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Miguel Mendes de Almeida

A história dos líderes da Segunda Guerra Mundial

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO 2018

A história dos líderes da Segunda Guerra Mundial

Miguel Mendes de Almeida

Projeto “Nascem Poetas e Escritores” - 7º Ano -

Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO 2018

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial

Sumário

Introdução ...... 7 Capítulo 1 : Winston Churchill ...... 10 Infância ...... 12 Vida adulta...... 14 A carreira política ...... 15 Produção literária ...... 18 Capítulo 2: Benito Mussolini ...... 24 Origens ...... 27 Infância ...... 29 Emigração para a Suíça ...... 31 Jornalista político ...... 32 Ruptura com os socialistas ...... 34 Carreira política e ditadura ...... 35 Invasão de outros países e Segunda Guerra .... 40 Morte ...... 41 Legado ...... 43 Capítulo 3: George S. Patton ...... 44 Início da vida ...... 47 Oficial Júnior ...... 51 Expedição Mexicana ...... 54 Entreguerras ...... 60 Segunda Guerra Mundial ...... 64 Norte da África ...... 67 Incidentes dos tapas ...... 70

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Morte ...... 79 Imagem ...... 81 Capítulo 4: Josef Stalin ...... 87 Ascensão ao poder ...... 92 Purgas e deportações ...... 94 Estimativas do número de vítimas ...... 101 Fome na Ucrânia ...... 107 Segunda Guerra Mundial ...... 109 Benefícios ...... 112 Morte ...... 113 Família ...... 118 Capítulo 5: Hideki Tōjō ...... 121 Ascensão a Primeiro-Ministro ...... 123 Como primeiro-ministro ...... 127 Captura, julgamento e execução ...... 128 Capítulo 6: Adolf Hitler ...... 131 Infância e educação ...... 137 Início da carreira política ...... 143 Indicação para Chanceler ...... 154 Ditador da Alemanha: ...... 161 Segunda Guerra Mundial: ...... 167 Derrota e morte ...... 182 O Holocausto ...... 188 Legado ...... 194 Autobiografia ...... 198 Links pesquisados...... 199

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Introdução

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Todos nós ouvimos o que houve na Segunda Guerra Mundial, o ataque a pearl harbor, o ataque a Hirochima e Nagasaki, a queda do império nazista, entre outros. Esse grande evento marcou a história, inovou o mundo com novas tecnologias, como a bomba nuclear, alimentos em conserva, carros para terra, o relógio de pulso, a máscara anti-gás, os óculos de sol, a fita adesiva, o ultra-som (emergiu da necessidade de detectar submarinos inimigos). Em seguida, foram realizados testes experimentais que demonstraram sua utilidade na medicina, o Walkie Talkie, entre diversas coisas. Para você ver até mesmo a própria Fanta surgiu por causa do governo dos EUA que proibiu as multinacionais de negociar com a Alemanha. A Coca-Cola (Alemanha) não pôde receber o concentrado de extratos usados para criar esse refrigerante, de modo que, para continuar operando, eles inventaram uma nova bebida baseada no soro, que mais tarde chamaram de Fanta.). Mas você sabe as pessoas que estavam por trás da guerra? Os homens que comandavam os soldados na frente de batalha? Bem, este livro foi dedicado a isso, contar a história de vida desses comandantes que lutaram e morreram heroicamente ou não. Alguns desses homens foram: ditadores, generais, presidentes,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial estrategistas, enfim. Mas agora vamos começar o livro. Espero que goste desse trabalho de muitas pesquisas interessantes para alguns, chato para outros.

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Capítulo 1 Winston Churchill

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Winston Leonard Spencer - Churchill (Woodstock, 30 de novembro de 1874 — Londres, 24 de janeiro de 1965) foi um político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro- ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista notável, ele também foi oficial no Exército Britânico, historiador, escritor e artista. Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura e a cidadania honorária dos Estados Unidos. Durante sua carreira no exército, Churchill pôde assistir à ação militar na Índia britânica, no Sudão e na Segunda Guerra dos Bôeres (1899-1902). Ganhou fama e notoriedade como correspondente de guerra através dos livros que escreveu descrevendo as campanhas militares. Ele serviu brevemente no Exército britânico na Frente Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), comandando o 6º Batalhão dos Fuzileiros Reais Escoceses. Churchill nasceu em uma família da nobreza britânica, da família do duque de Marlborough. Seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um carismático político, tendo servido como ministro da Fazenda do Reino Unido. Antes de alcançar o cargo de primeiro-ministro britânico,

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Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido por quatro décadas. Notavelmente sua eleição para o parlamento em 1900; sua ascensão a secretário para os Assuntos Internos em 1910; e sua estadia no Ministério da Fazenda do Reino Unido entre 1924 e 1929. Em 2002 foi eleito pela BBC o maior britânico de todos os tempos.

Infância Nascido na aristocrática família do Duque de Marlborough, ramo da família Spencer, adota o nome Churchill como tradição originada por seu tetravô George Spencer-Churchill, 5.º Duque de Marlborough, que usava o nome em sua vida pública, para salientar a relação com o general John Churchill, 1° Duque de Marlborough.Seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um político de sucesso, tendo servido o Partido Conservador como ministro da Fazenda do Reino Unido em 1886. Sua mãe, Jennie Jerome, foi uma socialite norte-americana, filha do financista Leonard Jerome, que detinha uma fortuna multimilionária. Churchill nasceu no Palácio de Blenheim aos 30 de novembro de 1874. Dos dois aos seis anos de idade viveu em Dublin aonde seu avô havia sido indicado como Vice-Rei da Irlanda e empregado seu pai como secretário pessoal. Especula-se que Winston pode ter

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial desenvolvido sua fascinação por assuntos militares a partir de sua convivência e observação de paradas militares passando pelo Áras an Uachtaráin (então Pavilhão do Vice-Rei), muito embora o próprio Churchill relacione a fascinação com a sua coleção de mil soldadinhos de chumbo, seu brinquedo preferido durante a infância. Churchill definiu a época de colégio como "os anos mais desagradáveis e os únicos estéreis de sua vida". Durante esse período ele não se destacara em nenhuma matéria, salvo em esgrima, na qual venceu alguns campeonatos colegiais. Churchill narra que "todos seus companheiros, até os mais moços, pareciam, sob todos os pontos de vista, superiores nos esportes e nos estudos". Churchill teve ainda enormes dificuldades em aprender o idioma Latim durante toda a sua mocidade. Por conta do seu desinteresse e de sua dificuldade com a matéria - então obrigatória nas escolas do Reino Unido - Churchill foi enquadrado entre "os mais atrasados da turma de Harrow School", e por conta disso só poderia aprender inglês. Todos os outros colegas estudaram latim, grego e outras línguas, mas Churchill esgotou a matéria da língua inglesa, fato que colaborou com o Nobel de Literatura que recebera décadas mais tarde.

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Vida adulta Churchill tentou por três vezes entrar na Real Academia Militar de Sandhurst, obtendo sucesso na última. Entrou como cadete de cavalaria, fato que desagradou seu pai, que considerava um descrédito o filho não ter pleiteado a infantaria.

Depois de algumas novelescas aventuras (incluindo sua participação nas Guerras dos Bôeres) foi jornalista e acabou dedicando-se à política. Durante a Primeira Guerra Mundial foi o Primeiro Lord do Almirantado, e portanto principal responsável do desastre da campanha de Galípoli.

A carreira literária de Churchill começou com os relatórios da campanha: A história do Campo de Malakand Force (1898) e A Guerra do Rio (1899), uma conta de campanha no Sudão e na batalha de Omdurman.

Em 1900, ele publicou seu único romance, Savrola e, seis anos depois, sua primeira grande obra, a biografia de seu pai, Lorde Randolph Churchill.

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A carreira política Em 1900, tornou-se um membro do Parlamento, eleito aos vinte e seis anos pelo Partido Conservador. Tendo passado para os liberais, foi subsecretário das colônias em 1905 e membro pleno do Gabinete como ministro do Comércio, três anos mais tarde. Primeiro Lorde do Almirantado na Primeira Guerra Mundial, teve de renunciar depois da desastrada expedição dos Dardanelos. Depois de servir na frente de combate na França, retornou ao governo como ministro do Material Bélico, voltando ao Partido Conservador em seguida e se tornando ministro das Finanças, após a guerra.

No período entre guerras, dedicou-se fundamentalmente à redação de diversos tratados. Notabilizou-se neste período, na Câmara dos Comuns, por uma violenta crítica ao nazismo alemão, rogando diversas vezes ao governo britânico que fossem investidos recursos na militarização, prevendo um possível ataque alemão num futuro próximo e temendo que o Reino Unido não estivesse preparado para resistir. Na ocasião, Churchill foi acusado de belicista, mas muitos estudiosos entendem que o acerto desta previsão foi uma das principais razões que levaram Churchill a ser eleito

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial primeiro-ministro nove meses após a invasão da Polônia por Hitler em setembro de 1939 e consequente declaração de guerra à Alemanha pela Inglaterra em função do tratado de defesa mútua assinado com a Polônia.

Winston Churchill, em "10 Downing Street", exibindo o "V" de vitória.

Em 10 de maio de 1940, Churchill chegou ao cargo de primeiro-ministro britânico, contando 65 anos de idade. Seus discursos memoráveis, conclamando o povo britânico à resistência e sua crescente aproximação com o então presidente americano Franklin Delano Roosevelt, visando a que os Estados Unidos ingressassem definitivamente na guerra, foram essenciais para o êxito dos aliados. O exemplo de Churchill e sua incendiária oratória permitiram-lhe manter a coesão do povo britânico nas horas de prova suprema que significaram os bombardeios sistemáticos da Alemanha sobre Londres e outras cidades do Reino Unido. Devido a estes bombardeios em 20 de julho de 1944, mesmo dia em que Hitler sofreria um grave atentado contra sua vida, Churchill consideraria a possibilidade de utilizar gás venenoso em civis alemães, contrariando as regras internacionais da guerra moderna, sendo fortemente desencorajado pelos generais britânicos, abandonando a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial ideia ao final. Nessa época, ele comandava a Inglaterra de um prédio de escritórios simples, que não fora projetado para seu conforto, passando as manhãs deitado na cama, tomando banho em um cômodo separado de seu quarto, de forma tal que às vezes oficiais ingleses encontravam-no andando pelo prédio seminu e molhado. A má alimentação de Churchill, que passava o dia fumando charutos e bebendo um coquetel de uísques, apavorava seu médico.

Apesar da vitória na Segunda Guerra Mundial, em 1945 os conservadores de Churchill perderam as eleições para os trabalhistas, liderados por Clement Attlee, que se tornou primeiro-ministro. Em 1951, em razão de vitória por ampla maioria dos conservadores nas eleições daquele ano, Churchill voltou ao cargo de primeiro-ministro; tinha então 76 anos de idade.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1953, por suas memórias de guerra (cinco volumes, também disponível nas livrarias em versão condensada, em volume único) e seu trabalho literário e jornalístico, anterior aos tempos de primeiro-ministro. Na ocasião, ele foi saudado como o maior dos ingleses vivos. Foi o primeiro a cunhar o termo "cortina de ferro" para ilustrar a separação entre a Europa comunista e a ocidental.

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Em primeiro de março de 1955, Churchill proferiu seu último discurso na Câmara dos Comuns como chefe de governo, intitulado "Jamais desesperar" anunciando a sua renúncia ao mandato de primeiro-ministro, não sem antes alertar o mundo, mais uma vez, para o risco de guerra nuclear. Depois, continuou na Câmara dos Comuns até pouco tempo antes de falecer. Nos últimos anos de vida parlamentar, teve atuação discreta, proferindo discursos apenas ocasionalmente.

Em 21 de junho de 1955 foi inaugurada pela prefeitura de Londres a estátua de Churchill com a presença dele próprio. Em 1963, aos 89 anos, foi homenageado com o título de cidadão honorário dos Estados Unidos pelo então presidente John Kennedy. Não podendo receber a homenagem em Washington em razão de estado de saúde precário, foi representado pelo seu filho Randolph.

Morreu em Hyde Park Gate em Londres, a 24 de Janeiro de 1965. Está sepultado na St Martin's Church, Bladon, Oxfordshire na Inglaterra.

Produção literária Churchill foi um escritor prolífico tendo publicado sob o nome literário de Winston S.

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Churchill. Churchill recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1953 pelos seus inúmeros trabalhos publicados, especialmente a sua obra de seis volumes The Second World War (A Segunda Guerra Mundial). Na cerimónia de entrega, o Nobel foi justificado "pelo seu domínio da descrição histórica e biográfica, bem como pela brilhante oratória na defesa exaltada dos valores humanos"

A primeira obra de Churchill como escritor foi para uma série de cinco artigos sobre a Guerra de Independência Cubana no The Graphic, em 1895, o ano do falecimento do seu pai Lorde Randolph. Durante o resto de sua vida a escrita foi a principal fonte de renda de Churchill. Quase sempre bem pago como um autor, ele escreveu um número estimado de 8 a 10.000.000 palavras em mais de 40 livros, milhares de artigos de jornais e revistas15–17 e, pelo menos dois roteiros de cinema.

A confusão com o romancista norte-americano de mesmo nome Churchill e seu contemporâneo, o escritor americano de mesmo nome, ainda são ocasionalmente confundidos como escritores. Os romances do Churchill "americano" são muitas vezes erradamente atribuída ao Churchill "britânico", ou pelo menos listado com obras deste último, especialmente por livreiros. O britânico

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Churchill escreveu apenas um romance, Savrola, sendo mais conhecido por suas histórias populares.

Churchill, após tomar conhecimento dos livros do Churchill americano, então, muito mais conhecido do que o seu, lhe escreveu sugerindo que ele iria assinar suas próprias obras "Winston S. Churchill", usando o seu nome do meio, "Spencer", para diferenciá-los. Esta sugestão foi aceita em uma carta de resposta.

Estátua de Churchill na Praça do Parlamento em Londres.

O seu primeiro livro publicado foi The Story of the Field Force Malakand. Nesta obra ele detalha a campanha militar britânica na sua antiga província de North-West Frontier Province em 1897, uma zona geográfica que agora faz parte do Paquistão e do Afeganistão.

O segundo livro de Churchill, The River War, descreve a reconquista britânica do Sudão. Foi escrita em 1899, quando ele ainda era um oficial do exército britânico. O livro fornece uma história do envolvimento britânico no Sudão e do conflito entre as forças britânicas lideradas por Lorde Kitchener e os jiadistas islâmicos liderados por um auto-proclamado segundo profeta do Islão Maomé Amade que tinha iniciado uma campanha

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial para conquistar o Egipto, expulsar os infiéis não muçulmanos e abrir caminho para a segunda vinda do Profeta. Churchill esteve presente na Guerra Madista, que é descrita no livro.

O romance Savrola, escrito antes e após a campanha Malakand, é a única obra de ficção de Churchill. É um trabalho em grande parte convencional no seu género, com uma trama centrada numa revolução na "Laurania", um estado europeu fictício. Crê-se que alguns dos seus personagens foram modelados em membros da sua família.

De Londres a Ladysmith via Pretória (London to Ladysmith via Pretoria) é um livro escrito por Winston Churchill publicado pela primeira vez em 1900. É um registo de impressões pessoais de Churchill durante os primeiros cinco meses da Segunda Guerra dos Bôeres. Inclui um relato da libertação do cerco a Ladysmith (cidade da África do Sul) e também a história da captura de Churchill pelos Boers e a sua fuga dramática. O livro é dedicado ao Pessoal dos Caminhos de Ferro da Província do Natal na África do Sul.

Os Meus Primeiros Anos (My Early Life: A Roving Commission) também conhecido nos EUA como A Roving Commission: My Early Life (Uma Comissão Errante: Os

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Meus Primeiros Anos), é um livro de Winston Churchill de 1930. É uma autobiografia desde o seu nascimento em 1874 até aproximadamente 1902. O livro descreve inicialmente a sua infância e os tempos de escola delineando o contexto para os relatos seguintes. Depois uma parcela significativa do livro cobre as suas experiências na Segunda Guerra Boer de 1899 a 1902 incluindo ainda relatos de outras campanhas sobre as quais tinha escrito anteriormente como a relativa à reconquista do Sudão e a campanha em Malakand no que é hoje o Paquistão. Foi traduzido em treze línguas. Tem sido considerado por alguns como o seu melhor livro e uma das obras mais notáveis do século XX.

Este livro é menos popular do que outros escritos por Churchill. Martin Gilbert, o biógrafo oficial de Churchill, menciona-o apenas uma vez, tendo escrito:

"Churchill começou a elaborar ainda um outro livro, Thoughts and Adventures, uma coletânea de artigos de jornal que ele tinha escrito nos últimos vinte anos, e sobre as suas aventuras a voar, a sua queda de avião, a pintura como passatempo, a escapada de morte certa na frente ocidental, desenhos animados e cartunistas, eleições e a economia."

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Neste livro Churchill expõe o seu pensamento sobre o estado das questões modernas. Discute a ameaça do progresso científico, designadamente o desenvolvimento das armas nucleares. Também discute os efeitos das civilizações de massa sobre a natureza humana.

Obs.: Ele fez muito mais livros, mas eu só citei alguns porque ia ficar muito extenso.

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Capítulo 2 Benito Mussolini

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Benito Amilcare Andrea Mussolini (Predappio, 29 de julho de 1883 — Mezzegra, 28 de abril de 1945) foi um político italiano que liderou o Partido Nacional Fascista e é creditado como sendo uma das figuras- chave na criação do fascismo.

Tornou-se o primeiro-ministro da Itália em 1922 e começou a usar o título Il Duce desde 1925. Após 1936, seu título oficial era "Sua Excelência Benito Mussolini, Chefe de Governo, Duce do Fascismo e Fundador do Império". Mussolini também criou e sustentou a patente militar suprema de Primeiro Marechal do Império, junto com o rei Vítor Emanuel III da Itália, quem deu-lhe o título, tendo controle supremo sobre as forças armadas da Itália. Mussolini permaneceu no poder até ser substituído em 1943; por um curto período, até a sua morte, ele foi o líder da República Social Italiana.

Mussolini foi um dos fundadores do fascismo, que incluía elementos de nacionalismo, corporativismo, sindicalismo nacional, expansionismo, progresso social e anticomunismo, combinado com a censura de subversivos e propaganda do Estado. Nos anos seguintes à criação da ideologia fascista, Mussolini conquistou a admiração de uma grande variedade de figuras políticas.

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Entre suas realizações nacionais de 1924 a 1939 destacam-se os seus programas de obras públicas como a drenagem das áreas pantanosas da região do Agro Pontino e o melhoramento das oportunidades de trabalho e transporte público. Mussolini também resolveu a Questão Romana ao concluir o Tratado de Latrão entre o Reino de Itália e a Santa Sé. Ele também é creditado por garantir o sucesso econômico nas colônias italianas e dependências comerciais. Embora inicialmente tenha favorecido o lado da França contra a Alemanha no início da década de 1930, Mussolini tornou-se uma das figuras principais das potências do Eixo e, em 10 de junho de 1940, inseriu a Itália na Segunda Guerra Mundial ao lado dos alemães. Três anos depois, foi deposto pelo Grande Conselho do Fascismo, motivado pela invasão aliada. Logo depois de preso, Mussolini foi resgatado da prisão no Gran Sasso por forças especiais alemãs.

Após seu resgate, Mussolini chefiou a República Social Italiana nas partes da Itália que não haviam sido ocupadas por forças aliadas. Ao final de abril de 1945, com a derrota total aparente, tentou fugir para a Suíça, porém, foi rapidamente capturado e sumariamente executado próximo ao lago de Como por guerrilheiros italianos. Seu corpo foi então trazido para Milão onde foi pendurado de cabeça para baixo em uma estação

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial petrolífera para exibição pública e a confirmação de sua morte.

Origens Mussolini viveu os seus primeiros anos de vida numa pequena vila na província, numa família humilde. Seu pai, Alessandro Mussolini, era um ferreiro e um fervoroso socialista, e sua mãe, Rosa Maltoni, uma humilde professora primária, era a principal provedora da família. Foi-lhe dado o nome de Benito em honra do revolucionário mexicano Benito Juárez. Tal como o seu pai, Benito tornou-se um socialista. As primeiras opiniões políticas foram fortemente influenciados por seu pai, um revolucionário socialista que idolatrava figuras de nacionalistas italianos com tendências humanistas do século XIX, como Carlo Pisacane, Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi. e de anarquistas como Carlo Cafiero e Mikhail Bakunin. Em 1902, no aniversário da morte de Garibaldi, Benito Mussolini fez um discurso público em louvor do republicano nacionalista.

Foi influenciado por aquilo que leu de Friedrich Nietzsche. Outra doutrina muito corrente da época e que o influenciou foi a do "sindicalismo revolucionário",

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial sustentada pelo escritor francês Georges Sorel (1847 - 1922).

Mussolini era rebelde e foi logo expulso após uma série de incidentes relacionados com o comportamento, inclusive atirando pedras contra a congregação, e por participar de uma luta em que feriu um seu colega de classe sênior com uma faca. Apesar disso continuou os estudos e teve mesmo boas notas, conseguindo qualificar-se como professor da escola primária em 1901.

Em 1902, emigrou para a Suíça para fugir ao serviço militar, mas, incapaz de encontrar um emprego permanente, tendo sido até mesmo preso por vagabundagem, ele foi expulso. Foi deportado para a Itália, onde foi forçado a cumprir o serviço militar. Depois de novos problemas com a polícia, ele conseguiu um emprego num jornal na cidade de Trento (à época sob domínio austro-húngaro) em 1908. Foi nesta altura que escreveu um romance, chamado A amante do cardeal.

Em 1909, Mussolini conheceu Ida Dalser em Trento ou em Milão (não há informação correta sobre o local). Os dois começaram um relacionamento e, posteriormente ela empenhou suas jóias e vendeu seu salão de beleza para ajudar Mussolini, que era então um jornalista de esquerda, estabelecer seu próprio jornal. Há relatos que eles teriam

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial se casado em 1914, fato jamais comprovado, e em 1915 nasceu seu primeiro filho, Benito Albino Mussolini. A insistência de Ida em ver seu casamento e seu filho reconhecidos por Mussolini fez com que eles fossem mandados para o hospício, onde viriam a morrer.

Mussolini tinha um irmão, Arnaldo, que se tornou um conhecido teórico do fascismo.

Uniu-se informalmente com Rachele Guidi e em 1910 nasceu a primeira filha, Edda. Contraiu matrimônio civil somente cinco anos mais tarde. Em 1916, nasce Vittorio, Bruno em 1918, Romano em 1927 e Anna Maria em 1929.

Infância Mussolini nasceu em Dovia di Predappio, uma pequena cidade na província de Forlì em Emilia-Romagna em 1883. Na era fascista, Predappio viria a ser chamada de "município do Duce", e Forlì de "cidade do Duce". Alguns peregrinos ainda vão até Predappio e Forlì para ver o local de nascimento de Mussolini. Seu pai, Alessandro Mussolini, era um ferreiro e ativista anarquista, enquanto sua mãe Rosa Mussolini (nascida Maltoni) era uma professora de escola e uma devota católica. Devido à orientação política de seu pai, Mussolini

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial foi nomeado Benito em homenagem ao presidente reformista mexicano Benito Juárez, enquanto seus sobrenomes Andrea e Amilcare vieram dos socialistas italianos Andrea Costa e Amilcare Cipriani. Benito era o mais velho de seus dois irmãos, seguido por Arnaldo e depois, Edvige.

Quando criança, Mussolini teria passado um tempo ajudando seu pai na ferraria. Foi lá que ele foi exposto às crenças políticas de seu pai. Alessandro era um socialista e republicano, mas também sustentava algumas visões nacionalistas, especialmente no que diz respeito aos italianos que viviam sob o governo do Império Austro- Húngaro, o que não era consistente com o socialismo internacionalista da época. O conflito entre seus pais sobre religião fez com que, diferente da maioria dos italianos, Mussolini não fosse batizado no nascimento. No entanto, em compromisso com sua mãe, ele foi enviado para uma escola interna regida por monges salesianos. Mussolini era rebelde e foi rapidamente expulso após uma série de incidentes relacionados ao seu comportamento, incluindo atirar pedras na congregação após uma missa, e por participar de uma luta em que feriu seu colega de classe sênior com uma faca. Após ingressar em uma nova escola, alcançou boas notas, e se qualificou como um professor de escola primária em 1901.

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Emigração para a Suíça Em 1902, Mussolini emigrou para a Suíça, com o objetivo de evitar o serviço militar. Ele trabalhou brevemente em Genebra como um pedreiro, no entanto, foi incapaz de encontrar um emprego profissional permanente no país. Na Suíça, adquiriu um conhecimento prático de francês e alemão.

Durante este tempo, estudou as ideias do filósofo Friedrich Nietzsche, o sociólogo Vilfredo Pareto, e o sindicalista Georges Sorel. Mussolini, mais tarde, viria a creditar o marxista Charles Péguy e o sindicalista Hubert Lagardelle como algumas de suas influências. A ênfase de Sorel sobre a necessidade de derrubar a democracia liberal e o capitalismo pelo uso da violência, ação direta, greve geral, e o uso do neo-maquiavelismo apelando à emoção impressionou Mussolini profundamente. Ainda na Suíça, também conheceu alguns políticos russos vivendo no exílio, incluindo os marxistas Angelica Balabanoff e . Durante este período, uniu-se ao movimento socialista marxista.

Mussolini tornou-se ativo no movimento socialista italiano na Suíça, trabalhando para o jornal L'Avvenire del Lavoratore, organizando encontros, discursando para trabalhadores e servindo como secretário da união dos

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial trabalhadores italianos em Lausanne. Em 1903, foi preso pela polícia bernense pela sua defesa de uma greve geral violenta; passou duas semanas preso, foi deportado à Itália, liberto lá, e retornou à Suíça. Em 1904, após ter sido encarceirado novamente em Lausanne, por falsificação de documentos, retornou à Itália, tirando proveito de uma anistia por deserção a qual ele havia sido condenado in absentia.

Posteriormente, voluntariou-se ao serviço militar no Exército Italiano. Após servir por dois anos nas forças armadas (de janeiro de 1905 até setembro de 1906), voltou a lecionar.

Jornalista político Em fevereiro de 1908, Mussolini deixou a Itália mais uma vez, desta vez para assumir o cargo de secretário do partido trabalhista da cidade de Trento, que na época estava sob o controle do Império Austro-Húngaro, mas onde o idioma predominante era o italiano. Também trabalhou para o partido socialista local, e editou seu jornal L'Avvenire del Lavoratore (O Futuro do Trabalhador, em tradução livre). Ao retornar à Itália, passou um breve período na cidade italiana de Milão e, então, em 1910, retornou à

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial sua cidade natal, onde editava o jornal semanal Lotta di classe (A Luta de Classes, em tradução livre).

Durante este período, publicou Il Trentino veduto da un Socialista (O Trentino visto por um Socialista, em tradução livre) no periódico radical La Voce. Também escreveu vários ensaios sobre a literatura alemã, algumas histórias, e um romance: L'amante del Cardinale: Claudia Particella, romanzo storico (A Amante do Cardeal, tradução livre). Este romance foi co-escrito com Santi Corvaja, e publicado como um livro de série no jornal de Trento Il Popolo. Ele foi lançado de 20 de janeiro a 11 de maio de 1910.O romance foi amargamente anticlerical, e anos depois, foi retirado de circulação, somente após Mussolini dar trégua ao Vaticano.

Até os dias atuais, Mussolini é considerado um dos socialistas mais proeminentes da Itália. Em setembro de 1911, participou de uma manifestação, liderada pelos socialistas, contra a Guerra Ítalo-Turca na Líbia. Ele amargamente denunciou a estratégia, que classificou como "guerra imperialista", da Itália de capturar a capital da Líbia, Tripoli, uma ação que lhe valeu um período de cinco meses na prisão. Após sua libertação, ajudou a expulsar do partido socialista dois 'revisionistas' que apoiaram a guerra, Ivanoe Bonomi, e Leonida Bissolati. Como resultado, foi promovido à editoria do jornal do

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Partido Socialista Avanti! Sob sua liderança, a circulação do jornal passou rapidamente de 20 000 para 100 000.

Em 1913, publicou Giovanni Hus, il veridico (Jan Hus, verdadeiro profeta, em tradução livre), uma biografia política e histórica sobre a vida e missão do reformista eclesiástico tcheco Jan Hus, e seus seguidores militantes, os hussitas. Durante este período socialista de sua vida, Mussolini, algumas vezes, utilizou o pseudônimo Vero Eretico (Herege Sincero).

Durante esta época, tornou-se importante o suficiente para a polícia italiana preparar um relatório; os seguintes excertos são de um relatório policial preparado pelo inspetor geral de Segurança Pública em Milão, G. Gasti.

Ruptura com os socialistas Em seu resumo, o inspetor também observa:

“A respeito de Mussolini Professor Benito Mussolini, 38, socialista revolucionário, tem um registro policial; professor de escola primária qualificado a ensinar em escolas secundárias; ex-primeiro-secretário das Câmaras em Cesena, Forli, e Ravenna; após 1912, editor do jornal Avanti! pelo qual deu uma orientação violenta, sugestiva

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial e intransigente. Em outubro de 1914, encontrando-se em oposição à direção do partido Socialista Italiano, porque advogou um tipo de neutralidade ativa por parte da Itália na Guerra das Nações contra a tendência absoluta de neutralidade do partido, retirou-se no vigésimo mês na diretoria do Avanti! Então, dia quinze de novembro [1914], iniciou a publicação do jornal Il Popolo d'Italia, onde apoiou - em contraste com o Avanti! e em meio a amargas polêmicas contra o jornal e seus partidários-chefes - a tese da intervenção italiana na guerra contra o militarismo dos Impérios Centrais. Por esta razão, foi acusado de indignidade moral e política e o partido então decidiu expulsá-lo. Posteriormente, ele... encarregou-se de uma campanha muito ativa em favor da intervenção italiana, participando de demonstrações em praças e escrevendo artigos bastante violentos em Popolo d'Italia“.

Carreira política e ditadura No início da sua carreira de jornalista e político foi um tenaz propagandista do socialismo italiano, em defesa do qual escreveu vários artigos no jornal esquerdista Avanti, de que era redator-chefe. Em 1914, dirigiu o jornal Popolo d'Itália, onde defendeu a intervenção italiana em favor dos aliados e contra a Alemanha. Expulso do Partido Socialista Italiano,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial alistou-se no exército - quando a Itália entrou na Primeira Guerra Mundial, aliando-se à Grã-Bretanha e à França - e alcançou a patente de sargento, vindo a ser ferido em combate por uma granada.

Segundo o historiador Peter Martland, de Cambridge, nessa época, o jornal de Mussolini era pago pela inteligência britânica para fazer propaganda favorável à guerra, de modo que a Itália permanecesse engajada no conflito. Há evidências de pagamentos semanais no valor de 100 libras feitos pelo MI5 a Mussolini, em 1917.

Em 1919, fundou os Fasci Italiani di Combatimento, organização que originaria, mais tarde, o Partido Fascista. Baseando-se numa filosofia política teoricamente socialista, conseguiu a adesão dos militares descontentes e de grande parte da população, alargou os quadros e a dimensão do partido. Sua oratória era tão notável – possuía uma bela voz digna de um barítono – quanto seu uso eficaz de propaganda política.

Após um período de grandes perturbações políticas e sociais, durante o qual alcançou grande popularidade, guindou-se a chefe do partido (Duce).

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Em 1922 organizou, juntamente com Bianchi, De Vecchi, De Bono e Italo Balbo, a famosa marcha sobre Roma, um golpe de propaganda. O próprio Mussolini sequer esteve presente, tendo chegado de comboio.

Usando as suas milícias chamadas de camicie nere ("camisas negras") para instigar o terror e combater abertamente os socialistas, conseguiu que os poderes investidos o nomeassem para formar governo. Foi nomeado primeiro-ministro pelo rei Vítor Manuel III, alcançando a maioria parlamentar e, consequentemente, poderes absolutos no governo do país.

Logo após a sua subida ao poder, iniciou uma campanha de fanatização que culminaria com o aumento do seu poder, devido à interdição dos restantes partidos políticos e sindicatos. Nessa campanha foi apoiado pela burguesia e pela Igreja. Em 1929, necessitando de apoio desta e dos católicos, pôs fim à Questão Romana (conflito entre os papas e o Estado italiano) assinando a Concordata de São João Latrão com o cardeal Pietro Gasparri. Por esse tratado, firmou-se um acordo pelo qual se criava o Estado do Vaticano, o Sumo Pontífice recebia indemnização monetária pelas perdas territoriais, o ensino religioso era obrigatório nas escolas italianas, o catolicismo virava a religião oficial da Itália e se proibia a admissão em cargos públicos dos sacerdotes que

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial abandonassem a batina. A 19 de abril daquele ano foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal.

Internamente, Mussolini buscou retirar a Itália da recessão econômica e modernizar a nação. Era um período turbulento na Europa pós-primeira grande guerra, com o medo do comunismo por parte das elites políticas e os desejos das classes trabalhadoras, resultando em um caos social.

Uma vez firme no poder, Mussolini iniciou seu projeto da Itália Fascista, concentrando todos os poderes administrativos em suas mãos. Primeiro, buscou silenciar a oposição, indo atrás de sindicalistas, socialistas, intelectuais e qualquer voz dissidente. Entre 1925 e 1927 desmantelou todas as proteções constitucionais que garantiam, entre outras coisas, liberdade de expressão e de associação, instituindo um Estado policial. Ao mesmo tempo implementou um extensivo programa de culto à personalidade, colocando ele, o Duce ("Líder") como a figura central da nação. Partidos políticos foram suspensos nesse período e uma nova lei eleitoral aboliu as eleições parlamentares. Para lidar com a Máfia no sul, apontou Cesare Mori para o senado e deu a ele controle da cidade de Palermo. Por meio de tortura e intimidação, conseguiu reduzir a criminalidade, mas teve que fazer

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial acordos com líderes mafiosos e logo a corrupção garantiu a paz entre o regime fascista e a máfia siciliana.

Na área econômica iniciou um programa de construção de obras públicas, investimentos em educação de base, propaganda fascista nas escolas, e introdução de novas técnicas de agricultura. Ao contrário do que se viu na Alemanha Nazista na década de trinta, onde houve um óbvio crescimento econômico e avanços, o governo italiano fascista de Mussolini teve que apelar para a propaganda por parte dos meios de comunicação (agora controlados pelo Estado) para dar uma ideia de modernidade e progresso, que para a população não era tão aparente assim. Em 1935, tomou cerca de três- quartos dos negócios industriais e de serviços da Itália, tirando poder da iniciativa privada. No ano seguinte instituiu controle de preços para tentar combater a inflação. Seu projeto visava transformar o país auto- suficiente, através de medidas como protecionismo comercial. No âmbito externo, tentou cultivar boas relações com os vizinhos europeus, mas as desavenças eram crescentes com o Reino Unido e com a França, especialmente quando o assunto era as possessões coloniais na África. Assim, buscou se aproximar mais e mais da Alemanha de Adolf Hitler.

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Invasão de outros países e Segunda Guerra Em 1935, invadiu a Abissínia - atual Etiópia (Segunda Guerra Ítalo-Etíope), perdendo assim o apoio da França e da Inglaterra, até então seus aliados políticos. Esta campanha militar fez mais de meio milhão de mortos entre os africanos, face a cerca de 5.000 baixas do lado italiano. Foram usadas armas químicas contra a população local, um facto que não foi noticiado na imprensa italiana, controlada por Mussolini (ver: Crimes de Guerra da Itália).

Somente então aliou-se de fato a Adolf Hitler, com quem firmaria vários tratados (Hitler chegou a enviar 10 mil rifles Mauser para a Abíssinia e 10 milhões de cartuchos). Em 1936, assinou com o Führer e com o Japão o Pacto Tripartite, pelo qual Alemanha nazista, Itália e Japão formavam uma aliança político-militar que levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial.

Em 1938, ocupou a Albânia e enviou vários destacamentos que lutaram ao lado dos falangistas de Franco durante a Guerra Civil de Espanha. Em seguida, fez os exércitos italianos atacarem a Grécia – apenas para serem expulsos em oito dias.

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Com o início da Segunda Guerra Mundial combateu os aliados e, após várias e quase consecutivas derrotas, apesar do apoio militar alemão e sobretudo depois do desembarque aliado na Sicília, caiu em desgraça, vindo a ser derrubado e preso em 1943.

Foi libertado pelos paraquedistas SS alemães do hotel/prisão de Gran Sasso em 12 de setembro de 1943 em ação de resgate chamada de Operação Carvalho liderada por Otto Skorzeny, conhecida como Operação Eiche (Carvalho).

Morte Fundou a República Social Italiana (conhecida como República de Salò), no Norte do país, mas pouco depois viria a ser novamente preso por guerrilheiros da Resistência italiana, que o mataram a 28 de abril de 1945, juntamente com a sua companheira, Clara Petacci – que embora pudesse fugir, preferiu permanecer ao lado do Duce até o fim. As últimas palavras de Mussolini – em óbvia deferência à sua personalidade egocêntrica – foram:

“Atirem aqui (disse ele apontando para o peito) Não destruam meu perfil.”

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O seu corpo e o de Clara Petacci ficaram expostos à execração pública durante vários dias, pendurados pelos pés, na Piazza Loreto em Milão. Encontra-se sepultado no Túmulo da Família Mussolini em Predappio, na Emília- Romanha, localidade onde nasceu. o seu mausoléu é visitado pelos turistas, e é local de peregrinação dos neo- fascistas italianos. Em abril de 2009, o município baniu a venda de recordações fascista

As últimas horas de vida de Mussolini foram vasculhadas por um tribunal do júri de Pádua, em maio de 1957. Mas o processo não esclareceu as circunstâncias da morte. Até hoje não se sabe, de fato, quem disparou os tiros mortais. O pesquisador Renzo de Felice suspeita que o serviço secreto britânico tenha tramado a captura junto com os partigiani.

Michele Moretti, último sobrevivente do grupo de guerrilheiros antifascistas que matou o ditador, morreu em 1995, aos 86 anos em Como (norte da Itália). Moretti, que na época da guerrilha usava o codinome "Pietro", levou para o túmulo o segredo sobre quem realmente disparou contra Mussolini e sua amante.

Alguns historiadores italianos afirmam que o próprio Moretti matou os dois. Para outros, o autor dos disparos, feitos com a metralhadora de "Pietro", foi outro partigiano,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial chamado Walter Audisio. É certo, porém, que a ação foi obra da Resistência italiana.

Legado Sobreviveram a Mussolini: sua esposa, Rachele Mussolini, dois filhos, Vittorio e Romano Mussolini, e as filhas Edda, a viúva do Conde Ciano, e Anna Maria. Um terceiro filho, Bruno, faleceu em um acidente aéreo enquanto voava em um bombardeiro P108 em uma missão de teste, em 7 de agosto de 1941. Seu filho mais velho, Benito Albino Mussolini, de seu casamento com Ida Dalser, recebeu ordens para que parasse de declarar que Mussolini era seu pai e em 1935 foi internado à força em um asilo, em Milão, onde foi assassinado em 26 de agosto de 1942, após repetidos coma induzidos por injeções. A irmã da atriz Sophia Loren, Anna Maria Scicolone, foi casada com Romano Mussolini, filho de Mussolini. A neta de Mussolini, Alessandra Mussolini, era membro do Parlamento Europeu pelo partido de extrema-direita Alternativa Sociale, e atualmente atua na Câmara dos Deputados como membro do O Povo da Liberdade.

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Capítulo 3 George S. Patton

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George Smith Patton Jr. (São Gabriel, 11 de novembro de 1885 – Heidelberg, 21 de dezembro de 1945) foi um oficial militar do Exército dos Estados Unidos que liderou forças norte-americanas no Mediterrâneo e Europa durante a Segunda Guerra Mundial, sendo mais conhecido por suas campanhas na Frente Ocidental após a invasão da Normandia em 1944.

Patton nasceu em uma família de tradição militar, estudando na Academia Militar dos Estados Unidos. Ele praticou esgrima e projetou o Sabre de Cavalaria M1913, mais conhecido como a "Espada de Patton". Ele teve sua primeira experiência de combate em 1916 na Expedição Pancho Villa, participando da primeira ação militar norte- americana envolvendo veículos motorizados. Patton depois juntou-se ao recém formado Corpo de Tanques das Forças Expedicionárias Americanas e lutou na Primeira Guerra Mundial, comandando a escola de tanques na França até ser ferido ao liderar sua brigada em combate quase no fim do confronto. Ele permaneceu uma das principais figuras no desenvolvimento da guerra mecanizada norte-americana no período entreguerras, servindo em várias posições administrativas por todo país. Patton subiu pelas patentes até comandar a 2ª Divisão

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Blindada na época em que os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial.

Ele liderou as tropas norte-americanas no Mediterrâneo na Operação Tocha de 1942, posteriormente estabelecendo-se como um comandante eficiente através de sua rápida reabilitação do desmoralizado II Corpo do exército no Norte da África. Patton então comandou o Sétimo Exército na invasão da Sicília, sendo o primeiro comandante aliado a alcançar Messina. Lá ele se envolveu em uma controvérsia ao bater em dois de seus soldados que estavam sofrendo de estresse pós-traumático, sendo temporariamente removido de seus comandos e utilizado na Operação Fortitude de desinformação. Patton voltou em junho de 1944 para comandar o Terceiro Exército após a invasão da Normandia, liderando uma rápida e bem-sucedida marcha pela França. Ele estava à frente das forças que aliviaram a pressão sobre as sitiadas tropas norte- americanas em Bastogne durante a Batalha das Ardenas, avançando com suas forças para dentro da Alemanha Nazista até o final da guerra.

Patton foi nomeado governador militar da Baviera após a guerra, porém foi tirado do posto por causa de suas declarações banalizando a desnazificação e colocado para comandar o Décimo Quinto Exército. Ele morreu

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial pouco mais de dois meses depois no final de 1945 devido ferimentos causados por um acidente automobilístico ocorrido doze dias antes. Sua imagem pitoresca, personalidade forte e sucesso como comandante muitas vezes foram ofuscadas por suas declarações públicas controversas. Sua filosofia de liderar a partir do fronte e habilidade de inspirar tropas por meio de discursos cheios de palavrões lhe deram atenção positiva. Sua ênfase em ações ofensivas agressivas mostrou-se eficaz. Apesar dos líderes aliados terem opiniões bem divergentes sobre Patton, seus adversários no Supremo Comando Alemão tinham opiniões muito positivas. O filme Patton de 1970 foi muito popular e ajudou a transformá-lo em um herói norte-americano.

Início da vida George Smith Patton Jr. nasceu no dia 11 de novembro de 1885 em São Gabriel, Califórnia, Estados Unidos, filho de George S. Patton e Ruth Wilson. Ele tinha uma única irmã mais nova chamada Anne. A família era de ascendência irlandesa, escocesa-irlandesa, inglesa e galesa. Sua bisavó vinha de uma família galesa aristocrata, descendente de muitos lordes galeses de Glamorgan que possuíam um grande passado militar. Algumas de suas raízes coloniais inglesas podiam ser

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial traçadas até o bisavô de George Washington, porém Patton não era em si um descendente de Washington. Além disso, ele descendia do rei Eduardo I da Inglaterra através de seu filho Edmundo de Woodstock, 1.º Conde de Kent. Crenças das família Patton afirmavam que eles também descendiam de dezesseis barões que haviam assinado a Magna Carta.

Patton acreditava em reencarnação e que tinha vívido vidas anteriores como soldado, orgulhando-se dos laços místicos com seus antepassados, algo que formava parte central de sua identidade. O primeiro Patton na América do Norte foi Robert Patton, nascido na Escócia. Ele imigrou para Fairfax na Virgínia em 1769 ou 1770. Seu avô paterno era George S. Patton Sr., que comandou a 22ª Infantaria da Virgínia na Guerra de Secessão e foi morto na Terceira Batalha de Winchester, enquanto seu tio-avô Waller T. Patton morreu no Assalto de Pickett durante a Batalha de Gettysburg. Patton também descendia de Hugh Mercer, morto na Batalha de Princeton na Guerra da Independência. Seu pai era um rico fazendeiro que fora um advogado e promotor do Condado de Los Angeles, já seu avô materno Benjamin Davis Wilson foi o segundo prefeito de Los Angeles.

Patton teve dificuldades para aprender a ler e escrever, algo que alguns historiadores creditaram a uma

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial dislexia não diagnosticada, porém ele eventualmente superou esses problemas e ficou conhecido em sua vida adulta como um ávido leitor. Ele estudou em casa até os onze anos de idade, quando foi matriculado na Escola Stephen Clark para Meninos, uma instituição particular de Pasadena. Patton foi descrito como um menino inteligente e muito versado em história militar clássica, particularmente sobre os feitos de Júlio César, Joana d'Arc, Napoleão Bonaparte e Cipião Africano. Ele também era um hipista habilidoso.Patton acabou conhecendo Beatrice Banning Ayer, filha do industrialista Frederick Ayer, durante uma viagem de família para a Ilha de Santa Catalina em 1902. Os dois casaram-se no dia 26 de maio de 1910 em Beverly, Massachusetts. O casal teve três filhos: Beatrice Smith Patton, Ruth Ellen Patton e George S. Patton IV.

Ele nunca considerou seriamente outra carreira além da militar, dessa forma escreveu em 1902 ao senador Thomas R. Bard pedindo uma nomeação para a Academia Militar dos Estados Unidos. Bard exigiu que Patton realizasse uma prova de admissão. Com a ajuda de seu pai, ele também se candidatou a vagas em várias universidades com programas do Corpo de Treinamento dos Oficiais de Reserva por temer ir mal na prova de West Point. Patton acabou aceito na Universidade de Princeton,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial porém escolheu cursar o Instituto Militar da Virgínia. Ele estudou lá entre 1903 e 1904, lutando com suas dificuldades de ler e escrever, mas ao mesmo tempo tendo desempenhos admiráveis em uniforme e inspeções de aparência, além de ir bem em exercícios militares, ganhando a admiração de seus colegas e o respeito de alunos veteranos. Bard finalmente o recomendou para West Point em 3 de março de 1904 depois de contínuas cartas e boa performance na prova de admissão.

Patton ajustou-se facilmente às rotinas de West Point. Mesmo assim, seu desempenho acadêmico foi tão ruim que foi forçado a repetir seu primeiro ano por ter reprovado em matemática. Ele ficou estudando durante toda suas férias e retornou mostrando uma melhora acadêmica considerável. Ficou acima da média em exercícios militares durante o restante de sua carreira em West Point, porém sua performance acadêmica permaneceu mediana. Patton foi cadete sargento-mor em seu primeiro ano e cadete adjunto no último. Ele também juntou-se ao time de futebol americano, porém não participou de vários jogos devido braço machucado, em vez disso entrando na esgrima e atletismo, rapidamente tornando-se o melhor esgrimista da academia. Se formou na 46ª posição de 103. Ele foi comissionado em 11 de junho de 1909 como segundo tenente de cavalaria.

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Oficial Júnior Sua primeira designação foi no 15º Regimento de Infantaria no Forte Sheridan, Illinois, onde estabeleceu-se como um líder linha-dura que impressionou seus superiores com sua dedicação. Patton foi transferido no final de 1911 para o Forte Myer na Virgínia, onde muitos dos principais líderes do Exército dos Estados Unidos estavam. Ele ficou amigo de Henry L. Stimson, então Secretário da Guerra, servindo como seu ajudante em funções sociais além de seus deveres regulares como quartel- mestre da tropa.

Patton foi escolhido como representante do exército na primeira edição do pentatlo moderno nos Jogos Olímpicos de Verão de 1912 em Estocolmo, Suécia, devido suas habilidades em corrida e esgrima. Dos 42 competidores, ele ficou em vigésimo primeiro no tiro com pistola, sétimo em natação, quarto em esgrima, sexto em hipismo e terceiro na corrida, terminando no geral em quinto lugar, a mais alta posição de um atleta não-sueco. Houve controvérsias sobre a performance de Patton na competição de tiro. Ele usou uma pistola calibre 38 enquanto a maioria dos outros competidores usaram uma calibre 22. Ele afirmou que os buracos no papel de seus

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial disparos anteriores eram tão grandes que algumas de suas balas posteriores atravessaram por eles, porém os juízes decidiram que ele errou o alvo completamente uma vez. Competidores modernos hoje frequentemente empregam um fundo móvel para especificamente traçar vários tiros através do mesmo buraco e evitar um problema parecido. Patton muito provavelmente teria conquistado uma medalha olímpica no evento se sua asserção foi correta. Os juízes acabaram mantendo sua decisão original e o único comentário da Patton sobre a questão foi:

O elevado espírito do desportivismo e generosidade manifestado do começo ao fim falam volumes pelo caráter dos oficiais deste dia. Não houve um único incidente de um protesto, ou qualquer evasiva antidesportiva ou desentendimento por pontos que, eu devo dizer, mancharam algumas das outras competições civis nos Jogos Olímpicos. Cada homem fez seu melhor e tomou o que a sorte lhes enviou como um verdadeiro soldado, e no final todos nós nos sentimos mais como bons amigos e camaradas do que rivais em uma competição severa, mesmo assim este espírito de camaradagem não prejudicou de maneira alguma o zelo em que todos esforçaram-se em direção do sucesso.

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Patton viajou para Saumur na França depois das olimpíadas, onde aprendeu técnicas de esgrima com Charles Cléry, um "mestre de armas" francês e instrutor de esgrima na escola de cavalaria local. Ele trouxe as técnicas aprendidas para Forte Myer e reelaborou a doutrina de combate com sabres na cavalaria norte-americana, favorecendo ataques dianteiros de perfuração em vez dos movimentos laterais de corte padrões, também projetando uma nova espada para tais ataques. Ele foi temporariamente designado para o escritório do Chefe do Estado Maior do Exército, com as primeiras vinte mil unidades de seu Sabre de Cavalaria M1913, popularmente conhecido como "Espada de Patton", sendo encomendados em 1913.

Patton retornou para Saumur a fim de aprender técnicas mais avançadas antes de levá-las para a Escola de Serviço Montado em Forte Riley, Kansas, onde foi tanto aluno quanto instrutor de esgrima. Ele foi o primeiro oficial do exército a ser chamado de "Mestre da Espada", título indicando sua posição como principal instrutor da escola em esgrima. Patton chegou em setembro de 1913 e ensinou esgrima para outros oficiais de cavalaria, muitos dos quais tinham uma patente mais alta. Patton formou- se na escola em junho de 1915. Ele originalmente voltaria

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial para o 15º Regimento, que seria enviado para as Filipinas. Patton temia que essa desIginação estagnasse sua carreira, assim viajou para Washington, D.C. durante seus onze dias de férias e convenceu amigos influentes a lhe conseguirem uma designação no 8º Regimento de Cavalaria em Forte Bliss no Texas, antecipando que a instabilidade no México poderia explodir em uma guerra civil. Enquanto isso, foi selecionado novamente pelo exército para participar dos Jogos Olímpicos de Verão de 1916, porém o evento foi cancelado devido a Primeira Guerra Mundial.

Expedição Mexicana Patton foi designado em 1915 para patrulhar a fronteira junto com a Companhia A da 8ª Cavalaria, baseada em Sierra Blanca. Nessa época que ele começou a usar uma Colt .45 no cinto em vez de em um coldre, emulando a imagem de um cowboy. A pistola disparou automaticamente em uma noite, então ele a trocou por um revólver Colt Single Action Army com um cabo de marfim, arma que tornaria-se ícone da imagem de Patton. Ele foi transferido brevemente em 1915 para o Forte Leonard Wood no Missouri.

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Forças mexicanas leais a Pancho Villa invadiram o Novo México em março de 1916 e atacaram a cidade de Columbus, matando vários norte-americanos. Os Estados Unidos lançaram em resposta uma expedição punitiva dentro do México contra Villa. Patton ficou afligido ao descobrir que sua unidade não iria participar, assim apelou ao comandante da expedição o general John J. Pershing, conseguindo ser nomeado seu ajudante pessoal durante a incursão. Isto significou que Patton teria algum papel na organização da operação, com sua avidez e dedicação à tarefa impressionando Pershing. Ele modelou muito do seu estilo de liderança baseado em Pershing, que favorecia uma abordagem forte, decisiva e comando do fronte. Patton supervisionou as logísticas dos transportes e atuou como mensageiro pessoal do general.

Patton pediu em abril para que Pershing lhe desse a oportunidade de comandar tropas, recebendo a Tropa C do 13º Regimento de Cavalaria com o objetivo de auxiliar na perseguição de Villa e seus subordinados. Sua primeira experiência de combate veio em 14 de maio de 1916 naquilo que tornou-se o primeiro ataque motorizado da história militar dos Estados Unidos. Patton liderou uma força de dez soldados e dois guias civis com o 6º Regimento de Infantaria em três automóveis 1915 Dodge Brothers Model 30-35, surpreendendo e matando Julio

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Cárdenas e seus dois guarda-costas na incursão. Não é claro se Patton matou pessoalmente algum dos três homens, porém sabe-se que ele feriu todos. A ação o fez cair nas graças de Pershing e atraiu grande atenção da mídia como um "matador de bandidos". Ele pouco depois foi promovido em 23 de maio a primeiro tenente enquanto fazia parte da 10ª Cavalaria. Patton permaneceu no México até o final do ano. O presidente Woodrow Wilson proibiu a expedição de conduzir patrulhas agressivas mais para o interior do território mexicano, assim a força permaneceu acampada por boa parte do tempo. Patton retornou brevemente para a Califórnia em outubro depois de se queimar com a explosão de uma lâmpada de gás. Voltou para a expedição em fevereiro de 1917. Primeira Guerra Mundial

Patton inicialmente foi enviado para Front Royal na Virgínia após a expedição com o objetivo de supervisionar a aquisição de cavalos para o exército, porém Pershing interveio em seu nome. O general foi nomeado comandante das Forças Expedicionárias Americanas depois dos Estados Unidos terem entrado na Primeira Guerra Mundial, com Patton pedindo para fazer parte de sua equipe. Ele foi promovido a capitão em 15 de maio de 1917 e partiu para a Europa junto com os 180 homens do

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial grupo avançado de Pershing, chegando em Liverpool no Reino Unido em 8 de junho. Patton ficou como ajudante pessoal do general e supervisionou o treinamento das tropas norte-americanas em Paris até setembro, quando se mudou para Chaumont e foi designado como adjunto, comandando o quartel-general da companhia que supervisionava a base. Ele ficou insatisfeito com o posto e começou a se interessar em tanques, já que Pershing queria nomeá-lo comandante de um batalhão de infantaria. Ele conheceu o coronel Fox Conner enquanto estava em um hospital sofrendo de icterícia, quem o encorajou a trabalhar com tanques sobre a infantaria.

Patton foi designado em 10 de novembro para estabelecer uma escola de tanques para as forças expedicionárias. Ele deixou Paris e se apresentou na escola de tanques do Exército de Terra Francês em Champlieu, onde dirigiu um tanque leve Renault FT-17, testando suas capacidades de cruzamento de trincheiras. Patton também visitou a fábrica da Renault com o objetivo de observar como os tanques eram produzidos. Os britânicos lançaram o maior ataque à tanque da guerra em 20 de novembro na Batalha de Cambrai. Ele foi para Albert, 48 quilômetros de Cambrai, ao fim de suas inspeções e foi informado sobre os resultados dos ataques pelo coronel J. F. C. Fuller, chefe do estado maior

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial do Corpo de Tanques Britânico. Patton foi promovido a major em 26 de janeiro de 1918. Ele recebeu seus primeiros dez tanques para sua escola em Langres no dia 23 de março, pessoalmente pilotando sete deles por ser o único soldado norte-americano com experiência na direção. Patton treinou equipes para operar tanques no apoio a unidades de infantaria, promovendo a aceitação das máquinas entre os reticentes oficiais de infantaria promovido a tenente-coronel em 3 de abril e cursou o Colégio da Equipe Geral do Exército em Londres.

Ele foi encarregado em agosto de 1918 da 1ª Brigada Provisória de Tanques (redesignada em 6 de novembro como a 304ª Brigada de Tanques). Sua brigada era parte do Corpo de Tanques do coronel Samuel Rockenbach, pertencente ao Primeiro Exército dos Estados Unidos. Patton supervisionou pessoalmente as logísticas dos tanques em seu primeiro combate e fez o reconhecimento da área do primeiro ataque, ordenando que nenhum tanque fosse deixado para o inimigo. Ele comandou os tanques Renault com as insignias norte- americanas na Batalha de Saint-Mihiel, liderando os tanques do fronte durante boa parte do ataque, que começou em 12 de setembro. Patton caminhou na frente dos tanques no vilarejo capturado de Essey-et-Maizerais,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial andando no alto de um dos veículos durante o ataque a Pannes com o objetivo de inspirar seus homens.

Sua brigada em seguida foi para o apoio do I Corpo na Ofensiva Meuse-Argonne em 26 de setembro. Ele pessoalmente liderou uma tropa de tanques através de uma densa neblina enquanto avançavam oito quilômetros pelas linhas alemãs. Patton foi ferido na coxa esquerda por volta das 9h00min enquanto comandava seis homens e um tanque contra metralhadoras alemãs perto da cidade de Cheppy. O soldado primeira classe Joe Angelo salvou Patton e posteriormente recebeu a Cruz de Serviço Distinto. Patton comandou a batalha de uma cratera de artilharia por mais uma hora até ser evacuado, ainda parando em um posto de comando para submeter seu relatório antes de ser levado ao hospital. O major Sereno E. Brett, comandante do 326º Batalhão de Tanques, assumiu o comando da brigada. Patton foi promovido a coronel do Corpo de Tanques em 17 de outubro enquanto ainda recuperava-se. Ele voltou para o serviço em 28 de outubro, porém não participou de mais nenhuma ação por causa do fim das hostilidades com o armistício de 11 de novembro de 1918. Patton recebeu a Cruz de Serviço Distinto por suas ações em Cheppy; por sua liderança da brigada e da escola de tanques, recebeu a Medalha de Serviço Distinto; ele também recebeu o Coração Púrpuro

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial por seus ferimentos de combate depois da condecoração ter sido criada em 1932.

Entreguerras Patton deixou a França e foi para Nova Iorque em 2 de março de 1919. Ele foi designado para o Forte George G. Meade em Maryland e revertido em 30 de junho de 1920 para sua patente permanente de capitão, porém foi promovido a major outra vez no dia seguinte. Patton foi transferido temporariamente para Washington a fim de servir em um comitê para escrever um manual sobre operações de tanques. Ele desenvolveu nessa época uma crença que os tanques não deveriam ser usados como suporte de infantaria, mas sim como uma força de combate independente. Patton apoiou o projeto do tanque M1919 de J. Walter Christie, porém foi arquivado devido considerações financeiras. Ele conheceu o então major Dwight D. Eisenhower em 1919 em Washington, quem desempenharia um papel enorme em sua carreira futura. Ambos corresponderam-se frequentemente enquanto Patton estava de serviço no Havaí, com ele enviando notas e ajuda para Eisenhower enquanto este estava estudando no Colégio do Pessoal Geral do exército. Ele defendeu um maior desenvolvimento de veículos blindados no período entreguerras com a ajuda de

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Christie, Eisenhower e outros oficiais. Estes pensamentos ressoaram com Dwight F. Davis, o Secretário da Guerra, porém o orçamento militar limitado e a prevalência dos já estabelecidos ramos de cavalaria e infantaria significaram que os Estados Unidos só desenvolveriam corpos de tanques em 1940.

Ele abriu mão do comando da 304ª Brigada em 30 de setembro de 1920 e foi transferido para o Forte Myer a fim de assumir o 3º Esquadrão, 3ª Cavalaria. Patton não gostava de sua função de oficial administrativo em tempos de paz, gastando boa parte de seu tempo escrevendo artigos técnicos e fazendo discursos sobre suas experiências de combate. Ele realizou o Curso de Oficiais de Campo de 1922 a 1923 na Escola da Cavalaria no Forte Riley, em seguida estudando até 1924 no Colégio de Comando e Pessoal Geral, onde se formou como 25º de 248. Patton resgatou várias crianças de afogarem-se em agosto de 1923 quando elas caíram de um iate em Salem, Massachusetts, posteriormente recebendo a Medalha Prateada Salva-Vidas por suas ações. Ele foi temporariamente designado para o Corpo do Pessoal Geral em Boston antes de ser transferido em março de 1925 para a Divisão Havaiana em Honolulu. Durante essa época foi parte de unidades responsáveis por defender as ilhas, escrevendo um plano de defesa chamado

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"Surpresa", que antecipava um ataque aéreo contra a base de Pearl Harbor, dez anos antes do ataque japonês em 7 de dezembro de 1941.

Patton foi nomeado oficial de operações da Divisão Havaiana por vários meses, em seguida foi transferido em maio de 1927 para o Escritório do Chefe da Cavalaria em Washington, onde começou a desenvolver os conceitos da guerra mecanizada. Um experimento de curta duração para fundir a infantaria, cavalaria e artilharia em uma única força combinada foi cancelada após o Congresso dos Estados Unidos ter removido seu financiamento. Patton deixou o cargo em 1931 e voltou a Massachusetts para estudar no Colégio de Guerra do Exército, tornando-se um "Formando Distinto" em junho de 1932.

Foi nomeado em julho de 1932 como o oficial executivo da 3ª Cavalaria, que foi enviada para Washington pelo general Douglas MacArthur, então o Chefe do Estado Maior do Exército. Patton assumiu o comando de seiscentos homens e recebeu ordens de MacArthur em 28 de julho para avançar contra um protesto de veteranos usando gás lacrimogêneo e baionetas. Um dos veteranos dispersados foi Joe Angelo, quem havia salvo a vida de Patton na Primeira Guerra. Este reconheceu a legitimidade das reclamações dos veteranos e ficou insatisfeito com a conduta do general,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial tendo recusado-se a cumprir uma ordem anterior para empregar força armada com o objetivo de dispersar os manifestantes. Patton afirmou posteriormente que, apesar de achar seu dever "o mais desagradável", sentiu que parar o protesto preveniu uma insurreição e salvou vidas e propriedades. Ele liderou pessoalmente a 3ª Cavalaria pela Avenida Pensilvânia a fim de dispersar o protesto.

Patton foi promovido a tenente-coronel em 1 de março de 1934 e foi transferido de volta para a Divisão Havaiana no começo do ano seguinte. Ele ficou deprimido pela falta de perspectiva de um novo conflito, passando a beber muito e ter vários casos extraconjugais, incluindo um com Jean Gordon, sua sobrinha por casamento de 21 anos.

Continuou praticando seus passatempos de polo e iatismo. Patton velejou para Los Angeles em 1937 a fim de passar por umas férias prolongadas, porém levou um coice de um cavalo e fraturou sua perna. Ele desenvolveu flebite do ferimento e quase morreu. O incidente quase forçou sua aposentadoria, porém uma designação administrativa de seis meses no Departamento Acadêmico da Escola de Cavalaria em Forte Riley o ajudaram a recuperar-se. Foi promovido a coronel em 24 de julho de 1938 e recebeu o comando do 5º Regimento de Cavalaria em Forte Clark, Texas, posto que apreciou,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial porém foi transferido para o Forte Riley novamente em dezembro como comandante da 3ª Cavalaria. Foi lá onde conheceu o general George Marshall, Chefe do Estado Maior do Exército, que ficou tão impressionado com Patton que o considerou como principal candidato para uma promoção a general. Mesmo assim, ele permaneceu coronel durante os tempos de paz a fim de poder ser elegível para o comando de um regimento.

Segunda Guerra Mundial O Exército dos Estados Unidos entrou em um período de mobilização depois da invasão da Polônia e o início da Segunda Guerra Mundial, com Patton sendo procurado para construir as forças blindadas do país. Ele serviu como árbitro em 1940 durante as manobras do Terceiro Exército, onde conheceu o general Adna R. Chaffee Jr., com os dois formulando recomendações para o desenvolvimento de uma força de tanques. Chaffee foi nomeado comandante e criou a 1ª Divisão Blindada e a 2ª Divisão Blindada, além da primeira doutrina de forças combinadas. Patton foi nomeado comandante da 2º Brigada Blindada, 2ª Divisão Blindada. Esta era uma das poucas organizadas como uma formação pesada de grande número de tanques, com Patton ficando encarregado de seu treinamento. Ele foi promovido a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial general de brigada em 2 de outubro e feito comandante interino de divisão no mês seguinte, recebendo outra promoção em 4 de abril de 1941 para major-general e comandante de divisão da 2º Divisão Blindada. Chaffee deixou a liderança do I Corpo Blindado e assim Patton tornou-se a figura mais proeminente dos Estados Unidos em tanques, organizando um enorme exercício com mais de mil tanques e outros veículos saindo de Columbus na Geórgia e indo até Panamá City na Flórida, primeiro em dezembro de 1940 e depois novamente no mês seguinte com 1300 veículos. Ele conseguiu um brevê e observou as manobras de um avião com o objetivo de encontrar modos para empregar os veículos de maneira mais efetiva em combate. Suas proezas o levaram para a capa da revista Life.

Patton liderou a divisão durante as Manobras do Tennessee em junho de 1941 e foi elogiado por sua liderança, executando em apenas nove horas todos os objetivos que haviam sido estimados em 48 horas. Sua divisão foi parte do Exército Vermelho perdedor na Fase I das Manobras da Luisiana, porém na fase seguinte foi colocado no Exército Azul. Sua divisão realizou uma corrida de 640 quilômetros ao redor do Exército Vermelho e "capturou" Shreveport. Sua divisão capturou o tenente- general Hugh Aloysius Drum, o comandante do exército

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial inimigo, durante as Manobras da Carolina entre outubro e novembro. Patton recebeu o comando do I Corpo Blindado em 15 de janeiro de 1942 e estabeleceu no mês seguinte o Centro de Treinamento do Deserto no Vale Imperial para executar os exercícios. Estas manobras começaram no final de 1941 e prosseguiram até o verão de 1942. Ele escolheu uma área desértica de quarenta quilômetros quadrados aproximadamente oitenta quilômetros ao sul de Palm Springs. O general desde seus primeiros dias como comandante enfatizou a necessidade das forças blindadas estarem em contato constante com os inimigos. Seu instinto por movimentos ofensivos foi tipificado em uma resposta que ele deu para correspondentes de guerra em 1944. Ao ser perguntado se a rápida ofensiva do Terceiro Exército pela França deveria ser retardada a fim de reduzir o número de mortes, Patton respondeu dizendo que "Você desperdiça vidas humanas sempre que se reduz a velocidade de qualquer coisa". Ele adquiriu durante a guerra o apelido de "Velho Sangue e Tripas" por causa de seu entusiasmo pela batalha; soldados sob seu comando frequentemente brincavam ao dizer "sangue nosso, tripas dele". Ele ainda assim era admirado amplamente por seus homens. Patton também ficou conhecido simplesmente como "O Velho" entre seus tropas.

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Norte da África Sob Eisenhower, Patton foi designado em 1942 para ajudar a planejar a invasão do Norte da África Francês como parte da Operação Tocha. Ele comandou a Força Tarefa Ocidental, formada por 33 mil homens e cem navios, em desembarques perto de Casablanca no Marrocos. Estes desembarques ocorreram em 8 de novembro de 1942 e receberam oposição das forças da França de Vichy, porém os homens de Patton rapidamente dominaram a praia e forçaram seu caminho através da resistência. Casablanca caiu em 11 de novembro e Patton negociou um armistício com o general francês Charles Noguès. O sultão Maomé V do Marrocos ficou tão impressionado que condecorou Patton com a Ordem de Ouissam Alaouite, com a citação "Os leões em seus covis tremem diante de sua aproximação". Patton supervisionou a conversão de Casablanca em um porto militar e sediou a Conferência de Casablanca em janeiro de 1943.

O II Corpo do Exército dos Estados Unidos foi derrotado em fevereiro de 1943 pelo alemão Corpo Africano na Batalha do Passo Kasserine, com Patton substituindo em 6 de março o major-general Lloyd Fredendall como comandante do II Corpo e sendo

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial promovido a tenente-general. Pouco depois ele fez o tenente-general Omar Bradley ser transferido para o corpo para ser seu vice-comandante. Patton recebeu ordens de levar os homens desmoralizados e cansados para a batalha em apenas dez dias, imediatamente introduzindo amplas reformas, ordenando que todos os soldados usassem uniformes limpos, passados e completos, estabelecendo uma rotina rigorosa e exigindo uma estrita observância do protocolo militar. O general caminhava continuamente junto com seus homens e conversava com eles, esperando transformá-los em soldados eficientes. Patton era muito exigente, mas também os recompensava bem por suas realizações. Seu estilo de liderança intransigente foi evidenciado por suas ordens de um ataque contra um morro perto de Gafsa na Tunísia, que terminou com ele afirmando: "Eu espero ver tais baixas entre oficiais, particularmente oficiais graduados, já que me convencerá que um esforço sério foi feito para capturar este objetivo".

O treinamento foi eficiente e a 1ª Divisão de Infantaria tomou Gafsa em 17 de março, vencendo a Batalha de El Guettar e fazendo com que a força blindada alemã e italiana recusasse duas vezes. Pouco depois em 5 de abril, Patton tirou o major-general Orlando Ward do comando da 1ª Divisão Blindada por causa de uma

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial performance ruim em Maknassy contra uma força alemã numericamente inferior. Ele avançou para Gabès e o II Corpo pressionou a Linha Mareth. Durante essa época, Patton relatou-se ao general Harold Alexander, comandante do Exército Britânico, e entrou em conflito com o vice-marechal do ar Arthur Coningham da Força Aérea Real sobre a falta de apoio aéreo aproximado para suas tropas. Coningham enviou três oficiais para o quartel-general de Patton a fim de convencê-lo que os britânicos estavam proporcionando amplo apoio aéreo, porém eles foram atacados no meio da reunião por aviões alemães e parte do teto do escritório caiu sobre eles. O general mais tarde falou sobre os pilotos alemães que o atacaram e comentou: "Se eu pudesse encontrar os filhos da puta que voaram aqueles aviões, eu enviaria uma medalha para cada um”. Os alemães abandonaram Gabès quando a força norte-americana chegou. Patton cedeu o comando do II Corpo a Bradley e voltou para o I Corpo Blindado em Casablanca com o objetivo de planejar a Operação Husky. Ele ainda assim temia as que forças dos Estados Unidos fossem marginalizadas com sua ausência, dessa forma convencendo os comandantes britânicos e lhe permitirem continuar lutando até o final da Campanha da Tunísia antes de partir para sua próxima tarefa.

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Incidentes dos tapas Dois incidentes marcantes de Patton batendo em seus subordinados ocorreram durante a campanha da Sicília e atraíram grande controvérsia nos Estados Unidos ao final das operações. Ele bateu e abusou verbalmente do soldado Charles H. Kuhl em 3 de agosto de 1943 dentro de um hospital militar em Nicósia depois deste ter sido diagnosticado com "fadiga de batalha". O general também bateu no soldado Paul G. Bennett em 10 de agosto sob circunstâncias similares. Patton ordenou que os dois voltassem para as linhas de frente, condenando covardice e enviando ordens para que seus comandantes disciplinassem qualquer soldado com reclamações semelhantes.

Relatos dos incidentes alcançaram Eisenhower, que repreendeu Patton particularmente e insistiu para que ele se desculpasse. O general se desculpou individualmente com os dois soldados, além de para os médicos que testemunharam os incidentes, posteriormente também em vários discursos para todos os homens sob seu comando. Eisenhower suprimiu os incidentes na mídia, porém o jornalista Drew Pearson revelou a história em novembro em seu programa de rádio críticas contra Patton nos Estados Unidos foram severas, incluindo de membros do

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Congresso e antigos generais, até mesmo de Pershing. As opiniões do público geral foram mistas sobre a questão, com Henry L. Stimson, o Secretário da Guerra, eventualmente afirmando que Patton deveria ser mantido como comandante pois era necessário sua "liderança agressiva e vitoriosa nas duras batalhas que estão por vir antes da vitória final".

Patton ficou sem comandar uma força por onze meses. Bradley, que era inferior a Patton em patente e experiência, foi selecionado em setembro para comandar o Primeiro Exército dos Estados Unidos reunindo-se no Reino Unido em preparação para a Operação Overlord. Esta decisão fora tomada antes dos incidentes dos tapas terem tornado-se de conhecimento público, porém Patton os culpou por ter sido preterido no comando. Eisenhower achava que a invasão da Europa era muito importante para arriscar-se qualquer incerteza, com os incidentes dos tapas sendo um exemplo da incapacidade de Patton de exercer disciplina e autocontrole. Apesar de tanto Eisenhower quanto Marshall acharem que as habilidades de Patton como comandante de combate eram valiosas, ambos tinham a opinião que Bradley era menos impulsivo e propenso a cometer erros. Patton recebeu formalmente em 26 de janeiro de 1944 o comando do Terceiro Exército no Reino Unido, uma unidade recém chegada, sendo

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial designado para preparar soldados inexperientes para o combate. Isto o manteve ocupado pelo início de 1944.

O Supremo Comando Alemão ainda tinha mais respeito por Patton do que por qualquer outro comandante Aliado e o considerava central para qualquer plano de invasão da Europa. Por isso, o general foi feito uma figura importante na Operação Fortitude de desinformação no começo de 1944. Aliados deram inteligências falsas aos espiões alemães dizendo que Patton fora nomeado comandante do Primeiro Grupamento do Exército dos Estados Unidos e estava preparando-se para uma invasão de Pas-de-Calais na França. Este comando era na verdade um exército "fantasma" intrinsecamente construído com chamarizes, objetos de cena e sinais de trânsito falsos ao redor de Dover, que enganaram as aeronaves alemães e fizeram os líderes do Eixo acreditarem que uma enorme força estava se reunindo no local, dessa forma mascarando o real local de invasão na Normandia. Patton recebeu ordens de manter-se discreto a fim de levar os alemães a acreditarem que ele estava em Dover, quando na realidade estava treinando o Terceiro Exército. Assim, o 15º Exército alemão permaneceu em Pas-de-Calais para defender-se do suposto ataque de Patton. Esta formação manteve a posição até mesmo depois da invasão da Normandia em

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6 de junho. O general foi para a França um mês depois e voltou para o serviço de combate. Alemanha

Os alemães estavam em recuo total por volta de fevereiro. Patton fez suas unidades irem para Sarre. Entretanto, ele mais uma vez descobriu que outros comandos receberam prioridade sobre gasolina e suprimentos. Para obter um pouco, unidades de material militar do Terceiro Exército se fizeram passar por equipes do Primeiro Exército e em um incidente adquiriram centenas de galões de gasolina do despejo do Primeiro Exército. A força de Patton tomou as cidades de Tréveris, Coblença, Bingen, Worms, Mainz, Kaiserslautern e Ludwigshafen entre 29 de janeiro e 22 de março, matando ou ferindo 99 mil soldados alemães e capturando 140 mil, que representava praticamente todo o restante do 1º e 7º exércitos alemão. Um exemplo da sagacidade sarcástica de Patton foi transmitida quando ele recebeu ordens de ignorar Tréveris, já que fora decidido que quatro divisões seriam necessárias para capturá-la. A cidade já tinha caído quando a mensagem chegou, com Patton respondendo entusiasticamente que "Tomei Tréveris com duas divisões. Vocês querem que eu devolva?". O

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Terceiro Exército começou a cruzar o rio Reno em 22 de março após terem construído uma ponte.

Patton enviou em 26 de março a Força-Tarefa Baum, formada por 314 homens, dezesseis tanques e alguns veículos de apoio, para oitenta quilômetros além das linhas alemãs com o objetivo de libertar o campo de prisioneiros de guerra Oflag XIII-B perto de Hammelburg. Um dos detidos era o tenente-coronel John K. Waters, genro de Patton, que fora capturado no Norte da África. O ataque foi um fracasso e apenas 35 homens conseguiram voltar; os restantes foram mortos ou capturados, com todos os 57 veículos tendo sido perdidos. O major-general Gunther von Goeckel, comandante do campo, chamou Waters para que ele tentasse arranjar uma trégua. Ele concordou em atuar como intermediário e voluntariou-se junto com vários outros homens, incluindo um oficial alemão, para sair do campo e conversar com os norte- americanos. Waters foi baleado na nádega por um soldado alemão desinformado enquanto aproximava-se da coluna norte-americana, antes do oficial poder explicar o que estava acontecendo para seu compatriota. Ele foi levado de volta e tratado de seus ferimentos por médicos sérvios presos no campo. Eisenhower ficou furioso ou saber sobre a missão secreta. Patton posteriormente relatou que esse foi seu único erro durante a guerra. O

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial general achou que a decisão correta teria sido enviar um comando de combate, uma força três vezes maior.

A resistência ao Terceiro Exército estava gradualmente caindo em abril e os principais esforços passaram para o gerenciamento dos quatrocentos mil prisioneiros de guerra alemães. Patton foi promovido a general em 14 de abril, uma promoção há muito defendida por Stimson em reconhecimento de suas realizações em 1944.Patton, Bradley e Eisenhower visitaram as minas de sal de Merkers no mesmo mês e também o campo de concentração de Ohrdruf, com Patton ficando enojado ao ver as condições do local. O Terceiro Exército recebeu ordens de ir para a Baviera e Checoslováquia, antecipando uma última resistência das forças nazistas lá. O general supostamente ficou perplexo ao saber que o Exército Vermelho tomaria Berlim, temendo que a União Soviética fosse uma ameaça para seu avanço para Plzeň, porém foi impedido por Eisenhower de alcançar Praga antes de 8 de maio e o fim da guerra na Europa.

De seu avanço do rio Reno ao rio Elba, o Terceiro Exército de Patton, que tinha por volta de 250 a 300 mil homens, capturou 84.860 quilômetros quadrados de território alemão. Suas baixas foram de 2102 mortos, 7954 feridos e 1591 desaparecidos. Perdas alemães contra o Terceiro Exército foram de 20.100 mortos, 47.700

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial feridos e 653.140 capturados. A força ficou em combate contínuo por 281 dias, desde tornar-se operacional da Normandia em 1 de agosto de 1944 até o fim da guerra em 9 de maio de 1945. Nesse período, o Terceiro Exército cruzou 24 rios grandes e tomou mais de doze mil cidades e vilarejos.

Pós-Guerra

Patton pediu por um comando no Teatro de Operações do Pacífico, implorando a Marshall para que o mantivesse na guerra de qualquer maneira possível, com Marshall respondendo que isso só seria possível caso a China assegurasse um porto grande para sua entrada, algo improvável. Ele voou para Paris em maio e depois foi descansar em Londres. O general chegou em Bedford, Massachusetts, para um período com sua família em 7 de junho, sendo recebido por centenas de espectadores. Patton então dirigiu para a Concha Memorial Hatch e discursou diante de vinte mil pessoas, incluindo para quatrocentos veteranos feridos do Terceiro Exército. Ele criou certa controvérsia com seu discurso dentre as Mães de Estrelas Douradas, mães de soldados mortos, quando insinuou que os homens que tinham morrido eram "tolos" e que os verdadeiros heróis eram os feridos. Patton passou um tempo em Boston antes de visitar e discursar

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial em Denver no Colorado e depois em Los Angeles, onde falou para uma multidão de mais de cem mil pessoas no Memorial Coliseum. Sua última parada foi em Washington antes de retornar para a Europa em julho a fim de servir nas forças de ocupação.

Patton foi nomeado governador militar da Baviera, onde liderou o Terceiro Exército nos esforços de desnazificação. Ele ficou particularmente frustrado ao saber sobre o fim da guerra contra o Japão, escrevendo em seu diário que "Outra guerra chegou ao fim, e com ela minha utilidade para o mundo". Seu comportamento e afirmações começaram a ficar cada vez mais erráticas, infeliz com sua posição e deprimido por acreditar que nunca lutaria outra vez. Várias explicações além de suas decepções foram propostas para o comportamento de Patton nesse período. Carlo D'Este sugere que "parece virtualmente inevitável ... que Patton passou por algum tipo de dano cerebral de suas várias lesões na cabeça" vindos de acidentes de carro e cavalo, especialmente um sofrido em 1936 enquanto jogava polo. Sua sobrinha apareceu novamente; eles passaram um tempo juntos em Londres em 1944 e novamente na Baviera em 1945. Jean Gordon estava apaixonada por um jovem capitão casado que a deixou abatida quando ele foi para casa ficar com a esposa. Patton frequentemente gabava-se de seu

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial sucesso sexual com Gordon, porém seus biógrafos são céticos. Stanley Hirshson diz que a relação era casual. Dennis Showalter acredita que o general estava sob enorme estresse psicológico e físico, fazendo as afirmações para provar sua virilidade. D'Este concorda, escrevendo que "Seu comportamento sugere que, tanto em 1936 [no Havaí] quanto em 1944–45, a presença da jovem e atraente Jean era um meio amenizar as ansiedades de um homem na meia idade preocupado com sua virilidade e temendo envelhecer".

Ele atraiu mais controvérsia como governador militar quando foi salientado que vários ex-membros do Partido Nazista continuavam a manter cargos políticos na região. Quando foi perguntado pela imprensa sobre a questão, Patton respondeu comparando repetidas vezes os partidos Democrata e Republicano com o Nazista ao afirmar que a maioria das pessoas com experiência de gerenciamento de infraestrutura foram compelidas a filiar- se ao partido na guerra, algo que causou publicidade negativa nos Estados Unidos e enfureceu Eisenhower. Os dois generais tiveram uma discussão acalorada em 28 de setembro acerca das afirmações e Patton foi dispensado como governador militar. Ele também foi dispensado do Terceiro Exército em 7 de outubro durante uma sóbria cerimônia de troca de comando, concluindo seu discurso

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial de despedida com "Todas as coisas boas devem chegar ao fim. A melhor coisa que já aconteceu comigo até agora foi a honra e privilégio de ter comandado o Terceiro Exército".

A última designação de Patton foi como comandante do Décimo Quinto Exército em Bad Nauheim. A força nesse ponto consistia de apenas uma pequena equipe no quartel-general encarregada de compilar uma história da guerra na Europa. O general aceitou o posto devido seu amor pela história, porém rapidamente perdeu o interesse. Ele começou a viajar, visitando Paris, Rennes, Chartres, Bruxelas, Metz, Reims, Luxemburgo e Verdun, além de Estocolmo onde reencontrou vários atletas da Olimpíada de 1912. Patton decidiu que iria deixar seu posto no Décimo Quinto Exército e sair da Europa assim que entrasse em suas férias de natal no dia 10 de dezembro. Ele tinha a intenção de discutir com sua esposa se deveria continuar sua carreira em um posto no Estados Unidos ou aposentar-se.

Morte O major-general Hobart R. Gay, chefe de gabinete de Patton, o convidou em 8 de dezembro para uma viagem de caça perto de Speyer a fim de tentar melhorar

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial seu humor. Patton e Gay estavam às 11h45min do dia 9 em um Cadillac Modelo 75 1938 dirigido pelo soldado primeira classe Horace L. Woodring quando pararam em um cruzamento ferroviário para deixarem um trem passar. Patton observou carros abandonados do lado da estrada e comentou enquanto seu veículo atravessava os trilhos que "Como a guerra é terrível. Pensem no desperdício". Woodring percebeu que um caminhão GMC CCKW dirigido pelo sargento técnico Robert L. Thompson, que estava indo para o depósito do quartel, repentinamente fez uma curva para a esquerda na frente do carro. O soldado freou seu veículo e virou para a esquerda, colidindo com o caminhão em baixa velocidade.

Woodring, Thompson e Gay tiveram apenas ferimentos leves, porém Patton não tinha conseguido se proteger em tempo e bateu a cabeça na divisória de vidro no banco de trás do carro. Ele começou a sangrar de um corte na cabeça e reclamou com Woodring e Gay que não estava conseguindo se mexer e tendo dificuldades para respirar. O general foi levado às pressas para o hospital de Heidelberg, onde descobriu-se que ele tinha sofrido uma fratura de compressão e deslocação da terceira e quarta vértebra, resultando em um pescoço quebrado e fratura na medula espinhal que o deixaram paralisado do pescoço para baixo. Patton passou os doze dias

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial seguintes com uma tração espinhal para diminuir a pressão em sua espinha. Apesar de sofrer algumas dores do procedimento, ele nunca reclamou. Todos os visitantes que não eram médicos, com exceção de sua esposa, foram proibidos de visitá-lo. Foi-lhe dito que nunca mais poderia cavalgar e voltar a ter uma vida normal, com o general chegando a comentar que "Este é um jeito merda de morrer". Patton morreu de um edema pulmonar enquanto dormia por volta das 18h do dia 21 de dezembro de 1945. Ele foi enterrado no Cemitério e Memorial Americano de Luxemburgo ao lado de outros mortos do Terceiro Exército, seguindo seu desejo de "ser enterrado com meus homens".

Imagem Patton deliberadamente cultivava uma imagem chamativa e distinta por acreditar que isto inspiraria suas tropas. Ele carregava um revólver com cabo de marfim, primeiro um Colt Single Action Army calibre .45 e depois um Smith & Wesson Modelo 27 calibre 357.Patton era frequentemente visto usando um capacete altamente polido, calças de equitação e botas de cavalaria com cano alto. Era conhecido por supervisionar manobras de treinamento a partir de um tanque pintado de vermelho, branco e azul. Seu veículo de comando tinha plaquetas

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial de patente extra grandes na dianteira e traseira, além de uma buzina elétrica que anunciaria bem alto sua chegada. Ele propôs novos uniformes para o emergente Corpo de Tanques, possuindo botões polidos, capacete dourado e vestes grossas, escuras e acolchoadas; sua proposta foi ridicularizada pela mídia como "o Besouro Verde" e acabou rejeitada pelo exército. O historiador Alan Axelrod escreveu que "para Patton, liderança nunca foi simplesmente sobre fazer planos e dar ordens, era sobre transformar-se em um símbolo". Patton expressava intencionalmente um desejo conspícuo por glória, algo atípico para o corpo de oficiais da época que enfatizava misturar-se com as tropas no campo de batalha. Era um grande admirador do vice-almirante lorde Horation Nelson, 1º Visconde Nelson, por suas ações na liderança da Batalha de Trafalgar vestido com um uniforme de gala completo. O general tinha uma preocupação com bravura, usando sua insígnia de patente de forma bem visível em combate e, durante um momento na Primeira Guerra, chegou a andar no topo de um tanque para dentro de uma cidade controlada pelos alemães com o objetivo de dar coragem a seus homens. Patton também era um grande fatalista e inabalável em sua crença sobre reencarnação, especificamente de que teria sido um legionário romano ou um líder militar morto em ação no exército de Napoleão em vidas passadas.

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Patton desenvolveu uma habilidade de realizar discursos carismáticos, parcialmente porque ele tinha problemas de leitura quando jovem. Ele usava muitos palavrões nos discursos, algo que as tropas sob seu comando geralmente gostavam porém acabava ofendendo outros generais, incluindo Bradley. Seus discursos mais famosos foram uma série que ele fez para o Terceiro Exército antes da Operação Overlord. Patton era conhecido por sua franqueza e perspicácia, certa vez dizendo que "As duas armas mais perigosas que os alemães têm são nossos próprios semilagarta e jeep. A semilagarta porque os meninos chegam todos heroicos, achando que são um tanque. E o jeep porque temos muitos motoristas terríveis". Ele comentou de forma famosa na Batalha das Ardenas que os aliados deveriam deixar os "filhos da puta [alemães] irem todo caminho até Paris, então os cortaremos e os cercaremos". O general também sugeriu que o Terceiro Exército poderia "forçar os Britânicos para o mar para outro Dunquerque”. Sua franqueza causou várias controvérsias a medida que o escrutínio da imprensa aumentou, incluindo quando foi citado em 1945 comparando os Nazistas com os Democratas e Republicanos, e posteriormente no mesmo ano quando tentou homenagear vários veteranos feridos ao chamá-los de "os verdadeiros heróis" da guerra, sem querer ofendendo os pais de soldados que tinham sido

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial mortos em combate. Sua maior controvérsia veio antes da Operação Overlord quando deu a entender com repórteres que seriam os norte-americanos e britânicos, sem os soviéticos, que dominariam o mundo pós-guerra, aumentando a tensão na já delicada aliança entre os países. Eisenhower afirmou que a falta de tato de Patton era uma falha que limitava seu potencial de liderança, mesmo com suas várias realizações.

Ele era conhecido por ser altamente crítico, corrigindo seus subordinados impiedosamente pelas menores infrações, porém também era rápido em elogiar seus feitos.]Apesar de ter ganho a reputação de um general que era tanto impaciente quanto impulsivo e com pouca tolerância para oficiais que fracassavam, ele demitiu apenas um único general durante a Segunda Guerra Mundial, Orlando Ward, e apenas depois de dois avisos, enquanto Bradley por exemplo tirou inúmeros oficiais no decorrer conflito. Patton tinha o maior respeito pelos homens que serviam sob seu comando, particularmente os feridos, porém tinha a tendência de classificar casos de crises psicológicas, hoje identificados como transtorno de estresse pós-traumático, como "simulação de doença". Muitas de suas ordens demonstravam um cuidado especial com suas tropas e ele era conhecido por arranjar suprimentos extras para os

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial soldados, incluindo lenços e meias extras, galochas e outros itens que normalmente seriam escassos no fronte.

Patton permaneceu por toda a vida franco e descarado sobre suas opiniões de racismo. Suas atitudes provavelmente foram cultivadas por seu crescimento em um ambiente privilegiado e raízes familiares no Sul Confederado. Ele escreveu particularmente sobre soldados afro-americanos: "Eles são bons soldados individualmente, porém expressei minha crença na época, e nunca encontrei a necessidade de alterá-la, que um soldado de cor não pode pensar rápido o bastante para lutar nos blindados". Entretanto, o general também afirmou que a performance era mais importante que raça ou filiação religiosa: "Eu não dou a mínima quem o homem é. Ele pode ser um crioulo ou judeu, porém se ele tem o que precisa e cumpre seu dever, ele pode ter tudo que eu tenho. Por Deus! Eu o amo". Apesar dessas opiniões, Patton sempre implicou muito com soldados afro-americanos sob seu comando. Ele escreveu para sua esposa após observar os norte africanos e ler o Alcorão, dizendo que "Acabei de ler o Alcorão – um bom livro e interessante". Patton tinha um olho afiado para costumes e métodos nativos e escreveu conscientemente sobre a arquitetura local; certa vez avaliou o progresso boca a boca de rumores em um país

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árabe como sendo entre 64 a 97 quilômetros por dia. Mesmo com sua consideração pelo Alcorão, concluiu com "Parece-me que os ensinamentos fatalistas deaomé e a completa degradação das mulheres é a causa excepcional do desenvolvimento atrasado dos árabes ... Aqui está, penso eu, um texto para algum sermão eloquente sobre as virtudes do M Cristianismo". Ele impressionava-se com a União Soviética, porém desdenhava os soviéticos como "bêbados" sem "nenhuma consideração pela vida humana". Mais tarde em sua vida também passou a expressar cada vez mais sentimentos antissemitas e anticomunistas, resultado de suas frequentes controvérsias com a imprensa.

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Capítulo 4 Josef Stalin

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Josef Vissariónovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1878 — Moscou, 5 de março de 1953) foi um revolucionário e político soviético de origem georgiana. Governando a União Soviética de meados da década de 1920 até sua morte em 1953, foi Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética e serviu como primeiro-ministro de seu país de 1941 a 1953. Inicialmente presidindo um estado unipartidário oligárquico que governava por consenso, tornando-se de facto o ditador da União Soviética na década de 1930. Ideologicamente ligado à interpretação leninista do marxismo, Stalin ajudou a formalizar essas ideias como marxismo-leninismo, enquanto suas próprias políticas ficaram conhecidas como stalinismo.

Sob a liderança de Stalin, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético. Durante esse período, o país também expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo. Apesar dos progressos e avanços conquistados, o regime de Stalin também foi marcado por violações constantes de direitos humanos, massacres, expurgos e execuções extra-judiciais de milhares de

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial pessoas e fome. Estima-se que entre 20 e 60 milhões de pessoas tenham morrido durante seus trinta anos de governo.

Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Stalin, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética.

Josef Stalin, nascido Iossif Vissariónovitch Djugashvilifoi criado em uma pequena cabana na cidade georgiana de Gori, filho da costureira Ketevan Geladze (1858-1937) e do sapateiro Besarion Jughashvili (1849 ou 1850-1909), o jovem Stalin teve uma infância difícil e infeliz.

Chegou a estudar em um colégio religioso de Tiflis, capital georgiana, para satisfazer os anseios de sua mãe, que queria vê-lo seminarista.

Mas logo acabou enveredando pelas atividades revolucionárias contra o regime tsarista. Na juventude, adotou o nome Koba mas também era conhecido como David, Nijeradze, Chijikov, Ivanovitch e, antes da I Guerra Mundial, mudou seu nome definitivamente para Stalin

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(homem de aço. Era portador de deficiências físicas (seu pé esquerdo tinha dois dedos grudados e o braço esquerdo era mais curto que o direito) por este motivo, foi dispensado do serviço militar, não lutando na guerra.

Nos anos de 1901 e 1902, tornou-se membro em Tíflis, em comitês de Batumi do Partido Operário Social- Democrata Russo (POSDR). Em 1901, depois de uma manifestação organizada por ele e reprimida violentamente pelas autoridades, tentou sem sucesso eleger-se líder do já combalido POSDR de Tíflis. Neste mesmo ano, foi expulso do partido de forma unânime pelos Mencheviques, acusado de caluniador e agente provocador. Em 1901, Stalin, enquanto na clandestinidade, organizava greves e manifestações, agitando os trabalhadores em nas fábricas de Alexander Mantáshev. Em 1903, aliou-se a Vladimir Lenin e aos outros Bolcheviques, que planejavam a Revolução Russa.

Entre 1902 e 1913 foi preso seis vezes, fugindo 4 vezes, em 1906 a 1907 supervisionou as desapropriações no Cáucaso. Segundo alguns historiadores organizou assaltos, sendo acusado de participar indiretamente na "expropriação do banco de Tíflis em 1907" na qual 40 pessoas foram mortas, responsável direto foi o revolucionário Kamósendo Stalin "Koba" acusado de

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial envolvimento por uma Menchevique Tatiana Vulikh, de acordo com o livro de .

Supostas acusações de Mencheviques indicam que Stalin seria um agente da polícia secreta tsarista (Okhrana), o que explicaria suas várias fugas da prisão. Sob diversos codinomes, trabalharia como agente duplo para o regime tsarista.

Stalin chegou ao posto de secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética entre 1922 e 1953 e, por conseguinte, o chefe de Estado da URSS durante cerca de um quarto de século, transformando o país numa superpotência.

Antes da Revolução Russa de 1917, Stalin era o editor do jornal do partido, o ("A Verdade"), jornal que foi fundado por Leon Trotsky como uma publicação social-democrata e editado em Viena até o dia 12 de abril de 1912, quando passou a ser editado em São Petersburgo e a sua edição sendo efetivamente controlada por dia por Molotov e Stalin antes de sua prisão em março de 1913. Stalin teve uma ascensão rápida, tornando-se em novembro de 1922 o Secretário-geral do Comitê Central, um cargo que lhe deu bases para ascender aos mais altos poderes. Após a morte de Lenin, em 1924, tornou-se a figura dominante da política

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial soviética – embora Lenin o considerasse inapto para um cargo de comando. Ele ignorava a astúcia de Stalin, cujo talento quase inigualável para as alianças políticas lhe rendera tantos aliados quanto inimigos. Seus epítetos eram "Guia Genial dos Povos"e "O Pai dos Povos".

Lênin elogiaria Stalin pela sua obra O Marxismo e o Problema Nacional e Colonial. Nessa obra Stalin estabelecia os fundamentos do programa nacional do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), e citava os problemas nacionalistas de conflitos interétnicos, de lutas nacionais e revolucionárias na Rússia da época, e que a Democracia formal ajudava, cujo parlamento era o principal.

De acordo com Alan Bullock, uma discordância com Stalin em qualquer assunto tornava-se não uma questão de oposição política, mas um crime capital, uma prova, ipso facto, de participação em uma conspiração criminosa envolvendo traição e a intenção de derrubar o regime Soviético.

Ascensão ao poder

Lenin sofreu um derrame em 1922, forçando-o a semi-aposentadoria em Gorki. Stalin foi visitá-lo diversas

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial vezes, agindo como seu intermediário com o mundo exterior, mas a dupla brigou devido divergências políticas e sua relação deteriorou-se. Lenin ditou cada vez mais notas depreciativas sobre o comportamento político de Stalinno que se tornaria seu testamento. Ele criticou a visão política de Stalin, as maneiras rudes, o poder excessivo e ambição, e sugeriu que Stalin deveria ser removido do cargo de Secretário Geral.

Durante a semi-aposentadoria de Lenin, Stalin forjou uma aliança com Kamenev e Grigory Zinoviev contra Trotski. Esses aliados impediram o testamento de Lenin de ser lido no XII Congresso do Partido, em abril de 1923.

Lenin morreu de um ataque cardíaco em 21 de janeiro de 1924.Após a morte de Lenin, uma luta pelo poder começou, que envolveu os sete membros do Politburo: Nikolai Bukharin, Lev Kamenev, Alexei Rykov, , Mikhail Tomsky, Leon Trotsky, Grigory Zinoviev.

Novamente, Kamenev e Zinoviev ajudaram a manter o testamento de Lenin de vir a público. A partir daí, as disputas de Stalin com Kamenev e Zinoviev se intensificaram. Trotsky, Kamenev e Zinoviev ficaram cada vez mais isolados, e acabaram sendo expulsos do Comitê Central e, em seguida, do próprio partido. Kamenev e

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Zinoviev foram posteriormente readmitido, mas Trotsky foi exilado da União Soviética.

Purgas e deportações Em 1928 iniciou um programa de industrialização intensiva e de coletivização da agricultura soviética (plano quinquenal), impondo uma grande reorganização social e provocando a fome - genocídio na Ucrânia (), em 1932-1933. Esta fome foi imposta ao povo ucraniano pelo regime soviético, tendo causado um mínimo de 4,5 milhões de mortes na Ucrânia, além de 3 milhões de vítimas noutras regiões da U.R.S.S. Nos anos 1930 consolidou a sua posição através de uma política de modernização da indústria. Como arquiteto do sistema político soviético, criou uma poderosa estrutura militar e de policiamento. Mandou prender e deportar opositores, ao mesmo tempo que cultivava o culto da personalidade como arma ideológica.

A ação persecutória de Stalin, supõe-se, estendeu- se mesmo a território estrangeiro, uma vez que o assassinato de Leon Trótski, então exilado no México é creditado a ele. Por mais que Trótski tomasse todas as providências para proteger-se de agentes secretos, Ramón Mercader, membro do Partido dos Comunistas da

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Catalunha, foi para o México e conseguiu ganhar a confiança do dissidente, para executá-lo com um golpe de picareta. No momento do assassinato, Trótski escrevia uma biografia reveladora sobre Stalin. Esta seria uma das motivações para o crime, uma vez que o dirigente soviético desejava ocultar seu passado pré-revolucionário (ver: divergências entre Stalin e Trotsky).

Desconfiando que as reformas econômicas que implantara produziam descontentamento entre a população, Stalin dedicou-se, nos anos 1930, a consolidar seu poder pessoal. Tratou de expulsar toda a oposição política. Se alguém lhe parecesse indesejável desse ponto de vista, ele se encarregava de desacreditá-lo perante a opinião pública.

Em 1934, , principal líder do Partido Comunista em Leningrado - e tido como sucessor presuntivo de Stalin - foi assassinado por um anônimo, Nikolaev, de forma até agora obscura; muitos consideram até hoje que Stalin não teria sido estranho a este assassinato. Seja como for, Stalin utilizou o assassinato como pretexto imediato para uma série de repressões que passaram para a história como o "Grande Expurgo". No dia 1 de dezembro de 2009 foi divulgado um diário de Nikolaev. Segundo a qual se supôs, que Nikolaev decidiu se vingar de sua demissão feita por Kirov do Instituto de

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História Party, depois que ele ficou desempregado. Estes deram-se no período entre 1934 e 1938 no qual Stalin concedeu tratamento duro a todos que tramassem contra o Estado soviético, ou mesmo supostos inimigos do Estado. Entre os alvos mais destacados dessa ação, estava o Exército Vermelho: parte de seus oficiais acima da patente de major foi presa, inclusive treze dos quinze generais-de-exército. Entre estes, Mikhail Tukhachevsky foi uma de suas mais famosas vítimas. Sofreu a acusação de ser agente do serviço secreto alemão. Com base em documentos entregues por Reinhard Heydrich, chefe do Serviço de Segurança das SS, Tukhachevsky foi executado, além de deportar muitos outros para a Sibéria. Com isso foi enfraquecido o comando militar soviético; ou seja, Stalin acreditou nas informações de Heydrich, e sua atitude acabou debilitando a estrutura militar russa, que no entanto conseguiu resistir ao ataque das tropas da Alemanha.

O principal instrumento de perseguição foi a NKVD. De acordo com Alan Bullock, o uso de espancamentos e tortura era comum, um fato francamente admitido por Khrushchev em seu famoso discurso posterior à morte de Stalin, onde ele citou uma circular de Stalin para os secretários regionais em 1939, confirmando que isto tinha sido autorizado pelo Comitê Central em 1937.

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Depurações

Tinha como objetivo a eliminação de supostos inimigos do governo. Milhares de cidadãos entre eles políticos e militares foram presos, torturados e condenados a morte.

A condenação dos contra-revolucionários nos julgamentos de 1937-38 depois das depurações no Partido, exército e no aparelho estatal, tem raízes na história inicial do movimento revolucionário da Rússia.

Milhões de pessoas participaram no que acreditavam ser uma batalha contra o czar e a burguesia. Ao ver que a vitória seria inevitável, muitas pessoas entraram para o partido. Entretanto nem todos haviam se tornado bolcheviques porque concordavam com o socialismo. A luta de classes era tal que muitas vezes não havia tempo nem possibilidades para pôr à prova os novos militantes. Até mesmo militantes de outros partidos inimigos dos bolcheviques foram aceitos depois triunfo da revolução. Para uma parcela desses novos militantes foram dados cargos importantes no Partido, Estado e Forças Armadas, tudo dependendo da sua capacidade individual para conduzir a luta de classes.

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Eram tempos muito difíceis para o jovem Estado soviético e a grande falta de comunistas, ou simplesmente de pessoas que soubessem ler, o Partido era obrigado a não fazer grandes exigências no que diz respeito à qualidade dos novos militantes. De todos estes problemas formou-se com o tempo uma contradição que dividiu o Partido em dois campos - de um lado os que queriam reduzir o socialismo para atuação de fortalecimento da URSS, ou seja, socialismo em um só país, por outro lado, aqueles que defendiam a ideia de que o socialismo deveria ser espalhado por todo o mundo e que a URSS não deveria se limitar a si própria. A origem destas últimas ideias vinha de Trótski, que foi caçado por Stalin após assumir o poder da URSS.

Trótski foi com o tempo obtendo apoio de alguns dos bolcheviques mais conhecidos. Esta oposição unida contra os ideais defendidas pelos marxistas - Stalinistas, eram uma das alternativas na votação partidária sobre a política a seguir pelo Partido, realizada em 27 de dezembro de 1927. Antes desta votação foi realizada uma grande discussão durante vários anos e não houve dúvida quanto ao resultado. Dos 725.000 votos, a oposição só obteve 6.000 - ou seja, menos de 1% dos militantes do Partido apoiaram a Oposição trotskista. Deportações

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Antes, durante e depois da Segunda Guerra, Stalin conduziu uma série de deportações em grande escala que acabaram por alterar o mapa étnico da União Soviética. Estima-se que entre 1941 e 1949 cerca de 3,3 milhões de pessoas foram deportadas para a Sibéria ou para repúblicas asiáticas. Separatismo, resistência/oposição ao governo soviético e colaboração com a invasão alemã eram alguns dos motivos oficiais para as deportações.

Durante o governo de Stalin os seguintes grupos étnicos foram completamente ou parcialmente deportados: ucranianos, polacos, coreanos, alemães, tchecos, lituanos, arménios, búlgaros, gregos, finlandeses, judeus entre outros. Os deportados eram transportados em condições espantosas, frequentemente em caminhões de gado, milhares de deportados morriam no caminho. Aqueles que sobreviviam eram mandados a Campos de Trabalho Forçado.

Em fevereiro de 1956, no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, Nikita Khrushchov condenou as deportações promovidas por Stalin, em seu relatório secreto. Nesse momento começa a chamada desestalinização, que, de chofre, engloba todos os partidos comunistas do mundo. Na verdade, esta desestalinização foi a afirmação de que Stalin cometeu excessos graças ao culto à personalidade que fora

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial promovido ao longo de sua carreira política. Para vários autores anticomunistas, teria sido somente neste sentido que teria havido desestalinização, porquanto o movimento comunista na URSS deu prosseguimento à prática stalinista sem a figura de Stalin. De fato, a desestalinização não alterou em nada o caráter unipartidário do estado soviético e o poder inconteste exercido pelo Partido e pelos seus órgãos de repressão, mas significou também o fim da repressão policial em massa (a internação maciça de presos políticos em campos de concentração sendo abandonada, muito embora os campos continuassem como parte do sistema penal, principalmente para presos comuns), a cassação de grande parte das sentenças stalinistas e o retorno e reintegração à vida quotidiana de grande massa de presos políticos e deportados. A repressão política, muito embora tenha continuado, não atingiu jamais, durante o restante da história soviética, os níveis de violência do stalinismo, principalmente porque foi abandonada a prática das purgas internas em massa no Partido.

As deportações acabaram por influenciar o surgimento de movimentos separatistas nos estados bálticos, no Tartaristão e na Chechênia, até os dias de hoje.

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Estimativas do número de vítimas

Antes do colapso da União Soviética em 1991, os investigadores que tentavam contabilizar o número de vítimas do regime estalinista produziram estimativas que oscilavam entre os 3 e 60 milhões. Após a dissolução da União Soviética, os arquivos históricos passaram a estar disponíveis para consulta. O número oficial de vítimas de execuções entre 1921 e 1953 foi de 799 455 pessoas ao qual se juntam 1,7 milhões de pessoas no e 390 000 de deslocações forçadas. Isto corresponde a um número total de 2,9 milhões de vítimas em todas as categorias segundo os registos oficiais.

Os registos oficiais soviéticos não apresentam números detalhados para algumas categorias de vítimas, como as deportações étnicas ou a dos alemães no período pós-II guerra mundial. Eric D. Weitz afirmou que, "Por volta de 1948, de acordo com o Livro Negro do Comunismo, a taxa de mortalidade entre as 600 000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 atingia os 25%. Entre as exclusões dos dados do NKVD estão o massacre de Katyn, massacres de prisioneiros nas áreas e os fuzilamentos em massa de desertores do Exército Vermelho em 1941. O NKVD executou 158 000 soldados por deserção durante a guerra, e os

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial destacamentos de bloqueio vários milhares. Além disso, as estatísticas oficiais da mortalidade nos gulag excluem as mortes de prisioneiros que tivessem ocorrido após a sua libertação, mas que fossem resultado das condições severas dos campos. Alguns historiadores acreditam que os números oficiais das categorias registadas pelas autoridades soviéticas são pouco fidedignos e incompletos.

Os historiadores que trabalharam com dados divulgados após o colapso da União Soviética estimaram que o total de vítimas esteja entre os 4 e os 10 milhões de pessoas, não incluindo aqueles que morreram nas grandes fomes. O historiador russo Vadim Erlikman, por exemplo, estima os seguintes valores de vítimas: 1,5 milhões por execução; 5 milhões nos gulag; 1,7 milhões nas deportações (de um total de 7,5 milhões deportados); e 1 milhão de prisioneiros de guerra e civis alemães. Alguns historiadores também incluem entre as vítimas da repressão de Estaline a morte de 6 a 8 milhões de pessoas na grande fome de 1932-1933. No entanto, esta categorização é controversa, uma vez que os historiadores divergem na questão desta fome ter sido deliberada, enquanto parte da campanha de repressão contra os kulaks, ou se se tratou apenas de um efeito colateral na luta pela coletivização forçada. No caso das

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial vítimas da fome de 1932-33 serem incluídas, estima-se então que possam ser atribuídas ao regime de Estaline, no mínimo, 10 milhões de mortes – 6 milhões da fome e 4 milhões de outras causas.

Alguns historiadores recentes sugerem um total provável de 20 milhões de vítimas, citando totais de vítimas muito mais elevados a partir de execuções, , deportações e outras causas. Se forem acrescentadas às estimativas de Erlikman os seis milhões de vítimas da fome de 1932-33, por exemplo, o total estimado de vítimas será de 15 a 17 milhões. Ao mesmo tempo, o investigador Robert Conquest, reviu a sua estimativa original de 30 para 20 milhões de vítimas. Conquest afirma também que, embora os números precisos possam nunca vir a ser conhecidos, pelo menos 15 milhões de pessoas foram executadas ou forçadas a trabalhar até à morte nos campos.

Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias Transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.

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Grigori Zinoviev discursando (centro). Zinoviev, que fora um dos líderes mais influentes do partido comunista soviético, foi executado por ordem de Stalin após um julgamento-espetáculo.

Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.

Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.

A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, a exemplo de Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registros não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).

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Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Stalin. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:

Quantidade de pessoas Razão da morte 1,5 milhão Execução 5 milhões Gulags 1,7 milhão Deportados1 1 milhão Países ocupados2

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Stalin para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Stalin ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas

1 Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados. 2 Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi sim provocada por Stalin. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o fato de que a exportação de grãos da União Soviética para a Alemanha Nazista aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário .

Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Stalin.

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Fome na Ucrânia

As políticas de fome lançadas sobre a Ucrânia, o chamado Holodomor, foi um genocídio implementado e arquitetado pelo governo soviético durante o regime de Stalin, mirando o povo ucraniano com fins políticos e sociais. As estimativas atuais do número de mortos pela fome na Ucrânia variam de 2,2 milhões de pessoas até 4 ou 5 milhões.

Em janeiro de 2010, uma corte ucraniana considerou Josef Stalin e outros líderes soviéticos culpados de genocídio por “organizar deliberadamente fomes na Ucrânia entre 1932 e 1933”. Porém a corte não buscou outras atitudes devido ao fato "dos suspeitos já estarem mortos".

Gareth Jones, um jornalista galês, que foi um dos primeiros a divulgar o Holodomor, revelou a verdadeira extensão da fome e o fracasso do regime de Stalin para entregar alimentos a população, enquanto exportava grãos para outros países. Ele escreveu um relatório, que foi mal recebido por parte da imprensa, já que alguns intelectuais e jornalistas da época eram supostamente simpatizantes do Regime Soviético.

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Em 31 de março de 1933, o New York Times publicou o depoimento de Jones reescrito por Walter Duranty confirmando que as mortes por doenças, devido à insuficiente nutrição, eram altas e que na Ucrânia, no norte do Cáucaso e na região do rio Volga havia escassez de alimentos, o título sensacionalista e ironico foi "Russos estão com fome, mas não estão famintos”. Dois anos após o artigo ser publicado, Jones foi morto por bandidos chineses no interior da Mongólia - assassinado, que de acordo com sua família foi uma trama de Moscou para puni-lo.

Em 1987, Douglas Tottle, ativista sindical publicou um livro sobre o genocídio da fome soviética de 1932- 1933 na Ucrânia, alegando que várias fotos publicadas originalmente nos anos de 1930 pela imprensa nazista eram fraudulentas,e que tais fotos foram depois divulgados em artigos de jornais como Daily Express de 1934 e também em 1935 pelo Chicago American, sendo fotos da época da fome russa de 1921 e segundo o ativista sindical é propaganda de anticomunistas, ex-nazistas e de nacionalistas ucranianos, O livro foi editado em 1987, antes da extinção do regime comunista e da posterior abertura dos arquivos guardados pelas autoridades soviéticas que confirmaram o Holodomor. Atualmente há

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial consenso dos historiadores, relativamente à natureza genocidária do Holodomor.

Atualmente, quase 40 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Espanha e Argentina, reconhecem o Holodomor como um genocídio. Já o atual governo russo é sensível ao assunto e dificilmente emite notas oficiais a respeito.

Segunda Guerra Mundial

Stalin foi caracterizado como sendo um antifascista, de acordo com o trabalho de diversos historiadores, tais como a historiadora polaco-americana e autora especialista na história polonesa e russa moderna Anna M. Cienciala, do historiador italiano Domenico Losurdoe do belga Ludo Martens. No início 1939, a União Soviética tentou formar uma aliança contra a Alemanha nazista com o Reino Unido, França, Polónia e Roménia, mas diversas dificuldades, incluindo a recusa da Polónia e da Roménia de permitir direitos de trânsito pelos seus territórios das tropas soviéticas, como parte de segurança colectiva, levaram ao fracasso das negociações.

Vice-Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido Cadogan registrou em seu diário: "O primeiro-

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial ministro (Chamberlain) afirmou que preferia renunciar a assinar uma aliança com os soviéticos." O slogan dos conservadores era naquela época: "Para viver, a Grã- Bretanha, o bolchevismo deve morrer."

Os soviéticos, com o fracasso das negociações, mudaram a sua posição anti-alemã. Portanto, em 23 de agosto de 1939, Stalin e Viatcheslav Molotov encontram- se com Joachim von Ribbentrop, Ministro das Relações exteriores da Alemanha Nazista, e é celebrado em Moscou um pacto entre a União Soviética e a Alemanha Nazista, pelo qual os dois países comprometeram-se a não se atacarem militarmente e não intervirem em caso de invasão a um terceiro. Este pacto de não-agressão ficou conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov, nome dos Ministros do Exterior alemão e soviético (ver: negociações sobre a adesão da União Soviética ao Eixo). O pacto incluía um "protocolo adicional secreto", hoje público, que traçava um esboço da divisão territorial posteriormente concretizada na Polônia (considerando os rios Vístula, San e Narew). Tendo a garantia de que a União Soviética não retaliaria, uma semana após a celebração do pacto, Adolf Hitler invadiu a Polônia e 16 dias depois ocorreu a Invasão Soviética da Polónia. Stalin esperava ganhar tempo e reorganizar a força industrial- militar da qual a União Soviética não poderia prescindir

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial com vistas a um confronto com a Alemanha Nazista que para alguns sempre fora inevitável. E Hitler estava ansioso por evitar um confronto imediato com os soviéticos, pois naquele momento ocupar-se-ia de Reino Unido e França. O Pacto Molotov-Ribbentrop assegurou em setembro de 1939 a divisão do território polonês entre os nazistas e os soviéticos.

Mas a invasão da União Soviética pelas forças alemãs, em 1941, levou-o a aliar-se ao Reino Unido e depois aos Estados Unidos (após ataque a Pearl Harbor) durante a Segunda Guerra Mundial. Sob a sua ferrenha direção, o exército soviético conseguiu fazer recuar os invasores — não sem perdas humanas terríveis e ocupar terras na Europa Oriental, contribuindo decisivamente para a derrota da Alemanha Nazista.

Seus críticos, como Leon Trótski, este que não tinha relações próximas com a Alemanha Nazista, como escudo contra o socialismo soviético, denunciaram o pacto com o governo nazista como uma traição imperdoável e mais um dos crimes do stalinismo contra o movimento operário internacional

Com a sua esfera de influência alargada à metade oriental da Europa, nos chamados Estados Operários, Stalin foi uma personagem-chave do pós-guerra.

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial

Subjugando países como a República Democrática Alemã, Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria e a Roménia, estabeleceu a hegemonia soviética no Bloco de Leste e rivalizou com os Estados Unidos na liderança do mundo.

Benefícios

Ainda que considerado por muitos historiadores como uma figura prejudicial na história da União Soviética, outros consideram-no como um líder que trouxe diversos benefícios para a nação.

A sua campanha de industrialização e coletivização, ainda que tenha causado diversas crises, promoveu o avanço da economia soviética e o progresso do país a uma superpotência, nas honras pela vitória na guerra contra o nazismo também está o nome de Stalin, o grandes progressos nas áreas da educação, principalmente no combate contra o analfabetismo, e da saúde, com as campanhas de formação médica, também foram conquistas do governo de Stalin.

Roy Medvedev, crítico ferrenho de Stalin, afirmou que antes de seu governo, o país convivia com a força do arado primitivo, e décadas depois, o país passou a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial conviver com os ruídos de reatores nucleares, de forma a estampar o rápido desenvolvimento da União Soviética.

Morte Na manhã de 1 de março de 1953, depois de um jantar que durou a noite toda e ter visto um filme, Stalin chegou à sua casa em Kuntsevo, a 15 km a oeste do centro de Moscovo com o Ministro do Interior, Lavrentiy Beria, e os futuros ministros Georgy Malenkov, Nikolai Bulganin e , retirando-se para o quarto para dormir. À tarde, Stalin não saiu do quarto.

Embora os seus guardas estranhassem que ele não se levantasse à hora usual, tinham ordens estritas para não o perturbar e deixaram-no sozinho o dia inteiro. À cerca das 22 horas Peter Lozgachev, o Comandante de Kuntsevo, entrou no quarto e viu Stalin caído de costas no chão perto da cama, com o pijama e ensopado em urina. Assustado, Lozgachev perguntou a Stalin o que aconteceu, mas só obteve respostas ininteligíveis. Lozgachev usou o telefone do quarto para chamar oficiais, dizendo-lhes que Stalin tinha tido um ataque e pedia que mandassem doutores para a residência de Kuntsevo imediatamente. Lavrentiy Beria foi informado e chegou algumas horas depois, mas os doutores só chegaram no

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial início da manhã de 2 de março, mudando as roupas da cama e deitando-o. O acamado líder morreu quatro dias depois, em 5 de março de 1953, aos 74 anos de idade de hemorragia cerebral (derrame), em circunstâncias ainda pouco esclarecidas, sendo embalsamado a 9 de março. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Stalin morreu de causas naturais.

Nikita Khrushchov escreveu em suas memórias que, imediatamente após a morte de Stalin, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar seu ódio (contra Stalin) e a zombá-lo", e que quando Stalin demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Stalin. No entanto, assim que Stalin ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.

Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram sua conclusão de que Stalin ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial os fatos exatos envolvendo a morte de Stalin provavelmente nunca serão conhecidos.

O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Stalin nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era stalinista. Tratava-se do conhecido complô dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.

Tratava-se da preparação de um novo julgamento- espetáculo, desta vez com claros traços de anti- semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto- destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Stalin pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Stalin. O fato de que Beria estivesse alheio à preparação deste novo expurgo fez com que ele fosse apresentado

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial como possível autor intelectual do suposto assassinato de Stalin; o fato é, no entanto, que Stalin era idoso e que sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contato pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre sua imagem pública de ente semi-divino e sua aparência real, devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Stalin haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.

Seu corpo ficaria exposto no mesmo salão que Lenin até o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), realizado as portas fechadas em fevereiro de 1956, no qual Nikita Khrushchov, seu sucessor, denunciou no chamado "relatório secreto" as práticas stalinistas, particularmente o chamado "culto à personalidade".

Malenkov assume o governo após a morte de Stalin mas, devido às posições que defendia, foi forçado a renunciar à liderança do Partido em 13 de março, sendo sucedido por Nikita Khruschev em setembro.

Após o XX Congresso do PCUS o corpo de Stalin foi enterrado próximo aos muros do Kremlin, sendo o túmulo mais visitado ali. Seu epíteto era "O Pai dos Povos".

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Uma década após a morte de Stalin, sua política seria defendida e até seguida em parte por parte do novo secretário-geral, Leonid Brejnev, que após a saída de Khrushchov, tentaria "reabilitar" o nome de Stalin.

“Não devemos encobrir os erros, mas também não devemos encobrir os méritos, portanto, respeitemos Stalin.”

Em 1965, em uma comemoração dos vinte anos da Grande Guerra Patriótica, sob aplausos, citou pela primeira vez positivamente o nome de Stalin após sua morte, e disse que iria usar o mesmo título que usava o antigo líder, Secretário-Geral, o que na época era algo intolerável; realmente, Brejnev fora impedido por forças maiores de realizar a reabilitação de Stalin, mas seguiu uma política que se estruturava bastante nas raízes do Stalinismo, chamada Brejnevismo, que defendia a burocracia no estado, o culto da personalidade, a hegemonia soviética e o expansionismo do país, uma das poucas diferenças, era a invocação da paz pela parte desta doutrina; ficaria conhecida como "neostalinismo" e "doutrina Brejnev".

Em 1979, centenário de seu nascimento, a mando de Leonid Brejnev, seu túmulo foi reformado e um busto

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial do antigo líder erguido sobre ele, tornando-se um túmulo de herói nacional.

Família A primeira esposa de Stalin, Ekaterina Svanidze, morreu em 1907, apenas quatro anos após seu casamento. Eles tiveram um filho, Yakov Dzhugashvili, que atirou em si mesmo por causa do tratamento duro de Stalin sobre ele, mas sobreviveu. Depois disso, Stalin disse: "Não consegue sequer atirar direito." Yakov serviu no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial e foi capturado pelos alemães. Eles ofereceram trocá-lo pelo Marechal de Campo Friedrich Paulus, que havia se rendido depois da Batalha de Stalingrado, mas Stalin recusou a oferta. Depois, alega-se que Yakov morreu, em uma cerca elétrica no campo de concentração de Sachsenhausen, pelos guardas que vigiavam o campo, quando tentava escapar. Alguns dizem que cometeu suicídio, mas isso não foi provado. Yakov teve um filho, Yevgeny, que foi recentemente notável por defender o legado de seu avô em tribunais russos. Yevgeny é casado com uma mulher georgiana, tem dois filhos, e netos.

Sua segunda esposa foi que morreu em 1932, oficialmente de doença. Ela pode ter

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial cometido suicídio, atirando-se depois de uma briga com Stalin, deixando uma nota de suicídio que, segundo a sua filha era "em parte pessoal, em parte política." De acordo com Biografia A&E, há também uma crença entre alguns russos que Stalin assassinou sua esposa após a briga, o que aparentemente aconteceu em um jantar em que Stalin sarcasticamente acendeu cigarros pela mesa para ela. Os historiadores também afirmam que a morte da esposa, finalmente, "cortou sua ligação da realidade". Com ela, Stalin teve um filho, Vasily Dzhugashvili, e uma filha, .

Vasili seguiu carreira militar na Força Aérea Soviética, morrendo em consequência do abuso de álcool em 1962, no entanto, isto ainda está em discussão. Distinguiu-se na Segunda Guerra Mundial como um hábil aviador.

Segundo Svetlana, a morte da mãe "afastara da alma de Stalin os últimos vestígios de calor humano." Deixou a URSS em 1967 para visitar a Índia, onde solicitou asilo político na embaixada americana em Nova Deli. A KGB elaborou um plano para assassiná-la que não foi levado adiante. Adotou o nome Lana Peters e morreu em 2011 nos Estados Unidos.

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A mãe de Stalin, cujo funeral ele não compareceu, morreu em 1937. Alega-se que Stalin guardava rancor de sua mãe por obrigá-lo a entrar no seminário.

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Capítulo 5 Hideki Tōjō

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Hideki Tojo (30 de Dezembro de 1884 – 23 de Dezembro de 1948) foi um general do Exército Imperial Japonês, pensador político e o 40º Primeiro-Ministro do Japão; serviu como primeiro-ministro durante a maior parte da Segunda Guerra Mundial, de 18 de Outubro de 1941 a 22 de Julho de 1944. Tojo lutou pela contenção do Comunismo na Ásia, por crer que a expansão dessa ideologia desestabilizaria a segurança do Japão e do Leste Asiático.

Dirigiu a luta de seu país contra os Aliados. Foi julgado e condenado à morte pelos Crimes de guerra do Japão Imperial e executado.

Hideki Tojo nasceu em Kojimachi (distrito de Tóquio), em 1884. Ele era o terceiro filho de Hidenori Tojo, tenente-general do Exército Imperial Japonês. Tojo teve dois irmãos mais velhos que morreram antes de seu nascimento, por isso ele foi considerado o mais antigo e recebeu o tratamento e os direitos que um filho mais velho no Japão tem direito, que inclui uma imensa quantidade de honra. Em 1909 ele se casou com Katsuko Ito, com quem teve três filhos e quatro filhas.

Ele foi nomeado comandante da 24 ª Brigada de Infantaria IJA em agosto de 1934. Em setembro de 1935,

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Tojo foi transferido para se tornar comandante do Kempeitai do Exército de Kwangtung em Manchúria.

Tojo foi promovido a Chefe do Estado-Maior do Exército Kwangtung. Como Chefe de Gabinete, Tojo foi responsável por várias operações militares para aumentar a penetração japonesa na Mongólia e regiões fronteiriças com Manchukuo. Em julho de 1937, ele conduziu pessoalmente as unidades do 2 Brigada Mista Independente de Operação Chahar.

Após o incidente da Ponte Marco Polo, que marca o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa, Tojo ordenou que suas forças para avançar contra Hopei e outros alvos no norte da China.

Tojo foi chamado para o Japão em maio de 1938 para servir como Vice-Ministro do Exército no ministro do Exército Seishirō Itagaki. De dezembro de 1938-1940, Tojo foi Inspector-Geral da Aviação do Exército.

Ascensão a Primeiro-Ministro Em 18 de outubro de 1941, Tojo foi nomeado ministro do Exército no segundo Gabinete de Fumimaro Konoe, e permaneceu no cargo no terceiro gabinete de Konoe. Ele era um forte defensor da aliança tripartida

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial entre o Japão, Alemanha nazista e Itália fascista. Como ministro do Exército, ele continuou a expandir a guerra com a China. Após negociações com o Governo de Vichy, o Japão recebeu a permissão de colocar elementos de seu exército na Indochina Francesa, em julho de 1941. Apesar do seu reconhecimento formal do governo de Vichy como legítimo, os Estados Unidos retaliaram contra o Japão, através da imposição de sanções econômicas, em agosto, e um embargo total sobre exportações de petróleo e gasolina.

Em 6 de setembro, o prazo de início de outubro foi fixado em conferência Imperial para a continuação das negociações. Em 14 de outubro, o prazo passou sem progresso. O primeiro-ministro Konoe, em seguida, realizou sua última reunião de gabinete, onde Tojo fez a maior parte da conversa.

A opinião predominante no âmbito do Exército japonês na época era de que o prosseguimento das negociações poderia ser perigoso. No entanto, Hirohito pensou que ele poderia ser capaz de controlar as opiniões extremas no exército usando Tojo, carismático e bem relacionados, que tinha manifestado reservas quanto à guerra com o Ocidente, embora o próprio imperador fosse cético que seria Tojo capaz de evitar o conflito. Em 13 de outubro, ele declarou para Koichi Kido: "Parece haver

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial pouca esperança na situação atual das negociações EUA- Japão.

Em 16 de Outubro, Konoe, isolado politicamente e convencido de que o imperador já não confiava nele, demitiu-se. Mais tarde, ele justificou-se ao seu secretário- chefe de gabinete, Kenji Tomita:

Claro sua majestade é um pacifista, e não há dúvida de que queria evitar a guerra. Quando eu lhe disse que iniciar a guerra é um erro, ele concordou. Mas no dia seguinte, ele me dizia: "Você estava preocupado com isso ontem, mas você não precisa se preocupar tanto." Assim, aos poucos, ele começou a levar para a guerra. E a próxima vez que eu o encontrei, ele se inclinou ainda mais para a guerra. Em suma, eu senti que o Imperador estava me dizendo: "Meu primeiro-ministro não compreende as questões militares, eu sei muito mais." Em suma, o Imperador tinha absorvido a opinião dos altos comandos do exército e da marinha.

Na época, príncipe Higashikuni Naruhiko foi dito ser a única pessoa que podia controlar o Exército e a Marinha, e foi recomendado por Konoe e Tojo. Hirohito rejeitou esta opção, argumentando que um membro da família imperial não deveria ter, eventualmente, assumir a responsabilidade para uma guerra contra o Ocidente.

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Seguindo o conselho de Koichi Kido, ele preferiu Tojo, que era conhecido por sua devoção à instituição imperial.

O Imperador convocou Tojo ao Palácio Imperial, um dia antes Tojo assumiu o cargo.

Tojo escreveu em seu diário: "Eu pensei que fui convocado porque o imperador estava furioso com a minha opinião." Foi-lhe dada uma ordem do Imperador: Para fazer uma análise política do que havia sido sancionada pelo conferências Imperial. Tojo, que estava do lado da guerra, no entanto, aceitou nesta ordem, e se comprometeram a obedecer. Segundo o coronel Akiho Ishii, um membro do Exército, o primeiro-ministro mostrou um verdadeiro senso de lealdade ao imperador executar este dever. Por exemplo, quando Ishii recebeu Hirohito uma comunicação dizendo que o Exército deve deixar cair a ideia de tropas estacionadas na China para lutar contra as operações militares de potências ocidentais, ele escreveu uma resposta para o primeiro-ministro para a sua audiência com o imperador. Tojo, em seguida, respondeu a Ishii: "Se o imperador disse que deveria ser assim, então isso é tudo para mim. Não se pode recitar os argumentos para o imperador. Você pode manter o seu memorando finamente formulado."

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Em 2 de novembro, Tojo e os oficiais Hajime Sugiyama e Osami Nagano relatou que Hirohito que a revisão foi em vão. O imperador, em seguida, deu seu consentimento para a guerra.

Em 3 de Novembro, Nagano explicou em detalhes para o Imperador Hirohito ataque a Pearl Harbor.

Em 5 de Novembro, Hirohito aprovou na conferência Imperial o plano de operações para uma guerra contra o Ocidente e teve muitas reuniões com os militares e Tojo até o final do mês. Em 1 de Dezembro, uma outra conferência imperial finalmente sancionou a "guerra contra os Estados Unidos, Inglaterra e Holanda".

Como primeiro-ministro Tojo continuou a ocupar o cargo de ministro do Exército durante o seu mandato como Primeiro-Ministro, de 18 de outubro de 1941 a 22 de Julho de 1944. Ele também serviu simultaneamente como Ministro do Interior (1941-1942), Ministro dos Negócios Estrangeiros em Setembro de 1942, Ministro da Educação, em 1943, e Ministro do Comércio em 1943.

Como ministro da Educação, ele continuou a doutrinação militarista e nacionalista no sistema de

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial educação nacional e reafirmou as políticas nacionalistas no governo. Como ministro, ele aprovou várias medidas eugenias no Japão.

Sua popularidade se elevou nos primeiros anos da guerra, enquanto as forças japonesas conquistavam uma vitória atrás da outra nos campos de batalha. No entanto, após a derrota japonesa em Midway, a maré da guerra virou e ficou tremendamente desfavorável ao Japão. Tojo passou então a enfrentar uma crescente oposição dentro do governo e entre os militares. Para reforçar a sua posição, em fevereiro de 1944, ele assumiu o cargo de Chefe do Exército Imperial Japonês. No entanto, após a queda de Saipan, ele foi forçado a renunciar ao cargo de primeiro-ministro em 22 de julho de 1944.

Captura, julgamento e execução Após a rendição do Japão em 1945, o general americano Douglas MacArthur, comandante das forças Aliadas no pacífico, emitiu ordens para prender mais de quarenta líderes militares japoneses acusados de crimes de guerra, incluindo Tōjō. Enquanto isso, a casa dele em Setagaya foi cercada por fotógrafos e jornalistas. Três soldados americanos e dois oficiais da inteligência foram enviados para prender Tōjō.

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Dois correspondentes de guerra americano (Hugh Bailey e Russell Braun), que haviam entrevistado Tōjō, também estavam presentes quando os militares americanos foram prendê-lo. O ex primeiro-ministro foi encontrado mortalmente ferido com um tiro auto infligido no peito. Foi apenas duas horas depois da tentativa de suicídio que médicos chegaram para tratá-lo. Tōjō atirou contra a própria barriga e a bala entrou no estômago, o que acabou salvando sua vida pois ele na verdade queria atirar no coração. Ferido e sendo atendido por médicos, ele teria virado para um repórter japonês que estava no local e disse: "Me desculpem por ter demorado tanto para morrer. A Grande Guerra Asiática Oriental era justificada e justa. Eu sinto muito pela nação e por todas as raças dos poderes da Grande Ásia. Eu aguardo o julgamento justo da história. Eu queria cometer suicídio mas as vezes isso falha".

Tōjō foi preso e levado para um hospital militar americano. Após se recuperar de seus ferimentos, ele foi transferido para a prisão de Sugamo. Por lá, ele recebeu novas dentaduras feitas por um dentista americano. Secretamente a frase "Remember Pearl Harbor" ("Lembre-se de Pearl Harbor") foi gravada nos dentes da dentadura em código morse.

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Durante o julgamento, Tōjō assumiu toda a responsabilidade por suas ações durante a guerra.

Tōjō foi sentenciado à morte em 12 de novembro de 1948 e executado por enforcamento quarenta e um dia depois em 23 de dezembro do mesmo ano. Antes de sua morte, ele entregou as insígnias de seu uniforme ao soldado americano Kincaid, que era um dos guardas de sua cela; elas agora estão à mostra em um museu em Pensacola, Flórida. Em um discurso final, ele pediu desculpas pelas atrocidades que os militares japoneses cometeram durante a guerra e pediu para que os americanos mostrassem compaixão para com o povo japonês, que vinha sofrendo muito com os bombardeios aéreos dos Aliados ao país e com o lançamento das bombas atômicas.

Muitos historiadores criticaram o trabalho feito pelo general Douglas MacArthur e sua equipe, que queriam exonerar o imperador Hirohito e todos os membros de sua família imperial de qualquer processo por crimes cometidos durante a guerra. MacArthur e o general de brigada Bonner Fellers queriam proteger o imperador e jogar toda a responsabilidade da guerra em Tōjō.

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Capítulo 6 Adolf Hitler

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Hitler, foi um político alemão que serviu como líder do Partido Nazista (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei; NSDAP), Chanceler do Reich (de 1933 a 1945) e Führer ("líder") da Alemanha Nazista de 1934 até 1945. Como ditador do Reich Alemão, ele foi o principal instigador da Segunda Guerra Mundial na Europa e figura central do Holocausto.

Hitler nasceu na Áustria, então parte do Império Austro-Húngaro, e foi criado na cidade de Linz. Mudou-se para a Alemanha em 1913 e serviu com distinção no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Juntou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães, precursor do Partido Nazista, em 1919, e tornou-se seu líder em 1921. Em 1923, organizou um golpe de estado em Munique para tentar tomar o poder. O fracassado golpe resultou na prisão de Hitler. Enquanto preso, ele ditou seu primeiro trabalho literário, a sua autobiografia e manifesto político, Mein Kampf ("Minha Luta"). Quando foi solto da cadeia, em 1924, Hitler ganhou apoio popular pela Alemanha com sua forte oposição ao Tratado de Versalhes e promoveu suas ideias de pangermanismo, antissemitismo e anticomunismo, com seu carisma e forte propaganda. Ele frequentemente criticava o sistema capitalista e comunista como sendo parte de uma

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial conspiração judia. Em 1933, o Partido Nazista tornou-se o maior partido eleito no Reichstag, com seu líder, Adolf Hitler, sendo apontado Chanceler da Alemanha no dia 30 de janeiro do mesmo ano. Após novas eleições, ganhas por sua coalizão, o Parlamento aprovou a Lei habilitante de 1933, que começou o processo de transformar a República de Weimar na Alemanha Nazista, uma ditadura de partido único totalitária e autocrática de ideologia nacional socialista. Hitler pregava a eliminação dos judeus da Alemanha e o estabelecimento de uma Nova Ordem para combater o que ele via como "injustiças pós-Primeira Grande Guerra", numa Europa dominada pelos britânicos e franceses.

Em seus primeiros seis anos no poder, a economia alemã recuperou-se da Grande Depressão, as restrições impostas ao país após a Primeira Guerra Mundial foram ignoradas e territórios na fronteira, lar de milhões de Volksdeutsche (alemães étnicos), foram anexados — ações que deram a ele grande apoio popular. Hitler queria estabelecer o Lebensraum ("espaço vital") para o povo alemão. Sua política externa agressiva é considerada um dos motivos que levaram a Europa e o mundo a segunda grande guerra. Ele iniciou um grande programa de reindustrialização e rearmamento da Alemanha em meados da década de 1930 e então, a 1 de setembro de

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1939, ordenou a invasão da Polônia, resultando numa declaração de guerra por parte do Reino Unido e da França alguns dias depois. Em junho de 1941, Hitler ordenou a invasão da União Soviética. Em meados de 1942, a Wehrmacht (as forças armadas nazistas) e as tropas do Eixo já ocupavam boa parte da Europa continental, do Norte da África e quase um-quarto do território soviético. Contudo, após falharem em conquistar Moscou e serem derrotados em Stalingrado, as forças nazistas começaram a retroceder. A entrada dos Estados Unidos na guerra ao lado dos Aliados forçou a Alemanha a ficar na defensiva, acumulando uma série de derrotas a partir de 1943. Nos últimos dias do conflito, durante a Batalha de Berlim em 1945, Hitler se casou com sua amante de longa data, Eva Braun. No dia 30 de abril de 1945, os dois cometeram suicídio para evitar serem capturados pelo exército vermelho. Seus corpos foram queimados e enterrados. Uma semana mais tarde a Alemanha se rendeu formalmente.

Sob a liderança de Adolf Hitler, com uma ideologia racialmente motivada, o regime nazista perpetrou um dos maiores genocídios da história da humanidade, matando pelo menos 6 milhões de judeus e milhões de outras pessoas que Hitler e seus seguidores consideravam como Untermenschen ("sub-humanos") e socialmente

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"indesejáveis". Os nazistas também foram responsáveis pela morte de mais de 19,3 milhões de civis e prisioneiros de guerra. Além disso, no total, 29 milhões de soldados e civis morreram como resultado do conflito na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. O número de fatalidades neste conflito foi sem precedentes e ainda é uma das guerras mais mortais da história.

Ancestralidade

Seu pai, Alois Hitler, Sr. (1837–1903) era filho ilegítimo de Maria Anna Schicklgruber. Sua certidão de nascimento não trazia o nome do seu pai, então Alois inicialmente assumiu o sobrenome da mãe, Schicklgruber. Em 1842, Johann Georg Hiedler se casou com Maria Anna. Alois foi criado na família do irmão de Georg, Johann Nepomuk Hiedler. Em 1876, Alois foi legitimado e seu registro batismal foi mudado por um padre para registrar Johann Georg Hiedler como pai de Alois (registrado como "Georg Hitler"). Alois assumiu então o sobrenome "Hitler”, [7] também escrito e soletrado como Hiedler, Hüttler ou Huettler. O sobrenome Hitler é provavelmente baseado em "aquele que vive em uma cabana" (alemão: Hütte para "cabana").

O oficial nazista Hans Frank sugeriu que a mãe de Alois era empregada doméstica em uma casa de uma

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial família judia em Graz, e que o filho de 19 anos desta família, Leopold Frankenberger, seria o pai de Alois. Mas nenhum Frankenberger foi registrado em Graz neste período e nenhum documento comprova a existência de Leopold Frankenberger, então a maioria dos historiadores consideram que a ideia de que o avô de Hitler era judeu é falsa.

Infância e educação

Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 em Braunau am Inn, uma cidade da Áustria-Hungria (hoje em dia localizada na Áustria), próximo à fronteira do Império Alemão. Ele era um dos seis filhos nascidos de Alois Hitler e Klara Pölzl (1860–1907). Três dos seus irmãos — Gustav, Ida e Otto — morreram ainda na infância. Quando Hitler tinha apenas três anos, sua família se mudou para Passau, na Alemanha. Lá ele adquiriu um dialeto bávaro, que trouxe uma marca reconhecível a sua voz.A família retornou para a Áustria e se assentou em Leonding em 1894 e em junho de 1895 Alois se aposentou em Hafeld, próximo de Lambach, onde ele passou a criar abelhas. Hitler estudou numa Volksschule (escola pública) próximo a Fischlham.

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A mudança para Hafeld coincidiu com um aumento nos conflitos pai-filho causados pela recusa de Hitler de se conformar à estrita disciplina de sua escola. A ideia da fazenda de abelhas de Alois Hitler em Hafeld terminou em fracasso e em 1897 a família se mudou para Lambach. Aos oito anos de idade Hitler começou a ter aulas de canto e chegou a se apresentar no coral de sua igreja. Neste período até considerou virar padre. Em 1898 retornou novamente para Leonding. A morte do seu irmão mais novo, Edmund, devido ao sarampo, em 1900, afetou muito Hitler. Ele mudou de uma pessoa confiável, extrovertida e um aluno consciencioso para um rapaz taciturno e desapegado que batia de frente com seus pais e professores.

Juventude em Viena e Munique

Desde 1905, Hitler passou a viver uma vida boêmia em Viena, financiada pela pensão de órfão que recebia e do apoio proveniente de sua mãe. Ele teve vários trabalhos, incluindo o de pintor, vendendo aquarelas de locais turísticos de Viena. A Academia de Belas-Artes o rejeitou em 1907 e em 1908, afirmando que ele era "inapto para pintura". O diretor da academia sugeriu que Hitler estudasse arquitetura, que também era do seu interesse,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial mas ele não tinha as qualificações acadêmicas já que ele não tinha terminado a escola secundária. Em 21 de dezembro de 1907, sua mãe morreu de câncer de mama aos 47 anos. Hitler acabou ficando sem dinheiro e foi forçado a viver em abrigos para sem-tetos.

No tempo que vivia lá, Viena era um viveiro de preconceito religioso e racismo. O medo de serem sobrepujados por imigrantes vindos do leste Europeu era grande e o prefeito populista Karl Lueger explorava a retórica anti-semita para fins políticos. O nacionalismo alemão estava em alta no distrito de Mariahilf, onde Hitler vivia. O nacionalista Georg Ritter von Schönerer, que advogava o pangermanismo, anti-semitismo, anti- eslavismo e anti-catolicismo, era uma grande influência para Hitler. Lia jornais como o Deutsches Volksblatt que espalhava preconceito e cultivava o medo dos cristãos de serem inundados pelo influxo de judeus do leste.Hitler também lia jornais que pregavam o darwinismo social e exploravam algumas das ideias dos filósofos Nietzsche, Le Bon e Schopenhauer. Era hostil ao que ele via como "Germanofobia Católica" e demonstrou admiração por Martinho Lutero.

A origem do antissemitismo de Hitler e a primeira vez que ele a expressou é motivo de debates. Ele afirmou no Mein Kampf que ele se tornou um anti-semita em Viena.

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Seu amigo próximo, August Kubizek, afirmou que Hitler era um "convicto anti-semita" antes dele deixar Linz. Algumas fontes dão evidência que Hitler tinha amigos judeus quando jovem no começo da sua estadia em Viena. Richard J. Evans diz que "historiadores agora geralmente concordam que seu notório e assassino anti- semitismo surgiu com força após a derrota alemã [na Primeira Grande Guerra], como uma paranoia da Dolchstoßlegende (lenda da punhalada pelas costas)".

Hitler recebeu a parte final da pensão do seu pai em maio de 1913 e se mudou para Munique, no sul da Alemanha. Historiadores acreditam que ele deixou Viena para fugir do alistamento do exército austro-húngaro. Hitler mais tarde afirmou que não queria servir no exército austríaco devido à alta miscigenação das forças armadas. Após ser julgado inapto para o serviço — ele falhou em um exame físico em Salzburgo em 5 de fevereiro de 1914 — retornou para Munique

Primeira Guerra Mundial

Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, Hitler vivia em Munique e, embora fosse um cidadão austríaco, ele se voluntariou no Exército da Baviera. Um relatório feito pelas autoridades bávaras em 1924 diz que Hitler serviu no exército local por erro. Ele se juntou ao 16º

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Regimento Reserva de Infantaria Bávara (1ª Companhia do Regimento), servindo como mensageiro na Frente Ocidental na França e na Bélgica, uma função perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez da proteção proporcionada por uma trincheira. Serviu também parte do tempo no quartel-general do regimento em Fournes-en-Weppes esteve presente nas batalhas de Ypres, do Somme (onde foi ferido), de Arras e de Passchendaele. Ele foi condecorado por bravura, recebendo a Cruz de Ferro, de segunda classe, ao fim de 1914. Sob recomendação do oficial judeu Hugo Gutmann, Hitler recebeu outra medalha, a Cruz de Ferro de primeira classe, em 4 de agosto de 1918, uma condecoração raramente dada a um soldado de sua patente (Gefreiter). Também recebeu o Distintivo de Ferido em 18 de maio de 1918.A folha de serviço de Hitler, no geral, foi exemplar, mas nunca foi promovido além de Cabo, que era a patente mais alta oferecida a um estrangeiro no exército alemão à época.

Durante seu serviço no Quartel-general, Hitler continuou seu trabalho como artista, fazendo desenhos e ilustrações para o jornal do exército. Durante a batalha do Somme, em outubro de 1916, ele foi ferido na coxa quando um disparo de artilharia caiu perto de sua posição. Hitler passou dois meses em um hospital em Beelitz,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial retornando ao seu regimento em 5 de março de 1917. Em 15 de outubro de 1918, ele foi cegado temporariamente por gás mostarda durante um ataque e foi hospitalizado em Pasewalk. Enquanto estava lá, Hitler foi informado da derrota da Alemanha. Segundo ele próprio, ao receber esta notícia, sofreu novamente por cegueira devido a tristeza.

Hitler descreveu seu tempo na guerra como "a maior das experiências". Ele foi muito elogiado por seus oficiais superiores devido a bravura que demonstrava. Sua experiência em combate reforçou seu patriotismo, tornando ele um nacionalista apaixonado. Hitler ficou chocado com a capitulação da Alemanha em novembro de 1918.Sua amargura a respeito do colapso do esforço de guerra moldou sua ideologia. Como muitos outros nacionalistas alemães e veteranos de guerra, ele acreditava no Dolchstoßlegende (a "teoria da punhalada nas costas"), que consistia na ideia de que o exército alemão, "invicto no campo de batalha", fora traído e apunhalado pelas costas pela liderança política civil e pelos marxistas, que mais tarde foram chamados pelos nazistas de "criminosos de novembro".

O Tratado de Versalhes de 1919 julgou que a Alemanha era a única responsável pela guerra e portanto deveria ser severamente punida. O país perdeu várias

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial partes do seu território e a região estratégica da Renânia foi desmilitarizada. O tratado também impôs pesadas sanções econômicas e exigiu que o país pagasse grandes reparações para as nações vencedoras. Muitos alemães viram o tratado como uma humilhação injusta. O rancor com o Tratado de Versalhes, junto com a grave crise econômica, social e política do pós-guerra na Alemanha seria explorado por Hitler para fins políticos.

Início da carreira política Após a primeira guerra mundial, Hitler retornou para Munique. Sem uma educação formal ou prospectos de carreira, ele decidiu permanecer no exército. Em julho de 1919, ele foi apontado como Verbindungsmann (agente de inteligência) da Aufklärungskommando (Comando de Reconhecimento) do Reichswehr (o novo exército alemão), com o propósito de influenciar outros soldados e se infiltrar no Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). Enquanto monitorava as atividades do DAP, Hitler foi atraído pelo fundador do partido, Anton Drexler, e sua retórica anti-semita, nacionalista, anti-capitalista e anti- marxista.Drexler favorecia um governo forte e ativo, uma versão não judaica do socialismo (como ele descrevia), e solidariedade entre os membros da sociedade. Impressionado com as capacidades oratórias de Hitler,

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Drexler o convidou para se juntar ao DAP. Hitler aceitou a 12 de setembro de 1919, se tornando o membro nº 555 (o partido havia começado a contagem de membros no número 500 para dar a impressão de serem maiores do que realmente eram).

No DAP, Hitler conheceu Dietrich Eckart, um dos fundadores do partido e membro da ocultista Sociedade Thule. Eckart se tornou um dos mentores de Hitler, trocando ideias com ele e o apresentando a alta sociedade de Munique. Para aumentar seu apelo popular, o DAP mudou seu nome para Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães; NSDAP, ou Partido Nazista). Hitler desenhou a bandeira do partido colocando uma suástica preta dentro de um círculo branco com um fundo vermelho.

Hitler foi formalmente dispensado pelo exército em 31 de março de 1920 e começou a trabalhar em tempo integral no Partido Nazista (NSDAP). O quartel-general do partido era em Munique, um viveiro do sentimento nacionalista alemão anti-governo determinado a esmagar o marxismo e minar a autoridade da República de Weimar. Em fevereiro de 1921 — já acostumado a falar para grandes públicos — ele se dirigiu a uma platéia de mais de 6 000 numa noite. Divulgar a reunião, dois caminhões

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial cheios de partidários do seu movimento dirigiram por Munique balançando suásticas e distribuindo panfletos nazistas. Hitler ganhou notoriedade por seus grandes e polêmicos discursos contra o Tratado de Versalhes, rivais políticos e especialmente contra os marxistas-comunistas e os judeus.

Hitler posando para uma câmera durante um discurso, em 1930.

Em junho de 1921, enquanto Hitler e Eckart estavam em uma viagem para angariar fundos em Berlim, um motim irrompeu na sede do NSDAP em Munique. Membros do comitê executivo queriam fundir a legenda com os rivais do Partido Socialista Alemão (DSP), que também era de extrema-direita. Hitler retornou para Munique em 11 de julho e, com raiva, renunciou sua filiação do partido. Os membros do comitê sabiam que a resignação da sua principal figura pública e orador significaria o fim do partido. Hitler anunciou que ele retornaria a legenda na condição de que ele substituiria Drexler na liderança do partido e o quartel-general deles permaneceria em Munique. O comitê aceitou e ele formalmente retornou ao NSDAP em 26 de julho como o membro nº 3 680. Hitler continuou a enfrentar oposição dentro do próprio NSDAP: entre seus principais oponentes estava Hermann Esser, que fora expulso do

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial partido. Foram impressos mais de 3 000 panfletos criticando Hitler, o acusando de ser um traidor. Nos dias seguintes, Hitler discursou em vários locais (sempre lotados) e se defendeu, atacando Esser, sempre recebendo estrondosos aplausos. Sua estratégia foi bem sucedida e em uma reunião com a cúpula do partido, em 29 de julho, foi concedido a ele poderes absolutos dentro do Partido Nazista, substituindo Drexler, numa votação de 533 a 1.

Os discursos vitriólicos de Hitler na cervejaria de Munique começaram a atrair grandes multidões com muita frequência. Ele utilizava táticas populistas, incluindo o uso de bode expiatórios, no qual ele jogava toda a culpa pelos males que o país atravessava. Hitler usava magnetismos pessoais e seu entendimento da psicologia das multidões para se engajar com o público durante os discursos. Ele sabia como falar e o que falar e em qual momento. Historiadores notam o efeito hipnótico da oratória de Hitler, manipulando as massas. Alfons Heck, um ex membro da Juventude Hitlerista, mais tarde afirmou:

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“ Nós nos irrompemos em um frenesi de ” orgulho nacionalista que beirava a histeria. Por vários minutos, nós gritávamos a plenos pulmões, com lágrimas caindo dos nossos rotos: Sieg Heil, Sieg Heil, Sieg Heil! Daquele momento em diante, eu pertencia, de corpo e alma, a Adolf Hitler.

Contudo, alguns visitantes que encontraram Hitler em privado notavam que sua aparência e comportamento não eram nada impressionantes.

Entre seguidores que o apoiaram desde o início inclui Rudolf Hess, o ex piloto Hermann Göring e o capitão do exército Ernst Röhm. Hitler recrutou Röhm para organizar e comandar o grupo paramilitar conhecido como Sturmabteilung (SA), que servia como braço armado do partido, protegendo as reuniões e os líderes nazistas e também atacavam oponentes políticos. Uma influência importante sobre o pensar de Hitler aconteceu durante o período da Aufbau Vereinigung, um grupo conspiratório formado por "russos brancos" (como eram chamados os monarquistas contrarrevolucionários do antigo Império Russo) exilados e nacionais socialistas no início. Este grupo, financiado por industrialistas ricos, introduziu a Hitler a ideia de uma conspiração judaica internacional, ligada ao movimento bolchevique

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Golpe da Cervejaria

Os réus do julgamento do Putsch da Cervejaria. Da esquerda para a direita: Pernet, Weber, Frick, Kiebel, Ludendorff, Hitler, Bruckner, Röhm e Wagner.

Em 1923, Hitler se aproximou do general Erich Ludendorff, que também era veterano da primeira guerra mundial, para tentar tomar o poder na Baviera através de um golpe (conhecido como "Putsch da Cervejaria"). O Partido Nazista se inspirou no fascismo italiano como modelo para sua aparência, estilo e até políticas. Hitler queria emular a "Marcha sobre Roma" de Benito Mussolini, feita em 1922, dando seu próprio golpe em Munique, desafiando o governo central em Berlim. Hitler e Ludendorff buscaram apoio do Staatskommissar (comissário do estado) Gustav Ritter von Kahr, o de facto governador da Baviera. Contudo, Kahr, junto com o chefe de polícia Hans Ritter von Seisser e o general do exército Otto von Lossow, queriam tentar seu próprio golpe e instituir no país uma ditadura militar sob sua liderança, sem a participação de Hitler.

Em 8 de novembro de 1923, Hitler e vários membros da SA invadiram uma reunião pública, organizada por Kahr, onde 3 000 pessoas estavam reunidas na Bürgerbräukeller, uma grande cervejaria de Munique.

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Interrompendo o discurso de Kahr, ele anuciou que a revolução nacional havia começado e declarou a formação de um novo governo com Ludendorff. Numa sala nos fundos, Hitler, com uma pistola em mãos, exigiu apoio de Kahr, Seisser e Lossow. Eles, temporariamente, concordaram. As tropas de Hitler inicialmente conseguiram ocupar o quartel-general do Reichswehr e da polícia, mas Kahr e seus colegas retiraram seu apoio e fugiram. As forças de segurança da Baviera decidiram não apoiar Hitler. No dia seguinte, os nazistas marcharam da cervejaria até o prédio do ministério da guerra bávaro para derrubar o governo local, mas a polícia estava preparada e abriu fogo contra as multidões, dispersando eles. Cerca de dezesseis membros do NSDAP e quatro policiais morreram no fracassado golpe.

Sobrecapa do livro Mein Kampf (1926–27).

Hitler fugiu para casa de Ernst Hanfstaengl, um membro do partido, e lá chegou a contemplar suicídio. Ele estava depressivo mas foi acalmado e acabou sendo preso pelas autoridades locais em 11 de novembro de 1923 sob acusação de alta traição. Foi levado a corte popular de Munique e seu julgamento começou em fevereiro de 1924.Alfred Rosenberg assumiu interinamente a liderança do partido. Hitler usou o julgamento em seu benefício, usando a publicidade que a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial tentativa de golpe fracassada lhe trouxe. Ele discursou em defesa própria e chamou a atenção de muita gente para sua causa. Ainda assim, em 1 de abril, Hitler foi sentenciado a cinco anos de prisão em Landsberg. Lá, ele foi muito bem tratado pelos guardas e foi permitido que recebesse constantes visitas de camaradas do NSDAP, além de cartas e encomendas de apoiadores. Após ser perdoado pela Suprema Corte da Baviera, foi liberado da cadeia em 20 de dezembro de 1924, sob objeções do procurador-geral do estado. Incluindo o tempo da prisão preventiva, Hitler ficou apenas um pouco mais de um ano na prisão.

Enquanto estava preso em Landsberg, Hitler ditou boa parte do seu livro Mein Kampf ("Minha Luta"; originalmente chamado de Quatro anos e meio de Lutas contra Mentiras, Estupidez e Covardice) para o seu ajudante, Rudolf Hess. O livro, dedicado ao membro da Sociedade Thule e amigo Dietrich Eckart, era uma autobiografia e exposição de suas ideologias. O livro detalhou os planos de Hitler para transformar a sociedade alemã sob apenas uma raça. Algumas passagens do livro deixavam explicita a ideia de um genocídio. Publicado em dois volumes, em 1925 e 1926, vendeu pelo menos 228 000 cópias entre 1925 e 1932. Um milhão de cópias foram

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial vendidas então apenas em 1933, o primeiro ano de Hitler no poder.

Pouco antes de Hitler poder entrar com um pedido de condicional, o governo da Baviera tentou extraditá-lo para a Áustria. Contudo, o Chanceler da Áustria, Rudolf Ramek, recusou o pedido. Hitler renunciou sua cidadania austríaca em 7 de abril de 1925.

Governo Brüning

A Grande Depressão providenciou a Hitler uma ótima oportunidade política. Os alemães estavam ambivalentes sobre a república parlamentarista, que enfrentava forte oposição de extremistas de esquerda e direita. Já os partidos moderados não conseguiam competir com os radicais. No referendo de 1929, o povo alemão votou, por grande maioria, repudiar o pagamento de reparações de guerra estipulados no Tratado de Versalhes. A ideologia nazista, neste período, ganhou muito apoio popular. As eleições de setembro de 1930 resultou na quebra da "grande coalizão", substituindo a administração do país por um governo de minoria. O chanceler Heinrich Brüning, do Partido do Centro, governava a nação por meio de decretos emergenciais do presidente Paul von Hindenburg. Governar por decreto

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial acabou pavimentando o caminho para uma forma de governo mais autoritarista. O Partido Nazista saiu da obscuridade e conquistou 18,3% dos votos (ou 6,409,600 de pessoas) e 107 assentos no parlamento nas eleições de 1930, tornando-se a segunda maior bancada no Reichstag.

Hitler com membros do partido nazista no prédio Brown, em Munique, em dezembro de 1930.

Hitler teve uma participação proeminente no julgamento de dois oficiais do Reichswehr, os tenentes Richard Scheringer e Hans Ludin, ao fim de 1930. Eles foram acusados de serem membros do partido nazista (filiação partidária era proibida aos militares). A acusação disse que os nazistas eram extremistas, e o advogado de defesa, Hans Frank, chamou Hitler para testemunhar. Em 25 de setembro de 1930, Hitler afirmou novamente que buscaria poder político apenas pela via democrática. Seu discurso neste julgamento chamou atenção do corpo de oficiais do exército e muitos lá passaram a apoia-lo.

As medidas de austeridade do chanceler Brüning trouxe poucos resultados e eram tremendamente impopulares. Hitler explorou isso em suas mensagens políticas para o povo, falando especialmente as classes mais baixas que eram mais extensamente afetadas pela

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial hiperinflação e a retração econômica. Assim, os nazistas conquistaram bastante apoio de fazendeiros, veteranos de guerra e trabalhadores da classe média.

Apesar de Hitler ter renunciado a sua cidadania austríaca em 1925, demorou cerca de sete anos para ele se tornar cidadão alemão. Isso significava que, na prática, ele era um apátrida e não podia se candidatar a um cargo público e até podia ser deportado. Em 25 de fevereiro de 1932, o ministro do interior de Brunswick, Dietrich Klagges, que era membro do partido nazista, nomeou Hitler como administrador da delegação do estado para o Reichsrat em Berlim, fazendo de Hitler um cidadão de Brunswick, e assim um alemão.

Em 1932, agora como pleno cidadão alemão, Hitler concorreu contra Paul von Hindenburg nas eleições presidenciais. A 27 de janeiro de 1932, ele fez um discurso no Clube Industrial de Düsseldorf e lá conquistou apoio dos principais empresários industrialistas alemães] Hindenburg tinha apoio de vários partidos nacionalistas, monarquistas, católicos e republicanos, e até mesmo dos Sociais Democratas. Hitler usou como slogan de campanha a frase "Hitler über Deutschland" ("Hitler sobre a Alemanha"), uma referência as suas ambições políticas e sua campanha, sendo que ele viajava muito de aeronave pelo país. Ele foi um dos primeiros políticos a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial usar viagens do avião para fins políticos e utilizava este método rápido de viagem de forma eficiente Hitler terminou em segundo lugar nesta eleição, ganhando cerca de 36% dos votos (ou 13,418,517 de pessoas). Apesar dele ter perdido o pleito para Hindenburg, esta eleição estabeleceu Hitler como uma figura forte na política alemã.

Indicação para Chanceler A ausência de um governo eficiente fez com que dois políticos influentes, Franz von Papen e Alfred Hugenberg, juntos com vários industrialistas e empresários, escrevessem uma carta para Hindenburg. Os signatários pediram para o presidente apontar Adolf Hitler como líder do governo "independente dos partidos parlamentares", dizendo que isso iria "encantar milhões de pessoas".

Hitler, na janela da Chancelaria do Reich, sendo ovacionado por seus apoiadores na sua investidura como Chanceler, em 30 de janeiro de 1933.

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Hindenburg desprezava Hitler, mas foi ficando sem opções, com o governo no Parlamento a beira do colapso, sem base política para se sustentar. Relutantemente, o presidente decidiu concordar em indicar Hitler para o cargo de chanceler (chefe de governo) após duas turbulentas eleições parlamentares — em julho e novembro de 1932 — que não tinham conseguido formar um governo de maioria. Hitler liderou uma coalizão, que durou pouco tempo, formada pelo Partido Nazista e os apoiadores de Alfred Hugenberg do Partido Popular Nacional Alemão (DNVP). Em 30 de janeiro de 1933, um novo gabinete foi formado e oficializado no escritório do presidente Hindenburg. O Partido Nazista ganhou três postos no governo: Hitler passou a ser o chanceler, Wilhelm Frick o Ministro do Interior do país e Hermann Göring o Ministro do Interior da Prússia. Hitler queria estes postos ministeriais pois ele almejava controlar por completo a polícia alemã.

Reconstruindo o Partido Nazista

No período que Hitler foi solto da cadeia, a situação política na Alemanha havia se tornado menos combativa e a situação da economia havia melhorado, limitando as oportunidades políticas de Hitler para agitação política. Como resultado do golpe fracassado, o partido nazista e

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial suas organizações filiadas foram banidas da Baviera. Após um encontro com Heinrich Held, então primeiro- ministro bávaro, em 4 de janeiro de 1925, Hitler concordou em respeitar a autoridade do estado e prometeu que buscaria poder político agora apenas por meios democráticos. Um mês depois da reunião, o partido nazista deixou de ser banido e voltou à ativa. Hitler, contudo, foi barrado de fazer discursos públicos mas este banimento foi suspenso também em 1927Para avançar suas ambições políticas, apesar destes contratempos, Hitler nomeou Gregor Strasser, Otto Strasser e Joseph Goebbels para organizar e fazer crescer o Partido Nazista no norte da Alemanha. Um grande organizador, Gregor Strasser dirigiu um curso político mais independente, enfatizando os elementos socialistas do programa do partido.

Em 29 de outubro de 1929, na Terça-Feira Negra, a bolsa de valores dos Estados Unidos quebrou. O impacto atingiu o mundo todo, inclusive a Alemanha. Várias empresas fecharam as portas, resultando em milhares de desempregados. Bancos faliram, causando um colapso parcial do sistema financeiro da nação. Hitler e os nazistas tomaram vantagem da situação emergencial para angariar apoio ao partido. Eles prometeram ao povo

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial repudiar o Tratado de Versalhes, fortalecer a economia e garantir empregos e oportunidades.

Expansão final dos poderes

Sob o risco de parecer estar falando besteira eu te digo que o Nacional Socialismo durará mais de 1 000 anos! [...] Não se esqueça como o povo riu de mim quinze anos atrás quando eu declarei que um dia governaria a Alemanha. Eles riem agora, de forma igualmente tola, quando eu digo que vou manter o poder!

— Adolf Hitler em uma entrevista para um correspondente britânico em Berlim, em junho de 1934.

Tendo alcançado poder legislativo e executivo total, Hitler e seus aliados iniciaram o processo de reprimir a oposição. O Partido Social Democrata foi banido e seus bens apreendidos. Enquanto várias lideranças de sindicatos estavam em Berlim para as atividades do Dia de Maio, soldados das SA atacaram escritórios dos líderes de sindicatos por todo o país. Em 2 de maio de 1933 todos os sindicatos foram dissolvidos e seus presidentes foram presos. Muitos foram enviados para os recém abertos campos de concentração, onde os nazistas passaram a aprisionar os seus oponentes políticos. A

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Frente Alemã para o Trabalho, uma organização que visava representar todos os trabalhadores, administradores e donos de companhias, foi criada refletindo o conceito nazista de Volksgemeinschaft ("comunidade do povo").

Em 1934, Hitler se tornou o Chefe de Estado da Alemanha sob o título de Führer und Reichskanzler ("Líder e Chanceler do Reich").

Ao fim de junho, vários partidos, não só de esquerda, passaram a ser dissolvidos. Isto incluiu o antigo parceiro de coalizão dos Nazistas, o DNVP; com a ajuda dos paramilitares da SA, Hitler forçou o seu líder, Alfred Hugenberg, a renunciar em 29 de junho. Duas semanas depois, o Partido Nazista foi declarado o único partido legal na Alemanha. A ascensão da SA como uma força política e militar causava ansiedade entre as elites militares, industriais e políticas na Alemanha. Em resposta, Hitler decidiu expurgar a liderança da SA na chamada "Nacht der langen Messer" (a "Noite das facas longas"), que aconteceu de 30 de junho a 2 de julho de 1934. Hitler mirou no seu velho amigo Ernst Röhm e em outros líderes da SA que, junto com outros adversários políticos (como Gregor Strasser e Kurt von Schleicher), foram presos e executados. Enquanto várias nações e muitos alemães ficaram chocados com os assassinatos, a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial maioria da população da Alemanha acreditava que estas ações eram simplesmente Hitler restaurando a ordem no país. O presidente Hindenburg, então prestes a completar 87 anos de idade, ficou desorientado ao ser informado sobre o massacre.

Em 2 de agosto de 1934, o presidente Paul von Hindenburg faleceu. No dia anterior, o gabinete de governo aprovou a "Lei sobre o Mais Alto Cargo do Reich", que afirmava que, caso Hindenburg morresse, o cargo de presidente seria abolido e seus poderes seriam fundidos aos do chanceler da Alemanha. Hitler, então, tornou-se tanto chefe de estado quanto de governo, sendo formalmente chamado agora de Führer und Reichskanzler ("Líder e Chanceler"). Assim, ele derrubou o único remédio legal que poderia remove-lo do cargo. Sua ditadura estava agora firmemente estabelecida.

Como chefe de estado, Hitler se tornou o comandante em chefe das forças armadas. O tradicional juramento de lealdade feito pelos militares passou a ser um voto de lealdade pessoal a Hitler. Em 19 de agosto, a fusão da presidência e da chancelaria foi aprovada por quase 90% da população mediante plebiscito.

Estandarte pessoal de Adolf Hitler.

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No começo de 1938, Hitler usou de chantagem para consolidar seu poder sobre os militares instigando o Caso Blomberg-Fritsch. Hitler forçou seu ministro da guerra, o marechal Werner von Blomberg, a renunciar usando um dossiê que dizia que a nova esposa de Blomberg já tinha sido uma prostituta. O comandante do exército, o coronel- general Werner von Fritsch foi removido do seu cargo também após a Schutzstaffel (SS) produzir alegações de que ele tinha tido uma relação homossexual no passado. Na verdade, ambos estes homens haviam caído em desgraça com Hitler quando eles se opuseram a ordem do Führer para a Wehrmacht se preparar para uma guerra até 1938.Hitler substituiu o ministério da guerra pelo Oberkommando der Wehrmacht (OKW, ou "Alto Comando das Forças Armadas"), sob a chefia do general Wilhelm Keitel. No mesmo dia, dezesseis generais foram demitidos dos seus cargos e outros quarenta e quatro foram transferidos; todos estes homens eram suspeitos de não serem tão pró-nazismo. Em fevereiro de 1938, mais doze generais foram afastados dos seus cargos.

Hitler queria dar a sua ditadura toda a aparência de legalidade. Várias das leis que ele passou eram protegidas pelo Decreto do Incêndio do Reichstag e assim respeitando o Artigo 48 da Constituição de Weimar. O Parlamento renovou a Lei de Habilitante mais duas vezes,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial cada uma por um período de quatro anos. Enquanto eleições para o Reichstag continuaram (em 1933, 1936 e 1938), era apresentado aos eleitores uma lista com candidatos nazistas e pró-nazistas, que levaram em cada eleição pelo menos 90% dos votos válidos. Ação não era secreta; os nazistas ameaçavam com duras represálias quem votasse contra ou aqueles que pretendessem não votar.

Ditador da Alemanha: Economia e cultura

Uma cerimônia em honra aos mortos (Totenehrung) feita no Salão da Honra (Ehrenhalle) na área de desfile do partido nazista, em Nurembergue, setembro de 1934.

Em agosto de 1934, Hitler nomeou o presidente do Reichsbank, Hjalmar Schacht, como o novo Ministro da Economia e no ano seguinte, iniciou os processos de reforma econômica para preparar o país para a guerra. A reconstrução e rearmamento do país foram financiados pelas leis Mefo-Wechsel, imprimindo dinheiro e tomando bens de pessoas presas como inimigos do Estado, incluindo milhares de judeus. O número de desempregados caiu de seis milhões em 1932 para

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial menos de um milhão em 1936. Hitler supervisionou um extenso programa de reorganização e melhorias da infraestrutura da Alemanha, levando a construção de represas, autobahns, ferrovias e outras obras públicas. De início os salários caíram no final da década de 1930, enquanto o custo de vida aumentou. Porém a média salarial voltou a subir em 1939, com o alemão comum trabalhando com uma jornada de 47 a 50 horas semanais

O governo de Hitler patrocinou várias obras de arquitetura em imensa escala. Albert Speer, instrumental em implementar a reinterpretação do Führer da cultura alemã, foi colocado na liderança da proposta de renovação arquitetônica de Berlim. Em 1936, Hitler participou da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão na capital alemã.

Rearmamento e novas alianças

Em 3 de fevereiro de 1933, durante uma reunião com a liderança militar alemã, Hitler falou que a "conquista do Lebensraum no Leste e a implacável Germanização" eram seus objetivos principais de política externa. Em março, o príncipe Bernhard Wilhelm von Bülow, secretário do Auswärtiges Amt (Ministério de Relações Exteriores), emitiu uma declaração dos principais objetivos de política externa do país: o Anschluss com a Áustria, a restauração

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial das fronteiras nacionais de 1914 da Alemanha, rejeição de todas as restrições militares impostas pelo Tratado de Versalhes, devolução das colônias alemãs na África e a criação de uma zona de influência alemã na Europa Oriental. Hitler achava, na verdade, os objetivos de Bülow modestos demais. Em discursos feitos na época, ele afirmou que suas políticas eram pacíficas e estava disposto a trabalhar dentro dos acordos internacionais.ua primeira reunião de gabinete em 1933, Hitler priorizou aumento de gastos com os militares.

Adolf Hitler e Benito Mussolini (direita) se encontrando em 1943. A Itália e a Alemanha assinaram um acordo de cooperação e aliança em outubro de 1936.

Hitler retirou a Alemanha da Liga das Nações e da Conferência para o Desarmamento em Genebra em outubro de 1933. Em janeiro de 1935, mais de 90% da população de Saarland, até então sob administração da Liga das Nações, votou num plebiscito por se unir a Alemanha. Em março, Hitler anunciou que a Wehrmacht seria expandida para mais de 600 000 membros — seis vezes mais que o número permitido pelo Tratado de Versalhes — incluindo o desenvolvimento de uma nova força aérea (Luftwaffe) e o aumento da marinha de guerra (Kriegsmarine). O Reino Unido, a França, a Itália e outros países da Liga das Nações protestaram contra o

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial rearmamento alemão em violação do tratado, mas nada fizeram para impedi-lo. O Acordo Naval Anglo-Germânico de 18 de junho de 1935 permitiu que a tonelagem da marinha alemã aumentasse para 35% daquele da marinha britânica. Hitler chamara tal acordo com os ingleses de "o melhor dia da minha vida", acreditando que este acordo seria o primeiro passo para a aliança anglo- germânica que ele havia previsto no Mein Kampf. A França e a Itália não foram consultadas a respeito deste entendimento, minando diretamente a Liga das Nações e jogando o Tratado de Versalhes no caminho da irrelevância.

Sob ordens do Führer, a Alemanha reocupou a zona desmilitarizada da Renânia em março de 1936, em uma nova violação direta do Tratado de Versalhes. Hitler também enviou tropas para a Espanha em apoio ao General Franco durante a sangrenta guerra civil espanhola após receber um pedido de ajuda dos nacionalistas espanhóis em julho de 1936. Ao mesmo tempo, Hitler continuou com seu esforço de criar uma aliança Anglo-Germânica. Em agosto de 1936, em resposta a um princípio de crise econômica devido aos gastos com o rearmamento, Hitler ordenou que Göring implementasse o Vierjahresplan ("Plano de Quatro Anos") para preparar a Alemanha para a guerra nos próximos

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial quatro anos. Plano previa uma luta total entre os "Judeus- Bolchevistas" e o nazismo alemão, onde Hitler pretendia prosseguir com o rearmamento do país independente do custo econômico.

O conde Galeazzo Ciano, ministro de relações exteriores do governo de Benito Mussolini, declarou um eixo Alemanha e Itália, e em 25 de novembro de 1936, os alemães assinaram o Pacto Anticomintern com o Japão. Reino Unido, China, Itália e Polônia também foram convidados para se unir a este pacto, que tinha como propósito defender as nações do comunismo, mas apenas os italianos aceitaram, assinando o acordo em 1937. Hitler abandonou seu plano de uma aliança Anglo-Germânica, culpando a "inadequada" liderança política britânica.

Em uma reunião na Chancelaria do Reich com seus ministros de estado e chefes militares, em novembro de 1936, Hitler voltou a falar de suas intenções de estabelecer o Lebensraum para o povo alemão. Ele ordenou que preparações fossem feitas para uma guerra no leste, para começar, no mais cedo, em 1938 ou no mais tardar em 1943. Ele acreditava que a queda no padrão de vida na Alemanha como resultado de uma crise econômica poderia apenas ser parada por uma agressão militar para anexar a Áustria e ocupar a Tchecoslováquia. Hitler exigiu ações rápidas antes que a França e o Reino

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial

Unido passassem a frente na corrida armamentista. No começo de 1938, na sequência do Caso Blomberg- Fritsch, Hitler tomou controle total do aparato das políticas externas e militares, apontando a si mesmo como Oberster Befehlshaber der Wehrmacht ("comandante supremo das forças armadas"). De 1938 em diante, Hitler fazia uma política externa que, em última análise, destinava-se à guerra.

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Segunda Guerra Mundial: Sucessos diplomáticos iniciais

Aliança com o Japão

Hitler e o ministro de relações exteriores japonês, Yōsuke Matsuoka, em uma reunião em Berlim em março de 1941. Entre os dois pode ser visto Joachim von Ribbentrop.

Em fevereiro de 1938, seguindo o conselho do seu novo ministro de relações exteriores, o conde Joachim von Ribbentrop, Hitler começou a encerrar a Aliança Sino- Alemã com República da China para então firmar uma maior cooperação com o mais poderoso e moderno Império do Japão. Hitler anunciou que reconhecia a região de Manchukuo, o estado fantoche ocupado pelos japoneses da Manchúria, e que renunciava as reivindicações sobre as antigas colônias alemãs na Ásia, que foram ocupados pelo Japão após a primeira guerra mundial. O führer alemão ordenou o fim do envio de carregamentos de armas para a China e chamou de volta todos os oficiais alemães trabalhando com o exército chinês. Em retaliação, o general Chiang Kai-shek (de facto líder da China) cancelou todos os acordos

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial econômicos entre os países, privando a Alemanha de muitas matérias primas vindas necessárias.

Áustria e Tchecoslováquia

Em 12 de março de 1938, Hitler anunciou a unificação da Áustria com a Alemanha Nazista (o Anschluss). A anexação austríaca foi rápida e sem percalços. Ele então virou sua atenção para a população etnicamente alemã na região dos Sudetos na Tchecoslováquia.

Entre 28 e 29 de março de 1938, Hitler teve várias reuniões secretas em Berlim com Konrad Henlein do Sudetendeutsche Partei, o maior partido pan-germânico dos Sudetos. Os dois concordaram que Henlein passaria a exigir do governo tchecoslovaco mais autonomia para os alemães dos Sudetos, assim dando um motivo para intervenção militar alemã no país. Em abril de 1938, Henlein disse para o ministro de relações exteriores da Hungria que "não importa o que o governo tcheco ofereça, ele aumentaria as exigências [...] ele queria sabotar um entendimento de toda a forma porque essa era a única maneira de explodir a Tchecoslováquia rapidamente". Em privado, Hitler considerava a região dos sudetos como não muito importante; seu principal objetivo era conquistar

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial a Tchecoslováquia e tomar o controle de sua forte indústria.

Outubro de 1938: Hitler (em pé na sua Mercedes) sendo saudado pela população de Cheb, na parte de maioria alemã do Sudetos na região da Tchecoslováquia, que foi anexada a Alemanha após a assinatura do Acordo de Munique.

Ainda em abril de 1938, Hitler ordenou que o quartel- general das forças armadas (o OKW) preparasse um plano, o Fall Grün ("Caso Verde"), para a invasão da Tchecoslováquia. Como resultado de intensa pressão diplomática por parte dos franceses e britânicos, a 5 de setembro, o presidente tchecoslovaco Edvard Beneš anunciou o "quarto plano" para reorganização constitucional do seu país, cedendo as exigências de Henlein a respeito da autonomia dos Sudetos. Alemães tchecos simpatizantes dos nazistas passaram então organizar protestos e ações contra o governo, enfrentando a polícia tcheca, forçando a declaração de lei marcial nos Sudetos.

A Alemanha dependia muito da importação de petróleo; então confronto com a Grã-Bretanha a respeito da Tchecoslováquia poderia resultar em um embargo de combustível aos alemães. Isso forçou Hitler a cancelar o

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial plano Fall Grün, que estava sendo planejado para outubro de 1938. 29 de setembro, Hitler, Neville Chamberlain, Édouard Daladier e Mussolini se reuniram em Munique e firmaram um acordo, que deu o controle dos distritos dos Sudetos para a Alemanha.

Chamberlain ficou satisfeito com os resultados da conferência de Munique, afirmando que significava "peace for our time" ("Paz para o nosso tempo"), enquanto Hitler estava irritado a respeito da oportunidade perdida para a guerra em 1938; ele expressou este desapontamento em um discurso feito em 9 de outubro em Saarbrücken. Segundo ele, a paz feita pelos britânicos, apesar de favorável para os termos alemães, foi uma derrota diplomática que estragou seus planos de limitar o poder britânico na Europa Continental para abrir caminho para o poder da Alemanha no leste. Como resultado da Conferência de Munique, Hitler foi nomeado pela revista Time como o "Homem do Ano" de 1938.

Ao fim de 1938 e começo de 1939, para evitar uma crise econômica, devido aos altos gastos do governo, Hitler anunciou cortes no orçamento de defesa. No seu discurso de "Exportar ou Morrer" de 30 de janeiro de 1939, ele anunciou seus planos de aumentar as exportações da Alemanha e o comércio internacional para pagar pelas tão necessárias matérias primas (como minério de ferro) para

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial completar a reconstrução das forças armadas. Ao fim da década de 1930, a economia alemã voltou a crescer com força total e sua indústria se tornou uma das mais poderosas do mundo, com a Alemanha retomando seu posto de grande centro tecnológico e de inovação.

Em 15 de março de 1939, em violação do Acordo de Munique, Hitler ordenou que a Wehrmacht invadisse Praga e ocupassem a Boêmia e a Moravia, proclamando a criação de um protetorado na região. Um dos motivos desta invasão era a necessidade crônica de matérias primas para suprir a economia alemã e impedir uma nova crise.

Começo da Segunda Guerra Mundial

Em discussões privadas em 1939, Hitler declarou que o Reino Unido era o principal inimigo do país e que a Polônia deveria ser obliterada como preludio para a guerra com os ingleses. O flanco leste da Alemanha tinha que estar seguro e terras da Lebensraum adicionadas ao país. Em 31 de março de 1939, o governo britânico "garantiu" apoio para um Estado polonês independente e isso irritou os nazistas. Hitler afirmou: "Vou preparar-lhes uma bebida do diabo". Em um discurso em Wilhelmshaven para o lançamento do navio de guerra Tirpitz, em 1 de abril, ele ameaçou romper o Acordo Naval

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Anglo-Germânico se os britânicos continuassem a dispensar apoio para os poloneses, numa política que ele descreveu como um "cerco". Para os nazistas, a Polônia deveria virar um estado satélite alemão ou deveria ser neutralizada para garantir a segurança do flanco esquerdo do Reich para impedir um bloqueio inglês. Hitler inicialmente favorecia a ideia de criar estados satélites nas fronteiras, mas após a rejeição do governo polonês para algum tipo de acordo, ele decidiu que iria invadir o país e fez disso seu objetivo de política externa para 1939. Em 3 de abril, Hitler ordenou que as forças armadas preparassem um plano, o Fall Weiss ("Caso Branco"), para atacar a Polônia. Em um discurso para o Reichstag, em 28 de abril, ele renunciou tanto o Acordo Naval Anglo- Germânico como o Pacto de não agressão germano- polonês.

Hitler e o marechal de campo Walther von Brauchitsch em 1939.

Hitler estava preocupado que um ataque militar contra a Polônia poderia causar uma guerra prematura contra o Reino Unido.[232][235] O ministro de relações exteriores da Alemanha e ex embaixador em Londres, Joachim von Ribbentrop, garantiu que nem a Grã- Bretanha ou a França iriam honrar seus acordos para proteger a Polônia.[Assim, em 22 de agosto de 1939,

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Hitler ordenou uma mobilização militar contra os poloneses.

O plano de invasão da Polônia necessitava do apoio tácito da União Soviética, a principal potência do leste europeu. É firmado então um pacto de não-agressão entre os alemães e os soviéticos (o Pacto Molotov-Ribbentrop), que também firmava, com o ditador russo Joseph Stalin, um acordo secreto para partição do território polonês entre as duas nações. Ao contrário do que Ribbentrop havia previsto, contudo, os britânicos assinaram um tratado de aliança com a Polônia, em 25 de agosto de 1939. Isso, junto com notícias de que a Itália de Mussolini não iria honrar o Pacto de Aço para ajudar a Alemanha, fez com que Hitler adiasse seus planos para fazer guerra, de 25 de agosto para 1 de setembro.[ Hitler não conseguiu garantir a neutralidade britânica ao oferecer a Londres um pacto de não-agressão em 25 de agosto; ele então instruiu Ribbentrop para apresentar um plano de paz de última hora numa tentativa de botar a culpa da guerra na inação polonesa e britânica.

Em 1 de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia pelo oeste sob o pretexto de que lhes havia sido negado acesso a Cidade Livre de Danzig e ao território do Corredor polonês, regiões que pertenciam aos alemães antes do Tratado de Versalhes. Em resposta, o Reino

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Unido e a França declararam guerra à Alemanha em 3 de setembro, surpreendendo Hitler. O ditador alemão teria então se irritado com Ribbentrop e se virou para ele e gritou "E agora?" Para sua sorte, os britânicos e franceses não agiram imediatamente, e em 17 de setembro, tropas soviéticas invadiram a Polônia pelo leste.

Hitler em revista as tropas alemãs durante a invasão da Polônia, em setembro de 1939.

A Polônia foi conquistada em apenas um mês. O que se seguiu foi um período chamado de "Guerra de Mentira" ou Sitzkrieg ("guerra sentada"). Hitler instruiu então que os dois Gauleiters da Polônia, Albert Forster (do Reichsgau Danzig Westpreußen) e Arthur Greiser (do Reichsgau Wartheland), a iniciar o processo de "germanização" dos territórios ocupados, "sem querer saber" como isso seria alcançado. Os alemães então começaram um brutal processo de limpeza étnica contra a população polonesa, mirando especialmente na população judaica local.] Greiser reclamou com Hitler que Forster estava aceitando milhares de poloneses como "racialmente" alemães, ameaçando a "pureza racial" pregada pelo nazismo. Hitler não se interessou em se envolver. Esse tipo de inação fazia parte de um dos estilos de trabalhar do Führer: Hitler dava instruções vagas e

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial esperava que seus subordinados agissem em suas próprias políticas.

Outra disputa começou com Heinrich Himmler e Greiser, que advogavam políticas de limpeza racial, contra Hermann Göring e Hans Frank (Governador do Governo Geral da Polônia ocupada), que queriam transformar o território polonês no "celeiro" do Reich, utilizando mão de obra local escrava. Em 12 de fevereiro de 1940, Hitler decidiu por favorecer a visão de Göring e Frank, que terminou com as deportações em massa que não eram boas para a economia. A partir de maio de 1940, milhares de poloneses passaram a ser usados como escravos para suprir a máquina de guerra da Alemanha. Hitler elogiou os planos de Himmler e iniciou uma política para lidar com os judeus na Polônia, dando início ao Holocausto em território polonês.

Hitler durante sua visita a cidade de Paris, logo após a queda da cidade. Ele está acompanhado por Albert Speer (esquerda) e o escultor Arno Breker (direita), em 23 de junho de 1940.

No começo de 1940, Hitler começou a engrossar as defesas no oeste da Alemanha e a convocar tropas para campanhas militares. Em abril, forças alemãs invadiram e tomaram de assalto a Noruega e a Dinamarca. No dia 9

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial desse mês, Hitler proclamou o Grande Reich Germânico, sua visão de um império unificado de todas as nações germânicas da Europa, com os holandeses, flamengos e escandinavos se juntando a política de "pureza racial" sob a liderança alemã. Em maio de 1940, a Alemanha atacou a França, e conquistou Luxemburgo, a Holanda e a Bélgica. Essas vitórias convenceram Mussolini a trazer a Itália para a guerra ao lado dos alemães a 10 de junho. Sem alternativa, os franceses decidiram pedir a cessação das hostilidades. A França e a Alemanha assinaram um armistício em 22 de junho. Arthur Greiser afirmou que a popularidade de Hitler – e o apoio a guerra – dentre o povo alemão chegou ao seu auge em 6 de julho de 1940, quando Hitler voltou para Berlim após visitar Paris. Milhares de pessoas foram nas ruas para saudar o Führer. As vitórias rápidas nas frentes de batalha, Adolf Hitler promoveu doze generais para a patente de marechal de campo.

Os britânicos, cujas tropas foram derrotadas na batalha de Dunquerque e tiveram que evacuar de forma desesperada da França através da operação Dínamo, continuaram a lutar na Batalha do Atlântico junto com seus Domínios ultramarinos. Hitler chegou a fazer propostas de paz para o líder britânico, Winston Churchill, mas este rejeitou, jurando lutar até a morte. Irritado, Hitler ordenou

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial uma série de ataques aéreos para destruir as bases da força área britânica e seus postos de radar no sul da Inglaterra. A Luftwaffe (força aérea nazista) falhou em derrotar a aviação inglesa no que ficou conhecido como "a Batalha da Grã-Bretanha". No fim de outubro de 1940, Hitler percebeu que já não dava mais para garantir a superioridade aeronaval sobre a Inglaterra e decidiu por adiar indefinidamente a invasão das ilhas britânicas (a Operação Leão Marinho), e então ordenou uma enorme campanha de bombardeios aéreos punitivos contra várias cidades britânicas, como Londres, Plymouth e Coventry.

Em 27 de setembro de 1940, o Pacto Tripartite foi assinado em Berlim com Saburō Kurusu do Império do Japão, Hitler e o ministro de relações exteriores italiano, Galeazzo Ciano. O acordo de cooperação se expandiu, abrangendo a Hungria, a Romênia e a Bulgária, formando o Eixo. A tentativa de Hitler de integrar a União Soviética ao bloco anti-britânico falhou em novembro. Então, em busca de novas regiões para conquistar novas matérias primas (principalmente minério de ferro e petróleo), foi iniciado o planejamento de invasão do território soviético.

Na primavera de 1941, a guerra ia bem para a Alemanha e a popularidade de Hitler estava mais alta do que nunca. A Wehrmacht enviou o Afrika Korps para o norte da África para tomar a região e abrir caminho para

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial um ataque ao Oriente Médio. Em fevereiro, os alemães chegaram na Líbia para apoiar os italianos. Em abril, Hitler mandou tropas para os Bálcãs e invadiu a Iugoslávia, movendo-se logo em seguida para conquistar a Grécia. Por ordens do Führer, os alemães ajudaram os iraquianos a lutar contra os britânicos e depois invadiram e conquistaram a ilha de Creta.

Caminho para a derrota

Em 22 de junho de 1941, quebrando o Pacto de não agressão firmado em 1939, cerca de 4 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética. Esta ofensiva (codinome Operação Barbarossa) tinha como objetivo destruir o Estado soviético e assumir o controle dos seus abundantes recursos naturais para alimentar a máquina de guerra nazista contra o Ocidente. O ataque inicial foi um sucesso, com as forças alemãs conquistando várias regiões, incluindo a região Báltica, a Bielorrússia e o oeste da Ucrânia. Em agosto de 1941, as forças do Eixo avançaram mais de 500 km dentro do território soviético. Logo após as tropas nazistas terem derrotado o exército vermelho na Batalha de Smolensk, Hitler ordenou que o Grupo de Exércitos Centro temporariamente se detivesse nas cercanias de Moscou e enviou tropas para cercar Leninegrado e Kiev. Seus generais discordaram disso,

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial preferindo ter focado suas forças em avançar contra a capital russa. Hitler manteve-se irredutível e as lideranças militares da Wehrmacht começaram a questionar a estratégia da guerra. Esta parada deu tempo para o exército soviético se reorganizar e mobilizar suas reservas; a decisão de Hitler de atrasar o ataque contra Moscou é creditada como um dos maiores erros táticos do conflito. Em novembro de 1941 Hitler finalmente ordenou que a ofensiva contra Moscou recomeçasse mas o avanço terminou em desastre em dezembro.

Hitler na declaração de guerra contra os Estados Unidos no Reichstag, em 11 de dezembro de 1941.

Em 7 de dezembro de 1941, o Japão lançou um ataque contra a base americana de Pearl Harbor, no Havaí. Quatro dias mais tarde, Hitler declarou guerra contra os Estados Unidos. Seus conselheiros, como o seu ministro de relações exteriores, o conde Ribbentrop, tentaram dissuadi-lo disso, mas Hitler achava que confrontar os americanos poderia trazer apoio dos japoneses na sua luta contra a União Soviética, mas Tóquio estava ocupado demais lutando na Guerra do Pacífico. Para muitos historiadores, esta decisão foi mais um erro de cálculo de Hitler.

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Em 18 de dezembro de 1941, Himmler perguntou a Hitler, "O que fazer com os judeus da Rússia?" e recebeu como resposta: "als Partisanen auszurotten" ("extermine- os como partisans"). O historiador israelense Yehuda Bauer afirma que esta ordem é provavelmente a coisa mais perto que os acadêmicos chegaram de encontrar uma ordem específica de genocídio por parte do Führer durante o Holocausto

Em setembro de 1942, no norte da África, as forças alemãs foram derrotadas na segunda batalha de El Alamein, estragando os planos de Hitler de tomar o Canal de Suez e o Oriente Médio. Ainda superconfiante de suas capacidades devido as suas vitórias militares em 1940, Hitler começou a nutrir desconfiança do alto-comando do exército e começou a interferir com mais frequência nas decisões táticas, o que não foi bom para o esforço de guerra. Entre dezembro de 1942 e janeiro de 1943, Hitler se recusou a acatar qualquer conselho dado a ele e deu ordens para que o 6º Exército Alemão, preso em Stalingrado, no sul da Rússia, não se retirasse e lutasse até as últimas consequências. A decisão foi desastrosa, com as tropas alemãs sendo derrotadas e sofrendo pesadas baixas. Mais de 200 000 soldados do Eixo foram mortos e outros 235 000 foram feitos prisioneiros (incluindo 91 mil alemães). Após outro revés na Batalha

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial de Kursk, meses mais tarde, o julgamento de Hitler se tornou mais errático, com a posição econômica e militar alemã se deteriorando, assim como a própria saúde de Adolf Hitler.

Após a invasão aliada da Sicília em meados de 1943, Mussolini é removido do cargo de primeiro-ministro da Itália, após receber um voto de desconfiança do Grande Conselho do Fascismo, com apoio do rei Vítor Emanuel III. O marechal Pietro Badoglio assumiu o controle do governo e logo começou a negociar a rendição do seu país para os Aliados. Enfurecido, Hitler ordenou que a Wehrmacht invadisse a Itália, prologando os combates naquela nação. Enquanto isso, na frente leste, entre 1943 e 1944, os exércitos da União Soviética empurravam as forças de Hitler para trás. Em 6 de junho de 1944, os Aliados ocidentais abriram a tão esperada segunda frente, desembarcando no norte da França com uma grande invasão anfíbia, a Operação Overlord. Muitos oficiais do exército alemão concluíram então que a derrota era inevitável e que continuar sob a liderança de Hitler levaria a destruição completa da Alemanha.

Entre 1939 e 1945, vários alemães tentaram assassinar Hitler, fracassando todas as vezes. A maioria aconteceu dentro da Alemanha e a resistência alemã ganhou mais força com o passar do tempo, quando a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial derrota parecia mais eminente.Em 1944 foi organizado o atentado de 20 de julho, através da Operação Valquíria, planejado pelo coronel Stauffenberg que plantou uma bomba no quartel-general do Führer, a Toca do Lobo (Wolfsschanze), em Rastenburg. Hitler sobreviveu com alguns poucos ferimentos. Mais de 4 900 alemães foram mortos nas represálias nazistas.

Derrota e morte Ao fim de 1944, o exército vermelho e os Aliados Ocidentais (principalmente os Estados Unidos, o Reino Unido e a França Livre) continuavam avançando a todo o vapor contra a Alemanha. Paris havia sido libertada e o exército alemão havia quase que completamente sido expulso da França, da Bélgica e Holanda. Na Itália, as forças nazifascistas também recuavam para o norte, mas o principal perigo estava no leste, com Stalin tomando os países da Europa oriental um a um. Assim, reconhecendo a força e determinação dos soviéticos, Hitler decidiu que seria quebrando as linhas do inimigo no Ocidente que a maré da guerra poderia mudar em favor dos alemães. Ele então começou a planejar um ataque contra os americanos e ingleses16 de dezembro, os nazistas lançaram a Ofensiva das Ardenas para tentar desunir os Aliados e talvez convence-los assim a parar de lutar.

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial

Apesar de sucessos iniciais, a batalha das Ardenas terminou em fracasso e as últimas reservas de homens e máquinas da Alemanha foi perdida. O começo de 1945, a situação dos alemães era precária. Aviões aliados bombardeavam o país dia e noite, deixando várias cidades alemãs e seus principais centros industriais em ruínas. O exército estava em frangalhos e pouco podiam fazer a não ser recuar em todas as frentes de batalha. Hitler falou então no rádio ao povo alemão: “Mesmo sendo grave a crise neste momento, ela irá, apesar de tudo, ser domada por nossa vontade inalterável”. Hitler nutria esperanças de que a morte do presidente americano Franklin D. Roosevelt pudesse resultar em paz no Ocidente em 12 de abril de 1945, mas nada aconteceu e a determinação dos Aliados permaneceu forte. Agindo conforme sua visão de que os fracassos militares alemães significavam abrir mão do seu direito de sobreviver como nação, Hitler ordenou a destruição da infraestrutura industrial e tecnológica alemã, para que estes não caíssem em mãos dos Aliados. O ministério dos armamentos, sob a liderança de Albert Speer, recebeu ordens de adotar uma política de terra arrasada, mas tais instruções secretamente não foram obedecidas.

Em 20 de abril, no seu aniversário de 56 anos, Hitler saiu pelo última vez do Führerbunker, em Berlim, para a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial superfície. No meio do jardim arruinado da Chancelaria do Reich, enquanto as bombas caiam, ele participou de uma cerimônia para entregar medalhas Cruz de Ferro para crianças soldados da Juventude Hitlerista, que agora eram (junto com a Volkssturm) a última linha de defesa alemã. Em 21 de abril, as tropas do marechal Georgy Zhukov derrotaram as forças do general Gotthard Heinrici na batalha de Seelow e começaram a atacar as cercanias de Berlim. Em negação da situação precária, Hitler acreditava que o destacamento Armeeabteilung Steiner, sob comando do general Felix Steiner, da Waffen SS, poderia vir do norte e se juntar ao 9º Exército, do general Theodor Busse, para atacar os russos em um movimento de pinça.

Durante uma conferência com seus líderes militares em seu bunker, em 22 de abril de 1945, Hitler perguntou se Steiner já tinha começado o seu ataque. Porém falaram a ele que a ofensiva sequer tinha começado e que as tropas soviéticas já estavam marchando por Berlim. Hitler pediu então para que todos exceto Wilhelm Keitel, Alfred Jodl, Hans Krebs e Wilhelm Burgdorf deixassem a sala e então começou a gritar irritado. Ele afirmou que a liderança das forças armadas eram incompetentes e traidoras e, pela primeira vez, declarou que "tudo estava perdido". Anunciou que permaneceria em Berlim até o

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial amargo final e não seria capturado vivo, preferindo se suicidar.

Em 23 de abril, o exército vermelho cercava completamente Berlim e já havia tomado alguns pontos estratégicos na cidade. Joseph Goebbels, agora praticamente o segundo no comando do III Reich, fez uma declaração para que o povo berlinense pegasse em armas para defender a cidade. No mesmo dia, Hermann Göring enviou um telegrama para Berchtesgaden, falando que Hitler estava isolado em Berlim e que ele, Göring, assumiria o comando da Alemanha afirmando que o Führer logo estaria incapacitado. Hitler respondeu ordenando a prisão de Göring e tirando dele todas as suas posições no governo. Em 28 de abril, Hitler descobriu que Heinrich Himmler, chefe das SS, havia deixado a capital oito dias antes e estava tentando negociar a paz com os Aliados Ocidentais. Ele ordenou que Himmler também fosse preso e autorizou a execução de Hermann Fegelein (o representante de Himmler no QG do Führer). Enquanto isso, Hitler (que naquela altura já tinha perdido a noção da realidade, movendo exércitos imaginários no seu mapa), ordenou que o general Walther Wenck atacasse e quebrasse o cerco a Berlim, mas ele foi detido em Potsdam e, contrariando ordens do Führer, retirou-se com seus soldados para o Oeste e, logo depois, rendeu-se aos

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial americanos, enterrando qualquer possibilidade de salvar a capital alemã.

Perto da meia-noite de 29 de abril, Hitler se casou com a sua amante de longa data Eva Braun em uma pequena cerimonia dentro do Führerbunker. Após um café da manhã com sua nova esposa, Hitler ditou seu testamento político para sua secretária particular Traudl Junge. O evento foi testemunhado e os documentos assinados por Krebs, Burgdorf, Goebbels e Martin Bormann. Logo depois, na parte da tarde, Hitler foi informado da execução de Mussolini, que havia sido preso e torturado antes de morrer, e depois teve seu corpo pendurado em praça pública para ser cuspido pela população. Isso aumentou a determinação de Hitler de se suicidar para evitar a captura e deu ordens específicas para que seu cadáver fosse queimado e seus restos escondidos.

A 30 de abril de 1945, as tropas soviéticas estavam a apenas algumas horas de marcha da Chancelaria do Reich. Hitler então cometeu suicídio com um tiro na cabeça e sua mulher, Eva Braun, ingeriu uma cápsula de cianeto. Seus corpos foram levados para fora do bunker no jardim atrás da Chancelaria, onde foram colocados dentro de uma cratera de bomba e encharcados em gasolina, enquanto nos arredores as bombas russas

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial caiam. Os corpos foram então incendiados. O almirante Karl Dönitz e o ministro Joseph Goebbels assumiram os postos de Hitler de Chefe de Estado e Chanceler, respectivamente.

Berlim se rendeu em 2 de maio. A Alemanha Nazista capitulou formalmente seis dias depois. O Dia da Vitória finalizou a guerra na Europa. Documentos nos arquivos soviéticos liberados após a dissolução da União Soviética afirmam que os restos mortais de Hitler, Braun, Joseph e Magda Goebbels (e os seus filhos), do general Hans Krebs e de Blondi (a cadela de Hitler) foram repetidamente enterrados e exumados. Em 4 de abril de 1970, um time de agentes da KGB usou mapas detalhados para exumar cinco caixas com ossos de uma fábrica da SMERSH em Magdeburgo. Os restos encontrados nestas caixas foram queimados, esmagados e dispersos, e depois jogados no rio Biederitz, um afluente do Elba. De acordo com o historiador Kershaw, os corpos de Hitler e Braun foram completamente queimados quando o exército vermelho chegou e apenas uma parte da mandíbula com a arcada dentária que poderia ter identificado o cadáver de Hitler sobrou.

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O Holocausto Se os financiadores judeus internacionais de dentro e fora da Europa forem bem sucedidos em mergulhar as nações mais uma vez numa guerra mundial, então o resultado não seria a bolchevização da Europa, e, assim, a vitória dos judeus, mas a aniquilação da raça judia da Europa!

Um vagão cheio de corpos fora de um crematório no campo de concentração de Buchenwald, em abril de 1945.

O Holocausto e a guerra da Alemanha no leste eram baseados na visão de longa data de Hitler de que os judeus eram os verdadeiros inimigos do Reich e do povo alemão e que o Lebensraum ("espaço vital") era necessário para a expansão da Alemanha. Ele focou no leste da Europa para a sua expansão, mirando em derrotar a Polônia e a União Soviética e então removendo os judeus e os eslavos. O Generalplan Ost ("Plano Geral Leste") previa a deportação da população da Europa oriental e da União Soviética para o oeste da Sibéria, para serem usados como mão de obra escrava ou para serem mortos; os territórios tomados seriam então ocupados por colonizadores alemães ou passariam por um processo de germanização. A ideia era implementar este plano após a

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial conquista da União Soviética, mas quando isso falhou Hitler antecipou os planos. Em janeiro de 1942, Hitler decidiu que os judeus, eslavos e outros deportados considerados "indesejáveis" seriam mortos. No mesmo ano, a cúpula nazista orquestrou a chamada "Solução Final" para o problema judeu, para exterminar todos os que o regime considerassem indesejáveis e inferiores.

A ordem, assinada por Hitler, autorizando a Aktion T4, datada de 1 de setembro de 1939.

O genocídio foi ordenado por Hitler e organizado por Heinrich Himmler e Reinhard Heydrich. Os arquivos da Conferência de Wannsee, que aconteceu em 20 de janeiro de 1942 e foi presidido por Heydrich, na presença de quinze oficiais de alta patente nazistas, mostram a prova definitiva de que o genocídio em massa (o Holocausto) foi sistemático e premeditado. Em 22 de fevereiro, Hitler afirmou: "nós iremos reganhar nossa saúde apenas eliminando os judeus". Apesar de nunca ter havido uma ordem direta e expressa de Hitler autorizando os assassinatos em massa, em seus discursos públicos, ordens dos seus generais e diários oficiais nazistas, demonstram que ele concebeu e autorizou o extermínio dos judeus da Europa. Ele autorizou as ações dos Einsatzgruppen — esquadrões da morte da SS que atuavam principalmente na Polônia, nos Bálcãs e na

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União Soviética — e estava ciente de todas as suas atividades. No verão de 1942, Auschwitz foi expandido para atender a um maior número de deportados para serem mortos ou escravizados. Campos de concentração, pequenos e grandes, começaram a aparecer pela Europa, com vários destes devotados primordialmente para o extermínio. Apenas em Auschwitz-Birkenau morreram mais de um milhão de pessoas.

Entre 1939 e 1945, a Schutzstaffel (SS), auxiliados por colaboradores dos países ocupados, foram os principais responsáveis pelos mais de onze milhões de mortos no Holocausto incluindo 5,5 a 6 milhões de judeus (ou quase dois terços da população judia da Europa), e 200 000 a 1 500 000 ciganos porajmos. As mortes aconteceram primordialmente em campos de concentração e de extermínio, nos guetos e em outras áreas de execução em massa. Muitas vítimas do Holocausto morreram em câmaras de gás, enquanto outros morreram de fomes, doenças ou maus tratos enquanto faziam trabalhos forçados. Além da eliminação dos judeus, os nazistas planejavam também acabar com a população (algo em torno de 30 milhões de pessoas) nos territórios ocupados através da fome em um plano chamado Hungerplan ("Plano Fome"). Os suprimentos de comida dos países eram desviados para alimentar o

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial exército alemão ou para os civis na Alemanha. Cidades seriam arrasadas e terras eram descartadas ou ocupadas com colonos alemães. Juntos, o Hungerplan e o Generalplan Ost levaram, por consequência, a fome de mais de 80 milhões de pessoas na União Soviética. Isso ajudou a cumprir os planos democídas e terminaram na morte de quase 19,3 milhões de civis e prisioneiros de guerra.

As políticas de Hitler resultaram na morte de pelo menos dois milhões de poloneses e mais de três milhões de prisioneiros de guerra soviéticos, comunistas, prisioneiros políticos, homossexuais, pessoas física e mentalmente deficientes, testemunhas de Jeová, adventistas e líderes de sindicatos. Hitler não falava publicamente a respeito dessas mortes e, até onde se sabe, nunca visitou um campo de concentração.

Adolf Hitler, o führer da Alemanha Nazista.

Os nazistas acreditavam no conceito de higiene racial. Em 15 de setembro de 1935, Hitler apresentou duas leis — conhecidas como Leis de Nuremberg — para o Reichstag. Tais leis baniam relações sexuais e casamentos entre arianos e judeus e depois foi expandido para incluir "ciganos, negros e suas crianças bastardas". A lei tirou a cidadania de todos os não-arianos e proibiu o

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial emprego de mulheres não-judias com menos de 45 anos em casas de famílias judiais. As políticas de eugenia de Hitler miravam crianças com deficiências ou que tiveram problemas de desenvolvimento em geral em um programa chamado de Kinder-Euthanasie e depois ele autorizou um programa de eutanásia para adultos com sérios problemas mentais e deficiências físicas no que ficou conhecido como Aktion T4.

Estilo de liderança

Hitler governava o partido nazista de forma autocrática ao afirmar sua Führerprinzip ("Princípio do Líder"). O princípio se baseava em lealdade absoluta dos subordinados aos seus superiores; ele via a estrutura do governo como uma pirâmide, com o próprio Hitler — o "Líder infalível" — no ápice. As posições dentro do partido não eram preenchidas mediante eleições mas sim as pessoas eram indicadas pelos superiores, que exigiam obediência completa a vontade do líder. O estilo de liderança de Hitler era dar ordens contraditórias aos seus subordinados e coloca-los em uma posição que seus deveres e responsabilidades se entrelaçavam uns com os outros, para ter "o mais forte completar o trabalho". Deste jeito, gerava desconfiança, competição e luta interna entre seus subordinados para consolidar e maximizar o seu

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial poder. O gabinete do líder nunca se encontrou até 1938 e ele desencorajava seus ministros de se encontrarem de forma independente. Hitler tipicamente quase nunca dava ordens por escrito, preferindo se expressar verbalmente ou passava os comandos através dos seus associados mais próximos, como Martin Bormann. Ele instruía Bormann com seus papéis, nomeações e finanças pessoais; Bormann usava sua posição para controlar o fluxo de informações e o acesso a Hitler.

Hitler dominou o esforço de guerra do seu país durante a Segunda Guerra Mundial em uma extensão muito superior ao dos outros líderes durante o conflito. Ele assumiu o posto de líder supremo das forças armadas em 1938 e subsequentemente foi responsável por muito da estratégia militar da Alemanha na guerra. Sua decisão de lançar uma série de campanhas militares rápidas contra a Noruega, a França, os Países Baixos e a Bélgica em 1940, contra a recomendação dos seus líderes militares, provou-se muito bem sucedida, apesar de seus esforços militares e diplomáticos para derrotar o Reino Unido tenham eventualmente falhado. Hitler se envolvia cada vez mais no esforço de guerra, apontando a si mesmo como o comandante em chefe do exército em dezembro de 1941; deste ponto em diante ele tomou controle da estratégia para sobrepujar a União Soviética, enquanto

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial seus comandantes militares na frente ocidental tinham um grau maior de autonomia. A liderança de Hitler se tornou cada vez mais desconexa com a realidade uma vez que a maré da guerra começou a se voltar contra a Alemanha, com a estratégia defensiva sendo prejudicada por seu processo lento de tomar decisões e frequentes diretivas para manter posições indefensáveis. Mesmo assim, ele continuava a acreditar que sua liderança levaria a vitória. Nos meses finais da guerra, Hitler se recusou a considerar negociações de paz, afirmando que a destruição completa da Alemanha seria um resultado mais preferível que a rendição. Os militares praticamente nunca desafiavam a dominância de Hitler sobre o esforço de guerra e os oficiais de patente mais graduada frequentemente expressavam apoio e confiança em sua liderança.

Legado O lado de fora do edifício que Hitler nasceu em Braunau am Inn, na Áustria, com um memorial em pedra para lembrar os horrores da Segunda Guerra Mundial.

A tradução diz:

"Pela paz, liberdade

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e democracia fascismo nunca mais milhões de mortos lembram"

O suicídio de Hitler é ligado por muitos contemporâneos como "um feitiço sendo quebrado". O apoio popular a Hitler havia colapsado no período próximo a sua morte e pouquíssimos alemães lamentaram seu falecimento; Kershaw afirma que a maioria dos civis e militares estavam ocupados demais se ajustando ao colapso do país ou fugindo da luta para demonstrar qualquer interesse no destino do führer ("líder"). De acordo com o historiador John Toland, o Nazismo "estourou feito uma bolha" sem seu líder.

As ações de Hitler e a ideologia nazista são quase que universalmente retratadas como gravemente imorais; de acordo com Kershaw, "nunca na história tanta ruína, imoralidade e maldade foi tão associada ao nome de um homem". O programa político de Hitler trouxe uma guerra mundial, deixou para trás devastação e pobreza pela Europa. A própria Alemanha sofreu muito e foi assolada pela destruição, caracterizada pelo termo Stunde Null ("Hora Zero"). As políticas do líder nazista infligiram a humanidade sofrimento em uma escala jamais vista; de acordo com R.J. Rummel, o regime nazista democida

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A História dos líderes da Segunda Guerra Mundial matou mais de 19,3 milhões de civis e prisioneiros de guerra. Além disso, 29 milhões de soldados e civis também morreram como resultado das ações militares durante o teatro de operações europeu da Segunda Guerra Mundial.

O número de civis mortos durante a segunda grande guerra foi sem precedentes na história do conflito humano e causou grande devastação no mundo. Historiadores, filósofos e políticos usam, normalmente, o termo "mal" para descrever o regime nazista. Muitos países europeus, incluindo a Alemanha, criminalizaram as ideologias nazistas e o negacionismo do holocausto.

O historiador Friedrich Meinecke descreveu Hitler como "um dos grandes exemplos do poder singular e incalculável da personalidade na vida histórica". O historiador inglês Hugh Trevor-Roper o via como "um dos 'simplificadores terríveis' da história, o mais sistemático, o mais histórico, o mais filosófico e ainda assim o mais grosseiro, cruel e menos magnânimo dos conquistadores que o mundo já conheceu". Já o acadêmico John M. Roberts, acha que a derrota de Hitler marcou o fim da história europeia dominada pela Alemanha. No seu lugar surgiu a Guerra Fria, uma grande deflagração entre o Bloco Ocidental, dominado pelos Estados Unidos e por nações da OTAN, e o Bloco do Leste, dominado pela

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União Soviética. O historiador Sebastian Haffner afirma que sem Hitler e o deslocamento dos judeus, o moderno Estado de Israel não teria existido. Sem o líder nazista, a descolonização das esferas de influência europeia pelo mundo teria acontecido bem mais tarde do que foi. Além disso, Haffner alega que Hitler teve um maior impacto do que qualquer outra figura histórica comparável, que causou grande impacto pelo mundo e drásticas mudanças no cenário geopolítico em um curto espaço de tempo.

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Autobiografia Meu nome é Miguel, nasci em 3 de janeiro de 2006, natural de Bagé - RS, morei dois anos em Caicó – RN, tenho 12 anos e vivo há 6 anos na cidade de Santiago.

Sou o irmão mais velho de Gabriel que tem 3 anos.

Gosto de jogar videogames, assistir filmes/seriados, ir ao cinema, comer pipoca, praticar esportes, gosto também de história e matemática

O meu pai que serve no Exército Brasileiro me inspirou a escrever este livro sobre a Segunda Guerra Mundial.

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2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Winston_Churchill

3) https://educacao.uol.com.br/biografias/winston- churchill.htm

4) https://www.todamateria.com.br/winston-churchill/

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8) https://pt.wikipedia.org/wiki/Benito_Mussolini

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9) https://historiadomundo.uol.com.br/idade- contemporanea/benito-mussolini.htm

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12) https://pt.wikipedia.org/wiki/George_S._Patton

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