Ana Carolina Ribeiro Nogueira REDES DE PRODUÇÃO MUSICAL
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Ana Carolina Ribeiro Nogueira REDES DE PRODUÇÃO MUSICAL COLABORATIVAS: NOTAS ETNOGRÁFICAS EM FLORIANÓPOLIS E NA CASA FORA DO EIXO – SÃO PAULO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Orientadora: Profa. Dra. María Eugenia Domínguez Florianópolis 2014 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. Nogueira, Ana Carolina Ribeiro Redes de Produção Musical Colaborativas : Notas Etnográficas em Florianópolis e na Casa Fora do Eixo-São Paulo / Ana Carolina Ribeiro Nogueira ; orientadora, María Eugenia Domínguez - Florianópolis, SC, 2014. 295 p. ; 21cm Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Inclui referências 1. Antropologia Social. 2. Produção Musical. 3. Políticas Culturais . 4. Colaborativismo. 5. Ciberespaço. I.Domínguez, María Eugenia. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. III. Título. AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente à minha amiga/irmã Danielle Antunes pela parceria e pelas trocas filosóficas que me inspiram tanto. Ao meu grande amigo e parceiro de trabalho Tadeu Vasconcellos, por abraçar a causa desse projeto de coração aberto e participar dele como se fosse seu. Agradeço à minha parceira de trabalho María Eugenia Domínguez, por ter acreditado nesta pesquisa e ter se colocado de forma aberta para me conhecer, assim como pela sua atenção e paciência. À Casa de Noca e a todas as pessoas que participam daquele projeto, por terem compreendido a importância da pesquisa e por nos acolherem sempre com amizade e aprazimento. A todos os integrantes e moradores da Casa Fora do Eixo - SP que me receberam e se dispuseram a conversar tão abertamente comigo. À minha amiga Bianca Scliar pela prontidão em me convidar para os ensaios incríveis na sua casa, e estar sempre disposta a conversar sobre meu trabalho. Ao amigo Fábio Mello, pelo entusiasmo em filosofar sobre a pesquisa, e acreditar na sua importância, de modo singular. Ao meu amigo Rafael Rodrigues pelo apoio nos trabalhos e projeto, e pelo incentivo à minha escolha pelo curso de Antropologia. Agradeço a todos os músicos, artistas visuais, audiovisuais, produtores, gestores e aos poetas, que se interessaram em algum momento em participar deste trabalho, sem dúvida alguma, colaborativo. Aos professores Rafael Devos, Rafael Bastos e Vânia Müller por participarem da banca de examinadores, e por terem contribuído em algum momento com esta pesquisa. Aos integrantes do Núcleo de Estudos Arte, Cultura e Sociedade na América Latina e Caribe (MUSA) pelas contribuições na elaboração do projeto, especialmente à Tatyana Jacques. Especialmente à minha mãe pelo incentivo a algumas das minhas escolhas, ao meu pai, e aos meus irmãos, Victor, Tiago e Luiz Eduardo. E principalmente, agradeço aos contratempos, aos atrasos, aos inconvenientes e às paixões que aconteceram nestes três anos de pesquisa, que me fizeram compreender o valor do acaso e do presente. „Trata-se, no fundo, de misturas. Misturam-se as almas nas coisas, misturam-se as coisas nas almas. Misturam-se as vidas, e assim as pessoas e as coisas misturadas saem cada qual de sua esfera e se misturam: o que é precisamente o contrato e a troca‟. Marcel Mauss RESUMO Apresento nesta dissertação uma série de análises feitas a partir de uma pesquisa etnográfica que realizei durante o ano de 2013 com coletivos de produção musical de Florianópolis, SC, e com participantes da rede Fora do Eixo moradores da Casa FdE em São Paulo, SP. Fizeram parte da investigação músicos, produtores e gestores culturais, artistas plásticos, artistas visuais, audiovisuais e de outras áreas, que desenvolvem projetos de diferentes gêneros musicais. O objeto analisado é a produção colaborativa e alguns dos aspectos que fundamentam e garantem a sobrevivência destas redes, tais como, a influência do local para a formação dos coletivos, os tipos de sociabilidades praticados pelos integrantes, as suas relações com as novas tecnologias de produção digital e com a internet, e com as políticas culturais. Palavras-chave: Produção Musical. Políticas Culturais. Colaborativismo. Ciberespaço. ABSTRACT I present in this thesis a series of analyzes from an ethnographic research I conducted during the year 2013 with collective musical production of Florianópolis, and network members out of the House Fora do Eixo residents in São Paulo, SP. Were part of the musicians, producers and cultural research managers, artists, visual, audiovisual and other areas that develop projects of different genres artists. The object being analyzed is the collaborative production and some of the aspects that underlie and ensure the survival of these networks, such as the influence of the site for the formation of collectives, the types of sociability practiced by members, their relations with the new production technologies digital and the internet, and cultural policies. Keywords: Music Production. Cultural Policies. Collaborationism. Cyberspace. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................. 15 1 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS REDES DE PRODUÇÃO MUSICAL COLABORATIVAS ..................................................... 27 1.1 UM HISTÓRICO SOBRE AS TRANSFORMAÇÕES DA INDÚSTRIA MUSICAL E AS MUDANÇAS DE PARADIGMAS NOS PROCESSOS PRODUTIVOS A PARTIR DA WEB 2.0 ......... 42 1.2 CONTEXTOS DA ECLOSÃO DAS REDES NO BRASIL .............. 56 1.2 O CENÁRIO DA PRODUÇÃO MUSICAL COLABORATIVA EM FLORIANÓPOLIS ............................................................................. 82 1.4 REDE DE TRABALHOS FORA DO EIXO, BASE SÃO PAULO, SP ........................................................................................................ 118 2 AS ASSOCIAÇÕES E OS TIPOS DE SOCIABILIDADES PRATICADOS NAS REDES ........................................................... 137 2.1 A IMPORTÂNCIA DO LOCAL PARA A FORMAÇÃO DOS COLETIVOS E REDES ..................................................................... 145 2.2 A ECONOMIA DA VIDA E A IMPORTÂNCIA DO „ESTAR JUNTO‟ .............................................................................................. 160 2.3 AS RELAÇÕES HORIZONTAIS: ACABARAM-SE AS HIERARQUIAS?................................................................................ 170 3 POLÍTICAS CULTURAIS E PRODUÇÃO COLABORATIVA 193 3.1 POLÍTICAS CULTURAIS PÚBLICAS - QUESTÕES SOBRE AS LUTAS REGIONAIS DOS ARTISTAS E PRODUTORES MUSICAIS ......................................................................................... 212 3.2 „SÓ FALA QUEM TRABALHA‟ - O LUGAR DA NARRATIVA NAS POLÍTICAS DAS REDES ........................................................ 234 3.3 A IMPORTÂNCIA DO FACEBOOK PARA A CIRCULAÇÃO DA PRODUÇÃO MUSICAL COLABORATIVA ................................... 246 3.4 AS POLÍTICAS COLABORATIVAS DE CROWDFUNDING E O EMPODERAMENTO DE ARTISTAS, PRODUTORES E PÚBLICO ........................................................................................... 266 4 NOTAS SOBRE A PRODUÇÃO DO DOCUMENTÁRIO ETNOGRÁFICO .............................................................................. 275 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 283 REFERÊNCIAS ................................................................................ 289 ANEXO 1 - DVD DO DOCUMENTÁRIO ETNOGRÁFICO ...... 295 15 INTRODUÇÃO Apresento nesta dissertação uma série de análises feitas a partir de uma pesquisa etnográfica que realizei durante o ano de 2013 com coletivos de produção musical de Florianópolis, SC, e com participantes da rede Fora do Eixo moradores da Casa FdE1 em São Paulo, SP. Fizeram parte da investigação músicos, produtores e gestores culturais, artistas plásticos, artistas visuais, audiovisuais e de outras áreas, que desenvolvem principalmente projetos dos gêneros jazz, rock, blues, choro, música popular brasileira e alguns dos seus subgêneros. Todos os que participaram são profissionais que produzem ações e produtos culturais, e têm a atividade artística como principal fonte de renda. O objeto analisado é a produção colaborativa e alguns dos aspectos que fundamentam e garantem a sobrevivência destas redes, tais como, a influência do local para a formação dos coletivos, os tipos de sociabilidades praticados pelos integrantes, as suas relações com as novas tecnologias de produção digital e com a internet, e as políticas culturais desenvolvidas por eles. Trata-se de grupos heterogêneos, formados por indivíduos que desenvolvem projetos diversos, e que em determinadas situações conectam-se para defender interesses em comum, formando então associações de proporções maiores e mais complexas. Para investigar os modos de organização destas associações, trabalhei com a ideia de neotribalismo de Michel Maffesoli (2010) que entende a formação de redes como a„constituição de microgrupos ou „tribos‟ que pontuam a espacialidade das grandes cidades, a partir de um sentimento de pertença, em função de uma ética específica e no quadro de uma rede de comunicação‟ (Maffesoli, 2010, p:224). O interesse por este tema surgiu de experiências profissionais com produção e gestão de projetos culturais em Florianópolis, atuando em instituições públicas e privadas, e com coletivos de produção musical nos últimos sete anos. Por