Alegorias E Identidade Cultural Em Road Movies Brasileiros (1960-2015)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS GHEYSA LEMES GONÇALVES GAMA DA VIAGEM FÍSICA À JORNADA INTERIOR: ALEGORIAS E IDENTIDADE CULTURAL EM ROAD MOVIES BRASILEIROS (1960-2015) Juiz de Fora 2016 GHEYSA LEMES GONÇALVES GAMA DA VIAGEM FÍSICA À JORNADA INTERIOR: ALEGORIAS E IDENTIDADE CULTURAL EM ROAD MOVIES BRASILEIROS (1960-2015) Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para a obtenção do título de doutor em Ciências Sociais. Área de concentração: Cultura, Poder e Instituições. Orientador: Prof. Dr. Carlos Francisco Perez Reyna. Juiz de Fora 2016 GHEYSA LEMES GONÇALVES GAMA DA VIAGEM FÍSICA À JORNADA INTERIOR: ALEGORIAS E IDENTIDADE CULTURAL EM ROAD MOVIES BRASILEIROS (1960-2015) Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para a obtenção do título de doutor em Ciências Sociais. Aprovado em 31/05/2016 BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Prof. Dr. Carlos Francisco Perez Reyna (Orientador) ____________________________________ Profa. Debora Breder Barreto ____________________________________ Profa. Rogéria Campos de Almeida Dutra ____________________________________ Profa. Amanda Chaves Pinheiro ____________________________________ Prof. Sérgio José Puccini Soares Juiz de Fora 2016 AGRADECIMENTOS: Escrever uma tese é como participar de um road movie: a estrada é longa, enfrentamos diversos percalços no caminho, assumimos escolhas, amadurecemos e aprendemos até gerar o resultado final, no fim do percurso. Se comparada ao filme de estrada, podemos deduzir que na tese o fim da jornada é tão importante quanto o caminhar, as paradas que são realizadas, as pessoas que por ela encontramos. Escrever uma tese é um trabalho longo e bastante solitário, ao passo que certas pessoas são fundamentais para tornar o percurso mais fácil. Então eu as agradeço. Em primeiro lugar ao meu orientador, professor Carlos Reyna, porque se eu sou roteirista da tese, ele é diretor dela. Esteve sempre presente, na forma de apoio, de leituras e releituras, discussões, preocupações e conforto. Muito obrigada por acreditar no tema e me ajudar a construí-lo, na forma de críticas e de proposições. Ao Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – campus Juiz de Fora, instituição na qual atuo como docente, que me concedeu afastamento total para que eu pudesse pegar a estrada e me dedicar integralmente aos prazeres da minha pesquisa. Meu agradecimento também aos professores do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, com os quais pude travar algum tipo de diálogo sobre a tese e que me acrescentaram visões, críticas e propuseram desvios na estrada, em especial àqueles que participaram na minha banca de qualificação: professora Rogéria Dutra e professor Raul Magalhães. Aos docentes e pesquisadores que gentilmente aceitaram o convite para participar da banca de defesa: professora Débora Breder, professora Rogéria Dutra, professora Amanda Chaves e professor Sérgio Puccini. À professora da Leidein University (Holanda), Sara Bradellero, cujos estudos sobre road movies latino-americanos tanto acrescentaram ao raciocínio defendido aqui. Ao final de 2014, eu então no meio da minha jornada, com algumas dúvidas se estava no caminho certo, pude participar de seu curso “Mobilidade no Cinema Latino-Americano” que foi uma fonte de motivação necessária para continuar na estrada. À Cinemateca Nacional, situada na cidade São Paulo, na figura do Alexandre Miyazato, que não mediu esforços para auxiliar uma pesquisadora na coleta de dados sobre o cinema brasileiro. Aos amigos queridos: Amanda, Humberto, Marcelo, Victor e Erika que me ouviram e discutiram comigo sobre alguns – ou vários – dos assuntos e abordagens que assumo na tese, em especial aos amigos Talita e Bruno, que sempre tiveram curiosidade de discutir comigo o tema da tese, perguntando e discutindo com entusiasmo (isso foi sempre um alento em meio às minhas aflições). Também aos amigos que nunca me perguntaram – a fundo - sobre a tese, mas por isso mesmo foram fundamentais neste percurso, porque me trouxeram leveza, respiro, outros assuntos e conversas: Isabelly, Tissiana, Marina, Paula, Fabiano, Luiz Guilherme e Nathália. À minha família, que mesmo não entendendo por completo o que é escrever uma tese, nunca duvidou ou hesitou em me ajudar ou compreender meus momentos de ausência, meus anseios, minhas aflições e ansiedades, sendo sempre um oásis e um conforto que são tão necessários nesse longo caminho: minha mãe Denise, meu padrasto Marcelo, minha avó Cida, meu avô Juca, minha tia Márcia, meu pai Marcos, minha madrasta Rose, meu irmão Marco Túlio e minha irmã Ana Helena. Por fim um profundo e sincero agradecimento a Rodrigo, meu parceiro de vida. Obrigada por estar comigo durante esses quatro anos: por discutir esse trabalho arduamente, lê-lo comentando cada parágrafo, assistir aos filmes, comemorar comigo cada vitória e me amparar nos momentos de dúvida, por reconhecer quando precisava do silêncio e da solidão e quando precisava relaxar e esquecer momentaneamente a tese. Se nossa vida fosse um filme de estrada, certamente formaríamos um “buddy road movie” de sucesso! RESUMO A presente tese pretende investigar a mudança na representação da identidade cultural analisando o papel alegórico desempenhado pela estrada nos road movie brasileiros lançados entre 1960 e 2015. A hipótese revela que este grupo de obras fílmicas apresenta, num determinado momento histórico, representações de identidade coletiva (a identidade nacional), modificando-se posteriormente, para representar uma identidade fragmentada. Como resultado desse esforço observa-se a existência daquilo que presentemente estamos chamando de duas fases do road movie brasileiro: a “Viagem Física” (congrega filmes lançados entre a década de 1960 até 1998) e a “Jornada Interior” (com filmes de 1998 até 2015). O que mais diferencia essas duas fases são as alegorias assumidas pela estrada nestes road movies, que se modificam, ao mesmo tempo em que se verifica mudança na própria identidade cultural, esta última confirmada em autores como Anderson (2008); Bauman (2008, 2001, 1998) e Hall (2005). Se na primeira fase a estrada é apresentada como uma alegoria da nação e do povo brasileiro, na segunda fase, começa a representar a transformação individual, odisseia subjetiva, um espaço existencial, de transformação, que se configura como um ritual de passagem. A tese é amparada, para além dos fundamentos teóricos, na análise fílmica de seis películas: Iracema, uma transa amazônica (BODANZKY; SENNA, 1974); Bye bye Brasil (DIEGUES, 1979); Jorge, um brasileiro (THIAGO, 1988); Central do Brasil (SALLES, 1998); Cinemas, aspirinas e urubus (GOMES, 2005) e Dromedário no asfalto (VARGAS, 2014). Assim, se busca demonstrar, observando a representação de algumas características sociais e culturais presentes no cinema nacional, a real confluência entre as mudanças alegóricas nos road movies brasileiros com as transformações na construção da nossa própria identidade cultural. Palavras-chave: Identidade. Alegoria. Cinema. Road movie. Viagem. ABSTRACT This thesis aims to investigate the change in the representations of the cultural identity by analyzing the allegorical role played by the road in the Brazilian road movies released between 1960 and 2015. The hypothesis is that this group of films brings about, in a given historical moment, representations of collective identity (national identity), but changing later to represent a fragmented identity. As a result of this effort one might find the existence of what is now being called the two phases of the Brazilian road movie: the "Physical Journey" (congregating films released between 1960 to 1998) and the "Journey Within" (films from 1998 to 2015). What most distinguishes these two phases are the allegories personified by the road in these road movies, which change at the same time that changes in the cultural identity occur, the latter being confirmed by authors such as Anderson (2008); Bauman (2008, 2001, 1998) and Hall (2005). If the first phase, the road is presented as an allegory of the nation and of the Brazilian people, whereas in the second phase it begins to represent the individual transformation, the subjective odyssey, an existential space of transformation, which is configured as a rite of passage. The thesis is supported, in addition to the theoretical foundations, by the cinematic analysis of six films: Iracema, uma transa amazônica (BODANZKY; SENNA, 1974); Bye bye Brasil (DIEGUES, 1979); Jorge, um brasileiro (THIAGO, 1988); Central do Brasil (SALLES, 1998); Cinemas, aspirinas e urubus (GOMES, 2005) e Dromedário no asfalto (VARGAS, 2014). Thus, this work seeks to show, by watching the representation of some social and cultural characteristics present in the national cinema, the real confluence between the allegorical changes in Brazilian road movies with those in the construction of our own cultural identity. Keywords: Identity. Allegory. Cinema. Road movie. Journey. LISTA FIGURAS Figura 1…………………………………………………………………………………129 Figura 2…………………………………………………………………………………144 Figura 3…………………………………………………………………………………159 Figura 4…………………………………………………………………………………193 Figura 5…………………………………………………………………………………206 Figura 6…………………………………………………………………………………206 Figura 7…………………………………………………………………………………218 Figura 8…………………………………………………………………………………218 LISTA FOTOGRAMAS Fotograma 1……………………………………………………………….………………….56