FRONTEIRAS SOCIOCULTURAIS DA COMUNICAÇÃO FRONTEIRAS SOCIOCULTURAIS DA COMUNICAÇÃO FÁBIO RONALDO DA SILVA MARIA ZITA ALMEIDA BATISTA DOS SANTOS (Organizadores)
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
FRONTEIRAS SOCIOCULTURAIS DA COMUNICAÇÃO FRONTEIRAS SOCIOCULTURAIS DA COMUNICAÇÃO FÁBIO RONALDO DA SILVA MARIA ZITA ALMEIDA BATISTA DOS SANTOS (Organizadores) FRONTEIRAS SOCIOCULTURAIS DA COMUNICAÇÃO Campina Grande/PB 2017 EDITORA CESREI Editora do Centro de Educação Superior Reinaldo Ramos-CESREI EDITOR CHEFE Cleumberto Reinaldo Ramos CONSELHO EDITORIAL Francisco Iasley Lopes de Almeida Juaceli Araújo de Lima Lênio Assis de Barros Maria Zita Almeida Batista dos Santos CONSELHO CIENTÍFICO Ada Kesea Guedes Bezerra Fábio Ronaldo da Silva Jurani Oliveira Clementino Ligia Coeli Silva Rodrigues Maria Augusta Macedo Reinaldo CAPA E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Daniel de Sousa Silva João Henrique de Medeiros Silva REVISÃO Maria do Carmo de Carvalho Melo NORMALIZAÇÃO TÉCNICA Severina Sueli da Silva Oliveira CRB-15/225 ENDEREÇO DA EDITORA Av. Almeida Barreto, 242 – Centro Campina Grande-PB CEP: 58400-328 Fone: (83) 3341-7997 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA CESREI F935 As fronteiras socioculturais da comunicação / Fábio Ronaldo da Silva, Maria Zita Almeida Batista dos Santos (Organizadores). – Campina Grande: CESREI, 2017. 136 p. : il. color. ISBN 978-85-94448-01-9 1. Sociologia da Comunicação. 2. Comunicação - Teoria. I. Silva, Fábio Ronaldo da. II. Batista, Maria Zita Almeida. III. Título. CDU 316.77 PREFÁCIO “A tarefa não é tanto ver o que ninguém viu ainda, mas pensar o que ninguém pensou sobre algo que todos veem.” Arthur Schopenhauer. Nos anos 80, o canivete suíço era objeto de desejo dos homens. Em um único acessório tinha-se diversas ferramentas como faca, tesoura, abridor de garrafa, saca-rolha, porta-agulha, pinça, lixa, régua, entre outros. Os tempos mudaram, as tecnologias avançaram e, nesta era digital, outro objeto está presente em todos os bolsos: o celular e cada vez mais os smartphones, com seus inúmeros aplicativos de serviços, informações e entretenimento. As tecnologias de comunicação e informação ampliam diariamente a nossa capacidade de interação, acesso a conhecimentos e troca de experiências. O teórico da comunicação Marshal Macluhan, em 1969, já refletia algo semelhante no livro ‘Os meios de comunicação como extensões do homem’. Já o sociólogo Zygmunt Bauman, em 2004, afirmou em 'Amor Líquido' que vivemos tempos líquidos, em que nada é feito para durar, sequer sólido. Vivemos tempos efêmeros, nos quais acontecimentos são moldados pela velocidade na circulação de informações, pela busca incessante por novidades, e os espaços são cada vez mais limitados para o pensamento crítico e a reflexão. Ter tempo para ler e pensar são luxos que devemos buscar para renovar nossa consciência acerca de quem somos e onde estamos em um mundo atualmente marcado pelas transformações em todos os campos de estudos da comunicação social. Para alguns, vivemos tempos sombrios, de crise midiática. Para outros, e aqui me incluo, estamos em uma época valiosa para os profissionais da comunicação que se lançam a observar os fenômenos do presente, com a experiência de ter vivido um passado recente e com coragem e disposição para desenvolver pesquisas que lançam olhares para o futuro da comunicação, numa sociedade globalizada e convergente. As pesquisas publicadas neste primeiro e-book de comunicação da Faculdade Cesrei são evidências da pluralidade dos estudos socioculturais da comunicação. Vamos da comunicação indígena, via audiovisual, à interatividade mobile que impacta nossas conexões diárias; Partimos das histórias em quadrinhos, passando pela telenovela, pelo telejornalismo, até os desafios do webjornalismo; Nesta obra, o leitor também encontra estudos sobre mensagens publicitárias a partir da cultura popular; Um olhar sobre as gerações humanas com foco em histórias narradas por idosos, através da linguagem de documentário; Assim como um estudo sobre como defendemos posicionamentos usando avatares em uma rede social. A seguir, alguns pontos sobre as pesquisas aqui publicadas: No artigo ‘Reconfigurações das práticas sociais via dispositivos móveis: novos olhares comunicacionais’, Wagner Wolney Fernandes Araújo e Adriana Alves Rodrigues, apontam os impactos do uso dos dispositivos móveis na sociedade, que segundo os autores agregaram novas funções à nossa comunicação e geraram interatividade a partir das conexões de dados. Para fundamentar a pesquisa, os pesquisadores entrevistaram pessoas que usam diariamente celulares e tablets. Em “Homem nasce homem, mulher nasce mulher, o resto é gambiarra”: Transfobia na mídia e no ciberespaço’, Bruno Rafael Silva Nogueira Barbosa e Laionel Vieira da Silva realizam uma pesquisa etnográfica digital sobre identidade de gênero e o papel da mídia como meio de validação do que os autores apontam como conceito binário e simplista dos gêneros. Para isso, analisam uma reportagem publicada em uma rede social e estudam os discursos e as representações de transfobia na mídia brasileira. Fábio Ronaldo da Silva e Paulo R. Souto Maior Júnior trazem em ‘Fiando a tapeçaria em um fim de tarde: uma discussão sobre velhice através de O fim e o princípio’, questões relacionadas à velhice, tendo como fonte o documentário ‘O fim e o princípio’ (2005) do diretor Eduardo Coutinho. A partir desta análise de conteúdo, os autores traçam uma reflexão entre a narrativa e o envelhecer, com base na observação dos depoimentos de personagens do documentário. Também na linha cinematográfica, em ‘Reflexões sobre o filme “Kapinawá – Meu Povo Conta”’, Glauco Fernandes Machado e Renato Monteiro Athias, observam como os grupos indígenas Kapinawá, de Pernambuco, se percebem representados no filme. Para a pesquisa os autores se basearam na antropologia visual e realizaram debates sobre as imagens e apreciações de cena a cena do documentário com os indígenas. A partir dessas ações foram desenvolvidas discussões acerca das impressões dos indígenas sobre o filme. Já no título do artigo ‘Folkmarketing e identidade corporativa: as inter-relações entre a cultura massiva e a cultura popular na campanha do Banco Real’, José Carlos de Mélo e Silva evidencia o foco da pesquisa. O autor analisa as estratégias de marketing do Banco Real e como elas foram feitas com a participação de artesãos pernambucanos. A partir deste trabalho, Mélo e Silva apresenta as relações entre a cultura popular e as ações de comunicação da empresa delimitada. Em ‘A migração do Conteúdo dos telejornais para internet: Uma análise do ABTV - Primeira Edição exibida pela TV Asa Branca – Caruaru/PE’, Jaqueline Eveline de Almeida e Jurani O. Clementino relatam o desafio da aplicação da convergência midiática nas linguagens jornalísticas entre televisão e internet. O trabalho acontece no período de mudança entre os portais Mais AB e G1 Caruaru e região, e é resultado de uma Monografia do curso de Comunicação Social do Centro Universitário Vale do Ipojuca. Na pesquisa ‘O uso de avatares no facebook: ideologia e identidade nos processos de comunicação e informação’, Alisson Gomes Callado, Nadjaria Kalyenne de Lima Antero e Verônica Almeida de Oliveira Lima discutem um elemento semiótico que vem sendo adotado pelos usuários do facebook para expressar opinião e defender posicionamentos. Para isso, os autores estudam o case do avatar ‘Eu Luto Pelo Fim da Cultura do Estupro’, disseminado pela fanpage ‘Catraca Livre’. Já Valdeci Feliciano Gomes escreve uma análise no campo da publicidade, com foco nas histórias em quadrinhos eróticas (HQs). O autor faz uma reflexão jurídica, sociológica e midiática dos conteúdos discursivos presentes nesses quadrinhos, no que diz respeito às mensagens que fazem alusão à violência doméstica, assim como segue aspectos culturais e sociológicos que marcam as relações entre gêneros. Rosildo Raimundo de Brito lança um olhar crítico acerca de um assunto de extrema importância para a formação de crianças e jovens, no artigo de revisão bibliográfica ‘Educomunicação e as fronteiras transversais da interface comunicação/educação’. Brito relata os avanços no campo de estudos sobre as relações entre comunicação e educação, fundamentadas na construção transversal do conhecimento. Também fundamentados no campo teórico da educação, João Ademar de Andrade Lima, Robéria Nádia Araújo Nascimento e Verônica Almeida de Oliveira Lima utilizam o método indutivo para a análise apresentada no artigo ‘A Cultura Livre como suporte para novas experiências de aprendizagem via Redes Sociais’. Os autores analisam a aplicação das licenças de propriedade intelectual ‘copyleft’ e ‘creativecommons’ às diversas obras intelectuais e com locus nas redes sociais online. E não dá para pensar na comunicação social sem tocar numa das expressões artísticas mais populares da televisão brasileira, a telenovela. No trabalho ‘O processo de factualização da telenovela brasileira: em foco a representação do evangélico presente na telenovela Duas Caras’, Welkson Pires observa que a telenovela brasileira vem passando por transformações nas estruturas narrativas desde os anos 1960. Segundo o autor, quando a narrativa se aproxima da atualidade cotidiana gera novas expectativas na audiência, o que exige mais fidelidade com a realidade. Para a pesquisa, o autor focou no case da telenovela Duas Caras (2007/2008) e a repercussão da obra no meio evangélico. A comunicação é viva! Segue em movimento enquanto você lê este prefácio e finaliza com a certeza de que este é somente o princípio de uma reflexão fértil e atualizada dos tempos líquidos da comunicação social, marcados pela pluralidade de conteúdos, pelas interseções entre pessoas e tecnologias da comunicação e, principalmente, pela dedicação