FRANCISCO DE ASSIS BARBOSA, O REPÓRTER QUE SONHAVA Antonio Arnoni PRADO Universidade Estadual de Campinas
[email protected] Resumo: O ensaio procura demonstrar a trajetória jornalística de Francisco Assis Barbosa, incluindo no percurso as suas relações com a literatura, a crítica e a história literária, precedidas nos anos de juventude por uma incursão isolada pelo terrenos da ficção. Palavras-chave: Modernismo. Jornalismo. Crítica. Historiografia literária. Abstract: The essay surveys Francisco Assis Barbosa‟s journalistic trajectory, including his relationship with literature, criticism and literary history, preceded in his youth by an isolated incursion into fiction. Key words: Modernism. Journalism. Literary criticism. Literary history. A admiração de Francisco de Assis Barbosa (1914-1991) pela obra e personalidade de António de Alcântara Machado (1901-1935) remonta aos anos de juventude, quando, ainda estudante na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1933, ele se apresenta como voluntário para a defesa da causa constitucionalista junto à Bancada Paulista por São Paulo Unido, então empenhada nos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, reunida na capital federal. Chico e os quatro rapazes que o acompanhavam foram recebidos pelo próprio Alcântara Machado, que presidia a Bancada. Como recordará mais tarde, aquele foi um momento de grande emoção, particularmente porque – mais que adesão política de voluntário, a cuja causa “não era muito afeiçoado”, – o que de fato o movia naquela decisão de moço era no fundo a oportunidade de conhecer pessoalmente o jovem criador do “Gaetaninho”, que ele aprendera a admirar, ainda adolescente, na sua querida Guaratinguetá. O encontro seria decisivo para a vida intelectual do futuro escritor, pois foi justamente através de Alcântara Machado que Chico se convenceu de sua vocação literária, a ponto de tornar-se um dos grandes estudiosos da obra de Alcântara.