(Cigana) El Alma De Los Parias, De Jorge Nedich
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Universidade de Brasília – UnB Instituto de Letras - IL Departamento de Teoria Literária e Literaturas – TEL Programa de Pós-graduação em Literatura “Juncos ao vento”: literatura e identidade romani (cigana) El alma de los parias, de Jorge Nedich Ana Paula C. B. Soria Voria Stefanovsky Orientadora: Professora Dra. Sara Almarza Brasília-DF, 2015 13 UNIVERSIDADE DE BRASILIA – UnB ANA PAULA C. B. SORIA VORIA STEFANOVSKY “Juncos ao vento”: literatura e identidade romani (cigana). El alma de los parias, de Jorge Nedich. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL) da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Literatura. Orientadora: Profª. Drª. Sara Almarza. Linha de pesquisa: Representação na Literatura Contemporânea. Brasília, 2015. 14 SORIA, Ana Paula C.B. S714’’ “Juncos ao vento”: literatura e identidade romani ( cigana) El alma alma de los parias, de Jorge Nedich / Ana Paula C.B. SORIA; orientador Sara ALMARZA. – Brasília, 2015. 330 p. Tese (Doutorado em Literatura) - - Universidade de Brasília, 2015. 1. Literatura romani ( cigana). 2. Identidade romani (cigana). 3. Romà (ciganos). 4. Representações literárias. 5. El alma de los parias , Jorge Nedich. I. ALMARZA, Sara, orient. II. Título. ANA PAULA C. B. SORIA 15 ANA PAULA C.B. SORIA VORIA STEFANOVSKY “Juncos ao vento”: literatura e identidade romani (cigana). El alma de los parias, de Jorge Nedich. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL) da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Literatura. Orientadora: Profª. Drª. Sara Almarza. Linha de pesquisa: Representação na Literatura Contemporânea. Tese aprovada em: 09/07/2015. Banca examinadora: Professora Drª. Sara Almarza (TEL / UnB) – Presidente. ________________________________________ Professora Drª. Cíntia Schwantes (TEL/UnB) – Membro. ________________________________________ Professor Dr. Daniel Faria (HIS/UnB) – Membro. ________________________________________ Professora Drª. Eliana Yunes (PUC- Rio) – Membro. ________________________________________ Professora Drª. Mariza Veloso (SOL/ UnB) – Membro. ________________________________________ Professora Drª. Sylvia Cyntrão (TEL/UnB) – Suplente. ________________________________________ Brasília, julho de 2015. 16 À Santa Sara Kali; ao meu povo romà; a Sara Almarza. 17 AGRADECIMENTOS É com alegria que apresento este trabalho, o qual foi realizado enquanto eu caminhava entre fortes ventos, ocasiões em que me lembrava do exemplo de meu povo rom - “juncos”. Muitas mãos amigas ofereceram-me “suas linhas”, nas quais pude “ler” caminhos que se entrecruzavam com os meus e alimentavam-me de sonhos, estudos, fé, planos, esperança, pesquisas, aceitação, vontade, leituras, ânimo e escrita. Devo este estudo, fundamentalmente a Deus, sustento incondicional e a Santa Sara Kali, “mãe” de meu grupo sinti. Também a essas mãos amigas: olhos esperançosos, palavras motivadoras, ajudas pontuais, colaborações intelectuais e inúmeros sorrisos iluminados que entravam pelas frestas, clareando meus pensamentos, parando a chuva e dando luz a minha escrita. Aprendi com minha puri daj (avó) Zinka – a quem a menina Voria (meu nome rom) e a mulher entre culturas que hoje sou, primeiro agradece “poder escrever” – em forma de mágicas narrativas orais, que a cada auxílio recebido, deve-se “soprar” bons desejos de volta aos que nos ajudaram e ao universo. Desse modo, a todas essas “mãos” do caminho, que possibilitaram, de alguma forma, a concretização deste estudo, faço ecoar aqui meu agradecimento, envolto em buxt (sorte) romani: Às professoras Dra. Sara Almarza, mais que uma orientação paciente, sábia e motivadora, brindou-me com sua amizade e exemplo. Também com a partilha do pensamento de que compensa lutar “por outro mundo possível” e que a literatura pode ser um lugar para novas configurações. Sem suas mãos como norte e a crença depositada em mim, bem como, nesta temática, não existiria este trabalho; Dra. Cíntia Schwantes, pelo incentivo, ideias, sugestões e pela atitude sempre positiva em relação ao meu estudo; Dra. Sylvia Cyntrão, pelas palavras de motivação em relação a este e por sua leitura animadora. Ao professor Dr. Nielsen de Paula Pires pelas constantes palavras motivadoras, incentivo, e a facilitação de um ambiente físico de estudo. Ao Edward, tantos anos continuamente acreditando na importância desta pesquisa. Alquimista que transformou dores em sorrisos. Sol radiante. Aos meus filhos que esperaram, torceram, acreditaram no valor da minha paixão por este trabalho e fizeram o impossível para ajudar-me. Estrelas e anjos no caminho. Ao Francisco, pelas estruturas fornecidas para que este estudo tivesse êxito e os “ventos” fossem mais amenos. À querida amiga e Dra. Patrícia Rossi, presença constante com leituras, ideias, ânimo e afeto. À amiga e Dra. Audrey Quast, olhos sempre cheios de luz, por suas leituras, diálogos e positividade incansáveis. Ao pequeno 18 e querido Tomás, “poeta rom mirim”, o qual me escreveu palavras de motivação: “tu corazón brilla como el cielo [...] yo voy a estar ahí para curar tus heridas”. À Karina, irmã d’alma e incentivo constante. À querida Ángela Elena, pelos livros difíceis que me conseguiu na Espanha e por suas reiteradas palavras de estímulo. À carinhosa amiga Janaina, pelos livros raros e apoio. Ao Jorge Nedich, pelos livros, saber compartilhado, trabalho realizado em conjunto, amor às origens e pela luta por mudanças e sonhos que nos une, “por siempre”. A Nat, também pelas belas ilustrações feitas especialmente para este estudo e tantas outras que não foram possíveis incluir. Aos velhos narradores de meu grupo; a romi Saray (in memoriam), que como eu, sonhava escrever; a romi Rosa Teodorovich (in memoriam), a Sra. Jael e seu “baú de livros encantados”, que fascinavam a menina sinti. A Isabel Almarza, pela boa energia, a Patrícia Paulina, a Thais Imperatori, a Inaíde Santana, ao Chiucki Yuzuki, ao Frederic Fsteenhouwer, a Valentina Pires e a muitas pessoas que me ajudaram em distintos momentos ao longo desses anos e que, de formas variadas, foram significativas e fundamentais para que este estudo se concretizasse. A CAPES, pelo apoio institucional e financeiro. Ao CEAM e ao NECLA onde pude em momentos alternados, desenvolver minhas pesquisas. E, finalmente, mas não por último, ao Departamento de Teoria Literária - TEL, nas figuras dos professores e funcionários, que me receberam com afeição e incentivaram a paixão pela temática deste estudo. Pessoas que “abriram as portas” do Departamento para o ineditismo da pesquisa acerca da literatura romani, concedendo, assim, espaço para vozes da minoria romà no âmbito acadêmico. Aos romà e não-romà, a todos naís tuke (obrigada)! 19 “[...] Oh! Como eu queria aprender, ler, escrever! Como eu queria cantar um poema cigano: –“O cavalo cigano perto da carroça, Uma longa estrada nos espera –” Como eu tinha sede de saber Compor versos ciganos.[...] E declamar para você, meu irmão, lindos versos. Ouça então irmão, o que vou dizer Deixarei cantos e poemas para você À sua memória, [...] Para que você saiba e que você diga Que ela era uma menina cigana, Que ela crescera de berço cigano, A você, ela escreveu tudo. [...]”1. (Papùsa – Bronislawa Wajs) 1 Cf. PAPÙSA, Bronislawa Wajs. “Me som rromni corrorri” Em. Routes d’antan Xargatune droma, p.41. 20 RESUMO Este trabalho estuda a literatura romani (cigana) contemporânea. Analisa a história e o significado da emergência no seio de uma minoria de cultura oral e, tradicionalmente, resistente à escrita. No processo de redefinição e afirmação identitária étnica, esta produção literária tem papel fundamental como alicerce unificador dos grupos romà (ciganos) dispersos. Os textos estudados falam pela etnia, ao recuperarem a história grupal e a realidade do coletivo, oferecendo às sociedades circundantes uma visão de mundo, a partir da perspectiva “de dentro”. Historicamente, os romà foram atrelados à marginalidade pelas sociedades majoritárias, o que resultou em deterioramento identitário e exclusão progressiva. Os textos romà contribuem na subversão dos discursos preconceituosos, desmistificam os estereótipos, estreitam os laços entre os grupos e, assim, reinventam a nação romani e fundam um simbólico “território” escrito. A história da etnia, inserida nas sociedades majoritárias, como objetos estereotipados nas representações literárias do “outro”, são temas abordados nesta pesquisa. A reconstrução identitária, evidenciada no corpus escolhido, efetiva-se por meio do hibridismo cultural dos “novos romà” representados, das subversões dos estereótipos e introjeções. A pesquisa aponta para a ressignificação da identidade étnica, no registro da memória e na autorrepresentação das vozes romà expressas pelo seu próprio olhar. Tem como obra norteadora das análises: El alma de los parias (2014), do escritor rom argentino Jorge Nedich, complementada por romances de autores romá representativos de distintos grupos e países. Palavras-chave: Literatura romani. Identidade cigana. Estereótipos. Representações. Minorias. El alma de los parias. Jorge Nedich. 21 RESUMEN Este trabajo estudia la literatura romani (gitana) contemporánea. Analiza la historia y el significado de su surgimiento en el seno de una minoría de cultura oral y tradicionalmente reacia a la escritura. En el proceso de redefinición y afirmación de la identidad étnica, esta producción literaria tiene un papel significativo como