Cinema Brasileiro Na Piazza Navona Entrada Gratuita
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As décadas seguintes revelam-se a época de ouro do cinema brasileiro. Mesmo após o golpe militar de 1964, que instala o regime autoritário no Brasil, os realizadores do Cinema Novo e uma nova geração de cineastas – conhecida como o “údigrudi”, termo irônico derivado do “underground” norte-americano – continuam a fazer obras críti- cas da realidade, ainda que usando metáforas para burlar a censura dos governos mili- tares. Dessa época, destacam-se o próprio Gláuber Rocha, com “Terra em Tran- se” (1968), Rogério Sganzerla, diretor de “O Bandido da Luz Vermelha” (1968) e Júlio CINEMA BRASILEIRO Bressane, este dono de um estilo personalíssimo. Ao mesmo tempo, o público reen- contra-se com o cinema, com o sucesso das comédias leves conhecidas como NA PIAZZA NAVONA “pornochanchadas”. MOSTRA A fim de organizar o mercado cinematográfico e angariar simpatia para o regime, o “VIVA O CINEMA BRASILEIRO!” governo Geisel cria, em 1974, a estatal Embrafilme, que teria papel preponderante no cinema brasileiro até sua extinção em 1990. Dessa época datam alguns dos maiores sucessos de público e crítica da produção nacional, como “Dona Flor e Seus Dois Ma- ridos” (1976), de Bruno Barreto e “Pixote, a Lei do Mais Fraco” (1980), de Hector Ba- benco, levando milhões de brasileiros ao cinema com comédias leves ou filmes de te- mática política. O fim do regime militar e da censura, em 1985, aumenta a liberdade de expressão e indica novos caminhos para o cinema brasileiro. Essa perspectiva, no entanto, é interrompida com o fim da Embrafilme, em 1990. O governo Collor segue políticas neoliberais de extinção de empresas estatais e abre o mercado de forma descontrolada aos filmes estrangeiros, norte-americanos em quase sua totalidade. A produção nacional, dependente da Embrafilme, entra em colapso, e pouquíssimos longas-metragens nacionais são realizados e exibidos nos anos seguin- tes. Após o cataclisma do início dos anos 90, o sistema se reergue gradualmente. A criação de novos mecanismos financiamento da produção por meio de renúncia fiscal (Leis de Incentivo), juntamente com o surgimento de novas instâncias governamentais de a- poio ao cinema, auxilia a reorganizar a produção e proporciona instrumentos para que realizadores possam competir, mesmo de modo desigual, com as produções milio- nárias das majors norte-americanas. Esse período é conhecida como a “Retomada” do cinema brasileiro. Em pouco tempo, três filmes são indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: “O Quatrilho” (1995), “O Que é Isso, Companheiro” (1997) e “Central do Brasil” (1998), também vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim. Nomes como Walter Salles, diretor de “Terra Estrangeira” (1993) e “Central do Brasil” e Carla Camuratti, diretora de “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil” (1995) tornam- 2015.1 se nomes conhecidos do grande público, atraindo milhões de espectadores para as salas de exibição. AUDITÓRIO DO CCBI Cem anos após os irmãos Lumière, o cinema brasileiro reivindica seu papel na história QUINTAS E SEXTAS da maior arte do século XX para apresentar, neste catálogo, sua contribuição para o 19h futuro do medium.” ENTRADA GRATUITA Fonte: http://dc.itamaraty.gov.br/cinema-e-tv/historia-do-cinema-brasileiro Cinema Brasileiro na Piazza Navona “VIVA O CINEMA BRASILEIRO! CINEMA BRASILEIRO NA PIAZZA NAVONA é um projeto de exibição permanente de O COMEÇO... filmes brasileiros que teve início em 1º de março de 2006. As projeções são às quintas e sextas-feiras, sempre em língua original, no auditório do Centro Cultural Brasil-Itália Caso alguém pergunte, num futuro distante, qual terá sido o meio de expressão de (Piazza Navona 18, Roma). maior impacto da era moderna, a resposta será quase unânime: o cinematógrafo. Inventado em 1895 pelos irmãos Lumière para fins científicos, o cinema revelou-se PROGRAMAÇÃO peça fundamental do imaginário coletivo do século XX, seja como fonte de entrete- nimento ou de divulgação cultural de todos os povos do globo. MARÇO Desde cedo, o cinematógrafo aporta no Brasil com Affonso Segretto. Segretto, imi- grante italiano que filmou cenas do porto do Rio de Janeiro, torna-se nosso primei- 5 e 6 – O PALHAÇO ro cineasta em 1898. Um imenso mercado de entretenimento é montado em torno 12 e 13 – VIDAS SECAS da capital federal no início do século XX, quando centenas de pequenos filmes são 19 e 20 – DESMUNDO produzidos e exibidos para platéias urbanas que, em franco crescimento, deman- 26 e 27 – O QUE É ISSO COMPANHEIRO dam lazer e diversão. ABRIL Nos anos 30, inicia-se a era do cinema falado. Já então, o pioneiro cinema nacional concorre com o forte esquema de distribuição norte-americano, numa disputa que 2 e 3 – O QUATRILHO se estende até os nossos dias. Dessa época, destacam-se o mineiro Humberto Mau- 9 e 10 – CARANDIRU ro, autor de “Ganga Bruta” (1933) - filme que mostra uma crescente sofisticação da 16 e 17 – CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL linguagem cinematográfica – e as “chanchadas” (comédias musicais com populares 23 e 24 – TERRA EM TRANSE cantores do rádio e atrizes do teatro de revista) do estúdio Cinédia. Filmes como 30 – LISBELA E O PRISIONEIRO “Alô, Alô Brasil” (1935) e “Alô, Alô Carnaval” (1936) caem no gosto popular e reve- lam mitos do cinema brasileiro, como a cantora Carmen Miranda (símbolo da bre- MAIO jeirice brasileira que, curiosamente, nasceu em Portugal). A criação do estúdio Vera Cruz, no final da década de 40, representa o desejo de diretores que, influenciados 7 e 8 – CENTRAL DO BRASIL pelo requinte das produções estrangeiras, procuravam realizar um tipo de cinema 14 e 15 – OLGA mais sofisticado. Mesmo que o estúdio tenha falido já em 1954, conhece momentos 21 e 22 – EDIFÍCIO MASTER de glória, quando o filme “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, ganha o prêmio 28 e 29 – DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS de “melhor filme de aventura” no Festival de Cannes. JUNHO A reação ao cinema da Vera Cruz representa o movimento que divulga o cinema nacional conhecido para o mundo inteiro: o Cinema Novo. No início da década de 4 e 5 – O SOM AO REDOR 60, um grupo de jovens cineastas começa a realizar uma série de filmes imbuídos de 11 e 12 – CIDADE DE DEUS forte temática social. Entre eles está Gláuber Rocha, cineasta baiano e símbolo do Cinema Novo. Diretor de filmes como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) e “O EXIBIÇÕES ESPECIAIS: FORME UM GRUPO, ESCOLHA O FILME E Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1968), Rocha torna-se uma figura RESERVE O AUDITÓRIO NA DATA E HORÁRIO DE SUA PREFERÊN- conhecida no meio cultural brasileiro, redigindo manifestos e artigos na imprensa, CIA, DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 9H ÀS 21H. rejeitando o cinema popular das chanchadas e defendendo uma arte revolucionária que promovesse verdadeira transformação social e política. Inspirados por Nelson Pereira dos Santos (que, já em 1955, dirigira “Rio, 40 Graus” sob influência do mo- Informações vimento neo-realista, e que realizaria o clássico “Vidas Secas” em 1964) e pela Nou- 0668398284/285 velle Vague francesa, diretores como Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e [email protected] Ruy Guerra participam dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo, ga- roma.itamaraty.gov.br nhando notoriedade e admiração. SINOPSES O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? CARANDIRU O PALHAÇO O jornalista Fernando e seu amigo César abraçam a luta Um médico se oferece para realizar um trabalho de prevenção armada contra a ditadura militar no final da década de 60. a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá Benjamim trabalha no Circo Esperança junto com seu pai, Val- Os dois alistam num grupo guerrilheiro de esquerda. Em ele convive com a realidade dos cárceres, que inclui violência, demar. Juntos, eles formam a dupla de palhaços Pangaré & uma das ações do grupo militante, César é ferido e captu- superlotação das celas e instalações precárias. Porém, apesar Puro Sangue e fazem a alegria da plateia. Mas a vida anda sem rado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro de todos os problemas, o médico logo percebe que os prisio- graça para Benjamin, que passa por uma crise existencial e do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles neiros não são figuras demoníacas, existindo dentro da prisão assim, volta e meia, pensa em abandonar Lola, a mulher que Burke Elbrick, para negociar a liberdade de César e de solidariedade, organização e uma grande vontade de viver. cospe fogo, os irmãos Lorotta, Dona Zaira e o resto dos amigos outros companheiros presos. Lançamento: 2003 da trupe. Seu pai e amigos lamentam o que está acontecendo Lançamento: 1997 Direção: Hector Babenco com o companheiro, mas entendem que ele precisa encontrar Direção: Bruno Barreto Elenco: Luiz Carlos Vasconcelos, Wagner Moura, Milton Gonçalves, seu caminho por conta própria. Elenco: Pedro Cardoso, Selton Mello, Fernanda Torres Caio Blat, Gero Camilo, Ailton Graça, Maria Luisa Mendonça, Ivan de Duração: 1h50min Almeida, Rodrigo Santoro, Lázaro Ramos Lançamento: 2011 Gênero: Drama Duração: 2h26min Direção: Selton Mello Legendas em português Gênero: Drama Elenco: Selton Mello, Paulo José Legendas em italiano Duração: 88 min O QUATRILHO Gênero: Drama CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL Legendas em português Rio Grande do Sul, 1910. Em uma comunidade rural com- posta por imigrantes italianos, dois casais muito amigos Um painel da vida de Carlota Joaquina, a infanta espanhola se unem para poder sobreviver e decidem morar na mes- que conheceu o príncipe de Portugal com apenas dez anos e VIDAS SECAS ma casa. Mas o tempo faz com que a esposa de um se se decepcionou com o futuro marido. Sempre mostrou dispo- interesse pelo marido da outra, sendo correspondida. sição para seus amantes e pelo Uma família miserável tenta escapar da seca no sertão nordes- Após algum tempo, os dois amantes decidem fugir e reco- poder e se sentiu tremendamente tino.