A FAMÍLIA REAL AMARNIANA E a CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA VISÃO DE MUNDO DURANTE O REINADO DE AKHENATON (1353-1335 A.C.)
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA GISELA CHAPOT A FAMÍLIA REAL AMARNIANA E A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA VISÃO DE MUNDO DURANTE O REINADO DE AKHENATON (1353-1335 a.C.) VOLUME I NITERÓI 2015 GISELA CHAPOT A FAMÍLIA REAL AMARNIANA E A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA VISÃO DE MUNDO DURANTE O REINADO DE AKHENATON (1353-1335 a.C.) VOLUME I Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor em História. Área de Concentração: História Social. Setor Cronológico-temático: História Antiga. Linha de Pesquisa: Poder e Sociedade. Orientadora: Professora Doutora Adriene Baron Tacla (Universidade Federal Fluminense) Coorientador: Professor Doutor Antonio Brancaglion Junior (Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro) NITERÓI 2015 C466 Chapot, Gisela. A família real amarniana e a construção de uma nova visão de mundo durante o reinado de Akhenaton (1353-1335 a.C.) / Gisela Chapot. – 2015. 2 v. (578 f.) : il. Orientadora: Adriene Baron Tacla. Coorientador: Antonio Brancaglion Junior Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, 2015. Bibliografia: 385-400. 1. Egiptologia. 2. Reinado de Akhenaton. 3 Arte amarniana. I. Tacla, Adriene Baron. II. Brancaglion Junior, Antonio. III. Universidade Federal Fluminense. Departamento de História, IV. Título. CDD 913.32 GISELA CHAPOT A FAMÍLIA REAL AMARNIANA E A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA VISÃO DE MUNDO DURANTE O REINADO DE AKHENATON (1353-1335 a.C.) Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor em História. Área de Concentração: História Social. Setor Cronológico-temático: História Antiga. Linha de Pesquisa: Poder e Sociedade. Aprovada em junho de 2015 BANCA EXAMINADORA Professora Doutora Adriene Baron Tacla - orientadora Universidade Federal Fluminense Professor Doutor Antonio Brancaglion Junior – coorientador Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro Professora Doutora Sônia Rebel de Araújo – avaliadora interna Universidade Federal Fluminense Professora Doutora Marcia Severina Vasques – avaliadora externa Universidade Federal do Rio Grande do Norte Professora Doutora María Violeta Pereyra – avaliadora externa Universidade de Buenos Aires Professora Doutora Nely Feitoza Arrais – avaliadora externa Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro Professor Doutor Alexandre Carneiro Cerqueira Lima – suplente Universidade Federal Fluminense Professora Doutora Cláudia Beltrão - suplente Universidade do Rio de Janeiro Para o eterno professor Ciro Flamarion Cardoso, por tudo que me ensinou e para minha querida família Chapot, pelo apoio incondicional nesta tese e na vida. AGRADECIMENTOS Gostaria de iniciar os agradecimentos com uma pequena homenagem ao professor Ciro Flamarion Cardoso, que orientou esta tese em seus primeiros anos do curso de doutorado (2011-2013), quando nos deixou, em junho deste último ano. Por toda generosidade, carinho e incentivo com que sempre me tratou desde os primeiros períodos da faculdade de História até a minha saída para cumprir o chamado “doutorado sanduíche” fora do país. Muito obrigada, professor, por tudo. À professora Adriene Baron Tacla, que aceitou orientar esta tese, quando do falecimento do professor Ciro Cardoso e se tornou imprescindível em inúmeros momentos da pesquisa, tanto no âmbito acadêmico, quanto pessoal, me incentivando a “voar” nas ideias e fugir sempre do lugar comum, especialmente quando se trata do período amarniano. Muito obrigada por seu apoio, compreensão e conforto quando mais precisei. Ao professor Antonio Brancaglion Junior, do Museu Nacional, que gentilmente aceitou coorientar este trabalho e foi igualmente importante para que os assuntos de arte egípcia, sua especialidade, se tornassem mais familiares para mim, enriquecendo sobremaneira a análise das imagens amarnianas. Muito obrigada. À professora Kate Spence da Universidade de Cambridge, que supervisionou meu estágio doutoral nesta universidade na Inglaterra, permitindo que pesquisasse na Haddon Library, Biblioteca de Arqueologia, ao longo dos quatro meses em que lá estive. As trocas de ideias com Kate Spence, sempre muito solícita, foram determinantes para uma mudança de rumo crucial no trabalho, e definitivamente tornaram as imagens do período amarniano nosso corpus principal na tese. Às Instituições de Pesquisa, que me deram o apoio financeiro necessário para realizar esta pesquisa no Brasil, bem como fora do país, Universidade Federal Fluminense e CAPES (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa). Aos meus pais, Jorge Luiz Chapot e Célia Maria de Farias Chapot, por todo o apoio e torcida em absolutamente todos os momentos da minha vida. Obrigada por serem sempre meu porto seguro e exemplos de pais dedicados Às minhas irmãs Chapot, Fernanda, pelos sábios conselhos, Flávia, pela sintonia diária, e Renata, por sua meiguice, todas sempre tão presentes e fundamentais em tudo que faço. Agradecimento especial para Flávia, que revisou a tese e fez avaliações interessantes para versão final. Ao meu tio Renato Chapot, minha madastra Sandra Lanes e meu cunhado, Rodrigo Cortes, que igualmente me apoiaram e também se fizeram presentes em todo momento. vi Aos amigos Rennan de Souza Lemos, que por intermédio de seu contato com o professor Barry Kemp nos permitiu estabelecer um vínculo com Kate Spence em Cambridge e assim cumprir os frutíferos meses de doutorado sanduiche na Inglaterra. Agradeço também pelas trocas constantes de ideias, materiais e conselhos, tão valiosos para amadurecer algumas ideias nesta tese. André Effgen, por sua amizade e carinho, Isabela Cardoso, quase irmã confidente de todos os dias, Vânia Almeida, por sua alegria contagiante, Vanessa Di Spirito, pelo apoio constante, Amanda Delduque e Lívia Grees, juntas comigo desde a infância. Aos meus fisioterapeutas, que foram fundamentais para me ajudar a aliviar as dores na coluna que tornaram, em muitos momentos, a redação da tese bastante difícil. Agradeço a todos aqueles não citados, mas que ao longo dos últimos anos fizeram parte desta longa caminhada e foram importantes para que esta tese pudesse ser concluída. vii “É o cúmulo da ironia que, após uma intensiva campanha para expugná-los dos anais do Egito, os faraós de Amarna sejam hoje em dia provavelmente os mais reconhecidos governantes antigos de todos os países. Na verdade, a máscara de Tutankhamon e o busto de Berlim de Nefertíti estão entre as mais icônicas imagens do mundo, enquanto discussões sobre Akhenaton, suas crenças e atividades, podem provocar um nível de paixão pouco comum para um homem morto há mais de três milênios.” (Dodson, Aindan, 2009, p. 138.) viii RESUMO Em 1353 a.C., o faraó Akhenaton apresentou ao Egito uma nova visão de mundo, deveras solarizada, cuja fonte de toda vida era o disco solar Aton, que mantinha uma relação íntima e exclusiva com o grupo que personificava seu poder: a família real de Amarna. Esta, além de ser proclamada em hinos de louvor ao sol, foi enfaticamente retratada no repertório imagético do período, ora cultuando o deus, ora em momentos de pura informalidade familiar ou mesmo interagindo com seus cortesãos do alto do palácio. Com base nas fontes textuais e, sobretudo, no referido material imagético, esta pesquisa tem como principal objetivo propor uma abordagem distinta acerca do período amarniano, fundamentada na supracitada cosmovisão, que elevou Akhenaton e Nefertíti à categoria de deuses em vida em uma cerimônia estatal ocorrida no ano doze de reinado. Pretendemos relacionar as ideias do monarca nos âmbitos templário, funerário e doméstico com suas escolhas artísticas e, assim, articular os anseios de Akhenaton com o contexto sociopolítico no qual o Egito estava inserido no século XIV a.C. Palavras chave: Egiptologia – Reinado de Akhenaton – Arte Amarniana ix ABSTRACT In 1353 BC, Pharaoh Akhenaten introduced to Egypt a new worldview, very solarized, whose source of all life was the Aten, the sun disk, who maintained an intimate and exclusive relationship with the group who personified their power before the whole society: the royal family of Amarna. Besides being proclaimed in the sun hymns of praise, the royal group was emphatically portrayed in the imagery repertoire of the period, worshiping Aten, sometimes in moments of pure familiar informality or even interacting with his courtiers from the top of the window palace. Based on textual sources and, above all, in that imagery material, this research aims to propose a different approach on the amarnian period, based on the aforementioned worldview, which raised Akhenaten and Nefertiti to the rank of living gods in a state ceremony held in the year twelve of the reign. We intend to relate the monarch's ideas, the templar, funerary and domestic spheres, to his artistic choices and, by doing so, articulate Akhenaten's wishes to the socio-political context in which Egypt was inserted in the fourteenth century BC. Key words: Egyptology – Akhenaten’s Reign – Amarna Art x LISTA DE ILUSTRAÇÕES CAPÍTULO I FIGURA CONTEÚDO PÁGINA 1 Séty I abre a porta do tabernáculo do deus Amon-Ra 16 durante o ritual diário, no templo do referido faraó, em Abidos. 2 Concepção divina de Amenhotep III no Templo de Lúxor 18 3 Amenhotep III venera a si próprio, como deus Nebmaatra, 24 em Soleb