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BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE ASTRONÔMICA RIOGRANDENSE FUNDADA EM 16/09/79 ANO 3 NÚMERO 12 SET-OUT BI

EDITORIAL

Nesta edição incrementamos uma nova capa, que? traz o desenho do Planetário Prof. José Bnptistn Pereira, nossa sede social. Acredita - mos que seja do agrado da maioria* Agradecemos n Promontc Propaganda Ltda, pelo seu excelente trabalho c colaborarão prestada. Setembro é o mes que nossa instituição aniverssaria. Este ano cs tamos comemorando o segundo ano de existência da SARG. No corrente ano e mes, finda também, a gestão da primeira Diretoria Executiva e do Corj selho Fiscal. Neste tempo, a diretoria teve que reunir todos os esforços para que a "idéia" SARG realmente fosse o que é hoje. narre iras não houve. Dificuldades sim. Mas em qualquer atividade que se tome partido, elas nos acompanham. Portanto, achamos que o papel foi bem desempenhado, pois o que estava ao nosso alcance no erguer dos "alicerces", edifica- uios. Finalizando, esta diretoria agradece a todos que procuraram, de uma forma ou de outra, apoiar-nos nestes dois anos iniciais de existeri cia da SARG. Agradecemos a direção do Planetário Prof. José Baptista Pereira, através de sua coordenadora, sra. Vacília Dercnji; ao Institu­ to de Física da PUCRS, através de seu diretor e vice-diretor, respectí^ vãmente, Prof. Antônio Dias Nunes e Prof. Plínio Fazzolo; ao Clube de Física da PUCRS, através de seu presidente, o sr. Julio; a Promonte Propaganda, através de seu administrador, sr. Joaquim Franzoni Duarte; à Unino Brasileira de Astronomia, através de seu presidente, sr. José Libindo de Azevedo; ao Pe. Jorge Polman; no sócio benemérito da SARG, sr. Rodolfo Falk; ao secretário perpétuo do observatório do Capricór­ nio, sr. Jean Nicolini; ao sr. Nelson Travnik; ao diretor do Centro de Tclcdifusão Educativa da UFRGS, sr. Carlos Urbiru. Ficamos gratos, tam­ bém, as entidades co-irmãs que de alguma forma valorizaram nosso trnb^ lho. Entre el^ns a SBAA; CEA; CAR.J; Clube de Ciências do Colégio São Luís; Planetário da Universidade Federal de Santa Maria, através de sua diretora, Profa. Raquel M. R. de Mello. A todos muito obrigado.

Diretoria Executiva e Conselho Fiscal

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s u m Ar i o

Editorial 01 Sumário 01 Observando as constelações - IV 02 "A lei de Bode - Titius - Wolf - Belot -Reynaud..." 03 Ocultações de estrelas pela Lua em setembro e outubro 03 Recebemos 06 2 Anos de fundação da SARG 06 0 mais epico dos poemas épicos • 07 Comissão solar 07 Visibilidade dos planetas para setembro e outubro 10 Comissão de^cometas e raeteoróides H Conjunção Venus - Júpiter - Saturno - Lua 12 Informativo astronômico 13 Novos sócios 16 Comissão Messier 1 $ Agradecimentos especiais 17 Nossa entidade 17

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Revisão e montagem: Carlos Henrique Fraeb í ; OBSERVANDO AS CONSTELAÇÕES - IV

O céu de primavera apresenta-se relativamente pobre de estrelas brilhantes, devido a estarmos olhando para uma região afastada do pia no galático, onde a concentração estelar diminui sensivelmente. Fita­ mos, então, o escuro espaço inter-galãtico. Neste céu podemos encontrar algumas constelações austrais de o- rigens geralmente recentes. A mais facil de localizar é Grus, o Grou, assim batizada por marinheiros, e instituída por J. Baycr em 1603. Re, almente lembra a figura de um grou em vôo, as asas formadas por lota e Alpha, a cabeça por Gainina, e a cauda por Epsilon Gruis. Em que pese não haver qualquer atrativo "decp sky" , encontramos aí algumas biná­ rias muito fáceis. Delta e Mu Gruis, no pescoço da ave, entre Beta e Gamma, destacam-se perfeitamente. 0 par formado por Delta^ e Deltao tem magnitudes, respectivamente, 4,0 e 4,1, sendo as cores^ respecti­ vamente, amurelo e vermelho. 0 contraste, no entanto, não e acentuado, dada a grande separação angular. Mu Gruis tem componentes de magnitudes 4,8 e 5,1, ambas amare­ los. Próxima a Mu, acha-se uma fraca estrela de 5§ magnitude, forman­ do um par aparente com ela. Alpha é a mais brilhante da constelação. Seu antigo nome, Al-Na ir, os vezes abreviado para Nair, refere-se a seu brilho. Muito pró­ ximo a ela, localiza-se a galáxia espiral NGC 7213» inacessível a inj? trumentos pequenos por possuir magnitude 12,5. Beta também tem nome próprio: Aldhanab. É uma bela e fria estre la vermelha, de magnitude 2,24 e espectro tipo M3. Forma um quadrilá­ tero com mais tres estrelas de 6* magnitude, apreciável em binóculos. Duas destas estrelas são binárias, uma das quais, a mais próxima de Beta, é separável numa luneta de 6cm. Theta Gruis é também dupla, mas inobservável em um telescópio pequeno. Nela, duas estrelas (4,5 e 7,0), distam aparentemente 1". Ainda o par Sigmaj e Sigma*? Gruis forma um sistema esgaçado, onde Sigma2 é binária espectroscopica. As estrelas Tauj, Tau2, Tau3 Gruis, formam uma inconspícua for­ mação triangular^ a leste do segmento Deta-Epsilon Gruis. A mais notável variável nesta constelação é Pij Gruis, tipo LB, com variação de 5,9 a 6^3 magnitudes e tipo espectral relativamente raro: S. Um pequeno binoculo já será suficiente para contemplarmos es te astro vermelho. Ela é, ainda, uma binária, com uma satélite anã de 10,9 magnitudes e coloração amarela, embora deva-se notar que nenhum movimento aparente foi observado neste sistema desde 1900, apesar de possuírem velocidades radiais iguais. Pij situa-se, juntamente cora PÍ2 , a meio çaininho entre^Alpha e Beta Gruis, pouco ao norte. A secundária de Pij é de observação extremamente difícil, senão impossível, para uma luneta de 6cm de diâmetro. Próxima ao zénite, encontra-se a extensa e apagada Sculptor, o Escultor, criada por LaCaille em 1752 (originalmente Apparatus sculp- : toris - Atelier do Escultor). Sua maior particularidade é achar-se aí o pólo sul galático (PSG), a um quarto do caminho entre Alpha Sculpt£ ris e Beta Ceti; procure por estas estrelas no Atlas Coeli, à venda na UBA. Epsilon Sculptoris é binária, com estrelas de magnitude 5,5 e 8,3, separadas por 5". É um objeto extremamente difícil para uma lu­ neta de 6cm. Voce^pode perceber esta secundária? Mais fácil é o par Kappa^ e Kappa2 Sculptoris, separável a olho nu, mas fraco. Kappai é, por sua vez,^binária, com componentes de 6* magnitude e separação de 1". Requerirá um instrumento de maior abertu ra para poder separá-las. Ilá, ainda, um aglomerado globular, NGC 288 x situado próximo a Alpha e ao PSG. É extremamente pálido, com um diâmetro de cerca de 5*. íuaia luneta de 6cm, deve-se usar o menor aumento possível, quando en­ tão, um observador cuidadoso perceberá uma leve nebulosidade, muito diáfana. Tente observá-lo. Ele tem 9- magnitude, mas é desinteressan­ te de modo geral. A constelação de Microscopium, o Microscópio, criada por LaCail_ le, também em 1752, é extremamente pobre, pois a sua mais brilhante estrela não ultrapassa a 5- magnitude. Alpha Microscopii, visualmente nraarela, é binária, situado a 36O anos-luz. A secundária, ja observá­ vel nutn refrator de 6cm, é muito fraco, melhor visualizável com um au oiento de 200 ou 225 vezes. Etn Microscopii é também binária (5,6 c 8,4), separadas por 133", o que a põe ao alcance de um binóculo de média potência. , o Fênix, é um grupo de médias proporções e estrelas de brilho intermediário, que nclia-se situado a oeste de Achernar (Alpha Eridani). Alpha Phoenicis (Ankaa), forma um triângulo com Kappa e Ep- silon. 0 único objeto digno de nota é Zeta, binária visual com uma ter ceira satélite espectroscópica. A principal é, pois, variável eclip- sante tipo Algol, com período de 1,67 dias, oscilando de 3,9,a 'i^íina^ nitudes. A companheira visual,^de magnitude 8,2, já é observável num 6cm. Procure por ela com atenção. Para finalizarmos, dirija o olhar para o hemisfério ocidental, onde agora adernaw em direção ao poente as brilhantes constelações de inverno. Munido de um bom mapa localize Telescopium, o Telcscopio, oij tra das criações de LaCaille. Antigamente era também denominada "Tu- bus Astronomicus". Não devemos confundí-la com a constelação boreal, desusada, do "Telescopium Herschelii", criada por Bode, entre Lynx e Auriga. Com um binóculo, procure por Delta, uma dupla afastada, de estre las azul-brancas, tendo magnitudes 4,9 e 5,3.

Luiz Augusto L. Silva 08/ 07/1981

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"A LEI DE PODE - TITIUS - WOLF - BELOT - REYXAUD..."

Em 1778, 3 anos antes do descobrimento do 1? planeta "telescóp^i co", Johannes Ellert Bode traz ao conhecimento do mundo científico u- ma curiosa relação matemática, supostamente descoberta por ele. Esta relação se expressa da seguinte maneira: tomam-se os algarismos 0, 3, 6, 12, e assim por diante, seinpre dobrando o anterior; a seguir, acres centa-se a cada ura deles o algarismo 4; resultando 4, 7, 10, 16, 28, 52, 100, 196...^Estes números indicariam, em décimos de unidade astro nómica (uma UA é a distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de quilouietros), as distâncias de cada planeta ao Sol. Elas realmente crescem em uma aparente progressão geométrica. Com os conhecimentos da época, foi possível constatar sua espan tosa precisão com relação aos planetas na época conhecidos. A mais im portante conseqüência desta série numérica que passou a ser conhecida como "lei de Bode", era a existência de um planeta desconhecido entre Marte e Júpiter. Marte correspondia na teoria a 1,6 UA (na realidade pouco mais de 1,5), c Júpiter n 5,2 (valor quase exato). Porém não se conhecia 0 planeta^correspondente à distância 2,8. Foi organizada uma associação de astrônomos, profissionais e amadores, que se dedicaria a busca deste planeta. Este grupo passou a ser chamado "polícia cele£ te". 0 primeiro resultado positivo veio somente na noite de 31 de de­ zembro de 1800, quando o astrônomo italiano Joseph Piazzi avista Cere^ o suposto planeta. Depois, Piazzi adoeceu, e sua órbita foi perdida, mas reencontrada. A seguir, vieram as descobertas de outros planetas gravitando na mesma faixa de distância (entre 2,5 e 2,9 UA); Pallas, Juno, Vesta, Astréa, Hebe, e muitos outros, a maioria em chapas foto­ gráficas . Ho j e , alguns milhares tem suas órbitas calculadas. Sua ob­ servação é um pouco difícil em pequenos aparelhos, já que o mais bri­ lhante, Vesta, tem magnitude variando em torno de 7,8 (mais pálido que "Neptuno", çortanto). Como estes astros tivessem apenas algumas deze­ nas de quilômetros, sendo 0 maior deles, Ceres,^pequeno ate em compa­ ração com os satélites planetários, logo se supôs que fossem o resul­ tado da desagregação de um planeta maior, alí existente. Hoje esta te oria esta um pouco suplantada por outra que diz serem os restos da ma téria original do sistema solar, fjue não chegaram a formar um planeta, devido à força gravitacional de Júpiter. Mas ainda não ha uma conclu­ são definitiva. to nmior importância. Foi a descoberta, pelo astrônomo amador Vil liam Ilersciielj, do planeta "Uranus". Este planeta gigante, do tipo de Júpi­ ter, sera visitado em 1986“ pela sonda Voyager. A descoberta de Urano dobrou o tamanho do sistema solar então conhecido. Alem disso, foi uma importante confirmação da lei de Bode. distância é pouco diferen­ te da prevista naquela relação. Na realidade, esta relação matemática já havia sido notada por Karl Titius, que, em 1772, publicou um trabalho cm que a demonstrava. Este, por sua vez, havia plagiado outro compatriota, o amador W. Volf, que, eiu 1741, havia chamado a atenção para o fato, scin porém receber a tcnção por parte do meio científico. Com a descoberta de Netuno, em 1846, polo alemão Galle, baseado em cálculos de J. J. U. Le Verrier, a lei de Bode demonstrou-se inefj^ ciente. Netuno não se encontrava a 38,8 UA (distância aproximada de Plutão), e sim, a umas 30,1 UA1 Dc9ta forma, a lei dc Bode é hoje con siderada mais como uma coincidência. A lei de Bode pode ser expressa segundo a seguinte equação: Xn - 0,4 = 0,3 • 2n, onde n é o número de ordem do planeta e X, a distân cia em UA. A Terra, neste caso^ deve ser considerada 1; vênus, 0; Mer cúrio, -1; Marte, 2; os planetoides, 3; Júpiter, 4; e assim por dian­ te. Vejamos, por exemplo, para Saturno, quinto a partir da Terra, nes ta relação: n = 5 X 5 - 0,4 = 0,3 .2^ Xc = 0,3 . 32 + 0,4 =* X 5 = 9,6 ♦ 0,4 => X 5 = 10 UA. Anos depois, o astrônomo francês Émile Belot, equacionou as di£ tâncias dos planetas segundo uma fórmula 1ogarítmica, a saber: Xn - _ 60,04 = l,883n . Nos princípios do século XX, o matemático P. Reynaud aplicou-lhes outra fórmula, assaz surpreendente, a partir do número 0,1 7 , o qual seria, segundo as leis da mecânica celeste, 0 menor distância, em UA, a que um planeta poderia se encontrar do Sol sem ter que desenvolver uma velocidade anormalmente grande. Sendo assim teríamos: 0,17 . 1 = 0,17 Vuloanus 0,17 . 2 = 0,34 Mercúrio 0,17 . 4 = 0,68 Venus 0,17 . 6 = 1,02 Terra 0,17 . 8 = 1,36 Marte 0,17 . 16= 2,72 Planetoides Assim, esta lei possibilitaria a existência de um planeta infra nercuriano, previsto por Le Verrier, e batizado de Vulcanus. Os valo­ res obtidos, multiplicados por 30, indicariam as distâncias dos plane tos superiores. Assim: 0,17 • 30 = 5,10 Júpiter 0,34 . 30 = 10,20 Saturno 0,68 . 30 = 20,40 Urano 1,02 . 30 = 30,60 Netuno 1,36 . 30 = 40,80 Plutão 2,72 . 30 = 81,60 Y Vale notar a extrema precisão das previsões, principalmente pe­ lo fato de Plutão ser desconhecido na epoca e estar a uma distância média do Sol correspondente a lei de Reynaud. Outro fato notável, é a imensa distância a gue deveria se situar um possível 10? planeta. Num planeta a esta distancia, o Sol mal seria visível a olho nu, e nenhum planeta seria visível, exceto Júpiter c Saturno, transitando sobre o disco solar, com possantes telescópios. A iulgar-se que Plutão nao S£ ja um planeta (detalhes no próximo boletim), então um "décimo" plane ta deveria ocupar a sua posição. Este é um dos principais argumentos”" dos que defendem a inexistência de planetas além de Netuno e Plutão. 0 matemático P. Reynaud estendeu sua lei, com pequenas modificja ções, para os sistemas de satélites de Júpiter e Saturno, e, embora tenham havido algumas lacunas (só se conheciam 9 satélites de Júpiter e 10 de Saturno, na época, contra os 32 atuais), estas sub-leis, para estes s u b - s i stemas, demonstraram-se extremamente acertadas. Vejamos alguns exemplos: , 0,168 . 1 = 0,168 0,17 Amaltea 0,168 . 2 = 0,336 0,394 Io 0,168 . 4 = 0,672 0,627 Europa 0,168 . 6 = 1,098 1,0 Ganirnecles 0,168 . 8 = 1,^50 l,*i50 Calisto Os últimos números são vnJores da epoca para as distancias reais Para os satelites mais distantes, procediase como na equação anterior, multiplicando por 30. Para os satélites e o anel de Saturno, também havia uma equação: = 1,26 — Distancia limite M 1,58 1 ,'iS borda interna do anél = 2,00 1,97 Divisão de Cassini 1 ,2b = 2,50 2,25 Dorda externa = 3,10 3,07 M i ma s S **,00 3,9*i Encelade S 5,00 *1,88 Té t i s = 6,30 6,2*1 Dione a 8,00 8,72 Ithea Os valores obtidos devem ser multiplicados por 10, para os sat£ lites mais externos, obtendo-se: 12,6 ; 15,8; 20,0 (Titan, com distan­ cia real 20,22); 25,0 (Themis, 2*i,l7); 31,0 (ilipérion, 37», 69); ^0,0; 50,0; 63,0 (Jn|>eto, 59,0); 80,0. Como se vê, muitos satélites não eram conhecidos na epoca, mas a sua descoberta, muitos dos quais devido às Voyoger I e II, veio confirmar as distancias previstas. Assim, Júpi­ ter, Saturno, e seus satélites, são como réplicas em miniatura do sij> tema solar e, tulvez, algum deles, um dia, venha a ter uma base pernm nente, não tripulada, remetendo informações constantemente para a Ter ra, para que possamos, cada vez mais, compreender a natureza dos pla­ netas gigantes e, por extensão, do sistema solar. Um fato que contri­ buirá para isso sera a visita das sondas jn mencionadas aos planetas Urano e Netuno, respectivamente em 1986 e 1989. Note-se que não se tr£ ta de^dominar e conquistar em favor do homem, o sistema solar. É uma questão de compreendê-lo melhor, para que possamos nos sentir mais i£ tegrados ao maravilhoso mecanismo do Universo e, talvez, no futuro, compartilharmos de nossos conhecimentos com outras civilizações.

Referências: Ilerget, Alphonse Lo Ciei, Cd. Larousse, Paris, 1923

Autor: Roberto André dos Santos Caixa Postal 1652 90000 Porto Alegre RS

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OCULTAÇÕES DE ESTRELAS PELA LUA SET-OUT

UT M D H M Z.C. Fenom. Mag. Des ignação 9 ** 0 1,7 2113 D 7,5 9 5 1 32,9 2231 D 6,9 175 D. Librae 9 5 23 10,0 2352 D 6c, 7 107 B. Scorpii 9 7 21 51,8 2599 D 6,8 2** B. Sagittarii 9 8 ** 3,2 2632 D 7,2 9 8 23 21,9 2759 D 3,6 Xi 2 Sagittarii 9 11 0 56,9 3038 D 6,7 0 11 *1 *i3, 7 3058 D 5,9 19 Capricorni 9 20 5 29,2 793 D 6,2 351 B. Tauri 9 20 5 *i3,5 793 R 6,2 351 B. Tauri 9 22 6 28,3 1110 R 3,5 Delta Geminorum (Wasat) 10 1 21 53,0 218*i D 7,0 10 5 23 3**, 6 270** D 5,8 115 B. Sagittarii 10 6 0 ll,9 2708 D 5,9 121 B. Sagittarii 10 6 2 ****,3 2717 D 7 , ** 10 7 áar0 26,3 2859 D 6,7 203 G. Sagittarii 10 7 23 5*1,1 2977 D 6,9 26 B. Capricorni 10 9 2 5,0 3126 D *i,3 lota Capricorni (Tae) 10 10 3 11,8 3268 D 5,6 *i2 Aquarii 10 11 6 31,1 3*i21 D 5,1 Chi Aquarii 10 16 7 39,2 590 R 6,3 162 B. Tauri 10 17 3 8 , *1 736 R 6,2 312 B. Tauri RECEBEMOS

Como é de praxe, tomos recebido pn 1> 1 i cações do inúmeras entida­ des do todos os contos do Brasil. Desde já, agradecemos peJn cordial^ tínde. 0 1IIAIOE - do Clube de Ciências do Colégio São Luís Boi etim Astronômico do Clube Estudantil do Astronomia Boi etim Informativo do Clube de Astronomia^de Sumaré Boletim Astronômico da Associação dos Astrônomos Amadores de Alagoa s (primeiro boletim)

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2 ANOS DE FUNDAÇÃO DA S.A.R.G.

Este raes de setembro marca a passagem do 2? aniversário de fun­ dação da Sociedade Astronômica Rio Grnndense. Desde a sua fundação, numa noite de abril de 1979, quando 6 pe£ soas se reuniram, movidas por uma idéia comum, passando por sua oficj_ alização em 16 de setembro do mesmo ono, vimos, entrementes, o tempo correr repleto de realizações que nos deixam, sem duvida, com certa dose de orgulho e grande esperança para o futuro. Ja nos primeiros tem pos, quando nossas reuniões eram aos sábados à noite, tínhamos a con­ vicção, apesar das dificuldades, de que estovamos formando um grupo que, com seu trabalho e esforço coletivo, conseguiria atingir o obje­ tivo n que se propôs desde o início, qual soja, o de aperfeiçoar e d^ _ vulgar o astronomia amadora aqui no Rio Grande do Sul. Naquele mesmo ano, realizamos, aqui em Porto Alegre, um encontro de astronomia a ní^ vel regional, o 1? ESRA, que trouxe à Porto Alegre alguns astrônomos amadores do interior e de outros estados. Também efetuamos alguns tra balhos de caráter observacional, destacando-se a cobertura de um ecli£ sc parcial do Sol, realizada cm público. No ano seguinte, já haviamos conseguido a adesão de ura bom nume ro de pessoas, não so da capital, mas também do interior e de outros estados. Ainda nas primeiras reuniões de 1980, haviamos cogitado a pos> sibilidade de se promover cursos ligados à astronomia, particularmen­ te um sobre astronomia geral. Desta idéia, resultou, em outubro do mes mo ano, a realização do 1? Curso de Introdução á Astronomia. Também em 1980, dando prosseguimento aos nossos trabalhos observacionais, re alizamos a cobertura de mais um eclipse solar, desta vez no dia 10 de agosto. Para finalizar, tivemos no fim do ano, a exibição do progra­ ma "As descobertas da missão Viking em Marte", produzido pela SARG, em conjunto com o planetário de Porto Alegre. Neste ano de 1981, a SARG vem procurando, em particular, dar en foque a divulgação da astronomia, realizando cursos a nível popular. — Em março, tivemos o 1? Curso de Introdução a Exobiologia, cujo tema foi "As reais possibilidades dc vida e inteligência fora da Terra". A pos este curso, passamos a discutir, cm nossas reuniões, sobre a idéj_ a dc realizarmos um outro curso, desta vez ligado a prática observa­ cional. Promovemos, então, em maio, o 1? Curso de Astronomia Prática, onde foram abordados os principais quesitos sobre a observação do céu, tendo sido feita, inclusive, uma observação prático, no campo, duran­ te uma noite inteira. Observamos que o publico de Porto Alegre, de am bos os sexos, demonstrou, geralmente, grande interesse em nossas rea­ lizações, o que veio a demonstrar que a astronomia possui boa aceita­ ção, por parte do elemento leigo, aqui no Rio Grande do Sul. E, por fim, no mes de agosto do corrente ano, realizamos mais um ciclo de au las, desta vez teorico, que foi o 1? Curso de Introdução a Cosmologia e Cosmogonia. 0 grupo atual da SARG consta de cerca de 25 pessoas, que reúnem se todas as quartas-feiras, das 8 às 10 e meia da noite, no Planetá­ rio José Baptista Pereira; além, é claro, dos nossos socios do interi or e de outros estados. Nessas reuniões^ são discutidos os mais dife­ rentes assuntos, que vão desde as questões internas da sociedade, pa£ sando por assuntos diversos, até palestras e noticiário, sempre dan- do-sc o destaque principal para a astronomia; tudo isso num ambiente de grande amizade e descontração. • h

Para o futuro, estamos prevendo n iricremen tação de nossas ativ | | dados tanto a nível teórico c prático, como o nosso trabalho de divul gaçao da astronomia paru o público de Porto Alegre, através de novos cursos, excursões ò nossa sede cainpestre, em Guaíba (no sítio de pro­ priedade do sr. Alceu Fclix Lopes), alem dc palestras em escolas de 19 e 2? graus.

/ / ------0 MAIS ÉPICO DOS POEMAS ÉTICOS

" CENTRO DO UNIVERSO! CENTRO DO UNIVERSO! ONDE ESTÁS QUE NÃO TE VEJO? EM QUE GALÁXIA, EM QUE DIMENSÃO, TU TE ESCONDES, EMI1UÇAD0 NO ESPAÇO INTERESTELAR? " CONSTRUÍ MAIS ALTO DOS MONUMENTOS, COM BILHÕES DE TONELADAS DE MATeria, TRANSFORMADA EM SÓLIDO AÇO CÓSMICO. EM SEU TOPO ERIGI 0 MAIS POTENTE DOS TELESCÓPIOS; NADA VI, NO ENTANTO. " METAGALÁXIA! POTESTADE TERMONUCLEAR! DIZEI-ME VÓS, CABEDAL DE NEBULOSAS! SE É INFINITO ... SE HÁ FRONTEIRAS, TANTOS ASTROS DISSEMINADOS NO CONTINUUM ... ó, ESPAÇO! PORQUE NÃO DEVORAS, COM OS ABISMOS DE TEUS SUPER BURACOS NEGROS, DE TEUS DOMÍNIOS, ESTA DÚVIDA? ... ASTROS! QUASARES! DRAGAI AS INCOMENSURABILIDADES! EXPLODÍ AS SUPERNOVAS, RÁDIO-GALÁXIAS! " ... MAS ti ENERGÉTICO DEMAIS ... DO ETERNO VACUUM EMISSÕES QUÂNTICAS, NÚCLEONS INEXAURÍVEIS ... SAGAN! CONCLAMA TODOS OS POVOS DO UNIVERSO! IIOYLE! PÁRA DE CRIAR MAIS MATÉRIA! MÃE! SOCORRO! ME TIRA DAQUI (O CENÁRIO DESABOU)!"

Autor: Jorge Quillfeldt - parodiando dois poemas famosos do condoreiro, grandiloqüente poeta, Castro Alves.

/ / ------COMISSÃO SOLAR

Atividade solar em julho

Q1 g RN NTg Sg Xs Ss Medias 3,8 6,4 110,3 3,9 2,5 30,7 15,3 Somas 148 - 91 57 706 352

n = 23 MP = 127

Atividade solar em agos t

Qi g RN Ng Sg Ns Ss Medias 4,0 7,8 123,3 5,3 2,5 31 ,8 13,2 Somas 133 - 90 43 541 225

n = 17 MP =127 Obs: Durante julho houve alguns grupos grandes. Dia 27, o maior de­ les media aproximadamente 0,17 do diauietro solar, ou seja, 23S.OOO Km de extensão no sentido E - W. Ainda em julho, um dia antes, as duas principais manchas deste grupo, trinucleadas, mcdimi aproximadamente 39.000 Ku cada, o que ora suficiente para abrigar, fólgadamente, tres planetas como o nosso, la­ do a lado, em seu interior.

* Atividade solar no primeiro semestre dc 1981

Na tabela c gráficos seguintes são apresentadas as condiçoes das manchas solares durante o 1? semestre de 1981, conforme as observações realizadas pela autora. A observndora usou um refletor ncwtoniano com espelho de OCma de diâmetro, com distancia focal de 873mm, f:9 c montagem equatorial. Fo­ ram utilizadas tres oculares com, respectivamente, 30x, SOx e 40x, a- lem de dois binóculos com 7x50 e 10x 50. As observações foram efetuadas diariamente, sempre que as condi­ ções meteorológicas permitiram, obtendo-se um total de 122 observações, ou seja, cobrindo-se 67,40 °/o dos dias do semestre. A atividade solar esteve regularmente baixa. Registrou-se ura má­ ximo em fevereiro, e ao termino do semestre ocorreu a media mínima, com RN = 125,1.

N Qi G F RN Ng Sg Ns Ss Cg Cs Jan/81 Soma s 20 91 202 840 76 08 315 291 58 234 MÓd i a s - 4,5 10,1 42 143,0 3,8 3,4 15,75 14,5 2,9 11,7 Fev/81 Somas 18 63 ]S9 857 63 65 303 278 64 2S9 Médias - 3,5 10,5 47,6 152,6 3,5 3,5 16, S 15,4 3, 55 10,05 Mar/S1 Somas 23 92 208 864 80 66 303 277 62 24 5 Médias - 4 9,0 37,5 1 28,43 3,5 2,87 14 12,0 6,7 10,6 Abr/81 Soma s 18 68 168 741 6l 59 298 278 48 224 Médias - 3,7 9,3 41,2 137,2 3,38 3,2 16,5 15,4 2,6 12,4 Mai/Sl Somas i—oo 95 211 931 81 52 352 239 76 310 Médias - 4,3 9,6 42,3 138,2 3,63 2,4 16 10,86 3,45 14 Jun/81 Somas 21 82 162 808 40 75 228 330 67 250 Médias - 3,9 8,6 38,4 125,1 1,9 3,5 10,8 15,7 3,19 11,9 Total de observações (N) realizadas em 81/1: 122 P.O. = POA - lat: - 30°2f long: 51°11,W alt.: 22m

A média dos RN, durante os meses do 1? semestre, ficou em 136,83. A média da qualidade de imagem solar (0i), durante o semestre, foi de 4,0 (boa); e a uiédia de grupos ficou em 9,5 o de manchas em 41,3. Observou-sc, no segundo trimestre, um decréscimo de grupos no h£ misfério norte solar (Ng).

| SEMSl/l Somas 122 491 1160 5041 - 401 333 IfilS 1Ó93 375 1552 MÓillas - 4,0 9,5 41,3 136,83 3,23 3,13 14,9 13,8 3,07 12,7

! Os gráficos das páginas seguintes mostram os dados das tabelas (médias), tornando mais rápida sua assimilação.

Atividade solar era julho e agosto: Luiz Augusto L. Silva Atividade solar no 19 semestre: Observadora: Jane Teresinha de Souza Coordenador: Luiz Augusto L. Silva r r i | > 1 | 6 I -' J

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VISIBILIDADE DOS PLANETAS PARA SET/OUT

MERCÚRIO: Visível após o por do Sol, na constelação da Virgem, de 5 de setembro a 7 de outubro. A melhor época de observação será a que vai do dia 20 ao dia 28 de setembro pois a máxima elongacão oeste (26° ), ocorrerá no dia 23 de setembro. Neste dia, Mercúrio tera seu o- caso por volta das 20h 21m. VÊNUS: Visível apos o por do Sol ate = 20h 50m no dia 15/09, e até = 21h 40m no dia 15/10. Em setembro, estará nas constelações da Vir gem/Balança e^ nas da Balança/Escorpião/Ofiúco, em outubro. No dia 7/10, Venus estará a 2 ao sul de Urano. MARTE: Visível antes do nascer do Sol, apos = 4h no dia 15/09 e apos = 03h **5m no dia 15/10. Em setembro, Marte estará nas constela­ ções do Carangueijo/Leão e, nas do Leão/Virgem, em outubro. JÚPITER: Visível apos o por do Sol, somente no mes de setembro (até por volta do dia 20), na constelação da Virgem. SATURNO: Visível anos o por do Sol, somente no nics de setembro (até por volta do dia 13), na constelação da Virgem (próximo a Gamina Virginis). URANO: Visível mais facilmente por instrumentos, após o crepús­ culo astronômico (Sol IS almixo da linha do horizonte), na constela- __ ------A - - °^U rkrk~ no dia Librae. seulo as- 110 dia 15/09 e, até = 22h no dia 15/IO. Estará nas proximidades da estrela 40 Ophiuchi em setembro e outubro.

Elaborado por Onofre Dacio Dalávia, com dados do Anuário Astro­ nômico do Observatório , de 1931» do Anuário do IAG da USP, de 1981, e da "Sky and Telescope" de janeiro de 1981. + / / ------

COMISSÃO DE COMETAS E METEOIÍÓIDES

Nesta edição de nosso boletim não relatamos a observação de^ra- diant.es nem das incertas bolas de fogo (fireball), pois as condições climáticas nos impediram. Por isso, estamos aguardando,Adas entidades co-irmãs do Brasil e das entidades especializadas em fenômenos meteóricos, tais como a Eri- tish Meteor Society, International Meteor Research Network, entre ou­ tras, do que foram as perseidas e as upsilon pegasids, principalmente.

* Radiantes principais - FEMA 1981

RADIANTE AR DEC MAX (UT) PERÍODO CIRCUNS. Eta Draconids 253 + 64 5,8 OUT 2-12 OUT ++Ni Draconids 262 + 42 9,3 OUT 6-10 OUT ++Ni Thetn Yrsa Majoris 143 + 49 15,9 OUT 6 OUT - 17 DEZ — Ni 31 Lycids 125 + 43 27,0 OUT 20 OUT - 16 NOV -+Mo Orionids 95 + 16 21,9 OUT 17 - 26 OUT -+Mo Delta Cygnids 300 + 51 8,8 OUT 4-10 OUT ++Ni Beta Arietids 22 + 22 18,9 OUT 8 OUT - 30 NOV -+Ni Convenções para as circunstancias: -- Muito más -+ Não muito más; não muito boas + + Muito bpas Ni Observável durante a noite toda No Observável durante a madrugada As efemérides acima pertencera ao calendário FEtyA de 1981, gentileza da Dritish Meteor Society. Efemerides de radiantes de menores intensidades médias são forneci­ dos aos interessados.

* Fases da Lua

LUA NOVA QUARTO CRESCENTE LUA C7IEIA QUARTO MINGUANTE 28 SET 06 SET 14 SET 20 SET 27 OUT 06 OUT 13 OUT 20 OUT 26 NOV 04 NOV 11 NOV 18 NOV Por situarmo-nos no Brasil, e também por o radiante do Órion ser uti dos mais importantes atualmente, Indicamos, abaixo, o nascer e o o- oaso da Lua no dia de máximo: CIDADE DIA NASCER OCASO Porto Alegre 21/OUT 02h 07m 13h 02in São Paulo 21 /OUT Olh 36m 12h 53ci Rio de Janeiro 21/OUT Olh 21m 12h 40m Recife 21 /OUT 17h 33ia 05h Olm ! 0 horário referido é com base na hora legal ! ! Lua - toinpo das efemérides - Oh do dia 21/OUT AH aparente 081i 4 3m - DFC aparente +19^09' !!I Os dados acima foram extraídos do Anuário Astronômico do Observa torio Antares - Feira de Santana - IiA - Brasil

Dados compilados por Gilberto Klar Renner - Coordenador da Comissão

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CONJUNÇÃO VÊNUS -JÚPITER - SATURNO - LUA

A partir de meados de agosto, até o início de setembro, pudemos acompanhar, sempre que o tempo permitia, a formação de uma conjunção, muito interessante, de tres planetas, com a Lua. Alguns dados observacionais diretos, são dados abaixo:

Z2/S Z i/ S 2 1 / ?

• S •

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* % . 1° * S fx ro & tjo

Do dia 22/8 até 24/8, o tempo estava excelente, No dia 25/8, co­ meçou a ficar nublado, sendo possível ver apenas Venus e Júpiter. Os dias 26/S e 27/S estiveram totalmente encobertos. No dia 28/8 abriu um pouco^ dando certa esperança de bom tempo, que acabou frustrada, pois os proximos 6 dias (29/8 a 3/9), permaneceram encobertos. Do dia 4/9 até o dia 7/9, o céu permaneceu limpo, para fechar novamente no dia 8/9 0 horário de observação foi sempre entre 1S:30 e 19h. Este horá­ rio se impunha por causa, basicamente, do horário do crepusculo e da posição de minha casa, o que restringia drásticainente o teinpo de visu£ lização de todo o conjunto. A foto ao lado dá uma ia^ lhor^idéia das proporções das distancias. Esta foto foi feita por Alceu Félix Lopes, no dia 2S/8, às 19h, cora teleobjetiva de 300mm, abertura 5»5» e 7s de exposição. Foi revelada cora rc velador D76 Duro, a uma tempe­ ratura de 20 C, durante 1 Ora 2 0 s. Comparando-se a foto cora os esquemas da pagina anterior, pode-se ter uma idéia da progre^ são do evento. Deve-se observar, contu­ do, que os esquemas foram fei­ tos a mão livreede memória, a pesar de terem sido feitos lo­ go apos. Pode-se observar ainda, que houve uma leve e constante aceleração da subida, aparente, de Venus. Aparente, porque foi a constelação que desceu. A^a- celeração, por sua vez, e facil dc ser explicada, uma vez que a Terra está se afastando do a félio, destarte, se aproximan­ do do Sol, oque causa um aumen to na velocidade da Terra,c, deslocamento mais rápido das constelações.

A Lua não aparece em nenhum dos desenhos porque ela so esteve pré xiraa aos planetas mencionados, em tres dias (30/8, 31/8 e 1/9), dias estes, que estiveram encobertos-. 0 dia 31/8 foi o dia mais importante, ja que neste dia houve o alinhamento dos tres planetas com a Lua, mas, infelizmente, este dia esteve totalmente nublado. Gostaria de reiterar os agradecimentos ao sr. Alceu Felix Lopes, pela cessão da foto para este artigo.

Autor: Carlos Henrique Fraeb

INFORMATIVO ASTRONÔMICO

* Supcrestrela (Scala 11? 7-8 1981) Carlos Henrique Fraeb

Astrônomos da Universidade do Ruhr, em Bochum, identificaram a estrela mais brilhante e mais pesada até agora conhecida. Através dc um telescopio instalado 110 Chile, provaram que a fonte luminosa MR13 6 a ,f, numa distancia de cerca de 150.000 anos-luz, é um unico "objeto super- maciço". Até agora se supunha que esta fonte luminosa nas nebulosas de Magalhães fosse um aglomerado de estrelas. A supcrestrela pesa 1.000 vezes mais que o Sol e brilha numa intensidade cem milhões de vezes nia^ or que o Sol.

* Notícias do "European Southern Observatory” (ESO)

a) A primeira supernova descoberta em La Silla:

- II. E. Schuster, autor desta descoberta, a encontrou na NGC 1255 110 dia 30 de dezembro de 1980 (Circular da IAU n? 3559, 19S1), quando apresentava uma magnitude igual a 17. Isto foi possível graças a um novo sistema da ESO que permite uma monitoração ía cil e eficiente para a detecção de supernovas. » b) Mapeamento do céu austral sendo feito pela ESO:

- 0 "Palomar Observatory Sky Survcy" (POSS) c o melhor e o mais conhecido dos ntlas fotográficos do hemisfério Norte e se en­ contra arquivado nas bibliotecas de quase todos os observató­ rios importantes do mundo. Infelizmente esto trabalho, de gran de importância para os astrônomos, pois permite fazer uma sel£ ção dos objetos que se pretende estudar em detalhe, excluía o hemisferio Sul. Mas, agora, duas cameras Schmidt cobrem esta á rea que falta: a do Reino Unido, instalada na Austrália, e a de 1 metro, instalada em Lu Silía. Estão sendo feitas pelo ESO

606 placas fotográficos cobrindo o ccu desde a dcclinação -17, ui- ate o polo sul celeste. Cada placa tem um tempo dc exposição de 2 horas, e as imagens, captadas em luz vermelha. Todo este trabalho levará cerca de 5 a 6 anos para ser concluído e dará condições de realização, para os futuros programas de fo tome- tria e espectrografia a que se dedicarão os grandes tclescopi- os do hemisfério Sul.

c) Fotometria rápida em La Silía:

- Os senhores D. Hofstadt e F. Gutierrez desenvolveram um novo programa de computador para a fotometria rápida. Ele será de grande utilidade na observação de fenômenos que se produzem ciu frações de segundo, como, £Or exemplo, erupções ópticas de fontes de raios-X, ou ocultaçoes de astros por objetos do sis­ tema solar.

Fonte: "The ESO Messenger" n? 22 (dezembro de 1980) e n? 23 (mar ço de 1981). Traduzido por: Onofre Dncio Dalávia

* Notícias da "International AstronomLeal Union" (IAU)

As circulares da IAU são tantas que a transposição de todas as noticias ocuparia todo o boletim, portanto, os títulos de cada not^í cia foram ordenados na forma de um índice, abaixo, e algumas delas foram selecionadas e colocadas por inteiro, com exceção de algumas sobre cometas, das quais se triou o que é mais atuai:

Circular n? 3613 26/6 (I981h) GX 339-4 = 4U 1659-48 19) Cometa Kobayashi-Berger-Milon Supernova na NGC 6946 (1975 IX) Cometa Bowell (1980b) Circular n? 3619 2S/7 Circular n? 36.14 26/6 20 ) Cometa González (I981g) Supernova 21) Redescobertas de cometas peri PU Vulpeculae ódicos BIT Canum Venaticorum 22) Satelites de Saturno Circular n- 3615 8/7 Circular n? 3620 ^ 31/7 SU Cygni 23) Novos candidatos opticos para VQ26 Scorpii fontes galáticas de raios-X AM Ilerculis^ 24) Astrogram Cam / Satelitte Cam Cometa periódico Gehrels 2 Circular n? 3621 31/7 (1981Í) 25) Cometa periódico Slaughter- Circular n? 3616 22/7 Burnham (198li) n ) PG 1550+191 26) Cometa Bradfield (l980t) 12) GX 339-4 27) Supernova na NGC 1532 13) Cometa periódico Porrely Circular n?^3622 4/8 (1980i) 28) Cometa periódico Swift-Gehrels Circular 11? 3617 :ç/7 (19S1j) 14) Possível cometa González Circular n® 3623 6/8 15) (643) Ni cola ia 2 9) Cometa González (l9Slg) 16) Notícia concernindo telegra Circulnr n' 3624 6?9 mas 3°) GX 17+2 Circular n? 3618 24/7 31) Supernova na NGC 1316 17) Cometa González (I981g) Circular n? 3625 6/S 18) Cometa periódico Kearns-Kwee 32) Cometa periódico Kearns-Kwee (19811») Circular n? 3G28 21/8 Circular n& 3626 13/8 38) YSOI Arae = 4U 1636-53 = >TCB 33) VI333 Aquilac = 4U 1908+00 1636-53 3 Ai) V13A3 Aqui 1 ae = SS 433 39) Supernova na ESO 356-G20 Circular n? 3627 13/S 40) 19S0 QA 35) Possível supernova na ESO 41) GX 17+2 356-G20 42) Variável de Honda em Cygnus 36) Cometa Gonzalez (1981g) 37) 1980 S 6 = 1981 S 3 = 19S1 S 5

Circular nt 3613 26/6 (Daniel W. E. Green)

1) GX 339-= 4U 1658-48

J. Grindlay, do TIarvard College Observatory, reporta que a com­ panheira óptica de 4U 1658-48 retornou a um estado pelo menos igual ao de 7 de maio (conforme IAUC 3585» 3586, 3609). A transição provavcltnen r.e ocorreu entre 10 de abril (IAUC 3594) e 7 de maio. Espectros foram obtidos em Maio 7>25 UT com o telescópio de 4m e sistema SIT-vidicon, no Cerro Tololo International Observatory. O^espectro mostra emissão de IU, IIp, e He II (468,6nm), e forte absorção de Na D interestelar, com forças relativas bastante parecidas cora as registradas 110 espectro de descoberta de maio de 1978 (Grindlay 1979, Ap. J . 232, L33). A dis­ tribuição continua era também bastante parecida, apesar de 0,6 mag. mais brilhante,^com V ã 36,3• Observações ópticas e de raios-X adicio­ nais são nacessarias, para estudar as futuras transições em detalhes e, portanto, determinar a natureza do sistema; uma binária contendo uma estrela D (ibidem), é agora provavelmente excluída. II. Pedersen, do European Southern Observatory, reporta resulta­ dos fotometricos adicionais deste objeto (conforme IAUC 3609), obtidas com o telescópio Danisli de l,5m, em La Silla, em Julho 4,17 UT: V = 15,5, B-V = +0,8, U-D = -0,1.

2) Supernova na NGC 6946

C. Telesco, E. Becklin e U. Kochler, da University of Hawaii; e 1^ Gatley, do U. K. Infrared Telescope, reportam por telex: "observa­ ções nas instalações do telescópio infravermalho, da supernova 11a NGC 6946, mostram um grande avcrmel hamento rio espectro de 1-4/Uii. C0111 um lançamento norte-sul dc 10" e um raio de 6", as cores principais por volta de 1? de junho eram J—II = +0,2, H-K = +1,6 e K-L = +2^1, compa­ rado com as cores quase Rayleigh-Jeans, observadas pouco apos o máxi­ mo, em 19S0 (Dwek et a 111 , em nrep.). Estas observações podem ser in­ terpretadas em termos de emissão de poeira recentemente formada ein tor 110 da supernova. Observações ópticas e infravermelhas são encorajadas".

3) Cometa Bowell (1980b)

Estimativas recentes de magnitude total visual: Maio 1,08 UT, 11,5 (J. E. Bortle, Stormville, NY, refletor de Ò,32ra); 4,08, 11,5 (Bortle); 8 ,09, 11,5 (Bortle); 22,25, 11,8 (C. Spratt, Victoria, BC, refletor de o,20tn); 31,27, 11,9 (Spratt); Junho 3,11. 11,6(C. Morris, Ilarvard, MA, refletor de 0,25m); 13,29, 11,9 (Spratt).

Circular n? 3614 26/6 (Daniel W. E. Green)

5) PU Vulpeculae

S. V. Mochnacki e II. C. Ilarris, do Dominion Astrophysical Obser- vatory, comunicam: "uma chaça de tubo-de-imagem azul (dispersão 3,8 x 10“G ), tirada com um telescop io de 1 ,8m em Junho 6,38 UT, mostra um es. pectro normal, classificado c 01110 F6 Ib-II, o única anormalidade sendo o preenchimento por II e pos sivelmente II , por emissão. A velocidade radial de 18 linhas foi 18+6 km/s, sendo o desvio padrão de 24 km/sx duas vezes maior que o de sup ergigantes normais. Uma medição simulta- nea de velocidade radial, foi obtida com o auxilio de M. Lanning, usan do o telescópio de l,2ni. A velocidade era de 27,512 km/s, usando uma mascara K-. Esquadrinhamento espectrofotométrico, por Mochnaki, J. B. Oke e T. B^ Akc,^III, tiradas no Palomar Observatory, durante os mínimos e explosões prévios, mostram um possível espectro composto com uma suporgiganto M atras".

Circular n? 3616 22/7 (Daniel V/. E. Green)

6) Cometa periódico Borrely (I980i)

Estimativas de magnitude total visual: Abril 5,17 UT, 10,6 (D. Machliolz, San Jose, CA, refletor dc 0,25m); Maio 4,07, 11 , íi (J. E. Bortle, Stormville, NY, refletor de 0,32in); 8,07, 11,4 (Bortle).

Circular n? 3619 28/7 (Brian G. Marsden)

7) Satélites de Saturno

D. Pascu e P. K. Seidelmann, do U. S. Naval Observatory, repor­ tam as seguintes observações de 1980 S 13, feito com o Space Telescope Vide-Field Planctary Camera Instrument Definition Team Ground-Based Charge-Coupled-Device Camera, no refletor astrométrico de 1,5m era Fla^ staff: 1981 Maio 3,27337 UT, = +44,0", = +4,1" (com respeito ao centro de Saturno); 4,16409^ -44,7"^ +1,3"; 7,13867, +36^2", +1,9"; 7,15169, +34,6", +1,9". Satelites nao identificados também foram regi£ trados, como segue: 1981 S 3, B - 15, Maio 3,25301, -34,9", -5,4"; 3,25978, -34,3", -5,3"; 3,26573, -34,5", -5,2"; 3,27132, -33,8", -5,4"; 3,27337, -35,2", -5,1"; 1981 S 4, mais fraco que 1980 S 13, Maio4,l640^ -41,2", +1,0"; 1981 S 5, B ~ 14, Maio 8,14381, +37,9", -0,9"; 8,15823, +36,9", -1,1".

Circular n? 3628 2l/S (Brian G. Marsden)

S) Variável de Ilonda no Cisne

M. Verdenet, de Bourbon-Lancy, França, escreve que este objeto (IAUC 3546, 3553, 3565, etc.) aumentou o brilho, de my = 15,0 cm maio, para rav = 13,8 em fins de julho.

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NOVOS SÓCIOS

Sérgio Axelrud Galbinski Rua São Vicente n? 513 «P* 702 90.000 - POA - RS

Ricardo Severo Machado Rua Luiz Manoel 11? 31 ap. 101 90.000 - POA - RS

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Sugestões:

Previsão para Oh de I9 de outubro de 1981, valida para o perío­ do de 15 de setembro n 15 de outubro, principalmente entre 22h e 2h.

Objetos: M7 (Escorpião), M6 (Escorpião), M13 (Hercules), M12 (Ofiuco), MIO (Ofiuco). NGC 7293 (Aquário), M20 (Sa$itario)f M8 (Sagi, tário), M17 (Sagitário). M4 (Sagitário), M23 (Sagitario), IUades e Pleiades (Touro), M42 (Orion), M43 (Órion). AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A SARG agradece aos^senhores Adão Guldini e Del mar dos Anjos pe­ las relevantes contribuições que ambos vem dando no setor artistico- gráfico da sociedade. Devemos muito a estes srs., pelos seus trabalhos de grande gabarito artístico e, também, pela disposição que demonstra­ ram em nos ajudar. Queremos agradecer ainda u Antonio Metzler e Prnmonte Propaganda, por sua já longa colaboração 110 setor de impressos gráficos de nossa sociedade.

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NOSSA ENTIDADE

A Sociedade Astronômica Riogrnndensc (SARG), e uma entidade dc caráter científico-cultural, amadora, que reúne, em sua maioria, uni­ versitário, 110 seu quadro social. Foi fundada cm setembro dc 19 7 9 • Esta não visa luvro, e seus rendimentos são aplicados no melho­ ramento técnico, científico e cultural dc seus associados. Entre as principais finalidades que constam de nossos estatutos, destacamos: incentivar e realizar estudos e pesquisas no domínio da as^ tronomia; realizar cursos, palestras, simpósios e reuniões sobre assun tos astronômicos; divulgação da ciência de urania era nosso meio social. Nosso quadro social é constituído das seguintes categorias de s£ cios: fundadores, beneméritos, contribuintes e efetivos. Socios contribuintes - São aqueles vinculados a esta entidade por assinarem o boletim bimensal "AD ASTRA". Nesta categoria o interessado deve remeter, antecipadamente, somente através dc vale postal, em nome da Sociedade Astronômica Riograndense, e para o nosso endereço de cor­ respondência, o valor correspondente a uma anuidade, que custa atualmen to 0 720,00. Tem direito, desta forma, a receber 6 boletins. Podera, também, participar dc promoções eventuais da SARG. Socios efetivos - São aqueles quo residem cm nosso estado, que freqüentam, no mínimo, duas das quatro reuniões mensais. Al cm disto, o socio deve pagar, mensalmente, 0 90,00. Tem como direitos: partici­ par dc eleições, rcccber o AD ASTRA, participar de cursos sem nenhuma despesa, escrever artigos para o nosso boletim, etc. Nosso endereço para correspondência: Rua Veríssimo Rosa, 2h7 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil.

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"Enquanto contemplarcs o céu como algo que está por cima de ti- não possuis o olhar do homem que busca 0 conhecimento."

Friedricli Wilheln Nietzchc

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