O BRASIL NA ROTA DAS CO-PRODUÇÕES

Seleção da Première Brasil aposta em novos talentos Jorge Peregrino, VP da Paramount, analisa o cinema na América Latina Um levantamento de 100 filmes brasileiros em produção 2 Juventude EDITORIAL Onde está o problema? Paulo Sérgio Almeida 04 PREMIÈRE BRASIL Em meio à maré de pessimismo, não custa lembrar A seção competitiva do Festival do Rio apresenta que o cinema no Brasil ainda vive um momento de mais de 30 longas-metragens, entre filmes de conquistas. No setor da distribuição, as majors, fa- ficção e documentários vorecidas por um real forte e um dólar nem tanto, estão faturando alto com os blockbusters, e conti- nuam investindo mais em filmes brasileiros. Nunca houve tantas distribuidoras independentes atuando no mercado, tanto na produção como na distribui- CO-PRODUÇÃO ção da produção local, que vive um boom talvez jamais visto em termos de quantidade de filmes. Vi- 10 O crescimento das co-produções vemos também um momento crescente e raro em internacionais tem aumentado as termos de co-produção internacional. A exibição Ensaio sobre a possibilidades de financiamento cegueira continua em processo de expansão e renovação. do cinema brasileiro Os multiplex atingiram 50% do parque exibidor e já entramos na era das salas vip. Já chegamos também Entrevista ao 3D e demos os primeiros passos no mundo do cinema digital. Jorge Peregrino, VP da Paramount Pictures Então, onde está o problema? Fica difícil falar em International, analisa a importância do solução se não sabemos qual é o problema. 16 mercado latino-americano para Hollywood Além daqueles problemas que chegam com o novo – ou seja, a transição digital –, podemos listar ques- FILME MÉDIO tões velhas e contraditórias. O mercado se espanta A polarização do mercado entre blockbusters com as seguidas quedas de público e, em particular, e filmes de arte tem tornado cada vez mais do cinema brasileiro, apesar dos crescentes índices raros os chamados “filmes médios” 22 favoráveis de nossa economia e de uma imagem positiva dos filmes nacionais junto ao público: 65% das pessoas acham o filme nacional bom ou ótimo, segundo dados recentes de uma pesquisa do Sindi- Filmes em cato das Distribuidoras do RJ. A pesquisa também produção aponta que grande parte dos espectadores consi- 29 dera o preço do ingresso caro ou muito caro. Uma lista de 100 filmes que estão Outro ponto importante é que ficará mais difícil sendo realizados no Brasil A mulher invisível para o setor de exibição investir em novos e neces- sários pontos num momento em que ele precisa se concentrar na reciclagem tecnológica e na aquisição de equipamentos digitais, mas com retornos finan- EXPEDIENTE www.filmeb.com.br ceiros de muito longo prazo. Diretor: Paulo Sérgio Almeida Editor: Pedro Butcher Em resumo, o panorama é o seguinte: cai o público Editor-assistente: Fernando Veríssimo Redatores: Alice Gomes e de cinema, o DVD começa a dar lugar ao Blu-ray, João Cândido Zacharias Estagiária: Michelli Giovanelli Comunicação e a TV digital é implantada no país, enquanto as e marketing: Denise do Egito Projeto gráfico: Cardume Design salas de exibição continuam analógicas. Este é um Diagramação: Ana Soares Ilustração da capa: Tiago Teixeira cenário complexo, onde será necessário muito co- Projeto gráfico original: Espaço/Z Pesquisa: Elizabeth Ribeiro nhecimento, investimento e tempo para que um Revisão: Cristina de Castro Gráfica: Ediouro novo ciclo virtuoso se forme.

3 PREMIÈRE BRASIL DE OLHO NO FUTURO

Vingança

Com mais de 30 longas-metragens programados, a Première Brasil do Festival do Rio apresenta um amplo panorama da mais recente produção nacional, oferecendo um retrato abrangente da safra que chegará às salas nos próximos meses e em 2009. A seleção deste ano inclui desde obras esperadas pelo mercado, como Última parada − 174, A guerra dos Rocha e Romance, até filmes de produção totalmente independente de diretores estreantes, como Apenas o fim, todo realizado por alunos da PUC, e Vingança, thriller que surpreendeu na seleção do . Veja, a seguir, detalhes sobre os participantes.

EM COMPETIÇÃO / FICÇÃO A FESTA DA MENINA MORTA - Ator de O auto da Com- APENAS O FIM - Um dos quatro longas-metragens de di- padecida e Cidade de Deus, estreou retores estreantes selecionados para a Première Brasil, Ape- como diretor de cinema com o pé direito: seu filme foi sele- nas o fim, de Matheus Souza, foi todo realizado por alunos da cionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes. PUC-Rio. Boa parte das filmagens, que duraram apenas 12 Com direção de fotografia de Lula Carvalho (Tropa de elite), A dias, aconteceram durante as férias de janeiro de 2008, no festa da menina morta conta a história um jovem tido como próprio campus da universidade. Érika Mader interpreta uma milagreiro e das pessoas que vivem ao seu redor, em uma garota que decide largar família, amigos e o namorado (Gregó- pequena comunidade na Amazônia. No papel principal está o rio Duvivier) sem dar explicações sobre seu destino. Antes de ator Daniel de Oliveira, consagrado por sua interpretação em ir embora, ela conversa com o namorado sobre seu relaciona- – O tempo não pára. mento e os medos da geração de que fazem parte. FELIZ NATAL - Companheiro de elenco de Matheus Na- chtergaele em O auto da Compadecida e protagonista de vá- rios filmes importantes da retomada, como Lavoura arcaica e O cheiro do ralo, Selton Mello estréia como diretor de longas em Feliz Natal. Caio (Leonardo Medeiros), dono de um ferro- velho no interior de São Paulo, vai passar o Natal com paren- tes na capital. Darlene Glória e Graziella Moretto dividiram o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Paulínia, que também escolheu Selton como o melhor diretor. A distri- buição é da Europa Filmes.

4 JUVENTUDE - Autor do clássico VINGANÇA - O primeiro longa- Todas as mulheres do mundo, Do- metragem de Paulo Pons, roteirista mingos Oliveira apresenta nada me- e diretor gaúcho radicado no Rio nos que dois filmes nesta edição do de Janeiro, reflete o esforço para Festival do Rio. Fora de competição se fazer um filme que seja ao mes- será exibida a comédia Todo mundo mo tempo barato e que tenha uma tem problemas sexuais, e, em com- boa comunicação com o público. petição, está Juventude, comédia dramática sobre três amigos Vingança conta a história de um rapaz solitário que chega ao da vida toda (vividos por Paulo José, e o Rio com um objetivo misterioso. Aos poucos, percebe-se sua próprio Domingos) que se reúnem para comemorar 50 anos intenção: levar a cabo um diabólico plano de vingança, relacio- de amizade. Na ocasião, fazem um balanço de suas vidas e de nado a uma tragédia ocorrida anos antes, na pequena cidade seus amores. A distribuição será feita pela Filmes do Estação. de Pedro Osório, no Rio Grande do Sul. Os personagens prin- cipais são interpretados por Erom Cordeiro e Branca Messina. RINHA - Segundo longa-metragem de Marcelo Galvão (di- retor da comédia Quarta B, exibida na Mostra de São Paulo de 2006), Rinha promete ser um dos filmes mais polêmicos da FORA DE COMPETIÇÃO/ FICÇÃO Première Brasil. Tudo se passa durante uma festa secreta, em que os convidados se divertem apostando fortunas em luta- ÚLTIMA PARADA – 174 - Filme de abertura - Em 2002, dores pobres que se confrontam dentro de uma piscina vazia. o documentário Ônibus 174, de José Padilha, foi um dos gran- Segundo o material de imprensa, as lutas são reais e foram des destaques da Première Brasil, de onde saiu com o prê- filmadas em estilo documental. O elenco conta com Leonardo mio do público e o prêmio da crítica internacional. Este ano, Miggiorin e Elder Torres. a versão ficcional dessa mesma história foi escolhida para ser o filme inaugural do Festival do Rio. Última parada – 174, de SE NADA MAIS DER CERTO - O diretor José Eduardo Bruno Barreto, recria a história de Sandro do Nascimento, so- Belmonte é um habitué do Festival de Brasília, onde estreou brevivente do massacre da Candelária que, em junho de 2000, Subterrâneos (2003), A concepção (2005) e Meu mundo em pe- seqüestrou um ônibus na zona sul do Rio. Com distribuição da rigo (2007). Com este quarto longa-metragem, participa pela Paramount e lançamento previsto para 24 de outubro, o filme primeira vez do Festival do Rio. O filme conta a história de vá- é uma das esperanças de público para o cinema brasileiro no rios personagens que vivem sem muita esperança. O jornalista segundo semestre. Léo, falido, divide o apartamento com Ângela, que alterna dias de depressão com saídas eufóricas pela noite. Ângela tem um filho de seis anos, educado por uma empregada que não rece- be há quatro meses. Wilson é um taxista que, assim como Léo, está falido. O elenco reúne Cauã Reymond, Caroline Abras e João Miguel. VERÔNICA - Andréa Beltrão vive a personagem-título, uma professora primária que arrisca sua vida para proteger um meni- no cuja família foi assassinada por traficantes. O diretor Maurício Farias (de A grande família – O filme) conta que a história traz referências a filmes como Glória, de John Cassavetes, Central do Brasil, de e O profissional, de Luc Besson. Em abril passado, Verônica foi selecionado para participar do Cine en Construcción, programa concebido para auxiliar a finalização de A ERVA DO RATO - Mais de 20 anos depois de Brás Cubas produções latino-americanas. A distribuição é da Europa Filmes. (1985), Júlio Bressane volta à obra de Machado de Assis em A erva do rato. Em seu 25º longa metragem, o diretor realiza uma adaptação não convencional de dois contos: A causa secreta e Um esqueleto. “Na verdade, o filme é inspirado em duas linhas de cada um desses contos. Peguei a relação do homem com o rato de A causa secreta, juntei o convívio do homem com o esqueleto e criei essa nova história”, explicou o cineasta, em entrevista que se seguiu à projeção do filme no Festival de Ve- neza. No elenco, Selton Mello e Alessandra Negrini. UM ROMANCE DE GERAÇÃO - David França Mendes, roteirista de O caminho das nuvens e autor de vários curtas,

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pelo argentino Alejandro Doria. Maria encontraram na música uma oportunida- Carmem Barbosa assina o roteiro da de para sonhar com uma vida melhor. A versão brasileira, dirigida por Jorge Fer- produção é da Videofilmes, de Walter e nando. Como no original, a personagem João Moreira Salles. principal, uma senhora mal-humorada, é ESTRADA REAL DA CACHAÇA - interpretada por um homem (Ary Fon- O diretor Pedro Urano visita um percur- toura). Seus três filhos são vividos por so carregado de memória: a Estrada Real Lúcio Mauro Filho, Marcelo Anthony e das Minas Gerais. O filme, que participou Diogo Vilela. O filme é co-produzido do Festival de Locarno, procura recolher pela Lereby, pela Globo Filmes e pela nas paisagens e depoimentos alguns frag- Fox, que marcou o lançamento para 10 mentos da trajetória do Brasil. A cachaça estréia na direção de um longa com de outubro. esta adaptação do romance de Sergio é o guia dessa viagem em que imagens do Sant’Anna. O livro fala de um escritor TODO MUNDO TEM PROBLE- presente e do passado se misturam para esquecido que precisa inventar histórias MAS SEXUAIS - Além de Juventude, mapear a presença da bebida na cultura para seduzir uma jornalista enquanto ela que participa da competição, Domin- brasileira. gos Oliveira apresenta em caráter hors o entrevista. David optou por uma mis- JARDS MACALÉ – UM MORCEGO concours esta comédia, que conta com tura de documentário e ficção: o filme NA PORTA PRINCIPAL - O filme uma estrutura episódica, reunindo cin- alterna cenas do encontro entre o escri- reconstitui a trajetória do cantor e com- co histórias maliciosas. O roteiro é uma tor e a jornalista com momentos em que positor Jards Macalé, parceiro de Waly adaptação da peça de grande sucesso o elenco do filme discute os impasses de Salomão, autor de Vapor barato, violonis- escrita por Domingos a partir de textos uma adaptação como essa. ta e arranjador de e Caetano do psicanalista Alberto Godin. No elen- Veloso, ator e autor de trilhas de Nelson ROMANCE - O novo filme de Guel co estão Pedro Cardoso, Claudia Abreu Pereira dos Santos e amigo pessoal de Ly- Arraes (O auto da Compadecida, Lisbe- e Priscilla Rozenbaum. la e o prisioneiro) é uma leitura contem- gia Clark e Hélio Oiticica. A direção é de porânea do mito de Tristão e Isolda. O EM COMPETIÇÃO/ Marcos Abujamra e João Pimentel. roteiro fala de dois jovens atores que se DOCUMENTÁRIOS LOKI – ARNALDO BATISTA - O apaixonam durante a montagem de uma líder da banda Os Mutantes relembra CANTORAS DO RÁDIO - Uma ho- peça baseada no mito, e, enquanto eles os principais momentos de sua vida e de recriam a história do casal, tentam des- menagem às cantoras que brilharam nos sua careira. Com direção de Paulo Fon- áureos tempos do rádio no Brasil. O fio tenelle, o documentário traz participa- condutor é o show “Estão Voltando as ções de , Sean Lennon, Tom Flores”, criado e dirigido pelo pesqui- Zé, Sérgio Dias, Lobão, Tarik de Souza e sador Ricardo Cravo Albin, com parti- Nelson Motta. cipações de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Ellen de Lima e Violeta MORRINHO – DEUS SABE TUDO Cavalcante. MAS NÃO É X-9 - O filme conta a trajetória dos criadores do Morrinho, CINDERELAS, LOBOS E UM uma organização que começou de for- PRÍNCIPE ENCANTADO - Joel Zito ma despretensiosa e acabou se tornan- Araújo, diretor de A negação do Brasil, do uma importante ONG da comunida- entrevista jovens mulheres brasileiras que de Vila Pereira da Silva (o Pereirão, em entraram no mundo da prostituição inter- Laranjeiras, zona sul do Rio). Em 2007, cobrir para si próprios uma nova forma nacional na esperança de melhorar suas eles chegaram a participar da 52ª Bienal de se relacionar, menos trágica e mais vidas e de encontrar um príncipe encan- de Veneza, na Itália. livre. No elenco estão e tado. “O filme vai do nordeste brasileiro Letícia Sabatella. A distribuição é da Dis- a Berlim buscando entender os imaginá- ney, e a estréia está marcada para 31 de rios sexuais, raciais e de poder das jovens outubro. ‘cinderelas’ do sul e dos lobos do norte”, diz Joel. A GUERRA DOS ROCHA - A mais nova comédia produzida pela Total En- CONTRATEMPO - Com direção da tertainment é uma adaptação da peça atriz Malu Mader e de Mini Kerti, o filme Esperando la carroza, do uruguaio Jacobo conta a história dos meninos que partici- Langsner, já levada aos cinemas em 1985 pam do projeto social Vilalobinhos, e que

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PALAVRA (EN)CANTADA - Helena Solberg (diretora de pesquisadores, parentes e artistas que conviveram com o com- Bananas is my Business e de Vida de menina) investiga a forma- positor de Asa branca. ção cultural brasileira a partir da relação entre música e poesia. PAN-CINEMA PERMANENTE - Vencedor do Festival de O filme traz depoimentos de Adriana Calcanhotto, Antônio Cí- Documentários É Tudo Verdade, que se realizou em abril deste cero, , BNegão, , Ferréz, Jorge ano, Pan-cinema permanente aborda a vida e a obra de Waly Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Liri- Salomão, poeta baiano que morreu em 2003. Amigo de Hélio nha, Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, , Paulo Oiticica, Waly se aproximou dos tropicalistas e se tornou um César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan. dos compositores preferidos de , Gal Costa e SENTIDOS À FLOR DA PELE - O oitavo longa-metragem Maria Bethânia. O filme reúne um extenso material inédito. do jornalista e cineasta Evaldo Mocarzel mostra pessoas cegas SIMONAL – NINGUÉM SABE O DURO QUE EU DEI que atuam no mercado de trabalho, e que, no filme, vivem e - O documentário resgata a polêmica figura de Wilson Simonal relatam experiências relacionadas à imagem. Segundo Mocarzel, (1939-2000), cantor que conseguiu se tornar uma estrela em o tema principal são as capacidades e possibilidades de inclusão uma época em que isso era raridade para artistas negros no Bra- do ser humano, bem como os estímulos, a compreensão e a sil. Estrela de um programa de TV nos anos 60, Simonal chegou luta contra o preconceito. a dividir o palco com a cantora Sarah Vaughn e acompanhou TITÃS – A VIDA ATÉ PARECE UMA FESTA - Quan- a seleção brasileira ao México na conquista do tricampeonato, do os Titãs lançaram o disco Cabeça Dinossauro, Branco Mello em 1970. O documentário investiga também o incidente envol- comprou sua primeira câmera de vídeo e saiu registrando tudo vendo agentes do DOPS e um ex-empregado seu, que lançou o que acontecia naquele momento de explosão musical dos sobre ele um processo criminal e a suspeita de que fosse delator anos 80. Este filme, co-dirigido por Branco e Oscar Rodrigues para as forças da repressão. Alves, reúne cenas inéditas de viagens, camarins, discussões, en- saios, shows e programas de TV com a participação dos Titãs.

FORA DE COMPETIÇÃO/ DOCUMENTÁRIOS O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS - Depois de – Música para os olhos, o cineasta Lírio Ferreira (de Baile perfumado e Árido Movie) volta ao documentário com um filme sobre a vida e a obra de , o “doutor do baião”. Produzido pela Total Entertainment e pela atriz De- nise Dumont, filha de Humberto, o filme intercala imagens de um show realizado no teatro Rival, no Rio, a depoimentos de

NOVA SEÇÃO TRAZ “CENAS DO RIO”

A programação da Première Brasil se (Só dez por cento é completa ainda com a já tradicional se- mentira, de Pedro Cezar). ção de documentários intitulada “Re- Na mostra Cenas do Rio, o destaque tratos”, com cinco biografias de artistas é o primeiro filme de ficção do cineasta e personalidades da cultura brasileira, e Vinícius Reis, Praça Saens Peña, todo fil- uma mostra inédita, chamada “Cenas do mado no bairro da Tijuca, no Rio, e o Rio”, dedicada a filmes que têm o Rio de documentário de Izabel Jaguaribe e Olí- Janeiro como cenário e personagem. via Guimarães O corpo do Rio, que analisa Os retratos deste ano vão contar a vida o culto ao corpo que se espalha pelas do escritor Antônio Callado (A paixão praias e academias de ginástica da cidade. segundo Callado, de José Joffily), do ca- Também fazem parte da mostra Favela cique Juruna (Juruna, o espírito da flores- on blast, de Leandro HBL, Abaixando a ta, de Armando Lacerda), da atriz Maria máquina, de Guillermo Planel e Renato Gladys (Vida, de Paula Gaitán), do ator de Paula, Eu sou povo, de Bruno Bacellar, Paulo Gracindo (Paulo Gracindo – O bem Luís Fernando Couto e Regina Rocha, e amado, de Gracindo Júnior) e do poeta Novela na Santa Casa, de Cathie Lévy.

8 9 capa O CAMINHO DAS CO-PRODUÇÕES por Fernando Verissimo

ço integrado entre a iniciativa privada e a esfera pública. Os números, expressivos, são os primeiros resultados concretos desse projeto, que resultou na criação, em 2006, do Programa Cinema do Brasil, cujo objetivo é promover uma política capaz de articular as medidas do poder público e as ações individuais dos produtores. Desenvolvido por meio de uma parceria entre a Apex (Agên- cia Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos) e o Ministério da Cultura, o Cinema do Brasil, que conta com o apoio da Ancine e do Itamaraty, participou de mais de 20 festivais e promoveu cerca de 20 encontros de negócios com representantes de países como Alemanha, Canadá, França, Itá- lia e Argentina. A estimativa é que o programa movimente US$ 43 milhões em negócios envolvendo vendas e co-produções em 2008 – um montante bem maior que os US$ 27 milhões raças a um aumento expressivo de sua participação de 2007. em co-produções internacionais, o cinema brasileiro Outras ferramentas importantes são os acordos internacionais Gvive hoje um momento inédito no cenário global. de co-produção, que cumprem papel fundamental ao esta- 2008 foi um ano particularmente significativo nesse sentido: belecer condições para facilitar e incentivar o intercâmbio. Os quatro co-produções nacionais foram selecionadas pelos mais acordos são responsabilidade do governo brasileiro, que está importantes festivais de cinema do mundo: Ensaio sobre a ce- desempenhando “um papel extremamente positivo”, segundo gueira, de , e Linha de passe, de Walter Sal- Fabiano Gullane, sócio da Gullane Filmes, produtora de Birdwa- les, disputaram a Palma de Ouro em Cannes; e Birdwatchers, tchers e Plastic City. “A Ancine, o Cinema do Brasil, o MinC e o de Marco Bechis, e Plastic City, de Yu Lik Wai (que, apesar de Itamaraty são pró-ativos no sentido de resolver os problemas e terem diretores estrangeiros, foram rodados no Brasil), con- criar um modelo brasileiro de co-produções”, elogia Gullane. correram ao Leão de Ouro em Veneza.

O número de co-produções internacionais cresceu muito nos BRASIL JÁ TEM ACORDOS últimos anos. Em 2003, faziam-se em média cinco parcerias COM NOVE PAÍSES por ano; hoje, este número saltou para 32. “Diante da presen- Atualmente, o Brasil possui acordos bilaterais com Argentina, ça maciça do cinema americano no mundo, há um desejo de Alemanha, Canadá, Chile, Espanha, França, Itália, Portugal e co-produzir”, opina o produtor Maurício Andrade Ramos, da Venezuela, além de ter participação em acordos multilaterais Videofilmes, uma das mais experientes companhias produtoras como o Convênio de Integração Cinematográfica Ibero-Ame- na utilização do formato. “Há uma busca por alternativas de ricana e o Acordo Latino-Americano de Co-Produção Cinema- produção entre os países”. tográfica – dois instrumentos largamente utilizados pelos pro- Para acompanhar essa tendência de internacionalização, o Bra- dutores brasileiros por meio de programas como o Ibermedia. sil lançou mão, há alguns anos, de um projeto setorial, esfor- Atualmente, o país também negocia novos acordos com países

10 emergentes, como Índia, China e Israel, que país as locações ou a fina- e revê acordos antigos cujos textos são lização devem ser executadas, considerados ultrapassados no atual ce- ou se deve haver inclusão de nário internacional. técnicos estrangeiros na equi- pe”, diz Os acordos estipulam cláusulas e limites específicos para a realização das co-pro- CO-PRODUÇÕES duções. Em geral, uma das condições é CRIAM ALTERNATIVAS o estabelecimento de um percentual mí- DE FINANCIAMENTO nimo na divisão da propriedade da obra, correspondente ao aporte de cada pro- “Muitas vezes, a co-produção dutora, de forma que haja uma real con- é uma forma de dividir custos jugação de esforços e uma contribuição e atrair recursos privados”, efetiva de cada parte na criação de uma diz Maurício Ramos. De fato, obra. Na prática, é isso que diferencia entre as vantagens do modelo as co-produções dos contratos de dis- está a divisão de tarefas práticas tribuição, patrocínio ou antecipação de e criativas em todas as etapas: receita, e do chamado “production ser- desenvolvimento, captação, o consagrado diretor de Madame Satã vices” (modelo no qual a participação da produção e distribuição. Mas o que mais e O céu de Suely (duas co-produções empresa contratada se limita à execução impele produtores ao formato, num uni- com países europeus). “Principalmente de serviços, não fornecendo aporte ou verso de opções limitadas de financia- se você tiver um bom agente de ven- investimento). mento, é a possibilidade de acessar outras fontes de recurso. Eduardo Valente, que das”. Karim, que prepara Praia do futuro, “Existem duas formas de co-produzir: atualmente finaliza seu primeiro longa, No co-produção entre Brasil e Alemanha, financeiramente apenas, ou de uma meu lugar (co-produção da Videofilmes diz ainda que “o lançamento em cinema maneira que o filme não exista sem com Portugal), concorda com seu produ- no Brasil é só vitrine. A existência de um uma das partes”, diz Gullane. “É nessa tor: “A vantagem principal é conseguir se mercado internacional foi o que fez com segunda que estamos focados, em pro- ‘desestrangular’ das restrições do modelo que os filmes se tornassem rentáveis – jetos nos quais a participação brasileira de produção brasileiro, que, ao menos afinal, eles deram mais dinheiro fora do seja estrutural, não só financeira”. San- no que se refere ao chamado cinema Brasil. Não foram blockbusters, mas fe- dra Kogut, diretora de Mutum – filme de autor, é restritivo ao extremo”, diz. “A charam as contas direitinho”. que tem participação da produtora fran- co-produção abre portas, permite que a Além da ampliação de mercado, o cesa Gloria Films e apoio do canal de gente fuja do gargalo dos editais”. TV Arte –, acredita que a co-produção ganho em know-how e a exposição “abre mais possibilidades para o filme, “Quase todos os filmes brasileiros são internacional também são elementos além de confrontá-lo desde o início realizados, hoje, com recursos 100% atraentes numa co-produção. Sandra com outras visões, outras culturas, ou- incentivados, mas uma parte dos filmes Kogut, outra realizadora experiente tra maneira de fazer”. autorais, justamente, já conta com re- no assunto, resume as vantagens e cursos privados graças à co-produção”, Por outro lado, também dá mais tra- desvantagens das co-produções: “Dá afirma Maurício. A dupla (ou múltipla) balho. “Coordenar as diferenças nem trabalho, em todos os níveis, até nas nacionalidade de um filme garante a ele, sempre é fácil”, diz Sandra. Gullane diferenças culturais, na maneira de li- ainda, o acesso a mecanismos públicos completa: “É mais difícil você administrar dar com o trabalho. Envolve também de financiamento e vantagens para a um projeto à distância, com a dificulda- muitos aspectos burocráticos e técni- comercialização. “Uma vantagem é o de das línguas, da maneira de pensar”. cos. Às vezes é enlouquecedor.... Mas direito à cota de tela”, diz Flávio Tam- Christian de Castro, produtor de Fede- acho que vale a pena. Sempre. Traz bellini, produtor de Mutum. “Na Euro- ral, co-produção oficial com Colômbia e outra dimensão a um filme, abre mui- pa, por exemplo, existe uma garantia de Hungria, chama a atenção para a maior tas outras perspectivas, confronta o exibição que aumenta as possibilidades complexidade na elaboração de um filme a outros olhares desde cedo, o de retorno”. projeto: “Uma co-produção pode exigir que também é interessante”. E com- diferentes contrapartidas que precisam “Ajuda muito que o filme exista em ou- pleta: “é sempre enriquecedor lidar ser negociadas, como, por exemplo, em tros mercados”, concorda Karim Aïnouz, com diferenças”.

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ENTREVISTA MÁRIO DIAMANTE Na entrevista a seguir, o diretor da Agência Nacional de Cinema, Mário Diamante, analisa a importância estratégica das co-produções para o cinema brasileiro e detalha as ações governamentais de estímulo à internacionalização da produção. Uma dessas ações é o Seminário de Co-produção Internacional, que acontece durante o Festival do Rio, realizado pela Ancine, o MinC e o Ministério das Relações Exteriores

Quais as vantagens para o produ- em conjunto com o Ministério das Re- 30% segundo o acordo oficial com a Itá- tor brasileiro que investe em co- lações Exteriores, e em seguida eles se- lia. Mas havia a possibilidade de relativizar produções? guem para o Congresso Nacional, onde essas questões. Em casos de produções devem ser sancionados como lei para tidas como de alto valor cultural ou pro- A co-produção é acima de tudo uma entrar em vigor. Os acordos podem sair duções de grandes orçamentos, as auto- estratégia de comercialização e de inter- nacionalização. É uma forma de produzir mais fechados ou mais abertos, isso de- ridades dos países podem, em comum que abre portas reais lá fora e é a melhor pende de uma série de fatores. Quando acordo, reduzir as exigências. Como o forma de internacionalização porque in- fazemos novos acordos ou renovamos Birdwatchers trata de um tema indígena, fluencia todo o projeto, que já sai com outros mais antigos, buscamos maior fle- de alto valor cultural para o Brasil, con- um desenho adequado para o mercado xibilidade. O acordo com a Alemanha é seguimos reduzir a participação nacional interno e para outros mercados. A co- bem mais flexível agora, e estamos re- para 20% e seguir em frente. E Ensaio produção tem rendido bons resultados novando com a Itália também, em no- sobre a cegueira é uma grande produção para o cinema brasileiro. Conseguimos vos termos. Com a França, fomos até internacional. o limite permitido pelo CNC (Centre entrar em vários festivais internacionais, O que ainda precisa ser aperfeiço- National de la Cinematographie). Com por exemplo, graças a players estrangei- ado em relação à legislação? ros que têm participação financeira nas a Argentina, por outro lado, queremos Hoje temos dificuldade para acompanhar produções e, conseqüentemente, inte- nos aproximar mais pelo lado de traba- o desempenho comercial do cinema bra- resse no sucesso da obra em seus terri- lhos conjuntos, como ações de funding e tórios. Alguns produtores já encontram encontros de produção. O acordo que sileiro fora do país. Temos o Siscomex hoje na co-produção uma oportunidade estamos desenhando com a Índia é bem (Sistema Integrado de Comércio Exte- para fazer negócios, e o Estado tenta aju- flexível; com Israel também, e começa- rior, que faz um acompanhamento da dar, criando condições para o empreen- mos agora a negociar com a China. balança comercial), mas lá existe apenas o item “audiovisual”, e o licenciamento dedorismo. Temos aqueles que já estão Como são negociadas as contra- está desagregado. Não temos um “sis- no mercado – como a Conspiração, os partidas de cada país numa co- conserv”, que seria um órgão semelhante Gullane, Sara Silveira –, e temos aqueles produção? que estão estreando. Todos usufruem os para acompanhar a balança de serviços. mesmos benefícios – essa é a vantagem Vou dar dois exemplos. Com Ensaio O governo está construindo isso, com a da regulação igual para todos. sobre a cegueira, tivemos um proble- Receita Federal à frente. Da forma como ma quanto ao elenco, por causa da está a legislação, não dá pra contabilizar Qual a importância dos acordos de legislação canadense. Eles são muito as co-produções não-oficiais. Queremos co-produção nesse processo? mais protecionistas que a gente. Com estudar isso pra poder classificar. Plastic A co-produção é um assunto natural- Birdwatchers, tivemos outro problema City é uma co-produção oficial, realizada mente transversal, e ela passa pela ques- em função do “deságio” de nossa moeda fora do âmbito dos acordos – não temos tão legal, no que diz respeito aos acordos em relação ao euro. Ficava difícil para o acordos com Hong Kong e China. Mutum internacionais. O processo é complexo: produtor nacional cumprir a participação é um equity financing, com participação fi- nós negociamos os itens destes acordos patrimonial mínima, estabelecida em nanceira do Fond Sud, mas não é oficial

12 porque é muito complicado fazer co- Quais são os outros caminhos para mas para as etapas de comercialização, produção oficial com a França. É preciso a internacionalização do cinema um passo depois. Outra medida que de- cumprir muitos itens franceses, a pontua- brasileiro? vemos tomar é dar atenção ao que cha- ção é difícil. Além disso, precisamos e va- mo de P&A internacional, que é o que Uma coisa que não costumamos fazer, mos mudar nosso trabalho internamente a Unifrance faz, por exemplo. Podemos mas que temos que fazer, são os scre- – o que não dá é para mudar a lei. Que- auxiliar o lançamento de obras brasileiras enings, ou seja, trazer compradores do remos fazer uma Instrução Normativa no mercado de salas de cinema estran- mundo inteiro para o Brasil. No Festival que seja um verdadeiro estatuto: quem geiro, utilizando mecanismos como o do Rio vamos realizar um encontro de quiser fazer uma co-produção encontrará Prêmio Adicional de Renda, os Funcines produtores do Mercosul. Também esta- nesse estatuto tudo o que precisa ser fei- ou o próprio Fundo Setorial. Quem for mos tentando criar um fundo do Merco- to, do início ao fim. Por fim, precisamos lançar um filme brasileiro em Paris, em sul. Tudo sempre voltado para a promo- cobrir o que chamamos de um hiato nor- Hong Kong, Londres ou Los Angeles po- ção do cinema e do talento brasileiro. mativo. A nossa legislação tem um hiato deria poderia obter financiamento para A política de cinema no Brasil é voltada sobre algo chamado “reconhecimento parte dos investimentos em cópia ou ad- para o produto brasileiro. As leis de in- provisório”. Não temos isso aqui no Bra- vertising, potencializando o filme que tem centivo são para isso. Se não tivéssemos sil, só utilizamos quando é uma produção chance. Nós temos que ter uma carteira talentos, seria mais simples virarmos pro- do Programa Ibermedia, porque a Caaci de filmes que tenham chance. (Conferência de Autoridades Audiovisuais duction services para o resto da vida. A Qual o diferencial que um filme re- e Cinematográficas da Ibero-América), sensibilização dos produtores nós já te- alizado em co-produção com o Bra- entidade sob a qual funciona o programa, mos. Patrocinadores sensíveis a isso tam- sil tem no mercado internacional? usa o reconhecimento provisório. Até bém – o próprio BNDES deu exemplo, agora, resolvíamos esse problema emi- ao contemplar Blindness e Plastic City A verdade é que o Brasil não é muito co- tindo o CPB da co-produção, um certi- em seu edital do ano passado. Podemos nhecido lá fora. Isso é um dado pequeno, ficado de produto brasileiro especial para agora entrar com recursos nossos atra- mas que tem um grande impacto na cul- co-produções. Mas como você vai certi- vés de editais e através do Fundo Setorial tura. Atualmente, o Brasil começa a criar ficar uma obra que não existe ainda? A lei do Audiovisual. As linhas que serão cria- uma imagem internacional que vai ajudar 2.228 é muito sucinta sobre isso. Ela fala das para TV e cinema podem ter uma o cinema. A gente tem que aproveitar sobre três tipos de obra brasileira: a que é modalidade específica para co-produ- esta boa onda do cinema brasileiro lá fora, feita por produtora brasileira, a que é feita ção, para complementação, para contra- mostrando a competência dos nossos ar- por produtora brasileira em co-produção partida brasileira a um investimento real tistas, mostrando nosso esforço. E temos com países com que temos acordo, e a e concreto internacional. Esse é o pro- que viajar, dar continuidade. É muito im- feita por produtora brasileira em co-pro- blema de quase todas as co-produções, portante mostrar o que está acontecendo dução com países que não temos acordo. porque o modelo lá fora é de recurso para quem está do lado de fora. E nosso Todas podem ter CPB no final. Essa re- direto, e o nosso aqui é de patrocínio. O trabalho é garantir que vai ter sempre lá comendação preliminar é o que diz que patrocínio é volátil, mas se o Fundo tiver um cara de terno e gravata do lado dos a obra está de acordo com a legislação as co-produções como uma política, ele produtores dizendo que há interesse na vigente. E isso permite que você capte e pode fazer isso dentro de uma linha mais internacionalização do cinema brasileiro. acesse os modelos de financiamento pú- ampla de produção, e, no futuro, fazer De forma que, quando pintar uma pos- blico estrangeiros, que funcionam através algo específico para co-produção inter- sibilidade de co-produção com o Brasil, de fundos. nacional. Não apenas para a promoção, não haja aquela desconfiança.

Ensaio sobre a cegueira Linha de passe

13 capa DEPOIMENTOS

BIRDWATCHERS brasileiros. Do lado brasileiro, Milhem NO MEU LUGAR Fabiano Gullane, produtor Cortaz, Alexandre Borges, Antonio Pe- Eduardo Valente, diretor trim e Tainá Müller. Ele é falado 60% em “Birdwatchers é um mergulho profun- “Ainda não posso falar muito, já que português, 30% em chinês e 10% em do na questão indígena, na questão das a experiência do meu filme com a espanhol e inglês”. minorias, com um diretor que tem um co-produção de fato ainda não acon- senso político muito forte. Esse projeto teceu. Vamos mixá-lo em Portugal, era para ser aqui no Brasil mesmo ou FEDERAL e isso acontece agora em setembro. não faria sentido, não existiria. A Itália é Christian de Castro, produtor Sobre o possível desempenho do filme produtora majoritária (80%) e o Brasil, “Da mesma forma que um filme é único em outros mercados, pelo fato de ser minoritário (20%). O filme foi feito sob em si, todo o processo para a negociação uma co-produção, no nosso caso, afeta as regras do tratado de co-produção de um filme é diferente dos outros. No Brasil-Itália. Foi difícil financiar aqui e lá, caso do Federal, a co-produção é com a mas depois de dois anos de trabalho, empresa colombiana Trebol Comunica- conseguimos. 100% das filmagens fo- ciones, feita no âmbito do acordo latino- ram realizadas aqui no Brasil. Da equipe, americano de co-produção, no qual o só o diretor e dois atores vieram da Itá- filme deveria ter membros colombianos lia. Foi um ótimo negócio para a indús- na equipe técnica e no elenco. Os produ- tria brasileira. O filme é quase todo em tores e diretor conversaram e chegaram português, com algumas poucas falas em ao nome da atriz colombiana Carolina guarani”. Gómez para interpretar a personagem principal, e indicaram alguns técnicos da PLASTIC CITY Colômbia. Com a produtora e distribui- num sentido bem pontual: por conta Fabiano Gullane, produtor dora francesa EuropaCorp começamos do acordo, o filme tem lançamento “Plastic City é dirigido por Yu Lik-wai, uma co-produção dentro do acordo assegurado em Portugal. Mas também que veio ao Brasil e se encantou com Brasil-França. No entanto, a adequação afetará porque, ao ser co-produzido as comunidades de migrantes orientais do projeto às exigências da autoridade ci- por empresa portuguesa, o filme passa que vivem em São Paulo. Ele ficou muito nematográfica francesa, o CNC, inviabili- a ser considerado também europeu e seduzido a contar uma história dentro zou financeiramente a idéia. Como a EC isso ajuda em determinadas possíveis dessa comunidade. O roteiro foi feito a queria participar do filme, foi feita uma caminhadas do filme”. quatro mãos com o Fernando Bonassi. pré-venda dos direitos de distribuição Trabalhar o fuso de São Paulo com o para alguns territórios internacionais. O fuso de Hong Kong é coisa de maluco. roteiro já previa um personagem ameri- 15 FILMES EM CO-PRODUÇÃO Foi uma grande dificuldade. Não existe cano, então foi natural que a decisão da 31 minutos (Chile) tratado de co-produção Brasil-China, escolha do ator (Michael Madsen) fosse Birdwatchers (Itália) então, o produtor brasileiro teria que ter tomada em conjunto com o distribuidor Café de los maestros (Argentina) 40% do filme para que ele fosse consi- internacional”. A festa da menina morta (Portugal, Argentina) derado produto brasileiro, de modo que Plastic City (Hong Kong) o projeto foi estruturado em cima disso. Última parada – 174 (França) A Gullane tem 60% do projeto e a co- Budapeste (Portugal, Hungria) produtora chinesa (Xstream), 40%. Foi Federal (Colômbia, Hungria) um grande aprendizado dos brasileiros No meu lugar (Portugal) com chineses e vice-versa. Foi uma es- Minhocas (Canadá) cola muito grande. Veio o diretor, toda Dores, amores e assemelhados (Portugal) a equipe de fotografia, que faz os filmes Entre a dor e o nada (Espanha) do Wong Kar-wai, e o resto foi feito Gringos no Rio (França) com profissionais brasileiros (arte, figuri- Olhos azuis (Agentina) no, som). No elenco, tivemos um mix: Tamarindo (Índia) três protagonistas internacionais e dois Fonte: Ancine

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entrevista jorge peregrino

“ainda EXISTE ESPAÇO PARA CRESCIMENTO” Para Vice-presidente da Paramount na América Latina, país pode retomar EXPANSÃO na área de cinema

Por Pedro Butcher Aline Arruda

Com mais de 30 anos de experiência no mercado de cinema, Jorge Peregrino é, hoje, um dos executivos brasileiros que ocupam cargos internacionais de destaque no setor. Depois de passar pelo Instituto Nacional de Cinema, pelo Concine e pela Embrafilme, em 1986 Peregrino entrou para a United International Pictures, a joint venture que distribuía os filmes da Paramount e da Universal no Brasil. Na UIP, teve uma rápida ascensão e chegou ao cargo de vice-presidente internacional. Em janeiro de do ano passado, quando a UIP foi dissolvida e a Paramount assumiu o escritório da companhia no Brasil, o executivo passou a ocupar o cargo de VP sênior de distribuição da Paramount Pictures International para a América Latina. Nos últimos anos, a Paramount tem aumentado sua participação na co-produção e distribuição de filmes brasileiros. Entre os próximos lançamentos está o filme escolhido para abrir o Festival do Rio, Última parada - 174, de Bruno Barreto. Na entrevista a seguir, Peregrino analisa a importância da América Latina para Hollywood e os desafios do mercado de cinema no país.

16 FILME B: Qual a importância da mas, pelo menos no Brasil, há uma las do produto audiovisual. Neste América Latina – e do Brasil em grande irregularidade nos resulta- momento, as outras janelas já es- particular – no atual panorama dos. O que se pode fazer para con- tão no mercado no formato digi- internacional do mercado de ci- seguir melhorar os resultados dos tal – e o cinema, ainda não. Como nema? Existe espaço para o cres- filmes locais? o theatrical pode se tornar mais cimento do segmento theatrical Não tenho a fórmula para melhorar os competitivo? Como evitar a queda nesses países? resultados, quem me dera. O que se tem de público? JORGE PEREGRINO: Dependendo do notado, mais recentemente, é a pressa A atividade cinematográfica no Brasil está filme, a América Latina pode significar até que as produtoras têm em desenvolver engessada, e isto não é bom. Outro dia, 20% de sua renda bruta mundial. Ainda seus projetos. Mas elas não podem fazer ouvindo o discurso do velho e ainda mais existe muito espaço para crescimento, e de forma diferente, porque o próprio sábio Luiz Carlos Barreto após receber a ele está ocorrendo em outros países que sistema obriga que elas façam filmes cada medalha Pedro Ernesto, fiquei pensando não o Brasil. Há aproximadamente oito vez mais rapidamente, para que possam como ele falou bem: o cinema, que é anos, a América Latina, incluindo o Bra- começar a captar de novo e manter a uma linguagem, foi transformado em um sil, tinha cerca de 6,1 mil cinemas; hoje empresa com a cabeça fora d’água. En- simples conteúdo. Se nós adotarmos já supera nove mil. Territórios como uma definição boba, infantil e “da Panamá e América Central são alvo, “A ATIVIDADE hora” que iguala tudo a um simples neste momento, de pesados investi- conteúdo, apenas conseguiremos mentos na construção de novas salas CINEMATOGRÁFICA esmagar a originalidade e o contato por grupos como Cinemark e Cine- com o público. Afinal, qualquer coisa polis. Pequenos países como Costa NO BRASIL ESTÁ é chamada de conteúdo atualmente. Rica, Guatemala e El Salvador já con- O governo diz estar cumprindo sua tam com vários multiplex. A Cinepo- ENGESSADA, E ISTO parte, mas não concordo. A Ancine lis inaugurou em julho seu primeiro NÃO É BOM” é a Agência Nacional do Cinema, cinema na Colômbia. A aquisição do mas quer ser a Agência Nacional do circuito da Hoyts no Chile e na Ar- Audiovisual. Cinema é linguagem, não é gentina com fundos de equity supridos quanto não se instalar uma política de produção que contemple a produtora e conteúdo; é a primeira janela do audio- pelo JP Morgan, a aquisição do circuito visual e é a atividade mais arriscada em MM Cinemas no México por um fundo não os filmes, vamos acertar apenas nas exceções. Os Funcines podem ser uma termos de investimento. Então, merece de investimentos da Argentina, a entrada importante arma, se permitirem que uma atenção especial. Em breve, o thea- de um outro fundo de investimento as- funcionem como devem: prover lucros trical irá se tornar mais competitivo com sociado estrategicamente à Cinecolom- para cotistas pela busca de filmes mais o digital e com a construção de novas bia, e o crescimento exponencial dos comerciais. A meu ver, no campo da salas. O passo seguinte será o 3D. Países multiplex no Equador são fatores que produção, as pessoas não querem enca- muito menores já têm mais instalações indicam, a meu ver, movimentação de rar duas coisas que precisam ser discuti- em digital e em 3D – sem falar do IMAX capitais que não estariam sendo investi- das. Em primeiro lugar, precisamos nos –, do que o Brasil. Você pode lançar dos se não houvesse perspectiva de re- perguntar sobre o tipo de filme que tem todos os filmes – blockbusters, de arte, torno na região. Junto com China, Índia, sido feito, em geral sem qualquer com- de todas as nacionalidades –, simultane- Vietnã e vários países do Leste Europeu, promisso com sua viabilidade comercial. amente ao lançamento em seus países a América Latina ainda é um dos poucos Em segundo lugar, não podemos deixar de origem. A utilização do cinema para pontos do globo onde há potencial de na fila dos editais os responsáveis pelos outras exibições que não apenas filmes crescimento. O Brasil, atualmente, em maiores sucessos do cinema brasileiro. É certamente vai contribuir para que ele virtude do fortalecimento do real frente preciso criar um sistema de meritocracia. possa competir com a distribuição digital ao dólar, ao menos para a Paramount, Por fim, não acredito que o Fundo Se- em suas diversas plataformas. Se nós fôs- varia entre o 8º e o 10º lugar em termos torial vá resolver coisa alguma. Do jeito semos contar as vezes em que o cinema de faturamento. Poderíamos faturar mais que está se desenhando, tem um sentido iria acabar, seja pelo advento do vídeo, se houvesse mais cinemas. muito mais político do que deveria ter. do DVD, da TV a cores, da TV paga e As companhias americanas vêm O cinema enfrenta hoje uma forte agora do celular, há muito tempo terí- tendo uma grande participação no competição com outras formas de amos desistido. A queda de público se market share do produto nacional, lazer e, também, com outras jane- evita com produto bom.

17 América Latina

Mas para voltar a crescer, o que é almente à produção. Esse dinheiro seria que Homem de Ferro e Indiana Jones e o preciso? devolvido sem juros, num prazo de dez reino da caveira de cristal, só para citar dois O cinema, para se expandir, precisa das anos, por exemplo. Baixar o preço, sim- filmes lançados pela Paramount. classes C e D – mas isso não é novidade plesmente, não vai solucionar a questão. O processo do cinema digital já nenhuma. A questão é: como você vai E também não é a distribuição do vale- está definido e entrando em prá- promover e financiar essa expansão? É cultura. O sujeito não vai passar a ir ao tica nos Estados Unidos e na Euro- claro que a questão do preço do ingresso cinema porque tem um vale na mão. pa. Qual a melhor política para o afeta, mas é uma falsa questão. O preço Em que cinema ele vai, se não tem salas Brasil se adaptar à transição digi- perto de onde ele mora? A explicação médio está aumentando porque os exi- tal e qual seria a melhor estratégia não é tão simplista. Vale-cultura é puro bidores estão construindo cinemas em para os grandes, médios e peque- discurso. zonas de maior poder aquisitivo – uma nos exibidores? escolha natural. Hoje, construir em zo- A crise da economia americana e A política a ser seguida no Brasil não vai nas populares, só com muito incentivo. suas conseqüências no mundo po- diferir da que já foi seguida pelos estúdios Idealmente todos os exibidores gosta- dem afetar os estúdios e suas divi- na Europa e nos Estados Unidos. Aliás, a riam de cobrar R$ 8, R$ 6, mas a meia- sões internacionais? Como? O que política será a mesma em toda a América entrada e os custos não permitem. Se fo- fazer para evitar a contaminação Latina. Os estúdios já acertaram um mo- rem construídos mais cinemas em zonas da crise? delo de financiamento, como já se sabe, populares, o preço cai automaticamente, Não vejo como a crise da economia por meio do VPF (virtual print fee), e não como aconteceu no México. Não vamos americana possa afetar os estúdios. Ao será diferente por aqui. Existem pontos a lugar algum enquanto não resolvermos contrário: em tempos de crise, o cinema que dificultam um pouco mais, como os o problema do financiamento à exibição. é o escape. Maio de 2008 nos Estados impostos, ou inverdades como a que diz E já sabemos que os modelos propos- Unidos foi melhor que maio de 2007, que o sistema DCI seria inviável para o tos via BNDES não funcionam: os juros em público e renda, graças ao produto. produto brasileiro em função do preço são menores, mas não suficientemente, de conversão para o digital 2K, etc. Mas Por que o cinema seria diferente perante e as exigências de garantia são muitas, é apenas uma questão de tempo. quando os exibidores já não são mais seu consumidor? Se for bom, o produ- to é consumido e pronto. Quando você Por fim, quais as suas expectativas donos de imóveis, como antigamente. em relação a Última parada – 174 observa que maio de 2008 foi pior que O governo deveria tomar uma decisão e quais serão as próximas co-pro- maio de 2007 no Brasil, é só admitir que o radical: a exibição teria acesso ao mes- duções da Paramount Pictures In- público acha melhor Homem-aranha 3 do mo volume de dinheiro destinado anu- ternational no Brasil? Acredito que Última Parada – 174, as- sim como Tropa de elite e Meu nome não é Johnny, toca em um assunto que está muito perto das pessoas de uma manei- ra geral. Daí a saber se ele atende à de- Paula Prandini Paula manda do público em relação aos filmes brasileiros, é outra história. O que posso dizer é que as reações que eu presenciei, sem exceção, são excelentes. Vamos ver o que o público diz... No momento, a Paramount já tem assinado o contrato para quatro novos filmes: Aparecida, com direção de Rogério Gomes, A suprema felicidade, o próximo filme de Arnaldo Jabor, um documentário sobre Raul Sei-

Cris Vianna e Michel Gomes xas, com produção de Alain Fresnot, e em cena de Última parada - Além do amor, o próximo filme de Mi- 174, de Bruno Barreto, que a Paramount lança em outubro guel Faria Jr, diretor do Vinícius. Outros projetos ainda estão sendo negociados, mas ainda é prematuro falar.

18 19 20 21 mercado OITO OU OITENTA

A crescente polarização do mercado de cinema entre os blockbusters e os filmes de nicho tem fotos: divulgação tornado cada vez mais raros os chamados “filmes médios” - e sua escassez preocupa, principalmente, os donos de cinema

Por Alice Gomes e Pedro Butcher

os últimos anos, o mercado “Para o mercado, o filme médio é mais – programar uma sala 365 dias por ano de cinema tem se radicaliza- importante que o blockbuster, não dá tem se tornado um desafio crescente. Ndo cada vez mais: de um lado, para sobreviver sem ele”, afirma Carlos “Temos contas a pagar todos os meses, blockbusters que disputam a liderança do Marin, diretor-executivo da UCI no Bra- não somos cinemas de temporada, mas ranking com altos investimentos em mar- sil, terceiro maior grupo exibidor do país. estamos concentrando as fichas em pou- keting e um grande número de cópias; de “Com boa qualidade e bem trabalhados, cos títulos. Hoje jogamos dez fichas por outro, filmes pequenos que buscam um são os filmes médios que geram o hábito ano, o que não gera sustentabilidade para nicho e atingem uma parcela reduzida do de ir ao cinema e permitem que o mer- o negócio”, completa. cado, em primeiro lugar, se sustente; e, público. Os chamados “filmes médios”, O problema do filme médio, na verda- depois, cresça”. aqueles que, de uma maneira geral, ob- de, reflete uma série de transformações têm resultados entre esses dois extre- Nestes tempos em que os filmes de gran- que têm atingido o mercado de cinema mos, e que desempenham um papel fun- de público, principalmente os chamados nos últimos anos – e alguns problemas damental na dinâmica da indústria, têm blockbusters, têm seus lançamentos restri- se agravam diante de particularidades da se tornado cada vez mais raros, gerando tos a apenas três meses – entre maio e atividade no Brasil. O grande crescimento inquietação entre os profissionais do setor julho, período que equivale à temporada dos custos para o lançamento em cine- - principalmente os exibidores. das férias de verão nos Estados Unidos ma, principalmente de mídia, faz com que

22 as distribuidoras pensem duas vezes antes meus familiares, nos blogs, nos sites?”. prematuramente suas carreiras. de estrear um filme que pode não dar o O problema do preço do ingresso, uma Para Patrícia Kamitsuji, é importante di- retorno esperado. “O filme médio hoje das vulnerabilidades do mercado brasilei- ferenciar um filme de orçamento médio não pode ter campanha de TV aberta, ro, tende a agravar a situação dos filmes de um filme que obtém resultado médio. porque é muito caro. Ele fica com cam- de médio porte. “O que está acontecen- “No caso das produções americanas, por panha restrita à TV fechada e ao jornal, do no Brasil não é o desaparecimento do exemplo, O diabo veste Prada teve um quase nos extremos do filme pequeno”, filme médio, e sim o desaparecimento do orçamento médio, de US$ 35 milhões, afirma César Silva, diretor geral da Para- público consumidor dos filmes médios”, e obteve excelentes resultados (mais de mount no Brasil. analisa Patricia Kamitsuji, diretora presi- US$ 120 milhões de bilheteria nos EUA, “Este é um problema de difícil solução”, dente da Fox. “O preço cheio do ingresso 1,4 milhão de espectadores no Brasil). diz Valmir Fernandes, presidente da Cine- no país é o mais caro da América Latina e, Por outro lado, temos Leões e cordeiros, mark International. “Com o aumento dos em muitos casos, mais caro que nos Esta- que também custou US$ 35 milhões dos Unidos e Europa. Comparativamen- custos de lançamento, ficou muito caro mas não obteve resultados tão bons nos te, porém, o preço médio é mais baixo lançar um filme de porte médio, e, quan- Estados Unidos (US$ 14 milhões de re- devido ao efeito devastador da meia en- do ele não funciona, o prejuízo é grande. ceita). Na verdade, para que o ‘resultado trada. Como resultado, o exibidor cobra Infelizmente, entramos em um círculo vi- médio’ seja satisfatório, tudo depende da mais caro justamente do público que con- cioso: as empresas investem menos por- expectativa e do investimento realizado”, some filmes médios – adultos entre 24 e que os filmes não têm dado dinheiro e, completa. 59 anos, que não são estudantes”. com menos investimento, os filmes aca- PARA BRUNO WAINER, bam dando menos público mesmo”. Mas, afinal, o que é um FILME MÉDIO NÃO EXISTE “filme médio”? Mariza Leão acredita que o filme médio Os filmes médios podem ser definidos como aqueles com um bom potencial se distingue do chamado filme-evento, comercial e um público-alvo específico, mas ainda tem potencial de dialogar com mas sem o apelo abrangente de um blo- um determinado nicho do público. “O ckbuster. Alguns gêneros, como a comé- problema é que esse nicho está cada vez dia romântica e o filme de horror, costu- menor, e seus resultados de bilheteria mam produzir bons candidatos a ocupar os colocam numa posição anteriormen- esta faixa. “Por suas próprias característi- te ocupada pelos filmes pequenos. Ou cas, os filmes médios têm um target dife- seja, há um achatamento de performan- rente dos blockbusters”, diz Carlos Marin. ces econômicas”. “Batman – O cavaleiro das trevas, por Nem todos, porém, concordam com exemplo, atinge principalmente adultos essas definições. Para Bruno Wainer, da e adolescentes, Kung Fu Panda é voltado Downtown Filmes, o filme médio sim- Ao mesmo tempo, a multiplicação das para crianças e seus pais; mas existe um plesmente não existe – ele é apenas o janelas de exibição, a internet e ainda ou- público enorme que gostaria de ver uma “filme grande” que não deu certo: “Nin- tras formas de lazer fazem com que o es- boa comédia romântica e que vai cada guém pensa num projeto para um filme pectador pense duas vezes se realmente vez menos ao cinema, porque hoje esses médio, com orçamento médio, estra- precisa sair de sua casa para ver determi- filmes são negligenciados. A percepção do tégias médias”. Leonardo Monteiro de nado filme. Para Mariza Leão, produtora público é de que não vale a pena pagar Barros, da Conspiração Filmes, endossa para vê-los no cinema”. de Meu nome não é Johnny, “o grande essa teoria afirmando que “não há o filme público tem sinalizado que o hábito de ir Para César Silva, o filme médio, no mer- médio em si, ele se torna médio depen- ao cinema está cada vez mais associado cado brasileiro, pode ser considerado dendo de sua performance: ou é fecha- a filmes que repercutem dentro e fora aquele que tem um público entre 500 do, pequeno, e supera as expectativas; das salas, ou seja, filmes que se impõem mil e um milhão de espectadores. “São como eventos com forte capacidade de justamente aqueles que estão cada vez mobilizar mídias diversas e opiniões extra- mais raros. A oferta de muitos títulos por cinematográficas. A grande pergunta que ano para o pequeno número de salas o espectador se faz é: ‘se eu deixar de gera uma alta rotatividade, e os filmes ver tal filme, isso me deixará por fora das de porte médio acabam não atingindo conversas que rolam entre meu amigos, o público que poderiam, o que encerra

23 23 mercado

ou é originalmente destinado a ser comercial, público que vai assistir a um filme acaba vendo outro em cartaz mas fica abaixo do esperado. Não conheço no mesmo complexo (o que seria uma das grandes vantagens nenhum produtor ou diretor que diga: vou do formato multiplex). fazer um filme médio”. César Silva acredita que o tamanho típico dos multiplex cons- Polêmicas à parte, o fato é que o padrão de tuídos no Brasil, em sua maioria entre cinco e seis salas, é um lançamento dos blockbusters elevou às altu- dos fatores que contribuem para atrofiar a carreira dos filmes ras o patamar dos investimentos em marke- médios. “A situação de oferta de salas na Argentina e no Méxi- ting e a expectativa em torno de cada filme co, por exemplo, possibilita a um filme uma vida útil maior do – o que, imediatamente, já coloca todos os que no Brasil, pois nesses países existem mais multiplex com outros títulos em situação de desvantagem. mais de dez salas, e esses complexos precisam do filme mé- Uma das conseqüências desse padrão seria dio”. Para ele, “a carreira de cada título se esgota muito rapida- a criação de um público sazonal. “As pro- mente e, se o circuito exibidor continuar pequeno e limitado duções médias atendem a uma parcela como é, a tendência é diminuir riscos, diminuindo também o de público que consome mais cinema, os número de lançamentos. Mas essa ainda não é uma realidade chamados frequent moviegoers (freqüentadores imediata”, acredita. assíduos), que querem assistir a filmes diversos e não somente blockbusters. Muitas produções nacionais, por exemplo, têm “Se os lançamentos dos blockbusters fossem menores e mais como alvo justamente esse público”, analisa Patrícia Kamitsuji. distribuídos ao longo do ano e se a janela de vídeo fosse um O padrão dos lançamentos do blockbuster no Brasil tem cau- pouco mais extensa, haveria mais chances para o filme médio sado um efeito curioso na ocupação das salas de multiplex, se sair melhor”, acredita Carlos Marin. Mas aí outro fator entra segundo Carlos Marin: “Cada blockbuster nos Estados Unidos em jogo, dificultando a flexibilidade de datas para a estréia dos estréia em no máximo 20% das salas do país. Aqui, estréia em lançamentos mais potentes: a pirataria. “Na verdade, o filme 40%. Isso cria uma espécie de superoferta, que não resulta médio é o principal prejudicado pelos problemas que afetam o mais em cinemas lotados”, descreve. Sem cinemas lotados, mercado brasileiro hoje: a meia-entrada, a pirataria e a janela não há o chamado efeito de “transbordamento”, em que o de vídeo”, conclui.

NOS EUA, CINEMA INDEPENDENTE ESTÁ EM CRISE

Em junho deste ano, Mark Gill, exe- para a forte crise que tem abalado pro- Gill exemplifica com números: “Há cutivo com passagens pela Miramax dutoras e distribuidoras independentes. cinco anos, é possível que dos cinco mil e pela Warner Independent Pictures, Por outro lado, a explosão da produção filmes submetidos ao Sundance, quase causou polêmica em um painel de se reflete, por exemplo, na multiplica- todos com orçamentos menores que debates no Festival de Cinema de Los ção do número de inscritos nos grandes US$ 10 milhões, talvez 100 tenham Angeles, quando desenhou um pano- festivais como o Sundance Film Festival. conseguido lançamento no mercado rama sombrio para o futuro do cinema Desses, pouquíssimos conseguirão americano e 20 tenham conseguido independente nos Estados Unidos. Em encontrar uma platéia. algum lucro. Hoje, no máximo cinco um discurso contundente, de grande “Há 15 anos, o Sundance tinha 500 conseguem. Isso corresponde a um repercussão, Gill fez um diagnóstico inscrições. Este ano foram cinco mil. décimo de um por cento, isto é: se da produção no país e falou especifica- Praticamente todos esses filmes foram você resolver produzir um filme orçado mente da crise dos filmes independen- realizados com recursos privados. Só há em menos de US$ 10 milhões, tem tes e médios. um problema: quase todos são horrí- 99,9% de chance de fracassar”. As “Estamos entrando em uma era em que veis. Deixe-me explicar de outra forma: possibilidades desses mesmos filmes os únicos filmes com chances de fazer a revolução digital está aí e ela é terrível. serem bem sucedidos no mercado sucesso são os blockbusters de mais de Não basta ter acesso aos meios de pro- internacional também são remotas. “O US$ 100 milhões e alguns pouquíssimos dução, talento é mais importante. Hoje, mercado internacional pode até estar filmes de orçamento razoável com algu- em um mundo com muitas escolhas, as crescendo substancialmente, mas todo ma qualidade extraordinária”, afirmou. companhias enfim estão se dando conta este crescimento é absorvido pelos Gill chamou atenção para o fechamento de que não podem arriscar seu dinheiro grandes lançamentos das majors, por das divisões especializadas em filmes de para lançar a grande maioria dos filmes meia dúzia de filmes independentes e arte criadas pelos grandes estúdios e realizados”. pelas crescentes produções locais”.

24 25 mercado

NO FILME NACIONAL, RADICALIZAÇÃO É AINDA MAIOR

público médio, entre 200 mil e 800 mil. cheiro do ralo, pra ficar em exemplos re- Há três filmes com mais de dois milhões centes. Esses casos acontecem graças ao e nada no meio do caminho”, analisa Cé- fato de o Brasil estar muito bem servido sar Silva, da Paramount. “Dez filmes em no circuito de arte. No Brasil, ou o filme um universo com mais de cem títulos é já parte do seu DNA para ser de arte muito pouco. O filme nacional fica com ou para ser um grande filme comercial. um público-alvo muito pequeno, às ve- Quando o projeto quer ser médio, não zes nem 50 mil. O custo de se lançar um tem personalidade para o circuito de filme nacional é mais alto do que qualquer arte e nem estofo para o filme blockbus- outro, a criação de campanha é mais cara, ter, ficando fadado ao fracasso.” o esforço é maior, dá muito mais traba- O filme nacional tem uma importância lho. E só um elenco popular não garante fundamental para o funcionamento do nada, existe uma crise de oferta”. mercado, e a dificuldade em emplacar Para Diler Trindade, produtor de O guer- ntre os filmes brasileiros, a ten- sucessos tem sido fatal para o circuito reiro Didi e a ninja Lili e de vários outros dência de radicalização do mer- exibidor. Segundo Valmir Fernandes, da filmes, “é costume considerar-se um cado é ainda maior: nos últimos Cinemark: “O que realmente piorou nos E filme nacional médio quando ele faz ao três anos, mais de 80% dos filmes lan- últimos anos foi o desempenho dos fil- redor de 500 mil espectadores. Aconte- çados ficaram abaixo de 100 mil espec- mes brasileiros. O desaparecimento da- ce que a gente só dimensiona mesmo o tadores, enquanto apenas 1% do total queles 22 milhões de ingressos de 2003 filme após seu lançamento. As surpresas, de lançamentos nacionais (entre um e foi um grande baque para o mercado. então, têm sido muitas, especialmente as dois por ano) passou da faixa de um mi- Se tivéssemos sido capazes de manter negativas. Muitos filmes nacionais nasce- lhão. Em 2008, a situação se repete: até um crescimento, mesmo que pequeno, ram grandes e tornaram-se filmes nem agosto, apenas Meu nome não é Johnny, poderíamos ter 30 milhões de ingressos mesmo médios, e sim pequenos”. lançado em janeiro, havia vendido mais por ano garantidos com filmes nacionais, de um milhão de ingressos – chegando “O filme médio nacional não existe mes- mas isso não aconteceu. O filme nacio- a dois milhões. mo”, enfatiza Bruno Wainer, da Down- nal seria uma ferramenta muito impor- town Filmes. “Existem casos de filmes tante para trazer mais espectadores e “Analisando os últimos 18 meses, pode- nacionais que podem ser considerados aumentar o espectro tanto de filmes de mos ver que apenas dez filmes nacionais ‘de arte’ e que funcionaram melhor do grande público como de filmes médios lançados nesse período (2007 e o pri- que o esperado, como Estômago e O meiro semestre de 2008) atingiram um no Brasil”.

Filmes nacionais por faixa de público Filmes estrangeiros por faixa de público

45 180 41 40 40 160 156 155 35 2006 140 2006 30 2007 120 2007 26 25 100 20 21 80 66 67 15 60 12 10 40 5 5 4 20 20 17 18 2 1 2 1 12 4 5 0 0 0 < 10 mil 10 - 100 mil 100 -500 500 mil- 1 - 3 > 3 milhões < 10 mil 100 - 500 mil 500 mil - 1 - 3 > 3 milhões mil 1 milhão milhões 1 milhão milhões

26 27 28 Movimento da produção 100 FILMES EM PRODUÇÃO

O cenário do cinema brasileiro guarda algumas promessas para os próximos meses e para 2009. Veja, a seguir, uma lista de 100 filmes que estão em produção, dentre eles os próximos trabalhos de nomes conhecidos, como Daniel Filho (Se eu fosse você 2, Novas diretrizes e Chico Xavier – Uma vida de amor), (Antes da estréia), Sérgio Rezende (Salve geral!), José Padilha (Garapa) e Heitor Dhalia (À deriva). São muitos também os filmes baseados em histórias reais (como O doce veneno do escorpião, Jean Charles, Lula – O filho de Lindú e Mamonas, o filme) e as adaptações de livros, peças e até músicas (como Bonitinha, mas ordinária, Budapeste, O menino da porteira, O bem amado, Capitães da areia e A morte e a morte de Quincas Berro D’Água). Uma listagem mais completa pode ser encontrada no portal Filme B, no endereço www.filmeb.com.br

Organização: João Cândido Zacharias e Michelli Giovanelli

o mesmo caminho. / A youngster who lost exemplar de Contos fluminenses, de Macha- PC: Production company / Produtora everything because of drugs puts a plan into do de Assis, atravessa o século XX e interfere P: Producers / Produtores action to prevent a friend from going down nas vidas de quatro de seus leitores. / A copy D: Director / Diretor the same path. Contact: – of Contos fluminenses, by Machado de Assis, C: Cast / Elenco 55 21 7673-5898 traverses the 20th century and interferes in the lives of four of its readers. Contact: MovieMo- AMIGOS DE RISCO (Peer Pressure) V: Voices / Vozes bz – 55 21 2292-0770 PC: Símio Filmes. P: Juliano Dornelles, Da- niel Bandeira, Sarah Hazin, Cátia Oliveira. D: FEDERAL (Federals) PC: BSB Cinema. Daniel Bandeira. C: Irhandir Santos, Rodrigo P: Erik de Castro, Christian de Castro. D: FILMES PRONTOS Riszla. Joca está de volta e para comemorar Erik de Castro. C: Eduardo Dusek, Selton nada melhor que uma noitada com seus últimos Mello, Michael Madsen. Um perigoso trafi- bons amigos, Nelsão e Benito. / Joca is back! To cante se instala em Brasília. Para pegá-lo, a FICÇÃO mark the occasion, nothing better than a night polícia fará o que for preciso. / A dangerous 31 MINUTOS (31 Minutes The Mo- out with long-lost pals, Nelsão and Benito. Con- drug dealer goes to Brasília and the police vie) PC: Aplacplac, Total Entertainment, tact: Juliano Dornelles – 55 81 9291-3209, will do whatever it takes to catch him. Con- Usert 38. P: Iafa Britz, Marcos Didonet, Vil- [email protected] tact: BSB Cinema – 55 61 3223-9119, [email protected] ma Lustosa, Walkiria Barbosa, Juan Manuel BIRDWATCHERS (Birdwatchers) PC: Legña. D: Álvaro Diáz, Pedro Peirano. Jua- Gullane Filmes, Classic SRL. P: Amedeo Pa- FILMEFOBIA (FilmPhobia) PC: Plateau nín Juan Harry, o último de sua espécie, pro- gani, Marco Bechis, Fabiano Gullane. D: Mar- Produções. P: Beto Tibiriçá, Jurandir Muller. dutor do excêntrico noticiário “31 Minutos”, co Bechis. C: Claudio Santamaría, Matheus D: Kiko Goifman. C: Jean-Claude Bernardet, tem de fugir dos ataques de uma coleciona- Nachtergaele. O suicídio de um garoto indíge- Livio Tragtenberg, Hilton Lacerda. Um cine- dora de animais. / Juanín Juan Harry, the last na desperta sua comunidade, que vive às of his species, producer of the eccentric news margens de uma fazenda. / The suicide of program “31 Minutes”, is forced to evade the a native Indian boy stirs his community that attacks of an animal collector. Contact: Total lives on the fringe of a farm. Contact: Gulla- Filmes – 55 21 3515-4850 ne Filmes – 55 11 5084-0996, gullane@ gullanefilmes.com.br ALUCINADOS (Riding High) PC: Pano- rama Filmes. P: Roberto Santucci, Marcelo O DEMONINHO DE OLHOS PRE- Antunes, Marc Bechar. D: Roberto Santucci. TOS (Little Devil, Black Eyes) PC: C: Claudio Gabriel, Mônica Martelli. Jovem Valentim Produções Artísticas. P, D: Ha- que perdeu tudo para as drogas põe em roldo Marinho Barbosa. C: Nelson Frei- prática plano para evitar que um amigo siga tas, Camilla Amado, Otávio Terceiro. Um

29 Movimento da produção

asta, em pesquisa para seu filme, faz pessoas da fome a partir do ponto de vista de suas víti- fóbicas entrarem em contato com o objeto de mas, mostrando o universo de três famílias do suas fobias. / A filmmaker researching his next Ceará. / A portrayal of famine from the point of film brings phobic people into contact with the view of its victims, showing the reality of three object of their phobias. Contact: Beto Tibiriça families in the state of Ceará. Contact: James – [email protected] D’Arcy – 55 21 2512-8022, james@zazen. com.br PLASTIC CITY PC: Gullane Filmes, Xs- tream Pictures. P: Fabiano Gullane, Caio POVOS SELVAGENS (Fierce People) Gullane, Chow Keung, Jia Zhang-ke, Yuji PC: Zazen Produções. P: Marcos Prado, José not even remember existed. Contact: Casa de Sadai, Siuming Tsui, Débora Ivanov, Gabriel Padilha. D: José Padilha. Como cientistas sociais Cinema de Porto Alegre – 55 51 3316-9244, Lacerda. D: Yu Lik-wai. C: Odagiri Joe, An- manipularam seus objetos de estudo para pro- [email protected] thony Wong, Tainá Müller. A história de um varem suas próprias hipóteses, com resultados BELA NOITE PARA VOAR PC: Caribe poderoso imigrante chinês em São Paulo e seu devastadores para o povo indígena. / How social Produções, Focus Films. D: Zelito Viana. C: filho. Juntos, eles comandam a máfia da pirata- scientists have manipulated their study subjects José de Abreu, . O roman- ria no Brasil. / The story of a powerful Chinese to prove their own hypotheses, with devasta- ce secreto do presidente Juscelino Kubitscheck immigrant in São Paulo and his son. Together ting results for the indigenous communities. e uma jovem de Minas Gerais. / The secret they command the pirate trade mafia in . Contact: James D’Arcy – 55 21 2512-8022, love affair between president Juscelino Kubits- Contact: Gullane Filmes – 55 11 5084-0996, [email protected] check and a young girl from Minas Gerais. [email protected] Contact: Focus Films – 55 21 2527-0268, FILMES EM FICÇÃO [email protected] À DERIVA PC: O2 Filmes. P: Fernando BELLINI E O DEMÔNIO PC: Afrodisia FINALIZAÇÃO Meirelles, Andrea Barata Ribeiro, Bel Ber- Flores Produções Artísticas. P: Theodoro linck. D: Heitor Dhalia. C: Vincent Cassel, Fontes D: Marcelo Galvão. C: Fábio Assun- ANIMAÇÃO Débora Bloch. Uma viagem de férias de um ção, Rosanne Mulholland. Continuação de casal e seus três filhos para Búzios, nos anos O GRILO FELIZ E OS INSETOS GI- Bellini e a Esfinge. Nesta nova adaptação do 80. / A 1980s vacation to beach town Búzios of GANTES PC: Start Desenhos Animados. livro de Tony Beloto, o detetive Bellini encon- a couple and their three children. Contact: O2 P: Juliana Ribas. D: Walbercy Ribas, Rafael tra-se em uma crise pessoal e profissional e Filmes – 55 11 3839-9400 Ribas. V: Vagner Fagundes, Juliana Duarte, acaba entregando-se ao submundo. / Private Rafael Ribas. Grilo Feliz e o rapper Netão que- ANDAR ÀS VOZES (Chasing Voices) investigator Bellini is in the midle of a personal rem gravar um disco. Não contavam, porém, PC: Politheama Filmes. P: Van Fresnot. D: and professional crisis and gives himself to the com o vilão Verdugo, que pirateia CD. / Grilo Eliane Caffé. C: Luiz Carlos Vasconcelos, underworld. Feliz and the rapper Netão want to make a Chico Diaz. A trajetória de um músico que BONITINHA, MAS ORDINÁRIA (Pret- record. However, the CD-pirating villain Verdu- parte das profundezas do Brasil até chegar ty, But Sluty) PC: Diler & Associados. P: Diler go was not part of their plans. Contact: Start a uma grande cidade costeira. / The story Trindade. D: Moacyr Góes. C: João Miguel, Desenhos Animados – 55 11 5572-8644 of a musician who leaves from the depths of . Adaptação da peça de Nelson Brazil until reaching a big coastal city. Con- Rodrigues. / Based on the DOCUMENTÁRIO tact: Politheama Filmes - 55 11 3819-6332, play. Contact: Thiego Balterio – 55 21 3311- [email protected] 4500 ALÔ, ALÔ, TEREZINHA PC: Comuni- ANTES QUE O MUNDO ACABE cação Alternativa. P: Paloma Piragibe, Daniel BUDAPESTE (Budapest) PC: Nexus (Before the World Ends) PC: Casa de Maia. D: Nelson Hoineff. A vida de Abelardo Cinema e Video, Imagem Filmes, Eurofilms Cinema de Porto Alegre. P: Nora Goulart, Barbosa, o , um dos mais importan- Studió, Stopline Cinema. P: Rita Buzzar. D: Luciana Tomasi. D: Ana Luiza Azevedo. C: tes construtores da cultura popular brasileira. . C: Leonardo Medeiros, Gio- Pedro Tergolina, Bianca Menti. Daniel, um / The life of Abelardo Barbosa, aka Chacrinha, vanna Antonelli, Gabriella Hámori. José Costa é menino de 15 anos, recebe uma carta do pai, one of the most important creators in Brazilian um ghost-writer que passa por uma grande crise que nunca conheceu e já nem lembrava que pessoal e tenta se transformar em uma nova popular culture. Contact: Nelson Hoineff – existia. / Daniel, a 15 year-old boy, receives a 55 21 2285-4015, [email protected] pessoa. Baseado no livro de Chico Buarque. / letter from the father, he has never met and did José Costa is a ghost-writer going through a se- ANTES DA ESTRÉIA PC: Matizar Filmes, rious personal crisis and trying to become a new Videofilmes. P: Guilherme Coelho, João Mo- person. Based on the book by Chico Buarque. reira Salles, Maurício Andrade Ramos. D: Contact: Nexus Cinema – 55 11 3088-1594, Eduardo Coutinho. Os ensaios de uma monta- [email protected] gem teatral do Grupo Galpão realizada por um diretor convidado, Enrique Diaz. / The rehear- CHATÔ, O REI DO BRASIL PC: Guilher- sals for a theatrical montage by Grupo Galpão, me Fontes Filmes. P, D: Guilherme Fontes. C: Marco Ricca, Paulo Betti, Leandra Leal. Bio- made by a guest director, Enrique Diaz. Con- grafia de Assis Chateaubriand, um dos maiores tact: Matizar Filmes – 55 21 2422-5446 nomes do jornalismo no Brasil. / Biography of GARAPA PC: Zazen Produções. P: Marcos Assis Chateaubriand, one of the greatest na- Prado, José Padilha. D: José Padilha. Retrato mes in brazilian jornalism.

30 31 Movimento da produção

CONDOMÍNIO JAQUELINE (Jaque- DIVÃ PC: Total Entertainment. P: Iafa Britz, line Apartment) PC: Coração da Sel- Marcos Didonet, Vilma Lustosa, Walkiria va. P: Geórgia Costa Araújo. D: Roberto Barbosa. D: José Alvarenga Jr. C: Lília Ca- Moreira. C: Silvia Lourenço, Ailton Graça, bral, José Mayer, Reynaldo Gianechinni. A Paulo Vilhena. Soninha chega a São Pau- história de Mercedes, uma mulher de 40 anos lo vinda do interior e passa a morar num que decide, mesmo sem saber bem o porquê, prédio chamado Condomínio Jaqueline. / procurar um analista. / The story of Mercedes, Soninha arrives in São Paulo from the coun- a 40-year old woman who decides to seek an tryside and moves into a residential blo- analyst, without really knowing why. Contact: ck called Condomínio Jaqueline. Contact: Total Filmes – 55 21 3515-4850 Simone Spoladore, João Miguel. A história de Coração da Selva – 55 11 3814-2025, É PROIBIDO FUMAR PC: Dezenove um homem solitário que viaja em direção ao [email protected] Som e Imagens, África Filmes. P: Sara Silvei- sul do Brasil e os acontecimentos e pessoas O CONTADOR DE HISTÓRIAS (The ra. D: . C: Glória Pires, Paulo que surgem em seu caminho. Baseado na obra Storyteller) PC: Ramalho Filmes. P: Fran- Miklos, . Baby é uma professora de João Gilberto Noll. / The story of a lonely cisco Ramalho Jr., . D: Luiz Villa- de violão, quarentona e solitária que fuma um man who travels towards the south of Brazil ça. C: Maria de Medeiros, Marco Ribeiro, cigarro atrás do outro e deseja ardentemente and the events and people that arise on his Paulo Henrique Mendes. Pedagoga acredita ter uma relação a dois. / Baby is a lonely, chain- way. Based on the work by João Gilberto Noll. que conseguirá recuperar jovem delinqüente. / smoking guitar teacher in her forties, despera- Contact: Planifilmes – 55 11 3831-1168, An educationist believes in the recuperation of tely seeking a relationship. Contact: Sara Sil- [email protected] a young delinquent. Contact: Ramalho Filmes veira – 55 11 3031-3017 O MENINO DA PORTEIRA PC: Jerê – 55 11 5084-7244 FAMÍLIA VENDE TUDO (Love Is All) Moreira Produtora de Filmes e Vídeos. P: PC: AF Cinema e Vídeo. P, D: Alain Fresnot. Moracy do Val. D: Jeremias Moreira. C: Da- C: , Vera Holtz, Luana Piovani. niel, João Pedro Carvalho. A amizade entre o Cida, Ariclenes e os filhos moram numa favela peão Diogo e o menino Rodrigo, que sonha em em São Paulo. Em dificuldades, a família arma ser boaideiro. / The friendship between cowboy uma estratégia para que uma das filhas engra- Diogo and little Rodrigo, who dreams of beco- vide de um cantor famoso. / Cida, Ariclenes and ming a cattle herder. Contact: Moracy do Val their children live in a São Paulo slum. Struggling – 55 11 3641-9020 to get by, the family plots a strategy so that A MULHER DO MEU AMIGO (My one of the daughters falls pregnant to a famous Friend’s Wife) PC: Conspiração Filmes, singer. Contact: AF Cinema e Video – 55 11 Miravista. P: Eliana Soárez, Leonardo Montei- 3812-5464, [email protected] ro de Barros, Luiz Noronha, Pedro Guima- OS FAMOSOS E OS DUENDES DA rães. D: Cláudio Torres. C: Marcos Palmeira, MORTE PC: Dezenove Som e Imagens. P: Mariana Ximenes, Maria Luisa Mendonça. Sara Silveira. D: Esmir Filho. C: Henrique Lar- Thales, homem bem-sucedido no trabalho e DESTINO - PARTE 1 E 2 (Destiny) PC: rè, Samuel Reginato. Um menino jovem e soli- no casamento, decide, aos 38 anos, que vai Diler & Associados, Nhock Produções, Bei- tário vive invernos constantes em uma pequena parar de trabalhar. / Thales, with a successful jing Rosat. P: Diler Trindade, Lucélia Santos. cidade no sul do país, onde nada acontece, e career and marriage, decides at the age of 38 D: Moacyr Góes. C: Lucélia Santos, Werner tem na internet a sua janela para o mundo. / to stop working. Contact: Conspiração Filmes – Schünemann, Chao Chen. Durante viagem a A lonely boy lives through never-ending winters [email protected] fazenda no interior de São Paulo, Luiza desco- in a small town in the south of Brazil where no- bre vila abandonada onde moravam imigrantes A MULHER INVISÍVEL PC: Conspiração thing ever happens and the internet is his only chineses. Lá, conhece uma jovem, na realidade Filmes, Globo Filmes. P: Eliana Soárez, Le- window to the world. Contact: Sara Silveira – um espírito que em vida fora acusado injusta- onardo Monteiro de Barros, Luiz Noronha, 55 11 3031-3017 mente de adultério. / During a trip to a farm Pedro Buarque de Hollanda. D: Cláudio Tor- in the São Paulo countryside, Luiza discovers FRONTEIRA (Threshold) PC: Filmegra- res. C: Selton Mello, Luana Piovani, Vladimir an abandoned country house where Chinese ph, Camisa Listrada. P: André Carrera. D: Brichta. Três meses depois de ser abandonado immigrants lived. There she meets a young wo- Rafael Conde. C: Alexandre Cioletti, Berta man, who is really a ghost and when alive was Zemel. História de amor e mistério em um unfairly accused of adultery. Contact: Thiego velho sobrado onde vive Maria Santa, jovem Balterio – 55 21 3311-4500 cuja fama de milagreira ultrapassa as monta- nhas do interior de Minas. / A story of love and O DIÁRIO DE TATI (Tati’s Diary) PC: mystery in an old house where young Maria Bang Filmes. P: Juliana de Carvalho, Tiza Santa lives, whose fame as a miracle worker Lobo. D: Mauro Farias. C: Heloisa Périssé, reaches beyond the hills of Minas Gerais. Con- Marcelo Adnet, Thiago Rodrigues. O dia-a-dia tact: Alessandra Durso – 55 31 3287-5002, de Tati, uma típica adolescente carioca. / The [email protected] everyday life of Tati, a normal teenage girl from . Contact: Bang Filmes - 55 21 HOTEL ATLÂNTICO PC: Planifilmes. P: 2286-7363, [email protected] Ary Pini. D: Suzana Amaral. C: Júlio Andrade,

32 33 Movimento da produção

pela esposa, Pedro conhece uma mulher per- Daniel Filho. C: Gloria Pires, . falling in love, growing old and having love for feita, com um único defeito: ela não existe. / Cláudio e Helena resolvem se separar quando one’s work. Contact: Forte Filmes – fortefil- Three months after being left by his wife, Pe- descobrem que sua filha, agora com 18 anos, [email protected] dro meets a perfect woman, who has only one vai se casar – e que eles serão avós. Em meio flaw: she doesn’t exist. Contact: Conspiração a essa crise, trocam novamente de corpos./ FICÇÃO Filmes – [email protected] Cláudio and Helena decide to separate when they discover that their daughter, now 18, is CABEÇA A PRÊMIO PC: Filmes Mais. D: NO MEU LUGAR (Eye of the Storm) going to get married – and they are going to Marco Ricca. C: Daniel Hendler, Alice Braga, PC: Videofilmes. P: Maurício Andrade Ra- mos, Walter Salles. D: Eduardo Valente. C: be grandparents. Amidst this crisis, they swap Du Moscovis. A derrocada de uma família de Dedina Bernardelli, Márcio Vito, Raphael Sil. bodies again. Contact: Total Filmes – 55 21 fazendeiros do Centro-Oeste brasileiro. / The A partir da intervenção de um policial num as- 3515-4850 fall from a family in the center-west region of salto com refém, em uma casa de classe mé- Brazil. dia, as vidas de três famílias cariocas se tornam FILMES EM CORAÇÕES SUJOS (Dirty Hearts) absolutamente ligadas. / After a police officer PC: Mixer. D: Vicente Amorim. Em 1945, intervenes in a home invasion of a middle class PRODUÇÃO 80% da colônia japonesa no Brasil acreditava family, the lives of three Rio de Janeiro families que o Japão havia vencido a guerra. / In 1945, become intensely connected. Contact: Video- 80% of the Japanese colony in Brazil believed Filmes – 55 21 2556-0810 ANIMAÇÃO that Japan had won the war. Contact: Eliane OLHOS AZUIS (Blue Eyes) PC: Coevos FUGA EM RÉ MENOR PARA KRAU- Ferreira – 55 11 3046-7984, eliane.ferrei- Filmes. P: José Joffily, Heloísa Rezende. D: NUS E PLETSKAYA (Fugue in D Minor [email protected]; Vicente Amorim – 55 21 José Joffily, C. David Rasche, , for Kraunus and Pletskaya) PC: Otto 2558-3999, [email protected] Erica Gimpel. Um americano, chefe do de- Desenhos Animados. P: Marta Machado. D: partamento de imigração do aeroporto de NY, Otto Guerra. Musical que narra os aconte- O DOCE VENENO DO ESCORPIÃO comete um erro que transforma sua vida e o cimentos que se seguiram à acidental queda PC: TvZERO. P: Rodrigo Letier, Lorena Bon- faz partir em busca da redenção em uma terra do muro que isolava a Sbórnia do continente. darovsky. D: Marcus Baldini. Raquel é uma distante da sua, o Brasil. / The head master Baseado no espetáculo Tangos e tragédias. / típica menina da classe média paulistana que of the imigration departament in NY airport A musical that narrates the events that follo- decide ser garota de programa, usando o nome makes a mistake and tries to find redemption wed the accidental fall of the wall which iso- de Bruna Surfistinha. / Raquel is a typical middle in a far land, Brazil. Contact: Coevos Filmes – lated Sbornia from the continent. Based on class girl from São Paulo who decides to become [email protected] the show Tangos e tragédias. Contact: Otto a prostitute, adopting the name of Bruna Surfis- Desenhos Animados – 55 51 3028-7777, tinha. Contact: Rodrigo Letier – 55 21 2266- QUASE UM TANGO... PC: NGM Produ- 8900, [email protected] ções. P: Gisele Hiltl. D: Sérgio Silva. Quando [email protected] sua mulher foge com outro homem, Batavo LUTAS PC: Buriti Filmes, Gullane Filmes, HISTÓRIAS DE AMOR DURAM APE- abandona suas terras e segue para a cidade Lighstar Studios. D: Luiz Bolognesi. V: Sel- NAS 90 MINUTOS (Spleen) PC: Tipos e grande. / When his wife runs away with another ton Mello, Camila Pitanga. Quatro episódios Tempos Produções. D: Paulo Halm. A histó- man, Batavo abandons his land and heads for da História do Brasil, desde antes da chegada ria de Zeca que, aos 30 anos, vive como um the big city. Contact: NGM Produções – 55 dos europeus até o ano 2080, contados por um adolescente. / The story of Zeca, 30 years 51 30123010, [email protected] personagem que está vivo há 600 anos./ Four old, living like an adolescent. episodes from Brazilian history, from before the SE EU FOSSE VOCÊ 2 (If I Were You 2) GRINGOS NO RIO (Rio Sex Comedy) landing of the Europeans until the year 2080, PC: Total Entertainment. P: Iafa Britz, Marcos PC: Tambellini Filmes. D: Jonathan Nossiter. told by a character that has been alive for 600 Didonet, Vilma Lustosa, Walkiria Barbosa. D: C: Charlotte Rampling, Irene Jacob, Herson years. Contact: Gullane Filmes – 55 11 5084- Capri. Comédia sobre um grupo de estran- 0996, [email protected] geiros que desembarca no Rio em busca de MINHOCAS PC: Glaz Entretenimento. P: prazeres que não conseguiram encontrar em Mayra Lucas. D: Paolo Conti, Arthur Nunes. seus próprios países. / Comedy about a group As aventuras de Júnior, uma minhoca de 12 of foreigners that comes to Rio searching for anos. / The adventures of Junior, a 12-year-old some pleasures that they didn’t find in their worm. Contact: Glaz Entretenimento – 55 11 own country. Contact: 55 21 2249-1286; 3673-2224, [email protected] [email protected] INSOLAÇÃO PC: Dezenove Som e Ima- DOCUMENTÁRIO gens. P: Sara Silveira. D: Daniela Thomas, O HOMEM CABARÉ (Domingos Oli- Felipe Hirsch. C: Simone Spoladore, Leonar- veira) PC: Forte Filmes. P: Renata Paschoal. do Medeiros, Leandra Leal. Quatro histórias D: . O dia-a-dia de Domingos inspiradas em contos russos do final do século Oliveira, um artista cuja obra se baseia na vida XIX entrelaçam-se, investigando como o jovem simples: os amores, a velhice, o amor pelo tra- contemporâneo lida com o amor. / Four stories balho. / The everyday life of Domingos Oliveira, inspired by Russian tales from the late 19th an artist whose work is based on the simple life: century are interlaced in an examination of

34 35 Movimento da produção

how the young of today deal with love. Contact: P, D: Paulo Munhoz. Grupo de animais recebe one of the biggest icons of Brazilian rock. Con- Sara Silveira – 55 11 3031-3017 uma proposta tentadora: vender sua floresta tact: AF Cinema e Video – 55 11 3812-5464, para que ela possa ser transformada numa [email protected] JEAN CHARLES PC: Já Filmes. D: Henrique megalópole. Segundo filme estrelado pelos Goldman. C: Selton Mello. A história de Jean TROPICÁLIA PC: Bossa Nova Films. P: personagens de Brichos. / A group of animals Charles de Menezes, confundido com terrorista Denise Gomes, Fernando Meirelles, Mauri- receives a tempting offer: to sell their forest so e assassinado pela polícia de Londres. / The story ce James. D: Marcelo Machado. A luta dos that it can be transformed into a megalopolis. of Jean Charles de Menezes, who was taken for a artistas da Tropicália pela liberdade de expres- The second film starring the characters from terrorist and was murdered by the London police. são nos anos 60. / The struggle for freedom of Brichos. Contact: Tecnokena – 55 41 3339- Contact: Já Filmes – [email protected] expression of the Tropicália artists in the 1960s. 6104, [email protected] SEXO, CROCHÊ E BICICLETA (Sex, Contact: Bossa Nova Films – 55 11 3811- Knitting and Bicycles) PC: Cineluz Pro- HISTORIETAS ASSOMBRADAS PARA 2000, [email protected] duções Cinematográficas. P: Sandra Wer- CRIANÇAS MALCRIADAS (Haunted neck, Elisa Tolomelli. D: Sandra Werneck, Tales for Wicked Kids) PC: Glaz Entreteni- FICÇÃO Walter Carvalho. A história de três meninas mento. P: Mayra Lucas. D: Victor Hugo Bor- que vivem na periferia de uma grande cida- ges. Em uma cidade que era pólo de produção ALÉM DO AMOR PC: 1001 Filmes. D: Mi- de. / The story of three girls who live on the de filmes de horror, os monstros foram absorvidos guel Faria. Baseado na canção de Vinícius de Mo- outskirts of big city. Contact: Cineluz Produ- pelo funcionalismo público. / In a town which used raes. / Based on the song by Vinícius de Moraes. ções Cinematográficas – 55 21 2512-1770, to be a production centre of horror movies, the AMAZÔNIA CARUANA (Amazônia) [email protected] monsters have been absorbed by the civil service. Contact: Glaz Entretenimento – 55 11 3673- PC: Scena Filmes. P: Carlos Alberto Diniz, TEMPOS DE PAZ PC: Lereby Produções. 2224, [email protected] Liane Muhlenberg, Alvenir Coimbra. D: Ti- D: Daniel Filho. C: Tony Ramos, Dan Stulba- zuka Yamasaki. C: Carolina Oliveira, Thia- ch. Em 1948, na sala de imigração do porto go Martins. A saga de uma garota que foge do Rio de Janeiro, ocorre um embate entre um DOCUMENTÁRIO para a floresta com seu amor e descobre-se interrogador da polícia e um ator polonês, fu- ÁGUA (Water) PC: Zazen Produções. P: pré-destinada a se tornar pajé. / The saga of a gindo do nazismo. / In 1948, in the imigration Marcos Prado, José Padilha. D: Marcos Pra- girl who runs away with her lover and finds out room of the Rio de Janeiro port, takes place an do. Um olhar sobre o problema da escassez de her destiny is to become the physician of an in- interrogatory between a policeman and a polish água doce no planeta, recurso esse que dentro actor running away from the nazism. Contact: dian tribe. Contact: Alvenir Coimbra – 55 21 Lereby Produções – www.lereby.com.br de 40 anos será mais precioso que o petróleo. / 2220-6039, [email protected] A reflection on the problem of the planet’s lack TERRITÓRIO LIVRE (If It Bothers You, of freshwater, a resource which will be worthy AMOR SUJO (Dirty Love) PC: Bananeira Leave) PC: Agravo Produções Cinematográ- more than petroleum in 40 years time. Con- Filmes. P: Vânia Catani. D: Paulo Caldas. C: ficas. P, D: Sérgio Bianchi. C: Cássia Kiss, Ana tact: James D’Arcy – 55 21 2512-8022, ja- Leonardo Medeiros, Maria Padilha. Os desti- Lúcia Torres, Caio Blat. Valter e sua família vi- [email protected] nos de um padre, uma musicista e um médico vem tranqüilamente num bairro sossegado. Até se cruzam, fazendo surgir um grande e inusi- que os novos inquilinos de seu vizinho chegam ANTONIO CARLOS JOBIM – O HO- tado amor. / The fates of a priest, a musician para perturbar a ordem. / Valter and his family MEM ILUMINADO (A Wonderful World and a physician cross, giving rise to a deep and of Tom Jobim) PC: Regina Filmes. P: Márcia live peacefully in their neighbourhood. Untill the unusual love. Contact: Bananeira Filmes – 55 Pereira dos Santos. D: Nelson Pereira dos arrival of their neighbour’s new tenants, wich 21 2225-6552 puts an end to the order. Contact: Agravo Pro- Santos. Um retrato afetivo da vida e da obra duções Cinematográficas – 55 11 3256-2530 de Tom Jobim. / A tender portrait of life and ANTES DA NOITE (Nightfall) PC: work of Tom Jobim. Contact: Regina Filmes – Olhar Imaginário. P, D: Toni Venturi. A his- FILMES EM PRÉ- 55 21 2221-9350, [email protected] tória de uma médica que descobre estar com uma doença fatal. / The story of an MD who A NOITE QUE MUDOU A MPB PC: PRODUÇÃO Videofilmes. P: Maurício Andrade Ramos, is confronted with a fatal disease. Contact: João Moreira Salles. D: Ricardo Calil, Renato Olhar Imaginário – 55 11 3459-2818,toni@ ANIMAÇÃO Terra. O universo da música popular brasileira olharimaginario.com.br a partir do III Festival da TV Record, realizado APARECIDA, PADROEIRA DO BRA- AS AVENTURAS DO AVIÃO VER- em outubro de 1967. / The world of Brazilian SIL (The Lady of Brazil) PC: Vitória Pro- MELHO (The Adventures of The Red popular music since the III TV Record Festival duções. P: Gláucia Camargos D: Rogério Airplane) PC: Armazém das Imagens. P: held in October 1967. Contact: VideoFilmes Gomes. A trajetória de um menino pobre do Lisiane Cohen. D: Frederico Pinto, José Maia. – 55 21 2556-0810 interior de São Paulo, que se torna um bem- A história do Avião Vermelho e seu comandante RAUL, O INÍCIO, O FIM E O MEIO sucedido empresário, é intercalada com o mito Fernandinho, um menino de 8 anos. / The story (Raul, the Begining, the End and the de Nossa Senhora Aparecida. / The film tells of the Red Airplane and its pilot Fernandinho, Middle) PC: AF Cinema e Vídeo. P: Alain the stories of a poor boy who becomes a suces- an eight-year-old boy. Contact: Lisiane Cohen Fresnot. D: Adrian Cooper. Vida e obra de sful businesman and that of the myth of Our – 55 51 8412-1285 , um dos maiores ícones do rock Lady of Brazil. Contato: Vitória Produções - A FLORESTA É NOSSA PC: Tecnokena. brasileiro. / The life and works of Raul Seixas, 55 21 2285-2645

36 O BEM AMADO PC: Natasha Filmes. P: decide descobrir a razão de seu desamor de- finally gets his big chance when he finds a gold Paula Lavigne. D: Guel Arraes. C: Marco Na- pois de se deparar com a morte. / Young Vero- deposit worth millions. Contact: Total Filmes – nini. Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira, nica is incapable of falling in love and decides 55 21 3515-4850 tem como meta a inauguração de um cemité- to discover the reason for her lack of love after HOJE PC: Tangerina Entretenimento. D: rio. Baseado na peça de Dias Gomes. / Odori- coming face to face with death. Contact: REC Tata Amaral. As histórias de duas mulheres: co Paraguaçu, mayor of Sucupira, has the goal Produtores Associados – 55 81 3073-1650, Vera está às voltas com o retorno do marido [email protected] of opening a cemitery. Baseado on the play by desaparecido e Lúcia tem de lidar com o tio Dias Gomes. Contact: Natasha Filmes – 55 21 EROS AGRESTE ou PARADA MODE- gay. / The stories of two women: Vera’s husband 2529-0739, [email protected] LO (Arid Eros or Bus Stop) PC: LC Bar- returns after disappearing for years and Lúcia BESOURO (Beetle) PC: Mixer. D: João reto, Filmes do Equador. P: Lucy e Luiz Carlos dealing with her gay uncle. Daniel Tikhomiroff. Besouro é um capoeirista Barreto. D: Fábio Barreto. Os jovens Silene e Natanael enfrentam as dificuldades da pobre- O HOMEM QUE NÃO DORMIA (The do recôncavo baiano que, a partir dos anos 30, Man Who Couldn’t Sleep) PC: Truque Pro- torna-se um líder social. / Besouro is a capoeira za no sertão nordestino, tentando salvar suas vidas. / Youngsters Silene and Natanael face the dutora de Cinema. P: Sylvia Abreu. D: Edgard artist from the Recôncavo Baiano who, after the hardships of poverty in the arid outback of the Navarro. Numa cidade do interior, cinco pessoas 1930s, becomes a social leader. Contact: Eliane Brazilian northeast, trying to save their own lives. têm o mesmo pesadelo. Até que um estranho Ferreira – 55 11 3046-7984, eliane.ferreira@ Contact: LC Barreto – 55 21 2240-8161 peregrino, idêntico ao personagem do sonho, mixer.com.br; Vicente Amorim – 55 21 2558- chega à cidade. / In a small inner-state town, five 3999, [email protected] EU E MEU GUARDA-CHUVA PC: Cons- people have the same nightmare. Until one day piração Filmes, Globo Filmes, 2 Pilots. P: Eliana CAPITÃES DE AREIA (Captains of a strange wanderer, identical to the character in Soárez, Leonardo Monteiro de Barros, Luiz the Sands) PC: Lagoa Cultural. P: Bruno the dream, arrives at the town. Contact: Truque Noronha, Pedro Buarque de Hollanda. D: Toni Stroppiana. D: Cecília Amado. A história Produtora de Cinema – 55 71 2103-1700, Vanzolini. As aventuras do menino Eugênio que, de um bando de meninos de rua em 1950, [email protected] com a ajuda de seu guarda-chuva, tem de res- na Bahia. Baseado no livro de . gatar sua amada Frida das mãos do Barão Von INSEPARÁVEIS PC: Teatro Ilustre, Forte Fil- / The story of a gang of children living in the Staffen. / The adventures of Eugênio, a little boy mes. P: Renata Paschoal. D: Domingos Olivei- streets in 1950, in Bahia. Based on the book who, with the help of his umbrella, must rescue ra. C: Domingos Oliveira, Priscilla Rozenbaum, by Jorge Amado. Contact: Lagoa Cultural – his sweetheart Frida from the hands of Baron Pedro Cardoso. A odisséia de um casal que se [email protected] Von Staffen. Contact: Conspiração Filmes – ama loucamente mas decide se separar para CHICO XAVIER – UMA VIDA DE [email protected] que possam ser mais livres. Na verdade, o casal AMOR PC: Lereby Produções. D: Daniel encontra-se regularmente. / The odyssey of a cou- EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS Filho. Biografia do mestre espírita Chico Xavier. ple who decides to apparently separate to allow DOS SEUS LINDOS LÁBIOS (I’d Re- / Biografy of spiritual master Chico Xavier. Con- themselves more freedom. In reality, the couple ceive the Worst News From Your Be- tact: Lereby Produções – www.lereby.com.br regularly meet in a small apartment. Contact: autiful Lips) PC: Drama Filmes. P: Bianca Forte Filmes – [email protected] CORDA BAMBA PC: SP Filmes de São Villar, Renato Ciasca. D: Beto Brant. A histó- Paulo. P: Ugo Giorgetti, Malu OLiveira. D: ria de amor entre um fotógrafo e uma mulher LÉO E BIA PC: Oswaldo Montenegro Ugo Giorgetti. Em 1972, um grupo de jovens de dupla personalidade, tendo uma cidade Produções Artísticas. P: Daniela Gracindo, decide encenar uma peça de Brecht. / Em amazônica como cenário. / A love story be- Paloma Duarte. D: Oswaldo Montenegro. 1972, a group of youngsters decides do stage a tween a photographer and a lady with a dual C: Paloma Duarte. Musical sobre sete jovens Brecht play. Contact: SP Filmes de São Paulo personality, set in an Amazonian city. Con- que tentam viver de teatro na recém-nascida – [email protected] tact: Drama Filmes – 55 11 3815-1905, Brasília dos anos 70. / A musical about seven [email protected] youths who try to live by theatrical plays in the COTAS/Casa Grande (Quotas) PC: recently-created city of Brasília in the 1970s. Total Entertainment. P: Iafa Britz, Marcos Di- O FIM E OS MEIOS (The End and Contact: Daniela Gracindo – 55 21 7820- donet, Vilma Lustosa, Walkiria Barbosa. D: The Ways) PC: Cinema Brasil Digital. P, 1649, [email protected] Fellipe Barbosa. Quando seus pais entram em D: Murilo Salles. Thriller sobre um brasi- uma crise financeira, Jean tem que finalmente leiro que tenta ser digno. / A thriller about a LULA, O FILHO DE LINDÚ (Lula, Son se tornar um homem, com todos os perigos que Brazilian who tries to be dignified. Contact: of Lindú) PC: LC Barreto, Filmes do Equa- essa passagem oferece. / When his parents hit Cinema Brasil Digital – 55 21 2267-3336, dor. P: Lucy e Luiz Carlos Barreto. D: Fábio a financial crisis, Jean has to finally become a [email protected] Barreto. C: Gloria Pires, Cléo Pires. A traje- man, facing all the dangers that this passage tória do presidente Lula, desde sua chegada a O GOLPE (The Scam) PC: Total Enter- throws at him. Contact: Total Filmes – 55 21 São Paulo num caminhão pau-de-arara até se tainment. P: Iafa Britz, Marcos Didonet, Vilma 3515-4850 tornar um líder sindical. / The course of Presi- Lustosa, Walkiria Barbosa. D: Márcio Garcia. dent Lula’s life, from his arrival in São Paulo on ERA UMA VEZ VERÔNICA (Once Daniel é um executivo de garimpo que sempre an open-back truck to becoming a union leader. Upon a Time Veronica) PC: REC Pro- quis subir na vida, e finalmente teve sua grande Contact: LC Barreto – 55 21 2240-8161 dutores Associados, Dezenove Som e Ima- chance ao encontrar um jazigo de ouro avaliado gens. P: João Vieira Jr. D: Marcelo Gomes. em milhões. / Daniel is a gold prospecting execu- MAMONAS, O FILME (Mamonas, The Verônica, uma jovem incapaz de se apaixonar, tive who has always wanted to go up in life, and Film) PC: Tatu Filmes. P: Cláudio Kahns, Yoel

37 Movimento da produção

Dar. D: Maurício Eça. A trajetória da banda superiores. / After earning a coveted post at the QUE OS VELHOS MORTOS CEDAM Mamonas Assassinas, que se tornou em poucos university where he works, Justino’s relationship LUGAR AOS NOVOS MORTOS (Let meses um fenômeno musical no Brasil. / The starts to be moderated by fear of his superiors. the Old Dying Ones Give Way To the history of pop band Mamonas Assassinas, that Contact: Girafa Filmes – 55 11 3288-5104, New Dying Ones) PC: Taiga Filmes. P: Ma- in a matter of months became a musical pheno- [email protected] rilia Nogueira. D: Julia Murat. Numa cidade menon in Brazil. Contact: Tatu Filmes – 55 11 onde não se morre, Madalena, a velha padeira, PRAIA DO FUTURO PC: Coração da 3871-3545, [email protected] quer morrer. Mas ela só poderá fazê-lo quando Selva. P: Geórgia Costa Araújo. D: Karim encontrar alguém para substituí-la. / In a town MANO PC: Gullane Filmes. P: Fabiano Gulla- Aïnouz. Entre o Ceará e Berlim, uma mulher where nobody dies, Madalena, the old baker, ne, Caio Gullane. D: Laís Bodanzky. Mano, ga- está atrás de algo. / Between Ceará and Ber- wants to die. But she will only be able to do so roto de 13 anos da classe média de São Paulo, lin, a woman is looking for something. Con- when she has found someone to replace her. segue sua rotina normal alternando escola, ska- tact: Coração da Selva – 55 11 3814-2025, Contact: Taiga Filmes – 55 21 2579-3895, te, livros, HQs e internet. Tudo vai bem até que [email protected] [email protected] seus pais avisam que vão se separar. / Mano, a A PRIMEIRA MISSA (The First Mass) 13-year old middle class boy from São Paulo, car- REFLEXÕES DE UM LIQUIDIFICADOR PC: Crystal Cinematográfica. P: Francis- ries on his everyday life of school, skating, books, (A Food Processor’s Philosophy) PC: Bras co Ramalho. D: Ana Carolina. C: Antônio comic books and the internet. Everything is going Filmes. P, D: André Klotzel. A história de um li- Fagundes, Tarcísio Meira. As conturbadas fine until his parents tell him they are splitting up. quidificador e sua dona, cúmplices de um assas- filmagens de uma superprodução sobre a pri- Contact: Gullane Filmes – 55 11 5084-0996, sinato. / The story of a food blender and its owner, meira missa em solo brasileiro, em 1500. / [email protected] accomplices in a murder. Contact: Bras Filmes – The troubled shooting of a blockbuster about 55 11 3726-7824, [email protected] A MORTE E A MORTE DE QUINCAS the first mass in Brazil, in 1500. Contact: BERRO D’ÁGUA PC: Videofilmes. P: Crystal Cinematográfica - 55 21 2249-0135, SALVE GERAL! PC: Toscana Audiovisual. P: Joaquim Vaz de Carvalho. D: Sérgio Re- Maurício Andrade Ramos, Walter Salles. D: [email protected] zende. C: Andréa Beltrão. As reações da mãe Sérgio Machado. Um homem exemplar re- A PRIMEIRA VEZ DE PRISCILA (The de um preso aos ataques do PCC a São Paulo, solve deixar a família e cair na farra. Um dia, First Time) PC: Raccord Produções. P: Clé- em 2006. / The reaction of a prisoner’s mo- é achado morto, mas seus amigos resolvem lia Bessa. D: Rosane Svartman. A adolescente ther to the PCC atacks to São Paulo, in 2006. levá-lo para uma última noite de festa. Base- Priscila resolve fazer uma pesquisa sobre a per- Contact: Toscana Audiovisual – 55 21 2537- ado na obra de Jorge Amado. / A man decides da da virgindade. / Teenaged Priscila decides to 7383, [email protected] to leave his family to have some fun. One day, carry out her own research into losing one’s vir- he’s found dead, but his friends decide to take ginity. Contact: Raccord Produções – 55 21 A SUPREMA FELICIDADE PC: Ramalho him to one last night of party. Based on the 2540-6666, [email protected] Filmes. P: Francisco Ramalho Jr D: Arnaldo Ja- work of Jorge Amado. Contact: VideoFilmes – bor. A história de Paulinho e de sua formação, 55 21 2556-0810 O PRINCESA DE CORFU (Corfu Prin- dos 10 aos 17 anos, no Rio de Janeiro dos anos cess) PC: AF Cinema e Vídeo. P, D: Alain 50. / The story of Paulinho and his upbringing, NÃO SE PODE VIVER SEM AMOR PC: Fresnot. Quando um navio cargueiro atraca na from 10 to 17 years-old, in Rio de Janeiro, du- El Desierto Filmes. P: Jorge Durán, Renata costa brasileira, seus tripulantes, estrangeiros, ring the 50s. Contact: Ramalho Filmes – 55 Almeida Magalhães. D: Jorge Durán. C: Caio tentam entender um pouco do país. / When a 11 5084-7244 Blat , Maria Ribeiro. Gabriel, um garoto de 7 cargo ship docks on the Brazilian coast, its crew anos, viaja com Roseli, 27, para uma grande of foreigners try to understand a little about the TRABALHAR CANSA (Hard Labor) cidade em busca do pai. / Gabriel, a seven-ye- country. Contact: AF Cinema e Video – 55 11 PC: Dezenove Som e Imagens, Filmes do Caixote. P: Sara Silveira. D: Juliana Rojas, ar-old boy, travels with Roseli, 27, to a big city 3812-5464, [email protected] searching for his father. Contact: El Desierto Marco Dutra. Dona-de-casa resolve abrir UMA PROFESSORA MUITO MALU- Filmes – www.eldesierto.com.br um mini-mercado e contrata doméstica para QUINHA (An Extremely Nutty Tea- cuidar da casa e da filha. Quando o marido é PARAÍSOS ARTIFICIAIS (Artificial Pa- cher) PC: Diler & Associados. P: Diler Trin- demitido, as relações se transformam com con- radises) PC: Zazen Produções. P: Marcos dade. Baseado na obra de Ziraldo. / Based on seqüências perturbadoras. / Housewife decides Prado, José Padilha. D: Marcos Prado. A his- the work of Ziraldo. Contact: Thiego Balterio to open a minimarket and hires a maid to take tória de dois irmãos que se envolvem com o – 55 21 3311-4500 care of her daughter and her house. When her tráfico internacional de drogas sintéticas. / The husband is fired, the relationship between them QUATROCENTOS CONTRA UM (Four story of two brothers who become involved in start to change in very disturbing ways. Con- Hundred Against One) PC: Destiny Inter- the international trafficking of synthetic drugs. tact: Sara Silveira – 55 11 3031-3017 national, HK Produções. P: Hilton Kaufmann, Contact: James D’Arcy – 55 21 2512-8022, Nelson Duarte. D: Caco Souza C: Letícia Sa- XUXA E O FANTÁSTICO MISTÉRIO [email protected] batella. O filme conta a história do surgimento do DE FEIURINHA PC: Conspiração Filmes. O PESO DAS SOMBRAS (The Weight Comando Vermelho, no presídio da Ilha Grande C: Xuxa Meneghel, Sasha Meneghel. O misté- of Shadows) PC: Girafa Filmes. P, D: Lina no final da década de 70. / The story of the birth rio do desaparecimento da princesa Feiurinha. / Chamie. Ao conquistar um cobiçado posto na of criminal gang Comando Vermelho in a prision in The mysterious vanishing of princess Feiurinha. universidade onde trabalha, Justino passar a Ilha Grande, at the 1970s. Contact: HK Produ- Contact: Conspiração Filmes – patrocinio@ ter uma relação mediada pelo medo com seus ções – 55 21 2226-0252, [email protected] conspira.com.br

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