pouco inaugurado em 1852 na Praia Vermelha, Rio tempo. Em 1938, Adauto Botelho assumiu a de Janeiro). Desde 1890, o Hospício Nacional direção da Assistência aos Alienados, criando de Alienados tinha duas colônias masculinas no mesmo ano o Serviço Nacional de Doenças na Ilha do Governador: a Colônia de São Ben- Mentais e transformando a Colônia em Cen- to e a Conde de Mesquita (transferidas para tro Psiquiátrico Nacional. Em 1943, o Centro Jaca repaguá, dando origem à Colônia Juliano Psiquiátrico Nacional incorporou o Hospital Moreira). A Colônia de Alienadas do Enge- Nacional (última nomenclatura do Hospício nho de Dentro, de sua inauguração até 1918, de Pedro II) defi nitivamente, fi cando na Praia foi dirigida por Simplício de Lemos Braule Vermelha, ainda que subordinado ao Centro Pinto e cumpriu um papel complementar Psiquiátrico, o Hospital de Neurossífi lis, anti- ao Hospício Nacional de Alienados, de onde go pavilhão Pinel e atual Instituto Municipal são transferidas cerca de 400 mulheres. Com Philippe Pinel. Em 1965, o Marechal Castello a morte de Braule Pinto, em 1918, Gustavo Branco, através do Decreto-lei 55.474, criou Riedel assumiu a direção (gestão 1918-1932) nova denominação para o Centro Psiquiá- e imprimiu uma série de transformações na trico Nacional, que passou a ser intitulado instituição, infl uindo bastante na assistência Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII). Durante psiquiátrica do país na época. Em 1918 foi a ditadura militar, este passou por um lon- inaugurado o Ambulatório Rivadávia Correia go período de sucateamento e desativação e, em 1919, o Serviço Aberto do Pavilhão Pre- de serviços concomitantemente à expansão sidente Epitácio para internações breves e tra- da rede privada na psiquiatria. Destacaram- tamento de toxicômanos. Estes dois serviços se nesta época os trabalhos de resistência no inovaram no tratamento higienista, tendo no Museu de Imagens do Inconsciente, conduzi- aconselhamento genético sua ênfase princi- dos por Nise da Silveira desde 1944, quando pal, e são os precursores da Liga Brasileira de criou o Setor de Terapia Ocupacional e Rea- Higiene Mental, fundada por Gustavo Riedel bilitação (STOR), precursor do Museu (1952) em 1923 sob a égide dos princípios eugênicos que permanece até os dias atuais, e o trabalho de inspiração da higiene mental da escola ale- efêmero, mas marcante, da Comunidade Te- mã. Também data de 1923 a criação do Labo- rapêutica (1968-1975), organizada por Wilson ratório de Psicologia Experimental da Colônia Simplício e Oswaldo de Barros Santos. Nestes de Psicopatas do Engenho de Dentro que, em dois trabalhos, destacou-se a participação de 1932, se transformou no Instituto de Psicolo- psicólogos e psicanalistas como estagiários

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e voluntários. A profi ssão de psicólogo e os quiatras, 21 enfermeiros, 42 psicólogos, 18 cursos de Psicologia só foram regulamenta- assistentes sociais, nove terapeutas ocupacio- dos no Brasil em 1962 (Lei 4.119/1962). Neste nais, três musicoterapeutas, 11 nutricionistas, mesmo ano, três profi ssionais de nível mé- quatro farmacêuticos, 120 auxiliares de nível dio (Celina Lopes de Oliveira, Paulo Roberto médio e 50 cuidadores. A instituição, através Braga de Carvalho e Marlene Afonso Lima), de seu centro de estudos, organiza o curso de que exerciam suas atividades no CPPII, especialização em Saúde Mental para profi s- entraram com processos baseados na nova sionais da equipe multiprofi ssional desde a legislação para serem os primeiros psicólo- década de 1980. No atual projeto da institui- gos da instituição. Ou seja, apesar de a antiga ção, os cargos de chefi a, antigamente privati- Colônia ter abrigado o Instituto de Psicologia vos dos médicos, são exercidos por qualquer na década de 1930, só em 1962 a instituição membro da equipe multiprofi ssional. passou a ter em seus quadros os primeiros psicólogos, por ascensão funcional de profi s- Referências sionais que já exerciam atividades terapêu- ticas. O primeiro concurso para contratação AMARANTE, P. Psiquiatria Social e Colônia de de psicólogos aconteceria após o mecanismo Alienados no Brasil. Dissertação (Mestrado em de cogestão entre os Ministérios da Saúde e Medicina Social). Universidade do Estado do Rio da Previdência Social (novembro de 1980) de Janeiro, Rio de Janeiro, 1982. para o Plano de Reorientação da Assistência COSTA, J. F. História da Psiquiatria no Brasil. Rio Psiquiátrica do CPPII (1983). Desse momen- de Janeiro: Campus, 1981. to em diante, o projeto assistencial de saúde ENGEL, M. G. Os delírios da razão. Rio de Janeiro: mental da unidade passou a ser exercido por FIOCRUZ, 2001. uma equipe multidisciplinar, da qual fazem MACHADO, R. et al. Da(n)ação da norma – Medi- parte o psicólogo, o assistente social e o tera- cina Social e Constituição da Psiquiatria no Brasil. peuta ocupacional, o médico e o enfermeiro Rio de Janeiro: Graal, 1978. – apenas estes dois últimos, no passado, fa- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Legislação e Saúde ziam a psiquiatria. Em dezembro de 1999, o Mental. Brasília/DF: Ed. MS, 2002. CPPII foi municipalizado e, a partir de 5 de OLIVEIRA, E. O Engenho de Dentro do lado de setembro de 2000, através do Decreto 18.917, Fora: o território como um engenho novo. Mono- passou à denominação de Instituto Munici- grafi a (Especialização em Gestão Hospitalar). Fun- pal de Assistência à Saúde Nise da Silveira. dação João Goulart, Subsecretaria de Estudos e Pes- Iniciou-se um processo de desinstitucionali- quisas em Administração Pública Rio de Janeiro, zação: transferência da emergência psiquiá- Rio de Janeiro, 2004. trica para o Hospital Geral (implantada na PORTOCARRERO, V. Arquivos da loucura. Rio de emergência clínica do Posto de Atendimen- Janeiro: FIOCRUZ, 2002. to Médico Rodolfo Rocco em novembro de 2005); implantação do programa de Residên- REZENDE, H. “Política de Saúde Mental no Brasil: cia Terapêutica em Comunidade (Portaria uma visão histórica”. In: TUNIS, S. A.; COSTA, N. MS 106/2000, que criou e regulamentou os R. Cidadania e loucura – políticas de Saúde Men- tal no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1987. serviços residenciais terapêuticos); transfor- mação de hospitais-dia na instituição em cen- SAMPAIO, J. J. C. Hospital psiquiátrico público no tros de atenção psicossocial em comunidade; Brasil: a sobrevivência do asilo e outros destinos projeto de recuperação dos Arquivos Históri- possíveis. Dissertação (Mestrado em Medicina So- cos e do Memorial da Psiquiatria no Brasil. A cial). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio equipe multiprofi ssional do Instituto Munici- de Janeiro, 1982. pal Nise da Silveira, conduzindo o processo de desinstitucionalização, soma hoje 45 psi- Edmar Oliveira

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„ Instituto Municipal Philippe Pinel – 1999- tor nan do-os independen tes do Hospital Na- Instituto Philippe Pinel – 1994-1999 cional. Com o fechamento defi nitivo do velho hospício, em 1943, o Instituto foi renomeado Hospital Dr. Philippe Pinel – 1985-1994 Hospital de Neurossífi lis. A introdução da Hospital Pinel – 1966-1985 penicilina durante a II Guerra Mundial tor- nou a malarioterapia uma forma obsoleta de É o representante mais recente de uma sé- tratamento e reduziu signifi cativamente o nú- rie de inovações institucionais realizadas no mero de internos com neurossífi lis ao longo campo da psiquiatria e da saúde mental. Suas da década de 1950. Ao fi nal deste período, o origens remontam à Seção Pinel do Hospício Hospital de Neurossífi lis começou a abrigar Pedro II, inaugurado em 1852, que era a prin- um número crescente de pacientes com ou- cipal seção do hospício e abrigava os pacientes tros transtornos mentais. O nome e a função pobres do sexo masculino. Entre os hóspedes do hospital, portanto, se haviam tornado ina- ilustres da Seção Pinel, destaca-se o escritor dequados. Em 19 de outubro de 1964, nas de- Lima Barreto, o qual, durante uma de suas pendências do Hospital de Neurossífi lis, foi internações no então Hospício Nacional de criado o pronto-socorro psiquiátrico da zona Alienados, escreveu uma de suas obras mais sul do Rio de Janeiro. Tratou-se do primeiro importantes, o Diário do Hospício. Em 1904, no passo no sentido de uma mudança de mode- início da gestão de Juliano Moreira, um prédio lo assistencial, visto que a proposta visava a novo foi construído atrás da Seção Pinel para intervir nas situações de crise, reduzir inter- abrigar os alienados epiléticos dessa seção. nações e promover formas extra-hospitalares Esse edifício, denominado Pavilhão Guislain, de tratamento. Em janeiro de 1965, através do em homenagem ao alienista belga, continha Decreto 55.474, o Hospital de Neurossífi lis leitos especiais para proteger os pacientes foi renomeado Hospital Pinel, sofrendo uma durante suas crises convulsivas. O Pavilhão completa reformulação do seu projeto assis- Guislain era a menina dos olhos de Juliano tencial e das suas instalações físicas. Em no- Moreira, que foi, inicialmente, o médico res- vembro de 1966, o hospital foi inaugurado e, ponsável pelo serviço. Em 1925 passou por nesse mesmo ano, a Associação Brasileira de uma reforma para adaptá-lo ao tratamento da Psiquiatria (ABP) foi fundada na sala de reu- neurossífi lis, reforma resultante da parceria niões do novo hospital. O projeto assistencial entre a Assistência a Alienados e a Fundação revelava-se extremamente ousado, envolven- Gaff rée e Guinle, então recém-fundada. O pré- do a introdução simultânea da psicofarmaco- dio reformado foi rebatizado como Pavilhão logia e da psicanálise, a valorização das psi- Guinle e passou a ser um local de pesquisa e coterapias e a intro dução da praxiterapia e da de aplicação da malarioterapia. Introduzida musicoterapia como formas de tratamento. em 1917, essa técnica foi a primeira forma de A qualidade e a diversidade dos novos servi- tratamento efi caz da paralisia geral progres- ços, o equipamento sofi sticado e a estrutura siva e sua aplicação exigia um aparato médico arquitetônica moderna tornavam o novo Hos- sofi sticado. Além do Pavilhão Guinle, foram pital Pinel uma referência nacional em termos também construídos outros prédios para abri- de proposta organizacional, projeto assisten- gar um laboratório de análises clínicas, um cial e campo de ensino em saúde mental. Por ambulatório e novas enfermarias. Um desses volta dessa época, a palavra pinel passou a ser prédios, o Pavilhão Valdemiro Pires, ainda utilizada correntemente para designar o doen- subsiste hoje, após inúmeras reformas, como te mental. Entre 1965 e 1975, o Hospital Pinel o prédio do setor de recepção e emergência tornou-se um centro de referência na aplica- do atual Instituto Philippe Pinel. Em 1937, ção e ensino das técnicas psicodinâmicas de Getúlio Vargas criou o Instituto de Neuros- tratamento. Surgiram, no ambulatório, o Ser- sífi lis, reunindo os serviços de neurolues e viço de Grupoterapia e, nas enfermarias, a Co-

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munidade Terapêutica. Também nesse mesmo Rio de Janeiro. Trata-se de um processo ainda período, o Hospital Pinel passou a contar com em curso e que tem desafi ado a instituição a psicólogos entre seus alunos e estagiários. O redefi nir o seu papel no processo de descon- Hospital Pinel passaria por um período de re- centração da assistência e construção de uma lativa decadência e estagnação entre o fi nal da rede territorial de ser viços. década de 1970 e meados da década de 1980. Em 1985, a trineta brasileira de Philippe Pinel, Referência Lucy Pinel Balthazar, preocupada com a estig- ANDRADE, O. M. “Organização e funcionamento matização do nome pinel, solicitou ao Ministro hospitalar como fator Terapêutico (Hospital Pinel e da Saúde que modifi casse a denominação do Pronto-Socorro Psiquiátrico da Zona Sul)”. O Hos- hospital para incluir o nome completo de seu pital, v. 72, n. 6, p. 115-28, dez. 1967. antepassado. O ministro atendeu prontamen- te a essa solicitação e a instituição passou a se CARPILOVSKY, J. C. “A formação de psicólogos e o mercado de trabalho”. Em: II Semana Comemo- chamar Hospital Dr. Philippe Pinel. A partir rativa do Aniversário do Hospital Pinel. Rio de Ja- do início da década de 1990, o hospital reto- neiro: DINSAM/Ministério da Saúde, 1982. mou o protagonismo no cenário da psiquiatria institucional carioca. Um novo projeto assis- MOREIRA, J. Relatório da Assistência a Alienados, tencial foi iniciado, vinculando a instituição 1924-1925. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1925. ao processo da reforma psiquiátrica brasileira. PAULIN, L. F. e TURATO, E. R. “Antecedentes da O hospital passou por um processo de res- reforma psiquiátrica no Brasil: as contradições dos tauração e reforma de sua estrutura física, as anos 1970”. História, Ciências, Saúde – Mangui- enfermarias passaram a ser de portas abertas, nhos, v. 11, n. 2, p. 241-58, maio-ago. 2004. surgiu a Recepção Integrada (RIPP) e foram PEIXOTO, J. A. Relatório apresentado ao Exm. Dr. J. criados o Centro de Atenção Diária (CAIS) J. Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores, e o Núcleo de Crianças Autistas e Psicóticas 1904-1905. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1905. (NAICAP). Finalmente, em outubro de 1994, o hospital foi transformado em instituto, assu- Fernando Ramos mindo o compromisso de formar profi ssionais qualifi cados para o processo de reorientação Marta Zappa da assistência psiquiátrica. Surgiu, no mesmo ano, o Programa de Residência Integrada em Saúde Mental, que reunia, articuladamente, „ Instituto Psicopedagógico da Bahia um Programa de Residência Médica em Psi- (IPPB) – 1965-1973 quiatria e um Programa de Especialização em Saúde Mental em Nível de Residência. Este último incluía, pela primeira vez, os demais Fundado em 1965 pelo psiquiatra Luiz Fer- profi ssionais de saúde mental em um pro- nando Pinto, que o dirigiu durante todo o pe- grama de residência, particularmente os psi- ríodo de funcionamento. Era uma instituição cólogos. Nos anos subsequentes, o Instituto psiquiátrica, psicológica e pedagógica volta- Municipal Philippe Pinel iniciou uma série de da para o atendimento de crianças e adoles- novos projetos, tais como: a TV-Pinel (1996), centes com necessidades especiais na área de no campo da intervenção cultural; a Coopera- aprendizagem, distúrbios de comportamento tiva da Praia Vermelha, a Escola de Informá- e inadaptação social. Nasceu da necessidade tica e Cidadania (1999) e o Papel Pinel (2000), de assistência psicológica e neuropsiquiátrica na área da geração de renda; e o Lar Abriga- a esse grupo de pacientes, uma vez que, por do (1999), no campo da moradia assistida. A ocasião de sua fundação, não havia, na cida- partir do fi nal de 1999, o instituto passou da de de Salvador, instituições especializadas em gestão federal para a municipal, sendo inte- psiquiatria infantil. O IPPB localizava-se na grado à rede municipal de saúde mental do praça Conselheiro Almeida Couto, no bair-

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ro de Nazaré, Salvador–BA, em um imóvel „ Instituto Psiquiátrico Forense Maurício de três andares, com amplas salas de aula e Cardoso (IPFMC) – 1964- muito espaço ao ar livre. Dispunha de clas- Manicômio Judiciário Maurício Cardoso ses para diferentes níveis de alfabetização e (MJMC) – 1938-1964 preparação para a inclusão social dos alunos. Suas atividades psicopedagógicas abrangiam Manicômio Judiciário do Rio Grande do atividades musicais, teatrais, jogos esportivos, Sul (MJRS) – 1925-1938 educação física, artesanato, desenho e pintu- ra, bem como outras atividades aplicadas à A instituição, outrora conhecida como Mani- educação para a vida diária. A equipe técnica cômio Judiciário, tem por função o tratamento era constituída por profi ssionais especializa- de réus considerados penalmente inimputáveis. dos nas áreas de atendimento supracitadas. O artigo 64 do Código Penal francês de 1810 foi O IPPB oferecia assistência psiquiátrica e o primeiro a defi nir a irresponsabilidade penal, psicológica permanente e em tempo integral resguardando ao perito médico a prerrogativa aos alunos assistidos, contando, inclusive, da emissão de parecer quanto à sanidade men- com o consultório do diretor e da psicóloga. tal do réu. Apesar da precedência legal france- Oferecia, também, orientação para as famílias sa no debate da responsabilidade criminal, as dos alunos através de reuniões mensais nas primeiras instituições dedicadas aos criminosos quais, com a presença de mestres, especialis- alienados foram fundadas, ainda no século XIX, tas e profi ssionais convidados, eram discuti- na Grã-Bretanha. A primeira previsão legal da dos temas de interesse geral. Havia também irresponsabilidade penal no Brasil – Código atenção individual voltada para a orientação Criminal do Império, de 1830 –, contudo, não das famílias. Quinzenalmente a equipe técni- exigia o exame da sanidade mental do réu por ca se reunia para discussão da psicopedagogia um perito médico. Em 1890, foi aprovado o Có- prestada aos alunos assistidos e discussão de digo Penal Brasileiro, que, apesar de modifi car temas teóricos, técnicos e práticos relativos à o artigo sobre a imputabilidade, não defi niu o educação continuada. Funcionava em dois papel do perito médico na avaliação da sanida- turnos, com opção para semi-internato. Era de mental nem a internação compulsória dos um centro de referência na área da psicopeda- inimputáveis. Somente no início do século XX gogia para crianças e adolescentes especiais. ocorreu a aprovação de legislação que defi nia a Recebia professores de escolas públicas locais necessidade da criação de alas específi cas para e de outros estados, que participavam das os alienados criminosos no Brasil, por meio do atividades como estagiários. A instituição era Decreto 1.132/1903, que reorganizou a assistên- privada e possuía um convênio de prestação cia a alienados, baseado em texto de João Carlos de assistência psicopedagógica com a Secreta- Teixeira Brandão (1854-1921) e Juliano Moreira ria de Saúde do Estado da Bahia. O IPPB pres- (1873-1933). Por iniciativa do psiquiatra Jacin- tava atendimento a crianças e adolescentes de tho Godoy Gomes (1883-1959), foi fundado em baixa renda encaminhados pelo estado, em 1925 o MJRS, inicialmente instalado em uma ala número limitado e sob precária remuneração do Hospital São Pedro. Desde a fundação desta à instituição. Este convênio foi suspenso uni- instituição, Godoy, seu primeiro diretor, esfor- lateralmente pela Secretaria de Saúde, no ano çou-se em imprimir-lhe um caráter terapêutico de 1973, criando difi culdades para a manuten- (desvinculando-o do aspecto punitivo), concen- ção da qualidade da assistência, o que culmi- trando todas as funções psiquiátrico-forenses nou com o encerramento das atividades do (cíveis inclusive) do estado sob sua competên- IPPB naquele mesmo ano, com a consequente cia. Contudo, em 1937, a instituição foi trans- dispersão da equipe que ali trabalhava. ferida da Secretaria de Assistência a Alienados para a seção de Presídios e Anexos, da Chefa- Luiz Fernando Pinto tura de Polícia, passando a fi gurar estatutaria-

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mente como uma instituição penal. Em 1938, área de Psicopatologia. Nos anos subsequentes, sua sede própria foi inaugurada em terreno ao o número de estagiários se ampliou, bem como lado do Hospital Psiquiátrico São Pedro e, nesta o número de psicólogos na instituição, em sua ocasião, sua denominação passou a ser MJMC, maior parte, ocupando cargos de monitor pe- como homenagem ao jurista e ex-governador do nitenciário ou de agente penitenciário, normal- estado, recentemente falecido à época. Embora mente cedidos para a instituição e procurando os primeiros manicômios judiciários brasilei- sua efetivação como técnicos. A partir de 1975, ros existissem de fato desde a década de 1920, o Setor de Psicologia foi centralizado, por meio somen te com o Código Penal de 1940 tiveram da criação de uma coordenação técnica. Ainda sua competência jurídica estabelecida de direito. na década de 1970, foram contratados mais três Defi niu-se então como sua função a aplicação de psicólogos na qualidade de técnicos e, desde medida de segurança calcada na periculosidade então, o Setor de Psicologia tem se ocupado de juridicamente suposta daqueles criminosos con- atividades próprias à atuação institucional e, siderados, por meio de perícia psiquiátrica, não eventualmente, de atendimentos individuais. imputáveis. Através do artigo 22, que trata da Por meio da Portaria Estadual 292/1977, o secre- imputabilidade penal neste código, foram es- tário do Interior e Justiça conferiu nova organi- tabelecidos três níveis de responsabilidade pe- zação estrutural e funcional ao IPFMC. A porta- nal: inimputabilidade (doença mental), semi- ria acentuou o caráter terapêutico da instituição, imputabilidade (perturbação da saúde mental) voltando o cargo de diretor a ser ocupado por e imputabilidade. Aqueles julgados inimpu- um psiquiatra forense. Foram criadas duas táveis cumpriam medida de segurança, en- subdireções, uma na área técnica e outra na ad- quanto os considerados semi-imputáveis esta- ministrativa, ambas indicadas pelo diretor da vam sujei tos ao mecanismo do duplo binário SUSEPE . A partir de 1984, a Lei de Execução Pe- – a parte inicial da sanção era cumprida como nal previa assistência, pelo Estado, tanto ao pre- pena e o restante como medida de segurança, so como ao interno em manicômio judiciário, sobrepondo os modelos punitivo e terapêutico com o objetivo de prevenir ocorrência de crimes numa fórmula jurídica eclé tica, mantida até a e orientar o retorno do infrator à convivência reforma do Código Penal, em 1984. A partir de em sociedade. No título relativo aos estabeleci- 1937, quando o MJRS se tornou uma institui- mentos penais, o Código Penal delibera que os ção penal, o chefe de polícia do estado passou hospitais de custódia e de tratamento psiquiá- a ser o responsável direto pelas internações e trico serão destinados aos inimputáveis e semi- desinternações. Apenas em 1951 a instituição imputáveis referidos no artigo 26 do Código voltou a ser diri gida por um médico psiquiatra Penal, caso em que se enquadra o IPFMC. Esta – situação regulamentada através do Decreto instituição compõe-se de sete unidades de tra- Esta dual 16.424/1964 – e subordinada à Secre- tamento e uma unidade de admissão e triagem. taria do Inte rior e da Justiça. Neste mesmo ano, Nesta, fi cam internados os presos em avaliação o Decreto Estadual 17.010 renomeou a institui- pericial ou para exame de superveniência de ção como IPFMC. Poucos anos depois, o Decre- doença mental. O serviço de perícia do IPFMC, to Estadual 18.951/1968 criou, dentro da Secre- destinado à realização de laudos periciais para taria do Interior e Justiça, a Superintendência o Poder Judiciário, atende aproximadamente dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), à qual a 350 varas criminais existentes no Estado do o IPFMC está desde então subordinado, junta- Rio Grande do Sul. As avaliações realizadas mente com os demais estabelecimentos penais são: verifi cação de responsabilidade penal; ve- do Rio Grande do Sul. Os primeiros registros rifi cação de dependência a drogas; verifi cação da atividade de profi ssionais da Psicologia na de cessação de periculosidade; verifi cação de instituição remontam a 1966, quando dois psi- indicação de troca de pena por medida de segu- quiatras de orientação psicodinâmica abriram rança; verifi cação de sanidade da vítima e ve- estágio para Psicologia com concentração na rifi cação de cessação de dependência a drogas.

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O serviço psiquiátrico destinado aos internos „ Instituto Raul Soares (IRS) – 1924- cumprindo medida de segurança, distribuídos Instituto Neuropsiquiátrico – 1922-1924 nas sete unidades do IPFMC, segue atualmente uma orientação psicodinâmica. Técnicas indivi- duais e grupais foram adaptadas pelos técnicos Inaugurado em 7 de setembro de 1922 e lo- da instituição para o tratamento dos internos. calizado na avenida do Contorno, 3.027, bairro Além dos psiquiatras, neurologistas e médicos Santa Efi gênia, Belo Horizonte – MG, dentro clínicos, o IPFMC conta com os serviços de psi- do programa de comemorações do centenário cologia, terapia ocupacional, serviço social, jurí- da Independência, inicialmente foi denomi- dico, enfer magem e de segurança. nado Instituto Neuropsiquiátrico. Foi ideali- zado pelo professor Álvaro Ribeiro de Barros, professor de Neuropsiquiatria da Faculdade Referências de Medicina de Belo Horizonte. Já na data de ALMEIDA, F. M. de. Heranças Perigosas – arqueo- sua fundação, o prédio do instituto foi descrito genealogia da “periculosidade” na legislação pe- pela imprensa mineira como tendo um corpo nal brasileira. Dissertação (Mestrado em Sociolo- central e quatro alas laterais. No corpo central, gia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dividiam-se nos pavilhões as seguintes insta- Porto Alegre, 2005. lações: dependências administrativas, vestíbu- CARDOSO, R. G. “Perícias Psiquiátricas Legais”. lo, consultórios, sala de recepção, secretaria, In: SOUZA, C. A. C. de; CARDOSO, R. G. Psiquia- diretoria, portaria, sala dos médicos, sala dos tria Forense: 80 anos de prática institucional. Porto internos, biblioteca, sala de conferências, insta- Alegre: Sulina, 2006. lações cirúrgicas, sala de curativos, sala de CARRARA, S. Crime e Loucura. Rio de Janeiro: autópsia e sala de operações. Apesar de mui- EdUERJ/EdUSP, 1998. to bem aparelhado, o Instituto não abriu suas portas para atendimento, sendo reinaugurado CHRISTOFF, M. U. A relação entre a criminalidade e a doença mental no Rio Grande do Sul: o Insti- em 1924, com o nome de Instituto Raul Soares, tuto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso. Dis- uma homenagem ao governador de Minas Ge- sertação (Mestrado em Sociologia). Universidade rais, falecido naquele ano após ter contribuído Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. muito para a conclusão da obra. O Instituto foi concebido dentro de uma lógica de moderniza- GODOY, J. A Psiquiatria no Rio Grande do Sul. ção do aparato psiquiátrico, tendo sido consi- Porto Alegre: edição do autor, 1955. derado um avanço para os padrões da época. GRASSET, J. La Responsabilité des Crimininels. A inauguração do instituto foi consequência Paris: Éditions Nouvelles, 1908. direta da situação de superlotação do Hospital HAUSEN, D. C. O Setor de Psicologia do Instituto de Assistência a Alienados de Barbacena, cria- Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso: uma pers- do em 1903, seguindo o modelo assistencial do pectiva histórica. Porto Alegre, 1979. Mimeo. Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Ja- HENRIQUE, V. R. “Setor de Perícias: uma visão neiro. O estabelecimento barbacenense já esta- mais ampla, uma melhor compreensão”. In: In: va sendo considerado inadequado e decadente, SOUZA, C. A. C. de; CARDOSO, R. G. Psiquiatria e a solução encontrada foi a inauguração de um Forense: 80 anos de prática institucional. Porto novo hospital em Belo Horizonte. Em 16 de se- Alegre: Sulina, 2006. tembro de 1920, Arthur Bernardes sanciona a PRIOR, P. M. “Prisioner or Patient? The offi cial de- Lei 778/1920, que autorizava a reforma dos ser- bate on the criminal lunatic in nineteenth-century viços da assistência de alienados, incluindo a Ireland”. History of Psychiatry, 15(2): 177-192, 2004. criação de um pavilhão neuropsiquiátrico, ane- xo à Faculdade de Medicina, para observação de indivíduos suspeitos de alienação mental na Francis Moraes de Almeida capital do estado. Este foi o esboço do futuro Margareth Uarth Christoff Instituto Neuropsiquiátrico. Sua edifi cação, pro-

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jeto de Antônio Mourthé, engenheiro de Belo disso, os recentes avanços da psicofarmacolo- Horizonte, teve como modelo original o Hos- gia mundial foram usados pelos psiquiatras do pital Psiquiátrico de Frankfurt, considerado Instituto, que passaram a publicar vários tra- importante referência no início do século XX balhos divulgando os resultados obtidos junto em termos de uma arquitetura que favorecesse aos doentes. No início da década de 1960, logo as instalações dos serviços de assistência psi- após a eletroconvulsoterapia ter chegado ao quiátrica, como laboratórios e salas para trata- instituto, seu então diretor, Joaquim Moretz- mentos especializados. O primeiro diretor em- sohn, fundou o Ambulatório Roberto Resende, possado foi Alexandre Drummond, que logo dispositivo que pretendia fi ltrar e selecionar se viu às voltas com o já antigo problema da internações. Além dessa medida, o Instituto superlotação, pois, apesar de bem aparelhado, Raul Soares passou a aceitar apenas pacien- o carro-forte da polícia despejava no Instituto, tes indigentes masculinos, sendo as pacientes não só loucos, mas também leprosos, tubercu- transferidas para o Hospital Galba Velloso, losos, marginais, trabalhadores imigrantes e inaugurado em 1962. Em 1970 o instituto vol- desempregados após do término das obras de tou a atender a pacientes indigentes de ambos construção de Belo Horizonte. Em 1929, depois os sexos. Também a residência em Psiquiatria de obter a vaga de professor catedrático em foi transferida do Hospital Galba Veloso para o Psiquiatria na Faculdade de Medicina, através Instituto Raul Soares, seguindo a lógica de que de seu primeiro concurso, Hermelino Lopes o ensino em Psiquiatria teria melhores condi- Rodrigues assumiu a direção do Instituto, rea- ções de aplicação em um estabelecimento que lizando mudanças consideradas vanguardistas atendesse a uma ampla parcela da população. para a época: rapidamente, os métodos coer- Tal visão marcou de maneira decisiva o desti- citivos e violentos do aparato psiquiátrico de no da instituição, que iniciava uma tradição na contenção foram substituídos por um regime formação psiquiátrica. Por outro lado, a década no qual os pacientes tinham livre acesso às de- de 1970 é marcada por uma deterioração da as- pendências do instituto. Tal atuação era acom- sistência psiquiátrica, culminando em denún- panhada pelo aproveitamento dos pacientes cias no III Congresso Mineiro de Psiquiatria, em atividades laborativas, esperando-se que em 1979, retratadas em reportagens publicadas estas tivessem repercussão sobre o seu compor- nos principais jornais. Tais reportagens busca- tamento. Nessa lógica, Lopes Rodrigues criou vam mobilizar a opinião pública mineira acer- ofi cinas de trabalho de diferentes naturezas, ca dos abusos que vinham sofrendo os internos transformando pacientes de presumida vio- dos hospitais públicos e particulares em todo o lência em trabalhadores. Lopes Rodrigues foi estado. Como consequências desse momento, o substituído em 1930 por Caio Líbano, que per- instituto começou um processo de democrati- maneceu até 1933, quando Galba Moss Velloso zação progressiva da assistência, o que promo- assumiu a direção do instituto, legitimando o veria o trabalho interdisciplinar no cotidiano hospital como um local de irradiação de conhe- hospitalar, tormando-se a psicologia um saber cimentos neuropsi quiá tricos. Muitos diretores indispensável a partir de então. A sustentabi- passaram pelo instituto, geralmente professo- lidade dessas ideias foi posta em questão na res de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. década de 1980, dada a não implantação de A década de 1950 foi de especial importância políticas públicas que priorizassem a inclusão para a psiquiatria mineira. O diretor do Insti- social. Em 1991, o governo do estado sancionou tuto Raul Soares, Sílvio Cunha, implantou pro- o projeto de tombamento do conjunto arquite- cedimentos inovadores da psiquiatria, como a tônico e paisagístico do instituto. A década de psicocirurgia, recurso operatório cerebral des- 1990 transcorreu em um contexto de melhorias tinado a modifi car, por meio de intervenção ci- assistenciais: o hospital-dia foi ampliado, um rúrgica, o comportamento de doentes mentais, centro de convivência foi criado e o serviço de atuando basicamente nos circuitos cerebrais urgência foi remodelado. Além das infl uências relacionados à iminência de violência. Além marcantes dos movimentos de reforma psi-

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quiátrica mundial, a teoria psicanalítica esteve „ Instituto Sedes Sapientiae – 1975- presente na elaboração das ideias que com- poriam as mudanças que reformaram o saber Foi criado em 1975, tendo como endereço psiquiátrico tradicional nessa instituição. O inicial a rua Caio Prado, 102, local onde fun- século XXI e as transformações tecnológicas cionava a Clínica Psicológica pertencente à na prática médica trouxeram a necessidade de Faculdade de Filosofi a Ciências e Letras Sedes que o Instituto se fi rmasse como um hospital Sapientiae, que foi incorporada à PUC-SP, em de ensino, inclusive recebendo estagiários de 1971. Permaneceu nesse local até 1977, quan- vários cursos de Psicologia. A residência em do foi transferido para prédio próprio situado Psiquiatria, tradicionalmente responsável por na rua Ministro de Godoy, 1.484, onde fun- mudanças que busquem humanizar a assis- ciona até hoje. A fi nalidade da instituição era tência psiquiátrica e alinhá-la aos propósitos promover cursos livres de expansão cultural, da reforma psiquiátrica em curso no país, aperfeiçoamento e especialização e sediar nú- novamente em 2009, propõe diretrizes que cleos de debates sobre temas sociais, como, vêm privilegiando a inclusão social aliada aos por exemplo, da Comissão Pró-Índio, do Mo- avanços da técnica e o desafi o de uma reforma vimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra em suas instalações, que promova a aplicação (MST), e da educação popular. Seus objetivos das diretrizes nacionais em saúde mental no foram expli citados em 1978 numa carta de Estado de Minas Gerais. princípios: o Instituto Sedes Sapientiae pretende constituir-se num instrumento de ação educa- Referências dora junto à população na luta pela libertação, BERNARDES, A. da S. Mensagem. Belo Horizonte: ao mesmo tempo em que procurará oferecer Arquivo Público Mineiro, 1920. aos diversifi cados setores das disciplinas cien- tífi cas que acorrem ao instituto oportunidade MINAS GERAIS. Decreto n. 11.276, de 27 de março de exercer visão crítica cada vez mais aguçada de 1934. Belo Horizonte: Imprensa Ofi cial de Minas Gerais, 1934. acerca das injustiças que denunciam. A pri- meira divulgação dos cursos de especializa- MAGRO FILHO, J. B. A tradição da loucura: Mi- ção, feita em um folder, datado de 1976, faz nas Gerais: 1870/1964. Belo Horizonte: COOPMED/ referência aos temas: Psicoterapia infantil; UFMG, 1992. Psicoterapia de Adolescente; Psicoterapia de MORETZSOHN, J. A história da psiquiatria mi- Adulto (Orientação Psicanalítica, Orientação neira. Belo Horizonte: COOPMED, 1989. Gestalt-Reich, Orientação Dinâmica); Psico- MOURÃO, P. K. C. História de Belo Horizonte de terapia Comportamental; Psicomotricidade; 1897 a 1930. Belo Horizonte, 1970. Psicodrama; Psicoterapia Familiar; Psicolo- PIRES, F. de S. Lopes Rodrigues, o louco: homena- gia do Trabalho. Na única cópia desse folder, gem de seus discípulos. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. existente na secretaria da instituição, há um RODRIGUES, L. Primeira memória médico-admi- manuscrito, solicitando uma cópia do mesmo nistrativa dos serviços de assistência a alienados programa para 1977. No ano de 1978 há um no Instituto Raul Soares em 1929. Belo Horizonte: aumento no número de cursos, distribuídos Imprensa Ofi cial de Minas Gerais, 1930. por vários centros. No Centro de Psicoterapia SILVEIRA, Renato Diniz; Projeto Lopes Rodrigues: são mencionados cinco cursos de especializa- continuidades e rupturas nas conexões entre en- ção para psicólogos e médicos: Psicoterapia sino psiquiátrico e prática assistencial em Minas Comportamental; Psicoterapia de Orienta- Gerais (1920-1930). Tese (Doutorado em Educação) ção Psicanalítica; Psicoterapia de Orientação Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Ge- Psicodinâmica (Infantil, Adolescente, Adul- rais/Faculdade de Educação, 2008. to); Psicodrama; Terapia Psicomotora. Como curso de aperfeiçoamento é mencionado: Renato Diniz Silveira Psicoterapia de Orientação Gestalt-Reich. No

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Centro de Educação são oferecidos dois cursos Nacional pela Anistia. Paralelamente aos mo- de especialização para orientadores educacio- vimentos ligados à política nacional, ocorre- nais, bacharéis e licenciados em Pedagogia: ram também movimentos internos nas áreas Orientação Educacional e Planejamento Edu- de Psicologia e Psiquiatria. No ano de 1979 cacional. No Centro de Psicologia é oferecido sediou um fórum de debates sobre atuação da para psicólogos o curso de especialização em profi ssão de psicólogo, que teve como conse- Psicologia do Trabalho e vários cursos de aper- quência a organização de um movimento de feiçoamento dirigidos a diferentes profi ssio- oposição, que assumiu a direção do Sindicato nais: para psicólogos – Rorschach; Pirâmides de Psicólogos e, no ano seguinte, a diretoria do Pfi ster; Warteg; Psicodiagnóstico; para psicólo- Conselho Regional de Psicologia 06. Em 1981, gos, orientadores educacionais e orientadores Madre Cristina não aceitou receber o título de pedagógicos – Orientação de Pais, Aprendi- Psicólogo do Ano e sugeriu substituir a sole- zagem, Orientação Vocacional em Educação, nidade por uma mesa redonda que discutisse, Profi laxia e Desenvolvimento; para professo- entre outras coisas, planos de saúde, educação res de pré-primário e primário – Psicomotrici- e desemprego. A partir de então, iniciaram-se dade na Escola e Treinamento para Professores discussões sobre saúde, educação, diretos hu- de Excepcionais. Há ainda dois cursos mencio- manos, alternativas em psiquiatria, em encon- nados sem determinação de a quem poderiam tros dos quais se originou o movimento da luta estar dirigidos: Aconselhamento e Expressão antimanicomial. Atualmente o Instituto Sedes Através da Pintura. Em 1979 é criado o curso Sapientiae tem uma estrutura constituída por: de Gerontologia Social. Como fi ca evidencia- 1- Um núcleo de cursos que promove só 12 cur- do, a grande maioria dos cursos oferecidos é sos são mencionadas de especialização/aperfei- dirigida a psicólogos. Isso se deve ao vínculo çoamento: Adolescência; Arte do Movimento; existente com o curso de graduação em Psico- Orientação Familiar; Cinesiologia Psicológica; logia, que funcionou de 1964 até 1975 na Fa- Gerontologia Social; Jung e Corpo; Orientação culdade de Filosofi a, Ciências e Letras Sedes Profi ssional; Psicologia Jurídica; Psicologia So- Sapientiae, assim como com os antigos cursos cial das Organizações; Psicossomática; Psicote- de especialização criados nessa mesma fa- rapia Breve; Violência Doméstica. 2- Nove de- culdade a partir da década de 1950 e que por partamentos que também promovem cursos: sua vez subsidiaram a constituição do curso Departamento de Arteterapia; Departamento regular. No documento Histórias e Memórias, de Formação em Psicanálise; Departamento de escrito pelos profi ssionais que atuavam por Formação em Psicopedagogia; Departamento ocasião do vigésimo aniversário do institu- de Gestalt-terapia; Departamento de Psicaná- to, está confi rmada a maior antiguidade dos lise; Departamento de Psicanálise da Criança; cursos de Psicanálise, Psicomotricidade, Psi- Departamento de Psicodinâmica; Departamen- copedagogia, Psicodrama e Psicodinâmica. to de Psicodrama; Departamento Reichiano. Durante os primeiros anos de funcionamento, 3- Quatro centros: Centro Cida Romano de o novo Instituto abrigou vários movimentos formação de educadores; Centro de Filosofi a; de defesa dos direitos humanos, desde os de Centro de Educação Popular; Centro de Refe- resistência aos desmandos militares, até os rência às Vítimas da Violência (todos promo- de apoio a perseguidos e exilados. Relatos de vem cursos). 4- Uma clínica psicológica. profi ssionais, que atuaram no atendimento clínico a perseguidos/torturados, revelam as discussões que ocorreram para se encontrar Referências formas de trabalhar em terapia (referências teóricas e estratégias práticas) que dessem BAPTISTA, M. T. D. S. Madre Cristina. Rio de Ja- conta das subjetividades dos que procuravam neiro: CFP/ Imago, 2001. ajuda psicológica na clínica. Na mesma linha INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE. Histórias e Me- de atuação, abrigou em 1978 o I Congresso mórias. São Paulo, 1998. Mimeo.

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INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE. Relatórios anuais lamento geral da instrução pública do estado das atividades desenvolvidas – 1933-1971. Arquivo e estendeu a duração do Curso Normal para Morto da PUC-SP, São Paulo, 1933-1971. quatro anos. Por força desse decreto, iniciou- MORAIS, S. T. P. Professores universitários con- se a construção de um prédio próprio para o tam suas vidas. Tese (Doutorado em Psicologia). ensino normalista, bem como para a escola Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. modelo – espécie de escola primária destinada PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO. Memória à prática pedagógica das normalistas (o tirocí- viva: Madre Cristina. São Paulo, ano 4 n. 2, 1984. nio, ou seja, o estágio). Logo em seguida, a Lei Federal 1.027, de 1922, ampliou em todo o ter- ritório nacional o ensino normalista para qua- Marisa T. D. S. Baptista tro anos e introduziu as chamadas disciplinas pedagógicas (Psicologia, Pedagogia e Meto- dologia Didática), além da regência de classe, „ Instituto Superior de Educação Antonino oferecendo assim ao curso um perfi l mais pro- Freire (ISEAF) – 2004- fi ssionalizante. Apesar da entrada das novas disciplinas na grade curricular, as atividades Instituto de Educação Antonino Freire da psicologia só se iniciaram no curso norma- (IEAF) – 1973-2004 lista piauiense a partir de 1928. Vale ressaltar Escola Normal Antonino Freire (ENAF) – que desde então a disciplina sofreu diversas 1947-1973 alterações em sua denominação ao longo do Escola Normal Ofi cial – 1910-1947 percurso. Essas mudanças tiveram íntima re- lação com os objetivos de cada grade curricu- lar do curso. De acordo com os registros do O ensino normalista piauiense efetivou-se arquivo do Instituto de Educação Antonino com a fundação, em 15 de maio de 1910, da Freire (IEAF), a disciplina Psicologia iniciou Escola Normal Ofi cial, então localizada na suas atividades abordando temáticas e conteú- praça Firmina Sobreira, s/n., bairro Matinha, dos que fundamentassem a compreensão das Teresina – PI, através da Lei Estadual 548, que normalistas acerca do caráter humanista da estabeleceu a reforma da instrução pública no educação, através de saberes biopsicológicos, estado e criou uma instituição responsável sociológicos, históricos e fi losófi cos. Em 1947, pela formação de professores do primário. a Escola Normal Ofi cial passou a chamar-se Inicialmente o curso foi regulamentado em ENAF, em homenagem a um dos maiores de- três anos e as disciplinas, distribuídas no se- fensores do projeto de ensino normal do Piauí, guinte currículo: Português, Francês, Geogra- e no ano seguinte promoveu-se uma mudan- fi a e Cosmografi a, Aritmética, Desenho, Músi- ça na grade, de forma a contemplar uma pro- ca, Trabalhos de Agulha – 1º ano; Português, posta orientada para uma ação profi ssionali- Francês, Geometria, História Universal e do zante. Nesse sentido, a disciplina mudou de Brasil, Desenho, Música, Trabalhos de Agulha nome e passou a ser Psicologia Educacional, e Cartografi a – 2º ano; e Literatura Portugue- apresentando uma proposta mais técnica, sa, Noções de Física, Química e Metrologia, aprofundando temáticas de aspecto estrutu- Noções de História Natural, Agronomia e ral (aparelho neural), dinâmico (psicofísico), Higiene, Pedagogia, Metodologia, Educação psicodinâmico (motivacional e da personali- Moral e Cívica, Desenho e Caligrafi a, Música, dade), bem como relativas a possíveis défi cits Trabalhos de Agulha e Cartografi a – 3º ano. e defi ciências envolvidos na aprendizagem. Com o crescimento e o avanço das ações do O objetivo da mudança era propiciar aos pro- ensino normal e a própria demanda educacio- fessores um entendimento mais organicista e nal pelo aumento do número de professores e funcional de tal fenômeno. Em 1966 ocorreu da qualidade da formação, em 1921 foi assina- alteração da disciplina, que passou a se cha- do o Decreto Estadual 771, que alterou o regu- mar Fundamentos Psicológicos. Incluíram-

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se temáticas ligadas à Psicologia Genética e de promover a formação de profi ssionais da Infan til, Psicologia Animal, Psicologia Dife- educação em nível médio e superior no Piauí. rencial e Psicologia Social, enfatizando assim o Vale ressaltar que, apesar da presença de psi- estudo da aprendizagem e o desenvolvimento cólogos no Piauí desde o início da década de da excepcionalidade, bem como o papel do 1970, em nenhum momento encontramos re- educador na relação ensino-aprendizagem. gistros desses profi ssionais como docentes O objetivo da alteração era aproximar Pedago- da instituição. Tal função foi ocupada, desde gia e Psicologia. Em 1973, a instituição passou a criação da disciplina (1928) até seu encerra- a ser denominada IEAF, oferecendo, além do mento (2004), por docentes com formação em curso de formação de professores primários, Filosofi a, Sociologia ou Pedagogia. o ginásio. A partir do fi nal da década de 1970 iniciou-se uma série de discussões em relação à pedagogia ofi cial e à política educacional do Referencias país; e, durante a década de 1980, com o fi m FERRO, M. A. B. Educação e sociedade no Piauí da ditadura e o movimento de redemocrati- republicano. Teresina: EDUFPI, 1996. zação do Brasil, um amplo debate em torno PIMENTA, S. G. O estágio na formação de profes- das políticas do estado brasileiro. No caso do sores: unidade teórica e prática? São Paulo: Cortez, Piauí, o IEAF sofreu uma forte pressão para 1995. imprimir ao seu currículo uma direção mais PIRES, F. C. S.. Escola Normal no Piauí: implan- refl exiva. Sendo assim, a disciplina Psicolo- tação e desenvolvimento (1864-1910). Dissertação gia sofreu nova mudança: em 1983, passou (Mestrado em Educação). Universidade Metodista a chamar-se Fundamentos Biopsicológicos, de Piracicaba, Piracicaba, 1985. com uma postura menos tecnicista. Na nova roupagem da disciplina, houve um retorno ao enfoque das funções psíquicas, não tanto Ana Gabriela Nunes Fernandes pelo viés psicofísico, mas numa perspectiva Renata Castelo Branco Araújo mais qualitativa. A abordagem do processo João Paulo Sales Macedo ensino-aprendizagem tornou-se mais socioló- gica e antropológica, introduzindo-se também uma proposta preventiva para os problemas de aprendizagem. As duas alterações subse- „ Instituto Superior de Educação do Rio de quentes – Psicologia da Aprendizagem, em Janeiro – 1996- 1992, e Psicologia do Desenvolvimento, em Instituto de Educação do Rio de Janeiro 1996 – evidenciaram a dimensão do patológi- (IERJ) – 1932-1996 co como subsídio à compreensão do processo ensino-aprendizagem. Os conteúdos torna- ram-se extremamente focados na questão dos Criado no dia 19 de março de 1932, durante distúrbios psicológicos, de aprendizagem e a gestão de Anísio Teixeira na diretoria-geral psicomotores, evidenciando uma pespectiva da Instrução Pública do Rio de Janeiro, então individualista, naturalizante e descritivo-rea- Distrito Federal, foi estruturado sob a base de bilitadora. No ano de 2001, a disciplina apre- um discurso acerca da renovação educacional sentou nova proposta e passou a ser chamada que lançava sobre a fi gura dos novos profes- Fundamentos Psicossociais, centrando-se no sores primários a responsabilidade da cons- estudo da subjetividade e do sujeito social, trução de uma nova ordem social. Tinha por nas relações interpessoais do contexto esco- obje tivo reorganizar a formação de professo- lar, bem como na relação sujeito-sociedade res primários elevando-a ao ensino superior, e na temática da alteridade. A aprovação da com caráter profi ssional. Para tal, o IERJ ofe- Lei Estadual 5.402/2004 encerrou as ativida- recia educação para ambos os sexos e organi- des do IEAF e criou o ISEAF, com a fi nalidade zava cursos de formação e aperfeiçoamento de

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professores. Em sua estrutura geral, incluíam- próprio IERJ. A Escola Secundária tinha dois se uma escola secundária e uma escola de pro- ciclos: o fundamental, com duração de cinco fessores. Esta tinha como anexos um jardim de anos, e o complementar, de um ou dois anos. infância e uma escola primária, destinados à Esta formação, acrescentada aos dois anos da experimentação, demonstração e prática de en- Escola de Professores, garantia que o futuro sino. O IERJ também funcionava como centro mestre teria pelo menos oito anos de estu- de documentação e pesquisa, possuindo uma dos. Ao diretor-geral do IERJ, cargo ocupa- revista denominada Arquivos do Instituto de do por Lourenço Filho de 1932 a 1937, cabia Educação, criada em 1932, para divulgação de a coordenação geral de todos os encargos das suas propostas educacionais. Esta revista não escolas do instituto, além da organização dos teve uma periodicidade regular e não é mais serviços de inspeção de alunos, serviços mé- publicada. O IERJ localiza-se, desde sua cria- dicos e dentários, serviços de informação e ção, no mesmo prédio, na rua Mariz e Barros, de arquivo, coordenação da portaria, asseio próximo à Praça da Bandeira. Este prédio fora e conservação do patrimônio. Ao diretor da construído durante a gestão de Fernando de Escola de Professores, cargo também ocupado Azevedo na Instrução Pública (1927-1930), por Lourenço Filho, no mesmo período, cabia para abrigar a antiga Escola Normal da Corte, a coordenação geral dos trabalhos pedagó- inaugurada em 1880. É importante destacar- gicos do IERJ, subor dinando assim a Escola mos que a transformação de Escola Normal Secundária, a Escola Primária e o Jardim de em Instituto de Educação não se deu apenas Infância à Escola de Professores. O objetivo de por mera mudança de terminologia. Trata-se tal organização era fazer com que a formação de uma grande mudança na concepção da de professores ocorresse seguindo objetivos formação de professores. Antes da criação do inte grados, com aproximação entre a formação IERJ, havia no Distrito Federal uma Escola teórica e a prática dos futuros professores. Du- Normal de ensino secundário para formação rante a gestão de Anísio Teixeira na Instrução de professores e uma Escola de Aplicação Pública (1931-1935), várias instâncias foram para a prática das professorandas, enquanto estruturadas organicamente, visando sistema- o IERJ é composto por várias escolas, sendo a tizar a rede escolar, priorizando a reorganiza- de formação de professores designada Escola ção do ensino primário e a formação de seus de Professores. Esta, diferentemente da Esco- professores. Dentre estas diversas instâncias, la Normal, fora elevada ao nível de ensino o IERJ e o Instituto de Pesquisas Educacionais superior e possuía caráter profi ssionalizante. (IPE) mantinham uma relação estreita. O IPE O IERJ foi inserido como um dos dispositivos fora criado para cuidar da organização e me- principais na produção de novas representa- lhoria do ensino primário das escolas muni- ções sobre a educação escolar e o papel dos cipais do Distrito Federal, sendo responsável professores, como pretendia o grupo que se pela revisão e aplicação de testes psicológicos autointitulava Pioneiros da Educação Nova, nos alunos do primeiro ano primário de to- utilizando como estratégia de consolidação das as escolas, assim como pela organização de seu ideário a constituição de novas re- desses alunos em classes seletivas. A aplicação presentações e novos espaços de poder para e revi são dos testes cabiam a José Paranhos a educação. O IERJ era a materialização de Fontenelle, chefe da Seção de Medidas e Efi - uma conquista deste grupo e instituía-se com ciência Escolares do IPE e professor-chefe de uma marca que também o diferenciava em Biologia Educacional e Higiene do IERJ. No relação aos modelos pedagógicos existentes. IERJ, as professoras e professorandas reali- A experiência de oferecer formação de pro- zavam pesquisas nas classes seletivas, dentro fessores primários em nível de ensino supe- da proposta de restauração da confi ança do rior iniciou-se em 1932 e, portanto, um dos magistério através da reforma administrativa requisitos para frequentar a Escola de Profes- e técnica. Neste sentido, o IERJ, além de for- sores era ter cursado a Escola Secundária do mar o futuro professorado, oferecia cursos aos

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professores em exercício com base em novas base nos estudos sobre o desenvolvimento bases educacionais, possibilitando o contato biológico e psicológico da criança, voltando- direto com sua escola primária, que funciona- se para os interesses, vontades e ocupações da va também como local de experimentações e vida infantil, porém equilibrando tais ques- pesquisas diretamente relacionadas ao IPE. O tões com as necessidades da sociedade adul- IERJ também estava ligado ao IPE pela Seção ta, isto é, os professores teriam que aprender de Programas Escolares e Atividades Extra- a direcionar os interesses das crianças para classe, chefi ada por Ignacia Ferreira Guima- um interesse social maior. A nova organiza- rães, responsável pela elaboração e revisão ção escolar divulgava a psicologia como um dos Programas e Guias de Ensino para as campo de fundamental importância para escolas municipais do Distrito Federal, com adaptação dos meios/métodos educacionais forte base nos estudos de psicologia realiza- à realidade vigente: segundo estes preceitos, dos no IERJ. Desta forma, estabelecia-se, na a educação seria social nos fi ns e psicológica formação de professores, uma ampla propa- nos meios. Em 1935 o IERJ foi incorporado à gação dos saberes psicológicos, que se apre- Universidade do Distrito Federal (UDF). Em sentavam nos programas escolares por meio 1939 a UDF foi fechada e a formação de pro- de concepções sobre a infância, o comporta- fessores primários voltou a ser realizada no mento, a estruturação do pensar e do aprender. Curso Normal de ensino médio, retornando Através da análise de diversos programas de para o ensino superior apenas após a Lei de Psicologia da Escola de Professores do IERJ – Diretrizes e Bases da Educação Nacional de Psicologia Educacional, Psicologia da Apren- 1996, quando o IERJ passou a ser Instituto Su- dizagem, Psicologia Diferencial e Psicologia perior de Educação do Rio de Janeiro. Geral –, e de outras disciplinas – Sociologia Educacional, Biologia Educacional, Prática de Ensino, Matérias de Ensino etc. –, no pe- Referências ríodo de 1932 a 1938, pode-se constatar que ARQUIVO ANÍSIO TEIXEIRA. Documentos tex- a Psicologia se encontrava presente nos pro- tuais (Séries consultadas: Documentos Pessoais, gramas de todas as matérias como um item Correspondência, Produção Intelectual, Legislação fundamental para o processo educativo. Den- e Temática) e Material Impresso. Rio de Janeiro: tre as divisões da Psicologia, vale destacar a Centro de Pesquisa e Documentação em História Psicologia Geral, que buscava as semelhanças Contemporânea (CPDOC) da Fundação Getúlio entre os seres humanos, e a Psicologia Dife- Vargas, 1910-1970. rencial, que procurava estudar e classifi car os ARQUIVO ANÍSIO TEIXEIRA. Programa de Estu- indivíduos pelas suas diferenças, tendo uma dos e Documentação Educação e Sociedade (PRO- fi nalidade prática. A educação escolar utiliza- EDES) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ria a Psicologia estruturando o ensino atra- Rio de Janeiro: UFRJ, 1910-1970. vés de uma visão global e ao mesmo tempo ARQUIVO GUSTAVO CAPANEMA. Documentos individual. No momento de criação do IERJ, textuais (Séries consultadas: Correspondência, Pro- propagava-se a ideia de que a formação dos dução Intelectual, Ministério da Educação e Saúde professores primários deveria se estabelecer – Educação e Cultura) e Material Impresso. Rio de com base em três saberes essenciais: a Biolo- Janeiro: Centro de Pesquisa e Documentação em gia, para se averiguar a maturidade fi siológi- História Contemporânea (CPDOC) da Fundação ca da criança; a Sociologia, para realizar um Getúlio Vargas, 1910-1970. estudo da sociedade e da organização dos ARQUIVO LOURENÇO FILHO. Documentos tex- homens; e a Psicologia, para compreender o tuais (Séries consultadas: Correspondência, Temá- comportamento do ser humano, adequando tica, Produção Intelectual e Recortes de Jornais) e suas capacidades biológicas às necessidades Material Impresso. Rio de Janeiro: Centro de Pes- sociais. Desta forma, a organização dos pro- quisa e Documentação em História Contemporânea gramas escolares deveria ser realizada com (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas.

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ARQUIVOS DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO. e de Edwiges Florence. Foi extinto em 1990, Distrito Federal, v. 1 (1, 2, 3, 4), 1932; v. 2 (1), 1945. mas, durante esse período, teve importante DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO. Programas papel na história da psicologia brasileira. Mira e Guias de Ensino. Programa de Ciências Sociais, y López, seu primeiro diretor (1947-1964), foi série C, n. 4, v. I e II; Programa de Linguagem, série convidado por João Carlos Vital, da FGV, para C, n. 1. Rio de Janeiro/Distrito Federal: Cia. Editora que participasse da criação de um órgão volta- Nacional, 1934. do para a seleção e adaptação do trabalhador INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEI- brasileiro. Com isso, foi criado o ISOP, cujo ob- RO. Arquivo Morto. Rio de Janeiro: Instituto Supe- jetivo principal era a difusão e o ensino da Psi- rior de Educação do Rio de Janeiro, 1910-1970. cologia Aplicada em seus campos de atua ção, ou seja, Psicologia do Trabalho, Educacional e PINTO, Karina Pereira. O Instituto de Educação do Clínica. Na ocasião, a meta principal de orien- Rio de Janeiro e a grande reforma dos costumes tação profi ssional era a de aperfeiçoar o pro- (1932-1938). Contribuições para uma história da cesso de escolha profi ssional, e era mais vol- Psicologia. Dissertação (Mestrado em Psicologia tado para os jovens das classes média e alta. Social). Rio de Janeiro: UERJ/Programa de Pós-Gra- Na primeira década de sua existência, o ISOP duação em Psicologia Social, 2001. teve um papel pioneiro na formação de espe- PINTO, Karina Pereira. Por uma nova cultura peda- cialistas em seleção e orientação profi ssional, gógica: Prática de Ensino como eixo da formação através dos inúmeros cursos que ministrava, de professores primários do Instituto de Educação no provimento de serviços nessas áreas e no do Rio de Janeiro (1932-1937). Tese (Doutorado em desenvolvimento e implantação de técnicas Educação). São Paulo: PUC/Programa de Estudos de Psicologia Aplicada ao Trabalho. Em 1949, Pós-Graduados em Educação: História, Política, So- foi fundada a revista Arquivos Brasileiros de ciedade, 2006. Psicotécnica, denominada posteriormente Ar- SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTU- quivos Brasileiros de Psicologia Aplicada (1968) RA. Programas mínimos: para o ensino das escolas e, fi nalmente, em 1979, Arquivos Brasileiros de elementares. Rio de Janeiro/Distrito Federal: Secre- Psicologia, ainda hoje em circulação, agora na taria-Geral de Educação e Cultura, 1937. UFRJ e sob formato eletrônico. Inicialmente, era voltada principalmente para artigos que Karina Pereira Pinto tratassem de temas relativos à prática profi s- sional. Essa revista, pioneira na publicação de artigos científi cos em Psicologia, foi de funda- mental importância na consolidação e divul- „ Instituto Superior de Estudos e Pesquisas gação da pesquisa nacional na área, incluindo em Psicologia da Fundação Getúlio trabalhos de autores de diversas instituições e Vargas (ISOP/FGV) – 1970-1990 estados brasileiros. De 1957 a 1967, com o au- Instituto de Seleção e Orientação mento progressivo da demanda pelos servi- Profi ssional (ISOP/FGV) –1947-1970 ços oferecidos e capacitação de profi ssionais, houve a consolidação do trabalho do ISOP e uma importante atuação nas discussões, que Criado em 8 de agosto de 1947 por Luiz levaram à regulamentação da profi ssão, em Simões Lopes, então presidente da Fundação 1962. Dentre os trabalhos realizados estavam: Getúlio Vargas (FGV), para atender a uma ne- exame de orientação educacional e profi ssio- cessidade que se integrava ao projeto desen- nal; serviços de seleção de pessoal para em- volvimentista do presidente Getúlio Vargas, presas; exames psicotécnicos dos condutores dentro do zeitgeist da época: racionalizar o de veículos do Rio de Janeiro; além de estu- mercado de trabalho. Na ocasião, Jorge Flores dos sobre testes, como o Teste de Apercepção era diretor executivo da FGV e realizou as pri- Temática (TAT), o Teste de Diagnóstico Mioci- meiras contratações: de Emilio Mira y López nético (PMK), o Teste Rorschach, entre outros.

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Periodicamente, organizava também cursos o fechamento da instituição. De 1977 a 1988, para preparação de técnicos em vários ramos houve a continuação do trabalho da década e já desenvolvia algumas pesquisas. A funda- anterior, ainda com tendência a grandes proje- ção da Associação Brasileira de Psicotécnica tos em convênio com órgãos públicos, mas es- (depois Associação Brasileira de Psicologia ses começavam a escassear. Nesse período, a Aplicada – ABRAPA) representou uma outra pós-graduação se fi rmou. Em 1977, iniciou-se iniciativa pioneira desta época, embora não o programa de doutorado, no qual se forma- tenha sido muito bem-sucedida, já que foi ram vários pesquisadores de universidades a Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto públicas brasileiras. Criadas anteriormente, a que assumiu um caráter nacional, acabando testoteca e a biblioteca do ISOP foram centros por tornar-se a Sociedade Brasileira de Psico- valiosos de consulta para pesquisadores e pro- logia. A partir de 1967, houve uma mudança fi ssionais em geral, e funcionaram até o fi nal de orientação, assumindo o ISOP um papel da instituição. O declínio do ISOP começou de centro de pesquisas e de pós-graduação. com uma primeira crise em 1988, que resul- Com isso, transformou-se sua estrutura, que tou em muitas demissões e mudança de local, passou a ser constituída de cinco centros. do espaço tradicional na rua da Candelária, Entre eles, um Centro de Pós-Graduação em 6 para a Cinelândia e depois para a sede, na Psicologia Aplicada (CPGPA), onde foi cria- praia de Botafogo. O prédio original, uma joia do um curso de mestrado em 1971, e outro, arquitetônica, permaneceu fechado até 2006, voltado para o desenvolvimento, adaptação quando a FGV o recuperou para sediar alguns e padronização de instrumentos psicológicos de seus cursos. A crise de 1988 culminou com (Centro de Estudos de Testes e Pesquisas Psi- a lastimável extinção do ISOP pela FGV, jun- cológicas – CETPP). O curso de pós-gradua- tamente com outros sete órgãos, entre eles o ção do ISOP foi o segundo do Rio de Janeiro Instituto Superior de Estudos Avançados em e nele se formaram importantes professores e Educação (IESAE), um importante centro de pesquisadores atuais do país, responsáveis, estudos superiores de educação, durante a mais tarde, pela criação de novos programas gestão de Celina Vargas do Amaral Peixoto de pós, como Celso Pereira de Sá, que coor- em 26 de junho de 1990. Essa extinção, acom- denou a criação do mestrado em Psicologia e panhada da demissão dos últimos pesquisa- Práticas Socioculturais na UERJ. Esta última dores e professores, representou uma perda fase foi rica em pesquisas e desenvolvimento para a psicologia brasileira, nem sempre total- de instrumentos e de realização de grandes mente apreciada, além de uma perda pessoal projetos em convênio com órgãos governa- inestimável para os que lá trabalhavam. Pou- mentais, entre eles: Programa de Reabilitação cos foram os que deram continuidade à sua Profi ssional do INSS; Diagnóstico Nacional de carreira de pesquisadores. Desenvolvimento Educacional do MEC/INEP, com a construção e padronização das primei- Referências ras baterias de testes nacionais, envolvendo 110 mil estudantes; pesquisas sobre temas D’ARAUJO, M. C. “O ISOP e os primórdios da Psi- diversos como acidentes de trabalho, alfabe- cologia Aplicada”. In: D’ARAUJO, M. C. (Org.). tização, tanatologia, características psicosso- Fundação Getúlio Vargas: concretização de um ciais da população brasileira etc. O principal ideal. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1999. responsável por essas mudanças foi Franco Lo Presti Seminerio, diretor do ISOP de 1970 até Maria Lucia Seidl-de-Moura

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„ Laboratório de Biologia Infantil (LBI) – e formação social. Inicialmente dirigido por 1936-1940 Leonídio Ribeiro, também diretor do Instituto de Identifi cação do Distrito Federal, o labora- tório contava com importantes personalida- Criado em julho de 1936, tinha o objetivo de des ocupando cargos de chefi a: Leme Lopes fornecer as bases científi cas para o tratamento no Departamento de Psicopatologia, Lou- médico-pedagógico da infância abandonada e delinquente: como um dos serviços auxiliares renço Filho na Seção de Psicotécnica, Alber- do Juízo de Menores do Distrito Federal, obje- to de Magalhães no Setor de Serviço Social e tivava assessorá-lo para uma atuação de for- Hamilton Nogueira no Setor de Neurologia. ma mais efi ciente em suas funções de abrigar A criação e as atividades realizadas no labo- e distribuir as crianças que necessitavam de ratório indicavam uma ruptura na concepção proteção e assistência pelas diferentes institui- das causas do comportamento desviante de ções disponíveis. A portaria que regulamen- crianças e adolescentes. A causalidade mo- tava os serviços do LBI justifi cava sua criação ral cede espaço aos fatores psíquicos, sociais, considerando a necessidade de sistematização intelectuais e físicos do abandono e da delin- rigorosamente científi ca da assistência jurídi- quência. Em 1938, o laboratório foi anexado ao ca a crianças e adolescentes em função das no- Instituto Sete de Setembro – estabelecimento vas tendências da pedagogia moderna, enten- ofi cial de triagem para crianças e adolescen- dendo que, para o melhor encaminhamento tes do sexo masculino –, fi cando ambos sob destas, era imprescindível o estudo científi - a direção de Meton de Alencar Ne o. A de- co da criança em suas dimensões psicológi- cisão foi tomada para corrigir as defi ciências ca, física, moral e social. De acordo com sua da assistência, dentre elas a descontinuidade fi na lidade de conhecer, estudar e classifi car a dos serviços e a falta de estabelecimentos que criança, o laboratório contava com os serviços pudessem cumprir as determinações do labo- de identifi cação e fotografi a, exame médico- ratório. Assim, enquanto estabelecimento de antropológico, psicologia, orientação profi s- triagem, o Instituto Sete de Setembro se bene- sional, serviço social e um centro de estudos fi ciaria do aparelhamento técnico classifi cató-

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rio de que dispunha o LBI, e, por outro lado, exames revelam grande número de crianças algumas doenças diagnosticadas no laborató- com problemas de verminose, amidalite, de- rio poderiam ser medicadas na enfermaria do bilidade orgânica, cáries dentárias e vários instituto. Não ocorreram mudanças signifi ca- casos de sífi lis e tuberculose. Os resultados tivas nos serviços oferecidos pelo laboratório, dos exames psicológicos, por sua vez, revela- restringindo-se as transformações ao quadro vam, em geral, crianças e jovens que apresen- de pessoal: Maria Esolina Pinheiro passou a tavam debilidade mental de ligeira a profun- ser responsável pelo Setor de Serviço Social; da, inteligência subnormal, atenção instável, Hamilton Nogueira, que inicialmente chefi a- desordens afetivas reacionais, negativismo va o Setor de Neurologia, passou para a Seção e retardado pedagógico. Raros eram aque- de Psicologia e em seguida foi substituído por les considerados normais ou aproveitáveis. Helena Paladini Cardoso, que antes ocupava O diagnóstico de debilidade mental selava, o cargo de enfermeira. Nota-se que o cargo em geral, o destino das crianças. Aquelas com de psicólogo(a) ou psicologista poderia ser QI entre 40 e 70 deveriam ser encaminhadas ocupado por profi ssionais de qualquer espe- ao sanatório-escola para tratamento. Quanto cialidade – educador, psiquiatra, enfermeiro àquelas com QI abaixo de 40, cujo grau de –, devido à ausência de formação de profi ssio- educabilidade era considerado insignifi cante, nais psicólogos. Através da análise dos Anais o procedimento considerado mais convenien- do Laboratório de Biologia Infantil, posterior- te era a internação defi nitiva em asilo ou colô- mente renomeado para Anais do Instituto Sete nia de psicopatas. Desta forma, podemos con- de Setembro, pode-se verifi car a predominân- cluir que o discurso psicológico era utilizado cia de dois assuntos de caráter psicológico: a no LBI como forma de identifi car o desviante. psicotécnica e o estudo da personalidade da Analogamente à identifi cação datiloscópica, criança abandonada e delinquente. Entendi- fazia-se uso do pensamento psicológico me- do como formação moral, este estudo ocorreu nos como possibilidade de intervenção e mais basicamente com a investigação dos interes- como meio de identifi cação da criança. Os ses de crianças e jovens, principalmente pela conceitos e teorias empregados pelo labora- utilização de testes, dentre os quais o teste de tório tinham como fi nalidade auxiliar no en- Barragem de Pressey para a determinação de quadramento do menor em um diagnóstico interesses e os testes de May e Hartshorme ou que permitiria indicar o tratamento a ser rea- o de Fernald-Jacobson para investigar o sen- lizado pela instituição que o acolheria. Con- so ético. A Psicologia, aplicada à problemática tudo, apesar da existência de indicações para da criança desviante, é entendida enquanto tratamento psicológico, o encaminhamento possibilidade de determinação de suas cau- mais comum era para internação em estabe- sas. O instrumento principal para se alcançar lecimentos disciplinares. Ou seja, a própria esse fi m seria o estudo da personalidade, com necessidade de tratamento médico, psicológi- claros objetivos de resgate do desviante e seu co e/ou pedagógico justifi cava a indicação da enquadramento à norma, por meio de apli- internação. Deste modo, podemos dizer que o cação de conhecimentos de psicotécnica para LBI, bem como as instituições de assistência adequação da mão de obra infantojuvenil. Os à infância e adolescência deste momento his- exames realizados no LBI procuravam obser- tórico, incorporava o saber científi co, dentre var os estados clínico, dentário, pedagógico eles o saber psicológico, no que diz respeito e psicológico de crianças e jovens. O exame ao estudo, diagnóstico, classifi cação e indica- psicológico procurava investigar ainda o nível ção para tratamento, porém esses saberes não intelectual da criança, bem como a existên- foram incorporadas no âmbito da assistência cia ou não de algum distúrbio psíquico. Tais propriamente dita.

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Referências com o movimento de Higiene Mental e com o ANAIS DO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA INFAN- emprego de aparelhos de laboratório de psico- TIL, n. 3, dezembro de 1938. Rio de Janeiro: Impren- logia para realização de exames psicológicos. sa Nacional, 1939. Os aparelhos e instrumentos, fi nanciados pela ANAIS DO INSTITUTO SETE DE SETEMBRO, Fundação Gaff rée e Guinle, foram importados v. 1, dezembro de 1940. Rio de Janeiro: Imprensa de Paris e Leipzig e instalados em algumas Nacional, 1941. salas do dispensário n. 2 da colônia, no Enge- ARQUIVOS DE MEDICINA LEGAL E IDENTIFI- nho de Dentro – RJ. A inauguração, que data CAÇÃO, ano VII, n. 14, 1ª parte. Rio de Janeiro: Ins- de 1924, com a contratação de Waclaw Radecki tituto de Identifi cação, 1937. para dirigi-lo, só entrou em operação no início ARQUIVOS DE MEDICINA LEGAL E IDENTIFI- de 1925. Radecki, nascido em Varsóvia, estu- CAÇÃO, ano VII, n. 14, 2ª parte. Rio de Janeiro: Ins- dou com Flournoy e Claparède, doutorando- tituto de Identifi cação, 1937. se em Medicina pela Universidade de Gene- BRASIL. Decreto 16.272, de 20/12/1923. “Aprova o bra. Veio para o Brasil em 1923 em companhia regulamento da assistência e proteção aos menores de Halina Radecka, sua esposa, doutora em abandonados e delinquentes”. Rio de Janeiro: Im- prensa Nacional, 1924. Humanidades e em Medicina, a primeira as- sistente do laboratório, apresentando-se como BRASIL. Decreto-lei 17.943 A, de 12/10/1927. “Có- psicólogo profi ssional. A centena de aparelhos digo de Menores”. Rio de Janeiro: Imprensa Nacio- nal, 1928. e instrumentos que compunha o laboratório se prestava à pesquisa e exames do tato, sensa- BRASIL. Decreto-lei 1.797, de 23/11/1939. “Reorga- niza o Instituto Sete de Setembro e dá outras provi- ções musculares, sensações estáticas e cinesté- dências”. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1939. ticas, refl exos, dor, sensações térmicas, olfato, paladar, audição, visão, atenção, associação, GUSMÃO, S. de. Proteção à infância. Relatório do Juiz de Menores do Distrito Federal 1940 apresenta- discriminação, memória, pensamento, proces- do pelo Bacharel Saul de Gusmão ao Exmo. Sr. Mi- sos afetivos, reações orgânicas fi siológicas e su- nistro da Justiça e Negócios Interiores Dr. Francisco gestão. Era um laboratório de Psicologia Geral, Campos. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1941. mas foi adaptado para uso como laboratório de OLIVEIRA, L. de A. A infl uência dos saberes psi- Psicotécnica, e ajudou a atender as fi nalidades cológicos na construção da assistência à infância a que o laboratório se propunha: servir como no Brasil. Dissertação (Mestrado em Psicologia). instituição auxiliar médica (análises gerais e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, parciais dos doentes e dos propensos às doen- Rio de Janeiro, 2000. ças mentais, e psicoterapia); auxiliar nas neces- SABOIA LIMA, A. A infância desamparada. Rela- sidades sociais e práticas (exame das crianças tório do Juiz de Menores do Distrito Federal refe- nas escolas, exame de aptidão profi ssional, inves- rente aos anos de 1937 e 1938. Rio de Janeiro: Im- tigações forenses dos criminosos, presos ou teste- prensa Nacional, 1939. munha); ser um núcleo científi co (contribuições experimentais à Psicologia Geral, Psicologia Leila de Andrade Oliveira Individual, Psicologia Coletiva e à Psicopatolo- gia); e centro didático para formar os técnicos brasileiros. Nos relatórios do período feitos por Oswaldo Guimarães, como o de 1928, percebe- „ Laboratório de Psicologia da Colônia se o ritmo dinâmico: exame geral de mais de de Psicopatas do Engenho de Dentro – 200 pessoas, sendo 100 delas atendidas pela 1924-1932 higiene infantil e dirigidas ao laboratório; exa- me parcial do tempo de reação de cem epiléti- Idealizado por Gustavo Köhler Riedel, di- cas, a requerimento de Plínio Olinto; exame de retor da Colônia de Psicopatas, que em 1922 doen tes encaminhados por médicos da colônia regressou dos Estados Unidos entusiasmado e da cidade; trabalhos psicoterapêuticos e psi-

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canalíticos a pedido dos médicos (14 psicaná- Varsóvia, Cracóvia, Viena, Munique e Genebra. lises completas); exame da fadiga de menores Em 19 de março de 1932, o Decreto-lei 21.173 trabalhadores nas fábricas; exame psicológico converteu o Laboratório de Psicologia da Co- de candidatos ao serviço de pilotagem militar lônia de Psicopatas em Instituto de Psicologia, com vistas à orientação profi ssional; dois cur- tendo Radecki como diretor e vários de seus sos na Faculdade de Medicina do Rio de Ja- colaboradores como docentes, pois um dos neiro; um curso na Faculdade de Direito de Curi- objetivos deste órgão era a criação da Escola tiba; um curso na Liga Brasileira de Higiene Superior de Psicologia. Por motivos desconhe- Mental; um curso teórico e um curso prático no cidos, o Decreto-lei 21.999 de 24/10 do mesmo laboratório; dois cursos na Escola de Enfermei- ano, extinguiu o Instituto e seus aparelhos vol- ras Alfredo Pinto e dois cursos no laboratório tam para o Engenho de Dentro. Desolados, os para médicos militares. Os relatórios indica- Radecki abandonaram o país e edifi caram uma vam conferências realizadas na Academia Bra- nova vida na Argentina e no Uruguai. No iní- sileira de Ciências, na Sociedade de Psiquiatria, cio de 1933, o governo admitiu quatro médicos, Neurologia e Medicina Legal, e no Congresso ex-assistentes de Radecki, para atuarem no de Higiene de Belo Horizonte. Dos cursos e denominado Instituto de Psicologia da Assis- conferências vieram novos colaboradores: o tência a Psicopatas em Engenho de Dentro. Em médico Nilton Campos, que se tornou segundo 1937, dois deles aproveitaram dispositivos da assistente em 1925; o psiquiatra Gustavo de Re- Lei 452, de 05/05/1937, e fi zeram gestão junto zende; a professora municipal Lucília Tavares; ao ministro da Educação, que, em fi ns de 1937, os médicos militares Agnello Ubirajara da Ro- recriou o Instituto de Psicologia de 1932, agora cha, Arauld Bretas e Alberto Moore; os médicos como Instituto de Psicologia da Universidade Antonio de Bulhões Pedreira, Oswaldo Guima- do Brasil. Ficou sob a direção de Jayme Gra- rães e Flávio Rodrigues Dias. Sem vínculo dire- bois, que para ele trouxe a aparelhagem e os to: o advogado Euryalo Cannabrava e Edgard livros que estavam no Engenho de Dentro. Em Sanchez, professor de Filosofi a do Direito. No 1965, a Universidade do Brasil é transformada fi nal de 1929, o laboratório acolheu seu últi- na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o mo colaborador, Jayme Grabois. Quase todos, instituto passou a ser o Instituto de Psicologia isoladamente, em parceria entre eles ou com da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Radecki, publicaram contribuições teó ri cas ou práticas em volumes de Trabalhos de Psicologia, Referências sendo um de 1928 e outro de 1929, constantes também nos Anais da Colônia de Psicopatas, nos CAMPOS, N. “Relatório de uma viagem realizada à Europa para estudos psychologicos”. Annaes da quais serão encontradas até a edição de 1933, Colônia de Psychopathas. Rio de Janeiro, 1928. inclusive os produzidos para o Congresso In- ternacional de Psicologia de 1932, em Cope- CENTOFANTI, R. “Radecki e a Psicologia no Brasil”. Psicologia: Ciência e Profi ssão, ano 3, n. 1, 1982. nhague. Existem pelo menos duas dezenas de publicações, todas apresentadas na qualidade CENTOFANTI, R. “O discriminacionismo afetivo de produção do laboratório. Em 1927, Radecki de Radecki”. Memorandum, n. 5, p. 94-104, 2003. chefi ou uma comissão de médicos (Flávio Ro- GUIMARÃES, O. N. S. “O Laboratório de Psicolo- drigues Dias, Arthur Fajardo da Silveira, An- gia”. Trabalhos de Psychologia, v. 1, Rio de Janeiro, tonio Moniz de Aragão e Nilton Campos) em 1928. visita a laboratórios de psicologia da Europa, PENNA, A. G. História da Psicologia no Rio de Ja- conforme consta no relatório de Campos de neiro. Rio de Janeiro: Imago, 1992. 1928. A comissão percorreu laboratórios em Pa- ris, Bruxelas, Louvain, Colônia, Bonn, Berlim, Rogério Centofanti

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„ Laboratório de Psicologia na Escola que foi aqui chamada de Carteira Biográfi - Normal Secundária de São Paulo – 1912- ca escolar e tornada obrigatória em todas as 1930 escolas primárias, inaugurando a prática da psicometria no âmbito escolar paulista. Parti- cipantes do curso publicaram teses, algumas Idealizado por volta de 1910 pelo professor versando sobre raciocínio, memória, tipos normalista Oscar Thompson, diretor-geral da intelectuais e associação de ideias, algumas Instrução Pública, e patrocinado pelo governo vezes com emprego de aparelhos do labora- do Estado de São Paulo, foi implantado e con- tório. Os exames classifi cados como psicológi- fi ado à direção do professor primário Clemen- cos tinham como foco a sensibilidade interna te Quaglio, em 1912. Teve por argumento de e externa, visão, audição, tato e senso mus- criação a mesma prática em escolas congêne- cular, gosto e olfato, memória e associação, res no exterior, e como objetivo a edifi cação de uma Pedagogia científi ca com base na Biolo- para os quais boa parte dos aparelhos estava gia, Fisiologia, Anatomia, Higiene, Sociologia, adequada. Para qualifi car e quantifi car dados Antropologia e Psicologia. Dele esperava-se o relativos à inteligência, ao temperamento sen- conhecimento científi co da criança, o aprendi- timental, à afetividade, à conduta, à vontade, zado do rigor dos métodos experimentais para aos caprichos, às excentricidades e à vocação, serem, por analogia, aplicados aos laborató- Pizzolli apontou caminhos pelos quais o pro- rios de Pedagogia Experimental, e o emprego fessor psicólogo fi cava convidado a fazer uso dos aparelhos e instrumentos para avaliação do olhar psicológico, empregando um método psicológica dos alunos. Denominou-se Gabi- a partir da observação dos caracteres exterio- nete de Antropologia Pedagógica e Psicologia res e superfi ciais das crianças. Em 1914, Oscar Experimental e, sob a orientação de Quaglio, Thompson, à época diretor da escola, inau- serviu para aulas teóricas e exercícios práticos gurou formalmente o gabinete, com o nome destinados aos alunos do quarto ano do Curso de Laboratório de Pedagogia Experimental. Normal. Em 1913 o médico e pedagogista ita- Seu relatório listava parte da aparelhagem: liano Ugo Pizzolli foi convidado para reapare- optômetro, cromatoestesiscópio, olfatímetro, lhar o gabinete e ministrar o curso de Cultura quimógrafo Zimermann, cardiógrafo, pneu- Pedagógica, dirigido aos educadores. Pizzolli mógrafo, aparelhos assinaladores Patrizi, cro- era conhecido do professorado paulista devi- noscópio de Arsonval, cronoscópio Pizzolli, do a suas publicações. Os aparelhos por ele cronômetro Ferrari-Guicciardi, ritmoscópio idealizados já existiam em laboratórios de Pizzolli, mioestesiscópio Ferrari-Guicciardi, escolas normais secundárias de São Paulo, Ita- mioestesioscópio Pizzolli, dentre outros. Em petininga e São Carlos, antes de sua chegada 1927 o laboratório daquela que se denominou ao país. Essas atividades ocorreram em 1914, Escola Normal de São Paulo iria acolher Henri e Pizzolli fi cou em São Paulo de 1º de maio a Piéron, que ministrou curso aos educadores, a 10 de novembro desse mesmo ano. O reapa- exemplo do que fez Pizzolli, em 1914. Manoel relhamento de Pizzolli consistiu em planejar Bergström Lourenço Filho esteve à sua frente e acompanhar a construção do mobiliário em de 1925 até 1930, com colaboração de Noemy que os aparelhos foram guardados, e ensinar da Silveira Rudolfer e do aluno João Batista aos professores como lidar com eles, visto que Damasco Penna, nessa época desenvolveram dependiam do autodidatismo de seus opera- os Testes ABC. Em 1931 a Escola Normal de dores. O curso de Pizzolli acompanhou o fei- São Paulo foi convertida no Instituto Pedagó- tio daqueles que promovia na Itália: Biologia, gico de São Paulo, em cujo Serviço de Assis- Anatomia, Fisiologia, Higiene, Antropologia tência Técnica fi cava o laboratório. Em 1932 e Psicologia, fi nalizando com lições de exame criou-se o Serviço de Psicologia Aplicada e o e registro dos resultados na folha biográfi ca, instrumental do laboratório nele permaneceu.

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Em 1933 foi criado o Instituto de Educação e ral e ajuda de fi lantropos. Suas atividades se o Serviço de Psicologia Aplicada foi a ele ane- expandiram posteriormente para São Pau- xado, agora com o nome de Centro de Psico- lo, Pernambuco e outros estados. Pacheco e logia Aplicada à Educação. Com a criação da Silva (delegado regional da Liga), Franco da Universidade de São Paulo em 1934, o Centro Rocha e Leopoldino Passos se destacaram em de Psicologia Aplicada à Educação foi anexa- São Paulo. A Liga do Rio Grande do Sul foi do à nascente Faculdade de Filosofi a, Ciências fundada por Raymundo Vianna, delegado e Letras e permaneceu no Instituto de Educa- regional da LBHM. Ulisses Pernambucano, ção, agora chamado de Caetano de Campos, também delegado regional, destacou-se no onde Noemy da Silveira Rudolfer assumiu a Estado de Pernambuco. Os estados de Santa cátedra de Psicologia Educacional e dirigiu o Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Laboratório de Psicologia Educacional com os Rio Grande do Norte, Pará e Amazonas tam- aparelhos e instrumentos do laboratório cria- bém contavam com seus delegados regionais. do em 1912. Em 1941 o laboratório foi extinto. Do ponto de vista organizacional, a Liga era composta por direção, presidente, vice-presi- Referências dente, secretário-geral, um conselho execu- CENTOFANTI, R. “Os laboratórios de Psicologia nas tivo e também se dividia em seções temáti- escolas normais de São Paulo: o despertar da psicome- cas. Inicialmente, o objetivo institucional da tria”. Psicologia da Educação, 22, 1º sem., 2006. LBHM era melhorar a assistência aos doentes CENTOFANTI, R. “Ugo Pizzolli”. Estudos e Pes- mentais, com a renovação dos quadros profi s- quisas em Psicologia, ano 2, n. 1, 2002. sionais e dos estabelecimentos psiquiátricos MONARCHA, C. Escola Normal da Praça: o lado brasileiros. Em 1926, surgiram projetos que noturno das luzes. Campinas: Unicamp, 1999. ultrapassaram esse objetivo e o foco da ins- tituição passou a ser a prevenção eugênica e THOMPSON, O. “O futuro da pedagogia é científi - co”. In: ESCOLA NORMAL SECUNDÁRIA DE SÃO a educação higiênica dos indivíduos. Mesmo PAULO. O Laboratório de Pedagogia Experimental. assim, alguns de seus membros continuavam São Paulo: Typ. Siqueira, Nagel & Comp, 1914. fi éis ao princípio de humanização da assis- tência psiquiátrica, como é o caso de Ulisses Rogério Centofanti Pernambucano, que fundou, em 1925, no Re- cife, uma escola para a educação de crianças anormais e discordava da proposta eugênica defendida por Renato Kehl. A partir dos tex- „ Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) tos, artigos e outras publicações lançadas em – 1923-1947 1926, os psiquiatras da Liga defendiam uma nova concepção higienista e de proteção da Fundada em 1923 no Rio de Janeiro, pelo saúde mental dos indivíduos normais. A in- psiquiatra Gustavo Riedel, um dos pioneiros tervenção preventivista dos psiquiatras pre- da área e seu primeiro presidente. Nos seus tendia atingir os meios escolar, profi ssional e quadros também constavam Juliano Moreira, social. O projeto eugênico era orientado pela Renato Kehl, Henrique Roxo, Ernani Lopes, concepção organicista, notadamente da psi- Júlio Pires Porto-Carrero, Ulisses Pernambu- quiatria alemã de Kraepelin, que defendia a cano – a elite psiquiátrica do Brasil – além de hereditariedade da doença mental. A higiene juristas, educadores e ocupantes de cargos mental, a partir de 1928, passou a ser a teoria públicos. A LBHM era uma entidade civil geral que orientava a prática da psiquiatria na reconhecida como de utilidade pública pelo LBHM. Em 1929, seus dirigentes reafi rmam, Decreto 4.778 da Câmara dos Deputados, em editorial, o obje tivo de fazer crescer e fru- em 1923. Funcionava com subvenção fede- tifi car as ideias de higiene mental e eugenia,

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que consubstanciavam o programa daquela tro do projeto eugênico. Em 1926, Júlio Pires instituição. O conceito de eugenia, criado por Porto-Carrero fundou a Clínica Psicanalítica, Francis Galton, fi siologista inglês, no século que durou até 1927. A Psicanálise era vista na XIX, se referia ao estudo dos fatores social- LBHM como uma técnica terapêutica mais mente controláveis que poderiam elevar ou do que como uma disciplina contrária ao or- rebaixar as qualidades raciais das gerações ganicismo. As contribuições de Freud foram futuras. Esse conceito, já de uso corrente nos adaptadas no sentido de instituir práticas nas meios intelectuais e científi cos, foi utilizado escolas, juizados de menores e propiciar edu- pelos psiquiatras da Liga como justifi cativa cação sexual e moral às massas. Dessa forma, para intervenções sociais, afi rmando, muitas a Psicanálise foi utilizada para expandir os vezes, concepções e práticas racistas, xenó- ideais eugênicos e preventivistas da organiza- fobas e autoritárias. A LBHM apoiou o De- ção. A criação da LBHM se processou numa partamento de Saúde do Estado Novo (1930), década de intensa mudança social, econô- iniciativa que visava expandir os métodos de mica e política. Seus ideais expressavam a higiene mental a todo o povo brasileiro e bus- vontade de modernização da sociedade e a cou infl uir no processo constituinte de 1934. construção de um novo homem, defendendo A construção da nação advinha do cuidado o modelo do homem moralista, disciplinado eugênico da raça brasileira. Por isso, a euge- e disciplinador, racista, intolerante e auto- nia era tida como higiene social. A Liga atuou ritário. No período da II Guerra Mundial e de forma entusiástica em campanhas antial- com o novo contexto político da década de coólicas, de educação higiênica da infância e 1940, os ideais da LBHM perderam força, pelo controle da imigração. Essas concepções diminuindo as suas práticas de intervenção estavam presentes nos artigos que seus mem- social. Não foi possível levantar detalhes so- bros publicavam na revista Arquivos Brasilei- bre o término das atividades da Liga, visto que suas últimas atas não foram localizadas ros de Higiene Mental (ABHM), de publicação pela Academia Nacional de Medicina, onde semestral, que teve seu primeiro número em estavam arquivadas. No entanto, foi possível 1925. A revista tinha uma publicação irregu- identifi car que o ABHM continuou a ser pu- lar; em 1929, foram publicadas três edições blicado até 1947. As últimas edições podem e em 1930, nove. A publicação teve grande ser encontradas na biblioteca da Fundação difusão no país, para além do âmbito médi- Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) e na Faculdade co, com distribuição gratuita em colégios e de Medicina da Bahia. bibliotecas. Muitos artigos defendiam a infe- rioridade racial dos negros e dos mestiços, além de medidas profi láticas mais ou me- Referências nos compulsórias: o cer tifi cado pré-nupcial “Editorial”. Arquivos Brasileiras de Higiene Men- e a esterilização dos chamados degenerados. tal, v. 2, n. 1, out. 1929. A Liga iniciou então campanhas educativas, “Estatudos da Liga Brasileira de Higiene Mental”, implantando serviços de proteção à infân- Arqui vos Brasileiros de Higiene Mental, v. 2, n. 1, out. 1929. cia, como o Ambulatório de Psiquiatria, cujo objetivo era cuidar da criança e da família. COSTA, J. F.. História da Psiquiatria no Brasil – um corte ideológico. Rio de Janeiro: Xenon, 1989. Nesse momento, montou também laborató- ENGEL, M. G.. Fontes para uma história das con- rios de Psicologia Aplicada e fez aplicação cepções acerca da loucura na cidade do Rio de Ja- de testes psicológicos em escolas públicas e neiro, 1830-1930. Rio de Janeiro, 1990. Mimeo. fábricas. A Psicanálise, que começaria a se ENGEL, M. G. Os delírios da razão – médicos, lou- institucionalizar no Brasil na década de 1930, cos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de foi assimilada pelos psiquiatras da Liga den- Janeiro: FIOCRUZ, 2001.

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KEHL, R. “A campanha da Eugenia no Brasil”. da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Arqui vos Brasileiros de Higiene Mental, v. 4, n. 3, dez. 1994. mar.-abr.-maio 1931. RUSSO, J. O mundo psi no Brasil. Coleção Desco- LOBO, L. F. Os infames da história: pobres, escra- brindo o Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, vos e defeituosos no Brasil. Tese (Doutorado em 2002. Psicologia Clínica). Pontifícia Universidade Católi- ca do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1997. SCHWARCZ, L. M.. O espetáculo das raças: cien- PONTE, C. F. Médicos, psicanalistas e loucos: uma tistas, instituições e questão racial no Brasil – contribuição à história da psicanálise no Brasil. 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública). Escola SOUZA, M. L.; BOARINI, M. L. A defi ciência men- Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo tal na concepção da Liga Brasileira de Higiene Cruz, Rio de Janeiro, 1999. Mental. Rev. Bras. Educ. Espec., Marília, v. 14, n. 2, REIS, J. R. Higiene mental e eugenia: o projeto de ago. 2008. “regeneração nacional” da Liga Brasileira de Hi- giene Mental (1920-30). Dissertação (Mestrado em História) Instituto de Filosofi a e Ciências Humanas Rafael Mendonça Dias

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„ Movimento da Luta Antimanicomial terapêutica da psiquiatra Nise da Silveira e (MLA) – 1987- pelos movimentos da antipsiquiatria, da psi- Movimento dos Trabalhadores em Saúde quiatria democrática italiana e da Rede In- Mental (MTSM) – 1978-1987 ternacional de Alternativas à Psiquiatria. São seus principais interlocutores: Ronald Laing, David Cooper, Thomas Szasz, Erwing Goff - Movimento social não institucionalizado, man, Robert Castel, Franco Basaglia e Michel interestadual, plural, aberto e de composi- Foucault. Emerge no contexto de manifesta- ção multiprofi ssional (psiquiatra, psicólogo, ções sociais pelo processo de abertura políti- enfermeiro, assistente social, terapeuta ocu- ca, após o golpe militar de 1964, e de reivindi- pacional), cuja origem data do ano de 1978. cações dos movimentos populares por saúde, Estruturado numa coordenação nacional e na década de 1970, o chamado Movimento nas organizações regionais dos trabalhado- da Reforma Sanitária. É defl agrado pela mo- res em saúde mental, utiliza informativos, bilização de diversos trabalhadores em todo boletins e periódicos para divulgar notícias. o país e especialmente pela crise na Divisão Está presente em várias organizações políti- Nacional de Saúde Mental (DINSAM), com cas, entidades da saúde e outras, tais como: a demissão de profi ssionais/residentes dos Núcleos Estaduais de Saúde Mental do Cen- hospitais psiquiátricos federais no Rio de Ja- tro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES), neiro, em 1978. Dois eventos propiciam a or- Movimento de Renovação Médica (REME), ganização nacional dos profi ssionais no ano Grupo de Médicos Residentes, Rede de Alter- de 1978: o I Congresso Brasileiro de Psicaná- nativas à Psiquiatria, Conselhos e Sindicatos lise, Grupos e Instituições – realizado de 19 Profi ssionais e Ordem dos Advogados do a 22 de outubro no Rio de Janeiro, lançando Brasil (OAB), Associação Brasileira de Im- o Instituto Brasileiro de Psicanálise de Gru- prensa (ABI), Associações de Familiares e de pos e Instituições (IBRAPSI), com a presença Psiquiatrizados etc. Os militantes são conhe- dos principais idealizadores das correntes cidos como mentaleiros − alcunha que asso- de pensamento crítico em psiquiatria –, e o cia o adjetivo mental às palavras metalúrgico V Congresso Brasileiro de Psiquiatria, reali- e metaleiro. É infl uenciado pela experiência zado de 27 de outubro a 1º de novembro, em

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Camboriú – SC, conhecido como Congresso da tica ao abordar o tema da exclusão social e Abertura e que marca o caráter político-ideo- do poder do saber médico no contexto de lógico presente nas discussões dos espaços opressão vivido na sociedade brasileira. De- paralelos ao da organização ofi cial, tanto no nuncia a privatização e a mercantilização do que diz respeito à saúde mental quanto em setor saúde, a precária assistência aos pacien- relação à política vigente no país. Em segui- tes, a ausência de participação democrática da a estes eventos, acontecem novos espaços na elaboração das políticas públicas. Implica- de reunião e articulação dos militantes. Nos do com as questões mais gerais da socieda- dias 20 e 21 de janeiro de 1979, na cidade de de brasileira, luta pela liberdade democráti- São Paulo, ocorre o I Congresso Brasileiro ca, pela anistia ampla, geral e irrestrita, pela dos Trabalhadores em Saúde Mental, forma- demo cratização da ordem social e econômica. lizando a organização social dos trabalhado- Constrói um pensamento crítico ao saber e à res e sua força de atuação. Em novembro de instituição psiquiátrica. Inclui na sua pauta a 1979, na cidade de Belo Horizonte – MG, é defesa dos direitos dos doentes mentais para realizado o III Congresso Mineiro de Psiquia- mudar a realidade de violação dos direitos tria. Neste evento, que teve a participação de humanos presente nas instituições psiquiátri- Franco Basaglia, Robert Castel, Antonio Sla- cas. De 3 a 6 de dezembro de 1987, é realiza- vich, os grupos de Minas Gerais, São Paulo, do o II Congresso Nacional dos Trabalhado- Rio de Janeiro e Bahia propõem trabalhos res em Saúde Mental, em Bauru – SP. Com a de enfoque social (assistência psiquiátrica, participação de 350 trabalhadores, observa-se participação popular e a ordem psiquiátri- a primeira manifestação pública – uma pas- ca) para debate junto aos temas tradicionais seata – organizada no Brasil pela extinção dos da psiquiatria (psicofarmacologia, terapia da manicômios. Ao radicalizar ideias e ações, crise, esquizofrenia, identidade profi ssional). os trabalhadores reafi rmam e ampliam com- O II Encontro Nacional dos Trabalhadores promissos. Criam uma nova organização do em Saúde Mental acontece paralelamente ao coletivo, que passa a se chamar Movimento VI Congresso Brasileiro de Psiquiatria nos da Luta Antimanicomial (MLA). Não pre- dias 22 a 27 de agosto de 1980, em Salvador – tendem apenas a modernização de serviços. BA. Ficam demarcadas as diferenças de pos- Numa crítica ao Estado como aquele que sus- tura política entre o MTSM e a Associação tenta mecanismos de exploração e violência, Brasileira de Psiquiatria. Cria-se uma Comis- colocam como necessária a aproximação com são Parlamentar de Inquérito (CPI) no Con- os diversos movimentos populares e a classe gresso Nacional para apurar os problemas trabalhadora organizada. Propõem a orga- na assistência psiquiátrica e rever a legisla- nização dos militantes em núcleos estaduais ção penal e civil pertinente ao doente men- pelo Brasil, consolidam o 18 de maio como o tal. Nas IV Jornada de Psiquiatria do Norte- Dia Nacional de Luta Antimanicomial e assu- Nordeste Brasileiro e II Jornada Paraibana de mem a defesa da bandeira por uma sociedade Psiquiatria, em João Pessoa – PB, é produzida sem manicômios. Ofi cializa-se, assim, a entra- a Carta de Tambaú, de abril de 1982, impli- da no movimento de novos atores sociais, os cando os políticos com as lutas do movimen- usuários de serviços de saúde mental e seus to. O objetivo do MTSM é a transformação da familiares, como estratégia de ampliação das assistência em saúde mental, infl uenciando bases sociais do movimento. a formulação das políticas públicas. Tem um aspecto corporativista de luta, pois encami- nha reivindicações por melhores condições Referências de trabalho nos hospitais, por direitos traba- AMARANTE, P. (Coord.). Análise dos determi- lhistas e pela organização dos trabalhadores. nantes e estratégias das políticas de saúde men- Toma uma direção ideológica, social e polí- tal: o projeto da Reforma Psiquiátrica (1970-90).

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Relatório Final. v. II. Rio de Janeiro: MS/FIOCRUZ/ verba da prefeitura do Rio de Janeiro e da So- ENSP, 1993. ciedade de Amigos do Museu de Imagens do AMARANTE, P. (Org.). Loucos pela vida: a trajetó- Inconsciente. Seu endereço é rua Ramiro Ma- ria da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Rio de Janei- galhães, 521, Engenho de Dentro, Rio de Ja- ro: SDE/ENSP, 1995. neiro – RJ. O contexto de criação do Museu de COORDENAÇÃO NACIONAL – MTSM. “Infor- Imagens do Inconsciente e de suas diretrizes mativo do MTSM: Por uma sociedade sem manicô- de trabalho está intimamente relacionado com mios”. Cidadania e loucura, jun. 1989. a trajetória de Nise da Silveira. Em 1944, quan- do foi criado o Centro Psiquiátrico Nacional COORDENAÇÃO NACIONAL – MTSM. Boletim (CPN), no bairro de Engenho de Dentro, Nise da Coordenação Nacional - MTSM. Luta Antima- da Silveira foi trabalhar com Fábio Sodré, que nicomial: balanço de 1988 e perspectivas para 1989. Seminário de Belo Horizonte, nov./dez. 1988. havia introduzido as atividades ocupacionais para pessoas internadas na Seção Waldemar LOUGON, M.; ANDRADE, M. S. “O movimento Shiller, destinada a quadros agudos. Tal pro- dos usuários e trabalhadores em saúde mental: uma posta rompia com os critérios estipulados por perspectiva histórica e internacional comparada”. Juliano Moreira de oferecer atividades ocupa- Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 44, n. 10, 1995. cionais somente para casos considerados crô- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ação do Ministério da nicos. No ano seguinte, Fábio Sodré foi trans- Saúde. Reabilitação como proposta política. Tema ferido de setor, cabendo a Nise da Silveira dar Radis. n. 4. Rio de Janeiro: ENSP/FIOCRUZ, 1983. continuidade às atividades ocupacionais. Em PLENÁRIO DOS TRABALHADORES EM SAÚDE maio de 1946, Nise da Silveira foi convidada MENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. “Órgão por Paulo Elejalde, então diretor do CPN, para do Plenário dos Trabalhadores em Saúde Mental assumir a coordenação das atividades ocupa- do Estado de São Paulo”. O Mentaleiro. ano I. n. cionais de todo o estabelecimento. Quando 2, jun. 1987. Nise da Silveira foi trabalhar no CPN, a psi- PLENÁRIO DOS TRABALHADORES EM SAÚDE quiatria encontrava-se em pleno processo de MENTAL. Informativo. Plenário dos Trabalhado- renovação de suas técnicas, que possuíam res em Saúde Mental, abr. 1989. como eixo o eletrochoque, a lobotomia e o “Red de Alternativas a la Psiquiatria”. Quinto En- coma insulínico. Nise da Silveira, que esteve cuentro Internacional y Primero de América Lati- presa durante a ditadura Vargas, comparava na. Cuernavaca/México, 1981. os novos métodos empregados na psiquia- “Rede de Alternativas da Psiquiatria”. Boletim. tria com as torturas que havia visto na prisão. n. 3, nov. 1982. Desta forma, sempre se posicionou contra tais métodos e concebeu a terapêutica ocupacional como um método não agressivo. As tarefas Ana Carla S. Silveira da Silva ocupacionais desenvolvidas no CPN, antes de Edvaldo Nabuco Nise da Silveira assumir a coordenação, esta- vam limitadas a atividades como levar roupas sujas da enfermaria para a lavanderia, juntar estopa, varrer o chão. Foram substituídas por „ Museu de Imagens do Inconsciente – 1952- atividades de cunho expressivo como pintura, modelagem e teatro, pois Nise da Silveira se É uma instituição pública municipal, de ca- interessava pelos pensamentos e emoções das ráter assistencial e de formação. Foi fundado pessoas que se encontravam internadas. O tra- no dia 20 de maio de 1952 por Nise da Silveira. balho da Seção de Terapêutica Ocupacional se Possui como público-alvo pessoas internadas constituiu como método de tratamento e pes- e egressas do Instituto Municipal de Assistên- quisa, além de garantir um núcleo de reserva cia à Saúde Nise da Silveira. É mantido com ética indispensável para as subsequentes mu-

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danças no campo da saúde mental. O ateliê de maneira especial. Ao fi nal de 1954, enviou a pintura foi aberto em 9 de setembro de 1946, C. G. Jung uma carta acompanhada de foto- tendo o artista plástico Almir Mavignier como grafi as de alguns desses desenhos, na inten- monitor. Sua função era possibilitar as me- ção de entender qual o signifi cado do apare- lhores condições para que o frequentador do cimento de formas harmônicas e circulares ateliê pudesse se expressar livremente, funcio- em produções de esquizofrênicos. Procurou, nando como um afeto catalisador. A produção então, uma base teórica para explicar esses dos ateliês de pintura e modelagem da Seção fenômenos, chegando, enfi m, às concepções de Terapêutica Ocupacional deu origem ao da Psicologia Analítica que, de maneira ge- Museu de Imagens do Inconsciente. A quali- ral, rela ciona a confi guração espontânea de dade artística de muitas obras chamou ime- mandalas a um movimento de compensação diatamente a atenção e levantou importantes inconsciente para a provável vivência de caos questionamentos acerca dos métodos de trata- do campo da consciência. Ao longo dos anos, mento utilizados. A beleza das imagens servia o Museu de Imagens do Inconsciente promo- de denúncia contra as práticas asilares. Antes veu mais de cem exposições em diversas cida- mesmo da fundação do Museu, foram orga- des brasileiras e no exterior. A mais impor- nizadas exposições das obras produzidas nos tante delas ocorreu duran te o II Congresso ateliês de pintura e modelagem. Em fevereiro Mundial de Psiquiatria, em Zurique, Suíça, de 1947, ocorreu uma exposição no Ministério sendo a exposição aberta por Jung. A partir da Educação, no Rio de Janeiro, e em outubro do contato com este último, Nise da Silveira de 1949 no Museu de Arte Moderna de São imprimiu uma nova infl exão teórica no cam- Paulo. Essas duas exposições suscitaram mui- po da saúde mental brasileira. As exposições tos debates no campo da arte, principalmente invariavelmente atraíam um público expres- entre Mário Pedrosa e Quirino Campofi orito. sivo, mas Nise da Silveira sempre frisou que Ambos reconheciam o aspecto terapêutico do as belas imagens que encantam o público não trabalho desenvolvido por Nise da Silveira, podem esconder o fato de os autores das obras mas Campofi orito negava as qualidades ar- terem confi gurado suas sofridas experiências tísticas das obras, enquanto Mário Pedrosa as dentro de um hospital psiquiátrico. Uma das reconhecia como verdadeiras obras de arte. principais características do trabalho desen- Outro fator que chamava atenção era o apare- cimento de formas circulares. De acordo com volvido por Nise da Silveira através do Museu a psiquiatria clássica, a produção pictórica de Imagens do Inconsciente foi levar as dis- de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia cussões do campo da saúde mental para toda apresentaria formas fragmentadas. Diversos a sociedade. Além das exposições e do contato desenhos e pinturas dos arquivos do Museu com artistas plásticos como Almir Mavignier, apresentavam essas características. No entan- Ivan Serpa e Abraham Palatnik, Nise da Silvei- to, tão numerosas ou mais que as formas frag- ra desenvolveu trabalhos com o ator Rubens mentadas, podia-se observar a confi guração Corrêa, que encenou uma peça, Artaud!, a par- de formas harmoniosas, simétricas, dispos- tir de sugestão da médica, e, principalmente, tas em torno de um centro e, principalmente, com , com o qual produziu a formas circulares. Nise da Silveira começou, trilogia cinematográfi ca Imagens do Incons- então, a reunir imagens em forma circular, ciente. Podemos acompanhar o desdobramen- que rapidamente ultrapassaram uma centena. to das obras de Fernando Diniz, Emygdio de As pinturas do Museu levantavam enormes Barros, Raphael Domingues, Adelina Gomes, questionamentos no campo da psicologia. Os Lúcio, Isaac Liberato, Carlos Pertuis, Octávio desenhos em forma circular ou tendendo ao Ignácio, dentre outros, nos livros Imagens do círculo impressionaram Nise da Silveira de Inconsciente e O Mundo das Imagens.

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Referências consciente. Rio de Janeiro: FUNARTE/Instituto BOLSHAW, C. “Estrela de oito pontas:” a recons- Nacional de Artes Plásticas, 1980. trução do espaço em Fernando Diniz. Dissertação SILVEIRA, N. da. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: (Mestrado em Psicologia). Pontifícia Universidade Paz e Terra, 1968. Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998. SILVEIRA, N. da. Teoria e prática da T.O. Rio de GULLAR, F. Nise da Silveira: uma psiquiatra re- Janeiro: Casa das Palmeiras, 1979. belde. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996. SILVEIRA, N. da. Imagens do inconsciente. Rio de MELO, W. Nise da Silveira. Rio de Janeiro/Brasília: Janeiro: Alhambra, 1981. Imago/Conselho Federal de Psicologia, 2001. SILVEIRA, N. da. O mundo das imagens. São Pau- lo: Ática, 1992. MELO, W. Ninguém vai sozinho ao paraíso: o per- curso de Nise da Silveira na Psiquiatria do Brasil. VOLMAT, R. L’Art Psychopathologique. Paris: Tese (Doutorado em Psicologia Social). Universida- Presses Universitaires de France, 1956. de do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. PEDROSA, M. (Org.). Museu de Imagens do In- Walter Melo

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„ Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus portadores de defi ciência física. Seus recursos (NACJ) – 1969- provêm de doações de pessoas físicas, pessoas jurídicas e do Estado de Minas Gerais. Os qua- Instituição assistencial fi lantrópica, foi fun- tro dirigentes que integram atualmente a di- dada em 1 de março de 1969, após a compra retoria são: o diretor-geral Raul Alberto Mari- de um terreno no bairro Floramar, situado nuzzi, o vice-diretor-geral Ruy Estrela Rego, o na região Norte de Belo Horizonte – MG, por diretor secretário Nivaldo Miranda e o diretor membros de um movimento fi lantrópico que fi nanceiro Célio de Oliveira Trópia. Todos são tinham formação espírita kardecista. Era ini- voluntários. O NACJ tem três publicações pe- cialmente um grupo de amigos que se reunia riódicas: O Caminho, jornal anual; Caminhando, na casa de um casal, o administrador de em- jornal bimestral de circulação interna, e o Jor- presas aposentado Célio de Oliveira Trópia e nal da Esperança, mensal, de circulação interna, sua esposa, Maria Zacharias Trópia. Inicial- desenvolvido por usuários idosos e psicólo- mente, a instituição funcionou em regime de gos da instituição. Realiza também diversos internato para crianças encaminhadas pela eventos como: Feira de Arte sanato da Escola, Fundação do Bem-Estar do Menor (FEBEM). Comemoração do Mês do Portador de Neces- A partir de 1976, o núcleo passou a receber sidades Especiais, Semana do Idoso e Feira do apenas crianças com necessidades especiais Idoso. Do regimento do núcleo, destacamos (oferecendo psicodiagnóstico e acompanha- duas normas: a que explicita que a admissão mento terapêutico) e, em 1991, passou a tra- de pessoas atendidas será de acordo com o balhar também com idosos. Diversos perso- regulamento de cada unidade, respeitando-se nagens contribuíram para o crescimento da os perfi s socioeconômicos de maior carência; e instituição, entre eles seu fundador, Célio de a que diz que o ingresso de pessoas em regime Oliveira Trópia, e Raul Alberto Marinuzzi, de interno/residente necessita da aprovação que participou de sua criação em 1969, vol- de uma comissão formada pelo diretor-geral, tando a participar ativamente de sua história pelo assessor voluntário da unidade e pelo em 2000. O objetivo atual do núcleo é prover assistente social responsável. Além de uma assistência à população de baixa renda e a unidade administrativa, o núcleo possui cin-

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co unidades assistenciais: a Casa do Caminho como ferramenta de aprendizagem e comu- (1969), que atende e abriga crianças e adoles- nicação alternativas para os portadores de li- centes portadores de paralisia cerebral; a Casa mitações na expressão verbal. As atividades da Esperança (1991), que acolhe idosos caren- individuais e/ou em grupo centram-se na ca- tes; o Centro de Educação Especial Sérgio de pacidade cognitiva e linguagem de cada sujei- Freitas Pacheco (1974), que realiza ofi cinas to, ensinando-lhes desde o reconhecimento do pedagógicas, atividades de educação física e próprio nome até uma alfabetização mais efe- trabalhos de comunicação alternativa (uso de tiva. O espaço físico da instituição compreen- computador) para crianças com difi culdade de área de aproximadamente 16.000 m². É am- de fala e aprendizagem; a Clínica Médico-Psi- plamente arborizado e suas construções se cossociopedagógica (1977) e a Clínica Odon- encontram em perfeito estado de conservação. tológica (1996). O público da instituição, como A unidade Casa do Caminho tem capacidade um todo, comporta crianças e adolescentes para abrigar 134 crianças e possui uma sala de com paralisia cerebral, síndrome de Down, televisão, solário e ala para socialização dos hidrocefalia, microcefalia, distúrbios de com- internos. A Casa da Esperança tem capacida- portamento, problemas de aprendizagem; e de para acolher 60 idosos e possui sala para idosos carentes ou abandonados, necessita- jogos e televisão. O Centro de Educação Espe- dos de cuidados especiais como higiene, ali- cial Sérgio de Freitas Pacheco possui capaci- mentação e locomoção. Os idosos em situa- dade para atender 330 crianças e adolescen- ção de abandono residem na unidade Casa tes. A Clínica Médico-Psicossociopedagógica da Esperança e os que possuem família pas- pode atender 400 crianças por mês e a Clínica sam determinados intervalos de tempo nessa Odontológica realiza aproximadamente 350 mesma unidade, sem residir efetivamente. atendimentos mensais. Desde sua fundação, o Desde 1979, o NACJ conta com a participação NACJ vem ampliando seus serviços e o núme- sistemática dos profi ssionais da psicologia. Os ro de pessoas atendidas. No segundo semes- primeiros foram Messias Eustáquio Chaves tre de 2006, assistiu diretamente 830 crianças e Liliane Moura Dabian. Atualmente, os psi- e 60 idosos. Essas pessoas são encaminhadas cólogos integram a equipe multidisciplinar por convênios que a instituição mantém com a composta por médicos, fi sioterapeutas, enfer- Secretaria do Estado de Trabalho e Ação Social meiros, terapeutas ocupacionais, odontologis- para a Criança e Adolescente (SETASCAD), tas, fonoaudiólogos e assistentes sociais que com a prefeitura de Belo Horizonte ou, ainda, participam do processo de avaliação, encami- com a própria comunidade. nhamento e acompanhamento dos assistidos. O Setor de Psicologia da Casa do Caminho Referências procura oferecer um ambien te favorável ao CAMINHOS PARA JESUS: 36 ANOS DE LUTA crescimento e desenvolvimento das crianças PELA VIDA. O Caminho. Belo Horizonte, v. 4, n. 4, com paralisia cerebral, amenizando os efeitos p. 1-2, 2005. da institucionalização, além de trabalhar ques- tões afetivas e frustrações provenientes das CASTRO, T. F. de; MELO, F. D. P. de. Entrevista concedida a Marcelo Moreira Takahashi. Belo Ho- restrições causadas pela paralisia cerebral. Em rizonte, nov. 2006. 1997, o psicólogo Celso Salazar, junto com fo- noaudiólogos e pedagogos do Centro Especial MARINUZZI, R. A. Entrevista concedida a Marce- Sérgio de Freitas Pacheco, implantou o Projeto lo Moreira Takahashi. Belo Horizonte, jul. 2006. Tartaruga, um inovador projeto de socializa- NÚCLEO ASSISTENCIAL CAMINHOS PARA JE- ção e alfabetização dos portadores de parali- SUS. Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2006. da Companhia de Tecnologia da Informação NÚCLEO ASSISTENCIAL CAMINHOS PARA JE- do Estado de Minas Gerais ( PRODEMGE ) e SUS. Estatuto do Núcleo Assistencial Caminhos da Escola Brincar, utilizando o computador para Jesus. Belo Horizonte: [s.n.], [s.d.].

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NÚCLEO ASSISTENCIAL CAMINHOS PARA JE- pelo serviço de psiquiatria, que também nessa SUS: 34 ANOS DE HISTÓRIA. O Caminho. Belo época vivia situação adver sa, ocupando am- Horizonte, v. 2, n. 2, p. 1-4, 2003. bientes considerados de segunda classe no hos- NÚCLEO ASSISTENCIAL CAMINHOS PARA JE- pital. Esta situação só foi alterada após 1984, SUS COMEMORA 35 ANOS DE SOLIDARIEDADE. com a criação do Serviço de Psicologia, atra- O Caminho. Belo Horizonte, v. 3, n. 3, p.1-4, 2004. vés da Portaria 0078/PMERJ, de 14/06/1984, publicada no Diário Ofi cial de 22/06/1984 e PINTO, F. L. B. F. Entrevista concedida a Marcelo no Boletim da PM 99 de 25/06/1984. A criação Moreira Takahashi. Belo Horizonte, jul. 2006. do Serviço de Psicologia da Polícia Militar do PINTO, F. L. B. F.; PEREIRA, M. E. S. Entrevista Estado do Rio de Janeiro ocorreu principal- concedida a Maria Stella Brandão Goulart e Mar- mente em virtude da expansão da psicologia celo Moreira Takahashi. Belo Horizonte, out. 2006. para o setor de recrutamento e seleção, o que favoreceu a implantação de outros serviços, Maria Stella Brandão Goulart antes restritos aos atendimentos clínicos nos Marcelo Moreira Takahashi hospitais da polícia. A primeira consequên- cia da criação deste serviço foi proporcionar a desvinculação da psiquiatria. O Serviço de Psicologia deveria atuar basicamente na área „ Núcleo Central de Psicologia da Polícia clínica, nas Unidades de Saúde da Polícia e na Militar do Estado do Rio de Janeiro Unidade de Recrutamento e Seleção. No cen- (NuCePsi-PMERJ) – 2002- tro de recrutamento e seleção, o quadro civil instituído em 1984 foi responsável pelos traba- Serviço de Psicologia da Polícia Militar do lhos até 1989, quando uma fi rma de psicologia Estado do Rio de Janeiro – 1984-2002 foi contratada para realizar este serviço de for- Serviço de Atendimento Psicológico ma terceirizada. A situação só foi modifi cada do Hospital Central da Polícia Militar em 2004, dois anos após a criação do Quadro (HCPM) – 1973-1984 Militar, que assumiu a direção dos trabalhos. Foram promovidos quatro encontros de psicó- logos do HCPM, entre os anos de 1984 e 2001, Faz parte de uma instituição de seguran- pelo Serviço de Psicologia, cujos temas busca- ça pública, de natureza pública/estadual, ten- vam contemplar interesses das Organizações do como principal mantenedor o governo do Policiais Militares (OPMs) de saúde, ensino Estado do Rio de Janeiro. Situa-se na Diretoria e tropa. Márcia Maria Marcondes Costa Mei- Geral de Saúde (DGS)/Quartel-General (QG) nicke foi chefe do Serviço de Psicologia entre da Polícia Militar do Estado do Rio de Janei- 1984 e 2001, e pode ser considerada como uma ro, na rua Evaristo da Veiga, 78, Cinelândia, das principais responsáveis pelo crescimento Rio de Janeiro – RJ. O público-alvo são os po- da psicologia dentro da PMERJ. Sua saída da liciais militares e seus dependentes. O HCPM direção ocorreu com a entrada do quadro de teve início em 1973 com a contratação das psi- psicólogos militares em 2002, uma vez que, cólogas Ana Maria Chaves e Ângela (não foi com a criação deste, a chefi a da psicologia fi - possível saber o nome completo desta última) cou sob encargo dos psicólogos militares, com pela Arquiepiscopal Irmandade Nossa Senho- a psicóloga Sandra Fabri (capitão PM psicó- ra das Dores da Polícia Militar, para prestação loga) assumindo a coordenação do núcleo. de serviços junto ao Serviço de Psiquiatria do A psicóloga Ana Maria Chaves permaneceu HCPM. O serviço de psicologia, neste mo- no HCPM até 1981. No período de criação do mento, encontrava-se subordinado, fi sica e Serviço de Psicologia, as seguintes psicólogas institucionalmente, ao serviço de psiquiatria. civis trabalhavam na PMERJ: Márcia Maria Quanto ao espaço físico, sabe-se que restava Marcondes Costa Meinicke, Maria Auxilia- à psicologia as salas e horários não utilizados dora Vianna Rodrigues, Vera Lucia da Costa

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Santoro, Neuza Lima de Azevedo, Cleise Car- dos policiais militares do Estado do Rio de Ja- neiro, Elaine Teresa Leite Pereira, Nely Pires neiro, não havendo em seus quadros nenhum de Souza, Márcia Helena Correa da Costa Pe- funcionário específi co, a não ser os próprios reira, Márcia Maria Lobato Bacellar. A criação psicólogos. do quadro de psicólogos militares da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro ocorreu Referências com a Lei 3.617, de 19/07/2001, em seu art. 2º. A primeira turma, totalizando 50 psicólogos, MEINICKE, M. M. M. C. Psicologia no HCPM! 29 foi matriculada em 14 de janeiro de 2002 (bole- anos de crescimento e contribuições. Rio de Janei- tim da PM 14 de 21/01/2002). Em 22 de março ro: PMERJ, 2002. deste mesmo ano, foi implantado o NuCePsi- PEREIRA, E. T. L. Entrevista concedida a Alexan- PMERJ – como consta no boletim da PM 55 de dra Valéria Vicente da Silva. Rio de Janeiro, 26 mar. 22/03/2002. Este núcleo é, então, subordinado 2007. diretamente à Diretoria-Geral de Saúde – DGS. RIO DE JANEIRO. Lei 3.617, de 19/07/2001. Criação Segundo o boletim da PM 55 de 22/03/2002, do quadro de psicólogos militares da Polícia Militar o Núcleo Central de Psicologia passou a ser do Estado do Rio de Janeiro. Diário Ofi cial, 31 jul. responsável pela atuação nas seguintes áreas: 2001. a) prevenção do estresse, prevenção ao uso de RIO DE JANEIRO. Portaria 0078/PMERJ, de 14/06/1984. drogas, equilíbrio emocional, aconselhamento Cria o Serviço de Psicologia da Polícia Militar do psicológico, bem como atuar na prevenção da Estado do Rio de Janeiro. Diário Ofi cial, 22 jun. eclosão de patologias mentais decorrentes da 1984. atividade policial militar; b) clínica, escolar, SILVA, R. L. C. da. Entrevista concedida a Alexan- de seleção e recrutamento. Ao longo de todo dra Valéria Vicente da Silva. Rio de Janeiro, 5 mar. o percurso da psicologia dentro da PMERJ, 2007. diferentes sujeitos destacaram-se em momen- tos diversos. À época da criação desse servi- ço, os coronéis (que também eram psicólo- Alexandra Valéria Vicente da Silva gos) Carlos Magno Nazareth Cerqueira e Luiz Fernando Santos Azevedo, juntamente com o quadro de psicólogas civis, favoreceram o „ Núcleo de Estudos e Formação Freudiana crescimento da psicologia dentro da corpo- (NEFF) – 1978-1978 ração. Na criação do Quadro Militar, o Major Valério (também psicólogo) teve importante participação para a construção do projeto que Experiência de formação psicanalítica con- deu origem ao quadro. Apesar da sede do Nu- duzida por Be y Bernardo Fuks, Celina Von CePsi ser o QG da PMERJ, os psicólogos estão Niclander Ribeiro, Cláudia de Moraes Rego San- presentes em diferentes unidades: saúde (hos- tos, Marci Dória Passos, Maria Eleonora Barbosa pital, policlínicas, unidades básicas de saúde Mello, Maria Virgínia de Magalhães Pinto, Mary e centro de fi siatria e reabilitação), unidades Kleinman, Nádia Maria Ferreira Sério, Nanci operacionais (batalhões localizados na capi- Gaspar Maciel de Moura, Rachel Alkabes, Re- tal, Baixada Fluminense e interior do estado), beca Schwartz, Sonia Maria Nassim, Sherrine unidades de formação (Centro de Formação e Maria Nyaine Borges e Jorge Gomes da Silva, 13 Aperfeiçoamento de Praças, Academia de Po- psicólogas e um assistente social empenhados licia Militar D. João VI, Centro de Qualifi cação em constituir um modelo alternativo às institui- de Profi ssionais de Segurança (CQPS) e Colé- ções ofi ciais associadas à International Psychoa- gio da Polícia Militar), Centro de Recrutamen- nalytical Association (IPA). Na década de 1970 to e Seleção (CRSP) e o grupo de atendimento era grande o prestígio da psicanálise entre os aos familiares de policiais militares falecidos. psicólogos. Entretanto, o acesso à formação nas O Núcleo de Psicologia é regido pelo estatuto instituições ofi ciais – Sociedade Psicanalítica do

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Rio de Janeiro (SPRJ) e Sociedade Brasileira de da Psicanálise por Barembli . Outras ativida- Psicanálise (SBPRJ) – restringia-se aos médicos. des, como a leitura dos estatutos de diferentes Os psicólogos, mesmo cumprindo os requisitos instituições (privilegiando as sociedades laca- de análise pessoal, estudo teórico e supervisão nianas de Paris) e seminários clínicos eram rea- clínica com renomados analistas, não eram legi- lizadas apenas entre os membros fundadores. timados como psicanalistas. No início de 1970, O grupo dividiu-se em três comissões: adminis- Fábio Leite Lobo, membro da SPRJ, coordenou, trativa; elaboração de regimento e estatuto; cien- à margem da instituição ofi cial, um grupo de tífi ca. Todos os membros deveriam passar pelas formação em análise de crianças e adolescentes diferentes comissões em rodízio trimestral, para para psicólogos, ministrado por analistas argen- evitar a constituição de hierarquias. As decisões tinos. Desse grupo resultou a Associação de de cada comissão seriam discutidas em assem- Psiquiatria e Psicologia da Infân cia e da Adoles- bleias gerais quinzenais. Com pouco mais de cência (APPIA), instituição interdisciplinar que um mês de aulas, Barembli retirou-se de sua realizou dois importantes congressos interna- função docente para empreender um projeto cionais, com papel signifi cativo na trajetória dos próprio. Esse foi um fator de desestabilização: psicólogos em direção à psicanálise. A APPIA o grupo carecia de uma fi gura de autoridade; e o CESAC (Centro de Estudos de Antropolo- apoiava-se no saber dos professores, mas não os gia Clínica) reuniam psicólogos, psicanalistas e reconhecia como mestres defi nidores dos rumos psiquiatras, mas não assumiam uma formação institucionais. As assembleias constantes des- analítica. Em 1977, chegou ao Brasil Gregório gastavam o grupo, o rodízio trimestral impedia Barembli (fundador do Plataforma, grupo um mínimo de continuidade para organização dissidente da Associação Psicanalítica Argenti- e entrosamento dos membros em suas funções. na − APA), forçado a sair da Argentina por ra- As atividades realizadas sem os professores zões políticas. Barembli e Chaim Samuel Katz eram esvaziadas por insegurança e confl itos (fi lósofo e psicólogo brasileiro, crítico do exces- paralisantes. O processo de legalização jurídica so de poder das sociedades ofi ciais) reuniram o não era fi nalizado; embora se responsabilizasse GRUPÃO, congregando diferentes profi ssionais o advogado, o grupo vacilava quanto ao pro- de saúde, com e sem pertencimentos institucio- cesso de formalização jurídica. Formou-se uma nais, para debater a criação de uma instituição hierarquia, a comissão científi ca dava os rumos capaz de se contrapor aos modelos existentes. da instituição, não sem grande resistência de al- Alguns psicanalistas membros da IPA, questio- guns membros de outras comissões. As decisões nadores da estrutura de poder em suas socieda- da assembleia não eram respeitadas, as discus- des, participavam das reuniões, realizadas entre sões eram circulares e o processo institucional setembro e dezembro de 1977. Desses encontros, não avançava. O plano de horizontalidade mos- resultou uma carta de princípios, assinada por trou-se utópico. A falta de uma referência explí- 14 pes soas, em 5 de janeiro de 1978, que marcou cita de autoridade simbólica, com força de har- a criação do NEFF: crítica à elitização do conhe- monização, era cada vez mais clara. A fratria se cimento psicanalítico; ampliação do atendimen- entredevorava. Em 2 de julho de 1978, a comis- to psicanalítico para classes menos favorecidas; são científi ca apresentou um plano de funciona- ruptura com modelos hierárquicos de organi- mento com uma coordenação geral e ressaltou zação institucional; proposta de autogestão e a necessidade de discutir a questão da análise respeito ao desejo, como regra básica do saber didática. Qualquer critério para a exigência de psicanalítico. Ou seja, uma proposta política de análise pessoal caía em impasses, pois implicava esquerda, marcada pelas formulações do psica- a exclusão de algum membro que não estivesse nalista francês Jacques Lacan, expulso da IPA. em análise, ou não tivesse condições de arcar fi - O primeiro momento caracterizou-se por estu- nanceiramente com uma análise individual. As- dos teóricos, clínicos, epistemológicos e institu- sim, decisões fundamentais eram adiadas para cionais. O curso de Teoria Psicanalítica era coor- manter a integridade do grupo, heterogêneo em denado por Katz, o de Epistemologia Regional termos de experiência analítica, tanto teórica

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quanto clínica. Em 17 de julho foi proposta uma „ Núcleo Paulista da Abordagem Centrada ampliação do grupo inicial, contratados novos na Pessoa (NPACP) – 1988-2005 professores e convidados 16 novos membros. O estudo da obra de Lacan tornou-se uma refe rência comum. Novos membros e profes- Tem suas raízes no Serviço de Aconselha- sores tiveram um efeito revitalizador; o grupo mento Psicológico do Instituto de Psicologia da prosseguiu, mas as insatisfações e os confl itos USP, organizado no fi nal da década de 1960 reapareceram. Em outubro de 1978 criou-se o por iniciativa de Oswaldo de Barros Santos, IBRAPSI, tendo entre seus diretores Barem- juntamente com Rachel Lea Rosenberg, sua ex- bli e Katz, sendo que este último ainda lecio- aluna e assistente, substituta de Therezinha nava no NEFF. A nova instituição, que conta- Moreira Leite. O Serviço apresentou Carl R. va com a participação de membros do Núcleo, Rogers, um dos seus autores principais da Psi- desestabilizou as relações internas deste úl- cologia Humanista. Em 1975 o Departamento timo. Surgiu um impasse entre dois grupos, de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvol- nomeados como grupo político e grupo psi- vimento e da Personalidade do Instituto de canalítico. Convocada uma assembleia geral Psicologia da USP ofereceu um curso de es- para discutir o impasse, um dos membros pecialização em Aconselhamento Psicológico, comunicou a decisão de 15 pessoas de saí rem organizado por Rachel Lea Rosenberg, Mela- do NEFF para, conforme foi dito, estudar psi- nie Copitz e Henrie e Togne i Penha Morato. canálise. O choque foi tão forte que se insta- A partir deste curso, das atividades do Grupo lou um silêncio e não foi contestada a decla- de Estudos Avançados em Abordagem Cen- ração de que os membros restantes estariam trada na Pessoa (1984/85) – coordenado por fora do campo psicanalítico, fazendo política. John K. Wood e Rachel Lea Rosenberg – e dos O grupo que se retirou constituiu o Instituto eventos realizados por ocasião da vinda ao Freudiano de Psicanálise (IFP). Entre os que Brasil de Carl R. Rogers e sua equipe de La permaneceram estavam sete fundadores, que Jolla (1977), foi se formando em São Paulo um decidiram dissolver o NEFF. Era dezembro de grupo de profi ssionais da Abordagem Cen- 1978. Passados alguns anos, é possível perce- trada na Pessoa que, em reuniões informais ber que se constituir psicanalista, com uma na casa ou consultório de Rachel Rosenberg, referência distinta daquela que vigorava nas inter cambiava refl exões e projetos baseados instituições ditas ofi ciais, era uma posição po- nos princípios da abordagem, tecendo-se as- lítica. O modelo de organização institucional e sim uma rede coesa ao redor dela. Com seu fa- de pensar a psicanálise tem consequências na lecimento em junho de 1987, o grupo procurou prática clínica. Estudar psicanálise indepen- manter a coesão criando o Boletim Paulista da de da formalização de uma instituição e da A.C.P. como meio de comunicação e troca de política institucional, mas a legitimidade não informações, o que aumentou a visibilidade prescinde de certos referenciais sociais que do grupo paulista. Este mesmo grupo, na épo- oferecem garantias simbólicas e asseguram a ca dedicando-se a apoiar a organização do IV consagração entre pares e clientes potenciais. Fórum Internacional da A.C.P (Rio de Janeiro, 1989), decide pela criação do Núcleo Paulista da Abordagem Centrada na Pessoa, passando Referências a ter o Boletim Paulista da A.C.P. como seu ór- PASSOS, M. D. O processo de legitimação do psi- gão ofi cial de comunicação. O Núcleo foi ofi - canalista: uma análise do Núcleo de Estudo e For- cializado em 26 de novembro de 1988 como mação Freudiana. Dissertação (Mestrado em Psico- instituição de formação, prestação de serviços, logia). Pontifícia Universidade Católica do Rio de pesquisa e divulgação da A.C.P., com sede na Janeiro, Rio de Janeiro, 1984. rua Sagarana, 22, Vila Madalena – SP. Foram seus fundadores: Agripino Alberto Domin- Marci Dória Passos gues, Cláudia Regina Castiglione, Cláudio

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Augusto da Rocha Bergamo, Elias Boainain Pessoa, com sede na rua Vergueiro, 3153, 10º Jr., Sílvia Mônica Allende Serra, Sônia Regi- andar, c/102 – Vila Mariana, organizada por na Loureiro, Henrie e Togne i Penha Mora- um grupo de profi ssionais da A.C.P. visando to, Iara Aparecida Thimoteo, Ligia Frommer, criar uma representação regional que facilitas- Luiz Alfredo Milleco Monteiro, Maria Lúcia se o intercâmbio, tanto nacional como inter- Morat de Carvalho, Luiz Roberto Rodrigues, nacional. Esta associação tem desenvolvido Marisa Japur, Marlene Shayer, Mauro Martins diversas atividades como conferências, encon- Amatuzzi, Myriam Augusto da Silva Vilari- tros regionais jornadas e que contemplam, nho, Raquel Wrona Rosenthal, Raquel Vieira os mesmos objetivos do Núcleo Paulista da da Cunha, Saulo Caires Berber. Está registra- Abordagem Centrada na Pessoa. do como sociedade civil sem fi ns lucrativos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 4º Ofício, Referências sob n. 0185963, em 03/06/89, e era mantido por o mensalidades e doações de seus associados. CAMPOS, R. H. F. (Org.) Dicionário biográfi co da Segundo Estatuto Social, seus objetivos eram Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: Imago; Brasí- promover a aprendizagem, o desenvolvimen- lia, D.F.: Conselho Federal de Psicologia, 2001. to, o ensino, a pesquisa, a documentação e a MORATO, H. T. P. Depoimento Inicial. In: Rosen- divulgação da Psicologia Humanista segundo berg, R. L. (Org.) Vivência acadêmica: o enfoque a Abordagem Centrada na Pessoa; prestar ser- centrado na pessoa. São Paulo: USP – Coordenado- viços à comunidade através de atividades di- ria de Atividades Culturais/Cadernos USP, 1987. dáticas, informativas e de atendimento psico- lógico no âmbito de atuação da A.C.P; facilitar PINTO, M. A. da S. Oswaldo de Barros Santos (1918/1998). In: Encontro da Abordagem Centrada o levantamento de recursos junto a entidades na Pessoa, São Paulo, mar. 2003. e instituições ofi ciais ou particulares, poden- do a elas conveniar-se no sentido de viabili- ROSENBERG, R. L. Introdução: Biografi a de um zar a consecução de seus objetivos; propiciar Serviço. In: Rosenberg, R. L. (Org.) Aconselhamen- intercâmbio com outras entidades nacionais e to psicológico centrado na pessoa. v. 21. Temas Bá- internacionais. O Núcleo ofereceu várias ati- sicos de Psicologia. São Paulo: E.P.U, 1987. vidades na concretização de seus obje tivos: ROSENBERG, R. L. Introdução: O enfoque centra- workshops temáticos, jornadas temáticas, ciclo do na pessoa e a universidade. In: ROSENBERG, R. de palestras que incluia convidados inter- L. (Org.) Vivência acadêmica: o enfoque centrado nacionais, participação no IV Fórum Inter- na pessoa. São Paulo: USP – Coordenadoria de Ati- nacional da Abordagem Centrada na Pessoa, vidades Culturais/Cadernos USP, 1987. realizado no Rio de Janeiro em 1989. Não foi possível localizar a data da última reunião, quando suas atividades foram interrompidas. Abigail Alvarenga Mahoney Mas em 27 de novembro de 2005 surgiu a As- Myriam Augusto da Silva Vilarinho sociação Paulista da Abordagem Centrada na Raquel Wrona

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„ Pedagogium – 1890-1919 no parecer sobre o projeto de ensino primário de Rui Barbosa. Esse parecer creditava ainda mais importância à criação do museu, que se- Fundada no ano de 1890, por meio do De- ria a condição indispensável para desenvolver creto 667, de 16/08/1890, lavrado por Benjamin o ensino no Brasil. Mas foi apenas em 1890, Constant, foi uma instituição educacional, ini- já na República, que ocorre a fundação do cialmente funcionando na rua Visconde do Pedagogium, com a proposta de impulsionar Rio Branco, 13, no centro da cidade do Rio de reformas e melhorias no ensino nacional pela Janeiro – RJ. No ano de 1897 foi transferida oferta aos professores públicos e particulares para a rua do Passeio, 66, também no centro dos meios de instrução profi ssional, além da da cidade, onde funcionou até seu fechamen- exposição de métodos e de material de ensino to, em 1919. Foi inaugurada como uma insti- aperfeiçoados agindo, dessa forma, como um tuição pública federal, passando para a esfera centro nacional de controle e coordenação das municipal dois anos depois. Fechada no ano atividades pedagógicas. Para alcançar essa fi - de 1919, por meio do Decreto Municipal 1.360, nalidade, o regulamento do Pedagogium apon- de 19/07/1919, seu acervo teve destino des- tava as seguintes ações: organizar uma expo- conhecido, perdendo-se muitas informações sição permanente de um Museu Pedagógico; sobre a instituição. Os museus pedagógicos oferecer conferências e cursos científi cos; abri- tiveram muita importância na Europa no fi nal gar gabinetes e laboratórios de ciências físicas do século XIX e início do século XX, desta- e naturais; realizar concursos e exposições cando-se os dos Estados Unidos, do Canadá escolares anuais; dirigir uma escola primária e do Japão. Os países que ainda não possuíam modelo; instituir uma classe-tipo de desenho uma instituição desse tipo eram considerados e de ofi cinas de trabalhos manuais; organi- atrasados em termos de educação. A ideia da zar coleções-modelo para o ensino científi co criação do museu pedagógico brasileiro sur- concreto nas escolas públicas e publicar uma giu em 1882, quando da reforma do ensino revista pedagógica. Seus dirigentes foram Joa- realizada por Rodolfo Dantas, apoiando-se quim José de Menezes Vieira (1890 a 1897) e

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Manoel Bomfi m, entre os anos de 1897 a 1906 GONDRA, J. G. Ecos da República: ciclo de vida e de 1910 até 1919. Não encontramos registro e doutrina médica da Revista Pedagógica (1890- de quem dirigiu a instituição entre os dois 1896). Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2006. períodos em que Manoel Bomfi m esteve no PENNA, A. G. História da Psicologia no Rio de Ja- cargo. A instituição publicou a Revista Pedagó- neiro. Rio de Janeiro: Imago, 1985. gica, um órgão de veiculação de suas ideias e propostas. Foi o primeiro periódico ofi cial do governo republicano na área educacional. Nos Rafael Pinheiral seis anos de sua existência lançou 48 exempla- res, sendo o primeiro em 15/11/1890, três me- ses após a fundação da instituição, e o último „ Psicoclínica Comércio Varejista de Livros em 15/06/1896. Existiam laboratórios de Física e Testes Psicológicos – 1973- e Química, e o público-alvo eram os estudan- tes, principalmente os que se encontravam na Instituição privada de prestação de servi- Escola Normal. No ano de 1897, o jornalista ços de psicologia clinica e organizacional e e deputado Medeiros e Albuquerque assu- de repre sentação de testes psicológicos, lo- miu o cargo de diretor da Instrução Pública, calizada na rua João Carvalho, 800, sala 511, e, consciente do esvaziamento do Pedagogium, Aldeota, Fortaleza – CE. Fundada em 3 de convidou Manoel Bomfi m para assumir o car- outubro de 1973 por Wedja Josefa Granja Cos- go de diretor-geral da Instituição. Em março ta, Edna Mirtes Granja e por Irineu Nogueira do mesmo ano, Bomfi m tomou posse, dando Costa, tem por objetivo desenvolver servi- início a uma série de atividades. É quando ços de psicologia, comercialização dos testes ocorre a transferência para a rua do Passeio psicológicos e congregar profi ssionais psicó- e é fundado, em 1906, o primeiro laboratório logos e/ou provisionados para formação de de Psicologia Experimental do Brasil. Muito associação de classe e, através de parcerias, infl uenciado pelas ideias de Alfred Binet, o promover a realização de encontros e cursos laboratório era frequentado principalmente de especialização em Psicologia. Para tanto a pelos estudantes, em especial os normalistas. instituição conta com psicólogos clínicos, or- A relevância da instituição declina na década ganizacionais, responsável técnico pelo mate- de 1910 até seu fechamento por completo em rial comercializado e profi ssionais com títulos 1919. Anos mais tarde, em 1937, surge o Insti- acadêmicos lato e stricto sensu. Na Psicoclínica tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa- ocorreram as primeiras reuniões dos psicólogos cionais Anísio Teixeira (INEP), reformulando no estado do Ceará para formação da Asso- ciação de Psicólogos do Ceará e do Conselho a proposta do Pedagogium e tornando-se uma Regional de Psicologia, nos primeiros anos da referência para a questão educacional no país. década de 1970. Coordenadas pela psicóloga Wedja Josefa Granja Costa, estiveram pre- Referências sentes às reuniões Carmem Dolores Correia AGUIAR, R. C. O rebelde esquecido: tempo, vida e Lima, Socorro Saldanha, Leonel Correia Pinto, obra de Manoel Bomfi m. Rio de Janeiro: Topbooks, Álvaro Cravei ro, José Vieira Cavalcante Filho, 2000. Layrtom e posteriormente Francisco Eduardo BRASIL. Decreto 1.178, de 23 de dezembro de 1892. da Costa. Este último formalizou e foi o pri- Distrito Federal: Senado, 1982. meiro presidente do Conselho de Psicologia BRASIL. Decreto 667, de 16 de agosto de 1890. Dis- 11ª Região, que funcionou inicialmente na sala trito Federal: Senado, 1890. de espera da Psicoclínica. Este Conselho cres- CAVALCANTI, J. B. U. Relatório apresentando ao ceu, assumiu autonomia e se consolidou. A presidente da República dos Estados Unidos do Psicoclínica foi dirigida, desde a sua fundação, Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1891. por Wedja Josefa Granja Costa (1973 a 2001) e

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Carlos Irineu Granja Costa (a partir de 2001) e Belas: transtornos psicoafetivos, 2000. Tem pro- deu origem à Fundação de Estudos e Pesqui- movido eventos como: III Encontro de Psi- sas Socionômicas do Brasil (FEPS do Brasil) codrama da Regional Norte-Nordeste (1998), em 1996, que, em parceria com a Universida- cujo tema foi Socionomia: Ciência do Encon- de Estadual do Ceará (UECE), mantém cursos tro; I Encontro de Avaliação Psicológica: Cea- lato sensu de especialização em Socionomia. rá/Piauí/Maranhão (2006). A instituição tem Em 2005 foi constituído o Instituto Wedja de oferecido prestação de serviços à comunidade Socionomia, com o objetivo de ampliar a atua- e a comercialização de testes para a classe du- ção dos serviços de psicologia oferecidos para rante 33 anos. A Psicoclínica é a primeira insti- a sociedade e promover cursos de Avaliação tuição de prestação de serviços psicológicos, Psicológica. Seu espaço físico conta com cinco concebida por psicólogo, para servir a classe salas em um edifício distribuídas de acordo de psicólogos no Estado do Ceará. Desde a com o core-business para: venda de testes, con- sua criação tem ensinado e comercializado sultoria de recursos humanos, administração testes psicológicos, antes mesmo de ter sido central, psicoterapia, cursos especializados. instituído o primeiro curso de Psicologia na A instituição possui as seguintes publicações: Universidade Federal do Ceará. Socionomia como expressão de vida – um modelo de sistematização da teoria de Moreno, 1996; Cro- nosplatia Holográfi ca Universal – Projeto Águas Wedja Josefa Granja Costa

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„ Sanatório Clifford Whittingham Beers – Carvalho (1989-1993); Gladys Ximenes (1996- 1937-1997 1997). Ao longo de todos esses anos, a institui- ção proporcionou aos internos a participação Instituição de assistência psiquiátrica de em eventos ligados a comemorações de datas natureza pública estadual, fundada em 1937 como: carnaval, Páscoa, dia das mães e dos pelo governador Argemiro de Figueiredo, si- pais, São João, desfi le cívico de 7 de setem- tua-se na avenida Pedro II, 1.826, Torre, João bro, Natal e outras atividades religiosas. Sua Pessoa – PB. Inicialmente funcionou em espa- estrutura é composta por uma direção-geral, ço do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira e direção administrativa, direção técnica e coor- somente em 1953 teve seu pavilhão construí- denação de psicologia. Possui em seu quadro do em anexo ao prédio principal do referido de funcionários psicólogos clínicos e hospi- hospital. Em 1977 foi anexado ao Complexo talares, de abordagens teóricas heterogêneas. Psiquiátrico Juliano Moreira, instituído pela São realizadas triagens (para esclarecimen- Portaria 343 da Secretaria de Saúde da Paraí- to do motivo da internação, sintomatologia, ba, de 08/04/1917. A instituição teve como diagnóstico e encaminhamentos), atendimen- objetivo inicial o atendimento aos funcioná- to psicológico individual, atendimento em rios do Estado da Paraíba com transtornos grupo, anamnese, evolução em prontuário mentais. Dessa forma, pretendia-se amenizar único e ofi cina terapêutica, plantões de escu- a sobrecarga das enfermarias da Colônia Ju- ta psicológica aos funcionários da instituição, liano Moreira, além de atender às demandas reuniões com familiares dos internos, grupos da população do interior. De 1953 a 1963, seu de preparação para alta, reuniões multipro- funcionamento foi suspenso para reforma do fi ssionais, passeios terapêuticos, supervisões prédio, retornando a partir de março de 1963. clínica e institucional, trabalhos terapêutico Em 1979 houve a criação de um serviço de psi- na horta e cinema. A instituição contava com cologia para atender aos pacientes, tendo sido uma biblioteca. O espaço físico era composto coordenado pelos psicólogos: Sonia Maria de dois halls, duas salas de espera; duas se- Cavalcanti (1979); Aureliano Lima de Souza cretarias; dois gabinetes médicos; duas rou- (1980-1988 e 1994-1995); Sandra Lúcia Lima parias; dois refeitórios; duas salas de guarda;

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duas salas de copa; uma cozinha; duas salas municípios do Paraná. Por determinação das de recreação; dez quartos de primeira classe; Portarias 52/GM e 53/GM, de 20/01/2004, que 20 suítes de segunda classe. Ao longo de sua respectivamente institui o Programa Anual existência, ofereceu aos portadores de sofri- de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica mento psíquico em situação fi nanceira desfa- Hospitalar no SUS e cria novos procedimentos vorável um espaço multiprofi ssional de apoio no âmbito do Plano Anual de Reestruturação especializado. da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS, foram desativados mais de uma centena de Referências leitos psiquiátricos neste hospital. Nestes ter- mos, atualmente mantém 240 leitos. Em 4 de COMPLEXO PSIQUIÁTRICO JULIANO MOREI- abril de 2008, foram implantados mais 12 no- RA (CPJM). Setor de Psicologia. Projeto de Tera- vos leitos para atendimento de adolescentes, pêutico do Complexo Psiquiátrico Juliano Mo- reira. (Coord. Jackeline Nunes Alves Farias). João através de convênio com a Secretaria Estadual Pessoa, abr. 2007. de Saúde e a Prefeitura Municipal de Maringá. Esta nova ala do Hospital Psiquiátricos de Ma- SILVA FILHO, E. B. da. História da Psiquiatria na ringá recebeu a denominação de Unidade de Paraíba. João Pessoa: Santa Clara, 1998. Adolescentes Senador Lucídio Portela. A pri- meira psicóloga da instituição foi admitida Maria do Socorro Brito em 1982 e lá permaneceu por apenas quatro meses. Fazia atendimentos individuais e tam- bém tentou implantar algumas atividades de grupo. Alguns anos se passaram antes de o „ Sanatório Maringá Ltda. – 1962- sanatório voltar a ter outro psicólogo.

É conhecido na região como Sanatório ou Referências Hospital Psiquiátrico de Maringá. Está situa- SANATÓRIO DE MARINGÁ. Relatório da 1ª Con- do na rua Antonio Carniel, 665, no município ferência Local de Saúde do Hospital Psiquiátrico de Maringá – PR. Tem como objetivo o atendi- de Maringá. Maringá, 2008. mento a pacientes portadores de transtornos mentais e dependência química. Embora de HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DE MARINGÁ. Orga- caráter privado, aproximadamente 96% dos nizações e estabelecimentos [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por leitos psiquiátricos do Sanatório de Marin- em 3 dez. 2008. gá são conveniados ao SUS. Nestes termos é caracterizado como um prestador de serviço especializado em psiquiatria. Foi fundado em Maria Lucia Boarini 1962 pelo psiquiatra Onofre Pereira de Men- donça, formado pela Universidade do Brasil (antiga denominação da Universidade Fede- „ ral do Rio de Janeiro – UFRJ). Segue o modelo Sanatório Recife – 1936- tradicional de hospitalização psiquiá trica, ou seja, mantém-se o paciente em regime de in- Hospital psiquiátrico privado, localizado ternação absoluta e a permissão de saída da na rua Padre Inglês, 257, bairro da Boa Vista, instituição só acontece mediante alta médi- no Recife – PE, fundado em 12 de julho de 1936 ca. O sanatório chegou a manter aproxima- por Ulisses Pernambucano, seu proprietário e damente 400 leitos psiquiátricos e até 2004 diretor até 1943, quando faleceu e foi sucedido atendeu a mais de 250 mil pacientes e 920 mil pelo fi lho, também médico, Jarbas Pernambu- familiares, sendo a média de atendimento de cano (neurologista). O hospital é patrimônio 550 pacientes/mês, oriundos de mais de 116 da família do fundador e é composto por uma

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edifi cação, com pavimentos térreo e superior e „ Sanatório São Paulo (SSP) – 1953- um pátio, onde funcionou a Western, empre- sa inglesa de telégrafos no Brasil dos anos de Localizado na ladeira do Aquidabã, n. 91, 1920. Atualmente (2008) é dirigido por Ulisses Santo Antônio, Salvador – BA, foi fundado em Pernambucano de Mello Neto, psiquiatra, neto 1953 pelo professor Nelson Pires, psiquiatra do fundador e fi lho do historiador José Antô- catedrático do curso de Medicina da Univer- nio Gonçalves de Mello. É o segundo hospital sidade Federal da Bahia até 1964, quando foi psiquiátrico privado mais antigo do Norte- cassado pelo golpe militar. Exilado, foi substi- Nordeste do país. Como hospital particular, tuído na direção do SSP por Luis Simões, se- sua clientela inicialmente era constituída de pessoas de classes sociais mais favorecidas eco- guido por outros psiquiatras. Em 1979, Nelson nomicamente. Nele trabalharam os principais Pires retornou do exílio e reassumiu a diretoria discípulos de Ulisses Pernambucano (René do SSP, sendo posteriormente seguido pelos Ribeiro, Luiz Cerqueira, Walderedo Ismael de dirigentes: Manoel Messias, Francisco Moura, Oliveira, Arnaldo Di Láscio), oriundos do Hos- Neuza Castilho, Antônio Rabelo, Willian Dun- pital de Alienados – Tamarineira. O sanatório nighan, Sérgio Bastos, Antônio Eupídio, Rogé- foi criado depois das perseguições políticas so- rio de Jesus e Luis Carlos Austregésilo. O SSP fridas por Ulisses Pernambucano, infringidas modifi cou sua estrutura e suas atividades ao pelo governo da época, quando foi alij ado das longo desses 54 anos de existência nas áreas de atividades e da direção do Hospital de Aliena- assistência, ensino e pesquisa. É uma institui- dos, onde realizara importantes reformas assis- ção de saúde mental de natureza privada, que tenciais entre 1931 e 1935. Com a criação dos presta assistência psiquiátrica aos usuários do institutos previdenciários para diversas cate- SUS, de outros convênios e particulares. O SSP gorias profi ssionais e o advento da assistência tem sua área interna disposta em quatro seto- médica por meio de convênios com essas insti- res ou alas: quatro enfermarias destinadas aos tuições, sua clientela foi se tornando cada vez usuários do SUS, com 160 leitos; três enferma- mais constituída por segurados, sendo hoje, rias destinadas a usuários de outros convênios predominantemente, do SUS. É instituição ple- e do SUS, com 45 leitos; o hospital-dia, que namente médico-psiquiátrico-assistencial, ca- assiste 30 usuários do SUS; e o Centro de Estu- racterística mantida desde sua fundação. Com dos em Saúde Mental Professor Nelson Pires. a noção de que a psiquiatria tem uma amplitu- O atendimento é realizado por equipe técnica de, abrangendo áreas que só se sistematizaram multiprofi ssional constituída por: psiquiatra, posteriormente ou que eram apenas sementes, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupa- a instituição tem papel importante como pre- cional, enfermeira e auxiliar em enfermagem. cursora da Psicologia. Atualmente conta com quatro psicólogos em sua equipe. O SSP destacou-se no aspecto do trabalho multiprofi ssional, já que implemen- Referências tou a estratégia da interdisciplinaridade na as- MEDEIROS, J. A. de. “Ulisses Pernambucano”. In: sistência à saúde mental e introduziu a fi gura Pioneiros da Psicologia brasileira. Rio de Janeiro: do psicólogo na assistência psiquiátrica hospi- Imago/Conselho Federal de Psicologia, 2001 talar. Deve-se destacar que o professor Nelson ROCHA, L. de A. da. “Ulisses Pernambucano: re- Pires é considerado o intro dutor da fenome- trato um tanto de família”. Palestra realizada na nologia de Karl Jasper na Bahia. Em 1999, por Academia Pernambucana de Medicina em 25 ago. iniciativa de sua viúva, professora Jurema Pi- 1976. In: Ciclo de Estudos sobre Ulisses Pernam- res, foi organizado o Centro de Estudos e Pes- bucano. Recife: Academia Pernambucana de Medi- quisas Professor Nelson Pires, como forma de cina, 1978. preservar e continuar a sua tradição nas áreas de ensino e pesquisa. Atualmente são reali- Tácito Augusto Medeiros zados convênios com universidades e facul-

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dades como, por exemplo, a Universidade à morte até o lugar de sua execução. Para se Federal da Bahia (UFBA) e a Faculdade Ruy ter uma ideia da importância de tal confraria, Barbosa. A equipe técnica do SSP, buscando basta lembrar que alimentar os presos e enter- humanizar a assistência psiquiátrica e instituir rar os mortos eram ações asseguradas por es- um ambiente de encontros e reconhecimento molas e legadas às associações piedosas que entre técnicos, familiares e usuários, promove foram se formando para esta fi nalidade. Sen- atividades como: Semana da Saúde Mental; do os cadáveres dos pobres e escravos muitas organização do bloco de carnaval Loucos pela vezes abandonados ou atirados em lugares Saúde; organização de colóquios e palestras; ermos ou praias, enterrá-los era considerado estruturação de uma sala de projeção de fi l- ato de grande devoção e piedade. Assim como mes chamada E o vento levou; comemoração as portuguesas, as misericórdias fundadas no dos aniversários do dia; e a organização de Brasil ocupam, inegavelmente, lugar de desta- uma rádio, para aproximar as pessoas e me- que numa história da assistência, entendendo- lhorar a convivência na instituição. se por assistência, à época, as práticas ligadas aos costumes e ensinamentos cristãos e, por- Referências tanto, realizadas pelo amor de Deus e em nome da salvação da alma. Todas as 14 Obras PIRES, J. Depoimento concedido a Mab Amália de Misericórdia encontram-se respaldadas em Alencar Sacramento de Souza. Salvador, maio textos da doutrina cristã, como o Evangelho 2007. de São Mateus e as Epístolas de São Paulo e demais doutores da Igreja Católica, ou são Augusto Costa Conceição provenientes de tradições de povos antigos Mab Amália Alencar Sacramento de Souza que foram incorporadas ao cristianismo. De acordo com tais ensinamentos e por toda a cristandade, e não apenas em Portugal, ergue- ram-se ao longo da Idade Média asilos, alber- „ Santa Casa de Misericórdia garias e hospitais, edifi cados a partir do costu- me de reunirem-se os pobres em volta das Destinadas à realização das Obras de Mise- igrejas e mosteiros. Obviamente que para a ricórdia, sendo sete obras espirituais (ensinar rea lização de algumas das Obras de Miseri- os simples, dar bom conselho, castigar os que córdia, como dar bons conselhos, não era ne- erram, consolar os tristes, perdoar as ofensas, cessário que as associações piedosas construís- sofrer com paciência, orar pelos vivos e pelos sem hospitais ou albergarias, o que não foi o mortos) e sete corporais (visitar os enfermos e caso da Irmandade da Misericórdia, que des- os presos, remir os cativos, vestir os nus, dar de o início teve sob sua responsabilidade di- de comer aos famintos e de beber aos seden- versos tipos de estabelecimentos. Embora não tos, abrigar os viajantes e enterrar os mortos), fosse incomum haver desavenças entre o clero as Irmandades da Santa Casa da Misericórdia e a Coroa, motivadas algumas vezes por de- se espalharam por todo Portugal e colônias, núncias de apropriação abusiva por parte de incentivada a sua difusão por Dom Manuel, a clérigos das rendas propiciadas pelos legados partir do modelo da Misericórdia de Lisboa. pios, impossibilitando a manutenção dos esta- Considerada por alguns autores como a mais belecimentos sob seus cuidados, outras difi - notável confraria de caridade portuguesa, fora culdades apresentaram-se ao fi nal do século fundada em 1498 pela rainha Dona Leonor e XV, tornando a reforma da assistência inevitá- colaboradores, a partir da remodelação da vel. Dentre elas havia difi culdades de nature- Confraria de Caridade Nossa Senhora da Pie- za espiritual ou de consciência, dada a impos- dade, que era destinada a enterrar os mortos, sibilidade de rezar um número incalculável e visitar os presos e acompanhar os condenados crescente de missas e orações, compromissos

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assumidos com os fi éis que haviam feito doa- das intermináveis discussões sobre a reforma ções em testamentos ao longo dos anos. Impli- das prisões – que podem ser acompanhadas cada neste contexto, fruto e ao mesmo tempo através da leitura dos relatórios ministeriais parte constitutiva desta reforma que possibili- do Império. Torna-se, então, relevante apon- tou maior participação dos leigos na adminis- tar, ainda que brevemente, a natureza das prá- tração dos estabelecimentos caritativos, alcan- ticas que antecederam à introdução de uma çou a Irmandade da Misericórdia grande nova racionalidade na assistência. No período projeção e reconhecimento. Constando de seu colonial nem sequer vigoravam os pressupostos compromisso a invocação de Nossa Senhora da igualdade e da liberdade, lemas da Revo- da Misericórdia, representada em sua bandei- lução Francesa e da Declaração dos Direitos ra pela pintura da mesma Virgem Maria com do Homem e do Cidadão de 1789, uma vez seu manto misericordioso sob o qual acolhe a que a colonização do Brasil se fez justamente todos, não se podia, no entanto, para ser ad- no pressuposto da desigualdade entre os ho- mitido na irmandade, ter qualquer sangue de mens e na ausência de liberdade. Não existin- mouro, judeu, cigano ou negro. Apenas os ho- do a noção de uma natureza humana compar- mens bons e fi éis cristãos eram admitidos, tilhada, um dos objetivos da catequização dos sendo inúmeros os privilégios a eles conferi- povos indígenas foi justamente o de salvá-los dos. Para se ter uma ideia de quão seleto era o de um suposto estado de inferioridade: povos grupo que formava a irmandade, inúmeros sem rei, sem lei, sem fé. O próximo não é, por- foram os provedores da Santa Casa do Rio de tanto, um humano qualquer, mas um súdito Janeiro ocupantes de cargos de ministros, de- do rei de Portugal e um cristão temente a putados, senadores ou que ostentavam títulos Deus. Integrar indígenas e africanos no empre- de nobreza. No Brasil, os hospitais, asilos e re- endimento colonial signifi cou torná-los cris- colhimentos das misericórdias, edifi cados e tãos e escravos – únicos atributos de huma- mantidos através de esmolas, doações e auxí- nidade a ser-lhes conferidos. Assim, concomi- lios governamentais, tiveram início ainda no tantemente às práticas piedosas de proteção século XVI, sendo o mais antigo hospital o de aos enfermos e desvalidos e da salvação de Santos, que teria sido fundado em 1542. Como suas almas, que sempre ocuparam as Irman- em Portugal, as Santas Casas da Misericórdia, dades da Misericórdia, continuava a escravi- administradas pelas irmandades do mesmo zação dos povos indígenas e africanos, com nome, também se espalharam por todo o terri- seus aldeamentos e senzalas, seus troncos e tório, seguindo-se a de Santos, as da Bahia, chibatas, seus capitães do mato e seus cala- Espírito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e São bouços. Existindo o Brasil como terra de reclu- Paulo. No período colonial não se pode identi- são e degredo, calcada a produção colonial no fi car nenhuma prática como sendo de nature- trabalho escravo, não se podia nestas terras edi- za científi ca, mesmo porque o próprio movi- fi car escolas, fábricas ou quaisquer empreen- mento do qual emergirá a ciência moderna dimentos que signifi cassem ameaças aos inte- estava apenas começando na Europa. Do mes- resses portugueses, constituindo a catequização mo modo, um saber sobre os indivíduos terá dos índios e africanos uma experiên cia mais início no Brasil apenas no Império, concorren- de dominação que espiritual. Os poderes que do para isto a vinda da Corte portuguesa e a aqui se instalaram – rei, Igreja e senhores –, criação das faculdades de Medicina e de Direi- poderes soberanos de vida e morte em seus to. Quanto a estes fatos dispomos de tudo o domínios específi cos, se abateram impla- que já foi documentado e escrito sobre a Medi- cavelmente sobre indígenas e africanos, crian- cina Higienista, com suas críticas ao sistema do-se regimes diferenciados para homens li- caritativo e a introdução de uma nova raciona- vres e cativos, dos quais ainda hoje não lidade no governo das famílias, das institui- conseguimos nos livrar inteiramente. As mise- ções e do espaço urbano. Dispomos também ricórdias, de acordo com seus compromissos,

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prestaram sempre assistência aos desvalidos, ou mesmo reclusão por alguns dias. Dentre os buscando atingir máxima cobertura das cator- temas de que tratam as misericórdias um dos ze Obras de Misericórdia. Seguindo a tradição mais fascinantes é o da amamentação das portuguesa, as primeiras iniciativas em rela- criancinhas. Até a invenção da mamadeira e ção aos recém-nascidos foram as rodas dos do leite em pó e pasteurizado, o único alimen- expostos, instaladas nos hospitais das santas to que podia garantir a vida do recém-nascido casas ou em prédios anexos a estes. Dispositi- era o leite materno ou o seu melhor substituto: vo cilíndrico colocado nos muros dos hospi- o leite da ama de leite. Desde a Antiguidade o tais das misericórdias ou em prédios anexos, problema de como alimentar crianças órfãs e dedicadas ao recolhimento de recém-nascidos expostas já se colocava, dada a absoluta im- ditos enjeitados, no século XVIII, três foram as possibilidade de alimentá-las de outras for- rodas dos expostos criadas no Brasil: Salvador mas. Experiências feitas com alimentos substi- (1726), Rio de Janeiro (1738) e Recife (1789). As tutivos como caldinhos, água adoçada ou leite demais foram criadas no século XIX, como a de animais sempre foram responsáveis por al- de São Paulo (1825). Calcula-se que apenas no tas taxas de mortalidade. Nos relatórios enca- Rio de Janeiro 47.255 crianças foram deixadas minhados pelo provedor da Santa Casa da na roda entre os anos de 1738 a 1888. Mas não Misericórdia do Rio de Janeiro ao ministro do bastava salvar a alma da criança exposta atra- Império, constata-se uma crescente preocupa- vés do batismo e eventualmente salvar a sua ção em demonstrar que os índices elevados de vida através da amamentação feita pela ama mortalidade dos recém-nascidos não eram de leite. Era necessário também salvar a sua devidos a maus-tratos recebidos na casa dos honra, principalmente se a criança fosse do expostos, mas ao fato de serem as crianças já sexo feminino. Para as órfãs de legítimo casa- depositadas mortas ou moribundas. Assim, mento cristão e para as expostas que sobrevi- crescentemente, há um refi namento dos pro- vessem, as santas casas criaram os recolhi- cedimentos estatísticos, buscando-se discrimi- mentos, onde as meninas estariam protegidas nar o número de crianças depositadas vivas até o casamento, quando receberiam um dote das depositadas adoecidas e mortas. Há, inclu- para iniciar uma vida de boas esposas e mães sive, a contabilização de fetos e abortos deixa- cristãs. Só assim o sistema caritativo dava por dos na roda. Provavelmente tais crianças eram fi nda sua missão de salvação. No Recolhimen- deixadas na roda para que recebessem enterro to das Órfãs da Santa Casa da Misericórdia do cristão. O Brasil foi talvez o último país a abo- Rio de Janeiro o regime era de clausura. As re- lir a roda, pois mesmo após o código de meno- colhidas eram geralmente convocadas ao som res de 1927, que previa sua extinção, continu- da campainha, e as que faltassem podiam ser aram a existir, algumas até fi nal dos anos de repreendidas, punidas ou penitenciadas. Ti- 1940. Temia-se que com sua extinção aumen- nham a obrigação de se confessarem todos os tassem os abortos e os infanticídios de fi lhos primeiros domingos do mês e receberem o indesejados ou ilegítimos, uma vez que o dis- santíssimo sacramento da eucaristia, como positivo da roda mantinha o anonimato de também nas festas da assumpção da Virgem quem abandonava a criança. Uma vez depo- Senhora Nossa, e do Bom Sucesso. Caso faltas- sitado na roda, o recém-nascido era imediata- sem a estas obrigações poderiam ser peniten- mente batizado, registrado no livro de matrí- ciadas. A regente do recolhimento era adverti- culas e enviado a uma ama de leite. Tais amas da, no entanto, para que determinasse com sempre foram consideradas uma bênção, até o moderação os castigos e as orações, sem pala- advento da Medicina Higienista, que iniciou vras injuriosas, para não suceder serem os cas- uma desqualifi cação tanto do modo de gestão tigos causa de menos fervor espiritual. Os hospitalar realizado por critérios caritativos castigos poderiam implicar em privação de quanto do aleitamento feito pelas amas, pela ali men to, proibição de comparecer à portaria possibilidade de transmissão de doenças físi-

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cas e morais. Condicionavam a amamentação papel, com infl uência nomeadamente no âmbi- pelas amas, quando imprescindível, a um exa- to educacional, maior preocupação dos pri- me médico prévio, assim como ensinavam meiros missionários. A Igreja Católica foi res- que uma boa mãe de família era aquela que ponsável pela abertura e manutenção de obedecia às prescrições do médico, compor- escolas para aprender a ler e escrever, de colé- tando-se como uma enfermeira do lar. Em que gios e seminários para a formação da juventu- pesem desavenças entre clero e Coroa, carida- de brasileira e do clero por mais de dois sécu- de e Medicina, assistencialismo e políticas pú- los. Dentre essas iniciativas, destacam-se o blicas, não se pode escrever uma história da Colégio dos Meninos de Jesus, fundado em assistência no Brasil sem mencionar o papel 1550, em Salvador, pelo padre jesuíta Manuel desempenhado pelas Irmandades da Santa da Nóbrega, e o Colégio de Belém, criado pelo Casa da Misericórdia. No período republica- também jesuíta, padre Alexandre de Gusmão, no, quando a Psicologia vai se fi rmando como que escreveu, em 1685, a obra A arte de crear ciência e profi ssão no país, as Santas Casas in- bem os fi lhos na idade da puerícia. É importante corporaram saberes e práticas da área, bem também ap ontar a contribuição de Manoel de como passaram a oferecer cursos de especiali- Andrade Figueiredo, natural do Espírito San- zação, por exemplo, em Psicologia Hospitalar to, que, em 1722, publicou a Nova escola para ou Medicina Psicossomática, e a contratar ensinar a ler, escrever e contar. Os seminários profi ssionais psicólogos. são, sem dúvida, as mais expressivas e melho- res estruturas destas instituições de ensino. Referências Obedecendo às resoluções conciliares de Tren- to (1545-1563) – que visavam, além da reforma CORREIA, F. da S. Origens e formação das Mise- das bases doutrinais e institucionais da Igreja ricórdias Portuguesas. Lisboa: Livros Horizonte e Misericórdia de Lisboa, 1999. Católica, assegurar a unidade da fé e a disci- plina do clero –, os seminários se tornaram FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da pri- polos difusores de mentalidade, sendo, por são. Petrópolis: Vozes, 1977. isso mesmo, responsáveis pela formação inte- lectual, humana, espiritual e pastoral mais Esther Maria de Magalhães Arantes sólida, tanto dos fi lhos da terra, como dos europeus que aqui se estabeleceram. Com a expulsão da Companhia de Jesus (1759) do Império português, concretizada no Brasil em „ Seminários Católicos do Brasil Colônia e 1760, idealizada e organizada pelo secretário Império de Estado do Reino de dom José I (1714-1777), Sebastião José de Carvalho e Melo – o mar- Na busca das bases que sustentam a nossa quês de Pombal (1699-1782) –, a tradição cató- cultura, é preciso que sejam considerados os lica teve nos Seminários um dos espaços de atores responsáveis pela construção, transmis- sua continuidade em território nacional. Ne- são e preservação da cultura luso-brasileira les, também a Psicologia, como conjunto de nos níveis antropológico, fi losófi co e teológico ideias e práticas com características bem pecu- para ser possível identifi car os alicerces sobre liares, era estudada como parte das aulas de os quais se constituíram os saberes e as práti- Filosofi a ou Teologia Moral: tratava-se, inicial- cas psicológicos e pedagógicos modernos. No mente, da assim chamada Psicologia Filosófi - período da Colônia e Império brasileiros ca Aristotélico-Tomista, prescrita pelas resolu- (1500-1882), a Igreja Católica, aqui representa- ções tridentinas como conteúdo curricular da, sobretudo, pelas ordens religiosas e mis- fundamental na formação do perfeito huma- sionárias – com especial atenção à Companhia nista cristão. Nos anos que se seguiram à de Jesus –, foi quem mais desempenhou este expul são dos jesuítas, a matriz aristotélico-to-

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mista perdeu espaço, mas não infl uência. Entre campo, de S. Afonso Maria de Ligório e o es- os diversos seminários que funcionaram no queleto das faculdades e a origem das idéias país, destacam-se o de Nossa Senhora da Boa do espírito humano, obra mui útil para os mo- Morte em Mariana, os de São José e São Joa- ços que se applicão ao estudo de Philosophia quim no Rio de Janeiro, o Episcopal de São (1847), do Cônego João Antônio dos Santos. Paulo e o de Olinda. É forçoso compreender Este livro tem como objetivo a apresentação que, num período e num ambiente marcados das teorias sobre as faculdades da alma, da pela necessidade de se formarem espíritos origem das idéias e das relações mente-corpo, conformes às normas da ortodoxia católica utilizando referenciais tomistas e ideias pró- pós-tridentina, era indispensável que se esta- prias do espiritualismo eclético francês; foi um belecessem instruções norteadoras do ensino livro adotado pelo Seminário. O Seminário das humanidades, bem como da fi losofi a e da Episcopal de São Paulo, por sua vez, foi inau- teologia, a fi m de se evitarem contendas e gurado em 9 de novembro de 1856, por dom divisões. Essa função, de alguma maneira, Antônio Joaquim de Melo, em um movimento coube aos seminários. Nem por isso, contudo, de renovação e atualização da Igreja paulista. neles se repetia de forma infértil e impensada Na realidade, tratava-se de um novo seminá- a estrutura europeia, pois a adaptavam à rea- rio episcopal, pois um primeiro havia sido ins- lidade de então, como se vê quando se analisa tituído pelos padres jesuítas e contava com 23 a história de cada um dos principais seminá- alunos. Quando os jesuítas foram expulsos do rios acima citados. O Seminário de Nossa Se- Brasil, a pedido de dom Antônio, o papa Pio nhora da Boa Morte foi fundado em 1750, de IX enviou frades da Ordem dos Capuchinhos, acordo com os preceitos tridentinos, por dom da Saboia, região do Sudeste da França, para a frei Manoel da Cruz, bispo de Mariana. Trata- administração do Seminário. Mais tarde, estes se de uma das instituições educacionais mais deram lugar a padres secu lares, responsáveis antigas e mais tradicionais de Minas Gerais, pela formação de novas gerações de padres, cujo objetivo inicial era ensinar Gramática, que compuseram parte da elite do clero brasi- Filo sofi a e Teologia Moral para os jovens mi- leiro, e pela educação de fi lhos das famílias neiros e formar um clero nativo capaz de con- ricas e infl uentes de São Paulo. Funcionando tribuir para a catequese e melhoria dos costu- como internato e externato, este seminário era mes na província. Um de seus mais famosos uma instituição de ensino de grande prestígio. professores foi o cônego Luís Vieira da Silva, Seu objetivo principal era educar dentro dos inconfi dente que imprimiu tendência ilumi- estritos princípios fi losófi cos e morais autori- nista no ensino de Filosofi a, segundo as dire- zados pela Cúria Romana, em contraponto ao trizes pombalinas, utilizando os compêndios ecletismo que vigorava na Academia Jurídica de Luís Antônio Verney e Antônio Genovesi, e do Largo de São Francisco. Ainda no século este último trata em sua obra da ciência da XIX, o ensino de Psychologia fazia parte do alma ou psychologia. Provavelmente, o ensi- programa de estudos Filosófi cos do seminá- no de Filosofi a realizado em Mariana se arti- rio, como atestam os manuais de fi losofi a, culou durante muito tempo em torno de Santo franceses e brasileiros, presentes em sua Tomás de Aquino, Sigismund von Storchenau biblio teca. De modo geral, junto com outras e Antônio Genovesi, tendendo para a tradição disciplinas, tais como a Antropologia, a Meta- do empirismo mitigado, vertente fi losófi ca física e a Teologia Moral, a Psicologia era con- bastante presente no panorama mineiro. No siderada uma disciplina fundamental para a século XIX, começou a funcionar, no prédio do compreensão do homem como um todo, cor- seminário, a Tipografi a Episcopal de Mariana, po e alma. A abordagem vigente ratifi cava responsável pela circulação de impressos na ideias centrais da doutrina da alma de Santo província e pela publicação de diversas obras, Tomás de Aquino e aspectos do espiritualismo entre elas: guia dos confessores da gente do francês. Sem propor uma ruptura entre a Psi-

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cologia Filosófi ca, a Ontologia Tomista e a nova de ideias iluministas e liberais. O plano de Psicologia Científi ca, discutia-se a noção de estudos elaborado pelo bispo compreendia: alma e suas faculdades, o sono e o sonho, a Gramática Latina, Retórica, Filosofi a, Geome- memória, a percepção, a inteligência, a cons- tria e Teologia. Particularmente no ensino de ciência, a imaginação, a vontade e os afetos. Filosofi a preponderava a Filosofi a Natural em Entre seus professores, destaca-se frei Firmino detrimento da Filosofi a Racional e Moral. de Centelhas, capuchinho, autor da obra Com- pêndio de Philosophia Catholica Racional (1864). Referências Já o Seminário de São José foi fundado pelo ALVES, G. L. “O Seminário de Olinda.” In: LO- bispo franciscano dom frei Antônio de Guada- PES, E. M.; FARIA FILHO, L. M.; VEIGA, C. G. lupe, em 1739. Mantido inicialmente por pa- 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: dres diocesanos, foi entregue aos padres da Autêntica, 2006. Congregação da Missão em 1869, sendo sua administração restituída ao clero diocesano MASSIMI, M. A Psicologia em instituições de en- em 1901. Entre seus professores, destaca-se sino brasileiras do século XIX. Tese (Doutorado em frei Francisco de Mont’Alverne, autor da obra Psicologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, Compendio de Philosophia (1859), em que está 1989. presente, entre outros temas, a psicologia. MASSIMI, M. História da Psicologia brasileira – Mont’Alverne foi responsável pela difusão da época colonial até 1934. São Paulo: EPU, 1990. das correntes do ecletismo espiritualista fun- damentado em François-Pierre-Gonthier Mai- MASSIMI, M. “O ensino da Psicologia nos Seminá- ne de Biran – mais conhecido como Maine de rios Episcopais do Rio de Janeiro e São Paulo, no Biran, Victor Cousin e Pierre-Paul Royer- século XIX.” Revista da SBHC. v. 9, p. 41-50, 1993. Collard. Quanto ao Seminário São Joaquim, NOVAES, A. (Org.). A outra margem do Ocidente. sabe-se que surgiu em 1739, originado do Co- São Paulo: Companhia das Letras, 1999. légio dos Órfãos de São Pedro, instituição fun- PACHECO, P. R. A. Liberdade e indiferença: a “expe- dada em 1733, por dom frei Antônio de Gua- riência-modelo” jesuítica em cartas de jovens indi- dalupe, com o objetivo de instruir moços petentes espanhóis dos séculos XVI-XVII. Tese órfãos. Em 1837, este seminário deu lugar ao (Doutorado em Psicologia). Universidade de São Colégio Imperial D. Pedro II, instituto de ensi- Paulo, Ribeirão Preto, 2004. no secundário que se constituiu no modelo pedagógico para o país, de acordo com o pro- RODRIGUES, J. C. Ideias fi losófi cas e políticas em jeto civilizatório do regime imperial. O ensino Minas Gerais no século XIX. Belo Horizonte: Ita- de Psicologia como parte da Filosofi a foi reali- tiaia; São Paulo: EDUSP, 1986. zado no seminário e posteriormente no Colé- SOUZA, N. (Org.). Catolicismo em São Paulo: 450 gio Pedro II. Destacam-se como professores de anos de presença da Igreja Católica em São Paulo fi losofi a Silvestre Pinheiro Ferreira, autor das – 1554-2004. São Paulo: Paulinas, 2004. Preleções Filosófi cas (1813), obra de cunho aristotélico e empirista, e frei José Policarpo de TRINDADE, R. Breve notícia dos Seminários de Mariana. Mariana: Arquidiocese de Mariana, 1951. Santa Gertrudes, que teve sob a sua direção a publicação das Theses philosophicas sobre a WERNET, A. A Igreja paulista no século XIX: a Psychologia do Homem (1830), texto de vertente reforma de D. Antônio Joaquim de Melo (1851- empirista. Finalmente, o Seminário de Nossa 1861). São Paulo: Ática, 1987. Senhora da Graça de Olinda, inaugurado em 1800 pelo bispo dom José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, é considerado por mui- Raquel Martins de Assis tos historiadores como o mais avançado de Paulo José Carvalho da Silva seu tempo e também como importante difusor Paulo Roberto de Andrada Pacheco

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„ Serviço de Ensino e Seleção Profi ssional ram da Seção de Ensino: Oscar Lindholm de da Estrada de Ferro Sorocabana (SESP/ Oliveira, Hermenegildo Campos de Almeida, EFS) – 1945-1971 Valério Giuli, João Baptista Salles da Silva, Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Gentil Palmiro, Carlos de Oliveira Penteado, Profi ssional da Estrada de Ferro Ary Vieira de Albuquerque, José Antonio de Sorocabana (CFESP/EFS) – 1934-1945 Amaral Vieira, Osmar Bastos Conceição. O centro desenvolvia três tipos de atividades: Serviço de Seleção e Orientação formação, cursos de aperfeiçoamento em En- Profi ssional da Estrada de Ferro genharia Ferroviária e seleção de pessoal. Na Sorocabana – 1930-1934 formação, chamada formação racional, ini- cialmente era feita uma análise das tarefas a Em 1930, o engenheiro Roberto Mange criou, serem ensinadas, e o ensino era programado na cidade de Sorocaba – SP, um curso para for- para iniciar com as tarefas mais simples e pos- mação de artífi ces da ofi cina de locomotivas da teriormente as mais difíceis. O ensino prático EFS. Nesse mesmo ano foi instalado o Serviço e teórico das salas de aula era acompanhado de Seleção e Orientação Profi ssional da EFS, por estágios realizados nas organizações. Tal tendo Mange como diretor e Ítalo Bologna formação, denominada formação racional, era como seu assistente. Inicialmente, o serviço se constituída pelas séries metódicas. As séries responsabilizava pela escolha dos alunos que metódicas ocupacionais foram concebidas iriam frequentar os cursos ferroviários, mas a partir dos princípios do ensino individual logo passou a também selecionar profi ssionais confi gurado aos ofícios industriais. Neste sen- para a empresa. Para cumprir essa tarefa eram tido, cada aprendiz desenvolvia as atividades utilizados testes psicotécnicos. Tanto o siste- segundo seu ritmo. Os conhecimentos mais ma de formação quanto o de seleção foram gerais iam sendo ensinados de acordo com propostos baseados nos modelos já existentes as necessidades de execução de cada tarefa. no Liceu de Artes e Ofícios. Antes de 1930, o E cada tarefa de cada um desses ofícios era se- liceu prestava serviços de formação e seleção parada em operações simples. O ensino dessas a quatro das estradas de ferro do Estado de operações era realizado em quatro momentos: São Paulo, e funcionava segundo o sistema de estudo da tarefa; demonstração das opera- organização racional do trabalho, criado por ções; execução das tarefas; avaliação. Várias Taylor, e implantado neste local também por pesquisas foram realizadas sobre esse tipo de Roberto Mange. Tendo em vista o sucesso tan- formação, chegando-se à conclusão de que era to do curso quanto de serviço de seleção, em uma forma muito efi ciente. Os cursos superio- 1934 foi criado o CFESP, pelo Decreto 6.537, res de aperfeiçoamento visavam a várias espe- de 04/07/1934, da Secretaria de Educação e cialidades da engenharia ferroviária. Quanto Saúde Pública. Atendeu inicialmente todas à seleção de pessoal, iniciava-se pela análise as ferrovias do Estado de São Paulo e poste- profi ssiográfi ca, que determinava o conjunto riormente chegou a atender 75% de todas as de instrumentos a ser utilizado no processo de ferrovias brasileiras. O centro absorveu o acer- seleção. Foram traduzidos e adaptados testes, vo e o pessoal do antigo Serviço de Seleção e entre eles o Army Alpha e Army Beta e o de Orientação da EFS. Mange foi seu diretor e fo- Habilidades Primárias de Thurstone, e feitos ram seus funcionários na Seção de Psicotécni- estudos para validar provas e estabelecer nor- ca: Ítalo Bologna, Jason Ribeiro da Silva, Luiz mas de interpretação. Também foram criados Gonzaga Marcondes Nitsch, Mario Geraldo testes de aptidões específi cas e conhecimentos da Silva, José Siqueira da Cunha, Lourdes de técnicos para os candidatos ao processo de Campos Viégas, Carlos Armando de Camar- seleção das funções estabelecidas. Com a cria- go, Dirce de Camargo, José de Sá, Arrigo Leo- ção do SENAI em 1942, que tinha, entre outras nardo Angelini e Ruy Rodrigues. Participa- funções, responder pela formação e seleção de

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pessoal para todas as ferrovias, tanto federais CARELLI, A. “O serviço de ensino e seleção pro- quanto particulares, o centro ferroviário se fi ssional da Estrada de Ferro Sorocabana e seu pa- tornou novamente responsável só pelas fer- pel da introdução e desenvolvimento da Psicologia rovias estaduais. O SENAI recebeu parte do aplicada ao trabalho no Brasil.” Boletim Psicologia pessoal do centro, inclusive Mange, na posi- – Revista da Sociedade de Psicologia de São Pau- ção de diretor. O SENAI passou então a uti- lo. vol. XXVI, n. 69, jul./dez. 1975. lizar as mesmas metodologias e instrumentos CUNHA, L. A. O ensino industrial-manufatureiro psicológicos e o mesmo sistema de ensino. No no Brasil: origem e desenvolvimento. Faculdade ano de 1945, o governo do Estado de São Pau- de Educação da UERJ, Departamento de Adminis- lo extinguiu o centro ferroviário e criou em tração Educacional, s/d. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2007. de Ensino e Seleção Profi ssional (SESP). Tais PATERNOSTRO, J. N. “Depoimento.” In: MORAIS, Serviços recebiam orientação técnica e peda- S. T. P. Professores universitários e psicólogos con- gógica do Serviço de Ensino e Seleção Profi s- tam suas vidas. vol. III. Tese (Doutorado em Psico- sional da Estrada de Ferro Sorocabana. Nes- logia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. se momento Ítalo Bologna se transferiu para SANTOS, O. B. “Psicologia Aplicada e Psicotécni- o SENAI e o Serviço de Ensino e Seleção da ca em São Paulo.” Boletim Psicologia – Revista da EFS passou a ser dirigido por Sálvio Góes. Joa- Sociedade de Psicologia de São Paulo. vol. XXVI, quim Machado de Melo Júnior respondia pela n. 69, jul./dez. 1975. Seção de Psicotécnica e Jason Ribeiro da Silva pela Seção de Ensino. Esses profi ssionais per- SAVADORI, M. A. B. Educação, trabalho e juven- maneceram até 1947, quando se transferiram tude: os Centros Ferroviários de Ensino e Seleção Profi ssional e o perfi l do jovem ferroviário. Dispo- para o Serviço de Ensino e Seleção da Com- nível em: . Acesso (CMTC). A Seção de Psicotécnica passou en- em: 14 ago. 2007. tão a ser dirigida por José Novaes Paternostro, que já trabalhava como técnico do setor, tendo como assistente Lourdes de Campos Viégas. Marisa T. D. S. Baptista Nesse período, Arrigo Angelini foi convida- do a trabalhar como assistente técnico, junto a Lourdes Viégas, para aferir para o Brasil o teste das Habilidades Primárias de Thurstone. „ Serviço de Orientação Educacional do Ao se aposentar, Paternostro foi substituído Colégio Santa Teresa (SOE) – 1894 – por José Antonio Amaral Vieira e, em 1966, Antonio Carelli assumiu a direção da Seção Fundado e mantido pela Congregação de Psicotécnica. O movimento para unifi cação de Santa Doroteia do Brasil, é uma instituição de da malha ferroviária do estado, acolhido por formação, de natureza confessional, situada na sucessivos governos desde 1962, culminou rua do Egiton, 71, São Luís – MA, fundada em 1971 com a extinção das cinco companhias em 1894 e inicialmente destinada à educação paulistas, quando da criação da Ferrovia Pau- da elite maranhense. Dentre as personagens lista S/A (FEPASA), que incorporou todos os relevantes na história do Colégio Santa Tere- acervos das companhias envolvidas. sa destacam-se a supervisora, madre Beltrão, que iniciou os trabalhos desde sua fundação, Referências e a madre supervisora, Maria Lúcia Câmara CARELLI, A. “Depoimento”. In: MORAIS, S. T. P. de Sousa, presente de 1969 até 2002. Esta se Professores universitários e psicólogos contam tornou referência por trazer ao colégio ideias suas vidas. vol. I. Tese (Doutorado em Psicologia). democráticas e participativas, através de uma Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. fi losofi a evangélica libertadora com objetivos

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críticos e de inserção social. No período de grou essa instituição a partir de 1978, com a 1978 a 2004, o ex-seminarista paulista Ronan contratação de uma psicóloga e um licenciado Carmo Costa, licenciado em Psicologia, atuou em Psicologia, quinze anos antes de o curso na escola como professor de Psicologia no de Psicologia se estabelecer no estado. Suas ensi no médio e, em seguida, nos anos de 1980, atuações se destacaram por desenvolverem compôs a diretoria da instituição até sua saída, um trabalho aplicado à realidade escolar em em 2004. Em 1978 houve uma iniciativa inova- um cenário em que pouco se falava de psicolo- dora da escola que propôs a construção de um gia. Relatos indicam que, após a saída da psi- projeto pedagógico com atuação de profi ssio- cóloga Naiara Gonçalves Wiethaeuper, outros nais diversos, incluindo pedagogo, psicólogo professores de Psicologia e psicólogos foram e assistente social. Essa iniciativa trouxe a psi- chamados, mas não apresentavam uma práti- cóloga Naiara Gonçalves Wiethaeuper, para ca aplicada à realidade em questão, tornando compor o quadro de funcionários da escola e suas atuações improdutivas. Esse fato levou desenvolver um projeto voltado para os ado- ao desinteresse nos profi ssionais da psicolo- lescentes no Serviço de Orientação Educacio- gia e culminou com a retirada da disciplina de nal (SOE) Composto por duas orientadoras Psicologia dos cursos. Outro ponto a se desta- educacionais e uma psicóloga. Havia profes- car é que pedagogos assumiram as atividades sores com formação em cursos de Pedagogia antes realizadas em conjunto com a psicolo- que lecionavam a disciplina de Psicologia no ensino nos cursos Normal e profi ssionalizan- gia. A ausência de profi ssionais de psicologia, te. O SOE era responsável pelo evento Salão somada à inexistência do curso de Psicologia das Profi ssões, iniciado nos fi ns da década de na cidade e as especializações em Psicopeda- 1970 e mantido até hoje pelas orientadoras gogia passaram a suprir a ausência do psicó- educacionais presentes no colégio. Realizava logo na instituição. A necessidade desse pro- um trabalho de informação profi ssional junto fi ssional é reconhecida, mas não há empenho aos alunos do terceiro ano do ensino médio. imediato em contratar um. Atualmente (2008) As atividades consistiam em: organizar pes- uma freira e uma coordenadora estão cursando quisa sobre as profi ssões que os alunos gosta- Psicologia na universidade particular da capi- riam de conhecer; planejar por área de conhe- tal. Quando existe uma demanda mais especí- cimento a escolha dos profi ssionais a realizar fi ca, ocorre encaminhamento a outros centros palestras; aplicar testes para habilidades e de atendimento. inte resses dos alunos em relação à escolha profi ssional; fi nalmente, devolver os resulta- dos com a presença dos familiares. O espa- Referências ços físicos destinados ao trabalho psicológi- ALMEIDA, C. L. S. de. Intuição pedagógica de co consistiam em uma sala de atendimento, Paula Frassine i: um olhar fi losófi co. Recife: Con- com sofá e mesa para atendimento individual gregação de Santa Doroteia do Brasil, 2000. aos adolescentes; uma mesa pequena e brin- AZZI, R. Educando pela via do coração e do amor: quedos para o atendimento das crianças. Os história da Congregação de Santa Doroteia no Bra- trabalhos com os grupos de jovens eram rea- sil. Rio de Janeiro: Congregação das Irmãs de Santa lizados em uma sala que não era exclusiva Dorotéia no Brasil, 2000. dos serviços psicológicos e nas demais salas de aula. Após a saída da psicóloga em 1982, COLÉGIO SANTA TERESA. Disponível em: . Acesso em: 02 jun. 2008. sem sucesso, de contratar novos psicólogos. O CONGREGAÇÃO DE SANTA DOROTEIA DO contexto de formação do Colégio Santa Teresa BRASIL. Raízes da nossa missão educativa – se origina a partir da um trabalho assistencial questões e interpelações da Congregação de Santa de cunho religioso. O fazer psicológico inte- Dorotéia do Brasil. Porto Alegre: La Salle, 2000.

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CONGREGAÇÃO SANTA DOROTEIA DO BRASIl. no bairro de Fátima, Rio de Janeiro, para, de Regimento interno do Colégio Santa Teresa. São escola regular, transformar-se em escola expe- Luís: Congregação das Irmãs de Santa Doroteia no rimental. O projeto piloto do INEP incluía Brasil, 2005. um Gabinete de Psicologia, objetivando que, COSTA, R. C. Depoimento concedido a Cristianne além do conhecimento curricular, houves- Almeida Carvalho. São Luís, 25 jun. 2008. se assistência intelectual, emocional e social, POLIT, R. E. Depoimento concedido a Cristianne através de uma intervenção que englobasse Almeida Carvalho. São Luís, 20 jun. 2008. não apenas o meio escolar, mas também uma PROJETOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS. Amor e atuação junto à família do aluno. O Gabine- Cuidado: Saberes essenciais à vida. Plano trienal te de Psicologia da Escola Guatemala iniciou 2003 a 2005. São Luís: Estação Gráfi ca, 2003. suas atividades em maio de 1955, contando com apenas duas profi ssionais, Nícia Bessa e SANTOS, R. A. Depoimento concedido a Cristian- Ofélia Boisson Cardoso, que aplicavam testes ne Almeida Carvalho. São Luís, 11 jun. 2008. psicológicos quando solicitados pelas profes- soras ou pela direção da escola. Logo depois, Cristianne Almeida Carvalho em junho do mesmo ano, Anísio Teixeira con- vidou Therezinha Lins de Albuquerque, téc- nica de assuntos educacionais do INEP, que se encontrava cedida ao Centro de Orientação „ Serviço de Orientação Psicopedagógica Juvenil (COJ) do Departamento Nacional da (SOPP) – 1955-1967 Criança, para dirigir o Gabinete de Psicologia. Gabinete de Psicologia da Escola Ingressando no gabinete, Therezinha propôs Guatemala –1955 modifi cações. Therezinha tinha uma aborda- gem diferenciada em relação aos resultados Em 1952, Anísio Spínola Teixeira, diretor dos testes, entendendo que esses não seriam do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos ferramentas únicas para a compreensão dos (INEP/MEC), imbuído pelos ideais do movi- motivos do fracasso escolar. Através de uma mento da Escola Nova, desenvolveu diversos visão mais integrada do que deveria ser um projetos com o objetivo de transformar a área serviço de psicologia, atividades complemen- de educação no Brasil. Criou diversos órgãos tares à aplicação de testes passam a ser desen- para este fi m, dentre os quais o Centro Bra- volvidas com as professoras, visando instru- sileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), vi- mentalizá-las para uma compreensão global sando produzir estudos sobre os problemas das capacidades dos alunos, valorizando o educacionais brasileiros e novas práticas de contato professor-aluno como a melhor fon- intervenção no contexto educacional. O CBPE te de dados acerca das habilidades destes. Os criou quatro departamentos, dentre eles a testes passaram a ser somente um recurso a Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério mais para o entendimento dessas habilidades. (DAM). O DAM, dirigido por Lúcia Pinheiro, Assim, a troca de opiniões e experiências en- promovia cursos e estágios de formação de tre o corpo docente foi um recurso para a re- professores que buscavam aperfeiçoamento e fl exão do processo de ensino-aprendizagem, formação em novas técnicas pedagógicas. Para levando em conta aspectos que englobavam tanto, considerou-se a importância de se ter o contexto social e escolar no qual a criança um espaço experimental, onde fosse possível, se inseria. Deste modo, as atividades do Ga- além de oferecer estágios, colocar em prática binete de Psicologia estruturavam-se em um e testar tais técnicas antes que estas fossem tripé: reunião com as professoras, testes com difundidas na rede de ensino. A necessidade os alunos e atendimento às famílias. A partir deste espaço levou o INEP a solicitar a conces- da inserção desta nova abordagem, o Gabine- são da recém-inaugurada Escola Guatemala, te teve sua denominação mudada para Servi-

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ço de Orientação Psicopedagógica (SOPP). Foi MARIANI, M. C. “Educação e Ciências Sociais: o quando se percebeu a necessidade da presença Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa- de um profi ssional de Medicina e de um assis- cionais.” In: SCHWARTZMAN, S. (Org). Universi- tente social. O médico cuidaria do bem-estar dades e Instituições Científi cas no Rio de Janeiro. físi co do aluno, sendo este um aspecto relevante Brasília: Conselho Nacional de Desenvolvimento no desenvolvimento da criança, e o assistente Científi co e Tecnológico (CNPq), 1982. social levantaria dados sobre sua situação fami- liar. A convocação destes profi ssionais ocorreu Flávia Moreira Oliveira em 1956. A proposta do SOPP se estruturava so- Filipe Degani Carneiro bre três eixos: a produção de entendimento das necessidades e difi culdades das crianças que Maria Cláudia Novaes Messias frequentavam a Escola Guatemala, a construção de estratégias de atendimento e de acompanha- mento dessas crianças e o aperfeiçoamento pro- „ Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental fi ssional das professoras. Para promover o seu (SOHM) – 1934-1939 funcionamento, colocava-se em ação uma pers- pectiva cooperativista, que visava à promoção de um atendimento integrador das diferentes Criado em 17 de janeiro de 1934, com a posse práticas profi ssionais presentes no serviço: a de seu primeiro e único diretor, Arthur Ramos, da Psicologia, da Medicina, do Serviço Social era um dos cinco departamentos integrantes do e da Pedagogia. Deste modo, o SOPP convo- Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), ór- cava os alunos matriculados na primeira série gão diretamente subordinado à Secretaria Ge- para um mapeamento inicial de sua situação. ral de Educação e Cultura do Distrito Federal Posteriormente, o foco voltava-se para a rotina (RJ), com sede no antigo edifício Andorinhas, escolar das crianças, o que evidenciava o cará- na esquina das ruas Almirante Barroso e Graça ter preventivo do serviço, havendo um acom- Aranha, no centro do Rio de Janeiro. O SOHM panhamento mais pormenorizado somente nos surgiu em um contexto de reforma educacional casos de problemas de comportamento e/ou e ideológica no Brasil. Na década de 1930, as rendimento encaminhados pelas professoras. teorias raciais até então vigentes eram contra- O serviço se tornou um centro de estágios tanto balançadas com o surgimento de outras ideo- para professores como para estudantes de Psi- logias que justifi cavam de forma diferente a cologia oriundos das primeiras turmas do curso existência da desigualdade humana. No caso de graduação e especialização em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de específi co do Brasil, a intelectualidade consta- Janeiro (PUC-Rio). Em 1967, Therezinha Lins tou que as teo rias raciais tornariam um projeto de Albuquerque assumiu a direção do COJ, fi - de desenvolvimento nacional pouco viável, por cando a coordenação dos serviços do SOPP sob ser o Brasil uma nação com população predo- a responsabilidade de Maria Helena Novaes minantemente negra e mestiça. Paralelamente, Mira. Entretanto, apesar da reconhecida compe- penetravam no Brasil os ideais da Escola Nova, tência dos profi ssionais que lá se encontravam e que teve como um de seus principais dissemi- da relevância do trabalho oferecido pelo SOPP, nadores Anísio Teixeira. Este movimento visava este foi logo extinto, voltando a Escola Guatema- à inserção da ciência – principalmente da Psico- la à condição de atividade educacional regular e logia e da Sociologia – nas diretrizes da escola. assim permanece até os dias atuais. Enfatizava também a formação dos professores, objetivando ampliar a infl uência da escola na Referências sociedade. Dessa forma, planejou-se uma am- ALBUQUERQUE, T. L. de. Acompanhamento pla reforma educacional, que previa implantar psicológico à professora: seus rumos. Petrópolis: profundas modifi cações na educação brasileira, Vozes, 1976. a fi m de igualá-la à de países desenvolvidos,

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oferecendo um ensino público, gratuito, laico e geral, alimentação, ritmos fi siológicos, marcha e de qualidade para todos, desde o primário até a linguagem, disciplina e vida na escola, além do formação superior. Neste âmbito, Anísio Teixei- temperamento e características psicológicas). ra foi convidado para o cargo de diretor-geral Com isso, atentou-se para a importância de de Instrução Pública do Distrito Federal, no orientar pais e professores sobre o que e como qual implantou um novo sistema educacional, ensinar, que hábitos valorizar, como detectar criando uma rede municipal de ensino que com- os elementos desviantes e como diferenciar as preendia desde o primário até o ensino supe- crianças anormais das crianças-problema. Este rior, refl exo de seu objetivo de educação pública termo, criado por Ramos, surgiu da constatação para todos. Todavia, sua maior inovação foi a de que mais de 90% das crianças ditas anormais criação do IPE (1933), para o qual convidou Ar- na verdade não tinham nenhum tipo de anoma- thur Ramos para ocupar a chefi a. Formado em lia mental, mas, sim, apresentavam difi culda- Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, des de adaptação ao lar ou à escola, geralmente em 1926, na linha de pensamento denominada decorrentes de problemas causados por pais ou Escola de Nina Rodrigues, Ramos era pesquisa- professores. No serviço empregavam-se meios dor das teorias raciais e adepto das ideias psica- terapêuticos clássicos como a sugestão, ou mais nalíticas de Sigmund Freud, Alfred Adler e Carl modernos, como a psicanálise, além de seguir G. Jung, acreditando que nelas residiam solu- as indicações da análise indireta através de jo- ções para vários problemas da realidade brasi- gos e brinquedos e da observação da criança leira. Tais idéias infl uenciaram diretamente as em seu meio. Caso algum comportamento fosse atividades desenvolvidas pelo SOHM. Prece- tido como desajustado por parte dos professo- dido pela criação da Liga Brasileira de Higiene res, médicos ou terapeutas, o SOHM intervinha Mental (1923), o SOHM representou uma das convocando os pais e, em casos mais graves, duas vertentes do movimento de higiene men- retirando o escolar de seu ambiente familiar e tal no Brasil: em contraposição à vertente eu- colocando-o em regime de internato. Isso de- genista, que visava a uma depuração racial no corria porque se acreditava que o ambiente fa- país, tinha como objetivo atuar em escolas pri- miliar era crucial para determinar os comporta- márias, atendendo a crianças que apresentas- mentos e características psicológicas da criança, sem problemas de adaptação. O SOHM tinha, e os pais, os principais infl uenciadores de tais assim, a fi nalidade de organização de trabalhos atitudes. Portanto, ao intervir e sensibilizar os de cunho preventivo e corretivo. Abordava pos- pais, poderia se conseguir mudanças signifi ca- síveis desajustamentos psíquicos da criança no tivas na criança. Também havia preocupação lar e na escola, buscando solucioná-los de forma com o bem-estar físico da criança, considerado a proporcionar seu bem-estar. A aplicação de primordial para seu bem-estar mental. É prin- seus métodos acontecia nas chamadas escolas cipalmente neste fundamento que se calca o experimentais, denominadas Bárbara O oni, conceito de higiene mental, em que se destaca Manoel Bonfi m, Argentina, Estados Unidos, a importância dos aspec tos higiênicos gerais México e General Trompowski. Quanto à rotina como regularização dos hábitos alimentares, do serviço, inicialmente o escolar era examina- sono, evacuação, fartura de ar e sol, além de do por uma junta médica, para clarifi car a exis- aspectos da adaptação social, iniciada na escola tência ou não de qualquer espécie de distúrbio com a identifi cação da criança com os colegas, orgânico, sendo, posteriormente, avaliado do prosseguindo até a adaptação completa ao am- ponto de vista psicológico. Isto objetivava cons- biente escolar. O SOHM não possuía nenhum truir uma fi cha completa da situação da criança tipo de publicação específi ca para divulgar os que, além de propiciar uma identifi cação médi- trabalhos desenvolvidos, sendo o Boletim do co-psicológica, também incluía a história obsté- IPE o único em que seus trabalhos apareciam. trica materna, o desenvolvimento da criança e Com a instauração do Estado Novo, em 1937, a formação de seus hábitos (crescimento, saúde o SOHM passou a sofrer sérias restrições, por

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não se enquadrar no novo modelo totalitário fi a, Ciências e Letras de Natal, sentiu a necessi- de educação, e acabou por fechar as portas dade de introduzir uma forma mais técnica de em 1939. Porém, em 14 de setembro de 1940, aprendizagem, propondo a criação de um ser- foi criado o Serviço de Ortofrenia e Psicologia viço de Psicologia. Após a aprovação do diretor (SOP), órgão do recém-formado Centro de Pes- da faculdade, professor Francisco das Chagas quisas Educacionais (CPE), que apresentava Pereira, foi criado em 18 de setembro de 1965 o atividades similares às do SOHM, mas a partir Centro de Psicologia, CEPA, primeira institui- de concepção diferente, numa tentativa de con- ção especifi camente psicológica do Rio Grande tornar as difi culdades impostas pelas políticas do Norte. A pedagoga Vanilda Paiva Chaves, governamentais vigentes. que havia feito treinamento no Centro de Psi- cologia Aplicada do Rio de Janeiro, passou a Referências ser a primeira diretora da nova instituição, que começou a funcionar no porão da Fundação ALMEIDA, L. R. de. O Instituto de Pesquisas Educa- José Augusto. No período compreendido entre cionais dos antigos Distrito Federal e Estado da Gua- 1965 e 1968, o CEPA, que se tornaria SEPA, em nabara. Dissertação (Mestrado em Educação). Univer- fevereiro de 1967 (ano em que foi incorpora- sidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1993. do à Universidade Federal do Rio Grande do RAMOS DA SILVA, A. S. Cuidando do futuro do Norte (UFRN) juntamente com a Faculdade de Brasil: infância, educação e higiene mental na Filosofi a, Ciências e Letras de Natal), passou obra de Arthur Ramos. Dissertação (Mestrado em a ser um importante centro de estudos psi, o Psiquiatria). Universidade Federal do Rio de Janei- centro de referência para avaliação psicológi- ro, Rio de Janeiro, 1998. ca, como também um lócus de disseminação RAMOS, A. A criança-problema: higiene mental dos saberes psicológicos. O SEPA da UFRN ti- na escola primária. 3ª ed. Rio de Janeiro: Casa do nha um corpo técnico, no início da década de Estudante do Brasil, 1947. 1970, composto somente por pedagogas, com RAMOS, A. Introdução à Psicologia Social. São supervisão de um psiquiatra. O conselheiro Paulo: Casa do Psicólogo; Florianópolis, SC: Uni- Paulo Rosas, do Conselho Regional de Psico- versidade Federal de Santa Catarina; Brasília, DF: logia da Segunda Região (com sede em Recife Conselho Federal de Psicologia, 2003. e com jurisdição nos estados de Pernambuco, SIRCILLI, F. “Arthur Ramos e Anísio Teixeira na década Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte), para de 1930.” Paidéia. vol. 15, n. 31. São Paulo: USP, 2005. regulamentar o funcionamento deste que era então único serviço psicológico do Rio Gran- Adriana Amaral do Espírito Santo de do Norte, sugeriu a contratação de dois psicólogos pernambucanos (Francisco Correia Andressa Siqueira Gonzaga e Ana Lobo), o que foi realizado em 2 de ja- Luana da Silva dos Santos neiro de 1971. O contrato previa que os dois Lucila Lima ensinassem na Faculdade de Educação a dis- ciplina Testes e Medidas Educacionais e aten- dessem no SEPA. Em março de 1972, chegou a „ Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA) Natal a psicóloga gaúcha Nilza Maria Molina – 1967 – Mendes, graduada na Faculdade de Psicolo- gia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Centro de Psicologia Aplicada (CEPA) – Grande do Sul, em 1968. A convite do reitor da 1965-1967 UFRN, Genário Fonseca, ela assumiu o cargo de diretora do SEPA. Neste mesmo ano, a Re- O psiquiatra Francisco Quinho Chaves, ao solução 74 de 20/12, do Conselho de Ensino, lecionar a disciplina Psicologia da Educação Pesquisa e Extensão (CONSEPE), regularizou no curso de Pedagogia da Faculdade de Filoso- o estágio em Psicologia Clínica (Psicodiagnós-

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tico e Orientação Vocacional) no SEPA para os de 27/10/1930 a 23/11/1931, Lourenço Filho re- alunos do curso de Pedagogia, o que ocorreria formou a diretoria-geral, através do Decreto 1, até 1976, quando foi criado o curso de Psicolo- 4.795 de 17/12/1930. Dentre outras disposições, gia da UFRN, o primeiro do estado potiguar. o decreto alterou a denominação do órgão para Com o início do curso de Psicologia, algumas Diretoria Geral de Ensino e implantou o Servi- mudanças ocorreram no SEPA. Embora legal- ço de Assistência Técnica (STA), a ser chefi ado mente sendo um órgão suplementar vincula- por especialistas: um assistente de ensino pri- do diretamente ao reitor da Universidade, o mário, um assistente de ensino normal, um as- SEPA passou a funcionar como uma clínica- sistente de ensino profi ssional, dois assistentes escola vinculada ao Departamento de Psico- de Educação Física e ensino de Música e um logia, passando a receber, a partir de 1981, os assistente de Psicologia Aplicada. Com esse alunos estagiários em Psicologia Clínica do ato, o diretor do ensino separou as funções téc- curso de Psicologia. nicas de assistência a escolas e ao professorado dos serviços burocrático-administrativos. Em fevereiro de 1931, Noemy Marques da Silvei- Referências ra, professora primária com título de Master CAMPOS, H. R. Diz-me com quem andas... E te di- of Arts and Instructor in Psychology pelo Tea- rei quem és: A Psicologia no Rio Grande do Norte, chers College, da Columbia University (EUA), do padre Monte ao curso da Universidade Federal assumiu o cargo de assistente técnico de psico- do Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado logia aplicada, com a incumbência de organi- em Educação). Natal: UFRN, 1998. zar classes seletivas de primeiro ano, ministrar CARVALHO, D. B. A cidade e a alma reinventadas: cursos de capacitação dos técnicos do SPA, ofe- modernização urbana e a consolidação acadêmica recer palestras de orientação sobre testes men- e profi ssional da Psicologia na cidade de Natal- tais e escolares e aferir os testes Binet-Simon e Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Natal: UFRN, 2001. Dearborn. Com a mudança de Lourenço Filho para o Distrito Federal, no fi nal de 1931, a cáte- CARVALHO, D. B.; SEIXAS, P. S.; YAMAMOTO, dra de Psicologia Aplicada à Educação do O. Y. Modernização urbana e a consolidação da curso de Aperfeiçoamento de Professores Psicologia em Natal – Rio Grande do Norte. Psicol. do Instituto de Educação fi cou vaga; foi en- Estud., Maringá, v. 7, n. 1,p.131-141, 2002 . tão que Noemy Marques da Silveira ocupou CHAVES FILHO, F. Q. “A história do SEPA: um de- cumulativamente a chefi a do SPA e a cátedra poimento muito pessoal.” Estudos de Psicologia, de Psicologia. Como consta na publicação Da v.1, n. 1, p. 108-111, 1996. organização do Serviço de Psicologia Aplicada da Diretoria-Geral do Ensino do Estado de São Paulo, Denis de Carvalho de imediato o SPA organizou 476 classes sele- tivas de primeiro ano, de acordo com os níveis de maturidade para a aprendizagem da leitu- „ Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da ra e da escrita. A iniciativa, segundo Lourenço Filho, em depoimento no Anuário do Ensino do Secretaria de Educação e Saúde Pública Estado de São Paulo (1935-1936), elevou a taxa do Estado de São Paulo – 1930-1938 de promoção a cifras dantes não imaginadas como possíveis – de 63,16%, em 1929, para Primeiro de sua espécie no Brasil, o SPA 81,97%, em 1931. As classes seletivas foram foi criado na administração de Manoel Ber- organizadas com a aplicação dos testes ABC. gström Lourenço Filho, à frente da diretoria- Na publicação Um ensaio de organização de clas- geral da Instrução Pública, órgão subordinado ses seletivas do 1º Grau com o emprego dos testes à Secretaria de Educação e Saúde Pública do ABC, Noemy Marques da Silveira ponderava Estado de São Paulo. Na sua gestão, período que, se a correlação entre a idade mental e a

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maturidade para o aprendizado fosse sempre cidade mental, medidas de aprendizado e do positiva ou fortemente positiva, seria fácil sele- ensino dos alunos; divulgar os princípios psi- cionar os alunos: escalonava-se uma escala de cológicos do aprendizado; estudar as bases psi- testes de inteligência individuais, Binet-Simon, cológicas das escolas, de modo a criar ambien- por exemplo, ou uma escala de testes de gru- te necessário ao desenvolvimento individual; po, Dearborn. Mas essa correlação é fraca. Daí, oferecer orientação educacional e profi ssional; a necessidade de uma medida específi ca. Daí, e fornecer aos professores base objetiva, para a preferência pelas provas denominadas testes conhecimento do aluno e da medida do tra- ABC. A essa altura, Lourenço Filho se destacava balho escolar. A fi m de atingir as metas, o SPA pela publicação de Introdução ao estudo da Escola contava com três unidades técnicas: Seção de Nova e Testes ABC para verifi cação da maturi- Medidas Mentais e do Trabalho Escolar, Seção dade necessária para a leitura e escrita e pela de Orientação Profi ssional e Seção de Estudo tradução de autores da escola de Psicologia do Programa e dos Problemas Escolares. Cabia franco-genebrina: Piéron, Binet e Simon e Cla- também ao SPA oferecer estágio de 120 dias aos parède. Sud Mennucci sucedeu Lourenço Filho alunos da Escola de Professores; realizar estu- na diretoria do ensino. Em sua curta admi- dos solicitados pelas escolas e serviços públi- nistração, período de 24/11/1931 a 24/05/1932, cos; ministrar cursos de férias para professores Mennucci reformou o aparelho escolar, através sobre as técnicas de medidas mentais, medida do Decreto 5.335, de 07/01/1932. O artigo 4º do trabalho escolar, orientação profi ssional, do decreto ampliou o quadro de técnicos do bases psicológicas da construção do progra- SPA: dois subassistentes, dois adjuntos e dois ma e estatística aplicada à educação, cabendo auxiliares efetivos para as seções de estatística aos alunos realizar investigação pessoal, a ser e arquivo, medidas mentais, medidas do tra- apresentada no prazo de um ano, a qual seria balho escolar e orientação profi ssional, tendo levada em conta para o efeito de nomeação, estipulado a admissão, mediante concurso de promoção e remoção. No minucioso relatório Psicologia Educacional, de vinte auxiliares em intitulado Serviço de Psicologia Aplicada, publi- comissão, conforme consta no Anuário do Ensi- cado em 1933, Noemy Marques da Silveira no do Estado de São Paulo (1935-1936). Na admi- igualou os estudos teóricos e experimentais nistração de Fernando de Azevedo, período do SPA sobre organização escolar, ensino e de 11/1 a 27/7/1933, nova e ampla reforma do estudo da criança aos estudos realizados por aparelho escolar, através do Decreto 5.884, de Lourenço Filho, Isaías Alves, Halina Radecka, 21/04/1993, o Código de Educação, como fi cou Helena Antipoff , Ulisses Pernambucano e Joa- conhecido. Entre as inovações, convém citar quim Penino. A publicação intitulada A situação a mudança da denominação da diretoria do educacional e cultural dos Estados – contribuição de ensino para Departamento de Educação e a im- São Paulo infor ma que o Decreto 9.225, de 1938, plantação da Escola de Professores do Instituto transferiu o SPA, seção da Escola de Professo- de Educação, instituição considerada de nível res do Instituto de Educação, para a seção de universitário, voltada para a formação de pro- Educação da Faculdade de Filosofi a, Ciências e fessores primários e secundários. Os artigos 651 Letras da Universidade de São Paulo. O decre- a 667 do decreto alteraram a trajetória do SPA, to manteve a defi nição, Estrutura e Atribuições ao anexá-lo à Escola de Professores do Instituto fi xadas pelo Código de Educação. de Educação e modifi car o quadro de técnicos: um chefe, dois assistentes, quatro subassisten- Referências tes, dois auxiliares efetivos e oito auxiliares em DIRETORIA-GERAL DO ENSINO DO ESTADO comissão. Esses artigos defi niram o SPA como DE SÃO PAULO. SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA centro de Psicologia Experimental Aplicada à TÉCNICA. Um ensaio de organização de classes Educação e estipularam detalhadamente suas seletivas do 1º Grau, com o emprego dos testes atribuições: promover estudos sobre a capa- A.B.C. São Paulo: [s.n.], n. 3, jun. de 1931.

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RELATÓRIOS dos srs. diretores do ensino anterio- do Serviço de Psicologia Escolar. A Seção de res ao atual (1930 a 1935). In: Anuário do Ensino do Psicologia Clínica, criada ofi cialmente em Estado de São Paulo (1935-1936). Organizado pelo 1967, responsabilizou-se pelo funcionamen- professor A. de Almeida Júnior, diretor do ensino, e to das Clínicas Psicológicas do Itaim (antiga abrangendo o ensino primário e pré-primário esta- Clínica Ibirapuera) e da Móoca, no então De- dual, municipal e particular, o ensino secundário partamento de Assistência Escolar da Secreta- estadual e o ensino normal, estadual e livre. São ria da Educação. O desenvolvimento urbano- Paulo: Tipografi a Siqueira, 1935-1936. industrial na década de 1970 e o aumento do SÃO PAULO (Estado). Secretaria dos Negócios da índice demográfi co na cidade, principalmente Educação e Saúde Pública. A situação educacional em decorrência da migração, fi zeram com que e cultural dos estados – contribuição de São Paulo. a população de migrantes e seus descenden- São Paulo,1941. tes, na sua maioria pobre, buscassem a edu- SILVEIRA, N. M. “Serviço de Psicologia Aplica- cação pública. Nessa circunstância, não só o da.” Revista Educação, São Paulo, v. 3, p. 84-116, número de alunos cresceu; os índices de repe- set. 1933. tência e evasão escolar, principalmente na pri- meira série, aumentaram consideravelmente, SILVEIRA, N. M. Da organização do Serviço de chegando a 60%, o que justifi cava o grande Psicologia Aplicada da Diretoria-Geral do Ensino do Estado de São Paulo. São Paulo: Tipografi a de volume dos encaminhamentos de escolares São Lázaro, 1932. para diagnóstico e tratamento nas clínicas psi- cológicas. Com vistas a estabelecer um plano de ação para compreender a razão dos enca- Carlos Monarcha minhamentos, Yvonne Khouri realizou levan- tamento de dados junto aos professores, pais e crianças encaminhadas às clínicas, buscando „ Serviço de Psicologia Escolar da defi nir a realidade escolar e suas necessidades. A análise dos dados mostrou que muitos dos Secretaria da Educação da Prefeitura distúrbios de escolaridade, correspondentes Municipal de São Paulo – 1978-1989 a 80% dos encaminhamentos, poderiam ser prevenidos ou minimizados mediante a ação A instalação dos parques infantis, em 1935, do psicólogo na escola. Outros estudos sobre visando atender às necessidades da popula- o desenvolvimento infantil foram realizados ção operária, no contexto do avanço industrial nas clínicas psicológicas. Como consequência, na cidade, antecedeu a criação deste serviço implantou-se em 1975 o projeto-piloto de Psi- de assistência às crianças das camadas popu- cologia Escolar, enfatizando a orientação em lares. A Secretaria da Educação, em 1947, pas- âmbito profi lático. Destaca-se para a implan- sou a denominar Setor de Psicologia Clínica tação do projeto-piloto a conquista de certa o Setor de Orientação Psico-Pedagógica, cria- autonomia da psicologia da área médica, à do presumidamente em 1945, e responsável qual a Seção de Psicologia estava ofi cialmen- por verifi car os problemas de comportamento te subordinada. A Psicologia Escolar manteve dos alunos e oferecer cursos sobre desenvol- seu objetivo primordial, o trabalho com pro- vimento infantil para dirigentes dos parques fessores; entretanto, atendia a alunos encami- infan tis. Com a implantação do ensino primá- nhados por professores, buscando conquistar rio no município, em 1956, a Psicologia Clínica espaço dentro da escola. Em 1977, obtendo se consolidou na Secretaria da Educação, com avaliação positiva, o projeto tornou-se Progra- a criação da Clínica Ibirapuera. Destaca-se nes- ma de Psicologia Escolar; as atribuições para se processo a presença da psicóloga Yvonne os psicólogos escolares foram estabelecidas; o Khouri, responsável, anos depois, pela chefi a trabalho foi ampliado, com a contratação de da Seção de Psicologia Clínica e pela criação novos psicólogos. Data de 1978 a ofi cialização

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do Serviço de Psicologia Escolar e do Serviço mentos, contando desta vez com a participa- de Psicologia Clínica, na Seção de Psicologia, ção do psicólogo esco lar. No período de 1983 na Divisão de Assistência Médica do Depar- a 1985, parece ter havido, de fato, um redi- tamento de Assistência Escolar da Secreta- mensionamento tanto técnico como político ria da Educação da Prefeitura Municipal de da atuação do psicólogo escolar. Entretanto, a São Paulo (PMSP). Nesse ano, os psicólogos, partir de 1986, depois de nova mudança admi- em número de 80, atuavam em aproximada- nistrativa e nova política educacional, o Ser- mente 160 escolas, responsabilizando-se cada viço de Psicologia Escolar voltou a pertencer um por duas escolas (de primeiro grau e de aos quadros do Departamento de Assistência educação infantil). O trabalho caracterizava- Escolar, agora denominado Departamento de se, de modo geral, pela modalidade clíni- Saúde Escolar, e a consolidação da participa- ca preventiva na escola; entretanto, alguns ção dos psicólogos escolares na equipe escolar psicólogos já questionavam tanto o sistema foi perdida. Agregou-se às mudanças ofi ciais educacional vigente quanto a defi nição do a impos sibilidade de apropriação, por parte seu próprio papel. Esses questionamentos, dos psicólogos escolares, do projeto educacio- todavia, já estavam na pauta dos estudos de nal democrático implantado nos anos anterio- professores e pesquisadores da área, preocu- res e o término das discussões entre os órgãos pados em analisar criticamente a Psicologia de representação da categoria dos psicólogos Científi ca. Destacam-se as análises da psi- e educadores. A extinção do Serviço de Psico- cóloga Sylvia Leser de Mello, realizada em logia Escolar ocorreu ofi cialmente em 1989, 1975, e de Maria Helena de Souza Pa o, que em nova administração. O Departamento de realizou pesquisa no fi nal dos anos, 1970, na Saúde Escolar da Secretaria da Educação foi qual retratou a Psicologia Escolar da PMSP. desativado e os profi ssionais (médicos, psicó- O cenário político-social brasileiro trouxe, no logos, dentistas, fonoaudiólogos, dentre ou- fi nal da década de 1970 e início de 1980, uma tros) foram transferidos para a Secretaria da perspectiva de renovação para o Serviço de Saúde, atendendo às diretrizes do SUS. Embo- Psicologia Escolar. Em 1983, quando este ser- ra o tema fracasso escolar continuasse na pau- viço contava com 95 psicólogos atuando em ta das discussões da Educação e da Psicopeda- cerca de 200 das 499 escolas existentes (pri- gogia, área que emergia com grande prestígio, meiro grau e de educação infantil), a Secreta- ganhou expressão na área da saúde. A atenção ria da Educação da PMSP buscou implantar crescente ao redimensionamento do sistema uma política educacional democrática, que de saúde público brasileiro, com o repasse de melhorasse a qualidade do ensino e amplias- recursos do Ministério da Saúde aos municí- se a permanência do aluno na escola. Nesse pios, abriu novas oportunidades à participa- contexto, o Serviço de Psicologia Escolar foi ção dos psicólogos nas equipes multiprofi ssio- transferido do Departamento de Assistência nais, na atenção à saúde mental, que passaram Escolar para o Departamento de Planejamen- a integrar os quadros das equipes destinadas to, quando ocorreu uma aproximação entre a atender nessa área: hospital geral, hospital- psicólogos escolares e profi ssionais da Edu- dia, unidades básicas de saúde, ou ainda cen- cação (coordenadores pedagógicos, professo- tros de convivência e cooperativas. res de diferentes especialidades, diretores de escola, supervisores de ensino). Tal aproxima- ção deu-se nos cursos, encontros e reuniões, Referências promovidos pelo Departamento de Planeja- MELLO, S. L. Psicologia e profi ssão em São Paulo. mento, na perspectiva de concretizar o traba- São Paulo: Ática,1978. lho tanto da equipe escolar, como também, de PATTO, M. H. S. Psicologia e ideologia – uma in- efetivar o trabalho das equipes responsáveis trodução crítica à Psicologia Escolar. São Paulo: T. pela elaboração de planos, subsídios, treina- A. Queiroz, 1984.

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TAVERNA, C. S. R. Um estudo histórico sobre a Universidade do Brasil (IPUB). O COJ atendia Psicologia Escolar na Secretaria Municipal de a adolescentes, em sua maioria na faixa etária Educação da Prefeitura de São Paulo. Tese (Douto- de 12 a 18 anos, do sexo masculino, com pro- rado em Psicologia Social). Pontifícia Universidade blemas de comportamento, desajustes emo- Católica de São Paulo, São Paulo, 2003. cionais, difi culdades familiares e sociais, prin- cipalmente na escola e no rendimento escolar. Carmem Silvia R. Taverna Inicialmente realizava diagnóstico psicológico e orientação profi ssional, mas rapidamente incor- porou o tratamento psicoterápico, atendendo inclusive alguns casos de delinquência juvenil, „ Serviço de Psicologia Médica (COJ) – 2003- além de orientação aos responsáveis. A coope- Serviço de Saúde Mental – Departamento ração institucional era uma prática usual do de Saúde Mental (COJ) – 1994(?)-2003 COJ: realizava encaminhamentos de pacientes não adequados às suas propostas para outras Centro de Orientação Juvenil (COJ) – instituições, tais como serviços de atendimen- 1978(?)-1994(?) to psiquiátrico e para o Instituto de Seleção e Centro Experimental de Orientação Orientação Profi ssional (ISOP). Em contrapar- Infantojuvenil (CEOIJ) – 1969-1978(?) tida, recebia pacientes de agências assistenciais, Centro de Orientação Juvenil (COJ) – escolas, hospitais, bem como de profi ssionais 1946-1969 da área de Saúde, Educação e Assistência So- cial, além da divulgação de seus ex-clientes. A grande demanda esbarrava, porém, na limi- Criado pelo Ministério da Educação e Saúde tação de recursos materiais e humanos, a ponto através da Portaria 80, de 09/12/1946, como ór- de textos da época fazerem referência às fi las de gão da Seção de Orientação Social da Divisão espera. A partir de 1953, passou a atender tam- de Proteção Social (DPS) do Departamento Na- bém a crianças menores de 11 anos, apostando cional da Criança (DNCr), o COJ foi planejado que, num serviço essencialmente preventivo, por Emilio Mira y López e Helena Antipoff , no- é importante o início do tratamento em fase mes de relevância da Psicologia. Contou tam- mais precoce do desenvolvimento. Isto, na ver- bém com a colaboração de Elisa Dias Velloso, dade, já era feito em alguns casos, com fi ns de que veio a ser sua diretora até 1967. Seu objetivo estudo, pesquisa e treinamento de pessoal. Em principal era, além do atendimento, treinar pro- 1960, aumentou o uso de técnicas psicoterápi- fi ssionais para atuação em orientação psicológi- cas, iniciando-se as primeiras experiências com ca, sendo considerado, então, uma instância de tratamento analítico. Em 1965, em função da formação. O desenvolvimento de suas ativida- demanda, começou a realizar trabalhos em gru- des tornaram-no a primeira clínica pública de pos. De forma geral, o roteiro de atendimento orientação de jovens na América Latina. Inicial- era: inscrição e entrevista preliminar com o res- mente, funcionava na rua Alcindo Guanabara, ponsável; os casos aceitos eram estudados pela no centro do Rio de Janeiro (à época, Distrito equipe, sendo encaminhados ao profi ssional Federal). Realizava trabalho interdisciplinar mais adequado. No primeiro comparecimento em diagnóstico e tratamento através dos seto- do paciente, realizavam-se exames médico, psi- res de Serviço Social, Psiquiatria e Psicologia. quiátrico e psicológico, havendo um diagnósti- Contava com servidores permanentes, voluntá- co provisório e o planejamento do trabalho. Os rios e estagiários vindos de diversas partes do resultados eram discutidos nas reuniões gerais. Brasil, apesar da maioria ser do Rio de Janeiro No decorrer do tratamento, o paciente realizava e serem mulheres. Serviu de modelo a outras psicoterapia, enquanto seu responsável reali- instituições como a Clínica de Orientação In- zava entrevistas terapêuticas com a assistente fantil (COI) do Instituto de Psiquiatria da então social. No COJ utilizavam-se diversos testes

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de psicodiagnóstico, refl etindo uma tendência estágio na área de Psicologia Hospitalar para geral da Psicologia naquela época. Alguns dos graduandos em Psicologia de universidades mais utilizados eram o Psicodiagnóstico Mio- conveniadas com o IFF, a saber: UERJ, UFRJ, cinético (PMK), Minhas Mãos, Teste de Aper- UFF e IBMR. Hoje, visando a uma melhor in- cepção Temática (TAT), Binet e Rorschach. Um serção do COJ no IFF, o Serviço de Psicologia dos grandes responsáveis pelo sucesso do COJ Médica – COJ oferece atendimento apenas a era o trabalho de equipe. Os psiquiatras reali- pacientes encaminhados pelas clínicas do IFF, zavam o tratamento dos casos mais complexos com uma abordagem de Psicologia Médica ou ou de problemas de natureza psicossomática, Hospitalar, paralelo à Psicoterapia Infantoju- além dos exames de saúde. Os psicólogos apli- venil individual, em grupo e terapia familiar. cavam e interpretavam os testes, elaboravam Atende majoritariamente a mulheres, crianças provas psicológicas e atuavam no tratamento e adolescentes. A equipe é composta somente dos casos de natureza predominantemente por médicos e psicólogos. A mudança de nome psicológica. Os assistentes sociais realizavam é consequência dos debates para uma melhor a entrevista inicial e estudavam o caso em re- inserção do COJ dentro do hospital do IFF, o lação à família e ao ambiente escolar, social e que refl ete discussões contemporâneas sobre institucional. Todos os atendimentos eram do- a relação entre Psicologia e Medicina. Apesar cumentados minuciosamente, possibilitando, de ter sofrido alterações em seu nome durante assim, maior efi ciência na discussão dos casos, todo o período de desenvolvimento de suas ati- além do arquivo dos dados. Anualmente, o COJ vidades, em documentos ofi ciais o centro con- enviava relatórios ao Departamento Nacional tinuou sendo referido como COJ. Atualmente, da Criança (DNCr), utilizando esses dados para em função da assistência psicológica estar am- demonstrar o perfi l dos serviços realizados. plamente incluída dentro das atividades do Após várias reformulações administrativas, em hospital do IFF, e de uma reorganização insti- 1969 o DNCr foi extinto, fazendo com que o tucional da própria Fundação Oswaldo Cruz, COJ passasse a ser um órgão da Coordenação que pretende padronizar os serviços oferecidos Materno-Infanto-Juvenil da Secretaria de Assis- em seus hospitais, vem-se discutindo a possibi- tência Médica do Ministério da Saúde, com o lidade de novas modifi cações do COJ. nome de CEOIJ . Em 1971, o médico Amaury Medeiros, então diretor do Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fundação Oswaldo Cruz, Referências com o intuito de incluir dentre as atividades ALBUQUERQUE, T. L. de. Entrevista concedida lá desenvolvidas a assistência ao adolescente, a Flávia Moreira Oliveira. 3 cassetes sonoros (60 solicitou a inclusão do centro no instituto, vol- min). Rio de Janeiro, 2006. tando este em 1978 a ser denominado COJ. To- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento Nacional das essas mudanças de inserção institucional e da Criança. O Centro de Orientação Juvenil (1946- reformulações administrativas não impediram 1956). (Coleção N.N.Cr. 155). Rio de Janeiro, 1956. o COJ de continuar a oferecer atividades de CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co formação. Em 1976, eram oferecidos estágios, da Psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: tanto de observação quanto os regulares, nas Imago; Brasília: CFP, 2001. três áreas já mencionadas e, em 1985, o treina- MONTEIRO, D. B. da R.; LIMA, S. C. da C. Therezinha mento regular de atendimento psicológico ao Lins de Albuquerque. Rio de Janeiro, [s/a]. Mimeo. adolescente e sua família. Em 1991, ofereceu o primeiro curso de especialização em Psicologia Ana Maria Jacó-Vilela Médica e Psicossomática. E em 1994 novamen- Flávia Moreira Oliveira te mudou de nome, passando a ser Serviço de Saúde Mental – Departamento de Saúde Men- Filipe Degani Carneiro tal, mas mantendo a sigla COJ. Em 1999, abriu Maria Cláudia Novaes Messias

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„ Serviço de Seleção do Pessoal da Ensino da Marinha e tem como público-alvo Marinha (SSPM) – 1955- civis que desejam ingressar na carreira militar Serviço de Seleção de Psicotécnica Naval e militares que desejam especializar-se. Aplica (SSPN) – 1951-1955 os conhecimentos da Psicologia do Trabalho para a compreensão e o desenvolvimento das relações humanas no campo organizacional. Criado em 15 de julho de 1951, inicialmente De acordo com a determinação da Diretoria com a palavra naval constante na sigla SSPN. de Ensino, planeja e executa os exames psi- Com a aquisição de modernos navios e arma- cológicos, as entrevistas de seleção e classifi - mento após a II Guerra Mundial, em decor- cação para ingresso na Marinha e acesso na rência do contato com a Marinha americana, o carreira, propõe a classifi cação e a indicação SSPM tinha como missão incentivar o preparo de especialidade do pessoal em formação na propedêutico e especializado do pessoal mili- Marinha do Brasil. Desenvolve também pes- tar-naval da Marinha do Brasil. Teve como pri- quisas de interesse da Marinha do Brasil, ela- meiro dirigente o capitão tenente Lywal Salles, borando e aprimorando técnicas psicológicas sendo Oswaldo Nunes de Souza Guimarães o e instrumentos de avaliação de desempenho. primeiro psicologista a ocupar cargo de chefi a Para atender aos objetivos citados, o SSPM no SSPN. A partir da década de 1960, o SSPM tem em sua estrutura, além da direção e vice- passou a utilizar o Curso Especial de Psicotéc- direção assessoradas por um conselho técnico nica-Militar (CES-PM), antigo Curso de Classi- e por um conselho econômico, o Departamen- fi cação de Pessoal (CCP) do Exército Brasileiro, to de Administração, um Departamento de para preparar e qualifi car os seus ofi ciais para Psicologia com as divisões de planejamento e o desempenho das tarefas técnicas, já que à controle, de pesquisa, de acompanhamento e época não existiam ofi ciais com formação em de avaliação dos processos de seleção psico- Psicologia. A partir de 1973, com o advento lógica (Portaria do SSPM, 34, de 28/04/2005). do Quadro Complementar (QC), iniciou-se o ingresso na Marinha de ofi ciais graduados Referências e, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino SALLES, L.; AGUIAR, H. T.; CHERIFF, P. A. “51 da Reserva da Marinha (CAFRM), em 1980, anos de Psicologia na Marinha”. In: Revista Maríti- a atividade de Psicologia na Marinha passa a ma Brasileira, v, 123, n. 10/12 – out./dez. 2003. ser cada vez mais exercida por mulheres. Em 1981, ano da primeira turma, foram formadas SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO DA MARINHA. Portaria do SSPM n. 34, de 28 abr. 2005. 19 ofi ciais psicólogas, que tiveram como sua primeira destinação o SSPM. A década de 1960 SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO DA MARINHA. iniciou-se com o SSPM realizando exames se- Portaria da DGPM n. 120, de 26 mar. 1998. letivos. No início da década de 1960 a SSPM realizou exames seleltivos para Furnas, Caixa Aurora Telles Herkenhoff Econômica Federal, Instituto Rio Branco, Com- panhia Elétrica Vale do Paraíba, Petrobras, SESI e BNDES. No fi nal dessa década e início da se- „ Serviços de Orientação Educacional guinte, o SSPM importou material sobre o mé- todo do Coefi ciente J de Primoff , possibilitan- do o início de análises de trabalho, tornando o A proposta ofi cial que introduziu o Serviço processo de seleção de pessoal mais científi co. de Orientação Educacional nas escolas do Bra- Estes investimentos nos exames psicológicos sil se deu por ocasião da reforma do ensino contribuíram para regulamentar sua aplicação, primário e médio, conhecida pelo nome de bem como para a transparência destes. Atual- Leis Orgânicas do Ensino, iniciada em 1942, mente, o SSPM está subordinado à Diretoria de pelo ministro da Educação Gustavo Capane-

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ma. Em 1942 foi promulgado o Decreto-lei sionais secundários. Oswaldo de Barros San- 4.073, conhecido como Lei Orgânica do Ensi- tos menciona que, no período de vigência das no Industrial; no mesmo ano o Decreto-lei “Leis Orgânicas”, somente duas instâncias se 4.244 – Lei Orgânica do Ensino Secundário e preocuparam com a introdução da Orientação em 1943 o Decreto-lei 6.141 – Lei Orgânica do Educacional. A primeira delas – o ensino indus- Ensino Comercial. Em 1946, na gestão do mi- trial do Estado de São Paulo – organizou uma nistro da Educação Raul Leitão da Cunha, a rede de 21 escolas subordinadas a um Serviço sequência foi fi nalizada: Lei Orgânica do Ensi- de Pesquisas e Orientação Educacional. Para no Primário – Decreto-lei 8.259; Lei Orgânica essas escolas foram nomeados orientadores do Ensino Normal – Decreto-lei 8.530; Lei Or- educacionais. Tal serviço publicou em 1952 gânica do Ensino Agrícola – Decreto-lei 9.613. um Manual de trabalho dos orientadores educacio- Em 1942, foi criado ainda no âmbito da refor- nais, o qual estabelecia como funções do orien- ma o Serviço Nacional de Aprendizagem In- tador fazer estudos de casos e trabalhar com dustrial (SENAI) e em 1946, o Serviço Nacio- as várias modalidades de orientação. O gover- nal de Aprendizagem Comercial (SENAC). no federal promoveu a segunda experiência Há referências diretas à inclusão da Orienta- no âmbito de suas escolas industriais federais, ção Educacional nas escolas de ensino médio a partir da publicação de outro manual elabo- nos ramos industrial, comercial, agrícola e se- rado pela Comissão Brasileira-Ame ri cana de cundário, assim como no SENAI. As legisla- Educação Industrial. No período compreendi- ções referentes ao ensino industrial e agrícola do entre 1945 e 1961, houve uma intensifi ca- mencionavam que os mesmos deveriam aten- ção dos incentivos governamentais, amplian- der aos interesses do trabalhador, das empre- do o número de orientadores, criando cursos sas e/ou propriedades agrícolas e da nação. de formação rápidos ou regulares, promoven- A do ensino secundário referia-se à formação do jornadas, encontros e simpósios com a fi na- integral dos adolescentes, em seus aspectos lidade não só de divulgar a existência desta, espiritual, patriótico, humanístico e intelectual. mas principalmente esclarecendo suas fun- A do ensino comercial referia-se mais à forma- ções, seus objetivos e formas de trabalho. Se- ção profi ssional. Acompanhando esses objeti- gundo Selma Pimenta, o enfoque da Orientação vos de cada um dos tipos de ensino, foi pro- Educacional até então era fundamentalmente posto que a orientação educacional desse psicológico. Era importante conhecer as carac- ênfase às suas diferentes áreas de atuação: terísticas dos alunos, tanto em relação a ida- orientação profi ssional, de estudos, da saúde, des quanto a sexo, a constituição e a dinâmica do lazer e recreação. Apesar de estabelecida dos grupos, a identifi cação das aptidões e in- pela legislação, não havia, na época, profi ssio- teresses e a análise ocupacional. A atuação nais especializados para assumirem a Orienta- proposta era considerada basicamente pre- ção Educacional tendo sido o primeiro curso ventiva, no sentido de adaptar o indivíduo à superior específi co criado na Universidade escola, ao trabalho e à vida. No II Simpósio de Católica de Campinas, em 1945. Existiam em Orientação Educacional, realizado em Porto várias cidades do Brasil os Serviços de Orien- Alegre 1958, foram defi nidos os objetivos da tação Profi ssional. Em São Paulo, foi introdu- OE: assistir o aluno no desenvolvimento de zido em 1924 no Liceu de Artes e Ofícios por sua personalidade e no seu ajustamento pes- Roberto Mange, auxiliado por Henri Pièron; soal e social. As áreas de atuação foram defi ni- em 1930, na Estrada de Ferro Sorocabana; em das: orientação de estudos, vocacional, lazer, 1934, no Centro Ferroviário de Ensino e Sele- saúde e também problemas emocionais. Para- ção Profi ssional. Roberto Mange ainda em lelamente a esse desenvolvimento da Orienta- 1937, o Gabinete de Psicotécnica no Instituto ção Educacional, provocada, por legislações e Profi ssional Masculino, que tinha como objeti- fundamentado em conhecimentos psicológi- vo orientar jovens na escolha de curso profi s- cos, estava sendo gestado o reconhecimento

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da Psicologia como profi ssão. As primeiras ferência a essa necessidade de formar orienta- propostas e os primeiros anteprojetos de re- dores educacionais, propondo como discipli- gulamentação fi zeram menção a essa legisla- na obrigatória do currículo: Fundamentos e ção e à ausência de formação de profi ssionais Técnicas da Orientação Educacional e Profi s- qualifi cados para exercerem a Orientação sional. A proposta seguinte, formulada no Educacional, como justifi cativa para o reco- mesmo ano pela Comissão de Educação e Cul- nhecimento da Psicologia como profi ssão. tura do MEC e o incluá como disciplina na for- Uma apresentação de madre Cristina no I mação Teoria e Prática da Orientação Educa- Congresso de Psicologia, realizado em Curiti- cional”. A Lei 4.024, de 20/12/1961, denomi nada ba em 1953, mencionava como atribuição do Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio- psicólogo, entre outras, a realização da Orien- nal, introduziu a orientação educativa e voca- tação Educacional. Esse documento, publica- cional em colaboração com a família. Também do em 1954, propunha que o profi ssional se referia à formação do orientador educacio- (educador, fi lósofo) deveria frequentar um nal em faculdades de Filosofi a. A aprovação curso de especialização (pós-graduação) em dessa lei coincidiu com a da regulamentação Orientação Educacional para atuar como da profi ssão de psicólogo, e a partir de então a orientador educacional. Os cursos de especia- orientação assume outras características e for- lização em Orientação Educacional manti- mas de trabalhar, possivelmente para não con- nham, na época, um currículo do qual faziam frontar com as atividades privativas do psicó- parte entre outras disciplinas: Métodos e Téc ni- logo. Mesmo assim, os cursos de Formação do cas de Aconselhamento; Estudo de Oportunida- Orientador Educacional ainda privilegiaram, des de Ocupações; Orientação Profi ssio nal; Téc- durante certo tempo (provavelmente até a nicas de Exame Psicopedagógico; Ele mentos de aprovação do Código de Ética, em 1975), o Psicopatologia; Administração Escolar e Sis- ensi no e uso de instrumentos psicológicos temas Escolares; Higiene mental; Psicologia para o conhecimento do orientando. A Lei da Infância. A maioria das disciplinas, como 5.564, de 21/12/1968, que trata do exercício da se pode ver, tinha como funda men ta ção a Psi- profi ssão de orientador educacional, foi regu- cologia, havendo uma gran de ênfase no as- lamentada pelo Decreto 72.864 de 16/09/1973. pecto psicométrico, com propos tas de avalia- Essa nova regulamentação dispunha que a ção de inteligência, interesses, habilidades e formação desse profi ssional se fi zesse em uma personalidade. No memorial que acompa- habilitação do curso de Pedagogia. O currícu- nhava o primeiro anteprojeto de lei, apresen- lo dessa formação, diferen te men te dos ante- tado em 1953 pela Associação Brasileira de riores, passou a ser composto pelas seguintes Psicotécnica ao ministro da Educação, refe- disciplinas: Estrutura e Funcionamento do rente à formação e regulamentação da profi s- Ensino; Princípios e Métodos da Orientação são de psicologista, aparece como justifi cativa Educacional; Orientação Vocacional; Medidas para a existência da profi ssão a exigência da Educacionais. A mudança seguinte nos rumos prática da Orientação Educacional nos esta- da orientação se deu com a aprovação da Lei belecimentos de ensino secundário, comer- 5.692/1971, que instituiu obrigatoriamente a cial, industrial e agrícola, estabelecida pelas orientação com a fi nalidade de aconselhamen- Leis Orgânicas. Neste mesmo anteprojeto, to vocacional em conjunto com a família, pro- aparecia como disciplina obrigatória na for- fessores e comunidade. Foi essa lei que intro- mação do licenciado em Psicologia: Teoria e duziu a “sondagem de aptidões e a iniciação Prática da Orientação Educacional, tanto no para o trabalho” no primeiro grau e as habili- primeiro como no segundo ano. Em 1958, o tações profi ssionais no segundo grau. A partir projeto 3852-A, sobre a regulamentação da de então, mudavam os instrumentos utiliza- profi ssão e formação, proposto pela Comissão dos pelo orientador: o próprio currículo das de Ensino Superior do MEC, também fazia re- escolas de primeiro e segundo graus era um

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meio utilizado para atingir os objetivos, mas „ Setor de Psicologia Aplicada do Instituto métodos e instrumentos pedagógicos substi- de Administração da Universidade de tuíam os psicológicos: observação, trabalhos São Paulo (USP) – 1946-1976 em grupos, formulários, questionários, análises de trabalhos escolares escritos; auto e heteroa- valiação; programas de informação profi ssio- O Setor de Psicologia Aplicada foi organi- nal. Hoje os Serviços de Orientação Educacio- zado por ocasião da criação do Instituto de nal, ainda existentes nas escolas públicas e Administração da Universidade de São Paulo particulares, contam com profi ssionais tanto (Decreto-lei 14.601, de 26/01/1946). Funcionou procedentes da Pedagogia quanto da Psicolo- na rua Dr. Vila Nova, 245, anexo à cadeira de gia para exercerem as funções de orientador Ciências da Administração da Faculdade de educacional. A forma de trabalhar varia segun- Ciências Econômicas e Administrativas, atual do a formação de cada um. Faculdade de Economia e Administração. A fi nalidade do instituto era a de promover pesquisas científi cas que estudassem os vários Referências aspectos envolvidos nos processos de admi- GIBSON, R. L. Orientação para a escolha profi ssio- nistração racional, naquele momento consi- nal. São Paulo: EPU, 1975. derados muito importantes para a economia PIMENTA, S. G. Orientação vocacional e decisão: brasileira. O Setor de Psicologia Aplicada, por estudo crítico da situação no Brasil. São Paulo: sua vez, tinha como objetivo estudar os aspec- Loyola, 1979. tos psicológicos do trabalho: os processos de MADRE Cristina Maria Formação do psicólogo e a recrutamento, seleção, readaptação e orien- regulamentação da profi ssão. Boletim de Psicolo- tação profi ssional; a efi ciência no trabalho; o gia. anos V e VI, n. 18, 19, 20, dez. 53/mar.-jun. 1954. salário e outros incentivos; as condições e o ambiente de trabalho; os acidentes; o desem- SANTOS, O. de B. Psicologia Aplicada à Orien- tação e Seleção Profi ssional. São Paulo: Pioneira, prego e mobilidade profi ssional; assistência 1973. social e econômica aos empregados; fenô- menos de liderança, cooperação, disciplina; SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Educação. representação dos empregados junto à dire- “Programas de informação profi ssional” como ção de empresas. Além desses estudos, estava componente curricular do ensino de 2º grau. São também prevista a realização de pesquisas Paulo: Coordenadoria de Estudos e Normas Peda- experimentais sobre as indagações teóricas e gógicas, 1982. práticas da Psicologia do Trabalho. Raul de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOTÉCNICA. Morais foi seu primeiro diretor e responsável ‘Memorial e anteprojeto de lei apresentados pela pela organização do setor. Formado em Filo- ABP ao sr. ministro da Educação sobre a formação sofi a, inicialmente trabalhou como professor e regulamentação da profi ssão de psicologista”. Re- de Sociologia na Escola Normal de São Carlos vista de Psicologia Normal e Patológica, ano I, n. 1, e, posteriormente, por ter prestado concurso jan.-mar. 1955. de provas e títulos, foi designado para a che- MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA. fi a do Departamento de Serviço Público do “A formação de psicologistas no Brasil: Projeto Estado, que na época organizava os concur- n. 3.852 de 1958”. Arquivos Brasileiros de Psico- sos públicos. Quando da criação do Setor de técnica. ano 11, n. 3 e 4, jul./dez. 1959. Psicologia Aplicada do Instituto de Adminis- MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA. Co- tração, Raul foi deslocado do departamento missão de Educação e Cultura. Substitutivo ao pro- para o setor. Fizeram parte de sua equipe de jeto n. 3.825 de 1958. Arquivos Brasileiros de Psico- trabalho desde o início: Eugênia Moraes de técnica, ano 11, n. 3 e 4, jul./dez. 1959. Andrade, Jovino Guedes de Macedo e Dulce de Godoy Alves. Trabalharam em diferentes Marisa T. D. S. Baptista momentos: Ivone Espínola, Zilah Salyão Wen-

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del Abramo; Miriam Lifchitz Moreira Leite. de Personalidade de Robert Benreuter”; “Fa- A primeira preocupação de Raul na organiza- ses de um processo de seleção – vantagens da ção do setor foi selecionar, traduzir, adaptar seleção tecnicamente orientada”; “Análise do e padronizar instrumentos que pudessem ser trabalho – método e objetivos”; “A estrutura úteis para o trabalho a ser desenvolvido. Os de carreira no serviço público”; “Organiza- instrumentos escolhidos foram: Inventário de ção de cursos de Administração Geral para Personalidade Benreuter; Weschsler Bellevue o funcionalismo do Estado”; “O perfi l psico- Intelligence Scale – CIA; Questionário de Per- lógico de seminaristas católicos de São Paulo sonalidade Dadahie; Questionário de 16 fato- à luz de 16 fatores de Personalidade” etc. De res de Personalidade – 16 Pf. Com esses testes acordo com relatos feitos por Eugênia Moraes foram feitas várias pesquisas, dentre as quais de Andrade e Dulce de Godoy Alves, vários podem-se citar: Análise de características psi- fatores causaram o esgotamento do setor, e o cológicas de universitários brasileiros; Com- mais importante foi a alocação de seus princi- paração dos perfi s de personalidade de univer- pais participantes em outros órgãos estaduais, sitários brasileiros e norte-americanos; Estudo principalmente no Departamento Estadual de da relação entre os resultados do CIA e notas Administração. Nesse departamento, foram de aproveitamento escolar. Outra atitude de responsáveis pela Divisão de Seleção e Aper- Raul de Moraes como responsável pelo Setor feiçoamento de Pessoal, e também pela Divi- foi frequentar cursos de especialização assim, são de Organização, quando se projetaram o como exigir o mesmo de sua equipe. Foram plano de classifi cação de cargos e níveis de mencionados os seguintes cursos: Psicome- vencimentos do Serviço Público de São Pau- tria e Análise Fatorial, oferecido por Frederich lo. Para elas o setor extinguiu-se lentamente, Maria Urban, da Universidade da Pensilvânia; conforme seus participantes foram se apo- Testes e Mensurações, ministrado pelos pro- sentando, e em 1967 praticamente não mais fessores Adrian Rondileau e Noemy Silveira existia. A documentação dos trabalhos reali- Rudolfer; Psicologia do Trabalho – professor zados, constituída por relatórios e fi chários, Mira y Lopes; Noções de Psicanálise – Durval não foi por elas encontrado alguns anos de- Bellegarde Marcondes. Os resultados das pes- pois, e mencionam que possivelmente foram quisas realizadas no setor foram publicados destruídos. Os profi ssionais que trabalharam regularmente na Revista de Administração e nas no setor, em sua fase fi nal, foram responsá- publicações do Instituto de Administração. veis pela instalação do Serviço de Seleção de Também foram publicados mais esporadica- Pessoal Técnico e Administrativo da Reitoria, mente nas: Revista de Psicologia Normal e Pato- dos Institutos e Faculdades da USP. Também lógica; Ciência e Cultura e Journal International participaram da elaboração de provas para os of Psychology. Foram apresentados também exames vestibulares da própria USP, Faculda- em vários encontros e congressos, principal- de de Filosofi a São Bento, Escola de Ciências mente nas reuniões da Sociedade Brasileira Médicas da Santa Casa e concursos e vestibu- para o Progresso da Ciência (SBPC). Títulos lares realizados pela Fundação Carlos Chagas. de alguns dos trabalhos publicados: “Provas tradicionais e provas objetivas em educação e seleção profi ssional”; “Treinamento e aperfei- Referências çoamento de pessoal das prefeituras do Esta- ANDRADE, E. M. de. “Biografi a”. In: CAMPOS, R. do de São Paulo”; “A administração do muni- H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co da Psicologia cípio; “Seleção de revisores de imprensa”; “A no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: Imago; Brasí- avaliação do merecimento”; “Alguns aspectos lia: CFP, 2001. da administração de pessoal na Guarda Civil ANDRADE, E. M. de. “Depoimento”. In: MORAIS, de São Paulo”; “Um teste de Inteligência Co- S. T. P. Professores universitários e psicólogos con- letiva para adultos”; “Aspectos da pesquisa de tam suas vidas. Tese (Doutorado em Psicologia). opinião pública”; “Adaptação do Inventário Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

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ANDRADE, E. M. de; ALVES, D. de G. “O Setor de dêmica e científi ca fi nanciado pelo Serviço Psicologia Aplicada do Instituto de Administração Cultural da Embaixada da França no Brasil. da Universidade de São Paulo”. Boletim de Psico- Através desse programa, visitaram a UFMG logia (Revista da Sociedade de Psicologia de São em missão cultural os professores Max Pagès, Paulo). v. XXVI, n. 69, jul, dez 1975. André Lévy, Roger Lambert, Georges Lapas- MORAES, R. “Biografi a”. Boletim de Psicologia sade, Pierre Fedida e Michel Foucault, os qua- (Revista da Sociedade de Psicologia de São Paulo). tro primeiros especialistas na área da Psicolo- v. XXVI, n. 69, jul, dez 1975. gia Social. Nessas visitas aprofundaram-se os SPÍNOLA, I. “Depoimento”. In: MORAIS, S. T. P. conhecimentos sobre Psicologia dos Peque- Professores Universitários e Psicólogos contam nos Grupos, Socioanálise, Intervenção Psicos- suas vidas. Tese (Doutorado em Psicologia). Uni- sociológica e Análise Institucional. Lapassade versidade de São Paulo, São Paulo, 1999. trouxe as ideias contestatórias e libertárias dos acontecimentos de maio de 1968, na Fran- ça. Opondo-se à ditadura militar imposta ao Marisa T. D. S. Baptista país desde 1964, o grupo da Psicologia Social tornou-se cada vez mais crítico em relação à Psicologia das Relações Humanas, vista como „ Setor de Psicologia Social da excessivamente conciliatória. Buscava-se uti- Universidade Federal de Minas Gerais li zar a Ciência Social como ferramenta de (UFMG) – 1964- transformação social e política. Os membros do setor se encontravam divididos entre as duas orientações da Psicologia Social daquele Instituído em 1964, quando Célio Garcia se momento: a escola francesa e a escola norte- tornou professor de Psicologia Social no cur- americana. Sem fazer uma escolha defi nitiva so de Psicologia da Universidade Federal de por nenhuma das duas, ambas eram analisa- Minas Gerais (UFMG), o Setor de Psicologia das criticamente. Isto criava condições para a Social da UFMG reuniu um grupo de profi s- criatividade e a invenção de dispositivos ori- sionais e estudantes das áreas da Psicologia e ginais. Nessa época o número de professores das Ciências Sociais, sob sua liderança. Célio vinculados ao setor se ampliou, devido ao au- havia se especializado em Psicologia Social mento do número de vagas no curso de Psico- quando de sua estada em Paris, entre 1953 e logia e em outros cursos da UFMG, e alunos 1960, onde obteve a Licence ès Le res pela recém-formados passaram a lecionar Psi- Universidade de Paris-Sorbonne e conviveu cologia Social para vários cursos da UFMG, com os fundadores da Association pour la Re- como os de Psicologia, Ciências Sociais, Peda- cherche et l’Intervention Psychosociologiques gogia, Comunicação Social, entre outros. Os (ARIP). Nos primeiros anos, o ensino de Psico- membros do setor – professores e estudantes logia Social na UFMG se baseava nas tendên- – prestavam também serviços de pesquisa e cias da dinâmica de grupo e desenvolvimento intervenção psicossocial em diversas institui- em relações humanas. Célio havia integrado ções, iniciando assim sua profi ssionalização a equipe que implantou serviço de Psicologia na área e testando os dispositivos originais Organizacional no Departamento de Orienta- de interpretação e de intervenção psicossocial ção e Treinamento (DOT) do Banco da Lavou- que vinham inventando. Destacam-se os tra- ra, em Belo Horizonte, coordenado por Pierre balhos realizados junto à equipe de Educação Weil, onde foi responsável pela aplicação de Sanitária do Instituto Nacional de Endemias técnicas de grupo na formação de lideranças Rurais e a pesquisa que subsidiou a reforma e na melhoria das relações de trabalho. Entre do ensino do curso de Medicina da UFMG, 1967 e 1975, o setor manteve, ainda sob sua realizada em 1974. Também o currículo do liderança, um programa de cooperação aca- curso de Psicologia da UFMG foi reformula-

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do em 1974, através de comissão paritária de Sociedade, editado pela ABRAPSO, tornou-se professores e alunos, em um processo quase regular e nacionalmente conhecido. Durante autogestionário, com forte infl uência da aná- os anos de 1990, ampliou-se a produção cien- lise institucional. As reformas de currículos, tífi ca do pessoal ligado ao setor no programa nessa época, visavam adaptar os cursos à de pós-graduação, através das linhas de pes- reforma universitária de 1968 e ao sistema quisa em Psicologia Social, Psicologia Comu- departamental recém-implantado nas univer- nitária e História da Psicologia no Contexto sidades públicas brasileiras. Na reforma do Sociocultural. A partir de 2008, professores do curso de Psicologia, a área da Psicologia So- setor de Psicologia Social colaboraram para a cial foi ampliada, com a participação intensa implantação do programa de doutorado em do pessoal do setor. Foram introduzidas no- Psicologia na UFMG. Na área da Psicologia vas disciplinas teóricas e práticas no campo Social, foram organizadas as linhas de pes- da Psicologia Social e da Dinâmica de Grupo. quisa: Cultura, modernidade e processos de Foi criada a disciplina de Psicologia Comuni- subjetivação; Política, participação social e tária e Ecologia Humana, pioneira no Brasil, processos de identifi cação; e Trabalho, socia- por iniciativa do professor Júlio Mourão, que bilidade e saúde. Várias publicações de inicia- tinha realizado curso de mestrado com Ro- tiva de membros do setor tornaram-se best- bert Pagès em Paris, onde fi cou conhecendo o sellers na área da Psicologia Social no Brasil, trabalho dos ambientalistas ligados a Ignacy como o volume Psicologia Social Comunitária: Sachs, professor na École des Hautes Études da solidariedade à autonomia, organizado por en Sciences Sociales de Paris e fundador do Campos em 1996, atualmente em sua 13ª edi- Centro de Estudos do Brasil Contemporâneo ção; o livro Clínica do social, de Célio Garcia, (CRBC). Outros professores se afastaram nes- editado em 1997 e várias vezes reeditado des- sa época para estudos de pós-graduação na de então; ou o livro de Maria Lúcia Miranda Fundação Getúlio Vargas (FGV) – RJ, na Uni- Afonso, intitulado Ofi cinas em dinâmica de versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Grupo – um método de intervenção psicossocial, na própria UFMG – nas áreas da Educação, editado originalmente em 2000 pelas Edições Ciência Política e Filosofi a –, e na Universida- do Campo Social, em Belo Horizonte, e mais de de Stanford, nos Estados Unidos. A orien- tarde reeditado pela Editora Casa do Psicó- tação interdisciplinar do setor se aprofundou logo. Esses livros exemplifi cam a orientação a partir de então, bem como a infl uência da adotada pelo setor: a abordagem clínica dos Psicanálise e do Marxismo. No período de fenômenos psicossociais e a preocupação com 1985 a 1987, após o fi nal da ditadura militar, a a promoção da solidariedade e da autonomia professora Regina Helena de Freitas Campos, através do trabalho psicossocial com os gru- vinculada ao Setor de Psicologia Social, assu- pos e as comunidades. miu a chefi a do Departamento de Psicologia da UFMG. Sob sua coordenação, um grupo Referências de professores, já titulados, se reuniu com colegas de outras áreas para a criação do pro- AFONSO, M. L. M. (Org.) Ofi cinas em dinâmica de grama de mestrado em Psicologia, implanta- grupo – um método de intervenção psicossocial. do em 1989 e que, em 1991, elegeu a área de Belo Horizonte: Edições do Campo Social, 2000. São concentração em Psicologia Social. De 1987 a Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. 1989, a professora Elizabeth Melo de Bomfi m, BOMFIM, E. M. A Psicologia social no Brasil. Belo também vinculada ao setor, tornou-se presi- Horizonte: Edições do Campo Social, 2003. dente da Associação Brasileira de Psicologia BOMFIM, E. M. (Org.) Anais do 1º Encontro Minei- Social (ABRAPSO) e promoveu a ampliação ro de Psicologia social (Edição comemorativa dos 20 da associação e de suas publicações. Sob a li- anos da ABRAPSO em Minas Gerais). São João Del- derança de Bomfi m, o periódico Psicologia e Rei, MG: LAPIP/UFSJ, ABRAPSO-Minas, 2004.

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BOMFIM, E. M.; PASSOS, I. C. F.; STRALEN, C. J. em 1968. A partir de então os sindicatos tor- V.; SILVA, M. V. (Orgs.). Psicologia Social: memó- naram-se espaços de propaganda do denomi- rias, saúde e trabalho. São João Del-Rei: ABRAP- nado milagre brasileiro, priorizando políticas SO-Minas, Programa de Pós-Graduação em Psico- assistenciais. A luta sindical no Brasil ressur- logia da UFMG, UFSJ, 2004. giu no fi nal da década de 1970, através do mo- CAMPOS, R. H. F. (Org.). Psicologia social comu- vimento sindical metalúrgico de São Paulo, nitária: da Solidariedade à autonomia. Petrópolis: que se organizou de forma independente dos Vozes, 2007. sindicatos ofi ciais, protaganizando grandes CUNHA, A. A. G.; DORNA, L. B. H. e RODRIGUES, greves no período de 1978 a1984, combatendo H. B. C. “Uma contribuição à história da Análi- o imobilismo e o peleguismo e se engajando se Institucional no Brasil através de depoimentos na reivindicação pelo fi m da ditadura militar. orais: o Setor de Psicologia Social da Universida- Esses sindicatos independentes transforma- de Federal de Minas Gerais nas décadas de 1960 e ram-se em um canal de expressão da luta dos 1970”. Mnemosine v. 2, n. 1, 2006. Disponível em: trabalhadores, fenômeno que motivou os pro- . Acesso em: 15 dez. 2008. cólogos. Para criar um sindicato era necessário GARCIA, C. Clínica do social. Belo Horizonte: Edi- cumprir algumas exigências do Ministério do tora Projeto, 2000. Trabalho, tais como: garantir a participação GIUSTA, A. S.; MACHADO, M. N. M. e CAMPOS, de 1/3 (um terço) dos profi ssionais da região, R. H. F. “Notas sobre a formação do psicólogo na elaborar um estatuto, fi xar o preço das men- Universidade Federal de Minas Gerais”. Cadernos salidades e obter aprovação da proposta pe- de Psicologia, UFMG, v. 3, n. 1, jun. 1986. los associados através da convocação de uma assembleia geral. A lei exigia, ainda, atestado MACHADO, M. N. M. “Práticas pedagógicas da ideológico e prova de boa conduta dos dire- psicossociologia nos anos 60 e 70”. In: JACÓ-VILE- tores das associações. No Rio de Janeiro, as LA, A. M.; CEREZZO, A. C.; RODRIGUES, H. B. C. (Orgs.). Clio-Psyché Hoje. Rio de Janeiro: Relume- iniciativas para constituir o sindicato são do Dumará/FAPERJ, 2001. fi nal da década de 1970, com a retomada das atividades da antiga APPEG, criada em 1962. WEIL, P. et al. Dinâmica de grupo e relações huma- A APPEG, fundada por Yone Caldas, Therezi- nas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1967. nha Lins de Albuquerque e Hanns Lipp mann, dentre outros, não tinha entre seus propósitos Regina Helena de Freitas Campos constituir-se como um sindicato. Esses psicó- Célio Garcia logos e professores estavam comprometidos com a criação de uma entidade nos moldes das associações científi cas, voltada para estu- dos e difusão do conhecimento psicológico. „ Sindicato dos Psicólogos do Rio de Em 1968, esse grupo fundador deixou a as- Janeiro – 1980-1992 / 1995- sociação e se organizou para criar, em 1971, Associação Profi ssional dos Psicólogos do a Sociedade de Psicologia Clínica do Rio de Rio de janeiro (APP/RJ) – 1977-1980 Janeiro (SPCRJ). A associação fi cou inativa até 1977, quando um grupo de psicólogos, Associação Profi ssional de Psicólogos do mobilizados pelas eleições para o Conselho Estado da Guanabara (APPEG) – 1962-1977 Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, in- teressou-se em revitalizá-la, com o objetivo de O movimento sindical no Brasil, bem como transformá-la em sindicato. Assim, em outu- outros movimentos sociais ativos durante a bro de 1977, foi convocada uma assembleia década de 1960, foram desarticulados com o geral, para eleger uma diretoria responsável golpe de 1964 e o acirramento da repressão pela reorganização da associação e o encami-

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nhamento da solicitação da carta sindical ao soureira). Era fundamental naquele momento Ministério do Trabalho. Com a temática “A si- participar do movimento sindical, e o Sindica- tuação evolutiva da profi ssão de psicólogo no to dos Psicólogos, fi liado à Central Única dos Brasil”, a assembleia mobilizou cerca de 250 Trabalhadores (CUT), engajava-se nas lutas psicólogos reunidos na Fundação Getúlio Var- pela democratização, pela anistia e pela cria- gas (FGV-RJ), que aprovaram o novo estatuto ção das centrais de trabalhadores no Rio de da associação. As eleições foram realizadas Janeiro. Mudanças aconteciam dentro da Psi- em 25 de novembro e no dia 1º de dezembro cologia. O estereótipo de profi ssional liberal, tomou posse a nova diretoria da agora APP/ autossufi ciente e isolado em seu consultório, RJ, com a seguinte composição: Vera Lúcia estava se transformando a partir de sua nova Canabrava (presidente); Helena Lins (vice- inserção no mercado de trabalho. A condição pre sidente); Mara Regina (secretária-geral) e de assalariado tornava-se realidade, aspecto Lúcia Estrela (tesoureira). Os anos de 1978 e importante da transição de associação para 1979 foram dedicados à organização da enti- sindicato. Além disso, ocorreram outras mu- dade e a atender às exigências do Ministério danças na prática profi ssional do psicólogo, do Trabalho para a obtenção da carta sindical. especialmente a afi rmação da Psicologia como Os membros da associação priorizaram, como uma profi ssão do campo da Saúde, devido, es- suas atividades, associar psicólogos, organi- pecialmente, às transformações que ocorriam zar a sede e publicar o jornal PSIndicato. Um no campo da Saúde Mental e o engajamento dos primeiros desafi os da associação foi abrir de alguns psicólogos nessa luta política. A de- caminho para os psicólogos no serviço públi- fesa dos direitos da população contra o corpo- co, destacando-se as gestões para a criação do rativismo tornava-se uma bandeira cada vez cargo de psicólogo nos órgãos estaduais e mu- mais forte. Os psicólogos passaram a discutir nicipais de educação e, em seguida, de saúde e os efeitos da prática psi na sociedade e a ques- tionar a falta de organização e comprometi- de administração. Também enfrentou projetos mento político da maior parte da categoria. antidemocráticos como o Julianelli, que situa- A atuação da APP/RJ e, posteriormente, do va o psicólogo e outros profi ssionais de saúde Sindicato dos Psicólogos, da década de 1970 como auxiliares do médico, e o Projeto de Lei até o início dos anos de 1990, garantiu con- 248, de 1977, de autoria do senador Nelson quistas importantes para o reconhecimento Carneiro, que dispunha sobre a regulamenta- da profi ssão. O momento histórico das lutas ção do exercício da profi ssão de psicanalista gerais dos trabalhadores e de toda a socie- clínico. Posicionou-se diante do caso Amílcar dade brasileira pela democratização do país Lobo, repudiando suas atividades e apoian- inspirava também o sindicato, que em certo do os psicanalistas Hélio Pellegrino e Eduar- momento iniciou um processo de autocrítica, do Mascarenhas, quando foram expulsos da problematizando sua natureza e função, apos- Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro tando no modelo de criação dos sindicatos por (SPRJ). Somente em 3 de dezembro de 1980 área de produção, que culminou na dissolu- foi autorizada a transformação da associação ção da entidade em 1992. O Sindicato dos Psi- em sindicato. Todavia, o não cumprimento de cólogos do Rio de Janeiro foi recriado em 1995 todas as exigências burocráticas fez com que e desde então tem trabalhado pela valorização fosse impugnada a eleição da primeira dire- do profi ssional psicólogo. toria. Novas eleições foram organizadas e, em setembro de 1981, foi eleita a chapa composta por Cláudio Smith da Silva (presidente), Vera Referência Lúcia G. Canabrava (vice-presidente), Leda ABRAMO, L. W.; SILVA, R. A. “O movimento sin- Maria (secretária-geral), Ângela Tunnine (pri- dical metalúrgico em São Paulo: 1978-1986”. In: NE- meira secretária), Helena Martins (tesoureira- DER, R. T. et al. Automação e movimento sindical geral) e Maria Cristina Nazareth (primeira te- no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1988.

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LEITE, S. A. da S. “Sindicato: uma entidade ainda econômicas ou profi ssionais ou das profi ssões desconhecida do psicólogo”. In: Revista Ciência e liberais representadas. A partir desses obje- Profi ssão, ano 4, n. 1, 1984. tivos, a diretoria eleita defi ne programas de SANTOS, A. D. Rádice: muito prazer! Crônicas do ação, para atender aos interesses da categoria passado e do futuro da Psicologia no Brasil. Tese em sua inserção social. Desde 1979 as chapas (Doutorado em Psicologia Social). Universidade do que se candidatam à direção da entidade têm Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. sido eleitas com base em propostas veiculadas e debatidas com a categoria. Em 20 de agos- Alessandra Dafl on dos Santos to de 1973 o Ministério do Trabalho concedeu a carta sindical à Associação Profi ssional dos Psicólogos de Estado de São Paulo, que, desde 1969, vinha respondendo pela organização da „ Sindicato dos Psicólogos no Estado de categoria, reconhecendo-a então como sindi- São Paulo – 1973- cato de base estadual. Em se tratando de or- Associação Profi ssional dos Psicólogos de ganização sindical, não se pode falar de fun- São Paulo – 1969-1973 dadores, mas de grupo de pessoas na época ligadas a instituições de ensino superior ou instituições nas quais se desenvolviam prá- Criado em 1973 como organização de na- ticas relacionadas à Psicologia, que lutavam tureza pública, prevista e regulamentada pela pelo reconhecimento da profi ssão de psicó- Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT, Tí- logo no Brasil. Oswaldo de Barros Santos, tulo V, Cap. I), o Sindicato dos Psicólogos no Waldecy Miranda e Suzy Vij ande Cambraia Estado de São Paulo agrega a categoria resi- são alguns personagens que aparecem como dente no estado e, conforme legislado, re- fundadores da entidade sindical. O panora- presenta seus interesses perante autoridades ma do sindicalismo no Brasil na década de administrativas e judiciais. É uma organiza- 1970, quando foi instituído o sindicato, é ca- ção de natureza pública, com endereço a rua racterizado, segundo estudiosos da área, pelo Arruda Alvim, 96, São Paulo – SP. Conforme esforço do então governo militar em reprimir determina a lei, o sindicato é mantido pela movimentos populares e sindicais formados contribuição dos associados, com valor defi ni- na década anterior e cooptar lideranças po- do anualmente em assembleia, e pelo imposto pulares para suas propostas desenvolvimen- sindical, contribuição anual obrigatória reco- tistas. Para os militares, os sindicatos eram lhida pelo Ministério do Trabalho e repassa- entendidos como entidades colaboracionistas da aos sindicatos. Seus objetivos gerais são e qualquer tentativa de atuação independente defi nidos por lei (CLT, Título V, Cap. I, Seção e classista era duramente reprimida, o Minis- I): a) representar, perante autoridades admi- tério do Trabalho possuía dispositivos legais nistrativas e judiciárias, os interesses gerais de intervenção na entidade, como a nomeação da respectiva categoria ou profi ssão liberal ou de junta governativa para dirigi-lo. Já no fi nal interesses individuais dos associados relati- dessa década (1977-1978), iniciou-se um mo- vos à atividade ou profi ssão exercida; b) cele- vimento de reorganização das entidades sin- brar contratos coletivos de trabalho; c) eleger dicais. Profi ssionais de nível superior se alia- ou designar os representantes da respectiva ram aos operários e a movimentos populares categoria ou profi ssão liberal; d) colaborar na luta pela democratização do país (eleições com o Estado, como órgãos técnicos e con- diretas em todos os níveis), pela anistia e por sultivos, no estudo e solução dos problemas direitos sociais. Em vários sindicatos surgiram que se relacionam com a respectiva categoria movimentos de oposição às diretorias acomo- ou profi ssão liberal; e) impor contribuições a dadas ou pelegas (nome dado às coopta das todos àqueles que participam das categorias pelo governo). No Sindicato dos Psicólogos

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também surgiu uma chapa, em 1979, que mo- São publicações do sindicato: o Jornal do Psi- bilizou a categoria com uma plataforma que cólogo (publicação trimestral); um encarte no pretendia fortalecer a organização dos profi s- Jornal do Psicólogo em julho/agosto de 2000, sionais da área, discutir condições de traba- sobre Perfi l profi ssional e sindical do psicólo- lho e aliar-se ao movimento sindical em suas go; o livro A reclamação trabalhista: uma longa reivindicações tanto econômicas como políti- caminhada (1987) e Psicólogo – informação sobre o cas. Foi essa chapa, presidida por Ode e de exercício da profi ssão (1982). Godoy Pinheiro, a vencedora nessa eleição. Desde a sua criação até o presente, o sindicato Referências teve dez gestões e seus programas de ação têm estado relacionados com as transformações da BRASIL. Decreto-lei 5.452, 1 mai. 1943. Consolida- categoria em sua inserção no mundo do tra- ção das Leis do Trabalho. Diário Ofi cial da União, balho e na história do sindicalismo brasileiro. 09 ago. 1943. O Sindicato dos Psicólogos é fi liado à Central CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA – 6ª Re- Única dos Trabalhadores (CUT) e os dirigen- gião. Uma profi ssão chamada Psicologia – 20 anos. tes eleitos pela categoria procuram aprofun- São Paulo, 1994. dar sua relação com os sindicatos majoritários HUR, D. U. Políticas da Psicologia de São Paulo: (aqueles sindicatos de categoria econômica ou as entidades de classe durante o período do regi- de ramo, como se diz na atualidade), optando, me militar à redemocratização do país. Dissertação dentro da organização da CUT, pela fi liação (Mestrado em Psicologia Social). Universidade de à Confederação Nacional dos Trabalhadores São Paulo, São Paulo, 2005. em Seguridade Social (CNTSS) e, mais recen- SINDICATO DOS PSICÓLOGOS NO ESTADO DE temente (2005), também à Federação Esta- SÃO PAULO. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2007. (FETSS) – entidades que organizam trabalha- SINDICATO DOS PSICÓLOGOS NO ESTADO DE dores públicos e privados nas áreas de Saúde, SÃO PAULO. Informações sobre o exercício da Assistência Social e Previdência. Entende que profi ssão. São Paulo: Cortez, 1987. a luta sindical clássica, de corte corporativo, deve estar articulada aos interesses mais am- plos da sociedade, como a busca pela demo- Ode e de Godoy Pinheiro cracia universal e participativa, a conquista de direitos que garantam a justiça social, a luta contra todas as formas de preconceito, discri- „ Sociedade Brasileira de Biosofi a – 1996- minação e violência. Ao mesmo tempo, desde sua criação, mantém parceria com o Conselho Sociedade Brasileira de Psicologia da Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP), Comunicação – 1992-1996 em ações que visam debater as questões rela- Sociedade de Psicoterapia e Dinâmica de cionadas à profi ssão nos vários setores em que Grupo de Minas Gerais – 1990-1992 ela se insere. Além disso, desenvolve ações Sociedade de Psicoterapia de Grupo de mais específi cas, representando a categoria Minas Gerais –1966-1990 em mesas de negociação no setor público e privado, reivindicando redução de jornada de trabalho para trinta horas semanais, defesa de Fundada em 29 de janeiro de 1966, a So- concursos públicos, combate às formas de pre- ciedade de Psicoterapia de Grupo de Minas carização nas contratações e nas condições de Gerais foi registrada sob o n. 6.255, em 19 de trabalho. O sindicato tem assento em diversos abril de 1966, no Cartório do Registro Civil de órgãos de controle social, com destaque para Pessoas Jurídicas de Belo Horizonte. Em 12 de os Conselhos Estadual e Municipal de Saúde. outu bro de 1990, passou a se chamar Sociedade

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de Psicoterapia e Dinâmica de Grupo de Minas Rosaura Moreira Xavier, psicóloga; Carlos Gerais. Posteriormente, em 30 de outubro de Aloisio Pinto Coelho, psicólogo; Raimundo 1992, tornou-se Sociedade Brasileira de Psi- José Cabral, psiquiatra; Padre João Slany, psi- cologia da Comunicação e, fi nalmente, em 9 cólogo; O ilia Braga Antipoff , psicóloga; Ra- de abril de 1996, passou a denominar-se So- fi c Dabien, psiquiatra; Geralda Déa de Arau- ciedade Brasileira de Biosofi a, por infl uência jo Abreu, psicóloga; Sebastião Abrão Salim, dos trabalhos de Frederick Ke ner, fi lósofo psiquiatra; padre Geraldo Servo, psicólogo. alemão radicado nos Estados Unidos que, na A primeira diretoria da sociedade fi cou cons- década de 1950, publicou vários livros, desen- tituída por Halley Alves Bessa (presidente), volvendo uma nova forma de abordar o ser Marcos Goursand de Araujo (vice-presiden- humano e que veio ao encontro dos desejos te), Sebastião Abrão Salim (secretário) e padre dos associados em ampliar os objetivos da so- João Slany (tesoureiro). O doutor Bernardo ciedade, não se restringindo somente ao cam- Blay Neto foi aclamado como presidente de po da Psicologia e da Psicoterapia. Constituí- honra da sociedade. O primeiro estatuto da da como uma associação civil, autônoma, de sociedade defi nia como seu objetivo a agre- caráter educacional, científi co e cultural, sem gação, formação e aperfeiçoamento de técni- fi ns lucrativos, tem sede e foro em Belo Ho- cos especialistas em Psicoterapia de Grupo rizonte e duração por tempo indeterminado. em todas as suas formas e modalidades, sem A Sociedade surgiu de um grupo de estudos distinção de escola ou ideo logia. A sociedade composto por psicólogos e psiquiatras inte- participou da instalação do primeiro Conse- ressados em Psicoterapia de Grupo e que fun- lho Federal de Psicologia, em dezembro de cionava no Instituto de Psicologia Aplicada de 1973, com Halley Bessa eleito tesoureiro, po- Minas Gerais (IPAMIG), situa do na avenida sição em que permaneceu até 1979. De 1978 a Getúlio Vargas, 67, em Belo Horizonte. Este 1988, a sociedade fi cou quase inativa. Com a grupo teve início em março de 1965, quando volta do psicólogo Marcos Goursand a Belo alguns profi ssionais trouxeram de São Paulo, Horizonte, este resolveu reativá-la. Assim, para uma palestra em Belo Horizonte, Ber- em 1988, foi realizada uma nova assembleia nardo Blay Neto, psiquiatra, psicanalista e geral da Sociedade, sem a presença dos só- psicoterapeuta de grupo. A partir daí, estes cios Carlos Aloisio Pinto Coelho e padre João mesmos profi ssionais, que já haviam parti- Slany, que haviam falecido, de Rafi c Dabien, cipado de algumas sessões de dinâmica de que havia se desligado, e de Geraldo Servo grupo com o professor Pierre Weil, decidiram e Rosaura Xavier, que haviam se mudado constituir um grupo de estudos e formação para Brasília. Novos sócios entraram e uma em Psicoterapia Grupal, sob a orientação de nova diretoria foi eleita, composta por Mar- Blay Neto. Este ia a Belo Horizonte e, durante cos Goursand de Araújo (presidente), Sebas- os fi ns de semana, ministrava aulas e supervi- tião Abrão Salim (vice-presidente), Andréia sões aos participantes do grupo. Foi a alterna- Ferreira Coelho (secretária) e Maria Helena tiva que encontraram para sua formação em Valadares (tesoureira). Cabe ressaltar que as Psicanálise, iniciada em 1963 com o professor alterações de nome da sociedade refl etem mu- Malomar Lund Edelweiss, fundador do Cír- danças de orientação teórica e de seus associa- culo Psicanalítico de Minas Gerais, que seguia dos. Em 1992, as publicações do grupo Mental a orientação de Igor Caruso. A reunião para a Research Institute (MRI), de Palo Alto, encon- fundação da sociedade foi realizada no IPA- traram uma boa acolhida entre os sócios, o MIG, em 29 de janeiro de 1966, a convite de que levou à denominação psicológica da co- seu coordenador, Marcos Goursand de Araú- municação. Ke ner antecipou em quase meio jo, psicólogo. Participaram desta reunião: século preocupações recentes dos cientistas Halley Alves Bessa, psiquiatra; Léa de Arau- com a degradação ambiental, o esgotamento jo Porto, psicóloga; Silvio José Raso, médico; de recursos hídricos, o aquecimento global e o

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aumento das guerras como forma de resolver „ Sociedade Brasileira de Neurologia, as pendências humanas. Hoje, a Sociedade Psiquiatria e Medicina Legal – 1907- Brasileira de Biosofi a dedica-se a promover 1957(?) cursos, palestras e workshops sobre temas re- Sociedade Brasileira de Psiquiatria, lativos à qualidade de vida para instituições, Neurologia e Ciências Afi ns – 1905-1907 profi ssionais e estudantes da área psi. Realiza também workshops de Bioencontro, uma for- ma de psicodrama intensivo, semelhante aos Associação científi ca criada em 17 de no- grupos-maratona realizados no Instituto Esa- vembro de 1907, no Rio de Janeiro, reunia mé- len, em Big Sur, na Califórnia (EUA), trazidos dicos e psiquiatras do Hospício Nacional de e adaptados por Marcos Goursand, quando Alienados e professores ou alunos da Faculda- da realização de seu pós-doutorado naquele de de Medicina do Rio de Janeiro, interessados país e adaptados à nossa realidade. O método na produção e circulação de conhecimento re- desenvolvido baseia-se na Psicoterapia pelo lativo às ciências que lhe davam nome. Suce- Encontro, de William Schutz, e inclui o uso de deu à Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neu- técnicas e recursos do Psicodrama Triádico, rologia e Ciências Afi ns, criada dois anos antes, de Schutzenberger e Weil, e da Biodança, de em 1905, por Juliano Moreira e Afrânio Peixoto. Rolando Toro. Ainda que não se tenha podido precisar o ano de fechamento da Sociedade Brasileira de Neu- rologia, Psiquiatria e Medicina Legal, o mais Referências recente número disponível de seu periódico, ARAUJO, M. G. Métodos, técnicas e recursos em então denominado Arquivos Brasileiros de Neu- Grupoterapia. Belo Horizonte: Comunicação, 2005. riatria e Psiquiatria, é relativo ao ano de 1957. BLAY NETO, B. “Aplicações da Psicoterapia de Sua criação faz parte de um movimento de Grupo”. Arquivos do Departamento de Assistên- ideias e ações que, do fi nal do século XIX até as cia a Psicopatas do Estado de São Paulo. São Paulo, v. 27, p.121-137, 1961. duas primeiras décadas do século XX, visava a transformar as ciências no Brasil. A Psiquiatria KETTNER, F. Biosophy and spiritual democracy: inseria-se nesse movimento de tornar a ciência a basis for world peace. New York: Vantage Press, 1964. uma profi ssão e a referida sociedade teve um papel fundamental nesse processo, ao defender MOREIRA, R. L. B. D.; ARAUJO, M. G. Os sete pi- o uso de linguagem e métodos especializados, lares da qualidade de vida. Belo Horizonte: Leitu- ra, 2006. incentivar o debate científi co, integrar-se a uma rede de congressos internacionais, divulgan- ROGERS, C. R. Grupos de encontro. São Paulo: Martins Fontes, 1978. do notícias e várias vezes enviando comissões para participar dos referidos congressos, ser- SCHUTZ, W. C. Psicoterapia pelo encontro. São vindo de conexão com membros de socieda- Paulo: Atlas, 1978. des europeias e publicando artigos baseados SCHUTZENBERGER, A. A.; WEIL, P. Psicodrama em pesquisas clínicas. No campo teórico, a triádico. Belo Horizonte: Interlivros, 1977. Psiquiatria brasileira inspirava-se mais na ver- TORO, R. Projeto Minotauro: abordagem terapêu- tente alemã, em detrimento da infl uência da tica do sistema Biodança. Petrópolis: Vozes, 1988. Psiquiatria francesa, que fundamentara a Me- WATZLAWICK, P. et al. Pragmática da comunica- dicina Mental no Brasil durante toda a segunda ção humana. São Paulo: Cultrix, 1993. metade do século XIX. Tal processo de reconfi - WEIL, P. et al. Dinâmica de grupo e desenvolvi- guração da Psiquiatria nesse movimento mais mento em relações humanas. Belo Horizonte: Ita- amplo de especialização das ciências também tiaia, 1967. trazia à cena outras teorias, dentre as quais cer- tamente incluía-se, no que se refere ao campo Marcos Goursand de Araújo da Psicologia, ao menos a Psicologia Experi-

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mental. Henrique Roxo, por exemplo, foi um vez maior de médicos que se autorrepresenta- dos membros da Sociedade que já vinha se de- vam como psiquiatras. A publicação divulga- bruçando sobre o estudo da duração dos atos va notícias e artigos científi cos, bem como atas psíquicos entre alienados, tema de sua tese de das sessões da sociedade, contando com a co- doutoramento em 1900, na qual apresentava laboração de Teixeira Brandão, Miguel Couto, contribuições europeias da Psicologia Experi- Henrique Roxo, Carlos Penafi el, Franco da Ro- mental e do método da psicometria, com des- cha e Ulysses Vianna. Até 1918 sua impressão taque para os trabalhos de Wilhelm Wundt. era realizada nas Ofi cinas de Tipografi a e En- Juliano Moreira e Afrânio Peixoto, criadores cadernação do Hospício Nacional de Aliena- da pioneira Sociedade Brasileira de Psiquia- dos, onde a maioria dos operários era de inter- tria, Neurologia e Ciências Afi ns, também fi - nos. O emprego dessa mão de obra objetivava guram como os fundadores da Sociedade Bra- fazer os pacientes terem uma atividade tera- sileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina pêutica durante o período de internação ou Legal. A elaboração da esta tutos desta última lembrá-los de sua profi ssão durante o tempo sociedade, em 1907, fi cou a cargo de Afrânio em que estivessem em tratamento, conforme Peixoto, Henrique Roxo e Carlos Eiras . Já em registra o Projeto Memória da Psiquiatria no 5 de abril de 1908, em ata da sessão da mes- Brasil, coordenado por Paulo Amarante. Em ma, fi cou registrada a criação de uma comis- 1919, o periódico passou a se chamar Arqui- são – composta por Carlos Eiras, Henri que vos Brasileiros de Neuriatria e Psiquiatria, per- Roxo, Afrânio Peixoto e Juliano Moreira –, manecendo como órgão ofi cial de divulgação cujo objetivo era discutir a formulação da da Sociedade Brasileira de Neurologia, Psi- primeira classifi cação psiquiátrica brasileira. quiatria e Medicina Legal, embora não tenha Tal classifi cação foi elaborada em 1910 e pu- sido mantida a continuidade da numeração, blicada em artigo de Juliano Moreira em 1919. passando-se em 1919 para Ano I. Entre 1943 e Nas décadas subsequentes, a sociedade con- 1945 o periódico manteve-se inativo, voltando tinuaria a se posicionar a favor do progresso a circular em 1946 e sabendo-se da existência, científi co, com o debate, entre seus membros, após essa data, apenas de exemplares de 1955 sobre a necessidade de atualização da classi- a 1957. A edição de 1955, dois anos antes do fi cação das doenças mentais. A insufi ciência que parece ser a autoextinção da publicação desta classifi cação perante as teorias então e da sociedade, é comemorativa pelos seus 50 correntes, comprovada pela transformação anos de existência, reunindo em sua comissão do conhecimento psiquiátrico e de conceitos científi ca antigos presidentes da instituição, a até então considerados irrefutáveis, foi ponto saber: Antônio Rodrigues Lima Austregésilo, de discussão de uma das sessões da socieda- Henrique Roxo, Adauto Botelho, Pernambu- de no ano de 1938, na qual foi apresentada a cano Filho, Odilon Gallo i, Fábio Sodré e A. L. proposta de uma nova classifi cação diagnós- Nobre de Mello. Nesse mesmo ano, Heitor Pe- tica organizada pela Divisão de Assistência a res, diretor da então Colônia Juliano Moreira Psicopatas (DAP). O órgão de divulgação ofi - entre 1946 e 1954, tomou posse como presi- cial da sociedade era o Arquivos Brasileiros de dente da Sociedade para o biênio 1955-1956. Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal (1908- 1918), que vinha substituir o Arquivos Brasi- Referências leiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afi ns AMARANTE, P. (Coord.) Projeto Memória da Psi- (1905 a 1907). Este último fora criado no mes- quiatria no Brasil. Catálogo de Periódicos Não Cor- mo ano da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, rentes em Psiquiatria da Biblioteca de Manguinhos. Neurologia e Ciências Afi ns (1905), sendo Rio de Janeiro: FIOCRUZ, CD-ROM, 2001. o primeiro periódico científi co brasileiro na ARCHIVOS BRASILEIROS DE PSYCHIATRIA, área da Psiquiatria e confi gurando-se como NEUROLOGIA E SCIENCIAS AFFINS. Anno I, um dos veículos de institucionalização desta n. 2, Rio de Janeiro: Ofi cinas de Tipografi a e Enca- especiali dade, que agregava um número cada dernação do Hospício Nacional de Alienados, 1905.

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ARCHIVOS BRASILEIROS DE NEURIATRIA E 1938 e 1943, permitiu a constituição grupos de PSYCHIATRIA. Ano I, 1919. estudo. Já a segunda, entre 1944 e 1950, possi- ARCHIVOS BRASILEIROS DE NEURIATRIA E bilitou o reconhecimento ofi cial. O grupo fun- PSYCHIATRIA. Ano XXV, n. I, jan./mar., 1946. dador, composto por médicos e profi ssionais ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSIQUIATRIA, de diferentes horizontes e liderado por Durval NEUROLOGIA E MEDICINA LEGAL. Anno IV n.s Marcondes, foi formado no divã da primeira 1 e 2, Rio de Janeiro: Ofi cinas de Tipografi a e Enca- analista instalada na América Latina e auto- dernação do Hospício Nacional de Alienados, 1908. rizada pela IPA, a berlinense Adelheid Koch (1896-1980), que chegara ao Brasil fugindo do PORTOCARRERO, V. M. Juliano Moreira e a des- continuidade histórica da Psiquiatria. Coleção Lou- nazismo. Além destes, integraram a primeira cura e Civilização. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002. geração: Virginia Bicudo, Darcy de Mendonça Uchoa, Flávio Dias, Frank Philips, Nabantino SÁ, D. M. de. A ciência como profi ssão – médicos, Ramos, Henrique Mendes, Lygia Alcântara bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935). Rio de Amaral, Isaías Melsohn, Mário Yahn e Mar- Janeiro: FIOCRUZ, 2006. Coleção História e Saúde. gareth Gill. O percurso teve início em um SOCIEDADE Brasileira de Neurologia, Psiquiatria contexto sociocultural marcado pela ditadura e Medicina Legal. Ata da Sessão Extraordinária de Vargas e, ao mesmo tempo, de modernização Psiquiatria. Arquivos Brasileiros de Neuriatria do aparelho de Estado. Já no plano internacio- e Psiquiatria, Rio de Janeiro, ano XXII, v. 22, n. 3, nal foi ditado pela ascensão do nazismo e II p. 204-210, 1939. Guerra Mundial, acontecimentos que, no mo- VENÂNCIO, A. T. A. “Ciência Psiquiátrica e política vimento psicanalítico europeu, provocaram a assistencial: a criação do Instituto de Psiquiatria da chamada diáspora freudiana e o deslocamen- Universidade do Brasil”. História, Ciências, Saúde to do seu eixo de Berlim para Londres. Esta – Manguinhos. v. 10, n. 3, p. 883-900, set.-dez., 2003. cidade, além de acolher Freud, seus familiares VENÂNCIO, A. T. A.; CARVALHAL, L. “A classifi - e grande parte dos exilados, foi palco, após cação psiquiátrica de 1910: ciência e civilização para sua morte em 1939, do debate das chamadas a sociedade brasileira.” In: JACÓ-VILELA, A. M.; Grandes Controvérsias, que culminaram na CEREZZO, A. C.; RODRIGUES, H. de B. C. (Orgs.) hegemonia das teses kleinianas, a partir de Clio Psyché Ontem – Fazeres e Dizeres Psi na Histó- 1944. Assim, com o fi nal da guerra e vitória ria do Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001, dos aliados, coube à chamada escola inglesa p. 151-160. reestruturar o movimento psicanalítico, agora sob novas e mais rígidas regras de fi liação e Ana Teresa A. Venancio gestão da vida societária. Enquanto isso, com os ventos da democracia também chegando ao Brasil, o núcleo paulista, totalmente dedi- cado à causa, porém alheio aos novos rumos „ Sociedade Brasileira de Psicanálise de do movimento psicanalítico internacional, São Paulo (SBPSP) – 1969- seguia sua formação na tradição dos ensina- Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBP) mentos de Freud e da escola berlinense. Em – 1949-1969 5 de junho de 1944, contando seis membros, é criado o Grupo Psicanalítico de São Paulo e iniciado o processo de reconhecimento ofi cial, Primeira instituição de Psicanálise fun- obtido enquanto study group, em outubro de dada no Brasil nos moldes da International 1945. O cumprimento das novas exigências de Psychoanalytical Association (IPA), obteve re- formação, como o recrutamento de um segun- conhecimento ofi cial no XVII Congresso Inter- do analista didata, necessitou negociações, nacional de Psicanálise, em Amsterdã, em incluindo visita de observação de membros 1951. O processo que possibilitou sua funda- da Asociación Psicoanalítica Argentina (APA) ção ocorreu em duas etapas. A primeira, entre e idas a Londres, resultando na chegada do

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psicanalista Theon Spanudis, em meados de coube a ela a instauração dos dispositivos de 1950. Um ano antes, em junho, o grupo funda- seleção e formação, assim como os da vida ra a SBP. Assim, uma vez cumpridas todas as societária. Entre outros, a sociedade passou a exigências, o reconhecimento ofi cial foi obtido ter um secretariado e engajou-se no projeto de em 1951. O passo seguinte foi a estruturação construção da sede. Em maio de 1966, lançou das instâncias de formação e poder societário, sua primeira publicação, o Jornal de Psicaná- buscando agora reconhecimento e prestígio lise e, um ano mais tarde, a Revista Brasileira local. A próxima geração, formada nos anos de Psicanálise, que se tornou órgão ofi cial da de 1950, seria majoritariamente masculina Associação Brasileira de Psicanálise (ABP) em oriunda do meio médico. São principalmente 1970. Do modelo societário calcado no espíri- psiquiatras marcados por experiências clínicas to familiar, passava-se agora a uma instituição de tratamento de patologias graves, desenvol- centralizada e normativa, inspirada na socie- vidas em diferentes instituições psiquiátricas dade londrina e controlada pela comissão de públicas e privadas. Em contrapartida, poucos ensino e seus analistas didatas. Formada neste participam da vida societária, adotando uma modelo, a terceira geração foi majoritariamen- posição mais autônoma e crítica. Para essa te composta de homens e médicos. Porém, geração, marcada pela Medicina Psicossomá- diferentemente da precedente, revelou-se mais tica, tratou-se sobretudo de ampliar o campo entusiasta pela vida societária e orgulhosa de de ação da Psicanálise, através de uma clínica pertencer a um organismo internacional. Nos aberta a diversas experimentações como as anos 1970, muitos fariam percurso institucio- que deram origem ao Movimento Paulista de nal, ocupando os principais postos de direção. Psicoterapia de Grupo, em 1957. Outra frente O processo de implantação culminou simbo- importante, liderada por Durval Marcondes, licamente na aprovação dos novos estatutos, foi a participação na criação do curso de espe- em 1969. Até então nomeada SBP, fi nalmente cialização em Psicologia Clínica da Univer- recebeu o nome que possui atualmente: SBPSP. sidade de São Paulo, a partir de 1954. Nesse O monopólio da formação só seria rompido sentido, benefi ciando-se do crescimento da em meados dos anos de 1970, durante o perío- demanda de tratamento e formação, e sendo do conhecido como o boom das práticas psi, a única instituição autorizada a formar analis- com o surgimento de novas correntes teóricas tas na capital paulista, a SBP tornou-se rapi- e instituições de formação. O marco foi o cur- damente um espaço disputado pelos candida- so de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, tos a analista, médicos e não médicos, sendo em 1976, seguido do movimento lacaniano. esta uma particularidade em relação às outras Isso não impediu que a SBPSP e seu institu- sociedades ipeístas no país. O monopólio se to, batizado Durval Marcondes, continuasse a consolidou a partir da criação do Instituto ser a maior instituição de formação da capital de Psicanálise e aprovação de seu regimento paulista, contando 415 membros e 287 candi- interno, em 1961. Coube a Virgínia Bicudo a datos em formação, em 2006. Seguindo a ten- responsabilidade pela sua estruturação. Ela dência mundial de crescimento dos cursos de acabara de retornar de uma estadia de quatro graduação e pós-graduação em Psicologia e os anos em Londres, onde estagiou na Tavistock avanços da Psiquiatria medicamentosa, desde Clinic, frequentou os seminários do instituto meados dos anos de 1980, o perfi l do profi s- e foi analisada por Frank Philips. Com esse sional psi tornou-se predominante feminino e percurso, passou a encarnar a renovação da graduado em Psicologia. sociedade paulista. Rompendo com a tradi- ção ortodoxa freudiana, ela introduziu con- cepções modernas, para utilizar expressão da Referências época, então representadas por Melanie Klein BARCELLOS, R. Algumas anotações bibliográfi cas e Wilferd Bion, atualizando e tornando mais da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Pau- sedutoras as técnicas psicanalíticas. Também lo. São Paulo: SBPSP (documentação interna), 1976.

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INSTITUTO DE PSICANÁLISE DE SÃO PAULO. início do século XX, a Psicanálise difundiu-se Regulamentos. São Paulo: IPSP, 1961; 1975; 1984; no Brasil, o que conduziu à criação, em 1927 1986 e 1990. e 1929, respectivamente, das seções paulista INTERNATIONAL PSYCHOANALYTICAL AS- e carioca da Sociedade Brasileira de Psicaná- SOCIATION. “Rapport received from societies and lise (SBP), primeira sociedade de psicanáli- Instituts. Bulletin of the International Psychoanaly- se da América Latina a ser reconhecida, em ti cal Association”. International Journal of Psycho- 1929, pela IPA. Tinha por objetivos promover Analysis. v. XXVII, 1946. reuniões clínico-teóricas e divulgar as ideias NOSEK, L. et al. Álbum de família: imagens, fon- psicanalíticas, sem, porém, oferecer formação tes e ideias da Psicanálise em São Paulo. São Pau- analítica. A sociedade foi fechada em 1930. As lo: Casa do Psicólogo, 1994. tentativas de constituir uma formação siste- OLIVEIRA, C. L. M. V. de. História da Psicanálise. matizada no Rio de Janeiro datam dos anos São Paulo: 1920-1969. São Paulo: Escuta, 2006. de 1940, e envolviam dois grupos de médicos. O primeiro deles criou, em 1944, o Centro de SAGAWA, R. A construção local da Psicanálise. Estudos Juliano Moreira (CEJM). Seus mem- Marília: Editora Interior, 1996. bros iniciais, advindos do Serviço Nacional de SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE DE Doenças Mentais (SNDM), eram José A. Ne o, SÃO PAULO. Fichas bibliográfi cas dos membros Danilo Perestrello, Elso Arruda, Júlio Pater- da SBPSP. São Paulo: SBPSP, 1969-2007. nostro, Oswaldo D. Moraes e Walderedo I. Oli- SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE. Ata veira, aos quais se juntaram José Leme Lopes, da Fundação e Estatutos. São Paulo: SBP, 1949; Souza Vianna, Januário J. Bi encourt, Mário 1961; 1969 e 1998. Pacheco de A. Prado e Marialzira Perestrello. Após tentativas infrutíferas de trazer didatas Carmen Lucia Montechi Valladares de Oliveira para a cidade, Walderedo, Danilo e Marialzi- ra conseguiram, em 1946, bolsas de estudos Marina Massi para sua formação na Associação Psicanalítica Argentina (APA), enquanto outros membros foram para a então Sociedade de Psicanálise „ Sociedade Brasileira de Psicanálise do de São Paulo, o que acabou por desarticular Rio de Janeiro (SBPRJ) – 1959- o CEJM. O segundo grupo, reunido em torno de Domício de Arruda Câmara, prosseguiu tentando iniciar uma formação na cidade. Em Associação científi ca, assistencial e institui- 1947, Ernest Jones, então presidente da IPA, ção de formação de psicanalistas, fundada em indicou Mark Burke como didata para o Rio 28 de julho de 1959. Afi liada à International de Janeiro. No mesmo ano, o grupo fundou o Psychoanalytical Association (IPA), integra Instituto Brasileiro de Psicanálise (IBP), obje- a Federação Psicanalítica da América Latina tivando dar o apoio de uma estrutura jurídica (FEPAL) e a Associação Brasileira de Psicaná- aos analistas emigrantes. Burke chegou em lise (ABP). Possui informativo interno, o Inter- 1948. A crescente demanda por formação fez valo Analítico, que circula desde 2000; existia o IBP trazer outro analista indicado por Jones, também um periódico interno, o Boletim Cien- Werner W. Kemper, que chegou ao Rio em de- tífi co da SBPRJ (1991-2005). Desde 1991, a re- zembro de 1948. Burke iniciou supervisões e vista ofi cial é a Trieb, mas a Revista Brasileira seminários em 1949, e Kemper em 1950. Ainda de Psicanálise, órgão ofi cial da ABP, é também em 1949, os brasileiros com formação na APA espaço de publicação de seus membros, desde retornaram, formando o apelidado Grupo dos 1971. Seus eventos estão relacionados à ABP, Argentinos. Em 1951, analisandos de Burke tendo a SBPRJ organizado o segundo (1971), acusaram Kemper de ter tornado sua mulher sexto (1977), décimo (1985) e décimo quarto analista sem que ela tivesse a formação reque- (1993) Congresso Brasileiro de Psicanálise. No rida. Como desfecho da crise, Kemper saiu

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do IBP e fundou o Centro de Estudos Psica- causa da ampliação da formação da SBPRJ nalíticos (CEP). O grupo de Kemper aceitou a aos não médicos. Em agosto de 1973, o jornal indicação da IPA de se apoiar na já ofi cializa- clandestino Voz Operária publicou a notícia de da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São que Amílcar Lobo Moreira da Silva, candidato Paulo (SBPSP), enquanto o de Burke e o dos da SPRJ, participava de sessões de tortura de argentinos preferiram permanecer indepen- presos políticos. Helena B. Vianna, da SBPRJ, dentes. Após a volta de Burke para Londres, enviou anonimamente um exemplar do perió- em 1953, Décio de Souza, Edgard Almeida e dico à psicanalista Marie Langer, em Buenos Henrique Mendes foram para a Inglaterra Aires, e esta, por sua vez, remeteu uma cópia terminar a formação, enquanto outros deci- ao então presidente da IPA, Serge Lebovici. As diram analisar-se com Adlheid Koch, didata duas instituições ofi ciais cariocas procuraram da SBPSP. Houve ainda a tentativa de trazer abafar a denúncia, e a SBPRJ impediu Vianna a analista L. B. Liebermann para o Rio, mas de se tornar didata, não aceitando seu traba- ela morreu na fronteira húngara ao tentar lho fi nal. A decisão só foi revista na primavera migrar. A SBPRJ é o resultado da união entre de 1980, quando a questão se tornou pública os grupos dos argentinos, de Burke e dos in- pela ampla cobertura jornalística de um se- gleses, como fi caram conhecidos os analistas minário acerca das relações entre psicanálise com formação na Inglaterra. Foi reconhecida e política, realizado na PUC-Rio, quando a pela IPA em 1957 como study group, e em 28 de participação de Amílcar Lobo nas torturas do julho de 1959 como sociedade, durante o XXI aparato ditatorial foi novamente denunciada. A polêmica abalou o prestígio das sociedades Congresso Psicanalítico Internacional, em Co- associadas à ABP. A perda de mercado, decor- penhague. A SBPRJ e a Sociedade Psicanalítica rente do aumento do número de sociedades do Rio de Janeiro (SPRJ) foram responsáveis após a entra da da Psicanálise Lacaniana, no fi - pela quase totalidade da formação de psica- nal da década de 1970, no Rio de Janeiro, tam- nalistas em solo carioca até o fi nal dos anos de bém favoreceu a quebra do monopólio médico 1960. Essa formação era (e ainda é) composta quanto ao controle e transmissão do título de por seminários teóricos e clínicos, supervisão psicanalista nas instituições vinculadas à IPA. e análise didática. Até a reforma dos estatu- tos, de 1982, na SBPRJ, o candidato precisava possuir um diploma de Medicina. Os funda- Referências dores da SBPRJ foram João Côrtes de Barros FACCHINETTI, C. Deglutindo Freud: História da (presidente), Alcyon Bahia, Danilo Perestrello, digestão do discurso psicanalítico no Brasil. (1920- Décio de Souza, Edgard de Almeida, Henri- 1940). Tese (Doutorado em Teoria Psicanalítica). que Mendes, Inaura Carneiro Leão, Luiz Wer- Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Ja- neiro, 2001. neck, Manoel T. Lyra, Marialzira Perestrello, Mário Pacheco de A. Prado, Pedro Ferreira, FACCHINETTI, C.; PONTE, C. “De barulhos e silên- cios: contribuições para a História da Psicanálise no Walderedo I. Oliveira e Zenaira Aranha. Com Brasil”. Psyche, Campinas, v. ano VII, p. 59-83, 2003. a institucionalização dos cursos universitários de Psicologia, em meados da década de 1960 FÜCHTNER, H. “O caso Werner Kemper: psica- nalista, seguidor do nazismo, nazista, homem da cresceu a demanda por formação psicanalítica Gestapo, militante marxista?!” II Estudos Gerais no Rio. Sem acesso às sociedades vinculadas de Psicanálise. Disponível em: . Acesso em: 31 jan. 2007. listas ofi cialmente reconhecidos. Durante os MARCONDES, D. “Entrevista de Durval Marcon- anos de 1970 surgiram inúmeras instituições des”, Folha da Noite. São Paulo, 17 nov. 1936. de formação não vinculadas à IPA, basica- PERESTRELLO, M. (Org.). História da Sociedade mente compostas por psicólogos. Mas a exis- Brasileira de Psicanálise do Rio De Janeiro: suas tência desse novo mercado não foi a única origens e fundação. Rio de Janeiro: Imago, 1987.

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PONTE, C. F. da. Médicos, psicanalistas e loucos: atividades, a vinda de analistas junguianos es- uma contribuição à História da Psicanálise no trangeiros vinculados à IAAP para ministrar Brasil. Dissertação. (Mestrado em Saúde Pública). seminários no Brasil. Em consequência deste Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1999. Dis- processo, o grupo foi reconhecido e aprovado ponível em: . Acesso em: 11 jan. 2007. IAAP, durante o VII Congresso Internacional RUSSO, J. A. O Mundo Psi no Brasil. Rio de Janei- de Psicologia Analítica, em Roma, 1977. No ro: Jorge Zahar, 2002. ano seguinte constituiu-se como organização SAGAWA, R. Y. A construção local da psicanálise. jurídica e passou a formar analistas dentro dos Marília, Núcleo de Psicanálise de Marília e Região. moldes da Associação Internacional. O grupo [s.d.] fundador da SBPA era formado por: Carlos SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE DO Amadeu Botelho Byington, Carlos Roberto RIO DE JANEIRO. Disponível em: . Acesso em: Glauco José Rizzardo Ulson, Iraci Galiás, José 11 jan. 2007. James de Castro Barros, Maria de Lourdes Fé- lix Gentil, Mery Rosemblit, Nairo de Souza VIANNA, H. B. Não conte a ninguém... : contribui- ção à história das Sociedades Psicanalíticas do Rio Vargas e Walter Boechat. A SBPA é uma ins- de Janeiro. Rio de Janeiro: Imago, 1994. tituição de direito privado, constituída como associação sem fi ns lucrativos, mantida por seus membros através de contribuição anual. Cristiana Facchine i Tem como obje tivos: promover o estudo, di- vulgação e pesquisa no campo da psicologia analítica, em seu mais amplo sentido teórico e prático; promover e estabelecer relações de in- „ Sociedade Brasileira de Psicologia tercâmbio teórico-prático com outros grupos Analítica (SBPA) – 1978- membros da IAAP, com organizações cien- tífi cas e entidades afi ns, nacionais e estran- A SBPA, membro da International Associa- geiras, visando ao aperfeiçoamento dos seus tion for (IAAP), teve membros; manter os institutos de formação, sua ata de fundação registrada em cartório no denominados C. G. Jung, órgãos destinados a dia 4 de março de 1978. A instituição adota, promover o treinamento e ensino de candida- no entanto, a data de 13 de março como seu tos a membros analistas junguianos desta so- marco de origem, em reconhecimento a um ciedade; estimular e promover a realização de dos membros mais criativos e, certamente, seu pesquisas, cursos, congressos, centros de estu- teórico mais produtivo, Carlos Byington, que dos, publicações de caráter científi co-cultural aniversaria nesse dia. O contexto de criação da e outras atividades atinentes à consecução dos SBPA remonta ao que pode ser considerado seus objetivos; promover anualmente, dentro como origem da institucionalização da psico- da programação de suas atividades de infor- logia analítica em São Paulo: a comemoração mação e divulgação, palestras e encontros do centenário do nascimento de Carl Gustav sobre temas de interesse geral, com o caráter Jung. Este evento, ocorrido em 1975, com ati- de gratuidade. Em direção aos seus objetivos, vidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, realiza diversas atividades: oferece curso de congregou diversos grupos que vinham se de- formação de analistas com duração de cinco dicando ao estudo da psicologia analítica, vin- anos, que inclui seminários, supervisão de culados a Nise da Silveira, Carlos Byington, casos clínicos e elaboração de monografi a de Leon Bonaventure e Pethö Sándor. Diversos conclusão de curso; além de promover o Moi- participantes deste encontro iniciaram um in- tará, encontro com periodicidade anual cujo tercâmbio entre si, viabilizando, entre outras objetivo é a refl exão sobre tópicos da cultura

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brasileira por meio da discussão com diferen- Referências tes atores do cenário científi co cultural como MOTTA, A. A. Encontro com os fundadores. São analistas, jornalistas, sociólogos, antropólo- Paulo: SBPA, 2003. Vídeo. gos, artistas em geral etc.; Congresso Latino- MOTTA, A. A. Exposição SBPA 25 anos. III Con- Americano de Psicologia Junguiana, do qual gresso Latino-Americano de Psicologia Junguiana. é coorganizadora e que, com periodicidade Salvador-BA, 2003. trienal, teve sua primeira edição em 1998 em Punta Del Este – Uruguai. O foco deste é a MOTTA, A. A. Psicologia Analítica no Brasil, con- refl exão sobre a identidade latino-americana tribuições para sua história. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social). Pontifícia Universidade Ca- sob a ótica da psicologia analítica. A SBPA ain- tólica de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: da publica a Junguiana – Revista da Sociedade . Acesso em: 25 jul 2008. dade anual desde 1983. Além destas ativida- des, a associação oferece regularmente cursos SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA de curta duração de temas variados em torno ANALÍTICA. “Um pouco da história e do espírito dos conceitos da psicologia analítica, palestras da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica.” diversas, ciclos de cinema, clínica de atendi- Junguiana, Revista da Sociedade Brasileira de Psi- cologia Analítica, n. 1, p. 4-7, 1983. mento em psicoterapia e supervisão com pre- ços reduzidos, além de biblioteca. As ativida- SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA des mencionadas são dirigidas para todos os ANALÍTICA. Estatutos Gerais e Regimento Inter- interessados no pensamento junguiano. Parti- no da Sociedade Brasileira de Psicologia Analíti- cularmente o curso do Instituto de Formação ca. São Paulo: SBPA, [s.d.]. Mimeo. de Analistas é voltado exclusivamente para psicólogos e médicos psiquiatras, atendendo Arnaldo Alves da Mo a à legislação brasileira que rege a atividade de psicoterapia. Todas as ações da SBPA são desenvolvidas pelos seus membros e por con- vidados em caráter voluntário, contando com „ Sociedade Brasileira de Psychanalyse – 1927- apoio administrativo de funcionários assala- riados contratados. A coordenação executiva A primeira Sociedade Brasileira de Psicaná- da instituição é de responsabilidade da dire- lise da América Latina foi fundada em 24 de toria voluntária, com mandato de dois anos, outubro de 1927, na cidade de São Paulo, por eleita pela assembleia geral, composta pela to- Francisco Franco da Rocha, professor de Neu- talidade dos seus membros. A atual sede onde ropsiquiatria da Faculdade de Medicina de São a SBPA desenvolve suas atividades é um imó- Paulo, e Durval Bellegarde Marcondes, médi- 2 vel alugado com cerca de 280 m . Possui salas co recém-formado. Os dois fi zeram um acordo de aula, auditório, biblioteca e administração. de que o já cansado professor daria seu nome Está localizada na rua doutor Mario Cardim, consagrado e prestígio científi co-profi ssional 150, Vila Mariana, São Paulo – SP. A SBPA con- como presidente da sociedade, mas o médico tribui para o fortalecimento e disseminação da psiquiatra novato é quem comandaria a ins- disciplina em nosso país, assim como em paí- tituição. O ato inaugural foi uma palestra do ses da América do Sul. Tal contribuição ocorre professor Franco da Rocha no salão nobre do pela formação de analistas, os muitos eventos Lyceu Nacional Rio Brasil, a qual foi muito con- realizados, a publicação da revista Junguiana corrida por intelectuais, artistas e educadores, e a presença constante de seus membros em apesar de ter caído uma chuva torrencial. Foi diversos estados brasileiros e países de nosso eleita a seguinte diretoria: presidente, profes- continente para a divulgação do pensamento sor Francisco Franco da Rocha; vice-presiden- junguiano. te, professor Raul Briquet; secretário, Durval

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Marcondes; tesoureiro, professor Lourenço penharam por fazer uma formação psicanalí- Filho. Inscreveram-se 24 sócios e, entre eles, tica. A exceção foi Durval Marcondes que, em constavam professores universitários (Flamí- 1930, tomou conhecimento de um livro come- nio Fávero, Antonio de Sampaio Dória), médi- morativo dos dez anos de criação do Instituto cos psiquiatras (James Ferraz Alvim, Pedro de de Psicanálise de Berlim, que foi a primeira Alcântara, Osório César, A. de Almeida Junior) instituição de formação de psicanalistas segui- e intelectuais (Meno i del Picchia, Candido dora dos critérios estabelecidos por Sigmund Mo a Filho). Já antes da criação desta primeira Freud em um tripé: análise didática, supervi- sociedade e até mesmo movido pela carta de são clínica e estudos teórico-técnicos. Este li- Sigmund Freud datada de 18/11/1926 e ende- vro foi enviado por Max Eitingon, diretor do reçada a Durval Marcondes, respondendo com Instituto de Psicanálise de Berlim e também entusiamo ao envio da tese “O symbolismo es- presidente da Associação Psicanalítica Inter- thético na literatura. Ensaio de uma orientação nacional. O conhecimento de um sistema de para a crítica literária, baseada nos conheci- formação de psicanalista mudou a relação de mentos fornecidos pela Psychanalyse”. Em 11 Durval Marcondes com a primeira Sociedade de agosto de 1928, Freud fez um apelo em carta Brasileira de Psychanalyse. Até por volta de a Durval Marcondes para que aquele primeiro 1930-31, esta sociedade se restringiu a promo- grupo brasileiro, por este organizado, se inte- ver palestras e cursos de divulgação. A partir ressasse pelo seu reconhecimento pela Inter- de então, o empenho de Durval Marcondes se nacional. A ação da primeira Sociedade Bra- tornou o para criar condições de estabelecer o sileira de Psychanalyse consistiu basicamente sistema de formação de psicanalistas no Bra- em divulgação e discussão das ideias psicana- sil. Já em 1932, Durval Marcondes conseguiu líticas, exceto Durval Marcondes que abriu um convencer René Spitz a imigrar para o Brasil consultório particular, em 1926, e ali praticava com o objetivo de formar aqui novos psica- a clínica psicanalítica. Todos os trabalhos des- nalistas. Estava tudo acertado entre os dois, ta sociedade foram comunicados aos médicos dependendo apenas da resposta fi nal de Dur- psiquiatras do Rio de Janeiro. Os dois grupos val Marcondes. Estourou a Revolução Consti- se reuniram e resolveram constituir uma única tucionalista, que impediu a comunicação dos entidade. A seção do Rio de Janeiro foi presidi- paulistas com outros estados e com o exterior. da pelo professor Juliano Moreira. Foi fundada Na falta de resposta, Spitz entendeu que não uma comissão composta pelos doutores Hen- havia mais interesse na sua imigração para o rique Roxo, Deodato de Moraes, Júlio Porto Brasil e se decidiu a ir para os Estados Uni- Carrero, Murilo de Campos e Carneiro Ayrosa, dos. Outra ocasião ocorreu em 1934, quando com o objetivo de elaborar os estatutos desta Abraham Arden Brill, presidente da Associa- sociedade, os quais foram realizados e apro- ção Psicanalítica Internacional, devido à per- vados. Ao contrário do que aconteceu em São seguição aos judeus, enviou uma carta-apelo Paulo, no Rio de Janeiro, diversos médicos psi- a Durval Marcondes sobre a possibilidade de quiatras aplicaram a psicanálise em seu traba- alguns psicanalistas alemães e austríacos se- lho clínico. O doutor Juliano Moreira instalou, rem aceitos no Brasil. Durval Marcondes pro- no Hospital Nacional dos Alienados, um De- curou Júlio de Mesquita, que estava empenha- partamento de Psicanálise dirigido, pelos mé- do na criação da Universidade de São Paulo, dicos Murilo de Campos e Carneiro Ayrosa. Na o qual encaminhou para Armando de Salles Liga de Higiene Mental, existiu um ambulató- Oliveira que, por sua vez, consultou Antônio rio dirigido pelo doutor Porto-Carrero, profes- Carlos Pacheco e Silva, inimigo declarado da sor de Medicina Legal na Faculdade de Direito, Psicanálise. Nada foi feito na ocasião e se per- onde se buscou aplicar a Psicanálise em termos deu uma oportunidade de criar um Instituto terapêuticos. Paradoxalmente, esses médicos de Psicanálise em São Paulo. Com a mudança psiquiatras do Rio de Janeiro não se interessa- total de rota no envolvimento de Durval Mar- ram em se tornarem psicanalistas nem se em- condes com a Psicanálise, a primeira socieda-

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de se tornou inativa, embora nunca tenha sido verno militar quando, apesar dos empecilhos dissolvida formalmente. e entraves colocados, em nenhum momento suas reuniões anuais deixaram de ser realiza- das, assim como esteve aberta às críticas sobre Referências a situação política existente naquele período e BICUDO, V. Contribuição para a história do desen- a defesa dos direitos humanos, constituindo, volvimento da Psicanálise em São Paulo. Arquivos nesse sentido, um lócus de resistência. A SBPC de Neuropsiquiatria, v. 1, 1948. busca, nas suas ações, articular a ciência com GALVÃO, L. de A. P. Notas para a História da Psi- os interesses nacionais da indústria, economia, canálise em São Paulo. Revista Brasileira de Psica- agricultura, medicina. Tem como característi- nálise, v. 1, n. 1, p. 46-66. ca uma concepção ampla de ciência da qual NOSEK, L. Álbum de família. São Paulo: Casa do decorre uma abertura para acolher pesquisa- Psicólogo, 1994. dores de todas as áreas e a não se restringir SAGAWA, R. Y. A construção local da Psicanálise. à atividade cientifi ca acadêmica. Podem fazer Marília: Interior, 1996. parte da SBPC cientistas, técnicos, profi ssio- SAGAWA, R. Y. Durval Marcondes. Rio de Janeiro: nais, pessoas de interesses diversos e amigos Imago, 2002. da ciência, estudantes, sociedades científi cas envolvidas na livre produção e discussão do Roberto Sagawa conhecimento e interessadas no progresso das ciências em geral. Tem a preocupação de au- mentar a compreensão do público com relação à ciência, através da realização das reuniões „ Sociedade Brasileira para o Progresso da anuais e das suas publicações. Atua também Ciência (SBPC) – 1948- no sentido de divulgar a ciência em âmbito nacional. Mantém várias publicações eletrô- nicas: Anais/Resumos dos Encontros Anuais, Ca- Sociedade civil, sem fi ns lucrativos, criada dernos SBPC, ComCiência e Jornal da Ciência. As em julho de 1948 com a principal fi nalidade de publicações impressas são de caráter nacional: favorecer a discussão, o intercâmbio e a coope- Cientistas do Brasil (livro), Jornal da Ciência, ração entre os pesquisadores; defender e pro- Cadernos da SBPC, Ciência e Cultura, Ciência mover o desenvolvimento da ciência no país. Hoje, Ciência Hoje das Crianças, Ciência Hoje nas Em depoimento, Carolina Bori (psicóloga que Escolas; e, de caráter regional: Notícias SBPC dirigiu a SBPC na gestão 1987-1989) mencio- (PE) e Jornal Ciência (Amazônia). No que diz nou que alguns diretores de instituições de respeito ao desenvolvimento da Psicologia en- pesquisa do Estado de São Paulo, desconten- quanto ciência, a SBPC exerceu um papel esti- tes com o descaso com que o governo trata- mulador: sua política de oferecer espaço para va essas instituições, reuniram-se com alguns a apresentação de trabalhos de estudantes e professores da USP e, com eles, resolveram pesquisadores jovens contribuiu para a for- fundar uma entidade científi ca através da mação de uma atitude de pesquisa no âmbito qual pudessem defender os interesses da pes- da Psicologia. Segundo Sara Morais, nas reu- quisa. Bori refere-se a um momento em que niões da SBPC realizadas na década de 1950, os pesquisadores de Ciências Humanas come- os trabalhos de Psicologia eram apresentados çaram a participar da sociedade, acentuando junto aos de outras áreas das Ciências Huma- com sua atuação um viés político, e iniciando nas, tendo em vista que a produção ainda era uma discussão sobre a importância de o esta- pequena. Somente na década de 1970 passou do brasileiro apoiar não só o desenvolvimen- a ser constituída uma seção exclusiva para os to tecnológico, mas também o científi co. Essa trabalhos de Psicologia. A SBPC se constituiu atuação política se associou permanentemente em espaço importante na criação de associa- às ações da SBPC e se evidenciou durante o go- ções e entidades preocupadas especifi camente

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com o desenvolvimento da Psicologia, princi- „ Sociedade de Análise Transacional do Rio palmente até a década de 1980. Suas reuniões de Janeiro (SANTRARJ) – 1973-1985 anuais abrigaram eventos importantes para a área, como a criação da Comissão Paritária Nacional para discussão do currículo mínimo, A Análise Transacional, método psicológi- em 1977, e a instalação, em 1980, da Associa- co criado pelo psiquiatra canadense Eric Ber- ção Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) ne, começou a ser divulgada no Brasil na e, em 1983, da Associação Nacional de Pesqui- década de 1970. Seus primórdios remontam sa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP). a um Congresso de Psicossomática realizado É interessante observar que as sociedades de no Hotel Nacional no Rio de Janeiro em 1973, Psicologia associadas à SBPC são incluídas ocasião em que um conferencista argentino, ora na área das Ciências Biológicas, caso da Robeto Kertész, apresentou as linhas mestras Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), ora da teoria. A repercussão dessa palestra na na área de Ciências Humanas, caso da Asso- ocasião foi tão grande que alguns brasileiros ciação Brasileira de Psicoterapia e Medicina decidiram fazer uma formação específi ca na Comportamental e da ANPEPP, classifi cação Argentina. Dentre esses estava o psiquiatra essa que refl ete os diferentes pressupostos Alberto Luis da Rocha Tavares que, ao retor- epistemológicos da Psicologia e a abertura da nar, fundou em 1973 a SANTRARJ. Funcio- concepção de ciência da SBPC. Nesse contexto nando na própria clínica de seu fundador, na foi personagem relevante Carolina Bori que, rua Cinco de Julho, 296, em Copacabana, tinha antes de ser sua presidente, foi vice-presiden- a função de promover a análise transacional e te em três mandatos (1981-1987) e secretária- formar terapeutas. Ministrava dois cursos, se- geral em quatro (entre 1973 e 1981). guindo basicamente o conteúdo programático estruturado por Eric Berne. O curso introdu- tório – Curso 101 – era bem elementar, com Referências uma carga horária de apenas 16 horas. O cur- CARVALHO, D. B. R. “Em busca do tempo vivido. O so avançado – Curso 202 –, por sua vez, era discurso psicológico na SBPC, de Paulo Rosas”. Estu- de especialização e formação, com duração dos de Psicologia. v. 3, n. 2, Natal, jul./dez. 1998. de cerca de dois anos e carga horária total de FREIRE-MAIA, A. “Carolina SBPC Bori”. Psicolo- 500 horas. A expressão Análise Transacional gia USP. v. 9, n. 1, São Paulo, 1998. apareceu pela primeira vez numa palestra que MORAIS, S. T. P. Professores universitários e psicólo- Berne proferiu em um encontro regional do gos contam suas vidas. Tese (Doutorado em Psicolo- American Group Psychotherapy Association gia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. of Los Angeles, em 1957. A publicação desse ROSAS, P. “Entrevista concedida a Elza Dutra”. material – “Transactional Analysis: A New Estu dos de Psicologia (Natal), v. 2, n. 2, p. 313-327, and Eff ective Method of Group Therapy” –, jul./dez. 1997. em 1958, no American Journal of Psychothera- SABBATINI, R. A SBPC e Campinas. Disponível py, é considerada por muitos como um marco em: . Acesso em: 10 mar. 2008. efetiva ocorreu alguns anos mais tarde, com a criação em 1964 da Associação Internacio- SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA. Disponível em: . Acesso em: 10 mar. 2008. Eric Berne como primeiro presidente. No en- tanto, a ascensão do movimento na América TOMANARI, G: Y. “Pioneirismo na Ciência e na Psi- Latina implicou outros desenvolvimentos. Em cologia: Carolina Martuscelli Bori (1924-2004)”. Bole- 28 de novembro de 1975, em Buenos Aires, tim de Psicologia. v. 55, n. 123, São Paulo, dez. 2005. foi fundada a Associação Latino-Americana de Análise Transacional (ALAT), com o pro- Lucia Ghiringhello pósito de ser uma organização-mãe para as

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sociedades da cada país. De fato, uma das so- BERNE, E. Análise transacional em Psicoterapia. ciedades nacio nais vinculadas à ALAT era a São Paulo: Summus, 1985. brasileira, a União Nacional das Associações HARRIS, T. A. Eu estou OK Você está OK. Rio de de Análise Transacional (UNA-AT), organi- Janeiro: Artenova, 1977. zada nesse mesmo ano a fi m de congregar os UNIÃO NACIONAL DOS ANALISTAS TRAN- analistas e associações regionais. A infl uência SACIONAIS. Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2007. da SANTRARJ ), em todo esse processo, pode ser evidenciada pelo fato de que ele também Alexandre de Carvalho Castro participou da fundação dessas duas organi- zações, na condição de membro da primeira diretoria de ambas, sendo tanto vice-presi- dente da ALAT (sob a presidência de Robe- „ Sociedade de Estudos Psicanalíticos to Kertész) quanto presidente da UNA-AT. Latino-Americanos (SEPLA) – 1978-199? Assim sendo, no Brasil, particularmente até meados da década de 1980, a formação em Análise Transacional era feita por sociedades Fundada no Rio de Janeiro em 1978 por regionais que se vinculavam à UNA-AT. No Luis Paiva de Castro e Lourival Coimbra, am- entanto, em 1985 ocorreu uma mudança im- bos ex-membros de instituições psicanalíti- portante. Uma assembleia geral decidiu que cas – Instituto de Medicina Psicológica (IMP) UNA-AT passaria a se denominar União Na- e Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio cional dos Analistas Transacionais do Brasil de Janeiro (SBPRJ), respectivamente. A pro- (UNAT-BRASIL), mantendo a mesma direto- posta inicial da SEPLA era organizar uma formação psicanalítica baseada na articula- ria, mas fazendo alguns ajustes nos estatutos. ção das chamadas disciplinas humanísticas O surgimento da UNAT-BRASIL, então, resul- (Antropologia, Filosofi a, História, Mitologia), tou não só na modifi cação da nomenclatura, talvez ainda sob a inspiração do modelo do mas também numa forma diferente de forma- Centro de Estudos de Antropologia Clínica ção de terapeutas. A partir dessa data, a ênfase (CESAC), porém com uma concepção mais do credenciamento para ministração dos cur- eclética da Psicanálise, que incluía a Psicolo- sos foi deslocada das sociedades para os ana- gia Junguiana passando pela teoria da Ges- listas. Tal mudança implicou gradativamente talt. Havia na SEPLA, à época de sua criação, o esvaziamento das sociedades regionais, duas turmas para iniciantes, com cerca de 20 inclusive da própria SANTRARJ, que teve o alunos cada uma, em sua maioria psicólogos professor Derly Gomes de Oliveira como seu recém-formados, e uma turma especial, de último presidente, e consequentemente houve profi ssionais que já exerciam a clínica há mais o desenvolvimento da UNAT-BRASIL, princi- tempo e necessitavam promover sua própria pal referência nesse campo hoje em dia. formação. Desta última turma faziam parte Beatriz Nobre, Beatriz Verschoore, Clare Isa- Referências bella Paine, Irene Lavigne, José Inácio Paren- te, Maria Aparecida Bueno, Narciso Teixeira, ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE ANÁ- Nilza Ericson e Sonia Glasser, entre outros. LISE TRANSACIONAL. Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2007. da SEPLA, demonstrando insatisfação com a INTERNATIONAL TRANSACTIONAL ANALY- orientação da Sociedade. Um dos professores SIS ASSOCIATION. Disponível em: < h p://www. convidados, o psicanalista argentino Eduardo itaa-net.org/itaa/index.htm>. Acesso em: 5 jan. 2007. Vidal, de orientação lacaniana, propõe organi- OLIVEIRA, D. G. de. Entrevista concedida a Alexan- zar uma formação em torno da teoria de La- dre de Carvalho Castro. Rio de Janeiro, 15 jan. 2007. can. Apoiado por vários integrantes da turma

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especial, funda, em 1981, a Letra Freudiana. Psicanálise funcionar nessa instituição com to- Outros integrantes iriam igualmente fi liar-se a das as precauções para evitar o autoritarismo, outras instituições de orientação lacaniana no mas sem uma orientação psicanalítica bem de- início da década de 1980. Em 1982, quando as fi nida. Daí se explica a gestação de um grupo duas primeiras turmas terminam o curso de lacaniano no interior da instituição, que vai ter formação, a SEPLA passa por um processo de como efeito o seu progressivo esvaziamento. redefi nição política e ideológica que resulta na A SEPLA encerrou suas atividades no início formação de uma diretoria organizada a par- dos anos de 1990, perío do em que fl oresciam, tir da turma especial. A pedra de toque desse no Rio de Janeiro, as instituições lacanianas de processo foi a reformulação do currículo, pri- formação. vilegiando a leitura de Freud e, consequente- mente, uma formação freudiana em Psicaná- Referências lise, apoiada na versão estrutural da escola francesa com base em Lacan. O idealizador do Currículo atualizado da Sociedade de Estudos novo programa é Joel Birman, Narciso Teixei- Psicanalíticos Latino-Americanos. Rio de Janeiro, ra é o novo presidente e José Inácio Parente, o 1983. Mimeo. vice. Nesse momento, os membros integran- Jornal do 1º Congresso Interno da SEPLA. Rio de tes da turma especial que haviam fundado a Janeiro, nov. 1982. Mimeo. Letra Freudiana permanecem ligados às duas Cadernos da SEPLA, n. 1, verão de 1983. instituições, com exceção de Narciso Teixeira. A SEPLA situava-se, então, na avenida Viscon- Cadernos da SEPLA, n. 2, verão de 1984. de de Albuquerque, no Leblon, Rio de Janei- FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do ro; posteriormente, a sociedade teve sede em movimento psicanalítico no Rio de Janeiro – Laranjeiras e Botafogo. Em 1983, contava com 1970/1983. Dissertação (Mestrado em Psicologia). um total de cem membros, sendo 60 ainda Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em formação. Nesse mesmo ano, iniciou-se a Rio de Janeiro, 1984. publicação dos Cadernos da SEPLA. Por outro lado, as disciplinas humanísticas tomavam Ana Cristina Costa de Figueiredo cada vez mais um sentido político, na direção de uma ideologia de esquerda. Neste sentido, a sociedade promoveu um ciclo de palestras sobre Marx e Freud por ocasião do centená- „ Sociedade de Estudos Psychicos – 1928-(?) rio da morte de Marx, que resultou, em 1984, numa publicação especial dos Cadernos da SEPLA, com artigos importantes de autores Foi criada em 14 de maio de 1928 e não foi como Leandro Konder, Célio Garcia, Anto- possível localizar informações acerca da data nio Serra, Carlos Henrique Escobar, Chaim de sua dissolução. A sociedade funcionava no Katz, José Ibsen, Paulo Sérgio Duarte e Leon auditório do prédio da antiga Biblioteca Pú- Hirszman. A preocupação constante da SEPLA blica Estadual, localizado na praça Olímpio era levantar a bandeira da democratização da Campos, 74, no centro da cidade de Aracaju, sociedade brasileira, em geral, e da própria e era mantida por seus membros. Inspirada na sociedade psicanalítica como uma de suas ins- Sociedade de Estudos Psychicos Cesare Lom- tituições. Suas principais diretrizes poderiam broso (Santos – SP), objetivava investigar cien- ser resumidas assim: gestão democrática da tifi camente fenômenos psíquicos. O objeto de Sociedade (voz e voto para todos); ausência estudo inicial da sociedade foi as materiali- de uma fi gura centralizadora de poder (dilui- zações induzidas por um médium chamado ção da transferência); ausência de didatas da Carlos Mirabelli. Não há registros de outros instituição e de diploma para o psicanalista. objetos de estudo. Os fundadores da Socie- Entretanto, o problema maior era como fazer a dade de Estudos Psychicos foram o sociólogo

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Florentino Menezes, o advogado Manoel dos campo de conhecimento capaz de ajudar os Passos Telles e o deputado Humberto Dantas. pedagogos a compreender e a aprimorar o No ano de 1928, sua diretoria era composta sentimento estético dos alunos, levando-os a por Manoel dos Passos Telles (presidente), aprender melhor. A sociedade foi criada num Humberto Dantas (primeiro vice-pre sidente), contexto de discussões entre intelectuais ser- Leandro Maciel (segundo vice-pre sidente) e gipanos, como José Calasans e Justiniano de José Antonio de Carvalho (tesoureiro). Con- Melo e Silva, acerca do espiritismo como uma tava com uma comissão de fi scalização, cujos via de conciliação entre religião e ciência, e de membros eram a odontóloga Laura Amazo- defesa da Psicologia como ciência experimen- nas, o médico Berillo Leite, o advogado Álva- tal e positiva aplicada à organização da vida ro Silva e o coronel Paulo Vieira. Havia tam- social, por meio de intervenções nas escolas, bém dois oradores, o advogado Edson Ribeiro nos hospitais e no trabalho. O grupo partici- e o professor Franco Freire. Já a Comissão de pante da sociedade constituía uma elite intelec- Pesquizas Psychologicas, aberta à participa- tual ligada ao Instituto Histórico e Geográfi co ção de médicos colaboradores, era composta de Sergipe, que criticava a religião católica, pelo sociólogo Florentino Menezes e pelos considerada um empecilho ao uso da razão e médicos Costa Filho, Ávila Lima e Oscar Pra- ao exercício da ciência. Este pensamento tor- ta. Os componentes da sociedade pretendiam nou a sociedade alvo de críticas. Em 1928, na realizar periodicamente sessões de estudos Gazeta de Sergipe, Humberto Dantas discorreu científi cos. Embora haja dados apenas sobre a acerca do caráter científi co da sociedade, a fi m inauguração da sociedade e a chegada de Mi- de combater uma campanha católica contra a rabelli à cida de, divulgados no Sergipe-Jornal e existência desta. Anos mais tarde, no jornal ca- no Correio de Aracaju, a sociedade pretendia di- tólico A Cruzada, Florentino Menezes foi acu- vulgar outros eventos que tornassem públicos sado de contradição intelectual, por se dizer, os estudos realizados, a fi m de provocar dis- ao mesmo tempo, materialista e defensor do cussões científi cas. Não há informações acer- espiritismo. A Sociedade de Estudos Psychi- ca da utilização de outros espaços pela socie- cos não concebia o médium Carlos Mirabelli dade além do salão nobre da antiga Biblioteca da mesma forma que a União Espírita Sergi- Pública Estadual. Este prédio, construído em pana, pois pretendeu estudá-lo cientifi camen- 1870 para abrigar o Ateneu Sergipense, foi te, mesmo que o objeto de estudo fosse próxi- reformado em 1913, com o acréscimo de um mo de uma religião e rejeitado pela Psicologia andar, passando a abrigar a Biblioteca Públi- ofi cial. A sociedade fomentou estudos no cam- ca do Estado de Sergipe. Foi reformado tam- po da Psicologia quando ainda não havia um bém em 1920 e em 1934, abrigando a Diretoria centro formador nesta disciplina no Brasil, do Tesouro e a Câmara Municipal. Pela falta além de discussões e questionamentos acerca de dados acerca de tais modifi cações, não há da ciência e seus objetos. como descrever exatamente o espaço onde a sociedade funcionava. Embora haja registro Referências da elaboração de um estatuto, este não foi encontrado. Apesar de não haver registros de BARRETO, L. A. Apologia de Deus e outros es- publicações de periódicos, um dos componen- critos sergipanos. Aracaju: Sociedade Editorial de tes da sociedade, Manoel dos Passos Telles, Sergipe, 1993. traduziu do italiano e publicou no Sergipe-Jor- DANTAS, H. Onda e espuma: chronicas da im- nal, de 15 de junho a 17 de dezembro de 1928, prensa. Aracaju: Typographia Commercial, 1928. oito capítulos de um livro intitulado O senti- MOREIRA, Á. T. “Qual a opinião deste Consultório mento esthetico na Psychologia e na Educação, de sôbre o livro ‘Grandeza, decadencia e renovação da autoria de Emma Gagnis de Castellomonte. vida’, de Florentino Menezes”. A Cruzada. Aracaju, Nesta obra, a Psicologia é descrita como um 20 mar. 1954.

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PORTO, F. de F. Alguns nomes antigos do Aracaju. liadas à International Psychoanalytical Asso- Aracaju: J. Andrade, 2003. ciation (IPA) e já possuíam um percurso como SOCIEDADE DE ESTUDOS PSYCHICOS. Correio psicólogos clínicos, embora não tivessem uma de Aracaju. p. 783 e 786. Aracaju, 9 e 13 de mai. 1928. formação sistematizada e a consequente auto- rização ofi cial para o exercício da Psicanálise. SOCIEDADE DE ESTUDOS PSYCHICOS. Sergipe- A princípio, a SPCRJ se estruturou à imagem Jornal. p. 2. Aracaju, 9 e 11 de maio, 1928. das sociedades da IPA. Entretanto, duas mo- UNIÃO ESPÍRITA SERGIPANA. Ata da reunião difi cações se faziam necessárias: abolir a aná- inaugural. Aracaju, 1930. lise didática – uma vez que não havia, entre WENDLING, M. M. Perfi l histórico e antropo- os fundadores da SPCRJ, analistas que assu- lógico do desenvolvimento urbano de Aracaju missem essa função – e, curiosamente, vetar (1855-2000): a Sociedade de Estudos Psychicos e a a entrada de médicos em seus quadros, numa constituição do campo da Psicologia em Sergipe. atitude reativa à restrição feita aos psicólo- Relatório (Pesquisa PIBIC/CNPq). Departamento gos nas sociedades da IPA no Rio de Janeiro. de Psicologia, Departamento de História. Universi- Naquele momento, era preciso caracterizar dade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2004. uma sociedade somente de psicólogos e, em- bora a Psicanálise fosse a referência maior na Michelle Menezes Wendling SPCRJ, não aparecia no nome da instituição. Mantinha-se assim certa ambiguidade em re- lação ao status da Psicanálise: seria ela uma prática entre outras no campo da Psicologia „ Sociedade de Psicanálise da Cidade do Clínica, ou exigiria uma formação específi ca? Rio de Janeiro (SPCRJ) – 1987- Internamente, membros da SPCRJ sentiam Sociedade de Psicologia Clínica do Rio de necessidade de defi nir sua identidade como Janeiro – Instituto de Psicanálise (SPCRJ- uma instituição de Psicanálise. Apesar das IP) – 1982-1987 divergências com outros, que consideravam a Sociedade de Psicologia Clínica do Rio de expressão Psicologia Clínica mais abrangente, em 1982 a SPCRJ acrescentou a seu nome uma Janeiro (SPCRJ) – 1971-1982 especifi cação, Instituto de Psicanálise, pas- sando a ter por sigla SPCRJ-IP. Marcou, desse Fundada em 17 de novembro de 1971 por modo, uma nova etapa, agora como institui- um grupo de nove psicólogos ligados a Fábio ção de formação em Psicanálise. Assim fi cou Leite Lobo e ao Instituto de Orientação Psicoló- até 1987, ano em que foi aprovado em assem- gica (IOP). Originalmente, era uma associação bleia geral ordinária o novo nome, Sociedade de psicólogos clínicos que desejava sistemati- de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro, zar uma formação em Psicanálise, seguindo, à registrado em cartório em 1988 e adotado até época, a orientação da escola inglesa e dos psi- o presente. Com isso, mantendo-se a sigla canalistas argentinos, que mantinham um tra- original (SPCRJ), a Psicanálise foi fi nalmente balho constante de ensino e supervisão no Rio incor porada ao nome da instituição. A forma- de Janeiro. Seus fundadores foram Gerardo ção em Psicanálise passou, desde então, a ser Evangelista de Oliveira Soares, Isis de Moraes para psicólogos e médicos. A partir do mesmo Sanchez, José Francisco da Gama e Silva Ju- momento, a SPCRJ constitui-se num centro de nior, Maria Aparecida Rudge Rodrigues Ma- estudos permanente, visando à transmissão tos, Maria Imelde Pessoa Farah, Maria Regina da Psicanálise por meio de programa curricu- Silveira Lobo Domingues de Moraes, Tânia lar básico, de supervisões e discussões relati- Rauen Bastos, Thereza Cândido de Oliveira e vas à prática clínica, de cursos (tanto temáti- Yone Caldas da Silva. Todos eram ou haviam cos como sobre autores diversos), bem como sido pacientes de analistas das sociedades fi - de encontros científi cos, palestras, simpósios

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e fóruns. É ainda facultada aos membros in- tigos, 454 fi tas K7 com a gravação dos even- teressados a participação numa clínica de tos de 1991 até 2005 e 20 fi tas de vídeo com a atendimento à comunidade. Em 2007, a SPCRJ gravação dos eventos de 1997 até 2007, e mais conta com 154 membros, divididos em dois revistas. A diretoria é eleita por um período grupos: os membros psicanalistas (78), que já de dois anos. concluíram a formação, e os membros associa- dos (76), que ainda estão cumprindo as exigên- Referências cias estabelecidas pela SPCRJ. Essas exigências incluem análise indi vidual e prática clínica FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do supervisionada por um membro credenciado movimento psicanalítico no Rio de Janeiro – para o exercício desta função. A formação bá- 1970/1983. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, sica se conjuga à formação permanente e pres- Rio de Janeiro, 1984. supõe um percurso no instituto de formação com currículo regular. A SPCRJ afi rma que SOCIEDADE DE PSICANÁLISE DA CIDADE DO sua proposta possui um perfi l eminentemente RIO DE JANEIRO – SPCRJ. Disponível em: . Acesso em: 19 nov. 2007. uma ética da Psicanálise, visando ao progres- so e ao aprimoramento constantes do saber Ana Cristina Costa de Figueiredo psicanalítico. Em 1982 teve início a publicação José Jorge de Moraes Vieira da Cunha dos Cadernos de Psicanálise da SPCRJ, com pe- Larissa Alcantara Lavrador riodicidade anual (ocasionalmente semestral). Em 2007 foi lançado o 26º número dessa re- vista. Edita também a revista Foco desde 1979, que mudou de nome em 1994, transformando- „ Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle se em Jornada de Psicanálise. A SPCRJ promove (SPID) – 1984- ainda, bimestralmente, os Encontros com a Instituto de Medicina Psicológica (IMP) – Comunidade, em que profi ssionais de várias 1953-1984 especialidades conversam com o público so- bre um tema atual, previamente divulgado. Tais encontros também podem acontecer em O IMP foi fundado por Iracy Doyle, médi- outras instituições que demonstrem interes- ca e psiquiatra, cuja formação psicanalítica foi se (escolas, hospitais, empresas etc.). Neste realizada no William Alanson White Institute caso, os profi ssionais da SPCRJ apresentam e (Nova York). Ao voltar para o Rio de Janeiro, debatem um tema de interesse da própria ins- encontrou apenas uma escola de Psicanálise, a tituição com profi ssionais das mais diversas Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, fi lia- áreas, professores, médicos, pais de alunos e da à IPA. Em 1953, com Henrique de Novaes demais familiares. A SPCRJ é uma sociedade Filho e Margarida Reno, Iracy fundou a nova civil de caráter técnico-científi co, sem fi ns instituição de formação psicanalítica no Rio de lucrativos que, na ocasião de sua fundação, Janeiro, em nome do pluralismo, da ênfase na funcionava na rua Décio Vilares, 5, sala 302, determinação sociocultural sobre o psiquismo Copacabana. Atualmente está situada à rua e do entusiasmo pela Psicanálise como uma Saturnino de Brito, 79, no Jardim Botânico. importante prática para aliviar o sofrimento Para manter-se, cobra uma taxa de fi liação, humano. A primeira turma do IMP foi consti- além da mensalidade. A sede abriga salas de tuída no mesmo ano por Carlos Paes de Barros, aulas; consultórios; uma pequena biblioteca, Claudino Borges Neves, Ewald Mourão, Hélio mas com títulos importantes sobre Psicologia Pellegrino, Hélio Tolipan, Horus Vital Brazil, e Psicanálise, a história da Sociedade, suas Ivan Ribeiro, Jaime Monteiro Pereira, Magda- conquistas e publicações: 1.773 livros, 564 ar- lena Pimentel e Urano Alves. Entretanto, Iracy

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Doyle faleceu pouco depois, aos 45 anos, em foi eleita secretária-geral da SPID, com a missão 18 de agosto de 1956, de uma encefalite, antes de conduzir a eleição do novo Conselho Deli- mesmo que a formação da primeira turma do berativo da sociedade e de coordenar a elabo- IMP tivesse terminado. A instituição, que então ração do novo regimento. A estrutura da SPID girava em torno dela, viu-se na contingência de passou a ser composta por seis secretarias autô- dar por encerrados, temporariamente, o ensino nomas e um Conselho Deliberativo, que reunia e a formação psicanalítica. Após concluída sua os seis secretários e mais quatro conselheiros. formação no IMP, Horus Vital Brazil foi então Os outros secretários eleitos da nova institui- continuar sua formação nos Estados Unidos, ção foram João Paulo Gomes, João Kiff er Neto, no William White Institute. Sua análise, que ha- Leonardo Medeiros, Luiz Alberto Pinheiro de via se iniciado com Iracy, prosseguiu com Clara Freitas e Neyde Burlamaqui. Um outro longo Thompson, que, por sua vez, fora analisanda movimento de reforma e análise institucional, de Sandor Ferenczi. Em sua volta ao Brasil, em que durou alguns anos e foi coordenado por 1960, Horus liderou o renascimento do IMP, Ângela Coutinho, resultou na elaboração, em junto com Carlos Paes de Barros, Jaime Pereira, 2003, de novos estatutos e em nova estrutura- Magdalena Pimentel e Urano Alves. Em 1962, ção da SPID, visando uma maior participação uma nova turma para formação psicanalítica de todos os membros em todas as instâncias, foi selecionada e fez renascer, de vez, o projeto e a uma melhor distribuição do poder. Os cur- de Iracy. Com a fundação da International Fede- sistas, que anteriormente só passavam a mem- ration of Psychoanalytical Societies, em 1969, o bros da SPID ao terminarem de preencher as IMP a ela se associou, como sociedade-membro. exigências para se tornarem membros psicana- A federação reúne sociedades autônomas, sem listas, passaram à condição de membros asso- guardar, como a Associação Psicanalítica Inter- ciados. O Conselho Deliberativo foi substi tuído nacional (IPA), ingerência sobre seu funciona- pelo Conselho Gestor, composto por todos os mento interno. A estrutura do IMP e o modelo membros da sociedade. No lugar dos antigos da formação de psicanalistas adotado se manti- secretários, foram criadas comissões, cada veram bastante tradicionais até os anos de 1980. uma formada por quatro integrantes da ins- A estrutura era hierarquizada, havendo uma tituição. A comissão que redigiu a forma fi nal gradação entre os titulados psicanalistas, psi- dos novos estatutos, levando-os à aprovação canalistas supervisores e psicanalistas didatas, pela assembleia geral, foi composta por Ângela e o poder decisório era concentrado no Con- Coutinho, Edilberto Arruda, Eliane Mendlo- selho Psicanalítico, cuja composição era quase wicz, José Durval Cavalcanti de Albuquerque imutável. Pela necessidade de modernizar essa e Lucia Freire. É importante registrar a criação, estrutura, estabeleceu-se uma Assembleia Ge- em 1978, da revista Tempo Psicanalítico, concebi- ral Permanente, em que um novo estatuto foi da por Horus e assim denominada por Eliane elaborado, modifi cando os fundamentos da Mendlowicz. Foi uma das primeiras revistas estrutura administrativa do IMP, assim como de Psicanálise no Brasil, e se mantém sendo re- a formação psicanalítica. O favorecimento da gularmente publicada pela SPID até os dias de troca entre pares foi tomado como um valor hoje. Indexada atualmente em várias bases de fundamental no desmonte da hierarquia. Afora dados, como PsycoInfo da American Psycho- categorias transitórias, passou a haver apenas a logical Association, SSCI-Thomson Reuters, de membro psicanalista. A exigência da análise Lilacs/Bireme, classi fi cada como Nacional didática conduzida por um membro da insti- A pelo Qualis da Coordenação de Aperfeiçoa- tuição também foi abolida. Os novos estatutos mento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), foram aprovados em 29 de março de 1984, mo- a revista tem exercido importante papel na difi cando o próprio nome da instituição, que de divulgação de trabalhos originais na área da Instituto (IMP) passou a se chamar Sociedade Psicanálise e afi ns e contribuído para a quali- (SPID). Nessa mesma data, Ana Maria Rudge dade da produção e consolidação desse campo

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de saber no Brasil. A SPID tem caminhado no e Psicodrama, liderada por Pierre Weil. A for- sentido de realizar o destino sonhado tanto por mação de Ronald de Carvalho fora feita com sua fundadora como por Horus Vital Brazil. As o próprio Weil, introdutor e difusor, no Brasil, sucessivas discussões e reformulações da letra juntamente com Anne A. Schützenberger, da estatutária demonstram o zelo com a coisa psi- vertente conhecida como Psicodrama Triádi- canalítica e sua institucionalização. O objetivo co. Tal vertente propõe uma con vergên cia en- principal da SPID continua sendo o de promo- tre as ideias de Kurt Lewin sobre o Gru po de ver a troca de expe riências dentro de um clima Formação (T-Group), os conceitos psicanalíti- de respeito pelas diferenças. Mais do que isso, cos de Freud e as posturas fundamentalmente até os dias de hoje mantém-se a convicção de existenciais de Jacob Lévy Moreno. Insatisfei- que a atenção a toda a produção séria no cam- to com o Psicodrama Triádico, que considera po da Psicanálise, inde pendentemente de esco- uma alternativa branda à Psicanálise, Ronald las ou feudos, é indispensável para a fertilidade de Carvalho Filho convida alguns pacientes do pensamento e da prática psicanalíticos. Nes- e colegas a fundar uma nova instituição, na se percurso, tem cumprido rigorosamente a qual o Psicodrama moreniano-existencial seja missão de transmissão da Psicanálise e de com- predominante. Deste grupo inicial da SOPERJ promisso com o devir da descoberta freudiana. fazem parte, entre outros, Vitória Pamplona, Ana Cristina Cavalcanti, Ivan Campos, Nice Referências Brandão, Virgínia Jesualdi, Ernani Andrade, ALVARENGA, N. B. et al. Boletim Interno do IMP. Maria Helena Nazaré e Florinda Albu. A So- Número histórico comemorativo dos 30 anos da ciedade funciona, então, no consultório de fundação do Instituto de Medicina Psicológica, out. Ronald, situado na rua Real Grandeza, 182, 1982. casa 5, em Botafogo. Os primeiros tempos da FREITAS, L. A. P. SPID/IMP: 45 Anos de Psicaná- SOPERJ caracterizam-se pela centralização lise. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2007. nald de Carvalho Filho é o único professor, o VITAL-BRAZIL, H. “Sociedade de Psicanálise Iracy único diretor de Psicodrama nas atividades de Doyle – 10 anos”. Cadernos do Tempo Psicanalíti- formação e a referência para todas as ações, co. Rio de Janeiro, n. 1, p. 1-151, 1995. dos atendimentos clínicos à organização de VITAL-BRAZIL, H. Sociedade de Psicanálise Iracy palestras, encontros e simpósios. Não tardam Doyle – 50 anos depois. Discurso proferido nas co- as divergências, ligadas ao questionamento memorações dos 50 anos da SPID. Disponível em: desse monopólio e Ronald decide, em 1985, . Aces- retirar-se da SOPERJ, da qual até então havia so em: 15 ago. 2007. sido o único presidente, juntamente com um grande grupo de pessoas que o apoiava, para Ana Maria Rudge fundar a Sociedade Moreniana de Psicodra- ma (SOMOPSI). Com a ruptura, a SOPERJ se vê reduzida a apenas cinco membros − Ivan Campos, Nice Brandão, Mayer Mudjalied Fi- „ Sociedade de Psicodrama do Rio de lho, Carlos Dalisa e Ernani Andrade − e viven- Janeiro (SOPERJ) – 1980-1990 cia uma espécie de recomeço. Defi ne-se como organização privada e sua sede desloca-se Instituição de formação em Psicodrama, para salas na avenida Rio Branco, no centro do sem fi ns lucrativos, criada em 1980 por iniciati- Rio de Janeiro. Segundo entrevista concedida va de Ronald de Carvalho Filho, até então vin- por Ivan Campos, presidente da sociedade no culado à Regional Rio de Janeiro da Sociedade período 1985-1987, a SOPERJ pouco a pouco Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Grupo volta a crescer, através da promoção de even-

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tos abertos a novos interessados e, principal- nesse sentido, é decretado, em 1990, o fi m da mente, pelo signifi cativo apelo que o Psicodra- sociedade. Cumpre assinalar que, a despei- ma possuía, à época, no Rio de Janeiro. A busca to dessa situação, em seus últimos anos de por formação na SOPERJ, ainda de acordo com existência, a SOPERJ fi rmou um termo de Ivan Campos, associa-se à postura ousada que cooperação técnico-científi ca com a Coorde- foi adotada pela sociedade, procurando expan- nação do Programa de Pesquisas do Instituto dir a área de atuação do psicodramatista para de Psiquiatria da UFRJ (COOPSI-IPUB), vi- além do campo clínico, dirigindo-a, por exem- sando ao desenvolvimento de práticas psico- plo, para escolas e empresas. Segundo Cecí- dramáticas com os pacientes do hospital-dia lia Coimbra, em Guardiães da ordem, teria sido daquele instituto. Não se dispõe de muitas justamente um projeto de abertura de turmas informações a respeito, porém essa coope- para formação em Psicodrama Pedagógico o ração é um acontecimento bastante singular estopim da crise que provocara o afastamento no trajeto do movimento psicodramático no de Ronald de Carvalho Filho e seu grupo da Rio de Janeiro, onde, ao contrário do ocorri- SOPERJ. Porém, aparentemente, o recomeço do em São Paulo, o Psicodrama não chegou a vivido pela sociedade a partir de 1985 defi ne- representar uma alternativa à Psicanálise no se menos por posturas teóricas, praticamente campo público da saúde mental. Encerradas as mesmas do período inicial, do que pelas as atividades da SOPERJ, embora alguns de novas formas de participação e gestão imple- seus ex-integrantes tenham fundado novos mentadas. Na nova fase, inúmeros profi ssio- grupos e organizações ligados ao estudo e à nais ministram aulas e coordenam atividades prática do Psicodrama, estes não são vistos internas ou abertas ao público; por seu lado, como continuidade da antiga sociedade. as próprias turmas de formação podem suge- rir professores a serem contratados por inter- Referências médio da sociedade. Ao mesmo tempo, a SO- COIMBRA, C. M. B. Guardiães da ordem. Uma via- PERJ estreita seus vínculos com a Federação gem pelas práticas no Brasil do “milagre”. Rio de Brasileira de Psicodrama (FEBRAP), à qual se Janeiro: Ofi cina do Autor, 1995. encontra fi liada. Essa circunstância tanto favo- SCHÜTZENBERGER, A.; SAURET, M. J. Nuevas rece a divulgação das atividades promovidas terapias de grupo. Madri: Pirámide, 1986. (simpósios, encontros, congressos e palestras) CIORNAI, S. (Org.). Vinte e cino anos depois − quanto impõe regras institucionais estritas: Gestalt-Terapia, Psicodrama e Terapias Neo-Rei- como a federação de psicodramatistas nor- chianas no Brasil. São Paulo: Ágora, 1995. matiza o processo de formação, a escolha dos CAMPOS, I. Entrevista concedida a Amanda dos professores pelas turmas não é inteiramente Santos Gonçalves. Rio de Janeiro, 20 dez. 2006. livre, exigindo-se que eles sejam associados BRANDÃO, N. Entrevista concedida a Amanda da FEBRAP. No que tange à direção da SO- dos Santos Gonçalves. Rio de Janeiro, 29 nov. 2006. PERJ, os propósitos são os de renovação per- INFANTE, R. G. G.; CLEBER, R. S. Atividades psi- manente. Sendo assim, em 1987 Ivan Campos codramáticas no hospital-dia do Instituto de Psi- deixa a presidência, que passa a ser ocupada quiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro: por Nice Brandão. O mandato de Nice se pro- fundamentos e perspectivas. Jornal Brasileiro de longa mais que o esperado, já que não há in- Psiquiatria, v. 40, n. 4, p. 171-175, maio 1991. teresse dos demais sócios em assumir a dire- FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PSICODRAMA ção. A SOPERJ chega a pedir à FEBRAP uma (FEBRAP). Disponível em: . intervenção na gestão, pois Nice julga que as Acesso em: 3 mar. 2007. atividades da sociedade carioca não devem prosseguir caso não ocorra uma renovação di- Amanda dos Santos Gonçalves retiva. Após um ano de tentativas infrutíferas Heliana de Barros Conde Rodrigues

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„ Sociedade de Psicologia do Rio Grande prédio comercial, destacando-se uma bibliote- do Sul (SPRGS) – 1959- ca com vasto acervo. A estrutura da socieda- de é composta de: assembleia geral de sócios (órgão soberano da SPRGS, que delibera sobre Fundada em 1º de julho de 1959, é uma todos os assuntos de interesse da classe tra- asso ciação científi ca e profi ssional que congre- zidos a debate pelos sócios); diretoria (órgão ga psicólogos e estudantes de Psicologia. Foi executivo da SPRGS, de representação em to- a primeira entidade a organizar e representar dos os seus atos e de gestão dos interesses des- os psicólogos gaúchos e é uma das mais anti- ta, que se reúne semanalmente, deliberando gas entidades do tipo no país, pois sua criação através de votação); conselho consultivo deli- aconteceu três anos antes da regulamentação berativo e fi scal (órgão colaborador imediato da profi ssão no Brasil, desempenhando papel da diretoria); regionais da SPRGS (núcleos que importante na mobilização para esse reco- promovem as atividades científi cas e socio- nhecimento. A criação de uma sociedade de culturais no interior do estado). Atualmente, Psicologia era uma aspiração de um peque- a SPRGS possui cinco regionais, situadas nas no grupo de psicologistas desde a década de cidades de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, 1940. Sentindo-se diferentes dos profi ssionais Novo Hamburgo, São Leopoldo e Taquara. da Psiquiatria, almejavam organizar uma enti- Durante alguns anos foi editado o Boletim dade própria. Em 1949, um grupo liderado por da SPRGS, sendo o primeiro número datado Nilo Antunes Maciel, professor assistente de de 1966. Em 1975 foi criada a Revista da SPR- Psicologia Aplicada da Universidade Federal GS, cuja edição, embora interrompida por um do Rio Grande do Sul (UFRGS), e composto período, tem mantido periodicidade anual. por alunos seus, formandos em Filosofi a, lan- O último volume, de número 6, foi editado çaram a primeira convocação para constituir a em junho de 2007. Além disso, a SPRGS edita SPRGS, já que sentiam a necessidade de uma bimensalmente o SP Informação, informativo instituição que espelhasse o movimento cien- distri buído gratuitamente aos sócios e insti- tífi co e profi ssional em Psicologia que já exis- tuições, no qual circulam notícias, divulgação tia em nível informal. Foi então empossada de eventos científi cos, sociais e culturais, rese- uma diretoria provisória, presidida por Nilo nhas de livros e fi lmes e artigos sobre temas Maciel, tendo o irmão Paulo Anísio Mosca de de interesse dos psicólogos. A SPRGS tem por Carvalho como vice, Francisco Pedro Pereira fi nalidade congregar e representar psicólogos de Souza como tesoureiro e o irmão Henrique e estudantes de Psicologia, promover o desen- Justo como secretário. Dessa diretoria emanou volvimento da Psicologia como ciência e como a comissão estruturadora da SPRGS, reunida profi ssão e promover intercâmbio entre seus em 4 de abril de 1959, e a assembleia geral que sócios, instituições afi ns e a comunidade, em formalizou sua criação, em 1º de julho do mes- atividades de sua competência. A sociedade mo ano. A ata de fundação foi assinada por continua ativa, reunindo cerca de 300 sócios, 21 profi ssionais. É interessante observar que oriundos da capital e do interior do estado, entre os fundadores não constava nenhum entre profi ssionais e estudantes de Psicologia psiquiatra: o grupo deixava assim seus padri- e alguns colaboradores (profi ssionais de ou- nhos e, confi antemente, partia para uma fase tras áreas). Do quadro de sócios, 75 são sócios de autonomia. Inicialmente a SPRGS não tinha jubilados, ou seja, ultrapassaram os 25 anos sede própria, sendo as reuniões da diretoria de contribuição à sociedade. Preocupações realizadas nos consultórios ou residências dos contemporâneas implicaram a criação de di- integrantes. A primeira sede alugada foi na rua versos comitês – grupos dedicados ao estudo dos Andradas, passando a entidade por outros e aprofundamento teórico e prático de áreas endereços até adquirir sede própria em 1997, específi cas da Psicologia –, e de núcleos que na rua Felipe Néri, no bairro Auxi liadora, em promovem intercâmbio com a comunidade. Porto Alegre. A sede ocupa um andar de um São espaços de integração com os estudantes e

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espaços de refl exão sobre a inserção profi ssio- gislação em vigor. Tem sede na praça Demé- nal. A SPRGS realiza regularmente atividades trio Ribeiro, n. 17, sala 302, Copacabana – RJ. científi cas e culturais como: Ponto de Encontro É a sociedade de grupo mais antiga do país. – discussões científi cas a partir da produção No Rio de Janeiro, Alcyon Bahia iniciou em do grupo; Ponto de Vista – evento aberto à co- 1951 o primeiro grupo terapêutico no Serviço munidade, de discussão sobre temas de inte- Nacional de Doenças Mentais, com o respal- resse dos associados; Terça, com – espaço de do teórico adquirido na formação psicanalíti- intercâmbio cultural, aberto ao público; Prê- ca feita na Argentina. Juntamente com Bahia, mio Estudante – concurso que contempla es- Walderedo Ismael de Oliveira e Cyro Martins tudantes de graduação em Psicologia; Cursos foram os pioneiros na aplicação da Grupotera- sobre diferentes temas – abertos também a não pia Analítica no Brasil. Como resultado desse sócios; e Jornadas. interesse, Walderedo de Oliveira fundou, em 1958, um núcleo de estudos de grupos no Ins- tituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil, Referências a Sociedade Brasileira de Psicoterapia de Gru- SOUZA, E. L. P. Etapas e crises de crescimento da po, posteriormente denominada Sociedade de classe de psicólogos no Rio Grande do Sul. Revista da Psicoterapia Analítica de Grupo do Estado da Sociedade de Psicologia do RGS, v.10, p. 5-11, 1980. Guanabara (18/06/1969) e, por fi m, Sociedade SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DO RIO GRAN- de Psicoterapia Analítica de Grupo do Estado DE DO SUL. Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2007. da Sociedade Brasileira de Psicoterapia de Gru- SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DO RIO GRAN- po 26 membros: Walderedo Ismael de Olivei- DE DO SUL. Novo Estatuto da SPRGS. Disponível ra, Ernesto La Porta, Henrique Mendes, Mário em: . Acesso em: 25 jul. 2007. Pacheco Almeida Prado, Alcyon Bahia, Fábio Leite Lobo, Mara Salvini de Souza, Eustáquio GROSS, L. R. Entrevista concedida a Luciano Fer- Portela Nunes Filho, Ana Elisa Mercadante, reira Piccoli. Porto Alegre-RS, 25 jun. 2007. Waldemar Zuzman, Lourival Coimbra, Rosita INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA PUCRS E OR- Mendonça, Sílvio Menezes, Wanda Leme Pe- GANIZAÇÃO PROFISSIONAL. Disponível em: reira, Francisco Pacheco, Maria Luíza Pinho, . Acesso em: 25 jul. 2007. Rosa Beatriz Pontes de Miranda, José Candido de Barros Bastos, Arlindo Fraga, Dirceu Quin- tanilha, Anália Telles Nobre, Heitor de Andra- Luciano Ferreira Piccoli de Lima Filho, Wilson Chebabi, Luiz Cerquei- ra, José Maria Paes Leme e Edgard Guimarães Almeida. Era um período de boom da Psicote- rapia de Grupo na América Latina: David Zim- „ Sociedade de Psicoterapia Analítica merman e Ernesto La Porta fundaram núcleos de Grupo do Estado do Rio de Janeiro em Porto Alegre e Bernardo Blay Ne o e Lygia (SPAG-E.RIO) – 1974- Amaral, em São Paulo; em torno de Werner Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo Kemper também se organizaram estudos so- do Estado da Guanabara – 1969-1974 bre Psicanálise de Grupo. Ainda são mantidos Sociedade Brasileira de Psicoterapia de atualmente os propósitos norteadores traçados Grupo – 1958-1969 por Walderedo Oliveira para a Sociedade Bra- sileira de Psicoterapia de Grupo. O seu progra- ma de trabalho não se limita, exclu sivamente, Fundada em 19 de junho de 1958, é uma a incrementar o interesse nesse ramo de as- entidade civil, sem fi ns lucrativos, de duração sistência psicoterápica, visando às crescentes indeterminada, com sede e foro no Rio de Ja- necessidades de nossa população. A socieda- neiro, regida por estatutos próprios e pela le- de também se propõe a estimular o sentido

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de pesquisa e o estudo de problemas psicoló- instituições públicas, especialmente hospitais gicos de nossos grupos sociais, promovendo e postos de saúde. Esses profi ssionais sentem uma aproximação e intimidade indispensável necessidade de trabalhar com grupos homo- entre psicanalistas, psiquiatras, sociólogos, an- gêneos e psicossomáticos, e não tiveram pre- tropólogos, assistentes sociais, enfi m, de todos paro para tanto na universidade. Na última os estudiosos que, empregando métodos dife- década, professores oriundos da SPAG-E.Rio rentes, convergem para um objetivo comum: o (Jaime Bisker e Julio de Mello Filho) coorde- homem. Grande produção de trabalhos sobre naram trabalhos de grupo no Ambulatório de Grupoterapia aconteceu nesse período, desta- Psiquiatria do Hospital Pedro Ernesto. Carla cando-se aqueles que tentavam dar conta dos Penna refere, ainda, existirem atualmente fenômenos grupais através de fundamentação poucos profi ssionais trabalhando com grupos psicanalítica. Walderedo de Oliveira era um em consultórios particulares. Filiada à Asso- entusiasta do fato de não ser necessário abrir ciação Brasileira de Psicoterapia de Grupo mão da teoria psicanalítica para trabalhar com (ABPG), a SPAG-E.Rio criou, em 2006, sua 14ª grupos. Entretanto, a aproximação com outras turma, já tendo formado aproximadamente ciências, apesar de inicialmente contar com Gil- 200 psicoterapeutas de grupo. Seu regimento berto Freyre, sociólogo de maior prestígio na é de 16 de abril de 1996 e a últi ma modifi ca- época, e com outros profi ssionais que escreve- ção estatutária ocorreu em 1990. Apesar de ram sobre a Psicanálise aplicada à obra de arte, existirem inúmeras publicações de membros não teve o incremento previsto: a atuação da da sociedade, até abril de 2006 estava ainda Sociedade foi se limitando à atividade terapêu- em proposta a criação de uma revista própria. tica e à formação de novos grupoterapeutas. A SPAG-E.RIO teve como diretores: Waldere- Vários trabalhos surgiram então sobre a técnica do Ismael de Oliveira (1958-1962 e 1964-1966); da Psicoterapia de Grupo, abrangendo: inter- Eustáquio Portela Nunes Filho (1962-1964); pretação em grupo, interpretação de grupo, José Cândido Monteiro de Barros Bastos transferência e contratransferência, o líder e a (1966-1968); Paulo Dias Correa (1968-1970); liderança, o silêncio, se ing multipessoal, entre José Barbosa Vasco (1970-1972); José Carlos outros. Em artigo disponível no site da SPAG-E. Carpi lovsky (1972-1974); Roberto Bi encourt Rio, Martins refere duas fases da sociedade em Martins (1974-1976); Paulo Marchon (1976- seus 18 anos iniciais. A primeira corresponde 1978); Júlio de Mello Filho (1978-1980); Jaime ao período em que ela funcionou no Instituto Bisker (1980-1986); José de Matos (1987-1989); de Psiquiatria (1958-1968), apontando para um José Barbosa Vasco (1989-1991); Leci Muniz movimento expansivo, de difusão da nova mo- da Silva (1991-1996); Jaime Bisker (1996-1997); dalidade terapêutica, abrangendo principal- Maria Beatriz Breves Ramos (1998-1999); Ma- mente as instituições públicas. A segunda cor- ria Lucia Marinho Amado (2000-2001); Carla responde ao período em que esteve sediada na Maria P. A. Penna (2002-2007). As principais Clínica Villa Pinheiros (1969-1977), com movi- funções dentro da Sociedade são exercidas mento no sentido contrário, as reuniões sendo por: diretoria; presidente; vice-presidente; privativas dos terapeutas de grupo, proliferan- dire tor do Instituto de Formação; diretor da do os grupos terapêuticos em instituições par- Clínica; diretor do Centro de Estudos; secre- ticulares e na clínica privada. Não localizamos tário do Centro de Estudos; secretário-geral; referências ao período 1977-1980. A fase atual, tesoureiro; conselho diretor; responsável téc- considerada a partir de 1981 (quando a SPAG nico junto ao CRP, além de dois membros ho- E. RIO foi sediada na praça Demétrio Ribeiro), norários, 12 membros efetivos, 19 membros caracteriza-se pela formação de psicanalistas alunos e 11 supervisores credenciados. As de grupo, com participação de médicos e psicó- atividades normalmente realizadas são: curso logos. Segundo Carla Penna, diretora em exer- de formação em Psicoterapia de Grupo (dura- cício, a demanda por formação, hoje, vem de ção de dois anos, tendo sido o currículo básico profi ssionais de Psicologia que trabalham em aprovado em 27/04/1994); curso de introdução

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e atualização em Psicofarmacologia; cursos de voluntária de familiares conhecida do país Psicoterapia de Família e Casal; Formação em no campo da saúde mental, se excluirmos os Grupos Operativos; Grupos de Estudos sobre campos do alcoolismo e da defi ciência mental, Freud e Winnico ; reuniões científi cas men- cujos grupos e entidades se iniciaram na déca- sais, com temas referentes a trabalhos com da de 1930. Teve papel inspirador no processo grupos e suas inter-relações com a Psicanálise, brasileiro de reforma psiquiátrica que também a sociedade e a saúde mental. emergiu em 1978, pois prefi gurou valores e características que as associações de usuários Referências e familiares brasileiras iriam ter mais tarde, nos anos de 1990. A principal idealizadora e CASTELLAR, C. C. Entrevista concedida a Vilma fundadora foi Yve e Braga Costa Pinto, mãe Rangel. Rio de Janeiro, 20 nov. 1995. de três fi lhos, dois dos quais diagnosticados FIGUEIREDO, A. C. C. Estratégias de difusão como portadores de transtornos psiquiátricos. do movimento psicanalítico no Rio de Janei- ro,1970-83. Dissertação (Mestrado em Psicologia Separada na época, Yve e assumiu os desafi os Clínica). Pontifícia Universidade Católica do Rio de de cuidar dos fi lhos, superando os recursos Janeiro, Rio de Janeiro, 1984. familiares e médicos de seu tempo. O grupo MARTINS R. B. Histórico da Psicoterapia de Gru- fundador contou ainda com Anador Bente e po. Disponível em: . Acesso com a assistente social Edilme Iza Nogueira, e em: 13 nov. 2006. mais tarde, Blandina Fialho e outros. Nos dois MATOS, J. Entrevista concedida a Vilma Rangel. primeiros anos de existência, a SOSINTRA Rio de Janeiro, 6 ago. 1995. ocupou um salão de um colégio privado, em NUNES, E. P. Entrevista concedida a Vilma Ran- Botafogo, onde promoveu ofi cinas de artes e gel. Rio de Janeiro, 14 jul. 1995. artesanatos variados, com um compromisso OLIVEIRA, W. I. Entrevista concedida a Vilma de qualidade para que os produtos pudessem Rangel. Rio de Janeiro, 6 out. 1995. competir nas feiras e bazares, onde eram co- locados à venda, sendo a maior parte dos re- PENNA, C. M. P. A. Entrevista concedida a Vilma Rangel. Rio de Janeiro, 16 nov. 2006. cursos revertida para os produtores. Em 1980, as reuniões passaram a ser realizadas na casa RANGEL, V. A Psicoterapia de Grupo com funda- mentação Psicanalítica – um rosto carioca. Disser- da presidente Yvete. A Associação participou tação (Mestrado em Psicologia Clínica). Pontifícia ativamente de eventos e palestras públicas em Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de defesa do Projeto de Lei Paulo Delgado, de Re- Janeiro, 1996. forma Psiquiátrica. O sonho de uma sede que ROPA, D. e PASSOS, M. D. (Orgs.) Anuário Brasileiro também serviria de moradia para os fi lhos não de Psicanálise. n. 3. Rio de Janeiro: Imago, 1995. foi implementado até o presente. Do ponto de VASCO, J. B. Entrevista concedida a Vilma Rangel. vista histórico, sociológico e político, a SOSIN- Rio de Janeiro, 7 nov. 1995. TRA apresentou características típicas do pro- cesso associativo voltado para necessidades similares no país: (a) inventar e prover formas Vilma Rangel de cuidado mais integrais e autonomizado- ras, buscando socializar o peso e o tempo de cuidar privatizados na invisibilidade da vida „ Sociedade de Serviços Gerais para familiar, com uma clara dimensão de gênero, pois normalmente recaem sobre as mulheres; a Integração Social pelo Trabalho (b) enfrentar o dilema geracional do cuidado (SOSINTRA) – 1978- familiar, visando a garanti-lo sem institucio- nalização após o inevitável envelhecimento e Associação de suporte mútuo de familiares morte dos pais cuidadores; (c) cobrir deman- de pessoas com transtorno mental da cidade das para as quais as políticas públicas existen- do Rio de Janeiro. É a primeira associação tes oferecem respostas restritas, inadequadas

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ou autoritárias; (d) ser dependente das carac- des, Milton Freire e Guaracij ara, estavam en- terísticas biográfi cas, pessoais e da visão de tre as raras lideranças no país a assumirem mundo de seus fundadores ou lideranças, ou uma militância explícita em escala nacional, das instituições, profi ssionais e empresas que ainda nos anos de 1980. No início dos anos a apoiam (por isto, às vezes, estas associações de 1990, o processo judicial de suspensão da podem se colocar inclusive contra políticas de curatela de Graça foi promovido pela associa- desinstitucionalização psiquiátrica). Contudo, ção, ganhando repercussão exemplar, tendo no caso da SOSINTRA, sua militância pela destaque o doutor José Souza de Paula, fami- reforma psiquiátrica foi clara e inequívoca liar e associado da SOSINTRA e reconhecido pelo menos entre 1987 e meados da década de como primeiro advogado reconhecido a as- 1990, período em que se destaca a participação sumir a defesa profi ssional dos direitos dos ativa do psiquiatra Paulo Amarante, como di- usuários e familiares em saúde mental como retor tecnico. Nesta conjuntura, a SOSINTRA militância social. Cumpre frisar, assim, o fato expli citou com anterioridade valores, projetos de a SOSINTRA constituir-se como referência e processos considerados mais tarde funda- inicial de uma associação de usuários amigos mentais na luta pelas reformas psiquiátrica e e familiares em saúde mental comprometida sanitária brasileiras. Ressaltamos a valoriza- com a luta antimanicomial, servindo de ins- ção da convivência social aberta, do trabalho piração para as muitas outras associações que produtivo/cooperativo (muito além dos mo- surgiram a partir dos anos de 1990 no Brasil. delos de praxiterapia e terapia ocupacional da época) e da moradia independente, como Referências componentes fundamentais da atenção psi- cossocial em saúde mental. As duas últimas AMARANTE, P. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: Pa- só foram incorporadas na agenda da política norama/ENSP, 1995. de saúde mental no fi nal dos anos de 1990. Do ponto de vista das estratégias de empodera- CAVALCANTE, F. G. Pessoas muito especiais: a construção social do portador de defi ciência e a rein- mento, estes componentes, classifi cados como venção da família. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003. de suporte mútuo, são bem mais avançados e GIANNICHEDDA, M. G. “A normalitity for us complexos que os exemplos disponíveis em without confi nement for them: notes on the associa- saúde mental nos anos de 1980, como os gru- tions of families of the mentally ill”. In: The Inter- pos de ajuda mútua inspirados nos Alcoólicos national Journal of Social Psychiatry, v. 35, n. 1, Anônimos, voltados para o apoio emocional e London, 1989. a troca de experiências. A criação de estraté- MELMAN, J. Família e doença mental: repensan- gias contra a discriminação e segregação das do a relação entre profi ssionais de saúde e fami- pessoas com transtorno mental é outro ponto liares. São Paulo: Escrituras, 2001. a ser ressaltado. Um exemplo está na lingua- ROSA, L. Transtorno mental e o cuidado na famí- gem criada pela SOSINTRA para a eles se refe- lia. São Paulo: Cortez, 2003. rir, como problematizados mentais, evitando VASCONCELOS, E. M. Saúde mental e serviço so- as categorias estigmatizantes de doentes men- cial: o desafi o da subjetividade e da interdiscipli- tais e pacientes. Outro exemplo está na valo- naridade. São Paulo: Cortez, 2000. rização, empoderamento e luta pelos direitos VASCONCELOS, E. M. O poder que brota da dor e dos familiares e dos usuários de serviços, da opressão: empowerment, sua história, teorias e como porta-vozes e atores ativos no sistema estratégias. São Paulo: Paulus, 2003. de saúde e saúde mental, objetivos que mais VASCONCELOS, E. M. et al. (Org.). Reinventando tarde foram incorporados nas abordagens sis- a vida: narrativas de recuperação e convivência temáticas de empoderamento e de controle so- com o transtorno mental. São Paulo: Hucitec; Rio cial do Sistema Único de Saúde. Os familiares de Janeiro: EncantArte, 2006. da SOSINTRA, bem como algumas lideranças VASCONCELOS, E. M. (Org.) Abordagens psicos- iniciais de usuários, entre eles Graça Fernan- sociais, v. II: saúde mental e reforma psiquiátrica

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na ótica da cultura e das lutas populares. São Pau- reuniões periódicas e outros meios; realizar lo: Hucitec, 2008. e auxiliar pesquisas, bem como manter inter- WEINGARTEN, R. O movimento de usuários em câmbio de experiências, investigações e estu- saúde mental nos Estados Unidos: história, pro- dos com as associações congêneres nacionais cessos de ajuda e suporte mútuos e militância. Rio e estrangeiras; estudar a orga nização de servi- de Janeiro: Transversões/IFB, 2001. ços de Psicologia Aplicada; estudar e difundir FERNANDES, M. da G. Entrevista concedida a os métodos e processos utilizados nos vários Eduardo Vasconcelos. Rio de Janeiro, 22 jan. 2007. campos da investigação e da aplicação psico- lógica; entrar em contato com as sociedades Eduardo Mourão Vasconcelos congêneres e com elas colaborar na elaboração Rosaura Maria Braz de um código de ética profi ssional da Psicolo- gia; estudar e propor medidas que regulamen- tassem a profi ssão de psicologista no país; fi s- calizar o exercício profi ssional da Psicologia; „ Sociedade Mineira de Psicologia (SMP) – estudar e propor medidas para o aperfeiçoa- 1957-1984 mento do ensino da Psicologia; orga nizar cur- sos, conferências e congressos sobre assuntos de Psicologia, bem como manter publicações Criada em 25 de fevereiro de 1957, foi de- de Psicologia; pleitear dos poderes públicos clarada entidade de utilidade pública pela Lei as medidas necessárias à realização de todas Municipal de 28/06/1962 e pela Lei Estadual as suas fi nalidades; fi liar-se a associações de de 05/07/1967. Foram encontrados registros Psicologia de âmbito nacional ou internacio- de três endereços onde a SMP funcionou por nal, e também cooperar com outras regionais, mais tempo: rua Goitacazes, 103 – sala 309, no de modo que seus obje tivos se realizassem em início dos anos de 1970; avenida Nossa Senho- todo país. Entre os fundadores da SMP, des- ra do Carmo, 221 – conj. 306 e rua Montes Cla- tacam-se Helena Antipoff , José Nava, Pedro ros, 1.047, respectivamente ao fi nal dos anos Parafi ta de Bessa, frei Ricardo Rosestraten, de 1970 e início dos anos de 1980. A ideia de criação da SMP surgiu no ano de 1956, duran- Maria Auxiliadora de Souza Brasil, Geralda te um curso de pós-graduação em Psicologia Ávila e Daniel Antipoff . Dentre seus presiden- da Aprendizagem, ministrado pelo psicólo- tes, mencionam-se Helena Antipoff (primei- go suí ço André Rey, no Instituto Superior de ra presidente), Halley Alves Bessa e Geraldo Educa ção Rural, na Fazenda do Rosário, em Magnani. A SMP foi uma das sociedades cien- Ibirité – MG. O curso fora organizado pela psi- tífi cas de Psicologia mais atuantes no movi- cóloga Helena Antipoff , fundadora da Fazen- mento para constituição da Psicologia como da do Rosário, que havia sido colega de André profi ssão. Exerceu um papel fundamental no Rey no Instituto Jean Jacques Rousseau. No trabalho pela regulamentação da profi ssão e decorrer do curso, impressionado com o nú- pela criação dos Conselhos de Psicologia. No mero de profi ssionais com curso superior período de 1971 a 1973, após a promulgação concluído e que atuavam em várias frentes e da Lei 5.766, de 20/12/1971, que criou os Con- órgãos no Estado de Minas Gerais dedicando- selhos Federal e Regionais de Psicologia, as se à Psicologia, André Rey sugeriu a criação sociedades de Psicologia se dedicaram às ta- da SMP. A sociedade tinha como obje tivo o refas de organização da categoria profi ssional, desenvolvimento da Psicologia como ciência, das diretrizes de atuação do profi ssional de profi ssão e meio de promover o bem-estar Psicologia e da formação do primeiro plená- humano, pelo uso dos métodos científi cos rio do Conselho Federal de Psicologia. A SMP nos domínios da Psicologia Aplicada. Para o teve presença marcante neste processo, princi- cumprimento de tais objetivos, se propunha a: palmente através de Geraldo Magnani, Haley promover o intercâmbio de ideias e o conhe- Alves Bessa e Wagner Arcioni. Geraldo Mag- cimento entre os seus associados através de nani presidiu o I e o II Encontro Nacional das

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Sociedades de Psicologia, realizados em 1971 para o exercício crítico da profi ssão de psicólo- e 1972, em São Paulo e em Minas Gerais, res- go. Estabeleceu parcerias signifi cativas dentro pectivamente. Geraldo Magnani e Haley Bes- e fora dos limites da Psicologia como ciência e sa foram conselheiros do I Plenário do Con- profi ssão, desenvolvendo uma atuação inter- selho Federal de Psicologia e Wagner Arcioni disciplinar importante. Tanto o Boletim quanto do II Plenário. A estrutura de funcionamento a Revista abriam espaços para arti gos interdis- da SMP compreendia a diretoria, o conselho ciplinares e para artigos de áreas afi ns à Psico- consultivo e o conselho fi scal, eleitos pelo voto logia. Em seus últimos anos de atua ção, a SMP direto de seus associados. Havia, também, trabalhou com outras sociedades científi cas e uma diretoria de publicações, responsável sindicatos da área de saúde e saúde mental na pela editoração do boletim e, posteriormente, luta pelas reformas da assistência à saúde pú- da revista. A entidade funcionou até meados blica e saúde mental. dos anos de 1980, quando o movi mento de or- ganização do Sindicato dos Psicólogos de Mi- Referências nas Gerais e a mobilização em torno da reno- vação de membros e de práticas do Conselho BOLETIM DA SOCIEDADE MINEIRA DE PSICO- Regional de Psicologia da 4ª Região acabaram LOGIA. Belo Horizonte, n. 2, 1960-1962. por absorver a capacidade de mobilização e BOLETIM DA SOCIEDADE MINEIRA DE PSICO- participação da categoria. Em termos de pu- LOGIA. Belo Horizonte, n. 5, 1981. blicações institucionais da SMP, vale destacar INFORMATIVO DA SOCIEDADE MINEIRA DE o Boletim da Sociedade Mineira de Psicologia, a PSICOLOGIA. Belo Horizonte, 1980. Revista de Psicologia e o Informativo da Sociedade PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO. Brasília, Mineira de Psicologia. O Boletim da Sociedade Mi- n. 0. (Edição Especial). 1979. neira de Psicologia foi publicado desde o fi nal REVISTA DE PSICOLOGIA. Belo Horizonte, v. 1, dos anos de 1950, quando da criação da SMP, n. 1, 1971. até os anos de 1980, quando de seu fechamen- SOCIEDADE MINEIRA DE PSICOLOGIA. Estatu- to. Continha artigos científi cos e informes das tos. Belo Horizonte, 1956. atividades cotidianas da sociedade. Em 1981, o boletim publicou um número especial de- Marcos Vieira Silva dicado a Franco Basaglia. Em 80 páginas, fo- ram apresentados diversos trabalhos sobre as concepções teóricas e práticas do psiquia- tra italiano, um dos principais responsáveis „ Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais pelo movimento mundial de democratização – 1939- da assistência à saúde mental. A repercussão Sociedade Pestalozzi – 1932-1939 deste número especial foi muito grande e possibilitou intensa atividade em prol da luta pela redemocratização da assistência à saúde A Sociedade Pestalozzi é uma associação ci- mental pública em Minas Gerais. Já a Revista vil, sem fi ns lucrativos, fundada no dia 10 de de Psicologia foi publicada nos anos de 1970. novembro de 1932, na cidade de Belo Horizon- Encontrou-se registro de apenas um núme- te – MG, por um grupo de médicos, enfermei- ro, datado de 1971. O Informativo da SMP, por ros, professoras e psicologistas, sob a coorde- sua vez, era uma circular enviada aos sócios nação e direção de Helena Antipoff . Adquiriu com informes sobre as atividades cotidianas personalidade jurídica em 4 de março de 1933 da SMP, como debates, reuniões e promoção e, a partir de 1939, passou a ser denominada de eventos. O informativo foi publicado pelo Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais. Os asso- menos até o ano de 1981. A SMP, no decorrer ciados à Sociedade Pestalozzi eram, quando de de sua história, promoveu eventos científi cos sua fundação, sobretudo, médicos e professo- e outros que buscavam estabelecer estratégias ras diplomadas pela Escola de Aperfeiçoamen-

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to. A instituição, além do apoio fi nanceiro dos raldino de Lima foram também expandidas, associados, recebia também doa ções de insti- originando uma escola, o Instituto Pestalozzi tuições da capital mineira, tais como: Banco do de Belo Horizonte. Órgão ofi cial da Secreta- Comércio e Indústria, Banco de Crédito Real, ria de Educação do Estado de Minas Gerais, o Banco do Brasil, Banco da Lavoura e Banco Instituto Pestalozzi era material e tecnicamen- da Produção, além da Estrada de Ferro Cen- te auxiliado pela Sociedade Pestalozzi. Inau- tral do Brasil. O objetivo inicial da Sociedade gurado no dia 5 de abril de 1935, o Instituto Pestalozzi era colaborar com o trabalho das funcionava em regime de externato e se des- professoras das classes especiais das escolas tinava à educação de crianças com diferentes públicas de Belo Horizonte. Deste modo, or- níveis de retardo mental e surdas-mudas, que ganizava palestras e cursos sobre a educação não conseguiam progressos educacionais nos de crianças excepcionais e higiene mental; ofe- grupos escolares de Belo Horizonte. A maio- recia atendimento especializado para crianças ria das professoras do Instituto Pestalozzi, epilépticas, surdas-mudas, com distúrbios da em seus primeiros anos de existência, eram palavra ou com confl itos emocionais; publi- ex-alunas da Escola de Aperfeiçoamento de cava um boletim com informações sobre a Professores de Belo Horizonte. Dentre as ex- infância excepcional e ainda prestava auxílio alu nas da Escola de Aperfeiçoamento que econômico para o funcionamento das classes assumiram as turmas do Instituto Pestaloz- especiais, fornecendo material didático. Fican- zi, merece destaque Ester Assumpção. Ester do evidente que as classes especiais das escolas Assumpção era professora de uma turma de públicas não atendiam a contento às demandas crianças surdas-mudas que funcionava anexa de educação das crianças excep cionais da capi- à Escola de Aperfeiçoamento e, por sua expe- tal mineira, a Sociedade Pestalozzi, dois anos riência, foi designada para uma das turmas depois de sua fundação, teve seus objetivos e do Instituto Pestalozzi. Em 1946, após o fecha- campos de ação ampliados. Em 24 de novem- mento da Escola de Aperfeiçoamento, tornou- bro de 1934, a Sociedade Pestalozzi fundou na se diretora efetiva do Instituto Pestaloz zi, rua Ouro Preto, 624, o Pavilhão Noraldino de cargo em que se manteve até 1969, quando se Lima. Aí passaram a funcionar o Consultório aposentou. Uma série de cursos, seminários Médico-Pedagógico e o Laboratório de Pesqui- estudos e publicações foram promovidos pela sas Clínicas e Investigações Científi cas, tam- Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais desde bém chamado Laboratório de Pesquisas Bio- seus primeiros anos de existência. Destacam- químicas. O Consultório Médico-Pedagógico se, por sua ampla divulgação: os encontros e prestava atendimento médico, psicológico e seminários Pró-Infância Excepcional; a tradu- educacional a crianças que precisavam de mé- ção do livro A educação das crianças retardadas, todos especiais de tratamento e de educação de Alice Descouedres; a publicação do boletim especializada e também para a orientação das Infância Excepcional; a publicação de uma cole- famílias dessas crianças e das instituições edu- tânea de exercícios de ortopedia mental e a cacionais que frequentavam. O Laboratório de edição de fi chas para orientar pais e educado- Pesquisas Clínicas e Investigações Científi cas res no acompanhamento do desenvolvimento não apenas realizava exames laboratoriais di- infantil sem a necessidade de aplicação de tes- versos, como desenvolvia pesquisas na área de tes psicológicos. A partir da década de 1940, Endocrinologia. Mantinha, para estes fi ns, um a Sociedade Pestalozzi, ainda sob a liderança cômodo com a aparelhagem necessária para de Helena Antipoff , deu início à instalação do coleta e análise de dados e um biotério. Em complexo educacional da Fazenda do Rosário, julho de 1938, resultados das pesquisas rea- localizada no município de Ibirité, a 26 km de lizadas nesse laboratório foram apresentados distância de Belo Horizonte. Nascida de uma no I Congresso Pan-Americano de Endocrino- preocupação inicial com o futuro dos egressos logia, realizado no Rio de Janeiro. Em 1935, as do Instituto Pestalozzi, a Fazenda do Rosário atividades que funcionavam no Pavilhão No- tornou-se, nos anos seguintes, um ambien-

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te não apenas para a educação de crianças Referências excepcionais ou abandonadas, mas também ANTIPOFF, H. “De lustro em lustro: três institui- dedicado à formação de educadores aptos a ções para excepcionais”. In: CENTRO DE DOCU- atuar na educação especial e na educação no MENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF. meio rural. Em 1945, quando trabalhava no Educação do excepcional. Belo Horizonte: Impren- Departamento Nacional da Criança no Rio de sa Ofi cial, 1992. Janeiro, Helena Antipoff foi procurada por um ANTIPOFF, H. “Relatório geral do exercício da grupo de mães de crianças excepcionais. Estas Sociedade Pestalozzi em 1938”. In: CENTRO DE mães argumentaram que seus fi lhos também DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTI- tinham direito a uma educação especial, tal POFF. Fundamentos da educação. Belo Horizonte: como a que era proporcionada às crianças de Imprensa Ofi cial, 1992. Minas Gerais na Sociedade Pestalozzi. Dada tal demanda e a disposição do grupo para o tra- ANTIPOFF, H. “Sociedade Pestalozzi de Minas balho, naquele mesmo ano, sob a orientação Gerais”. In: CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E de Helena Antipoff , era fundada a Sociedade PESQUISA HELENA ANTIPOFF. Educação do ex- Pestalozzi do Brasil, com sede no Rio de Janei- cepcional. Belo Horizonte: Imprensa Ofi cial, 1992. ro. Esta insti tuição seguiu os mesmos passos CAMPOS, R. H. de F.. “Helena Antipoff ”. In: FÁVE- da de Minas, oferecendo palestras e cursos RO, M. de L. de A.; BRITTO, J. de M. (Org.). Dicio- aos pais e educadores sobre a melhor forma nário de educadores no Brasil: da Colônia aos dias de educar as crianças excepcionais, valorizan- atuais. Rio de Janeiro: EdUERJ / MEC-INEP, 1999. do o contato com a natureza, a necessidade de CAMPOS, R. H. de F.; LOURENÇO, É. “Helena estímulos para os sentidos e para a ação social Wladimirna Antipoff ”. In: CAMPOS, R. H. de F. e a necessidade da constante avaliação das téc- (Org.). Dicionário biográfi co da Psicologia no nicas utilizadas. Os estudos acerca da infância Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: excepcional também eram bastante enfatiza- CFP, 2001. dos, já que o ensino deveria sempre se fun- damentar no conhecimento da criança de um CAMPOS, R. H. de F.; LOURENÇO, É.; ANTONI- modo geral e da criança-indivíduo, com suas NI, I. G. “Introdução: Helena Antipoff e a Psicologia especifi cidades e diferenças individuais. A So- no Brasil”. In: CAMPOS, R. H. de F. (Org.). Hele- ciedade Pestalozzi do Brasil editou, desde o na Antipoff : textos escolhidos. São Paulo: Casa do ano de 1948, o Boletim da Sociedade Pestalozzi do Psicólogo; Brasília: Conselho Federal de Psicologia, Brasil. Vários núcleos da Sociedade Pestalozzi 2002. foram criados em todo o território brasileiro, CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA muitos deles com o apoio e orientação de He- HELENA ANTIPOFF. “Comentários sobre o fun- lena Antipoff e todos seguindo a proposta bá- cionamento das instituições rosarianas, CDPHA e sica de prestar atendimento multidisciplinar de duas sociedades Pestalozzi em 1981”. Boletim a crianças com necessidades especiais. Em 28 do CDPHA. n. 2, 1982. de agosto de 1970, com o objetivo de congre- LOURENÇO, É. “Ester Assumpção”. In: CAMPOS, gar todas as Sociedades Pestalozzi existentes R. H. de F. (Org.). Dicionário biográfi co da Psico- no Brasil, foi criada a Federação Nacional das logia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: Imago; Sociedades Pestalozzi – FENASP. Funcionan- Brasília: CFP, 2001. do na rua Odílio Bacelar, 48, bairro Urca, na LOURENÇO, É. A Psicologia da Educação na obra cidade do Rio de Janeiro, a FENASP é uma en- de Helena Antipoff : uma contribuição à Histo- tidade particular com personalidade jurídica. riografi a da Psicologia. Dissertação (Mestrado em Foi inscrita no Conselho Nacional de Serviço Psicologia Social). Universidade Federal de Minas Social em 1972 e teve reconhecimento de Utili- Gerais, Belo Horizonte, 2001. dade Pública Federal. No início do século XXI, mais de 150 núcleos da Sociedade Pestalozzi já haviam sido registrados na FENASP. Érika Lourenço

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„ Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre Diatkine. Lacan não é estudado no presente (SPPA) – 1963- currículo da SPPA. A contribuição da SPPA à Psicologia, até a década de 1980, foi a de trans- missão da Psicanálise como teoria, através de Primeira instituição psicanalítica do Rio seus membros que ministravam as disciplinas Grande do Sul, sendo este o terceiro estado a de Técnicas Psicoterápicas e de Clínica nos ter sua Sociedade de Psicanálise, após Rio de cursos de graduação em Psicologia. Em 1989, Janeiro e São Paulo. É fi liada à International com a abertura da formação psicanalítica aos Psychoanalytical Association (IPA). Está inscri- psicólogos, estes puderam então tornar-se ta na tradição das primeiras escolas psicanalíti- praticantes da Psicanálise fi liados a um orga- cas, fortemente ligadas à ortodoxia freudiana e nismo internacional. Seguindo as orientações às normas ofi ciais de formação de psicanalis- da IPA na organização das sociedades a ela fi - tas. A SPPA foi reconhecida ofi cialmente como liadas, o Instituto de Psicanálise é o coração da afi liada da IPA no Congresso de Estocolmo, sociedade, pois orienta e organiza o ensino e a Suécia, em 1963. Mário Martins foi o primeiro formação dos psicanalistas. Responsabiliza-se, psiquiatra latino-americano a se engajar numa para tanto, pela elaboração anual do currículo formação analítica realizada em Buenos Aires de cursos, seminários e outras atividades de entre os anos de 1944 a 1947. Sua análise didá- treinamento a serem realizadas; pela seleção tica foi feita com Angel Garma e a supervisão e admissão dos aspirantes; pelo treinamento com Arnaldo Raskovsky e Enrique Pichon-Ri- teórico e prático, asses soramento e supervi- vière. De volta a Porto Alegre, Mário Martins são do trabalho dos psicanalistas nos diversos começou a prática em seu consultório, reali- cursos e seminários, assim como nas análises zando análise, supervisões, passando também de supervisão; pela seleção e formação do cor- a ministrar seminários de estudos sobre Psi- po de professores; e pela assis tência psicana- canálise. Os frequentadores destas atividades lítica a pessoas que, por motivos econômicos, formaram em torno dele o grupo que viria a não possam custeá-la. Essa assistência é ofe- se tornar a primeira geração de psicanalistas recida pelo Centro de Atendimento Psicana- gaúchos. São eles: Zaira Bi encourt Martins, lítico, criado em 1994 como um serviço para José Lemmertz, Celestino Prunes, Cyro Mar- tratamento psicanalítico dedicado a adultos, tins, David Zimmermann, Ernesto La Porta, adolescentes e crianças. A partir de 1997, a Paulo Guedes, Roberto Pinto Ribeiro, Gun- SPPA passou a oferecer um curso de forma- ther Wurth e José Maria Santiago Wagner. A ção para psicanalistas de crianças e adolescen- SPPA foi predominantemente kleiniana em tes. Em 1993, quando comemorava 30 anos, a suas origens, legado trazido da Argentina na SPPA lançou sua Revista de Psicanálise, editada bagagem de Mário Martins, Zaira Martins e a cada quatro meses, com distribuição por as- Cyro Martins, e ligado ao inter câmbio com sinatura. O Jornal da SPPA (mensal) traz as no- analistas como Arnaldo Rascowsky , Leon tícias da instituição, seus eventos e atividades. Grinberg, Willy Baranger e Horácio Etche- Ao longo dos anos de 1990, os estatutos da goyen. As correntes psicanalíticas modernas SPPA passaram por diversas reformulações, têm infl uenciado a SPPA desde os desenvolvi- com o objetivo de obter maior abertura da ins- mentos kleinianos através da obra de Hanna, tituição. Foi revogado o limite de 40 anos para Rosenfeld Segal – que visitou Porto Alegre em começar a formação, a comissão de ensino 1974, Wilfred Bion, Donald Meltzer e Donald deixou de ser composta somente por didatas, Winnico . A Psicologia do Ego também é uma o programa de ensino foi reformulado, redu- corrente incorporada ao currículo de ensino zindo a ênfase na corrente kleiniana, e a insti- da SPPA, através das obras de Hartmann, tuição pôs fi m ao didata informante, que tinha Kris, Loewnstein e Margareth Mahler. Já a Psi- como função fornecer, periodicamente, infor- canálise francesa está presente através de An- mações sobre seus analisados à comissão de dré Green, Janine Chasseguet-Smirgel e René ensino. Neste período, a SPPA passou a inte-

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grar a Casa dos Delegados, movimento cria- rea lização do Congresso Brasileiro de Psicaná- do para lutar contra a centralização da IPA. lise. A SPRJ orga nizou o IV (1973), VIII (1977) Trata-se de uma comissão composta por 27 e o XII (1985). Desde 2005, a sociedade conta, pessoas: nove da América do Norte, nove da ainda, com o Centro de Memórias e Referên- Europa e nove da América Latina. Dentre os cias da Psicanálise. A Psicanálise difundiu-se latino-americanos, participava desta comissão no Brasil a partir da década de 1910, o que o então presidente da SPPA, Cláudio Laks Ei- chegou a resultar na instalação (1927 a 1930) zirik, hoje presidente da IPA – eleito em 2003 e da primeira sociedade da América Latina. empossado em 2005. Mas as tentativas de estabelecer uma forma- ção psicanalítica sistematizada no Rio de Ja- neiro datam da década de 1940 e envolveram Referências dois grupos de médicos. O primeiro criou o EIZIRIK, C. L. “Palavra do Presidente”. Revista de Centro de Estudos Juliano Moreira (CEJM) Psicanálise, v. 1, n. 2, p. 5-6, 1994. e o segundo, sob a liderança de Domício de GAGEIRO, A. M. L’histoire de la psychanalyse au Arruda Câmara, fundou o Instituto Brasileiro Brésil: la fondation de la Sociéte Psychanalytique de Psicanálise (IBP). Após tentativas infrutí- de Porto Alegre (1963). Tese (Doutorado em Estu- feras de trazer didatas para o Rio, o CEJM se dos da História do Freudismo). Université Paris 7 desarticulou em 1945, quando alguns de seus – Denis Diderot, Paris, 2001. membros iniciaram formação na Associação MOKREJS, E. A Psicanálise no Brasil. As origens do Psicanalítica Argentina (APA), enquanto ou- pensamento psicanalítico. Petrópolis: Vozes, 1993. tros foram realizá-la na então Sociedade de RIBEIRO, R. P. “A Psicanálise no Rio Grande do Psicanálise de São Paulo (SPSP). Já o grupo Sul”. Psiquiatria, v. 1, n. 4, p. 88-91, 1961. formado em torno de Arruda Câmara pros- SLAVUTZKY, A. Cyro Martins. Para início de con- seguiu tentando iniciar uma formação psi- versa. Porto Alegre: Movimento, 1990. canalítica no então Distrito Federal. Tendo o Brasil se tornado, no pós-guerra, um mercado para psicanalistas europeus, em 1947, Ernest Ana Maria Gageiro Jones, então presidente da IPA, indicou Mark Burke como didata para o Rio. Burke chegou em fevereiro de 1948 e não tardou a iniciar „ Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro as análises didáticas dos membros do con- selho diretor do IBP. Em dezembro de 1948, (SPRJ) – 1955 outro analista, Werner W. Kemper, também indicado por Jones, veio para o Rio. A partir Instituição de formação de psicanalistas e de 1949, dividiram os encargos da formação. associação científi ca e assistencial, fundada Burke tinha uma forte infl uência kleiniana, em 29 de setembro de 1955. Pertence à Inter- enquanto Kemper vinha de uma formação da national Psychoanalytical Association (IPA), escola clássica. Foi como study group que os além de integrar a Federação Psicanalítica dois fundaram o Núcleo Psicanalítico do Rio da América Latina (FEPAL) e a Associação de Janeiro, sob responsabilidade e patrocínio Brasileira de Psicanálise (ABP). Possui, des- da então SPSP. Essa ação conjunta, porém, de 1980, um periódico interno semestral, o só durou até abril de 1951, momento em que Boletim Científi co da SPRJ. Desde 1998 circula uma crise envolvendo o trabalho de Ka rin sua revista ofi cial, Psicanalítica, de periodi- Kemper dividiu o grupo. O estopim foi a acu- cidade anual. Também a Revista Brasileira de sação, movida por Burke e seus analisandos, Psicanálise, órgão ofi cial da ABP desde 1971, de que Werner Kemper tinha transformado constitui espaço de publicação para seus sua mulher em didata sem que ela tivesse membros. Os eventos da sociedade estão formação para tanto. Como não se chegou a igualmente relacionados à ABP, através da um consenso, o grupo de Kemper foi excluí-

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do e criou o Centro de Estudos Psicanalíticos dicos – estavam autorizados a se candidatar (CEP). Em 1953, o grupo de Kemper foi reco- à presidência até a década de 1980, até hoje nhecido como study group pertencente à IPA. somente na gestão 2000-2001 tal cargo foi Seus membros eram Celestino Prunes, Luiz ocupado por uma psicóloga, Maria Eliana G. Dahlheim, Fabio L. Lobo, João Marafelli M. Helsinger. O ano de 1980 foi o início de Filho, Gerson Borsoi, Souza Vianna, Inaura C. grandes mudanças nas instituições cariocas Leão, Zenaira Aranha (psicóloga e estudan- ligadas à IPA. Foi o momento da denúncia, na te de Medicina), Inês Besouchet (psicóloga) imprensa, dos “Barões da Psicanálise”, feita e Noemy Rudolfer (professora de Psicologia por Hélio Pellegrino, Eduardo Mascarenhas e da Universidade de São Paulo). Mais tarde, Wilson Chebabi, que trouxe também à tona a com a saída de Souza Vianna, Ka rin Kemper participação de Amílcar Lobo, analisando de ocupou seu lugar. Ficando a análise didática a Leão Cabernite e candidato à SPRJ, em tortu- cargo de Werner Kemper, os membros do gru- ras. A polêmica custou àqueles três analistas po frequentavam reuniões científi cas e faziam sua expulsão da SPRJ − a reintegração só se fez análises de supervisão na já então reconheci- por decreto judicial − e abalou profundamen- da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São te o prestígio das sociedades congregadas em Paulo (SBPSP). Paralelamente, Burke voltara torno da ABP. Após esse episódio, o Congres- para a Inglaterra, desarticulando seu grupo so Internacional de Psicanálise, programado de analisandos. À frente na corrida pelo per- para acontecer no Rio de Janeiro em 1982, foi tencimento à IPA, o grupo de Kemper obte- cancelado. Todo esse processo, acompanhado ve sua fi liação àquela associação em 1955, no pela expansão de sociedades independentes, XIX Congresso Internacional de Psicanálise, acabou por resultar na perda do monopólio realizado em Genebra. Surgia assim a SPRJ. real e simbólico das instituições ipeanas sobre Consoante os padrões da IPA, a formação psi- a formação psicanalítica. No âmbito interno, canalítica nessa sociedade exige que os can- redundou em um processo de reforma esta- didatos passem por um processo de seleção, tutária da SPRJ, que ampliou o acesso de psi- sendo necessária graduação em Medicina ou cólogos a seus quadros e permitiu o voto aos Psicologia. Após aprovação e pelo menos um membros associados. ano de análise com um didata da sociedade, são admitidos no Instituto de Ensino de Psi- canálise (IEP), dando início ao curso teórico e Referências aos seminários clínicos. A formação consiste ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICANÁLISE. de análise didática – quatro vezes por sema- Estatuto 2006. Relação de Membros e Candidatos. na; curso teórico – cinco anos; duas análises Rio de Janeiro, 2007. de supervisão – de cem horas a primeira e de FACCHINETTI, C. & PONTE, C. “De barulhos e si- 50, a segunda. Cumpridos esses requisitos, o lêncios: contribuições para a História da Psicanálise no nome do candidato é proposto em reunião do Brasil”. Psyche, Campinas, v. AnoVII, p. 59-83, 2003. corpo docente do IEP e depois em assembleia FÜCHTNER, H. O caso Werner Kemper: psica- geral. Caso aprovado, ingressa na SPRJ como nalista, seguidor do nazismo, nazista, homem da membro associado. Após dois anos, mediante Gestapo, militante marxista? Rio de Janeiro, II Es- apresentação de um trabalho, pode se tornar tados Gerais de Psicanálise. Disponível em: . Acesso em: não médicos − característica que a aproxima 31 jan. 2007. da sociedade de São Paulo − propiciou a exis- PONTE, C. F. da. Médicos, psicanalistas e loucos: tência de um contingente, embora pequeno, uma contribuição à História da Psicanálise no de psicanalistas leigos. Como, porém, so- Brasil. Dissertação. (Mestrado em Saúde Pública). mente os membros efetivos – em sua grande Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1999. Dis- maioria os mais antigos, por conseguinte mé- ponível em:

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dissertacao_carlos.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2007. acerca do tema “Ouvindo os pioneiros”, no 8º ROUDINESCO, E & PLON, M. Dicionário de Psi- Congresso Brasileiro de Psicoterapia Analí- canálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. tica do Rio de Janeiro, realizado em outubro RUSSO, J. A. O Mundo Psi no Brasil. Rio de Janei- de 1994, a criação dessa nova SPAG (já exis- ro: Jorge Zahar Editor, 2002. tia a SPAG-E.Rio) decorreu de divergências SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO RIO DE JA- teórico-políticas: havendo duas sociedades NEIRO. Quem somos. Disponível em: . Acesso em: 11 Jan. 2007. de Psicanálise e a Sociedade Psicanalítica do VIANNA, H. B. Não conte a ninguém... : contri- Rio de Janeiro), cada uma delas teria gerado buição à História das Sociedades Psicanalíticas do sua própria sociedade de grupo. Inicialmente, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imago, 1994. na SPAG-RJ só era permitida a participação de médicos membros das sociedades ligadas à International Psychoanalytical Association Cristiana Facchine i (IPA), porém a abertura a psicólogos ocorreu já ao fi nal da década de 1970. Nessa mesma década, o trabalho com grupos começou a „ Sociedade Psicanalítica Gradiva (SPAG- ser levado com maior intensidade para as RJ) – 1994- instituições públicas nas áreas da saúde e da Sociedade de Psicoterapia de Grupo – educação. Também o tratamento psicoterápi- (SPAG-RJ) – 1974-1994 co em consultório se viu democratizado com os grupos, tornando-se acessível a clientes menos privilegiados economicamente. Os ob- Instituição de formação em Psicanálise fi - jetivos da SPAG – RJ, segundo os últimos esta- liada à Associação Brasileira de Psicoterapia tutos, datados de 4 de outubro de 1994, são: de Grupo (ABPG), à Federação Latino-Ame- estudo, pesquisa e aplicação do conhecimento ricana de Psicoterapia de Grupo (FLAPAG) e psicanalítico em suas diversas modalidades à American Group Psychotherapy Association (individual, grupal e institucional), resgatan- (AGPA), com sede na avenida N. Sra. de Co- do a originalidade e a liberdade do seu saber; pacabana, 1.183, sala 604 − Copacabana – RJ. inter câmbio científi co e cultural com entida- Foi fundada em 8 de maio de 1974 por psica- des congêneres e afi ns; relação sem perda de nalistas dissidentes da ortodoxia psicanalítica, autonomia e independência com outras asso- que considerava que o fazer psicanalítico de- ciações psicanalíticas. Desde 1979, a sociedade veria se ater apenas ao sujeito individualiza- possui um jornal, Gradiva, considerado um do. Dentre seus fundadores estão: Paulo Dias dos seus braços mais importantes, nascido sob Correa, Leão Cabernite, Jacob David Azulay, o impacto das ideias de Wilfred Ruprecht Bion Waldemar Zuzman, Antonio M. de A Barata, e Jacques Lacan, que muito infl uenciaram, na Antonio Dutra Junior, Eustáquio Portela Nu- época, o movimento psicanalítico. Os textos do nes Filho, Ernesto Meirelles La Porta, Dirceu jornal, bem como entrevistas, gravuras e char- Santa Rosa, Wilson de Lyra Chebabi, Adol- ges apontavam justamente para uma transi- pho Hoirish, Raulito Gomes, Eduardo Mas- ção, beirando a abertura teórica e democrática carenhas, Gabriel Lemos, Jacob Fucks, Galina da Psicanálise. Fundado por Carlos Castellar Schneider, Wilson José Simplício, Any Kerne Pinto e Ernesto La Porta, Gradiva mantém Teixeira Guedes, Walter Antunes, Cremilda como editor-científi co desde 1981 o psicana- Barbosa de Souza, Ubirajara Pessoa Guerra de lista Paulo Sternick. O jornal foi transformado Moraes, Hélio Tolipan e Jaime Salomão. Se- em revista eletrônica (www.gradiva.com.br) gundo Carlos Castellar Pinto, em conferência por volta de 1998. Em 4 de outubro de 1994,

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a SPAG-RJ ampliou-se, incorporando a singu- ferentes aos mandatos não são especifi cados laridade do sujeito, passando também a dar porque as informações colhidas apresentam ênfase, sem deixar de lado a clínica dos grupos, algumas discordâncias. ao estudo clínico individual. A identifi cação com seu jornal levou ainda à adoção do nome Referências Gradiva, e a sigla SPAG-RJ passa então a sig- nifi car Sociedade Psicanalítica Gradiva. Seus ANUÁRIO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1991. principais órgãos internos são a Assembleia Geral, a Diretoria e o Conselho Fiscal, segun- CHEBABI, W. L. Entrevista concedida a Vilma do a última revisão de estatuto e regimento. Rangel. Rio de Janeiro, 04 set. 1994. As funções na SPAG-RJ são distribuídas entre COIMBRA, C. Guardiães da ordem; uma viagem diretor presidente, diretor de ensino, diretor pelas práticas psi no Brasil do “Milagre”. Rio de da clínica, diretor secretário e conselheiro jun- Janeiro: Ofi cina do Autor, 1995. to à ABPG. Atualmente, as atividades clínicas FIGUEIREDO, A. C. Estratégias de difusão do da SPAG – RJ ocorrem em algumas frentes: Movimento Psicanalítico no Rio de Janeiro, 1970- debates sobre temas espe cífi cos, abordando 83. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). tanto questões referentes ao indivíduo como Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, assuntos de cunho social − a vida escolar, os 1984. excluídos sociais, a criminalidade, o mundo FREITAS, L. A. P. Entrevista concedida a Vilma virtual, a drogadição etc.; estudos sobre as di- Rangel. Rio de Janeiro, 16 maio 1995. versas etapas da vida humana e suas peculia- LANNES, E. Entrevista concedida a Vilma Rangel. ridades − infância, adolescência, vida adulta, Rio de Janeiro, 03 ago. 1995. terceira idade; estudo e discussão de casos clí- PORTELA, R. Entrevista concedida a Vilma Ran- nicos entre os terapeutas da instituição e entre gel. Rio de Janeiro, 16 ago. 2006. alunos em formação psicanalítica; trabalho em RANGEL, V. A Psicoterapia de Grupo com funda- clínica social, individual e em grupo. Em 2006, mentação psicanalítica – um rosto carioca. Disser- aconteceram cursos sobre Freud: Casos clínicos tação (Mestrado em Psicologia Clínica). Pontifícia de Freud; Fragmentos da análise de um caso de his- Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1996. teria; História de uma neurose infantil; A psicogê- SANTOS, O. Entrevista concedida a Vilma Rangel. nese de um caso de homossexualismo numa mu- Rio de Janeiro, 12 out. 1994. lher. Além dos membros efetivos e dos alunos em formação psicanalítica, são cursos como esses que mantêm economicamente a SPAG- Vilma Rangel RJ, que já formou mais de 25 turmas. Os alu- nos dessas turmas, atualmente, vêm em geral da graduação, principalmente de Psicologia „ Sociedade Rorschach de São Paulo (SRSP) e Medicina, podendo ser admitidas outras – 1952- formações universitárias. Foram presidentes da sociedade: Jacob Fucks; Ernesto Meirel- Sociedade cientifi ca sem fi ns lucrativos, les La Porta; Carlos Castellar Pinto; Márcia destinada a promover a pesquisa, estudo e Câmara; Lindemberg R. Nunes Rocha; Hélia ensino da Prova de Rorschach. Foi fundada Ziller; Antonio Celso Pereira; Silvia Chueri; em 24 de julho de 1952, tendo como idealiza- Jorge Veschi; Luiz Querolim Neto; Robson dor o psicólogo, médico e psiquiatra Anníbal Luiz Cardoso de Carvalho; Ronaldo de Oli- Cypriano da Silveira Santos, como resulta- veira Marinho e Kátia Santos (2004–2006). do de longo estudo e dedicação ao método. Com exceção do mais recente, os períodos re- Atualmente se situa na rua Remanso, 98, Vila

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Mariana, São Paulo – SP. O professor Anníbal Psicodiagnóstico de Rorschach (cursos infor- Cypriano da Silveira Santos, um dos dez cien- mativos e de especialização), ensino de ou- tistas mais renomados do Brasil (de acordo tras técnicas projetivas, discussão científi ca, com o documentário Cientistas brasileiros, rea- atendimento em psicodiagnóstico, pesquisas lizado pela Fundação Padre Anchieta – Centro através da Prova de Rorschach, cursos de Paulista de Rádio e TV Educativas, em julho diagnóstico nos contextos de Psicologia Jurí- de 2004), foi membro fundador da Socieda- dica, Neuropsicologia, Clínica e Educacional. de Internacional de Rorschach (1949, Suíça) e Em 2006, a diretoria era composta por: pre- membro científi co do Comitê Internacional de sidente – Lúcia Maria Sálvia Coelho, vice- Rorschach. Ao lado de Samuel Beck, Anníbal presidente – Giselle Budzisz Petri Magalhães Silveira aprendeu a Prova de Rorschach em Costa, primeira secretária – Kátia Vergal Fur- Nova York com David M. Levy (discípulo de tado, tesoureira – Elizabeth Aparecida Rossi. Oberholzer – colaborador direto de Hermann Desde sua fundação, grandes nomes do meio Rorschach), em 1927, passando a desenvolvê- científi co nacional e internacional passaram la no Brasil dentro do contexto de psicodiag- pela SRSP deixando suas contribuições. Entre nóstico. Manteve contato por anos com estu- eles, além de Anníbal Silveira, destacam-se: diosos como: Walter Morgenthaler, Samuel J. Lúcia Maria Sálvia Coelho, Isabel Adrados, Beck e Zygmunt A. Piotrowski, na Europa e Maria Helena de Figueiredo Steiner, Anto- nos Estados Unidos, o que decisivamente con- nio Miguel Leão Bruno, Cícero Christiano de tribuiu para o aperfeiçoamento do método de Souza, Isaias Melsohn, Maurício Levy Júnior, Rorschach através de pesquisas e experimen- Ruy Galvão de Andrada Coelho, Latife Yazi- tações. Neste contexto, sentiu necessidade de gi, Fernando de Villemor Amaral, Liana Ma- fundar um centro de estudos, de conferência ria Sálvia Trindade, Oscar Rezende de Lima, e de pesquisas sobre a Prova de Rorschach, Mathilde Neder, Aniela Ginsberg, Arbouste constituindo a SRSP em 1952, ano em que foi Bastide e Meyer Timsit. A sociedade já reali- delegado do Brasil no II Congresso Interna- zou, desde sua fundação em 1952, mais de 200 cional de Rorschach, em Berna. A partir de reuniões cientifi cas, abordando vários temas, 1958, a SRSP dedicou-se também ao ensino da estudos de casos etc. Tem respondido tam- Prova de Rorschach e de outras técnicas pro- bém pela organização de congressos, entre jetivas dentro das necessidades implícitas ao os quais se destacam aqueles em colaboração psicodiagnóstico clínico, à atuação da Psiquia- com universidades paulistas ou associações tria, às atividades da Antropologia e àquelas congêneres sediadas em outros estados e com de ordem psicoeducacional. Em 1963 Anníbal a Associação Latino-Americana de Rorschach. Silveira apresentou sua tese para concorrer O primeiro estatuto data de 1952, sua última à cadeira de Clínica Psiquiátrica da Escola modifi cação ocorreu em 2004, tendo a SRSP, Paulista de Medicina, intitulada Contribuição atualmente, a seguinte estrutura: Laboratório para a Prova de Rorschach como Recurso Semio- de Pesquisa e Avaliação Psicológica (LAPAP), lógico: Elaboração do Psicograma, formalizando, núcleo jurídico, núcleo de recursos humanos, assim, sua contribuição ao Psicodiagnóstico núcleo de psicodiagnóstico clínico, diretoria, de Rorschach no Brasil. Além de Anníbal Sil- departamento de ensino, comissão científi ca veira, a SRSP teve como fundadores: Antero e conselho fi scal. Na realização de pesquisas, Barradas Barata, Antonio Miguel Leão Bruno, a sociedade conta com voluntários e com os Cícero Christiano de Souza, Ibrahim Melsohn, professores dos cursos ministrados, sendo to- Mauricio Levy Junior, Otávio Luis de Barros dos psicólogos e especialistas em Rorschach. Sales, Ruy Galvão de Andrada Coelho, Spar- Atual mente, o espaço físico da SRSP é distri- taco Vizzo o. Seus objetivos são: o ensino do buído em aproximadamente 180 m2 em um

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sobrado, contando com: duas salas de aula, „ Supervisão de Avaliação e duas salas de atendimento, biblioteca e sala Acompanhamento aos Portadores de de reuniões, secretaria, sala de espera, três ba- Necessidades Educacionais Especiais nheiros, sala de espelho para aplicação super- (SAANE) – 1987- visionada de alunos, cozinha e despensa, Serviço de Educação Especial (SESP) – entrada lateral. A SRSP desenvolve suas ativi- 1975-1987 dades de segunda a sexta-feira, das 9 às 19h, sendo seu horário prorrogado em dias de aula A educação das pessoas portadoras de ne- ou outras atividades e, quando necessário, nos cessidades especiais e a oferta de cuidados fi nais de semana. Suas atividades envolvem: necessários para o desenvolvimento deste aulas, aplicações da Prova de Rorschach, su- público é um fenômeno relativamente recen- pervisões, grupos de estudo, atendimentos, te em nosso país e tem sua história marcada reuniões de pesquisas e tabulação de dados, por uma forte herança de exclusão, assisten- dentre outras. A SRSP é uma instituição cientí- cialismo e fi lantropia. As classes especiais em fi ca cujos objetivos estão orientados para a for- escolas públicas existem no Brasil desde a dé- mação de profi ssionais na Prova de Rorschach cada de 1930, mas o acesso às escolas comuns (com base na Escola Brasileira de Rorschach), só veio a ocorrer de forma mais acentuada a pesquisa e prestação de serviços que versem partir da década de 1970, quando se iniciou sobre o Psicodiagnóstico e outras técnicas pro- um processo de institucionalização da educa- jetivas, fornecendo cursos de aperfeiçoamen- ção especial nos sistemas públicos de ensino. to e aprofundamento na Prova de Rorschach, A educação especial no Estado do Piauí acom- supervisões, sempre valorizando a formação e panhou esse movimento e foi inserida no Sis- atualização dos profi ssionais. tema Estadual de Educação no ano de 1970, com a transferência de um serviço fi lantrópico de Teresina para a responsabilidade da Secre- Referências taria de Educação. Trata-se da Escola Especial SOCIEDADE RORSCHACH DE SÃO PAULO. Ar- Ana Cordeiro, instituição fundada pelo ser- quivos. São Paulo: SRSP, 1952-2008. viço social do estado em maio de 1968, que, SOCIEDADE RORSCHACH DE SÃO PAULO. Atas nos dois primeiros anos de funcionamento, foi 122 a 202 do Livro de Registro de Atas de Reuniões mantida apenas com doações da ação social Cientifi cas. São Paulo: SRSP, 1971 a 1991. do estado. Através de Portaria da Secretaria de SOCIEDADE RORSCHACH DE SÃO PAULO. Bre- Educação 01/1970, a escola passou a integrar ve história da Sociedade Rorschach de São Paulo. a rede pública de ensino e a ser efetivamente Documento Registrado no 1º Cartório de Registro mantida pelo estado. Data do mesmo perío- de Títulos e Documentos – Registro Civil das Pes- do a criação do Departamento de Educação soas Jurídicas sob o n. 182.394. São Paulo: SRSP, 17 Especial da Secretaria Estadual de Educação. nov. 1994. Uma das primeiras ações deste departamento SOCIEDADE RORSCHACH DE SÃO PAULO. foi a realização de um levantamento na rede Estatuto da Sociedade Rorschach de São Paulo. ofi cial do estado para averiguar as causas dos Registrado no 1º Cartório de Registro de Títulos altos índices de defasagem escolar: repetência e Documento sob o n. 26.736, Livro A. São Paulo: e abandono. Em maio de 1973, a Secretaria de SRSP, 1959. Educação selecionou uma população de 1.200 crianças do 1º Grau da rede ofi cial do estado que apresentavam repetências e distorções Giselle B. Petri idade-série, e propôs um estudo dirigido por Kátia Vergal Furtado uma equipe técnica composta por médico, psi- Paula Eugenia César cólogo e assistente social. Os resultados apon-

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taram como causas do problema: disfunção às classes especiais e a escolas especiais pri- cerebral mínima, retardo neuropsicomotor, vadas. Os registros e relatos dos profi ssionais carência nutricional, defi ciência intelectiva e que atuaram no campo nesse período eviden- patologias como epilepsia, tuberculose, para- ciam que seu trabalho consistia na realização lisia cerebral, defi ciên cia auditiva e visual, de psicodiagnóstico, encaminhamentos para dentre outros. Como fatores determinantes, serviços especializados (centros de reabili- constaram: a desnutrição como fator socioeco- tação para terapias de fala e psicológica) e, nômico; condições de gestação e parto como muito raramente, orientação à família e a pro- fatores do período pré-natal; e a assistência fessores das salas especiais. Os instrumentos materno-infantil e patologias familiares asso- utilizados para o psicodiagnóstico eram basi- ciadas. A equipe, juntamente com o corpo camente testes de inteligência e personalidade admi nistrativo da secretaria, colocou as crian- (projetivos). Ao longo dos anos, o SESP pas- ças em uma unidade especial, na tentativa de sou por várias refor mas administrativas e, em solucionar o problema através de métodos 1987, passou a chamar-se SAANE. Atualmen- pedagógicos especiais de aceleração do pro- te, o serviço é composto por equipe multidis- cesso de aprendizagem. Os registros apon- ciplinar e de enfo que educacional, desenvol- taram o êxito da estratégia, levando a secre- vendo atividades de: avaliação diagnóstica; taria a discutir a implantação de um serviço encaminhamento para rede especializada; de apoio à diagnose e reabilitação de alunos e acompanhamento e orientação à família e especiais na rede de educação ofi cial do esta- professores. Vale ressaltar que a educação do. Nesse sentido, em 1975 foi criado o SESP especial do Piauí conta, em sua rede estadual (D.O.E. 128/1975), cujos objetivos, dentre ou- de ensino, com 992 escolas regulares, uma tros, eram: garantir uma educação de qualida- especial e 164 inclusivas, e com as seguintes de e desenvolver as potencialidades dos edu- modalidades de atendimento: turmas comuns candos através da sua capacitação; expandir com apoio da educação especial, instituições a oferta de educação especial a todos os mu- conveniadas, classes especiais e escola espe- nicípios; intensifi car a implantação das salas cial da rede de ensino. A estrutura do SAANE de recursos e de apoio pedagógico específi co; é composta por: diretoria, Assessoria Técnico- incluir o aluno portador de necessidade edu- Pedagógica (ATP), Divisão de Ensino (DE), cativa especial na rede regular de ensino. Es- Divisão de Avaliação e Acompanhamento Téc- sas ações resultaram na expansão dos serviços nico (DAAT) e apoio administrativo. Atuam educacionais para os alunos com necessidades no corpo técnico da instituição psicólogos, especiais junto aos sistemas de ensino e mar- assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, caram um período de crescimento do número que têm como público-alvo os alunos porta- de classes especiais junto às escolas públicas. dores de necessidades educacionais especiais, Vale ressaltar que o desenvolvimento dessas sejam eles portadores de defi ciências (mental, ações por parte do estado, ainda na década audi tiva, visual, físico e múltiplo), de con- de 1970 – no sentido de reordenar sua estru- dutas atípicas (problemas de conduta) ou de tura administrativa com o objetivo de acolher altas habilidades (superdotados). O espaço os alunos especiais – coincide (e ganha força) físico do SAANE é composto por uma área com a chegada dos primeiros psicólogos ao ampla, contendo recepção, duas salas peda- Piauí, no início daquela década. Dessa forma, gógicas – subdivididas em supervisão e apoio a educação especial foi um dos primeiros cam- técnico administrativo –, quatro salas de aten- pos de atuação de psicólogos no estado, seja dimento, cantina, banheiros e área recreativa. vinculando-se aos quadros da educação ou Com uma equipe multidisciplinar e de enfo- de instituições fi lantrópicas como a APAE-PI que educacional, o SAANE objetiva atender, (e outras associações de grupos da sociedade através da avaliação diagnóstica, o alunado civil organizada), seja prestando assessorias de educação especial da rede pública e pri-

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vada do estado e município. O acompanha- BRASIL. Subsídios para organização e funciona- mento desse alunado compete ao Centro de mento de serviços de Educação Especial. Brasília: Reabilitação Ana Cordeiro e demais entidades MEC/SEESP, 1995. públicas, privadas e fi lantrópicas. Atualmen- GLAT, R e FERREIRA, J. “Panorama Nacional da te o estado conta com uma nova instituição, Educação Inclusiva no Brasil”. In: Banco Mundial. a Coordenadoria Estadual para Inclusão da Relatório Educação Inclusiva no Brasil – Diagnós- Pessoa com Defi ciência (CEID), cuja função é tico atual e desafi os para o futuro. (2003). Dispo- atender às necessidades da Pessoa Portadora nível em: . Acesso em: 11 out. tabelecimento de sua dignidade, o exercício 2006. pleno da cidadania e a consequente transfor- PIAUÍ. Serviço de Educação Especial da Secreta- mação da concepção social sobre esta. ria de Educação do Estado do Piauí no período de 1970 a 1978. Teresina-PI: Carta CEPRO – Relatório de Atividades, 1978. Referências BRASIL. DECRETO 914/93. Política Nacional para Integração de Pessoa Portadora de Defi ciência. Bra- Lígia Rocha Cavalcante Feitosa sília: MEC/SEESP, 1993. João Paulo Sales Macedo

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„ Teatro Experimental do Negro (T.E.N.) – drama no Brasil. Guerreiro Ramos chegou a 1944-1968 publicar artigos na revista Quilombo: Vida, Pro- blemas e Aspirações do Negro, visando divulgar tal Criado em 1944, no Rio de Janeiro, por Ab- método. No texto intitulado “Uma experiência dias Nascimento, com o objetivo de trabalhar de Grupoterapia”, Guerreiro Ramos descreveu pela valorização social do negro através da a técnica social do Teatro Experimental do Ne- educação, da cultura e da arte. Buscava situar gro – a Grupoterapia – como similar à técnica em um novo patamar a luta política dos ne- do Psicodrama e do Sociodrama de J. L. More- gros, cuja referência mais importante, até esse no, que dirigia dois teatros psicoterapêuticos momento, era a Frente Negra Brasileira (1931- (em Beacon Hill e Nova York). Nesse sentido, 37). Como movimento cultural, o T.E.N. assu- uma das características do T.E.N. era não ser miu também uma confi guração marcadamente orientado truculenta e agressivamente contra política com a democratização do país no pós- o preconceito de cor, pois se objetivava que guerra, tendo patrocinado as Convenções Na- fosse um espaço onde as pessoas teriam possi- cionais do Negro, em 1945 (São Paulo) e 1946 bilidade de eliminar as suas tensões e repres- (Rio de Janeiro), a Conferência Nacional do sões. Em 19 de janeiro de 1950, o Instituto Na- Negro, em 1949 (Rio de Janeiro), o I Congresso cional do Negro organizou, nas dependências do Negro Brasileiro, em 1950 (Rio de Janeiro), do Serviço Nacional de Teatro, o Seminário de e a exposição do Museu de Arte Negra – com Grupoterapia, o que evidenciava a importân- esculturas, pinturas, e desenhos – em 1968, no cia que esse procedimento terapêutico estava Museu da Imagem e do Som (Rio de Janeiro). ganhando, como processo capaz de possibili- Em 1949, quando o sociólogo Alberto Guer- tar a integração social do homem, com um mí- reiro Ramos começou a dirigir o então recém- nimo de economia de sua espontaneidade sen- criado Instituto Nacional do Negro (que fun- do, ainda, um treinamento da espontaneidade cionava como um departamento de pesquisas para aqueles que a perderam. A Grupoterapia e estudos do Teatro Experimental do Negro), do T.E.N. visava, portanto, à integração social este passou a ter um importante papel no que e à diminuição do défi cit da espontaneidade diz respeito à inserção e utilização do Psico- através de processos terapêuticos, com raí-

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zes tanto em J. L. Moreno quanto nas ideias fundador, razão pela qual, em 1968, o T.E.N. desenvolvidas a partir da análise social de interrompeu suas atividades. problemas psicológicos por Erich Fromm, teórico para quem a aquisição da normalida- Referências de ocorria à custa de um certo sacrifício da originalidade, da espontaneidade e da liber- GUERREIRO RAMOS, A. “Uma experiência de Grupoterapia”. In: Quilombo: Vida, Problemas e dade do ser humano. Para Guerreiro Ramos, Aspirações do Negro, ano 1, n. 4, p. 7, jul. 1949. o palco representava a miniatura da socieda- de em que se materializa o problema psicoló- GUERREIRO RAMOS, A. “Apresentação de Grupo- terapia”. In: Quilombo: Vida, Problemas e Aspira- gico, ou seja, diferentemente da Psicanálise, ções do Negro, ano 2, n. 5, p. 6, jan. 1950. na qual o problema era exposto verbalmente. Na Grupoterapia concretizava-se a constela- GUERREIRO RAMOS, A. “Teoria e Prática do Psi- codrama”. In: Quilombo: Vida, Problemas e Aspi- ção de relações de que o indivíduo era par- rações do Negro, ano 2, n. 6, fevereiro, p. 7, 1950. ticipante. A análise operava com elementos MAIO, M. C. “Uma polêmica esquecida: Costa Pin- mais numerosos e fi dedignos e ensejava ao to, Guerreiro Ramos e o Tema das Relações Raciais”. paciente a possibilidade de vivenciar todas Dados. Rio de Janeiro, v. 40, n. 1, 1997. Disponível as dimensões, seja imaginária, seja verbal, em:. Acesso em: 20 out. 2006. uma nova conduta, a confi ança ali adquiri- NASCIMENTO, A. do. “Teatro experimental do ne- da podendo ser transportada à vida real. A gro: trajetória e refl exões”. Estudos Avançados. São Grupoterapia no T.E.N., portanto, constituiu Paulo, v. 18, n. 50, 2004. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2006. lítica de Abdias Nascimento levou, em fi ns dos anos de 1960, à perseguição do regime militar e o consequente exílio político de seu Lídia Maria Teixeira Lima Coelho

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Sobre os Autores

Abigail Alvarenga Mahoney – Doutora em Alessandra Dafl on dos Santos – Doutora em Educação; Professora da Pontifícia Uni- Psicologia Social; Professora da Universi- versidade Católica de São Paulo (PUC- dade Federal Fluminense (UFF). SP). Alessandra Tranquilli – Psicóloga; Defenso- Adailson Medeiros – Mestre em Psicologia; ria Pública do Estado da Bahia e da CAPS- Professor da Universidade Federal de Per- AD. nambuco (UFPE). Alexander Jabert – Doutor em História das Ademir Pacelli Ferreira – Doutor em Psicolo- Ciências da Saúde; Professor da Univer- gia Clínica; Professor da Universidade do sidade Federal do Espírito Santo (UFES). Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Alexandra Ayach Anache – Doutora em Psi- Adriana Alves Santos – Psicóloga. Faculdade cologia Escolar e do Desenvolvimento Ruy Barbosa (FRB). Humano; Professora da Universidade Fe- Adriana Amaral do Espírito Santo – Mestre deral de Mato Grosso do Sul (UFMS). em Psicologia Social; Psicóloga da Mari- Alexandra Valéria Vicente da Silva – Mestre nha do Brasil. em Psicologia Social; Psicóloga da Polí- Adriana Rosa – Doutoranda em Psicologia cia Militar do Estado do Rio de Janeiro Social; Professora do Centro Universitário (PMERJ). Celso Lisboa (CEUCEL). Alexandre de Carvalho Castro – Doutor em Adriano Furtado Holanda – Doutor em Psico- Psicologia Social; Professor do Centro Fe- logia; Professor da Universidade Federal deral de Educação Tecnológica Celso Su- do Paraná (UFPR). ckow da Fonseca (CEFET/RJ). Aidyl M. Q. Pérez-Ramos – Doutora em Psi- Amanda dos Santos Gonçalves – Psicóloga. cologia Clínica; Professora da Universida- Ana Carla S. Silveira da Silva – Mestre em de de São Paulo (USP). Psicologia Clínica; Psicóloga da Secretaria Albenise de Oliveira Lima – Doutora em Psi- Municipal de Saúde RJ (SMS/RJ) e Secre- cologia; Professora da Universidade Cató- taria Estadual de Administração Penitên- lica de Pernambuco (UNICAP). cia/RJ (SEAP/RJ).

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Ana Cristina Costa de Figueiredo – Doutora Argentina Rosas – Mestre em Psicologia; Pro- em Saúde Coletiva; Professora da Univer- fessora Aposentada da Universidade Fe- sidade do Brasil da Universidade Federal deral de Pernambuco (UFPE). do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ). Arlindo Carlos Pimenta – Psiquiatra; Psica- Ana Gabriela Nunes Fernandes – Psicóloga, nalista do Círculo Psicanalítico de Minas Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Gerais (CPMG). Ana Laura Prates Pacheco – Doutora em Psi- Arnaldo Alves da Mo a – Mestre em Psicolo- cologia; Psicanalista do Fórum do Campo gia; Professor do Instituto Fonte (IF). Lacaniano de São Paulo (FCL-SP). Arrigo Leonardo Angelini – Livre-Docente; Ana Maria Gageiro – Doutora em Sociétés Professor Catedrático; da Universidade Occidentales Espace Temps Civilisations; de São Paulo (USP). Professora da Universidade do Vale do Arthur Arruda Leal Ferreira – Doutor em Psi- Rio do Sinos (UNISINOS). cologia; Professor da Universidade Fede- Ana Maria Jacó-Vilela – Doutora em Psicolo- ral do Rio de Janeiro (UFRJ). gia; Professora da Universidade do Esta- Augusto Costa Conceição – Mestre em Saúde do do Rio de Janeiro (UERJ). Comunitária; Professor do Centro de Es- Ana Maria Rudge – Doutora em Psicologia; tudos e Pesquisa em Saúde Mental Profes- Professora da Pontifícia Universidade Ca- sor Nelson Pires (CENP). tólica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Aurora Telles Hekenhoff – Mestre em Psicolo- Ana Maria Sarmento Seiler Poelman – Psicó- gia; Capitã-Tenente da Marinha do Brasil. loga especialista em Psicologia Clínica e Bárbara Brandão – Psicóloga; Faculdade Ruy em Psicologia Organizacional e do Traba- Barbosa (FRB). lho; Professora da Pontifícia Universidade Católica do Minas Gerais (PUC/Minas). Beatriz de Andrade Rabelo – Psicologa, Uni- versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ana Mercês Bahia Bock – Doutora em Psico- logia; Professora da Pontifícia Universida- Bernadete Aparecida de Castro – Doutora em de Católica de São Paulo (PUC-SP). Ciências Sociais; Professora da Universi- dade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Ana Teresa A. Venancio – Doutora em Antro- pologia Social; Professora da Fundação Filho (UNESP). Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Bernardete Ga i – Doutora em Psicologia; Andrea Cristina Coelho Scisleski – Douto- Psicodramatista, Professora no IPPGC. randa em Psicologia; Professora da Uni- Carina Márcia Magalhães Nepomuceno – versidade Regional Integrada do Alto Psicóloga; Consultoria em Projetos Edu- Uruguai e dos Missões (URI/Santiago). cacionais e Concursos Ltda. (Consultec). Andréa dos Santos Nascimento – Mestre em Carla Sardinha Siebra de Souza – Psicóloga, Política Social; Doutoranda em Psicologia Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFES). (UFRJ). Andréa Soares Wuo - Doutora em Educação; Carlos Monarcha – Livre-Docente; Professor Professora da Pontifícia Universidade Ca- da Universidade Estadual Paulista – Ara- tólica de São Paulo (PUC-SP). raquara (UNESP). Andressa Siqueira Gonzaga – Psicóloga, Uni- Carmefran Viana Araújo Teixeira – Psicóloga. versidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade Ruy Barbosa (FRB). (UERJ). Carmem Silvia R. Taverna – Doutora em Psi- Ângela Marques - Mestre em Educação; Professo- cologia Social; Professora da Universida- ra da Universidade Federal do Ceará (UFC). de São Marcos (Unimarco).

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Carmen Lucia Montechi Valladares de Oli- Diogo Esmeraldo Cavalcanti – Psicólogo, Fa- veira – Doutora em Sociedades Ociden- culdade Ruy Barbosa (FRB). tais; Professora da Pontifícia Universi- Edinete Maria Rosa – Doutora em Psicologia dade Católica de São Paulo (COGEAE/ Social; Professora da Universidade Fede- PUC-SP). ral do Espírito Santo (UFES). Cassiana Léa do Espírito Santo – Psicóloga Edmar Oliveira – Médico; Pós-Graduação Especialista em Psicodrama; Membro da em Psiquiatria e Gestão Pública; Diretor Sociedade de Psicodrama de São Paulo do Instituto Municipal Nise da Silveira (SOPSP). (IMAS). Célio Garcia – Doutor; Professor da Univer- Edson Soares Lannes – Psicanalista; Círculo sidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Psicanalítico do Rio de Janeiro (CPRJ). Celso Francisco Tondin – Doutor em Psicolo- gia; Professor da Universidade Comuni- Eduardo A. Tomanik – Doutor em Psicologia; tária Regional de Chapecó (Unochapecó). Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Cesar Mussi Ibrahim – Mestre em Psicologia; Professor da Universidade Católica do Eduardo Mourão Vasconcelos – Doutor em Rio de Janeiro (PUC-Rio). Social Science and Administration; Pro- fessor da Universidade Federal do Rio de Cristiana Facchine i – Doutora em Teoria Psi- canalista; Professora da Casa de Oswaldo Janeiro (UFRJ). Cruz/Fundação Oswaldo Cruz (COC/ Edvaldo Nabuco – Mestre em Memória So- FIOCRUZ). cial; Professor Colaborador da Fundação Cristianne Almeida Carvalho – Doutoranda Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). em Psicologia Social; Professora da Uni- Elayne Magaldi Daemon – Psicóloga; Mem- versidade Federal do Maranhão (UFMA). bro do Centro de Estudos de Gestalt-Tera- Cristina Lhullier – Doutora em Ciências Psi- pia de Brasília (CEGEST). cologia; Professora da Universidade de Eliana Rodrigues Pereira Mendes – Psicólo- Caxias do Sul (UCS-RS). ga; Psicanalista do Círculo Psicanalítico Daniel Kupermann – Doutor em Psicanálise; de Minas Gerais (CPMG). Professor da Universidade de São Paulo Eliane Gonçalves Cordeiro – Mestre em Edu- (USP). cação; Psicóloga da Secretária Municipal Daniela Ribeiro Schneider – Doutora em Psi- de Saúde de São Paulo (SMS/SP). cologia Clínica; Professora da Universida- Eliane Rodrigues da Silva – Psicóloga. de Federal de Santa Catarina (UFSC). Elicarlos Coutinho de Oliveira – Psicólogo. Deise Mancebo – Doutora em Educação: His- Faculdade Ruy Barbosa (FRB). tória, Política, Sociedade; Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Elison Antonio Paim – Doutor em Educação; (UERJ). Professor da Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECO). Denis de Carvalho – Doutor em Psicologia; Professor da Universidade Federal do Elizabeth Cruz Müller – Mestre em Psicolo- Piauí (UFPI). gia Clínica; Psicanalista. Denise Pereira de Alcantara Ferraz – Douto- Elizabeth da Silva de Alcântara – Graduanda randa em Psicologia Social; Professora da em Psicologia, Universidade do Estado do Universidade Federal de Itajubá. Rio de Janeiro (UERJ). Diemerson Saque o – Doutorando em Psi- Emanuelle Figueiredo Socorro – Psicóloga; cologia, Professor do Instituto Federal de Secretaria de Estado da Defesa Social de Ensino Superior (IFES/ES) Minas Gerais (SEDS-MG).

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Emílio Nolasco de Carvalho – Doutor em Gisela Maria Guedes – Psicóloga. Faculdade Antropologia Social; Professor da Univer- Ruy Barbosa (FRB). sidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Giselle B. Petri – Psicóloga; Professora da So- Emmanuel Zagury Tourinho – Doutor em ciedade Rorschach de São Paulo (SRSP). Psicologia; Professor da Universidade Fe- Giselle Silva Sanches – Psicóloga; Hospital deral do Pará (UFPA). Psiquiátrico São Pedro (HPSP). Érika Lourenço – Doutora em Educação; Pro- Gustavo Gauer – Doutor em Psicologia; Pro- fessora da Universidade Federal de Minas fessor da Universidade Federal do Rio Gerais (UFMG). Grande do Sul (UFRGS). Ernani Henrique Fazzi – Mestre em Educa- Helena Beatriz Kochenborger Scarparo – ção; Professor da Faculdade Metropolita- Doutora em Psicologia; Professora da na de Belo Horizonte (FAME-BH). Pontifícia Universidade Católica do Rio Esther Maria de Magalhães Arantes – Douto- Grande do Sul (PUCRS). ra em Psicologia; Professora da Universi- Heliana de Barros Conde Rodrigues – Douto- dade do Estado do Rio de janeiro (UERJ) ra em Psicologia Escolar; Professora da e da Pontifícia Universidade Católica do Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro (PUC-Rio). (UERJ). Eveline Correa Miranda – Psicóloga; Profes- Helio Roberto Deliberador – Mestre em Psi- sora da Escola Municipal Maria Silveira cologia; Professor da Pontifícia Universi- (EMMS). dade Católica de São Paulo (PUC-SP). Fábio de Cristo – Doutorando em Psicologia; Henrique José Leal Ferreira Rodrigues – Universidade de Brasília (UnB). Doutorando em Epistemologia; Professor Fernando Ramos – Psicólogo; Universidade do Instituto de Formação e Pesquisa Wi- de São Paulo (USP). lhelm Reich (IFP-REICH). Filipe Degani Carneiro – Mestrando em Psi- Hilusca Alves Leite – Mestre em Psicolo- cologia; Universidade do Estado do Rio gia, Universidade Estadual de Maringá de Janeiro (UERJ). (UEM). Flávia Moreira Oliveira – Doutora em Psico- Iarlis Brandão – Especialista em Gestão de logia; Técnica Educacional do Centro de Pessoas. Tecnologia e Gestão Educacional do SE- Iramaia Santos Rodríguez – Psicóloga. Facul- NAC (SENAC/RJ). dade Ruy Barbosa (FRB). Flávio Durães – Mestre em Filosofi a; Profes- Irene de Melo Pinheiro – Especialista em sor da Pontifícia Universidade Católica de Orientação Educacional; Professora da Minas Gerais (PUC-Minas). Fundação Helena Antipoff . Francis Moraes de Almeida – Doutor em So- Íris Barbosa Goulart – Doutora em Psicolo- ciologia; Professor da Universidade Fede- gia, Professora da FEAD-Minas; Professo- ral de Santa Maria (UFSM) ra aposentada da Universidade Federal de Francisca Monteiro de Albuquerque – Psi- Minas Gerais (UFMG). cóloga; Universidade de Ribeirão Preto Irme Salete Bonamigo – Doutora em Psico- (UNAERP). logia Social; Professora da Universidade Francisco Teixeira Portugal – Doutor em Psi- Comunitária Regional de Chapecó (UNO- cologia; Professor da Universidade Fede- CHAPECÓ). ral do Rio de Janeiro (UFRJ). Janira Siqueira Camargo – Mestre em Psico- Gabriela Neiva Orrico – Psicóloga, Faculdade logia; Professora da Universidade Esta- Ruy Barbosa (FRB). dual de Maringá (UEM).

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Jeff erson Bernardes – Doutor em Psicologia; Leonardo Majdalani Sacramento e Nasci- Professor da Universidade Federal de mento – Psicólogo, Faculdade de Tecnolo- Alagoas (UFAL). gia e Ciências (FTC). Joana Branco Gongora – Psicóloga, Universi- Lídia Maria Teixeira Lima Coelho – Mestre dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). em Ciências Sociais; Universidade do Esta do do Rio de Janeiro (UERJ). João Batista de Mendonça Filho – Mestre em Educação; Professor da Faculdade de Ciên- Ligia Maria do Nascimento Souza – Doutora cias Humanas da Fundação Mineira da Edu- em Psicologia; Psicóloga do Hospital Sa- cação e Cultura (FCH/FUMEC). rah Brasília. João Bosco Monteiro – Mestrando em Psi- Lígia Rocha Cavalcante Feitosa – Mestre em cologia, Universidade Federal do Pará Psicologia Social; Instituto Federal de (UFPA). Goiás (IFG). Luana da Silva dos Santos – Psicóloga; Uni- João Paulo Sales Macedo – Doutorando em versidade do Estado do Rio de Janeiro Psicologia; Professor da Universidade Po- (UERJ). tiguar (UNP). Lucia Ghiringhello – Doutora em Psicologia José Jorge de Moraes Vieira da Cunha – Psi- Clínica; Professora da Universidade Pau- cólogo, Universidade do Estado do Rio de lista (UNIP). Janeiro (UERJ). Lúcia Willadino Braga – Doutora em Psicolo- José Renato Barros Silva – Especialista em gia; Presidente da Rede Sarah de Hospi- Planejamento e Gestão Educacional; Pro- tais de Reabilitação. fessor da Faculdade de Ciências Humanas Luciano Ferreira Piccoli – Psicólogo; Univer- (ESUDA). sidade Federal do Rio Grande do Sul Júlia Maria Casulari Mo a – Doutora em (UFRGS). Saúde Coletiva; Professora Colaboradora Lucila Lima – Psicóloga; Universidade do Esta- da Universidade Estadual de Campinas do do Rio de Janeiro (UERJ). (UNICAMP). Ludmila Cerqueira Correia – Mestre em Ciên- Karina Pereira Pinto – Doutora em Educação cias Jurídicas; Associação Educacional História, Política, Sociedade; Professora Unyahna (AEU). da Universidade Estadual de Santa Cruz Luiz Alberto Pinheiro de Freitas – Doutor em (UESC). Psicologia Clínica; Professor do Instituto Kátia Vergal Furtado – Psicóloga; Secretária Brasileiro de Medicina de Reabilitação da Sociedade Rorschach de São Paulo (IBMR). (SRSP). Luiz Fernando Pinto – Doutor em Altos Estu- Larissa Alcantara Lavrador – Graduanda em dos Militares; Professor da Universidade Psicologia, Universidade do Estado do Federal da Bahia (UFBA). Rio de Janeiro (UERJ). Lygia Maria de França Pereira – Doutora em Larisse Seixas – Psicóloga; Faculdade Ruy Saúde Mental; Universidade de São Paulo Barbosa (FRB). (USP). Laura Cristina de Toledo Quadros – Douto- Mab Amália Alencar Sacramento de Souza – randa em Psicologia; Professora do Cen- Psicóloga; Faculdade Ruy Barbosa (FRB). tro Universitário Celso Lisboa (UCL). Marcela Peralva Aguiar – Doutoranda; Fun- Leila de Andrade Oliveira – Doutora em Psi- dação Oswaldo Cruz. cologia Social; Psicóloga da Secretaria de Marcela Reuter Ferreira – Psicóloga; Hospital Saúde do Estado de Pernambuco (SES/PE). Especializado Juliano Moreira (HEJM).

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Marcelo de Almeida Ferreri – Doutor em Psi- Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani – cologia Social; Professor da Universidade Mestre em Ciências da Saúde; Professora Federal de Sergipe (UFS). da Universidade Federal dos Vales do Je- Marcelo Moreira Takahashi – Psicólogo; Pro- quitinhonha e Mucuri (UFVJM). fessor da Pontifícia Universidade Católica Maria Cláudia Novaes Messias – Mestrando de Minas Gerais (PUC-Minas). em Psicologia, Universidade do Estado do Marci Dória Passos – Doutora em Psiquia- Rio de Janeiro (UERJ). tria, Psicanálise e Saúde Mental; Professo- ra da Sociedade Brasileira de Psicanálise Maria das Graças Barbosa Moulin – Doutora (SBPRJ). em Saúde Publica; Professora da Univer- sidade Federal do Espírito Santo (UFES). Márcia Antonia Piedade Araújo – Douto- randa em Psicologia Social; Professora Maria das Graças Victor Silva – Especialista da Universidade Federal do Maranhão em Psicologia Clínica; Professora da Fa- (UFMA). culdade Frassine i do Recife (FAFI-RE) Márcia Biavati Messias – Psicológa; Universi- Maria de Fátima Almeida Braga – Douto- dade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). randa em Psicologia Social, Professora Márcia Ferreira – Doutora em Educação; Pro- da Universidade Federal do Maranhão fessora da Universidade Federal de Mato (UFMA). Grosso (UFMT). Maria de Fátima Belo de Morais – Psicóloga Márcia Moraes – Doutora em Psicologia Clí- Clínica; Caixa Econômica Federal do Reci- nica; Professora da Universidade Federal fe (CEF-RECIFE). Fluminense (UFF). Maria de Fátima Lobo Boschi – Mestre em Marcos Almeida de Sá – Mestre em Psicolo- Psicologia; Professora da Pontifícia Uni- gia Social. versidade Católica de Minas Gerais (PUC- Marcos Goursand de Araújo – Doutor em Minas). Psicologia; Professor da Universidade Fe- deral de Minas Gerais (UFMG). Maria de Nazaré Santos de Souza – Licencia- da em Língua Portuguesa; Secretária de Marcos Vieira Silva – Doutor em Psicologia; Professor da Universidade Federal de São Gabinete da Presidência no Hospital de João Del-Rei (UFSJ). Clínicas Gaspar Vianna – Belém (HCGV- Belém). Marcus Vinicius de Oliveira Silva – Doutor em Saúde Coletiva; Professor da Universi- Maria do Carmo Guedes – Doutora em Ciên- dade Federal da Bahia (UFBA). cias Humana, Psicologia; Professora da Margareth Uarth Christoff – Doutora em So- Pontifícia Universidade Católica de São ciologia; Professora da Fundação Univer- Paulo (PUC-SP). sidade Federal de Ciências da Saúde de Maria do Socorro Brito – Psicóloga. Orienta- Porto Alegre (UFCSPA). dora Fiscal do CRP-13 – PB. Maria Antonieta Antonacci – Doutora Maria Eveline Cascardo Ramos – Mestre em Histó ria Econômica; Professora da em Psicologia, Universidade de Brasília Pontifícia Universidade Católica de São (UnB). Paulo (PUC-SP). Maria Aparecida Fernandes Martin – Psicó- Maria Inês Badaró Moreira – Doutora em Psi- loga; Professora da Associação Brasileira cologia; Professora da Universidade Fede- de Psicodrama e Sociodrama (ABPS). ral de São Paulo (UNIFESP). Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro – Douto- Maria Lucia Boarini – Doutora em Psicologia; ra em Psicologia; Professora da Universi- Professora da Universidade Estadual de dade Federal de Alagoas (UFAL). Maringá (UEM).

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Maria Lucia Seidl-de-Moura – Doutora em Mathilde Neder – Doutora em Psicologia Clí- Psicologia Cognitiva; Professora da Uni- nica; Professora da Pontifícia Universida- versidade do Estado do Rio de Janeiro de Católica de São Paulo (PUC-SP). (UERJ). Mercedes Cunha Chaves de Carvalho – Dou- Maria Luísa Oliveira Abrunhosa – Psicóloga; tora em Ciências; Professora da Faculdade Professora Aposentada do Instituto Fede- Ruy Barbosa (FRB). ral Fluminense. Michelle Menezes Wendling – Mestre em Maria Luisa Sandoval Schmidt – Livre-Do- Psicologia Social; Professora da Universi- cente; Professora da Universidade de São dade Federal de Sergipe (UFS). Paulo (USP). Mitsuko Aparecida Makino Antunes – Dou- Maria Neusa Monteiro – Mestre em Filosofi a; tora em Psicologia; Professora da Ponti- Professora da Universidade Federal do fícia Universidade Católica de São Paulo Pará (UFP). (PUC-SP). Maria Stella Brandão Goulart – Doutora Mônica Leopardi Bosco de Azevedo – Dou- em Sociologia e Política; Professora da tora em Psicologia; Professora da Ponti- Universidade Federal de Minas Gerais fícia Universidade Católica de São Paulo (UFMG). (PUC-SP). Marilene Proença Rebello de Souza – Douto- Mônica Nogueira dos Santos Vilas-Boas – ra em Psicologia Escolar e do Desenvolvi- Mestre em Psicologia, Professora da Asso- mento Humano; Professora da Universi- ciação Vitória de Ensino Superior (FAVI). dade de São Paulo (USP). Myriam Augusto da Silva Vilarinho – Dou- Marina Massi – Doutora em Psicologia Social; tora em Psicologia Escolar e do Desenvol- Professora da Pontifícia Universidade Ca- vimento. tólica de São Paulo (PUC-SP). Nádia Maria Dourado Rocha – Doutora em Marisa Lopes da Rocha – Doutora em Psico- Psicologia; Professora da Faculdade Ruy logia Clínica; Professora da Universidade Barbosa (FRB); e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). da Bahia (UFBA). Marisa T. D. S. Baptista – Doutora em Psi- Nair Iracema Silveira dos Santos – Doutora cologia Social; Pós-Doutoranda da Ponti- em Educação; Professora da Universidade fícia Universidade Católica de São Paulo Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (PUC-SP). Natália Alves dos Santos – Mestrada em Psi- Maristela de Souza Pereira – Mestre em Psi- cologia pela Pontifícia Universidade Cató- cologia; Professora da Universidade Fede- lica de Minas Gerais (PUC-Minas). ral de Uberlândia (UFU). Nayara Gomes dos Santos – Psicóloga; Uni- Maristela Nascimento Duarte – Mestre em versidade do Estado do Rio de Janeiro Ciência Política; Professora da Universi- (UERJ). dade Federal de São João Del-Rei (UFSJ). Ode e de Godoy Pinheiro – Doutora em Psi- Mariza Monteiro Borges – Mestre em Psico- cologia Social; Professora Aposentada da logia; Professora da Universidade de Bra- Pontifícia Universidade Católica de São sília (UnB). Paulo (PUC-SP). Marta Maria Telles – Doutora em Psicologia Paola Vargas Barbosa – Doutoranda em Psi- Social, aposentada. cologia (UFRGS). Marta Zappa – Psicóloga Clinica; Coordena- Paula Coimbra da Costa Pereira – Doutoran- dora do Curso de Especialização em Saú- da em Psicologia; Universidade Federal de Mental do IMPP. do Espírito Santo (UFES).

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Paula Eugenia César – Assistente Executiva Rejane Sousa da Silva – Psicóloga Clinica. da Diretoria. Renata Alves Lima – Mestre em Educação; Paulo José Carvalho da Silva – Doutor em Professora da Faculdade Integração Zona Psicologia; Professor da Pontifícia Univer- Oeste (FIZO). sidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Renata Castelo Branco Araújo – Psicóloga; Paulo Roberto de Andrada Pacheco – Doutor Universidade Estadual do Piauí (UESPI). em Psicologia; Professor do Centro Uni- Renata Monteiro Garcia – Mestre em Psico- versitario Sant’Anna (UNISANT’ANNA). logia Social; Professora da Universidade Polianne Alves Silva – Psicóloga, Universida- Federal da Bahia (UFBA). de Federal de Alagoas (UFAL). Renato Diniz Silveira – Doutor em Educação; Priscila Rocha Mendonça da Frota – Psicólo- Preceptor da Residência em Psiquiatria do ga, Universidade Federal do Rio de Janei- Instituto Raul Soares/FHEMIG; Professor ro (UFRJ). da Pontifícia Universidade Católica de Rachel Nunes da Cunha – Doutora em Psi- Minas Gerais (PUC-Minas) cologia; Professora da Universidade de Ricardo Campelo Auto – Psicólogo, Universi- Brasília (UnB). dade Federal de Alagoas (UFAL). Rafael Mendonça Dias – Mestre em Psicolo- Ricardo Gorayeb – Livre-Docente; Professor gia; Justiça Global (JG). da Universidade de São Paulo (USP). Rafael Pinheiral – Psicólogo, Universidade Rita de Cássia Teixeira Valente – Psicóloga; Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faculdade Ruy Barbosa (FRB). Raquel Cavalcante Freire – Psicóloga; Se- Rita de Cássia Vieira – Doutora em Educação; cretaria Municipal de Educação de Nova Pesquisadora da Universidade Federal de Iguaçu (SME/NI). Minas Gerais (UFMG). Raquel Martins de Assis – Doutora em Edu- Roberta Santos de Oliveira – Psicóloga; Uni- cação; Professora da Universidade Fede- versidade do Estado do Rio de Janeiro ral de Minas Gerais (UFMG). (UERJ). Raquel Wrona – Psicóloga; Associação Pau- Roberta Scaramussa da Silva – Mestre em lista da Abordagem Centrada na Pessoa Psicologia; Professora da Faculdade Pitá- (APACP). goras Linhares (PITÁGORAS). Raul Albino Pacheco Filho – Doutor em Psi- Roberto Alves Banaco – Doutor em Psicolo- cologia; Professor da Pontifícia Universi- gia; Professor da Pontifícia Universidade dade Católica de São Paulo (PUC-SP). Católica de São Paulo (PUC-SP). Regina Célia Passos Ribeiro de Campos – Roberto Heloani – Livre-Docente; Professor Doutora em Educação; Professora da da Universidade Estadual de Campinas Universidade Federal de Minas Gerais (UNICAMP). (UFMG). Roberto Sagawa – Livre-Docente; Professor Regina Helena de Freitas Campos – Doutora da Universidade Estadual de São Paulo em Educação; Professora da Universidade (UNESP). Federal de Minas Gerais (UFMG). Rogério Centofanti – Bacharel em Psicolo- Regina Nazaré Damasceno da Silva – Pe- gia; Pesquisador do Núcleo Clio-Psyché, dagoga; Universidade Federal da Pará Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFPA). (UERJ). Regineide Marques Simões – Mestre em Psi- Ronaldo Ribeiro Jacobina – Doutor em Saúde cologia; Professora da Universidade Cato- Pública; Professor da Universidade Fede- lica de Pernambuco (UNICAP). ral da Bahia (UFBA).

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Rosa Maria Stefanini de Macedo – Doutora Sunna Prieto de Azevedo – Psicóloga; Profes- em Psicologia Clínica; Professora da Pon- sora da FTC-FS e da Faculdade Adventis- tifícia Universidade Católica de São Paulo ta de Cachoeira. (PUC-SP). Suzana Maria Valle Lima – Doutora em Socio- Rosane de Azevedo Neves da Silva – Dou- logia, Pesquisadora da Empresa Brasileira tora em Psicologia; Professora da Uni- de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). versidade Federal do Rio Grande do Sul Tácito Augusto Medeiros – Doutor em Medi- (UFRGS). cina (Psiquiatria); Professor da Universi- Rôsanny Moura – Psicóloga, Universidade dade Federal de Pernambuco (UFPE). Federal de Alagoas (UFAL). Tatiane Dias Bacelar – Mestre em Psicologia, Rosaura Maria Braz – Psicóloga; Pesquisado- Professora da Pontifícia Universidade Ca- ra do Projeto Transversões. tólica de Minas Gerais (PUC-Minas). Rosimary Paula Ferreira Vargas – Psicóloga; Telma Avelar – Psicóloga; Professora da Uni- Universidade Estácio de Sá. versidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sandra Cristina Soares de Oliveira – Psicó- Terezinha Féres-Carneiro – Doutora em Psi- loga; Universidade do Estado do Rio de cologia; Professora da Pontifícia Univer- Janeiro (UERJ). sidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio). Saulo de Freitas Araújo – Doutor em Filoso- fi a; Professor da Universidade Federal de Therezinha Andrade – Mestre em Educação; Juiz de Fora (UFJF). Professora da Fundação Helena Antipoff (FHA). Saulo Luders Fernandes – Mestre em Psico- logia; Universidade Estadual de Maringá Thiago Ferreira dos Santos – Psicólogo. (UEM). Thiago Monteiro Pithon – Psicólogo; Resi- Sergio Carrara – Doutor em Antropologia; dente da Estratégia de Saúde da Família Professor da Universidade do Estado do (FIOCRUZ). Rio de Janeiro (UERJ). Vanessa Leite – Mestre em Saúde Coletiva. Sérgio Domingues – Mestrando em Educa- Veline Filomena Simioni Silva – Mestre em ção; Professor da União de Ensino Supe- Psicologia; Professora no Centro Univer- rior de Viçosa (UNIVIÇOSA). sitário (UNIVAG). Sheila Anthony – Mestre em Psicologia, Cen- Vilma Rangel – Mestre em Psicologia Clínica; tro de Orientação Médico Psicopedagó- Professora do Espaço Brasileiro de Estu- gica (COMPP). dos Psicanalíticos (EBEP). Sheila Maria Rosin – Doutora em Educação; Viviane Costa – Psicóloga; Hospital de Custó- Professora da Universidade Estadual de dia e Tratamento (HCT). Maringá (UEM). Walkyria Camaro i – Mestre em Psicologia Silvia Vasconcelos Carvalho – Doutora em Social; Professora da Faculdade Ruy Bar- Psicologia Social; Professora da Universi- bosa (FRB). dade Federal Fluminense (UFF). Walter Mariano de Faria Silva Neto – Mestre Simone Neno – Doutora em Psicologia; Psi- em Psicologia; Professor do Centro Uni- cóloga da Universidade Federal do Pará versitário de Patos de Minas (UNIPAM). (UFPA). Walter Melo – Doutor em Psicologia Social; Sonia Vieira Coelho – Doutora em Educação; Professor da Universidade Federal de São Professora da Pontifícia Universidade Ca- João Del-Rey (UFSJ). tólica de Minas Gerais (PUC-Minas). Wedja Josefa Granja Costa – Psicóloga.

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William Barbosa Gomes – Doutor em Higher Wilson Ferreira de Melo – Doutor em Psicolo- Education; Professor da Universidade Fe- gia, Universidade de São Paulo (USP). deral do Rio Grande do Sul (UFRGS). Zélia Pereira Barbosa – Psicóloga; Centro de Wilma Mascarenhas – Psicóloga; Instituto Estudos de Gestalt-Terapia de Brasília Municipal Nise da Silveira (IMAS). (CEGEST).

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Índice Onomástico

Os asteriscos após os nomes (*) indicam verbetes no Dicionário biográfi co da Psicologia no Brasil – pioneiros, organizado por Regina Helena de Freitas Campos, editado pelo Imago em 2001.

A Aguirre, Maria José, 311 Alain-Miller, Jacques, 125, 333 Aberastury, Arminda, 60, 291, 292 Alberto I, Rei da Bélgica, 206 Abramo, Zilah Salyão Wendel, 405 Albizza i, Ítalo, 169 Abreu, Geralda Déa de Araujo, 412 Albu, Florinda, 430 Abreu, Maria Alice Lustosa de, 93 Albuquerque, Ary Vieira de, 388 Abreu, Pinto de, 288 Albuquerque, Francisca Monteiro de, 8, 165, Abrunhosa, Maria Luísa Oliveira, 9, 170, 459 456 Ackermann, Bernardo, 40 Albuquerque, José de Arimatéia, 331 Ackermann, Lucia, 40 Albuquerque, José Durval Cavalcanti de, 429 Ades, César, 43, 311 Albuquerque, Leonel Tavares Miranda de, 69 Adler, Alfred, 393 Albuquerque, Rômulo Noronha de, 272 Adrados, Isabel*, 319, 446 Albuquerque, Therezinha Lins de*, 60, 76, 391, Aff onso Ne o, José, 116, 417 392, 400, 408 Afonso, Maria Lúcia Miranda, 407 Alcantara Ferraz, Denise Pereira de, 8, 304, Afonso, Viviane Weil, 91 455 Aguiar, Marcela Peralva, 9, 97, 457 Alcântara, Elizabeth da Silva de, 8, 47, 455 Aguiar, Padre José Lourenço da Costa, 304 Alcântara, Pedro de, 212, 421

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Alencar, Eunice Maria Lima Soriano de, 309 Alvim, James Ferraz, 421 Alencar, Ne o, Meton de, 353 Alvim, Mônica Botelho, 289 Alho Filho, Joaquim Lopes, 128 Amado, Maria Lúcia Marinho, 434 Alkabes, Rachel, 332, 370 Amaral Peixoto, Celina Vargas do, 351 Alkmim, José Maria de, 62 Amaral, Diná Mascarenhas do, 212 Alkmin, Hélio Durães de*, 62, 220, 245 Amaral, Fernando de Villemor, 201, 446 Almeida Ferreri, Marcelo de, 9, 52, 288, 458 Amaral, Geraldo F. do, 214 Almeida Junior, A. de / Almeida Junior, 28, Amaral, Hermenegildo, 253 212, 281, 397, 421 Amaral, Lygia Alcântara / Amaral, Lygia A. / Almeida Sobrinho, 181 Amaral, Lygia, 114, 212, 415, 433 Almeida, Benjamin de, 212 Amarante, Paulo 414, 436 Almeida, Edgard Guimarães / Edgard Almei- Amatuzzi, Mauro Martins, 94, 373 da, 418, 433 Amazonas, Laura, 426 Almeida, Francis Moraes de, 8, 342, 456 Amendoeira, Wilson, 39 Almeida, Hermenegildo Campos de, 388 Americano, Domingos Marinho de Azevedo, Almeida, José Ibsen de, 60 206 Almeida, Kátia França Ribeiro de, 227 Amorelli, Denise, 232 Almeida, Lusia Maria de, 331 Anache, Alexandra Ayach, 137, 159, 453 Almeida, Pery Suplicy de, 330 Andery, Maria Amália, 36 Almeida, Rosamaria, 272 Andrada Pacheco, Paulo Roberto de, 9, 387, 460 Almeida, Sergio Alves de, 41 Andrada, Antônio Carlos Ribeiro de, 142 Almeida, Wilson Castello de, 57 Andrade Oliveira, Leila de, 8, 355, 457 Alvarenga, Frederico, 31 Andrade, Américo de Moura Marcondes de, Alvarenga, Galeno Procópio, 143 258 Alvarenga, Raphael de Mello, 128 Andrade, Cílio Nascimento, 72 Alvarenga, Tomé de, 31 Andrade, Ernani, 430 Alves, Bernardino, 105 Andrade, Eugênia Moraes de*, 404, 405 Alves, Dulce de Godoy, 216, 404, 405 Andrade, Helvécio Ferreira, 286 Alves, Francisco Rodrigues, 32 Andrade, José Augusto, 72 Alves, Isaías*, 195, 196, 273, 396 Andrade, Mara Christina Moraes de, 72 Alves, Luis Falivene Roberto, 296 Andrade, Marília de Oswald de, 48 Alves, Maria Maura, 289 Andrade, Nuno de 206, 251 Alves, Pórcia Guimarães*, 86, 97, 123, 124, 125, Andrade, Oswald de, 125 330 Andrade, Sílio Nascimento de, 69 Alves, Terezinha, 85 Andrade, Therezinha, 222 Alves, Urano, 428, 429 Angarita da Silva, Antônio / Angarita, 184, 185 Alves, Vera Lucia Rodrigues, 235 Angelini, Arrigo Leonardo / Angelini, Arri- Alves, Vera, 94 go*, 7, 28, 41, 42, 59, 107, 108, 310, 311, 388, Alves, Zélia M. M. B., 44 389, 454

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Angerami, Fernando, 50 Arruda, Jacy, 114 Angielczyk, Casimiro, 37 Arruda, José Rodrigues, 28 Anselmo, Luiz, 123 Assis Fátima Regina, Pires, 36 Antipoff , Daniel*, 62, 75, 222, 297, 437 Assis, Alberto de, 277 Antipoff , Helena*, 53, 54, 55, 61, 62, 63, 74, 75, Assis, Grauben José Alves de, 59 76, 141, 142, 143 ,179, 180, 186, 187, 195, 220, Assis, João de, 152 221, 222, 396, 399, 437, 438 ,439, 440 Assis, Raquel Martins de, 387 Antipoff , O ília Braga / Antipoff , O ília*, 55, Assumpção, Beatriz Rezende de, 332 75, 297, 412 Assumpção, Ester*, 439, 440 Antonacci, Maria Antonieta, 9, 291, 458 Assumpção-Seminério, Maria Luíza*, 167 Antony, Sheila, 87 Atiê, Eliana, 332 Antunes, Mitsuko Aparecida Makino, 9, 31, 197, 459 Aulagnier, Piera, 111 Antunes, Walter, 444 Austregésilo, Antonio Rodrigues Lima*, 414 Antunha, Elsa Lima Gonçalves, 311 Austregésilo, Luís Carlos, 381 Aquino, Leão de, 294 Auto, Ricardo Campelo, 171, 244 Aquino, Santo Tomás de, 386 Avelar, Telma, 160 Aranha, Zenaira, 418, 443 Averbuck, Clarice, 151 Arantes, Laura Furst, 77 Ávila, Geralda, 222, 437 Arantes, Maria Vitória, 157 Ayres, Maria, 135 Araújo, Alaor de Queiroz , 231 Ayrosa, Carneiro, 421 Araújo, Carmen Cavalcanti de, 328 Azevedo, Aldo de, 290 Araújo, Dom Serafi m Fernandes de, 304 Azevedo, Altair de, 104 Araújo, João Batista de, 248 Azevedo, Arthur, 294 Araújo, Manuel Luiz Azevedo de, 286 Azevedo, Fernando de*, 27, 192, 280, 281, 348, 396 Araújo, Márcia Antonia Piedade, 9, 164, 254, 458 Azevedo, Íris S. / Azevedo, Íris, 40 Araújo, Marcos Goursand de, 9, 141, 297, 412, Azevedo, João Garcia de, 220 413, 458 Azevedo, Luiz Fernando Santos, 370 Araujo, Marcos Goursand de, 9, 48, 141, 297, Azevedo, Maria Amélia Nogueira, 311 412, 413, 458 Azevedo, Mônica Leopardi Bosco de, 9, 213, Araújo, Maria da Glória Porto de, 95 308, 459 Araújo, Maria de Lourdes Dias de, 199 Azevedo, Neuza Lima de, 370 Araújo, Renata Castelo Branco, 347 Azevedo, Ramos de, 127 Araújo, Ruth Dantas de, 166 Azevedo, Sunna Prieto de, 83, 302 Araujo, Saulo de Freitas, 158 Azmar, William, 116 Arcioni, Wagner, 437, 438 Azulay, Jacob David, 444 Arns, Flávio José, 54 Azzi, Enzo*, 306, 307 Arruda, Edilberto, 429 Azzi, Roberta Gurgel, 36 Arruda, Elso*, 417 Azzi, Rodolfo, 184, 308

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B Barriguete, Armando, 61 Barros, Álvaro Ribeiro de, 342 Bacelar, Tatiane Dias, 257 Barros, Antônio Dias de, 251 Bacellar, Márcia Maria Lobato, 370 Barros, Carlos Paes de*, 41, 147, 148, 429 Bahia, Alcyon*, 418, 433 Barros, Cônego Teófanes Augusto de Araújo, Balbi, Irmã Maria do Carmo, 199 171 Baldus, Herbert, 28 Barros, Emygdio de, 364 Balthazar, Lucy Pinel, 339 Barros, Iany Cavalcanti da Silva, 109 Banaco, Roberto Alves, 10, 36, 37, 462 Barros, Iva Izabel Cavalcanti da Silva, 109 Banaco, Roberto Alves, 36, 37 Barros, João Côrtes de, 418 Banfi , Enrique, 117, 232 Barros, José James de Castro, 419 Baptista, Luis Antônio dos Santos, 168 Barros, Maria Elizabeth Barros de, 174 Baptista, Marcelo, 60 Barros, Maria Theresa Costa, 262, 263 Baptista, Maria Cecília V. D., 214 Barros, Osíres Rego, 86 Baptista, Marisa T. D. S., 9, 202, 213, 346, 389, Barros, Padre Joaquim Cacique de, 283, 284 404, 406, 459 Barros, Paulo, 289 Baqueiro, Ricardo, 273 Barros, Policarpo Cesário de, 203 Baraldi, Gisele da Silva, 41 Barros, Roldão Lopes de, 192, 281 Baranger, Willy, 215, 441 Barroso, Carmem, 217 Barata, Antero Barradas, 446 Barroso, Jorgete, 232, 233 Barata, Antônio M. de A., 444 Basaglia, Franco, 30, 71, 106, 223, 271, 361, 362, Barbosa, Ademar de Carvalho, 62 438 Barbosa, Eduardo Luiz Barros / Barbosa, 54 Basílio, Roberto, 301 Barbosa, Jacira, 85 Bassani, Marlise Aparecida, 36 Barbosa, José Avellino, 203 Bastide, Arbouste, 446 Barbosa, Manoel José, 251 Bastide, Paul Arbousse, 281 Barbosa, Paola Vargas, 9, 133, 228 Bastos, José Cândido Monteiro de Barros/ Bas- Barbosa, Rui, 23, 239, 286, 287, 288, 375, 382 tos, José Cândido de Barros, 433, 434 Barbosa, Zélia Pereira, 78, 462 Bastos, Sérgio, 381 Barembli , Gregório / Barembli , 111, 271, Bastos, Tânia Rauen, 427 272, 371, 372 Bauleo, Armando, 272 Barioni, Walter, 28 Bechlin, Isolde Sylvia, 258 Barreiro, Luzia Marivalda, 316 Beck, Samuel J. / Beck, Samuel, 446 Barreto, Anita Paes*, 188, 261, 321 Becker, Howard, 271 Barreto, Francisco Paes, 29 Bekhterev, Wladimir / Bekhterev, 192 Barreto, José Anchieta Esmeraldo, 163 Belov, Maria das Graças Costa, 34 Barreto, Maria Letícia, 141 Beltrão, Antônio de Arruda, 260 Barreto, Padre Agnelo, 166 Beltrão, Madre, 389 Barreto, Romano, 190 Bemis, Beatrice, 53, 54

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Benkö, Padre Antonius / Benkö, Antonius*, Bley, Punaro, 285 47, 147 Boainain Junior, Elias, 94, 373 Bente, Anador, 435 Boamorte, Eugênia, 124 Benvenu i, Marco Aurélio, 151 Boarini, Maria Lucia, 9, 283, 380, 458 Berber, Saulo Caíres, 373 Bocaiúva, Quintino, 294 Bergamo, Cláudio Augusto da Rocha, 373 Bocchio, Walter, 137 Bergo, Maria Stela de Araújo, 137 Bock, Ana Mercês Bahia, 7, 75, 132, 454 Bergson, Henri / Bergson, 191, 192 Bock, Ana Mercês Bahia, 7, 75, 132, 454 Bermudez, Jaime G. Rojas / Bermudez, Jaime, Boechat, Walter, 419 40 Bohoslavsky, Rodolfo, 61 Bernardes, Arthur, 342 Bohrer, Blanda, 151 Bernardes, Jeff erson, 8, 171, 244, 457 Bologna, Ítalo, 388, 389 Berne, Eric, 423 Bomfi m, Elizabeth de Melo / Bomfi m, Eliza- Berryman, Robert, 309 beth, 407 Bertulino de Medeiros, Laércia Maria, 152 Bomfi m, Manoel / Bomfi m*, 195, 196, 376, 407 Besouchet, Inês*, 76, 443 Bonamigo, Irme Salete, 8, 226, 456 Bessa, Halley Alves / Bessa, Halley*, 133, 134, Bonaparte, Napoleão, 202 297, 298, 412, 437, 438 Bonaventure, Leon, 419 Bessa, Nícia, 216, 391 Borba, Carlos, 57 Bessa, Pedro Parafi ta de*, 91, 141, 142, 143, 220, 304, 437 Borba, José Cândido Maes, 54 Betiol, Maria Irene, 184 Borges, Abílio César, Barão de Macaúbas*, 121, 122, 203 Bevilaqua, Maria Heloísa, 169 Borges, Iedo R., 213 Bhering, Alexandre R., 214 Borges, Joaquim Abílio, 121 Biaggio, Ângela, 148 Borges, José Carlos Cavalcanti, 261 Bianchi, Maria Antonieta, 143 Borges, Mariza Monteiro, 9, 310, 459 Bicudo, Virgínia Leone / Bicudo, Virginia L. / Bicudo, Virgínia*, 114, 212, 415, 416 Borges, Sherrine Maria Nyaine, 370 Biervliet, Van, 191 Borges-Andrade, Jairo Eduardo / Andrade, Jairo Borges, 175, 176, 177 Bilac, Olavo, 294 Bori, Carolina Martuscelli / Bori, Carolina M. Binet, Alfred / Binet, 186, 322, 376, 396, 400 / Bori, Carolina*, 36, 41, 44, 46, 63, 64, 308, Bion, Wilfred Ruprecht / Bion, Wilferd, 441, 311, 422, 423 444 Borsoi, Gerson, 443 Birman, Joel, 111, 425 Boschi, Maria de Fatima Lobo, 9, 194, 306, 458 Bisker, Jaime, 434 Bosi, Ecléa, 311 Bi encourt, Januário J., 417 Boss, Medard, 37, 38 Blay Neto, Bernardo / Blay Neto*, 202, 412, 433 Botelho, Adauto Junqueira / Botelho, Adauto, Blaya, Marcelo, 246 33, 103, 104, 105, 205, 231, 233, 245, 251, 255, Bleger, José, 292 326, 336, 414 Bleuler, Eugen, 254 Botelho, Audonai Costa, 59

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Botelho, Francisco Chaves de Oliveira, 203 Bulcão, Luiz, 294 Botomé, Sílvio Paulo, 36 Burke, Mark*, 417, 418, 442, 443 Bo a, Carlo Júlio Tarifa, 243 Burlamaqui, Neyde, 429 Bourdieu, Pierre, 184 Bustos, Dalmiro, 57 Braga Junior, Hênio, 289 Butera, Giuseppe, 136 Braga, Guilherme, 253 Buys, Rogério Christiano, 93 Braga, Lúcia Willadino, 8, 52, 457 Buzzi, Arcângelo, 76 Braga, Maria de Fátima Almeida, 9, 164, 254, Byington, Carlos Amadeu Botelho / Byington, 458 Carlos, 419 Braga, Maria Stela, 67 Bragante, Luiz Amadeu, 214 C Branco, Castello, 123, 177 Branco, João Castello, 279 Cabella, Dante Bastos, 128 Brandão, Bárbara, 7, 334, 454 Cabernite, Leão, 271, 443, 444 Brandão, Iarlis, 8, 182, 456 Cabral, Annita de Castilho e Marcondes / Ca- Brandão, Nice, 430, 431 bral, Annita Marcondes*, 41, 57, 58, 281, 310 Brandão, Ronaldo Pereira, 256 Cabral, Raimundo José, 412 Brant, José Ferreira de Andrade, 230 Calasans Neto, 122 Brasil, Canna, 273 Calcagno, Solange, 60 Brasil, Maria Auxiliadora de Souza*, 105, 143, Caldas, João Rodrigues, 334 437 Caldas, Rodrigues, 334, 335 Braz, Rosaura Maria, 437 Caldas, Yone, 408, 427 Brei, Zani Edna de Andrade, 177 Caldeira, Branca, 192 Bretãs, Arauld, 356 Caldeira, Eny, 86 Brill, Abraham Arden, 421 Calheiros, Delso Bringel, 204 Briquet, Raul*, 189, 190, 420 Caliman, Maria da Penha, 233 Brito, Jorge Dellane da Silva, 152 Calligaris, Contardo, 111 Brito, Laurindo Abelardo de, 191 Calmon, Miguel , 182 Brito, Maria do Socorro, 9, 65, 73, 130, 153, 380, Calvente, Carlos, 57 458 Câmara Cascudo, Luís da, 66 Bri o, Benedito, 182 Câmara, Armando, 209 Brizola, Leonel, 70, 258 Câmara, Domício de Arruda / Câmara, Ar- Bruno, Antonio Miguel Leão, 446 ruda, 417, 442 Buaiz, Vitor, 232 Câmara, Gustavo Balduíno de Moura, 251 Buarque, Manuel Ciridião, 191 Câmara, Márcia, 445 Bucher, Júlia Sursis Nobre Ferro, 309 Camargo, Carlos Armando de, 388 Bucher, Richard Emil, 309 Camargo, Dirce de, 388 Buckley, Lore a Katherine, 201 Camargo, Janira Siqueira, 8, 53, 456 Bueno, Maria Aparecida, 424 Camargo, Monteiro, 291

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Camargo, Oswaldo, 20, 94, 95, 505 Carneiro, Cleise, 370 Camaro i, Walkyria, 182 Carneiro, Filipe Degani, 8, 392, 400, 456 Cambraia, Suzy Vij ande, 410 Carneiro, Helena Dias Pereira*, 54, 55 Campofi orito, Quirino, 364 Carneiro, Nelson, 409 Campos, Alda, 261, 322 Carneiro, Pedro Dias, 251 Campos, Ana, 321 Carneiro, Rui, 329 Campos, Antonio Caetano de / Campos, Carneiro, Sandra de Fátima, 289 Caetano de, 23, 191, 192, 280, 358 Carneiro, Silvana Maciel, 73 Campos, César Rodrigues, 246 Carpilovsky, José Carlos, 434 Campos, Francisco Luís da Silva*, 142 Carrara, Sergio, 241 Campos, Francisco, 185, 193, 195, 299, 355 Carreteiro, Teresa Cristina Othenio Cordeiro, Campos, Helena, 322 93 Campos, Ítalo Francisco, 232 Carrij o e Weeks, Maria Beatriz, 167 Campos, Ivan, 430, 431 Carrij o, Marta, 77 Campos, Luis Fernando de Mello, 271 Carrilho, Heitor Pereira, 239 Campos, Milton, 20, 61, 74, 91, 105, 143 Caruso, Igor, 110, 111, 112, 113, 114, 412 Campos, Murilo de, 421 Carvalhido, Haroldo Souto, 98 Campos, Nilton*, 41, 147, 334, 356 Carvalho Castro, Alexandre de, 5, 43, 47, 100, Campos, Padre Lúcio Flávio, 135 140, 249, 280, 424, 453 Campos, Regina Célia Passos Ribeiro de, 93 Carvalho Filho, Ronald de, 213, 430, 431 Campos, Regina Helena de Freitas, 5, 9, 63, 75, Carvalho, Aglée Queiroz de, 137 76, 407, 408, 460 Carvalho, Anísio Circundes de, 249 Campos, Regina Morato, 91 Carvalho, Benjamin Alves de, 204 Canabrava, Vera Lúcia G. / Canabrava, Vera Carvalho, Cristianne Almeida, 8, 391, 455 Lúcia, 409 Carvalho, Denis de, 8, 66, 167, 188, 289, 395, Cândido, José Alvim Ferreira, 232 455 Cangelli Filho, Raphael, 36 Carvalho, Emílio Nolasco de, 8, 271, 456 Caniato, Ângela Maria, 48 Carvalho, Irmão Paulo Anísio Mosca de / Car- Cannabrava, Euryalo*, 318, 356 valho, Paulo Anísio Mosca de, 210, 432 Canziani, Maria de Lourdes, 97 Carvalho, José Antônio de, 426 Caon, Euclides, 225 Carvalho, Laerte Ramos de, 27 Capanema, Gustavo, 99, 318, 401 Carvalho, Manoel Luiz Álvares de, 205 Capuano, Vera Lúcia, 41 Carvalho, Marci Vaz de, 60 Cardoso, Fernando Henrique, 178, 299 Carvalho, Maria da Penha, 299 Cardoso, Helena Paladini, 354 Carvalho, Maria do Rosário B. de, 41 Cardoso, Ofélia Boisson*, 391 Carvalho, Maria Lúcia Morat de, 373 Cardoso, Walter, 204 Carvalho, Mercedes Cunha Chaves de, 9, 294, Carelli, Antônio, 389 459 Carmo, Helena Moreira Silva, 212 Carvalho, Paulo Roberto Braga de, 337

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Carvalho, Raimundo Teodoro de, 253 César, Osório, 127, 421 Carvalho, Robson Luiz Cardoso de, 445 César, Paula Eugenia, 9, 447, 460 Carvalho, Rodrigo Ulisses de, 329 Cesarino, Antonio Carlos, 57 Carvalho, Ronald Dias Pinto de, 332 Chagas, Carlos, 294 Carvalho, Sandra Lúcia Lima, 379 Chagas, Enila, 77 Carvalho, Silvia Vasconcelos, 168 Chasseguet-Smirgel, Janine, 441 Casarsa, Romeu, 279 Chave, Ana Maria, 369 Casasanta, Mário*, 185 Chaves, Antônio Marcos, 315 Castel, Robert / Castel, 30, 271, 361, 362 Chaves, Ernani Pinheiro, 59 Castello Branco, Marechal, 336 Chaves, Evenice Santos, 59 Castello, Augusto Viana do, 31 Chaves, Flávio Colaço, 109 Castellomonte, Emma Gagnis de, 426 Chaves, Francisco Quinho, 394 Castiglia, Roberto Caetano, 161, 225, 328 Chaves, Manuel José, 190 Castiglione, Cláudia Regina, 372 Chaves, Marlene Cortes, 222 Castilho Filho, Raul de, 62 Chaves, Messias Eustáquio, 368 Castilho, Leila Guimarães de, 157 Chaves, Vanilda Paiva, 394 Castilho, Neuza, 381 Chebabi, Wilson de Lyra / Chebabi, Wilson Castriciano, Henrique, 187 Lyra / Chebabi, Wilson, 60, 76, 120, 271, 433, Castro, Antônio Maria Gomes de, 176, 177 443, 444 Castro, Bernadete Aparecida de, 7, 297, 454 Checchinato, Durval, 79 Castro, Enitz Monteiro de, 297 Cheib, Roberto, 232 Castro, Francisco de Paula Dias de, 258 Chermont, Júlia, 116, 326 Castro, Letícia Cristiane Viana, 35 Chiabai, Isa Maria, 174, 286 Castro, Luís Paiva de, 424 Chnaiderman, Regina, 202 Cavalcante Filho, José Vieira, 376 Chrismann, Oscar, 288 Cavalcante, Vitalba, 152 Christoff , Margareth Uarth, 9, 342, 458 Cavalcanti, Ana Cristina, 430 Chueri, Sílvia, 445 Cavalcanti, Cheops Teixeira, 323 Chuquer, Ângela Regina Ribeiro, 227 Cavalcanti, Diogo Esmeraldo, 8, 69, 455 Cidade, Heraldo Antônio Faria / Cidade, Her- Cavalcanti, Floriano, 66 aldo, 34, 299, 333 Cavalcanti, Rosimeire Rodrigues, 243 Cipião, Maria Júlia, 73 Cavalcanti, Sônia Maria, 379 Ciso o Ne o, Boaventura, 269 Cenna, Virgílio Dazio, 123 Ciulla, Luiz Pinto, 258 Centelhas, Frei Firmino de*, 387 Claparède, Edouard / Claparède*, 54, 74, 179, Centofanti, Rogério, 356, 358 180, 181, 192, 196, 222, 355, 396 Cerqueira, Carlos Magno Nazareth, 370 Clemente Filho, Antônio, 54 Cerqueira, Luiz da Rocha*, 254 Clemente, Neide Gomes, 283 César, Edgard Pinto, 201 Coacci, Lucy dos Santos, 220 César, Evandro Vieira, 329 Codeceira, Alcides, 261

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Codo, Wanderley, 48 Costa, Alice, 293 Coelho Júnior, José Antônio, 258 Costa, Anita, 261, 321 Coelho Neto, Henrique / Coelho Neto, 294 Costa, Antonio Luiz Rodrigues da, 143 Coelho, Andréia Ferreira, 412 Costa, Carlos Alberto Marconi da, 93 Coelho, Antônio Dias, 203 Costa, Carlos Irineu Granja, 377 Coelho, Carlos Aloísio Pinto, 412 Costa, Doracy Marino, 286 Coelho, Lídia Maria Teixeira Lima, 8, 452, 457 Costa, Elizabeth Sene, 57 Coelho, Lúcia Maria Sálvia, 446 Costa, Francisco Eduardo da, 376 Coelho, Magaly S. C., 137 Costa, Giselle B. Petri M., 8, 446, 447, 456 Coelho, Paulo, 70 Costa, Giselle Budzisz Petri Magalhães, 446 Coelho, Ruy Galvão de Andrada, 446 Costa, Irineu Nogueira , 376 Coelho, Sonia Vieira, 221 Costa, José Americano da, 277 Coimbra, Cecília, 137, 431 Costa, Jurandir Freire, 120 Coimbra, Lourival, 424, 433 Costa, Oswaldo Ferreira, 137 Conceição, Augusto Costa, 7, 382, 454 Costa, Ronan Carmo, 390 Conceição, Osmar Bastos, 388 Costa, Ruth Loureiro da, 282 Constant, Benjamin, 203, 375 Costa, Viviane, 273, 461 Cooper, David, 361 Costa, Wedja Josefa Granja, 10, 376, 377, 461 Copitz, Melanie, 372 Costa, Wedja Josefa Granja, 376, 377 Corazza, Darcy, 36 Costa, Zulmira, 253 Corção, Gustavo, 96 Cotias, Josino Correia, 203 Cordeiro, Aguinaldo, 135 Cousin, Victor, 387 Cordeiro, Eliane Gonçalves, 8, 149, 150, 455 Coutinho, Ângela, 429 Cordeiro, Quitéria, 322 Coutinho, Cirene, 322 Coronel, Luiz Carlos Lafont, 50 Coutinho, Dom José Joaquim da Cunha de Azeredo, 387 Corrêa, Amélia Barbosa, 235 Coutinho, Domingos Macedo, 244 Corrêa, Ivan / Correia, Ivan / Corrêa, 79, 80, 81, 135 Coutinho, Ermírio César, 229, 260 Corrêa, Paulo Dias, 434, 444 Coutinho, Ivete, 40 Corrêa, Pedro Américo, 60 Coutinho, José Lino, 203 Corrêa, Rubens, 364 Couto, José Luiz D’Almeida, 249 Corrêia, Francisco, 394 Couto, Miguel, 414 Correia, Ludmila Cerqueira, 8, 239, 457 Craveiro, Álvaro, 376 Cortegoso, Ana Lúcia, 36 Cristo, Fábio de, 8, 179, 456 Côrtes, Alzira Lopes, 67 Crivellari, Carlos Alberto Tarchi, 157 Costa e Silva, Iva de Abreu, 98 Cruz, Frei Manoel da, 386 Costa Filho, José Andrade / Costa Filho, 152, Cruz, Hercílio, 254 426 Cruz, Lygia Loureiro da, 67 Costa Pereira, Paula Coimbra da, 9, 118, 459 Cukier, Rosa, 57

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Cunha Lopes, 32 Dantas, Rodolfo, 375 Cunha, Adalgisa Duarte da, 330, 331 Darling, Samuel Taylor, 211 Cunha, Ambrósio Leitão da, 229 Datner, Yve e, 57 Cunha, Hálamo Duarte da, 331 Davis, Cláudia, 217 Cunha, José Siqueira da, 388 De Luca, Angela Marly, 41 Cunha, Jurema Alcides*, 151, 319 Dejours, Cristophe, 184 Cunha, Margarida Vieira da, 114 Del Nero, Carlos, 28 Cunha, Mário Wagner Vieira da, 58 Delecave, Maria Elisa, 60 Cunha, Mercedes, 34 ,314 Deleuze, Giles / Deleuze, 272 Cunha, Rachel Nunes da, 310 Deliberador, Helio Roberto, 8, 38, 456 Cunha, Raul Leitão da, 402 Descouedres, Alice, 439 Cunha, Sílvio, 343 Diafenthasler, José Theobaldo, 213 Cury, Vera, 94 Dias, Cora Toledo, 222 Cytrynowicz, David, 38 Dias, Flávio Rodrigues / Dias, Flávio*, 356, 415 Cytrynowicz, Maria Beatriz, 38 Dias, Magno Machado / M. D. Magno, 80, 125, 126 D Dias, Maria Glecy Pimentel, 62 Dias, Rafael Mendonça, 360 D’Alessandro, José Manoel / D’Alessandro, Dias, Victor R. C. S., 213 José / D’Alessandro, José M., 40, 41 Diatkine, René, 441 D’Alessandro, Maria Lúcia, 40 Diniz, Carmem Lúcia de Melo, 225 D’Almeida, Waldeck, 213 Diniz, Fernando, 364, 365 D’Amorim, Maria Alice*, 170 Diniz, Irmã Maria Stella Florentino, 199 D’Andurrain, Carlos Whiting, 215 Diniz, Quintina, 286 D’Araújo, Elieth Leal, 302 Domingues, Agripino Alberto, 372 D’Araújo, Manuel Luiz Azevedo, 286 Domingues, Raphael, 364 Dabian, Liliane Moura, 368 Domingues, Sérgio, 55, 298 Dabien, Rafi c, 412 Dorfman, Magale, 95 Daemon, Elayne Magaldi, 8, 78, 455 Dorin, 132 Dahlheim, Luiz G., 443 Doxsey, Jaime, 94 Dalisa, Carlos, 430 Doyle, Iracy*, 119, 428, 430 Dal-Lin, Eracléa, 330 Dreyfuss, Andrey, 189 Dalmonechi, Orieta Silvia, 174 Drummond, Alexandre, 343 Damasceno, Célia, 60 Drummond, Vera, 76 Daniellou, François, 184 Duarte Júnior, João Francisco, 316 Danilo, Irmão Hugo, 210 Duarte, Eglê Vieira, 34 Dantas, Humberto, 426 Duarte, Fantina, 40 Dantas, Manuel José Cavalcante, 243 Duarte, Maristela Nascimento, 9, 103, 457

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Duarte, Odívio Borba, 329 F Duarte, Paulo Sérgio, 425 Duarte, Theodomiro Rothier, 89 Fabri, Sandra, 369 Dubois, Martin, 301 Fabro, Hilda, 137 Dumas, George, 191 Facchine i, Cristiana, 8, 252, 419, 444, 455 Dunnighan, Willian, 381 Fadul, Aidil, 85 Durães, Flávio, 8, 31, 456 Fagundes, Antônio, 187 Durkheim, Émile, 191 Fagundes, Paulo, 334 Dutra Filho, Vidal, 116 Fahl, Irmã Margarida, 199 Dutra Júnior, Antônio, 444 Falcão, Barros, 259 Dutra, Elza Maria do Socorro, 166 Farah, Inez, 60 Farah, Maria Imelde Pessoa / Farah, Maria Imelde, 60, 427 E Faria Silva Neto, Walter Mariano de, 150 Faria, Aloysio de Andrade / Faria, Aloysio, Echenique, Marta, 214 140, 141 Edelweiss, Padre Malomar Lund / Edelweiss, Faria, Clemente de, 140 Malomar Lund / Edelweiss, Malomar*, 110, Faria, Gilberto, 140 111, 112, 113, 114, 142, 412 Farias, Jackeline Nunes Alves, 130, 380 Eiras, Carlos Fernandes / Eiras, Carlos, 414 Fátima, Rosa de, 166 Eiras, Manoel Joaquim Fernandes, 69 Fávero, Flamínio, 212, 421 Eising, Padre Antônio, 233 Fazzi, Ernani Henrique, 8, 187, 456 Eitingon, Max, 421 Fedida, Pierre, 406 Eizirik, Cláudio Laks, 442 Feitosa, Lígia Rocha Cavalcante, 8, 449, 457 Elejalde, Paulo, 363 Felippe, Wanderley Chieppe, 305 Engelmann, Arno, 311 Fenianos, José Carlos, 320 Ericson, Nilza, 60, 424 Ferenczi, Sandor, 429 Erthal, Teresa, 137 Féres-Carneiro, Terezinha, 10, 148, 461 Escobar, Carlos Henrique, 425 Féres-Carneiro, Terezinha, 148 Escovedo, Maria Helena Spinelli Pereira, 276 Fernandes Neto, Luiz, 222 Espínola, Ivone, 404 Fernandes, Ana Gabriela Nunes, 7, 347, 454 Espírito Santo, Cassiana Léa do, 7, 57, 455 Fernandes, Cléa Alves de Figueiredo, 167 Espósito, Yara, 217 Fernandes, Edésio, 220 Esquirol, 206, 230, 231, 259 Fernandes, Florestan, 107, 189 Estrela, Lúcia, 409 Fernandes, Graça, 436 Etchegoyen, Horácio, 441 Fernandes, Ira, 76 Eulálio, Maria do Carmo, 152 Fernandes, Mary, 172 Eupídio, Antônio, 381 Fernandes, Regileide de Lucena, 130 Eysenstein, Evelyn, 262 Fernandes, Saulo Luders, 155

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Fernandes, Waldemar José / Fernandes, Fleury, Clarisse, 114 Waldemar J., 50 Fleury, Heloísa J., 214 Ferrara, Maria Lúcia Dantas, 36 Florence, Célia, 40 Ferrari, Alcinda, 114 Florence, Edwiges, 350 Ferreira França, Eduardo*, 203 Florentin, Isabel, 60 Ferreira Júnior, Almir, 164 Flores, Jorge, 350 Ferreira, Ademir Pacelli , 7, 137, 263, 453 Flournoy, Theodore, 355 Ferreira, Ademir Pacelli, 7, 137, 263, 453 Fonseca, Celso Suckow da, 99 Ferreira, Arlene Freira, 256 Fonseca, Genário, 394 Ferreira, Artêmio da Trindade, 165 Fonseca, Gutemberg, 256 Ferreira, Arthur Arruda Leal, 7, 319, 454 Fonseca, Hermes da, 294 Ferreira, Ary Lopes, 276 Fonseca, José, 57, 213 Ferreira, Fernando Luiz Levenhagen, 222 Fontenelle, José Paranhos, 348 Ferreira, Gláucia Maria de Menezes, 163 Fontes, José Carlos Simões, 59, 60 Ferreira, Inácio, 267 Formiga, Thiago de Castro, 329 Ferreira, Juca, 123 Foucault, Michel, 361, 406 Ferreira, Marcela Reuter, 9, 245, 457 Fournier, Victor, 260 Ferreira, Márcia, 9, 108, 458 Fraga, Arlindo, 433 Ferreira, Pedro, 418 Fraga, Christiano Ferreira, 285 Ferreira, Raimundo Nonato, 289 Frale i, Paulo, 128 Ferreira, Silvestre Pinheiro*, 387 Franca, Alípio, 273 Ferreira, Sílvio, 305 Franca, Padre Leonel, 96 Ferreira, Therezinha Gonzaga, 172 Francelina, Irmã, 234 Ferreiro, Emília, 275 Francisco, Luiz Benjamin, 128 Ferres, Nilza Rocha, 141 Franco, Aninha, 122 Ferre i, Mundicarmo Maria Rocha, 163 Franco, Maria Laura P. B., 217 Fialho, Blandina, 435 Franco, Marlene Baptista, 92 Figueira, Antônio Simão dos Santos, 54 François-Pierre-Gonthier, Maine de Biran, 387 Figueiredo, Ana Cristina Costa de, 7, 61, 77, 292, 425, 428, 454 Frascaroli, Cristina, 77 Figueiredo, Antônio de Senna, 256 Frayze-Pereira, João Augusto, 311 Figueiredo, Argemiro de, 379 Freire, Franco, 426 Figueiredo, Jackson de, 96 Freire, Guarino Aloysio Ferreira, 203 Figueiredo, Júlio, 48 Freire, Lúcia, 429 Figueiredo, Manoel de Andrade*, 385 Freire, Manoel de Franco, 286 Finkler, Irmão Pedro, 210 Freire, Maria Teresa Gianerini, 128 Fiori, Ernani, 209 Freire, Milton 436 Fiorini, Hector, 61 Freire, Oscar, 28, 212 Firmino, Hiram, 102 Freire, Raquel Cavalcante, 71

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Freire, Victor, 291 Galperin, Silvia, 272 Freitas Campos, Regina Helena de, 75, 76, 407 Galton, Francis, 359 Freitas, Cincinato Magalhães de, 326 Galvão, Luiz de Almeida Prado, 39 Freitas, Ivo Marques, 165 Galvão, Olavo, 36 Freitas, Jeanne-Marie Machado de, 79 Garcia Filho, Antônio, 204 Freitas, Lauro Farani Teixeira de, 123 Garcia, Célio*, 8, 141, 246, 406, 407, 408, 425, Freitas, Lindamir Possebon de, 97 455 Garcia, Célio, 8, 141, 246, 406, 407, 408, 425, 455 Freitas, Luiz Alberto Pinheiro de, 8, 119, 429, 457 Garcia, Cláudia, 148 Freitas, Luiz Alberto Pinheiro de, 8, 119, 429, Garcia, Dario H., 213 457 Garcia, Maria de Lourdes Miranda, 316 Freitas, Luiz Carlos de, 36 Garcia, Renata Monteiro, 296 Freitas, Maria de, 222 Garcia, Rosa, 69 Freud, Sigmund / Freud, 66, 79, 80, 81, 112, Garcia, Thales, 77 114, 115, 119, 121, 125, 126, 184, 209, 254, 331, Garma, Angel, 215, 441 332, 333, 359, 393, 415, 418, 424, 425, 430, 435, Gasparinho, José da Silva, 253 445 Ga i, Bernardete A., 217 Freyre, Gilberto de Mello / Freyre, Gilberto*, Ga i, Bernardete, 7, 217, 454 126, 434 Gauer, Gustavo, 8, 85, 321, 456 Frison, Clodoaldo, 60 Gayer, Olga Acauan*, 88, 284 Fromm, Erich, 452 Gayoso, Thereza, 77 Frommer, Lígia, 373 Genovesi, Antônio, 386 Frost, Karl, 141 Genta, Giuglio, 291 Frota, Priscila Rocha Mendonça da, 9, 105, 460 Gentil, Maria de Lourdes Félix, 419 Fucks, Jacob, 444, 445 Germano, Gutemberg, 152 Fuego, Luz del, 70, 71 Gertrudes, Frei José Policarpo de Santa, 387 Fuks, Be y Bernardo, 370 Géza, Padre Köveckses, 113 Furtado, Kátia Vergal, 8, 446, 447, 457 Ghiringhello, Lucia, 8, 43, 423, 457 Furtado, Kátia Vergal, 8, 446, 447, 457 Gianfaldoni, Mônica Tieppo, 36 Giannini, Elvira, 124 G Giannini, Nacyr, 124 Gildo Neto, 254 Gageiro, Ana Maria, 7, 442, 454, 952 Gill, Margareth, 415 Gaião, Wilmar Roberto, 152 Ginsberg, Aniela Meyer / Ginsberg, Aniela*, Gaiarsa , José Ângelo, 201 41, 42, 190, 207, 208, 281, 307, 308, 446 Galiás, Iraci, 419 Giordani, Mário Curtis, 167 Galli, Tânia, 151 Giovanno i, Fernando, 117 Gallina, Silvana, 276 Giovanno i, Roberta, 117 Gallo i, Odilon, 414 Giuli, Valério, 388

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Glasser, Sonia, 424 Goulart, Maria Stella Brandão, 9, 31, 134, 142, Godinho, Terezinha de Jesus Vieira da Silva, 247, 369, 459 163 Goursand, Marcos, 297, 412, 413 Godoy Gomes, Jacintho*, 258, 340 Grabois, Jayme*, 318, 356 Godoy Pinheiro, Ode e de, 9, 411, 459 Granja, Edna Mirtes, 376 Góes, Sálvio, 389 Green, André, 441 Goff man, Erwing, 271, 361 Grendene, Geraldo, 136 Goldberg, Maria Amélia, 217 Grinberg , Leon, 60, 292, 441 Gomes e Rosa, 64 Grubits, Sônia, 137 Gomes, Adelina, 364 Grunspum, Haim*, 201 Gomes, Ana Rita Costa, 117 Guadalupe, Frei Antônio de, 387 Gomes, Bolívar, 141 Guanabara, Alcindo, 294 Gomes, Edu Machado, 37 Guangiroli, Hugo, 117, 231, 232 Gua ari, Felix / Gua ari, 271, 272 Gomes, Francisco de Assis Magalhães, 62 Guedes, Any Kerne Teixeira, 444 Gomes, Irineu Fileto, 69 Guedes, Gisela Maria, 8, 73, 456 Gomes, João Paulo, 429 Guedes, Maria do Carmo, 5, 9, 36, 107, 163, Gomes, Manoel William Ferreira, 163 209, 308, 458 Gomes, Raulito, 444 Guedes, Maria do Carmo, 9, 36, 107, 163, 209, Gomes, William Barbosa, 10, 85, 320, 321, 462 308, 458 Gomes, William Barbosa, 320, 321 Guedes, Paulo, 259, 441 Gonçalves, Andréa, 7, 87 Guedes, Pinheiro, 267 Gonçalves, Camilla Salles, 57 Guerchi, Marina R., 137 Gonçalves, Jane Maria A., 137 Guerra, Alba, 323 Gonçalves, José de Abranches / Gonçalves, Guerra, Melpomene, 141 José Abranches, 105, 256 Guerra, Ubirajara Pessoa, 60 Gonçalves, Norma, 124 Guerreiro, Manoel Hybernom, 69 Gonçalves, Suy-Mey Carvalho de Mendonça, Guilhardi, Hélio José, 36 109 Guimarães, Álvaro, 294 Gondim, Sônia Maria Guedes, 157 Guimarães, Barreto, 199 Gongora, Joana Branco, 8, 327, 457 Guimarães, Ignacia Ferreira, 349 Gonzaga, Andressa Siqueira, 7, 394, 454 Guimarães, Murilo Barros, 160 Gonzáles, Lélia, 125 Guimarães, Oswaldo Nunes de Souza / Gui- González, Avelino, 215 marães, Oswaldo, 355, 356, 401 Gorayeb, Ricardo, 44, 45 Guimarães, Tomás Aquino, 175 Gorayeb, Ricardo, 9, 43, 44, 5, 460 Gurgel, Nascimento, 294 Gorender, Jacó, 123 Gus, Ida, 151 Goulart, Íris Barbosa, 8, 145, 456 Gusmão, Padre Alexandre de*, 385

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H Jacquin, 132 James, William, 191 Hall, Stanley, 288 Janet, Pierre, 191 Heidegger, Martin, 37, 38 Japur, Marisa, 373 Heloani, Roberto, 185 Jardim, Antônio da Silva, 191 Helsinger, Maria Eliana M., 443 Jardim, Catão Gomes, 230 Henriques, Ruth Linhares, 282 Jasper, Karl, 381 Herkenhoff , Aurora Telles, 7, 401 Jatobá, Norma, 76 Hesketh, José Luis, 309 Jersild, 132 Hirszman, Leon, 364, 425 Jesualdi, Virgínia, 430 Hita, Magda Dussel, 85 Jesus, Rogério de, 381 Hite, Shere, 271 João, Princípe Regente, 202 Hoirish, Adolpho, 444 Jones, Ernest / Jones, 417, 442 Holanda, Adriano Furtado, 7, 289, 290, 453 Jordão, Marina Pacheco, 77 Holanda, Adriano Furtado, 7, 289, 290, 453 Jorge, Marco Antônio Coutinho, 111, 126 Horta, Maria Cristina, 232 Julien, Phillipe, 111 Houaiss, Antonio, 61 Jung, Carl Gustav / Jung, Carl G. / Jung, C. G., Hubner, Maria Martha, 36 364, 393, 419 Hunziker, Maria Helena Leite, 36 Junqueira, Luiz Carlos Uchoa, 216 Hutz, Cláudio Simon / Hutz, Cláudio, 151, 320 Junqueira, Maria Rute, 87 Justo, Irmão Henrique / Justo, Henrique*, 210, 432 I

Ibrahim, Cesar Mussi, 8, 121, 455 K Ibsen, José, 425 Kalina, Eduardo, 60, 291 Ignácio, Octávio, 364 Kamkhagi, Vida, 272 Infante, Raff aele Giovanni Giacomo, 326 Kardec, Allan, 265, 266 Iop, Reni Cecília, 225 Katz, Chaim Samuel, 371 Katzenstein, Be i, 190, 281 J Kehl, Maria Rita, 111 Kehl, Renato* , 358 Jabert, Alexander, 7, 267, 453 Keller, Fred Simmons*, 36, 308, 309 Jablonsky, Bernardo, 137 Kemper, Anna Ka rin / Kemper, Ka rin / Jacobina, Ronaldo Ribeiro, 250 Dona Catarina*, 112, 113, 119, 120, 121, 442, Jacó-Vilela, Ana Maria / Jacó-Vilela, Ana, 7, 443 18, 49, 140, 164, 207, 400, 454 Kemper, Werner Walter/ Kemper Walter W. Jacó-Vilela, Ana Maria, 5, 7, 18, 49, 137, 140, / Kemper, Werner W. / Kemper, Werner*, 164, 207, 400 417, 418, 433, 442, 443

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Keppe, Norberto, 236 Lacaz, Carlos Roberto Martins, 419 Kerbauy, Rachel Rodrigues, 36, 311 Lacerda, Dalila de Castro, 53, 97 Kertész, Robeto, 423, 424 Lacerda, La-Faye e Cortes de, 54 Ke ner, Frederick, 412 Lacerda, Maria de Lourdes Farias de, 331 Khazrai, Houshang, 163 Lacombe, Fábio, 60 Khouri, Yvonne, 397 Lago, Mara Coelho, 161 Kichler, Ana Cristina, 74 Laing, Ronald, 361 Kiff er Neto, João, 429 Lambana, Álvaro Tamayo, 309 Kilpatrick, William H., 280 Lambert, Roger, 406 Kishido, Christina, 235 Lamberti, Maximo Stefano, 235 Klein, Melanie, 111, 292, 416 Lanare, Maria Celuta, 76 Kleinman, Mary, 60, 126, 332, 370 Landini, José Carlos, 213, 214, 296 Klineberg, O o*, 57, 58, 107 Lane, Sílvia Tatiana Maurer, 48, 107, 208 Knobel, Anna Maria, 57 Langer, Marie*, 215, 292, 418 Knobel, Maurício, 60, 292 Lannes, Edson Soares, 8, 112, 113, 455 Koch, Adelheid Lucy*, 80, 215, 415, 418 Lannes, Edson Soares, 8, 112, 113, 455 Köehler, Padre Aloysio / Köehler, Aloysio, Lanzo i, Odete Maria Vieira, 242 113, 114, 151 Lapassade, Georges, 406 Kolck, Ode e Lourenção Van, 41, 42, 43, 311 Laplanche, 111 Kolck, Theodorus Van, 41, 42 Láscio, Arnaldo Di, 381 Konder, Leandro, 425 Lavigne, Irene, 76, 172, 424 Könisberger, Vera, 202 Lavrador, Larissa Alcantara, 8, 428, 457 Koscky, Helio, 213 Layrtom, 376 Köveckses, Gèza, 113 Lazzarinni, Eliana, 89 Kraepelin, Emil, 206, 358 Leal, Mário Carvalho da Silva, 244 Kris, Ernst, 441 Leão, Emmanuel Carneiro, 76 Kroeff , Paulo, 320 Leão, Inaura Carneiro / Leão, Inaura C., 418, Kronfeld, Gerda, 113 443 Kronfeld, Siegfried, 113 Leão, José Joaquim de Campos, 70 Krynsky, Stanislau, 54 Lebovici, Serge, 418 Kupermann, Daniel, 126, 455 Leda Maria, 409 Leitão, Jacqueline Sá de Abreu, 177 L Leitão, Maria Beatriz, 272 Leite, Berillo, 426 La Porta, Ernesto Meirelles / La Porta, Ernesto, Leite, Dante Moreira*, 41, 42, 107, 310, 311 433, 441, 444, 445 Leite, Elizabeth Pinheiro Dias, 77 Laberge, Jacques / Laberge, 79, 80, 81 Leite, Hilusca Alves, 8, 283, 456 Lacan, Jacques / Lacan, 78, 79, 80, 81, 125, 126, Leite, Jacira, 114 332, 333, 371, 372, 424, 425, 441, 444 Leite, Luís Osvaldo, 320

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Leite, Miriam Lifchitz Moreira, 405 Lima, Glória M. S. Pereira, 216 Leite, Therezinha Moreira, 311, 372 Lima, Iozenita Garcia, 289 Leite, Vanessa, 75 Lima, Joaquim David Ferreira, 234 Leme e Lopes, José, 206, 326, 417 Lima, Lucila, 8, 263, 394, 457 Leme, Belah Paes, 67 Lima, Marlene Afonso, 337 Leme, Dom Sebastião, 96 Lima, Myrian de Oliveira, 36 Leme, José Maria Paes, 433 Lima, Nestor dos Santos*, 288 Lemmertz, José, 441 Lima, Oscar Rezende de, 446 Lemos, Gabriel, 444 Lima, Renata Alves, 115 Lemos, Jane, 261 Lima, Rosa de Fátima Torres de / Lima, Rosa Lemos, Jeff erson de, 251, 294 de Fátima Torres, 166 Lent, Carmen, 60, 272 Lima, Sheila Maria da Rocha Antony de Sou- za, 289 Leser, Walter S. Pereira, 216 Lima, Suzana Maria Valle, 175, 176, 177, 461 Letayf, Sonia, 235 Lindenberg, Carlos, 231 Lévy Júnior, Maurício, 446 Linhares, Cosma Nogueira, 166 Lévy, André, 406 Lins, Helena, 409 Levy, David M., 446 Lippi, José Raimundo da Silva, 105 Lewin, Kurt, 141, 430 Lippmann, Hanns Ludwig / Lippmann, Lhullier, Cristina, 8, 89, 285, 455 Hanns*, 147, 312, 408 Lia, Mara, 302 Lisboa Filho, Celso de Souza Santos, 137 Líbano, Caio, 343 Lisboa, Ana Carolina Paterno Castello, 137 Liberato, Isaac, 364 Lisboa, Carlos, 258 Liberman, David, 292 Lisboa, Celso de Souza Santos, 137 Liebermann, L. B., 418 Lisboa, Karina Paternó Castello, 137 Liebesny, Bronia, 48 Lisboa, Margarida, 114 Ligório, S. Afonso Maria de, 386 Lobo, Amílcar, 120, 272, 409, 418, 443 Lima Filho, Heitor de Andrade, 433 Lobo, Ana, 394 Lima, Alceu Amoroso*, 96 Lobo, Artamilce Moreira Guedis, 73, 74 Lima, André Teixeira, 241, 242 Lobo, Escípio da Cunha, 305 Lima, Antônio José Barbosa, 260 Lobo, Fábio Leite, 60, 215, 291, 371, 427, 433, Lima, Aranildo, 135 443 Lima, Augusto de, 185 Lobo, Maria José, 34, 35, 83 Lima, Ávila, 426 Lobo, Maria Rita G., 114 Lima, Carmem Dolores Correia, 376 Lobo, Martha Guedis, 74 Lima, Domingos Gomes de, 165 Loewenstein, 441 Lima, Doutor Luís Antônio dos Santos, 288 Lomanto Júnior, 237 Lima, Edla, 277 Lombroso, César, 239 Lima, Elza, 143 Lopes Filho, Cristiano Dias, 276

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Lopes, Aliete Ferreira Dias, 276 Macedo, Lino de, 44, 311 Lopes, Ernani, 251, 336, 358 Macedo, Rosa Maria Stefanini de / Macedo, Lopes, José Antônio, 256 Rosa Maria, 10, 64, 65, 207, 461 Lopes, José Leme, 206, 326, 417 Macedo, Rosa Maria Stefanini de, 65, 207 Lopes, José Loureiro, 109 Machado Ne o, Quintiliano / Machado Ne o, 53, 98 Lopes, Luís Simões, 139, 350 Machado, Alcântara, 241 Lopes, Ruy Flores, 141 Machado, Álvaro Lopes, 65 Lorenzini, Dom Giácomo, 303, 306, 307 Machado, João Bina, 51 Loreto, Oswaldo Di, 40 Machado, Lígia Maria de Castro Marcondes, Loreto, Sérgio, 261 36 Losicer, Eduardo, 272 Machado, Magali dos Santos / Machado, Mag- Lourau, René, 272 ali, 176, 177 Loureiro, Ana Cristina, 152 Machado, Maria Helena, 151 Loureiro, Joaquim Antônio de Castro, 260 Machado, Marina, 143 Loureiro, Joaquim, 260 Machado, Pedro de Alcântara, 27 Loureiro, Mirtes Junglut, 97 Maciel, Danilo de Lira, 73, 329 Loureiro, Sônia Regina, 373 Maciel, Francisco de Assis Oliveira, 260 Lourenço Filho, Manuel Bergström*, 27, 47, Maciel, Leandro, 426 192, 282, 357, 395 Maciel, Marco, 261 Lourenço, Érika, 8, 63, 122, 187, 257, 440, 456 Maciel, Maria das Neves Carneiro, 73 Lucena, Henrique Pereira de, Barão de Lu- cena, 260 Maciel, Nilo Antunes / Maciel, Nilo*, 84, 319, 320, 432 Lucena, José, 261 Maciel, Paulo, 182 Lúcio [Sem identifi cação de sobrenome], 364 Madeira, Jovita, 116 Luiz, Irmão Humberto, 210 Madre Cristina / Dória, Célia Maria Sodré*, Luna, Sérgio Vasconcelos de / Luna, Sérgio, 200, 201, 202, 289, 345, 346, 403, 404 36, 64 Mafessoni, Tânia Maria, 98 Lux, Padre Gabriel, 234 Magalhães Arantes, Esther Maria de, 385, 456 Luz, Liana, 76 Magalhães, Alberto de, 353 Lyra Filho, João, 312 Magalhães, Antônio Carlos, 122, 238 Lyra, João Maria Carneiro, 203 Magalhães, Juracy, 244, 250, 273 Lyra, Manoel T., 418 Magalhães, Neide Cordeiro de, 157 Magnani, Geraldo, 437, 438 M Magnani, Maria Cláudia Almeida Orlando 9, 231, 458 Macário, Irmã, 137 Mahler, Margareth, 441 MacDowell, Padre João Augusto, 148 Mahoney, Abigail Alvarenga, 7, 373, 453 Macedo, João Paulo Sales, 8, 347, 449, 457 Maia, Walderez Souto, 152 Macedo, Jovino Guedes de, 404 Malheiros, Dirceu Pinto, 48

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Maltez, Aristides, 122 Martins, Roberto Bi encourt, 434 Malty, Maria Julieta Alves, 97 Martins, Zaira Bi encourt / Martins, Zaira, Maluf, Ued, 167 441 Malufe, Annita, 40 Marys, Diego Lopes, 220 Malufe, Roberto, 48 Mascarenhas, Ana Lúcia, 60 Malvesi, Sigmar, 184 Mascarenhas, Eduardo, 60, 120, 271, 409, 443, 444 Mancebo, Deise, 8, 313, 325, 455 Mange, Roberto*, 28, 58, 99, 192, 291, 388, 402 Mascarenhas, Wilma, 335 Mara Regina, 409 Massaro, Geraldo, 214 Marafelli Filho, João, 443 Massi, Marina, 9, 417 Maranhão, Alberto, 288 Massud, Terezinha Salomão, 220 Marchon, Paulo, 434 Mata, Lídice da, 123 Marcondes de Andrade, 258 Matjushkin, Alexei, 94 Marcondes, Durval Bellegarde / Marcondes, Matos, Iberê de, 97 Durval*, 38, 39, 78, 114, 115, 212, 215, 216, Matos, José de, 434 405, 415, 416, 418, 420, 421 ,422 Matos, Maria Amélia , 36, 44, 63, 64, 311 Mariano, Maria Clara, 262 Matos, Maria Aparecida Rudge Rodrigues, Marinho, Ronaldo de Oliveira, 445 427 Marino, Marília Josefi na, 57 Ma e-Blanco, Ignácio, 215 Marinuzzi, Raul Alberto, 367 Ma os, Giscele*, 34, 182 Marques, Angela, 7, 74, 163 Ma os, Xavier, 201 Marquês, de Olinda, 69 Mavignier, Almir , 364 Marques, Juracy Cunega o / Marques, Juracy, Medeiros e Albuquerque, José Joaquim de 210, 320 Campos da Costa*, 284, 376 Marques, Rubens Murillo, 216 Medeiros, Adailson, 7, 189, 200, 322, 453 Marra, Marlene Magnabosco / Marra, Mar- Medeiros, Amaury de / Medeiros, Amaury, lene, 89, 214 261, 400 Martin, Garry, 36 Medeiros, Amélia, 81 Martin, Maria Aparecida Fernandes, 9, 41, 458 Medeiros, José Adailson de / Medeiros, Adail- Martin, Maria Aparecida Fernandes, 9, 41, 458 son de, 189, 199, 200, 322, 453 Martinez, Éster, 117, 232 Medeiros, José Augusto de, 66 Martins, Caio Benjamin, 62 Medeiros, Laércia Maria Bertulino de, 152 Martins, César, 328 Medeiros, Leonardo, 429 Martins, Cyro, 215, 433, 441, 442 Medeiros, Manuel Batista de, 108, 109 Martins, Helena, 409 Medeiros, Maurício Campos de / Medeiros, Martins, Joel, 107, 201, 207 Maurício de*, 115, 206, 325 Martins, Luiz Antônio, 151 Medeiros, Tácito Augusto, 230, 261, 381 Martins, Maria do Carmo Fernandes, 316 Meinicke, Márcia Maria Marcondes Costa, 369 Martins, Mário Balster / Martins, Mário, 38, Meira, Sandro, 160 128, 441 Meireles, Eduardo, 294

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Meireles, Helena Mendes, 157 Mendonça, Onofre Pereira de, 380 Mejias, Nilce Pinheiro, 202 Mendonça, Rosita, 433 Melcopp, Dr., 234 Menezes, Bezerra de, 267 Mello Filho, Júlio de, 263, 434 Menezes, Florentino, 426 Mello Neto, Ulisses Pernambucano de, 381 Menezes, Frederico Lucena de, 419 Mello Sobrinho, Ulisses Pernambucano de, Menezes, Luiz Olímpio Teles de, 266 321 Menezes, Sílvio, 433 Mello, Arnon de, 243 Mengarda, Celito, 210 Mello, Belkiss Vieira de, 114 Mercadante, Ana Elisa, 116, 433 Mello, José Antônio Gonçalves de, 381 Mesquita, Júlio de, 421 Mello, José Cardoso Pereira de, 122 Mesquita, Ruth Brasil, 34 Mello, Lúcia Maria de Lima, 305 Mesquita, Teotonílio, 254, 255 Mello, Maria Eleonora Barbosa, 332, 370 Messena, Eduardo, 34 Mello, Padre Pedro de, 135 Messias, Manoel, 381 Mello, Sylvia Leser de, 311, 398 Messias, Márcia Biavati, 9, 325, 458 Melman, Charles, 111 Messias, Maria Cláudia Novaes, 9, 392, 400, Melo Filho¸ João Capistrano de, 327 458 Melo Júnior, Joaquim Machado de, 58, 389 Metre, Benedito, 253 Melo, Dom Antônio Joaquim de / Dom An- Me el, Thereza Pontual de Lemos, 309 tônio, 386, 387 Me rau, Marsyl Bukool, 51 Melo, Sebastião José de Carvalho e, 385 Meyer, Sônia Beatriz, 36 Melo, Walter, 68, 365 Mezan, Renato, 111 Melo, Wilson Ferreira de, 159 Mezher, Aníbal, 57 Melsohn, Ibrahim, 446 Michael, Jack, 36 Melsohn, Isaías*, 415, 446 Milan, Be y, 80, 125, 126 Meltzer, Donald, 441 Mill, John Stuart, 191 Mendel, Gerard, 272 Mira y López, Emilio / Mira y López *, 45, 47, Mendes, Eliana Rodrigues Pereira, 8, 111, 455 91, 132, 139, 140, 147, 182, 292, 293, 350, 399, Mendes, Henrique, 415, 418, 433 405 Mendes, Nilza Maria Molina, 394 Mira, Alice Madeleine Galland de, 299 Mendes, Tarcísio Guimarães, 305 Mira, Maria Helena Novaes*, 392 Mendlowicz, Eliane, 429 Mirabelli, Carlos, 425, 426 Mendonça Filho, João Batista de, 8, 134, 457 Miranda Filha, Neide, 172 Mendonça, Antônio Sérgio, 125 Miranda, Carlos Gross, 70 Mendonça, Austregésilo Ribeiro de, 105, 245 Miranda, Eveline Correa, 8, 306, 456 Mendonça, Eduardo Prado de, 97 Miranda, Hamilton Raposo de, 253 Mendonça, João Ignácio de / Mendonça, João*, Miranda, Leonel, 70, 71 293, 314 Miranda, Luís Salvador de, 137 Mendonça, Manoel Carlos Cavalcanti de, 314 Miranda, Luiz Antonio Telles de, 60

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Miranda, Mercedes Gross, 70 Morais, Luciano Ribeiro de, 329 Miranda, Nivaldo, 367 Morais, Maria de Fátima Belo de, 9, 81, 458 Miranda, Noêmia Carvalho, 34 Morais, Raul de , 404 Miranda, Waldecy, 410 Morais, Sara, 422 Mitchel, Pedro, 210 Morato, Francisco, 216 Molina, Nilza, 166 Morato, Henrie e Togne i Penha / Morato, Molina, Rubens, 126 Henrie e, 94, 372, 373 Monarcha, Carlos, 7, 193, 282, 397, 454 Moreira Filho, Alonso Augusto, 157 Moncorvo Filho, Carlos Arthur / Moncorvo Moreira, Jacqueline, 210 Filho*, 294, 296 Moreira, José Lisboa Mendes, 167 Monfort, Padre José Pablo Hernández Gil, 135 Moreira, Juliano*, 95, 109, 129, 130, 203, 206, Moniz de Aragão, Antônio, 356 237, 239, 244, 249, 250, 251, 254, 334, 335, 338, 340, 358, 363, 379, 380, 413, 414, 415, 417, 421, Mont’Alverne, Frei Francisco de / 442 Mont’Alverne*, 387 Moreira, Maria Inês Badaró, 9, 233, 458 Montano, Ercy B., 151 Moreira, Miriam Regina Souza, 157 Monteiro, Amélia de Castro, 185 Moreira, Renato Jardim, 107 Monteiro, Edson Camargo, 289 Morel, Benedict-Augustin / Morel, 206 Monteiro, Emília Maria, 201 Moreno, Canuto Garcia, 204 Monteiro, João Bosco, 8, 165, 457 Monteiro, Luiz Alfredo Milleco, 373 Moreno, Jacob Levy / Moreno, J. L., 57, 141, 213, 430 ,451 ,452 Monteiro, Maria das Neves, 321 Moreno, João Batista Perez Garcia, 204, 254 Monteiro, Maria Neusa, 9, 165, 459 Moreno, Zerka, 57 Monteiro, Regina, 40 Moretzsohn, Joaquim, 343 Montojos, Francisco, 100 Morgenthaler, Walter, 446 Moore, Alberto, 356 Mo a Filho, Cândido, 421 Moraes Vieira da Cunha, José Jorge de, 8, 428, 457 Mo a, Antônio, 231 Moraes, Carvalho de, 258 Mo a, Arnaldo Alves da, 7, 420, 454 Moraes, Célia Carvalho de, 289 Mo a, Júlia Maria Casulari, 8, 214, 297, 457 Moraes, Deodato de, 421 Mo a, Maria Euchares, 148 Moraes, Eduardo Saback Dias de, 314 Moulin, Maria das Graças Barbosa, 9, 175, 458 Moraes, Elias de, 201 Moulin, Maria do Carmo, 132 Moraes, Evaristo de, 294 Mouly, 132 Moraes, Márcia, 9, 168, 458 Moura, Celina, 282 Moraes, Maria Regina Silveira Lobo Moura, Elba Duque de, 110 Domingues de / Moraes, Maria Regina, 60, Moura, Francisco, 381 427 Moura, Marco Marcondes de, 128 Moraes, Oswaldo D., 417 Moura, Maria Auxiliadora Costa Pinto Cabral Moraes, Prudente de, 268 de / Moura, Maria Auxiliadora, 135, 160 Moraes, Ubirajara Pessoa Guerra de, 444 Moura, Maria Ignez de Assis, 316

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Moura, Nanci Gaspar Maciel de, 370 Nazaré, Maria Helena, 430 Moura, Rôsanny, 171, 244 Nazareth, Maria Cristina, 409 Moura, Sônia de Souza / Moura, Sônia, 299 Nedel, João Oscar, 150 Moura, Wilson, 164 Neder, Mathilde*, 9, 28, 42, 235, 236, 237, 446, Mourão, Ana Maria, 60 459 Mourão, Antônio, 230 Neder, Mathilde, 9, 28, 42, 235, 236, 237, 459, Mourão, Eunice Rabelo, 297 446 Mourão, Ewald, 428 Negreiros, Teresa Creusa, 148 Mourão, Júlio, 407 Neiva, Venâncio Augusto de Magalhães, 65 Mourthé, Antônio, 343 Nelson, Tony, 163 Moussatché, Ana Helena, 275 Neno, Simone, 60 Muchon, Domingos, 141 Nepomuceno, Carina Márcia Magalhães, 7, 95, 454 Mudjalied Filho, Mayer, 430 Neris, Elpidío Araújo, 54 Muhlfeit, Nice Lorusso, 124 Nery, Gabriel Cedraz, 69 Mujaes, Aziz Abdala, 69 Nery, Maria Eugênia, 69 Mujica, Carlos Plata, 215 Neto, Benedito, 253 Mulholland, Timothy Martin, 63, 309 Neves, Claudino Borges, 428 Müller, Elizabeth Cruz, 8, 332, 333, 455 Neves, Jones dos Santos, 231 Müller, Elizabeth Cruz, 8, 332, 333, 455 Müller, Lauro, 294 Nicácio, Lij a Amaral Itabaiana, 227 Murphy, Dom Thomas, 85 Nick, Eva* , 90 Nicole i, Ângela Maria, 152 Niemeyer, Oscar, 70 N Nieto, Marta, 76 Nina Rodrigues, Raymundo*, 203, 249, 254 Nabuco, Cristiano, 36 Nitsch, Marcondes, 388 Nabuco, Edvaldo, 8, 363, 455 Nobre de Mello, A. L., 414 Nabuco, Joaquim, 294 Nobre, Anália Telles, 433 Nardelli, Áurea, 222 Nobre, Beatriz, 424 Nardini, Heliana Ome o, 316 Nóbrega, Gil Brás da, 261 Nascimento, Abdias, 451, 452 Nóbrega, Padre Manuel da*, 385 Nascimento, Geraldo Melônio do, 253 Nogueira, Edilme Iza, 435 Nascimento, Leonardo Majdalani Sacramento e, 8, 278, 457 Nogueira, Eliane, 76 Nascimento, Maria do Carmo, 174 Nogueira, Hamilton, 353, 354 Nassim, Sônia Maria / Nassim, Sônia, 332, 370 Nogueira, Luiz Carlos, 79, 80, 311 Nava, José, 437 Nosek, Leopold, 39 Navarro, Gustavo, 329 Novaes Filho, Henrique de, 428 Navarro, Miguel Perez, 57 Novaes, José, 137, 168 Nazar, José, 126 Novaes, Rui Falcão, 137

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Nowill, Dorina, 277 Oliveira, Thereza Cândido de, 427 Nunes Filho, Eustáquio Portela / Nunes, Eus- Oliveira, Walderedo Ismael de*, 381, 417, 418, táquio Portela, 262, 433, 434, 444 433, 434 Nunes, Clara Helena Portella, 60 Oliveira, Waldir Freitas, 123 Orrico, Gabriela Neiva, 8, 35, 83, 456 O Ortega, Antônio Carlos, 174 Osório, Cláudio, 151 Oberholzer, Emil, 446 Osório, Lúcia, 272 Ocampo, Maria Luiza, 232 Otão, Irmão José*, 210 Oiticica, Francisco de Paula Leite e, 243 O a, Emma, 311 Olinto, Plínio*, 355 Oliva, Jero, 220, 221 P Oliveira Junior, Jair Franklin de, 50, 51, 52 Oliveira Lima, Albenise de, 7, 136, 453 Pace, Norma, 274, 275 Oliveira Silva, Marcus Vinicius de, 9, 132, 458 Pacheco e Silva, Antônio Carlos / Pacheco e Oliveira, Armando de Salles, 189, 290, 421 Silva, A. C. / Pacheco e Silva*, 128, 189, 212, 241, 291, 358 Oliveira, Carmen Lucia Montechi Valladares de, 7, 417, 455 Pacheco Filho, Raul Albino, 80 Oliveira, Celina Lopes de, 337 Pacheco, Ana Laura Prates, 7, 80, 454 Oliveira, Derly Gomes de, 424 Pacheco, Francisco, 433 Oliveira, Djalma Teixeira*, 110, 141 Pacheco, Graciema*, 284 Oliveira, Edmar, 8, 337, 455 Padilha, Monsenhor Marcos Augusto Trin- dade, 109 Oliveira, Elicarlos Coutinho de, 8, 83, 455 Padilha, Paulo Augusto Trindade, 109 Oliveira, Eraldo Alves Lopes, 167 Padilha, Tarcísio, 97 Oliveira, Evaldo Melo de, 261 Paes, Fernandina Tavares, 222 Oliveira, Flávia Moreira, 8, 392, 4000 456 Pagès, Max, 93, 406 Oliveira, Francisco de Salles, 290 Pagès, Robert, 407 Oliveira, Geraldo Dias de Moura, 220 Pago i, Antônio Wilson, 316 Oliveira, Juscelino Kubitschek de / Juscelino Kubitschek, 165 Pago i, Suely Assis de Godoy, 316 Oliveira, Luiz Marcelino de / Oliveira, Luiz M. Paim, Elison Antonio, 8, 226, 455 de, 44 Paine, Clare Isabella / Paine, Clare, 126, 424 Oliveira, Maria José, 40 Paiva Filho, José R., 30 Oliveira, Maria Leopoldina de, 261 Paiva, Geraldo José de, 311 Oliveira, Mauro Dâmaso de, 157 Paixão, Lucy Esther, 141 Oliveira, Oscar Lindholm de, 388 Palatnik, Abraham, 364 Oliveira, Quinha Luiza de, 316 Palharini, Francisco de Assis, 168 Oliveira, Roberta Santos de, 263 Palmiro, Gentil, 388 Oliveira, Sandra Cristina Soares de, 173 Pamplona, Ronaldo, 57

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Pamplona, Vitória, 430 Penna, João Batista Damasco / Penna, Dam- Paprocki, Jorge / Paprocki, 246 asco, 58, 192, 280, 281, 357 Paraízo, Francisco de Souza, 273 Penteado Júnior, Onofre de Arruda, 281 Paredes, José Bolívar Burbano, 164 Penteado, Carlos de Oliveira, 388 Parente, José Inácio, 60, 424, 425 Penteado, Yara Maria B., 137 Parisi, 132 Perazzo, Sérgio, 57 Pasquali, Luiz, 309 Pereira, Antônio Celso, 445 Passos, Eduardo, 168 Pereira, Antônio Gomes, 162 Passos, Gilson Villas Boas, 299 Pereira, Carlos Antônio Garrido, 60 Passos, Leopoldino, 358 Pereira, Dioclécio, 258 Passos, Marci Dória, 9, 370, 372, 458 Pereira, Elaine Teresa Leite, 370 Passos, Marci Dória, 9, 370, 372, 458 Pereira, Francisco das Chagas, 394 Paternostro, José Novaes, 202, 389 Pereira, Jaime Monteiro / Pereira, Jaime, 428, 429 Paternostro, Júlio, 417 Pereira, José Clemente, 251 Patrocínio, José do, 294 Pereira, José, 152 Pa o, Maria Helena de Souza / Pa o, Maria Helena S., 217, 311, 398 Pereira, Justino Alves, 54 Paula, Edwiges Gonçalves de, 136 Pereira, Lygia Maria de França, 9, 129, 457 Paula, José Souza de, 436 Pereira, Manoel da Conceição, 253 Paulo, Vicente, 256 Pereira, Márcia Helena Corrêa da Costa, 370 Paulucci, Agostinho, 256 Pereira, Marcos Emanoel, 157 Pavlovsky, Eduardo, 272 Pereira, Maria Isabel de Brito, 332 Peçanha, Nilo, 99, 294 Pereira, Maria Solange Félix, 137 Pedreira, Antônio de Bulhões, 356 Pereira, Olívia, 54, 75 Pedrosa, Maria Isabel Patrício de Carvalho, Pereira, Waldecyr C. de Araújo, 160, 175 160 Pereira, Wanda Leme, 433 Pedrosa, Mário, 364 Peres, Heitor, 414 Pedrosa, Sônia, 40 Perestrello, Danilo* , 417, 418 Peixoto, Afrânio*, 203, 266, 413, 414 Perestrello, Marialzira*, 116, 417, 418 Peixoto, Antônio Geraldo, 272 Perez, Rocha Fernando, 123 Peixoto, Audenis Lima de Aguiar, 243 Perez, Urânia Maria Tourinho, 34 Peixoto, Celina Vargas do Amaral, 351 Pérez-Ramos, Aidyl M. Q.*, 7, 29, 236, 453 Pellegrino, Hélio*, 113, 119, 120, 271, 409, 428, Pérez-Ramos, Aidyl M. Q., 7, 29, 236, 453 443 Péricles, Silvestre, 243 Penafi el, Carlos, 414 Pernambucano Filho, 414 Penino, Joaquim, 334, 396 Pernambucano, Jarbas, 380 Penna, Antônio Gomes*, 47, 169, 305, 318 Pernambucano, Ulisses*, 188, 255, 261, 321, Penna, Carla Maria P. A. / Penna, Carla, 50, 322, 358, 380, 381, 396 434 Pertuis, Carlos, 364

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Pessoa, Celina, 322 Pinto, Flávio., 214 Pessoa, Elyeda, 60 Pinto, Heráclito Sobral, 97 Pessoa, Epitácio, 203 Pinto, José de Magalhães, 219 Pessoa, Plínio, 86 Pinto, Karina Pereira, 8, 350, 457 Pestana, Francisco Rangel, 191 Pinto, Leonel Correia, 376 Peters, Marie Louise, 201 Pinto, Luiz Fernando, 8, 339, 340, 457 Pfromm Neto, Samuel, 28, 107, 108 Pinto, Luiz Fernando, 8, 339, 340, 457 Philippi, Miriam May, 289 Pinto, Maria Virgínia Catão de Magalhães / Philips, Frank *, 415, 416 Pinto, Maria Virgínia de Magalhães, 332, 370 Picanço, José Corrêa, 202, 205 Pinto, Simplício de Lemos Braule, 336 Picchia, Paulo Meno i del, 421 Pinto, Yve e Braga Costa, 435 Piccoli, Luciano Ferreira, 8, 85, 89, 114, 321, 433, 457 Pio IX, Papa, 386 Pichon-Rivière, Enrique / Pichon-Rivière*, Piotrowski, Zygmunt A., 446 292, 441 Pires, José, 166 Piéron, Henri / Piéron, 192, 196, 357, 396 Pires, Jurema, 381 Pierson, Donald, 189 Pires, Nelson de Campos*, 28, 307 Pimenta, Arlindo Carlos, 7, 111, 454 Pires, Nelson, 381 Pimenta, Selma, 402 Pires, Valdemiro, 33, 251, 338 Pimentel, Iago Victoriano*, 194 Pires, Valdir, 123 Pimentel, Magdalena, 428, 429 Pisa, Maria Magdalena, 286 Pin e Almeida, Miguel Calmon Du / Pin, Pithon, Thiago Monteiro, 239 Miguel Calmon Du*, 181, 332 Pizzolli, Ugo* , 357, 358, 191 Pina, Amauri, 34, 302 Planchard, Emile, 307 Pinel, Philippe, 338, 339 Plon, Michel, 126 Pinheiral, Rafael,376 Podkameni, Ângela, 60 Pinheiro, Alípio Castelo Branco, 69 Poelman, Ana Maria Sarmento Seiler, 7, 305, Pinheiro, Elizabeth, 77 306, 454 Pinheiro, Irene de Melo, 8, 75, 180, 222, 456 Poelman, Ana Maria Sarmento Seiler, 7, 305, Pinheiro, Irene de Melo, 8, 75, 180, 222, 456 306, 454 Pinheiro, José Queiroz / Pinheiro, José, 166 Polary, Maria do Socorro Nogueira, 163 Pinheiro, Lúcia, 391 Politano Jr., Oswaldo, 214 Pinheiro, Maria Esolina, 354 Pombo, Tales Graco, 85 Pinheiro, Myrian Fonseca Sete, 257 Pompéia, João Augusto, 38 Pinheiro, Ode e de Godoy, 9, 411, 459 Ponciano, Jorge, 77 Pinho, Maria Luiza, 433 Pontedeiro, Amarilys, 40, 41 Pinto, Carlos César Castellar / Pinto, Carlos Pontes de Miranda, Rosa Beatriz, 433 Castellar, 60, 444, 445 Pontes, Antônio F., 41

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Pontes, Rosa Lídia P., 41 R Pontual, Constâncio, 260 Poppovic, Ana Maria, 217, 307 Rabello, Sylvio de Lyra*, 321 Porciúncula, Lélia, 225 Rabelo, Antônio, 381 Portela, Jarbas Moacir / Portela, Jarbas, 110, Rabelo, Beatriz de Andrade, 7, 117, 454 141 Radecka, Halina*, 355, 396 Portela, Lucídio, 380 Radecki, Waclaw*, 318, 336, 355 Porto, Léa de Araujo, 412 Rainho, Otacílio, 89 Porto-Carrero, Júlio Pires*, 358, 359, 421 Ramos, Alberto Guerreiro / Ramos, Guerreiro, Portugal, Francisco Teixeira, 8, 94, 105, 117, 451, 452 456 Ramos, Anna Guelerman, 60 Portugal, Izabel Lobato, 286 Ramos, Arthur*, 392, 393, 394 Povoa, Hélion, 33 Ramos, Fernando, 8, 339, 456 Prado, Clarilza, 217 Ramos, Jurema M. de O., 124 Prado, Maria do Carmo de Almeida, 263 Ramos, Maria Beatriz Breves, 434 Prado, Mário Pacheco Almeida / Prado, Mário Ramos, Maria Eveline Cascardo, 89, 458 Pacheco A., 417, 418, 433 Ramos, Maria Eveline Cascardo, 9, 89, 458 Praguer, Antônio Barreto, 203 Ramos, Nabantino, 415 Prata, Oscar, 426 Ramos, Nereu, 327 Prestes, Gabriel, 191 Ramos, Paulo, 253 Proco e, Arlete, 330 Ramozzi-Chiaro ino, Zélia, 311 Prunes, Celestino, 41, 443 Rangé, Bernard, 148 Puga, Ítala, 220 Rangel, Eunice, 110 Rangel, Vilma, 191 Puga¸ Kátia Angelina dos Reis Neves, 243 Raposo, Teresinha de Jesus Rocha, 163 Py , Luiz Alberto, 50 Raskovsky, Arnaldo, 441 Raso, Silvio José, 412 Q Ra on, Helvécio, 102 Raw, Isaías, 216 Qorpo Santo, 70, 71 Regnier, Roberto, 141 Quaglio, Clemente, 191, 193, 196 Rego, Margarida, 85 Quaresma, Basílio, 66 Rego, Ruy Estrela, 367 Queiroz, Luiz Otávio Seixas, 36 Rego, Vital Cardoso do, 203 Querolim Neto, Luiz, 50, 445 Rehder, Madalena Cabral, 41 Quintaes, Rita Tosi de, 286 Reis, Epifânio, 121 Quintanilha, Dirceu, 433 Reis, Hermenegilda Lemos dos, 316 Quintans, Maria do Socorro, 331 Reis, João Luiz Vassalo, 227 Quirino, Tarcízio Rego, 175 Reis, José Agnaldo Fertunes dos, 253

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Reis, Márcio Santos, 167 Ribeiro, René, 381 Reis, Marila Teodorowic, 137 Ribeiro, Roberto Pinto, 38, 441 Reis, Marilene de Castro André, 222 Ribeiro, Walter Ferreira da Rosa / Ribeiro, Reis, Vânia Prata Ferreira, 227 Walter da Rosa / Ribeiro, Walter F., 77 Reis, Vera Lúcia Pirassununga, 93 Ribot, Theodule / Ribot, 206 Reis, Yonne Moniz*, 47, 274, 312 Riedel, Gustavo Köhler / Riedel, Gustavo*, 251, 252, 336, 355, 358 Renault, Abgar, 91, 143 Rios, Nayla Celene Moreira, 289 Renaux, Consulesa, 234 Rocha Júnior, José Rodrigues , 163, 164 Reno, Margarida, 428 Rocha Neto, Bento Munhoz da, 124 Resende, Geraldo Magela de Penaux, 141 Rocha, Agnello Ubirajara da, 356 Resende, Odilon, 253 Rocha, André Franco da, 241 Reston, Abrão Jorge, 128 Rocha, Carmen Souza, 29 Reston, João Godinho, 128 Rocha, Francisco Franco da / Franco da Ro- Rey, André *, 180, 222, 437 cha*, 27, 31, 70, 71, 115, 127, 128, 129, 241, Rezende, Gustavo de, 356 242, 243, 335, 358, 414 ,420 Ribeiro Neto, Adolpho, 216 Rocha, Glauber, 123 Ribeiro, Carla Vaz dos Santos, 163 Rocha, Leonel, 294 Ribeiro, Celina Von Niclander, 370 Rocha, Lindemberg R. Nunes / Rocha, Lin- Ribeiro, Darcy, 309 demberg, 262, 445 Ribeiro, Edson, 426 Rocha, Marisa Lopes da, 274, 275 Ribeiro, Ernesto Carneiro, 123 Rocha, Marisa Lopes da, 9, 274, 275, 459 Ribeiro, Guilherme Gaspary, 137 Rocha, Nádia Maria Dourado, 9, 122, 204, 459 Rocha, Vera Lúcia, 161 Ribeiro, Ivan, 428 Rocha, Zélia, 77 Ribeiro, Jacyra, 124 Rodrigué, Emilio*, 292 Ribeiro, Jair Gonçalves, 137 Rodrigues Alves, Francisco, 32 Ribeiro, João Ubaldo, 123 Rodrigues Jr., José Ennes, 141 Ribeiro, Jorge Ponciano, 77, 289, 309 Rodrigues, Antônio, 414 Ribeiro, José Carlos Azevedo, 253 Rodrigues, Arakcy Martins, 184 Ribeiro, Leonídio, 266, 353 Rodrigues, Aroldo, 47, 64, 147, 169 Ribeiro, Maria Anita, 60 Rodrigues, Daisy Schuwab, 82 Ribeiro, Maria Auxiliadora Teixeira, 9, 171, 244, 458 Rodrigues, Francisco, 32 Ribeiro, Maria da Glória, 262 Rodrigues, Heliana de Barros Conde, 273, 431 Ribeiro, Maria de Lourdes Costa, 92 Rodrigues, Heliana de Barros Conde, 8, 273, 431, 456 Ribeiro, Maria Elizabeth, 148 Rodrigues, Henrique José Leal Ferreira, 8, 325, Ribeiro, Maria José da Costa, 135 456 Ribeiro, Marília Lobão, 289 Rodrigues, Hermelino Lopes / Rodrigues, Ribeiro, Nylde, 60 Lopes, 343

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Rodrigues, I. Costa, 33 Rozestraten, Reinier Johanne Antonius*, 302, Rodrigues, Luiz Roberto, 373 304 Rodrigues, Maria Auxiliadora Vianna, 369 Rubano, Denize Rozana, 36 Rodrigues, Maria Helena, 91 Rudge, Ana Maria, 148, 429, 430 Rodrigues, Nina, 203, 241, 249, 250, 254, 393 Rudge, Ana Maria, 7, 148, 429, 430, 454 Rodrigues, Ruy, 388 Rudgeri, Geraldo R., 236 Rodríguez, Iramaia Santos, 8, 83, 456 Rudolfer, Noemy da Silveira / Silveir, Noemi / Rogedo, José de Alencar, 222 Rudolfer, Noemi*, 190, 281, 357, 358 Rogers, Carl R. / Rogers, Carl, 93, 94, 166, 372 Rogers, Natalie, 94 S Rollas, Eduardo, 292 Rolnik, Suely, 175 Sá, Celso Pereira de, 351 Roman, Belkiss Wilma, 235 Sá, José de, 388 Romana, Maria Alícia, 40 Sá, Marcos Almeida de, 9, 243, 458 Romancini, Braulina, 77 Sá, Samuel Maria de Amorim, 165 Rondileau, Adrian, 405 Saback, Eduardo, 69, 314 Rorschach, Hermann, 446 Sachs, Ignacy, 407 Rosa, Adriana, 7, 71, 453 Sae elei Dr., 234 Rosa, Edinete Maria, 8, 175, 455 Sagawa, Roberto, 39, 216, 422 Rosa, Gete Otano, 136 Saggese, Edson, 116 Rosa, Heloisa H. F., 44 Saidón, Osvaldo, 272 Rosas, Argentina, 323, 324 Sala, Antônio Maria, 96 Rosas, Argentina, 7, 323, 324, 454 Salama, Gil Manoel, 242 Rosas, Paulo da Silveira / Rosas, Paulo*, 160, Salazar, Celso, 368 236, 323, 324, 394, 423 Saldanha, Artur de Ma os / Saldanha, Arthur, Rosemberg, Fúlvia, 217 84, 320 Rosemblit, Mery, 419 Saldanha, Socorro, 376 Rosenberg, Rachel Lea / Rosenberg, Rachel, Sales, Otávio Luís de Barros, 446 94, 311, 372, 373 Salgado, Joaquim Pedro, 258 Rosenthal, Raquel Wrona, 373 Salgueiro, Júlio Newton dos Santos, 253 Rosin, Sheila Maria, 87, 98, 124, 125, 330 Salim, Monsenhor Emílio, 306 Rossi, Elizabeth Aparecida, 446 Salim, Sebastião Abrão, 412 Roudinesco, Elizabeth / Roudinesco, 111, 126 Salles, Lywal, 401 Rousseau, Jean-Jacques, 192, 437 Salles, Maria do Carmo Mo a, 157 Roxo, Henrique de Brito Belford, 279 Salmeron, Roberto, 309 Royer-Collard, Pierre-Paul, 387 Salomão, Jaime, 444 Rozestraten, Angela Simões / Rozestraten, Angela I. S., 44 Salomon, Délcio Vieira, 141 Rozestraten, Frei Ricardo Reinier Johannes Salzani, José Carlos, 213 Antonius / Rozestraten, Reinier / 304, 305 Salzman, Diana, 272

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Sampaio Dória, Antonio de*, 191, 192, 196, 421 Santos, Pedro Paulo Christovam dos, 304 Sampaio, Adilson Peixoto, 68 Santos, Roberto, 82, 224 Sampaio, Henrique Alberto Baez, 112 Santos, Tarcísio Firmino dos, 256 Sampaio, Paulo César, 242 Santos, Theobaldo Miranda, 96 Sanches, Giselle Silva, 8, 259, 456 Santos, Thiago Ferreira dos, 52 Sanchez, Edgard, 318, 356 Saque o, Diemerson, 8, 286, 455 Sanchez, Isis de Moraes, 427 Sávio, Lélio, 256 Sándor, Pethö, 419 Scaramussa, Roberta, 133, 277 Santa Rosa, Dirceu, 444 Scarparo, Helena Beatriz Kochenborger, 8, Santaella, Antônio, 327 211, 456 Scarpelli, Ione, 143 Santiago, Médico Varela, 187 Scherzer, Alejandro, 272 Santo, Adriana Amaral do Espírito, 7, 207, 394, 453 Sche ini, José, 86 Santoro, Vera Lucia da Costa, 369 Schiller, Maurício Brandon, 69 Santos Gonçalves, Amanda dos, 7, 431, 453 Schiller, Waldemar da Ponte Ribeiro, 69 Santos Nascimento, Andréa dos, 7, 300, 454 Schlieman, Ana Lúcia Dias / Schlieman, Ana Lúcia, 63 Santos Vilas-Boas, Mônica Nogueira dos, 9, 228, 277, 459 Schmidt, Maria Luisa Sandoval, 9, 311, 459 Santos, Ada Nícia Nogueira, 85 Schneider, Daniela Ribeiro, 162, 219, 235, 329, 455 Santos, Adriana Alves, 7, 123, 453 Schneider, Eliezer*, 240, 318 Santos, Alessandra Dafl on dos, 7, 410, 453 Schneider, Galina, 444 Santos, Alice Marques dos, 68 Schutz, William, 413 Santos, Anníbal Cypriano da Silveira, 445 Schutzenberger, Anne Ancelin / Schützen- Santos, Antonio Monteiro dos, 94 berger, Anne A., 141, 430 Santos, Cláudia de Moraes Rego, 370 Schwartz, Liberato Tristão / Schwartz, Lib- Santos, Cônego João Antônio dos, 386 erato, 117, 232 Santos, Edgard, 292 Schwartz, Rebeca, 370 Santos, Iná Maria, 245 Schwarzstein, Sincha Jerzy, 91 Santos, J. Pery Duarte dos, 220 Schwazschild, Michael, 40 Santos, Kátia, 445 Scisleski, Andrea Cristina Coelho, 7, 259, 454 Santos, Luana da Silva dos, 8, 394, 457 Seabra, José Joaquim / Seabra, J. J., 32, 249, 339 Santos, Lúcio José dos, 185 Segal, Rosenfeld Hanna, 441 Santos, Nair Iracema Silveira dos, 9, 259, 459 Seganfredo, Cléa Ana, 225 Santos, Natália Alves dos, 9, 142, 459 Segrera, Alberto, 94 Santos, Nayara Gomes dos, 9, 325, 459 Seidl-de-Moura, Maria Lucia, 9, 351, 459 Santos, Neide Lobato dos, 76 Seixas, Larisse, 8, 245, 457 Santos, Odaice Formagge, 41 Seixas, Maria Rita, 213 Santos, Oswaldo de Barros*, 28, 41, 42, 202, Seixas, Nelson de Carvalho, 54 336, 372, 373, 402 ,410 Seixas, Raul, 70, 123

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Seminério, Franco Lo Presti*, 43, 46, 47, 351 Silva, Jason Ribeiro da, 388, 389 Senhoria, Maria, 68 Silva, João Baptista Salles da, 388 Sério, Nádia Maria Ferreira, 370 Silva, João Batista Ferreira da, 166 Sério, Tereza Maria Pires, 36 Silva, Jorge Gomes da, 332, 370 Serpa, Ivan, 364 Silva, José Carlos Tourinho e, 34 Serra, Antonio, 425 Silva, José de Souza, 176, 177 Serra, Sílvia Mônica Allende, 373 Silva, José Joaquim Ludovino da, 251 Servo, Padre Geraldo / Servo, Geraldo*, 305, Silva, José Quirino da, 331 412 Silva, José Renato Barros, 8, 145, 457 Shayer, Marlene, 373 Silva, Justiniano de Melo e, 426 Sherman, Gilmour, 308 Silva, Leci Muniz da, 434 Silva Filho, João Ferreira da, 326 Silva, Luana da, 394 Silva Júnior, José Francisco da Gama e, 427 Silva, Lucilia Scaramussa da, 132 Silva Neto, Norberto Abreu, 311 Silva, Luiz Alberto, 54 Silva Vilarinho, Myriam Augusto da, 9, 373, Silva, Luiz M., 213 459 Silva, Luiz Manoel da, 41 Silva, Adão Airton da Rosa, 301 Silva, Marcos Vieira, 9, 438, 458 Silva, Afonso Pereira da, 109 Silva, Maria das Graças Victor, 9, 147, 458 Silva, Alexandra Valéria Vicente da, 370, 453 Silva, Maria José Calheira Lobo Teixeira da, Silva, Aloysio Amâncio da , 263 35, 333 Silva, Álvares da, 249 Silva, Marieta da Cunha e, 88 Silva, Álvaro, 273, 426 Silva, Marinha da, 141 Silva, Amílcar Lobo Moreira da / Amílcar Silva, Mario Geraldo da, 388 Lobo, 120, 272, 409, 418 Silva, Nelida Pantuzza, 220 Silva, Ana Carla S. Silveira da, 7, 363, 453 Silva, Oscar Machado da, 268 Silva, Ana Maria Rocha da, 34 Silva, Padre Leôncio da, 307 Silva, Antônio Franco Ribeiro da, 110 Silva, Paulo José Carvalho da, 9, 387, 460 Silva, Célia Nunes, 95 Silva, Paulo Roberto Ma os da, 168 Silva, Cláudio Smith, 409 Silva, Paulo Sergio Lima e, 60 Silva, Cônego Luís Vieira da, 386 Silva, Polianne Alves, 9, 171, 244, 460 Silva, Domício Pacheco, 290 Silva, Raimundo Rabelo da, 302 Silva, Eduardo Sérgio Guimarães Teixeira da, Silva, Regina Nazaré Damasceno da, 165 34 Silva, Rejane Sousa da, 110, 156, 330, 331 Silva, Eliane Rodrigues da, 8, 134, 455 Silva, Rogério Muniz da, 256 Silva, Emiliana Cardoso da, 161 Silva, Rosane de Azevedo Neves da, 259 Silva, Georgina, 48 Silva, Rubem Eduardo da, 323 Silva, Heitor Antônio da, 269 Silva, Talmo Luiz, 299 Silva, Helena Tereza de Jesus, 222 Silva, Veline Filomena Simioni, 104 Silva, Helvécio da Siqueira e, 174 Silva, Yone Caldas da / Caldas, Yone, 427

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Silveira, Anibal , 28 Sousa, Edilberto Antunes de, 329 Silveira, Arthur Fajardo da, 356 Sousa, Madre Maria Lúcia Câmara de, 389 Silveira, Lenice, 137 Sousa, Paula Frassine i da Silva , 145 Silveira, Nise Magalhães da*, 67, 68, 259, 336, Souto Maior, Pedro da Cunha, 260 361, 363, 364, 365, 419 Souto, Maria da Graça Silva Guimarães, 253 Silveira, Renato Diniz, 106, 224, 344 Souza Filho, Alfredo Barbosa de, 136 Simão, Eunice E. K., 124 Souza Neto, Francisco Xavier Pereira de, 256 Simão, Olga Campos, 62 Souza Pereira, Maristela de, 9, 317, 459 Simões, Edda Augusta Quirino, 163 Souza, Afl ordísio Pereira de, 286 Simões, Luís, 381 Souza, Aureliano Lima de, 379 Simões, Regineide Marques, 136 Souza, Aurélio, 69 Simon, Hermann, 255 Souza, Carla Sardinha Siebra de, 7, 94, 454 Simon, Ryad, 311 Souza, Cícero Christiano de, 446 Simon, Théodore*, 142, 186 Souza, Cremilda Barbosa de, 444 Simonsen, Roberto, 189, 290 Souza, Décio Soares de / Souza, Décio de*, Simplício, Wilson José / Simplício, Wilson, 319, 418 336, 444 Souza, Deusy G. de, 44 Siqueira, Eulália Alves, 281 Souza, Edela Lanzer Pereira de, 320 Siqueira, Maria Dilma , 166 Souza, Fernando Nogueira de, 116 Siwek, Paul, 28 Souza, Francisco Pedro Estrazulas Pereira de / Slany, Padre João, 412 Souza, Francisco Pedro Pereira, 432 Slavich, Antônio, 362 Souza, Geraldo Horácio de Paula / Souza, Smillie, Wilson George, 211 Geraldo de Paula, 211, 212, 213, 291 Snoeck, Cornelis Jacobus, 157 Souza, Geraldo Xavier Pereira de, 256 Snoeck, Padre Jaime 157 Souza, Herculano Inglês de, 287 Soares, Antonio Rodrigues, 34 Souza, Inês de, 126 Soares, Gerardo Evangelista de Oliveira, 427 Souza, Joana D’Arc Pereira de, 152 Soares, Jorge Coelho, 313 Souza, Lígia de, 114 Soares, Octávio Ferreira, 65 Souza, Lígia Maria de Albuquerque, 289 Soares, Raul, 29, 30, 31, 101, 223, 224, 245, 246, Souza, Ligia Maria do Nascimento, 8, 52, 457 342, 343 Souza, Mab Amália Alencar Sacramento de, 9, Soares, Vital Henrique Baptista, 237 34, 382, 457 Socorro, Emanuelle Figueiredo, 8, 247, 455 Souza, Mara Salvini de, 116, 433 Sodré, Fábio, 363 Souza, Maria de Nazaré Santos de, 9, 165, 458 Soeiro, Alfredo C. / Soeiro, Alfredo Correia, 41 Souza, Maria do Socorro Belarmino de, 331 Soeiro, Elizabeth, 40 Souza, Maria Fernandes de, 34 Soeiro, Maria Tereza, 40 Souza, Marilene Proença Rebello de, 9, 311, Soliani, Maria Luisa, 214 459 Solli o, Neyde Aparecida, 208 Souza, Nely Pires de, 370

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Souza, Octavio, 126 Tavares, Luiz Dias Henrique, 123 Souza, Osmar R. Galeano de, 137 Tavares, Marina Machado, 91, 143 Souza, Rosa Elisa Perrone de, 97 Taverna, Carmem Silvia R., 5, 7, 334, 399, 454 Souza, Ruth Carneiro de, 124 Tchaicovsky, Fany Malin, 47 Spanoudis, Sólon, 37, 38 Teixeira Brandão, João Carlos / Teixeira Spanudis, Theon*, 37, 416 Brandão*, 32, 70, 206, 251, 334, 335, 340, 414 Speltri, Walter, 128 Teixeira, Anísio Spínola*, 391 Spencer, Herbert, 191 Teixeira, Benedito Juberto, 136 Sperb, Tânia M., 151 Teixeira, Carmefran Viana Araújo, 7, 86, 454 Spink, Peter, 184 Teixeira, Cid, 122 Spitz, René, 113, 421 Teixeira, Edson, 253 Stangherlin, Tereza, 236 Teixeira, Juberty G., 137 Stechman, Claraidália Deszonnet, 97 Teixeira, Maria Alves, 62 Teixeira, Maria das Graças Silva, 222 Stefanini, Maria Apparecida, 40 Teixeira, Narciso de Melo / Teixeira, Narciso, Stein, Lílian, 210 60, 262, 424, 425 Steiner, Maria Helena de Figueiredo, 446 Teixeira, Padre Geraldo Magela, 305 Stemmer, Gaspar, 161 Telefora, Irmã, 234 Stenzel, Clóvis , 46 Tellegen, Thérèse A. / Tellegen, Thérèse, 77, Sternick, Paulo, 444 289 Storchenau, Sigismund Von, 386 Telles, Manoel dos Passos, 426 Street, Jorge, 189 Telles, Marta Maria, 9, 301, 459 Studart, Ana Maria, 85 Tenório, Carlene Maria Dias, 289 Suassuna, João Urbano Pessoa de Vasconce- Thimoteo, Iara Aparecida, 373 los, 129 Thompson, Clara, 429 Szasz, Thomas, 271, 361 Thompson, Oscar, 191, 357 Székely, Bela, 113, 209 Thorndike, Edward Lee, 268 Tiba, Içami, 57, 214 T Tibo, Alaíde / Tibo, Alaíde de Souza Melo, 54, 219, 220 Takahashi, Marcelo Moreira, 9, 368, 369, 458 Timsit, Meyer, 446 Tápias, Antônio Haddad, 276 Tinoco, Thomé José Ferreira, 247 Taque i, Lucimar, 132, 133 Todorov, João Cláudio, 36, 44, 64, 309 Tassinari, Márcia Alves, 93, 94 Toledo Quadros, Laura Cristina de, 8, 138, 457 Tavares Neto, José, 203 Toledo, Odalívia, 192 Tavares, Alberto Luis da Rocha, 423, 424 Toledo, Terezinha N. B., 59 Tavares, Dirce Costa, 244 Tolipan, Hélio, 428, 444 Tavares, Lauro Portugal, 124 Tomanik, Eduardo A., 8, 155, 455 Tavares, Lucília, 356 Tomatis, Rejane, 151

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Tondin, Celso Francisco, 8, 226, 455 Valério, Major, 370 Tonelli, Maria José, 184 Valle, Monsenhor José Trigueiro do, 109 Tone o, Heloisa, 151 Valle, Neli Klein do, 213 Toro, Rolando, 413 Valle, Oswaldo Trigueiro do, 109 Torreão, Irmã Letícia de Queiroz, 199 Valle, Paulo César, 134 Torres, Vanessa, 232 Valverde, Lea, 75 Tourinho, Demétrio Ciríaco, 249 Vampré, Ênjolras, 254 Tourinho, Emmanuel Zagury / Tourinho, Em- Vargas, Getúlio, 47, 99, 139, 140, 144, 147, 173, manuel, 59, 60, 456 178, 183, 185, 253, 255, 286, 291, 292, 297, 338, Tourinho, Emmanuel Zagury, 8, 59, 60, 456 349, 350, 351, 407, 409, 412 Tranquilli, Alessandra Gracioso, 6, 83, 302, 453 Vargas, Miramar Maia Ramos, 176 Trevisani, Leny Silva, 124 Vargas, Nairo de Souza, 419 Trinca, Walter, 311 Vargas, Rosimary Paula Ferreira, 249 Trindade, Liana Maria Sálvia, 446 Vasco, José Barbosa, 434 Trindade, Marcos Augusto / Trindade, Mar- Vasconcellos, Vera Maria Ramos, 168 cos, 108, 109 Vasconcelos, Eduardo Mourão, 8, 437, 455 Trinta, Joãozinho, 126 Vasconcelos, Hermelinda de, 206 Trópia, Célio de Oliveira, 367 Vasconcelos, Irmã Marta, 199 Trópia, Maria Zacharias, 367 Vasconcelos, Maria de Lourdes, 322 Trovão, Lopes / Trovão, José Lopes da Silva, Vasconcelos, Regina Murat, 172 294 Vaz , Jorge de Paula, 256 Tunnine, Ângela, 409 Veiga, Antônio, 151 Tyrone, Carlos, 302 Velho, Gilberto, 61 Velho, Victor de Bri o*, 209 U Velloso, Elisa Dias*, 399 Velloso, Galba Moss, 343 Uchoa, Darcy de Mendonça*, 215, 415 Veloso, Ana de Sousa Melo, 220 Ulson, Glauco José Rizzardo, 419 Veloso, Bethânia Reis, 75 Urban, Frederich Maria, 405 Veloso, Caetano, 126 Usandivaras, Raul, 61 Veloso, Vicente, 220 Utida, Hélia, 36 Velozo, Jorgete Barroso, 232, 233 Venancio, Ana Teresa A., 7, 33, 415, 454 V Ventura, Dora Selma Fix, 311 Vergueiro, Nicolau Pereira de Campos, 203 Valadares, Maria Helena, 412 Verney, Luís Antônio, 386 Vale, Padre José Trigueiro do, 108 Veroneze, Agostinho, 282 Valente, Francelina Xavier da Silveira, 124 Verri, Maria Dolores, 40 Valente, Rita de Cássia Teixeira, 73 Verschoore, Beatriz, 60, 424

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Versiani, Márcio, 327 Viveiros, Maria Teresa Martins, 253 Vervoloet, Darcy Werter, 286 Vizzo o, Spartaco, 446 Veschi, Jorge Luiz / Veschi, Jorge, 50, 445 Volnovich, Jorge, 117, 232 Viana, Ary, 279 Volpe, Maria Regina, 41 Viana, Cristiano, 37 Volpi, Lydia, 124 Viana, João Izidro da Silva, 248, 249 Voss Neto, Benedito, 276 Viana, João Xavier, 123 Viana, Maria Leonor, 297 W Viana, Myriam Silveira, 316 Vianna, Helena B., 418 Wagner, José Maria Santiago, 441 Vianna, Heraldo Marelin, 216 Walther, Léon / Walther*, 141, 142, 186 Vianna, Raymundo, 358 Watson, John B., 268 Vianna, Ulysses, 414 Wa s, Martha, 268, 270 Vidal, Eduardo, 424 Wechsler, Mariângela, 57 Vidal, Francisco, 113 Weil, Pierre*, 43, 89, 91, 140, 141, 143, 406, 412, Vidal, Paulo, 272 430 Viégas, Lourdes de Campos / Viégas, Lourdes, Weinmann, Luís Antônio, 38 388, 389 Weiss, Gilda, 97 Vieira da Cunha, Raquel*, 373 Weiss, Maria Lúcia Lemme, 275 Vieira, Aida Pustilnik de A., 34 Wendling, Michelle Menezes, 9, 205, 256, 427, Vieira, Branca de Jesus Camargo, 282, 283 459 Vieira, Dardeau, 184 Werlang, Blanca, 210 Vieira, Francisco Borges, 212 Werneck, Luiz, 418 Vieira, Joaquim José de Menezes, 375 Wielenska, Regina Christina, 36 Vieira, José Antônio de Amaral / Vieira, José Antônio Amaral, 388, 389 Wiethaeuper, Naiara Gonçalves, 390 Vieira, Maria do Carmo Nascimento, 174, 286 Willems, Emílio, 190 Vieira, Paulo, 426 Williams, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque, 36 Vieira, Renato, 233 Windholz, Margarida, 36 Vieira, Rita de Cássia, 181 Vilarinho, Myriam Augusto da Silva, 373 Winnico , Donald / Winnico , 111, 441 Villanueva, Launfran, 86 Wi er, Geraldina Porto, 311 Viñar, Marcelo, 216 Wood, John Keith, 93 Visca, Jorge, 275 Wrona, Raquel, 373 Vital Brazil, Horus*, 428, 429, 430 Wundt, Wilhelm / Wundt, 192, 206, 414 Vital, João Carlos, 47, 350 Wuo, Andréa Soares, 7, 190, 454 Vivacqua, Dora, 70 Wurth, Gunther, 441

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X Z

Xavier de Ma os, João Theodoro, 190 Zanardini, Ismael F., 214 Xavier, Ary, 134 Zandavalli, Leda Buaes, 137 Xavier, Isaías Firmo, 229 Zane i, Márcia, 40 Xavier, Odiva Silva, 175 Zannon, Célia M. L. C., 44 Xavier, Rosaura Moreira / Xavier, Rosaura, Zappa, Marta, 272, 339, 459 297, 412 Zappa, Marta, 9, 272, 339, 459 Ximenes, Gladys, 379 Ziller, Hélia, 445 Zimmermann, David, 50, 441 Y Ziviani, Cilio Rosa, 170 Zuim, Cristiane Barbosa Di Bernardo, 289 Yahn, Mário, 129, 415 Zuzman, Waldemar, 433, 444 Yamamoto, Oswaldo Hajime / Yamamoto, Oswaldo, 166 Yazigi, Latife, 446

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Índice Remissivo de Instituições

A American Group Psychotherapy Association (AGPA), 423, 444 American Psychological Association (APA), Abrigo Dr. João Viana, 247, 248 57, 429 Academia Brasileira de Ciências, 356 Aparechi Scientifi chi Médici, 303 Academia de Polícia Militar D. João VI, 370 Aracruz Celulose S. A., 118, 228 Academia Imperial de Medicina, 205 Arcelor Mi al, 118 Academia Jurídica do Largo de São Francisco, 386 Arquidiocese de Recife-Olinda, 229 Academia Médico-Cirúrgica da Bahia, 202, Arquiepiscopal Irmandade Nossa Senhora 203 das Dores da Polícia Militar, 369 Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Asilo de Alienados, 249 Janeiro, 205 Asilo Deus, Cristo e Caridade (ES), 266 Academia Nacional de Medicina, 205, 359 Asilo Provisório de Alienados da Cidade de Academia Paulista de Psicologia (APP), 27, São Paulo, 31, 127 28, 29, 193 Asilo Santa Leopoldina, 243 Ação Universitária Católica, 96 Asilo São João de Deus, 250 Aeronáutica, 300, 301 Asociación Psicoanalítica Argentina (APA), Alcoólicos Anônimos (AA), 436 216, 415 Ambulatório Central Roberto Resende, 19, 29, Assessoria Técnico-Pedagógica (ATP) 30 da Supervisão de Avaliação e Ambulatório Luiz Cerqueira, 246 Acompanhamento aos Portadores de Ambulatório Rivadávia Correia, 336 Necessidades Educacionais Especiais Ambulatório Roberto Resende, 29, 30, 343 (SAANE) [Piauí], 26, 447, 448

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Assistência a Alienados, 31, 32, 101, 223, 231, Associação Brasileira de Psicoterapia 335, 338, 339, 340, 342, 344 Analítica de Grupo (ABPAG), 49 Assistência a Alienados em Minas Gerais, Associação Brasileira de Psicoterapia de 102, 231 Grupo (ABPG), 49, 434, 444 Assistência a Psicopatas, 31, 32, 33, 128, 129, Associação Brasileira de Psicoterapia e 254, 255, 261, 321, 356, 414 Medicina Comportamental (ABPMC), 37, Assistência Médico-Legal aos Alienados, 31, 423 32, 239, 250, 334 Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Associação Argentina de Psiquiatria e 338, 362 Psicologia da Infância e da Adolescência Associação Brasileira para Prevenção de (ASAPPIA), 60, 292 Acidentes, 291 Associação Bahiana de Psicodrama e Associação Brasileira para Superdotados Psicoterapia de Grupo (ABPPG), 213, 214 (ABSD), 50 Associação Baiana de Psicólogos (ABAP), 33, Associação Brasiliense de Psicodrama e 34 Sociodrama (ABP), 214 Associação Baiana de Recuperação do Associação Campineira de Psicodrama e Excepcional (ABRE), 34 Sociodrama (ACPS), 214 Associação Brasileira de Análise do Associação Campinense de Psicanálise, 80 Comportamento (ABAC), 36 Associação Comunitária do Rosário Associação Brasileira de Análise e Terapia Existencial-Daseinsanalyse (ABATED), 37 (ACORDA), 79 Associação Brasileira de Daseinsanalyse Associação das Pioneiras Sociais – Rede (ABD), 37, 38 Sarah de Hospitais de Reabilitação, 52 Associação Brasileira de Editores Cristãos, 270 Associação de Assistência ao Excepcional do Paraná, 53, 98 Associação Brasileira de Escolas Médicas (ABEM), 224 Associação de Assistência ao Psicopata do Paraná, 53, 97 Associação Brasileira de Hospitais Universitários (ABRAHUE), 224 Associação de Modifi cação de Associação Brasileira de Imprensa (ABI), 361 Comportamento (AMC), 36 Associação Brasileira de Psicanálise (ABP), Associação de Pais e Amigos do Excepcional 19, 38, 269, 416, 417, 442, 443 (APAE), 53 Associação Brasileira de Psicanálise Clínica, Associação de Psicodrama de São Paulo 269 (SOPSP), 56 Associação Brasileira de Psicodrama e Associação de Psicologia de São Paulo Sociodrama - São Paulo (ABPS), 40, 41, 214 (ASPSP), 57, 59 Associação Brasileira de Psicologia (ABP), 41 Associação de Psicologia do Pará (APPA), 59 Associação Brasileira de Psicologia (SBP), 43 Associação de Psicólogos do Ceará, 376 Associação Brasileira de Psicologia Aplicada Associação de Psiquiatria e Psicologia da (ABRAPA), 45 Infân cia e da Adolescência (APPIA), 60, Associação Brasileira de Psicologia Social 292, 371 (ABRAPSO), 47, 154, 407, 423 Associação Instrutora da Juventude Feminina Associação Brasileira de Psicólogos, 41, 42, 46 [São Paulo], 201 Associação Brasileira de Psicotécnica (ABPA), Associação Instrutora Missionária 42, 45, 46, 47, 351 [Pernambuco], 199

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Associação Internacional de Análise Azylo Central, 101 Transacional (ITAA ), 423 Azylo Colônia, 100 Associação Internacional de Psicotécnica, 45 Associação Latino-Americana de Análise Tran sacional (ALAT), 423 B Associação Latino-Americana de Psicologia Social (ALAPSO), 47 Banco Bandeirante, 140 Associação Latino-Americana de Rorschach, Banco Bradesco, 182 446 Banco Crediliannar [França], 141 Associação Milton Campos para o Banco da Lavoura de Minas Gerais S. A., 21, Desenvolvimento das Vocações (ADAV), 61 140, 141, 439 Associação Nacional de Pesquisa e Pós- Banco da Produção, 439 Graduação em Psicologia (ANPEPP), 13, 15, 154, 423 Banco da República dos Estados Unidos do Brazil, 294 Associação Paulista da Abordagem Centrada na Pessoa, 373, 460 Banco de Crédito Real, 439 Associação Paulista de Medicina (APM), 38 Banco do Brasil, 73 Banco do Comércio e Indústria, 439 Associação Profi ssional de Psicólogos do Estado da Guanabara (APPEG), 408 Banco do Estado de São Paulo, 323 Associação Profi ssional de Psicólogos do Pará Banco do Estado do Espírito Santo (APPSI), 59 (BANESTES), 118 Associação Profi ssional dos Psicólogos de Banco Econômico da Bahia, 181 Estado de São Paulo, 410 Banco Econômico S.A., 22, 181, 182 Associação Profi ssional dos Psicólogos do Rio Banco RCA Victor [Estados Unidos], 141 de Janeiro (APP/RJ), 408 Banco Real, 140, 237 Associação Psicanalítica Argentina (APA), 60, Banco Social de Serviços em Psicologia, 132 417, 442 Biblioteca Central da Universidade Federal Associação Psicanalítica Chilena, 215 de Minas Gerais, 74, 75 Associação Psicanalítica Internacional (IPA), Biblioteca da Academia Brasileira de 215, 421, 429 Medicina, 318 Associação Sulriograndense de Psicodrama Biblioteca Nacional, 252 (ASP), 213 Biblioteca Pública do Estado de Sergipe, 426 Associações de Familiares e de Biblioteca Virtual de Psicoanálisis Latino- Psiquiatrizados, 361 americana, 216 Association for Behavior Analysis Biblioteca Virtual de Psicologia (BVS-Psi), 132 International (ABAI), 37 Association Mondiale de Psychanalyse, 125 Association pour la Recherche et l’Intervention C Psychosociologiques – ARIP, 406 Asyllo de Loucos, 243 Cadeira de Clínica Psiquiátrica [Faculdade de Asylo de Sant’Anna (ASA), 65, 129 Medicina do Rio de Janeiro], 206, 251 Atheneu Norte-Rio-grandense, 66 Cadeira de Higiene [Faculdade de Medicina Atheneu Sergipense / Colégio Atheneu da Universidade de São Paulo], 206, 211, Sergipense, 287 213, 284

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Cadeira de Pedagogia e Higiene [Escola Centro Acadêmico de Debates e Estudos de Normal Modelo de Minas Gerais], 193 Psicanálise (CADEP), 268 Cadeira de Psicologia Educacional [FFCL- Centro Biomédico da UNISINOS, 151 USP], 107 Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais Caixa de Assistência dos Funcionários do (CBPE), 107, 391 Banco do Brasil (CASSI), 73 Centro Brasileiro de Estudos da Saúde Caixa Econômica da Cidade da Bahia, 181 (CEBES), 361 Caixa Econômica Federal, 401 Centro Cida Romano de Formação de Câmara dos Deputados, 42, 358 Educadores, 345 Câmara Municipal de Brusque, 233 Centro Comunitário de Saúde Mental Mário Leal (CCSMM), 244 Campo Freudiano, 80, 117 Centro Comunitário do Instituto Municipal CAPES, 15, 18, 49, 63, 64, 136, 144, 154, 155, Nise da Silveira, 252 166, 170, 208, 209, 310, 321, 429 Centro Cultural São Paulo (CCSP), 214 Casa da Esperança, 368 Centro da Consciência e do Desenvolvimento Casa das Palmeiras, 67, 68, 365 Humano (INTEGRAR), 73, 74 Casa de Convalescença Dr. Eiras, 69 Centro de Acolhimento de Crise (CAC), 246 Casa de Passagem Maria da Penha Guzzo, 276 Centro de Aplicação da Psicologia Pedro Casa de Saúde Ana Nery, 20, 68 Parafi ta de Bessa, 142 Casa de Saúde Dr. Eiras / Paracambi, 71 Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), 95 Casa de Saúde Dr. Eiras / Botafogo, 70, 71 Centro de Atenção Diária (CAIS), 339 Casa de Saúde Dr. Peixoto, 69 Centro de Atenção e Reabilitação da Casa de Saúde Santa Mônica Ltda. (Espaço Mocidade (CARIM), 116 Bom Viver – EBV), 71, 72 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Casa de Saúde São Pedro Ltda. (CSSP), 73 Moxuara), 233 Casa do Acantonamento, 98 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas, 104 Casa do Caminho, 368 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Bispo Casa do Psicólogo, 39, 80, 179, 187, 197, 299, do Rosário, 335 394, 407, 417, 422, 440 Centro de Atenção Psicossocial para Infância Casa dos Delegados, 442 e Adolescência (CAPSi), 87 Casa Imperial de Saúde e de Convalescença, Centro de Atendimento e Estudos 69 Psicológicos (CAEP), 309 Cátedra de Psicologia Educacional [FFCL- Centro de Atendimento em Psicodrama USP], 194, 196, 310, 358 (CAPSI), 56 Catedral do Largo da Sé, 190 Centro de Atendimento Psicanalítico, 441 Causa Freudiana do Brasil, 125, 126 Centro de Atividades do Lazer (CEAL), 298 Cause Freudienne, 125, 333 Centro de Atividades Pedagógicas (CAP), 173 Célula Modular Universitária VI (CEMUNI Centro de Ciências Biológicas e Saúde VI), 174 [Universidade Católica de Pernambuco], Center for Studies of the Person, 93 135 Central Única dos Trabalhadores (CUT), 409, Centro de Ciências da Saúde (CCS) 411 [Faculdades Integradas de Uberaba], 149

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Centro de Ciências Humanas (CCH) Centro de Estudos de Psicoterapia Analítica [Universidade Federal do Maranhão], 164 de Grupo de Franca – SP (CEPAG-Franca), Centro de Ciências Humanas e Artes 50 [Universidade Federal de Uberlândia], 316 Centro de Estudos de Testes e Pesquisas Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Psicológicas (CETPP), 351 (CCHLA) [Universidade Estadual de Centro de Estudos do Brasil Contemporâneo Maringá], 156, 166 (CRBC), 407 Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Centro de Estudos do Hospital Cirurgia (CCHLA) [UFRN], 166 [Sergipe], 204 Centro de Ciênicas Humanas, Letras e Artes Centro de Estudos do Relacionamento (UFFB), 153 (DAIMON), 56 Centro de Conservação e Restauração de Centro de Estudos e Atenção ao Álcool e Bens Culturais Móveis (CECOR-UFMG), 75 outras Drogas (CEAAD), 244 Centro de Estudos e Pesquisa de Psicanálise Centro de Convivência do PROJAD [Instituto do Espírito Santo (CEPES), 117 de Psiquiatria da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro], 327 Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia – CEPP/USU, 324 Centro de Convivência Santana [Santa Catarina], 328 Centro de Estudos e Pesquisas do Trabalho [São Paulo], 184 Centro de Desenvolvimento de Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais Equipamentos Hospitalares e Tecnologia (CEPE), 123 (Equiphos-CTRS), 52 Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia Centro de Desenvolvimento de Pessoal do Hospitalar (CEPPHO), 236 Banco Econômico, 182 Centro de Estudos e Pesquisas Centro de Documentação e Pesquisa Helena Psicocirúrgicas (CEPPSIC), 236 Antipoff (CDPHA) , 20, 55, 74, 76, 181, 187, 440 Centro de Estudos em Psicologia Aplicada (CEPA), 89, 299, 394 Centro de Educação em Direitos Humanos Centro de Estudos em Psicoterapia Analítica Isaías Alves (CEDHIA), 273 de Grupos do Pará (CEPAG Pará), 50 Centro de Educação Especial Sérgio de Centro de Estudos em Saúde Mental Nelson Freitas Pacheco, 368 Pires [Bahia], 381 Centro de Educação Popular, 345 Centro de Estudos Franco da Rocha Centro de Educação Técnica e Cultural [Complexo Hospitalar do Juquery, São (CETEC), 135 Paulo], 127 Centro de Ensino, Pesquisa e Clínica em Centro de Estudos Freudianos, 20, 78 Psicanálise da Universidade Santa Úsula – Centro de Estudos Freudianos de CEPCOP/USU, 324 Pernambuco, 20, 80 Centro de Estudos da Casa de Saúde Dr. Centro de Estudos Juliano Moreira – CEJM, Eiras, 70 417, 442 Centro de Estudos da Sustentabilidade (CES), Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP), 418, 185 443 Centro de Estudos de Antropologia Clínica Centro de Estudos Sociopsicanalíticos (CESAC), 20, 76, 77, 371, 424 (CESOP), 272 Centro de Estudos de Gestalt-Terapia de Centro de Estudos, Atendimento e Pesquisa Brasília (CEGEST), 20, 77, 289 em Grupos (CEAPEG-RS), 50

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Centro de Filosofi a [Instituto Sedes Sapientiae, Centro de Orientação Médico- São Paulo], 200, 202, 344, 345, 346 Psicopedagógica (COMPP) [Distrito Centro de Filosofi a e Ciências Humanas Federal], 87 (CFCH) [Universidade Federal de Centro de Orientação Profi ssional do Pernambuco], 160 Instituto de Organização Racional do Centro de Filosofi a e Ciências Humanas Trabalho (IDORT – SP), 189, 190 [Universidade Federal do Pará], 165 Centro de Orientação Psicológica do Instituto Centro de Formação e Pesquisa da Rede de Psicologia Experimental e Educacional da Pontifícia Universidade Católica de São Sarah de Hospitais de Reabilitação, 52 Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Centro de Formação Profi ssional Caboclo Centro de Orientação Psicopedagógica Bernardo (CFPCB), 276 (COPP) do Instituto de Psicologia Aplicada Centro de Formação Técnico-Profi ssional (IPA) da Pontifícia Universidade Católica (CEPRO), 298 do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 147 Centro de Habilitação Profi ssional Mercedes Centro de Pesquisas e Orientação Stresser [Paraná], 97, 98 Educacionais da Secretaria de Educação e Centro de Humanidades [Universidade Cultura do Estado do Rio Grande do Sul Federal do Ceará], 163 (CPOE), 88 Centro de Informações Antiveneno da Bahia Centro de Pesquisas Educacionais (CPE) [Rio (CIAVE), 20, 81 de Janeiro], 394 Centro de Informações Toxicológicas em Centro de Pós-Graduação em Psicologia Porto Alegre – RS, 82 Aplicada (CPGPA) do ISOP/FGV, 351 Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Centro de Prevenção e Tratamento de 109 Dependência a Substâncias Psicoativas (CPTRA) [Recife], 261 Centro de Intervenção Precoce (CIP) [Bahia], 278 Centro de Profi ssionalização do Menor (CEPROMEN) [Espírito Santo], 276 Centro de Logopedia e Psicomotricidade da Centro de Psicodrama de Brasília (CPB), 20, 89 Bahia (CLPB), 20, 35, 83 Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) Centro de Memórias e Referências da [Minas Gerais, 91, 92, 93 Psicanálise da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), 442 Centro de Psicologia Aplicada (CEPA) [Rio Grande do Norte], 20, 394 Centro de Modifi cação do Comportamento [Instituto de Psicologia Aplicada da PUC- Centro de Psicologia Aplicada (CPA) Rio], 147 do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora Centro de Orientação e Seleção Psicotécnica (UFJF), 156 (COESP) do Departamento de Psicologia Centro de Psicologia Aplicada à Educação da Universidade Federal do Rio Grande do [Universidade de São Paulo], 358 Sul (UFRGS), 20, 84 Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho do Centro de Orientação Familiar (COF) de Instituto de Psicologia da Universidade de Campinas-SP, 85 São Paulo (IPUSP), 310 Centro de Orientação Familiar (COFAM) [São Centro de Psicologia da Pessoa (CPP) [Rio de Paulo], 20, 85 Janeiro], 20, 93 Centro de Orientação Infantil [Paraná], 20, 86 Centro de Psicologia do Instituto de Centro de Orientação Juvenil (COJ), 116, 391, Psicologia da Universidade Federal de 399, 400 Urbelândia (UFU), 315

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Centro de Psicologia do Instituto Sedes Centro Educacional Guaíra, 123, 124 Sapientiae, 344 Centro Educacional Médico Psicológico Centro de Psicologia do Trabalho (CETRA) (CEMP), 298 do Instituto de Psicologia Aplicada de Centro Especializado de Habilitação Minas Gerais (IPAMIG), 297 Profi ssional Mercedes Stresser [Paraná], 97, Centro de Publicações e Pesquisas (CEPPES) 98 do Instituto de Psicologia Aplicada de Centro Experimental de Orientação Infanto- Minas Gerais (IPAMIG), 297 juvenil (CEOIJ ), 399 Centro de Qualifi cação de Profi ssionais Centro Federal de Educação Tecnológica de Segurança (CQPS) [Polícia Militar do Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), 20, Estado do Rio de Janeiro], 370 99 Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek – Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Fundação das Pioneiras Sociais, 52 Profi ssional da Estrada de Ferro Centro de Recepção e Triagem (CRP) Sorocabana (CFESP/EFS), 388 [Espírito Santo], 276 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena Centro de Recrutamento e Seleção (CRSP) (CHPB), 20, 100, 101, 102 [Polícia Militar do Estado do Rio de Centro Integrado de Assistência Psicossocial Janeiro], 369 Adauto Botelho (CIAPS Adauto Botelho), Centro de Referência às Vítimas da Violência 20, 103 do Instituto Sedes Sapientiae, 345 Centro Integrado de Atendimento Centro de Referência Técnica em Psicologia e Socioeducativo (CIASE), 276 Políticas Públicas (CREPOP), 132 Centro Internacional em Neurociências e Centro de Saúde da Prefeitura Municipal de Rea bilitação da Rede Sarah de Hospitais de Belo Horizonte, 221 Reabi litação, 52 Centro de Saúde de Aracaju, 254 Centro Juvenil de Orientação e Pesquisa Centro de Saúde Mental Oswaldo Camargo (CEJOP), 20, 104 (CSMOC) [Bahia], 20, 94 Centro Médico Psico-Pedagógico do Instituto Centro de Teologia e Ciências Humanas da de Psicologia Experimental e Educacional Pontifícia Universidade Católica do Rio de da Pontifícia Universidade Católica de São Janeiro (PUC-Rio), 147 Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Centro de Teologia e Ciências Humanas da Centro Mineiro de Toxicologia, 224 Universidade Católica de Pernambuco Centro Nacional de Educação Especial (UNICAP), 135 (CENESP), 218 Centro de Tratamento Clínico (CTC) do Centro Ocupacional para Formação Hospital Galba Velloso (HGV), 245 Profi ssional de Adolescentes Oligofrênicos, Centro de Treinamento do Banco Central, 289 202 Centro de Treinamento Rogeriano [Instituto Centro Paranaense de Estudos de Psicologia Aplicada da PUC-Rio], 147 Psicodramáticos (CPEP), 214 Centro de Voluntários da Bahia (CVB), 277 Centro Paulista de Rádio Educativo, 446 Centro Dom Vital, 20, 95, 96 Centro Psicopedagógico (CPP), 20, 105, 106, Centro Editor de Testes e Pesquisa em 223 Psicologia (CETEPP), 299 Centro Psicotécnico Ltda. (CEPEL), 210, 298 Centro Educacional Anísio Teixeira – CEAT, Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro 172 (RJ), 231

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Centro Psiquiátrico Nacional (CPN), 67, 251, Clínica Adauto Botelho, 255 336, 363 Clínica Cirúrgica de Colunas de Crianças do Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII), 336 Instituto de Ortopedia e Traumatologia Centro Regional de Pesquisas Educacionais (IOT) [São Paulo], 235 de São Paulo (CRPE), 106 Clínica de Atendimento Infantil, 115 Centro Regional de Pesquisas Educacionais Clínica de Atendimento Psicológico (CAP), do Sudeste, 20, 106 320 Centro Regional de Pesquisas Educacionais Clínica de Atendimento Psicológico do Prof. Queiroz Filho, 107 Instituto de Psicologia da UFRGS, 84 Centro Socioeducativo de Atendimento ao Clínica de Conduta da Faculdade de Filosofi a Adolescente em Confl ito com a Lei, 276 do Recife (FAFIRE), 323 Centro Universitário Celso Lisboa (UCL), 137, Clínica de Higiene Mental do Hospital das 138, 453, 457 Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), 235 Centro Universitário de Bodocongó, 152 Clínica de Orientação Infantil (COI) do Centro Universitário de Corumbá (CEUC), Instituto de Psiquiatria da Universidade 158 do Brasil (IPUB), 21, 115, 116, 207, 279, 325, Centro Universitário de João Pessoa (UNIPE), 326, 327, 399 20, 73, 108 Clínica de Orientação Infantil de São Paulo, Centro Universitário Salesiano de São Paulo 212 – Unidade de Ensino de Lorena (UNISAL – Clínica de Orientação Juvenil (COJ) do U.E. Lorena), 303 Departamento Nacional da Criança [Rio de Centros de Ciências Humanas e Educação, 207 Janeiro], 115 Centros Regionais de Saúde (CARS) de Santa Clínica de Orientação Psicológica e Social Catarina, 328 Ltda. (COPS), 21, 117, 118 Chácara dos Loucos [Mato Grosso], 103 Clínica de Psicanálise do Círculo Psicanalítico Círculo Brasileiro de Psicanálise (CBP), 110, de Minas Gerais (CPMG), 110 111, 112, 113, 114 Clínica de Psicologia Aplicada (CPA) da Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda – Universidade de Uberaba (UNIUBE), 149 Seção Minas Gerais, 110 Clínica de Psicologia da Faculdade de Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda Ciências Humanas de Olinda (FACHO), (CBPP), 112, 113, 114 199 Clínica de Psicologia da Faculdade Espírito Círculo Psicanalítico da Bahia, 114 Santo Uniu Dois Amigos (ESUDA), 21, 145 Círculo Psicanalítico de Minas Gerais Clínica de Psicologia da FAFIRE, 145, 146, (CPMG), 20, 110, 111, 114, 142, 412 147, 323 Círculo Psicanalítico de Pernambuco, 114 Clínica de Psicologia da Fundação Helena Círculo Psicanalítico de Sergipe, 114 Anti poff (FHA), 180, 181, 221 Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro Clínica de Psicologia da UNICAP, 135 (CPRJ), 20, 112, 113, 114, 119, 455 Clínica de Psicologia da Universidade Esta- Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul dual da Paraíba (UEPB), 152 (CPRS), 20, 113 Clínica de Psicologia da Universidade Círculo Vienense de Psicologia Profunda, 110 Federal da Paraíba (UEPB), 152 Civilização Rural, Cultura e Lazer Clínica de Psicologia da Universidade (CIRCULA), 62 Federal de Uberlândia (UFU), 315

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Clínica de Psicologia do Centro Universitário Clínica Villa Pinheiros, 434 de Corumbá (CEUC), 158 Clínica-Escola de Fisioterapia da Clínica de Psicologia do Departamento Universidade Católica Dom Bosco, 136 de Psicologia do Instituto Paraibano de Clínica-Escola de Psicologia da Universidade Educação, 108 Católica Dom Bosco, 136 Clínica de Repouso da Tij uca, 21, 119 Clube Associação dos Servidores do Banco Clínica Ibirapuera, 397 Central (ASBAC), 289 Clínica Integrada de Docência-Assistência Clube de Lazer Colônia do Instituto (CLIDA) da Universidade de Uberaba Municipal de Assistência à Saúde Juliano (UNIUBE), 149 Moreira (IMASJM), 334 Clínica Médico-Psicossociopedagógica (1977), Colégio Abílio da Corte [Rio de Janeiro], 121 368 Colégio Abílio de Barbacena, 121 Clínica Odontológica do Núcleo Assistencial Colégio Ateneu Provincial, 285 Caminhos para Jesus (NACJ), 367 Colégio Atheneu Brasileiro, 137 Clínica Paula Frassine i, 146 Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 291 Clínica Pinel, 246 Colégio Central, 122 Clínica Psicológica da Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Sedes Sapientiae, 200, 201, Colégio Champagnat [Rio Grande do Sul], 210 202, 344 Colégio da Polícia Militar [Rio de Janeiro], 370 Clínica Psicológica da Universidade Católica Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da de Pernambuco (UNICAP), 323 Silveira da Universidade do Estado do Rio Clínica Psicológica da Universidade Federal de Janeiro (UERJ), 274 de Pernambuco (UFPE), 159 Colégio de Belém, 385 Clínica Psicológica do Instituto de Psicologia Colégio Des Oiseaux [São Paulo], 201 da Pontifícia Universidade Católica de São Colégio do Triângulo Mineiro, 149 Paulo (IPPUC-SP), 306 Colégio dos Artífi ces (CA) [Paraíba], 65 Clínica Psicológica do Instituto de Psicologia Colégio dos Jesuítas [Rio de Janeiro], 205 da Universidade de São Paulo (IPUSP), 310 Colégio dos Meninos de Jesus [Salvador], 385 Clínica Psicológica do Itaim, 397 Colégio dos Órfãos de São Pedro, 387 Clínica Psiquiátrica Adauto Botelho, 205 Colégio Emir de Macedo Gomes [Espírito Clínica Psiquiátrica da Escola Paulista de Santo], 133 Medicina, 446 Colégio Epifânio Reis [Rio de Janeiro], 121 Clínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina do Recife, 261 Colégio Estadual da Bahia (Central) (Colégio Central), 21, 122 Clínica Psiquiátrica da Faculdade Nacional de Medicina, 326 Colégio Estadual de Barbacena, 121 Clínica Psiquiátrica de Sergipe, 255 Colégio Estadual Emir de Macedo Gomes, 133 Clínica Psiquiátrica do Hospital das Clínicas Colégio Estadual Guaíra, 21, 123, 124 (HC) da Universidade de São Paulo, 235 Colégio Freudiano [Espírito Santo], 117 Clínica Psiquiátrica dos Irmãos Menninger, Colégio Freudiano do Rio de Janeiro (CFRJ), 119 21, 80, 125 Clínica Social de Psicanálise Anna Ka rin Colégio Imperial D. Pedro II [Rio de Janeiro], Kemper, 21, 119, 121 387 Clínica Social de Psicanálise, 113, 271 Colégio Militar [Barbacena-MG], 121

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Colégio Nossa Senhora do Rosário [Porto Comissão Brasileira – Americana de Alegre], 210 Educação Indústria, 402 Colégio Nossa Senhora do Sion [São Paulo], Comissão de Ensino Superior do MEC, 403 196 Companhia de Água e Esgotos da Paraíba Colégio Piedade [Rio de Janeiro], 169 (CAGEPA), 109 Colégio Piracicabano Serviço de Companhia de Jesus, 114, 385 Evangelização para a América Latina, 268 Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (PRODEMGE), 368 Colégio Providência [Barbacena-MG], 121 Companhia Elétrica Vale do Paraíba, 401 Colégio Santa Teresa, 284, 389, 390 Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) Colégio São João de São João Del-Rei, 144, Arce lor Brasil, 118, 228 303 Companhia Tecidos Norte de Minas Colégio São Vicente [Rio de Janeiro], 173 (COTEMINAS), 109 Colônia Agrícola de Jacarepaguá, 251 Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), 299 Colônia Conde de Mesquita [Rio de Janeiro], Complexo Didático Esportivo (Mato Grosso 334, 336 do Sul], 137 Colônia da Ilha do Governador, 32, 251, 334, Complexo Hospitalar do Juquery [São Paulo], 336 127, 128 Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira 336 (CPJM) [Paraíba], 109, 129, 130, 379 Colônia de Alienados de Jacarepaguá, 251, Concurso de Robustez, 295 334 Confederação Nacional dos Trabalhadores Colônia de Desinternação Progressiva (CDP) em Seguridade Social (CNTSS), 411 [São Paulo], 242 Confraria de Caridade Nossa Senhora da Piedade, 382 Colônia de Engenho de Dentro, 251 Congregação da Nossa Senhora das Cônegas Colônia de Férias Nossa Senhora de Lourdes de Santo Agostinho, 201 [Rio das Ostras], 104 Congregação da Ordem São José, 258 Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro, Congregação de Santa Doroteia do Brasil, 389 251, 317, 318, 336 Congregação do Sagrado Coração de Jesus, Colônia de Psicopatas do Rio de Janeiro, 253 234 Colônia de Psicopatas Dois Leões, 253 Congregação Santa Terezinha, 331 Colônia Gustavo Riedel [Rio de Janeiro], 251, Congresso Nacional, 39, 45, 54, 58, 131, 179, 336 269, 299, 345 Colônia Juliano Moreira [Paraíba], 129 Conselho Coordenador das Organizações Colônia Juliano Moreira [Rio de Janeiro], 334, Psicanalíticas da América Latina (COPAL), 335 215 Colônia Nina Rodrigues para Psicopatas Conselho Coordenador de Ensino e Pesquisa [Maranhão], 253 (CCEP) da Universidade Federal de Pernambuco, 160 Colônia São Bento [Rio de Janeiro], 334, 336 Conselho de Administração da Universidade Columbia University [Estados Unidos], 57, Estadual de Maringá (UEM), 153 395 Conselho de Ensino e Pesquisa da Comando da Aeronáutica, 300 Universidade Estadual de Maringá (UEM), Comando Geral do Pessoal (COMGEP), 300 153

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Conselho de Ensino e Pesquisa da Conselho Regional de Psicologia - 6ª Região, Universidade Federal de Santa Catarina 411 (CEP/UFSC), 162 Conselho Regional de Psicologia da 11ª Conselho de Ensino e Pesquisa da Região, 376 Universidade Federal Fluminense (CEP/ Conselho Regional de Psicologia do Rio de UFF), 167 Janeiro (CRP-05), 408 Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Conselho Regional de Psicologia do Rio (CONSEPE) da Universidade Federal do Grande do Sul (CRP-07), 161 Rio Grande do Norte (UFRN), 166, 394 Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Conselho de Higiene e Segurança do Trabalho [São Paulo], 291 Extensão (CSEP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 275 Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Conselho Tutelar [Belo Horizonte], 221 Paulo, 217 Conselhos e Sindicatos Profi ssionais, 361 Conselho de Psicólogos do Brasil, 42 Conselhos Regionais e Federal de Psicologia, Conselho Estadual da Criança e do 28, 269 Adolescente (CECA) [Bahia], 277 Construtora José Mendes Junior [Minas Conselho Estadual de Educação de Mato Gerais], 298 Grosso, 158 Consultório Médico-Pedagógico da Conselho Estadual e Municipal de Saúde, 411 Sociedade Pestalozzi, 438 Conselho Federal de Educação (CFE), 162, Controladora Geral do Estado da Paraíba, 109 174, 324, 388 Convento de Palma, 302 Conselho Federal de Medicina, 269 Cooperativa da Praia Vermelha, 339 Conselho Federal de Psicologia (CFP), 13, 14, 15, 17, 42, 75, 78, 115, 151, 412 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), 15, 154, 155 Conselho Municipal de Assistência Social (CMASS) [Bahia], 277 Coordenação de Estudos e Pesquisa sobre a Infância – CESPI, 324 Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) [Bahia], 277 Coordenação de Saúde do Departamento do Conselho Nacional de Assistência Social Sistema Prisional (DESIPE), 240 (CNAS), 278 Coordenação Materno-infantojuvenil da Conselho Nacional de Desenvolvimento Secre taria de Assistência Médica do Científi co e Tecnológico (CNPq), 392 Ministério da Saúde (CEOIJ ), 399, 400 Conselho Nacional de Educação, 46, 155 Coordenação Pró-Educação Continuada Conselho Nacional de Política Criminal e (COPEC), 56 Penitenciária, 238 Coordenadoria das Atividades dos Conselho Nacional de Serviço Social, 440 Psicólogos do Hospital das Clínicas de São Conselho Regional de Psicologia - 16ª Região, Paulo (CAPSI), 237 228 Coordenadoria de Apoio à Pessoa Portadora Conselho Regional de Psicologia - 2ª Região, de Defi ciência (CODEF) [Bahia], 277 396 Coordenadoria de Desenvolvimento Conselho Regional de Psicologia - 3ª Região, Acadêmico do Hospital Universitário 34 Pedro Ernesto (CDA/HUPE), 263 Conselho Regional de Psicologia - 4ª Região, Coordenadoria Estadual para Inclusão da 144, 180, 438 Pessoa com Defi ciência (CEID) [Piauí], 449

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Coordenadoria Regional do Centro de Curso de Educação Comparada do Instituto Documentação e Pesquisa Helena Antipoff de Educação Caetano de Campos, 280 do Rio de Janeiro, 74 Curso de Educadores Sanitários do Instituto Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da de Desenvolvimento e Organização Marinha (CAFRM), 401 Racional do Trabalho (IDORT), 212 Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos Curso de Ensino Ativo, 284 (CPPC), 269 Curso de Especialização de Psicodrama do Corregedoria Geral de Justiça [Bahia], 238 Instituto de Psicodrama e Psicoterapia de Grupo de Campinas (IPPGC), 296 Creche da Universidade Federal Fluminense (Creche/UFF), 168 Curso de Especialização do Centro de Estudos de Gestalt-Terapia de Brasília Cúria Romana, 386 (CEGEST), 77 Curso Ancilla Domini, 114 Curso de Especialização do Instituto de Curso Christus Sacerdos, 114 Gestalt-Terapia de Brasília (IGTB), 289 Curso Complementar da Escola Normal de Curso de Especialização em Aconselhamento Porto Alegre, 283 Psicológico da Universidade de São Paulo Curso de Administração da UCSAL, 302 (USP), 372 Curso de Administradores Escolares do Curso de Especialização em Metodologia Instituto de Educação Caetano de Campos, Científi ca da Universidade Federal da 192, 280 Paraíba (UFPB), 155 Curso de Alta Cultura Pedagógica, 191 Curso de Especialização em Psicanálise: Subjetividade e Cultura, do Departamento Curso de Aperfeiçoamento de Professores do de Psicologia da Universidade Federal de Instituto de Educação Caetano de Campos, Juiz de Fora (UFJF), 156 395 Curso de especialização em Psicologia Clínica Curso de Aplicação da Escola Normal de – Abordagem Fenomenológica Existencial, Porto Alegre, 188 da Universidade Católica de Pernambuco Curso de Aplicação da Escola Normal (UNICAP), 135 Modelo, 193, 194 Curso de Especialização em Psicologia Curso de Aplicação da Escola Normal Ofi cial, Clínica – Orientação Analítica, da 346 Universidade Católica de Pernambuco Curso de Classifi cação de Pessoal (CCP) do (UNICAP), 135 Exército Brasileiro, 401 Curso de Especialização em Psicologia Clínica da Faculdade de Filosofi a Ciências e Curso de Comunicação Social da Universidade Letras Sedes Sapientiae, 201 do Estado do Rio de Janeiro, 312 Curso de Especialização em Psicologia Clínica Curso de Cultura Pedagógica do Laboratório da Universidade de São Paulo (USP), 416 de Psicologia na Escola Normal Secundária de São Paulo, 357 Curso de Especialização em Psicologia Clíni- co- institucional, Modalidade Residência Curso de Direito das Faculdades Integradas Hos pitalar, do Hospital Universitário Pedro de Uberaba (FIUBE), 149 Ernes to da Universidade do Estado do Rio Curso de Doutorado em Psicologia Social da de Janeiro (HUPE/UERJ) da Universidade Universidade Federal do Rio Grande do do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 262 Norte (UFRN), 156, 165 Curso de Especialização em Psicologia da Curso de Doutorado Interinstitucional Edu cação da Universidade de São Paulo (DINTER) da UERJ/UFMA, 164 (USP), 308

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Curso de Especialização em Psicologia da Curso de Filosofi a da Educação do Instituto Pontifícia Universidade Católica do Rio de de Educação Caetano de Campos, 280 Janeiro (PUC-Rio), 147, 392 Curso de Filosofi a da Faculdade de Filosofi a, Curso de Especialização em Psicologia da Ciências e Letras da Universidade de São Pontifícia Universidade Católica do Rio Paulo (FFCL-USP), 107 Grande do Sul (PUCRS), 209 Curso de Filosofi a da Pontifícia Universidade Curso de Especialização em Psicologia do Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 392 Trabalho do Instituto Sedes Sapientiae, 344 Curso de Filosofi a da Pontifícia Universidade Curso de Especialização em Psicologia Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), 209 Jurídica, do Instituto de Psicologia da Curso de Filosofi a e Ciências Humanas Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFCH) da Universidade Federal da Bahia (IP-UERJ), 312 (UFBA), 314 Curso de Especialização em Psicologia Curso de Filosofi a e Psicologia da Escola Médica e Psicossomática do Centro de Normal de São Paulo, 190, 194, 195, 196, 358 Orientação Juvenil (COJ), 399 Curso de Fisiologia e Higiene da Infância e Curso de Especialização em Psicologia da Adolescência do Instituto de Educação Preventiva do Instituto de Psiquiatria da Caetano de Campos, 280 Universidade do Brasil (IPUB), 325 Curso de Formação de Professores Primários Curso de Especialização em Psicologia Social do Instituto de Educação Caetano de Campos, 280 da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 163 Curso de Formação de Psicólogo da Fundação Universidade Federal de Mato Curso de Especialização em Psicoterapia Grosso do Sul (UFMS), 158 Psi ca nalítica da Universidade de Uberaba (UNIUBE), 149 Curso de Formação de Psicólogo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Curso de Especialização em Psiquiatria do (PUC-Minas), 304 Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (IPUB), 325, 326 Curso de Formação de Psicólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Curso de Especialização em Residência em (PUC-Rio), 147 Saúde Mental, do Instituto Municipal Curso de Formação de Psicólogo da de Assis tência à Saúde Juliano Moreira Universidade do Estado da Guanabara (IMASJM), 334 (UEG), 262 Curso de Especialização em Saúde Mental do Curso de Formação de Psicólogo da Instituto Municipal de Assistência à Saúde Universidade Federal da Bahia (UFBA), 314 Nise da Silveira, 336 Curso de Formação Pedagógica do Professor Curso de Especialização em Teoria da Clínica Secundário do Instituto de Educação Psicanalítica da Universidade Federal da Caetano de Campos, 280 Bahia (UFBA), 202, 314 Curso de Graduação em Psicologia da Curso de Estatísticas Vitais do Instituto de Faculdade de Filosofi a Ciências e Letras Educação Caetano de Campos, 280 Sedes Sapientiae, 200 Curso de Estudo do Desenvolvimento Físico Curso de Graduação em Psicologia da durante a Idade Escolar do Instituto de Pontifícia Universidade Católica do Rio de Educação Caetano de Campos, 280 Janeiro (PUC-Rio), 147 Curso de Extensão em Terapia Comunitária Curso de Graduação em Psicologia da da Universidade de Uberaba (UNIUBE), 149 Universidade de Brasília (IP/UnB), 308

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Curso de Graduação em Psicologia da Curso de Mestrado em Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), 310 Pontifícia Universidade Católica de Minas Curso de Graduação em Psicologia da Gerais (PUC-Minas), 91, 92, 134, 227, 246, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 304, 306 155 Curso de Mestrado em Psicologia da Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Pernambuco 73, 155, 156, 188 (UFPE), 159 Curso de Mestrado em Psicologia da Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Gama Filho (UGF), 169, 170 Universidade Federal do Pará (UFPA), 165 Curso de Mestrado em Psicologia: Teoria Curso de Graduação em Psicologia da e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Pará (UFPA), 165 (UFRGS), 319 Curso de Mestrado Interinstitucional Curso de Graduação em Psicologia da (MINTER) da UERJ/UFMA, 164 Universidade Gama Filho (UGF), 169 Curso de Orientação Profi ssional do Instituto Curso de Graduação em Psicologia das de Educação Caetano de Campos, 191, 192, FACULDADES INTEGRADAS COLÉGIO 280, 281, 358 MODERNO, 60 Curso de Pedagogia da Faculdade de Curso de Habilitação para o Exercício do Filosofi a, Ciências e Letras Sedes Sapientiae, Magistério em Primeiro Grau do Colégio 200, 201, 202, 207 Esta dual Emir de Macedo Gomes, 132, 133 Curso de Pedagogia da Fundação Curso de Habilitação para o Exercício do Universitária do Desenvolvimento do Magistério em segundo grau, 133 Oeste (FUNDESTE), 224 Curso de Habilitação para o Magistério do Curso de Pedagogia da Universidade de Instituto de Educação Professor Fernando Brasília (UNB), 308 Duarte Rabelo, 285 Curso de Pedagogia da Universidade de São Curso de Higiene da Faculdade de Medicina Paulo (USP), 211 e Cirurgia de São Paulo, 211 Curso de Pedagogia da Universidade Federal Curso de Higiene Escolar do Instituto de de Minas Gerais (UFMG), 142 Educação Caetano de Campos, 280 Curso de Pedagogia do Instituto de Educação Curso de História da Educação do Instituto de Minas Gerais (IEMG), 91, 92 de Educação Caetano de Campos, 280 Curso de Pedagogia, Ciências e Letras de Curso de Investigações Sociais em nosso Natal, 394 Meio do Instituto de Educação Caetano de Curso de Princípios Gerais de Educação do Campos, 280 Instituto de Educação Caetano de Campos, Curso de Medicina da Universidade Federal 191, 192, 280, 281, 358 da Bahia (UFBA), 33, 182, 202, 292 Curso de Problemas Sociais Contemporâneos Curso de Medicina da Universidade Federal do Instituto de Educação Caetano de de Minas Gerais (UFMG), 142 Campos, 191, 192, 280, 358 Curso de Mestrado Acadêmico em Psicologia Curso de Psicologia Aplicada à Aviação da Universidade Federal do Ceará (UFC), (CEPAAv) do Instituto de Psicologia da 162 Aero náutica (IPA), 119, 147 Curso de Mestrado da Faculdade de Curso de Psicologia Aplicada à Educação do Educação da Universidade Federal do Rio Instituto de Educação Caetano de Campos, Grande do Sul (UFRGS), 84 191, 192, 280, 281, 358

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Curso de Psicologia da Escola de Curso de Psicologia da Universidade Católica Administração de Empresas de São Paulo de Minas Gerais (UCMG), 304, 305 (EAESP), 183, 184, 185 Curso de Psicologia da Universidade Católica Curso de Psicologia da Escola Livre de de Pernambuco (UNICAP), 135, 136, 323 Sociologia e Política de São Paulo (ELSP), Curso de Psicologia da Universidade Católica 189, 190 do Rio Grande do Sul (PUCRS), 113, 209, Curso de Psicologia da Faculdade de 211, 285 Ciências Humanas da Fundação Mineira Curso de Psicologia da Universidade Católica de Educação e Cultura (Psicologia/FCH/ Dom Bosco, 136, 137, 219, 220, 221, 303 FUMEC), 92, 133, 134, 299 Curso de Psicologia da Universidade de São Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Paulo (USP), 41, 42, 43, 44, 57, 58, 63, 79, 94, Humanas de Olinda (FACHO), 199, 200 107, 108, 128, 144, 165, 176, 189, 192, 211, Curso de Psicologia da Faculdade de 213, 308, 310, 311, 314, 372, 404, 405, 422 Filosofi a Santa Úrsula, 324 Curso de Psicologia da Universidade de Curso de Psicologia da Faculdade de Uberaba (UNIUBE), 149, 150 Filosofi a Ciências e Letras Sedes Sapientiae, Curso de Psicologia da Universidade de 200, 201, 202, 207 Uberlândia (UnU), 315 Curso de Psicologia da Faculdade de Curso de Psicologia da Universidade do Filosofi a da Universidade Católica do Rio Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 41, 48, 49, Grande do Sul, 319 51, 52, 75, 164, 174, 262, 263, 274, 275 Curso de Psicologia da Faculdade Espírito Curso de Psicologia da Universidade do Vale Santo Uniu Dois Amigos (ESUDA), 145 do Rio dos Sinos (UNISINOS), 114, 150, 152 Curso de Psicologia da Faculdade Nacional Curso de Psicologia da Universidade de Filosofi a da Universidade do Brasil Estadual da Paraíba (UEPB), 152 (FNF/UB), 319 Curso de Psicologia da Universidade Federal Curso de Psicologia da Federação das da Bahia (UFBA), 182, 202, 278, 292, 293, Faculdades Celso Lisboa, 137 294, 302, 314, 315 Curso de Psicologia da Federação das Curso de Psicologia da Universidade Federal Faculdades Integradas Celso Lisboa, 137 da Paraíba (UFPB), 155, 156 Curso de Psicologia da Fundação Mineira de Curso de Psicologia da Universidade Federal Educação e Cultura (FUMEC), 92, 133, 134 de Juiz de Fora (UFJF), 156, 157, 158 Curso de Psicologia da Fundação Curso de Psicologia da Universidade Federal Universitária do Desenvolvimento do de Mato Grosso do Sul (UFMS), 158, 159 Oeste (FUNDESTE), 224, 225, 226 Curso de Psicologia da Pontifícia Curso de Psicologia da Universidade Federal Universidade Católica de Minas Gerais de Minas Gerais (UFMG), 75, 76, 91, 92, (PUC-Minas), 91, 134, 227, 246, 304, 306 103, 134, 141, 142, 143, 144, 232, 246, 406, 407, 408 Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- Curso de Psicologia da Universidade Federal SP), 36, 47, 56, 58, 66, 107, 175, 201, 202, 207, de Pernambuco (UFPE), 63, 159, 160, 322 208 Curso de Psicologia da Universidade Federal Curso de Psicologia da Pontifícia de Santa Catarina (UFSC), 160, 161, 162 Universidade Católica do Rio de Janeiro Curso de Psicologia da Universidade Federal (PUC-Rio), 76, 96, 120, 121, 147, 148 de Uberlândia (UFU), 315, 316, 317 Curso de Psicologia da UFRJ, 205, 240, 252, Curso de Psicologia da Universidade Federal 270, 305, 317, 319, 325, 350 do Ceará (UFC), 74, 162, 163

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Curso de Psicologia da Universidade Federal Curso Normal da Escola Normal de Porto do Espírito Santo (UFES), 94, 118, 174, 175, Alegre, 283 228, 232 Curso Normal da Escola Normal Modelo, Curso de Psicologia da Universidade Federal 193, 194, 281 do Maranhão (UFMA), 163, 164 Curso Normal da Escola Normal Secundária Curso de Psicologia da Universidade Federal de São Paulo, 357 do Pará (UFPA), 60, 165 Curso Normal de Linhares, 132, 133 Curso de Psicologia da Universidade Federal Curso Normal do Instituto de Educação do Rio Grande do Norte (UFRN), 156, 166, Caetano de Campos, 280, 281, 358 394, 395 Curso Normal do Instituto de Educação Curso de Psicologia da Universidade Federal Estadual de Maringá, 153, 282, 283 do Rio Grande do Sul (UFRGS), 84, 285 Curso Normal do Instituto Superior de Curso de Psicologia da Universidade Federal Educação Antonino Freire (ISEAF), 346, 347 Fluminense (UFF), 167, 168, 174, 175, 400 Curso Normal do Instituto Superior de Curso de Psicologia da Universidade Gama Educação do Rio de Janeiro (ISERJ), 347, Filho (UGF), 169, 170 349 Curso de Psicologia do Centro de Estudos Curso Normal Regional Ofi cial do Estado de Superiores de Maceió (CESMAC), 170, 171 Minas Gerais, 179 Curso de Psicologia do Centro Universitário Celso Lisboa (UCL), 137, 138 Curso de Psicologia do Centro Universitário D de Corumbá (CEUC), 158, 159 Curso de Psicologia do Centro Universitário Damas da Assistência à Infância, 294 de João Pessoa (UNIPÊ), 108, 109 Damas de Caridade do Instituto de Proteção Curso de Psicologia do Departamento de e Assistência à Infância (IPAI), 294, 295 Educação da Universidade Estadual de Maringá (DED-UEM), 153, 514 Departamento Clínico do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro (CPRJ), 112, Curso de Psicologia do Instituto de Educação 113 Estadual de Maringá, 153, 155, 282, 283 Departamento de Administração de Pessoal Curso de Psicologia Experimental e (DAP) da Empresa Brasileira de Pesquisa Orientação Vocacional do Laboratório Agropecuária (EMBRAPA), 175, 176, 177 de Psicologia e Pesquisas Educacionais Edouard Claparède, 179, 180, 181, 192, 222 Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), 99, 139, 140 Curso de Serviço Social da Pontifícia Departamento de Análise Institucional (DAI) Universidade Católica do Rio de Janeiro do Instituto Brasileiro de Psicanálise, (PUC-Rio), 76, 96, 120, 147, 227, 392, 418 Grupos e Instituições (IBRAPSI), 61, 271, Curso de Sociologia Educacional do Instituto 272, 361 de Educação Caetano de Campos, 280, 358 Departamento de Arteterapia do Instituto Curso de Testes e Escolas do Instituto de Sedes Sapientiae, 200, 201, 202, 207, 214, 307, Educação Caetano de Campos, 280, 358 344, 345, 416 Curso Especial de Psicotécnica-Militar (CES- Departamento de Assistência Escolar da PM), 401 Secretaria da Educação da Prefeitura Curso Intensivo de Administração da Escola Municipal de São Paulo (PMSP), 398 de Administração de Empresas de São Departamento de Assuntos Penais (DAP) da Paulo (EAESP/FGV), 183, 184, 185 Secretaria de Justiça da Bahia, 238

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Departamento de Avaliação da Fundação Departamento de Fundamentos Sociais e Carlos Chagas (FCC), 216 Jurídicos da Escola de Administração de Departamento de Ciências Sociais da Escola Empresas de São Paulo (EAESP/FGV), 183, de Administração de Empresas de São 184, 185 Paulo (EAESP/FGV), 183 Departamento de Gestalt-terapia do Instituto Departamento de Educação (DED) da Sedes Sapientiae, 200, 201, 202, 214, 307, 344, Universidade Estadual de Maringá (UEM), 345, 416 153 Departamento de Métodos e Técnicas da Departamento de Educação Especial da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Secretaria Estadual de Educação do Piauí, Universidade Católica de São Paulo (PUC- 447, 448 SP), 15, 36, 47, 56, 58, 107, 175, 201, 202, 207, Departamento de Enfermagem do Hospital 208, 307, 308, 344 Colônia Adauto Botelho (HAB), 231, 232 Departamento de Organização e Departamento de Ensino da Faculdade Dom Desenvolvimento (DOD) da Empresa Bosco de São João Del-Rei, 144, 231, 303 Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 175, 176, 177 Departamento de Ensino da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 139, 147, 178, 183 Departamento de Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais Departamento de Ensino da Sociedade (DOT), 140, 141, 142 Rorschach de São Paulo (SRSP), 445, 446, 447 Departamento de Pedagogia da Faculdade Departamento de Ensino do Instituto de de Educação da Universidade do Estado da Psicologia da Pontifícia Universidade Guanabara (UEG), 262, 274, 312 Católica de São Paulo (IPPUC-SP), 306, 307, Departamento de Pediatria do Hospital 308 Universitário da Pontifícia Universidade Departamento de Estudos Específi cos da Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Faculdade de Educação da Universidade 113, 209 do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 47, 48, Departamento de Pesquisa do Instituto de 51, 52, 75, 164, 174, 262, 263, 274, 275, 312, Psicologia da Pontifícia Universidade 313, 351, 400 Católica de São Paulo (IPPUC-SP), 306, 307, Departamento de Filosofi a da Universidade 308 Federal de Juiz de Fora (UFJF), 156, 157, 158 Departamento de Pesquisa e Departamento de Filosofi a e Psicologia da Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Universidade Federal do Espírito Santo Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 175, (UFES), 94, 118, 174, 175, 228, 232 176, 177 Departamento de Filosofi a e Psicologia da Departamento de Pesquisas da Fundação Uni versidade Federal do Pará (UFPA), 60, Carlos Chagas (FCC), 216, 217 165 Departamento de Pesquisas Educacionais da Departamento de Filosofi a e Psicologia da Fundação Carlos Chagas (FCC), 216, 217 Universidade Federal Fluminense (GFP- Departamento de Planejamento da Secretaria UFF), 167 da Educação da Prefeitura Municipal de Departamento de Formação em Psicanálise São Paulo, 397, 398 do Instituto Sedes Sapientiae, 200, 201, 202, Departamento de Psicanálise da Criança do 214, 307, 344, 345, 416 Instituto Sedes Sapientiae, 200, 201, 202, 214, Departamento de Formação em 307, 344, 345, 416 Psicopedagogia do Instituto Sedes Departamento de Psicanálise do Instituto Sapientiae, 200, 201, 202, 214, 307, 344, 345, Sedes Sapientiae, 200, 201, 202, 214, 307, 344, 346 345, 416

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Departamento de Psicobiologia da Pontifícia Departamento de Psicologia da Pueri Domus- Universidade Católica de São Paulo Rio – Escola Experimental, 172 (IPPUC-SP), 306, 307, 308 Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicodinâmica do Instituto Católica de Minas Gerais (UCMG), 304, 305 Sedes Sapientiae, 200, 201, 202, 214, 307, 344, Departamento de Psicologia da Universidade 345, 416 Católica de Pernambuco (UNICAP), 135, Departamento de Psicodrama do Instituto 136, 323 Sedes Sapientae (DP Sedes Sapientiae), 200, 201, 202, 214, 307, 344, 345, 416 Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP/Ribeirão Preto), 36, 41, Departamento de Psicologia (DPS) do Centro 42, 43, 44, 57, 58, 63, 79, 80, 94, 107, 108, 128, Universitário de Corumbá (CEUC), 158, 144, 165, 176, 184, 189, 192, 211, 213, 235, 159, 399 281, 308, 310, 311, 314, 372, 404, 405, 422 Departamento de Psicologia Aplicada da Pontifícia Universidade Católica de São Departamento de Psicologia da Universidade Paulo (PUC-SP), 15, 36, 47, 56, 58, 107, 175, de Uberaba (UNIUBE), 149, 150 201, 202, 207, 208, 307, 308, 344 Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicologia Clínica (PSC) do do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), 114, Instituto de Psicologia da Universidade de 150, 152 São Paulo (IPUSP), 310, 311 Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicologia Clínica da Estadual da Paraíba (UEPB), 152 Universidade de Brasília (UnB), 63, 165, Departamento de Psicologia da 176, 177, 289, 308, 309 Universidade Estadual de Maringá (DPI- Departamento de Psicologia Clínica da UEM), 153, 154 Universidade Federal do Pará (UFPA), 60, Departamento de Psicologia da Universidade 165 Federal da Bahia (UFBA), 33, 182, 202, 278, Departamento de Psicologia Clínica da 292, 293, 294, 302, 314, 315, 382 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Psicologia da Universidade (UFRGS), 49, 84, 319, 432 Federal de Juiz de Fora (UFJF), 156, 157 Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Departamento de Psicologia da Universidade Personalidade do Instituto de Psicologia da Federal de Pernambuco (UFPE), 63, 159, Universidade de São Paulo (IPUSP), 310, 160, 322 311 Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicologia da Faculdade de Federal de Santa Catarina (UFSC), 160, 161, Filosofi a da Paraíba, 155 162 Departamento de Psicologia da Faculdade Departamento de Psicologia da Universidade de Filosofi a e Ciências Humanas (FAFICH) Federal de Uberlândia (UFU), 74, 162, 163 da Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Psicologia da Universidade (UFMG), 75, 76, 91, 92, 134, 141, 142, 143, Federal do Ceará (UFC), 74, 162, 163 144, 232 ,246, 406, 407 Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicologia da Faculdade Federal do Espírito Santo (UFES), 94, 118, Espírito Santo Uniu Dois Amigos (ESUDA), 174, 175, 228, 232 145 Departamento de Psicologia da Pontifícia Departamento de Psicologia da Universidade Universidade Católica do Rio de Janeiro Federal do Maranhão (DEPSI/UFMA), 163 (PUC-Rio), 76, 96, 120, 147, 148, 227, 392, Departamento de Psicologia da Universidade 418 Federal do Pará (UFPA), 60, 165

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Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicologia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Paraibano de Educação, 108 156, 165, 166, 394, 395 Departamento de Psicologia e Biologia da Departamento de Psicologia da Universidade Universidade Federal do Maranhão, 163 Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 49, Departamento de Psicologia e Departamento 84, 285, 319, 432 de Psicologia Social e Organizacional Departamento de Psicologia da Universidade da Universidade Federal de Uberlândia Federal Fluminense (GSI-UFF), 167 (UFU), 315, 316, 317 Departamento de Psicologia da Universidade Departamento de Psicologia e Social e do Gama Filho (UGF), 169, 170 Desenvolvimento da Universidade Federal Departamento de Psicologia da Universidade do Espírito Santo (UFES), 94, 118, 174, 175, Santa Úrsula, 324 228, 232 Departamento de Psicologia das Faculdades Integradas de Uberaba (FIUBE), 149 Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras de Departamento de Psicologia do Centro de Ribeirão Preto (USP), 36, 41, 42, 43, 44, 57, Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), 63, 79, 94, 107, 108, 128, 144, 165, 176, 184, 170, 171 189, 192, 211, 213, 235, 308, 310, 311, 372, Departamento de Psicologia do Centro 373, 394, 404, 405, 422, 423 Educacional Anísio Teixeira (CEAT), 172, 173 Departamento de Psicologia Experimental (PSE) do Instituto de Psicologia da Departamento de Psicologia do Desenvolvimento da Faculdade de Universidade de São Paulo (IPUSP), 310, Psicologia da Pontifícia Universidade 311 Católica de São Paulo (PUC-SP), 36, 47, 56, Departamento de Psicologia Experimental da 58, 66, 107, 175, 201, 202, 207, 208, 307, 308, Universidade Federal do Pará (UFPA), 60, 344, 346 165 Departamento de Psicologia do Instituto Departamento de Psicologia Social da Central de Biologia da Universidade de Faculdade de Psicologia da Pontifícia Brasília (UnB), 63, 165, 176, 177, 289, 308, Universidade Católica de São Paulo 309, 310 (PUC-SP), 15, 36, 47, 56, 58, 107, 175, 201, Departamento de Psicologia do Instituto 202, 207, 208, 307, 308, 344 Central de Ciências Humanas da Departamento de Psicologia Social e do Universidade de Brasília (UnB), 63, 165, Trabalho (PST) do Instituto de Psicologia 176, 177, 289, 308, 309, 310 da Universidade de São Paulo (IPUSP), 310, Departamento de Psicologia do Instituto de 311 Biologia da Universidade do Estado da Departamento de Psicologia Social e do Guanabara (UEG), 262, 274, 312 Trabalho (PST) do Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia do Instituto de da Universidade de São Paulo (IPUSP), 310, Ciências Biológicas da Universidade de 311 Brasília (UnB), 63, 165, 176, 177, 289, 308, 309, 310 Departamento de Psicologia Social e Escolar Departamento de Psicologia do Instituto da Universidade Federal do Pará (UFPA), de Ciências Humanas das Faculdades 60, 165 Integradas de Uberaba (FIUBE), 149 Departamento de Psicopatologia da Departamento de Psicologia do Instituto Faculdade de Psicologia da Pontifícia de Filosofi a e Ciências Humanas da Universidade Católica de São Paulo Universidade Federal de Pernambuco (PUC-SP), 36, 47, 56, 66, 107, 175, 201, 202, (UFPE), 63, 159, 160, 322 207, 208, 307, 308, 344, 346

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Departamento de Psicopatologia do Departamento Psicologia Experimental (PSE) Laboratório de Biologia Infantil (LBI), 353, do Instituto de Psicologia da Universidade 354 de São Paulo (IPUSP), 310, 311 Departamento de Recursos Humanos (DRH) Departamento Reichiano do Instituto Sedes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope- Sapientiae, 200, 201, 202, 214, 307, 344, 345, cuária (EMBRAPA), 175, 176, 177 416 Departamento de Saúde do Estado de Diretoria de Ensino Preparatório e Pernambuco, 188, 200, 322, 323 Assistencial do Ministério do Exército Departamento de Saúde e Assistência do para o Projeto de Desenvolvimento de Estado de Pernambuco, 188, 200, 322, 323, Potencialidades (PRODEP), 51 358 Diretoria-Geral de Ensino da Secretaria de Departamento de Saúde Escolar da Secretaria Educação e Saúde Pública do Estado de São da Educação da Prefeitura Municipal de Paulo, 395 São Paulo (PMSP), 398 Diretoria-Geral de Saúde (DGS / Quartel- Departamento de Saúde Mental da Secretaria General (QG) da Polícia Militar do Estado Estadual de Saúde de Minas Gerais, 223 do Rio de Janeiro (PMERJ), 369, 370 Departamento de Saúde Pública de Santa Diretório Acadêmico de Psicologia da UFU, Catarina, 160 315, 316, 317 Departamento de Serviço Público do Estado Dispensário do Jenipapeiro/ Dispensário do de São Paulo, 395 Lira/ Hospital Nina Rodrigues (HNR), 253, Departamento de Sociologia, Filosofi a e 254 Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), 94, 118, 174, 175, 228, Divina Providência [Irmãs da], 233, 234, 327 232 Divisão Administrativa do Instituto de Departamento de Testes e Medidas da Psicologia da Aeronáutica (IPA), 300, 301 Fundação Carlos Chagas (FCC), 216, 217 Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério Departamento de Trânsito (DETRAN), 177, (DAM) do Centro Regional de Pesquisas 178, 298 Educacionais de São Paulo (CRPE), 106, Departamento do Sistema Penitenciário 107, 108, 391 (DESIPE), 240 Divisão de Assistência a Psicopatas (DAP), Departamento e Coordenação de Psicologia 176, 177 da Universidade Santa Úrsula, 324 Divisão de Assistência Médica do Departamento Estadual da Criança (DEC) da Departamento de Assistência Escolar Secretaria da Saúde e Assistência Social de da Secretaria da Educação da Prefeitura Curitiba, 86 Municipal de São Paulo (PMSP), 398 Departamento Estadual de Administração, Divisão de Assistência Neuropsiquiátrica da 405 Secretaria de Saúde de Minas Gerais, 102, Departamento Estadual de Serviço Público 105 [Paraná], 330 Divisão de Avaliação e Acompanhamento Departamento Estadual de Trânsito do Técnico (DAAT) da Supervisão de Espírito Santo (DETRAN-ES), 227, 299 Avaliação e Acompanhamento aos Departamento Nacional da Criança (DNCr), Portadores de Necessidades Educacionais do Ministério da Educação e Saúde, 399, Especiais (SAANE) [Piauí], 447, 448 400 Divisão de Desenvolvimento de Recursos Departamento Nacional de Estradas e Humanos (DRHUM) do Instituto de Rodagens (DNER), 177 Psicologia da Aeronáutica (IPA), 300, 301

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Divisão de Ensino (DE) da Supervisão Divisão de Psicologia Teoria e Experimental, de Avaliação e Acompanhamento aos Social e da Personalidade da Associação de Portadores de Necessidades Educacionais Psicologia de São Paulo (ASPSP), 57, 58 Especiais (SAANE) [Piauí], 447, 448 Divisão de Psicopatologia, Psicologia Divisão de Estudos e Pesquisas Educacionais Clínica, Correcional e Higiene Mental da (DEPE) do Centro Regional de Pesquisas Associação de Psicologia de São Paulo Educacionais de São Paulo (CRPE), 106, (ASPSP), 57, 58 107, 108 Divisão de Recrutamento e Seleção do Banco Divisão de Estudos e Pesquisas Educacionais Econômico S.A., 181, 182 e Sociais (DEPS) do Centro Regional de Divisão de Segurança do Trabalho Pesquisas Educacionais de São Paulo (DISET) da Supervisão de Avaliação e (CRPE), 106, 107, 108 Acompanhamento aos Portadores de Divisão de Modifi cação do Comportamento Necessidades Educacionais Especiais da Sociedade de Psicologia de Ribeirão (SAANE) [Piauí], 301, 447, 448 Preto (SPRP), 36, 43, 44 Divisão de Segurança do Trabalho (DISET) Divisão de Organização Administrativa do Instituto de Psicologia da Aeronáutica do Instituto de Organização Racional do (IPA), 300, 301 Trabalho (IDORT), 290, 291 Divisão de Seleção (DISEL) do Instituto de Divisão de Organização Técnica do Trabalho Psicologia da Aeronáutica (IPA), 300, 301 do Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), 290, 291 Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), 361 Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento (DPESQ) do Instituto de Psicologia da Divisão Pinel e Esquirol do Hospital São Aeronáutica (IPA), 300, 301 Pedro [Rio Grande do Sul], 258, 259, 340, 341, 387 Divisão de Psicobiologia da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (SPRP), 43 Divisão de Psicologia Aplicada (DPA) do Instituto de Psicologia da Universidade E Federal do Rio de Janeiro (IP/UFRJ), 317, 319 École de La Cause Freudienne, 333 Divisão de Psicologia Aplicada ao Trabalho e École des Hautes Études en Sciences Sociales à Indústria da Associação de Psicologia de de Paris, 407 São Paulo (ASPSP), 57, 58 École Freudienne de Paris, 125, 332 Divisão de Psicologia do Desenvolvimento Ecologia Social (EICOS), 319 da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Editora Casa do Psicólogo, 407 Preto (SPRP), 43, 44 Editora Gama Filho, 170 Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas (DIP-ICHC) da Editora HUCITEC, 36 Faculdade de Medicina da Universidade de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos São Paulo (FMUSP), 235 (ECT), 118 Divisão de Psicologia do Instituto de Ciências Empresa Brasileira de Telecomunicações S. A. do Homem [Pernambuco], 159 (EMBRATEL), 271 Divisão de Psicologia Edouard Claparède Empresa Distribuidora de Testes (EDITES), (Clínica Claparède) da Fundação Helena 299 Antipoff (FHA), Ibirité-MG, 180, 181, 221 Ensino Industrial do Estado de São Paulo, 402

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Escola Aires Gama, 188 Escola de Informática e Cidadania do Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio Instituto Municipal Philippe Pinel, 336, 338, de Janeiro, 205 339 Escola Brasileira de Psicanálise (EBP), 80 Escola de Medicina [São Paulo], 128 Escola Brasileira de Rorschach, 447 Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia (EMESCAM), 117 Escola Brincar, 368 Escola de Professores do Instituto de Escola Caetano de Campos, 281 Educação do Rio de Janeiro (IERJ), 348 Escola Complementar, 281 Escola de Química [Sergipe], 204 Escola da Causa Freudiana (ECF), 80 Escola de Recuperação e Clínica Psicológica Escola da Serra, 298 [Curitiba], 330 Escola de Administração Bancária Clemente Escola de Serviço Social [Sergipe], 204 de Faria, 141 Escola de Teatro da Universidade Federal da Escola de Administração da UFBA, 182 Bahia (UFBA), 302 Escola de Administração de Empresas de São Escola do Dr. Halley Alves Bessa, 133 Paulo (EAESP/FGV), 183 Escola Doméstica de Natal, 187 Escola de Agronomia em S. Bento das Lages, Escola Especial Ana Cordeiro, 447 203 Escola Especial São José, 104 Escola de Aperfeiçoamento / Escola de Escola Especial Ulisses Pernambucano, 188 Aperfeiçoamento de Belo Horizonte / Escola de Aperfeiçoamento de Professores Escola Estadual Maria Ortiz, 286 / Escola de Aperfeiçoamento de Escola Estadual Professor Fernando Duarte Professores de Belo Horizonte / Escola de Rabelo, 285, 286 Aperfeiçoamento Pedagógico – MG, 142, Escola Freudiana de Paris (EFP), 79 185, 186, 187, 195, 222, 284, 438, 439 Escola Guatemala, 391, 392 Escola de Aprendizes Artífi ces, 99 Escola Lacaniana de Vitória, 117 Escola de Belas-Artes, 189 Escola Livre de Sociologia e Política de São Escola de Ciências Médicas da Santa Casa, 405 Paulo (ELSP), 189, 190 Escola de Cirurgia da Bahia, 202 Escola Mercedes Stresser, 53, 97, 98 Escola de Comércio Álvares Penteado, 189 Escola Modelo Jerônimo Monteiro, 285 Escola de Design da Universidade do Estado Escola Modelo Sergipe, 287 de Minas Gerais (UEMG), 92 Escola Nacional de Administração Pública Escola de Educação de Crianças Anormais, (ENAP), 77 358 Escola Nacional de Belas-Artes, 96 Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, 336 Escola Normal Antonino Freire (ENAF), 346 Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro, Escola Normal da Bahia, 273 149 Escola Normal da Capital, 280 Escola de Ensino Fundamental D. Pedro II, Escola Normal da Corte, 348 286 Escola Normal da Paraíba, 194 Escola de Especialização em Psicodrama Psicoterapêutico e Socioeducacional, 296 Escola Normal de Alagoas, 194 Escola Normal de Amparo, 196 Escola de Higiene / Escola de Higiene e Saúde Pública / Escola de Higiene e Saúde Pública Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau da Universidade de São Paulo, 211, 212 Brás, 99

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Escola Normal de Belo Horizonte, 195 Escola Nossa Senhora da Penha, 285 Escola Normal de Fortaleza, 195 Escola Pacheco e Silva, 127 Escola Normal de Goiás, 194 Escola Paulista de Medicina, 37, 446 Escola Normal de Linhares, 132, 133 Escola Paulista de Psicodrama, 74 Escola Normal de Minas Gerais, 194 Escola Pernambucana de Psiquiatria, 255 Escola Normal de Natal, 288 Escola Politécnica, 189 Escola Normal de Niterói, 194 Escola Preparatória de Cadetes do Ar, 121 Escola Normal de Ouro Preto, 194 Escola Sandoval Soares de Azevedo de Escola Normal de Pernambuco, 194 Educação Básica, 222 Escola Normal de Piracicaba, 196 Escola Secundária Amaral Fontoura, 282 Escola Normal de Porto Alegre, 283 Escola Secundária do Instituto de Educação Escola Normal de Recife, 195 do Rio de Janeiro (IERJ), 348 Escola Normal de Salvador, 195 Escola Superior de Psicanálise (ESP), 268 Escola Normal de São Carlos, 404 Escola Técnica do Comércio do Triângulo Escola Normal de São Paulo / Escola Normal Mineiro, 149 da Praça / Escola Normal da Praça da Escola Técnica Federal Celso Suckow da República, 190, 191, 192, 193, 194, 195, 196, Fonseca (ETFCSF), 99, 100 281, 282, 357, 358 Escola Técnica Federal da Guanabara (ETFG), Escola Normal de Sergipe, 194 99, 100 Escola Normal do Ceará, 194 Escola Técnica Nacional (ETN), 99 Escola Normal do Espírito Santo, 194 Escola Wenceslau Brás, 99 Escola Normal do Mato Grosso, 194 Escolas Normais, 115, 193, 194, 195, 196, 283, Escola Normal do Pará, 194 284, 286, 288, 357 Escola Normal do Paraná, 194 Escrita Freudiana, 80 Escola Normal do Rio de Janeiro, 195, 196 Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. Escola Normal do Rio Grande do Norte, 194 (ESCELSA), 118 Escola Normal do Rio Grande do Sul, 194 Estatuto da Criança e do Adolescente, 276, 277 Escola Normal Modelo [Minas Gerais], 193, 194 Estrada de Ferro Central do Brasil, 439 Escola Normal Modelo da Capital [São Estrada de Ferro Sorocabana, 388, 389, 402 Paulo], 281 Exodus Brasil, 269 Escola Normal na Província de Sergipe Del-Rei, 286 Escola Normal Ofi cial / Escola Normal Ofi cial F de Pernambuco, 188, 195, 321, 346 Escola Normal Ofi cial (PI), 347 Faculdade Católica de Filosofi a [Sergipe], 204 Escola Normal Pedro II, 285, 286 Faculdade Católica do Rio de Janeiro, 96 Escola Normal Rui Barbosa, 286, 287, 288 Faculdade de Administração da Escola Escola Normal Secundária [São Paulo], 191, Livre de Sociologia e Política de São Paulo 357, 358 (ELSP), 190 Escola Normal Secundária de Maringá, 282, Faculdade de Administração e Finanças de 283 Santa Catarina, 161

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Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Faculdade de Educação da Universidade Informação da Escola Livre de Sociologia e Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Política de São Paulo (ELSP), 190 156 Faculdade de Ciências da Educação Faculdade de Educação da Universidade [Chapecó-SC], 229 Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 285 Faculdade de Ciências Econômicas Faculdade de Engenharia de Santa Catarina, [Salvador], 293 161 Faculdade de Ciências Econômicas e Faculdade de Farmácia e Odontologia de Administrativas, 404 Santa Catarina, 161 Faculdade de Ciências Econômicas, Faculdade de Filosofi a Ciências e Letras Administrativas e Contábeis [Rio de Manuel da Nóbrega, 135 Janeiro], 137 Faculdade de Filosofi a da Universidade Faculdade de Ciências Econômicas e de Católica do Salvador (UCSAL), 302 Direito (Sergipe), 204 Faculdade de Filosofi a da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 161 Faculdade de Ciências Humanas (FCH), 133, 171 Faculdade de Filosofi a da Universidade do Rio Grande do Sul (URGS) / Faculdade de Faculdade de Ciências Humanos (CESMAC), Filosofi a da Universidade Federal do Rio 170 Grande do Sul (UFRGS), 285 Faculdade de Ciências Humanas de Olinda Faculdade de Filosofi a de Bauru, 303 (FACHO), 199, 200 Faculdade de Filosofi a de Minas Gerais / Faculdade de Ciências Humanas de Vitória, Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras 299 da Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Direito da Pontifícia (UFMG), 91 Universidade Católica do Rio Grande do Faculdade de Filosofi a de Pelotas, 113 Sul (PUCRS), 211 Faculdade de Filosofi a do Instituto Sedes Faculdade de Direito de Curitiba, 356 Sapientiae / Faculdade de Filosofi a Sedes Faculdade de Direito de Recife, 66, 286 Sapientiae/ Faculdade de Filosofi a, Ciências Faculdade de Direito de Santa Catarina, 161 e Letras Sedes Sapientiae, 200, 201 Faculdade de Direito do Largo de São Faculdade de Filosofi a e Ciências Humanas Francisco, 190 (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 142 Faculdade de Direito do Triângulo Mineiro, Faculdade de Filosofi a e Ciências Humanas 149 (FFCH) da Universidade Federal da Bahia Faculdade de Economia e Administração, 404 (UFBA), 314 Faculdade de Educação da Universidade de Faculdade de Filosofi a São Bento, 405 São Paulo (FE/USP), 107 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras da Faculdade de Educação da Universidade do UNICAP, 135 Brasil (UB), 318 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras da Faculdade de Educação da Universidade do Universidade de São Paulo (FFCL/USP), 57, Estado da Guanabara (UEG), 262 107, 189, 192, 196 Faculdade de Educação da Universidade do Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras da Estado de Minas Gerais (UEMG), 92 Universidade do Estado da Guanabara Faculdade de Educação da Universidade do (FFCL/UEG), 274 Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 51, 75, Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras de 174, 262, 312 Natal, 394

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Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras de Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia, Ribeirão Preto/ USP, 43, 44, 144 202 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras de Faculdade de Medicina e Farmácia do Rio de Santa Catarina, 161 Janeiro, 205 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras de Faculdade de Odontologia do Triângulo Uberlândia, 315 Mineiro, 149 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Faculdade de Psicanálise, 39 Manoel da Nóbrega, 135 Faculdade de Psicologia da Pontifícia Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Universidade Católica de São Paulo Santa Maria [Belo Horizonte], 304 (PUC-SP), 207, 208 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Faculdade de Psicologia da Pontifícia Santa Úrsula, 324 Universidade Católica do Rio Grande do Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Sul (FAPSI/PUCRS), 209, 394 Universidade de São Paulo (USP), 211, 213 Faculdade de Psicologia da Universidade Faculdade de Medicina da Bahia (FAMED), Federal de Uberlândia (FAPSI/UFU), 315 202, 244 Faculdade de Saúde Pública da Universidade Faculdade de Medicina da Bahia da de São Paulo (USP), 211, 213 Universidade Federal da Bahia (UFBA), Faculdade de Seviço Social de Santa Catarina, 202, 314 161 Faculdade de Medicina da Universidade de Faculdade Dom Bosco de Filosofi a, Ciências e Coimbra, 202 Letras de São João Del-Rei, Faculdade de Medicina da Universidade de Faculdade Dom Bosco de São João Del-Rei, São Paulo, 213 303 Faculdade de Medicina da Universidade do Faculdade Frassine i do Recife, 145, 323 Rio de Janeiro, 205 Faculdade Nacional de Filosofi a (FNF), 207, Faculdade de Medicina da Universidade 319 Federal da Bahia (UFBA), 202, 381 Faculdade Nacional de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Universidade do Brasil, 205 Federal de Sergipe (UFS), 204 Faculdade Natalense para o Faculdade de Medicina da Universidade Desenvolvimento do Rio Grande do Norte Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 205 (FARN), 187 Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, Faculdade Paulista de Direito, 306 342 Faculdade Ruy Barbosa, 239, 382 Faculdade de Medicina de Paris, 191 Faculdade Salesiana de Filosofi a, Ciências e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/ Letras de Lorena, 302, 303 USP, 44 Faculdade Salesiana de Lorena-SP, 303 Faculdade de Medicina de São Paulo, 211, 420 Faculdades de Filosofi a, Ciências e Letras de Faculdade de Medicina de Sergipe, 204 São Bento, 208, 209, 306, 307 Faculdade de Medicina do Recife, 261 Faculdades Integradas Colégio Moderno, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Faculdades Integradas da Sociedade 205, 206, 251, 279, 285, 288, 356, 413 Universitária Gama Filho, 169 Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Faculdades Integradas de Uberaba (FIUBE), Paulo, 115, 211 149

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Fazenda do Rosário, 61, 62, 74, 179, 181, 195, Fundação Catarinense de Educação Especial 222, 437, 439 (FCEE), 217, 219 Fazenda Santa Rosa, 254 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Federação Baiana das Entidades de de Minas Gerais (FAPEMIG), 64 Excepcionais (FEBIEX), 277 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Federação Brasileira de Psicodrama de São Paulo (FAPESP), 166 (FEBRAP), 56, 89, 213, 296, 431 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Federação das Faculdades Celso Lisboa, 137 do Rio Grande do Sul (FAPERGS), 64 Federação das Faculdades Integradas Celso Fundação de Apoio ao Portador de Lisboa, 137 Defi ciências (FUNAD), 109 Federação das Indústrias do Estado do Fundação de Estudos e Pesquisas Espírito Santo (FINDES), 228 Socionômicas do Brasil (FEPS do Brasil), Federação Espírita Brasileira (FEB), 266 377 Federação Estadual dos Trabalhadores em Fundação de Seguridade Social (GEAP), 73 Seguridade Social (FETSS) [São Paulo], 411 Fundação Dom Bosco, 219, 220, 221 Federação Internacional de Psicoterapia Fundação Dom Cabral da Pontifícia Médica, 114 Universidade Católica de Minas Gerais Federação Internacional de Sociedades (PUC-Minas), 227 Psicanalíticas, 114 Fundação Ecumênica de Proteção ao Federação Internacional dos Círculos de Excepcional, 98 Psicologia Profunda, 114 Fundação Educacional de Assistência Federação Latino-Americana de Psicoterapia Psiquiá trica, 102, 106, 224 Analítica de Grupo (FLAPAG), 50, 444 Fundação Educacional do Extremo Oeste de Federação Nacional das APAEs, 53, 54, 55 Santa Catarina (FUNESC), 226 Federação Nacional das Sociedades Fundação Educacional do Município de Pestalozzi, 440 Maceió (FEMAC), 323 Federação Psicanalítica da América Latina Fundação Educacional do Oeste Catarinense (FEPAL), 215, 417, 442 (FUOC), 226 Ferrovia Paulista S. A. (FEPASA), 389 Fundação Educacional dos Municípios do Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Alto Irani (FEMAI), 226 64 Fundação Educacional Jaime de Altavila Força Aérea Brasileira (FAB), 300 (FEJAL), 171 Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Fundação Empresarial do Alto Vale do Rio do Brasileira (FENPB), 132 Peixe (FEMARP), 226 Fórum de Psicanálise do Círculo Psicanalítico Fundação Escola de Sociologia e Política de Minas Gerais (CPMG), 111 (FESP), 190 Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo Fundação Espírito-Santense do Bem-Estar do (FCL-SP), 80 Menor (FESBEM), 275 Fórum Mendes Pimentel, 185 Fundação Estadual da Criança e do Frente Negra Brasileira, 451 Adolescente (FUNDAC), 109 Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo Fundação Estadual de Assistência à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro Psiquiátrica (FEAP), 29, 102, 223, 246 (FAPERJ)/ Fundação Carlos Chagas (FCC), Fundação Estadual de Educação Rural 216, 217, 405 Helena Antipoff , 221, 222

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Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor G (FEBEM), 70, 79 Fundação Ford, 217 Gabinete de Antropologia Pedagógica e Fundação Fullbright, 293 Psicologia Experimental da Escola Normal Fundação Gaff rée e Guinle, 338, 355 de São Paulo, 191, 192, 357 Fundação Getúlio Vargas, 47, 139, 140, 144, Gabinete de Psicologia da Escola Guatemala, 147, 173, 178, 183, 185, 291, 292, 349, 350, 391 351, 407, 409 Gabinete de Psicologia do Hospital Fundação Helena Antipoff (FHA), 74, 75, 76, Psiquiátrico São Pedro (HPSP), 258 180, 181, 221, 222 Gabinete de Psicologia do Instituto de Fundação Hospitalar de Santa Catarina, 328 Educação General Flores da Cunha (IE), 284 Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gabinete de Psicotécnica em Trânsito do Gerais (FHEMIG), 30, 102, 106, 223, 224, 246 DETRAN/MG, 178 Fundação João Pinheiro, 220, 224, 227 Gabinete de Psicotécnica no Instituto Fundação José Augusto, 394 Profi ssional Masculino, 402 Fundação Livro dos Cegos, 277 Gerência de Medidas Socio-educativos não Fundação Mineira de Arte Aleij adinho Privatizar de Liberdade, 276 (FUMA), 92 Ginásio de Aplicação da Faculdade de Fundação Mineira de Educação e Cultura Filosofi a, Ciências e Letras (FFCL) da (FUMEC), 133, 134, 299 Universidade do Estado da Guanabara Fundação Municipal de Cultura de (UEG), 274 Barbacena (FUNDAC), 102 Ginásio Mineiro, 121 Fundação Municipal de Educação de Niterói, Governo do Estado de São Paulo, 189, 310, Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor 357, 389 (FUNABEM), 70, 276 Governo do Estado do Espírito Santo, 275 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), 249, Gráfi ca Santa Marta, 109 250, 252, 267, 280, 359, 360, 400, 419, 443 Grandes Moinhos do Brasil S. A., 323 Fundação Padre Anchieta, 446 Grupão [Rio de Janeiro], 331 Fundação Rockefeller, 211, 212 Grupo das Terças-Feiras (Grupo Pró- Fundação Universidade do Estado do Rio de Associação Profi ssional de Psicólogos) Janeiro (UERJ), 262 [Pará], 59 Fundação Universidade Federal de Mato Grupo de Atendimento Psicológico (GAP) Grosso do Sul (UFMS), 159 [Espírito Santo], 227 Fundação Universitária de Minas Gerais Grupo de Estudo de Ribeirão Preto (GERP), (FUMG), 133 214 Fundação Universitária do Desenvolvimento Grupo de Estudos Avançados em Abordagem do Oeste (FUNDESTE), 224, 226 Centrada na Pessoa [São Paulo], 372 Fundo de Saúde do Exército (FUSEX), 73 Grupo de Estudos de Psicodrama Fundo Nacional de Desenvolvimento da [Campinas], 296 Educação (FNDE), Grupo de Estudos de Psicodrama de São Fundo Nacional de Desenvolvimento Paulo (GEPSP), 40 Educacional, 220 Grupo de Estudos Interações Pessoa- Furnas Centrais Elétricas S. A., Ambiente, 166

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Grupo de Estudos Psicanalíticos (GREP), 150 Hospital Colônia, Grupo de Psicoterapia de Juiz de Fora – Hospital Colônia de Barbacena, 100, 101, 102, Barbacena (GPA-JF), 50 103, 223 Grupo Econômico, 182 Hospital Colônia de Oliveira, 106 Grupo Familiar do Espiritismo, 266 Hospital Colônia de Eronides Carvalho, Grupo Psicanalítico de São Paulo, 415 Hospital Colônia Santana, 234, 327, 328 Grupos de Estudos Psicanalíticos de Mato Hospital Cristiano Machado [Sabará], 224 Grosso do Sul, 39 Hospital da Caridade [Salvador], 249 Grupos de Estudos Psicanalíticos de Ribeirão Hospital da Cruz do Peixe, 65 Preto, 39 Hospital da Santa Casa de Misericórdia Grupos de Estudos Psicanalíticos do Rio de [Olinda], 260, 383 Janeiro, 39 Hospital da Santa Casa de Misericórdia [Rio de Janeiro], 206, 383, 384 H Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/USP), 235 Hospício da Diamantina, 230, 231 Hospital das Clínicas da Universidade do Hospício da Visitação de Santa Isabel, 229, Estado da Guanabara (HC/UEG), 262 260 Hospital de Alienados [Tamarineira, Recife], Hospício de Alienados [Tamarineira, Recife], 229, 260, 381 229, 260 Hospital de Assistência a Alienados de Hospício de Alienados de São Paulo, 127 Barbacena, 100, 342 Hospício de Azambuja, 234 Hospital de Cirurgia [Sergipe], 204 Hospício de Diamantina, Hospital de Clínicas da UFRGS, 84 Hospício de Juqueri, 31, 70 Hospital de Custódia e Tratamento da Bahia Hospício de Olinda, 260 (HCT-BA), 237 Hospício de Pedro II (HPII) / Hospício Hospital de Custódia e Tratamento Pedro II, 206, 250, 336, 338, 325, 349 Psiquiátrico de Franco da Rocha, 241, 242 Hospício e Colônias de Juquery, 127, 129 Hospital de Custódia e Tratamento Hospício Nacional de Alienados (HNA), 32, Psiquiátrico Heitor Carrilho, 239, 240, 251 239, 250, 251, 334, 336, 338, 342, 413, 414, Hospital de Custódia e Tratamento 415 Psiquiátrico Professor André Teixeira Lima, Hospício Oscar Schneider, 327 241, 242 Hospício S. João de Deus, 237, 238, 249, 250 Hospital de Doenças Nervosas e Mentais Hospício São Pedro, 258, 259 [Tamarineira, Recife], 260 Hospício Velho / Velho Hospício, 31, 338 Hospital Henrique Roxo, 279, 280 Hospital Abrigo Dr. João Vianna, 279 Hospital de Juqueri, 31, 127 Hospital Adauto Botelho (HAB), 231, 233 Hospital de Neuropsiquiatria Infantil Hospital Alberto Cavalcanti, 224 (HNPI), 105 Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Hospital de Neurossífi lis, 336, 338 Renaux, 233, 234 Hospital dos Coelhos [Recife], 229 Hospital Central do Juqueri, 241 Hospital dos Variolosos (HV), 65

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Hospital Dr. Philippe Pinel, 338, 339 Hospital Regional Antônio Dias, 224 Hospital Eduardo de Menezes, 224 Hospital Regional de Barbacena, 224 Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), Hospital Regional João Penido, 224 243 Hospital Roberto Santos, 82 Hospital Especializado Mário Leal (HEML), Hospital Santa Mônica, 69, 71 244 Hospital São Lucas, 233 Hospital Espírita de Porto Alegre, 266 Hospital São Pedro, 258, 340 Hospital Estadual de Vargem Alegre, 270 Hospital São Vicente de Paula, 109 Hospital Galba Velloso (HGV), 224, 245, 343 Hospital Ulysses Pernambucano Hospital Geral Roberto Santos, 82 (Tamarineira), 260 Hospital João Viana, 247, 248 Hospital Universitário Clementino Fraga Hospital João XXIII, 224 Filho (HUCFF), 207 Hospital Júlia Kubitschek, 224 Hospital Universitário da Universidade de Hospital Juliano Moreira [Salvador], 95, 203, Uberaba (HU/UNIUBE), 150 237, 249, 250 Hospital Universitário da Universidade Hospital Maria Amélia Lins, 224 Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF), 156 Hospital Militar [Belo Horizonte], 105 Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Hospital Militar do Rio de Janeiro, 206 (HUPE/UERJ), 262 Hospital Municipal Jurandyr Manfredini, 335 Hospital-Colônia Eronides de Carvalho, 205, Hospital Nacional de Alienados (HNA) / 254, 255 Hospital Nacional dos Alienados, 32, 250, Hospital-Colônia Portugal Ramalho, 243 251, 325, 421 Hospital-Escola da Faculdade de Ciências Hospital Nacional de Psicopatas, 250, 251 Médicas da Universidade do Estado da Hospital Nina Rodrigues (HNR), 253 Guanabara (UEG), 262 Hospital Odilon Galloti, 251 Hotel Copacabana Palace, 271 Hospital Pedro Ernesto, 262 Hotel Nacional, 423 Hospital Pedro II [Recife], 251 Hotel Taquaril, 141 Hospital Pinel, 338, 339 Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho (HPAB), 103 I Hospital Psiquiátrico de Frankfurt, 343 Hospital Psiquiátrico de Maringá, 380 Igreja Católica, 95, 96, 171, 201, 267, 382, 385 Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, Igreja Metodista, 268 256 Ilha do Cercado II (IC II), 174 Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, 379 Instituições Espíritas no Brasil, 265 Hospital Psiquiátrico Raul Soares, 30 Instituições Protestantes no Brasil, 267 Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP), 258, Institute for Social Research da University of 341 Michigan, 320 Hospital Público do Estado de São Paulo, 40 Instituto Abuchaim-RS, 50 Hospital Real Militar e Ultramar do Morro do Instituto Brasileiro de Medicina de Castelo, 205 Reabilitação (IBMR),

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Instituto Brasileiro de Psicanálise (IBP), 417, Instituto de Ciências Humanas e de Letras da 442 UFJF (ICHL), 157 Instituto Brasileiro de Psicanálise de Grupos Instituto de Desenvolvimento e Organização e Instituições (IBRAPSI), 61, 271, 361 Racional do Trabalho (IDORT), 212 Instituto Brasileiro de Psicodrama (IBP), 213 Instituto de Doenças Nervosas e Mentais / Instituto Católico de Estudos Superiores, 96 Sanatório Henrique Roxo, 279 Instituto Central de Educação Isaías Alves Instituto de Educação Antonino Freire (ICEIA), 273 (IEAF), 346 Instituto Central de Psicologia da Instituto de Educação Caetano de Campos, Universidade de Brasília (UnB), 308 192, 280 Instituto Central do Hospital das Clínicas Instituto de Educação de Minas Gerais (ICHC) da Faculdade de Medicina da (IEMG), 91, 185, 194 Universidade de São Paulo (USP), 235 Instituto de Educação do Rio de Janeiro Instituto Científi co e de Pesquisa, 318 (IERJ), 347 Instituto da Assistência ao Servidor (IPEP), Instituto de Educação Estadual de Maringá, 109 282, 283 Instituto da Criança do Hospital das Clínicas Instituto de Educação General Flores da da Faculdade de Medicina da Universidade Cunha (IE), 283, 285 de São Paulo (USP), 236 Instituto de Educação Presidente Kennedy / Instituto da Criança e do Adolescente do Instituto de Educação Superior Presidente Espírito Santo (ICAES), 275 Kennedy, 288 Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues Instituto de Educação Professor Fernando da Silveira da Universidade do Estado do Duarte Rabelo, 285, 286 Rio de Janeiro (CAp/UERJ), 274 Instituto de Educação Rui Barbosa (IERB), Instituto de Atendimento Socioeducativo do 286, 287 Espírito Santo (IASES), 275 Instituto de Ensino de Psicanálise (IEP) Instituto de Biologia da Universidade do [Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro Estado da Guanabara (UEG), 312 (SPRJ)], 291, 443 Instituto de Cegos da Bahia (ICB), 277 Instituto de Filosofi a e Ciências Humanas da Instituto de Cegos da Paraíba (ICPB), 330 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da (IFCH/UFRGS), 319 Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Filosofi a e Ciências Humanas (UFMG), 143 da Universidade Federal de Pernambuco Instituto de Ciências Biológicas da (UFPE), 159, 160 Universidade de Brasília (UnB), 308 Instituto de Formação da Sociedade de Instituto de Ciências da Educação Jean- Psicoterapia Analítica de Grupo do Estado Jacques Rousseau, 192 do Rio de Janeiro (SPAG-E.RIO), 433 Instituto de Ciências do Homem [PE], 160, Instituto de Formação de Analistas da 323 Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica Instituto de Ciências Humanas (ICH) da (SBPA), 420 Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília (UFJF), 156 (IGTB), 77, 289 Instituto de Ciências Humanas das Instituto de Higiene da Faculdade de Faculdades Integradas de Uberaba (FIUBE), Medicina e Cirurgia de São Paulo / Instituto 149 de Higiene de São Paulo, 211, 212

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Instituto de Identifi cação do Distrito Federal, Instituto de Psicologia da Assistência a 353 Psicopatas em Engenho de Dentro, 356 Instituto de Medicina Psicológica (IMP), 119, Instituto de Psicologia da Bahia (IPB), 301 424, 428 Instituto de Psicologia da Faculdade de Instituto de Neuropsiquiatria [Mato Grosso], Filosofi a da Universidade Católica do Rio 103 Grande do Sul, 209 Instituto de Neurossífi lis do Hospital Instituto de Psicologia da Faculdade Nacional de Alienados (HNA), 252 Salesiana de Filosofi a, Ciências e Letras de Lorena, 302, 303 Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), 189, 290 Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (IP- Instituto de Orientação Psicológica (IOP), 291 PUC-Minas), 304 Instituto de Orientação Vocacional (IDOV), Instituto de Psicologia da Pontifícia 292 Universidade Católica de São Paulo Instituto de Pedagogia do Ateneu Salesiano (IPPUC-SP), 306 [Turim], 303 Instituto de Psicologia da Pontifícia Instituto de Pesquisa e Intervenção Universidade Católica do Rio Grande do Psicossocial (INTERPSI), 89 Sul (IP-PUCRS), 209 Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), Instituto de Psicologia da Universidade 348, 392 Católica de Campinas, 296 Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 291 Instituto de Psicologia da Universidade de Instituto de Previdência do Estado (IPEP), 73 Brasília (IP/UnB), 308 Instituto de Proteção e Assistência à Infância Instituto de Psicologia da Universidade de (IPAI), 294 São Paulo (IPUSP), 310, 311 Instituto de Psicanálise de Berlim, 215, 421 Instituto de Psicologia da Universidade do Brasil (IP-UB), 147, 356 Instituto de Psicodrama de Ribeirão Preto Instituto de Psicologia da Universidade (IPRP), 214 Federal da Bahia (UFBA), 314 Instituto de Psicodrama e Psicoterapia de Instituto de Psicologia da Universidade Grupo de Campinas (IPPGC), 214, 296 Federal de Uberlândia (INPSI/UFU), 315 Instituto de Psicologia da Universidade do Instituto de Psicologia da Universidade Estado do Rio de Janeiro (IP/UERJ), 312 Federal do Rio de Janeiro (IP/UFRJ), 47, 93, Instituto de Psicologia Aplicada da UNICAP, 305, 317, 356 135 Instituto de Psicologia da Universidade Instituto de Psicologia Aplicada (IPA) da Federal do Rio Grande do Sul (IP/UFRGS), PUC-Rio, 147 85, 319 Instituto de Psicologia Aplicada da Instituto de Psicologia do Recife (IPR), 321, Universidade Católica de Minas Gerais 322 (PUC-Minas), 304 Instituto de Psicologia do Trabalho do Insti- Instituto de Psicologia Aplicada de Minas tuto Sedes Sapientiae, 202 Gerais (IPAMIG), 297, 412 Instituto de Psicologia e Comunicação Social Instituto de Psicologia Aplicada do Espírito da UERJ (IPCS/UERJ), 274, 312 Santo (IPAES), 298 Instituto de Psicologia e Pedagogia (IPP) da Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA), Faculdade Dom Bosco de São João Del-Rei, 300 303

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Instituto de Psicologia e Psicanálise da Instituto Jean-Jacques Rousseau, 437 Universidade Santa Úrsula (IPP/USU), 324 Instituto La-Faye e, 67 Instituto de Psicologia Experimental e Instituto Médico-Pedagógico Paulista, 334 Educacional da Pontifícia Universidade Instituto Municipal de Assistência à Saúde Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Juliano Moreira (IMASJM), 251, 334 Instituto de Psicopatologia do Hospital Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nacional de Alienados (HNA), 251 Nise da Silveira, 67, 336, 337 Instituto de Psiquiatria [Universidade de São Instituto Municipal Nise da Silveira, 252, 318, Paulo (USP)], 235 337 Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB/UFRJ), Instituto Municipal Philippe Pinel, 336, 338, 252, 325 339 Instituto de Psiquiatria da Universidade do Instituto Nacional de Educação dos Surdos Brasil (IPUB), 115, 207, 279, 435 do Rio de Janeiro (INES), 218 Instituto de Psiquiatria do Estado de Santa Instituto Nacional de Endemias Rurais, 406 Catarina (IPq), 327 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Instituto de Psiquiatria Forense (IPF), 329 Educacionais (INEP), 392 Instituto de Puericultura da Escola Doméstica Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas de Natal, 187 Educacionais Anísio Teixeira, 376 Instituto de Seleção e Orientação (ISO), 300 Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos Instituto de Seleção e Orientação Profi ssional (INEP/MEC), 391 (ISOP) [Recife], 321 Instituto Nacional de Reabilitação (INAR), Instituto de Seleção e Orientação Profi ssional 235 da Fundação Getúlio Vargas (ISOP/FGV) Instituto Nacional do Negro, 451 [Rio de Janeiro], 350 Instituto Neuropsiquiátrico, 342 Instituto Decroly, 330 Instituto para o Desenvolvimento Regional Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IDR), 77 Nacional (IPHAN), 230 Instituto Parreiras Horta, 204 Instituto Dom Bosco, 219, 220 Instituto Pedagógico de São Paulo, 357 Instituto e Maternidade Cândida Vargas, 109 Instituto Pestalozzi de Belo Horizonte, 439 Instituto Esalen, 413 Instituto Philippe Pinel, 262, 338 Instituto Espírito-Santense do Bem-Estar do Instituto Psicopedagógico da Bahia (IPPB), Menor (IESBEM), 275 339 Instituto Evaldo Lodi (IEL), 109 Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Instituto Fernandes Figueira (IFF), 400 Cardoso (IPFMC), 340, 342 Instituto Francisco Schwab (IPFS), 276 Instituto Raul Soares (IRS), 29, 30, 31, 101, Instituto Freudiano de Psicanálise (IFP), 61, 223, 224, 245, 246, 342, 343, 344 331, 372 Instituto Rio Branco, 401 Instituto Guanabara, 35, 333 Instituto Sacro Cuore [Turim], 306 Instituto Helena Antipoff , 51 Instituto Santa Úrsula de Psicologia Aplicada Instituto Histórico e Geográfi co de Sergipe, (ISUPA), 324 426 Instituto Sedes Sapientiae, 202, 344, 345, 346 Instituto Jacques Lacan, 125 Instituto Sete de Setembro, 353, 355

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Instituto Superior de Educação Anísio J Teixeira, 222 Instituto Superior de Educação Antonino Juizado de Menores [Rio de Janeiro], 93 Freire (ISEAF), 346 Juízo de Menores do Distrito Federal, 353 Instituto Superior de Educação do Rio de Junta Comercial do Estado da Bahia, 72 Janeiro, 347, 349, 350 Juventude Universitária Católica, 96 Instituto Superior de Educação Rural (ISER), 74, 179, 221, 437 Instituto Superior de Ensino Celso Lisboa, L 137

Instituto Superior de Estudos Avançados em Laboratori Apparechi Scientici Médici Educação (IESAE), 351 (LASM), 303 Instituto Superior de Estudos e Pesquisas em Laboratório de Análise do Comportamento Psicologia (ISOP), 350 do Curso de Psicologia da Fundação Instituto Superior de Filosofi a, Ciências e Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), Letras Sedes Sapientiae, 200 134 Instituto Superior de Pedagogia de Corumbá Laboratório de Biologia e Fisiologia, 303 (ISPC), 158 Laboratório de Biologia Infantil (LBI), 353 Instituto Superior de Pedagogia do Pontifício Laboratório de Desenvolvimento Humano do Ateneu Salesiano de Turim, 303 Curso de Psicologia da Fundação Mineira Instituto Superior de Pedagogia, Ciências e de Educação e Cultura (FUMEC), 134 Letras Sedes Sapientiae, 200 Laboratório de Estudos Clínicos do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Instituto Wedja de Socionomia, 377 Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), 306 Instituzione Universitarie Salesiane (IUS), 303 Laboratório de Exames e Avaliação em Instrução Pública [São Paulo], 191 Psicologia do Curso de Psicologia da Instrução Pública do Rio de Janeiro, 347 Fundação Mineira de Educação e Cultura Internacionale Gessellscha Für (FUMEC), 134 Daseinsanalyse de Zurich, 37 Laboratório de Higiene da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, 211, 212, International Association for Analytical 213 Psychology (IAAP), 419 Laboratório de Neuroanatomia e International Federation of Psychoanalytic Neurofi siologia do Curso de Psicologia da Societies (IFPS), 111, 112, 113, 429 Fundação Mineira de Educação e Cultura International Health Board (IHB), 211 (FUMEC), 134 International Psychoanalytic Association Laboratório de Pedagogia Experimental da (IPA), 38, 78, 125, 271, 292, 331, 370, 415, Escola Normal Secundária de São Paulo, 417, 427, 441, 442, 444 357, 358 International Union of Psychological Sciences Laboratório de Pesquisa e Avaliação (IUPsy), 42 Psicológica (LAPAP) da Sociedade Rorschach de São Paulo (SRSP), 446 Irmandade da Misericórdia / Irmandades da Santa Casa de Misericórdia, 250, 260, 382, Laboratório de Pesquisas Bioquímicas da 383, 385 Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, 439

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Laboratório de Pesquisas Clínicas e Laboratório de Subjetividade e Política Investigações Científi cas da Sociedade (LaSP), 168 Pestalozzi, 439 Laboratório de Testes Psicológicos, 303 Laboratório de Psicologia Animal da Laboratório de Transformação Social da Universidade Federal do Maranhão Universidade de Paris – Dauphine, 93 (UFMA), 164 Lar Abrigado – Centro Psicopedagógico Laboratório de Psicologia da Colônia de (CPP), 106 Psicopata do Engenho de Dentro, 317, 336, Lar da Providência [João Pessoa], 109 355 Legião Brasileira de Assistência (LBA), 105 Laboratório de Psicologia da Escola de Leme Palace Hotel, 291 Aperfeiçoamento, 187, 222 Letra Freudiana, 61, 425 Laboratório de Psicologia da Universidade Liceu de Artes e Ofícios, 388, 402 Católica de Milão, 303 Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, 99 Laboratório de Psicologia de Leipzig, 206 Liceu Dom Afonso, 283 Laboratório de Psicologia e Educação do Liga Brasileira de Higiene Mental, 327, 334, Curso de Psicologia da Fundação Mineira 336, 356, 358, 359, 360, 393 de Educação e Cultura (FUMEC), 134 Liga Católica [Curitiba], 53 Laboratório de Psicologia e Pesquisas Liga das Senhoras Católicas de Curitiba, 53, Educacionais Edouard Claparède, 179, 181, 97 222 Liga de Ensino do Rio Grande do Norte, 187 Laboratório de Psicologia e Trabalho do Liga do Rio Grande do Sul, 358 Curso de Psicologia da Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), 134 Liga Eleitoral Católica, 96 Laboratório de Psicologia Educacional do Liga Espírita de Campos dos Goytacazes, 247 Insti tuto de Educação Caetano de Campos, Lojas MAIA, 109 Laboratório de Psicologia Educacional do Lyceu do Triângulo Mineiro, 149 Instituto de Psicologia Experimental e Lyceu Nacional Rio Brasil, 420 Educacional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Laboratório de Psicologia Experimental, 160, M 186, 202, 210, 302, 303, 306, 307, 314, 316 Laboratório de Psicologia Experimental da Magnesita S.A., 298 Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras Maison de Petit, 54 Sedes Sapientiae, Manicômio Judiciário Broadmoor, 239 Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade Federal de Pernambuco Manicômio Judiciário da Paraíba, (UFPE), 159 Manicômio Judiciário da Bahia, 237 Laboratório de Psicologia Experimental Manicômio Judiciário de Barbacena, 256 da Universidade Federal de Uberlândia Manicômio Judiciário do Estado de São (UFU), Paulo, 241 Laboratório de Psicologia na Escola Normal Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro, 32, Secundária de São Paulo, 357 239, 241, 252 Laboratório de Psicologia Social do Banco da Manicômio Judiciário do Rio Grande do Sul Lavoura de Minas Gerais S.A., 140 (MJRS), 340

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Manicômio Judiciário Heitor Carrilho, 239, Movimento dos Trabalhadores de Saúde 240, 251 Mental (MTSM), 102, 361 Manicômio Judiciário Jorge Vaz, 256 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- Manicômio Judiciário Maurício Cardoso Terra (MST), 344 (MJMC), 340 Movimento Familiar Cristão (MFC), 85, 86 Marinha do Brasil, 401 Movimento Paulista de Psicoterapia de Memorial da Psiquiatria no Brasil, 337 Grupo, 416 Museu Bispo do Rosário – Centro Hospitalar Minas Centro, 185 Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), 100, 101, Ministério da Administração Federal e 102, 335 Reforma do Estado (MARE), 140 Museu da Imagem e do Som, 451 Ministério da Aeronáutica, 300 Museu da Infância, 295 Ministério da Cultura, 28 Museu da Loucura, 102 Ministério da Defesa, 131 Museu de Arte de São Paulo (MASP) / Museu Ministério da Educação, 46, 51, 59, 100, 146, de Arte Moderna de São Paulo, 40, 364 170, 364 Museu de Arte Negra, 451 Ministério da Educação e Cultura (MEC), Museu de Imagens do Inconsciente, 336, 363, 145, 162, 174, 200, 210, 226, 303 364, 365 Ministério da Educação e Saúde, 33, 295, 399 Museu do Juquery, 127 Ministério da Educação e Saúde Pública Museu Osório César, 127 / Ministério de Estado dos Negócios da Educação e Saúde Pública, 32, 251 Ministério da Justiça e dos Negócios N Interiores, 251 Ministério da Previdência Social, 337 Núcleo – Psicanálise e Análise Institucional, Ministério da Saúde, 71, 72, 82, 87, 238, 243, Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus 245, 248, 279, 328, 337, 339, 363, 398, 400 (NACJ), 367, 368, 369 Ministério de Estado dos Negócios do Núcleo Central de Psicologia da Polícia Império, 251 Militar do Estado do Rio de Janeiro Ministério do Ar, 300 (NuCePsi -PMERJ), 369 Ministério do Interior, 32, 251, 334 Núcleo de Assistência Psicológica ao Ministério do Trabalho, 34, 408, 409, 410 Estudante da Universidade Federal do Rio Ministério do Trabalho e Previdência Social, Grande do Sul (UFRGS), 320 42, 46 Núcleo de Atenção ao Idoso (NAI) da Ministério dos Transportes, 177 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 263 Misericórdia de Lisboa, 382, 385 Núcleo de Atenção Psicossocial do Centro Moinho Recife, 323 Psicopedagógico (CPP), 106 Mosteiro de São Bento, 109, 199 Núcleo de Atendimento Terapêutico (NAT) Movimento da Luta Antimanicomial (MLA), da Clínica Social de Psicanálise Anna 345, 361, 362, 363 Ka rin Kemper, 120 Movimento da Reforma Sanitária, 361 Núcleo de Atividades Expressivas Nise da Movimento de Renovação Médica (REME), Silveira do Hospital Psiquiátrico São Pedro 361 (HPSP), 259

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Núcleo de Crianças Autistas e Psicóticas Núcleo de Psicologia Aplicada do (NAICAP) do Instituto Municipal Philippe Departamento de Psicologia da Pinel, 339 Universidade Federal do Maranhão Núcleo de Documentação e Arquivos do (DEPSI/UFMA), 164 Centro Universitário de João Pessoa Núcleo de Psicologia da Universidade (UNIPÊ), 109, 110 Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 159 Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP) do Núcleo de Psicopedagogia do Colégio de Hospital Galba Velloso (HGV), 246 Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira Núcleo de Estudo das Terapias (NET) da Universidade do Estado do Rio de [Salvador], 86 Janeiro (UERJ), 275 Núcleo de Estudo e Pesquisa (NESPEC) do Núcleo de Saúde e Bem-Estar do Centro Centro de Informações Antiveneno da Universitário Celso Lisboa (UCL), 137 Bahia (CIAVE), 82 Núcleo de Testes e Medidas da Fundação Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente Carlos Chagas (FCC), 216 (NESA) da Universidade do Estado do Rio Núcleo do Instituto de Seleção e Orientação de Janeiro (UERJ), 263 (NUISO), 300 Núcleo de Estudos e Formação Freudiana Núcleos Estaduais de Saúde Mental do (NEFF), 331, 370, 372 Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES), 361 Núcleo de Estudos e Pesquisa em Subjetividade e Cultura do Departamento Núcleo Estudantil Pró-Universidade de de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe, 204 Juiz de Fora (UFJF), 158 Núcleo Financeiro do Hospital Nina Núcleo de Estudos e Pesquisas do Centro de Rodrigues (HNR), 253 Informações Antiveneno da Bahia (CIAVE), Núcleo Franco da Rocha do Instituto 82 Municipal de Assistência à Saúde Juliano Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio Moreira (IMASJM), 335 (NEPS) do Centro de Informações Núcleo Interdisciplinar de Investigação Antiveneno da Bahia (CIAVE), 82 Psicossomática (NUIPSO) do Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Departamento de Psicologia da Psicanálise das Confi gurações Vinculares Universidade Federal de Juiz de Fora (NESME), 50 (UFJF), 158 Núcleo de Gestão da Informação do Hospital Núcleo Paulista da Abordagem Centrada na Galba Velloso (HGV), 246 Pessoa (NPACP), 372, 373 Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Núcleo Psicanalítico do Rio de Janeiro, 442 Humano e Relações Interpessoais Núcleo Rodrigues Caldas do Instituto do Departamento de Psicologia da Municipal de Assistência à Saúde Juliano Universidade Federal de Juiz de Fora Moreira (IMASJM), 335 (UFJF), 158 Núcleo Teixeira Brandão do Instituto Núcleo de Pesquisas e Publicações da Escola Municipal de Assistência à Saúde Juliano de Administração de Empresas de São Moreira (IMASJM), 335 Paulo (EAESP/FGV), 185 Núcleo Ulisses Viana do Instituto Municipal Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade de Assistência à Saúde Juliano Moreira Católica Dom Bosco (UCDB), 137 (IMASJM), 335

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O Penitenciária de Franco da Rocha, 242 Penitenciária de Segurança Máxima Geraldo Beltrão, 329 Ordem das Filhas de Santana, 260 Penitenciária Flósculo da Nóbrega, 329 Ordem dos Advogados da Paraíba (OAB – PB), 109 Penitenciária Sílvio Porto, 329 Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, 361 PETROBRAS, 118, 293, 401 Ordem dos Capuchinhos, 386 Plataforma, 271, 371, 411 Ordem dos Padres Beneditinos, 334 Polícia Militar do Espírito Santo, 228 Organização das Nações Unidas (ONU), 218 Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Organização das Nações Unidas para a 369, 370 Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Polícia Rodoviária Federal, 177 107 Policlínica de Berlim, 119 Organização das Nações Unidas para Polo de Pesquisa em Psicologia Social e Agricultura e Alimentação (FAO), 176 Saúde Coletiva (POPS) do Departamento Organização Mundial de Saúde (OMS), 326 de Psicologia da Universidade Federal de Organização Nacional de Cegos Espanhóis Juiz de Fora (UFJF), 158 (ONCE), 278 Pontifícia Universidade Católica de Minas Organização Pan-Americana de Saúde Gerais (PUC-Minas), 91 (OPAS), 328 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Organização para o Alimento e a Agricultura (PUC-SP), 47, 56, 58, 175, 201, 207 (FAO), 176 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Organizações Policiais Militares (OPMs) Janeiro (PUC-Rio), 76, 96, 120, 147, 227, 418 [Estado do Rio de Janeiro], 369 Posto de Atendimento Médico Rodolfo Rocco ORSERV Ltda – Empregos e Serviços, 109 [Rio de Janeiro], 337 P Prefeitura de Belo Horizonte, 368 Prefeitura de São Paulo, 82 Papel Pinel, 339 Prefeitura do Rio de Janeiro, 334, 363 Paróquia de Brusque, 233 Prefeitura Municipal de Curitiba, 123 Partido Republicano Paulista, 191 Prefeitura Municipal de Maringá, 380 Pavilhão de Observação do Hospício Prefeitura Municipal de Salvador, 95, 277 Nacional de Alienados (HNA) / Pavilhão Prefeitura Municipal de Vila Velha, 118 de Observação e Diagnósticos do Hospital Prefeitura Municipal de Vitória, 118 Nacional de Alienados (HNA), 251, 252 Previdência Social, 69, 103, 248 Pavilhão Leme Lopes do Instituto de Programa Anual de Reestruturação da Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS, de Janeiro (IPUB/UFRJ), 326 380 Pavilhão Manoel Vitorino do Hospital São Programa de Especialização em Saúde João de Deus, 237 Mental em Nível de Residência do Instituto Pavilhão Torre dos Homens do Instituto Municipal Philippe Pinel, 339 de Psiquiatria da Universidade do Brasil Programa de Lazer Assistido do Instituto (IPUB), 116 Municipal de Assistência à Saúde Juliano Pedagogium, 375, 376 Moreira (IMASJM), 335

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Programa de Liberdade Assistida [Belo Programa de Residência Integrada em Saúde Horizonte], 221 Mental, 339 Programa de Planejamento Estratégico / Programa de Residência Médica em Fundação João Pinheiro, 227 Psiquiatria do Instituto Municipal Philippe Pinel, 339 Programa de Pós-Graduação em Psicologia – Estudos da Subjetividade, da Universidade Programa de Residências Terapêuticas do Federal Fluminense (UFF), 168 Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira (IMASJM), 335 Programa de Pós-Graduação em Psicologia Programa Experimental de Desenvolvimento – Mestrado (Área de concentração em Instrumental (PEDI) da Associação Psicologia Aplicada), da Universidade Brasileira para Superdotados (ABSD), 51 Federal de Uberlândia (UFU), 317 Programa Institucional de Pós-Graduação Programa de Pós-Graduação em Psicologia em Psicologia Social (PPGPS) da (PPGP) da Universidade Federal de Santa Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Catarina (UFSC), 162 da Universidade Federal de Rio Grande do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Norte (UFRN), 156 Clínica da Universidade do Vale do Rio dos Projeto de Lares Assistidos do Instituto Sinos (UNISINOS), 151 Municipal de Assistência à Saúde Juliano Programa de Pós-Graduação em Psicologia Moreira (IMASJM), 335 da Universidade Estadual de Maringá (PPI- Projeto de Lares de Acolhimento do Instituto UEM), 154 Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira (IMASJM), 335 Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Projeto Morada São Pedro / Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP), 259 163 Projeto Tartaruga / Núcleo Assistencial Programa de Pós-Graduação em Psicologia Caminhos para Jesus (NACJ), 368 da Universidade Federal do Rio Grande do Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Norte (UFRN), 166 Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 84 Programa de Pós-Graduação em Psicologia Pró-Reitoria de Extensão e Serviços da Universidade Gama Filho (UGF), 169, Comunitários (PRESC) da Universidade 170 Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 159 Programa de Pós-Graduação em Psicologia Província dos Jesuítas do Nordeste, 135 Institucional da Universidade Federal do Pueri Domus de São Paulo, 172 Espírito Santo (UFES), 175 Pueri Domus-Rio – Escola Experimental, 172 Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (PPGPS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 164, 313 Q Programa de Reabilitação Profi ssional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Quartel General (QG) da Polícia Militar do 351 Estado do Rio de Janeiro, 369 Programa de Recreação e Aprendizagem de Menores (PRAM) do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES), 276 R Programa de Residência em Psicologia Hospitalar e da Saúde da Universidade Real Câmara Portuguesa, 202 Federal de Juiz de Fora (UFJF), 158 Rede de Alternativas à Psiquiatria, 361

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Rede Globo de Televisão, 335 Santa Casa de Misericórdia da Paraíba, 65 Rede Interinstitucional de Pesquisadores em Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, 103 História da Psicologia, 75 Santa Casa de Misericórdia de Nossa Senhora Rede Internacional de Alternativas à de Azambuja, 233, 327 Psiquiatria, 361 Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Regional Rio de Janeiro da Sociedade (SCMPA), 258 Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Santa Casa de Misericórdia do Recife, 229, Grupo e Psicodrama, 430 260 República Lar / Instituto de Atendimento So- Santa Sé, 96 cioeducativo do Espírito Santo (IASES), 276 Santuário de Azambuja, 233 Residência Terapêutica em Comunidade / São Paulo Railway, 127 Instituto Municipal de Assistência à Saúde School of Hygiene and Public Health [EUA], Nise da Silveira, 337 212 School of Public Administration, 320 S SEBRAE, 228 Seção de Antropofi siometria e Estesiologia do Centro de Orientação Psicológica do Sala Helena Antipoff / Biblioteca Central Instituto de Psicologia Experimental e da Universidade Federal de Minas Gerais Educacional da Pontifícia Universidade (UFMG), 74, 75, 76 Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Samarco Mineração, 228 Seção de Assistência Psicológica do Serviço Sanatório Bahia, 69, 71 de Psicologia da Divisão de Medicina Sanatório Cliff ord Whi ingham Beers, 379 de Rea bilitação (DMR) do Hospital das Sanatório de Barbacena, 101 Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/USP), 235 Sanatório Espírita de Uberaba, 266 Seção de Desenho e Representação Gráfi ca do Sanatório Henrique Roxo, 247, 248, 279 Instituto de Educação Caetano de Campos, Sanatório Maringá Ltda, 380 281 Sanatório Padre Damião [Ubá-MG], 224 Seção de Educação da Faculdade de Filosofi a, Sanatório Recife, 380 Ciências e Letras da USP (FFCL-USP), 281 Sanatório Santa Fé [Três Corações-MG], 224 Seção de Ensino do Serviço de Ensino e Sanatório Santa Isabel [Campinas], 296 Seleção Profi ssional da Estrada de Ferro Sorocabana (SESP/EFS), 388 Sanatório Santa Izabel [Betim-MG], 224 Seção de Estatística e Arquivo do Instituto de Sanatório São Francisco de Assis [Bambuí- Educação Caetano de Campos, 281 MG], 224 Seção de Estatística Psicopedagógica do Sanatório São Paulo (SSP), 381 Centro de Orientação Psicológica do Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia Experimental e 384 Educacional da Pontifícia Universidade Santa Casa de Caridade de Diamantina-MG, Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 307 230 Seção de Estudo do Programa e dos Santa Casa de Misericórdia, 65, 85, 147, 206, Problemas Escolares do Serviço de 229, 253, 260, 382 Psicologia Aplicada (SPA) da Secretaria de Santa Casa de Misericórdia da Bahia (SCMB), Educação e Saúde Pública do Estado de São 249 Paulo, 324, 395

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Seção de Estudo dos Programas e Problemas Seção de Psicofi siologia e Psicoacústica Escolares do Instituto de Educação Caetano do Centro de Orientação Psicológica do de Campos, 281 Instituto de Psicologia Experimental e Seção de Genealogia e Estatística da Educacional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Assistência a Psicopatas, 32 Seção de Psicologia do Ambulatório Central Seção de Higiene Mental da Diretoria de Roberto Resende, 29, 343 Saúde Escolar da Secretaria de Educação de São Paulo, 114 Seção de Psicologia do Laboratório de Biologia Infantil (LBI), 353 Seção de Medida do Trabalho Escolar do Seção de Psicologia Forense-Criminológica Instituto de Educação Caetano de Campos, do Centro de Orientação Psicológica do 281 Instituto de Psicologia Experimental e Seção de Medidas e Efi ciência Escolares do Educacional da Pontifícia Universidade Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 306 348 Seção de Psicomotricidade e Psicotécnica Seção de Medidas Mentais e do Trabalho do Centro de Orientação Psicológica do Escolar do Serviço de Psicologia Aplicada Instituto de Psicologia Experimental e (SPA) da Secretaria de Educação e Saúde Educacional da Pontifícia Universidade Pública do Estado de São Paulo, 396 Católica de São Paulo (IPEEPUC-SP), 306 Seção de Orientação para o Trabalho e Seção de Psicotécnica do Laboratório de Aconselhamento Profi ssional do Serviço Biologia Infantil (LBI), 353 de Psicologia da Divisão de Medicina Seção de Psicotécnica do Serviço de Ensino de Reabilitação (DMR) do Hospital das e Seleção Profi ssional da Estrada de Ferro Clínicas da Faculdade de Medicina da Sorocabana (SESP/EFS), 388 Universidade de São Paulo (HC/USP), 235 Seção de Seleção e Orientação Profi ssional do Seção de Orientação Profi ssional do Serviço Instituto Decroly, 330 de Psicologia Aplicada (SPA) da Secretaria Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro de Educação e Saúde Pública do Estado de Psiquiátrico Nacional (CPN), 363 São Paulo, 395 Seção Lombroso do Hospício Nacional de Seção de Orientação Profi ssional e Alienados (HNA), 239, 251 Educacional do Instituto de Educação Seção Pinel do Hospício de Pedro II, 338 Caetano de Campos, 281 Seção Waldemar Shiller do Centro Seção de Orientação Psicossocial do Instituto Psiquiátrico Nacional (CPN), 363 de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Secção Técnica da Diretoria-Geral de Hospital das Clínicas da Faculdade de Instrução Pública [Rio Grande do Sul], 88 Medicina da Universidade de São Paulo Secretaria da Administração Federal da (HC/USP), 235 Presidência da República (SAF), 140 Seção de Orientação Social da Divisão de Secretaria da Educação da Prefeitura Proteção Social (DPS) do Departamento Municipal de São Paulo (PMSP), 397, 398 Nacional da Criança (DNCr), 399 Secretaria da Educação e Saúde Pública [São Seção de Presídios e Anexos da Chefatura de Paulo], 212 Polícia [Porto Alegre], 340 Secretaria de Ação Social do Estado do Seção de Programas Escolares e Atividades Espírito Santo, 118 Extraclasse do Instituto de Pesquisas Secretaria de Administração Penitenciária do Educacionais (IPE), 349 Estado de São Paulo, 242

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Secretaria de Administração Penitenciária Secretaria de Polícia e Segurança Pública da (PB), 329 Bahia, 237 Secretaria de Administração Pública da Secretaria de Saúde da Paraíba, 379 Presidência da República (SEDAP), 140 Secretaria de Saúde do Distrito Federal [Rio Secretaria de Assistência a Alienados [Rio de Janeiro], 262 Grande do Sul], 340 Secretaria de Saúde do Ensino Normal da Secretaria de Educação [Piauí], 449 Secretaria de Educação e Cultura do Estado Secretaria de Educação do Estado da Bahia do Paraná, 124, 282 (SEEBA), 277 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia Secretaria de Educação do Estado de Minas (SESAB), 82, 277, 340 Gerais, 439 Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Secretaria de Educação do Estado de São Federal, 87 Paulo, 308 Secretaria de Saúde e Assistência Social de Secretaria de Educação do Município do Rio Curitiba, 86 de Janeiro, 51 Secretaria de Saúde Mental de Ibirité-MG, Secretaria de Educação e Cultura do Estado 181 do Paraná, 282 Secretaria de Segurança Pública do Estado de Secretaria de Educação e Cultura do Estado São Paulo, 242 do Rio Grande do Sul (SEC-RS), 88 Secretaria de Trabalho e Ação Social Secretaria de Educação e Saúde Pública do (SETRAS) da Bahia, 277 Estado de São Paulo, 395 Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Secretaria de Ensino Superior (SESU) do Social (SETRADS) da Bahia, 277 Ministério de Educação e Cultura (MEC), Secretaria do Estado de Trabalho e Ação 165 Social para a Criança e Adolescente Secretaria de Estado da Educação de Minas (SETASCAD) de Minas Gerais, 368 Gerais, 75 Secretaria do Interior e da Justiça do Rio Secretaria de Estado da Justiça [Minas Grande do Sul, 341 Gerais], 256 Secretaria dos Negócios do Interior e do Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Exterior do Estado do Rio Grande do Sul, Santo, 275 283 Secretaria de Estado de Educação e Saúde Secretaria Estadual de Educação de Santa Pública [Distrito Federal/RJ], 318 Catarina, 217 Secretaria de Estado de Saúde [Maranhão], Secretaria Estadual de Saúde do Rio de 253 Janeiro (SES – RJ), 105 Secretaria de Estado de Saúde de Mato Secretaria Geral de Educação e Cultura do Grosso, 103 Distrito Federal (RJ), 392 Secretaria de Gestão Estratégica (SGE) Secretaria Municipal da Saúde de Uberaba, / Empresa Brasileira de Pesquisa 150 Agropecuária (EMBRAPA), 176 Secretaria Municipal de Assistência Social de Secretaria de Integração e Cidadania e Niterói, 105 Promoção Social (SICPS) [Niterói], 105 Secretaria Municipal de Educação de Secretaria de Justiça da Bahia, 238 Salvador, 277 Secretaria de Justiça e Instrução de Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Pernambuco, 321 277

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Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Serviço de Atendimento Psicológico da Janeiro, 70 Universidade Federal de Santa Catarina Seminário Arquidiocesano de João Pessoa, (UFSC), 162 108 Serviço de Atendimento Psicológico do Seminário de Nossa Senhora da Boa Morte, Hospital Central da Polícia Militar 386 (HCPM), 369 Seminário de Nossa Senhora da Graça, 387 Serviço de Atendimento Psicológico do Seminário Diocesano de Chapecó, 225 Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Seminário Episcopal de Olinda, 386 Sul (PUCRS), 210 Seminário Episcopal de São Paulo, 386 Serviço de Educação Especial (SESP), 115, 447 Seminário Presbiteriano de Campinas, 268 Serviço de Emergência Psiquiátrica de Seminário São Joaquim do Rio de Janeiro, 387 Campos, 279 Seminário São José, 387 Serviço de Emergência Psiquiátrica Seminários Católicos do Brasil Colônia e do Hospital Ulysses Pernambucano Império, 385 (Tamarineira), 261 Serviço Aberto / Assistência a Psicopatas de Serviço de Ensino e Seleção da Companhia Pernambuco, 321 Municipal de Transportes Coletivos Serviço Aberto do Pavilhão Presidente (CMTC), 389 Epitácio / Colônia de Alienadas do Serviço de Ensino e Seleção Profi ssional Engenho de Dentro, 336 (SESP) [Estradas de Ferro do Estado de São Serviço Central de Atendimento Psicológico Paulo], 389 Integrado da Divisão de Psicologia do Serviço de Ensino e Seleção Profi ssional da Instituto Central do Hospital das Clínicas (DIP-ICHC) da Universidade de São Paulo Estrada de Ferro Sorocabana (SESP/EFS), (USP), 235 388, 389 Serviço Cultural da Embaixada da França no Serviço de Evangelização para a América Brasil, 406 Latina (SEPAL), 269 Serviço de Aconselhamento Psicológico do Serviço de Grupoterapia do Instituto Instituto de Psicologia da USP, 372 Municipal Philippe Pinel, 338 Serviço de Assistência a Psicopatas, 32, 254, Serviço de Higiene Mental do Estado de São 255, 261, 321 Paulo, 37 Serviço de Assistência a Psicopatas de Serviço de Higiene Mental do Instituto Pernambuco, 321 da Criança do Hospital das Clínicas da Serviço de Assistência ao Menor Excepcional Universidade de São Paulo (HC/USP), 236 (SAMEX), 220 Serviço de Inspeção Escolar de São Paulo, 212 Serviço de Assistência aos Psicopatas do Serviço de Orientação e Seleção Profi ssional Estado de São Paulo, 241 (SOS) do Instituto de Psicologia Aplicada Serviço de Assistência Médica e Social aos (IPA) da Pontifícia Universidade Católica Servidores (SAMSS), 236 do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 147 Serviço de Assistência Social da Assistência a Serviço de Orientação e Seleção Profi ssional Psicopatas, 32 (SOSP), 91, 143 Serviço de Assistência Técnica (STA) do Serviço de Orientação Educacional (SOE) do Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues Secretaria de Educação e Saúde Pública do da Silveira da Universidade do Estado do Estado de São Paulo, 395 Rio de Janeiro (UERJ), 274

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Serviço de Orientação Educacional do Serviço de Psicologia da Divisão de Medicina Colégio Santa Teresa (SOE), 398, 390 de Reabilitação (DMR) do Hospital das Serviço de Orientação Educacional do Clínicas da Universidade de São Paulo (HC/USP), 235 Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE), 284 Serviço de Psicologia da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, 369 Serviço de Orientação Educacional e Vocacional do Ceará (SOEVOC), 73 Serviço de Psicologia do Banco da Lavoura, 143 Serviço de Orientação Pedagógica (SOP) do Serviço de Psicologia do Centro de Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues Informações Antiveneno da Bahia (CIAVE), da Silveira da Universidade do Estado do 82 Rio de Janeiro (UERJ), 274 Serviço de Psicologia do Complexo Serviço de Orientação Psicopedagógica Psiquiátrico Juliano Moreira (CPJM), 129 (SOPP), 391, 392 Serviço de Psicologia do Instituto de Cegos Serviço de Orientação Social e Familiar [Belo da Bahia (ICB), 278 Horizonte], 221 Serviço de Psicologia do Instituto do Coração Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental (INCOR) do Hospital das Clínicas da (SOHM), 392 Universidade de São Paulo (HC/USP), 235, Serviço de Ortofrenia e Psicologia (SOP) [Rio 236 de Janeiro], 394 Serviço de Psicologia do Sanatório Cliff ord Serviço de Pesquisas e Orientação Whi ingham Beers, 379 Educacional, 402 Serviço de Psicologia e Psiconeurologia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA), 394 Clínicas da Universidade de São Paulo Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da (HC/USP), 235 Secretaria de Educação e Saúde Pública do Serviço de Psicologia Escolar da Secretaria da Estado de São Paulo, 395 Educação da Prefeitura Municipal de São Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Paulo, 397 Universidade Celso Lisboa (UCL), 138 Serviço de Psicologia Médica (COJ), 399, 400 Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Serviço de Psicologia Médica do Hospital Universidade do Estado do Rio de Janeiro Universitário Pedro Ernesto da (UERJ), 274, 312 Universidade do Estado do Rio de Janeiro Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da (HUPE/UERJ) /Universidade do Estado do Universidade do Estado da Guanabara Rio de Janeiro (UERJ), 262 (UEG), 274 Serviço de Psicologia no Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, 256 Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Federal Fluminense (UFF), Serviço de Psicologia no Hospital 167 Universitário Antônio Pedro (HUAP), 168 Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Serviço de Psicologia para Ambulatório e para Pacientes Internados do Hospital das Universidade Gama Filho (UGF), 169 Clínicas da Universidade de São Paulo Serviço de Psicologia Clínica da Secretaria da (HC/USP), 235 Educação da Prefeitura Municipal de São Serviço de Psiquiatria da Infância e Paulo, 398 Adolescente (SPIA) do Instituto de Serviço de Psicologia da Casa de Saúde São Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Pedro Ltda. (CSSP), 73 de Janeiro (IPUB/UFRJ), 116

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Serviço de Psiquiatria do Hospital Central da Serviço Nacional de Saúde Mental, 231 Polícia Militar (HCPM), 369 Serviço Nacional de Teatro, 451 Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica do Serviço Sanitário do Rio de Janeiro, 266 Hospital Universitário Pedro Ernesto da Serviço de Assistência a Psicopatas de Universidade do Estado do Rio de Janeiro Sergipe, 255 (HUPE/UERJ) / Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 262 Serviços de Orientação Educacional, 73, 123, 274, 278, 284, 389, 390, 401 Serviço de Saúde Mental – Departamento de Saúde Mental (COJ), 399, 400 Serviços do Instituto de Psicologia da Universidade Católica de Minas Gerais Serviço de Saúde Mental do Estado de Mato (SIPUC), 305 Grosso, 103 Serviços Médicos Cirúrgicos da Bahia S.A., Serviço de Seleção de Psicotécnica Naval 69, 71 (SSPN), 401 Setor de Neurologia do Laboratório de Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha Biologia Infantil (LBI), 353 (SSPM), 401 Setor de Orientação Psicopedagógica da Serviço de Seleção e Orientação (SESO), 300 Secretaria da Educação da Prefeitura Serviço de Seleção e Orientação Profi ssional Municipal de São Paulo, 391 (SOS) do Instituto de Psicologia Aplicada Setor de Psicologia Aplicada do Instituto de (IPA) da Pontifícia Universidade Católica Administração da Universidade de São do Rio de Janeiro (PUC-Rio) / Serviço Paulo, 404 de Seleção e Orientação Profi ssional e Setor de Psicologia Clínica da Secretaria da Industrial (SOPI) do Instituto de Psicologia Educação da Prefeitura Municipal de São Aplicada (IPA) da Pontifícia Universidade Paulo, 397 Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 147 Setor de Psicologia da Casa do Caminho, 368 Serviço de Seleção e Orientação Profi ssional Setor de Psicologia do Hospital Auxiliar de da Estrada de Ferro Sorocabana, 388 Suzano, 236 Serviço Gráfi co do Ministério da Educação e Setor de Psicologia Social da Universidade Saúde, 33 Federal de Minas Gerais (UFMG), 246, 406 Serviço Heterofamiliar da Colônia de Setor de Psiquiatria do Hospital Universitário Psicopatas do Engenho de Dentro, 336 Pedro Ernesto da Universidade do Estado Serviço Internacional para a Pesquisa do Rio de Janeiro (HUPE/UERJ), 262 Agropecuária Nacional (ISNAR), 176 Setor de Serviço Social do Laboratório de Serviço Médico Escolar em São Paulo, 115 Biologia Infantil (LBI), 353 Serviço Nacional de Aprendizagem Setor de Terapia Ocupacional e Reabilitação Comercial (SENAC), 141, 224, 402 (STOR) do Centro Psiquiátrico Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem 336 Comercial (SENAC) / Serviço Social do Setor Ortopédico do Hospital Galba Velloso, Comércio (SESC Pompeia), 40 224 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais, (SENAI) / Serviço Social da Indústria 438 (SESI), 225, 402 Sindicato dos Psicólogos do Rio de Janeiro, Serviço Nacional de Doenças Mentais do 408 Ministério da Saúde (SNDM/MS), 103 Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Serviço Nacional de Previdência Social, 220 Paulo, 410

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Sistema de Psicotécnica da Aeronáutica Sociedade de Estudos Espíritas, 266 (SISPA), 300 Sociedade de Estudos Psicanalíticos Latino- Sistema Único de Saúde (SUS), 105, 116, 436 Americanos (SEPLA), 61, 424 Sociedade Anônima OESP (Jornal O Estado de Sociedade de Estudos Psychicos [Aracaju], São Paulo), 290 425, 426 Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBP), 37, Sociedade de Estudos Psychicos Cesar 417, 444 Lombroso [Santos], 425 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Sociedade de Hipnose do Brasil, 307 Alegre (SBP de PA), 39 Sociedade de Medicina da Bahia, 250 Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Sociedade de Medicina de Pernambuco, 261 Paulo (SBPSP), 38, 79, 150, 215, 415, 418, 443 Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, 205 Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Sociedade de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro (SBPRJ), 38, 371, 417, 424 Janeiro (SPCRJ) / Sociedade de Psicologia Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), 36, Clínica do Rio de Janeiro – Instituto de 43, 44, 351, 423 Psicanálise (SPCRJ-IP), 292, 408, 427 Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica Sociedade de Psicanálise de São Paulo, 417, (SBPA), 419, 420 442 Sociedade Brasileira de Psicologia da Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro Comunicação, 411, 412 (SPRJ), 409 Sociedade Brasileira de Psicologia de Sociedade de Psicanálise GRADIVA – RJ Ribeirão Preto (SBPRP), 36, 43 (SPAG RJ), 50 Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle (SPID), 236 119, 428 Sociedade Brasileira de Psicoterapia de Sociedade de Psicodrama de São Paulo Grupo, 433 (SOPSP), 56, 213 Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Sociedade de Psicodrama do Rio de Janeiro Dinâmica de Grupo e Psicodrama, 214, 430 (SOPERJ), 430 Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Sociedade de Psicologia Clínica do Rio de Dinâmica de Grupo e Psicodrama Regional Janeiro (SPCRJ), 292, 408, 427 Rio de Janeiro (SBPDGP-RJ), 213 Sociedade de Psicologia de Mato Grosso do Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Sul, 43 Neurologia e Ciências Afi ns, 413, 414 Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto Sociedade Brasileira de Psychanályse, 78, 420, (SPRP), 36, 43, 44, 63, 351 421 Sociedade de Psicologia de São Paulo (SPSP), Sociedade Brasileira para o Progresso da 42, 46, 57 Ciência (SBPC), 36, 42, 47, 208, 405, 422 Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sociedade Científi ca Protetora da Infância, Sul (SPRGS), 432 294 Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo Sociedade Civil Faculdade de Medicina de de Campinas (SPAG Campinas), 50 Sergipe, 204 Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo Sociedade de Amigos do Museu de Imagens de Pernambuco (SPAG PE), 50 do Inconsciente, 363 Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo Sociedade de Análise Transacional do Rio de de São José do Rio Preto (SPAG Rio Preto), Janeiro (SANTRARJ), 423 50

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Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil do Estado da Guanabara / Sociedade de (SPOB), 269 Psicoterapia Analítica de Grupo do Estado Sociedade Rorschach de São Paulo (SRSP), do Rio de Janeiro (SPAG E. RIO), 50, 433, 445 444 Sociedade Universitária Celso Lisboa, 137 Sociedade de Psicoterapia de Grupo de Minas Gerais, 411 Stanford University / Universidade de Sociedade de Psicoterapia e Dinâmica de Stanford, 144, 407 Grupo de Minas Gerais, 411 Sub-Reitoria de Extensão e Cultura da Sociedade de Psicoterapias Analíticas Universidade do Estado do Rio de Janeiro Grupais do Estado de São Paulo (UERJ), 51 (SPAGESP), 50 Sub-Reitoria de Graduação da Universidade Sociedade de Psiquiatria, Neurologia e do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 51 Medicina Legal, 356 Sub-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Sociedade de Serviços Gerais para Universidade do Estado do Rio de Janeiro a Integração Social pelo Trabalho (UERJ), 51 (SOSINTRA), 435 Superintendência de Desenvolvimento do Sociedade Educacional Uberabense, 149 Nordeste (SUDENE), 293 Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP), 79 Superintendência de Recursos Humanos Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP), (SRH) da Universidade do Estado do Rio 42, 47 de Janeiro (UERJ), 263 Sociedade Internacional de Rorschach, 446 Superintendência de Segurança e Sociedade Mineira de Psicologia, 42, 143, 186, Movimentação Penitenciária de Minas 437 Gerais, 256 Sociedade Moreniana de Psicodrama Superintendência dos Serviços Penitenciários (SOMOPSI), 430 (SUSEPE) do Rio Grande do Sul, 341 Sociedade Paulista de Biologia, 212 Supervisão de Avaliação e Acompanhamento Sociedade Paulista de Psicoterapia Analítica aos Portadores de Necessidades de Grupo (SPPAG), 50 Educacionais Especiais (SAANE), 447 Sociedade Pestalozzi, 62, 438, 439, 440 Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, 74, 141, 438, 439 T Sociedade Pestalozzi do Brasil, 53, 74, 440 Sociedade Psicanalítica Cristã, 269 Tavistock Clinic, 416 Sociedade Psicanalítica da Paraíba, 114 Tavistock Institute [Londres], 184 Sociedade Psicanalítica de Brasília (SPB), 39 Teacher’s College, 280, 395 Sociedade Psicanalítica de Paris (SPP), 79 Teatro Experimental do Negro (T.E.N.), 451 Sociedade Psicanalítica de Pelotas (SPP), 39 Tipografi a Episcopal de Mariana, 386 Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA), 38, 441 Trupe de Teatro Espontâneo da Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama Sociedade Psicanalítica de Recife (SPR), 39 (ABPS), 40 Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro TV Futura, 131 (SPRJ), 38, 60, 76, 119, 271, 291, 370, 418, 428, 442, 444 TV-Pinel, 339

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U Unidade Feminina de Internação (UFI) do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES) [Cariacica], 276 UNESCO, 107, 182 Unidade Lar Doce Lar do Centro Integrado União Espírita Sergipana, 426 de Assistência Psicossocial Adauto Botelho União Latino-Americana de Cegos (ULAC), (CIAPS Adauto Botelho), 104 278 Unidade Pedagógica do Centro Especializado União Latino-Americana de Entidades de de Habilitação Profi ssional Mercedes Psicologia (ULAPSI), 132 Stresser, 98 União Nacional das Associações dos Unidade Psicopedagógica (UNP) do Hospital Analistas Transacionais (UNA-AT), 424 de Neuropsiquiatria Infantil (HNPI), 105 União Nacional dos Analistas Transacionais Unidade Socio-Ocupacional do Centro do Brasil (UNAT-BRASIL), 424 Especializado de Habilitação Profi ssional União Pan-Americana, 96 Mercedes Stresser, 98 União Pia de Santo Antônio, 230 UniverCidadeDeDeus, 126 Unidade Básica de Saúde (UBS) da Universidade Aberta da Terceira Idade Universidade de Uberaba (UNIUBE), 150 (UNATI) da Universidade do Estado do Rio Unidade Clínica de Adolescentes (UCA) do de Janeiro (UERJ), 163 Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade Autônoma de Maceió (UAM), Universidade do Estado do Rio de Janeiro 170 (HUPE/UERJ), 263 Universidade Católica de Campinas, 296, 306, Unidade de Adolescentes Senador Lucidio 402 Portela do Hospital Psiquiátrico de Universidade Católica de Minas Gerais Maringá, 380 (UCMG), 91, 143, 304, 305 Unidade de Atenção Diária do Hospital Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Adauto Botelho, 232, 233 110, 113 Unidade de Atendimento ao Defi ciente Universidade Católica de Pernambuco (UNAED) [Cariacica], 276 (UNICAP), 79, 135, 323 Unidade de Curta Permanência do Hospital Universidade Católica de São Paulo, 306 Adauto Botelho, 232 Universidade Católica do Rio de Janeiro, 96 Unidade de Internação Provisória (UNIP) do Instituto de Atendimento Socioeducativo Universidade Católica do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo (IASES) [Cariacica], 276 208 Unidade de Internação Socioeducativa Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Masculina (UNIS) do Instituto de 86, 302 Atendimento Socioeducativo do Espírito Universidade Comunitária Regional de Santo (IASES) [Cariacica], 276 Chapecó (Unochapecó), 226 Unidade de Recrutamento e Seleção do Universidade da Pensilvânia, 405 Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) Universidade de Brasília (UnB), 165, 176, 289, [Rio de Janeiro], 369 308 Unidade de Ressocialização do Hospital Universidade de Genebra, 54, 91, 355 Adauto Botelho, 232, 233 Universidade de Hamburgo, 281 Unidade de Trabalho Supervisionado do Universidade de Moscou, 94 Centro Especializado de Habilitação Profi ssional Mercedes Stresser, 98 Universidade de Paris VIII, 125

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Universidade de Paris-Sorbonne, 406 Universidade Federal de Santa Catarina Universidade de Parma, 306 (UFSC), 160, 161 Universidade de Porto Alegre, 268 Universidade Federal de Sergipe (UFS), 204 Universidade de São Paulo (USP), 44, 57, 107, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), 144, 165, 176, 189, 192, 196, 211, 213, 235, 144, 315, 316 280, 291, 310, 358, 396, 404, 416, 421, 443 Universidade Federal do Ceará (UFC), 74, Universidade de Uberlândia (UNU), 315 162, 163, 377 Universidade de Varsóvia, 281 Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), 118, 174, 228, 232 Universidade do Brasil, 42, 115, 147, 205, 206, 251, 252, 279, 318, 325, 336, 356, 380, 399, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 433 163, 164 Universidade do Distrito Federal (UDF), 349 Universidade Federal do Pará (UFPA), 59, 60, 165 Universidade do Estado da Guanabara (UEG), 262, 274, 312 Universidade Federal do Paraná (UFPR), 97 Universidade do Estado de Minas Gerais Universidade Federal do Rio de Janeiro (UEMG), 92 (UFRJ), 42, 47, 77, 93, 116, 175, 205, 206, 240, 252, 305, 317, 325, 356, 380, 407 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 47, 51, 75, 174, 262, 274, 312 Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 156, 165, 394 Universidade do Recife, 323 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade do Rio de Janeiro, 205, 206, 318 (UFRGS), 84, 285, 319, 432 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Universidade Federal Fluminense (UFF), 167, (UNISINOS), 114, 150 174 Universidade Estadual de Ciências da Saúde Universidade Gama Filho (UGF), 169 de Alagoas (UNCISAL), 243 Universidade Ibero-Americana (México), 94 Universidade Estadual de Maringá (UEM), 153, 283 Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), 52 Universidade Estadual de Michigan, 183 University of Michigan, 320 Universidade Estadual do Ceará (UECE), 377 University of Southern Califórnia, 320 Universidade Federal da Bahia (UFBA), 33, 182, 202, 203, 278, 292, 302, 314, 381, 382 Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 73, V 155, 166 Universidade Federal de Alagoas (UFAL), 171 Vale do Rio Doce, 228 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Vetor Editora, 299 144, 156 Viação Itapemirim, 299 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 74, 75, 91, 141, 142, 144, 232, 246, W 406 Universidade Federal de Pernambuco William Alanson White Institute [Nova York], (UFPE), 159, 160, 322 428

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