A imprensa britânica e as violações de direitos humanos no Brasil durante a ditadura militar Camila Maria Risso Sales
[email protected] [email protected] Universidade Federal do Amapá - Unifap Área temática: 10. Militares e Regimes Militares “Trabalho preparado para sua apresentação no 9º Congresso Latinoamericano de Ciência Política, organizado pela Associação Latino-americana de Ciência Política (ALACIP). Montevideu, 26 ao 28 de julho de 2017.” 1 A imprensa britânica e as violações de direitos humanos no Brasil durante a ditadura militar1 Resumo Este artigo objetiva analisar como a imprensa britânica tratou as violações dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil. A campanha contra a tortura lançada na Europa e nos Estados Unidos e a imagem do Brasil criada no mundo desenvolvido foram elementos significativos no combate a estas práticas. O foco especial está na revista The Economist, cuja cobertura foi comparada com os jornais The Times e The Guardian. A abordagem metodológica é a da análise de conteúdo, assim as mais importantes questões e trechos foram divididas em temas e subtemas. Foi possível perceber que as violações de direitos humanos foram tratadas de maneira específica pela Economist. Enquanto o Times e o Guardian, de forma semelhante à mídia americana, deram evidência aos casos de tortura, assassinatos e desaparecimentos, na Economist o tema não teve grande notoriedade. Por exemplo, entre 1973 e 1974 não há nenhuma menção à tortura na revista enquanto no Times foram publicados mais de vinte artigos, um número semelhante aparece no Guardian. Por outro lado, a imagem mais comum na Economist é a do “milagre econômico”, o crescimento do PIB e a liberalização da economia são também frequentes.