O Imaginário E O Quotidiano Cabo-Verdianos Na Produção Literária De Jorge Barbosa
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O IMAGINÁRIO E O QUOTIDIANO CABO-VERDIANOS NA PRODUÇÃO LITERÁRIA DE JORGE BARBOSA Hilarino Carlos Rodrigues da Luz Tese de Doutoramento em Estudos Portugueses, especialização em Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa, realizada sob a orientação científica da Professora Doutora Ana Maria Mão-de-Ferro Martinho Carver Gale e co-orientação da Professora Doutora Maria do Rosário Pimentel. MARÇO DE 2013 Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Estudos Portugueses, especialização em Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa, realizada sob a orientação científica da Professora Doutora Ana Maria Mão- de-Ferro Martinho Carver Gale, Professora Auxiliar com Agregação do Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, e co-orientação da Professora Doutora Maria do Rosário Pimentel, Professora Associada do Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa. Dedico este trabalho à minha família, em especial à minha esposa Dilva Alves Monteiro e ao meu filho Hilário Carlos Rodrigues Monteiro da Luz. AGRADECIMENTOS A realização desta tese de Doutoramento só foi possível graças ao apoio e confiança que recebi da minha orientadora Professora Doutora Ana Maria Mão-de-Ferro Martinho Carver Gale, com quem muito tenho aprendido, desde os tempos de licenciatura, e da co- orientadora Professora Doutora Maria do Rosário Pimentel, que tive a sorte de conhecer através da minha orientadora. Gostaria, ainda, de agradecer a todos aqueles que contribuíram para que este sonho se tornasse realidade. Por esta razão, não posso deixar de relembrar o meu pai Carlos Alberto da Luz, professor de profissão, que me instruiu para não desistir, mesmo nas horas nebulosas, e para que procurasse fazer das minhas deficiências uma oportunidade de evolução intelectual, a minha avó Carolina Bruno Andrade, que muito me instruiu para a vida, o meu tio Vicente Andrade Nobre, ambos falecidos. Não posso deixar de agradecer à minha querida mãe Rosa Carolina Andrade Rodrigues, e de lhe referir que estes 10 anos de saudades valeram a pena, à minha esposa Dilva Monteiro, ao meu filho Hilário da Luz, ao meu avô Augusto da Luz, aos meus seis irmãos Harrison Rodrigues, José Rui Rodrigues, Alírio Rodrigues, Karen Roseane, Diasmira Rodrigues, Delvis Rafael, aos meus tios Manuel Carolina, Maria Carolina, Olavo Lima, Tomásia Rodrigues, Arlinda Rodrigues, Dário da Luz, aos meus primos Naduino Miguel, Catia Cristina, Kévina Tavares, Eneida Sofia, Armileila Rodrigues, aos meus compadres Julieta Monteiro e Samora Sousa, ao meu afilhado Samuel Monteiro. Devem merecer também destaque os meus amigos José Luís Tavares, José Luís Hopffer Almada, Elsa Rodrigues dos Santos, que me cedeu três artigos e quatro Crónicas de S. Vicente de Jorge Barbosa e outros documentos, e também Nitah Camotim, os filhos de Jorge Barbosa, principalmente Maria Solange Machadinho, Pedro Tavares, Luís Cruz, Vítor Delgado, António João Rodrigues (Pudgil). Também quero manifestar o meu agradecimento à Junta de Freguesia de S. João de Lisboa, que patrocina a impressão e encadernação deste trabalho, ao Centro de História da Cultura da FCSH-UNL, na pessoa do Professor Doutor João Luís Lisboa, e aos funcionários da Sociedade de Geografia de Lisboa, que sempre me trataram com simpatia e eficiência. RESUMO O IMAGINÁRIO E O QUOTIDIANO CABO-VERDIANOS NA PRODUÇÃO LITERÁRIA DE JORGE BARBOSA PALAVRAS-CHAVE: Cabo Verde; Jorge Barbosa; literatura cabo-verdiana; Claridade ; insularidade; imaginário; quotidiano O arquipélago de Cabo Verde é um Estado insular constituído por dez ilhas e alguns ilhéus que se dividem em dois grupos. Localizado na costa ocidental africana, a cerca de 500 km do promontório que lhe deu o nome, foi descoberto desabitado por navegadores ao serviço do reino de Portugal, entre 1460 e 1462. O seu povoamento iniciou-se em 1462, pela ilha de Santiago, por ser a maior ilha e porque tinha mais água. O seu desenvolvimento cultural e literário deu-se com a criação do Seminário Liceu na ilha de S. Nicolau, em 1866, onde se formaram vários quadros que desempenharam cargos no funcionalismo público. A literatura que nasceu dessa matriz sofreu influências do cânone e estética metropolitanos. Tais influências foram substituídas progressivamente pela afirmação da realidade sociocultural do arquipélago, o que se deveu em boa medida à democratização do ensino implementado pelo Liceu Gil Eanes, em 1917, na ilha de S. Vicente, a novas influências literárias recebidas do exterior, à edição da obra Arquipélago (1935), e à publicação da revista Claridade (1936). Entre os claridosos, Jorge Barbosa foi um dos que mais profusamente representou o imaginário e o quotidiano cabo-verdianos na sua produção literária, o que fez de modo comprometido e engajado. ABSTRACT IMAGINARY AND DAILY LIFE IN THE CABO VERDE IN THE LITERARY WORK OF JORGE BARBOSA KEYWORDS: Cabo Verde; Jorge Barbosa; Capverdian Literature; Claridade ; insularity; imaginary; social experience Cabo Verde is an insular state that comprises ten islands and some small islands divided in two groups. It is located in Western Africa, at about 500 km from the cape with the same name. It was discovered between 1460 and 1462 by navigators at the service of the Portuguese King and was desert at the time. The first settlements started in 1462 in Santiago island, the largest and better served with water. The creation of the Seminário Liceu in S. Nicolau, in 1866, originated a significant cultural and literary development as well as numerous educated public workers. The literature emerging from these conditions had a direct relation with the metropolitan canon and aesthetics. Such influences were progressively replaced by local sociocultural references, which was due to a great extent to the democratization of education through the Liceu Gil Eanes, created in 1917, in S. Vicente; to new external literary influences; to the publication of Arquipélago (1935), and to the publication of Claridade (1936). Among all the claridosos Jorge Barbosa was the one who may have better represented the imaginary and societal dynamics of Cabo Verde, which he did with public and intellectual commitment. ÍNDICE INTRODUÇÃO....................................................................................................................1 CAPÍTULO I: FORMAÇÃO DA SOCIEDADE CABO-VERDIANA...............................5 I. 1 Breve Apresentação do Arquipélago...............................................................................5 I. 2. Génese do Homem Crioulo.............................................................................................6 I. 3. Miscigenação e Ascensão Social do Mestiço...............................................................13 I. 4. Ladinização dos Escravos.............................................................................................19 I. 5. Formação das Elites......................................................................................................23 I.6. O Impacto da Fome na Emigração.................................................................................31 CAPÍTULO II: FORMAÇÃO DA LITERATURA CABO-VERDIANA..........................41 II. 1. Hipótese de Periodização.............................................................................................41 II. 2. “Ressonâncias” na Claridade: Consciencialização das Raízes....................................61 II. 2.1. Instauração do Modernismo Literário......................................................................77 II. 3. “O Messias Desiludiu-nos”..........................................................................................85 CAPÍTULO III: A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE JORGE BARBOSA...........................90 III. 1. Notas Biográficas.......................................................................................................90 III. 2. História e Condições da Produção Literária...............................................................96 III. 3. Apresentação e Comentário de Textos do Autor......................................................113 III. 3.1. Os Textos Inéditos.................................................................................................113 III. 3.2. Radiografia do Arquipélago..................................................................................126 III. 3.3. Utopia e Retorno às Origens.................................................................................131 III. 3.4. “Fusão de Duas Almas Contrárias”.......................................................................135 III. 3.5. Reivindicação e Testemunho.................................................................................143 III. 3.6. Balanço da Colonização........................................................................................157 III. 3.7. O Porto Grande......................................................................................................162 III. 3.8. Dramas do Quotidiano...........................................................................................177 III. 3.9. Emigração Forçada................................................................................................197 III. 3.10. Prostituição..........................................................................................................206 III. 3.11. Problemática da Insularidade..............................................................................211