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Universidade Federal do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Programa de Pós-graduação em História Social

Produzindo no escuro: políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura (1964 – 1988)

William de Souza Nunes Martins

Orientador: Carlos Fico

Rio de Janeiro 2009 2

William de Souza Nunes Martins

Produzindo no escuro: políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura (1964 – 1988)

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em História Social. Orientador: Carlos Fico

Banca Examinadora:

______Prof. Dr. Carlos Fico (Orientador)

______Prof.ª Dr.ª Maria Lucia Werneck Vianna

______Prof.ª Dr.ª Maria Paula Araújo

______Prof. Dr. Roberto Moura

______Prof. Dr. Jorge Ferreira

Rio de Janeiro 2009

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MARTINS, William de Souza Nunes. Produzindo no escuro: políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura (1964 – 1988). Rio de Janeiro, 2009. Tese (Doutorado em História Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.

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William de Souza Nunes Martins

Produzindo no escuro: políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura (1964 – 1988)

Resumo

A década de 1960 foi certamente um dos momentos políticos mais conturbados da história recente do Brasil: o golpe civil-militar de 1964 e o enrijecimento da repressão, em 1968, levaram a uma vigilância constante e institucionalizada do Estado às artes. Contudo, foi também naquela época que vários movimentos artísticos e culturais conseguiram mudar as concepções estéticas vigentes. A atenção do regime esteve focada na produção fílmica nacional através de duas esferas aparentemente dicotômicas: ao mesmo tempo em que apoiavam a realização de filmes nacionais, concedendo benefícios diretos e indiretos, promoviam a censura das obras cinematográficas através da DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas) e do apoio de parcelas da sociedade. O objetivo desta tese é perceber como os filmes financiados ou co- financiados pela Embrafilme foram analisados pela DCDP. O fato de os filmes serem financiados por uma agência governamental fez com que eles fossem analisados com uma certa complacência pelos censores.

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William de Souza Nunes Martins

Produzindo no escuro: políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura (1964 – 1988)

Abstract

The 1960s were certainly one of the most troubled political times in ’s recent history: the 1964 civil-military coup and the hardening of the repression in 1968 led to constant institutionalized State vigilance of the arts. Nevertheless, it was also during that period that various artistic and cultural movements managed to change the aesthetic conceptions in effect at the time. The focus of the regime had aimed at the domestic film industry through two apparent dichotomous spheres: on one side, supporting the production of domestic films by granting direct and indirect benefits, and on the other, promoting the censorship of films via the DCDP (Public Entertainment Censorship Division) as well as the support of part of society. The objective of this thesis is to understand how the movies financed or co-financed by Embrafilme (Brazilian Film Company) were analyzed by the DCDP. The fact that those films were financed by a governmental agency caused them to be analyzed with some complacency by the censors.

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Sumário

Introdução ...... 9

Capítulo I - Panorama do cinema nacional: das origens à década de 1980 ...... 19

Capítulo II - A questão da política cultural ...... 34 2.1 - Os investimentos estatais para o cinema no Brasil ...... 36 2.2 - A Empresa Brasileira de Filmes ...... 45

Capítulo III - A trajetória da censura cinematográfica no Brasil ...... 62 3.1 Censura durante a ditadura Militar ...... 72 3.2 A Divisão de Censura de Diversões Públicas e o treinamento para censores ..... 94

Capítulo IV - Por uma sociedade ordeira: a censura aos filmes nacionais ...... 101 4.1 - E a nudez foi castigada: a censura moral aos filmes nacionais ...... 101 4.2. - Pra frente Brasil: a censura política ...... 119

Considerações finais ...... 122

Caderno de imagens ...... 1224

Bibliografia ...... 122

Anexo 1 ...... 122

Anexo 2 ...... 1223

Anexo 3 ...... 122

Anexo 4 ...... 122

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Agradecimentos

Os últimos quatro anos foram ao mesmo tempo enriquecedores e conturbados. A escrita de um trabalho é algo que demanda, além da dedicação pessoal, uma dose enorme de paciência daqueles que o cercam. Assim, esta tese reflete em parte esses momentos e também é fruto de um grande esforço em produzir conhecimento a fim de contribuir para o debate tanto sobre a censura, quanto sobre a própria discussão acerca da ditadura militar brasileira. Embora seja protagonista na escrita da tese, durante esse tempo várias pessoas, direta ou indiretamente, demonstraram seu apoio e solidariedade e ajudaram a concretizar este projeto. Citarei aqui algumas das que puderam contribuir mais diretamente, no entanto, durante o período foram muitos os que colaboraram. Sendo assim, deixo logo um agradecimento sincero a todos os amigos que se mostraram presentes nas horas mais difíceis. Em primeiro lugar gostaria de agradecer aos meus pais que, mesmo tendo a distância como empecilho, sempre demonstraram disponibilidade e afeto, procurando ajudar da melhor forma possível em todas as horas. Durante a escrita da tese ministrei aulas no Departamento de História da UFRJ como professor substituto. Assim, agradeço a compreensão dos colegas e alunos que souberam entender o momento vivido e contribuíram com os vários debates sobre a tese e as novas visões que só como professor em sala de aula é possível adquirir. O outro lugar dentro da universidade de profícua discussão foi o Grupo de Estudos sobre a Ditadura Militar, espaço no qual comecei a me interessar pela temática que virou o projeto de doutorado. À fiel companheira Mônica Martins que, além de irmã, amiga e colega de profissão foi também grande aconselhadora nos momentos mais tensos dos últimos anos. Também a Pedro Cardoso que, mesmo com pouca idade, soube compreender um determinado momento difícil de vida e não se importou em dividir comigo o pequeno espaço que lhe era de direito. Aos amigos Grabriel Dile, Rodrigo Menezes e Reinaldo Diniz que foram fundamentais nos momentos de maior angústia e também nos de confraternização. Agradeço às pessoas que contribuíram lendo, sugerindo e intervindo na constituição do trabalho: a sempre companheira Flávia Miguel, a amiga Aline Presot,

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Janice Morais, que foi fundamental nos momentos finais da escrita, Anderson Castro e a sempre companheira Ludmila Antunes. A coleta de fontes foi auxiliada pelas pesquisas de Flávia Veras, Jéssica Bretas e Georgia. É importante ressaltar o apoio dado por Fábio Koifman desde o início deste projeto e pelo fato de sempre ter confiado em mim. A versão final contou com as sugestões do professor Marcos Napolitano e de Maria Paula Araújo, que gentilmente participaram da banca de qualificação. Devo ainda agradecer à CAPES pelos 36 meses da bolsa, sem a qual teria sido impossível a concretização deste trabalho. Por fim, gostaria de agradecer a Carlos Fico que aceitou me orientar e que, mesmo ciente dos momentos adversos pelos quais passei, procurou compreender e apoiar. Devo dizer que, para além da enorme admiração pelo historiador, permaneceu também uma grande amizade.

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Introdução

Hoje vai passar um filme na TV que eu já vi no cinema Êpa!? Mutilaram o filme, cortaram uma cena E só porque aparecia uma coisa que todo mundo conhece E se não conhece ainda vai conhecer (...) (Ui!) Sexo! Como é que eu fico sem sexo! Eu quero sexo! Me dá sexo! Sexo! Como é que eu fico sem sexo! Eu quero sexo!Vem cá sexo! (Música: Sexo!! Composição: Maurício/Roger Rocha Moreira)

A epígrafe que abre esta tese é parte da letra de uma música gravada em 1987 por um conhecido grupo de rock chamado Ultraje a Rigor . A letra intitulada Sexo! chamava a atenção dos ouvintes para a dificuldade de se assistir a um filme na televisão naquele momento. Ou seja, o personagem da canção conhecia o filme do cinema e percebeu que cortaram uma cena onde justamente havia cenas “picantes” de sexo e provavelmente de nudez. Bem se vê que o espectador ficou em frente à televisão esperando a tal parte da projeção, mas esta tinha sido podada pelos órgãos de censura. Em determinado ponto o compositor se pergunta: “mas quem essa besta pensa que é para decidir?”. O questionamento feito ao longo da música é justamente sobre as motivações que levariam a censurarem tais situações, posto que o sexo seja algo tão normal. Além disso, ainda segundo a canção, a situação geral pela qual o mundo passava podia ser considerada como bem pior do que algumas cenas nas quais a volúpia e a sensualidade estivessem presentes. De fato, o grupo marcou a geração do rock brasileiro de 1980 com músicas irreverentes que satirizavam a sociedade contemporânea e alguns hábitos da população. Músicas como Pelado (1985), Filha da Puta (1989) e O Fusquinha do Itamar (1993) procuravam estabelecer uma relação entre o dia-a-dia da população e o grupo. A música Sexo! não foi a única que procurou criticar a questão da censura moral. Também na música Pelado o cantor Roger chamava atenção para o problema:

Proibido pela censura, o decôro e a moral Liberado e praticado pelo gosto geral Pelado todo mundo gosta, todo mundo quer Pelado todo mundo fica, todo mundo é.

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Na letra da canção Sexo! podemos observar uma crítica jocosa à censura feita alguns anos após o fim do período militar. Ou seja, mesmo em pleno governo de José Sarney (1985 – 1989), primeiro presidente civil desde 1964, as obras artísticas ainda eram censuradas pela Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), tanto para a televisão, como para outras expressões artísticas como o cinema, o teatro e a música. O grupo compôs essa canção em uma conjuntura na qual existia a DCDP, órgão que censurava as obras artísticas tendo em vista principalmente a questão moral, ou seja, era responsável por atestar o que poderia ou não ser apresentado à população brasileira. A DCDP sem dúvida alguma fazia parte do aparelho repressivo do Estado, no entanto, não foi uma criação do regime militar. As primeiras leis em âmbito federal para a censura cinematográfica datam de 1932 e foram aperfeiçoadas quando da criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), em 1939. 1 Com o golpe civil-militar em 1964 aconteceu o fortalecimento e reestruturação do aparelho censório. A censura à imprensa era feita de forma tão sistemática que em várias redações acabou sendo incorporada pelos próprios jornalistas. O Ministério da Justiça era responsável por vetar essa ou aquela informação quando não considerava oportuno que ela fosse publicada. Embora largamente utilizada pelo regime militar, a censura à imprensa nunca foi reconhecida como uma prática oficial, era uma execução rotineira, porém escusa e ilegal. 2 No entanto, a censura de diversões públicas, além de conhecida, era estimulada por parte da população. Em 1966, a censura foi centralizada em Brasília, na DCDP, que era subordinada ao Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP). 3 Essa estrutura de censura funcionou até 1988, quando foi promulgada a nova Constituição, então a censura passou para o âmbito do Ministério da Educação e passou a ter uma característica apenas de classificação etária. 4 De qualquer forma, músicas, filmes e outras produções artísticas tiveram, desde então, mais facilidade de conseguir o certificado de liberação das obras, posto que a partir de meados dos anos 1980, com o fim da ditadura militar, a censura ficou mais branda.

1 SIMÕES, Inimá. Roteiro da intolerância : a censura cinematográfica no Brasil. São Paulo: Editora do SENAC, 1999. p.26. 2 FICO, Carlos. Como eles agiam : os subterrâneos da Ditadura Militar – espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Recod, 2001. pp. 165-178. 3 Posteriormente o DFSP mudou seu nome para DPF (Departamento de Polícia Federal). 4 Constituição Federativa do Brasil, artigo 18, capítulo II promulgada em 5 de out. de 1988.

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De fato a intransigência da censura de diversões públicas diminui a partir do fim dos anos de 1970, com o início das atividades do CSC (Conselho Superior de Censura). Embora o conselho tenha sido criado por lei, em 1968, o recrudescimento da ditadura, com o AI-5, impediu seu funcionamento e suas atividades iniciaram-se apenas em 1979. 5 O órgão era uma instância que julgava os recursos contra os vetos e proibições da DCDP, servindo assim, como um contentor das atividades da Divisão. Até 1979, as obras censuradas pela DCDP não tinham outra possibilidade de recurso que não fosse a própria censura. Ouvir uma música com o título Sexo!, bem como assistir a uma nacional no cinema enquanto havia censura aos meios artísticos suscita questionamentos sobre o papel da Divisão e sobre os parâmetros utilizados para vetar determinadas obras artísticas. Se o veto ao filme foi cantado em uma música, pode-se perceber que a censura exercia uma atividade reconhecida pela população. Ou seja, havia na sociedade a percepção do que ocorria com as obras artísticas, tanto nacionais, quanto estrangeiras. De uma forma ou de outra, parte da sociedade civil apoiava essa forma de censura que visava retirar cenas que pudessem deturpar uma determinada moral considerada predominante no Brasil. Nesse sentido, a preocupação principal na escrita da tese foi tentar entender o papel da censura cinematográfica entre 1964 e 1988. Durante os últimos anos vários trabalhos têm se dedicado ao estudo da atuação do aparelho de censura brasileira durante a ditadura militar. 6 No entanto, a maioria dedicou-se à censura política da imprensa, embora a censura de diversões públicas tenha atuado em todas as esferas das produções artísticas e tido um papel fundamental no campo da moral e dos bons costumes. 7

5 Lei n. 5536. nov. de 1968. 6 Ver por exemplo AQUINO, Maria Aparecida de. Censura, imprensa, estado autoritário, 1968-78: o exercício cotidiano da dominação e da resistência - O Estado de São Paulo e Movimento. São Paulo: EDUSC, 1999; KUSHNIR, Beatriz. Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 a constituição de 1988. São Paulo: Boitempo, 2004; SMITH, Anne-Marie. Um acordo forçado: o consentimento da imprensa à censura no Brasil. Tradução de Waldívia M. Portinho. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 2000; SOARES, Gláucio Ary Dillon. A censura durante o regime autoritário. Revista Brasileira de Ciências Sociais , vol. 4, n o 10, 1989. 7 Trabalhos mais recentes procuram analisar a censura da música, cinema, televisão e livros. Ver: ARAÚJO, Paulo César de. Eu não sou cachorro não : música popular cafona e ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2002. SIMÕES, Inimá. Roteiro da Intolerância. Op. cit. MARCELINO, Douglas Attila. Para além da moral e dos bons costumes : a DCDP e a censura televisiva no regime militar. Rio de Janeiro: monografia apresentada ao departamento de História da UFRJ, 2004. SILVA, Deonísio da. Nos bastidores da censura : censura, literatura e repressão pós-64. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.

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Na esfera dos estudos sobre cinema e censura, dois trabalhos pioneiros 8 procuraram traçar o percurso da censura cinematográfica no Brasil republicano sem atentarem, contudo, para um aspecto que, ao nosso ver, parece crucial e que se tornou o foco principal desta tese: como os governos militares investiram pesadamente na construção de uma indústria cinematográfica no Brasil – com a criação de organismos de apoio (INC e CONCINE) e da empresa Embrafime que estimulavam o setor – e, ao mesmo tempo, censuraram os filmes feitos com verbas estatais? Qualquer película cinematográfica para ser exibida em território nacional deveria passar pela DCDP. Sendo assim, nos deparamos com filmes que foram completamente censurados, outros que foram liberados sem nenhum tipo de restrição e ainda vários que sofreram alguns cortes em determinadas cenas e foram parcialmente liberados. Ora, qual o método utilizado pela censura para esse tipo de avaliação? Qual o papel da DCDP na estrutura dos governos militares e qual a função da Embrafilme nesse ambiente de produção que convivia com a censura? Talvez o que primeiro nos tenha chamado atenção seja a hipótese de ter havido certa “atitude benevolente” da DCDP em relação aos filmes nacionais e, principalmente, aos que receberam financiamento da Embrafilme. O período da ditadura militar, que se estendeu de 1964 – com o golpe civil- militar a João Goulart, e seu recrudescimento em 1968 – até 1985, com a eleição de Tancredo Neves, deixou marcas profundas na sociedade brasileira, até hoje rememoradas. Nesse sentido, a censura política e a moral fazem parte das questões que devem ser debatidas para entender mais aprofundadamente o período. Os primeiros trabalhos sobre o Golpe militar foram publicados ainda no calor da hora e apresentaram diferentes abordagens sobre o período: O ato e o fato de Carlos Heitor Cony, 9 representou uma das primeiras manifestações de protesto contra o golpe de 1964. Também o conhecido livro de um grupo de jornalistas que se propôs a analisar o momento político pelo qual o país passava intitulado Os idos de março e a queda em abril, 10 traçou um panorama sobre os meses que antecederam a deposição de João Goulart e, de acordo com a introdução assinada por Otto Lara Resende, procurou juntar

8 Dois importantes trabalhos sobre a censura cinematográfica no Brasil são: PINTO, Leonor Estela Souza. Le cinema brésilien au risque de la censure : pendant la dictature militaire de 1964 a 1985. Tese de doutorado apresentado ao Departamento da Ecole Supérieure d´Audiovisuel da Université de Toulouse- Le Mirail, 2001. SIMÕES, Inimá. Roteiro da Intolerância. Op. cit. 9 CONY, Carlos Heitor. O ato e o fato: crônicas políticas. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1968. 10 DINES, Alberto. [et. alli]. Os idos de março e a queda em abril. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1964.

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“jornalismo, literatura e história”. 11 Ou seja, mesmo que os livros se constituam como importantes fontes para se entender a época, certamente tiveram a influência de toda carga emotiva que envolvia aquele momento. Durante o governo do presidente Ernesto Geisel surgiram as narrativas memorialísticas que se propunham a trabalhar, ou explicar, algumas questões referentes aos sucessivos governos militares. Foram escritos por protagonistas da cena política, que se dispunham a trazer uma visão bastante parcial sobre o período. Assim, o depoimento de Luís Vianna Filho, ex-chefe da Casa Civil de Castelo Branco, tornou-se emblemático. 12 A escrita de determinadas obras tencionava a construção de uma memória oficial do regime militar. 13 Foi também no período da Abertura, principalmente a partir do início dos anos de 1980, que surgiram as memórias dos que estavam atuando nas esquerdas e/ou na luta armada e procuraram enfatizavam a oposição ao regime militar. Deste modo, foi grande o sucesso do livro de Fernando Gabeira intitulado O que é isso companheiro , adaptado para o cinema em 1997 sob a direção de Bruno Barreto. No entanto, sem dúvida a obra mais impactante daquele momento foi o dossiê Brasil nunca mais , organizado por Dom Paulo Evaristo Arns, no qual foram reunidos centenas de processos contra presos políticos e vários depoimentos dando conta da face mais sombria do regime e os horrores dos que passaram pelos porões da ditadura militar, submetidos a torturas para fornecer confissões e delações, mostrando essa ação coordenada enquanto uma política de Estado. 14 A partir da década de 1990 outras obras memorialísticas foram escritas, em sua grande maioria por jornalistas ou pessoas que participaram da luta armada urbana. Algumas dessas memórias mais fazem lembrar um thriller cinematográfico, no qual é impossível ficar passivo diante do escrito, como o trabalho de Caio Túlio Costa, Cale- se 15 ou então o livro de Flavio Tavares, Memórias do esquecimento .16 Também a partir da década de 1990 o cinema levou para as telas uma safra de

11 Idem. p. 10. 12 VIANA FILHO, Luis. O governo Castelo Branco . Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. 13 Outros trabalhos também de figuras ligadas ao governo surgiram naquele período e, embora mostrando cisões entre os militares, tinham em comum o fato da defesa do regime ditatorial. Para saber mais ver: ABREU, Hugo. O outro lado do poder . Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1979. MELLO, Jayme Portella. A revolução e o governo Costa e Silva. Rio de Janeiro: Guariva, 1979. 14 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Brasil: nunca mais. Petrópolis: Vozes, 1985. 15 COSTA, Caio Túlio. Cale-se : a saga de Vannucchi Leme – A USP como aldeia gaulesa – O show proibido de Gilberto Gil. São Paulo: A Girafa editora, 2003. 16 TAVARES, Flávio. Memórias do esquecimento : os segredos dos porões da ditadura. Rio de Janeiro: Record, 2005.

14 filmes cuja temática era a ditadura militar. Grande parte dessas películas buscava retratar a vida de determinados ícones da esquerda ou o ambiente das cidades, notadamente a partir da visão de um guerrilheiro da luta armada urbana. 17 Algumas dessas películas se transformaram em sucesso de bilheteria e deixaram claro que o tema ainda se mantém com vivo interesse da população brasileira. 18 Talvez esse interesse se deva ao fato de ainda estar em disputa a memória daquele período, como bem trabalhou Daniel Aarão Reis em um artigo que discute justamente o caráter da construção histórico-social da ditadura e as conseqüências advindas dela. 19 As memórias dos que viveram aquele momento – impressas em diversos livros, romantizadas nas películas cinematográficas e nos programas de televisão – dão conta de que o período de exceção foi marcado pela falta de garantias constitucionais aos cidadãos, torturas, mortes, desaparecimentos e perseguição a diversos grupos que não comungavam das mesmas idéias dos donos do poder. A partir da década de 1990, com a abertura dos arquivos sobre a ditadura, os historiadores se debruçaram sobre fontes documentais variadas a fim de perceber a crueza do regime militar. Embora as faces mais marcantes do período sejam a tortura e as perseguições políticas, outras questões devem ser levantadas com o intuito de deslindar aspectos referentes ao cotidiano da sociedade brasileira. Assim, torna-se necessário direcionar o foco de observação para a análise da produção cultural do momento. Destarte, será possível perceber o pensamento dos protagonistas da cultura no período. Nesse sentido, devemos ter em conta que durante o regime militar houve o considerado “milagre econômico”, o Brasil venceu o campeonato mundial de futebol em 1970, a classe média alcançou maior poder de compra e crédito e aconteceram importantes movimentos nas diversas formas artísticas. 20

17 Alguns dos filmes que abordaram a questão da ditadura militar: Lamarca . Sergio Resende, 1994. O que é isso companheiro . Bruno Barreto, 1997. Cabra-cega . Toni Ventura, 2005. Quase dois irmãos . Lucia Murat, 2005. 18 Sobre a questão ver: SANTOS, Márcia de Souza. Memórias da ditadura : as representações do regime militar através do cinema nacional. Brasília: monografia de curso de especialização apresentada ao programa de pós-gradação em História/ UNB, 2006. 19 REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In : Seminário 40 anos do golpe de 1964 : ditadura militar e resistência no Brasil. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2004. pp. 119- 135. 20 Interessante artigo sobre a questão do cotidiano da classe média durante o regime militar ver: ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de e WEIS, Luiz. Carro-zero e pau-de-arara: o cotidiano da oposição de classe média ao regime militar. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (org) História da vida privada : contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das letras, 1998. pp. 319- 410.

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Dessa forma, procurando não reduzir a análise do período da ditadura militar à dicotomia entre vítimas e algozes, torna-se importante analisar a dinâmica da sociedade brasileira e a forma como ela se relacionava com o governo nas atividades cotidianas, em cujo contexto o indivíduo se utilizava de táticas para sobreviver em meio a situações específicas. 21 Assim, ao analisar os processos dos filmes censurados pela DCDP, encontramos pistas mais apuradas para o entendimento da sociedade naquele momento. Nesse sentido, a DCDP aparecia como uma poderosa instituição, pois a censura exercida por ela tinha reconhecida utilidade pública para algumas camadas da sociedade. Além disso, sua legitimação não se dava no campo da censura política, mas fundamentalmente da censura moral. Ou seja, mesmo entendendo todo ato censório como uma questão política, é importante dividir as motivações pelas quais os censores vetavam as obras cinematográficas, até mesmo com o intuito de notar até que ponto essa instituição recebia apoio de parcelas da sociedade civil. Assim sendo, quando falamos em censura política estamos nos remetendo aos vetos aprovados, tendo em vista a lei de Segurança Nacional. Já a moral, quando o veto tinha alguma relação com a idéia da formação da moral cristã brasileira ou da quebra de paradigmas comportamentais da época. Foi dentro da ESG (Escola Superior de Guerra) que se estruturou a doutrina de segurança nacional e subprodutos como o SNI (Serviço Nacional de Informação). O decreto-lei 314 assinado em março de 1967 definia os crimes contra a segurança nacional. O artigo 14 dizia que divulgar, por qualquer meio de publicidade, notícias falsas, tendenciosas ou deturpadas, de modo a pôr em perigo o bom nome, a autoridade o crédito ou o prestígio do Brasil poderia dar detenção de seis meses a dois anos. Além disso, os artigos 38 e 39 faziam direta alusão à questão da propaganda subversiva, nesse sentido, caso o censor achasse conveniente, poderia censurar como subversivo e incluí- lo dentro da lei de segurança nacional. Dessa forma, o campo cinematográfico se apresenta como um local privilegiado de análise posto que foi a expressão artística que contou com forte financiamento estatal devido a criação da Embrafilme, em 1969. Ao mesmo tempo em que os filmes recebiam financiamento estatal, acabavam sendo censurados pelo próprio aparelho de estado, acarretando um desconforto generalizado dentro da própria DCDP. Para analisar o discurso da DCDP sobre as produções cinematográficas durante

21 Sobre a conceituação de táticas e estratégias ver CERTEAU, Michael. A invenção do cotidiano : artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. pp. 42-48.

16 o período militar, recorremos aos processos de censura dos filmes produzidos pela Embrafilme. Neles podemos encontrar importantes informações para uma análise da censura cinematográfica, posto que na escrita dos censores encontram-se registradas as motivações da censura. Como um dos intentos principais da tese é examinar a relação entre duas instâncias governamentais, focamos nossas análises justamente nos processos dos filmes produzidos e co-produzidos pela Embrafilme para tentar perceber qual o critério dos censores frente à necessidade de vetar um filme merecedor de verba estatal. 22 A Embrafilme produziu e co-produziu uma gama bastante diversificada de filmes. Para o intervalo compreendido entre os anos de 1969, data de sua fundação, e 1981, existem dados sistematizados disponíveis, e nesse período foram produzidas 140 e co-produzidas 104 películas cinematográficas. 23 Além disso, a Embrafilme ainda realizava programas especiais para a TV e promovia o cinema brasileiro no exterior. A partir de meados da década de 1970, passou a ser também uma importante distribuidora de filmes. Quando se estuda a problemática dos incentivos culturais, principalmente durante os governos militares, há uma linha interpretativa que entende a criação de agências de apoio, durante o referido período, como um sinal de aparelhamento para a manipulação da opinião pública e para dirimir possíveis críticas à ditadura militar. Nesse sentido, haveria uma interligação entre o Estado e o produtor privado. 24 No entanto, acreditamos que a perspectiva mais acertada aqui seria a de trabalhar com a idéia de uma aparente dicotomia entre censura e a Embrafilme. Essa problemática nos remete à questão muito discutida no campo das ciências sociais entre autonomismo versus instrumentalismo. O autonomismo seria a crença na negação da influência e do peso da participação de grupos sociais na elaboração de metas, enquanto o instrumentalismo constituiria a percepção do Estado como instrumento de grupos ou classes que tem por objetivo manipular a sociedade. 25 Não acreditando na dicotomia entre Estado censor versus Estado financiador, temos que pensar o que integra e

22 Para uma análise da política de produção e co-produção da Embrafilme ver AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme: cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977-1981). Niterói: Editora da UFF, 2000. pp. 25-30. 23 Os dados disponíveis são referentes da criação até o ano de 1981. Vale lembrar que os Arquivos da Embrafilme ainda não estão disponíveis ao público. 24 GUERRA, Marco Antonio. Carlos Queiroz Telles : história e dramaturgia em cena (década de 70). São Paulo: Annablume, 2004. 25 A esse respeito ver VIANNA, Maria Lúcia Teixeira Werneck. A administração do milagre : o conselho monetário nacional 1964-1974. Petrópolis: Vozes, 1987. pp. 59-85.

17 solidariza e o que separa essas duas instâncias sem, contudo, vê-las como completamente antagônicas, mas sim como representantes de um mesmo Estado. Percebemos que essas instituições trabalharam durante todo o regime militar separadamente, sendo ligadas a ministérios diferentes, que percebiam a importância uma da outra. Ou seja, embora a Embrafilme e a DCDP tivessem estruturas autônomas, elas sempre estiveram interligadas. A Embrafilme pelo receio de que alguma produção não pudesse ser exibida e a DCDP pelo zelo em não censurar completamente um filme nacional, principalmente se tivesse recebido financiamento estatal. Essa aparente dicotomia entre um Estado censor e um Estado financiador fez com que surgissem vários questionamentos, não apenas sobre o aparelho censório, mas como a sociedade, o cidadão comum, lidava com esse organismo, a DCDP, e a empresa, a Embrafilme, que passou a ser uma das mediadoras entre os governos militares e a sociedade civil. Para dar conta das demandas do estudo, a tese foi dividida em quatro capítulos que pudessem abarcar as principais discussões referentes à temática. No primeiro, faremos uma discussão desde a chegada do cinema no Brasil até os movimentos estéticos mais importantes na década de 1980. Acreditamos que seja importante esse background a fim de que o leitor perceba de que modo a evolução do campo cinematográfico no decorrer do século XX ajudou a gerar e consolidar a prática censória no Brasil muito antes de 1964, bem como estimulou o Estado a montar uma estrutura de apoio à indústria cinematográfica. O segundo capítulo trará uma reflexão sobre a idéia de política cultural, analisando se de fato houve, durante o governo militar brasileiro, uma política voltada para a cultura ou simplesmente ações isoladas nesse campo que favoreceram espaçadamente algumas manifestações artísticas. Além dessa questão sobre o conceito de política cultural, serão analisadas as instituições criadas pelo regime civil-militar que visaram apoiar uma política cinematográfica brasileira, notadamente o Instituto Nacional de Cinema e o Conselho Nacional de Cinema. Além disso, será analisado o surgimento, o desenvolvimento e o fim da empresa criada para garantir a produção de filmes brasileiros, a Embrafilme. O terceiro capítulo vai se dedicar ao estudo da censura desde os primeiros momentos no Brasil. Focalizaremos especialmente a estrutura do aparelho censório durante a ditadura militar. Uma vez que a questão é importante para a compreensão de toda a estrutura da censura, o capítulo foi dividido em duas partes: a primeira

18 desenvolverá a censura durante o regime militar; a segunda analisará como era o treinamento dado aos censores cinematográficos, ou seja, o quê, como e porque deveriam censurar. O quarto capítulo pretende analisar os processos dos filmes financiados pela Embrafilme e censurados pela DCDP. Tentar-se-á perceber, através dos processos censórios, quais foram os embates entre essas duas instituições que, mesmo sendo ligadas ao governo federal, acabaram tendo posicionamentos diferenciados. Para melhor dar conta do intento, em primeiro lugar discutiremos a censura moral sofrida pelos filmes e, no segundo momento, a forma como a censura política se apresentou nos pareceres e, além disso, se havia algum constrangimento por parte dos censores em vetar filmes com esse tipo de temática. Através dos quatro capítulos que se seguem, será possível perceber que as leis censórias são bem anteriores ao regime militar e que, se, por um lado, os cineastas foram vetados pela censura, por outro, conseguiram financiamento do Estado e produziram uma gama de filmes que, em última instância, levaram o público brasileiro às salas de exibição para assistir aos filmes nacionais.

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Capítulo I - Panorama do cinema nacional: das origens à década de 1980

No campo dos divertimentos públicos, o cinema foi uma das invenções que mais teve notoriedade no século XX. No Brasil, a chegada do cinema data de fins do século XIX com uma rápida popularização no seguinte. O crescimento dos centros urbanos contribuiu sobremaneira para a veloz aceitação do lazer que as salas de exibição proporcionavam. Os preços acessíveis dos ingressos permitiam que as classes médias urbanas freqüentassem o divertimento, tornando o cinema um programa familiar. 26 É fato também que junto com o crescimento urbano, o aparecimento de diversas formas de diversão tornava-se inexorável; e, nesse sentido, as salas de projeção tiveram papel de destaque. 27 Como propõe David Nasaw

the rise of public amusements was a by-product of the enormous expansion of the cities. Commercial entertainments were, in this period at least, an urban phenomenon. 28 [o avanço dos divertimentos públicos foi um subproduto da grande expansão das cidades. Entretenimentos comerciais foram, pelo menos nesse período, um fenômeno urbano]

O surgimento do cinema no século XIX é de fato o auge da violenta reestruturação da percepção e integração do homem que a mudança no modo de produção promoveu. 29 O cinema também se apresenta como uma forma de cultura do espetáculo que emerge nas cidades. Assim como a litografia marcou um processo decisivo na possibilidade da reprodução para o comércio, o cinema se consolidou com a possibilidade da reprodução da obra de arte a um baixo custo. 30 Nesse sentido, as cidades passaram a ter uma massa que almejava o consumo de cultura e o significado econômico deste mercado nascente é normalmente subestimado. 31 Assim, a chegada e a

26 Para um estudo sobre os primórdios do cinema no Brasil ver, dentre outros: GONZAGA, Alice. Palácios e poeiras : 100 anos de cinema no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Record/FUNARTE, 1996. MARTINS, William de Souza Nunes. Paschoal Segreto “ministro das diversões” do Rio de Janeiro : 1883-1920. Rio de Janeiro: Programa de Pós-graduação em História Social/UFRJ, 2004. VIANY, Alex. Introdução ao cinema brasileiro . Rio de Janeiro: Revan, 1993. 27 NASAW, David. Going out : the rise and fall of public amusements. Cambridge, Massachesetts, London: Harvard University Press, 1999. 28 Idem. p. 3. 29 HANSEN, Miriam Bratu. Estados Unidos, Paris, Alpes: Kracauer (e Benjamin) sobre o cinema e a modernidade. In: CHARNEY, Leo e SCHWARTZ, Vanessa. (org) O Cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Casac & Naify, 2001. p. 497. 30 BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. In: GRUNNEWALD, José Lino. (org) A idéia do cinema. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1969. p. 55-96. 31 HOBSBAWN, Eric J. A era do capital : 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. p. 293.

20 popularização do cinema no Brasil fez parte do crescimento de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. A produção de filmes no Brasil durante os primeiros anos se caracterizou pelos temas da representação do poder – que ajudaram a reforçar a importância atribuída à nova república do Brasil – das paisagens da exuberante natureza, da cidade, dentre outras cenas da vida moderna. A partir de 1908, surgiram os filmes de ficção, que alcançaram grande sucesso, sobretudo com os contos policiais. Nesse período, o filme nacional ganhou a preferência do mercado interno e o Rio de Janeiro se destacou como a capital produtora e exportadora de películas para outros estados da federação, pois,

de uma curiosidade apresentada por aventureiros, o cinema se impôs como negócio e como espetáculo, criando quadros técnicos e artísticos, uma infra- estrutura extremamente operacional e características próprias como produto artístico-cultural de uma metrópole multicultural. O produto nacional ganhou na capital a preferência do público sobre seus similares estrangeiros. A tendência é que esses filmes cariocas já exibidos em São Paulo fossem progressivamente distribuídos em outras cidades, onde também deveriam se fundar focos de produção. 32

De fato, o período compreendido entre 1907 e 1911 foi marcado por uma extensa produção nacional e uma grande freqüência do público nas salas de projeção. Para Bernardet, naquele momento existiu uma articulação positiva entre produção, exibição e público. 33 O período compreendido entre 1912 e 1922 foi marcado pela decadência da produção. Se no estágio anterior houve uma boa articulação entre produção, exibição e público, posteriormente observa-se uma queda acentuada de produção. Segundo Paulo Emílio, durante esse período

a continuidade do cinema repousou inicialmente na atividade de alguns cinegrafistas, ou seja, técnicos em filmagem. 34

Embora o referido autor destaque a pouca produção cinematográfica, não deixa de

32 MOURA, Roberto. A bela época: primórdios-1912. In RAMOS, Fernão. (org). História do cinema brasileiro . São Paulo: Art editora, 1987. p. 44. 33 BERNARDET, Jean-Claude. Historiografia clássica do cinema brasileiro. São Paulo: ANNABLUME, 1995. p. 35. 34 GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema : trajetória no subdesenvolvimento. São Paulo: Paz e terra, 1996. p. 36.

21 exaltar o aparecimento de novos cineastas, dentre os quais Luiz de Barros 35 e José Medina, 36 que até a primeira metade da década de 1920 foram os cineastas de maior relevância do cenário nacional. Entre os anos 1923 e 1933 a produção cresceu, no entanto, o que caracterizou profundamente esse período foi a eclosão da produção fora dos grandes centros urbanos, conhecida como “ciclos regionais”. Com os chamados “ciclos regionais”, a realização de películas se deslocou do eixo Rio-São Paulo e tomou a direção de outras partes do país. Dos “ciclos regionais” vale destacar o surgimento de cineastas como Almeida Fleming, 37 em Pouso Alegre, e Silvino Santos, 38 no Amazonas. Todavia, foi em Cataguases que teve início a carreira de um dos cineastas brasileiros de maior relevância, Humberto Mauro. 39 Mesmo que alguns países, como, por exemplo, os Estados Unidos, já apresentassem, desde a década de 1920, uma forte presença do Estado no campo cinematográfico, 40 no Brasil o cinema só foi percebido pelo Estado como um fato específico da modernidade e um dos principais meios de percepção, reprodução e representação na década de 1930. Ou seja, foi apenas naquele momento que o Estado atentou para as possibilidades que esse meio de comunicação poderia lhe proporcionar. Durante a década de 1930, pela primeira vez, o Estado brasileiro criou uma estrutura voltada especificamente para a área cultural, incluindo o cinema. Como ministro da Educação e Saúde entre 1936 e 1945, Gustavo Capanema deu forma ao Conselho Nacional de Cultura,41 ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico

35 Luiz Moretzhon da Cunha e Figueiredo da Fonseca de Almeida e Barros Castelo Branco Teixeira de Barros nasceu no Rio de Janeiro em 1893. Entre longas, curtas-metragens e filmagens para cinejornais realizou mais de uma centena de títulos. Faleceu em 1981. 36 Nasceu em Sorocaba em 1894. Trabalhou com cinema e rádio e na sua filmografia estão registrados os filmes “Perversidade” de 1920, “Do Rio para São Paulo para casar” de 1922 e “Gigi” de 1925. Faleceu em 1980. 37 Francisco de Almeida Fleming nasceu em Ouro Fino, Minas Gerais. Em 1920 Fleming criou sua própria produtora, a América Film. Durante sua carreira trabalhou no Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda (DEIP) e para o Departamento de cultura e ação social da Universidade de São Paulo. Ao todo, Fleming produziu mais de trezentas películas de curta metragem. Faleceu em 1999. 38 Silvino Simões dos Santos Silva nasceu em Sernache do Bonjardim, Portugal, em 1886. Foi considerado o cineasta da Amazônia, pois, em sua obra, as temáticas dos filmes sobre a região é intensa. Durante sua carreira produziu seis longas-metragens e faleceu e 1970. 39 Humberto Duarte Mauro nasceu no dia 30 de abril de 1897 em Volta Grande, Minas Gerais. É considerado um dos mais importantes cineastas brasileiros, tendo tido importância tanto no cinema mudo como no sonoro. Foi o principal representante do ciclo de Cataguases. Grande parte da sua carreira passou desenvolvendo trabalhos no INCE (Instituto Nacional do Cinema Educativo) Faleceu em 1983. 40 Interessante artigo sobre cinema norte-americano pode ser encontrado em: ABEL, Richard. Os perigos da Pathé ou a americanização dos primórdios do cinema americano. In: CHARNEY, Leo e SCHWARTZ, Vanessa. O cinema e a invenção da vida moderna . São Paulo: Cosac & Naify, 2001. pp. 258-314. 41 Decreto Lei n. 526 de 1938.

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Nacional,42 ao Serviço Nacional de Teatro,43 ao Instituto Nacional do Livro,44 ao Serviço de Radiofusão Educativa e ao Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE). Para além da produção fílmica formulada pelo Estado com o INCE, o país começava a ampliar sua produção cinematográfica com a inauguração de importantes estúdios particulares, como a Cinédia (1930), a Atlândida (1941) e a Vera Cruz (1950). 45 A Cinédia, criada pelo cineasta Ademar Gonzaga, ofereceu a possibilidade da realização dos filmes falados. Esta produtora foi a primeira a adotar um padrão hollywoodiano , tanto no maquinário como na criação. Também apostou em novos gêneros, como aventura e adaptações de contos literários. 46 Com a Cinédia ficou consolidada a união entre o rádio e o cinema. A produção das chanchadas levou para as telas dos cinemas os bastidores do teatro de revista. O gênero, que fazia sucesso desde fins do século XIX, possibilitou ao espectador ver a interpretação, no cinema, das canções que faziam sucesso na programação radiofônica. De fato, durante as décadas de 1930, 40 e 50 o gênero cinematográfico mais popular e capaz de atrair mais espectadores foi a chanchada. Embora as chanchadas fossem mal vistas pelos críticos cinematográficos – fato que se observa pela própria etimologia da palavra chanchada, originária do italiano cianciata , que significa tagarelice – foi o gênero garantidor da permanência dos filmes nacionais nas telas dos cinemas. 47 Os investimentos nesse tipo de película eram baratos e a fórmula característica dos filmes era: produção de baixo custo, curto tempo para filmagens e baixos salários para atores e realizadores. Além disso, contava com ampla aceitação no mercado nacional. A conjugação de produção barata e um amplo mercado consumidor garantia o lucro dos produtores. Quem mais deu notoriedade à chanchada foi a Atlântida , empresa carioca criada em 1941. Em 1947, o exibidor Luis Severiano Ribeiro Junior assumiu o controle da empresa e direcionou a produção para os filmes carnavalescos e as chanchadas. Sem dúvida, as chanchadas tiveram seu auge com a Atlântida , embora não fosse gênero exclusivo da produtora. A Atlântida permaneceu em atividade até 1983, mas

42 Decreto Lei n. 25 de 30/11/1937. 43 Decreto Lei n. 92 de 21/12/1937. 44 Decreto Lei n. 93 de 21/12/1937. 45 Trabalharemos com o Instituto Nacional de Cinema Educativo no segundo capítulo da tese. 46 VIEIRA, João Luiz. A chanchada e o cinema carioca (1930 – 1955) In RAMOS, Fernão. (org) Op cit. p. 150. 47 VIEIRA, João Luis. Verbete: chanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. (org) Enciclopédia do cinema brasileiro . São Paulo: SENAC, 2000. pp. 117 – 119.

23 perto de fechar as portas a empresa já se encontrava cambaleante nas finanças e, portanto, com baixíssima produção fílmica. É importante recuperar a história da chanchada brasileira, pois durante o regime militar, um dos gêneros mais censurados foi a pornochanchada, tipo de filme que tem suas origens nas clássicas chanchadas da Atlântida . Infelizmente, as estatísticas sobre o público que assistia às clássicas chanchadas são bastante deficitárias, embora se saiba que as salas ficavam cheias, as pesquisas mais pormenorizadas nesse sentido só começaram a ser realizadas a partir da década de 1960 com a criação do Instituto Nacional de Cinema. Ou seja, as especulações sobre o público que assistia aos filmes, antes da década de 60, ficam restritas às parcas informações que os jornais oferecem ou mesmo aos números que os distribuidores disponibilizavam. As grandes produtoras cinematógraficas e, por conseguinte, a produção fílmica brasileira concentrava-se no eixo-Rio/São Paulo, já que a região possuía grande parte dos recursos financeiros e de mão-de-obra. Algumas vezes, o Rio de Janeiro tinha mais notoriedade na produção – como foi o caso da Atlândida –, por outras, São Paulo marcava sua presença, como na década de 1950, com a criação da Vera Cruz . O ano de 1950 é tido como marco da volta de São Paulo ao circuito de produção. A inauguração da Vera Cruz , a “fábrica dos sonhos”, 48 foi apoiada pela intelectualidade paulista e trazia a idéia de uma produção fílmica não baseada nas chanchadas comerciais produzidas pela Atlântida , mas na possibilidade da produção de filmes com um gosto mais refinado e com aprofundamento dramático dos personagens. 49 A empresa produziu vinte e dois filmes 50 e um de seus maiores sucessos foi o

48 Expressão utilizada por GALVÃO, Maria Rita Eliezer - Burguesia e Cinema : o caso Vera Cruz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. 49 GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema : trajetória no subdesenvolvimento. São Paulo: Paz e terra, 1996. p. 76. 50 Os filmes produzidos pela empresa foram: Painel - 1950 - documentário dirigido por Lima Barreto; Santuário - 1950 - documentário dirigido por Lima Barreto; Caiçara - 1950 - drama dirigido por Adolfo Celi; Angela - 1951 - drama dirigido por Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne; Terra é sempre terra - 1951 - drama dirigido por Tom Payne; Apassionata - 1952 - drama dirigido por Fernando de Barros; Veneno - 1952 - drama dirigido por Gianni Pons; Tico-Tico no Fubá - 1952 - drama biográfico dirigido por Adolfo Celi; Sai da frente - 1952 - comédia dirigida por Abílio Pereira de Almeida; Nadando em dinheiro - 1952 - comédia dirigida por Abílio Pereira de Almeida e Carlos Thiré; Sinhá Moça - 1953 - drama dirigido por Tom Payne; A família Lero-lero - 1953 - comédia dirigida por Alberto Pieralise e Gustavo Nonnemberg; O cangaceiro - 1953 - drama dirigido por Lima Barreto; Uma pulga na balança - 1953 - drama dirigido por Luciano Salce; Esquina da ilusão - 1953 - comédia dirigida por Ruggero Jacobbi; Luz apagada - 1953 - drama dirigido por Carlos Thiré; É proibido beijar - 1954 - comédia dirigida por Ugo Lombardi; Na senda do crime - 1954 - drama dirigido por Flamínio Cerri; Candinho - 1954 - comédia dirigido por Abílio Pereira de Almeida; Floradas na Serra - 1954 - drama dirigido por Luciano Salce e São Paulo em festa - 1954 - documentário dirigido por Lima Barreto.

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Cangaceiro , de Lima Barreto, vencedor de melhor filme de aventura em 1953 no Festival de Cannes . A Vera Cruz conseguiu com seus filmes fazer uma contraposição aos produzidos no Rio de Janeiro. Entrementes, teve um curto tempo de vida, falindo em 1954. Para a falência da Vera Cruz são apontados diversos fatores, dentre eles a falta de apoio governamental na criação de barreiras à concorrência desigual exercida pelos filmes estrangeiros. 51 A alegação de uma fraca competição dos filmes nacionais, tanto interna, como externamente era apontada como sendo conseqüência da falta de auxílio do Estado que não fornecia subsídios para outros tipos de filmes, senão os educativos. Também no que significava o apoio indireto, não aumentou a obrigatoriedade de dias de exibição para os filmes nacionais nas salas de projeção. Bem se vê que a questão do financiamento da indústria cinematográfica nacional, enfrentada pela ditadura, como veremos ao longo da tese, tinha antecedentes importantes na história recente do país. As décadas de 1960 e 1970 foram um momento fértil para o surgimento de vários movimentos artísticos e culturais que transformaram as concepções estéticas vigentes. Tal fato se deu tanto no campo cinematográfico e das artes teatrais, como no musical. Assim, nos teatros eram encenadas peças baseadas nas novas concepções do Oficina e do Arena; nos palcos, o Tropicalismo era cantado ao som das guitarras elétricas e no cinema, dois movimentos marcaram a cinematografia nacional e, no primeiro caso, a mundial: o Cinema Novo e o Cinema Marginal. 52 Observe-se que, concomitantemente ao surgimento de manifestações esteticamente notáveis, como o Cinema Novo, o desenrolar da produção cultural brasileira nos anos 1960 deu-se em um contínuo processo de massificação do consumo de divertimentos que, de algum modo, foi capaz, inclusive, de abranger aquelas expressões com estéticas ousadas para o momento. 53 De fato, o Cinema Novo foi o primeiro movimento de vanguarda do cinema brasileiro. Originalmente não se apresentou como escola estética, manifestando-se coletivamente através da insatisfação de cineastas com o tipo de produção realizada pelas grandes companhias cinematográficas. Os cineastas considerados do Cinema Novo tinham em comum a preocupação com problemas sociais expressa na tentativa de

51 CATANI, Afrânio Mandes. A aventura industrial e o cinema paulista (1930-1955). In RAMOS, Fernão. Op.cit . p. 232. 52 Sobre esses tópicos, ver dentre outros: XAVIER, Ismael. Alegorias do subdesenvolvimento : cinema novo, tropicalismo e cinema marginal. São Paulo: editora brasiliense, 1993. 53 Nesse sentido, podem-se destacar os movimentos tanto na música, com a Tropicália como no cinema, com o Cinema Marginal.

25 fazer uma reflexão sobre a identidade nacional brasileira em seus filmes. Assim, temos um movimento eminentemente político que, além de pensar as questões sociais, discutiu a questão cinematográfica brasileira e, nesse sentido, procurou se contrapor à massificação dos filmes estrangeiros no Brasil. Para Jean-Claude Bernardet, que, além de ser um estudioso do assunto, também vivenciou o período,

é muito difícil definir o que é Cinema Novo. Conforme alguns historiadores, o Cinema Novo começa com Glauber Rocha, de acordo com outros começa com Nelson Pereira, e assim por diante. Isso é normal, porque não é propriamente uma escola, um programa, mas uma grande diversidade estilística, ideológica etc. Algumas pessoas, por motivos diversos, tendem a estender muito o Cinema Novo, datando seu início em 1955, com Rio 40 graus . Outros pegam o cinema do fim dos anos 50 ao dos 70 e incluem rótulo Cinema Novo tudo que é bom. 54

Em entrevista realizada em 1966, a opinião de três pessoas ligadas ao cinema deixava clara a dificuldade de definição do Cinema Novo. Tanto para Salvyano Cavalcanti de Paiva e Antonio Moniz Vianna, quanto para José Lino Grunewald, o que era chamado de Cinema Novo não dizia respeito nem a escola nem a estética, estando mais relacionado a um “impulso criador”. 55 Embora atualmente essa discussão já se encontre bastante estudada e superada, é importante retomá-la para entender o papel dessa estética cinematográfica, bem como o posicionamento que os cinestas ligados a ela vão tomar durante o governo militar e se posicionar frente aos incentivos estatais. Tende-se a marcar as primeiras discussões em torno de novas possibilidades para o cinema nacional no I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e no I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro , os dois ocorridos em 1952. Em 1955, foi lançado o filme Rio 40 graus, de Nelson Pereira do Santos, considerado por muitos estudiosos como o marco inaugural do Cinema Novo. 56 A primeira tomada do filme mostra panoramicamente a “bela” cidade do Rio de Janeiro, no entanto, a câmera aporta em uma favela, surpreendendo os espectadores ao mostrar o cotidiano das camadas

54 Folha de São Paulo . 07 de mar. 1993. Caderno Mais. p. 6. 55 Filme Cultura . nov/dez. 1966. “A crítica ao Cinema Novo”. 56 Ver dentre outros: LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro : das origens a retomada. São Paulo: Perseu Abramo, 2005. MALAFAIA, Wolney Vianna. De chumbo e de ouro : política cultural de cinema em tempos sombrios (1974 -1979). Rio de Janeiro: Dissertação de mestrado PPGHIS/UFRJ, 1996. ABREU, Nuno Cesar. Boca do lixo : cinema e classes populares. Campinas: editora da UNICAMP, 2006.

26 excluídas da população nas enormes telas de cinema. 57 Conquanto a historiografia clássica do cinema nacional continue a estabelecer os filmes Rio 40 graus (1955) e Rio, Zona Norte (1957), ambos de Nelson Pereira dos Santos, como precursores do Cinema Novo, há um marcado distanciamento entre eles e o movimento que eclodiu a partir de 1962. 58 É oportuno lembrar que Nelson Pereira dos Santos foi influenciado principalmente pelo movimento do neo-realismo italiano 59 que destacou importantes cineastas (como Vittorio de Sica e Roberto Rosseline) tendo como uma de suas características o uso de cenas da realidade popular. O cineasta Glauber Rocha tentou localizar as origens do Cinema Novo em uma tradição de mais longa data. Segundo Glauber, o início do movimento passou pelos filmes da década de 1930, dirigidos por Humberto Mauro. No entanto, os cineastas filiados ao grupo do Cinema Novo se caracterizavam pela completa ruptura com o movimento cinematográfico anterior, principalmente no que concerne às chanchadas. 60 Embora possamos apontar a existência de filmes que se contrapunham à lógica mercadológica, como Limite (1931), de Mario Peixoto – marco do cinema experimental – identificamos cineastas isolados e não um pensamento de vanguarda, como ocorreu com os cinemanovistas. 61 Quem tomou a frente do movimento no campo político foi Glauber Rocha, ao lançar, em 1965, o manifesto intitulado Estética da Fome , no qual discutia a forma como a sociedade latino-americana se entendia e era entendida. A fome apresentada por Glauber era de alimento, pois esse era um dos temas recorrentes do Cinema Novo. Ademais, o manifesto tentou expressar a “fome”, ou a necessidade de cultura da sociedade latino-americana. Não sem razão o movimento teve ligação com as idéias de Oswald de Andrade, autor do Manifesto Antropofágico, de 1928.

Não é somente um sintoma alarmante: é o nervo de sua própria sociedade. Aí reside a trágica originalidade do Cinema Novo diante do cinema mundial: nossa

57 O filme narra à história de cinco garotos de uma favela que, num domingo de sol na cidade do Rio de Janeiro vendem amendoim em Copacabana, no Pão de Açúcar e em jogos de futebol. 58 Sobre essa discussão ver: NAPOLITANO, Marcos. A arte engajada e seus públicos. In Estudos históricos . Rio de Janeiro: n. 28, 2001. 59 FABRIS, Mariarosaria. Nelson Pereira dos Santos : um olhar neo-realista? São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1994. 60 ROCHA, Glauber. Revisão crítica do cinema brasileiro . Rio de Janeiro: Editora civilização brasileira, 1963. pp. 21-34. 61 A Cinemateca Brasileira, em 1988, promoveu uma pesquisa com os principais críticos do Brasil, no qual Limite foi escolhido o melhor filme nacional de todos os tempos.

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originalidade é nossa fome e nossa maior miséria é que esta fome, sendo sentida, não é compreendida. Nós compreendemos esta fome que o europeu e o brasileiro na maioria não entendeu. Para o europeu, é um estranho surrealismo tropical. Para o brasileiro, é uma vergonha nacional. Ele não come, mas tem vergonha de dizer isto; e, sobretudo, não sabe de onde vem esta fome. Sabemos nós que fizemos estes filmes feios e tristes, estes filmes gritados e desesperados onde nem sempre a razão falou mais alto, que a fome não será curada pelos planejamentos de gabinete e que os remendos de tecnicolor não escondem, mas agravam seus tumores. Assim, somente uma cultura da fome, minando suas próprias estruturas, pode superar-se qualitativamente: e a mais nobre manifestação cultural da fome é a violência. 62

Embora seja arriscado compor uma cronologia do Cinema Novo devido a várias divergências de pensamento, como pudemos notar, uma bem estruturada periodização do movimento pode ser encontrada no livro do historiador Sidney Leite. Tendo a década de 1960 como referência, este autor marca três momentos do Cinema Novo. O primeiro entre os anos de 1962 e 1964, período caracterizado como nacional-crítico, no qual os filmes buscavam evidências no universo rural da violência, da opressão política e do abandono do Estado. A segunda fase, delimitada entre os anos 1965 e 1966, foi marcada pelas lesões ocorridas com golpe civil-militar de 1964. Nesse período, a estética dos filmes mudou e a imagem do campo foi substituída pela da cidade. As obras lançadas nesse ínterim abordaram temáticas majoritariamente políticas. Por fim, a terceira fase aconteceu entre os anos de 1967 e 1969 e foi sublinhada pela crítica dos cinemanovistas aos seus próprios trabalhos. 63 Uma questão importante ao tratar do Cinema Novo é o fato de que, naquele momento, houve uma integração mais profícua entre o cinema e outros campos artísticos, notadamente a música, principalmente com o movimento Tropicalista e com o teatro, no Centro de Cultura Popular (CPC) da UNE. Também é notório que os cineastas envolvidos com o Cinema Novo tentaram, com Glauber Rocha à frente, aprofundar a forma de pensar a produção cinematográfica, bem como todos os elementos relacionados à esfera da criação no universo do cinema. Um bom exemplo sintetizador da possibilidade de se pensar uma nova forma de criação ficou eternizado na sempre repetida frase de Glauber “uma câmara na mão e uma idéia na cabeça”.64 Embora o Cinema Novo tenha conseguido a adesão de um público mais intelectualizado, os filmes não foram sucesso de bilheteria, o que acelerou a decadência

62 ROCHA, Glauber. Uma estética da fome. Revista Civilização brasileira . Ano. 1. n. 3. Julho de 1965. 63 LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro : Op. cit . pp. 98-105. 64 Para saber mais ver: MALAFAIA, Wolney Vianna. De chumbo e de ouro: política cultural de cinema em tempos sombrios (1974-1979). Op. cit.

28 do movimento. No entanto, um dos maiores responsáveis pela queda na produção de filmes comprometidos com o Cinema Novo foi o custo relativamente alto que as produções passaram a exigir. Vale lembrar que, em fins dos anos 1960, os filmes passaram a ser produzidos com cor. No entanto, o manifesto apresentado em 1965 por Glauber Rocha deixou claro que o germe do Cinema Novo seria o legado deixado pelo movimento:

O Cinema Novo não pode desenvolver-se efetivamente enquanto permanecer marginal ao processo econômico e cultural do continente latino-americano; além do mais, porque o Cinema Novo é um fenômeno dos povos novos e não uma entidade privilegiada do Brasil: onde houver um cineasta disposto a filmar a verdade, e a enfrentar os padrões hipócritas e policialescos da censura intelectual, aí haverá um germe vivo do Cinema Novo. Onde houver um cineasta disposto a enfrentar o comercialismo, a exploração, a pornografia, o tecnicismo, aí haverá um germe do Cinema Novo. Onde houver um cineasta, de qualquer idade ou de qualquer procedência, pronto a pôr seu cinema e as sua profissão a serviço das causas importantes do seu tempo, aí o haverá um germe do Cinema Novo. A definição é esta e por esta definição o Cinema Novo se marginaliza da indústria porque o compromisso do Cinema Industrial é com a mentira e com a exploração. 65

Embora o manifesto tenha um tom denuncista, foi bem aceito pela intelectualidade, pois estava conectado com os movimentos de tendências mais esquerdistas pelo mundo. A crítica feita no texto não diz respeito apenas à questão da estética cinematográfica, mas é também fundamentalmente uma visão politizada sobre a sociedade latino-americana. Em contraposição aos filmes do Cinema Novo surgiu em São Paulo, em fins da década de 1960 e começo de 1970, um movimento inovador que levou o público novamente às salas de projeção. Os filmes, oriundos da região paulista conhecida como “Boca do Lixo”, marcaram uma nova estética cinematográfica e ficaram conhecidos como Cinema Marginal. O espaço urbano, nas imediações da Estação da Luz, onde estavam localizados tradicionalmente os escritórios de produtores, distribuidoras e diretores, também ficou famoso pelas boates e pela zona de meretrício. O Cinema Marginal originou-se dos desdobramentos do Cinema Novo, mas com uma clara crítica ao movimento que o precedeu. Os cineastas ligados ao “marginal” ultrapassaram o significado da experimentação e descambaram para a representação da marginalidade e do amoralismo. 66 O marco fundador foi o filme Bandido da Luz

65 ROCHA, Glauber. Uma estética da fome. Op. cit. 66 Sobre o Cinema Marginal ver, entre outros: RAMOS, Fernão. Cinema Marginal (1968/1973) : a representação em seu limite. São Paulo: Brasiliense, 1987. XAVIER, Ismael. Alegorias do subdesenvolvimento . Op. cit.

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Vermelha , de 1968, do diretor Rogério Sganzerla. 67 O Cinema Marginal não contou com uma coesão interna, não sendo, portanto, reconhecido como um grupo. As produções foram marcadas pelo baixo custo e por inovadoras formas de trabalhar um filme, que sublinhou uma nova possibilidade estética frente ao Cinema Novo e se diferenciou também dos padrões das clássicas chanchadas. Sem dúvida o filme que inaugura o Cinema Marginal tem um mote claramente político. A obra cinematográfica teve o mérito de ser produzida em 1968, justamente quando houve um endurecimento do regime. A frase de Jorginho, personagem principal do filme, dá o tom do período vivido: “quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha e se esculhamba.” Essa obra foi semente para o nascimento de um conjunto de filmes classificados como marginais ou também chamados de cinema de invenção. As novas possibilidades foram aproveitadas por outra vertente de cineastas que produziram obras com conteúdo erótico. 68 Assim, se o primeiro movimento dos marginais percorreu a via do deboche e da contracultura, ele ficaram posteriormente marcados pela produção que se desenvolveu em São Paulo. Os filmes da Boca do Lixo tinham como temáticas recorrentes o adultério, a homossexualidade, o tráfico de drogas, a bissexualidade, as taras sexuais e a violência. O tipo de filme emblemático foi a comédia erótica, conhecida como pornochanchada. A produção aliava a comédia de costumes, característica das chanchadas dos anos 1950, com picardia e erotismo, temperos básicos dos filmes originários da Boca do Lixo. De fato, a expressão pornochanchada reuniu um amplo conjunto de filmes bastante diversificados, que tinham como temática principal a lubricidade. 69 Vale notar que o impulso para que a Boca do Lixo produzisse filmes com teor erótico veio do sucesso alcançado por duas comédias cariocas: Os paqueras (1969) e Memórias de um gigolô .70 A pornochanchada serviu como uma escola para o cinema nacional e dividia-se

67 Sobre o impacto deste filme é interessante o depoimento de Lucia Murat em: MURAT, Lúcia. Depoimento: cinema e história. In 1964- 2004: 40 anos do golpe : ditadura e resistência no Brasil. Rio de Janeiro: 7letras, 2004. pp. 389-394. 68 ABREU, Nuno Cesar. Boca do lixo : cinema e classes populares. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. pp. 37-40. 69 ABREU, Nuno César. Verbete: pornochanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. (org) Enciclopédia do cinema brasileiro . São Paulo: SENAC, 2000. pp. 431-433. 70 ABREU, Nuno Cesar. Boca do lixo : cinema e classes populares. Campinas: editora da UNICAMP, 2006. p. 43.

30 em diversos subgêneros, como o pornodrama, o pornoterror, o pornopolicial, pornoaventura e o pornowestern. A discussão acerca do sucesso alcançado pelas esteve presente desde o momento do surgimento desses filmes no cenário cinematográfico. Para José Avellar,

as comédias eróticas faziam sucesso em toda a parte porque o público de cinema estava cansado de ver a câmara se desviar para o mar agitado ou para as chamas da lareira na hora em que o mocinho e a mocinha trocam um beijo mais prolongado. Os casais sempre foram muito bem cobertos por lençóis e certamente daí nasceu esta linguagem indireta que caracteriza a pornochanchada: nada se mostra, mas tudo se entende. 71

No seu início, a pornochanchada era dotada de pouca malícia, mas com o passar do tempo foi mostrando cada vez mais o corpo feminino e masculino e apelando para piadas elementares de duplo sentido. O não dito estava subentendido, tanto no título dos filmes, como nos diálogos proferidos. Por exemplo, títulos como Cada um dá o que tem , Um varão entre as mulheres e As secretárias que fazem de tudo , que aguçavam o espectador a saber o que cada um dá ou qual seria o árduo trabalho das secretárias 72 , ou seja, tanto os títulos, quanto os diálogos eram feitos para chamar a atenção do público acerca da ambivalência das mensagens contidas nas películas. A pornochanchada ficou, por distintos motivos, sob a mira de parcelas moralistas da sociedade e críticos cinematográficos. Para parcelas moralistas da sociedade, os filmes eram moralmente reprováveis em uma comunidade na qual prevalecia a ética cristã; já para os críticos cinematográficos, os filmes eram mal acabados e de péssima qualidade artística. No entanto, as comédias eróticas tinham grande apelo popular e foram muito produzidas, tornando-se um filão de mercado, pois os filmes eram sucesso de público. Um exemplo do grande sucesso das pornochanchadas pode ser verificado nas estatísticas localizadas entre os anos de 1970 e 1975: das 25 maiores bilheterias, 9 eram pornochanchadas, com destaque para o filme de Pedro Carlos Rovai, A viúva virgem . Lançado em 1972, ficou em cartaz durante sete semanas e alcançou um público de 2.549.741 pessoas. 73

71 AVELLAR, José Carlos. A pornochanchada: uma solução típica e natural. In Revista de cultura Vozes . Vol. LXX. Maio de 1976. n. 4. p. 27. 72 Idem. p.28. 73 ABREU, Nuno César. Verbete: pornochanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. Op. cit.

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Durante os anos 1970 e 1980 as comédias eróticas nacionais alcançaram grande sucesso nos cinemas. No entanto, com a entrada cada vez maior de filmes estrangeiros de teor libidinoso nas salas de projeção do Brasil, o cinema da Boca do Lixo foi entrando em crise. A chegada de mais filmes estrangeiros trouxe de volta a discussão sobre a hegemonia do cinema norte-americano no Brasil. A esse respeito, um dos principais pensadores do cinema brasileiro, Paulo Emílio Sales Gomes, teria dito antes de morrer: “prefiro a pior pornochanchada brasileira ao melhor filme de arte de origem estrangeira. Prefiro ver uma coisa nossa, mesmo que de má qualidade, a assistir uma obra prima que pouco ou nada tenha a ver com o povo brasileiro.” 74 Durante a década de 1980 o cinema passou por uma grande crise, denúncias de corrupção na principal financiadora do cinema (Embrafilme) e, como vimos, a decadência dos filmes da Boca do Lixo tiraram o público frequentador das salas cinematográficas. Esse panorama do cinema nacional é importante para nossa análise porque, em vários momentos, essa produção cinematográfica se chocou com a censura. Além disso, é essencial notar como o Estado teve um papel fundamentalmente importante, tanto na construção de uma empresa de cinema, quanto na formação de um público assíduo nas salas em que estivessem sendo exibidos os filmes nacionais. A valorização da estética do pobre, do ruim, do feio, em que ecoava certa “alma do povo” brasileiro, foi uma questão que se impôs entre o cinema e a ditadura militar, já que no ideário do regime também esteve contemplada a questão da folclorização dos hábitos nacionais. Se, de um lado, havia essa idéia, de outro observa-se uma tentativa de formar um “Brasil grande”, tanto econômica, quanto socialmente. Nesse sentido, as agências de propaganda desempenharam muito bem o papel de produtoras de um discurso que privilegiava as belezas naturais e o folclore “genuinamente” nacional recorrendo ao cinema e à TV para atingir o espectador 75 De fato havia durante a ditadura a valorização do que era nacional, no entanto era um nacional glamorizado e pouco crítico. Nesse sentido, nas principais campanhas da Aerp percebe-se que determinadas temáticas foram recorrentes, como a questão da “construção” e da “reconstrução”. Caberia ao novo governo promover a reconstrução da sociedade brasileira desse novo tempo, posto que, para os militares, o país vivia um

74 Folhetim . 27 de maio de 1979. 75 FICO, Carlos. Reiventando o otimismo : ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 1997. pp. 73-88.

32 momento de crise moral e material. 76 A valorização do nacional nesse sentido leva a acreditar que os militares pensavam a sociedade como pouco crítica e sem vontade própria. A busca por um nacionalismo era perseguida e foi exaltada em momentos específicos como no sesquicentenário da independência ou quando da conquista da copa do mundo de futebol em 1970. 77 Nesse sentido a estética da fome vai de encontro a esse objetivo da ditadura militar. Se por um lado o Cinema Novo colocou o conteúdo nacional, por outro expôs nas telas cinematográficas um país pouco conhecido da maioria dos brasileiros. Assim, são impactantes filmes como o de Glauber Rocha, Deus e o diabo na terra do sol que marca um diálogo direto do narrador com o expectador e não é descolado da realidade social na qual o filme foi construído. Um dos momentos mais claros dessa ligação é quando da morte do cangaceiro Corisco; ele cai de braços abertos e com a espada na mão grita: “mais forte são os poderes do povo”. 78 Vale mencionar que este filme foi produzido em 1964, justamente no acirrar tanto de movimentos de esquerda como de direita. Glauber consegue nele marcar os principais princípios da estética da fome, pois

num só golpe, o estilo cinematográfico se afina as condições de sua produção, marca sua posição estético ideológica ao cinema dominante, dá ensejo a que a própria textura do filme expresse o subdesenvolvimento que o condiciona e transforma a sua precariedade técnica, de obstáculo, em fonte da sua riqueza de significações.79

Também quando pensamos nos filmes produzidos pelo Boca do Lixo não podemos descolá-lo de um momento específico em que parte do mundo vivia, pois a década de 1960/70 foi justamente a que marcou pela revolução cultural. Revolução que começou a partir de novas formas familiares iniciando as transformações que modificariam as relações sociais em várias partes do mundo. 80 Assim, a revolução sexual diretamente e o pensamento de especialistas como Reich (que dava importância a livre expressão sexual) auxiliaram a produção de obras de cunho erótico. Embora essas obras marcassem claramente a comédia de costumes brasileira,

76 Idem. p. 121. 77 Sobre as comemorações do sesquicentenário ver: 78 XAVIER, Ismael. Sertão mar : Glauber Rocha e a estética da fome. São Paulo: Cosacnaify, 2007. p.88. 79 Idem. p. 112. 80 HOBASBAWN, Eric. Era dos extremos : o breve século XX (1914 – 1991). São Paulo: Companhia das letras, 1995. pp. 314-336.

33 apresentaram conteúdo que iam de encontro aos objetivos do regime militar; o de pensar uma sociedade moralmente sadia. A legitimação da DCDP frente a sociedade vai acontecer justamente pela noção da proteção da família contra os novos padrões sociais que se impunham em todo o mundo. Dessa forma, tanto a estética da fome quanto os filmes eróticos tiveram impacto na censura posto que as imagens que apareciam nas salas de projeção eram contrárias aos objetivos mais gerais do regime militar. De qualquer forma, podemos apreender deste panorama do cinema nacional que embora com conflitos sobre o que deveria ser filmado, a relação entre financiamento estatal e produção cinematográfica durante o período estudado foi bastante frutífera.

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Capítulo II - A questão da política cultural

Todo o movimento cinematográfico surgido nos anos 1960 foi marcado pelo debate sobre a questão do financiamento público. A produção cinematográfica, pelo grande número de pessoas que engloba e o seu complicado processo de produção, é uma tarefa que exige volumosos recursos financeiros. A proposta de um modelo para o cinema brasileiro esteve presente em várias discussões desde a década de 1930. Nesse sentido, uma questão latente na década de 1950 e 60 versava sobre a possibilidade de financiamento público para a arte cinematográfica. As políticas voltadas para o financiamento das atividades artísticas e culturais sempre foram controversas. Para Isaura Botelho, as condições históricas da formação de cada país são fatores importantes para entender a maneira como aconteceu a organização das estruturas governamentais de apoio e financiamento à cultura.81 Também para a autora, existem duas formas preponderantes de financiamento à arte: o financiamento direto do Estado e o financiamento privado. Nesse sentido, existe um país representante de cada forma de investimento. O primeiro seria a França “onde a tradição de sustentação das artes era vista como responsabilidade normal do governo, legando como herança aos tempos modernos a continuidade dessa suposição.” 82 Em contraposição à visão francesa e como representante do segundo tipo de financiamento às artes estariam os Estados Unidos da América. O país sempre se mostrou contrário ao financiamento público das artes. A lógica americana seria a de que a arte é um negócio e que deveria se auto-sustentar como qualquer outro. A autora ressalta que, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, foi criado nos EUA o National Endowment for the Arts , agência concebida para o financiamento do campo artístico. Entretanto, a presença do setor privado na manutenção da produção cultural continua sendo de longe a principal forma de aquisição de recursos pela categoria artística. Esses investimentos privados ocorrem por uma ação indireta do Estado, a partir da renúncia fiscal. 83 Para Brunner, ao se fazer política cultural, há ao menos dois planos distintos, o primeiro é a política cultural que acontece no cotidiano, no campo da esfera privada e o

81 BOTELHO, Isaura. Romance de formação : Funarte e política cultural 1976-1900. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2000. p. 31. 82 Idem. 83 Ibdem . p. 34.

35 segundo é da política macro social, pública. Entendendo que políticas culturais são

intentos de intervención deliberada, com los médios apropriados, em la esfera de constitución pública, macrosocial e institucional de la cultura, com el fin de obtener efectos buscados. Son, por lo general, formas de intervención que tienden a operar sobre el nível organizacional de la cultura; preparación y carrera de los agentes, distribución y organización de los médios, renovación de los médios, formas institucionales de la producción y circulación de bienes simbólicos. 84

Podemos dividir as ações do regime em dois momentos. O primeiro de 1969 a 1975. Neste período existiram alguns empreendimentos isolados como a criação do Conselho Federal de Cultura e da Embrafilme, mas não houve diretrizes claras sobre o que significava uma política cultural. Um dos programas que mostrou com mais nitidez a falta de diretriz central para a cultura foi do PAC (Programa de Ação Cultural). Lançado em 1973, o PAC surgiu enquanto Jarbas Passarinho ainda estava à frente do Ministério da Educação e Cultura (1969-1973). Segundo Miceli, o PAC veio atender a necessidade de uma abertura de crédito para as áreas desassistidas até aquele momento, mas, fundamentalmente, foi uma “tentativa oficial de ‘degelo’ em relação aos meios artísticos e intelectuais. Fora implantado com vistas a minorar a carência de recursos e de pessoal da área cultural do MEC.”85 Por não ter tido a função de formular uma política oficial de cultura, o PAC foi considerado mais uma ação emergencial do que uma diretriz de política cultural para todo o país, como garante Roberto Parreira: “o PAC foi um plano de emergência, criado no interior do DAC (Departamento de Assuntos Culturais), um departamento que não “operacionalizava por uma ordem direta”.86 Se os primeiros anos do regime foram marcados por iniciativas isoladas no campo cultural, especialmente quanto à atuação cinematográfica, em 1975 deu-se o auge da tentativa de implantação de uma política cultural com a criação do PNC (Plano Nacional de Cultura). O PNC foi o ponto culminante de um processo que teve suas raízes na criação do Conselho Federal de Cultura.

84 BRUNNER, José Joaquim. América Latina: cultura y modernidade. México: Grijalbo, 1992. p. 211. 85 MICELI, Sergio. O processo de construção “institucional” na área de cultura federal. In: MICELI, Sergio. Estado e cultura no Brasil . São Paulo: Difel, 1984. p. 55. 86 PARREIRA, Roberto. Estado e cultura: fomento “versus” paternalismo. In: MICELI, Sergio. Estado e cultura no Brasil. Op. cit . p. 235.

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Mais do que cumprir o papel policialesco de reprimir ou controlar, havia clara convicção do regime de que era preciso promover uma identidade nacional e zelar pelos princípios consagrados na tradição brasileira. 87 De fato, no governo Geisel foram estabelecidas várias medidas no campo cultural. Sob o comando de Ney Braga, o MEC foi significativamente ampliado e foi implantado o CONCINE, o Conselho Nacional de Teatro e uma das mais importantes agências existente até hoje, a FUNARTE. Podemos perceber uma clara definição do regime militar através da atuação controlada no campo da cultura que pretendia não apenas a regulação do setor, mas fundamentalmente a reafirmação de uma determinada cultura nacional, coroada com o PNC, em 1975. Como ressalta Miceli, foi a primeira vez que um conjunto de diretrizes foi criado com o intuito de orientar uma política de cultura nacional. 88 Quando pensamos no campo cinematográfico, podemos dizer que inicialmente houve medidas isoladas, mas posteriormente elas foram entrando em uma sistemática mais racional, aspecto que pode ser visto até mesmo na reorientação do papel da Embrafilme na década de 1970.

2.1 - Os investimentos estatais para o cinema no Brasil

No Brasil, o papel do Estado no investimento cinematográfico teve uma atuação bastante descontínua durante o século XX. Curiosamente, os dois períodos que se mostraram mais frutíferos para o campo artístico em termos de investimentos públicos foram as ditaduras de Vargas e a que teve início em 1964. No campo cinematográfico, a possibilidade e a forma de um planejamento por parte do Estado em relação à produção da sétima arte eram discutidas desde a década de 1930 e foram recuperadas com fôlego na década de 1960, devido à implantação de uma série de entidades estatais que tinham como finalidade o financiamento e a regulação do setor cinematográfico no país. 89

87 SILVA, Vanderli Maria da. A construção da política cultural no regime militar: concepções, diretrizes e programas (1974-1978) . São Paulo Dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Sociologia da USP, 2001. p.101. 88 MICELI, Sergio. O processo de construção “institucional” na área de cultura federal. In: MICELI, Sergio. Estado e cultura no Brasil . Op. Cit. 89 As entidades estatais que vão regular a atividade cinematográfica a partir dos anos 1960, são: o Instituto Nacional de Cinema (INC) (1966) e o Conselho Nacional de Cinema (CONCINE) (1975).

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Como foi visto no primeiro capítulo, durante a década de 1930 várias instituições foram criadas no sentido de possibilitar a produção cultural, dentre elas uma que dava especial atenção ao campo cinematográfico, o Instituto Nacional de Cinema Educativo. O INCE, criado por Roquete Pinto, 90 em 1937, visava utilizar o cinema como auxílio ao ensino e a educação popular. O Instituto fez 407 filmes, entre curtas e médias metragem, vários deles produzidos e dirigidos por Humberto Mauro, que posteriormente foi considerado um dos mais importantes cineastas nacionais. 91 Os filmes do INCE buscavam, além da questão científica educacional, uma utilização dos elementos da cultura nacional procurando valorizar aspectos ligados à brasilidade. 92 A concretização das iniciativas no campo cinematográfico mostra que o setor tornou-se, de fato, uma preocupação do Estado. Além da criação de um instituto para a produção fílmica, o INCE (1937), foram implementadas diversas leis que garantiam uma reserva de mercado para filmes nacionais com a obrigatoriedade de mais dias de exibição. No entanto, somente a partir da década de 1950 tiveram início as tentativas de implementação de novas formas de inserção estatal no campo da produção cinematográfica fora das produções educativas. 93 Nessa mesma década, vários grupos surgiram com a intenção de pensar ações para o cinema. Em 1955, foi criada a Comissão Municipal de Cinema (CMC) da cidade de São Paulo, órgão de caráter consultivo e a Comissão Estadual de Cinema (CEC) do estado de São Paulo. No ano seguinte, foi implementada a Comissão Federal de Cinema (CFC), que pretendia reunir os interesses de diversos setores e buscar alternativas e propostas para a produção cinematográfica. As discussões da CFC foram frutíferas nos seus esforços e dos debates do grupo se originaram

Também foi criada a Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) (1969), entidade de economia mista. Todas serão analisadas ainda neste capítulo. 90 Roquete Pinto nasceu em 1884 no Rio de Janeiro. Foi criado em Minas Gerais e voltou para sua cidade natal em 1912. Além de médico, antropólogo e professor é considerado um dos precursores do rádio no Brasil. 91 Humberto Duarte Mauro nasceu no dia 30 de abril de 1897 em Volta Grande, Minas Gerais. É considerado um dos mais importantes cineastas brasileiros, tendo tido importância tanto no cinema mudo como no sonoro. Foi o principal representante do ciclo de Cataguases. Grande parte da sua carreira passou desenvolvendo trabalhos no INCE (Instituto Nacional do Cinema Educativo) Faleceu em 1983. 92 GALVÃO, Elisandra. A ciência vai ao cinema : uma análise de filmes educativos e de divulgação científica do Instituto do Cinema Educativo. Rio de Janeiro: UFRJ/ICB, 2004. p. 22. 93 Ver tabela sobre a evolução da obrigatoriedade de filmes nacionais nos cinemas brasileiros nos anexos.

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o projeto de lei criando o Instituto Nacional de Cinema, a proposta de emenda à lei aduaneira para taxação ad valorem dos filmes importados, a proposta da transferência do Serviço de Censura para o Ministério da Educação e Cultura, a recomendação sobre a necessidade de ser cumprida a lei que tratava da remessa de lucros das distribuidoras estrangeiras para o exterior. 94

Na esfera federal, além da Comissão Federal de Cinema, foram criados também o Grupo de Estudos da Indústria Cinematográfica (Geic) 95 e o Grupo Executivo da Indústria Cinematográfica (Geicine). 96 O Geic, subordinado ao Ministério da Educação e Cultura, foi criado em 1958 e era constituído por oito membros, indicados pelo ministro a que o órgão estava ligado, além de estar sob a presidência deste. Tinha como objetivos precípuos a elaboração de planos com caráter nacional que visassem à indústria cinematográfica e à promoção e coordenação de estudos sobre revisão de tarifas aduaneiras. Era responsável também por fazer a articulação entre os governos estaduais e municipais no estudo de medidas que pudessem beneficiar a indústria cinematográfica e recomendar às entidades oficiais providências a favor da formação desta indústria. O Geicine, criado três anos depois, em 1961, era um órgão subordinado à Presidência da República. Faziam parte do Geicine os representantes do presidente da República, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Educação e Cultura, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, da Superintendência da Moeda e do Crédito, da Carteira de Comércio Exterior, da Carteira de Câmbio e do Conselho de Política Aduaneira. Por essa formação, pode-se perceber que a produção cinematográfica passou a ser pensada para além da esfera da cultura e mereceu a atenção de vários órgãos governamentais. Estando sob a observação de vários representantes de órgãos voltados para o financiamento e o crédito, pode-se supor que as produções começavam a ser pensadas como um negócio no qual o Estado poderia investir e intervir. As funções atribuídas ao Geicine eram amplas. Cabia ao conselho orientar a execução de planos nacionais para a produção cinematográfica brasileira, examinar e aprovar projetos referentes à indústria de cinema e fiscalizar a sua execução. Também seria responsabilidade do grupo preparar mão-de-obra especializada (técnicos e atores),

94 WERNECK, Nelson. Síntese de história da cultura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização brasileira: 1978. p. 82. 95 Decreto n. 44.853, de 13 de novembro de 1958. 96 Decreto nº 50.278, de 17 de fevereiro de 1961.

39 apoiar e estimular as entidades culturais cinematográficas, promover estudos para facilitar os planos nacionais de cinema e supervisionar a execução de diretrizes e projetos relativos à indústria de cinema. O decreto que criava o Geicine, assinado por Jânio Quadros, subordinava-o ao poder Executivo. No entanto, no ano seguinte o Grupo foi vinculado ao Ministério da Indústria e do Comércio. 97 Essa mudança reforça a hipótese de que o governo passou a entender o cinema em termos de “indústria”. Embora os governos entre 1945 e 1964 tenham tido iniciativas para o incremento de uma indústria cinematográfica nacional, foi apenas após o golpe civil-militar, ocorrido em março de 1964, que houve, por parte do governo, amplos investimentos na área cultural, notadamente no campo cinematográfico. Se, inicialmente, os governos militares não tinham uma política cultural clara, a preocupação com a produção cinematográfica já existia, mesmo porque os grupos criados anteriormente já debatiam as possibilidades para o cinema, conforme aponta o ofício enviado em 12 de maio de 1964, poucos dias após o golpe, por Edísio Gomes de Matos, então chefe do SCDP (Serviço de Censura de Diversões Públicas), ao chefe de polícia do D.F.S.P (Departamento Federal de Segurança Pública). Embora não expresse o pensamento dos militares durante todo o período, neste ofício Gomes de Matos discorreu sobre as leis de censura que haviam sido instaladas no Brasil desde 1939 e tocou na questão dos produtores cinematográficos. Para ele, que pertencia ao Geicine,

o problema do cinema brasileiro, à parte da questão artística, é a natureza nitidamente econômica e será resolvido com a formação de uma “economia do cinema”. Consiste essa economia do cinema em criar o governo as condições bastantes e suficientes para impedir a competição, em nosso mercado, do produto estrangeiro com o produto brasileiro. 98

A primeira lei que visou orientar as propostas sobre cultura nacional, após o golpe civil-militar de 1964, data de 1966, com a criação do Conselho Federal de Cultura. 99 O Conselho foi criado aos moldes do Conselho Federal de Educação e era dividido em quatro setores, quais sejam: artes, letras, ciências humanas e patrimônio histórico e artístico nacional, contando ao todo com 24 conselheiros que eram indicados pelo

97 A respeito da produção cinematográfica e as agências criadas pelo Estado ver: SIMIS, Anita. Estado e cinema no Brasil . São Paulo: Annablume, 1996. 98 AN; Coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas; Série: Correspondência oficial; Subsérie: Ofícios de comunicação; Ofício n. 391/64- SCDP, datado de maio de 1964. p. 5. Caixa 1. Fl. 4. 99 Decreto-lei n. 74, de 21 de nov. de 1966.

40 presidente da República. 100 Segundo o decreto de criação, as duas principais atribuições do organismo eram elaborar um Plano Nacional de Cultura e estimular a criação de Conselhos de Cultura em estados e municípios. 101 Também em 1966, como medida que teve por base o relatório da Comissão Federal de Cinema, foi criado o Instituto Nacional de Cinema (INC). A principal função do INC era formular e executar a política governamental relativa à produção, importação, distribuição e exibição de filmes, além de desenvolver a indústria cinematográfica brasileira e promover o cinema brasileiro no exterior. 102 A proposta de criação de um órgão como o INC era discutida havia vinte anos, mas foi finalmente implementada durante o regime militar, aproveitando as discussões do Geicine. O INC incorporou o Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), ficando assim responsável pela compra e exibição dos filmes educativos, como também assumiu o Geicine. 103 Embora as discussões sobre a formulação de uma entidade destinada ao crescimento da produção fílmica nacional viessem de longa data, a criação do INC não foi tão tranqüila como pode parecer, pois alguns cineastas eram contrários às propostas que tornassem o governo um financiador do cinema nacional. Nesse sentido, desde a criação do INC em 1966 – durante a presidência de Castelo Branco –, Nelson Pereira dos Santos manifestava-se contra a origem da instituição: ele dizia não saber

por qual razão o atual governo, que se diz antipaternalista, aprovou e enviou para o Congresso um projeto de autarquia fascistóide, cujo único mérito será o de polarizar as fontes de recursos para a produção cinematográfica. Temo que o cinema brasileiro, após a criação do Instituto, deixará de ser livre e leve, fluente e realista para se transformar em oneroso pedinte, subvencionado por burocratas. 104

A declaração apresentada por Nelson Pereira revela a preocupação de que o INC viesse a funcionar como um orientador ou norteador da produção cinematográfica, tendo em vista que nos encontrávamos diante de um período de exceção, ainda que este não tivesse atingido seu auge repressivo. De fato, a criação do INC gerou agudos debates na Câmara dos Deputados, pois a estrutura inicial do órgão apresentava uma forte presença estatal e uma polvilhada

100 CALABRE, Lia. O Conselho Federal de Cultura: 1971- 1979. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro: FGV, 2006. n. 37. pp. 2-21. 101 Idem . p. 4. 102 Decreto-lei n. 43, de 18 de nov. de 1966. 103 SIMIS, Anita. Estado e cinema no Brasil . São Paulo: ANNABLUME, 1996. pp. 251- 259. 104 Jornal do Brasil. 14 de ago de 1966.

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participação dos setores cinematográficos. 105 Durante os dez anos de existência, o INC baixou 112 resoluções com o objetivo de regular o setor cinematográfico, bem como instituir premiações para os filmes nacionais. Através dessas resoluções, aumentou de forma considerável a obrigatoriedade de filmes nacionais nas salas de exibição. Se, em 1969, era obrigatório que os cinemas exibissem filmes nacionais por 63 dias, quando o INC foi extinto, em 1975, a obrigatoriedade havia passado para 112 dias. 106 Além da dotação orçamentária destinada ao Instituto anualmente, uma das fontes de recursos do INC foi a venda de bobinas de ingressos padronizados, que gerava o recebimento da taxa denominada “contribuição para o desenvolvimento da indústria nacional”. Essa taxa, embutida na compra da bobina, era paga por todos os filmes que fossem destinados à exibição comercial. Foi o INC que tornou obrigatório o uso de ingressos padronizados de borderô e de caixa em todas as salas de exibição do Brasil. Essa medida atendia a uma reivindicação dos produtores que, até então, não tinham como saber exatamente o número de ingressos vendidos nas salas do país. 107 O uso de ingressos padronizados também facilitou a fiscalização por parte do governo, pois tornava exata a contabilização das bilheterias dos cinemas. O INC incorporou o valor do imposto sobre a remessa de lucro, com o qual investia em produções associadas. Em seus três primeiros anos de existência, o INC participou da produção de trinta e oito películas. 108 Fora os filmes educativos financiados pelo Estado desde a criação do INCE, foi a primeira vez que o Estado assumiu o efetivo papel de financiador, se responsabilizando pelos riscos da criação de uma obra cinematográfica, pois, caso a obra fracassasse comercialmente, haveria uma perda, tanto para o produtor, quanto para o financiador. Por ser um órgão estatal, as atividades do INC eram, por vezes, alvo nos discursos proferidos pelos presidentes no Congresso. Por exemplo, em 1975 Ernesto Geisel dizia

105 SIMIS, Anita. Estado e cinema no Brasil . Op. cit. pp. 223-230. 106 MELLO, Alcino Teixeira de. (org) Legislação do cinema brasileiro : resoluções do INC, convênios, acordos, planos, instruções, circulares, portarias. Rio de Janeiro: Embrafilme, 1978. 107 Idem 108 Sobre o assunto ver: SIMIS, Anita: Estado e Cinema no Brasil . Op. cit . O Decreto n. 60220 de 15 de fevereiro de 1967 pautava quatorze pontos nas atribuições do INC, dentre eles estavam: regulação da produção, distribuição e a exibição de filmes nacionais; a regulação das condições de locação de filmes estrangeiros às salas exibidoras; formular política nacional de preços de ingressos; aprovação de projetos para o desenvolvimento da indústria cinematográfica; concessão de financiamento e prêmios; produção e compra de filmes educativos; seleção de filmes para festivais; fiscalização do cumprimeito das leis das atividades cinematográficas e também cabia ao INC aplicar multas e penalidades a quem descumprisse as normas do setor cinematográfico.

42 que

na área cinematográfica, as atividades do Instituto Nacional de Cinema expressam-se na realização de 65 documentários, didáticos e culturais. 109

Ou seja, percebe-se desta forma que o governo estava atento para o que era produzido e fazia questão de levar ao conhecimento da sociedade as iniciativas relativas a produção cinematográfica. O Instituto também se preocupava com os tipos de produção que se desenvolviam no Brasil. Embora não tivesse competência para proibir ou censurar, tentava coibir as pornochanchadas, pois era o INC que realizava concursos visando premiar os melhores filmes. De fato, alguns filmes de boa bilheteria eram filmes eróticos e, por isso,

o presidente do INC disse que, embora a autarquia não pretenda criar obstáculos maiores à produção das chamadas pornochanchadas, já que cabe à censura e não ao INC julgar da conveniência de sua exibição, pretende, porém submeter aos órgãos colegiados do Instituto visando amparar, de forma mais efetiva, os excelentes filmes que a indústria cinematográfica vem produzindo, tão aplaudidos no exterior mas infelizmente, carentes de apoio e do estímulo das platéias brasileiras. 110

É importante mencionar que ainda hoje existe dúvida quanto às estatísticas que apontam para os filmes de maior bilheteria no Brasil, posto que as películas como as chanchadas, que foram capazes de levar centenas de pessoas às salas de projeção, nunca foram oficialmente contabilizadas. Como já foi mencionado, as bilheterias das salas cinematográficas só passaram a ser computadas a partir da década de 1960, com a criação do INC. O INC teve quatro diretores, Flavio Tambellini (1966 – 1967), Durval Gomes Garcia (1967 – 1979), Ricardo Cravo Albim (1970 – 1972) e Alcindo Teixeira de Mello (1972 – 1975). Com a sua extinção, ficou acertado que deveria ser criada pelo governo federal uma outra instituição para assessorar diretamente o ministro da Educação e Cultura, estabelecer orientação normativa e fiscalizar as atividades cinematográficas no país. Essa instituição foi criada um ano depois, o Concine. 111 O INC funcionou até o ano de 1975 e foi uma institução que, além de participar do financiamento de filmes, promovia a regulação do setor. O esvaziamento do órgão aconteceu a partir de 1969 com a criação da Embrafilme que, além de passar a exercer

109 Discurso do Presidente Ernesto Geisel ao Congresso Nacional no ano de 1975. Visto em: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1336/000104.html 110 Folha da Tarde . 11 de out. 1975. 111 Lei n.6.281, de 09 de dezembro de 1975.

43 o papel de financiadora, também ficou com parte da taxação sobre a remessa de lucros de filmes estrangeiros. Outro fator facilitador para o fim do INC foi o fato de que a Embrafilme passou a exercer mais atividades do que estabelecido quando de sua criação. Dessa forma, os dois órgãos desenvolviam ações semelhantes, gerando um conflito de competência. Quando da extinção do INC, o relator do projeto, deputado Aurélio Campos (MDB-SP) expôs que

a proposição chega com fundadas esperanças, pois nos seus dispositivos e posterior regulamentação encontramos instrumentos necessários para que o cinema nacional percorra seu verdadeiro caminho capaz de se antepor à avassaladora desnacionalização imposta pela maciça presença em nossas telas de filmes estangeiros. 112

Se a parte de financiamento e da produção cinematográfica ficaram nas mãos da Embrafilme, fazia-se mister a criação de outra instituição que se voltasse para a fiscalização do setor. Criado pelo presidente Ernesto Geisel em 1976, o Concine (Conselho Nacional de Cinema) estava vinculado ao Ministério da Educação e Cultura e incorporava uma série de atribuições, antes exercidas pelo INC. 113 A partir de sua criação, o Concine seria o órgão responsável, dentre outras competências, por assessorar a formulação da política de desenvolvimento do cinema brasileiro, regular importações e exportações de filmes, orientar a política nacional de preços de ingressos e dispor sobre a forma de concessão pela Embrafilme de prêmios e incentivos a filmes nacionais. Imbuído dessas funções, o Concine trabalhou como órgão fiscalizador da área cinematográfica e em diversas ocasiões realizou ações conjuntas com a Embrafilme. Durante meados da década de 1980, quando se sucederam as crises na Embrafilme, vislumbrou-se no horizonte uma nova possibilidade para o financiamento artístico. Em julho de 1986, foi aprovada a lei que ficou conhecida como Lei Sarney, responsável por conceder abatimentos fiscais para pessoas físicas e jurídicas no imposto de renda para doações de caráter cultural ou artístico. 114 Essa lei, e suas subseqüentes regulamentações, abriram caminho para a possibilidade de a iniciativa privada ter um papel complementar ao Estado no que se referia ao financiamento artístico. A Lei Sarney foi substituída, em 1991, pela Lei Rouanet, ainda em vigor, cujo objetivo

112 Jornal de Brasília. 5 de Nov. 1975. 113 Decreto nº 77.299, de 16 de mar de 1976. 114 Lei. N. 7505. 2 de jul de 1986.

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principal é o mecenato através da renúncia fiscal. 115 Com nove pontos fundamentais, a Lei Rouanet se colocou como uma possibilidade de financiamento sem a centralização da produção nas mãos do Estado, não cabendo a este a escolha do que deveria ou não ser produzido e não podendo, dessa forma, ser acusado de dirigismo estatal na cultura. 116 Assim, a Lei Rouanet tinha como objetivos precípuos facilitar os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o exercício dos direitos culturais, estimular a regionalização da produção cultural, apoiar e difundir o conjunto das manifestações culturais, proteger as expressões culturais dos grupos formadores da sociedade brasileira, salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar, preservar os bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico brasileiro, desenvolver a consciência internacional e o respeito aos valores culturais de outros povos ou nações, estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal e, por fim, priorizar o produto cultural originário do país. 117 Pode-se perceber pela tabela abaixo que, desde a aprovação da lei, cada vez mais empresas e pessoas físicas passaram a aderir à renúncia fiscal como forma de financiar a cultura. No entanto, uma das críticas mais comuns a esse sistema é que as empresas, ao escolherem os projetos que desejam financiar, acabam fazendo um grande investimento na região sudeste em detrimento do resto do país. 118

Incentivadores por ano e tipo de pessoa RESUMO 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 Total

Física 24 181 1.438 1.791 1.867 3.531 2.997 3.213 3.319 2.964 3.594 3.241 11.868 13.460 668 54.156

Jurídica 2 19 69 733 1.125 1.066 1.250 1.334 1.171 1.291 1.352 1.778 2.020 2.304 2.352 1.309 19.175

Total 2 43 250 2.171 2.916 2.933 4.781 4.331 4.384 4.610 4.316 5.372 5.261 14.172 15.812 1.977 73.331 Fonte: Site do Ministério da Cultura.

Embora a discussão sobre o financiamento privado a partir da renúncia fiscal tenha ocorrido em meados da década de 1980, foi no governo do presidente Fernando Collor de Melo, no início de 1990, que a perspectiva de substituição do poder público pelo privado tornou-se mais clara. Através de medidas provisórias foram extintas diversas entidades voltadas para a produção cultural, dentre elas o Concine e a

115 Lei. 8313 de 23 de dez. de 1991. 116 A esse respeito ver: DÓRIA, Carlos Alberto. Os federais da cultura. São Paulo: Biruta, 2003. pp. 56- 58. 117 Lei 8313 de 23 de dez. de 1991. § 1. 118 DÓRIA, Carlos Alberto. Os federais da cultura. Op. cit. p. 55.

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Embrafilme. A extinção desses organismos, que haviam conseguido em grande medida organizar uma política de financiamento ao cinema brasileiro, acabou sendo um duro golpe para a produção nacional. Como disse João Batista de Andrade, o governo Collor acabou com uma fase do cinema nacional, pois

o cinema brasileiro praticamente morreu naquele ato irresponsável de um governante que duraria pouco (...). De certa forma, esse momento marca o fim de uma longa etapa do cinema brasileiro. 119

A difícil situação da produção fílmica nacional durou aproximadamente uma década e só recobrou o fôlego em fins dos anos 90. 120 O cinema da retomada seguiu os padrões clássicos de produção cinematográfica e conseguiu reconquistar o público dos filmes nacionais. 121

2.2 - A Empresa Brasileira de Filmes

No dia 13 de dezembro de 1968, o governo militar baixou o famigerado Ato Institucional número 5, conhecido como “AI-5”. O ato não veio simplesmente para fazer frente à luta armada, mas já fazia parte dos planos do grupo conhecido como “linha dura” um controle mais efetivo da sociedade. Assim, a partir de 1968, o regime endureceu na busca de informações sobre supostas atividades subversivas, na repressão política e na tortura aos presos políticos. 122 Logo no ano seguinte ao endurecimento da ditadura, o governo baixou a lei que criava a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes). A empresa surgiu como uma sociedade de economia mista, vinculada ao Ministério da Educação e Cultura. Na época de sua fundação, o capital social da Embrafilme era de NCr$6.000.000,00 (seis milhões de cruzeiros novos). 70% das ações estavam na mão da união, 29,4% sob a resposabilidade do INC (que também era uma entidade governamental) e apenas 0,6%

119 ANDRADE, João Batista de. Uma trajetória particular. In : Estudos avançados . Vol. 16. n. 46. São Paulo: IEA, 2002. p. 266. 120 Para o cinema nos anos 1990 ver: BUTCHER, Pedro. Cinema Brasileiro hoje . São Paulo: Publifolha, 2005. LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro : das origens à retomada. São Paulo: Perseu Abramo, 2005. NAGIB, Lúcia. (org). O cinema da retomada : depoimentos de 90 cineastas dos anos 90. São Paulo: Editora 34, 2002. 121 LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro . Op. cit . p. 134. 122 FICO, Carlos. Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura Militar. Rio de Janeiro: Record, 2004. pp. 81-82.

46 das ações foram compradas pela iniciativa privada. Ou seja, embora fosse uma empresa de economia mista, o poder acionário da iniciativa privada era ínfimo. O idealizador da Embrafilme foi o então presidente do INC e, posteriormente, seu diretor-geral, Durval Gomes Garcia. A idéia de Garcia era que a empresa virasse uma colabora do INC e que a qualquer momento pudesse substituí-la.123 Os principais objetivos do empreendimento eram a distribuição de filmes no exterior e a realização de mostras de filmes nacionais em festivais com o objetivo de divulgar a cultura e o filme brasileiro. 124 Durante toda a sua existência, a empresa foi caracterizada por três momentos bastante marcantes. O primeiro foi o da criação, até o ano de 1974, sublinhado como o momento no qual foram escolhidos os rumos que tomaria. 125 Tendo sido criada sem uma discussão com as categorias artísticas, inicialmente foi olhada com perplexidade. Para o sindicato dos produtores, sua fundação aconteceu de maneira inesperada, surpreendendo toda a categoria cinematográfica, tal como salientou Aluísio Leite, diretor do Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica (SNIC), “a classe cinematográfica surpreendeu-se ao saber da criação da Embrafilme.” 126 O segundo momento, entre 1974 e 1985, ficou conhecido como os “anos dourados” da Embrafilme. Parte dessa fase coincidiu justamente com a gestão do cineasta Roberto Farias. 127 O terceiro momento da Embrafilme se estendeu de 1985 até a sua extinção no governo do presidente Fernando Collor de Melo. Esse período foi marcado pelo esvaziamento político e pelas várias denúncias contra a empresa. De uma forma geral, pode-se dividir a história da Embrafilme nesses três períodos, no entanto, vamos destacar alguns dados para que se tenha noção da sua importância no desenvolvimento de uma indústria cinematográfica nacional. Como foi mencionado, a criação da Embrafilme surpreendeu, inclusive, a classe cinematográfica, mas, de qualquer forma, a empresa gerou novas possibilidades para a criação fílmica, bem como incrementou a produção nacional. De fato, a partir de meados de 1960, várias agências governamentais federais foram criadas no sentido de

123 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme : cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977-1981). Niteroi: EdUFF, 2000. pp. 23-24. 124 Decreto-lei n. 862, de 12 de set. de 1969. 125 LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro : das origens à retomada. São Paulo: Perseu Abramo, 2005. pp. 111-115. 126 Jornal do Brasil . 14 set. 1969. 127 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme. Op. cit . pp. 41-70.

47 gerar uma centralização administrativa e o modelo da Embrafilme expressava uma opção mais ampla do regime militar, especialmente após 1967, dado o modelo econômico caracterizado pelo forte apoio do Estado, através de subsídios e financiamento direto. 128 Um dos pontos mais marcantes dessa política foi o PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), que visava uma estabilização econômica e a volta ao crescimento. De qualquer forma, a criação de agências governamentais

[ajuda] a setorizar reividicações. Pela multiplicidade de burocracias, atendendo respectivamente a diversas clientelas, o Estado se torna capaz de lidar com pressões opostas. Setorizando decisões, concentrando não decisões, o Estado passa a dispor de mecanismos de controle do fluxo de demandas conflitivas. 129

Assim, a Embrafilme, embora sendo uma empresa de economia mista, acabou por desempenhar o papel de uma agência governamental que, além do estímulo ao cinema, conseguiu atender a reivindicações de grupos que há anos trabalhavam no sentido de ter uma política mais direta do Estado para o cinema. As atividades desenvolvidas pela Embrafilme nos anos iniciais foram tímidas, principalmente devido aos entraves burocráticos. No entanto, foi desenvolvida uma política de financiamento com os seguintes critérios: 60% dos recursos iriam para empresas tradicionais, 30%, para produtores independentes e 10%, para estreantes. 130 A Embrafilme escolhia os projetos a serem financiados independentemente da temática abordada na sinopse. O que a empresa focava era a possibilidade de realização do filme pelo produtor. Em vista disso, financiou diversas comédias eróticas, medida que acabou por ser o calcanhar de aquiles da empresa durante os anos de funcionamento. Tanto parcelas da sociedade civil como a própria censura condenavam o fato de uma empresa estatal produzir filmes que fossem contrários à moral cristã. Para os técnicos da censura era uma questão ainda mais premente, pois deveriam censurar filmes que haviam sido produzidos com financiamento de uma agência governamental. Foi na gestão de Jarbas Passarinho como ministro da Educação e Cultura (1969- 1974) do governo de Emílio Médici que começaram as discussões sobre uma mudança

128 Sobre o assunto ver: FIECHTER, Georges-André. O regime modernizador do Brasil : 1964-1972. Rio de Janeiro: FGV, 1974. pp.70-77. 129 VIANNA, Maria Lúcia Teixeira Werneck. A administração do milagre : conselho monetário nacional 1964- 1974. p.32. 130 RAMOS, José Mário Ortiz. Cinema, Estado e lutas culturais (anos 50/60/70) . Rio de Janeiro: Paz e terra, 1983. p.89.

48 no papel da Embrafilme: havia uma reforma sendo pensada que pretendia dar mais agilidade para a produção cinematográfica. 131 A reforma vinha sendo discutida desde 1973, quando o ministro convocou o presidente do INC, o diretor geral da Embrafilme e altos funcionários do MEC para integrarem a comissão encarregada da reformulação do cinema brasileiro. Provavelmente em decorrência dessa reformulação, Tunico Amâncio afirma que, na gestão de Roberto Farias (1974-1979), a Embrafilme foi inserida em uma “nova ótica de participação estatal junto à indústria cultural.” 132 O propósito da reforma era fundamentalmente não deixar que duas instituições acabassem tendo papéis semelhantes. Ora, se a Embrafilme financiava, não haveria necessidade de o INC fazê- lo também. A unificação da Embrafilme com o INC favoreceu a gestão da empresa que coincidiu com a entrada de Roberto Farias, tanto foi assim que o período da sua administração ficou conhecido como época de ouro. As discussões em torno da extinção do INC acabaram por aumentar o tamanho da Embrafilme, não somente pelas atribuições que foram repassadas, como também pelo aumento da dotação orçamentária. Com as novas atribuições, a Embrafilme precisou passar por uma grande reforma, a fim de torná-la mais eficiente. De fato, com maior possibilidade de recurso e dotação orçamentária, a empresa conseguiu, nos anos posteriores, garantir um nunca antes visto no campo cinematográfico. Tal como a citação abaixo esclarece, a unificação entre Embrafilme e INC garantiu uma maior profissionalização da produção cinematográfica. Na época, o diretor do Departamento de Assuntos Culturais do MEC, Manuel Diegues disse que

a fusão do INC e da Embrafilme (...) estabelecerá um jogo com regras definitivas, consolidando em definitivo e estrutura legal e executiva do cinema brasileiro e encerrando seu período experimental, feito até aqui de erros e acertos. 133

Com a reformulação, foram criadas a Superintendência Comercial (SUCOM), a Superintendência de Produção (SUPROD) e a Diretoria de Operações não Comerciais (DONAC). Também com a reformulação de 1975, a Embrafilme passou a assumir todos os riscos do negócio cinematográfico, sendo produtora, distribuidora e

131 Idem. pp. 90-93. 132 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da EMBRAFILME : cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977-1981). Niterói: Editora da universidade Federal Fluminense, 2000. p.56. 133 Jornal do Brasil. 19 de ago. de 1974.

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financiadora. A Embrafilme teve destaque fundamental, tanto no financiamento quanto na distribuição de filmes. De fato, as maiores bilheterias da empresa aconteceram no período entre 1974 e 1985.

Maiores Bilheterias da Embrafilme (1974 -1985) Filme Bilheteria Ano Diretor Dona Flor e seus dois maridos 10.800.00 1976 Bruno Barreto Neville de A dama do lotação 6.500.000 1976 Almeida Lúcio Flávio, o passageiro da agonia 5.400.000 1977 Hector Babenco Xica da Silva 3.200.000 1976 Carlos Diegues Fonte: CAETANO, Maria do Rosário. Revista de Cinema , 28 de set. 2001.

Em termos de bilheteria, os filmes do grupo humorístico Os trapalhões tiveram um bom público pagante. As décadas de 1970 e 80 contaram com a marcante presença do grupo na formação de uma geração de crianças e adolescentes. Nesse sentido, os filmes eram os principais vetores para alcançar tanto o público infantil, como o público adulto. O programa humorístico da trupe foi exibido na televisão por um período superior a trinta anos. Além disso, alguns desses filmes foram favorecidos por investimentos da Embrafilme, na produção e/ou na distribuição.

Principais bilheterias de Os Trapalhões

Filme Bilheteria Ano Diretor

O trapalhão nas minas do rei Salomão 5.800.000 1977 J.B. Tanko Os saltimbancos trapalhões 5.200.000 1981 J.B Tanko Os Trapalhões na guerra dos planetas 5.090.000 1982 Adriano Stuart Os Trapalhões na Serra Pelada 5.050.000 1982 J. B Tanko Cinderelo trapalhão 5.030.000 1979 Adriano Stuart Os trapalhões no planeta dos macacos 4.566.000 1976 J. B Tanko Simbad, o marujo trapalhão 4.407.000 1976 J. B Tanko O rei e os Trapalhões 4.200.000 1979 Adriano Stuart

O incrível monstro trapalhão 4.215.000 1980 Adriano Stuart O cangaceiro trapalhão 3.915.000 1983 Daniel Filho

50

O trapalhão na ilha do tesouro 3.375.000 1975 J.B Tanko A filha dos Trapalhões 2.476.000 1984 Dedé Santana Victor Lustosa e Dedé Os Trapalhões e o mágico de Oroz 2.457.000 1984 Santana Fonte: CAETANO, Maria do Rosário. Revista de Cinema , 28 de set. 2001.

Para conseguir um financiamento na Embrafilme, o produtor teria que percorrer um longo caminho. O projeto do filme era analisado por uma comissão da empresa e devia possuir características culturais, artísticas e científicas de alto nível, posto que o financiado assinava um contrato atestando conhecer e respeitar as normas da censura de diversões públicas. 134 Embora esse contrato fosse firmado quando do financiamento, a Embrafilme não fazia análise qualitativa ou ideológica do projeto, sendo necessário apenas a entrega da sinopse do que seria produzido. Para conseguir o financiamento público o produtor precisava já ter sido responsável pela produção de ao menos mais um filme de longa-metragem sem recursos da Embrafilme e também deveria apresentar a sinopse do projeto com um planejamento orçamentário. Isso favorecia as produtoras já fixadas no mercado. No entanto, para o produtor estreante, pessoa que tivesse um currículo viável para a execução do projeto (como técnicos, pessoas com experiência artística ou acadêmica) era destinado 10% do montante total das verbas e poderia realizar até um filme por ano com verbas da empresa. 135 As condições básicas para o financiamento eram apresentadas da seguinte forma: o financiado receberia 40% no ato da assinatura do contrato, 40% após a revelação de no mínimo dois mil metros do negativo do filme e os 20% restantes quando da apresentação do copião montado, mas nunca antes de 60 dias antes da assinatura do contrato. Como já foi dito, o financiamento da Embrafilme contemplava três categorias de produtores: a empresa já consolidada, o produtor independente e o produtor estreante. O financiamento era concedido a juros de 10% ao ano com carência de doze meses e um prazo de vinte e quatro meses para o pagamento. 136 Por financiar, a Embrafilme tinha a opção para negociar o filme no exterior. Vale notar que todos os contratos de

134 AMANCIO: Tunico. Artes e manhãs da Embrafilme : cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977- 1981). Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2000. p.26. 135 Idem. 136 AMANCIO: Tunico. Artes e manhãs da Embrafilme : cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977- 1981). Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2000. p.24.

51 financiamento continham uma cláusula na qual o produtor concordava em respeitar as normas da censura de diversões públicas. 137 Sem dúvida, o lançamento da Embrafilme e sua continuação no mercado deram um grande impulso à produção cinematográfica nacional. Entre os anos de 1970 e 1981, a empresa financiou 133 filmes, co-produziu 130 e foi responsável pela distribuição de mais de duas dezenas de películas. Durante a década de 1970, houve um aumento tanto no número de filmes produzidos, quanto do público freqüentador das salas de cinema.

Lançamento de Filmes Brasileiros Ano Número de Filmes 1967 25 1968 51 1969 44 1970 74 1971 76 1972 68 1973 57 1974 74 1975 79 1976 87 1977 73 1978 81 Tabela elaborada a partir dos dados obtidos em: Cine Jornal . Embrafilme. Jul. 1980 ano 1.

Pode-se perceber que antes da criação da Embrafilme, em 1969, o lançamento de filmes no Brasil girava, no máximo, em torno de 50. Após o ano de 1969, a produção aumentou, chegando seu auge em 1978 com 81 filmes. Vale notar que, embora a empresa tenha sido criada em 1969, a concessão de financiamentos, iniciou-se apenas em 1970. No gráfico abaixo podemos perceber que, embora tenha sido fundamental o financiamento da Embrafilme para o cinema brasileiro, a produção que aqui vamos chamar de independente teve considerável destaque quando analisamos todo o período. 138 No entanto, não se pode menosprezar o papel da empresa na década de 1970, principalmente na gestão de Roberto Farias, dado o gigantismo que a Embrafilme

137 Arquivo Funarte. Clipping Embrafilme. PA/335. 138 Sobre a produção fílmica brasileira ver: SILVA NETO, Antônio Leão da. Dicionário de filmes brasileiros . Edição do autor, 2002.

52 adquiriu. 139

Filmes produzidos no Brasil

160 140 Filmes Produzidos no Brasil 120 100 80 Filmes co-produzidos pela Embrafilme 60 40 Filmes Produzidos pela 20 Embrafilme 0

O aumento do número de filmes nacionais incentivou uma quantidade cada vez maior de pessoas a comparecer às salas de exibição. Com isso, a freqüência não aumentava apenas para os filmes nacionais, mas também para os filmes estrangeiros, que ainda continuaram tendo folgada preponderância nos cinemas, conforme podemos constatar ao verificar o número de ingressos vendidos em todo o país durante a década de 1970.

Número de Ingressos Vendidos no Brasil Ano Filmes Brasileiros Filmes Estrangeiros 1971 28.082.358 174.937.911 1972 30.967.603 160.521.647 1973 30.815.445 162.562.206 1974 30.665.515 170.625.487 1975 48.599.308 226.521.138 1976 52.046.653 198.484.198 1977 50.937.897 157.398.105 1978 61.854.842 149.802.182 Tabela elaborada a partir dos dados obtidos em: Cine Jornal . Embrafilme. Jul. 1980 ano 1.

Dos filmes comercializados ou financiados pela Embrafilme, muitos foram acusados de ter péssima qualidade artística ou de contrariar a moral e os bons costumes do povo brasileiro. Grande parte das críticas era dirigida aos filmes conhecidos como ponochanchadas. As acusações partiam tanto da crítica especializada e das cartas enviadas à DCDP, como dos jornais da época que publicaram várias matérias acusando

139 A esse respeito ver: AMÂNCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme . Op. cit.

53 a empresa de estimular as pornochanchadas, exemplo disso foi a matéria publicada no Última Hora cunhando e empresa de Embrachanchadas .140 Vale lembrar que a pornochanchada foi o gênero garantidor da grande assiduidade do público brasileiro às salas de exibição na década de 1970 e de 1980. 141 As pornochanchadas sofreram com o rigor da censura, mas filmes considerados de grande qualidade artística e alvos de financiamentos da Embrafilme também foram mutilados por conterem cenas que supostamente agrediam a “moralidade brasileira”. Exemplo claro está nas adaptações dos escritos de Nelson Rodrigues e de Jorge Amado. Várias dessas versões foram consideradas como obras artísticas de refinada qualidade na história do cinema brasileiro. No entanto, diversas adaptações continham forte apelo sexual e, dessa forma, ao mesmo tempo em que os cineastas conseguiam que suas películas tivessem aceitação popular e boa bilheteria, também ganhavam a antipatia dos censores da DCDP e das camadas mais conservadoras da sociedade. 142

Produção de Filmes Brasileiros Quantidade de filmes produzidos e co-produzidos pela Embrafime em comparação aos filmes produzidos sem o financiamento estatal entre 1969 – 1981.

Filmes co-produzidos Filmes produzidos pela Filmes Produzidos no Ano pela em EMBRAFILME Brasil EMBRAFILME 1969 0 0 69 1970 17 0 83 1971 12 0 81 1972 27 0 94 1973 23 2 75 1974 22 18 81 1975 5 10 88 1976 4 31 87 1977 3 7 119 1978 3 16 111 1979 21 20 94 1980 0 11 82

140 Última Hora . 30 de ago. de 1977. p.2. 141 Nos anexos deste trabalho pode ser verificado na tabela cujo título é Pornochanchada várias reportagens que eram denúncias contra a Embrafilme devido à produção das pornochanchadas. De qualquer maneira vale citar, além da matéria mencionada, Jornal do Brasil . Caderno B. 15 set. 1980. Jornal do Brasil . 5 abr. 1980. 142 De fato as obras de Jorge Amado começaram a aparecer nas telas cinematográficas ainda na década de 1940. Ao todo foram 9 produções, destacando-se os filmes: Gabriela, cravo e canela (1982), de Bruno Barreto; The wild pack (1976), filmado pelo americano Hall Bartlett e inspirado no livro Capitães da Areia e Jubiabá (1986), de Nelson Pereira do Santos. Nelson Rodrigues teve 19 produções cinematográficas, destacando-se: Boca de ouro (1962), de Nelson Pereira do Santos; Bonitinha mas, ordinária (1964-primeira adaptação), de J. P de Carvalho; Toda Nudez será castigada (1975), de Arnaldo Jabor; A dama do lotação (1975), de Neville de Almeida e Perdoa-me por me traíres (1983) de Braz Chediak.

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1981 3 15 108 Total 140 102 1103 Tabela elabora a partir dos dados apresentados por AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da EMBRAFILME : cinema estatal brasileiro em sua época de ouro (1977 – 1981). Niterói: Editora da universidade Federal Fluminense, 2000. e SILVA Neto, Antônio Leão da. Dicionário de filmes brasileiros. São Paulo: Edição do autor, 2002.

Devido às críticas sofridas por várias camadas da sociedade, em 1973, o então ministro Jarbas Passarinho recomendou maior atenção aos projetos que deveriam ser aceitos pela Embrafilme. O presidente da empresa avaliou que era mesmo necessário vislumbrar com mais cuidado os aspectos culturais que os filmes poderiam proporcionar. No entanto, “o erotismo continuaria sendo aceito, mas em toques leves, necessários às comédias”. 143 A discussão sobre o financiamento à pornochanchada permeou todo o período de existência da Embrafilme. Quem melhor resumiu a participação da Embrafilme nas produções foi Celso Amorim 144 que, em 1979, como diretor-geral da empresa, no simpósio sobre censura ocorrido no Congresso Nacional, foi categórico ao afirmar que a Embrafilme “não [exercia] qualquer função ou atividade diretamente relacionada com a censura” 145 e que a empresa limitava-se

a verificar a capacidade técnica e profissional dos realizadores, dos produtores; a verificar se o projeto [estaria] tecnicamente bem desenvolvido; a ver se ele [teria] potencialidade artística, cultural ou econômica que [justificasse] uma participação do Estado. 146

Ora, se a Embrafilme não vetava o roteiro, não é de se espantar que tenha financiado obras de cunho erótico, até porque no próprio processo de produção da obra cinematográfica algumas partes eram modificadas. Devido a isso, o ministro da Justiça Abi-Ackel (1980-1985) declarou que seria “mais fácil a Embrafilme fechar do que ficar dando dinheiro a esse tipo de produção.” 147 Mesmo financiando filmes com teor erótico, a Embrafilme teve enorme crescimento. Se, na época de sua fundação, seu capital social era de NCr$ 6.000.000,00 (seis milhões de cruzeiros novos), quando completou 10 anos de existência, seu capital social era de aproximadamente Cr$ 80 milhões. Contava também com 749 funcionários

143 Jornal do Brasil. 04 de julho de 1973. 144 Celso Amorim foi diretor da Embrafilme no período de 1979 até 1982. 145 Cine Jornal. dimensões do mercado. Rio de Janeiro: Embrafilme, 1980. n.1. p. 36. Este mesmo texto posteriormente foi publicado no livro: AMORIM, Celso. Por uma questão de liberdade : ensaios sobre cinema e política. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/Embrafilme, 1985. 146 Idem . p.37. 147 Jornal do Brasil . 5 de abr. de 1980.

55 atuando na matriz e alocados nos escritórios de representação espalhados pelo país. 148 A renda da empresa era dividida da seguinte forma:

Retorno do Financiamento Rec. de co-produção Ingresso Título Rec. de Distribuição Decreto-lei 862

Fonte: Carta mensal. Ano I n. 1. jan de 1979.

A tabela acima mostra as principais rendas obtidas pela Embrafilme em 1979. No entanto, provavelmente os anos posteriores a 1975, quando a empresa passou a ter mais atribuições, seguiram o mesmo padrão. Pode-se percebe que a maior fonte de lucro está relacionada ao decreto-lei 862. Este decreto foi o mesmo de criação da Embrafilme, que estipulava o imposto a ser pago pelo distribuidor e pelo importador e incidia sobre a remessa de lucros ao exterior de filmes estrangeiros exibidos no Brasil. Posteriormente, vinha o ingresso padronizado e este era pago no ato da compra pelo exibidor, que depois descontava da renda bruta do filme o valor correspondente à quantidade de ingressos vendidos. A terceira fonte de receita era a contribuição por título de filme, criada no intuito de desenvolver a indústria cinematográfica. O retorno que a Embrafilme recebia dos filmes financiados era uma ínfima parte da sua receita. 149 Ou seja, os financiados deveriam, depois de concluído o filme, retornar o investimento feito na película. 150 Provavelmente, esse fraco retorno acontecia pelo fato de os cineastas não conseguirem um bom público para assistir a seus filmes. O Globo

148 Carta Mensal. Ano I n. 1 1979. p. 2. 149 Idem. 150 No artigo 9 da Lei n. 6.281, de 9 de dez de 1975 dizia que a receita da Embrafilme seria constituída por: Dotações orçamentárias que lhe forem consignadas pela União; contribuição para o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional, devida pelos distribuidores ou produtores; produto de operações de crédito; empréstimos, auxílios, subvenções, contribuições e doações de fontes internas e externas; produto de multas; produto de venda do ingresso padronizado e de " borderaux " padrão; produto da comercialização de filmes e venda de bens patrimoniais; juros e taxas de serviços provenientes de financiamentos; fundo decorrente dos depósitos a que se refere o artigo 45 da Lei nº 4.131, de 3 de setembro de 1962, com a redação dada pelo artigo 9º do Decreto-lei nº 862, de 12 de setembro de 1969.

56 noticiava em 1989 que se a Embrafilme investe NCZ$ 180 mil em um filme - esta é participação média da empresa na maioria dos projetos -, só começa a ser reembolsada quando a fita – coisa rara – ultrapassa 672 mil espectadores. (...) Nos últimos anos, apenas os grandes sucessos como A dama do lotação , de Neville de Almeida (6.509.076 espectadores); Lúcio Flavio, o passageiro da agonia , de Hector Babenco (2.520.455); ou Eu sei que vou te amar , de Arnaldo Jabor (1.711.860) superaram a tal marca de bilheteria. 151

De fato, Luis Carlos Barreto, representante da L. C. Barreto Produções, afirmava que havia entrado para um negócio de alto risco e que trabalhar com cinema era “como jogar na bolsa, quem especular quebra a cara.” 152 Ou seja, para uma produtora privada, era importante ter a noção de investir em um filme que seguramente daria lucro. Embora o retorno financeiro fosse importante para a instituição, ter o filme produzido era fundamental, pois como todo órgão público necessitava apresentar o balancete mostrando o que havia sido produzido, a fim de justificar a existência de uma empresa em que o maior acionista era o Estado. Não há dúvidas de que o cinema é um negócio que envolve grande quantidade de capital. Nesse sentido, a montagem de uma empresa especialmente direcionada para essa forma de expressão artística necessitava de uma estrutura eficaz. Fato é que a Embrafilme possuía uma complexa estrutura administrativa. A empresa tinha mais de 100 seções, incluindo a diretoria e as representações em países como Estados Unidos e França. No organograma abaixo, é possível visualizar os departamentos diretamente ligados à diretoria geral, mas outras divisões se ligavam a esses, formando uma estrutura bastante grande.

151 O Globo. 12 de mar. de 1989. “A embra dá e não cobra: a estatal do cinema financia 30 filmes por ano e reconhece que poucos cineastas pagam o que deve.” 152 Gazeta Mercantil . 28 set. 1983. “Negócio de alto risco”

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A Embrafilme foi criada e cresceu durante o regime militar com a dotação orçamentária destinada à empresa e com os impostos que recebia. Mesmo não sendo o retorno dos financiamento s um influxo significativo para o receituário da empresa, sua atividade financiadora foi fundamental p ara o crescimento do cinema no país e para a formação de um público espectador dos filmes nacionais. Vários cineastas de matrizes estéticas diferenciadas conseguiram financiamento estatal. A empresa produziu filmes em consonância com os objetivos do Estado naquele momento, bem como produziu obras contrárias aos ditames do poder central. Nesse sentido, podemos lembrar o clássico financiado pela Embrafilme que esteve diretamente ligado aos preceitos do regime: o filme Independência ou morte , de Carlos Coimbr a. Para exemplificar, outro diretor de matriz estética completamente diferente à do filme acima mencionado pode-se citar a produção de Uma pantera em minha cama , de Carlos Hugo Christensen.153 Podemos afirmar que, embora a Embrafilme estivesse ligada ao Min istério da Educação e Cultura, manti nha relativa autonomia na escolha dos projetos e na execução de suas produções. Essa autonomia gerava constantes desavenças com a DCDP. 154 Quando de su a criação , a Embrafilme propiciou um a estreita ligação entre Estado e o grupo dos cinemanovistas. Antes do golpe civil -militar, havia uma ligação

153 Ver no anexo 2 e 3os diretores que foram financiados pela Embrafilme e os diretores que tiveram co - financiamento da empresa. 154 Veja no anexo 5 os cineastas que foram beneficiados pela Embrafilme.

58 tênue. Alguns cineastas do Cinema Novo criaram mecanismos privados para favorecer a distribuição dos filmes, pois reclamavam da falta de apoio estatal. 155 No entanto, após 1964, o relacionamento entre os cinemanovistas e o governo ficou tão próximo que, na década de 1970, Ismael Xavier fez notar em seu livro que

o Cinema Novo [era] antes uma sigla para identificar um grupo de pressão, aliás hegemônico junto a Embrafilme, do que uma estética.156

O grupo do Cinema Novo passou a ter voz bastante presente na Embrafilme. Um dos primeiros filmes financiados pela empresa foi São Bernardo , do diretor Leon Hirszman, ex-presidente no núcleo de cinema do CPC da UNE (União Nacional dos Estudantes) e um dos diretores do polêmico 5 vezes favela .157 O fato de o filme ter recebido investimento da Embrafilme não evitou que tivesse problemas. A produção de São Bernardo foi extremamente penosa e enfrentou dificuldades financeiras. Devido a esse obstáculo, Hirszman declarou anos depois que ter produzido o filme “foi quase um suicídio, ou um ato de coragem.” 158 É interessante notar que cineastas integrantes da Embrafilme e/ou recebedores de financiamento da empresa eram em grande medida oriundos do Cinema Novo. Sem dúvida, isso pode aparentar uma incoerência, pois se os filmes desse grupo eram em grande medida de crítica ao Estado autoritário, implantado de 1964, como poderiam estar fazendo parte de um plano que, em tese, seria parte de uma política cultural do governo? Vale lembrar que os filmes oriundos do Cinema Novo conseguiram alcançar sucesso nacional e internacional, agradando ao mesmo tempo a crítica e o público especializado. 159 Também conseguiram se contrapor à estética cinematográfica hollywoodiana e, fundamentalmente, criaram uma alternativa para o mercado interno, já que grande parte das produções aqui filmadas eram as chanchadas que, embora alcançassem enorme sucesso de público, eram marginalizadas pela crítica

155 Um grupo de onze cineastas criaram a Difilm, foram eles: NPS, L. C. Barreto, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Saraceni, Roberto Farias, Riva Farias, Leon Hirszman, Glauber Rocha, Roberto Santos e Rex Endsley. A esse respeito ver: SALEM, Helena. Nelson Pereira dos Santos: o sonho possível do cinema brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 1996. pp.218-219. 156 XAVIER, Ismael. O cinema moderno . São Paulo: Paz e Terra, 2001. p.80. 157 Uma polêmica no interior do CPC marcou todo o período de existência da entidade. Na verdade havia dois olhares distintos sobre o que significava a arte. De um lado havia o grupo que acreditava que a arte desenvolvida pelo CPC deveria abarcar todos os níveis de experimentação e de outro que se deveria desenvolver uma arte didática a serviço da transformação social. A esse respeito ver: ARAÚJO, Maria Paula. Memórias estudantis . Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. SALEM, Helena. Leon Hirszman: o navegador das estrelas. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. pp.107 - 109. 158 SALEM, Helena. Leon Hirszman: Op.cit. p.206. 159 A esse respeito ver: MALAFAIA, Wolney Vianna. De chumbo e de ouro : política cultural de cinema em tempos sombrios (1974 -1979). Rio de Janeiro: Dissertação de mestrado PPGHIS/UFRJ, 1996.

59 cinematográfica. 160 Uma das questões colocadas na ordem do dia para os cinemanovistas foi justamente a tentativa de problematizar sua inserção na esfera da indústria cultural. 161 No entanto, a questão da aceitação ou não da verba do Estado estava ligada a uma idéia muito mais arraigada, de tradição francesa, segundo a qual o Estado teria a obrigatoriedade de financiar as obras artísticas sem, contudo, controlá-las. Assim, o fato de alguns diretores do Cinema Novo posteriormente terem se ligado a Embrafilme pode ser entendido segundo essa lógica. De fato, a luta (ainda hoje travada) contra os filmes importados, notadamente os norte-americanos, o esgotamento de uma experiência estética e a necessidade de investimentos para acompanhar as inovações tecnológicas, possibilitaram um encontro entre os intelectuais do Cinema Novo e as medidas tomadas pelo regime para o setor cinematográfico.162 Além das questões expostas, a disponibilidade de financiamento para os trabalhos certamente animou os cineastas. Embora a gestão de Roberto Farias na Embrafilme seja conhecida como a mais frutífera da empresa, devido aos vários filmes produzidos e também ao enorme sucesso de público que grande parte das películas obteve, não foram poucas as denúncias que rondaram a empresa. Por causa das acusações que pairavam sobre ela, o jornalista Helio Fernandes publicou uma série de reportagens na tentativa de fazer com que a empresa desse os devidos esclarecimentos. As reportagens publicadas dão o tom das improbidades das quais a Embrafilme era acusada, pois as temáticas eram corrupção, inoperância, esbanjamento de recursos, dentre outras. 163 Embora Helio Fernandes tenha sido mais incisivo nas suas críticas, os jornais da grande imprensa denunciavam a empresa como produtora de filmes pornográficos e também pela suposta corrupção. Dentre as críticas feitas à Embrafilme durante a década de 1980 estava a de que ela só beneficiava os cineastas cariocas. A atitude tomadas pelos cineastas paulistas,

160 Como já foi notado no primeiro capítulo a chanchada consagrou tipos populares e, todos os tipos eram caricaturais em suas atuações, que eram marcadas pela forçação de determinados efeitos cômicos. Ver essa questão ver por exemplo: VIEIRA, João luiz. A chanchada e o cinema carioca (1930- 1955). IN: RAMOS, Fernão. (org). História do cinema brasileiro. São Paulo: Art editora, 1987. pp.130 - 178. 161 LEITE, Sidney Ferreira. op. cit. p.96. 162 MALAFAIA, Wolney Vianna. O cinema e o Estado na terra do sol: a construção de uma política cultural de cinema em tempos de autoritarismo. In: CAPELATO, Maria Helena [et al]. História e cinema : dimensões históricas do audiovisual. São Paulo: Alameda, 2007. pp.327-328. 163 Os títulos das colunas publicadas por Hélio Fernandes dão a tônica das críticas feitas. Eis as manchetes de algumas matérias: Tribuna da imprensa . 31 de out de 1978. “As multinacionais e a Embrafilme.” Tribuna da Imprensa. 10 de out de 1978. “Corrupção, corrupção, corrupção: dar dinheiro a cineastas intelectuais de esquerda, para que não combatam o governo.” Tribuna da Imprensa. 16 de out. de 1978. “A Embrafilme no banco dos réus sem advogado de defesa.” Tribuna da Imprensa. 14 de dez de 1978. “A Embrafilme volta pálida e amarelecida.” Tribuna da Imprensa. 28/29 de abr. de 1979. “A Embrafilme no banco dos réus.”

60 que se achavam excluídos do processo de financiamento, foi romper com a empresa. A solução para o impasse só aconteceu após mudança na direção. 164 O último momento da Embrafilme corresponde ao período de 1985 a 1991 e foi caracterizado pelo esvaziamento político, denúncias de favorecimento para alguns cineastas e pela derrocada de um modelo de financiamento para o cinema nacional, justamente devido às diversas denúncias de favorecimento e corrupção. Assim, o papel do Estado como mecenas das obras cinematográficas, que foi assumido e fortalecido pela ditadura militar, passa para outra esfera de discussão, qual seja: a perspectiva do financiamento privado.165 Assim, desde o início da década de 1980 se discutia sua extinção ou privatização da Embrafilme. 166 O último período de funcionamento da empresa também foi marcado por denúncias e por uma discussão acerca do projeto de desenvolvimento do cinema nacional. Ou seja, se o Estado deveria continuar assumindo os riscos da produção cinematográfica ou se o setor privado deveria tomar para si a responsabilidade. Os cineastas tiveram voz ativa nesta discussão, publicando freqüentemente seus pontos de vista na imprensa, mas o debate também ganhou a opinião pública e as ruas. 167 Em pesquisa realizada nas salas de cinema da cidade de São Paulo com 517 freqüentadores, ao ser perguntado: “Na sua opinião as verbas para a produção de filmes brasileiros devem vir de um órgão público como a Embrafilme, ou de entidades privadas?” a maioria dos entrevistados optou pelo financiamento privado. 168

164 Ver por exemplo matéria do Jornal do Brasil 2 de ago. de 1980. Cineastas paulistas rompem com a Embrafilme. 165 GATTI, André. Verbete Embrafilme In: RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe (org). Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo: Editora SENAC, 2000. pp.212- 216. 166 Sobre esta questão pode-se ver como referências as matérias jornalísticas do período, como exemplo: Jornal do Brasil 29 ago. 1983. Que fechem a Embrafilme. Tribuna da Imprensa . 23 mar. 1990. O fim da Embrafilme. Outras matérias podem ser consultadas no anexo 4. 167 Sobre o debate acerca do ponto de vista dos cineastas, ver as seguintes matérias jornalísticas: O Fluminense 27 de ago. de 1983. Cineastas ironizam o fim da Embrafilme. Jornal da Bahia 21 mar. 1990. Fim da Embrafilme divide cineastas. Outras matérias podem ser consultadas no anexo 4. 168 Tabela elaborada a partir dos dados da pesquisa Data Folha publicada em: Folha de São Paulo. 19 de jun de 1988. “49% acham que o Estado brasileiro não deve financiar cinema brasileiro”

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50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Órgãos Publicos Entidades privadas Dos dois Não sabe

Provavelmente, a imagem desgastada que a empresa tinha junto à opinião pública ajudou na resposta dos entrevistados e 49% deles declararam repudiar o apoio estatal e preferir apenas o financiamento privado. Embora houvesse claramente a opção de um financiamento compartilhado, a maioria achava o financiam ento provado mais interessante. No momento em que a empresa passava por uma crise na sua imagem pública, por conta das discussões acerca da sua extinção ou privatização, um outro importante nome foi aliar-se ao coro dos descontentes com a Embrafilme: Ipojuca Pontes, premiado cineasta autor do livro intitulado Cinema Cativo, no qual reuniu uma série de artigos abordando diversas questões entre cinema e Estado. Em seu artigo, também nomeado Cinema cativo , disse que

em recente pesquisa encomendada (e arquivada) a peso de ouro pela própria Embrafilme sobre as relações do público em geral com o cinema brasileiro em particular, ficou patenteado o descrédito da atividade e suas instituições oficiais. Com efeito, para a maioria dos entrevistados, o cinema b rasileiro hoje é sinônimo de elitismo, pornografia, incompetência e corrupção. Para uns, o “cinema nacional não conquista o público porque os diretores são intelectuais que só fazem filmes visando um pequeno grupo, também intelectualizado, de espectadores. ” Para outros, o nosso cinema não passa de “mera pornografia”. Uns e outros, no entanto, são unânimes em afirmar que “a Embrafilme é uma empresa estatal corrupta, que “só funciona para financiar uma panelinha de diretores” e impedir o surgimento de produçõ es independentes”. 169

Ipojuca Pontes foi nomeado Secretário Nacional de Cultura no governo de Fernando Collor e participou do desmonte da Embrafilme na década de 1990.

169 PONTES, Ipojuca. Cinema cativo : reflexões sobre a miséria do cinema nacional. São Paulo: EMW editores, 1987. pp. 114-115.

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Capítulo III - A trajetória da censura cinematográfica no Brasil

A prática da censura no Brasil não foi uma prerrogativa dos regimes ditatoriais: podemos observar seus primórdios com a chegada da família Real, em 1808. Assim, a censura de diversões públicas esteve presente na sociedade brasileira desde o século XIX e manteve-se no século XX, mesmo em governos democráticos. Embora a temática central da tese seja a censura durante o período militar, cremos ser imprescindível traçar um panorama da censura no país, até mesmo para que seja possível perceber a relação entre a censura e a sociedade civil no período proposto. A partir da chegada da família Real foram introduzidas a imprensa e as primeiras leis de caráter censório. Sendo assim, não era possível publicar sem prévio exame dos censores reais, que proibiam declarações contra o governo, a religião católica e os bons costumes sociais. De fato, esse tipo de censura se caracterizava tanto por seu cunho político – já que não era permitido fazer declarações injuriosas contra o rei -, quanto pela questão moral, pois estava explícito que publicações que atentassem contra os bons costumes sociais poderiam ser vetadas. Estava expressa na legislação daquele momento a necessidade do respeito aos princípios católicos e às convenções sociais. 170 O tipo de censura supracitada foi aplicada majoritariamente à imprensa, mas também se fez presente no campo dos divertimentos públicos. Em 1824, o intendente- geral de polícia, Francisco Teixeira de Aragão, estipulou normas a serem cumpridas na corte em relação aos teatros e, inserida nessas ordens, estava a questão da função policial de proibir qualquer ensaio ou publicação considerados contrários aos bons costumes. 171 Pode-se perceber desde o primeiro momento que a questão de verificar o que era produzido e podar os “excessos” era uma função policial. Em 1843, foi criado o Conservatório Dramático que tinha como objetivo principal “integrar um amplo conjunto de iniciativas governamentais à ‘forjar’ uma nação”. 172 Nesse sentido, fazia parte das atribuições da entidade a responsabilidade de executar censura prévia das peças teatrais que seriam encenadas. O Conservatório

170 SMITH, Anne-Marie. Um acordo forçado : o consentimento da imprensa à censura no Brasil. Op. cit . p. 22. Também a respeito da censura a imprensa durante o período ver: LUSTOSA, Isabel. Insultos impressos : a guerra dos jornalistas na independência (1821 – 1823). São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 25. 171 SOUZA, Silvia Cristina Martins de. As noites do Ginásio : teatro e tensões culturais na corte (1832- 1868). Campinas: Editora UNICAMP/CECULT, 2002. p. 140. 172 Idem. p. 144.

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Dramático foi uma das primeiras instituições organizadas no Brasil objetivando censurar a produção artística, com vistas fundamentalmente para aquilo que era considerado contrário à moral vigente. A entidade estava sob o comando do governo imperial e os censores exerciam suas funções na corte. 173 A passagem para o sistema republicano não alterou a essência da censura aos espetáculos. Depois da extinção definitiva do Conservatório Dramático, em 1897, a censura passou a ser função do departamento de polícia, e deveria manter sob vigilância os estabelecimentos de diversão pública. Então, as peças teatrais passavam por uma censura, na qual cenas ousadas, palavras consideradas impróprias, além do vestuário, poderiam ser vetadas pela polícia. Naquele momento, uma das formas de espetáculo que esteve na mira da polícia foi o teatro de revista. Tradicional forma de diversão popular da Primeira República, era mal visto como espetáculo teatral pela crítica especializada e alvo da censura policial. 174 Durante esse período várias peças teatrais foram censuradas, em parte ou no todo, e por isso não puderam ser exibidas em muitas ocasiões, deixando o público sem o espetáculo e o empresário sem o lucro almejado. 175 Durante o período republicano a censura passou para a órbita da polícia. No entanto, a partir de 1930 começou-se a pensar na institucionalização da censura em um órgão específico criado para tal fim, com funcionários especializados. Nas democracias modernas o relacionamento entre o Estado e a censura de diversões públicas foi reconhecido e de certa forma admitido pela sociedade, pois a idéia era evitar uma suposta liberdade perniciosa. 176 O Estado que se organizou após o movimento de 1930, liderado por Getúlio Vargas, tentou alcançar novas bases tanto econômicas quanto sociais. Nesse sentido, todo o aparato construído objetivava uma reestruturação do Estado com vistas tanto a uma nova possibilidade de crescimento econômico nacional como do modo de pensar a sociedade e os trabalhadores. Não casualmente, em 1932 foi criado o DOP (Departamento Oficial de Propaganda), que tinha como uma das responsabilidades

173 Ibdem. 174 Havia uma discussão acirrada sobre o desenvolvimento do teatro nacional e alguns autores como José Veríssimo acreditavam que o período da produção do teatro de revista era o período de decadência do teatro nacional. Sobre o assunto ver, dentre outros: MENCARELLI, Fernando Antonio. Cena aberta : a absolvição de um bilontra e o teatro de revista de Arthur Azevedo. Campinas: UNICAMP/CECULT, 1999. e RUIZ, Roberto. O teatro de revista no Brasil : das origens à primeira guerra mundial. Rio de Janeiro: INACEN, 1988. 175 Sobre a censura teatral desde o Império até a primeira república ver: SOUSA, J. Galante. O teatro no Brasil: evolução do teatro no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1960. pp. 309 – 321. 176 KHÉDE, Sonia Salomão. Censores de pincenê e gravata : dois momentos da censura teatral no Brasil. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. pp. 27 – 28.

64 exercer a censura de divertimentos. Também em 1932 foi estabelecida a nacionalização do serviço de censura dos filmes cinematográficos. Já naquele momento, nenhum filme poderia ser exibido no território nacional sem um certificado do Ministério da Educação e Saúde Pública. 177 Também na década de 1930 o Estado passou a pensar o cinema como importante canal de comunicação com amplas camadas da sociedade. A centralização da censura cinematográfica aconteceu mais cedo do que a de outras obras artísticas. De fato, as demais atividades ora ficavam sob a administração estadual, ora federal, mas desde 1932 a censura cinematográfica ficou nas mãos de observadores que tinham como objetivo liberar ou não um filme para todo o território nacional. Em substituição ao DOP, foi criado, em 1934, o DPDC (Departamento de Propaganda e Difusão Cultural), um órgão técnico cujo objetivo central era estudar e orientar a utilização do cinematógrafo. A DPDC também exercia a censura cinematográfica, atividade capitaneada por uma comissão composta de um representante do Ministério de Justiça e Negócios Interiores, um do Ministério da Educação e Saúde, um do Ministério do Exterior, um do Juizado de Menores, um representante do chefe de Polícia e um membro da Associação Brasileira de Produtores Cinematográficos. 178 A sociedade civil era parcamente representada, só sendo notada na indicação do membro da Associação de Produtores Cinematográficos. Com o golpe do Estado Novo e a outorga da Constituição de 1937, a censura de diversões públicas foi finalmente oficializada em uma constituição. 179 Mas foi com a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), em 1939,180 que a censura foi burocratizada tornando-se mais padronizada e “eficiente” em seus objetivos. 181 Eram muitas as atribuições do DIP, o órgão responsável por centralizar, coordenar e orientar a propaganda nacional, além de servir como elemento auxiliar de informação dos ministérios e entidades púbicas e privadas no que tangia a questão da

177 Decreto n. 21.240 de 24 de abr de 1932. 178 Decreto n. 24.651. 10 de jul. de 1934. 179 O artigo 122 da constituição de 1937 assegura aos brasileiros e estrangeiros residentes no país o direito à liberdade, à segurança individual e à propriedade. No parágrafo 15 dizia que “com o fim de garantir a paz, a ordem e a segurança pública, a censura prévia da imprensa, do teatro, do cinematógrafo, da radiodifusão, facultando à autoridade competente proibir a circulação, a difusão ou a representação.” 180 Decreto-lei n. 1915 de 27 de dez. de 1939. 181 STEPHANOU, Alexandre Ayub. O procedimento racional e técnico da censura federal brasileira como órgão público : um processo de modernização burocrática e seus impedimentos (1964 – 1988). Porto Alegre: Tese de doutorado apresentada ao curso de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2004. p. 15. Sobre censura no Estado Novo, ver: GOULART, Silvana. Sob a verdade oficial : ideologia, propaganda e censura no Estado Novo. São Paulo: Marco Zero, 1990.

65 propaganda. Também era incumbência do DIP a fiscalização do turismo, o incentivo a tradução de autores brasileiros para idiomas estrangeiros e o estímulo à escrita de obras nacionais. O departamento era composto por seis divisões: de divulgação, de rádio- difusão, de cinema e teatro, de turismo, de imprensa e uma divisão de serviços auxiliares. 182 Uma das atividades que mais marcaram o DIP foi a censura, pois cabia ao departamento analisar e, quando fosse necessário, vetar as obras cinematográficas, além as peças teatrais, os programas de rádio, a literatura e a imprensa. Também estava encarregado de orientar o governo federal para a redução de impostos dos filmes educativos com o intuito de estimular esse tipo de produção. No campo cinematográfico, o órgão foi habilitado a promover premiações para alavancar a produção cinematográfica nacional. 183 Mais tarde, em 1966 com a criação do INC, o Estado passou a estimular ainda mais essas premiações, além de festivais cinematográficos. 184 A encíclica Vigilanti Cura (1936) formulada no pontificado de Pio XI, já representava uma demanda da igreja católica objetivando a implementação da censura ao cinema. O Vaticano percebia no cinema um poderoso meio de comunicação de massas.

Não há de negar que o recreio corporal e espiritual, em suas múltiplas manifestações do progresso moderno, tornou-se necessário para os que se cansam nas ocupações e cuidados da vida, mas ele deve ser digno e por isto são e moral; deve elevar-se ao nível de fator positivo de nobres sentimentos. Um povo que, em seus momentos de repouso, se entrega a prazeres que ferem o pudor, a honra, a moral, divertimentos que constituem uma ocasião do pecado, especialmente para a mocidade, corre o perigo de perder sua grandeza e seu poder. 185

Ainda segundo a encíclica existiam vários cineastas que não produziam filmes ligados a prática da moral religiosa. Ela estimulava os fiéis e os membros da igreja a fiscalizarem os filmes. Uma das medidas recomendada aos líderes religiosos foi que

antes de tudo, todos os pastores de almas se esforçarão por obter dos fiéis que façam anualmente, como os católicos dos Estados Unidos da América, a

182 Idem. 183 Decreto-lei. n. 1915 de 27 de dez. de 1939. 184 O Decreto nº 60.220, de 15 de fev. de 1967 aprovou o regulamento para funcionamento do INC. 185 Encíclica Vigilanti Cura . Visto em: http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_29061936_vigilanti- cura_po.htm

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promessa de se absterem dos filmes que ofendem a verdade e as instituições cristãs. Este compromisso pode ser obtido de modo mais eficaz por meio da Igreja paroquial ou das escolas; e para este fim os bispos reclamarão a diligente cooperação dos pais e das mães de família, que têm, nesta matéria, graves deveres e responsabilidades. Igualmente podem usar da imprensa católica, que mostrará, com afinco e proveito, a importância desta santa cruzada .186

Para a execução da promessa, os fiéis deveriam saber

claramente quais os filmes permitidos a todos, quais os filmes permitidos com reserva, quais os filmes prejudiciais ou positivamente maus. Isto exige confecção de listas e sua publicação regular, em forma de boletins, em que, a miúdo, se classifiquem os filmes em forma acessível a todos. 187

Buscando alcançar esses objetivos, foram criadas entidades como a Ação Católica Brasileira e a Associação dos Críticos Católicos, esta última responsável pelo boletim semanal que indicava filmes recomendáveis aos fiéis. 188 De fato, desde a primeira encíclica do papa Pio XI, Ubi arcano Dei , de 1922, foi estimulado um movimento mundial denominado Ação Católica que teve como objetivo central evangelizar as nações, servindo como um braço da hierarquia eclesiástica.189 Devido à tradição do aparelho censório de diversões públicas desde o Império e as demandas da própria igreja católica, a questão da censura cinematográfica já era discutida no Brasil havia longo tempo. Em artigo publicado na revista S cena Muda em 1944, o autor denominado Lumiere escreveu uma matéria intitulada “A censura na tela”, na qual perguntava ao leitor: “Quando nasceu a censura cinematográfica entre nós? Eis um assunto curioso e um dos aspectos mais interessantes da história do cinema no Brasil que não deverá ser esquecido quando alguém escrevê-la.”190 O autor escreveu a matéria em 1944 e utilizou como recurso para validar a sua argumentação um artigo sobre cinema publicado em 1919 que falava sobre a rotina de controle e os mecanismos que a polícia tinha para que os filmes considerados “inconvenientes” pudessem ser censurados. Em alguns momentos essa censura policial permitia a exibição de películas que provocavam alarde e isso era reflexo de um

186 Idem 187 Ibdem . 188 SIMÕES, Inima Ferreira. A censura cinematográfica no Brasil . CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. (org) In: Minorias silenciadas : história da censura no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo / Imprensa Oficial do Estado / FAPESP, 2002. p. 348. 189 A respeito da relação da igreja com o cinema ver: ALMEIDA, Cláudio Aguiar. A Igreja católica e o cinema: Vozes de Petrópolis, A Tela e o jornal A União entre 1907 e 1921. In: CAPELATO, Maria Helena. [ et. ali ]. História e cinema: dimensões históricas do audiovisual. São Paulo: Alameda, 2007. pp. 309- 326. 190 Scena Muda , Rio de Janeiro, v.24, n.41, 10 out. 1944. p. 10.

67 amadorismo na dinâmica da censura policial. A censura era conhecida da população e durante anos as revistas especializadas em cinema publicavam os dados dos filmes que haviam sido censurados.191 Por exemplo, em 1922, Scena muda imprimiu em suas páginas a estatística sobre as películas censuradas no ano anterior. Segundo a publicação, haviam sido vetadas, no todo ou em parte, 923 obras americanas, 169 alemãs, 88 italianas, 73 francesas, 13 brasileiras, 10 filmes dinamarqueses, 9 portugueses, 4 argentinos, 3 ingleses e 3 austríacos. 192 É inegável a preponderância do cinema americano nos anos de 1920, como foi visto no primeiro capítulo. A questão entre a entrada de filmes estrangeiros e a produção nacional sempre esteve presente no debate da construção de uma indústria cinematográfica. Nesse sentido, a censura poderia significar tanto uma aliada, ao barrar filmes estrangeiros, como uma opositora, ao censurar os filmes brasileiros. Na década de 1920 também não faltaram críticas, tanto à censura como aos censores, muito semelhantes às que seriam feitas no período da ditadura militar. Sobre a censura ao filme A carne , dirigido por Felipe Ricci, a coluna da Cinearte dizia, em 1926, que

o filme estava completo e, apesar de ser uma obra um tanto escabrosa para ser levada à tela, em nada ofende a moral, dado o critério com que foi adaptado. Ora, sendo o filme enviado à censura, sofreu cortes sensíveis, porém, cortes absurdos, próprio de um desentendido da matéria. Na cena do quarto, em que Lenita não resistindo à tentação vai declarar o seu amor a Barbosa, o censor cortou quase toda a parte final, tendo também levado em prejuízo cena que tanta explicação dava ao filme. (...) Nós, como dissemos acima, leitores assíduos de Para todos ..., e agora de Cinearte , temos lido freqüentemente nessa revista casos como o do sr. Gigi prejudicado por uma censura declaradamente incompetente. 193

Em fins do Estado Novo, a polícia encarregada da censura foi transferida para o Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) e passou a integrar o Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Em 1945, foi criado o Serviço de Censura de Diversões

191 As duas principais revistas especializadas em cinema que o Brasil teve até a década de 1950 foram Scena Muda e Cinearte . A Scena muda foi lançada em 1921 e ficou em circulação até o 1955. A Cinearte foi fundada em 1926 por Mario Behring e Adhemar Gonzaga e foi referência entre as publicações, pois foi a primeira revista a adaptar-se aos moldes da cinematografia que existia no Brasil. Embora tenha sido criada depois da Scena Muda , seu período de existência foi menor, tendo havido publicação até 1942. Para um maior aprofundamento sobre a revista ver: LUCAS, Taís Campelo. Cinearte : o cinema brasileiro em revista (1926-1942). Rio de Janeiro: Tese/PPGHU/UFF, 2005. 192 Scena muda . 16 de fev. 1922. p. 30. 193 Cinearte . 31 de mar. 1926. p. 28.

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Públicas, ligado ao DFSP. 194 No ano seguinte, foi aprovado o regulamento do SCDP que continha treze capítulos e procurava dar conta de várias questões no âmbito artístico, desde a censura prévia até questões relativas ao direito autoral. 195 A nova legislação prévia, dentre outras questões, que nenhum filme poderia ser exibido ao público sem censura prévia e sem um certificado de aprovação fornecido pelo SCDP, que os certificados seriam válidos por cinco anos a contar da data da aprovação e que os censores poderiam recomendar para menores de idade os filmes “capazes de despertar os bons sentimentos, as tendências artísticas, a curiosidade científica, o amor à pátria, à família e o respeito às instituições.”196 Também foi estipulado que a impropriedade dos filmes poderia ser declarada para crianças até 10, 14, ou para maiores de 18 anos. No que se refere ao processo técnico da censura, ficava compreendido nessa lei que o filme alvo de cortes teria as cenas inapropriadas anotadas no formulário preenchido pelo censor. Da mesma forma, o boletim deveria informar se o filme seria classificado como “educativo” e, no caso de um filme nacional, se era de “boa qualidade e livre para exportação”. As licenças para a exportação do filme nacional seriam negadas quando ele “contiver vistas desprimorosas para o Brasil, estiver mal fotografado ou não recomendar a arte nacional no estrangeiro, ou ainda se contiver vistas de zonas que interessem à defesa e segurança nacionais.”197 O censor, ao examinar uma película, daria o certificado de “boa qualidade” considerando “a sonoridade, sincronização, correção do texto e técnica de arte” 198 , já o certificado de “livre para exportação” garantia que o filme poderia ser exportado para outros países, facultando assim a garantia de um maior retorno da aplicação financeira que havia sido feita para concretização da obra. 199 Interessante notar que havia a preocupação, desde a década de 1940, de mostrar a imagem do Brasil de uma forma primorosa, ou seja, películas que exibissem miséria ou outra possibilidade qualquer de crítica social não seriam bem aceitas. Também a questão da defesa nacional já estava presente naquele momento. Igualmente, é curioso que o certificado de boa qualidade fosse dado independentemente do teor do filme, já que eram anotadas apenas as especificações técnicas como sonoridade e a técnica de arte e não o caráter político ou moral. Aqueles que verificavam a qualidade técnica e

194 Decreto-lei n. 8462 de 26 de dez. de 1945. 195 Decreto n. 20.493 de 24 de jan. de 1946. 196 Decreto n. 20.493 de 24/01/1946. Art. 12. 197 Idem. 198 Decreto-Lei. N. 1949 de 30 de dezembro de 1939. art. 36. 199 Idem . art. 41.

69 artística não eram pessoas versadas no desenvolvimento da sétima arte. A legislação censória entrou em vigor em 1946, ano em que o Brasil retomou o caminho da democracia. A entrada de Eurico Gaspar Dutra em substituição a Getúlio Vargas representou a volta de um presidente eleito pelo voto. Embora o ano de 1946 tenha sido marcado pela volta da democracia, o governo brasileiro, além da legislação censória, lançou mão de vários subterfúgios para barrar iniciativas que fossem contra os anseios governamentais. Logo que Dutra assumiu, cortou relações diplomáticas com a URSS e entrou em alinhamento com a política externa dos Estados Unidos da América. Também foi com Dutra que mais uma vez o PCB teve seu registro cassado e seus líderes perseguidos. 200 Como já foi mencionado, a censura não foi praticada apenas pelos governos ditatoriais. Ela também esteve presente durante os períodos democráticos. O que embasou a maioria dos vetos à produção cinematográfica durante o regime militar foi a legislação censória de 1946. No decorrer dos anos outras leis foram sendo incorporadas a esta, mas sua base, durante todo o período de existência do aparelho censório, continuou sendo o que já havia sido aprovado em 1946. A SCDP era centralizada no Rio de Janeiro. Em 1961, o presidente Jânio Quadros concedeu aos estados da federação o direito de exercer censura individualmente. 201 A medida tinha o objetivo de descentralizar e tornar o processo mais ágil. Entretanto, apesar da existência das SCDP estaduais, a central continuou a funcionar, não sem a existência de conflitos de competência entre elas. Após o golpe de 1964 as SCDP regionais continuaram funcionando, mas gradativamente foi-se fortalecendo a idéia de um departamento nacional com poder de ação para tratar do assunto. Já em 1965 foi inaugurado o novo prédio da polícia federal em Brasília e, em 1966, voltou mais poderoso o Serviço de Censura de Diversões Públicas (SCDP). Apenas um ano após o golpe, a censura de diversões públicas foi centralizada. Em 1973, a SCDP centralizada passou a se chamar de Divisão de Censura de Diversões Públicas. 202 Em 1968, o governo Costa e Silva publicou a lei n. 5.536 que dispunha sobre a censura a obras cinematográficas e teatrais e também criava o Conselho Superior de

200 SOUZA, Maria do Campo Campello de. Estado e partidos políticos no Brasil (1930-1964). São Paulo: Alfa- Omega, 1976. 201 Decreto n. 50518 de 1961. 202 Para evitar confusão com as siglas utilizadas, adotei a nomenclatura de DCDP mesmo para os casos que datam de antes de 1972. Assim, todas as referências estão relacionadas a censura federal.

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Censura. 203 A lei, publicada antes do AI-5, determinava que as obras artísticas fossem censuradas para efeito classificatório e para sua liberação total ou parcial, deixando claro que as películas não poderiam ser contrárias à segurança nacional “e ao regime representativo e democrático, à ordem e ao decoro público, aos bons costumes, ou ofensivas às coletividades ou às religiões ou, ainda, capazes de incentivar preconceitos de raça ou de lutas de classes.”204 Curioso notar que a censura se impôs como uma diluidora de conflitos sociais e, fundamentalmente, das lutas de classe. Ou seja, ao estar constitucionalmente garantido que a censura deveria vetar obras que estimulassem a luta de classes, ela se colocava frente a isso como um meio de viabilizar os anseios governamentais, as expectativas do mercado e de garantir a tranqüilidade de camadas mais conservadoras da população assegurando, em tese, que as obras que atentassem contra os “bons costumes nacionais” seriam vetadas. Assim, ganhava simpatia de parte da sociedade civil que via uma representação da atuação da esquerda nessas lutas. 205 Além de reafirmar elementos contidos na lei de 1946, a lei de 1968 assegurou que a censura cinematográfica deveria ser realizada por comissões constituídas de três integrantes, os técnicos de censura. Estes, anteriormente chamados de censores federais, integrariam o quadro de pessoal do Departamento de Polícia Federal e, como exigência para a nomeação, deveriam obrigatoriamente ser formados em curso superior na área de Ciências Sociais, Direito, Filosofia, Jornalismo, Pedagogia ou Psicologia. 206 Antes da promulgação dessa lei, a exigência do curso superior para censor federal não existia e, por isso, funcionários já integrantes do serviço público federal foram sendo realocados na DCDP conforme as necessidades funcionais do órgão. Dentre as atribuições da DCDP estavam a censura prévia de peças teatrais, letras musicais, programação televisiva, atividades circenses, radiofusão e livros. 207 Da mesma forma, a Divisão era responsável pela fiscalização da programação de eventos públicos.

203 Lei. n. 5.536 de 21 de novembro de 1968. Embora o Conselho Superior de Censura tenha sido criado por lei a partir desta lei, só começou a funcionar no final da década de 1970. A respeito do CSC ver: ALBIN, Ricardo Cravo. Driblando a censura : de como o cutelo vil incidiu na cultura. Rio de Janeiro: Gryphus, 2002. 204 Lei n. 5536 de 21 de novembro de 1968. Art. 3. 205 Vale notar que as referências a liberação sexual eram atreladas as idéias de esquerda, posto que estaria aí a destruição básica do pilar da sociedade cristã. Ver a esse respeito MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Em guarda contra o perigo vermelho : o anticomunismo no Brasil (1917 – 1964). São Paulo: Fapesp, 2002. 206 Idem . Art. 14. Parágrafos 1-3. 207 A DCDP não era diretamente responsável pela censura a livros, essa só era feita quando havia ofício ministerial para que tal fosse exercida.

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A partir da década de 1970, os censores ganharam um novo aliado. O livro intitulado Censura Federal fazia um apanhado das principais leis sobre censura no país. A seleção de leis foi compilada por Carlos Rodrigues e contou com prefácio do então presidente do Instituto Nacional do Cinema, Ricardo Cravo Albin, e ficou conhecida como “a bíblia dos censores”, já que o livro continha as principais leis sobre a censura e era de manuseio fácil e rápido para o trabalho do técnico de censura. 208 Durante todo o período de funcionamento, a DCDP passou por algumas mudanças e por uma grande rotatividade de diretores. Entre 1964 e 1988, a divisão teve 13 responsáveis, quais sejam: Edísio Gomes de Matos (1964), Pedro José Chediak (1964-1966), Antônio Romero Lago (1966-1967), general Fulgêncio Façanha (1967), coronel Aloísio Muhlethaler (1968-1969), Wilson Aguiar (1970), Geová Lemos Cavalcante (1971), Rogério Nunes (1972-1979), que permaneceu o maior período, Wilson de Queiroz Garcia (1979), José Vieira Madeira (1979-1981), Solange Hernandes (1981-1984), Coriolano Fagundes (1985-1986) e o diretor que fechou as portas da divisão, Raymundo Eustáquio de Mesquita (1987-1988). A DCDP não teve as suas atividades imediatamente interrompidas com o fim do regime militar, pois somente com a Constituição de 1988 a censura passou da esfera de influência do Ministério da Justiça para o da Educação, restando-lhe apenas a finalidade de estabelecer classificação etária. 209 O artigo 221 da Constituição de 1988 expressou o desejo de que as produções de emissoras de rádio e televisão atendessem a quatro princípios básicos:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. 210

É importante perceber a diferença entre os princípios constitucionais de 1988 e a lei de 1968, que endureceu a censura. Embora a constituição faça alusão ao respeito a

208 RODRIGUES, Carlos. Censura Federal . Brasília: C.R.Editora, 1971. 209 No quinto capítulo da constituição de 1988 fica expresso que é vetada qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. No terceiro parágrafo ficava acertado que competiria à lei federal regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada e também de estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. 210 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 221.

72 família, não foca a questão da moralidade, nem tampouco a da luta de classes, questões presentes na lei de 1968.

3.1 Censura durante a ditadura Militar

Durante a ditadura civil-militar no Brasil que vigorou entre os anos de 1964 1985, o país permaneceu com as leis referentes à censura de diversões públicas que haviam sido criadas ainda em períodos democráticos. Ou seja, no decorrer do período de exceção, as peças teatrais, as músicas, os filmes e os programas de rádio e televisão que foram censurados passavam pela DCDP ou pelas SCDP’S, não sendo uma questão nova na rotina dos produtores artísticos. Enquanto a censura cinematográfica foi centralizada em 1932 as outras obras artísticas permaneceram nas mãos das SCDP’s. Provavelmente, como no caso da música, havia uma relação de convivência complicada entre as censuras regionais e a censura central, 211 assim o decreto de formação do INC reafirmava que a censura cinematográfica seria de competência exclusivamente da esfera central. 212 Para além disso, houve também um fortalecimento da idéia da censura mais centralizada. Todos os filmes produzidos no Brasil ou no exterior, para serem exibidos em território nacional, eram obrigados a possuir o certificado da censura, emitido pela DCDP. 213 Os primeiros trabalhos que estudaram a questão da censura durante o regime militar deram especial atenção à censura à imprensa. Assim, estudos como o de Gláucio Soares e de Maria Aparecida de Aquino tentaram entender quais as formas e como era exercida a censura neste meio de comunicação. O texto de Soares tem o mérito de ser o primeiro estudo particularizado sobre a temática da censura durante o período militar. O autor trabalhou com uma série de questões pertinentes que foram posteriormente aprofundadas por outros pesquisadores, tais como os “bilhetinhos” nas redações e a

211 Ver a respeito da questão da relação entre DCDP e SCDP: CAROCHA, MaikaLois. Pelos versos das canções : um estudo sobre o funcionamento da censura musical durante a ditadura militar brasileira (1964- 1985). Rio de Janeiro: Dissertação de mestrado apresentada ao PPGHIS/UFRJ, 2007.

212 O Decreto n. 43, de 18 de nov. de 1966 criou o INC (Instituto Nacional de Cinema) e tornou de competência exclusivamente federal a censura cinematográfica. 213 Diferentemente da censura musical, da censura teatral e da censura televisiva que eram feitas na DCDP e nas SCDP’s regionais, a censura cinematográfica era feitas apenas na DCDP, em Brasília. Como foi visto no primeiro capítulo a censura cinematográfica foi centralizada em 1932.

73 problemática da autocensura. 214 Em estudo posterior, Maria Aparecida de Aquino aprofundou a discussão sobre censura da imprensa, trabalhando com os jornais O Estado de S. Paulo e Movimento. A autora destacou as formas de censura na grande imprensa e na imprensa alternativa, afirmando que aconteciam de maneira diferenciada. 215 Embora esses trabalhos não abordem a censura cinematográfica propriamente dita, são importantes na medida em que tangenciam questões caras a este trabalho. Outros dois trabalhos de relevância polemizaram acerca da legalidade da censura à imprensa. Para Smith, a censura feita à imprensa foi inconstitucional durante todo o período em que se a exerceu. 216 No entanto, o trabalho de Beatriz Kushinir afirma que o decreto n. 1077 217 instituiu a censura prévia à imprensa, sendo assim, esta atividade seria uma medida legalizada pela ditadura militar. 218 Em estudo recente, Carlos Fico retomou a discussão, afirmando que tal decreto certificava apenas a censura prévia às diversões públicas, não incluindo a legalização da censura à imprensa. Ou seja, já é amplamente aceito que a censura à imprensa durante o período em questão era ilegal e não oficializada pelo Estado, enquanto a censura de diversões públicas era conhecida dos produtores, da população e reafirmada pelos sucessivos governos. 219 Para provar a existência da censura à imprensa, em 1973, o jornal Opinião utilizou-se de uma estratégia. Publicou uma edição com matérias ainda não autorizadas pela censura que posteriormente foi confiscada e, em seguida, uma outra edição já com o material liberado. Sendo assim, com uma edição livre de censura e depois confiscada e uma edição censurada e liberada para publicação estava provado que os jornais sofriam censura. 220 Também como pôde ser visto em tópico anterior, a censura de diversões públicas foi herdada pela ditadura civil-militar e aprimorada pelo regime, mesmo porque fazendo a censura parte do Departamento de Polícia Federal, era também parte integrante do

214 SOARES, Gláucio Ary Dillon. A censura durante o regime autoritário. In Revista Brasileira de ciências sociais , vol. 4. n o 10, 1989. 215 AQUINO, Maria Aparecida de. Censura, imprensa, Estado autoritário 1968-1978 Op. cit. p. 96.

217 Decreto-lei n. 1077 de 26/01/1970. Esse decreto dispõe sobre a execução do artigo 153, § 8 publicado no Diário oficial da união de em 26 de janeiro de 1970. 218 KUSHINIR, Beatriz. Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 a constituição de 1988. Op. cit . p.120. 219 FICO, Além do golpe : versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 89. 220 Idem.

74 aparelho repressivo implementado pelo Estado. 221 Estudos recentes procuraram matizar a censura durante o período militar, fornecendo uma visão diferenciada do modus operandi , bem como das motivações que levaram aos cortes nas produções artísticas. Nesse sentido, Carlos Fico, em seus estudos sobre a censura durante a ditadura, distinguiu nela duas instâncias específicas, uma política e outra moral. Ou seja, embora a imprensa tenha sido alvo privilegiado para a censura marcadamente de cunho político, nos meios artísticos ela acontecia pautada em valores mais ligados à moral e aos bons costumes. 222 Simpatizantes dessa mesma visão sobre a censura, outros trabalhos vêm destacando a divisão entre o caráter eminentemente político e o moral da atividade censória no país durante o período da ditadura militar. Para isso, pesquisadores cada vez mais têm trabalhado com os processos de censura que eram produzidos pela DCDP. 223 Para cada obra artística censurada era emitido um parecer e nele podem ser observadas as motivações para os cortes e os vetos. Tendo por base também essa distinção entre a esfera política e moral que permeou o trabalho dos censores de diversões públicas, essa tese se insere no conjunto de estudos que procuram perceber as distinções entre ambas as censuras especificamente no âmbito cinematográfico. Há dois trabalhos que abordaram especificamente a censura cinematográfica no Brasil. O primeiro é o livro Roteiro da intolerância , do jornalista Inimá Simões. 224 Nele, o autor apresenta a censura cinematográfica brasileira desde o início do cinema no Brasil até o ano de 1988, quando foi promulgada a nova Constituição. É fato que o autor se dedicou mais atentamente ao período da censura durante o governo militar. Na introdução, Simões diz que a censura, “com o pretexto de defender a moral e os bons costumes, (...) se dizia em sintonia com a sociedade, enquanto, na verdade, operava exclusivamente na preservação do Estado e de seus poderes.”225 Embora se possa considerar em última instância a pretensão da censura em preservar os poderes do Estado, ela realmente tinha uma preocupação com a moral e

221 FICO, Carlos. Como eles agiam : os subterrâneos da ditadura militar: espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001. pp. 168- 180. 222 Ver: Idem. 223 Ver por exemplo: MARCELINO, Douglas Attila. Salvando a pátria da pornografia e da subversão : a censura de livros e diversões públicas nos anos 1970. Rio de Janeiro: PPGHIS/UFRJ, 2006. e CAROCHA, Maika Lois. Pelos versos das canções: estudo sobre o funcionamento da censura musical durante a ditadura militar brasileira (1964- 1985). Dissertação de mestrado em fase de elaboração. 224 SIMÕES, Inimá. Roteiro da intolerância. Op.cit. 225 Idem . p. 15.

75 contava com apoio de parte da sociedade civil. Focar a análise das motivações censórias apenas nas razões políticas, pode levar ao abandono das diversas nuances da instituição e também deixar de lado uma característica importante daquele momento que foi a presença de setores conservadores apoiando o golpe e, de fato, justificando a necessidade da censura para impedir um “excesso” de liberdade. Embora o livro tenha sido pioneiro ao tratar a questão da censura cinematográfica no Brasil, não empreende uma análise pormenorizada sobre o funcionamento da DCDP. Também não faz uma distinção entre a censura moral e a censura política. Leonor Souza Pinto também estudou a censura ao cinema brasileiro durante o regime militar. Na tese de doutorado intitulada Le cinema Brésilien au risque de la censure , a autora procurou, através dos processos encontrados na DCDP, analisar as motivações para a censura dos filmes. A autora centrou-se principalmente nos títulos filmados pelos cinemanovistas e tentou também dar conta das motivações políticas para a censura cinematográfica no país. Assim, trilhando o mesmo caminho de Simões, o trabalho atenta principalmente para as motivações censórias de caráter político que puderam ser encontradas nos pareceres. Do mesmo modo que os primeiros trabalhos que tratam da censura à imprensa, os estudos relativos à censura cinematográfica também passaram a supervalorizar o papel da censura política, deixando de lado o aspecto moral que aparece claramente nos pareceres censórios. Volta-se a afirmar que a insistência nesta separação vai tornar possível perceber mais claramente a relação entre a sociedade civil e o regime, posto que a censura moral era um dos raros canais de interlocução entre ambos. No campo da produção cultural, a música também ficou bastante associada à censura por questões políticas. Compositores como Chico Buarque e Geraldo Vandré, que compuseram canções de protesto, realmente foram vetados por questões relativas à ordem política. No entanto, nem todas as suas músicas foram vetadas tendo por base essa motivação e, na verdade, a maioria das músicas era censurada por questões de ordem moral. 226

226 O trabalho de CAROCHA, Maika Lois. “ Seu medo é o meu sucesso ”: Rita Lee, Raul Seixas e a censura musical durante a ditadura militar brasileira. Rio de Janeiro: monografia apresentada ao departamento de História da UFRJ, 2005. A autora faz uma estatística das músicas que foram censuradas de Rita Lee e Raul Seixas e apresenta uma maior parte de vetos relativos à ordem da moral e dos bons costumes. A hipótese é reafirmada no trabalho que atualmente desenvolve, também sobre censura à

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Segundo Carlos Fico, a censura fazia parte do aparelho repressivo montado pelos militares. Durante o período autoritário, o governo criou um aparato estatal repressivo que congregava a censura à imprensa, a censura de diversões públicas, a espionagem, a polícia política, a propaganda e o julgamento sumário de supostos corruptos pela Comissão Geral de Investigações (CGI). 227 Os militares utilizaram todo um aparato já existente na questão relativa à censura de diversões públicas e aperfeiçoaram o trabalho com a adoção da centralização, da contratação de técnicos especializados e cursos periódicos para os funcionários da DCDP. Então, a censura aplicada às letras musicais, às peças teatrais, ao cinema e à programação televisiva e radiofônica não significou uma novidade. Diferentemente da censura voltada para a imprensa que possuiu um caráter eminentemente político, a censura de diversões públicas circulou dentro de uma esfera muito mais moral do que política. Dessa forma, não foi recebida como uma grande novidade pela sociedade civil, tendo em vista que ela acontecia havia décadas. A censura, mesmo moral, é em si um ato político. Entrementes, quando aqui é diferenciada a censura moral da censura política procura-se estabelecer uma distinção dos motivos pelos quais os filmes eram censurados. Quando o filme era censurado por mostrar cenas que pudessem supostamente degradar a moral cristã da sociedade brasileira, podemos classificá-la como censura moral. Esse tipo de censura foi apoiada durante muitos anos por setores da sociedade, como, por exemplo, na década de 1920, pela Liga pela Moralidade ou, durante o regime militar, através de cartas de parcelas da população exigindo vetos a produções artísticas. 228 A censura política também esteve presente nas películas cinematográficas durante o regime militar, mas não foi essa sua tônica. Simplificadamente, classificaremos de censura política os casos nos quais o filme não pôde ser exibido, ou teve cenas vetadas, por alegadamente atentar contra a Segurança Nacional. música, intitulado “Pelos versos das canções: um estudo sobre o funcionamento da censura musical durante o regime militar brasileiro (1964-1985)”. Os resultados parciais do estudo foram gentilmente cedidos. O livro de ARAÚJO, Paulo César de. Eu não sou cachorro não : música popular cafona e ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2002. faz acreditar que todas as formas de censura eram motivadas por questões políticas. Uma das teses principais da obra é que enquanto a MPB, que era ouvida mais pela classe média intelectualizada, foi censurada por questões políticas relativas ao sistema vigente, a música considerada cafona também foi vetada por motivos políticos, embora tendo caráter diferente, pois os cantores desse tipo de música vinham de uma origem social diferenciada. 227 FICO, Carlos. Além do golpe : versões e controvérsias sobre o golpe de 1964 e a Ditadura Militar. Op. cit. p. 76. 228 A esse respeito ver artigo de: FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. In: Topoi : Revista de História. Rio de Janeiro: Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ / 7 Letras, set. 2002, n. 5, pp. 251 -283.

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O discurso da DCDP caminhava no sentido de proteger a sociedade de uma suposta imoralidade. Em 1970, ao dar uma entrevista para a revista Veja, o então chefe da censura, Wilson Aguiar, foi inquirido sobre quais eram os motivos que justificavam a censura. Ele respondeu que

a censura baseia-se nas exigências da média da moralidade. É evidente que o comportamento dos grupos sociais de Ipanema, Copacabana e certas zonas de São Paulo é mais aberto. Mas o que nós procuramos é a média da moralidade brasileira. 229

Pode-se perceber nitidamente esta dimensão moral quando analisamos as justificativas utilizadas pelos censores para os vetos. A grande maioria dos vetos foi justificada em nome da preservação dos valores tradicionais da família brasileira. Sob esta tópica, circularam os mais variados assuntos, desde a defesa da religião católica, até assuntos polêmicos do período como entorpecentes, divórcio, referência ao homossexualismo, dentre outros. 230 A censura de diversões públicas foi mais um instrumento do aparelho repressivo montado pelo regime militar, 231 porém fica explícito que a censura de cunho moral foi orgulhosamente exercida pelos censores, enquanto a censura política, também feita pela mesma DCDP, era assumida com certo constrangimento quando os censores escreviam os pareceres sobre as películas. 232 Várias entidades e pessoas comuns enviaram cartas à DCDP pedindo a liberação de alguma obra artística censurada, ou, majoritariamente, um maior endurecimento nos vetos. A população tinha relativa familiaridade com a DCDP sobretudo por causa da exibição obrigatória do certificado de censura antes da projeção de filmes ou do início de programas de TV. O que fica nítido é a existência de um espaço de negociação entre a instituição e a sociedade civil. 233 Em muitas ocasiões, os censores utilizaram-se dessas cartas para alegar a legitimidade de seu ofício.

229 Veja . 7 de out. De 1970. p. 74. 230 As justificativas dos censores serão mais detalhadamente analisadas no quarto capítulo. 231 Esse aparelho repressivo montado pelo regime militar englobava as seguintes instâncias: censura à imprensa, censura de diversões públicas, espionagem, polícia política e propaganda. Para maior detalhamento sobre o assunto ver: FICO, Carlos. Espionagem, polícia política, censura e propaganda: os pilares básicos da repressão In FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia Almeida Neves (orgs). O Brasil Republicano: o tempo da ditadura – regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2003. 232 FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. Op. cit. p. 259. 233 O primeiro a trabalhar com as correspondências encontradas na DCDP foi Carlos Fico que no artigo Prezada Censura esclarece algumas peculiaridades acerca da censura no que tange ao envio de cartas para a instituição. FICO, Carlos. “Prezada Censura”: cartas ao regime militar op. cit.

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Na censura cinematográfica, podem ser encontradas desde a proibição de cenas imorais e filmes que supostamente agrediam outras raças, até de filmes violentos que poderiam fazer com que as crianças supostamente crescessem com um tipo de “índole” ruim. Algumas cartas também sugeriam o que deveria ser estimulado ou proibido pelo governo. 234 Esse é o caso da carta de Carolina Lins, enviada em 13 de agosto de 1971, e que dizia

[desejar] sugerir a esse digno departamento, a proibição de um filme que vem sendo exibido há muitos e muitos anos na TV Record, canal 7, em São Paulo, que tem por nome “Combate”, o qual tem por base mostrar a perversidade do povo alemão e a necessidade de massacrá-lo. As crianças cresceram assistindo a esse filme e isso pode ter deturpado a mente de pelo menos uma geração que, aliás, deviam ser proibidos todos os filmes de banditismo que podem também ter muita influência na conduta dos jovens. 235

Para além de assuntos gerais sobre o que era exibido no cinema e na televisão, o questionamento sobre a produção de películas nacionais também esteve presente na correspondência recebida pela DCDP. Várias cartas chamavam a atenção para o fato de o Brasil produzir pornochanchadas e esses filmes serem liberados para exibição. Nesse sentido, Edmar Jose enviou ao então presidente da República, Ernesto Geisel, uma carta reclamando de que

não é justo que um grupo ganhe dinheiro dizendo que faz cinema nacional, porém, produzindo “pornochanchadas” que agridem a sociedade, corrompem os jovens e aviltam a mulher brasileira. E, o que é mais grave, com o estímulo de nossas leis e a tolerância da Censura Federal. 236

Continuava a missiva com o tom furioso conclamando:

excelência: mande exibir pelo menos um filme para constatar a veracidade do que afirmo. Mas não o faça na presença de sua esposa ou filha para não passar vexames, como aconteceu comigo. O cinema nacional explora a imoralidade ignorando que somos uma nação com um passado rico de homens célebres e de fatos heróicos. A família brasileira aguarda que as honradas mãos de seu presidente ponham cobro a esse escândalo. 237

234 Na Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal encontra-se a série censura prévia e nela contida a subsérie “manifestações da sociedade civil”. Esta possui seis caixas com 352 cartas que foram enviadas a DCDP no período de 1968 à 1988. Desse total, 13% é referente à censura cinematográfica. 235 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub- série: Manifestações da sociedade civil. Ofício 979/71. Datado de 13 de agosto de 1979. Na transcrição das cartas, pequenos erros gramaticais, de construção da fase e outros foram corrigidos para se evitar sobrecarregar o texto com a indicação da fidelidade da cópia. 236 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: DCDP. Série: Censura prévia. Sub-série: Manifestações da sociedade civil. Ofício 006775 datado de 23 março de 1977. 237 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub- série: Informações sigilosas. Ofício 006775 datado de 23 março de 1977.

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Embora a correspondência acima tenha sido enviada ao presidente, ela foi encaminhada à DCDP. Nesta carta o solicitante também não se vincula a nenhuma associação de cunho religioso, escreve como um cidadão que se sente indignado com os filmes que são produzidos com verbas estatais. Ele tem exata noção tanto da existência da Embrafilme como da DCDP, que teria a obrigação de “zelar pelo decoro” da sociedade brasileira. As correspondências raramente ficavam sem um retorno por parte da Divisão. Em resposta à carta citada, Rogério Nunes, então diretor da DCDP, forneceu vários esclarecimentos e, ainda, comentou o fato de existir uma empresa pública com a função de criar uma política para o cinema nacional, não sendo este um problema eminentemente da divisão de censura, mas dos órgãos responsáveis pela produção:

A missão de censurar é árdua e espinhosa. E pela própria natureza do trabalho, não agrada a todos. Muitos combatem a existência da Censura, taxando-a de castradora de liberdade artística; outros, de excessivamente benevolente. (...) Como V.S. não ignora, existe uma empresa pública criada com a finalidade de formular e executar a política do desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira, bem como cuidar do seu fomento cultural. O candidato à produção de um filme brasileiro, quando requer o financiamento naquela empresa, apresenta o projeto/roteiro da obra, entre outros documentos. Acreditamos ser este um dos melhores momentos de se evitar a geração de uma obra sem valor. Mas tal não ocorre. 238

O diretor da DCDP conseguiu resumir nessa carta um dos principais problemas enfrentados pelos censores quando faziam a análise de filmes nacionais, principalmente das películas que tivessem sido alvo de algum investimento da Embrafilme, pois, como deixou claro, era insustentável para a indústria cinematográfica o veto de todos os filmes. Essa leniência em relação aos filmes produzidos pela empresa pública acabava permitindo que fossem liberados para exibição filmes com temáticas polêmicas, como as pornochanchadas. Cabe notar que, em vários pareceres, há referências sobre os motivos que levaram os censores a interditar ou não um filme nacional, mesmo aqueles produzidos com capital público, fator preponderante na decisão sobre o veto. Como eram organismos autônomos, a DCDP não poderia interferir diretamente nas atividades da Embrafilme, pois, enquanto a primeira era ligada ao Ministério da

238 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub- série: Informações sigilosas. Carta em resposta ao professor Edmar José datada de 23 de maio de 1977. Sem número.

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Justiça, a outra era relacionada ao Ministério de Educação e Cultura. 239 As cartas enviadas ou encaminhadas à DCDP eram oriundas da sociedade civil, de pessoas físicas ou entidades que protestavam sobre todos os campos artísticos. As que foram analisadas reclamavam da relação entre as propagandas e o alcoolismo, do cinema de uma forma geral ou então atacavam determinados filmes específicos. Caso exemplar nesse sentido foi a correspondência enviada por Amea Campos que falava sobre o filme A dama do lotação . Ela dizia em sua missiva que foi ao cinema, como tantos outros brasileiros, para prestigiar o cinema nacional e embora tenha ido

com o espírito prevenido para ver algumas cenas pesadas pois em se tratando de filme nacional e de Sonia Braga não poderia esperar outra coisa. (...) Qual não foi minha surpresa, vendo não algumas cenas, mais sim todo o filme pesado (...) Existe uma censura no país e ela infelizmente não funcionou neste caso. O filme é um caso de polícia. Tem cenas que nem mesmo os mais vividos dos mortais pode suportar. Não sou puritana, pois conheço a vida como ela é. Mas daí a concordar com filmes que deturpam a mente de jovens inexperientes, de jovens que amanhã deveriam ser mães de família, e que vendo filmes como esse só poderão ser prostitutas como é o caso da dama do lotação. 240

A autora da carta também se mostrou atenta aos filmes que eram censurados, pois dizia que “se a censura não deixou passar filmes como O último tango em Paris , Emannuelle não poderia nunca deixar passar A dama do Lotação , é uma afronta aos mais elementares princípios da moral.”241 O filme, de Neville de Almeida, foi uma adaptação da peça homônima escrita por Nelson Rodrigues. Trazia nos papéis principais Sônia Braga e Nuno Leal Maia. De fato, a liberação do filme A dama do lotação não foi tranqüila. Tendo sido examinado, como era praxe, por três censores, optou-se pela liberação do filme para maiores de 18 anos. No entanto, a DCDP exigiu do produtor vários cortes, todos de natureza moral. Assim, deveria ser cortada a cena na qual Carlinhos rasgava a camisa de Solange; a cena de lesbianismo; outra de sexo entre Bacalhau e Solange na cachoeira; a tomada na qual Solange está no cemitério tendo relações com um velho, bem como a cena na qual “a câmera detalha os movimentos do homem comprimindo o sexo nas nádegas de Solange.” 242

239 A relação entre Embrafilme e a DCDP será melhor analisada no quarto capítulo. 240 Arquivo Nacional. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub-série: Manifestações da sociedade civil. Carta solicitando a retirada do Filme A dama do Lotação de cartaz datada de 18 de abril de 1978. Sem número.

241 Idem. 242 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub- série: Cinema. Parecer do filme A Dama do Lotação. Parecer 667/78.

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O filme fez grande sucess o, sendo um dos campeões de bilheteria do cinema nacional. A propaganda em alguns jornais destacava que

a Embrafilme tem orgulho em realizar, pela primeira vez na história do cinema brasileiro , um lançamento nacional: amanhã , dia 17, do Rio Grande do Sul ao Amazonas, em oitenta grandes cinemas do país. 243

A dama do lotação obteve tamanho êxito de público que, dois anos depois do primeiro certificado de censura, a produtora pediu sua revisão no sentindo de reavaliar a película e solicitou que o filme fosse l iberado para maiores de 18 anos, porém integralmente, sem as cenas cortadas. 244 No entanto o filme continuou com as mesmas cenas cortadas. Como foi visto, desde a legislação de 1946 o certificado da censura era válido por cinco anos e , após este prazo, a produção deveria ser novamente analisado. 245 Embora o filme tivesse cenas consideradas contrárias à moral vigente naquele momento, rapidamente adquiriu um tom jocoso, tanto que uma epidemia de resfriado que se espalhava por algumas regiões do país passou a ser chamada de “a dama do lotação”, denominação logo aproveitada por um conhecido remédio.

A PÍLULA DA DAMA DO LOTAÇÃO

Tem uma gripe por aí, dando tanto que já foi batizada de Dama do Lotação. Eis o que ela dá: febres de até 40 graus, dores no corpo, garganta irritada, nariz congestionado. Se a Dama do Lotação representa perigo, quem tem de se prevenir é você. Tome Coristina ao primeiro sintoma. Uma gripe pode ser famosa, mas não é bonita, nem gostosa.

Jornal O Dia 13 de jun. de 1978 p. 3

243 Jornal do Brasil 16 de abr de 1978. 244 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub - série: Informações sigilosas. Ofício 01127. Datado de 25 de mar de 1978. 245 Decreto n. 20.493 de 24/01/1946. Art. 12.

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A DAMA DO LOTAÇÃO ENTREGA OS PONTOS

Deu, deu, até não poder mais. Isso aí foi o que fez a Dama do Lotação, uma gripe que não escolheu vítima. Ela deu febres horríveis, gargantas tenebrosas, narizes entupidíssimos e dores por todo corpo. Um dia, a Dama do Lotação parou, trocada na farmácia po r Coristina. Parou, mas não se regenerou. Se ela voltar a atacar, previna-se com Coristina. Uma gripe pode ser famosa, mas não é bonita nem gostosa.

O Dia 13 de jun de 1978. p. 9.

Conquanto o filme tenha enfrentado inicialmente problemas com a censur a e houvesse pessoas enviando correspondências denunciando o teor libidinoso da película, serviu como uma possibilidade para uma agência de propaganda desenvolver criativos anúncios utilizando-se do sucesso meteórico do filme, como pode ser visto nos carta zes acima. Se por um lado há cartas que criticavam a censura pela liberalidade com que agia, por outro há correspondências que pediam uma maior liberação dos filmes. A carta enviada por Ariovaldo José morador em Caetano do Sul, São Paulo, vai nesse sentido . Na missiva que contava com seis páginas e mais três folhas de anexos, dizia o remetente que

vi os primeiros filmes eróticos da época, desde o pioneiro Idílio proibido até os de hoje acompanho a censura que foi desnudando a mulheres aos poucos e a parabenizo pelo excelente trabalho de continuidade. Primeiro foram os ombros femininos, depois as costas, posteriormente os seios, vindo depois a mulher inteiramente nua de co stas e por fim o nu frontal feminino. O mesmo aconteceu com o homem. Depois do nu frontal feminino e masculino passou para o ato sexual simulado, depois para o ato sexual implícito e por fim para o ato sexual explícito. Acontece, porém que poucos filmes ti veram, o privilégio de terem cenas realmente de sexo explícito, pois a maioria delas são cortadas e eu não entendo o porque. Se já foram liberados alguns com cenas de sexo explícito, porque outros são cortados ou vetados por conterem exatamente cenas de se xo explícito? 246

Ao liberar determinados filmes e censurar outros com a mesma temática, a DCDP ficou exposta a esse tipo de crítica. Ainda fazendo reclamação e sugerindo que a

246 AN. Coorde nação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie: Manifestações da sociedade civil. Sem numeração. Datado de 27 de abr de 1983.

83 chefe da DCDP livrasse das restrições alguns filmes, o autor da carta mostrou-se absolutamente conhecedor da política da censura e dizia que a liberação dos filmes que continham cenas de sexo

começou com o filme Império dos sentidos e pelo que li nos jornais, todos nos que gostamos deste gênero de filmes ficamos agradecidos ao filho do Ministro Abi Ackel, que o estava assistindo sorrateiramente aí em Brasília e foi pego em flagrante, tendo a notícia se espalhado rápido por todo o país; sendo esse fato praticamente o gerador do filme ter sido liberado. De lá para cá houve mais um estrangeiro, que foi o horrível Calígula e dois ótimos nacionais que foram Coisas Eróticas e A fome do sexo . Sabe Sra. Solange, assisti a cada um deles mais ou menos umas dez vezes cada. Este último chamado O Cassino das bacanais liberado pela Sra. Está muito cortado e não vale a pena a gente ver. 247

Pode-se perceber que o autor da carta expõe justamente o fato de filmes estrangeiros terem mais dificuldades de serem exibidos, enquanto os nacionais, mesmo que absolutamente cortados, acabavam sendo liberados. Vale lembrar que o Império dos Sentidos foi produzido em 1976, e só foi liberado na década de 1980. A questão da leniência com os filmes nacionais era percebida mesmo por espectadores mais atentos a dinâmica da censura federal. As cartas pesquisadas referem-se apenas as questões cinematográficas e esse é um dos poucos exemplos que mostra um pedido de liberação de filmes. No entanto, quando se analisa o conjunto total de correspondências, percebe-se que houve sempre uma constante negociação entre a DCDP e outros órgãos como, por exemplo, a Globo , que procurou manter cordial relação com o organismo, mas ao mesmo tempo pedia mais liberdade de expressão. 248 Para além da questão da moral stricto sensu, outra razão para o envio de cartas eram as questões religiosas. Um dos casos mais notório de censura deu-se no governo Sarney, após o término da ditadura. O filme Je Vous Salue, Marie , do diretor francês Jean-Luc Godard, foi motivo para uma enxurrada de cartas pedindo a proibição da película no país. A versão contemporânea para a concepção da virgem Maria oferecida pelo diretor foi considerada uma afronta às crenças da igreja católica. Dessa forma, entidades como o Centro Bíblico Paulista e várias pessoas ligadas à tradição católica enviaram correspondências pedindo a proibição do filme no país. Além das cartas, telefonemas também eram dados no sentindo de pressionar o órgão, tal

247 Idem. 248 Ver: FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. In : Topoi . Rio de Janeiro: PPGHIS/7 Letras, 2002. n 5. p. 264.

84 como a ligação de Alice Santos, moradora de Copacabana, Rio de Janeiro, que telefonou para a DCDP dizendo falar em nome de seus familiares e da comunidade católica, afirmando que os cinemas que exibissem o polêmico filme seriam depredados. 249 O filme foi proibido em pleno regime democrático e, dando satisfação a frei Paulo Avelino de Assis, Coriolano de Loyola, então diretor da DCDP, em correspondência enviada ao religioso, diz: “esperamos que a interdição da dita película tenha lhe satisfeito plenamente.” 250 As cartas enviadas à DCDP mostram que a população conhecia a entidade e, embora funcionasse como uma unidade repressora – pois cabia-lhe censurar peças, programação de televisão e rádio, filmes e atividades circenses – trabalhava também como unidade mediadora dos anseios de parcelas da sociedade civil frente às películas que eram produzidas no Brasil e as que chegavam do exterior. A DCDP também teve estreita relação com outras entidades da comunidade de segurança e informações e, eventualmente, havia troca de material. 251 Podem ser verificadas cartas oriundas das DSI (Divisão de Segurança e Informação) ou de outros órgãos de informações que chegavam a DCDP. Note-se que as correspondências sobre as quais me debruço são apenas as relacionadas à produção cinematográfica. As correspondências oriundas das DSI e das ASI 252 davam conta em sua maioria da existência de filmes supostamente subversivos que estariam sendo produzidos ou exibidos, ou então indicavam pessoas do meio cinematográfico que seriam supostamente subversivas. 253 Se a DCDP recebia cartas da população, também recebia correspondências de outros organismos governamentais. Essas eram correspondências internas ao órgão de segurança e informação e serviam para alertar a censura de algum “abuso” que pudesse estar ocorrendo em qualquer parte do país. Dessa forma, embora pareça estranho, algumas assessorias, que não tinham qualquer relação com a política censória, ao primeiro sinal de possível atitude suspeita alertavam a DCDP. Esse foi o caso da

249 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub- série: Informações sigilosas. Ofício sem numeração. Datado de 15 de jan de 1986. Sem número. 250 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Sub- série: Informações sigilosas. Ofício. 160/86. Datado de 04 de fev de 1986.

252 As Assessorias de Segurança e Informações (ASI`S) eram divisões que tinham como missão observar e denunciar qualquer pessoa que fosse considerada uma ameaça à segurança nacional.

253 As DSI’S faziam parte do SISNI (Serviço Nacional de Informação) do regime militar. Tendo como órgão principal o SNI (Serviço Nacional de Informação), tinha ramificações em outras agências estatais. Assim, cada ministério possuía uma DSI e as empresas estatais e as autarquias possuíam as ASI’S.

85 correspondência enviada pela ASI da rede ferroviária federal. Como exemplo da denúncia de filmes supostamente subversivos, o chefe do Setor de Segurança e Informação da 11 a divisão da R.F.F.S.A. escreveu à DCDP dizendo que, no início de 1971, o cine São João, em Curitiba, exibiu o filme Queimada 254 e alertava para o aspecto subversivo da película. O autor utilizou algumas falas do filme para demonstrar o que dizia, como:

um guerrilheiro vale por vinte soldados, porque o guerrilheiro luta por um ideal e não tem nada a perder, enquanto que o soldado tem família, sua carreira, seu salário e o conforto que este salário lhe proporciona, razões bastantes para não morrer. 255

A comunidade de informações e segurança, da qual fazia parte o autor do ofício, sempre fez esse tipo deserviço, reafirmando a marca de fiscalização e delação que caracterizava o aparelho repressivo do Estado. Outros exemplos de troca de informações entre a DCDP e outros órgãos da comunidade de informações podem ser listados. O ofício datado de 16 de abril de 1973 foi enviado para vários órgãos (SNI/AC – FA-2/EMFA – 2ª Séc. EME – 2ª Sec. EMA – 2ª Séc. Emaer – Cie – Cenimar – Cisa – CI/DPF) 256 e tratava do filme “ Stage of Siege ”, do diretor Costa-Gravas. A correspondência dizia que o filme estreou em Washington , em abril de 1973, e que os órgãos de informação deveriam ficar atentos pois

nele aparece um personagem identificado como um diplomata brasileiro também seqüestrado, cujos traços físicos muito se assemelham aos do Conselheiro Gomide. 257 Aparecem também cenas de militares brasileiros fardados, com a bandeira nacional ao fundo, recebendo instruções de técnicos da polícia americana sobre métodos de tortura de prisioneiros. 258

Uma anotação à mão foi feita no ofício: “os técnicos de censura já estão alertados para os problemas abordados no filme”. Embora não seja possível reconhecer

254 Título original: Quemada! Direção de Gillo Pontecorvo. Produção: Itália / França 1969. 255 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie: Informações sigilosas. Ofício 825/71. Datado de 27 de ago de 1971. 256 SNI/AC (Sistema Nacional de Informação / Agencia Central); FA-2/EMFA (/Estado Maior das Forças Armadas); 2 a Sec.EME (2 a Secretaria do Estado-Maior do Exército) ; 2 a Sec.EMA (2 a Secretaria Estado- Maior da Armada); 2 a Sec. EMAer (2 a secretaria Estado-Maior da Aeronáutica); CIE (Centro de informações do Exército) CENIAMAR (Centro de Informações da Marinha); CISA (Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica) CI/DPF (Central de Inteligência/ Departamento de Polícia Federal). 257 O cônsul brasileiro em Montevidéu, Aloysio Gomide, fora seqüestrado pelos Tupamaros em 1970 e mantido em cárcere durante seis meses. 258 Arquivo Nacional. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie: Informações sigilosas. Ofício DSI/717. Datado de 16 de abr. de 1973.

86 a assinatura, é provável que tenha sido firmado por uma agente da polícia federal, provavelmente integrante da DCDP. O referido ofício era detalhado e continha, inclusive, reportagens que haviam sido publicadas nos Estados Unidos. O documento termina relatando que o filme havia sido excluído do festival do American Film Institute , ocorrido no Kennedy Center, o que teria levado a manifestações contrárias de vários cineastas. Segundo o ofício, o filme teria sido proibido em respeito à memória de John Kennedy, pois a película “parece justificar o assassinato político.” 259 Outros organismos de informações forneciam também relatórios sobre filmes e/ou atores e diretores para a Polícia Federal e essas informações iam parar nas mãos dos técnicos de censura, já que eles faziam parte do quadro da própria polícia. Em 1972, o CIE (Centro de Informações do Exército) enviou ofício comunicando que a atriz Norma Bengel estava empreendendo uma campanha de difamações contra o Brasil. Em outubro de 1968, a atriz fora seqüestrada em São Paulo, espancada e libertada no Rio de Janeiro. No intuito de comprovar a informação, o CIE enviou em anexo ao ofício a tradução de uma reportagem da revista Le Nouvel observateur, de julho de 1972. A correspondência ainda dizia que atriz estava

comprometida com os grupos subversivos que atuam no Brasil. Suas declarações são inconseqüentes e firmadas em meias verdades e fatos falsos ou inexistentes. Convém assinalar a tentativa de aproveitar a artista para representar o papel de uma “JANE FONDA” brasileira forçando a existência do problema racial no Brasil. 260

A DCDP também trabalhou no sentido de colaborar com os demais órgãos do Estado. Assim, em 1973, enviou ofício ao setor de informações do Departamento de Polícia Federal dizendo ter notícias sobre cineastas “de tendências esquerdistas”, que estariam se empenhando para produzir suas películas no Brasil. Então, com fins “subversivos”, os cineastas Jean Rouch, Pierre Kast, Glauber Rocha, Gabriel Garcia Marques e Louis Malle chegariam no ano posterior ao Brasil objetivando a realização de películas. Infelizmente, a instituição não deixa claro de onde partiu a fonte das informações. Essas trocas de informes não fazem da DCDP um órgão de produção de

259 Idem . f. 3. 260 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie: Informações sigilosas. Registro no CI/DPF n. 4727/72. (Remeta-se a DCDP/DPF). Datado de 15 de ago. de 1972.

87 informação, mas, sendo parte do aparelho repressivo do Estado, pode-se perceber que repassava a outros órgãos informações sobre atividades consideradas contrárias à ordem vigente, ainda que não haja ampla documentação disponível para atestar a magnitude deste procedimento. A DCDP também colaborou com o Departamento de Polícia Federal no sentido de vigiar os artistas que fossem supostamente esquerdistas. Figura observada pela DCDP foi Glauce Rocha que, tendo sido entrevistada pela Tribuna da Imprensa, disse “acreditar ser por incompetência e não por maldade a atitude dos censores ao prejudicarem muitos espetáculos já montados”. 261 Através da carta que enviou ao DPF, o responsável pela DCDP na época, Aloysio Muhlethaler, no intuito de se defender, afirmou que

todos os censores foram submetidos a Curso de Censor Federal, do qual saíram aprovados, na Academia Nacional de Polícia, a fim de individualmente melhorarem suas capacitações intelectuais. Tal curso, ministrado por professores universitários, em nível de ensino superior, constitui-se das seguintes matérias: Introdução à Ciência Política; Introdução à Sociologia; Psicologia evolutiva e social; Legislação especializada; História da arte; Filosofia da arte; História e técnica de teatro; técnica de cinema; técnica de televisão; comunicação em sociedade; literatura brasileira; ética profissional; técnica operacional e segurança nacional. 262

Aloysio dizia que as notícias que foram publicadas eram “falhas e tendenciosas” e que haviam sido feitas propositadamente com o objetivo de indispor a opinião pública contra as autoridades censórias, por isso solicitava “encaminhar (...) o expediente à autoridade processante competente deste DPF a fim de ser instaurado processo para definir responsabilidades criminais, face ao disposto no artigo 14 do decreto-lei n. 510, de 20.03.1969.”263 No entanto, outros casos nos mostram uma preocupação por parte da DCDP com a questão de filmes supostamente subversivos. Em maio de 1969, Aloysio Muhlethaler mostrava-se inquieto com “a constante remessa (...) de filmes nacionais de longa metragem com conteúdo de natureza subversiva.” 264 O representante da DCDP mostrava-se profundamente apreensivo ao relatar que

no decurso de um ano de administração, foi possível observar o afluxo sempre

261 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Ofícios de solicitação. Ofício n. 231/69. Datado de 24 de abr. de 1969. Declarações foram copiadas no ofício. 262 Idem. 263 Ibdem. 264 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Ofícios de solicitação. Ofício n. 296/69. Datado de 28 de maio de 1969. Sem número.

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crescente à censura de películas brasileiras de tema político, várias das quais de cunho doutrinário no sentido de sublevação armada, visando à consecução de objetivos sociais. A cada uma dessas investidas, o órgão censório, cumprindo o seu dever funcional e cívico, impõe considerável número de cortes ou proíbe totalmente a exibição da fita, em todo o território nacional. 265

Como o diretor deixou claro, fazia parte da função da DCDP censurar filmes que “atentassem contra a segurança nacional”, definição bastante abrangente. As mais simples críticas podiam ser assim classificadas. Em certos casos, temas tradicionalmente ligados a outras esferas como, por exemplo, a utilização de entorpecentes, foram considerados perigosos para a segurança nacional. Uma das preocupações do então chefe da DCDP era a exibição de filmes brasileiros em festivais internacionais de cinema, já que era necessária uma licença de exibição fornecida pelo Itamaraty:

recentemente tivemos o dissabor de constatar, pela imprensa, que paralelamente à mostra oficial do Festival de Cannes deste ano, foi organizada uma exibição extra-oficial de filmes esquerdistas e entre estes estavam exatamente aqueles que a censura brasileira havia proibido. Maior espécie nos causou tal programação pelo fato de que essas películas deixam o país com licença especial do Itamaraty, quando a legislação atribui ao SCDP a concessão ou não da classificação “livre para exportação”.

Visando solucionar o problema, Aloysio sugeriu que fossem tomadas três medidas: instaurar processos crime contra cineastas brasileiros que realizassem filme de cunho subversivo; pedir a interferência do ministro da Justiça junto ao Ministério da Educação e Cultura para que não fosse concedido crédito para a produção de filmes com características marcadamente subversivas e, por fim, que o ministro da Justiça intercedesse junto ao ministro de Relações Exteriores para que não fosse autorizada a saída de filmes nacionais sem prévia consulta à DCDP. A insatisfação da DCDP chegou ao diretor da Polícia Federal, que enviou um ofício para o então ministro da Justiça, Gama e Silva, afirmando que eram muitos os filmes de cunho esquerdista e que

apesar das providências repressivas tomadas (...), tem-se observado a persistência de certos produtores e diretores em se dedicarem a confecção de obras de cunho esquerdista, algumas das quais produzidas com recursos cedidos por órgãos do próprio governo da Revolução e de estabelecimentos bancários particulares e estaduais. 266

265 Idem. 266 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Ofícios de solicitação. Ofício n. 530/69. Datado de 30 de setembro de 1969.

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Mais uma vez pode ser observada a preocupação com a existência de filmes financiados pelo Estado e que criticavam direta ou indiretamente o regime. A DCDP atritou-se com o Ministério da Educação e Cultura, que tinha agências financiadoras de filmes (INC e Embrafilme), tanto os supostamente subversivos como os que continham cenas de atentado à moral e aos bons costumes. A segunda instância de conflitividade foi com o Itamaraty, na medida em que liberava para a exibição em festivais internacionais filmes brasileiros que haviam sido vetados pela DCDP, fosse para ser exibido no país ou no exterior. 267 No final da década de 1970, o CSC (Conselho Superior de Censura) e o poder Judiciário criariam novos problemas para a DCDP, como se verá no próximo capítulo. A conclusão da Polícia Federal sobre a carta de Aloysio defendia a conveniência de aplicar duas das medidas propostas: a intervenção do ministro da Justiça junto ao Ministério da Educação e Cultura e a presença do ministro da Justiça junto ao ministro de Relações Exteriores para que não fosse autorizada a saída de filmes nacionais censurados anteriormente pela Divisão. Essas medidas tinham um caráter preventivo, inclusive porque

não é admissível que o próprio governo, que vem mantendo intensa luta contra as tentativas de subversão da ordem e as idéias extremistas que as sustém, ofereça, por seus órgãos integrantes, facilidades para a produção de películas que a pregam ou para sua exibição no exterior. 268

No entanto, quanto à sugestão de abertura de processos contra os cineastas que produzissem filmes considerados subversivos, a assessoria jurídica do DPF deixava claro que

a simples produção, sem a conseqüente publicidade ou tentativa de publicidade, não caracteriza a propaganda subversiva, ainda mais que aquela deve ser precedida, obrigatoriamente, de prévio exame da obra pelo SCDP. Assim, o ilícito se caracteriza, não pela produção da obra, que inclusive pode manter-se inédita para o público, mas por sua exibição ou pela tentativa de exibi-la, independentemente de censura prévia ou apesar desta. Contudo, se o cineasta submete o filme ao exame do órgão censório e se conforma com a decisão proferida, não há que se falar em propaganda subversiva, como é definida pela Lei de Segurança Nacional, por faltar- lhe elemento essencial, qual seja, a utilização ou tentativa de utilização do meio de comunicação, isto é, do meio de divulgação, veículo necessário à consumação do

267 O Itamaraty tinha a possibilidade de liberar um filme para festivais no exterior independentemente da resolução da DCDP. 268 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Ofícios de solicitação. Parecer n. 318/69. Processo n. 18949/69 – SRA. Datado de 12 de junho de 1969.

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ilícito. 269

De qualquer forma, parte das reivindicações de Aloysio foram atendidas e, através de cartas e ofícios, foi travada uma discussão sobre a inadequação do financiamento público de obras consideradas subversivas. Em setembro de 1969, o diretor geral da polícia Federal escreveu para o então Ministro da Justiça, Luiz da Gama e Silva, dizendo

subalterno na hierarquia ministerial, mas honrosamente ombreado nos ideais cívicos que nos sugerem tarefas de responsabilidades na preservação dos elevados conceitos políticos, administrativos, morais e sociais de nossa Pátria, vimos encarecer a Vossa Excelência urgentes medidas junto aos Exmos. Senhores Ministros das Relações Exteriores e da Fazenda, para lograrmos êxito no fiel cumprimento de nossas missões. (...) O nosso apelo objetiva estancar a descontrolada evasão de filmes nacionais desairosos e contradizentes da realidade brasileira que levam para o exterior impressões destruidoras do solevantamento da pátria em que nos empenhamos. 270

Vale destacar que esta carta foi escrita em 1969, ou seja, pouco tempo depois do endurecimento do regime com o AI-5 e período no qual os ânimos estavam extremados. De qualquer maneira, a escrita não reafirma nada mais do que as idéias presentes na legislação censória de 1946, que, como foi visto, permitia à censura vetar filmes para o estrangeiro que sugerissem “vistas desprimorosas” do país. A censura do cinema possuiu um caráter diferenciado em relação às demais censuras de diversões públicas. Em primeiro lugar, havia a Embrafilme. Embora outras manifestações artístico-culturais contassem eventualmente com verbas e prêmios fornecidos pelo Estado, como o teatro, apenas o cinema teve uma empresa financiadora.271 A outra peculiaridade do campo cinematográfico dizia respeito às diferentes formas de censura aos filmes. Se, no caso da música e das peças teatrais havia a liberação com cortes ou o veto total, no caso do cinema havia uma série de especificidades. A DCDP censurava filmes nacionais, estrangeiros, cartazes de filmes, bem como os trailers que seriam exibidos antes das películas. Além disso, fazia também a censura dos curtas-metragens, tipo de produção que foi inclusive incentivada pelo próprio

269 Idem 270 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Ofícios de solicitação. Ofício n. 477/69. Datado de 10 de setembro de 1969. 271 Sobre o teatro durante a ditadura militar ver: GARCIA, Miliandre. “ou vocês mudam ou acabam”: teatro e censura na ditadura militar (1964-1985). Rio de Janeiro: tese de doutorado apresentada ao PPGHIS/UFRJ, 2008.

91 regime militar. 272 A lei de 1946 previa que todo o filme nacional ou estrangeiro deveria ser classificado pelo órgão censor e isso se manteve durante o regime militar. Poderia ser colocado na categoria de “educativo”, “recomendado para a juventude” e, tratando-se de filme nacional, deveria ser classificado também como de “boa qualidade” e “livre para exportação”. A censura cinematográfica se diferenciava dos outros campos artísticos, pois o produtor de filmes lutava tanto pela liberação do filme para o público interno, como para que o mesmo pudesse ter a chancela de livre para exportação. Quando o produtor enviava seu filme para a DCDP, poderia esperar várias respostas: se o filme havia sido liberado integralmente, liberado com cortes ou interditado; se havia conseguido o certificado de “boa qualidade” e “livre para exportação”, além da classificação etária. Caso o filme fosse liberado integralmente, poderia ser exibido nas salas de cinema tal como foi enviado à DCDP. Este foi o caso do filme Independência ou Morte, de Carlos Coimbra, que teve como atores principais Tarcísio Meira, no papel de Pedro I e Gloria Menezes, representando a Marquesa de Santos. A liberação não chega a surpreender já que se trata de iniciativa que contou com apoio governamental. O filme integrou as comemorações do Sesquicentenário da Independência, a maior festa oficial patrocinada pela ditadura militar. O parecer do censor enalteceu as características do filme afirmando que

trata-se de um filme excelente sobre a vida de D. Pedro I, seus amores, sua política, sua corte, seus triunfos e seus fracassos como homem e Imperador. (...) Filme de ótima qualidade digno do povo e suas tradições, em face do equilíbrio, bom senso e fidelidade ao enfocar os personagens e ambiência históricas, no Brasil, de 1816 a 1831. Pelo exposto, sugerimos a liberação do filme em pauta – Independência ou morte – para maiores de 10 (DEZ) ANOS sem qualquer restrição. 273

O filme de Flávio Migliáccio, Aventuras com tio Maneco , de 1971, deu entrada na DCDP e foi liberado com “censura livre” e sem a necessidade de cortes por parte dos produtores. Por ser de temática infantil, teve parecer favorável do censor que achou a película um tanto ingênua, alegre, divertida, com cenas jocosas e impossíveis, em que os personagens, por alguns momentos, se transformam em desenho animado. A

272 Havia a obrigatoriedade do certificado da DCDP para qualquer tipo de exibição publica de películas, obrigando todos os produtores a enviarem seus filmes para a DCDP. 273 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura Prévia. Subsérie: programação cinematográfica Parecer do filme: Independência ou morte . Datado de 25 de agosto de 1972.

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temática desenvolvida se enquadra perfeitamente na capacidade de compreensão dos menores, não contém improbidades, razão porque sugiro sua liberação sem restrições. 274

Grande parte dos processos de censura referentes aos filmes apresenta a liberação das películas com algum tipo de corte, fosse de ordem política ou moral. 275 O filme Vai trabalhar vagabundo, de Hugo Carvana, teve nos papéis principais o próprio diretor e a atriz Odete Lara. A entrada do processo na DCDP aconteceu em 1973 e o filme foi liberado para maiores de 18 anos, mas os produtores deveriam fazer dois cortes: o primeiro na

cena de entrega da encomenda à amiga de Dino, a partir da segunda vez em que o empregado bate a porta. Ainda na segunda parte, cortar cena do banho e do colóquio, e partir do momento em que o personagem gordo, de meia idade, anuncia que vai tomar banho, até momento em que os três se reúnem, já vestidos na sala. Corta cenas intercaladas de ato sexual entre Dino e a empregada (preta) a partir do momento em que Dino vai tirar a roupa, até momento em que aparece sentado na cama, já vestido.276

Foi o caso também do filme Aleluia, Gretchen, liberado para maiores de 18 anos, em que seus produtores tiveram que fazer dois cortes . O enredo conta a história de uma família que fugiu da Alemanha durante o período nazista e se fixou no Brasil. Mesmo sendo um filme de fundo histórico, o censor, para justificar os cortes, alegava que o filme

[continha] cenas que pressupõem relacionamento sexual, violência e exposição de nus masculinos, que apesar de exibidos com naturalidade, sem envolvimento erótico ou sensual, são perfeitamente visualizados.277

Embora com uma certa complacência, os filmes nem sempre fugiam a interdição total. Foi o caso do parecer da técnica de censura Luzia Maria Barcellos, que sugeriu o veto total do filme América do sexo , dirigido por Leon Hirsman, Flávio Moreira da Costa, Rozemberg Filho e Rubem Maya. A censora constatou que,

tendo em vista que os cortes necessários à moralidade do filme acarretariam a

274 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura Prévia. Subsérie: programação cinematográfica Parecer do filme: Aventuras com tio maneco. 1971. 275 A questão da diferenciação entre motivação política e moral será discutida no quarto capítulo. 276 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura Prévia. Subsérie: programação cinematográfica Parecer do filme: Vai trabalhar Vagabundo . Datado de 9 de novembro de 1973. 277 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: filmes. Processo do filme Aleluia, Gretchen . Datado de 5 de julho de 1976.

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incompreensão total das duas primeiras estórias, devendo por conseguinte haver a eliminação dos mesmos, o que resultaria na insuficiência de metragem para a sua apresentação, e tendo em vista a mediocridade, amoralidade e ausência de mensagem, sugiro sua interdição. 278

Os filmes também poderiam ser liberados para a exibição no Brasil e, no entanto, não receberem a chancela de “boa qualidade” e “livre para exportação”. Caso curioso foi o filme do grupo Os trapalhões, Aladim e a Lâmpada Maravilhosa . Nem o grande sucesso do grupo impediu que os censores Gláucia Baena Soares e Onofre Ribeiro da Silva, ao analisar o processo, assinalassem que

a qualidade técnica e mesmo o próprio filme em si são de recomendação duvidosa, razão pela qual deixamos de atribuir-lhe o requisito de “boa qualidade” e “livre para exportação”, de vez que acreditamos possa no exterior dar uma imagem falsa do nosso cinema. 279

Dos processos pesquisados, a não liberação para exportação constituiu minoria. 280 A preocupação da DCDP era muito mais voltada para o público interno do que externo. Os filmes que continham cenas de sexo e nudez poderiam ser aqui cortados e proibidos para menores de 18 anos, mas, normalmente, eram liberados para exportação. Por vezes, após receber a resposta da DCDP, mesmo o filme tendo sido liberado com cortes, os produtores poderiam entrar com pedido de revisão da censura, sendo freqüentes os pedidos de revisão da classificação etária. De acordo com a legislação,281 o espetáculo poderia ser visto por maiores de 5, 10, 14, 16 e 18 anos. As normas para classificação de espetáculos destinados aos menores de idade possuíam seis capítulos. O quinto, intitulado Aplicação dos critérios gerais na fixação dos níveis de idade , subdividia-se em doze tópicos que deveriam ser observadas pelos censores, quais sejam: capacidade de compreensão dos menores (o censor deveria estar atento em proibir para menores de 18, 16, 14 e 10 anos os espetáculos que ultrapassassem a capacidade de compreensão de cada um dos níveis etários); sensualidade (seriam proibidos para menores, em geral, os filmes que estimulassem a sensualidade). Também seriam proibidos para menores de 18 anos os

278 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: filmes. Processo do filme América do sexo . Datado de 29 de julho de 1970. 279 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: programação cinematográfica. Processo do filme Aladim e a lâmpada maravilhosa . Datado de 10 de janeiro de 1974. 280 Ver quadro nos anexos. 281 Decretos n. 20.493, de 24 de janeiro de 1946, 37.008, de 8 de março de 1955 e portaria n. 492, de 10 de setembro de 1962.

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casos de homossexualismo e outras taras sexuais, curras e qualquer espécie de violência sexual, cenas de orgia e de desregramentos (principalmente aquelas que participem menores). Os [filmes] que explorem com deliberado erotismo cenas de alcova ou apresentem práticas sexuais, nudismo, strip-tease e danças indecentes. 282

Além dos casos citados anteriormente, as cenas e situações de desentendimento familiar também estavam incluídas na proibição para menores de 18 anos. Da mesma forma, cenas que afrontassem as convicções religiosas, instituições nacionais, senso social, sentido de dever e moral ou, ainda, que exibissem atos criminosos, violência, medo e angústia deveriam ser banidas das vistas de crianças e jovens pelos censores. Como foi exposto, o trabalho do produtor cinematográfico com a censura acabava por ser maior do que em outros campos artísticos, pois havia, para um só filme, diversas possibilidades de liberação que acabavam por interferir na divulgação e, conseqüentemente, no lucro que o filme poderia fornecer.

3.2 A Divisão de Censura de Diversões Públicas e o treinamento para censores

Alguns trabalhos defendem a idéia de que os censores eram despreparados e incapazes de elaborar pareceres que traduzissem as intenções das obras analisadas, figurando muitas vezes como “falastrões”. 283 Talvez mesmo por essa má fama, durante sua existência a DCDP procurou aperfeiçoar seus funcionários. Como já foi dito anteriormente, a censura de diversões públicas foi centralizada em Brasília no ano de 1966. A partir de então, houve uma maior profissionalização, normatização e uniformização do órgão. O processo de valorização da instituição pode ser percebido pelo aumento do número de censores que, em 1967, era de apenas 16 pessoas e, no final do regime militar, era de 240 agentes. 284 A partir da década de 1970, a DCDP estabeleceu a obrigatoriedade dos novos funcionários passarem por um

282 RODRIGUES, Carlos. Censura Federal . Brasília: C.RE.Editora, 1971. pp. 210-211. 283 Essa interpretação embora esteja muito presente na memorialística do regime militar, consta em alguns textos como de SIMÕES, Inimá. Roteiro da intolerância: a censura cinematográfica no Brasil. São Paulo: Editora Senac, 1999. Neste livro o autor diz que “os censores eram ignorantes e obtusos em sua maioria absoluta, vários censores passaram rapidamente pela universidade, acompanhando cursos como ouvintes. p. 77. 284 STEPHANOU, Alexandre Ayub. O procedimento racional e técnico da censura federal brasileira e seus impedimentos (1964-1988). Op. cit . p. 60. O autor acredita que houve um inchaço na estrutura da censura, no entanto, trabalhamos com a idéia de que para o crescente número de trabalho, era preciso um maior contingente de profissionais.

95 processo de seleção em nível nacional. 285 Após ser aprovado no concurso, o candidato teria que fazer um curso de capacitação, condição obrigatória para a sua entrada na Polícia Federal. Embora não se conheça o programa de todos os cursos durante a existência da DCDP, temos informações sobre o XII Curso de Formação de Censor Federal, realizado em 1985.286 Embora este curso tenha acontecido em 1985, momento no qual a censura encaminhava-se para seu término e a ditadura dava seus últimos suspiros, podemos afirmar que ele foi o décimo segundo curso ocorrido, o que nos faz crer que já era uma prática da instituição a elaboração desses cursos como forma tanto de reciclar quanto de formar novos censores. O curso possuía quatro objetivos específicos relacionados à capacitação do candidato a censor:

1 - Fazer o exame prévio de qualquer programação relativa aos espetáculos de diversões públicas, inclusive texto de canto ou recitação destinados à gravação de discos; 2 - Executar censura prévia de películas cinematográficas e peças teatrais; 3 - Fazer o exame prévio de anúncios e propagandas de diversões públicas; 4 - Executar demais atividades relacionadas com a censura de diversões públicas. 287

A duração do curso foi de junho de 1985 até o dia 20 de dezembro do mesmo ano, totalizando uma carga horária de 776 horas de aula. A grade curricular contava com as seguintes matérias: condicionamento físico, análise estrutural da narrativa, curso de armamento e tiro, comunicação social, cultura brasileira, fiscalização censória, legislação censória, lógica, polícia política e social, redação oficial, regime jurídico, organização e competência do DPF, segurança nacional, técnica de censura de cinema, técnica de censura de letras musicais, técnica de censura de teatro e técnica de censura de televisão e rádio. 288 O fato de freqüentar o curso não tornava o candidato um agente da polícia federal. A finalização do curso se dava com o somatório das notas obtidas nas provas das matérias cursadas e, quando finalmente aprovado, o candidato seria um agente da polícia federal e estaria pronto para fazer a censura de qualquer forma de expressão artística.

285 Com a Lei n. 5536 de 21 de novembro de 1968. Art. 3. os funcionários da DCDP passaram a ter que ter curso superior para ingressar na função. 286 Na série “Treinamento de censores” localizada no Arquivo Nacional, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal, encontramos a documentação relativa ao Curso de Formação de Censor Federal. 287 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Treinamento de censores. Programa do curso. f. 1-2. 288 Ver tabela 1

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Algumas capacitações requeridas para o censor eram próprias da formação do policial federal, inclusive o uso de armamento, em tese inútil para um agente-censor.

Tabela das matérias cursadas no curso para a formação profissional de censor federal com os objetivos e carga horária a ser cumprida.

Carga Matéria Objetivos Horária Desenvolver aptidão física, moral e profissional, através de Adestramento Físico 42 h/a métodos de condicionamento físico. Proporcionar conhecimentos das formas da narrativa e Análise Estrutural da Narrativa lógicas das ações, visando a identificação de mensagens de 40 h/a interesse censório. Desenvolver habilidades para manejar e empregar armas de Armamento e Tiro 40 h/a fogo no desempenho da atividade policial Proporcionar conhecimentos da cadeia informacional, dos Comunicação Social meios de comunicação social, da publicidade e propaganda e 20 h/a dos efeitos da comunicação social. Proporcionar conhecimentos do processo de formação Cultura Brasileira cultural brasileiro e dos outros fatos sociais, políticos, 32 h/a econômicos, religiosos e culturais da atualidade. Proporcionar conhecimentos específicos das atividades Fiscalização Censória 12 h/a profissionais relacionadas ao controle e fiscalização censória Proporcionar conhecimentos da Legislação que disciplina a censura de diversões públicas de um modo geral, em Legislação Censória 100 h/a particular a censura de cinema, rádio, televisão, peças teatrais e letras musicais Proporcionar conhecimentos das leis do raciocínio lógico e Lógica coerente, com vistas à apreensão do objeto de análise 50 h/a censória Proporcionar conhecimentos da legislação e das infrações Polícia Política e Social praticadas contra a Segurança Nacional e a liberdade de 10 h/a imprensa Proporcionar conhecimentos para a correta redação de Redação Oficial correspondência oficial ligada ao desempenho do cargo, 20 h/a segundo normas e padrões vigentes no DPF Proporcionar conhecimentos da condição de funcionário Regime Jurídico, organização e público estatutário, seus direitos e deveres, e da constituição 20 h/a competência do DPF e área de atuação do DPF Proporcionar conhecimentos fundamentais sobre a doutrina Segurança Nacional de Segurança Nacional e da organização e funcionamento do 10 h/a Sistema de Segurança Interna. Proporcionar conhecimentos que capacitem à análise Técnica de censura de Cinema 66 h/a censória da mensagem cinematográfica Técnica de Censura de letras Proporcionar conhecimentos que capacitem à análise 30 h/a musicais censória das mensagens das letras musicais Proporcionar conhecimentos que possibilitem a compreensão Técnica de censura de teatro 66 h/a do fenômeno teatral e das técnicas de censura específicos Técnica de censura de televisão e Proporcionar conhecimentos que possibilitem a compreensão 66 h/a rádio das técnicas de censura de televisão e rádio Tabela integrante do programa do curso para formação de censor. Arquivo Nacional. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série. Treinamento de Censores. Programa do curso. f. 3-6.

Após ter passado pelas duas etapas do concurso, a prova e o curso de formação

97 de censores, o candidato finalmente tornava-se um agente do Departamento de Polícia Federal. No entanto, ele não deixaria de se “aprimorar” no ofício, já que a DCDP promovia cursos periódicos dentro da instituição desde a década de 1970. A intenção dos cursos era promover um aperfeiçoamento na maneira de se fazer censura. Também visava alcançar uma homogeneidade nos pareceres censórios, evitando discrepâncias entre os mesmos. Em 1971, João Madeira, relações públicas do DPF, solicitou ao diretor-geral da Editora Abril uma permissão para que o professor Waldemar de Souza, então diretor responsável pela editora, pudesse ministrar um curso a “Censores Especializados”. 289 No ano seguinte, o diretor geral do DPF, general Nilo Caneppa Silva, escreveu para Victor Civita, fundador da Editora Abril, externando os agradecimentos pela colaboração da editora, dizendo que:

Tenho a honra de me dirigir a Vossa Senhoria para externar os meus agradecimentos pela valiosa colaboração prestada a este Departamento pelo professor Waldemar de Souza, diretor dessa empresa, que veio à Academia Nacional de Polícia para integrar uma equipe que visou atualizar conhecimentos de análise cinematografia, destinada a funcionários de nível superior da Censura Federal. (...) Peço, pois, a Vossa Senhoria dizer-lhe que eu, em nome pessoal, e de todos os que assistiram as suas aulas, manifestam-se agradecidos pelo seu grande interesse e dedicação demonstrados durante o curso. 290

Outros cursos e palestras foram ministrados durante a existência da DCDP, especialmente sobre a censura cinematográfica. Em 1973, aconteceu no auditório da Escola Nacional de Informações, em Brasília, uma conferência sobre mensagens justapostas nos filmes estrangeiros. O conferencista, que não tem o nome revelado, fez um minucioso estudo sobre a questão, inclusive dizendo que, havia 15 anos, estava trabalhando na “assessoria psicopedagógica”, estudando a questão das imagens subversivas em filmes. 291 Para o autor da conferência, as mensagens justapostas seriam colocadas estrategicamente (em sucessão progressiva a outras mensagens comuns) no desenrolar do filme e tinham como objetivo “acionar determinados estímulos pré-estabelecidos” no

289 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: treinamento de censores. Curso especial para censurar filmes. 290 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Treinamento de censores. Of. 479/71/SRP/GAB. 18 de nov. 1971. Caixa 1. 291 AN. Divisão Regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: treinamento de censores. Carta a Victor Civita. Caixa 1.

98 espectador. 292 ,Para explicar o que seriam tais mensagens ele usou como exemplo dois cineastas considerados subversivos: o francês Jean-Luc Godard e o cineasta brasileiro Glauber Rocha. Sobre Glauber Rocha contou que havia estudado no IDHEC (Instituto de Altos Estudos Cinematográficos) com o “mestre das mensagens subversivas”, Godard. 293 As mensagens justapostas estariam direcionadas à juventude, principalmente aos universitários, e serviriam para “deturpar os valores hierárquicos da sociedade vigente”. Para isso, existiriam dois tipos de mensagem, a “ostensiva” e a “oculta”. A diferença entre as duas era que, no primeiro caso, o censor

vê, analisa e anota, para limitação de idade correspondente. (...) Na mensagem oculta, produzida por esta chamada técnica de mensagens justapostas, que não permite ao censor comum ver, analisar e anotar. É imprescindível que o censor passe a conhecer detalhes técnicos de elaboração, para adquirir realmente condições técnicas de análise, interpretação e enquadramento legal. 294

A partir dessa palestra, alguns censores foram obrigados a freqüentar um curso de uma semana de treinamento intensivo no qual o censor aprenderia a analisar filmes com mensagens justapostas. A preocupação com a idéia da Segurança Nacional chegava a tal ponto que, na década de 1970, os filmes de Kung Fu – arte marcial oriunda da China – passaram a ser mais observados pelos técnicos da censura. Pensar em um filme de kung fu como potencialmente subversivo sem dúvida alguma causa um estranhamento, mas, segundo os promotores do curso, as razões estavam embasadas em estudos “sérios”:

Os filmes de Kung Fu , na interpretação de conhecidos críticos de cinema, psicólogos e psiquiatras da Europa e dos Estados Unidos, são portadores de mensagens subversivas que podem predispor os espectadores jovens a identificar-se com o tipo de violência praticada nos filmes de “Kung Fu” (violência, dentro da ideologia de Mao Tse Tung.) 295

Idéias desse tipo levavam a DCDP ao descrédito e serviram para aumentar o folclore sobre a censura e os censores. Além da tentativa de melhorar a qualidade técnica dos funcionários da DCDP, houve uma preocupação constante, por parte da censura, em aperfeiçoar as leis que a

292 AN. Divisão Regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: treinamento de censores. Curso especial de censura de filmes. 293 Idem. 294 Ibdem. 295 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: treinamento de censores. Curso especial para censurar filmes. Caixa 1.

99 regiam. Sendo assim, em 1974, o ministro da Justiça, Armando Falcão, designou seu assessor especial, Alberto de Rezende Rocha, além do professor da Universidade Federal de Pernambuco, Mario Pessoa de Oliveira e do Diretor da DCDP, Rogério Nunes, para constituírem uma comissão com o fim de

proceder a um levantamento da disciplina legal e da situação atual da problemática da censura de diversões públicas e dos meios de comunicação, bem como para apresentar sugestões que melhor a situem no propósito de preservação da moralidade pública e defesa das instituições. 296

Embora a comissão tenha trabalhado no sentido de cumprir a tarefa, não conseguiu apresentar resultados dentro do prazo estipulado. Então, em 1977, Armando Falcão retirou da comissão o advogado Mario Pessoa de Oliveira e o seu assessor, que foram substituídos por Joaquim Luiz de Oliveira Bello, José Carlos Silva de Meira Mattos e por José Rosa Filho, além de manter Rogério Nunes. 297 Em outubro de 1977, a nova comissão concluiu os trabalhos, que foram apresentados na forma de anteprojeto de lei. O texto estabelecia as novas normas para a censura de diversões públicas. Os integrantes da comissão tinham como objetivo precípuo “consolidar as normas censórias em vigor para atender à necessidade cada dia mais premente de eliminar diversificações e multiplicidade de dispositivos existentes sobre a matéria, muito deles obsoletos e conflitantes.”298 De qualquer forma, as leis censórias não foram alteradas, continuando os censores, até o fim da DCDP, se pautando na legislação censória de 1946. O ano de 1978 foi marcado pelo abrandamento da censura política à imprensa. Em 1979 Petrônio Portela assumiu o cargo de ministro da Justiça, no contexto da “abertura política”. Foi nessa conjuntura que, em 1980, realizou-se o Seminário Nacional sobre Censura de Diversões Públicas. O evento teve grande repercussão na época, tendo sido idealizado por Ricardo Cravo Albin e Pompeu de Souza.299 O encontro visava debater novos critérios para a censura, bem como aproximar os produtores do Conselho Superior de Censura que havia dado início aos trabalhos recentemente. 300

296 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Treinamento de censores. Carta a Victor Civita. Caixa 1. 297 AN. DSI. Ministério da Justiça. Fundo: TT. Caixa 612. Datado de 19 de abr de 1974. f. 8. 298 AN. DSI. Ministério da Justiça. Fundo: TT. Caixa 612. Datado de 19 de abr de 1974. f. 6. 299 Miliandre Garcia trabalhou este e outros seminários enfocando a questão do teatro. Ver: GARCIA, Miliandre. “ou vocês mudam ou acabam”. Op. cit. pp. 209 -217. 300 A respeito ver: ALBIN, Ricardo Cravo. Driblando a censura : de como o cutelo vil incidiu na cultura. Rio de Janeiro: Ed. Gryphus, 2002. pp. 41-43.

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Em 1981, foram realizados outros três seminários promovidos pela DCDP, o II Seminário Nacional de Censura de Diversões Públicas , o Seminário sobre Televisão e Censura e o Seminário sobre Censura à Programação de TV e Público Usuário .301 Em 1983, foram criadas a Jornada de Leitura Analítica da Legislação sobre Censura, que visou aperfeiçoar os censores no trato com as normas pertinentes à legislação censória. Na ocasião foi estabelecido o Manual de Rotinas Operacionais , elaborado e implantado pela DCDP no intuito de melhorar o fluxo de informação acerca do material censurado nas SCDPs. 302 A realização desses seminários e jornadas reflete a preocupação da Divisão em aprimorar o seu funcionamento, ao mesmo tempo em que visava demonstrar a importância da sua função perante a sociedade, já que, depois de anunciada a abertura política, a DCDP corria sérios riscos de ter suas atividades interrompidas – como de fato aconteceu.

301 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Relatórios de Atividades. Relatório do ano de 1981. P. 5. Caixa única. 302 AN. Divisão regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Relatórios de Atividades. Relatório do ano de 1983. P. 3. Caixa única.

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Capítulo IV - Por uma sociedade ordeira: a censura aos filmes nacionais

Nos capítulos precedentes procuramos demonstrar que a censura cinematográfica no país teve suas raízes na década de 1930, período no qual o Estado brasileiro montou um aparato responsável pela censura aos filmes exibidos em território nacional. A centralização da censura cinematográfica em 1932 mostrava que o cinema já era uma questão central durante a década de 1930, também deixava claro a necessidade de criar um “modelo” representativo daquilo que deveria ser exibido no país. 303 Desta forma, quando da centralização da censura cinematográfica já havia uma tentativa de moldar o tipo de película a ser apresentada nas diversas regiões do país e, no caso dos filmes nacionais, o tipo a ser produzido. Esse mecanismo fazia com que os censores elegessem um modelo para todo o Brasil, pois o veto serviria tanto para regiões afastadas dos centros urbanos quanto para zonas mais industrializadas, onde a politização e o rompimento dos costumes sempre foi mais avançado. Ainda segundo a legislação que entrou em vigor a partir de 1932, o responsável pela fiscalização dos certificados de censura era a autoridade policial de cada estado. 304 Ou seja, embora a censura cinematográfica fosse nacionalizada, a fiscalização era regionalizada.

4.1 - E a nudez foi castigada: a censura moral aos filmes nacionais

O cineasta Glauber Rocha que visualizou politicamente o movimento do Cinema Novo com o manifesto Estética da Fome, desde a década de 1960, já solicitava a transferência da censura da polícia para o âmbito do Ministério da Educação. Em seu livro, Glauber Rocha proclamava:

a censura. Eis outra pedra fundamental. A censura deveria estar no Ministério da Educação e Cultura. Esta é, contudo, uma solução que não interessa à Motion Picture .

303 Decreto n. 21.240. de 24 de abr de 1932. O primeiro artigo do decreto dizia: “Fica nacionalizado o serviço de censura dos filmes cinematográficos.” 304 Decreto n. 21.240. de 24 de abr de 1932. . Ver art. 23.

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Uma vez transferida das mãos de policiais ignorantes e de senhoras puritanas para o julgamento de intelectuais, críticos, professores e homens de comprovada capacidade de compreensão cultural do cinema, a censura normalmente não visaria metade dos programas de baixa qualidade dos filmes americanos B e C. 305

A reivindicação do diretor de Terra em Transe só foi atendida com a Constituição de 1988, quando a DCDP acabou e o que permaneceu foi a classificação etária, sob a gerência do Ministério da Educação. Vale notar que a proposta do autor do livro Revisão crítica do cinema brasileiro não era acabar com a censura, mas reivindicar padrões mais técnicos que justificassem determinados cortes. Uma das idéias presente no manifesto Estética da fome, também escrito por Glauber, era justamente a aversão à idéia de pornografia.

Onde houver um cineasta disposto a enfrentar o comercialismo, a exploração, a pornografia, o tecnicismo, aí haverá um germe do Cinema Novo. 306

Talvez esse fosse um dos pontos de maior contato entre Glauber Rocha e o governo militar. Não foi apenas no manifesto que ele se mostrou contrário às obras que exploravam a lubricidade, também fazia isso repetidas vezes nos jornais, como por exemplo, em 1978, quando revidou a entrevista do então diretor da Embrafilme, Roberto Farias. Nesta entrevista, Farias afirmou que a pornochanchada era um instrumento válido na conquista do mercado. 307 Todos os filmes exibidos nas salas cinematográficas passavam pela análise do Departamento de Censura de Diversões Públicas. Nesse sentido, dos filmes que foram produzidos pela Embrafilme, a grande maioria sofreu cortes pela censura por questões referentes à moral e aos bons costumes. As temáticas nesse campo são variadas, mas de uma forma geral giravam em torno da questão da nudez, palavras consideradas de baixo calão, homossexualidade e drogas, notadamente a maconha. 308 Sem dúvida a Embrafilme causou muitos problemas à DCDP, posto que além das divergências com a própria empresa, em alguns casos a divisão necessitava justificar para a sociedade o motivo de liberar certos filmes polêmicos. 309 Nesse sentido, a carta de um morador de Juiz de Fora é emblemática. Mesmo antes de ver o filme O bem dotado, homem de Itu , o cidadão enviou uma correspondência apelando à censura

305 ROCHA, Glauber. Revisão crítica do cinema brasileiro . Op. cit . p. 141. 306 ROCHA, Glauber. Uma estética da fome. Revista Civilização brasileira . Ano. 1. n. 3. Julho de 1965. 307 Correio Brasiliense . 31 de jan. de 1978. 308 Também Carlos Fico percebeu questão semelhante em suas análises sobre a censura. Ver: FICO, Carlos. Além do golpe : versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura militar. Op. cit. pp. 87- 109. 309 Idem. p. 99.

103 para que regulasse o cinema nacional. Tendo visto o trailer da película afirmava que

todos sabermos que, na cidade paulista de Itu, a mania de grandeza é costume local, onde todos os objetos como lápis, pentes, abridores de garrafa, canivetes, picolés e tudo o mais é vendido em tamanho gigante. Desse costume, tiraram o enredo para mais um filme altamente pornográfico. O superdotado, homem de Itu que através dos trailers se vê que, na base de gozação, em todo o transcorrer do filme homens e mulheres se referem ostensivamente ao tamanho gigante do pênis do homem de Itu e com isso passará a ser estabelecido em toda a região e talvez até de âmbito nacional referências eróticas em formas de chacotas a todos os habitantes masculinos de Itu. 310

A resposta do diretor da DCDP, Rogério Nunes, denota a polêmica entre as duas instituições durante todo o período de funcionamento e mostra que os debates eram de conhecimento da população. Ou seja, a sociedade civil tanto tinha informações sobre a Embrafilme e os financiamentos ao cinema nacional, quanto do poder que a DCDP tinha para “regular” o setor.

Como vossa senhoria não ignora, existe uma empresa pública criada com a finalidade de formular e executar a política do desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira, bem como cuidar do seu fomento cultural. O candidato à produção de um filme brasileiro, quando requer o financiamento naquela empresa, apresenta o projeto/roteiro da obra, entre outros documentos. Acreditamos ser esse um dos melhores momentos de se evitar a geração de uma obra sem valor. Mas tal não ocorre. O ônus da permissividade ou da tolerância recai unicamente na Censura Federal a quem compete, a posteriori, examinar o filme. Nessa análise, as cenas mais chocantes ou contundentes são podadas. Às vezes, chega-se à proibição total do filme. O certo é que quase todos os filmes nacionais sofrem cortes, buscando-se, contudo, não descaracterizar demais a “estória”. O que não se pode é interditar todos os filmes produzidos no Brasil, com risco de criar uma situação insustentável para a nossa indústria cinematográfica. 311

A carta de Rogério Nunes demonstra uma preocupação presente no âmbito da DCDP. Ora, se a censura fosse muito rígida com os filmes nacionais, a idéia de uma indústria cinematográfica que pudesse andar com suas próprias pernas seria um sonho impossível de ser concretizado. Os cortes não eram realizados nos roteiros, a DCDP ficava responsável por censurar cenas já filmadas e editadas, ou seja, onde já havia sido feito um investimento financeiro. Desse modo, o veto total de uma película poderia fazer da DCDP a responsável pela inviabilidade da produção cinematográfica brasileira.

310 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie: Manifestações da sociedade civil. Ofício 02819/78. Datado de 29 de set de 1978. 311 AN. Coordenação do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie: Manifestações da sociedade civil. Carta n. 012/78 – DCDP. Datado de 09 de nov. de 1978.

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Ao analisar uma película, os censores tinham a preocupação de não censurar por completo para não inviabilizar a exibição do filme. Isso fica claro quando avaliamos que, dos filmes financiados pela Embrafilme, praticamente todos sofreram algum tipo de censura, mas nenhum foi completamente barrado. Tendo em vista a lista dos filmes pesquisados, podemos especular que a censura garantia certa leniência aos filmes nacionais, já que nenhum deles sofreu veto total. 312 Analisemos alguns vetos. A produtora do filme de Pedro Carlos Rovai, Ainda agarro essa vizinha, deu entrada na DCDP em março de 1974 no pedido de obtenção do certificado de censura. Os primeiros censores opinaram pela não liberação do filme, alegando que havia um “alto apelo à pornografia sem outro propósito senão o de visar rendosa comercialização”. Em outro parecer do mesmo processo, o técnico de censura Corrêa Lima menciona a questão da regionalização: “se houvesse leis para as regiões deste país-continente – o filme seria liberado para a Guanabara, pois ali teria manifesta aceitação.”313 De qualquer forma, em caráter de recurso, o filme foi liberado para maiores de 18 anos, desde que fossem obedecidos os cortes sugeridos. No julgamento do censor Correa Lima fica clara a idéia de que o filme poderia ser liberado para a Guanabara, mas não para o resto do país devido as cenas de nudismo e ao vocabulário “forte”. No entanto, a legislação não permitia a liberação apenas para algumas regiões do país, e sim nacionalmente. Segundo o censor, “as expressões contidas, fabulosas em gírias e ditos locais, embora algumas vezes obscenos e mesmo imorais, é um retrato daquela gente, gente do asfalto, mas que compõe o quadro do povo brasileiro.” 314 Também sobre o longa metragem dirigido por Denoy de Oliveira, Amante muito louca , os pareceres recomendam a proibição do filme posto que

além de apresentar a dissolução na família, mostra os jovens como desiludidos da vida, buscando satisfação no sexo e em movimentos hippyes . Além disso, o pai aparece ensinando ao filho uma dupla moral em relação ao homem e à mulher e aprovando o modernismo da filha. 315

O filme foi proibido de ser exibido em território nacional e voltou para a

312 Ver nos anexos 2 e 3 a tabela dos filmes pesquisados. 313 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme ainda agarro essa vizinha. Data 03/1974. 314 Idem. 315 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Amante muito louca. 24/08/1973.

105 produtora, que realizou inúmeros cortes no sentido de deixá-lo mais “leve” para o público e para a DCDP. O parecer sobre o recurso reconhece o empenho dos produtores em retirar cenas que tivessem chocado os censores, bem como liberava o filme para maiores de 18 anos.

Os interessados fizeram muitos cortes na tentativa de escoimar a obra de seus aspectos negativos, e o que sobrou apresenta, e não prega nem estimula, uma família em pleno processo de desintegração e o impacto que faz com que o processo se estanque. O abismo que se cavara entre o pai boçal e imoral e seus jovens filhos desorientados e soltos à sanha das piores influências desaparece ante um cataclisma maior que foi a revelação dos podres morais de todos à mãe e esposa que, alheia a tudo, de sonho apenas vivia. 316

Todo o filme, vetado integralmente, parcialmente ou com classificação etária que desagradasse aos realizadores poderia ser devolvido a DCDP em caráter de recurso, desde que houvesse uma solicitação de revisão. Assim, o filme voltava para a censura para que, à luz dos comentários do produtor ou diretor, pudesse ser reavaliado. Em vários filmes há primeiramente a avaliação de alguns censores que optam pela não liberação, mas, por fim, normalmente em grau de recurso, acaba-se permitindo a exibição dos mesmos. Percebe-se assim que havia o estabelecimento de algo próximo a uma “negociação” entre a DCDP e os produtores e cineastas, o que impediu que maiores conflitos se estabelecessem entre a DCDP e a Embrafilme, afinal muitos filmes foram inicialmente vetados na íntegra, o que impõe certa reserva à perspectiva de que a censura não pretendia inviabilizar a exibição de filmes financiados pela Embrafilme. Talvez se possa afirmar que a DCDP contava com os recursos. Na decisão final da DCDP, dos cento e vinte três processos analisados, entre produção e co-produção, nenhuma película foi completamente vetada. Alguns utilizaram-se do recurso para garantir a liberação. A prática mais rotineira era de que o interessado enviasse o filme e se vetado, fizesse os cortes sugeridos e enviasse novamente para a divisão. Dessa forma, percebe-se que a tônica da censura não era para o veto total dos filmes nacionais, mas para o corte de cenas que eram consideradas “impróprias” para que a população assistisse. Para as produtoras, evidentemente não era interessante ter a película censurada e perder o investimento feito. Esse, certamente, é o motivo para a aceitação dos cortes. Não é incomum encontrarmos nos processos um filme que primeiramente é interditado e posteriormente liberado, exemplo disso foi o longa Os mansos, de Pedro

316 Idem.

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Carlos Rovai. Quando enviaram o filme para a divisão ele foi interditado para exibição em território nacional, no entanto, os próprios produtores fizeram cortes e remeteram novamente para a DCDP que respondeu no processo:

revendo os pareceres e tendo assistido ao filme, verificamos que foram feitos todos os cortes que a interessada alega ter feito. A negatividade apresentada anteriormente foi, em sua maior parte, sanada. A comicidade não foi atingida e nem a obra mutilada, tendo sido, em compensação do feito um saneamento da obra a ponto de torná-la aceitável para classificação de impróprio até 18 anos.317

Dos processos pesquisados, oitenta filmes tiveram cenas cortadas por atentar contra a moral e os bons costumes, número bem superior a dos filmes censurados por motivações políticas.

Tabela dos processos pesquisados

Sem Tipos de Produção Censura Censura Ambos os tipos censura Total Moral Política de censura

Produção 57 04 09 20 90

Co-produção 23 0 08 02 33

Tabela elaborada pelo autor com base nos processos encontrados no Arquivo Nacional/DF. Fundo: Censura Prévia

Um dos casos mais conhecidos de censura atingiu o filme Toda nudez será castigada . Esta película causou grande alarde na imprensa, pois foi inicialmente liberada e, posteriormente, teve sua exibição proibida nos cinemas. A pendenga gerou intensos debates na imprensa, que procurou questionar a DCDP a respeito das formas de censura e da legitimidade dos censores. 318 O filme foi inspirado na peça homônima de Nelson Rodrigues. Dirigido por Arnaldo Jabor, conta a história de uma família tradicional na qual Herculano, um homem puritano que só teve uma mulher na vida, promete para seu filho, enquanto a

317 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Os mansos. 28/08/1972. 318 Algumas matérias publicadas em jornais brasileiros sobre o filme Toda nudez será castigada: O Globo. 27de nov. de 1972. Última Hora. 9 de mar de 1973. Tribuna da Imprensa . 13 de jun de 1973. Correio da Manhã. 18 mar de 1973. Opinião. 19 de mar de 1973. Jornal do Brasil . 26 de mar de 1973. Jornal do Brasil. 21 de jun de 1973. Última Hora. 26 de jun de 1973. Folha de São Paulo. 30 de jun de 1973.

107 esposa agoniza no leito de morte, que jamais terá outra mulher. O irmão Patrício, vivendo às expensas de Herculano, fazia de tudo para que o viúvo ficasse cada vez mais em suas mãos. Ele coloca junto à mesa de Herculano uma fotografia de Geni, cantora de casa noturna e prostituta. Após se embebedar, Herculano vai ao bordel, encontra Geni e passa a noite com ela. Isso é o suficiente para que Herculano se apaixone por Geni e a prostituta passa então a nutrir afeto pelo viúvo. Herculano inicialmente renega e relação entre os dois, mas, devido à paixão que desenvolve por Geni, não consegue largá-la. A produtora do filme deu entrada no pedido de certificado de censura em 16 de novembro de 1972. A resposta da DCDP foi rápida e, poucos dias depois, os técnicos da censura Luiz Carlos Aucelino e Vilma Duarte do Nascimento assinaram o parecer. No julgamento dos censores, o filme aparecia como um drama contendo cenas de “sexo, violência, aberração e de traumatismo de educação”. 319 No relatório, o censor também deveria resumir o enredo do filme, que foi simplificado da seguinte maneira: “Domínio acentuado de algumas beatas provoca um drama na educação de uma família por não aceitar o sexo como algo tão natural, provocando em um viúvo sua derrocada moral ao encontrar o amor em um prostíbulo.”320 Destacando a linguagem tida como de baixo calão, o relatório afirmava que a mensagem do filme era negativa, pois trazia como tema principal “o desvirtuamento de educação provocando um comportamento anti-social.” 321 Embora a película tivesse, para os censores, uma mensagem negativa, foi liberada para exibição para maiores de 18 anos, desde que fossem cortadas quatro cenas. Três delas foram consideradas imorais e a outra cena deveria ser cortada porque, segundo o entendimento dos censores, estaria insultando a corporação policial. Segundo o parecer, os produtores deveriam retirar do filme

1. a palavra suruba e as cenas onde aparece um pederasta; 2. O gesto pornográfico que Geni faz batendo uma mão fechada na outra aberta; 3. A fala de Geni quando diz “perto de você fico molhadinha” e a de Herculano a Geni dizendo “vou deflorar você”; 4. Tirar a seqüência que apresenta o ambiente policial como um antro de depravação e irresponsabilidade. 322

319 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Toda nudez será castigada . Data 16/11/1972. f. 8. 320 Idem. 321 Ibdem. 322 Ibdem .

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Tendo recebido a resposta da DCDP, o diretor do filme, Arnaldo Jabor, enviou, alguns dias depois, uma carta ao chefe da DCDP pedindo a revisão da censura feita ao filme Toda nudez será castigada . Nela alegava que, se as cenas do filme fossem cortadas, o entendimento e seqüência da película seriam prejudicados. O diretor argumentava que, no primeiro corte, a palavra “suruba” não devia ser cortada, pois aparecia dentro do contexto, já que foi pronunciada em um prostíbulo e, sendo assim, não chocaria o espectador. Quanto ao segundo corte, a aparição do homossexual, o diretor escreveu que era absolutamente leve e que o mesmo tipo aparecia também em programas televisivos. Nesse caso, a saída do homossexual tiraria sumariamente o personagem do filme, posto que só aparecia naquela cena. Em seguida, Jabor fez uma ressalva mais prolongada e detalhada sobre o quarto corte, que incidia sobre uma grande seqüência da película, a da delegacia. Jabor disse que não havia a intenção de fazer uma acusação sobre a irresponsabilidade policial. O diretor alegava que não se tratava de uma crítica à polícia, mas uma cena satírica criticando o “mal atendimento burocrático”. A cena era importante para o entendimento do filme. A sugestão de eliminar a cena na qual Geni aparecia fazendo o gesto com a mão aparentemente foi acatada ou, pelo menos, não foi mencionada na carta de Jabor. Ao receber o pedido de reconsideração, a DCDP repetiu todo o processo. Desta vez, os censores responsáveis pela análise do processo foram Marly Cavalcanti de Albuquerque e José Augusto Costa, que elaboraram um parecer dizendo que o filme realmente tinha uma mensagem negativa. Sendo assim, mantiveram todos os cortes e acrescentaram, ainda, o corte de mais uma seqüência, a última cena, na qual o filho Serginho foge com um “ladrão boliviano”. Como pode ser observado nesse exemplo, o recurso podia ser uma faca de dois gumes, pois o diretor tanto poderia conseguir que sua solicitação fosse atendida como poderia ter o seu filme ainda mais mutilado. Toda nudez será castigada foi finalmente liberado, em fins de 1972, para maiores de 18 anos, com os cortes já mencionados, e tanto angariou a simpatia dos críticos, como conseguiu obter, nas primeiras semanas de exibição, uma considerável bilheteria:323

323 Por exemplo, uma matéria em O Globo , de 23 de abril de 1973, dizia: “Cinco semanas de exibição do filme “Toda nudez será castigada”, somente no Cinema Roxy, renderam CR$ 512.606,00. Uma consagração para Arnaldo Jabor, o realizador cinematográfico, e Nélson Rodrigues, o autor da história.”

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o filme, deu um susto em todo mundo. Sua estréia no ‘Roxy’ foi um sucesso comercial e de crítica, uma rara combinação no cinema nacional. O público entusiasmou-se com Darlene Gloria no papel da prostituta Geni e aplaudia o filme no meio. A adaptação de Jabor era ao mesmo tempo fiel e criativa. Mas nem assim passou incólume pelo poder.324

De fato, depois de liberada, a película teve que voltar para a DCDP. Em 20 de junho de 1973, um ofício do diretor geral do Departamento de Polícia Federal pedia a interdição dos seguintes filmes anteriormente liberados: Sopro no coração e Aventura é uma aventura , ambos produções francesas; A classe operária vai ao paraíso ; Sacco e Vanzetti ; Mimi, o metalúrgico , produções italianas; Cama com música , produzido na Dinamarca; Queimada , produção inglesa; Garotos virgens de Ipanema e Toda nudez será castigada , produções brasileiras.325 O ofício enviado pelo general Antonio Bandeira exigia o recolhimento dos certificados de liberação emitidos pela DCDP. O filme foi recolhido dos cinemas, voltou novamente para a DCDP e passou por uma nova análise em julho de 1973. Os censores Gláucia Soares e Reginaldo Oscar de Castro analisaram que o filme já havia passado pela censura meses atrás e concluíram que tudo estava de acordo com os procedimentos adotados pela instituição, não cabendo, portanto, a interdição. Continuaram os censores dizendo que

seria contraproducente dar-lhe ainda maior relevância com a medida proibitória. No nosso entender, o filme nada tem de construtivo, nem oferece mensagem que justifique as cenas mais contundentes. Caso se tratasse do primeiro exame, opinaríamos pela interdição. Na situação presente, opinamos, entretanto, pela liberação, obedecendo aos cortes e a classificação etária. 326

Realmente o filme ganhou notoriedade internacional, tendo conquistado o Urso de Prata, prêmio concedido ao melhor filme no festival da Alemanha. Faturou ainda dois Kikitos de ouro no festival de Gramado, um por melhor filme e o outro para melhor atriz, Darlene Glória, 327 por sua atuação como Geni. No entanto, outros pareceres foram imediatamente encomendados pela DCDP. O

324 CASTRO, Ruy. O anjo pornográfico : a vida de Nelson Rodrigues. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 410. 325 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Toda nudez será castigada . Data 16/11/1972. f. 43. 326 Idem. 327 Darlene Glória nasceu em São José do Calçado, Espírito Santo. Embora tenha começado sua carreira como cantora, foi no cinema que fez sucesso. Estreou na sétima arte em 1964 no filme Um ramo para Luiza . Em 1966 recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante por sua atuação em Choque de Sentimentos e em 1973 o prêmio de melhor atriz no Festival de Berlim e também um Kikito em Gramado na mesma categoria por Toda Nudez Será Castigada .

110 relatório escrito por Carlos Alberto de Souza dizia que o filme contrariava frontalmente todas as determinações do artigo 41 do decreto de n.20493, já que apresentava o “comportamento de pessoas desajustadas que [procuravam no sexo] a solução para seus desencontros. Encerra uma mensagem negativa e deformada da realidade dos nossos dias.”328 Outros pareceres caminhavam na mesma linha da não liberação da obra, que supostamente feria os dispositivos legais. Além do mais, o diretor não havia

em nenhuma das situações (...) [procurado] uma sanção reprobatória para o comportamento negativo dos protagonistas. Os problemas focalizados são corriqueiros no submundo do desajuste social e não apresentam soluções tendentes a saná-los. E bem assim, chocam-se frontalmente com os objetivos nacionais (...) na parte em que eles tratam do zelo que se deve ter para com a família, a sociedade e a boa imagem do país, diante do conturbado mundo atual. 329

O interessante no parecer acima é que nos remete à tradição da época em que as encenações cênicas eram protagonizadas pelos jesuítas na catequização dos indígenas. Nelas, o arrependimento era o ponto de partida para a salvação do pecador. 330 Ora, para o censor, mais do que o percurso dos personagens, o importante era mostrar o alguma forma de expiação.331 O terceiro parecer também optou pela não liberação da produção. Redigido por José Augusto Costa, demonstra a preocupação do funcionário tanto com a instituição que representa, como com seu próprio ofício. Embora longo, vale citar um trecho:

Torna-se necessária (...) uma breve explicação para esta nova atitude do censor, para que a primeira vista não pareça uma atitude leviana, contraditória ou antiprofissional. Quando liberado o filme, estava a censura federal com uma orientação mais liberal e, consequentemente, uma série de espetáculos do teor de Toda nudez será castigada foi anteriormente liberada para o público. Por outro lado, os censores vêm trabalhando até esse momento exclusivamente calcados no seu bom sendo e naquilo que lhes parece estar em afinação com a legislação censória, com o pensamento da Chefia e do Governo (...) a prática do dia-a-dia impõe a necessidade urgente de se estabelecer uma orientação definitiva à ação cesória dentro da doutrina

328 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Toda nudez será castigada. Data 16/11/1972. f. 8. 329 Idem. 330 Para esse assunto ver: MAGALDI, Sábato. Panorama do teatro brasileiro. Rio de Janeiro: Ministério da educação e cultura/Funarte/Serviço nacional do teatro, s/d. SOUZA, J. Galante. O teatro no Brasil: evolução do teatro no Brasil. Rio de Janeiro: ministério da Educação e Cultura/Instituto Nacional do Livro, 1960. 331 Curioso notar que as primeiras formas de encenação teatral foram trazidas pelos jesuítas. Nos autos, a representação do caminho certo a tomar ou o arrependimento do personagem pecador eram regra. Sobre esse assunto ver: MAGALDI, Sábato. Panorama do teatro brasileiro . Rio de Janeiro: Funarte, s/d. e SOUSA, J. Galante de. O teatro no Brasil . Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1960.

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filosófica do governo. Os censores devem saber e serem informados do que pensam os ministros de Estado, o diretor-geral da DPF e o governo sobre a condução dos espetáculos públicos, sem o que todo o seu trabalho, ainda a mercê do seu bom senso e de uma legislação falha e por vezes contraditória, irá por água abaixo pondo em risco suas qualidades profissionais e prejudicando acima de tudo a imagem do governo no âmbito interno e internacional. (...) Por essas razões acordamos em que o filme Toda nudez será castigada seja interditado, muito embora reconheça que essa atitude contraditória venha a causar sérios transtornos ao governo uma vez que, além de já ter sido liberado, foi o filme premiado pelo INC, órgão do Ministério da Educação e Cultura, e é um filme em parte subvencionado pela Embrafilme. Acreditamos que, com essa atitude – a interdição –, venha a surgir um maior entrosamento entre os órgãos governamentais responsáveis pela política cinematográfica nacional. O INC [Instituto Nacional de Cinema], a Embrafilme [Empresa Brasileira de Filme], o MEC [Ministério da Educação e Cultura], o MJNI [Ministério da Justiça e negócios Interiores], a AERP [Acessória Especial de Relações Públicas] e o DPF [Departamento de Polícia Federal]. 332

Outros pareceres foram incorporados ao processo do filme alegando que ele não deveria ser liberado.No entanto, o diretor da Polícia Federal assinou um relatório no qual afirmava que o filme poderia ser exibido desde que fossem feitos mais alguns cortes: a retirada das cenas nas quais Geni aparecia com os seios desnudos e daquelas nas quais aparecia a expressão “ladrão boliviano”. Não fica exatamente claro o porquê da liberação deste filme especificamente, já que outros proibidos ao mesmo tempo continuaram censurados, apesar da pressão feita por parte da Associação Nacional dos Produtores Cinematográficos. 333 Talvez a premiação em um festival internacional tenha se constituído em propaganda positiva do filme e, por este fato, proibi-lo poderia significar uma “mancha” na imagem da instituição. Outro fator que pode ter estimulado a polícia a liberar a película é o argumento contido no parecer do técnico de censura afirmando se tratar de um filme premiado pelo INC e produzido parcialmente com verba federal da Embrafilme. O caso do longa-metragem de Arnaldo Jabor é emblemático porque, além de toda a problemática envolvendo a liberação do filme, dá pistas sobre a idéia de produção nacional e censura. Outro caso notório foi O leão do norte, do diretor Carlos Del Pino. O filme obteve financiamento da Embrafilme e deu entrada na DCDP em 1975. Embora tenha sido liberado para maiores de 16 anos, a qualidade do filme foi considerada péssima. “Filme medíocre, sem maior expressão cinematográfica ou histórica. Opino pela concessão de “Boa Qualidade” a título de reconhecimento ao

332 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Toda nudez será castigada . Data 16/11/1972. f. 8. Grifo do autor. 333 Folha de São Paulo. 30 de jun. de 1973.

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esforço de seu produtor.”334 As palavras do funcionário José Augusto Costa deixam claro que havia uma orientação bastante relativa nos pareceres censórios. Nesse caso, o filme era considerado de péssima qualidade, mas seria liberado pela tentativa do produtor. Certamente a suposta tentativa não impressionava o censor, mas o fato de ser um filme nacional. Um das questões que aparecem freqüentemente nos pareceres diz respeito à preocupação dos censores com a alegada desatualização da legislação censória, que ainda era de 1946. Esse argumento era utilizado tanto para a censura cinematográfica, como para outras produções avaliadas pela DCDP 335 para justificar possíveis filmes que fossem liberados. Outra questão bastante propalada nos meios de comunicação era sobre a falta de critérios da censura, como no caso do filme de Arnaldo Jabor. A Folha de S. Paulo dizia que “explicaram os técnicos que os atuais critérios usados na censura se baseiam na doutrina existente na atual legislação brasileira, que estabelece normas subjetivas para a avaliação das normas de censura.”336 A falta de orientação também pode ser percebida quando se lê os inúmeros processos. Os censores escreviam pareceres sobre um mesmo filme que acabavam se chocando. Para um censor um filme poderia ser liberado sem problemas e, para outro, poderia ser necessária a realização de uma série de cortes. Também houve casos em que foi recomendada a mudança do nome do filme para se adequar aos padrões censórios. Esse foi o caso do longa-metragem de Roberto Farias, Os machões, que contou com as atuações de Erasmo Carlos e Reginaldo Farias. O filme deu entrada na DCDP em 1972 e os pareceres recomendavam a liberação para maiores de 18 anos, com cortes. O terceiro parecer ponderava o porquê da liberação:

Lembro, por oportuno, que a DCDP liberou, recentemente, o filme Domingo Maldito , de procedência inglesa, explorando de forma deprimente o homossexualismo e exportando para o mundo todo a filosofia britânica favorável a sua prática (...) Já no presente caso não vejo motivo para tal. O assunto é tratado na base da sátira. 337

334 Filme O leão do norte 335 FICO, Carlos. Além do golpe. Op. cit . p. 98. 336 Folha de São Paulo. 30 de jun. de 1973. 337 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Os machões Data 19/04/1972.

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O filme foi liberado, com cortes, para maiores de 18 anos, e recebeu as classificações de ‘boa qualidade’ e ‘livre para exportação’. No entanto, uma das modificações que os produtores tiveram que fazer foi alterar o nome do filme, inicialmente intitulado Os bonecas para Os machões. Realmente, vários filmes tiveram problemas com a censura devido à questão da homossexualidade. As cenas com esse conteúdo sempre eram anotadas. 338 Também nas ruas a repressão aos homossexuais se fazia sentir, posto que este grupo fosse alvo privilegiado da polícia, principalmente no centro do Rio de Janeiro e de São Paulo. 339 O filme de Aurélio Teixeira, Soninha toda pura, que teve no elenco as atrizes Elza de Castro e Adriana Prieto, retratava a história de uma menina, que durante anos, viveu em um internato e, posteriormente, voltou para casa dos pais. O filme solicitou o certificado de censura em abril de 1971 e foi liberado para maiores de 18 anos, tendo também conseguido o certificado de “boa qualidade” e “livre para exportação”. No entanto, algumas cenas deveriam ser cortadas. Entre elas, uma utilizava as expressões “porra louca” e “porra”. Na outra, um rapaz fumava maconha e também devia ser cortada “a seqüência do beijo entre duas jovens, devendo permanecer apenas o instante do início e o final, quando o rapaz as surpreende naquele ato.”340 Também no filme A extorsão , último rodado por Flávio Tambellini, que conta a trajetória de um homem fotografado com a amante que passa a ser chantageado, há restrições a uma cena de homossexualismo. Os produtores pediram o certificado em julho de 1975 e conseguiram a liberação com cortes. Todos os cortes se relacionavam à questão moral, como a seqüência que mostrava nus em uma sauna mista coletiva e “ a cena do beijo de dois homossexuais, desde o momento em que a camisola vestida pelo cabeleireiro é aberta pelo seu parceiro até o final, quando aparece a cena do parque.”341 O filme Café na cama, do diretor Alberto Pieralisi, narra a história de Norma Simone, uma jovem suburbana que sonha ser atriz de televisão. Os primeiros censores optaram pela não liberação para o público interno alegando que

338 Sobre o tema ver GREEN, James Naylor. Além do carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Unesp, 2000. pp 391-450. 339 Idem. p. 396. 340 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Soninha toda pura. Data 10/04/1971. 341 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme A extorsão Data 10/07/1975.

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a película enfoca, sob o ponto de vista negativo, os processos imorais que consubstanciam as atividades desonestas e ilegais. Fica patenteado que os meios escusos podem ter um bom desfecho. Os valores morais são relegados, assim como as estruturas sociais são deturpadas. No final, quando ela resolve aceitar o antigo namorado, após este ter conseguido vencer uma corrida e ganhar elevado prêmio, configura-se a importância desmedida que a mesma dava ao dinheiro, sacrificando para isso sentimentos e princípios. 342

Novamente o que traz o parecer do censor é a preocupação com o teor da mensagem final, ou seja, a moral da história. Nesse caso a falta de redenção de Sonia – ou melhor, o fato de no fim do filme ela ter ficado com seu antigo namorado porque ele conseguiu enriquecer – faz com que a censura seja rigorosa e tente proibir a exibição do filme. Também é interessante notar a carta da produtora Eletrofilmes que, após saber da proibição, solicitou uma nova avaliação da censura. A produtora reconheceu que o filme era provocador e atribui isso ao público e ao mercado nacional. Ou seja, segundo a produtora, era necessário esse tipo de produção, já que o mercado tinha essa demanda.

Café na cama teve seu roteiro original baseado no romance homônimo, de Marcos Reis, (...) cuja estória desenvolveu-se sobre uma temática sexy e ousada, bem ao gosto do público brasileiro e dentro da realidade social contemporânea. Como sabe V. Ex., o cinema está vinculado à arte, mas é também indústria e comércio. E, como industriais de cinema, que somos, temos, por questão de sobrevivência, de nos ater àquilo que o público deseja e quer ver, e nem sempre podemos nos dar ao luxo de produzirmos aquilo que nos agradaria. (...) Gostaríamos ainda de fazer ver a V. Ex., que uma produtora como a nossa estaria condenada inapelavelmente à falência se incidisse em Café na cama uma proibição total. 343

O filme acabou sendo liberado com cortes. A crítica ao filme foi também bastante severa. O famoso bonequinho de O Globo decide se retirar no meio da sessão e José Carlos Monteiro diz que o filme

é outra horrível chanchada erótica brasileira, sem a mínima qualidade artística, mas com futuro comercial assegurado. Por isso, criticá-la seriamente é pura perda de tempo. Afinal de contas, noventa por cento dos produtos do gênero são, na verdade, coisas deste tipo, indefensáveis sob o aspecto estético, porém, perfeitamente viáveis do ponto de vista industrial. 344

Embora alguns diretores da Embrafilme tenham feito discursos contra o cinema

342 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Café na cama. 02/10/1973. 343 Idem. 344 O Globo. 24 de abr. de 1974.

115 com fortes apelos eróticos, a imprensa freqüentemente publicava que esse era o tipo de obra financiada pelo Estado. Por exemplo, em 1975 o Diário de Petrópolis publicou uma matéria na qual transcreveu o depoimento de Roberto Farias dizendo que

os adeptos da pornografia (...) fornecem munição aos adversários do cinema brasileiro (...) O Brasil deve assumir sua comédia erótica, que é gênero válido, mas não o filme debochado, que se utiliza da publicidade suja, predatória e cínica, e que procura levar o público ao cinema como a convidá-lo para uma imoralidade. 345

No entanto, ao mesmo tempo em que o jornal elogiava a atitude do “jovem diretor”, dizia que essa posição era ingênua, posto que “freqüentemente tais filmes pornográficos, debochados, sujos e predatórios são financiados pela empresa estatal”. 346 Ao enviar o filme à DCDP o diretor/produtor recebia apenas o resultado final da avaliação dos censores, ou seja, os pareceres eram de uso exclusivo da divisão e não chegavam ao grande público. Em alguns, é possível perceber uma preocupação pedagógica quanto a temas morais. Um exemplo nesse sentido pode ser observado no processo do longa-metragem Um marido virgem , de Saul Lachtermacher, que mencionava a impotência. De uma forma geral os censores ficaram chocados com o filme, mas um deles, Joel Ferras, tentou salvar o filme do veto total alegando que

o problema enfocado é muito sério, e tem sido causa de muita desgraça entre homens e mulheres, muito suicídio seria evitado se houvesse uma educação, esclarecimento sobre as possíveis causas e curas do mal. Achamos que o presente filme, depois de escoimado dos excessos, mesmo os incluídos a título de comicidade, pode trazer ajuda ou indicação para a solução de muitos casos idênticos. Como professor, tenho conhecimento de muitos casos de suicídio, homossexualismo, pederastia, loucura, e vários outros tipos de desgraça cujo início foi um trauma desencadeador de impotência. O aspecto de comédia fez com que um assunto sério chegasse a todos de maneira agradável, leve, despreocupado, servindo não só para entretenimento como para educar. 347

O filme terminou sendo liberado para os maiores de 18 anos com cortes e liberado para exportação. Houve um maior número de filmes com teor erótico nos cinemas em fins da década de 1970, período ficou conhecido como “abertura”, mas não percebemos uma atuação mais branda da censura naquele momento. No período, duas questões sobressaem. A primeira foi a regulamentação do Conselho Superior de Censura (CSC),

345 FARIAS, Roberto. Apud : Diário de Petrópolis. 14 de ago. de 1975. Arte e capitalismo. 346 Diário de Petrópolis. 14 de ago. de 1975. Arte e capitalismo. 347 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Um marido virgem . Data 09/01/1974.

116 em 1979, e a segunda a atuação da justiça na liberação de alguns filmes durante a década de 1980. 348 Na verdade, ao contrário do que se costumava pensar na época, o que acontecia não era uma liberalidade maior da DCDP em relação aos filmes, mas a criação de uma instância recursal, o CSC, e a atuação de alguns juízes permitindo a exibição de filmes. Segundo o jornal O Estado de S., “um só juiz da antiga 1 a Vara Federal de São Paulo (...) concedeu nos últimos meses 42 liberações a filmes pornográficos originalmente vetados pela DCDP.”349 O que acontecia era que, após o filme ter sido censurado pela DCDP, o produtor entrava na justiça com a intenção de garantir a liberdade de expressão de sua obra artística. Tais ações aconteceram apenas no final dos anos 1970 evidentemente porque o contexto da abertura permitia que os juízes agissem com alguma independência. A motivação do juiz para liberar o filme Calígula não estava no mérito da obra em si, mas na ilegalidade da tramitação, subterfúgio que, afinal, permitia a atuação ousada desses juízes.

O advogado da Paris Filmes, Célio Rodrigues Pereira, argumentou que a censura não obedeceu ao Parágrafo 3 do artigo 8 da Lei 5536/68, que fixa um prazo de 20 dias para o Serviço de Censura e Diversões Públicas, órgão da Polícia Federal, emitir certificado para filmes. Segundo a Lei, se não houver manifestação da Censura ou do diretor-geral da Polícia Federal, a obra fica liberada com proibição até 16 anos. 350

Entretanto, alguns dias depois, um mandato de segurança impediu que o filme fosse exibido em salas comerciais até a decisão final da pendência judicial. 351 Mesmo após a criação do CSC, seu pleno funcionamento foi repleto de discussões e mal-entendidos. Em 1982 a distribuidora Artenova entrou com mandado de segurança no Tribunal Federal de Recursos (TFR) solicitando que os filmes Império dos Sentidos 2 e Contos imorais fossem liberados. Os filmes haviam dado entrada na DCDP e tiveram sua exibição proibida no Brasil. Os produtores recorreram ao CSC, que liberou as películas, mas o ministro da Justiça baixou portaria interditando novamente os filmes. O TFR decidiu que o CSC deveria ser obedecido, já que não era um órgão consultivo, “como o considerava o ministro da Justiça, Ibraim Abi Ackel.”

348 O Conselho Superior de Censura foi trabalhado no terceiro capítulo. Sobre o CSC ver: ALBIN, Ricardo Cravo. Driblando a censura . Op. cit. 349 O Estado de São Paulo . 10 de ago. de 1984. “Cinema Pornô, juiz concedeu 42 liberações.” 350 Jornal do Brasil. 30 set. de 1982. 351 O Dia . 21 de out de 1982.

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Em outro caso o TFR desautorizou o CSC. O filme Coisas eróticas, havia sido liberado pelo CSC com algumas recomendações que, segundo o conselho, não foram observadas pelos produtores. Dessa forma, o presidente do conselho pediu a apreensão das cópias. Os produtores entraram com mandato de segurança no Tribunal Federal de Recursos e este liberou o filme que voltou a ser exibido nas salas de projeção. Embora a batalha do governo e dos organismos censórios contra a suposta pornografia tenha perdurado durante todo o período da ditadura militar, na década de 1980 os discursos e as ações tomaram dimensões ainda maiores. Os filmes estrangeiros de apelo sexual liberados pelo CSC e pela justiça devem ter estimulado uma resposta de parte da sociedade que “zelava” pela moralidade nos meios de comunicação. Uma intensa discussão na imprensa sobre o papel da censura na sociedade estabeleceu-se. Figuras públicas fizeram críticas à DCDP, destacando sua ineficiência e a pouca utilidade do órgão, debate estimulado pelo abrandamento da censura à imprensa que ocorreu em 1978. 352 Além das matérias nos periódicos, uma série de encontros e movimentos marcou o desgaste do tipo de censura promovida pela DCDP. Em 1980, houve o seminário sobre censura no Congresso Nacional. Em 1982, um ato público no teatro Casa Grande contra a censura convocado pela Associação Brasileira de Cineastas, Associação Brasileira de Artistas Plásticos Profissionais, Sindicato dos Escritores, Sindicato dos Artistas e Técnicos, Sindicato dos Jornalistas, Associação Brasileira de Imprensa, Sindicato dos Músicos e pela Associação dos Músicos e Arranjadores. 353 Ou seja, o que podemos constatar é que, juntamente com a criação do CSC e o fim da censura à imprensa, houve uma maior disposição dos artistas, no contexto da abertura, em lutar contra a censura. Na medida em que cresciam no país os movimentos contra a censura, também se acirrava a luta de grupos conservadores contra o que entendiam como pornografia no cinema e na televisão. Como relatou a revista Isto É , “há uma onda moralista no país rigorosamente proporcional à onda da pornografia”. 354 Nesse sentido, o presidente João Figueiredo (1979-1984) deu forte apoio ao propor uma “cruzada contra a pornografia”, iniciativa que foi solidamente apoiada pelo então chefe da DCDP, Solange Hernadez, que esteve à frente da instituição entre os anos de 1981 e 1984. A imprensa publicava

352 Ver anexo com as matérias publicadas nos jornais nacionais sobre censura. 353 A questão da censura a imprensa já foi discutida, para o fim da censura aos jornais ver: FICO, Carlos. Além do golpe . Op. cit. 354 Isto É. 1 de out. de 1980. p.12.

118 cartas de cidadãos indignados com as cenas a que eram submetidos todos os dias, como a de “Maria do Carmo ao passar diante de uma banca de jornais [e ver] reluzente de traseiros”. Lida Maria Perosa, então presidente da Liga das Professoras Católicas, percebia na pornografia uma, “conspiração do sionismo internacional, interessado em destruir as tradições da sociedade cristã”. 355 Na Câmara houve iniciativas no intuito de barrar a exibição dos filmes pornográficos. Nesse sentido, o deputado Jorge Arbage (PDS/PA) apresentou um projeto que considerava crime de ultraje público ao pudor a exibição de filmes pornográficos. A pena poderia chegar a seis meses de prisão. 356 Foi justamente nos primeiros anos da década de 1980 que esteve à frente da DCDP Solange Hernadez. A funcionária ficou bastante conhecida no meio artístico, porque tentava fazer com que a DCDP não morresse em uma época de abertura. Ela ficou conhecida como “Solange Tesourinha”. 357 Afirmamos que havia um tácito acordo entre Embrafilme, DCDP e crítica especializada de que as pornochanchadas eram ruins, mas garantiam a sobrevivência do cinema nacional, opinião reafirmada por diretores da época como Carlos Mossi, que comentou que “se não fossem os filmes eróticos os cinemas brasileiros estariam as moscas”. 358 Como foi dito, esse tácito acordo fez com que a Embrafilme produzisse obras de cunho erótico que acabavam sendo minimizadas, posto que obras do cinema estrangeiro com teor licencioso eram barradas pela DCDP. Em 1980, o presidente Figueiredo recebeu os deputados evangélicos Daso Coimbra (PP-RJ), Igo Losso (PDS-PR) e Joel Ferreira (PDS-AM), o pastor Nilson Amaral Fanini e o reverendo Isaías Souza Maciel. Após a reunião Fugueiredo mostrou- se “impressionado com o excesso de pornografia em revistas e no cinema e criticou a posição da Embrafilme – empresa estatal de cinema – que anda financiando essas coisas”.359 Figueiredo, em 1982, convocaria a sociedade brasileira

para uma cruzada contra o que definiu como ‘uma onda de erotismo e relaxamento de costumes’ e, ainda, ‘a escalada do obsceno e do pornográfico’. Em pronunciamento transmitido à noite por cadeia nacional de rádio e de televisão, Figueiredo enfatizou que essa convocação se dirigia a todas as forças da sociedade,

355 Isto É. 1 de out. de 1980. p. 13. 356 Gazeta de Notícias. 19 de mar de 1982. p. 7. 357 Revista Isto É. 14 de dez de 1984. Nesta data a revista publicou um especial sobre censura destacando o papel de Solange Hernandez a frente da DCDP. 358 Jornal do Comércio . 28 de jul. de 1985. 359 Estado de Minas. 1 de ago. de 1980.

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de qualquer orientação, seja filosófica, seja religiosa, seja política’. 360

Embora a cruzada contra a pornografia tenha causado grande alarde na época, a abertura cada vez se concretizava e, mesmo que a DCDP ainda tenha dado alguns suspiros após os governos militares, como no caso do filme Je vous salue Marie, foi finalmente enterrada com a Constituição de 1988.

4.2. - Pra frente Brasil: a censura política

Embora a DCDP estivesse institucionalmente autorizada a censurar o que pudesse ameaçar a segurança do país, essa censura política nunca foi bem vista pelos funcionários. O uso especificamente político da censura era visto com certo desconforto pelos censores. 361 Dos filmes analisados, pudemos encontrar restrições exclusivamente políticas em apenas quatro. Outros nove sofreram censura política além de restrições morais. O filme A noite do espantalho , de Sergio Ricardo, produzido em 1974 deu entrada na DCDP em 30 de abril de 1974. O parecer do primeiro censor dizia que

o filme tem flagrantes implicações políticas, do ponto de vista sociológico, já que retrata um drama social verdadeiro. Configura-se também como filme meramente social, a partir do momento em que investiga a função das várias camadas da sociedade no sistema social, não como um todo, mas abordando um problema determinado. Seu autor, Sergio Ricardo e o co-roteirista Maurice Capovila, são conhecidos do cinema político. 362

Embora o filme tenha sido liberado para maiores de 18 anos, o parecer recomendava que fosse trocado o pseudônimo “Fidel Castro” de um dos participantes do elenco, pois “sua menção, esta sim, pode gerar manifestações de simpatia contrárias ao regime e aos interesses nacionais.” 363 Quando Leon Hirszman pediu a liberação de São Bernardo , um dos censores anotou que

360 O Globo . 16 mar. de 1982. p. 4. 361 FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. In: Topoi : Revista de História. Rio de Janeiro: Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ / 7 Letras, set. 2002, n. 5, p. 259. 362 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme A noite do espantalho. Data 30/04/1974. 363 Idem.

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o filme tecnicamente e plasticamente muito bem feito, consegue dar ao espectador a idéia de uma época (1930) em que, no interior do Brasil, o patrão era o dono absoluto. Graciliano Ramos, um dos modernos clássicos da literatura brasileira, é considerado autor de tendências socialistas. Não encontro, porém, no filme qualquer forma de proselitismo. 364

O parecer do segundo censor seguiu na mesma direção. Depois de ver o nome de Graciliano Ramos e assistir ao filme ele diz que “apesar (...) de apresentar a vida miserável do colono, as arbitrariedades do patrão, algumas exctações sociais, não podemos considerá-lo como socialista subversivo.”365 Raros foram os pareceres imbuídos apenas da temática política como os exemplos que apresentamos acima. O mais comum era que os pareceres misturassem política e moral. O filme Bye, bye, Brasil , dirigido por Cacá Diegues, sofreu cortes porque, ao lado da questão da nudez e palavras de baixo calão, “mostra[va] a ocupação de empresas americanas no território nacional.” 366 Eles não usam Black Tie , baseado na peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri e levado para as telas do cinema pelo diretor Leon Hirszman., tinha como pano de fundo as greves do ABC paulista, o filme trabalha com a experiência de uma família operária na periferia de São Paulo, que, devido à crise sindical e política, assiste a desagregação do núcleo familiar. Fez enorme sucesso dentro e fora do país e, como afirmou a revista Veja , “em 1981, pela primeira vez em sua história, o cinema brasileiro ganhou prêmios internacionais sem cangaceiros nem caboclos.” 367 De fato, o filme ganhou diversos prêmios, destacando-se os festivais de Veneza, Cannes e Havana. Embora Guarnieri tenha atuado e escrito o roteiro com Hirszman, perto do lançamento do filme quis mudar o título original para “Segunda-feira, greve geral”. Depois de muita insistência do então diretor da Embrafilme, Celso Amorim, em manter o título primeiro a fim evitar problemas com a censura, o nome da peça de Guarnieri foi mantido.368 O filme de Roberto Farias Pra frente Brasil , teve mais problemas para sua liberação. Com estréia prevista para 1982, o filme foi aprovado pela DCDP. A película

364 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme São Bernardo. Data 05/1972. 365 Idem. 366 AN, coordenação regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal. Fundo: Divisão de Censura de Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo do filme Bye, bye, Brasil. Data 12/1979.

367 Veja. 16 de set. 1981. 368 Idem.

121 narrava a história do seqüestro de um trabalhador que, confundido como terrorista, era torturado enquanto o resto do país comemorava a conquista da copa de 1970. O filme desagradou os militares, que pressionaram a então chefe da DCDP para impedir sua exibição. Seus pareceres “sumiram” e, devido à pressão superior, Solange Hernandez o proibiu. 369 “A diretora da censura, portanto, caberia a responsabilidade sobre a integralidade dos processos. No caso de Pra frente Brasil, apesar de três pareceres favoráveis à liberação Solange Hernandes proibiu.”370 Não obstante as várias questões políticas passíveis de serem anotadas em qualquer filme, essas só eram feitas em casos mais óbvios, mesmo assim, sem prolongados pareceres, mostrando um certo incômodo dos censores com tal prática. O que de fato era coibido com orgulho, como um tipo de “dever cívico” do censor, era tudo aquilo que ofendesse a moral.

369 O Dia. 25 de ago. de 1982. / Jornal de Brasília 27 de ago. de 1982. 370 Estado de São Paulo. 27 de ago. de 1982.

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Considerações finais

Quando da escrita do projeto para a realização deste trabalho, a idéia era perceber como o Estado, durante as décadas de 1960 e 1970, pensou a produção cinematográfica nacional. Esse questionamento surgiu a partir da percepção de que, ao mesmo tempo em que havia uma empresa de economia mista, com ações majoritariamente do governo, a Embrafilme, havia também um órgão responsável por selecionar os tipos de filme a serem exibidos no país, a DCDP. Ou seja, ao mesmo tempo em que o Estado intensificou o papel da censura durante o regime militar, construiu as bases para a produção cinematográfica nacional com órgão regulatório e financiador que garantiu um fluxo de espectadores para assistir aos filmes nacionais. Se, como afirmamos, a política cultural do governo militar com diretrizes nacionais começou apenas em 1975 com o lançamento do PNC, uma visão voltada para o campo cinematográfico já apresentava suas primeiras manifestações em 1966, com a criação do INC e seu fortalecimento em 1969 com a Embrafilme. A política cultural dizia respeito à valorização da tradição cultural brasileira. No entanto, os organismos governamentais possuíam certa autonomia de criação, notadamente no campo cinematográfico, que desde cedo possuiu uma empresa financiadora de vários filmes que iam de encontro aos anseios do regime. No entanto, o campo cinematográfico ficou à parte dessa discussão, tendo sido beneficiado com a criação de organismos que tinham como finalidade a regulação do patrocínio aos filmes produzidos no país. A partir dos processos sobre a censura aos filmes financiados pela Embrafilme, podemos afirmar que havia um acordo tácito entre censura, diretores e críticos de que a pornochanchada, apesar de ser considerada esteticamente ruim e desprovida de mensagem positiva para a sociedade, na verdade constituía-se como o grande filão do mercado cinematográfico. As pornochanchadas continuavam levando o público às salas de projeção. A DCDP provavelmente liberava os filmes – após cortar seus excessos – talvez considerando a questão da indústria cinematográfica brasileira. Vale lembrar que a Embrafilme não fazia uma censura dos roteiros: qualquer projeto que demonstrasse viabilidade técnica e os pré-requisitos necessários poderia ser financiado.

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Nesse sentido, podemos perceber uma tendência por parte dos censores à aceitação de filmes que, mesmo considerados esteticamente pobres por parte da crítica especializada ou ainda contrários à moral, pudessem alavancar o desenvolvimento da indústria cinematográfica no Brasil. Dessa forma, pode-se notar uma lógica que articulava a atuação da Embrafilme e da censura. Do lado da empresa de filmes, procurava-se produzir obras que tivessem boas possibilidades de comercialização, ou seja, filmes dotado de apelo sexual. Do lado da DCDP, aparentemente havia um entendimento de que, para viabilizar a produção cinematográfica nacional, era preciso permitir algumas “ousadias”. Percebe-se, dessa forma, uma clara tensão entre a Embrafilme, que não se via obrigada a vetar qualquer tipo de produção, e a DCDP, que julgava várias das obras imorais e de baixa qualidade artística, mas não vetava completamente devido ao fato de ser uma produção nacional. A idéia de não deixar que a “indústria cinematográfica nacional” morresse, estimulava os censores a não proibir os filmes produzidos no país. Assim, sem que os diretores desejassem, os censores participavam da produção, sugerindo cenas a serem cortadas, minutos a serem retirados e personagem a serem excluídos. No caso dos filmes, não era comum que o censor recomendasse a adição de alguma cena, provavelmente pelo alto custo envolvido no processo de filmagem. No entanto, a retirada de personagens e partes que não agradassem ao censor era uma prática corriqueira. Isso diferia do caso da censura da música, para a qual havia alterações de palavras e frases sugeridas, com a DCDP interferindo, assim, no próprio processo de criação. Dessa forma, o censor tinha seu papel mudado de fiscalizador do Estado para quase um “co-autor” da canção. No caso do cinema, poderíamos dizer que o censor passou a ter o papel de editor da película.

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Caderno de imagens

Como a censura foi retratada na imprensa

Fonte: Revista Veja - 27/04/74

Fonte: Folha ilustrada - 27/01/77

125

Fonte: Jornal Correio Braziliense - 12/10/88

126

Fonte: Jornal de Brasília - 12/10/88

Fonte : Jornal O Globo - 26/01/88

127

Fonte: Jornal O Globo - 16/04/78

128

Fonte: Jornal O Estado - Florianópolis 26 /0 6/83

Fonte: Jornal Última Hora, 23/03/86

129

Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 03/02/86

Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 11/05/83

130

Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 18/05/86

Fonte: Jornal de Brasília, 01/11/84

131

Fonte: Cinedistri Companhia produtora e distribuidora de filme nacionais -1976

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141

Anexo 1

Legislação sobre exibição cinematográfica e criação de entidades ligadas a produção cinematográfica

142

Obrigatoriedade de inclusão de um filme Decreto n. 21.240 de 4 de abril de 1932. educativo em cada programa. Obrigatoriedade dos cinemas exibirem Decreto-lei n. 1949 de 30 de dezembro de anualmente no mínimo um filme nacional de 1939. entrecho e de longa-metragem. Obrigatoriedade dos cinemas exibirem no Decreto n. 20493 24 de janeiro de 1946. mínimo três filmes nacionais de longa- metragem e de entrecho. Todos os cinemas existentes no território nacional ficam obrigados a exibir filmes Decreto n. 30179 de 19 de novembro de 1951 nacionais de longa metragem, na proporção mínima de um nacional para cada oito estrangeiros. Todos os cinemas existentes no território nacional ficam obrigados a exibir filmes Decreto n. 52745 de 24 de outubro de 1963 nacionais de longa metragem, 56 dias por ano. Decreto-lei n. 43, de 18 de novembro de Cria o Instituto nacional de cinema. 1966. Dispõe sobre a censura de obras teatrais e Lei n. 5536 de 21 de novembro de 1968 cinematográficas, cria o Conselho superior de censura. Decreto-lei n. 862, de 12 de setembro de Cria a Empresa Brasileira de Filmes 1969. Fixa cota de exibição obrigatória de filme Resolução INC n. 60 de 1971. nacional de longa metragem, para 84 dias por ano. Fixa a quota de exibição obrigatória de filme Resolução INC n. 106 de 1975 de longa metragem, para 112 dias por ano. Cria a Fundação Nacional de Arte Lei n. 6312, de 16 de dezembro de 1975. (FUNARTE). Extingue o Instituto Nacional de Cinema, Lei n. 6281 de 9 de dezembro de 1975. amplia as atribuições da Empresa Brasileira de Filmes S.A. Cria o Conselho Nacional de Cinema Decreto n. 77299, de 16 de março de 1976. (Concine). Fixa os valores da contribuição para o Decreto n. 79893 de junho de 1977 desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional.

143

Anexo 2

Lista de filmes produzidos pela Embrafilme

144

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA X X Sim

LUA DE MEL E AMENDOIM X X Sim

LUCIO FLAVIO, PASSAGEIRO DA AGONIA X X Sim

TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA X X Sim

AGENTE POSITIVO O

AVENTURAS COM TIO MANECO X sim

O BARÃO OTELO NO BARATO DOS BILHÕES X X sim

CAPITÃO BANDEIRA CONTRA O DOUTOR MOURA BRASIL X X sim

CONFISSÕES DE FREI ABOBORA X X Sim

A CULPA X X sim

O DOCE ESPORTE DO SEXO X X sim

FAUSTÃO X sim

INDEPENDÊNCIA OU MORTE X sim

ISABEL E A MORTE

MÃOS VAZIAS X X Sim

MINHA NAMORADA X X nao

PRA QUEM FICA CHAU

PROCURA-SE UM VIRGEM X X sim

RUA DESCALÇA

145

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

SÃO BERNARDO X

SONINHA TODA PURA X X sim

A CASA ASSASSINADA X X sim

CASSY JONES, O MAGNIFICOR SEDUTOR X X sim

A CONSTRUÇÃO DA MORTE

O DIA MARCADO X X sim

GAUDÊNCIA, O CENTAURO DOS PAMPAS X sim

UM MARIDO SEM E COMO UM JARDIM SEM FLORES

UMA PANTERA EM MINHA CAMA X X

PINDORAMA X X

QUANDO AS MULHERES PAQUERAM X

A VIÚVA

AINDA AGARRO ESSA VIZINHA X X

AMANTE MUITO LOUCA X X sim

AZARENTO, UM HOMEM DE SORTE X

CAFÉ NA CAMA X X sim

A CASA DAS TENTAÇÕES X Sim

OS CONDENADOS X x sim

ENIGMA PARA DEMÔNIOS X sim

146

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

EU TRANSO, ELA TRANSA X

O FORTE

GURU DAS SETE CIDADES X X Sim

A INFIDELIDADE AO ALCANCE DE TODOS X X sim

UM INTRUSO NO PARAÍSO X X sim

O JUDOKA

OS MACHÕES X X Sim

OS MANSOS X X Sim

O MARIDO VIRGEM X X sim

MISSÃO: MATAR!

PICAPAU AMARELO

PRIMEIROS MOMENTOS X sim

RALLY DA JUVENTUDE

RELATÓRIO DE UM HOMEM CASADO

SÓIS DA ILHA DE PÁSCOA X sim

O SUPER CARETA X

TATI, A GAROTA X sim

ÚLTIMO ÊXTASE X X sim

ANJO DA NOITE X sim

147

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

AVENTURAS DE UM DETETIVE PORTUGUÊS

BRUTOS INOCENTES

CALEIDOSCÓPIO

COMO NOS LIVRA DO SACO

DELÍCIAS DESTA VIDA

DESCARTE X X sim

E AS PILULAS FALHARAM X Sim

EDÍFICIO CHAMADO 200 X sim

ESQUADRÃO DA MORTE X X sim

ESSA GOSTOSA BRINCADEIRA A DOIS X X sim

EU DOU O QUE ELA GOSTA X X sim

HORA E A VEZ DO SAMBA X sim

MOÇAS DAQUELA HORA X X sim

MULHERES QUE FAZEM DE TUDO

NOITE DO ESPANTALHO

OBSESSÃO

PORTAL DA SOLIDÃO

SAGARANA, O DUELO X X sim

SEGUNDO CLICHÊ

148

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

O SIGNO DE ESCORPIÃO X X sim

SÓ RESTAM AS ESTRELAS

A TRANSA DO TURF X X sim

52 FILMETES COLORIDOS

O CAÇADOR DE FANTASMAS X sim

CADA UM DÁ O QUE TEM X X sim

EFIGÊNIA DÁ TUDO O QUE TEM X X sim

A ESTRELA SOBE X X sim

A EXTORSÃO X X sim

A FORÇA DE XANGÔ X X sim

GARGALHADA FINAL X X sim

GUERRA CONJUGAL

IPANEMA ADEUS X X sim

O LEÃO DO NORTE X sim

A LENDA DE UBIRAJARA

O MARGINAL X X sim

A OVELHA NEGRA X sim

O PADRE QUE QUERIA PECAR

O PISTOLEIRO

149

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

PUREZA PROIBIDA X

QUANDO AS MULHERES QUEREM PROVAS

QUEM TEM MEDO DE LOBISOMEM?

ROBIN HOOD, O TRAPALHÃO DA FLORESTA X sim

O TRAPALHÃO NA ILHA DO TESOURO

UM VARÃO ENTRE AS MULHERES X X sim

ESSA MULHER É MINHA X sim

ESSE RIO MUITO LOUCO X X sim

KUNG FU CONTRA AS BONECAS x X sim

MARILIA E MARINA X X sim

PRIMAVERA DOS ENFORCADOS

COMO MATAR UMA SOGRA X X sim

O CRIME DO ZÉ BIGORNA

GENTE FINA É OUTRA COISA X sim

SIMBA, O MARUJO TRAPALHÃO X sim

O BEM DOTADO HOMEM DE ITÚ

ESSA FREIRA É UMA PARADA

AS FILHAS DO FOGO

ANJO SÓ NO CEÚ

150

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

OS EMBALOS DE IPANEMA X X

A PANTERA NUA

BYE BYE BRASIL

O PEQUENO POLEGAR

PROVA DE FOGO

AS QUATRO CHAVEZ MÁGICAS

A RAINHA DO RÁDIO

RAONI

O REI DA VELA X X Sim

SE SEGURA MALANDRO

O SEGREDO DA MÚMIA

TINHA BU BU BU NO BO BO BÓ

TRAFICANTES DO CRIME

OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS

VAI TRABALHAR VAGABUNDO X X sim

VAMOS CANTAR DISCO BABY

VINICIUS DE MORAIS, UM RAPAZ DE FAMÍLIA

A VOLTA DO FILHO PRODIGO

EQUIPAMENTO

151

Liberado Liberado Livre para PRODUÇÃO Moral Política Ambas SEM corte COM corte Exportação

A GOSTOSA DA GAFIEIRA

SOMBRAS DE UM VERÃO

A IDADE DA TERRA X

152

Anexo 3

Lista de filmes co-produzidos pela Embrafilme

153

Livre Livre Livre para Boa Problemas no Co-Produção e entrada na DCDP Diretor SEM COM Censura Exportação Qualidade Processo corte corte carta de cidadã pedindo ao A DAMA DO LOTAÇÃO Neville D’Almeida X MORAL SIM SIM Ministério da Justiça a retirada do filme de cartaz

A IDADE DA TERRA Glauber Rocha X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO

A LIRA DO DELÍRIO Walter Lima Junior X MORAL SIM SIM

Carlos Hugo A MORTE TRANSPARENTE X MORAL SIM SIM Christensen Carlos Hugo A MULHER DO DESEJO X MORAL SIM SIM Christensen

ALELUIA, GRETCHEN Sylvio Back X MORAL SIM SIM

AMOR E TRAIÇÃO (A PELE DO BICHO) Pedro Camargo X MORAL SIM NÃO

CABRA MARCADO PARA MORRER Eduardo Coutinho X MORAL SIM NÃO

CHUVAS DE VERÃO Carlos Diegues X MORAL SIM SIM

João Batista de DORAMUNDO X MORAL E POLÍTICA SIM SIM Andrade

ELES NÃO USAM BLACK-TIE Leon Hirszman X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO

Nelson Pereira dos ESTRADA DA VIDA X LIVRE SIM NÃO Santos

EU TE AMO Arnaldo Jabor X MORAL SIM NÃO

FRUTO PROIBIDO Egydio Eccio X MORAL SIM SIM

GIGANTE DA AMÉRICA Julio Bressane X MORAL SIM NÃO

INQUIETAÇÕES DE UMA MULHER CASADA Alberto Salvá X MORAL SIM SIM

LUCÍOLA, O ANJO PECADOR Alfredo Sternheim X MORAL SIM SIM

LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA Hector Babenco X MORAL E POLÍTICA NÃO NÃO

154

Livre Livre Livre para Boa Problemas no Co-Produção e entrada na DCDP Diretor SEM COM Censura Exportação Qualidade Processo corte corte

MENINO DO RIO Antonio Calmon X MORAL SIM NÃO

O AMANTE DE MINHA MULHER Alberto Pieralisi X MORAL SIM SIM

Nelson Pereira dos O AMULETO DE OGUM X MORAL NÃO NÃO Santos

O BEIJO NO ASFALATO Buno Barreto X MORAL SIM NÃO

Joaquim Pedro de O HOMEM DO PAU BRASIL X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO Andrade João Batista de O HOMEM QUE VIROU SUCO X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO Andrade Adnor Pitanga e O NAMORADOR X MORAL SIM SIM Lenine Ottoni

OS AMANTES DA CHUVA Roberto Santos X MORAL SIM SIM

OS SETE GATINHOS Neville D'Almeida X MORAL SIM SIM

PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO Hector Babenco X MORAL E POLÍTICA NÃO NÃO

RIO BABILÔNIA Neville D'Almeida X MORAL SIM NÃO

SE SEGURA, MALANDRO Hugo Carvana X MORAL SIM SIM

TUDO BEM Arnaldo Jabor X MORAL E POLÍTICA SIM SIM

UM MARCIANO EM MINHA CAMA Carlos Imperial X MORAL NÃO NÃO

não existe de fato uma censura MORAL XICA DA SILVA Carlos Diegues X SIM SIM como nos demais

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Anexo 4 Matérias publicadas na imprensa classificadas por assunto. (Pesquisa realizada no Arquivo da Funarte/RJ que mantém um clipping que era realizado pelo departamento de pesquisa da Embrafilme)

156 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura não será intensificada O Estado de São Paulo 20/09/1980 NOTA Jornal da Tarde - São Paulo 24/06/1976 Censura unifica o critério para exame de fita publicitária O Globo 24/06/1976 Ministério vai definir posição sobre a censura Diário do Grande ABC - Santo André - SP 13/07/1976 Governo estuda mudanças na censura Folha de São Paulo 23/07/1979 Censura: nem a publicidade dos filme escapa Folha de São Paulo 29/12/1976 Folha Ilustrada Ramalhete: "A censura é insolúvel" O Estado de São Paulo 31/08/1979 Deputado quer fim da censura Jornal do Brasil 01/09/1979 Portella propõe amanhã reformulação da censura Jornal ? 29/07/1979 05 Embrafilme, Justiça e MEC conversam sobre a censura Tribuna da Imprensa 21/04/1979 Censura estuda reforma para se adaptar à lei Jornal do Brasil 30/05/1979 09 Censura muda e cria sala de cinema especial Jornal do Brasil 30/05/1979 01 Petrônio aceita abolição de censura no teatro e cinema A Notícia 22/03/1979 02 Euro Brandão não deseja a censura subordinada ao MEC O Dia 09/09/1977 22 Solução sobre a censura será dada por Figueiredo Jornal do Brasil 08/04/1978 Censura, afinal, pode ser lucrativa Tribuna da Imprensa 18/10/1978 Filmes pornográficos liberados na Holanda O Dia 30/11/1978 A censura, omitida nas reformas Folha de São Paulo 14/10/1978 Agências e produtoras cobram de seus clientes uma taxa para o certificado de censura ... Mas o certificado é totalmente gratuito Diário Popular - SP 08/10/1978 Porta-voz de Geisel: censura deve existir Folha de São Paulo 25/06/1978 Abre -se uma brecha na censura? Estado de São Paulo 03/02/1978 03 Censura poderá sair do DPF e ganhar autonomia O Globo 30/05/1979 9 Censura classificatória tem confirmação: Madeira Tribuna da Imprensa 18/04/1979 05 Censura chega ao fim tribuna da Imprensa 10/07/1979 01 Jornalista vai chefiar a Censura Jornal do Brasil 03/04/1979 07 Censura classificatória será enviada a Figueiredo O Globo 16/06/1979 Censura não libera mais nada nos próximos 40 dias O Liberal - Belém, PA 30/05/1978 Figueiredo examina Conselho de Censura Jornal de Brasília 16/06/1979 Chefe da Embrafilme condena a Censura Zero Hora - Porto Alegre 31/05/1979

157 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Voto de Censura Jornal do Brasil 21/08/1968 Simpósio sobre censura já tem primeiros convidados O Dia 20/04/1979 Ministro quer cinema sem censura Jornal do Brasil 30/05/1979 Petrônio determina o fim da censura prévia a livros O Globo 18/04/1979 34 Instala-se em Brasília o Conselho de Censura Jornal do Commercio 26/09/1979 Conselho de Censura reúne-se Cidade de Santos - Santos, SP 26/09/1979 Nova censura tem a primeira runião, hoje Folha de São Paulo 26/09/1979 Um novo conselho muda o modela da censura Jornal do Brasil 26/09/1979 Regulamento da Censura já recebe as críticas Diário da Noite - Belo Horizonte 29/10/1979 Em um mês, censura regulamentada O Estado de São Paulo 26/10/1979 Figueiredo regulamenta o Conselho criado em 1968 para revisar a Censura Jornal do Brasil 14/09/1979 A vez do bom cinema Jornal do Brasil 28/06/1976 Livres, com cortes Folha de São Paulo 04/09/1978 Censura abradrá, diz Rogério Nunes O Estado de São Paulo 16/12/1978 11 Censura em Pauta Jornal do Brasil 25/09/1978 Censura no Brasil está sendo liberal demais Última Hora 30/12/1976 Censores não crêem em afrouxamento com liberação de filmes O Fluminense 20/10/1978 Censura e criatividade Jornal do Brasil 26/08/1978 11 O último censurado: Casanova, coitadim... Revista Isto É 16/11/1977 Literatura e Anfetaminas Revista Veja 02/02/1977 30 A Carta Revista Veja 02/02/1977 Cinema Censura de filmes será regulamentada Jornal de Hoje (Nova Iguaçu) 22/10/1979 Os filmes e a censura Tribuna da Imprensa 19/10/1979 Para breve, a Censura classificatória O Estado de São Paulo 30/05/1979 12 Ministro define posição sobre censura à arte A Gazeta (Vitória - ES) 13/07/1976 Conselho Superior de Censura será revisor Tribuna da Imprensa 16 e 17/06/1979 07 Conselho de Censura já tem seu anteprojeto O Estado de São Paulo 16/06/1979 10 NOTA 02 O Globo 22/03/1974 Com a Censura Diário de Pernambuco 04/01/1974 Sindicato de cinema quer que lei da censura seja obedecida fielmente Jornal do Brasil 06/09/1973

158 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Delegação de cinema pede regulamentação da lei de censura ao Gen. Bandeira Jornal do Brasil 11/07/1973 Censura Tribuna da Imprensa 20/03/1973 Censura espanhola favorece o turismo O Estado de São Paulo 23/03/1973 CENSURA: Motta briga pela democracia na Universidade Correio Braziliense 18/05/1979 Variedades Censura prévia a filme continua Tribuna da Imprensa 26/04/1968 Anticensura torna -se radical, diz Valadares Jornal do Commercio 10/01/1968 Congresso aprovará censura do Govêrno Última Hora 29/10/1968 Censura agora vai limitar-se à idade O Globo 26/04/1968 Censura não se faz só na idade Diário de Notícias 02/03/1968 Relatório final fixa limites para a censura Última Hora 07/05/1968 Gama: Censura é com a família Diário de Notícias 04/1968 NOTA 03 Tribuna da Imprensa 25/04/1968 Grupo de Trabalho decide segunda-feira se censura muda critério para filmes Jornal do Brasil 27/04/1968 Censura classificatória será enviada a Figueiredo O Globo 16/06/1979 O País A vez da censura A Notícia 01/08/1978 Euro Brandão acha censura necessária mas é contra a passagem dela para o MEC Jornal do Brasil 09/09/1978 07 Mais vítimas da tal de censura Diário do Grande ABC (SP) 19/05/1978 Censura em cinema Tribuna da Imprensa 28/11/1978 Governo vai atualizar e abrandar a censura O Globo 10/12/1978 Conselho Superior de Censura: só falta o sim de Figueiredo O Estado de São Paulo 16/06/1979 12 Os subersivos sutis Revista Veja 03/05/1978 Cinema Embrafilme vê Conselho Superior de Censura Vale Paraibano (São José dos Campos, SP) 21/04/1979 NOTA 04 Popular da Tarde (SP) 24/07/1976 Conselho vai reduzir legislação para a censura de diversões O Globo 27/05/1970 Confirmado. Censura cai mesmo para livros e teatro Tribuna da Imprensa 11/04/1979 07 Censura vai ser classificatória Última hora 18/04/1979 09 Filme de costumes e peça ideológica vão ter idade O Fluminense 18/04/1979 Censura Presidente regulamenta o Conselho de Censura Diário do Grande ABC - Santo André, SP 14/09/1979 Figueiredo regulamenta o Conselho criado em 1968 para revisar a Censura Jornal do Brasiol 14/09/1979 Psicólogos classificam filmes Jornal do Brasil 08/06/1979

159 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Petrônio promete a artistas que mudará o novo código de menores O Globo 07/12/1979 07 Petrônio promete rever participação do menor Tribuna da Imprena 07/12/1979 09 Jurista mineiro critica o novo código de menores O Globo 04/12/1979 O demagogo e a censura Diário de Pernambuco 15/06/1976 Alberto Cavalcanti condena critério político da censura O estado de São Paulo 01/02/1977 A derrota de Censura Tribuna da Imprensa 25/11/1989 Coluna Aberta Censura tem lei que se baseia no DIP Correio da Manhã 11/04/1968 Passarinho que acabar com a Censura Correio da Manhã 08/08/1968 Grupo de trabalho da Censura inicia atividade formando 5 comissões Jornal do Brasil 05/03/1968 Presidente recebe estudos sobre a Censura mas sua reformulação não é pra já Jornal do Brasil 02/03/1968 Censura & Palavrão O Jornal 28/01/1968 Será o facismo da licenciosidade... Jornal do Commercio 26/03/1968 O que é censurável no Brasil? Jornal do Brasil 11/01/1968 Caderno B pág. 05 Vice -Presidente da Câmara vê cultura pressionada por censura e interesse externo Jornal do Brasil 18/03/1976 O Presidente não adimitiu a censura Última Hora 11/08/1976 04 Diretor da Censura vê intelectual como doente que "detesta os médicos" Jornal do Brasil 30/12/1976 Nacional pág. 15 Embrafilme: Censura econômica preocupa o diretor C. Amorim Jornal de Santa Catarina 03/06/1979 Censura por classificação vai vigorar já Tribuna da Imprensa 30/05/1979 1 e 2 Censura condenada Tribuna da Imprensa 30/05/1979 04 A nova censura Jornal do Brasil 09/04/1979 Caderno B Solução sobre a censura será dada por Figueiredo Jornal do Brasil 09/04/1979 05 Madeira assume censura e pede mudança de nome O Globo 12/04/1979 06 Censura de Petrônio cria reações Jornal do Brasil 13/04/1979 06 O novo chefe da Censura, querendo uma censura fora da polícia O Estado de São Paulo 12/04/1979 02 À beira do corte Revista Veja 11/04/1979 30 e 31 E a Censura foi a o Festival Correio Braziliense 26/01/1979 As vantagens comerciais e culturais do fim da censura Estado de Minas 15/04/1979 Ministro é contra a censura Jornal do Commercio 24/05/1979 Ainda a censura Jornal da Tarde 01/06/1979

160 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Embrafilme se queixa da censura Estado de Minas 31/05/1979 Cinemas temem parada da censura Foha de São Paulo 31/05/1979 Qüiprocó Jornal do Brasil 30/12/1976 Censura Anônima Jornal do Brasil 27/10/1976 Guilherme diz que censor vai desaparecer Última Hora 28/06/1979 04 GUILHERME "Não deve haver censura alguma à palavra escrita" Correio Braziliense 28/06/1979 Para seu diretor, censura no País ainda é bastante liberal o Estado de São Paulo 30/12/1976 Polícia Federal esclarece censura na semana dos calouros da UFSC Correio do Povo - Porto Alegre, RS 16/08/1976 Censura aperta mão boba do cafajeste Gazeta de Notícias 26/04/1968 Costa e Silva receberá 5ª-feira anteprojeto de reformulação da censura Jornal do Brasil 25/06/1968 Descentralização não agrada chefe da censura Tribuna da Imprensa 14/07/1979 O direito do censor Jornal do Commercio 20/04/1968 Gente e Notícia Censura não mudará até vir a nova lei diário de Notícias 18/10/1968 Gama e Silva recebe hoje os princípios e projetos para a reforma da censura Jornal do Brasil 08/05/1968 Coronel Florimar Campelo acusado por Júlio Bressane de "canibalismo cultural" Jornal do Brasil 03/03/1968 Censura prévia de espetáculos não passa no plenário Correio da Manhã 28/09/1967 CFC pede atendimento de ministros para censura não mutilar mais obras de arte Jornal do Brasil 23/12/1967 Benevolências da Censura Jornal dos Sports 26/09/1967 Especialista alerta câmara sobre o projeto de censura Diário de São Paulo 03/11/1968 Da Censura Crítica 9 a 15/06/1975 22 Nei Braga recebe artistas para discutir censura Diário de Pernambuco 04/02/1975 A política descobre a censura Jornal da Tarce 22/05/1975 Nei examina censura Folha de São Paulo 29/01/1975 Nei Braga defende censura para a segurança nacional Última Hora 17/07/1970 Regulamentação do Conselho de Censura Folha da tarde 16/06/1979 Petrônio anuncia novas diretrizes da censura A Tribuna 26/04/1979 Censura libera filmes e estabelece critérios Estado de Minas 18/07/1979 Cinemas ganham mandado contra censura estadual O Globo 16/07/1976 Três filmes serão julgados pelo CSC Diário do Grande ABC 25/08/1982

161 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

"Pra frente, Brasil" reabre batalha na censura do país O Dia 25/08/1982 Conselho se reúne para julgamentos Folha de São Paulo 26/08/1982 Folha Iustrada pág. 40 Diretora da Censura confessa desvio de pareceres Jornal do Brasil 28/08/1982 15 "Prá Frente Brasil" sai de pauta até 83 e "Das tripas Coração" é liberado O Globo 28/08/1982 07 Somem pareceres favoráveis à liberação de "Prá Frente Brasil" Jornal do Brasil 27/08/1982 Caderno B pág. 01 Censura fecha direito à informação O Estado de São Paulo 29/08/1982 37 "Pra Frente Brasil": julgamento só em janeiro O Estado de São Paulo 27/08/1982 21 Censura: diretora retirou pareceres O Estado de São Paulo 28/08/1982 19 Código de Censura, nova ameaça à criação O Estado de São Paulo 22/08/1982 35 Conselho de Censura vai receber íntegra dos pareceres O Globo 20/11/1982 14 CENSURA Pra Frente, Brasil, e a retirada dos pareceres Jornal da Tarde 16/09/1982 Solange vai explicar-se junto ao CSC Correio Braziliense 12/09/1982 Dia marcado para as explicações de Dona Solange Jornal da Tarde 11/09/1982 Diretora de Censura dará explicações ao Conselho O Estado de São Paulo 11/09/1982 15 MFC repele convite para participar da censura e divulga nota pela CNBB Jornal do Brasil 14/09/1982 06 Latinoamérica Cine Boletim - 06/1982 8-9 Conselho de Censura adia decisões O Estado de São Paulo 17/09/1982 Cinestas denunciam volta da censura política no país Jornal de Brasília 17/09/1982 Diretora da censura, isenta de culpa O Estado de São Paulo 24/09/1982 24 Justificativas de Solange, na 5ª feira jornal de Brasília 11/09/1982 Roteiro A cabeça do censor Folha de São Paulo 01/09/1982 Mulher pág. 05 A cada dia uma nova proibição Top News - Goiânia 25 a 31/07/1982 A censura assusta A Tribuna - Santos 04/07/1982 A censura, cada vez mais assustadora O Popular - Goiânia 04/07/1982 A censura é obscena Revista Nova nº 106 07/1982 Opinião pág. 90 A censura volta a atacar: dois filmes nacionais são proibidos A Gazeta - Vitória 08/07/1982 A crise do sistema que abalou a moral O Popular - Goiânia 18/04/1982 A cruzada da moral em ação Diário do Grande ABC 27/02/1982 A destruição do teatro como forma de censura Folha de São Paulo 25/07/1982 Folha Ilustrada pág. 60 A Igreja ficará fora do grupo da censura O Estado de São Paulo 25/03/1982 18

162 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A Igreja reitera sua rejeição em integrar a Censura Folha de São Paulo 25/03/1982 08 A interdição do filme e da peça Folha de São Paulo 19/04/1982 04 A nova censura governamental Folha de São Paulo 22/07/1984 Letras Jurídicas CENSURA a primeira reunião do Conselho, com a liberação de um filme Jornal da tarde 28/07/1982 A sociedade civil se mobiliza contra a censura O Estado de São Paulo 25/08/1982 19 A volta do tiroteio Revista Isto é 21/07/1982 ABI critica decreto: é inconstitucional Tribuna da Imprensa 03/03/1983 06 Abi -Ackel defende mudanças na censura Tribuna da Imprensa 29/06/1982 03 Acidente de percurso Folha de São Paulo 29/04/1982 Folha Ilustrada pág. 29 Ackel defende mudança no CSC O Estado de São Paulo 29/06/1982 21 Ackel discute censura com cineastas O Esatdo de São Paulo 11/08/1982 19 Adiado o exame do filme "Pra Frente, Brasil" Folha de São Paulo 28/07/1982 Folha Ilustrada pág. 29 Adiaram julgamento de "Pra Frente, Brasil" O Dia 27/08/1982 Agora, censor chefia censura O Estado de São Paulo 23/03/1985 Agora, foram -se os dedos Jornal do Brasil 26/06/1982 11 Alterado o Conselho Superior de Censura Folha de Goiaz - Goiânia 27/06/1982 Ana Carolina e Jão Batista de Andrade: proibições e cortes voltam a preocupar cineastas Jornal do Brasil 24/07/1982 Caderno B Pág. 07 Anteprojeto de censura recebe críticas O Dia 29/07/1984 Antes que seja tarde Revista Veja nº 723 14/07/1982 14 e 15 Arbítrio e prepotência, a marca do Governo Federal Jornal dos Sports 26/06/1982 Artistas acionam tribunal Folha de São Paulo 25/08/1982 Foha Ilustrada pág. 33 Artistas vão à Justiça contra mudança no CSC O Estado de São Paulo 12/08/1982 26 Artistas, intelectuais e políticos se unem para lutar contra a censura O Estado de São Paulo 15/07/1982 19 As liberações do CSC, para canções e filmes O Estado de São Paulo 23/02/1984 As mudanças na censura O Dia 08/07/1982 Ato público contra a censura O Globo 20/07/1982 14 Ato público repudiará a censura Jornal do Brasil 18/07/1982 23 Audálio teme escalada obscurantista Folha de São Paulo 14/04/1982 Carolina Diário Popular 20/07/1982 Bastidores Batista quer o seu filme na televisão Folha de São Paulo 21/07/1984 Folha Ilustrada pág. 27

163 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Boa noite, general: uma peça vetada Jornal de Brasília 13/04/1982 18 Carolina fica na expectativa O Liberal - Belém 17/07/1982 Censura A Gazeta 15/04/1982 Censura adia liberação de Pra Frente Brasil Jornal de Brasília 28/07/1982 CSC adia julgamento de Prá Frente Brasil Diário do Grande ABC 27/08/1982 Censura: como ela deve agir (se é que deve agir)? Jornal da Tarde 29/07/1982 Censura: Dahal no Conselho, falando pelos cineastas Jornal da Tarde 10/07/1982 Censura de ressaca Tribuna da Imprensa 19/04/1982 04 Censura decida amanhã sobre três filmes O Popular - Goiânia 25/08/1982 23 Censura deve ter papel moderador, diz Mendonça Folha de São Paulo 17/11/1982 58 Censura e concorrência Jornal do Brasil 20/01/1982 Editorial pág. 10 Censura e cultura Jornal da Tarde 13/07/1982 Censura examina filmes de Farias e Carolina O Globo 20/07/1982 07 Censura gera protestos de artistas Folha de São Paulo 2/07/1982 Folha Ilustrada pág. 45 Censura impede ida de longa-metragem ao Festival de Gramado Última Hora 23/02/1983 Censura: Justiça divulga anteprojeto da nova lei O Estado de São Paulo 11/07/1984 Censura não deverá sofrer alterações A Tribuna 19/02/1983 Censura não libera "Pra Frente Brasil" Correio Braziliense 28/07/1982 Censura não revela relator de "Pra Frente" Folha de São Paulo 05/07/1982 Folha Ilustrada pág. 27 Censura no Conselho Folha de São Paulo 26/06/1982 02 Censura passa a Ackel o chicote da censura Tribuna da Imprensa 03/03/1983 06 Censura poderá se tornar ainda mais rigorosa, admite dirigente Correio do Povo - Porto Alegre 20/07/1982 Censura sai da Polícia Federal O Globo 28/02/1984 Swann Censura sofre crítica de 300 pessoas no Rio Última Hora 21/07/1982 08 Censura vai decidir sobre filmes Jornal de Santa Catarina - Blumenau 25/08/1982 Censura vai exigir trabalho duro Folha de São Paulo 31/01/1982 56 Censura vê filme premiado Estado de Minas 04/04/1982 Censura: abertura se esfacelando Diário do Grande ABC 29/08/1982 A censura cada vez mais assustadora O Fluminense 06/07/1982 CENSURA - Ana Carolina enfrentando critérios que nem Brasília entende Jornal da Tarde 15/07/1982

164 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura: assunto para 'amadurecer' nas gavetas do Ministério da Justiça O Estado de São Paulo 17/02/1982 Censura, ato inferior por natureza Folha de São Paulo 27/06/1982 64 Censura: cada vez mais assustadora Diário do Grande ABC 04/07/1982 Censura confiável, enfim Folha de São Paulo 29/06/1983 03 Censura: em março comissão retoma estudo da consolidação Correio do Povo - Porto Alegre 19/02/1982 Censura: fala o deputado, falam os cineastas Jornal da Tarde 30/06/1982 03 e 04 CENSURA Mudança na lei: o Conselho deu suas sugestões. É a vez da Polícia Federal. Jornal da Tarde 24/02/1984 Censura, muitas emendas ao anteprojeto O Estado de São Paulo 31/07/1984 Censura: o protesto dos cineastas Jornal da Tarde 13/04/1982 Censura: os protestos contra a mudança Jornal da Tarde 26/06/1982 Censura política e abertura Jornal do Brasil 25/04/1982 Especial pág. 2 Censuras Jornal do Brasil 10/02/1983 10 Charge Henfil 01 Revista Isto É nº291 21/07/1982 98 Charge Henfil 02 Revista Isto É nº 278 21/04/1982 82 Chefe da Censura continua no cargo O Estado de São paulo 31/08/1982 22 'Cristiane F', sem a decisão O Estado de São Paulo 01/02/1983 Cineasta considera liberal o novo Conselho de Censura Jornal do Brasil 28/07/1982 07 Cineastas brasileiros querem dialogar com a Censura Correio Braziliense 12/08/1982 Cineastas debatem rumos da Censura Folha de São Paulo 29/06/1982 Folha Ilustrada pág. 42 Cineastas discordam de decisões da Censura Diário da manhã - Goiânia 01/08/1982 Cineastas e artistas vão a Brasília para protestar Folha de São Paulo 24/01/1982 Folha Ilustrada pág. 54 CNBB recusa cadeira na Censura Jornal do Brasil 25/03/1982 05 Coisas da Censura Jornal do Commercio - PE - Recife 30/06/1982 Com ou sem censura, cineastas não desistem de se inspirar nos fatos O Estado de São Paulo 27/02/1983 35 Começam hoje estudos sobre a lei de censura O Estado de São Paulo 29/03/1985 Comissão espera ter em 60 dias Lei de Censura Jornal do Brasil 29/03/1985 Comissão estuda nova censura Última Hora 05/02/1982 05 Comissão reestudará a censura O Estado de São Paulo 05/02/1982 18 Comissão se prepara para mudar censura O Estado de São Paulo 21/03/1982 19 Conferência de Censura alerta contra sadismo Folha de São Paulo 08/04/1982 Folha Ilustrada pág. 31

165 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Congresso condena mistura de sexo e violência em filmes Notícias Populares 11/04/1982 Conselheiro prevê censura mais conservadora Jornal do Brasil 26/06/1982 05 Conselho de Censura com novos membros Última Hora 25/06/1982 05 Conselho de Censura é modificado O Fluminense 25/06/1982 Conselho de Censura mais "rigoroso" O Esatdo de São Paulo 20/07/1982 19 CENSURA Conselho julga recursos dos produtores de filmes Diário da Manhã - Goiânia 25/08/1982 Conselho terá reunião para liberar filmes O Fluminense 15/07/1982 Conservadorismo Folha de São Paulo 24/07/1982 27 Criticadas as novas ordens da censura Folha de São Paulo 20/01/1982 Folha Ilustrada pág. 34 Conselho Superior de Censura - Anúncio desclassificado Revista Veja nº 724 21/07/1982 14 Conselho de Censura muda para sociedade particular O Globo 20/06/1982 05 CSC não decide ainda liberar "Pra Frente" Tribuna da Imprensa 15/07/1982 06 Conselho de Censura reformulado julga hoje "Pra Frente Brasil" O Globo 27/07/1982 05 Conselho de Censura tem nova composição A Crítica - Manaus 25/06/1982 CSC vai julgar filmes "perigosos" para a PF Tribuna da Imprensa 25/08/1982 06 CSC vai recrudescer em defesa da moral Tribuna da Imprensa 20/07/1982 02 Conselho de Censura: reunião adiada O Estado de São Paulo 07/07/1982 21 D. Ivo: Igreja não quer fazer parte da Censura Última Hora 25/03/1982 03 Decreto de Figueiredo reestrutura o CSC Folha de São Paulo 25/06/1982 Folha Ilustrada pág. 49 Decreto muda a estrutura do CSC O Estado de São Paulo 25/06/1982 19 Depois da ressaca, a censura Folha de São Paulo 07/07/1982 02 "É a alforria do Conselho" Folha de São Paulo 30/05/1982 Folha Ilustrada pág. 66 É proibido proibir Pasquim nº 683 28/07/1982 Em jogo, a abertura para o cinema O Estado de São Paulo 27/07/1982 17 Encontro de Dramaturgia termina com protestos Correio Braziliense 13/04/1982 16 Esclarecimento do CNMC Folha de São Paulo 24/07/1982 A Palavra do Leitor pág. 03 "Estado de Sítio" Jornal de Brasília 23/01/1981 Estréia adiada Revista Veja nº 730 01/09/1982 27 Figueiredo altera Conselho de Censura Correio Braziliense 25/06/1982 Figueiredo modifica Conselho Superior de Censura Jornal do Brasil 25/06/1982 03

166 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Figueiredo muda a composição do Conselho Superior de Censura Zero Hora - Porto Alegre 25/06/1982 Filmes censurados ? 20/07/1988 Painel Filmes censurados, na Assembléia Legislativa Diário Popular 22/07/1982 Formado grupo de trabalho para unificar censura Jornal de Santa catarina 06/02/1982 Formado grupo que atualizará leis censórias O Popular - Goiânia 05/02/1982 Governo faz corte no Conselho de Censura Tribuna da Imprensa 25/06/1982 02 Governo muda Censura para julgar "Pra Frente Brasil" Jornal do Commercio 25/06/1982 Governo vai rever a censura Jornal do Brasil 05/02/1982 02 Grupo de trabalho estuda consolidação da censura Correio Braziliense 05/02/1982 Gustavo Dahl, a censura vista pela sociologia O Estado de São Paulo 01/08/1982 44 Igreja não participa de órgãos de censura tribuna da Imprensa 25/03/1982 02 Indicados dois representantes ao Conselho Folha de São Paulo 07/07/1982 Folha Ilustrada pág. 31 Inovações na área da censura Diário Comércio e Indústria - SP 19/02/1982 Já não se fazem censores como antigamente... Última Hora 13/07/1982 TV/Crítica Jorge Amado condena alterações no Conselho Folha de São Paulo 20/07/1982 Folha Ilustrada pág. 32 Juiz manda apreender livro de Sônia Braga Tribuna da Imprensa 28/04/1982 02 Folha Ilustrada / Painel da Julgamento em Brasília Folha de São Paulo 24/08/1982 Ilustrada Justiça derrubou arbítrio do ministro sobre censura O Dia 29/05/1982 Justiça examina nova legislação para censura jornal de Brasília 05/02/1982 Justiça quer sugestões sobre lei da censura Gazeta Mercantil 19/07/1984 Justiça vai criar nova legislação sobre censura A Tribuna 05/02/1982 Lá vem besteira Folha de São Paulo 11/07/1982 Folha Ilustrada pág. 49 Leis sobre censura serão consolidadas Estado de Minas 19/02/1982 Mais censura Folha de Sçao Paulo 29/06/1982 02 Brazil's President edicts sexplicity is overdone; Hits periodicals, Screen Variety - NY 07/04/1982 pág. 01 e 83 MEC nomeia quatro novos conselheiros para o CFE O Globo 07/07/1982 08 Medidas da Censura são recebidas com ironia Folha de São Paulo 21/01/1982 Folha Ilustrada pág. 40 Mendonça prevê impasse na reunião da Censura O Globo 22/01/1982 06 Mendonça quer censura com mais rigor Jornal de Brasília 20/07/1982 Ministério da Justiça vai rever leis sobre a censura O Globo 26/01/1982 04

167 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Ministro da Justiça reformula lei da Censura Tribuna da Imprensa 05/02/1982 06 Moral pornográfica Jornal do Brasil 13/07/1982 Cartaz Mudança na Censura é golpe na cultura Última Hora 26/06/1982 05 Não julgar para não vetar O Dia 03/08/1982 Nova legislação da Censura já quase pronta em Brasília O Dia 19/02/1982 Novo Conselho de Censura faz primeira reunião que considera "prova de fogo" Jornal do Brasil 27/07/1982 06 O Emendão e a Emendinha Jornal do Brasil 29/06/1982 O fiel da balança Diário do Paraná 16/04/1982 O homem que foi proibido na TV O Estado de São Paulo 21/07/1982 19 CENSURA O novo diretor já foi escolhido. E promete várias mudanças. Jornal da Tarde 20/03/1985 O próprio CSC reverá censura Folha de São Paulo 26/01/1982 Folha Ilustrada pág. 34 'O Rei da Vela' pode ser liberado amanhã Folha de São Paulo 20/05/1982 38 O tigre de papel Revista Isto É 01/09/1982 63 Ofício prova que Censura quer impor novas normas O Globo 24/01/1982 05 CENSURA Os artistas pedem mudanças no Conselho Superior Jornal da Tarde 25/01/1982 Os critérios da censura Diário Popular 08/07/1982 Os novos nomes do Conselho Jornal da Tarde 28/07/1982 Os produtores de cinema debatem com os censores Correio do Povo 13/08/1982 Os produtores perguntam: 'A quem favorece modificações no CSC?' O Esta do São Paulo 23/07/1982 18 Sob protestos dos profissionais da classe O Estado de São Paulo 27/07/1982 17 Outra vitória do obscurantismo Diário da Manhã - Goiânia 02/07/1982 Para Euclides, Conselho será conservador Folha de São Paulo 26/06/1982 38 Peça mineira recebe veto da Censura Folha de São Paulo 21/07/1982 Folha Ilustrada pág. 27 Plano de mudanças para Censura recebe críticas O Estado de São Paulo 06/02/1982 18 Produtores censuram seus próprios filmes Folha da Tarde 24/04/1982 'Pra Frente Brasil' pode ser exibido no próximo ano O Globo 26/08/1982 06 "Pra Frente Brasil" só será julgado após as eleições Jornal de Brasília 27/08/1982 Pra Frente, Brasil só depois da eleição Última Hora 27/08/1982 08 Pre Frente Brasil: a ordem é esperar os ares de 1983 Jornal da tarde 27/08/1982 Presidente amplia e reestrutura Conselho Superior de Censura O Globo 26/06/982 04

168 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Presidente odifica composição do CSC Diário do Grande ABC 26/06/1982 Pressões da Censura. E os artistas reagem. O Estado de São Paulo 02/07/1982 Primeira reunião adia decisões mais importantes Zero Hora - Porto Alegre 28/07/1982 Projetos de Censura em discussão Folha de São Paulo 30/03/1982 Folha Ilustrada pág. 33 Quem são os novos juízes do Conselho O Estado de São Paulo 27/07/1982 17 Reações à mudança no Conselho de Censura, entre a crítica e a apatia O Estado de São Paulo 26/06/1982 17 Reestruturado o Conselho Superior da Censura Folha da Tarde 25/06/1982 Reestruturado, o Conselho de Censura reúne-se no dia 16 O Globo 10/07/1982 Reúne-se hoje o novo Conselho de Censura Folha de São Paulo 27/07/1982 Folha Ilustrada pág. 29 Saldo da reunião do CSC: expectativa otimista para outros filmes censurados O Estado de São Paulo 29/07/1982 22 NOTA 05 Gazeta de Vitória 17/07/1982 NOTA 06 Jornal do Brasil 04/07/1982 Sem unanimidade, Censura julga 'Pra Frente Brasil' Folha de São paulo 14/06/1982 Folha Ilustrada pág. 29 Será no dia 26 a nova reunião do Conselho Superior de Censura Diário Popular 29/07/1982 Seres de segunda classe O Dia 18/07/1982 Cinema Apelo desesperado de Simone de Carvalho ao presidente Figueiredo Diário Popular 03/03/1983 Sinal de atraso Jornal do Brasil 26/06/1982 10 Somente no final do mês a nova censura se reúne Folha de São Paulo 14/07/1982 35 Sônia Braga: fotos apreendidas O Estado de São Paulo 28/04/1982 22 Subprocurador vai integrar novo Conselho de Censura O Globo 07/07/1982 05 Teatro critica a nova Censura Última Hora 30/06/1982 05 Tesoura em ação Revista Veja nº 723 14/07/1982 25 Três filmes no index da Censura Correio Braziliense 20/07/1982 TRF X Censura: "A alforria do Conselho" Correio Braziliense 29/05/1982 Um absurdo O Globo 21/02/1983 Um decreto que pode ter conseqüências desastrosas Jornal da Tarde 29/06/1982 12 Um espécime típico da época vitoriana Folha de São Paulo 22/07/1982 Folha Ilustrada pág. 36 Uma reunião democrática, para se falar da censura Diário Popular 25/07/1982 Volta da Censura Jornal do Brasil 14/07/1982 Informe JB pág.06 Ackel não explica a devolução do projeto Tribuna da Imprensa 21/03/1980 02

169 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno "Emanuelle" e os perigos de Brasília Jornal do Commercio 12/03/1980 Pelé acusa a Censura por seus 'absurdos' O Estado de São Paulo 26/03/1980 19 Conselho de Censura será 'menos liberal' O Estado de São Paulo 25/03/1980 Conselho de Censura pode ser reformulado Estado de Minas 25/03/1980 03 Regulamento da Censura volta ao CSC Última Hora 21/03/1980 03 Juiz regula sessões para menores Jornal do Brasil 19/09/1980 Filho de Abi-Ackel ver o filme vetado foi 'peraltice' O Estado de São Paulo 19/08/1980 A nova resolução do Conselho de Censura Folha de São Paulo 05/09/1980 33 A Justiça é para todos? Jornal do Brasil 03/10/1980 Caderno B pág. 01 A farsa da censura Jornal do Brasil 29/09/1980 11 Filho de Abi-Ackel na sessão do filme vetado O Estado de São Paulo 16/08/1980 18 Filme proibido é visto pelo filho de Abi-Ackel O Estado de São Paulo 16/08/1980 18 Chefe da Censura pede 'liberalização' O Estado de São Paulo 12/06/1980 26 Censura Tribuna da Imprensa 13/06/1980 O fim da censura e o início das diversões públicas? O Globo 01/06/1980 02 Censura vê 25 filmes Estado de Minas 13/10/1980 08 Juizado controlará ida de menores a área de patinação O Globo 24/09/1980 13 Censura continua indecisa sobre 'Estado de Sítio' Estado de Minas 05/10/1980 17 Regulamento da Censura já está com Figueiredo O Globo 18/03/1980 05 Retrocesso da lei de censura, sem explicação O Estado de São Paulo 21/03/1980 21 Regulamentação da Lei de Censura é vista Correio do Povo 21/03/1980 08 Ackel não explica devolução do projeto Tribuna da Imprensa 21/03/1980 02 Ackel devolve o projeto de lei sobre a censura Folha de São Paulo 19/03/1980 06 Tradução de título de filme deve ser fiel ao original Correio Braziliense 28/03/1980 Cravo Albin denuncia neurose da censura Tribuna da Imprensa 28/03/1980 02 Conselho de Censura pode ser reformulado Estado de Minas 25/03/1980 03 O CSC apresenta sugestões O Estado de São Paulo 07/03/1980 Conselho de Censura examina mais 12 filmes Diário do Grande ABC 13/11/1980 Sobre a Censura Diário Popular 06/09/1980 Bravo, senhor juiz! Jornal do Commercio 11/11/1980

170 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura, 'dentro das instituições democráticas' O Estado de São Paulo 14/06/1980 Censura: menos contestações O Estado de São Paulo 01/06/1980 A censura e o fim das sessões privadas Folha de São Paulo 19/02/1980 Última sessão de censura Folha de São Paulo 26/02/1980 Conselheiros do CSC querem poder do Estado reduzido na censura a filmes e obras Jornal do Brasil 20/07/1980 Embrafilme vê 'Z' como pró-regime Jornal do Brasil 27/01/1980 NOTA 07 Jornal do Brasil 10/09/1980 Censura examina limite etário O Globo 13/11/1980 06 Censura julga 12 filmes Última Hora 13/11/1980 03 Censura adia a decisão sobre 'Estado de Sítio' Estado de Minas 05/12/1980 02 'Estado de Sítio' proibido volta a debate na censura O Dia 04/10/1980 Censura O Dia 13/11/1980 Censura mineira corta Dona Beja vinte vezes Tribuna da Imprensa 09/10/1980 Conselho de Censura olha 25 produções Diário de Natal 23/10/1980 Alteração no Conselho de Censura O Povo - Fortaleza 21/09/1980 As metas do Conselho de Censura. Em 81, a vez do cinema político Jornal do Brasil 29/12/1980 Caderno B Abi Ackel mantém a liberação de filmes Folha de São Paulo 26/02/1980 Deputado quer censura por critério de faixa etária Folhade São Paulo 24/10/1980 Folha Ilustrada pág. 31 Abolição da censura à arte irá a plenário O Estado de São Paulo 24/10/1980 19 Censura vai consultar as leis européias O Estado de São Paulo 30/05/1980 16 Líder e Ministro debatem projeto Jornal do Brasil 24/05/1980 CSC debaterá legislação de censura O Estado de São Paulo 27/02/1980 Conselho aprova fim da censura política e mantém a dos costumes Jornal do Brasil 28/03/1980 Caderno B pág. 05 Artistas falam com a própria censura Folha de São Paulo 22/05/1980 Folha Ilustrada pág. 29 A Censura (no Brasil inclusive) é tema de debate em Nova Iorque Jornal do Brasil 11/02/1980 Cadreno B pág. 05 O cinema proibido Jornal do Brasil 18/08/1978 Caderno B pág. 08 Censura, alterações só após a reunião do CSC Folha de São Paulo 22/02/1980 Censura só muda após amplo debate Jornal do Brasil 22/02/1980 09 Senador vai propor alteração no atual Conselho de Censura Jornal da Bahia 21/09/1980 Conselho examina liberação de 25 filmes brasileiros A Gazeta - ES 23/10/1980

171 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura A Gazeta - ES 10/09/1980 Nossos filmes não-pornográficos podem ganhar crivo de especiais O Dia 05/11/1980 Entram em choque os hábitos dos grandes centros Diário Popular 09/11/1980 Censura discute depravação Última Hora 09/10/1980 08 Censura estuda liberação de doze filmes Jornal do Commercio 13/11/1980 A Censura discute: o que é especial? Jornal da Tarde 13/11/1980 70 anos de censura Revista Diagnose nº 1 01/02/1980 Cinema pág. 29 'Emanuelle' liberado, mas com corte O Estado de São Paulo 09/04/1980 22 Ministro não quer censura muito rígida Diário do Grande ABC 25/01/1980 'Emanuelle' Jornal do Brasil 11/04/1980 Caderno B pág. 05 Cinema de exceção Jornal do Brasil 30/08/1980 Filme nacional pode ser 'especial' O Estado de São Paulo 05/11/1980 16 Senador condena exploração do sexo Jornal do Brasil 16/08/1980 09 Brossard usa filme proibido para criticar governo O Globo 07/08/1980 04 Abi Ackel revê sua posição sobre a censura Folha de São Paulo 05/07/1980 Filme proibido passa só para amigos do filho do ministro Jornal do Brasil 16/08/1980 09 Garcia explica episódio sobre o filho de Ibrahim Estado de Minas 19/08/1980 Abaixo a tesoura Revista Isto É nº 417 19/12/1984 Editorial pág. 17 A dona da Censura Revista Isto É nº 417 19/12/1984 Brasil pág. 18 Sexo Estado de Minas 18/11/1980 Regulamento da censura volta ao CSC Última Hora 21/03/1980 03 Porno-shops, uma possiblidade em debate no Conselho Federal de Censura Estado de Minas 28/09/1980 15 CSC debaterá legislação de censura O Estado de São Paulo 27/02/1980 Legislação sobre censura será regulamentada em breve O Globo 25/01/1980 06 Censura debate o selo classificatório O Globo 08/07/1980 CSC aprova normas para títulos de fitas O Estado de São Paulo 30/03/1980 Conselho de Censura critica Carlos Melo Folha de São Paulo 10/10/1980 Folha Ilustrada pág. 31 Chacrinha faz queixas no Conselho de Censura O Globo 11/07/1980 Censura vai consultar as leis européias O Estado de São Paulo 30/05/1980 16 Em exame regulamentação da legislação de censura Correio do Povo 29/02/1980 09

172 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Cinema especial para menores Correio Braziliense 16/08/1980 07 'Emanuelle', triste tolice Folha de São Paulo 21/05/1980 Abi -Ackel manda acabar cm os 'cineminhas privês', em Brasília Folha da Tarde 25/08/1981 Concine acha que 'Império dos Sentidos' abre nova fase da história da censura Jornal do Brasil 19/10/1980 CENSURA Celso Amorin vê progresso cultural quando não há censura Correio Braziliense 31/04/1979 Liberado 'O Império dos Sentidos' O Estado de São Paulo 12/09/1980 17 Liberação de 'O Império', 'um marco na abertura' O Estado de São Paulo 13/09/1980 16 Censura fixa critério moral mais rigoroso para filmes exibidos na TV Jornal do Brasil 24/10/1980 Veja as fotos acima. São apenas três do filmes que agora você poderá ver na TV. Jornal da Tarde 24/10/1980 Filmes nacionais liberados para a TV Folha de São Paulo 24/10/1980 Censura libera 26 filmes para apresentação em TV O Globo 24/10/1980 O cinema e os menores O Estado de São Paulo 24/12/1972 CSC realiza 1ª sessão secreta Correio Braziliense 18/11/1982 04 Regulamentação da Lei de Censura será revista Correio do Povo 21/03/1980 08 Ministro pretende mudar o Conselho de Censura O Globo 03/04/1980 07 Sessão privada com filmes não liberados é proibida O Globo 25/08/1981 05 Censura, abertura e 'liberalismo' O Estado de São Paulo 07/11/1981 16 Jece Valadão denuncia 'plano' da Censura Folha de São Paulo 10/06/1981 29 CENSURA Agora, mais rigor para filmes e espetáculos que falem de tóxicos Jornal da Tarde 13/03/1981 Censura deixa sexo mais livre Última Hora 11/05/1981 19 Luz vermelha O Globo 02/05/1981 81 NOTA O Globo 23/04/1969 Imperial versus Censura Correio Braziliense 10/10/1981 02 Crise ameaça o Conselho de Censura Folha de São Paulo 06/11/1981 Folha Ilustrada pág. 33 Censura pode rever vetos ministeriais Folha de São Paulo 21/11/1981 Folha Ilustrada ppág. 34 Curiosidade Jornal do Brasil 26/09/1981 Caderno B pág. 03 Inquietações de um Conselho de Censura Correio Braziliense 19/09/1981 26 Censura O Globo 22/09/1981 Informe JB pág. 06 Conselho de Censura, a rota de colisão dos conselheiros Jornal do Brasil 15/12/1981 09 Só em março Censura deve instalar-se no Ministério Folha de São Paulo 05/11/1981 33

173 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Conselho de Censura ainda em debate sobre critérios O Estado de São Paulo 06/11/1981 19 Diretora de Censura ssume em cerimônia reservada O Globo 27/11/1981 06 Artistas vão para a arua protestar contra a censura Folha de São Paulo 03/07/1981 Folha Ilustrada pág. 38 Governo quer mudar a lei de censura O Estado de São Paulo 11/03/1981 26 O filme de Gavras: última palavra é de Ackel Jornal da Tarde 16/01/1981 Cinema sem censura O Estado de São Paulo 07/02/1981 18 Censura pode acabar em peças proibidas a menor O Globo 15/05/1981 06 Censora pede fim da censura O Estado de São Paulo 15/05/1981 23 CNT diz que classe teatral quer manutenção da censura O Globo 02/06/1981 04 Ackel não vai alterar a Censura O Estado de São Paulo 23/05/1981 19 Madeira alega motivos pessoais e deixa a Censura Jornal do Brasil 13/11/1981 Censura passará a ser subordinada diretamente ao Ministro da Justiça O Globo 31/10/1981 05 Artistas tomam lugar da censura Jornal do Brasil 19/03/1981 18 Censura quer normas para apreciar obras sobre drogas O Globo 13/03/1981 05 Censura terá norma só para os entorpecentes Estado de Minas 13/03/1981 02 Premiação isenta filme de censura Jornal do Brasil 13/01/1981 09 Na censura O Globo 17/01/1981 08 Socióloga propõe o fim da censura O Estado de São Paulo 31/05/1981 38 Ibrahim faz mudanças na Divisão de Censura Estado de Minas 31/10/1981 02 Abi -Ackel pede à Censura que seja mais rigorosa Jornal do Brasil 22/05/1981 08 Censora adimite o fim da 'censura policialesca' O Estado de São Paulo 13/02/1984 Comissão inicia estudo de nova lei de censura O Estado de São Paulo 02/02/1984 NOTA Jornal da Tarde 12/07/1982 Debate: A censura está voltando? Revista O Engenho e Arte nº 10 03/11/1980 Ackel decide os corte de 'O Estado de Sítio' Diário do Paraná 16/01/1981 Anistia não atingiu as artes, diz Cravo Albin Tribuna da Imprensa 23/01/1981 10 Cravo Albin alerta sobre ação política da censura Última Hora 28/01/1981 04 Censura estuda liberações Última Hora 12/02/1981 07 Censura enfrenta em 81 filmes políticos Estado de Minas 07/01/1981 Censura vê hoje o 'Estado de Sítio' Estado de Minas 15/01/1981 06

174 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Petrônio pretende abrandar censura em salas de arte Jornal do Brasil 22/03/1981 Cravo Albin vê censura política se acentuando Jornal de Brasília 23/01/1981 Censura econômica inibe produção cinematográfica O Povo 20/09/1981 Pornografia em anúncio terá multas O Dia 27/06/1986 Guerra aberta aos cartazes dos filmes pornográficos Jornal da Manhã 03/04/1985 Cartazes pornográficos dão multa a exibidores O Estado de São Paulo 09/07/1985 Censura critica prefeito por fazer censura O Globo 16/05/1985 IV Tribuna da Imprensa 26/08/1984 Festival O Globo 26/08/1984 Boca do Lixo é contra banana split Jornal de Brasília 22/03/1984 Gaúchos recusam pornôs que ludibriam a Censura Jornal dos Sports 04/03/1984 Ainda se paga um alto preço Jornal do Brasil 15/01/1985 Censura proíbe, Judiciário libera Folha de São Paulo 21/12/1985 D. Mauro Morelli aceita liberação de 'Je Vous Salue' Folha de São Paulo 09/12/1985 'Je Vous Salue, Marie' Jornal do Brasil 03/12/1985 Cartas A mérde, Monsieur Pasquim nº 856 05 a 11/12/1985 Distribuidor pode liberar Godard depois do Natal Folha de São Paulo 11/12/1985 Legislação precisa mudar Folha de São Paulo 21/12/1985 Temor infundado Folha de São Paulo 09/12/1985 Opinião 'Ave Maria' só passa por censura no próximo ano Folha de São Paulo 10/12/1985 O evangelho segundo Jean-Luc ? Nº 1756 14/12/1985 Censura só veta 'Marie' com ordens Correio Braziliense 03/12/1985 Censura não se define sobte Godard Jornal de Brasília 03/12/1985 Coriolano diz que Censura libera o filme de Godard O Globo 03/12/1985 D. Paulo diz que o filme de Godard não merece ser visto Folha de São Paulo 24/12/1985 Volta triunfal da censura Folha de São Paulo 05/12/1985 À sombra de Maria Revista Veja nº980 04/12/1985 140 Ziraldo diz que Censura não segue sugestões da Comissão Folha de São Paulo 05/12/1985 Livre Pensar Jornal de Brasília 14/07/1985 Censura, adeus Correio Braziliense 13/07/1985

175 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura pode liberar tudo que proibiu em vinte anos Folha de São Paulo 30/03/1985 Para inglês não ver Jornal do Brasil 21/06/1985 Caderno B Censura libera filmes para TV O Povo 17/06/1988 Segundo Caderno pág. 5 A Censura muda de mãos Última Hora 21/06/1988 13 Censura passa para o Ministério da Justiça O Estado de São Paulo 30/06/1988 20 Censura acabou, ameaça continua Correio Braziliense 04/11/1988 APARTE Pág. 24 A Última Tentação vai estrear dia 17 Jornal de Brasília 08/11/1988 Cderno 2 pág. 8 Ameaça tira 'A Tentação' do FestRio O Estado de São Paulo 10/11/1988 Caderno 2 pág. 1 Jânio ameaça o filme de Scorcese Jornal da Tarde 17/11/1988 14 Novos olhos da Censura O Globo 05/11/1988 Segundo Caderno Pág. 1 Acabou a censura. E daí? Jornal da Tarde 19/08/1988 22 Vem aí a nova TV sem censura O Globo 20/09/1988 Segndo Caderno pág. 2 Censura suspende exame de filmes O Globo 07/10/1988 6 Censura Jornal do Brasil 25/10/1988 Caderno B, Cartas pág. 2 Filme de Scorcese livre de censura com a nova Carta Estado do Paraná 15/09/1988 6 Só não censura quem não quer O Estado de São Paulo 09/06/1987 2 PF tira de cartaz os filmes pornográficos A Tarde 29/11/1987 Censura aprova o diabo, mas sem o corpo Folha de São Paulo 05/08/1987 Folha Ilustrada pág. 33 A censura e o censurável Jornal de Brasília 18/12/1987 Caderno 2 pág. 1 A qualquer hora, a tesoura corta Tribuna da Imprensa 19/10/1987 Tribuna Bis Abert pede autocensura às emissoras Folha de São Paulo 07/10/1987 Folha Ilustrada Pág. 29 Quem tem medo de ir ao cinema? A Tarde 09/04/1989 Caderno 2 Quando a tesoura é cega Jornal de Brasília 19/07/1989 Caderno 2 pág. 3 Ministro envia a Sarney o projeto que regula a Censura Jornal do Brasil 02/03/1989 6 CNBB estuda o projeto de censura O Globo 24/02/1989 6 Genoíno vê censura como uma aberração Estado de Minas 23/02/1989 4 Protestos contra a ressurreição do velho fantasma Jornal da Tarde 23/02/1989 20 Governo vetará filme de Godara com lei de 68 O Globo 28/01/1986 5 Quem são e o que pensam os censores Jornal do Brasil 28/06/1986 Caderno B TRF confirma veto a fime de Godard O Globo 25/06/1986 5

176 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Quem tem medo da censura? Última Hora 08/10/1986 4 O encontro dos cineastas com Brossard Jornal da tarde 26/06/1986 17 Cineastas querem extinção de censura em filme de TV Tribuna da Imprensa 26/06/1986 Política Nacional pág. 5 Censura divulga listagem de filmes que Curadoria que ver Folha de São Paulo 15/02/1986 Folha Ilustrada pág. 52 Fez-se a sua vontade Revista Isto É nº 477 12/02/1986 18 Brossard X Stallone Jornal do Brasil 26/08/1986 Caderno B pág. 1 Veto de 'Ave Maria' partiu de Sarney Folha de São Paulo 20/02/1986 Folha Ilustrada pág. 28 Minas ganha Maria. Mas não leva O Estado de São Paulo 03/09/1986 Caderno 2 Pág. 3 Caso Godard, sob o rigor da Justiça O Estado de São Paulo 20/02/1986 19 'Mary' draws steam as press. Nixes Releases Variety 12/03/1986 Latin-American Films Cultura exige fim da espada e da mordaça Correio Braziliense 22/09/1985 Censura ou educação: forma de diálogo? O Popular 31/08/1986 Em cartaz, um novo crítico Jornal do Brasil 21/02/1986 Caderno B pág. 4 O Cobra segundo Brossard Jornal da Tarde 27/08/1986 14 Juiz quer liberar 'Ave Maria' Folha de São Paulo 30/08/1986 Folha Ilustrada pág. 78 Juiz libera 'Cobra' sem cortar cenas Folha de São Paulo 06/09/1986 Folha Ilustrada pág. 42 Cobra Jornal do Brasil 09/09/1986 Caderno B pá. 2 - Cartas Alvo conservador O Globo 27/05/1986 8 Censura volta a proibir filmes e peças de teatro O Dia 09/09/1984 O recrudescimento da censura Correio Braziliense 14/10/1984 Pág. 24 Censura proibe filme que ganhou Margarida de Prata Última Hora 16/05/1984 Censura volta a proibir filmes e peças de teatro O Dia 09/09/1984 Abi -Ackel cancela reunião da Censura na hora de começar Jornal do Brasil 06/09/1984 'Evangelho' sobre Teotônio é liberado Jornal do Brasil 16/10/1984 Contra a censura Jornal da Bahia 12/09/1984 Sopa grossa do filme pornô Diário Popular 26/02/1984 Transa com a censura Folha de São Paulo 25/05/1985 Vitória Nacional Jornal de Brasília 11/10/1984 Painel Walter Gomes Filmes liberados para TV estão gerando polêmica O Estado 28/09/1984 Censura é elogiada por ter liberado filmes nacionais O Globo 28/09/1984

177 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura julga filmes de Wladimir de Carvalho Última Hora 25/10/1984 CSC se reúne para julgar filmes políticos O Estado de São Paulo 25/10/1984 A censura volta a se assanhar Folha de São Paulo 14/02/1984 Nasce Uma Mulher, só para maiores Correio Braziliense 25/03/1984 Mantidos os cortes em Rio Babilônia Diário do Grande ABC 25/03/1983 Censura não libera filme de Neville Folha de São Paulo 25/03/1983 Folha Ilustrada pág. 31 'Rio Babilônia' aguarda julgamento do CSC Correio Braziliense 23/03/1983 'Rio Babilônia' ainda não pode ser exibido sem cortes Jornal do Brasil 25/03/1983 Caderno B pág. 1 As decisões do CSC sobre 'Parahyba', 'O Rei da Vela' O Estado de São Paulo 25/08/1983 Muito barulho por nada O Dia 06/10/1982 Cinema Censura em Cinema Tribuna da Imprensa 21.22/06/1980 Em Foco Censura quer regular importação de filmes para videocassete Jornal do Brasil 05/02/1983 6 Brasil estuda censura a cassetes e cabo-TV Jornal do Commercio 11/04/1982 6 Censura preocupada com TV a cabo e video-cassete O Globo 10/04/1982 5 Censura já de olho em vídeo-cassete e TV a cabo Correio Braziliense 11/04/1982 Nacional pág. 4 Vídeo -cassetes já preocupam censores Jornal de Brasília 09/04/1982 5 Cassetes ainda sem censura O Estado de São Paulo 11/04/1982 22 Abaixo o moralismo Jornal do Brasil 29/10/1989 Revista Domingo O anteprojeto da nova lei de censura O Estado de São Paulo 11/07/1984 Censor conservador defende filme que fala mal do governo Jornal do Brasil 06/05/1984 Comissão para lei de censura designada ontem O Estado de São Paulo 21/01/1984 Ackel muda tudo na censura e vai taxar pornografia Correio Braziliense 24/01/1984 Produtores abrem guerra contra censura e Ackel Correio Braziliense 21/01/1984 Solange vê com simpatia modificações na Censura Folha de São Paulo 03/02/1984 A nova velha censura Jornal do Brasil 09/08/1984 Conselho Superior veta nova lei de Censura Folha de São Paulo 02/08/1984 Censura: anteprojeto 'vetado' O Estado de São Paulo 02/08/1984 Conselho tenta amenizar a censura Correio Braziliense 13/06/1984 Com tesouras novas e as lâminas afiadas Correio Braziliense 08/09/1984 Censura deixa de ser caso de polícia Correio Braziliense 05/02/1984

178 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A Censura de volta Jornal do Brasil 11/09/1984 Caderno B Discutindo a lei Jornal da Tarde 28/08/1984 São Paulo Lei de Censura, porpostas O Estado de São Paulo 29/08/1984 Censura, muitas emendas ao anteprojeto O Estado de São Paulo 31/07/1984 Juristas atualizarão Censura Jornal do Brasil 24/01/1984 Sai em 90 dias a nova legislação sobre a Censura Folha de São Paulo 24/01/1984 Censura: os juristas consultarão sociedade Folha da Tarde 24/02/1984 Censura agora vai à 'crítica popular' O Estado de São Paulo 04/07/1984 Nova Censura só na terça-feira Folha de São Paulo 04/07/1984 Nova lei vai descentralizar a Censura Folha de São Paulo 02/07/1984 Mudança na Censura tem texto pronto O Globo 03/07/1984 Cinema examina em Assembléia Lei da Censura Gazeta Mercantil 14/07/1984 Censura sairá da Polícia para Gabinete do Ministro O Globo 08/04/1984 Continua difícil a mudança da lei de censura O Estado de São Paulo 08/04/1984 Mais rigor para nova lei de Censura Jornal de Brasília 04/07/1984 Censura através dos tempos O Estado de São Paulo 01/08/1984 A Censura avisa que não morreu Correio Braziliense 02/06/1984 Censura prévia é inadmissível Folha de São Paulo 27/10/1984 CSC libera, na íntegra, filme sobre Teotônio O Estado de São Paulo 26/10/1984 CSC não será modificado. É decisão do STF O Estado de São Paulo 24/03/1983 26 Nos meandros da Justiça, censura perde O Estado de São Paulo 10/07/1983 O projeto Madeira Jornal do Brasil 05/06/1979 Teatro Censura estuda reforma para se adptar à lei Jornal do Brasil 30/05/19879 Os super-funcionários e os filmes proibidos A Tarde 10/08/1976 Censura e Cultura (II) Opinião nº 125 28/03/1975 Festa e liberações no ato público Jornal da Tarde 30/07/1985 A Censura está errada Revista Veja nº 903 26/12/1985 Conselho de Censura pode ser reativado Folha de São Paulo 10/01/1987 Duas questões de bom 'censo' Folha de São Paulo 20/03/1985 Censura: ainda um alto preço a se pagar Diário do Grande ABC 23/01/1985

179 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura muda, mas não acaba, afirma Diretor O Globo 212/08/1985 Censura se democratiza e passa a reprimir apenas sexo, droga e violência Jornal do Brasil 25/08/1985 Homossexualismo na TV não é tolerado Jornal do Brasil 25/08/1985 Lucena pede o fim da censura prévia O Estado de São Paulo 07/06/1985 Sepultura para a tesoura Revista Isto É 07/08/1985 'A Censura acabou': há sinceridade nisso? O Pasquim 08/08/1985 Saiu estudo que liquida a Censura no país O Dia 09/08/1985 Lei de censura terá novo prazo para sugestões O Dia 09/08/1985 Lyra no Casa Grande começa a varrer o entulho autoritário Jornal do Brasil 30/07/1985 Censura acabou, diz Fernando Lyra Folha de São Paulo 31/07/1985 Abert critica timidez de comissão contra Censura O Globo 31/07/1985 Os negros anos de um país censurado Afinal 25/06/1985 Especial pág. 48 Artistas propõe mudança na Censura até o dia 30 O Globo 16/05/1985 Comissão propõe trocar censura por Defesa da Liberdade de Expressão Jornal do Brasil 16/05/1985 Censura com censura Jornal do Brasil 26/01/1986 Opinião pág. 11 Censura sem censura Jornal do Brasil 26/01/1986 Opinião pág. 11 Anteprojeto torna censura apenas classificatória O Globo 26/01/1986 7 A nova censura sai essa semana Folha de São Paulo 21/01/1986 Folha Ilustrada pág. 46 Duas ou três coisas que sabemos da censura Jornal do Brasil 31/01/1986 Caderno B pág. 2 Censura não é mais órgão de repressão Correio Braziliense 06/04/1985 O tributo do autoritarismo Jornal do Commercio 01/05/1985 Ricardo Cravo Albim quer o fim da censura política O Globo 13/02/1985 Duas propostas para a censura O Estado de São Paulo 30/05/1985 Abert pede fim da censura e critica cortes na televisão O Globo 05/03/1985 Escolhido novo diretor da Divisão de Censura Folha de São Paulo 20/03/1985 Extinguir a censura Folha de Sâo Paulo 15/02/1985 Censura outra vez: o baile das palavras Jornal do Brasil 10/06/1984 Especial pág. 04 Concine cria projeto que permite exibição de filmes proibidos Jornal de Brasília 19/10/1978 Cineastas aprovam documento pela liberdade de expressão Jornal do Brasil 03/04/1982 Caderno B pág. 2 Filmes que você não vai ver na TV ou nos cinemas Jornal da Tarde 23/04/1982 Cine Festival

180 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno O cinema política ainda sofre censura Folha de São Paulo 18/08/1983 Em debate, nosso cinema político Folha de São Paulo 04/08/1983 Folha Ilustrada Ciclo de cinema evoca Gláuber Folha de São Paulo 05/08/1983 Cinema político, tema de mostra e debate na 'Folha' Folha de São Paulo 02/08/1983 Parreira prega equilíbrio entre criação e censura Folha de São Paulo 17/04/1983 Fim da censura. Um apelo aos constituintes Jornal da Tarde 23/07/1987 Arte e Espetáculos pág. 15 Artistas estão em Brasília para derrubar censura O Globo 31/08/1987 7 Prata Palomares nas telas, após censura Diário do Grande ABC 21/02/1984 Cinema/ Lançamentos A censura de teatro e cinema ? 14/11/1946 Dia a Dia Grupo de trabalho sobre a censura fará relatório em 60 dias para Gama e Silva Jornal do Brasil 18/01/1968 Liberdade de expressão no teatro e no cinema Diário de São Paulo 04/09/1966 Um protesto em Brasília Jornal do Brasil 02/12/1967 Cineastas repelem ameças à liberdade de expressão Folha de Sâo Paulo 13/04/1982 5 Pra frente Brasil: começo de uma crise no cinema e na censura? Jornal da Tarde 06/04/1982 TV-E - o novo nome da censura Jornal do Brasil 29/07/1979 Caderno B Na última noite o FestRio cai no samba Correio Braziliense 28/11/1984 Na corte do Imperial Última Hora 27/10/1972 Quentes Rebu no cinema O Globo 22/07/1982 Cineastas denunciam censura A Tribuna 13/09/1978 Nova lei de censura vai ao Congresso Tribuna da Imprensa 02/01/1985 Censura não tem mais anteprojeto Jornal do Brasil 05/01/1985 Ackel suspende reformulação da Lei de Censura O Estado de São Paulo 05/01/1985 Censura veta quatro curtas em Cachoeira O Estado de São Paulo 11/09/1984 Cineastas repudiam a censura Jornal do Brasil 10/09/1984 Tapajós na Justiça para garantir filme na tela O Liberal 12/09/1984 Filme de Renato Tapajós vetado pela Censura O Povo 12/09/1984 Protestos marcam o início da Jornada Correio Braziliense 11/09/1984 XIV Jornada de Inema na Bahia não tem censura O Dia 09/09/1985 A censura dos filmes está ultrapassada Última Hora 01/05/1978 O Brasil no Festival: competindo e enfrentando a censura Jornal da Tarde 21/11/1984

181 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Entidades criticam nova censura Folha de São Paulo 29/05/1984 Impedida mostra de vídeo militante Folha de Sâo Paulo 29/05/1984 Liberdade de imprensa O Fluminense 09/08/1985 O escândalo Je Vous Salue Marie chega ao Brasil Correio Braziliense 13/11/1985 Je vous salue, liberdade Jornal do Brasil 24/11/1984 Affonso Romano de Sant'Anna Vozes femininas: já estamos no mercado O Globo 23/11/1985 Je vous salue festival Correio Braziliense 26/11/1985 Madeira defende a centralização das decisões da censura O Estado de São Paulo 14/07/1979 Filmes impróprios O Liberal 01/08/1976 Ainda da Censura Crítica 16 a 22/06/1975 21 A censura deve mudar de nome O Estado de São Paulo 12/04/1979 12 Cineastas denunciam excesso da censura Última Hora 24/08/1978 3 Intelectuais pedem o fim da censura Jornal do Brasil 13/10/1978 20 Comissão lamenta que censura fique O Globo 13/10/1978 7 A pior censura é o colonialismo cultural Última Hora 01/09/1979 2 A nova censura Última Hora 17/04/1979 2 Abrandamento da censura surpreende distribuidor O Globo 03/04/1979 Escritor condena censura á palavra mas defende-a em TV Jornal do Brasil 28/06/1979 16 Sai o censor, entra o 'examinador' O Estado de São Paulo 28/06/1979 Rio e São Paulo receberão logo decisões da Censura ‹‰‹–‡ƒ‡“—ƒ­ ‘ƒ“—‹ Jornal do Brasil 05/10/1972 Instituído o Conselho de Censura Jornal de Brasília 14/09/1979 A nova censura Jornal da Tarde 14/09/1979 As restrições Última Hora 12/03/1976 Armindo Blanco Amorim salienta censura econômica O Estado de São Paulo 31/05/1975 Censura rigorosa à publicidade de espetáculos Folha da Tarde 29/12/1976 O fim da censura Movimento 30/04 a 06/05/1979 21 Censura liberou a chinesa sem corte e quem tiver 18 anos pode ir vê-la Diário de Notícias 23/03/1968 Auto do censor censurado Jornal do Brasil 29/03/1968 DPF vigia os passos dos censores Tribuna da Imprensa 27/09/1967 Gama vê censura contra o teatro Correio da Manhã 03/10/1968

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Teatro, cinema e TV têm agora Conselho Superior de Censura Diário de São Paulo 03/12/1968 Filmes proibidos tinham passado pela Censura, mas General viu e não gostou Jornal do Brasil 26/05/1979 Governo libera censura para arte e literatura Correio Braziliense 10/04/1979 A tutela da censura O Estado de São Paulo 08/04/1979 Suplemento Cultural pág. 3 Censura: a abertura está nas gavetas do Ministério da Educação jornal do Brasil 25/03/1979 'Todos esperamos que não haja mais censura a livros e periódicos' Jornal do Brasil 10/04/1979 Cadeno B pág. 4 Ministro da Educação diz que censura se ajusta aos interesses de segurança Jornal do Brasil 17/07/1976 Aplausos e restrições para o tango de Bernardo Bertolucci Jornal do Comercio 19/02/1973 Como falar do palco quando a censura pede silêncio? Jornal do Brasil 16/07/1976 Manifesto pede fim da censura e do silêncio O Estado de São Paulo 26/01/1977 Censura - nunca se falou tanto nela Folha de São Paulo 31/01/1977 Folha Ilustrada Censura - manifesto tem mais pró do que contra Folha de São Paulo 27/01/1977 Folha Ilustrada 'Ao DPF para investigações' Jornal da Tarde 28/01/1977 7 Instalada a comissão que vai reformular a censura O Globo 08/03/1968 Projeto de Gama acaba a censura Correio da manhã 08/03/1968 Cineastas acusam censura de laboratórios Diário Popular 15/09/1978 Geisel mandou acabar a censura. Quem não cumpriu a ordem ou a ordem não era mesmo pra valer? Tribuna da Imprensa 29/09/1978 Nada sugere que a censura vá modificar a sua atual política O Estado de São Paulo 05/02/1978 Manifestações de artistas no Rio e em Belo Horizonte repudiam censura e opressão Jornal do Brasil 18/08/1978 Censura - 'Tudo o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda' Jornal do Commercio 07/09/1978 Caderno C pág. 8 Cineastas pedem hoje ao diretor da Censura que libere filmes proibidos Jornal do Brasil 27/07/1978 Filmes proibidos - anistia ampla, geral e irrestrita Manchete 17/11/1979 Censura - uma promessa de domar o fantasma do imoral Jornal do Brasil 05/09/1978 Caderno B A nova censura - com Madeira, a conversa amena em vez do tratamento de choque Jornal do Brasil 09/04/1979 Caderno B Censura - Plínio Marcos: 'um dia a corda racha' Correio Braziliense 01/06/1979 Plínio Marcos duvida do fim da censura Jornal de Brasília 01/06/1979 Nacional pág. 8 Censura - um palavrão (quase) em extinção Última Hora 16/04/1979 Caderno B Pág. 4 - José Carlos A censura censurada Jornal do Brasil 16/07/1976 Oliveira Dalton Trevisan censurado. Em boa companhia Jornal da Tarde 28/07/1976 A censura, autodefinida Jornal do Brasil 13/07/1976

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Os documentos da censura Jornal do Brasil 18/06/14978 Especial Censura política Revista Visão nº 16 19/04/1982 O novo Conselho Federal de Censura Jornal do Brasil 03/07/1982 Caderno B E a censura adia o julgamento de dois filmes. Sob protestos Jornal da Tarde 17/09/1982 Euclides Mendonça deixará o CSC depois das eleições O Estado de São Paulo 12/09/1982 19 Artistas comparecem à reunião do CSC. Em pauta, 'O Rei da Vela' O Estado de São Paulo 16/09/1982 22 Conselho de Censura não julga 'O Rei da Vela' e diretor denuncia manobra Jornal do Brasil 17/09/1982 6 Polícia Federal devolverá os pareceres sobre 'Pra Frente' Folha de São Paulo 17/09/1982 Folha Ilustrada pág. 40 Cineasta na Censura: a abertura está podre Tribuna da Imprensa 17/09/1982 5 Censura adia decisão sobre filmes e irrita cineastas O Globo 17/09/1982 5 'Rei da Vela' será examinado pelo Conselho Folha de São Paulo 15/09/1982 Folha Ilustrada pág. 34 Conselho de Censura terá novo presidente em novembro O Globo 18/09/1982 7 Perfil Jornal do Brasil 22/09/1982 Zózimo pág. 3 Ackel quer a censura bem longe e Rosa assume Correio Braziliense 21/09/1982 Calígula, o avesso pelo avesso Folha de São Paulo 08/10/1982 Folha Ilustrada pág. 41 Censura: batalha jurídica declarada O Estado de São Paulo 07/10/1982 22 Lições de Brasil Folha de São Paulo 08/10/1982 Folha Ilustrada pág 41 Caso 'Calígula' e a ameaça do código de censura O Estado de São Paulo 06/10/1982 23 Conselho de Censura adia julgamento de Pra Frente, Brasil A Gazeta 27/08/1982 Censura adia decisão e revolta cineastas Diário da Manhã 17/09/1982 Censura prejudica PDS? Correio Braziliense 18/09/1982 Diretora da Censura mostra por que retirou os pareceres Jornal do Commercio 11/09/1980 Diretora de Censura alega poderes: abafou pareceres O Dia 11/09/1982 Folha Ilustrada, Painel da Calígula Folha de Sâo Paulo 01/10/1982 Ilustrada pág. 37 'Calígula' vai às telas, mesmo estando proibido Folha de Sâo Paulo 30/09/1982 Folha Ilustrada pág. 42 Ackel tenta tirar filme dos cinemas O Estado de São Paulo 30/09/1982 26 Ubaldo, o brasileiro Revista Isto É nº300 22/09/1982 Henfil pág. 122 'Calígula' vai continuar nos cinemas O Estado de São Paulo 02/10/1982 7 Caso Pra Frente Brasil: inquérito conclui que não há culpado Jornal da Tarde 28/09/1982 Vendo e aprendendo Folha de Sâo Paulo 01/10/1982 Editorial pág. 2

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A questão da Censura Jornal do Brasil 02/10/1982 Editorial pág. 10 Uma boa briga. Assunto: censura Jornal da Tarde 18/11/1982 Censura, a prática dá cria também nos palcos Folha de São Paulo 04/11/1982 Folha Ilustrada pág. 32 Pareceres da Censura serão exibidos aos conselheiros Folha da Tarde 20/11/1982 Censura não mais permitirá intromissão da P. Federal Jornal de Santa Catarina 19/11/1982 Conselho Superior de Censura exige fim de parecer secreto O Dia 18/11/1982 Censura se rebela contra rolha da PF Tribuna da Imprensa 18/11/1982 Rio pág. 6 Conselho de Censura suspende as reuniões Última Hora 18/11/1982 6 Em protesto, CSC suspende reuniões O Estado de São Paulo 18/11/1982 32 Chega o fim a novela e Calígula fica em cartaz Folha de São Paulo 14/10/1982 Folha Ilustrada pág. 38 Procuradoria desiste do mandado contra 'Calígula' O Estado de São Paulo 14/10/1982 20 Censura provoca ato de protesto do Conselho Folha de São Paulo 18/11/1982 40 Apenas um 'pretexto caligular' Folha de São Paulo 16/10/1982 Folha Ilustrada pág. 35 E enquanto a censura não vem poucos resistem à 'Calígula' Folha de São Paulo 12/10/1982 Folha Ilustrada pág.19 Conselho de Censura faz primeira sessão secreta O Globo 18/11/1982 15 Quando a diplomacia derrota a censura O Estado de São Paulo 28/10/1982 Uma saída política para o impasse na Censura? O Estado de São Paulo 20/11/1982 21 OK, Censura, você venceu Revista Isto É nº308 03/11/1982 Blitz Censura de filmes está dando lucro a cinemas Gazeta de Vitória 22/10/1982 Mistérios da Censura, entre idéias abreviadas Folha de São Paulo 28/10/1982 Folha Ilustrada pág. 42 Censura Jornal da Tarde 25/06/1982 Euclides Mendonça e seu sucessor no CSC debatem justiça e censura O Estado de São Paulo 07/11/1982 45 Autor intimado a 'explicar' conto O Estado de São Paulo 27/08/1982 21 Mais mobilização contra a censura O Estado de São Paulo 20/08/1982 20 Congresso em Brasília vai debater censura Tribuna da Imprensa 20/09/1982 6 Julgamento de 'Pra Frente' só ano que vem Folha de São Paulo 27/08/1982 Folha Ilustrada pág. 40 Artistas organizam comitê para lutar contra Censura O Globo 20/08/1982 5 Censura política, problema ainda real na arte O Estado de São Paulo 21/11/1982 46 Conselho obtém uma primeira vitória Folha de São Paulo 20/11/1982 Portaria causa impasse na Censura Federal Jornal de Brasília 16/11/1982

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Pré-natalinas Folha de São Paulo 17/12/1982 O filme Pra Frente, Brasil liberado sem qualquer corte Correio do Povo 16/12/1982 Devagar, mas pra frente Revista Isto É nº314 29/12/1982 82 Representante da ABI critica decisão de Ackel Folha de São Paulo 15/12/1982 Folha Ilustrada pág. 34 Vitória da negociação Revista Isto É nº313 22/12/1982 57 Que o público julgue Folha de Sâo Paulo 19/12/1982 Censura não será caso de polícia O Estado de São Paulo 21/12/1982 Censura Jornal do Brasil 22/12/1982 6 Além da Censura Jornal do Brasil 17/12/1982 Editorial pág. 10 Jaguar Tribuna da Imprensa 17/12/1982 4 A censura revista Diário da Manhã 18/12/1982 Pronto o projeto para mudança da Censura Federal Folha de São Paulo 24/12/1982 Folha Ilustrada pág.28 Censura voltará à carga contra filme sobre drogas O Dia 18/12/1982 O poder maligno das censoras Folha de São Paulo 10/12/1982 Folha Ilustrada pág. 42 Quiprocó e arranca rabo nos pornôs O Povo 18/11/1982 MEC cria Conselho para incentivar campanha que preserva valores morais Jornal do Brasil 15/04/1982 22 Permissividade Jornal do Brasil 19/05/1982 Caderno B - Cartas pág. 2 Mesmo os maldizentes gostam... certo? Gazeta de Notícias 23/05/1982 Folha Ilustrada pág. 34 - Helena Sob o falso moralismo, a nudez política Folha de São Paulo 20/01/1982 Silveira vê TV A cruzada moral e o aborto O Estado de São Paulo 26/03/1982 2 Seminário sobre a censura, um festival de protestos Folha de São Paulo 21/05/1980 Artistas, todos contrários às restrições O Estado de São Paulo 21/05/1980 17 Rio rejeita seminário de censura Folha de São Paulo 29/05/1980 Censura posta em questão durante seminário Correio Braziliense 11/06/1980 Liberdade não é ver Emanuelle sem roupa Folha de São Paulo 22/05/1980 29 Seminário de censura: resultados? O Estado de São Paulo 24/05/1980 16 Em 3 dias, só uma sugestão no Seminário sobre Censura Folha de São Paulo 24/05/1980 27 Seminário agrada chefe da Censura Jornal do Brasil 24/05/1980 Seminário sobre censura: pra quê? O Estado de São Paulo 23/05/1980 Seminário de Censura no Rio: a mesma contestação O Estado de São Paulo 29/05/1980

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A censura, debatida livremente Jornal da Tarde 21/05/1980 Censurados e censores, juntos, no 1º Seminério sobre Censura Diário Popular 23/05/1980 Censura: um debate público O Estado de São Paulo 20/05/1980 Censura realizará série de seminários Tribuna da Imprensa 25/04/1980 2 Amanhã, os limites do poder censório O Esatdo de São Paulo 21/05/1980 17 Termina seminário sobre a censura O Estado de São Paulo 14/05/1981 31 Sexo no cinema, debate do Conselho de Censura Folha de São Paulo 12/05/1981 25 Um 'código especial' no lugar da censura institucionalizada? O Estado de São Paulo 31/05/1980 18 Censura quer ouvir agora platéia sobre espetáculos Tribuna da Imprensa 05/11/1981 6 Censura em debate no Ruth Escobar Folhad e São Paulo 13/07/1980 33 Censura debate programas de TV com entidades, Igreja e público O Globo 05/11/1981 7 Começa hoje seminário sobre a Censura O Globo 02/12/1981 5 Abi -Ackel não aprova censura governamental O Esatdo de São Paulo 03/12/1981 23 TV, música e censura. Com a palavra: Cravo Albim Correio Braziliense 13/05/1981 17 Censura fará seminário volante em São Paulo, Rio e Brasília Folha da Tarde 26/04/1980 Censura: um debate público O Estado de São Paulo 20/05/1980 Seminário sobre Censura encerra debates no Rio O Globo 31/05/1980 3 Seminário ouve depoimentos de artistas brazilienses Correio Braziliense 12/06/1980 Ambiguidades no encontro de censura O Estado de São Paulo 25/05/1980 De olho na censura Diário Popular 02/11/1980 Censura Cidade de Santos 19/09/1984 Censura controlando exibidor Última Hora 14/06/1975 Censura tira outro filme de cartaz Última Hora 29/11/1975 Joquim Pedro de Andrade & a Censura Federal Crítica 3 a 9/02/1975 17 Censura proíbe 'Último Tango' Diário da Noite 29/03/1974 'O Exorcista' vai dia 30 à Censura Jornal do Brasil 24/04/1974 Censura proíbe filmes imorais Última Hora 03/09/1974 Censura veta filmes a capa de um disco Jornal do Brasil 05/09/1974 Sindicatos pedirão de novo liberação de filmes nacionais Jornal do Brasil 06/07/1973 Censura proíbe mais um filme Jornal do Brasil 14/09/1973

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Apreensão Última Hora 08/09/1973 'Independência ou Morte' com censura até 10 O Estado 15/09/1972 Censura proíbe a Fossa Correio da Manhã 09/08/1968 Censura volta a proibir Diário de Notícias 14/08/1968 Censura proíbe livro e filme pornográficos Jornal de Brasília 09/06/1976 Censura apreende filme O Estado de São Paulo 02/06/1976 Art troca nome de filme para enganar a Censura Federal Jornal de Brasília 02/0/1976 Desespero da Ilha A Notícia 02/06/1976 Censura de Brasília A Província do Pará 10/06/1976 O veto da censura nas imagens críticas do Festival de Curta-metragem Jornal do Brasil 29/06/1976 Censura libera 'Cabeças Cortadas' de Glauber Rocha Diário de Pernambuco 19/10/1978 Manifesto contra a censura do Super 8 O Estado de São Paulo 31/10/1978 Censura ainda não liberou 'Morte e Vida' Tribuna da Imprensa 24/11/1978 DPF proíbe Mojica Última Hora 17/11/1978 Filme sobre exílio político está proibido Correio do Povo 12/12/1978 Censura poderá rever os fillmes proibidos O Estado de São Paulo 20/10/1978 19 Censura ataca outra vez Tribuna da Imprensa 12/12/1978 Censura libera um filme de Glauber Jornal de Brasília 19/10/1978 7 'Casanova' liberado Jornal de Brasília 13/09/1978 Censura libera Casanova e Carvana promove O Malandro A Notícia 02/09/1978 Petrônio libera filmes, livros e peças eróticas Tribuna da Imprensa 10/04/1979 7 Polícia Federal proíbe filme sobre anistia Tribuna da Imprensa 03/04/1979 5 Petrônio quer abrandar censura para mostrar 'Emanuelle' como arte Jornal do Brasil 23/03/1979 9 Conselho de Censura libera filmes e não quer obras cortadas O Fluminense 20/12/1979 CSC libera filme proibido há 1 ano Jornal de Brasília 15/11/1978 Livre da Censura Jornal de Brasília 26/10/1979 Censura libera sem cortes nove filmes anteriormente proibidos Correio do Povo 07/12/1979 9 Conselheiros liberam nove filmes O Estado de São Paulo 07/12/1979 18 Polícia federal proíbe documentário Jornal do Brasil 03/04/1979 Censura começa a liberar filmes Diário de Pernambuco 23/10/1979

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Os filmes fazem fila à porta da 'abertura' Jornal do Brasil 14/10/1979 Caderno B Censura vencida Última Hora 07/11/1979 2 Censura libera o filme sobre Gregório Bezerra Tribuna da Imprensa 10/11/1979 3 Leucemia - o (ainda censurado) grito pela anistia Tribuna da Imprensa 12/11/1979 10 Censura - mais três filmes liberados Jornal da Tarde 13/11/1979 Mais 3 filmes liberados pela Censura O Estado de São Paulo 13/11/1979 23 Censura libera 3 filmes O Globo 13/11/1979 8 Só 15 estão agora pendentes na censura Tribuna da Imprensa 13/11/1979 2 Conselho libera 'Leucemia' Jornal do Brasil 15/11/1979 8 Censura libera 'leucemia' mas seu autor reclama Tribuna da Imprensa 15/11/1979 2 Censura libera filme 'Leucemia' e as músicas de Geraldo Vandré O Dia 15/11/1979 'Último Tango em Paris' foi liberado sem cortes Correio do Povo 06/11/1979 11 Censura Federal proíbe '25' Jornal de Brasília 10/02/1979 Censura libera filme '25' O Fluminense 05/05/1979 A Censura vai acabar. Ainda vale a pena ver o pacote dos proibidos? Revista Manchete 04/05/1979 Cinema Censura pode liberar mais filmes eróticos Tribuna da Imprensa 10/12/1979 5 'Contos Eróticos', agora liberado sem nenhum corte O Estado de São Paulo 20/12/1979 Cineasta recorre contra Concine O Estado 23/10/1980 Conselho de Censura livre 'O Império dos Sentidos' O Povo 13/09/1980 Crônica e Joe Hill, finalmente liberados Diário do Grande ABC 10/10/1980 O Império dos Sentidos e Brubaker, liberados Diário do Grande ABC 01/11/1980 O Império dos Sentidos O Dia 09/11/1980 Filme de Gravas só em janeiro Correio Braziliense 05/10/1980 A Rebelde, proibido pela Censura, agora nas telas Notícias Populares 07/12/1980 'Estado de Sítio' vai ser julgado Correio Braziliense 04/12/1980 O 'Império' liberado Correio Braziliense 12/09/1980 Variedades pág. 32 Clássico do cinema erótico poderá ser liberado pelo CSC Correio Braziliense 05/09/1980 Censura Jornal de Brasília 05/12/1980 Documentário sobre Jari está liberado O Estado de São Paulo 17/12/1980 Censura não libera antes do dia 15 de janeiro Jornal do Brasil 03/12/1980 Caderno B Pág. 1

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura decide hoje se libera 'Estado de Sítio' O Globo 04/12/1980 5 Três filmes ameaçam Conselho de Censura Jornal do Brasil 03/04/1980 Sem cortes Jornal do Brasil 11/11/1980 Liberada sem cortes a obra-prima de Nagisa Oshima Jornal do Brasil 12/09/1980 Caderno B pág. 2 Um filme desafia as censuras Jornal do Brasil 16/08/1980 9 Censura proíbe filme do grego Costa-Gravas Folha de São Paulo 30/08/1980 Folha Ilustrada pág. 25 Censura Folha de São Paulo 29/01/1977 Censura ou incompetência ameaçam filmes participantes desta Mostra Correio do Povo 28/05/1980 'Mimi' e 'A Classe Operária', sete anos depois da censura O Estado de São Paulo 15/05/1980 20 Emanuelle na censura Jornal do Comércio 03/02/1980 Motim liberado Revista Veja 07/05/1980 25 Censura ainda retém mais de 400 filmes Folha de São Paulo 09/05/1980 Conselho de Censura libera mais três filmes Folha de São Paulo 13/06/1980 Após as críticas, CSC libera mais cinco obras O Estado de São Paulo 13/06/1980 'Emanuelle' e 'Encouraçado Potemkin', agora liberados O Estado de São Paulo 15/02/1980 19 Após liberação, distribuidores ameaçam não apresentar 'Z' O Estado de São Paulo 01/02/1980 Filme preso pode ser liberado Última Hora 07/07/1980 Censura decide hoje sobre 31 filmes proibidos Estado de Minas 07/10/1980 Distribuidora pede liberação de 31 filmes Folha de São Paulo 28/05/1980 'Zabriskie Point' foi liberado pela Censura Correio do Povo 07/03/1980 8 Dois filmes liberados pelo Conselho O Estado de São Paulo 07/03/1980 Antes da estréia, cortes da Censura Jornal da Tarde 10/12/1980 Censura: 'Estado de Sítio' pode ser liberado hoje Jornal da Tarde 04/12/1980 Censura libera 2 filmes Estado de Minas 07/03/1980 Censura libera sem corte o filme 'Zabriskie Point' O Globo 07/03/1980 6 Estado de Sítio - um ano de debates na censura, a estréia sem duas cenas e seis legendas Jornal do Brasil 14/07/1981 Algo está muito errado Luta Democrática 12/09/1975 Editorial Ficou mais difícil divulgar filme ruim Folha de São Paulo 02/01/1977 Um pedido para fortalecer censura Folha de São Paulo 23/07/1981 Folha Ilustrada pág. 33 Governo amplia Conselho de Censura para combater onde de pornografia O Globo 21/05/1981 6

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura sustenta que pornografia é inevitável Folha da Tarde 18/03/1981 Remédio eficaz O Globo 10/02/1981 Carlos Swann pág. 10 Um cruzado quer censurar o 'Império dos Sentidos' Correio Braziliense 08/04/1981 Conselho de Censura liberal com erotismo Folha de São Paulo 13/03/1981 35 Produtores pedem para Abi-Ackel eqüidade na censura dos filmes Correio do Povo 21/01/1984 Conselhos e Censuras Jornal de Brasília 23/02/1984 Caderno Leitura pág. 19 Censura não será um caso de polícia Correio Braziliense 23/02/1984 Por Kido Guerra pág. 21 Cinema nacional estrila contra as amarras da Censura Federal O Dia 21/01/1984 'Censura Federal compreomete o cinema nacional' O Estado de São Paulo 21/01/1984 Censura está prejudicando o cinema Última Hora 21/01/1984 Censura prejudica cinema brasileiro Tribuna da Imprensa 21/01/1984 Censura julga recurso de 6 filmes 5ª feira Correio Braziliense 10/01/1984 Cineasta protesta e Censura libera filme Folha de São Paulo 13/01/1984 Cineastas denunciam ação discriminatória da censura em filmes A Gazeta 21/01/1984 Censura volta a proibir filmes Tribuna da Imprensa 10/09/1984 Censura volta a proibir filmes e peças de teatro O Dia 09/09/1984 Conselho de censura volta a funcionar Diário Popular 18/09/1984 Liberado, sem cortes, 'Profissão Mulher' Folha de São Paulo 10/06/1983 A subversão indígena Revista Isto É 27/04/1983 53 Verdade, único critério para o ato da censura O Estado de São Paulo 15/04/1983 17 Violência gera polêmica no Conselho Superior de Censura Folha de São Paulo 15/04/1983 Censura veta Rita Lee e libera filmes O Estado de São Paulo 14/10/1983 16 Censura libera filme de Joffre Rodrigues Jornal de Brasília 13/10/1983 Dois pesos Jornal do Commercio 26/08/1983 Maiores de 16 anos já podem ver 'Parahyba' ? 29/09/1983 Cinema - Celso Marconi Filmes recebem censura política Folha de Goiáz 08/12/1983 Filmes liberados O Popular 10/11/1983 O que a Censura examinará hoje Última Hora 14/06/1983 Cristhiane F é livre mas com dois cortes Tribuna da Imprensa 02/02/1983 2 Censura veta filme e alega incompetência Tribuna da Imprensa 19/02/1983 2

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Abi Ackel libera 'Cristiane F...' mas com dois cortes Folha de São Paulo 02/02/1983 28 Jardel censurado Folha da Tarde 23/02/1983 Censora libera filme mas não suporta sexo Tribuna da Imprensa 02/03/1983 3 Black-Tie liberado com cortes para TV Diário do Grande ABC 26/02/1983 'Black Tie' na TV só sem seios da deputada Tribuna da Imprensa 26 e 27/02/1983 3 Censura impede filme em Gramado Correio do Povo 19/2/1983 Festival Mais rigor no Conselho Superior de Censura Jornal da Tarde 24/04/1982 Censura libera Pra frente Brasil Jornal da Tarde 16/12/1982 Abi -Ackel libera filme com cortes o Globo 15/12/1982 8 Exibição proibida Correio Braziliense 03/12/1982 Liberações e cortes só após discussões agitadas O Estado de São Paulo 26/02/1983 17 'Eles não usam black-tie' é liberado para TV com cortes O Globo 26/02/1986 6 Censura dia decisão sobre 'Black-Tie' na televisão O Globo 05/02/1983 Abi -Ackel libera filme mas mantém corte da censura Jornal do Brasil 15/12/1982 15 Ataque -suspresa Revista Veja nº741 17/11/1982 Cinema pág. 181 'O rei da Vela' e 'Ao Sul do meu Corpo': vitória de dois bons conselhos Jornal de Brasília 22/10/1982 Roteiro - Cinema TFR mantém 'Calígula' em cartaz. Governo vai recorrer O Globo 05/10/1982 8 Censura libera exibição do filme 'O Rei da Vela' Jornal de Brasília 22/10/1982 'Calígula' é retirado de cartaz por decisão do TFR O Globo 21/10/1982 8 Censura examina filmes brasileiros O Globo 20/10/1982 6 O julgamento do rei Folha de São Paulo 20/10/1982 Folha Ilustrada pág. 33 Calígula sai mesmo de cartaz Última Hora 21/10/1982 3 'Rei da Vela', liberado. Caetano, censurado O Estado de São Paulo 20/10/1982 30 Censura libera 2 filmes e proíbe músicas e peça Jornal do Brasil 22/10/1982 8 Censura proíbe música de Caetano e peça teatral O Globo 22/10/1982 7 Liminar suspende a exibição do filme 'Calígula' Folha de São Paulo 21/10/1982 Folha Ilustrada pág. 40 TFR suspende o filme 'Calígula' em todo o país Jornal do Brasil 21/10/1982 14 Censura libera 'Rei da Vela' Folha da Tarde 22/10/1982 Folha Ilustrada - Painel da Juiz em questão Folha de São Paulo 04/11/1982 Ilustrada, pág. 33 Tribunal retira filme 'Calígula' de cartaz Estado de Minas 21/10/1982

192 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno 'Calígula', recurso contra O Estado 16/10/1982 Censura libera 'O Rei da Vela' Folha de São Paulo 22/10/1982 Folha Ilustrada pág.42 'Calígula', proibido em todo o país Folha de São Paulo 22/10/1982 Folha Ilustrada pág. 42 Justiça ordena retirada de 'Calígula' das telas do Rio-SP O Dia 21/10/1982 Calígula Revista Isto É nº305 27/10/1982 94 Juiz determina retirada do filme 'Calígula' de cartaz Gazeta de Vitória 21/10/1982 TFR determina retirada de 'Calígula' de cartaz O Estado de São Paulo 21/10/1982 Conselho libera filme mas diretora da Censura recorre contra a medida Jornal do Brasil 10/11/1982 Mandado de segurança pode tirar 'Calígula' de cartaz O Estado 06/10/1982 Diretora da Censura vai contra liberação de filme O Estado de São Paulo 11/11/1982 31 Recurso libera exibição de 'Calígula' em oito capitais O Globo 30/09/1982 7 Censura não libera o filme 'O Rei da Vela' Jornal do Commercio 17/09/1982 Filme de Raffaelli liberado e apreendido Diário do Grande ABC 03/09/1982 Folha Ilustrada, Painel da Calígula Folha de São Paulo 02/10/1982 Ilustrada pág.37 Justiça recorre ao TFR contra a exibição de 'Calígula' O Globo 01/10/1982 6 'Calígula' poderá ser retirado de cartaz ainda hoje O Estado de São Paulo 01/10/1982 Justiça Federal libera 'Calígula' sem cortes, para maiores de 18 anos Jornal do Brasil 30/09/1982 Tribunal libera filme O Estado de São Paulo 04/09/1982 16 Censura Correio Braziliense 27/08/1982 Autor não fala sobre 'Filha de Delegado' Tribuna da Imprensa 30/08/1982 CSC recomenda veto a 'lixo estrangeiro' Jornal do Commercio 28/07/1982 Liberações na reunião do CSC O Estado de São Paulo 28/07/1982 22 A bela e a fera O Globo 28/07/1982 Carlos Swann pág. 10 Censura libera pornochanchadas e não julga 'Pra Frente Brasil' O Globo 28/07/1982 6 Peça premiada é proibida pouco antes da estréia Folha de São Paulo 26/07/1982 Folha Ilustrada pág. 23 Justiça libera mais 3 filmes eróticos sem cortes O Dia 20/07/1982 Justiça libera filme por ordem do TFR O Globo 17/07/1982 6 'O Homem que virou Suco' não poderá ser visto na TV Jornal do Brasil 17/07/1982 Caderno B pág. 1 A decisão de ontem: proibição para dois filmes Jornal da Tarde 02/07/1982 Liberado 'Missing' com dois cortes Jornal do Brasil 01/07/1982 Caderno B pág. 7

193 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura Federal confirma aliberação de 'Missing' Folha de São Paulo 01/07/1982 Folha Ilustrada pág. 40 Censura mutila Das Tripas Coração Última Hora 02/07/1982 5 Tribunal libera dois filmes proibidos Folha de São Paulo 25/06/1982 Folha Ilustrada pág. 49 Sinal verde Jornal do Brasil 20/06/1982 Zózimo pág. 3 Pergunta Jornal do Brasil 14/06/1982 Caderno B, Zózimo, pág. 3 TFR libera o filme 'A mulher e... La Bete' Jornal de Brasília 30/05/1982 Cidade Liberação de filme terá recurso junto ao Supremo Correio Braziliense 30/05/1982 TFR libera o filme 'A mulher e a besta' O Globo 28/05/1982 5 Liberação de filme pelo TFR agrada Conselho de Censura O Globo 29/05/1982 6 TFR libera 'La femme et la Bête' Jornal do Brasil 28/05/1982 7 Sustada interdição de filme Folha de São Paulo 28/05/1982 42 A liberação para dois filmes O Estado de São Paulo 28/05/1982 20 Liberado filme de Zé Celso, só depois do festival Folha de São Paulo 27/05/1982 Folha Ilustrada pág. 35 Censura veta peça com poema de Castro Alves Folha de São Paulo 13/05/1982 40 Boa noite, General. Aceno ainda duvidoso Jornal de Brasília 20/05/1982 Roteiro CSC: 'Boa noite, General' para maiores de 16 anos O Estado de São Paulo 20/05/1982 27 Censura libera 'Boa noite General' e cria comissão para a TV O Globo 20/05/1985 7 Conselho libera peça proibida pela Censura Folha de São Paulo 20/05/1982 44 Censura aprova peça Boa Noite, general Última Hora 20/05/1985 5 'Pra Frente, Brasil', em exame Folha de São Paulo 17/05/1982 Folha Ilustrada Pág. 25 Produtora de cinema recorre contra ato de ministro Folha da Tarde 01/04/1982 Conselho adia julgamento da peça de Vianey Jornal de Brasília 24/04/1982 Conselho de Censura adia decisão sobre a peça 'Boa Noite, General' P Globo 24/04/1982 5 CSC recrudesce: peça tem censura mantida Jornal do Commercio 24/04/1982 Conselho de Censura debate hoje veto a peça política O Globo 23/04/1982 6 CSC julga dez obras e discute a censura política Jornal da Tarde 23/04/1982 Estrada acidentada Revista Isto É nº278 21/04/1982 Censura pág. 30 Sindicato ilude os federais Jornal do Brasil 14/04/1982 Censura veta outro filme, agora no ABC Jornal do Commercio 14/04/1982 ABC: Censura impede estréia de filme O Globo 14/04/1982 6

194 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura veta peça teatral por incitar contra o regime Folha de São Paulo 13/04/1982 5 Censura proíbe peça por considerá-la capaz de incitar contra o regime Jornal do Brasil 13/04/1982 4 Só três entre 13 filmes liberados Tribuna da Imprensa 19/03/1982 2 A censura volta ao ataque Jornal da Tarde 19/03/1982 Censura liberou Filhos e Amantes Diário da Manhã 24/02/1982 Hoje no Cinema Liberado ontem o filme 'Filhos e Amantes' Folha de São Paulo 19/02/1982 Folha Ilustrada pág. 36 Conselho reexamina cortes em 'Filhos e Amantes' Folha de São Paulo 17/02/1982 34 Filme proibido pode ser liberado Folha de São Paulo 15/01/1982 Folha Ilustrada pág. 43 Censura libera mais filmes tanto para TV como cinema Diário Popular 16/01/1981 'Estado de Sítio' só pode passar com um único corte Tribuna da Imprensa 28/01/1981 11 Foi liberado o Estado de Sítio Luta Democrática 16/01/1981 Censura mete a tesoura no Estado de Sítio Tribuna da Imprensa 16/01/1981 2 Censura tem 45 dias para dar decisão sobre filme Correio do Povo 23/01/1981 5 Ministro vê liberação do 'Estado de Sítio' Estado de Minas 25/01/1981 11 Porta aberta O Globo 15/08/1981 Carlos Swann Censura do Maranhão proíbe 'Lúcio Flávio' O Estado de São Paulo 20/05/1981 CSC examina assuntos pendentes O Estado de São Paulo 12/02/1981 14 'Estado de Sítio' é liberado com cortes Correio Braziliense 16/01/1981 6 'Calígula' luta com a Censura O Estado de São Paulo 06/03/1981 15 'Estado de Sítio', agora decisão para Abi-Ackel O Estado de São Paulo 16/01/1981 16 Conselho vai indagar sobre censura a filme Jornal de Brasília 19/11/1981 Riocentro, tema vetado na jornada de curtas O Popular 11/09/1981 Minoria absoluta O Globo 18/09/1981 10 Filme sobre Riocentro é censurado Jornal de Brasília 11/09/1981 Conselho de Censura revê hoje obras proibidas o Globo 17/09/1981 7 CSC libera filmes, nove músicas e 'Oh Calcutá' Estado de São Paulo 18/09/1981 20 Censura libera Macunaíma para exibição na TV com um corte na trilha sonora Jornal do Brasil 18/09/1981 8 'Macunaíma' liberado para televisão Folha de São Paulo 18/09/1981 35 Censura libera 'Dona Flor' para TV e proíbe Pasolini O Globo 09/10/1981 8 Pela Cultura e Porno-desenho O Globo 24/12/1981 12

195 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura libera filme e disco de poemas Folha de São Paulo 13/02/1981 35 'Calígula' proibido pela Censura Jornal do Brasil 10/07/1981 Caderno B pág. 2 'Calígula' não terá cortes, nem exibição Folha de São Paulo 11/07/1981 Folha Ilustrada pág. 25 Filme retirado de cartaz em Recife O Globo 18/07/1981 7 Censura poríbe meios de comunicação de veicular disco de deputado cassado Jornal do Brasil 13/02/1981 14 Guerrilha liberada O Globo 14/02/1981 Ibrahim Sued pág. 24 'Estado de Sítio' no circuito comercial Folha de São Paulo 25/03/1981 21 Censura só proíbe 4 em 15 filmes Jornal do Brasil 21/08/1981 14 Censura examina hoje dez filmes O Globo 14/04/1981 5 Censura decide sobre filmes e composições Correio do Povo 15/04/1981 5 Conselho de Censura libera nove filmes para televisão O Globo 26/03/1981 9 Conselho de Censura libera mais oito filmes para TV O Estado de São Paulo 26/01/1981 19 Conselho de Censura veta oito filmes para televisão Última Hora 02/06/1981 8 Percalços da liberdade Revista Isto É nº262 30/12/1981 78 Cacex pede ao governo fim da censura nas exportações de discos, filmes e livros Jornal do Brasil 20/10/1980 23 Texto certo Revista Veja nº645 14/01/1981 56 Censura, não. Autocensura Jornal do Commercio 21/12/1980 'Z' é um barômetro da democracia' Jornal do Brasil 02/04/1980 Conselho de Censura será extinto Folha de São Paulo 16/01/1986 Folha Ilustrada pág.32 E a Censura vai mudar, afinal? Jornal de Brasília 15/03/1986 Artes e Espetáculos Pág. 23 Normas para censura de filmes Gazeta Mercantil 12/07/1986 São Paulo Coriolano joga na defesa Correio Braziliense 05/04/1985 APARTE pág. 19 Nova vítima da tesoura Revista Isto É nº506 03/09/1986 Censura pág. 45 Censura Tribuna da Imprensa 07/05/1986 Cartas pág. 4 Corrêa deseja impor censura à pornografia O Esatdo de São Paulo 22/02/1989 6 Arquivo Nacional exuma Censura Correio Braziliense 21/05/1989 Caderno 2 pág. 3 Ordem é liberar com responsabilidade Jornal de Brasília 08/10/1988 Caderno 2 pág. 8 Comissão extingue a censura; tarefa do censor será menor Gazeta do Povo 11/08/1988 Defesa da liberdade de Criação e Expressão Gazeta de Notícias 30/11/1988 O Guia do Barnabé Proibida toda e qualquer forma de censura no país O Globo 31/08/1988 5

196 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura poderá sobreviver na próxima Constituição Folha de São Paulo 29/05/1988 Folha Ilustrada pág. 56 Constituinte acaba com todos os tipos de censura o Globo 25/05/1988 Política pág. 5 Sai censura, entra liberdade Correio Braziliense 13/07/1988 APARTE pág. 28 Um SOS contra a censura Jornal da Tarde 13/07/1988 18 Conselho de Censura tem novo presidente O Estado de São Paulo 01/09/1988 20 Arrumando a casa para a liberdade Jonal de Brasília 12/10/1988 Caderno 2 pág. 8 Conselho defende a liberdade Zero Hora 07/10/1988 Programa Ah, liberdade! Correio Braziliense 12/10/1988 APARTE pág. 23 Agora, é proibido proibir Jornal de Brasília 05/10/1988 Caderno 2 pág. 7 Decreto extingue Conselho de Censura O Estado de São Paulo 29/09/1988 19 O drible da Constituição Correio Braziliense 30/09/1988 APARTE pág. 32 Justiça muda normas para censura de filmes Folha de São Paulo 22/10/1988 A-4 Conselheiros ainda temem a Censura Jornal do Brasil 27/10/1988 8 Classificação substitui censura O Liberal 05/07/1988 7 Censura deve sair da óbita do DPF Correio Braziliense 05/04/1988 12 A velha tesoura pode ser aposentada Jornal da Tarde 05/07/1988 Artes e Espetáculos pág. 22 Fim da Censura tem 34 mil assinaturas Folha de São Paulo 13/05/1987 Folha Ilustrada pág. 33 Fim da Censura, e a exigência de 40 mil pessoas Jornal da Tarde 13/05/1987 Artes e Espetáculos pág. 22 Abert quer ampliar censura nos meio de comunicação Tribuna da Imprensa 30/07/1987 9 Furtado quer esconder a tesoura O Estado de São Paulo 19/03/1987 32 Cultura embaixo da ponte O Globo 04/10/1987 Segundo Caderno pág. 5 Censura será votada hoje em duas comissões Correio Braziliense 12/06/1987 Política pág. 5 Pelo fim da Censura Correio Braziliense 30/07/1987 APARTE pág. 22 Censura a espetáculos, programas de rádio e TV será só indicativa O Globo 26/10/1980 Política pág, 2 Parágrafos sobre censura provocam críticas gerais O Globo 28/08/1987 O País pág. 6 Censura O Globo 28/08/1987 Cartas do Leitor pág.4 Conselho de Censura terá nova composição Folha de São Paulo 26/02/1987 Folha lustrada pág. 37 A censura e as outras censuras O Dia 14/04/1985 Cinema N.H. Diretor da Censura: vinculação à polícia agora é mera formalidade O Globo 11/04/1985 Coriolano reafirma a nova face da censura Jornal do Brasil 06/04/1985

197 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Censura: menor em filme proibido, nem com os pais O Globo 09/04/1985 Censura liberada, com cortes Revista Isto É 27/03/1985 Cultura pág. 48 A Nova república não vai ter censores Jornal de Brasília 24/03/1985 Dona Solange entrega a tesoura. E sai pelos fundos Jornal da Tarde 14/03/1985 Chico Buarque quer liberar obras censuradas desde 64 Jornal do Brasil 30/03/1985 Censura não vai atuar na comercialização de discos O Globo 12/04/1985 Tal e qual Jornal do Brasil 12/04/1985 Zózimo De censurado a censor Folha de São Paulo 11/04/1985 Censurando a censura Folha de São Paulo 14/12/1985 Opinião Censura: surpresa no Conselho Jornal da Tarde 11/04/1985 Artistas definem a nova censura Folha de São Paulo 29/03/1985 CENSURA - tudo em uma dúzia de artigos Jornal da Tarde 29/03/1985 Censura: um encontro com o CSC e corte O Estado de São Paulo 11/04/1985 Nova Censura não fica com a Polícia Federal Folha de São Paulo 11/04/1985 A questão da censura, para a Nova República O Estado de São Paulo 17/02/1985 Ricardo Cravo Albin quer o fim da censura política O Globo 13/02/1985 Solange Hernandez vai deixar Censura Federal antes de 15 de março Jornal do Brasil 28/02/1985 Censura - da política para a cultura Jornal da Tarde 05/03/1985 Obrigado, Dona Solange! Jornal da Tarde 06/03/1985 Bye, bye, Solange Folha de São Paulo 01/03/1984 Solange Hernandes, exoneração oficial O Estado de São Paulo 14/03/1985 Justiça exonera Solange e mais três assessores O Globo 14/03/1985 A Censura vira 'defesa da livre expressão' Folha de São Paulo 22/07/1985 Aviso aos censurados Jornal do Brasil 18/07/1985 Informa JB Liberou geral O Globo 18/07/1985 Coluna Política Lyra vê cultura no Casa Grande Tribuna da Imprensa 13 e 14/07/1985 Adeus, Censura Jornal do Brasil 10/07/1985 Infrome Motéis, TV e ensino noturno tiram o público do cinema? Jornal do Brasil 26/02/1978 Caderno B Nos embalos de Calmon Lampião da Esquina 06/1979 10

198 Censura

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno As deliciosas chanchadas Correio Braziliense 29/07/1988 APARTE pág. 27 Chanchadas, rir à toa é pecado? Jornal do Brasil 29/05/1988 Classificados pág. 9 Como era boa a nossa chanchada Jornal do Brasil 22/01/1988 Caderno B pág. 5 Revivendo as chanchadas, marco do cinema brasileiro Jornal da Tarde 04/09/1989 Divirta-se pág. 24 Este mundo é uma chanchada Jornal do Brasil 25/09/1989 Caderno B pág. 1 Chanchadas: um dia ainda serão cult movies Correio Braziliense 17/09/1989 Caderno 2 pág. 6 O continente perdido O Globo 21/08/1989 Segundo Caderno pág. 1 Cinema sem confete Última Hora 24/02/1987 Revista pág. 7 Que fim levaram as comédias cariocas de carnaval? O Globo 02/02/1986 Segundo Caderno pág. 10 Carnaval e o filmusical brasileiro Diário do Grande ABC 11/02/1986 Canção de setembro Diário de Pernambuco 04/09/1986 Chanchada pega fogo Jornal de Brasília 17/01/1986 Artes e Espetáculos pág. 16 Era uma vez a chanchada O Povo 14/02/1985 Segundo Caderno As chanchadas e Oscarito. Hoje, no Globo Repórter O Globo 08/05/1984 27 Alegres lembranças O Globo 10/03/1984 Coluna de Carlos Swann 'Globo Repórter' revive as chanchadas do cinema Diário Popular 01/03/1984 FESTIVAL ATLÂNTIDA, A chanchada - quem diria? - acabou na cinemateca Jornal da Bahia 04/01/1984 A história de uma peruca que depôs Getúlio Vargas Folha de São Paulo 29/08/1984 Folha Ilustrada pág. 35 A velha chanchada revista pela TV Folha de São Paulo 01/03/1984 Caderno de Programas e Assim era a chanchada O Estado de São Paulo 11/04/1981 Leituras do Jornal da Tarde Paródia, o lado cômico e o político O Estado de São Paulo 01/10/1980 18 No MIS, as origens do nosso cinema popular O Estado de São Paulo 07/03/1975 Watson Macedo: a chanchada no MIS Última Hora 06/03/1975 Cine Ronda Nessa antologia só entra a chanchada Jornal da Cidade 21/02/1975 Cinema (Re)visão da chanchada Correio da Manhã 21 e 22/03/1972 Ciclo na cinemateca rediscute a chanchada Folha de São Paulo 04/09/1989 Folha Ilustrada pág. F-5 Uma nova realidade Exame nº319 ano XVII 06/02/1985 Veja o que a Cinedistri traz para nós neste 71 Opular da Tarde 05/01/1971 De ver e Ouvir

199 Embrafilme

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Cinema e Embrafilme Correio Braziliense 31/10/1978 Uma câmera na mão e uma briga na cabeça Folha de São Paulo 08/05/1984 Embrafilme lembra INCE, seu avô Jornal do Brasil 13/01/1987 Caderno B pág. 8 Projetos de filmes Última Hora 06/08/1984 Fora do esquema 'cinemão' Lampião da Esquina nº 2 06/78 Portella debate no Senado O Estado do Paraná 21/11/1980 Cineastas eliminados criticam Embrafilme Folha de São Paulo 07/05/1983 32 Sai lista de mais 41 projetos aprovados pela Embrafilme Diário de Minas 19/08/1988 A Embra dá e não cobra O Globo 12/03/1989 Segundo Caderno Revista de Domingo, Cinema Uma luz no fim da tela Jornal do Brasil 24/05/1989 pág. 18 Cai participação da Embrafillme na produção cinematográfica Folha de São Paulo 05/07/1989 Folha Ilustrada pág. E-1 Em busca de novos caminhos O Liberal 09/05/1989 A hora de virar a mesa O Globo 26/02/1989 Segundo Caderno pág. 12 Embrafilme e o barateamento da produção Tribuna da Bahia 24/07/1989 Enfim, fora das prateleiras Última Hora 18/04/1989 UH Revista pág. 1 'Pacto' cinematográfico teve sua primeira rodada Producine 07/1989 2 Até vaquinha para filmar O Globo 03/11/1986 Segundo Caderno pág. 1 Vem aí mais um capítulo da novela Embrafilme O Fluminense 14/08/1988 Cinema Segurança equivocada Jornal de Brasília 08/02/1984 Embrafilme condena a censura Jornal do Brasil 31/05/1979 A Embrafilme faz sua defesa Jornal da Tarde 26/08/1983 Embrafilme quer o 'sistema alternativo' Cidade de Santos 31/01/1983 Embrafilme busca alternativas de exibição Folha de São Paulo 16/01/1983 A crise do cinema brasileiro Correio Braziliense 06/05/1984 Reformulações e escolha do novo presidente da Embrafilme Folha da Tarde 15/04/1982 Roberto e Calil os mais cotados para Embrafilme Correio Braziliense 25/04/1982 Candidatos à direção da Embrafilme são seis Folha de São Paulo 15/04/1982 Folha Ilustrada pág. 38 Parreira indicado à direção da Embra Diário do grande ABC 14/04/1982 3 Cineastas criam comissão para reformular Embrafilme O Globo 16/04/1982

200 Embrafilme

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Á procura do novo diretor da Embrafilme O Estado de São Paulo 09/04/1982 13 Dois pontos Última Hora 09/04/1982 2 Mudanças na Embrafilme já em estudo O Esatdo de São Paulo 06/04/1982 Na Embrafilme, Pinheiro será presidente interino Folha de São Paulo 05/04/1982 Folha Ilustrada Embrafilme A Tarde 05/04/1982 5 Hoje, o nome do novo diretor? Jornal da Tarde 06/04/1982 18 Ludwig recebe plano de reforma da Embrafilme O Globo 06/04/1982 Embrafilme muda seu roteiro: é do MIC Tribuna da Imprensa 03/04/1982 2 Direção da Embrafilme com Carlos Augusto Calil O Estado de São Paulo 03/04/1982 21 Carlos Augusto Calil deve ser o presidente interino O Globo 03/04/1982 5 Crise na Embrafilme afasta o presidente A Tarde 02/04/1982 8 Por que Celso Amorin deixou a Embrafilme Jornal da Tarde 02/04/1982 20 Embrafilme pode trocar de Ministério O Estado de São Paulo 07/05/1982 28 Embrafilme busca novos espaços para o cinema O Povo 14/09/1981 Esta é a Embrafilme que você vê Última Hora 21/10/1980 Um mal menor? Revista Veja 18/04/1979 Cinema Nova ordem na Embrafilme Revista Isto É 18/04/1979 Embrafilme: Amorin toma posse e fala de seus planos Diário Popular 14/04/1979 Estes são os novos planos para o cinema nacional Jornal da Tarde 16/04/1979 Cineastas querem se fazer representar em um novo conselho O Fluminense 12 e 13/02/1978 Roberto Farias vê o cinema nacional na sua melhor fase O Fluminense 14/02/1978 Embrafilme: eleição contestada O Estado de São Paulo 18/02/1978 Embrafilme e a divergência de suas minorias acionárias O Estado de São Paulo 19/02/1978 Roberto farias na contra-ofensiva Jornal de Brasília 18/02/1978 Embrafilme: o que há por trás da história? Última Hora 20/02/1978 Farias critica mandados contra a Embrafilme O Globo 12/10/1978 Cinema encolhido O Globo 01/04/1990 Caderno D pág. 4 Fim da Embrafilme surpreende secretário O Estado de São Paulo 17/03/1990 14 Embrafilme reage às demissões O Estado de São Paulo 20/03/1990 Política pág. 06

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

O fim da Embrafilme Tribuna da Imprensa 23/03/1990 Tribuna Bis Manifesta do Embrafilme acusa arbitrariedade Jornal de Brasília 21/03/1990 Funcionários repdudiam extinção Zero Hora 20/03/1990 Perplexidade na Embrafilme Diário da Tarde 20/03/1990 Artistas em defesa da cultura O Globo 27/03/1990 Roberto Farias desconhece o aval do SNI na criação da Embrafilme Folha de São Paulo 07/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-12 Cinema luta pela Embrafilme Correio Braziliense 04/04/1990 Para Bressane SNI avalizou Embrafilme Folha de São Paulo 04/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-2 Matou o cinema e foi para Brasília UH Revista 28/03/1990 Pretensão e água benta Jornal do Brasil 04/02/1990 Idéias pág. 10 Equipe de Collor volta atrás e agora estuda a manutenção da Embrafilme Folha de São Paulo 11/03/1990 Folha Ilustrada pág. E-1 Embrafilme foi iniciativa do regime militar Folha de São Paulo 11/03/1990 Folha Ilustrada pág. E-2 Cinema, a difícil arte desse negócio Diário do Comércio 29/09/1988 12 Embrafilme prepara-se para nova fase Correio Braziliense 01/05/1984 Embrafilme muda política de produção O Estado de São Paulo 03/05/1984 Embrafilme - Assembléria decide estimular produção Jornal do Brasil 01/05/1984 Caderno B pág. 6 Embrafilme pode abandonar o mercado internacional? O Estado de São Paulo 19/06/1984 Uma séria intervenção cirúrgica na Embrafilme Correio Braziliense 28/07/1984 Atualidades pág. 21 Embrafilme: projeto de mudanças pronto Diário do Povo 06/03/1984 Embrafilme e Itamaraty Folha de São Paulo 05/05/1984 Os descontentes e a carruagem da Embrafilme Gazeta de Notícias 05/02/1984 MEC discute apoio à Embafilme O Estado de São Paulo 22/07/1984 Ruy Guerra não perdoa a Embrafilme Folha da Tarde 02/11/1984 Anteprojeto pretende estatizar Embrafilme Diário do Comércio 06/02/1985 Aparecido, discutindo a Embrafilme O Estado de São Paulo 30/03/1985 Embrafilme será empresa pública Correio Braziliense 05/02/1985 Atualidades Embrafilme - Ludwig garante: nada certo sobre o novo diretor Jornal do Tarde 16/04/1982 Mudanças na Embra: só a censura não sai Diário do Grande ABC 27/04/1982 Os melhores de 1986 Jornal do Brasil 01/02/1987 Revista de Domingo pág. 28 Abusando da sorte O Fluminense 20/05/1987 Cinema

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Embrafilme desfila entre as maiores distribuidoras Jornal de Brasília 16/01/1987 Artes e Espetáculos pág. 16 Embrafilme Distribuidora no rank das cinco maiores Gazeta do Povo 21/01/1987 Distribuição à deriva Folha de São Paulo 20/02/1986 Folha Ilustrada pág. 46 Onde estão os nossos filmes? Jornal do Brasil 06/10/1985 Revista de Domingo Embrafilme será reformulada até maio Jornal do Brasil 04/04/1982 6 Direção da Embrafilme com Carlos Augusto Calil O Estado de São Paulo 03/04/1982 21 Ludwig aceita demissão do presiente da Embrafilme o Globo 02/04/1982 7 Celso Amorim se demite da presidência da Embrafilme O Globo 02/04/1982 7 3ª feira, Embrafilme terá novo presidente Correio Braziliense 18/04/1982 Política da Embrafilme não muda, diz Ludwig Jornal de Brasília 20/04/1982 Embrafilme já teria diretores difeinidos Folha de São Paulo 17/04/1982 Folha Ilustrada pág. 36 Já com Figueiredo a lista sêxtupla para Embrafilme Folha de São Paulo 20/04/1982 Folha Ilustrada pág. 38 Parreira teria sido imposta 'lá de cima' Folha de São Paulo 19/04/1982 Folha Ilustrada pág. 25 A Embrafilme continuará na área do MEC O Estado de São Paulo 20/04/1982 Otelo condena intervenção na Embrafilme Jornal de Brasília 03/04/1982 Ministro: Embrafilme será reorganizada mas manterá sua política O Globo 26/04/1982 7 Cinestas paulistas definem sua posição em relação à Embrafilme Jornal da Tarde 06/04/1982 Cineastas baianos discutem censura na Embrafilme Jornal da bahia 07/04/1982 Cinema diz não ao plano de Ludwig Jornal do Commercio 04/04/1982 A Embrafilme e o 'Z' tupiniquim O Estado de São Paulo 08/04/1982 3 Esdrúxula situação Estado de Minas 06/04/1982 5 MEC muda atribuições da Embrafilme O Fluminense 04/04/1982 E a cinemateca O Globo 07/07/1979 TV-E = Censura Jornal do Brasil 29/07/1979 Embrafilme promoverá mostra na Argentina Correio do Brasil 16/07/1987 Embrafilme: num mato sem cachorro Correio Braziliense 12/03/1989 Caderno 2 pág. 8 Sarney revela desejo de privatizar Embrafilme O Estado 06/11/1983 Embrafilme preocupa o cineasta Nelson Santos Diário de Natal 10/12/1986 Celso Furtado ainda quer mudar a Embrafilme Folha da Tarde 29/11/1986 Livre iniciativa Gazeta do Povo 22/01/1988

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Distribuição privatizada agita Embrafilme Folha da Tarde 04/02/1988 Embrafilme poderá tornar-se fundação O Estado de São Paulo 30/05/1987 A velha Embra acaba por decreto O Dia 04/11/1987 27 O cinema vai cair no mundo Jornal de Brasília 06/11/1987 CadernoB pág. 1 Embratrem da alegria Revista Veja 31/05/1989 127 Embrafilme e o apoio espanhol O Globo 16/05/1989 Segundo Caderno pág. 1 O que vem por aí Tribuna da Bahia 27/07/1989 Embra, Trapalhões e outras Tribuna da Bahia 28/09/1989 Cinema Planos para agitar a usina Embrafilme Jornal da Tarde 17/08/1989 21 Embrafilme: vinte anos de luta pelo cinema brasileiro Noticiário das Empresas nº179 08/1989 Os 20 anos da Embrafita S/A Jornal de Brasília 23/07/1989 Caderno 2 pág. 11 Embrafilme entra na distribuição A Tarde 29/11/1989 Caderno 2 O lugar da Embrafilme é em Brasília O Fluminense 29/11/1989 Nas telas Filial da Embra reaberta em breve Tribuna da Bahia 05/12/1989 Cinema Suspense hitchcokiano no cinema brasileiro: o que será feito da Embrafilme Estado de Minas 11/05/1988 Embrafilme é saudável, diz Magalhães Diário do Grande ABC 24/05/1988 Uma despedida cinematográfica Jornal do Brasil 12/05/1988 Caderno B pág. 10 Bilheteria, nova vocação da Embra Jornal do Brasil 22/06/1988 Caderno B pág. 2 Cineastas acusam direção da Embra de prejudicar distribuição e só querer lucro Folha de São Paulo 04/05/1988 Folha Ilustrada pág. 41 Última Sessão Jornal do Brasil 06/05/1988 Informa pág. 6 Bomba Cinematográfica O Fluminense 08/05/1988 Ghignone deixa a Embrafilme e rebate críticas Diário do Grande ABC 04/05/1988 Muita polêmica nos bastidores do cinema Correio Braziliense 07/05/1988 APARTE pág. 24 Semana decisiva para o cinema Jornal de Minas 10/05/1988 Fábio Magalhães vai dirigir a Embrafilme O Liberal 13/05/1988 Ghignone deixa a Embrafilme Estado de Minas 13/05/1988 Geral pág. 8 Fernando Ghignone demitiu-se da presidênica da Embrafilme O Estado do Paraná 14/05/1988 Embrafilme Zero Hora 13/05/1988 O País pág. 14 Para o MIC, com calma Correio Braziliense 17/05/1988 APARTE O estatuto que faltava para os filmes nacionais Folha da Tarde 02/06/1988

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Novos diretores da Embrafilme O Estado do Paraná 09/06/1988 Almanaque pág. 8 Embrafilme tem nova diretoria O Estado de São Paulo 10/06/1988 Caderno 2 pág. 3 Embrafilme tem novos dirigentes Diário de Pernambuco 17/06/1988 Diversões pág. 5 Furtado anuncia que Fábio Magalhães vai presidir Embrafilme Diário de Pernambuco 14/05/1988 Magalhães é o novo diretor da Embrafilme Gazeta do Povo 24/05/1988 Toma posse o novo cobrão nacional das 'tesouradas' Notícias populares 01/09/1988 Novo presidente da Embrafilme defende nova postura Correio do Estado 24/05/1988 Cineastas querem ir para o MIC Correio Braziliense 10/05/1988 APARTE pág. 26 Embrafilme encara o cinema como indústria Diário de Natal 24/05/1988 Embrafilme já tem estatuto Correio do Brasil 01/06/1988 14 Embrafilme Última Hora 26/06/1988 4 Embrafilme lege nova diretoria Estado de Minas 09/06/1988 5 Os planos de Oliveira à frente da Embrafilme Hoje em Dia 10/01/1989 Cultura pág. 24 Sucessão Jornal do Brasil 31/03/1989 Caderno B pág. 3 Cinema sai: sem TFM, choro e vela Jornal de Brasília 05/11/1975 Câmara Embrafilme - relatório da diretoria - balanço Jornal do Commercio 15/06/1989 Embrafilme: tensão no meio cinematográfico O Estado de São Paulo 25/08/1983 No Centro, o otimismo apesar da crise Folha de São Paulo 27/08/1983 Folha Ilustrada Embrafilme: agora seu campo de ação é maior Jornal da manhã 02/06/1988 Embrafilme pode ser tranferida para Indústria e Comércio O Dia 08/06/1988 Crise não reduz atividades da Embrafilme Correio Braziliense 11/05/1988 Sr. Redator pág. 22 Embrafilme Jornal do Brasil 08/11/1988 Carderno B, Cartas pág. 2 O velho filme da Embra O Estado de São Paulo 12/09/1989 Caderno 2 pág. 3 Pé de página Jornal de Brasília 03/12/1988 Caderno 2 pág.2 Filme nacional Jornal dos Sports 18/01/1987 Embrafilme teme ver suas verbas reduzidas Gazeta do Povo 03/08/1989 Indústria Cinematográfica carioca defende Embrafilme Correio do Povo 15/11/1978 Mais uma entidade na defesa da Embrafilme Jornal da Tarde 14/11/1978 Os passos positivos da Embrafilme Jornal do Brasil 09/05/1982 Caderno Especial pág.3

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Celso Amorim deixa a direção da Embrafilme O Estado de São Paulo 02/04/1982 19 A 'Embra' e a crise do cinema brasileiro Correio Braziliense 05/04/1982 O cinema e o mecenas Última Hora 05/04/1982 2 Ruy Guerra critica demissão de Amorim Diário do Grande ABC 30/04/1982 Volta no parafuso Folha de São Paulo 16/04/1982 2 Celso Amorim demite-se da Embrafilme Jornal de Brasília 02/04/1982 'Pra Frente' leva crise à Embrafilme Folha de São Paulo 02/04/1982 1 Por que Celso Amorim deixou a Embrafilme? Jornal da Tarde 02/04/1982 'Pra Frente Brasil' derruba o presidente da Embrafilme Jornal do Commercio 02/04/1982 'Pra Frente Brasil' O Liberal 02/04/1982 A voz do Macunaíma Jornal da Semana Inteira nº298 ano VI 10 a 16/04/1982 Celso Amorim e a Embrafilme Gazeta de Notícias 09/04/1982 Os limites da ação política Jornal de Nrasília 04/04/1982 Política Ludwig analisa Embrafilme Jornal de Brasília 04/04/1982 Patrocinando e censurando opiniões O Dia 07/04/1982 O cinema viverá sem a abertura? Jornal do Commercio 06/04/1982 Pra Frente Brasil Correio Braziliense 03/04/1982 Embrafilme: Farias presta contas ao ministro Brandão Folha de São Paulo 29/11/1978 Embrafilme exige filiação de empresas Jornal de Brasília 01/07/1978 Cinema brasileiro num 1979 cheio de dúvidas A notícia 25/04/1979 Embrafilme: Bressane condena sua extinção Tribuna da Imprensa 26/08/1983 Artistas condenam fim da Embrafilme Última Hora 25/08/1983 Seplan estuda meio para acabar com as estatais A Gazeta 25/08/1983 Cineastas brasileiros defendem a Embrafilme Jornal de Brasília 28/08/1983 Chegou a hora da verdade O Estado de São Paulo 26/08/1983 Notas e Informações Cineastas ironizam o fim da Embrafilme O Fluminense 27/08/1983 Artistas se reúnem contra a extinção da Embrafilme O Dia 28/08/1983 O leilão do cinema nacional. Quem dá mais? Jornal de Brasília 25/08/1983 Dos Editores Que fechem a Embrafilme! Jornal do Brasil 29/08/1983 Editorial pág.8 Solução à Embrafilme, fechar ou privatizar Tribuna da Imprensa 01/09/1983

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Defendida a extinção ou incorporação de estatais O Estado de São Paulo 01/09/1983 Nova Carta ao FMI reduzirá mais os gastos de estatais jornal do Brasil 02/09/1983 Embrafilme mudará sua estrutura O Estado de São Paulo 02/09/1983 Roberto Parreira: 'Embrafilme vive uma crise de modelo' O Globo 05/09/1983 15 Neville D'Almeida: 'Somos contra a privatização' O Globo 05/09/1983 15 Deputado acusa empresas multinacionais: 'Tentam liquidar a Embrafilme' O Estado de São Paulo 10/09/1983 Multinacionais querem liquidar a Embrafilme Tribuna da Imprensa 10 e 11/09/1983 Deputado vê ameaça ao cinema nacional O Povo 25/09/1983 Embrafilme ameaçada Última Hora 27/09/1983 Mais cinco empresas serão desestatizadas Estado de Minas 20/09/1983 Embrafillme aceita venda só parcial Correio Braziliense 20/09/1983 A Embrafilme privatizada. (Em parte) Jornal da Tarde 28/10/1983 Aqui o sol se põe Correio Braziliense 28/08/1983 Política além da notícia Embrafilme na mira da privatização O Popular 15/11/1983 Cinema Governo vai privatizar distribuição de filmes Jornal do Brasil 10/11/1983 Em discussão, o papel da Embrafilme O Estado de São Paulo 14/12/1983 Embrafilme pode ser extinta Folha de Goiaz 15/12/1983 Poucas & Boas O Dia 20/11/1983 Embrafilme dá autonomia aos produtores Última Hora 11/05/1984 Cineastas discutem Embrafilme Jornal da Bahia 10 e 11/02/1985 A partir de hoje, o debate sobre o cinema Folha de São Paulo 28/01/1985 A dama da lotação O Globo 16/04/1978 Embrafilme - Assembléia Geral Extraordinária Jornal do Brasil 26/01/1977 O cinema luta por seus direitos na Embrafilme Folha de São Paulo 25/01/1977 Folha Ilustrada pág. 33 Embrafilme anuncia filmes de melhor nível artístico Correio do Povo 03/02/1976 Política da Embrafilme possibilitará filmes no Estado, diz cinesta Diário de Natal 04/02/1976 Embrafilmes pensa em pólo cinematográfico no Estado Zero Hora 09/04/1985 Os argumentos da Embrafilme A Tarde 30/10/1975 Cinema

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Embrafilme quer temas históricos Jornal do Brasil 26/11/1975 Embrafilme pede ajuda a estados Jornal de Santa catarina 04/07/1975 Embrafilme Diário da Noite - Edição Matutina 26/07/1975 Farias da Embrafilme Jornal de Brasília 17/12/1975 Persona O nosso cinema busca agora sua afirmação. (Roberto Farias) O Globo 02/08/1975 Farias e seu primeiro ano na Embrafilme Notícias Populares 20/10/1975 Vida do padre Cícero será um dos maiores projetos da Embrafilmes Tribuna do Ceará 06/12/1974 Chega cineasta Roberto Farias O Povo 06/12/197? Diegues acha que fusão do INC e Embrafilme vai dar estrutura ao cinema Jornal do Brasil 19/08/1974 Roberto Farias: nova mentalidade do cinema O Globo 03/08/1974 Ney determina inovação ao empossar Roberto Farias Diário de Brasília 20/08/1974 Embrafilme tem planos para o cinema brasileiro Correio do Povo 12/10/1974 Cinema Nacional Jornal da Tarde 15/10/1974 Embrafilme na distribuição e produção Correio do Povo 28/09/1973 Embrafilme lançará 'S. Bernardo' Jornal do Brasil 09/10/1973 Cinema nacional, em movimento O Jornal 26/09/1973 Embrafilme cria sua distribuidora Diário de Notícias 14/08/1973 Embrafilme distribui seu plano básico de diretrizes e vai co-produzir filmes Jornal do Brasil 13/07/1973 Qualidade é o objetivo único da Embrafilme O Estado de São Paulo 22/03/1973 Roberto Farias defende privaização da Embra Folha de São Paulo 13/03/1990 Folha Ilustrada pág. E-3 Ex-diretores criticam 'estrutura cartorial' Folha de São Paulo 11/03/1990 Fim da Embrafilme divide cineastas Jornal da Bahia 21/03/1990 Quem ataca Roberto Farias? Só podem ser as multinacionais Jornal da Bahia 08/11/1978 A resposta da Embrafilme às denúncias de irregularidades O Esatdo de São Paulo 12/11/1978 Roberto Farias elogia a Embrafilme e nega crise do cinema nacional O Estado de São Paulo 14/02/1978 Lançamento de novas ações da Embrafilme Folha da Tarde 15/02/1978 Roberto farias na contra-ofensiva Jornal de Brasília 18/02/1978 Descentralizar, uma das metas de Amorim O Estado de São Paulo 11/04/1979 Incompetência Jornal do Brasil 04/04/1982 Cineastas cariocas reúnem-se hoje para debater crise na Embrafilme O Globo 12/04/1982 6

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

A Embrafilme oito anos depois (I) Correio Braziliense 18/09/1983 Atualidades Cinebrás, uma idéia polêmica Última Hora 07/05/1982 Delfim no cinema Notícias Populares 08/12/1983 Embrafilme - indústria e cultura Jornal de Letras 07/1983 2º Caderno Cineastas consagrados e estreantes via Embrafilme O Estado de São Paulo 10/07/1983 As alterações na voz da Embrafilme O Popular 29/06/1983 Embrafilme apóia Última Hora 30/11/1983 Em debate, o cinema como política Jornal da Tarde 28/01/1985 Barreto quer greve Correio Braziliense 08/05/1985 Idéia engavetada Correio Braziliense 10/04/1986 APARTE pág. 21 Sarney tira as estatais da conversão da dívida Jornal da Tarde 04/10/1988 10 O drama do nosso cinema fora das telas O Globo 12/06/1988 Segundo Caderno Pág. 5 O cinema e a dívida externa Correio Braziliense 20/09/1988 APARTE pág. 1 Embrafilme vai funcionar como empresa O Estado de São Paulo 24/05/1988 Caderno 2 pág. 3 A indústria cinematográfica nacional O Fluminense 28/05/1988 Ministério da Cultura adota posição firme Producine 05/1989 2 Embrafilme faz reunião a fim de baratear custos Jornal do Comercio 03/08/1989 Senadora critica Embrafilme Folha de São Paulo 21/03/1982 9 Embrafilme S/A Correio Braziliense 29/08/1983 PT Saudações Cineasta denuncia: 'filmes brasileiros para tevê são engavetados pela Embrafilme' Tribuna da Imprensa 18/03/1979 Eventos 'Première Nacional' Folha da Tarde 05/06/1982 No Ar: Ferreira Netto Finalmente, Embrafilme na TV Correio Braziliense 14/02/1981 Embrafilme prepara ofensiva contra 'enlatados' Folha da Tarde 27/08/1980 Embrafilme fecha contrato com Tv's Gazeta Mercantil 07/01/1981 Embrafilme quer conquistar a televisão Jornal de Brasília 01/09/1978 Disperdício de dinheiro é com a Embrafilme Diário Popular 25/05/1982 Documentaristas querem verbas O Esatdo de São Paulo 11/06/1981 36 O vazio do cinema paulista Revista Visão 07/07/1975 52 Regulamentação da Embrafilme prejudica produtores paulistas Notícias Populares 20/02/1982 Cinema, militância cultural sem apoio Folha de São Paulo 13/12/1981 Folha Ilustrada pág. 67

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Poucas verbas contrariam cineastas Folha de São Paulo 05/02/1982 Folha Ilustrada pág. 18 Uma superintendência paulista, para tirar do Rio as decisões da Embrafilme O Estado de São Paulo 31/05/1979 Cinema nacional é Abacaxi Jornal de S. Catarina 17/10/1980 Financiando O Globo 29/05/1980 Carlos Swann pág. 10 A Embrafilme esperneia Última Hora 11/08/1981 2 Quem será? Revista Veja 22/02/1978 Cinema pág. 80 Embrafilme esclarece pornochanchada Correio Braziliense 01/02/1978 Nós, e a Embrafilme Correio Braziliense 01/02/1978 Embrafilme divulga nota contra críticas de Glauber Rocha O Globo 01/02/1978 O País pág. 6 Embrafilme, sem censura, não combate pornochanchada O Globo 29/01/1978 4 Roberto Farias afirma que a pornochanchada ajudou muito o cinema brasileiro Jornal do Brasil 28/01/1978 15 Indústria do cinema melhorou, diz Farias O Estado de São Paulo 03/10/1977 10 Coisas da nossa pobreza Correio Braziliense 01/10/1977 Embrachanchadas Última Hora 30/09/1977 2 Brasil é o 3º produtor cinematográfico mundial Cidade de Santos 10/01/1977 Embrafilme condena e pede ação enérgica contra pornô-chanchada Última Hora 12/08/1975 Embrafilme faz sua defesa Correio Braziliense 20/09/1980 7 Estética subdesenvolvida Jornal do Brasil 28/10/1980 Caderno B pág. 2 Cineastas se unem para defender a Embrafilme Folha de São Paulo 24/09/1980 Folha Ilustrada pág.51 Cinema contra campanha 'moralista' O Estado de São Paulo 24/09/1980 Um relatório da Embrafilme Diário de Notícias 25/10/1975 Intelectuais em crise Correio Braziliense 26/07/1980 A 'batata' pornográfica Folha da Tarde 27/09/1980 Da Embrafilme a Casanova Jornal do Commercio 18/10/1984 Entendimento com Cacex para exportar filmes O Globo 04/09/1979 Embrafilme busca dólares no exterior O Estado de São Paulo 24/10/1982 49 Ofensiva sem discriminações O Estado de São Paulo 11/10/1981 39 Amorim: apenas 30 filmes estão nas prateleiras Correio Braziliense 21/03/1980 19 Embrafilme vai dobrar o apoio a co-produções Jornal do Comércio 25/08/1979 Embrafilme vai usar os financiamentos para dar estabilidade à indústria Jornal do Brasil 25/08/1979

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Embrafilme muda critério para seleção de projetos Folhad e São Paulo 25/08/1979 EMBRAFILME, conflito e legitimidade do poder Tribuna da Imprensa 22/10/1980 EMBRAFILME Jornal do Brasil 15/10/1978 Caderno B pág. 4 Embrafilme: quem lucra com sua política cinematográfica O Estado de São Paulo 19/10/1978 24 A crise da Embrafilme em debate - Para onde vai o cinema brasileiro? Estado de Minas 15/04/1982 4 Os cineastas (cautelosos) falam da crise da Embrafilme Jornal da Tarde 21/09/1981 'Pra Frente, Brasil' Jornal do Brasil 23/06/1982 Caderno B pág. 1 Delfim estudará aumento de capital da Embrafilme O Dia 15/10/1980 Amorim destaca apoio do ministro Jarbas Passarinho O Norte 30/11/1980 Tela e Palco Embrafilme apóia deputados que defendem cinema O Fluminense 31/10/1980 O rega-bofe da Embrafilme na mira da imprensa Folha da tarde 20/07/1981 Cinema/Crítica Embrafilme reage: 'Críticos têm preconceito' Folha da Tarde 23/07/1980 Cinema sem pai nem mãe e Mistérios da Embrafilme Jornal do Commercio 26/06/1981 A quem interessa? Estado de Minas 30/09/1980 5 Uma Embrafilme mais profissional O Estado de São Paulo 19/02/1981 21 Embrafilme desativa escritórios no país Diário do Grande ABC 21/07/1981 Cineastas brasileiros contestam Figueiredo Correio Braziliense 21/09/1980 11 Escrevo e assino O Povo 03/11/1980 Ezaclir Aragão Embrafilme, Nelson etc e tal Crítica 9 a 15/06/1975 22 Ministro Portella defende Embrafilme no Senado O Fluminense 04/10/1980 Cinema Dono das camisas, dono da bola O Dia 18/04/1982 Cinema - Nelson Hoineff Embrafilme: o que deve ser mudado? O Estado de São Paulo 21/02/1981 14 Embrafilme e a crítica A Notícia 01/12/1978 5 Embrafilme sem política de dirigismo cultural Correio da Paraíba 21/09/1979 Receita para o novo homem Folha de São Paulo 08/09/1980 Números que comprometem O Dia 19/08/1980 Cinema - Nelson Hoineff Embrafilme: polêmica e contestação Diário de São Paulo 25/11/1978 Embrafilme: um bode meramente expiatório Jornal de Brasília 02/11/1978 No endereço do cinema nacional, o bandido é a Embrafilme Diário de Minas 15/06/1980 Cinema, monopólio e identidade nacional Terceiro Mundo nº45 05/1982 78

211 Embrafilme

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Manifesto contra a Embrafilme O Estado de São Paulo 14/08/1981 19 Cineastas paulistas rompem com a Embrafilme Jornal do Brasil 02/08/1980 Caderno B Embrafilme quer criar pólos regionais no país Jornal de S. Catarina 24/10/1982 A Embrafilme e Reis Veloso Última Hora 23/05/1987 Diário do Carioca O homem da transição assume a Embrafilme Jornal do Brasil 22/01/1987 Caderno B pág. 2 O enterro da Embrafilme Tribuna da Imprensa 26/01/1987 4 Queda-de-braço na Embrafilme Última Hora 23/04/1987 Diário do Carioca pág. 8 Embrafilme amplia espaços culturais Jornal de Brasília 27/06/1987 Cultura pág. 16 A Embrafilme sem a 'turma do Barreto' Jornal de Brasília 26/03/1989 Caderno 2 pág.11 Finalmente, a Embrafilme dá lucro Última Hora 19/02/1988 Revista pág. 3 Embrafilme, um modelo falido Jornal do Brasil 23/03/1986 Caderno B pág. 12 Embrafilme já tem 18 filmes para a TV, mas como obrigar a televisão a mostrar? Última Hora 30/01/1979 As dificuldades de um filme premiado Correio Braziliense 01/12/1977 Cinema Verbas do BNDE para a Embrafilme O Estado de São Paulo 29/05/1980 Prêmios Gazeta de Alagoas 21/01/1984 Nogueira Saraiva Dona Flor e Barreto: os dois maridos da Embrafilme Tribuna da Imprensa 31/07/1979 Sem Censura Hélio Fernandes - em primeira mão Tribuna da Imprensa 25/04/1982 7 Prezado jornalista Hélio Fernandes Tribuna da Imprensa 18/07/1979 Cartas Sr. Redator Tribuna da Imprensa 16/07/1979 Cartas Embrafilme no banco dos réus Tribuna da Imprensa 28 e 29/04/1979 Sem Censura A Embrafilme aliada às multinacionais contra o cinema nacional Tribuna da Imprensa 21 e 22/10/1978 Hélio Fernandes Corrupção, corrupção, corrupção: dar dinheiro a cineastas-intelectuais-de esquerda, para que não combatam o governo Tribuna da Imprensa 10/10/1978 Hélio Fernandes pág. 9 A Embrafilme no banco dos réus e sem advogado de defesa Tribuna da Imprensa 16/10/1978 Hélio Fernandes pág. 9 Documentaristas fazem manifesto contra a Embrafilme Estado de Minas 28/07/1978 Documentaristas denuncuam Embrafilme e Festival Correio Braziliense 27/07/1978 A Embra e a Boca, uma guerra antiga Correio Braziliense 28/10/1984

212 Financiamento

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Embrafilme agora quer dinheiro de fora Folha de São Paulo 24/07/1985 Entre Bressane e os Trapalhões Jornal de Brasília 02/09/1989 caderno 2 pág. 2 A via crucis de um financiamento O Estado de São Paulo 27/10/1978 Roberto Farias espera apoio de secretarias Jornal de Brasília 04/07/1975 Embrafilme pretende dobrar financiamentos Diário do Grande ABC 04/07/1975 Embrafilme pode duplicar financimento a cineastas Diário Comércio e Indústria 04/07/1975 Fundo de financiamento para o cinema brasileiro Estado de Minas 16/07/1975 MEC liberará Cr$ 7 milhões para financiar filmes históricos O Estado 24/01/1975 MEC vai financiar filmes Diário do Paraná 24/01/1975 Embrafilme quer temas históricos Jornal do Brasil 26/11/1975 8 Financiamento pode ter o critério modificado Jornal do brasil 14/07/1973 Negócio de alto risco Gazeta mercantil 28/09/1983 Produtor de cinema se sente prejudicado com exigências do BNDES O Globo 09/09/1986 2º Caderno Pág. 3 Oportunidade de negócio para quem quer ser sócio da Xuxa Jornal do Commercio 24/11/1987 Seminário para nalisar produção e financiamento de filmes nacionais Hoje em Dia 22/11/1988 Brilhantes... mas sem grana O Liberal 01/11/1988

213 História do Cinema

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno O senso político de Gláuber Rocha O Estado 11/06/1985 Cinema brasileiro nos anos 70 A Tribuna 25/12/1979 Embrafilmes diz que fará retrospectiva do cinema brasileiro Jornal de Brasília 03/05/1975 As novas perspectivas do cinema nacional O Estado 03/05/1975 Mistérios e destinos do cinema brasileiro Jornal de Brasília 26/10/1975 Especial Da Vera Cruz à Cinelândia passando pela Atlântida Jornal do Brasil 25/09/1983 Cinema Nacional realizado com dificuldade, mas reconhecido dentro e fora do país Jornalzinho de Brasília 30/10/1980 No MIS, um retrato de nossa história Diário Popular 23/09/1978

214 Política cinematográfica

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Cinema e Estado Folhetim 04/09/1983 04 Difíceis caminhos do cinema no Brasil Diário do Grande ABC 10/03/1983 Cinema Estado Pasquim 20/10/1983 Embrafilme e as medidas para incentivo ao cinema O Estado de São Paulo 28/09/1983 17 Entre o terror e o êxtase Tribuna da Imprensa 06/01/1981 10 Exterior, meta da Embrafilme O Estado de São Paulo 17/06/1981 20 Cinema brasileiro, um dilema: Estado ou capital privado? O Globo 13/10/1980 Segundo Caderno pág. 19 A questão do Estado no cinema brasileiro Folha de São Paulo 31/10/1979 Folha Ilustrada pág. 31 Cineastas pedem apoio política para cultura Jornal de Brasília 30/03/1984 Em cartaz, a crise do cinema Folha de São Paulo 10/05/1984 29 Na TV, cineastas não choram mais Folha de São Paulo 04/11/1984 Por um cinema mais democrático Folha de São Paulo 12/05/1984 Folha Ilustrada pág. 44 Uma nova política, ou o abismo O Dia 06/08/1984 Cinema brasileiro - o gigante adormecido Tribuna da Imprensa 18/05/1984 Crise ameaça nosso cinema Nas Bancas 24/10/1985 Caderno Especial pág 1 Cinema: as expectativas de uma nova política Última Hora 18/06/1985 Já pronto documento que reformula cinema O Fluminense 28/12/1985 Aparecido cria grupos para Embrafilme Jornal de Brasília 23/04/1985 Choque econômico esvazia pacote da Cultura Folha de São Paulo 10/03/1986 Folha Ilustrada pág. 23 Cineastas aprovam política para o cinema Folha de São Paulo 25/02/1986 Folha Ilustrada pág. 29 Sarney deve mudar hoje o Concine Folha de São Paulo 23/12/1986 Folha Ilustrada pág 27 Pacote da Embrafilme - Nelson Pereira dá apoio Correio Braziliense 10/12/1986 19 Filme pornográfico será regulamentado O Dia 28/06/1986 Do Informe JB Gazeta do Povo 12/11/1985 Entre linhas Governo abre os cofres mas quer vídeos históricos Folha da Tarde 11/06/1985 A busca de um modelo Jornal de Brasília 10/01/1990 Caderno 2 pág. 1 Dúvidas e dívidas de nosso audiovisual Jornal de Brasília 20/08/1989 Caderno 2 pág. 10 Collor quer o fim da pasta de Cultura Folha de São Paulo 14/11/1989 Folha Ilustrada pág. 1 49% acham que o Estado não deve financiar cinema brasileiro Folha de São Paulo 19/06/1988 Folha Ilustrada pág. 66 Um cadáver insepulto ou um doente morimbundo? Correio Braziliense 26/03/1989 Caderno 2 pág. 7

215 Política cinematográfica

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno O que virá depois do paternalismo da Embra? Correio Braziliense 16/12/1989 Caderno 2 pág. 3 Modificada a estrutura do Concine Correio do Povo 22/11/1979 10 Concine já tem Miguel Borges como presidente O Estadod e São Paulo 18/10/1979 19 Concine fixa preços dos ingressos padronizados O Dia 18/12/1979 Certificado para filmes publicitários O Estado de São Paulo 03/07/1979 Concine mantém direito à segunda semana Jornal do Brasil 19/02/1979 17 Por que o Concine não fiscaliza os nossos curtas? Correio do Povo 17/02/1980 Concine é o responsável pela exibição de péssimos curtos Jornal do Commercio 25/01/1980 Coluna de Celso Marconi Concine repensa sua ação fiscalizadora O Estado de São Paulo 27/03/1981 23 Um professor de teoria literária enfrenta a prática do cinema nacional Jornal do Brasil 17/03/1980 Caderno B pág. 1 Concine, futuro ainda indefinido O Estado de São Paulo 21/03/1980 21 Jornalista é novo diretor do Concine Jornal do Brasil 23/04/1982 13 Ludwig nomeia jornalista para presidir o Concine O Globo 23/04/1982 06 Concine decide investigar laboratórios de filmes O Globo 13/07/1982 5 Concine defende o papel de fiscalizador Zero Hora 10/02/1990 Segundo Caderno Pág. 2 Mais distribuidoras recuam na ação contra poder fiscalizador do Concine Folha de São Paulo 10/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-2 Empresas de vídeo querem tirar o Concine do mercado Folha de Sâo Paulo 01/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-3 A crise passa. O filme não Revista Isto É nº 277 14/04/1982 22 e 23 Cinema, veículo ideológico à luz da psicologia O Fluminense 19/04/1977 17 Cineastas independente criam distribuidora Correio Braziliense 05/02/1982 Os cineastas montam sua distribuidora O Estado de São Paulo 07/02/1982 39 Cineastas distribuem seus filmes Folha de São Paulo 28/01/1982 Folha Ilustrada pág. 21 Nasce uma nova distribuidora de filmes Folha de São Paulo 08/02/1982 Folha Ilustrada pág. 21 O cinema político à procura de um espaço Folha de São Paulo 14/01/1983 35 Cinema Político Estado do Paraná 14/04/1985 Cinema ou Política Pasquim nº895 04 a 10/09/1986 16 O dirigismo cultural está em cena Folha de São Paulo 12/06/1985 Figueiredo recebe estudo sobre cinema brasileiro O Globo 02/10/1980 Não viu e não gostou Jornal do Brasil 03/10/1980 Zózimo pág. 3 Tancredando no Rio Revista Isto É 14/11/1984 Cultura pág. 48

216 Política cinematográfica

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno No rio, Tancredo ouve artistas e intelectuais Folha de São Paulo 07/11/1984 Cinema pede socorro ao Planejamento Jornal de Brasília 03/07/1985 Manifesto de artistas faz denúncia de crime cultural O Dia 13/01/1989 Caderno D pág. 3 Cinema em pé de guerra, culpado é Delfim Folha da Tarde 19/10/1984 Governo deve mediar conflito, diz Calil Folha de São Paulo 11/04/1985 Depois das vacas magras, o filme brasileiro atrai milhões de espectadores O Globo 31/08/1986 Segundo Caderno Pág. 10 O poderoso arsenal de Solanas Jornal do Brasil 17/08/1988 Caderno B Solanas, último dos engajados O Globo 17/08/1988 Segundo Caderno Pág. 3 Cinema brasileiro na berlinda O Fluminense 05/01/1990 Nas telas Um tratamento insensato Última Hora 08/01/1987 Revista pág. 7 Quando o cinema ia de vento em popa Jornal de Brasília 11/10/1988 Caderno B pág 7 Cinema Brasileiro: só falta firmar caminhos UH Revista 29/11/1965 Cinema nacional em dificuldades Folha de São Paulo 03/12/1971 Carbonari afasta restrições do Concine Gazeta Mercantil 23/02/1985 Alterada a restrição a cinejornais Gazeta mercantil 12/03/1985 Concine defende regulamentação de cinejornais Informativo nº152 22 a 28/02/1985 A guerra através dos cine-jornais Folha de São Paulo 02/06/1987 Folha Ilustrada pág. 38 Quem vai abrir nossos teatros? Jornal de Brasília 19/01/1989 Caderno 2 pág. 7 Gênesis O Dia 12/09/1988 Economia do Dia pág. 5 Uma fundação que poderia dar certo Jornal de Brasília 22/09/1988 Caderno 2 pág. 8 Fundação se vê ameaçada de paralisação Diário do Comércio 28/02/1989 Fundação de cinema fica sem luz no Rio Folha de São Paulo 23/02/1989 Folha Ilustrada pág. E-5 Uma fundação no escuro Jornal do Brasil 25/02/1989 Caderno B Governo auxilia Fundação do Cinema Brasileiro com novas verbas Hoje em dia 21/02/1989 Ministério da Cultura O Globo 03/12/1987 Carta dos leitores Furtado apresenta a Sarney novo projeto para cultura Folha de São Paulo 31/05/1987 Folha Ilustrada pág. 64 Novas fundações vão incorporar Embrafilme e INL Correio Braziliense 30/05/1987 11 Campanha que favorece o espectador de cinema Correio Braziliense 08/11/1987 APARTE Pág. 8 Governo muda política para teatro e cinema Última Hora 29/11/1986 2 Cineasta apóia fundação que Furtado propõe Tribuna da Imprensa 10/12/1986 Política pág. 7

217 Política cinematográfica

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Furtado divulga a reforma do MinC Jornal de Brasília 29/11/1986 5 Secretaria da Cultura oficializa convênio para núcleo de cinema Hoje em Dia 21/10/1989 Chororô no gabinete do ministro Jornal de Brasília 02/11/1988 Caderno2 pág. 9 A batalha do cinema brasileiro Tribuna da Imprensa 23/01/1987 1b/5 Reforma do MinC deve ser definida quarta-feira Folha de Sâo Paulo 07/02/1987 Folha Ilustrada pág. 27 INL, Embra e Inacen com nomes novos. Dará certo? Correio Braziliense 06/11/1987 APARTE pág. 23 Os 3 filhos do Ministério da Cultura O Estado de São Paulo 09/10/1987 Caderno 2 pág.3 Défcit pode cair mas sem as demissões Jornal de Brasília 16/07/1987 Política pág. 5 Para onde vai o cinema brasileiro O Fluminense 12/04/1989 Cinema Enquanto isso, no Brasil... Correio Braziliense 10/01/1989 APARTE pág. 21 Projeto que extingue o INC chega ao Congresso O Globo 14/08/1975 Observações sobre a extinção do INC Diário de Notícias 12/11/1975 Projeto de extinção do INC Folha de São Paulo 09/11/1975 Comissão aprova a extinção do Instituto Nacional do Cinema O Globo 05/11/1975 Chega a hora do INC se extinguir Jornal de Brasília 05/11/1975 Encine discute cinema e Estado Folha de São Paulo 12/08/1987 Folha Ilustrada pág. 29 I Encontro Nacional de Cineastas começou ontem. Em alta temperatura O Estado de São Paulo 26/08/1983 Muitas propostas ao final do 1º Encine Folha de São Paulo 29/08/1983 Folha Ilustrada pág. 29 Cineastas de todo o país discutem seus problemas Folha de São Paulo 25/08/1983 Folha Ilustrada pág. 29 O que os cineastas podem fazer por eles mesmos? O Estado de São Paulo 21/08/1983 27 Agora Embrafillme está mais interessada no mercado externo Folha da Tarde 31/05/1988 Extintos INL, Embrafime e Biblioteca Nacional Zero Hora 30/05/1987 13 A cooperativa dos cineastas Última Hora 10/07/1979 A luta dos 40 Revista Veja 17/01/1979 73 e 74 Cooperativa une paulistas e cariocas O Estado de São Paulo 20/03/1979 Cooperativa, o novo momento do cinema nacional Diário Comércio e Indústria 28/09/1978 Cooperativa quer a independência do cinema O Estado de São Paulo 22/09/1978 Sindicato propõe ao MIC que seja criada a CineBrás O Globo 16/04/1982 7 Para onde vai o cinema brasileiro? Estado de Minas 20/04/1982 5 Governo quer extinguir, privatizar e fundir empresas Jornal do Brasil 24/08/1983 15

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Jornada entrega documento a Quandt Jornal de Brasília 15/09/1978 Jornada do Curta, um debate cultural na Bahia Folha de São Paulo 13/09/1978 O Cinema e o ministro Jornal da bahia 05/04/1985 Que somos? Folha de São Paulo 28/04/1984 Folha Ilustrada pág. 44 O cinema gaúcho tenta epaço no mercado nacional Gazeta Mercantil 08/06/1984 Lazer Cinema brasileiro: a verdade e a ficcção O Globo 15/10/1973 Caderno de Programas e Depois do festival... Quais os caminhos do nosso cinema? Jornal da Tarde 06/12/1986 Leituras pág. 5 O curta se apresenta. Com uma lei Jornal da tarde 01/12/1977 A nova política do cinema nacional Estado de Minas 11/02/1976 Filmes históricos vão fortalecer o mercado Jornal de Brasília 24/01/1975 Cineastas fazem apelo ao ministro Folha de São Paulo 27/07/1975 Geisel discute com cineastas problemas do filme nacional Jornal de Santa Catarina 09/07/1975 Geisel promete apoio ao cinema brasileiro O Globo 09/07/1975 Produtores examinam com Geisel problemas do cinema O Estado de São Paulo 09/07/1975 Mais dinheiro para cinemas se Estado ajudar Correio do Planalto 04/07/1975 Geisel dá apoio total ao cinema Última Hora 09/07/1975 Governo promete apoio ao cinema nacional Folha da Tarde 09/07/1975 Farias diz a Nei Braga que 70% dos brasileiros nunca viram uma tela de cinema Jornal do Brasil 26/07/1975 Na visita ao ministro, as reivindicações Jornal de Brasília 26/07/1975 Embrafilmes quer organizar pólo cinametográfico no RGS Diário de Notícias 09/04/1975 Roberto Farias propõe uma descentralização Correio do Povo 24/01/1975 Roberto farias confiante no futuro do cinema brasileiro Correio do Povo 04/05/1975 Roberto farias analisa o cinema nacional A Tribuna 06/05/1975 Cinema brasileiro é o mais sério do mundo, afirma Roberto Farias Diário de São Paulo 06/05/1975 Atores discutem indústria cinematográfica no Brasil Diário de Brasília 14/02/197? Cineastas: hora de unir com Governo e exibidores Jornal de Brasília 14/02/197? Filme pode ter Centro-modelo Estado 19/08/1974 Roberto pretende valorizar cinema Diário de Pernambuco 19/10/1974 Você assiste filmes da cinema brasileiro? Jornal da Semana Inteira 9 a 15/04/1977 24

219 Política cinematográfica

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Presidente da Embrafilme elogia decisão do INC sobre copiagem de filmes Jornal do Brasil 15/10/1974 Balanço A Notícia 14/02/1978 Indústria de filmes já sente a recessão Diário Comércio e Indústria 23/07/1980 Augurando 73 O Dia 14 e 15/01/1973 Cinema Governo estuda normas para regular comércio Gazeta Mercantil 22/07/1982 Em liquidação, o cinema nacional Zero Hora 15/09/1982 4 Cineastas vão a Chagas pelo RioCine Jornal do Brasil 03/09/1982 6 Produtores de cinema buscam apoio do Cebrae para montar consórcio de exportação de filmes Correio braziliense 14/07/1982 Cineastas pedem espaço nas Tvs Jornal de Brasília 02/08/1983 Artes e Espetáculos Cinema - a crise chegou à arte O Globo 28/08/1983 O novo 'Boom' do cinema nacional O Globo 18/12/1983 Qual é a do cinema brasileiro? Revista Viu 21 a 27/09/1983 Um cinema sem perspectiva Folha de São Paulo 17/04/1983 Indústria de cinema nacional isenta de ISS Diário do Comércio 11/09/1984 Veneza discute a tela - Como mantê-la? A grande, a pequena? Jornal do Brasil 04/09/1984 Profissionais discutem nova política do cinema nacional Gazeta de Alagoas 04/01/1984 Ajuda para a cultura Jornal do Brasil 20/12/1983 Isenção tributária para ajudar o cinema nacional O Liberal 26/12/1984 Cineastas prjetam Centrocine, uma fundação para os filmes culturais O Globo 28/01/1985 Política Cinematográfica Jornal do Brasil 16/07/1985 Idéias e roteiro para uma política nacional de cinema Jornal do Commercio 11/12/1984 Cinema em crise (capítulo 7.300) Folha de São Paulo 05/04/1985 No pique de Hollywood Exame 06/02/1985 26 Cinema nacional em recuperação Curitiba Shopping 03/03/1985 Comissão Sarney/Pimenta: e agora? Correio Braziliense 21/08/1985 Diretor vê cinema marginalizado Correio Braziliense 08/04/1985 A crise do cinema. Lei 7.300 deixas vazios a preencher Jornal de Brasília 08/05/1985 Produtores de cinema reivindicam O Estado 14/04/1985 Mercado e cinema. Qual é a jogada? Correio Braziliense 08/09/1985 Criada a 2ª indústria de cinema brasileira Jornal de Santa Catarina 02/10/1985

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A difícil profissão de cineasta Tribuna da Cidade 09/1985 15 Pacto rompido no país de Sarney Jornal do Brasil 14/12/1986 Caderno B pág. 6 Proposta para política de cinema no Brasil O Estado de São Paulo 27/03/1986 Cineastas entregam a Sarney as propostas de uma nova política O Estado de São Paulo 22/02/1986 16 Pimenta sugere pontos importantes a seu sucessor Última Hora 14/02/1986 Brasília O cinema fala Jornal do Brasil 27/01/1986 Informe pág. 6 Cinema brasileiro está atravessando sua pior crise Diário do Grande ABC 28/01/1986 Lazer também sente a crise Zero Hora 13/07/1988 Cinema pode ajudar conversão da dívida externa Diário do Grande ABC 13/07/1988 Pela expressão visual do filme Tribuna da Bahia 29/06/1988 André Setaro pág. 4 Rio instala pólo para Cine-vídeo Correio Braziliense 28/07/1987 9 O projeto do novo imposto Diário do Comércio 14/01/1987 Cinema Produtores de cinema querem suprimir artigo O Globo 09/09/1987 O País pág. 5 Produção de filmes em Jacarepaguá Jornal do Commercio 25/04/1987 Lei 7.300 põe cinema brasileiro em xeque Diário do Grande ABC 09/05/1985 'O futuro do cinema não tem fronteiras' Última Hora 10/10/1988 UH Revista - Hildegard Angel Por um pacto cinematográfico O Liberal 22/12/1988 O cinema de invenção contra os parasitas Jornal de Brasília 04/10/1989 Caderno 2 Animando a crise Cine Imaginário 07/1989 11 Vera Cruz: o monstro que não se aguentou nas pernas Correio Braziliense 13/07/1985 Ausência brasileira e insuficiência de fora Folha de São Paulo 04/08/1980 Filmes na TV O cinema e o fisco Jornal da Tarde 02/04/1981 Os partidos discutem um novo tema: a cultura nacional O Estado de São Paulo 04/07/1982 34 O público diminui. Só a televisão é culpada? O Estado de São Paulo 18/07/1982 40 A cultura, entre o criador, o empresário e o Estado O Estado de São Paulo 27/06/1982 34 Os tênues contornos da indústria cultural brasileira O Estado de São Paulo 11/07/1982 33 Cultura sem critérios Folha de São Paulo 14/06/1982 Editorial pág. 2 Política Cultural Folha de São Paulo 31/07/1982 2 São Paulo na liderança da produção de filmes Folha de São Paulo 13/02/1982 Folha Ilustrada pág. 32 A luta dos cineastas paulistas por verbas para seus projetos O Estado de São Paulo 04/02/1982

221 Política cinematográfica

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Algumas mudanças na política do cinema brasileiro A Gazeta 11/11/1975 O sucesso comercial do cinema brasileiro O Fluminense 29/06/1982 Gazeta Mercantil - Revista A nova ofensiva do filme brasileiro Administração e Serviços nº12 ano 3 08/1981 6 Produtores: queremos concorrer com igualdade O Globo 29/10/1972 29 O cinema pede socorro a Delfim Correio Braziliense 22/11/1980 Novos e velhos problemas da cinematografia nacional são discutidos por um grupo de cineastas O Globo 09/12/1981 27 Produção e exibição, as chaves da crise O Globo 28/03/1981 20 Cinema brasileiro e comunicação social Jornal do Brasil 11/01/1981 Caderno Especial pág. 5 Luiz Carlos Barreto com trunfos na manga derruba o 'prêmio adicional' Jornal de Hoje 30/01/1980 Cinema precisa de mais verbas Diário de Pernambuco 26/11/1980 Barreto X Ipojuca Correio Braziliense 26/08/1981 24 Cineastas debatem com Portela problemas do cinema brasileiro Jornal de Brasília 14/02/1980 Ludwig: uma política para o cinema Folha da Tarde 02/12/1980 Imagem brasileira, questão de princípio Revista Ele/Ela nº152 19/02/1982 Panorama pág. 112 O cinema pede tratamento de indústria Jornal do Commercio 02/11/1984 A crise do cinema Careta nº2733 06/06/198? 51 Dinheiro já tem. Cineastas discutem agora o que fazer com o Pólo Cinematográfico Jornal da Bahia 01/03/1979 INC obriga dublagem em filme estrangeiro Última Hora 23/10/1974 Projeto de dublagem é rejeitado O Globo 30/08/1973 Dublagem/ Um debate Jornal do Commercio 22/08/1972 Dublagem provoca discussão e irrita Tinoco Jornal do Brasil 28/09/1972 Câmara vê dublagem de filmes Diário de Notícias 24/09/1972 Projeto que manda dublar todo filme estrangeiro já tem forte resistência Jornal do Brasil 25/07/1972 Dublagem no cinema Jornal do Brasil 22/06/1989 Opinião de cineastas sobre dublagem está dividida mas críticos ficam contra ela Jornal do Brasil 08/04/1970 8 milhões para filmes em SP Folha de São Paulo 13/12/1977 Folha Ilustrada Sarney não recua ante pressão dos cinematográficos Correio Braziliense 30/03/1985 O roteiro de cinema em discussão no MIS Folha de São Paulo 14/12/1978 39

222 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A primavera pornô e o cinema nacional Diário de Minas 23/09/1984 'Nacional? Então deve ser pornográfico' Correio Braziliense 19/06/1988 07 O boom bum das fitas eróticas Jornal de Brasília 10/11/1988 Caderno 2 pág. 1 Gaúchos vêem show pornô Jornal de Brasília 25/08/1988 04 Sessão Dupla Jornal da Tarde 05/08/1988 02 Fanáticos pichadores Jornal do Brasil 08/12/1988 Filme pornô: arma pesada na guerra do lucro entre cines Última Hora 19/04/1988 A AIDS está ameaçando o cinema pornográfico Diário de Pernambuco 15/04/1988 Viver pág. 1 Vídeo Pornô - ver é a melhor diversão Correio Braziliense 14/02/1988 APARTE pág. 6 Toda Nudez será gratificada Correio Braziliense 26/02/1988 APARTE pág. 23 Cine modifica linha e não apresenta mais só os filmes pornográficos O Estado 27/08/1988 Cinema pornô: por que não? O Fluminense 28/09/1988 A lei do filme pornô Of-Reporter 27/06/1986 Sexo, mas entre quatro paredes O Estado de São Paulo 27/06/1986 Caderno 2 pág. 3 Cinema e Streap -Tease no Ritz Correio Braziliense 27/03/1986 APARTE, Em circuito pág. 19 Pornografia na tela e ao vivo Correio Braziliense 25/03/1986 APARTE pág. 24 Sexo explícito e o cinema nacional. Um prejudica o outro? Jornal da Tarde 04/01/1986 Fitas eróticas deixam consumidor tímido Folha de São Paulo 22/05/1986 Folha Ilustrada pág. 53 Casal usava meninas em filmes eróticos Jornal do Brasil 18/10/1986 Cidade pág. 1 Casal usava menores em filmes pornográficos O Globo 18/10/1986 17 A cara e a coragem do consumidor de pornôs Jornal do brasil 08/11/1986 Caderno B pág. 9 A decadência do cinema pornográfico brasileiro Folha de São Paulo 25/07/1986 Folha Ilustrada pág. 33 Juiz tira pornografia da calçada Jornal do Brasil 23/08/1986 9 Pornografia: Diversão ou pecado? O Estado de São Paulo 08/08/1986 Caderno 2 pág. 1 Preso no Rio produtor de filme pornô Correio Braziliense 18/10/1986 23 Menores depôem e incriminam cineasta pornô O Globo 22/10/1986 Estourada gang do sexo que aliciava menores Última Hora 18/10/1986 9 Erotismo e pornografia: onde fica o limite? A Gazeta 13/07/1986 Vitória Jornal do Brasil 09/04/1986 Caderno B pág. 4 'O cinema pornográfico' O Estado de São Paulo 21/02/1986 Dos Leitores pág. 2

223 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Cruzada antipornô Jornal do Brasil 03/02/1986 Informe pág. 6 Campeão em pornô Jornal da bahia 15/08/1986 La carte mondiale de la diffusion de <>: le tendre et la démocratie Liberation 10/08/1986 Je vous salue, pornô Jornal do Brasil 16/02/1986 Revista Domindo pág. 10 Esse pornô apenas faz chorar Última Hora 24/10/1986 8 Sala especial: a saída para o cinema pornô? O Povo 12/07/1985 O pornô tira o cinema do vermelho Correio Braziliense 28/07/1985 Erotismo salva o cinema nacional Jornal do Commercio 28/07/1985 Em defesa do cinema Gazeta de Notícias 25/07/1985 Delegado é afastado do processo contra cinemas Tribuna de Santos 05/07/1985 Blitz contra filmes pornôs tem apoio do público Folha da tarde 02/04/1985 Sexo explícito Jornal do Brasil 10/01/1985 Cartas A pornografia existe porque tem seu mercado Gazeta Mercantil 09/08/1985 Projeto de lei proibe cena de sexo explícito nos cinemas e teatros Jornal do Brasil 01/07/1985 Cartazes de filmes pornôs não serão mais exibidos Jornal de Santa Catarina 01/10/1985 Enquete comprova: público não aceita filme pornô na televisão Diário de Pernambuco 12/05/1985 Filmes Pornográficos Folha de São Paulo 28/03/1985 Cartazes 'explícitos' saem dos cinemas O Estado de São Paulo 03/04/1985 Toda hipocrisia será castigada Última Hora 15/04/1985 Vamos acabar com a pornografia? Jornal dos Sports 27/04/1985 Polícia apreende cartazes de filmes pornográficos Folha de São Paulo 01/04/1985 Pornô avança Jornal do Brasil 22/09/1985 Guerra aberta aos cartazes dos filmes pornográficos Jornal da Manhã 14/03/1985 Vereador não quer ver cartazes de filmes eróticos Folha da Tarde 04/03/1985 Paraíso Pornô Jornal do Brasil 16/09/1985 Produção barata incentiva a indústria da pornografia O Fluminense 17/02/1985 Filme erótico pode sair do circuito comercial Zero Hora 18/09/1985 No escurinho do cinema O estado de minas 15/09/1985 Brasil produz filme pornô em vídeo Jornal do Brasil 03/11/1985 Pornô: escolha sua tara Jornal de Brasília 10/02/1985

224 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Pesquisa O Dia 15/07/1985 Cinema O Fluminense 13/07/1985 Do Leitor Mandado de segurança libera 60 filmes pornográficos em SP Jornal do Brasil 17/09/1984 Filmes pornográficos Tribuna da Imprensa 13/08/1984 Prefeito veta lei antipornô Última Hora 29/07/1984 Contra o explícito Gazeta de Notícias 06/09/1984 São Paulo aprendeu a conviver com a pornografia Folha de São Paulo 06/05/1984 Pornografia e crime Gazeta do Povo 06/08/1984 Um tempo de pornô Diário de Pernambuco 28/01/1984 Sexo explícito: fim da jornada Jornal dos Sports 15/01/1984 Sexualidades em construção Folha de São Paulo 04/08/1983 A síndrome burocrático-pornográfica do cinema brasileiro Folha da Tarde 28/03/1983 Cruzada contra pornografia O Estado de São Paulo 07/12/1983 Filme erótico ou pornô, uma definição sme fronteiras O Globo 01/05/1983 6 Juiz pune cinema Rex por exibir cartaz de nudez Diário de Natal 07/10/1983 Erotismo X pornô Gazeta de Notícias 20/11/1983 Barretos abre campanha contra nudez em cartaz Folha de São Paulo 11/05/1983 O sucesso da pornografia Correio do Povo 02/07/1983 Pornô: povão gosta, a média detesta Correio Braziliense 19/03/1983 Erotismo X Pornô (III) Gazeta de Notícias 05/12/1983 Cinema pornô: celulite demais, celulóide de menos Lui 21 a 27/09/1983 14 O erotismo em baixa Jornal de Brasília 04/07/1982 Jornal de Domingo pág. 5 Segundo Caderno pág. 24 A nudez no cinema: do preconceito contra a atriz à ganância do produtor O Globo 25/02/1982 Justiça jura que tudo não passa de um anteprojeto Correio Braziliense 16/03/1989 Caderno 2 Salas especiais para os filmes pornográficos Revista Isto É nº 499 16/07/1986 30 PORNÔ Estão criando salas especiais para os filmes do gênero Jornal de Brasília 13/07/1986 Domingo pág. 1 'The End' para os pornôs do Cine Barão Folha da Tarde 24/09/1986 Vereador quer mudar nome de cinema pornô Folha de São Paulo 01/07/1986 Folha Ilustrada pág. 31 Fiéis contra nome de santo em cine pornô O Globo 26/10/1986 25 'Pornôs' em salas especiais Folha de São Paulo 19/07/1985

225 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Pimenta estuda lei para regulamentar filme pornográfico Jornal do Brasil 19/07/1985 Filme pornô perde espaço para cinema de arte no SDS Correio Braziliense 31/10/1985 Cinema pornô, juiz concedeu 42 liberações O Estado de São Paulo 10/08/1984 Estranheza O Dia 10/08/1984 Embrafilme quer diminuir filmes pornô O Dia 19/09/1985 Taxa para reprimir sexo e violência no cinema Folha de São Paulo 19/03/1980 Celso Amorim, da pornografia ao panteão das esquerdas Folha da tarde 12/04/1982 Uma campanha sistemática Folha da Tarde 10/09/1975 Embrafilme diz que não existe filme erótico e sim público Diário de Notícias 14/02/1974 Graciosa diz em Brasília que Embrafilme não financia filmes eróticos Jornal do Brasil 17/02/1974 Filme erótico vai pagar taxa mais elevada O Globo 23/11/1985 Juiz cassa filmes pornocênicos Gazeta de Notícias 28/09/1983 Cinema Caso de censura Diário de Pernambuco 14/11/1982 Juizado transfere o Curador de Menores que combatia pornografia Jornal do Brasil 05/16/1982 16 Sexo e pornografia Correio Braziliense 30/03/1982 Opinião pág. 3 Filmes pornográficos podem até dar cadeia Gazeta de Notícias 19/03/1982 7 Pornografia e liberdade Notícias Populares 20/04/1982 No mundo da 'pornô' Jornal do Commercio 11/04/1982 O presidente e a cruzada contra o poder público O Estado de São Paulo 20/03/1982 3 MEC estuda os meios de combater a pornografia O Globo 26/03/1982 4 A defesa dos costumes Diário de Natal 24/03/1982 Adesão voluntária à antipornografia Tribuna da Imprensa 24/03/1982 Cartas pág. 4 Figueiredo convoca sociedade à defesa dos costumes O Globo 16/03/1982 4 Fiqueiredo ataca pornografia Última Hora 16/03/1982 5 Políticos debatem a cruzada pela moral Folha de São Paulo 23/03/1982 Folha Ilustrada pág. 36 'Cruzada moral' leva a censura a proibir a maioria dos filmes O Estado de São Paulo 19/03/1982 13 Os cortes e as liberações depois do apelo de Figueiredo Jornal do Brasil 19/03/1982 MEC adere à ação contra a pornografia O Estado de São Paulo 26/03/1982 14 Pornografia e Direito Jornal do Brasil 31/03/1982 11

226 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Cunha apóia campanha contra pornografia Estado de Minas 27/03/1982 Pornografia Folha de São Paulo 18/05/1982 4 O aniversário da pornografia Jornal do Brasil 21/03/1982 Caderno B CSC discutirá a 'cruzada' moral Folha de São Paulo 18/03/1982 Folha Ilustrada pág. 40 Pouca Vergonha! A Gazeta 21/05/1982 Opinião do Leitor Subdesenvolvimento e pornografia Revista Isto É nº274 24/03/1982 39 Uma história imoral Revista Isto É nº 274 24/03/1982 26 Um tema eleitoral? Revista Isto É nº274 24/03/1982 12 Uma lição de moral Revista Isto É nº274 24/03/1982 20 Câmara examina pornografia Jornal do bRasil 19/03/1982 7 Uma cruzada contra a obscenidade O Dia 17/03/1982 A luta contra a pornografia Jornal de Minas 09/06/1982 Carta de Leitores Polícia Federal tira o véu da pornografia Tribuna da Imprensa 23/06/1982 2 Renato Aragão O Dia 04/07/1982 Parto é pornografia para polícia gaúcha Tribuna da Imprensa 08/09/1982 3 Consumismo e pornografia Última Hora 13/09/1982 3 Pornô na TV Jornal do Brasil 04/11/1980 Filmes brasileiros O Povo 20/09/1980 Senador quer salvar moral assistindo a filme erótico Jornal do Brasil 20/09/1980 Caderno B pág. 2 A respeito da liberação de filme O Estado de São Paulo 21/09/1980 3 Senadora quer assistir a filme erótico pois este é o seu dever Jornal do Brasil 21/09/1980 Pornografia nacional impressiona Figueiredo Última Hora 17/09/1980 Dirceu, de novo Diário da Manhã 10/10/1980 Financiando pornografia O Popular 19/09/1980 Pornografia impressiona Figueiredo A Crítica 19/09/1980 Política da Embrafilme A Gazeta 21/11/1980 MEC dará pareceres separados ao pornô Tribuna da Imprensa 16/07/1981 7 Figueiredo não quer filme pornográfico Folha de São Paulo 19/09/1980 Excesso de pornografia impressiona Figueiredo Estado de Minas 01/09/1980 Sexo nas bancas, nos filmes. E Figueiredo começa a se irritar O Estado de São Paulo 19/09/1980

227 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno A cruzada antierótica Revista Isto É 01/10/1980 12 Ressaca pornográfica Revista veja 01/10/1980 Erotismo, quando a estética fere a moral Estadão 05/10/1980 Arte & Capitalismo Diário de Petrópolis 14/08/1975 Na onda dos filme eróticos que estão fazendo a bilheteria O Globo 26/03/1976 Cinema brasileiro procura afirmar-se, abusando do erótico O Estado de São Paulo 19/12/1972 12 Nova posição do cinema brasileiro. Erotismo já era. O Globo 09/07/1973 2 A escalada do pornofilme Última Hora 12/08/1973 Filmes eróticos (I) Diário Comércio e Indústria 05/11/1975 DCI Crônica Filmes eróticos (II) Diário Comércio e Indústria 06/11/1975 DCI Crônica Erotismo requentado no momento político Folha de São Paulo 19/07/1980 Moralismo, facismo, pornofilia Folha de São Paulo 23/09/1982 3 Preocupação com onda pornográfica Gazeta do Povo 13/08/1983 A pornografia e o cinema Diário de Pernambuco 22/06/1983 Cartas à Redação Um filme nacional, erótico O Estado de São Paulo 30/12/1982 Cidade e Serviços Pornografia O Globo 16/12/1980 2 Das liberações Folha da Tarde 20/09/1980 Informes e Informações A quem interessa o cinema pornô? Última Hora Revista 13/01/1984 Cinema e sexo O Povo 25/07/1984 Quintílio de Alencar teixeira Fausto, quem diria, acabou no Odeon Jornal do Brasil 13/07/1983 Caderno B pág. 2 Cruzada contra pornografia Jornal de Brasília 01/11/1984 'Garganta Profunda', a velha novidade pornográfica Folha 31/05/1983 25 A pornografia, um mercado decadente Folha de São Paulo 27/07/1984 Folha Ilustrada Produção barata incentiva a indústria da pornografia O Fluminense 18/02/1985 A cidade na porta do cinema pornô Folha de São Paulo 25/05/1980 Folha Ilustrada pág. 51 Lixo O Globo 09/04/1981 Carlos Swann pág. 10 Campinas lança a Liga da Defesa da Família A Tribuna 07/08/1981 Reação contra a pornografia Jornal da Tarde 08/01/1981 Pornô em Belô Estado de Minas 21/01/1981 4 Viagem ao universo pornô O Dia 21/01/1981

228 Pornografia

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Bons filmes, mas nenhum entre as estréias Jornal da Tarde 28/05/1984 Não existe abertura sem erotismo Folha de São Paulo 18/05/1979 Breve discurso moral sobre o erótico e o pornográfico e seus equívocos O Globo 15/04/1978 34 Pornografia no cinema irrita Dirceu Cardoso Folha de São Paulo 06/05/1981 Folha Ilustrada pág.30 Porngrafia financiada A Tribuna 07/03/1981 Mulheres entregam manifesto Jornal do Brasil 22/05/1981 8 Um 'fecha' ao pornô Diário Popular 10/06/1981 Coluna 'Gentíssima' Pornô estrangeiro pagará taxas altas O Globo 23/06/1981 6 Cruzada contra sexo fala com Abi-Ackel Tribuna da Imprensa 23/07/1981 5 Salve, a pornobrás A Crítica 20/03/1981 Pornografia em cinema e revista choca Figueiredo O Globo 19/09/1980 p. 6 O senador Machista Jornal do Brasil 21/09/1980

229 Religião

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Ninguém resiste à tentação Correio Braziliense 25/08/1988 APARTE Cinema, Igreja e povo Jornal do Brasil 24/05/1988 Caderno B pág. 2 Missões; o falso brilhante O Estado do Paraná 10/04/1988 Almanaque pág. 7 Se depender de Joaquim Roriz Scorcese não tenta Brasília Correio Braziliense 24/11/1988 APARTE pág. 34 Hoje tem vídeo sobre candomblé no Paço Imperial O Dia 01/02/1988 12 O novo ciclo autoritário da Igreja Folha de São Paulo 18/12/1985 Folha Ilustrada pág. 47 Godard, o herege Jornal de Brasília 14/11/1985 Cineastas são contra atitude da Igreja Folha de São Paulo 14/11/1985 Na UnB Anselmo Duarte debate cinema e religião Correio Braziliense 24/03/1986 APARTE pág. 19 Embrafilme reclama mas José Celso se recusa a retirar despacho a Exu Jornal do Brasil 16/10/1984 Cinema Última Hora 08/11/1967 Igreja poderá participar do Conselho de Censura O Estado de São Paulo 15/06/1982 19 Cardeal admite Igreja no Conselho de Censura Tribuna da Imprensa 15/09/1982 6 CNBB vai ficar fora do Conselho de Censura O Globo 16/09/1982 7 Intregalismo do deputado surpreende arcebispo Folha de São Paulo 30/12/1982 36 Cruzada pede mais rigor para censura Diário do Grande ABC 07/12/1983 Ministro da Justiça recebe cruzada contra pornografia A Tribuna 07/12/1983 Nova cruzada contra pornôs Diário da Manhã 07/12/1983 Moralidade pornográfica O Popular 07/12/1983 Um pedido: censura Revista Visão nº22 05/1982 Cartas Conselho de Censura reúne-se sob a nova 'cruzada da moral' O Estado de São Paulo 18/03/1982 18 Evangélicos têm saudade da Censura Correio Braziliense 09/12/1988 APARTE pág. 22

230 Religião

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Cineastas perguntam por que filme estrangeiro é liberado e o nacional não Jornal do Brasil 21/01/1984 Curta não será mais um castigo Jornal do Brasil 12/04/1984 1 Uma tortura a menos no cinema Folha da Tarde 29/08/1984 Novo regulamento para filmes estrangeiros O Esatdo de São Paulo 29/03/1982 18 A batalha do cinema Jornal do Commercio 03/02/1982 Filmes terão maior contrlole Diário do Comércio e Indústria 06/04/1982 Concine controlará produção estrangeira Tribuna da Imprensa 06/04/1982 8 Concine pede a suspensão das filmagens de 'Gabriela' O Esatdo de São Paulo 12/05/1982 25 Cinema: mais 71 dias para o cinema nacional Diário Comércio e Indústria 14/02/1978 Em defesa do mercado nacional Jornal da Bahia 28/11/1989 Projeto sobre cinema nacional é aprovado Folha de São Paulo 05/11/1975 TV cultura exibirá produções nacionais Diário do Grande ABC 08/12/1988 Novo tempo para o cinema nacional? Correio Braziliense 06/11/1981 APARTE pág. 23 Filme nacional tem mais público O Estado de São Paulo 12/06/1982 16 Filmes nacionais mantém públlico Gazeta Mercantil 27/08/1980 A conquista do mercado Revista Visão 19/12/1983 64 Caderno 2 pág. 2 - Cartazes da Concine proíbe filme americano de ser realizado no Brasil A Tarde 29/06/1983 Cidade Caderno 2 pág 2 - Cartazes da A proibição do Concine para 'A walk on the moon' A Tarde 30/06/1983 Cidade Caderno 2 pág. 2 - Coluna Ainda a proibição de 'A Walk on the Moon' A Tarde 04/07/1983 José Augusto Duas cartas contra o Concine A Tarde 13/07/1983 Coluna José Augusto Brasil quer um amplo mercado para cinema Correio Braziliense 23/07/1977 Cinema tem projeto-impacto Correio Braziliense 23/07/1977 Embrafilme quer mercados latinos O Globo 23/07/1977 Coluna de Carlos Swann Embrafilme defende mercado de filmes com estrutura da ALALC Jornal do Brasil 23/07/1977 Garantia para filmes Diário Comércio e Indústria 26/07/1977 Dois decretos que mudam o cinema brasileiro Jornal da Tarde 22/12/1975 Brasil importou 14 milhões de dólares em filmes em 74 Jornal da Bahia 16/09/1975 Ampliar mercado do filme nacional, a meta de Farias O Estado de São Paulo 08/08/1974 MEC pode restringir o cinema estrangeiro O Esatdo de São Paulo 20/08/1974 12

231 Religião

Título Jornal Data de publicação Página / Caderno

Estado de Alerta Revista Veja 19/10/1977 King Kong ataca Dona Flor Revista Isto É 09/01/1978 Cinema Indústria do cinema quer ampliar mercado Diário do Grande ABC 29/07/1982 Cebrae reforça vendas da Embrafilme Jornal do Commercio 28/07/1982 Público, mercado e condições atuais O Popular 05/10/1988 Embrafilme confirma o lançamento de 9 filmes nacionais Correio do Povo 06/01/1984 Enfim, nosso cinema reconhecido? Jornal da Tarde 10/04/1985 Filme estrangeiro nem impostos paga Jornal do Commercio 12/05/1985 Os males do cinema nacional Jornal da Brasil 22/02/1986 Caderno B pág. 9 A volta da euforia Última Hora 10/03/1987 Revista pág. 2 JK desgraçou nosso cinema Correio Braziliense 15/07/1987 10 A fiscalização está fora de foco O Globo 21/10/1987 Segundo Caderno pag. 3 Demagogia e prejuízo Tribuna da Imprensa 25/08/1987 Uma injustiça escandalosa contra o cinema nacional Diário de Minas 30/12/1988 Por onde anda o cinema brasileiro? O Dia 06/11/1988 Caderno D pág. 4 Filmes brasileiros na TV O Popular 12/09/1981 Por que abriu? Jornal da Tela nº13 09/03/1981 Farias diz que governo quer cinema nacional forta para competir com o estrangeiro Jornal do Brasil 03/05/1975 Roberto Farias: 'Não se pode combater o erotismo apenas no cinema nacional O Globo 31/03/1973 Ibrahim Sued Filme brasileiro, um bom negócio no exterior Folha de São Paulo 08/06/1982 Folha Ilustrada pág. 40 Indústria do cinema ganha espaço no mercado externo Diário do Comércio 03/06/1982 O cinema brasileiro em busca de mercado Correio do Povo 18/08/1982 Cinema nacional é palavrão O Estado de São Paulo 05/07/1987 Caderno 2 pág. 3 Dólares e dores para o cinema brasileiro Folha de São Paulo 20/11/1979 36 A exportação de filmes rende mais Jornal na Tela nº003/82 11/01/1982 Filme produz divisas de US$990mil Jornal do Commercio 09/05/1982 As previsões da Embrafilme no mercado dos Estados Unidos Gazeta Mercantil 17/06/1981 Cinematografia nacional: como chegar aos Estados Unidos O Estado de São Paulo 10/02/1980 Novas normas para filmar no Brasil O Estado de São Paulo 20/05/1982 23

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Título Jornal Data de publicação Página / Caderno Campanha contra o cinema nacional é denunciada no Rio Folha da Tarde 24/09/1980 Mais dias de exibição para filme brasileiro Gazeta de Notícias 30/12/1982 Perspectivas 83/Cinema Mais um ano de luta sem trégua contra os importados Folha de São Paulo 01/01/1983 Brasileiro Denunciada campanha contra cinema nacional O Povo 15/09/1980 Cinema brasileiro, mercado e expressão Tribuna da Imprensa 13 e 14/12/1980 11 Embrafilme vai garantir espaço do filme nacional Folha de São Paulo 20/12/1982 Folha Ilustrada pág. 21 Uma reação ao domínio da cultura estrangeira ABI v.23 06 e 07/1980 13 O Estado e nosso cinema Cidade de Santos 02/12/1980 Filmes para TV só poderão ser dublados dentro do país O Dia 19/09/1980 Dublagem: uma questão de cultura ou liberdade Correio do Povo 10/09/1972 À procura de mercado Jornal do Brasil 19/02/1978 Livro pág. 2 Cinema nacional vence uma velha luta Jornal de Brasília 01/07/1975 Farias diz que governo quer cinema nacional forte para competir com o estrangeiro Jornal do Brasil 03/05/1975 O cinema brasileiro, agora tipo exportação Folha de São Paulo 29/05/1980 Folha Ilustrada pág. 25 Um debate em defesa da nossa cultura. Os heróis invadem o que é nosso? Estado de Minas 17/06/1979 Começa a luta do seriado nacional como enlatado O Estado de São Paulo 20/05/1979 27 Nossos enlatados Movimento 21 a 27/05/1979 Cultura Uma alternativa para os enlatados norte-americanos Correio Braziliense 12/07/1979