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A-Or -Qc O Cue Faço Meio: Imprensa Pág: 29 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 25,50 x 30,00 cm² ID: 78292294 25-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3 ••••,- • Jornal de Noticias (1c, ENTREVISTA — passarmos pelos demais an- Miguel José Pereira dares. Estamos cheios de ar- [email protected] tistas. Levantas uma pedra e tens um chef, um fadista, Já escreveu mais de 200 mú- um cantor, um pintor... es- sicas, sempre com o Porto o orto critores, então, nem se fala. no coração e com o coração Escrevem todos, menos os tiffir ao pé da boca. Rui Veloso, escritores [risos]. Nem se- homem grande da música quer perceberam bem o que portuguesa, não gosta de disse sobre o hip-hop. Esta- que lhe chamem mestre a-or -qc tuc o va a falar da realidade dos nem lhe interessa ser refe- EUA e da porcaria que a rência. Recusa o método da América exporta. Apesar de indústria da cultura atual, ter coisas gloriosas, como o que cria "artistas em tudo", jazz, o blues, o funk, a soul e garante ao JN: "Não existe o cue faço" musicou a country. Ou o ci- uma fórmula para fazer uma nema, a literatura, a pintu- música de sucesso." ra. Mas essa América está a desaparecer. Exporta o O Porto/Post/Doc passou Rui Veloso Músico vive em Lisboa mas recusa perder pronúncia gangster rap, aquilo que é esta semana um filme so- do pior que há, a exibição bre o Chico Fininho, per- quisessem. É um documen- via em Francelos. E vê-se a nha, "spineless" como se Este ano fez algumas de- gratuita da riqueza, a vio- sonagem do Porto que o to de época e foi um bocado Foz, o Porto da altura. diz em inglês, palavra de clarações polémicas, so- lência em geral e em parti- Rui Veloso imortalizou. um aproveitamento da que gosto muito. Falta de bre o hip-hop e o Festival cular contra as mulheres, a Viu o filme? onda do Chico Fininho, que Há sempre um Porto sub- estrutura, vá. Quando vou da Canção. O país ainda ausência de ideias, de pro- Aquela malta do filme é foi uma coisa maluca. O dis- liminar nas suas canções? ao Porto, alimento-me dis- não está preparado para pósito. Foi disso que falei. toda minha amiga. Só não co "Ar de Rock" (1980) foi Está sempre presente! Nun- so, a pronúncia vem mais essa honestidade crua? Mas a malta do hip-hop tem conhecia o Vítor Norte, que urna explosão. Portanto, ele ca perdi a pronúncia do Por- arrevesada quando volto. Este país perdeu um com- letras interessantes, dizem era um puto na altura. É um foi ali tentar tirar nabos da to e nunca quis perdê-la. Há Foi lá que aprendi tudo o boio que tinha de ser apa- coisas com verdade. filme sem guião. O realiza- púcara. Mas foi algo impro- tipos que vêm para Lisboa e que faço. Tudo isso fica nhado no 25 de Abril: o da dor, Sério Fernandes, ia di- visado. É giro porque se vê o querem perder a pronúncia. guardado no baú das memó- cultura. Passámos do rés do zendo para fazerem o que Iodo, uma discoteca que ha- Mas isso é gente sem espi- rías e do conhecimento. chão para o 6.° andar sem Tr- CONTINUA NA PÁG. 3o Meio: Imprensa Pág: 30 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 17,36 x 30,00 cm² ID: 78292294 25-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 3 "Gostava cuo gostass m c_as minhas músicas" Músico critica preferência dos mecenas por futebol e grandes festivais Rui Veloso já começou a mula. A fórmula do sucesso, prios mecenas também só também começas a fazer pensar na morte mas ainda a varinha mágica, o toque gostam de futebol. Nem contas à vida. Mas não alte- não decidiu como celebrar de Midas! E isso não existe. percebo bem o retomo que rou em nada a minha rela- os 40 anos de carreira, que tem o futebol, porque uma ção com a música. completa em 2020. Não lhe Agora é mais fácil ou mais operadora que aposte mi- faltam ideias, mas faltam- difícil singrar na música? lhões numa equipa, quan- Estamos vulneráveis à -lhe mecenas. Em Portugal, A minha base é sempre a tos mais assinantes pode ga- onda de populismos anti- critica, há poucos - e os que mesma: a música é para toda nhar? Mais mil, menos mil. democráticos que ameaça há preferem o futebol. a gente mas nem toda a gen- Enfim, é um grande misté- a Europa e o Mundo? Que te é para a música. Tem que rio para mim. papel têm a cultura e a Como sente que é visto haver uma seleção natural. música, em particular, pela nova geração da mú- São 4o anos de muita mú- para travar essa onda? sica? Como referência? Em 2020 celebra 4o anos sica, muitos concertos. Temos um papel, claro. E Nunca pensei se sou refe- de carreira. já tem planos Tem ideia de quantas mú- acho que o mais importante rência ou não. Não me inte- para celebrar? sicas já gravou e editou? que está a ser dito, nesta al- ressa ser referência, o que Em Portugal, é muito bom Dos álbuns originais, são tura, vem do pessoal do hip- gostaria é que eventual- ter ideias mas é muito difí- cerca de 130... -hop. Muitas vezes não tem mente gostassem das mi- cil colocá-las em prática. Fiz mais de 200 músicas, filtros e é livre. É importan- nhas músicas e das letras do Uma pessoa precisa de um mas não sei, não contabili- te esta liberdade e ter cons- Carlos Tê, aquilo que basica- sponsor, mas os patrocina- zei isso [risos]. ciência do que está à volta. mente fizemos. Se se inspi- dores vão todos para os fes- Essa é a grande importância rarem numa música minha tivais e para o futebol. Aque- Confessou recentemente do hip-hop. É poesia de rua. como me inspirei no Stevie les festivais grandes secam que começou a pensar na É a origem do RAP, rythm Wonder, no Tom Waits, no tudo à volta, são tipo euca- morte. Tem 6o anos, é and poetry, a malta nos EUA Tom Petty ou no Buddy lipto. E o futebol, claro. Não muito cedo. Isso deu-lhe a falar dos seus problemas Guy, seria ótimo! Há muita existem mecenas. E os pró- uma nova perspetiva so- na rua. E é uma geração que malta nova que me trata bre a sua carreira ou sobre se identifica com este estilo como mestre, é uma coisa o que ainda quer fazer? de música de tal forma que que me irrita um bocado. "A quantidade Daqui a 10 anos já tenho 70 está por toda a parte. Quem Porque no fundo estão sem- de gente que anos. Como tenho uma vida escreve é muitas vezes mal- pre a lembrar-me que sou escreve livros muito solitária, tenho mui- ta inteligente, culta, sem "cota". Mas já não se fazem é impressionante. to tempo para pensar. Nos banalidades. Mensagens músicas como antigamen- Escrevem todos, últimos anos têm morrido com muito impacto na mal- te. O pessoal tem uma preo- menos os escritores." muitas pessoas que conheci ta jovem e ainda bem. Fico cupação com a forma e a fór- ao longo da vida e claro que muito contente com isso. Meio: Imprensa Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 4,34 x 7,02 cm² ID: 78292294 25-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 3 in-Pt Diário. Ano 131. N.° 207. Preço: ie Terça-feira 25 de dezembro de 2018 Diretor: Domingos de Andrade / Diretores-adjuntos Inês Cardoso, Manuel Molinos e Pedro Ivo Carvalho / Diretor de Arte Pedro Pimentel O NATAL Marcelo diz ILUSTRADO DOS NOSSOS que clima LEITORES •ncurso apa o1 cria.. por P. 12 e pré-eleitoral II arte, professor em Boticas Solidariedade JN deu 80 cabaze Jornal de Notícias a famílias carenciadas P.18 e 1 umor A lista secreta d I• -••. • • • k começou "muito cedo" Mensagem de Natal para o JN destaca "sensação de corrida contra o tempo" a cinco meses da primeira de várias eleições Página 6 Presidente da República passa hoje o dia junto das crianças na ala pediátrica do S. João Página 21 Aventura iniciou-se em 2000. No ano passado, apenas seis agregados chegaram tão longe P. s Rui Veloso "Nunca perdi Homicida de a pronúncia torneio de sueca do Porto" fica em prisão preventiva P.16 segunda liga assina pelo Sporting P. 41 .
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