Novembro, 2015 Tese De Doutoramento Em História
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A LUTA DE CLASSES EM PORTUGAL (1919-1926). A ESQUERDA REPUBLICANA E O BLOCO RADICAL. Ana Catarina Simões Mendonça Pinto Tese de Doutoramento em História Contemporânea Novembro, 2015 Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em História Contemporânea, realizada sob a orientação científica de prof. Doutor Fernando Rosas. Apoio financeiro da FCT e do FSE no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio. 1 Para o Nuno e a Margarida 2 AGRADECIMENTOS Um trabalho de investigação é devedor do auxílio, ativo ou passivo, direto ou indireto de muitas experiências e pessoas. É um trabalho colectivo, mesmo quando parece ser individual. Não serei exaustiva, no reconhecimento de tudo e todos os que contribuíram, sabendo ou não, para este resultado, mas não posso deixar de deixar alguns nomes aqui registados. Assim, agradecia, genericamente, a todos os trabalhadores dos arquivos, bibliotecas, refeitórios e cafés por onde passei nos últimos anos. Aos almoços e jantares, onde grupos de colegas e amigos misturam o interesse pela política com o interesse uns nos outros. Aos colegas do IHC, em particular ao João Madeira, ao Constantino Piçarra, e ao Luís Farinha, que têm em comum terem supervisionado o meu trabalho em projetos distintos, e serem outras coisas a nível profissional, além de académicos, e, por isso, mais militantes aos meus olhos. À Ana Limpinho, amiga-irmã. À Susana Rodrigues e família, à Ana Sofia Ferreira (Anita) e família, à Marta Rodrigues, amigas de longe e de perto. Ao Pedro Cerdeira, com carinho. Ao Rui Santiago, às férias de antanho e amizade com mãos. À Cristina Pinto Baptista (Kiti), e à Ana Garcia (Nocas), uma equipa assim não se desfaz nem com aguarrás. À Cláudia Figueiredo, tão-camarada, ao Filipe Miranda, e à bicharada. À Maria Alice Samara, amiga maternal no seu estar sempre lá, e ao Tiago Baptista e à Leonor Samara Rosas, cada um e três – à vossa! À Rosa Alface, uma luminária na outra margem. À Joana Estorninho e ao Chico, deram rodas à Margarida e levaram-na à escola pela primeira vez (u-uh!). À Elisa Lopes, ao Miguel Cardoso e ao Xavier com caracóis, concretamente, desde que a Margarida ainda não era, mas estava quase a ser. Ao Nuno Domingos que leu tudo (e era verão) e me ajudou a reler. Aos jantares na casa da Inês Brasão, à Inês, à comida e ao vinho - é quentinho. À Maria Alice Samara (de novo) por ter lido aos bochechos. Ao José (Zé) Neves também, e à Margarida Borges e ao pequeno André. À Inês “Robert Frank” Galvão, mas por ser tia-amiga. À Edalina Sanches, quanta alegria e graça. Ao Rahul Kumar, Marta Macedo, Rita e Miguel, os pioneiros. À Mafalda Santos, simpatia sem peias, do bar da BN para o abraço sem balcão. À Maria Alice Samara (de novo), Paula Godinho e Joana Dias Pereira, “viva a amizade, abaixo a excelência!”, o melhor mote de trabalho. À Elisabete Martins (Beta), tão fixe! desde logo. Aos primos Jorge Dias e 3 Rita Rosado, pelos passeios de fim de semana. À Krista Harper, ao Michael Ash, on our transtlantic partnership. À Cristina Gomes da Silva e família, antes vizinha com música e bolos. À Cláudia Chagas e família, porque brincámos, e em especial ao Tiago que continua a enlaçar-nos. Aos tios e primos que me ligam ao sul e ao tempo – tia Lurdes e tio Jacinto, Paula, Luciano, Patrícia e Diogo, Manelinha e Zé Manel, André e Jorge, António, Zézinha e Tói, Miguel e João, Chico e Luísa, Xana e Joana, Zé, Teresa e Ana, Nita e Quim, Leonor e Inês, Tio Chico da Gamela, Patrícia e Ana Lúcia. À Tia Chica, com saudades. Ao Manuel Dias e à Otília Dias, porque não olham a quem na sua generosidade e, no entanto, ainda se superam na avozisse. À mãe, Maria de Jesus Pinto, ensinante de sensibilidade. Quero-te sempre comigo. À Margarida Pinto Dias, a bomboca, que torna os projetos mais relevantes e irremediavelmente fúteis ao mesmo tempo, “omigada” filha. Àquele que só nomeamos zangada, Nuno Dias, o bonito, o querido, o fofinho, e etc. com doce. São o horizonte a cores. À luta e aos que militam nela. É tudo horizonte. 4 A LUTA DE CLASSES EM PORTUGAL (1919-1926). A ESQUERDA REPUBLICANA E O BLOCO RADICAL. Class struggles in Portugal (1919-1926). Republican Left and radical bloc. ANA CATARINA SIMÕES MENDONÇA PINTO PALAVRAS-CHAVE: Cultura política, entre-guerras, esquerda republicana. Com o presente trabalho estudamos a Primeira República do pós-guerra (1919-1926), procurando compreender o sentido histórico desses anos atribulados, caracterizados por uma permanente instabilidade governativa e pelo desassossego dos agentes sociais. Defendemos existir uma explicação que torna os últimos anos do regime republicano, aparentemente caóticos, compreensíveis: à semelhança de outros países europeus, a especificidade dos anos 20 portugueses reside num fenómeno de polarização política da sociedade, na mobilização e organização de forças mediante os quadrantes da esquerda e da direita modernas. Concretamente, o nosso objecto de estudo consiste na esquerda republicana, um campo que se autonomizou dentro do republicanismo durante o pós-guerra, e no bloco radical, conceito analítico sob o qual englobamos manifestações heteróclitas (partidárias, armadas, intelectuais, unitárias) do fenómeno de polarização política à esquerda. KEYWORDS: Political culture, interwar, republican Left. The present study focuses attention on the First Portuguese Republic post-war era (1919-1926), searching the historical meaning of those disturbed years, characterized by permanent political instability and social unrest. We think that there is one explanation that turns those apparently chaotic last years of the republican regime understandable: similarly to other European countries, the specificity of the Portuguese 20’s resides in a phenomenon of political polarization, of mobilization and organization of social forces conforming to the fields of modern Left and Right. Specifically, our objects of study are the republican Left, a new autonomic field within republicanism, and the radical bloc, analytic concept under which we group heteroclite manifestations (parties, arms, intellectuals, unitarian initiatives) of the phenomenon of polarization in the Left. 5 ÍNDICE INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1 CAP. I A PROBLEMÁTICA DA QUEDA DA PRIMEIRA REPÚBLICA PORTUGUESA NA HISTORIOGRAFIA. O ESTADO DA QUESTÃO. ............. 6 I. 1. Historicamente, o que foi a Primeira República? ........................................ 7 I. 2. O sistema político republicano, factor de crises endémicas. ..................... 22 I. 3. As estruturas económicas e sociais e as contradições que a República não superou. ............................................................................................................................... 30 I. 4. A cultura e as mentalidades, ou a República contra si mesma. ................ 38 I. 5. Grande Guerra e pós-guerra, novas problemáticas para novas realidades. ............................................................................................................................................. 41 CAP. II. A REPÚBLICA DO PÓS-GUERRA E OS CONFLITOS DA MODERNIDADE. ..................................................................................................... 44 II. 1. A derrocada das democracias liberais na Europa de entre-guerras. ...... 44 II. 2. Pressupostos de análise. ............................................................................... 50 II. 3. Hipóteses de investigação. ........................................................................... 59 CAP. III OS PROCESSOS DE POLARIZAÇÃO POLÍTICA E DE AUTONOMIZAÇÃO DA ESQUERDA REPUBLICANA. .................................. 61 III.1. A legislação laboral e de assistência social às classes trabalhadoras (1919-1920). ........................................................................................................................ 65 III.2. O princípio de redistribuição da riqueza e o primeiro confronto de blocos antagónicos (1920-1921). ....................................................................................... 80 III.3. O imposto progressivo (1922). .................................................................... 93 III. 4. Um governo conservador com medidas radicais (1924). ........................ 98 III.4. A lei do selo e a criação da União dos Interesses Económicos (1924). .. 121 III.5. O governo da esquerda republicana e o segundo confronto de blocos antagónicos (1925). .......................................................................................................... 126 III. 6. O campo da esquerda republicana. ........................................................ 142 6 CAP. IV. O BLOCO RADICAL. ........................................................................... 145 IV.1. Os partidos da esquerda republicana. ..................................................... 145 IV.1.1. O Partido Republicano Popular. ........................................................... 149 IV.1.2. O Partido Republicano Radical. ........................................................... 159 IV.1.3. O Partido Republicano da Esquerda Democrática ............................... 187 IV.1.4. A esquerda republicana. ....................................................................... 202 IV. 2. A intelectualidade. .................................................................................... 206 IV. 3. Os movimentos unitários. ........................................................................ 231 IV.3.1