Antonio Braz Spolti
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ANTONIO BRAZ SPOLTI NEVOEIRO TROPICAL: IMPLICAÇÕES DO TROPICALISMO NA EMERGÊNCIA DA CONTRACULTURA NO BRASIL NA DÉCADA DE 1960 CHAPADA DOS GUIMARÃES/ CUIABÁ/MT FEVEREIRO/2007 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO MESTRADO/HISTÓRIA HISTÓRIA TERRITÓRIOS E FRONTEIRAS: FRONTEIRAS, IDENTIDADES E TRANSCULTURAÇÃO ANTONIO BRAZ SPOLTI NEVOEIRO TROPICAL: IMPLICAÇÕES DO TROPICALISMO NA EMERGÊNCIA DA CONTRACULTURA NO BRASIL NA DÉCADA DE 1960 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação – Mestrado em História Pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, como exigência para obtenção de título de Mestrado Orientador: Professor Dr. Oswaldo Machado Filho Chapada dos Guimarães/Cuiabá/MT Fevereiro/2007 3 FICHA CATALOGRÁFICA S 762n Spolti, Antonio Braz Nevoeiro Tropical: implicações do tropicalismo na emergência da contracultura no Brasil na década de 1960/Antonio Braz Spolti.- - Cuiabá: UFMT/ICHS, 2007 209 p. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação – Mestrado em História pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, como exigência para obtenção de título de Mestrado Orientador: Professor Dr. Oswaldo Machado Filho Bibliografia: p. 202-209 CDU - 784 - 4 (81) Índice para Catálogo Sistemático 1. Modernidade 2. Cultura 3. Música 4. Vanguardas 5. Crítica cultural 6. Documentação Histórica 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO DE HISTÓRIA HISTÓRIA TERRITÓRIOS E FRONTEIRAS: FRONTEIRAS, IDENTIDADES E TRANSCULTURAÇÃO ANTONIO BRAZ SPOLTI NEVOEIRO TROPICAL: IMPLICAÇÕES DO TROPICALISMO NA EMERGÊNCIA DA CONTRACULTURA NO BRASIL NA DÉCADA DE 1960 BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________________________ Professor Dr. Oswaldo Machado Filho (Presidente) PPG/Mestrado de História/UFMT ______________________________________________________________________________ Professor Dr. Paulo Celso Miceli (Membro Externo) PPG/Mestrado de História/UNICAMP ______________________________________________________________________________ Professora Dra. Ludmila de Lima Brandão (Membro interno) PPG/Instituto de Linguagens/UFMT ______________________________________________________________________________ Professora Dr. Leny Caselli Anzai (Membro interno/Suplente) PPG/Mestrado de História/UFMT 5 Cuiabá/MT, 1 de fevereiro de 2007 6 A Edna e nossos filhos Gabriel, Dafne e Lucas. Fora isso “Para todos e pra ninguém” AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT pela concessão da Bolsa de Estudos. Aos tripulantes da navilouca Orientador, Professor Dr. Oswaldo Machado Filho, pela solidariedade, afeto e amizade possibilitando-me às investidas na história cultural do Tropicalismo sem tolher minha livre expressividade de escrita. 7 Aos professores do Programa de Pós-Graduação do Mestrado, Professor Pio Penna Filho, Fernando Tadeu, Carlos Rosa, sempre com leituras que me levaram a pensar outras nuances para minha pesquisa. Tenho por eles um carinho especial. À Professora Dra. Regina Beatriz Guimarães Neto. Suas aulas me proporcionaram reflexões importantes sobre novas problematizações para a prática de pesquisa, além de ter me falado dos “autores” que tinham a ver com o Tropicalismo. “Me sintonizei” com ela. À Professora Leny Caselli Anzai, que desde o início de meus estudos demonstrou atenção à Música Popular Brasileira enquanto documentação para pensarmos a prática historiográfica. Não esqueci suas sugestões de pesquisa sobre o universo do Tropicalismo num âmbito mais “planalto central do país”; também das canções executadas no ambiente radiofônico no tempo da contracultura que saia dos grandes centros, estendendo-se para suas possíveis manifestações para um espaço mais “local”. À Professora Ludmila de Lima Brandão, pelo aceite ao convite de Banca examinadora e pelas sugestões admiravelmente proveitosas para “encerramento” de minha pesquisa. A subjetividade antropofágica “fundiu a minha cuca”, ainda bem, o prazer de devorar se fez ainda mais intenso. Aos meus amigos e aos meus “rivais”. Falarei dos primeiros que beberam as cervejas comigo sempre entrando “na minha”, falando muito bobagem, muita besteira metafísica, muitos lances de nadas, muitos comentários sobre tudo e todos (ninguém escapou aos nossos afetos): Priscila (companheira nas trocas e compromissos de orientação entre outras atividades acadêmicas), Cléber Júnior e Valéria (as primeiras guitarras elétricas?, a contracultura, Gilberto Gil, Caetano, um barato!), Antônio Leôncio, “mestrando” com a gente, Rosângela, Rubens, Lucas (palha), Mirian, Dany, Najla, Célio, Gilbert , Tereza, Brizola, Tiaraju e tantos outros. Ao Tiago Kramer e à Ana Carolina e suas pesquisas (um barato!), à Flavinha, Lobinho, Júlio Gustavo, Raquel e por aí afora. Ao Fernando, que presenciou minhas defesas do Caetano de um ponto de vista astrológico. Para Marinei, por seu incentivo e por nossos momentos de cantoria nos tempos idos. 8 À minha mulher por tudo o que lhe foi possível nesta trajetória. Pela paciência em solicitar os livros junto à Biblioteca do Banco do Brasil. À elas e meus filhos, nossa música, nossas festas, nossos momentos bons e maus, enfim, por nossa vida. Finalmente, ao Professor Doutor Paulo Celso Miceli, pelo aceite em embarcar na nau tropicalista. RESUMO1 1 SILVA, R.F.V. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas básicas (NBR 14724: 2002 e NBR 6023: 2002. 22 Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. 9 Este estudo volta-se para o objeto do Tropicalismo enquanto questionador e fragmentador dos discursos dominantes, principalmente no campo cultural, do perídodo opressivo do Regime Militar, demostrando o modo que este movimento estético-cultural tratou as indeterminações nacionais àquele tempo. Por meio de leituras de textos de diversos autores que trataram do assunto desde sua efervescência (e em momento brevemente posterior) e através de audições das diversas canções que tratam o assunto, almeja-se demonstrar o Tropicalismo enquanto uma vanguarda cultural que apresentou um novo dado histórico ao contrapor, tanto os discursos ideológicos dominantes das correntes ditas da direita, quanto da esquerda do país. Não aceitando, assim, nenhum discurso dominante, tendo dado um novo rumo às artes do Brasil através da continuidade da linha evolutivada Música Popular Brasileira, a partir da Bossa Nova. O tropicalismo foi um movimento de síntese dos movimentos culturais do Brasil: o modernismo, o concretismo, a Bossa Nova, afora a influência que o Cinema Novo e a literatura despertou em muitos de seus componentes. Renovou a consciência crítica num período conturbado e opressivo marcado por indeterminações nacionais próprias ao Regime Militar. Este movimento teve por influência da mídia, muitos mitos criados a seu respeito, não correspondendo, porém, esses mitos, à essência artística-crítica fundamentada no procedimento alegórico de submeter os valores arcaicos à luz da modernidade. Na década de 1970 os debates acadêmicos em torno da temática desse procedimento estético-cultural são permeados de discussões e idéias a respeito do movimento, dividindo-se basicamente nas correntes de concordância e críticas. Em seu campo musical, o mais explorado neste estudo, trouxe a proposta de seletividade da canção popular brasileira e a continuidade de suas linhas evolutivas. Evidenciou à crítica musical e cultural pelo procedimento alegórico, como meio de fragmentar os diversos discursos de poder. Elaborou sínteses culturais para expô-las à fragmentação não aceitando nem uma “verdade histórica”, sem no entanto menosprezar o olhar para uma possível aproximação à realidade factual. Em suas canções, o Tropicalismo trouxe uma documentação artística-histórica importantíssima para a compreensão dos acontecimentos sociais, políticos e culturais da história do Brasil, principalmente por trazer em sua temática o aspecto reprimido dos sujeitos históricos. Utilizou-se da cultura das massas 10 para sua produção cultural. Funcionou como movimento crítico ao não menosprezar as discussões em torno dos mitos da modernidade. Palavras-chave: modernidade; cultura; música; vanguardas; crítica cultural; documentação histórica. ABSTRACT2 This study is turned toward the object of the inquiring and fragmenting Tropicalismo as dominant speeches, mainly in the cultural field, in the overwhelming 2 SILVA, R.F.V. Idem 11 Military Regimen period, demonstrating the way that this aesthetic-cultural movement treated the national undeterminations at that time. By means of text readings of from diverse authors who had dealt with the subject since its bubbling (and at briefly posterior moment) and through hearings of the diverse songs that treat the subject, it is longed for to demonstrate the Tropicalismo as a cultural vanguard that presented new historical data by opposing the dominant ideological speeches of said right wings, as well as the left wings of the country. Thus, by not accepting any dominant speech, having established a new route to the arts of Brazil through the continuity of the evolutive line of Brazilian Popular Music, from the New Bossa. Tropicalism was a synthetic movement of Brazil’s cultural movements: modernism, concretism, Bossa Nova, furthermore there is the influence that the New Cinema and the literature have aroused in many of its components. It renewed the critical