Marcelo: O Imaginário Burguês De Walter Hugo Khouri Comunicação E Psicanálise No Cinema

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Marcelo: O Imaginário Burguês De Walter Hugo Khouri Comunicação E Psicanálise No Cinema PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO LINHA CULTURA MIDIÁTICA E TECNOLOGIAS DO IMAGINÁRIO Marcelo: o imaginário burguês de Walter Hugo Khouri Comunicação e psicanálise no cinema Helena Stigger Prof. Dr. Carlos Gerbase Orientador Dissertação apresentada como pré-requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Comunicação, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS. 20 de dezembro de 2007 Instituição depositária: Biblioteca Ir. José Otão Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S855M Stigger, Helena Marcelo: o imaginário burguês de Walter Hugo Khouri: comunicação e psicanálise no cinema. / Helena Stigger. – Porto Alegre, 2007. 136 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Faculdade de Comunicação Social, PUCRS. Área: Cultura Midiática e Tecnologias do Imaginário Orientação: Prof. Dr. Carlos Gerbase . 1. Comunicação. 2. Cinema e Psicanálise. 3. Cineastas – Crítica e Interpretação. 4. Khouri, Walter Hugo – Crítica e Interpretação. 5. Crítica Cinematográfica. 6. Personagens - Cinema. I. Título. CDD 791.43 Ficha elaborada pela bibliotecária Cíntia Borges Greff CRB 10/1437 Helena Stigger Marcelo: o imaginário burguês de Walter Hugo Khouri Comunicação e psicanálise no cinema Dissertação apresentada como pré-requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Comunicação, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS. BANCA EXAMINADORA: ____________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Carlos Gerbase - PUCRS ______________________________________________ Prof a. Dr a. Cristiane Freitas Gutfreind - PUCRS ______________________________________________ Prof. Dr. Castor Bartolomé Ruiz - Unisinos Dedicado à Ângela Eduardo Ida Ivo Polito Verônica Agradeço à Verônica Stigger e Eduardo Sterzi - pelo apoio na elaboração desta dissertação e, sobretudo, pela paciência infinita. Ao meu orientador pelo caminho. Aos professores Cristiane Freitas Gutfreind e Juremir Machado da Silva pelos conselhos e incentivos. Aos pais e marido pela paciência e compreensão. SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................ 7 ABSTRACT...................................................................................................... 13 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14 CAPÍTULO 1 – O MUNDO ACERCA DE MARCELO ...................................... 21 2 Um breve panorama da história do cinema brasileiro .......................................................................26 3 Cultura de massa ...................................................................................................................................35 3.1 Movimentos de esquerda..................................................................................................................38 3.2 O filme .............................................................................................................................................39 3.3 Marcelo e Ana..................................................................................................................................42 3.4 Marcelo e Marta ...............................................................................................................................45 4 O Personagem ........................................................................................................................................46 5 A instituição imaginária da sociedade de As Amorosas ......................................................................49 CAPÍTULO 2: MARCELO – PSICANÁLISE E IRONIA ................................... 59 1 Vida e morte ...........................................................................................................................................59 1.1 Instinto de Morte: manifestação agressiva .......................................................................................62 1.2 Instinto de morte: manifestação depressiva......................................................................................65 1.3 Marcelo ............................................................................................................................................67 1.4 Marcelinho .......................................................................................................................................71 2. Uma paródia ou uma sátira .................................................................................................................74 3. O Complexo de Édipo...........................................................................................................................77 3.1 Marcelo e a mãe ...............................................................................................................................79 3.2 Marcelo e a filha ..............................................................................................................................89 CAPÍTULO 3 - O MUNDO DE MARCELO....................................................... 97 1. O discurso psicanalítico........................................................................................................................97 2. Todos fazem parte do mesmo discurso .............................................................................................111 3. A morte de Marcelo ............................................................................................................................112 4. Como Dionísio, Marcelo é imortal.....................................................................................................123 APONTAMENTOS FINAIS ............................................................................ 130 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 133 Resumo O presente trabalho estuda o personagem Marcelo, a qual aparece na obra seqüência do cineasta Walter Hugo Khouri. Através da teoria de indefinição do ser de Cornelius Castoriadis, analisa-se Marcelo como um ser autônomo que evidência as incoerências da cultura de massa e do movimento de esquerda brasileiro retratados pelo filme As Amorosas . Insatisfeito com as opões de identidade da sociedade a qual ele faz parte, encontra um modo criativo para viver sua transcendência. O propósito do trabalho é evidenciar de que forma Marcelo é a paródia da psicanálise freudiana. Nesse sentido serão estudados os conceitos de imaginário institucional, de Castoriadis, as teorias de Sigmund Freud e o contexto dos discursos psicanalíticos com Michel Foucault. Para isso, analisaremos as transformações do personagem ao longo de seus 30 anos de existência e iremos comparar com outros filmes nacionais contemporâneos a Marcelo. Como metodologia, usamos a análise fílmica de Jacques Aumont, Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété. Palavras-chaves: cinema; imaginário; psicanálise Abstract The present dissertation studies the character Marcelo, who appears in the sequence work of film director Walter Hugo Khouri. Through the theory of the indefenition of the being by Cornelious Castoriadis, we analysed Marcelo as autonomous being who evidences the incoherences of the mass culture and the left wing Brazilian movement portrayed in the film As Amorosas. Not satisfied with the identity options of the society, in which he belongs, he finds a creative way to live his transcendency. The purpose of this work is to evidence in what way Marcelo is the parody of Freud’s psychoanalysis. Because of this, we studied the concepts of the institutional imaginary, by Castoriadis, the theories of Sigmund Freud and the context of the psychoanalytic speeches with Michel Foucault. So, we analysed the transformations of the character throughout the 30 years of existance and we compared it with other contemporary national films to Marcelo. As methodology, we used the film analysis of Jacques Aumont, Francis Vanoye and Anne Goliot-Lété. Key-words: cinema; imaginary; psychoanalysis Introdução No livro O autor no cinema (1994), Jean-Claude Bernardet descreve como foi o movimento cinematográfico chamado de Política dos autores . Hoje, o termo autor de cinema já não nos soa mais estranho. Mas algumas décadas antes, na França, jovens cineastas ilustravam as páginas da revista de crítica Cahiers du Cinéma com suas idéias inusitadas. Eles falavam, pela primeira vez, em política do autor. Walter Hugo Khouri, em 1955, tão jovem quanto os jovens franceses, escrevia textos sobre cinema. Dois anos mais tarde, tornou-se crítico de O Estado de S. Paulo . Khouri, em sua busca incessante pela compreensão da temática dos filmes do cineasta Ingmar Bergman, foi, segundo Bernardet, o crítico da época que mais se aproximou dos fundamentos da política de autores . Claude Chabrol e Eric Rohmer publicaram, em 1956, uma análise dos filmes de Hitchcock, em que defendiam a posição de que o cineasta fazia sempre o mesmo filme, na busca da sua própria “cristalização”, ou seja, do desenvolvimento máximo de sua temática. A este movimento de repetição do tema, Bernardet chamou de "temática obsessiva dos autores". Marcelo Rondi é o protagonista principal de Khouri e apresenta- se com as mesmas características em todos os filmes, considerando que, em cada narrativa, ele é interpretado por um ator diferente, assim como existe diferença de idade e profissão. Mas sua personalidade se mantém nos dez filmes
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