Ufscar CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS - CECH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA – Ppgpol
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCar CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS - CECH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA – PPGPol CAMILA MARIA RISSO SALES O BRASIL NA ECONOMIST: PENSANDO A INFLUÊNCIA DO PERFIL POLÍTICO- IDEOLÓGICO DA REVISTA NA FORMAÇÃO DA IMAGEM INTERNACIONAL DO PAÍS São Carlos 2016 CAMILA MARIA RISSO SALES O BRASIL NA ECONOMIST: PENSANDO A INFLUÊNCIA DO PERFIL POLÍTICO- IDEOLÓGICO DA REVISTA NA FORMAÇÃO DA IMAGEM INTERNACIONAL DO PAÍS Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciência Política do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Ciência Política. Orientador: Prof. Dr. João Roberto Martins Filho São Carlos 2016 Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária UFSCar Processamento Técnico com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) Sales, Camila Maria Risso S163b O Brasil na Economist : pensando a influência do perfil político-ideológico da revista na formação da imagem internacional do país / Camila Maria Risso Sales. -- São Carlos : UFSCar, 2016. 255 p. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2016. 1. Brasil. 2. Imagem. 3. Economist. I. Título. Pro Ri AGRADECIMENTOS Primeiramente devo agradecimentos à CAPES tanto pela bolsa concedida no Brasil quanto por aquela que possibilitou a realização do estágio de doutorado-sanduíche no King’s College London. Aos servidores e servidoras do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, do Departamento de Ciências Sociais e do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos vão meus agradecimentos pelos problemas resolvidos, pela boa vontade no atendimento, pela conversa amiga no dia a dia. Além disso, é necessário reconhecer o trabalho do Prof. Dr. Thales Haddad, do Prof. Dr. Marcelo Vargas, da Prof. Dra. Vera Cepêda e da Profa. Dra. Maria do Socorro Braga que estiveram na coordenação do PPG- Pol durante o período em que realizei o doutorado. Agradeço também ao Prof. Dr. Renato Almeida de Moraes pela atuação na Comissão de Bolsas. Aos professores membros da banca de qualificação, Prof. Dr. Anthony Pereira e Profa. Dra. Simone Diniz, foi gratificante poder contar com as críticas, sugestões e encaminhamentos, significativos para que este trabalho fosse aprimorado. Da mesma forma, gostaria de deixar os agradecimentos às professoras que se dispuseram a participar da banca de defesa dessa tese: Profa. Dra. Maria Aparecida de Aquino, Profa. Dra. Angelita Matos Souza, Profa. Dra. Simone Diniz e Profa. Dra. Maria do Socorro Souza Braga. É difícil medir e expressar o quanto sou grata ao meu orientador Prof. Dr. João Roberto Martins Filho, creio que poucas pessoas têm a oportunidade de desfrutar de uma orientação tão profissional, atenta, cuidadosa e generosa quanto eu tive. Sempre que tenho oportunidade digo a ele que é um grande exemplo e quero aqui, mais uma vez, externar isso. Agradeço novamente ao Prof. Dr. Anthony Pereira que me recebeu como orientanda no King’s Brazil Institute do King’s College London durante os doze meses do doutorado sanduíche. O doutorado também me propiciou encontrar grandes amigos e amigas e reencontrar outros. Assim, aos colegas de turma Jorgiene, Kátia e Gustavo digo que foi muito bom dividir as conquistas e angústias com vocês. Tatiane e Leandro são das pessoas mais especiais que a vida poderia ter me dado. Fernanda foi um porto seguro, uma referência de carinho e cuidado. Junto com o Pedro e o Manuel foram e são minha família em São Carlos. Flávia, Joelson e Miguel também são imensamente queridos. Andréa e Ricardo estiveram sempre presentes, assim como a Aline. Estamos longe, mas juntos! Às amigas da vida inteira, Ana Paula, Melissa, Moana, Mayra e Michele também não posso deixar de agradecer. Assim como à Carolina que sempre deixou minha vida mais divertida. Gustavo e Natali também fizeram parte desse percurso de uma maneira muito marcante. Ao Daniel Pícaro todo meu carinho em um abraço apertado que raramente posso dar. Todos os agradecimentos à Marcia não serão suficientes, ela conhece cada palavra desse trabalho, cada vírgula e ponto e vírgula (!). Conhece também cada parte de mim. O período na Inglaterra foi ainda melhor, pois pude contar com a acolhida dos melhores amigos que alguém pode ter: Pérola, André e Luiza. Ademais, encontrar lá Paula e Roberta foi enriquecedor em todos os sentidos. João e Tânia me deram preciosos conselhos acadêmicos em conversas amigáveis e despretensiosas. A ela devo agradecer talvez a mais valiosa indicação de caminho para a redação do texto. À minha família de onde veio um incentivo sempre fundamental. Aos meus avós, ao meu pai Carlos, cujo gosto pela leitura me colocou no caminho das Ciências Sociais, à minha irmã Carla por ser o alicerce da família e por cuidar de todos com tanto carinho, compensando a minha quase permanente ausência. À sobrinha mais linda, Thaísa. Ao meu amado irmão Ricardo que certamente estaria muito feliz e orgulhoso desse momento. E, principalmente, à minha mãe, Marinei, que só tem amor dentro dela. À minha tia Maria Elisa que foi o suporte que muitas vezes precisamos, também não poderia deixar de agradecer. Enfim, a todas essas pessoas que eu tive a sorte de terem cruzado meu caminho fica toda minha gratidão e amor. O doutorado para mim não foi um processo doloroso, foi uma trajetória de muito aprendizado, uma construção paulatina de um trabalho que eu espero que seja o início da pesquisadora e professora que eu quero ser. E deve ter sido assim porque tive muita gente que fez com que o percurso fosse muito mais leve. RESUMO A imagem internacional do Brasil é tema de debate há muito tempo. É importante notar que a construção da imagem de um país passa, necessariamente, pelo discurso oficial, mas também pela representação que outros atores fazem dele. Entre esses, a mídia internacional vem adquirindo um papel cada vez mais destacado. A proposta desse trabalho é compreender como o Brasil foi representado e como imagens de país são construídas e desconstruídas. Para isso, a revista britânica Economist, pela sua relevância no cenário internacional, foi escolhida como estudo de caso. Objetiva-se ainda traçar o perfil político- ideológico da revista e entender em que medida esse influencia sua cobertura. A fim de se estabelecer um recorte temporal buscaremos analisar como se estabeleceu a cobertura da Economist sobre o Brasil em quatro momentos distintos: a) durante a ditadura militar (1964- 1985), b) no período que compreende os primeiros governos pós-redemocratização (1986- 1994), c) durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e, d) nas duas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Para cumprir os objetivos propostos, tanto os editoriais, como os artigos e as reportagens especiais foram analisados. A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo. A partir da leitura foram selecionados os assuntos e trechos mais significativos que foram separados em temas e subtemas. Verificou-se que o Brasil sempre esteve presente entre os assuntos considerados relevantes pela Economist. Foi possível identificar que algumas temáticas interessavam mais à revista e colaboraram para a construção das imagens do Brasil. A posição político-ideológica da revista foi identificada a partir de duas ideias básicas: a defesa do liberalismo econômico conjugado com certo conservadorismo político. A forma como o Brasil foi noticiado e interpretado refletiu esse posicionamento e isso pode ser visto em diversos momentos, como na defesa da necessidade de intervenção militar, no uso do Brasil como um exemplo de adesão ao livre mercado e na quase ausência de críticas sobre o desrespeito aos direitos humanos. Por outro lado, o endividamento e a inflação pareceram ser os elementos que capitanearam as críticas. Depois disso, a estabilidade da economia e a emergência do país foram imagens também marcantes. A Economist parece manter uma linha editorial que subordina a política à economia e o perfil da revista contribuiu para que a imagem do país fosse mais positiva ou negativa dependendo do contexto interno e internacional. Palavras-chave: Brasil. Imagem. Economist. ABSTRACT The Brazilian international image is subject of debate for a long time. It is important to notice that both the official discourse and the way other actors represent a country are relevant for the construction of its image. Among these, the international media has been acquiring an increasingly important role. The purpose of this work is to understand how Brazil was represented and how its images are constructed and deconstructed. With this intent, the British magazine The Economist was chosen as a case study for its relevance in the international arena. Another goal is to inform the political and ideological profile of the magazine and to understand to what extent this influences their coverage. In order to establish a time frame we will analyse the coverage in four different moments: a) the military dictatorship (1964-1984), b) the first governments after democratization (1985-1994), c) Fernando Henrique Cardoso’s government (1995-2002) and d) Luiz Inácio Lula da Silva’s period (2003-2010). To achieve the proposed objectives, editorials, articles and special reports were analysed. The methodology used was content analysis. From the first reading the most significant issues and quotes were divided into themes and sub-themes. It was possible to ascertain that Brazil has always been present among The Economist relevant issues. We could identify that the magazine was more interested in some specific themes and these contributed to the construction of images of Brazil. The political and ideological profile of the magazine ca be identified with two basic ideas: the defence of economic liberalism combined with certain political conservatism. The manner that Brazil was reported and interpreted reflected this position and it can be seen repeatedly. For example: in the defence of the military intervention, the use of Brazil as an example of adherence to free market and the almost absence of criticism for the human rights abuses.