2 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA O PDM da de Santo Antão, enquanto instrumento de ordenamento que rege a organização ––––––– espacial do território municipal, é o plano urbanístico de grau hierárquico superior, de natureza regulamentar, Decreto-Pres idêncial nº 4/2012 objecto de uma profunda e detalhada análise técnica multidisciplinar que constatou a sua conformidade em de 21 de Março termos de conteúdo material e documental, a compatibi- lidade com outros instrumentos de gestão territorial em Em reconhecimento pela sua valiosa contribuição para curso de elaboração, e com os já aprovados, mostrando-se o estreitamento das relações de amizade e de cooperação igualmente cumpridas todas as formalidades e disposi- entre a República francesa e a República de Cabo Verde ções legais aplicáveis. e, igualmente, pelo seu contributo pessoal em prol dos objectivas de desenvolvimento e progresso contínuos que Assim, o povo cabo-verdiano almeja: Vistos os pareceres emitidos pelas entidades públicas Usando da competência conferida pelos artigos 13º implicadas e competentes em razão da matéria; e 14º, alínea a) da Lei nº 54/II/85, de 10 de Janeiro, na redacção dada peto artigo 1º da Lei nº 18/V/96, de 30 de Ao abrigo do disposto no n.º 6 da Base XVII, conjugada (Dezembro, conjugado com disposto nos artigos 2º n° 2 com a Base XIII, do Decreto-Legislativo n.º 1/2006, de 13 e 3º, n° 1, alínea e) da Lei n° 23/III/87, de 25 de Agosto, de Fevereiro, alterado pelo Decreto Legislativo n.º 6/2010, na redacção dada pelo artigo 6º da Lei n° 18/IV/96, de de 21 de Junho. 30 de Dezembro; No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo O Presidente da República decreta o seguinte: 205.º e pelo n.º 3 do artigo 264.º da Constituição;

Artigo primeiro Manda o Governo, pela Ministra do Ambiente, Habi- tação e Ordenamento do Território, o seguinte: É condecorada, com a primeira Classe da Medalha de Mérito, S. Exª Marie Christine Glas, Embaixadora Artigo 1.º Extraordinária e Plenipotenciária da República francesa em Cabo Verde. Ratifi cação

Artigo segundo É ratifi cado o Plano Director Municipal (PDM) da Ribeira Grande de Santo Antão, cujo Regulamento, O presente Decreto Presidencial entra imediatamente Planta de Ordenamento e Planta de Condicionantes são em vigor. publicados em anexo à presente Portaria, da qual fazem parte integrante. Publique-se. Artigo 2.º Palácio da Presidência da República, na Praia, aos 20 de Março 2012. O Presidente, JORGE CARLOS DE Entrada em vigor ALMEIDA FONSECA. O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao ––––––o§o––––––– da sua publicação. Gabinete da Ministra do Ambiente, Habitação e Or- MINISTÉRIO DO AMBIENTE, HABITAÇÃO denamento do Território, na Cidade da Praia, aos 20 de E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO, Março de 2012. – A Ministra, Sara Maria Duarte Lopes

––––––– Regulamento do Plano Director Municipal da Ribeira Grande de Santo Antão Gabinet da Ministra CAPÍTULO I Portaria nº 12/2012 Disposições gerais de 21 de Março Artigo 1º Ratifi ca o Plano Director Municipal (PDM), da Ribeira Grande de Santo Antão. Âmbito e Objectivo

O Município da Ribeira Grande de Santo Antão, atra- 1. O Regulamento do Plano Director Municipal da vés dos seus órgãos competentes, aprovou e submeteu a Ribeira Grande de Santo Antão, adiante designado como este Ministério, para efeitos de ratifi cação, o Plano Direc- “Regulamento”, tem por objectivo estabelecer as regras a tor Municipal (PDM) da Ribeira Grande de Santo Antão. que deverão obedecer a ocupação, uso e transformação do I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 3 território municipal e defi nir as normas gerais de gestão xv) Carta Urbanística da Cidade da Ribeira urbanística a utilizar na implementação do Plano Direc- Grande; tor Municipal, adiante designado como “Plano”. xvi) Carta dos Equipamentos da Cidade da 2. Juntamente com a Planta de Ordenamento, o Regu- Ponta do Sol; lamento dá forma, em sede de ordenamento do território, à estratégia de desenvolvimento municipal. xvii) Carta Urbanística da Cidade da Ponta do Sol; 3. As disposições do Regulamento são aplicáveis na totalidade da área do território do Município xviii) Carta Urbanística da Povoação de ; e Artigo 2º xix) Carta Urbanistica da Povoação de Chã de Composição e Actualização Igreja/.

1. O Plano Director Municipal do Concelho da Ribeira 2. Para a defi nição dos condicionamentos à edifi cabili- Grande é composto por: dade, deverão ser sempre considerados cumulativamente os referentes à Planta de Ordenamento e à Planta de a) Peças escritas: Condicionantes, prevalecendo os mais restritivos.

i) Relatório de Caracterização e Diagnóstico; Artigo 3º

ii) Relatório do Resumo Executivo e Linhas Vinculação Orientadoras das Opções Estratégicas ; As disposições do Regulamento são de cumprimento iii) Relatório da Proposta do Plano; obrigatório em todas as intervenções de iniciativa pública e promoções de iniciativa privada e cooperativa. iv) Relatório Síntese do Plano Final; Artigo 4º v) Programa de Execução; e Vigência vi) Regulamento. O Plano tem a validade de 12 (doze) anos, contados b) Peças desenhadas: a partir da sua entrada em vigor, conforme artigo 108º do Decreto-Lei nº 43/2010 de 27 de Setembro, devendo i) Condicionantes; ser revisto no fi nal deste período, sem prejuízo da sua validade e efi cácia. ii) Planta Actualizada de Condicionantes; Artigo 5º

iii) Carta da Hipsometria; Complementaridade

iv) Carta da Orientação das Vertentes; 1. O presente Regulamento complementa e desenvolve a legislação aplicável no território do Município. v) Carta de Declives; 2. Os licenciamentos, aprovações e autorizações per- vi) Carta Litológica; mitidos neste Regulamento devem ser entendidos sem prejuízo das atribuições e competências cometidas pela vii) Carta de Áreas Protegidas; lei em vigor às demais entidades de direito público.

viii) Carta Base de Aptidão Agro Florestal; 3. Quando se verifi carem alterações à legislação em vigor referida neste Regulamento, as remissões expres- ix) Carta de Esboço Geológico; sas que aqui se fazem consideram-se automaticamente para as correspondentes disposições dos diplomas que x) Carta Base de Aptidão à Construção; substituem ou complementam os revogados e alterados.

xi) Planta da Situação Existente; Artigo 6º

xii) Planta da Proposta de Ordenamento; Hierarquia

xiii) Planta de Ordenamento; 1. O Plano Director Municipal é o instrumento orienta- dor dos planos urbanísticos de nível inferior que vierem xiv) Carta dos Equipamentos da Cidade da a ser elaborados, os quais deverão conformar-se com as Ribeira Grande; suas disposições. 4 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

2. O Plano Director Municipal deve conformar-se com desenvolvimento nacional, geralmente ligadas os Planos de hierarquia superior. às actividades portuárias, aeroportuárias, viárias e de transporte de água, energia e Artigo 7º telecomunicações;

Aplicação Supletiva g) Infraestruturas urbanas – sistema de redes que integram e qualifi cam uma urbanização Na ausência de outros planos urbanísticos, as disposi- (estradas, passeios, estacionamentos, espaços ções do Plano Director Municipal terão aplicação directa. canais, drenagem e tratamento das águas pluviais e residuais, recolha e tratamento Artigo 8º dos resíduos sólidos, urbanos, industriais e Defi nições hospitalares, distribuição de água, energia, telecomunicações). 1. Para efeitos deste Regulamento, são adoptadas as seguintes defi nições: i) Fogo – espaço habitacional de um agregado familiar; a) Altura da construção ou cércea - dimensão vertical da construção existente ou potencial, ii)Habitação – unidade de alojamento familiar; medida desde a cota de soleira até à linha inferior do beirado, platibanda ou guarda do iii)Índice de construção - quociente entre a área terraço; de construção e a área da parcela ou do lote;

b) Área de construção – valor numérico expresso iv)Índice de implantação - quociente entre a em m², resultante do somatório das áreas área de implantação e a área da parcela ou brutas de todos os pavimentos acima e abaixo do lote; do solo, medida pelo extradorso das paredes exteriores, com exclusão de sotãos e garagens h) Lote-terreno marginado por arruamento, em cave não-habitáveis, áreas técnicas e destinado a edifi cação, resultante de uma galerias exteriores públicas, arruamentos e operação de loteamento devidamente outros espaços de uso público cobertos pela licenciada; edifi cação; i) Parcela - terreno correspondente a um ou mais c) Área de implantação - área de terreno ocupada artigos cadastrais, que não tenha resultado pelas construções existentes ou potenciais, de uma operação de loteamento; numa dada parcela ou lote; j) Plataforma da estrada - conjunto das faixas d) Espaços verdes de utilização colectiva – espaços livres, entendidos como espaços exteriores, k) Pisos - valor numérico resultante do somatório enquadrados no verde urbano, que se prestam de todos os pavimentos acima do solo, com a uma utilização menos condicionada, a exclusão de sótãos, garagens em cave e áreas comportamentos espontâneos e a uma estadia técnicas; descontraída por parte da população utente. Inclui, nomeadamente, jardins, parques, l) Sistema autónomo de abastecimento de água - equipamentos desportivos a céu aberto e abastecimento de água potável, simplifi cado, praças, com exclusão dos logradouros privados para consumo individual privado; em moradias unifamiliares ou bifamiliares; m) Sistema autónomo de esgotos - drenagem e e) Equipamentos de utilização colectiva – áreas tratamento de esgotos em sistema simplifi cado afectas às instalações (inclui as áreas de utilização individual privada; ocupadas pelas edifi cações e os respectivos logradouros) destinadas à prestação de n) Sistema público de abastecimento de água - serviços às colectividades (saúde, ensino, captação, reserva, adutoras e distribuidoras administração, assistência social, segurança de água potável, de utilização colectiva e com pública, protecção civil, etc.), à prestação de exploração e gestão por entidade pública; serviços de carácter económico (mercados, feiras, etc.) e à prática de actividades o) Sistema público de esgotos - rede pública de culturais, de recreio e lazer e de desporto; colectores, instalações de tratamento e dispositivos de descarga fi nal, destinados à f) Infra-estruturas – plataformas logísticas descarga de esgotos, de utilização colectiva e ou conjunto sistematizado de unidades com exploração e gestão por entidade pública; económicas de produção e apoio aos sectores estruturantes e de vanguarda ao processo de p) Sistema privado de esgotos - rede de colectores, instalações de tratamento e dispositivos I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 5

de descarga fi nal, destinados à descarga c) Em banda – aquelas cuja edifi cação seja ligada de esgotos, de utilização colectiva e com uma às outras, em ambos os lados, formando exploração e gestão por entidade privada; grupos mais ou menos extensos de diversas unidades habitacionais; q) Sistema privado de abastecimento de água - captação, reserva, adutoras e distribuidoras d) Em conjunto – aquelas cuja edifi cação se de água potável, de utilização colectiva e com enquadre, harmonicamente, no conjunto exploração e gestão por entidade privada; habitacional projectado num dado núcleo ou centro urbano, permitindo ganhos de r) Sistema simplifi cado de abastecimento de água sinergias sócio - económicas e particularmente - abastecimento público de água potável, urbanísticas e de equipamentos públicos. através de sistemas locais, incluindo captação; CAPÍTULO II s) Sistema simplifi cado de esgotos - drenagem e tratamento de esgotos através de fossas Condicionantes, servidões e restrições de secas ventiladas, fossas sépticas seguidas de utilidade pública sistema de infi ltração ou redes de pequeno diâmetro, com tanques interceptores de lama, Artigo 9º de utilização colectiva; Âmbito e Objectivos t) Tipologia de habitação - caracterização dos fogos, ou dos edifícios, em termos de área, 1. Regem-se pelo disposto no presente título e legisla- funcionamento e morfologia. O tipo de fogo é ção aplicável, as servidões administrativas e restrições defi nido pelo número de quartos de dormir, de utilidade pública ao uso dos solos bem como as outras sendo identifi cado pela variável “Tx”, em que condicionantes delimitadas na Planta de Condicionantes “x” representa o número de quartos de dormir; Especiais.

u) Zona da estrada – corresponde ao terreno 2. As servidões e restrições de utilidade pública refe- ocupado por ela, abrangendo a faixa de ridas no ponto 1 do presente artigo, têm como objectivo: rodagem, as bermas e, quando existam, as a) A valorização do ambiente e a defi nição de valetas, passeios, banquetas ou taludes; limiares de equilíbrio ecológico; v) Zona non aedifi candi –área delimitada b) A valorização da estrutura da produção agrícola geografi camente onde é interdita qualquer e do coberto vegetal: espécie de construção; c) A valorização do património cultural e ambiental; x) Vias rurais - estradas e caminhos municipais não integradas nos espaços urbanos e d) O funcionamento e ampliação das urbanizáveis. infraestruturas; e 2. Em função do número de fogos ou unidades de alo- e) A segurança dos cidadãos. jamento as edifi cações classifi cam-se em: 3. As áreas, locais e bens imóveis sujeitos a servidões a) Moradia uni ou bifamiliar - 1 ou 2 fogos, providos administrativas ou restrições de utilidade pública no de acesso independente ao espaço exterior; e território abrangido pelo Plano e que têm representação gráfi ca, estão identifi cados e assinalados em planta es- b) Edifício de habitação colectiva - 2 ou mais fogos, pecífi ca com a designação de “Planta de Condicionantes com acesso ao exterior através de espaços de Especiais”, com legenda e grafi smos próprios. circulação comuns. 4. O regime jurídico das áreas, locais ou bens imóveis 3. Em função da forma de implantação nos respectivos a que se refere o número anterior é o decorrente da lotes, as edifi cações poderão ser: legislação específi ca que lhe seja aplicável, ou caso não a) Isoladas – aquelas cuja edifi cação seja exista, de normativa específi ca do presente Regulamento. completamente separada, por todos os lados Artigo 10º das estruturas vizinhas por logradouros, com ocupação no meio do lote, servindo, Condicionantes normalmente, uma ou mais famílias; No âmbito do presente Plano, defi niram-se as condi- b) Geminadas – aquelas cuja edifi cação seja cionantes especiais que a seguir se apresentam e que se ligada por um dos lados à estrutura vizinha, encontram cartografadas na Planta de Condicionantes permitindo logradouros mais amplos para a Especiais. mesma área de lote e construção; e 6 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

a) Zonas de Riscos correspondem às linhas de água despejos de matérias passíveis de contaminação de solos principais, secundárias, áreas de aluvião e de e águas. infi ltração preferencial, áreas declivosas e de duvidosa segurança geotécnica; 5. Nas zonas das linhas de água secundárias, áreas de aluvião e de infi ltração preferencial devem ser incenti- b) Áreas Protegidas correspondem aos Parque vadas as seguintes actividades: Natural de Moroços; a) Agrícolas e fl orestais; c) Parque Natural de , , (parcialmente incluído – b) Realização de obras de desobstrução e Ribeira da Torre - no Concelho da Ribeira conservação de linhas de água; Grande) e Reserva Natural de Cruzinha;e c) Medidas de controlo de enxurradas;e d) Servidões correspondem à Orla Marítima (80 m), Zona de Reserva e Protecção Turística, d) Plantação de galerias ripícolas e matas com Leito das Ribeiras, Áreas Delimitadas espécies autóctones. para Operações, Apoio e Protecção das Infra-estruturas e Equipamentos Públicos, 6. Nas zonas de duvidosa segurança geotécnica o li- designadamente portuárias, aeroportuárias, cenciamento de construção obedece às normas seguintes: sistemas de redes viárias e de transporte de água e energia, telecomunicações e espaços a) A edifi cação fi ca sujeita a obrigatoriedade de canais. elaboração de um estudo geológico / geotécnico Secção I que indique quais as soluções técnicas a adoptar de forma a assegurar a estabilidade Zonas de Riscos da referida edifi cação;e

Artigo 11º b) Nos casos em que a edifi cação se localize numa zona sujeita a derrocada, o seu licenciamento Linhas de água principais, secundárias, áreas de aluvião e fi ca sujeito à comprovação, através de um de infi ltração preferencial e áreas declivosas e de duvidosa segurança geotécnica estudo da envolvente, da inexistência de riscos de derrocada. 1. Nas Linhas de água principais são interditas todas as acções, de iniciativa pública ou privada, que se tra- Secção II duzam em diminuição do caudal de vazão, obstrução de Zonas de Protecção leito, regularização com recurso a soluções enterradas, construção de edifícios, despejos de matérias passíveis Artigo 12º de contaminação de solos e águas. Património Cultural 2. Nas linhas de água principais devem ser incentiva- das as seguintes actividades: Os valores patrimoniais do Concelho da Ribeira Grande de Santo Antão são constituídos pela totalidade dos mo- a) Agrícolas e fl orestais; numentos, conjuntos e sítios que, pelas suas caracterís- ticas, se assumem como valores de reconhecido interesse b) Realização de obras de desobstrução e histórico, arqueológico, artístico, científi co, técnico, social conservação de linhas de água; ou ambiental. A identifi cação destes elementos deverá ser objecto de um estudo específi co a submeter à aprovação c) Medidas de controlo de enxurradas; e da respectiva tutela. Logo que a listagem resultante desse estudo seja ofi cializada aplicar-se-ão as regras dos d) Plantação de galerias ripícolas. artigos seguintes.

3. Nas zonas das linhas de água secundárias, áreas de Artigo 13º aluvião e de infi ltração preferencial, todas as acções de iniciativa pública ou privada que se traduzam em dimi- Imóveis Classifi cados nuição do caudal de vazão, obstrução de leito, regulari- zação com recurso a soluções enterradas, construção de 1. O licenciamento de quaisquer obras de alteração edifícios e infraestruturas e destruição do coberto vegetal ou conservação nesses imóveis deverá ser precedido da são condicionadas à apresentação de estudo hidráulico e aprovação do respectivo projecto pela entidade com tu- paisagístico a aprovar pela Câmara Municipal da Ribeira tela do património arquitectónico e arqueológico e pelo Grande de Santo Antão. Município da Ribeira Grande.

4. Nas zonas das linhas de água secundárias, áreas 2. Estabelece-se desde já uma área de protecção de 50 de aluvião e de infi ltração preferencial são interditos os metros medidos das extremas dos imóveis classifi cados. I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 7

3. Nessa área de protecção, não é permitido executar c) Acções de promoção turística, educação quaisquer obras de demolição, instalação, construção ou ambiental, recreio rural e pequeno comércio reconstrução, em edifícios ou terrenos, sem parecer vin- para venda de produtos regionais. culativo da entidade com tutela do património arquitec- tónico e arqueológico e pelo Município da Ribeira Grande. Secção III

Artigo 14º Servidões

Artigo 16º Achados de Interesse Arqueológico

Orla Marítima 1. Sempre que em qualquer obra, particular ou não, se verifi carem achados arqueológicos, tal facto será comu- 1. A orla marítima é defi nida por uma faixa territorial nicado à Câmara Municipal, que procederá conforme a com largura de 80 metros, conforme Planta de Condicio- legislação aplicável. nantes Especiais, contados a partir da linha terrestre que limita a margem das águas do mar. 2. Qualquer intervenção em zonas com notícias de vestígios deverá ser precedida de trabalhos de prospec- 2. Estas áreas têm por objectivo a harmonização dos ção arqueológica, visando identifi car e delimitar o sítio regimes aplicáveis ao domínio hídrico. arqueológico. 3. O traçado dos acessos viários e pedonais deve obe- Artigo 15º decer aos seguintes princípios e regras:

Áreas Protegidas a) A manutenção ou regularização de acessos deve garantir o livre acesso ao litoral; 1. As áreas protegidas encontram-se assinaladas na Planta de Condicionantes Especiais e são as que constam b) A abertura de novos acessos à costa deve ser do número 2 do Artº. 10º. efectuada preferencialmente em troços perpendiculares à mesma, fi cando interdita 2. A classifi cação destas áreas tem por efeito possibili- a abertura e manutenção de troços paralelos tar a adopção de medidas que permitam a manutenção e sobre áreas sensíveis, nomeadamente sobre valorização das características das paisagens e a diver- as arribas; e sidade ecológica. c) Os acessos existentes podem ser condicionados ou 3. São interditos os seguintes actos e actividades: interditados, temporária ou defi nitivamente, sempre que esteja em causa a salvaguarda a) Corte da vegetação, excepto as decorrentes das dos sistemas naturais e a segurança de normais operações de gestão da área a defi nir pessoas e bens. por plano específi co; 4. Nesta área são interditos, além do disposto na classe b) Extracção de materiais inertes fora das zonas de espaço respectiva (Planta de Ordenamento), os seguin- licenciadasc) A instalação de indústria tes actos e actividades: pesada; a) A descarga de efl uentes; d) Serviços/Terciário; b) A instalação de indústrias pesadas; e) Comércio grossista; c) A instalação de Serviços/Terciário; f) O depósito de entulhos, sucata, produtos tóxicos ou perigosos, bem como resíduos de origem d) A instalação de equipamentos sociais; doméstica, industrial ou agro-pecuária; e e) A instalação de comércio grossista; g) A instalação de aterros sanitários. f) A extracção de materiais inertes fora das zonas licenciadas; 4. Todas as intervenções nestas áreas serão condicio- nadas a parecer da entidade da tutela. g) O depósito de entulhos, sucata, produtos tóxicos ou perigosos, bem como resíduos de origem 5. Devem ser incentivadas as seguintes actividades: doméstica, industrial ou agro-pecuária; e

a) Agrícola e fl orestal; h) A instalação de aterros sanitários.

b) Acções de benefi ciação da vegetação existente; e 5. Devem ser incentivadas as seguintes actividades: 8 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

a) Consolidação das arribas para salvaguarda da contados a partir do eixo da via para cada lado. Dentro segurança de pessoas e bens ou para protecção dos perímetros urbanos o afastamento será determinado de valores naturais e culturais; por Plano Urbanístico de ordem inferior.

b) Realização de obras tendentes à estabilização ou 3. Para as Estradas Municipais (Sistema Secundário) recuperação das praias;e a área de servidão e restrição à edifi cação é composta por faixa adjacente non aedifi candi ao longo da via com 15 m c) Realização de obras de desobstrução e contados a partir do eixo da via para cada lado. Dentro conservação de linhas de água. dos perímetros urbanos o afastamento será determinado por Plano Urbanístico de ordem inferior. 6. Nas zonas junto às arribas fi cam interditas as se- guintes acções: 4. Para os Caminhos Municipais e Outros Caminhos a área de servidão e restrição à edifi cação é composta por a) Construção de vias de acesso automóvel e novas faixa adjacente non aedifi candi ao longo da via com 10 m edifi cações;e contados a partir do eixo da via para cada lado. Dentro dos perímetros urbanos o afastamento será determinado b) Agricultura intensiva com instalação de culturas por Plano Urbanístico de ordem inferior. que contribuam para a vulnerabilidade do solo à erosão. Artigo 21º

7. A aprovação de qualquer actividade, uso, concessão Rede Rodoviária Proposta ou construção dentro desta orla marítima está sujeita ao disposto na Lei nº44/VI/2004, de 12 de Julho, relativa- 1. Para as vias da rede municipal a construir e inte- mente ao domínio público marítimo. gradas no sistema primário do Plano Director Municipal fi ca reservado um espaço-canal com 100 m de largura, Artigo 17º correspondente a 50 m para cada lado do eixo até à aprovação do respectivo projecto de execução ou entrada Área de Protecção aos Complexos de Antenas em vigor de plano de desenvolvimento urbano ou plano detalhado que os integrem. 1. Deverá ser preservada uma zona de libertação primária, constituída pela área que circunda imediata- 2. Para as vias da rede municipal a construir e inte- mente os limites dos complexos, até à distância máxima gradas no sistema secundário do PDM fi ca reservado um de 500m. espaço-canal com 20 m de largura, correspondente a 10 m para cada lado do eixo, até à aprovação do respectivo 2. A edifi cação nestas áreas fi cará sujeita a parecer projecto de execução ou dos planos de desenvolvimento vinculativo da entidade com tutela. urbano ou planos detalhados que os integrem. Artigo 18º Artigo 22º Servidão ao Aterro Sanitário Municipal Zonas de protecção aos nós e cruzamentos

1. É estabelecida uma área de servidão non aedifi candi Até à aprovação do respectivo projecto de execução não na faixa de 500 m de largura contados a partir da linha é permitida qualquer edifi cação nas zonas de protecção de delimitação da propriedade onde se integra. aos nós assinalados na planta de ordenamento e defi ni- das por um círculo com um raio de 50 m, com centro na 2. Nesta área de servidão não é permitida a abertura intersecção dos eixos das vias da rede municipal. de furos de captação de água de qualquer tipo. Artigo 23º Artigo 19º Zona de Reserva e Protecção Turística (ZRPT) Rede Eléctrica Área de Média Tensão Estas zonas fi cam sujeitas ao disposto na Lei nº 75/ A edifi cação nesta área fi cará sujeita ao parecer vin- VII/2010 de 23 de Agosto e aos Planos de Desenvolvi- culativo da entidade com tutela. mento Urbanístico aprovados. Artigo 20º CAPÍTULO III Rede Rodoviária Existente Uso dominante do solo 1. Conforme estipula o Decreto –Lei nº 26/2006 de 06 de Março o sistema viário nacional se decompõe em Artigo 24º Estradas Nacionais, Estradas Municipais e Caminhos. Classes de Espaços

2. Para as Estradas Nacionais (Sistema Primário), a 1. O território municipal classifi ca-se, para efeitos de área de servidão e restrição à edifi cação é composta por ocupação, uso e transformação, nas seguintes Classes de faixa adjacente non aedifi candi ao longo da via com 20 m Espaços, delimitadas na Planta de Ordenamento: I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 9

a) Espaços Urbanos Estruturantes (Existentes e Secção I Propostos); Espaços Urbanos Estruturantes b) Espaços de Uso Agrícola Exclusivo; Artigo 26º

c) Espaços Agro-silvo-pastoris; Caracterização e Regime Geral de Edifi cabilidade

d) Espaços Florestais; 1. Os Espaços Urbanos Estruturantes compreendem as seguintes categorias: e) Espaços Verdes de Protecção e Enquadramento; e a) Espaços Urbanos Estruturantes Existentes:e

f) Espaços Canais e Equipamentos. b) Espaços Urbanos Estruturantes Propostos.

2. As Classes de Espaços Urbanos Estruturantes 2. Os Espaços Urbanos Estruturantes estão delimita- compreendem mais do que uma categoria de espaços dos na Planta de Ordenamento e são constituídos pelos conforme defi nido na secção respectiva. solos urbanizados, pelos solos cuja urbanização é possível programar e pelos espaços que integram a estrutura eco- Artigo 25º lógica necessária ao equilíbrio do sistema urbano todos eles integrando os perímetros urbanos. Disposições Comuns à Edifi cabilidade 3. Os aglomerados urbanos que, pela sua reduzida Os seguintes critérios gerais de edifi cabilidade serão dimensão, não se encontram delimitados na Planta de adoptados em todas as classes de espaços: Ordenamento, correspondem a núcleos de edifi cações autorizadas e respectiva área envolvente, servidos por a) A normativa relevante é a dos instrumentos de arruamentos pavimentados ou que o Município prevê pa- gestão territorial de nível hierárquico inferior vimentar e dotados de rede de abastecimento domiciliário ao do Plano (Plano de Desenvolvimento de água ou tendo esta rede prevista. O perímetro urbano Urbano e/ou Plano Detalhado), sempre que correspondente é defi nido pelos pontos distanciados 50 m existam; das vias públicas onde termina a rede de abastecimento de água existente ou prevista e por uma linha imaginária b) Os índices de construção e implantação unindo e englobando as construções mais periféricas que constantes do presente regulamento são de distem menos de 50 metros umas das outras. aplicação directa ao lote ou parcela e incluem os anexos e garagens; 4. A implementação do Plano processar-se-á mediante a elaboração e aprovação de Planos de Desenvolvimento Urbano e Planos Detalhados, ou através de operações de c) Qualquer construção deverá obrigatoriamente loteamento de iniciativa pública ou privada e da execução ligar aos sistemas públicos de água e esgotos, das obras de urbanização necessárias, ou ainda através sempre que existam a uma distância não de projectos de construção em parcelas (edifi cadas ou superior a 100 m; não) que reúnam condições para o efeito. d) Quando a distância for superior a 100 m, 5. O dimensionamento dos Espaços Verdes de Utili- caberá à Câmara Municipal decidir sobre zação Colectiva, Equipamentos de Utilização Colectiva a obrigatoriedade de ligação, em função do e Infra-estruturas Viárias deverá observar os requisitos disposto especifi camente para cada classe seguintes: de espaço, do tipo de empreendimento e das condições objectivas da zona; a) Os parâmetros de dimensionamento de Espaços Verdes de Utilização Colectiva, Equipamentos e) A realização de operações de loteamento e de de Utilização Colectiva e Infra-estruturas construção isolada que, de acordo com o Viárias, a aplicar em operações de loteamento presente Regulamento, devam ser ligadas às que não estejam integradas em Plano de redes públicas de saneamento, no caso de estas Desenvolvimento Urbano ou Plano Detalhado não existirem, fi carão sempre dependentes de plenamente efi caz são os constantes dos programação municipal da sua instalação ou Quadros I e II; esta será executada a expensas do promotor da operação de loteamento; e b) Na elaboração de Planos de Desenvolvimento Urbano ou Planos Detalhados aplicam- f) A Câmara Municipal promoverá oportunamente se igualmente os parâmetros constantes a ligação das construções existentes às nos Quadros I e II (em anexo e como parte redes públicas de saneamento, quer sejam integrante do presente Regulamento), executadas por iniciativa pública, quer por podendo-se no entanto adoptar outros iniciativa privada. 10 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

critérios, quando devidamente justifi cados 8. Cabe aos promotores de loteamentos a construção tecnicamente, depois de sujeitos a aprovação das infra-estruturas necessárias nomeadamente: municipal e das demais entidades públicas; a) A construção de vias ou arruamentos de ligação c) Cabe aos promotores de loteamentos a obrigação à rede municipal ou nacional; de conceder áreas dotacionais mínimas previstas no presente regulamento; b) A construção das redes de saneamento básico, com a ligação à rede municipal quando for o d) O disposto nas alíneas anteriores não se caso; aplica aos casos abrangidos por Plano de Desenvolvimento Urbano ou Plano Detalhado, c) A construção das redes de abastecimento de quando os mesmos estabelecem um regime energia eléctrica, de telecomunicações e de próprio de dimensionamento; gás se for o caso; e

e) Os lugares de estacionamento mencionados d) A execução de obras de arranjo dos espaços no Quadro I referem-se genericamente aos exteriores públicos e privados. veículos ligeiros, sendo os veículos pesados objecto de menção expressa. Para o cálculo das 9. As obras de construção ou de urbanização só se áreas de estacionamento devem considerar- podem considerar terminadas quando todo o terreno se os critérios seguintes: veículos ligeiros = envolvente se encontrar limpo e concluídos os arranjos 20m² por lugar à superfície e 30m² por lugar exteriores. em estrutura edifi cada; veículos pesados = 75m² por lugar à superfície e 130m² por lugar em estrutura edifi cada. Os lugares de 10. É obrigatória a arborização e tratamento paisagís- estacionamento serão contabilizados dentro e tico adequados nas áreas envolventes das construções, vi- fora dos lotes; sando o enquadramento paisagístico e a fi xação de terras.

f) O perfi l tipo inclui a faixa de rodagem e os passeios. 11. O estacionamento de veículos deverá, sempre que Caso se adopte inclusão de estacionamento possível, prever-se no interior das construções ou do lote, ao longo dos arruamentos, devem aumentar- em área proporcional às necessidades de parqueamento se, a cada perfi l tipo, corredores laterais com e manobras de carga e descarga, nos termos seguintes: 2m (x2), 2,25m (x2) ou 2,5m (x2), consoante se trate de uso habitacional, de comércio a) O número mínimo de lugares de estacionamento e serviços, ou de industria e armazéns, em projectos de construção é calculado respectivamente; e segundo os parâmetros constantes do Quadro I do número 5, ou segundo os que decorram g) Quando se opte pela inclusão no passeio de de Plano de Desenvolvimento Urbano ou de um espaço permeável para caldeiras para Plano Detalhado efi caz; e árvores, deve aumentar-se a cada passeio 1m. Os valores do dimensionamento de áreas b) Podem constituir excepções ao número anterior destinadas aos arruamentos podem não ser as situações, em áreas urbanas consolidadas, aplicáveis em áreas urbanas consolidadas ou em que não seja possível a sua aplicação, sem com alinhamentos defi nidos, os quais podem prejuízo das compensações que o regulamento prevalecer. municipal preveja para o efeito, conforme legislação em vigor. 6. Não há lugar a cedências para arruamentos (rodovi- ários ou pedonais) e redes de abastecimento de água, de Artigo 27º esgotos, de electricidade, de gás e de telecomunicações, bem como para espaços verdes e outros espaços de utiliza- Espaços Urbanos Estruturantes Existentes ção colectiva, se o prédio a lotear já estiver servido pelas infra-estruturas necessárias à operação de loteamento ou 1. Os Espaços Urbanos Estruturantes Existentes são não se justifi car a localização de qualquer equipamento constituídos por espaços urbanos existentes, dispondo de público no dito prédio, fi cando então o proprietário obri- infra-estruturas e de equipamentos e serviços que garan- gado a pagar à Câmara Municipal uma compensação em tem um papel polarizador no território e são os seguintes: numerário, conforme constar de regulamento municipal apropriado, cujo cálculo se baseará nas áreas constantes a) Os delimitados na planta de ordenamento da alínea a) do número 5. incluídos nos perímetros urbanos;e

7. Os Planos de Desenvolvimento Urbano ou Planos b) Aqueles que pela sua dimensão não têm Detalhados podem prever regimes específi cos de compen- expressão gráfi ca à escala do PDM e se sação em numerário, pelo que poderão não se aplicar as defi nem, por isso, de acordo com os critérios regras constantes dos números anteriores. estabelecidos no número 3. do Artº 27º. I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 11

2. Os Espaços Urbanos Estruturantes Existentes f) Em casos especiais de reconstrução ou substituição destinam-se a uma ocupação predominantemente habi- os parâmetros máximos admitidos serão tacional, podendo integrar outros usos e funções, como os das alíneas anteriores ou poderão, em actividades terciárias, equipamentos, comércio, turismo alternativa, ser os da pré-existência, desde e grandes superfícies comerciais, desde que sejam, pelas que fi quem asseguradas as condições de suas características, compatíveis com a função habita- edifi cabilidade, salubridade e segurança dos cional. lotes contíguos.

3. É interdita, nos Espaços Urbanos Estruturantes Artigo 28º Existentes, a instalação de parques de sucata, de depó- sitos de resíduos sólidos e a armazenagem grossista de Espaços Urbanos Estruturantes Propostos produtos explosivos e infl amáveis. 1. Os Espaços Urbanos Estruturantes Propostos, deli- 4. A instalação de indústria nos Espaços Urbanos Es- mitados na planta de ordenamento, são constituídos por truturantes Existentes apenas é permitida nas condições espaços contíguos aos Espaços Urbanos Estruturantes seguintes: Existentes, ou por núcleos urbanos planeados e instala- dos de raiz, proporcionando condições para a expansão a) Instalação ao nível do piso térreo, em edifício dos aglomerados urbanos e para o reforço da rede urbana. construído ou adaptado para efeitos de uso industrial e com acesso independente de 2. Os Espaços Urbanos Estruturantes Propostos estão forma a garantir o isolamento e insonorização dotados das principais infra-estruturas e equipamentos necessários, devendo as máquinas, sempre indispensáveis e previsíveis para assegurar o adequado que possível, estar assentes em maciços anti- nível de qualidade de vida e de sustentabilidade ambien- vibratórios;e tal no meio urbano e, quando isto não acontece, têm a possibilidade de fácil de ligação às redes existentes, ou b) É obrigatório o pré-tratamento dos efl uentes serão dotados de sistemas autónomos e devidamente quando os mesmos forem prejudiciais ao bom dimensionados, oportunamente previstos, no caso dos funcionamento das redes públicas. núcleos urbanos planeados e instalados de raiz. 5. A construção, reconstrução, ampliação e substituição 3. Os Espaços Urbanos Estruturantes Propostos de edifícios nos Espaços Urbanos Estruturantes Existen- destinam-se a uma ocupação predominantemente habi- tes, fi ca sujeita aos seguintes condicionamentos: tacional, podendo integrar outros usos e funções, como a) Nas situações de construção ou reconstrução actividades terciárias, equipamentos, comércio, turismo deverão ser sempre respeitados os e grandes superfícies comerciais, desde que sejam, pelas alinhamentos defi nidos pelas construções suas características compatíveis com a função habita- existentes, ou caso não existam, outros que a cional. Câmara Municipal entenda fi xar; 4. É interdita, nos Espaços Urbanos Estruturantes b) As tipologias admitidas serão a isolada, geminada Propostos, a instalação de indústria ou de armazéns, ou em banda, de acordo com o predominante de parques de sucata, de depósitos de resíduos sólidos na zona ou, caso não exista predominância, e a armazenagem grossista de produtos explosivos e o critério que a Câmara Municipal entenda infl amáveis. estabelecer; 5. Os Espaços Urbanos Estruturantes Propostos fi cam c) A cércea e altura permitidas serão delimitadas sujeitos aos Planos Detalhados, a Planos de Desenvol- pela média da altura das fachadas da frente vimento Urbano (no caso dos novos núcleos urbanos), edifi cada do lado do arruamento onde se ou a operações de loteamento que devem respeitar os integra o novo edifício, com um máximo de parâmetros constantes do número seguinte. quatro pisos; 6. A construção, reconstrução, ampliação e substituição d) Poderá ser admitida altura superior em casos de edifícios nos Espaços Urbanos Estruturantes Propos- específi cos e singulares, sujeitos a aprovação tos, fi cam sujeitas aos seguintes condicionamentos: Municipal; a) Lote mínimo de 200 m², com excepção de e) A profundidade máxima admissível para as Lotes decorrentes da elaboração de Plano empenas dos edifícios exclusivamente Detalhado; habitacionais é de 15 m, quando não existam edifícios confi nantes. Quando existam b) As tipologias admitidas serão a construção edifícios confi nantes, a profundidade das isolada, geminada, agrupada ou em altura, empenas pode ser igual à desses edifícios de acordo com o predominante na zona ou, desde que fi quem asseguradas as boas caso não exista predominância, o critério que condições de exposição, insolação e ventilação Câmara Municipal entenda estabelecer; dos espaços habitáveis; e 12 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

c) O índice máximo de construção para Planos 5. A altura máxima das construções em que haja in- Detalhados e/ou Planos de Desenvolvimento tervenção, nos Espaços de Uso Agrícola Exclusivo, não Urbano será de 0,75; poderá, em caso algum, exceder os 3,5 m de altura e 1 (um) piso. d) Até à elaboração dos Planos referidos na alínea anterior o índice máximo de construção será Secção III de 0,75 ao Lote; Espaços Agro-silvo-pastoris

e) Altura máxima das construções exclusivamente Artigo 30º habitacionais é de 16,5 m e a cércea máxima, para todos os usos, de 5 pisos; Defi nição e Regime

f) Excepcionalmente, poderá ser autorizada a 1. Os Espaços Agro-silvo-pastoris, delimitados na Plan- edifi cação de construções, exclusivamente ta de Ordenamento, destinam-se à produção agro-pecuá- habitacionais, com uma altura e com um ria e visam a dinamização do espaço rural do Município número de pisos superiores aos defi nidos da Ribeira Grande e a sua valorização ao atribuir-lhe um na alínea anterior, desde que se encontrem carácter de espaço de usos múltiplos, vinculados, neste enquadrados por Planos Detalhados caso, à compatibilidade com a actividade agro-pecuária. aprovados e, cumulativamente, cumpram, escrupulosamente, a legislação vigente, 2. A construção, a reconstrução e a ampliação de edi- particularmente nos domínios específi cos fícios nos Espaços Agro-silvo-pastoris fi cam sujeitas aos do planeamento e gestão urbanística, e condicionamentos seguintes: ainda os demais parâmetros defi nidos neste regulamento; a) É permitida a edifi cação para fi ns habitacionais, desde que haja exploração agro-pecuária e g) Será obrigatória, em todas as obras de construção, para o titular ou titulares da mesma; reconstrução e ampliação, a ligação às redes públicas de esgotos e abastecimento de água e b) É permitida a edifi cação de pequenas unidades energia, desde que as mesmas existam; e turísticas, destinada a tirar partido da vivência social e cultural dos espaços rurais; h) O dimensionamento mínimo dos espaços públicos, mesmo no caso de haver elaboração c) Índice de implantação máximo de 0,2; e aprovação prévia de Plano Detalhado ou Plano de Desenvolvimento Urbano, é o que d) Altura máxima das construções de 7 m e 2 consta do número 5 do Artº.26º. pisos, com excepção de instalações técnicas especiais, silos ou depósitos de água; e Secção II e) Obrigatória, em todas as obras de construção, Espaços de Uso Agrícola Exclusivo reconstrução e ampliação, o licenciamento e instalação de fossas sépticas ou a ligação às Artigo 29º redes públicas de esgotos e abastecimento de água, quando possível. Defi nição e Regime Secção IV 1. Os Espaços de Uso Agrícola Exclusivo delimitados Espaços Florestais na Planta de Ordenamento, destinam-se à agricultura e visam a preservação do potencial de produção agrícola Artigo 31º local e uma estabilização do uso do solo que estimule a busca de soluções de maior produtividade. Defi nição e Regime

2. Estes espaços devem ser objecto de acompanhamento 1. Os Espaços Florestais, delimitados na Planta de pela Tutela ambiental no que respeita à monitorização Ordenamento, são espaços onde predomina a ocupação da instalação de sistemas de rega. fl orestal ou que têm vocação para a instalação de fl ores- ta e destinam-se à manutenção do coberto vegetal, que 3. É interdita a edifi cação nos Espaços de Uso Agrícola valoriza, do ponto de vista ambiental e social, o espaço Exclusivo. rural do concelho.

4. Excepcionalmente, a reconstrução ou ampliação das 2. Nos Espaços Florestais é interdita a edifi cação, ex- edifi cações existentes é permita, desde que justifi cada cepto no caso de se tratar de reconstrução ou ampliação de pelo imprescindível uso e apoio directamente ligados edifícios existentes, de equipamentos sociais ou de lazer às actividades agrícolas, inclusive a de habitação do(s) e de empreendimentos turísticos, também existentes, agricultor(es). devendo-se evitar o abate de árvores. I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 13

Secção V garantindo prioritariamente a função de mobilidade; Espaços Verdes de Protecção e Enquadramento b) Sistema Secundário: conjunto de vias e áreas Artigo 32º adjacentes com funções de estruturar o crescimento urbanístico fazendo ligações Categorias de Espaços Verdes de Protecção e Enquadramento secundárias entre os pólos geradores e o sistema primário; 1. Na rede de Áreas Protegidas ao abrigo do Decreto -Lei nº 3/2003 de 24 de Fevereiro alterado pelo Decreto- c) Sistema Terciário: conjunto de vias Lei nº 44/2006 de 28 de Agosto que estabelece o regime municipais menos importantes, garantindo jurídico das áreas protegidas. fundamentalmente, a acessibilidade local e o fecho alternativo de malhas viárias, como 2. Os Espaços Verdes de Protecção e Enquadramento meio de diminuir distâncias entre percursos. Existentes e Propostos não são edifi cáveis, salvo a insta- Incluem-se ainda neste sistema a rede viária lação, criteriosamente justifi cada e aprovada por estudos dos aglomerados urbanos. de impacte ambiental, de equipamentos colectivos e de Artigo 35º interesse público, ou de infraestruturas técnicas, quando ajustados às espécies, patrimónios e ambientes objecto Zonas não edifi caveis de protecção. 1. As faixas adjacentes às plataformas das vias consti- 3. Nestes espaços devem-se privilegiar os usos e ac- tuem zonas não edifi caveis, com excepção da construção ções que visem a valorização e conservação biofísica do de vedações aligeiradas e amovíveis. património natural. 2. A construção dos acessos às vias Municipais deverá Secção VI ser precedida de licenciamento municipal.

Espaços Canais e Equipamentos Artigo 36º

Artigo 33º Sistema Primário

Âmbito e Objectivo O dimensionamento das infra-estruturas rodoviárias do sistema primário é defi nido pelos seguintes parâme- Cumulativamente ao disposto no Capítulo II do pre- tros mínimos, sem prejuízo da legislação em vigor: sente Regulamento, na ocupação, uso e transformação do território municipal deverão ser observados os condicio- a) Faixa de rodagem: 7 m; namentos urbanísticos constantes dos artigos seguintes desta secção e devidamente assinalados na Planta de b) Bermas e valetas: 2,5 m; e Ordenamento e Planta de Condicionantes Especiais. c) Faixa adjacente: 20 m para cada lado a contar do Subsecção I eixo da via e nunca a menos de 5 m da zona da estrada. Rede Rodoviária Artigo 37º Artigo 34º Sistema Secundário Âmbito 1. O dimensionamento das infra-estruturas rodoviárias 1. As infra-estruturas rodoviárias são constituídas municipais secundárias é defi nido pelos seguintes parâ- pelo conjunto de rodovias nacionais e municipais que metros mínimos, sem prejuízo da legislação em vigor: asseguram a mobilidade e acessibilidade no território, bem como pelas vias urbanas. a) Faixa de rodagem: 7 m;

2. As infra-estruturas rodoviárias, assinaladas na b) Bermas e valetas: 2,5 m; Planta de Ordenamento e na Planta de Rede Viária, in- tegram as seguintes categorias, de acordo com a função c) Faixa adjacente: 15 m para cada lado a contar do e características das vias que as integram: eixo da via e nunca a menos de 5 m da zona da estrada; e a) Sistema Primário: constituído pelas vias mais importantes da rede, nomeadamente as vias d) Dentro dos Perímetros Urbanos a Faixa Adjacente pertencentes à rede nacional; este sistema será a defi nida em Plano Urbanístico de tem como funções assegurar as principais ordem inferior ou o alinhamento que a ligações entre os principais pólos geradores, Câmara Municipal fi xar para o efeito. 14 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012

Artigo 38º c) É interdita a construção numa faixa de 50 m, defi nida a partir dos limites exteriores das Sistema Terciário estações de tratamento dos efl uentes e respectiva área de ampliação; 1. O dimensionamento é defi nido pelos seguintes pa- râmetros mínimos, sem prejuízo da legislação em vigor: d) As estações de tratamento ou outras instalações de depuramento de efl uentes deverão ser a) Faixa de rodagem: 6 m; envolvidas por faixas arborizadas com um mínimo de 5 m, salvo se as suas características b) Bermas e valetas: 1 m; específi cas o desaconselharem; c) Faixa adjacente: 10 m para cada lado a contar do eixo da via e nunca a menos de 5 m da zona e) Fora dos espaços urbanos, é interdita a edifi cação da estrada; e a menos de 200 metros, contados a partir dos limites exteriores de estações de tratamento d) Dentro dos Perímetros Urbanos a Faixa Adjacente de águas residuais e de áreas ocupadas por será a defi nida em Plano Urbanístico de depósitos ou estações de tratamento de ordem inferior ou o alinhamento que a resíduos sólidos; e Câmara Municipal fi xar para o efeito. f) Nas faixas de protecção defi nidas na alínea Subsecção II anterior é interdita a abertura de poços ou furos de captação de água para consumo Outras Infraestruturas doméstico.

Artigo 39º Artigo 41º

Sistemas de Abastecimento de Água Infraestruturas Projectadas ou Programadas Na vizinhança das redes públicas de abastecimento de água serão observados os seguintes condicionamentos: 1. É interdita a construção nas áreas e faixas de reser- va destinadas à protecção de infraestruturas, conforme a) É interdita a construção numa faixa de 5 m, delimitação na planta de condicionantes. medida para cada um dos lados das condutas adutoras, adutoras - distribuidoras ou 2. As áreas e faixas de reserva referidas no número exclusivamente distribuidoras, salvo quando anterior são as legalmente estabelecidas ou outras que estas se encontrem já instaladas em áreas a Câmara Municipal venha a fi xar; e urbanas consolidadas, onde poderão ser mantidos os alinhamentos das construções 3. Os condicionamentos relativos a infraestruturas existentes; e programadas serão alterados logo que exista planta par- celar do projecto de execução, nos termos da legislação b) Fora dos espaços urbanos estruturantes e em vigor. habitacionais é interdita a plantação de árvores numa faixa de 10 m, medida para CAPÍTULO IV cada um dos lados das condutas. Controlo e valorização ambiental Artigo 40º

Sistemas de Drenagem de Esgotos Artigo 42º

Na vizinhança das redes (emissários) e das estações Instalações Agro-pecuárias intensivas de tratamento dos efl uentes observar-se-ão os seguintes condicionamentos: 1. Sem prejuízo da legislação em vigor, a construção e ampliação das instalações agro-pecuárias intensivas fi ca a) É interdita a construção numa faixa de 5 dependente de licenciamento Municipal. m, medida para cada um dos lados dos emissários, salvo quando estes se encontrem 2. Para o licenciamento referido no ponto anterior já instalados em áreas urbanas consolidadas, deverá ser apresentado projecto específi co nomeada- onde poderão ser mantidos os alinhamentos mente no que se refere aos sistemas de tratamento das construções existentes; dos efl uentes.

b) Fora dos espaços urbanos estruturantes e 3. Fica estabelecida uma faixa de protecção de 500 habitacionais, é interdita a plantação de m para lá das áreas edificáveis, na qual fica inter- árvores numa faixa de 10 m, medida para dita a implantação de instalações agro-pecuárias cada um dos lados dos colectores; intensivas. I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 15

4. Fica estabelecida uma faixa de protecção de 50 m c) O requerente prestará caução como garantia das estradas nacionais e de outros caminhos públicos, para a efectivação do plano de recuperação na qual é interdita a implantação de instalações agro- paisagística e assumirá a responsabilidade, pecuárias intensivas. através de contrato, de recuperar as redes viárias municipais que venham a fi car 5. São interditas as instalações agro-pecuárias inten- danifi cadas pelo transporte do material da sivas nas seguintes áreas: exploração.

a) Urbana Estruturantes; CAPÍTULO V Disposições fi nais e transitórias b) Agrícola Exclusiva; e

Artigo 45º c) Florestais. Contra ordenações Artigo 43º 1. Constitui contra-ordenação, punível com coima, a re-

Captações de Água alização de obras, bem como qualquer alteração indevida à utilização previamente licenciada das edifi cações ou do solo em violação do disposto no presente Regulamento. Na vizinhança das captações públicas de água serão observados os seguintes condicionamentos: 2. O montante da coima a que se refere o número an- terior será fi xado entre os valores mínimo e máximo es- a) Fora dos espaços urbanos, são interditas, numa tabelecidos na Legislação Nacional e/ou no Regulamento faixa mínima de 200 m à volta dos furos de Municipal caso exista. captação de água, instalações, ocupações ou actividades que possam provocar poluição Artigo 46º dos aquíferos, tais como colectores e fossas sépticas, despejos de lixo ou descargas de Entrada em Vigor entulho, instalações pecuárias, depósitos de sucata, armazéns de produtos químicos, etc.; O PDM do Município da Ribeira Grande de Santo An- tão entra em vigor à data da sua publicação no Boletim b) É interdita a abertura de furos particulares Ofi cial. numa faixa de 300 m de largura à volta dos furos públicos de captação de água; e ANEXO

Quadros I e II c) Fora dos espaços urbanos é interdita a construção numa faixa de 200 m de largura defi nida a (Parte integrante do Regulamento do Plano Director partir dos limites exteriores dos reservatórios, Municipal do Município da Ribeira Grande de Santo estações de tratamento e respectivas áreas de Antão) ampliação. Legenda alusiva aos Quadros I e II Artigo 44º c) a.c. (área de construção) – área bruta de Exploração de Inertes construção

1. São objecto de licenciamento pela entidade defi nida d) a.c. hab. – área de construção para habitação. na lei todas as explorações de inertes que se encontram e) a.c. com. – área de construção para comércio. em actividade ou venham a construir-se, de acordo com os seguintes parâmetros: f) a.c. sev. – área de construção para serviços (inclui escritórios). a) A implantação de indústrias extractivas será sempre fora dos aglomerados urbanos; g) a.b.c. ind./armz. – área de construção para indústria ou armazens. b) É obrigatória a apresentação de estudos de impacte ambiental e de planos de recuperação h) a.m.f. (área média do fogo) – quociente entre a paisagística, devidamente aprovados no acto área de construção para habitação e o número do pedido de licenciamento; e de fogos. 16 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 I SÉRIE — NO 18 2º SUP «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 21 DE MARÇO DE 2012 17