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ESTUDO: DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO DAS REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO (RIDES) DO BRASIL (RIDE DF E ENTORNO, RIDE POLO GRANDE TERESINA/PI, E RIDE POLO /PE E /BA)

RELATÓRIO FINAL DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL - RIDE/PETROLINA - JUAZEIRO

Brasília, maio de 2019

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FIGURAS Figura 1 – Tela tela inicial da página oficial do projeto RIDEs ...... 11 Figura 2 – Espaço virtual para identificação dos conflitos socioambientais no mapa das Rides ...... Figura 3 - Convite distribuído por equipes de Saúde da Família na cidade de (PE) ...... 14 Figura 4 - Presença de apenas três representantes da comunidade local no encontro realizado na cidade de Santa Maria da Boa Vista (PE) ...... 15 Figura 5 - Protesto realizado na estrada que dá acesso a cidade de Orocó (PE) ...... 15 Figura 6 - Presença de alguns membros da comunidade local no encontro realizado em Lagoa Grande (PE) ...... 16 Figura 7 - Encontro realizado na cidade de Lagoa Grande (PE) ...... 16 Figura 8 - Abastecimento de água em Petrolina-PE em Agosto de 2015 ...... 19 Figura 9 - Esgotamento sanitário em Petrolina-PE em Agosto de 2015 ...... 19 Figura 10 - Abastecimento de água em Lagoa Grande-PE em Agosto de 2015 ...... 20 Figura 11 - Esgotamento sanitário em Lagoa Grande-PE em Agosto de 2015 ...... 21 Figura 12 - Abastecimento de água em Santa Maria da Boa Vista-PE em Agosto de 2015 ...... 21 Figura 13 - Esgotamento sanitário em Santa Maria da Boa Vista-PE em Agosto de 2015 ...... 22 Figura 14 - Abastecimento de água em Sobradinho/BA ...... 24 Figura 15 - Abastecimento de água em Casa Nova/BA ...... 25 Figura 16 - Abastecimento de água em Juazeiro BA em julho de 2013 ...... 26

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TABELAS Tabela 1. Características socioeconômicas dos municípios pertencentes a RIDE PE/BA ...... 17

QUADROS Quadro 1 - Atividades de mobilização social realizadas na RIDE/Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA ..... 10 Quadro 2 – Síntese das mídias sociais produzidas - Vídeos ...... 12 Quadro 3 – Síntese das mídias sociais produzidas - Textos ...... 12 Quadro 4 –Matérias publicadas na página oficial do Projeto RIDEs ...... 12

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RELATÓRIO FINAL DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL RIDE/DF E ENTORNO

Pág. 1. APRESENTAÇÃO ...... 5 2. POR QUE RIDE? ...... 7 2.1 Ride Petrolina - Juazeiro: organização e desafios ...... 8 2.2 Por que o saneamento básico deve ser planejado regionalmente? ...... 8 3. AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL NA RIDE POLO PETROLINA/PE E JUAZEIRO/BA ...... 10 3.1 Estratégia de mobilização via mídias sociais ...... 11 3.2 Planejamento e realização das visitas à campo ...... 14 4. RESULTADOS DAS RODADAS DE DISCUSÃO: VISITA AOS MUNICÍPIOS ...... 17 4.1 Prestações de Serviço de Água e Esgotamento Sanitário ...... 18 4.1.1 Municípios Pertencentes ao Estado de ...... 18 4.1.2 Municípios Pertencentes ao Estado da ...... 23 4.2 Drenagem Urbana ...... 27 4.2.1 Municípios Pertencentes ao Estado de Pernambuco ...... 27 4.2.2 Municípios Pertencentes ao Estado da Bahia ...... 27 4.3 Resíduos Sólidos ...... 28 4.3.1 Municípios Pertencentes ao Estado de Pernambuco ...... 28 4.3.2 Municípios Pertencentes ao Estado da Bahia ...... 29 5. RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA DO PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO - RIDE POLO PETROLINA/JUAZEIRO ...... 30 6. REFERENCIAS ...... 32 ANEXO I – Convite para participação na Consulta Pública do Plano Regional de Saneamento Básico – RIDE Polo Petrolina/Juazeiro ...... 34 ANEXO II – Convite reiterando participaçao na Consulta Pública do Plano Regional de Saneamento Básico – RIDE Polo Petrolina/Juazeiro ...... 35

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1. APRESENTAÇÃO O Termo de Cooperação firmado entre o Ministério das Cidades e a Fundação Universidade de Brasília, por intermédio do seu Centro de Desenvolvimento Tecnológico-CDT para execução do estudo “Diagnóstico do Saneamento Básico das Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES) do Brasil (RIDE DF e Entorno, RIDE Polo Grande Teresina/PI e RIDE Polo Petrolina e Juazeiro)” (processo 80120.002197/2012-36), prevê em seu Plano de Trabalho a elaboração de um Plano de Mobilização Social (PMS) para essas RIDES. Os marcos legais que circunscrevem o presente plano são inicialmente a Lei 11.445/2007 e o seu Decreto regulamentador 7.217/2010. Lei 11.445/2007, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, em seu artigo Art. 52, diz que a União elaborará, sob a coordenação do Ministério das Cidades, planos regionais de saneamento básico, elaborados e execu- tados em articulação com os Estados, Distrito Federal e Municípios envolvidos para as regiões integradas de desenvolvimento econômico ou nas que haja a participação de órgão ou entidade federal na prestação de serviço público de saneamento básico (inciso II). O Decreto 7.217, de 21 de junho de 2010, em seu Art. 61 estabelece que a proposta de plano de saneamento básico ou de sua revisão, bem como os estudos que a fundamen- tam, deverão ser integralmente publicados na internet, além de divulgados por meio da realização de audiências públicas e de consulta pública. De acordo com o Art. 34, as audiências públicas devem se realizar de modo a possibilitar o acesso da população, podendo ser realizadas de forma regionalizada (§ 1o), enquanto que as consultas públi- cas devem ser promovidas de forma a possibilitar que qualquer do povo, independente- mente de interesse, ofereça críticas e sugestões a propostas do Poder Público, devendo tais consultas ser adequadamente respondidas (§ 2o). O Plano de Trabalho do Termo de Cooperação (PTTC) definiu as metas do estudo em 3 partes principais: o Diagnóstico Analítico, a Visão Estratégica, e o Plano Regional de Saneamento Básico de cada uma das três RIDES. O Diagnóstico Analítico compreenderá as dimensões técnica, social, econômica e institucional. Ele deverá levantar, consolidar e analisar informações subsidiárias de diferentes bases de dados secundários, sistemas de informações e marcos referenciais de políticas públicas em temas do saneamento básico e em áreas de interesse do setor, assim como do sistema de planejamento, investimento, orçamento e administração financeira da União. Os resultados da Parte I do Estudo (Diagnóstico Analítico) deverão subsidiar a proposição de uma Visão Estratégica de longo prazo para o saneamento básico no contexto das RIDES, considerando o horizonte dos próximos 20 anos (longo prazo), com referenciais temporais intermediários para 5 anos (curto prazo) e 10 anos (médio prazo), tendo 2013 como ano inicial. Na construção dessa Visão Estratégica, serão também considerados o estado da arte das políticas públicas, o papel das instituições envolvidas, a interface com outras políticas governamentais, a correlação com outras leis associadas, a organização e a prestação dos serviços, o ambiente e o cenário futuro determinado e esperado, conforme as oportunidades e expectativas trazidas pelo novo marco jurídico instituído e as possibilidades de desenvolvimento institucional do setor. Os Planos Regionais de Saneamento Básico das RIDES serão elaborados a partir das

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informações e análises colhidas nas partes anteriores do Estudo: Parte I - Diagnóstico Analítico e Parte II -Visão Estratégica. Nesse sentido e tendo em vista que, em muitas circunstâncias, será o Plano o documento de referência para cada RIDE, o texto do Plano deverá incluir uma síntese das informações e análises das Partes I e II, de tal modo que se dote o documento de suficiência de conteúdo, em termos do planejamento desejado. O Plano Regional de Saneamento Básico de cada RIDE será elaborado de modo a incluir os elementos necessários para que cada município integrante da RIDE, segundo sua decisão individual, possa iniciar a elaboração de seu Plano Municipal. Os Planos das RIDES estarão alinhados à proposta do PLANSAB, mas levarão em conta as especificidades regionais e locais, a visão de integração e de desenvolvimento regional, as necessidades específicas identificadas nas partes anteriores para cada RIDE, além dos interesses pertinentes de cada município. Para execução das três partes que comporão o Estudo, previu-se a adoção de um processo de mobilização e participação social, com base em rodadas de discussões e seminários. As estratégias para mobilização e participação social foram previstas no Plano de Mobilização Social. O Plano de Mobilização Social é um documento integrante do Plano Regional de Saneamento Básico das Rides, que visa, em linhas gerais, traçar as diretrizes para o trabalho junto à população, na perspectiva de contribuir para o desenvolvimento e o acompanhamento de ações de mobilização e participação social no processo de elaboração do Plano Regional. Compreende-se, portanto, que, para fortalecer a participação social, é necessário estimular a mobilização social. Mobilização social que, de acordo com TORO e WERNECK (2004), pode ser compreendida como o ato de convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhado. Assim, convocar vontades diz respeito a “convocar discursos, decisões e ações no sentido de um objetivo comum, para um ato de paixão, para uma escolha que contamina todo o quotidiano” (idem, p.14). Na construção de uma visão integrada de saneamento básico a mobilização e a participação social ganha expressão e passa a ser espaço de exercício da democracia participativa e da efetivação de direitos.

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2. POR QUE RIDE? Com o intuito de minimizar os problemas urbanos, especialmente nas regiões conurbadas (aquelas que uma cidade é “colada” na outra, e os espaços urbanos se continuam de uma cidade para outra criando uma grande área urbana), o Governo Federal criou as Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs). A diferença das RIDEs para as Regiões Metropolitanas é que a RIDE envolve municípios de estados diferentes (e por isso é criada por Lei Federal), enquanto que as Regiões Metropolitanas têm todos os municípios envolvidos dentro do mesmo estado (e por isso em geral são criadas por Lei Estadual, mas há exceção como a Lei federal complementar 14, de 1973, que criou de uma só vez as Regiões Metropolitanas de São Paulo, , Porto Alegre, , Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza). Temos atualmente três RIDEs (Regiões Integradas de Desenvolvimento), cada qual criada por meio de instrumentos diferentes: (RIDE DF e Entorno por meio da Lei complementar 94, de 19/02/1998 regulamentada pelo Decreto 7.469, de 04/05/2011; RIDE Polo Grande Teresina/PI por meio da Lei complementar 112, de 19/09/2001 regulamentada pelo Decreto 4.367, de 09/09/2002; e RIDE Polo Petrolina e Juazeiro por meio da Lei complementar 113, de 19/09/2001 regulamentada pelo Decreto 4.366, de 09/09/2002). Tanto as RIDE como as Regiões Metropolitanas buscam maior integração entre os municípios, apontando para a realização de planejamento conjunto e integrado regionalmente, para que toda a região se desenvolva social e economicamente, sem que o desenvolvimento e as ações de um prejudiquem os demais. As leis que criam essas regiões especiais preveem de modo geral que os Municípios integrantes dessas regiões que participarem da execução do planejamento integrado e dos serviços comuns (planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social, saneamento básico, transportes, uso do solo, aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental) terão preferência na obtenção de recursos federais e estaduais, inclusive sob a forma de financiamentos, bem como de garantias para empréstimos Quando existe esse planejamento e as ações são compartilhadas, existe economia de dinheiro público e benefícios para toda a região. Por isso a RIDE tem um Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento (COARIDE) que busca articular ações administrativas do Governo Federal, Estadual e Municipal para promoção de projetos que objetivem ações de desenvolvimento em escala regional, integrando os diversos atores sociais e as cadeias produtivas, além de pensar de forma articulada o meio ambiente, a saúde e as questões sociais na região.

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2.1 Ride Petrolina - Juazeiro: organização e desafios A RIDE Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA, criada pela Lei Complementar n.º 113, de 19 de setembro de 2001, e regulamentada pelo Decreto n.º 4.366, de 9 de setembro de 2002, abrange ainda os municípios de Santa Maria de Boa Vista, Lagoa Grande, Orocó e Petrolina, no Estado de Pernambuco, e os municípios de Casa Nova, Curaçá, Juazeiro e Sobradinho, no Estado da Bahia, totalizando uma população superior a 716 mil habi- tantes e área territorial de 35.437 km² (IBGE, 2010). Percebe-se, no entanto, que a ideia de integração muitas vezes é mal recebida na região. Alguns dizem que é artificial, outros dizem que só traz problemas, canalizando os usuários do serviço de saúde para uma única localidade ou município (aquele mais desenvolvido). A concepção de RIDE e o planejamento integrado existem para diminuir as desigualdades internas entre os municípios participantes. Em geral, a RIDE é criada formalmente como reconhecimento de uma interdependência que já está estabelecida: pessoas moram nas cidades do entorno e vem trabalhar no Polo Petrolina/PE e Juazei- ro/BA diariamente. Portanto, se a integração e a interdependência existem, o que precisamos buscar é aumentar a integração e o planejamento conjunto, articulado, para que todos se beneficiem da integração, em todos os aspectos da vida social e econômica, além das questões ambientais.

2.2 Por que o saneamento básico deve ser planejado regionalmente? No aspecto saneamento básico, as cidades grandes que se destacam na RIDE consomem mais água, geram mais esgoto e mais lixo, e os municípios do entorno, por sua vez, muitas vezes não dispõem de recursos para montar um sistema adequado de gestão de resíduos ou de tratamento de esgoto. Muitas vezes, a prestação dos serviços de saneamento é mais cara para aqueles que têm menor capacidade de pagar por ela. Como equacionar isso tudo, de forma a otimizar os ganhos para todos? Muitas vezes desconfianças surgem de que um município leva vantagem sobre os demais, ou mesmo tira proveito de sua influência para “exportar” o lixo ou o “esgoto”, ou “puxar” para si a água. Ou que da forma como usa o solo, desmatando, por exemplo, contribui para levar enxurradas para os municípios mais “abaixo” do rio. Neste caso, lembramos que o conceito de bacia hidrográfica é uma das evidências de que os municípios estão interligados e todos têm responsabilidades, principalmente sobre os municípios vizinhos. Em virtude disso tudo, é importante começarmos a pensar em planos regionais de saneamento básico. Se todos os municípios, dos grandes aos pequenos, não conseguem sozinhos cumprir as metas da Política Nacional de Saneamento Básico, deve-se unir forças, e por meio de consórcios (por exemplo), juntos gerir os resíduos produzidos, tratando o chorume e organizando a reciclagem do material aproveitável em alguns locais que sejam estratégicos e de fácil acesso para o caminhão de coleta de lixo proveniente de diferentes municípios. Considerando-se força e a condição da bacia hidrográfica local, pode-se planejar juntos a gestão de águas da bacia, tanto para melhorar a drenagem da água das chuvas, como para evitar enchentes e deslizamentos de terras no município vizinhos. A solução das inundações urbanas em um município pode requerer a construção de uma barragem em um município a montante do rio. Pode-

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se ainda pensar em tratar o esgoto e a água a ser fornecida para os moradores, de forma conjunta, se dois municípios compartilharem o mesmo rio. Mesmo que os sistemas existam, ainda assim precisam de planejamento, de manutenção e expansão. Uma rede de abastecimento de água sem manutenção provoca aumento de vazamentos, com consequente aumento dos custos de operação. Um aterro sanitário mal operado tem tudo para voltar a ser o lixão de outrora. A ausência de técnicos qualificados na operação de uma estação de tratamento de esgotos pode estar à origem de poluições acidentais. Um sistema de drenagem urbana sem manutenção pode até agravar os problemas de inundação. Pensando nesses aspectos, a legislação federal previu que para cada uma das Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDE) deve ser formulado um Plano Regional de Saneamento Básico específico, que contemple as particularidades existentes e contribua para o desenvolvimento de toda a região, em moldes sustentáveis (Saito, 2014).

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3. AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL NA RIDE POLO PE- TROLINA/PE E JUAZEIRO/BA De janeiro de 2014 a dezembro de 2016 foram realizadas ações estratégicas que se voltavam a garantia de processos de participação social e comprometimento do poder público na construção de ações integradas de saneamento básico na região. As atividades desenvolveram-se tendo em vista a relevância de estabelecer processos participativos e de aproximar-se das pessoas que moram nos municípios e conhecem, mesmo que de forma isolada em alguns casos, a realidade do saneamento na região e os desafios no intuito de construir uma lógica integrada de saneamento básico. O Quadro 1 apresenta as atividades realizadas pela equipe do projeto na Ride/ Polo Pe- trolina/PE e Juazeiro/BA no que tange as ações de mobilização social.

Quadro 1 - Atividades de mobilização social realizadas na RIDE/Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA

ATIVIDADE PERÍODO

Plano de mobilização social 01/2014 Levantamento dos conflitos socioambientais 01/2014 a 05/2014 1ª Rodada de discussão – visitas aos municípios 02/2015 a 06/2015 Entrega do relatório de mobilização etapa 1 07/2015 2ª Rodada de discussão – conferencias locais conferencia 07/2015 a 08/2015; 10/2015; regional; visitas aos distritos. 01/2016 e 02/2016 Entrega do relatório 2ª rodada de discussão 03/2016 3ª Rodada de discussão – reuniões nos campis da UnB 06/2016 Consulta Pública do Plano Regional de Saneamento Básico Entrega e divulgação do relatório final mobilização social 04/2017

Evidenciam-se os esforços no sentido de conhecer a realidade (levantamento dos conflitos e visitas aos municípios); estabelecer contatos com atores/referencias nos municípios (visitas, conferencias e reuniões); discussões com a comunidade considerando os resultados dos levantamentos em campo; aproximação da equipe responsável pela elaboração do plano de saneamento do Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA; elaboração de projeções de aterros sanitários descentralizados na Ride/ Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA, considerando a realidade de cada município e a viabilidade técnica e política para implantação dos referidos aterros.

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3.1 Estratégia de mobilização via mídias sociais O plano de mobilização evidenciou as estratégias de mobilização e participação social destacando o papel das redes sociais como um forte instrumento de mobilização social nas médias e grandes cidades, pautando o governo e a sociedade civil organizada a respeito de temas que representam para muitos segmentos sociais situações-limite frente a realidade. Destacou ainda que saber utilizar o potencial aglutinador e mobilizador das redes sociais e novas tecnologias de informação e comunicação, contextualizando-as criticamente a partir de teorias-guia é de fundamental importância no PMS. Essas novas tecnologias apresentarem-se no PMS como estratégias universais que mesmo em sua generalidade foram capazes de dar conta das especificidades de cada uma das RIDES. A Página oficial do projeto (www.ridesab.com.br) destacou-se nesse processo, dando credibilidade ao projeto, apresentando as ações e intenções, além de centralizar as informações e os mapeamentos de conflitos. A página pôde contar uma área restrita para membros da equipe do projeto, onde se intercambiou alguns arquivos de dados, artigos científicos e documentos. A Figura 1 apresenta a tela inicial da página oficial do projeto RIDEs.

Figura 1 – Tela tela inicial da página oficial do projeto RIDEs

No decorrer do trabalho de campo foram produzidos 09 vídeos, sendo 05 retratando as visitas aos municípios e as reuniões/conferencias de apresentação e discussão do diagnóstico. Foram produzidas ainda 12 matérias contextualizando as visitas das primeira e segunda rodadas aos municípios, com ilustração de fotos do trabalho de campo e roteiro da situação encontrada.

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Como estratégia de informar a população acerca da importância de uma visão integrada de saneamento nas Rides foram publicados no site textos (06): O que é a RideSab; Porque e o que são Rides; O Plano Nacional de Resíduos Sólidos; O que são e como serão os Planos de Saneamento Básico das Rides; Composição do Esgoto, Coleta Seletiva e Importância da Cooperação entre os municípios. Os Quadros 2, 3 e 4 apresentam uma síntese das mídias sociais produzidas.

Quadro 2 – Síntese das mídias sociais produzidas - Vídeos

DATA VÍDEO/TEMA 03/02/2015 O que é a RIDESab? 25/02/2015 Termo de Cooperação Estudo RIDESab 18/05/2015 Saída de Campo Alexânia –GO 30/05/2015 Visita Mimoso – GO 03/06/2015 O que são RIDEs? 15/08/2015 Importância da Integração e Cooperação dos Municípios no Estudo RIDEsab 20/08/2015 2ª Rodada de Discussões – Ridesab

22/10/2015 1ª Conferência Regional de Manejo dos Resíduos Sólidos e das Águas Pluviais 07/07/2016 3ª Rodada de Discussões

Quadro 3 – Síntese das mídias sociais produzidas - Textos DATA TEXTO/TEMA 16/09/2014 COLETA SELETIVA 09/11/2014 COMPOSIÇÃO DE ESGOTO 09/11/2014 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 05/12/2014 POR QUE RIDE 11/02/2015 O QUE SÃO PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO DAS RIDEs? 11/02/2015 COMO SERÃO OS PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO DAS RIDEs?

Quadro 4 –Matérias publicadas na página oficial do Projeto RIDEs

DATA MATÉRIA NO SITE 04/02/2015 VISITA A FORMOSA – GO / ETAPA 1 11/02/205 VISITA VILA BOA – GO 22/02/2015 VISITA PIRINÓPOLIS – GO 27/02/2015 VISITA PLANALTINA DE GOIÁS 07/03/2015 VISITA VALPARAÍSO DE GOIÁS 10/03/2015 VISITA CORUMBÁ DE GOIÁS 20/03/2015 VISITA CIDADE OCIDENTAL - GO 27/03/2015 VISITA ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS 27/04/2015 O QUADRO DE VISITAS JÁ REALIZADAS NA RIDE DF ENTORNO 07/05/2015 2ª VISITA A FORMOSA - GO 12/06/2015 CONCLUSÃO DA PRIMEIRA RODADA DE DISCUSSÕES

Foi disponibilizado um espaço virtual para identificação dos conflitos socioambientais no mapa das Rides, conforme ilustra a Figura 2.

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Figura 2 – Espaço virtual para identificação dos conflitos socioambientais no mapa das Rides

Ao entrar no site o interessado é convidado a identificar o conflito e a ajudar a mapear a realidade do saneamento em sua região. Com relação a essa estratégia de mobilização social evidenciou-se uma baixa participação, foram poucos acessos, fato que pode estar relacionado a certa dificuldade da comunidade em acessar tais meios e/ou ainda ao pouco investimento feito pelo projeto na divulgação da página como estratégia de envolvimento da comunidade.

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3.2 Planejamento e realização das visitas à campo Os integrantes da equipe de Mobilização Social realizaram um levantamento sobre os principais conflitos socioambientais existentes nos municípios pertencentes a RIDE PE/BA. As notícias pesquisadas compreendem publicações entre os anos de 2012 a 2015, em sua maioria denúncias, realizadas pela própria comunidade dos municípios em meio digital (jornal online) e sites específicos das cidades (blogs). Conforme o Plano de Mobilização Social, “é imperioso que se promova um amplo pro- cesso participativo, que efetivamente assegure participação social com vistas ao em- poderamento dos diferentes segmentos sociais (Friedmann, 1982), especialmente os menos privilegiados”. Isto porque, conforme Santos e Saito (2006), o simples fato de instituir mecanismos de consulta e participação não assegura o pleno conceito, visto que a origem dos processos, as estruturas de participação e os próprios processos podem representar limitações que reforçam a mitificação da participação e terminam por reafirmar a legitimação de tomadas de decisão por segmentos de maior poder político e econômico. Dessa forma, a equipe elaborou a apresentação oral para ser discutida junto à comunidade nos encontros a serem realizados nos municípios, abordando a caracter- ização da RIDE, sua importância e questões referentes ao saneamento básico, drenagem urbana e resíduos sólidos, enfatizando os principais danos à saúde causados pela ausên- cia ou deficiência na prestação desses serviços. Por questões administrativas entre as instituições Ministério das Cidades e o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecno- lógico da Universidade de Brasília – CDT/UnB houve atraso para início das saídas a campo e visitas institucionais para coleta de dados. Em 2014 há de se destacar que a Copa do Mundo e as eleições também foram fatores que influenciaram no atraso das visitas aos municípios. Tentamos estabelecer contato com as prefeituras e secretarias de Saúde, Meio Ambiente e Infraestrutura/Obras por telefone e por e-mail com antecedên- cia, apresentando o projeto e sua importância, bem como solicitando apoio para realiza- ção do encontro com a comunidade local. Entretanto, a equipe não obteve sucesso em todos os municípios, uma vez que encontramos dificuldade na sincronização entre as datas e horários disponíveis para ambas as partes. Partimos, então, no dia 27/03/2015, para o município de Santa Maria da Boa Vista (PE) para a apresentação e discussão junto à comunidade e lideranças locais, e mesmo com a distribuição de convite elabora- do por equipes de Saúde da Família (embora contendo informações equivocadas), prat- icamente não tivemos público, conforme demonstram as Figuras 3, 4, 5, 6 e 7.

Figura 3 - Convite distribuído por equipes de Saúde da Família na cidade de Santa Ma- ria da Boa Vista (PE)

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Figura 4 - Presença de apenas três representantes da comunidade local no encontro real- izado na cidade de Santa Maria da Boa Vista (PE)

Seguimos, no mesmo dia, para a cidade de Orocó (PE), mas fomos pegos por protesto na estrada que não permitiu que passássemos adiante até a localidade. Vale ressaltar que tal município receberia nossa visita, mas não havia realizado a divulgação do encontro, o que impossibilitaria o alcance do objetivo do trabalho.

Figura 5 - Protesto realizado na estrada que dá acesso a cidade de Orocó (PE).

Finalmente conseguimos realizar um encontro com alguns membros da comunidade na cidade de Lagoa Grande (PE), onde contamos também com a presença de membros da equipe gestora, que ouviram algumas solicitações dos cidadãos sem controvérsias.

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Figura 6 - Presença de alguns membros da comunidade local no encontro realizado em Lagoa Grande (PE).

Figura 7 - Encontro realizado na cidade de Lagoa Grande (PE).

Dando continuidade às visitas, chegamos ao município de Sobradinho (BA), que não realizou divulgação do encontro e por isso não pudemos realizar a ação; o mesmo acon- teceu com Curaçá (BA) e Casa Nova (BA), que desmarcaram o encontro por falta de divulgação das atividades.

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4. RESULTADOS DAS RODADAS DE DISCUSÃO: VISITA AOS MUNICÍPIOS Afim de que seja possível observarmos a necessidade e dimensão dos serviços que devem ser oferecidos, segue abaixo, na Tabela 1, informações socioeconômicas refer- entes à dimensão populacional dos municípios, sua extensão territorial e seu Produto Interno Bruto (PIB). Posteriormente serão descritos os principais conflitos socioambien- tais encontrados nos municípios, o que nos proporciona analisar possíveis soluções mu- nicipais de acordo com os dados colhidos em campo e sistematizados pela equipe re- sponsável pela mobilização social.

Tabela 1. Características socioeconômicas dos municípios pertencentes a RIDE PE/BA CÓDIGO ÁREA PIB 2012 POPULAÇÃO ESTADO MUNICÍPIO IBGE (km²) (R$ 1.000) (Censo 2010) PE 2611101 PETROLINA 4.562 3.786.065 293.962 LAGOA PE 2608750 1.849 244.028 22.760 GRANDE SANTA MA- PE 2612604 RIA DA BOA 3.001 304.324 39.435 VISTA PE 2609808 OROCÓ 555 106.872 13.180 BA 2918407 JUAZEIRO 6.501 2.135.551 197.965 BA 2930774 SOBRADINHO 1.239 496.782 22.000 BA 2907202 CASA NOVA 9.647 381.833 64.940 BA 2909901 CURAÇÁ 6.079 210.311 32.168

Torna-se possível identificar que os municípios pertencentes a RIDE Polo Petrolina e Juazeiro (PE/BA) diferem em suas características territoriais, populacionais e econômicas. A existência dessas diferenças traz consigo uma complexa organização territorial, ambiental, cultural, econômica e política ao se pensar em solucionar os con- flitos socioambientais de uma região que deve promover maior integração entre os mu- nicípios, apontando para a realização de planejamento conjunto e integrado regional- mente, para que toda a região se desenvolva social e economicamente, sem que o desenvolvimento e as ações de um prejudiquem os demais. Ainda de acordo com a Lei complementar 113 de 19/09/2001, regulamentada pelo De- creto 4.366, de 09/09/2002, os municípios integrantes dessas regiões que participarem da execução do planejamento integrado e dos serviços comuns (planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social, saneamento básico, transportes, uso do solo, aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental) terão preferên- cia na obtenção de recursos federais e estaduais, inclusive sob a forma de financiamen- tos, bem como de garantias para empréstimos, o que reforça a necessidade e importân- cia da existência das RIDES.

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4.1 Prestações de Serviço de Água e Esgotamento Sanitário No quesito de prestação de serviço de água e esgotamento sanitário, pode-se bserver que os municípios Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó, local- izados no estado de Pernambuco, tem prestação de serviço via COMPESA (Companhia Pernambucana de Saneamento), uma sociedade anônima de economia mista, com fins de utilidade pública, que está vinculada ao Governo do Estado de Pernambuco por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. É uma organização dotada de personali- dade jurídica de direito privado, tendo o Estado como seu maior acionista. Os municípios Juazeiro, Casa Nova e Curaçá, localizados no estado da Bahia, tem prestação de serviço via SAAE’s (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), que são autar- quias municipais existentes no Brasil e que foram fomentadas inicialmente pelo Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), atualmente FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), com o objetivo de desenvolver serviços de saúde e saneamento no interior do país. Já a cidade de Sobradinho, também pertencente à Bahia, recebe prestação de serviço via EMSAE (Empresa Municipal de Saneamento, Água e Esgoto).

4.1.1 Municípios Pertencentes ao Estado de Pernambuco Petrolina O município de Petrolina está localizado no extremo oeste do estado de Pernambuco, estando situado à margem esquerda do rio São Francisco. Segundo dados do IBGE, es- tima-se que Petrolina alcance o número de 331.951 habitantes no ano de 2015. O atual sistema de abastecimento de água de Petrolina é composto por uma captação no Rio São Francisco, onde duas estações elevatórias de água bruta aduzem água a duas estações de tratamento de água: ETA I e ETA II. A partir dessas estações de tratamento a água tratada é aduzida a dois reservatórios elevados de grande porte interligados entre si, e destes a água chega aos consumidores através da rede de distribuição. A situação física da estrutura se encontra em bom estado, necessitando de limpeza da área e uma melhoria na urbanização do local. Deve-se salientar ainda a ocorrência de uma forte urbanização na margem esquerda do Rio São Francisco, a montante da cap- tação, inclusive a existência de um Distrito Industrial. Por tratar-se de uma captação com canal de derivação qualquer lançamento indevido na margem a montante, de mate- rial contaminante, poderá colocar em risco a qualidade da água bruta e comprometer o tratamento. De acordo com dados do DATASUS, em Agosto do ano de 2015, 145.206 famílias possuíam abastecimento de água por rede pública no município, enquanto 6.285 faziam uso de poço/nascente e 23.558 obtinham água por outros meios não listados, como demonstrado na Figura 8.

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Figura 8 - Abastecimento de água em Petrolina-PE em Agosto de 2015.

Então, a partir do levantamento feito pela equipe em jornais online e blogs da cidade, constatou-se que as comunidades petrolinenses sofrem constantemente com a falta de água nas residências, as quais relatam que ocorre racionamento de água por parte da COMPESA, empresa responsável pela prestação do serviço no município, com dias e horários estabelecidos para o fornecimento. Também é possível observar por toda cidade danos no calçamento devido a vazamentos na tubulação que distribui a água para as residências, o que configura um risco para pedestres e automóveis que circulam pela cidade, inclusive com registros de acidentes já relatados pela população, além do desperdício gerado. Alguns moradores de bairros da cidade já fizeram reclamações e denúncias sobre a qualidade da água distribuída. Em matéria publicada no início do ano de 2015, em jornal online de grande circulação, mo- radores descreveram a água como “esbranquiçada e com cheiro e gosto forte de cloro”, o que compromete seu consumo nos domicílios. Quanto ao esgotamento sanitário, em Agosto de 2015, de acordo com dados obtidos do DATASUS, existiam 71.715 famílias com rede de esgoto no município. Entretanto, identificou-se que há uma precariedade na manutenção desse serviço, ainda sendo iden- tificadas 25.202 famílias que ainda faziam uso de fossas e 4.283 famílias sofriam com esgoto a céu aberto, situação representada na Figura 9.

Figura 9 - Esgotamento sanitário em Petrolina-PE em Agosto de 2015.

São constantes as reclamações das comunidades referentes à ausência de rede de esgoto nos bairros, rompimento de canos, transbordamento de esgoto e presença de esgoto a céu aberto, o que configura risco à saúde dos moradores locais, uma vez que a inex- istência de tratamento de esgoto cria um ambiente insalubre que propicia o desenvolvi- mento de doenças como a diarreia, que afeta principalmente crianças e deixa sequelas a médio e longo prazo, infecções recorrentes, doenças toxicológicas causadas pela con- taminação por substâncias químicas vindas de causas e produtos diversos, cólera, ame- bíase, leptospirose, entre outras.

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Lagoa Grande O município localiza-se no extremo Sudeste do Estado de Pernambuco, a 690 km da capital. Possui uma população, de acordo com censo realizado pelo IBGE em 2010, de aproximadamente 22.760 habitantes, sendo que 54,23% residem em área rural e 45,47% em área urbana. Estima-se uma população para o ano de 2015 de cerca de 24.757 hab- itantes. O abastecimento de água na cidade é realizado através da COMPESA que, em Julho de 2015, realizou obras de modernização na Estação de Tratamento de água da cidade. Os serviços incluíram a substituição e instalação de um novo macromedidor. No entanto, os moradores ainda enfrentam problemas, como o racionamento de água, por exemplo. Alguns bairros chegam a receber água apenas duas vezes na semana, como é o caso do bairro Morada Nova, onde os moradores recorrem à compra de água através dos carros pipas. A comunidade relata que a água fornecida é amarelada, algumas vezes mal chei- rosa e barrenta. Em Agosto de 2015, de um total de 6.519 famílias, 4.371 possuíam abastecimento de água por meio de rede pública, enquanto 84 faziam uso de poço/nascente e 2.064 famílias obtinham água por outros meios, como ilustrado na Figura 10.

Figura 10 - Abastecimento de água em Lagoa Grande-PE em Agosto de 2015.

De acordo com os moradores locais, os mesmos pagam uma taxa de esgoto de 100% na conta mensal, mas mesmo assim existe esgotamento apenas em alguns bairros da cidade, com a presença de esgoto a céu aberto nas demais localidades, que chega a ser despejado diretamente no rio, sem qualquer tipo de tratamento anterior. Existe uma lagoa de estabilização no município, entretanto a comunidade diz que ela funciona com precariedade e a água não é bem tratada. Na ausência de rede de esgoto, os próprios moradores fazem “arranjos”, que chegam até a mesma lagoa com a água suja advinda das suas casas. Segundo o DATASUS, em Agosto de 2015, 2.130 famílias possuíam rede coletora de esgoto em suas residências, enquanto 3.358 ainda utilizavam fossas e 1.031 conviviam com esgoto a céu aberto, como mostra a Figura 11.

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Figura 11 - Esgotamento sanitário em Lagoa Grande-PE em Agosto de 2015.

Santa Maria da Boa Vista O município de Santa Maria da Boa Vista está localizado no extremo Sudeste do Estado de Pernambuco, a 640 km de Recife, na zona denominada São Francisco Pernambucano e mesorregião de Petrolina. Em 2010 possuía uma população de 39.435 habitantes, com estimativa de aumento para 41.293 no ano de 2015. De acordo com os poucos moradores que compareceram ao encontro no município, no centro da cidade não há muitos problemas relacionados ao abastecimento de água, mas nos bairros falta água durante a semana. Relatam beber água poluída e o despejo inade- quado da água suja diretamente no rio. Próximo ao rio, cerca de 10 metros, está local- izado o matadouro municipal, que, segundo os mesmos, não tem práticas higiênicas, o que acarreta na contaminação da água utilizada que, também, é despejada no rio. Cerca de 7.541 famílias no município possuem abastecimento de água advindo de rede pública, enquanto 411 fazem uso de poço/nascente e 2.395 famílias recebem água de outros meios no mês de Agosto de 2015, como mostra a Figura 12.

Figura 12 - Abastecimento de água em Santa Maria da Boa Vista-PE em Agosto de 2015.

Quanto à situação do esgotamento sanitário no município, não foram obtidas muitas informações devido à ausência de público no dia do encontro e também a pouca quan- tidade de informações encontradas durante o mapeamento feito pela equipe, entretanto foram relatados alguns casos de esgoto estourado e boca de lobo entupida pelas ruas da cidade, principalmente na periferia, pelos moradores presentes.

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Em Agosto do ano de 2015, 4.700 famílias faziam uso de fossa em suas residências, enquanto 3.598 tinham esgotamento sanitário e 2.049 conviviam com esgoto a céu aber- to, conforme a Figura 13.

Figura 13 - Esgotamento sanitário em Santa Maria da Boa Vista-PE em Agosto de 2015.

Orocó O município de Orocó está localizado no Estado de Pernambuco e é a entidade com menor área dentro da RIDE Polo Petrolina/Juazeiro. Está distante da capital do Estado (Recife) 569 km. A população municipal, de acordo com o Censo realizado em 2010, era de 13.180 habitantes, com estimativa de chegar a 14.445 em 2015. A cidade apresenta problemas em relação à captação de água no Rio São Francisco. O canal de aproximação possui problemas estruturais, como erosão ao longo do caminho da captação, além da ausência de bomba reserva na sua estação de tratamento. Entretanto, sendo a equipe impossibilitada de realizar o encontro no município devido à falta de apoio por parte da prefeitura municipal e por termos encontrado a pista de aces- so a cidade bloqueada, não foi possível coletar dados e relatos dos moradores em cam- po.

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4.1.2 Municípios Pertencentes ao Estado da Bahia

Curaçá Curaçá localiza-se no estado da Bahia, no Submédio São Francisco. Possui uma popu- lação de aproximadamente 34.725 habitantes, de acordo com censo realizado pelo IBGE em 2015. Sendo da zona urbana a estimativa de 13.720 habitantes e da zona rural aprox- imadamente 18.445 habitantes. O abastecimento de água na cidade é realizado através do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) que, em Abril de 2015, realizou a instalação de novos hidrômetros, aparelhos responsáveis pela medição da água consumida nas residências. Após muitas reclamações da água barrenta, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) em Cu- raçá começou a operar o novo sistema de tratamento e abastecimento de água na cidade. De acordo com levantamento elaborado a partir do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a média de abastecimento de água do município é de 84,9%, tendo a estimativa maior que a média nacional, que é de 79,54%. De acordo com as notícias atuais, o município de Curaçá tem recebido manutenções em sistemas de saneamento. Dados do IBGE do ano 2013 mostram o percentual de 81,61% da população atendida com serviços de coleta de lixo, estando acima da média nacional que é de 74,64%.

Sobradinho Município brasileiro do Estado da Bahia que possui uma população estimada de 25.583 habitantes, de acordo com o censo 2015 do IBGE. A estimativa da população que vive na zona urbana é de, aproximadamente, 19.999 habitantes e dos que vivem na zona rural é de, aproximadamente, 1.989 habitantes. O abastecimento de água da cidade é realizado pela EMSAE (Empresa de Saneamento, Água e Esgoto). No intuito de aperfeiçoar permanentemente a reflexão sobre o uso con- sciente da água, realizou o lançamento do projeto “Uso consciente de água: Uma gota de amor”. De acordo com dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) em Julho do ano de 2013, 5.978 famílias possuíam abastecimento de água por rede pública no município, enquanto 61 famílias faziam uso de poço/nascente e 100 obtinham água por outros meios não listados, como demonstrado na Figura 14.

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Figura 14 - Abastecimento de água em Sobradinho/BA

De acordo com os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mesmo após uma série de medidas para guardar água, a queda do volume da represa é diária e a situação tende a piorar nos próximos dias, por conta da escassez das chuvas. Pesquisa mostra percentual da população atendida por esgotamento sanitário de 46,88%, na estimativa municipal e nacional. A população atendida pelo serviço de coleta de lixo domiciliar, de acordo com o censo do IBGE, é de 100%, superando o per- centual nacional de 74,64%.

Casa Nova Município brasileiro do estado da Bahia, localizado no Semiárido Nordestino. De acor- do com o censo realizado pelo IBGE em 2013, possui população de, aproximadamente, 64. 940 habitantes, sendo 37.555 da zona urbana e 27.389 da zona rural. O abastecimento de água da cidade é realizado através do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). De acordo com dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) em Julho do ano de 2013, 8.808 famílias possuíam abastecimento de água por rede pública no município, enquanto 2.322 famílias faziam uso de poço/nascente e 3.503 obtinham água por outros meios não listados, como demonstrado na Figura 15.

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Figura 15 - Abastecimento de água em Casa Nova/BA

O percentual da população atendida com serviço de esgoto sanitário é de 29,88% na média do município e 46,88% a média nacional. Os moradores enfrentam problemas com lixo nas ruas, buracos e esgotos a céu aberto, a população volta a cobrar soluções para os problemas que já fazem parte da rotina dos moradores da cidade, o lixo nas ruas tem dado a cidade um aspecto de total abandono. Há meses a população vem denunciando por meio das redes sociais e pela imprensa. De acordo com as estimativas disponibilizadas pelo DATASUS, que por sua vez utiliza fontes do IBGE, foram informadas apenas a média nacional da população que é atendida pelo serviço de coleta de lixo, porém não constam dados da prestação de serviços em relação ao Município de Casa Nova.

Juazeiro Município brasileiro do estado da Bahia que se localiza na Região Submédia Bacia do Rio São Francisco. De acordo com o censo do IBGE em 2015, a estimativa populacion- al é de aproximadamente 218.324 habitantes, sendo 160.786 moradores da zona urbana e 37.198 da zona rural. A falta de água tem sido uma reclamação frequente dos juazeirenses. Moradores se queixam da falta de abastecimento em alguns bairros da cidade, a água só chega as residências 1:00 hora da manhã e os moradores têm que encher baldes e garrafas pela madrugada porque não tem água durante o dia. De acordo com dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) em Julho do ano de 2013, 47.882 famílias possuíam abastecimento de água por rede pública no município, enquanto 1.308 faziam uso de poço/nascente e 2.769 famílias obtinham água por outros meios não listados, como demonstrado na Figura 16.

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Figura 16 - Abastecimento de água em Juazeiro BA em julho de 2013

A cidade enfrenta problemas também com relação à precariedade das redes de esgoto. A sujeira e o mau cheiro estão causando transtorno ao bem comum e o bem estar da saúde da população. O levantamento feito no ano de 2013, elaborado a partir do Sistema Nacional de informações sobre saneamento (SNIS), mostra que a população atendida pelo serviço de coleta de lixo chega a um percentual de 92,86%, superando a média nacional. A taxa de crescimento anual da população atendida pelo serviço de coleta chega a 1,4% ao ano. Normalmente os sacos de supermercados são acondicionados de forma inade- quada, o lixo doméstico acaba sendo levado diretamente para as bocas de lobo, entupin- do as galerias pluviais da cidade. Essa atitude compromete a vazão da água, e assim provoca alagamentos em momentos de chuva, prejudicando a saúde da população por terem contato com água poluída, com dejetos e sujeira. Por tratar-se de uma captação com canal de derivação qualquer lançamento indevido na margem a montante de material contaminante, poderá colocar em risco a qualidade da água bruta e comprometer o tratamento. A SESP está se mobilizando junto a prefeitura de Juazeiro para realizar a retirada de lixo e entulhos que foram depositados em locais inapropriados da cidade. Juazeiro construiu atualmente em fevereiro de 2016, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que possui quatro lagoas de tratamento, sendo uma anaeróbia e três faculta- tivas. Nas anaeróbias a estabilização não conta com o oxigênio dissolvido, fazendo com que os organismos removam o oxigênio dos resíduos. Já as facultativas dependem da fotossíntese para a produção de oxigênio.

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4.2 Drenagem Urbana De acordo com a Lei Nº 11.445, de 5 de Janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, os serviços públicos serão prestados com base em princípios fundamentais, como universalização do acesso, abastecimento de água e, entre outros, disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patri- mônio público e privado. No entanto, essa não é a realidade dos municípios estudados, como será descrito a seguir.

4.2.1 Municípios Pertencentes ao Estado de Pernambuco De modo geral, os municípios pernambucanos não dispõem de sistemas de drenagem urbana eficientes. Em épocas de chuva na região, todos sofrem com o acúmulo de água nas ruas e com os transtornos decorrentes dele. Em Petrolina, os moradores não hesitam em denunciar nos blogs locais a situação de seus bairros quando as chuvas chegam. A cidade alaga de maneira geral, seja no centro ou nos bairros mais distantes, é comum a cena de acidentes, atolamentos e tomada das casas pela água. No Viaduto do Bar- ranqueiro, localizado no centro da cidade, muitos carros já foram invadidos pela água, inclusive sendo necessário o resgate de seus passageiros. Em bairros que não possuem calçamento e saneamento básico os transtornos são maiores. Moradores do bairro São Jorge vivem essa realidade de perto em suas casas. A água que não é drenada se acumu- la pelas ruas e, misturada ao esgoto, terra e lixo, é grande fator de risco no desenvolvi- mento de doenças para a comunidade local, além de deixar sujeira e lama nas casas. Nos condomínios localizados na Vila Mocó, os moradores já chegaram a não conseguir sair das suas casas devido a grande quantidade de água acumulada na frente dos prédios. O mesmo cenário acontece nos bairros Pedra Linda, São Gonçalo, Atrás da Banca, Portal das Águas e vários outros. A situação se repete nos municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó, que não dispõem de sistema de drenagem urbana ade- quado, o que causa grandes transtornos aos seus moradores.

4.2.2 Municípios Pertencentes ao Estado da Bahia De modo geral, a população baiana, após ter sofrido muito em relação ao saneamento básico, sendo, no ano de 2013, divulgadas reclamações da população de alguns mu- nicípios e moradores, foi atendida pelo sistema de serviços, que realizou obras para melhorar o abastecimento de água e o esgotamento sanitário de alguns municípios, em- bora o serviço não tenha alcançado a todos de maneira unânime. Em 2015 poucas reclamações foram divulgadas em sites e blogs da rede local. Em 2016, Curaçá recebe implantações de cisternas pelo Consórcio Sustentável do Terri- tório do São Francisco (Constesf). Casa Nova e Sobradinho também estão com o projeto em andamento, algumas famílias já desfrutam do benefício em suas propriedades, deixando de realizar longas caminha- das para encontrar água. O Projeto Cisternas tem o objetivo de garantir às famílias o acesso à água no período de estiagem, através da captação e armazenamento do líquido nos períodos de chuva.

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4.3 Resíduos Sólidos A elaboração dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) é condição necessária para o Distrito Federal e os municípios terem acesso aos recursos da União, destinados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos.

4.3.1 Municípios Pertencentes ao Estado de Pernambuco Apesar da exigência e necessidade da elaboração de um plano para gestão dos resíduos sólidos nos municípios, a realidade encontrada ainda é o uso dos “lixões”. Em Petrolina, são constantes as denúncias dos moradores nos blogs de circulação local. Mesmo havendo coleta de lixo no município, o acúmulo nas ruas é comum de se ver. Na Cohab Massangano, um terreno, próximo a feira livre do bairro, virou depósito de lixo e causa grandes transtornos aos frequentadores da feira. Eles reclamam da sujeira e do odor desagradável, além do caos gerado na circulação dos veículos. No bairro João de Deus, zona oeste de Petrolina, a comunidade flagrou o descarte inadequado de lixo ao lado de uma Unidade de Saúde. No mesmo bairro, ainda foi identificado o descarte incorreto de lixo hospitalar na calçada da Unidade de Saúde Josefa Bispo, localizada na Rua 07 da comunidade. No centro da cidade, nas imediações do Estádio Paulo de Souza Coelho, a situação se repete: acúmulo de lixo e entulho. O cenário de descarte inadequado de lixo e entulho se repete na Orla, Distrito Industrial, Maria Auxiliadora, José e Maria, Alto Cheiroso, Loteamento Eduardo, Vila Mocó e até mesmo em um dos grandes cartões- postais da cidade, na Praça Dom Malan, onde fica localizada a Igreja Catedral, no Cen- tro da cidade. Nos municípios de Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande, de acordo com moradores locais há coleta de lixo na cidade, mas com certa irregularidade nos dias de coleta. Há presença de lixo nas ruas que, inclusive, causa entupimento das bocas de lobo quando se mistura às águas da chuva. Não foram obtidas informações referentes ao município de Orocó.

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4.3.2 Municípios Pertencentes ao Estado da Bahia Conforme já relatado, cada município baiano recebe serviços de coleta de lixo com reg- ularidade, embora com suas deficiências. Curaçá e Sobradinho têm sido bem atendidos em relação à coleta de lixo, não foram encontradas reclamações de populares. Em Casa Nova os moradores enfrentam problemas com lixo nas ruas, mesmo havendo coleta de lixo no município, o acúmulo nas ruas é comum de se ver. Buracos e esgoto a céu aberto, a população volta a cobrar soluções para os problemas que já fazem parte da rotina dos moradores da cidade. O lixo nas ruas tem dado a cidade um aspecto de total abandono. Em Juazeiro, pode-se perceber que a SESP (Secretaria de Serviços Públicos), junto à prefeitura, está realizando um trabalho de limpeza de lixo e entulhos em locais inapro- priados da cidade, mas nem todos são alcançados pelo serviço, se fazendo necessária a elaboração de um plano para gestão dos resíduos sólidos no município. Em fevereiro de 2016, de acordo com reclamações do comunitário David Lima, o saneamento do Bairro João Paulo II foi inaugurado com uma obra de fato realizada com sucesso, tem mostra- do outra realidade. Houve um crescimento da lagoa de fezes ao longo da Avenida, descendo e formando um córrego na direção do riacho que corta o bairro Itaberaba, pas- sando ao lado do Atacadão e do Shopping Juá Garden, desaguando no Rio São Francis- co.

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5. RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA DO PLANO REGIO- NAL DE SANEAMENTO BÁSICO - RIDE POLO PETROLI- NA/JUAZEIRO A consulta pública dos planos foi realizada a partir da página eletrônica do projeto (www.ridesab.com.br/consulta-publica), tendo como premissas a transparência, indivi- dualidade com anonimato preservado, a organização estruturada, e a multiescala. Em outras palavras, de acordo com as duas primeiras premissas, o público necessita se ca- dastrar apresentando nome e e-mail, que serão anônimos, mas cujos comentários serão publicizados para visualização por outros usuários. Isto permite estabelecer um processo dialógico em que aquele usuário que for fazer um comentário pode reforçar aspectos apresentados por colaboradores anteriores, ou refutá-los. Já com relação às duas últimas premissas, o texto disponibilizado para consulta pública é organizado por parágrafos, e os comentários são feitos em cada parágrafo, de forma a facilitar a compilação e análise pela equipe técnica ao fim da consulta. Apesar disso, o usuário do sistema de consulta pública tem acesso ao documento em seu conjunto, po- dendo inclusive fazer download ou imprimir, fazendo suas observações no meio físico antes de lançar na plataforma. Isso permite adequar o tempo de análise e expressão dos comentários, podendo inclusive realizar comentários de ordem geral, sobre capítulos ou seções. Visando facilitar o acesso ao conjunto das informações relacionados com o projeto, no mesmo período da consulta também foram disponibilizados na página eletrônica os do- cumentos apresentados anteriormente, Diagnóstico e Visão Regional. A consulta pública teve inicio em 06 de abril de 2019 com previsão de encerramento em 05 de maio de 2019. Entretanto, devido a baixa adesão, esse período foi extendido até 20 de maio de 2019. Apesar dessa ampliação do prazo, o baixo nível de adesao se manteve. Visando ampliar o alcance da consulta, foram encaminhadas correspondências convidando todas instituições ou lideranças que participaram das etapas anteriores de mobilização social para participar da consulta. A primeira corresponência (Anexo I) foi encaminhada por correio eletrônico no inicio do período da consulta (06 de abril de 2019) e a segunda (Anexo II) foi encaminhada, também por correio eletrônico, em 13 de maio de 2019, informando a extensão do prazo e reiterando o convite para participacao na consulta pública. No final do período foi destacada a baixa participação, em particular via página eletrônica. Foi até possível verificar uma boa quantidade de visitas ao site, sem as correspondentes manifestações, o que sinaliza que este instrumento pode ter contruibuido para tornar mais conhecidos os resultados do projeto, mas nao foi muito efetivo para receber contribuições. Resultados muito semelhante foram observados nas manifestações através de correio eletrônico. Em que pese o envio de correspondências para mais de 300 instituições ou lideranças, as manifestações ficaram muito aquém do esperado (menos de dez respostas). Posssivelmente, o hiato entre a última atividade de mobilização e a consulta mais recente contribuir para a pequenas quantidade de manifestações. Além disso, a

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mudanças nas instiutições estaduais e federal responsáveis pelo saneamento também deve ter contribuido.

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6. REFERENCIAS AZEVEDO, Heloisa Pereira Lima. Rides – por que criá-las? In: Geografias – Revista do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia IGC- UFMG. Belo Horizonte 06(2) 87-101 julho-dezembro de 2010. Disponível online em: < http://www.cantacantos.com.br/revista/index.php/geografias/article/view/119/117 >. Acesso em 19 junho 2015. BANDEIRA, Herika Cristina Rezende. A Região Integrada de Desenvolvimento de Teresina (RIDE): História e Gestão. Disponível online em: < http://www.ufpi.br/19sic/Documentos/RESUMOS/Humanas/Herika%20Cristina%20Re zende%20Bandeira.pdf >. Acesso em 19 junho 2015. BERLINCK, C. N., SAITO, C. H. Action Research for Emancipation Informed by Ha- bermas and Hierarchy of Systems: Case Study on Environmental Education and Man- agement of Water Resources in . Systemic Practice and Action Research., v.23 (2), p.143 - 156, 2010. BERLINCK, C. N., SANTOS, I. A., SILVA, C. M., TAVOLUCCI, A. B. L., STEIN- KE, V. A., STEINKE, E. T., MELO, V. R. M., ALMEIDA, F. J., SILVA, M. I. C. E., SAITO, C. H. 2003. Educação Ambiental como Círculo de Cultura Freireano por meio de Investigação-ação: estudo de caso sobre instrumentalização de Comitês de Bacia Hidrográfica. Revista eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. Rio Grande-RS:, v.10, p.89 - 103. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo 2010. Disponível online em: < http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php >. Acesso em: 17 junho 2015. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Disponível online em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm >. Acesso em: 22 junho 2015. BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível online em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm >. Acesso em: 17 junho 2015. BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível online em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm >. Acesso em: 29 de junho de 2015. BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS) Instrumentos das políticas e da gestão dos serviços públicos de saneamento básico. Coord. Berenice de Souza Cordeiro. – Brasília: Editora, 2009. 239p. (Lei Nacional de Saneamento Básico: perspectivas para as políticas e gestão dos serviços públicos; v.1).

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SANTOS, I. A., SAITO, C. H. A mitificação da participação social na Política Nacional de Recursos Hídricos - gênese, motivação e inclusão social. Geosul (UFSC)., v.21, p.7 - 27, 2006. TORO, José Bernardo e WERNECK, A. Nisia Maria Duarte. Mobilização Social: Um Modo de Construir a Democracia e a Participação. UNICEF - Brasil: Autêntica; 2004 TUAN, Y. F. Space and Place: humanistic perspective. In: Gale, S.; & Olsson, G. (eds.). Philosophy in Geography. Dordrecht, Reidel Publish., p.387-427, 1979. ZIONI, Fabíola. Sociedade, Desenvolvimento e Saneamento. In: Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Arlindo Philippi Jr., editor. Barueri, SP: Manole, 2005. (Coleção Ambiental;2).

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ANEXO I – Convite para participação na Consulta Pública do Plano Regi- onal de Saneamento Básico – RIDE Polo Petrolina/Juazeiro

Prezados(as) Senhores(as),

Convidamos a todos que fizeram parte do Estudo: Diagnóstico do Sanea- mento Básico das Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES) do Brasil (RIDE DF e Entorno, RIDE Polo Grande Teresina/PI, e RIDE Polo Pe- trolina/PE e Juazeiro/BA), do poder executivo municipal, poder legislativo municipal, ministério público, prestadores de serviços de saneamento básico, empresas regionais de saneamento, associações técnicas, organizações da sociedade civil e demais interessados na questão do saneamento básico muni- cipal e regional, a participarem da última etapa que é a Consulta Pública que está acontecendo no endereço: http://ridesab.com.br/consulta-publica/ e vai até o dia 05 de maio com vistas a colher críticas e sugestões dos diferentes participantes e interessados.'

Participem todos!

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ANEXO II – Convite reiterando participaçao na Consulta Pública do Plano Regional de Saneamento Básico – RIDE Polo Petrolina/Juazeiro

Prezados(as) Senhores(as),

Convidamos a todos que fizeram parte do Estudo: Diagnóstico do Sanea- mento Básico das Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES) do Brasil (RIDE DF e Entorno, RIDE Polo Grande Teresina/PI, e RIDE Polo Pe- trolina/PE e Juazeiro/BA), do poder executivo municipal, poder legislativo mu- nicipal, ministério público, prestadores de serviços de saneamento básico, em- presas regionais de saneamento, associações técnicas, organizações da soci- edade civil e demais interessados na questão do saneamento básico municipal e regional, a participarem da última etapa que é a Consulta Pública que está acontecendo no endereço http://ridesab.com.br/consulta-publica/ e que foi prolongado até o dia 20 de maio com vistas a colher críticas e sugestões dos diferentes participantes e interessados.'

Participem e aproveitem essa oportunidade de construção do cenário de sane- amento para todos!

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