AVIDA DE LUIZ VIANA Filhe
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AVIDA DE LUIZ VIANA FILHe João Justiniano da Fonseca Volume 58 Luiz Viana Filho com seu fardão de imortal da Academia Brasileira de Letras, que se encontra hoje na Sala Luiz Viana Filho, da Academia de Letras da Bahia, por doação da família. ......................... AVIDA DE LUIZ VIANA FILHO Mesa Diretora Biênio 2005/2006 Senador Renan Calheiros Presidente Senador Tião Viana Senador Antero Paes de Barros 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente Senador Efraim Morais Senador João Alberto Souza 1º Secretário 2º Secretário Senador Paulo Octávio Senador Eduardo Siqueira Campos 3º Secretário 4º Secretário Suplentes de Secretário Senadora Serys Slhessarenko Senador Papaleo Paes Senador Álvaro Dias Senador Aelton Freitas Conselho Editorial Senador José Sarney Joaquim Campelo Marques Presidente Vice-Presidente Conselheiros Carlos Henrique Cardim Carlyle Coutinho Madruga Raimundo Pontes Cunha Neto ......................... Edições do Senado Federal – Vol. 58 AVIDA DE LUIZ VIANA FILHO João Justiniano da Fonseca Brasília – 2005 EDIÇÕES DO SENADO FEDERAL Vol. 58 O Conselho Editorial do Senado Federal, criado pela Mesa Diretora em 31 de janeiro de 1997, buscará editar, sempre, obras de valor histórico e cultural e de importância relevante para a compreensão da história política, econômica e social do Brasil e reflexão sobre os destinos do país. Projeto gráfico: Achilles Milan Neto © Senado Federal, 2005 Congresso Nacional Praça dos Três Poderes s/nº – CEP 70165-900 – Brasília – DF [email protected] Http://www.senado.gov.br/web/conselho/conselho.htm ...................................... Fonseca, João Justiniano da. A vida de Luiz Viana Filho / João Justiniano da Fonseca. -- Brasília : Senado Federal, Conselho Editorial, 2005. 290p. -- (Edições do Senado Federal ; v. 58) 1. Político, biografia, Brasil. 2. Jornalista, biografia, Brasil. 3. Viana Filho, Luiz, 1908-1990, biografia. I. Título. II. Série. CDD 923.281 ...................................... ......................... Sumário AGRADECIMENTOS pág. 9 A PALAVRA DOS MESTRES pág. 11 DEDICATÓRIA pág. 13 APRESENTAÇÃO por Josué Montello pág. 15 I O CONSELHEIRO LUIZ VIANA pág. 17 II INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA, PRIMEIRA MOCIDADE pág. 37 III O JORNALISTA pág. 63 IV LARGOS PASSOS pág. 75 V O ACADÊMICO pág. 85 VI NA CÂMARA DOS DEPUTADOS pág. 131 VII O GOVERNADOR DA BAHIA pág. 145 VIII NO SENADO pág. 193 IX O HOMEM E O AMIGO pág. 221 X CAMINHANDO PARA A GLÓRIA pág. 251 BIBLIOGRAFIA pág. 277 APÊNDICE pág. 279 ......................... Agradecimentos MA palavra de agradecimento a Luiz Viana Neto, que me Uensejou informações de família, sugestões e até orientação, e aos acadêmicos Lêdo Ivo e Josué Montello, que ao conhecerem a primeira versão do texto me sugeriram sua ampliação para incluir a vida acadêmica do biografa- do, sendo mestre Josué a mão de apoio nessa parte da pesquisa, que veio a ser realizada no Centro de Memória da Academia pelo senhor Pauli- no Lemes Cardoso, a quem igualmente agradeço a boa acolhida e o cui- dado no trabalho. Vai, afinal, a palavra de afeto, somada aos agradecimentos, à poetisa Patrícia Neme, nobre e querida amiga, que cuidou da difícil tarefa de revisão. ......................... A Palavra dos Mestres UIZ Viana Filho é, por si, um título de glória “Lpara o nosso país”, diz Austregésilo de Athayde. E Josué Montello o chama de “o mais polido de seus contemporâneos, o mais civilizado dos brasileiros. Íntegro. Superior. Obra-prima do bom gosto de Deus”. “Toda vez que o Brasil conjugar o estilo da lhaneza com o sentido da grandeza, o alto vulto de Luiz Viana Filho sorrirá para nós, lá do Senado das sombras”, registra Guilherme Merquior . ......................... Dedicatória STE livro é, com muito carinho, para D. Julieta Pontes EViana – a Juju do biografado, a quem correspondia tratando-o por Lulu. Para seus filhos, netos e bisnetos, para os que privaram de sua amizade, os que o amaram e admiraram. ......................... Apresentação QUANDO o meu caro amigo João Justiniano da Fonseca me convidou a escrever o texto de abertura deste livro, senti-me honrado com a lembrança de meu nome. Amigo fraterno de Luiz Viana Filho, alcancei o relevo da homenagem que me era prestada, sabendo que ela exprimia o reconhecimento do autor deste livro que singularmente me distinguia. Luiz Viana Filho bem merecia o relevo com que foi destacado. Quem leu sua obra literária, para inteirar-se de seu texto literário e de suas conclusões, há de ter associado a essa leitura a admiração da obra de arte, realmente esmerada na pena de João Justiniano da Fonseca, igualmente conclusiva. Vale a pena acentuar que a admiração é uma forma de con- cordância natural, imposta pela identidade do gosto harmonioso. O lou- vor de João Justiniano da Fonseca vale como uma identidade objetiva. Convém reconhecer que o elogio é como se fosse uma comunhão de concordância plena. O louvor neste caso é uma forma de identidade. Daí reconhecermos que na louvação de João Justiniano da Fonseca está implícita a concordância entre o amigo e o mestre. 16 João Justiniano da Fonseca Basta reconhecer no aplauso irrestrito a comunhão evidente na concordância do mestre com o companheiro, o que vem a ser uma forma de identidade, o que explica a emoção com que repassei o texto de Luiz Viana Filho e o texto de João Justiniano da Fonseca, reconhecendo na identidade evidente a concordância plena. O autor primoroso de A Vida de Luiz Viana Filho éo mestre da concordância objetiva, sem que a identidade excluísse a comu- nhão plena, no plano da harmonia fraterna. Cada qual a ser ele próprio nesta evocação exemplar. JOSUÉ MONTELLO ......................... I O CONSELHEIRO LUIZ VIANA CONSELHEIRO Luiz Viana destacou-se como político, Ochefe do Partido Liberal na Bahia, no final do Segundo Império e nas duas primeiras décadas da República. Foi Conselheiro e Presidente do Tribunal de Apelação e Revista, situação correspondente, hoje, a desem- bargador, e Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, professor da Faculdade de Direito da Bahia, hoje integrada à UFBA, sendo um dos seus fundadores, Senador do Estado e Presidente do Senado Estadual, Governador do Estado da Bahia, Senador Federal. Assumiu o governo do estado a 28 de maio de 1896, deixando-o no final do mandato, em 28 de maio de 1900. No governo, fundou a Escola Politécnica, também integrada à UFBA, ampliou as instalações da Escola Normal, criou con- dições para a ampliação das usinas de açúcar – então base da economia do estado –, determinou a construção de açudes nas regiões mais casti- gadas pela seca de 1888/89. Antes de eleito governador, fora candidato a Intendente da Cidade de Salvador, sendo vencido por José Eduardo Freire de Carvalho Filho. Filho do coronel José Manoel Viana, fazendeiro e comerciante na região, e dona Mariana Ribeiro Viana, nasceu em Casa Nova, antiga São José de Casa Nova, pequena cidade baiana do lado norte do Rio São 18 João Justiniano da Fonseca Francisco, pouco acima de Juazeiro, de onde recebe o reflexo sócio-cul- tural e econômico desde os primórdios – no ano de 1846, no dia 30 de outubro. Faleceua6dejulho de 1920 a bordo do paquete holandês Limburgia, nas proximidades de Las Palmas, sendo o corpo embalsama- do e transladado para Lisboa, depois Salvador, onde foi sepultado no dia 1° de agosto. Deixou o filho Luiz Viana Filho, do segundo casal, com dona Joana Gertrudes Fichtner Viana, então aos 12 anos de idade e a quem dera o nome de Henrique Luiz Viana. Gabriel Viana apresen- ta-se como filho: “Ao nosso sempre lembrado pai saudades eternas de Gabriel e Amanda”, registra a coroa de flores dedicada por estes ao falecido. Amanda era a esposa de Gabriel. Fica a dúvida. Luiz Rogério de Souza, amigo de Luiz Viana Filho, com quem convivera proximamente, dizia que ele tinha uns irmãos pretos (falava no plural). Gabriel é lembrado no testamento do Conselheiro, que declara que o criou e educou, dei- xando-lhe o valor de vinte contos de réis em apólices do Estado da Bahia. Ingressando no processo de inventário com um requerimento em que denuncia que a inventariante está desviando para outras proprie- dades gado seu, com a marca a fogo G, que criava em uma das fazendas do falecido, autorizado por ele, Gabriel alega que provará ser seu filho, por via de uma investigação de paternidade a que está procedendo. Até o fim do processo não apresentou essa prova nem a do reclamado des- vio de gado, não participando, assim, do inventário. Pode ser que Gabriel fosse realmente seu filho. Tem registro com o seu nome – Viana, o que parece valer como uma declaração de paternidade.1 Casa Nova, ao tempo do nascimento do Conselheiro, devia ser um pequeno povoado rural, ligado a Juazeiro, que, por sua vez se su- bordinava a Sento Sé, que seria também muito pouco. Tudo isso, esteve na zona de influência do Sobradinho, do célebre Domingos Sertão, três séculos atrás. A atual cidade de Juazeiro, então, chamava-se Passagem do Juazeiro. José Manoel Viana faleceu a 7 de janeiro de 1911, tendo a ale- gria de ver o filho governador do estado. Era filho, José Manoel Viana, de um Senhor Viana, português, fundador de Casa Nova. Tão pouco era Sento Sé em 1846, que tendo sido criada aí uma comarca em 1835, vinte e dois anos depois, em 1857 (tinha onze A Vida de Luiz Viana Filho 19 anos o Conselheiro Luiz Viana), foi a mesma transferida para a povoa- ção de Juazeiro, que alcançou maior desenvolvimento. Com efeito, uma lei de 21 de maio de 1835 cria a “Comarca de Sento Sé, compreendendo as vilas de Juazeiro e Pambu, desmembra- da de Jacobina”. Outra, de 14 de dezembro de 1857, define: a Comarca “de Sento Sé que se chamará Juazeiro, constará de três termos – Capim Grosso, Juazeiro e Sento Sé”. Aqui aparece mudado o nome de vila de Pambu para Capim Grosso, atual Curaçá, porque também esse termo já mudara de endereço, isto é, desenvolvendo-se Capim Grosso mais do que Pambu, fora transferida, a categoria de vila, de um lugar para o ou- tro, indo, na transferência, também o Julgado – ou Termo Judiciário, em decorrência da lei de 6 de junho de 1853 2.