Oliveira Lima E As Relações Exteriores Do Brasil O Legado De Um Pioneiro E Sua Relevância Atual Para a Diplomacia Brasileira
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OLIVEIRA LIMA E AS RELAÇÕES EXTERIORES DO BRASIL: O LEGADO DE UM PIONEIRO E SUA RELEVÂNCIA ATUAL PARA A DIPLOMACIA BRASILEIRA MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Ministro de Estado Embaixador Antonio de Aguiar Patriota Secretário-Geral Embaixador Ruy Nunes Pinto Nogueira FUNDAÇÃO A LEXANDRE DE GUSMÃO Presidente Embaixador Gilberto Vergne Saboia Instituto Rio Branco Diretor Embaixador Georges Lamazière A Fundação Alexandre de Gusmão, instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações internacionais e para a política externa brasileira. Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo, Sala 1 70170-900 Brasília, DF Telefones: (61) 3411-6033/6034 Fax: (61) 3411-9125 Site: www.funag.gov.br MARIA THERESA DINIZ FORSTER Oliveira Lima e as relações exteriores do Brasil: o legado de um pioneiro e sua relevância atual para a diplomacia brasileira Brasília, 2011 Direitos de publicação reservados à Fundação Alexandre de Gusmão Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo 70170-900 Brasília DF Telefones: (61) 3411-6033/6034 Fax: (61) 3411-9125 Site: www.funag.gov.br E-mail: [email protected] Equipe Técnica: Henrique da Silveira Sardinha Pinto Filho Fernanda Antunes Siqueira Fernanda Leal Wanderley Juliana Corrêa de Freitas Mariana Alejarra Branco Troncoso Revisão: André Yuji Pinheiro Uema Programação Visual e Diagramação: Maurício Cardoso e Juliana Orem Impresso no Brasil 2011 Forster, Maria Theresa Diniz. Oliveira Lima e as relações exteriores do Brasil : o legado de um pioneiro e sua relevância para a diplomacia brasileira / Maria Theresa Diniz Forster. Brasília : Fundação Alexandre de Gusmão, 2011. 220p. ISBN: 978.85.7631.331-1 1. Relações Exteriores. 2. Diplomacia. 3. Diplomacia Cultural. CDU 327.3(81) Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Sonale Paiva - CRB /1810 Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei n° 10.994, de 14/12/2004. À minha família: Nestor, Vera e Beatriz por todo seu amor, paciência e apoio durante a elaboração deste trabalho. Agradecimentos Este pequeno estudo, ora publicado sob o título Oliveira Lima e as Relações Exteriores do Brasil: o Legado de um Pioneiro e sua Relevância Atual para a Diplomacia Brasileira é o resultado do trabalho que apresentei na forma de dissertação à banca examinadora do LVI Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco. Traz, assim, o ponto de vista de uma diplomata, sem formação acadêmica em História, e naturalmente sem pretensão de avaliar a monumental obra histórica de Oliveira Lima para além de sua possível contribuição à diplomacia brasileira. Ao escolher o tema da dissertação para apresentar ao Instituto Rio Branco, fui motivada pelo desejo de procurar resgatar parte da memória do Itamaraty, em especial a vida e a contribuição à diplomacia pátria de um dos grandes vultos que integrou os quadros do Ministério das Relações Exteriores. Por razões que eu então desconhecia, Oliveira Lima parecia ter sido de certa forma relegado a um plano menor e talvez estreito de nossa história diplomática, ao qual a sua grande figura não se acomodava bem. Por feliz coincidência, meu trabalho na Embaixada em Washington colocou-me em contato direto com a Biblioteca Oliveira Lima, literalmente abrindo seu vasto acervo à minha curiosidade e interesse pelo legado de seu fundador e fornecendo-me os meios para empreender este estudo. Foi, pois, com especial satisfação que recebi a recomendação para sua publicação. Entendo-a como homenagem do Itamaraty ao grande diplomata e historiador, no contexto do renovado interesse despertado por sua obra em anos recentes. Manifesto meus sinceros agradecimentos ao Diretor do Instituto Rio Branco, Embaixador Georges Lamazière, e à banca examinadora do LVI Curso de Altos Estudos, presidida pelo Embaixador Flávio Helmold Macieira, copresidida pelo Embaixador Edgard Antonio Casciano, e integrada pelos Embaixadores José Eduardo Martins Felicio, Roberto Jaguaribe Gomes de Mattos, Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão e Ana Cândida Perez. A eles, agradeço a generosa acolhida que deram a meu trabalho, seus comentários e sugestões que permitiram aperfeiçoar diversos pontos específicos do texto final, assim como a honrosa recomendação de sua publicação. Ao relator diplomático, colega e professor Ministro Paulo Roberto de Almeida agradeço especialmente por ter compartido comigo seus vastos conhecimentos sobre Oliveira Lima e pelo rico e proveitoso debate que me propiciou durante minha arguição. Da mesma forma, registro meu reconhecimento à relatora acadêmica, Professora Mariza Veloso Motta Santos, por suas argutas observações e sugestões. Por fim, gostaria de registrar também meus agradecimentos ao curador da Biblioteca Oliveira Lima, Professor Thomas Cohen, e à sua Diretora, Senhora Maria Angela Leal, pela generosidade com a qual me permitiram realizar minha pesquisa naquele acervo fabuloso, que permanece um legado vivo do grande brasileiro que foi Manoel de Oliveira Lima. A autora Hartford, setembro de 2011 Sumário Introdução, 13 Capítulo 1 Perfil Biográfico de Manoel de Oliveira Lima , 19 1.1. Anos de Formação, 19 1.1.1. A Infância Pernambucana, 19 1.1.2. Os Estudos em Lisboa, 21 1.2. Carreira Diplomática, 25 1.2.1. Lisboa, 1890-92, 25 1.2.2. Berlim, 1892-95, 26 1.2.3. Washington 1896-1900, 29 1.2.4. Londres, 1900-01, 32 1.2.5. Tóquio, 1901-03, 34 1.2.6. Rio de Janeiro, 1903-04, 38 1.2.7. Caracas, 1905-06, 41 1.2.8. Bruxelas e Estocolmo, 1908-12, 45 1.2.9. A frustrada remoção para Londres e a precoce aposentadoria, 1913-16, 49 1.3. De volta a Pernambuco, 1916-20, 52 1.4. O Ocaso em Washington, 55 9 Capítulo 2 A Política Externa Brasileira na Virada do Século XX, 61 2.1. O Cenário Internacional 1880-1914, 61 2.2. A Política Externa Brasileira: 1889-1913, 65 2.2.1. A Reorientação do Eixo da Política Externa, 68 2.3. A Era Rio Branco, 73 2.3.1. Os Tratados de Limites, 74 - A Questão de Palmas, 74 - A Questão da Guiana Francesa ou do Amapá, 77 - A Questão do Acre, 79 2.3.2. A Relação com os EUA na Virada do Século XX, 83 2.3.3. Aproximação com os Vizinhos Sul-Americanos, 93 Capítulo 3 Oliveira Lima e o Corolário Roosevelt à Doutrina Monroe, 99 3.1. As Polêmicas com Rio Branco e Joaquim Nabuco, 105 3.2. Pan-americanismo e a Conferência do Rio de Janeiro de 1906 99, 111 3.3. Precursor da Integração Sul-Americana?, 114 Capítulo 4 Oliveira Lima, Pioneiro da Diplomacia Cultural, 121 4.1. O Diplomata-Conferencista e Escritor, 126 4.1.1. No Japão, 1901-03, 128 4.1.2. Nas Capitais Europeias, 1908-12, 132 4.1.3. Nos Estados Unidos e na Argentina 1912-28, 135 4.2. O Diplomata-Jornalista, 139 Capítulo 5 Outras Visões Originais de Oliveira Lima, 145 5.1. Pacifismo e Neutralidade, 147 5.2. A Reforma da Carreira e a Diplomacia Comercial, 151 5.2.1. A Série de Artigos do Correio da Manhã, 1903, 154 5.2.2. Visão da Maturidade, 158 Capítulo 6 Oliveira Lima, Historiador: sua Contribuição para a Diplomacia Brasileira, 163 6.1. Principais Publicações, 166 6.1.1. Dom João VI no Brasil: 1808-1821, 175 6.2. Relevância para a Historiografia e Contribuição à Diplomacia Brasileira, 179 Capítulo 7 Oliveira Lima Hoje, 185 7.1. Possíveis Razões do Relativo Esquecimento, 186 7.2. O Caminho da Lembrança, 190 7.2.1. Dimensões de sua Contribuição e Atualidade, 192 7.2.2. A Questão da Biblioteca Oliveira Lima, 196 Bibliografia Consultada, 207 Introdução Aqui jaz um amigo dos livros é a simples inscrição, por ele mesmo escolhida em seu testamento, que identifica o túmulo de Manoel de Oliveira Lima no Cemitério de Mount Olivet, em Washington, DC. Sequer seu nome figura ali para lembrar o pernambucano que terminou seus dias em exílio autoimposto, deixando, para honrar sua memória, apenas sua viúva, D. Flora. São palavras modestas para descrever um homem que teve longa e movimentada carreira como jornalista, historiador, professor, intelectual e diplomata, em período singular da história do Brasil. Admirado e amado por muitos, e ao mesmo tempo alvo de críticas e censura de outros tantos, Oliveira Lima marcou época na história de seu tempo e seu nome ficou indelevelmente insculpido entre aqueles que contribuíram para engrandecer e divulgar a cultura brasileira ao redor do mundo. Integrou inúmeras instituições de prestígio, como o Instituto Histórico Brasileiro, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Academia Pernambucana de Letras e foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Para Gilberto Freyre, seu pupilo e ardente admirador, ele foi o Dom Quixote Gordo; para Goran Björkman o Embaixador Intelectual do Brasil, nas palavras do presidente da International Association of Arts and Letters, James A. Robertson, he ceased to be a Brazilian only; he was more: he was an American and I use the term to 13 MARIA THERESA DINIZ FORSTER cover the whole Western Hemisphere.1 São testemunhos vívidos de que o amigo dos livros era homem de múltiplos talentos, cujo legado nos convida, oito décadas após sua morte, a explorar sua extensa e valiosa obra de historiador e resgatar a memória do diplomata e promotor da cultura brasileira. Mas quem foi realmente esse personagem complexo, ao mesmo tempo tão típico da virada do século XX e tão singular em sua obra? Teria ele algo a nos dizer ainda hoje? Que lições teria a dar aos diplomatas brasileiros contemporâneos? Em que reside a originalidade de seu pensamento e de sua atuação diplomática? Qual a magnitude de sua contribuição à cultura pátria? Essas são algumas perguntas que procuro responder ao longo deste estudo, no esforço de apreender a multifacetada figura de Oliveira Lima em toda sua complexidade, sem querer espremê-la na camisa de força de paradigmas abstratos e esquemas pré-concebidos.