Universidade Federal Da Bahia a Violação Do Direito À

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Universidade Federal Da Bahia a Violação Do Direito À UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MESTRADO EM DIREITO PUBLICO GABRIELLA BARBOSA SANTOS A VIOLAÇÃO DO DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE E SEUS EFEITOS NA FORMAÇÃO IDENTITÁRIA BRASILEIRA: O LEGADO DA DITADURA NA PRESENTIFICAÇÃO DO PASSADO Salvador 2015 GABRIELLA BARBOSA SANTOS A VIOLAÇÃO DO DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE E SEUS EFEITOS NA FORMAÇÃO IDENTITÁRIA BRASILEIRA: O LEGADO DA DITADURA NA PRESENTIFICAÇÃO DO PASSADO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito, Mestrado em Direito Público, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Direito. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Maurício Freire Soares Salvador 2015 S237 Santos, Gabriella Barbosa, A violação do direito à memória e à verdade e seus efeitos na formação identitária brasileira: o legado da ditadura na presentificação do passado / por Gabriella Barbosa Santos. – 2015. 263 f. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Maurício Freire Soares. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Direito, 2015. 1. Direito à memória. 2. Verdade. 3. Direitos humanos. 4. Educação. I. Universidade Federal da Bahia CDD- 342.085 TERMO DE APROVAÇÃO GABRIELLA BARBOSA SANTOS A VIOLAÇÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL À MEMÓRIA E À VERDADE E SEUS EFEITOS NA FORMAÇÃO IDENTITÁRIA BRASILEIRA: O LEGADO DA DITADURA NA PRESENTIFICAÇÃO DO PASSADO Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Direito, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte Banca Examinadora: Nome: Dr. Ricardo Maurício Freire Soares – Orientador ______________________________ Instituição: Pós-Doutor em Direito Constitucional Comparado pela Università degli Studi di Roma La Sapienza e pela Università degli Studi di Roma Tor Vergata. Nome: Dr. Nelson Cerqueira ____________________________________________________ Instituição: Doutor em Literatura Comparada pela Indiana University. Nome: _____________________________________________________________________ Instituição: Salvador, ______ de _____________________ de 2015. AGRADECIMENTOS À minha família. Pela bravura, paciência e compreensão por tantos momentos de ausência. À energia única de minha mãe-irmã, Maria Sandra, aquela que ilumina os meus caminhos e me faz compreender o que é o amor. Ao meu pai, José Edmar, por compartilhar a paixão pela História e pela busca do conhecimento, com ética. Aos meus avós maternos e paternos por me fazerem compreender e viver os pactos geracionais de amor e dedicação. A Beto, meu doce amor e amigo, pelo companheirismo, lirismo e poesia, com quem vivo e divido as maiores manifestações da vida. Amo-te! A Lara Santos Barbosa, pois nela, a vida é uma explosão de estrelas, encantos e possibilidades. Aos meus irmãos, Milla, Téo e Fabinho, com quem compartilho o ninho de amor mais gostoso. A minha sogra Cândida, cujo amor, dedicação e xícaras de café foram substanciais para as inúmeras noites em claro. A Léo e Chicó, duas crianças que me oportunizaram alegrias e descontração. A Amandinha e Juliano pela linda acolhida na reta final desse percurso, dividindo conosco os intensos momentos de nervura do real, seduzidos pelo carnaval. A Jorge e Lú pela recente e já eterna amizade. Obrigada por dividir as elucubrações mais variadas e inspiradoras. A Uiara e Bê pelo pronto acolhimento que só as verdadeiras amizades podem proporcionar. A Daniela Martins pelo encontro único de duas irmãs de natureza. A Ivson Iurian pela oportunidade de me fazer constatar como a juventude é possível. A Renato Afonso pelo giro de cento e oitenta graus que oportunizou à minha vida. Ao meu orientador Ricardo Maurício pela confiança depositada durante todo o meu processo de escrita e de vivência acadêmica. Ao professor Nelson Cerqueira pelas conversas robustas e prazerosas dentro e fora da sala de aula. A Inês Virgínia Soares, pelo carinho, atenção e caminhos referenciados. Ao incansável Paulo Abrão por me fazer ter certeza de que a geração presente precisa estar comprometida com o seu passado e, portanto, com a plena advocacia em direitos humanos. Aos colegas Cleifson, Marli e Homero por compartilharem a esperança de um Direito emancipador. As minhas alunas e alunos, meu maior instrumental de trabalho. São eles que sustentam o amor que nutro pela docência. Sem música não produzimos nada. Este foi um dos maiores aprendizados durante o processo de escrita. Agradeço a Raul Seixas, Mozart, Chico, Vandré, Gil, Gal e Caetano pela inspiração musical reflexiva e referenciadora. A Moraes Moreira por me apresentar os mistérios do planeta. A Baiana System, Fael Primeiro e A.M.ASSA por me fazer sentir, de fato, a beleza e o grito identitário que a musicalidade desenha em nossas cidades. Ao Grupo Tincoãs, pela inspiração espiritual e conexão mística. A todos os afoxés da Bahia. E, de modo especial, a Maria Bethânia pelo primeiro e singular encontro na praça de Santo Amaro da Purificação, num estonteante primeiro de fevereiro, sob o céu da lua cheia. A todos os lugares de memória que visitei, vivenciei e àqueles que não pude conhecer até a feitura deste trabalho. Às ladeiras do Pelourinho pelo banho de magia e realidade que me concederam, especialmente durante o arremate final deste trabalho. A Jacobina, a linda cidade que escolhi para viver e lutar por tempos melhores e onde o encontro comigo mesma está sendo reservado. A todas as mulheres de luta, cujas histórias precisam ser contadas! A Elizabeth Teixeira, a encarnação da mulher brasileira. Eu marcharei na tua luta! A juventude negra e indígena peço perdão por todo o mal que lhes causamos. A Walter Benjamin pela crucial provocação filosófica. Agradeço, por fim, a todas as memórias, histórias e identidades que pude conhecer na vida, vitimadas pelo Estado de exceção e que me autorizaram suas narrativas. Por vocês, este trabalho fora construído. TESTAMENTO SOB A FORCA “Só vos peço uma coisa: se sobreviverdes a esta época, não vos esqueçais! Não vos esqueçais nem dos bons, nem dos maus. Juntais com paciência as testemunhas daqueles que tombaram por ele e por vós. Um belo dia, hoje será o passado, e falarão numa grande época e nos heróis anônimos que criaram a História. Gostaria que todo mundo soubesse que não há heróis anônimos. Eles eram pessoas, e tinham rostos, tinham nomes, tinham desejos e esperanças, e a dor do último entre os últimos não era menos do que a dor do primeiro, cujo nome há de ficar. Queria que todos esses vos fossem tão próximos como as pessoas que tivésseis conhecidos como membros de vossa família, como vós mesmos”. Júlio Fuchik, escritor e jornalista, herói nacional da Tchecoslováquia, foi enforcado pelos nazistas durante a ocupação de seu país. Às vítimas do passado e do presente! RESUMO Este trabalho tem por objetivo a análise da violação do direito fundamental à memória, à verdade e à identidade como obstáculo para a efetivação da Justiça de Transição no processo de (re)democratização/liberalização brasileira. Para tanto analisaremos a presentificação do passado ditatorial civil-militar, instaurado em 1964, nas violações de direitos humanos praticadas no Brasil contemporâneo, legatário de uma historiografia oficiosa que confiscou as narrativas plurais, as verdades e memórias pessoais e coletivas, sonegando os processos de formação identitárias, transfigurando o ideal de um sistema democrático para um Estado de exceção. Esta investigação se sustentará nos campos de Estudos Benjaminianos (Filosofia da História), Estudos da Biopolítica, Estudos da Identidade e Estudos da Justiça de Transição, sob a ótica dos Direitos Humanos, utilizando como recursos metodológicos alegorias narrativas mitológicas, como a grega e a dos orixás, além de elementos iconográficos ilustrativos. Pretende-se, portanto, sustentar a responsabilidade que o Direito possui em torno do tema, de cumprir o papel de pacificação dos conflitos, selando as férias ainda abertas entre aqueles que dele esperam, não menos do que a justiça – mortos, desaparecidos, familiares e vítimas do atual sistema político-social. Por fim, sugere-se que a Educação em e para Direitos Humanos constitui o vetor primordial para o asseguramento dos direitos fundamentais decorrentes do direito transicional, como a memória, a verdade e a identidade, de titularidade das gerações passadas, da geração presente e das gerações futuras. Palavras-chave: Memória; Verdade; Identidade; Justiça de Transição; Presentificação; Estado de exceção; Educação; Direitos Humanos. ABSTRACT This paper aims at the analysis of the fundamental right to memory, truth and identity as an obstacle to the realization of the Transitional Justice in the process of (re) democratization / Brazilian liberalization. To analyze both the presentification the civil-military dictatorial past, established in 1964, the human rights violations in contemporary Brazil, legatee of an unofficial historiography that confiscated the plural narratives, the truths and personal and collective memories, evading the training processes identity, transforming the ideal of a democratic system to a state of emergency. This research will be sustained in the fields of Benjaminianos Studies (History of Philosophy), the Biopolitics Studies, Studies of Identity and Studies of Transitional Justice, from the perspective of human rights, using as methodological resources allegories mythological narratives, like the Greek and the deities, and illustrative iconographic elements. It is intended, therefore, hold the responsibility that the law has on the theme, to fulfill its role of pacification of conflicts,
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