Nise Da Silveira (Notas De Pesquisa)
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Contribuições à história intelectual do Brasil republicano Alexandre de Sá Avelar Daniel Barbosa Andrade Faria Mateus Henrique de Faria Pereira (organizadores) 2012 Reitor | João Luiz Martins Vice-Reitor | Antenor Rodrigues Barbosa Junior Diretor-Presidente | Gustavo Henrique Bianco de Souza Assessor Especial | Alvimar Ambrósio CONSELHO EDITORIAL Adalgimar Gomes Gonçalves André Barros Cota Elza Conceição de Oliveira Sebastião Fábio Faversani Gilbert Cardoso Bouyer Gilson Ianinni Gustavo Henrique Bianco de Souza Carla Mercês da Rocha Jatobá Ferreira Hildeberto Caldas de Sousa Leonardo Barbosa Godefroid Rinaldo Cardoso dos Santos Coordenador | Valdei Lopes de Araújo Vice-Coordenadora | Cláudia Maria das Graças Chaves Editor geral | Fábio Duarte Joly Núcleo Editorial | Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade Editora | Helena Miranda Mollo CONSELHO EDITORIAL Luisa Rauter Pereira (UFOP) Valdei Lopes de Araújo (UFOP) Helena Miranda Mollo (UFOP) Temístocles Cezar (UFRGS) Lucia Paschoal Guimarães (UERJ) © EDUFOP – PPGHIS-UFOP Projeto Gráfico ACI - UFOP Editoração Eletrônica Fábio Duarte Joly FICHA CATALOGRÁFICA Todos os direitos reservados à Editora UFOP http//:www.ufop.br e-mail : [email protected] Tel.: 31 3559-1463 Telefax.: 31 3559-1255 Centro de Vivência | Sala 03 | Campus Morro do Cruzeiro 35400.000 | Ouro Preto | MG Coleção Seminário Brasileiro de História da Historiografia A coleção Seminário Brasileiro de História da Historiografia vem à luz com seus primeiros títulos, frutos de cinco de seus Simpósios Temáticos acontecidos durante o evento em 2011, o 5SNHH, cujo tema foi a Biografia e História Intelectual. O leitor terá acesso a contribuições que vão das perquirições sobre a história do tempo presente, a história da historiografia religiosa, historiografia da América, historiografia brasileira no Oitocentos e as interfaces entre a história da historiografia e a história das ciências. Agradecemos a todos os organizadores dos volumes e principalmente aos autores, que responderam prontamente ao desafio de rever seus textos após as discussões durante os dias passados em Mariana. O Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto, a Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH) e o Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade convidam o leitor a continuar o trabalho de todos aqui presentes nesses cinco livros, e multiplicá-lo. Desejamos a todos uma boa leitura e esperamos revê-los em mais uma edição do Seminário Brasileiro de História da Historiografia. Os editores Sumário Apresentação................................................................................................................................................11 Introdução - História Intelectual do Brasil República: desafios contemporâneos......................................................................................................................12 Alexandre de Sá Avelar, Daniel Barbosa Andrade Faria Mateus Henrique de Faria Pereira Interpretações do Brasil, marxismo e coleções brasilianas: quando a ausência diz muito (1931-1959)....................................................................................27 Fábio Franzini Drama social e história: memória política e historiografia da década de 1930.......................................................................................................39 Marcelo Santos de Abreu Assimetria das transformações: Nise da Silveira (notas de pesquisa)....................................................................................................................................50 Ana Paula Palamartchuk Os intelectuais e a revista Atlântico...................................................................................................69 Gisella de Amorim Serrano O sertão e a Amazônia: de Oliveira Vianna a Foot Hardman................................................101 Alexandre Pacheco & Robson Mendonça Pereira Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda ao pé de página de Casa-Grande & Senzala.................................................................................112 Vanessa Carnielo Ramos 1964 nos textos do Bruxo Golbery...................................................................................................124 Ana Maria Koch Os caminhos de um cineasta...............................................................................................................133 Paulo Roberto de Azevedo Maia Escritos autobiográficos e escrita da história: historiografia e relatos sobre o período militar brasileiro....................................................................................................140 Telma Dias Fernandes Atuação do IHGB do Rio de Janeiro no cenário cultural republicano: Ditadura civil-militar, 1969-1972....................................................................................................153 Jessica Suzano Luzes Historiografia dos intelectuais no Brasil Contemporâneo.................................................165 Ana Marília Carneiro 10 Apresentação Este livro reúne os trabalhos apresentados no Simpósio Temático “História da historiografia e história intelectual do Brasil e do mundo contemporâneo” durante o V Seminário Nacional de História da Historiografia, realizado, na cidade de Mariana, em 2011, pelo Núcleo de Estudos de História da Historiografia e Modernidade (NEHM) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Agradecemos aos autores que confiaram seus textos para este empreendimento, aos colegas do Núcleo, aos colegas da Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH), aos demais colaboradores para a realização do livro, em especial, Helena Miranda Mollo, Fábio Joly e Izaac Erder. Agradecemos também à Fapemig, à Capes e ao CNPq pelo apoio sempre necessário. 11 Introdução - História Intelectual do Brasil República: desafios contemporâneos Alexandre de Sá Avelar* Daniel Barbosa Andrade Faria** Mateus Henrique de Faria Pereira*** Uma das questões mais difíceis no que se refere à história da historiografia e à história das ideias é a relação entre contextos/experiências e textos/discursos. A dificuldade da questão é, por um lado, teórica; nela temos que lidar com conceitos aparentemente simples, mas complexos, como os de “realidade histórica”, “experiência”, “linguagem” etc. Por outro lado, há ainda a dificuldade narrativa propriamente dita. Mesmo que bem preparado conceitualmente, um historiador pode tropeçar no momento em que for construir seu relato, dando conta das interações sutis entre discursos, textos, ideias e contextos históricos. Tais advertências nos aproximam da proposição de Paul Ricoeur, que entendemos como um postulado geral para a história intelectual, qual seja: “Se a vida social não possui uma estrutura simbólica, não é possível compreender como vivemos, como fazemos coisas e projetamos essas atividades em ideias, não há como compreender de que modo a realidade possa chegar a ser uma ideia, nem como a vida real possa produzir ilusões”.1 Tendo em vista essas questões, nosso objetivo nessa breve introdução é refletir sobre os * Alexandre de Sá Avelar, Doutor, Professor do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia, UFU. ** Daniel Barbosa Andrade Faria, Doutor, Professor do Departamento de História da Universidade de Brasília, UNB. *** Mateus Henrique de Faria Pereira, Doutor, Professor no Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP. 1 RICOUER, Paul. Ideología y utopia. Buenos Aires: Gedisa, 1991, p.51. 12 desafios que estão colocados aos praticantes da história intelectual do período republicano de nossa história. I As práticas da história intelectual nos dias de hoje denotam uma ausência de modelos teóricos e conceitos bem definidos que indiquem caminhos seguros para a interpretação de seus objetos – panorama que, de resto, não difere do conjunto mais amplo da historiografia. As posições dos historiadores têm oscilado entre a percepção de que se trata de um estado provisório da disciplina histórica – a ser posteriormente superado por uma nova síntese – e a celebração das possibilidades abertas com a chegada do tempo das “heresias ecléticas”.2 Por enquanto, os esforços mais promissores têm buscado redimensionar o papel dos textos, evitando as respostas mais simplificadoras para o seu estatuto de “documentos históricos”. Os textos, usados como fontes para a história intelectual, de acordo com as abordagens mais densas, são compreendidos como pertencentes a gêneros fronteiriços em constante diálogo entre si (textos literários, filosóficos, científicos, historiográficos etc) e também como eventos históricos em si mesmos ou então deflagradores de outros eventos.3 Ao pesquisador que se dedicar à inquirição teórica da história intelectual praticada no Brasil, alguns desafios se lançam quase de imediato. Superamos a tradição de pesquisa que enfatizava as ideias e os seus autores colocados em uma relação de quase transparência entre discursos e contextos tidos como previamente explicativos? Aqui, o risco – quase nunca evitado – era, e talvez ainda seja, o estabelecimento de uma dialética do reflexo, em que as produções do intelecto seriam mecanicamente derivadas da “realidade social” que lhes daria forma e sentido. Esta concepção estreita ocupou, por muito tempo, campos diversificados, abrangendo Direito, Ciência Política, Sociologia e Filosofia. Em uma versão um pouco mais sofisticada, tem-se o agrupamento dos textos – e de seus autores