Relatório Científico Final

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Relatório Científico Final Relatório Científico Final Bolsista : Pedro Maciel Guimarães Junior Supervisor : Ismail Norberto Xavier Número do processo 2010-50963-1 Sumário 1. Resumo do plano inicial ................................................................ 3 2. Detalhamentos dos progressos realizados, dos resultados obtidos no período .......................................................................................... 4 A. Mapeamento das dimensões gerais do campo estudado; primeiros escritos generalistas ........................................................ 4 B. Estudos específicos sobre atores brasileiros ................................. 12 B.1. Matheus Nachtergaele ................................................................. 14 B.2. Helena Ignez ................................................................................ 16 B.3. Paulo César Pereio ...................................................................... 23 B.4. Tarcísio Meira ............................................................................ 29 B.5. Wilson Grey ................................................................................ 34 B.6. O ator moderno do cinema brasileiro ........................................ 45 3. Atividades paralelas ....................................................................... 59 4. Conclusão ........................................................................................ 60 5. Resumo das publicações e eventos ................................................. 60 5.1. Artigos publicados ....................................................................... 60 5.2. Artigos aceitos para publicação .................................................. 61 5.3. Participação em eventos ............................................................. 61 5.4. Aulas, cursos e palestras ministrados ......................................... 62 6. Bibliografia citada ........................................................................... 62 2 1. Resumo do plano inicial O meu projeto de pesquisa “O ator-autor no cinema brasileiro” foi elaborado para ser realizado em duas etapas. Na primeira, eu iria me dedicar a aprofundar o conceito, forjado pelo pesquisador e crítico americano Patrick McGilligan, em 1975, e suas atualizações feitas por pesquisadores americanos e franceses, sobretudo, sobre atores e atrizes do cinema hollywoodiano e europeu. As análises de McGilligan concentravam-se em torno da figura do ator e de suas possibilidades legítimas de se tornar autor de um filme, influenciando não só na criação do personagem, mas também na elaboração formal de um plano, de uma sequência ou de um filme. Nesse primeiro momento da minha pesquisa de pós-doutorado, eu tentaria fazer um mapeamento de uma teoria ainda pouco aplicada, inovadora e que, portanto, necessita cuidados metodológicos para ser objeto de transposição para atores oriundos de outras cinematografias. Para isso, eu tentaria verificar pontos comuns dessas análises e observar a metodologia de pesquisadores importantes como Luc Moullet, James Naremore, Christian Viviani, Christophe Damour, Nicole Brenez e Alain Bergala. Essa primeira etapa serviria também para testar a possibilidade de aplicação desse conceito para outros tipos de atores, fora dos padrões do cinema clássico, seja ele europeu ou americano. Quando se pretende aplicar uma teoria para objetos de estudos distintos dos propostos nos textos que nos precedem, estamos sempre sujeitos a ter que, primeiramente, testar a adequação desses objetos a tal teoria. Em segundo lugar, é necessário operar também algumas adaptações para que esses objetos de estudos, no caso os atores brasileiros, possam ser compreendidos nas suas especificidades econômicas, sociais e estéticas. Em seguida, eu passaria a aplicar o conceito de ator-autor para os intérpretes brasileiros, o que constituiria a segunda etapa da minha pesquisa. Nesse momento, eu escolhi quatro atores (Grande Otelo, Antônio Pitanga, Helena Ignez, Matheus Nachtergaele), sem ainda ter muita certeza de que seriam os melhores objetos de pesquisa 3 ou mesmo se a teoria do ator-autor poderia ser aplicada aos nossos intérpretes. A proposta inicial desses intérpretes obedecia minha vontade de trabalhar com intérpretes provenientes de períodos históricos, tipologias e sistemas de interpretação diferentes: um ator ligado aos gêneros cômicos dos anos 50 (Grande Otelo), um outro de perfil independente e ligado ao cinema novo (Antônio Pitanga), uma atriz oriunda do universo do cinema marginal (Helena Ignez) e um ator da nova geração do cinema brasileiro (Matheus Nachtergaele). 2. Detalhamentos dos progressos realizados, dos resultados obtidos no período A. Mapeamento das dimensões gerais do campo estudado; primeiros escritos generalistas Ao iniciar minhas pesquisas sobre os atores de cinema no Brasil, me deparei com uma enorme lacuna bibliográfica sobre o tema. Percebi que poucos textos acadêmicos de peso haviam sido escrito sobre o tema. O ator de cinema é debatido na sua acepção sociológica, o star system, o ator como mercadoria. Quando o trabalho do ator é debatido, qualificado e avaliado, isso se dá, principalmente através dos textos críticos. No Brasil, no que diz respeito aos textos sociológicos, temos estudos consistentes, voltados para épocas bem definidas do cinema brasileiro (os estúdios dos anos 40 e 50). Os resultados das apreciações críticas beiram, no entanto, a superficialidade, pois a grande maioria desses discursos é feita em cima de julgamentos de valor sobre uma suposta veracidade (nada mais subjetivo) de uma interpretação. Nesse panorama, dois textos representam uma exceção. Primeiramente, o de Nikita Paula, Voo Cego do Ator no Cinema Brasileiro, que aborda algumas preocupações do meu trabalho : a especificidade do ator de cinema com relação aos atores de teatro e, principalmente, a transdisciplinaridade dos atores brasileiros, que são, ao mesmo tempo, atores de teatro, cinema e televisão. Essa maneira de alternar trabalho nos três meios de representação foi essencial para entender a 4 manifestação de autoria de um ator como Matheus Nachetergaele e também o novo perfil dos atores brasileiros do cinema chamado “pós-retomada”. Uma segunda tentativa de se compreender o fenômeno “atoral” no Brasil foi a comunicação oral de Afrânio Catani no encontro da Socine 2010 sobre o ator Zé Trindade, uma das poucas reflexões específicas do programa gestual e do regime de aparição de um ator em filmes brasileiros. Outros textos como o de João Luiz Vieira, “A chanchada e o cinema carioca”, publicado na compilação História do Cinema Brasileiro, organizada por Fernão Ramos, nos dá pistas do que seria o estrelato à brasileira no período das chanchadas e define uma tipologia de personagens que pode ser material para se estudar as performances de atores oriundos desse sistema industrial (nomeadamente Grande Otelo). Mais recentemente, Vanderlei Bernardino, em sua dissertação de mestrado, tenta mostrar como os atores do Teatro de Arena foram reempregados no cinema novo e modificaram a maneira de se interpretar no cinema. Com esse primeiro mapeamento das reflexões brasileiras em torno do ator, parti para a pesquisa das generalidades do conceito de ator-autor. O texto norteador da minha pesquisa foi o de Patrick McGilligan, Cagney, the actor as auteur. Para falar das contribuições de James Cagney nos filmes em que ele aparecia unicamente como ator, McGilligan se pôs a investigar de que maneira a simples presença do ator “define a essência dos filmes” (McGILLIGAN, 1975, p. 33), impondo decisões estéticas às escolhas de mise en scène – escolha de certos tipos de planos, de um tipo determinado de personagem – e determinando, de maneira geral, a plástica de um plano, de uma sequência ou até de um filme inteiro. McGilligan analisa também de que maneira Cagney repetia uma série de elementos corporais de encarnação em todos os seus papéis, pouco importando o tipo de personagem, o tom do filme ou as preferências pessoais de um diretor. Segundo McGilligan, os trejeitos de Cagney contaminariam até mesmo seus parceiros de cena, pois, nos seus filmes, apesar de centrados em personagens durões e cruéis, “os gângster parecem dançar” (MCGILLIGAN, 1975, p. 35), seguindo a maneira leve e saltitante que Cagney, outrora ator de musicais, tinha de emprestar movimento aos seus mafiosos. 5 McGilligan criou o conceito de ator-autor, mas não se preocupou em desenvolvê- lo nem em ampliá-lo a outros objetos de estudo. O único retorno que ele fez à sua reflexão inovadora foi em 2007, quando compara a experiência do ator Cagney a outros dois atores-autores, Ronald Reagan e Clint Eastwood, numa obra coletiva editada justamente por seus leitores mais assíduos, os membros do GRAC (Groupe de recherches sur les acteurs de cinéma), ligado à Universidade de Paris 1 e à revista Positif. Nos últimos anos, McGilligan tem se dedicado a escrever sobretudo biografias de astros e diretores de Hollywood (Jack Nicholson, Clint Eastwood, Nicholas Ray, Alfred Hitchcock), deixando para pesquisadores, em sua maioria franceses, a tarefa de atualizar e ampliar seu conceito. Na França, os conceitos de McGilligan tiveram sua mais ampla aplicação. Primeiramente, através da obra analítica de Luc Moullet, Política dos atores, lançada em 1993, sobre Cary Grant, Gary Cooper, John Wayne e James Stewart. Mais tarde, as análises “atorais” foram retomadas pelos pesquisadores do GRAC, que tiveram o mérito de atualizar a discussão e ampliar as análises às atrizes (Catherine Deneuve, Audrey Hepburn) e aos intérpretes de outras
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