O REINO ENCANTADO DO SERTÃO: Uma Crítica Da Produção E Do Fechamento Da Representação Do Sertão No Romance De Ariano Suassuna
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
O REINO ENCANTADO DO SERTÃO: Uma crítica da produção e do fechamento da representação do sertão no romance de Ariano Suassuna JOSSEFRANIA VIEIRA MARTINS 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: HISTÓRIA E ESPAÇOS LINHA DE PESQUISA: CULTURA, PODER E REPRESENTAÇÕES ESPACIAIS O REINO ENCANTADO DO SERTÃO: Uma crítica da produção e do fechamento da representação do sertão no romance de Ariano Suassuna JOSSEFRANIA VIEIRA MARTINS NATAL/RN 2011 3 Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA). Martins, Jossefrania Vieira. O reino encantado do sertão: uma crítica da produção e do fechamento da representação do sertão no romance de Ariano Suassuna. – 2011. 207 f. - Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduação em História, Natal, 2011. Orientador: Prof. Dr. Renato Amado Peixoto. 1. Suassuna, Ariano, 1927 -. 2. Pós - colonialismo – Brasil, Nordeste. 3. Literatura e história - Brasil, Nordeste. I. Peixoto, Renato Amado. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BSE-CCHLA CDU 94(812/813) 4 JOSSEFRANIA VIEIRA MARTINS O REINO ENCANTADO DO SERTÃO: Uma crítica da produção e do fechamento da representação do sertão no romance de Ariano Suassuna Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em História, Área de Concentração em História e Espaços, Linha de Pesquisa Cultura, Poder e Representações Espaciais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação do Prof. Dr. Renato Amado Peixoto. NATAL/RN 2011 5 JOSSEFRANIA VIEIRA MARTINS O REINO ENCANTADO DO SERTÃO: Uma crítica da produção e do fechamento da representação do sertão no romance de Ariano Suassuna Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela comissão formada pelos professores: _________________________________________ Prof. Dr. Renato Amado Peixoto (Orientador) __________________________________________ Prof. Dr. Raimundo Nonato Araújo da Rocha (Examinador Interno) ________________________________________ Prof. Dr. Iranilson Buriti de Oliveira (Examinador Externo) ____________________________________________ Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior (Suplente) Natal/RN 2011 6 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me assegurar seu carinho e amor em todos os momentos, desde os mais felizes aos mais críticos desse trabalho, por todas as experiências que pude vivenciar e pelos aprendizados que adquiri não somente para profissão, mas, sobretudo para a vida. À minha família, especialmente aos meus pais e ao meu irmão pela compreensão e o apoio em todos os momentos e sentidos. À Olívia Neta por todo o carinho e ajuda na trajetória de construção deste trabalho, fosse à fase de confecção do projeto, o processo de seleção e principalmente no primeiro semestre do curso me auxiliando nos primeiros momentos em Natal. Este trabalho também é seu. Ao meu eterno mestre Joel Andrade pelo apoio e amizade de sempre, pois com ele aprendi que a história tem sua própria beleza e que podemos falar de nós a partir daquilo que aparentemente está longe, foi assim com Portugal, o sebastianismo, a literatura, a saudade e Fernando Pessoa. Duvidar das distâncias é e sempre será fundamental. Ao professor Durval Muniz por generosamente ter me concedido a carta de aceite para concorrer na seleção deste mestrado e por ter participado e contribuído também na banca do meu exame de qualificação. Ao professor Raimundo Nonato por carinhosamente ter aceitado fazer parte não somente da banca do exame de qualificação, mas também da banca de defesa desta dissertação, sem esquecer que me acompanhou ainda no processo seletivo durante a fase da entrevista e foi um dos avaliadores das provas da seleção de bolsa REUNI, das quais participei. Naqueles momentos primeiros, notei o nascimento de uma simpatia humana e uma sensibilidade acadêmica inesquecíveis. Ao professor Iranilson Buriti por ter acolhido o nosso convite para contribuir com toda a grandeza de seu conhecimento com o nosso humilde trabalho. Guardarei comigo para sempre este momento regado de suas sábias palavras e da singeleza de seus gestos. Ao professor Renato Amado por ter aceitado orientar este trabalho, por todas as contribuições oferecidas e que se tornaram fundamentais para o desenvolvimento de nossa reflexão ao longo deste percurso. Além disso, não esquecerei os ensinamentos, dicas e a humildade que teve em dividir comigo seus saberes sobre a prática docente durante o estágio docência. 7 Ao Conselho de Aperfeiçoamento de Pessoa do Ensino Superior (CAPES) pela bolsa concedida durante o curso. Aos meus anfitriões em terras natalenses, Bieide, Ricardo, Margarida e Diana, Luciana e Ody, sou eternamente grata pela hospitalidade e disponibilidade de sempre. Aos meus colegas de turma do PPGH 2009, especialmente Isabel, Giovanna, Adriana, Nívia, Thiago e Rosenilson. Certos encontros são inesquecíveis. Cada um de vocês marcou a minha história de modo especial. À Ágatha pelo carinho e apoio em todos os momentos, onde os sonhos, alegrias e angústias foram e são divididas, suavizadas, resignificadas. Aos poucos, seus gestos construíram um lugar em minha vida, um lugar só seu. Por fim, aos meus amigos de perto e de longe, a todos aqueles que contribuíram direto ou indiretamente no florescer e desenvolvimento desta história que me dispus a contar. Obrigada a todos. Que nestes agradecimentos em forma de dedicatória, eu tenha conseguido imortalizar não apenas a minha gratidão, mas, sobretudo o meu respeito e admiração por cada um de vocês. 8 FAZENDA ACAUHAN (LEMBRANÇA DE MEU PAI) Com tema de Janice Japiassu Aqui , morava um Rei, quando eu era menino: vestia ouro e Castanho no gibão. Pedra da sorte sobre o meu Destino, pulsava, junto ao meu, seu Coração. Para mim, seu cantar era divino, quando ao som da Viola e do bordão, cantava com voz rouca o Desatino, o Sangue, o riso e as mortes do Sertão. Mas mataram meu Pai. Desde esse dia eu me vi como um Cego, sem meu Guia, Que se foi para o Sol, tranfigurado. Sua Efígie me queima. Eu sou a Presa, ele a brasa que impele ao Fogo, acesa, Espada de outro em Pasto ensanaguentado. Ariano Suassuna Ariano Suassuna na década de 1970 9 RESUMO Partindo da relação história, literatura e espaço, este trabalho examina a produção e o fechamento da representação do sertão no Romance d’A Pedra do Reino do escritor paraibano Ariano Suassuna. Inspirada no método desconstrucionista proposto por Jacques Derrida, nossa reflexão decompõe a cena de escritura de Suassuna por meio de seus rastros para interpretar a operação da representação do espaço-sertão no discurso do escritor. Sendo assim, apresentamos os elementos elegidos por Suassuna para tecer uma identificação com esse espaço-sertão, tomando-o a priori como um lugar sentimental e de “origem familiar”. A construção dessa relação de pertencimento é em grande medida alicerçada por uma memória familiar emaranhada no contexto político que culminou na Revolução de 1930 e que resultou para o escritor na morte do seu pai. Suassuna lança um olhar sobre a identidade e a cultura brasileira que pautado no conceito de tradição busca negar o presente alicerçando seu discurso no retorno ao passado, a uma “ordem pretérita”. Especificamente no seu romance notamos existir a fusão desses rastros na produção de uma representação do sertão que pretende fechar um conceito desse espaço e sua cultura. Logo, a ideia de “reino” remete ao espaço dos encantos fabricados na infância e retomados pelo intelectual radical que na ânsia de homenagear a figura do pai, não poupa esforços em construir uma representação espacial que, sobretudo, seja fiel a representação que ele busca traçar de si próprio. Sob uma marca de “universalidade”, o sertão-reino de Suassuna se revela eurocêntrico na medida em que perpetua um discurso de filiação às tradições culturais europeias. PALAVRAS-CHAVE: História dos espaços; Pós-colonialismo; Sertão; Ariano Suassuna. 10 ABSTRACT Based on the relation history, literature and space, this work examines the production and the closing of the representation of the hinterland in the Romance d’A Pedra do Reino of the paraiban writer Ariano Suassuna. Inspired by method proposed by deconstructionist by Jacques Derrida, our reflection decomposes the “writing scene” of Suassuna by means of it’s tracks to interpret the operation of the representation of the space-hinterland for the speech of the writer. Being thus, we present the elements chosen for Suassuna to weave an identification it’s with this space-hinterland, taking a priori as a sentimental place and of “familiar origin”. The construction of this relation of belonging in great is measured grounded for a familiar memory entangled in the context politician who culminated in the Revolution of 1930 and that he resulted for the writer in the death of father. Suassuna launches a look on the identity and the Brazilian culture that guided in the tradition concept it searchs to deny the gift grounding its speech in the return to the past, “a past order”. Specifically in it’s romance we notice to exist the fusing of these tracks in the production of a representation of the hinterland that it intends to close a concept of this space and its culture. Soon, the idea of “kingdom” sends to the space of the enchantments manufactured in infancy and retaken by the intellectual radical who in the anxiety of honor the father figure, does not save efforts in constructing a space representation that, over all, either faithful the representation that it searchs to trace of proper itself. Under one it marks of “universality”, the hinterland-kingdom of Suassuna if discloses eurocentric in the measure where it perpetuates discurse the filiation of the European cultural traditions.