Lídia Spaziani
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS LÍDIA SPAZIANI A estigmatização em relação aos ciganos: as construções avaliativas por não-ciganos. Versão corrigida Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa São Paulo 2016 - 2 - LÍDIA SPAZIANI A estigmatização em relação aos ciganos: as construções avaliativas por não-ciganos. Tese de doutoramento apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de Doutora em Letras. Orientadora: Profa. Dra. Maria Célia Lima-Hernandes. Versão corrigida De acordo: ____________________ São Paulo 2016 - 2 - Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. - 3 - Banca Examinadora Membros titulares: _________________________________________ Profa. Dra. Maria Célia Lima-Hernandes Universidade de São Paulo (USP-Orientadora) _________________________________________ Profa.Dra. Elaine dos Santos Silva Universidade Federal de Sergipe (UFS) _________________________________________ Profa. Dra. Elisângela Baptista de Godoy Sartin Universidade Ibirapuera (UNIB) _________________________________________ Profa. Dra. Patrícia Carvalhinhos Universidade de São Paulo (USP) _________________________________________ Profª. Dra.Violeta Virginia Rodrigues Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - 3 - - 4 - Membros Suplentes _________________________________________ Profa. Dra. Renata Barbosa Vicente Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) _________________________________________ Profa. Dra. Cristina Lopomo Defendi Instituto Federal de São Paulo (IFSP) _________________________________________ Prof. Dr. Saulo César Paulino e Silva Universidade de São Paulo (USP) _________________________________________ Prof. Dr Marcello Ribeiro Universidade Nove de Julho (UNINOVE) - 4 - - 5 - ============================================================== Dedicatória À minha mãe, aos meus irmãos, filho, amigos e a todos os mestres de estudo, vida e alma que me mostraram que, ao julgar o outro, abrimos espaço para a minimização de nós mesmos. ============================================================== - 5 - - 6 - AGRADEÇO Ao Todo Poderoso, que me abrigou nos momentos mais turbulentos me oferecendo constância, determinação e tranquilidade para que as ideias e suas concretizações em palavras pudessem surgir. À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Célia Lima-Hernandes, por incontáveis releituras dos textos, incomensuráveis estímulos refletidos na dedicação e contribuição no plano intelectual e emocional, por ser terna e compreensiva diante das condições pouco favoráveis no período em que a pesquisa ocorreu, por ser sincera e amena, amiga, incentivadora e determinada, por acreditar em mim e me auxiliar, agradeço eternamente. Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa (FFLCH), pelas constantes demonstrações de competência e respeito pelos saberes acadêmicos; por incutirem em mim a dúvida, mola propulsora para o pesquisador. É improvável caber em poucas folhas o nome de cada um dos meus colegas do curso da Pós-Graduação da USP que, pelos caminhos de interesses comuns, auxiliaram a mim tanto em leitura quanto em ideias novas para a produção desta pesquisa. Pelos inúmeros momentos em que me fizeram refletir e deixar de ser obstinada para crescer e vir a ser realista em um mundo de inseguranças e utopias que a paixão pela pesquisa se faz. Às Dras. Cristina Lopomo Defendi, Elisângela Baptista de Godoy Sartin e Dra. Renata Barbosa Vicente, ao Dr. Marcello Ribeiro como colegas de estudo, pela criticidade, tão necessária e pela forma delicada que a trouxeram à luz frente aos assuntos que, mesmo quando na informalidade, voltavam-se à pesquisa. Por serem cooperadores no crescimento holístico que obtive durante o trajeto de pesquisadora, só tenho a agradecer. A outros colegas e amigos (Reinaldo Rossi, Magali Rosa de Sant’Anna, Ângela Kovachich, Glauco Fratric, Sandra Kiomi Kusaba, Claudia Maria de Moraes Siqueira, Vanderlei Sérgio da Silva. Lílian Dal Cin, Mario Destro Monteiro, Simone de Oliveira Souza e amigos do Grupo Gira-Sol, que aceitaram a ausência social, decorrente do - 6 - - 7 - tempo sempre escasso quando se pesquisa, auxiliando-me com preces, energias, orações e todo tipo de mentalizações e atitudes, para que a calma e a coerência fossem minhas companheiras. A Mário Spaziani ( in memoriam ), pela integridade em ações que só um pai generoso poderia ensinar. À minha mãe, Iracema Olivieri Spaziani, pelo amor incondicional que me renovava e ainda renova a cada momento. Aos meus irmãos, Giusepina Lúcia Spaziani Soares, Mário Renato Spaziani e aos meus cunhados e amigos, Pablo José Sanchez-Crespo Zenner e Gilmar Soares; a Sandra Kiomi Kusaba e a Eliane Bandeira (in memorium ) amigas de alma que souberam ofertar tanto carinho quanto a gentil presença no contexto familiar quando de minhas ausências justificadas pelos estudos. À mentora psíquica e espiritual, minha irmã Rosângela Spaziani, constante em minhas decisões, principalmente na relevância do tema, abrigando com carinho e alegria a cada nova etapa desta pesquisa. À riqueza da minha vida, meu filho Matheus Spaziani Gomes da Costa, a quem agradeço pelos auxílios em diversas áreas e pelas interrupções para as constantes demonstrações de carinho, amor e incentivo para esta pesquisa. A Anauel, Cigana, Leona, Mel e Piquerru pela cumplicidade silenciosa e pelas demonstrações de alegria e afeto. À Santa Sara Kali e à Nossa Senhora em todas as suas formas, pelo colo e pela paz que me deram e dão em todos os momentos. - 7 - - 8 - 1 “Todo ato humano ocorre na linguagem. Todo ato na linguagem produz o mundo que se cria com outros no ato de convivência que dá origem ao humano: por isso, todo ato humano tem sentido ético. Esse vínculo do humano com o humano é, em última análise, o fundamento de toda ética como reflexão sobre a legitimidade da presença do outro”. (MATURANA e VARELA, 2011, p.252) 1 A imagem foi copiada do livro didático intitulado Português – Ensino Fundamental – 1.ª Edição – Projeto Araribá- Editora responsável: Maria Tereza Rangel Arruda Campos- Editora Moderna – p.138 – ISBN – 85-16-03760-6. - 8 - - 9 - Resumo aaa Tratar de ciganos à luz do discurso de não-ciganos pede discussões sobre estigmatização e dos termos a ela associados. Esse caminho produzirá, como demonstramos na tese, a contribuição para a compreensão do (des)prestígio social de uma comunidade isolada. Historicamente, por séculos, a estigmatização negativa arraiga o preconceito que ecoa no imaginário social do não-cigano ao referir o cigano. Esse quadro ainda é constatado no século XXI, e ainda ocorre manifestando os mesmos traços peculiares observados em pesquisas das áreas de Antropologia, Sociologia e Educação as quais tomam como objeto de discussão esse povo, de cultura tão hermética. Esse isolamento dos ciganos, hipotetizamos, é observável no discurso do não-cigano por meio de informações localizadas em diversos pontos de uma sentença ou de um texto. Para lidar com esse fenômeno, recorremos às teorias givonianas (1990), em especial o princípio da iconicidade e seus subprincípios, quais sejam: de ordenação linear, de integração e de quantidade, os quais, ao se entrelaçarem, revelam a complexidade cognitiva. O reconhecimento desses ecos históricos por meios de vários tipos de documentos recolhidos de arquivos históricos e redes sociais. Ao final dessa análise, estabelecemos um contraponto com a opinião de paulistanos por meio de um questionário aleatoriamente distribuído a indivíduos de vários estratos sociais. A ideia era a de verificar se a estigmatização continuava ecoando nos discursos atuais. Concluída essa etapa da pesquisa, pudemos referendar que, a despeito do desenvolvimento humano (na concepção de Maturana e Varela, 2011), a estigmatização e o preconceito continuam andando de mãos quando o tópico é cigano. Palavras-chave: cigano; estigmatização; língua-cultura; princípio de iconicidade. - 9 - - 10 - Abstract aaa To treat Roma (gypsy) by the sense of the non-Roma (non-gypsy) speech prompts some discussions about stigmatization and terms associated with it. This way will produce, as demonstrated in the thesis, the contribution to the (un) social prestige understanding of an isolated community. Historically, for centuries, the negative stigma rooted prejudice that echoes the social imaginary of the non-gypsies when referring to the gypsy in their discourse. This picture is still found in the 21 st . century, and it is still manifesting the same peculiar traits observed in researches in the Anthropology, Sociology and Educational areas which take as their subject of discussion these people, in its so hermetic culture. It is hypothesized that this isolation of the Roma (gypsy) is observable in the discourse of non-gypsy through information located in various parts of a sentence or of a text. To deal with this phenomenon, we use the givonian theories (1990), in particular the principle of iconicity and its subprinciples, namely: linear ordination, integration and quantity, which, when intertwined, reveal the cognitive complexity. The recognition of these historical echoes by means of various documents types collected from historical archives and social networks. At the end of this analysis, we