
BOLETIM INFORMATIVO DA SOCIEDADE ASTRONÔMICA RIOGRANDENSE FUNDADA EM 16/09/79 ANO 3 NÚMERO 12 SET-OUT BI EDITORIAL Nesta edição incrementamos uma nova capa, que? traz o desenho do Planetário Prof. José Bnptistn Pereira, nossa sede social. Acredita - mos que seja do agrado da maioria* Agradecemos n Promontc Propaganda Ltda, pelo seu excelente trabalho c colaborarão prestada. Setembro é o mes que nossa instituição aniverssaria. Este ano cs tamos comemorando o segundo ano de existência da SARG. No corrente ano e mes, finda também, a gestão da primeira Diretoria Executiva e do Corj selho Fiscal. Neste tempo, a diretoria teve que reunir todos os esforços para que a "idéia" SARG realmente fosse o que é hoje. narre iras não houve. Dificuldades sim. Mas em qualquer atividade que se tome partido, elas nos acompanham. Portanto, achamos que o papel foi bem desempenhado, pois o que estava ao nosso alcance no erguer dos "alicerces", edifica- uios. Finalizando, esta diretoria agradece a todos que procuraram, de uma forma ou de outra, apoiar-nos nestes dois anos iniciais de existeri cia da SARG. Agradecemos a direção do Planetário Prof. José Baptista Pereira, através de sua coordenadora, sra. Vacília Dercnji; ao Institu­ to de Física da PUCRS, através de seu diretor e vice-diretor, respectí^ vãmente, Prof. Antônio Dias Nunes e Prof. Plínio Fazzolo; ao Clube de Física da PUCRS, através de seu presidente, o sr. Julio; a Promonte Propaganda, através de seu administrador, sr. Joaquim Franzoni Duarte; à Unino Brasileira de Astronomia, através de seu presidente, sr. José Libindo de Azevedo; ao Pe. Jorge Polman; no sócio benemérito da SARG, sr. Rodolfo Falk; ao secretário perpétuo do observatório do Capricór­ nio, sr. Jean Nicolini; ao sr. Nelson Travnik; ao diretor do Centro de Tclcdifusão Educativa da UFRGS, sr. Carlos Urbiru. Ficamos gratos, tam­ bém, as entidades co-irmãs que de alguma forma valorizaram nosso trnb^ lho. Entre el^ns a SBAA; CEA; CAR.J; Clube de Ciências do Colégio São Luís; Planetário da Universidade Federal de Santa Maria, através de sua diretora, Profa. Raquel M. R. de Mello. A todos muito obrigado. Diretoria Executiva e Conselho Fiscal / / ------------------ s u m Ar i o Editorial 01 Sumário 01 Observando as constelações - IV 02 "A lei de Bode - Titius - Wolf - Belot - Reynaud..." 03 Ocultações de estrelas pela Lua em setembro e outubro 03 Recebemos 06 2 Anos de fundação da SARG 06 0 mais epico dos poemas épicos • 07 Comissão solar 07 Visibilidade dos planetas para setembro e outubro 10 Comissão de^cometas e raeteoróides H Conjunção Venus - Júpiter - Saturno - Lua 12 Informativo astronômico 13 Novos sócios 16 Comissão Messier 1 $ Agradecimentos especiais 17 Nossa entidade 17 / / Revisão e montagem: Carlos Henrique Fraeb í ; OBSERVANDO AS CONSTELAÇÕES - IV O céu de primavera apresenta-se relativamente pobre de estrelas brilhantes, devido a estarmos olhando para uma região afastada do pia no galático, onde a concentração estelar diminui sensivelmente. Fita­ mos, então, o escuro espaço inter-galãtico. Neste céu podemos encontrar algumas constelações austrais de o- rigens geralmente recentes. A mais facil de localizar é Grus, o Grou, assim batizada por marinheiros, e instituída por J. Baycr em 1603. Re, almente lembra a figura de um grou em vôo, as asas formadas por lota e Alpha, a cabeça por Gainina, e a cauda por Epsilon Gruis. Em que pese não haver qualquer atrativo "decp sky" , encontramos aí algumas biná­ rias muito fáceis. Delta e Mu Gruis, no pescoço da ave, entre Beta e Gamma, destacam-se perfeitamente. 0 par formado por Delta^ e Deltao tem magnitudes, respectivamente, 4,0 e 4,1, sendo as cores^ respecti­ vamente, amurelo e vermelho. 0 contraste, no entanto, não e acentuado, dada a grande separação angular. Mu Gruis tem componentes de magnitudes 4,8 e 5,1, ambas amare­ los. Próxima a Mu, acha-se uma fraca estrela de 5§ magnitude, forman­ do um par aparente com ela. Alpha é a mais brilhante da constelação. Seu antigo nome, Al-Na ir, os vezes abreviado para Nair, refere-se a seu brilho. Muito pró­ ximo a ela, localiza-se a galáxia espiral NGC 7213» inacessível a inj? trumentos pequenos por possuir magnitude 12,5. Beta também tem nome próprio: Aldhanab. É uma bela e fria estre la vermelha, de magnitude 2,24 e espectro tipo M3. Forma um quadrilá­ tero com mais tres estrelas de 6* magnitude, apreciável em binóculos. Duas destas estrelas são binárias, uma das quais, a mais próxima de Beta, é separável numa luneta de 6cm. Theta Gruis é também dupla, mas inobservável em um telescópio pequeno. Nela, duas estrelas (4,5 e 7,0), distam aparentemente 1". Ainda o par Sigmaj e Sigma*? Gruis forma um sistema esgaçado, onde Sigma2 é binária espectroscopica. As estrelas Tauj, Tau2, Tau3 Gruis, formam uma inconspícua for­ mação triangular^ a leste do segmento Deta-Epsilon Gruis. A mais notável variável nesta constelação é Pij Gruis, tipo LB, com variação de 5,9 a 6^3 magnitudes e tipo espectral relativamente raro: S. Um pequeno binoculo já será suficiente para contemplarmos es te astro vermelho. Ela é, ainda, uma binária, com uma satélite anã de 10,9 magnitudes e coloração amarela, embora deva-se notar que nenhum movimento aparente foi observado neste sistema desde 1900, apesar de possuírem velocidades radiais iguais. Pij situa-se, juntamente cora PÍ2 , a meio çaininho entre^Alpha e Beta Gruis, pouco ao norte. A secundária de Pij é de observação extremamente difícil, senão impossível, para uma luneta de 6cm de diâmetro. Próxima ao zénite, encontra-se a extensa e apagada Sculptor, o Escultor, criada por LaCaille em 1752 (originalmente Apparatus sculp- : toris - Atelier do Escultor). Sua maior particularidade é achar-se aí o pólo sul galático (PSG), a um quarto do caminho entre Alpha Sculpt£ ris e Beta Ceti; procure por estas estrelas no Atlas Coeli, à venda na UBA. Epsilon Sculptoris é binária, com estrelas de magnitude 5,5 e 8,3, separadas por 5". É um objeto extremamente difícil para uma lu­ neta de 6cm. Voce^pode perceber esta secundária? Mais fácil é o par Kappa^ e Kappa2 Sculptoris, separável a olho nu, mas fraco. Kappai é, por sua vez,^binária, com componentes de 6* magnitude e separação de 1". Requerirá um instrumento de maior abertu ra para poder separá-las. Ilá, ainda, um aglomerado globular, NGC 288 x situado próximo a Alpha e ao PSG. É extremamente pálido, com um diâmetro de cerca de 5*. íuaia luneta de 6cm, deve-se usar o menor aumento possível, quando en­ tão, um observador cuidadoso perceberá uma leve nebulosidade, muito diáfana. Tente observá-lo. Ele tem 9- magnitude, mas é desinteressan­ te de modo geral. A constelação de Microscopium, o Microscópio, criada por LaCail_ le, também em 1752, é extremamente pobre, pois a sua mais brilhante estrela não ultrapassa a 5- magnitude. Alpha Microscopii, visualmente nraarela, é binária, situado a 36O anos-luz. A secundária, ja observá­ vel nutn refrator de 6cm, é muito fraco, melhor visualizável com um au oiento de 200 ou 225 vezes. Etn Microscopii é também binária (5,6 c 8,4), separadas por 133", o que a põe ao alcance de um binóculo de média potência. Phoenix, o Fênix, é um grupo de médias proporções e estrelas de brilho intermediário, que nclia-se situado a oeste de Achernar (Alpha Eridani). Alpha Phoenicis (Ankaa), forma um triângulo com Kappa e Ep- silon. 0 único objeto digno de nota é Zeta, binária visual com uma ter ceira satélite espectroscópica. A principal é, pois, variável eclip- sante tipo Algol, com período de 1,67 dias, oscilando de 3,9,a 'i^íina^ nitudes. A companheira visual,^de magnitude 8,2, já é observável num 6cm. Procure por ela com atenção. Para finalizarmos, dirija o olhar para o hemisfério ocidental, onde agora adernaw em direção ao poente as brilhantes constelações de inverno. Munido de um bom mapa localize Telescopium, o Telcscopio, oij tra das criações de LaCaille. Antigamente era também denominada "Tu- bus Astronomicus". Não devemos confundí-la com a constelação boreal, desusada, do "Telescopium Herschelii", criada por Bode, entre Lynx e Auriga. Com um binóculo, procure por Delta, uma dupla afastada, de estre las azul-brancas, tendo magnitudes 4,9 e 5,3. Luiz Augusto L. Silva 08/ 07/1981 / / -------- "A LEI DE PODE - TITIUS - WOLF - BELOT - REYXAUD..." Em 1778, 3 anos antes do descobrimento do 1? planeta "telescóp^i co", Johannes Ellert Bode traz ao conhecimento do mundo científico u- ma curiosa relação matemática, supostamente descoberta por ele. Esta relação se expressa da seguinte maneira: tomam-se os algarismos 0, 3, 6, 12, e assim por diante, seinpre dobrando o anterior; a seguir, acres centa-se a cada ura deles o algarismo 4; resultando 4, 7, 10, 16, 28, 52, 100, 196...^Estes números indicariam, em décimos de unidade astro nómica (uma UA é a distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de quilouietros), as distâncias de cada planeta ao Sol. Elas realmente crescem em uma aparente progressão geométrica. Com os conhecimentos da época, foi possível constatar sua espan tosa precisão com relação aos planetas na época conhecidos. A mais im portante conseqüência desta série numérica que passou a ser conhecida como "lei de Bode", era a existência de um planeta desconhecido entre Marte e Júpiter. Marte correspondia na teoria a 1,6 UA (na realidade pouco mais de 1,5), c Júpiter n 5,2 (valor quase exato). Porém não se conhecia 0 planeta^correspondente à distância 2,8. Foi organizada uma associação de astrônomos, profissionais e amadores, que se dedicaria a busca deste planeta. Este grupo passou a ser chamado "polícia cele£ te".
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