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Grande Otelo em “Lúcio Flávio - O Passageiro da Agonia”, de Hector Babenco

Apoio:

Realização: Patrocínio: Apoio financeiro: O CINEMA Os muitos TRANSFORMA Panoramas O OLHAR. possíveis — Em 2016, recebemos cerca de mil e duzentos – A Lei do Mais Fraco (1981), O Beijo da Mulher filmes de todo o mundo sabendo que Aranha (1985) e Coração Iluminado (1998). No selecionaríamos, no máximo, 130 curtas e Panorama, teremos um pouco da obra desse cineasta longas. Com esse número de inscritos, tínhamos incrível. São filmes que falam muito do nosso pais muitos Panoramas a nossa disposição. Aqui, e que necessitam serem revistos, sobretudo nesse algumas poucas linhas sobre as nossas escolhas. momento de forte perplexidade que o pais atravessa.

Em primeiro lugar, demos prioridade aos filmes Aos nossos amigos, patrocinadores brasileiros, pois o ciclo que nós experimentamos (sobretudo Governo do Estado da Bahia e Petrobras) hoje está em espiral ascendente. Os filmes e e apoiadores, agradecemos de coração. autores brasileiros se espalham cada vez mais. Temos produções diversas e que ocupam os espaços Um grande Panorama para todos! Gonzaga: existentes, dentro e fora do país. A necessidade de De Pai pra Filho realizar é imensa! Torcemos muito para que esse Cláudio Marques e Marília Hughes círculo virtuoso não se encerre. Que continue sendo alimentado até que encontre, mesmo que parcialmente, a auto-sustentação. “Ir ao cinema, sobretudo aos de rua, é um ato político. Depois, e para a nossa surpresa, recebemos mais e De carinho e cuidado com cada vez melhores filmes feitos na Bahia. A surpresa vem da inexistência de editais consistentes nos as nossas cidades” últimos três anos no estado. Há uma “fome de fazer cinema” que não pode ser menosprezada. Assim, teremos pela primeira vez dois longas locais na competição nacional, além de oito longas e dezesseis curtas na competição Bahia. Como disse um amigo, é uma “invasão baiana” no Panorama desse ano.

O salto na qualidade do nosso cinema pode ser verificado, ainda, no PanLAB, a oficina de roteiros que o Panorama oferece a cada nova edição. Nunca foi tão complicado selecionar projetos, entre os 32 Índice inscritos. Os roteiros estão mais corajosos e com personalidade. Nos próximos anos, muitos novos 05 Júri Competitiva Nacional filmes irão surpreender! 06 Filmes Competitiva Nacional 13 Júri Competitiva Baiana Quantos aos clássicos, nessa edição teremos filmes 14 Filmes Competitiva Baiana restaurados e que serão projetados em DCP, 2K, mas 21 Júri Competitiva Internacional teremos também projeções em 35mm. É preciso 22 Filmes Competitiva Internacional voltar a ouvir o som do projetor e não perder de vista 28 Mostra Clássicos do Cinema a textura da película. Cinema como antes. Nada de 32 Homenagem Hector Babenco Netflix e de baixar filme pela internet. Por alguns 34 Panorama Brasil dias, basta de ver e ouvir em condições precárias e 42 Panorama de Animação muito distantes das criadas pelos cineastas. 44 Panorama Italiano 45 Kinder Cine/ Sessão Infantil Não custa lembrar que ir ao cinema, sobretudo 46 Curtas da Quinzena dos aos de rua, é um ato político. De carinho e cuidado Realizadores - Cannes com as nossas cidades. O lema do Panorama 47 Sessões Especiais “O Cinema no Centro” nunca nos pareceu tão 48 Comissão de Curadoria importante. Fica aqui o apelo: não abandonemos 49 PanLAB IV - Laboratório de os espaços públicos. Vamos ocupá-los! Roteiros do Panorama 50 Oficina de Escrita Crítica Por fim, queremos ressaltar a importância de exibir 51 Oficina de Produção Executiva quatro longas de Hector Babenco, argentino que 52 Júri Jovem construiu sua carreira no Brasil. São quatro películas: 53 Debates É por isso que a gente patrocina o cinema brasileiro Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia (1978), Pixote 54 Equipe 3 e o XII Panorama Internacional Coisa de Cinema.

45614.006_An Petrobras Cultura_Gonzaga_18x24.indd 1 10/21/16 4:30 PM Competitiva Júri Nacional Laurence Reymond LONGAS Laurence Reymond já trabalhou para diversas Cinema Novo, de Eryk Rocha distribuidoras cinematográficas em Paris: na Ad O Último Trago, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti Vitam como programadora; na La Fabrique de Um Casamento, de Mônica Simões Filmes e Le Pacte como assistente de aquisição A Cidade onde Envelheço, de Marília Rocha de filmes e posteriormente como produtora Rifle, de Davi Pretto executiva. Ao mesmo tempo, desde 2002, manteve a atividade de crítica de filmes para várias revistas Elon não Acredita na Morte, de Ricardo Alves Jr (Score, Cinéastes) e sites (Fluctuat.net). Em 2011 se O Estranho Caso de Ezequiel, de Guto Parente juntou ao time de seleção do Director’s Fortnight, Jonas e o Circo sem Lona, de Paula Gomes onde encabeça a pré-seleção de curtas. De 2012 até 2014 foi a coordenadora de programação do CURTAS Festival du Nouveau Cinema em Montreal e, em Confidente, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes 2015, integrou o comitê de seleção do festival de filmes ENTREVUES – Belfort. Interdito, de Leon Sampaio Abigail, de Isabel Penoni e Valentina Homem Margarida Moz Procura­-se Irenice, de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça Concluindo o doutorado em Antropologia Social Baleia Magic Park, de Mariana Lacerda na área de família, gênero e sexualidade, tem A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria nos últimos anos conciliado a vida acadêmica Regeneração, de Humberto Carrão com o cinema. Começou a trabalhar no Festival Ótimo Amarelo, de Marcus Curvelo de Cinema Gay e Lésbico em 1998, tendo desde então passado por outros festivais, O Delírio é a Redenção dos Aflitos, de Fellipe Fernandes mostras e produções cinematográficas onde Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares desempenhou as mais variadas funções. Ainda Sangro por Dentro, de Carlos Segundo Atualmente, além de professora convidada de Eclipse Solar, de Rodrigo de Oliveira antropologia na Escola Superior de Enfermagem Quando os Dias Eram Eternos, de Marcus Vinicius Vasconcelos de Lisboa, é programadora de curtas-metragens Constelações, de Maurilio Martins do festival IndieLisboa e diretora da Portugal Film, agência para a internacionalização do Os Cuidados que se tem com o Cuidado que os Outros Devem ter Consigo Mesmos, de Gustavo Vinagre cinema português, que muito tem contribuído Buscando Helena, de Roberto Berliner e Ana Amélia Macedo para a forte presença de filmes portugueses em importantes festivais de cinema internacionais. João Miguel Estudou teatro na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), onde conheceu Luiz Carlos Vasconcelos, ator e diretor do Grupo Piolim, com quem, em seguida, foi para João Pessoa, aperfeiçoando a arte circense. Viajou pelo Brasil e outros países acompanhando a peça “Vau da Sarapalha”, adaptação e direção de Luiz Carlos Vasconcelos para o conto “Sarapalha”, de Guimarães Rosa. De volta a Salvador, em 1995, fazia o palhaço Magal no grupo baiano Picolino, além de dar aulas de artes em escolas e participar, como ator, da montagem infantil “Ver Estrelas”, de João Falcão, entre outras. Em 2001, estreou o monólogo “Bispo”, escrito e dirigido pelo cineasta Edgard Navarro, resultado de quatro anos de pesquisa sobre o artista Bispo do Rosário, interpretação esta que lhe rendeu vários prêmios e o convite para estrear no cinema no filme “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de Marcelo Gomes, com o qual ganhou muitos prêmios, inclusive no Festival de Cinema de Cannes. Após essa interpretação, fez cerca de 15 longas-metragens rodados e várias participações na televisão. Em 2009, voltou aos palcos, no espetáculo “Só”, da dramaturga italiana 4 Letizia Russo, com direção de Alvise Camozzi. 5 A Cidade onde Competitiva Envelheço de Marília Rocha MG/Portugal, 99’, Cor, Digital, 2016 Nacional Francisca é uma jovem portuguesa que mora há um ano no Brasil. Ela Longas recebe Teresa, uma antiga conhecida com quem já tinha perdido contato. Enquanto Teresa vive momentos de descoberta e encantamento com o novo país onde deseja se instalar, Cinema Novo Francisca deseja voltar à Lisboa. O de Eryk Rocha filme acompanha as aventuras de RJ, 90’, Cor, Digital, 2016 cada uma pela cidade e a profunda Cinema Novo é um ensaio poético que investiga amizade que nasce entre elas, um dos principais movimentos cinematográficos obrigando-as a lidar com desejos latino-americanos, através do pensamento simultâneos e opostos: a vontade de e fragmentos de filmes dos seus principais partir para um país desconhecido e a autores. O filme mergulha na aventura da saudade irremediável de casa. criação de uma geração de cineastas que inventou uma nova forma de fazer cinema no Rifle Brasil - a partir de uma atitude política que de Davi Pretto juntava arte e revolução - e que tinha como RS/Alemanha, 88’, Cor, Digital, 2016 desejo um cinema que tomasse as ruas e fosse Dione é um jovem misterioso ao encontro do povo brasileiro. que vive com uma família em uma região rural e remota. A O Último Trago tranquilidade da região é afetada de Luiz Pretti, Pedro Diogenes quando um rico fazendeiro tenta e Ricardo Pretti comprar a pequena propriedade CE, 98’, Cor, Digital, 2016 na qual Dione e a família vivem. Em três épocas distintas trava-se uma luta contra a opressão. A História se repete, Elon não Acredita porém é atravessada pelo imprevisível, na Morte alimentando o espírito revolucionário. I. Após cometerem um crime Augustina, de Ricardo Alves Jr Ana e Tarsila se escondem em uma casa MG, 75’, Cor, Digital, 2016 abandonada. Elas carregam consigo Após o desaparecimento de sua uma foto de Valéria, ícone de guerreira esposa, Madalena, Elon imerge em e pirata. II. Vicente, Marlene e Cláudio uma jornada insone pelos cantos se encontram isolados em um bar no mais sombrios da cidade, buscando meio do sertão. Aos poucos, o refúgio é entender o que pode ter acontecido invadido pela assombração de Valéria. Ela com ela, na tentativa de não perder convoca Vicente a participar da sua luta. sua sanidade pelo caminho. III. Valéria foi soterrada pela violência do mundo contemporâneo. Ela se esforça para O Estranho Caso restabelecer o elo consigo mesma e retomar de Ezequiel o seu lugar no mundo. Algo há de acontecer. de Guto Parente Um Casamento CE, 71’, Cor, Digital, 2016 de Mônica Simões Após a morte súbita de sua mulher, BA/SP, 80’, Cor, Digital, 2015 Ezequiel vive triste e resignado em Um Casamento é um documentário de solidão. Até que algo acontece e longa-metragem sobre um casamento que muda a cor do seu destino. aconteceu na década de 50, em Salvador, Bahia. A narrativa se constrói através do Jonas e o Circo confronto de memórias: a memória subjetiva, sem Lona composta pelas lembranças da personagem central - a noiva, e pelas lembranças da de Paula Gomes diretora - filha da noiva, contra a memória BA, 81’, Cor, Digital, 2015 concreta representada pelos filmes de Jonas tem 13 anos e seu sonho é arquivo, fotografias, documentos e pela manter vivo o circo que ele mesmo casa da família. A narrativa incorpora criou no quintal de casa. Enquanto como linguagem os efeitos do tempo luta por isso, Jonas vai atravessar a 6 nesses objetos e na própria memória. aventura de crescer. 7 Competitiva Nacional Curtas

Confidente Baleia de Karen Akerman Magic e Miguel Seabra Lopes Park RJ, 12’, P&B, de Mariana Digital, 2016 Lacerda Este sou eu. PE, 12’, Cor, Digital, 2015 Interdito Praia de Costinha, de Leon PB. Juarez e os Sampaio três tempos de BA, 3’, uma estação Cor, Digital, baleeira. 2016 A dança da vida, A Moça contínuo e que Dançou descontínuo, transgressão com o Diabo e interdito. de João Paulo Miranda Maria Abigail SP, 14’, Cor, de Isabel Penoni Digital, 2016 e Valentina Homem Numa sociedade RJ/PE, 17’, Cor, conservadora e Digital, 2016 religiosa, uma Abigail Lopes, que garota vive sua viveu mais de 30 anos rotina tentando com o sertanista encontrar o seu Francisco Meireles, paraíso na terra. une os pontos de um mapa humano que Regeneração conecta indigenismo de Humberto e candomblé. O Carrão avesso do inverso, RJ, 17’, Cor, uma casa aberta Digital, 2016 de memórias quase Uma cidade extintas. que sempre lutou para Procura­-se ser outra coisa Irenice que não ela mesma. de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça Ótimo SP, 25’, P&B, Amarelo Digital, 2016 O resgate de uma de Marcus personagem Curvelo silenciada. “Procura-se­ BA, 20’, Cor, Irenice” é a busca por Digital, 2016 uma atleta esquecida. Desisti de ser O encontro com uma ótimo e voltei história apagada pela para Salvador, 8 ditadura. a cidade feliz. 9 O Delírio é a Quando Redenção os Dias dos Aflitos Eram Eternos de Fellipe Fernandes de Marcus Vinicius PE, 17’, Cor, Digital, 2016 Vasconcelos Raquel é moradora de um SP, 12’, Cor, prédio­-caixão condenado Digital, 2016 por risco de desabamento. Filho retorna Última residente a permanecer à casa para cuidar no edifício, ela precisa da mãe em seus se mudar o quanto antes últimos dias de vida. para garantir a segurança de sua família. Constelações de Maurilio Martins Estado Itinerante MG, 25’, Cor, Digital, 2016 de Ana Carolina Soares Um homem dá carona a uma MG, 25’, Cor, Digital, 2016 mulher desconhecida. Ela, Vivi quer escapar de uma dinamarquesa, procura pelo relação opressora. Em pai, brasileiro, que não vê há período de experiência como quase trinta anos. Ele, recém­- cobradora de ônibus, ela divorciado e pai de uma garota trabalha desejando não voltar que vive com a mãe, segue em para casa. A semana passa direção a sua terra natal, para rápido, entre as paradas no o enterro do melhor amigo de ponto final e o itinerário infância, que foi assassinado. os encontros com outras Ele só fala português. Ela, cobradoras fortalecem a desde os seis anos, não lembra mulher trabalhadora e seu mais nada do idioma do pai. Os desejo de fuga. Logo é final de dois seguem pela estrada. semana e o centro de Belo Horizonte já não parece Os Cuidados tão longe do bairro Boa Vista. que se Ainda tem com Sangro o Cuidado por que os Dentro Outros Devem de Carlos ter Consigo Segundo Mesmos MG, 24’, de Gustavo Cor, Digital, Vinagre 2016 SP, 22’, Cor, Tem dor Digital, 2016 que dói no Tan precisa corpo que não chorar. tem olho que enxerga. Buscando Eclipse Solar Helena de Rodrigo de Oliveira de Roberto Berliner ES, 28’, Cor, Digital, 2016 e Ana Amélia Macedo Três trabalhadores se RJ, 21’, Cor, reúnem em torno da Digital, 2016 preparação de uma festa Roberto e Ana Amélia num museu. Aparentemente acabaram de receber a desconhecidos, os contatos notícia de que sua filha entre os três revelarão está a espera deles. Nós implicações profundas no seguimos a extraordinária passado. No centro dos viagem deles até o juizado de confrontos está uma criança. menores pra trazer Helena 10 À espreita, o Diabo. pra casa. 11 Competitiva Júri Baiana Andrea Capella LONGAS Estudou Arquitetura, História da Arte, Cenografia e Ridículos, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge Cinema, especializando-se em Direção de Fotografia na A Finada Mãe da Madame, de Bernard Attal UFF, onde também deu aulas de 2004 a 2006. É diretora Gente Bonita, de Leon Sampaio de fotografia dos longas metragens “Corpo Elétrico” A Noite Escura da Alma, de Henrique Dantas (Marcelo Caetano), “Ressaca” (Bruno Vianna), “A Fuga da Perdido em Júpiter, de Deo Mulher Gorila” (Felipe Bragança e Marina Meliande), “A Alegria” (Felipe Bragança e Marina Meliande, selecionado Xorume, de Inconsequentes para a Quinzena dos Realizadores de Cannes), “Claun” A Professora de Música, de Edson Bastos e Henrique Filho (Felipe Bragança) e 20 curtas-metragens, dentre eles: “Na Do Corpo à Caxirola, de Sophia Mídian sua companhia” (Marcelo Caetano, prêmio de Melhor Fotografia - Close 2012) e “Por dentro de uma gota CURTAS d’água” (Felipe Bragança e Marina Meliande, prêmio de Minotauro – Viagem ao Labirinto do Corpo, de Leonardo França Melhor Fotografia – Kodak Film School Competition, Brasil). Dirigiu, com Peter Lucas, o curta “Instantâneos”, A Cadeira de Balanço, de Fernanda Fontes Vareille premiado como Melhor Filme no Festival Primeiro Plano Marlindo Paraíso e a Kombi do Amor, de Max Gaggino de 2011 e co-dirigiu “Ficar parado cansa” - um episódio Um Café, de Clarissa Rebouças do longa Desassossego. Como artista visual, desenvolve Hotel Paraíso, de Jon Lewis trabalhos em diversas mídias como fotografia, vídeo Neandertais, de Marcus Curvelo e desenho e colabora com diversos artistas de teatro, Onde Cair Morto, de Ramon Coutinho artes visuais e dança, com experiências em iluminação, Entroncamento, de Maria Carolina e Igor Souza fotografia, novas tecnologias e vídeo, dentre eles: Laura Lima, Gustavo Ciríaco, Niura Bellavinha, Gringo Cardia, A Morte do Cinema, de Evandro de Freitas Marcela Levi, Alice Ripoll, Fernanda Eugênio, Cristina Fonte Nova, de Matheus Vianna Moura e Paola Barreto Restos, de Renato Gaiarsa O Mundo do Rio não é o Mundo da Ponte, de Silvana Olivieri e Tenille Bezerra Salomão Santana Lapso, de Felipe Franca Curador e programador de cinema. Realizou O Eclipse, de Lorena Sales, Uiran Paranhos, Danilo Umbelino e Murilo Deolino os curtas “A Curva” (2007); “Jarro de Peixes” (2008); “Matryoshka” (2009) e “Alguém no Astrogildo e a Astronave, de Edson Bastos futuro” (2013), exibidos em mais de sessenta Òrun Àiyé – A Criação do Mundo, de Jamile Coelho e Cintia Maria festivais nacionais e internacionais. Trabalhou Obra Autorizada, de Iago Cordeiro Ribeiro como curador do Cinema do Dragão/ Illud Tempus, de Victor Marinho Fundação , e foi responsável pela programação de reinauguração do histórico Cineteatro São Luiz, em Fortaleza. Em 2016, participou da comissão de seleção do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e fundou a Celeste, agência de filmes brasileiros e estrangeiros. Gabriel Sanna Gabraz (Rio de Janeiro, 1981) é artista visual, cineasta e curador. Trabalha em diversos formatos e linguagens, alternando e por vezes acumulando funções de fotógrafo e montador. Enquanto autor, sua obra transita entre o documentário direto e o cinema experimental, pós-industrial, executado por equipes mínimas ou muitas vezes sozinho. Realizou seu primeiro curta em 2004 e desde então lançou diversos outros em festivais no Brasil e no exterior. Em 2006, estabeleceu uma parceria com a escritora e psicanalista Lucia Castello Branco: uma série de filmes com alguns sujeitos singulares da literatura em língua portuguesa. Daí nasceu a trilogia “Absolutamente sós”, fechada em 2016 com o curta “Ruína”, que estreou na Berlinale. Desde 2010 é curador da Mostra do Filme Livre, onde desenvolve um intenso trabalho de 12 pesquisa em cinema brasileiro contemporâneo. 13 Competitiva Baiana Longas

Ridículos Perdido em Júpiter de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge de Deo BA, 76’, Cor, Digital, 2016 BA, 74’, Cor, Digital, 2016 Quatro dos principais palhaços de Salvador Um documentário sobre resíduos digitais da voltam ao lugar onde foram iniciados 15 anos obra do músico gaúcho Flavio Basso Júpiter­ antes para conduzir um processo de iniciação Maçã ou Jupiter Apple ou Woody Apple. de um novo palhaço. Além das memórias Enquanto Flávio se transmutava, em suas dessa vivência e seus desdobramentos diversas facetas estéticas e musicais, as na palhaçaria soteropolitana, o processo câmeras (oficiais, pessoais e de desconhecidos) criativo desses artistas se desnuda o acompanhavam insistentemente. Essas num ambiente metalinguístico, uma imagens, sons e cores da sua carreira estão homenagem ao ato de criar. despejadas aleatoriamente na internet. É possível traçar uma trajetória artística A Finada Mãe da Madame apenas com arquivos disponíveis de Bernard Attal publicamente por terceiros? Perdido BA, 72’, Cor, Digital, 2016 em Júpiter é um filme constituído apenas Na Bahia dos anos setenta, Lúcio, um bancário por capturas de tela em um computador de trinta anos, volta de madrugada, fantasiado particular durante pesquisas online. e embriagado, de uma festa no Clube dos Fantoches. Ele deve enfrentar a ira da sua Xorume esposa, Terezinha, que aproveita do momento de Inconsequentes para se queixar da falta de carinho do seu BA, 70’, Cor, Digital, 2016 marido. A briga finalmente se esgota quando Uma estação de ônibus decadente, um Prudêncio bate na porta. O mordomo vem bairro boêmio gentrificado, um centro anunciar a morte da mãe de Terezinha. A histórico ameaçado pela especulação, uma notícia joga Terezinha no desespero mas deve feira de rua reformada e um antigo cinema resolver alguns dos problemas de Lúcio. abandonado, esses são os cenários do drama pós apocalíptico XORUME, primeiro filme do Gente Bonita coletivo INCONSEQUÊNCIAS. A corrupção, o de Leon Sampaio descaso, a ganância e a especulação financeira BA, 74’, Cor, Digital, 2016 e imobiliária que devastam a cidade e os Verão, Carnaval de Salvador. Nove cidadãos são os temas que movem nosso personagens vão para alguns dos camarotes filme. Ainda temos com sobreviver na mais badalados do circuito. Eles filmam superfície ou devemos habitar o subterrâneo, o suas experiências em pau de selfie, underground? performam, fabulam, curtem a festa. “Gente Bonita” é um registro subjetivo da A Professora de Música nossa época, do processo de camarotização de Edson Bastos e Henrique Filho em curso, repleto de microviolências BA, 52’, Cor, Digital, 2016 e costumeiras relações de poder. É chegado o dia do recital da Escola Lá Maior e Aída, a professora de música, com esperança A Noite Escura da Alma de ver uma transformação artística na cidade de Henrique Dantas de Ipiaú­-BA, está apreensiva pelo sucesso BA, 95’, Cor, Digital, 2016 do evento e pelo bom desempenho dos seus A Noite Escura da Alma é um filme alunos. Porém, um problema com as caixas experimental, que aborda o período da de som inicia uma série de dificuldades que ditadura civil e militar ocorrida no estado da pode fazer com que o recital seja cancelado. Bahia e usa da linguagem do documentário e da performance na construção da história. É Do Corpo à Caxirola um filme escuro, onde a grande maioria das de Sophia Mídian entrevistas foi realizada em noturnas no Forte BA, 62’, Cor, Digital, 2016 do Barbalho, maior centro de tortura do estado. “Do Corpo à Caxirola” parte da coleção Juca Ferreira, Lúcia Murat, Emiliano José, de instrumentos tradicionais da Theodomiro dos Santos, Renato da Silveira, etnomusicóloga Emília Biancardi em entre outros, nos ajudam a contar direção à reflexões das matrizes da música 14 esta necessária história. brasileira. 15 Competitiva Baiana Curtas

Minotauro Hotel Paraíso – Viagem ao de Jon Lewis BA, 14’, Cor, Digital, 2016 Labirinto do Corpo Um casal de jovens recém-­casados vai passar de Leonardo França a lua de mel em uma paisagem tropical e BA, 23’, Cor, Digital, 2016 se depara com um universo distópico. Seja Filme de fricção científica. por ingenuidade ou obstinação em serem Desprogramar o corpo. Alterar “cegos” em busca da felicidade, eles parecem a respiração. Mover o sentido. não perceber o que está acontecendo ao seu Viagem labiríntica – do pequeno redor. Desenrola­-se uma sequência de fatos ao grande do grande ao pequeno. inusitados, gerando uma certa tensão com a iminência de algo sinistro que os espera. A Cadeira de Balanço Neandertais de Marcus Curvelo de Fernanda Fontes Vareille BA, 20’, Cor, BA/França, 14’, Digital, 2016 Cor, Digital, 2016 Guta e William encontram Um objeto estranho é um homem das cavernas. instalado na sala de estar de Joder está triste. um casal. Com a presença deste novo elemento, Onde Cair Morto a dinâmica da família de Ramon Coutinho começa a mudar. BA, 8’, Cor, Digital, 2016 Condomínio fechado com apartamentos Marlindo Paraíso de 3 quartos, com ou sem suíte, ótima e a Kombi localização, todos com vaga de garagem. Lazer completo para toda a sua família do Amor se divertir nos momentos livres. Sua de Max Gaggino estrutura possui piscina, espaço gourmet, BA, 20’, Cor, Digital, 2016 salão de festas, churrasqueira, kids room, Essa é a historia de Marlindo playground e estação de ginástica. Não Paraíso, o apresentador bipolar perca essa oportunidade. do programa televisivo de vídeo recados entre apaixonados “A Entroncamento Kombi do Amor”. Acompanhado de Maria Carolina e Igor Souza por seu inseparável motorista BA, 13’, Cor, Digital, 2015 Lelo, Marlindo Paraíso cruza os ENTRONCAMENTO é a deriva de um bairros populares de Salvador a homem inconscientemente impelido a bordo de uma kombi equipada encarar aquilo que julgou desaparecido com um miniestúdio precário. nas sombras. O filme reposiciona a Através da Kombi do Amor, jornada de transformação do herói, moradores de comunidades miticamente narrada em situações carentes de Salvador declaram épicas, para o plano do ordinário, da vida seu amor pela pessoa perdida na cotidiana, revelando o sentido profundo esperança de reconquista­-la. por trás das grandes mitologias: toda busca é uma busca por si mesmo. Um Café A Morte do Cinema de Evandro de Freitas de Clarissa Rebouças BA, 20’, Cor, Digital, 2016 BA, 5’, Cor, Quando levantou a casa, o sonho Digital, 2016 viveu lá. Depois morreu e tudo mudou: Presa à um passado próximo, ficou a ruína. Dizem que ruína é coisa as memórias de Vicky ainda alguma, mas não é verdade. Ruína é a 16 moram com ela. casa do abandono. 17 Fonte Nova Astrogildo de Matheus Vianna e a Astronave BA, 15’, Cor, Digital, 2016 de Edson Bastos Angústia e afeto se mesclam BA, 18’, Cor, Digital, 2016 na relação de um jovem em Astrogildo anuncia para desassossego com seu avô jornalistas do mundo inteiro enfermo. Entre eles, a paixão que o seu mais novo invento, que sempre os manteve uma Astronave que liga o unidos. homem à Deus, vai voar dentro de um dia. Com a Restos ajuda de Finício, um menino de Renato Gaiarsa que sonha em conhecer seu BA, 16’, Cor, Digital, 2016 pai, que foi para o céu com a A cidade de Salvador passa por uma ajuda de um avião, Astrogildo inesperada paralisação do serviço de terá de enfrentar seus medos limpeza pública. O apodrecimento para conseguir voar. gradual da cidade devido à greve e a reverberação desta situação aparecerão Òrun Àiyé – sob o olhar do gari Souza, cidadão A Criação humilde que não tem consciência de classe, mas cujo poder parece crescer a do Mundo cada novo saco de lixo que se acumula de Jamile Coelho em montanhas pela cidade afora. e Cintia Maria BA, 12’, Cor, Digital, 2015 O Mundo O vovô Bira narra como os do Rio deuses africanos Olodumaré, Orunmilá, Oduduwa, Oxalá, não é Nanã e Exú interagem na o Mundo descoberta dos mistérios do universo. No início, a narração da Ponte é focada na tarefa dada por de Silvana Olivieri Olodumaré, a Oxalá. Pelos e Tenille Bezerra desertos africanos, a missão BA, 14’, Cor, Digital, 2016 de Oxalá encontra desafios Mariquita, Salvador. e nos traz relatos de como as Dois tempos, lendas africanas retratam a dois mundos. criação dos seres humanos, da natureza e de todo o mundo Lapso pela voz do vovô Bira. de Felipe Franca BA, 13’, Cor, Obra Digital, 2016 Autorizada Um jovem percorre uma cidade em de Iago ruínas distribuindo Cordeiro Ribeiro pílulas para pessoas BA, 16’, Cor, enclausuradas em Digital, 2016 seus apartamentos. Cachoeira, Cidade Monumento Nacional. O Eclipse Uma casa, um beco, de Lorena Sales, Uiran Paranhos, as pessoas, a história. Danilo Umbelino e Murilo Deolino BA, 18’, Cor, Digital, 2016 Illud Mateus, Jana, Claudinha e Juninho Tempus são crianças de classe média que se reúnem no playground do prédio para de Victor Marinho assistirem ao eclipse solar, mas depois BA, 11’, Cor, de perceberem que os arranha­céus em Digital, 2016 volta do lugar bloqueiam a visão do sol, Ontologia, precisam se aventurar fora dos limites cosmogonia do prédio e enfrentar os obstáculos que e infância. a cidade oferece para tentarem ver o tão Um filme 18 esperado fenômeno. sobre começos. 19 Competitiva Júri Internacional Carol Tanajura LONGAS Cenógrafa e Diretora de Arte, graduada A Sorte que Você Procura Está em Outro Biscoito em Arquitetura e Urbanismo pela Ufba, (The Fortune you Seek is in Another Cookie), de Johannes Gierlinger especialização em Direção de Arte Bridgend, de Jeppe Rønde para Cinema e TV pela Universidade La Última Tierra, de Pablo Lamar Estácio de Sá (RJ). Nos últimos anos O Cinema, e Eu, de João Botelho assinou a Direção de Arte dos longas “Pinta”, de Jorge Alencar (BA); “Até que O Amanhã (The Here After), de Magnus Von Horn a Casa Caia”, de Mauro Giuntini (DF); Treblinka, de Sérgio Tréfaut “Comeback”, de Érico Rassi (GO/SP); “A Cidade do Futuro”, de Cláudio CURTAS Marques e Marília Hughes; e “A Finada Ascensão, de Pedro Peralta Mãe da Madame”, de Bernard Attal. Antes da Refeição (Avant le Repas), de Fabien & Sophie Tran Minh Balada de um Batráquio, de Leonor Teles José Araripe Jr. José Araripe Jr, Araripe ou Arara, natural Irmãos de Sangue (Blood Brothers), de Marco Espírito Santo e Miguel Coimbra de Ilhéus-BA, é graduado em artes Bruno, de Marina Siero. plásticas. Integrante da geração Super8 Euroman, de Gabriel Tzafka de Salvador, realizou “Contos de Farda”, Fat Boy Never Slim, de Sorayos Prapapan “Fiat Lux”, “Circuluminoso”, “Na Bahia Sinto Muito (I am Sorry), de Teodor Kuhn Ninguém Fica em Pé” e “Eletros”, o grande À Distância (In the Distance), de Florian Grolig monumento. Foi diretor de arte dos premiados “Superoutro”, “Anil”, “Sambão Olho Selvagem (Ojo Salvaje), de Paco Nicolás Riachão” e “A Lenda do Pai Inácio”. Em O Reflexo do Poder (The Reflection of Power), de Mihai Grecu 35mm realizou “Mr. Abrakadabra!”, Waves ‘98, de Ely Dagher “Rádio Gogó”, “O Pai do Rock” e o longa- Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira metragem “Esses Moços”. Entre 2008 e 2016 criou, desenvolveu e programou conteúdos para a TV Brasil e TVE Bahia. Seu filme mais recente é “E.T.ílico” – animação 3D lançado no Anima Mundi. Ailton Pinheiro Ailton Pinheiro é cineasta, roteirista e produtor executivo, diretor executivo da produtora Ori Imagem e Som, graduado em Comunicação Social com Habilitação em Multimeios pela PUC-SP e mestrando em Estudos Étnicos e Africanos na UFBA. Dirigiu o curta metragem “MBANZA” (Os Espaços de Resistência Negra no Centro de São Paulo, 2011), projeto financiado pela Secretária de Cultura da Cidade de São Paulo, Cinestezia central São Paulo - 2011. Foi roteirista e finalizador do média- metragem “Mulheres de Axé” (Salvador- BA, 2011). Foi diretor do média-metragem “Bikudos” (Salvador-BA, 2014) e dirigiu o curta-metragem “POESIA AZEVICHE” – projeto premiado em 2º lugar no edital Curta Afirmativo 2012, financiado pelo Ministério da Cultura e Secretária do Audiovisual. Foi produtor executivo dos curtas “Lápis de cor”, “Cinzas” e o mais recente em fase de finalização “O menino e o Louco”. Atualmente é coordenador do núcleo de conteúdo e produtor executivo na Tela Produtora de 20 Imagens/Mandacaru Filmes. 21 Competitiva Internacional Longas

A Sorte que O Cinema, Você Procura Manoel de Está em Outro Oliveira Biscoito e Eu The Fortune you Seek de João Botelho is in Another Cookie Portugal, 81’, Cor, de Johannes Gierlinger Digital, 2016 Áustria, 81’, Cor, Sequem as lágrimas, ouçam Digital, 2015 a pintura das palavras, Uma viagem pelo mundo em ou o cinema segundo busca da felicidade. O cineasta Oliveira. De que se trata? vai até os protestos em Gezi Um documentário sobre o Park, Istambul, aos portões método e o modo de filmar da Cinecitta, em Roma, às de Manoel de Oliveira. ruas de Santiago do Chile, ao Não a vida, aventurosa e deserto de Atacama e a uma longa, mas as prodigiosas aglomeração de trailers na invenções cinematográficas Califórnia. Imagens, textos do maior de entre nós, cuja e sons encontram, em cenas obra coincidiu, cresceu e aparentemente contraditórias, talvez tenha acabado no caminhos que podem mesmo momento em que dar pistas sobre o sentido o declínio do cinema se da felicidade. acentuou. Bridgend O Amanhã de Jeppe Rønde The Here After Dinamarca/Reino Unido, de Magnus Von Horn 104’, Cor, Digital, 2015 Polônia/Suécia/França, Sara e seu pai mudam-se para 101’, Cor, Digital, 2015 uma pequena vila assombrada Após um tempo na prisão, por suicídios entre os jovens. John retorna à sua cidade- Ela então apaixona-se natal para recomeçar a perigosamente por Jamie, vida. Mas seu crime não foi um dos adolescentes, esquecido nem perdoado. enquanto Dave, o novo policial da cidade, tenta interromper Treblinka a cadeia de suicídios. de Sérgio Tréfaut Portugal, 61’, Cor, La Última Digital, 2016 Tierra Presente, passado e futuro confundem-se nas de Pablo Lamar carruagens de um comboio Paraguai/Holanda/ que atravessa o Leste Chile/Catar, 77’, Cor, Europeu no século XXI: Digital, 2016 Polônia, Rússia, Ucrânia. O Em uma colina isolada, um velho postulado do pós- casal de idosos vivem em guerra, “Nunca Mais”, soa solidão. Ela está morrendo agora como um conto e ele a acompanha em de fadas. Tudo está a sua passagem. Sua morte acontecer novamente. 22 transforma os dias seguintes. Por toda a parte. 23 Competitiva Internacional Curtas

Ascensão Irmãos de de Pedro Peralta Sangue Portugal, 18’, Cor, Digital, 2016 Blood Brothers Durante o amanhecer, de Marco camponeses resgatam Espírito Santo o corpo de um homem e Miguel Coimbra de um poço. Mulheres Portugal, 6’, P&B, aguardam em silêncio. Digital, 2015 Homens resistem com toda Uma noite na vida dos a sua força. E no centro de Forcados Amadores tudo: uma mãe aguarda o de Montemor. resgate do corpo do filho. De volta à mais Como uma vida pode importante arena do chegar ao fim se tudo na país pela primeira natureza eternamente vez após a morte do renasce? seu líder, terão de demonstrar que Antes da o seu espírito Refeição vencedor ainda vive entre eles. Avant le Repas de Fabien & Bruno Sophie Tran Minh de Marina Siero França/Vietnã, 22’, Espanha, 11’, Cor, Cor, Digital, 2015 Digital, 2016 Eles falam bastante sobre Um casal abandonou o Vietnã, mas esse passado seu cachorro. Agora parece distante. Por mais eles terão que traze-lo um fim de semana eles de volta para casa. se encontram, como se estivessem ainda unidos. Euroman Mas hoje, Hoang fará um de Gabriel Tzafka anúncio: ele deixará a Dinamarca, 22’, Cor, França. Digital, 2015 Euroman está feliz. Balada de Seu rico pai e sua um Batráquio gentil mãe estão orgulhosos dele. de Leonor Teles O banco o ama. Portugal, 11’, Cor, Ele adora roupas Digital, 2016 modernas, bons Tal como os ciganos, os restaurantes e sapos de louça não passam encontros virtuais. despercebidos a um olhar Ele tem seu próprio mais atento. Balada de negócio: inovador, um Batráquio surge assim premiado e num contexto ambíguo. sustentável. Mas Um filme que intervém no o café acabou e a espaço real do cotidiano manifestação o português como forma atrapalha enquanto de fabular sobre um está no barbeiro 24 comportamento xenófobo. elegante. 25 Fat Boy O Reflexo Never Slim do Poder de Sorayos Prapapan The Reflection Tailândia, 14’, Cor, Digital, 2016 of Power Para todo cidadão tailandês do de Mihai Grecu sexo masculino, o serviço militar França, 9’, Cor, é obrigatório - a menos que faça Digital, 2015 um curso de defesa territorial. Na mais secreta Essa é a única saída para dois capital do planeta, estudantes acima do peso, uma multidão que não querem servir de jeito assiste a um show nenhum. Mas eles conseguirão enquanto uma passar no teste físico necessário tragédia ameaça para adentrar o curso? toda a cidade... Sinto Muito Waves ‘98 I am Sorry de Ely Dagher de Teodor Kuhn Líbano, 15’, Cor, Eslováquia, 17’, Cor, Digital, 2015 Digital, 2015 Desiludido com a Patrik, de 15 anos, cometeu vida nos subúrbios um erro grave. Sua consciência da segregada Beirute, pesada o afasta das pessoas Omar descobre próximas, deixando-o sozinho algo que o leva às com sua culpa. Mas lentamente profundezas da ele percebe que os outros cidade. também tem problemas - e pode não ser tarde demais Campo para ajuda-los. de Víboras À Distância de Cristèle In the Distance Alves Meira de Florian Grolig França/Portugal, Alemanha, 7’, Cor, Digital, 2015 20’, Cor, Digital, 2016 É calmo e tranquilo acima das Em Campo de nuvens. Mas o caos espreita à Víboras, uma distância e, noite após noite, pequena aldeia de chega mais perto. Trás-os-Montes, dá- se uma tragédia. Olho Selvagem Uma idosa é Ojo Salvaje encontrada morta de Paco Nicolás no seu jardim Espanha, 15’, Cor, rodeada de cobras, Digital, 2015 enquanto a sua Em 1991, Rate compra uma filha Lurdes, uma filmadora e começa a registrar mulher de 40 o mundo ao seu redor. Durante anos, desaparece três meses, ele busca uma sem dizer nada a história real que nunca foi ninguém. Espalham- filmada antes. Rate então se os rumores sobre descobrirá os dramas da vida o misterioso destino 26 através de seu olho selvagem. desta casa. 27 Mostra Em DCP Clássicos do Cinema cópias restauradas

Morangos Silvestres O Encantador Smultronstället Mês de Maio de Ingmar Bergman Suécia, 91’, P&B, Digital, 1957 Le Joli Mai Isak Borg, respeitado professor de Chris Marker e Pierre Lhomme de Medicina, é convidado por sua França, 145’, P&B, Digital, 1963 universidade de formação, na cidade Paris, maio de 1962. A guerra da sueca de Lund, para a cerimônia de Argélia acaba de terminar. Neste comemoração pelos seus 50 anos de primeiro mês de paz após sete carreira. Isak viaja com a sua nora, anos de conflito, que pensam os Marianne, que passa por uma crise parisienses? Cada um testemunhou em seu casamento, e durante o a tragédia da sua maneira, com suas percurso é obrigado a enfrentar angústias, felicidades e esperanças. o vazio de sua existência. Um Pouco à pouco, desenha-se um delicado e poético filme sobre a retrato vivo da França na alvorada mortalidade e o passado. nos anos 60. Estranhos no Paraíso 8½ Stranger than Paradise de Federico Fellini de Jim Jarmusch Itália, 132’, P&B, Digital, 1963 EUA, 90’, Cor, Digital, 1984 Realidade e ficção se misturam em Willie é um imigrante húngaro que 8½, filme mais metalinguístico de vive em Nova York. Quando ele recebe Federico Fellini. Marcello Mastroianni a visita inesperada de sua prima Eva, interpreta Guido Anselmi, diretor de que acabou de chegar de Budapeste cinema análogo a Federico, sofrendo e está a caminho de Cleveland para de um caso terrível de bloqueio morar com a tia, Willie a trata com criativo. Guido tenta realizar um total hostilidade e indiferença. Mas filme de ficção-científica em um um ano depois, Willie e seu melhor balneário italiano enquanto lida com amigo Eddie decidem visitar Eva. Os dificuldades artísticas, pessoais e três decidem então partir juntos em amorosas, um casamento em crise uma viagem de Clevaland a Miami. e várias paixões. 8½ olha para o Estranhos no paraíso é dividido em cinema com uma mirada surrealista três partes: O novo mundo, Um ano e pessoal. depois e Paraíso. Estranhos no paraíso foi o segundo longa de Jim Jarmusch O Homem que e o impulsionou a se tornar um Caiu na Terra diretor fundamental para o cinema independente americano. The Man who Fell to Earth de Nicolas Roeg Mamma Roma Reino Unido, 139’, Cor, Digital, 1976 de Pier Paolo Pasolini David Bowie é o alienígena Itália, 106’, P&B, Digital, 1962 humanoide Thomas Jerome Mamma Roma deseja abandonar Newton, que chega à Terra com a prostituição para começar uma a missão de levar água ao seu vida nova, vendendo frutas na feira distante planeta natal que vive e criando seu filho adolescente, uma seca catastrófica. Usando Ettore. Mas Ettore, cercado por más a tecnologia avançada de seu influências e furioso ao descobrir planeta para patentear muitas a ocupação de sua mãe, cai em um invenções na Terra, Newton, mundo de criminalidade e se torna auxiliado pelo advogado Oliver vítima da violência policial, frustrando Farnsworth, fica milionário como os sonhos de Mamma Roma. Uma o líder de um conglomerado visão dramática e, às vezes, irônica, da tecnológico. E ainda na Terra Itália, repleta de referências à arte e a vive um relacionamento com a 28 religião do país. camareira Mary-Lou. 29 Longe do Vietnã Em 35mm Loin du Vietnam de Chris Marker, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Joris A Bela Ivens, Agnès Varda, William Intrigante Klein e Claude Lelouch França, 120’, Cor/P&B, La Belle Noiseuse Digital, 1967 de Jacques Rivette Em 1967, sete grandes França/Suíça, 228’, Cor, 35mm, 1991 diretores uniram seus talentos O pintor Edouard Frenhofer vive recluso para protestar contra a guerra em sua casa de campo em uma pequena do Vietnã e mobilizar a opinião cidade francesa. Quando recebe uma pública através de uma visita do jovem artista Nicolas com sua reflexão sobre esse conflito namorada Marianne, Frenhofer resolve imperialista. Onze sequências voltar a pintar um quadro inacabado: produzidas pelo Chris Marker A Bela Intrigante. E ele quer Marianne que atestam o engajamento como modelo. político dos cineastas franceses. Infelizmente Fitzcarraldo para Mim de Werner Herzog Hélas Pour Moi Alemanha/Peru, 158’, de Jean-Luc Godard Cor, Digital, 1982 França/Suíça, 84’, Cor, 35mm, 1993 Brian Fitzgerald sonha alto e Baseado no mito grego de Anfitrião busca concretizar seus sonhos e Alcmena, Deus reencarna em um na pequena cidade de Iquitos, mortal para sentir o verdadeiro amor na Amazônia Peruana, em entre marido e mulher. Após um período meio à corrida da borracha. de convivência, Rachel, esposa do O fã de óperas e de Enrico proprietário de uma oficina mecânica Caruso, Fitzcarraldo, como num lugarejo suíço, se vê diante da é chamado pelos peruanos, escolha entre a imortalidade que lhe é decide desbravar uma nova oferecida por Deus e o amor pelo marido rota de extração de borracha mortal. nos rios amazônicos, mas para chegar a seu destino, Ascensor para precisa de um grande feito: o Cadafalso transportar um enorme barco à vapor por terra, em Ascenseur pour l’échafaud uma região montanhosa da de Louis Malle floresta. França, 88’, P&B, 35mm, 1958 Casada com o milionário Simon, Melô Florence é apaixonada por outro Mélo homem. Para manter seu padrão de de Alain Resnais vida, Florence decide matar o marido França, 112’, Cor, com a ajuda do amante Julien Tavernier. Digital, 1986 Tavernier é um ex-militar que trabalha Na Paris dos anos 20, Romaine, como espião na Indochina para o marido esposa de um violinista de de Florence. Planejado para parecer orquestra, fica fascinada por um suicídio, as coisas começam a dar um amigo de juventude de errado quando Tavernier decide buscar seu marido: Marcel Blanc, um uma corda no terraço e fica preso no solista de carreira internacional elevador. que vem jantar em sua casa. Apaixonada por ele, ela A Baía dos Anjos instiga seu relacionamento La Baie des Anges amoroso, mesmo quando seu de Jacques Démy marido, Pierre, fica doente. França, 90’, P&B, 35mm, 1963 Romaine chega a dar a Pierre Jackie é uma parisiense de meia idade um tratamento que piora que deixa seu marido e filhos para se sua doença, mas depois aventurar no mundo das apostas em reconsidera a traição. Três anos Nice, onde estará em jogo não apenas depois, Pierre cobra de Marcel o frenesi das roletas do cassino, mas 30 a verdade. também o do ciclo da sedução. 31 Homenagem Hector Babenco FILME DE ABERTURA DO PANORAMA Lúcio Flávio, Pixote: a Lei o Passageiro do Mais Fraco da Agonia de Hector Babenco de Hector Babenco Brasil, 125’, Cor, 35mm, 1980 Brasil, 125’, Cor, A trajetória de Pixote (Fernando 35mm, 1976 Ramos da Silva), de apenas Baseado em fatos reais, dez anos de idade, no mundo Lúcio Flávio (Reginaldo Farias) do crime. Passando por é um hábil bandido que reformatórios e pelas ruas rouba bancos e executa seus de nossas metrópoles, ele crimes nos anos 60 no Rio conhece os mais variados tipos de Janeiro. Ficou conhecido marginalizados pela sociedade, nacionalmente por seu estilo como a prostituta Sueli (Marília arrojado e fugas audaciosas. Pêra), com quem desenvolve uma improvável relação. O Beijo da Mulher Aranha Kiss of the Spider Woman de Hector Babenco Brasil/EUA, 120’, Cor, 35mm, 1985 Em uma prisão na América do Sul, dois prisioneiros dividem a mesma cela. Um é homossexual e está preso por comportamento imoral e o outro é um prisioneiro político. O primeiro, para fugir da triste realidade que o cerca, inventa filmes cheios de mistério e romance, mas o outro tenta se manter o mais politizado possível em relação ao momento que vive. Mas esta convivência faz com que os dois homens se compreendam e se respeitem. Coração Iluminado Corazón Iluminado de Hector Babenco Argentina/Brasil/França, 130’, Cor, 35mm, 1998 Um amor interrompido pela suposta morte da amante vem à tona novamente quando Juan retorna ao lugar onde a paixão por Ana se iniciara. Lá chegando descobre que Ana está viva e casada, vai ao encontro e no caminho conhece Lilith, aumentando assim ainda mais a lembrança da paixão antiga. 33 Taego Ãwa Panorama Brasil de Henrique Borela e Marcela Borela GO, 75’, Cor, Digital, 2016 5 fitas VHS encontradas no armário de uma faculdade disparam o desejo desse Longas filme. Anos depois, munidos de mais registros, vamos ao encontro dos Ãwa na Ilha do Bananal. Levamos conosco a memória do desterro ao qual foi exposto o povo Tupi que mais resistiu à colonização no Brasil Central. As imagens foram vistas, sentidas e mais imagens surgiram desse encontro em meio à luta por Taego Ãwa. FILME DE Jovens Infelizes ou ABERTURA DO Um Homem que Grita PANORAMA não é um Urso que Dança de Thiago B. Mendonça Martírio SP, 127’, P&B, Digital, 2016 de Vincent Carelli, Pra começar de novo é preciso destruir. Ernesto de Carvalho e Tita PE, 162’, Cor, Digital, 2016 Talvez Deserto O retorno ao princípio da Talvez Universo grande marcha de retomada dos territórios sagrados de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes Guarani Kaiowá através das RJ/Portugal, 99’, P&B, Digital, 2015 filmagens de Vincent Carelli, A Unidade de Internamento de Psiquiatria Forense é uma estrutura de que registrou o nascedouro regime fechado, de segurança média, com vertente reabilitadora. Presta do movimento na década acompanhamento psiquiátrico, psicológico, médico, terapêutico e social. Os de 1980. Vinte anos mais homens que a habitam foram considerados inimputáveis pelo tribunal. Sentem tarde, tomado pelos relatos o tempo passar, lento. É neste tempo individual que o filme se instala. de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste Animal Político genocídio, um conflito de de Tião forças desproporcionais: PE, 75’, Cor, Digital, 2016 a insurgência pacífica e Uma vaca tenta se convencer de que é feliz. Numa noite, véspera de natal, a vaca obstinada dos despossuídos confronta-se com uma sensação forte de vazio, algo estranho que ela nunca Guarani Kaiowá frente havia sentido. A crise a faz começar uma jornada por iluminação, em busca do seu ao poderoso aparato do verdadeiro eu. agronegócio. Deserto de Guilherme Weber RJ, 100’, Cor, Digital, 2016 Um grupo de velhos artistas que viajam apresentando um espetáculo pelo sertão brasileiro e, ao chegarem num pequeno vilarejo, para mais uma apresentação, descobrem uma cidade abandonada, composta de algumas casas, uma igreja e uma fonte que jorra água limpa, como uma miragem ou um milagre do deserto bíblico. Velhos e cansados da vida errante, os oito artistas decidem ficar neste vilarejo e quixotescamente fundar ali uma nova sociedade. Entretanto, esta sociedade não consegue escapar dos piores vícios das sociedades convencionais. Câmara de Espelhos de Dea Ferraz PE, 76’, Cor, Digital, 2016 Construída dentro de uma caixa preta, uma sala de estar recebe homens variados e coloca-os diante do espelho social. O que nos dizem da imagem feminina que se apresenta? E nós? Onde estamos? Dentro, fora ou no limite da caixa? Câmara de Espelhos recorta a mesa de bar do cotidiano, o universo masculino, joga dentro de uma caixa e nos faz olhar para os discursos banais do dia a dia, desfilando a violência que caminha submersa. Como veem a mulher? Criamos um dispositivo específico, com regras e funcionamentos concretos, para que o “novo” pudesse existir. Uma caixa “mal acabada”, que não se pretende completa nem perfeita porque se percebe apenas como possibilidade de reflexão, imagem-símbolo do que nos ronda. O próprio cinema como instância imperfeita e em construção constante. Rodado na cidade do Recife, Brasil, o que parece local torna-se universal, porque a temática do machismo, das relações humanas, das disputas de gênero, das construções sociais, dialoga com o mundo. 35 Urutau Beduíno de Bernardo Cancella Nabuco de Julio Bressane RJ, 70’, Cor, Digital, 2015 RJ, 75’, Cor, Digital, 2016 Fernando, um adolescente jovem e solitário, vive Um casal bastante curioso - confinado em um pequeno quarto na casa de Josias. dramaturgos de sua própria No dia em que celebram mais um ano juntos, Fernando existência na qual a arte surge quer experimentar mais da vida do que apenas um acompanhada de uma singular pedaço de bolo. O filme pretende discutir questões pretensão metafísica - procura pela relacionadas à pedofilia e aos direitos do menor. coisa mais difícil, através de repetidas e variadas representações, em um Sertão como se Fala cenário de luz onde se misturam de Leandro Lopes esperança e desespero. MG, 73’, Cor, Digital, 2016 Documentário que percorreu 9.500 quilômetros em O Cinema foi a Feira sete Estados do Nordeste brasileiro para investigar de Paulo Hermida as raízes e a permanência do abcedário do sertão, um BA, 75’, Cor, Digital, 2016 modo foneticamente diferente de falar o alfabeto. Documentário que revela os bastidores, Entrevistando sertanejos, entre eles professores e as aventuras e desventuras, as estórias alunos, o filme retrata a quase extinção de letras e memórias que rondaram e rondam como “mê” (no lugar de “eme”), “lê” (no lugar de “éle”) entorno da sua realização em todas e “nê” (no lugar de “éne”) no cotidiano do lugar, além as suas fases. O incêndio da feira de revelar um sertão em busca do seu pertencimento de Água de Meninos e sua retirada histórico, onde homens e mulheres reivindicam para São Joaquim. A feira hoje, suas heranças culturais e identitárias e valorizam as os feirantes hoje, os atores hoje, expressões culturais do povo sertanejo. o filme hoje, o passado hoje. Super Orquestra Arcoverdense FILME DE de Ritmos Americanos ENCERRAMENTO DO PANORAMA de Sergio Oliveira PE, 77’, Cor, Digital, 2016 A Luta do Século No deserto brasileiro, o Sertão nordestino, uma banda de Sérgio Machado de baile anima festas de debutantes. Enquanto isso, a SP, 78’, Cor, Digital, 2016 região é transformada por máquinas que mudam sua O documentário mostra a paisagem árida e animais cantam e dançam ao som de rivalidade de Holyfield e Todo standarts americanos... Start spreading the news... Duro, dois dos maiores ídolos do boxe nordestino. Durante as Coragem filmagens, os inimigos, já com de Sebastião Braga mais de 50 anos, resolveram SP, 72’, Cor, Digital, 2016 enfrentar-se pela última vez. Através de um programa social, Felipe, um jovem brasileiro é introduzido, ainda criança, no universo da música clássica, tornando-se um dedicado estudante de violoncelo. Durante seus estudos ele conhece Diana Ligetti, uma romena, musicista reconhecida internacionalmente e professora do Conservatório de Paris. O encontro dos dois revive a infância de Diana, nascendo uma relação entre eles. Dois seres que percebem que mais do que talento, é preciso coragem. Precisamos Falar do Assédio de Paula Sacchetta SP, 80’, Cor, Digital, 2016 Na semana da mulher, uma van-estúdio parou em nove locais em São Paulo e no Rio de Janeiro. O objetivo era coletar depoimentos de mulheres vítimas de qualquer tipo de assédio. Ao todo, 140 decidiram falar. São relatos de mulheres de 15 a 84 anos, com diferenças e semelhanças na violência que acontece todos os dias e pode se dar dentro de casa, em um beco escuro ou no meio da rua, à luz do dia. O filme traz uma amostra significativa, 26 deles. Nos depoimentos puros, sem qualquer tipo de interlocução, acompanhamos um desabafo, um momento íntimo ou a oportunidade de 36 falarem daquilo pela primeira vez. Panorama Brasil Curtas

Chutes O Mais de Gustavo Vinagre Barulhento SP, 25’, Cor, Digital, 2016 Sandra está grávida e Silêncio quer uma menina. de Marccela Moreno Seu marido, Marcos, quer RJ, 15’, Cor, um jogador de futebol. Digital, 2016 1 em 4 mulheres será estuprada Abissal até o fim da vida. A maioria por de Arthur Leite um homem próximo. Apesar de CE, 17’, Cor, Digital, 2016 muito comuns, essas histórias Partindo do projeto de são secretas e silenciadas. O pesquisar a vida de um Mais Barulhento Silêncio é um avô que nunca conheceu, filme-ensaio composto por o cineasta cearense quatro relatos de mulheres Arthur Leite começa a que foram estupradas por seus investigar a história da parceiros íntimos, homens que própria família. Quanto elas conheciam. Em um cenário mais mergulha nela, alegórico, elas compartilham mais se afasta da ideia suas memórias mais íntimas e original, percebendo dolorosas e refletem sobre o que que a personagem, na é ser mulher neste mundo. Este verdade, é sua avó, Rosa mundo é feito para nós? – que, diante de uma câmera, dispõe-se a fazer Autopsia revelações inesperadas de Mariana sobre esse passado Barreiros desconhecido. RJ, 7’, Cor, Digital, 2016 Ruby O filme é uma de Luciano Scherer, inspeção de como Guilherme Soster a cultura e a mídia e Jorge Loureiro são responsáveis RS, 17’, Cor, Digital, 2015 pela objetificação e Ruby é um pintor desumanização da outsider que vive mulher e, portanto, sozinho em uma casa da violência contra próxima à praia. a mesma. Impeachment A Gis de Diego de Jesus de Thiago Carvalhaes ES, 15’, Cor, Digital, 2016 SP, 19’, Cor, Brasilia, 1999. Um pedido Digital, 2016 de Impedimento foi Há 10 anos, Gisberta protocolado pela oposição. Salce Junior foi torturada Ela acusa o Presidente durante 11 dias e Fernando Henrique assassinada por 14 Cardoso de ter cometido crianças e adolescentes. crime de responsabilidade. Ela se tornou um ícone Deputados leais ao governo na luta pelos direitos afinam seus argumentos, transexuais, mas ainda enquanto a oposição pouco se sabe sobre promete não ceder. Há ela. Este é um filme ainda os deputados neutros, investigativo a partir que pretendem não se das pessoas que a 38 comprometer muito. conheceram. 39 Nunca é noite no Represa de Milena Mapa Times de Ernesto PE, 23’, Cor, de Carvalho Digital, 2016 PE, 6’, Cor, Toda barreira Digital, 2016 tem sua Eu estou dentro fresta. do mapa. O mapa é indiferente. O Nunca é noite Voo no mapa. de Manoela Solon Ziggiatti de Clarissa SP, 11’, Cor, Campolina Digital, 2015 MG, 16’, Cor, Aos 3 anos, Digital, 2016 Vitor veste “Solon” é uma sua capa e fábula sobre está pronto o surgimento para voar. do mundo, apresentado João & a partir do Maria encontro de uma paisagem de Eduardo devastada e Baggio uma criatura PR, 20’, Cor, misteriosa. Solon Digital, 2016 habita um espaço O viúvo João árido e infértil. declara sua Ela inicia sua solidão em missão de um programa nutrir a terra. radiofônico e A paisagem encontra Maria, e a própria mulher recém personagem separada que se alteram. Nasce anseia por o mundo. Nasce uma nova vida a mulher. a dois. Command A Casa Action Cinza de João Paulo e as Miranda Maria Montanhas SP, 13’, Cor, Digital, 2015 Verdes Um menino de Deborah está comprando Viegas legumes para SP, 16’, Cor, sua família numa Digital, 2016 feira livre, mas de Um olhar repente algo muda atento a 40 em seu caminho. natureza. 41 Panorama de Animação

Pouco mais de dez anos antes de Walt Disney lançar “Branca de Neve e Os Sete Anões”, a alemã Lotte Reiniger terminava “As Aventuras do Príncipe Achmed”, primeiro longa-metragem animado da história, numa técnica tão desconhecida quanto sua autora: animação em sombras, inspirada no teatro de sombras asiático. Como a maioria das Hammam mulheres que conseguiram aparecer na história, Lotte era muito talentosa, mas pouco reconhecida. Nessa mostra de Florence Miailhe especial do Panorama, fizemos um recorte de 9 curtas-metragens clássicos dirigidos por mulheres. São filmes que França, 8’, Cor, Digital, 1992 marcaram seja pelo seu valor histórico, por sua narrativa, experimentalismo ou ousadia. Lotte, Regina, Michaela, Joan, Duas jovens visitando pela Florence, Amanda, Wendy, Torill, Caroline e Michèle dirigiram obras-primas que impressionam pela força das imagens, primeira vez um banho turco e exibidas juntas nesse programa, formam um quase só filme de potência instigante. (hammam) nos conduzem por um labirinto de saunas, chuveiros e fontes. The Papageno Danish de Lotte Reiniger Alemanha, 11’, P&B, Poet Digital, 1935 de Torill Kove Inspirado na ópera “A Flauta Noruega/Canadá, 15’, Mágica”, de Mozart, conta as Cor, Digital, 2007 aventuras de Papageno em busca É possível traçar a cadeia de seu amor. de eventos que levaram ao nosso nascimento? História Trágica Nossa existência é pura com Final Feliz coincidência? As pequenas coisas importam? de Regina Pessoa Portugal, 7’, P&B, Digital, 2005 Le Chapeau Há pessoas que, contra a sua de Michèle Cournoyer vontade, são diferentes. Tudo Canadá, 6’, P&B, o que desejam é serem iguais Digital, 2000 aos outros, misturarem-se Uma dançarina relembra deliciosamente na multidão. Há um incidente de sua infância quem passe o resto da sua vida quando foi abusada por um lutando para conseguir isso, visitante. negando ou tentando abafar essa diferença. Outros assumem- The na e dessa forma elevam-se, Street conseguindo assim um lugar junto dos outros…no coração. de Caroline Leaf Canadá, 10’, Cor, Mona Lisa Digital, 1976 Descending a A rotina e os sentimentos de uma Staircase família judia cuja avó de Joan Gratz está morrendo. EUA, 7’, Cor, Digital, 1992 Animações bidimensionais When de argila fundindo e the Day misturando trabalhos de Breaks 35 artistas famosos. de Amanda Forbis Repete e Wendy Tilby de Michaela Pavlátová Canadá, 10’, Cor, República Tcheca, Digital, 1999 9’, Cor, Digital, 1995 Após testemunhar a morte de Três casais – um vermelho, um estranho, Ruby procura por outro verde e outro azul afirmação na cidade ao seu – vivem em suas rotinas, redor, e a encontra nos mais mas sonham em se verem 42 surpreendentes lugares. livres dos padrões. 43 Panorama Kinder Cine Italiano Sessão Infantil

Fiore Bombus de Claudio Giovannesi Confusus Itália, 105’, Cor, Digital, 2016 Presa por roubo, a jovem de Anna Habermehl Daphne se apaixona por Alemanha, 5’, Cor, Digital, 2012 Josh, outro detento. Sua Que inseto é esse, maior que história de amor se dá os outros e desajeitado? através de de cartas secretas Na procura de amigos, ele e conversas fugazes. segue um grupo de abelhas na floresta e, num desvio do Orecchie caminho, faz um encontro incrível. de Alessandro Aronadio Itália, 90’, P&B, Digital, 2016 New Species Homem acorda com um de Katarina Karhánková barulho irritante nos República Tcheca, 6’, Cor, ouvidos. Um bilhete na Digital, 2013 geladeira diz: “Seu amigo A história de três crianças que Luigi morreu. PS: levei seu encontram um osso misterioso e carro”. O problema é que ele tentam descobrir qual é a criatura sequer lembra quem Luigi a que o osso pertence. Os adultos é. Esse é apenas o começo não acreditam nas crianças... de um dia tragicômico onde mergulhará na loucura Printed Rainbow do mundo, daqueles de Gitanjali Rao que mudam sua vida Índia, 15’, Cor/P&B, Digital, 2006 para sempre. A história de uma vovó e de seu gato, que viajam pelo mundo Socrates, fantástico das coberturas de caixas Uno di Noi de fósforo. de Mimmo Calopresti Mobile Itália, 43’, Cor, Digital, 2015 de Verena Fels Sócrates: doutor, craque, um Alemanha, 6’, Cor, símbolo da democracia - uma Digital, 2010 oportunidade para falar de Uma vaca que vive à margem futebol e política. da sociedade e se rebela contra seu destino... L’uomo che non Cambiò O Pássaro à Reação Der Propellervogel la Storia de Jan Locher e Thomas Hinke de Enrico Caria Alemanha, 5’, Cor, Digital, 2005 Itália, 78’, Cor/P&B, Um trio de passarinhos, que Digital, 2016 acabaram de cair do ninho, treinam O “Homem que não mudou alegremente a cantar alto e forte. a história” foi o renomado Enquanto isso, um engraçado historiador e arqueólogo companheiro motorizado insiste Ranuccio Bianchi Bandinelli - em perturbar o trio, que aos poucos uma figura da qual o regime aprende a se vingar... Facista poderia se orgulhar, exceto pelo fato do professor Blue ser extremamente anti- de Gitanjali Rao facista. Um homem que teve Índia, 1’, Cor, Digital, 2005 nas mãos a oportunidade A história de uma menininha de organizar um atentado que sonha em explorar o 44 contra Hitler e Mussolini. espaço com seu gato. 45 Curtas da Quinzena dos Realizadores Sessão Especial de Abertura Cannes O Ornitólogo Curtas 2015 e 2016 da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, selecionadas por Laurence Reymond que é curadora internacional e convidada especial do Panorama deste ano. de João Pedro Rodrigues Portugal/França/Brasil, 118’, Cor, Digital, 2016 Fernando é um solitário homem de 40 anos que trabalha como um ornitólogo. Ele decide viajar pelo curso de um rio A Filha a bordo de um caiaque, mas quando uma correnteza forte da Noiva derruba sua pequena embarcação, ele inicia uma jornada sem volta e repleta de perigos. Habat Shel Hakala de Tamar Rudoy Israel, 15’, Cor, Digital, 2016 Sessão Especial Tirza vive em uma realidade sombria e distante, até o momento em que é forçada Comemorativa a sair de si mesma e viver em sua própria imagem no 20 anos retrato de família. Mr. Abrakadabra! Léthé de José Araripe Jr. de Dea Kulumbegashvili BA, 13’, Cor, Digital, 1996 França, 15’, P&B, Um velho artista já não consegue mais fazer suas Digital, 2016 mágicas. Desesperado, tenta o suicídio várias vezes, sem Perto do rio do obter êxito. Decidido a morrer a qualquer preço, arquiteta esquecimento, um super suicídio. Porém, algo surpreendente acontece... um cavaleiro solitário encontra uma vila onde crianças brincam com Sessão Especial desejos ocultos e adultos celebram festividades. Violência e amor Cineclube Walter misturam-se e tornam-se indissociáveis. da Silveira Import A Noiva da Cidade de Ena Sendijarevic de Alex Viany Holanda, 17’, Brasil, 130’, Cor, Digital, 1978 Cor, Digital, 2015 Cansada do modo de vida frenético da cidade, uma Uma família de famosa atriz de cinema retorna a sua cidade natal, como refugiados bósnios uma maneira de reconectar-se com seu estilo de vida procura o sentido da do passado. No entanto, assim que os políticos locais vida em uma pequeno descobrem os planos da atriz de passar uma temporada vilarejo holandês. Curta no local, eles buscam capitalizar a presença da estrela na que revela a ilógica região o máximo possível. kafkaniana do processo de imigração. Sessão Kindil el Bahr de Damien Ounouri Argélia, 40’, Cor, Digital, 2015 Especial Durante uma ida à praia, Nfissa, uma jovem mãe, é linchada até a morte Abraccine por um grupo de rapazes, enquanto nada no mar. Ninguém parece SuperOutro testemunhar seu desaparecimento. de Edgard Navarro Ansiedade e medo crescem na sua BA, 46’, Cor, Digital, 1989 família, especialmente quando, Um louco na rua tenta libertar-se da na mesma praia, outros banhistas miséria que o assedia e acaba por 46 começam a morrer. subverter a própria lei da gravidade. 47 Comissão de Curadoria

Adolfo Gomes/ longas internacionais IV Adolfo Gomes é jornalista, crítico de cinema (Abraccine) e cineclubista. Ministrou as oficinas “Olhar o cinema – uma introdução à cinefilia” (Iphan – Belém-PA), “Cinema Corsário – uma viagem pelos filmes de gênero” (Panorama Internacional Coisa de Cinema) e “Gostoso de ver: uma revisão da O PanLAB é o Laboratório de Roteiros do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que em 2016 chega a sua pornochanchada brasileira” (Festival Internacional Lume de Cinema). Curador de ciclos como “O quarta edição. É uma iniciativa voltada para roteiros de ficção baianos, promovendo um intercâmbio entre os Mito de Dom Sebastião no Cinema” e “Somos todos marginais, do udigrúdi à pornochanchada”. realizadores locais e profissionais de outros estados. Três roteiristas/cineastas apresentarão, individualmente, suas Coordenou as três edições do Concurso Estadual de Críticas Cinematográficas “Walter da Silveira”, sugestões e orientações sobre os roteiros selecionados, entre curtas e longas-metragens. O objetivo é contribuir da Fundação Cultural da Bahia. Colaborou com a revista eletrônica Contracampo. Atualmente para o aprimoramento dos roteiros selecionados para que eles cheguem mais fortes na fase de produção. escreve para a publicação online “Cine Rocinante”. Cláudio Marques/ longas internacionais, nacionais e baianos Aleksei Abib Cláudio Marques foi editor e crítico do jornal Coisa de Cinema durante oito anos (1995-2003). Roteirista e script-doctor, Aleksei assina os roteiros de “A Via Láctea” (46a. Semaine Colaborou para os jornais Tribuna da Bahia e A Tarde. Responsável pela programação da Sala Internationale de la Critique, Festival de Cinema de Cannes); do documentário “O Último Walter da Silveira (2007-2009), idealizou e hoje é o principal coordenador do Espaço Itaú de Cinema Kwarup Branco”; e da novela “Água na Boca”, da Band. Escreveu séries documentais e – Glauber Rocha. É idealizador e coordenador do Panorama Internacional Coisa de Cinema. “Depois ficcionais para os canais de TV Futura, RBS e CNT. Em anos recentes, tornou-se um dos da Chuva”, seu primeiro longa-metragem, estreou no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, consultores de roteiro mais requisitados do país, onde contam, entre outros, o script-doctor onde recebeu os prêmios de Melhor Ator, Roteiro e Trilha Sonora. A estreia internacional do longa de “ELENA”, de Petra Costa (pré-indicado ao OSCAR 2015); “De Menor”, de Caru Alves de foi no Festival de Cinema de Rotterdam, em 2014. Souza (Melhor Filme no Festival do Rio 2013); “O Último Cine Drive-In”, de Iberê Carvalho (Prêmio da Critica, , 2015); “Hoje”, de Tata Amaral (Melhor Roteiro, João Paulo Barreto/ curtas nacionais, internacionais e baianos 44o Festival de Brasília); “Mais Forte que o Mundo”, de Afonso Poyart, e o telefilme “Amor João Paulo Barreto é formado em Jornalismo e teve sua graduação voltada para a análise e pesquisa ao Quadrado”, de René Sampaio. Além disso, foi consultor nas edições de 2009 a 2013 do das obras de Martin Scorsese e . Participou de cursos com foco em Teoria, Crítica e Laboratório de Roteiros do SESC (antigo Sundance). Atuou, ainda, na mesma função para Linguagem Cinematográficas ministrados por críticos como João Carlos Sampaio, Sergio Rizzo, André filmes em regime de coprodução internacional do antigo Depto. Internacional da produtora Setaro e Pablo Villaça. Em 2016, participou da Oficina de Crítica Cinematográfica ministrada pelo crítico O2 Filmes; e como analista e instrutor de roteiros para a Rede Globo (“Profissão Repórter”, de cinema Jean-Michel Frodon (Le Monde e Cahiers du Cinéma). Assina o blog Película Virtual e colabora do jornalista Caco Barcellos). Atualmente, é líder do Núcleo Criativo da Produtora Pavirada, para o portal Scream&Yell, para o jornal A Tarde e para a revista Muito. Desde 2012, integra a equipe de contemplada na primeira edição do Prodav 3 do FSA, 2014, e consultor do Núcleo TV curadoria do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Norte, do Pará , e Flô Projetos, de Goiânia, nas edições 2014 e 2015. É um dos autores do livro “Profissão Repórter”, lançando em conjunto com Rede Globo pela Editora Planeta, em Marília Hughes/ longas e curtas nacionais comemoração aos dez anos do programa. Marília Hughes é graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA/PósCom. Sócia da empresa Coisa de Cinema Gabriel Martins onde trabalha desde 2006 como diretora, produtora e editora. Marília realizou diversos curtas Gabriel Martins é formado pela Escola Livre de Cinema de Belo Horizonte e bacharel em premiados e, desde 2007, é produtora geral do Panorama Internacional Coisa de Cinema. “Depois da Cinema e Audiovisual pelo Centro Universitário UNA. Sócio-fundador da produtora Filmes Chuva”, seu primeiro longa-metragem, estreou no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde de Plástico, é roteirista e diretor dos filmes “Contagem” (prêmio de melhor direção no 43º recebeu os prêmios de Melhor Ator, Roteiro e Trilha Sonora. A estreia internacional do longa foi no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro), “Dona Sônia pediu uma arma para seu vizinho Festival de Cinema de Rotterdam, em 2014. Alcides” (exibido e premiado em festivais internacionais como o 35º Festival Internacional du Court Métrage de Clermont-Ferrand e no International Film Festival Rotterdam), “Meu Nara Normande/ Panorama de animação Amigo Mineiro” (vencedor da Mostra Foco na 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes), dentre Nara Normande (1986) é realizadora. Nasceu em Maceió/AL e desde 2000 reside em Recife/PE, onde vários outros curtas e longas metragens. Como diretor de fotografia e câmera, já fez diversos fundou a produtora Garça Torta Filmes. Ganhou mais de 20 prêmios com seu primeiro filme, a animação trabalhos em videoclipes, curtas e longas-metragens como “Quinze” (prêmio aquisição Canal em stop motion “Dia Estrelado”. Seu segundo filme, “Sem Coração”, co-dirigido por Tião, foi premiado Brasil na 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes), “Coice no Peito” (melhor curta no Festival de como Melhor Curta-Metragem na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, no Festival de Cine de Caracas), “Pouco Mais de um Mês” (Illy Prize no 66º Festival de Cannes) e “Ela Volta na Havana e no Festival de Brasília. De 2010 a 2014, foi diretora artística do ANIMAGE - Festival Internacional Quinta” (exibido no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, na 38ª Mostra Internacional de Animação de Pernambuco. Atualmente, finaliza seu terceiro curta-metragem, “Guaxuma”, com de Cinema de São Paulo, no 26º FID Marseille, dentre outros). Como roteirista já trabalhou em lançamento previsto para 2017 e desenvolve o projeto de seu primeiro longa, “Terra Nua”. projetos como a série “Vida de Estagiário”, exibida pelo Warner Channel e o longa-metragem “Alemão”, dirigido por José Eduardo Belmonte e lançado nos cinemas em 2014. Rafael Carvalho/ curtas nacionais, internacionais e baianos Rafael Carvalho é crítico e pesquisador de cinema. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Marina Meliande Cinema (Abraccine), escreve para o site Moviola Digital e colabora para o Jornal A Tarde. Faz doutorado Marina Meliande nasceu em 1980 no Rio de Janeiro, Brasil. Cineasta e montadora formada no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, onde pela Universidade Federal Fluminense, dirigiu, em parceria com Felipe Bragança, alguns pesquisa a crítica de cinema online e faz parte do Grupo de Pesquisa Recepção e Crítica da Imagem (Grim). filmes exibidos em festivais internacionais: dois curtas, “Por Dentro de uma Gota D’água” e Integra a equipe de curadoria do Panorama Internacional Coisa de Cinema. “O Nome dele (o clóvis) além da Trilogia Coração no Fogo, composta pelos longas “A Fuga da Mulher Gorila”, lançado no Festival de Locarno 2009; “A Alegria” – lançado na Quinzena dos Rafael Saraiva/ curtas nacionais, internacionais e baianos Realizadores, Festival de Cannes 2010; “Desassossego, filme das maravilhas” - filme coletivo, Rafael Saraiva, mesmo graduado em Ciência da Computação, motivou-se a seguir carreira na área do lançado no Festival de Rotterdam 2011. Nos anos de 2007 a 2009, Marina foi artista residente audiovisual. Participou de workshops e oficinas relacionadas a roteiros e curadoria de festivais. Na área do Centro de Arte Contemporânea Le Fresnoy (França), onde realizou duas vídeo instalações: da crítica cinematográfica, fez cursos com os críticos Pablo Villaça (portal Cinema em Cena) e João Carlos “Lettres au Vieux Monde” e “L’Image qui reste”. Como montadora, trabalhou em mais de 40 Sampaio (jornal A Tarde), este último durante o VII Panorama Internacional Coisa de Cinema, quando filmes, entre eles, “Girimunho” e “Histórias que só existem quando lembradas”. Atualmente, integrou o Júri Jovem. Desde a oitava edição do festival faz parte da equipe de curadoria. Também finaliza seu primeiro longa metragem solo “Mormaço” com o suporte da Résidence da 48 participa do Cineclube Glauber Rocha e do Cineclube Animassa, projetos dedicados ao cineclubismo. Cinéfondation (Festival de Cannes) e Hubert Bals Fund. 49 Oficina Oficina de Escrita de Produção Crítica Executiva

Praticar a escrita crítica é um exercício do olhar, alimentado O Panorama Internacional Coisa de por sensibilidades de ordem estética, política e histórica. Cinema percebe a produção audiovisual Remonta a maneiras de se colocar frente a um filme: respeitar em todas suas funções e multidimensões o que ele quer dizer (por meio de suas escolhas formais e e busca fortalecer a relação entre arte e temáticas), comunicar-se com ele, estabelecer uma conexão produção assim como entre produtores, intelectual e afetiva, mas sem abdicar do espírito crítico, relações essas essenciais no processo de do embate. Um gesto que implica posicionamento, afeto, feitura de um filme. Este ano a Fundação intensidade, desnudamento, frontalidade, cinefilia, repertório. Joaquim Nabuco através do Centro Esse tipo de abordagem que será praticada na Oficina Audiovisual Norte Nordeste (CANNE) de Crítica do XII Panorama Coisa de Cinema, este ano sob realiza em parceria com o Panorama coordenação e orientação pedagógica do crítico de cinema, Internacional Coisa de Cinema o curso de pesquisador e jornalista Heitor Augusto. Produção Executiva com a instrutora Maria A oficina se desenvolverá em duas etapas. A primeira será Ionescu. O curso abordará o trabalho da constituída de quatro encontros, nos quais a turma tomará Produção Executiva na obra audiovisual, contato com discussões que envolvem a escrita crítica de em suas diversas etapas de realização, cinema a partir de textos clássicos e contemporâneos, teóricos do desenvolvimento ao lançamento ou escritos no calor da hora para lidar com a produção do hoje, comercial, e nos seus aspectos mais com foco na nacional. relevantes como: planejamento financeiro, Na segunda etapa os oficineiros partirão para o exercício estratégia de captação, confecção e gestão da escrita crítica sobre os filmes em exibição no XII Panorama de orçamento, direitos e contratos e Coisa de Cinema. Produzidos sob orientação de Heitor estratégia de distribuição. Augusto paralelamente à duração do festival, os textos serão publicados no blog Pílulas Críticas, que reúne o material produzido pela oficina desde 2013 – anteriormente sobre Maria Ionescu coordenação de Rafael Carvalho e de João Carlos Sampaio. Produtora Executiva

Carga horária: 12 horas (3 horas/aula) Nascida em São Paulo (1958), Quantidade de selecionados: entre 10 e 15 formou-se em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (1983). Desde 1997 Heitor Augusto trabalha na empresa produtora Heitor Augusto é crítico de cinema, pesquisador e jornalista. Dezenove Som e Imagens, sendo Um dos oito selecionados para o Berlinale Talent Press, responsável pelo departamento de programa do Festival de Berlim para jovens críticos. Tem produção executiva. Participou de textos publicados em revistas eletrônicas de crítica – aproximadamente 50 filmes de longas, Interlúdio, ]Janela[, Cinequanon, Zingu – e em veículos da médias e curtas metragens, entre eles mídia impressa – Valor Econômico, Preview, Caros Amigos, “Mãe só há uma”, de , “O Monet –, além de catálogos de mostras de cinema – Escaravelho do Diabo”, de Carlo Milani, Hitchcock é o Cinema, Quentin Tarantino – O Mestre do “Os Amigos”, de Lina Chamie, “O que se Caos, Cinema Belga Contemporâneo. É autor também do move”, de Caetano Gotardo, “Trabalhar ensaio sobre Alma Corsária, publicado em 100 Melhores Cansa”, de Juliana Rojas, Marco Dutra e Filmes Brasileiros (2016), livro organizado pela Abraccine. “É Proibido Fumar”, de Anna Muylaert, Pesquisa o cinema Blaxploitation e relações raciais no “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de cinema brasileiro. Marcelo Gomes e “Bicho de 7 Cabeças”, Ministrou os cursos Blaxploitation e o Cinema Negro de Laís Bodansky. nos EUA, Cinema Americano – Anos 70, O Som ao Redor – Cinema Pernambucano, Historiografia do Cinema Brasileiro, Multiplicidades do Cinema Africano, entre outros. Coordena desde 2015 o Janela Crítica, oficina que acontece durante o Janela Internacional de Cinema do Recife, além de ter ministrado workshops no mesmo formato em espaços como o Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo – Curta Kinoforum (2013 a 2015) e Perro Loco – Festival de Realização: Cinema Universitário Latino-americano. Curador da 14ª Mostra ABD Cine Goiás, do FICA. Foi um dos curadores do MIMO – Festival de Cinema e Música entre 2013 e 2015. Mantém o blog Urso de Lata (www.ursodelata.com). 51 Júri Debates Jovem O Panorama Internacional Coisa de Preservação Cinema sempre apostou no olhar Mercosul renovado sobre a filmografia nacional. O Júri Jovem é uma tradição que mantemos A mesa, que pretende como forma de incentivar e formar esse debater as políticas para olhar para a produção brasileira recente preservação do patrimônio de cinema. O Júri Jovem será composto audiovisual na Argentina, por cinco pessoas que serão selecionados Brasil, Paraguai e Uruguai, por meio de uma resenha crítica de filme. e compreender sua relação Esse ano, haverão dois grupos de com ações nacionais e júri em Salvador, um para a competitiva transnacionais no âmbito nacional e outro para a competitiva do Mercosul, é parte de baiana. Ao fim do festival, os um projeto de pesquisa participantes irão escolher os melhores realizado no CECULT/ filmes nacionais e baianos para receber o UFRB (Santo Amaro). Com Prêmio João Carlos Sampaio. A atividade a participação de Marcela do Júri Jovem será acompanhada por Cassinelli, Juan Jose Mugni, Rafael Carvalho, curador do festival e Lorena Pérez, Paula Felix- crítico de cinema. Didier e mediação de Laura Bezerra. Rafael Carvalho Rafael Carvalho é crítico e pesquisador de Circuito cinema. Membro da Associação Brasileira Popular de Críticos de Cinema (Abraccine), escreve para o site Moviola Digital e colabora Público pautado pela para o Jornal A Tarde. Faz doutorado no publicidade, acostumado a ver Programa de Pós-Graduação da Faculdade sempre as mesmas histórias, de Comunicação da Universidade Federal contadas do mesmo jeito. Uma da Bahia, onde pesquisa a crítica de cinema audiência acomodada, que busca online e faz parte do Grupo de Pesquisa o que já conhece e que evita a Recepção e Crítica da Imagem (Grim). surpresa nas salas de cinema. Integra a equipe de curadoria do Panorama Para lidar com tais adversidades, Internacional Coisa de Cinema. é necessário criar um circuito popular de cinema que habitue as pessoas às mais diversas obras cinematográficas. Sobretudo, aos filmes do nosso país. Esse debate é urgente! Com a participação de Alfredo Manevy (SP Cine), Júri Especial Bertrand Duarte (DIMAS) e mediação de Cláudio Marques. Cachoeira O cinema Baiano e os 100 Melhores O Panorama Internacional Coisa de Cinema, há cinco anos, tem levado para Cachoeira Filmes Brasileiros o melhor da produção recente do cinema Com foco em Superoutro, de brasileiro. Em 2016, pela primeira, o festival Edgard Navarro, e Meteorango faz um convite aos residentes da cidade Kid - Herói Intergalático, de para que participem de um júri especial que André Luiz Oliveira, a mesa vai terá como missão escolher o melhor curta abordar a presença do cinema e o melhor longa da competição nacional. baiano e de seus artistas na O Júri Especial - Cachoeira busca um olhar história do cinema brasileiro. renovado sobre a filmografia nacional. A A Bahia como tema e cenário atividade será acompanhada por Guilherme para grandes obras também Sarmiento, professor do curso de cinema da entra em discussão durante Universidade Federal do Recôncavo Baiano, o lançamento do livro 100 que também irá conduzir os debates com os Melhores Filmes Brasileiros, 52 realizadores após as sessões. organizado pela Abraccine. 53 Equipe

Coordenação Geral: Cláudio Marques e Marília Hughes Curadoria: Adolfo Gomes, Cláudio Marques, João Paulo Barreto, Marília Hughes, Nara Normande, Rafael Carvalho e Rafael Saraiva Coordenação de Logística/Receptivo: Lara Carvalho Assistente de Logística/Receptivo: Sophia Corral Receptivo: Alberto Gonçalves e Luiza Audaz Assistente de Logística: Dáfine Prates Gestão Financeira: Stéfane Souto Produção de Base e Oficinas: Ana Brandão Produção de Campo: Michele Perroni Mobilização de Público: Natália Gonçalves Itinerância: Sophia Corral Produção de Festas: Michele Perroni Assistente de Produção de Festas: Laís Machado Coordenação de Tráfego: Catarina Sampaio Assistente de Tráfego: Raisa Bastos y Rodrigues Coordenação de Projeção: Beatriz Coelho Projeção: Sebastian Forte Programação Visual: Pierre Themotheo Coordenação de Legendagem: Rafael Saraiva Tradução e Assistência de Legendagem Eletrônica: João Paulo Barreto Monitores de Legendagem: Sophia Saavedra e Rana Tosto Assessoria de Imprensa: Quarta Via Comunicação e Marketing Vinheta: Julia Dias Cobertura de Vídeo: Gabriel Teixeira e Julia Dias Cobertura Fotográfica: Milena Palladino Confecção de Troféu: Luís Parras Gerenciamento de Mídias Sociais: Kaula Cordier Programação do Site: Fábio Farani Administração de Conteúdo do Site: Rafael Saraiva e Ana Brandão Monitores: Aíla Oliveira (transporte), Bernardo Santos (receptivo), Daiane Nascimento (transporte), Júlia Jacques (base e oficinas), Lukas Letieres (receptivo) e Vick Antuak (PanLAB) Coordenação de Debates (Cachoeira): Guilherme Sarmiento Produção e Receptivo (Cachoeira): Clarissa Brandão Projeção (Cachoeira): Samir Suzart Técnico de Som (Cachoeira): Fernanda Araujo Divulgação/Mobilização de Público (Cachoeira): Fábio Rodrigues Registro Fotográfico (Cachoeira): Pedro Maia Apoio Cinema/Receptivo (Cachoeira): Evanize Santos e Tiago Araújo

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54 email: [email protected]